fontes dos arquivos portugueses para a histÓria da ... · fontes dos arquivos portugueses para a...

55
1 FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA Profª Drª Rita Filomena Andrade Januário Bettini 1 O objetivo deste relatório é dar a conhecer as pesquisas realizadas sobre a implementação das Aulas Régias no Brasil durante os períodos pombalino e mariano nos acervos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e da Biblioteca Nacional de Portugal, durante o período de 2001 a 2004. Nos acervos destas instituições, ainda se encontram inúmeros documentos aguardando serem catalogados e disponibilizados aos leitores, e a medida que estes vão sendo incorporados aos fundos disponíveis é dado a conhecer aos leitores os novos documentos. A minha preocupação tem sido a de me manter atualizada nas recolhas de fontes documentais, já que para nós residentes no Brasil é impossível estarmos nos deslocando com facilidade a Europa. Assim, com o material bibliográfico já arrolado e devidamente ordenado, conforme exposto em relatório anterior, dei inicio a montagem de um mapa de mobilidade dos mestres de ler escrever e contar e dos professores régios que prestaram, exames para exercerem o magistério na Colônia Brasil. A elaboração deste mapa foi realizada à luz de outro já construído por Joaquim Ferreira Gomes na obra “O Marques de Pombal e as Reformas do Ensino” Neste, o autor dá visibilidade aos movimentos migratórios, se é que se pode assim chamar, dos mestres e professores régios dentro da metrópole e fornece também algumas indicações sobre as colocações em escolas coloniais. Porém as indicações elencadas, na obra citada, não contemplam uma parcela de mestres e professores que vieram para o Brasil colonial, na medida em que, há ainda e sempre, documentos há serem analisados e que não estão, ou disponíveis aos pesquisadores ou mesmo ainda, documentos que não se deram a conhecer. Para tornar mais palatável a estrutura deste relatório, fiz uma síntese de biografias sobre os personagens centrais do contexto histórico abordado, assim elaborei o 1 Professora do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP de Presidente Prudente. Membro do Grupo de Pesquisa “História, Sociedade e Educação no Brasil”, HISTEDBR, da Faculdade de Educação, UNICAMP

Upload: vuongkiet

Post on 09-Nov-2018

228 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

1

FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA

EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA

Profª Drª Rita Filomena Andrade Januário Bettini1

O objetivo deste relatório é dar a conhecer as pesquisas realizadas sobre a

implementação das Aulas Régias no Brasil durante os períodos pombalino e mariano nos

acervos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e da Biblioteca Nacional de Portugal,

durante o período de 2001 a 2004. Nos acervos destas instituições, ainda se encontram

inúmeros documentos aguardando serem catalogados e disponibilizados aos leitores, e a

medida que estes vão sendo incorporados aos fundos disponíveis é dado a conhecer aos

leitores os novos documentos.

A minha preocupação tem sido a de me manter atualizada nas recolhas de fontes

documentais, já que para nós residentes no Brasil é impossível estarmos nos deslocando

com facilidade a Europa.

Assim, com o material bibliográfico já arrolado e devidamente ordenado,

conforme exposto em relatório anterior, dei inicio a montagem de um mapa de mobilidade

dos mestres de ler escrever e contar e dos professores régios que prestaram, exames para

exercerem o magistério na Colônia Brasil. A elaboração deste mapa foi realizada à luz de

outro já construído por Joaquim Ferreira Gomes na obra “O Marques de Pombal e as

Reformas do Ensino” Neste, o autor dá visibilidade aos movimentos migratórios, se é que

se pode assim chamar, dos mestres e professores régios dentro da metrópole e fornece

também algumas indicações sobre as colocações em escolas coloniais. Porém as indicações

elencadas, na obra citada, não contemplam uma parcela de mestres e professores que

vieram para o Brasil colonial, na medida em que, há ainda e sempre, documentos há serem

analisados e que não estão, ou disponíveis aos pesquisadores ou mesmo ainda, documentos

que não se deram a conhecer.

Para tornar mais palatável a estrutura deste relatório, fiz uma síntese de

biografias sobre os personagens centrais do contexto histórico abordado, assim elaborei o 1 Professora do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP de Presidente Prudente. Membro do Grupo de Pesquisa “História, Sociedade e Educação no Brasil”, HISTEDBR, da Faculdade de Educação, UNICAMP

Page 2: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

2

que se segue como o capítulo I que vem a ser uma síntese das biografias de D. José I;

Marques de Pombal e D. Maria I. Como se pode verificar não são biografias concordantes

entre si, claro está que nem poderiam ser, já que estes três personagens são por sí só

controvertidos e polêmicos.

Logo o propósito deste capítulo é exatamente dar a conhecer que não há um

concenso por parte dos biógrafos daqueles personagens, não apenas no sentido

metodológico que subjaz as análises dos historiadores, bem como quanto as

multifacetagens políticas, economicas, sociais, ou mesmo psicológicas dos biografados.

Portanto, é no sentido de possibilitar uma “visibilidade” das escolas do Brasil

colonial e de seu quadro docente que construí o mapa presente no capítulo II deste relatório.

Nele estão presentes as referências de Joaquim Ferreira Gomes e de Alberto Banha de

Andrade, mas também, e em grande parte, indicações obtidas das fontes documentais, tanto

da Bibliotca Nacional de Portugal e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, dos quais

retirei as informações presentes no mapa de mobilidade.

Por fim apresento na conclusão ainda que parcial ou provisória onde procuro

mostrar o quadro atual da pesquisa sobre as escolas coloniais.

CAPÍTULO I

As sínteses biográficas que escolhi para compor este capítulo têm como

objetivo ilustrar, pela visão de alguns historiadores portugueses, os personagens

controvertidos de D. José I, Marques de Pombal e D. Maria I. Mesmo passado mais de dois

séculos dos acontecimentos que marcaram o Portugal setecentista e suas colônias posso

perceber que estes autores que tanto marcaram aquela época continuam sendo alvo, não só

de estudos e investigações, bem como referência no conhecimento popular.

Para efetivar a seleção dos textos, tive em conta a definição de biografia;

assim entendi biografia “como a história de um indivíduo redigida por outro”¹ p. 118.

Finalmente, o que quero ressaltar é a diversidade de leituras dos

personagens através do olhar de alguns historiadores portugueses.

Page 3: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

3

Marquês de Pombal

Narra a história que o Marquês, Foi o homem que mais fez, Sob os auspícios da Coroa.

Logo após o terramoto, Foi reconstrutor devoto,

Da cidade de Lisboa.

Dom José deu-lhe poder, Que causou após morrer,

À Rainha timidez. Que aderiu à reacção

Existente já então, Para expulsar o Marquês.

E sua alteza, a Rainha, Que decidido já tinha,

Na sua corte real, De Lisboa o expulsar, Condenado a não pisar

Senão, terras de Pombal.

Mas o Marquês sem bonança, Retaliou por vingança, Seu regresso à Capital. Em carruagem aberta,

Que vinha toda coberta, Com as Terras de Pombal!

Autor: Euclides Cavaco

Page 4: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

4

Reflexão sobre a Lisboa de Pombal

José-Augusto França

Destruída pelo terramoto de 01 de

Novembro de 1755, Lisboa foi

reconstruída na sua parte central

por vontade política de Sebastião

José de Carvalho, futuro Marquês

de Pombal, conforme programa

do Engenheiro mor do Reino

Manuel da Maia e planos do

arquitecto Eugénio dos Santos,

rapidamente estabelecidos e

seleccionados, com as medidas

apropriadas, através de uma legislação de carácter económico, técnico e jurídico.

Nessa situação histórica, social e cultural, Lisboa situa-se entre São Petersburgo e

Washington, fundadas no princípio e no fim do Século XVIII e define-se exemplarmente

como a primeira cidade moderna do Ocidente, no quadro do urbanismo des Lumières.

Retrato do 1.º Marquês de Pombal, de Louis Michel Van Loo, 1766. Fotografia cdida pela Câmara Municipal de Oeiras

Page 5: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

5

POMBAL

O Ditador Esclarecido que fez renascer Lisboa

Subitamente, na primeira metade do século XVIII, a velha Europa estremece

até ao âmago das suas fundações: o Ancien Régime sofre um rude golpe com a implantação

do absolutismo providencialista. Lá está Bossuct para explicar que Deus governa todos os

povos, dando-lhes todos os reis. Portugal não escapa à regra, só que, durante quase 22 anos,

o rei autêntico não se chama José I, mas sim Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês

de Pombal.

Pombal é o representante português do despotismo iluminista, embora ele

próprio tivesse algumas dificuldades nessa iluminação: embaixador durante quatro anos em

Londres, nunca conseguiu aprender inglês.

Não é possível, porém, falar de Lisboa ou de Portugal, mesmo hoje em dia, sem

recorrer imediatamente à figura de Pombal. Secretário de Estado (o equivalente a primeiro-

ministro nos nossos dias) durante quase um quarto de século, o Marquês vai assinalar para

sempre nas estruturas nacionais a sua passagem pelo poder. Não foi uma ascensão fácil.

Oriundo de uma família nobre, mas entrada em decadência, Pombal forma-se em Direito,

em Coimbra, entra para o serviço do Estado apenas aos 40 anos, sendo um representante

apagado de Lisboa em Londres e depois em Viena de Áustria.

INTEIRAMENTE SENHOR DO PODER

No entanto, alguém lhe descobre os talentos. O notável D. Luís da Cunha

aconselhado a D. João V para um posto no Governo, mas o Magnânimo morre sem ter tido

tempo para fazer a nomeação.

Será D. José, já com 36 anos, que lhe vai entregar o País nas mãos,

designando-o para superintender a toda a aritmética política. O rei - escreve, em 1751, o

Page 6: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

6

embaixador da Áustria -gasta o mais do tempo na caça, em cavalgadas, jogos, concertos e

diversões, deixando Carvalho, em quem põe absoluta confiança, inteiramente senhor do

poder. Será assim até aos seus últimos dias.

Os primeiros anos não foram fáceis, mal aceite como foi pela nobreza,

como um fidalgote de cepa provinciana. Com desprezo, tratam-no apenas pelos nomes

próprios, o Sebastião José, como se fazia aos criados.

É de certa maneira, o terremoto de 1 de Novembro de 1755 que lhe vai

oferecer a oportunidade de exercer o seu despotismo esclarecido e progressista. A cidade

está destruída e há muito quem pense que o melhor era abandonar aquele monte de

escombros e transferir a capital para Coimbra.

Tenazmente, com o risco de Eugênio dos Santos, Manuel da Maia, mais

tarde Carlos Mardel, nasce a cidade nova, geométrica e rectilínca em que impera do

primeiro-ministro, o seu gosto poi casas, ruas, compêndios de ensino.

Para não alterar um traço da orientação mesmo é permitido ornamentar com um uma janela

ou uma sacada.

