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MERCADOS // Novembro 13 // Portugalglobal 28 Marrocos é um importante parceiro comercial de Portugal, destacando-se, nos últimos anos, o crescimento regular das exportações portuguesas de bens para este país. O número de empresas portuguesas presentes no mercado tem igualmente vindo a aumentar – deverão ascender a cerca de 200 actualmente –, assistindo-se a uma diversificação da sua área de negócios, inicialmente centrada na fileira da construção. Neste dossier, conheça as potencialidades que este mercado representa para as empresas e para a economia nacionais. MARROCOS POTENCIAL PARA CRESCER

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MERCADOS

// Novembro 13 // Portugalglobal28

Marrocos é um importante parceiro comercial de Portugal, destacando-se, nos últimos anos, o crescimento regular das exportações portuguesas de bens para este país. O número de empresas portuguesas presentes no mercado tem igualmente vindo a aumentar – deverão ascender a cerca de 200 actualmente –, assistindo-se a uma diversificação da sua área de negócios, inicialmente centrada na fileira da construção.Neste dossier, conheça as potencialidades que este mercado representa para as empresas e para a economia nacionais.

MARROCOSPOTENCIAL PARA CRESCER

MERCADOS

Portugalglobal // Novembro 13 // 29

Ao longo da última década Marrocos tem vindo a afirmar-se como um pólo de estabilidade e crescimento económico na zona do Magrebe. Marrocos tem prosse-guido uma estratégia coerente de mo-dernização e abertura que lhe permitiu, apesar da contracção económica do seu principal parceiro – a UE –, manter uma taxa de crescimento médio superior a 4 por cento. Ao contrário de outros países da região, que procuram ainda um novo ponto de equilíbrio político na sequência da “Primavera árabe”, Marrocos conse-guiu também manter uma trajectória de estabilidade, procurando novas soluções de abertura democrática, alicerçadas numa tradição de efectivo pluralismo. O governo saído das eleições posteriores à adopção da nova Constituição de 2011 inclui, pela primeira vez, partidos de re-ferência islamista. A recente remodela-ção do governo, com a substituição de um dos principais parceiros da coligação por um partido que até agora estava na oposição, sem que fosse necessário in-terromper a presente legislatura, é mais uma prova da maturidade e solidez do sistema político.

Esta estabilidade política tem por sua vez permitido seguir uma política de desenvolvimento económico a médio e longo prazo que está a dar os seus fru-tos. Marrocos apostou numa estratégia de inserção na economia mundial, arris-cando-se a abrir as suas fronteiras para também estar em condições de atrair mais investimento externo. A aposta pa-ralela na formação de uma mão-de-obra qualificada, na criação de uma rede lo-gística bem dimensionada, a garantia de um ambiente de negócios aberto e pre-visível, têm sido alguns dos ingredientes que estão a diferenciar Marrocos como um dos pólos de crescimento na região. Marrocos está assim a colocar-se como um dos principais parceiros numa lógi-ca de aprofundamento da cooperação mediterrânica, entre países da UE e da margem Sul do Mediterrâneo.

NOVA FASE NAS RELAÇÕES PORTUGAL - MARROCOS>POR FRANCISCO XAVIER ESTEVES, EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM MARROCOS

Para além de uma tradição multissecu-lar de convivência histórica, ainda hoje tão presente na paisagem física dos dois países, Portugal e Marrocos têm uma relação de franca e fluida amizade, sem sombras, entre Estados e Povos. Sempre isso foi reconhecido, ao mesmo tempo que lamentávamos ambos que essa re-lação de convivência tão espontânea e natural não atingisse todo o seu poten-cial. Nos últimos anos, começámos feliz-mente a ver avanços significativos que nos fazem esperar que estamos no bom caminho. Os fluxos turísticos e outros en-tre os dois países estão-se a intensificar: a TAP voa hoje para Casablanca, Marra-quexe e, agora, Tânger – com frequên-cia cada vez maior e com aeronaves de maior capacidade – e a RAM é também crescentemente utilizada para estabe-lecer ligações com outros destinos quer na África Ocidental, quer mesmo com a África Austral (Luanda). Está-se assim a criar uma malha de ligações entre os dois países cada vez mais densa, propiciadora de novas oportunidades.

As empresas portuguesas estão, em larga medida, a liderar este movimento de aproximação entre os dois países. As trocas económicas entre Portugal e Mar-rocos continuam a crescer de forma re-gular, sendo este país já o nosso segundo

parceiro em África e o décimo no mun-do. Mais de 150 empresas portuguesas operam actualmente em Marrocos e muitas mais têm com ele relações co-merciais. Desde o sector agro-alimentar e agro-industrial ao sector farmacêutico, dos serviços à construção, da logística à hotelaria, do têxtil ao calçado, do sector automóvel à metalomecânica, são muito diversas as áreas de actuação das empre-sas portuguesas. Começam a multiplicar-se os exemplos de instalação de unida-des de produção em Marrocos, nalguns casos mais orientadas para o mercado local, mas crescentemente também para a exportação, usando Marrocos como plataforma exportadora.

