farmacologia abacate

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  • 7/26/2019 Farmacologia abacate

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    ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO

    ATIVIDADE FARMACOLGICA DE EXTRATOS DE ABACATE(Percea americana MILLER), ACEROLA (Malpighia emarginataD.C.) E DO FLAVONIDE NARINGINA NO TRATAMENTO DA

    DISLIPIDEMIA

    Dissertao apresentada Universidade Federal de Viosa, comoparte das exigncias do Programa dePs-Graduao em BioqumicaAgrcola, para obteno do ttulo deMagister Scientiae.

    VIOSAMINAS GERAIS BRASIL

    2012

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    Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Catalogao eClassificao da Biblioteca Central da UFV

    T

    Castro, Adriano Simes Barbosa, 1979-

    C355a Atividade farmacolgica de extratos de abacate

    2012 (Percea americanaMILLER), acerola(Malpighia emarginataD.C.) e do flavonide naringina no

    tratamento da dislipidemia / Adriano Simes Barbosa Castro.

    Viosa, MG, 2012.

    xiv, 41f. : il. ; 29cm.

    Orientador: Tnia Toledo de Oliveira.

    Dissertao (mestrado) - Universidade Federal de Viosa.

    Referncias bibliogrficas: f. 35-41

    1. Colesterol. 2. Doenas - Tratamento. 3. Acerola.

    4. Abacate. 5. Flavonides. I. Universidade Federal de Viosa.II. Ttulo.

    CDD 22. ed. 572.5795

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    ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO

    ATIVIDADE FARMACOLGICA DE EXTRATOS DE ABACATE (Perceaamericana MILLER), ACEROLA (Malpighia emarginata D.C.) E DOFLAVONIDE NARINGINA NO TRATAMENTO DA DISLIPIDEMIA

    Dissertao apresentada

    Universidade Federal de Viosa,como parte das exigncias doPrograma de Ps-Graduao emBioqumica Agrcola, para obtenodo ttulo de Magister Scientiae.

    APROVADA: 24 de Julho de 2012.

    ______________________________ ___________________________

    Prof. Marcelo Eustquio Silva Prof. Alosio da Silva Pinto

    ________________________________Prof. Jos Humberto de Queiroz

    _______________________________

    Profa Tnia Toledo de Oliveira

    (Orientador)

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    iii

    Dedico

    Este trabalho lapidado pelas dificuldades e impulsionado pelo desejo de acertar

    a DEUS,

    por ter-me iluminado, guiado meus

    passos e me levantado nos

    momentos mais difceis.

    minha me APARECIDA, exemplo de luta e perseverana.

    Ao meu irmo BRUNO, pelo amor dedicado.

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    iv

    O SONHO

    Sonhe com aquilo que voc quiser.

    Seja o que voc quer ser,

    Porque voc possui somente uma vida e nela s se tem uma chance

    de fazer aquilo que quer.

    Tenha felicidade bastante para faz-la doce.

    Dificuldades para faz-la forte.

    Tristeza para faz-la humana.

    E esperana suficiente para faz-la feliz.

    As pessoas mais felizes no tm as melhores coisas.

    Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus

    caminhos.

    A felicidade aparece para aqueles que choram.

    Para aqueles que se machucam.

    Para aqueles que buscam e tentam sempre.

    E para aqueles que reconhecem a importncia das pessoas que passam

    por suas vidas.

    Clarisse Lispector

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus, por tudo na minha vida.

    minha querida Me, por lutar tanto para que meus sonhos se

    tornassem realidade, pelos conselhos, pela educao, pelas oraes e pelos

    ensinamentos. Devo a ela esta conquista.

    minha amiga e orientadora Professora Tnia Toledo de Oliveira, pela

    oportunidade, pacincia, pelos ensinamentos, pelas orientaes e, sobretudo,

    pela amizade ao longo deste trabalho.

    Aos professores Rogrio Pinto, Frederico Gomides e Camilo Amaro pelo

    grande incentivo nos estudos, pela amizade e pelos ensinamentos.

    Universidade Federal de Viosa (UFV) e ao Departamento de

    Bioqumica (DBB), pela oportunidade concedida para a realizao deste curso.

    Aos Professores Alosio da Silva Pinto, Marcelo Eustquio Silva e Carla

    Oliveira Barbosa Rosa pela contribuio no projeto de pesquisa e durante a

    pesquisa.Aos funcionrios do Departamento de Bioqumica, em especial ao Jos

    Geraldo, pelo apoio.

    Aos amigos do Laboratrio Biofrmacos, Marcelo, Geisla, Mateus,

    Vander, Luana, Juliana pela amizade e por, desde o incio, terem-se mostrado

    solcitos para qualquer ajuda.

    A Viviane e Joice, por ter sido o meu brao direito durante a pesquisa e

    ajudado tanto nos momentos em que me sentia cansado.

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    A Fabiana Carvalho Rodrigues que foi minha companheira na

    construo deste trabalho.

    Aos meus amigos da Univiosa, em especial ao Ricardo Zatti pelo

    incentivo e amizade.

    Aos companheiros da Diviso de Sade, em especial a Gleide e Marcos

    pela amizade e companheirismo.

    A todos que, de alguma forma, contriburam para a realizao deste

    trabalho.

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    BIOGRAFIA

    ADRIANO SIMES BARBOSA CASTRO, filho de Juarez de Faria

    Castro e Aparecida Simes Barbosa Castro, nasceu em Ponte Nova, Estado de

    Minas Gerais, em 01 de outubro de 1979.

    Em maro de 2008, graduou-se em Farmcia-Bioqumica pela

    Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Ouro Preto, MG.

    Em agosto de 2010, ingressou-se no Programa de Ps-Graduao, nvel

    de Mestrado, em Bioqumica Agrcola da UFV, com realizao da pesquisa em

    Dislipidemia, submetendo defesa da dissertao em 24 de Julho de 2012.

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    ABREVIATURA ............................................................................................................ x

    RESUMO ........................................................................................................................ xi

    ABSTRACT ................................................................................................................. xiii

    1.0 INTRODUO ........................................................................................................ 12.0 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................ 4

    . ....................................................................................................................

    . .............................................................................................................

    . .............................................................................

    . ................................................................

    . ...........................................

    . .................................................

    . .......................................................................................

    3.0- HIPTESES EXPERIMENTAIS ....................................................................... 19

    4.0 - MATERIAL E MTODOS ................................................................................. 21

    . ..............................................

    ..

    .......................................................................................................................

    . ..............................................................................

    . .......................................................................................................

    . ...................................................................................................

    . .....................................................................................

    . ....................................................................................................

    5.0 RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................... 27. , . ................

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    6.0 CONCLUSO ......................................................................................................... 34

    7.0 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................... .......35

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    ABREVIATURA

    OMS Organizao mundial de sade

    SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia

    DAC- Doena arterial coronariana

    AVC- Acidente vascular cerebral

    TG- Triacilgliceris

    QM- Quilomcron

    VLDL- Lipoprotena de densidade muito baixa

    LDL- Colesterol de baixa densidade

    HDL- Lipoprotena de densidade alta

    HMG-CoA - Hidroximetilglutaril-CoA

    HAS- Hipertenso arterial sistmica

    SUS- Sistema nico de Sade

    ACAT- Acil-CoA aciltransferase

    HPLC- Cromatografia lquida de alta eficincia

    NO xido ntrico

    AST- Aspartato aminotransferase

    ALT- Alanina aminotransferase

    ANVISA- Agncia Nacional de Vigilncia

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    RESUMO

    CASTRO, Adriano Simes Barbosa, M.Sc., Universidade Federal de Viosa,julho de 2012. Atividade farmacolgica de extrato de abacate (Perceaamericana MILLER), acerola (Malpighia emarginataD.C.) e do flavonidenaringina no tratamento da dislipidemia. Orientadora: Tnia Toledo deOliveira. Coorientadores: Carla de Oliveira Barbosa Rosa, Mrcia ReginaPereira Monteiro, Tanus Jorge Nagem e Virginia Ramos Pizziolo.

