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FONTES DOS ARQUIVOS PORTUGUESES PARA A HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA
Profª Drª Rita Filomena Andrade Januário Bettini1
O objetivo deste relatório é dar a conhecer as pesquisas realizadas sobre a
implementação das Aulas Régias no Brasil durante os períodos pombalino e mariano nos
acervos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo e da Biblioteca Nacional de Portugal,
durante o período de 2001 a 2004. Nos acervos destas instituições, ainda se encontram
inúmeros documentos aguardando serem catalogados e disponibilizados aos leitores, e a
medida que estes vão sendo incorporados aos fundos disponíveis é dado a conhecer aos
leitores os novos documentos.
A minha preocupação tem sido a de me manter atualizada nas recolhas de fontes
documentais, já que para nós residentes no Brasil é impossível estarmos nos deslocando
com facilidade a Europa.
Assim, com o material bibliográfico já arrolado e devidamente ordenado,
conforme exposto em relatório anterior, dei inicio a montagem de um mapa de mobilidade
dos mestres de ler escrever e contar e dos professores régios que prestaram, exames para
exercerem o magistério na Colônia Brasil. A elaboração deste mapa foi realizada à luz de
outro já construído por Joaquim Ferreira Gomes na obra “O Marques de Pombal e as
Reformas do Ensino” Neste, o autor dá visibilidade aos movimentos migratórios, se é que
se pode assim chamar, dos mestres e professores régios dentro da metrópole e fornece
também algumas indicações sobre as colocações em escolas coloniais. Porém as indicações
elencadas, na obra citada, não contemplam uma parcela de mestres e professores que
vieram para o Brasil colonial, na medida em que, há ainda e sempre, documentos há serem
analisados e que não estão, ou disponíveis aos pesquisadores ou mesmo ainda, documentos
que não se deram a conhecer.
Para tornar mais palatável a estrutura deste relatório, fiz uma síntese de
biografias sobre os personagens centrais do contexto histórico abordado, assim elaborei o 1 Professora do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP de Presidente Prudente. Membro do Grupo de Pesquisa “História, Sociedade e Educação no Brasil”, HISTEDBR, da Faculdade de Educação, UNICAMP
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que se segue como o capítulo I que vem a ser uma síntese das biografias de D. José I;
Marques de Pombal e D. Maria I. Como se pode verificar não são biografias concordantes
entre si, claro está que nem poderiam ser, já que estes três personagens são por sí só
controvertidos e polêmicos.
Logo o propósito deste capítulo é exatamente dar a conhecer que não há um
concenso por parte dos biógrafos daqueles personagens, não apenas no sentido
metodológico que subjaz as análises dos historiadores, bem como quanto as
multifacetagens políticas, economicas, sociais, ou mesmo psicológicas dos biografados.
Portanto, é no sentido de possibilitar uma “visibilidade” das escolas do Brasil
colonial e de seu quadro docente que construí o mapa presente no capítulo II deste relatório.
Nele estão presentes as referências de Joaquim Ferreira Gomes e de Alberto Banha de
Andrade, mas também, e em grande parte, indicações obtidas das fontes documentais, tanto
da Bibliotca Nacional de Portugal e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, dos quais
retirei as informações presentes no mapa de mobilidade.
Por fim apresento na conclusão ainda que parcial ou provisória onde procuro
mostrar o quadro atual da pesquisa sobre as escolas coloniais.
CAPÍTULO I
As sínteses biográficas que escolhi para compor este capítulo têm como
objetivo ilustrar, pela visão de alguns historiadores portugueses, os personagens
controvertidos de D. José I, Marques de Pombal e D. Maria I. Mesmo passado mais de dois
séculos dos acontecimentos que marcaram o Portugal setecentista e suas colônias posso
perceber que estes autores que tanto marcaram aquela época continuam sendo alvo, não só
de estudos e investigações, bem como referência no conhecimento popular.
Para efetivar a seleção dos textos, tive em conta a definição de biografia;
assim entendi biografia “como a história de um indivíduo redigida por outro”¹ p. 118.
Finalmente, o que quero ressaltar é a diversidade de leituras dos
personagens através do olhar de alguns historiadores portugueses.
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Marquês de Pombal
Narra a história que o Marquês, Foi o homem que mais fez, Sob os auspícios da Coroa.
Logo após o terramoto, Foi reconstrutor devoto,
Da cidade de Lisboa.
Dom José deu-lhe poder, Que causou após morrer,
À Rainha timidez. Que aderiu à reacção
Existente já então, Para expulsar o Marquês.
E sua alteza, a Rainha, Que decidido já tinha,
Na sua corte real, De Lisboa o expulsar, Condenado a não pisar
Senão, terras de Pombal.
Mas o Marquês sem bonança, Retaliou por vingança, Seu regresso à Capital. Em carruagem aberta,
Que vinha toda coberta, Com as Terras de Pombal!
Autor: Euclides Cavaco
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Reflexão sobre a Lisboa de Pombal
José-Augusto França
Destruída pelo terramoto de 01 de
Novembro de 1755, Lisboa foi
reconstruída na sua parte central
por vontade política de Sebastião
José de Carvalho, futuro Marquês
de Pombal, conforme programa
do Engenheiro mor do Reino
Manuel da Maia e planos do
arquitecto Eugénio dos Santos,
rapidamente estabelecidos e
seleccionados, com as medidas
apropriadas, através de uma legislação de carácter económico, técnico e jurídico.
Nessa situação histórica, social e cultural, Lisboa situa-se entre São Petersburgo e
Washington, fundadas no princípio e no fim do Século XVIII e define-se exemplarmente
como a primeira cidade moderna do Ocidente, no quadro do urbanismo des Lumières.
Retrato do 1.º Marquês de Pombal, de Louis Michel Van Loo, 1766. Fotografia cdida pela Câmara Municipal de Oeiras
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POMBAL
O Ditador Esclarecido que fez renascer Lisboa
Subitamente, na primeira metade do século XVIII, a velha Europa estremece
até ao âmago das suas fundações: o Ancien Régime sofre um rude golpe com a implantação
do absolutismo providencialista. Lá está Bossuct para explicar que Deus governa todos os
povos, dando-lhes todos os reis. Portugal não escapa à regra, só que, durante quase 22 anos,
o rei autêntico não se chama José I, mas sim Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês
de Pombal.
Pombal é o representante português do despotismo iluminista, embora ele
próprio tivesse algumas dificuldades nessa iluminação: embaixador durante quatro anos em
Londres, nunca conseguiu aprender inglês.
Não é possível, porém, falar de Lisboa ou de Portugal, mesmo hoje em dia, sem
recorrer imediatamente à figura de Pombal. Secretário de Estado (o equivalente a primeiro-
ministro nos nossos dias) durante quase um quarto de século, o Marquês vai assinalar para
sempre nas estruturas nacionais a sua passagem pelo poder. Não foi uma ascensão fácil.
Oriundo de uma família nobre, mas entrada em decadência, Pombal forma-se em Direito,
em Coimbra, entra para o serviço do Estado apenas aos 40 anos, sendo um representante
apagado de Lisboa em Londres e depois em Viena de Áustria.
INTEIRAMENTE SENHOR DO PODER
No entanto, alguém lhe descobre os talentos. O notável D. Luís da Cunha
aconselhado a D. João V para um posto no Governo, mas o Magnânimo morre sem ter tido
tempo para fazer a nomeação.
Será D. José, já com 36 anos, que lhe vai entregar o País nas mãos,
designando-o para superintender a toda a aritmética política. O rei - escreve, em 1751, o
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embaixador da Áustria -gasta o mais do tempo na caça, em cavalgadas, jogos, concertos e
diversões, deixando Carvalho, em quem põe absoluta confiança, inteiramente senhor do
poder. Será assim até aos seus últimos dias.
Os primeiros anos não foram fáceis, mal aceite como foi pela nobreza,
como um fidalgote de cepa provinciana. Com desprezo, tratam-no apenas pelos nomes
próprios, o Sebastião José, como se fazia aos criados.
É de certa maneira, o terremoto de 1 de Novembro de 1755 que lhe vai
oferecer a oportunidade de exercer o seu despotismo esclarecido e progressista. A cidade
está destruída e há muito quem pense que o melhor era abandonar aquele monte de
escombros e transferir a capital para Coimbra.
Tenazmente, com o risco de Eugênio dos Santos, Manuel da Maia, mais
tarde Carlos Mardel, nasce a cidade nova, geométrica e rectilínca em que impera do
primeiro-ministro, o seu gosto poi casas, ruas, compêndios de ensino.
Para não alterar um traço da orientação mesmo é permitido ornamentar com um uma janela
ou uma sacada.
Enterram-se os mortos e acode-se aos vivos.Não se permite que alguém
faça obras ao acaso reedificando sua casa antes que o plano de conjunto esteja o que levará
ainda uns três anos.
Os lisboetas habituam-se a viver em tendas e até o próprio soberano se
tem de contentar por longos anos no seu Palácio de Madeira. Mas vai tomando forma a
ritmo vivo sob o olhar vigilante do Marquês.
O aglomerado medieval, sujo e desordenado, ruelas estreitas e insalubres,
vai dando lui cidade imaginada para o futuro. Uma Lisboa tempo se julgou desmesurada e
que ainda hc as suas funções.
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UMA AUTÊNTICA REVOLUÇÃO
O êxito do Marquês em responder pronta e seguramente à enorme
calamidade, dá-lhe pretexto para a longa luta que vai travar para impor a sua vontade única
sobre o País.
Primeiro, a Nobreza com o processo dos Távoras, a pretexto de um
hipotético atentado ao Rei, por uma questão de saias. É o decapitar de uma aristocracia
inútil e devassa, com uma execução espectacular, rodeada de pormenores barbaramente
sangrentos. A nobreza rende -se e não mais levantará cabeça.
Na verdade, Pombal não quereria extinguir a velha aristocracia, mas sim
adaptá-la às novas condições. Para isso, vai criar, em 1761, o Colégio dos Nobres destinado
a formar os indispensáveis quadros diplomáticose militares, com a aprendizagem de línguas
vivas, ciências experimentais, ginástica.
