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Publicação da ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e InvestimentoTRANSCRIPT
ApostAs pArA 2015Conheça os diferentes cenários que os
economistas apresentaram no 9o SIAC para o segundo mandato de Dilma Rousseff
Pesquisa Acrefi/TNS: 75% das pessoas consultadas pretendem economizar mais em 2015
edição
89nov
34
3novembro 2014 financeiro
105 editorial
8 Siac – abertura
10 Palestra: Alexandre Schwartsman
12 Palestra: Luiz Carlos Mendonça de Barros
13 Palestra: Antonio Delfim Netto
14 Palestra: Barry Naughton
15 Pesquisa acrefi/TnS
17 9o Siac na mídia
20 executivo: Georges Legrand
23 classe média é multicanal
24 road Show Vitória
26 Perícia financeira
27 congestionamento nos tribunais
32 Painel cetip
34 Salão do automóvel
conteúdofinanceiro
8
20
34
conteúdofinanceiro
36 Supermáquinas Ferrari 458 Speciale
38 estilo
40 exposição: ron Mueck
42 cinemateca Brasileira
45 Biblioteca de araçariguama
46 Hotel Dona carolina
50 fundação Dorina nowill
55 inePaD
arTiGoS28 Carlos Thadeu de Freitas (CNC)
29 Laércio de Oliveira Pinto (Data4Credit)
31 Domingo Montanaro (New Space)
66 Nicola Tingas (Acrefi)
50
36
38
46
4 financeiro novembro 2014
Esta época do ano costuma ser um período de expectativa em relação ao novo ano que se avizi-nha. No caso de 2015, no entanto, essa ansieda-
de é ainda maior – o País acompanha de perto os pre-núncios do que será o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Sabe-se que será um outro governo, embora a presidente tenha se mantido no cargo.
Essa onda de crescente expectativa criou-se antes mesmo das eleições de outubro, já que a presidente se antecipou e anunciou a troca do ministro da Fazenda. A ansiedade cresceu ainda mais quando o Copom anunciou, logo depois do segundo turno da eleição, uma elevação na taxa básica de juros, que pegou de surpresa todo o País.
Mais ainda, Marta Suplicy puxou a fila e deixou o Ministério da Cultura antecipadamente, ao lado de outros que faziam parte do governo Dilma, e foi explícita ao afirmar que Dilma Rousseff terá grandes desafios no segundo mandato, como resgatar a credi-bilidade na economia.
A presidente demonstrou que essa será uma das maiores prioridades de seu novo mandato ao anun-ciar, no final de novembro, a linha de frente de sua nova política econômi-ca. É uma equipe de respeito, forma-da por nomes como os de Joaquim Levy como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no comando do Banco Central. Foram nomes saudados com entusias-mo pelos agentes econômicos, que enxergaram nessas escolhas uma mudança de rumo na direção correta na política econômica.
A nova equipe econômica é a con-firmação de que podemos esperar muitas novidades em 2015. O governo parece mesmo disposto a fazer um ajuste na área fiscal e a usar a política monetária de maneira mais agressiva na tentativa de conter a inflação.
Momento de decisão
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: Már
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editorial
São fatos que se somam aos já conhecidos desafios do novo mandato – os dados econômicos são, todos eles, preocupantes, a começar pela inflação e pela situação das contas públicas. Claro que o quadro não é desanimador, mas também é evidente que a presidente precisava agir, e com rapidez, para que os problemas fossem ao menos encaminhados para solução.
E em meio a tantos desafios chama a atenção um dos temas mais lembrados na eleição – o Bolsa Família. Mais do que a visão maniqueísta que preva-leceu na campanha eleitoral, esse assunto precisa ter uma visão abrangente, que vai muito além da discus-são estéril sobre sua manutenção.
O fato é que o Bolsa Família precisa ser encara-do como uma etapa do processo de inclusão social. Ninguém nega sua importância, mas é necessário que ele não seja encarado como um fim em si mesmo. A ideia central, isso sim, é que o Bolsa Família se torne um instrumento para que a população mais carente possa de fato melhorar de vida. Para isso, ela precisou (e em muitos casos ainda precisa) de recursos, mas é preciso muito mais. A população necessita de educa-
ção, de formação, de instrumentos que a ajudem a progredir, sem ficar na eterna dependência de programas assistencialistas.
Enfim, como se pode ver por esse exemplo, o caminho é árduo e longo para a presidente Dilma Rousseff no seu novo mandato. Todos nós, cida-dãos e empresas, torcemos para que ela seja bem sucedida e estamos tra-balhando para que a economia tenha uma efetiva melhora. A hora é agora, e os agentes econômicos estão cons-cientes e dispostos a colaborar para que o País retome o desenvolvimento sustentado.
De olho nessa tarefa, deseja-mos um Feliz Ano Novo pela frente! Novidades certamente não faltarão neste 2015! f
Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi
5novembro 2014 financeiro
expediente
ISSN 1809-8843
Publicação da acrefi – associação Nacional das instituições de crédito, financiamento e investimentorua Líbero Badaró, 425 – 28°andar – São Paulo – SP
Tel: (11) 3107-7177 fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br
PresidenteÉrico Sodré Quirino Ferreira
Vice-presidentesAquiles Leonardo Diniz, Décio Carbonari de Almeida, Felicitas Renner, José Luiz Acar Pedro, Leonardo Marcondes Dadalto, Luís Fernando Staub, Mauro Roberto
Vasconcellos Gouvêa e Rubens Buttion
Diretor TesoureiroJosé Garcia Neto
Diretor Secretário Renato Oliva
Diretores regionais
Carlos Alberto Samogim, Edmar Casalatina, Eliseu Colman, Leonardo Bortolini, Luis Eduardo da Costa Carvalho, Marcos Rosa, Paulo Dalla Nora, Paulo Henrique P. Guimarães e Sebastião Geraldo Toledo Cunha
Diretores executivos
Alexandre Teixeira, Deo Rozindo Filho, Gabriel José Gama Ferreira, Hilgo Gonçalves, João dos Santos Caritá Júnior e Ronaldo Rondinelli
MontadorasEdson Fróes Castilho, Edson Tadashi Ueda, Eduardo Tavares Nobre Varella, Gunnar Alejo Ramos Murillo, Joelcyr Carmello Filho e Nelson Dias de Aguiar
Diretores conselheiros
José Carlos Alves, Ricardo Janini e Roberto Jabali
conselho consultivoAlkindar de Toledo, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos); Décio Carbonari de Almeida, Flávio Antonio Meneghetti, Ilídio Gonçalves dos
Santos, Miguel José Ribeiro de Oliveira, Ricardo Loureiro e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)
conselho fiscalDomingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos) e Geraldo Lima Wandalsen (suplente)
Diretor superintendenteAntonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
controllerCarlos Alberto Marcondes Machado
consultora JurídicaLívia Esteves
economista-chefeNicola Tingas
assessoria contábilAG Silveira Contabilidade
assessoria de imprensaTamer Comunicação Empresarial
av. Brigadeiro faria Lima, 1912, cj. 12b - Jardim Paulistano - São Paulo - SP Tel.: (55.11) 3031.2388 - ceP: 01451-000 – www.tamer.com.br
Publisher Sergio Tamer
redaçãoeditores
Theo Carnier e Gilberto de Almeida
editor assistenteGustavo Girotto
repórterDébora Dias
fotografiaAlex Rosa, Fábio Moreira Salles, Gabriel Kosman, Marina Sanz e Mário Bock
arteMoacyr MW e Rafael Pascoal
revisorVicente dos Anjos
impressãoEskenazi Gráfica
6 financeiro novembro 2014
nossasassociadas
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BMW Financeira S.A. CFI Brickell S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
BV Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
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Caruana S.A. Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento
Cetelem Brasil S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
Dacasa Financeira S.A. Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento
Finamax S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
Financeira Alfa S.A. Crédito, Financiamento e Investimentos
Financeira BRB
Herval Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento Grazincred S.A.
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Kredilig S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
Lecca Crédito,Financiamento e Investimento S.A.
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Sax S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
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Socinal S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
Sorocred Crédito, Financiamento e Investimento S.A.
Sul Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento
7novembro 2014 financeiro
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A informação de qualidade normalmen-
te gera boa audiência nos eventos
financeiros. Quando se acrescenta
a isso o fato de o mercado estar ansioso por
saber o que acontecerá no próximo mandato
da Presidente Dilma Rousseff, a atenção dos
líderes do setor redobra. Essa atraente recei-
ta, sem faltar um ingrediente sequer, mobilizou
mais de 600 convidados credenciados para o 9o
SIAC (Seminário Internacional Acrefi), dia 6 de
novembro, em São Paulo.
Além da atmosfera de curiosidade sobre o
que diriam os palestrantes Alexandre Schwarts-
man, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Antonio
Delfim Netto e Barry Naughton, professor da
Universidade de San Diego e um dos maiores
especialistas no mercado chinês, tratava-se do
primeiro evento pós-eleição presidencial. Para
completar o menu, eram aguardados com gran-
de expectativa os resultados de uma pesquisa
da Acrefi, encomendada ao instituto TNS, a res-
peito das perspectivas para 2015.
“Espere o melhor... mas, prepare-se para o pior”
Na abertura do 9o SIAC, Érico Ferreira, presidente da Acrefi, apresentou aos mais de 600 convidados sugestões da entidade para a reforma política
Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi
Por Theo Carnier e Gustavo Girotto
8 financeiro novembro 2014
Antes de passar a palavra aos palestran-
tes, Érico Ferreira, presidente da Acrefi, deu
as boas-vindas aos convidados, agradeceu
aos patrocinadores do evento, Cetip e CNseg,
e aproveitou para fazer algumas sugestões
para a reforma política no segundo manda-
to da Presidente Dilma Rousseff. Suas quatro
propostas foram as seguintes:
• A carreira do político deve respeitar a
mesma progressão que existe no mundo cor-
porativo. A pessoa começa como trainee até
chegar a diretor ou presidente. O político de-
veria, obrigatoriamente, iniciar a sua trajetó-
ria como vereador, depois prefeito, deputado
estadual, deputado federal, governador e fi-
nalmente Presidente da República.
• O voto deve favorecer apenas o candidato, o
voto para o artista não deve ser usado para ajudar
a eleger outras pessoas, somente os mais vota-
dos seriam eleitos.
• O parlamentar que deixa o seu mandato para
tentar uma eleição a cargo executivo deve re-
nunciar à sua cadeira, sem direito a retorno.
• Nas campanhas para reeleição, o candidato
deve obrigatoriamente afastar-se do seu cargo
no executivo.
Antes de finalizar sua exposição, Érico Ferreira
fez duas observações. A primeira: “Não tenho a me-
nor pretensão de que as minhas sugestões para a re-
forma política sejam consideradas pelos parlamen-
tares”. A segunda foi uma recomendação para 2015:
“Espere o melhor... mas, prepare-se para o pior.” f
9novembro 2014 financeiro
Crítico mordaz da política econômica do gover-no, o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor da Área Internacional do Banco
Central, foi enfático em sua palestra durante o 9o SIAC. Os problemas que o Brasil está vivendo na área econômica são de responsabilidade de me-didas adotadas internamente e não do quadro internacional, garantiu. “Essa argumentação não fecha porque não houve desaceleração econô-mica global. Nos últimos anos o Brasil tomou ‘de lavada’ até de seus países vizinhos em relação ao crescimento – de 2010 a 2008 o mundo cresceu 3,5% e a esti-mativa para o período 2011-2014 é de 3,5%. Enquanto isso, nos arrastamos com um crescimento médio de 1,6% ao ano.”
Entre as causas dessa situação, ele destacou a queda da produtividade desde 2008. “O Brasil estava em um processo de reformas que aconteceu desde os anos 1990 até 2005. Não por coincidência, a produtividade cresceu nesse período. A partir daí as reformas pararam e a produtividade despencou”, relembrou.
Schwartsman afirmou também que a PEA (população econo-micamente ativa) – ou seja, os que estão trabalhando ou procu-ram emprego – vinha crescendo paralelamente ao aumento da PIA (população em idade ativa), mas lamentou que esse quadro tenha mudado nos últimos anos. “Nos últimos trimestres temos assistido à queda persistente e inédita da PEA. Além disso, os salários têm crescido acima da produtividade, o que aumenta o custo do trabalho. Para agravar, pelo lado da produção, a indús-tria brasileira tem se tornado menos competitiva.”
A inflação acima do teto da meta também foi lembrada na
palestra de Alexandre Schwartsman, que recordou: até o Banco Central está prevendo inflação de 6,3% para este ano, muito pró-xima do teto de 6,5%, e já estima 5,8% para 2015.
Na análise do economista, esse quadro pode ainda se agravar e a taxa de juros será insuficiente para trazer a inflação para a meta. Ele considera que seria necessário utilizar outros mecanis-mos no combate à inflação, mas não acredita que isso acontece-rá. “Basta ver que a expansão fiscal tem sido considerável e nada
leve a crer que o quadro vá mudar.”A opção do governo, segundo Alexandre
Schwartsman, tem sido combater a inflação com o controle de preços e também usar o câmbio como ferramenta. Mas os resultados, na avalia-ção dele, não têm sido positivos, até porque esses instrumentos têm se mostrado historicamente de pouca ou nenhuma eficiência.
Apesar desse pessimismo, o economista considera que a situação do Brasil não é deses-peradora, mas requer muita atenção. “Veja-se, por exemplo, o setor externo. O déficit em conta--corrente deve ser acompanhado com cuidado, ainda mais em um quadro internacional em mu-
dança. O Federal Reserve, dos Estados Unidos, já acabou com o quantitative easing (compra de ativos financeiros para ampliar a liquidez) e deve, em breve, aumentar os juros, o que terá impac-to direto na economia global, Brasil incluído.”
Há solução para um cenário tão pessimista? Alexandre Schwartsman acredita que sim, “desde que se inverta tudo o que foi feito nos últimos quatro anos”. Entre as alternativas que ele sugere estão a recuperação parcial das contas públicas, o realis-mo tarifário e cambial e o controle da inflação.
Não existem alternativas além dessas se o País quer retomar o crescimento sustentado, assegura o economista. Ele reconhece, no entanto, que será difícil adotar essas medidas: “Opções não há. Não se trata de examinar “se” é preciso fazer tudo isso, mas sim “quando” tudo isso deve ser feito”. Schwartsman defende que essas iniciativas devem ser tomadas logo no primeiro ano do novo governo de Dilma Rousseff para evitar uma postergação inaceitável no atual cenário: “Não se pode esperar, por exemplo, até que as condições externas efetivamente piorem”. f
O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, afirmou no 9o SIAC que os problemas que o Brasil está vivendo são consequências das medidas adotadas internamente e não do quadro internacional
Reformas não podem esperar
Alexandre Schwartsman: economista e professor do INSPER
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10 financeiro novembro 2014
Detentor de um senso de humor aguçado, que ora alterna com a realidade dos indicadores econômicos e noutra com otimismo ao
futuro, o tucano confesso Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações, arrancou risos da plateia do 9o SIAC com a frase: “A derrota sofri-da por Aécio (Neves) foi o ideal. É melhor deixar esse abacaxi com a presidente Dilma”, disparou o economista, que falou logo após a palestra de Ale-xandre Schwartsman. E aproveitou o ensejo: “Se quiserem que eu fale mal do governo, até sei al-gumas coisas que o Schwartsman provavelmente não sabe, é só me falar. Mas acredito que há um cenário positivo para os próximos anos na agenda do País”, frisou Mendonça de Barros.
O economista ressaltou que a queda de produtividade, nos úl-timos anos, não pode ser atribuída à atual Presidente. “A verdade é que havia uma capacidade ociosa muito grande, que cresceu de forma vigorosa no governo Lula ao contar com um ciclo positivo, que acontece de tempos em tempos”, afirmou. Para ele, o aumento real do salário mínimo de 2002 a 2010 ocorreu em um momen-to possível, onde existia um processo retroalimentado, uma vez que parte desses salários retornava para as empresas, irrigando toda essa cadeia. “Esse período de ouro, que naquele momento inebriou o governo, se esgotou e, por incompetência teórica, a Pre-sidente Dilma não percebeu”, apontou.
Mendonça de Barros classificou que os agentes econômicos de-vem olhar menos para o momento e mais para horizontes longos para formar suas expectativas, que hoje estão tomadas pelo negati-vismo. “Costumo dizer que, no mercado financeiro, temos os ‘urubus normais’ – aqueles que fazem operações diárias de compra e venda atrás do que está acontecendo – e os ‘urubus técnicos’, que obser-
vam e esperam se desenvolver um ciclo para que possam ganhar com ele no longo prazo”, informou, em tom de galhofa.
