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APOSTAS PARA 2015 Conheça os diferentes cenários que os economistas apresentaram no 9 o SIAC para o segundo mandato de Dilma Rousseff Pesquisa Acrefi/TNS: 75% das pessoas consultadas pretendem economizar mais em 2015 edição 89 nov

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Publicação da ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento

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Page 1: Financeiro Ed 89

ApostAs pArA 2015Conheça os diferentes cenários que os

economistas apresentaram no 9o SIAC para o segundo mandato de Dilma Rousseff

Pesquisa Acrefi/TNS: 75% das pessoas consultadas pretendem economizar mais em 2015

edição

89nov

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3novembro 2014 financeiro

105 editorial

8 Siac – abertura

10 Palestra: Alexandre Schwartsman

12 Palestra: Luiz Carlos Mendonça de Barros

13 Palestra: Antonio Delfim Netto

14 Palestra: Barry Naughton

15 Pesquisa acrefi/TnS

17 9o Siac na mídia

20 executivo: Georges Legrand

23 classe média é multicanal

24 road Show Vitória

26 Perícia financeira

27 congestionamento nos tribunais

32 Painel cetip

34 Salão do automóvel

conteúdofinanceiro

8

20

34

Page 4: Financeiro Ed 89

conteúdofinanceiro

36 Supermáquinas Ferrari 458 Speciale

38 estilo

40 exposição: ron Mueck

42 cinemateca Brasileira

45 Biblioteca de araçariguama

46 Hotel Dona carolina

50 fundação Dorina nowill

55 inePaD

arTiGoS28 Carlos Thadeu de Freitas (CNC)

29 Laércio de Oliveira Pinto (Data4Credit)

31 Domingo Montanaro (New Space)

66 Nicola Tingas (Acrefi)

50

36

38

46

4 financeiro novembro 2014

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Esta época do ano costuma ser um período de expectativa em relação ao novo ano que se avizi-nha. No caso de 2015, no entanto, essa ansieda-

de é ainda maior – o País acompanha de perto os pre-núncios do que será o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Sabe-se que será um outro governo, embora a presidente tenha se mantido no cargo.

Essa onda de crescente expectativa criou-se antes mesmo das eleições de outubro, já que a presidente se antecipou e anunciou a troca do ministro da Fazenda. A ansiedade cresceu ainda mais quando o Copom anunciou, logo depois do segundo turno da eleição, uma elevação na taxa básica de juros, que pegou de surpresa todo o País.

Mais ainda, Marta Suplicy puxou a fila e deixou o Ministério da Cultura antecipadamente, ao lado de outros que faziam parte do governo Dilma, e foi explícita ao afirmar que Dilma Rousseff terá grandes desafios no segundo mandato, como resgatar a credi-bilidade na economia.

A presidente demonstrou que essa será uma das maiores prioridades de seu novo mandato ao anun-ciar, no final de novembro, a linha de frente de sua nova política econômi-ca. É uma equipe de respeito, forma-da por nomes como os de Joaquim Levy como ministro da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e a manutenção de Alexandre Tombini no comando do Banco Central. Foram nomes saudados com entusias-mo pelos agentes econômicos, que enxergaram nessas escolhas uma mudança de rumo na direção correta na política econômica.

A nova equipe econômica é a con-firmação de que podemos esperar muitas novidades em 2015. O governo parece mesmo disposto a fazer um ajuste na área fiscal e a usar a política monetária de maneira mais agressiva na tentativa de conter a inflação.

Momento de decisão

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editorial

São fatos que se somam aos já conhecidos desafios do novo mandato – os dados econômicos são, todos eles, preocupantes, a começar pela inflação e pela situação das contas públicas. Claro que o quadro não é desanimador, mas também é evidente que a presidente precisava agir, e com rapidez, para que os problemas fossem ao menos encaminhados para solução.

E em meio a tantos desafios chama a atenção um dos temas mais lembrados na eleição – o Bolsa Família. Mais do que a visão maniqueísta que preva-leceu na campanha eleitoral, esse assunto precisa ter uma visão abrangente, que vai muito além da discus-são estéril sobre sua manutenção.

O fato é que o Bolsa Família precisa ser encara-do como uma etapa do processo de inclusão social. Ninguém nega sua importância, mas é necessário que ele não seja encarado como um fim em si mesmo. A ideia central, isso sim, é que o Bolsa Família se torne um instrumento para que a população mais carente possa de fato melhorar de vida. Para isso, ela precisou (e em muitos casos ainda precisa) de recursos, mas é preciso muito mais. A população necessita de educa-

ção, de formação, de instrumentos que a ajudem a progredir, sem ficar na eterna dependência de programas assistencialistas.

Enfim, como se pode ver por esse exemplo, o caminho é árduo e longo para a presidente Dilma Rousseff no seu novo mandato. Todos nós, cida-dãos e empresas, torcemos para que ela seja bem sucedida e estamos tra-balhando para que a economia tenha uma efetiva melhora. A hora é agora, e os agentes econômicos estão cons-cientes e dispostos a colaborar para que o País retome o desenvolvimento sustentado.

De olho nessa tarefa, deseja-mos um Feliz Ano Novo pela frente! Novidades certamente não faltarão neste 2015! f

Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi

5novembro 2014 financeiro

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expediente

ISSN 1809-8843

Publicação da acrefi – associação Nacional das instituições de crédito, financiamento e investimentorua Líbero Badaró, 425 – 28°andar – São Paulo – SP

Tel: (11) 3107-7177 fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br

PresidenteÉrico Sodré Quirino Ferreira

Vice-presidentesAquiles Leonardo Diniz, Décio Carbonari de Almeida, Felicitas Renner, José Luiz Acar Pedro, Leonardo Marcondes Dadalto, Luís Fernando Staub, Mauro Roberto

Vasconcellos Gouvêa e Rubens Buttion

Diretor TesoureiroJosé Garcia Neto

Diretor Secretário Renato Oliva

Diretores regionais

Carlos Alberto Samogim, Edmar Casalatina, Eliseu Colman, Leonardo Bortolini, Luis Eduardo da Costa Carvalho, Marcos Rosa, Paulo Dalla Nora, Paulo Henrique P. Guimarães e Sebastião Geraldo Toledo Cunha

Diretores executivos

Alexandre Teixeira, Deo Rozindo Filho, Gabriel José Gama Ferreira, Hilgo Gonçalves, João dos Santos Caritá Júnior e Ronaldo Rondinelli

MontadorasEdson Fróes Castilho, Edson Tadashi Ueda, Eduardo Tavares Nobre Varella, Gunnar Alejo Ramos Murillo, Joelcyr Carmello Filho e Nelson Dias de Aguiar

Diretores conselheiros

José Carlos Alves, Ricardo Janini e Roberto Jabali

conselho consultivoAlkindar de Toledo, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos); Décio Carbonari de Almeida, Flávio Antonio Meneghetti, Ilídio Gonçalves dos

Santos, Miguel José Ribeiro de Oliveira, Ricardo Loureiro e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)

conselho fiscalDomingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos) e Geraldo Lima Wandalsen (suplente)

Diretor superintendenteAntonio Augusto de Almeida Leite (Pancho)

controllerCarlos Alberto Marcondes Machado

consultora JurídicaLívia Esteves

economista-chefeNicola Tingas

assessoria contábilAG Silveira Contabilidade

assessoria de imprensaTamer Comunicação Empresarial

av. Brigadeiro faria Lima, 1912, cj. 12b - Jardim Paulistano - São Paulo - SP Tel.: (55.11) 3031.2388 - ceP: 01451-000 – www.tamer.com.br

Publisher Sergio Tamer

redaçãoeditores

Theo Carnier e Gilberto de Almeida

editor assistenteGustavo Girotto

repórterDébora Dias

fotografiaAlex Rosa, Fábio Moreira Salles, Gabriel Kosman, Marina Sanz e Mário Bock

arteMoacyr MW e Rafael Pascoal

revisorVicente dos Anjos

impressãoEskenazi Gráfica

6 financeiro novembro 2014

Page 7: Financeiro Ed 89

nossasassociadas

ACFI - Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A.

Agiplan Financeira S.A. CFI

Agoracred S.A. Soc. Crédito, Financiamento e Investimento

Banco A.J. Renner S.A.

Banco Bonsucesso S.A.

Banco Bradesco Financiamentos S.A.

Banco Cacique S.A.

Banco Carrefour S.A. Banco CBSS S.A.

Banco Cifra S.A.

Banco Citibank S.A.

Banco Citicard S.A.

Banco CNH Capital

Banco Daycoval S.A.

Banco De Lage Landen Financial Services Brasil S.A.

Banco do Brasil S.A.

Banco Ficsa S.A.

Banco Fidis S.A.

Banco Gerador S.A.

Banco GMAC S.A.

Banco Honda S.A.

Banco Intermedium S.A.

Banco Itaú S.A.

Banco Itaucard S.A.

Banco Panamericano S.A.

Banco PSA Finance Brasil S.A.

Banco Rodobens S.A.

Banco Safra S.A.

Banco Santander Brasil S.A.

Banco Semear S.A.

Banco Toyota do Brasil S.A.

Banco Volkswagen S.A.

Banco Yamaha Motor do Brasil S.A.

Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil) S.A.

BMW Financeira S.A. CFI Brickell S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

BV Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Caixa Econômica Federal

Caruana S.A. Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento

Cetelem Brasil S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Dacasa Financeira S.A. Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento

Finamax S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Financeira Alfa S.A. Crédito, Financiamento e Investimentos

Financeira BRB

Herval Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento Grazincred S.A.

HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo

Kredilig S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Lecca Crédito,Financiamento e Investimento S.A.

Mercantil do Brasil Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimentos

Midway S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Múltipla CFI S.A.

Omni S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Parati Crédito Financiamento e Investimento S.A.

PernambucanasFinanciadora S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Portocred S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Portoseg S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Santana S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Sax S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Senff S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Socinal S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

Sorocred Crédito, Financiamento e Investimento S.A.

Sul Financeira S.A. Crédito, Financiamento e Investimento

7novembro 2014 financeiro

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A informação de qualidade normalmen-

te gera boa audiência nos eventos

financeiros. Quando se acrescenta

a isso o fato de o mercado estar ansioso por

saber o que acontecerá no próximo mandato

da Presidente Dilma Rousseff, a atenção dos

líderes do setor redobra. Essa atraente recei-

ta, sem faltar um ingrediente sequer, mobilizou

mais de 600 convidados credenciados para o 9o

SIAC (Seminário Internacional Acrefi), dia 6 de

novembro, em São Paulo.

Além da atmosfera de curiosidade sobre o

que diriam os palestrantes Alexandre Schwarts-

man, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Antonio

Delfim Netto e Barry Naughton, professor da

Universidade de San Diego e um dos maiores

especialistas no mercado chinês, tratava-se do

primeiro evento pós-eleição presidencial. Para

completar o menu, eram aguardados com gran-

de expectativa os resultados de uma pesquisa

da Acrefi, encomendada ao instituto TNS, a res-

peito das perspectivas para 2015.

“Espere o melhor... mas, prepare-se para o pior”

Na abertura do 9o SIAC, Érico Ferreira, presidente da Acrefi, apresentou aos mais de 600 convidados sugestões da entidade para a reforma política

Érico Sodré Quirino Ferreira: presidente da Acrefi

Por Theo Carnier e Gustavo Girotto

8 financeiro novembro 2014

Page 9: Financeiro Ed 89

Antes de passar a palavra aos palestran-

tes, Érico Ferreira, presidente da Acrefi, deu

as boas-vindas aos convidados, agradeceu

aos patrocinadores do evento, Cetip e CNseg,

e aproveitou para fazer algumas sugestões

para a reforma política no segundo manda-

to da Presidente Dilma Rousseff. Suas quatro

propostas foram as seguintes:

• A carreira do político deve respeitar a

mesma progressão que existe no mundo cor-

porativo. A pessoa começa como trainee até

chegar a diretor ou presidente. O político de-

veria, obrigatoriamente, iniciar a sua trajetó-

ria como vereador, depois prefeito, deputado

estadual, deputado federal, governador e fi-

nalmente Presidente da República.

• O voto deve favorecer apenas o candidato, o

voto para o artista não deve ser usado para ajudar

a eleger outras pessoas, somente os mais vota-

dos seriam eleitos.

• O parlamentar que deixa o seu mandato para

tentar uma eleição a cargo executivo deve re-

nunciar à sua cadeira, sem direito a retorno.

• Nas campanhas para reeleição, o candidato

deve obrigatoriamente afastar-se do seu cargo

no executivo.

Antes de finalizar sua exposição, Érico Ferreira

fez duas observações. A primeira: “Não tenho a me-

nor pretensão de que as minhas sugestões para a re-

forma política sejam consideradas pelos parlamen-

tares”. A segunda foi uma recomendação para 2015:

“Espere o melhor... mas, prepare-se para o pior.” f

9novembro 2014 financeiro

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Crítico mordaz da política econômica do gover-no, o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor da Área Internacional do Banco

Central, foi enfático em sua palestra durante o 9o SIAC. Os problemas que o Brasil está vivendo na área econômica são de responsabilidade de me-didas adotadas internamente e não do quadro internacional, garantiu. “Essa argumentação não fecha porque não houve desaceleração econô-mica global. Nos últimos anos o Brasil tomou ‘de lavada’ até de seus países vizinhos em relação ao crescimento – de 2010 a 2008 o mundo cresceu 3,5% e a esti-mativa para o período 2011-2014 é de 3,5%. Enquanto isso, nos arrastamos com um crescimento médio de 1,6% ao ano.”

Entre as causas dessa situação, ele destacou a queda da produtividade desde 2008. “O Brasil estava em um processo de reformas que aconteceu desde os anos 1990 até 2005. Não por coincidência, a produtividade cresceu nesse período. A partir daí as reformas pararam e a produtividade despencou”, relembrou.

Schwartsman afirmou também que a PEA (população econo-micamente ativa) – ou seja, os que estão trabalhando ou procu-ram emprego – vinha crescendo paralelamente ao aumento da PIA (população em idade ativa), mas lamentou que esse quadro tenha mudado nos últimos anos. “Nos últimos trimestres temos assistido à queda persistente e inédita da PEA. Além disso, os salários têm crescido acima da produtividade, o que aumenta o custo do trabalho. Para agravar, pelo lado da produção, a indús-tria brasileira tem se tornado menos competitiva.”

A inflação acima do teto da meta também foi lembrada na

palestra de Alexandre Schwartsman, que recordou: até o Banco Central está prevendo inflação de 6,3% para este ano, muito pró-xima do teto de 6,5%, e já estima 5,8% para 2015.

Na análise do economista, esse quadro pode ainda se agravar e a taxa de juros será insuficiente para trazer a inflação para a meta. Ele considera que seria necessário utilizar outros mecanis-mos no combate à inflação, mas não acredita que isso acontece-rá. “Basta ver que a expansão fiscal tem sido considerável e nada

leve a crer que o quadro vá mudar.”A opção do governo, segundo Alexandre

Schwartsman, tem sido combater a inflação com o controle de preços e também usar o câmbio como ferramenta. Mas os resultados, na avalia-ção dele, não têm sido positivos, até porque esses instrumentos têm se mostrado historicamente de pouca ou nenhuma eficiência.

Apesar desse pessimismo, o economista considera que a situação do Brasil não é deses-peradora, mas requer muita atenção. “Veja-se, por exemplo, o setor externo. O déficit em conta--corrente deve ser acompanhado com cuidado, ainda mais em um quadro internacional em mu-

dança. O Federal Reserve, dos Estados Unidos, já acabou com o quantitative easing (compra de ativos financeiros para ampliar a liquidez) e deve, em breve, aumentar os juros, o que terá impac-to direto na economia global, Brasil incluído.”

Há solução para um cenário tão pessimista? Alexandre Schwartsman acredita que sim, “desde que se inverta tudo o que foi feito nos últimos quatro anos”. Entre as alternativas que ele sugere estão a recuperação parcial das contas públicas, o realis-mo tarifário e cambial e o controle da inflação.

Não existem alternativas além dessas se o País quer retomar o crescimento sustentado, assegura o economista. Ele reconhece, no entanto, que será difícil adotar essas medidas: “Opções não há. Não se trata de examinar “se” é preciso fazer tudo isso, mas sim “quando” tudo isso deve ser feito”. Schwartsman defende que essas iniciativas devem ser tomadas logo no primeiro ano do novo governo de Dilma Rousseff para evitar uma postergação inaceitável no atual cenário: “Não se pode esperar, por exemplo, até que as condições externas efetivamente piorem”. f

O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, afirmou no 9o SIAC que os problemas que o Brasil está vivendo são consequências das medidas adotadas internamente e não do quadro internacional

Reformas não podem esperar

Alexandre Schwartsman: economista e professor do INSPER

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Detentor de um senso de humor aguçado, que ora alterna com a realidade dos indicadores econômicos e noutra com otimismo ao

futuro, o tucano confesso Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações, arrancou risos da plateia do 9o SIAC com a frase: “A derrota sofri-da por Aécio (Neves) foi o ideal. É melhor deixar esse abacaxi com a presidente Dilma”, disparou o economista, que falou logo após a palestra de Ale-xandre Schwartsman. E aproveitou o ensejo: “Se quiserem que eu fale mal do governo, até sei al-gumas coisas que o Schwartsman provavelmente não sabe, é só me falar. Mas acredito que há um cenário positivo para os próximos anos na agenda do País”, frisou Mendonça de Barros.