Uma revolução como iria fazer em Coimbra em cuja velha Universidade
nunca se ouvira falar de Newton, Descartes, Leibniz ou Locke. A culpa era dos jesuítas, na
opinião do Marquês, como explica na Dedução Cronológica, um livro que fez furor na
Europa e que, embora não seja de certo inteiramente da sua autoria lhe revela o dedo. Os
jesuítas são expulsos em 1759 e uma extraordinária campanha da diplomacia portuguesa
leva o Papa Clemente XIV a extinguir a Companhia de Jesus. No início do século XVIII,
Portugal assistira ao tímido aparecimento de algumas indústrias (todas iniciativa de
estrangeiros): a Fundição do Campo de Santa Clara, a Fábrica das Sedas (onde hoje está
instalado o Museu Arpad Sze'ns Vieira da Silva), a Fábrica de Papel da Lousã, a Fábrica de
Vidros. No entanto, ao tempo de Pombal todas tinham entrado em falência e exigido a
intervenção do Estado.
E o certo é que o Estado podia. Em 1699 chegara o primeiro ouro do
Brasil, em 1739 ali se descobriam diamantes. Por outro lado, o País estava próspero com a
exportação colonial e vinhateira, pronto a aceitar a nova ideologia reformista de Pombal. O
País responde bem e indústrias começam a proliferar aqui e ali.
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PRIMEIRA REGIÃO DE VINHO
Quase ao mesmo tempo, Pombal cria a Real Companhia do Vinho do
Porto, a primeira região demarcada vinícola de todo o mundo e o primeiro cartaz do País
até aos nossos dias. Não sem enfrentar um motim popular que ensanguentou as ruas do
Porto. Era vez de também o povo sentir a força do braço de Pombal. Extingue o Tribunal
do Santo Ofício (a Inquisição), embora tendo o cuidado de o fazer passar a tribunal político
e suprime a descriminação contra os Cristãos Novos, que se identificam com a burguesia
mercantil. A burguesia monopolista nobilita-se. Por todo o País se faz sentir o reformismo
do Marquês, que chega mesmo a transformar uma aldeola de pescadores, Santo Antônio de
Arcuilha, na grande Vila Real de Santo Antônio. Morre o rei em 1777 e o primeiro-ministro
é imediatamente afastado. Sobreviverá ainda onze anos, doente, carregado de achaques e
irado contra os homens, exilado na vila que lhe dera nome ao título. D. Maria, a rainha que
sucede a D. José, não perdoa a Pombal, porque entende que a política do Marquês enviou
directamente o seu Soberano pai para as profundas dos infernos. No fim da vida, totalmente
louca, jura ver o pai a arder nas diabólicas chamas eternas. No entanto, a chamada
Viradeira não trouxe grandes alterações. Os ministros de Pombal continuam nos seus
postos e na presidência da Câmara de Lisboa mantém-se o filho do velho ditador. Alívio
para 800 presos políticos que são libertados das enxovias. Tarde demais para outros 2 400
que entretanto tinham morrido no cárcere. Pombal, como ele próprio diria, governou de
ciência certa e vontade esclarecida. Amado e odiado, abriu caminho para
o Portugal que hoje conhecemos e que sem ele seria bem diferente.
O medalhão do Marquês de Pombal na estátua de D. José foi retirado pela
fúria popular após a morte do Rei. Anos mais tarde, foi feita justiça e
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voltou ao seu lugar de home- nagem ao grande estadista. No Arco da Rua Augusta também
impera a sua imagem, embora a grande homena- ,gem nacional seja a estátua da Rotun- da,
inaugurada já por 8(ílazar, prova- velmente muito a contragosto.
Pombal nasceu e viveu nesta casa alpaçada da da Rua do Século, no seu tempo a Rua Formosa de Baixo, mas era também dono de agumas dezenas de outros prédios e palácios um pouco por toda a cidade.A vizinha residência do Távoros foi por ele adquirida em hasta pública após suplício da familia.
Depois de múltiplas vicissitudes (primeiro enterro em Pombal, trasladação para a igreja das Mercês, como era seu desejo) o corpo do Marquês repousa hoje na igreja da Memória, à Ajuda.
A Baixa, ainda que decorridas mais de duzentos anos, continua a ser o coração da cidade. Rectilínea, uniforme, simboliza o espírito de equilíbrio do próprio Marquês que a idealizou contra a vontade de muitos.
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O palácio de oeiras (hoje pertença da Fundação Gulbenkian) foi faustosa residência de Pombal que, ali perto, criou o seu Vinho de Carcavelos, fazendo ao mesmo tempo cortar as vinhas do Ribaleio cujas terras considerava mais aptas para pão.
Memórias Pombalinas do Marquês de Bombelles
Agustina Bessa-Luís
Sebastião José morreu em Pombal, fosse de pedra biliar, fosse de edema dos pulmões, ou da simples nostalgia em que a corrupção física se baseia. Morreu talvez como Horácio, a quem os pressentimentos de Mecenas fizeram com que dissesse: «um mesmo dia trará a ambos a ruína. E nesse momento o país retomou a sua inevitável inclinação ao comodismo tribal, fechado nas suas fronteiras e guardando pelas velhas alianças uma espécie de preferência que prescinde das afinidades, para respeitar a lei do parentesco.
Em 1786, Marc-Marie, Marquês de Bombelles, recebeu de Versailles a missão do Embaixador de França em Lisboa. Mas, secreta, era a incumbência de afastar Portugal da sua aliança com a Inglaterra, fazendo-o participar do Pacto de Família que unia o ramo dos Bourbons instalados em diversos tronos. Em 26 de Outubro de 1786, o Senhor de Bombelles, com mulher, filhos, cunhada, confessores, secretários, lacaios e cozinheiros, chega ao Tejo e ao famoso «bout du monde» em que a diplomacia encalha nobremente. Descendente possivelmente de portugueses, de linha marrana, Bombelles talvez sentisse por este pequeno país retirado do
Retrato do Marquês de Bombelles in Journal d'un ambassadeur de France au Portugal, org por Roger Kann, Paris, 1979. Biblioteca Nacional de Lisboa
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concerto das nações uma simpatia que, ao entrar na Corte de Lisboa, sofreu um certo choque.
Encontrou Bombelles, petit maître intelectual e homem do século XVIII, dotado da civilidade do coração, um clima reservado mas viável e uma série de salões ainda habitados pela sombra de Sebastião José. Alguma coisa o ligava ao Ministro desaparecido há dez anos, porque, no seu diário, Bombelles sempre mostra pertencer ao partido do velho Ministro e defender a sua posição contra as diabruras dos seus inimigos.
O Marquês de Pombal e as conturbadas origens da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756-1757)
Fernando de Sousa
No reinado de D. José I, por iniciativa do seu
ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo,
foi criada a Companhia Geral da Agricultura
das Vinhas do Alto Douro, com sede no
Porto, com o objectivo de limitar a
preponderância dos ingleses no comércio dos
vinhos do Alto Douro e resolver a crise
porque então passava aquela região.
A resistência e a hostilidade dos ingleses e de
boa parte da burguesia de negócios do Porto
quanto à Companhia, antes e depois da sua
formação, vão obrigar Carvalho e Melo, em
1756–1757, a tomar medidas duras e
repressivas, mas determinantes para o
sucesso daquela Instituição, que veio a ter
um papel determinante no crescimento
económico do Porto e de todo o Norte de
Portugal.
Retrato do Marquês de Pombal, em cartaz publicitário da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro
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O Teatro no período de Pombal: doutrina, prática e ideologia
Duarte Ivo Cruz.
O teatro, no longo e poderoso
consulado do Marquês de Pombal,
sofreu o impacto directo das
reformas e da mentalidade imposta
pelo "vigilante Ministro",
expressão usada com plena
propriedade por uma dos
principais dramaturgos da época,
Pedro António Correia Garção.
Esse impacto e essa influência
directa sobre o teatro e os seus criadores e agentes situam-se em dois planos principais. De
um lado, uma reforma abrangente dos sistemas de censura e de produção e controle do
espectáculo em si, de certo modo alimentados pela intensidade do movimento de teatro
popular, chamado "teatro de cordel" pela forma algo tosca com que eram editados e
vendidos os textos – cerca de 1800 – das peças representadas nos teatros do Bairro Alto,
Salitre e da Rua dos Condes em Lisboa e no São João no Porto.
Mas mais significativa é a ligação intima e directa da politica do Marquês de Pombal com a
doutrina e a prática teatral da Arcádia Lusitana, verdadeira câmara de ressonância, sob a
forma de Academia, das reformas e da mentalidade do iluminismo pombalino, tal como as
ruas de Lisboa são traçadas a régua e esquadro, no dizer de António José Saraiva. Trata-se
de uma dramaturgia por vezes de qualidade mas sempre de rigorosa e segura subordinação
a regras estáticas e técnicas de desigual resultado. Correia Garção, Domingos dos Reis
Quita, Cruz e Silva e Manuel de Figueiredo, entre outros, deixam-nos assim uma obra
dramatúrgica e poética de muito interesse e qualidade, mas que, mais do que o valor
estético em si, fica como impressionante documento de uma época, de uma política e de
uma mentalidade.
Lisboa, Teatro Garrett, in O Bilhete Postal Ilustrado e a História de Lisboa, de José Manuel da Silva Passos.
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O Anjo da Guarda do Marquês de Pombal
José Esteves Pereira
Em 1775, saiu impresso na Régia
Oficina Tipográfica um opúsculo
apologético, de autor anónimo,
intitulado PRECES E VOTOS DA
NAÇAO PORTUGUEZA AO ANJO
DA GUARDA DO MARQUEZ DE
POMBAL. Sabemos que foi escrito
por António Pereira de Figueiredo
(1725-1797), o principal teórico do
regalismo pombalino. Não se trata
de mais um dos inúmeros textos de
desagravo surgidos na altura em que
parece ter sido urdida uma
conspiração para matar o Marquês
de Pombal protagonizada por um
genovês, Giambattista Pelle. De
facto, o conteúdo do escrito do
oratoriano Pereira de Figueiredo
assume especial significado pela invocação que nele é feito do Anjo Custódio de Portugal,
elemento simbólico da representação do poder enquanto este é assistido por Deus.
Trata-se de uma composição literária onde, aparentemente, apenas se amplifica o que se
poderia desejar do apoio celestial no exercício do Poder, não pertencendo o texto, em todo
o caso ao conjunto das deificações e heroicizações dos Príncipes (embora aqui esteja em
causa, sobretudo, o Ministro Pombal) que se manifestam ao longo da história europeia e
que assumiu particular significado com Luís XIV e a sua identificação com Alexandre
Magno. No entanto, o modo como é construído o discurso das Preces e Votos converge,
inequivocamente, para a representação da sacralização do poder régio absoluto em que
tanto se verifica a expressão assumida do jusdivinismo e do regalismo, como se depreende
Alegoria da Glória do Marquês de Pombal, gravura anónima.Biblioteca Nacional de Lisboa
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uma atitude defensiva com a exorcização do Mal, em que os Jesuítas não podiam deixar de
ser os réus da história.
