fichamento do livro 3

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7/25/2019 Fichamento Do Livro 3 http://slidepdf.com/reader/full/fichamento-do-livro-3 1/31 FICHAMENTO DO LIVRO: Doze lições sobre a história PROT; Antoine, 1933 Doze lições sobre a história. [tradução de Guilherme João de FreitasTeixeira].- . ed.; . reim!. "elo #ori$onte% Aut&nti'a (ditora, )1*. +ados nterna'ionais de ataloação na /u0li'ação /2 ãmara "rasileira do i4ro2 T5tulo oriinal% +ou$e leçons sur 6histoire. "i0liora7ia.8"9:-<-:<=-3*- 1. #istoriora7ia . #ist>ria - ?etodoloia . T5tulo. 8@/8(% As liçes Bue se de4em sa0er so0re a #ist>ria e so0re o o75'io de historiador. este li4ro, 'uCo 'onteDdo E extra5do de um 'urso reali$ado na 8or0onne, Antoine /rost analisa, 'om toda a 'lare$a, 'ada uma das eta!as do mEtodo hist>ri'o, sem deixar de re!osi'ionar a #ist>ria e o historiador na so'iedade 'ontem!ornea e em sua !ro7issão. AlEm de um tratado de ini'iação ao tra0alho de re7lexão alimentado !or am!las leituras esta o0ra re7lete uma 7orma de !ensar oriinal. CAP!T"LO I A HIT#RIA NA OCIEDADE FRANCEA $%C"LO &I& E &&'  A história é o que fazem os historiadores H(m 4e$ de uma ess&n'ia eterna, de uma ideia !latIni'a, a dis'i!lina 'hamada hist>ria E uma realidade, em si mesma, hist>ri'a, ou seCa, situada no tem!o e no es!aço, assumida !or homens Bue se di$em historiadores e Bue são re'onhe'idos 'omo tais, alEm de ser a'eita 'omo hist>ria !or di4ersos !D0li'os. (m 4e$ de uma hist>ria su0 specíe aeternitatis, 'uCas 'ara'ter5sti'as ti4essem atra4essado, sem BualBuer alteração, as 4i'issitudes do tem!o, existem di7erentes !roduçes Bue os 'ontem!orneos de determinada E!o'a estão de a'ordo em 'onsiderar 'omo hist>ria; ou seCa, antes de ser uma dis'i!lina 'ient57i'a - seundo sua !retensão e, atE 'erto !onto, 'on7orme ela o E e7eti4amente -, a hist>ria E uma !rti'a so'ial.K !.132  A hist>ria enBuanto rea de 'onhe'imento, não est des4in'ulada dos em0ates so'iais. +o mesmo modo o historiador, não E um suCeito Bue analisa os 7atos des4in'ulando-se de sua atuação hist>ri'a, ou seCa, o historiador E 7ruto das mesmas relaçes so'iais histori'amente !ostas. HAssim, os historiadores Bue es're4em so0re a hist>ria - e, neste as!e'to, não estamos 7ora do destino 'omum - estariam 'ondenados a situar- se em relação a seus !rede'essores e seus 'ontem!orneos da mesma dis'i!lina, mas tam0Em em relação Ls 'or!oraçes 'ient57i'as semelhantes, 'om as Buais a hist>ria mantEm uma ine4it4el 'om!etição !elo 'ontrole de um 'am!o simultaneamente 'ient57i'o e so'ial. AlEm disso, eles de4em le4ar em 'onsideração a so'iedade em seu 'onCunto e em seus sementos Bue, a7inal, são os destinatrios de seu tra0alho e !ara Buem essa hist>ria tem, ou não, sentido. omo a hist>ria E, antes de ser uma !rti'a 'ient57i'a, uma !rti'a so'ial ou, mais exatamente, 'omo seu o0Ceti4o 'ient57i'o E, tam0Em, uma 7onna

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7/25/2019 Fichamento Do Livro 3

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FICHAMENTO DO LIVRO: Doze lições sobre a história

PROT; Antoine, 1933Doze lições sobre a história. [tradução de Guilherme João deFreitasTeixeira].- . ed.; . reim!. "elo #ori$onte% Aut&nti'a (ditora, )1*.

+ados nterna'ionais de ataloação na /u0li'ação /2 ãmara "rasileirado i4ro2T5tulo oriinal% +ou$e leçons sur 6histoire. "i0liora7ia.8"9:-<-:<=-3*-1. #istoriora7ia . #ist>ria - ?etodoloia . T5tulo.

8@/8(% As liçes Bue se de4em sa0er so0re a #ist>ria e so0re o o75'io dehistoriador. este li4ro, 'uCo 'onteDdo E extra5do de um 'urso reali$ado na8or0onne, Antoine /rost analisa, 'om toda a 'lare$a, 'ada uma das eta!as domEtodo hist>ri'o, sem deixar de re!osi'ionar a #ist>ria e o historiador naso'iedade 'ontem!ornea e em sua !ro7issão. AlEm de um tratado de ini'iaçãoao tra0alho de re7lexão alimentado !or am!las leituras esta o0ra re7lete

uma 7orma de !ensar oriinal.

CAP!T"LO IA HIT#RIA NA OCIEDADE FRANCEA $%C"LO &I& E &&'

 A história é o que fazem os historiadores

H(m 4e$ de uma ess&n'ia eterna, de uma ideia !latIni'a, a dis'i!lina'hamada hist>ria E uma realidade, em si mesma, hist>ri'a, ou seCa, situada notem!o e no es!aço, assumida !or homens Bue se di$em historiadores e Buesão re'onhe'idos 'omo tais, alEm de ser a'eita 'omo hist>ria !or di4ersos!D0li'os. (m 4e$ de uma hist>ria su0 specíe aeternitatis, 'uCas 'ara'ter5sti'asti4essem atra4essado, sem BualBuer alteração, as 4i'issitudes do tem!o,existem di7erentes !roduçes Bue os 'ontem!orneos de determinada E!o'aestão de a'ordo em 'onsiderar 'omo hist>ria; ou seCa, antes de ser umadis'i!lina 'ient57i'a - seundo sua !retensão e, atE 'erto !onto, 'on7orme ela oE e7eti4amente -, a hist>ria E uma !rti'a so'ial.K !.132

 A hist>ria enBuanto rea de 'onhe'imento, não est des4in'ulada dos em0atesso'iais. +o mesmo modo o historiador, não E um suCeito Bue analisa os 7atos

des4in'ulando-se de sua atuação hist>ri'a, ou seCa, o historiador E 7ruto dasmesmas relaçes so'iais histori'amente !ostas.

HAssim, os historiadores Bue es're4em so0re a hist>ria - e, nesteas!e'to, não estamos 7ora do destino 'omum - estariam 'ondenados a situar-se em relação a seus !rede'essores e seus 'ontem!orneos da mesmadis'i!lina, mas tam0Em em relação Ls 'or!oraçes 'ient57i'as semelhantes,'om as Buais a hist>ria mantEm uma ine4it4el 'om!etição !elo 'ontrole de um'am!o simultaneamente 'ient57i'o e so'ial. AlEm disso, eles de4em le4ar em'onsideração a so'iedade em seu 'onCunto e em seus sementos Bue, a7inal,são os destinatrios de seu tra0alho e !ara Buem essa hist>ria tem, ou não,

sentido. omo a hist>ria E, antes de ser uma !rti'a 'ient57i'a, uma !rti'aso'ial ou, mais exatamente, 'omo seu o0Ceti4o 'ient57i'o E, tam0Em, uma 7onna

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de tomar !osição e adBuirir sentido em determinada so'iedade, ae!istemoloia da hist>ria E, !or sua 4e$, em !arte, uma hist>ria; o Bue Eilustrado, de maneira exem!lar, !elo 'aso 7ran'&s.K !. 1*2.

 A história na França: uma posição privilegiada

Ho uni4erso 'ultural e so'ial dos 7ran'eses, a hist>ria o'u!a uma !osiçãoeminente. (m !arte aluma, ela est tão !resente nos dis'ursos !ol5ti'os ounos 'omentrios dos Cornalistas; em !arte aluma, ela se 0ene7i'ia de umstatus tão !restiioso. A hist>ria E a re7er&n'ia o0riat>ria, o hori$ontein'ontorn4el de toda a re7lexão. J se a7innou Bue ela era umaM !aixão7ran'esaM J@NTAO+, 19932;* tal4e$ 7osse !oss54el atE 'onsider-la 'omo umaa7e'ção 'ontaiosa no !lano na'ional.K !s1* e 1<2

o 'aso 7ran'&s, o ensino da hist>ria do !a5s em todos os n54eis de ensino, 7a$'om Bue a Buestão hist>ri'a do !a5s o'u!e um am!lo es!aço de dis'ussão

!ol5ti'a. /ara os 7ran'eses o ensino da hist>ria, mesmo não sendo o Dni'o,'onsiste em um im!ortante instrumento de 7ormação !atri>ti'a.

HA hist>ria do ensino da hist>ria na França h de es'lare'er-nos so0re a 7unçãoes!e'57i'a Bue ela desem!enha na so'iedade 7ran'esa, assim 'omo o luar o'u!ado em sua tradição 'ultural. +este !onto de 4ista, a di7erença E e4identeentre o ensino mEdio e o 7undamental% no !rimeiro, a hist>ria toma-seo0riat>ria desde 11; e, no seundo, e7eti4amente, desde 1). @u seCa, nosE'ulo PP, a hist>ria não di$ res!eito L es'ola do !o4o, mas trata-se de umassunto de not4eis.K !. 1:2.

Os usos sociais da história no século XX  A história no ensino médio

on7orme a!resentado !elo autor no ex'erto anterior, a dis'i!lina de hist>ria'onseuiu notoriedade !rimeiramente no ensino mEdio e !osteriormente noensino su!erior. (ntretanto o ensino de hist>ria reali$ado !or !ro7essores dasletras, esta4a muito mais 4in'ulado 'om aos estudos 'lssi'os, !resa a datas,7atos, ou seCa, restrita Ls 'ronoloias, mas Bue 'um!ria o !a!el de 7ormar aelite !or meio dos li'eus na!oleIni'os.

H(m 'om!ensação, um !a!el 'a!ital na 7ormação das elites 7oi desem!enhado!elo ensino mEdio Bue, 0em 'edo, entre suas matErias, in'luiu a hist>ria% a!>suma t5mida a!arição nas es'olas 'entrais da Oe4olução e uma ins'rição de!rin'5!io nos !roramas dos li'eus na!oleIni'os, ela se instalou realmente, em11*, nos !roramas do ensino mEdio; e, em 11, tomou-se matEriao0riat>ria, L ra$ão de uma aula de duas horas !or semana, a 'omeçar !ela'lasse de 'inBu5eme atE a 'lasse de !rem5ere.K !. 12.

Heste as!e'to - trata-se da seunda 'ara'ter5sti'a interessante !ara nossatese -, uma tend&n'ia n5tida se delineou% o ensino da hist>ria eman'i!ou-se,!roressi4amente, da tutela das humanidades !ara 'onBuistar sua autonomia e

a4ançar atE a E!o'a 'ontem!ornea, ao !asso Bue a 'om!reensão

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!anormi'a de ordem !ol5ti'a e so'ial a'a0ou su0stituindo a memori$ação das'ronoloias e a enumeração dos reinos.K !.192

H@ re'urso a !ro7essores es!e'iali$ados trans7ormou radi'almente o ensino. Ahist>ria deixou de estar a ser4iço dos textos 'lssi'os; a relação in4erteu-se de

modo Bue estes se tomaram 7ontes a ser4iço da hist>ria Bue, !or sua 4e$, Cnão se 'ontenta4a em situar 'ronoloi'amente os 7atos, autores e monar'as,mas 4isa4a 'om!reender a realidade em todos os seus as!e'tos.K !.192

(m 13) instituição do 'on'urso !ara 'ontratação de !ro7essores !ara osli'eus e alumas 7a'uldades, 7a4ore'eu tam0Em, a 7ormali$ação de um ru!ode historiadores es!e'ialistas !ara ministrarem a re7erida dis'i!lina. ssotrans7ormou o ensino da hist>ria Bue extra!olou o 7o'o 'ronol>i'o. /orEm, taistrans7ormaçes não se deram de modo linear e neutro.