O economista ressaltou que a queda de produtividade, nos úl-timos anos, não pode ser atribuída à atual Presidente. “A verdade é que havia uma capacidade ociosa muito grande, que cresceu de forma vigorosa no governo Lula ao contar com um ciclo positivo, que acontece de tempos em tempos”, afirmou. Para ele, o aumento real do salário mínimo de 2002 a 2010 ocorreu em um momen-to possível, onde existia um processo retroalimentado, uma vez que parte desses salários retornava para as empresas, irrigando toda essa cadeia. “Esse período de ouro, que naquele momento inebriou o governo, se esgotou e, por incompetência teórica, a Pre-sidente Dilma não percebeu”, apontou.

Mendonça de Barros classificou que os agentes econômicos de-vem olhar menos para o momento e mais para horizontes longos para formar suas expectativas, que hoje estão tomadas pelo negati-vismo. “Costumo dizer que, no mercado financeiro, temos os ‘urubus normais’ – aqueles que fazem operações diárias de compra e venda atrás do que está acontecendo – e os ‘urubus técnicos’, que obser-

vam e esperam se desenvolver um ciclo para que possam ganhar com ele no longo prazo”, informou, em tom de galhofa.

Para sintetizar, ele disse que os primeiros agem de uma forma pró-cíclica, ou seja, impulsionados pelo momento. Já os segundos, possuem uma visão anticíclica. “Hoje precisamos de mais ‘urubus técnicos’ porque o Brasil vive claramente um mo-mento de exagero pró-cíclico, que é uma posição mais fácil do que a anticíclica. Isso nos induz à conclusão de que tudo está per-dido e acaba apagando outros fenômenos”, disse.

A comparação do desenvolvimento do Brasil com o do México é rechaçada por Mendonça de Barros de forma lúdi-ca. “Um país que toca música de corneta daquele jeito... pôro pô-pô-pô (imitou o palestrante, arranca-do risos da plateia), além da questão de o prefeito e sua mulher envolvidos nos desaparecimento de jovens que faziam um protesto. É melhor pararmos por aqui na comparação”, declarou.

Em relação ao mercado de trabalho, ele ci-tou que, com cada vez menos jovens dispostos a trabalhar, as taxas de desemprego têm mantido níveis de baixo recorde mesmo. “Até pode soar que esses jovens tiveram um surto momentâ-neo de vagabundagem, embora estudos mos-trem que o tempo do jovem na escola está au-mentando, e que os salários para pessoas com maior escolaridade também, o que são estímu-

los claros para que isso acabe acontecendo.”Para ele, os problemas que levam hoje a um crescimento econô-

mico baixo passam por questões estruturais, mas também, na última década, o governo petista não entendeu a dinâmica. “A produtividade cresceu de 2005 a 2008 porque havia uma ociosidade muito grande na indústria, que foi sendo ocupada e aumentou-se a produtividade sem precisar fazer nada. Isso ainda esteve ligado à forte expansão do comércio internacional dos últimos anos e também da renda e do mercado interno, que foram puxados pela indústria”.

No fim, ele acredita que com mais gente formalizada have-rá melhora da percepção daquilo que se paga de impostos em comparação ao que é oferecido pelo Estado. “É isso o que nos levará a pressões necessárias para mudar a constituição, ree-quilibrar o papel do Estado e ter outra agenda de transformação para o País. Precisamos acreditar na melhora, mas se me deram mais meia hora e combinarmos, posso ser mais pessimista que o Schwartsman (risos...)”, finalizou Mendonça de Barros. f

Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista da Quest Investimentos, acredita que há um cenário positivo para os próximos anos na agenda do País. Ressaltou que a queda de produtividade não pode ser atribuída à gestão da Presidente Dilma

Reinado do abacaxi

Luiz Carlos Mendonça de Barros: economista da Quest Investimentos

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Não deixe a bola quicar na frente do eco-nomista Antonio Delfim Netto, que é gol na certa. Depois de ouvir os pontos de

vista antagônicos dos palestrantes Alexandre Schwartsman e Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-ministro da Fazenda disse que um anulou o outro e era chegado o momento de os convidados no 9o SIAC conhecerem os reais problemas que afetam o Brasil. “Esses economistas, com suas exposições interessantes, acabaram se anulan-do”, brincou Delfim.

Antes de ingressar diretamente nos proble-mas nacionais, o ex-ministro lembrou que o Es-tado brasileiro é republicano e democrático. “So-mos mais de 140 milhões de eleitores e temos os nossos votos apurados em oito horas. Nunca tivemos aqui um Te-xas ou uma Califórnia”, referindo-se ao peso desses Estados nas eleições norte-americanas. “Aqui todos têm direitos iguais, não importa onde nasceram, se foram gerados debaixo de uma ponte ou um numa luxuosa suíte do Waldorf Astoria, em Nova York.”

De acordo com Delfim Netto, o principal motivo para Brasil ter parado de crescer é que o País deixou de exportar para o resto do mundo. Segundo a estimativa do ex-ministro da Fazenda, a indús-tria nacional teria perdido R$ 370 bilhões, entre 2002 e 2014, com a queda das exportações, além de produzir em vez de importar. “O Brasil não cresce porque a indústria não cresce. E a indústria não cresce porque o País jogou fora o comércio exterior, que é um de seus motores mais importantes”, afir-mou o economista. “Nunca tivemos redução de de-manda. Com a produção estagnada, a demanda foi suprida pela importação.”

Uma forma de obser-varmos isso é o uso que o governo tradicionalmente fez do câmbio como polí-tica de controle de preços, em vez de política indus-trial ou comercial. “As ex-portações não cresceram

porque faltou uma política cambial previsível. Há 30 anos o País vem usando o câmbio para con-trolar inflação e abandonou a prioridade de uma tarifa de câmbio competitiva para a indústria”, lembrou Delfim Netto.

Isso provocou uma perda sistemática na par-ticipação do Brasil no comércio exterior. O ex--ministro calcula que, de 1962 até 1986, o País multiplicou por dez sua fatia de bens e serviços que circulam pelo mundo – saiu de 0,05% para 0,95% –, mas, desse ponto em diante, o movi-mento foi descendente. Atualmente, essa pre-sença declinou a cerca da metade do pico atin-gido no período dos anos 80. “Os calçados, que exportávamos de Franca, foram substituídos

pelos sapatos importados da China.”Essa contração foi simultânea ao avanço vertiginoso que a eco-

nomia chinesa teve perante o mercado mundial – situação contra a qual o Brasil praticamente não se mexeu. Entre 1983 e 1985, segun-do Delfim, a participação do País no comércio mundial foi de 0,9% do total, ao lado de uma fatia de 1% para os produtos chineses. Entre 2011 e 2013, a média brasileira caiu para 0,7%, enquanto a China conquistou 16,6% do pacote global. “Os calçados que exportávamos de Franca foram substituídos pelos sapatos importados da China.”

Segundo Delfim, a prioridade do governo não era o cresci-mento porque não houve investimento. “Aqui existe excesso de

burocracia; o clima dos negócios piorou muito. Temos tudo para recupe-rar isso, basta ter cora-gem. Precisamos, porém, aprovar a reforma do ICMS e colocar em prá-tica a proposta da CUT, que estabelece a livre negociação entre traba-lhadores e empregado-res. Devemos estimular a produtividade de cada homem e prepará-lo para utilizar esse mercado mais sofisticado”, finali-zou o ex-ministro. f

O ex-ministro Delfim Netto diz que o principal motivo de o Brasil ter parado de crescer é porque deixou de comercializar seus produtos com o resto do mundo

Retomar as exportações

Antonio Delfim Netto: ex-ministro da Fazenda

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No fim do 9o SIAC, Delfim Netto é cercado por alunos da PUC/Campinas

13novembro 2014 financeiro

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A China vive um momento de importante transição econômica e política, um pro-cesso longo e muitas vezes penoso que,

no entanto, é irreversível. A análise foi feita por Barry Naughton, professor da Universidade de San Diego (Califórnia, Estados Unidos) e um dos maiores especialistas no mercado chinês, duran-te palestra realizada no 9o SIAC.

“O crescimento da economia da China está em ritmo mais lento e a política é um dos obstáculos à aceleração”, afirmou Naughton, em sua fala no evento. “No entanto, o nível de crescimento de 7%, com o qual o país convive agora e que deve durar nos próximos 20 anos, é expressivo e mantém a China na linha de frente das potências mundiais. O patamar é muito diferente para todos nós, que nos acostumamos com crescimento anual acima de 10%, mas ainda assim trata-se de um nível expressivo”.

Em sua análise, o especialista lembrou que a força de traba-lho está envelhecendo na China e que esse fator tem peso im-portante nas mudanças políticas e econômicas: “O presidente Xi Jinping está consciente da relevância de fatores como esse e tem agenda ambiciosa e às vezes contraditória”, afirmou Naughton. “Apesar do tamanho do desafio, ele tem agido, como no caso da ofensiva anticorrupção, que, apesar dos riscos, aumentou seu po-der no Partido Comunista. Até agora, Xi tem conquistado o mais alto nível de poder no país em 20 anos”.

Entre as prioridades do governo chinês, o especialista des-tacou a reforma econômica e o nacionalismo assertivo. Ele re-cordou que, nesse contexto, já foram tomadas 336 iniciativas por

Xi Jinping e equipe, das quais 118 referem-se à área econômica.A importância da reforma econômica na China, recordou

Naughton, explica-se pela mudança de modelo, que passa a dar prioridade ao consumo das famílias e não mais ao inves-

timento em capital fixo. Assim, os chineses de-verão mais e mais dar preferência a produtos manufaturados usados no dia a dia em vez de insumos industriais.

O setor financeiro está sendo alvo de parte dessas mudanças. “Serão necessárias medidas agressivas para reestruturar o sistema financei-ro”, disse o palestrante. “No entanto, há um ce-nário positivo que serve como base para que se tenha um novo quadro. O governo teve sucesso com a decisão de recapitalizar o setor bancário entre 2003 e 2007 e as instituições financeiras são lucrativas atualmente. A dívida do governo central é de apenas 26% do PIB, a poupança é elevada e quase todos os devedores são pessoas domésticas. E não se pode esquecer que o resul-tado em conta-corrente da China é positivo, equi-

valente a 2,2% do PIB, e que o país é credor líquido externo, com quase US$ 4 trilhões em reservas”.

Como obstáculos à reforma, ele lembra que a reestruturação está impactando balanços de várias instituições e que deverá acontecer, em algum momento, maior liberalização do mercado de capitais chinês: “Por isso, a mudança é difícil. Mas está acon-tecendo, até porque não parece haver outra alternativa”.

Levando em conta esse quadro, Barry Naughton prevê que a reforma econômica em um quadro de centralização do poder vai resultar, em algum momento, em um choque interno ou externo, se não em ambos os fronts. No entanto, nem esse choque causará grande abalo na economia mundial, afirma o especialista: “A Chi-na continuará a surpreender, mas não haverá uma crise parecida com a que abalou o mundo em 2008 a partir dos Estados Unidos. O fluxo de capitais ao país deve se acelerar. Seja como for, o cres-cimento de longo prazo deve continuar pelo menos nos próximos 20 anos, embora possam acontecer rupturas”. f

Barry Naughton, professor da Universidade de San Diego, diz que o ritmo do crescimento da economia chinesa está mais lento e a política é um dos obstáculos à aceleração

A China em transição

Barry Naughton: economista especialista em China

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14 financeiro novembro 2014

Page 15: Financeiro Ed 89

Brasileiros REssAbiADos

Passadas as eleições, a Acrefi encomen-

dou ao Instituto TNS uma pesquisa para

sentir o pulso do brasileiro diante do novo

mandato presidencial de Dilma Rousseff. O estu-

do, que abordou mais de mil pessoas em todo o

País, foi apresentado dia 6 de novembro durante

o 9o SIAC (Seminário Internacional Acrefi) e reve-

lou que 75% dos ouvidos pretendem economizar

mais em 2015, enquanto 19% não desejam mu-

dar seu padrão de consumo e 6% planejam gastar

mais no ano que vem.

O levantamento mostrou também que 61% das

pessoas consultadas não esperam fazer financia-

mento em 2015 e 31% delas disseram ter planos

nesse sentido. Entre os itens com maior propen-

são estão os financiamentos de imóvel (61%), au-

tomóveis (51%), eletrodomésticos (17%), emprés-

timos pessoais (15%) e consignados (12%).

Em relação à situação individual no ano de

2015, os dados são otimistas. Porcentagem de

pessoas que acreditam que o quadro vai melho-

rar: a situação financeira pessoal, 47%; o padrão

de vida, 43%; a capacidade de fazer compras para

Pesquisa Acrefi/TNS revela que 75% das pessoas consultadas pretendem economizar mais em 2015, segundo o levantamento apresentado no 9o SIAC

Acha que a Presidente conseguirá resolver essa prioridade?

Acha que a Presidente conseguirá resolver essa prioridade?

Qual deve ser a prioridade da Presidente em 2015

`

15novembro 2014 financeiro

Page 16: Financeiro Ed 89

sua casa, 42%; acreditam que serão capazes de

fazer investimentos como carro e casa, 38%.

Os dados auferidos ainda mostram que 37%

dos brasileiros disseram estar otimistas com o

futuro, enquanto 47% disseram estar preocupa-

dos. Outros 6% afirmaram enxergar o futuro com

resignação e 10% se declararam pessimistas.

Realizada logo depois do segundo turno das

eleições presidenciais, a pesquisa perguntou qual

deve ser a prioridade da Presidente em 2015 e a

maioria (36%) disse que a inflação deve estar no

topo da lista. Em seguida, a reforma política, com

22%; o crescimento da economia (18%); a refor-

ma tributária (17%); a redução da taxa de juros

(9%); e investimento em infraestrutura (8%).

Quando questionados sobre se ‘a Presidente

será capaz de resolver problemas como infla-

ção, crescimento econômico e reformas política

e tributária’ 45% afirmaram estar confiantes de

que haverá melhora nesses pontos, contra 55%

que se disseram descrentes. Esse último número,

praticamente, está concentrado no grupo dos que

deram seu voto ao candidato do PSDB: nessa divi-

são, 86% desacreditam nas mudanças, e apenas

14% afirmam que irá melhorar. Já os que votaram

no PT, 83% estão confiantes contra 17%.

Confira outros dados da pesquisa no link:

http://www.acrefi.org.br/eventos/2014/9o-siac/

pesquisa-tns.pdf f

James Conred:CEO da TNS Brasil

Nesse contexto que discutimos, você se sente propenso a fazer um financiamento em 2015?

Sentimento em relação ao futuro

Pensando na situação do Brasil em 2015 como avalia ...

Foto

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16 financeiro novembro 2014

Page 17: Financeiro Ed 89

9o SIAC NA MíDiAAlém dos 600 convidados que acompanharam ao vivo o evento da Acrefi, cerca de 20 veículos de comunicação participaram e

repercutiram o conteúdo das palestras e da pesquisa TNS

17novembro 2014 financeiro

Page 18: Financeiro Ed 89

9o SIAC NA MíDiA

18 financeiro novembro 2014

Page 19: Financeiro Ed 89
Page 20: Financeiro Ed 89

Um CEo diferente

o parisiense Georges Legrand é um CEO que

foge a qualquer padrão. Sua formação foi

construída na universidade da vida. É um

autodidata convicto. Quem consulta seu nome no

Google encontra apenas um currículo de nove li-

nhas no LinkedIn. Nada mais. Ele sempre conseguiu

conciliar no trabalho duas sensações que a maio-

ria dos executivos sonha em conquistar só depois

da aposentadoria: liberdade e prazer. Aos 55 anos,

Legrand, CEO na América Latina da Cassiopae –

empresa líder mundial de softwares de gestão de

ativos financeiros –, é um adepto do carpe diem, ex-

pressão em latim, extraída de um poema do filósofo

romano Horácio, que significa aproveite o momento,

sem medo do futuro. “A França é um país muito duro

com quem tem esse tipo de perfil”, diz o executivo.

“Se você não tem um diploma, suas chances são

muito pequenas de chegar a algum lugar.”

Morando há um ano e oito meses em São Paulo,

Legrand se sente completamente à vontade entre

os brasileiros, afinal desde a infância já cultivava

a intenção de viver por aqui. “Aos 12 anos, eu pe-

guei uma bandeira e cravei em cima de Brasil no

mapa-múndi que tinha no meu quarto e disse: um

dia irei morar lá”, conta o executivo. Não deu outra.