Para sintetizar, ele disse que os primeiros agem de uma forma pró-cíclica, ou seja, impulsionados pelo momento. Já os segundos, possuem uma visão anticíclica. “Hoje precisamos de mais ‘urubus técnicos’ porque o Brasil vive claramente um mo-mento de exagero pró-cíclico, que é uma posição mais fácil do que a anticíclica. Isso nos induz à conclusão de que tudo está per-dido e acaba apagando outros fenômenos”, disse.
A comparação do desenvolvimento do Brasil com o do México é rechaçada por Mendonça de Barros de forma lúdi-ca. “Um país que toca música de corneta daquele jeito... pôro pô-pô-pô (imitou o palestrante, arranca-do risos da plateia), além da questão de o prefeito e sua mulher envolvidos nos desaparecimento de jovens que faziam um protesto. É melhor pararmos por aqui na comparação”, declarou.
Em relação ao mercado de trabalho, ele ci-tou que, com cada vez menos jovens dispostos a trabalhar, as taxas de desemprego têm mantido níveis de baixo recorde mesmo. “Até pode soar que esses jovens tiveram um surto momentâ-neo de vagabundagem, embora estudos mos-trem que o tempo do jovem na escola está au-mentando, e que os salários para pessoas com maior escolaridade também, o que são estímu-
los claros para que isso acabe acontecendo.”Para ele, os problemas que levam hoje a um crescimento econô-
mico baixo passam por questões estruturais, mas também, na última década, o governo petista não entendeu a dinâmica. “A produtividade cresceu de 2005 a 2008 porque havia uma ociosidade muito grande na indústria, que foi sendo ocupada e aumentou-se a produtividade sem precisar fazer nada. Isso ainda esteve ligado à forte expansão do comércio internacional dos últimos anos e também da renda e do mercado interno, que foram puxados pela indústria”.
No fim, ele acredita que com mais gente formalizada have-rá melhora da percepção daquilo que se paga de impostos em comparação ao que é oferecido pelo Estado. “É isso o que nos levará a pressões necessárias para mudar a constituição, ree-quilibrar o papel do Estado e ter outra agenda de transformação para o País. Precisamos acreditar na melhora, mas se me deram mais meia hora e combinarmos, posso ser mais pessimista que o Schwartsman (risos...)”, finalizou Mendonça de Barros. f
Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista da Quest Investimentos, acredita que há um cenário positivo para os próximos anos na agenda do País. Ressaltou que a queda de produtividade não pode ser atribuída à gestão da Presidente Dilma
Reinado do abacaxi
Luiz Carlos Mendonça de Barros: economista da Quest Investimentos
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12 financeiro novembro 2014
Não deixe a bola quicar na frente do eco-nomista Antonio Delfim Netto, que é gol na certa. Depois de ouvir os pontos de
vista antagônicos dos palestrantes Alexandre Schwartsman e Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-ministro da Fazenda disse que um anulou o outro e era chegado o momento de os convidados no 9o SIAC conhecerem os reais problemas que afetam o Brasil. “Esses economistas, com suas exposições interessantes, acabaram se anulan-do”, brincou Delfim.
Antes de ingressar diretamente nos proble-mas nacionais, o ex-ministro lembrou que o Es-tado brasileiro é republicano e democrático. “So-mos mais de 140 milhões de eleitores e temos os nossos votos apurados em oito horas. Nunca tivemos aqui um Te-xas ou uma Califórnia”, referindo-se ao peso desses Estados nas eleições norte-americanas. “Aqui todos têm direitos iguais, não importa onde nasceram, se foram gerados debaixo de uma ponte ou um numa luxuosa suíte do Waldorf Astoria, em Nova York.”
De acordo com Delfim Netto, o principal motivo para Brasil ter parado de crescer é que o País deixou de exportar para o resto do mundo. Segundo a estimativa do ex-ministro da Fazenda, a indús-tria nacional teria perdido R$ 370 bilhões, entre 2002 e 2014, com a queda das exportações, além de produzir em vez de importar. “O Brasil não cresce porque a indústria não cresce. E a indústria não cresce porque o País jogou fora o comércio exterior, que é um de seus motores mais importantes”, afir-mou o economista. “Nunca tivemos redução de de-manda. Com a produção estagnada, a demanda foi suprida pela importação.”
Uma forma de obser-varmos isso é o uso que o governo tradicionalmente fez do câmbio como polí-tica de controle de preços, em vez de política indus-trial ou comercial. “As ex-portações não cresceram
porque faltou uma política cambial previsível. Há 30 anos o País vem usando o câmbio para con-trolar inflação e abandonou a prioridade de uma tarifa de câmbio competitiva para a indústria”, lembrou Delfim Netto.
Isso provocou uma perda sistemática na par-ticipação do Brasil no comércio exterior. O ex--ministro calcula que, de 1962 até 1986, o País multiplicou por dez sua fatia de bens e serviços que circulam pelo mundo – saiu de 0,05% para 0,95% –, mas, desse ponto em diante, o movi-mento foi descendente. Atualmente, essa pre-sença declinou a cerca da metade do pico atin-gido no período dos anos 80. “Os calçados, que exportávamos de Franca, foram substituídos
pelos sapatos importados da China.”Essa contração foi simultânea ao avanço vertiginoso que a eco-
nomia chinesa teve perante o mercado mundial – situação contra a qual o Brasil praticamente não se mexeu. Entre 1983 e 1985, segun-do Delfim, a participação do País no comércio mundial foi de 0,9% do total, ao lado de uma fatia de 1% para os produtos chineses. Entre 2011 e 2013, a média brasileira caiu para 0,7%, enquanto a China conquistou 16,6% do pacote global. “Os calçados que exportávamos de Franca foram substituídos pelos sapatos importados da China.”
Segundo Delfim, a prioridade do governo não era o cresci-mento porque não houve investimento. “Aqui existe excesso de
burocracia; o clima dos negócios piorou muito. Temos tudo para recupe-rar isso, basta ter cora-gem. Precisamos, porém, aprovar a reforma do ICMS e colocar em prá-tica a proposta da CUT, que estabelece a livre negociação entre traba-lhadores e empregado-res. Devemos estimular a produtividade de cada homem e prepará-lo para utilizar esse mercado mais sofisticado”, finali-zou o ex-ministro. f
O ex-ministro Delfim Netto diz que o principal motivo de o Brasil ter parado de crescer é porque deixou de comercializar seus produtos com o resto do mundo
Retomar as exportações
Antonio Delfim Netto: ex-ministro da Fazenda
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No fim do 9o SIAC, Delfim Netto é cercado por alunos da PUC/Campinas
13novembro 2014 financeiro
A China vive um momento de importante transição econômica e política, um pro-cesso longo e muitas vezes penoso que,
no entanto, é irreversível. A análise foi feita por Barry Naughton, professor da Universidade de San Diego (Califórnia, Estados Unidos) e um dos maiores especialistas no mercado chinês, duran-te palestra realizada no 9o SIAC.
“O crescimento da economia da China está em ritmo mais lento e a política é um dos obstáculos à aceleração”, afirmou Naughton, em sua fala no evento. “No entanto, o nível de crescimento de 7%, com o qual o país convive agora e que deve durar nos próximos 20 anos, é expressivo e mantém a China na linha de frente das potências mundiais. O patamar é muito diferente para todos nós, que nos acostumamos com crescimento anual acima de 10%, mas ainda assim trata-se de um nível expressivo”.
Em sua análise, o especialista lembrou que a força de traba-lho está envelhecendo na China e que esse fator tem peso im-portante nas mudanças políticas e econômicas: “O presidente Xi Jinping está consciente da relevância de fatores como esse e tem agenda ambiciosa e às vezes contraditória”, afirmou Naughton. “Apesar do tamanho do desafio, ele tem agido, como no caso da ofensiva anticorrupção, que, apesar dos riscos, aumentou seu po-der no Partido Comunista. Até agora, Xi tem conquistado o mais alto nível de poder no país em 20 anos”.
Entre as prioridades do governo chinês, o especialista des-tacou a reforma econômica e o nacionalismo assertivo. Ele re-cordou que, nesse contexto, já foram tomadas 336 iniciativas por
Xi Jinping e equipe, das quais 118 referem-se à área econômica.A importância da reforma econômica na China, recordou
Naughton, explica-se pela mudança de modelo, que passa a dar prioridade ao consumo das famílias e não mais ao inves-
timento em capital fixo. Assim, os chineses de-verão mais e mais dar preferência a produtos manufaturados usados no dia a dia em vez de insumos industriais.
O setor financeiro está sendo alvo de parte dessas mudanças. “Serão necessárias medidas agressivas para reestruturar o sistema financei-ro”, disse o palestrante. “No entanto, há um ce-nário positivo que serve como base para que se tenha um novo quadro. O governo teve sucesso com a decisão de recapitalizar o setor bancário entre 2003 e 2007 e as instituições financeiras são lucrativas atualmente. A dívida do governo central é de apenas 26% do PIB, a poupança é elevada e quase todos os devedores são pessoas domésticas. E não se pode esquecer que o resul-tado em conta-corrente da China é positivo, equi-
valente a 2,2% do PIB, e que o país é credor líquido externo, com quase US$ 4 trilhões em reservas”.
Como obstáculos à reforma, ele lembra que a reestruturação está impactando balanços de várias instituições e que deverá acontecer, em algum momento, maior liberalização do mercado de capitais chinês: “Por isso, a mudança é difícil. Mas está acon-tecendo, até porque não parece haver outra alternativa”.
Levando em conta esse quadro, Barry Naughton prevê que a reforma econômica em um quadro de centralização do poder vai resultar, em algum momento, em um choque interno ou externo, se não em ambos os fronts. No entanto, nem esse choque causará grande abalo na economia mundial, afirma o especialista: “A Chi-na continuará a surpreender, mas não haverá uma crise parecida com a que abalou o mundo em 2008 a partir dos Estados Unidos. O fluxo de capitais ao país deve se acelerar. Seja como for, o cres-cimento de longo prazo deve continuar pelo menos nos próximos 20 anos, embora possam acontecer rupturas”. f
Barry Naughton, professor da Universidade de San Diego, diz que o ritmo do crescimento da economia chinesa está mais lento e a política é um dos obstáculos à aceleração
A China em transição
Barry Naughton: economista especialista em China
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14 financeiro novembro 2014
Brasileiros REssAbiADos
Passadas as eleições, a Acrefi encomen-
dou ao Instituto TNS uma pesquisa para
sentir o pulso do brasileiro diante do novo
mandato presidencial de Dilma Rousseff. O estu-
do, que abordou mais de mil pessoas em todo o
País, foi apresentado dia 6 de novembro durante
o 9o SIAC (Seminário Internacional Acrefi) e reve-
lou que 75% dos ouvidos pretendem economizar
mais em 2015, enquanto 19% não desejam mu-
dar seu padrão de consumo e 6% planejam gastar
mais no ano que vem.
O levantamento mostrou também que 61% das
pessoas consultadas não esperam fazer financia-
mento em 2015 e 31% delas disseram ter planos
nesse sentido. Entre os itens com maior propen-
são estão os financiamentos de imóvel (61%), au-
tomóveis (51%), eletrodomésticos (17%), emprés-
timos pessoais (15%) e consignados (12%).
Em relação à situação individual no ano de
2015, os dados são otimistas. Porcentagem de
pessoas que acreditam que o quadro vai melho-
rar: a situação financeira pessoal, 47%; o padrão
de vida, 43%; a capacidade de fazer compras para
Pesquisa Acrefi/TNS revela que 75% das pessoas consultadas pretendem economizar mais em 2015, segundo o levantamento apresentado no 9o SIAC
Acha que a Presidente conseguirá resolver essa prioridade?
Acha que a Presidente conseguirá resolver essa prioridade?
Qual deve ser a prioridade da Presidente em 2015
`
15novembro 2014 financeiro
sua casa, 42%; acreditam que serão capazes de
fazer investimentos como carro e casa, 38%.
Os dados auferidos ainda mostram que 37%
dos brasileiros disseram estar otimistas com o
futuro, enquanto 47% disseram estar preocupa-
dos. Outros 6% afirmaram enxergar o futuro com
resignação e 10% se declararam pessimistas.
Realizada logo depois do segundo turno das
eleições presidenciais, a pesquisa perguntou qual
deve ser a prioridade da Presidente em 2015 e a
maioria (36%) disse que a inflação deve estar no
topo da lista. Em seguida, a reforma política, com
22%; o crescimento da economia (18%); a refor-
ma tributária (17%); a redução da taxa de juros
(9%); e investimento em infraestrutura (8%).
Quando questionados sobre se ‘a Presidente
será capaz de resolver problemas como infla-
ção, crescimento econômico e reformas política
e tributária’ 45% afirmaram estar confiantes de
que haverá melhora nesses pontos, contra 55%
que se disseram descrentes. Esse último número,
praticamente, está concentrado no grupo dos que
deram seu voto ao candidato do PSDB: nessa divi-
são, 86% desacreditam nas mudanças, e apenas
14% afirmam que irá melhorar. Já os que votaram
no PT, 83% estão confiantes contra 17%.
Confira outros dados da pesquisa no link:
http://www.acrefi.org.br/eventos/2014/9o-siac/
pesquisa-tns.pdf f
James Conred:CEO da TNS Brasil
Nesse contexto que discutimos, você se sente propenso a fazer um financiamento em 2015?
Sentimento em relação ao futuro
Pensando na situação do Brasil em 2015 como avalia ...
Foto
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16 financeiro novembro 2014
9o SIAC NA MíDiAAlém dos 600 convidados que acompanharam ao vivo o evento da Acrefi, cerca de 20 veículos de comunicação participaram e
repercutiram o conteúdo das palestras e da pesquisa TNS
17novembro 2014 financeiro
9o SIAC NA MíDiA
18 financeiro novembro 2014
Um CEo diferente
o parisiense Georges Legrand é um CEO que
foge a qualquer padrão. Sua formação foi
construída na universidade da vida. É um
autodidata convicto. Quem consulta seu nome no
Google encontra apenas um currículo de nove li-
nhas no LinkedIn. Nada mais. Ele sempre conseguiu
conciliar no trabalho duas sensações que a maio-
ria dos executivos sonha em conquistar só depois
da aposentadoria: liberdade e prazer. Aos 55 anos,
Legrand, CEO na América Latina da Cassiopae –
empresa líder mundial de softwares de gestão de
ativos financeiros –, é um adepto do carpe diem, ex-
pressão em latim, extraída de um poema do filósofo
romano Horácio, que significa aproveite o momento,
sem medo do futuro. “A França é um país muito duro
com quem tem esse tipo de perfil”, diz o executivo.
“Se você não tem um diploma, suas chances são
muito pequenas de chegar a algum lugar.”
Morando há um ano e oito meses em São Paulo,
Legrand se sente completamente à vontade entre
os brasileiros, afinal desde a infância já cultivava
a intenção de viver por aqui. “Aos 12 anos, eu pe-
guei uma bandeira e cravei em cima de Brasil no
mapa-múndi que tinha no meu quarto e disse: um
dia irei morar lá”, conta o executivo. Não deu outra.
Mas até atingir o seu objetivo foram muitas idas e
vindas. Na sua primeira tentativa, aos 18 anos, foi
para a África, depois para a Ásia, sempre atrás de
um meio de transporte que pudesse trazê-lo para
o Brasil. Só que o dinheiro acabou e retorno para a
França foi inevitável. Em outra experiência, alguns
anos depois, ele foi assaltado uma hora depois de
ter desembarcado no Rio de Janeiro. Ao tentar a
sorte mais uma vez, em 1990, já como executivo da
companhia Telesistema Brasil, viu suas pretensões
profissionais e da empresa ruírem diante do desas-
tre provocado pelo Plano Collor. Nada disso, porém,
o fez esmorecer do sonho de morar no Brasil.
Embora ainda carregue um natural sotaque fran-
cês, Legrand fala o português com enorme fluência.
Sem se apertar com as gírias ou com as expressões
indígenas. Facilidade que adquiriu aos poucos, desde
a adolescência, a partir dos livros e das músicas bra-
sileiras, e depois com a convivência de 20 anos com
sua esposa carioca. Essa grande familiaridade com
a cultura nacional foi uma das principais caracterís-
ticas que levaram a Cassiopae a indicá-lo para o co-
mando da sua primeira base estratégica na América
Latina. “Todo mundo sabia do meu sonho de um dia
morar no Brasil”, lembra Legrand.
