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FACULDADE 7 DE SETEMBRO - FA7
CURSO GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL –
HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
NATÁLIA TAVARES ARAÚJO
JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL
JANGADEIRO ONLINE
FORTALEZA – 2011
2
NATÁLIA TAVARES ARAÚJO
JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL
JANGADEIRO ONLINE
Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Comunicação Social – Habilitação Jornalismo.
Orientador: Prof. Ismar Capistrano Costa Filho, Ms.
FORTALEZA – 2011
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JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL
JANGADEIRO ONLINE
Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo.
__________________________
Natália Tavares Araújo
Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______
___________________________________
Prof. Ismar Capistrano Costa Filho, Ms.
1ºExaminador: ______________________________________
Prof. Dilson Alexandre Mendonça Bruno, MSc. (FA7)
2ºExaminador: _______________________________________
Prof. Ana Cesaltina Marques MSc. (FA7)
_________________________________________
Prof. Dilson Alexandre Bruno, MSc. (FA7)
Coordenador do Curso
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Dedico este trabalho a meus pais pelo amor incondicional;
minha irmã, o amor da minha vida, meu átomo; meu padrasto
que me mostrou o jornalismo, e acertou! Minha bisavó
Geraldina (Vó Dina) e ao vovô Zuza (in memoriam) pelo afeto
e exemplo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu orientador Ismar porque sem ele eu não teria conseguido.
Foi ele que me incentivou quando eu não tinha nem um objeto de estudo e permaneceu do meu
lado, aconselhando mesmo que discretamente e conversando quantas vezes fossem necessárias até o
esclarecimento das minhas dúvidas, que não foram poucas.
A Cesaltina e ao Dilson por terem aceitado prontamente o nosso convite para a banca. Em
especial a Cesaltina que durante a qualificação mostrou que o trabalho estava num rumo muito
complexo e que eu precisaria de muito mais tempo pra concluí-lo, mas logo em seguida me mostrou
que o que eu já tinha podia ser usado e aproveitado com outro foco de estudo.
A coordenação do curso ao qual atravessei três gestões desde 2007 com o Ismael,
Alessandra, Juliana e Dilson; e que sempre esteve de portas abertas para qualquer coisa, até aquele
copinho de café tão necessário nas manhãs.
Aos meus professores que me aturaram todos esses anos e me ensinaram o fazer jornalístico
na prática, Miguel Macedo, Ismar Capistrano, Kátia Patrocínio, Dilson Alexandre, Paulo Germano,
a elegante Elis e o Márcio Acselrad que já saíram há tempos.
Ao meu pai porque ele foi minha bolsa durante esse quatro anos e meio de faculdade e sem
ele esse feito não teria sido realizado. E ele que sempre me disse que eu ia conseguir, mesmo
quando nem eu mesma acreditava nisso.
Ao meu padrasto, Simon, que me incentivou a cursar jornalismo quando eu ainda pensava
em letras ou direito, e me instigou a seguir a carreira jornalística. Minha mãe que se mudou um
pouco antes de eu entrar na faculdade e não pode estar presente fisicamente no meu
desenvolvimento como pessoa, mas que sempre esteve presente entre idas e vindas.
Minha irmã, meu átomo, que sempre esteve do meu lado e por causa dela estamos onde
estamos hoje. Meu namorado, Miguel Haddad, que foi muito mais que paciente nesses árduos
quatro meses de produção acadêmica e me deixou segura para continuar.
E meus únicos amigos da faculdade Cristina Pontes e Mateus Rocha que entraram junto
comigo e comigo mudaram, mas permaneceram também. Aos meus amigos Thaisa Driele, Samuel
Harami, Leonardo Brandão, Thiago Teixeira, Eduardo Soares, Rodolfo Autran, Elaine Aranha,
Martiniano Fonseca, Karynna Maia, Tamara e Luana Moreira, Carolina Sixel e Luiza Gerbasi pelo
companheirismo e amizade.
Meu avô (in memoriam) que não está mais aqui, mas que deve estar muito orgulhoso de
mim. E ao meu ex-chefe por ter me demitido e assim permitido que eu concluise esse trabalho.
E finalmente a todos que me concederam entrevistas e compartilharam das suas experiências
no portal Jangadeiro, Moema Soares, Dilson Alexandre, Antino Silva, Marco da Escóssia e Thiago
Sampaio.
A todos vocês meus sinceros agradecimentos e afeto.
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RESUMO
TAVARES, NATALIA. JORNALISMO E INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL
JANGADEIRO ONLINE 2010. 75 F. MONOGRAFIA (GRADUAÇÃO EM JORNALISMO).
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO,
FACULDADE 7 DE SETEMBRO, FORTALEZA, 2011.
Este trabalho surgiu da necessidade de se analisar a produção jornalística na Internet, seus usos e
características nos portais de notícias. Para esse estudo escolhi o Portal Jangadeiro como estudo de
caso para ser analisado dentro das categorias de Jornalismo na Internet e como funciona sua
produção e publicação nessa mídia. Escolhi esse portal e não outro por questão de afinidade por ser
leitora; e também por ser um portal de produção local, o qual eu poderia ter fácil acesso as fontes
que produzem seu conteúdo. O presente estudo tem o intuito de mostrar as categorias nas quais o
portal Jangadeiro Online se insere dentro do Jornalismo praticado na internet, que são: Jornalismo
online, Jornalismo Digital, Ciberjornalismo e as redes sociais, assim como suas falhas.
Palavras-chave: Jornalismo, Internet, Portal Jangadeiro
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SUMÁRIO
Agradecimentos ....................................................................................................................... 03
Resumo..................................................................................................................................... 06
Sumário .................................................................................................................................... 07
Lista de figuras ......................................................................................................................... 09
Introdução............................................................................................................................... 10
1. Jornalismo e internet ......................................................................................................... 13
1.1 O surgimento da Internet .................................................................................................... 13
1.2 Internet no Brasil ................................................................................................................ 15
1.3 Jornalismo e Internet no Brasil ...................................................................................... 16
1.4 Jornalismo Online .............................................................................................................. 22
1.5 Jornalismo Digital .............................................................................................................. 24
1.6 Ciberjornalismo .............................................................................................................. 26
1.7 Redes Sociais e Jornalismo ............................................................................................ 28
2. O Portal Jangadeiro Online .............................................................................................. 31
2.1 Do surgimento do portal .................................................................................................... 31
2.2 O portal hoje....................................................................................................................... 33
2.2.1 Sobre a rotina do portal ................................................................................................ 37
2.2.2 Da linha editorial do portal .......................................................................................... 38
2.2.3 Da audiência do portal ................................................................................................. 39
2.2.4 Da parte comercial do portal ........................................................................................ 40
2.3 Das características do portal .......................................................................................... 41
2.3.1 Vídeos, TV e FM Jangadeiro ....................................................................................... 43
2.3.2 A linguagem para internet ............................................................................................ 44
2.4 Das seções do portal ........................................................................................................ 45
2.4.1 Dos blogs do Portal ................................................................................................. 46
2.4.1.1 Dos blogs: Blog da Janga................................................................................... 46
2.4.1.2 Dos blogs: Blog Polítika com K ......................................................................... 47
2.4.1.3 Dos blogs: Blog Jangadeiro Esporte Clube........................................................ 48
2.4.1.4 Dos blogs: Blog Pra elas .................................................................................... 49
2.4.1.5 Dos blogs: Comunidade ..................................................................................... 49
2.4.1.6 Dos blogs: Emprego ........................................................................................... 50
2.5.1 Vídeos ....................................................................................................................... 51
2.5.2 Notícias ..................................................................................................................... 51
2.6 Das mídias sociais no portal ............................................................................................. 52
2.6.1 Primeira fase ............................................................................................................. 52
2.6.2 Segunda fase ............................................................................................................. 54
2.6.3 Twitter ....................................................................................................................... 55
2.6.4 Da localização de fontes pelas mídias sociais ........................................................... 56
2.6.5 Da publicação de notícias e promoções nas mídias sociais ...................................... 58
3. Estudo de caso do Portal Jangadeiro Online ................................................................... 60
3.1 Do Jornalismo Online ........................................................................................................ 60
8
3.2 Do Jornalismo Digital ........................................................................................................ 62
3.3 Do Ciberjornalismo .......................................................................................................... 64
3.3.1 Orkut ......................................................................................................................... 65
3.3.2 Facebook ................................................................................................................... 66
3.3.3 Twitter ...................................................................................................................... 69
Considerações finais ............................................................................................................... 72
Referências bibliográficas ................................................................................................... 75
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Blogs do Portal. ........................................................................................................ 34
Figura 2: Exemplo de manchete principal . ............................................................................. 35
Figura 3: Seção de slides ......................................................................................................... 37
Figura 4: Seção de vídeos no Portal Jangadeiro ...................................................................... 44
Figura 5: Espaço para a grade de programação da TV jangadeiro .......................................... 44
Figura 6: Espaço para a grade de programação da jangadeiro FM .......................................... 44
Figura 7: Da seção de Blogs, Blog da janga ............................................................................ 47
Figura 8: Da seção de Blogs, Política com K .......................................................................... 47
Figura 9: Da seção de Blogs, Blog jangadeiro Esporte Clube ................................................. 48
Figura 10: Da seção de Blogs, Blog Pra elas ........................................................................... 49
Figura 11: Da seção de Blogs, Seção Comunidade ................................................................. 50
Figura 12: Da seção de Blogs, Seção Canal Emprego ............................................................. 50
Figura 13: Da seção de Blogs, Seção de Vídeos ...................................................................... 51
Figura 14: Da seção de Notícias .............................................................................................. 52
Figura 15: Perfil no twitter do Portal Jangadeiro online .......................................................... 56
Figura 16: Perfil do facebook do Sistema Jangadeiro de Comunicação .................................. 58
Figura 17: Promoção de ingressos no twitter do jangaonline .................................................. 59
Figura 18: Resultado da promoção .......................................................................................... 59
Figura 19: Exemplo de vídeo transcodificado da TV pro portal .............................................. 60
Figura 20: Canal no youtube do jangadeiro online .................................................................. 61
Figura 21: Destaques dos jornais do dia com manchetes e leads ............................................ 62
Figura 22: Destaques dos jornais do dia com a digitalização das capas .................................. 62
Figura 23: Comentários no blog “Polítika com K” .................................................................. 64
Figura 24: Enquete na Comunidade do Orkut do portal jangadeiro ........................................ 65
Figura 25: Profile do portal jangadeiro no Orkut ..................................................................... 66
Figura 26: Profile do portal jangadeiro no Facebook .............................................................. 67
Figura 27: Exemplo de post e “curtir” no Facebook .............................................................. 67
Figura 28: Exemplo de compartilhar uma notícia no Facebook .............................................. 68
Figura 29: Exemplo de comentário no Facebook .................................................................... 68
Figura 30: Exemplo de promoção no Facebook ...................................................................... 69
Figura 31: Exemplo reply de leitor no twitter .......................................................................... 70
Figura 32: Exemplo reply do administrador no twitter ........................................................... 71
10
INTRODUÇÃO
A internet como a conhecemos não surgiu já com o posto de rede mundial de
computadores. Esse status foi um aperfeiçoamento de vários anos de tentativas, testes e
acertos. A forma como a usamos hoje se deu devido a uma necessidade de adaptação dos usos
da comunicação contemporânea que tem como o acesso, conexão e rapidez as suas principais
bases. Mas primeiramente foi preciso retroceder na história da evolução do jornalismo na
internet, que no Brasil chegou apenas em 1995, e apresentar o conceito de portal fundamental
para esse estudo.
Depois de compreender como essa nova mídia influenciou e transformou a produção
e publicação de notícias dentro das várias plataformas midiáticas que a rede oferece, e como
os portais se adaptaram a esse novo espaço midiático sem território que é a internet, foi que
podemos apresentar o Portal Jangadeiro online que é nosso estudo de caso.
O objetivo geral desse estudo é conhecer o Portal jangadeiro, portal de notícias do
Estado do Ceará, apresentá-lo em todas suas seções e estudá-lo em suas manifestações dentro
do jornalismo na internet que compreendem: jornalismo online, jornalismo digital,
ciberjornalismo e redes sociais.
O objetivo especifico é categorizar o portal Jangadeiro dentro de cada uma das
manifestações do jornalismo na internet e discutir se o portal tem ou não as características
inerentes a cada uma delas. Assim como criticar e sugerir melhoramentos para que as
interações com os leitores ocorram de forma bilateral visando sempre a comunicação
democrática independente da mídia na qual ela ocorra.
A metodologia usada foi a consulta bibliográfica em livros e artigos sobre o assunto
que por ser de vasta e continua atualização é impossível de continuar sendo atualizado, uma
vez que quando arquivado esse trabalho vão surgir outros estudos sobre jornalismo na internet
e suas constantes transformações.
No capítulo um foi apresentado o trabalho, seus conceitos e problemáticas com o
auxílio dos autores: Manuel Castells, para apresentar a história da internet como ela surgiu e
se desenvolveu, Pollyana Ferarri, para mostrar como o jornalismo se manifesta na internet e
como surgiram os portais de notícias; Iuri Pereira, Rafael Rodrigues e Reinaldo Marango que
explicaram como que nos primeiros momentos os jornalistas foram produzindo e publicando
notícias dentro desse novo espaço midiático até então desconhecido; J.B Pinho para explicar
como os jornalistas depois desse primeiro momento de estranhamento se adequaram a essa
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nova mídia e começaram a produzir efetivamente nela e para ela; Luciana Moherdaui que
mostrou as primeiras características desse novo jornalismo praticado na internet; Raquel
Recuero que mostra elegantemente o que são redes sociais, seus laços e atores e em que nó
elas se mesclam com a produção de notícias; e finalmente Magaly Prado que juntou tudo o
que os outros autores já haviam falado em um brilhante livro sobre Webjornalismo, que foi de
vital importância para este trabalho, e o qual ainda vou ler na integra.
O capítulo dois, após a apresentação do cenário de interação e integração ao qual o
jornalismo evoluiu dentro do ciberespaço, apresenta o portal de notícias do Jangadeiro Online
que tem interatividade, atualização constante e notícias regionais, seu ponto forte e de maior
destaque com seu público.
Nesse capítulo foram usados os atores do portal e o método utilizado para a
apresentação foi uma visão de dentro para fora da redação, começando com uma entrevista
com a coordenadora de Jornalismo do Sistema Jangadeiro Moema Soares, passando para o
ex-coordenador Dilson Alexandre e o atual Marco da Escóssia para, em seguida, entrevistas
os editores chefes do portal e das redes sociais que são Thiago Sampaio e Antino Silva,
respectivamente.
É importante salientar que a escolha da ordem das entrevistas ocorreu de forma
aleatória e aconteceu naturalmente dentro da própria redação quando fui visitá-la. Sendo
apenas a da Moema Soares, marcada com data e horário, todas as outras foram conversas
informais e troca de emails. Mas após o término do trabalho, percebi que ela seguiu a ordem
de hierarquia dentro do portal, porém foi apenas uma coincidência.
No capítulo três foi aprofundado o estudo de caso do portal, já que devidamente
apresentado em todas suas seções, ele pode ser analisado e inserido dentro de cada uma das
categorias de jornalismos na internet previamente apresentadas no capítulo um.