Mas até atingir o seu objetivo foram muitas idas e

vindas. Na sua primeira tentativa, aos 18 anos, foi

para a África, depois para a Ásia, sempre atrás de

um meio de transporte que pudesse trazê-lo para

o Brasil. Só que o dinheiro acabou e retorno para a

França foi inevitável. Em outra experiência, alguns

anos depois, ele foi assaltado uma hora depois de

ter desembarcado no Rio de Janeiro. Ao tentar a

sorte mais uma vez, em 1990, já como executivo da

companhia Telesistema Brasil, viu suas pretensões

profissionais e da empresa ruírem diante do desas-

tre provocado pelo Plano Collor. Nada disso, porém,

o fez esmorecer do sonho de morar no Brasil.

Embora ainda carregue um natural sotaque fran-

cês, Legrand fala o português com enorme fluência.

Sem se apertar com as gírias ou com as expressões

indígenas. Facilidade que adquiriu aos poucos, desde

a adolescência, a partir dos livros e das músicas bra-

sileiras, e depois com a convivência de 20 anos com

sua esposa carioca. Essa grande familiaridade com

a cultura nacional foi uma das principais caracterís-

ticas que levaram a Cassiopae a indicá-lo para o co-

mando da sua primeira base estratégica na América

Latina. “Todo mundo sabia do meu sonho de um dia

morar no Brasil”, lembra Legrand.

Georges Legrand, da Cassiopae Brasil, busca expansão dos negócios na América Latina mantendo a serenidade de quem, antes de tudo, preserva os bons momentos da vida

executivo

Por Gilberto de Almeida

20 financeiro novembro 2014

Page 21: Financeiro Ed 89

ração de crédito no

Vietnã. Foi o escolhido

porque teve a coragem

de discordar dos exe-

cutivos do banco sobre

a ferramenta de crédito

a ser adotada entre os

vietnamitas, povo que

não tinha a menor inti-

midade com a prática de

financiamento de bens.

Lá, o banco estava de

olho no atraente mercado de crédito para motoci-

cletas. Antes de ir, a direção do SG retomou uma

velha pergunta que ele acreditava já ter sido supe-

rada: quais são os seus diplomas? Com a mesma

sinceridade de sempre, ele disse que era formado

na faculdade da vida. Diante da sua franqueza, o

banco manteve Legrand à frente da operação.

Depois de escolher a ferramenta de crédito

adequada, estabelecer parceria com as principais

fabricantes de motos e com os revendedores, em

seis meses, o SG já tinha 100 pontos de venda em

Saigon, conhecida atualmente como Ho Chi Minh,

a maior cidade do Vietnã, e outras 50 unidades

Georges Legrand: CEO da Cassiopae Brasil

“Na França, se você não tem um diploma, suas

chances são muito pequenas de chegar a

algum lugar”

No início de 2013, antes de arrumar suas malas

e zarpar com a família para mais uma experiência

por aqui, ele já tinha construído uma carreira res-

peitável na área de softwares para produtos finan-

ceiros. Sua trajetória no setor começou ainda aos

23 anos, quando viu no jornal o anúncio de um cur-

so de informática. “Depois desse primeiro contato

com o universo digital, atuei como desenvolvedor

de software até que, em 1991, entrei para a área de

projetos do banco Société Générale (SG)”, conta ele.

Conhecido pelo seu espírito aventureiro e com-

portamento desprendido, Legrand recebeu, em

2006, a tarefa do SG de implantar a primeira ope-

Foto

: Ale

x r

osa

21novembro 2014 financeiro

Page 22: Financeiro Ed 89

distribuídas pelo país. “Praticamente não tínhamos

problemas com inadimplência dos clientes. Como

eles não têm a cultura bancária, as pessoas todos

os meses voltavam à loja para pagar em dinheiro

as suas parcelas”, conta Legrand. Ao voltar para

Saigon dois anos depois, o executivo descobriu que

a rede implantada no país já estava com 450 fun-

cionários e 150 pontos de venda. “São histórias ma-

lucas como essa que me dão prazer. Chegar a um

lugar, trazendo debaixo do braço apenas flip chart,

e conseguir deixar um legado”.

O sucesso desse desafio no Vietnã se transfor-

mou em passaporte para que Legrand assumisse,

em 2008, o cargo de CIO (Chief Information Offi-

cer) na Société Générale Equipment Finance e es-

truturasse um departamento de TI (Tecnologia da

Informação) na Alemanha, Noruega, Itália, Índia e

França, capaz de dar suporte a 25 países. Até que

em março de 2012, Legrand juntou-se à Cassiopae

para conduzir o desenvolvimento da empresa na

América do Sul. “Assim que recebi o convite, topei

imediatamente”, revela o executivo. Em duas sema-

nas aqui, logo percebi que a forma mais simples de

entrar no mercado brasileiro é por meio da compra

de outra empresa. “O Brasil é resistente às empre-

sas que vêm de fora”, analisa. “Além disso, a buro-

cracia é outro obstáculo

terrível que se enfren-

ta por aqui.” Diante do

diagnóstico de Legrand,

Cassiopae optou por

comprar a Disoft Cré-

dito, em julho de 2013,

que já tinha em sua car-

teira 15 clientes, como

HSBC, Banco do Brasil

e Itaú. “Só que esses

parceiros, por enquan-

to, ainda não trabalham

com a nossa ferramen-

ta mais avançada, que

permite realizar opera-

ções de crédito off-line,

em qualquer lugar, até

mesmo no meio do Rio

Amazonas”, explica ele.

“O nosso maior desa-

fio agora é vender essa

“O Brasil é resistente às empresas que

vêm de fora. “Além disso, a burocracia é outro obstáculo

terrível que se enfrenta por aqui”

Foto

: Ale

x R

osa

mesma tecnologia, que já funciona em 350 clien-

tes, distribuídos em 36 países, para as instituições

de crédito no Brasil.” Mas Legrand fala sobre isso

naturalmente, como se não estivesse sob pressão

da matriz francesa, pois, ao que tudo indica, é um

adepto do ensinamento do ensaísta norte-america-

no L. Smith (Logan Pearsall Smith): “Existem dois

objetivos na vida: o primeiro, o de obter o que dese-

jamos; o segundo, o de desfrutá-lo. Apenas os ho-

mens mais sábios realizam o segundo”. f

executivo

22 financeiro novembro 2014

Page 23: Financeiro Ed 89

consumo

Nova classe média é multicanal

A nova classe média brasileira, representada

por 54% da população – cerca de 108 mi-

lhões de pessoas –, está aumentando a sua

presença nos canais digitais. Por estar mais conecta-

do, esse estrato social também alterou sua jornada

de consumo e isso reflete na forma como se relacio-

na com as empresas, principalmente entre os jovens

com menos de 30 anos.

Por isso, a forma de dialogar com esse público

mudou. Essas são algumas das conclusões do le-

vantamento “A classe média brasileira”, realizado

pela Omni Financeira, em parceria com o Instituto

Data Popular. O objetivo do estudo é compreender

melhor o perfil desse novo consumidor. Foram le-

vados em consideração hábitos de consumo de mí-

dia e características comportamentais. A TV aber-

ta, por exemplo, é a mídia mais consumida desse

público. O levantamento revela que 88% dos con-

sumidores identificados como classe média aces-

sam a programação das principais emissoras pelo

menos uma vez por semana.

Na média geral, o celular, por sua vez, representa

82% e o rádio, 66%. O SMS e a propaganda de rua

impactam 43% dos pes-

quisados, panfletos atin-

gem 42%, redes sociais,

41%. A leitura de notícias

na internet é um hábito

frequente para 37% das

pessoas consultadas na

amostra. A presença na

internet também é alta:

46% acessam a rede

mundial diariamente,

56% utilizam para pos-

tar fotos, 55% fazem co-

mentários e 48% pesqui-

sam preço ou produto.

A partir destes re-

sultados, a Omni de-

senvolve uma série de inovações em suas ope-

rações de relacionamento com o cliente, formado

essencialmente pela classe média, e oferece para

seus 630 mil clientes a integração de todos os ca-

nais disponíveis de atendimento e relacionamento,

como aplicativos, SMS, canais sociais, chat, e-mail

e o tradicional telefone.

Esses indicadores comprovam a necessidade de

mudanças nas empresas, principalmente em negó-

cios cujo foco seja o público emergente. “Há uma la-

cuna e as empresas ainda não perceberam a melhor

forma de dialogar com a classe média. A tendência,

no curto prazo, é assegurar que o atendimento esteja

disponível na palma da mão de todos os consumido-

res, em que será possível resolver demandas com

apenas um toque”, explica Rodrigo Del Claro, diretor

de marketing e inovação da Omni Financeira.

Na Omni, a integração nos canais de atendimen-

to também contribuirá para ganhos de eficiência. “A

produtividade das equipes aumentará em função da

otimização dos processos internos e, a partir da in-

serção do digital, será possível reduzir em até 30%

os custos operacionais”, finaliza Rodrigo. f

Font

e: D

ata

pop

ular

Entre as atividades de Mídia e Comunicação, TV aberta, celular e rádio são as mais comuns na classe média

% Mídia e Comunicação - Atividades que realizam (Classe média / ao menos uma vez por semana)

30% da classe média compra pela internet, principalmente os jovens, sendo que 48% deles consultam o preço antes de efetuar a compra

Rodrigo Del Claro: diretor

de marketing e inovação da Omni

Financeira

23novembro 2014 financeiro

Page 24: Financeiro Ed 89

evento

Momento de expectativa

Ao mostrar mais uma vez sua representa-

tividade nacional, a Acrefi realizou dia 22

de outubro, no Bristol Four Towers Hotel,

em Vitória (ES), mais uma edição do seu tradicio-

nal Road Show, que contou com a participação do

economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Ban-

co Central e atual sócio-diretor da Tendência Con-

sultoria; Fabio Mentone, diretor-executivo do FGC

(Fundo Garantidor de Créditos); Carlos Fagundes,

diretor da Integral-Trust; Kleber dos Santos e Mar-

celo Pereira, gerentes de produtos da CIP (Câmara

Interbancária de Pagamentos); e Paulo César An-

drade, gerente comercial da Cetip.

Em sua apresentação, Gustavo Loyola falou

sobre as perspectivas da economia para 2015. No

cenário internacional, o economista disse que o am-

biente é positivo, mantendo bom desempenho, com

o desemprego em queda (5,9% em setembro) e a

manutenção de índices elevados de confiança. No

entanto, existem sinais ambíguos no curto prazo,

pois a economia global e o ajuste monetário limi-

tam o ritmo da recuperação. Ele prevê que o Fede-

ral Reserve começaria a elevar a taxa de juros em

meados de 2015. Para Loyola, o crescimento deve

seguir moderado nos próximos anos, com média

esperada de 2,5% ao ano entre 2015 e 2019.

No cenário nacional, o ex-presidente do BC

apontou a perda do ritmo econômico nos últimos

anos, com média de crescimento entre 2011 e 2014

de apenas 1,6% – expectativa 0,3% em 2014. Atu-

almente, segundo Loyola, há um cenário de baixa

confiança que limita a reação no curto prazo. Des-

sa forma, o desafio inicial para 2015 é recuperar a

confiança dos agentes monetários, com fundamen-

tal ajuste da política macroeconômica e da retoma-

da da agenda estrutural.

Depois de uma rápida explanação sobre a origem

do FGC, Fabio Mentone, disse que a razão da existên-

cia da instituição é resguardar a confiança no sistema

financeiro por meio da proteção das partes vulnerá-

veis. Um pequeno poupador, por exemplo, não tem

condições práticas de se informar sobre a real situa-

ção do banco em que guarda seus recursos: não con-

sulta economistas, não lê balanços, não acompanha

o noticiário econômico, não tem amigos influentes.

Portanto, esse indivíduo, que a duras penas faz sua

O tradicional Road Show da Acrefi discute,

em Vitória (ES), as projeções da

economia nacional e internacional

para 2015

24 financeiro novembro 2014

Page 25: Financeiro Ed 89

poupança, necessita de uma cobertura de depósito

porque não tem como avaliar a saúde financeira do

banco na hora de decidir onde aportar seus recursos.

Para efeito da determinação do valor garantido

dos créditos de cada pessoa, devem ser observados,

no entanto, alguns critérios. O titular do crédito é

aquele que tem o seu nome registrado na escritura-

ção da instituição associada ou aquele designado em

título por ela emitido ou aceito. Devem ser somados

também os créditos de cada credor identificado pelo

respectivo número de registro no Cadastro de Pes-

soas Físicas (CPF) / no Cadastro Nacional da Pessoa

Jurídica (CNPJ), contra todas as instituições associa-

das do mesmo conglomerado financeiro.

Não são cobertos, porém, pela garantia ordiná-

ria os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros

recursos captados ou levantados no exterior; as

operações relacionadas a programas de interes-

se governamental instituídos por lei; os depósitos

judiciais, além de instrumento financeiro que con-

tenha cláusula de subordinação, autorizado ou não

pelo Banco Central.

Carlos Fagundes, da Integral-Trust, falou so-

bre as regras do acordo Basileia III, que obriga

os bancos a divulgar, entre outros itens, as reser-

vas de lucro, os instrumentos de dívidas usadas

para reforçar o capital dos bancos e deduções,

como de ágios e créditos tributários. Mais dois

pontos de observação com relação ao Basileia III

são os índices de curto e de longo prazos. Antes

de concluir, Fagundes destacou que a adoção das

normas ocorrerá de forma progressiva pelas ins-

tituições dentro dos critérios já estabelecidos. O

Basileia III, dentro do atual cenário econômico –

aumento de investimento (infraestrutura e produ-

ção), maior oferta de crédito, elevação de prazos

e queda nos spreads – confirma com aumento de

segurança e o fortalecimento das instituições, em

períodos de crise financeira”, completou o diretor

da Integral-Trust.

Fechando o evento em Vitória, Paulo César

Andrade, gerente comercial da Cetip, revelou que

os financiamentos de veículos no Brasil atingi-

ram a marca de 564.515 unidades em setembro

(275.257 modelos novos e 289.258 usados). O vo-

lume representa alta de 9,8% em relação a agos-

to e 5,4% na comparação com setembro de 2013.

No acumulado de 2014, no entanto, o resultado

de 4,651 milhões de veículos financiados ainda

aponta queda de 6,6%, em comparação ao mesmo

período do ano passado (4,982 milhões). Segundo

levantamento da Cetip, apresentado por Andrade,

o melhor resultado do ano foi puxado pelo finan-

ciamento de automóveis leves usados, com cresci-

mento de 14,5% na comparação com setembro do

ano passado e 6,7% frente a agosto. f

Da esq. para dir.: Paulo César Andrade, Kleber dos Santos, Gustavo Loyola, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) e Marcelo Pereira

Foto

s: M

arin

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anz

25novembro 2014 financeiro

Page 26: Financeiro Ed 89

26 financeiro novembro 2014

A perícia é uma análise técnica conclusiva que auxilia na solução de pendências jurídicas amigáveis ou litigiosas

Importante aliado naresolução de conflitos

A perícia no mercado financeiro, como ins-

trumento útil e necessário para solucionar

conflitos na esfera judicial, é algo cada vez

mais presente no sistema das organizações. O pre-

sidente do Sindicato dos Economistas no Estado de

São Paulo, Pedro Afonso Gomes, no mês de outubro,

abordou o assunto na sede da Associação Nacional

das Instituições de Crédito, Financiamento e Inves-

timento (Acrefi), em São Paulo.

Ele, que é economista pós-graduado em Mer-

cado de Capitais, Direito Empresarial e Estra-

tégias Empresariais, enfatizou que há hoje em

torno de 12 milhões de processo envolvendo

instituições financeiras, nos quais são realizadas

perícias. “Ela tem uma forte função social. De cer-

ta forma, ajuda a pacificar questões sociais por

estabelecer critérios de fixação orientando deci-

sões mais assertivas”, destacou Gomes.

Segundo ele, a perícia como definição preli-

minar trata-se de uma análise técnica conclusiva

sobre fatos controversos para subsidiar a solu-

ção amigável ou litigiosa de um conflito. “A perícia

não resolve um conflito, mas traz subsídios im-

portantes que auxiliam em uma conclusão entre

os envolvidos”, declarou o palestrante.

A prova pericial, na prática, segundo o es-

pecialista, dispõe de caráter técnico no ordena-

mento jurídico e contribui com provas, tanto tes-

temunhal quanto documental, trazendo certeza

jurídica positiva ou negativa sobre determinado

litígio. “Quando o juiz, na esfera judicial, ou as

partes interessadas no campo extrajudicial, pre-

cisam de elementos contábeis para esclarecer

determinadas questões, a prova pericial se torna

indispensável”, explicou Gomes.

A perícia arbitral, exercida sob o controle da

lei de arbitragem, funciona há aproximadamente

18 anos no País, e é um meio eficiente de solu-

ção de conflitos. “É a realizada por um perito, e,

embora não seja judicialmente determinada, tem

valor de perícia judicial, mas sua natureza é ex-

trajudicial, pois as partes litigantes escolhem as

regras que serão aplicadas. Ela possui uma fina-

lidade importante”, disse o presidente do Sindica-

to dos Economistas no Estado de São Paulo.

Uma instituição financeira, antes de começar

a elaborar um contrato para seus clientes, pode

recorrer a uma perícia para avaliar os possíveis

impactos de uma eventual demanda judicial. “O

Código de Defesa do Consumidor (CDC) é aplicado

nesse contexto, uma vez que cláusulas dúbias fa-

vorecem o aderente. Antes de colocar um contra-

to na rua, é sempre preciso avaliar o teor de fatos

econômicos e financeiros para que não se tornem

controversos ou inconsistentes”, alertou Gomes.

