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PUB Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4538 • Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 10 PATACAS Raymond Tam “honesto” e “dedicado” Foram ouvidas as últimas teste- munhas no julgamento da alega- da prevaricação no processo das 10 campas. Raymond Tam foi descrito como “honesto” e “de- dicado”. Pág. 5 Morreu panda Sam Sam em Seac Pai Van A panda fêmea Sam Sam morreu ontem com complicações nos rins e intestinos. O IACM deu a notícia ao final da noite anun- ciando que o recinto em Seac Pai Van fecha hoje. Última Protesto em cerimónia solene da Universidade Durante a cerimónia de gradua- ção da Universidade de Macau uma aluna foi retirada depois de exibir um cartaz protestando sobre alegadas pressões a acadé- micos. Pág. 4 Redes de apostas rendeu cinco mil milhões Foram desmanteladas duas redes de apostas ilegais nos jo- gos do Mundial de futebol que arrecadaram mais de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong. Pág. 6 Governo pondera mover Estátua de Kun Iam por causa do Metro Ligeiro Reforçar indústrias da Educação e da Saúde Págs. 2 e 3 FOTO JTM O Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes apresentou na sexta-feira o traçado do Metro Ligei- ro na península. Ainda não está encontrada a solução para a passagem pelo Centro Ecuménico de Kun Iam, mas a estátua pode mesmo vir a ser movida ou eleva- da. Falta ainda ouvir a autora e estudar a viabilidade técnica dessas soluções. Benfica campeão de Macau Os encarnados só precisavam de empatar com o Sporting para conquistarem o título, e até foram a perder para o intervalo, mas deram a volta acabando mesmo por ganhar o desafio por 2-1. Pág. 7 FOTO JTM CARLOTTA BRUNI AO JTM Pág. 9

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4538 • Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 10 PATACAS

Raymond Tam“honesto” e “dedicado”Foram ouvidas as últimas teste-munhas no julgamento da alega-da prevaricação no processo das 10 campas. Raymond Tam foi descrito como “honesto” e “de-dicado”. Pág. 5

Morreu panda Sam Samem Seac Pai VanA panda fêmea Sam Sam morreu ontem com complicações nos rins e intestinos. O IACM deu a notícia ao final da noite anun-ciando que o recinto em Seac Pai Van fecha hoje.

Última

Protesto em cerimóniasolene da UniversidadeDurante a cerimónia de gradua-ção da Universidade de Macau uma aluna foi retirada depois de exibir um cartaz protestando sobre alegadas pressões a acadé-micos. Pág. 4

Redes de apostas rendeucinco mil milhõesForam desmanteladas duas redes de apostas ilegais nos jo-gos do Mundial de futebol que arrecadaram mais de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong. Pág. 6

Governo pondera mover Estátua de Kun Iampor causa do Metro Ligeiro

Reforçar indústriasda Educaçãoe da Saúde

Págs. 2 e 3

FOTO

JTM

O Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes apresentou na sexta-feira o traçado do Metro Ligei-ro na península. Ainda não está encontrada a solução para a passagem pelo Centro Ecuménico de Kun Iam,

mas a estátua pode mesmo vir a ser movida ou eleva-da. Falta ainda ouvir a autora e estudar a viabilidade técnica dessas soluções.

Benfica campeão de MacauOs encarnados só precisavam de empatar com o Sporting para conquistarem o título, e até foram a perder para o intervalo, mas deram a volta acabando mesmo por ganhar o desafio por 2-1.

Pág. 7

FOTO

JTM

CARLOTTA BRUNI AO JTM

Pág. 9

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02 JTM | LOCAL Segunda-feira, 23 de Junho de 2014

JORNAL TRIBUNA DE MACAUPropriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Fátima Almeida • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando, Raquel Carvalho e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

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CARLOTTA BRUNI EM ENTREVISTA AO JTM

“Não acredito muito no ensino da arquitectura que se faz em Macau”A prática da arquitectura é muito mais livre em Macau, comparando com o que se faz na Europa, factor que pesou na decisão de Carlotta Bruni se mudar para o território. No entanto, quase 20 anos depois desde a sua chegada, existem ainda muitas lacunas, especialmente na formação de jovens arquitectos, que são obrigados a estudar no estrangeiro para conseguirem currículos que lhes permitam trabalhar na área. Em entrevista ao JTM, a arquitecta fala ainda dos desafios que a cidade enfrenta e de como se cresceu “economicamente e no tamanho dos edifícios”, deixando as restantes elementos, como as infra-estruturas, “um pouco aquém das expectativas”

Pedro André Santos

Quais são os maiores desafios da arquitectura em Macau?

Os maiores desafios pren-dem-se, talvez, com o facto da cidade estar ainda muito pouco regulamen-tada. Mas esta é também uma das par-tes mais entusiasmantes do exercício da arquitectura em Macau. Em 1992 fui para Portugal, cheguei a Macau em 1996, e o fascínio de aqui estar aca-bou por ser um bocado esse. A prática da arquitectura na Europa é muito re-gulamentada. Aqui temos essa vanta-gem de haver uma prática mais livre, pelo que, talvez, sintamos que contri-buímos mais para o desenvolvimento da cidade uma vez que também aju-damos a criar determinado tipo de regulamentos. A voz que temos, tanto publicamente como através dos pro-jectos que fazemos, pesa no desenvol-vimento da cidade. Desde 1999, altu-ra da transferência de soberania, acho que isso acontece ainda mais porque o Governo tem sido muito receptivo.

- Nesse sentido é melhor ser-se ar-quitecto em Macau?

- Acho que é diferente, depende do que se quer. Para mim é obviamente melhor, senão não estaria aqui (risos). Mas, se calhar, para outras pessoas pode ser frustrante. Há pessoas que se dão melhor com regras estabelecidas, e que por isso, podem irritar-se com a falta de regras.

- Em termos de Educação, for-mam-se bons arquitectos no territó-rio ou é necessário estudar fora?

- Isso é mais difícil. Não acredito muito no ensino da arquitectura que hoje em dia se faz em Macau, mas é uma posição muito pessoal. Tenho ideia que a Escola de Arquitectura não obriga a nenhum tipo de currí-culo internacionalmente reconhecido, assim como algumas escolas da China que formam arquitectos que depois vêm exercer para Macau, também não obrigam a currículos internacio-nais. E o resultado é que recebemos aqui jovens, com todo o direito por-que pagaram o curso, que acham que têm capacidade para desenvolver a profissão mas depois não é bem as-sim, porque a escola não os formou para isso. É difícil encontrar arquitec-tos para trabalhar, tanto que a maior parte das pessoas que temos vieram de Portugal ou têm formação na Aus-trália, Inglaterra, entre outros países. Poucos dos que têm formação local se

conseguem aguentar aqui no atelier. - O que pode ser feito para melho-

rar?- Nós aqui em Macau só temos uma

Escola de Arquitectura, que tem um currículo que não é suficiente. Não tem currículo de Desenho, tem mui-

to pouco de Projecto, não sei se terá de História e Teoria da Arquitectura. Ao fim ao cabo tem um senão, que eu considero muito grave, que é nunca ter passado por aqueles processos de se obrigar aos currículos da União In-ternacional de Arquitectos, que é um

procedimento normal. As escolas de arquitectura são uniformizadas um pouco por todo o mundo por currícu-los iguais, e depois há professores me-lhores e piores. Agora um aluno que saia desta escola de arquitectura de Macau, provavelmente, além de tra-balhar no território, não poderá exer-cer em mais nenhum local do mun-do. Saí da universidade em Itália, o meu marido saiu da universidade em Portugal, e podemos estabelecer-nos em qualquer sítio do mundo porque temos um currículo escolar que nos torna aptos para exercer, e acho que isto é uma questão importante. A Uni-versidade de Macau tem currículos internacionais, e os advogados, por exemplo, podem sê-lo noutros lados, enquanto que os arquitectos não.

- Qual seria então o melhor cami-nho para um jovem do território que pretende ser arquitecto?

- O querer ser já é suficiente, de-pois, a nível de formação, deve encon-trar uma escola que lhe dê um bom currículo, e depois fazer muitos anos de prática num atelier.

- Macau tem condições para me-lhorar e crescer na formação?

- Sim, acho que Macau tem dois ti-pos de indústrias em que ainda não apostou como deve ser, uma será eventualmente no ensino, e a outra nos serviços de saúde. A cidade pres-ta-se lindamente com a possibilidade de instalar estas duas vertentes, e é também uma cidade pequena, segu-ra, e relativamente internacional. Se houvesse essa aposta no ensino de qualidade, com a China aqui ao lado, que anda à procura de escolas de qua-lidade, dentro e fora do Continente, penso que Macau seria um sítio fan-tástico para isso, mas ainda há muito pouca aposta nesse sentido. Dei aulas durante três anos no curso de design da Universidade de São José e a maior parte dos alunos com capacidade foi estudar para fora.

- E aqueles que vão para fora, sentem-se motivados para voltar de-pois?

- Muitos voltam, temos recebido aqui alguns no atelier, normalmente no Verão. Não sei o que será mais co-mum, mas em Macau há muita oferta de trabalho nessa área hoje em dia.

- Quais são os maiores desafios que a cidade enfrenta face ao cresci-mento nos últimos anos?

- A cidade tem actualmente um de-safio de escala. Vemos uma Península, com ruas pequenas, e depois, quando chegamos ao COTAI, em que se vêem

Acho que Macau tem dois tipos de indústrias em que ainda não apostou como deve ser,

uma será eventualmente no ensino, e a outra nos serviços de saúde

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 03

lotes quase do tamanho desta zona central. Faltam muitas coisas. Faltam infra-estruturas, transportes, ruas... falta tudo. Cresceu-se economicamente e no tamanho dos edifícios, mas o resto ficou um pouco aquém das expectativas.

- Os poucos espaços que restam são utilizados pelos casinos, como vê essa situação?

- Penso que há uma falta de inteligência por-que, por exemplo, há autocarros de casinos a irem para todo o lado. Enchem as ruas, largam os turis-tas na berma da estrada de qualquer maneira. De-pois temos três companhias de autocarros e nada está coordenado. No outro dia queria ir ao Vene-tian, mas o autocarro faz “40” paragens antes de lá chegar. Não há aqui uma estratégia que organize [a cidade] minimamente.

- Macau perde identidade com tantos casinos?- A identidade de Macau são os casinos. Não sou

muito saudosista, acho que a parte histórica está preservada, o Governo esforça-se na medida do possível e há bons exemplos, como a Casa do Man-darim. Os casinos fazem parte da identidade da ci-dade, se não os tivéssemos Macau não era o que é.

- E daqui a dez ou vinte anos, como vai ser?- Imagino que vamos tomar conta da Ilha da

Montanha. É o mais natural. Ou começa um desen-volvimento muito grande em Coloane, que também é uma possibilidade, ou então, por razões de facili-dade de construção, porque a Ilha da Montanha é uma zona muito plana, provavelmente a cidade vai começar a expandir-se para esse lado. A Península está estável há muitos anos, a única coisa que po-derá acontecer é o desenvolvimento do aterro em Nam Van.

- Em termos da preservação do Património, con-sidera que o trabalho do Governo tem sido posi-tivo?

- Sim, apesar de haver algumas coisas que irri-tam, como uma casinha bonita que vai abaixo, mas, em geral, as peças importantes estão salvaguarda-das. O Instituto Cultural tem vindo a ter mais força na defesa do Património.

- Há muitas lojas no território que, em obras de expansão, acabam por entrar em conflito com edifícios que fazem parte do Património. Como vê esse tipo de situações?

- Antigamente, a maneira mais fácil era pegar fogo às coisas. Se alguém queria fazer uma obra e o Governo não deixava, havia ali um grande incên-dio e a casa já tinha ido abaixo, a fachada já não se recuperava. Cheguei em 1996 e lembro-me de ver situações destas. As pessoas queriam desenvolver os seus lotes com todo o direito, também temos que entender que quem tem um lote ou terreno tem todo o direito de o desenvolver. Mas há algo que me faz uma certa confusão, que é o facto de, não havendo regras, ninguém saber exactamente quais é que são os seus direitos e os seus deveres. Se eu souber que, por exemplo, este era o meu terreno e a zona não dava para desenvolver, eu saberia que não podia retirar muito daqui. Sem saber, as pessoas acautelavam-se e demoliam antes - porque sabiam que talvez houvesse um valor patrimonial nas suas casas - e depois faziam o pedido de desenvolvimen-to do terreno. Com regras um pouco mais europeias se calhar conseguia-se controlar melhor.

- O Instituto Cultural tinha prometido que iria aumentar a lista dos itens classificados como Patri-mónio Cultural. É ainda uma lista curta?

- Acho que há muita coisa que podiam juntar a esta lista, inclusive edifícios mais recentes. Anda-mos há muitos anos, o Rui [Leão] mais do que eu, a defender o edifício da Escola Portuguesa, que é

Faltam muitas coisas. Faltam infra-estruturas, transportes, ruas... falta tudo. Cresceu-se economicamente e no tamanho dos

edifícios, mas o resto ficou um pouco aquém das expectativas

Uma paixão que foi crescendoCarlotta Bruni nasceu em Itália, tendo optado por partir para Portugal em 1992, onde ficou quatro anos. Voou depois rumo a Macau onde havia “uma prática mais livre” na arquitectura. A liber-dade num território desconhecido pesou na sua decisão. Já passaram 18 anos. Apesar de Macau não ter sido um amor à primeira vista, a arquitec-ta diz já não se imaginar a viver no outro lado do mundo. “Quando cá cheguei odiei Macau! Achei que era um sítio muito pequeno. Lembro-me

que na altura só havia uma livraria”, recordou. Os grandes salões de livros a que estava habituada não existiam, “mas a nível de trabalho”, o territó-rio acabou por se revelar “uma cidade muito inte-ressante”. Por isso, acabou por se render. “Fomos ficando”, disse. Olhando para trás, Carlotta Bruni espera ter vindo a contribuir em prol de Macau, mas na outra face desta história, confessa, que pode ser até que Macau já tenha vindo a fazer algo por si.

belíssimo, tal como outras obras em Macau. São poucas, acho que valia a pena serem conservadas porque são de um período que faz parte da histó-ria desta cidade. Não podemos só decidir que se protege um determinado período histórico. Podiam alargar os conjuntos, porque obras importantes, se calhar, não há muitas mais do que as que têm mar-cadas. Há locais onde as casas começam a ir abaixo e há uma altura em que a zona fica completamente descaracterizada, e depois já não vale a pena estar a preservar nada. Tem que se perceber também a lo-calização e o que é que os edifícios desenvolveram na história da cidade.

- Considera que o Instituto Cultural tem feito, no geral, um trabalho positivo?

- Penso que sim, não pode ser o Dom Quixote da preservação dos edifícios. Faz o trabalho adminis-trativo e de legislação, e dentro disso tem cumprido com os prazos que a UNESCO deu. Está a fazer um trabalho perfeitamente digno.

- Há muitos edifícios que as pessoas não sabem que são Património, o que poderia ser feito para mudar isso?

- É um problema mais alargado, mas penso que a própria directora dos Serviços de Turismo já falou que iriam tentar alargar o roteiro dos turistas, por-que esta zona central está muito cheia, e Macau tem muito mais para oferecer do que esta rua que vai do Largo do Senado até às Ruínas de São Paulo. É um bocado como a história dos autocarros dos casinos, é preciso um bocadinho de inteligência de gestão

para criar dois ou três percursos. - Por não estarem classificados, a identidade de

pátios e alguns edifícios poderá acabar por se per-der?

- Sim, há muitos, especialmente na zona da Bar-ra, e é uma pena. Normalmente tentamos preservar monumentos porque têm um valor histórico que é óbvio, e um valor arquitectónico, e, por isso, repre-sentam melhor o que se fez numa época e dentro de uma determinada categoria. Estes pátios são nor-malmente habitações de funcionários de fábricas, muito mais humildes que caracterizam a cidade, e que penso que deveriam ser preservados sem falta como conjuntos. Acho engraçado aqui em Macau que, de alguma maneira, o Governo conseguiu re-cuperar os edifícios sem os tornar todos museus. Estamos em edifícios onde estão a funcionar repar-tições públicas, outras que são estruturas comer-ciais, e acho que deviam continuar porque não têm uma postura de recuperar edifícios de uma maneira europeia.