Nesse último capítulo escolhemos o recorte de uma semana aleatória (16-23 de Maio
de 2011) para analisar a produção e publicação do portal e criticá-lo dentro de cada uma das
categorias respondendo se ele possui as características inerentes a cada uma delas.
Foi quantificado o número de postagens no formato de Jornalismo Online que no
portal ocorre com a transcodificação de notícias da TV Jangadeiro para o portal, de
Jornalismo Digital com o número de posts postados em cada Blog do portal e de
Ciberjornalismo com o número de tweets no twitter, posts no facebook e análise do desuso do
Orkut pelo portal.
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Com a pesquisa acadêmica e a produção de trabalhos como esse, são gerados
relatórios dos sintomas das relações entre jornalismo e internet, que a cada dia se mesclam
criando novos formatos, oportunidades de criação e publicação de conteúdo. E se separam
quando criam brechas, fissuras e até mesmo conflito no conteúdo produzido.
O jornalista não mais figura central tenta coexistir entre malabarismos dos universos
online e o offline. Antes bons profissionais escreviam textos de qualidade e ganhavam
reputação, prestígio por isso. Agora, os bons profissionais escrevem seus textos e depois de
disponibilizá-los nas diversas plataformas online, seja portais de notícias, blogs ou twitter,
passa a ser direito de todos os usuários julgarem esse conteúdo e criticá-lo, acrescentar,
corrigir ou mesmo reescrever as notícias. A veracidade e a credibilidade da informação é por
conta desse leitor conectado/crítico/participativo da nova web 2.0
Portanto é importante que os estudos acadêmicos e consequentemente seus
diagnósticos guiem essa relação entre jornalismo e internet para que essa mescla, que diverge
e converge diariamente possa gerar (in) formação aos leitores que são os principais atores
envolvidos.
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1 JORNALISMO E INTERNET
O jornalismo surge à partir da invenção de Johannes Gutenberg, em 1447, com os
jornais modernos, que tiveram grande circulação entre comerciantes, para a divulgação de
notícias mercantis. O que ocorreu muito antes do avanço tecnológico que possibilitou a
invenção da internet, mas com essa nova mídia o jornalismo ganhou uma dimensão muito
maior. Trataremos neste capítulo da relação entre o jornalismo e internet em três itens que
cuidam de apresentar a história da internet e a inserção do jornalismo nessa mídia.
E apresentar as categorias nas quais o jornalismo praticado na internet se divide com o
Jornalismo Online, Digital, Ciberjornalismo e as redes sociais.
1. 1 O SURGIMENTO DA INTERNET
O objetivo desse estudo é conhecer o Portal jangadeiro, portal de notícias do Estado do
Ceará, mas para isso precisamos primeiro compreender o conceito de portal e
consequentemente retroceder na história para entender como o jornalismo surgiu na internet e
como se adequou a esse novo espaço midiático sem território.
A internet como a conhecemos não surgiu já com o posto de rede mundial de
computadores. Esse status foi um aperfeiçoamento de vários anos de tentativas, testes e
acertos. A forma como a usamos hoje se deu devido a uma necessidade de adaptação dos usos
da comunicação contemporânea que tem como o acesso, conexão e rapidez as suas principais
bases.
Para entender essa evolução da internet, primeiramente precisamos saber um pouco
da sua estória de como, porque e em que condições ela surgiu.
[...] A internet nasceu da improvável interseção da big science, da
pesquisa militar e da cultura libertária. Importantes centros de
pesquisa universitários e centros de estudos ligados à defesa foram
pontos de encontro essenciais entre essas três fontes da Internet.
(CASTELLS, 2001)
Tudo começou em 1969 quando o governo americano imerso no clima de espionagem
da Guerra fria encomendou a empresa Arpa (Advanced Research and Projects Agency) uma
rede que permitisse a conexão dos departamentos de pesquisa do governo, essa rede foi
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batizada pelo nome de Arpanet.
Antes da Arpanet, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as
bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta
rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação
era frágil.
Uma vez que se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana,
bastava lançar uma bomba no Pentágono fazendo com que a comunicação inteira fosse
cortada justamente por te sede em um só lugar.
A Arpanet foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone (espinha
dorsal) que passava por baixo da terra (o que o tornava mais difícil de ser interrompido),
ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para
as informações, tornando-se quase indestrutível.
Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à
defesa tiveram permissão para se conectar à Arpanet. Em 1975, existiam aproximadamente
100 sites.
Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou
o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido
que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na
realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores.
Já que não basta ter uma velocidade constante quando não se tem redes em bom estado para
serem conectadas.
No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de
comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol (NCP), tornou-se
inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são
divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de forma a mostrar de onde
vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no sistema postal. Assim também
como os cartões-postais, os pacotes possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente
confiáveis.
Os pacotes são enviados de um computador para outro até alcançarem o seu destino.
Se algum deles for perdido, ele poderá ser reenviado pelo emissor original. Para eliminar
retransmissões desnecessárias, o destinatário confirma o recebimento dos pacotes.
Esse sistema de divisão de partes é usado atualmente por site de download como o
torrent, por exemplo, onde é baixado uma pequena parte por vez de qualquer computador que
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a tenha e que também esteja conectado na mesma rede.
Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo
chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em UNIX. A
maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na época) o crescimento
praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de
plataformas diferentes de hardware de computador.
Segundo o Instituto Ibope/Nielsen Online atualmente no mundo o número de usuários
de computador vai dobrar até 2012, chegando a 2 bilhões. A cada dia, 500 mil pessoas entram
pela primeira vez na Internet, a cada minuto são disponibilizadas 35 horas de vídeo no
YouTube e cada segundo um novo blog é criado. 70% das pessoas consideram a Internet
indispensável. Em 1982 havia 315 sites na Internet, hoje existem 174 milhões.
1. 2 INTERNET NO BRASIL
Já no Brasil a internet demorou um pouco pra chegar e começou bem mais tarde só em
1987 quando foi realizada uma reunião na Universidade de São Paulo, na qual estavam
presentes representantes do Governo e da Embratel, com o objetivo de criar uma rede que
visava interligar a comunidade acadêmica e científica do Brasil com outros países com a
finalidade de trocar informações.
No ano seguinte o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) conseguiu
se conectar a Universidade de Maryland, acessando a Bitnet (Because It's Time Network),
uma rede que permitia a troca de mensagens. No mesmo ano, em São Paulo a Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se conectou ao Fermi National
Accelerator Laboratory (Fermilab) em Chicago, também por meio da Bitnet.
Em 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro também se conectou à Bitnet
através de uma universidade americana, tornando-se a terceira instituição a ter acesso a essa
tecnologia. Nesse ano, foi criada, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que durante a década
de 90 foi à responsável por fornecer acesso à internet a aproximadamente 600 instituições, ou
seja, por volta de 65 mil usuários.
Dois anos depois em 1991, o acesso a rede de informações, já denominada internet,
era utilizada também por órgãos do governo e instituições educacionais de pesquisa. Nessa
época a internet era utilizada para transferências de arquivos, debates e acesso a base de dados
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nacionais e internacionais. Em 1992, ocorreu à implantação de uma rede que cobria grande
parte do país. Inicialmente interligava onze estados, uma rede de equipamentos e linhas de
comunicação que compunham o que se pode chamar de central da RNP.
Nos anos seguintes seguiu o processo de divulgação dos benefícios da internet entre os
estudantes e empresas privadas. Em 1994 a EMBRATEL lançou o serviço experimental a fim
de conhecer melhor a Internet. No mesmo ano alunos da USP criaram inúmeras páginas na
Web, estima-se que mais da metade de páginas existentes no país haviam sido elaborados
pelos mesmos.
Foi somente em 1995 que foi realizada a primeira transmissão a longa distância entre
os estados entre São Paulo e Rio Grande do Sul, e finalmente foi liberada a operação
comercial no Brasil, mas ainda assim sem alcançar grande desenvolvimento. No mesmo ano,
foi criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), com a atribuição de coordenar e
integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a
inovação e a disseminação dos serviços ofertados.
O grande "boom" da rede no Brasil acontece ao longo do ano de 1995. Um pouco pela
melhoria nos serviços prestados pela Embratel, mas principalmente pelo crescimento natural
do mercado, a Internet brasileira cresceu vertiginosamente, tanto em número de usuários
quanto de provedores e de serviços prestados através da rede.
1. 3 JORNALISMO E INTERNET NO BRASIL
Os jornais impressos tentaram acompanhar essa revolução tecnológica lançando na
rede versões digitais dos seus impressos, começando de forma bem simples com a
transcodificação de conteúdo e depois aperfeiçoando à medida que se tinha conhecimento
sobre a nova mídia, no caso a internet. Logo, surgiu um novo tipo de Jornalismo, o jornalismo
online que seria uma transcodificação do jornalismo impresso para o novo meio de
comunicação: a internet.
A Internet despontou como um novo e fascinante campo de trabalho
para jornalistas. Após a fase de deslumbramento, quando
proliferaram projetos mirabolantes, é hora de colocar os pés no chão
e perceber que a grande rede continua oferecendo vastas
possibilidades para os profissionais da comunicação. Afinal, milhões
de pessoas ao redor do mundo navegam à procura daquilo que o
bom jornalismo é capaz de oferecer: informação. (FERARRI, 2003)
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O ano de 1995 foi um marco no jornalismo na internet no Brasil foi nele que se
descobriram as maravilhas dessa nova ferramenta de comunicação diferente de qualquer outra
já inventada e tendo em si o som do rádio, as cores da TV e as informações do impresso todas
em um mesmo lugar.
A entrada de jornais e revistas na Internet inaugura um novo veículo
de comunicação que reúne características de todas as outras mídias e
que tem como suporte as redes mundiais de computadores. O
jornalismo digital representa uma revolução no modelo de produção
e distribuição de notícias. O papel (átomos) vai cedendo lugar a
impulsos eletrônicos (bits) que podem viajar a grandes velocidades
pelas auto-estradas da informação. Estes bits podem será atualizados
instantaneamente na tela do computador na forma de textos,
gráficos, imagens, animações, áudio e vídeo. Recursos multimídia
que estão ampliando as possibilidades da mídia impressa. (PINHO,
J.B, apud MANTA, 2002)
O primeiro site jornalístico brasileiro foi o do Jornal do Brasil, criado em maio de
1995, seguido pela versão eletrônica do jornal O Globo. Nessa mesma época, a Agência
Estado, agência de notícias do Grupo Estado, também colocou na internet sua página
seguidos pelo Folha de São Paulo, O Estado de Minas, Zero Hora, Diário de Pernambuco e
Diário do Nordeste.
Primeiro surgiu o Jornal do Brasil e não outro jornal por condições históricas da
própria evolução da mídia no país. As empresas, em sua maioria, familiares que detém maior
poder aquisitivo, são as que se lançam primeiro em novas mídias, são denominadas de
“Barões da internet brasileira” (FERARRI, 2003, p 25).
Com esse novo cenário com o advento da Internet a comunicação passou a ser muito
mais rápida entre jornalista e fonte, que agora não precisavam mais de telegramas e cartas e
poderiam simplesmente passar um email para trocas de informações.
A difusão de idéias na rede espalha vários pensamentos e acontecimentos o que
abrange o estoque de idéias do jornalista aumentando seu potencial criativo, o que pode gerar
novas notícias.
O acesso a arquivos e documentos no mundo inteiro no levantamento de informações
sobre determinado assunto de uma matéria gerou um enorme banco de dados disponíveis a
qualquer hora. E o acesso as bibliotecas também através de uma prestação de serviço online.
Portal é um site que reúne características específicas como: apresentar na página
inicial chamadas para conteúdos díspares de várias áreas e várias origens formando um grupo
de leitores com diversos interesses distintos. Esses leitores formam comunidades de interesses
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em comum que buscam um detalhamento de uma categoria de conteúdo e seus respectivos
hiperlinks, que ao serem clicados surgem em novas janelas.
O portal por permitir a possibilidade de milhões de pessoas estarem conectadas ao
mesmo tempo acaba assumindo o comportamento de mídia de massa por ser um conjunto de
canais e versões onde são oferecidos diversos conteúdos onde o objetivo é justamente o de
atrair e influenciar as opiniões.
As sessões mais comuns no portal são: ferramenta de busca, comunidades, comércio
eletrônico, e-mail gratuito, entretenimento e esportes, notícias, previsão do tempo, chat,
espaço para armazenamento de dados, home page pessoais, jogos, páginas amarelas, mapas,
cotações financeiras, canais, e um mapa do site.
Esse mapa geralmente se localiza na parte inferior do site com todos os nomes de
canais, serviços e seções dispostos em ordem alfabética e grifados por links. É usado por
usuários que não gostam de perder tempo olhando imagens ou chamadas e vão direto a seção
desejada.
O portal permite assim a personalização e interatividade com o usuário. Apresenta
audiência segmentada e público constante e dirigido, com custo zero e grande abrangência de
temas e personalização. E exige código visual e organização de dados.
A personalização é a característica que se destaca por que garante a sobrevivência de
um portal da internet porque com o aumento das informações no mundo virtual o internauta
migrará para sites que ofereçam serviço customizado as suas necessidades. Com acesso a
esses perfis que visitam o site o gerenciador ganha a fidelidade do usuário que vê em seu site
m espaço confortável por ser justamente o que ele deseja e precisa.
O ano de 1997 veio consolidar a Internet brasileira. Novas revistas sobre o assunto
foram lançadas, os provedores chegaram a diversas centenas, o conteúdo em língua
portuguesa na rede tornou-se significativo. Empresas, bancos, universidades e até o governo
fizeram questão de marcar presença na rede. Algumas estimativas mais otimistas diziam que o
número de usuários no Brasil passou de um milhão naquele ano, mas não há certeza.
Internet tornou-se um fenômeno de massa em meados dos anos
1990, essa estrutura mcluhanista provou flexibilidade e
escalabilidade conforme milhões de novos utilizadores se
conectavam. Embora grande parte da população mundial ainda
vivesse na pobreza, um grande número de pessoas – especialmente
no Norte – possuía tanto os recursos quanto o tempo livre para
19
participar desse novo fenômeno midiático participativo. No decorrer
da década posterior, os usuários da Internet começaram a tronar
realidade a profecia marxista-mcluhanista da ágora eletrônica.
Assim como os jornais alternativos da década de 1960, os servidores
de listas de discussão eletrônica Nettime e Rhizome forneceram
espaço para artistas e intelectuais publicarem seus artigos e
discutirem suas idéias. Como nas rádios comunitárias e livres da
década de 1970, o Centro de Mídia independente e o Oh my News
não só forneceram um ângulo mais radical dos eventos políticos da
época, mas também motivaram seus apoiadores a contribuir com
seus próprios relatos e comentários. (PRADO, 2010 apud
BARBROOK, 2007, p. 379)
Em 1998 tanto a Folha de S.Paulo quanto Datafolha estimam o número de internautas
brasileiros em 2 milhões. Com esse número, o Brasil fica em oitavo lugar no ranking de
países com maior número de pessoas conectadas, atrás apenas de EUA, Japão, Canadá, Grã-
Bretanha, Alemanha, Austrália e Suécia. Ainda segundo a pesquisa, o volume de dinheiro
movimentado pelos negócios que envolvem a Internet no país é de 2 bilhões por ano. A
pesquisa revelou, também, o perfil médio do internauta brasileiro: adulto (jovem), com renda
familiar e escolaridade alta e morador de um dos estados da região Sudeste.