    Os fitoterpicos so medicamentos derivados dos vegetais, usados com

    o objetivo de prevenir, curar ou minimizar os sintomas das doenas com um

    custo mais baixo. Bons exemplos desses fitoterpicos que tem sido estudado

    atualmente buscando por tratamentos alternativos para reduo do colesterol e

    triacilgliceris, so o abacate, a acerola e naringina. Esses alimentos e o

    flavonide apresentam grande quantidade de substncias bioativas das quais

    tem mostrado resultados positivos na preveno e tratamento da dislipidemia

    ligada ao desenvolvimento de doenas cardiovasculares e coronarianas. O

    objetivo do presente trabalho foi verificar a capacidade dos extratos de

    abacate, acerola e do flavonide naringina em sobre o perfil sanguneo e

    verificar se os mesmos no alteram os perfis glicmicos e de cido rico de

    ratos Wistar.Os ratos foram alimentados com raes hipercolesterolmica ou

    no hipercolesterolmica (controle) e os extratos de acerola, abacate e o

    fitoterpico naringina foram oferecidos aos animais via gavagem. Foram

    utilizados cinquenta e quatro animais divididos em nove grupos com seis

    animais cada, sendo um deles no doente, outro doente no tratado, e osrestantes grupos testes. Aps a eutansia, o sangue foi coletado por puno

    cardaca e centrifugado para a obteno do soro, que foram utilizados para

    realizar dosagens de colesterol total, colesterol-HDL, triacilgliceris, glicose,

    alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase

    alcalina (FA) e cido rico. De acordo com os resultados, foi possvel observar

    uma reduo significativa nos teores de colesterol total e no houve alterao

    nos valores de AST, ALT e FA em todos os tratamentos, com exceo dogrupo que recebeu 50mg/Kg de extrato de acerola, que tambm foi a nica

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    dose a promover aumento significativo nos teores de HDL. Quanto aos

    triacilgliceris, somente os extratos de abacate e a menor dose do extrato de

    acerola promoveram aumento significativo. importante ressaltar que estudos

    posteriores so necessrios para garantir a eficcia e segurana dos

    fitoterpicos.

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    ABSTRACT

    CASTRO, Adriano Simes Barbosa, M.Sc., Universidade Federal de Viosa,july of 2012. Pharmacological activity of extracts of avocado (PerceaamericanaMILLER), acerola (Malpighia emarginataDC) and the flavonoidnaringin in the treatment of dyslipidemia. Adviser: Tnia Toledo de Oliveira.Co-Advisers: Carla de Oliveira Barbosa Rosa, Mrcia Regina Pereira Monteiro,Tanus Jorge Nagem e Virginia Ramos Pizziolo.

    The herbal medicines are derived from vegetable, used in order toprevent, cure or mitigate the symptoms of the disease with a lower cost. Good

    examples of these that has been studied herbal currently looking for alternative

    treatments for lowering cholesterol and triacylglycerols, are the acerola, the

    avocado and naringin. These compounds have a large amount of bioactive

    substances of which has shown positive results in the prevention and treatment

    of dyslipidemia linked to the development of cardiovascular disease and

    coronary. The objectives of this study were to verify the ability of the extracts of

    avocado, acerola and flavonoid naringin in improving blood profile and check if

    they do not alter the profiles of glucose and uric acid in Wistar rats. The animals

    were fed with hypercholesterolemic or not hypercholesterolemic (control) and

    extracts of acerola, avocado and herbal naringin were offered to the animals by

    gavage. We used fifty-four animals divided into nine groups, one being not sick,

    another patient untreated, and the other test groups. After euthanasia, blood

    was collected by cardiac puncture and centrifuged to obtain serum, which were

    used to perform measurements of total cholesterol, HDL cholesterol,

    triacylglycerols, glucose, alanine aminotransferase (ALT), aspartate

    aminotransferase (AST), alkaline phosphatase acid uric. According to the

    results, we observed a significant reduction in levels of total cholesterol and no

    change in AST, ALT and ALP in all treatments, except for the group that

    received 50mg/Kg of acerola extract, which also was a single dose to promote

    significant increase in the levels of HDL. As for triacligliceris, only extracts of

    avocado and the lowest dose of acerola extract promoted a significant increase.

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    Importantly, further studies are needed to ensure quality control as well as the

    efficacy and safety of herbal medicines.

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    INTRODUO

    Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), h uma tendncia noaumento de doenas cardiovasculares nos pases em desenvolvimento, tendo

    como consequncia a elevao dos ndices de morbi-mortalidade da populao

    (SBC, 2007). Alternativas tm sido amplamente investigadas com o intuito de

    minimizar o impacto dessas doenas na qualidade de vida das pessoas assim

    como diminuir gastos governamentais com a sade pblica (PINHEIRO et al.;

    2010). Dentre as doenas cardiovasculares, destaca-se a aterosclerose,

    doena multifatorial de carter progressivo, que tem como causa principal o

    acmulo de lipdios e componentes fibrosos nas grandes artrias. Esta

    enfermidade ocasiona, entre outras, o aumento do nmero de casos de

    doenas arteriais coronarianas (DAC) e acidente vascular cerebral (AVC)

    (FILHO et al. 2003). Dentre os lipdios mais importantes, tem-se o colesterol e

    triacilgliceris (TG). O aumento de triacilgliceris (hipertrigliceridemia) devido

    ao acmulo de quilomcrons e VLDL no plasma e a elevao de colesterol

    (hipercolesterolemia) na corrente sangunea devido ao aumento de LDL so

    conhecidos como dislipidemia e so considerados fatores de risco para

    diversas doenas, dentre elas a aterosclerose (SBC, 2007).

    A reduo dos nveis de colesterol plasmtico e consequentemente o

    combate a aterosclerose tem sido realizada por meio da interveno

    farmacolgica, mostrando-se bastante benfica. No entanto, o alto custo destes

    medicamentos e seus inmeros efeitos colaterais tem estimulado o

    desenvolvimento de pesquisas com produtos naturais na tentativa de diminuir o

    colesterol (MOLL, 2006).

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    Buscando desenvolver tratamentos alternativos para reduo do

    colesterol e triacilgliceris, estudos com fitoterpicos em modelos animais e em

    humanos esto sendo realizados com resultados satisfatrios (JEON et al.,

    2004; KONG at al., 2004).

    Os fitoterpicos so medicamentos obtidos empregando-se

    exclusivamente derivados de drogas vegetais como princpio ativo. Esses

    medicamentos so caracterizados pelo conhecimento da eficcia e dos riscos

    de seu uso, como tambm pela constncia de sua qualidade (ANVISA, 2004).

    A utilizao da fitoterapias comum desde pocas remotas, sendo que

    no Brasil o surgimento de uma medicina popular por meio do uso de plantas

    medicinais deve-se principalmente aos ndios (ARAJO, 1979).

    O uso desses fitoterpicos tem como objetivo prevenir, curar ou

    minimizar os sintomas das doenas, porm com um menor custo (TOLEDO et

    al., 2003). A organizao Mundial da Sade (OMS) considera a fitoterapia uma

    alternativa importante e vivel, principalmente para populaes de pases em

    desenvolvimento (FRANA et al., 2008).

    Muitas plantas medicinais so utilizadas, baseando-se somente em

    conhecimentos populares aliados a crena de que, por ser um produto natural,

    no causar reaes adversas, sem a eficcia e segurana comprovada por

    estudos clnicos e pr-clnicos (MACHADO, 2007).

    As principais caractersticas dos medicamentos obtidos por meio de

    plantas medicinais o fato de apresentar uma grande variedade de princpios

    ativos e outras substncias em uma mesma planta (YUNES et al., 2001), alm

    dos seus benefcios no apresentam efeitos adversos (SCHREDER;

    SANTOS, 2009).

    Entre a diversa gama de fitoterpicos existentes, existem hoje estudosque mostram a importncia da acerola, do fitoterpico naringina e abacate na

    modificao do perfil lipdico (OLIVEIRA et al., 2002; PEREIRA, 2010;

    KARWOWSKI, 2012).

    Entre os fitoterpicos avaliados, tem-se o abacate (rico em cidos

    graxos monoinsaturados) e a acerola com grande quantidade de compostos

    bioativos (vitamina C, carotenides e polifenis), que tem mostrado resultados

    positivos na preveno e tratamento da dislipidemia ligada ao desenvolvimentode doenas cardiovasculares e coronarianas (SOARES, 2000; SILVA, 2008).

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    Mediante ao exposto, essa pesquisa pretendeu alcanar os seguintes

    objetivos: verificar o efeito da administrao dos extratos de abacate, acerola e

    do flavonide naringina em ratos dislipidmicos, verificar a capacidade de

    alterao glicmica e de cido rico em funo dessa dieta, bem como avaliar

    o grau de hepatoxicidade desses compostos.

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    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Lipdios

    Os lipdios so muito importantes para o perfeito funcionamento do

    organismo humano, dentre eles destacam-se os fosfolipdios, o colesterol e os

    triacilgliceris.Os fosfolipdios contribuem para formao da membrana celular de

    todas as clulas. Os triacilgliceris so formados por cidos graxos e glicerol,

    sendo importantes fontes energticas para o organismo, enquanto que o

    colesterol possui uma participao direta na formao da membrana celular,

    contribuindo para a sua fluidez e ativao de enzimas que a constituem. Neste

    contexto, destacam-se as lipoprotenas: quilomcrons, lipoprotenas de

    densidade muito baixa (VLDL); lipoprotenas de densidade baixa (LDL) e

    lipoprotenas de densidade alta (HDL). Tais protenas so responsveis pela

    solubilizao e transporte dos lipdios no plasma (SBC, 2007).