Plano [de Lisboa] que sua majestade mandou...
Manuel Filipe Canaveira
"A política da Arcada" foi uma expressão em voga na Lisboa dos finais do século XIX. Os jornais consagraram-na e, no caso do Diário de Notícias, existia mesmo uma rubrica dedicada aos acontecimentos políticos do dia anterior que a usou como título.
Designava-se por "Arcada" a vasta loggia do Terreiro do Paço, símbolo arquitectónico do Estado português, cujo poder e prestígio sempre foi decisivo num país que, por tradição histórica oriunda dos tempos medievos, soube afirmar a sua independência no contexto ibérico com base numa forte centralização política, a qual, por seu turno, impulsionou a gesta dos Descobrimentos quatrocentistas e criou as condições necessárias à construção de um vasto império na Ásia, América do Sul e África.
Com base no Plano pombalino destinado ao alinhamento das ruas e reedificação das casas promulgado em 12 de Junho de 1758 (cujas disposições impressionam pela sua racionalidade de cariz iluminista), o presente artigo tece algumas considerações, por vezes assumidamente polémicas, sobre o devir histórico da sociedade portuguesa nos últimos duzentos e cinquenta anos, pretendendo pôr em evidência não só a ideia, bem conhecida de todos, de que a fundação de novas cidades e construção palácios foi sempre uma forma privilegiada de "fazer" política, mas também que os espaços urbanos ou palacianos podem influir decisivamente na maneira de uma sociedade "estar" na política.
Lisboa, Cais das Colunas, in O Bilhete Postal Ilustrado e a História de Lisboa, de José Manuel da Silva Passos.
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Marquês de Pombal
Filho do capitão de cavalaria Manuel de Carvalho de Ataíde e de Teresa
Luísa de Mendonça e Melo, Sebastião José nasceu em Lisboa. Descendia de uma família de
juízes e tinha uma avó brasileira. Estudou leis na Universidade de Coimbra e, em 1738,
iniciou carreira diplomática na legação portuguesa em Londres. Entre 1743 e 1748,
destacou-se como mediador de um conflito entre o papa Bento XIV e a imperatriz da
Áustria Teresa Cristina motivado por atitudes desta contra a Igreja. Voltou a Portugal e
quando Dom José I subiu ao trono (1750) foi nomeado para a Secretaria dos Negócios
Estrangeiros. Logo se tornou a figura mais importante do governo, ocupando-se dos mais
diferentes assuntos. Ficou no poder até a morte de Dom José I, em 1777. Durante esse
período, o rei concedeu-lhe os títulos de conde de Oeiras (1759) e de marques de Pombal
(1769). Quando D. Maria I, filha de Dom José, subiu ao trono (1777) anistiou todos os
presos políticos que Pombal havia encarcerado durante seu governo. Pombal se viu forçado
a afastar-se. Seus inimigos, agora no poder, moveram-lhe um processo. Nada foi
comprovado contra ele, mas em 1781 foi confinado em sua quinta de Pombal, onde morreu
no ano seguinte.
GOVERNO Os 27 anos de governo de Pombal caracterizaram-se por uma tentativa de modernização da
sociedade e de desenvolvimento da economia portuguesa. Nessa época, o absolutismo dos
reis era a política predominante na Europa, onde alguns governantes, chamados déspotas
esclarecidos, protegiam as artes e as ciências e realizavam reformas econômicas. Pombal
foi o déspota esclarecido de Portugal. Aumentou o poder real, contra as ambições políticas
da alta nobreza e dos padres jesuítas. Em 1758, o rei Dom José sofreu um atentado e
Pombal descobriu uma conspiração que envolvia os jesuítas e alguns membros da nobreza,
como os marqueses de Távora e o duque de Aveiro. Aproveitou para livrar-se de seus
inimigos, condenando à morte alguns nobres e expulsando os jesuítas de Portugal em 1759.
Mais tarde, convenceu o papa Clemente XIV a extinguir a Companhia de Jesus.
Pombal procurou industrializar Portugal, decretando altos impostos sobre
os produtos importados. Fundou a Companhia dos Vinhos do Douro, que monopolizou a
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comercialização dos vinhos em Portugal, prejudicando a nobreza que produzia vinhos em
suas quintas. Incentivou a produção agrícola e a construção naval. Reformou a instrução
pública e fundou várias academias. Confiou a reorganização do Exército português ao
conde de Schaumburg-Lippe, militar alemão. Acabou com a distinção entre cristãos-novos
e cristãos-velhos.
Mas quando D. Maria subiu ao poder, a nobreza reconquistou a influência
perdida e promoveu a chamada Viradeira (política que tornou sem efeito a maior parte das
reformas pombalinas).
Pombal e o Brasil. Pombal procurou organizar melhor a exploração das
riquezas do Brasil, pois, assim, aumentariam os ganhos de Portugal.
Criou duas companhias de comércio, a do Grão-Pará e Maranhão e a de
Pernambuco e Paraíba, para financiarem a produção de açúcar, café e algodão e depois
comercializarem os produtos. O algodão era exportado para a Inglaterra e para as indústrias
por ele criadas em Portugal. Incentivou a indústria de construção naval, com a criação de
estaleiros, a de laticínios, de anil e de cochonilha.
Com relação à mineração, aboliu o imposto do quinto (pagamento ao rei
da quinta parte de toda a produção de ouro), substituindo-o pela avença (cobrança fixa de
100 arrobas). Suprimiu o regime de contratos para a exploração dos diamantes, criando a
Real Extração. Para melhor controlar a exportação do ouro e dos diamantes, mudou a
capital de Salvador para o Rio de Janeiro, que era o porto por onde saíam os metais
preciosos. Criou um tribunal da relação na nova capital e juntas de justiça em todas as
capitanias.
As capitanias hereditárias que ainda pertenciam a particulares foram
compradas pela Coroa durante seu governo e transformaram-se em capitanias reais. Em
1772, Pombal reunificou o Brasil extinguindo o estado do Maranhão, formado pelo
Maranhão e a Amazônia, que era até então separado do Estado do Brasil. Criou três novas
capitanias: a do Piauí, a de São José do Rio Negro, na Amazônia, e a do Rio Grande de São
Pedro, no extremo sul do Brasil.
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Em 1753, Pombal extinguiu a escravidão dos índios no Maranhão, onde
ela era mais comum que no resto da colônia. Em 1755, proclamou a libertação dos
indígenas em todo o Brasil, indo ao mesmo tempo contra os proprietários de escravos
índios e os jesuítas, que dirigiam a vida das comunidades indígenas nas missões
(aldeamentos indígenas organizados pelos jesuítas). Após ter expulsado os jesuítas de
Portugal, obrigou-os também a sair do Brasil em 1760. As aulas régias instituídas por
Pombal para substituir o ensino religioso constituíram a primeira experiência de ensino
promovido pelo Estado na história brasileira. Pombal proibiu a discriminação aos índios e
elaborou uma lei favorecendo o casamento entre eles e portugueses. Finalmente, criou o
Diretório dos Índios para substituir os jesuítas na administração das missões.
DA DECADÊNCIA A MARQUÊS DE POMBAL
A ciência portuguesa que atingira um ponto alto no contexto europeu, em
especial, na astronomia, cartografia, cosmografia e geografia, na biologia e farmacologia,
nas ciências náuticas e na matemática, entrou em decadência.
Causas várias levaram, a que deixasse de existir motivação e estímulo,
para as actividades científicas - o que nos direccionou a um estado de enorme atraso,
precisamente quando na Europa se iniciava uma grande revolução científica, quando
nasciam duas das maiores criações do pensamento matemático - a geometria analítica de
Fermat e Decartes e o cálculo infinitesimal de Newton e Leibniz.
Tudo isto, e porque Pedro Nunes não deixou discípulos, além de André de
Avelar, conduziu a que em particular a matemática, em Portugal, viesse a atravessar um
grande fosso sem conteúdo o qual só veio a ser preenchido, com e reforma da
Universidade, pelo Marquês de Pombal.
"É um período não para esquecer mas a estudar para que se não possa
repetir" tal como disse o professor J. Tiago de Oliveira.
Todo este tempo se foi passando com muito pouca actividade no que diz
respeito ao estudo da matemática. D. João IV instituiu em Lisboa uma "Aula de
Fortificação e de Arquitectura Militar", actualmente, designada por Academia Militar, onde
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se formavam engenheiros e cosmógrafos, engenheiros e cosmógrafos esses, que aprendiam
as matemáticas necessárias às aplicações, sem se criar ciência nova.
Era, portanto, de grande decadência, o estado a que haviam chegado as
ciências em Portugal. E foi só, na segunda metade do século XVIII, que surgiram as
primeiras tentativas para uma verdadeira reabilitação científica.
A primeira foi com o Marquês de Pombal, ao criar o Real Colégio dos Nobres em 1761,
com professores vindos do estrangeiro e ao reformar
profundamente a Universidade de Coimbra, em 1772,
criando também duas novas Faculdades: a de
Matemática e a de Física. A faculdade de Matemática
tinha quatro cadeiras distinadas à Álgebra e Cálculo
Infinitesimal, à Geometria, à Mecânica e à Astronomia.
Poucas memórias se tem à cerca da faculdade de
Matemática, até 1786, quando no dia 24 de Maio desse
ano, começaram a ser lançadas em livro próprio, as actas
regulares das suas congregações.
Como regentes de duas das cadeiras do novo curso de matemática, e vultos de grande
importância nas Matemáticas do século XVIII, ficaram, o geómetra José Anastácio da
Cunha e o astrónomo José Monteiro da Rocha.
Como segunda tentativa, para uma verdadeira
reabilitação científica, temos no reinado de D. Maria I, e
para completar a reforma do ensino em Portugal, a
criação de escolas técnicas - a Academia Real da
Marinha, que era a antiga Academia de Fortificação e
Arquitectura Militar, a Academia Real dos Guardas-
Marinhas e a Academia Real de Fortificação, Artilharia
e Desenho, nas quais se ensinava Matemática Pura e
Aplicada - e ainda, em 24 de Dezembro de 1779, uma
Academia das Ciências "à imitação de todas as nações
cultas" (como se escrevia no Plano de Estatutos).