Em 1999 o Grupo Globo anuncia criação da Globo.com, portal que irá disponibilizar
todo o conteúdo jornalístico e de entretenimento produzido pelos diversos veículos do grupo.
Já são 3.250 jornais online. O polêmico Napster surge para revolucionar a maneira como se
consome música. A Folha publica contribuições dos leitores sobre o conflito em Kosovo.
A Globo e Microsoft anunciam uma série de acordos para acelerar a oferta de serviços
avançados de banda larga e Internet no Brasil. As duas companhias vão desenvolver serviços
de redes digitais de banda larga, softwares e tecnologia de Internet, além de trabalhar juntas
para combinar os conteúdos produzidos pelas Organizações Globo em notícias, esportes,
entretenimento e educação com os atuais serviços da Microsoft.
No final de 1999 o Brasil e o mundo se preparam para a chegada do ano 2000 e com
ela a ocorrência de possíveis erros de computador. O governo diz estar preparado para o "Bug
do Milênio".
O webjornalismo foi sendo implementado a partir a segunda metade
dos anos 1990; porém apenas no final da década PE que se
estabeleceu de forma abrangente, detectando um verdadeiro boom –
contratação de novos profissionais com altos salários, aumento de
equipes etc. -, período que também marca a bolha ocorrida na virada
de 1999 para 2000, quando a web foi, de forma precipitada,
superestimada economicamente. Era a chamada nova economia, ou
seja, economia gerada pela internet. O webjornalismo e seus portais
eram considerados um novo negócio. (PRADO, 2010, p 25).
No ano de 2000 com a chegada do século XXI o Napster proporciona o
20
compartilhamento de músicas em mp3 entre usuários. Tem início uma batalha de direitos
autorais com a indústria fonográfica. A Banda larga finalmente chega ao Brasil. E o IG lança
o primeiro provedor de acesso grátis à internet.
No mesmo ano, chegariam vários jornais migrando definitivamente para a Internet,
lançando seus portais de notícias. O jornal o Estadão, o mais antigo dos jornais em circulação
no Estado de São Paulo, lança em março de 2000, o portal www.estadao.com.br , com
informativo em tempo real. Convergem para o portal os sites da “Agência Estado”, do
“Estado de São Paulo” e do “Jornal da Tarde”.
Nesses primeiros anos de internet no Brasil entre 1997 até 2000 os portais de notícias
competiam entre sim para ver quem conseguia postar mais informação mais rápida em menos
tempo, mas com o passar dos anos por volta do ano 2000 passou a se ter outra necessidade a
de ter um conteúdo de qualidade, com um design acessível e viabilidade financeira.
Primeiro a versão impressa foi sendo transposta para a internet, algo
apenas como conversão de uma plataforma de mídia para a outra.
Começou aos poucos também, entravam apenas os “abres” de
página. O design era muito simples, digamos até simplório, e, em
comparação aos dias de hoje, era de um leiaute muito feio. Além
disso, ele vinha com as “subs”, e só mais para frente foram entrando
as matérias de outras páginas. As fotos, pesadas até então, eram
publicadas pequenas, e no início nem todos tratavam o peso da foto
parar melhorar o tempo decorrido para visualizá-las. (PRADO,
2010, p 31).
Em 2001, o país contava com cerca de 6 milhões de usuários, enquanto em todo
mundo existiam aproximadamente de 349 milhões de usuários. É lançado a Wikipédia. Surge
a globonews. Já são 500 milhões de PCs e 400 milhões de internautas.
No ano seguinte surgem às primeiras conexões wireless assim como provedores sem
fio e ondas de serviços online modificam o comportamento do internauta, como álbum de
fotos, e-mail, blogs e instant messengers.
Em janeiro de 2003, já existiam no Brasil 22,4 milhões de usuários enquanto nos
Estados Unidos são 120,5 milhões de internautas. Neste ano a Mozilla desenvolve o browser
gratuito Firefox e a Apple lança o iTunes, loja virtual de música. Nasce o Myspace e, a partir
dele, as demais redes sociais.
Em 2004 com a febre de redes sociais, o Brasil dispara como líder de inscritos no
Orkut e atingimos 30 milhões de internautas. O uso de webcams começa a se popularizar e do
wireless 2004 é também o ano do Facebook.
21
Em 2005 cerca de 32,1 milhões de brasileiros com dez anos ou mais, que
correspondem a 21% da população nesta faixa etária, acessou a internet no país. De acordo
com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), comandada pelo IBGE
em 2005. O Google compra o Youtube por US$1,65 bi. Em 4 de dezembro a internet já era a
mídia mais consumida do mundo, batendo TV e jornal.
2006 foi o ano do YouTube com os vídeos engraçados, clipes e trechos de programas
antigos ou vídeos feito em uma câmera digital para compartilhar com os amigos. O YouTube
simplesmente consolidou o conceito dos próprios usuários gerarem e consumirem conteúdo,
tudo feito de maneira simples e descomplicada. O Google adquiriu o YouTube em outubro por
1,6 bilhão de dólares.
Nesse mesmo ano surgiram os famosos blogs que representam uma das atividades
mais democráticas da internet. Graças a eles, qualquer pessoa pode sair do anonimato e
produzir conteúdo relacionado ao seu trabalho, aos seus estudos, aos seus hobbys ou até
mesmo sobre sua vida pessoal. Mais adiante veremos que foi da união de diversos blogs que
surgiram as redes sociais.
Foram lançados jogos como o PlayStation 3 e o Nintendo Wii. E o Google adicionou
vários novos tipos de serviço como o Gmail, Google Calendar, Google Reader, Google Talk,
Google Earth. E também foi o ano de lançamento do Twitter.
Em 2007 A base instalada de computadores no Brasil atinge 40 milhões e 32 milhões
de internautas (residenciais) de acordo com pesquisa da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. O número, que inclui computadores em
empresas e residências, representa um crescimento de 25% sobre a base registrada no mesmo
período do ano passado, com uma em cada cinco casas com acesso a internet. É lançado o
iPhone. A audiência do Youtube cresce 1972% em um ano. As crianças brasileiras são as que
passam mais tempo na web e com celulares.
Em 2008 29% da população brasileira, ou seja, 36,7 milhões de pessoas tiveram algum
tipo de acesso à internet. O levantamento destes dados foi realizado em dezembro de 2008
com 1.500 pessoas em 70 cidades. Mas 71% da população não sabiam o que é o serviço de
mensagens instantâneas MSN ou a rede social Orkut.
Em 2009 e 2010 o número de acessos aumentou progressivamente principalmente com
a popularização e consolidação das redes sociais e do Youtube famosas por grande parte da
audiência na internet.
Segundo o instituto Ibope Nielsen Online, de outubro de 2009 a outubro de 2010, o
22
número de usuários ativos (que acessam a Internet regularmente) cresceu 13,2%, atingindo
41,7 milhões de pessoas. Somado às pessoas que possuem acesso no trabalho, o número salta
para 51,8 milhões. 38% das pessoas acessam a web diariamente; 10% de quatro a seis vezes
por semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87%
dos internautas brasileiros entram na internet semanalmente.
Segundo o F/Nazca, entre os brasileiros com mais de 12 anos, 54% costuma acessar a
internet (81,3 milhões de pessoas). O principal local de acesso é a “lan house” (31%), seguido
da própria casa (27%) e da casa de parente de amigos, com 25% (abril/2010). O Brasil é o 5º
país com o maior número de conexões à Internet
Segundo Alexandre Sanches Magalhães, gerente de análise do Ibope//NetRatings, o
ritmo de crescimento da internet brasileira é intenso. A entrada da classe C para o clube dos
internautas deve continuar a manter esse mesmo compasso forte de aumento no número de
usuários residenciais.
Com essa linha cronológica da internet no Brasil pode-se perceber que o avanço foi
gradual e um tanto lento em relação à internet no mundo. Uma vez que a internet só começou
a dar os primeiros passos em 1995. Mas essa demora em agregar novas tecnologias não foi só
com a internet, mas também com a telefonia móvel e outros avanços tecnológicos.
Com os usuários também foi assim, em 1995 ter um computador em casa era a maior
raridade e a grande maioria dos brasileiros não tinha condições de comprar uma máquina. Ao
longo dos anos foi que o preço foi barateando e dando acessos a outras classes que não as
mais afortunadas.
1.4 JORNALISMO ONLINE
No jornalismo online, o espaço é ilimitado uma vez que não ocupa um espaço físico
como os jornais impressos, mas sim um espaço virtual onde não precisa ser controlado o
número de notícias em casa página.
A postagem de notícias é feita de forma instantânea com o acréscimo de informações à
medida que os fatos vão acontecendo, como a suíte do jornal impresso. Um bom jornal online
ou web jornal precisa ter "agilidade, informações rápidas e de qualidade, com organização dos
bancos de dados para o fácil acesso do internauta". (PEREIRA, I.; RODRIGUEZ R.;
MARANGO R.; 2002, p 48).
23
É importante colocar na notícia a última hora da atualização para que o leitor saiba em
que momento ocorreu o fato. O acréscimo de informações pós-acontecimento é um processo
natural do desdobramento de pauta; mas no jornalismo online ele ganha uma nova
característica, pois nele podem ser acrescidos links, galeria de fotos, infográficos, além da
parte de comentários do leitor justamente por essa possibilidade que a internet proporciona de
multimidialidade, esse conglomerado de mídias em um só lugar.
De acordo com Iuri Pereira, Rafael Rodrigues e Reinaldo Marango no livro
Webjornalismo, uma reportagem sobre a prática do jornalismo online esses comentários são
uma forma de o leitor se posicionar na notícia, deixando de assumir a forma passiva que
mantinha no impresso. Através dos comentários ele pode enviar críticas, sugestões, denúncias,
informações complementares, correções e etc.
Esse espaço de interatividade revoluciona a maneira como jornalistas e leitores se
relacionam, antes só era possível esse meio de interação através das cartas ao leitor, agora
com o jornalismo online e a seção de comentários é possível que esse feedback seja muito
mais intenso, espontâneo e direto, com respostas rápidas por email, chats e salas de bate papo.
Outra característica importante no jornalismo online é o uso de hiperlinks que permite
que o leitor navegue pela noticia e acesse o conteúdo que desejar através de outros links
dentro da notícia, navegando dentro daquele mesmo portal, porém lendo conteúdo diferente
do primeiro ao qual teve acesso, o que caracteriza o hipertexto.
Essa possibilidade rompe com a linearidade do texto tradicional e
muito utilizado por outras mídias, pois o leitor pode ao ler uma
matéria acessar links no meio do texto e por conseqüência, ler
informações diversificadas sem fazer uma leitura completa de
nenhum dos textos que visitou. (PEREIRA, I.; RODRIGUEZ R.;
MARANGO R.; 2002 p 63).
Esse novo mundo virtual deu a ilusão de que sozinho se tem o mundo ao alcance de
um clique e que estar conectado é o suficiente para estar atualizado de todas as notícias
disponibilizadas online. Alguns jornalistas passam o dia dentro da redação em escritórios
fechados e isso modifica bastante a rotina de trabalho que antes era de receber a pauta e ir pra
rua. Tem-se a sensação de estar dentro de uma bolha alheio ao mundo.
(...) o computador quando foi implementado nas redações não
alterou os fundamentos do jornalismo e tampouco mudou o
conteúdo da informação. Estes permanecem os mesmos,
independente se o veiculo fosse o rádio, a TV, a Internet ou a
24
máquina impressa. A informatização das redações serviu de base,
contudo, para que fosse possível a implantação de uma outra
tecnologia: a Internet, que é a rede mundial de computadores.
(PEREIRA, I.; RODRIGUEZ R.; MARANGO R.; 2002, p 55).
Logo o jornalismo online é um recurso tecnológico para os jornalistas que não pode
substituir competência, repertório cultural, discernimento, boas fontes, ética e etc.,
características intrínsecas a um bom jornalista. Mas certamente facilitam a vida de um
repórter que independente de onde estiver no mundo pode abrir seu laptop, escrever sua
matéria e enviá-la para a redação onde trabalha.
Um ponto não tão comentado, mas de igual relevância a todas as características desse
novo jornalismo, é a questão do furo de reportagem. Nos impressos o furo se dava antes de o
jornal rodar na gráfica e ser impresso, tinha que ser confirmado para permitir que o jornal
fosse rodado. Já no online à partir do momento em que sair no primeiro portal todos os outros
vão noticiar sem necessariamente dar os créditos ao pioneiro.
(...) o jornalismo online é um produto diferenciado das outras
mídias. Ele não é apenas texto e fotografia, apenas vídeo ou somente
áudio. É tudo isso somado aos recursos que a informática lhe oferece
que são a interatividade. O hipertexto, a personalização de
noticiários e as possibilidades de pesquisar e corrigir o que já foi
publicado. (idem, p 60).
Alguns portais de noticias ainda praticam o jornalismo online como o Diário do
Nordeste, por exemplo, que postam em seu portal a integra do jornal impresso do dia
digitalizado para que os leitores virtuais possam inclusive folhear as páginas usando a
tecnologia de um programa de visualização de paginas.
1.5 JORNALISMO DIGITAL
O Jornalismo digital, diferentemente do online, não tentou somente transcodificar o
conteúdo do impresso, mas sim modificar esse conteúdo e apresentá-lo em outras formas com
outra linguagem e conseqüentes características inerentes.
No princípio, os jornais não tinham sua versão integral transposta;
veiculavam pela internet apenas o que consideravam as principais
matérias, e ainda não atualizavam informações ao longo do dia, que
é a definição maior do webjornalismo, ou seja, aquele que publica
25
notícias em tempo real. E acrescento na definição as categorias
apontadas por Marcos Palacios (2004): hipertextualidade,
multimidialidade, interatividade, personalização, atualização
contínua e memória. Incluo também a hipermobilidade e a
transmídia, mais algumas propriedades do jornalismo on-line.
(PRADO, 2010, p 31).
A Multimidialidade ou convergência refere-se à convergência dos formatos das
mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico. A convergência
torna-se possível em função do processo de digitalização da informação e sua posterior
circulação e/ou disponibilização em múltiplas plataformas e suportes, numa situação de
agregação e complementaridade.
A notícia online possui a capacidade de fazer com que o leitor se sinta mais
diretamente parte do processo jornalístico isto é interagir com o processo. Isto pode acontecer
de diversas maneiras: pela troca de e-mails entre leitores e jornalistas, através da
disponibilização da opinião dos leitores (como é feito em sites que abrigam fóruns de
discussões), através de chats com jornalistas e etc. A interatividade ocorre também dentro da
própria notícia, ou seja, a navegação pelo hipertexto também pode ser classificada como uma
situação interativa.
Multimidialidade é o conjunto de processos que envolvem a situação do leitor de um
jornal na Web. Diante de um computador conectado à Internet a acessar um produto
jornalístico, o usuário estabelece relações: a) com a máquina; b) com a própria publicação,
através do hipertexto; e c) com outras pessoas – autor(es) ou outro(s) leitor(es) - através da
máquina.
