filosofia medieval

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“ Quem não se ilumina com o esplendor de todas as coisas criadas, é cego. Quem não desperta com tantos clamores, é surdo. Quem, com todas essas coisas, não se põe a Quem, com todas essas coisas, não se põe a louvar Deus, é mudo. Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente para o primeiro princípio, é tolo. São Boaventura

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Page 1: Filosofia medieval

� “ Quem não se ilumina com o esplendor de todas as coisas criadas, é cego.

� Quem não desperta com tantos clamores, é surdo.

� Quem, com todas essas coisas, não se põe a � Quem, com todas essas coisas, não se põe a louvar Deus, é mudo.

� Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente para o primeiro princípio, é tolo.

São Boaventura

Page 2: Filosofia medieval

� Ao longo do século V d.C., o império romano do Ocidente sofreu ataques constantes dos povos bárbaros que levaram ao seu esfacelamento.

� Surgiu uma nova estrutura da vida social: o feudalismo.

� Apesar das mudanças, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social e difundiu o cristianismo.se como instituição social e difundiu o cristianismo.

� A Igreja passou a exercer importante papel político na sociedade medieval.

Page 3: Filosofia medieval

� Muitas vezes desempenhou a função de órgão supranacional,conciliador das elites e contornou problemas de rivalidades entre feudos.

� A Igreja conquistou enorme quantidade de bens � A Igreja conquistou enorme quantidade de bens materiais: tornou-se dona de aproximadamente / 01 das terras cultiváveis da Europa ocidental;

� No plano cultural, exerceu grande influência onde a fé seria o pressuposto de toda a vida espiritual.

Page 4: Filosofia medieval

� Esta religião surgiu no ano I, no interior do império romano.

� A princípio era uma corrente que estava em dissonância com o judaísmo;

� Incorporou à Bíblia, o novo testamento. Este não � Incorporou à Bíblia, o novo testamento. Este não havia para os judeus e que fora escrito pelos apóstolos e primeiros cristãos durante o século I.

� Era um período de grande penetração da filosofia grega entre as autoridades e as camadas mais cultas da população romana e suas províncias e, depois, da Europa medieval

Page 5: Filosofia medieval

� Boa parte da doutrina cristã- elaborada nesse período- integra elementos de diversas correntes do pensamento grego.

� Essa doutrina foi elaborada pelos padres da Igreja , isto é, ‘pai’, e outros líderes cristãos que Igreja , isto é, ‘pai’, e outros líderes cristãos que formularam os primeiros conceitos da fé católica.

� Nesse processo doutrinário, não se podia contrariar as verdades reveladas por Deus aos humanos ou as interpretações das escrituras sagradas que foram sendo estabelecidas pela Igreja.

Page 6: Filosofia medieval

� Como todas as religiões, o cristianismo baseia-se na FÉ.

� De acordo com a doutrina católica, a fé em si mesma seria a fonte mais elevada das verdades reveladas e Santo Ambrósio diria:” Toda verdade, dita por quem quer que seja, é Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo”.

� Logo,os filósofos não precisavam mais se dedicar à busca da verdade, pois ela já teria sido revelada por Deus aos seres humanos.Apenas deveriam demonstrar racionalmente a fé.

Page 7: Filosofia medieval

� Surgiram, pensadores cristãos que defenderam o conhecimento da filosofia grega, percebendo a possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo.cristianismo.

� O objetivo era convencer os descrentes pela razão , depois fazê-los aceitar os mistérios divinos que só seriam alcançados através da fé.

Page 8: Filosofia medieval

� Padres apostólicos: séculos I e II. Nesses incluem-se os apóstolos que espalhavam a palavra de Cristo.Destaca-se São Paulo pelo volume literário e epístolas.

� Padres apologistas: séculos III e IV que faziam apologia contra a filosofia pagã. Entre esses destacam-se Justino e Tertuliano, este o mais intransigente na defesa da fé contra a filosofia grega.

Page 9: Filosofia medieval

� Patrística: entre meados do século IV ao século VIII. Esse movimento pretendia uma conciliação entre fé e razão. Destaque para Santo Agostinho e sua influência de Platão.

� Escolástica: do século IX ao XVI.Buscou-se uma sistematização da filosofia cristã, sobretudo a partir da interpretação de Aristóteles, com destaque para São Tomás de Aquino.

Page 10: Filosofia medieval

� A tolerância religiosa é um valor importante das sociedades contemporâneas ocidentais. Muitos países possuem leis que defendem a liberdade de culto.

� O que significa tolerância religiosa?Por que ela é valorizada hoje?� Por que ela é valorizada hoje?

� As sociedades sempre tiveram liberdade de culto?

� Religião não se discute?� Em que a religião é diferente de outros temas? Ou não?

Page 11: Filosofia medieval

� Aureliano Agostinho nasceu na África, então província romana.