Esta grande diversidade permite esperar que esta dinâmica no relacionamento económico bilateral possa resistir me-lhor a variações de conjuntura. Comple-mentando as iniciativas dos governos dos dois países, a Câmara de Comércio Luso-marroquina, em Lisboa, e a As-sociation Maroc-Portugal des Affaires (AMPA) têm vindo a desempenhar um papel inestimável de fomento deste re-lacionamento económico, aproximando empresários dos dois países. É legítima a expectativa de que à medida que a economia europeia vá recuperando e que Marrocos consolide a sua estra-tégia de desenvolvimento, as relações entre Portugal e Marrocos aprofundem esta trajectória de expansão das trocas económicas registada nos últimos anos. Começam cada vez mais a surgir par-cerias entre empresas dos dois países e podemos não estar longe de futuros cruzamentos de interesses para poten-ciar a intervenção noutros mercados. Os dois países parecem assim estar a redes-cobrir, com vigor, as vantagens da sua proximidade humana, cultural, geográ-fica, retomando uma convivência mul-tissecular e preenchendo, finalmente, as expectativas de relacionamento mais intenso que a real amizade entre os dois países nos permitem ter.

MERCADOS

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Em 2012, a economia marroquina cres-

ceu 2,7 por cento apesar da conjuntura

adversa a nível mundial e, mais concre-

tamente, a do seu principal parceiro

económico, a Europa. Para a quebra

de 2,3 por cento no PIB, em relação a

2011, contribuíram o mau ano agrícola

(uma quebra de produção de 9,2 por

cento), o elevado preço das matérias-

primas e da energia, o fraco desempe-

nho das exportações e aumento das

importações, bem como a diminuição

das remessas de emigrantes e o tímido

aumento das receitas do Turismo.

Neste contexto, o défice do sector públi-

co em 2012 foi de 8,3 por cento, sofren-

do um agravamento de 1,2 por cento,

em relação a 2011. Na origem deste

agravamento, está um recuo das receitas

fiscais e um acréscimo de 1,8 por cento

das despesas do Estado, onde os maiores

incrementos de valor foram no Fundo de

Compensação (subsídio combustíveis e

cereais) – mais 19,3 por cento, forneci-

mento de outros bens e serviços – mais

18 por cento, custo da dívida pública –

mais 15,3 por cento, e custos com pesso-

al – mais 4,1 por cento. Quanto à dívida

do país, esta passou de 64,8 por cento

MARROCOS O CRESCIMENTO CONTINUA>POR RUI CORDOVIL, DIRECTOR DO CENTRO DE NEGÓCIOS DA AICEP EM MARROCOS

em 2011 para 71,2 por cento do PIB.

Estima-se que em 2012 o custo do fun-

do de compensação tenha sido cerca 6,5

por cento do PIB, apesar do governo ter

diminuído o subsídio aos combustíveis.

A balança comercial marroquina é es-

truturalmente deficitária, tendo-se veri-

ficado um agravamento significativo do

défice em 2011, o qual atingiu perto de

19,5 mil milhões de dólares. As estima-

tivas relativas a 2012, face ao ano ante-

rior, apontam para um aumento das ex-

portações e das importações de 1,4 por

cento e 3,6 por cento, respectivamente,

com implicações negativas em termos

de défice comercial, que terá atingido

20,6 mil milhões de dólares (mais 6,1

por cento face a 2011), representando

mais de 20 por cento do PIB.

A inflação aumentou 0,4 por cento,

fixando-se no final do ano em 1,3 por

cento. Quanto ao desemprego mante-

ve-se em torno dos 9 por cento.

No final do ano passado, o PIB per capi-

ta terá sido de 2.950 dólares, registando

uma ligeira quebra relativamente a 2011

(3.070 dólares), mas em 2013 estima-se

que recupere para os 3.100 dólares.

Refira-se que Marrocos conseguiu obter

junto do FMI uma linha de “précaution

et liquidité” o que lhe permitiu realizar

um empréstimo internacional de 1,5 mil

milhões dólares com taxas relativamen-

te baixas, equilibrando deste modo a

sua contabilidade nacional em 2012.

No início do corrente ano a economia

marroquina não cresceu como era ex-

MERCADOS

Portugalglobal // Novembro 13 // 31

“A proximidade entre os dois

países tem tido reflexos muito

positivos nas exportações

de bens portugueses para

Marrocos que, em 2012, foram

na ordem dos 460 milhões

de euros, traduzindo-se num

aumento de 18,7 por cento

relativamente ao ano anterior.”

pectável, mas desde Abril esta situação tem vindo a alterar-se significativamen-te, em grande parte devido ao excep-cional ano agrícola de 2013. Assim, as previsões de crescimento do PIB foram revistas em alta e tudo indica que al-cance os 4,3 por cento, sendo essen-cialmente impulsionado pelo cresci-mento de 6,7 por cento do PIB agrícola e 4,8 por cento para o não agrícola. Em valor, o PIB deverá rondar os 104,6 mil milhões de dólares em 2013.

Na origem desta melhoria registada até Agosto destacam-se: o IDE de 2,4 mil milhões de euros, aumentando 22 por cento relativamente a 2012; as receitas do Turismo cresceram 6,8 por cento; excluindo os fosfatos, as exportações cresceram 4,7 por cento. Por outro lado, as remessas de emigrantes tam-bém aumentaram e as importações de energia e bens alimentares diminuíram no 1º semestre, respectivamente 4,3 por cento e 13,7 por cento.

Paralelamente, a recente indexação introduzida para ajustar os preços dos combustíveis às variações do mercado internacional, uma das mais importan-tes fontes de despesa do Estado, irá reduzir montantes atribuídos ao Fundo de Compensação e consequentemente aliviar o défice orçamental.