Enterram-se os mortos e acode-se aos vivos.Não se permite que alguém

faça obras ao acaso reedificando sua casa antes que o plano de conjunto esteja o que levará

ainda uns três anos.

Os lisboetas habituam-se a viver em tendas e até o próprio soberano se

tem de contentar por longos anos no seu Palácio de Madeira. Mas vai tomando forma a

ritmo vivo sob o olhar vigilante do Marquês.

O aglomerado medieval, sujo e desordenado, ruelas estreitas e insalubres,

vai dando lui cidade imaginada para o futuro. Uma Lisboa tempo se julgou desmesurada e

que ainda hc as suas funções.

Page 7: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

7

UMA AUTÊNTICA REVOLUÇÃO

O êxito do Marquês em responder pronta e seguramente à enorme

calamidade, dá-lhe pretexto para a longa luta que vai travar para impor a sua vontade única

sobre o País.

Primeiro, a Nobreza com o processo dos Távoras, a pretexto de um

hipotético atentado ao Rei, por uma questão de saias. É o decapitar de uma aristocracia

inútil e devassa, com uma execução espectacular, rodeada de pormenores barbaramente

sangrentos. A nobreza rende -se e não mais levantará cabeça.

Na verdade, Pombal não quereria extinguir a velha aristocracia, mas sim

adaptá-la às novas condições. Para isso, vai criar, em 1761, o Colégio dos Nobres destinado

a formar os indispensáveis quadros diplomáticose militares, com a aprendizagem de línguas

vivas, ciências experimentais, ginástica.

Uma revolução como iria fazer em Coimbra em cuja velha Universidade

nunca se ouvira falar de Newton, Descartes, Leibniz ou Locke. A culpa era dos jesuítas, na

opinião do Marquês, como explica na Dedução Cronológica, um livro que fez furor na

Europa e que, embora não seja de certo inteiramente da sua autoria lhe revela o dedo. Os

jesuítas são expulsos em 1759 e uma extraordinária campanha da diplomacia portuguesa

leva o Papa Clemente XIV a extinguir a Companhia de Jesus. No início do século XVIII,

Portugal assistira ao tímido aparecimento de algumas indústrias (todas iniciativa de

estrangeiros): a Fundição do Campo de Santa Clara, a Fábrica das Sedas (onde hoje está

instalado o Museu Arpad Sze'ns Vieira da Silva), a Fábrica de Papel da Lousã, a Fábrica de

Vidros. No entanto, ao tempo de Pombal todas tinham entrado em falência e exigido a

intervenção do Estado.

E o certo é que o Estado podia. Em 1699 chegara o primeiro ouro do

Brasil, em 1739 ali se descobriam diamantes. Por outro lado, o País estava próspero com a

exportação colonial e vinhateira, pronto a aceitar a nova ideologia reformista de Pombal. O

País responde bem e indústrias começam a proliferar aqui e ali.

Page 8: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

8

PRIMEIRA REGIÃO DE VINHO

Quase ao mesmo tempo, Pombal cria a Real Companhia do Vinho do

Porto, a primeira região demarcada vinícola de todo o mundo e o primeiro cartaz do País

até aos nossos dias. Não sem enfrentar um motim popular que ensanguentou as ruas do

Porto. Era vez de também o povo sentir a força do braço de Pombal. Extingue o Tribunal

do Santo Ofício (a Inquisição), embora tendo o cuidado de o fazer passar a tribunal político

e suprime a descriminação contra os Cristãos Novos, que se identificam com a burguesia

mercantil. A burguesia monopolista nobilita-se. Por todo o País se faz sentir o reformismo

do Marquês, que chega mesmo a transformar uma aldeola de pescadores, Santo Antônio de

Arcuilha, na grande Vila Real de Santo Antônio. Morre o rei em 1777 e o primeiro-ministro

é imediatamente afastado. Sobreviverá ainda onze anos, doente, carregado de achaques e

irado contra os homens, exilado na vila que lhe dera nome ao título. D. Maria, a rainha que

sucede a D. José, não perdoa a Pombal, porque entende que a política do Marquês enviou

directamente o seu Soberano pai para as profundas dos infernos. No fim da vida, totalmente

louca, jura ver o pai a arder nas diabólicas chamas eternas. No entanto, a chamada

Viradeira não trouxe grandes alterações. Os ministros de Pombal continuam nos seus

postos e na presidência da Câmara de Lisboa mantém-se o filho do velho ditador. Alívio

para 800 presos políticos que são libertados das enxovias. Tarde demais para outros 2 400

que entretanto tinham morrido no cárcere. Pombal, como ele próprio diria, governou de

ciência certa e vontade esclarecida. Amado e odiado, abriu caminho para

o Portugal que hoje conhecemos e que sem ele seria bem diferente.

O medalhão do Marquês de Pombal na estátua de D. José foi retirado pela

fúria popular após a morte do Rei. Anos mais tarde, foi feita justiça e

Page 9: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

9

voltou ao seu lugar de home- nagem ao grande estadista. No Arco da Rua Augusta também

impera a sua imagem, embora a grande homena- ,gem nacional seja a estátua da Rotun- da,

inaugurada já por 8(ílazar, prova- velmente muito a contragosto.

Pombal nasceu e viveu nesta casa alpaçada da da Rua do Século, no seu tempo a Rua Formosa de Baixo, mas era também dono de agumas dezenas de outros prédios e palácios um pouco por toda a cidade.A vizinha residência do Távoros foi por ele adquirida em hasta pública após suplício da familia.

Depois de múltiplas vicissitudes (primeiro enterro em Pombal, trasladação para a igreja das Mercês, como era seu desejo) o corpo do Marquês repousa hoje na igreja da Memória, à Ajuda.

A Baixa, ainda que decorridas mais de duzentos anos, continua a ser o coração da cidade. Rectilínea, uniforme, simboliza o espírito de equilíbrio do próprio Marquês que a idealizou contra a vontade de muitos.

Page 10: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

10

O palácio de oeiras (hoje pertença da Fundação Gulbenkian) foi faustosa residência de Pombal que, ali perto, criou o seu Vinho de Carcavelos, fazendo ao mesmo tempo cortar as vinhas do Ribaleio cujas terras considerava mais aptas para pão.

Memórias Pombalinas do Marquês de Bombelles

Agustina Bessa-Luís

Sebastião José morreu em Pombal, fosse de pedra biliar, fosse de edema dos pulmões, ou da simples nostalgia em que a corrupção física se baseia. Morreu talvez como Horácio, a quem os pressentimentos de Mecenas fizeram com que dissesse: «um mesmo dia trará a ambos a ruína. E nesse momento o país retomou a sua inevitável inclinação ao comodismo tribal, fechado nas suas fronteiras e guardando pelas velhas alianças uma espécie de preferência que prescinde das afinidades, para respeitar a lei do parentesco.

Em 1786, Marc-Marie, Marquês de Bombelles, recebeu de Versailles a missão do Embaixador de França em Lisboa. Mas, secreta, era a incumbência de afastar Portugal da sua aliança com a Inglaterra, fazendo-o participar do Pacto de Família que unia o ramo dos Bourbons instalados em diversos tronos. Em 26 de Outubro de 1786, o Senhor de Bombelles, com mulher, filhos, cunhada, confessores, secretários, lacaios e cozinheiros, chega ao Tejo e ao famoso «bout du monde» em que a diplomacia encalha nobremente. Descendente possivelmente de portugueses, de linha marrana, Bombelles talvez sentisse por este pequeno país retirado do

Retrato do Marquês de Bombelles in Journal d'un ambassadeur de France au Portugal, org por Roger Kann, Paris, 1979. Biblioteca Nacional de Lisboa

Page 11: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

11

concerto das nações uma simpatia que, ao entrar na Corte de Lisboa, sofreu um certo choque.

Encontrou Bombelles, petit maître intelectual e homem do século XVIII, dotado da civilidade do coração, um clima reservado mas viável e uma série de salões ainda habitados pela sombra de Sebastião José. Alguma coisa o ligava ao Ministro desaparecido há dez anos, porque, no seu diário, Bombelles sempre mostra pertencer ao partido do velho Ministro e defender a sua posição contra as diabruras dos seus inimigos.

O Marquês de Pombal e as conturbadas origens da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756-1757)

Fernando de Sousa

No reinado de D. José I, por iniciativa do seu

ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo,

foi criada a Companhia Geral da Agricultura

das Vinhas do Alto Douro, com sede no

Porto, com o objectivo de limitar a

preponderância dos ingleses no comércio dos

vinhos do Alto Douro e resolver a crise

porque então passava aquela região.

A resistência e a hostilidade dos ingleses e de

boa parte da burguesia de negócios do Porto

quanto à Companhia, antes e depois da sua

formação, vão obrigar Carvalho e Melo, em

1756–1757, a tomar medidas duras e

repressivas, mas determinantes para o

sucesso daquela Instituição, que veio a ter

um papel determinante no crescimento

económico do Porto e de todo o Norte de

Portugal.

Retrato do Marquês de Pombal, em cartaz publicitário da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro

Page 12: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

12

O Teatro no período de Pombal: doutrina, prática e ideologia

Duarte Ivo Cruz.

O teatro, no longo e poderoso

consulado do Marquês de Pombal,

sofreu o impacto directo das

reformas e da mentalidade imposta

pelo "vigilante Ministro",

expressão usada com plena

propriedade por uma dos

principais dramaturgos da época,

Pedro António Correia Garção.

Esse impacto e essa influência

directa sobre o teatro e os seus criadores e agentes situam-se em dois planos principais. De

um lado, uma reforma abrangente dos sistemas de censura e de produção e controle do

espectáculo em si, de certo modo alimentados pela intensidade do movimento de teatro

popular, chamado "teatro de cordel" pela forma algo tosca com que eram editados e

vendidos os textos – cerca de 1800 – das peças representadas nos teatros do Bairro Alto,

Salitre e da Rua dos Condes em Lisboa e no São João no Porto.

Mas mais significativa é a ligação intima e directa da politica do Marquês de Pombal com a

doutrina e a prática teatral da Arcádia Lusitana, verdadeira câmara de ressonância, sob a

forma de Academia, das reformas e da mentalidade do iluminismo pombalino, tal como as

ruas de Lisboa são traçadas a régua e esquadro, no dizer de António José Saraiva. Trata-se

de uma dramaturgia por vezes de qualidade mas sempre de rigorosa e segura subordinação

a regras estáticas e técnicas de desigual resultado. Correia Garção, Domingos dos Reis

Quita, Cruz e Silva e Manuel de Figueiredo, entre outros, deixam-nos assim uma obra

dramatúrgica e poética de muito interesse e qualidade, mas que, mais do que o valor

estético em si, fica como impressionante documento de uma época, de uma política e de

uma mentalidade.