- Há muito para fazer em relação a casos de pa-trimónio escondido, como os achados arqueológi-cos encontrados em Coloane?

- Venho de uma cultura onde não se pode esca-var mais de 50 centímetros abaixo do nível do chão, porque senão tem que se chamar os arqueólogos, o que acho um pouco excessivo. Gosto desta ati-tude que há aqui em Macau de tentar reorganizar estas coisas de Património e Urbanismo com uma perspectiva mais contemporânea. O contributo que podemos dar é trazer este conhecimento, sem des-prezar o esforço que se tem feito. É uma maneira di-ferente de lidar com as coisas, e temos que respeitar, senão não vale a pena estar aqui. É bonito que o Go-verno se dê ao trabalho de investigar [achados ar-queológicos em Coloane], e catalogar, é tudo muito positivo. Em 2001 fizemos a recuperação do Quartel dos Mouros e tivemos que levantar o pavimento todo e encontrámos várias coisas, como restos de porcelana, e chamámos os responsáveis do museu, que foram lá, e viram, e depois disseram que nada daquilo tinha muito interesse, então voltámos ao trabalho (risos).

- No caso de Coloane os próprios residentes procuraram ajudar nas escavações, mesmo não sendo arqueólogos...

- É bonito! Não são peritos mas faz parte da his-tória deles e do que se lembram, acho que é uma questão de carinho.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201404 JTM | LOCAL

PARTIDO SOCIALISTA

Jantar -convívio do Núcleo de Macau

Vai ter lugar na próxima quarta-feira, dia 25 de Junho, pelas 20H00, no Clube Militar,

mais um jantar de convívio do Núcleo do PS,

como habitualmente, aberto a militantes e simpatizantes.

As inscrições para participação, podem ser feitas até às

20 horas de terça-feira dia 24 de Junho

Contactos

- António Mota: 6651 7534- J. Sousa Martins: 6298 2027- J.R. Dinis: 6680 9498Rm. 1907, 19/F, AIA Tower, Nºs. 251A-301,

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1ª Vez

Proc. Ordinária de Execução nº CV3-13-0076-CEO 3° Juízo Cível

Exequente: BANCO COMERCIAL DE MACAU, S.A., com sede em Macau, na Avenida da Praia Grande, nº 572. Executados: CHAN SOU KUAN, residente em Macau na Estrada dos Cavaleiros, Choi Hong Un, Bl. 1, 6º andar H e LAM TIN IN, ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau na Estrada dos Cavaleiros, Choi Hong Un, BI. 1, 6º andar H.

FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando o executado LAM TIN IN, acima identificada, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ao exequente a quantia de MOP$30.602,28 (Trinta mil, seiscentas e duas patacas e vinte e oito avos) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3° Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

Macau, 13 de Junho de 2014.

O Juiz de Direito,Carlos Armando da C.R. de Carvalho

A Escrivã Judicial Adjunta,Yip Ka Ian

“JTM” - 23 de Junho de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

Macau Concealers acusa UM

A “Macau Concealers” veio em defesa do seu director adjunto, que terá sido arrastado pela equipa de segurança da Universidade de Macau. O director da publicação apresentou, logo após o evento, um pedido ao departamento de relações públicas da UM para que resolvessem a questão, porém, diz, não foi recebida qualquer resposta. O mesmo responsável asseverou ainda que este tipo de tratamento por uma instituição de ensino superior, é uma violação da liberdade de reportagem. O jornalista envolvido pediu ao pessoal de apoio médico, no local, a apresentação do relatório do incidente.

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Bill Chou suspenso por 24 dias sem salário

O professor da Universidade de Macau já conheceu o resultado do processo disciplinar de que foi alvo no final do ano passado, tendo-lhe sido aplicada uma suspensão de 24 dias sem salário, afirmou à TDM. Bill Chou referiu que só soube do que estava acusado agora, e que na base do processo está uma acusação da parte da UM de que transmitia a sua ideologia aos alunos e não lhes proporcionava opiniões diversificadas. O também activista e membro da Associação Novo Macau tem contrato até Agosto e não sabe se será renovado.

UMA ALUNA E UM JORNALISTA FORAM RETIRADOS DA SALA PELA SEGURANÇA

Cerimónia conturbada na Universidade de MacauDurante a cerimónia de graduação da Universidade de Macau, que decorreu no sábado, uma estudante levantou um cartaz em defesa da liberdade de expressão de académicos tendo sido retirada da sala pela segurança. Também um jornalista da “Macau Concealers” acabou retirado pela organização por, alegadamente, estar a perturbar

Liane Ferreira

O novo campus da Universidade de Macau (UM) recebeu no sába-do a cerimónia de graduação, que

contava com 2.500 pessoas na audiência, sendo que cerca de 1.400 eram estudan-tes. Entre eles, uma recém-graduada em-punhava um cartaz de apoio à liberdade académica, depois de alegações de que há professores a serem pressionados por serem críticos do Governo.

No cartaz as palavras “apoiem os académicos, por favor parem a persegui-ção”, tendo sido retirada do local, entre gritos e resistência física.

Também um jornalista, director-ad-junto da “Macau Concealers” foi remo-vido pela equipa de segurança, por estar a perturbar a circulação num dos corre-dores, diz a organização. Durante a re-moção, o jornalista ficou com arranhões no pescoço, queixando-se de tratamento violento e violação da liberdade de reco-lha de notícias.

No exterior, a recém-graduada dis-se aos jornalistas que apenas queria ex-pressar a sua opinião pacificamente, não tendo gerado qualquer tipo de tumulto.

A sua motivação, segundo afirmou, foi o facto de aquela ser a sua última oportuni-dade. A jovem foi mais tarde autorizada a regressar à cerimónia.

O protesto terá surgido devido a ale-gações de que seis académicos, com posi-ções mais críticas relativamente ao traba-

lho do Governo, foram alvo de pressão e processos disciplinares pelas universida-des.

No final da cerimónia, Wei Zhao, rei-tor da UM, garantiu que a penalização do professor assistente Qiu Guoping se deve a uma violação do regime da esco-

la, no que diz respeito aos padrões éticos e morais e não devido a uma questão de liberdade de expressão, sendo que estão a averiguar a verdade dos factos.

Num comunicado enviado às re-dacções, a UM afirma ser “lamentável que tenha existido contacto físico entre a equipa de segurança e o jornalista”, no entanto “a cerimónia de graduação é muito importante, pelo que a UM queria ter a certeza que a cerimónia decorria de um modo alegre e solene, tendo tomado as medidas apropriadas”.

No documento é ainda frisado que “a UM respeita sempre a liberdade acadé-mica e a liberdade de expressão”.

O Governo também já veio manifestar a sua posição, pela voz do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Cheong U afirmou que o Executivo da RAEM respeita incondicionalmente a liberdade académica e de expressão, sem interferir de qualquer modo na autonomia univer-sitária.

O Secretário declarou que tem apenas conhecimento de um processo discipli-nar contra um professor e que as univer-sidades são autónomas na sua gestão de pessoal, que é feita de acordo com os re-gulamentos internos.

Cartaz exibido pela aluna

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 05

TERMINOU INQUIRIÇÃO E JULGAMENTO DE RAYMOND TAM APROXIMA-SE DO FIM

Testemunhas destacam honestidade de arguidosAs últimas sete testemunhas foram ouvidas na sexta-feira, encerrando o capítulo de inquirição, num processo que está há cerca de meio ano a apurar se o ex-presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e mais três chefias do organismo cometeram o crime de prevaricação. Em causa a entrega de documentos das 10 sepulturas perpétuas atribuídas em 2001. Na última sessão os testemunhos foram unânimes e as palavras “honesto”, “dedicado”, “correcto” ouviram-se várias vezes para descrever os três primeiros arguidos

Fátima Almeida

O processo de inquirição às tes-temunhas do julgamento que está a apurar se o ex-presi-

dente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e mais três chefias do organismo cometeram o crime de prevaricação na entrega de documentos das 10 campas terminou na sexta-feira, mantendo-se a sessão para alegações finais no próximo dia 27.

As sete testemunhas abonatórias dos três primeiros arguidos que foram ouvidas na última audiência disseram não ter dúvidas sobre o profissiona-lismo de Raymond Tam - que perdeu o cargo de presidente do IACM após suspensão de funções devido a este julgamento, Lei Vai Nong - vice-pre-sidente - e Fong Vai Seng - chefe dos Serviços de Ambiente e Licenciamen-to.

O primeiro a testemunhar foi um funcionário do IACM que assegurou que o terceiro arguido é “uma pessoa honesta e que trabalha com afinco”, mas prestaram ainda depoimento o vice-presidente deste organismo, Lo Vong Tak, membros da Comissão de Fiscalização, criada em 2002, como o advogado António Dias Azedo e o ex-presidente da TDM Leong Kam Chun, e dois colegas do segundo ar-guido. Embora o tipo de relação que mantenham com os dirigentes acusa-dos seja diferente alguns dos adjecti-vos que utilizaram foram os mesmos: profissionais, dedicados, honestos.

Baseando-se em 12 anos de con-tacto com o ex-presidente do IACM, o presidente da Comissão de Fiscali-zação estabelecida em 2002 aquando a criação do IACM, afirmou que “o en-genheiro Raymond Tam era cumpri-dor da lei e muito diligente” e “ciente das suas obrigações”. “Tive oportuni-dade de o acompanhar e é uma pessoa responsável e sempre pronta para co-laborar e fazer tudo para que o Insti-tuto tivesse sucesso”, referiu António Dias Azedo. “Era uma das primeiras pessoas a chegar e dos últimos a sair”, acrescentou.

Como presidente da Comissão de Avaliação, António Dias Azedo teve vários contactos com Raymond Tam através de reuniões e actividades ex-tra-repartição, situações suficientes para não ter dúvidas que Raymond Tam não aceitaria instruções para co-meter ilegalidades. “Ele não seria ca-paz de fazer irregularidades tenho a certeza absoluta”, disse o advogado.

A certeza da testemunha causou estranheza à assistente do processo, Paulina Alves dos Santos, que a ques-tionou sobre essa afirmação e também se o ex-presidente do IACM era “um trabalhador leal”. O advogado voltou a basear-se na sua experiência de tra-balho com o arguido para afirmar a sua lealdade.

Paulina Alves dos Santos encon-trou na palavra “leal” outra oportuni-

dade para questionar se o presidente do IACM deu conhecimento à Co-missão de Fiscalização sobre o facto do Ministério Público ter pedido, em 2010, documentos sobre as 10 sepultu-ras perpétuas de 2001. Depois da con-testação por parte da defesa, o presi-dente do Colectivo de Juízes interveio para notar à assistente que o que está em causa é se tinha o dever de o fazer, uma vez que este tipo de anúncios não tem a ver com a lealdade.

Dias Azedo acabou por esclarecer que a Comissão de Fiscalização não controla o trabalho do IACM, fiscali-zando apenas o orçamento. Também em resposta às perguntas da assisten-te o advogado disse que através do conhecimento de colegas de outras co-

missões acontece “por intermédio de um membro pedir aos responsáveis de serviço um jeito, mas Raymond Tam sempre cumpriu as regras e as leis dentro do IACM”.

Também Leong Kam Chun, que co-nhece o ex-presidente do IACM desde 2002, o descreveu como uma pessoa “muito séria e trabalhadora”, capaz de responder às suas obrigações “ra-pidamente”. A testemunha recordou o caso de um relatório do Comissariado Contra a Corrupção no qual indicava que o IACM “não estava a fazer muito bem o seu trabalho” o que levou “Lau Si Io [actual Secretário para os Trans-portes e Obras Públicas e na altura presidente do IACM] a constituir um grupo de trabalho”. “Ele [Raymond

Tam] conseguiu dar-nos elementos para que o trabalho corresse melhor e até hoje as coisas estão a correr bem”, afirmou Leong Kam Chun.

O ex-presidente da TDM disse ainda que daquilo que conhece de Raymond Tam ele seria incapaz de cometer ilegalidades como atrasar a entrega de documentos ao Ministério Público. “Isto não é uma coisa fácil de se fazer. Trabalhei na TDM e sei que é necessário obedecer a vários regula-mentos”, disse.

O profissionalismo de Raymond Tam foi destacado também pelo vice--presidente do IACM, Lo Vong Tak. “É cuidadoso no trabalho e tentava equilibrar em todos os aspectos. Ele saía do trabalho tarde. É muito acti-vo”. Já em relação ao segundo argui-do, a testemunha não tinha um conhe-cimento profundo, mas das vezes que trabalhou com ele também notou que era uma pessoa activa e que “faz o melhor” no âmbito das suas funções.

Com mais conhecimentos para atestar as competências de Lei Vai Nong estiveram uma chefe de um de-partamento de qualidade, uma colega e amigo que conheceu o segundo ar-guido quando trabalharam juntos na CEM. De acordo com os depoimentos prestados, no trabalho que desenvol-veu, Lei Vai Nong “teve uma atitude pró-activa” no melhoramento dos ser-viços, sobretudo ao nível informático.

Isto porque o segundo arguido nunca parou de estudar as áreas que diziam respeito ao seu trabalho, mes-mo que isso o obrigasse a frequentar um curso no horário pós-laboral, disse o seu amigo e ex-colega, Cheong Chi Fai. Por estes motivos Cheong afir-mou que o vice-presidente do IACM não seria capaz de cometer actos ilí-citos. “Trabalha na Função Pública há muito tempo. Tem conhecimento na área de Direito também. Pela sua per-sonalidade e dedicação ao trabalho não iria desrespeitar a lei”, afirmou.

As testemunhas disseram não acreditar que os três primeiros argui-dos tivessem sacrificado os seus direi-tos e prejudicado as suas famílias em prol de interesse dos terceiros.

Já o quarto arguido, cuja defesa é assegurada por um advogado oficio-so, não levou nenhuma testemunha a Tribunal, nem abonatória. Durante os últimos seis meses de julgamento, o seu causídico apenas interveio uma vez.

Como terminou a inquirição às testemunhas, o Juiz perguntou aos quatro arguidos se ainda mantinham a mesma posição no IACM e o ren-dimento mensal, bem como quantas pessoas tinham a seu cargo.

No âmbito deste processo apenas Raymond Tam, depois de não ter vis-to renovada a sua comissão de serviço em Maio e ter passado a exercer fun-ções de técnico, diminui o seu salário para cerca de 45.000 patacas, quase metade do que aufere o vice-presi-dente. Os três primeiros arguidos têm filhos, todos menores.

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Profissionalismo de Raymond Tam foi enaltecido pelas testemunhas

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201406 JTM | LOCAL

Foram desmanteladas duas redes ilegais de apostas nos resultados dos jogos do Mundial que operavam a partir de hotéis no NAPE. Uma delas terá lucrado cinco mil milhões de dólares de Hong Kong

A Polícia Judiciária (PJ) desmante-lou uma rede de apostas ilegais sobre os resultados dos jogos do

Mundial de Futebol, no Brasil. Foram detidas 22 pessoas, mas o “negócio” era gerido apenas por dois indivíduos, de

nacionalidade malaia e chinesa. De acordo com informações presta-

das pelas autoridades, a PJ foi alertada na quinta-feira para a actividade de um grupo que recebia apostas ilegais num hotel no NAPE. A investigação revelou que o dito grupo alugava três quartos para o efeito.

Na madrugada de sexta-feira foi leva-

da a cabo uma operação policial. No local, foram detidos 20 homens e duas mulhe-res, com idades entre os 23 e os 50 anos. Os suspeitos são provenientes de Hong Kong, Malásia e da China Continental.

Nos quartos foram encontrados 17 computadores, telemóveis e registos de apostas, que somam um total de cinco mil milhões de dólares de Hong Kong, embora no local houvesse apenas dois milhões.

Peças decorativas em ouro, garrafas de whiskey e conhaque, bem como plan-tas medicinais também foram apreendi-das, sendo que as autoridades suspeitam que tenham sido comprados com o di-nheiro das apostas.

A PJ está a investigar os dados dos apostadores e o modo como captavam clientes, porém existem suspeitas de que houvesse indivíduos responsáveis por receber as apostas monetárias, enquanto

outros cúmplices aceitavam as apostas por telefone.

Em outro caso do género, foram de-tidos quatro homens do Continente Chi-nês, com idades compreendidas entre os 42 e os 52 anos.

