ISSN 2176-1396

FORMAÇÃO DOCENTE NO CURSO PROUCA-TO:

RECONTEXTUALIZAÇÃO DE OFICINAS TEÓRICO-PRÁTICAS NAS

ESCOLAS PÚBLICAS

Silvana Donadio Vilela Lemos1 – Centro Universitário Senac

Grupo de Trabalho – Formação de Professores e Profissionalização Docente

Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O presente artigo é o recorte do Relatório Técnico das Oficinas Teórico- Práticas do Curso de

Formação do Prouca-Tocantins, desenvolvidas com profissionais das escolas municipais, no

período de agosto de 2013 a dezembro de 2014. De início, pretende-se apresentar a proposta

do Curso de Formação Prouca-Tocantins, destinado a formar professores e gestores de escolas

públicas municipais para o uso pedagógico das Tecnologias Digitais de Informação e

Comunicação (TDIC), a partir do emprego do laptop educacional. Em seguida, relatar a

concepção de três oficinas e a sua recriação em três escolas municipais, dentre as 15 oficinas

ofertadas no curso de formação. A metodologia teve como base a análise de um Relatório

Técnico das Oficinas Teórico-Práticas do Curso de Formação do Prouca-Tocantins. Com base

na análise do documento, depreende-se que a inserção das TDIC e do laptop a partir de

projetos temáticos, estimulou nova forma de alunos e professores comparecerem, no ato

educativo, como parceiros de equipes, protagonistas na busca por conhecer, comunicar e

expressar os novos saberes, em diferentes linguagens midiáticas. Há evidências, pelas práticas

pedagógicas com o uso das TDIC e do laptop educacional, da expansão do tempo e espaço

dos estudos para fora de sala de aula. É possível afirmar que os estudos realizados nas

Oficinas contribuíram para minimizar a insegurança dos professores em integrar os recursos

das TDIC e do laptop. Porém, dentre o desafios, tem-se os diferentes níveis de apropriação

tecnológica e pedagógica, e a continuidade do tempo de formação dentro da escola. Diante de

tal constatação, emerge a necessidade da formação contínua e em serviço, a partir de um

conjunto diferenciado de Oficinas que assegure a manutenção dos estudos.

Palavras-chave: Formação docente. Oficinas teórico-práticas. Recontextualização. Escolas

públicas. Inovação e desafios educativos.

1Doutora e Pós-Doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), do Programa de Pós –

Graduação Educação: Currículo. Integra o Grupo de Pesquisa - Novas Tecnologias Aplicadas à Educação

(PUC-SP). E-mail: sil.lemos@uol.com.br

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Introdução

De início, a intenção é relatar, brevemente, a proposta do Curso de Formação

ministrado aos profissionais das escolas públicas municipais do estado de Tocantins. Em

seguida, apresentar a concepção e a recontextualização de três Oficinas Teórico-Práticas, pela

proposta de projetos temáticos em escolas municipais do estado de Tocantins.

O projeto Prouca-Tocantins é uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação do

Tocantins (Seduc), com a União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime), e orientação

da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que atuou em cooperação com a

Universidade Federal de Tocantins (UFT), no projeto Um Computador por Aluno (UCA).

Relevante expressar que o objetivo do curso foi preparar os professores e gestores de

escolas ligadas às redes de ensino de diversos municípios de Tocantins.

O curso de formação propôs-se, por meio do “aprender fazendo”, a possibilitar a

apropriação crítica da inserção das TDIC e, em especial, dos recursos do laptop educacional,

no currículo escolar.

Durante as etapas do curso, foi possível incentivar o estudo crítico e a depuração de

práticas pedagógicas com o uso das TDIC e do laptop, mediados pelas discussões de artigos e

vídeos, além da experimentação e recriação das Oficinas Teórico-Práticas.

A rede colaborativa de aprendizagem foi construída na modalidade semipresencial, no

espaço e tempo destinados à formação na escola e no Ambiente Virtual de Aprendizagem

(AVA), pela plataforma Moodle, nos Fóruns de Discussão.

Na Etapa 1, denominada Tecnologia na Escola, o curso promoveu, no AVA, a reflexão

sobre a inclusão digital na escola e o potencial das TDIC, na expansão de conhecimentos.