Lisboa, Teatro Garrett, in O Bilhete Postal Ilustrado e a História de Lisboa, de José Manuel da Silva Passos.

Page 13: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

13

O Anjo da Guarda do Marquês de Pombal

José Esteves Pereira

Em 1775, saiu impresso na Régia

Oficina Tipográfica um opúsculo

apologético, de autor anónimo,

intitulado PRECES E VOTOS DA

NAÇAO PORTUGUEZA AO ANJO

DA GUARDA DO MARQUEZ DE

POMBAL. Sabemos que foi escrito

por António Pereira de Figueiredo

(1725-1797), o principal teórico do

regalismo pombalino. Não se trata

de mais um dos inúmeros textos de

desagravo surgidos na altura em que

parece ter sido urdida uma

conspiração para matar o Marquês

de Pombal protagonizada por um

genovês, Giambattista Pelle. De

facto, o conteúdo do escrito do

oratoriano Pereira de Figueiredo

assume especial significado pela invocação que nele é feito do Anjo Custódio de Portugal,

elemento simbólico da representação do poder enquanto este é assistido por Deus.

Trata-se de uma composição literária onde, aparentemente, apenas se amplifica o que se

poderia desejar do apoio celestial no exercício do Poder, não pertencendo o texto, em todo

o caso ao conjunto das deificações e heroicizações dos Príncipes (embora aqui esteja em

causa, sobretudo, o Ministro Pombal) que se manifestam ao longo da história europeia e

que assumiu particular significado com Luís XIV e a sua identificação com Alexandre

Magno. No entanto, o modo como é construído o discurso das Preces e Votos converge,

inequivocamente, para a representação da sacralização do poder régio absoluto em que

tanto se verifica a expressão assumida do jusdivinismo e do regalismo, como se depreende

Alegoria da Glória do Marquês de Pombal, gravura anónima.Biblioteca Nacional de Lisboa

Page 14: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

14

uma atitude defensiva com a exorcização do Mal, em que os Jesuítas não podiam deixar de

ser os réus da história.

Plano [de Lisboa] que sua majestade mandou...

Manuel Filipe Canaveira

"A política da Arcada" foi uma expressão em voga na Lisboa dos finais do século XIX. Os jornais consagraram-na e, no caso do Diário de Notícias, existia mesmo uma rubrica dedicada aos acontecimentos políticos do dia anterior que a usou como título.

Designava-se por "Arcada" a vasta loggia do Terreiro do Paço, símbolo arquitectónico do Estado português, cujo poder e prestígio sempre foi decisivo num país que, por tradição histórica oriunda dos tempos medievos, soube afirmar a sua independência no contexto ibérico com base numa forte centralização política, a qual, por seu turno, impulsionou a gesta dos Descobrimentos quatrocentistas e criou as condições necessárias à construção de um vasto império na Ásia, América do Sul e África.

Com base no Plano pombalino destinado ao alinhamento das ruas e reedificação das casas promulgado em 12 de Junho de 1758 (cujas disposições impressionam pela sua racionalidade de cariz iluminista), o presente artigo tece algumas considerações, por vezes assumidamente polémicas, sobre o devir histórico da sociedade portuguesa nos últimos duzentos e cinquenta anos, pretendendo pôr em evidência não só a ideia, bem conhecida de todos, de que a fundação de novas cidades e construção palácios foi sempre uma forma privilegiada de "fazer" política, mas também que os espaços urbanos ou palacianos podem influir decisivamente na maneira de uma sociedade "estar" na política.

Lisboa, Cais das Colunas, in O Bilhete Postal Ilustrado e a História de Lisboa, de José Manuel da Silva Passos.

Page 15: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

15

Marquês de Pombal

Filho do capitão de cavalaria Manuel de Carvalho de Ataíde e de Teresa

Luísa de Mendonça e Melo, Sebastião José nasceu em Lisboa. Descendia de uma família de

juízes e tinha uma avó brasileira. Estudou leis na Universidade de Coimbra e, em 1738,

iniciou carreira diplomática na legação portuguesa em Londres. Entre 1743 e 1748,

destacou-se como mediador de um conflito entre o papa Bento XIV e a imperatriz da

Áustria Teresa Cristina motivado por atitudes desta contra a Igreja. Voltou a Portugal e

quando Dom José I subiu ao trono (1750) foi nomeado para a Secretaria dos Negócios

Estrangeiros. Logo se tornou a figura mais importante do governo, ocupando-se dos mais

diferentes assuntos. Ficou no poder até a morte de Dom José I, em 1777. Durante esse

período, o rei concedeu-lhe os títulos de conde de Oeiras (1759) e de marques de Pombal

(1769). Quando D. Maria I, filha de Dom José, subiu ao trono (1777) anistiou todos os

presos políticos que Pombal havia encarcerado durante seu governo. Pombal se viu forçado

a afastar-se. Seus inimigos, agora no poder, moveram-lhe um processo. Nada foi

comprovado contra ele, mas em 1781 foi confinado em sua quinta de Pombal, onde morreu

no ano seguinte.

GOVERNO Os 27 anos de governo de Pombal caracterizaram-se por uma tentativa de modernização da

sociedade e de desenvolvimento da economia portuguesa. Nessa época, o absolutismo dos

reis era a política predominante na Europa, onde alguns governantes, chamados déspotas

esclarecidos, protegiam as artes e as ciências e realizavam reformas econômicas. Pombal

foi o déspota esclarecido de Portugal. Aumentou o poder real, contra as ambições políticas

da alta nobreza e dos padres jesuítas. Em 1758, o rei Dom José sofreu um atentado e

Pombal descobriu uma conspiração que envolvia os jesuítas e alguns membros da nobreza,

como os marqueses de Távora e o duque de Aveiro. Aproveitou para livrar-se de seus

inimigos, condenando à morte alguns nobres e expulsando os jesuítas de Portugal em 1759.

Mais tarde, convenceu o papa Clemente XIV a extinguir a Companhia de Jesus.

Pombal procurou industrializar Portugal, decretando altos impostos sobre

os produtos importados. Fundou a Companhia dos Vinhos do Douro, que monopolizou a

Page 16: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

16

comercialização dos vinhos em Portugal, prejudicando a nobreza que produzia vinhos em

suas quintas. Incentivou a produção agrícola e a construção naval. Reformou a instrução

pública e fundou várias academias. Confiou a reorganização do Exército português ao

conde de Schaumburg-Lippe, militar alemão. Acabou com a distinção entre cristãos-novos

e cristãos-velhos.

Mas quando D. Maria subiu ao poder, a nobreza reconquistou a influência

perdida e promoveu a chamada Viradeira (política que tornou sem efeito a maior parte das

reformas pombalinas).

Pombal e o Brasil. Pombal procurou organizar melhor a exploração das

riquezas do Brasil, pois, assim, aumentariam os ganhos de Portugal.

Criou duas companhias de comércio, a do Grão-Pará e Maranhão e a de

Pernambuco e Paraíba, para financiarem a produção de açúcar, café e algodão e depois

comercializarem os produtos. O algodão era exportado para a Inglaterra e para as indústrias

por ele criadas em Portugal. Incentivou a indústria de construção naval, com a criação de

estaleiros, a de laticínios, de anil e de cochonilha.

Com relação à mineração, aboliu o imposto do quinto (pagamento ao rei

da quinta parte de toda a produção de ouro), substituindo-o pela avença (cobrança fixa de

100 arrobas). Suprimiu o regime de contratos para a exploração dos diamantes, criando a

Real Extração. Para melhor controlar a exportação do ouro e dos diamantes, mudou a

capital de Salvador para o Rio de Janeiro, que era o porto por onde saíam os metais

preciosos. Criou um tribunal da relação na nova capital e juntas de justiça em todas as

capitanias.

As capitanias hereditárias que ainda pertenciam a particulares foram

compradas pela Coroa durante seu governo e transformaram-se em capitanias reais. Em

1772, Pombal reunificou o Brasil extinguindo o estado do Maranhão, formado pelo

Maranhão e a Amazônia, que era até então separado do Estado do Brasil. Criou três novas

capitanias: a do Piauí, a de São José do Rio Negro, na Amazônia, e a do Rio Grande de São

Pedro, no extremo sul do Brasil.

Page 17: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

17

Em 1753, Pombal extinguiu a escravidão dos índios no Maranhão, onde

ela era mais comum que no resto da colônia. Em 1755, proclamou a libertação dos

indígenas em todo o Brasil, indo ao mesmo tempo contra os proprietários de escravos

índios e os jesuítas, que dirigiam a vida das comunidades indígenas nas missões

(aldeamentos indígenas organizados pelos jesuítas). Após ter expulsado os jesuítas de

Portugal, obrigou-os também a sair do Brasil em 1760. As aulas régias instituídas por

Pombal para substituir o ensino religioso constituíram a primeira experiência de ensino

promovido pelo Estado na história brasileira. Pombal proibiu a discriminação aos índios e

elaborou uma lei favorecendo o casamento entre eles e portugueses. Finalmente, criou o

Diretório dos Índios para substituir os jesuítas na administração das missões.

DA DECADÊNCIA A MARQUÊS DE POMBAL

A ciência portuguesa que atingira um ponto alto no contexto europeu, em

especial, na astronomia, cartografia, cosmografia e geografia, na biologia e farmacologia,

nas ciências náuticas e na matemática, entrou em decadência.

Causas várias levaram, a que deixasse de existir motivação e estímulo,

para as actividades científicas - o que nos direccionou a um estado de enorme atraso,

precisamente quando na Europa se iniciava uma grande revolução científica, quando

nasciam duas das maiores criações do pensamento matemático - a geometria analítica de

Fermat e Decartes e o cálculo infinitesimal de Newton e Leibniz.

Tudo isto, e porque Pedro Nunes não deixou discípulos, além de André de

Avelar, conduziu a que em particular a matemática, em Portugal, viesse a atravessar um

grande fosso sem conteúdo o qual só veio a ser preenchido, com e reforma da

Universidade, pelo Marquês de Pombal.

"É um período não para esquecer mas a estudar para que se não possa

repetir" tal como disse o professor J. Tiago de Oliveira.

Todo este tempo se foi passando com muito pouca actividade no que diz

respeito ao estudo da matemática. D. João IV instituiu em Lisboa uma "Aula de

Fortificação e de Arquitectura Militar", actualmente, designada por Academia Militar, onde

Page 18: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

18

se formavam engenheiros e cosmógrafos, engenheiros e cosmógrafos esses, que aprendiam

as matemáticas necessárias às aplicações, sem se criar ciência nova.

Era, portanto, de grande decadência, o estado a que haviam chegado as

ciências em Portugal. E foi só, na segunda metade do século XVIII, que surgiram as

primeiras tentativas para uma verdadeira reabilitação científica.