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No que respeita a esta última, ela teve logo nos primeiros tempos, um papel
verdadeiramente notável no reaparecimento da ciência em Portugal. Surgiu quase como
complemento da Universidade de Coimbra, que já nela introduzira os métodos da ciência
moderna, vindo assim, a Academia, a publicar trabalhos com mérito, produzidos grande
parte deles, por seus sócios oriundos da Universidade de Coimbra, e acompanhando
paralelamente os progressos que estavam a ser feitos por essa Europa, nas ciências exactas
e naturais. Em particular, a Academia deu um real contributo para o desenvolvimento das
Matemáticas em Portugal, recorrendo, sobretudo, às suas "Memórias".
Limitando-nos aos aspectos científicos,
bastará registar aqui a opinião de Gomes
Teixeira, que na sua "História das
Matemáticas em Portugal" (Lições proferidas
nos Altos Estudos da Academia em 1932)
afirma que a memória está "cheia de doutrina
sã sobre a convergência das expressões em
que intervém o infinito, que chega a
surpreender por ser escrita nos tempos em
que se tratavam estas questões com pouco
cuidado e que pode ainda hoje ser lida com
proveito".
20
D. MARIA I
Filha primogênita de D. José I. Foi aclamada rainha em Maio de 1777.
Por sofrer de doença mental foi afastada dos negócios públicos em princípios de 1792,
tendo o príncipe D. João tomado conta do governo em nome de sua mãe até 1799, ano em
que passou a governar em seu próprio nome, com o título de Regente.
Nascida em 1734 recebeu logo o título de "Princesa da Beira", passando
com a ascensão ao trono do pai, em 1750, a ser chamada "Princesa do Brasil". Casou em
1760 com o seu tio D. Pedro de quem enviuvou.
A animosidade que sempre existiu entre os príncipes do Brasil e o
marquês de Pombal e o desejo deste de ver D. Maria renunciar ao trono em favor de seu
filho D. José, não permitiram à futura rainha que se familiarizasse com os assuntos
políticos. No entanto sente-se que três preocupações absorveram o seu espírito desde os
primeiros tempos do seu reinado: reparar as "ofensas" a Deus, moralizar a vida pública e
governar em certos campos de uma forma mais progressiva.
Perdoou aos criminosos do Estado que lhe pareceram dignos desse ato.
Aceitou o pedido de escusa do marquês de Pombal de todos os seus cargos, mas manteve-
lhe os seus honorários de secretário de Estado.
Quando D. Maria subiu ao trono era delicada a nossa posição em política
internacional: guerra com a Espanha no Brasil; situação difícil perante o conflito entre a
Inglaterra e as colônias americanas. Em relação ao primeiro problema, procurou desde
logo a rainha um entendimento com a Espanha, o que deu origem aos Tratados de Santo
Ildefonso, de Outubro de 1777, tratado preliminar de delimitação das zonas portuguesa e
espanhola na América do Sul, e do Prado assinado em Março de 1778. A solução do
segundo tornou-se mais difícil quando a França e a Espanha apoiaram as colônias
revoltadas. Na impossibilidade de tomar partido aberto por qualquer dos beligerantes
procurou obter a neutralidade, o que aconteceu em Julho de 1782, com a assinatura da
convenção marítima com a Rússia, e a aceitação da Neutralidade Armada, não sem
dificuldades que o governo português conseguiu vencer com certa diplomacia.
21
A atividade legislativa é notável, sobretudo no que diz respeito à gestão
econômica. Puseram-se restrições ao monopólio da Companhia do Vinho do Porto. Foi
suprimida a Companhia do Grão-Pará e Maranhão; criada a Junta da Administração de
todas as fábricas deste Reino e Águas Livres. Impulsionou novas manufaturas. Assinou um
tratado de amizade, navegação e comércio com a Rússia. A exportação do vinho do Porto
desenvolveu-se largamente.
Também no seu tempo se deu um impulso à cultura tendo-se procedido à
criação de numerosas instituições, como: a Real Academia das Ciências de Lisboa, Aula
Pública de Debucho e Desenho, no Porto, e a Aula Régia de Desenho de Lisboa. Fundou a
Academia Real de Marinha e a Real Biblioteca Pública de Lisboa. Criou Hospitais no
Brasil e na metrópole. Criou a lotaria para alargar os serviços da Misericórdia de Lisboa.
Uma das suas medidas mais importantes é a fundação da Real Casa Pia de
Lisboa, obra de Pina Manique.
FICHA GENEALÓGICA:
D. Maria I nasceu em Lisboa, a 17 de Dezembro de 1734, recebendo o
nome de batismo de Maria Francisca Isabel Josefa Antonia Gertrudes Rita Joana, e faleceu
no Rio de Janeiro, a 20 de Março de 1816, estando sepultada na Basílica da Estrela.
Casou em 6 de Junho de 1760 com o seu tio, o infante D. Pedro, que era
príncipe do Brasil e veio a ser, pelo casamento, o rei consorte D. Pedro III.
DO CASAMENTO NASCERAM:
1. D. José, príncipe da Beira e duque de Bragança. Nasceu no Paço da
Ajuda, em 20 de Agosto de 1761, e faleceu no mesmo Paço a 11 de Setembro de 1788; está
sepultado no Panteão de S. Vicente de Fora. Casou com a tia D. Maria Francisca Benedita;
2. D. João, infante de Portugal. Nasceu e faleceu em 1763, sendo
sepultado no mesmo panteão);
22
3. D. João VI, que sucedeu no trono;
4. D. Maria Clementina. Nasceu em Lisboa, em 1774 e faleceu na mesma
cidade em 1776, estando sepultada em São Vicente de Fora;
5. D. Maria Isabel. Nasceu em Queluz, em 23 de Dezembro de 1766,
faleceu em Lisboa, em 1777, e jaz no mesmo panteão;
6. D. Mariana Vitória Josefa. Nasceu em Queluz, a 15 de Dezembro de
1768; faleceu em Madrid, a 2 de Novembro de 1788). Casou com Gabriel António
Francisco Xavier de Bourbon, infante de Espanha, tendo havido descendência.
FONTES:
Joel Serrão (dir.) Pequeno Dicionário de História de Portugal, Lisboa,
Iniciativas Editoriais, 1976
Joaquim Veríssimo Serrão História de Portugal, Volume VI: O
Despotismo Iluminado (1750-1807), Lisboa, Verbo, 1982
Caetano BeirãoD. Maria I, 1777-1792. Subsídios para a revisão da
História do seu Reinado, 2.ª ed., Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade, 1934
JOSÉ I.
O Reformador; 25.º rei de Portugal.
Nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1714, faleceu em Ajuda a 24 de
Fevereiro de 1777. Era filho de el-rei D. João V, a de sua mulher, a rainha D. Maria Ana de
Áustria.
Tinha apenas 14 anos de idade quando foi contratado o seu casamento
com a princesa espanhola D. Mariana Vitória, filha de Filipe V e da rainha D. Isabel
23
Farnésio, celebrando-se a cerimônia nupcial a 19 de Janeiro de 1729. Por morte de seu pai,
subiu ao trono, sendo aclamado a 7 de Setembro de 1750. Reconhecendo o elevado valor de
Sebastião José de Carvalho e Melo, pela forma como se houvera em Londres e em Viena de
Áustria, quando ali estivera como embaixador durante o reinado de seu pai, D. José
chamou-o para seu lado como primeiro ministro, entregando lhe com a máxima confiança a
administração do reino. Esta deferência de el-rei acarretou as maiores inimizades da
nobreza e da Companhia de Jesus contra o novo ministro, inimizades que já anteriormente
se haviam manifestado. O futuro conde de Oeiras e marquês de Pombal, apenas entrou no
exercício do seu elevado cargo, tratou de fazer conhecer aos reis da Europa que Portugal
tornara a ser uma potência. No dia 1.º de Novembro de 1775, cinco anos depois da
aclamação do novo monarca, deu-se a lamentável catástrofe do grande terremoto, que
deixou Lisboa num montão de ruínas. Pode dizer-se que foi desde então que principiou o
grande poder de Sebastião José de Carvalho. A extraordinária atividade com que procedeu
a prontas e acertadas providências em tão dolorosa situação, atendendo às mais pequenas
circunstâncias, resolvendo as inúmeras dificuldades que a cada momento surgiam,
castigando severamente os malfeitores que se aproveitavam de tão grande desgraça para
violações e roubos, ainda mais redobrou a confiança no monarca. Na verdade o marquês de
Pombal muito conseguiu com a sua administração enérgica, a despeito dos seus inimigos, a
nobreza e a poderosa Companhia de Jesus, que por meio das maiores intrigas procuravam
por todas as maneiras perde-lo no conceito de el-rei, desejando que ele o demitisse a
desterrasse do reino, mas Sebastião José de Carvalho saía sempre vitorioso de todas essas
intrigas prosseguindo na honrosa missão a que se propusera de levantar o país do
abatimento em que estava, entregue à preponderante influência dos jesuítas, tornando-o
consideravelmente próspero, animando as indústrias e as artes, e impondo-o ao respeito das
outras nações, que o olhavam desdenhosamente, considerando-o uma nação pequena e de
nenhuma importância. O reinado de el-rei D. José foi um reinado glorioso, graças aos
esforços, à iniciativa enérgica, e à notável persistência de Sebastião José de Carvalho na
administração de que se encarregara. A disciplina militar que tanto decaíra nos precedentes
reinados, foi restabelecida. Foi o general inglês conde de Lippe, quem o ministro mandou
chamar para reorganizar o exército a regulamentar a disciplina. A cidade de Lisboa, saindo
do caos em que o terremoto a tinha deixado, foi em pouco tempo reedificada, formando
24
uma cidade soberba. Criaram-se as companhias das Vinhas do Alto Douro a do Grão-Pará e
Maranhão; protegeu-se muito a agricultura, a fábrica das sedas em Lisboa, as de lanifícios
da Covilhã, Fundão a Portalegre; a fábrica de vidros da Marinha Grande; regulou-se a
polícia interna e aumentaram-se os rendimentos do Estado, reformou-se a Universidade de
Coimbra que reabriu com a máxima solenidade depois da reforma, em 28 de Outubro de
1772, cujo ensino estava entregue aos jesuítas desde o tempo do fanático D João III;
animaram-se as artes, restabeleceram-se novas manufaturas. Os produtos do Brasil também
foram aumentados; deu-se a liberdade aos índios, regulou-se e reformou-se a administração
desperdiçadora daquela nossa colônia riquíssima; acabou-se com a diferença entre cristãos
novos e cristãos velhos; enquanto à instrução popular também o poderoso ministro atendeu