A hipertextualidade abre a possibilidade de, a partir do texto noticioso, apontar-se
(fazer links) para “várias pirâmides invertidas da notícia”, bem como para outros textos
complementares (fotos, sons, vídeos, animações, etc), outros sites relacionados ao assunto,
material de arquivo dos jornais, textos jornalísticos ou não que possam gerar polêmica em
torno do assunto noticiado, publicidade, etc. (PALACIOS, 2002)
Customização do Conteúdo/Personalização é também denominada individualização, a
personalização ou customização consiste na opção oferecida ao usuário para configurar os
produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais. Há sites noticiosos que
permitem a pré-seleção dos assuntos, bem como a sua hierarquização e escolha de formato de
apresentação visual (diagramação). Assim, quando o site é acessado, a página de abertura é
carregada na máquina do usuário atendendo a padrões previamente estabelecidos, de sua
preferência.
26
A memória é a acumulação de informações e é mais viável técnica e economicamente
na Web do que em outras mídias. Desta maneira, o volume de informação anteriormente
produzida e diretamente disponível da notícia é potencialmente muito maior no jornalismo
online, o que produz efeitos quanto à produção e recepção da informação jornalística, como
veremos adiante.
Instantaneidade/Atualização contínua nada mais é que a rapidez do acesso, combinada
com a facilidade de produção e de disponibilização, propiciadas pela digitalização da
informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem uma extrema agilidade de atualização
do material nos jornais da Web. Isso possibilita o acompanhamento contínuo em torno do
desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse para a sociedade.
A hipermobilidade acontece “uma vez que as sobreposições, cruzamentos, interseções
entre eles são inextricáveis, parece caber com justeza o termo hipermobilidade para
caracterizá-los. Hipermobilidade porque a mobilidade física do cosmopolitismo crescente foi
acrescida a mobilidade virtual das redes.” (SANTADELLA, 2007 apud PRADO, 2010 p.
187)
“Transmídia é quando uma história é contada e vai ganhando desdobramentos em
outras plataformas – TV, celular, games, etc. -, com contribuições de novos textos não
lineares de autoria colaborativa, dando outros sentidos à história original.” (HENRY, 2006
apud PRADO, 2010 p. 187)
E conteúdo dinâmico que é a atualização contínua de matérias, dos canais e da home
page, assim como o investimento em produtos interativos como: enquetes, fóruns de
discussão, blogs, games e etc. “Essa descentralização do conteúdo e uso de fotos aleatórias
dão aos portais e sites noticiosos o dinamismo que faz parte da lógica do jornalismo digital.”
(MOHERDAUI, 2000, p. 137)
1.6 CIBERJORNALISMO
Usar o computador como ferramenta auxiliar ao fazer jornalístico clássico é uma
forma de libertar um pouco opiniões com pontos de vista limitados expressos por especialistas
e fontes oficiais. Além disso, o jornalista pode consultar dados armazenados ou fontes
disponíveis no ciberespaço, entrevistar os sujeitos dos fatos e avaliar o conteúdo das
declarações tanto no espaço eletrônico quanto nas páginas impressas.
O jornalista encontra na web uma grande biblioteca que possui dados referentes à
27
matéria que ele ainda vai fazer. Se preparando e embasando suas perguntas, ele pode escrever
uma matéria de mais conteúdo e melhor elaborada. Já no jornalismo anterior, sem acesso a
esse tipo de fonte, as próprias declarações eram esses dados.
No ciberespaço, pela primeira vez, os movimentos sociais, até então
atores políticos dependentes na medida em que a difusão do registro
verbal na cena comum passa pela mediação das organizações
jornalísticas possa sem os impedimentos colocados pela tecnologia
necessária para manter os meios convencionais, contribuir para a
constituição de um espaço público democrático. (PALACIOS, 2002)
Qualquer usuário é fonte potencial para o jornalista, e pode democraticamente intervir
em qualquer situação na qual ele se sinta lesado ou tenha algo a acrescentar. Pode inclusive
mudar todo o processo de construção da notícia, revelando um fato que pode desestruturar
desde o primeiro passo da apuração, por exemplo.
A fonte pode: opinar, mandar artigos, críticas, corrigir textos e denunciar jornalistas se
assim o quiser. O jornalista agora não é mais o indivíduo principal entre a sociedade e os
meios de informação, nessa sociedade mediada pelos media cada um pode produzir seu
próprio conteúdo articulando-o e postando em blogs, fotologs, fóruns, sendo tão produtor e
disseminador de conteúdo quanto os comunicadores sociais.
Quem vai filtrar todo esse material são os próprios portais de notícias que recebem
matérias de uma infinidade de fontes todos os dias e os moderadores de fórum que vão excluir
comentários que possam agredir de alguma forma os sujeitos da notícia.
Além de saber como filtrar conteúdo e colocá-lo na rede, afinal a cada segundo são
lançadas milhões de informações, vídeos, fotos e nem tudo é notícia. É preciso saber separar
“o joio do trigo” nessa apuração em grande escala de uma rede mundial.
Comunicação direta, sem mediações, como uma mera performance
técnica. Isso apela para sonhos de liberdade individual, mas é
ilusório. A Rede pode dar acesso a uma massa de informações, mas
ninguém é um cidadão do mundo, querendo saber tudo, sobre tudo,
no mundo inteiro. Quanto mais informação há, maior é a
necessidade de intermediários- jornalistas, arquivistas, editores, etc-
que filtrem, organizem, priorizem. Ninguém quer assumir o papel de
editor chefe a cada manhã. A igualdade de acesso à informação não
cria igualdade de uso da informação. “Confundir uma coisa com a
outra é tecno-ideologia” (WOLTON, 2000).
Essa citação descreve muito bem o lugar do jornalista na web, todos os dias selecionar
o conteúdo que vai ser postado no portal, postar isso ou aquilo é uma tarefa árdua que todos
28
os dias precisa ser cumprida pelos jornalistas. Essa comunicação direta máquina-leitor implica
numa nova categoria do jornalismo, o ciberjornalismo que é uma atuação não convencional
do jornalismo na rede que pode ser exemplificada pelo uso de redes sociais.
1.7 REDES SOCIAIS E JORNALISMO
Mas para entender como o ciberjornalismo funciona precisamos primeiro definir redes
sociais. De acordo com Raquel Recuero as redes sociais são laços que consistem em uma ou
mais relações específicas, tais como proximidade, contato frequente, fluxos de informação,
conflito ou suporte emocional.
A interconexão destes laços canaliza recursos para a localização
específica na estrutura dos sistemas sociais. Os padrões destas
relações – a estrutura da rede social – organiza os sistemas de troca,
controle, dependência, cooperação e conflito. (RECUERO, 2009,
apud WELLMAN, 2001, p. 07)
As redes sociais funcionam como um território virtual que “externaliza” laços sociais,
reais e/ou imaginários.
No terreno virtual e sem território que vem a ser a internet essa comunicação, no
sentido de publicação de conteúdo extra, pode ser estendida para várias páginas online, como
portais de notícias, blogs e sites que produzem conteúdo jornalístico. Servindo como vitrine
de um conteúdo, que por espaço físico limitado nos impressos, muitas vezes não pode ser
publicado.
Diferentes das instituições ou dos grupos, as redes sociais fazem
circular, através de seus canais, notícias, dicas, interesses, no seio de
uma comunidade que partilha certas atividades e age coletivamente.
O canal de uma rede social é formado pela interação de seus
membros. Em termos do conhecimento, uma grande economia se faz
quando os problemas da ação coletiva podem ser resolvidos de
modo simples e econômico por alguma tecnologia de comunicação.
As redes sociais promovem comunidades de atividade ou interesse,
em vez dos grupos de opinião da imprensa ou das massas de
consumo da mídia irradiada. (RECUERO, 2009.)
Ou como plataforma alternativa de criação de conteúdo extra- redação, como
29
coordenadas, matérias especiais, textos de blogs pessoais ou não, jornalismo especializado e
até microblogagem, que tem o twitter como sua representação mais forte. O twitter funciona
como canalizador, filtro, fonte de informações. Cabe ao usuário a ética de um bom
profissional ou o bom senso de um leitor informado de leitura crítica da sociedade a seleção
desse conteúdo.
O termo “blog” vem de “weblog”, contração de “web” e “log”, criado por John Barger
com o seu pioneiro Robot Wisdon em 17 de dezembro de 1997. Os blogs foram criados por
causa de um desejo reprimido das culturas de massa de ser ator na emissão, na produção de
conteúdo e na partilha de experiências.
Os blogs refletem a liberação do pólo da emissão característico da cibercultura. Agora,
todos podem (com mínimos recursos) produzir e circular informação sem pedir autorização
ou o aval a quem quer que seja (barões das indústrias culturais, intelligentsia, governos).
(RECUERO, 2009)
Além dos blogs existem os microblog que podem ser atualizado de várias maneiras,
principalmente através do envio de mensagens do celular e de mensageiros instantâneos como
o MSN e Google Talk.
A principal característica desse formato de blog é o espaço limitado a 140 caracteres
para o envio de texto e, talvez por isso, foi rapidamente incorporado pelo mainstream media
como mecanismo jornalístico. Com links, notas curtas e atualizações contínuas, prende a
atenção do internauta para as reportagens de maior fôlego e contextualizadas que serão
exploradas nas edições online ou impressas.
Essas pequenas “pílulas” de notícias curtas vão construindo um nó de informações que
pode desencadear na expectativa para a leitura das matérias jornalísticas mais aprofundadas
sobre o tema em foco do dia.
Por isso, talvez, se deva a adoção rápida dos microblogs por jornais online
consagrados, como The New York Times e BBC, que perceberam que surgia um novo
fenômeno na internet com características apropriadas para “chamadas” de suas notícias
principais.
Os cidadãos podem colaboram enviando notícias curtas ou fotos e vídeos com
informações sobre sua cidade e o que estiver acontecendo nela naquele momento. O
imediatismo é imprescindível para esse tipo de produção colaborativa que acompanha de
30
forma narrativa e imediata os fatos presenciados. “Exatamente quando ocorrem incidentes
como enchentes na cidade, os portais pedem que o internauta mande depoimentos e fotos dos
seus bairros, muitas vezes de difícil acesso pelos jornalistas.” (PRADO, 2010, p. 189)
A partir dessa perspectiva de conexão sempre online com o ciberespaço, a produção
jornalística contemporânea (principalmente o jornalismo cidadão) tem à disposição um
cenário ideal para o desenvolvimento da narração em condições de mobilidade e em tempo
real. Esse “ambiente móvel de produção” reestrutura o campo do jornalismo no tocante à
produção e difusão de informação, permitindo, mais do que nunca, a instauração da
instantaneidade da notícia devido à conectividade dos dispositivos móveis digitais.
É imprescindível que os comunicadores entendam como essas redes sociais podem
influenciar nos seus trabalhos cotidianos, e como podem ser usadas como ferramentas
auxiliares de um conteúdo que não tem suporte no offline, por questões financeiras ou de
política editorial.
O advento da web 2.0 que foi a primeira revolução tecnológica na comunicação, na
transição do offline ao online-participativo, mostrou aos comunicadores as potencialidade das
redes sociais, e como elas podem influenciar positivamente ou negativamente na produção de
matérias jornalísticas. Cabe aos profissionais da comunicação, pesquisadores e leitores
críticos-participativos (jornalismo cidadão) uma construção, re-construção diária de laços que
configurem essas inter-relações, gerando participação e colaboração.
É nesse cenário de interação e integração ao qual o jornalismo evoluiu dentro do
ciberespaço que se insere o portal de notícias Jangadeiro Online que tem interatividade,
atualização constante e notícias regionais seu ponto forte e de maior destaque com seu
público.
2 O PORTAL JANGADEIRO ONLINE
31
O Sistema Jangadeiro de Comunicação, localizado no estado do Ceará, concentra
importantes veículos em seu conglomerado como o Jangadeiro Online, a TV Jangadeiro e a
Rede Jangadeiro FM.
O Jangadeiro Online é um portal com destaque para notícias do Ceará, com espaço
para informações regionais, nacionais e até internacionais de interesse do público cearense.
As reportagens exibidas na TV Jangadeiro, além de conteúdo exclusivo para a internet, estão
na sessão de vídeos do portal, o que caracteriza a convergência de conteúdo da TV para o
portal, assim como da rádio para o portal.
2.1 DO SURGIMENTO DO PORTAL
O portal surgiu em formato de site institucional o tvjangadeiro.com.br há cinco anos
(2006) e tinha poucas notícias, a maioria de conteúdo reaproveitado e reapropriado da TV.
Em uma decisão da direção juntamente com a produtora na época de Moema Soares,
atual coordenadora de jornalismo da Jangadeiro, eles decidiram vender essa idéia de produto
de um portal de notícias para os donos com a intenção de se fazer jornalismo na internet.
E então o diretor-executivo, Chagas Viera, decidiu que a equipe poderia investir na
produção jornalística em si, ou seja, no site, como veículo próprio para a divulgação de
notícias. O portal antes era da programação do próprio sistema jangadeiro de forma
institucional e não era ligado ao jornalismo.
E aprovada essa proposta o nome do site, que agora virou portal, mudou de
tvjangadeiro.com.br para jangadeiroonline.com.br, com mais notícias e menos programação
da TV, e nesse momento ele ganhou o primeiro layout de portal.
Portal é um site que reúne características específicas como: apresentar na página
inicial chamadas para conteúdos díspares de várias áreas e várias origens formando um grupo
de leitores com diversos interesses distintos. Esses leitores formam comunidades de interesses
em comum que buscam um detalhamento de uma categoria de conteúdo e seus respectivos
hiperlinks, que ao serem clicados surgem em novas janelas.
No começo era um site pequeno com a coordenadora e mais dois estagiários. Até que
vieram as eleições quando Cid Gomes concorreu e foi eleito governador do estado do Ceará
32
no ano de 2006. Em uma decisão conjunta entre coordenação e diretoria se pensou em fazer
um blog para a cobertura dessa eleição.
“Na época mesmo sendo uma produção pequena o blog repercutiu positivamente e já
virou referência de um site de notícias regional, local e de agilidade, diferente dos outros.”
(Dilson Alexandre, depoimento pessoal, 2011). E a própria produção viu que com essa
repercussão os leitores já começaram a migrar para o jangadeiroonline e mandar recados e
comentários, aumentando a popularidade do portal.
Portanto, pelo blog ter tido toda essa repercussão positiva, Dilson Alexandre foi
contratado para ser o coordenador do portal com um novo layout, nova equipe e novo espírito,
com o objetivo de deixá-lo mais profissional e aumentar a audiência, a contratação ocorreu
em Julho de 2009.
A medida que se foi construindo o portal, ele começou a crescer e foram contratados
mais pessoas. Primeiro ficaram três estagiários, depois quatro, e por fim cinco, todos
contratados para a produção desse portal.
E o portal foi ganhando mais conteúdo com produção de notícias
agora divididas em editorias, surgiram: o blog de esportes, o blog da
janga, o jangadeiro comunidade que é uma vitrine do projeto de
mesmo nome, cobertura da copa do mundo (2010) com layout
específico e cobertura de eleições com blog e hotsite específico para
primeiro e segundo turno para as eleições do ano passado (2010).