A primeira foi com o Marquês de Pombal, ao criar o Real Colégio dos Nobres em 1761,

com professores vindos do estrangeiro e ao reformar

profundamente a Universidade de Coimbra, em 1772,

criando também duas novas Faculdades: a de

Matemática e a de Física. A faculdade de Matemática

tinha quatro cadeiras distinadas à Álgebra e Cálculo

Infinitesimal, à Geometria, à Mecânica e à Astronomia.

Poucas memórias se tem à cerca da faculdade de

Matemática, até 1786, quando no dia 24 de Maio desse

ano, começaram a ser lançadas em livro próprio, as actas

regulares das suas congregações.

Como regentes de duas das cadeiras do novo curso de matemática, e vultos de grande

importância nas Matemáticas do século XVIII, ficaram, o geómetra José Anastácio da

Cunha e o astrónomo José Monteiro da Rocha.

Como segunda tentativa, para uma verdadeira

reabilitação científica, temos no reinado de D. Maria I, e

para completar a reforma do ensino em Portugal, a

criação de escolas técnicas - a Academia Real da

Marinha, que era a antiga Academia de Fortificação e

Arquitectura Militar, a Academia Real dos Guardas-

Marinhas e a Academia Real de Fortificação, Artilharia

e Desenho, nas quais se ensinava Matemática Pura e

Aplicada - e ainda, em 24 de Dezembro de 1779, uma

Academia das Ciências "à imitação de todas as nações

cultas" (como se escrevia no Plano de Estatutos).

Page 19: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

19

No que respeita a esta última, ela teve logo nos primeiros tempos, um papel

verdadeiramente notável no reaparecimento da ciência em Portugal. Surgiu quase como

complemento da Universidade de Coimbra, que já nela introduzira os métodos da ciência

moderna, vindo assim, a Academia, a publicar trabalhos com mérito, produzidos grande

parte deles, por seus sócios oriundos da Universidade de Coimbra, e acompanhando

paralelamente os progressos que estavam a ser feitos por essa Europa, nas ciências exactas

e naturais. Em particular, a Academia deu um real contributo para o desenvolvimento das

Matemáticas em Portugal, recorrendo, sobretudo, às suas "Memórias".

Limitando-nos aos aspectos científicos,

bastará registar aqui a opinião de Gomes

Teixeira, que na sua "História das

Matemáticas em Portugal" (Lições proferidas

nos Altos Estudos da Academia em 1932)

afirma que a memória está "cheia de doutrina

sã sobre a convergência das expressões em

que intervém o infinito, que chega a

surpreender por ser escrita nos tempos em

que se tratavam estas questões com pouco

cuidado e que pode ainda hoje ser lida com

proveito".

Page 20: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

20

D. MARIA I

Filha primogênita de D. José I. Foi aclamada rainha em Maio de 1777.

Por sofrer de doença mental foi afastada dos negócios públicos em princípios de 1792,

tendo o príncipe D. João tomado conta do governo em nome de sua mãe até 1799, ano em

que passou a governar em seu próprio nome, com o título de Regente.

Nascida em 1734 recebeu logo o título de "Princesa da Beira", passando

com a ascensão ao trono do pai, em 1750, a ser chamada "Princesa do Brasil". Casou em

1760 com o seu tio D. Pedro de quem enviuvou.

A animosidade que sempre existiu entre os príncipes do Brasil e o

marquês de Pombal e o desejo deste de ver D. Maria renunciar ao trono em favor de seu

filho D. José, não permitiram à futura rainha que se familiarizasse com os assuntos

políticos. No entanto sente-se que três preocupações absorveram o seu espírito desde os

primeiros tempos do seu reinado: reparar as "ofensas" a Deus, moralizar a vida pública e

governar em certos campos de uma forma mais progressiva.

Perdoou aos criminosos do Estado que lhe pareceram dignos desse ato.

Aceitou o pedido de escusa do marquês de Pombal de todos os seus cargos, mas manteve-

lhe os seus honorários de secretário de Estado.

Quando D. Maria subiu ao trono era delicada a nossa posição em política

internacional: guerra com a Espanha no Brasil; situação difícil perante o conflito entre a

Inglaterra e as colônias americanas. Em relação ao primeiro problema, procurou desde

logo a rainha um entendimento com a Espanha, o que deu origem aos Tratados de Santo

Ildefonso, de Outubro de 1777, tratado preliminar de delimitação das zonas portuguesa e

espanhola na América do Sul, e do Prado assinado em Março de 1778. A solução do

segundo tornou-se mais difícil quando a França e a Espanha apoiaram as colônias

revoltadas. Na impossibilidade de tomar partido aberto por qualquer dos beligerantes

procurou obter a neutralidade, o que aconteceu em Julho de 1782, com a assinatura da

convenção marítima com a Rússia, e a aceitação da Neutralidade Armada, não sem

dificuldades que o governo português conseguiu vencer com certa diplomacia.

Page 21: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

21

A atividade legislativa é notável, sobretudo no que diz respeito à gestão

econômica. Puseram-se restrições ao monopólio da Companhia do Vinho do Porto. Foi

suprimida a Companhia do Grão-Pará e Maranhão; criada a Junta da Administração de

todas as fábricas deste Reino e Águas Livres. Impulsionou novas manufaturas. Assinou um

tratado de amizade, navegação e comércio com a Rússia. A exportação do vinho do Porto

desenvolveu-se largamente.

Também no seu tempo se deu um impulso à cultura tendo-se procedido à

criação de numerosas instituições, como: a Real Academia das Ciências de Lisboa, Aula

Pública de Debucho e Desenho, no Porto, e a Aula Régia de Desenho de Lisboa. Fundou a

Academia Real de Marinha e a Real Biblioteca Pública de Lisboa. Criou Hospitais no

Brasil e na metrópole. Criou a lotaria para alargar os serviços da Misericórdia de Lisboa.

Uma das suas medidas mais importantes é a fundação da Real Casa Pia de

Lisboa, obra de Pina Manique.

FICHA GENEALÓGICA:

D. Maria I nasceu em Lisboa, a 17 de Dezembro de 1734, recebendo o

nome de batismo de Maria Francisca Isabel Josefa Antonia Gertrudes Rita Joana, e faleceu

no Rio de Janeiro, a 20 de Março de 1816, estando sepultada na Basílica da Estrela.

Casou em 6 de Junho de 1760 com o seu tio, o infante D. Pedro, que era

príncipe do Brasil e veio a ser, pelo casamento, o rei consorte D. Pedro III.

DO CASAMENTO NASCERAM:

1. D. José, príncipe da Beira e duque de Bragança. Nasceu no Paço da

Ajuda, em 20 de Agosto de 1761, e faleceu no mesmo Paço a 11 de Setembro de 1788; está

sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora. Casou com a tia D. Maria Francisca Benedita;

2. D. João, infante de Portugal. Nasceu e faleceu em 1763, sendo

sepultado no mesmo panteão);

Page 22: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

22

3. D. João VI, que sucedeu no trono;

4. D. Maria Clementina. Nasceu em Lisboa, em 1774 e faleceu na mesma

cidade em 1776, estando sepultada em São Vicente de Fora;

5. D. Maria Isabel. Nasceu em Queluz, em 23 de Dezembro de 1766,

faleceu em Lisboa, em 1777, e jaz no mesmo panteão;

6. D. Mariana Vitória Josefa. Nasceu em Queluz, a 15 de Dezembro de

1768; faleceu em Madrid, a 2 de Novembro de 1788). Casou com Gabriel António

Francisco Xavier de Bourbon, infante de Espanha, tendo havido descendência.

FONTES:

Joel Serrão (dir.) Pequeno Dicionário de História de Portugal, Lisboa,

Iniciativas Editoriais, 1976

Joaquim Veríssimo Serrão História de Portugal, Volume VI: O

Despotismo Iluminado (1750-1807), Lisboa, Verbo, 1982

Caetano BeirãoD. Maria I, 1777-1792. Subsídios para a revisão da

História do seu Reinado, 2.ª ed., Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade, 1934

JOSÉ I.

O Reformador; 25.º rei de Portugal.

Nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1714, faleceu em Ajuda a 24 de

Fevereiro de 1777. Era filho de el-rei D. João V, a de sua mulher, a rainha D. Maria Ana de

Áustria.

Tinha apenas 14 anos de idade quando foi contratado o seu casamento

com a princesa espanhola D. Mariana Vitória, filha de Filipe V e da rainha D. Isabel

Page 23: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

23

Farnésio, celebrando-se a cerimônia nupcial a 19 de Janeiro de 1729. Por morte de seu pai,

subiu ao trono, sendo aclamado a 7 de Setembro de 1750. Reconhecendo o elevado valor de

Sebastião José de Carvalho e Melo, pela forma como se houvera em Londres e em Viena de

Áustria, quando ali estivera como embaixador durante o reinado de seu pai, D. José

chamou-o para seu lado como primeiro ministro, entregando lhe com a máxima confiança a

administração do reino. Esta deferência de el-rei acarretou as maiores inimizades da

nobreza e da Companhia de Jesus contra o novo ministro, inimizades que já anteriormente

se haviam manifestado. O futuro conde de Oeiras e marquês de Pombal, apenas entrou no

exercício do seu elevado cargo, tratou de fazer conhecer aos reis da Europa que Portugal

tornara a ser uma potência. No dia 1.º de Novembro de 1775, cinco anos depois da

aclamação do novo monarca, deu-se a lamentável catástrofe do grande terremoto, que

deixou Lisboa num montão de ruínas. Pode dizer-se que foi desde então que principiou o

grande poder de Sebastião José de Carvalho. A extraordinária atividade com que procedeu

a prontas e acertadas providências em tão dolorosa situação, atendendo às mais pequenas

circunstâncias, resolvendo as inúmeras dificuldades que a cada momento surgiam,

castigando severamente os malfeitores que se aproveitavam de tão grande desgraça para

violações e roubos, ainda mais redobrou a confiança no monarca. Na verdade o marquês de

Pombal muito conseguiu com a sua administração enérgica, a despeito dos seus inimigos, a

nobreza e a poderosa Companhia de Jesus, que por meio das maiores intrigas procuravam

por todas as maneiras perde-lo no conceito de el-rei, desejando que ele o demitisse a

desterrasse do reino, mas Sebastião José de Carvalho saía sempre vitorioso de todas essas

intrigas prosseguindo na honrosa missão a que se propusera de levantar o país do

abatimento em que estava, entregue à preponderante influência dos jesuítas, tornando-o

consideravelmente próspero, animando as indústrias e as artes, e impondo-o ao respeito das

outras nações, que o olhavam desdenhosamente, considerando-o uma nação pequena e de

nenhuma importância. O reinado de el-rei D. José foi um reinado glorioso, graças aos

esforços, à iniciativa enérgica, e à notável persistência de Sebastião José de Carvalho na

administração de que se encarregara. A disciplina militar que tanto decaíra nos precedentes

reinados, foi restabelecida. Foi o general inglês conde de Lippe, quem o ministro mandou

chamar para reorganizar o exército a regulamentar a disciplina. A cidade de Lisboa, saindo

do caos em que o terremoto a tinha deixado, foi em pouco tempo reedificada, formando