Os historiadores no de!ate p"!lico

Hos li'eus e 'olEios do sE'ulo PP, a hist>ria 7oi, assim, um ensino!re'o'emente o0riat>rio Bue e4oluiu em direção ao 'ontem!orneo e Ls5ntese, raças a !ro7essores es!e'iali$ados, atra4Es de 'on7litos Bue lhe'on7eriram uma sini7i'ação !ol5ti'a e so'ial. o entanto, 'on4Em des'o0rir asra$es de tais 'ara'ter5sti'as% !or Bue moti4o esse ensino se tomouo0riat>rioQ omo teria adBuirido essa im!ortn'iaQK !.2

 A!esar do de0ate a'er'a da hist>ria não ser 'ontem!lado nas 7a'uldadesinterioranas atE os anos :< do sE'ulo PP, im!ortantes historiadores trouxerama Buestão !ara o 'entro do de0ate, 'on7orme ex!resso !or Antoine /rost%

H+e 7ato, em /aris, existiam alumas 'tedras de hist>ria - em randesesta0ele'imentos, tais 'omo o ollee de Fran'e,3R'ole nonnale su!Erieuree 8or0onne -, 'uCo 7un'ionamento era 0astante di7erente das 7a'uldadesinterioranas de letras% seus titulares não se diriiam a estudantes, mas a umanumerosa audi&n'ia 'ulta em uma E!o'a em Bue as reunies !D0li'as'are'iam de autori$ação e a im!rensa esta4a so0 'ontrole. esses re'intos!reser4ados, os 'ursos de hist>ria assumiam, ine4ita4elmente, um al'an'e!ol5ti'o su0linhado, Ls 4e$es, !or a!lausos. @'orria Bue, !or sentir-sein'omodado, o o4erno !oderia ordenar a sus!ensão do 'urso, tal 'omo

a'onte'eu 'om Gui$ot, em 1; a retomada de sua 'tedra, em 1, 7oisaudada 'omo uma 4it>ria !ol5ti'a. @ ru!o desses historiadores eraim!ressionante. Ao lado de Gui$ot, ?i'helet, Suinet e, mais tarde, Oenan eTaine, 'on4iria 'ontar 'om autores, tais 'omo Auustin Thierr, Thiers ouTo'Bue4ille% no de0ate intele'tual de seu tem!o, eles o'u!a4am um luar 'entral.K !.32

H@ ru!o desses historiadores era im!ressionante. Ao lado de Gui$ot, ?i'helet,Suinet e, mais tarde, Oenan e Taine, 'on4iria 'ontar 'om autores, tais 'omo Auustin Thierr, Thiers ou To'Bue4ille% no de0ate intele'tual de seu tem!o,eles o'u!a4am um luar 'entral. A hist>ria Bue es're4iam ainda não era a

hist>ria erudita dos historiadores !ro7issionais do 7inal do sE'ulo.K

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H@s !ro7essores de uni4ersidade re!u0li'anos de 1:)-1), sens54eis aoatraso da França diante da erudição alemã, irão 'riti'ar seus !rede'essores!or terem sido artistas, em 4e$ de 'ientistas. o entanto, !or sua Bualidade dees'rita, a o0ra desses historiadores ainda 'ontinua le54el, atualmente.K !. *2

H+o outro lado do anal da ?an'ha, a am!litude do desem!reo e da misEria7a$ia a!elo a uma re7lexão e'onImi'a% o de0ate intele'tual era dominado !or  Adam 8mith, Oi'ardo e ?althus. a França, Gui$ot, Thiers, A. Thierr,To'Bue4ille, ?i'helet tornaram-se !rotaonistas !or a0ordarem a Buestãode'isi4a da Oe4olução e das oriens da so'iedade moderna.K ! <2

HA maneira 'omo, a!>s 1:), a es'ola hist>ri'a 7ran'esa adotou o modelo daerudição alemã 'on7irma essa anlise.K

Ho in5'io do sE'ulo PP, os !roramas do ensino mEdio, ela0orados !or a4isse e 8eino0os, 'on7irmaram essa orientação Bue C ha4ia sido en'etada

!or +uru. (la 7oi ex!li'itada !or 8eino0os 19*2% M@ ensino da hist>ria E uma!arte da 'ultura eral !or le4ar o aluno a 'om!reender a so'iedade em Bue ele4i4er, tornando-o 'a!a$ de tomar !arte na 4ida so'ialM A hist>ria era, neste'aso, uma !ro!ed&uti'a do so'ial, de sua di4ersidade, de suas estruturas e desua e4olução. (la ensina4a aos alunos Bue, !or ser normal, a mudança nãode4eria 'ausar re'eio; a hist>ria mostra4a-lhes 'omo os 'idadãos !odiam dar sua 'ontri0uição !ara tal e7eito. (m uma !ers!e'ti4a !roressista e re7ormista,a meio 'aminho das re4oluçes e do imo0ilismo, trata4a-se exatamente detrans7ormar a hist>ria em Mum instrumento de edu'ação !ol5ti'aM !. =2

@ sE'ulo PP% uma hist>ria 7ramentada@ ensino 7undamental% uma hist>ria di7erente

H(nBuanto o de0ate !ol5ti'o este4e limitado aos not4eis, a hist>ria re7eria-se Lelite 'ulta e era ministrada a!enas no ensino mEdio. o entanto, 'om ademo'ra'ia, a !ol5ti'a tornou-se o ne>'io de todos; neste 'aso, le4antou-se aBuestão da hist>ria no ensino 7undamental.K !.=2.

@s en'aminhamentos !ol5ti'os Bue 'ulminaram na demo'ra'ia 7ran'esain7luen'iaram de modo sini7i'ati4o o ensino da hist>ria no !a5s%

Heste !onto, as datas são eloBuentes% em 1=:, Buando o U m!Erio seli0erali$a4a, a hist>ria tornou-se, em !rin'5!io, matEria o0riat>ria, no ensino7undamental. (ntretanto, na !rti'a, ela se im!Is nas 'lasses somente a!>s otriun7o dos re!u0li'anos% em 1), 7a$ia !arte da !ro4a oral !ara a o0tenção doerti7i'ado de (studos e 7oi ne'essrio es!erar o ano de 1 !ara Bue 4iessea o'u!ar seu luar de7initi4o nos horrios - horas !or semana - e !roramasda es'ola elementar. @ ensino da hist>ria 7oi im!lementado, então, 'om seudesenrolar reular e seus su!ortes !eda>i'os; !or sua 4e$, o 'om!&ndiotomou-se o0riat>rio em 19). A hist>ria na es'ola !rimria atiniu seu a!oeua!>s a Grande Guerra% !or uma !ortaria de 191:, 7oi institu5da uma !ro4aes'rita de hist>ria ou de 'i&n'ias !or sorteio2 !ara a o0tenção do erti7i'ado,

 C men'ionado.K !. :2

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H@s re!u0li'anos 'onta4am 'om a hist>ria !ara desen4ol4er o !atriotismo e aadesão Ls instituiçes; alEm de ter o o0Ceti4o de in'ul'ar 'onhe'imentos 0emde7inidos, o ensino da hist>ria de4eria le4ar L !artilha de sentimentos. M@ amor !ela !tria não se a!rende de 'or, mas nas'e do 'oraçãoM, a7irma4a a4isse. (ainda% M(4itemos, de7initi4amente, a!render a hist>ria 'om a insensi0ilidade

Bue 'on4Em ao ensino do uso dos !arti'5!ios; neste as!e'to, trata-se da 'arnede nossa 'arne e do sanue de nosso sanueM@OA, 19*, !. 32.K !.:2

HA determinação dos re!u0li'anos relati4amente L 'onstrução de umaidentidade, indisso'ia4elmente !atri>ti'a e re!u0li'ana, 7i'ou !er7eitamentedemonstrada !or seus es7orços !ara 'omeçar o ensino da hist>ria no maternalu', 19<, !.1:-132; 'om e7eito, desde os 'in'o anos de idade, eles !re4iamMhistorietas, narrati4as e 0iora7ias extra5das da hist>ria na'ionalM Trata4a-se de'onstruir um re!ert>rio 'omum de lendas em Bue, in'essantemente, 7osseme4o'ada as mesmas 7iuras, desde Ver'inet>rix atE Joana d6 Ar'.K !.2

H+e 7ato, a aula de hist>ria orani$a4a-se em torno de !ala4ras-'ha4e, ins'ritasno Buadro nero, ex!li'adas e 'omentadas !elo mestre, antes de se tomaremo !i4I de !eruntas, 'uCas res!ostas 'onstitu5am seu resumo Bue de4eria ser a!rendido e re'itado na aula seuinte. @s !roramas não !ri4ileia4am aOe4olução Fran'esa, nem a hist>ria do sE'ulo PP, a0ordados, em !rin'5!io, noter'eiro trimestre do cours mo#en$%& 'om e7eito, esses temas o'u!a4am umluar 'entral no teste destinado L o0tenção do erti7i'ado de (studos.K !.2

H/elo menos, o ensino da hist>ria teria 'onseuido im!or-se% os 7ran'eses Cnão 'on'e0em ensino 7undamental - !or maior 7orça de ra$ão, ensino mEdio -sem hist>ria. (7i'a$ ou não, tal ensino !are'e ser indis!ens4el; o Bue serdemonstrado !or suas 4i'issitudes ulteriores.K !.2

 A !artir dos a!ontamentos reali$ados /rost, E !oss54el !er'e0er Bue auni4ersali$ação do ensino de hist>ria na França, se deu !or meio de em0atesentre di7erentes !ers!e'ti4as a'er'a do 7enImeno hist>ri'o.

 As peripécias da segunda metade do século XX 

HAo uni4ersali$arem a es'olari$ação alEm da es'ola elementar, emesta0ele'imentos do 1W'i'lo Bue, !roressi4amente, anharam autonomia, as

re7ormas es'olares do !er5odo entre 19<9 e 19=< trans7ormaram a !r>!ria7unção da es'ola !rimria. +a5 em diante, ela deixou de ser a Dni'a es'ola do!o4o e de ter a o0riação de 7orne'er so$inha aos 7uturos 'idadãos a 0aaemde 'onhe'imentos de Bue teriam ne'essidade durante a 4ida inteira; as la'unasdo ensino da es'ola !rimria serão 'om!letadas, !osteriormente, !elo 'olEiode ensino eral ou mEdio.K !.92

H@ ensino 7undamental !assou, então, !or um !ro7undo Buestionamento Bueatiniu o estatuto de todas as dis'i!linas. X a!rendi$aem das linuaens7undamentais - 7ran'&s e matemti'a -, o!unham-se dis'i!linas, tais 'omohist>ria, eora7ia e 'i&n'ias; de a'ordo 'om as instruçes o7i'iais, deixou de

ser ne'essria a aBuisição, na 7aixa etria de = a 11 anos, dos 'onhe'imentosindis!ens4eis a essas dis'i!linas, uma 4e$ Bue estes serão arantidos no

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de'orrer do 1W'i'lo. (m 19=9, a re7orma do ter'eiro tem!o !eda>i'o reser4ou1< horas semanais Ls linuaens 0si'as, = horas L edu'ação 75si'a ees!orti4a, alEm de = horas Ls Mati4idades de est5muloM /ara M!ri4ileiar a7ormação intele'tualM, a es'ola elementar te4e de a0andonar o !ro'edimentode memori$ação dos 'onhe'imentos, Mtornando, assim, o es!5rito 'urioso em

relação L sua exist&n'ia e le4ando-o a !arti'i!ar de sua ela0oraçãoM; era a'ondenação dos !roramas, em 0ene7i'io de uma ação !eda>i'a 'on4idadaa ser4ir-se de Mtodas as o!ortunidades o7ere'idas !elo am0iente de 4idaimediato ou lon5nBuoM e a !ri4ileiar o tra0alho indi4iduali$ado, a in4estiaçãoe a !esBuisa de do'umentos u', 19<, !. 1*<-):2.K !.92

H+urante o ano de 19), 4eri7i'ou-se uma mo0ili$ação miditi'a, sem!re'edentes, em 7a4or da hist>ria% na im!rensa es'rita, es!o'aram tanto as'r5ti'as, Buanto as in4e'ti4as. A 'am!anha 'ulminou no in5'io de março% no dia*, !or o'asião do lançamento de seu *))W nDmero, a re4ista 'istoria orani$ouuma Cornada de de0ates 'om a !arti'i!ação do ministro, de !ol5ti'os.K !. 3)2.

H@s dois 'ol>Buios 'on4erentes de 19) e de 19*, alEm de 'hamarem aatenção !ara a im!ortn'ia atri0u5da !or nossa so'iedade ao ensino dahist>ria, mostraram duas 7orças em ação, inexistentes no sE'ulo PP% a m5dia ea !ro7issão de historiador.K !.3)2

II CAP!T"LOA PROFI(O DE HITORIADOR

este seundo 'a!5tulo, /rost ex!li'ita Bue a #ist>ria enBuanto dis'i!lina eo75'io se 7e$ e se 7a$ !resente 'otidianamente, e não a!enas !ela instituição deum 'om!onente 'urri'ular. 8eCa !or meio da 7ormali$ação da dis'i!lina ou doshistoriadores a hist>ria se im!e 'omo rea de 'onhe'imento e !ro7issão Bueatendeu e re!resenta determinados ru!os de estudos.

