falência terapêutica critérios para uso da cv no país · •para calcular a variação usando o...
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Beatriz SimioneMaputo, 14 de Setembro de 2017
TARV PEDIÁTRICO
Falência Terapêutica
Critérios para uso da CV no País
Sumário
• Conceito de CV
• Indicaçoes para o uso da CV
• Tipos de resposta Virulógica
• Falência terapêutica
• Directriz de CV em Moçambique
• US com a abordagem do testar e iniciar
• US sem abordagem do Testar e iniciar
• Rede laboratorial para testagem de CV
Conceito de Carga Viral (1)
CV: Quantidade de vírus existentes no plasma de um paciente HIV+.
Exame preferencial de monitoria do paciente em TARV:
• Avaliar a resposta ao tratamento
• Detectar precocemente a FT e decidir sobre a mudança delinha;
• Detectar precocemente problemas de adesão;
Tipos de amostra usadas para medição da CV:
• Plasma fresco
• Sangue total seco impregnado em papel de filtro (DBS);
Expressão de Resultados de Carga Viral (1)
Carga Viral Logaritmo
correspondente
100 (1 x 102) 2
300 (3 x 102) 2,5
500 (5 x 102) 2,7
800 (8 x 102) 2,9
1.000 (1 x 103) 3
3.000 (3 x 103) 3,5
10.000 (1 x 104) 4
30.000 (3 x 104) 4,5
100.000 (1 x 105) 5
300.000 (3 x 105) 5,5
1.000.000 (1 x 106) 6
Nº cópias/ml de plasma
Possíveis Resultados de Carga Viral
6
Indetectavel <40 ou 50 copias/ml
Carga Viral <
1,000 copias/ml
Carga Viral ≥
1,000 copias/ml
Há supressão viral
Supressão viral
ARV a funcionar
1,000
copias/ml
Pacientes em TARV com
sucesso
Nao há supressão viral.
Compatível com:
Fraca adesão recente
Falência virológica
Repitir a CV 3-6 meses
depois
(MOÇ):
< 550
copias/ml
Como interpretar o resultado de CV• Comparação dos
resultados:
oValor absoluto ou valorlogarítmico;
• Verificar a tendência davariação;
oCV Detectável ou não?
oCV a aumentar?
oCV a baixar?
oCV estacionária ouflutuante?
• Interpretar o significado davariação (calcular a variação):
Boa resposta terapêutica? vírus sensível aos ARVs
Ma resposta terapêutica?
oProblemas de adesão?
oFalência terapêutica?
Cálculo da variação do valor da carga viralValor absoluto:
È considerada significativa quando a variação do valor absolutoé ≥ a 3 vezes, comparando com o valor da CV anterior;
• Para calcular a variação usando o valor absoluto, dividimos o valor da CV maior pelo valor da CV menor;
EX:
• CV inicial: 113.000 copias/ml
• CV de seguimento: 65.000 copias/ml
• Variação = 113.000/65.000 = 1,7 vezes
Redução < 3 vezes, clinicamente não significativa
Cálculo da variação do valor da carga viral
• Valor logarítmico
• Considera-se significativa uma variação do nível de carga viraligual ou superior a 0.5 logaritmos
• Para calcular a variação, subtrai-se o logaritmo maior pelo menor
; Ex:
• CV inicial: 128.617 copias/ml (5.11 log)
• CV de seguimento: 2049 copias/ml (3.31 log)
• Variação = 5.11 – 3.31 = 1,5 vezes
Redução > de 0,5 log, clinicamente significativa
Tipos de Resposta Virológica ao TARV: Supressão Viral
Ca
rga
Vir
al
(nu
m c
op
ias/
ml)
Tempo (semanas)
Tipos de Respostas Virológicas ao TARV: Resposta Virológica Incompleta
Ca
rga
Vir
al
(nu
m c
op
ias/
ml)
Tempo (semanas)
Tipos de Respostas Virológicas ao TARV: Escape Virológico
Tempo (semanas)
Ca
rga
Vir
al
(nu
m c
op
ias/
ml)
Principais Causas de Falha na Supressão Viral:
• Fraca adesão: é a causa mais comum.
• Sub-dosagem de MARVs em relação ao peso (crianças)
• Mutações que conferem resistência aos ARVs;
• Interrupção de TARV por toxicidade;
• Problemas farmacocinéticos;
• Interações medicamentosas;
Falência Terapêutica: Definição Geral
• Incapacidade dos MARV de suprimir a replicação viral,
num paciente que toma correctamente o tratamento.