Todavia, saliente-se que o Ministério das Finanças reviu em alta as previsões do défice do sector público de 4,3 por cento para 5,5 por cento, fruto do au-mento das despesas e revisão do valor do custo com combustíveis, subestima-dos no orçamento de 2013.

Face à ligeira recuperação da economia europeia e à actual dinâmica da eco-nomia marroquina no último trimestre, tudo indica que Marrocos poderá conti-nuar a crescer nos próximos 3 a 4 anos em torno dos 4,5 por cento ao ano.

A importância do mercado marroquino para a economia nacional Marrocos, pela sua dinâmica económi-ca e proximidade geográfica, tem vin-do a aumentar a sua importância como destino da internacionalização de bens e serviços das empresas portuguesas.

O facto de Casablanca, a capital eco-nómica, estar a menos de uma hora e meia de voo e existirem dois voos diá-rios com partida em Lisboa, são facto-res que certamente muito contribuíram para o desenvolvimento das relações económicas entre os dois países. Acres-ce ainda a possibilidade de viajar de carro para este país (Lisboa / Tanger – 650 quilómetros) o que facilita muito a realização de negócios.

1,4 por cento e 1,6 por cento, respecti-vamente. De salientar que, ao longo dos últimos anos, Portugal tem vindo a me-lhorar a sua quota de mercado e posição enquanto fornecedor de Marrocos (1,2 por cento das importações em 2007 e 1,6 por cento em 2012). No contexto da UE, Portugal posicionou-se em 8º lugar enquanto cliente e fornecedor.

Na lista dos principais clientes de bens portugueses, Marrocos ocupa a 13ª em 2012 (21ª em 2007), é de realçar que, fora do espaço europeu, ocupou o quinto lugar, depois de Angola, EUA, China e Brasil, representando 3,5 por cento das exportações extracomunitá-rias em 2012 e é o 2º mercado africano de destino das nossas exportações.

A estrutura das exportações portugue-sas para Marrocos, por grandes grupos de produtos, revela uma predominância dos metais comuns (22,8 por cento do total em 2012) e das máquinas e apare-lhos (17,3 por cento), que, em conjun-to, representaram 40,1 por cento das exportações totais em 2012 (42,7 por cento em 2011 e 47,6 por cento em 2008). Ou seja, é perceptível uma pre-ponderância dos bens dos sectores da construção e obras públicas e forneci-mentos industriais, se bem que se cons-tata existir uma diversificação da oferta portuguesa de outros produtos neste mercado, nomeadamente do sector ali-

Esta proximidade tem tido reflexos mui-

to positivos nas exportações de bens

portugueses que, em 2012, foram na

ordem dos 460 milhões de euros, tra-

duzindo-se num aumento de 18,7 por

cento relativamente ao ano anterior.

Em 2012 Portugal ocupou o 15º lugar

do ranking de clientes e o 14º enquanto

fornecedor, com quotas de mercado de

MERCADOS

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mentar, a prestação de serviços de cariz técnico ou sector automóvel.

No último ano os combustíveis minerais registaram uma subida muito acentua-da (mais 458 por cento face a 2011), colocando-se em 3º lugar do ranking das exportações portuguesas para o mercado marroquino, com uma quota de 12,9 por cento. Das restantes cate-gorias de produtos, destacam-se ainda os plásticos e borracha (9,7 por cento), madeira e cortiça (5,8 por cento), ma-térias têxteis (5,5 por cento), pastas ce-lulósicas e papel (5,2 por cento) e pro-dutos químicos (5,0 por cento).

No decorrer do corrente ano as expor-tações para Marrocos até Setembro alcançaram os 605 milhões de euros, aumentando 70,9 por cento.

Saliente-se que UE27 é o principal parceiro comercial de Marrocos (repre-sentou cerca de 59 por cento das ex-portações do país e 61 por cento das importações em 2012), sendo a França e a Espanha os seus principais merca-dos de exportação e importação. De acordo com as estatísticas disponíveis, estes dois países foram, em 2012, o destino de cerca de 37 por cento das vendas e a origem de 33 por cento das compras marroquinas ao exterior. Espa-nha foi o seu principal fornecedor com 18,9 por cento de quota, onde se des-taca o aumento das compras na área da energia. A França foi relegada para a 2ª posição com 14,4 por cento do va-lor das importações.

De acordo com recente actualização da nossa base de dados, estão activas cer-ca de 160 empresas com capital por-tuguês em Marrocos. Todavia, dada a proximidade geográfica e a facilidade com que as empresas podem instalar-se neste mercado, estimamos que este número possa ser mais do dobro e a tendência é para continuar a aumentar.

Quanto ao perfil destas empresas, constata-se serem na sua maioria PME e existir uma grande dispersão em termos de sectores de actividade e tipologia de investimento, i.e., comerciais ou indus-triais. A título de exemplo, salientam-se algumas das áreas onde empresas por-

tuguesas estão activas localmente com

investimentos produtivos: agricultura;

indústria agro-alimentar; fileira moda;

indústria metalomecânica; transportes;

construção; serviços; farmacêutico.

fundamentais para alcançar sucesso nes-te mercado é estar “presente”.