Georges Legrand, da Cassiopae Brasil, busca expansão dos negócios na América Latina mantendo a serenidade de quem, antes de tudo, preserva os bons momentos da vida
executivo
Por Gilberto de Almeida
20 financeiro novembro 2014
ração de crédito no
Vietnã. Foi o escolhido
porque teve a coragem
de discordar dos exe-
cutivos do banco sobre
a ferramenta de crédito
a ser adotada entre os
vietnamitas, povo que
não tinha a menor inti-
midade com a prática de
financiamento de bens.
Lá, o banco estava de
olho no atraente mercado de crédito para motoci-
cletas. Antes de ir, a direção do SG retomou uma
velha pergunta que ele acreditava já ter sido supe-
rada: quais são os seus diplomas? Com a mesma
sinceridade de sempre, ele disse que era formado
na faculdade da vida. Diante da sua franqueza, o
banco manteve Legrand à frente da operação.
Depois de escolher a ferramenta de crédito
adequada, estabelecer parceria com as principais
fabricantes de motos e com os revendedores, em
seis meses, o SG já tinha 100 pontos de venda em
Saigon, conhecida atualmente como Ho Chi Minh,
a maior cidade do Vietnã, e outras 50 unidades
Georges Legrand: CEO da Cassiopae Brasil
“Na França, se você não tem um diploma, suas
chances são muito pequenas de chegar a
algum lugar”
No início de 2013, antes de arrumar suas malas
e zarpar com a família para mais uma experiência
por aqui, ele já tinha construído uma carreira res-
peitável na área de softwares para produtos finan-
ceiros. Sua trajetória no setor começou ainda aos
23 anos, quando viu no jornal o anúncio de um cur-
so de informática. “Depois desse primeiro contato
com o universo digital, atuei como desenvolvedor
de software até que, em 1991, entrei para a área de
projetos do banco Société Générale (SG)”, conta ele.
Conhecido pelo seu espírito aventureiro e com-
portamento desprendido, Legrand recebeu, em
2006, a tarefa do SG de implantar a primeira ope-
Foto
: Ale
x r
osa
21novembro 2014 financeiro
distribuídas pelo país. “Praticamente não tínhamos
problemas com inadimplência dos clientes. Como
eles não têm a cultura bancária, as pessoas todos
os meses voltavam à loja para pagar em dinheiro
as suas parcelas”, conta Legrand. Ao voltar para
Saigon dois anos depois, o executivo descobriu que
a rede implantada no país já estava com 450 fun-
cionários e 150 pontos de venda. “São histórias ma-
lucas como essa que me dão prazer. Chegar a um
lugar, trazendo debaixo do braço apenas flip chart,
e conseguir deixar um legado”.
O sucesso desse desafio no Vietnã se transfor-
mou em passaporte para que Legrand assumisse,
em 2008, o cargo de CIO (Chief Information Offi-
cer) na Société Générale Equipment Finance e es-
truturasse um departamento de TI (Tecnologia da
Informação) na Alemanha, Noruega, Itália, Índia e
França, capaz de dar suporte a 25 países. Até que
em março de 2012, Legrand juntou-se à Cassiopae
para conduzir o desenvolvimento da empresa na
América do Sul. “Assim que recebi o convite, topei
imediatamente”, revela o executivo. Em duas sema-
nas aqui, logo percebi que a forma mais simples de
entrar no mercado brasileiro é por meio da compra
de outra empresa. “O Brasil é resistente às empre-
sas que vêm de fora”, analisa. “Além disso, a buro-
cracia é outro obstáculo
terrível que se enfren-
ta por aqui.” Diante do
diagnóstico de Legrand,
Cassiopae optou por
comprar a Disoft Cré-
dito, em julho de 2013,
que já tinha em sua car-
teira 15 clientes, como
HSBC, Banco do Brasil
e Itaú. “Só que esses
parceiros, por enquan-
to, ainda não trabalham
com a nossa ferramen-
ta mais avançada, que
permite realizar opera-
ções de crédito off-line,
em qualquer lugar, até
mesmo no meio do Rio
Amazonas”, explica ele.
“O nosso maior desa-
fio agora é vender essa
“O Brasil é resistente às empresas que
vêm de fora. “Além disso, a burocracia é outro obstáculo
terrível que se enfrenta por aqui”
Foto
: Ale
x R
osa
mesma tecnologia, que já funciona em 350 clien-
tes, distribuídos em 36 países, para as instituições
de crédito no Brasil.” Mas Legrand fala sobre isso
naturalmente, como se não estivesse sob pressão
da matriz francesa, pois, ao que tudo indica, é um
adepto do ensinamento do ensaísta norte-america-
no L. Smith (Logan Pearsall Smith): “Existem dois
objetivos na vida: o primeiro, o de obter o que dese-
jamos; o segundo, o de desfrutá-lo. Apenas os ho-
mens mais sábios realizam o segundo”. f
executivo
22 financeiro novembro 2014
consumo
Nova classe média é multicanal
A nova classe média brasileira, representada
por 54% da população – cerca de 108 mi-
lhões de pessoas –, está aumentando a sua
presença nos canais digitais. Por estar mais conecta-
do, esse estrato social também alterou sua jornada
de consumo e isso reflete na forma como se relacio-
na com as empresas, principalmente entre os jovens
com menos de 30 anos.
Por isso, a forma de dialogar com esse público
mudou. Essas são algumas das conclusões do le-
vantamento “A classe média brasileira”, realizado
pela Omni Financeira, em parceria com o Instituto
Data Popular. O objetivo do estudo é compreender
melhor o perfil desse novo consumidor. Foram le-
vados em consideração hábitos de consumo de mí-
dia e características comportamentais. A TV aber-
ta, por exemplo, é a mídia mais consumida desse
público. O levantamento revela que 88% dos con-
sumidores identificados como classe média aces-
sam a programação das principais emissoras pelo
menos uma vez por semana.
Na média geral, o celular, por sua vez, representa
82% e o rádio, 66%. O SMS e a propaganda de rua
impactam 43% dos pes-
quisados, panfletos atin-
gem 42%, redes sociais,
41%. A leitura de notícias
na internet é um hábito
frequente para 37% das
pessoas consultadas na
amostra. A presença na
internet também é alta:
46% acessam a rede
mundial diariamente,
56% utilizam para pos-
tar fotos, 55% fazem co-
mentários e 48% pesqui-
sam preço ou produto.
A partir destes re-
sultados, a Omni de-
senvolve uma série de inovações em suas ope-
rações de relacionamento com o cliente, formado
essencialmente pela classe média, e oferece para
seus 630 mil clientes a integração de todos os ca-
nais disponíveis de atendimento e relacionamento,
como aplicativos, SMS, canais sociais, chat, e-mail
e o tradicional telefone.
Esses indicadores comprovam a necessidade de
mudanças nas empresas, principalmente em negó-
cios cujo foco seja o público emergente. “Há uma la-
cuna e as empresas ainda não perceberam a melhor
forma de dialogar com a classe média. A tendência,
no curto prazo, é assegurar que o atendimento esteja
disponível na palma da mão de todos os consumido-
res, em que será possível resolver demandas com
apenas um toque”, explica Rodrigo Del Claro, diretor
de marketing e inovação da Omni Financeira.
Na Omni, a integração nos canais de atendimen-
to também contribuirá para ganhos de eficiência. “A
produtividade das equipes aumentará em função da
otimização dos processos internos e, a partir da in-
serção do digital, será possível reduzir em até 30%
os custos operacionais”, finaliza Rodrigo. f
Font
e: D
ata
pop
ular
Entre as atividades de Mídia e Comunicação, TV aberta, celular e rádio são as mais comuns na classe média
% Mídia e Comunicação - Atividades que realizam (Classe média / ao menos uma vez por semana)
30% da classe média compra pela internet, principalmente os jovens, sendo que 48% deles consultam o preço antes de efetuar a compra
Rodrigo Del Claro: diretor
de marketing e inovação da Omni
Financeira
23novembro 2014 financeiro
evento
Momento de expectativa
Ao mostrar mais uma vez sua representa-
tividade nacional, a Acrefi realizou dia 22
de outubro, no Bristol Four Towers Hotel,
em Vitória (ES), mais uma edição do seu tradicio-
nal Road Show, que contou com a participação do
economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Ban-
co Central e atual sócio-diretor da Tendência Con-
sultoria; Fabio Mentone, diretor-executivo do FGC
(Fundo Garantidor de Créditos); Carlos Fagundes,
diretor da Integral-Trust; Kleber dos Santos e Mar-
celo Pereira, gerentes de produtos da CIP (Câmara
Interbancária de Pagamentos); e Paulo César An-
drade, gerente comercial da Cetip.
Em sua apresentação, Gustavo Loyola falou
sobre as perspectivas da economia para 2015. No
cenário internacional, o economista disse que o am-
biente é positivo, mantendo bom desempenho, com
o desemprego em queda (5,9% em setembro) e a
manutenção de índices elevados de confiança. No
entanto, existem sinais ambíguos no curto prazo,
pois a economia global e o ajuste monetário limi-
tam o ritmo da recuperação. Ele prevê que o Fede-
ral Reserve começaria a elevar a taxa de juros em
meados de 2015. Para Loyola, o crescimento deve
seguir moderado nos próximos anos, com média
esperada de 2,5% ao ano entre 2015 e 2019.
No cenário nacional, o ex-presidente do BC
apontou a perda do ritmo econômico nos últimos
anos, com média de crescimento entre 2011 e 2014
de apenas 1,6% – expectativa 0,3% em 2014. Atu-
almente, segundo Loyola, há um cenário de baixa
confiança que limita a reação no curto prazo. Des-
sa forma, o desafio inicial para 2015 é recuperar a
confiança dos agentes monetários, com fundamen-
tal ajuste da política macroeconômica e da retoma-
da da agenda estrutural.
Depois de uma rápida explanação sobre a origem
do FGC, Fabio Mentone, disse que a razão da existên-
cia da instituição é resguardar a confiança no sistema
financeiro por meio da proteção das partes vulnerá-
veis. Um pequeno poupador, por exemplo, não tem
condições práticas de se informar sobre a real situa-
ção do banco em que guarda seus recursos: não con-
sulta economistas, não lê balanços, não acompanha
o noticiário econômico, não tem amigos influentes.
Portanto, esse indivíduo, que a duras penas faz sua
O tradicional Road Show da Acrefi discute,
em Vitória (ES), as projeções da
economia nacional e internacional
para 2015
24 financeiro novembro 2014
poupança, necessita de uma cobertura de depósito
porque não tem como avaliar a saúde financeira do
banco na hora de decidir onde aportar seus recursos.
Para efeito da determinação do valor garantido
dos créditos de cada pessoa, devem ser observados,
no entanto, alguns critérios. O titular do crédito é
aquele que tem o seu nome registrado na escritura-
ção da instituição associada ou aquele designado em
título por ela emitido ou aceito. Devem ser somados
também os créditos de cada credor identificado pelo
respectivo número de registro no Cadastro de Pes-
soas Físicas (CPF) / no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), contra todas as instituições associa-
das do mesmo conglomerado financeiro.
Não são cobertos, porém, pela garantia ordiná-
ria os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros
recursos captados ou levantados no exterior; as
operações relacionadas a programas de interes-
se governamental instituídos por lei; os depósitos
judiciais, além de instrumento financeiro que con-
tenha cláusula de subordinação, autorizado ou não
pelo Banco Central.
Carlos Fagundes, da Integral-Trust, falou so-
bre as regras do acordo Basileia III, que obriga
os bancos a divulgar, entre outros itens, as reser-
vas de lucro, os instrumentos de dívidas usadas
para reforçar o capital dos bancos e deduções,
como de ágios e créditos tributários. Mais dois
pontos de observação com relação ao Basileia III
são os índices de curto e de longo prazos. Antes
de concluir, Fagundes destacou que a adoção das
normas ocorrerá de forma progressiva pelas ins-
tituições dentro dos critérios já estabelecidos. O
Basileia III, dentro do atual cenário econômico –
aumento de investimento (infraestrutura e produ-
ção), maior oferta de crédito, elevação de prazos
e queda nos spreads – confirma com aumento de
segurança e o fortalecimento das instituições, em
períodos de crise financeira”, completou o diretor
da Integral-Trust.
Fechando o evento em Vitória, Paulo César
Andrade, gerente comercial da Cetip, revelou que
os financiamentos de veículos no Brasil atingi-
ram a marca de 564.515 unidades em setembro
(275.257 modelos novos e 289.258 usados). O vo-
lume representa alta de 9,8% em relação a agos-
to e 5,4% na comparação com setembro de 2013.
No acumulado de 2014, no entanto, o resultado
de 4,651 milhões de veículos financiados ainda
aponta queda de 6,6%, em comparação ao mesmo
período do ano passado (4,982 milhões). Segundo
levantamento da Cetip, apresentado por Andrade,
o melhor resultado do ano foi puxado pelo finan-
ciamento de automóveis leves usados, com cresci-
mento de 14,5% na comparação com setembro do
ano passado e 6,7% frente a agosto. f
Da esq. para dir.: Paulo César Andrade, Kleber dos Santos, Gustavo Loyola, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) e Marcelo Pereira
Foto
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25novembro 2014 financeiro
26 financeiro novembro 2014
A perícia é uma análise técnica conclusiva que auxilia na solução de pendências jurídicas amigáveis ou litigiosas
Importante aliado naresolução de conflitos
A perícia no mercado financeiro, como ins-
trumento útil e necessário para solucionar
conflitos na esfera judicial, é algo cada vez
mais presente no sistema das organizações. O pre-
sidente do Sindicato dos Economistas no Estado de
São Paulo, Pedro Afonso Gomes, no mês de outubro,
abordou o assunto na sede da Associação Nacional
das Instituições de Crédito, Financiamento e Inves-
timento (Acrefi), em São Paulo.
Ele, que é economista pós-graduado em Mer-
cado de Capitais, Direito Empresarial e Estra-
tégias Empresariais, enfatizou que há hoje em
torno de 12 milhões de processo envolvendo
instituições financeiras, nos quais são realizadas
perícias. “Ela tem uma forte função social. De cer-
ta forma, ajuda a pacificar questões sociais por
estabelecer critérios de fixação orientando deci-
sões mais assertivas”, destacou Gomes.
Segundo ele, a perícia como definição preli-
minar trata-se de uma análise técnica conclusiva
sobre fatos controversos para subsidiar a solu-
ção amigável ou litigiosa de um conflito. “A perícia
não resolve um conflito, mas traz subsídios im-
portantes que auxiliam em uma conclusão entre
os envolvidos”, declarou o palestrante.
A prova pericial, na prática, segundo o es-
pecialista, dispõe de caráter técnico no ordena-
mento jurídico e contribui com provas, tanto tes-
temunhal quanto documental, trazendo certeza
jurídica positiva ou negativa sobre determinado
litígio. “Quando o juiz, na esfera judicial, ou as
partes interessadas no campo extrajudicial, pre-
cisam de elementos contábeis para esclarecer
determinadas questões, a prova pericial se torna
indispensável”, explicou Gomes.
A perícia arbitral, exercida sob o controle da
lei de arbitragem, funciona há aproximadamente
18 anos no País, e é um meio eficiente de solu-
ção de conflitos. “É a realizada por um perito, e,
embora não seja judicialmente determinada, tem
valor de perícia judicial, mas sua natureza é ex-
trajudicial, pois as partes litigantes escolhem as
regras que serão aplicadas. Ela possui uma fina-
lidade importante”, disse o presidente do Sindica-
to dos Economistas no Estado de São Paulo.
Uma instituição financeira, antes de começar
a elaborar um contrato para seus clientes, pode
recorrer a uma perícia para avaliar os possíveis
impactos de uma eventual demanda judicial. “O
Código de Defesa do Consumidor (CDC) é aplicado
nesse contexto, uma vez que cláusulas dúbias fa-
vorecem o aderente. Antes de colocar um contra-
to na rua, é sempre preciso avaliar o teor de fatos
econômicos e financeiros para que não se tornem
controversos ou inconsistentes”, alertou Gomes.
Ele explicou que a atuação desse profissional re-
quer graduação, habilitação legal, conhecimento téc-
nico e experiência. “O perito é aquele que não pode ter
dúvida, ou seja, foi contratado para resolver questões
técnicas e solucionar conflitos. É de extrema impor-
tância para o sistema financeiro”, finalizou. f
evento2
Pedro Afonso Gomes:presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo
Ilust
raçã
o: R
afae
l Pas
coal
Congestionamento nos tribunais
segundo o “Relatório Justiça em Números”,
de 2012, do Conselho Nacional de Justiça,
no Brasil, hoje tramitam aproximadamen-
te 92 milhões de processos no Poder Judiciário.