    Nveis elevados de LDL e triacilgliceris e nveis baixos de HDL-c na

    corrente sangunea podem ocasionar diversas complicaes cardiovasculares

    das quais podemos citar as doenas cardiovasculares e a aterosclerose, que

    acometem milhares de pessoas no mundo inteiro, sendo que nos EUA atingem

    mais de 80 milhes de adultos, e so responsveis por, aproximadamente,

    uma em cada trs mortes. Diversos estudos focam uma reduo no TG e

    aumento do HDL, na tentativa de reduzir complicaes cardiovasculares, ao

    contrrio do que se pensava anteriormente, onde o foco era a reduo do LDL

    (CHARLAND et al., 2008).

    A maior parte do colesterol apresenta-se sob a forma livre e est

    presente no organismo animal contribuindo para a constituio da membrana

    plasmtica de todas as clulas, atuando tambm como precursor para cidos

    biliares, diversos hormnios (tireoidianos e sexuais, principalmente) e vitamina

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    D (SBC, 2007). Alm disso, o colesterol importante em clulas

    comprometidas com a proliferao celular, sendo que colesterognese precede

    a sntese de DNA. Os intermedirios no isoprenides de esteris como o

    farnesil pirofosfato e geranilgeranil pirofosfato, so essenciais na sinalizao

    celular por modificarem substratos proticos envolvidos na diferenciao e

    proliferao celular, como apresentado na figura 1 (GUTIERREZ et al., 2008).

    Figura 1- Vias envolvidas no metabolismo intracelular do colesterol.

    Fonte: Adaptado de Gutierrez (2008).

    O grupo acetil da acetil-CoA o precursor direto do colesterol, sendo

    responsvel por todos os tomos de carbonos que o constituem, sendo

    necessrias vrias etapas para esta sntese. Por meio da juno de trs grupos

    acetila, obtemos o mevalonato com seis tomos de carbono, que

    posteriormente sofre descarboxilao, formando o isopreno com cinco

    carbonos. Seis isoprenos condensam-se, formando o esqualeno com trinta

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    tomos de carbono. Este, por sua vez, sofre uma ciclizao, formando o

    lanosterol que ir perder trs tomos de carbono, formando assim a unidade de

    colesterol. A etapa chave para formao do colesterol a ao da enzima

    hidroximetilglutaril-CoA redutase, que catalisadora na converso de

    hidroximetilglutaril- CoA em mevalonato. Esta etapa final regulado por altos

    nveis de colesterol (feedback negativo), sendo alvo para diversas drogas que

    reduzem o colesterol no organismo (CAMPBELL, 2003).

    Uma vez formado, o colesterol transportado para todas as partes do

    organismo pela corrente sangunea atravs da ajuda das lipoprotenas, pois ele

    no est no estado livre no plasma e insolvel em gua. As lipoprotenas so

    formadas por lipdios e protenas. A sua parte protica denomina-se

    apolipoprotena que possui diversos papis como ser ligante a receptores de

    membrana, cofatores enzimticos, entre outros. As classes de lipoprotenas de

    grande importncia humana so: HDL, VLDL, LDL, IDL e quilomcrons (BABIN,

    2009).

    O colesterol pode ser sintetizado pelo organismo no fgado e intestino

    (entero-heptico) ou ser proveniente da dieta. Os lipdios provenientes da

    alimentao e da circulao entero-heptica so absorvidos e incorporados nos

    quilomcrons, ricos em triacilgliceris e apo B-48 em sua superfcie, produzidos

    pelas clulas intestinais e so levados ao fgado que ser responsvel pela

    sntese intracelular do colesterol, armazenamento aps esterificao e

    eliminao pela bile na forma de metablitos e cidos biliares, sendo grande

    parte destes reabsorvidos e retornado ao fgado (SBC, 2007).

    Os lipdios provenientes do fgado so transportados pelo organismo na

    forma de VLDL, IDL e LDL. TG e VLDL so hidrolisados pela lipase

    lipoprotica, liberando os cidos graxos para os tecidos, sendo metabolizado.Uma vez destitudos de TG, os quilomcrons e VLDL sero chamados

    remanescentes e retirados pelo fgado. Parte da VLDL se transforma em IDL e

    LDL. Grande parte do IDL ser captada pelo fgado e degradada, a parte

    restante da lipoprotena de densidade intermediria formar o LDL por ao da

    lipase heptica. A LDL em sua maioria composto de colesterol e apo B 100 e

    permanece por longo perodo de tempo na circulao, sendo removidas pelo

    fgado por receptores B\E. A sntese destes receptores inversamente

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    proporcional concentrao de colesterol no interior da clula e da atividade

    da hidroxi-metil-glutaril-CoA.

    As partculas de HDL so sintetizadas no fgado, sendo originadas da

    troca dos TGs por ster de colesterol pelas VLDLs, tendo como principal

    contedo protico as Apos A-I e A-II. O colesterol livre do HDL , por sua vez,

    esterificado, sendo de fundamental importncia para sua estabilizao e

    transporte na circulao sangunea para o fgado onde ser captado (SBC,

    2007).

    2.2 Dislipidemia

    Dislipidemias so caracterizadas como mudanas no metabolismo dos

    lipdeos provenientes de desequilbrios nas concentraes das lipoprotenas

    sanguneas, proporcionando o desenvolvimento de doenas crnicas tais como

    hipertenso arterial sistmica (HAS) e aterosclerose (NETO, 2010). A

    aterosclerose uma doena inflamatria crnica, multifatorial, ocasionada por

    diversos fatores decorrentes de uma resposta agresso endotelial que

    acomete principalmente a camada ntima de artrias de mdio e grande calibre

    (SBC, 2007).

    As doenas cardiovasculares representam um importante problema de

    sade publica em todo o mundo. A doena arterial coronariana (DAC) a maior

    causa de mortalidade em pases industrializados da Europa e Amrica do Norte

    devido a uma mudana de hbitos de vida dessa populao, dentre os quais

    est inserido o aumento exagerado de lipdios na alimentao. No Brasil, as

    doenas cardiovasculares so responsveis por um considerado ndice de

    bitos, sendo que a DAC a causa de mortalidade mais prevalente

    (BONORINO, 2010).Evidncias sugerem que o aumento progressivo de LDL-c um fator

    de risco para doenas cardiovasculares, como por exemplo, a aterosclerose e

    doena arterial (FAZIO et al., 1997).

    Na aterosclerose, verifica-se a ocorrncia de hipertrigliceridemia,

    hipercolesterolemia, reduo nas concentraes da lipoprotena de alta

    densidade (HDL) e aumento das concentraes da lipoprotena de baixa

    densidade (LDL). O aumento dos nveis de LDL e colesterol total estorelacionados ao maior risco de doenas cardiovasculares, enquanto as

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    concentraes de HDL atuam como um fator de proteo para estas doenas

    (LESSA et al., 1997).

    A LDL capaz de atravessar a parede endotelial, penetrar na parede

    da artria e sofrer oxidao na camada ntima da mesma. Como conseqncia,

    tem-se a formao de placas de ateroma e o desenvolvimento de doenas

    cardiovasculares (FILHO et al ., 2004).

    A formao da placa aterosclertica inicia-se com a agresso ao

    endotlio vascular devida a diversos fatores de risco como elevao de

    lipoprotenas aterognicas (LDL, IDL, VLDL, remanescentes de Qms),

    hipertenso arterial ou tabagismo. Como consequncia, a disfuno endotelial

    aumenta a permeabilidade da camada ntima das artrias s lipoprotenas

    plasmticas favorecendo a reteno das mesmas no espao subendotelial.

    Retidas, as partculas de LDL sofrem oxidao, causando a exposio de

    diversos neo- eptopos, tornando se imunognicas. O depsito de

    lipoprotenas na parede arterial, processo chave no incio da aterognese,

    ocorre de maneira proporcional concentrao dessas lipoprotenas no plasma

    (SBC, 2007).

    Alm do aumento da permeabilidade s lipoprotenas, outra

    manifestao da disfuno endotelial o surgimento de molculas de adeso

    leucocitria na superfcie endotelial, processo estimulado pela presena de LDL

    oxidada. As molculas de adeso so responsveis pela atrao de moncitos

    e linfcitos para a parede arterial. Induzidos por protenas quimiotticas, os

    moncitos migram para o espao subendotelial onde se diferenciam em

    macrfagos, que por sua vez captam as LDL oxidadas. Os macrfagos repletos

    de lipdeos so chamados clulas espumosas e so o principal componente

    das estrias gordurosas, leses macroscpicas iniciais da aterosclerose. Algunsmediadores da inflamao como as interleucinas estimulam a migrao e

    proliferao das clulas musculares lisas da camada mdia arterial. Estas, ao

    migrarem para a ntima, passam a produzir no s citocinas e fatores de

    crescimento, como tambm matriz extracelular que formar parte da capa

    fibrosa da placa aterosclertica (SBC, 2007).