Ele explicou que a atuação desse profissional re-

quer graduação, habilitação legal, conhecimento téc-

nico e experiência. “O perito é aquele que não pode ter

dúvida, ou seja, foi contratado para resolver questões

técnicas e solucionar conflitos. É de extrema impor-

tância para o sistema financeiro”, finalizou. f

evento2

Pedro Afonso Gomes:presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo

Ilust

raçã

o: R

afae

l Pas

coal

Page 27: Financeiro Ed 89

Congestionamento nos tribunais

segundo o “Relatório Justiça em Números”,

de 2012, do Conselho Nacional de Justiça,

no Brasil, hoje tramitam aproximadamen-

te 92 milhões de processos no Poder Judiciário.

E, embora o Judiciário esteja cada vez maior em

número de juízes e de servidores, a velocidade do

ingresso de novos processos supera a de senten-

ciamentos e de baixas dos processos em trâmite,

o que resulta em altas taxas de congestionamento

nos tribunais.

A partir desse diagnóstico so-

bre o sistema de justiça, surgiu a

proposta da Secretaria de Refor-

ma do Judiciário do Ministério da

Justiça de uma política de articu-

lação entre o setor público, o setor

privado e o próprio Judiciário com

o objetivo de fomentar mudanças

no tratamento de conflitos no Bra-

sil, com estímulo ao diálogo e à

cooperação. Batizada de Estraté-

gia Nacional de Não Judicialização

(ENAJUD), a política, que pretende

inovar ao aproximar os diferentes

atores do sistema de justiça em

torno de objetivos comuns, foi lan-

çada em julho de 2014.

Entre as ações da ENAJUD,

está a difusão dos métodos auto-

compositivos de solução de dis-

putas, com a promoção de capa-

citações em meios alternativos de

resolução de conflitos. Para tanto, conta-se com

a participação da Escola Nacional de Mediação

de Conciliação (ENAM) do Ministério da Justiça,

que promoveu, em 2014, três edições do curso

“Noções Básicas de Conciliação e Resolução de

Conflitos para Representantes de Empresas”, vol-

tado para a formação em mediação e conciliação

de prepostos, advogados, gerentes, gestores das

diversas áreas das empresas e demais organiza-

ções prestadoras de serviços ou de comercializa-

ção de produtos, com duração de

30 horas. Ao todo, foram oferta-

das 4.500 vagas, distribuídas en-

tre profissionais ligados às áre-

as de trabalho da ENAJUD, com

1.828 inscritos oriundos do setor

financeiro, 500 do setor de tele-

comunicações e 632 ligados ao

setor varejista.

Por fim, também foram dispo-

nibilizadas, em 2014, 1.500 vagas

para as duas edições do curso a

distância “Resolução Consensual

de Conflitos Coletivos Envolven-

do Políticas Públicas”, voltado

para servidores da Administra-

ção Pública. O objetivo do curso

é capacitar os agentes públicos

em técnicas de construção de

consenso a serem utilizadas

na resolução de conflitos

coletivos. fArt

igo

envi

ado

em 2

/9/2

014

Embora seja cada vez maior o número de juízes e de servidores, relatório revela que o número de ações que ingressam na Justiça

é maior que o de processos concluídos

27novembro 2014 financeiro

justiça

Page 28: Financeiro Ed 89

Art

igo

envi

ado

em 2

8/10

/201

4

Crescimento do comércio deverá ser o menor desde 2003

o forte crescimento do comércio

varejista a partir de 2004 veio

de uma conjunção de fatores

favoráveis, entre os quais se destaca o

fortalecimento do mercado de trabalho

e do crédito. Entre 2004 e 2012, a mas-

sa de rendimento dos trabalhadores das

regiões metropolitanas brasileiras avan-

çou 62% em termos reais, e o saldo de

crédito do Sistema Financeiro Nacional

passou de 25% do PIB para 55% do PIB.

No período pós-crise, as políticas anticí-

clicas de incentivos ao crédito e ao con-

sumo intensificaram esses efeitos.

O mercado de crédito também

avança em ritmo mais moderado, sobretudo o cré-

dito com recursos livres, desconsiderando-se o

crédito direcionado. Somando-se esses fatores à

perda de espaço para ampliação de incentivos fis-

cais, ao aperto monetário em vigor desde abril de

2013 e a um patamar mais elevado para a taxa de

câmbio, tudo indica que essa tendência persistirá,

e a demanda doméstica seguirá em processo de

ajuste também no próximo ano.

Apesar da moderação do crescimento do crédito,

a elevação das taxas de juros manteve o endivida-

mento das famílias em patamares elevados. Dados

da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do

Consumidor (PEIC) – da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo – mostram

que entre setembro de 2014 e o mesmo período do

ano anterior a média do número de

famílias que relataram ter dívidas au-

mentou 3,0% e alcança 63,1% do total.

Contudo, a alta do custo do crédi-

to teve impacto no comprometimento

da renda mensal com dívidas, entre

as famílias endividadas. O compro-

metimento médio relatado por esse

grupo de famílias passou de 29%

para 30% da renda mensal, e 20,9%

delas disseram ter mais da metade

de sua renda comprometida com dí-

vidas. Assim sendo, mesmo que com

um perfil mais positivo, a manuten-

ção da tendência de alta do endivi-

damento das famílias, ao mesmo tempo em que

se observa uma moderação do consumo, tem uma

consequência importante no cenário econômico no

curto prazo, que corresponde à perda de espaço

para expansão do crédito às famílias.

Para este semestre e para o próximo ano, a

expectativa é de que esses fatores continuarão

pesando sobre a demanda interna. Com inflação

maior que a esperada, superando o limite superior

da meta em setembro, não há espaço para uma re-

versão na política monetária no curto prazo. Adicio-

nalmente, há a inflação de preços administrados já

contratada para o próximo ano. A expectativa para

a inflação nos próximos 12 meses, que já estava

elevada no início do ano, alcançou 6,38%, o maior

patamar na semana de 19 a 25 de outubro. f

artigofreitasgomes

Carlos Thadeu de Freitas Gomes: Economista-chefe da CNC e ex-diretor do Banco Central

28 financeiro novembro 2014

Page 29: Financeiro Ed 89

artigooliveirapinto

big data, uma revolução a favor

dos negócios

Poucas vezes no mundo dos ne-

gócios se viu um movimento

tão grande acerca de um tema

como o existente hoje em torno do big

data. Big data é o assunto do momento,

está cada vez mais presente no discur-

so dos gurus de negócio e entrou defi-

nitivamente nas agendas dos vendors

de tecnologia em todo o mundo.

Esse conceito nasceu como decor-

rência dos grandes desafios que empre-

sas, como Google e Yahoo, passaram a

enfrentar para poder processar quanti-

dades gigantescas de informações gera-

das pela mudança cultural trazida pela

internet. A revolução do big data vem, portanto,

para suprir a lacuna de tratar, processar e arma-

zenar uma imensa quantidade dos mais variados

dados, com grande velocidade e a baixo custo.

O conceito de big data gira em torno da tría-

de volume, variedade e velocidade, que o merca-

do passou a conhecer como os 3Vs do big data.

Essa nova realidade tecnológica, quando combi-

nada com a inteligência analítica, melhora signi-

ficativamente a qualidade da tomada de decisão,

com muito menos custo operacional. Uma mi-

ríade de dados estruturados e não estruturados

podem agora ser incorporados em aplicações de

negócios para potencializar o poder preditivo dos

modelos a um custo muito mais acessível. E isso

pode ser utilizado tanto em aplicações de marke-

ting como de crédito.

Trazendo essa realidade para o

universo do crédito ao consumidor,

isso se reflete em:

• Variedade de informações ad-

vindas de múltiplas fontes de dados

da web e de interações frequentes

com clientes ou prospects;

• Grande volume de informa-

ções coletados em transações, con-

tatos e comportamento de clientes

e de múltiplas fontes de dados ex-

ternas e da internet;

• Velocidade cada vez maior de

geração de dados, na medida em

que cada comportamento, ação e iteração com

clientes passam a ser registrados.

Mas, indo direto ao ponto, o que de fato toda

essa revolução do big data significa para a indús-

tria do crédito?

Mais do que uma tendência de negócios, o big

data é um fenômeno que vem impondo mudanças

estruturais em tecnologia e influenciando a cul-

tura e o comportamento das pessoas. Não se tra-

ta apenas de uma onda, mas algo que vai influir

fortemente na maneira como fazemos negócios.

O impacto mais direto vem da maior disponibili-

dade de informações para a tomada de decisão,

seja para abordar um prospect com uma oferta

mais adequada, seja para avaliar o risco de um

proponente ou para definir qual a melhor ação de

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014

Laércio de Oliveira Pinto: sócio e CEO da

Data4Credit

29novembro 2014 financeiro

Page 30: Financeiro Ed 89

cobrança. Em outras palavras, é ter a informação

certa, no lugar certo e no tempo certo.

O big data potencializa a performance dos

modelos de score e adiciona maior poder à seg-

mentação, com reflexos positivos na tomada de

decisão em todo o ciclo de negócios. Hoje, o uso

de buscadores que varrem a internet à procura de

dados de prospects e clientes para gerar informa-

ções que vão alavancar modelos de prescreening

de crédito e de cobrança já

é uma realidade. Processo

semelhante também já é

usado para definir targets

específicos para campanhas

de marketing e de produtos,

a partir da identificação da

afinidade do consumidor

com um determinado as-

sunto. Assim, uma campa-

nha temática de um produ-

to financeiro em parceria

com um time de futebol, por

exemplo, tem um eco muito

mais forte em consumidores

com grande afinidade por

esse esporte e por um determinado time específi-

co. E essa afinidade pode ser mapeada a partir de

dados obtidos da web.

Também já surgem casos de empresas que utili-

zam dados do facebook e de outras redes sociais para

incrementar o poder preditivo dos seus modelos.

A revolução do big data traz um novo impera-

tivo para as áreas de negócios das organizações:

aumentar a sua compreensão sobre essas novas

tecnologias que orbitam em torno do big data para

poder tirar proveito de todos os benefícios e opor-

tunidades que essa nova realidade propicia.

No que tange a essas tecnologias, o Hadoop

– um sistema open source que nasceu no Yahoo

– tem puxado todo esse movimento do big data.

Essa tecnologia viabiliza o armazenamento e o

processamento de volumes massivos de infor-

mação a um baixo custo. Isso significa que agora

se torna muito mais barato trazer dos diferentes

silos existentes nas organizações todos esses

diferentes dados e armazená-los em um grande

repositório, que, no jargão do big data, é conhe-

cido como data lake. Há até bem pouco tempo,

processar volumes de dados dessa magnitude era

economicamente inviável. Agora, a um custo mui-

to razoável, toda essa riqueza de dados pode ser

colocada à disposição das áreas de negócios para

gerar ainda mais valor para as empresas.

Outro aspecto do big data que está revolucio-

nando as áreas de analytics

são as tecnologias para tra-

tamento de dados não es-

truturados. Hoje, estima-se

que 95% dos dados produ-

zidos nas empresas são não

estruturados; ou seja, não

se encontram armazenados

em bancos de dados, tabe-

las ou planilhas de forma

organizada. Tratam-se pre-

ponderantemente de textos

livres, voz e vídeo.

O mesmo se observa nas

informações disponíveis na

internet e nas mídias sociais.

Tecnologias que tiveram seu uso alavancado pelo

movimento do big data, como text mining e proces-

samento de linguagem natural, permitem converter

esse imenso conteúdo de dados, antes inacessível,

em atributos de valor que podem ser incorporados

nos modelos de score e em outras aplicações de

analytics. Um bom exemplo é a utilização de regis-

tros de voz de ligações de call centers para inferir re-

gras para melhores abordagens de venda ou de co-

brança, de acordo com o perfil do cliente ou devedor.

Por tudo isso, podemos afirmar que a revolu-

ção do big data veio para ficar e o seu impacto será

sentido em todos os segmentos de negócio. Ela

representa, de fato, maior capacidade analítica e

consequente melhoria nas decisões de negócios,

com muito menos custos. E aquelas organizações

que souberem construir valor rapidamente a par-

tir dos benefícios do big data poderão ampliar

significativamente seus diferenciais competitivos.

Bem-vindos ao mundo do big data. f

“Estima-se que 95% dos dados produzidos nas empresas são

não estruturados; ou seja, não

se encontram armazenados em bancos de dados”

artigooliveirapinto

30 financeiro novembro 2014

Page 31: Financeiro Ed 89

Inteligência cibernética

Provavelmente, você já ouviu falar em “in-

teligência cibernética“, termo que está em

evidência no mundo digital há alguns anos.

Primeiro, é necessário contextualizar em qual

lugar a “inteligência cibernética” se encaixa nas

organizações. Inteligência dirige operações. Esse

é um mantra conhecido do militarismo, especial-

mente norte-americano, em que quase todas as

ações (ofensivas e defensivas), quiçá todas, são

precedidas de um planejamento de inteligência

sobre o alvo, o ecossistema e afins.

Da mesma forma, o termo “inteligência” já é

bastante conhecido pelas corporações, inclusive no

Brasil, em que a inteligência competitiva é estuda-

da e praticada. É importante destacar a relevância

de desvencilhar a “inteligência cibernética” da tra-

dicional segurança da informação. A segurança da

informação é a área responsável pela proteção dos

ativos: informações de clientes, propostas comer-

ciais, contratos, bancos de dados, propriedade inte-

lectual, relatórios financeiros, entre outros.

Além disso, é a área que desenha, implemen-

ta e suporta estratégias e mecanismos para essa

defesa. Toda a ação é desenvolvida dentro da rede

de dispositivos de processamento de dados das

corporações, seja fixa, apenas dentro do espaço

físico da empresa – pensamento ultrapassado –

ou dinâmica, como o armazenamento na nuvem

e nos dispositivos pessoais dos colaboradores,

uma tendência conhecida como “BYOD” (sigla em

inglês de bring your own device).

artigomontanaro

Domingo Montanaro: diretor de Inteligência do Grupo New Space

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Já a inteligência cibernética monitora e ana-

lisa as ameaças que surgem do espaço ciberné-

tico e podem causar danos à instituição. Ou seja,

o foco está direcionado para fora do perímetro

da empresa, os esforços estão concentrados em

captar e compreender possíveis ameaças exter-

nas ligadas direta ou indiretamente aos negócios.

Em termos gerais, a inteligência cibernética bus-

ca a prevenção, antevendo fraudes e vulnerabili-

dades que fragilizem a instituição. f

“A inteligência cibernética monitora e analisa as ameaças que surgem do espaço e podem causar danos à instituição”

31novembro 2014 financeiro

Page 32: Financeiro Ed 89

Vendas a prazo somam 4,6 milhões de veículos

no acumulado de 2014

painelcetip

os financiamentos de veículos no Brasil

apresentaram o melhor resultado do ano

em setembro, com 564.515 unidades. No

acumulado do ano, as vendas financiadas já somam

4.650.270 veículos em todo o País, entre automó-

veis leves, motocicletas, pesados e outros. O volu-

me ainda representa uma queda de 7% em relação

ao mesmo período de 2013.

O levantamento é da Cetip, que opera o Sistema

Nacional de Gravames (SNG), base integrada de in-

formações que reúne o cadastro das restrições fi-

nanceiras de veículos dados como garantia em ope-

rações de crédito em todo o Brasil. O SNG impede

que o processo de financiamento de veículos seja

suscetível a fraudes sistêmicas.

Entre as regiões, o Sudeste acumula o maior vo-

lume de financiamentos de veículos, com 2.110.959

unidades em 2014. O resultado representa uma

participação de 45,4% sobre o total de financia-

mentos no Brasil. A região Sul aparece em segundo

lugar, com 962.393 unidades financiadas, ou seja,

20,7% de participação no mercado. Tanto a região

Sudeste quanto a Sul mostram maior quantidade

de veículos usados financiados, enquanto Norte,

Nordeste e Centro-Oeste possuem um maior volu-

me de unidades novas vendidas a prazo.

No acumulado deste ano, foram financiados, em

média, 515 mil veículos em todo o País. Os finan-

ciamentos de automóveis leves somaram 3,618 mi-

lhões de operações, sendo 60% do total referente

a unidades usadas e 40% novas. Já as motos tota-

lizaram 788 mil unidades financiadas, sendo 90%

Sudeste é a região com maior volume de financiamento no Brasil

32 financeiro novembro 2014

Page 33: Financeiro Ed 89

motos novas e 10% usadas. Os veículos pesados

atingiram 227 mil vendas a prazo, com 53% unida-

des novas e 47% usadas.

Em relação às modalidades de financiamento

utilizadas pelos consumidores, o Crédito Direto ao

Consumidor (CDC) apresentou a maior participação

no mercado, com 3,384 milhões de operações rea-

lizadas de janeiro a setembro deste ano. O volume

representa uma participação de 82,6% no mercado.