 A !ro7issão de historiador a!are'e na transição da dE'ada de 1) Buando as7a'uldades de letras !ro!useram um 4erdadeiro ensino da hist>ria. Anteriormente, ha4ia amadores - muitas 4e$es, de talento; e, Ls 4e$es, de&nio -, mas não uma !ro7issão, ou seCa, uma 'oleti4idade orani$ada 'om

suas reras, seus rituais de re'onhe'imento e suas 'arreiras.K !.332HA !ro7issão de historiador 'onstru5a-se na 'onCunção desse em!reendimentode M'ienti7i'i$açãoM da hist>ria, Bue lhe 'on7eria as nonnas metodol>i'as, 'oma !ol5ti'a uni4ersitria dos re!u0li'anos ao arantir-lhe uma moldurainstitu'ional. om e7eito, a re7onna im!li'ou a 'riação de !ostos de !ro7essoresuni4ersitrios ao lado das 'tedras Bue se multi!li'aram e se es!e'iali$aram%na 8or0onne, !or exem!lo, as duas 'tedras de hist>ria existentes em 1:!assaram, em 191*, !ara 1. @ de!artamento anha 4isi0ilidade, sem atinir uma dimensão 'onsider4el em de'orr&n'ia do nDmero redu$ido deestudantes% em seu 'onCunto, as 7a'uldades de letras, in'luindo a 8or0onne,

outoraram menos de 1)) lícences em hist>ria, !or ano, no 7inal do sE'ulo PPe, em 191*, elas 'onta4am a!enas 'om <<

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'tedras de hist>ria.K !.3*2

HA !ro7issão de historiador Bue se 'onstituiu nas 7a'uldades, entre 1:) e 191*,não deixou de !ermane'er, entretanto, 4in'ulada ao ensino mEdio; 'om e7eito,

a maior !arte das 'arreiras de !ro7essor de 7a'uldade 'omeça4am !elao0tenção de um !osto de agrégé em um li'eu. Alis, não seria essa a Dni'a!osição Bue !ermitia a um !esBuisador !re!arar sua teseQA nomeação !ara a7a'uldade não des'arta4a a e4entualidade de aluEm 4ir a ser interado aoensino mEdio !orBue a !re!aração dos estudantes !ara a agrégation 'onstitu5auma das !rin'i!ais 7unçes dos !ro7essores; !ortanto, as duas ordens deensino !ermane'eram solidrias. !.3<2

 A escola dos Annales e a história(pesquisa)ma revista de com!ate

 A 'om!reensão da #ist>ria não est des4in'ulada de uma teoria ou de teoriasdo 'onhe'imento. este !arti'ular, a (s'ola dos Annales 'ontri0uiuso0eCamente !ara a anlise da hist>ria a !artir de no4as metodoloias.

HA orani$ação da !ro7issão 4ai, no entanto, modi7i'ar-se so0 a in7lu&n'ia detr&s 7atores, 'uCa nature$a e im!ortn'ia são 0astante desiuais% ode7inhamento das 7a'uldades de letras, a 'riação dos  Annales e a do O8. @'ontexto da dE'ada de 3) 7oi 0astante des7a4or4el !ara as 7a'uldades. @mer'ado uni4ersitrio se retraiu;*3 a 'riação de 'tedras tornou-se uma'onte'imento raro e o'orreu, essen'ialmente, no interior da França. @ nDmerode 'tedras de hist>ria - <<, em 191* - !assou, em 193, !ara =, 'ontando as1 !ermanentes da 8or0onne, 'uCa !orta de a'esso se tornou 'ada 4e$ maisestreita. om a a!osentadoria aos :) anos e, in'lusi4e, aos :< !ara osmem0ros do nstitut*++ era ne'essria uma lona es!era !ela li0eração de uma'tedra% !or exem!lo, G. e7e04re, 'andidato L 8or0onne em 19=, eleito !araoutra 'tedra em 193<, C ha4ia 'om!letado =3 anos Buando te4e a'esso L'tedra de hist>ria da Oe4olução, em 193:.K !.3:2

HA no4idade dos Annales não est no mEtodo, mas nos o0Cetos e nas Buestes. As normas da !ro7issão 7oram interalmente res!eitadas !or . Fe04re e ?."lo'h% o tra0alho a !artir dos do'umentos e a 'itação das 7ontes. (les ha4iama!rendido o o7i'io na es'ola de anlois e 8eino0os, sem deixar de 'riti'ar aestreite$a das indaaçes e a 7ramentação das !esBuisas; reCeitam a hist>ria!ol5ti'a 7a'tual Bue, nessa E!o'a, era dominante em uma 8or0onne Bue, alEmde se isolar, esta4a 'orro5da !elo imo0ilismo. (les 'hearam a dia0oli$ar, sem!ou!ar exaeros e sim!li7i'açes +N?@N1, 19:, !. :)-9); /rost, 199*2,essa hist>ria Mhistori'i$anteM - o termo 7oi 'riado !or 8imiand no de0ate de 19)3- !ara o!or-lhe uma hist>ria am!lamente a0erta, uma hist>ria total, em!enhadaem assumir todos os as!e'tos da ati4idade humana. (ssa hist>ria Me'onImi'a

e so'ialM !ara retomar o t5tulo da no4a re4ista - !retendia a'olher as outras

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dis'i!linas% so'ioloia, e'onomia e eora7ia. #ist>ria 4i4a, ela se interessa4adiretamente !elos !ro0lemas 'ontem!orneos.K !.392

H+o !onto de 4ista 'ient57i'o, o !aradima dos  Annales 7orne'ia L hist>ria uma

intelii0ilidade 0astante su!erior% a 4ontade de s5ntese, rela'ionando osdi7erentes 7atores de uma situação ou de um !ro0lema, !ermitia 'om!reender,a um s> tem!o, o todo e as !artes. Trata4a-se de uma hist>ria mais ri'a, mais4i4a e mais inteliente.K !.392

 A institucionalização de uma escola

H+esde então, tomou-se !oss54el 7a$er todo o ti!o de hist>ria% a extensãoilimitada das 'uriosidades hist>ri'as tratadas a'arretou o 7ra'ionamento doso0Cetos e dos estilos de anlise; esse E !re'isamente o tema da hist>ria MemmialhasM +osse, 19:2. (m 4e$ de 'ontinuar a se de7inir atra4Es de

determinado !aradima 'ient57i'o, a es'ola dos  Annales !autou-se !or suarealidade so'ial de ru!o 'entrado so0re uma instituição a (#(88 e a re4ista2. A hist>ria em mialhas não E o 7im dos !olos de in7lu&n'ia, mas a!enas o desua de7inição em termos 'ient57i'os.K !.*2

HVoltamos a en'ontrar nossa a7irmação ini'ial% a hist>ria E uma !rti'a tantoso'ial, Buanto 'ient57i'a; alEm disso, a hist>ria Bue E o !roduto do tra0alho doshistoriadores, assim 'omo a teoria da hist>ria Bue lhes ser4e de orientação,de!ende da !osição o'u!ada !or eles nesse du!lo 'onCunto, so'ial e!ro7issional. (is o Bue a'a0a relati4i$ando o o0Ceti4o deste li4ro. OeCeitar aes'olha normati4a de determinada hist>ria 'omo a Dni'a 4lida; de7ender Buetoda hist>ria re'onhe'ida 'omo tal mere'e ser le4ada a sErio e analisada;arumentar Bue ninuEm tem total li0erdade de es're4er o Bue lhe a!rou4er eBue 'ada um 7a$ sem!re, mais ou menos, a hist>ria de'orrente de sua !osiçãonesse 'am!o, E, de 'erta maneira, mani7estar uma o!inião so0re a hist>riaada!tada ao !er5odo de inde'isão e 7ramentação 4i4en'iado, atualmente, !eladis'i!lina e, ao mesmo tem!o, tentar su!er-lo.K !.<12

III CAP!T"LO

O FATO E A CR!TICA HIT#RICA

esse 'a!5tulo o autor dis'orre so0re as es!e'i7i'idades e as 'ara'ter5sti'as do?Etodo r5ti'o, teori$ado no 7inal do sE'ulo PP !ela es'ola Hmet>di'aK eutili$ado 'omo 0ase !ara a estruturação de duas im!ortantes o0ras deanlois e 8eno0os% Yntrodução aos estudos #ist>ri'osZ 19:2 e Y@ mEtodo#ist>ri'o a!li'ado Ls i&n'ias 8o'iaisZ 19)2

HTal 'omo E ensinada nas es'olas, in'lusi4e, nas salas de aula das 7a'uldades,a hist>ria 'om!orta dois momentos% em !rimeiro luar, 'onhe'er os 7atos; em

seuida, ex!li'-los, 'on'aten-los em uma ex!osição 'oerente.K !. <32

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H/ara anlois e 8eino0os1, os 7atos não estão !rontos% !elo 'ontrrio, essesautores le4aram muito tem!o !ara ex!li'ar as reras a ser 'um!ridas !ara'onstru5-los. (ntretanto, na sua mente e de toda a es'ola met>di'a 7ormali$ada!or eles, os 7atos são 'onstru5dos de uma 7orma de7initi4a. +a5, a di4isão do

tra0alho hist>ri'o em dois momentos e entre dois ru!os de !ro7issionais% os!esBuisadores - entenda-se, os !ro7essores da 7a'uldade - esta0ele'iam os7atos Bue 7i'a4am L dis!osição dos !ro7essores do li'eu.K !.<*2

H@s historiadores !erseuem 'otidianamente as a7irmaçes sem !ro4as, tantonos exer'5'ios dos estudantes, Buanto nos artios dos Cornalistas.nde!endentemente do Bue !ossa ser dito, mais tarde, !ara e4itar ossim!lismos, existe a5 uma 0ase essen'ial !ara o o7i'io do historiador% todaa7irmação de4er ser 'om!ro4ada, ou seCa, a hist>ria s> E !oss54el res!aldadaem 7atos.K !.<=2

H(is o Bue E !er7eitamente 4is54el em 'ada eta!a analisada !elos mestres domEtodo 'r5ti'o, anlois e 8eino0os, Bue esta0ele'em a distinção entre 'r5ti'aexterna e 'r5ti'a interna. A !rimeira in'ide so0re os 'ara'teres materiais dodo'umento% seu !a!el, tinta, es'rita e mar'as !arti'ulares Bue o a'om!anham./or sua 4e$, a 'r5ti'a interna re7ere-se L 'oer&n'ia do texto, !or exem!lo, a'om!ati0ilidade entre sua data e os 7atos men'ionados.K !.<2

HTodos os mEtodos 'r5ti'os 4isam res!onder a Buestes sim!les% de onde 4emo do'umentoQ Suem E seu autorQ omo 7oi transmitido e 'onser4adoQ @ autor E sin'eroQ Ter ra$es, 'ons'ientes ou não, !ara de7ormar seu testemunhoQ+i$ a 4erdadeQ 8ua !osição !ermitir-lhe-ia dis!or de in7ormaçes 7idedinasQ@u im!li'aria o uso de alum ex!edienteQ (ssas duas sEries de Buestes sãodistintas% a crítica da sinceridade in'ide so0re as intençes, 'on7essadas ounão, do testemunho, enBuanto a crítica da e,atidão re7ere-se L sua situaçãoo0Ceti4a. A !rimeira est atenta Ls mentiras, ao !asso Bue a seunda 'onsideraos erros. Nm autor de mem>rias ser sus!eito de reser4ar !ara si o !a!el mais7a4or4el e a 'r5ti'a da sin'eridade ser !arti'ularmente exiente; se des're4e

1 Charles-Victor Langlois (1863-1929) e  Charles Seignobos (1854-1942) são representantes da Escola

histórica francesa. São eles os atores !a o"ra# $ L’introduction aux études historiques%& '"lica!a e

1898& e se torno o 'rinci'al $"re*i+rio& 'or assi !i,er& oficial& !os est!antes !e istória%(/0/0E& 1993& '. 411). Esta o"ra !efine e sas linhas o 5to!o 'ositi*ista# an+lises

antitati*as chaa!a !e aten7ão 'ara os gran!es feitos 'olticos ealta7ão !os heróis nacionais

co'ila7ão !e fatos e or!e cronológica tili,a7ão !o !ocento oficial escrito coo fn!aental :

*er!a!e !os fatos& etc. ;a inter'reta7ão !o historia!or <hili''e =5tart& a o"ra !e Langlois e

Seigno"os#$>...? i'rie !as e*ol7@es 'ara!oais# 'or la!o& ineg+*el 'rogresso cientfico e

teros !e rigor 'or otro la!o& a liita7ão !o ca'o !e a7ão !o historia!or e& 'or falta !e

criosi!a!e& não son!a senão a s'erfcie !o 'assa!o%. (==A0=& 2BBB& '. 1BB) (is'on*el e

htt'#DD.historiae'ers'ecti*a.co).

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uma ação, ou situação, o'orrida L sua 7rente, sem ser !arte interante, a 'r5ti'ada exatidão ir atri0uir-lhe mais interesse Bue se ti4esse sido o e'o deter'eiros.K !.<92

o espírito crítico do historiador 

HAs reras da 'r5ti'a e da erudição, a o0riação de 7orne'er suas re7er&n'ias,não são normas ar0itrrias; 'ertamente, elas instituem a di7erença entre ohistoriador !ro7issional e o amador ou o roman'ista. o entanto, sua 7unção!rimordial 'onsiste em edu'ar o olhar do historiador em relação a suas 7ontes;se Buisermos, trata-se de uma as'ese e, de BualBuer modo, de uma atitudea!rendida, não es!ontnea, mas Bue 7orma uma dis!osição de es!5ritoessen'ial !ara o desem!enho do o7i'io.K !.=12

@ olhar do historiador !re'isa ser Hedu'adoK. Analisar a ess&n'ia dos 7atos, 4er 

o Bue os outros não 4eem. @u seCa, o historiador de4e ter uma atitude 'r5ti'adiante das mais di4ersas 7ontes hist>ri'as, e isto não se d de modo natural .