Oportunidades para as empresas portuguesas Marrocos distingue-se muito de uma grande maioria dos países africanos na medida em que tem uma economia muito aberta, um sector privado muito desenvolvido com excelentes quadros tanto em termos técnicos, como co-merciais, assim como, um sector públi-co bem estruturado, com politicas de desenvolvimento e crescimento objeti-vas e bem definidas.

Muito já foi feito mas ainda há muito por fazer. E a presença das empresas portuguesas poderá ser ampliada na medida em que elas dispõem de uma boa capacidade técnica e de uma boa capacidade de adaptação, compreen-dendo as suas especificidades de fun-cionamento o que lhes permite facil-mente trabalharem neste país.

Os incentivos ao investimento continu-am a ser elevados e é uma prioridade

“Marrocos distingue-se muito

de uma grande maioria dos

países africanos na medida em

que tem uma economia muito

aberta, um sector privado muito

desenvolvido com excelentes

quadros tanto em termos

técnicos, como comerciais, assim

como, um sector público bem

estruturado, com politicas de

desenvolvimento e crescimento

objetivas e bem definidas.”

Na área dos serviços e comercialização de

bens, verifica-se igualmente um aumen-

to da presença de empresas portuguesas

neste mercado, pois uma das condições

MERCADOS

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-gem ao mercado marroquino é fun-damental para se alcançar sucesso no processo de internacionalização para este país.

muitas especificidades de ordem prá-tica, uma cultura de negócios mui-to apurada e bastante diferenciada daquela que habitualmente seria de esperar encontrar num país africano.

realizar uma recolha de informa-ção económica e sobre o quadro legal o mais vasta possível. Neste âmbito, é fortemente aconselhável efectuar um contacto com a AICEP em Portugal, que dispõe de muita informação sobre o mercado, seja a nível económico como jurídico.

-lhada sobre o funcionamento dos

diversos sectores de actividade leva a que seja necessário realizar visitas ao mercado, que deverão ser cuidado-samente planeadas e com a devida antecedência, de modo a conseguir rentabilizar os custos de deslocação.

imediato e leva sempre mais tem-po do que à partida seria de supor, pelo que factores como paciência e persistência são fundamentais para conseguir trabalhar neste mercado.

serviços também são pontos muito sensíveis no processo de decisão e normalmente o primeiro prevalece. Daí que a relação preço/qualidade tenha de ser muito bem estrutura-da e adaptada ao mercado.

francesa é essencial para realizar negócios em Marrocos.

CONSELHOS ÚTEIS ÀS EMPRESAS

para o governo marroquino continuar a atrair novos investimentos que promo-vam o desenvolvimento e a diversifica-ção do tecido industrial e de serviços. Neste contexto de desenvolvimento in-dustrial, encontra-se em vigor o “Pacte National pour l’Emergence Industrielle, 2009-2015“ que tem por finalidade promover o desenvolvimento e criação de PME de índole industrial em geral, mas também define apoios específicos a sectores prioritários como: Offshoring (call centers, ITO - Information Technolo-

gy Outsourcing, BPO - Business Process); energias renováveis e sectores automó-vel, aeronáutico, electrónica, têxtil, cal-çado, agro-alimentar, bem como mais recentemente o sector farmacêutico.

Neste Pacto insere-se ainda um pro-grama de desenvolvimento em várias regiões do país de parques industriais e de zonas francas, com vista a facilitar a instalação de novas empresas.

Igualmente, o Plano Vision 2020, que visa promover de forma concertada o desenvolvimento do sector do Turis-mo em Marrocos, segue o seu curso apesar de ter registado uma diminui-ção do IDE neste sector no primeiro semestre do corrente ano. No entan-to, os bons resultados alcançados no decorrer deste ano poderão certa-mente incentivar a retoma do inves-timento neste domínio que continua a ser crucial para o desenvolvimento económico do país e da sua estabili-dade económica.

A agricultura é sem dúvida um dos principais pilares da economia marro-quina, representando cerca de 19 por cento do PIB (15 por cento agricultura e 4 por cento agro-indústria), pelo que não podia deixar de ser um dos secto-res onde o Estado mantém uma forte aposta no seu desenvolvimento, atra-vés da melhoria do acesso e distribuição de água, racionalização dos terrenos agrícolas bem como na promoção de uma integração com a agro-indústria. Neste sector, estão disponíveis apoios ao investimento privado e prevê-se um acréscimo do investimento público na criação de novas estradas rurais e na melhoria do acesso à água para au-mentar a agricultura de regadio.

Outra área onde se prevê virem a existir

excelentes oportunidades é o sector da

logística onde actualmente há grandes

carências de organização e de estrutu-

ração, implicando elevados custos para

os agentes económicos e com reflexos

muito negativos nos preços ao consumi-

dor. Neste domínio, foi criada uma enti-

dade pública para gerir e implementar

um plano estratégico definido para este

sector, com o objectivo de racionalizar

esta actividade de modo a reduzir subs-

tancialmente este tipo custos.

O desenvolvimento do plano energéti-

co, assente no aumento substancial da

produção de energia solar e eólica, con-

tinuará a ser uma das grandes priorida-

des de Marrocos a curto e médio prazo.