(Dilson Alexandre, depoimento pessoal, 2011)
Nessa mesma época era veiculado o programa “Papo na Rede”, que era um programa
em vídeo sobre diversos temas, ao vivo no streaming, produzido pela equipe do Jangadeiro
Online e transmitido pelo portal. Esse programa foi o primeiro a ser feito exclusivamente pela
e para a internet no Ceará e, portanto teve uma repercussão grande em relação aos outros
portais que não tem esse tipo de programa. “Os outros portais, o Povo online, Diário do
nordeste e C news, pegavam os programas que já existiam e os transmitiam na internet ou em
formato de podcast.” (Moema Soares, depoimento pessoal 2011)
Diferentemente dos outros portais, o “Papo na Rede” tinha podcast, vídeo no Youtube,
conteúdo próprio para o portal online e os participantes podiam interagir através do twitter ou
mandando e-mails, o que gerava uma maior participação dos internautas. O programa não é
mais veiculado atualmente, mas se tem o projeto de retomar a produção, com o foco em
esportes.
33
No segundo semestre de 2010 se começou a pensar num novo projeto de layout para
que o portal não ficasse desatualizado e ganhasse mais mobilidade ainda, e por isso um
grande investimento em mídias sociais foi realizado com a contratação do estudante de
jornalismo Antino Silva para ser o coordenador de mídias sociais do Sistema Jangadeiro.
“Esse investimento em mídias sociais antes era fraco e com a contratação de um
coordenador ficou mais forte, ajudou na concepção de matérias e na troca de informações.”
(Dilson Alexandre, depoimento pessoal, 2011)
Posteriormente no período pós-eleições, ou seja, no final do ano passado a equipe
trabalhou na consolidação do novo layout que foi implementado em fevereiro de 2011.
2.2 O PORTAL HOJE
Posteriormente, com um maior investimento financeiro do Sistema Jangadeiro para o
portal, foram contratados mais colaboradores chegando ao número de onze pessoas no portal
que é a equipe de 2011. E também foi contratada uma outra empresa responsável pelos
serviços de provedor e layout, e com isso ocorreu a primeira mudança de interface do portal
que continua mudando de três anos atrás até hoje, 2011.
Em Setembro de 2010 foi mudado mais uma vez o layout do portal mas como o
concorrente também lançou mudanças, o lançamento da nova interface foi adiado para o
início desse ano, em fevereiro de 2011.
O novo layout trouxe novas colunas com colunistas próprios do Jangadeiro e maior
investimento em vídeos. Com isso o portal começou a se profissionalizar e conseguiu manter
o número de dez pessoas na equipe e um coordenador.
À medida em que os acessos foram crescendo, o investimento no
portal também foi crescendo e a equipe aumentou (hoje conta com
11 pessoas). Passamos por duas reformulações de layout até chegar
a atual, sempre procurando encontrar mais espaços para destaques,
inovações (blogs como: o Blog da Janga, Blog da Comunidade,
Polítika com K", "Pra elas"), além de deixá-lo visualmente mais
agradável ao leitor. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
Em 2011 após essa mudança de layout entrou um novo coordenador executivo, Marco
da Escóssia, que pretende modificar mais uma vez o portal, sendo sua terceira mudança em
34
cinco anos. Ou seja, uma das características mais fortes do portal é justamente essa constante
mudança seja de layout ou para acrescentar novos formatos e colunas; “nunca estagnando,
sempre se modificando”. (Moema Soares, depoimento pessoal, 2011)
O portal antes vinha muito a reboque da TV, então o que a TV ia publicar ele
publicava também, principalmente o “Barra pesada”, programa de TV que está há 21 anos no
ar e é o principal produto da casa. Mas atualmente, o que pauta o Jangadeiro Online é a
notícia do dia, o factual, que são distribuídas em várias colunas, como por exemplo, as pautas
de política que são fechadas pelo núcleo de política, coordenado pela Késia Diniz.
Outras colunas são a de moda que é escrita por colaboradoras que são: a jornalista
Arituza Timbó, e as estudantes de jornalismo Daniela Castro e Priscila Furtado, e a coluna de
Esportes escrita por Thiago Sampaio, que também é o editor-chefe do portal.
Figura 1: Dos blogs do portal: “Polítika com K”, “Jangadeiro Esporte Clube” e “Pra elas”.
Atualmente o Jangadeiro Online não é mais um site institucional da TV. Ele já se
caracteriza como um produto próprio. E inclusive as notícias que são dadas no “Em cima da
hora” na TV são dadas através de notícias que já estão no portal.
Então essa relação de TV – portal, mudou para portal – TV, o que configura uma
retroalimentação de conteúdo de duas mídias diferentes caracterizando uma convergência de
mídias.
E a relação portal- Jornal, Jornal- portal também migrou uma vez
que antes o portal via o que o jornal deu hoje que não foi dado
ontem pelo portal. E hoje o que é publicado no portal é publicado
também nos jornais. Mas o portal publicava antes do impresso por
ser online e os concorrentes até usavam as mesmas fotos do
jangadeiro online, citando fonte e créditos para o portal de forma
ética. Portanto, o portal virou uma espécie de agência de notícias
pautando o que vai ser dado na TV, na rádio e nos jornais seja do
sistema Jangadeiro ou não. (Dilson Alexandre, depoimento pessoal,
2011).
35
Convergência também presente na rádio que tem alguns de seus programas
disponibilizados em formato de podcast, com material da programação da capital e do interior
do Estado do Ceará.
Na rádio FM Jangadeiro da capital só há um programa de notícias por isso o fluxo é
bem menor da rádio para o portal. Mas no interior há mais espaço para notícias e muito
material vem justamente dessas rádios, que têm filiais em Limoeiro e Sobral.
Outra característica é que o furo jornalístico tem que estar no portal e não na TV,
porque a TV tem um horário certo pra ir ao ar, o jornal local, por exemplo, vai ao ar ás 11h da
manhã, então porque esperar até ás 11h para dar uma notícia que poderia ter sido dada ás 7h
no portal? Se a grande matéria do dia já estiver em mãos na primeira equipe do portal que
entra ás 6h ela já vai abrir e ficar como manchete do dia, sem esperar que seja veiculada
primeiro na TV para depois ser postada no portal.
A instantaneidade ou atualização contínua na rádio, TV e impresso
têm processos de produção do noticiário diferenciados do ritmo do
jornalismo praticado na web. Na mídia impressa por exemplo, o
leitor tem que esperar até o dia seguinte para saber as novidades;
no rádio e na TV é preciso seguir a grade de programação. Na
internet não há essa delimitação de temporalidade. A notícia é
publicada após ter sido devidamente apurada. Em alguns casos,
publica-se uma linha apenas, e ao longo do dia o conteúdo é
atualizado e complementado.” (MOHERDAUI, 2000, p 134).
Figura 2: Exemplo de manchete principal
A TV vem com vídeo e imagem e também traz mais detalhes sobre a notícia que não
necessariamente traz maior profundidade, porque as notícias na TV têm em média um minuto
ou um minuto e meio, no máximo dois, dependendo da relevância da notícia; salvo as
36
reportagens que duram entre quatro e cinco minutos.
Mas a notícia no jornalismo online fica disponível para o leitor quase que
imediatamente ao ser postada e pode ser acrescida depois por comentários do leitores e links
outras notícias correlacionadas por exemplo, sendo assim mais completa que a da TV por
contar com a atemporalidade do jornalismo online.
Como estamos dentro de um Sistema de Comunicação que engloba
uma TV e uma Rádio, usamos sempre os produtos dessas outras
mídias para agregar no Jangadeiro Online. Por exemplo: a maioria
das matérias exibidas na TV Jangadeiro são editadas e postadas no
Youtube. Assim, muitos vídeos são colocados dentro das devidas
notícias do portal. Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
No jangadeiro online ocorrem os dois processos: o da TV nos jornais da programação
da TV e o do online nas postagens do portal jangadeiro. As notícias que são veiculadas na TV
logo em seguida são postadas no portal na seção de vídeos ou na editoria que lhe couber. Esse
fluxo de conteúdo seja texto, imagem ou som, de uma mídia para outra caracteriza a
multimidialidade.
A multimidialidade refere-se a convergência dos formato das mídias
tradicionais (imagem, texto, som) na narração do fato jornalístico. A
convergência torna-se possível em função do processo de
digitalização da informação e sua posterior circulação e/ou
disponibilização em múltiplas plataformas e suportes, numa situação
de agregação e complementaridade. (MOHERDAUI, 2000, p 132).
Na parte principal do portal há uma seção com slides de notícias que são notícias
interessantes, mas que mereçam suporte para chamar a atenção e serem atrativas para os
leitores. São cinco no total que vão mudando a cada cinco segundos com foto mais manchete.
37
Figura 3: Seção de slides, com cinco chamadas dispostas em slides com foto e manchete atrativa para o leitor.
O fluxo de notícias é muito grande e de constante atualização tendo uma pequena
queda apenas no fins-de-semana onde a equipe sofre uma redução de dez para três pessoas de
plantão.
Outro fator para a queda dessa produção é o fato do jangadeiro
online não ter um produto impresso e as participações dos leitores
caem muito, quase não havendo ligações com sugestão de pautas.
Mas existem projetos de novas colunas para o fim de semana com
conteúdo próprio para justamente alavancar a audiência e dar
destaque a essa programação especial que seria postada apenas no
fim-de-semana. (Moema Soares, depoimento pessoal, 2011).
2.2.1 SOBRE A ROTINA DO PORTAL
Os turnos do portal foram estendidos, antes eles começavam as 7h da manhã e agora
começas as 5h30mn-6h e os da noite, que encerravam as 22h passou a ser 0h, ficando quase
24 horas online, o que só foi possível com o aumento da equipe.
De manhã se faz um balanço dos jornais com a leitura dos mesmos pra ver o que saiu
nos jornais de hoje que não foi dado ontem pelo portal e o plantão policial com as
informações do “Barra Pesada” da equipe que trabalhou de madrugada.
Posteriormente o coordenador chega para debater com o chefe de redação e com a
gerente de jornalismo se tem alguma pauta específica ou evento importante para cobrir no dia
que venha a ser prioridade.
38
E enquanto isso, a equipe trabalha escrevendo notícias das várias editorias que tem no
portal, como: economia, esporte, política, polícia, cidade em um fluxo de notícias a cada em
média dez a quinze minutos dependendo do dia.
As notícias são coletadas dos próprios jornais onde são reescritas e citado fonte, como
por exemplo, da Agência Brasil que é uma agência nacional gratuita com foto e texto, e da
também produção dos redatores que escrevem muito.
Além das notícias coletadas são também produzidas pela própria equipe com notícias
locais próprias, com informações do repórter, do jornal jangadeiro e do “Barra Pesada” que
algumas vezes usam imagens do portal quando ainda não se tem uma cobertura completa da
notícia. Ou o texto que ajuda a fazer uma nota pelada ou colocar uma notícia de última hora
na TV. Ou seja, o portal Jangadeiro alimenta a redação da TV Jangadeiro e a TV também
alimenta o portal, convergindo conteúdo dessas duas mídias.
2.2.2 DA LINHA EDITORIAL
O Jangadeiro Online nasceu no Ceará e sua meta é ser o maior portal de notícias do
estado do Ceará. Segundo Dilson Alexandre, ex-coordenador do portal. Como uma opção
para os cearenses que querem se informar sobre o que está acontecendo de principal na sua
terra natal (sem esquecer o resto do mundo), sem precisar esperar a hora do noticiário na TV
ou o jornal impresso no dia seguinte.
Quem quer procurar notícias nacionais geralmente acessa os grandes
portais como o G1, por exemplo, o jangadeiro é acessado por
leitores que querem saber da sua realidade local, sua cidade e seu
Estado e tudo que está acontecendo. É uma marca do portal e
também seu diferencial. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal,
2011).
Mas se estiver em pauta assuntos de coberturas específicas nacionais de grande
relevância que todos estejam comentando, como por exemplo, o aumento da inflação, “o
portal também publica para mostrar que o público também encontra notícias nacionais dentro
do portal, mas o foco é o regional. Até porque não se pode competir com os grande portais
como G1, R7, UOL e etc.” (Dilson Alexandre, ex-coordenador do portal).
39
Tudo tendo como prioridade, sempre, notícias locais, já que esse é
o nosso diferencial. As pessoas que procuram por notícias de
cunho nacional, certamente procuram primeiro em portais nacionais,
como G1. Mas muitas são inevitáveis, como notícias sobre salário
mínimo, decisões presidenciais, tsunamis em qualquer canto do
mundo... sempre são de interesse não só do público cearense, mas de
todo o Brasil. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
O Jangadeiro online não tem investimento para pagar as agências e por isso suprime
essa produção com as notícias locais. E se houver uma informação confirmada por um
concorrente, o portal reescreve a informação e cita o concorrente mostrando que ele deu em
primeira mão e não o portal. “Já os concorrentes nem sempre citam os créditos do portal, mas
o portal sempre cita os créditos do concorrente, faz parte da política editorial.” (Dilson
Alexandre, depoimento pessoal, 2011).
Uma desvantagem do jangadeiro online seria que ele não tem o
suporte de grandes agências que os outros veículos (concorrentes)
têm porque são ligados a jornais, e por isso já amanhecem com o
conteúdo do jornal de peso que é transcodificado para o portal
(jornalismo online). Então se faltar respiração local no portal ele é
rapidamente abastecido por essas agências como o Estado, por
exemplo, onde as publicações se voltam para o nacional. (Dilson
Alexandre, depoimento pessoal, 2011).
A característica inerente do portal é mesmo de produção própria que ao longo do dia
vai aumentando porque a redação está trabalho e se precisa menos desse conteúdo de jornais e
agências.
2.2.3 DA AUDIÊNCIA DO PORTAL
Os concorrentes são: “O Povo”, “O Diário do Nordeste” e o portal “C News” que
assim como o “Jangadeiro Online” somam a audiência da suas rádios e TVs na sua audiência
total. O portal Jangadeiro é o que tem menor audiência entre os citados.
Outro fator que faz com que o portal tenha menor audiência, segundo Dilson
Alexandre, é que os concorrentes tem uma maior quantidade de colunistas, no “O Povo”, por
exemplo, são 20, e lógico que um maior número de colunas tratando sobre diversos assuntos
atrai maior audiência por concentrar em um só local vários interesses segmentados em
colunas.
40
Mas o portal vem crescendo bastante em termos de audiência: em julho de 2009 o
portal era um décimo da audiência do opovoonline.com.br e atualmente ele é um terço. E mais
ou menos na mesma proporção do diáriodonordeste.globo.com (Dilson Alexandre,
depoimento pessoal, 2011).
Esse aumento da audiência foi uma consequência do investimento em conteúdo e
pessoas, com o aumento da equipe e de computadores também que antes eram apenas quatro
hoje são oito, assim o portal foi ocupando uma parte maior da redação.
Antes o portal era pequeno e voltado para os formadores de
opinião, ou seja, as redações, os jornalistas, que o usavam
como fonte de pauta como se fosse uma agência de notícias. E
depois ele se voltou para o público. Fato curioso é que a audiência
aumentou mesmo sem nenhuma campanha promocional para o
portal. A promoção do portal era feita através de chamadas na TV
Jangadeiro e nas mídias sociais na própria internet. (Dilson
Alexandre, depoimento pessoal, 2011)
2.2.4 DA PARTE COMERCIAL
No portal não há nenhuma espécie de anúncio vendido comercialmente para empresas
públicas ou privadas, os anúncios e banners veiculados são de publicidade do próprio portal e
seus produtos.
