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Revista Brasileira de Educação Especialversão impressa ISSN 1413-6538
Rev. bras. educ. espec. v.14 n.2 Marília maio/ago. 2008
doi: 10.1590/S1413-65382008000200013
RESENHA
Inclusão escolar: uma travessia nas práticas pedagógicas através da pesquisa
Alex Fabiano Santos Bezerra
Docente da Universidade Federal do Maranhão [email protected]
JESUS, Denise Meyrelles et al. (Org.). Inclusão: práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisa. Porto Alegre: Mediação, 2007.
O livro Inclusão: práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisar reúne uma série de praticas inclusivas e investigativas as quais direcionam o leitor para um universo rico e conturbado que envolve a educação das pessoas com deficiência. Ao realizar a leitura me senti como estivesse num barco atravessando o mar, e, a tempestade e a calmaria, muitas vezes, se fazem presentes no processo de inclusão das pessoas com deficiência.
Rever nossas práticas, questionar as trajetórias, decidir os caminhos, apropriarmos dos conhecimentos, possibilita-nos a potencializar práticas pedagógicas que realmente atendam as expectativas e necessidades das pessoas com deficiência em seu processo de escolarização.
O livro é uma ação compartilhada dos Programas de Pós-graduação em Educação das Universidades Federais do Rio Grande do Sul e do Espírito Santo, reunindo artigos de profissionais de diversas universidades brasileiras. O texto divide-se em quatro partes distintas, mas muito bem interligadas, distribuídas em 28 artigos, que tratam a questão das políticas publicas de Educação Especial costuradas a partir dos anos 90, das práticas pedagógicas e processos inclusivos, das contribuições das teorias e pesquisas, e, por fim, a formação continuada dos profissionais da Educação acerca da adversidade.
As políticas públicas são amplamente discutidas, a partir de fontes documentais nacionais e internacionais, chamando atenção para a flexibilidade do currículo e significado das políticas de inclusão da pessoa com deficiência. Aliado a isso, traz um texto que se
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aprofunda na prática do professor, quando ressalta as trajetórias dos conflitos vividos a partir do enfoque das políticas públicas educacionais na esfera estadual e municipal.
Na segunda parte do livro, o leitor pode mergulhar em diversas práticas pedagógicas inclusivas, carregadas de significações, problematizadas nas diversas áreas do conhecimento. Destacam-se o uso da teoria histórico cultural de Vygostky como embasamento teórico e metodológico das práticas, a comunicação alternativa, a consultoria colaborativa, e o estudo acerca do recreio inclusivo.
O terceiro momento do livro parte para as questões de ordem teórico-metodológica, presentes nas pesquisas em educação especial. No livro, a pesquisa-ação destacou-se no plano metodológico, além dessa, novos ensaios dentro da linha sistêmica e história oral foram evidenciadas. No plano teórico, novamente, as idéias vygostkianas, agora entrelaçadas às idéias de Paulo Freire e Michel Foucault mereceram estudos, no entanto, as pesquisa de cunho epistemológico com enfoque na Educação Especial, não se mostraram contempladas de acordo com o estudo realizado.
Os Programas de Pós-graduação foram mencionados em vários artigos, principalmente nas análises dos tipos de conhecimento produzidos no Brasil. Destaque para estudos feitos nos programas da UNESP-Marília, PUC/SP e UFSM, que destrincharam a natureza de suas pesquisas para melhor compreender os caminhos até aqui percorridos, a fim de apontar novas travessias na produção científica que contemple a Inclusão como tema de estudo da Educação Especial.
O quarto, e último momento do livro, contempla a formação inicial e continuada de professores para atuação na Educação Inclusiva. Neste quesito, pesquisas feitas com professores em formação inicial no momento do estágio curricular para atuar na educação infantil e educação especial revelaram uma rica experiência para formação de professores, aproximando o campo de estágio à pesquisa científica. Ainda na formação continuada, pode-se encontrar uma investigação acerca da formação continuada de professores especializados na atuação de instituições especializadas.