H@s historiadores ha4eriam de se entender melhor 'om os mEtodosBuantitati4os muitas 4e$es, indis!ens4eis -, se !restassem mais atenção emdesmisti7i'ar alarismos e 'l'ulos. A essas ad4ert&n'ias, Bue !ermane'ematuais, 'on4Em a'res'entar no4as o0ser4açes Bue di$em res!eito aode!oimento das testemunhas diretas e L imaem. ossa E!o'a, 4ida dehist>ria oral, ha0ituada !ela tele4isão e !elo rdio a M4i4erM - 'omo se di$ semsorrir - os a'onte'imentos ao 4i4o, atri0ui um 4alor exaerado L !ala4ra dastestemunhas.K ! =32

H@ mesmo o'orre 'om as imaens. A 7otora7ia tra$ em seu 0oCo esta'on4i'ção% 'omo seria !oss54el Bue a !el5'ula não ti4esse 7ixado a 4erdadeQ A'om!aração meti'ulosa de duas 7otora7ias da assinatura do !a'to ermano-so4iEti'o - a !rimeira, mostrando a!enas Oi00entro! e ?oloto4, enBuanto aoutra a!resenta essas duas !ersonalidades em um 'enrio di7erente C Bue,atrs deles, de !E, se en'ontram todos os altos 7un'ionrios da NO88,in'luindo 8talin -!ermite a4aliar a am!litude e4entual das tru'aens. ( Buandosa0emos Bue, em todos os 7ilmes dos aliados so0re a /rimeira Grande Guerra,existem a!enas, e somente, duas seBu&n'ias rodadas e7eti4amente nas 7rentes

de 'om0ate, damo-nos 'onta de Bue uma 'r5ti'a, em termos de re!resentaçes'oleti4as, E essen'ial antes da e4entual utili$ação desse ti!o de do'umentos.K!.=32

H(ntretanto, o0ser4amos Bue a 'r5ti'a dos de!oimentos orais e a das7otora7ias ou 7ilmes não di7erem da 'r5ti'a hist>ri'a 'lssi'a. Trata-se domesmo mEtodo, a!li'ado a outra do'umentação Bue, Ls 4e$es, utili$a sa0ereses!e'57i'os - !or exem!lo, um 'onhe'imento !re'isodas 'ondiçes de7ilmaem, em determinada E!o'a. ?as E, 7undamentalmente, um modo deo!erar semelhante ao do medie4alista diante de seus do'umentos. @ mEtodo'r5ti'o E, 'on7orme 4eremos mais adiante, o Dni'o a!ro!riado L hist>ria.K!.=*2

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CAP!T"LO IVA )"ET*E DO HITORIADOR

/roust a7irma Bue E !oss54el 7a$er hist>ria de tudo e E H/ela Buestão E Bue se

'onstr>i o o0Ceto hist>ri'o, ao !ro'eder a um re'orte oriinal no uni4ersoilimitado dos 7atos e do'umentos !oss54eisK!. :<2.

O que é uma questão histórica-.uest/es e documentos

om a Buestão do historiador - e eis !or Bue ela !ermite 'onstruir os 7atos -, eletem uma ideia das 7ontes e dos do'umentos Bue lhe !ermitirão resol4&-la, ouseCa, tam0Em uma !rimeira ideia do !ro'edimento a adotar !ara a0ord-los !.:<-:=2./ortanto, não h Buestão sem do'ument !. :=2. (la su!e C um

'onhe'imento m5nimo das di4ersas 7ontes e4entuais e imaina sua utili$ação!or mEtodos Bue C tenham sido ex!erimentados em outras !esBuisas !.:=2.

M@ !r>!rio do'umento não existe antes Bue inter4enha a 'uriosidade dohistoriadorM ?arrou, 19<*, !. 3)2 e Bue, ao mesmo tem!o, tudo !ode ser do'ument2 !. ::.?ediante a Buestão E Bue, a !artir do mesmo do'umento - !or um re'orte ea0ordaens di7erentes -, se 'onstr>i uma hist>ria da 7ortuna ou uma hist>ria damo0ilidade so'ial !. :2.

 A legitimidade das quest/es

?as o Bue E uma la'unaQ [] a 4erdadeira la'una E 'onstitu5da !elas Buestesainda sem res!osta !ara os historiadores. !. )2 A es'rita da hist>ria nun'a esta en'errada. ollin\ood% (is !or Bue, em 'adaE!o'a, a hist>ria de4e ser es'rita so0 no4as !ers!e'ti4asM 193), !. 1<2. !.)2./ara ser !lenamente le5tima !ara os historiadores, uma Buestão de4e inserir-se em uma rede de outras Buestes, !aralelas ou 'om!lementares,a'om!anhadas !or res!ostas !oss54eis, 'uCa es'olha de!ender do tra0alhoe7etuado so0re os do'umentos. A Buestão hist>ri'a E, assim, aBuela Bue seins're4e no Bue 'on4Em 'hamar, e7eti4amente, uma teoria. !.)2

 A Buestão hist>ri'a E 7ormulada no mao não s> da !ro7issão, mas tam0Emde uma so'iedade e !or !essoas% du!la !olaridade Bue nos 'om!etea!ro7undar !. 2.

O enraizamento social das quest/es históricas 0ertin1ncia social e pertin1nciacientífica

/ara os historiadores, [] a hist>ria miditi'a E desa'reditada !ela 7utilidade desuas Buestes !.32om Bue direito !oder5amos a7irmar Bue as !aixes de ?adame de /om!adour 

ou o assassinato do almirante e 'ola0ora'ionista, F. +arlan, são Buestes7Dteis, ao !asso Bue se Custi7i'a a ela0oração da hist>ria relati4a aos mineiros

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de armaux O. Trem!E2, L re!resentação do litoral A. or0in2 ou ao li4ro nosE'ulo PVQ A !ro7issão de historiador E Bue de'ide a a'eita0ilidade dedeterminada hist>ria e 7ixa os 'ritErios de a!re'iação, a exem!lo da !ro7issãode mEdi'o Bue reCeita ou re'onhe'eo 4alor medi'inal da 4a'inação ou dahomeo!atia. !.32

 A hist>ria Bue res!onde assim ao Bue, !or 'on4enção, se desina - 'om umaex!ressão um tanto im!re'isa, sem deixar de ser 'on4eniente - !or Mdemandaso'ialM !ode muit5ssimo 0em res!eitar todas as exi&n'ias da !ro7issão !.32./ara a !ro7issão de historia- dor, E im!ortante Bue essa hist>ria seCa 7eita !or 

!ro7issionais% a0andonar a 4ulari$ação aos Comalistas es!e'iali$ados seria tão!erioso Buanto renun'iar L 7onnação dos !ro7essores dos li'eus e 'olEios!.3-*2.

 As Buestes 'ienti7i'amente !ertinentes, as Bue 7a$em Ma4ançarM a hist>ria, nãosão des!ro4idas, direta ou indiretamente, de !ertin&n'ia so- 'ial% a!esar de não

ser4ir de 7undamento L !ertin&n'ia 'ient57i'a, ela !ode a'om!anh-la de 7onnahannoniosa !.*2.

 @ en'ontro entre !ertin&n'ia so'ial e !ertin&n'ia 'ient57i'a não E, no entanto,somente uma Buestão de o!ortunidade% se, Ls 4e$es, o a'aso E 7a4or4elde4e-se ao 7ato de Bue os historiadores, 'omo indi45duos e 'omo ru!o, 7a$em!arte da so'iedade em Bue 4i4em; mesmo Buando Culam suas BuestesM!uramenteM hist>ri'as, elas estão im!renadas sem!re dos !ro0lemas de seutem!o. !. *2

'istoricidade das questoes históricas

Todas as Buestes sao 7ormuladas a !artir de um determinado luar !.*2.ada E!o'a a'a0a im!ondo, assim, seus !ontos de 4ista L es'rita da hist>ria!. <2.

O enraizamento pessoal das quest/es históricasO peso dos compromissos

/roust d aluns exem!los de en4ol4imento !essoal so0re determinadasBuestes hist>ri'as.

@ 'aso de harles 8eino0os 1<*-19*2. @ melhor de sua o0ra hist>ri'a Eum rande 'om!&ndio de ensino su!erior - os Buatro 4olumes de 'istoire de laFrance contemporaine ( Bue a0rane o !er5odo do 8eundo m!Erio atE 191%uma hist>ria !ol5ti'a 0em 'ontem!ornea. Filho de um de!utado re!u0li'ano dode!artamento de Arde'he, de tradição !rotestante, ele 7oi um militantedre7usista 0astante ati4o; mais tarde, assinou a !etição 'ontra a Mlei dos tr&sanos [de ser4iço militar]M 19132 e a!oiou um 'omit& M!a'i7istaM, em 191:. omoser !oss54el deixar de 4er o 45n'ulo entre seu 'om!romisso e a hist>ria Buees're4eQ !.:2+o mesmo modo, os historiadores do 'atoli'ismo ou do !rotes- tantismo são,

Buase sem!re, 'at>li'os ou !rotestantes 'on4i'tos; entre eles, a exem!lo doBue o'orre entre os historiadores do 'omunismo, E !oss54el en'ontrar 

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trns7uas, ou seCa, !adres em 'on7lito 'om a reCa Bue soli'itaram a reduçãoao estado lai'al, assim 'omo !ro7issionais 7iEis, 'uCas 'om!et&n'ias oure!utação são utili$adas !ela reCa. !.:2

O peso da personalidade

@ estudo 'otidiano, durante anos a 7io, da 7iloso7ia, da literatura ou da hist>ria,a'a0a assumindo uma sini7i'ação !essoal !. 2

o entanto, o ris'o de ser !ar'ial, a 7a4or ou 'ontra, de !re!arar uma de7esa ouuma a'usação, não E menos e4idente. A !aixão a'a0a !or o0'e'ar; ela ins!iraa dis!osição de 'om!ro4ar tanto os erros, Buanto os a'ertos, de denun'iar as!er4ersidades e as 'iladas ou de 'ele0rar a enerosidade e a lu'ide$ !. 92

 A exem!lo do Bue o'orre 'om BualBuer o!ortunidade, o 'onhe'imento 5ntimo!or 'om!romisso !essoal E tam0Em um ris'o; ele !ermite Bue o historiador 

!ossa a4ançar, de 7orma mais r!ida e mais !ro7unda, na 'om!reensão de seutema, mas tam0Em !ode o7us'ar sua lu'ide$ so0 a tur0ul&n'ia dos a7etos!.92.

/roust lem0ra da im!ortn'ia do re'uo, no entanto, di$ ele% H@ re'uo não E adistn'ia no tem!o exiida 'omo 'ondição !rE4ia !ara 7a$er hist>ria% !elo'ontrrio, a hist>ria E Bue 'ria o re'uo. !. 9)2. @ re'uo 'riado !ela hist>ria E,tam0Em, re'uo em relação a si mesmo e a seus !r>!rios !ro0lemas !.912. A Buestão do historiador de4e situar-se, assim, entre o mais su0Ceti4o e o maiso0Ceti4o. 932.

CAPIT"LO VO TEMPO DA HIT#RIA+

este 'a!itulo !roust se !ro!oe a analisar a dimensão dia'rIni'a da hist>ria,lem0ra. @ autor lem0ra Bue  H@ !ro7ano não se enana ao re'onhe'er os textoshist>ri'os !elo 7ato de a!resentarem datas; alis, 'om aluma ironia, E4i-8trauss 'hamou a atenção !ara esse as!e'toK!. 9<2.

 A historia do tempo)m tempo social 

/rimeira 'ara'ter5sti'a Bue não ser moti4o de sur!resa% o tem!o da hist>ria E,!re'isamente, o das 'oleti4idades, so'iedades, (stados e 'i4ili$açes. !. 9=2 @ tem!o da hist>ria não E o tem!o 7isi'o, nem o tem!o !si'ol>i'o; tam!ou'oE o dos astros ou dos rel>ios de Buart$o, di4is54el ilimitadamente, emunidades riorosamente id&nti'as !.9=2.@ tem!o da hist>ria est in'or!orado, de aluma 7onna, Ls Buestes, aosdo'umentos e aos 7atos; E a !r>!ria su0stn'ia da hist>ria !.9=2. Ao estudar os homens Bue 4i4em em so'iedade - e 4oltaremos ao assunto -, ahist>ria se ser4e de um tem!o so'ial, ou seCa, de re7er&n'ias tem!orais Bue são'omuns aos mem0ros da mesma so'iedade. !.9:2

 A unificaçao do tempo: a era cristã2

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este item, o autor dis'orre so0re a hist>ria do tem!o, ou da datação,lem0rando Bue @ tem!o de nossa hist>ria est ordenado, ou seCa, tem umaoriem e um sentido []nosso tem!o est orani$ado a !artir de uma'onte'imento 7undador Bue o uni7i'a% o nas'imento do risto. !.9:2

 A a!arição da era 'ristã res!ondeu Ha ne'essidade de 7a$er 'oin'idir o'alendrio solar, herdado dos romanos, 'om o 'alendrio lunar, oriundo do Cuda5smo, e Bue orani$a4a a 4ida litDri'aK!.992.

)m tempo orientado

/ara a 'ristandade - e, !elo menos, atE o Oenas'imento - o 7im do mundo era,'om e7eito, o Dni'o 4erdadeiro des7e'ho do tem!o !. 1))2.

essa textura tem!oral !rE-moderna Bue deixaria o luar L tem!oralidade

!ro!riamente hist>ri'a, os homens de todas as idades eram, de alum modo,'ontem!orneos. !. 1)12@ tem!o moderno E !ortador, !elo 'ontrrio, de di7erenças irre4ers54eis; eletorna o Mde!oisM irredut54el ao MantesM !. 1)12.