Page 24: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

24

uma cidade soberba. Criaram-se as companhias das Vinhas do Alto Douro a do Grão-Pará e

Maranhão; protegeu-se muito a agricultura, a fábrica das sedas em Lisboa, as de lanifícios

da Covilhã, Fundão a Portalegre; a fábrica de vidros da Marinha Grande; regulou-se a

polícia interna e aumentaram-se os rendimentos do Estado, reformou-se a Universidade de

Coimbra que reabriu com a máxima solenidade depois da reforma, em 28 de Outubro de

1772, cujo ensino estava entregue aos jesuítas desde o tempo do fanático D João III;

animaram-se as artes, restabeleceram-se novas manufaturas. Os produtos do Brasil também

foram aumentados; deu-se a liberdade aos índios, regulou-se e reformou-se a administração

desperdiçadora daquela nossa colônia riquíssima; acabou-se com a diferença entre cristãos

novos e cristãos velhos; enquanto à instrução popular também o poderoso ministro atendeu

com o máximo cuidado, criando escolas em todas as vilas do reino. Criou-se também o

Real Colégio dos Nobres. Foram restituídos os bens da Coroa usurpados; fundou a Aula do

Comércio, formulou novos regulamentos de comércio, estabelecendo feiras que se tornaram

florescentes; protegeu muito o comércio, obrigando as casas inglesas do país a terem só

empregados portugueses; limitou o poder, restringiu o da Inquisição; atendeu

cuidadosamente aos negócios da Índia, suprimiu por inúteis os tribunais de Goa; tratou-se

da paz com o rei de Marrocos para tornar livre a navegação da África. Fundou-se a

Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional. A nobreza que possuía ainda um grande número

de privilégios, cada vez se mostrava mais hostil ao ministro onipotente, que não poupava a

ocasião de lhos restringir. D. José de Mascarenhas, que herdara a casa e o título dos duques

de Aveiro, pretendia que para ele passassem as comendas administradas pelos antigos

duques. D. José não lho consentira, por instigação do seu ministro o que despertou no

orgulhoso fidalgo um ódio implacável contra o monarca. Os jesuítas aproveitaram este

ensejo para se vingarem do ministro, instigando o duque, era idéia de que, se o rei

morresse, o ministro perderia necessariamente o grande prestígio que o acompanhava,

porque a confiança ilimitada de D. José era a base do seu grande poder. Morto o rei, se o

ministro sobrevivesse, ficaria completamente inutilizado. Planeou-se a célebre conspiração,

para que foram chamados os Távoras, a qual se realizou em 13 de Setembro de 1758, e que

teve o terrível desenlace dos suplícios horrorosos que os acusados sofreram na praça de

Belém a 13 de Janeiro de 1759. Foi um terrível exemplo para a nobreza, que se convenceu

da impossibilidade da luta com aquele poderoso inimigo. Sebastião José de Carvalho e

Page 25: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

25

Melo, já então conde de Oeiras, que não desanimara da empresa de livrar o país da nefasta

Companhia de Jesus, ativou mais as negociações diplomáticas que já tinha encetado com a

corte de Roma Foi uma luta gigantesca, porque a Companhia de Jesus era um colosso que

dificilmente poderia ser derrubado. Os embaixadores estrangeiros haviam-se tornado hostis,

o papa hesitava, mas Sebastião José de Carvalho prosseguindo implacável no seu plano,

repetindo as queixas contra os jesuítas tanto em Portugal, como no Brasil, prendeu uns

poucos de padres, mandou cercar de tropas os colégios e casas da ordem e seqüestrou-lhes

os bens. Ao mesmo tempo mandava pedir licença ao papa para mandar processar os jesuítas

acusados de cúmplices do atentado contra o rei. Depois de muitas dificuldades o papa

concedeu a licença, rogando, porém, ao rei D. José, que não permitisse que os padres

fossem expulsos dos seus domínios. Este pedido, contudo, não impediu que os jesuítas

saíssem de Portugal, pelo decreto de 3 de Setembro de 1759, saindo na noite desse dia uma

grande porção dos padres a bordo do brigue S. Nicolau, que os levou para a Itália.

Resultaram deste fato sérias pendências com a cúria romana, e mostrando-se o núncio

muito frio e até insolente foi obrigado pelo enérgico ministro sair de Portugal sem mais

hesitação. Em 1775, por gratidão a el-rei D. José I, erigiu-se a grande estátua eqüestre, que

se ostenta na Praça do Comercio, antigo Terreiro do Paço, nome porque é ainda mais

vulgarmente conhecido. O ministro destinava aquele monumento para o remate da sua

grandiosa obra da reconstrução de Lisboa. Na estátua figura o medalhão do marquês de

Pombal; foi construída pelo escultor português Joaquim Machado de Castro e fundida em

bronze pelo tenente-coronel de artilharia Bartolomeu da Costa. A inauguração realizou-se

com grande pompa no dia 6 de Junho do referido ano de 1775, dia em que D. José

completava 61 anos de idade. D. José também exilou para as matas do Buçaco seus irmãos

bastardos D. António e D. José, conhecidos pelos meninos de Palhavã. Era muito amigo

das grandezas, assim como seu pai el-rei D. João V, e mandou construir no paço da Ribeira

um riquíssimo e vastíssimo teatro, denominado a Ópera do Tejo, que ficou substituindo um

teatro pequeno que se havia armado na chamada Casa da Índia. Inaugurou-se com

extraordinária pompa no aniversário da rainha, em 31 de Março de 1755, com a ópera de

David Peres, Alessandro nelle Indie, e em 6 de Junho, aniversário do rei, cantou-se La

Clemenza di Tito, de António Mazzoni. 0 Seminário Patriarcal teve uns estatutos especiais,

que D. José referendou, com a data de 23 de Agosto de 1765. Na Biblioteca Nacional de

Page 26: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

26

Lisboa, dizem existir um exemplar manuscrito destes estatutos, que se não imprimiram o

qual tem a rubrica de D. José, feita pelo seu próprio punho. No artigo referente ao marquês

de Pombal se tratará mais minuciosamente de muitas das obras que tanto engrandeceram o

reinado de D. José I. Por morte do monarca, subiu ao trono sua filha D. Maria I, e o grande

ministro foi desterrado para as suas propriedades de Pombal.

DESPOTISMO ESCLARECIDO

O modelo do despotisme éclairé, proposto pelos enciclopedistas e que

tem como antecedente a ideia de governo da ciência de Francis Bacon, foi também

assumido pelos fisiocratas, quando estes distinguiam o desejável despotisme légale do mero

despotisme arbitraire, conforme terminologia inventada por Mercier de la Rivière. A

expressão apenas foi consagrada por historiadores alemães no século XIX, tendo surgido

algumas alternativas à mesma como a de absolutismo esclarecido, proposta por Marcel

Prélot. Os casos paradigmáticos são os de Frederico II da Prússia, entre 1740 e 1786,

apoiado por Voltaire, e de Catarina II, entre 1762 e 1796, que se relacionou com Diderot.

Seguem-se as experiências de José II (1741-1790) da Áustria, rei entre 1780 e 1790, mas já

co-regente desde 1765, o qual considera que o Estado significa o maior bem para o maior

número. Outros casos são os de Carlos III da Espanha, com o conde de Aranda no governo,

e do nosso D. José I com o marquês de Pombal, para além de Cristiano VII na Dinamarca,

com o médico Struensee, ao que parece amante da rainha, e de Estanislau- Augusto

Poniatowski na Polónia, ao que parece um dos amantes de Catarina da Rússia. Um

conjunto de soberanos, pessoalmente medíocres, que conseguem mobilizar excelentes

ministros. Todos geraram uma profunda mudança dos processos políticos, cabendo-lhes a

eles o desmoronar efectivo dos anciens régimes. O modelo que não teve reflexos na

Inglaterra apenas começa a consagrar-se depois de 1760, concretizando-se o projecto

desencadeado pelos philosophes, cerca de meio século antes. A partir de tal terramoto

político que também tem como consequências a expulsão dos jesuítas e das teorias

escolástiacas, condenadas desde então a uma espécie de lenda negra, vai levar a que o

Estado passe a assumir o monopólio de palavras como razão, tolerância, progresso e

humanismo, concretizando-se aquela modernidade política que ainda hoje vivemos.

Page 27: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

27

Esta Colecção foi adquirida em leilão, em 1887, aos herdeiros do 1º

Marquês de Pombal, sendo constituída pelas espécies da livraria manuscrita que pertenceu

ao 1º Marquês de Pombal e seus descendentes.

Dela fazem parte espécies de temática diversa, com preponderância da

Genealogia, onde avultam obras de Rangel de Macedo, Monterroio Mascarenhas e Alão de

Morais, obras literárias e históricas como as Memórias da Paz de Utrech de D. Luís da

Cunha, de 1715, e uma compilação de legislação dos reinados de D. José e D. Maria I, a

designada "Colecção Josefina".

Integra igualmente esta colecção, o arquivo pessoal do Marquês de

Pombal, onde se inclui documentação relativa à sua actividade pública como embaixador

em Londres e Viena de Áustria, e como Ministro de D. José, nomeadamente

correspondência, e documentação relativa ao Brasil (o irmão do Marquês de Pombal foi

governador do Pará e Maranhão), e referente à Companhia de Jesus. É igualmente

significativa a documentação com génese na actividade privada do Marquês,

nomeadamente a que resultou da sua actividade intelectual (e de que é exemplo a Dedução

cronológica e analítica, obra executada por ordem e inspiração do Marquês, com

acrescentos e emendas autógrafos), bem como documentos pessoais: correspondência

familiar, o contrato de casamento, etc.

INSTRUMENTOS DE DESCRIÇÃO

MONIZ, José António. Inventário da Collecção Pombalina. Lisboa: Biblioteca Nacional,

1889.

BIBLIOGRAFIA

COMISSÃO ORGANIZADORA DAS COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIO DA MORTE DO MARQUÊS DE POMBAL: Catálogo Bibliográfico e Iconográfico. Lisboa : Biblioteca Nacional, 1982

Page 28: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

28

CAPÍTULO II

Mapas de distribuição dos Mestres e Professores em terras brasileiras

Este capítulo pretende dar a conhecer ao leitor quem foram os mestres e

professores régios, onde se localizavam as escolas, as datas de nomeações, as cadeiras

exercidas pelos professores da época e os vencimentos percebidos pelos mesmos.

Os dados que permitiram a elaboração deste mapa foram cotejados de

diferentes fontes documentais por mim pesquisadas, na Biblioteca Nacional de Portugal e

no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

De maneira sintética, passo a explicar ao leitor como foi realizado o

processo de investigação nos diferentes fundos e que resultaram no presente trabalho.