Os profissionais das escolas passaram pela experimentação de sete desafios do UCA e,

assim, exploraram os diferentes recursos disponíveis no laptop educacional.

Na Etapa 2, intitulada O Currículo e as TDIC: Elaboração de Projetos e a Atuação do

Formador, foi possível pensar o potencial pedagógico de aplicação dos recursos do laptop às

práticas pedagógicas. Dentre os recursos do laptop educacional, pode-se citar: o editor de

texto (writer), o editor de apresentações (Impress), o navegador Firefox e a câmera para

filmar e fotografar.

Foram ofertadas, na primeira parte desta etapa, as seguintes oficinas:

1. D. João Carioca. A corte portuguesa chega ao Brasil em 1808: o Impress a serviço

da construção de HQ.

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2. Jornal Mural: do Papiro ao Blog.

3. Meio Ambiente: Resíduo Sólido Urbano “Lixo”.

4. Livro Digital: deixando o “velho” com cara de novo.

5. Segurança na Internet.

Na segunda parte, objetivou-se promover reflexões sobre a Elaboração de Projetos a

partir de três eixos: projetos, currículo e tecnologias. E, na terceira parte, um novo conjunto

de oficinas foi ofertado.

1. Ditado de Imagens.

2. Luz, Sombra e Muita Diversão.

3. Resgatando Minhas Origens.

4. Identificando Polígonos nos Pontos Turísticos de Tocantins.

5. Quem Canta Seus Males Espanta.

Na Etapa 3, promoveu-se a reflexão, avaliação e depuração do Projeto Político-

Pedagógico, a elaboração do Plano de Ação no processo de implantação das TDIC e do laptop

na escola, e a construção do Projeto de Gestão Integrado de Tecnologias (Progitec).

Para estudos complementares, foram disponibilizadas cinco Oficinas Teórico-Práticas:

1. O Meio Ambiente em que Vivemos.

2. Fazendo Arte com as Linguagens.

3. A Lógica Criativa e Objetos de Aprendizagem.

4. Etnias Indígenas do Estado de Tocantins: Cultura e Memória.

5. Autorretrato para Quebrar a Cabeça.

Este artigo apresenta a metodologia da pesquisa, a concepção de três oficinas e sua

recontextualização a partir de projetos temáticos desenvolvidos em três escolas públicas

municipais, no Estado de Tocantins, além das evidências de inovação e desafios educativos.

Metodologia

Adotou-se como pressuposto a pesquisa qualitativa que permitiu compreender a

riqueza que há, entre as experiências dos seres humanos, no processo educacional.

Como procedimento metodológico, foi analisada, no Relatório Técnico das Oficinas

Teórico-Práticas (RELATÓRIO TÉCNICO, 2011-214), a concepção de três oficinas e a sua

recontextualização a partir de três projetos temáticos.

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Para subsidiar a análise das informações constantes no documento do relatório, partiu-

se do referencial teórico de Bogdan e Biklen (1994). A palavra escrita emerge como conteúdo

e fonte significativa para compor os dados na pesquisa.

Escolha das Oficinas Teórico-Práticas

No Curso de Formação Prouca-TO foram ofertadas 15 Oficinas Teórico-Práticas, com

a distribuição de cinco oficinas em cada uma das Etapas 1, 2 e 3. As oficinas, sem exceção,

continham o mesmo princípio fundamental que é formar o profissional da escola, pelo

Aprender Fazendo, a experimentar, pensar o potencial pedagógico das TDIC e do laptop, de

modo a prepará-lo para conceber projetos de uso integrado da tecnologia com o currículo.

A par disso, optou-se por eleger as oficinas da fase introdutória do curso de formação,

na Etapa 1.

Para chegar às três oficinas de análise, o critério consistiu em não repetir os autores e,

em seguida, fazer a seleção de forma aleatória.

Dessa forma, as oficinas escolhidas foram:

1. O Impress a serviço de HQ, das autoras Silvana Donadio Vilela Lemos e Cleide

Maria dos Santos Muñoz;

2. Meio Ambiente: Resíduo Sólido Urbano “Lixo”, do autor Rafael Montanhini de

Oliveira, com adaptação de Katia Alexandra de Godoi;

3. Redes Sociais e Segurança na Internet, das autoras Maria Eduarda de Lima

Menezes, Mariza Mendes e Silene Kuin.