    A placa aterosclertica plenamente desenvolvida constituda por

    elementos celulares, componentes da matriz extracelular e ncleo lipdico.Estes elementos formam na placa aterosclertica, o ncleo lipdico, rico em

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    colesterol e a capa fibrosa, rica em colgeno. As placas estveis caracterizam-

    se por predomnio de colgeno, organizado em capa fibrosa espessa, escassas

    de clulas inflamatrias e ncleo lipdico de propores menores. As placas

    instveis apresentam atividade inflamatria intensa, especialmente nas suas

    bordas laterais, com grande atividade proteoltica, ncleo lipdico proeminente e

    capa fibrosa tnue. A ruptura desta capa expe o material lipdico altamente

    trombognico, levando formao de um trombo sobrejacente. Este processo,

    tambm conhecido por aterotrombose, um dos principais determinantes das

    manifestaes clnicas da aterosclerose (SBC, 2007).

    2.3 Fatores de risco para dislipidemia

    As dislipidemias so caracterizadas pela presena de alguns fatores

    variados que podem apresentar-se isolados ou combinados sendo: colesterol

    total, triglicrides, LDL, VLDL e HDL que associados a inflamao, oxidao e

    eventos pr trombticos podem acelerar o processo de aterosclerose

    (RAGHUVEER, 2008).

    Um dos principais fatores que levam ao aumento do risco de uma

    dislipidemia o aumento de peso, podendo levar a um quadro de co-

    morbidade quando a obesidade est diretamente relacionada com a disfuno

    ventricular sistlica e diastlica, infarto do miocrdio e acidente vascular

    cerebral. Alm disso, esta patologia provoca alteraes metablicas, como a

    resistncia a insulina, e a Hipertenso Arterial Sistmica (HAS) que so fatores

    de risco. Portanto, a avaliao inicial do paciente obeso necessria para

    estimar o risco de uma doena cardiovascular (SBC, 2007).

    A idade constitui um importante fator de risco para doenas

    cardiovasculares devido as alteraes morfofuncionais na parede vascular quese agrava com o envelhecimento. Como alteraes temos variao no tamanho

    e na forma de clulas endoteliais, baixa atividade liplise, aumento excessivo

    do colgeno que depositam no endotlio e culminam com a calcificao

    aumentando a rigidez destas clulas. E aumento da adeso e agregao

    plaquetria culminando com a formao de trombos.

    Existe uma forte associao entre as doenas cardiovasculares e a

    hereditariedade. E tal associao pode ser agravada por diversos outrosfatores como obesidade, fumo e sedentarismo.

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    A nicotina presente no cigarro se inalado est diretamente relacionada

    com a diminuio dos nveis de HDL- colesterol e aumento da viscosidade

    sangunea e agregao plaquetria. Ela provoca aumento dos cidos graxos

    circulantes e aumento do fibrinognio.

    A prtica de atividade fsica combate a obesidade, controla os nveis

    pressricos alm de adequar os perfis lipdicos.

    2.4- Aterosclerose e doenas cardiovasculares

    A aterosclerose uma doena cardiovascular responsvel por grande

    nmero de casos de morbi-mortalidade que acomete mundialmente a

    populao adulta. Caracteriza-se por ser uma doena inflamatria crnica

    podendo permanecer silenciosa durante vrios anos. Alguns fatores de risco

    como as dislipidemias, a obesidade, a hipertenso arterial sistmica podem

    atuar como agravantes. Dentre os fatores citados acima a dislipidemia o que

    possui maior destaque podendo aumentar em at trs vezes o risco de

    doenas coronarianas em indivduos que possuem colesterol e triglicrides

    aumentados (Rover et al.,2008).

    Segundo Raghuveer (2008), obesidade, sndrome de resistncia a

    insulina, hipertenso, sedentarismo e tabagismo so fatores que podem levar

    ao desenvolvimento da aterosclerose, e a modificao no estilo de vida de

    fundamental importncia para preveno desta doena. Gotto (2003) relata que

    a modificao da LDL poderia explicar o acmulo de lipdios dentro dos

    macrfagos, sendo este um passo crtico no incio da formao da placa

    aterosclertica. A LDL nativa pode se acumular no espao subendotelial arterial

    e ser minimamente oxidada por clulas vasculares residentes pela ao de

    lipoxigenases.As afeces das artrias iniciam-se com a leso do endotlio e

    subsequente adeso de moncitos a este que atravessa a parede vascular

    indo para camada ntima onde se transforma em macrfagos. Este, por sua

    vez, possuem receptores para LDL. Por meio destes, a LDL rica em colesterol

    endocitada, tendo como consequncia o acmulo do colesterol no

    citoplasma, formando clulas espumosas, j que os macrfagos no possuem

    enzimas de degradao para este. Tais clulas constituem os primeiroselementos para formao da placa aterosclertica.

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    Grande nfase se d ao LDL oxidado permitindo grande acmulo de colesterol

    dentro das clulas formando mais clulas espumosas. Estes depsitos lipdicos

    comeam a aparecer em crianas, tendo os fatores alimentares grande

    influncia na gnese desta doena. O colesterol est presente na superfcie da

    LDL e no interior do HDL, deste modo o colesterol LDL deposita-se no ateroma

    mais facilmente. esta molcula que faz a distribuio do colesterol pelo corpo

    enquanto que o HDL leva o colesterol para ser destrudo no fgado, sendo

    considerado um fator protetor. Alm disso, o LDL possui uma variante

    importantssima que a Lipoprotena (a) associando-se a um maior risco de

    aterosclerose por aderir a parede arterial danificada e ligar-se com a fibrina,

    impedindo que a plasmina destrua este cogulo e restitua a circulao no vaso

    ( FILHO, 2004).

    2.5 Preveno e tratamento das doenas cardiovasculares

    O uso de medicamentos para reduo do risco de doenas

    cardiovasculares tem se mostrado efetivo em pacientes com nveis baixos de

    HDL-c e/ou elevados nveis de triglicerdeos em adio ao aumento do LDL-c.

    Atualmente so encontradas uma variedade de drogas para tratamento dadislipidemia como: estatinas, sequestradores de cidos biliares, inibidores da

    absoro de colesterol, fibratos, niacinas (CHARLAND et al., 2008).

    Fazio et al., (2008) relatam que a combinao do fibrato ou niacina com

    uma estatina recomendada para pacientes com dislipidemia mista, incluindo

    os pacientes diabticos no insulinodependentes ou com sndrome metablica.

    Diversos estudos revelam que a utilizao de fibratos reduzem a

    incidncia de doenas cardiovasculares, principalmente em pacientes que

    apresentam dislipidemia aterognica com HDL abaixo de 40 mg/dL e TG acima

    de 200 mg/dL. Em estudo com 7389 indivduos que apresentaram os nveis

    triglicrides aumentados, a terapia com fibratos mostrou-se eficiente, em 5068

    pacientes com TG alto e HDL baixo esta terapia se mostrou menos eficiente,

    mostrando que o tratamento com fibratos para reduzir os triglicrides eficaz

    (LEE et al., 2011).

    O tratamento das dislipidemias pode ser realizado de forma no

    medicamentosa ou medicamentosa. O tratamento no medicamentoso pode

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    ser feito por meio de uma mudana nos hbitos alimentares, recomenda-se o

    aumento da ingesto de fibras solveis para reduzir a absoro de gorduras,

    diminuio da taxa calrica e tambm a prtica regular de atividade fsica. O

    tratamento farmacolgico realizado atravs da administrao de drogas de

    escolha (ALVES et al.,2007).

    Vrios frmacos diminuem o LDL plasmtico. A terapia medicamentosa

    usada complementarmente s medidas dietticas e correo de outros

    fatores de risco cardiovasculares modificveis (RANG et al., 2003).

    Os antioxidantes, dentre eles os flavonides, inibem a oxidao das

    LDL, diminuindo sua aterogenicidade. Os flavonides so encontrados nos

    alimentos, principalmente nas verduras, frutas (cereja, amora, uva, morango,

    jabuticaba), gros, sementes, castanhas, condimentos,ervas e tambm em

    bebidas como vinho, suco de uva e ch (SBD, 2007).