com o máximo cuidado, criando escolas em todas as vilas do reino. Criou-se também o
Real Colégio dos Nobres. Foram restituídos os bens da Coroa usurpados; fundou a Aula do
Comércio, formulou novos regulamentos de comércio, estabelecendo feiras que se tornaram
florescentes; protegeu muito o comércio, obrigando as casas inglesas do país a terem só
empregados portugueses; limitou o poder, restringiu o da Inquisição; atendeu
cuidadosamente aos negócios da Índia, suprimiu por inúteis os tribunais de Goa; tratou-se
da paz com o rei de Marrocos para tornar livre a navegação da África. Fundou-se a
Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional. A nobreza que possuía ainda um grande número
de privilégios, cada vez se mostrava mais hostil ao ministro onipotente, que não poupava a
ocasião de lhos restringir. D. José de Mascarenhas, que herdara a casa e o título dos duques
de Aveiro, pretendia que para ele passassem as comendas administradas pelos antigos
duques. D. José não lho consentira, por instigação do seu ministro o que despertou no
orgulhoso fidalgo um ódio implacável contra o monarca. Os jesuítas aproveitaram este
ensejo para se vingarem do ministro, instigando o duque, era idéia de que, se o rei
morresse, o ministro perderia necessariamente o grande prestígio que o acompanhava,
porque a confiança ilimitada de D. José era a base do seu grande poder. Morto o rei, se o
ministro sobrevivesse, ficaria completamente inutilizado. Planeou-se a célebre conspiração,
para que foram chamados os Távoras, a qual se realizou em 13 de Setembro de 1758, e que
teve o terrível desenlace dos suplícios horrorosos que os acusados sofreram na praça de
Belém a 13 de Janeiro de 1759. Foi um terrível exemplo para a nobreza, que se convenceu
da impossibilidade da luta com aquele poderoso inimigo. Sebastião José de Carvalho e
25
Melo, já então conde de Oeiras, que não desanimara da empresa de livrar o país da nefasta
Companhia de Jesus, ativou mais as negociações diplomáticas que já tinha encetado com a
corte de Roma Foi uma luta gigantesca, porque a Companhia de Jesus era um colosso que
dificilmente poderia ser derrubado. Os embaixadores estrangeiros haviam-se tornado hostis,
o papa hesitava, mas Sebastião José de Carvalho prosseguindo implacável no seu plano,
repetindo as queixas contra os jesuítas tanto em Portugal, como no Brasil, prendeu uns
poucos de padres, mandou cercar de tropas os colégios e casas da ordem e seqüestrou-lhes
os bens. Ao mesmo tempo mandava pedir licença ao papa para mandar processar os jesuítas
acusados de cúmplices do atentado contra o rei. Depois de muitas dificuldades o papa
concedeu a licença, rogando, porém, ao rei D. José, que não permitisse que os padres
fossem expulsos dos seus domínios. Este pedido, contudo, não impediu que os jesuítas
saíssem de Portugal, pelo decreto de 3 de Setembro de 1759, saindo na noite desse dia uma
grande porção dos padres a bordo do brigue S. Nicolau, que os levou para a Itália.
Resultaram deste fato sérias pendências com a cúria romana, e mostrando-se o núncio
muito frio e até insolente foi obrigado pelo enérgico ministro sair de Portugal sem mais
hesitação. Em 1775, por gratidão a el-rei D. José I, erigiu-se a grande estátua eqüestre, que
se ostenta na Praça do Comercio, antigo Terreiro do Paço, nome porque é ainda mais
vulgarmente conhecido. O ministro destinava aquele monumento para o remate da sua
grandiosa obra da reconstrução de Lisboa. Na estátua figura o medalhão do marquês de
Pombal; foi construída pelo escultor português Joaquim Machado de Castro e fundida em
bronze pelo tenente-coronel de artilharia Bartolomeu da Costa. A inauguração realizou-se
com grande pompa no dia 6 de Junho do referido ano de 1775, dia em que D. José
completava 61 anos de idade. D. José também exilou para as matas do Buçaco seus irmãos
bastardos D. António e D. José, conhecidos pelos meninos de Palhavã. Era muito amigo
das grandezas, assim como seu pai el-rei D. João V, e mandou construir no paço da Ribeira
um riquíssimo e vastíssimo teatro, denominado a Ópera do Tejo, que ficou substituindo um
teatro pequeno que se havia armado na chamada Casa da Índia. Inaugurou-se com
extraordinária pompa no aniversário da rainha, em 31 de Março de 1755, com a ópera de
David Peres, Alessandro nelle Indie, e em 6 de Junho, aniversário do rei, cantou-se La
Clemenza di Tito, de António Mazzoni. 0 Seminário Patriarcal teve uns estatutos especiais,
que D. José referendou, com a data de 23 de Agosto de 1765. Na Biblioteca Nacional de
26
Lisboa, dizem existir um exemplar manuscrito destes estatutos, que se não imprimiram o
qual tem a rubrica de D. José, feita pelo seu próprio punho. No artigo referente ao marquês
de Pombal se tratará mais minuciosamente de muitas das obras que tanto engrandeceram o
reinado de D. José I. Por morte do monarca, subiu ao trono sua filha D. Maria I, e o grande
ministro foi desterrado para as suas propriedades de Pombal.
DESPOTISMO ESCLARECIDO
O modelo do despotisme éclairé, proposto pelos enciclopedistas e que
tem como antecedente a ideia de governo da ciência de Francis Bacon, foi também
assumido pelos fisiocratas, quando estes distinguiam o desejável despotisme légale do mero
despotisme arbitraire, conforme terminologia inventada por Mercier de la Rivière. A
expressão apenas foi consagrada por historiadores alemães no século XIX, tendo surgido
algumas alternativas à mesma como a de absolutismo esclarecido, proposta por Marcel
Prélot. Os casos paradigmáticos são os de Frederico II da Prússia, entre 1740 e 1786,
apoiado por Voltaire, e de Catarina II, entre 1762 e 1796, que se relacionou com Diderot.
Seguem-se as experiências de José II (1741-1790) da Áustria, rei entre 1780 e 1790, mas já
co-regente desde 1765, o qual considera que o Estado significa o maior bem para o maior
número. Outros casos são os de Carlos III da Espanha, com o conde de Aranda no governo,
e do nosso D. José I com o marquês de Pombal, para além de Cristiano VII na Dinamarca,
com o médico Struensee, ao que parece amante da rainha, e de Estanislau- Augusto
Poniatowski na Polónia, ao que parece um dos amantes de Catarina da Rússia. Um
conjunto de soberanos, pessoalmente medíocres, que conseguem mobilizar excelentes
ministros. Todos geraram uma profunda mudança dos processos políticos, cabendo-lhes a
eles o desmoronar efectivo dos anciens régimes. O modelo que não teve reflexos na
Inglaterra apenas começa a consagrar-se depois de 1760, concretizando-se o projecto
desencadeado pelos philosophes, cerca de meio século antes. A partir de tal terramoto
político que também tem como consequências a expulsão dos jesuítas e das teorias
escolástiacas, condenadas desde então a uma espécie de lenda negra, vai levar a que o
Estado passe a assumir o monopólio de palavras como razão, tolerância, progresso e
humanismo, concretizando-se aquela modernidade política que ainda hoje vivemos.
27
Esta Colecção foi adquirida em leilão, em 1887, aos herdeiros do 1º
Marquês de Pombal, sendo constituída pelas espécies da livraria manuscrita que pertenceu
ao 1º Marquês de Pombal e seus descendentes.
Dela fazem parte espécies de temática diversa, com preponderância da
Genealogia, onde avultam obras de Rangel de Macedo, Monterroio Mascarenhas e Alão de
Morais, obras literárias e históricas como as Memórias da Paz de Utrech de D. Luís da
Cunha, de 1715, e uma compilação de legislação dos reinados de D. José e D. Maria I, a
designada "Colecção Josefina".
Integra igualmente esta colecção, o arquivo pessoal do Marquês de
Pombal, onde se inclui documentação relativa à sua actividade pública como embaixador
em Londres e Viena de Áustria, e como Ministro de D. José, nomeadamente
correspondência, e documentação relativa ao Brasil (o irmão do Marquês de Pombal foi
governador do Pará e Maranhão), e referente à Companhia de Jesus. É igualmente
significativa a documentação com génese na actividade privada do Marquês,
nomeadamente a que resultou da sua actividade intelectual (e de que é exemplo a Dedução
cronológica e analítica, obra executada por ordem e inspiração do Marquês, com
acrescentos e emendas autógrafos), bem como documentos pessoais: correspondência
familiar, o contrato de casamento, etc.
INSTRUMENTOS DE DESCRIÇÃO
MONIZ, José António. Inventário da Collecção Pombalina. Lisboa: Biblioteca Nacional,
1889.
BIBLIOGRAFIA
COMISSÃO ORGANIZADORA DAS COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIO DA MORTE DO MARQUÊS DE POMBAL: Catálogo Bibliográfico e Iconográfico. Lisboa : Biblioteca Nacional, 1982
28
CAPÍTULO II
Mapas de distribuição dos Mestres e Professores em terras brasileiras
Este capítulo pretende dar a conhecer ao leitor quem foram os mestres e
professores régios, onde se localizavam as escolas, as datas de nomeações, as cadeiras
exercidas pelos professores da época e os vencimentos percebidos pelos mesmos.
Os dados que permitiram a elaboração deste mapa foram cotejados de
diferentes fontes documentais por mim pesquisadas, na Biblioteca Nacional de Portugal e
no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
De maneira sintética, passo a explicar ao leitor como foi realizado o
processo de investigação nos diferentes fundos e que resultaram no presente trabalho.
O fundo “Coleção Ministério do Reino” é o mais rico em informações
sobre nomeações, cartas e diplomas que permitem aos professores régios exercerem o
magistério das cadeiras para as quais foram nomeados. Dados semelhantes e que os
complementam estão presentes no fundo da Real Mesa Censória e na chancelaria Real. Ou
seja, estes fundos constituem-se como sendo o éspolo da burocracia do estado setecentista
português, durante o Reinado de D. José I, bem a propósito, inúmeros documentos, ao invés
de terem a assinatura do ausente Rei, tem a marca do Ministro plenipotenciário Marques de
Pombal.