Por outro lado, tudo indica que em

2014 haverá um aumento do inves-

timento público. Do orçamento de

Estado prevê-se o financiamento da

construção de três novas barragens,

estradas rurais e aumento da rede ro-

doviária. Em termos de investimento,

MERCADOS

// Novembro 13 // Portugalglobal34

AICEP em Marrocos

5, Rue Thami LamdouarB. Postale 5050 Souissi – RabatMAROCTel.: +212 537 752 472

+212 537 656 986Fax: +212 537 656 984

[email protected]

“Apesar de Marrocos ser um

país com um grande potencial, é

necessário compreender as suas

especificidades e entender que

se trata de um mercado, não em

vias de desenvolvimento, mas em

crescimento.”

via empresas públicas, destacam-se os seguintes:

-ca 400 milhões de euros na constru-ção de auto-estradas,

et Eau) – aproximadamente 700 mi-lhões de euros produção de eletrici-dade e 550 milhões de euros no alar-gamento e manutenção da rede de distribuição de água,

-phates) – investirá em diversas unida-des industriais cerca de 3 mil milhões de euros,

-mins de Fer) – TGV Tanger / Casa-blanca continuação da construção, 550 milhões de euros,

750 milhões de euros de investimen-to previstos para 2014,

Méditerranée) – cerca de 179 milhões de euros para conclusão do trabalhos de alargamento do Porto Tanger Med e continuação da implementação do programa de desenvolvimento de zo-nas francas na região.

A nível internacional importa referir que Marrocos celebrou Acordos de Livre Circulação de bens com vários países e

regiões económicas, entre os quais se destacam a UE, Países Árabes, EUA e Turquia. Estão ainda em fase de nego-ciação Acordos com o Canadá e alguns países africanos da costa ocidental. Esta política de abertura económica a outros países é sem dúvida um excelente meio para poder abordar novos mercados em condições concorrenciais privilegiadas, na medida em que não existe aplicação de taxas aduaneiras a produtos prove-nientes de Marrocos. Neste contexto de desenvolvimento e abertura económica existe uma multi-

Por último, acresce referir que Marrocos ainda tem uma grande dependência das importações o que explica o elevado desequilíbrio da sua balança comercial onde o valor das exportações represen-ta, somente, cerca de 50 por cento do valor das importações deste país.

Em resumo, Marrocos reúne todas as condições para que o processo de in-ternacionalização de empresas por-tuguesas seja considerável e que este país seja cada vez mais um importante parceiro de Portugal.

Factores como a estabilidade politi-ca, proximidade geográfica, abertura económica do país, dinâmica de cres-cimento económico, apoios ao desen-volvimento existentes, bem como a possibilidade de se alcançarem novos mercados via Marrocos, são sem dúvida aspectos que poderão contribuir muito positivamente para um incremento do relacionamento económico bilateral.

Em termos sectoriais com potencial de desenvolvimento de negócio des-tacam-se os seguintes: energias reno-váveis e eficácia energética; ambiente, recolha e tratamento de resíduos sóli-dos e tratamento de águas; logística; construção civil e obras públicas; com-ponentes para a indústria automóvel e aeronáutica (nova fábrica Renault em Tanger); ordenamento do território.

Apesar de Marrocos ser um país com um grande potencial, é necessário compreender as suas especificidades e entender que se trata de um mercado, não em vias de desenvolvimento, mas em crescimento. A grande diferença reside na maior capacidade técnica da maioria dos quadros públicos e priva-dos e por se tratar de um país com uma cultura de negócio muito apurada e di-ferenciada daquela que normalmente se encontra noutros países.

plicidade de oportunidades de negócio

e investimento para as empresas portu-

guesas. Importa, no entanto, efectuar

uma análise aprofundada do mercado

para dominar minimamente o seu fun-

cionamento e evitar cometer erros que

poderão implicar avultados prejuízos.

MERCADOS

Portugalglobal // Novembro 13 // 35

COUVERMETAL SARL Route Nationale 109

MAROCTel.: +212 522 329 216Fax: +212 522 329 204

[email protected]

www.couvermetal.ma

A decisão de investir no mercado de Marrocos partiu do CEO da COBERME-TAL, Carlos Crespo, que, numa altura em que a conjuntura económica era bem diferente da actual, idealizou a in-ternacionalização da empresa sedeada na Batalha para aquele país. Após a ne-cessária prospecção ao mercado, o pro-jecto ganha forma em 2011 com a cria-ção da COUVERMETAL, que tinha como objectivo internacionalizar os negócios e exportar conhecimento e tecnologia na área da construção metálica onde em Portugal a empresa já tinha dado provas de competência e inovação.

A empresa optou por entrar no merca-do em parceria com a LONGOFER, uma empresa marroquina fabricante de tubos metálicos, que ficou a deter 45 por cento do capital da então criada COUVERME-TAL, segundo adianta fonte da empresa. A liderança e gestão da COUVERMETAL ficaram a cargo de Pedro Martinho, li-cenciado em engenharia mecânica pela Universidade de Coimbra. A COBERME-TAL investiu em Marrocos cerca de dois milhões de euros neste projecto e foi a empresa que colocou toda a maquinaria e tecnologia existente.