O Portal se sustenta financeiramente com o lucro da TV Jangadeiro que paga o salário
de todos os funcionários.
Não temos nenhum banner comercial exatamente por que não temos
a necessidade de vender nada. O Sistema Jangadeiro de
Comunicação já é grande demais e a TV e o rádio já dispõem de
anúncios suficientes, inclusive para financiar a mão de obra do
portal. A idéia ao criar o Jangadeiro Online, para a direção, foi de
fazer um espaço 100% informativo. (Thiago Sampaio, depoimento
pessoal, 2011)
Atualmente o portal passa por um processo de profissionalização, mas posteriormente
de acordo com a necessidade podem sim ser veiculadas publicidades comerciais, sendo uma
decisão da direção vender ou não esse espaço. Mas de acordo com Moema Soares, gerente de
jornalismo, já houve propostas, como por exemplo, da loja “Esplanada” de confecções e
vestuário para anunciar na seção do Blog pra Elas, blog de moda, mas elas não foram aceitas.
41
2. 3 DAS CARACTERÍSTICAS DO PORTAL
Uma característica marcante do portal é fornecer a cada membro da equipe um celular
que tira fotos e com 3G que permite acesso a internet. Assim quando os repórteres vão a
campo eles podem fotografar e enviar a imagem que acham relevante jornalisticamente e que
pode render uma notícia ou um furo jornalístico pro portal.
Os atuais redatores são: Arituza Timbó, Edenir Gomes, Fernando Barbosa, Igor
Gadelha, Monique Oliveira, Thiago Sampaio, Wanderley Filho e Wiarlen Ribeiro, em
exercício no ano de 2011.
Além de cumprir as pautas que a produção manda os repórteres são
orientados para ter autonomia na hora de apurar as informações
podendo consultar as fontes que quiserem como, por exemplo, a
Prefeitura de Fortaleza, a Etufor, o Governo, a Agência Brasil, a
Assembleia, entre outras. ”(Thiago Sampaio, depoimento pessoal,
2011)
E além da consulta de fontes oficiais também são recebidos vários releases por dia e a
indicação dos editores é de que se filtre o conteúdo desses tirando todo o caráter promocional
que eles venham a ter, deixando-o o mais informativo possível e menos comercial.
“Procuramos deixar de fora notícias que tenham teor apenas comerciais, que tentem
vender alguma imagem, ou notícias sem relevância social, como fofocas, detalhes pessoais da
vida de personalidades, etc.” (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011) Então, depois de
selecionadas a partir delas os redatores criam pautas para encaminhar aos editores que farão
uma nova seleção, para decidir quais serão apuradas ou não, e devidamente publicadas na
categoria na qual se encaixa dentro do portal.
Além de fontes oficiais também são consultadas pessoas que trabalham na rádio e na
TV do Sistema Jangadeiro, que passam informações de um para outro produto do sistema.
Então, por exemplo, se um repórter de TV estiver em um bairro “X” naquele momento
fazendo uma matéria para o “Barra Pesada”, um dos repórteres que precisar de uma
informação sobre aquele acontecimento ou local se comunica com esse repórter que está em
campo, pega a informação e publica no portal. Da mesma forma que a TV se pauta pelo o que
saiu no portal como já foi citado anteriormente.
A redação do portal fica junto com a da TV, por isso, a interação
entre os veículos é constante. Estamos sempre em contato com os
assuntos que a produção da TV está trabalhando, eles sempre nos
42
sugerem pautas, estamos sempre nos comunicando com os
repórteres que estão na rua fazendo matérias para redigir logo a
informação. E o mesmo acontece com o caminho inverso. Como
estamos atentos a todas as editorias, é comum repassarmos notícias
para as equipes da TV, seja para apuração, ou divulgação imediata
no jornal.(Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011)
Logo, os três produtos: TV, rádio e portal se retroalimentam e se complementam
gerando uma cobertura completa em todas as plataformas midiáticas.
Porém a retroalimentação entre portal – rádio é bem menor do que portal – TV porque
a redação do rádio não fica no mesmo espaço das redações da TV e do portal. “Como a rádio
não fica no mesmo local da redação do portal, a troca de informações existe, porém, é de
menor constância do que da TV.” (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011)
E justamente pelo Sistema Jangadeiro de Comunicação ter uma emissora de TV muito
popular, é comum as pessoas ligarem para falar sobre acontecimentos na sua rua, no seu
bairro ou em áreas próximas como, por exemplo: colisões de trânsito com vítimas fatais ou
não, falta de luz, falta de água ou denúncias contra a prefeitura e etc.
Muitos leitores ou assessorias nos telefonam ou enviam diariamente
e-mail ([email protected]) com denúncias ou
materiais semi-prontos para divulgação. A frequência com que tais
sugestões viram notícia é relativa. Tudo passa pela nossa avaliação
do que é relevante ou não para o público em geral. Algumas são
mesmo interessantes, mas muitos apenas querem beneficiar
interesses pessoais. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011)
E por causa dessa popularidade da TV Jangadeiro, chegam muitas pessoas para vender
imagens para TV que podem ser disponibilizadas tanto na TV quanto no portal, ou somente
em uma das mídias dependendo da relevância do material.
Não se tem equipe viável para cobrir todas as pautas sugeridas pelo
público para serem veiculadas na TV, mas se elas forem de
relevância para o público cearense que é o público-alvo do portal a
informação é imediatamente publicada no portal após apuração, e é
disponibilizada online em tempo real. (Thiago Sampaio, depoimento
pessoal, 2011)
43
A participação colaborativa do público é incentivada pela equipe do portal que
pergunta se o cidadão não tem como fotografar e enviar a imagem do acontecido para
[email protected] para que ela possa ser publicada no portal com os devidos créditos.
Essa atividade confirma a idéia de Magaly Prado sobre a produção colaborativa.
“Exatamente quando ocorrem incidentes como enchentes na cidade é que os portais
pedem que o internauta mande depoimentos ou fotos dos seus bairros, muitas vezes de difícil
acesso pelos jornalistas.” (PRADO, 2010, p 189).
Portanto, o Portal disponibiliza ferramentas de participação multimídia aliado a
informações alargadas por essa colaboração, fornecendo contexto de notícias produzidas por
colaboradores o que caracteriza uma produção colaborativa com os leitores do portal.
Havia uma seção no portal chamada “Repórter cidadão”, mas ela foi desativada e
mudou para “Envie sua notícia”, que recebe mais comentários e reclamações do que sugestões
de pauta.
Houve um período no ano de 2009 que se destacou por essa participação do público
em relação a cobertura das chuvas. “Enquanto os outros portais ainda estavam dando notícias
de ontem por serem ligados a jornais, o portal junto com a colaboração dos leitores recebia
informações atualizadas sobre ruas alagadas, interditadas, árvores caídas e etc.” (Thiago
Sampaio, depoimento pessoal, 2011)
O @LeiSecaFortal que é um twitter de utilidade pública sobre o trânsito do Fortaleza
também retuitava as notícias do jangadeiro online, uma vez que com as fortes chuvas é
comum colisão de carros e interdição de ruas. Assim como a participação de leitores que
mandavam uma foto da sua rua alagada, por exemplo, e era publicado no portal com os
devidos créditos.
2.3.1 VÍDEOS, TV E FM JANGADEIRO
Os vídeos que são publicados no portal são as principais matérias que saem na TV. E
as músicas são as mais tocadas na FM jangadeiro, que pode ser ouvida ao vivo dentro do
próprio portal.
O mesmo acontece com áudios enviados pela Jangadeiro FM.
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Muitas vezes publicamos matérias especiais ou entrevistas
exclusivas, disponibilizando junto o áudio do material produzido
pela equipe da rádio. Muitas matérias a equipe da rádio produz
exclusivamente para o Jangadeiro. (Thiago Sampaio, depoimento
pessoal, 2011)
Figura 4: Seção de vídeos no Portal Jangadeiro
Figura 5: Espaço para a grade de programação da TV Jangadeiro
Figura 6: Espaço para a grade de programação da Jangadeiro FM
E além dessa convergência da TV e do rádio para dentro do Portal ainda há espaço
para a programação local e nacional já que a rede é afiliada do SBT que também tem sua
grade de programação disponibilizada.
2.3.2 A LINGUAGEM PARA INTERNET
O cuidado com a linguagem do portal é uma preocupação constante dos coordenadores
45
e inclusive anualmente é ofertado um curso sobre linguagem para internet, ou seja,
webjornalismo, e também curso de português.
Nesse curso, a equipe aprende algumas dicas de linguagem para internet como
escrever sempre um texto curto de no máximo quatro parágrafos voltado para o público do on
line que lê várias notícias em curtos períodos de tempo e não se prendem a notícias extensas
demais para isso existem os jornais.
Buscamos sempre utilizar o texto mais direto possível, que vá direto
ao assunto e sem muitos alongamentos. O público de internet gosta
de ler muitas notícias e, por isso, nem sempre passará um longo
tempo em uma única notícia muito comprida e trabalhada, como é
feita no impresso. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
E abusar do uso de intertextualidade, hiperlinks e ferramentas de multimídia (texto,
fotografia, gráfico, infográficos, vídeos, áudio).
O uso de intertextualidade é essencial para que a leitura se torne
menos cansativa. Na internet, é corriqueiro o uso de links para
notícias que relembrem o mesmo caso que estamos abordando ou
para fatos semelhantes. Tudo para ampliar os horizontes de leitura
do público, mesmo em um espaço relativamente curto. (Thiago
Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
Os erros são inevitáveis devido a avalanche de conteúdo que é atualizada, ás vezes na
pressa de se publicar acabam saindo erros de digitação e ortografia, mas a recomendação é ter
cuidado e também usar programas que ajudem nessas pequenas correções.
No momento, a gerente de jornalismo Moema Soares está esperando a turma de
estagiários se formar para que esse curso possa ser ministrado novamente. Iria ocorrer em
maio de 2011, mas devido à mudança de coordenador com a saída de Dilson Alexandre, o
portal passou um mês sem coordenação o que atrapalhou o andamento do cronograma. Mas
atualmente com o cargo ocupado por Marco da Escóssia, desde Março de 2011, a orientação é
que em breve uma nova turma será formada para o curso.
2.4 DAS SEÇÕES DO PORTAL
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Cada pessoa da equipe fica responsável por atualizar as notícias, assim como todos
mas também cada um é um “pequeno chefe” de uma das seções. Então por exemplo a Daniela
Castro atualiza as notícias do Jangadeiro Online e cuida do Blog “Pra elas”, o Thiago
Sampaio atualiza as notícias e cuida do “Jangadeiro Esporte Clube” e assim por diante. O
único membro da equipe que não atualiza notícias e cuida somente da seção de Comunidade e
TV é o Wiarlen Ribeiro, salvo plantões nos fins-de-semana.
A seção mais acessada no portal é a de Empregos seguida por: Editoria de Polícia, de
cidades e notícias curiosas.
Dependendo da sua relevância para o público. Notícias factuais
sobre crimes, acidentes, política, esportes de maneira geral sempre
são de interesse dos leitores em geral. Buscamos também sair do
factual e trazer serviços que possam ser úteis para quem lê, como
programação de shows, teatros, eventos que acontecerão, etc. (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
2.4.1 DOS BLOGS DO PORTAL
O Portal Jangadeiro Online possui uma seção específica para blogs, nela estão os
blogs: Blog da Janga, Polítika com K, Jangadeiro Esporte Clube, Pra Elas, Comunidade,
Empregos.
2.4.1.1 BLOG DA JANGA
“O blog da janga é um espaço sobre a própria jangadeiro sendo uma espécie de
metalinguagem do portal. É nessa página que é em formato de blog que também são postadas
matérias de opinião e as charges.” (Marco da Escóssia, depoimento pessoal, 2011)
Além de assuntos internos do Jangadeiro online como fotos da equipe em
confraternizações, como por exemplo, comemorando aniversário de algum membro da
redação. Esses posts são uma forma de aproximar os leitores do portal mostrando a equipe
que produz seu conteúdo.
E também um espaço para destaques na programação da TV Jangadeiro e do SBT,
assim como modificações e estréias na sua grade de programação. No blog da janga, também
47
são divulgados sorteios de cortesias de shows e espetáculos, agenda cultural para o fim de
semana e as capas do dia dos principais jornais do dia, da cidade de Fortaleza, que são: “O
Povo”, “O Diário”, “O Estado”.
Figura 7: Da seção de Blogs, Blog da janga
2.5.1.2 BLOG: POLÍTICA COM K
É um blog sobre política assinado pela jornalista Késia Diniz que também é membro
da TV Jangadeiro e tem sua coluna no portal. A proposta é ir além da notícia mostrando a
disputa pelo poder e cobrar ações voltadas para o bem público.
“Tem conteúdo reforçado por vídeos e entrevistas exclusivas com os bastidores que as
vezes nem entram em pauta na TV e não rendem pro jornal impresso mas para um coluna
rendem como uma informação a mais” (Kézia Diniz, depoimento pessoal, 2011)
Figura 8: Da seção de Blogs, Política com
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2.5.1.3 BLOG: JANGADEIRO ESPORTE CLUBE
O blog de Esportes era assinado pelo jornalista Fábio Pizzato que tinha uma seção
“Tudo acaba em pizza”, mas recentemente foi modificado para “Jangadeiro Esporte Clube” e
é escrito por Thiago Sampaio que também é o editor do Portal Jangadeiro Online.
O blog de esportes é um espaço para se falar sobre futebol em 80% do casos mas
também entram matérias sobre Fórmula 1 e sobre eventos de Rally e Surf em Fortaleza
quando ocorrem.
São aproveitadas matérias da TV do programa de mesmo nome “Jangadeiro Esporte
Clube” que faz a cobertura local e nacional de esportes com repórteres que vão cobrir os
treinos dos times de futebol local e passam todas as informações sobre os jogos e
campeonatos.
Essas informações também são repassadas para o portal que disponibiliza uma versão
online da matéria que as vezes é publicada antes mesmo da matéria ser veiculada na TV.
Futuramente se tem o projeto de criar o “Papo na rede esportes” que seria um
programa ao vivo transmitido por streaming em formato de podcast para falar sobre esportes,
com entrevistas e convidados. Em uma referência ao “Papo na rede” que foi um programa
com temas variados, dirigido e apresentado por Dilson Alexandre que na época era
coordenador do portal, de Julho de 2009 à Fevereiro de 2011.
“O blog tem um personagem fictício que é o Seu Tarcíso que ama futebol e comenta e
palpita sobre os resultados dos jogos do campeonato regional de uma forma bem popularesca
com seu jumento Remela.” (Marco da Escóssia, depoimento pessoal, 2011)
Figura 9: Da seção de Blogs, Blog jangadeiro Esporte Clube
49
2.5.1.4 BLOG: PRA ELAS
É um blog destinado para mulheres modernas e antenadas com todas as novidades
sobre moda. Quem escreve são três mulheres: a jornalista Arituza Timbó, e as estudantes de
jornalismo Daniela Castro e Priscila Furtado.