Este grupo também operava a par-tir de um hotel no NAPE alugando dois quartos. Num deles foram encontrados computadores, telemóveis e registos, que apontam para apostas entre 400 a 500 mil dólares de Hong Kong diariamente. Para além disso, também foram encontrados 500 mil dólares de Hong Kong em di-nheiro vivo. Neste caso, ainda não foram identificados os cabecilhas do grupo.

Ambas as operações decorreram à uma hora da madrugada, horário de jogo do Mundial de Futebol quando estavam muitos dos envolvidos presentes. Todos os suspeitos foram entregues ao Ministé-rio Público na sexta-feira.

DESMANTELADAS DUAS REDES QUE OPERAVAM NO NAPE

Apostas ilegais no Mundial renderam cinco mil milhões

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Liane Ferreira

Ladrão com um pouco de coração

A PJ divulgou mais um caso ligeiramente insólito. Uma mulher de 46 anos, da China Continental foi assaltada na Rua da Barca, por um indivíduo que a ameaçou com um canivete. Durante o assalto, o suspeito pediu-lhe tudo o que trazia e a mulher com medo deu-lhe 9.500 patacas. O indivíduo, provavelmente arrependido, devolveu-lhe 500 patacas e foi-se embora. A vítima apresentou queixa e a PJ pediu a nota, para que pudesse ser analisada para impressões digitais, porém a mulher negou-se a cooperar e não entregou.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 07

• • • BREVES

Renda de casa e refeições fora mais caros no mês de MaioO aumento do valor das rendas, do gás liquefeito, dos serviços domésticos e das refeições fora determinaram o crescimen-to na ordem do 6,16 por cento do Índice de Preços no Consumidor (IPC) geral em Maio, quando comparado com o período homólogo. O IPC para a habitação e com-bustíveis aumentou 11,98 por cento e os produtos alimentares e bebidas não alcoó-licas, 6,04 por cento.

Alargada ETAR de Macau para minimizar maus cheirosMinimizar os maus cheiros gerados pela ETAR de Macau é a acção prioritária da DSPA, que está a realizar trabalhos de alargamento daquele equipamento. Den-tro das medidas adoptadas estão a cons-trução de coberturas fechadas em zonas de mau cheiro, aumento da zona verde na ETAR e a instalação de três aparelhos de desodorização de ar.

Orquestra de Macau actuou no TibeteEm visita a Lhasa, no Tibete, a Orquestra de Macau actuou em conjunto com a Or-questra Sinfónica da Região Autónoma do Tibete, para uma audiência de cerca de 400 pessoas. Devido à altitude, os músicos necessitaram de um período de descanso para adaptação, sendo que o maestro Lu Jia teve de inalar oxigénio, apesar disso co-mandou ambas as orquestras na interpre-tação da peça de Borodin, “Nas Estepes da Ásia Central”. Com esta visita, a Orques-tra de Macau tornou-se a única a actuar em toda a China Continental.

GIT apresentou o traçado do Metro Ligeiro

CENTENAS DE PESSOAS REUNIRAM-SE NA PRAÇA DO TAP SEAC

Lei dos animais divide opiniõesMesmo depois do anúncio do Conselho Executivo acerca da Lei de Protecção dos Animais, os organizadores de uma marcha com este tópico mantiveram a iniciativa. Reunidas no Tap Seac, cerca de 700 participantes foram convidados a assinar uma petição que apela à urgência da aprovação da proposta de lei

Quase uma década depois e após várias auscultações públicas, o Conselho Executivo apresentou

finalmente a proposta de Lei de Protec-ção dos Animais, já há muito pretendi-da. Embora esteja prevista a punição de maus tratos, com multas entre as 2.000 e as 100.000 patacas, as associações liga-das aos animais encontram-se reticen-tes por o diploma ser “ambíguo” em relação a determinados pontos, mais especificamente no que diz respeito à tipificação dos crimes de crueldade.

Apesar do anúncio, a Associação de Protecção de Animais Abandonados de Macau (AAPAM, na sigla inglesa), que já tinha marcada uma marcha para o dia de ontem, decidiu manter para re-forçar a ideia de urgência na aprovação e entrada em vigor da legislação.

Ontem, pelas 15:00, juntaram-se centenas de pessoas junto à praça do Tap Seac, envergando faixas com men-sagens simples: “Quando é que a lei contra o abuso de animais será estabe-lecida?”.

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WON

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GIT APRESENTOU TRAÇADO PARA A ZONA MAS VAI ESTUDAR VIABILIDADE TÉCNICA

Estátua de Kun Iam pode ser movidaCom o Metro Ligeiro a passar na via marginal do NAPE, coloca-se a questão do impacto visual do viaduto na área envolvente, e principalmente no Centro Ecuménico de Kun Iam. André Ritchie afirmou que há a possibilidade da estatua ser movida ou elevada

Liane Ferreira

Numa visita seguindo a linha do traçado do Metro Li-geiro, junto à linha marginal na zona do NAPE, An-dré Ritchie, coordenador-adjunto do Gabinete para

as Infra-estruturas de Transportes (GIT) adiantou que aquele gabinete está a estudar diferentes hipóteses para “mitigar o problema do impacto visual da linha do metro”.

Das diferentes opções contam-se mover ou elevar a está-tua da Deusa Kun Iam, embora, segundo o coordenador, se tenha ainda que determinar se em termos técnicos são op-ções viáveis e se a autora do projecto, a arquitecta Cristina Leiria, considera tais opções aceitáveis.

“A posição e local de implementação da Deusa Kun Iam tem elementos simbólicos muito fortes”, referiu André Ri-tchie, adicionando que por esse motivo o GIT está em con-tacto directo com a arquitecta Cristina Leiria para que esta possa vir ao território já no próximo mês, debater a questão e dar a sua opinião. Tendo em conta que o GIT quer tratar a questão com cuidado, múltiplas visitas da arquitecta ao ter-ritório são uma hipótese, em caso de necessidade.

O coordenador avançou com uma outra hipótese, que passa pela diminuição da altura do viaduto do Metro, para cerca de cinco metros (altura mínima). “De acordo com a nossa equipa de consultores é possível que o viaduto passe numa quota inferior à Deusa, ou seja, numa quota à altura da base, não criando assim uma obstrução visual directa”, explicou.

André Ritchie declarou que o projecto “é uma oportuni-dade para fazer uma remodelação total desta zona da frente marítima”, com a adição de novos equipamentos e um novo “desenho da sutura urbana” para que possa existir coesão e integração do viaduto naquela área.

Durante a visita, o coordenador do GTI apresentou ain-da o traçado do Metro Ligeiro, que terá uma paragem na

Rotunda Flor de Lótus, seguindo em direcção ao Centro de Ciência de Macau também com uma paragem. De seguida, irá pela marginal em direcção ao MGM, virando na Avenida 24 de Julho em direcção ao Wynn. O Jardim das Artes é a ter-ceira paragem seguindo para a Praça Ferreira Amaral.

Na Avenida 24 de Julho, a plataforma do viaduto com cerca de nove metros de largura, estará situada no meio da via. André Ritchie relembrou que, aquela avenida na déca-da de 90 possuía um esgoto a céu aberto que na altura das obras do NAPE foi coberto. Esta caixa de esgoto de grandes dimensões é um dos motivos para que o Metro não possa ser subterrâneo.

De acordo com a Polícia de Seguran-ça Pública, estiveram na rua cerca de 700 participantes e não houve qualquer problema durante a acção de protesto.

Os manifestantes encheram as ruas de cor-de-laranja, e a maioria mostrou--se satisfeita por finalmente se estar a considerar a aplicação de uma lei que puna os crimes e abusos a animais. No entanto, existe também preocupação pelo facto do diploma ainda se encon-trar em fase de processo legislativo.

Alguns participantes também mos-traram desagrado por ser tardio e não contemplar medidas mais adequadas, expressando que apenas “surgiu para evitar a manifestação”, motivo pelo qual alguns parâmetros “não ficaram bem esclarecidos”.

As diversas opiniões recolhidas na iniciativa mostram que poucos se tran-quilizam enquanto a lei não entrar em vigor.

Antonieta Manhão, da AAPAM, dis-se ao JTM ter “esperança, seja hoje ou amanhã, que a lei seja posta em práti-

ca para começar a assustar a população que comete este tipo de crimes” e acres-centou que apesar de existirem muitos pontos indefinidos, o “importante é avançar com a lei, mesmo que depois se tenha que fazer alterações”. Para Anto-nieta Manhão, “é urgente que entre em vigor o mais rapidamente possível. Essa é a primeira etapa”.

A AAPAM lembra ainda que até a

legislação ser submetida a discussão, a população local tem que “continuar a fazer pressão”.

A marcha pelos avanços na Lei de Protecção dos Animais teve início na Praça do Tap Seac e percorreu as princi-pais artérias do território, rumo à Sede do Governo onde foi entregue uma pe-tição.

S.A.N.

Organizadores vão entregar petição ao Governo

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201408 JTM | LOCAL

Apesar dos “esforços significativos”, Macau continua a não cumprir em pleno os padrões mínimos no combate ao tráfico de seres humanos, de acordo com o relatório anual do Departamento de Estado norte-americano, divulgado na sexta-feira

As autoridades de Ma-cau não cumprem to-talmente os padrões

mínimos para a eliminação do tráfico, no entanto, têm vindo a envidar esforços significa-tivos”, refere o documento, em que se indica que, no ano passado, foram investigados 34 casos de tráfico para fins de exploração sexual - contra 15 em 2012 - no âmbito dos quais foram sinalizadas e assistidas 38 vítimas.

Do universo de vítimas iden-tificadas - mais 13 do que em 2012 -, 36 são do interior da Chi-na e duas da Ucrânia, incluindo 24 com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos.

No documento publicado pelo Departamento chefia-do por John Kerry, que avalia o cumprimento dos padrões contra a “escravatura dos tem-pos modernos” em mais de 180 países e territórios, constata-se que não houve nenhuma con-denação, por oposição às nove registadas em 2012.

Além dos três casos de trá-fico para exploração sexual que resultaram em processos judiciais (mais um do que em 2012), as autoridades de Ma-cau reportaram também terem investigado quatro casos sus-peitos de recrutamento frau-dulento, os quais acabaram ar-

quivados por falta de provas.Macau não reportou, por

outro lado, nenhum caso de tráfico para trabalho forçado ou acusações ou condenações a este nível pelo nono ano conse-cutivo.

No capítulo da protecção das vítimas, o Departamento de Estado norte-americano as-sinala “os crescentes esforços”, elencando que o Instituto de Acão Social (IAS) prestou as-sistência e ofereceu abrigo a to-das as vítimas em cooperação com organizações não-gover-namentais, disponibilizando 21 camas para mulheres num abrigo gerido pelo organismo e canalizando o equivalente a cerca de 375.480 dólares norte--americanos (276.000 euros), acima dos 250.000 dólares (184.000 euros) de 2012.

Embora anote os “modera-dos” esforços, o Departamen-to de Estado norte-americano aponta que a aplicação da lei, cuja moldura penal prevê pe-nas de prisão entre os três e os 15 anos, e os constrangimentos ao nível da capacidade judicial mantêm-se como os principais desafios.

Aos olhos de Washington, Macau continua a figurar como destino e, embora em muito menor grau, como “fonte” de mulheres e crianças para o trá-

fico sexual e trabalho forçado. As vítimas são, na sua maioria, do interior da China, mas há também mulheres oriundas da Mongólia, Vietname, Ucrânia e Rússia. Muitas, descreve o re-latório, são iludidas por falsos anúncios de emprego nos ca-sinos e outros trabalhos legíti-mos, acabando por serem força-das a prostituírem-se à chegada.

Outras, refere-se no docu-mento, assim que pisam o ter-ritório ficam nas mãos de gru-pos locais de crime organizado, mantidas em cativeiro e força-das à servidão sexual, havendo

casos em que ficam confinadas a casas de massagens e bordéis ilegais, onde são vigiadas de perto, forçadas a longas horas de trabalho e tratadas com vio-lência, além de verem os seus documentos de identificação confiscados.

Washington aponta que re-des criminosas chinesas, rus-sas e tailandesas estarão en-volvidas no recrutamento de mulheres para a indústria do sexo de Macau. Alegadamen-te, acrescenta o Departamen-to de Estado norte-americano, há também menores sujeitos

Uma explosão de cores, aromas e sabores. A fes-ta de Moçambique regressa ao território com as mais tentadoras iguarias gastronómicas do país.

O chef Carlos Graça trouxe o perfume necessário de ter-ras africanas, numa receita que tem já seis anos de suces-so. “É a minha sexta participação e todos os anos venho com o maior prazer a uma terra que me acolheu quando cá estive a trabalhar”, disse ao JTM.

Pela ocasião do 40º aniversário da independência de Moçambique, o Westin Resort, em Coloane, volta a ser palco do que melhor se cozinha no país. Caril de caran-guejo com leite de coco, lumino de peixe com mandiaco e a “jóia da coroa” ou o “cartão de visita” dos moçambi-canos, a famosa matapa, são algumas das sugestões do chef. “Trago produtos de Moçambique porque alguns não conseguimos encontrar no mercado local”, frisou.

Relembrando a primeira visita ao território no con-texto do festival de gastronomia, que decorre no resort até 30 de Junho, Carlos Graça recordou que “as pessoas pensavam que vinham comer elefantes”. “Aos poucos conseguimos trazer cada vez mais orientais”.

SEMANA DA GASTRONOMIA JÁ ARRANCOU EM COLOANE

O melhor de Moçambique à mesaNa celebração do 40º aniversário da independência de Moçambique, a Associação dos Amigos de Moçambique em Macau está a preparar várias actividades para brindar a RAEM com o que de melhor há na cultura moçambicana. Além das iguarias do chef Graça, estará também no território a estilista Mabel Toaiari para mostrar as tendências da moda inspirando-se na capulana, pano tradicional de Moçambique

A comida moçambicana faz parte da história do povo. “Tudo é feito e preparado com tempo. Os pratos demoram muito tempo a ser cozinhados, muitas vezes para retirar a acidez de alguns produtos que utilizamos, mas o resultado é divinal”.

Numa iniciativa da Associação dos Amigos de Mo-çambique em Macau, o evento trouxe ao território mais uma representante da cultura do país. A estilista Mabel Toaiari e a sua mãe estarão a partir de hoje na Livraria Portuguesa a desenhar peças para coser nos panos tra-dicionais de Moçambique, as capulanas. “Criaram uma

marca, a Jabulani, e querem mostrar o que se pode fazer com as capulanas. Vão fazer alguns modelos exclusivos e ’in loco’ para quem encomendar”, explicou Helena Brandão ao JTM.

A presidente da associação explicou ainda que a es-tilista não trabalha apenas no tecido tradicional moçam-bicano. “Aplicam também estes panos em seda, jeans, malha e criam produtos diferentes”, acrescentou.

Ainda na Livraria Portuguesa estarão expostos al-guns quadros da estilista. Para além da exposição, será realizado no dia 27 o jantar para assinalar o 40º aniver-sário da República de Moçambique, no Westin Resort.

Helena Brandão estima que vivam em Macau cerca de 200 pessoas naturais de Moçambique, sendo que 80 estão inscritas e participam regularmente nas activida-des da associação. “Aos poucos temos vindo a crescer, não temos apenas moçambicanos na nossa associação, mas também pessoas que se apaixonam pelo país”, re-feriu.

A organização espera que o evento, que é organizado desde 2007, volte para o ano e com mais oferta. “Espe-ramos conseguir trazer pessoas novas, mostrar o artesa-nato e o que de melhor se faz em Moçambique”, disse Helena Brandão.

ao tráfico sexual nos casinos de Macau.

Aumentar os esforços para que crimes de tráfico para ex-ploração sexual sejam julgados e os infratores punidos, conti-nuar a implementar métodos proactivos de identificação das vítimas e levar a cabo campa-nhas de prevenção configuram recomendações do Departa-mento de Estado norte-ameri-cano que propõe a realização de um inquérito que permita compreender a vulnerabilida-de do universo dos trabalha-dores migrantes ao tráfico.