E, embora o Judiciário esteja cada vez maior em
número de juízes e de servidores, a velocidade do
ingresso de novos processos supera a de senten-
ciamentos e de baixas dos processos em trâmite,
o que resulta em altas taxas de congestionamento
nos tribunais.
A partir desse diagnóstico so-
bre o sistema de justiça, surgiu a
proposta da Secretaria de Refor-
ma do Judiciário do Ministério da
Justiça de uma política de articu-
lação entre o setor público, o setor
privado e o próprio Judiciário com
o objetivo de fomentar mudanças
no tratamento de conflitos no Bra-
sil, com estímulo ao diálogo e à
cooperação. Batizada de Estraté-
gia Nacional de Não Judicialização
(ENAJUD), a política, que pretende
inovar ao aproximar os diferentes
atores do sistema de justiça em
torno de objetivos comuns, foi lan-
çada em julho de 2014.
Entre as ações da ENAJUD,
está a difusão dos métodos auto-
compositivos de solução de dis-
putas, com a promoção de capa-
citações em meios alternativos de
resolução de conflitos. Para tanto, conta-se com
a participação da Escola Nacional de Mediação
de Conciliação (ENAM) do Ministério da Justiça,
que promoveu, em 2014, três edições do curso
“Noções Básicas de Conciliação e Resolução de
Conflitos para Representantes de Empresas”, vol-
tado para a formação em mediação e conciliação
de prepostos, advogados, gerentes, gestores das
diversas áreas das empresas e demais organiza-
ções prestadoras de serviços ou de comercializa-
ção de produtos, com duração de
30 horas. Ao todo, foram oferta-
das 4.500 vagas, distribuídas en-
tre profissionais ligados às áre-
as de trabalho da ENAJUD, com
1.828 inscritos oriundos do setor
financeiro, 500 do setor de tele-
comunicações e 632 ligados ao
setor varejista.
Por fim, também foram dispo-
nibilizadas, em 2014, 1.500 vagas
para as duas edições do curso a
distância “Resolução Consensual
de Conflitos Coletivos Envolven-
do Políticas Públicas”, voltado
para servidores da Administra-
ção Pública. O objetivo do curso
é capacitar os agentes públicos
em técnicas de construção de
consenso a serem utilizadas
na resolução de conflitos
coletivos. fArt
igo
envi
ado
em 2
/9/2
014
Embora seja cada vez maior o número de juízes e de servidores, relatório revela que o número de ações que ingressam na Justiça
é maior que o de processos concluídos
27novembro 2014 financeiro
justiça
Art
igo
envi
ado
em 2
8/10
/201
4
Crescimento do comércio deverá ser o menor desde 2003
o forte crescimento do comércio
varejista a partir de 2004 veio
de uma conjunção de fatores
favoráveis, entre os quais se destaca o
fortalecimento do mercado de trabalho
e do crédito. Entre 2004 e 2012, a mas-
sa de rendimento dos trabalhadores das
regiões metropolitanas brasileiras avan-
çou 62% em termos reais, e o saldo de
crédito do Sistema Financeiro Nacional
passou de 25% do PIB para 55% do PIB.
No período pós-crise, as políticas anticí-
clicas de incentivos ao crédito e ao con-
sumo intensificaram esses efeitos.
O mercado de crédito também
avança em ritmo mais moderado, sobretudo o cré-
dito com recursos livres, desconsiderando-se o
crédito direcionado. Somando-se esses fatores à
perda de espaço para ampliação de incentivos fis-
cais, ao aperto monetário em vigor desde abril de
2013 e a um patamar mais elevado para a taxa de
câmbio, tudo indica que essa tendência persistirá,
e a demanda doméstica seguirá em processo de
ajuste também no próximo ano.
Apesar da moderação do crescimento do crédito,
a elevação das taxas de juros manteve o endivida-
mento das famílias em patamares elevados. Dados
da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (PEIC) – da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo – mostram
que entre setembro de 2014 e o mesmo período do
ano anterior a média do número de
famílias que relataram ter dívidas au-
mentou 3,0% e alcança 63,1% do total.
Contudo, a alta do custo do crédi-
to teve impacto no comprometimento
da renda mensal com dívidas, entre
as famílias endividadas. O compro-
metimento médio relatado por esse
grupo de famílias passou de 29%
para 30% da renda mensal, e 20,9%
delas disseram ter mais da metade
de sua renda comprometida com dí-
vidas. Assim sendo, mesmo que com
um perfil mais positivo, a manuten-
ção da tendência de alta do endivi-
damento das famílias, ao mesmo tempo em que
se observa uma moderação do consumo, tem uma
consequência importante no cenário econômico no
curto prazo, que corresponde à perda de espaço
para expansão do crédito às famílias.
Para este semestre e para o próximo ano, a
expectativa é de que esses fatores continuarão
pesando sobre a demanda interna. Com inflação
maior que a esperada, superando o limite superior
da meta em setembro, não há espaço para uma re-
versão na política monetária no curto prazo. Adicio-
nalmente, há a inflação de preços administrados já
contratada para o próximo ano. A expectativa para
a inflação nos próximos 12 meses, que já estava
elevada no início do ano, alcançou 6,38%, o maior
patamar na semana de 19 a 25 de outubro. f
artigofreitasgomes
Carlos Thadeu de Freitas Gomes: Economista-chefe da CNC e ex-diretor do Banco Central
28 financeiro novembro 2014
artigooliveirapinto
big data, uma revolução a favor
dos negócios
Poucas vezes no mundo dos ne-
gócios se viu um movimento
tão grande acerca de um tema
como o existente hoje em torno do big
data. Big data é o assunto do momento,
está cada vez mais presente no discur-
so dos gurus de negócio e entrou defi-
nitivamente nas agendas dos vendors
de tecnologia em todo o mundo.
Esse conceito nasceu como decor-
rência dos grandes desafios que empre-
sas, como Google e Yahoo, passaram a
enfrentar para poder processar quanti-
dades gigantescas de informações gera-
das pela mudança cultural trazida pela
internet. A revolução do big data vem, portanto,
para suprir a lacuna de tratar, processar e arma-
zenar uma imensa quantidade dos mais variados
dados, com grande velocidade e a baixo custo.
O conceito de big data gira em torno da tría-
de volume, variedade e velocidade, que o merca-
do passou a conhecer como os 3Vs do big data.
Essa nova realidade tecnológica, quando combi-
nada com a inteligência analítica, melhora signi-
ficativamente a qualidade da tomada de decisão,
com muito menos custo operacional. Uma mi-
ríade de dados estruturados e não estruturados
podem agora ser incorporados em aplicações de
negócios para potencializar o poder preditivo dos
modelos a um custo muito mais acessível. E isso
pode ser utilizado tanto em aplicações de marke-
ting como de crédito.
Trazendo essa realidade para o
universo do crédito ao consumidor,
isso se reflete em:
• Variedade de informações ad-
vindas de múltiplas fontes de dados
da web e de interações frequentes
com clientes ou prospects;
• Grande volume de informa-
ções coletados em transações, con-
tatos e comportamento de clientes
e de múltiplas fontes de dados ex-
ternas e da internet;
• Velocidade cada vez maior de
geração de dados, na medida em
que cada comportamento, ação e iteração com
clientes passam a ser registrados.
Mas, indo direto ao ponto, o que de fato toda
essa revolução do big data significa para a indús-
tria do crédito?
Mais do que uma tendência de negócios, o big
data é um fenômeno que vem impondo mudanças
estruturais em tecnologia e influenciando a cul-
tura e o comportamento das pessoas. Não se tra-
ta apenas de uma onda, mas algo que vai influir
fortemente na maneira como fazemos negócios.
O impacto mais direto vem da maior disponibili-
dade de informações para a tomada de decisão,
seja para abordar um prospect com uma oferta
mais adequada, seja para avaliar o risco de um
proponente ou para definir qual a melhor ação de
Foto
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31/
10/2
014
Laércio de Oliveira Pinto: sócio e CEO da
Data4Credit
29novembro 2014 financeiro
cobrança. Em outras palavras, é ter a informação
certa, no lugar certo e no tempo certo.
O big data potencializa a performance dos
modelos de score e adiciona maior poder à seg-
mentação, com reflexos positivos na tomada de
decisão em todo o ciclo de negócios. Hoje, o uso
de buscadores que varrem a internet à procura de
dados de prospects e clientes para gerar informa-
ções que vão alavancar modelos de prescreening
de crédito e de cobrança já
é uma realidade. Processo
semelhante também já é
usado para definir targets
específicos para campanhas
de marketing e de produtos,
a partir da identificação da
afinidade do consumidor
com um determinado as-
sunto. Assim, uma campa-
nha temática de um produ-
to financeiro em parceria
com um time de futebol, por
exemplo, tem um eco muito
mais forte em consumidores
com grande afinidade por
esse esporte e por um determinado time específi-
co. E essa afinidade pode ser mapeada a partir de
dados obtidos da web.
Também já surgem casos de empresas que utili-
zam dados do facebook e de outras redes sociais para
incrementar o poder preditivo dos seus modelos.
A revolução do big data traz um novo impera-
tivo para as áreas de negócios das organizações:
aumentar a sua compreensão sobre essas novas
tecnologias que orbitam em torno do big data para
poder tirar proveito de todos os benefícios e opor-
tunidades que essa nova realidade propicia.
No que tange a essas tecnologias, o Hadoop
– um sistema open source que nasceu no Yahoo
– tem puxado todo esse movimento do big data.
Essa tecnologia viabiliza o armazenamento e o
processamento de volumes massivos de infor-
mação a um baixo custo. Isso significa que agora
se torna muito mais barato trazer dos diferentes
silos existentes nas organizações todos esses
diferentes dados e armazená-los em um grande
repositório, que, no jargão do big data, é conhe-
cido como data lake. Há até bem pouco tempo,
processar volumes de dados dessa magnitude era
economicamente inviável. Agora, a um custo mui-
to razoável, toda essa riqueza de dados pode ser
colocada à disposição das áreas de negócios para
gerar ainda mais valor para as empresas.
Outro aspecto do big data que está revolucio-
nando as áreas de analytics
são as tecnologias para tra-
tamento de dados não es-
truturados. Hoje, estima-se
que 95% dos dados produ-
zidos nas empresas são não
estruturados; ou seja, não
se encontram armazenados
em bancos de dados, tabe-
las ou planilhas de forma
organizada. Tratam-se pre-
ponderantemente de textos
livres, voz e vídeo.
O mesmo se observa nas
informações disponíveis na
internet e nas mídias sociais.
Tecnologias que tiveram seu uso alavancado pelo
movimento do big data, como text mining e proces-
samento de linguagem natural, permitem converter
esse imenso conteúdo de dados, antes inacessível,
em atributos de valor que podem ser incorporados
nos modelos de score e em outras aplicações de
analytics. Um bom exemplo é a utilização de regis-
tros de voz de ligações de call centers para inferir re-
gras para melhores abordagens de venda ou de co-
brança, de acordo com o perfil do cliente ou devedor.
Por tudo isso, podemos afirmar que a revolu-
ção do big data veio para ficar e o seu impacto será
sentido em todos os segmentos de negócio. Ela
representa, de fato, maior capacidade analítica e
consequente melhoria nas decisões de negócios,
com muito menos custos. E aquelas organizações
que souberem construir valor rapidamente a par-
tir dos benefícios do big data poderão ampliar
significativamente seus diferenciais competitivos.
Bem-vindos ao mundo do big data. f
“Estima-se que 95% dos dados produzidos nas empresas são
não estruturados; ou seja, não
se encontram armazenados em bancos de dados”
artigooliveirapinto
30 financeiro novembro 2014
Inteligência cibernética
Provavelmente, você já ouviu falar em “in-
teligência cibernética“, termo que está em
evidência no mundo digital há alguns anos.
Primeiro, é necessário contextualizar em qual
lugar a “inteligência cibernética” se encaixa nas
organizações. Inteligência dirige operações. Esse
é um mantra conhecido do militarismo, especial-
mente norte-americano, em que quase todas as
ações (ofensivas e defensivas), quiçá todas, são
precedidas de um planejamento de inteligência
sobre o alvo, o ecossistema e afins.
Da mesma forma, o termo “inteligência” já é
bastante conhecido pelas corporações, inclusive no
Brasil, em que a inteligência competitiva é estuda-
da e praticada. É importante destacar a relevância
de desvencilhar a “inteligência cibernética” da tra-
dicional segurança da informação. A segurança da
informação é a área responsável pela proteção dos
ativos: informações de clientes, propostas comer-
ciais, contratos, bancos de dados, propriedade inte-
lectual, relatórios financeiros, entre outros.
Além disso, é a área que desenha, implemen-
ta e suporta estratégias e mecanismos para essa
defesa. Toda a ação é desenvolvida dentro da rede
de dispositivos de processamento de dados das
corporações, seja fixa, apenas dentro do espaço
físico da empresa – pensamento ultrapassado –
ou dinâmica, como o armazenamento na nuvem
e nos dispositivos pessoais dos colaboradores,
uma tendência conhecida como “BYOD” (sigla em
inglês de bring your own device).
artigomontanaro
Domingo Montanaro: diretor de Inteligência do Grupo New Space
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Já a inteligência cibernética monitora e ana-
lisa as ameaças que surgem do espaço ciberné-
tico e podem causar danos à instituição. Ou seja,
o foco está direcionado para fora do perímetro
da empresa, os esforços estão concentrados em
captar e compreender possíveis ameaças exter-
nas ligadas direta ou indiretamente aos negócios.
Em termos gerais, a inteligência cibernética bus-
ca a prevenção, antevendo fraudes e vulnerabili-
dades que fragilizem a instituição. f
“A inteligência cibernética monitora e analisa as ameaças que surgem do espaço e podem causar danos à instituição”
31novembro 2014 financeiro
Vendas a prazo somam 4,6 milhões de veículos
no acumulado de 2014
painelcetip
os financiamentos de veículos no Brasil
apresentaram o melhor resultado do ano
em setembro, com 564.515 unidades. No
acumulado do ano, as vendas financiadas já somam
4.650.270 veículos em todo o País, entre automó-
veis leves, motocicletas, pesados e outros. O volu-
me ainda representa uma queda de 7% em relação
ao mesmo período de 2013.
O levantamento é da Cetip, que opera o Sistema
Nacional de Gravames (SNG), base integrada de in-
formações que reúne o cadastro das restrições fi-
nanceiras de veículos dados como garantia em ope-
rações de crédito em todo o Brasil. O SNG impede
que o processo de financiamento de veículos seja
suscetível a fraudes sistêmicas.
Entre as regiões, o Sudeste acumula o maior vo-
lume de financiamentos de veículos, com 2.110.959
unidades em 2014. O resultado representa uma
participação de 45,4% sobre o total de financia-
mentos no Brasil. A região Sul aparece em segundo
lugar, com 962.393 unidades financiadas, ou seja,
20,7% de participação no mercado. Tanto a região
Sudeste quanto a Sul mostram maior quantidade
de veículos usados financiados, enquanto Norte,
Nordeste e Centro-Oeste possuem um maior volu-
me de unidades novas vendidas a prazo.
No acumulado deste ano, foram financiados, em
média, 515 mil veículos em todo o País. Os finan-
ciamentos de automóveis leves somaram 3,618 mi-
lhões de operações, sendo 60% do total referente
a unidades usadas e 40% novas. Já as motos tota-
lizaram 788 mil unidades financiadas, sendo 90%
Sudeste é a região com maior volume de financiamento no Brasil
32 financeiro novembro 2014
motos novas e 10% usadas. Os veículos pesados
atingiram 227 mil vendas a prazo, com 53% unida-
des novas e 47% usadas.
Em relação às modalidades de financiamento
utilizadas pelos consumidores, o Crédito Direto ao
Consumidor (CDC) apresentou a maior participação
no mercado, com 3,384 milhões de operações rea-
lizadas de janeiro a setembro deste ano. O volume
representa uma participação de 82,6% no mercado.
Desempenho dos automóveis leves
O levantamento da Cetip também apontou que,
no acumulado do ano, os financiamentos de auto-
móveis leves de quatro a oito anos de uso apre-
sentaram um crescimento de 5,2%, em relação ao
mesmo período de 2013, e somaram 1,112 milhão
de unidades financiadas.