A distribuição dos capítulos do livro, nas quatro grandes temáticas (políticas públicas, práticas inclusivas, pesquisa e formação continuada), se mostrou harmoniosa, e, os capítulos, muitas vezes, atravessavam os campos temáticos em várias direções. Assim, recomendamos a leitura desta obra, valiosíssima para estudantes, professores e pesquisadores em formação, na certeza que possam mergulhar numa imensidão de questionamentos e possibilidades, e, assim, aproximarem-se do porto seguro, longe das tempestades que balançam o mundo da deficiência e suas relações com o contexto escolar e social.
Bibliografia
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Bezerra, Alex. Inclusão escolar:uma atravessia nas práticas pedagógicas através da pesquisa.
Revista Brasileira de Educação Especial, vol-14, Márilia, Maio- ago,2008
Fichamento da resenha
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Inclusão escolar: uma travessia nas práticas pedagógicas através da pesquisa
“O livro Inclusão: práticas pedagógicas e trajetórias de pesquisar reúne uma série de praticas inclusivas e investigativas as quais direcionam o leitor para um universo rico e conturbado que envolve a educação das pessoas com deficiência. Ao realizar a leitura me senti como estivesse num barco atravessando o mar, e, a tempestade e a calmaria, muitas vezes, se fazem presentes no processo de inclusão das pessoas com deficiência.” ( pág.18)
[...O texto divide-se em quatro partes distintas, mas muito bem interligadas,
distribuídas em 28 artigos, que tratam a questão das políticas publicas de Educação
Especial costuradas a partir dos anos 90, das práticas pedagógicas e processos
inclusivos, das contribuições das teorias e pesquisas, e, por fim, a formação
continuada dos profissionais da Educação acerca da adversidade...] (pág.18)
[...As políticas públicas são amplamente discutidas, a partir de fontes documentais
nacionais e internacionais, chamando atenção para a flexibilidade do currículo e
significado das políticas de inclusão da pessoa com deficiência...](pág.19)
[...Na segunda parte do livro, o leitor pode mergulhar em diversas práticas
pedagógicas inclusivas, carregadas de significações, problematizadas nas diversas
áreas do conhecimento...] (pág.19)
[...O terceiro momento do livro parte para as questões de ordem teórico-metodológica, presentes nas pesquisas em educação especial. No livro, a pesquisa-ação destacou-se no plano metodológico...] (pág.19)
[...O quarto, e último momento do livro, contempla a formação inicial e continuada de professores para atuação na Educação Inclusiva. ..] (pág.19)
[...Assim, recomendamos a leitura desta obra, valiosíssima para estudantes, professores e pesquisadores em formação, na certeza que possam mergulhar numa imensidão de questionamentos e possibilidades, e, assim, aproximarem-se do porto seguro, longe das tempestades que balançam o mundo da deficiência e suas relações com o contexto escolar e social...] (pág.19)
Análise Crítica
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Com relação à resenha inclusão escolar [...] pude perceber que o livro aborda
assunto bem interessante a todos os educadores, pois de acordo com a resenha o
livro é dividido em partes que esclarece os direitos, as práticas, a pesquisa e a
formação do educador. Porém senti vontade súbita de ler o livro, pois a resenha me
faltou uma leitura mais proveitosa, ou seja, que me explicasse um pouco melhor a
história do livro. Afinal a inclusão hoje em dia está cada vez mais presente nas
escolas e todos os educadores devem estar preparados.
Entrevista
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1- De que maneira, o ensino pode ser uma maneira para também educar as mesmas crianças que foram excluídas da sociedade?
a) De maneira mais contundente, pois só podemos educar, se formos educados pra isso.
b) Um de uma maneira que os eduque.c) Acho que os ensinamentos por um todo, muda todos os conceitos de
uma criança.d) Conceitos básicos de educação.
2- Como se pode trabalhar com essas crianças para sua volta a sociedade?
a) Nossa que complicado isso.b) Complicado, por nunca passei.c) Trabalhos com que possam a voltarem na Educação em geral.d) Não faço a mínima idéia.