Directriz para a Implementação da Carga Viral
• Em Vigor desde 2015
• Elaborada em resposta as recomendações da OMS (guidelines 2013);
• Uso da CV de forma rotineira para monitoria do TARV;
• Objectivos:
• Monitoria precoce do TARV
• Diagnóstico de falência terapêutica
Carga Viral : Processo e implementação
1.Definição de
critérios
2. Definiçãode
algoritmosde CV
3. Definiçãode
indicadores
4. Definiçãode
instrumentos
5. Criação de demanda
6.Resultados
1. Critérios para colheita da CV nos pacientes
Os critérios (algoritmos) variam consoante os seguintes factores:
• Tipo de avaliação que se pretende
• CV de rotina ou CV pontual (suspeita de FT);
• Tipo de Paciente
• Criança < 2 anos
• Adulto e criança ≥ 2 anos;
• Mulher grávida e lactante
Carga Viral Pontual versus Rotina
A Carga viral pode ser utilizada de 2 formas:
a. Carga viral de rotina: para todos pacientes em TARV, segundo as normas, independente da presença de sinais e sintomas de Falência terapêutica;
b. Carga viral feita pontualmente: Para confirmar suspeita de falência terapêutica (pacientes com falência clínica ou imunológica);
1. CRITÉRIOS PARA O USO DA CV – Distritos com testar e iniciar (cont.)
Recomenda-se Carga viral de rotina para:
• Todo criança e adulto em TARV, em TARV há pelo
menos 6 meses;
• Mulher gravida e lactante em TARV há pelo menos 3
meses ;
1. CRITÉRIOS PARA O USO DA CV – Distritos sem testar e iniciar (cont.)
Carga viral de rotina para:
• Todas as mulheres grávidas/lactantes HIV+, em TARV há
pelo menos 3 meses;
• Todas as crianças entre 2-5 anos de idade, em TARV há pelo
menos 6 meses;
CV em situação de suspeita de FT
• Crianças > 5 anos e adultos com suspeita de FT
2.Definição de algoritmos de CVRotina ( Geral ; mulher gravida e lactante, criança < 2 anos)
Falência Terapêutica
2. Algoritmos específicos para cada Grupo alvo
Distritos com Testar e Iniciar
CV de rotina:
• Algoritmo para adulto e criança≥ 2 anos;
• Algoritmo para crianças < 2 anos;
• Algoritmo para mulher grávida e lactante
Distritos sem Testar e Iniciar
Algorítmo para:
• CV de rotina em criança dos 2-5 anos;
• CV de rotina para mulhergrávida e lactante
• Criança > 5 anos e adulto com suspeita de FT
CARGA VIRAL DE ROTINA
PARA ADULTOS E CRIANÇAS ≥2 ANOS
ADULTOS E CRIANÇAS >2 ANOS
NOVO INÍCIO TARV
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. CRIANÇAS: VERIFICAR DOSAGEM DE TARV E REGIME
4. SOLICITAR NOVA CV APÓS 3 MESES
CV <1.000 cópias/ml
ADULTOS E CRIANÇAS >2 ANOS
JÁ EM TARV ≥6 MESES E NUNCA
TINHAM FEITA CV
CV ≥1.000 cópias/ml
CV <1.000 cópias/ml CV ≥1.000 cópias/ml
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. CONTINUAR COM ACONSELHAMENTO
PARA ADESÃO
3. CRIANÇAS: VERIFICAR DOSAGEM DE
TARV E REGIME
4. REPETIR CV ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. CRIANÇAS: VERIFICAR DOSAGEM DE TARV E REGIME
4. REPETIR CV ANUALMENTE
PEDIR A 1ª CV 6 MESES APÓS O
INÍCIO DO TARVPEDIR A 1ª CV NA MESMA
CONSULTA
LEMBRAR:A carga viral indetectável nas crianças nem
sempre é conseguida a curto prazo. A
diminuição persistente de 1,5 a 2 log,
associada a boa evolução clínica e boa
resposta imunológica é aceitável e não
justifica mudanças.
Algoritmo de CV de rotina para crianças com idade < 2 anos
CARGA VIRAL DE ROTINA PARA AS MULHERES
GRÁVIDAS (MG) E LACTANTES (ML) HIV POSITIVAS
MG EM TARV A ENTRADA NA SMI
(Mais de 3 meses em TARV)
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. CONTINUAR COM ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER CV 3 MESES APÓS O PARTO
(caso ainda não tenha colhido CV após o parto)
CV <1.000 cópias/ml
COLHER AMOSTRA PARA CV NA 1ª CPN
MG/ML QUE INICIAM TARV NA SMI
COLHER AMOSTRA PARA 1ª CV 3 MESES APÓS
O INICIO DO TARV
CV ≥1.000 cópias/mlCV ≥1.000 cópias/ml
CV ≥1.000 cópias/ml
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER NOVA CV APÓS 3 MESES
CV <1.000 cp/ml CV ≥1.000 cp/ml
1. CONTINUAR COM A 1ª
LINHA
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER NOVA CV APÓS 3 MESES
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
CV <1.000 cópias/ml
1. CONTINUAR COM A 1ª
LINHA
2. REFORÇAR
ACONSELHAMENTO
PARA ADESÃO
3. REPETIR A CV
ANUALMENTE
CARGA VIRAL PARA ADULTOS E CRIANÇAS MAIORES DE 5 ANOS
COM SUSPEITA DE FALÊNCIA CLÍNICA E/OU IMUNOLÓGICA
REFORÇAR ADESÃO E SOLICITAR NOVA
CARGA VIRAL APÓS 3-6 MESES
CV ≥1.000 cópias/ml
PEDIR CARGA VIRAL
CV <1.000 cópias/ml
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. REPETIR CARGA VIRAL ANUALMENTE
CV <1.000 cópias/mlCV ≥1.000 cópias/ml
1. INICIAR TERAPIA DE
2ª LINHA DE TARV
2. REPETIR CARGA
VIRAL ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A
1ª LINHA
2. REPETIR CARGA
VIRAL ANUALMENTE
LEMBRAR:A falência virológica conducente a mudança
de linha terapêutica será definida por duas
medidas de carga viral maior ou igual a 1.000
cópias/ml com 3 a 6 meses de intervalo, após
a intensificação de intervenções com vista ao
reforço da adesão.