Os vencimentos percebidos, nem sempre com regularidade, estão
presentes nos livros do Subsídio Literário, depositário das informações sobre a
administração do ensino. Embora não tenha registro à margem dos nomes os respectivos
vencimentos, posso tomar como dado conhecido, pois que, tanto Banha de Andrade,
Joaquim Ferreira Gomes, Áurea Adão e Rogério Fernandes afirmam que há uma
homogeneidade nos vencimentos conforme as cadeiras ministradas.
Para concluir, algumas sugestões de investigação. Se o conhecimento do ensino das
primeiras letras está razoavelmente estudado, tendo sido das a conhecer muitas das fontes
por mim aqui referidas, o mesmo não acontece com as aulas de ensino secundário.
Praticamente tudo está por fazer, com exceção do decênio de 1760, trabalhado por A.A.
Banha de Andrade, que nos deixou os primeiros ensinamentos quanto a Arquivos e acervos
29
que contém fontes para a história da educação em finais do Antigo Regime. Por isso, um
caminho longo há ainda a percorrer.
Para a História da Educação brasileira no período em causa, é urgente e
imprescindível a elaboração de um roteiro de fontes existentes nos Arquivos portugueses,
com atenção prioritária para o Arquivo Histórico Ultramarino, onde um número
incalculável de informações nos espera. Creio, porém, que não poderá constituir trabalho de
um só investigador, mas antes, de uma equipa pluridisciplinar.
A guisa de ilustração, elaborei um MAPA de distribuição e movimentação dos
mestres de ler, escrever e contar e professores régios nomeados para lecionarem no Brasil-
colônia. Este mapa permite visualizar as nomeações originais, a migração para cidades mais
importantes e para cadeiras mais rentáveis. Note-se que, trabalho semelhante a este já havia
sido desenvolvido pelo Prof. Joaquim Ferreira Gomes, da Universidade de Coimbra, porém
o trabalho deste professor é restrito para o Reino e Ilhas, assim para a Colônia brasileira
não havia ainda um quadro demonstrativo do processo migratório dos docentes em busca
de melhores colocações, este é o objetivo expresso pelo quadro, com o qual finalizo o
presente relatório.
30
Mapa de Distribuição dos Mestres e Professores em Terras Brasileiras Nome Local Disciplina Salário Data
Francisco Gomes Fonseca Rio de Janeiro Gramática Latina 20 mil réis/mês
São Paulo - Vila Santos Latim 240 mil réis/ano 26/08/1782
Minas Gerais - Mariana Latim 400 mil réis/ano 23/08/1786
Domingos Martins Pará - Vila de Camutá Gramática Latina 200 mil réis/ano
Pará - Vila de Camutá Gramática Latina 240 mil réis/ano 24/08/1784
Francisco Rodrigues X. de Prates Rio de Janeiro Filosofia Racional 460 mil réis 18/01/1774
Francisco Marinho de São Paio Baia Gramática Latina 400 mil réis/ano 20/01/1774
Antonio Correia de Souza Mello Vila Rica Gramática Latina 400 mil réis/ano 20/01/1774
31
Nome Local Disciplina Salário Data
Antonio Rodrigues Santos (Dantes) Mariana Gramática Latina 400 mil réis/ano 03/08/1775
Manoel Moreira Baia Filosofia Racional 2.0$ réis por mês 19/02/1776
Francisco de Souza Magalhães Vila do Recife Gramática Latina 26/10/1776
Pernambuco - Recife Gramática Latina 240 mil réis/ano 08/09/1783
Alexandre José Fernandes Bahia 90 mil réis/ano 30/07/1778
Bahia Ler 90 mil réis/ano 23/03/1786
Bahia Ler 150 mil réis/ano 11/08/1786
João Manço Pereira Baia Gramática Latina 20 mil réis/ mês 15/10/1778
Baia Retórica 20 mil réis/mês 18/03/1779
Jorge Furtado de Mendonça Rio de Janeiro Filosofia 20 mil réis/mês 30/10/1778
Rio de Janeiro Gramática Latina 23/08/1788
32
Nome Local Disciplina Salário Data
Elias Rodrigues de Lima Rio de Janeiro Retórica 20 mil réis 02/12/1778
Rio de Janeiro Gramática Latina 08/04/1780
Frei Bento José de Souza Farinha Évora Filosofia Racional 60 mil réis/ano 10/02/1779
Manoel Joaquim de Castro Belém Gramática Latina 20 mil réis 18/02/1779
Veríssimo Xavier (...) Rio de Janeiro Ler, escrever e contar 20 mil réis 13/03/1779
Pedro Nolasco Bahia Gramática Latina 20 mil réis 18/03/1779
Francisco Xavier dos Passos São Paulo Retórica 20 mil réis/mês 19/04/1779
Januário de Sant Ana e Castro São Paulo Mestre de Ler, 90 mil réis/ ano 19/04/1779
São Paulo Primeiras Letras 19/04/1779
José Fernandes de Carvalho Rio de Janeiro Ler, Escrever e 90 mil réis/ano 31/05/1779
33
Nome Local Disciplina Salário Data
Francisco Ferreira Paes da Silveira Pernambuco Retórica 20 mil réis/mês 28/06/1779
Bahia Retórica 20 mil réis 28/09/1780
Bahia Retórica 440 mil réis/ano 17/09/1783
Antônio da Fonseca Vila de Viseu Ler 60 mil réis/ano 02/12/1779
José Antônio Gabriel Vila de San Payo Ler, escrever e contar 40 mil réis 14/12/1779
André Pereira Rabello Vila de Albufeira Ler 40 mil réis 23/12/1779
José Ribeiro Osório Vila de Mortegoa Gramática Latina 100 mil réis/ano 23/12/1779
Manuel Roiz Dantas Minas Gerais - Rio das Mortes Gramática Latina 240 mil réis/ano 10/06/1780
Sebastião J. de Godóis e Almeida Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 20 mil réis 21/08/1780
José Leitão Recife Retórica 20 mil réis/mês 02/06/1781
Antonio da Rosa Costa Bahia – Ns. Srª. da P. e Sto. Amaro Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 21/10/1782
34
Nome Local Disciplina Salário Data
João Batista Clemente Pernambuco 60 mil réis/ano 23/10/1782
José da Silveira Lisboa Bahia Filosofia Racional 07/11/1782
Bahia Filosofia Racional 20 mil réis/mês 26/06/1783
Silveira Teixeira de Golveia MG - São José do Rio das Mortes Gramática Latina 240 mil réis/ano 23/11/1782
João Baptista Gomes Pará - Belém Retórica 20 mil réis/mês 23/03/1783
Miguel Antonio Ayres Minas Gerais - Vila Rica Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 26/03/1783
Joaquim (...) Bonjin(?) Pernambuco - Olinda Gramática Latina 400$ réis/ano 12/06/1783
José Xavier de Souza Pereira Pará - Belém Gramática Latina 240 mil réis/ano 08/09/1783
Bahia - Sergipe d'Rey Latim 240 mil réis/ano
José Bento Dantas Coelho Bahia - Jacobina Gramática Latina 400 mil réis/ano 17/09/1783
José Marques Pinto Rio de Janeiro - São Salvador Grego 440 mil réis/ano 11/10/1783
35
Nome Local Disciplina Salário Data
João Adolfo Paraíba Gramática Latina 300 mil réis/ano 13/10/1783
José Maurício Ribeiro Bahia Gramática Latina 300 mil réis/ano 13/10/1783
Jerônimo de Souza e Costa Maranhão - São Luiz Filosofia Racional e 320 mil réis/ano 13/10/1783
Pedro Botelho de Barros Pernambuco Gramática Latina 18/10/1783
Pernambuco - Vila de Santa Cruz de Gramática Latina240 mil réis/ano
06/10/1784
Marcelino de Carvalho Bahia - Porto Seguro Gramática Latina 300 mil réis/ano 20/10/1783
Vitorino Martins Machado Vila Rica Latim 20/11/1783
Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 440 mil réis/ano 28/03/1784
Bernardino Gonçalves de Lima Bahia - Vila de Jaguaripe Gramática Latina 240 mil réis/ano 10/02/1784
Pedro Antonio de Souza Ribeiro Pernambuco - Vila de Icó(?) Gramática Latina 26/02/1784
36
Nome Local Disciplina Salário Data
João Mendes Sanches Salgueiro Piauy Gramática Latina 240 mil réis/ano 30/03/1784
Joaquim Mathias Bernardo Maranhão Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 30/03/1784
Manoel Ignácio da Silva Alvarenga Rio de Janeiro Retórica 440 mil réis/ano 26/06/1784
Ignácio Joseph Corte Real Bahia - Porto Seguro Latim 300 mil réis/ano 09/08/1784
Francisco (...) Garcia Pernambuco - Natal Latim 300 mil réis/ano 29/10/1784
Joaquim Agostinho Bayen Recife Latim 400 mil réis/ano 23/03/1785
Bahia - Olinda 400 mil réis/ano 28/03/1785
José Pereira de Dremundo Pernambuco - Comarca Paraíba Ler, escrever e contar 100 mil réis/ano 07/04/1785
Manoel Felipe da Araújo Cavalcanti Pernambuco - Olinda Ler, escrever e contar 150 mil réis/ano 15/04/1785
Luís Alves Pinto Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 22/07/1785
Recife Ler, escrever e contar 90 mil réis/ano 05/09/1788
37
Nome Local Disciplina Salário Data
José Natal Ferreira Pinto Pernambuco Ler 150 mil réis/ano 07/08/1785
Manoel Ignácio de Lima Corte Real Bahia - Porto Seguro Ler 120 mil réis/ano 07/08/1785
José Baptista Gomes Pará - Belém Retórica 240 mil réis/ano 08/08/1785
Antonio de Castro Pernambuco - Recife Grego 440 mil réis/ano 19/08/1785
Pedro Nolasco dos Humildes Bahia - Ns Srª da P. e Sto. Amaro Ler 100 mil réis/ano 22/08/1785