O tíquete médio de financiamento por tempo de
uso dos autos leves novos e usados apresentou um
aumento de 2,2% no acumulado do ano, na compa-
ração anual, e passou de R$ 24,5 mil para R$ 25
mil. A maior alta do tíquete médio foi verificada nos
autos leves com mais de 13 anos, que passou de
R$ 8,995 mil para R$ 10,225 mil, crescimento de
13,7% de janeiro a setembro de 2014.
Em relação ao prazo médio de financiamento por
tempo de uso, os automóveis leves novos apresen-
taram um recuo no prazo de 39 para 37 meses no
acumulado de 2014, em relação ao mesmo período
do ano passado, enquanto os autos leves com mais
de 13 anos de uso avançaram 2,8% e passaram de
36 para 37 meses. f
Font
e: In
telig
ênci
a de
Mer
cado
Cet
ip
A partir de out/13 a Cetip adotou nova metodo-logia para calcular os recursos liberados para finan-ciamentos de veículos. São consideradas apenas inclusões de gravames de automóveis leves, com financiamento de até R$ 200 mil, e cujos prazos não sejam superiores a 120 meses; para motocicletas, o montante limite é de R$ 50 mil, com prazo de 90 meses. A metodologia também limita em R$ 500 mil e prazo de até 150 meses as inclusões de gravames de pesados. Dessa forma, a Cetip desconsidera ope-rações com valores e prazos destoantes com as prá-ticas do mercado.
33novembro 2014 financeiro
Para quem gosta de carro, o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo é um programa que merece reservar, pelo menos, seis horas da sua agenda. O evento deste ano reuniu 84 expositores de 11 países, com 41 fabricantes e montadoras de veículos, que totalizaram 500 carros. A edição 2014 do salão, que aconteceu mais uma vez no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, não decepcionou aqueles que foram atrás de boas novidades. Conheça algumas dessas máquinas que roubaram a atenção dos apaixonados pelas joias de quatro rodas.
VElozEs & furiosos
Porsche Boxster GTSOs motores de seis cilindros e 3.4 litros
ganharam 15 cavalos a mais em cada modelo, em
relação à versão S, o que deixou o Boxster GTS com
330 cavalos. A opção inclui suspensão ativa e pacote
esportivo. Com isso, o Boxster vai a 100 km/h
em 4,7 segundos.
Mercedes-Benz Classe S Cupê
Preparado pela AMG, o modelo tem um motor
V8 biturbo de 5.5 litros e 585 cavalos. Segundo a
montadora, o esportivo acelera de 0 a 100 km/h
em 3,9 segundos.
supermáquinasBMW M4
Sucessor do M3 cupê, o esportivo M4
foi um dos destaques do salão. Ele tem motor 3.0
de seis cilindros, que gera 431 cavalos de potência, e
acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos. O câmbio
automatizado é de dupla embreagem e sete
velocidades.
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s: D
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Land Rover Discovery Sport
Destaque no Salão de Paris, em outubro, Discovery
Sport é um substituto para o Freelander, com opção para
até sete passageiros. A configuração mais potente, S, traz
motor V6 de 340 cavalos. Ele acelera de 0 a 100 km/h
em 4,9 segundos, com máxima de 250 km/h.
Chevrolet Spin ActivAs mudanças da versão esportiva da Spin
para a “tradicional” são basicamente visuais, a
começar pelo estepe preso na parte de fora do porta-
-malas. Além disso, os para-choques são de plástico
preto, há saias laterais na cor prata, faróis e lanternas
com máscara escurecida. O motor é o 1.8 com 108
cavalos nas versões LT e LTZ.
CamaroO Camaro ganha versão inédita conversível.
Assim como o cupê, o modelo ainda mais descontraído
traz motor V8 6.2l de 406 cavalos de potência de alta
eficiência energética. Ele tem performance para voar
nas pistas, mas também pode rodar nas vias
urbanas.
Volvo XC60O XC60 também ganhou uma versão de
entrada, a Comfort. Foram mantidos os bancos de
couro, mas sem regulagem elétrica e ajuste lombar. O
painel digital é substituído por um analógico, e também
caem os sensores de chuva e estacionamento. O
propulsor é o mesmo Drive-E 2.0 litro de 245 cv,
acoplado à transmissão automática de
8 velocidades.
35novembro 2014 financeiro
Equipada com motor 4.5 V8, de 605 cavalos, a Ferrari 458 Speciale A vai de 0 a 100 km/h em três segundos. Apenas 499 unidades desse bólido serão produzidas pela montadora italiana
Um brinquedo chamou mais atenção que os demais na última edição do Salão do Au-tomóvel de Paris: a Ferrari 458 Speciale
A. Equipada com motor de 4.5 V8, de 605 cavalos, a máquina atinge 200 km/h em apenas nove segundos. Nada mal, não? Mas, saiba que esse bólido será pro-duzido em edição limitada: 499 unidades.
antecessora, a 458 Spider. A capota retrátil, também de alumínio, acrescenta cerca de 50 kg ao peso total do carro, e pode ser aberta ou fechada em 14 segundos. De acordo com a montadora, os passageiros podem conver-sar normalmente, enquanto “voam” com a capota aberta, a 200 km/h.
Sem perder as características do de-sign esportivo, Speciale A traz o interior lim-po e livre de qualquer peso supérfluo. Isso foi obtido pela escolha de materiais leves, incluindo a fibra de carbono trabalhada de acordo com o padrão artesanal da Ferrari, detalhe que valoriza os painéis das portas e o console central. Se você ficou interessado e está louco para ter ideia do preço, saiba que a sua irmã velha, a 458 Speciale, foi trazida para o mercado nacional pela bagatela de R$ 2,3 milhões. Razoável, não? f
Puro-sangue
A inacreditável Speciale A vem equipada com o sistema Side Slip Angle Control (SSC), que usa algo-ritmo para distribuir de forma equilibrada o torque nas rodas, corrigindo eventuais saídas de frente do carro. Outra inovação é a evolução na transmissão com a tecnologia trazida das pistas da Fórmula 1. Em alta performance, o aerofólio traseiro eletrônico pode ser ajustado para colocar o veículo no chão, ou, se o aerofólio estiver baixado, serve para diminuir a resistência do ar.
Os freios apresentam os mesmos componentes usados na Ferrari 976. As rodas de 20 polegadas, de alumínio, são 12 kg mais leves que as da sua
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supermáquinas
36 financeiro novembro 2014
artigorosivuolo
Uma porta para o futuro
Atenta às iniciativas sociais que a Acrefi
apoia, a equipe da Financeiro visitou recen-
temente a Biblioteca Municipal Odette de
Barros Mott, em Araçariguama, interior paulista, que
foi totalmente revitalizada há três anos, com partici-
pação da entidade. A primeira impressão foi muito
boa, ainda mais quando se depara com quatro alunos
da rede estadual fazendo trabalho escolar nos três
computadores do espaço. Ao nos encontrar com
a bibliotecária Edineia de Oliveira, tivemos outras
boas novidades: a biblioteca está com 8.200 títulos
cadastrados; tem uma frequência mensal de 2.100
pessoas; e 30 obras são emprestadas diariamente,
em sistema circulante, pelos moradores do municí-
pio. São números razoáveis para uma cidade que,
segundo o Censo de 2010, possui 17.085 habitantes.
Além de atender ao fluxo diário de leitores,
os cinco funcionários da biblioteca se envolvem
em ações pontuais oferecidas à população. O pro-
grama Viagem Literária, iniciativa coordenada pela
Secretaria da Cultura do Governo de São Paulo, leva
autores ilustres para conversar com os leitores.
Os dois últimos escritores que passaram por lá fo-
ram Edson Gabriel Garcia, com mais de 60 títulos
publicados de literatura infantil e juvenil, e Ignácio
de Loyola Brandão, que foi bater um papo com os
moradores de Araçariguama, principalmente com
os estudantes, sobre curiosidades de seu livro mais
recente, O Mel de Ocara, em que relata histórias
Foto
s: M
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Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott Rua Coronel Joaquim
Augusto, 94, Araça-
riguama. Horário de
funcionamento: das
7h30 às 19h30
Tel.: (11) 4136.2195
Projeto de revitalização apoiado pela Acrefi há três anos, a Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott, em Araçariguama, atrai estudantes para bate-papo com escritores e aulas de música
vividas e vivenciadas em
suas viagens literárias pelo
Brasil. E mais. A biblioteca
Odette de Barros Mott atrai
frequentadores com aulas
regulares de piano, violão e canto, rodas de conta-
ção de histórias e sessões do clube de cinema.
Entre os estudantes que estão sempre por lá
para fazer suas tarefas escolares, uma é Jéssica
de Moura, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino
Médio da Escola Estadual Professor Humberto Vic-
torazzo. “Além de consultar os livros e aproveitar
a conexão da internet oferecida pela biblioteca,
ainda consigo imprimir os meus trabalhos”, conta
Jéssica, que pretende se formar em Educação Fí-
sica e depois se especializar em dança. São exem-
plos como esse que incentivam a Acrefi a manter
seus investimento em projetos sociais. f
37novembro 2014 financeiro
Nem sempre é possível acompanhar a velocidade das tendências da moda internacional, que mudam de rumo mais rápido que a volatilidade do câmbio. Embora você não precise estar em perfeita sintonia com os modelos que circulam nas passarelas de Milão, Paris, Londres ou Nova York, é fundamental dar uma espiada nas recentes criações das principais etiquetas internacionais. Lembre-se, em viagens curtas – de cinco a sete dias –, leve na valise dois ternos clássicos, camisas neutras e três ou quatro gravatas. O restante fica por conta da sua inspiração. Afinal, vestir-se também pode ser uma tarefa bem divertida.
Armani
Hugo Boss
Ralph Lauren
Inspire-se
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
estilo
Ermenegildo Zegna
Calvin Klein
39novembro 2014 financeiro
cultura
Em exposição na Pinacoteca de São Paulo, as esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck impressionam pela riqueza de detalhes e pela perfeição que retrata os contornos do corpo humano
Quase realFoto
s: D
ivul
gaçã
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40 financeiro novembro 2014
impressionante, espetacular, inacreditável.
Essas são algumas das expressões que nor-
malmente são ditas por aqueles que já tive-
ram o privilégio de visitar, na Pinacoteca de São
Paulo, a exposição do escultor australiano hiper-
-realista Ron Mueck. Depois de uma temporada
no Rio de Janeiro, a mostra poderá ser vista pelos
paulistas até fevereiro de 2015.
As criações de Mueck são famosas pela ri-
queza de detalhes e pela perfeição que retrata os
contornos do corpo e das feições humanas. Deta-
lhe: ele não utiliza qualquer recurso da informá-
tica para atingir tal esmero. São trabalhos reali-
zados em fibra de vidro e silicone, que facilmente
seriam confundidos com seres humanos não fos-
sem as diferentes dimensões das esculturas.
Na mostra da Pinacoteca, serão apresentadas
as nove esculturas exibidas no Rio de Janeiro.
São elas “Mulher com as Compras”, “Jovem Ca-
sal”, “Casal Debaixo do Guarda-Sol”, “Mulher com
Galhos”, “Máscara 2” (autorretrato do artista),
“Homem em um Barco”, “Juventude”, “Natureza
Morta” e “À Deriva”.
Além das esculturas, a curadoria da mostra
programou a exibição do documentário “Still Life:
Ron Mueck at Work”, do diretor Gautier Deblonde,
que retrata o processo criativo de artista. f
Pinacoteca de São PauloPraça da Luz, 2 – São Paulo, SPTel. (11) 3324.1000Terça a domingo, das 10h às 18h. Às quintas, das 10h às 22h.www.pinacoteca.org.br
41novembro 2014 financeiro
Escurinho cult
cultura
mas sempre manteve o ideal
de ser o ponto de encontro dos
aficionados pelo cinema. Foi funda-
da em 1940 por estudantes da Faculdade de
Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), li-
derados por Paulo Emílio Salles Gomes, Décio de
Almeida Prado e Antonio Cândido. O espaço depois
se transformou num polo destinado à preservação
da produção audiovisual nacional, possibilitando
que proprietários de filmes antigos os depositas-
sem no acervo da instituição, sem abrir mão do
direito da posse do material – a organização se
responsabiliza pela preservação do conteúdo.
Em levantamento recente, a Cinemateca divul-
gou que possui o maior acervo de imagens em mo-
vimento da América Latina. São aproximadamente
250 mil rolos de filmes, que correspondem a 35
mil títulos. Seus arquivos reúnem obras de ficção,
documentários, cinejornais, filmes publicitários
e registros familiares, nacionais e estrangeiros,
produzidos desde 1895. Para Verônica Domingues,
assistente editorial e frequentadora assídua da
programação da Cinemateca, o trabalho de pre-
servação ali desenvolvido é fundamental para o
cinema brasileiro. “Acho importantíssimo esse
trabalho de preservação da memória audiovisual
brasileira, porque muito já se perdeu ou foi dani-
ficado. Ter um órgão que garanta a sobrevivência
desses materiais é um consolo para os apreciado-
Com arquitetura tombada, conservada e pro-
tegida pelo Condephaat (Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueoló-
gico e Turístico do Estado de São Paulo), as instala-
ções da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, pa-
recem fazer parte do roteiro de Sherlock Jr., filme
de 1924, dirigido por Buster Keaton. O local deixa
poucos indícios de que ali, até 1927, funcionou o
Matadouro Municipal de São Paulo. Projetados por
Alberto Kuhlman, os galpões construídos em 1884
foram restaurados em 1992 pelo arquiteto Nelson
Dupré – o mesmo que idealizou a Sala São Paulo.
Desde então, o espaço, acolhido no discreto Largo
Senador Raul Cardoso, na Vila Mariana, passou a
ser referência de cineastas, pesquisadores, estu-
dantes de cinema, enfim, dos amantes da sétima
arte. Além da exibição de uma programação cult,
suas salas também abrigam cursos, debates, expo-
sições e mostras audiovisuais.
A Cinemateca Brasileira nasceu ainda com a
denominação de Clube de Cinema de São Paulo,
De matadouro municipal a refúgio da filmografia nacional, a Cinemateca Brasileira é o ponto de encontro, em São Paulo, dos amantes da sétima artePor Débora Dias texto e fotos
42 financeiro novembro 2014
Escurinho cult
res do cinema”, pondera Verônica.
Já para Henrique Rodrigues Marques, estu-
dante de cinema, os principais atrativos da Cine-
mateca são as mostras ali realizadas e o baixo
valor cobrado pelos ingressos. “Eles sempre re-
alizam mostra de clássicos, mas também abrem
espaço para filmes desconhecidos, dando um
grande destaque para a produção nacional”, co-
menta Marques. Os preços são populares e es-
tudantes que cursam o Ensino Médio em escolas
públicas não pagam. Algumas sessões são total-
mente franqueadas ao público.
Toda a infraestrutura do local é favorável à
criação e à manutenção da propriedade artística,
sendo dividida em áreas distintas que corroboram
para a organização do acervo. Lá é feita toda a
documentação, a preservação e a catalogação do
material, além de pesquisas constantes para apri-
morar sua conservação. As duas salas de exibição
funcionam de terça a domingo e apresentam ses-
sões permanentes, mostras e festivais de cinema
brasileiro e estrangeiro. Entre os serviços ali ofe-
43novembro 2014 financeiro
recidos estão o empréstimo de filmes para outras
instituições, mostras e festivais do mundo todo e o
atendimento a profissionais que queiram utilizar
imagens de filmes do acervo em suas produções.
A área externa é composta por um gigantesco te-
lão e jardins que escondem diversas obras de arte,
como mais uma alternativa de lazer para os aman-
tes da cultura.
Para Verônica Domingues, o investimento feito
na infraestrutura da Cinemateca Brasileira é um
grande diferencial, que se reflete na qualidade do
serviço prestado. Segundo a frequentadora, as sa-
las de projeção têm padrão profissional e oferecem
qualidade e conforto aos visitantes, o que transfor-
ma uma simples visita em uma experiência única.
Amigos da CinematecaEm 1962, Dante Ancona Lopez, disseminador
do cinema de arte em São Paulo, criou a SAC (So-
ciedade Amigos da Cinemateca), entidade que foi
fundamental na reestruturação da Cinemateca, co-
laborando para que a instituição chegasse ao seu
formato atual. Desde então, a SAC colabora na for-
mação das novas gerações do público cinemato-
gráfico. Essa organização também é responsável
pela captação de recursos por meio da Lei Rouanet
e de convênios mantidos com a Prefeitura de São
Paulo e com a União. Foram iniciativas como essa
que permitiram a montagem das salas Cinemate-
ca/Petrobras, em 1998, e da Cinemateca/BNDES,
em 2007, da climatização dos arquivos de preser-
Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207, São Paulo - SP. Tel.: (11) 3512.6111Horário de funcionamento: diariamente, das 9h às 18h. www.cinemateca.gov.br
vação dos filmes, em 2001, e dos espaços do Cen-
tro de Documentação e Pesquisa, em 2002. Além
disso, a SAC foi fundamental para a realização de
projetos de grande envergadura na área museoló-
gica e arquivística, como o Censo Cinematográfico,
patrocinado pela Petrobras e realizado entre os
anos de 2001 e 2006.