Fortes críticas americanas sobreluta ao tráfico de seres humanos

Susana Diniz

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 09

Liga Elite

Resultados da 15ª JornadaPolícia – Ka I 1-3Lai Chi – Sub 23 5-1Benfica – Sporting 2-1Monte Carlo – Chau Pak Kei 9-2

Classificação1º Benfica 41 (63-5)2º Sporting 38 (41-11)3º Monte Carlo 36 (56-19)4º Ka I 28 (47-17)5º Polícia 19 (24-24)6º Chau Pak Kei 17 (26-30)7º Lai Chi 13 (26-52)8º Sub-23 9 (9-63)9º Kei Lun 1 (10-82)

II Divisão

Resultados da 16ª JornadaSub 18 – Hong Lok 0-2Hong Nam – Alfândega 2-3Roma – Hong Ngai 1-3Casa de Portugal – Chuac Lun 4-1Pau Peng – Man Fung Hong 0-5

Classificação1º Casa de Portugal 44 (66-12)2º Hong Ngai 31 (30-18)3º Chuac Lun 31 (34-24)4º Hong Lok 30 (25-12)5º Alfândega 26 (30-21)6º Man Fung Hong 25 (25-27)7º Roma 15 (20-30)8º Pau Peng 12 (20-46)9º Hong Nam 8 (19-38)10º Sub-18 6 (10-48)

Próxima JornadaSub 18/Hong NamPau Peng/AlfândegaRoma/Hong LokHong Ngai/Chuac LunCasa de Portugal/Man Fung Hong

CHEGOU AO FIM A LIGA DE ELITE DO FUTEBOL DE MACAU

Benfica sela título de campeãocom vitória sobre o SportingNo jogo da decisão os “encarnados” foram mais fortes e ganharam por 2-1, depois de estarem em desvantagem ao intervalo. Sporting caiu de pé e foi a equipa sensação da temporada

Vítor Rebelo

Os amantes do futebol e concretamente os adeptos dos dois clubes, corresponderam ao interesse da partida, uma autêntica final, por coincidência na

derradeira jornada do campeonato.Bancadas mais compostas do que habitualmente, tal-

vez com meio milhar de pessoas, que assistiram a um “derby” emocionante, entre duas formações que ao longo da prova foram deixando para trás outros candidatos, em especial Monte Carlo e Ka I.

O Benfica só precisava de empatar, mas entrou ao ata-que, tentando surpreender o adversário logo no início do desafio.

E esteve quase a marcar aos cinco minutos quando, na sequência de um canto, Filipe Duarte rematou para uma grande defesa de Juninho, uma das figuras do jogo.

Aos oito, centro de William Gomes e desperdício de Vinício Morais Alves, para mais uma boa intervenção do guarda-redes brasileiro.

A partir daí o Sporting foi assentando o seu jogo, equilibrando e apostando claramente no contra-ata-que, que ia dando resultado num lançamento para Gaspard Laplaine, que ficaria isolado se Iuri, à segun-da, não tivesse feito o corte.

“Águias” mais agressivasO Benfica apresentou um “onze” ofensivo, com Bru-

no Martinho e William Carlos Gomes mais adiantados, deambulando na frente da grande área do Sporting, bem apoiados por Vinício e Fabrício Lima nas alas, pertencen-do a Cuco a organização de jogo no “miolo”, onde Nicho-las Torrão funcionava como elo de ligação com os avança-dos, substituindo-os de quando em vez, principalmente quando Bruno Martinho vinha buscar jogo mais atrás.

Do lado do Sporting, claramente o contra-ataque no subconsciente dos jogadores, num futebol que passava quase sempre pelo capitão Bruno Brito, sem dúvida a mostrar enorme qualidade nesta primeira passagem por Macau.

O francês Gaspard e o jovem Alexandre Matos procu-ravam aproveitar pelos extremos e em velocidade, qual-quer deslize adversário, com Jardel na função de ponta--de-lança e Edgar Silva e Timba a darem o apoio habitual a Bruno Brito, sem descurarem a segurança defensiva.

Contra-ataque a resultarNesta toada de contra-ataque e no primeiro lance

de perigo para o Benfica, os pupilos de Mandinho e João Pegado conseguiram arrancar uma grande pe-nalidade, por carga, que parece indiscutível, de Chan Pak Chun sobre Jardel.

Estavam decorridos 30 minutos e quem converteu foi Bruno Brito.

Até ao intervalo manteve-se a tónica do desafio, com sinal mais das “águias” da RAEM, que foram ameaçando a baliza de Juninho, em especial em cima do descanso, quando, em mais um canto, a bola an-dou ali na pequena área sem que ninguém do Benfica a tocasse para as malhas.

Reviravolta saiu bancoNa segunda metade, com Luis Amorim no lugar

de Chan Pak Chun, acentuou-se ainda mais o caudal atacante do Benfica, que empatou, aos 47, precisa-mente por Amorim, num remate do meio da rua que surpreendeu Juninho.

A partir daí o Sporting quis acelerar, mas correu riscos, já que William e Fabrício tinham agora mais espaço para colocarem a cabeça em água a Rui Cid e Wamba.

Numa dessas jogadas, aqueles dois brasileiros fabrica-ram o 2-1, finalizado por William, aos 52 minutos.

O golo praticamente sentenciava a partida, até porque, o Benfica estava notoriamente por cima e ain-da atirou uma bola ao poste, apesar da reacção, a es-

paços, dos “verde-brancos”.

Emoções no finalNo final os jogadores sportinguistas choravam. Afinal

estiveram tão perto de concretizar o sonho.“Depois de uma boa temporada que fizemos, apos-

távamos neste jogo, mas julgo que o Benfica é um justo campeão. Da nossa parte fomos mais longe do que espe-rávamos”, palavras de João Pegado.

Do outro lado, Bruno Álvares: “Ficou aqui demons-trado qual era a melhor equipa. Apesar do resultado ao intervalo, eu tinha confiança na minha equipa que esta-va a criar muitas oportunidades, que acabaram por dar em golos. Parabéns aos meus jogadores pelo trabalho que realizaram ao longo da época, bem merecem este título”.

Ka I fecha a ganharNos restantes desafios desta derradeira jornada da

Liga de Elite, o Ka I, apesar de toda a instabilidade interna e das críticas dos jogadores aos métodos e organização de treinos, terminou a ganhar, sobre o Grupo Desportivo da Polícia e quedou-se no quarto lugar da tabela.

Ao intervalo já o Ka I tinha uma vantagem de dois go-los, depois de ter marcado já perto do descanso por dois brasileiros, primeiro Adilson Silva (42 minutos) e depois Carlos Reginaldo (45).

Na segunda metade, os “encarnados” elevaram as contas, através de Ho Man Hou (51), para a equipa da PSP reduzir, dois minutos depois, por Lam Man Ieong, que tinha entrado no início do segundo período do jogo realizado na tarde do passado sábado.

Rodrigo rei dos marcadoresNo terceiro posto classificou-se o Monte Carlo, que de-

fendia o primeiro lugar alcançado na temporada anterior, podendo dizer-se que houve alguma desilusão, pelo facto do conjunto de William Chu ter tido uma época irregular.

No seu derradeiro desafio, os “canarinhos” ganharam à vontade ao Chau Pak Kei, com golos de Rodrigo Carmo (3), Andersen Fernandes (3), Julio César, Rafael Medeiros e Ao Ieong Kin Long.

Com o “hat-trick”, o brasileiro Rodrigo Carmo ga-nhou o título de melhor artilheiro do campeonato, com 16, contra 15 de Bruno Brito e William Carlos Gomes.

Pelo Chau PaK Kei, tentos apontados por Áureo Peio e Leong Tak Wa.

Sub 23 despromovidosUm dos desafios que atraía mais as atenções, para

além, claro, do jogo do título, era o duelo entre Lai Chi e Sub 23.

Os jovens do Lai Chi ganharam confortavelmente e mantêm-se assim no escalão principal, ao contrário do conjunto patrocinado pela Associação de Futebol de Macau, que desce à II Divisão, juntamente com o modesto Kei Lun.

Benfica esteve a perder mas conseguiu dar a volta ao marcador

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201410 JTM | LOCAL

O entusiasmo da comitiva de em-presários e outros profissionais da RAEM que esta semana iniciou uma

visita por Portugal era indisfarçável. Afinal, do total de 25 que conseguiu vir, a maioria nunca tinha estado em Portugal ou na Eu-ropa, como referiu ao JTM o presidente da Associação de Jovens Macaenses (AJM) e vice-presidente da Federação de Jovens de Macau (FJM), Duarte Alves. Foi através des-

tas duas organizações que a viagem se con-cretizou.

O objectivo passa por mostrar o país, a nível cultural mas também a nível econó-mico, razão pela qual foram programadas visitas pelo centro de Lisboa, Fátima, Porto e Douro, mas também a fábricas, como a da farmacêutica Hovione (em Loures), da Ma-tcerâmica (Fátima), da têxtil Calvelex (Lou-sada) e da vitivinícola Sogrape (Vila Nova de Gaia). Da visita, Duarte Alves destacou ainda o encontro marcado com a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Con-fecção e com a Beta-i (Associação para a Pro-moção da Inovação e do Empreendorismo).

Ainda como pontos de passagem obriga-tórios foram escolhidos a Embaixada da RP China em Portugal, a Delegação Económica e Comercial de Macau, onde o JTM se en-controu com a comitiva, a Casa de Macau, e o Estádio da Luz. Chegou a estar agendado um encontro com a AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portu-gal, mas foi cancelado pela parte portuguesa “devido a um imprevisto”, segundo Duarte Alves.

É difícil dizer que desta visita vá sair algum investimento. No fundo, pretende a AJM e a FJM dar a conhecer as oportunida-

Não são apenas empresários, embora sejam a maioria, os que vêm integrados numa comitiva de 25 residentes da RAEM que estão de visita a Portugal. Cultura e economia misturam-se numa semana que pretende deixar boas impressões. É cedo para se falar em investimentos, mas estes podem vir a acontecer num futuro mais ou menos próximo

JOVENS DE MACAU EM VISITA A PORTUGAL

“Um primeiro passo para investir”

Helder AlmeidaCorrespondente em Lisboa

Um balanço positivo Assinados dois protocolos de cooperação

A polícia garantiu ontem em conferência de imprensa, que são “infundadas” as mensagens de texto que estão a circular e que falam da possibilidade de ataques em Guangdong e Macau, depois do sucedido em Kunming no passado sábado. Suen Kam Fai, inspector da Polícia Judiciária e Lao Kuok Hei, sub-comissário da PSP, confirmaram não ter recebido qualquer relatório nem notícia sobre esta questão e garantiram “manter a comunicação com a polícia do Continente”.

A estadia em Portugal serviu ainda para se assinarem dois protocolos de cooperação. O primeiro foi firmado entre a Associação de Jovens Macaenses, a Federação de Jovens de Macau, a Associação de Jovens Empresários e a Associação Nacional das Empresas das Tecnologia de Informação e Electrónica. “Servirá para estreitar relações entre as associações”, explicou Duarte Alves ao JTM. Segundo o mesmo, o objectivo é criar um centro na Ilha da Montanha, mas esta “é uma fase muito inicial”. De seguida, será necessário procurar apoios para concretizar a iniciativa, à qual se poderão juntar mais associações. O segundo protocolo foi assinado com a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção e servirá mais para troca de informações entre as duas partes.

des que existem em Portugal. É mais uma visita de estudo, uma primeira abordagem a um potencial mercado de investimento.

“Acho que nesta fase é muito prematuro dizer que estamos aqui para investir. Na mi-nha opinião, este é um primeiro passo para que tal possa acontecer, porque é através deste tipo de visitas que se consegue atingir esse objectivo”.

Segundo o empresário macaense, é ne-cessário mostrar “quais são as principais in-dústrias do país, o que é que pode exportar, pelo que esta oportunidade de lhes mostrar de tudo um pouco pretende criar a vontade de que regressem a Portugal, e com vontade de desenvolver mais as relações com o País e ajudar no desenvolvimento da RAEM como plataforma”.

A primeira visita do géneroPor outro lado, é igualmente uma meta,

”como jovens macaenses, mostrar Portugal aos amigos das outras comunidades jovens de Macau e mostrar qual a importância de Portugal para Macau, para a China, e a razão pela qual o Governo Central, e o Governo da RAEM, definem Macau como uma plata-forma para as relações entre os países de lín-

gua oficial portuguesa e a China”, sublinha Duarte Alves.

O empresário da RAEM preocupa-se sobretudo com os mais novos que não vive-ram o período antes da transferência de so-berania e assim “não percebem muito bem o simbolismo e a importância desta ligação” a Portugal.

A comitiva é constituída por profissio-nais de vários sectores, como empresários da restauração, sector MICE, importação de produtos alimentares portugueses para Ma-cau e China Continental, do jogo, das artes, profissionais da banca e seguros, advogados e funcionários públicos da área da tradução. “Temos um grupo bastante diversificado e nota-se a grande vontade que têm de co-nhecer Portugal. É uma oportunidade única que têm de conhecer o país desta maneira”, resume.

Criada em 2012, esta é a primeira visita do género que a AJM organiza. “Normalmente as associações fazem muitas visitas para o Continente Chinês e para Taiwan. É muito raro virem até à Europa”. E a razão é apenas uma: o custo das viagens. Neste caso, houve uma ajuda da Fundação Macau, que custeou parte das despesas. As restantes foram su-portadas por cada um dos participantes.

NEM A CHUVA FALTOU EM MAIS UMA EDIÇÃO DO ARRAIAL DE SÃO JOÃO

A festa das gentes e das “marteladas”Não cheirou a alho porro, nem a manjericos nas ruas, mas a comunidade portuguesa e curiosos do território manifestaram o espírito do São João – a festa do povo, dos versos satíricos, das sardinhas e da folia

Apesar de muitos desconhecerem as verdadeiras origens do festejo, foram muitos os rostos felizes e curiosos

que percorreram o coração do bairro de São Lázaro durante o fim-de-semana. O arraial, celebrado uma vez por ano, manteve o mes-mo conceito, no entanto, notou-se uma certa evolução da festa, talvez para acompanhar a crescente participação.

O São João continua a ser celebrado na rua, num bairro com linhas arquitectónicas imponentes de um Portugal que por cá pas-sou e continua a manter-se bem presente. O entusiasmo foi notório em quem passeou pe-las barraquinhas, talvez por poderem reviver uma festa capaz de aliviar os maiores dos sau-dosismos.

Filipe Nogueira, um dos muitos rostos pre-sentes na festa, confessou que “não há festa igual à do São João [em Portugal], mas estan-do aqui, do outro lado do mundo, também é bom relembrar esse espírito mais popular e tão tipicamente português”.

Ainda assim, o arraial não é só aprecia-do pelos residentes, pois no meio de tantas pessoas, ainda se viram alguns curiosos que passavam pela Rua do Campo, olhando até decidirem partir para a descoberta desta festa distinta.

Os festejos arrancaram no sábado, pelas 15:00, e contaram com muita animação e ale-gria durante as largas horas que se seguiram.

O São Pedro pareceu ajudar nos pontos mais altos da festa, que trouxe este ano algu-mas novidades, a começar pelo alargamento das tendinhas às ruas laterais. Embora te-nham faltado alguns produtos já habituais em anos anteriores, como as cerejas do Fundão, enchidos e queijos, estavam ainda presentes muitas outras iguarias para saborear.

Os petiscos fizeram parte da festa, a come-çar pela típica sardinha no pão, as febras e car-nes para churrasco, assim como outras opções como o tradicional pão com chouriço, salgadi-nhos, moelas e gastronomia goense. Algumas bandas locais animaram a atmosfera popular, num palco junto à Igreja de São Lázaro, e a festa ganhou outra vida através do teatro de rua, com fantoches para os mais pequenos. Os jogos tradicionais também não faltaram, com destaque para a chiquia e as rifas, para todos os que quisessem apostar a sua sorte.

Por entre as 28 tendinhas bem diversas, en-contravam-se peças de artesanato, tapeçarias e ainda uma “ala” dedicada a “live painting”, onde vários artistas locais mostraram os seus dotes artísticos através das tintas de aguarela e acrílico dando vida ao branco das telas.

Rafael Marques, da Associação dos Jovens Macaenses, frisou que o ambiente foi muito agradável e divertido, acrescentando que este tipo de “eventos são sempre muito positivos para Macau por juntar as comunidades num ambiente de festa”.

Várias associações da RAEM organizaram as celebrações, decorando o bairro de São Lázaro nas cores de verde e vermelho, entre as quais destacam-se o Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau, o Instituto Internacio-nal de Macau e a Associação de Jovens Ma-caenses, que deu a provar da sua sangria e alguns dos seus acepipes e doces.