Desempenho dos automóveis leves

O levantamento da Cetip também apontou que,

no acumulado do ano, os financiamentos de auto-

móveis leves de quatro a oito anos de uso apre-

sentaram um crescimento de 5,2%, em relação ao

mesmo período de 2013, e somaram 1,112 milhão

de unidades financiadas.

O tíquete médio de financiamento por tempo de

uso dos autos leves novos e usados apresentou um

aumento de 2,2% no acumulado do ano, na compa-

ração anual, e passou de R$ 24,5 mil para R$ 25

mil. A maior alta do tíquete médio foi verificada nos

autos leves com mais de 13 anos, que passou de

R$ 8,995 mil para R$ 10,225 mil, crescimento de

13,7% de janeiro a setembro de 2014.

Em relação ao prazo médio de financiamento por

tempo de uso, os automóveis leves novos apresen-

taram um recuo no prazo de 39 para 37 meses no

acumulado de 2014, em relação ao mesmo período

do ano passado, enquanto os autos leves com mais

de 13 anos de uso avançaram 2,8% e passaram de

36 para 37 meses. f

Font

e: In

telig

ênci

a de

Mer

cado

Cet

ip

A partir de out/13 a Cetip adotou nova metodo-logia para calcular os recursos liberados para finan-ciamentos de veículos. São consideradas apenas inclusões de gravames de automóveis leves, com financiamento de até R$ 200 mil, e cujos prazos não sejam superiores a 120 meses; para motocicletas, o montante limite é de R$ 50 mil, com prazo de 90 meses. A metodologia também limita em R$ 500 mil e prazo de até 150 meses as inclusões de gravames de pesados. Dessa forma, a Cetip desconsidera ope-rações com valores e prazos destoantes com as prá-ticas do mercado.

33novembro 2014 financeiro

Page 34: Financeiro Ed 89

Para quem gosta de carro, o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo é um programa que merece reservar, pelo menos, seis horas da sua agenda. O evento deste ano reuniu 84 expositores de 11 países, com 41 fabricantes e montadoras de veículos, que totalizaram 500 carros. A edição 2014 do salão, que aconteceu mais uma vez no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, não decepcionou aqueles que foram atrás de boas novidades. Conheça algumas dessas máquinas que roubaram a atenção dos apaixonados pelas joias de quatro rodas.

VElozEs & furiosos

Porsche Boxster GTSOs motores de seis cilindros e 3.4 litros

ganharam 15 cavalos a mais em cada modelo, em

relação à versão S, o que deixou o Boxster GTS com

330 cavalos. A opção inclui suspensão ativa e pacote

esportivo. Com isso, o Boxster vai a 100 km/h

em 4,7 segundos.

Mercedes-Benz Classe S Cupê

Preparado pela AMG, o modelo tem um motor

V8 biturbo de 5.5 litros e 585 cavalos. Segundo a

montadora, o esportivo acelera de 0 a 100 km/h

em 3,9 segundos.

supermáquinasBMW M4

Sucessor do M3 cupê, o esportivo M4

foi um dos destaques do salão. Ele tem motor 3.0

de seis cilindros, que gera 431 cavalos de potência, e

acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos. O câmbio

automatizado é de dupla embreagem e sete

velocidades.

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Page 35: Financeiro Ed 89

Land Rover Discovery Sport

Destaque no Salão de Paris, em outubro, Discovery

Sport é um substituto para o Freelander, com opção para

até sete passageiros. A configuração mais potente, S, traz

motor V6 de 340 cavalos. Ele acelera de 0 a 100 km/h

em 4,9 segundos, com máxima de 250 km/h.

Chevrolet Spin ActivAs mudanças da versão esportiva da Spin

para a “tradicional” são basicamente visuais, a

começar pelo estepe preso na parte de fora do porta-

-malas. Além disso, os para-choques são de plástico

preto, há saias laterais na cor prata, faróis e lanternas

com máscara escurecida. O motor é o 1.8 com 108

cavalos nas versões LT e LTZ.

CamaroO Camaro ganha versão inédita conversível.

Assim como o cupê, o modelo ainda mais descontraído

traz motor V8 6.2l de 406 cavalos de potência de alta

eficiência energética. Ele tem performance para voar

nas pistas, mas também pode rodar nas vias

urbanas.

Volvo XC60O XC60 também ganhou uma versão de

entrada, a Comfort. Foram mantidos os bancos de

couro, mas sem regulagem elétrica e ajuste lombar. O

painel digital é substituído por um analógico, e também

caem os sensores de chuva e estacionamento. O

propulsor é o mesmo Drive-E 2.0 litro de 245 cv,

acoplado à transmissão automática de

8 velocidades.

35novembro 2014 financeiro

Page 36: Financeiro Ed 89

Equipada com motor 4.5 V8, de 605 cavalos, a Ferrari 458 Speciale A vai de 0 a 100 km/h em três segundos. Apenas 499 unidades desse bólido serão produzidas pela montadora italiana

Um brinquedo chamou mais atenção que os demais na última edição do Salão do Au-tomóvel de Paris: a Ferrari 458 Speciale

A. Equipada com motor de 4.5 V8, de 605 cavalos, a máquina atinge 200 km/h em apenas nove segundos. Nada mal, não? Mas, saiba que esse bólido será pro-duzido em edição limitada: 499 unidades.

antecessora, a 458 Spider. A capota retrátil, também de alumínio, acrescenta cerca de 50 kg ao peso total do carro, e pode ser aberta ou fechada em 14 segundos. De acordo com a montadora, os passageiros podem conver-sar normalmente, enquanto “voam” com a capota aberta, a 200 km/h.

Sem perder as características do de-sign esportivo, Speciale A traz o interior lim-po e livre de qualquer peso supérfluo. Isso foi obtido pela escolha de materiais leves, incluindo a fibra de carbono trabalhada de acordo com o padrão artesanal da Ferrari, detalhe que valoriza os painéis das portas e o console central. Se você ficou interessado e está louco para ter ideia do preço, saiba que a sua irmã velha, a 458 Speciale, foi trazida para o mercado nacional pela bagatela de R$ 2,3 milhões. Razoável, não? f

Puro-sangue

A inacreditável Speciale A vem equipada com o sistema Side Slip Angle Control (SSC), que usa algo-ritmo para distribuir de forma equilibrada o torque nas rodas, corrigindo eventuais saídas de frente do carro. Outra inovação é a evolução na transmissão com a tecnologia trazida das pistas da Fórmula 1. Em alta performance, o aerofólio traseiro eletrônico pode ser ajustado para colocar o veículo no chão, ou, se o aerofólio estiver baixado, serve para diminuir a resistência do ar.

Os freios apresentam os mesmos componentes usados na Ferrari 976. As rodas de 20 polegadas, de alumínio, são 12 kg mais leves que as da sua

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supermáquinas

36 financeiro novembro 2014

Page 37: Financeiro Ed 89

artigorosivuolo

Uma porta para o futuro

Atenta às iniciativas sociais que a Acrefi

apoia, a equipe da Financeiro visitou recen-

temente a Biblioteca Municipal Odette de

Barros Mott, em Araçariguama, interior paulista, que

foi totalmente revitalizada há três anos, com partici-

pação da entidade. A primeira impressão foi muito

boa, ainda mais quando se depara com quatro alunos

da rede estadual fazendo trabalho escolar nos três

computadores do espaço. Ao nos encontrar com

a bibliotecária Edineia de Oliveira, tivemos outras

boas novidades: a biblioteca está com 8.200 títulos

cadastrados; tem uma frequência mensal de 2.100

pessoas; e 30 obras são emprestadas diariamente,

em sistema circulante, pelos moradores do municí-

pio. São números razoáveis para uma cidade que,

segundo o Censo de 2010, possui 17.085 habitantes.

Além de atender ao fluxo diário de leitores,

os cinco funcionários da biblioteca se envolvem

em ações pontuais oferecidas à população. O pro-

grama Viagem Literária, iniciativa coordenada pela

Secretaria da Cultura do Governo de São Paulo, leva

autores ilustres para conversar com os leitores.

Os dois últimos escritores que passaram por lá fo-

ram Edson Gabriel Garcia, com mais de 60 títulos

publicados de literatura infantil e juvenil, e Ignácio

de Loyola Brandão, que foi bater um papo com os

moradores de Araçariguama, principalmente com

os estudantes, sobre curiosidades de seu livro mais

recente, O Mel de Ocara, em que relata histórias

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Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott Rua Coronel Joaquim

Augusto, 94, Araça-

riguama. Horário de

funcionamento: das

7h30 às 19h30

Tel.: (11) 4136.2195

Projeto de revitalização apoiado pela Acrefi há três anos, a Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott, em Araçariguama, atrai estudantes para bate-papo com escritores e aulas de música

vividas e vivenciadas em

suas viagens literárias pelo

Brasil. E mais. A biblioteca

Odette de Barros Mott atrai

frequentadores com aulas

regulares de piano, violão e canto, rodas de conta-

ção de histórias e sessões do clube de cinema.

Entre os estudantes que estão sempre por lá

para fazer suas tarefas escolares, uma é Jéssica

de Moura, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino

Médio da Escola Estadual Professor Humberto Vic-

torazzo. “Além de consultar os livros e aproveitar

a conexão da internet oferecida pela biblioteca,

ainda consigo imprimir os meus trabalhos”, conta

Jéssica, que pretende se formar em Educação Fí-

sica e depois se especializar em dança. São exem-

plos como esse que incentivam a Acrefi a manter

seus investimento em projetos sociais. f

37novembro 2014 financeiro

Page 38: Financeiro Ed 89

Nem sempre é possível acompanhar a velocidade das tendências da moda internacional, que mudam de rumo mais rápido que a volatilidade do câmbio. Embora você não precise estar em perfeita sintonia com os modelos que circulam nas passarelas de Milão, Paris, Londres ou Nova York, é fundamental dar uma espiada nas recentes criações das principais etiquetas internacionais. Lembre-se, em viagens curtas – de cinco a sete dias –, leve na valise dois ternos clássicos, camisas neutras e três ou quatro gravatas. O restante fica por conta da sua inspiração. Afinal, vestir-se também pode ser uma tarefa bem divertida.

Armani

Hugo Boss

Ralph Lauren

Inspire-se

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estilo

Page 39: Financeiro Ed 89

Ermenegildo Zegna

Calvin Klein

39novembro 2014 financeiro

Page 40: Financeiro Ed 89

cultura

Em exposição na Pinacoteca de São Paulo, as esculturas hiper-realistas do australiano Ron Mueck impressionam pela riqueza de detalhes e pela perfeição que retrata os contornos do corpo humano

Quase realFoto

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40 financeiro novembro 2014

Page 41: Financeiro Ed 89

impressionante, espetacular, inacreditável.

Essas são algumas das expressões que nor-

malmente são ditas por aqueles que já tive-

ram o privilégio de visitar, na Pinacoteca de São

Paulo, a exposição do escultor australiano hiper-

-realista Ron Mueck. Depois de uma temporada

no Rio de Janeiro, a mostra poderá ser vista pelos

paulistas até fevereiro de 2015.

As criações de Mueck são famosas pela ri-

queza de detalhes e pela perfeição que retrata os

contornos do corpo e das feições humanas. Deta-

lhe: ele não utiliza qualquer recurso da informá-

tica para atingir tal esmero. São trabalhos reali-

zados em fibra de vidro e silicone, que facilmente

seriam confundidos com seres humanos não fos-

sem as diferentes dimensões das esculturas.

Na mostra da Pinacoteca, serão apresentadas

as nove esculturas exibidas no Rio de Janeiro.

São elas “Mulher com as Compras”, “Jovem Ca-

sal”, “Casal Debaixo do Guarda-Sol”, “Mulher com

Galhos”, “Máscara 2” (autorretrato do artista),

“Homem em um Barco”, “Juventude”, “Natureza

Morta” e “À Deriva”.

Além das esculturas, a curadoria da mostra

programou a exibição do documentário “Still Life:

Ron Mueck at Work”, do diretor Gautier Deblonde,

que retrata o processo criativo de artista. f

Pinacoteca de São PauloPraça da Luz, 2 – São Paulo, SPTel. (11) 3324.1000Terça a domingo, das 10h às 18h. Às quintas, das 10h às 22h.www.pinacoteca.org.br

41novembro 2014 financeiro

Page 42: Financeiro Ed 89

Escurinho cult

cultura

mas sempre manteve o ideal

de ser o ponto de encontro dos

aficionados pelo cinema. Foi funda-

da em 1940 por estudantes da Faculdade de

Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), li-

derados por Paulo Emílio Salles Gomes, Décio de

Almeida Prado e Antonio Cândido. O espaço depois

se transformou num polo destinado à preservação

da produção audiovisual nacional, possibilitando

que proprietários de filmes antigos os depositas-

sem no acervo da instituição, sem abrir mão do

direito da posse do material – a organização se

responsabiliza pela preservação do conteúdo.

Em levantamento recente, a Cinemateca divul-

gou que possui o maior acervo de imagens em mo-

vimento da América Latina. São aproximadamente

250 mil rolos de filmes, que correspondem a 35

mil títulos. Seus arquivos reúnem obras de ficção,

documentários, cinejornais, filmes publicitários

e registros familiares, nacionais e estrangeiros,

produzidos desde 1895. Para Verônica Domingues,

assistente editorial e frequentadora assídua da

programação da Cinemateca, o trabalho de pre-

servação ali desenvolvido é fundamental para o

cinema brasileiro. “Acho importantíssimo esse

trabalho de preservação da memória audiovisual

brasileira, porque muito já se perdeu ou foi dani-

ficado. Ter um órgão que garanta a sobrevivência

desses materiais é um consolo para os apreciado-

Com arquitetura tombada, conservada e pro-

tegida pelo Condephaat (Conselho de Defesa

do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueoló-

gico e Turístico do Estado de São Paulo), as instala-

ções da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, pa-

recem fazer parte do roteiro de Sherlock Jr., filme

de 1924, dirigido por Buster Keaton. O local deixa

poucos indícios de que ali, até 1927, funcionou o

Matadouro Municipal de São Paulo. Projetados por

Alberto Kuhlman, os galpões construídos em 1884

foram restaurados em 1992 pelo arquiteto Nelson

Dupré – o mesmo que idealizou a Sala São Paulo.

Desde então, o espaço, acolhido no discreto Largo

Senador Raul Cardoso, na Vila Mariana, passou a

ser referência de cineastas, pesquisadores, estu-

dantes de cinema, enfim, dos amantes da sétima

arte. Além da exibição de uma programação cult,

suas salas também abrigam cursos, debates, expo-

sições e mostras audiovisuais.

A Cinemateca Brasileira nasceu ainda com a

denominação de Clube de Cinema de São Paulo,

De matadouro municipal a refúgio da filmografia nacional, a Cinemateca Brasileira é o ponto de encontro, em São Paulo, dos amantes da sétima artePor Débora Dias texto e fotos

42 financeiro novembro 2014

Page 43: Financeiro Ed 89

Escurinho cult

res do cinema”, pondera Verônica.

Já para Henrique Rodrigues Marques, estu-

dante de cinema, os principais atrativos da Cine-

mateca são as mostras ali realizadas e o baixo

valor cobrado pelos ingressos. “Eles sempre re-

alizam mostra de clássicos, mas também abrem

espaço para filmes desconhecidos, dando um

grande destaque para a produção nacional”, co-

menta Marques. Os preços são populares e es-

tudantes que cursam o Ensino Médio em escolas

públicas não pagam. Algumas sessões são total-

mente franqueadas ao público.

Toda a infraestrutura do local é favorável à

criação e à manutenção da propriedade artística,

sendo dividida em áreas distintas que corroboram

para a organização do acervo. Lá é feita toda a

documentação, a preservação e a catalogação do

material, além de pesquisas constantes para apri-

morar sua conservação. As duas salas de exibição

funcionam de terça a domingo e apresentam ses-

sões permanentes, mostras e festivais de cinema

brasileiro e estrangeiro. Entre os serviços ali ofe-

43novembro 2014 financeiro

Page 44: Financeiro Ed 89

recidos estão o empréstimo de filmes para outras

instituições, mostras e festivais do mundo todo e o

atendimento a profissionais que queiram utilizar

imagens de filmes do acervo em suas produções.

A área externa é composta por um gigantesco te-

lão e jardins que escondem diversas obras de arte,

como mais uma alternativa de lazer para os aman-

tes da cultura.

Para Verônica Domingues, o investimento feito

na infraestrutura da Cinemateca Brasileira é um

grande diferencial, que se reflete na qualidade do

serviço prestado. Segundo a frequentadora, as sa-

las de projeção têm padrão profissional e oferecem

qualidade e conforto aos visitantes, o que transfor-

ma uma simples visita em uma experiência única.