Para continuar com suas portas abertas, a Ci-
nemateca Brasileira conta com os investimentos
realizados por meio de parcerias com empresas
nacionais. Outra fonte de recursos é o aluguel do
espaço para a exibição de mostras independentes.
A organização recebe, ainda, apoio financeiro para
a realização de projetos que valorizem o cinema
nacional e estimulem a sua preservação. f
cultura
Cena de Cinema: escultura de José Resende
Ziper Concha: escultura de Gilberto Salvador
Salão de Exposições
45novembro 2014 financeiro
educação
Uma porta para o futuro
Atenta às iniciativas sociais que a Acrefi
apoia, a equipe da Financeiro visitou recen-
temente a Biblioteca Municipal Odette de
Barros Mott, em Araçariguama, interior paulista, que
foi totalmente revitalizada há três anos, com partici-
pação da entidade. A primeira impressão foi muito
boa, ainda mais quando se depara com quatro alunos
da rede estadual fazendo trabalho escolar nos três
computadores do espaço. Ao nos encontrar com
a bibliotecária Edineia de Oliveira, tivemos outras
boas novidades: a biblioteca está com 8.200 títulos
cadastrados; tem uma frequência mensal de 2.100
pessoas; e 30 obras são emprestadas diariamente,
em sistema circulante, pelos moradores do municí-
pio. São números razoáveis para uma cidade que,
segundo o Censo de 2010, possui 17.085 habitantes.
Além de atender ao fluxo diário de leitores,
os cinco funcionários da biblioteca se envolvem
em ações pontuais oferecidas à população. O pro-
grama Viagem Literária, iniciativa coordenada pela
Secretaria da Cultura do Governo de São Paulo, leva
autores ilustres para conversar com os leitores.
Os dois últimos escritores que passaram por lá fo-
ram Edson Gabriel Garcia, com mais de 60 títulos
publicados de literatura infantil e juvenil, e Ignácio
de Loyola Brandão, que foi bater um papo com os
moradores de Araçariguama, principalmente com
os estudantes, sobre curiosidades de seu livro mais
recente, O Mel de Ocara, em que relata histórias
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Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott Rua Coronel Joaquim
Augusto, 94, Araça-
riguama. Horário de
funcionamento: das
7h30 às 19h30
Tel.: (11) 4136.2195
Projeto de revitalização apoiado pela Acrefi há três anos, a Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott, em Araçariguama, atrai estudantes para bate-papo com escritores e aulas de música
vividas e vivenciadas em
suas viagens literárias pelo
Brasil. E mais. A biblioteca
Odette de Barros Mott atrai
frequentadores com aulas
regulares de piano, violão e canto, rodas de conta-
ção de histórias e sessões do clube de cinema.
Entre os estudantes que estão sempre por lá
para fazer suas tarefas escolares, uma é Jéssica
de Moura, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino
Médio da Escola Estadual Professor Humberto Vic-
torazzo. “Além de consultar os livros e aproveitar
a conexão da internet oferecida pela biblioteca,
ainda consigo imprimir os meus trabalhos”, conta
Jéssica, que pretende se formar em Educação Fí-
sica e depois se especializar em dança. São exem-
plos como esse que incentivam a Acrefi a manter
seus investimento em projetos sociais. f
Jéssica de Moura: leitura e trabalhos escolares
negócio&lazer
A tradição dos barões do caféA tradição dos barões do café
46 financeiro novembro 2014
A tradição dos barões do caféA tradição dos barões do café
o Hotel fazenda Dona carolina preserva a cultura, a arquitetura
e a gastronomia dos quatrocentões do
interior paulista
o Hotel fazenda Dona carolina preserva a cultura, a arquitetura
e a gastronomia dos quatrocentões do
interior paulista
AA cultura do café está intimamente ligada à história de São
Paulo. Do período colonial ao republicano, as fazendas cafe-
eiras ficaram famosas não só por sua força econômica, como
também pela arquitetura típica das suas instalações e dos seus equi-
pamentos. Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da
produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comér-
cio inter-regional de outras importantes mercadorias. Essa atmosfera
de prosperidade trouxe notoriedade também aos barões do café, que
deram continuidade às famílias dos quatrocentões, como os Cardoso
de Almeida, os Arruda Botelho, os Pimenta Camargo, entre outros.
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47setembro 2014 financeiro
É exatamente esse clima de riqueza e tradição
que o Hotel Fazenda Dona Carolina resgata. Locali-
zado em Itatiba, interior paulista, a 86 quilômetros
da capital, o empreendimento reúne, de forma sutil,
o melhor da vida no campo com as facilidades da
vida moderna. O espaço preserva a memória da era
cafeeira, em dispersos ambientes, mas os grandes
destaques são a casa da sede, erguida em 1798, a
capela de Nossa Senhora da Conceição, de 1890, e o
“terreiro” onde o café ficava exposto ao sol para se-
car. Além de manter viva a tradição, o hotel oferece
ao hóspede o tour do café, acompanhado de seresta
e de degustação de merendas típicas das fazendas.
Segundo Arlindo Vaz, gerente comercial do Dona
Carolina, essa mesma fazenda, que foi das primeiras
a colocar em prática os ideais abolicionistas, hoje re-
cebe seus visitantes dentro dos padrões de exigência
da vida moderna, com heliponto, TVs de LED, wi-fi de
alta velocidade, serviço de quarto 24h, spa, academia
e sauna. Na área de lazer, os hóspedes, que normal-
mente são casais jovens com filhos, empresários, exe-
cutivos e profissionais liberais, podem se divertir em
inúmeras atividades esportivas: hipismo, escalada, ar-
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negócio&lazer
48 financeiro novembro 2014
Hotel Dona Carolina Estrada Manoel Stefani, km 39,5
da Rod. Alkindar Monteiro
Junqueira – Itatiba, SP, Tel. (11) 4534.9100
www.donacarolina.com.br
vorismo, tirolesa, caiaque, arco e flecha, entre outras.
Se a sua opção é uma programação corporativa,
o Dona Carolina costuma acolher eventos de peque-
no e grande portes. E para o primeiro semestre de
2015, eles devem inaugurar um novo centro de con-
venções, maior e com equipamentos mais moder-
nos, mas mantendo a linha arquitetônica colonial.
Quem considera o ambiente de fazenda como
sinônimo de boa gastronomia não irá se decepcio-
nar se escolher passar alguns dias por lá. A chef
Angela Stefani, descendente direta de Dona Caroli-
na, prepara quitutes encontrados apenas nos livros
da vovó. Outra atração é a cachaçaria, que conserva
algumas raridades etílicas, envelhecidas em tonéis
de carvalho francês, abrigados em ambiente rústico
e acolhedor. Então, já fez as malas? O cafezinho por
lá está sempre fresco. f
49novembro 2014 financeiro
Criada há 68 anos, a Fundação Dorina Nowill é referência internacional na integração social de deficientes visuais. Além da transcrição de livros para os métodos Braille e Dayse, a entidade oferece treinamentos para cegos, consultoria para que empresas criem espaços adaptados às necessidades especiais e curso profissionalizante de avaliação olfativa
O mundo na ponta dos dedos
Você imagina quantos livros com-pletos o brasileiro lê por ano? A média não vai além de 2,1 títulos.
Esse é o resultado do levantamento Retratos da Leitura no Brasil, encomendado em 2012 pelo Instituto Pró-Livro. E quantos títulos consomem os deficientes visuais? Nada menos do que nove títulos por ano. Para garantir o apetite literário dos cegos, a Fundação Dorina Nowill, entidade criada há 68 anos para a inclusão social de pes-soas com deficiência visual, transcreve mil títu-los por ano, cada um com uma tiragem de mil exemplares. “O nosso trabalho é apenas uma gota em um oceano”, diz Ademir Ramos da Sil-va Filho, superintendente da fundação. Embora o executivo trate com certa modéstia o trabalho essencial que a entidade exerce na vida daque-les que não enxergam, ele é fundamental no uni-verso dos deficientes visuais. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2012, mostra que existem no País 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, das quais 3,5% têm muita dificuldade de enxergar e 0,3% são totalmente cegas. “São pessoas que precisam de produtos adaptados às suas necessidades e de serviços que garantam seu potencial profissional e sua autonomia de vida”, lembra Silva Filho, que assumiu há
terceirosetor
três anos a gestão profissional da Funda-ção Dorina Nowill.
Como a cegueira pode surgir em diver-sos momentos da vida, a entidade oferece apoio educacional para crianças e jovens, clínicas de reabilitação e cursos profissionalizantes. “Ima-gine uma exímia cozinheira que perde a visão por problemas decorrentes do glaucoma. A vida dela continua e nem por isso precisará deixar de cozinhar. Uma das nossas missões é exatamen-te inseri-la novamente na sociedade”, explica o
Ademir Silva Filho: superintendente da
Fundação Dorina Nowill
50 financeiro novembro 2014
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O mundo na ponta dos dedos
executivo. “Muitas pessoas chegam à fundação por indicação de médicos, depois de admitirem que nada mais podem fazer pelo paciente”, conta Silva Filho. “A cegueira não é fim da linha, é recomeço de uma nova etapa da vida”, diz ele.
É o caso de Dinicley de Oliveira Paz. Aos 19 anos de idade, ele deixou Pederneiras, muni-cípio do interior paulista, com destino a São Paulo, onde arrumou emprego em uma ser-ralheria. Pouco tempo depois, o jovem perdeu a visão do olho esquerdo, em decorrência de toxoplasmose, doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada, em algumas situações, pela ingestão de alimentos contaminados. Mesmo com a visão prejudicada, ele continuou trabalhando. Quando completou 33 anos, Dini-cley perdeu a visão do olho direito, tornando--se totalmente cego. “Na Fundação Dorina, eu aprendi a ler pelo método Braille, a usar a ben-gala nas minhas locomoções e ainda arrumei motivação para conseguir me livrar do vício da bebida e de outras drogas. Aqui, eu aprendi a ser feliz novamente”, conta o rapaz.
São histórias como essa que levaram Do-rina Nowill, que ficou cega aos 17 anos de
51setembro 2014 financeiro
causa não diagnosticada, a criar, em 1946, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil – estimulada por um curso que fez, um pouco antes, de especialização em educação de deficientes visuais,
no Teachers College Columbia University, em Nova York (EUA). Desde o começo, a principal preocupação de Dorina, além da produção de livros em Braille, era desenvolver atividades relacionadas à educação e à inclusão dos de-ficientes visuais na sociedade. Mas, sua bata-lha pela causa dos deficientes visuais começou ainda na juventude, quando transpôs inúmeras dificuldades e conseguiu se tornar a primeira aluna cega a frequentar um curso regular de formação de professores, na tradicional Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo.
Falecida em 2010, aos 91 anos de idade, Dorina deixou um enorme legado social. Sua instituição, já faz tempo, é referência interna-cional pela qualidade dos livros produzidos em Braille, pelas publicações literárias e edi-toriais adaptadas ao padrão de áudio MP3 ou em sistema Dayse, leitor que permite visua-lizar o conteúdo do texto em vários níveis de ampliação e ainda ouvir, simultaneamente, a voz sintetizada. Hoje, pode-se dizer que a fun-dação é uma fomentadora de ideias que auxi-liam o deficiente visual a integrar-se cada vez mais na sociedade por meio das ferramentas tecnológicas, como áudios descritivos ou apli-cativos, que permitem que pessoas cegas ou surdas assistam a filmes e visitem museus com mais autonomia e riqueza de detalhes.
Quanto mais se anda pelos inúmeros cor-redores do prédio da Fundação Dorina Nowill, na Vila Clementino, em São Paulo, mais se des-cobre os benefícios oferecidos aos deficientes visuais e à sociedade, como consultoria para
que empresas criem espaços mais
Cardápio da rede America, em Braille:produto da gráfica da fundação
51novembro 2014 financeiro
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terceirosetor
amigáveis aos cegos e curso gratuito profissio-nalizante de avaliação olfativa para deficientes visuais. Segundo Ader-mir Ramos da Silva Fi-lho, superintendente da fundação, a Lei de Cotas, criada em 1991, teve um papel fundamental nes-se processo, mas ainda há muito a se fazer por essa causa. “É por isso que a instituição investe e acredita tanto na ca-pacitação das pessoas”, afirma o executivo. Por onde quer que se ande pela fundação, o clima de entusiasmo dos seus 200 colaboradores e 250 voluntários contagia os visitantes, porque a energia de Dorina Nowill permanece. Seu gabine-te, preservado em cada
detalhe, conserva a porta sempre aberta, ima-gem que simboliza a força agregadora dessa mulher que esteve adiante do seu tempo.
A cegueira no mundoSegundo a Organização Mundial da Saú-
de, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. De acordo com a OMS, cerca de 45 milhões de pessoas no mundo são cegas; outras 135 milhões sofrem limitações severas de visão. A cada cin-co segundos uma pessoa se torna cega. Do total de casos de cegueira, 90% ocorrem nos países emergentes ou subdesen-volvidos. Até 2020, o número de deficientes visuais poderá dobrar no mundo. Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glauco-ma congênito, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita. f
APLICATIVO INTEGRA DEFICIENTE VISuAL AO uNIVERSO DO CINEMA
Entre as novas tecnologias que po-dem auxiliar na integração dos deficien-tes visuais e auditivos está o aplicativo MovieReading, que chegou recentemente ao Brasil por meio da parceria das em-presas Iguale Comunicação de Acessibi-lidade e a Universal Multimedia Access. A nova ferramenta permite baixar nos smartphones e nos tablets a audiodes-crição e as legendas, em português, sin-cronizadas com o tempo real dos filmes. Um dos títulos que trazem essa impor-tante novidade para os deficientes vi-suais e auditivos é o longa-metragem A Despedida, estrelado por Juliana Paes e Nelson Xavier, dirigido por Marcelo Gal-vão, vencedor de quatro Kikitos no Festi-val de Gramado e destaque na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Leia a descrição da foto, feita especial-mente para cegos, da principal cena do filme A Despedida: Almirante e Morena estão em um quarto com iluminação avermelhada. Ela está deitada na cama, com o corpo coberto apenas por um lençol. Ele está sentado no colchão, vestido com paletó e calça social. Os dois se olham profundamente, enquan-to o idoso toca os pés da jovem amante. Ao fundo a luz do dia brilha na janela, que é re-coberta por uma cortina translúcida. No can-
to do quarto, ao lado da cama, há um abajur apagado.
Fundação Dorina Nowill em númerosOrçamento anual: R$ 22 milhõesTítulo em formato acessível: 5,6 milTítulos transcritos por ano: 1 milOrganizações beneficiadas: 7,5 milAtendimentos por ano: 18 milPessoas reabilitadas por ano: 1,4 milColaboradores: 250
Voluntários: 200
Dorina Nowill retratada pelo artista Gustavo Rosa
52 financeiro novembro 2014
Muito tem se falado a respeito da infla-
ção nos últimos tempos. Tem-se discu-
tido o patamar atual, as consequências,
as causas e os culpados. Os debates entre presi-
denciáveis também levantou questões a respeito
deste tema, mas, o que é a inflação? Como ela é
medida e quais são as suas consequências? A taxa
está realmente alta?
A inflação pode ser definida como o aumento
contínuo e generalizado dos preços. É importante
ressaltar que o aumento do preço de alguns produ-
tos ou serviços separados não constitui inflação. Ou-
tra maneira de encarar a inflação é enxergá-la como
a redução do poder de compra de uma determina-
da moeda. O fenômeno contrário à inflação – baixa
contínua e generalizada dos preços – é chamado de
deflação e acontece com menor frequência.
Para medir a inflação são utilizados diversos
A eterna guerra contra a inflação
bancodedadosinepad
índices. No Brasil o índice oficial é o IPCA – Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. O IPCA
mede a variação de preços dos gastos entre os dias
5 e 12 de cada mês.