CARGA VIRAL DE ROTINA PARA AS MULHERES
GRÁVIDAS (MG) E LACTANTES (ML) HIV POSITIVAS
MG EM TARV A ENTRADA NA SMI
(Mais de 3 meses em TARV)
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. CONTINUAR COM ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER CV 3 MESES APÓS O PARTO
(caso ainda não tenha colhido CV após o parto)
CV <1.000 cópias/ml
COLHER AMOSTRA PARA CV NA 1ª CPN
MG/ML QUE INICIAM TARV NA SMI
COLHER AMOSTRA PARA 1ª CV 3 MESES APÓS
O INICIO DO TARV
CV ≥1.000 cópias/mlCV ≥1.000 cópias/ml
CV ≥1.000 cópias/ml
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER NOVA CV APÓS 3 MESES
CV <1.000 cp/ml CV ≥1.000 cp/ml
1. CONTINUAR COM A 1ª
LINHA
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. COLHER NOVA CV APÓS 3 MESES
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR A CV
ANUALMENTE
CV <1.000 cópias/ml
1. CONTINUAR COM A 1ª
LINHA
2. REFORÇAR
ACONSELHAMENTO
PARA ADESÃO
3. REPETIR A CV
ANUALMENTE
CARGA VIRAL DE ROTINA PARA
CRIANÇAS DE 2-5 ANOS DE IDADE
CRIANÇAS NOVO INÍCIO TARV
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. VERIFICAR DOSAGEM DE TARV E REGIME
4. SOLICITAR NOVA CV APÓS 3 MESES
CV <1.000 cópias/ml
CRIANÇAS JÁ EM TARV ≥6 MESES
E NUNCA TINHAM FEITA CV
CV ≥1.000 cópias/ml
CV <1.000 cópias/ml CV ≥1.000 cópias/ml
1. SOLICITAR 2ª LINHA DE
TARV
2. REPETIR CV
ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. CONTINUAR COM ACONSELHAMENTO
PARA ADESÃO
3. VERIFICAR DOSAGEM DE TARV E REGIME
4. REPETIR CV ANUALMENTE
1. CONTINUAR COM A 1ª LINHA TARV
2. REFORÇAR ACONSELHAMENTO PARA ADESÃO
3. VERIFICAR DOSAGEM DE TARV E REGIME
4. REPETIR CV ANUALMENTE
PEDIR A 1ª CV 6 MESES APÓS O
INÍCIO DO TARVPEDIR A 1ª CV NA MESMA
CONSULTA
LEMBRAR:A carga viral indetectável nas crianças nem
sempre é conseguida a curto prazo. A
diminuição persistente de 1,5 a 2 log,
associada a boa evolução clínica e boa
resposta imunológica é aceitável e não
justifica mudanças.
INS (Maputo Província)
HCN (Niassa, Cabo Delgado e Nampula)
Dream Beira (Sofala)
CSPonta-Gêa (Manica)
HPQ (Tete e Zambézia)
HPXai-Xai (Gaza)HGJM (Maputo Cidade)
Dream Maputo (Inhambane)
3. Instalação da capacidade laboratorial e definição dos indicadores
4. Elaboração dos instrumentos de Registo
1. Formulário de Solicitação de Teste de Carga Viral (FSR CV)
Preenchido por Clínicos, ESMI
2. Livro de protocolo interno (nas US onfe for necessário)
Preenchido por Clínicos ou ESMI (no ponto de colheita)
3. Livro de Registo de Colheita de Carga viral
Preenchido pelo pessoal do Laboratório (ou no ponto de convergencia das
amostras da US);
4. Protocolo de envio e recepção de amostras
No ponto de convergencia das amostras da US (resp. laboratorio);
5. Folha de Estatistica laboratorial
Preenchido pelo Responsável do Laboratório (3 copias, 1 copia para US, 1
para SDSMAS e 1 para DPS);
5. Criação de demanda e recepção e usodos resultados - principais desafios clinicos
• Qualidade de Preenchimento do FSR
• Fluxo dos resultados apos a recepção pela US
• Interpretação dos resultados
Qualidade de Preenchimento do FSRCampo no FSR Resultado
Total de Registos 2326
Informação de idade Sem Informação 16%
Sexo Sem Informação 1%
Data da colheita Sem Informação 11%
Está grávida? Sem Informação 79%
Esta a amamentar? Sem Informação 78%
Data de Inicio TARV Sem Informação 37%
1ª linha Sem Informação 22%
2ª linha Sem regime registado 67%
Regime de tratamento Sem Informação 32%