A COUVERMETAL realizou em Marro-cos, de 2002 até hoje, cerca de 1,5 mi-lhões de metros quadrados de estrutu-ras e coberturas metálicas, número que fala por si e que foram distribuídos pelo enorme território marroquino que vai desde a vizinha Argélia, a nordeste, até ao sul com a Mauritânia. Entre as obras realizadas pela COUVERMETAL, des-tacam-se o aeroporto de Benslimane, fábrica da IVECO em Casablanca, a fá-brica da Coca-Cola em Marraquexe, os

COUVERMETALSUCESSO EM MARROCOSA COBERMETAL está presente no mercado marroquino desde 2001, onde criou a empresa COUVERMETAL numa aposta que visou a internacionalização do grupo e exportação de conhecimento e tecnologia na área da construção metálica. A empresa investiu dois milhões de euros neste projecto e construiu, até hoje, cerca de milhão e meio de metros quadrados de estruturas e coberturas metálicas.

centros da KITEA e MOBILIA, a fábrica das televisões Siera, o Estádio de Oujda e 38 pavilhões gimnodesportivos.

A COUVERMETAL tem também co-laborado com grandes empresas de construção portuguesas na execução de alguns projectos em Marrocos, de-signadamente com a TECNOVIA, a CASAIS, a CONSTRUTORA DO LENA, a EUSEBIOS, a CONDURIL e a MARTIFER .

A COUVERMETAL factura actualmen-te cerca de cinco milhões de euros, emprega directamente 80 pessoas e tem em carteira um conjunto de pro-jectos públicos e privados. De acordo com a mesma fonte, os resultados da COUVERMETAL foram, ao longo dos últimos anos, muito importantes e um grande contributo para o grupo de em-presas de que faz parte.

A fonte adianta igualmente que para o sucesso deste projecto no merca-do marroquino contribuíram alguns factores como a estratégia de desen-volvimento do Rei Mohamed VI, a es-tabilidade politica, a proximidade com Portugal e a segurança de pessoas e bens. Acrescenta ainda que a Embai-xada de Portugal e o escritório da AI-CEP em Marrocos são hoje um grande contributo para agilizar os negócios de portugueses naquele país.

MERCADOS

// Novembro 13 // Portugalglobal36

Desde a sua fundação, em 1986, a Telcabo sempre teve uma vocação in-ternacional, tendo ao longo da sua história realizado projectos em vários continentes, alguns deles a convite dos seus clientes, em Portugal, que encon-travam na Telcabo um parceiro capaz de responder às exigências de novos projectos internacionais.

Presente em Marrocos há mais de 15 anos, desde o seu início que se envol-veu na implementação dos projectos de telecomunicações mais relevantes, donde se destaca o lançamento da Rede do Operador Móvel Meditel e a construção de parte da rede de fibra óptica da ONCF.

Com uma presença em mais de dez ci-dades, a Telcabo gere a sua operação a partir de dois centros operacionais situ-

A internacionalização foi, desde sempre, uma prioridade para a Telcabo que tem presença em Marrocos há mais de 15 anos. A actividade da empresa está centrada na engenharia, construção, instalação e manutenção de Redes de Telecomunicações e Energia.

TELCABO COM PRESENÇA ACTIVA EM MARROCOS

ados em Casablanca e Agadir, emprega no total 200 pessoas e regista uma factu-ração anual na ordem dos 10 milhões de euros, segundo revela fonte da empresa.

Sendo os sectores onde actua caracte-rizados por uma forte competitividade e uma evolução permanente, a Telca-bo procura responder através de uma qualificação superior dos seus colabora-dores e uma análise constante das ne-cessidades dos clientes, como forma de antecipar e propor soluções inovadoras.

Como exemplos, a fonte destaca que a Telcabo foi a primeira empresa a utilizar, em Marrocos, a tecnologia de instalação de cabo de fibra óptica pelo método de sopragem com ar compri-mido, num projecto chave-na-mão de mais de mil quilómetros de cabo de fibra óptica e cerca de 12 mil fusões.

TELCABOEstrada Nacional Nº 1, Km 38,6 Cheganças – Alenquer2580-374 Alenquer – PortugalTel.: +351 263 731 000Fax: +351 263 731 060

[email protected]

www.telcabo.pt

Mais recentemente ganhou um projec-

to para o fornecimento e manutenção

de uma solução inovadora no âmbito

da eficiência energética.

Em termos de futuro, a Telcabo vê com

grande confiança o desenvolvimento do

Reino de Marrocos onde trabalha para

continuar a ter um papel activo e con-

tinuar a merecer a preferência dos seus

clientes, acrescenta a mesma fonte.

MERCADOS

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De acordo com os dados do INE, Mar-rocos ocupa posições cada vez mais relevantes na lista dos principais clien-tes de Portugal (13ª em 2012 versus 17ª em 2008), e, fora do espaço eu-ropeu, encontra-se em quinto lugar, depois de Angola, EUA, China e Brasil. Nos primeiros nove meses deste ano, as exportações de bens para este mer-cado aumentaram quase 71 por cento face a período idêntico de 2012, po-sicionando-se agora Marrocos no 10º lugar do ranking de clientes.

Enquanto fornecedor, Marrocos foi responsável por 0,28 por cento do

RELACIONAMENTO ECONÓMICO PORTUGAL – MARROCOS

total das importações portuguesas em 2012 (37ª posição), o valor mais elevado dos últimos anos. Até Setem-bro ano, o seu peso no valor global das importações registou uma ligeira descida para a 38ª posição do ranking de fornecedores.

As transacções comerciais entre os dois países são tradicionalmente favoráveis a Portugal, com as exportações por-tuguesas a apresentarem, no período de 2008-2012, um crescimento médio anual de 16,5 por cento, enquanto as importações registaram um aumento de 27,4 por cento.