No ambiente econômico a inflação provoca
distorções de diversas maneiras. Um dos efeitos
negativos é sobre a distribuição de renda, pois os
preços estão subindo, mas não necessariamente
todos no mesmo ritmo. Dessa forma, caso os sa-
lários não acompanhem a alta da inflação, existirá
uma tendência de perda. Outro efeito é a diminui-
ção nos investimentos, pois com alta volatilidade
de preços será mais difícil determinar o retorno
dos investimentos. A balança de pagamentos tam-
bém sofre com a inflação, visto que os produtos
nacionais tornam-se mais caros, incentivando a
importação desses produtos, fazendo que haja sa-
ídas altas de capital do país.
Gráfico 1 – Inflação Mensal (1991 - 1994)
55novembro 2014 financeiro
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elaborado pelo centro de Pesquisas do inePaD - núcleo cePefin
Elaboração:Alberto Borges Matias – Fundador do INEPAD e orienta-dor do CEPEFIN. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade
de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças, atuando nos programas de gradu-ação, pós-graduação e MBAs da Universidade.
João Paulo Resende de Lima – Pesquisador do Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN. Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto.
Foto
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ção
Gráfico 2 – Inflação Mensal (1995 - 1999)
Devido seus impactos na economia, a inflação
sempre foi uma das maiores preocupações dos
governos. Na tentativa de controlar a inflação no
Brasil, no decorrer das últimas décadas foram lan-
çados diversos planos econômicos, como o Plano
Cruzado (1986), o Plano Bresser (1987) e o Plano
Real (1994).
No período de 1991 a 1994, conforme o gráfi-
co 1, a inflação existente no Brasil chegou a atingir
um patamar de 47,43% enquanto em países como
México, França e Estados Unidos atingiram inflação
máxima de 2,63%, 0,54% e 0,48% respectivamente.
Em 30 de junho de 1994, foi implantado o Real como
moeda e a consequência imediata dessa ação foi a
redução brusca da taxa de inflação, reduzindo-a em
de 47,43% para 6,84% no mês seguinte.
Nos anos 2000, gráfico 3, a inflação mensal
brasileira manteve uma média de 0,53% e atingiu
pico de 3,02% em novembro de 2002. Quando com-
paramos esses dados com os de países desenvol-
vidos, pode-se dizer que a taxa é alta, pois a mé-
dia na Alemanha foi de 0,13%, nos Estados Unidos
0,20% e na França 0,14%.
Quando comparado a outros países em desen-
volvimento – os chamados BRICs –o Brasil mante-
ve-se na mesma média dos demais, gráfico 4, com
exceção do ano de 2003, que, devido a fatores con-
junturais, o Brasil foi o país emergente com a maior
56 financeiro novembro 2014
Gráfico 3 – Inflação Mensal (2000 - 2014)
Nota: anos de 2013 e 2014 são projeções.
Gráfico 4 – Inflação Anual dos BRICs (2000 - 2014)
taxa. Atualmente, as projeções indicam que o Brasil
está no mesmo patamar inflacionário tanto da Índia
quanto da Rússia.
Com base nos dados apresentados, é possível
afirmar que, apesar de estar em patamar diferen-
te dos países desenvolvidos, o Brasil tende à mé-
dia dos emergentes. Entre os BRICs, é o país com
maior estabilidade nos últimos anos. Essa estabi-
lidade tem sido conquistada com o esforço contí-
nuo de diversos planos e governantes. Cabe, en-
tão, ao próximo governante trabalhar não apenas
para manter esse indicador sempre em patamares
aceitáveis, mas empenhar-se para que este índice
não seja uma das maiores preocupações da popu-
lação, além de alcançar níveis toleráveis – como os
países desenvolvidos. f
57novembro 2014 financeiro
Taxas Médias: geralDATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 19,5 0,2 8,2 0,2 11,3 0,0out/13 19,8 0,3 8,2 0,0 11,6 0,3nov/13 20,0 0,2 8,5 0,3 11,5 -0,1dez/13 19,7 -0,3 8,6 0,1 11,1 -0,4jan/14 20,7 1,0 8,9 0,3 11,8 0,7fev/14 21,0 0,3 8,7 -0,2 12,3 0,5mar/14 21,1 0,1 8,8 0,1 12,3 0,0abr/14 21,1 0,0 8,6 -0,2 12,5 0,2mai/14 21,4 0,3 8,6 0,0 12,8 0,3jun/14 21,1 -0,3 8,4 -0,2 12,7 -0,1jul/14 21,4 0,3 8,3 -0,1 13,1 0,4
ago/14 21,1 -0,3 7,8 -0,5 12,7 -0,4set/14 21,0 -0,1 8,3 0,5 12,7 0,0
Variação set-set 1,5 0,1 1,4
DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 14,7 0,0 7,7 0,2 7,0 -0,2out/13 14,8 0,1 7,8 0,1 7,0 0,0nov/13 15,2 0,4 8,1 0,3 7,1 0,1dez/13 15,1 -0,1 8,2 0,1 6,9 -0,2jan/14 15,9 0,8 8,3 0,1 7,6 0,7fev/14 16,0 0,1 8,3 0,0 7,7 0,1mar/14 16,0 0,0 8,3 0,0 7,7 0,0abr/14 16,0 0,0 8,2 -0,1 7,8 0,1mai/14 16,3 0,30 8,2 0,00 8,1 0,3jun/14 15,7 -0,60 8,0 -0,20 7,7 -0,4jul/14 16,0 0,30 7,9 -0,10 8,1 0,4
ago/14 15,8 -0,20 8,8 0,90 7,8 -0,3set/14 15,8 0,00 7,9 -0,90 7,9 0,1
Variação set-set
Taxas Médias: Pessoa física
1,1 0,2 0,9
DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 25,6 0,4 8,8 0,2 16,8 0,2out/13 26,2 0,6 8,8 0,0 17,4 0,6nov/13 26,1 -0,1 9,1 0,3 17,0 -0,4dez/13 25,6 -0,5 9,2 0,1 16,4 -0,6jan/14 26,8 1,2 9,5 0,3 17,3 0,9fev/14 27,4 0,6 9,2 -0,3 18,2 0,9mar/14 27,7 0,3 9,4 0,2 18,3 0,1abr/14 27,7 0,0 9,1 -0,3 18,6 0,3mai/14 27,9 0,20 9,1 0,00 18,8 0,2jun/14 27,9 0,00 8,8 -0,30 19,1 0,3jul/14 28,2 0,30 8,8 0,00 19,4 0,3
ago/14 27,9 -0,30 8,4 -0,40 19,1 -0,3set/14 27,5 -0,40 8,7 0,30 18,8 -0,3
Variação set-set
Taxas Médias: Pessoa jurídica
1,9 - 0,1 2,0
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
bancodedadosinepad
58 financeiro novembro 2014
Consignados: saldo de operações de crédito
set/13 97.579 133.439 17.860 65.536 216.835 314.414 24,3 40,3 16,0 out/13 98.605 134.936 17.950 65.893 218.779 317.384 24,6 42,2 17,6 nov/13 99.423 136.391 18.008 66.356 220.628 320.178 24,5 41,7 17,2 dez/13 97.767 137.169 17.953 66.755 221.841 319.644 24,4 41,3 16,9 jan/14 98.921 138.420 18.050 67.672 224.142 323.063 24,9 43,0 18,1 fev/14 99.503 140.063 18.175 69.344 227.582 327.085 25,1 44,1 19,0 mar/14 100.269 141.516 18.280 69.795 229.591 329.860 25,3 43,9 18,6 abr/14 101.020 143.218 18.522 70.466 232.206 333.226 25,3 45,2 19,9 mai/14 102.162 145.134 18.733 71.249 235.116 337.278 25,5 44,9 19,4 jun/14 102.148 147.033 18.752 72.220 238.005 340.153 25,6 45,5 19,9 jul/14 101.983 148.840 18.906 73.058 240.804 342.787 25,9 45,8 19,9
ago/14 102 894 150 626 19 099 73 408 243 133 346 027 25,8 45,4 19,6 set/14 103 220 151 575 19 228 73 771 244 574 347 794 25,9 44,3 18,4
Mês/Ano Não consignado
ConsignadoServidores
públicosTrabalhadores
do setor privadoBeneficiários
do INSSTotal
TotalConsignado Crédito
PessoalDiferença
Crédito pessoal Taxa de Juros %a.a.
crédito consignado (R$ milhões)
Font
e: B
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INEP
AD
59novembro 2014 financeiro
set/13 22.025 4,45 131.437 1,09 21.558 -0,83 97.579 0,82 216.835 0,98 314.414 0,93
out/13 22.058 0,15 133.682 1,71 21.500 -0,27 98.605 1,05 218.779 0,90 317.384 0,94
nov/13 21.247 -3,68 135.236 1,16 21.416 -0,39 99.423 0,83 220.754 0,90 320.177 0,88
dez/13 20.219 -4,84 144.589 6,92 21.195 -1,03 97.767 -1,67 221.878 0,51 319.645 -0,17
jan/14 21.742 7,53 143.914 -0,47 21.058 -0,65 98.921 1,18 224.143 1,02 323.063 1,07
fev/14 21.926 0,85 139.697 -2,93 20.887 -0,81 99.503 0,59 227.581 1,53 327.085 1,24
mar/14 23.129 5,49 141.616 1,37 20.719 -0,80 100.269 0,77 229.591 0,88 329.859 0,85
abr/14 23.587 1,98 141.324 -0,21 20.598 -0,58 101.020 0,75 232.206 1,14 333.226 1,02
mai/14 23.350 -1,00 143.584 1,60 20.629 0,15 102.162 1,13 235.116 1,25 337.279 1,22
jun/14 23.983 2,71 144.211 0,44 20.430 -0,96 102.451 0,28 238.057 1,25 340.508 0,96
jul/14 23.150 -3,47 145.044 0,58 20.424 -0,03 102.250 -0,20 240.825 1,16 343.075 0,75
ago/14 22.884 -1,15 146.664 1,12 20.431 0,03 102.825 0,56 243.134 0,96 345.939 0,83
set/14 23.425 2,36 148.661 1,36 20.234 -0,96 103.220 0,38 244.575 0,59 347.795 0,54
MÊS
/ A
NO
CHEQUE ESPECIAL
VARIAÇÃOEM %
CARTÃO DE CRÉDITO
VARIAÇÃOEM %
VARIAÇÃOEM %
Crédito pessoal não consignado
Variação em %
Crédito pesso-al consignado
total
Variação em %
TOTAL
VAR
IAÇ
ÃO
EM %
CRÉDITO PESSOALCRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO VINCULADO À
DÍVIDA
Saldo da carteira de crédito - pessoa físicarecursos livres - (R$ milhões)
set/13 193.106 -0,46 10.923 -1,33 204.029 -0,51 9.724 -6,59 1.538 -0,97 25.700 -2,71
out/13 193.026 -0,04 11.107 1,68 204.133 0,05 9.064 -6,79 1.524 -0,91 25.167 -2,07
nov/13 193.082 0,03 11.191 0,76 204.273 0,07 8.498 -6,24 1.578 3,54 25.723 2,21
dez/13 192.797 -0,15 11.373 1,63 204.170 -0,05 7.906 -6,97 1.564 -0,89 25.930 0,80
jan/14 193.006 0,11 11.460 0,76 204.466 0,14 7.368 -6,80 1.534 -1,92 26.354 1,64
fev/14 191.845 -0,60 12.106 5,64 203.951 -0,25 6.854 -6,98 1.574 2,61 25.397 -3,63
mar/14 189.952 -0,99 12.005 -0,83 201.957 -0,98 6.315 -7,86 1.528 -2,92 24.909 -1,92
abr/14 188.987 -0,51 11.957 -0,40 200.944 -0,50 5.883 -6,84 1.517 -0,72 25.091 0,73
mai/14 188.048 -0,50 11.958 0,01 200.006 -0,47 5.481 -6,83 1.541 1,58 24.863 -0,91
jun/14 186.534 -0,81 11.952 -0,05 198.486 -0,76 5.088 -7,17 1.596 3,57 24.552 -1,25
jul/14 185.273 -0,68 11.937 -0,13 197.210 -0,64 4.694 -7,74 1.550 -2,88 24.982 1,75
ago/14 184.565 -0,38 11.879 -0,49 196.444 -0,39 4.363 -7,05 1.580 1,94 25.432 1,80
set/14 183.956 -0,33 11.989 0,93 195.945 -0,25 4.031 -7,61 1.552 -1,77 26.203 3,03
MÊS
/ A
NO
VeículosVariação
em % Outros bens Variação em %
OUTROS CRÉDITOS
LIVRES
VAR
IAÇ
ÃO
EM %
AQUISIÇÃO
TOTALVARIAÇÃO
EM %VARIAÇÃO
EM %
VAR
IAÇ
ÃO
EM %
ARREN-DAMENTO MERCAN-
TIL
DESCONTO DE
CHEQUES
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
recursos livres - (R$ milhões)
recursos direcionados - (R$ milhões)RECURSOS LIVRES - (R$ Milhões)MÊS /
ANOCRÉDITO RU-RAL TOTAL
VARIAÇÃO EM %
FINANC. IMOBILI-ÁRIO TOTAL
VARIAÇÃO EM %
FINANC. RECUR-SOS DO BNDES
VARIAÇÃO EM %
MICROCRÉDI-TO TOTAL
VARIAÇÃO EM %
OUTROS CRÉDITOS DIRECIONADOS
VARIAÇÃO EM %
set/13 105.950 2,68 319.441 1,44 34.504 1,23 4.188 0,72 6.074 14,30out/13 108.036 1,97 326.403 2,18 35.026 1,51 4.423 5,61 6.169 1,56nov/13 110.969 2,71 333.878 2,29 35.688 1,89 4.873 10,17 6.343 2,82dez/13 115.287 3,89 341.465 2,27 37.067 3,86 5.392 10,65 6.745 6,34jan/14 116.353 0,92 347.709 1,83 38.608 4,16 5.450 1,08 6.865 1,78fev/14 117.794 1,24 354.600 1,98 39.102 1,28 5.415 -0,64 6.968 1,50mar/14 119.943 1,82 360.784 1,74 39.328 0,58 5.261 -2,84 6.807 -2,31abr/14 122.988 2,54 367.637 1,90 39.564 0,60 5.172 -1,69 7.030 3,28mai/14 126.200 2,61 376.527 2,42 39.180 -0,97 5.301 2,49 7.277 3,51jun/14 129.165 2,35 384.518 2,12 39.301 0,31 5.458 2,96 7.333 0,77jul/14 127.574 -1,23 392.979 2,20 39.674 0,95 5.513 1,01 6.465 -11,84ago/14 130.759 2,50 401.034 2,05 40.357 1,72 5.609 1,74 6.411 -0,84set/14 134.276 2,69 407.021 1,49 41.184 2,05 5.462 -2,62 4.713 -26,49
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
Fonte: BC / INEPAD
bancodedadosinepad
60 financeiro novembro 2014
Gráfico do crédito pessoal
set/13 314.414 13.048 4,15% 193.106 15.796 8,18% 10.923 765 7,00%
out/13 317.384 12.759 4,02% 193.026 15.693 8,13% 11.107 796 7,17%
nov/13 320.177 12.199 3,81% 193.082 15.350 7,95% 11.191 789 7,05%
dez/13 319.645 13.265 4,15% 192.797 14.922 7,74% 11.373 753 6,62%
jan/14 323.063 14.344 4,44% 193.006 14.939 7,74% 11.460 842 7,35%
fev/14 327.085 14.032 4,29% 191.845 14.408 7,51% 12.106 856 7,07%
mar/14 329.859 14.745 4,47% 189.952 16.051 8,45% 12.005 970 8,08%
abr/14 333.226 15.395 4,62% 188.987 15.818 8,37% 11.957 988 8,26%
mai/14 337.279 14.739 4,37% 188.048 15.307 8,14% 11.958 935 7,82%
jun/14 340.508 15.050 4,42% 186.534 15.184 8,14% 11.952 932 7,80%
jul/14 343.075 13.757 4,01% 185.273 14.229 7,68% 11.937 865 7,25%
ago/14 345.939 13.111 3,79% 184.565 13.676 7,41% 11.879 804 6,77%
set/14 347.795 13.877 3,99% 183.956 13.208 7,18% 11.989 778 6,49%
MÊS
/ A
NO
% sobre saldo da carteira
% sobre saldo da carteira
% sobre saldo da carteira
Com atraso de 15 a 90 dias
Com atraso de 15 a 90 dias
Com atraso de 15 a 90 diasSaldo total Saldo total Saldo total
CRÉDITO PESSOAL AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS AQUISIÇÃO DE OUTROS BENS
Saldo da carteira de crédito - pessoa físicaSaldo (R$ milhões) e percentual (%) da carteira de crédito com recursos livres PF - Total e com atraso entre 15 e 90 dias
Data Saldo Taxa de Jurosabr/12 254.431 41,40mai/12 259.656 39,30jun/12 263.702 38,20jul/12 266.503 38,60
ago/12 270.538 38,00set/12 271.628 37,70out/12 275.565 37,80nov/12 278.776 37,10dez/12 279.104 36,90jan/13 283.245 37,30fev/13 287.061 37,90mar/13 291.741 37,17abr/13 296.412 36,83mai/13 301.254 36,74jun/13 304.967 38,02jul/13 307.842 39,75