Francisco de Paula Meirelles Minas Gerais - Mariana Latim 460 mil réis/ano 29/08/1785
Agostinho Correia da Silva Galvão Rio de Janeiro Filosofia 460 mil réis/ano 21/09/1785
José Pedro de Oliveira e Mota Pará - Vila de Barcellos Latim 240 mil réis/ano 09/10/1785
Teodosco(?) Luis da Costa Moreira Pernambuco - Aracaty Gramática Latina 240 mil réis/ano 22/10/1785
José Teodoro da Rosa Gama Rio de Janeiro - Cabo Fio Gramática Latina 240 mil réis/ano 27/10/1785
Cristóvão da Silva Maranhão - Paraíba Latim 200 mil réis/ano 20/12/1785
38
Nome Local Disciplina Salário Data
Manoel Joaquim Alvarenga Pernambuco - Vila de Iguapu Ler 80 mil réis/ano 15/03/1786
João Varela da Fonseca MG - São José do Rio das Mortes Gramática Latina 440 mil réis/ano 06/07/1786
Manoel Félix de Araújo Cavalcanti Pernambuco - Recife Ler 150 mil réis/ano 11/07/1786
João Pedro de Andrade Maranhão - Vila Sto Antonio de Ler 80 mil réis/ano 27/07/1786
Minas Gerais Ler 12/02/1780
Manoel Paulino Pimenta da Almeida Minas Gerais - Pitangui Latim 400 mil réis/ano 28/07/1786
José Ignácio Carvalho Pernambuco - Vila de Santarém(?) Latim 240 mil réis/ano 31/07/1786
José Fernander Gama Alagoas - Vila Vereay Gramática Latina 300 mil réis/ano 03/08/1786
Silvério Teixeira de Golveia Minas Gerais - Vila Rica Gramática Latina 400 mil réis /ano 07/08/1786
Antonio Gorjão Bahia - Olinda Ler 150 mil réis/ano 20/08/1786
Luiz Joaquim Villela da França Minas Gerais - Mariana Ler 150 mil réis/ano 28/08/1786
39
Nome Local Disciplina Salário Data
Joaquim José de Oliveira Pernambuco - Ns Srª das Neves da Ler 150 mil réis/ano 29/08/1786
Paraíba
José Antonio Freire Barata Minas Gerais - Conceição de Ler 150 mil réis/ano 31/08/1786
Luis Antônio na Silva Souza Minas Gerais - Villa do Príncipe de Ler 150 mil réis/ano 09/09/1786
Manoel Francisco da Silva Souza Minas Gerais Ler 150 mil réis/ano 11/09/1786
Agostinho Correia da Silva Gonçalves Rio de Janeiro Filosofia 460 mil réis/ano 12/09/1786
Francisco Luis de Souza Mina Gerais - Mariana Ler 150 mil réis/ano 12/09/1786
João Antonio dos Santos Mato Grosso - Cuiabá Ler 150 mil réis/ano 11/10/1786
Belmiro Manoel Jacinto de S. Payo Bahia - Vila da Cachoeira Latim 240 mil réis/ano 12/01/1789
e Mello
José Luis Moraes São Paulo - Santos Latim 300 mil réis/ano 20/06/1786
40
Nome Local Disciplina Salário Data
Francisco Gomes Fonseca Rio de Janeiro Latim
Rio de Janeiro Latim 01/10/1782
Carlos José da Silva Vila de Almada - Comarca de Setúbal Gramática
Duarte Mendes Caldeira Villa Viçosa Gramática
Francisco da Costa Vila Real Gramática
Bahia Ler 24/08/1792
Antonio Domingos Martins Calção Pará Latim
Manuel Ferreira Torres Villa do Conde Gramática 13/07/1711
Manoel de Araújo Sá João do Lobrigor - Conselho de Latim 28/01/1741
Antônio de Sousa Machado Vila Real Ler e Escrever 27/05/1747
41
Nome Local Disciplina Salário Data
Paulo Osório Coutinho Vila de Coimbra - Comarca de Gramática Latina 23/09/1758
José Simão Gramática 28/08/1764
Manuel Araújo Brito? Vila de Estarreja Gramática Latina 12/05/1770
Alexandre Gonçalo Rio de Janeiro Gramática Latina 08/01/1774
Francisco Manuel de Oliveira Funchal Filosofia 15/01/1774
Alexandre da Fonseca Vila de Abrantes Gramática Latina 15/01/1774
Francisco Rodrigues Xavier Rio de Janeiro Filosofia 18/01/1774
Francisco Marino de Sampaio Bahia Gramática Latina 20/01/1774
Antonio Correia de Sousa Melo Vila Rica Gramática Latina 20/01/1774
João Mendes da Silva Pardieiro Raiollos Ler, escrever e contar 23/02/1774
? José Rodrigues Faro Ler, escrever e contar 60 mil/ano 17/03/1774
42
Nome Local Disciplina Salário Data
Francisco Leite Ler, escrever e contar 24/03/1774
Francisco da Costa Moraes Beja Ler, escrever e contar 60 mil/ano 04/04/1774
Pascoal Coelho Aljubarrota Ler, escrever e contar 28/04/1774
Antonio Rodrigues Santos Mariana Gramática Latina 03/08/1775
Manuel Correia de Mairelles V Real – Prov. de Trás dos Montes Gramática 10 mil reais ao 23/10/1776
Vieira Veríssimo Xavier Rio de Janeiro Primeiras Letras 11/03/1778
Elias Rodrigues de Lima Rio de Janeiro Retórica 09/12/1778
Manuel José do Sobral Olinda Latim 22/12/1778
Manuel Joaquim de Castro Pará Latim 18/02/1779
Pedro Valasco Gaspar Bahia Latim 18/03/1779
Francisco Antonio Marinho Minas Gerais Primeiras Letras 22/03/1779
43
Nome Local Disciplina Salário Data
Francisco Xavier de Pacos São Paulo Retórica 19/04/1779
Alexandre José Fernandes Bahia Ler 07/04/1783
Joseph Antonio Rodrigues Belém Ler 22/05/1783
Manoel Caetano de Souza Mariana Latim 20/03/1784
Antonio Madureira Feijó Brasil Latim 02/05/1784
Manoel Joseph Brito Alagoas Ler 12/08/1784
Manoel Alves São João do Rio Frio Latim e Ler 16/12/1784
Antonio de Barros Lobo Vila da Cachoeira, Recôncavo da Latim 11/08/1785
Bahia Latim 07/09/1791
Teodózio Luiz da Costa Pernambuco Latim 29/08/1785
Joseph Theodoro da Roza(?) Gama Estado do Brasil Filosofia Racional 29/10/1785
44
Nome Local Disciplina Salário Data
Domingos Joseph Antonio Rodrigues Belém Ler 23/05/1786
Joseph Antonio Roiz Guedes Belém Ler 26/06/1786
Joaquim da Cunha Ozório Minas Gerais Latim 28/08/1786
Joaquim José Pereira Vila Rica Latim 29/08/1786
Minas Gerais - Sto Antonio do Ler 150 mil réis/ano 11/09/1786
Antonio Ricardo Belém Latim 09/12/1786
Manoel Carneiro da Ressurreição Capitania Ceará Grande Latim 12/07/1787
José Manoel Luis Coelho Capitania Ceará Grande Ler 12/07/1787
João José de Saldanha Pernambuco Latim 24/07/1787
Honório Fidelis Minas Gerais Latim 03/08/1787
Antonio da Costa e Oliveira Vila Rica Latim 12/12/1787
45
Nome Local Disciplina Salário Data
Vila Rica Latim 29/04/1788
Francisco de Mello Barroso Estado do Brasil Ler 14/04/1788
Francisco José S. Payo São Paulo Latim 26/04/1788
João Francisco de Souza Recife Ler 26/03/1789
Manoel Pereira Rabello Recife Latim 26/03/1789
Pedro Antão Neto Cavalcanti América Latim 26/10/1789
Manoel Antonio de Andrade Pernambuco Latim 12/06/1790
Antonio Afonso de Vasconcelos Pereira Brasil Latim 01/07/1790
Gabriel Joseph da Fonseca Pará Ler 25/09/1790
Francisco Pereira Maranhão Ler 15/04/1791
46
Nome Local Disciplina Salário Data
Luis Gonçalves dos Santos Rio de Janeiro Latim 01/09/1791
Rio de Janeiro Latim 19/10/1792
Antonio Felis de Araújo Bahia Latim 24/09/1791
José de Faria Leitão Vila Rica Ler 10/03/1792
Manoel Joaquim de Almeida Pernambuco - Vila das Iguarias Ler 04/05/1792
Francisco Gonçalves de Sêna Bahia Latim 31/05/1792
Luis Bento de Abreu Viena Belém Ler 18/07/1792
João Pinheiro Requião Bahia Ler 23/08/1792
José Avelino Barbosa Bahia Filosofia 12/09/1792
Bahia Filosofia Racional e 15/12/1792
Gramática
47
Nome Local Disciplina Salário Data
Antonio Felis Pereira Rio de Janeiro Latim 22/10/1792
Pascoal Bernardino de Mattos Mariana Latim 14/12/1792
Francisco Xavier de Faria Souto Estado do Brasil Ler 16/05/1793
Antonio Pereira Bonarote Rio de Janeiro Ler 18/07/1793
Manoel Luciano Pará - Vila da Vigia Latim 18/07/1793
Matheus Roselli de Trapani Pará Língua Italiana 19/07/1793
Belchior Lopes de Lima Pernambuco Latim 29/07/1793
Ignácio Antunes de Freitas Pará Ler 11/04/1794
Feliciano José da Fonseca Brasil 12/04/1794
Joseph de Affonseca Bahia Latim 31/05/1794
Antonio Rabello da Mota Bahia Ler 02/06/1794
48
Nome Local Disciplina Salário Data
Miguel de Miranda Pernambuco Latim 26/08/1794
Raimundo de São Francisco Rio de Janeiro Ler 11/09/1794
Joaquim Honório de Oliveira Brasil Latim 20/11/1794
Amaro Baptista Pereira Rio de Janeiro Cirurgia 20/06/1805
João da França Ribeiro Real Colégio dos Nobres Grego 22/11/1820
José Manuel de Sequeira Real Colégio dos Nobres Latinidade 16/05/1821
Manoel Patrício Correia de Castro Luanda Língua Latina 27/01/1824
José do Espírito Santo Chaves Real Colégio dos Nobres Filosofia Racional e 07/11/1825
Manuel Joaquim de Sá Braga Real Colégio dos Nobres Primeiras Letras 02/12/1825
João São Boaventura Real Colégio dos Nobres Retórica 18/01/1826
49
CONCLUSÃO
Publicar documentos não é fazer a história, mas sem um trabalho de
heurística não é possível fazer qualquer trabalho de síntese. Quantas fantasias se têm escrito
acerca disto ou daquilo, sem se examinarem os documentos, ou a partir de meia dúzia de
documentos publicados! Deste modo se poderá escrever um romance, mas não se fará
historia.