    O tratamento com fitoterpico pode ser direcionado para preveno ou

    cura da dislipidemia, alterao heptica, diabetes e doenas crnicas. A terapia

    com plantas medicinais e fitoterpicos incentivado pela Organizao Mundial

    de Sade (OMS) e pelo Ministrio da Sade. Esse publicou uma portaria que

    aprovou o uso de plantas medicinais e fitoterapia com um carter de atuao

    multidisciplinar no Sistema nico de Sade (SUS) (CFN, 2006).

    O tratamento com frmacos ocorre quando a dieta e aquisio de

    hbitos saudveis no so suficientes para o controle da dislipidemia. Os

    frmacos mais comuns so as estatinas.

    As estatinas so os agentes mais bem tolerados e mais efetivos para o

    tratamento da dislipidemia. Estes frmacos so inibidores competitivos da HMG

    CoA redutase, que catalisa uma etapa mais precoce e limitante da taxa na

    biossntese do colesterol (GOODMAN; GILMAN, 2003).As estatinas so compostos anlogos estruturais do HMGCoA . A

    lovastatina, a atorvastatina, a fluvastatina, a pravastatina, a sinvastatina e a

    rosuvastatina pertencem a esta classe. Esses frmacos so mais eficazes na

    reduo dos nveis de LDL. Outros efeitos observados incluem diminuio do

    estresse oxidativo e da inflamao vascular com aumento da estabilidade das

    leses aterosclertica (KATZUNG, 2005).

    A lovastatina e a sinvastatina so pr-drogas lactnicas inativas, queso hidrolisadas no trato gastrintestinal aos derivados dos beta hidroxila

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    ativo, enquanto a pravastatina possui um anel de lactona aberto e ativo. A

    atorvastatina, a fluvastatina e a rosuvastatina so congneres que contm flor

    e so ativos quando administrados (GOODMAN; GILMAN, 2003).

    Os inibidores da redutase (HMGCoA-redutase) mostram-se teis,

    isoladamente ou com resinas, niacina ou ezetimida, na reduo dos nveis de

    LDL. Esses agentes no devem ser administrados em mulheres grvida, em

    fase de lactao ou passveis a engravidar. Como a biossntese de colesterol

    predominantemente noite, os inibidores da redutase, exceo da

    atorvastatina e da rosuvastatina, devem ser administrados noite, se for

    utilizado uma dose nica ao dia, pois so frmacos que apresentam tempo de

    meia-vida curto. Em geral, a absoro ( exceo da pravastatina) aumenta

    quando se ingere a dose com alimentos (KATZUNG, 2005).

    2.6 - Abacate e acerola no tratamento das dislipidemias

    O abacate encontrado na Amrica Latina e em outras regies tropicais

    e subtropicais do mundo, sendo o Brasil um grande produtor mundial . Alm de

    ser consumido na alimentao humana, este fruto possui alto potencial

    econmico devido ao amplo aproveitamentotanto na indstria farmacutica,

    como na indstria de cosmticos (SOARES;ITO, 2000).

    Dentre suas caractersticas nutricionais, a polpa possui um teor de

    carboidratos de 7,5%, 2,54% de protena e 4,85% de fibras, cinzas 0,60%,

    lipdios 26,31% e umidade 58,35% (SALGADO et al., 2008). Em relao aos

    cidos graxos, destaca-se o cido olico que tem sido muito estudado,

    demonstrando efeitos significativos na preveno e tratamento de doenas

    crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000). Extratos de abacate tem

    nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS, 2003).O abacate rico em fitosteris e fitostanis que so steres de origem

    vegetal com constituio qumica semelhante ao colesterol e possui atividade

    anti-inflamatria, bactericida, fungicida, anticarcinognica e

    hipocolesterolmica.

    Na frao insaponificvel do leo esto presentes esteris, alcois,

    tocoferis e carotenos. Em relao aos cidos graxos destaca-se o cido olico

    que tem sido muito estudado demonstrando efeitos significativos na prevenoe tratamento de doenas crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000).

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    Extratos de abacate tem nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS,

    2003).

    Sua ao hipocolesterolmica se deve ao seguinte mecanismo: por ser

    mais lipoflicos que o colesterol, atuam como inibidores do mesmo a nvel

    intestinal; inibem a reesterificao do colesterol pela enzima acil-CoA

    aciltransferase (ACAT). Com isso, o colesterol no ser incorporado aos

    quilomcrons e no ser transportado; dessa forma aceleram o fluxo de

    colesterol esterificado para o lmem intestinal por aumentarem a expresso de

    enzimas transportadoras (OLIVOS, 2003). Segundo Salgado et al., 2008, o

    leo de abacate, variedade Margarida, apresenta 55,81% de cido olico. Esta

    variedade apresenta beta-sitosterol (71,8%) e campesterol (6,6%) e menor teor

    de ergosterol (0,3%). Estudos cientficos tem demonstrado que a presena

    destes fitoqumicos auxiliam no controle dos nveis sricos de colesterol.

    Nwaoguikpe e Braide (2011) testaram os efeitos do extrato aquoso da

    semente de Persia americana (abacate) na tentativa de diminuir os nveis de

    colesterol total, triglicrides e LDL no sangue de coelhos. Aps o tratamento

    com 100 e 200 mg/Kg de peso corporal durante dois meses eles obtiveram os

    seguintes resultados: o colesterol total foi de 1,54 mmol/L no controle e 1,30 e

    0,93 mmol/L nos grupos tratados com as doses de 100 e 200 mg/Kg de peso

    corporal respectivamente. Com relao aos triacilgliceris, o controle foi de

    1,69, enquanto as outras duas dosagem foram de 0,96 e 0,65 mmol/L

    respectivamente. E o LDL foi de 0,84 mmol/l no controle e 0,81 e 0,72 mmol/l,

    respectivamente. As anlises fitoqumicas revelaram a presena de taninos

    (21,6%), saponinas (51%), flavonoides (21%), alcaloides (9,43%) e glicosdeos

    cianognicos de 4,86%. Tal pesquisa demonstrou eficcia do abacate no

    controle da dislipidemia em coelhos, podendo ser a semente destes frutos umaalternativa para o tratamento da aterosclerose, bem como outras doenas

    cardiovasculares.

    Alvizouri et al. (1992) foram os pioneiros nos estudos dos efeitos da

    dieta contendo abacate nos humanos. Eles testaram o poder do abacate como

    fonte de cidos graxos monoinsaturados em indivduos saudveis e tiveram

    como resultado a diminuio do colesterol total, LDL e TG em dietas com

    pouca gordura saturada mais abacate (30% de gordura no total da energia da

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    dieta, das quais 75% so provenientes do abacate). O ponto negativo nas suas

    pesquisas foi a diminuio do HDL em indivduos que fizeram uso desta dieta.

    Poucos estudos relatam os efeitos benficos da utilizao da polpa e do

    leo de abacate na preveno e tratamento das dislipidemias. Mas devido aos

    bons resultados destes estudos, mais pesquisas devem ser realizadas com

    relao aos valores nutricionais do abacate com maior nfase ao tratamento da

    aterosclerose (ROBERTO et al., 2008).

    A aceroleira, arbusto proveniente das ndias Ocidentais, adaptado a

    regies de clima tropical como o Brasil, pertence famlia Malpiguiaceae,tendo

    como nome especfico Malpighia glabra.

    Esta planta possui um fruto pequeno e arredondado, possuindo uma

    polpa doce e suculenta. Apresenta os seguintes componentes por Kg:

    carboidratos (56, 8g), protenas (5, 0 g), lipdios (5, 10 g), fsforo (171 mg),

    clcio (117 mg), ferro (2,4 mg), piridoxina (87 mg), riboflavina (0,7 mg) tiamina

    (0,2 mg), gua (913 g), fibra ( 30 g) e vitamina C ( 46 g), (MEZADRI et al.,

    2008).

    Devido as suas propriedades antioxidantes, os carotenides e

    bioflavonides tm sido muito estudados, e estes so encontrados na acerola.

    Os carotenides esto presentes em nveis entre 3,2 e 406 mg/Kg, sendo que

    o beta-caroteno encontrado em maior quantidade. Em relao aos

    flavonides so encontrados principalmente antocianinas e flavonis (LIMA et

    al., 2003).

    Mezadri et al. (2008) verificaram que a capacidade antioxidante de

    extratos hidroflicos da polpa e suco de acerola foram superiores aos relatados

    em outros sucos de fruta ricos em polifenis, como morango, uva e ma.

    Anlise por meio de cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC) detectou apresena de cido clorognico, galacto epigallocatequina, epicatequina,

    procianidina e rutina.

    Estudos epidemiolgicos comprovaram que o consumo de frutas e

    vegetais reduzem o risco de doenas cardiovasculares devido a presena de

    compostos antioxidantes de neutralizar os radicais livres e assim reduzir o dano

    oxidativo nas clulas (WHO, 2003).