� Até os 32 anos não era cristão.� Teve diversas influências filosóficas: o ecletismo, o maniqueísmo, o ceticismo, o ecletismo, o maniqueísmo, o ceticismo, o neoplatonismo.

� Converteu-se ao cristianismo inspirado pelo bispo de Milão, Santo Ambrósio.

� Nas obras de Agostinho via-se a superioridade da Alma sobre o Corpo.

Page 12: Filosofia medieval

� A alma foi criada por Deus para atuar sobre o corpo e dirigi-lo à prática do bem.

� No momento em que o ser humano inverte essa relação, onde o corpo assume a direção da alma, surge o pecado.

� Nesse caso, o espírito estaria submetido ao � Nesse caso, o espírito estaria submetido ao corpo.

� Para Agostinho a Liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus

� Ser Livre é servir a Deus!� O pecado não passa de uma Escravidão.

Page 13: Filosofia medieval

� A doutrina da predestinação foi formulada por Agostinho e resumia o seguinte: o pecador só obteria a sua salvação através de seu esforço esforço esforço esforço pessoal pessoal pessoal pessoal associado à graça divina.à graça divina.à graça divina.à graça divina.

� Apenas os predestinados predestinados predestinados predestinados conseguiriam a graça de Deus.Posteriormente, a doutrina da predestinação foi � Posteriormente, a doutrina da predestinação foi adotada pelos protestantes e PelágioPelágioPelágioPelágio (teólogo medieval) afirmava que a boa vontade boa vontade boa vontade boa vontade e as boas boas boas boas obrasobrasobrasobras seriam suficientes para se obter o perdão de Deus.

� Agostinho foi contra e o papa Zózimo condenou o PelagianismoPelagianismoPelagianismoPelagianismo como heresia.

Page 14: Filosofia medieval

Na filosofia de Agostinho, a vontade não é uma função do intelecto, mas sim uma força que determina a vida, portanto, a liberdade humana é resposta da vontade e não da razão ( como ser autônomo, como nos antigos gregos).

Liberdade como resposta da Vontade faz surgir o Pecado.Pecado.

O homem peca ao usar seu livre-arbítrio para satisfazer uma má vontade má vontade má vontade má vontade mesmo sabendo que essa atitude é pecaminosa.

Logo, o homem não pode ser autônomo na vida autônomo na vida autônomo na vida autônomo na vida moral, moral, moral, moral, pois cairia em pecado e necessitaria da graça divina graça divina graça divina graça divina para obter a salvação.a salvação.a salvação.a salvação.

Page 15: Filosofia medieval

� O rei dos francos,Carlos Magno, foi coroado imperador do ocidente em 800.

� Fundou escolas ligadas à Igreja� A cultura greco-romana voltou a ser divulgada e teve grande influência nas reflexões da época.Matérias ensinadas: no trivium- gramática, � Matérias ensinadas: no trivium- gramática, retórica e dialética;

� No quadrivium: geometria, aritmética, astronomia e música.

� Todas essas disciplinas estavam submetidas à teologia.

Page 16: Filosofia medieval

� A Escolástica nasceu no século XI no ambiente cultural das escolas e das primeiras universidades.

� A partir do século XIII, o aristotelismo tomou conta do pensamento escolástico, pois houve conta do pensamento escolástico, pois houve uma grande descoberta das obras de Aristóteles, desconhecidas até o momento.

� No período escolástico houve uma busca de harmonizaçãoharmonizaçãoharmonizaçãoharmonização entre a fé cristã fé cristã fé cristã fé cristã e a razão.razão.razão.razão.

Page 17: Filosofia medieval

� 1ª: do século IX ao século XII:total confiança na harmonia entre Fé e Razão.

� 2ª. Fase: do século XIII ao princípio do XIV:a harmonização entre Fé e Razão pode ser apenas Parcial. Parcial.

� Nesse período há grande produção filosófica e se destaca a de Tomás de Aquino.

� 3ª. Fase: do século XIV ao XVI: decadência da Escolástica . Grandes diferenças entre Fé e Razão.

� Na Escolástica houve um grande desenvolvimento da Lógica.

Page 18: Filosofia medieval

� O método utilizado na escolástica privilegiava a linguagem( o trivium) e depois passava par o exame das coisas ( quadrivium).

� Por exemplo: rosa é o nome de uma flor, se a planta morre a palavra deixa de existir?planta morre a palavra deixa de existir?

� Esse problema gerou a questão dos universais, universais, universais, universais, isto é, existe uma relação entre as coisas e o sue conceito?

� Surgiram duas tendências: o realismo e o nominalismo.

Page 19: Filosofia medieval

� Realismo: para esses adeptos a ideia dos universais existiam de fato. de fato. de fato. de fato.

� Exemplos: a bondade, a beleza seriam modelos que a partir deles se criariam as coisas boas e belas.belas.

� Brancura Brancura Brancura Brancura seria mais perfeito que o adjetivo branco, branco, branco, branco, pois este se refere a algo particular, singular.

� Os universais seriam entidades metafísicas, separadas das coisas individuais.