R !oss54el a'om!anhar, no de'orrer dos sE'ulos PV e PV, os !roressosdessa ideia 'onstituti4a de nossa !er'e!ção moderna da tem!oralidade. !.1)2. A Oe4olução 7orne'eu-lhe uma a'eleração 7ormid4el% a re!resentaçãomoderna do tem!o im!Is-se, então, 'omo uma e4id&n'ia !. 1)2.

ossa so'iedade mo4e-se nesse tem!o as'endente, 'riador de no4idades esur!resas; no entanto, !ara ser utili$ado, E su0metido !elos historiadores aalumas trans7ormaçes !. 1)32.

 A construção do tempo pela história3empo* história e memória

Tem!o da hist>ria e a tem!oralidade moderna 'onstituem, !or sua 4e$, um!roduto da hist>ria. !. 1)32

@ historiador remonta o tem!o e 7a$ o mo4imento in4erso; !ode a'om!anh-lo,mentalmente, nos dois sentidos, em0ora sai0a muit5ssimo 0em Bue ele sees'oa a!enas em um sentido. ! 1)*2@ 4ai4Em !ermanente, entre !assado e !resente, assim 'omo entre osdi7erentes momentos do !assado, E a o!eração !e'uliar da hist>ria. (la modelauma tem!oralidade !r>!ria, 7amiliar, 'omo se tratasse de um itinerrioin'essantemente !er'orrido, em uma 7loresta, 'om seus !ontos de re7er&n'ia,suas !assaens mais deli'adas ou 7'eis. /or estar imerso no tem!o, ohistoriador o 'olo'a, de alum modo, L distn'ia de seu tra0alho, 0ali$ando-o'om suas !esBuisas, delimitando-o 'om seus !ontos de re7er&n'ia e7orne'endo-lhe uma estrutura !.1)*2.

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a re!resentação so'ial, assim 'omo na sua 'onstrução !elos historiadores, otem!o E 7ator de no4idade, 'riador de sur!resas. (le E dotado de mo4imento etem um sentido. !. 1)<2

@ tem!o dos historiadores 'om!artilha essas 'ara'ter5sti'as 'om a da 0iora7ia

indi4idual% 'ada Bual !ode re'onstruir sua hist>ria !essoal, o0Ceti4-la atE 'erto!onto, 'omo remontar, relatando suas lem0ranças, do momento !resente atE ain7n'ia ou in4erter o mo4imento a !artir da in7an'ia atE o 'omeço da 4ida!ro7issional, et'. A mem>ria, a exem!lo da hist>ria, ser4e-se de um tem!o Cde'orrido. !. 1)=2  @ tem!o da mem>ria, o da lem0rança, nun'a !ode ser inteiramenteo0Ceti4ado, 'olo'ado L distn'ia, e esse as!e'to 7orne'e-lhe sua 7orça% elere4i4e 'om uma ine4it4el 'ara a7eti4a. Rinexora4elmente 7lexionado,modi7i'ado, remaneCado em 7unção das ex!eri&n'ias ulteriores Bue o in4estiramde no4as sini7i'açes. !. 1)=2@ tem!o da hist>ria 'onstr>i-se 'ontra o da mem>ria. ontrariamente ao Bue

se es're4e, 7reBuentemente, a hist>ria não E uma mem>ria. !. 1)=2(m 4e$ de ser um relato de lem0ranças ou uma tentati4a da imainação !araatenuar a aus&n'ia de lem0ranças, 7a$er hist>ria E 'onstruir um o0Ceto'ient57i'o, historiciz4(lo de a'ordo 'om a !ala4ra utili$ada !or nossos 'oleasalemães; ora, a'ima de tudo, histori'i$-o 'onsiste em 'onstruir sua estruturatem!oral, es!açada, mani!ul4el, uma 4e$ Bue, entre as 'i&n'ias so'iais, adimensão dia'rIni'a E o !r>!rio da hist>ria. !. 1)=2

O tra!alho so!re o tempo2 A periodização

 A !rimeira tare7a do historiador re7ere-se L 'ronoloia% antes de mais nada,trata-se de 'lassi7i'ar os a'onte'imentos na ordem do tem!o. !. 1):2 Aseunda tare7a, entenda-se, do !onto de 4ista l>i'o, uma 4e$ Bue, na !rti'a,as duas o!eraçes estão, Buase sem!re, 'on7undidas - E a !eriodi$ação.!.1):2@ historiador Bue de4e en'ontrar as arti'ulaçes !ertinentes !ara re'ortar ahist>ria em !er5odos, ou seCa, su0stituir a 'ontinuidade im!er'e!t54el do tem!o!or uma estrutura sini7i'ante !.1):2. @ re'orte !eri>di'o 'om!orta sem!reuma !ar'ela de ar0itrariedade. !.1):2 A !eriodi$ação identi7i'a 'ontinuidades eru!turas; a0re o 'aminho !ara a inter!retação.

(la torna a hist>ria não !ro!riamente inteli54el, mas, !elo menos, sus'et54elde ser !ensada. 1)2

 Assim, o tem!o dos historiadores a!resenta-se 'omo um tem!o C estruturadoe C arti'ulado. As 4antaens são tão e4identes Buanto os in'on4enientes% entreas !rimeiras, alEm das 7a'ilidades de linuaem- !eriosas - C assinaladas, E!oss54el o0ser4ar a 7a'ilidade de a'esso Ls 7ontes !orBue a es'rita, osdi7erentes &neros de do'umentos e os luares de 'onser4ação o0ede'em,Buase sem!re, a um re'orte !eri>di'o. o entanto, o !er5odo a!resenta um4erdadeiro interesse 'ient57i'o ao su0linhar Bue a simultaneidade no tem!o nãoE Custa!osição a'idental, mas relação entre 7atos de di4ersas ordens. @s

di7erentes elementos de um !er5odo são mais ou menos estreitamenteinterde!endentes. (les Mharmoni$am-seM% trata-se do 5usammenhang dos

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alemães. (x!li'am-se uns !elos outros; o todo le4a em 'onsideração as !artes.!.1)92

 A pluralidade do tempo

 A neação a0soluta do !er5odo 'omo unidade dinmi'a de um momento seriauma demissão da inteli&n'ia Bue teria renun'iado L s5ntese. !. 1112

F. "raudel Bue o0te4e o su'esso, so0eCamente 'onhe'ido, 'om a o0ra 6a7éditerranée2 8ua distinção de tr&s tem!os tornou-se 'lssi'a ao !onto de ter sido su0metida aos a4atares des'ritos mais a'ima, da 'riação L 'on'reção [](le dedi'a a !rimeira !arte ao Buadro eor7i'o e material, a seunda Le'onomia e a ter'eira aos a'onte'imentos !ol5ti'os. (sses tr&s o0Cetos,relati4amente 'on4erentes e relati4amente inde!endentes, 'orres!ondem atr&s tem!oralidades es'alonadas% um tem!o lono, o das estruturaseor7i'as e materiais; um tem!o intermEdio, o dos 'i'los e'onImi'os, da

'onCuntura; e o tem!o 'urto do !ol5ti'o, o do a'onte'imento. !.112

 AlEm de se 7a$er a !artir do tem!o, a hist>ria E uma re7lexão so0re ele e sua7e'undidade !r>!ria. @ tem!o 'ria e toda a 'riação exie tem!o. !.11*2

CAPIT"LO VIO CONCEITO

Sual E a !arti'ularidade dos 'on'eitos hist>ri'osQ (sta E a !erunta norteadoradeste 'a!itulo

8onceitos empíricos9ois tipos de conceitos

/ara se tornar um 'on'eito, a !ala4ra tem ne'essidade de in'luir,  por si só*uma !luralidade de sini7i'açes e de ex!eri&n'ias. !.11:2 Ao !ensar o !assado 'om 'on'eitos 'ontem!orneos, 'orre-se o ris'o deana'ronismo; o !erio E !arti'ularmente ra4e no dom5nio da hist>ria dasideias ou das mentalidades. 11:2R extremamente raro Bue os 'ontem!orneos de uma E!o'a tenham tido'ons'i&n'ia da oriinalidade do !er5odo em Bue eles 4i4iam ao !onto de

atri0uir-lhe um nome naBuele mesmo momento. /ara 7alar da elle ;poque* 7oine'essrio ter !assado !ela Guerra de 191* e ter 4i4ido em um tem!o dein7lação. A ex!ressão 0em 'Imoda -  primeira metade do século PP -, !aradesinar o !er5odo 19))-19*), suriu a!enas na dE'ada de :). @s reos daE!o'a cl4ssica inora4am Bue ela 4iria a mere'er tal Buali7i'ati4o e o mesmo se!ode di$er a res!eito dos reos da E!o'a helenística2 <==>(==?@2

+a des'rição resumida ao ti!o ideal

@s 'on'eitos da hist>ria são 'onstru5dos !or uma sErie de enerali$açessu'essi4as e de7inidos !ela enumeração de 'erto nDmero de traços !ertinentes

Bue t&m a 4er 'om a eneralidade em!5ri'a, e não 'om a ne'essidade l>i'a.!. 1192

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@ 'on'eito hist>ri'o% ele atine 'erta 7orma de eneralidade !or ser o resumode 4rias o0ser4açes Bue reistraram similitudes e identi7i'aram 7enImenosre'orrentes. Tendo estudado a hist>ria dos 'on'eitos, O. oselle'^ 199), !.1)92 a7irma 'om toda a ra$ão% 8o0 um 'on'eito, a multi!li'idade da ex!eri&n'ia

hist>ri'a, assim 'omo uma soma de relaçes te>ri'as e !rti'as, sãosu0sumidas em um Dni'o 'onCunto Bue, 'omo tal, E dado e o0Ceto deex!eri&n'ia somente !or meio desse 'on'eito. !.1)2.

 A im!ossi0ilidade de de7inir os 'on'eitos hist>ri'os im!li'a seu 'arter ne'essariamente poliss1mico e sua !lasti'idade !.112a realidade, os 'on'eitos hist>ri'os t&m um al'an'e maior% eles in'or!oramuma arumentação e re7erem-se a uma teoria. 8ão o Bue ?ax _e0er desina'omo ti!os ideais. !.112

@s 'on'eitos são, assim, a0straçes utili$adas !elos historiadores !ara

'om!ar-las 'om a realidade; nem sem!re tal !ro'edimento E ex!li'itado. +e7ato, eles orientam a re7lexão a !artir da di7erença entre os modelos 'on'eituaise as reali$açes 'on'retas. (is !or Bue os 'on'eitos introdu$em uma dimensão'om!arati4a, mais ou menos ex!l5'ita, em toda a hist>ria, !ela a!li'ação domesmo modelo ti!o ideal aos di7erentes 'asos estudados. A a0stração do ti!oideal trans7orma a di4ersidade em!5ri'a em di7erenças e sirnilitudes, dotadas desentido; ela 7a$ so0ressair, ao mesmo tem!o, o es!e'57i'o e o eral. !.132

Os conceitos formam rede

/or serem a0stratos e 7a$erem re7er&n'ia a uma teoria, os 'on'eitos 7ormamrede% eis o Bue 7i'ou demonstrado 'om o exem!lo da 'rise do Antio Oeime.!.132@ 'on'eito de 7as'ismo s> adBuire sentido em uma rede 'on'eitual Bue'om!reende 'on'eitos tais 'omo democracia* li!erdades* direitos humanos*totalitarismo* ditadura* classe* nação* racismo* et'. (is o Bue os linuistasdesinam !or 'am!o semnti'o% um 'onCunto de termos inter- rela'ionados so0uma 7orma est4el, seCa de o!osição, de asso'iação ou de su0stituição !.1*2.

@ sentido !re'iso do 'on'eito E assumido !elo determinante Bue lhe Eatri0u5do; alEm disso, o Coo 'om!arati4o es0oçado mais a'ima E,

identi'amente, 0us'a do determinante !ertinente. !. 1<2(m 4e$ de 'on'eitos C 'onstitu5dos, seria !re7er54el 7alar de 'on'eituali$ação,'omo !ro'edimento e 'omo 0us'a, da hist>ria mediante a Bual se o!era umaorani$ação, relati4a e sem!re !ar'ial, da realidade hist>ri'a, !orBue o realnun'a se deixa redu$ir ao ra'ional; ele 'om!orta sem!re uma !arte de'ontin&n'ia e as !arti'ularidades 'on'retas transtornam ne'essariamente aordem irre!reens54el dos 'on'eitos !.1<2.

 A conceitualização da históriaOs conceitos pedidos de empréstimo

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 A hist>ria não 'essa de !edir de em!rEstimo os 'on'eitos das dis'i!linas a7ins%ela !assa o tem!o 'ho'ando o4os alheios. /or ser ilimitadamente a0erta,des'artamos a!resentar a lista desses 'on'eitos. !1=2

@ em!rEstimo a'arreta, loo, uma !rimeira distorção Bue ser adotada !or 

outros. !.1:2

 As entidades societais

o entanto, existem 'on'eitos Bue, sem serem !r>!rios da hist>ria, o'u!amuma !osição, a um s> tem!o, rele4ante e !ri4ileiada dentro da dis'i!lina%re7erimo-nos LBueles Bue desinam entidades 'oleti4as. @ enun'iado 'itado'omo exem!lo no in5'io deste 'a!5tulo 'ontEm um desses 'on'eitos% nas4Es!eras da Oe4olução, a sociedade francesa !assa4a !or uma 'risee'onImi'a do Antio Oeime. !.1:2. ?as teremos o direito de atri0uir ostraços da !si'oloia indi4idual a entidades 'oleti4asQ Tal trans7er&n'ia ser

le5timaQ !.1:2

H>sK dos atores ser4e de 7undamento im!l5'ito L entidade 'oleti4a utili$ada!elo historiador. /ara leitimar essa trans7er&n'ia da !si'oloia indi4idual !araas entidades 'oleti4as, /. Oi'reur !ro!e a noção de M!erten'imento!arti'i!ati4oM% os ru!os em Buestão são 'onstitu5dos !or indi45duos Bue osinteram e Bue t&m uma 'ons'i&n'ia mais ou menos 'on7usa desse!erten'imento. !. 12

'istoricizar os conceitos da história

 A histori$ação dos 'on'eitos da hist>ria !ermite, ao 'ir'uns're4er a relaçãoentre 'on'eito e realidade, !ensar situaçes dadas, simultaneamente, demaneira sin'rIni'a e dia'rIni'a, seundo o eixo das Buestes e, ao mesmotem!o, dos !er5odos, 'omo estrutura e 'omo e4olução !. 192.