Por este ano, o Santo António e o São Pe-dro já se acabaram e o São João está-se a aca-bar, restando apenas às “gentes” aguardar pela próxima edição, no ano de 2015.

S.A.N.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 11

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NEM A CHUVA FALTOU EM MAIS UMA EDIÇÃO DO ARRAIAL DE SÃO JOÃO

A festa das gentes e das “marteladas”Não cheirou a alho porro, nem a manjericos nas ruas, mas a comunidade portuguesa e curiosos do território manifestaram o espírito do São João – a festa do povo, dos versos satíricos, das sardinhas e da folia

Apesar de muitos desconhecerem as verdadeiras origens do festejo, foram muitos os rostos felizes e curiosos

que percorreram o coração do bairro de São Lázaro durante o fim-de-semana. O arraial, celebrado uma vez por ano, manteve o mes-mo conceito, no entanto, notou-se uma certa evolução da festa, talvez para acompanhar a crescente participação.

O São João continua a ser celebrado na rua, num bairro com linhas arquitectónicas imponentes de um Portugal que por cá pas-sou e continua a manter-se bem presente. O entusiasmo foi notório em quem passeou pe-las barraquinhas, talvez por poderem reviver uma festa capaz de aliviar os maiores dos sau-dosismos.

Filipe Nogueira, um dos muitos rostos pre-sentes na festa, confessou que “não há festa igual à do São João [em Portugal], mas estan-do aqui, do outro lado do mundo, também é bom relembrar esse espírito mais popular e tão tipicamente português”.

Ainda assim, o arraial não é só aprecia-do pelos residentes, pois no meio de tantas pessoas, ainda se viram alguns curiosos que passavam pela Rua do Campo, olhando até decidirem partir para a descoberta desta festa distinta.

Os festejos arrancaram no sábado, pelas 15:00, e contaram com muita animação e ale-gria durante as largas horas que se seguiram.

O São Pedro pareceu ajudar nos pontos mais altos da festa, que trouxe este ano algu-mas novidades, a começar pelo alargamento das tendinhas às ruas laterais. Embora te-nham faltado alguns produtos já habituais em anos anteriores, como as cerejas do Fundão, enchidos e queijos, estavam ainda presentes muitas outras iguarias para saborear.

Os petiscos fizeram parte da festa, a come-çar pela típica sardinha no pão, as febras e car-nes para churrasco, assim como outras opções como o tradicional pão com chouriço, salgadi-nhos, moelas e gastronomia goense. Algumas bandas locais animaram a atmosfera popular, num palco junto à Igreja de São Lázaro, e a festa ganhou outra vida através do teatro de rua, com fantoches para os mais pequenos. Os jogos tradicionais também não faltaram, com destaque para a chiquia e as rifas, para todos os que quisessem apostar a sua sorte.

Por entre as 28 tendinhas bem diversas, en-contravam-se peças de artesanato, tapeçarias e ainda uma “ala” dedicada a “live painting”, onde vários artistas locais mostraram os seus dotes artísticos através das tintas de aguarela e acrílico dando vida ao branco das telas.

Rafael Marques, da Associação dos Jovens Macaenses, frisou que o ambiente foi muito agradável e divertido, acrescentando que este tipo de “eventos são sempre muito positivos para Macau por juntar as comunidades num ambiente de festa”.

Várias associações da RAEM organizaram as celebrações, decorando o bairro de São Lázaro nas cores de verde e vermelho, entre as quais destacam-se o Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau, o Instituto Internacio-nal de Macau e a Associação de Jovens Ma-caenses, que deu a provar da sua sangria e alguns dos seus acepipes e doces.

Por este ano, o Santo António e o São Pe-dro já se acabaram e o São João está-se a aca-bar, restando apenas às “gentes” aguardar pela próxima edição, no ano de 2015.

S.A.N.

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12 JTM | ESPECIAL Segunda-feira, 23 de Junho de 2014

Anúncio do Instituto de Formação Turística

Concurso Público n.º 1/P/2014 para a Prestação de Serviços de Limpeza ao

Instituto de Formação Turística

1. Entidade lançadora do Concurso: Instituto de Formação Turística. 2. Modalidade de concurso: Concurso público. 3. Objecto do concurso: Prestação de serviços de limpeza ao Instituto

de Formação Turística.

4. Período de prestação de serviços: 1 de Janeiro de 2015 a 31 de Dezembro 2016 (24 meses).

5. Prazo de validade de propostas de adjudicação: 90 dias contados a partir da data de abertura de propostas.

6. Local de encontro para a visita ao local a que se destina a prestação de serviços: Auditório do Edifício Equipa do Instituto de Formação Turística, Colina de Mong-Há, Macau.

7. Data e hora de visita: 4 de Julho de 2014 pelas 09:30. 8. Caução provisória: MOP260,000,00 (duzentos e sessenta mil

patacas), mediante garantia bancária, livrança ou numerário a favor do Instituto de Formação Turística.

9. Caução definitiva: 4% do montante da adjudicação. 10. Local de entrega de propostas: no balcão da Caixa e Informações

localizado no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística.

11. Data e hora-limite de entrega das propostas: 29 de Julho de 2014 pelas 17:30 horas.

12. Local de abertura das propostas: Auditório do Edifício Equipa do Instituto de Formação Turística, Colina de Mong-Há, Macau.

13. Data e hora de abertura das propostas: 30 de Julho de 2014 pelas 10:00 horas.

* Em conformidade com o disposto do artigo nº 27 do Decreto-lei Nº63/85/M, a firma/sociedade concorrente ou o seu representante legal deverá estar presente no acto público de abertura das propostas com vista a prestar esclarecimentos sobre dúvidas eventualmente surgidas relativas aos documentos constantes da sua proposta.

14. Consultas do Programa do Concurso e do Caderno de Encargos, o local, data e hora de acesso aos respectivos exemplares.

Local: no balcão da Caixa e Informações localizado no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística, Colina de Mong-há, Macau.

Data: Da data de publicação do presente anúncio à data de abertura de propostas de Concurso Público.

Hora: nos dias úteis e dentro do horário normal de expediente. * Pode-se adquirir exemplares do Programa do Concurso e do

Caderno de Encargos no balcão da Caixa e Informações localizado no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística ao preço de MOP100,00 (cem patacas) por exemplar. Transferência gratuita de ficheiros pela Internet na Home page do IFT (website: http://www.ift.edu.mo).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

Preço proposto (50%); Experiência de serviço de limpeza anteriormente prestado ao

IFT ou às instituições congéneres, em particular o grau de satisfação conseguido (20%);

Certificado profissional do concorrente na prestação de serviço de limpeza (20%);

Percentagem dos trabalhadores locais com mais de 2 anos de experiência desta indústria na equipa dedicada ao trabalho indicado no presente concurso (10%).

Presidente do IFT Vong Chuk Kwan 9 de Junho de 2014

Foi uma das imagens do ano: depois de marcar um golo em Stamford Bridge diante do Tottenham, Sa-

muel Eto’o correu até à bandeirola de canto, perto da qual caminhou curvado como se fosse um velhote a sofrer com os temidos bicos de papagaio. Foi a resposta bem-humorada do avançado às dúvidas levantadas por José Mourinho sobre a sua verdadeira idade, numa conversa que não era suposto ser divulgada.

Com 33 ou 36 anos, o dianteiro cama-ronês está aí para as curvas, mesmo que já não consiga inscrever com tanta regulari-dade o seu nome na lista dos marcadores como quando era mais jovem. “Se com 36 ou 37 anos consigo marcar três golos ao Man. United, quer dizer que ainda sirvo para algo e posso continuar a metê-los até aos 50”, comentou na ocasião.

A verdade é que já não se esperava que um dos mais talentosos avançados africanos da história ainda estivesse, por esta altura, a jogar num dos principais campeonatos do mundo. Depois do dou-rado autoexílio a que se impôs quando aceitou a inacreditável proposta de 20 mi-lhões anuais do Anzhi Makhachkala, um clube da problemática região do Dagues-tão, o goleador saiu de cena dos grandes palcos que estava habituado a frequentar.

Como o Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid, clube onde chegou em 1997 para integrar a academia mas onde nunca se conseguiu impor. Empréstimos ao Leganés, Espanyol e Maiorca, acaba-ram com uma transferência para a for-mação balear, onde foi treinado por Jaime Pacheco, com quem se desentendeu.

Ou como Camp Nou, onde aterrou em 2004 para se tornar uma das figuras do renascimento blaugrana e conquistou as suas primeiras Champions.

Ou o Giuseppe Meazza, onde venceu a terceira, com a camisola do Inter e sob orientação de Mourinho – também foi

treinado, na selecção, por Artur Jorge. E, por falar em selecção, Eto’o continua a ser a grande figura dos Leões Indomáveis. Com altos e baixos desde que se estreou já lá vão 17 anos, a verdade é que é o melhor marcador de sempre da equipa (56 golos), vai para o seu quarto Mundial, foi cam-peão olímpico e ganhou a CAN em duas ocasiões. Nada mau para um velhote.

Trocar os estudos pela bolaChegou a Barajas de calções e camisa

em pleno inverno madrileno. Pirri, então secretário-técnico do Real, vira-o actuar num jogo de juniores entre os Camarões e a Costa do Marfim, no qual marcara dois golos, e não hesitou em levá-lo para Espa-nha. Eto’o ia cumprir o sonho de menino, quando trocara os estudos pelo futebol contra os conselhos paternos. O pai era contabilista, mas era a mãe que mais in-sistia numa boa formação académica. To-davia, a bola oferecida por um tio tinha um apelo mais forte e, quando disse em casa que ia ganhar 600 euros a jogar, as dúvidas dissiparam-se do lado paterno – dois dos irmãos, David e Étienne, tam-bém acabaram por seguir, embora sem êxito, a carreira.

Em Espanha, Eto’o começou por ser um menino problemático e Pirri escre-veu num relatório: “Tem grande futuro como futebolista mas deve alterar o seu comportamento com colegas e treina-dor.” Mais tarde, no Maiorca, tornou- se um ídolo – mas não soube gerir o suces-so. Prova disso foi o facto de ter sido pai de duas crianças no espaço de dez dias. Já com Annie e Étienne a cargo, o jogador acabaria por se casar em 2007 com Geor-gette, de quem teve mais duas filhas. De qualquer forma, e apesar da redução de 71 por cento no ordenado que foi auferir no Chelsea, o avançado ainda recebe 8,6 milhões de euros/ ano. E nunca esqueceu as raízes: criou a sua própria fundação em 2006, que ajuda as crianças da África Ocidental, e participa em várias campa-nhas de solidariedade. JTM/DN

Nuno Coelho

O velhote que está para as curvas

Trajecto: Real Madrid (1997 a 2000) emprestado a Leganés

(97/98) e Espanyol (98/99); Maiorca (1999/00 a 2003/04);

Barcelona (2004/05 a 2008/09); Inter de Milão (2009/10 a

2012/13); Anzhi (2011/12 a 2012/13); Chelsea (desde 2013)

Títulos: Taça de África das Nações (200, 2002); Meda-

lha de Ouro Olímpica (2000); Liga dos Campeões (2005/06,

2008/09, e 2009/10); Mun-dial de Clubes (2010);Liga

espanhola (2004/05, 2005/06, 2008/09); Taça do Rei (2002/03

e 2008/09); Supertaça de Espanha (2004, 2005); Liga

Italiana (2009/10); Taça de Itália (2009/10 e 2010/11); Supertaça

de Itália (2010)

SAMUELETO’O

Data de nascimento:10/03/1981 (33 anos)

Naturalidade: DoualaAltura: 1,79 m

Peso: 75 kgClube actual: Chelsea

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Gana “trava” Alemanha e mostra potencialA selecção do Gana conseguiu um empate com a Alemanha, a mesma que goleou Portugal na primeira jornada do grupo G, mostrando que tem capacidades para discutir o apuramento

A equipa africana conse-guiu bloquear a “máqui-na alemã” durante a pri-

meira parte, a defender, quando não tinha a bola, com duas li-nhas defensivas muito compac-tas, de quatro homens na defesa e cinco no meio campo, a tapa-rem todos os caminhos, a pon-to de o ponta-de-lança Thomas Müller ter ficado muitas vezes isolado na luta contra os poten-tes centrais ganeses.

A verdade é que a Alema-nha pareceu bem menos forte do que mostrou frente a Portu-gal e o mérito tem de ser dado à equipa ganesa, que é muito forte fisicamente e agressiva nos em-bates individuais, com uma boa organização colectiva, nomea-

damente defensiva.A Alemanha não colocou

muita intensidade no seu jogo durante a primeira parte, muito por culpa do Gana, que não deu tempo nem espaço aos médios e avançados alemães, cujo meio--campo sentiu grandes dificul-dades em inventar espaços de penetração até à área ganesa.

Neste contexto, o “nulo” ao intervalo reflectia as escassas si-tuações de perigo junto às duas balizas.

Na segunda parte, o cariz da partida alterou-se substancial-mente a partir do golo de Ma-rio Götze, aos 51 minutos, após um cruzamento de Müller para o coração da área, com o médio do Bayern a finalizar entre os

centrais ganeses.De imediato, o Gana “soltou

as amarras” e partiu para cima da Alemanha, à procura do empate, que surgiu três minu-tos volvidos, por André Ayew, a desviar de cabeça um cruza-mento do lateral Afful.

Por momentos, o jogo, que se tinha aberto, voltou a registar uma acalmia, mas, aos 63 minu-tos, uma perda de bola compro-metedora de Lahm permitiu ao Gana selar a reviravolta, com um remate potente e colocado de Asamoah Gyan.

A Alemanha viria a restabe-lecer a igualdade aos 71 minutos pelo incontornável Klose, dois minutos depois de Joachim Low o ter lançado em campo a substi-

Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | ESPECIAL 13

Condenados a “bombos da festa”, os costa-riquenhos só precisaram de dois jogos para repetir 1990,

vencendo os transalpinos graças a um tento de Bryan Ruiz, aos 44 minutos, de-pois de já terem batido o Uruguai por 3-1.

O conjunto comandado por Jorge Luis Pinto qualificou-se e, para quem viu, com inteira justiça, tal a forma como “anulou” uma Itália.

A Costa Rica surgiu muito persona-lizada, não teve medo e assumiu o jogo, criando a primeira grande oportunidade aos sete minutos, com Borges a cabecear por cima, após um canto e uma saída sem nexo de Buffon. A Itália só “viu” a baliza adversária aos 27 minutos, num remate ao lado de Thiago Motta, que despertou a equipa, nomeadamente Pirlo.

O árbitro chileno Enrique Osses não “quis” assinalar uma grande penalidade, mas, qual “justiça divina”, os costa-rique-nhos marcaram no minuto seguinte, num cabeceamento certeiro de Bryan Ruiz, de-pois de excelente cruzamento na esquer-da de Diaz.

Para a segunda parte, Cassano foi lan-çado para o lugar de Thiago Motta, mas a Itália não fez melhor do que dois rema-tes de fora da área, de Darmain e Pirlo, e Prandelli teve de arriscar mais, apos-tando em Insigne (por Candreva) e Cerci (por Marchisio).

Na parte final, os suplentes Urrenã e Brenes ainda ameaçaram o segundo ten-

Costa Rica qualifica-se e elimina InglaterraA Costa Rica reforçou o estatuto de grande surpresa do Mundial ao “vulgarizar” a Itália (1-0) e garantir, sensacionalmente, um lugar nos oitavos-de-final, num grupo com três campeões do Mundo

to, que teria custado o segundo posto aos italianos. Assim, com o desaire por 1-0, os transalpinos passam com um empate face ao Uruguai, a fechar.

Quinta-feira, a Costa Rica vai, assim, “cumprir calendário” face à Inglaterra porque já está qualificada, sendo que o triunfo frente aos italianos teve como dano colateral a eliminação aos ingleses.

O avançado Wayne Rooney, uma das grandes figuras da Inglaterra, manifes-tou-se “devastado” com a eliminação e pediu desculpa a todos os adeptos da

selecção, numa nota publicada na sua pá-gina oficial no Facebook.

“Peço desculpa a todos os adeptos que se deslocaram ao Brasil e aos que as-sistiram aos jogos em casa por não termos conseguido fazer melhor. Fomos para cada jogo com fé absoluta nas nossas ca-pacidades, mas não resultou”, escreveu o avançado do Manchester United.