O fundo “Coleção Ministério do Reino” é o mais rico em informações

sobre nomeações, cartas e diplomas que permitem aos professores régios exercerem o

magistério das cadeiras para as quais foram nomeados. Dados semelhantes e que os

complementam estão presentes no fundo da Real Mesa Censória e na chancelaria Real. Ou

seja, estes fundos constituem-se como sendo o éspolo da burocracia do estado setecentista

português, durante o Reinado de D. José I, bem a propósito, inúmeros documentos, ao invés

de terem a assinatura do ausente Rei, tem a marca do Ministro plenipotenciário Marques de

Pombal.

Os vencimentos percebidos, nem sempre com regularidade, estão

presentes nos livros do Subsídio Literário, depositário das informações sobre a

administração do ensino. Embora não tenha registro à margem dos nomes os respectivos

vencimentos, posso tomar como dado conhecido, pois que, tanto Banha de Andrade,

Joaquim Ferreira Gomes, Áurea Adão e Rogério Fernandes afirmam que há uma

homogeneidade nos vencimentos conforme as cadeiras ministradas.

Para concluir, algumas sugestões de investigação. Se o conhecimento do ensino das

primeiras letras está razoavelmente estudado, tendo sido das a conhecer muitas das fontes

por mim aqui referidas, o mesmo não acontece com as aulas de ensino secundário.

Praticamente tudo está por fazer, com exceção do decênio de 1760, trabalhado por A.A.

Banha de Andrade, que nos deixou os primeiros ensinamentos quanto a Arquivos e acervos

Page 29: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

29

que contém fontes para a história da educação em finais do Antigo Regime. Por isso, um

caminho longo há ainda a percorrer.

Para a História da Educação brasileira no período em causa, é urgente e

imprescindível a elaboração de um roteiro de fontes existentes nos Arquivos portugueses,

com atenção prioritária para o Arquivo Histórico Ultramarino, onde um número

incalculável de informações nos espera. Creio, porém, que não poderá constituir trabalho de

um só investigador, mas antes, de uma equipa pluridisciplinar.

A guisa de ilustração, elaborei um MAPA de distribuição e movimentação dos

mestres de ler, escrever e contar e professores régios nomeados para lecionarem no Brasil-

colônia. Este mapa permite visualizar as nomeações originais, a migração para cidades mais

importantes e para cadeiras mais rentáveis. Note-se que, trabalho semelhante a este já havia

sido desenvolvido pelo Prof. Joaquim Ferreira Gomes, da Universidade de Coimbra, porém

o trabalho deste professor é restrito para o Reino e Ilhas, assim para a Colônia brasileira

não havia ainda um quadro demonstrativo do processo migratório dos docentes em busca

de melhores colocações, este é o objetivo expresso pelo quadro, com o qual finalizo o

presente relatório.

Page 30: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

30

Mapa de Distribuição dos Mestres e Professores em Terras Brasileiras Nome Local Disciplina Salário Data

Francisco Gomes Fonseca Rio de Janeiro Gramática Latina 20 mil réis/mês

São Paulo - Vila Santos Latim 240 mil réis/ano 26/08/1782

Minas Gerais - Mariana Latim 400 mil réis/ano 23/08/1786

Domingos Martins Pará - Vila de Camutá Gramática Latina 200 mil réis/ano

Pará - Vila de Camutá Gramática Latina 240 mil réis/ano 24/08/1784

Francisco Rodrigues X. de Prates Rio de Janeiro Filosofia Racional 460 mil réis 18/01/1774

Francisco Marinho de São Paio Baia Gramática Latina 400 mil réis/ano 20/01/1774

Antonio Correia de Souza Mello Vila Rica Gramática Latina 400 mil réis/ano 20/01/1774

Page 31: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

31

Nome Local Disciplina Salário Data

Antonio Rodrigues Santos (Dantes) Mariana Gramática Latina 400 mil réis/ano 03/08/1775

Manoel Moreira Baia Filosofia Racional 2.0$ réis por mês 19/02/1776

Francisco de Souza Magalhães Vila do Recife Gramática Latina 26/10/1776

Pernambuco - Recife Gramática Latina 240 mil réis/ano 08/09/1783

Alexandre José Fernandes Bahia 90 mil réis/ano 30/07/1778

Bahia Ler 90 mil réis/ano 23/03/1786

Bahia Ler 150 mil réis/ano 11/08/1786

João Manço Pereira Baia Gramática Latina 20 mil réis/ mês 15/10/1778

Baia Retórica 20 mil réis/mês 18/03/1779

Jorge Furtado de Mendonça Rio de Janeiro Filosofia 20 mil réis/mês 30/10/1778

Rio de Janeiro Gramática Latina 23/08/1788

Page 32: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

32

Nome Local Disciplina Salário Data

Elias Rodrigues de Lima Rio de Janeiro Retórica 20 mil réis 02/12/1778

Rio de Janeiro Gramática Latina 08/04/1780

Frei Bento José de Souza Farinha Évora Filosofia Racional 60 mil réis/ano 10/02/1779

Manoel Joaquim de Castro Belém Gramática Latina 20 mil réis 18/02/1779

Veríssimo Xavier (...) Rio de Janeiro Ler, escrever e contar 20 mil réis 13/03/1779

Pedro Nolasco Bahia Gramática Latina 20 mil réis 18/03/1779

Francisco Xavier dos Passos São Paulo Retórica 20 mil réis/mês 19/04/1779

Januário de Sant Ana e Castro São Paulo Mestre de Ler, 90 mil réis/ ano 19/04/1779

São Paulo Primeiras Letras 19/04/1779

José Fernandes de Carvalho Rio de Janeiro Ler, Escrever e 90 mil réis/ano 31/05/1779

Page 33: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

33

Nome Local Disciplina Salário Data

Francisco Ferreira Paes da Silveira Pernambuco Retórica 20 mil réis/mês 28/06/1779

Bahia Retórica 20 mil réis 28/09/1780

Bahia Retórica 440 mil réis/ano 17/09/1783

Antônio da Fonseca Vila de Viseu Ler 60 mil réis/ano 02/12/1779

José Antônio Gabriel Vila de San Payo Ler, escrever e contar 40 mil réis 14/12/1779

André Pereira Rabello Vila de Albufeira Ler 40 mil réis 23/12/1779

José Ribeiro Osório Vila de Mortegoa Gramática Latina 100 mil réis/ano 23/12/1779

Manuel Roiz Dantas Minas Gerais - Rio das Mortes Gramática Latina 240 mil réis/ano 10/06/1780

Sebastião J. de Godóis e Almeida Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 20 mil réis 21/08/1780

José Leitão Recife Retórica 20 mil réis/mês 02/06/1781

Antonio da Rosa Costa Bahia – Ns. Srª. da P. e Sto. Amaro Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 21/10/1782

Page 34: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

34

Nome Local Disciplina Salário Data

João Batista Clemente Pernambuco 60 mil réis/ano 23/10/1782

José da Silveira Lisboa Bahia Filosofia Racional 07/11/1782

Bahia Filosofia Racional 20 mil réis/mês 26/06/1783

Silveira Teixeira de Golveia MG - São José do Rio das Mortes Gramática Latina 240 mil réis/ano 23/11/1782

João Baptista Gomes Pará - Belém Retórica 20 mil réis/mês 23/03/1783

Miguel Antonio Ayres Minas Gerais - Vila Rica Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 26/03/1783

Joaquim (...) Bonjin(?) Pernambuco - Olinda Gramática Latina 400$ réis/ano 12/06/1783

José Xavier de Souza Pereira Pará - Belém Gramática Latina 240 mil réis/ano 08/09/1783

Bahia - Sergipe d'Rey Latim 240 mil réis/ano

José Bento Dantas Coelho Bahia - Jacobina Gramática Latina 400 mil réis/ano 17/09/1783

José Marques Pinto Rio de Janeiro - São Salvador Grego 440 mil réis/ano 11/10/1783

Page 35: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

35

Nome Local Disciplina Salário Data

João Adolfo Paraíba Gramática Latina 300 mil réis/ano 13/10/1783

José Maurício Ribeiro Bahia Gramática Latina 300 mil réis/ano 13/10/1783

Jerônimo de Souza e Costa Maranhão - São Luiz Filosofia Racional e 320 mil réis/ano 13/10/1783

Pedro Botelho de Barros Pernambuco Gramática Latina 18/10/1783

Pernambuco - Vila de Santa Cruz de Gramática Latina240 mil réis/ano

06/10/1784

Marcelino de Carvalho Bahia - Porto Seguro Gramática Latina 300 mil réis/ano 20/10/1783

Vitorino Martins Machado Vila Rica Latim 20/11/1783

Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 440 mil réis/ano 28/03/1784

Bernardino Gonçalves de Lima Bahia - Vila de Jaguaripe Gramática Latina 240 mil réis/ano 10/02/1784

Pedro Antonio de Souza Ribeiro Pernambuco - Vila de Icó(?) Gramática Latina 26/02/1784

Page 36: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

36

Nome Local Disciplina Salário Data

João Mendes Sanches Salgueiro Piauy Gramática Latina 240 mil réis/ano 30/03/1784

Joaquim Mathias Bernardo Maranhão Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 30/03/1784

Manoel Ignácio da Silva Alvarenga Rio de Janeiro Retórica 440 mil réis/ano 26/06/1784

Ignácio Joseph Corte Real Bahia - Porto Seguro Latim 300 mil réis/ano 09/08/1784

Francisco (...) Garcia Pernambuco - Natal Latim 300 mil réis/ano 29/10/1784

Joaquim Agostinho Bayen Recife Latim 400 mil réis/ano 23/03/1785

Bahia - Olinda 400 mil réis/ano 28/03/1785

José Pereira de Dremundo Pernambuco - Comarca Paraíba Ler, escrever e contar 100 mil réis/ano 07/04/1785

Manoel Felipe da Araújo Cavalcanti Pernambuco - Olinda Ler, escrever e contar 150 mil réis/ano 15/04/1785

Luís Alves Pinto Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 22/07/1785

Recife Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 05/09/1788

Page 37: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

37

Nome Local Disciplina Salário Data

José Natal Ferreira Pinto Pernambuco Ler 150 mil réis/ano 07/08/1785

Manoel Ignácio de Lima Corte Real Bahia - Porto Seguro Ler 120 mil réis/ano 07/08/1785

José Baptista Gomes Pará - Belém Retórica 240 mil réis/ano 08/08/1785

Antonio de Castro Pernambuco - Recife Grego 440 mil réis/ano 19/08/1785

Pedro Nolasco dos Humildes Bahia - Ns Srª da P. e Sto. Amaro Ler 100 mil réis/ano 22/08/1785

Francisco de Paula Meirelles Minas Gerais - Mariana Latim 460 mil réis/ano 29/08/1785