Escolha dos Projetos Temáticos das Escolas

Após a definição das três oficinas, foi possível selecionar, dentre os 15 projetos

temáticos descritos no Relatório Técnico (2011-2014), três que recontextualizaram as

temáticas das oficinas.

Dessa forma, os projetos temáticos são:

1. História em Quadrinhos: uma Porta para Leitura, Escola Municipal Vitor Dias,

Darcinópolis/TO.

2. A Poluição no Meio Ambiente e a Tecnologia, Escola Municipal João Pessoa, São

Miguel do Tocantins/TO.

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3. Projeto Segurança na Internet: Navegar É Preciso, da Escola Municipal Moderna,

Araguaina/TO.

Desenvolvimento

Neste item, a proposta consiste em apresentar a concepção pedagógica de três Oficinas

Teórico-Práticas e a sua recontextualização em três escolas públicas municipais do Estado de

Tocantins.

A Concepção das Oficinas Teórico-Práticas

Na primeira etapa da oficina, o convite consistiu em convidar os professores para a

apropriação das seis características que compõem uma História em Quadrinhos (HQ). O

requadro, a calha, o balão e recordatório, a onomatopeia, o desenho/ ou a imagem e a

narrativa visual.

Em seguida, busca-se incentivar uma retrospectiva histórica sobre os contextos

histórico, econômico e social do século XIX, em Portugal e, principalmente, no Brasil.

O impress a serviço da construção de HQ, das autoras Silvana Donadio Vilela Lemos e

Cleide Maria dos Santos Muñoz

A pesquisa investigativa pela internet e a leitura do livro sugerido, D. João Carioca: a

Corte Portuguesa Chega ao Brasil (1808-1821), de Schwarcz (2007), subsidiaram os

conhecimentos em relação ao contexto histórico; conteúdo imprescindível na elaboração do

texto no formato de HQ.

Buscou-se conhecer a História do Brasil do século XIX, de forma investigativa, entre

equipes de trabalho e em coautoria. As TDIC e os recursos do laptop a serviço da expansão

das fontes de informações e, portanto, do universo da leitura, do registro das informações, da

autoria e coautoria das criações e da publicação de histórias no blog da escola.

A inserção da Internet está a serviço do acesso a uma gama variada de informações,

pela pesquisa em diferentes sites educacionais, além da oportunidade dos professores

ensinarem os alunos a selecionar, organizar, compartilhar e interpretar informações e a

posterior experiência de sistematizar a memória escrita das ideias, na pasta do editor de texto

(writer) contido no laptop.

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A proposta da oficina consistiu em estimular a utilização de diferentes recursos do

laptop, entre eles, o navegador Firefox, o editor de texto (writer), o editor de desenho para

desenhar e colorir e o editor de apresentações (Impress), para potencializar situações de

aprendizagem que convidam os alunos a pesquisar, expandir a leitura e a coautoria de ideias

em diferentes linguagens (imagética e textual).

Meio ambiente – resíduo sólido urbano “lixo”, do autor Rafael Montanhini de Oliveira e

adaptação de Katia Alexandra de Godoi

Na oficina, a proposta consistiu em pensar a realidade em que se vive e os resíduos

produzidos na sociedade e escola.

A temática convida ao intercâmbio de conteúdos entre as diferentes disciplinas. Em

Ciências, é possível estudar os resíduos que compõem o lixo e os males que causa; em

Matemática, é possível realizar o levantamento e a quantidade do total e per capita de

resíduos produzidos na escola; já em Língua Portuguesa, os alunos podem pesquisar sobre a

produção e a relação de consumo de embalagens por parte da sociedade e criar, em coautoria,

cartilhas educativas sobre a coleta e o descarte de resíduos “lixo”.

Para complementar, pode-se pesquisar, na disciplina de Geografia, o espaço

geográfico onde o lixo fica armazenado e as consequências para o solo, os rios e o ar.

Na Etapa 1 da Oficina, o foco está em conhecer a temática pela apresentação de um

documentário. Dentre as sugestões indicadas, temos filmes produzidos pelo Instituto para a

Democratização de Informações sobre Saneamento Básico e Meio Ambiente (RESOL)

(disponível em <www.resol.com.br>), que possibilita a reflexão sobre o funcionamento de

uma usina de lixo para produção de energia.