#istori$ar os 'on'eitos E identi7i'ar a tem!oralidade de Bue eles 7a$em !arte;trata-se de um modo de a!reender a 'ontem!oraneidade do não'ontem!orneo 13)2./or Dltimo, a histori$ação dos 'on'eitos !ermite Bue o historiador a!reenda o4alor !ol&mi'o de aluns desses 'on'eitos 13)2.

omo se 4&, os 'on'eitos não são 'oisas; em 'ertos as!e'tos, são armas. +eBualBuer modo, são instrumentos 'om os Buais os 'ontem!orneos, assim'omo os historiadores, !ro'uram 'onsolidar a orani$ação da realidade, alEmde le4ar o !assado a ex!rimir sua es!e'i7i'idade e suas sini7i'açes !.1312.

CAP!T"LO VIIA HIT#RIA COMO COMPREEN(O

 Autorretrato do historiador como artesão: A história como ofício

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 A hist>ria E um oficio ( termo es'olhido !or . Fe04re 'omo t5tulo !ara a o0ra!>stuma de ?. "lo'h Bue, entretanto, o ha4ia utili$ado, a0undantemente, etrans7ormado em uma realidade 'oleti4a% nosso o7i'io, o o7i'io de historiador !.13*2.@ historiador alemão, _erner on$e, 'hea mesmo a esta0ele'er a distinção

entre mestres, o7i'iais e a!rendi$es. "ernard "ailn 199*, !. *9-<)2 utili$a otermo crafi: mesmo Bue a hist>ria !ossa a!resentar-se de maneira maisso7isti'ada, ela de4e ser, no m5nimo, um o7i'io, a mift* no sentido em Bue as'om!et&n'ias - sills - reBuisitadas de!endem de uma !rti'a e exiem tem!o.(is !or Bue um tem!o de estio !ara se tomar o7i'ial- guildlie training ( 7a$sentido. A hist>ria a!rende-se 'omo a mar'enaria% !or um a!rendi$ado nao7i'ina. Ao 7a$er hist>ria E Bue aluEm se toma historiador !.13*2.

Os homens* o!ietos da história A hist>ria E o estudo das so'iedades humanasM, di$ia Fustel de oulanes<apud 6Oc'* 19=), !. 11)2. 8eino0os 7a$ia-lhe e'o% M@ o0Ceti4o da hist>ria

'onsiste em des're4er, !or meio de do'umentos, as so'iedades do !assado esuas metamor7osesM 11, !. <=2 !.13<2. @ mesmo E di$er Bue, nesteas!e'to, não h 4erdadeira di4er&n'ia 'om os 7undadores dos  Annales Bue,em 4e$ de Mhist>ria das so'iedades humanasM#AOToG, 19, !. 1-132,!re7erem Ma hist>ria dos homens Bue 4i4em em so'iedadeM !.13<2.

Tr&s traços 'ara'teri$am o o0Ceto da hist>ria. (le E humano, o Bue sini7i'a Buein'lusi4e os historiadores a!arentemente indi7erentes aos homens são le4adosatE eles !or 4ias trans4ersas% a hist>ria da 4ida material ou do 'lima interessa-se !elas 'onseBu&n'ias de suas e4oluçes !ara os ru!os humanos. (le E'oleti4o% Mão o homem, insisto, nun'a o homem, mas as so'iedadeshumanas, os ru!os orani$adosM, di$ia . Fe04re <apud "@#, 19=), !.ll @2./ara Bue um homem, isoladamente, sus'ite o interesse da hist>ria Ene'essrio Bue ele seCa, 'omo se di$, representativo* isto E, re!resentati4o deum rande nDmero de outros homens; ou* então, Bue tenha exer'ido uma4erdadeira in7lu&n'ia so0re a 4ida e o destino dos outros; ou* ainda, tenha'hamado a atenção, !or sua !r>!ria sinularidade, !ara as normas e osh0itos de um ru!o em determinada E!o'a. /or Dltimo, o o0Ceto da hist>ria E'on'reto% os historiadores t&m des'on7iança em relação aos termos a0stratos;eles deseCam 4er, ou4ir e sentir. # alo de 'arnal na hist>ria !.13=2. +i$er Bueo o0Ceto da hist>ria E 'on'reto sini7i'a Bue ele est situado no es!aço e no

tem!o, Bue tem uma dimensão dia'rIni'a !.13=2. A história e a vida

 A !er!lexidade aumenta 'om a emer&n'ia do tema M4idaM e Buando esta Ede'retada Mnossa Dni'a es'olaM, de a'ordo 'om a 'on7er&n'ia !ro7erida na(8, intitulada !elo !r>!rio . Fe04re% MVi4re l6histoireMu'ien Fe04re% MVi4er a hist>riaM( C Bue tenho a 7eli'idade de en'ontrar, nestasala, Co4ens de'ididos a dedi'ar-se L !esBuisa hist>ri'a, Buero di$er-lhes 'omtoda a 7ranBue$a% !ara 7a$er hist>ria, 4oltem as 'ostas resolutamente ao!assado e, antes de mais nada, 4i4am !lenamente a 4ida. ?isturem-se L 4ida.

 X 4ida intele'tual, sem dD4ida, 'om toda a sua di4ersidade. [...] ?as, 4i4amtam0Em uma 4ida !rti'a. ão se 'ontentem em olhar da !raia,

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!reuiçosamente, o Bue se !assa no mar aitado. [...] Arrea'em as manas[...] e aCudem os maruCos em sua tare7a. 8er tudoQ ão. sso de nada ser4e se'ontinuarem se!arando ação e !ensamento, 4ida de historiador e 4ida'otidiana. (ntre a ação e o !ensamento, não h ta0iBues, nem 0arreiras. ãodeixem Bue a hist>ria tenha a a!ar&n'ia de uma ne'r>!ole inerte, !ela Bual

!assam uni'amente som0ras des!oCadas de su0stn'ia. F("VO(, 19<3, !.<2 !.13:2.

 A compreensão e o raciocínio por analogia B,plicação e compreensão

 A distinção entre ex!li'ar e 'om!reender tem sido utili$ada 'om 'erta7reBu&n'ia; alEm disso, esse tema E a0ordado, de 7orma ins5!ida, !or 4rios'andidatos do !accalauréat2 (la mere'e ser 'onsiderada, a um s> tem!o, emsuas neaçes e em suas a7irmaçes. R 4erdade Bue a hist>ria não E uma'i&n'ia, mesmo Bue ela se en'ontre Mainda em sua in7n'iaM, alEm de ser Md57i'ilM. +e 7ato, a 'i&n'ia s> E !oss54el a !artir do eral, de a'onte'imentos

Bue se re!etem, enBuanto a hist>ria trata de a'onte'imentos oriinais e desituaçes sinulares Bue nun'a 4oltam a se en'ontrar de 7orma estritamenteid&nti'a 132.

 A ideia de Bue a 'i&n'ia esta0ele'e leis, Bue ela 7a$ reinar uma !re4isi0ilidaderiorosa, do ti!o - Muma 4e$ !rodu$ido o a'onte'imento A, ir !rodu$ir-se,ne'essariamente, o a'onte'imento "M -, re7ere-se mais ao 'ienti7i'ismo do 7inaldo sE'ulo PP Bue L 'i&n'ia moderna !. 1392.

este as!e'to, a noção de 'om!reensão re4ela todo o seu al'an'e% ela 4isa!arti'ulari$ar um modo de 'onhe'imento Bue, !or ser di7erente, não E menosle5timo, nem menos rioroso, nem menos 4erdadeiro, em sua ordem, Bue o'onhe'imento o0Ceti4o das 'i&n'ias naturais !. 1*)2.

8ompreens/o e ordem do sentido

/ara oumot, o im!ortante E o en'adeamento e não a su'essão% !ara ha4er hist>ria, E ne'essrio Bue os 7atos, alEm de serem 'olo'ados em ordem'ronol>i'a, exerçam uma in7lu&n'ia re'5!ro'a. @ra, essa in7lu&n'ia !assa !ela'ons'i&n'ia dos atores Bue !er'e0em uma situação e se ada!tam a ela em7unção de seus o0Ceti4os, de sua 'ultura e de suas re!resentaçes. ão h,

!ortanto, hist>ria Bue !ossa ser 'onsiderada !uramente MnaturalM% BualBuer hist>ria im!li'a sini7i'açes, intençes, 4ontades, medos, imainação e'renças. !.1*12

 A noção de 'om!reensão assume, neste as!e'to, um 4alor !ol&mi'o; ela 4isa'on7erir Ls 'i&n'ias humanas uma Mres!eita0ilidade 'ient57i'aMlo* e umaleitimidade semelhantes Ls das 'i&n'ias !ro!riamente ditas !.1*12.

B,peri1ncia vivida e raciocínio por analogia

 A 'om!reensão de n>s mesmos e dos outros s> E !oss54el na medida em Bue

trans7erimos o 'onteDdo de nossa 4ida !ara BualBuer 7orma de ex!ressão deuma 4ida, seCa ela nossa ou alheia. Assim, o 'onCunto da ex!eri&n'ia 4i4ida, da

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ex!ressão e da 'om!reensão E, !or toda !arte, o mEtodo es!e'57i'o !elo Buala humanidade existe !ara n>s enBuanto o0Ceto das 'i&n'ias do es!5rito.+T#( ,̀ 19, !.32. on'retamente, 'omo !ro'ede o historiador Bue!retende 'om!re- ender - ou ex!li'ar no sentido 'orrente, não 'ient57i'o, dotermo - um 7enImeno hist>ri'oQ (m eral, ele es7orça-se !or redu$ir o

7enImeno a 7enImenos mais erais ou en'ontrar suas 'ausas !ro7undas oua'identais !.1*2.

R 'onstatar Bue não h mEtodo hist>ri'o. (xiste sim um mEtodo 'r5ti'o Bue!ermite esta0ele'er, 'om rior, os 7atos !ara 4alidar as hi!>teses dohistoriador; no entanto, a ex!li'ação hist>ri'a E exatamente aBuela utili$ada !or BualBuer !essoa na 'on4ersação 'otidiana. !. 1**2@ historiador ela0ora sua arumentação !or analoia 'om o !resente e, !ararelatar o !assado, trans7ere modos de ex!li'ação 'om!ro4ados !elaex!eri&n'ia so'ial 'otidiana do homem 'omum !. 1*<2.

 A história como aventura pessoal'istória e pr4ticas sociais

+e 7ato, o historiador 'om!reende as situaçes hist>ri'as a !artir daex!eri&n'ia adBuirida das di4ersas !rti'as so'iais. !. 1*<2

R im!oss54el ser, su'essi4amente, ministro, mone, 'a4aleiro, 0an'rio,'am!on&s, !rostituta; E im!oss54el 'onhe'er, su'essi4amente, a uerra, a7ome, a re4olução, a 'rise, os des'o0rimentos. /ortanto, ele E o0riado a se0asear na ex!eri&n'ia dos outros. (ssa ex!eri&n'ia so'ial indireta - de alummodo, !or !ro'uração- transmite-se atra4Es de relatos de amios, de !essoas'onhe'idas e de testemunhas. !.1*=2

 A hist>ria 'omo ami$ade

omo o0ser4a4a ?arrou 'om toda a ra$ão% aBuele Bue 'om!reende Mdetra4EsM o Bue lhe di$em os amios, não !ode ser um 0om historiador. !. 1*:2

?as 'om!reender M0emM E sim!lesmente 'om!reender. @ Bue su!e 'erta7orma de 'oni4&n'ia, de 'um!li'idade 'om o outro% E ne'essria a dis!osiçãode entrar em sua !ersonalidade, enxerar 'om seu olhar, sentir 'om sua

sensi0ilidade, Cular de a'ordo 'om seus 'ritErios. A 'om!reensão adeBuada7a$-se somente a !artir de dentro. (sse es7orço Bue mo0ili$a a inteli&n'iaim!li'a $onas mais 5ntimas da !ersonalidade; E im!oss54el !ermane'ermosindi7erente LBueles Bue C 7oram assimilados !or nosso entendimento. A'om!reensão E, tam0Em, uma sim!atia, um sentimento. ?arrou 'hea4a aa7irmar% Muma ami$adeM !.1*2.