Agostinho Correia da Silva Galvão Rio de Janeiro Filosofia 460 mil réis/ano 21/09/1785

José Pedro de Oliveira e Mota Pará - Vila de Barcellos Latim 240 mil réis/ano 09/10/1785

Teodosco(?) Luis da Costa Moreira Pernambuco - Aracaty Gramática Latina 240 mil réis/ano 22/10/1785

José Teodoro da Rosa Gama Rio de Janeiro - Cabo Fio Gramática Latina 240 mil réis/ano 27/10/1785

Cristóvão da Silva Maranhão - Paraíba Latim 200 mil réis/ano 20/12/1785

Page 38: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

38

Nome Local Disciplina Salário Data

Manoel Joaquim Alvarenga Pernambuco - Vila de Iguapu Ler 80 mil réis/ano 15/03/1786

João Varela da Fonseca MG - São José do Rio das Mortes Gramática Latina 440 mil réis/ano 06/07/1786

Manoel Félix de Araújo Cavalcanti Pernambuco - Recife Ler 150 mil réis/ano 11/07/1786

João Pedro de Andrade Maranhão - Vila Sto Antonio de Ler 80 mil réis/ano 27/07/1786

Minas Gerais Ler 12/02/1780

Manoel Paulino Pimenta da Almeida Minas Gerais - Pitangui Latim 400 mil réis/ano 28/07/1786

José Ignácio Carvalho Pernambuco - Vila de Santarém(?) Latim 240 mil réis/ano 31/07/1786

José Fernander Gama Alagoas - Vila Vereay Gramática Latina 300 mil réis/ano 03/08/1786

Silvério Teixeira de Golveia Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 400 mil réis /ano 07/08/1786

Antonio Gorjão Bahia - Olinda Ler 150 mil réis/ano 20/08/1786

Luiz Joaquim Villela da França Minas Gerais - Mariana Ler 150 mil réis/ano 28/08/1786

Page 39: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

39

Nome Local Disciplina Salário Data

Joaquim José de Oliveira Pernambuco - Ns Srª das Neves da Ler 150 mil réis/ano 29/08/1786

Paraíba

José Antonio Freire Barata Minas Gerais - Conceição de Ler 150 mil réis/ano 31/08/1786

Luis Antônio na Silva Souza Minas Gerais - Villa do Príncipe de Ler 150 mil réis/ano 09/09/1786

Manoel Francisco da Silva Souza Minas Gerais Ler 150 mil réis/ano 11/09/1786

Agostinho Correia da Silva Gonçalves Rio de Janeiro Filosofia 460 mil réis/ano 12/09/1786

Francisco Luis de Souza Mina Gerais - Mariana Ler 150 mil réis/ano 12/09/1786

João Antonio dos Santos Mato Grosso - Cuiabá Ler 150 mil réis/ano 11/10/1786

Belmiro Manoel Jacinto de S. Payo Bahia - Vila da Cachoeira Latim 240 mil réis/ano 12/01/1789

e Mello

José Luis Moraes São Paulo - Santos Latim 300 mil réis/ano 20/06/1786

Page 40: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

40

Nome Local Disciplina Salário Data

Francisco Gomes Fonseca Rio de Janeiro Latim

Rio de Janeiro Latim 01/10/1782

Carlos José da Silva Vila de Almada - Comarca de Setúbal Gramática

Duarte Mendes Caldeira Villa Viçosa Gramática

Francisco da Costa Vila Real Gramática

Bahia Ler 24/08/1792

Antonio Domingos Martins Calção Pará Latim

Manuel Ferreira Torres Villa do Conde Gramática 13/07/1711

Manoel de Araújo Sá João do Lobrigor - Conselho de Latim 28/01/1741

Antônio de Sousa Machado Vila Real Ler e Escrever 27/05/1747

Page 41: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

41

Nome Local Disciplina Salário Data

Paulo Osório Coutinho Vila de Coimbra - Comarca de Gramática Latina 23/09/1758

José Simão Gramática 28/08/1764

Manuel Araújo Brito? Vila de Estarreja Gramática Latina 12/05/1770

Alexandre Gonçalo Rio de Janeiro Gramática Latina 08/01/1774

Francisco Manuel de Oliveira Funchal Filosofia 15/01/1774

Alexandre da Fonseca Vila de Abrantes Gramática Latina 15/01/1774

Francisco Rodrigues Xavier Rio de Janeiro Filosofia 18/01/1774

Francisco Marino de Sampaio Bahia Gramática Latina 20/01/1774

Antonio Correia de Sousa Melo Vila Rica Gramática Latina 20/01/1774

João Mendes da Silva Pardieiro Raiollos Ler, escrever e contar 23/02/1774

? José Rodrigues Faro Ler, escrever e contar 60 mil/ano 17/03/1774

Page 42: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

42

Nome Local Disciplina Salário Data

Francisco Leite Ler, escrever e contar 24/03/1774

Francisco da Costa Moraes Beja Ler, escrever e contar 60 mil/ano 04/04/1774

Pascoal Coelho Aljubarrota Ler, escrever e contar 28/04/1774

Antonio Rodrigues Santos Mariana Gramática Latina 03/08/1775

Manuel Correia de Mairelles V Real – Prov. de Trás dos Montes Gramática 10 mil reais ao 23/10/1776

Vieira Veríssimo Xavier Rio de Janeiro Primeiras Letras 11/03/1778

Elias Rodrigues de Lima Rio de Janeiro Retórica 09/12/1778

Manuel José do Sobral Olinda Latim 22/12/1778

Manuel Joaquim de Castro Pará Latim 18/02/1779

Pedro Valasco Gaspar Bahia Latim 18/03/1779

Francisco Antonio Marinho Minas Gerais Primeiras Letras 22/03/1779

Page 43: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

43

Nome Local Disciplina Salário Data

Francisco Xavier de Pacos São Paulo Retórica 19/04/1779

Alexandre José Fernandes Bahia Ler 07/04/1783

Joseph Antonio Rodrigues Belém Ler 22/05/1783

Manoel Caetano de Souza Mariana Latim 20/03/1784

Antonio Madureira Feijó Brasil Latim 02/05/1784

Manoel Joseph Brito Alagoas Ler 12/08/1784

Manoel Alves São João do Rio Frio Latim e Ler 16/12/1784

Antonio de Barros Lobo Vila da Cachoeira, Recôncavo da Latim 11/08/1785

Bahia Latim 07/09/1791

Teodózio Luiz da Costa Pernambuco Latim 29/08/1785

Joseph Theodoro da Roza(?) Gama Estado do Brasil Filosofia Racional 29/10/1785

Page 44: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

44

Nome Local Disciplina Salário Data

Domingos Joseph Antonio Rodrigues Belém Ler 23/05/1786

Joseph Antonio Roiz Guedes Belém Ler 26/06/1786

Joaquim da Cunha Ozório Minas Gerais Latim 28/08/1786

Joaquim José Pereira Vila Rica Latim 29/08/1786

Minas Gerais - Sto Antonio do Ler 150 mil réis/ano 11/09/1786

Antonio Ricardo Belém Latim 09/12/1786

Manoel Carneiro da Ressurreição Capitania Ceará Grande Latim 12/07/1787

José Manoel Luis Coelho Capitania Ceará Grande Ler 12/07/1787

João José de Saldanha Pernambuco Latim 24/07/1787

Honório Fidelis Minas Gerais Latim 03/08/1787

Antonio da Costa e Oliveira Vila Rica Latim 12/12/1787

Page 45: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

45

Nome Local Disciplina Salário Data

Vila Rica Latim 29/04/1788

Francisco de Mello Barroso Estado do Brasil Ler 14/04/1788

Francisco José S. Payo São Paulo Latim 26/04/1788

João Francisco de Souza Recife Ler 26/03/1789

Manoel Pereira Rabello Recife Latim 26/03/1789

Pedro Antão Neto Cavalcanti América Latim 26/10/1789

Manoel Antonio de Andrade Pernambuco Latim 12/06/1790

Antonio Afonso de Vasconcelos Pereira Brasil Latim 01/07/1790

Gabriel Joseph da Fonseca Pará Ler 25/09/1790

Francisco Pereira Maranhão Ler 15/04/1791

Page 46: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

46

Nome Local Disciplina Salário Data

Luis Gonçalves dos Santos Rio de Janeiro Latim 01/09/1791

Rio de Janeiro Latim 19/10/1792

Antonio Felis de Araújo Bahia Latim 24/09/1791

José de Faria Leitão Vila Rica Ler 10/03/1792

Manoel Joaquim de Almeida Pernambuco - Vila das Iguarias Ler 04/05/1792

Francisco Gonçalves de Sêna Bahia Latim 31/05/1792

Luis Bento de Abreu Viena Belém Ler 18/07/1792

João Pinheiro Requião Bahia Ler 23/08/1792

José Avelino Barbosa Bahia Filosofia 12/09/1792

Bahia Filosofia Racional e 15/12/1792

Gramática

Page 47: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

47

Nome Local Disciplina Salário Data

Antonio Felis Pereira Rio de Janeiro Latim 22/10/1792

Pascoal Bernardino de Mattos Mariana Latim 14/12/1792

Francisco Xavier de Faria Souto Estado do Brasil Ler 16/05/1793

Antonio Pereira Bonarote Rio de Janeiro Ler 18/07/1793

Manoel Luciano Pará - Vila da Vigia Latim 18/07/1793

Matheus Roselli de Trapani Pará Língua Italiana 19/07/1793

Belchior Lopes de Lima Pernambuco Latim 29/07/1793

Ignácio Antunes de Freitas Pará Ler 11/04/1794

Feliciano José da Fonseca Brasil 12/04/1794

Joseph de Affonseca Bahia Latim 31/05/1794

Antonio Rabello da Mota Bahia Ler 02/06/1794

Page 48: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

48

Nome Local Disciplina Salário Data

Miguel de Miranda Pernambuco Latim 26/08/1794

Raimundo de São Francisco Rio de Janeiro Ler 11/09/1794

Joaquim Honório de Oliveira Brasil Latim 20/11/1794

Amaro Baptista Pereira Rio de Janeiro Cirurgia 20/06/1805

João da França Ribeiro Real Colégio dos Nobres Grego 22/11/1820

José Manuel de Sequeira Real Colégio dos Nobres Latinidade 16/05/1821

Manoel Patrício Correia de Castro Luanda Língua Latina 27/01/1824

José do Espírito Santo Chaves Real Colégio dos Nobres Filosofia Racional e 07/11/1825

Manuel Joaquim de Sá Braga Real Colégio dos Nobres Primeiras Letras 02/12/1825

João São Boaventura Real Colégio dos Nobres Retórica 18/01/1826

Page 49: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

49

CONCLUSÃO

Publicar documentos não é fazer a história, mas sem um trabalho de

heurística não é possível fazer qualquer trabalho de síntese. Quantas fantasias se têm escrito

acerca disto ou daquilo, sem se examinarem os documentos, ou a partir de meia dúzia de

documentos publicados! Deste modo se poderá escrever um romance, mas não se fará

historia.