Para complementar, tem-se a sugestão da Cartilha Limpeza Urbana (RESOL),

(disponível em: <http://www.resol.com.br/cartilha/>), com saberes sobre geração,

acondicionamento, transporte, disposição e tratamento do lixo.

Na sequência, o estímulo está em incentivar a pesquisa na Internet para complementar

os saberes coletados. O editor de texto do laptop está a serviço da memória escrita sobre

como reutilizar e reciclar o lixo produzido na escola. A câmera do laptop tem o potencial de

capturar as imagens e filmar os flagrantes sobre os locais onde os resíduos sólidos são

reciclados.

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Na Etapa 2 da oficina, a atividade consistiu em promover o levantamento das fontes

geradoras de resíduos sólidos no contexto escolar. A cantina da escola, a sala de aula, a sala

dos professores, os banheiros, transformam-se em locais em potencial.

O laptop educacional entra em ação para registrar a memória viva da observação e

investigação dos flagrantes mais importantes. Tem-se o convite à mobilidade física do uso do

laptop. A narrativa que se estabelece, ao longo das fases, pode se transformar em saberes que

recontam os hábitos de consumo, o nível de conhecimento sobre a reciclagem, e reuso de cada

comunidade escolar.

A meta consiste em expandir os conhecimentos e estimular o consumo consciente, a

reciclagem e a reutilização do lixo. As TDIC e o laptop ficam a serviço do acesso à

informação, da memória textual e imagética dos novos saberes, da comunicação, expressão

nos novos meios de publicação e divulgação da era digital, como o blog e o site da escola.

Redes sociais e segurança na Internet, das autoras Maria Eduarda de Lima Menezes,

Mariza Mendes e Silene Kuin

Busca-se conscientizar sobre o uso seguro das Redes Sociais no cotidiano. Todas as

áreas do conhecimento podem contribuir para a formação da cidadania responsável e ética.

Na Etapa 1 da Oficina, o propósito é ampliar os conhecimentos sobre os riscos que os

alunos e a comunidade escolar estão sujeitos nas redes sociais. Os vídeos indicados são: O

poder das mídias sociais (disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=iP7Yt1o2vR0&feature=related>) e o Programa do

Fantástico, da Rede de Globo de Televisão (disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=dMox4yJEkoE >).

A meta consiste em estimular a reflexão, conscientização e mudança de mentalidade.

Na Etapa 2 da oficina, o convite está em estimular a pesquisa em diferentes sites e

links, com a intenção de propiciar, além da expansão de conhecimentos, as habilidades sobre

como navegar, selecionar e organizar informações na Internet.

Dentre os diferentes temas e links, constam: Segurança nas Redes Sociais, (disponível

em: <http://www.youtube.com/watch?v=tiatyKAt9hQ>); e Cartilha de Segurança para

Internet (disponível em: <http://cartilha.cert.br>).

A proposta pedagógica da Oficina Redes Sociais e Segurança na Internet propõe-se a

tornar conhecida, para professores e alunos, a informação disponível na Internet e, pelo

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diálogo reflexivo crítico, conscientizar sobre os perigos e estimular a mudança de

mentalidade.

Recontextualização das Oficinas: Projetos Temáticos com a Inserção das TDIC e o

Laptop

Neste item, busca-se relatar a recontextualização de Oficinas Teórico-Práticas a partir

de três Projetos Temáticos desenvolvidos por professores e alunos, de escolas públicas

municipais no Estado de Tocantins.

Escola Municipal Vitor Dias, Darcinópolis/TO: história em quadrinhos: uma porta para

leitura

O projeto História em Quadrinhos: uma Porta para Leitura tem como meta incentivar o

hábito de leitura e escrita do aluno e, pelo prazer de conhecer outros “mundos”, estimular a

imaginação e fomentar a narração de muitas outras histórias.

Na Etapa 1 dos trabalhos, os alunos foram desafiados a pesquisar na Web 2.0 as

principais características que compõem o HQ (Figura 1). A Internet esteve a serviço do acesso

a uma gama de informações e o resultado da pesquisa foi confrontado com as revistas em

quadrinhos, disponíveis na biblioteca da escola.

É possível afirmar que o acesso à Internet além de abrir “uma porta para o mundo”,

potencializa o hábito da leitura e, nessa perspectiva, contribui para o repertório das novas

histórias.