    Na gnese do processo aterosclertico, est a acumulao de lipdiosdentro de macrfagos. Inicia-se com o acmulo de LDL no subendotlio arterial

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    e, consequentemente, oxidado por clulas vasculares residentes da enzima

    12/15-lipooxigenase. A LDL oxidada gera a produo de fatores quimiotticos

    de granulcitos e mecanismos que promovem a captura e transformao dos

    moncitos circulantes e consequente diferenciao em macrfagos na parede

    do vaso. Neste passo, h uma estabilidade da placa devido a influncia de

    mediadores inflamatrios locais, que podem estimular inmeras enzimas

    proteolticas, tornando a placa muito frgil, culminando com sua consequente

    ruptura. Tais processos inflamatrios provocam maior oxidao do LDL,

    agravando ainda mais este processo por formao de clulas espumosas. A

    oxidao do LDL extremamente txico para as clulas vasculares levando a

    leso endotelial, efeitos antiplaquetrios e gerao de xido ntrico que

    deletrio sobre o tnus vascular (GOTTO, 2003)

    Dietas vitamnicas antioxidantes contendo beta-caroteno, vitamina c e

    vitamina E foram testadas em coelhos, demostrando diminuio do teor de

    colesterol nas leses da aorta torcica induzida por dieta aterognica (BOCAN

    et al., 1992).

    2.7- Flavonides e dislipidemiaEstudos epidemiolgicos relatam que h uma correlao positiva entre

    consumo de flavonides provenientes de frutas e vegetais e a diminuio do

    risco para o desenvolvimento de doenas cardiovasculares, sendo maiores os

    benefcios observados quanto maior a ingesto destes flavonides. Evidncias

    sugerem que tais substncias podem exercer efeitos atravs da melhoria dos

    fatores de risco cardiovasculares melhorando a funo endotelial, inibindo a

    oxidao de lipoprotenas de baixa densidade, diminuindo a presso arterial e

    melhorando a dislipidemia.

    Estudos relatam o impacto do consumo de alimentos ricos em

    flavonides sobre biomarcadores de risco cardiovasculares em voluntrios

    saudveis ou em risco (MULVIHILL; HUFF, 2010).

    Diversos estudos clnicos e com modelos animais tem focado o cacau,

    soja, ch verde e preto na preveno e tratamento das doenas

    cardiovasculares. No entanto, alguns polifenis na forma purificada, dentre eles

    resveratrol e naringenina tem sido avaliados apresentando efeitos benficos na

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    reduo da dislipidemia. (MULVIHILL; HUFF, 2010).Flavonides so polifenis

    consumidos diariamente na dieta humana, podendo ser encontrado em

    diversos alimentos e bebidas como soja, frutas, legumes, nozes, sementes,

    cacau, caf, vinho e ch. Eles so classificados de acordo com a estrutura

    qumica e grau de oxidao em: flavonis, flavonas, isoflavonas, flavan-3-ols e

    antocianinas (SCALBERT; WILLIAMSON, 2011).

    Li-Jun Feng et al. 2011 verificaram que doses de 50 - 200mg de

    apigenina e luteolina em ratos hiperlipidmicos promoveram uma reduo dos

    nveis de colesterol total, triglicrides e LDL-colesterol e aumento de HDL-

    colesterol.

    Os estudos sobre flavonides, suas propriedades antioxidantes e seus

    efeitos na preveno de doenas, iniciaram-se nos anos 90, sendo estas pouco

    discutidas antes desta data devido diversidade e complexidade de suas

    propriedades qumicas e estruturais (SCALBERT; WILLIAMSON, 2011).

    Os flavonides so compostos aromticos com 15 tomos de carbono (

    C6-C3-C6), que tem como estrutura base o fenilpropano (C6-C3) e trs

    unidades de acetato (C5) (LOPES, 2000). Possui grande diversidade estrutural

    devido as modificaes que podem sofrer, dentre elas podemos citar a

    hidroxilao, metilao, acilao e glicosilao (KOES et al, 1994).

    Narender et al. (2006) tinham isolado trs furano-flavonas e um

    glicosdio flavonol das partes areas da Indigofera tinctoriae descobriram que

    a combinao destes diminuram a taxa de triglicrides plasmticos em 60%,

    colesterol total 19%, cidos graxos livres em 25% e aumento do HDL-c de 8%

    e razo deste com o colesterol total de 36%,em dieta com alto teor de gordura

    em hamster dislipidmicos alimentados com uma dose de 50 mg de peso

    corporal/ Kg.Os flavonides podem evitar leses causadas por radicais livres de diversas

    maneiras, sendo a retirada direta destes a melhor forma de combate. Deste

    modo, os flavonides inibem a oxidao do LDL estabelecendo efeito

    preventivo em relao a aterosclerose. A rutina e epicatequina so exemplos

    de flavonides que tem potencial de remover radicais livres, provavelmente

    devido a inibio da enzima xantina oxidase. Diversas pesquisas relatam que

    os flavonides interagem com vrios sistemas enzimticos. Nijveldt et al.(2001)relataram que espcies reativas de oxignio combinadas com o ferro podem

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    ocasionar a peroxidao lipdica e flavonides como a quercitina, quelam o

    ferro e inibem a peroxidao lipdica.

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    3. HIPTESES EXPERIMENTAIS

    A problemtica anteriormente exposta precipitou a construo das

    seguintes hipteses experimentais testadas no presente estudo:

    I) Os extratos de abacate, acerola e do flavonide naringina possuem

    capacidade de melhorar o perfil sanguneo de ratos Wistar

    alimentados com dieta aterognica.

    Para teste da hiptese acima, perseguiram-se os seguintes objetivos:

    - Avaliar o efeito do extrato de abacate (Percea americana) em diferentes

    dosagens na dislipidemia de ratos Wistar.

    - Avaliar o efeito do extrato de acerola (Malpighia emarginata) em diferentes

    dosagens na dislipidemia de ratos Wistar.

    - Avaliar o efeito do flavonide narigina em diferentes dosagens na dislipidemiade ratos Wistar.

    - Determinar os nveis sanguneos de colesterol total, colesterol HDL, e

    triacilgliceris de ratos Wistar.

    - Comparar os efeitos dos compostos estudados com a atorvastatina clcica

    (frmaco de referncia utilizado no tratamento de dislipidemia).

    II) Os extratos de abacate, acerola e do flavonide naringina noalteram os perfis glicmicos e de cido rico em ratos Wistar.

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    Para teste da hiptese acima, perseguiram-se os seguintes objetivos:

    - Determinar os nveis glicmicos em ratos Wistar tratados com diferentes

    doses de extrato de abacate, extrato de acerola e flavonide naringina e

    comparar com o controle doente no tratado;

    - Determinar os nveis de cido rico em ratos Wistar tratados com diferentes

    doses de extrato de abacate, extrato de acerola e flavonide naringina e

    comparar com o controle doente no tratado.

    III) Doses de extrato de abacate, acerola e do flavonide naringina nocapazes de causarem efeitos adversos ao organismo.

    - Determinar os parmetros sanguneos relacionados a hepatotoxidade aguda

    (Fosfatase alcalina, AST, ALT).

    - Comparar os efeitos dos compostos estudados com a atorvastatina clcica

    (frmaco de referncia utilizado no tratamento de dislipidemia).

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    4. MATERIAL E MTODOS

    4.1 Preparo da rao e do veculo para as substncias testadas

    Veculo comercial (Botica Fontenelle) utilizado para solubilizar todas

    substncias testadas (atorvastatina, flavonoides, extratos).

    Propilenoglicol _________20%

    Suspender_____________1,5%

    Nipagim_______________0,1%

    Nipasol_______________0,05%

    Sacarina______________0,03%

    gua destilada q.s.p._____100%

    4.1.1 Processamento da rao

    As raes hipercolesterolmica e no-hipercolesterolmica (controle)

    foram processadas na Unidade Processadora de Rao do Departamento de

    Zootecnia da UFV.

    Rao comercial para roedores da marca Presence foi moda em

    moinho tipo martelo, a 3200 RPM, peneira de 0,25 mm (Inbramaq). Uma

    poro da rao comercial pulverizada foi reservada, para produo da rao

    controle. Paralelamente, foram pesados o colesterol (Vetec) e o cido clico

    (Sigma Aldrich), de forma que o produto contivesse 1,0 % de colesterol e

    0,3% de cido clico. Os ativos foram misturados manualmente rao

    pulverizada, por diluio geomtrica.