Tudo em aberto no Grupo EA França voltou a mostrar estar de

pontaria afinada neste Campeonato do

Mundo, goleando a Suíça por 5-2. Dois erros defensivos crassos dos suíços cus-taram-lhe dois golos no espaço de um minuto, o primeiro num pontapé de can-to em que Giroud surge a cabecear sem oposição na área, e depois num golo “ofe-recido” por Behrami a Benzema. A Fran-ça fez o terceiro antes do intervalo num lance de puro contra-ataque finalizado por Valbuena.

Na segunda parte, a França manteve--se confortável no jogo, frente a uma Suíça abalada em termos anímicos, e o resultado foi-se avolumando com na-turalidade, com mais dois golos, um de Benzema e outro de Sissoko. A Suíça con-seguiu reduzir na parte final do jogo para 5-2, porque a França relaxou.

Os franceses seguem na frente do grupo com seis pontos, enquanto Suíça e Equador (venceu as Honduras por 2-1), permanecem na segunda e terceira posi-ções, respectivamente, com três pontos.

Messi qualifica ArgentinaUm momento “mágico” de Lionel

Messi, aos 91 minutos, qualificou a Ar-gentina (1-0) para os “oitavos”, perante um Irão que se bateu muito bem, tendo inclusive desperdiçado algumas boas oportunidades de golo.

Na outra partida do grupo, a Nigéria venceu a Bósnia-Herzegovina, por 1-0, e mantém-se na linha da frente para acom-panhar os argentinos para os “oitavos”.

Selecção ganesa mostrou qualidades ao empatar 2-2 com os alemães

Bryan Ruiz marcou o único golo da partida

Croácia e México discutem “oitavos”

Nas partidas agendadas para hoje destaque para o embate entre a Croácia e o México, no grupo A, que deverá decidir quem irá acompanhar o Brasil para a próxima fase. Os brasileiros, contudo, não têm a qualificação garantida, já que uma derrota com os Camarões, juntamente com um empate no outro jogo, acabaria por qualificar mexicanos e croatas. Também hoje disputam-se as restantes partidas do grupo B, com um confronto interessante entre a Holanda e o Chile, que já confirmaram a presença nos “oitavos”.

tuir Götze. Foi um golo históri-co, o seu 15º em Mundiais, igua-lando Ronaldo, o “Fenónemo”.

Até ao final, com o jogo par-tido, as duas equipas tiveram várias oportunidades para che-

gar ao triunfo, mas a igualdade manteve-se até ao final, sendo que, já nos descontos, Muntari viu um amarelo, que o retira do embate com Portugal.

P.A.S.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201414 JTM | ROTEIRO

A TDM-Teledifusão de Macau, S.A. faz público que se encontra aberto concurso público para a aquisição da Prestação de serviços de segurança privada para a empresa TDM – Teledifusão de Macau, S.A..

O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se patentes na Direcção Financeira e Administrativa da TDM-Teledifusão de Macau, S.A., sita na Avenida da Praia Grande nº. 429, Centro Comercial Praia Grande, 24º andar, Macau, e os mesmos poderão ser consultados nas horas do expediente, sendo as fotocópias dos referidos documentos, fornecidas, a solicitação dos interessados, mediante o paga-mento de MOP100,00 (cem patacas).

A fim de permitir aos concorrentes compreenderem os requisitos para a prestação dos respectivos serviços de segurança privada, a TDM vai organizar uma sessão de observação no local. Os concorrentes devem informar o Sector Aprovisionamento e Serviços Gerais dos nomes dos presentes (dois representantes no máximo), através do nº de telefone 85994522 ou do nº de fax 28518183 até às 18H00, do dia 23 de Junho de 2014, no sentido de facilitar a organização.

Hora de início da sessão de observação: Dia 24 de Junho de 2014, pelas 10H00Local de concentração: Porta junto do átrio da sede da empresa sita na Rua Francisco Xavier Pereira nº 157A

Os concorrentes deverão entregar as suas propostas na Direcção Financeira e Administrativa - Comissão de Abertura de Propostas - na Avenida da Praia Grande nº. 429, Centro Comercial Praia Grande, 24º andar, Macau, até às 18H00, do dia 10 de Julho de 2014. Além da entrega dos documentos referidos no respectivo programa do concurso e no caderno de encargos, deverá ser apresentado o documento comprovativo da caução provisória, no valor de MOP50,000.00 (cinquenta mil patacas) prestada em numerário, ordem de caixa (em nome da TDM-Teledifusão de Macau, S.A.), ou por garantia bancária. Caso a referida caução seja depositada em dinheiro ou em ordem de caixa, esta deve ser efectuada através da conta da TDM no Banco Nacional Ultramarino. Caso seja prestada em garantia bancária, esta não deve possuir quaisquer limitações de responsabilidade.

A abertura das propostas realizar-se-á no dia 11 de Julho de 2014, pelas 10H00 na Direcção Financeira e Administrativa, sita na Avenida da Praia Grande nº. 429, Centro Comercial Praia Grande, 24º andar, Macau. Os concorrentes ou seus representantes legais deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas, a fim de esclarecerem as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

Desde a data da publicação do presente aviso até à data limite de entrega de propostas do concurso público, devem os concorrentes dirigir-se à Direcção Financeira e Administrativa, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Aos 20 de Junho de 2014

O Presidente da Comissão ExecutivaManuel Gonçalves Pires Junior

O INSTITUTO INTERNACIONAL DE MACAUe o JORNAL TRIBUNA DE MACAU

felicitam os candidatos vencedores do “Concurso Cantá Bastiana”.

O anúncio e entrega de prémios aos trabalhos vencedores teve lugar no arraial de S. João.

1º lugar – Rigoberto do Rosário2º lugar – Virgílio Placé César

3º lugar – Carlos de Lemos

BastianaBastiana! Deus jã castiga vôs

Fazê vôs sã ôlo fica tortoNan sã só unga ôlo mas dôs

Quim mandá vôs querê pa ôtro.

Ôlo torto uide bom pã cozinháNan sã chiste que iou papiá

Unga ôlo bispã peixe na pratoOtrunga pôde vigiá gato.

Aos membros do Júri que colaboraram neste projecto, José Cabral Júnior, Fausto Manhão e Filomeno “Russo” Jorge,

bem como à Tuna Macaense que interpretou o trabalho vencedor, o IIM e o JTM expressa o seu público agradecimento.

TDM 13:00 TDM News 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:30 RTPi Directo 15:15 A Vida da Gente (Repetição) 16:00 Contraponto (Repetição) 17:00 Mundial do Brasil 2014 Grupo H: Coreia do Sul - Argélia (Repetição) 18:45 2014 FIFA World Cup Brazil Group G: USA - Portugal (Repetição) 18:45 Mundial do Brasil 2014 Grupo G: EUA - Portugal (Repetição) 20:30 Telejornal 21:00 TDM Desporto 22:10 A Vida da Gente 23:00 TDM News 23:30 Diário do Mundial 00:00 Mundial do Brasil 2014 Grupo B: Holanda - Chile (Directo) 02:00 RTPi Directo 04:00 Mundial do Brasil 2014 Grupo A: Camarões - Brasil (Directo) 06:00 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 History Of The Championships 14:00 The Championships, Wimbledon 2014 Preview 14:30 Best Of The Championships, Wimbledon 2013 - Women’s Singles Final 15:30 Best Of The Championships, Wimbledon 2013 - Men’s Singles Final 16:30 Wimbledon Official Film 2013 17:30 The Championships, Wimbledon 2014 Preview 18:00 (LIVE) FOX SPORTS Central 18:30 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2014 1st Round

31 STAR SPORTS13:00 Australian Ironman Championships 2014 14:00 FIA F1 World Champi-onship 2014 - Raceday Austrian Grand Prix 14:45 FIA F1 World Championship 2014 - Main Race Austrian Grand Prix 16:45 FIA F1 World Championship 2014 - Chequered Flag Austrian Grand Prix 17:30 Premier League Darts 2014 19:00 Eni FIM Superbike World Championship 2014 - Race 2 20:00 US Women’s Open Championship 2014 - Day 4 22:00 FIA F1 World Champion-ship 2014 - Highlights Austrian Grand Prix 23:30 Planet Speed 2013/14

40 FOX MOVIES12:15 End Of Watch 14:05 Percy Jackson: Sea Of Monsters 15:50 21 & Over 17:25 The Green Hornet 19:25 Unfinished Song 21:00 Night At The Museum 22:50 The Devil Wears Prada 00:40 Percy Jackson: Sea Of Monsters 41 HBO11:00 42 13:30 King Kong 16:30 Salmon Fishing In The Yemen 18:20 Saturday Night Fever 20:00 The Boxer 21:20 Kon-Tiki 23:35 Total Recall

42 CINEMAX11:30 Helter Skelter 13:45 Hollywood On Set 14:10 Black Snake Moan 16:00 Thoroughly Modern Millie 18:20 Justice League: The Flashpoint Paradox 19:40 Epad On Max 20:00 Blood Work 22:00 The Pacific 22:55 Spartacus: War Of The Damned 23:45 Gone

50 DISCOVERY13:00 How It’s Made 13:30 Factory Made 14:00 Taiwan Revealed: Body Reconstructed 15:00 Deadliest Catch 16:00 Mystery Of The Lost Islands Year 1 17:00 How Do They Do It? 17:30 How It’s Made 18:00 Man Vs. Wild 19:00 River Monsters: Untold Stories 20:00 Bear Grylls: Extreme Survival Caught On Camera 20:30 Destroyed In Seconds 21:00 Gold Rush 22:00 Bering Sea Gold 23:00 Dallas Car Sharks 00:00 Bear Grylls: Extreme Survival Caught On Camera 00:30 Destroyed In Seconds

51 NGC12:30 My Sri Lanka With Peter Kuruvita 13:25 Street Monkeys 14:20 Engi-neering Connections 15:15 Mega Factories 16:10 Building Wild 17:05 Last War Heroes 18:00 Street Monkeys 19:00 My Sri Lanka With Peter Kuruvita 20:00 Do or Die 21:00 Mega Factories 22:00 Building Wild 23:00 Last War Heroes 00:00 The Border

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Target Earth 16:00 Daredevils 17:00 Ancient Aliens 18:00 Kings Of Restoration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 20:00 Stor-age Wars 20:30 Counting Cars 22:00 Pawn Stars 23:00 Kings Of Restoration 00:00 Counting Cars

55 BIOGRAPHY13:00 Hoarders 14:00 Billy The Exterminator 15:00 Bondi Vet 17:00 Bag-gage Battles 18:00 Flip This House 19:00 Hideous Houses 20:00 Flipping San Diego 21:00 Flipping Boston 23:00 Hoarders 00:00 Flipping San Diego

62 AXN13:00 Hannibal 13:55 Csi: Miami 14:50 The Voice 16:40 Csi: Ny 17:30 24: Live Another Day 18:20 Csi: Miami 19:15 The Blacklist 20:10 American Ninja Warrior 21:05 Csi: Ny 22:00 Ncis: Los Angeles 22:55 Supernatural 23:50 Ncis: Los Angeles 00:45 Supernatural

63 STAR WORLD11:40 Miss USA 14:10 How I Met Your Mother 16:15 Scandal 17:05 Asia’s Next Top Model 18:00 Grey’s Anatomy 18:55 How I Met Your Mother 19:50 The Crazy Ones 20:45 New Girl 21:40 Raising Hope 22:35 The Crazy Ones 23:30 Grey’s Anatomy 00:25 Mistresses

82 RTPI13:30 Telejornal Madeira 14:00 Bom Dia Portugal-Directo 15:00 Os Nossos Dias 15:43 Especial Saúde 2013 16:16 Ler +, Ler Melhor 16:22 Bairro Alto 17:11 Ler +, Ler Melhor 17:20 Bem-vindos a Beirais 18:00Telejornal Ásia-Directo 18:29 Especial Saúde 2013 19:00 Os Filhos do Rock 20:00 Jornal da Tarde-Directo 21:13 Sons da Madeira 22:09 7 Maravilhas Naturais de Angola 22:21 Os Nossos Dias 23:04 O Preço Certo 23:51 Bairro Alto 00:37 Um dia, Cinco Estórias 01:12 Tanto Para Conversar 01:54 Visita Guiada 02:20 Bem-vindos a Beirais 03:00 Telejornal-Directo 03:43 Verão Total 06:22 7 Maravilhas Naturais de Angola 06:34 Visita Guiada

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

• • • TEMPO

260C/310C

• • • CÂMBIOSPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.93 8.03EURO 10.82 10.95YUAN (RPC) 1.239 1.293

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DOS ANIMAIS DE MACAU

TEL: 28715732/63018939ANIMA

TELEFONES ÚTEIS

CLUBE MILITAR DE MACAUAvenida da Praia Grande, 975, Macau

TEL: 28714000

• • • AMANHÃ 24/06

• • • HOJE 23/06250C/290C

WWW.SMG.GOV.MOA programação é da responsabilidade das estações emissoras

00:00

04:00 da madrugada de hoje

TDM/TDM HDHolanda vs Chile

Camarões vs Brasil

CINETEATROS1 Maleficient (3D)19:15

S2 The Eternal Zero-19:00

TORRE DE MACAUMalefiecient (3D)14:30 • 16:30 • 19:30• 21.30

GALAXYTHEATER VÁRIOSThe Amazing Spider - Man 2 (3D) - 14:10 • 16:10

THEATER 6Godzilla (3D) - 14:20

THEATER VÁRIOSOverheard 3 - 14:30 • 15:40 • 18:1018:50 • 20:40 • 21:20 • 22:50

THEATER VÁRIOSX-Men: Days of Future Past (3D) - 15:40 • 16:30 • 16:4018:10 • 18:50 • 20:40 • 21:20 • 22:50

THEATER VÁRIOSMaleficient (3D) -14:20 • 14:40 • 17:00 • 19:00 • 20:5521:15 • 23:00 • 23:50

THEATER VÁRIOSEdge of Tomorrow - 15:25 • 16:40 • 18:10 • 19:10 • 20:35 • 23:10

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | ACTUAL 15

Regressam os americanos ao Iraque? Ajudarão o governo de Maliki, com forças no terreno? Com ataques aéreos

ditos cirúrgicos, o que sempre transborda do “campo operatório”? Com o Iraque em polvo-rosa, lembro as palavras proféticas de Jacques Chirac, no Conselho de Segurança, ao negar, pelo veto francês, a legitimidade internacional da invasão. O que não deteve os invasores ...

O que disse o presidente?-Que não havia prova segura da existência

de armas de destruição maciça, sob controlo de Saddam;

-Que ninguém impõe a democracia pela força;

-E,mais significativamente ainda, que um governo de maioria xiita não era garantia de um regime democrático.

E Chirac interrogou-se sobre que planos haviam sido concebidos para a reconstrução política do país.

Chirac tinha razão e o veto justificado. O que deu aliás origem, como recordamos, a tentativa lamentável de Rumsfeld de teorizar sobre a velha e a nova Europa, atribuindo-se o direito de conferir certificados de bom com-portamento a alguns aliados, em detrimento de outros.

*************O mundo assistiu, incrédulo, à formação da

mais improvável das parcerias políticas, entre o presidente ultraconservador e um moderno, progressivo, primeiro-ministro .

Analisando esse período, creio que Blair se deixou seduzir por essa parceria. Porquê? Por-que queria estar no primeiro plano, tão forte como o mais forte. E ofendeu-se até quando os EUA lhe quiseram atribuir função não com-batente, na coligação. Sentiu que o seu papel diminuía... Foi a vertigem do poder, sob a capa de opções morais que se viu sem fundamento.

Hans Blix e os seus inspectores pediam mais tempo para indagar, quase cientes já de que as armas de destruição maciça não existiam. Bush negou a pequena dilacção.

E colocou o estimável Collin Powell a de-fender nas Nações Unidas aquilo em que não acreditava: a inevitabilidade da guerra, exibin-do “como prova” os célebres painéis, saídos da imaginação de uns tantos...

O próprio Saddam não acreditava no confli-to e a sua questão era simples e lógica:

- Então os americanos vão derrubar-me, para colocar os xiitas no meu lugar? Isso é to-talmente contrário aos interesses deles! Era a melhor geopolítica, do ponto de vista america-no, sem nenhum eco nos cérebros brilhantes de Washington.