Em 2012, as exportações portuguesas para o mercado marroquino atingiram cerca de 460 milhões de euros e as im-portações alcançaram 156,6 milhões de euros, tendo o saldo da balança co-mercial ultrapassado os 302 milhões de euros, o valor mais elevado do período em análise (2008-2012). Nos primeiros nove meses de 2013, essa diferença acentuou-se, tendo o saldo da balança comercial sido excendentário em 496,5 milhões de euros.

A estrutura das exportações portugue-sas para Marrocos, por grandes grupos de produtos, revela uma predominân-

BALANÇA BILATERAL - COMÉRCIO DE BENS

2008 2009 2010 2011 2012Var %a 12/08

2012 Jan/Set

2013 Jan/Set

Var %b 13/12

Exportações 273.331 215.357 302.209 387.986 459.279 16,5 354.118 605.112 70,9

Importações 70.911 58.469 109.604 139.002 156.616 27,4 94.010 108.568 15,5

Saldo 202.419 156.888 192.605 248.984 302.662 -- 260.108 496.544 --

Coef. Cobertura (%) 385,5% 368,3% 275,7% 279,1% 293,3% -- 376,7% 557,4% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística Unidade: Milhares de eurosNotas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2008-2012 (b) Taxa de variação homóloga 2012-20142008 a 2011: resultados definitivos; 2012 resultados provisórios; 2013: resultados preliminares 1º apuramento

Marrocos é um importante parceiro comercial de Portugal, designadamente enquanto destino das nossas exportações de bens, ocupando uma posição bastante mais modesta como fornecedor.

MERCADOS

// Novembro 13 // Portugalglobal38

cia dos metais comuns (22,6 por cen-to do total em 2012) e das máquinas e aparelhos (17,3 por cento), que, em conjunto, representaram cerca de 40 por cento das exportações totais de bens para aquele mercado em 2012, o que traduz uma preponderância dos bens vinculados aos sectores da cons-trução e obras públicas e fornecimen-tos industriais.

No entanto, no ano de 2102 e nos pri-meiros nove meses de 2013, os com-bustíveis minerais registaram uma su-bida muito acentuada (mais 458 por cento em 2012 face a 2011, e mais 318 por cento de Janeiro a Setembro de 2013 face ao mesmo período de 2012), colocando-se em 3º lugar e em 1º lu-gar, respectivamente, do ranking das exportações portuguesas para o merca-do marroquino, com quotas de 13 por cento e de 38 por cento. Das restantes categorias de produtos, destacam-se ainda os plásticos e borracha, a madeira e cortiça e as matérias têxteis.

De acordo com o INE, o número de empresas portuguesas que exportaram produtos para Marrocos tem vindo a aumentar de forma contínua ao longo dos últimos anos, passando de 838 em 2008 para 1.112 em 2012.

Relativamente às importações prove-nientes de Marrocos, os dois primeiros grupos – máquinas/aparelhos e combus-

tíveis minerais – representaram 47,2 por cento das importações totais em 2012, com particular destaque para o grupo das máquinas e aparelhos, que detém uma quota de 29,2 por cento. Cabe ainda salientar os produtos agrícolas e o vestuário, que representaram, em con-junto, 24,9 por cento das importações.

No período de Janeiro a Setembro deste ano, o grupo de máquinas e aparelhos continuou a ser o mais importado – 38,5 por cento do total –, seguindo-se os produtos agrícolas com 25 por cento e os metais comuns com 6,5 por cento.

Serviços e investimentoNo âmbito dos serviços, e segundo da-dos do Banco de Portugal, constata-se que Marrocos é mais importante como fornecedor do que como cliente de Portugal. Em 2012, Marrocos ocupou o 36º lugar enquanto cliente de Portu-gal (tendo absorvido 0,12 por cento das vendas totais ao exterior) e foi o nosso 30º fornecedor (0,32 por cento das im-portações), posições que este ano, nos oito primeiros meses, se alteraram para, respectivamente, 35ª (como cliente) e 25ª (como fornecedor).

Ao contrário do que acontece no co-mércio de mercadorias, na área dos serviços a balança bilateral tem sido, de um modo geral, desfavorável a Portu-gal e registou uma evolução negativa

ao longo dos últimos cinco anos. As exportações de serviços para Marrocos atingiram cerca de 23,3 milhões de eu-ros em 2012 (o que representou uma diminuição de 21,7 por cento relativa-mente a 2011), enquanto as importa-ções alcançaram 33,2 milhões de euros (mais 4,9 por cento).

No que respeita ao investimento, também segundo o Banco de Portugal, e exceptuando o ano de 2002, em que Marrocos ocupou um importante 7º lu-gar enquanto destino do investimento directo português no exterior (IDPE), este mercado tem ocupado posições modestas ao longo dos últimos anos – 28º lugar do ranking em 2012, com uma quota de 0,06 por cento.

Por outro lado, o investimento realiza-do em Portugal com origem em Mar-rocos assume valores pouco significa-tivos, relegando o país para posições baixas no ranking dos investidores estrangeiros (46ª em 2012, com uma quota inexpressiva).

Nos primeiros oito meses de 2013, o in-vestimento português em Marrocos foi de 2,7 milhões de euros (27º lugar no ranking de países de destino do investi-mento português no estrangeiro), en-quanto o desinvestimento registou um valor da ordem de 3,36 milhões de euros.