Amigos da CinematecaEm 1962, Dante Ancona Lopez, disseminador

do cinema de arte em São Paulo, criou a SAC (So-

ciedade Amigos da Cinemateca), entidade que foi

fundamental na reestruturação da Cinemateca, co-

laborando para que a instituição chegasse ao seu

formato atual. Desde então, a SAC colabora na for-

mação das novas gerações do público cinemato-

gráfico. Essa organização também é responsável

pela captação de recursos por meio da Lei Rouanet

e de convênios mantidos com a Prefeitura de São

Paulo e com a União. Foram iniciativas como essa

que permitiram a montagem das salas Cinemate-

ca/Petrobras, em 1998, e da Cinemateca/BNDES,

em 2007, da climatização dos arquivos de preser-

Cinemateca Brasileira Largo Senador Raul Cardoso, 207, São Paulo - SP. Tel.: (11) 3512.6111Horário de funcionamento: diariamente, das 9h às 18h. www.cinemateca.gov.br

vação dos filmes, em 2001, e dos espaços do Cen-

tro de Documentação e Pesquisa, em 2002. Além

disso, a SAC foi fundamental para a realização de

projetos de grande envergadura na área museoló-

gica e arquivística, como o Censo Cinematográfico,

patrocinado pela Petrobras e realizado entre os

anos de 2001 e 2006.

Para continuar com suas portas abertas, a Ci-

nemateca Brasileira conta com os investimentos

realizados por meio de parcerias com empresas

nacionais. Outra fonte de recursos é o aluguel do

espaço para a exibição de mostras independentes.

A organização recebe, ainda, apoio financeiro para

a realização de projetos que valorizem o cinema

nacional e estimulem a sua preservação. f

cultura

Cena de Cinema: escultura de José Resende

Ziper Concha: escultura de Gilberto Salvador

Salão de Exposições

Page 45: Financeiro Ed 89

45novembro 2014 financeiro

educação

Uma porta para o futuro

Atenta às iniciativas sociais que a Acrefi

apoia, a equipe da Financeiro visitou recen-

temente a Biblioteca Municipal Odette de

Barros Mott, em Araçariguama, interior paulista, que

foi totalmente revitalizada há três anos, com partici-

pação da entidade. A primeira impressão foi muito

boa, ainda mais quando se depara com quatro alunos

da rede estadual fazendo trabalho escolar nos três

computadores do espaço. Ao nos encontrar com

a bibliotecária Edineia de Oliveira, tivemos outras

boas novidades: a biblioteca está com 8.200 títulos

cadastrados; tem uma frequência mensal de 2.100

pessoas; e 30 obras são emprestadas diariamente,

em sistema circulante, pelos moradores do municí-

pio. São números razoáveis para uma cidade que,

segundo o Censo de 2010, possui 17.085 habitantes.

Além de atender ao fluxo diário de leitores,

os cinco funcionários da biblioteca se envolvem

em ações pontuais oferecidas à população. O pro-

grama Viagem Literária, iniciativa coordenada pela

Secretaria da Cultura do Governo de São Paulo, leva

autores ilustres para conversar com os leitores.

Os dois últimos escritores que passaram por lá fo-

ram Edson Gabriel Garcia, com mais de 60 títulos

publicados de literatura infantil e juvenil, e Ignácio

de Loyola Brandão, que foi bater um papo com os

moradores de Araçariguama, principalmente com

os estudantes, sobre curiosidades de seu livro mais

recente, O Mel de Ocara, em que relata histórias

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Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott Rua Coronel Joaquim

Augusto, 94, Araça-

riguama. Horário de

funcionamento: das

7h30 às 19h30

Tel.: (11) 4136.2195

Projeto de revitalização apoiado pela Acrefi há três anos, a Biblioteca Municipal Odette de Barros Mott, em Araçariguama, atrai estudantes para bate-papo com escritores e aulas de música

vividas e vivenciadas em

suas viagens literárias pelo

Brasil. E mais. A biblioteca

Odette de Barros Mott atrai

frequentadores com aulas

regulares de piano, violão e canto, rodas de conta-

ção de histórias e sessões do clube de cinema.

Entre os estudantes que estão sempre por lá

para fazer suas tarefas escolares, uma é Jéssica

de Moura, de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino

Médio da Escola Estadual Professor Humberto Vic-

torazzo. “Além de consultar os livros e aproveitar

a conexão da internet oferecida pela biblioteca,

ainda consigo imprimir os meus trabalhos”, conta

Jéssica, que pretende se formar em Educação Fí-

sica e depois se especializar em dança. São exem-

plos como esse que incentivam a Acrefi a manter

seus investimento em projetos sociais. f

Jéssica de Moura: leitura e trabalhos escolares

Page 46: Financeiro Ed 89

negócio&lazer

A tradição dos barões do caféA tradição dos barões do café

46 financeiro novembro 2014

Page 47: Financeiro Ed 89

A tradição dos barões do caféA tradição dos barões do café

o Hotel fazenda Dona carolina preserva a cultura, a arquitetura

e a gastronomia dos quatrocentões do

interior paulista

o Hotel fazenda Dona carolina preserva a cultura, a arquitetura

e a gastronomia dos quatrocentões do

interior paulista

AA cultura do café está intimamente ligada à história de São

Paulo. Do período colonial ao republicano, as fazendas cafe-

eiras ficaram famosas não só por sua força econômica, como

também pela arquitetura típica das suas instalações e dos seus equi-

pamentos. Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da

produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comér-

cio inter-regional de outras importantes mercadorias. Essa atmosfera

de prosperidade trouxe notoriedade também aos barões do café, que

deram continuidade às famílias dos quatrocentões, como os Cardoso

de Almeida, os Arruda Botelho, os Pimenta Camargo, entre outros.

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47setembro 2014 financeiro

Page 48: Financeiro Ed 89

É exatamente esse clima de riqueza e tradição

que o Hotel Fazenda Dona Carolina resgata. Locali-

zado em Itatiba, interior paulista, a 86 quilômetros

da capital, o empreendimento reúne, de forma sutil,

o melhor da vida no campo com as facilidades da

vida moderna. O espaço preserva a memória da era

cafeeira, em dispersos ambientes, mas os grandes

destaques são a casa da sede, erguida em 1798, a

capela de Nossa Senhora da Conceição, de 1890, e o

“terreiro” onde o café ficava exposto ao sol para se-

car. Além de manter viva a tradição, o hotel oferece

ao hóspede o tour do café, acompanhado de seresta

e de degustação de merendas típicas das fazendas.

Segundo Arlindo Vaz, gerente comercial do Dona

Carolina, essa mesma fazenda, que foi das primeiras

a colocar em prática os ideais abolicionistas, hoje re-

cebe seus visitantes dentro dos padrões de exigência

da vida moderna, com heliponto, TVs de LED, wi-fi de

alta velocidade, serviço de quarto 24h, spa, academia

e sauna. Na área de lazer, os hóspedes, que normal-

mente são casais jovens com filhos, empresários, exe-

cutivos e profissionais liberais, podem se divertir em

inúmeras atividades esportivas: hipismo, escalada, ar-

Foto

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negócio&lazer

48 financeiro novembro 2014

Page 49: Financeiro Ed 89

Hotel Dona Carolina Estrada Manoel Stefani, km 39,5

da Rod. Alkindar Monteiro

Junqueira – Itatiba, SP, Tel. (11) 4534.9100

www.donacarolina.com.br

vorismo, tirolesa, caiaque, arco e flecha, entre outras.

Se a sua opção é uma programação corporativa,

o Dona Carolina costuma acolher eventos de peque-

no e grande portes. E para o primeiro semestre de

2015, eles devem inaugurar um novo centro de con-

venções, maior e com equipamentos mais moder-

nos, mas mantendo a linha arquitetônica colonial.

Quem considera o ambiente de fazenda como

sinônimo de boa gastronomia não irá se decepcio-

nar se escolher passar alguns dias por lá. A chef

Angela Stefani, descendente direta de Dona Caroli-

na, prepara quitutes encontrados apenas nos livros

da vovó. Outra atração é a cachaçaria, que conserva

algumas raridades etílicas, envelhecidas em tonéis

de carvalho francês, abrigados em ambiente rústico

e acolhedor. Então, já fez as malas? O cafezinho por

lá está sempre fresco. f

49novembro 2014 financeiro

Page 50: Financeiro Ed 89

Criada há 68 anos, a Fundação Dorina Nowill é referência internacional na integração social de deficientes visuais. Além da transcrição de livros para os métodos Braille e Dayse, a entidade oferece treinamentos para cegos, consultoria para que empresas criem espaços adaptados às necessidades especiais e curso profissionalizante de avaliação olfativa

O mundo na ponta dos dedos

Você imagina quantos livros com-pletos o brasileiro lê por ano? A média não vai além de 2,1 títulos.

Esse é o resultado do levantamento Retratos da Leitura no Brasil, encomendado em 2012 pelo Instituto Pró-Livro. E quantos títulos consomem os deficientes visuais? Nada menos do que nove títulos por ano. Para garantir o apetite literário dos cegos, a Fundação Dorina Nowill, entidade criada há 68 anos para a inclusão social de pes-soas com deficiência visual, transcreve mil títu-los por ano, cada um com uma tiragem de mil exemplares. “O nosso trabalho é apenas uma gota em um oceano”, diz Ademir Ramos da Sil-va Filho, superintendente da fundação. Embora o executivo trate com certa modéstia o trabalho essencial que a entidade exerce na vida daque-les que não enxergam, ele é fundamental no uni-verso dos deficientes visuais. Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2012, mostra que existem no País 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual, das quais 3,5% têm muita dificuldade de enxergar e 0,3% são totalmente cegas. “São pessoas que precisam de produtos adaptados às suas necessidades e de serviços que garantam seu potencial profissional e sua autonomia de vida”, lembra Silva Filho, que assumiu há

terceirosetor

três anos a gestão profissional da Funda-ção Dorina Nowill.

Como a cegueira pode surgir em diver-sos momentos da vida, a entidade oferece apoio educacional para crianças e jovens, clínicas de reabilitação e cursos profissionalizantes. “Ima-gine uma exímia cozinheira que perde a visão por problemas decorrentes do glaucoma. A vida dela continua e nem por isso precisará deixar de cozinhar. Uma das nossas missões é exatamen-te inseri-la novamente na sociedade”, explica o

Ademir Silva Filho: superintendente da

Fundação Dorina Nowill

50 financeiro novembro 2014

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riel

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man

Page 51: Financeiro Ed 89

O mundo na ponta dos dedos

executivo. “Muitas pessoas chegam à fundação por indicação de médicos, depois de admitirem que nada mais podem fazer pelo paciente”, conta Silva Filho. “A cegueira não é fim da linha, é recomeço de uma nova etapa da vida”, diz ele.

É o caso de Dinicley de Oliveira Paz. Aos 19 anos de idade, ele deixou Pederneiras, muni-cípio do interior paulista, com destino a São Paulo, onde arrumou emprego em uma ser-ralheria. Pouco tempo depois, o jovem perdeu a visão do olho esquerdo, em decorrência de toxoplasmose, doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada, em algumas situações, pela ingestão de alimentos contaminados. Mesmo com a visão prejudicada, ele continuou trabalhando. Quando completou 33 anos, Dini-cley perdeu a visão do olho direito, tornando--se totalmente cego. “Na Fundação Dorina, eu aprendi a ler pelo método Braille, a usar a ben-gala nas minhas locomoções e ainda arrumei motivação para conseguir me livrar do vício da bebida e de outras drogas. Aqui, eu aprendi a ser feliz novamente”, conta o rapaz.

São histórias como essa que levaram Do-rina Nowill, que ficou cega aos 17 anos de

51setembro 2014 financeiro

causa não diagnosticada, a criar, em 1946, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil – estimulada por um curso que fez, um pouco antes, de especialização em educação de deficientes visuais,

no Teachers College Columbia University, em Nova York (EUA). Desde o começo, a principal preocupação de Dorina, além da produção de livros em Braille, era desenvolver atividades relacionadas à educação e à inclusão dos de-ficientes visuais na sociedade. Mas, sua bata-lha pela causa dos deficientes visuais começou ainda na juventude, quando transpôs inúmeras dificuldades e conseguiu se tornar a primeira aluna cega a frequentar um curso regular de formação de professores, na tradicional Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo.

Falecida em 2010, aos 91 anos de idade, Dorina deixou um enorme legado social. Sua instituição, já faz tempo, é referência interna-cional pela qualidade dos livros produzidos em Braille, pelas publicações literárias e edi-toriais adaptadas ao padrão de áudio MP3 ou em sistema Dayse, leitor que permite visua-lizar o conteúdo do texto em vários níveis de ampliação e ainda ouvir, simultaneamente, a voz sintetizada. Hoje, pode-se dizer que a fun-dação é uma fomentadora de ideias que auxi-liam o deficiente visual a integrar-se cada vez mais na sociedade por meio das ferramentas tecnológicas, como áudios descritivos ou apli-cativos, que permitem que pessoas cegas ou surdas assistam a filmes e visitem museus com mais autonomia e riqueza de detalhes.

Quanto mais se anda pelos inúmeros cor-redores do prédio da Fundação Dorina Nowill, na Vila Clementino, em São Paulo, mais se des-cobre os benefícios oferecidos aos deficientes visuais e à sociedade, como consultoria para

que empresas criem espaços mais

Cardápio da rede America, em Braille:produto da gráfica da fundação

51novembro 2014 financeiro

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Kos

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Page 52: Financeiro Ed 89

terceirosetor

amigáveis aos cegos e curso gratuito profissio-nalizante de avaliação olfativa para deficientes visuais. Segundo Ader-mir Ramos da Silva Fi-lho, superintendente da fundação, a Lei de Cotas, criada em 1991, teve um papel fundamental nes-se processo, mas ainda há muito a se fazer por essa causa. “É por isso que a instituição investe e acredita tanto na ca-pacitação das pessoas”, afirma o executivo. Por onde quer que se ande pela fundação, o clima de entusiasmo dos seus 200 colaboradores e 250 voluntários contagia os visitantes, porque a energia de Dorina Nowill permanece. Seu gabine-te, preservado em cada

detalhe, conserva a porta sempre aberta, ima-gem que simboliza a força agregadora dessa mulher que esteve adiante do seu tempo.

A cegueira no mundoSegundo a Organização Mundial da Saú-

de, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. De acordo com a OMS, cerca de 45 milhões de pessoas no mundo são cegas; outras 135 milhões sofrem limitações severas de visão. A cada cin-co segundos uma pessoa se torna cega. Do total de casos de cegueira, 90% ocorrem nos países emergentes ou subdesen-volvidos. Até 2020, o número de deficientes visuais poderá dobrar no mundo. Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glauco-ma congênito, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita. f

APLICATIVO INTEGRA DEFICIENTE VISuAL AO uNIVERSO DO CINEMA

Entre as novas tecnologias que po-dem auxiliar na integração dos deficien-tes visuais e auditivos está o aplicativo MovieReading, que chegou recentemente ao Brasil por meio da parceria das em-presas Iguale Comunicação de Acessibi-lidade e a Universal Multimedia Access. A nova ferramenta permite baixar nos smartphones e nos tablets a audiodes-crição e as legendas, em português, sin-cronizadas com o tempo real dos filmes. Um dos títulos que trazem essa impor-tante novidade para os deficientes vi-suais e auditivos é o longa-metragem A Despedida, estrelado por Juliana Paes e Nelson Xavier, dirigido por Marcelo Gal-vão, vencedor de quatro Kikitos no Festi-val de Gramado e destaque na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Leia a descrição da foto, feita especial-mente para cegos, da principal cena do filme A Despedida: Almirante e Morena estão em um quarto com iluminação avermelhada. Ela está deitada na cama, com o corpo coberto apenas por um lençol. Ele está sentado no colchão, vestido com paletó e calça social. Os dois se olham profundamente, enquan-to o idoso toca os pés da jovem amante. Ao fundo a luz do dia brilha na janela, que é re-coberta por uma cortina translúcida. No can-

to do quarto, ao lado da cama, há um abajur apagado.

Fundação Dorina Nowill em númerosOrçamento anual: R$ 22 milhõesTítulo em formato acessível: 5,6 milTítulos transcritos por ano: 1 milOrganizações beneficiadas: 7,5 milAtendimentos por ano: 18 milPessoas reabilitadas por ano: 1,4 milColaboradores: 250

Voluntários: 200

Dorina Nowill retratada pelo artista Gustavo Rosa

52 financeiro novembro 2014

Page 53: Financeiro Ed 89
Page 54: Financeiro Ed 89
Page 55: Financeiro Ed 89

Muito tem se falado a respeito da infla-

ção nos últimos tempos. Tem-se discu-

tido o patamar atual, as consequências,

as causas e os culpados. Os debates entre presi-

denciáveis também levantou questões a respeito

deste tema, mas, o que é a inflação? Como ela é

medida e quais são as suas consequências? A taxa

está realmente alta?

A inflação pode ser definida como o aumento

contínuo e generalizado dos preços. É importante

ressaltar que o aumento do preço de alguns produ-

tos ou serviços separados não constitui inflação. Ou-

tra maneira de encarar a inflação é enxergá-la como

a redução do poder de compra de uma determina-

da moeda. O fenômeno contrário à inflação – baixa

contínua e generalizada dos preços – é chamado de

deflação e acontece com menor frequência.

Para medir a inflação são utilizados diversos

A eterna guerra contra a inflação

bancodedadosinepad

índices. No Brasil o índice oficial é o IPCA – Índice

Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. O IPCA

mede a variação de preços dos gastos entre os dias

5 e 12 de cada mês.