3- Como um aluno dentro dessas instituições se comporta?
a) Não faço a mínima idéia.b) Não faço a mínima idéia.c) Não faço a mínima idéia.d) Não faço a mínima idéia.
4- Que matéria seria adequado pra essas crianças, que em sua maioria, não sabem nem ler direito?
a) É complicado, pois muitas delas devem ter problemas psicológicos graves.
b) Não sei, seria de acordo com a instituição eu acho.c) Dependendo dos Projetos Políticos Pedagógicos da Instituição, ficaria
melhor para responder.d) Nem sei.
5- E como podemos incluir essas crianças depois novamente?
a) De maneira mais correta e adequada para que continuem a estudar.b) Complicado isso.c) Nunca passei por isso não posso nem responder.d) Não sei.
6 - Como educador você se sente preparado para receber um aluno com
necessidade especial?
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Respostas:
a) Como uma profissional da área da educação não me senti preparada para
receber em minha turma um aluno com necessidade especial.
b) Não, porque não possuo nenhum curso para dar suporte nessa área.
c) Não me sinto preparada para receber um aluno com necessidade especial,
apesar de já ter trabalhado com alguns.
7 – Sua instituição de ensino lhe dá suporte para ter um aluno portador de
necessidade especial?
Resposta:
a ) A instituição em que trabalho não possui estrutura para receber um aluno
com necessidades especiais, nem mesmo me seu aspecto físico por isso não tem
como ter algum suporte por parte da equipe pedagógica.
b) Não, além de não possuir instalações e recursos.
c) Não
8 – Caso você já tenha trabalhado em uma instituição que tinha ou tem a inclusão
nos relate um pouco sua experiência.
a) Apesar de ter feito estágio em uma escola que fazia inclusão, não tive
contato com os alunos de necessidade especial.
b) Nunca trabalhei
c) Sim, trabalho e já trabalhei com um aluno com paralisia da cintura para
baixo e inicialmente minha maior dificuldade foi derrubar o preconceito que já havia
construído dentro de mim, pois imaginá-lo como alguém incapaz de interagir e
circular no ambiente escolar. Ele me surpreendeu porque depois de um tempo eu até
esquecia que ele era deficiente porque ele no conjunto da turma tornava-se igual,
circulava por toda sala se se arrastando com incrívil rapidez, subia no escorrega pela
parte da frente arrastando de barriga para baixo e escorregava, conseguia sentar-se
nas cadeiras da sala em fim, só na hora de usar o banheiro que o meu auxiliar era
efetivamente necessário.
9 – Você como professor conhece a LDB incluindo a educação dos alunos PNE?
a) Não
b) Não muito aprofundada
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c) Sim
10 - O que é diferente para você?
a) As pessoas, se todas fossem iguais o mundo seria melhor.
b) Os professores, na verdade os adultos.
c) Os adultos e a Raphaela.
11 - Você já se sentiu excluído em algum lugar? Onde?
a) Eu não, tanto faz também se já tentaram me excluir ou não.
b)Sim , na escola porquê repeti de ano e os novos colegas de sala não falavam comigo.
c) Sim, na escola quando briguei com as minhas amigas.
12 - Você sabe o que é exclusão?
a) Sei, é você ta fora de alguma coisa.
b) É ninguém incluir você em alguma coisa.
c) É a pessoa ficar de fora de algum lugar.
13 - E inclusão o que é?
a) Pôr a pessoa para participar em algo.
b) Incluir o outro em algo que ele não está.
c) Incluir alguém.
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Análise Crítica da entrevista
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Na entrevista pude perceber que os professores não estão preparados para
trabalhar com PNE, pois a própria educação tem um preconceito com os portadores
e ainda não inclue eles realmete nas instituições e nem mesmo na sociedade.
Afinal somos ainda um país que ainda exclui as pessoas ditas “diferentes” e para
que realmete aconteça uma inclusão é preciso mudar o conceito das pessoas que o
portador não é capaz de fazer, como o relato de uma professora entrevistada,ela se
surpreendeu com o desenvolvimento da criança.
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