    Posteriormente, a mistura foi colocada em misturador por 15 minutos,

    para completa homogeneizao. A mistura foi ento encaminhada extrusora/peletizadora MX-40 da Imbramaq, para confeco dos pellets. Em

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    seguida, os pellets foram secos em Secadora horizontal Imbramaq

    temperatura de 50 oC. A rao controle pulverizada foi processada pelos

    mesmos procedimentos de peletizao e secagem j descritos.

    4.2 Preparo dos extratos das plantas

    A coleta dos frutos de acerola para preparo dos extratos foi realizada

    manualmente no municpio de Ponte Nova - MG, nos meses de abril e maio

    de 2012. Aps a colheita os frutos foram acondicionados em sacos plsticos

    e armazenados na geladeira entre 2 e 8 C. Para o processamento foram

    retiradas as sementes, e a polpa foi obtida utilizando-se centrfuga

    domstica.Os frutos do abacate, variedade Margarida, foram adquiridos no

    comrcio local do municpio de Viosa - MG no ms de maio de 2012. Estes

    frutos foram acondicionados em sacos plsticos e foram levados para o

    Biofarmacos. A polpa foi retirada com o auxlio de uma colher e

    homogeneizada em centrfuga domstica conforme figura 1.

    A partir destas polpas foram preparados extratos para duas

    administraes diferentes: para acerola e abacate 50 mg/kg e 75 mg/kg dopeso corpreo do animal, e para extrato de naringina 25 mg/kg e 50 mg/kg

    do peso corpreo do animal. Os animais foram alimentados com rao

    comercial da marca Purinae os extratos foram administrados por gavagem

    durante a fase de tratamento conforme figura 2.

    Naringina em forma de p foi pesada em balana analtica, Sigma

    Aldrichpara obteno das concentraes de 25 mg/kg e 50 mg/kg por peso

    corpreo e foi introduzida ao veculo listado no item 2.1.

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    FIGURA 1 Fluxograma de produo de extratos de abacate e acerola.

    4.3 Ensaio biolgico

    Foi realizado um ensaio biolgico com ratos Wistar (Rattus norvegicus,

    variedade albinus, classe Rodentia) com sete semanas de vida e

    aproximadamente 137 g. Estes animais foram provenientes do biotrio do

    Departamento de Medicina Veterinria da Universidade Federal de Viosa

    (DVT-UFV). Todo o experimento e as anlises dos parmetros bioqumicos no

    soro foram realizados no Laboratrio de Biofrmacos do Departamento de

    Bioqumica e Biologia Molecular da UFV.

    Os animais foram alojados em gaiolas individuais, tendo um perodo de

    adaptao de cinco dias, e receberam 20 gramas/dia de rao comercial

    especifica da marca Purina e gua ad libitum.Aps este tempo, os animais

    foram divididos em nove grupos de seis animais somando um total de 54 ratos.

    Estes animais permaneceram 30 dias em ensaio biolgico conforme a figura 2.

    Para induzir a hiperlipidemia foram fornecidos aos animais, adicionados

    rao, 1 % de colesterol cristalino + 0,3 % de cido clico, ambos da marca

    Vetec. Ao grupo controle foi administrado somente rao comercial. A dieta

    Acerola Colheita

    Seleo

    Transporte

    Armazenamento

    Despolpa

    Centrfuga

    Extrato

    Abacate Comrcio

    Aquisio

    Acondicionamento

    Despolpa

    Centrfuga

    Extrato

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    hipercolesterolmica foi preparada na fbrica de rao do Departamento de

    Zootecnia da UFV.

    4.4 Anlise bioqumica

    No 30 foi realizado a eutansia e a coleta de sangue por puno

    cardaca. O material foi centrifugado em centrfuga da marca Excelsamod. 2

    205 N a 7.100 x g, durante 15 min., para obteno do soro.

    Foram realizadas dosagens sorolgicas de colesterol total, colesterol-

    HDL, triacilgliceris e glicose em equipamento multiparamtrico de Bioqumica

    marca Aliz, mod. Lisabio B.652, utilizando-se kits especficos da marca

    Bioclin

    para cada anlise.Alm destes parmetros, foram analisados indicadores de

    hepatotoxicidade aguda que so: Alanina aminotransferase (ALT), Aspartato

    aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA) e cido rico. Todos os

    animais, antes da coleta, estavam em jejum de doze horas.

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    FIGURA 2 Delineamento experimental

    ()

    ()

    ()

    ()

    ()

    ()

    ()

    ()

    ()

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    4.5 Princpios da anlise do soro

    O colesterol foi dosado por tcnicas colorimtricas que baseiam-se na

    transformao do colesterol esterificado e cido graxo, mediado pela enzima

    colesterol esterase. O colesterol-HDL foi determinado a partir da precipitao

    dos quilomcrons, VLDL e LDL contidos na amostra utilizando tambm mtodos

    colorimtricos. As dosagens das concentraes de triacilgliceris sricos foram

    feitas por via enzimtica-colorimtrica. Para dosagem da glicose utilizou-se o

    mtodo colorimtrico da glicose oxidase. Tanto para dosagem do AST e ALT

    utilizou-se metodologia de determinao cintica e para determinao da FA e

    cido rico utilizou-se testes cinticos. As metodologias foram direcionadas

    conforme recomendaes do fabricante dos kits Bioclin.

    4.6 Anlise estatstica

    Os dados foram analisados por meio de anlises de varincia (ANOVA).

    O programa utilizado para anlise foi o SPSS 15.0. Os grupos tratados foram

    comparados com os grupos controle (G1 e G2) utilizando o teste de Dunnett,

    adotando 5% de significncia. Este ltimo teste faz uso de contrastes noortogonais na comparao de cada mdia com o grupo controle.

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    5. RESULTADOS E DISCUSSO

    5.1 Efeito dos tratamentos sobre os nveis sricos de colesterol total,

    colesterol-HDL e triglicerdeos.

    Os resultados da anlise do soro esto apresentados na Tabela 1.

    Todos os grupos tratados tanto com extrato de abacate, acerola e com o

    fitoterpico naringina, apresentaram melhorias significativas no perfil decolesterol total em relao ao grupo doente no tratado, com exceo ao grupo

    que recebeu dose de extrato de acerola 50 mg por kg de peso. Isso mostra a

    importncia da utilizao desses compostos, uma vez que os mesmos so de

    baixo custo de aquisio e no apresentam efeitos adversos como os frmacos

    (TOLEDO et al., 2003).

    A possvel razo que justifica que o grupo que recebeu 50 mg de extrato

    de acerola por kg de peso no apresentou diferena significativa em relao aogrupo doente no tratado significa que nessa concentrao a quantidade de

    compostos bioativos no foram suficientes na reduo do colesterol total

    embora, sendo necessrio a concentrao maior de extrato para reduo.

    De acordo com os resultados obtidos na tabela 1, os grupos que

    receberam dose de 50 mg de extrato de acerola e os tratados com

    atorvastatina apresentaram maiores nveis plasmticos de HDL. Esse fato

    vantajoso, uma vez que HDL transporta colesterol da circulao para o fgado

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    onde metabolizado e, assim, excretado, diminuindo os nveis plasmticos

    do mesmo (SBC, 2007).

    Os efeitos benficos ocorrem uma vez que os fitoesteris presentes em

    todos os extratos e no fitoterpico Naringina competem com o colesterol no

    momento da absoro intestinal, assim so capazes de reduzir a absoro de

    colesterol e, consequentemente, a concentrao plasmtica do mesmo.

    Tambm esse efeito pode ser atribudo a um aumento da expresso do

    receptor da LDL no fgado (MIETTINEN; GYLLING, 1999; WESTER, 2000).

    A reduo provocada pelas doses do extrato de abacate pode ocorrer

    em funo da presena de cidos graxos monoinsaturados. Na frao

    insaponificvel do leo esto presentes esteris, alcois, tocoferis e

    carotenos. Em relao aos cidos graxos, destaca-se o cido olico, que tem

    sido muito estudado, demonstrando efeitos significativos na preveno e

    tratamento de doenas crnicas no transmissveis (SOARES;ITO, 2000).

    Extratos de abacate tem nveis muito baixo de esqualeno e polifenis (OLIVOS,

    2003).

    O abacate rico em fitosteris e fitostanis que so steres de origem

    vegetal com constituio qumica semelhante ao colesterol e possui atividade

    anti-inflamatria, bactericida, fungicida, anticarcinognica e hipocolesterolmica

    (LOTTENBERG et al.; 2002).

    Em estudo realizados por Nwaoguikpe e Braide (2011) revelaram que o

    extrato aquoso da semente de Persia americana(abacate) diminuiu os nveis

    de colesteroal total, triglicrides e LDL no sangue de coelhos

    Alvizouri et al. (1992) testaram o poder do abacate como fonte de cidos

    graxos monoinsaturados em indivduos saudveis, e tiveram como resultado a

    diminuio do colesterol total, LDL e TG em dietas com pouca gordurasaturada mais abacate (30% de gordura no total da energia da dieta das quais

    75% so provenientes do abacate). O ponto negativo nas suas pesquisas foi

    diminuio do HDL em indivduos que fizeram uso desta dieta o que corrobora

    com o resultado da presente pesquisa.