O blog é sobre moda, maquiagem, sapatos e esmaltes. E há espaço para comentários e
dúvidas sobre qualquer um dos temas relacionados. “Essa interatividade das leitoras abre
espaço para que um comentário possa até gerar um post sobre o assunto específico abordado.”
(Daniela Castro em depoimento pessoal, 2011)
Todo o conteúdo e releases recebidos pelo portal que se encaixam nesse blog são
escolhidos para serem apurados e publicados no mesmo. Como por exemplo, um desfile de
moda para roupas tamanho G, que não poderia ser publicado em outro blog que não o de
moda. Logo, as notícias são filtradas, apuradas e divididas em suas respectivas seções dentro
do Portal.
Figura 10: Da seção de Blogs, Blog Pra elas
2.5.1.5 COMUNIDADE
O projeto Jangadeiro Comunidade surgiu em 2009 com o objetivo de aproximar ainda
mais o Sistema Jangadeiro de Comunicação do seu público-alvo. Equipes do portal visitam o
bairro escolhido durante 15 dias para identificar problemas, ouvir reclamações, conhecer
projetos sociais e contar a história do local. No ano passado, foram 18 bairros de Fortaleza
contemplados pelo projeto.
50
Figura 11: Seção Comunidade
O blog da comunidade é um espaço para o leitor acompanhar as informações e os
bastidores sobre as ações realizadas pelo projeto.
2.5.1.6 EMPREGOS
A seção de empregos é um espaço para se falar sobre emprego: vagas, concursos,
dicas sobre o mercado de trabalho, cursos, estágios e vagas para deficientes. Tem também
vídeos com matérias aproveitadas da TV que falam sobre emprego e assuntos relacionados.
As vagas de emprego são encontradas “À base de muita pesquisa, e muitas sugestões
de assessorias e internautas. O Sine/IDT, por exemplo, é uma fonte fixa. As outras são mesmo
na base da „procura‟ e „indicações‟.” (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011)
Figura 12: Seção Canal Emprego
51
2.5.1 VÍDEOS
É uma seção somente com postagens de vídeos com as principais matérias
reaproveitados da TV jangadeiro dos programas: “Jornal jangadeiro”, “Gente na TV”,
“Jangadeiro Esporte Clube” e “Barra Pesada”.
Figura 13: Seção de Vídeos
2.5.2 NOTÍCIAS
As notícias são a própria produção jornalística do Portal, “Sai agora no portal, à noite
na TV e amanhã no jornal.” (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
O primeiro post do dia são as capas dos principais jornais de Fortaleza para quem tiver
interesse conferir as manchetes do dia. De acordo com Moema Soares não há problema em
disponibilizar esse material uma vez que o portal não tem um produto impresso por isso não é
visto como concorrência.
As notícias são dispostas na ordem inversa ao qual são postadas, sendo a mais recente
a do topo da lista, e são organizadas por ordem de importância sendo a principal a manchete
do dia.
Elas podem ser compartilhadas através das redes sócias como: orkut, twitter, facebook
e também há espaço para comentário dos leitores, gerando maior participação e interatividade
com as redes sociais para o portal.
52
Figura 14: Seção de Notícias
2.6. DAS MÍDIAS SOCIAIS NO PORTAL
2.6.1 PRIMEIRA FASE
O cargo de editor de mídias sociais é bem recente na história do portal sendo assumido
somente em agosto de 2009 por Antino Silva. No início além das mídias sociais o editor
também tinha a função de edição e captura dos vídeos da programação para lançar no portal.
O que não tinha muita relação com redes sociais uma vez que os vídeos não eram nem
postados no Youtube e sim diretamente dentro do portal.
Temos um profissional responsável apenas pelo uso das redes
sociais de todo o Sistema de Comunicação. Ele é responsável pela
coordenação do uso das mesmas, além de pensar em inovações na
área. Mas todos os redatores do Jangadeiro Online têm a liberdade
para manipular as redes sociais (sob a permissão e avaliação do
editor). (Thiago Sampaio, depoimento pessoal, 2011).
O editor gerenciava o portal, a conta no twitter e um perfil no orkut na época e ao
mesmo tempo também era redator de notícias.
Há dois anos se pensar em uma pessoa só para cuidar de redes
sociais era super inovador e hoje em dia ainda tem muita gente que
pensa assim, por isso as empresas querem ao mesmo tempo um
profissional que gerencie as redes sociais e também cuide dos
vídeos, o que é um tanto errôneo uma vez que ou você precisa de um
profissional que edite vídeo ou outro que gerencie suas mídias
sociais, não é a mesma coisa. (Antino Silva, depoimento pessoal,
2011).
53
E durante um período se manteve assim com o gerenciamento das redes sociais e
também dos vídeos. Mas com o passar do tempo essa demanda por redes sociais aumentou
sendo cada vez mais veiculada na própria mídia e o público começou a ver a importância
delas.
Redes sociais são uma realidade no webjornalismo. Quem não as
utiliza, pode ser considerado atrasado. Ela serve tanto para
divulgação (toda notícia que entra no Jangadeiro Online ou em um
blog hospedado nele vai automaticamente para o Twitter e o
Facebook) como para interagir do leitor. (Thiago Sampaio,
depoimento pessoal, 2011).
À medida que as redes sociais foram ganhando importância dentro da própria mídia o
uso delas também se disseminou. "No início para se postar as notícias do twitter no portal era
feito manualmente o que é inviável se ter um profissional só para fazer isso. Já imaginou
pegar a notícia dar Control C, pegar o link e dar Control V o dia inteiro?" (Antino Silva,
depoimento pessoal, 2011).
Logo a primeira medida foi aperfeiçoar esse processo e integrar a administração com a
conta do twitter tornando-o automático. Mas somente com essa integração são gerados RSS
que são endereços na internet que servem para monitorar as novidades de um site. Esse
endereço deve ser inscrito em um programa que entenda RSS.
O uso de RSS conseguia suprir a demanda de alimentar o portal e ao mesmo tempo as
mídias sociais, mas também é utilizado uma outra ferramenta do twitter chamada widget que
serve para monitorar palavras chaves que estão sendo postadas no momento.
O widget foi fundamental no período de chuvas usando o twitter
como um buscador de determinadas palavras como chuva e
Fortaleza por exemplo. Então qualquer tweet que tivesse essas duas
palavras na mesma postagem ia ser automaticamente selecionada e
lida. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
Portanto, o editor saberia o que estão comentando sobre os pontos de alagamento,
colisões e etc. e poderia logo postar essas informações naquele momento no qual estão
acontecendo os alagamentos e qualquer evento publicado pelos usuários.
Essas informações se fossem esperar para serem confirmadas por
54
fontes oficiais (AMC) só chegariam no final da tarde onde já não
teriam relevância nenhuma já que os incidentes ocorreram pelo
período da manhã. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
Através das informações filtradas pelo widget do perfil no twitter do jangadeiro online
foi possível se fazer um mapeamento dos pontos de alagamento da cidade e com isso eles
foram listados e postados como colaboração dos seguidores no twitter do perfil do portal.
As informações que recebíamos através do twitter dos seguidores do
portal jangadeiro eram listadas e se dava crédito da fonte. Mas não
somente de fontes do twitter chegavam essas informações, elas
também vinham pelos repórteres que estavam na rua cobrindo
alguma notícia/evento e informavam que trecho 'X' estava alagado.
(Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
As informações que haviam sido recolhidas pelo twitter e pelos repórteres eram
exatamente as mesmas que a AMC publicou horas depois com o balanço oficial de pontos de
alagamentos naquele dia em Fortaleza.
Isso demonstra que usar o twitter como fonte ajuda não só na divulgação de notícias
como serve também como serviço de utilidade pública por ajudar outros cidadãos, que mesmo
não colaborando como fonte podem ter acesso a essa informação.
2.6.2 SEGUNDA FASE
Com o aumento da demanda por causa da expansão das mídias sociais com o twitter e
o facebook, que nos últimos dois anos ganharam um espaço privilegiado de divulgação de
notícias na internet, a função de captura e edição de vídeos foi transferida pra outra pessoa e o
portal passou a ter um editor chefe que realmente era somente editor-chefe de mídias sociais e
não realizava outras funções que não essa.
Portando nessa segunda fase Antino Silva era o editor de mídias sociais não são
somente do portal Jangadeiro Online, mas sim todo o sistema que integra a rádio com a FM
jangadeiro e a TV jangadeiro.
O primeiro passo era saber em que mídias estava o público do portal, por isso foi feita
uma pesquisa de audiência para saber quem era o público do portal e em que mídia social ele
se encontrava justamente para se ter um termômetro de onde divulgar e postar assuntos
relacionados ao portal.
55
Constatou-se que "O público da rádio e da TV está no Orkut, então a gente tem que
trabalhar lá." (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011) e o público do portal se concentra
mais no Twitter e no Facebook. Seria uma analogia as classes A e B e C e D, sendo A e B
portal e C e D TV e FM jangadeiro.
A rádio por ser popular é bastante ouvida nas periferias de Fortaleza
onde o ouvinte que geralmente não tem PC em casa ou se tem não
tem acesso a internet e por isso, acessa a internet de locais públicos.
Esse ouvinte vai à lan house para acessar o orkut e o msn de lá, por
isso a necessidade de se manter uma comunidade no orkut de cada
uma das mídias do sistema. (Antino Silva, depoimento pessoal,
2011).
Portanto o público do Orkut não é o mesmo público do Twitter e do Facebook, lógico
que podem ter usuários que acessem as três mídias mas preferencialmente por questões de
usos é dividido como foi demonstrado anteriormente. Sendo o portal mais divulgado e
acessado pelo Facebook e Twitter, e a rádio e a TV por comunidades no Orkut.
6.2.3 TWITTER
O Twitter é usado para se divulgar as informações que se encontram no portal e é
também fonte de informação como citado anteriormente no caso das chuvas. Outro uso para
incentivar a participação dos usuários é pedindo opiniões sobre alguns temas que estão “em
alta” no momento.
Dependendo do tema o retorno é bom, mas às vezes não precisamos
nem perguntar as pessoas falam por si só, por exemplo, a notícia
sobre a polêmica de derrubar as barracas de praia na Praia do
Futuro; nós colocamos o link com a notícia e recebemos vários
replys com opiniões distintas à favor ou contra. E essa manifestação
é tão pessoal que os usuários falam diretamente com o perfil do
jangadeiro colocando @jangadeiroonline sem ao mesmo citar o link. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
O gerenciamento do Twitter se dá pelo editor das mídias sociais com o uso do tweet
deck uma ferramenta do próprio twitter que permite que se tenha uma plataforma com várias
contas distintas abertas em abas que podem ser gerenciadas ao mesmo tempo.
Com isso o editor pode localizar qualquer tweet que tenha @jangaonline ou aos outros
perfis como o @jangadeirofm88 e o @TVJangadeiroSBT, que são o da rádio e da TV
respectivamente e o especial @JangaEleicoes que funcionou durante as eleições do ano
56
passado (2010).
Figura 15: Perfil no twitter do Portal Jangadeiro online
Através dessa atualização constante de tweets com citações ao Sistema Jangadeiro
podem ser identificadas replys, possíveis fontes e comentários/críticas. E também funciona
como um termômetro de tendências do momento, por exemplo, se assunto “X” estiver sendo
bastante falado naquele momento o editor de mídias sociais avisa ao editor chefe do portal
que decide juntamente com a equipe se o assunto entra ou não no portal.
O mais importante é responder as pessoas, se ela tá perguntando
alguma coisa responder na hora, atendê-la! Porque é isso o mais
interessante essa interação que o twitter proporciona. E mesmo as
reclamações que são poucas são respondidas prontamente para
mostrar que o sistema acolhe e se preocupa com aquela pessoa, para
que ela não sinta que seu comentário foi em vão. (Antino Silva,
depoimento pessoal, 2011).
2.6.4 DA LOCALIZAÇÃO DE FONTES PELAS MÍDIAS SOCIAIS
Dentro da redação do portal se tem uma cultura de mídias sociais, por isso quando os
redatores estiverem pensando numa pauta ou redigindo uma matéria e os produtores,
repórteres e apresentadores fazendo um programa pra TV ou rádio, eles podem de alguma
forma incluir as redes sociais nos seus produtos.
A forma mais utilizada é através da localização de fontes para redatores, produtores e
repórteres que precisam escrever/gravar uma matéria sobre determinado assunto e para isso
57
eles precisam de um personagem para ser sua fonte. Então, a própria equipe da redação, TV
ou rádio se mobiliza através das suas contas de twitter para disseminar a informação e
conseguir localizar a fonte que se precisa.
O Orkut tem um papel fundamental na busca por fontes porque através das
comunidades as fontes já ficam em uma “local” determinado, por exemplo, câncer de mama,
dentro daquela comunidade haverá um grupo de pessoas que já teve ou tem a doença. E elas
podem ser localizadas pela cidade em que moram e, com isso, entrevistadas.
Talvez para TV seja mais complicado porque se precisa daquela
fonte pro mesmo dia ou pro dia seguinte. Mas se você estiver
fazendo uma matéria maior pode-se entrar em contato com a fonte e
ela retorna em um dois dias ou dois meses e você consegue falar
com ela. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
No Facebook, essa localização por fontes é mais difícil pelas próprias características
da rede que dão destaque mais ao usuário e seus amigos do que a que grupo social
(comunidades no orkut) ele pertence. “Existem as fan pages de determinados sites, lojas,
bandas e etc., mas não é a mesma coisa no Orkut é muito mais fácil de achar.” (Antino Silva,
depoimento pessoal, 2011).
Cada um dos produtos do sistema tem uma rede social como cargo chefe, mas isso não
significa que eles não tenham perfis nas outras também, só que tem mais destaque em uma e
não na outra. O da rádio é o Orkut, mas ela também tem um perfil no Twitter porque uma
parte do público está no Twitter. O da TV é o twitter, mas ela também tem uma comunidade
no orkut onde se tem um aviso de que os usuários podem interagir pelo Orkut, mas funciona
de forma mais imediata pelo Twitter, por causa da própria característica da ferramenta que
interage em tempo real na sua timeline.
E a TV além do orkut e twitter tem um canal no youtube que é muito
importante na divulgação do material da Jangadeiro porque mais do
que servir como player para que se possa incorporar os vídeos dentro
das notícias ele serve como forma de divulgar o Sistema. Ás vezes
você faz uma busca no Youtube por um determinado tema e acaba
caindo na página do jangadeiro assistindo um vídeo do portal e
interagindo com o conteúdo do portal mesmo sem acessá-lo. (Antino
Silva, depoimento pessoal, 2011).
58
2.6.5 DA PUBLICAÇÃO DE NOTÍCIAS E PROMOÇÕES NAS MÍDIAS SOCIAIS
Como já foi citado anteriormente as notícias eram postadas manualmente com o título
e o link no Twitter. Depois com a integração das redes, as postagens se deram de forma
automática e são postadas automaticamente no perfil do Twitter e Facebook do portal.
Quem curte a página no Facebook fica recebendo as atualizações do
Jangadeiro Online no seu mural tanto do portal com as notícias
quanto dos vídeos da TV postados no Youtube. Com essa integração
de notícias e vídeos o usuário que curtiu a Jangadeiro tem uma idéia
de tudo que está sendo veiculado no portal através de uma só rede
social. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
Figura 16: Perfil do facebook do Sistema Jangadeiro de Comunicação
O perfil do jangadeiro no Facebook não é somente do portal, mas sim de todo o
Sistema Jangadeiro de Comunicação.