No ambiente econômico a inflação provoca

distorções de diversas maneiras. Um dos efeitos

negativos é sobre a distribuição de renda, pois os

preços estão subindo, mas não necessariamente

todos no mesmo ritmo. Dessa forma, caso os sa-

lários não acompanhem a alta da inflação, existirá

uma tendência de perda. Outro efeito é a diminui-

ção nos investimentos, pois com alta volatilidade

de preços será mais difícil determinar o retorno

dos investimentos. A balança de pagamentos tam-

bém sofre com a inflação, visto que os produtos

nacionais tornam-se mais caros, incentivando a

importação desses produtos, fazendo que haja sa-

ídas altas de capital do país.

Gráfico 1 – Inflação Mensal (1991 - 1994)

55novembro 2014 financeiro

Page 56: Financeiro Ed 89

bancodedadosinepad

elaborado pelo centro de Pesquisas do inePaD - núcleo cePefin

Elaboração:Alberto Borges Matias – Fundador do INEPAD e orienta-dor do CEPEFIN. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade

de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças, atuando nos programas de gradu-ação, pós-graduação e MBAs da Universidade.

João Paulo Resende de Lima – Pesquisador do Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN. Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto.

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ção

Gráfico 2 – Inflação Mensal (1995 - 1999)

Devido seus impactos na economia, a inflação

sempre foi uma das maiores preocupações dos

governos. Na tentativa de controlar a inflação no

Brasil, no decorrer das últimas décadas foram lan-

çados diversos planos econômicos, como o Plano

Cruzado (1986), o Plano Bresser (1987) e o Plano

Real (1994).

No período de 1991 a 1994, conforme o gráfi-

co 1, a inflação existente no Brasil chegou a atingir

um patamar de 47,43% enquanto em países como

México, França e Estados Unidos atingiram inflação

máxima de 2,63%, 0,54% e 0,48% respectivamente.

Em 30 de junho de 1994, foi implantado o Real como

moeda e a consequência imediata dessa ação foi a

redução brusca da taxa de inflação, reduzindo-a em

de 47,43% para 6,84% no mês seguinte.

Nos anos 2000, gráfico 3, a inflação mensal

brasileira manteve uma média de 0,53% e atingiu

pico de 3,02% em novembro de 2002. Quando com-

paramos esses dados com os de países desenvol-

vidos, pode-se dizer que a taxa é alta, pois a mé-

dia na Alemanha foi de 0,13%, nos Estados Unidos

0,20% e na França 0,14%.

Quando comparado a outros países em desen-

volvimento – os chamados BRICs –o Brasil mante-

ve-se na mesma média dos demais, gráfico 4, com

exceção do ano de 2003, que, devido a fatores con-

junturais, o Brasil foi o país emergente com a maior

56 financeiro novembro 2014

Page 57: Financeiro Ed 89

Gráfico 3 – Inflação Mensal (2000 - 2014)

Nota: anos de 2013 e 2014 são projeções.

Gráfico 4 – Inflação Anual dos BRICs (2000 - 2014)

taxa. Atualmente, as projeções indicam que o Brasil

está no mesmo patamar inflacionário tanto da Índia

quanto da Rússia.

Com base nos dados apresentados, é possível

afirmar que, apesar de estar em patamar diferen-

te dos países desenvolvidos, o Brasil tende à mé-

dia dos emergentes. Entre os BRICs, é o país com

maior estabilidade nos últimos anos. Essa estabi-

lidade tem sido conquistada com o esforço contí-

nuo de diversos planos e governantes. Cabe, en-

tão, ao próximo governante trabalhar não apenas

para manter esse indicador sempre em patamares

aceitáveis, mas empenhar-se para que este índice

não seja uma das maiores preocupações da popu-

lação, além de alcançar níveis toleráveis – como os

países desenvolvidos. f

57novembro 2014 financeiro

Page 58: Financeiro Ed 89

Taxas Médias: geralDATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 19,5 0,2 8,2 0,2 11,3 0,0out/13 19,8 0,3 8,2 0,0 11,6 0,3nov/13 20,0 0,2 8,5 0,3 11,5 -0,1dez/13 19,7 -0,3 8,6 0,1 11,1 -0,4jan/14 20,7 1,0 8,9 0,3 11,8 0,7fev/14 21,0 0,3 8,7 -0,2 12,3 0,5mar/14 21,1 0,1 8,8 0,1 12,3 0,0abr/14 21,1 0,0 8,6 -0,2 12,5 0,2mai/14 21,4 0,3 8,6 0,0 12,8 0,3jun/14 21,1 -0,3 8,4 -0,2 12,7 -0,1jul/14 21,4 0,3 8,3 -0,1 13,1 0,4

ago/14 21,1 -0,3 7,8 -0,5 12,7 -0,4set/14 21,0 -0,1 8,3 0,5 12,7 0,0

Variação set-set 1,5 0,1 1,4

DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 14,7 0,0 7,7 0,2 7,0 -0,2out/13 14,8 0,1 7,8 0,1 7,0 0,0nov/13 15,2 0,4 8,1 0,3 7,1 0,1dez/13 15,1 -0,1 8,2 0,1 6,9 -0,2jan/14 15,9 0,8 8,3 0,1 7,6 0,7fev/14 16,0 0,1 8,3 0,0 7,7 0,1mar/14 16,0 0,0 8,3 0,0 7,7 0,0abr/14 16,0 0,0 8,2 -0,1 7,8 0,1mai/14 16,3 0,30 8,2 0,00 8,1 0,3jun/14 15,7 -0,60 8,0 -0,20 7,7 -0,4jul/14 16,0 0,30 7,9 -0,10 8,1 0,4

ago/14 15,8 -0,20 8,8 0,90 7,8 -0,3set/14 15,8 0,00 7,9 -0,90 7,9 0,1

Variação set-set

Taxas Médias: Pessoa física

1,1 0,2 0,9

DATA Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.set/13 25,6 0,4 8,8 0,2 16,8 0,2out/13 26,2 0,6 8,8 0,0 17,4 0,6nov/13 26,1 -0,1 9,1 0,3 17,0 -0,4dez/13 25,6 -0,5 9,2 0,1 16,4 -0,6jan/14 26,8 1,2 9,5 0,3 17,3 0,9fev/14 27,4 0,6 9,2 -0,3 18,2 0,9mar/14 27,7 0,3 9,4 0,2 18,3 0,1abr/14 27,7 0,0 9,1 -0,3 18,6 0,3mai/14 27,9 0,20 9,1 0,00 18,8 0,2jun/14 27,9 0,00 8,8 -0,30 19,1 0,3jul/14 28,2 0,30 8,8 0,00 19,4 0,3

ago/14 27,9 -0,30 8,4 -0,40 19,1 -0,3set/14 27,5 -0,40 8,7 0,30 18,8 -0,3

Variação set-set

Taxas Médias: Pessoa jurídica

1,9 - 0,1 2,0

Font

e: B

C /

INEP

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Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

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INEP

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58 financeiro novembro 2014

Page 59: Financeiro Ed 89

Consignados: saldo de operações de crédito

set/13 97.579 133.439 17.860 65.536 216.835 314.414 24,3 40,3 16,0 out/13 98.605 134.936 17.950 65.893 218.779 317.384 24,6 42,2 17,6 nov/13 99.423 136.391 18.008 66.356 220.628 320.178 24,5 41,7 17,2 dez/13 97.767 137.169 17.953 66.755 221.841 319.644 24,4 41,3 16,9 jan/14 98.921 138.420 18.050 67.672 224.142 323.063 24,9 43,0 18,1 fev/14 99.503 140.063 18.175 69.344 227.582 327.085 25,1 44,1 19,0 mar/14 100.269 141.516 18.280 69.795 229.591 329.860 25,3 43,9 18,6 abr/14 101.020 143.218 18.522 70.466 232.206 333.226 25,3 45,2 19,9 mai/14 102.162 145.134 18.733 71.249 235.116 337.278 25,5 44,9 19,4 jun/14 102.148 147.033 18.752 72.220 238.005 340.153 25,6 45,5 19,9 jul/14 101.983 148.840 18.906 73.058 240.804 342.787 25,9 45,8 19,9

ago/14 102 894 150 626 19 099 73 408 243 133 346 027 25,8 45,4 19,6 set/14 103 220 151 575 19 228 73 771 244 574 347 794 25,9 44,3 18,4

Mês/Ano Não consignado

ConsignadoServidores

públicosTrabalhadores

do setor privadoBeneficiários

do INSSTotal

TotalConsignado Crédito

PessoalDiferença

Crédito pessoal Taxa de Juros %a.a.

crédito consignado (R$ milhões)

Font

e: B

C /

INEP

AD

59novembro 2014 financeiro

Page 60: Financeiro Ed 89

set/13 22.025 4,45 131.437 1,09 21.558 -0,83 97.579 0,82 216.835 0,98 314.414 0,93

out/13 22.058 0,15 133.682 1,71 21.500 -0,27 98.605 1,05 218.779 0,90 317.384 0,94

nov/13 21.247 -3,68 135.236 1,16 21.416 -0,39 99.423 0,83 220.754 0,90 320.177 0,88

dez/13 20.219 -4,84 144.589 6,92 21.195 -1,03 97.767 -1,67 221.878 0,51 319.645 -0,17

jan/14 21.742 7,53 143.914 -0,47 21.058 -0,65 98.921 1,18 224.143 1,02 323.063 1,07

fev/14 21.926 0,85 139.697 -2,93 20.887 -0,81 99.503 0,59 227.581 1,53 327.085 1,24

mar/14 23.129 5,49 141.616 1,37 20.719 -0,80 100.269 0,77 229.591 0,88 329.859 0,85

abr/14 23.587 1,98 141.324 -0,21 20.598 -0,58 101.020 0,75 232.206 1,14 333.226 1,02

mai/14 23.350 -1,00 143.584 1,60 20.629 0,15 102.162 1,13 235.116 1,25 337.279 1,22

jun/14 23.983 2,71 144.211 0,44 20.430 -0,96 102.451 0,28 238.057 1,25 340.508 0,96

jul/14 23.150 -3,47 145.044 0,58 20.424 -0,03 102.250 -0,20 240.825 1,16 343.075 0,75

ago/14 22.884 -1,15 146.664 1,12 20.431 0,03 102.825 0,56 243.134 0,96 345.939 0,83

set/14 23.425 2,36 148.661 1,36 20.234 -0,96 103.220 0,38 244.575 0,59 347.795 0,54

MÊS

/ A

NO

CHEQUE ESPECIAL

VARIAÇÃOEM %

CARTÃO DE CRÉDITO

VARIAÇÃOEM %

VARIAÇÃOEM %

Crédito pessoal não consignado

Variação em %

Crédito pesso-al consignado

total

Variação em %

TOTAL

VAR

IAÇ

ÃO

EM %

CRÉDITO PESSOALCRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO VINCULADO À

DÍVIDA

Saldo da carteira de crédito - pessoa físicarecursos livres - (R$ milhões)

set/13 193.106 -0,46 10.923 -1,33 204.029 -0,51 9.724 -6,59 1.538 -0,97 25.700 -2,71

out/13 193.026 -0,04 11.107 1,68 204.133 0,05 9.064 -6,79 1.524 -0,91 25.167 -2,07

nov/13 193.082 0,03 11.191 0,76 204.273 0,07 8.498 -6,24 1.578 3,54 25.723 2,21

dez/13 192.797 -0,15 11.373 1,63 204.170 -0,05 7.906 -6,97 1.564 -0,89 25.930 0,80

jan/14 193.006 0,11 11.460 0,76 204.466 0,14 7.368 -6,80 1.534 -1,92 26.354 1,64

fev/14 191.845 -0,60 12.106 5,64 203.951 -0,25 6.854 -6,98 1.574 2,61 25.397 -3,63

mar/14 189.952 -0,99 12.005 -0,83 201.957 -0,98 6.315 -7,86 1.528 -2,92 24.909 -1,92

abr/14 188.987 -0,51 11.957 -0,40 200.944 -0,50 5.883 -6,84 1.517 -0,72 25.091 0,73

mai/14 188.048 -0,50 11.958 0,01 200.006 -0,47 5.481 -6,83 1.541 1,58 24.863 -0,91

jun/14 186.534 -0,81 11.952 -0,05 198.486 -0,76 5.088 -7,17 1.596 3,57 24.552 -1,25

jul/14 185.273 -0,68 11.937 -0,13 197.210 -0,64 4.694 -7,74 1.550 -2,88 24.982 1,75

ago/14 184.565 -0,38 11.879 -0,49 196.444 -0,39 4.363 -7,05 1.580 1,94 25.432 1,80

set/14 183.956 -0,33 11.989 0,93 195.945 -0,25 4.031 -7,61 1.552 -1,77 26.203 3,03

MÊS

/ A

NO

VeículosVariação

em % Outros bens Variação em %

OUTROS CRÉDITOS

LIVRES

VAR

IAÇ

ÃO

EM %

AQUISIÇÃO

TOTALVARIAÇÃO

EM %VARIAÇÃO

EM %

VAR

IAÇ

ÃO

EM %

ARREN-DAMENTO MERCAN-

TIL

DESCONTO DE

CHEQUES

Saldo da carteira de crédito - pessoa física

Saldo da carteira de crédito - pessoa física

recursos livres - (R$ milhões)

recursos direcionados - (R$ milhões)RECURSOS LIVRES - (R$ Milhões)MÊS /

ANOCRÉDITO RU-RAL TOTAL

VARIAÇÃO EM %

FINANC. IMOBILI-ÁRIO TOTAL

VARIAÇÃO EM %

FINANC. RECUR-SOS DO BNDES

VARIAÇÃO EM %

MICROCRÉDI-TO TOTAL

VARIAÇÃO EM %

OUTROS CRÉDITOS DIRECIONADOS

VARIAÇÃO EM %

set/13 105.950 2,68 319.441 1,44 34.504 1,23 4.188 0,72 6.074 14,30out/13 108.036 1,97 326.403 2,18 35.026 1,51 4.423 5,61 6.169 1,56nov/13 110.969 2,71 333.878 2,29 35.688 1,89 4.873 10,17 6.343 2,82dez/13 115.287 3,89 341.465 2,27 37.067 3,86 5.392 10,65 6.745 6,34jan/14 116.353 0,92 347.709 1,83 38.608 4,16 5.450 1,08 6.865 1,78fev/14 117.794 1,24 354.600 1,98 39.102 1,28 5.415 -0,64 6.968 1,50mar/14 119.943 1,82 360.784 1,74 39.328 0,58 5.261 -2,84 6.807 -2,31abr/14 122.988 2,54 367.637 1,90 39.564 0,60 5.172 -1,69 7.030 3,28mai/14 126.200 2,61 376.527 2,42 39.180 -0,97 5.301 2,49 7.277 3,51jun/14 129.165 2,35 384.518 2,12 39.301 0,31 5.458 2,96 7.333 0,77jul/14 127.574 -1,23 392.979 2,20 39.674 0,95 5.513 1,01 6.465 -11,84ago/14 130.759 2,50 401.034 2,05 40.357 1,72 5.609 1,74 6.411 -0,84set/14 134.276 2,69 407.021 1,49 41.184 2,05 5.462 -2,62 4.713 -26,49

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

AD

Fonte: BC / INEPAD

bancodedadosinepad

60 financeiro novembro 2014

Page 61: Financeiro Ed 89

Gráfico do crédito pessoal

set/13 314.414 13.048 4,15% 193.106 15.796 8,18% 10.923 765 7,00%

out/13 317.384 12.759 4,02% 193.026 15.693 8,13% 11.107 796 7,17%

nov/13 320.177 12.199 3,81% 193.082 15.350 7,95% 11.191 789 7,05%

dez/13 319.645 13.265 4,15% 192.797 14.922 7,74% 11.373 753 6,62%

jan/14 323.063 14.344 4,44% 193.006 14.939 7,74% 11.460 842 7,35%

fev/14 327.085 14.032 4,29% 191.845 14.408 7,51% 12.106 856 7,07%

mar/14 329.859 14.745 4,47% 189.952 16.051 8,45% 12.005 970 8,08%

abr/14 333.226 15.395 4,62% 188.987 15.818 8,37% 11.957 988 8,26%

mai/14 337.279 14.739 4,37% 188.048 15.307 8,14% 11.958 935 7,82%

jun/14 340.508 15.050 4,42% 186.534 15.184 8,14% 11.952 932 7,80%

jul/14 343.075 13.757 4,01% 185.273 14.229 7,68% 11.937 865 7,25%

ago/14 345.939 13.111 3,79% 184.565 13.676 7,41% 11.879 804 6,77%

set/14 347.795 13.877 3,99% 183.956 13.208 7,18% 11.989 778 6,49%

MÊS

/ A

NO

% sobre saldo da carteira

% sobre saldo da carteira

% sobre saldo da carteira

Com atraso de 15 a 90 dias

Com atraso de 15 a 90 dias

Com atraso de 15 a 90 diasSaldo total Saldo total Saldo total

CRÉDITO PESSOAL AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS AQUISIÇÃO DE OUTROS BENS

Saldo da carteira de crédito - pessoa físicaSaldo (R$ milhões) e percentual (%) da carteira de crédito com recursos livres PF - Total e com atraso entre 15 e 90 dias