 A história como história de si mesmo

ollin\ood 19*=2 insistia, Custamente, so0re esse as!e'to. Ao ela0orar ahist>ria de determinadas ati4idades, o historiador não as o0ser4a 'omo um

es!et'ulo, mas 4ai a0ord-las 'omo ex!eri&n'ias a 4i4er interalmente, emsua !r>!ria mente <e,períences to !e lived through in his oCn min4@$ aBui, o

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termo Mex!eri&n'iaM E 'onsiderado no sentido mais am!lo de alo Bue E 4i4ido,ex!erimentado, !ensado. !.1<)2

Do!in E2 8ollingCood: ó e,iste história de coisas pensadas

8e o historiador [...] tenta 'ontrolar a hist>ria de um !ensamento de Bue não'onseuiu a!ro!riar-se !essoalmente, ele não 4ai es're4er a hist>ria desse!ensamento, mas re!etir sim!lesmente 7rases Bue reistram os 7atosexteriores de seu desen4ol4imento% os nomes e as datas, assim 'omo 7rasesdes'riti4as !rE-7a0ri'adas. Tais re!etiçes !odem ser Dteis, mas não !orBue!udessem ser hist>ria; trata-se de ossos resseBuidos Bue, um dia, !odemtomar-se hist>ria Buando aluEm 7or 'a!a$ de re4esti- los 'om a 'arne e osanue de um !ensamento, simultaneamente, seu e deles. (is um modo dedi$er Bue o !ensamento do historiador de4e emerir da unidade orni'a desua ex!eri&n'ia total, alEm de ser uma 7unção de sua !ersonalidade inteira'om seus interesses tanto !rti'os, Buanto te>ri'os. @G_@@+1,9*=, !.

3)-3)<2 !. 1<12.

CAPIT"LO VIIIIMA,INA-(O E ATRI."I-(O CA"AL

 X !ro'ura das 'ausas 8ausas e condiç/esTal4e$ seCa mais 'laro esta0ele'er a distinção entre 'ausas 7inais, 'ausasmateriais e 'ausas a'identais. As 'ausas 7inais t&m a 4er 'om a intenção, 'oma 'onduta 'onsiderada em termos de ra'ionalidade, ou seCa, da 'om!reensão,se!arando, e4entualmente, de a'ordo 'om _e0er, ra'io- nalidade o0Ceti4a !or ada!tação e ra'ionalidade su0Ceti4a !or 7inalidade. o entanto, ao lado das'ausas 7inais, existem 'ausas materiais, ou seCa, os dados o0Ceti4os Bueex!li'am o a'onte'imento ou a situação hist>ri'a% a sa7ra ruim, a alta do !reçodo !ão, et'. (m 4e$ de 'ausas, 'on4iria, neste 'aso, 7alar de 'ondiçes% a!esar de não determinarem, no sentido estrito, o a'onte'imento ou a situação, nemos tomarem inelut4eis, !ode-se !ensar Bue, em sua aus&n'ia, não ha4eriareistro da o'orr&n'ia Bue, a7inal, se tomou !oss54el e, atE mesmo, !ro44el,!or seu intermEdio. As 'ausas a'identais t&m a 4er sem!re, em !arte, 'om oa'aso; de BualBuer modo, são 'ontinentes e ser4em de desen'adeador. (lasex!li'am Bue o a'onte'imento !ro4o'ado !elas 'ausas materiais tenhao'orrido, !re'isamente, em determinado momento e so0 tal 7orma. !. 1<*-1<<2

VeCamos o 'Ele0re exem!lo a!resentado !or 8eino0os; alis, ele a'a0ousendo utili$ado !or 8imiand no sentido 'ontrrio ao de seu autor e, mais tarde,7oi retomado !or ?. "lo'h. a ex!losão da mina, a 7a5s'a Bue a'ende a !>l4oraE a 'ausa a'idental. /or sua 4e$, as 'ausas materiais são di7erentes% adimensão do 7omo, a 'om!a'idade da ro'ha em tomo dele, a Buantidade de!>l4ora 8(G@"@81,9)1, !. :); 8?A+,19=), !. 93;"@#, 19=), !.*2. (, !oder5amos a'res'entar, a 'ausa 7inal% as ra$es !elas Buais aluEmteria de'idido 7a$er ex!lodir uma mina - !or exem!lo, alarar uma estrada. !.1<<2 A ex!li'ação hist>ri'a adBuire, ao desenredar todo esse emaranhado de

mDlti!las 'ausas, alumas !arti'ularidades Bue a trans7ormam em umao!eração intele'tual es!e'57i'a. !. 1<=2

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Detrodicçãoa hist>ria limita-se a 'onstatar e7eitos, sem!re di7erentes, e tenta re'uar atE as7ontes% ela E retrodi'ção. !.1<:2 A retrodi'ção im!li'a um tem!o Bue !ossa ser !er'orrido nos dois sentidos !. 1<:2 A ex!eri&n'ia imainria

Bscrever a história a partir de suposiç/es A hist>ria não se es're4e a !artir de su!osiçes, eis o Bue se re!ete7reBuentemente. @ra, Custamente, a hist>ria 7a$-se assim !.1<2a 4erdade, imainar uma outra hist>ria E o Dni'o meio de en'ontrar as 'ausasda hist>ria real. !.1<2 A ex!eri&n'ia imainria

M/ara ex!li'ar o a'onte'ido, BualBuer historiador se Buestiona so0re o Bue!oderia ter o'orrido.M +e 7ato, seCa Bual 7or o !ro0lema hist>ri'o a0ordado, omesmo !ro'edimento intele'tual E !osto em !rti'a% MA 'au- salidade e7eti4ade7ine-se a!enas !or um 'on7ronto 'om as !ossi0ilidades.M !. 1=2

M/ara desenredar as relaçes 'ausais da realidade, 'onstru5mos relaçesirreaisM.113 /ara o historiador, alEm de 7orne'er a !ossi0ilidade de identi7i'ar as'ausas, essa Mex!eri&n'ia imain- riaM E a Dni'a 7orma de desenred4(las e ponder4(las ( !ara retomar os termos de ?. _e0er e de O. Aron,res!e'ti4amente -, ou seCa, hierarBui$-las. (sse !a!el de'isi4o da ex!eri&n'iaimainria na 'onstrução das ex!li'açes, no m0ito da hist>ria, im!e aBuestão so0re as 'ondiçes Bue a tomam !oss54el. !. 1=2Fundamentos e im!li'açes da atri0uição 'ausal0assado* presente e futuro do passado

(ssa mani!ulação do tem!o 'om!orta uma rande 4antaem e um randeris'o. A rande 4antaem E Bue o historiador 'hea de!ois do a'on- te'imentoou da situação, o0Ceto de seu estudo. /ortanto, ele C 'onhe'e sua e4oluçãoreal; !re'isamente, esse 'onhe'imento da e4olução ulterior em re- lação ao!assado estudado2 E Bue 7orne'e o 'arter hist>ri'o aos 7atos. omo E'onstatado muit5ssimo 0em !elos alunos, os a'onte'imentos Mhist>ri'osM - nosentido de Mmemor4eisM, Mdinos de serem narradosM - são aBueles Buetra$em 'onseBu&n'ias em seu 0oCo. A 'om!ra de uma lata de 'onser4a namer'earia não E um 7ato hist>ri'o% !ara tornar-se hist>ri'o, E ne'essrio Bue o7ato tenha a 'a!a'idade de !ro4o'ar uma mudança 8A+@N-ANT(O, 199,'a!o 32. @ historiador est, de aluma 7orma, MadiantadoM em relação ao tem!o

Bue estuda% ele !ode dianosti'ar, 'om toda a 'erte$a, o Bue 4ai !rodu$ir-se CBue o 7ato C o'orreu !. 1=3-1=*2.0ossi!ilidades o!ietivas* pro!a!ilidades* fatalidade Ao mesmo tem!o, a re'onstituição !ro0a0ilista dos 7uturos !oss54eis Bue!oderiam ter ad4indo E o Dni'o meio de des'o0rir e hierarBui$ar as 'ausas ao7a$er hist>ria. A imainação soli'itada, aBui, não E a di4aação; a!esar deserem 7t'çes, suas 'onstruçes irreais são totalmente di7erentes do del5rio oudo sonho !or estarem an'oradas resolutamente no real e se ins're4erem nos7atos re'onstitu5dos !elo historiador. !. 1==2

Ca/it0lo I&

O 1o2elo so3iolo4i3o

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o 15to2o so3ioló4i3o% A rejei çã o do subietivismo

o 'ró'rio o"Feti*o !os historia!ores& o seFa& co'reen!er a originali!a!e !e a

socie!a!e e ses !i*ersos as'ectos concor!antes& i'lica sitar 'recisaente aoriginali!a!e !e ca!a co'o- nente ora& tal o'era7ão eige& e 'rieiro lgar& est!o co'arati*o. ('. 142)

o exemplo do suicí  dio

Se 'rieiro tra"alho consisti e !efini-lo !e fato& o cientista não 'o!e tili,ar& seela"ora7ão& as 'ala*ras !a lingage sal. E *e, !o sic!io coo ato in!i*i!al& elese interessa 'elo conFnto !e sic!ios& e constiti fato sui generis. Co efeito&atra*5s !as s5ries estatsticas !e seis 'ases !iferentes& rGhei ostro a esta"ili!a!ee a constHncia& analente& !o nIero total !os sic!ios al5 !isso& ele e'enho-see e'licar as ece7@es. As taas relaciona!as co a 'o'la7ão total confirara essaconstHncia& as re*elara ta"5 a constHncia !e gran!es !iferen7as entre esses

 'ases. Assi& ca!a socie!a!e est+ 're!is'osta a registrar !etennina!o contingente !eortes *olnt+rias ('. 143)

 As regras do mé todo

<ara rGhei& o 5to!o !as ciJncias sociais não era !iferente& e se 'rinc'io& !o5to!o !as ciJncias natrais& chaa!as e'erientais. ('. 14K)

Esse 5 o 5to!o !as *aria7@es concoitantes tili,a!o nas ciJncias natrais co a!iferen7a !e e não reslta !e a e'erienta7ão no senti!o 'ró'rio# trata-se !e mé todo experimental a posteriori.

Ele i'lica& e*i!enteente& e seFa 'rocra!as sita7@es sociais !iferentes 'araco'ar+-las entre si e *erificar se os fatos est!a!os sofre& ha"italente& *aria7@esseelhantes o não. Eis o e o"riga a sair !e Inico 'ero!o e 'as# a in*estiga7ão

 '"lica!a e Le suicide a"range o s5clo e *+rios 'ases !a Ero'a. ('. 14M)

o 15to2o so3ioló4i3o a/li3a2o à história

 Da tipogia às estatí  sticas

E 'lano ain!a ais ela"ora!o& o historia!or não se contenta co co'ara7@essiste+ticas entre fenNenos 're*iaente antifica!os (os 're7os !o trigo& aortali!a!e e a natali!a!e) ele 'reten!e a*aliar a co*aria7ão e sa"er se ela 5 realenteconsistente o a'enas sficiente- ente forte. ('. 144)

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 ;este est+gio& entraos no !onio !a estatstica& e !eia ateori,a!os nerososhistoria!ores a tal 'onto e& neste as'ecto& nossa !isci'lina conta co atraso!ra+tico. ('.148)

!este 'onto e !iante& o ator 'assa a relatar algns ee'los 'ara !eonstrar o ao

i'ortante 5 a estatistica !entro !o tra"alho histórico

 A construçã o dos indicadores

A o'osi7ão alitati*oDantitati*o& e te ser*i!o !e ante'aro 'ara itos est!iosos&re*ela si'lesente o aior o enor gra !e !ificl!a!e na constr7ão !e in!ica!orese 'ossi"ilite argentar !e aneira co'arati*a. O antitati*o 5 !onio ee os in!ica!ores são e*i!entes& inscritos !e alg o!o nos 'ró'rios fatos# se alg5

se interessa 'elo 're7o !o trigo& a constr7ão !o in!ica!or não cria 'ro"lea. ('.182)

<or sa *e,& o alitati*o 5 !onio e e a constr7ão !e in!ica!ores 'ertinentesreer alga engenhosi!a!e& re*elan!o-se a a iagina7ão cria!ora !o 'esisa!or.a*er+ tea ais alitati*o e a religiãoP a"riel Le ras não 'reten!e son!ar a f5in!i*i!al !os crentes& ne 'enetrar e sa intii!a!e e !esco"rir a *eraci!a!e !e sasrela7@es co es& as a"or!o a religião coo fato social& a 'artir !a 'r+- ticareligiosa e constiti a anifesta7ão coleti*a !a religião. Assi& ele constriin!ica!ores a 'artir !as 'r+ticas eigi!as 'ela greFa Católica# assistJncia : issa!oinical e conhão 'ascal. Esses in!ica!ores - coo 5 ó"*io - são !escontnos#

ser*e !e fn!aento a a ti'ologia. Assi& . Le ras esta"elece a !istin7ãoentre católicos 'raticantes e *ão : issa to!os os !oingos católicos sa,onais econga na <+scoa e *ão : issa nas gran!es festas& tais coo ;atal& =o!os osSantos ... e& 'or Iltio& católicos não 'raticantes. (182)

constrir fato social coinci!e co a cons- tr7ão !os in!ica!ores e 'eritirãoo'erar co'ara7@es entre ele e otros fatos sociais ali+s& !o 'onto !e *ista o'eratório&ele !efine-se 'or ses in!ica!ores. (183)

Os li1ites 2o 15to2o so3ioló4i3o

Os limites epistemol  ó gicos

E e enten!er& sa liita7ão !e*e-se a !ois oti*os. ('. 183)