    A naringina possui a capacidade de remover radicais livres e de quelar

    ctions divalentes. Tambm inibem a biossntese de eicosanides (resposta

    antiprostanide e antiinflamatria), possuem a capacidade de evitar oxidao alipoprotena de baixa densidade (LDL) (previnem formao de placa

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    aterosclertica), retardam a agregao plaquetria (efeitos antitrombticos) e

    promovem relaxamento de msculo liso (efeito anti-hipertensivo e anti-

    arrtmico) (COOK; SAMMANS, 1996; PELZER et al.; 1998).

    A acerola, em funo da presena da vitamina C, que antioxidante,

    promove a reduo do colesterol total. Estudos mostram que a vitamina C tem

    efeito anti-inflamatrio e est intimamente ligada a reduo da disfuno

    endotelial nas doenas cardiovasculares (WANNAMETHEE et al., 2006).

    Mezadri et al. (2008) verificaram que a capacidade antioxidante de

    extratos da polpa e suco de acerola foram superiores aos relatados em outros

    sucos de fruta ricos em polifenis, como morango, uva e ma.

    Entretanto, com relao a triacilglicerol os resultados mostraram que os

    princpios ativos dos grupos testes no apresentaram mecanismos de ao

    para atuarem na reduo deste parmetro.

    O presente resultado corrobora aos achados de Lotemberg et al. (2002)

    que mostra que o consumo de fitoesterol diminuiu o colesterol total como visto

    nesse estudo, entretanto observa-se na tabela 1 que ocorre um aumento no

    significativo de triacilglicerol em funo da ingesto de alguns extratos de

    acerola 75 mg, naringina 25 mg e 50 mg. Ocorreu um aumento significativo na

    concentrao de triacilgliceris na administrao dos extratos de abacate 50

    mg e 75 mg e no extrato de acerola 50 mg, no entanto, esse aumento no

    ultrapassa o limite permitido pelo tratado de animais silvestres (2006), o qual

    preconiza uma variao de 26 a 145 mg/dL.

    De acordo com os resultados obtidos na tabela 2 o grupo que recebeu

    dose de extrato referente a 50 mg/ Kg de peso apresentou aumento

    significativo de AST, ALT e fosfatase alcalina. Devem ser realizados novos

    estudos para verificar este aumento, mesmo que discreto, visto que estesparmetros so eficientes marcadores de funo heptica. O AST uma

    enzima presente em maior concentrao no interior da mitocndria, o ALT

    uma enzima que possui maior concentrao no citoplasma, enquanto a

    fosfatase alcalina esta localizada na membrana celular que une a borda

    sinusoidal das clulas parenquimais aos canalculos biliares e a alterao

    dessas organelas podem promover alteraes irreversveis na clula (BUSH,

    2004; TRALL, 2007).

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    Na tabela III, no grupo tratado com acerola 50 mg/kg ocorre o aumento

    significativo nos nveis de glicose, esse aumento pode ser em funo desse

    extrato ser rico em frutose. Esse acar pode ser captado pelas clulas do

    fgado, onde convertida em glicose e principalmente em glicognio. Com isso,

    a administrao de extrato na concentrao de 50 mg/dL deve ser monitorada,

    uma vez que a neoglicogenese pode ocorrer o processo de sntese de lipdeo

    (LEHNINGER, 2007).

    Nos demais extratos no foram observados aumento significativo nos

    nveis de glicose o que um resultado importante ao levar em considerao o

    relatado no pargrafo anterior.

    De acordo com os resultados obtidos na tabela III, o grupo que recebeu

    extrato de acerola 50 mg/Kg de peso apresentou aumento significativo de cido

    rico, ao passo que os demais no modificaram significativamente. O aumento

    do cido rico pode ser em funo da hipertrigliceridemia, resultado que pode

    ser observado na tabela 1 referente a este grupo. De acordo com TIETZ

    (1994), dentre outras, comorbidades a hipertrigliceridemia est intimamente

    ligada ao aumento de cido rico.

    Deve-se ter maior estudo para indicao da dose de extrato referida

    acima, uma vez que o aumento no nvel de cido rico pode acarretar entre

    outras patologias insuficincia renal, insuficincia cardaca congestiva e gota

    TIETZ (1994).

    Com relao aos outros resultados no foram observados aumentos

    significativos, sendo de grande relevncia, visto que a administrao dos

    extratos no acarretam os efeitos citados acima.

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    TABELA I Mdias de Colesterol (HDL) (mg/dL), Colesterol total (mg/dL), triacilgliceris (mg/dmachos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respectivos percengrupo 2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.

    Grupos Tratamentos

    Colesterol

    HDL (mg/dL)

    % de

    Variao

    Colesterol total

    (mg/dL)

    % de

    Varia

    G1 No doente 44,17 a 5,6 79,67 b -40,83

    G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 61,00 b 45,8 105,00 b 15,5

    G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 42,17 a 0,8 112,00 b -8,5

    G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 40,83 a -2,4 97,67 b -22,83

    G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 62,00 b 48,2 198,17 a 77,67

    G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 39,83 a -4,8 114,33 b -6,17

    G8 D + naringina (25 mg/Kg) 37,67 a -10 107,33 b -13,17

    G9 D + naringina (50 mg/Kg) 41,50 a -0,8 198,33 b 77,83

    G2 Doente no tratado 41,83 a 0 120,50 a 0

    D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett a 5% de significncia.

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    TABELA II Mdias de Aspartato aminotransferase AST (mg/dL) e Alanina aminotransferase - ALde ratos machos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respectivorelao ao grupo 2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.

    Grupos Tratamentos AST (mg/dL) % deVariao

    ALT (mg/dL) % deVariao

    G1 No doente 183,33 a 40,1 46,17 a 13,5

    G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 139,33 a 6,5 43,00 a 5,7

    G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 113,33 a -13,4 48,00 a 18,0

    G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 183,83 a 40,5 54,67 a 34,4

    G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 218,33 b 66,9 71,33 b 75,4

    G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 113,50 a -13,2 42,67 a 4,9 G8 D + naringina (25 mg/Kg) 109,67 a -16,2 40,50 a -0,4

    G9 D + naringina (50 mg/Kg) 151,17 a 15,5 42,17 a 3,7

    G2 Doente no tratado 130,83 a 0,0 40,67 a 0,0

    D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett a 5% de significncia.

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    TABELA III Mdias de Aspartato aminotransferase AST (mg/dL) e Alanina aminotransferase de ratos machos avaliados aps 30 dias em diferentes tratamentos, e seus respecrelao ao G2 (Doente no tratado). Viosa, Minas Gerais, 2012.

    Grupos Tratamentos Glicose (mg/dL) % de Variao cido

    G1 No doente 112,17 a -49,1

    G3 D + atorvastatina (1 mg/Kg) 171,33 a -22,2

    G4 D + ext. abacate (50 mg/Kg) 237,50 a 7,8

    G5 D + ext. abacate (75 mg/Kg) 228,00 a 3,5

    G6 D + ext. acerola (50 mg/Kg) 314,50 b 42,7

    G7 D + ext. acerola (75 mg/Kg) 223,00 a 1,2

    G8 D + naringina (25 mg/Kg) 216,17 a -1,9

    G9 D + naringina (50 mg/Kg) 136,17 a -38,2

    G2 Doente no tratado 220,33 a 0,0

    D = DoenteLetras iguais equivalem a tratamentos no diferentes pelo teste de Dunnett

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    6. CONCLUSO

    Em resumo, este estudo conclui que os extratos reduzem a

    hipercolesterolemia, no entanto, o extrato de acerola (50 mg/Kg de peso)

    promoveu um aumento significativo dos nveis de colesterol o que requer mais

    estudos para verificao da reprodutividade desse fenmeno e possveis

    mecanismos. Em contrapartida, somente o referido extrato de acerola

    promoveu aumento significativo de HDL-colesterol em comparao ao grupo

    controle.

    De modo geral em relao a AST, ALT, Fosfatase alcalina e glicemia

    somente o grupo que recebeu extrato de acerola na dose de 50 mg/ Kg de

    peso apresentou alterao significativa. Deve-se ter cautela na administrao

    dessas doses, uma vez que alguns desses parmetros so indicadores de

    toxicidade e a glicemia elevada pode induzir a o processo de aterogenese.

    importante ressaltar que estudos posteriores so necessrios para

    garantir a eficcia e segurana dos fitoterpicos.

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    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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