ago/13 311.515 39,71set/13 314.414 40,34out/13 317.384 42,23nov/13 320.177 41,72dez/13 319.645 41,32jan/14 323.063 43,00fev/14 327.085 44,10mar/14 329.859 43,90abr/14 333.226 45,20mai/14 337.279 44,90jun/14 340.153 45,50jul/14 342.786 45,80
ago/14 345.939 45,40set/14 347.795 44,30
Data Saldo Taxa de Jurosnov/09 156.259 43,64dez/09 159.692 44,35jan/10 162.446 44,83fev/10 165.543 43,81mar/10 170.393 42,69abr/10 174.442 42,87mai/10 178.844 43,04jun/10 181.458 41,97jul/10 184.359 42,21
ago/10 188.779 41,96set/10 191.969 41,63out/10 195.497 43,55nov/10 198.633 41,99dez/10 201.611 44,11jan/11 205.727 48,32fev/11 209.255 47,96mar/11 210.445 43,01abr/11 213.685 44,34mai/11 216.864 44,56jun/11 220.666 44,52jul/11 224.603 45,01
ago/11 229.192 44,52set/11 232.172 44,64out/11 235.202 45,34nov/11 238.570 43,64dez/11 238.854 42,40jan/12 242.445 44,80fev/12 246.608 45,20mar/12 250.527 43,90
Data Saldo Taxa de Jurosjun/07 96.426 51,06jul/07 100.256 50,61
ago/07 102.555 49,89set/07 104.222 49,43out/07 106.498 48,88nov/07 107.293 46,75dez/07 108.041 45,80jan/08 110.428 53,08fev/08 112.303 52,59mar/08 115.578 50,48abr/08 118.248 50,60mai/08 120.720 48,39jun/08 121.211 51,39jul/08 123.198 53,59
ago/08 125.550 54,49set/08 127.281 56,31out/08 129.704 57,42nov/08 130.039 59,88dez/08 129.741 60,44jan/09 131.707 56,51fev/09 130.219 54,49mar/09 133.330 50,84abr/09 137.539 48,78mai/09 139.997 46,62jun/09 142.569 45,64jul/09 145.446 44,78
ago/09 148.622 44,29set/09 151.359 44,71out/09 154.386 45,74Fo
nte:
BC
/ IN
EPA
DFo
nte:
BC
/ IN
EPA
D
61novembro 2014 financeiro
set/13 314.414 2,86 0,04 40,34 0,63 193.106 1,64 0,05 21,60 0,68 10.923 4,43 0,03 68,17 0,62
out/13 317.384 2,98 0,11 42,23 1,89 193.026 1,59 -0,05 20,83 -0,77 11.107 4,58 0,16 71,19 3,02
nov/13 320.177 2,95 -0,03 41,72 -0,51 193.082 1,62 0,03 21,28 0,45 11.191 4,65 0,07 72,57 1,38
dez/13 319.645 2,92 -0,02 41,32 -0,40 192.797 1,62 0,00 21,29 0,01 11.373 4,93 0,28 78,13 5,56
jan/14 323.063 3,03 0,10 43,00 1,68 193.006 1,72 0,10 22,74 1,45 11.460 4,73 -0,20 74,16 -3,97
fev/14 327.085 3,09 0,07 44,10 1,10 191.845 1,80 0,08 23,85 1,11 12.106 4,79 0,06 75,36 1,20
mar/14 329.859 3,08 -0,01 43,90 -0,20 189.952 1,78 -0,02 23,54 -0,31 12.005 4,84 0,05 76,43 1,07
abr/14 333.226 3,16 0,08 45,20 1,30 188.987 1,71 -0,06 22,62 -0,92 11.957 4,89 0,04 77,34 0,91
mai/14 337.279 3,14 -0,02 44,90 -0,30 188.048 1,74 0,03 22,99 0,37 11.958 4,93 0,04 78,19 0,85
jun/14 340.508 3,17 0,04 45,50 0,60 186.534 1,74 0,00 23,02 0,03 11.952 4,91 -0,02 77,75 -0,44
jul/14 343.075 3,19 0,02 45,80 0,30 185.273 1,75 0,01 23,14 0,12 11.937 4,95 0,04 78,55 0,80
ago/14 346.028 3,17 -0,02 45,40 -0,40 184.565 1,76 0,01 23,23 0,09 11.879 4,99 0,04 79,38 0,83
set/14 347.795 3,10 -0,07 44,30 -1,10 183.956 1,72 -0,03 22,78 -0,45 11.989 5,02 0,03 79,99 0,61
MÊS
/ A
NO
Saldo total
Saldo total
Saldo total
R$ Milhões R$ Milhões R$ Milhões% am % am % am% aa % aa % aaVarição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Varição p.p
Taxa de juros Taxa de juros Taxa de juros
CRÉDITO PESSOAL AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
Juros
Atividade Econômica
Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres - Pessoa Física
DATA
"Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada"
Var. p.p. DATA
"Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral"
Var. %
set/13 41518,0 82,00 set/13 102,7 -0,01out/13 41548,0 82,20 out/13 102,7 0,00nov/13 41579,0 81,90 nov/13 102,7 0,00dez/13 41609,0 81,60 dez/13 101,0 -0,02jan/14 41640,0 82,20 jan/14 100,6 0,00fev/14 41671,0 82,00 fev/14 100,2 0,00mar/14 41699,0 81,10 mar/14 100,8 0,01abr/14 41730,0 81,00 abr/14 100,5 0,00mai/14 41760,0 80,80 mai/14 99,9 -0,01jun/14 41791,0 80,40 jun/14 98,9 -0,01jul/14 41821,0 81,00 jul/14 98,4 -0,01
ago/14 41852,0 80,50 ago/14 98,4 0,00set/14 41883,0 82,30 set/14 98,7 0,00
Variação set-set
365,0 Variação set-set
-3,84%
Font
e: B
C /
INEP
AD
Font
e: B
C /
INEP
AD
bancodedadosinepad
62 financeiro novembro 2014
Anfavea
Rendimento
Produção - Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais, Leves e Pesados (em unidades)
Taxa de Desemprego (%)
Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido (R$)
DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.
set/13 5,40% 0,1 5,8% 0,400out/13 5,20% -0,2 5,6% -0,200nov/13 4,60% -0,6 4,7% -0,900dez/13 4,30% -0,3 4,40% -0,300jan/14 4,8% 0,5 5,00% 0,600fev/14 5,10% 0,3 5,50% 0,500mar/14 5,00% -0,1 5,70% 0,200abr/14 4,90% -0,1 5,20% -0,500mai/14 4,90% 0,0 5,10% -0,100jun/14 4,80% -0,1 5,10% 0,000jul/14 4,90% 0,1 4,90% -0,200
ago/14 5,00% 0,1 5,10% 0,2set/14 4,90% -0,1 4,50% -0,6
DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.
set/13 2035,6 1,03% 1984,0 -2,00%out/13 2032,9 -0,13% 2021,4 1,88%nov/13 2072,7 1,96% 2057,8 1,80%dez/13 2057,9 -0,72% 1998,1 -2,90%jan/14 2062,7 0,24% 2073,8 3,79%fev/14 2078,3 0,75% 2046,8 -1,31%mar/14 2071,5 -0,33% 2047,1 0,02%abr/14 2059,0 -0,60% 2008,7 -1,88%mai/14 2064,9 0,29% 2022,4 0,68%jun/14 2034,8 -1,46% 2007,8 -0,72%jul/14 2031,2 -0,18% 1974,2 -1,67%
ago/14 2064,8 1,65% 2024,1 2,52%set/14 2067,1 0,11% 2109,80 4,24%
Data Produção Média Trim. Var. MensalVar. Mensal
(%)
set/13 322.350 327.654 -20.407 -6,0%out/13 322.514 329.207 164 0,1%nov/13 293.189 312.684 -29.325 -9,1%dez/13 230.892 282.198 -62.297 -21,2%jan/14 237.186 253.756 6.294 2,7%fev/14 281.452 249.843 44.266 18,7%mar/14 271.217 263.285 -10.235 -3,6%abr/14 277.091 276.587 5.874 2,2%mai/14 281.355 276.554 4.264 1,5%jun/14 215.934 258.127 -65.421 -23,3%jul/14 252.635 249.975 36.701 17,0%
ago/14 264.608 244.392 11.973 4,7%set/14 300.845 272.696 36.237 13,7%
Variação set-set
-6,67%
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido - Brasil e SP - (mil R$) Inepad &
IBGE
SP Brasil
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9%
10%
jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14
Taxa de Desemprego Inepad & IBGE
Brasil
São Paulo
Var. p.p.
63novembro 2014 financeiro
Exportação de Autoveículos montados (em unidades)
Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados - (em unidades)
Data Exportações Média Trim. Var. MensalVar. Mensal
(%)
set/13 45.441 54.536 -18.630 -29,08%out/13 51.819 53.777 6.378 14,04%nov/13 45.234 47.498 -6.585 -12,71%dez/13 43.298 46.784 -1.936 -4,28%jan/14 22.797 37.110 -20.501 -47,35%fev/14 28.844 31.646 6.047 26,53%mar/14 23.408 25.016 -5.436 -18,85%abr/14 35.637 29.296 12.229 52,24%mai/14 35.194 31.413 -443 -1,24%jun/14 24.425 31.752 -10.769 -30,60%jul/14 34.235 31.285 9.810 40,16%
ago/14 31.668 30.109 -2.567 -7,50%set/14 26.724 30.876 -4.944 -15,61%
Variação set-set
-41,19%
Data Total 1000cc% no Total
+1000cc a 2000cc
% no total
+2000cc% no total
set/13 222.155 85.937 38,7% 134.794 60,7% 1.424 0,64%out/13 239.590 89.442 37,3% 148.753 62,1% 1.395 0,58%nov/13 223.748 88.745 39,7% 133.291 59,6% 1.712 0,77%dez/13 259.211 101.512 39,2% 155.889 60,1% 1.810 0,70%jan/14 228.670 86.481 37,8% 140.452 61,4% 1.737 0,76%fev/14 183.235 67.317 36,7% 114.515 62,5% 1.403 0,77%mar/14 171.359 68.926 40,2% 101.211 59,1% 1.222 0,71%abr/14 211.225 85.545 40,5% 123.830 58,6% 1.850 0,88%mai/14 207.688 80.139 38,6% 126.019 60,7% 1.530 0,74%jun/14 188.157 75.444 40,1% 111.407 59,2% 1.306 0,69%jul/14 208.642 84.956 40,7% 122.416 58,7% 1.270 0,61%
ago/14 193.767 75.615 39,0% 116.818 60,3% 1.334 0,69%set/14 210.285 84.646 40,3% 124.363 59,14% 1.276 0,61%
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
Licenciamento por Categoria Automóveis Fonte: Inepad & Anfavea
1000cc +1000cc a 2000cc +2000cc
Fonte: Anfavea / INEPAD
Fonte: Anfavea / INEPAD
Macro
bancodedadosinepad
64 financeiro novembro 2014
Previsões Econômicas20152014Mediana - Agregado
Fonte: BACEN - Focus: Relatório de Mercado
Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014 Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014
IPCA (%) 6,31 6,45 6,45 6,30 6,30 6,30 IGP-DI (%) 3,65 3,00 3,00 5,50 5,52 5,52 IGP-M (%) 3,66 3,09 3,09 5,50 5,50 5,50
IPC-Fipe (%) 5,50 5,38 5,34 5,59 5,59 5,48 Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 2,35 2,40 2,40 2,45 2,50 2,50
Taxa de câmbio - média do período (R$/US$) 2,29 2,32 2,33 2,42 2,48 2,48 Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a.) 11,00 11,00 11,00 11,38 11,88 11,50
Meta Taxa Selic - média do período (% a.a.) 10,91 10,91 10,91 11,41 11,69 11,69 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 35,00 35,10 35,25 35,50 35,75 35,75
PIB (% do crescimento) 0,29 0,27 0,27 1,01 1,00 1,00 Produção Industrial (% do crescimento) -1,95 -2,24 -2,24 1,50 1,46 1,42
Conta-Corrente (US$ Bilhões) -81,20 -81,00 -81,50 -76,45 -75,00 -75,00 Balança Comercial (US$ Bilhões) 2,40 2,29 2,10 9,00 7,65 7,21
Invest. Estrangeiro Direto (US$ Bilhões) 60,00 60,00 60,00 57,00 60,00 60,00
Preços Administrados (%) 5,10 5,15 5,15 7,00 7,00 7,00
65novembro 2014 financeiro
artigopalavrafinal
A recém-eleita Presidente Dilma Roussef já
tem importantes desafios políticos e eco-
nômicos à sua espera. Ela terá de tomar
decisões severas e consistentes para enfrentar as
crescentes vulnerabilidades do atual cenário na-
cional. Se isso não ocorrer rapidamente, continu-
aremos a perder consistência macroeconômica; e
assim, haverá maior risco de debilitar as condições
e motivações para estimular um novo ciclo de ex-
pansão da economia. Alguns temas são prioridades
de política econômica:
Inflação elevada – Sem moeda estável e forte
fica difícil orientar a economia para o médio e longo
prazos, dificultando mais rápida e mais intensa vol-
ta de investimento e consumo;
Crescimento baixo – Crescimento reduzido e re-
tomada imprevisível significa risco importante para
geração de renda, ampliação do emprego e fortale-
cimento das vendas em toda a cadeia econômica;
PIB potencial reduzido – É mais difícil estimular a
retomada da economia quando esta cresce pouco. Em
situações de baixo crescimento e queda da confiança
empresarial e individual ocorre um efeito paralisante
adicional decorrente da baixa propensão a investir;
Gasto e endividamento em patamar indesejado – Com perda significativa da geração de superávit
fiscal fica cada vez mais difícil evitar o crescimento
da dívida pública. Ao mesmo tempo em que se enfra-
quece a capacidade de o Estado fazer frente a seus
gastos comuns e inibe qualquer ação anticíclica;
Setorialmente, na falta de escala, a economia enfraquece em cadeia – Operar em menor escala
significa menor capacidade de absorver custos fixos
(lembre-se da regra básica de finanças do “ponto de
Art
igo
envi
ado
em 1
2/11
/201
4
Desafios ECoNôMiCos 2015 – 2018
equilíbrio” ou “break even point”), culminando em pre-
juízo (financeiro) e perda patrimonial (econômica);
Setor externo com saldos em queda e aumento de vulnerabilidade – Com os custos elevados e a
concorrência predatória dos bens importados finais
e inclusive insumos, a economia perde geração de
divisas, “forçando” o Banco Central a “queimar re-
servas”. Pior, na busca de fontes de financiamento
para estimular um ciclo de expansão haverá ne-
cessidade de utilizar empréstimos internacionais a
custo mais elevado;
Indexadores financeiros (inflação, taxa de juros e taxa de câmbio) em desarmonia – Com reajustes
de tarifas de preços públicos represados, taxa de
juros elevada e incerta para o futuro, e câmbio valo-
rizado, que agora experimenta correção (em função
da aversão ao risco nos mercados internacionais), a
tomada de decisão fica mais difícil e os riscos mais
elevados. Para funcionar com maior determinação
e consistência, os preços-chave aqui indicados não
podem ficar sem uma parametrização mínima, ou
seja, têm de estar mais alinhados ao real contexto
macroeconômico, sob pena de estimular apenas a
tomada de decisão de arbitragem financeira (ris-
co de oportunidade de curto prazo) sem permitir
o alongamento da curva de expectativas e conse-
quente estímulo ao investimento e à produção no
médio e longo prazos.
Qual a opção de economia política será melhor?
Nenhuma e todas. É sempre bom lembrar que não
há escolhas fáceis em economia, pois os recursos
são escassos. Portanto, a forma de fazer e a veloci-
dade de implementação das escolhas é que poderá
fazer e fará toda a diferença. f
“Economia é a ciência da escolha. Explica as escolhas que nós fazemos e como essas escolhas mudam na medida em que lidamos com a escassez.” Michael Parkin, 2000
Por Nicola Tingas: economista-chefe da Acrefi
Foto
: Már
io B
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66 financeiro novembro 2014
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