E assim invadiu-se o país; derrubou-se o di-tador; desmantelaram-se as forças armadas e de polícia. Só que não havia plano para recons-truir, noutras bases, o que foi destruído.

E a rivalidade entre xiitas e sunitas foi as-sumindo gravidade imparável porque, como Chirac tinha dito: maioria xiita não significa democracia! E Maliki tem confirmado isso .

Perante o ataque sunita iminente a Bag-dade, Blair vem dizer agora que: “o que está a acontecer no Iraque não tem a ver com a invasão de 2003, mas com a inércia dos países ocidentais na actual crise síria...”

Inteligente como é, Tony Blair estabelece bem a distinção entre causas remotas e causas próximas... Confundir ambas agora é ainda querer auto-justificar-se...

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Lembrandoo veto francês

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

HONG KONG

Meio milhão em referendo informalMais de meio milhão de pessoas participaram no referendo sobre a reforma eleitoral em Hong Kong, uma votação não oficial lançada num clima de tensão, com a ala democrata a temer que Pequim recue na sua promessa de sufrágio universal

Fonte da Grande Loja Legal Portugal explicou ontem ao DN que foi uma “vitória lar-

ga” e que as eleições decorreram “com normalidade, sem nenhum incidente”. Júlio Meirinhos era apoiado pelo grão-mestre José Mo-reno, sendo visto pelos “irmãos” como o “candidato da continuida-de”. Daí que a sua vitória já fosse esperada, apesar dos fortes apoios do seu opositor.

José Pereira da Silva foi apoiado por figuras influentes da Loja Mozart – a mesma do ex-espião Jorge Silva Carvalho, acusado pelo Ministério Pú-blico de abuso de poder e violação do segredo de Estado no “caso das secre-tas”. O presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos (também arguido no caso), o ex-deputado do PSD, António Neto da Silva, e o venerável mestre da loja, o advogado Rogério Tavares, fa-ziam parte da entourage do candidato

derrotado.O “assalto” ao poder por parte da

Loja Mozart – desalinhada da lideran-ça da obediência desde o “caso das secretas”, que teve contornos como o controlo da facturação de um jorna-lista – não foi bem- sucedido. O des-conforto com a direção de José Mo-reno surgiu quando o grão-mestre se demarcou da loja e exigiu a suspensão de Silva Carvalho.

Apesar de já terem sido contados, segundo explicou ao DN fonte da GLLP, “os votos vão chegar à Comis-são Eleitoral só durante a semana”, sendo Júlio Meirinhos “confirmado como grão-mestre eleito na sessão de Grande Loja no próximo domingo”. No entanto, só em Setembro é que Meirinhos será formalmente “ins-talado” como grão-mestre. Até lá o título é do advogado e ex-chefe de gabinete de Manuela Ferreira Leite, José Moreno.

Só nessa altura é que Júlio Meiri-nhos apresentará a sua nova equipa. É expectável que escolha para a sua di-

recção vários dos elementos que com-põem a atual cúpula, nomeadamente o também vice-grão-mestre e deputa-do socialista Rui Paulo Figueiredo.

Como projectos para a obediência Júlio Meirinhos quer aumentar a pre-sença da obediência no País. No pro-grama eleitoral manifestou a vontade de “consolidar a nossa presença, com templos, em todo o país. O Porto é uma prioridade, mas vamos lutar para que todos os distritos tenham espaços condignos e bem localizados”.

No mesmo documento, Júlio Mei-rinhos garante que vai capitalizar o Fundo de Solidariedade (que existe para ajudar irmãos em dificuldades financeiras em tempos de crise), criar um seguro de saúde e também fundar um lar de idosos para maçons. Nas prioridades do mandato grão-mestre eleito, sabe o DN, está a organização da Conferência Maçónica Interame-ricana (encontro de Grandes Lojas de vários países) que se realiza no próxi-mo ano em Lisboa.

JTM/Diário de Noticias

PORTUGAL

Ex-residente eleito grão-mestreJúlio Meirinhos, ex-residente em Macau foi eleito grão- mestre da maior obediência da maçonaria regular em Portugal numa vitória por uma “larga margem”

Na tarde de ontem, dados da organização referiam que 514.996 pessoas tinham participado no “refe-rendo civil” informal em que se pede aos residen-

tes de Hong Kong para escolherem um de três métodos de votação para o próximo chefe do Executivo de Hong Kong, em 2017.

A adesão massiva superou as expectativas dos organi-zadores do “referendo”, no qual podem participar todos os residentes permanentes de Hong Kong com mais de 18 anos. A votação ‘online’ arrancou na sexta-feira e prolon-ga-se até ao próximo dia 29.

A plataforma de votação electrónica tem, contudo, sido alvo de ataques informáticos, os quais estão a ser inves-tigados pela polícia de Hong Kong, segundo garantiu o Secretário para a Segurança, Lai Tung-kwok, em declara-ções citadas pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

O arranque da votação ‘online’ foi ainda assim bem--sucedido, depois de o sistema ter sido bombardeado por milhões dos chamados ataques por negação do serviço du-rante um período anterior de pré-registo.

O “Occupy Central”, um movimento local pró-demo-cracia que organiza a votação, considera que uma elevada taxa de participação iria demonstrar a determinação de Hong Kong em conquistar o “verdadeiro” sufrágio univer-sal para a Região Administrativa Especial chinesa.

A implementação do sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo, em 2017, e para o Conselho Legis-lativo, em 2020, figura como o grande “cavalo de batalha” da ala pró-democrata da antiga colónia britânica.

O Chefe do Executivo de Hong Kong é escolhido por um colégio eleitoral formado por 1.200 membros, repre-sentativos dos vários sectores da sociedade, dominado por elites pró-Pequim. A China prometeu sufrágio direto nas próximas eleições para o chefe do Executivo em 2017, mas condicionadas a uma triagem, ou seja, a população poderá escolher o seu representante máximo mas apenas entre o universo de candidatos escolhidos numa pré-seleção por um comité.

Muitos democratas em Hong Kong temem que Pequim

escolha os candidatos a fim de assegurar a eleição de al-guém que seja do seu agrado.

Os residentes têm exercido o seu voto ‘online’ e através de aplicações de ‘smartphones’, mas ontem a organização espalhou urnas em toda a cidade.

As autoridades chinesas advertiram que qualquer re-ferendo em Hong Kong sobre o método de eleição do seu líder não terá qualquer base jurídica, pelo que será conside-rado ilegal e inválido.

Para 1 de Julho, data da transferência de soberania de Hong Kong para a China, está prevista, como habitual-mente, uma manifestação. Os organizadores da marcha pró-democracia esperam a participação de pelo menos 100 mil pessoas.

A Frente Civil de Direitos Humanos considera 2014 um ano crucial para Hong Kong por causa da reforma política, pelo que apenas uma elevada adesão ao protesto pode ga-rantir que o desejo do povo por verdadeira democracia é recebido em Pequim.

JTM/Lusa

Rui Pedro Antunes

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201416 JTM | OPINIÃO

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

NÃO SEI LER NEMESCREVER, ARRANJO

BRIGAS COM FACILIDADENÃO RESPEITO NINGUÉM...

DEPENDE.QUANTO PAGAM?

Com o coração em Malaca“Este livro é uma preciosa contribuição

para manter acesa essa luz de uma epopeia inspiradora

nesta conjuntura de inquietação mundial.”

Adriano Moreira, no prefácio

Há anos que venho acompanhan-do os projectos e as realizações muito positivas da Associação

Cultural Coração em Malaca, bem como a dedicação, os esforços e a capacidade de iniciativa da sua presidente, Luísa Timóteo, que trabalhou em Timor-Leste, de 2002 a 2005, ao serviço da cooperação portuguesa, ficando para sempre ligada ao país e às suas gentes. No seu livro “Por Malaca e Timor-Leste” (Editora de Prosa, Poesia e Teatro – Casa das Cenas, Sintra, Março de 2014), acabado de lançar em Lisboa, expressou, através destas senti-das palavras, a sua angústia na hora da despedida: “Como poderia ter coragem de lhes dizer que regressava a Portugal? Pensar que ia deixar tantos rostos que me sorriam diariamente, sorrisos contagian-tes que justificavam a minha presença, o meu trabalho, o amor e afecto que de-diquei a todos de igual modo, aos meus irmãos timorenses-portugueses, ao povo da jovem nação com passado, que Deus me concedeu o privilégio de conhecer”.

Acalentava, porém, outro propósi-to que faltava realizar, que era visitar Malaca. “Sempre em mente Malaca, tão perto de Timor-Leste. Um dever ainda por cumprir”. Abraçou, então, uma nova causa: a de promover, em Portugal e no vasto mundo lusófono, um melhor co-nhecimento da comunidade luso-descen-dente, ainda tão intensamente identifica-da com a pátria das suas raízes.

Foi assim que descreveu a primeira deslocação que fez a Malaca, na compa-nhia de duas amigas portuguesas resi-dentes na Malásia e do cônsul honorário de Portugal em Kuala Lumpur:

Malaca 2005“Recuei no tempo e, por muito estra-

nho que pareça, senti um bem-estar que me invadiu totalmente. (…)

A chegada ao bairro português foi plena de emoções. Era a alma da luso-fonia. Uma realidade difícil de imaginar, ouvir o toque do sino (toká sinu di greza) anunciando a saída de um funeral, sinais tão iguais aos sinais da aldeia que me viu crescer, Amial, freguesia de Ramalhal, onde fui batizada. Sem arredar pé, olhei em volta com olhos de ver e de sentir que aquele lugar era, também, o mesmo lu-

gar onde vivi. Questionei-me e, sem eu perguntar, disseram-me: mais um luso descendente que parte. No Bairro sauda-ram-me calorosamente ‘portuguesa de Portugal’ numa comparação de igualda-de aos ‘portugueses de Malaca’. À volta, uma mistura de afetos, fotografias, ves-tuário, peças mostrando a presença de Portugal. Estava no museu – assim me in-formaram. Mais do que o museu, o valio-so património humano está presente na comunidade através da religião, da cultu-ra, das tradições e da língua que teimam em não deixar morrer, nem o crioulo de Malaca (português antigo), que tentam com dificuldade preservar para as gera-ções futuras.

Argumentavam, com mágoa, que es-tavam esquecidos. Davam conta de mui-tas visitas oficiais de Portugal à Ásia, mas não a Malaca. Senti o desejo e a neces-sidade urgente de serem reconhecidos, pela persistência da continuação da nos-sa cultura e língua. Preocupações, tam-bém, com os mais novos que, aos pou-cos, vão deixando o bairro para procurar outras oportunidades. O sentimento de abandono agravado, após a saída do úl-timo padre, Manuel Pintado, missionário português de Freixo de Espada à Cinta, que mantinha uma presença conciliadora importante. Foi ele que nas suas prega-ções manteve o crioulo de Malaca (papiá português).

As histórias contadas pelo meu pai prendiam-me… eram a continuação das que não teve tempo de contar nem tempo de me ouvir contar.

Lamentos duma comunidade lusa que sente saudade, solidão e abandono de Portugal, ‘berço da sua nação’ afirma-vam.

Lamentos sinceros ficaram-me no coração, nascendo em mim a caminha-da que teria que percorrer. As emoções, como o legado herdado, bateram forte na minha alma. Uma força se apoderou de mim e, sem sombra de dúvidas, pro-meti o reforço da amizade. Jurei que não seriam esquecidos. Deixei lá um compro-misso: não os esquecer e divulgar o quan-

FALAR DE NÓSJorge A. H. Rangel*

to nos estimam e esperam.Evocando Torga (1990): ‘Aqui começa

a nova caminhada. / Se a levar ao fim, darei louvores a Deus, / Como meu Pai, ao despegar / Do dia ganho. / Não por haver chegado, / Mas ter acrescentado / Um palmo de ilusão ao meu tamanho.’

Comentei com as minhas amigas este ardente sentimento, também por elas já amadurecido, o que me levou a sonhar com a constituição de uma Associação por Malaca, em defesa da comunidade, tradições, cultura e língua, citando o ex-certo do livro ‘O Bairro Português de Ma-laca’, publicado por Guimarães e Ferreira (1996): ‘Uma língua contém e define um modo de ser e de ver o mundo. Enquan-to dura, um certo tipo de personalidade existe: com o seu desaparecimento é um certo homem que morre. A Língua tem relação intrínseca com todos os elemen-tos que integram e dão rosto a uma cultu-ra; ela é um dos pilares sobre que assenta a pertença ao grupo: Se falo tal língua en-contro-me com os que a falam, distingo--me e distancio-me dos que a não falam. Para os luso-descendentes de Malaca a língua foi, e é, juntamente com a religião, carácter decisivo para a existência e defi-nição do grupo.’”

Povos CruzadosRegressada a Portugal e animada pe-

las colaborações e adesões que soube con-gregar, aquele desígnio foi ganhando for-ma e, pouco depois, estavam criadas as condições para o arranque da Associação Cultural Coração em Malaca (Korsang di Melaka) e os projectos no seu âmbito co-meçaram a concretizar-se, com apoios do

MAS ESTÁ A PENSAR ENGRAVIDAR...?

Instituto Camões e de outras entidades. “Povos Cruzados” foi o nome dado a um conjunto de iniciativas, abarcando acções no âmbito do folclore, com especial aten-ção dada às danças e aos cantares, aulas de língua portuguesa, a colocação, ali, de uma bolseira qualificada, um registo do património, a criação de um centro do-cumental, projectos de natureza social e a promoção de deslocações a Portugal de membros destacados daquela comunida-de “que deseja ver garantida a sua acei-tação na estrutura sócio-política onde se insere com as suas diferenças culturais, que definiram um património de valores a preservar reconhecido pela UNESCO, que Portugal não deve esquecer nem abandonar”.

Que não faltem as ajudas necessá-rias, porque o entusiasmo, a vontade e o conhecimento existem em alto grau. As Fundações Calouste Gulbenkian, Ci-dade de Lisboa, Macau e Oriente, assim como os Serviços de Turismo de Macau e o Instituto Cultural de Macau, além do Instituto Camões, viabilizaram projectos úteis, embora nem sempre com a indis-pensável continuidade. A Administração Portuguesa também concedeu bolsas a estudantes de Malaca para a frequência do ensino superior em Macau.

Oxalá a Associação, em articulação com os homens bons do “Kampung Portu-gis”, possa agora avançar bastante mais. Aquela comunidade, da qual também guardo indeléveis recordações, merece-o plenamente..

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.ªs feiras.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | OPINIÃO 17

NESTE LUGARHelder Fernando*

A moda da integração1. Pelos testemunhos que obtive,

foi patético o aparecimento de se-guranças, de rompante, pelo salão

universitário, quando uma estudante, precisamente no dia da sua graduação, levantou um papel onde se lia que não devem ser perseguidos os professores que manifestam publicamente opiniões não coincidentes com os padrões oficiais. Arrastaram-na para o exterior, o que ge-rou um reboliço e contactos físicos nada agradáveis com outras pessoas. Acon-teceu na Universidade de Macau esta violência sem sentido, no preciso dia em que a referida estudante, e outros, recebiam as respectivas graduações. Ficaram todos a perceber que isto do “segundo sistema” nesta RAEM é, por vezes, matéria complexa para algumas mentes complexadas, porventura ima-ginando que a vocação, e o direito, de a China controlar o sistema económico e financeiro da generalidade do que está dentro das suas fronteiras, tem a mesma dimensão, nesta região especial, de uma estudante levantar um papel na cerimó-nia de graduação.

Pessoal estudante, é melhor prepara-rem-se para os gorilas de gravata, mas-culinos e femininos. Ou tentarem pre-pará-los sobre o tal “segundo sistema” formalmente ainda em vigor na região de Macau - e talvez na ilha da Montanha - bem como as virtudes da consciência cívica, e política também, os caminhos vários da cidadania.

Talvez os nervosos “seguranças” da trasladada Universidade de Macau se tornem um bocadinho receptivos a pon-to de darem uma palavrinha a quem obedecem.

É também com estas arremetidas desproporcionadas, à mínima alteração de qualquer sentido, estético até, dos pa-drões impostos por alguém que não se sabe bem quem é, que se regam as revol-tas. Já deviam saber. A luta dos homens e das mulheres pelos seus direitos tem, felizmente, uma longa e colorida histó-ria, inclusive chinesa.