O 'rieiro 5 !e or!e e'isteological >Q? a a'arJncia& as afira7@es !a sociologia - e&e 'articlar& as e se "aseia e antifica7@es e c+lclos estatsticos - sãoRreft+*eisR e& neste as'ecto& 'o!eria rei*in!icar status RcientficoR& o e nãocorres'on!e : *er!a!e. Certaente& elas 'osse aior consistJncia e otras& as

não 'o!e rei*in!icar o stats !e leis ni*ersais !e fato& coo ostra .-CT. <asseron&

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5 i'oss*el etrair& !e aler conteto histórico& to!as as reali!a!es e lhes !i,eres'eito.134 A afira7ão sociológica 5 se're& igalente& histórica 'ore inci!e so"rereali!a!es in!issoci+*eis !e contetos "e !eterina!os 'ortanto& só 5 *+li!a noes'a7o e no te'o !esses contetos. ('.183)

E segn!o lgar& a argenta7ão sociológica não 5 tili,+*el na história !osacontecientos 'ro'riaente !itos. ('. 18K)

no H"ito !a história& eis- te !ois o!os !e argenta7ão. <ara si'lificar& !ir-se-+e o 'rieiro interessa-se 'elos enca!eaentos no !esenrolar !o te'o& enanto osegn!o refere-se :s coerJncias no Hago !e !eterina!a socie!a!e e !eterina!ote'o. O 'rieiro a"or!a os acontecientos e organi,a-se segn!o o eio !a narrati*a&enanto o segn!o !e!ica-se :s estrtras e !e'en!e !a !escri7ão. ;atralente&a"os entrecr,a-se 'ore to!os os 'ro"leas históricos concretos tJ a *er&siltaneaente& co a narrati*a casal e co o ena!raento estrtral. ('.18M)

 ;o entanto& confore a e'osi7ão !etalha!a e aca"aos !e fa,er& ela tinha gran!e 5rito e 'o!e ser resi!o e !as frases# trata- se !e a história ea'resenta a 'ro*a !e sas afira7@es al5 !isso& 'erite a'reen!er estrtras eco'ar+-las entre si. ;o entanto& 'or si só& o 5to!o antitati*o e co'arati*o 5insficiente 'ara enfati,ar o o!elo e& !e fora !ra!ora& !oino a historiografiana Uran7a& o seFa& o !a história social sa 'on!era7ão& 'or ser ais co'lea& erecea an+lise es'ecfica. ('. 188).

Capitulo X

A história so3ialA história social constiti "o ee'lo 'ara co'reen!ero o!o coo se fa, anião& e 'roce!iento concreto& entre a estrtra e o aconteciento& assi cooentre a an+lise !as coerJncias e a "sca !as casas. =rata-se !e a história Rno eioR!os !iferentes 'roce!ientos& cFo in*ent+rio te si!o a'resenta!o at5 ai. Enten!oessa história& e senti!o a'lo& coo a tra!i7ão !e longa !ra7ão e a*an7a !e

Voltaire o i,ot at5 La"rosse o ra!el& 'assan!o 'or ichelet& Ustel& =aine&Seigno"os& e sa tese& loch& Lefe"*re e ain!a itos otros. (189)

Guizot: classes e luta de classes

Um exemplo: a emergê ncia da burguesia

O terceiro gran!e reslta!o !a eanci'a7ão !as conas foi a lta !e classes essa lta constiti o

 'ró'rio fato e 'enneia a história o!erna. A Ero'a !a 5'oca o!erna srgi !a lta entre as !i*ersasclasses !a socie!a!e. (/lWO=& 1828& 4e le7on& '. 24-29) ('. 191)

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As coisas não ocorrera !e o!o tão si'les e na!a ha*eria a es'erar !o 'rogresso !ahistória se& ase !ois s5clos ais tar!e& não ti*5sseos !e corrigir 'rofn!aente a an+lise !ei,ot. ;o entanto& e *e, !e *erificar ses acertos o enganos& interessa-nos& ai&co'reen!er se o!o !e argentar e só nos resta anifestar nossa a!ira7ão 'erante ai'ortHncia atri"!a& e sa an+lise& : no7ão !e classe social. ('. 191)

 A classe social

aneira coo i,ot !efini a "rgesia 5 interessante 'or trJs ra,@es. E 'rieirolgar& trata-se !e a !efini7ão 'elo !ireito e 'elas institi7@es# RCrio-se& 'elaeanci'a7ão& a classe no*a e a"rangen!o to!o o territórioR. A "rgesia não foi asi'les reali!a!e !e fato& as too fora 'elo *i5s !as institi7@es. ('. 191)

E segn!o lgar& essa !efini7ão institcional era aco'anha!a 'ela enera7ão !as 'ersonagens e co'nha a "rgesia# coerciantes& negociantes e segi!a&a!*oga!os& etc. ('. 191)

ain!a falta analisar a terceira caracterstica !a classe "rgesa& segn!o i,ot# acontini!a!e no te'o& a esta"ili!a!e !iacrNnica na !an7a. A "rgesia não eraió*el& as t+*el# RSeria e*oco acre!itar e essa classe era& então& o e setorno ais tar!e ...R A co'osi7ão !a classe transforo-se 'ela a!i7ão scessi*a !eno*os eleentos (' .192)

O recrso : no7ão !e classe social 'erite conFgar no singlar a reali!a!e 'lralela transfora a cole7ão !e reali!a!es in!i*i!ais e locais e ator coleti*o. ('.193).

<erce"e-se o co'roisso esta"eleci!o 'ela história social - assi& co'reen!i!a -entre o aconteciento e a estrtra. O ator coleti*o es- ca'a :s historietas !es'ro*i!as!e significa7ão e sita-se& !e sa!a& e n*el !e generali!a!e e !e esta"ili!a!e e!i, res'eito : socie!a!e inteira. O conFnto !as classes sociais co'@e to!oconflitante& inter!e'en- !ente. =o!a*ia& os atores coleti*os ela"ora a história# aco'osi7ão !a classe& sa 'osi7ão na socie!a!e e no Esta!o& as 'ró'rias estrtras!essa socie!a!e e !esse Esta!o transfora-se so" a a7ão !as classes e lta. ('.193)

Labro0sse: O 6072a1e7to e3o781i3o 2as 3lasses so3iais

Um exemplo: a crise da economia francesa 7o final do Antigo

 Regime

O 'rieiro interesse !essa an+lise 5 e& antes !e ra!el& La"rosse ha*ia encaia!otrJs te'orali!a!es !e ritos !esigais. / o*iento longo esten!e-se 'or to!o os5clo V# os 're7os s"ira o a- ento !a 'ro!7ão agrcola foi lento 'ore aalta !os 're7os Rsó 'o!e eercer inflJncia so"re o e'res+rio se ele consege *en!er e!is'@e !e ece!ente negoci+*elR ('. 19K)

O segn!o o*iento foi ais crto# 'oco ais !e a !5ca!a. Ele coe7o 'or*olta !e 1448& co a e!a !os 're7os. A sita7ão !o agricltor too-se& então& !ifcil

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tanto ais e se *erifico a e!a !o lcro al5 !isso& o *alor !os arren!aentoscontino s"in!o 'or- e& no oento !e sa reno*a7ão& os can!i!atos eranerosos. ('. 19M) A crise cclica !e 1489 - terceiro o*iento -& inscrita e

 'ero!o "astante crto& coe7o co a safra ri !e 1488. ('. 196)

 Economia, sociedade, pol í  tico

<eraneceos& entretanto& no H"ito !a história 'or !as ra,@es. E 'rieiro lgar& oestionaento !iacrNnico contina sen!o essencial# o tra"alho so"re o te'o 5& ai&fn!aental. E rela7ão ao te'o& La"rosse !iferia 'rofn!aente !e i,ot. <or la!o& ele o"e!ecia a a 'erio!i,a7ão econNica e não 'oltica. <or otro& trata*a-se !e te'o cclico co *+rios ritos# o !os ciclos econNicos encaia!os ns nosotros. Al5 !isso& F+ não era eataente o te'o !o 'rogresso& o !a chega!a !e aRci*ili,a7ão o!ernaR Ele não o"e!ecia a a finali!a!e eterna ao tra"alho !ohistoria!or# essa te'orali!a!e na!a era al5 !e a organi,a7ão ela"ora!aaposteriori 'elos reslta!os !a 'esisa.

E segn!o lgar& essa história contina*a e'lican!o os acon- tecientos& as o

aconteciento ha*ia !a!o !e status: torno-se conFntral. + não era a a7ão !e!eterina!a 'ersonage& ne o en- frentaento !e !eterina!o gr'o social& Lseelhan7a !o 'roce!iento !e i,ot e se sita*a na Fn7ão !o social co o

 'oltico. (198-199)

A'esar !e ser& antes !e ais na!a& a história econNica e social& ela integra*a o 'oltico coo efeito& !ireto o in!ireto& !o social& coo a o"ra !esses atores

coleti*os ania!os e constite os !i*ersos gr'os sociais (agricltores&assalaria!os& 'essoas e *i*e !os ren!ientos !e se ca'ital& etc.). As con!tas!esses atores *ia sa intencionali!a!e fn- !a!a o"Feti*aente e !a!os ereslta*a natralente !as oscila7@es econNicas. O 'oltico encaia*a-se& assi&!iretaente no social e& 'or sa *e,& se encaia*a no econNico. O reslta!o era&natralente e!iante algas si'lifica7@es& a e'lica7ão coerente e glo"al. ('.199)

o de'l5nio do !aradima la0roussiano

Paradigma labroussiano e marxismo

O !escr5!ito !o 'ara!iga la"rossiano inscre*e-se e a con- Fntra !oina!a 'elo !esoronaento !o socialiso real nos 'ases so*i5ticos. Ele foi aco'anha!o e 'rece!i!o !e a crtica i'lac+*el !o ariso& tanto ais e este ha*ia assi!o&na Uran7a& e ea!os !a !5ca!a !e 6B& as'ecto !og+tico e& ao eso te'o&essiHnico# o o!elo& na +rea filosófica& era Althsser e& no !onio 'oltico& ao=s5- =ng. Ao ostrar e =oce*ille ha*ia !iscerni!o& ito elhor e ar& asgran!es ten!Jncias históricas !a e*ol7ão social& 0. Aron não tinha si!o

*er!a!eiraente enten!i!o (1968) no entanto& ele tinha ra,ão e a ele*a7ão !o n*el !e*i!a !a 'o'la7ão& e geral& nos 'ases ca'italistas aca"o 'or !esacre!itar os 'rofetas

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!a 'a'eri,a7ão& ito antes e estes fosse ri!iclari,a!os !iante !o!esoronaento econNico !os 'ases !o Leste Ero'e. ('. 2B1)

E La"rosse& assi co e i,ot& a lta !e classes era a for7a otri, não só !a 'oltica& as !a !an7a social. Ela res'on!ia a oti*a7@es trans'arentes# os gr'os

sociais lta*a 'ara elhorar sas con!i7@es !e *i!a. ('. 2B3)

 Paradigma labroussiano e "nova" hist ó ria

inteiraente e'enha!a e analisar a for7a !as coisas& essa história !eia*a 'ocolgar : li"er!a!e !os atores assi& a inter*en7ão !os hoens na história era re!,i!a :insignificHncia. ('.2BK)

A história social *olto-se& 'ortanto& 'ara n*eis !e an+lise enos a'los& e e ali"er!a!e !os atores reencontra se lgar *erifico-se a !an7a !e escala. Este 5 o

oento !a micro-storia e& ao 'roce- !er ao cr,aento !e a 'lrali!a!e !efontes& e a!ro "astante liita!o 'ara 'o!er ser 'erscrta!o !e fora ais stil&analisa as 'r+ticas sociais& as i!enti!a!es e as rela7@es& al5 !as traFetórias in!i*i!aiso fa- iliares& co t!o o e elas incor'ora !e re'resenta7@es e !e *alores. ('.2BM)

talente& 5 i'oss*el fa,er história social se le*ar e consi- !era7ão o ni*erso !as 'r+ticas sociais concretas e o !as re'resenta7@es& cria7@es si"ólicas& ritais& costese atit!es !iante !a *i!a e !o n!o& e sa& o ni*erso !o e se !esigno& !rantealg te'o& coo as Rentali!a!esR& o !as cltras e 'r+ticas cltrais. ('. 2B6)

o  decl í  nio das entidades coletivas

a 'ersonali,a7ão !e atores& a'esar !e inania!os& 5 !os 'roce!ientos centrais !ealer história social. <ara encenar a re'resenta7ão !as estrtras e fa,erco'reen!er sa inter*en7ão no !esenrolar !a história& o historia!or 'ersonali,a seso"Fetos.

Xan!o a 'ersonali,a7ão inci!e so"re coleti*os hanos (gr'o 'rofissional& classe&na7ão)& corre-se se're o risco& a'esar !e liita!o& !e consi!erar as enti!a!es e

estão coo RnatraisR& ao enos're- ,ar o fato !e e to!as elas são constr7@eshanas e o 'ro!to !e a história ('.2B8)

Xan!o a 'ersonali,a7ão !i, res'eito :s reali!a!es ateriais - 'or ee'lo& geogr+ficas- o so"re institi7@es o ritais& 'olticas& 'r+ticas sociais (a festa& a escola& etc.)& elanão 5 ais !o e a et+fora& o seFa& a figra !e estilo. A'esar !e se toar ais*i*a& ser+ e a história 5 ais eataP ('. 2B9)

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