No entanto, se do ponto de vista es-tritamente financeiro, o investimento português em Marrocos é relativamen-te baixo, tem-se verificado um interes-se crescente pelo mercado, estando a presença de empresas portuguesas calculada em cerca de 200, sendo de notar o reforço da tendência para o in-cremento das pequenas e médias em-presas (PME) nacionais em detrimento das grandes empresas.

Em termos sectoriais, a presença na-cional é cada vez mais diversificada. Para além da fileira da construção (construção e obras públicas, cimento, materiais de construção), constata-se de forma crescente, a presença de empresas nas áreas da consultoria e engenharia, confecções, calçado, in-dústria farmacêutica, energia, agro-indústria e serviços, assim como no sector automóvel.

MERCADOS

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ENDEREÇOS ÚTEIS

MARROCOS EM FICHA

Marrocos

Rabat

Área: 710.850 km2 (incluindo o Sahara Oci-

dental, que ocupa 252.120 km2)

População: 32,4 milhões de habitantes (es-

timativa 2012 - FMI)

Densidade populacional: 45,5 habitantes

por km2 (estimativa 2012)

Designação oficial: Reino de Marrocos

Chefe do Estado: Rei Mohammed VI

Primeiro-ministro: Abdelilah Benkirane (PJD)

Data da actual constituição: Julho de

2011

Principais partidos políticos - Lealis-

tas: Congregação Nacional dos Indepen-

dentes; União Constitucional; Movimento

Popular (MP); Aliança Nacional; Partido

da Autenticidade e da Modernidade. Es-

querda e Centro-Esquerda: Partido Istiqlal;

União Socialista das Forças Populares; Par-

tido do Progresso e do Socialismo (PPS).

Islamita: Partido da Justiça e Desenvolvi-

mento (PJD). O maior movimento islami-

ta do país é o banido al-Adl-wal-Ihsane

(Justiça e Caridade). As eleições legislati-

vas irão ter lugar em Novembro de 2016

(Câmara dos Representantes).

Capital: Rabat – 1.879 mil habitantes (inclui

Salé) – cálculos World Gazetteer, 2013.

Outras cidades importantes: Casablanca

(3.352 mil), Fés (1.079 mil), Marraquexe (956

mil), Tanger (771 mil) e Kénitra (419 mil).

Religião: A religião oficial é o islamismo; a

maioria da população é muçulmana.

Língua: A língua oficial é o árabe, embora

uma minoria significativa da população fale

o berbere. O francês (língua usada predomi-

EMBAIXADA DO REINO DE MARROCOSRua Alto do Duque, 21

1400-099 Lisboa

Tel.: +351 213 008 080

Fax: +351 213 020 935

[email protected]

www.emb-marrocos.pt

CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-MARRO-QUINAEdifício da Universidade Europeia

Quinta do Bom Nome

Estrada da Correia, 53 – Carnide

1500-210 Lisboa

Tel.: +351 213 970 036

Fax: +351 213 970 588

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www.ccilm.pt

EMBAIXADA DE PORTUGAL EM RABAT5, Rue Thami Lamdouar – Souissi

Rabat – Maroc

Tel.: +212 537 75 64 46 / 47 / 50

Fax: +212 537 75 64 45

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http://ambportugalrabat.org

BANK AL-MAGHRIB (BANCO CENTRAL)277, Avenue Mohamed V

B. P. 445 – Rabat – Maroc

Tel.: +212 537 70 26 26

Fax: +212 537 70 66 67

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www.bkam.ma

MINISTÈRE DE L’ECONOMIE ET DES FINANCESQuartier Administratif – Chellah

Rabat – Maroc

Tel.: +212 537 67 75 01 08

+212 537 67 72 0011

Fax: +212 537 67 75 27 / 28

[email protected]

www.finances.gov.ma

MINISTÈRE DU COMMERCE EXTÉRIEUR63, Avenue Moulay Youssef

Rabat – Maroc

Tel.: +212 537 70 61 21

Fax: +212 537 70 32 31

[email protected]

www.mce.gov.ma

MINISTÈRE DE L’AGRICULTURE ET DE LA PÊCHE MARITIME (MAPM)Avenue Mohamed V, Quartier

administratif Place Abdellah

Chefchaouni,

Rabat – Maroc

Tel.:+212 537 66 53 00

www.agriculture.gov.ma/contact

MINISTÈRE DE L’ENERGIE, DES MINES, DE L’EAU ET DE L’ENVIRONNEMENTRue Abou Marouane Essaadi BP

Agdal - Rabat – Maroc

Tel.: +212 537 68 88 57

Fax: +212 537 68 88 63

www.mem.gov.ma

www.water.gov.ma

nantemente nos negócios e na administra-

ção) e o castelhano são também utilizados.

Unidade monetária: Dirham marroquino

(MAD) 1 EUR = 11,1728 MAD (BdP – final

de Julho de 2013)

Risco do país:

Risco geral - BB

(AAA = risco menor; D = risco maior)

Risco de estrutura económica - B

Risco político – BB

(The Economist Intelligence Unit - EIU)

Risco de crédito: 3

(1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – http://cgf.cosec.pt – Julho de 2013)

Política de cobertura de risco:

Mercado prioritário: Operações de Curto

prazo – Aberta sem condições restritivas;

Médio/Longo prazo – Garantia bancária ou

garantia soberana. (COSEC – Julho de 2013)

Fontes:

The Economist Intelligence Unit (EIU);

COSEC;

Banco de Portugal.