Figura 1 – Alunos fazem pesquisa na Internet

Fonte: A autora

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Segundo a professora Claudilene Lemos Alencar (2014), o projeto contribuiu para

uma “sensível melhora no interesse pela leitura e produção escrita”. A professora relata que

os alunos aprenderam, de forma divertida e prazerosa, os elementos fundamentais para a

criação de HQ.

Na Etapa 2, os alunos criaram histórias em quadrinhos HQ com diferentes temas e,

dentre eles, a reescrita das falas do Chico Bento, com a história sobre os hábitos de higiene

pessoal.

É possível afirmar que os estudos realizados pelos professores nas Oficinas Teórico-

Práticas propiciaram a apropriação de conhecimentos, sobre como e a serviço do que integrar

o editor de texto e de apresentação (Writter e Impress) do laptop.

Há evidências de que a inserção dos recursos do laptop, além de democratizar o acesso

a uma gama de informações, potencializa a reflexão a respeito da norma culta e o exercício da

escrita e, portanto, da memória textual, que viabiliza aos alunos e professores acessarem os

estudos, em qualquer lugar e tempo, pelo blog da escola.

Para finalizar, destaca-se a representação do pensamento pela linguagem imagética,

imprescindível na era digital.

Escola Municipal João Pessoa, São Miguel/TO: A poluição no meio ambiente e a

tecnologia

O projeto A Poluição no Meio Ambiente e a Tecnologia teve como meta conscientizar

os alunos dos 3os anos sobre a preservação do meio para garantir a qualidade de vida a todos

os seres vivos.

De início, os alunos assistiram ao vídeo O que São Resíduos Sólidos, como elemento

desencadeador do debate sobre os tipos de poluição e as doenças causadas pelo lixo, para

posterior reflexão sobre as vantagens da reciclagem.

Evidenciou-se a mobilidade física do laptop nos estudos de campo, pelas visitas à

Chácara 4 Rosas, 1 Botão (Sítio Novo/TO) e ao lixão do Município de São Miguel/TO

(Figura 2).

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Figura 2 - Visita ao lixão de São Miguel (TO): uma nova relação entre alunos e professoras:a vida lá fora para

ser pensada e desvelada

Fonte: A autora.

Os alunos, munidos de roteiros previamente elaborados em classe, investiram na

investigação. As evidências de participação ativa, protagonismo e atuação intensa na busca

pelo conhecimento estão na memória textual e imagética dos alunos.

Segundo Carbonell (2002, p. 59-62), nomear os dez componentes do novo

conhecimento inovador expressa a importância do aluno “ler” a realidade e as relações com o

seu entorno. É por meio de projetos globalizados, ou temas transversais (educação para a paz

e o desenvolvimento, consumo, a saúde, os meios de comunicação, a educação afetivo-sexual,

por exemplo), que os professores podem criar práticas inovadoras e conexões entre os

conteúdos escolares e as experiências de mundo.

O autor expressa que o conhecimento “apela à emancipação e à busca da verdade”. E

se enriquece com a experiência pessoal. Assim, Carbonell (2002, p.61) acrescenta: “A

educação é uma vivência cultural que se enriquece continuamente com a experiência e, na

forma como são vividas, refletidas, problematizada, criam significado e nos ajudam a

conhecer um pouco mais o que passa e o que nos passa”. O laptop como ferramenta cognitiva

é capaz de expandir a capacidade intelectual dos alunos (Figura 3).

Figura 3 - Ensinar e aprender em qualquer lugar e hora: o laptop parceiro na memória textual e imagética das

investigações

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Fonte: A autora

Os alunos em sala de aula, após o pensamento reflexivo que possibilitou a

compreensão do problema ambiental, problematizaram as evidências e as possíveis soluções

em HQ.

Dessa forma, ler e escrever, nesta proposta, foi uma experiência interessante,

motivadora, significativa, pelo fato de articular a vida que os rodeia, para ser pensada dentro

da escola.

O tema Meio Ambiente propiciou a articulação entre saberes e o trabalho

interdisciplinar de Língua Portuguesa, Ciências, História e Geografia.

Para finalizar, há evidências de que a formação capacitou os professores a integrarem

os recursos do laptop a serviço de práticas de leitura e escrita contemporâneas, de forma a

fomentar o ensino e a aprendizagem, em qualquer lugar e tempo.