� As ideias universais existiriam na mente de Deus.

Page 20: Filosofia medieval

� Para os Nominalistas, os termos universais, como, beleza, bondade, seriam apenas palavras, sem uma existência real.

� O Universal não passava de um nome, uma nome, uma nome, uma nome, uma convenção.convenção.convenção.convenção.No Realismo Moderado,Realismo Moderado,Realismo Moderado,Realismo Moderado, corrente de � No Realismo Moderado,Realismo Moderado,Realismo Moderado,Realismo Moderado, corrente de pensamento sustentada por Pedro Abelardo, os conceitos ( beleza, brancura, bondade...) não eram entidades metafísicas nem palavras vazias, (como no realismo e nominalismo), mas eram discursos mentais que faziam a mediação entre o mundo do pensamento e o mundo do ser.

Page 21: Filosofia medieval

� Através dessa discussão alcançou-se uma alto desenvolvimento lógico-linguístico que transformou a relação do ser com a teologia, no século XII.

� Pedro Abelardo, por exemplo, afirmava que era necessário entender para crer.era necessário entender para crer.

� Tal afirmação criou muita polêmica aos pensadores de seu tempo.

� Para Santo Agostinho e os pensadores da patrística, era necessário crer para compreender.

Page 22: Filosofia medieval

� Tomás de Aquino (1226-1274) é de Nápoles, sul da Itália.

� É considerado o maior filósofo da Escol´stica.� Sua filosofia nasce com o propósito de não contrariar a fé.contrariar a fé.

� Sua meta era organizar os argumentos para demonstrar e defender o cristianismo.

Page 23: Filosofia medieval

� Ressaltou a importância do conhecimento sensorial.

� Destacava 5 princípios.- Princípio da nãoPrincípio da nãoPrincípio da nãoPrincípio da não----contradiçãocontradiçãocontradiçãocontradição: o ser é o ser é o ser é o ser é ou o ser não é.não é.não é.não é.

---- Princípio da substância: Princípio da substância: Princípio da substância: Princípio da substância: na existência dos seres ---- Princípio da substância: Princípio da substância: Princípio da substância: Princípio da substância: na existência dos seres distinguimos a substância (substância (substância (substância (a sua essência) e o acidente (cidente (cidente (cidente (qualidade não essencial).

- Princípio da causa eficiente: Princípio da causa eficiente: Princípio da causa eficiente: Princípio da causa eficiente: todos os seres que captamos pelos sentidos são seres contingentes seres contingentes seres contingentes seres contingentes e para existir precisam de outro ser , chamado de necessário.necessário.necessário.necessário.

Page 24: Filosofia medieval

� ----Princípio da finalidade Princípio da finalidade Princípio da finalidade Princípio da finalidade todo ser contingente tem uma finalidade, um objetivo, uma “razão razão razão razão de existir”: , de existir”: , de existir”: , de existir”: , enfim, todo ser contingente tem uma causa final.causa final.causa final.causa final.

� ---- O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:todo ser � ---- O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:O princípio do ato e da potência:todo ser possui as duas dimensões:o ato e a potência.

� O ato é aquilo que ele é e a potência é aquilo que pode tornar a ser.

� A passagem da potência ao ato é o que chamamos de mudança.

Page 25: Filosofia medieval

� 1. o primeiro motor- tudo o que se move é movido por outro ser.

� Precisamos de um primeiro ser que faça mover: Deus é o primeiro motor que move os demais seres.seres.

� 2. causa eficiente: todas as coisas que existem não possuem em si mesmas a causa eficiente, são consideradas efeitos.efeitos.efeitos.efeitos.. É necessário admitir a existência de uma primeira causa eficiente responsável pela sucessão de efeitos.Deus é essa causa primeira.causa primeira.causa primeira.causa primeira.

Page 26: Filosofia medieval

� 3. ser necessário e ser ser necessário e ser ser necessário e ser ser necessário e ser contigentecontigentecontigentecontigente: todo ser contigente pode deixar de existir. Admite-se que há um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário necessário necessário necessário que dará razão aos seres contigentes. Esse ser é Deus.4. os graus de perfeição:os graus de perfeição:os graus de perfeição:os graus de perfeição:as coisas possuem � 4. os graus de perfeição:os graus de perfeição:os graus de perfeição:os graus de perfeição:as coisas possuem graus diferentes de perfeição- umas mais perfeitas , outras menos.Se existe uma com mais, outra com menos, devemos admitir que um ser está pleno de perfeição- esse ser é Deus.

Page 27: Filosofia medieval

� 5. a finalidade do ser:a finalidade do ser:a finalidade do ser:a finalidade do ser:todas as coisas brutas da natureza possuem uma função, um objetivo,uma finalidade. Devemos admitir que existe algum ser inteligente inteligente inteligente inteligente que dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu as coisas da natureza para que cumpram seu objetivo- esse ser é Deus.

Page 28: Filosofia medieval