Não é preciso ser politólogo, ou mes-mo político profissional, para saber que o primeiro passo de um governante é es-tudar e saber, no terreno, não uma vez, mas em permanência, o que desagrada

Dito“Temos de controlar bem as emo-ções, ter o domínio do jogo, definir como e quando queremos pressionar o adversário. É fundamental acabar o jogo em igualdade numérica. Temos de lidar com os nosso sentimentos”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

23/06/1994

HASTA PÚBLICA DOBRA PREÇO DO TERRENOO Governo arrecadou 342,5 milhões de patacas na concessão, em hasta pública, de um terreno de 6840 me-tros quadrados nos Novos Aterros do Porto Exterior (NAPE). O terreno, a concessionar por arrendamento, foi arrematado pela “Companhia de Investimento Predial Chon Hou”, que se dispôs, assim, a pagar cerca de 52.855 patacas por metro qadrado Aquele espaço que resultará de um aterro ainda em fase de construção, destina-se a habitação, comércio, es-tacionamento e equipamento social, tendo ido à praça pelo preço base de licitação de 185 milhões de patacas. Participaram na hasta pública nove concorrentes, que prestaram uma caução de 18,5 milhões de patacas para serem admitidos a concurso, tendo o montante mínimo de licita-ção dos lances sido fixado em 100 mil patacas. No âmbito da Declaração Conjunta luso-chinesa, o governo de Macau tem de entregar à República Popular da China 50 por cento das rendas provenientes das concessões de terrenos, depois de deduzidos os custos médios de produção de terras. A parte entregue à China é deposita-do num fundo em nome da Região Administrativa Especial de Macau, tendo o chefe da delegação chinesa ao Grupo de Terra luso-chinês, Ding Baonian, indicado em 9 de Junho que o montante naquele fundo é de 4,6 mil milhões de patacas. O terreno no NAPE foi arrematado em 52 lances, mas sete dos concorrentes desistiram ao 17º lance, quando o preço era de 335,4 milhões de patacas, mantendo--se na corrida a “Chon Hou” e Leong Wai Man, que se apresentou em hasta pública em nome individual. O lance mais elevado, o segundo, foi de 50 mi-lhões de patacas e foi oferecido pela empresa “Lucky-day”, tendo três dos nove concorrentes comparecido na hasta pública sem fazer nenhuma oferta. O presidente da “Chon Hou”, Chan Hak Kim, disse no final da has-ta pública que a companhia possui capitais de Macau e Hong Kong, mas fontes ligadas ao sector imobiliário do Território indicaram que a empre-sa vencedora da hasta pública está igualmente ligada a investidores da cidade de Jiangmen, na província de Guangdong. “O resultado desta hasta pública corresponde às nossas previ-sões, pois esperávamos que o preço final rondasse os 350 milhões de pa-tacas”, disse Chan Hak Kim. “Temos confiança no futuro, até porqe este lote de terreno situa-se numa área privilegiada e o aeroporto internacio-nal de Macau, que estará operacional no próximo ano, irá contribuir para o desenvolvimento do mercado imobi-liário do Território”, acrescentou

Paulo Bento em conferência de Imprensa

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

Emprego feminino com contratos Durex

Dos jornais: “Há empresas que estão a obrigar traba-lhadoras a assinar por escrito que não vão engravi-dar nos próximos cinco anos.” Quanto a mim, o que

urge são aulas básicas de educação sexual aos patrões: não, a gravidez não se apanha não assinando por escrito. Aliás, assinar não é um método contraceptivo. E para prazos tão dilatados, cinco anos, o melhor é a castração química do marido da funcionária: “Querido, arranjei emprego, mas tens de passar na clínica da empresa...”

Estes contratos Durex baralham-nos o vocabulário. A medicina no trabalho agora vai chamar-se obstetrícia? To-dos os dias, ao entrar, eles picam o ponto, já elas fazem o teste de gravidez. A gravidez, passando a ser a falta laboral mais grave, acima de roubar a empresa está ovular.

Engravidar por acaso dá direito a despedimento, por inseminação artificial, já revela dolo, além de ir para a rua tem de se pagar indemnização ao patrão.

trabalhar, a Ivete era um fenómeno e foi despedida: o patrão receou que se tornasse um fenómeno reprodutivo.

Já Marília, a mulher de limpeza, chegava de madrugada ao escritório e trabalhava às escuras: não queria ser apanhada a dar à luz.

Levar trabalho para casa, elas podem, mas têm de dei-xar o útero no cofre da firma. Recursos Humanos, comu-nicação interna: “Dona Olga, os nossos serviços ainda não receberam os dados sobre a sua última menstruação.”

E eles, quando emprenham pelo ouvido, também são sancionados?

JTM/DN

às populações.

2. Integração. Depois da comédia com a concepção oficial sobre os denominados talentos de Macau,

integração é a palavra do momento. Talvez seja positivo para Macau a

chegada de tanta integração. A moda pode até vir a ser exemplo para o mun-do. integrem-se uns aos outros e multi-plicai-vos. De preferência com integra-ção de inteligência, nas governanças, nas empresas, no movimento associati-vo, nas religiões, no desporto. Os frutos aparecem, começando logo pelo prestí-gio, quando se mostra e fomenta, a par das vulgaridades para entreter, o que existe de validamente mais culto - numa região, num país. Saber apresentar, fu-gindo do óbvio, os lados mais fortes, mais ousados, mais criativos, é dignifi-car esses protagonistas, a sua origem e também quem os divulga.

Da boca para fora de uma série de senhores e senhoras que vivem desa-fogadamente, ouve-se também falar de Macau como uma região de competitivi-dade, embora, em português, se costume atropelar a palavra. Talvez não se oiça mencionar, ou então dizem baixinho, a

expressão “inteligência competitiva”, que não deve ser unilateral, apenas ao alcance de um dos lados, dos mais po-derosos, por exemplo. A inteligência competitiva deve ser aculturada por to-dos os parceiros e com benefício colec-tivo. Inteligência colectiva não somente

dos que estão do lado do ganha-ganha, mas também das outras frentes, dos que laboram, dos que possuem ideias, até mesmo do lado dos que consomem. A inteligência empresarial - ou a falta dela - deve habituar-se à ideia de que todos têm o direito natural ao quinhão de fe-licidade.

A palavra integração aplica-se per-feitamente na exigência de cultura e inteligência no mundo empresarial, administrativo, governativo, no sector produtivo, no consumidor. Só pode ser positiva a inteligência competitiva in-tegrada ou agregada, estrategicamente, entre todas as partes envolvidas.

Nenhum governante, por mais alto que circunstancialmente tenha subido, deve presumir que tudo sabe. O cida-dão também não deve intuir que o seu superior na empresa, na instituição, na governação, pelo facto de o ser, se trans-forma num sabichão a dar ordens, ou numa vaca sagrada. Todos conhecemos tristíssimos exemplos em que os desgra-çados nem lá em casa lhes deixam ter a última palavra.

* Radialista. Escreve neste espaço às segundas-feiras.

É também com estas arremetidas despropor-cionadas, à mínima alteração de qualquer

sentido, estético até, dos padrões impostos por alguém que não se sabe bem quem é,

que se regam as revoltas. Já deviam saber. A luta dos homens e das mulheres pelos seus

direitos tem, felizmente, uma longa e colori-da história, inclusive chinesa

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Segunda-feira, 23 de Junho de 201418 JTM | LAZER

Pergunta: Os dados pessoais do pessoal duma firma são tratados pelo departamento pessoal, mas com o aumento da dimensão e para optimizar a gestão, a firma espera usar a intranet

para compartilhar dados do pessoal para o responsável e funcionários relacionados dum determinado departamento, viola assim a Lei da Protecção de Dados Pessoais?Resposta: Conforme o disposto da alínea 5) do n.º 1 do artigo 4.º da Lei da Protecção de Dados Pessoais, a firma como responsável pelo tratamento de dados pessoais tem direito de decidir a finalidade e as formas do tratamento de dados, bem como o prazo de preservação de acordo com a realidade. Porém, a mesma firma tem que assumir também as eventuais obrigações jurídicas do tratamento de dados. Por isso, a firma deve assegurar a segurança do tratamento de dados, elaborar regras de conduta para o pessoal do tratamento de dados a fim de garantir a ética e prudência para o tratamento de dados pessoais.

( O texto é oferecido pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais. A linha aberta é 28715666 )

Modelo por

acasoSarah Brandner

é uma bela modelo alemã

que entrou numa das profissões

mais cobiçadas do mundo por

“acidente”, ao ser descoberta por um

agente de moda aos 17 anos, em plena rua. Agora

com 26 anos, a bela alemã saltou para ribalta sendo uma das super modelos mais requisitadas

do mundo, e já fez trabalhos para

várias revistas de renome

internacional.

Ben Affleck volta a cair no vício do jogoApesar de saber que a mulher não aprova, Ben Affleck aproveitou o tempo livre das gravações do seu novo filme para visitar um casino. Já em Maio, Affleck foi apanhado por um outro casino a contar cartas para ter mais hipóteses de ganhar no blackjack. Em 2008, nesse mesmo jogo, o galã de Hollywood amealhou cerca de 800 mil dólares norte-americanos. Há poucos dias, o casal foi notícia na imprensa por, alegadamente, estar com problemas na relação devido ao vício do actor. Segundo uma fonte da revista Star, Jennifer Garner chegou mesmo a desmarcar uma viagem de família por esse motivo.

Daniela Ruah casou-se com David OlsenDaniela Ruah, de 30 anos, já é uma mulher casada. A actriz deu o nó com o duplo norte-americano David Olsen, de 37, pai do seu filho, River Isaac, de cinco meses. A cerimónia aconteceu no Hotel Farol Design, em Cascais, e contou com a presença de 120 convidados, entre familiares e amigos do casal.

Jared Leto pode substituir Will Smith em thrillerO actor de “Dallas Buyers Club” - que ganhou o Óscar de Melhor Actor Secundário pelo seu papel no filme - está em negociações para ser protagonista da adaptação da novela de Marcus Sakey após Will Smith abandonar o projecto no último mês. Segundo o “The Hollywood Reporter”, Smith decidiu deixar o filme - que será dirigido por Juliu Onah e cujo guião será escrito por David Koepp - por aparentes conflitos de agenda. Jared Leto, de 42 anos – que esteve afastado seis anos da indústria do cinema – tem-se ocupado com a banda Thirty Seconds to Mars, na qual é vocalista, enquanto procura por novos projetos para o grande ecrã.

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Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Alyson Tam

Viver em Macau pode parecer fácil, mas na prática não é. To-dos os dias temos que enfren-

tar milhares de pessoas nas ruas, nos autocarros, nos supermercados, um pouco por todo o lado. Quando vim para Macau estudar tinham-

-me dito que era uma cidade calma, praticamente sem crime violento e onde a taxa de desemprego era muito baixa. Na verdade, quando cheguei tive essa sensação mas imediatamente a minha opinião mudou. Tenho dúvidas no que diz respeito à política de emprego. O Governo anda sempre à procura de

mão-de-obra, mas não compreendo porque é tão di-fícil para um estudante encontrar um emprego, mes-mo que seja em part-time. Quem entra com visto de estudante, não pode trabalhar e assim que terminar o seu curso, tem que sair. Penso que essa política não corresponde às necessidades do território.

Sonho realizadoCarlos Pamintuan é um amante de aviões. Segundo contou ao GENTE GIRA, teve a sorte de assistir a uma exposição com aviões recentes

mas também com alguns

exemplares que combateram na Segunda Guerra

Mundial.

Parabéns Keng Fong!David Chiu e os amigos organizaram uma festa a Keng Fong. O dia da celebração não correspondeu ao dia do aniversário por questões de agenda, mas os amigos,

que se conhecem há mais de 20 anos, não deixaram passar a data em branco.

Macau Fitness celebra aniversário com estrela mundial

André Café Chaves é um grande fã de Ronnie Coleman, que visitou o território recentemente. O conhecido Mr. Olympia esteve no Macau Fitness na celebração

do terceiro aniversário do ginásio. Relaxar nas

FilipinasCésar Ferreira

recebeu a visita dos pais e decidiu mostrar-lhes uma pontinha da Ásia. Para tal viajou até à ilha de Boracay, nas Filipinas onde

passaram umas férias relaxadas, antes da

viagem de regresso a Portugal.

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20 JTM | ÚLTIMA Segunda-feira, 23 de Junho de 2014 • Fecho da Edição • 00:00 horas

Panda Sam Sam morreu ontem devido a complicações de saúdeA panda fêmea Sam Sam morreu ontem, dia 22, pelas 20:18. O Instituto para os Assun-tos Cívicos e Municipais convocou a imprensa ao final da noite comunicando que a panda fêmea sofria de mau funcionamento dos rins e inflamação do intestino e estava doente desde finais de Maio. Peritos de Sichuan e Macau vão agora analisar o caso. Hoje, segunda-feira, o recinto do Pavilhão dos Pandas, em Seac Pai Van, está fechado. Recorde-se que os pandas Hoi Hoi e Sam Sam vieram da província chinesa de Sichuan, a sua terra natal, e foram alojados no Pavilhão dos Pandas desde Janeiro de 2011.

Mais de 4.000 famílias beneficiaram da ajuda do Banco AlimentarMais de 4.000 famílias, ou um universo superior a 7.000 pessoas, beneficiaram da ajuda do banco alimentar em Macau desde setembro de 2011, disse agência Lusa o secretário-geral da Caritas. A gestão do banco alimentar, criado pelo executivo de Macau em 2009 para proporcionar alimentos de primeira necessidade aos mais desfavorecidos, foi entregue à Cáritas em setembro de 2011.O Instituto de Ação Social (IAS) prolongou, no ano passado, a gestão do serviço de apoio alimentar de cur-to prazo pela Caritas até ao final de 2014. A fim de chegar a mais famílias que se encontram à margem da rede de subsídios ajudando-as a fazer face à inflação – que atingiu 5,89% em maio último –, o IAS foi alargando o prazo do apoio – atualmente é de dez semanas – e reviu em alta o apoio alimentar diário ‘per capita’ de 32 para 36 patacas (de 3 para 3,3 euros). Nas Linhas de Ação Governativa para 2014, o chefe do executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, também anunciou o aumento do montante do limite máximo de rendimentos de 1,7 vezes para 1,8 vezes relativamente ao valor do índice mínimo de subsis-tência, a fim de alargar o universo de elegíveis. A partir de 1 de Julho, o valor do índice mínimo de subsistência vai passar de 3.670 para 3.800 patacas (de 332 para 334 euros) no caso de um agregado composto por um elemento.

Contra muitas vozes de mau agouro, o Mundial 2014 que se está a disputar no Brasil está a ser dos melhores de sempre. Os estádios acabaram por ficar prontos, as ban-cadas têm estado cheias, não tem havido distúrbios significativos e mau grado o calor, a humidade e algumas duvidosas arbitragens tem-se assistido a um futebol rápi-do e com muitos golos.

Aqui e ali, surgiram algumas surpresas tácticas muito interes-santes, que os técnicos não vão dei-xar de analisar nos próximos me-ses. Também para analisar está a introdução de novas tecnologias no golo, e mesmo o uso de tinta para fixar a bola e a distância nos livres.

Basicamente, porém, neste Mun-dial nada mudou. Estão à frente as equipas que melhor conjugaram o talento com a disponibilidade físi-ca e mental para lutar pela vitória. Ganha quem sabe, quem tem per-nas e faz uso delas.

Esta manhã, quando este jor-nal chegar às bancas em Macau já se saberá qual a atitude com que a selecção portuguesa, dos jogadores aos seus técnicos e responsáveis, apresentou frente aos EUA.

A selecção é de Portugal, mas eles é que trabalham!

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Eles é quetrabalham!

Rui Costa tricampeão na Volta à SuíçaRui Costa esperou pela última etapa para dar o golpe fatal e conquistar a terceira vitória con-secutiva na Volta à Suíça, feito nunca antes alcançado. O campeão do Mundo, que partiu para a derradeira tirada no terceiro lugar, a 1.05 minuto do alemão Tony Martin, venceu a etapa, de-pois de deixar o suíço Mathias Frank (IAM), o primeiro a atacar nos derradeiros quilómetros da subida para a meta. O triunfo na etapa, e consequentemente na Volta à Suíça, constituem as primeiras vitórias do ciclista português com a camisola de campeão do Mundo, que agora vai defender na sexta-feira, no Sabugal, o título de campeão nacional de contrarrelógio.