Projeto segurança na internet: navegar é preciso, Escola Municipal Moderna,

Araguaina/TO

O projeto temático buscou incentivar a reflexão e o diálogo do uso consciente da

Internet, entre os alunos das turmas dos 4o e 5o anos do Ensino Fundamental I e II (Figura 4).

Para esclarecer as perguntas e hipóteses sobre como participar das redes sociais de

forma segura, foram feitas pesquisas na Web 2.0. Segundo Carbonell (2002, p. 62), o “motor”

do pensamento está nas perguntas e nos questionamentos que estimulam a investigação e o

diálogo construtor.

Há evidências de que o desafio de pesquisar o tema na Internet expandiu as

oportunidades dos alunos em ler, selecionar, organizar e interpretar as informações.

O trabalho colaborativo entre os alunos, além de valorizar o trabalho em equipe,

incentivou o diálogo reflexivo sobre como participar das redes sociais sem estar exposto.

Relevante informar que as atividades integraram as famílias com o objetivo de investir na

conscientização e construção de uma nova forma de se comportar nas redes sociais. “O

conhecimento é público e democrático e a escola é o lugar no qual os conhecimentos se

tornam públicos e onde se democratizam a produção e distribuição do saber.”

(CARBONELL, 2002, p. 64).

Houve ganhos em relação à conscientização dos alunos e das famílias sobre as

possibilidades e os problemas do mau uso da Internet; à formação de alunos monitores que

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potencializaram um número significativo de auxiliares para os professores no uso dos laptops

em sala de aula.

Os saberes construídos pelas pesquisas e o compartilhar de informações entre as

equipes de trabalho, subsidiaram as HQs criadas pelos alunos.

Nota-se que as professoras integraram o Tux Paint e LibreOffice Impress, recursos

estudados no Curso de Formação, durante as oficinas.

Foi possível criar, pelo laptop, o currículo escolar, de forma a promover nova

metodologia na forma de comparecer aos estudos: alunos ativos, protagonistas, que

compartilham com os professores a responsabilidade pela busca do conhecimento.

Figura 4 - Alunos do 4o ano do Ensino Fundamental II em pleno trabalho em sala de aula: ingerência nos

estudos, responsabilidades compartilhadas e trabalho colaborativo

Fonte: A autora

Ler e escrever nessa perspectiva tornaram-se atos de autoria e coautoria. Reitera-se o

potencial do curso de Formação do Prouca-TO ao fomentar, pela experimentação, a reflexão

crítica do uso das TDIC e os recursos do laptop integrados ao currículo.

Considerações Finais

Sintetizamos os principais indícios de inovação e os desafios, a partir dos resultados

que emergiram nos Projetos Temáticos desenvolvidos nas três escolas tocantinenses.

Há evidências de que o curso de Formação Prouca-TO, pelas Oficinas Teórico-

Práticas trouxe contribuições e impulsionou o pensar sobre a mobilidade do laptop

educacional a serviço da investigação e da memória dos estudos, em múltiplas linguagens

midiáticas.

É possível afirmar que, a partir da experimentação e dos estudos, os professores

utilizaram práticas com a inserção do laptop que desafiaram os alunos a eternizar os

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flagrantes pelo registro fotográfico (Cheese); o Tux Paint para a criação de desenhos; o Libre

Office Impress, para a criação de imagens (fotografias) digitais; e o Libre Office Writter, para

registro da memória escrita.

Há indícios de mudanças no currículo escolar, nas relações entre alunos e professores

com o uso intencional das TDIC, e dos recursos do laptop em Projetos Temáticos.

Nesse cenário, considera-se imprescindível a formação continuada e em serviço dos

profissionais da escola, com um novo conjunto de Oficinas Teórico-Práticas que contemplem

os diferentes níveis de apropriação tecnológica ao fazer pedagógico e à realidade do número

de laptops, na relação de um para três alunos ou um para cinco alunos.

REFERÊNCIAS

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e aos métodos. Portugal: Porto Editora Ltda., 1994.

CARBONELL, J. A aventura de inovar: A mudança na Escola. Porto Alegre: Artmed, 2002,

p. 59-64.

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RESOL. Instituto Democratização de Informações sobre Saneamento Básico e Meio

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