O trabalho de recolha de fontes é obscuro, moroso, difícil e até, por vezes,

mal apreciado. Mas sem o fazer, nunca teremos sínteses históricas válidas.

Assim sendo, esta pesquisa que agora apresentamos pretendeu atingir dois

objetivos:

1 - Dar ao conhecimento público, os documentos sobre as "Escolas

Colônias" catalogados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Biblioteca Nacional

de Lisboa.

2 - Mapear os deslocamentos e vencimentos dos Mestres de Ler Escrever

e Contar e dos Professores das Escolas Régias dentro da Colônia brasileira.

Por fim, podemos dizer que foram alcançados os propósitos que

manifestamos no projeto inicial, porém, na medida em que, há sempre novos documentos

no catálogo das Instituições mencionadas, bem como, está sempre posta a hipótese de que

haja documentos ainda por se tornarem visíveis, escondidos ou esquecidos em bibliotecas,

caves ou porões públicos ou particulares...longe está o dia que poderemos dizer que já foi

tudo dito ou escrito sobre determinado período histórico. Há surpresas, desde sempre, a

espreita do pesquisador. Quimera vã imaginar a história pronta e acabada! As

interpretações sobre o mesmo tema são múltiplas e variadas. O tema de qualquer

investigação está aberto e é sempre salutar para a ciência esse cenário do inédito e da

surpresa.

Page 50: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

50

ÍNDICE ANTROPONÍMICO

Chancelaria D. João VI - Livro 42 fls. 207 vs; Livro 35 fls.155; Livro 34 fls. 2000 vs; Livro 43 fls. 357;Livro 44 fls. 268vs.

Chancelaria D. Afonso VI – Livro 35 fls 178 vs; Livro 37 fls. 167.

Chancelaria D. João V - Livro 35 p. 325; Livro 91 p. 32 vs; Livro 96 p. 96/ Livro 114

fls. 345.

Chancelaria D. José I - Livro 45 fls. 100 vs e 101; Livro 1 fls. 61; Livro 47 fls. 325; Livro

29 fls. 134; Livro 51 fls. 133; Livro 9 fls. 211 vs, 82 vs; Livro 34 fls. 84, 47 vs, 28 vs, 41

vs, 59 vs

Chancelaria D. Maria I - Livro 14 fls 235vs; Fls. 236

Livros de Subsídio Literário ou vencimentos para verificar como é a administração do

ensino - Registro das mercês - Livro.2, fls. 164 vs; Livro. 5, fls. 13, 194, 370; Livro. 5(2),

fls. 12, 43, 206, 325 vs, 358 vs; Livro. 6(2), fls 7 vs, 32, 69, 219; Livro. 7(1), fls. 150, 330

vs; Livro. 7(2), fls. 152; Livro. 23, fls. 166, 166 vs, 165 vs; Livro. 26, fls. 293, 296, 324,

335, 344 vs, 360 vs, 361 vs; Livro. 27, fls. 108vs, 111, 120, 128vs, 155, 164, 193 vs, 222;

Livro. 28, fls. 209

Registro Geral das Mercês - D. Maria I Livro. 5 fl. 13; Livro 5 fls. 12; Livro 5 (2) fls. 43, 206; Livro 6 (2) fls. 7 vs, 69 vs.; Livro 18 fls. 209; Livro 26 fls. 335, 334 vs, 360 v; Livro 7 (2) fls. 152 vs, 323

Ministério da Instrução Pública. MSS – nº 046, Rolo – 0197

Real Mesa Censória. CX 0164, Rolo 0117

Manuscritos do Brasil. Item – nº 36 / 49 / 01 / 10 / 02 / 15, Rolo – 0462 / 0281 / 0720 /

0717 / 0719 / 0846

Papéis do Brasil. Códice – 01 / 04 / 06 / 12 / 10 / 15, Rolos – 0697 / 0699 e 0699 A / 0698 /

0693 / 0695 / 0304

Mosteiro de Alcobaça. Livro. 081/092, Rolos – 0483 e 0483 A / 0481

Convento do Louriçal. CX – 19G/3 – 1767 – 1865, Rolo – 0852

Biblioteca Pública de Leiria, Arquivo 2, p. 9 em diante

Page 51: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

51

Livro 1, p. 1-123; Livro 126 – rolo 0462

História da Companhia de Jesus. Oferecido a D. Mariana d’Áustria pelo Padre José de

Moraes da Fonseca Pinto – ano 1759, p. 419

Índice dos Manuscritos da Livraria – vol. 3, Papéis do Brasil, Índice – p. 18 – códice 4 -

fls 180/221

Colégio dos Jesuítas de São Paulo e Santos, Índice p. 33 – códice 6 – fls 56/57

Índice p. 71 – códice 6 – fls 366-337, p. 98

Miscelânea – avulsos – 3 nº 15

Inquérito da Alfândega de Lisboa – Lisboa 1993, p. 211 a 215

2.1.10. Contribuição do Subsídio Literário

2.1.10.1. Manifesto dos Vinhos

1727 / 1846

Na administração – Ordenado dos oficiais encarregados da arrecadação do Subsídio

Literário – 2.1.16.4

Coleção Ministério do Reino

Instrução Pública p. 27

MR – 1096-168 – Registro de Conselhos a S. Magestade.

MR – 1098-169 – Registro de licença a professores particulares.

Mesa Censória 23-170 – Exames

Livro. nº 2, Livro nº 19, 24-171 – Licenças

MR - 1112.185 – termo de posse

L. nº 13

MR - 1106.176 – Despachos

L. nº 58

MR – 1100-177 – Despachos – L. s/n

MR - 1107-178 - petições L. nº57

MR – 1101-179 – despachos L. s/n

MR - 110 2-180 - despachos L. s/n

MR – 1108-181 – despachos L. nº 3

Page 52: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

52

MR – 1109-182 - despachos L. s/n

MR – 11099-167 – L 167

Junta do Subsídio Literário

1772 – 1786

v. 1 nº 259-A

Ministério do Reino - Livro 417, fls. 36, 38, 38vs, 40, 40vs, 45vs, 46, 71vs, 72, 72vs, 92,

180, 180vs, 182vs,186vs, 192vs, 197vs, 209vs

Real Mesa Censória- Inventário Preliminar- Administração dos Estudos Menores p. 76, 183 Coleção Ministério do Reino - Imprensa Régia – registro de cartas. Livro. 325 R.M.C. – CX 188

R.M.C. – Educação – CX 362

R.M.C. – Correio Brasiliense – CX 462

Provimento de Professores pela Real Mesa Censória - Livro 701

Coleção Ministério do Reino. Livro 363, fls. 12, 14vs, 32, 37vs, 38vs, 40, 41, 43, 45, 45v, 46, 46vs, 47, 47vs, 50, 51, 53, 53v, 54, 54v, 55

Coleção Ministério do Reino. Livro 362 fls. 109, 115, 155

Fundo da Real Mesa Censória. Livro 23/24, Caixa 187, Livro 23 – Exames de Gramática

Latina - fls 1v, 2, 7v, 9v, 10, 11, 15, 16v, 17, 18v, 19, 19v, 20, 20v, 21, 21v, 25, 27, 27v,

28, 32, 32v, 34v, 35, 35v, 36, 36v, 39v, 40v, 44v, 45v, 47v, 48v, 49, 49v, 52v, 57, 63, 65,

65v, 67v, 68v, 69, 71, 71v, 72, 72v, 74, 74v, 75v, 76, 76v, 79v, 81, 81v.

Real Mesa Censória - Livro 24 – Provisões para professores. fls. 2v, 12, 16v, 42, 42v, 46v, 50v, 52v, 53, 57, 66v, 67, 71v, 76, 77, 77v, 89, 95, 105, 106, 110, 117v, 122v, 123, 124, 124v, 125v, 130, 132, 133v, 134, 136, 136v, 137, 137v, 139v, 143v, 146, 153v, 154, 155, 156v, 157, 185v. Real Mesa Censória – Caixa 187. Requerimento para lugar de professor

Page 53: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

53

Ministério do Reino. Livro 339, 2611, 2636

Caixa 362 - Real Mesa Censória - Programas dos exames para várias disciplinas, cartilhas, tabuadas e outros instrumentos didáticos séc XVII e XVIII. RMC nº 4174, RMC nº 4172, RMC nº 4173, RMC nº 4175, RMC nº 4223

Page 54: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

54

BIBLIOGRAFIA ADÃO, Áurea. A criação e instalação dos primeiros liceus portugueses. Organização administrativa e pedagógica (1836-1860). ANDRADE, António Alberto Banha de. A reforma pombalina dos estudos secundários (1759-1771). Contribuição para a história da pedagogia em Portugal. 2 vols. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1981-1984. ANDRADE, António Alberto Banha de. Contributos para a história da mentalidade pedagógica portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional, 1982. CAEIRO, Francisco da Gama. As escolas capitulares no primeiro século da nacionalidade portuguesa. Arquivos de História da Cultura Portuguesa (Lisboa), 2, 1966. CARVALHO, Rômulo de. História do Ensino em Portugal. Desde a fundação da nacionalidade até o fim do regime de Salazar- Caetano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986. FERNANDES, Rogério. O pensamento pedagógico em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1978. FERNANDES, Rogério. Os caminhos do A B C: Sociedade portuguesa e ensino das primeiras letras. Porto: Porto Editora, 1994. GOMES, Joaquim Ferreira. Dez estudos pedagógicos. Coimbra: Editora Almedina, 1977. GOMES, Joaquim Ferreira. Estudos de história e pedagogia. Coimbra: Livraria Almedina, 1984. GOMES, Joaquim Ferreira. O Marques de Pombal e as Reformas do Ensino. Coimbra: Livraria Almedina, 1982. GOMES, Joaquim Ferreira. Novos estudos de história e de pedagogia. Coimbra: Livraria Almedina, 1986. GRÁCIO, Rui. Educação e educadores. Lisboa: Livros Horizonte, s.d [1 ed. 1968]. GRÁCIO, Rui. História da educação em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1988 [em colab. com Joaquim Ferreira Gomes e Rogério Fernandes]. LEMOS, Maximiano. Ribeiro Saches. A sua vida e a sua obra.Porto: 1911. NÓVOA, António. Le temps des Professeurs- Analyse sócio-historique de la profession enseignante ao Portugal (XVIII-XX siècle). Lisboa: INIC, 1987.

Page 55: FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA ... · FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA ... Para efetivar a seleção dos textos,

55

SERRÃO, Joaquim Veríssimo. História das Universidades. Porto: Lello e Irmãos Ed., 1983.