Data Saldo Taxa de Jurosabr/12 254.431 41,40mai/12 259.656 39,30jun/12 263.702 38,20jul/12 266.503 38,60

ago/12 270.538 38,00set/12 271.628 37,70out/12 275.565 37,80nov/12 278.776 37,10dez/12 279.104 36,90jan/13 283.245 37,30fev/13 287.061 37,90mar/13 291.741 37,17abr/13 296.412 36,83mai/13 301.254 36,74jun/13 304.967 38,02jul/13 307.842 39,75

ago/13 311.515 39,71set/13 314.414 40,34out/13 317.384 42,23nov/13 320.177 41,72dez/13 319.645 41,32jan/14 323.063 43,00fev/14 327.085 44,10mar/14 329.859 43,90abr/14 333.226 45,20mai/14 337.279 44,90jun/14 340.153 45,50jul/14 342.786 45,80

ago/14 345.939 45,40set/14 347.795 44,30

Data Saldo Taxa de Jurosnov/09 156.259 43,64dez/09 159.692 44,35jan/10 162.446 44,83fev/10 165.543 43,81mar/10 170.393 42,69abr/10 174.442 42,87mai/10 178.844 43,04jun/10 181.458 41,97jul/10 184.359 42,21

ago/10 188.779 41,96set/10 191.969 41,63out/10 195.497 43,55nov/10 198.633 41,99dez/10 201.611 44,11jan/11 205.727 48,32fev/11 209.255 47,96mar/11 210.445 43,01abr/11 213.685 44,34mai/11 216.864 44,56jun/11 220.666 44,52jul/11 224.603 45,01

ago/11 229.192 44,52set/11 232.172 44,64out/11 235.202 45,34nov/11 238.570 43,64dez/11 238.854 42,40jan/12 242.445 44,80fev/12 246.608 45,20mar/12 250.527 43,90

Data Saldo Taxa de Jurosjun/07 96.426 51,06jul/07 100.256 50,61

ago/07 102.555 49,89set/07 104.222 49,43out/07 106.498 48,88nov/07 107.293 46,75dez/07 108.041 45,80jan/08 110.428 53,08fev/08 112.303 52,59mar/08 115.578 50,48abr/08 118.248 50,60mai/08 120.720 48,39jun/08 121.211 51,39jul/08 123.198 53,59

ago/08 125.550 54,49set/08 127.281 56,31out/08 129.704 57,42nov/08 130.039 59,88dez/08 129.741 60,44jan/09 131.707 56,51fev/09 130.219 54,49mar/09 133.330 50,84abr/09 137.539 48,78mai/09 139.997 46,62jun/09 142.569 45,64jul/09 145.446 44,78

ago/09 148.622 44,29set/09 151.359 44,71out/09 154.386 45,74Fo

nte:

BC

/ IN

EPA

DFo

nte:

BC

/ IN

EPA

D

61novembro 2014 financeiro

Page 62: Financeiro Ed 89

set/13 314.414 2,86 0,04 40,34 0,63 193.106 1,64 0,05 21,60 0,68 10.923 4,43 0,03 68,17 0,62

out/13 317.384 2,98 0,11 42,23 1,89 193.026 1,59 -0,05 20,83 -0,77 11.107 4,58 0,16 71,19 3,02

nov/13 320.177 2,95 -0,03 41,72 -0,51 193.082 1,62 0,03 21,28 0,45 11.191 4,65 0,07 72,57 1,38

dez/13 319.645 2,92 -0,02 41,32 -0,40 192.797 1,62 0,00 21,29 0,01 11.373 4,93 0,28 78,13 5,56

jan/14 323.063 3,03 0,10 43,00 1,68 193.006 1,72 0,10 22,74 1,45 11.460 4,73 -0,20 74,16 -3,97

fev/14 327.085 3,09 0,07 44,10 1,10 191.845 1,80 0,08 23,85 1,11 12.106 4,79 0,06 75,36 1,20

mar/14 329.859 3,08 -0,01 43,90 -0,20 189.952 1,78 -0,02 23,54 -0,31 12.005 4,84 0,05 76,43 1,07

abr/14 333.226 3,16 0,08 45,20 1,30 188.987 1,71 -0,06 22,62 -0,92 11.957 4,89 0,04 77,34 0,91

mai/14 337.279 3,14 -0,02 44,90 -0,30 188.048 1,74 0,03 22,99 0,37 11.958 4,93 0,04 78,19 0,85

jun/14 340.508 3,17 0,04 45,50 0,60 186.534 1,74 0,00 23,02 0,03 11.952 4,91 -0,02 77,75 -0,44

jul/14 343.075 3,19 0,02 45,80 0,30 185.273 1,75 0,01 23,14 0,12 11.937 4,95 0,04 78,55 0,80

ago/14 346.028 3,17 -0,02 45,40 -0,40 184.565 1,76 0,01 23,23 0,09 11.879 4,99 0,04 79,38 0,83

set/14 347.795 3,10 -0,07 44,30 -1,10 183.956 1,72 -0,03 22,78 -0,45 11.989 5,02 0,03 79,99 0,61

MÊS

/ A

NO

Saldo total

Saldo total

Saldo total

R$ Milhões R$ Milhões R$ Milhões% am % am % am% aa % aa % aaVarição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Varição p.p

Taxa de juros Taxa de juros Taxa de juros

CRÉDITO PESSOAL AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS

Juros

Atividade Econômica

Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres - Pessoa Física

DATA

"Taxa da Utilização

da Capacidade Instalada"

Var. p.p. DATA

"Índice de Produção Física

Média Móvel Trimestral"

Var. %

set/13 41518,0 82,00 set/13 102,7 -0,01out/13 41548,0 82,20 out/13 102,7 0,00nov/13 41579,0 81,90 nov/13 102,7 0,00dez/13 41609,0 81,60 dez/13 101,0 -0,02jan/14 41640,0 82,20 jan/14 100,6 0,00fev/14 41671,0 82,00 fev/14 100,2 0,00mar/14 41699,0 81,10 mar/14 100,8 0,01abr/14 41730,0 81,00 abr/14 100,5 0,00mai/14 41760,0 80,80 mai/14 99,9 -0,01jun/14 41791,0 80,40 jun/14 98,9 -0,01jul/14 41821,0 81,00 jul/14 98,4 -0,01

ago/14 41852,0 80,50 ago/14 98,4 0,00set/14 41883,0 82,30 set/14 98,7 0,00

Variação set-set

365,0 Variação set-set

-3,84%

Font

e: B

C /

INEP

AD

Font

e: B

C /

INEP

AD

bancodedadosinepad

62 financeiro novembro 2014

Page 63: Financeiro Ed 89

Anfavea

Rendimento

Produção - Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais, Leves e Pesados (em unidades)

Taxa de Desemprego (%)

Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido (R$)

DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.

set/13 5,40% 0,1 5,8% 0,400out/13 5,20% -0,2 5,6% -0,200nov/13 4,60% -0,6 4,7% -0,900dez/13 4,30% -0,3 4,40% -0,300jan/14 4,8% 0,5 5,00% 0,600fev/14 5,10% 0,3 5,50% 0,500mar/14 5,00% -0,1 5,70% 0,200abr/14 4,90% -0,1 5,20% -0,500mai/14 4,90% 0,0 5,10% -0,100jun/14 4,80% -0,1 5,10% 0,000jul/14 4,90% 0,1 4,90% -0,200

ago/14 5,00% 0,1 5,10% 0,2set/14 4,90% -0,1 4,50% -0,6

DATA Brasil Var. p.p. SP Var. p.p.

set/13 2035,6 1,03% 1984,0 -2,00%out/13 2032,9 -0,13% 2021,4 1,88%nov/13 2072,7 1,96% 2057,8 1,80%dez/13 2057,9 -0,72% 1998,1 -2,90%jan/14 2062,7 0,24% 2073,8 3,79%fev/14 2078,3 0,75% 2046,8 -1,31%mar/14 2071,5 -0,33% 2047,1 0,02%abr/14 2059,0 -0,60% 2008,7 -1,88%mai/14 2064,9 0,29% 2022,4 0,68%jun/14 2034,8 -1,46% 2007,8 -0,72%jul/14 2031,2 -0,18% 1974,2 -1,67%

ago/14 2064,8 1,65% 2024,1 2,52%set/14 2067,1 0,11% 2109,80 4,24%

Data Produção Média Trim. Var. MensalVar. Mensal

(%)

set/13 322.350 327.654 -20.407 -6,0%out/13 322.514 329.207 164 0,1%nov/13 293.189 312.684 -29.325 -9,1%dez/13 230.892 282.198 -62.297 -21,2%jan/14 237.186 253.756 6.294 2,7%fev/14 281.452 249.843 44.266 18,7%mar/14 271.217 263.285 -10.235 -3,6%abr/14 277.091 276.587 5.874 2,2%mai/14 281.355 276.554 4.264 1,5%jun/14 215.934 258.127 -65.421 -23,3%jul/14 252.635 249.975 36.701 17,0%

ago/14 264.608 244.392 11.973 4,7%set/14 300.845 272.696 36.237 13,7%

Variação set-set

-6,67%

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido - Brasil e SP - (mil R$) Inepad &

IBGE

SP Brasil

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9%

10%

jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14

Taxa de Desemprego Inepad & IBGE

Brasil

São Paulo

Var. p.p.

63novembro 2014 financeiro

Page 64: Financeiro Ed 89

Exportação de Autoveículos montados (em unidades)

Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados - (em unidades)

Data Exportações Média Trim. Var. MensalVar. Mensal

(%)

set/13 45.441 54.536 -18.630 -29,08%out/13 51.819 53.777 6.378 14,04%nov/13 45.234 47.498 -6.585 -12,71%dez/13 43.298 46.784 -1.936 -4,28%jan/14 22.797 37.110 -20.501 -47,35%fev/14 28.844 31.646 6.047 26,53%mar/14 23.408 25.016 -5.436 -18,85%abr/14 35.637 29.296 12.229 52,24%mai/14 35.194 31.413 -443 -1,24%jun/14 24.425 31.752 -10.769 -30,60%jul/14 34.235 31.285 9.810 40,16%

ago/14 31.668 30.109 -2.567 -7,50%set/14 26.724 30.876 -4.944 -15,61%

Variação set-set

-41,19%

Data Total 1000cc% no Total

+1000cc a 2000cc

% no total

+2000cc% no total

set/13 222.155 85.937 38,7% 134.794 60,7% 1.424 0,64%out/13 239.590 89.442 37,3% 148.753 62,1% 1.395 0,58%nov/13 223.748 88.745 39,7% 133.291 59,6% 1.712 0,77%dez/13 259.211 101.512 39,2% 155.889 60,1% 1.810 0,70%jan/14 228.670 86.481 37,8% 140.452 61,4% 1.737 0,76%fev/14 183.235 67.317 36,7% 114.515 62,5% 1.403 0,77%mar/14 171.359 68.926 40,2% 101.211 59,1% 1.222 0,71%abr/14 211.225 85.545 40,5% 123.830 58,6% 1.850 0,88%mai/14 207.688 80.139 38,6% 126.019 60,7% 1.530 0,74%jun/14 188.157 75.444 40,1% 111.407 59,2% 1.306 0,69%jul/14 208.642 84.956 40,7% 122.416 58,7% 1.270 0,61%

ago/14 193.767 75.615 39,0% 116.818 60,3% 1.334 0,69%set/14 210.285 84.646 40,3% 124.363 59,14% 1.276 0,61%

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

180.000

Licenciamento por Categoria Automóveis Fonte: Inepad & Anfavea

1000cc +1000cc a 2000cc +2000cc

Fonte: Anfavea / INEPAD

Fonte: Anfavea / INEPAD

Macro

bancodedadosinepad

64 financeiro novembro 2014

Page 65: Financeiro Ed 89

Previsões Econômicas20152014Mediana - Agregado

Fonte: BACEN - Focus: Relatório de Mercado

Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014 Há 4 semanas Há 1 semana 07/11/2014

IPCA (%) 6,31 6,45 6,45 6,30 6,30 6,30 IGP-DI (%) 3,65 3,00 3,00 5,50 5,52 5,52 IGP-M (%) 3,66 3,09 3,09 5,50 5,50 5,50

IPC-Fipe (%) 5,50 5,38 5,34 5,59 5,59 5,48 Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 2,35 2,40 2,40 2,45 2,50 2,50

Taxa de câmbio - média do período (R$/US$) 2,29 2,32 2,33 2,42 2,48 2,48 Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a.) 11,00 11,00 11,00 11,38 11,88 11,50

Meta Taxa Selic - média do período (% a.a.) 10,91 10,91 10,91 11,41 11,69 11,69 Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) 35,00 35,10 35,25 35,50 35,75 35,75

PIB (% do crescimento) 0,29 0,27 0,27 1,01 1,00 1,00 Produção Industrial (% do crescimento) -1,95 -2,24 -2,24 1,50 1,46 1,42

Conta-Corrente (US$ Bilhões) -81,20 -81,00 -81,50 -76,45 -75,00 -75,00 Balança Comercial (US$ Bilhões) 2,40 2,29 2,10 9,00 7,65 7,21

Invest. Estrangeiro Direto (US$ Bilhões) 60,00 60,00 60,00 57,00 60,00 60,00

Preços Administrados (%) 5,10 5,15 5,15 7,00 7,00 7,00

65novembro 2014 financeiro

Page 66: Financeiro Ed 89

artigopalavrafinal

A recém-eleita Presidente Dilma Roussef já

tem importantes desafios políticos e eco-

nômicos à sua espera. Ela terá de tomar

decisões severas e consistentes para enfrentar as

crescentes vulnerabilidades do atual cenário na-

cional. Se isso não ocorrer rapidamente, continu-

aremos a perder consistência macroeconômica; e

assim, haverá maior risco de debilitar as condições

e motivações para estimular um novo ciclo de ex-

pansão da economia. Alguns temas são prioridades

de política econômica:

Inflação elevada – Sem moeda estável e forte

fica difícil orientar a economia para o médio e longo

prazos, dificultando mais rápida e mais intensa vol-

ta de investimento e consumo;

Crescimento baixo – Crescimento reduzido e re-

tomada imprevisível significa risco importante para

geração de renda, ampliação do emprego e fortale-

cimento das vendas em toda a cadeia econômica;

PIB potencial reduzido – É mais difícil estimular a

retomada da economia quando esta cresce pouco. Em

situações de baixo crescimento e queda da confiança

empresarial e individual ocorre um efeito paralisante

adicional decorrente da baixa propensão a investir;

Gasto e endividamento em patamar indesejado – Com perda significativa da geração de superávit

fiscal fica cada vez mais difícil evitar o crescimento

da dívida pública. Ao mesmo tempo em que se enfra-

quece a capacidade de o Estado fazer frente a seus

gastos comuns e inibe qualquer ação anticíclica;

Setorialmente, na falta de escala, a economia enfraquece em cadeia – Operar em menor escala

significa menor capacidade de absorver custos fixos

(lembre-se da regra básica de finanças do “ponto de

Art

igo

envi

ado

em 1

2/11

/201

4

Desafios ECoNôMiCos 2015 – 2018

equilíbrio” ou “break even point”), culminando em pre-

juízo (financeiro) e perda patrimonial (econômica);

Setor externo com saldos em queda e aumento de vulnerabilidade – Com os custos elevados e a

concorrência predatória dos bens importados finais

e inclusive insumos, a economia perde geração de

divisas, “forçando” o Banco Central a “queimar re-

servas”. Pior, na busca de fontes de financiamento

para estimular um ciclo de expansão haverá ne-

cessidade de utilizar empréstimos internacionais a

custo mais elevado;

Indexadores financeiros (inflação, taxa de juros e taxa de câmbio) em desarmonia – Com reajustes

de tarifas de preços públicos represados, taxa de

juros elevada e incerta para o futuro, e câmbio valo-

rizado, que agora experimenta correção (em função

da aversão ao risco nos mercados internacionais), a

tomada de decisão fica mais difícil e os riscos mais

elevados. Para funcionar com maior determinação

e consistência, os preços-chave aqui indicados não

podem ficar sem uma parametrização mínima, ou

seja, têm de estar mais alinhados ao real contexto

macroeconômico, sob pena de estimular apenas a

tomada de decisão de arbitragem financeira (ris-

co de oportunidade de curto prazo) sem permitir

o alongamento da curva de expectativas e conse-

quente estímulo ao investimento e à produção no

médio e longo prazos.

Qual a opção de economia política será melhor?

Nenhuma e todas. É sempre bom lembrar que não

há escolhas fáceis em economia, pois os recursos

são escassos. Portanto, a forma de fazer e a veloci-

dade de implementação das escolhas é que poderá

fazer e fará toda a diferença. f

“Economia é a ciência da escolha. Explica as escolhas que nós fazemos e como essas escolhas mudam na medida em que lidamos com a escassez.” Michael Parkin, 2000

[email protected]

Por Nicola Tingas: economista-chefe da Acrefi

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io B

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66 financeiro novembro 2014

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