O trabalho de recolha de fontes é obscuro, moroso, difícil e até, por vezes,
mal apreciado. Mas sem o fazer, nunca teremos sínteses históricas válidas.
Assim sendo, esta pesquisa que agora apresentamos pretendeu atingir dois
objetivos:
1 - Dar ao conhecimento público, os documentos sobre as "Escolas
Colônias" catalogados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Biblioteca Nacional
de Lisboa.
2 - Mapear os deslocamentos e vencimentos dos Mestres de Ler Escrever
e Contar e dos Professores das Escolas Régias dentro da Colônia brasileira.
Por fim, podemos dizer que foram alcançados os propósitos que
manifestamos no projeto inicial, porém, na medida em que, há sempre novos documentos
no catálogo das Instituições mencionadas, bem como, está sempre posta a hipótese de que
haja documentos ainda por se tornarem visíveis, escondidos ou esquecidos em bibliotecas,
caves ou porões públicos ou particulares...longe está o dia que poderemos dizer que já foi
tudo dito ou escrito sobre determinado período histórico. Há surpresas, desde sempre, a
espreita do pesquisador. Quimera vã imaginar a história pronta e acabada! As
interpretações sobre o mesmo tema são múltiplas e variadas. O tema de qualquer
investigação está aberto e é sempre salutar para a ciência esse cenário do inédito e da
surpresa.
50
ÍNDICE ANTROPONÍMICO
Chancelaria D. João VI - Livro 42 fls. 207 vs; Livro 35 fls.155; Livro 34 fls. 2000 vs; Livro 43 fls. 357;Livro 44 fls. 268vs.
Chancelaria D. Afonso VI – Livro 35 fls 178 vs; Livro 37 fls. 167.
Chancelaria D. João V - Livro 35 p. 325; Livro 91 p. 32 vs; Livro 96 p. 96/ Livro 114
fls. 345.
Chancelaria D. José I - Livro 45 fls. 100 vs e 101; Livro 1 fls. 61; Livro 47 fls. 325; Livro
29 fls. 134; Livro 51 fls. 133; Livro 9 fls. 211 vs, 82 vs; Livro 34 fls. 84, 47 vs, 28 vs, 41
vs, 59 vs
Chancelaria D. Maria I - Livro 14 fls 235vs; Fls. 236
Livros de Subsídio Literário ou vencimentos para verificar como é a administração do
ensino - Registro das mercês - Livro.2, fls. 164 vs; Livro. 5, fls. 13, 194, 370; Livro. 5(2),
fls. 12, 43, 206, 325 vs, 358 vs; Livro. 6(2), fls 7 vs, 32, 69, 219; Livro. 7(1), fls. 150, 330
vs; Livro. 7(2), fls. 152; Livro. 23, fls. 166, 166 vs, 165 vs; Livro. 26, fls. 293, 296, 324,
335, 344 vs, 360 vs, 361 vs; Livro. 27, fls. 108vs, 111, 120, 128vs, 155, 164, 193 vs, 222;
Livro. 28, fls. 209
Registro Geral das Mercês - D. Maria I Livro. 5 fl. 13; Livro 5 fls. 12; Livro 5 (2) fls. 43, 206; Livro 6 (2) fls. 7 vs, 69 vs.; Livro 18 fls. 209; Livro 26 fls. 335, 334 vs, 360 v; Livro 7 (2) fls. 152 vs, 323
Ministério da Instrução Pública. MSS – nº 046, Rolo – 0197
Real Mesa Censória. CX 0164, Rolo 0117
Manuscritos do Brasil. Item – nº 36 / 49 / 01 / 10 / 02 / 15, Rolo – 0462 / 0281 / 0720 /
0717 / 0719 / 0846
Papéis do Brasil. Códice – 01 / 04 / 06 / 12 / 10 / 15, Rolos – 0697 / 0699 e 0699 A / 0698 /
0693 / 0695 / 0304
Mosteiro de Alcobaça. Livro. 081/092, Rolos – 0483 e 0483 A / 0481
Convento do Louriçal. CX – 19G/3 – 1767 – 1865, Rolo – 0852
Biblioteca Pública de Leiria, Arquivo 2, p. 9 em diante
51
Livro 1, p. 1-123; Livro 126 – rolo 0462
História da Companhia de Jesus. Oferecido a D. Mariana d’Áustria pelo Padre José de
Moraes da Fonseca Pinto – ano 1759, p. 419
Índice dos Manuscritos da Livraria – vol. 3, Papéis do Brasil, Índice – p. 18 – códice 4 -
fls 180/221
Colégio dos Jesuítas de São Paulo e Santos, Índice p. 33 – códice 6 – fls 56/57
Índice p. 71 – códice 6 – fls 366-337, p. 98
Miscelânea – avulsos – 3 nº 15
Inquérito da Alfândega de Lisboa – Lisboa 1993, p. 211 a 215
2.1.10. Contribuição do Subsídio Literário
2.1.10.1. Manifesto dos Vinhos
1727 / 1846
Na administração – Ordenado dos oficiais encarregados da arrecadação do Subsídio
Literário – 2.1.16.4
Coleção Ministério do Reino
Instrução Pública p. 27
MR – 1096-168 – Registro de Conselhos a S. Magestade.
MR – 1098-169 – Registro de licença a professores particulares.
Mesa Censória 23-170 – Exames
Livro. nº 2, Livro nº 19, 24-171 – Licenças
MR - 1112.185 – termo de posse
L. nº 13
MR - 1106.176 – Despachos
L. nº 58
MR – 1100-177 – Despachos – L. s/n
MR - 1107-178 - petições L. nº57
MR – 1101-179 – despachos L. s/n
MR - 110 2-180 - despachos L. s/n
MR – 1108-181 – despachos L. nº 3
52
MR – 1109-182 - despachos L. s/n
MR – 11099-167 – L 167
Junta do Subsídio Literário
1772 – 1786
v. 1 nº 259-A
Ministério do Reino - Livro 417, fls. 36, 38, 38vs, 40, 40vs, 45vs, 46, 71vs, 72, 72vs, 92,
180, 180vs, 182vs,186vs, 192vs, 197vs, 209vs
Real Mesa Censória- Inventário Preliminar- Administração dos Estudos Menores p. 76, 183 Coleção Ministério do Reino - Imprensa Régia – registro de cartas. Livro. 325 R.M.C. – CX 188
R.M.C. – Educação – CX 362
R.M.C. – Correio Brasiliense – CX 462
Provimento de Professores pela Real Mesa Censória - Livro 701
Coleção Ministério do Reino. Livro 363, fls. 12, 14vs, 32, 37vs, 38vs, 40, 41, 43, 45, 45v, 46, 46vs, 47, 47vs, 50, 51, 53, 53v, 54, 54v, 55
Coleção Ministério do Reino. Livro 362 fls. 109, 115, 155
Fundo da Real Mesa Censória. Livro 23/24, Caixa 187, Livro 23 – Exames de Gramática
Latina - fls 1v, 2, 7v, 9v, 10, 11, 15, 16v, 17, 18v, 19, 19v, 20, 20v, 21, 21v, 25, 27, 27v,
28, 32, 32v, 34v, 35, 35v, 36, 36v, 39v, 40v, 44v, 45v, 47v, 48v, 49, 49v, 52v, 57, 63, 65,
65v, 67v, 68v, 69, 71, 71v, 72, 72v, 74, 74v, 75v, 76, 76v, 79v, 81, 81v.
Real Mesa Censória - Livro 24 – Provisões para professores. fls. 2v, 12, 16v, 42, 42v, 46v, 50v, 52v, 53, 57, 66v, 67, 71v, 76, 77, 77v, 89, 95, 105, 106, 110, 117v, 122v, 123, 124, 124v, 125v, 130, 132, 133v, 134, 136, 136v, 137, 137v, 139v, 143v, 146, 153v, 154, 155, 156v, 157, 185v. Real Mesa Censória – Caixa 187. Requerimento para lugar de professor
53
Ministério do Reino. Livro 339, 2611, 2636
Caixa 362 - Real Mesa Censória - Programas dos exames para várias disciplinas, cartilhas, tabuadas e outros instrumentos didáticos séc XVII e XVIII. RMC nº 4174, RMC nº 4172, RMC nº 4173, RMC nº 4175, RMC nº 4223
54
BIBLIOGRAFIA ADÃO, Áurea. A criação e instalação dos primeiros liceus portugueses. Organização administrativa e pedagógica (1836-1860). ANDRADE, António Alberto Banha de. A reforma pombalina dos estudos secundários (1759-1771). Contribuição para a história da pedagogia em Portugal. 2 vols. Coimbra: Universidade de Coimbra, 1981-1984. ANDRADE, António Alberto Banha de. Contributos para a história da mentalidade pedagógica portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional, 1982. CAEIRO, Francisco da Gama. As escolas capitulares no primeiro século da nacionalidade portuguesa. Arquivos de História da Cultura Portuguesa (Lisboa), 2, 1966. CARVALHO, Rômulo de. História do Ensino em Portugal. Desde a fundação da nacionalidade até o fim do regime de Salazar- Caetano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986. FERNANDES, Rogério. O pensamento pedagógico em Portugal. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1978. FERNANDES, Rogério. Os caminhos do A B C: Sociedade portuguesa e ensino das primeiras letras. Porto: Porto Editora, 1994. GOMES, Joaquim Ferreira. Dez estudos pedagógicos. Coimbra: Editora Almedina, 1977. GOMES, Joaquim Ferreira. Estudos de história e pedagogia. Coimbra: Livraria Almedina, 1984. GOMES, Joaquim Ferreira. O Marques de Pombal e as Reformas do Ensino. Coimbra: Livraria Almedina, 1982. GOMES, Joaquim Ferreira. Novos estudos de história e de pedagogia. Coimbra: Livraria Almedina, 1986. GRÁCIO, Rui. Educação e educadores. Lisboa: Livros Horizonte, s.d [1 ed. 1968]. GRÁCIO, Rui. História da educação em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1988 [em colab. com Joaquim Ferreira Gomes e Rogério Fernandes]. LEMOS, Maximiano. Ribeiro Saches. A sua vida e a sua obra.Porto: 1911. NÓVOA, António. Le temps des Professeurs- Analyse sócio-historique de la profession enseignante ao Portugal (XVIII-XX siècle). Lisboa: INIC, 1987.
55
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