As notícias vêm em formato de RSS por isso seria redundante que a
atualização do twitter também entrasse no mural do facebook do
usuário. Portando para quem acompanha o portal pelo facebook sabe
que se quiser ter uma interação maior com o portal é só acessar o
twitter. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
As promoções são feitas em sua maioria no twitter por ser mais fácil que o facebook
justamente pela interação rápida com os usuários e o uso do “sortei-me”, programa que sorteia
automaticamente quem divulgou aquela promoção.
59
Figura 17: Promoção de ingressos no twitter do jangaonline
Figura 18: Resultado da promoção
Até agora só foi feita uma promoção pelo Facebook que era um
concurso cultural onde os usuários tinham espaço para falar o que
gostam em Fortaleza e o comentário mais curtido ganhava como
prêmio um MP4. Os primeiros colocados tiveram uma pontuação
próxima então foi bastante concorrido e muitas frases foram
comentadas na promoção mostrando que a interação também é
possível pelo Facebook, mas é bem menor do que no Twitter que
tem vantagem por ser em tempo real. (Antino Silva, depoimento
pessoal, 2011).
60
3. ESTUDO DE CASO DO PORTAL JANGADEIRO ONLINE
Após as discussões teóricas sobre as práticas do jornalismo na internet e a
apresentação do portal Jangadeiro Online, foi escolhido como amostragem da semana de 16-
22 de Maio para analisar, categorizar e criticar o portal dentro de cada uma das categorias do
Jornalismo praticado na internet: Jornalismo Online, Digital e Ciberjornalismo.
3.1 DO JORNALISMO ONLINE
O Jornalismo Online é praticado dentro do portal Jangadeiro Online quando as notícias
veiculadas na TV Jangadeiro são transcodificadas para dentro do portal na seção de vídeos.
Os programas publicados no portal são “Jornal Jangadeiro” 1º e 2º edição (de 4-7
postagens por dia) e seu quadro “Agenda cultural” (1 postagem as sextas) veiculado todas as
sextas-feiras, “Barra Pesada” (3 postagens por dia) veiculado diariamente, “Jangadeiro
Esporte Clube (de 1-3 postagens por dia)” veiculado diariamente e seu quadro “Seu Tarcísio e
o jumentos remela (2 postagens por semana)” veiculado as quartas e quintas com os palpites
dos jogos do Campeonato brasileiro, “Gente na TV” (3 postagens por dia) veiculado de
segunda à sexta e o “Giro das ruas” veiculado apenas nas segundas com 2 postagens.
As publicações no portal obedecem a uma ordem de postagens porque são postados à
medida que são veiculados na TV, a ordem é: “Jangadeiro Esporte Clube”, “Barra Pesada”,
“Jornal Jangadeiro” e “Gente na TV” que são postados em ordem cronológica inversa dentro
dos padrões dos blogs.
Figura 19: Exemplo de vídeo transcodificado da TV pro portal
61
Os programas não são postados na íntegra em apenas um vídeo, eles são divididos de
acordo com seus blocos ou matérias, por isso os programas veiculados diariamente têm em
média três postagens para compor um programa. E os quadros como “Seu Tarcísio” do
“Jangadeiro Esporte Clube” e o “Agenda Cultural” do “Jornal Jangadeiro” tem apenas um
vídeo por serem quadros veiculados dentro dos programas, duas e uma vez na semana
respectivamente.
Os vídeos antes de serem incorporados dentro do portal são postados no canal do
jangadeiro online no Youtube, o canal existe desde Outubro de 2009, já teve 62191 exibições
do canal e 4198907 de vídeos, contando com 676 inscritos.
(http://www.youtube.com/user/jangadeiroonline, acessado em 28 de Maio de 2011)
Figura 20: Canal no Youtube do jangadeiro online
A duração dos vídeos varia de acordo com o programa, os do “Jornal Jangadeiro” tem
uma duração média de 2 a 3 minutos que é o tempo de cada matéria e seu quadro “Agenda
cultural” com média de 2 minutos, os do “Barra Pesada” são mais extensos tendo entre 8 a 14
minutos e meio, o “Gente na TV” são os que mais variam de todos são entre 3 a 14 minutos,
Jangadeiro Esporte Clube” 2 a 5 minutos e o quadro “Seu Tarcísio” de 1 a 2 minutos e meio.
Outra manifestação de Jornalismo Online no portal é a primeira notícia do dia que é
postada no “Blog da Janga” com a digitalização das capas dos principais Jornais de Fortaleza
que são: “O Povo”, “Diário do nordeste” e “O Estado” com suas respectivas manchetes e
leads linkadas para seus respectivos portais. “A nossa primeira postagem do dia são as capas
dos principais jornais de Fortaleza para quem tiver interesse.” (Moema Soares, depoimento
62
pessoal, 2011).
Figura 21: Destaques dos jornais do dia com manchetes e leads
Figura 22: Destaques dos jornais do dia com a digitalização das capas
3.2 DO JORNALISMO DIGITAL
O Jornalismo digital diferentemente do On line não tentou somente transcodificar o
conteúdo do impresso, mas sim exercer a atividade jornalística na internet, postando conteúdo
escrito em uma nova linguagem para web e com consequentes características inerentes.
Suas características são: “(...) hipertextualidade, multimidialidade, interatividade,
personalização, atualização contínua e memória. Incluo também a hipermobilidade e a
63
transmídia, mais algumas propriedades do jornalismo on-line.” (PRADO, 2010, p 31).
O Jornalismo digital dentro da lógica da web 2.0 é praticado no portal Jangadeiro na
seção de blogs que são: “Jangadeiro Esporte Clube”, “Seu Tarcísio”, “Politika com K”, “Pra
elas” e o “Blog da janga”.
Durante o recorte de uma semana escolhido entre os dias 16 à 23 de Maio de 2011 a
frequência de postagem foi: “Jangadeiro Esporte Clube” com 69 postagens, “Seu Tarcísio”
com 2 postagens, “Politika com K” com 68 postagens, “Pra elas” com 5 postagens e o
“Blog da janga” com 41 postagens .
O Blog “Pra elas” não possui vídeos de programas da programação da TV Jangadeiro
porque não há um programa na grade, mas são usadas imagens e vídeos para ilustrar os posts
que são assinados pelas autoras, o que é uma das características do jornalismo digital na web
2.0
O Blog do “Seu Tarcísio” é uma seção do “Jangadeiro Esporte Clube” porque ele é um
quadro dentro do programa de TV do mesmo nome, possuindo apenas duas postagens por
semana uma que antecede o jogo das quartas-feiras do campeonato brasileiro com o palpite do
personagem Seu Tarcísio e a outra que comenta o resultado do jogo.
O Blog “Jangadeiro Esporte Clube” tem em seus posts vídeos do programa de mesmo
nome na TV jangadeiro e notícias relacionadas a esporte.
No “Blog da Janga” são postados vídeos da programação da TV Jangadeiro e também
do SBT, opinião, charges, as capas dos jornais do dia, notícias e assuntos relacionados à
equipe do portal como curiosidades, prêmios, eventos, contratações e etc.
Todos os blogs possuem textos curtos obedecendo a lógica do jornalismo online com
no máximo quatro parágrafos, uso de redes sociais com twitter, orkut, facebook, espaço para
comentários, multimidialidade, atualização contínua e memória.
“Os blogs refletem a liberação do pólo da emissão característico da cibercultura.
Agora, todos podem (com mínimos recursos) produzir e circular informação sem pedir
autorização ou o aval a quem quer que seja (barões das indústrias culturais, intelligentsia,
governos...).” (RECUERO, 2009).
Os blogs deveriam ser um espaço de atuação dos jornalistas fora dos espaços
tradicionais das mídias, mas no Jangadeiro online eles fazem parte do portal como qualquer
outra seção e obedece assim a mesma linha editorial do portal.
Como nos blogs não há interação com os leitores através dos comentários essa prática
64
pode ser considerada uma prática convencional do jornalismo na internet. A única interação
que há são as das redes sociais que permitem compartilhar e comentar aquele post em cada
uma das redes.
Os leitores até comentam alguns posts dos blogs, mas não houve resposta da redação
ou do responsável pelas postagens. Em um comentário o leitor se dirigiu diretamente a Késia
que assina o blog “Polítika com K”, mas não ouve um reply em seguida.
Figura 23: comentários no blog “Polítika com K”
O que é uma falha uma vez que os blogs são justamente o espaço para isso, não é
como o fluxo de notícias dentro de um portal que tem características impessoais por serem
produzidos por uma equipe de redação, os blogs vem carregado de características pessoais por
serem assinados e são menos rígidas, mais leves, até pelo próprio formato do texto mais curto
e menos formal.
Dentro do portal não há grande interação de comentários, críticas, denúncias e
colaborações dos leitores, por exemplo, no blog “Pra elas” durante a semana selecionada só
houve dois comentários. E os blogs deveriam ser justamente esse espaço para os leitores
comentarem por na teoria terem um pouco mais de liberdade editorial.
O Portal Jangadeiro deveria aproveitar esse espaço para responder os comentários e
até acrescentá-los nas próprias postagens, se relevantes eles forem, dando mais destaque a
essas participações. As interações ocorrem de forma mais assídua e bilateral dentro das redes
sociais, mas elas se encaixam na próxima categoria a de ciberjornalismo.
3.3 DO CIBERJORNALISMO
O ciberjornalismo é uma atuação não convencional do jornalismo na rede que pode ser
exemplificada pelo uso de redes sociais. No Portal jangadeiro Online são usados Orkut,
65
twitter Facebook.
3.3.1 ORKUT
O Orkut é uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de Janeiro de 2004 com o
objetivo de ajudar seus membros a conhecer pessoas e manter relacionamentos. Seu nome é
originado no projetista chefe, Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google.
Rede on-line de relacionamentos sociais que permite que cada membro tenha um
perfil, onde pode integrar comunidades com interesses específicos e se comunicar com outros
membros. A rede se popularizou no Brasil em 2004.
O Orkut é a mais antiga rede social do portal e possui um perfil do Jangadeiro Online
(194 pessoas como amigos), uma comunidade (1453 amigos) e comunidades relacionadas
como: a “TV jangadeiro” (1034 amigos), “Jornal Jangadeiro” (178 amigos) e o “Jangadeiro
Esporte Clube” (126 amigos).
Nenhum post ou scrap recente foi atualizado no perfil e a última enquete da
comunidade foi fechada em 31 de Dezembro de 2009, mostrando que essa rede encontra-se
inativa e as interações ocorrem nas outras redes como o twitter e o facebook. As comunidades
relacionadas não possuem enquetes salvo spams.
Essa inatividade se dá pela opção do grupo Jangadeiro de migrar para outras redes
como o Twitter e Facebook e não mais investir em atualizar o Orkut. O que é um tanto
contraditório porque o Sistema Jangadeiro tem uma grande audiência popular tanto na TV
com o “Barra Pesada” quanto na rádio FM Jangadeiro, e esse público específico usa o Orkut
como rede social.
Figura 24: Enquete na Comunidade do Orkut do portal jangadeiro
Na página do Jangadeiro Online no Orkut na descrição é apresentado “um portal de
notícias que vem se destacando no cenário local por ficar atento às principais novidades da
66
cidade de Fortaleza, do Brasil e do mundo.” (perfil do jangadeiro online no Orkut acessado em 30 de
maio de 2011)
Figura 25: Profile do portal jangadeiro no Orkut
No perfil são “linkados” os outros espaços que o portal ocupa na internet como o
próprio portal www.jangadeiroonline.com.br, o Twitter: @JangaOnline e @JangEsporteClub
e o Facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100000080203093. E também
sugerem que os leitores mandem suas sugestões de pauta, crítica ou elogio através do e-mail
O perfil do Orkut existe para atender a demanda de um público específico das
periferias que ainda acessa, mas as interações ocorrem atualmente de forma mais eficaz nas
outras redes que são o twitter e o facebook, até pelo próprio desuso corrente do Orkut.
A rádio por ser popular é bastante ouvida nas periferias de Fortaleza
onde o ouvinte que geralmente não tem PC em casa ou se tem não
tem acesso a internet e por isso, acessa a internet de locais públicos.
Esse ouvinte vai à lan house para acessar o orkut e o msn de lá, por
isso a necessidade de se manter uma comunidade no orkut de cada
uma das mídias do sistema. (Antino Silva, entrevista pessoal, 2011).
3.3.2 FACEBOOK
Facebook é uma rede social, foi fundado por Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz,
Eduardo Saverin e Chris Hughes, ex-estudantes da Universidade Harvard. Seu lançamento
ocorreu em 4 de fevereiro de 2004.
67
Usuários criam perfis que contêm fotos e listas de interesses pessoais, trocando
mensagens privadas e públicas entre si e participantes de grupos de amigos. A visualização de
dados detalhados dos membros é restrita para membros de uma mesma rede ou amigos
confirmados.
O Facebook é a página mais recente do portal e possui um perfil que integra também
as outras redes sociais do Portal.
Figura 26: Profile do portal jangadeiro no Facebook
Para receber o feed de notícias do portal no facebook primeiro é preciso curtir o
profile do portal, sem curtir só podem ser acessadas as informações básicas do perfil. No total,
786 pessoas já curtiram até o momento (30 de Maio de 2011).
As postagens são feitas automaticamente pelo administrador de redes sociais do portal,
Antino Silva, que usa o programa “RSS Graffiti” para periodicamente checar se o RSS do
portal tem algum novo post, para cada nova entrada ser postada também no mural do
facebook.
Figura 27: Exemplo de post e “curtir” no Facebook
68
As notícias são postadas com o título, imagem (somente em algumas) e o texto da
matéria com um link abaixo para ler mais, e são todas de fonte do portal com o horário da
publicação.
Há as opções de curtir, comentar e compartilhar a notícias. Durante o período de uma
semana analisado a notícia que teve mais “curtir” foi curtida por três pessoas.
Ao compartilhar uma notícia o usuário pode escolher se quer compartilhá-la no seu
próprio mural, no mural de um amigo, em um grupo ou em uma mensagem privada e também
há espaço para um comentário ao compartilhá-la.
Figura 28: Exemplo de compartilhar uma notícia no Facebook
Há espaço para comentários, mas eles ocorrem em média de duas a três vezes por dia
geralmente pelos mesmos leitores (nomes ocultados por questões de privacidade) e não há
respostas por parte do gerenciador do perfil.
Figura 29: Exemplo de comentário no Facebook
Durante a semana escolhida como recorte para estudo foram: 69 postagens dia 16; 77
69
dia 17; 76 dia 18; 73 dia 19; 75 dia 20; 65 dia 21e 25 dia 22 de Maio.
A mesma contagem foi feita nos tweets do Twitter e os números de postagens só
coincidiram em dois dias o dia 16 e 17 de Maio, mostrando que não há uma sincronia nas
postagens das duas redes.
As notícias vêm em formato de RSS por isso seria redundante que a
atualização do twitter também entrasse no mural do facebook do
usuário. Portando para quem acompanha o portal pelo facebook sabe
que se quiser ter uma interação maior com o portal é só acessar o
twitter. (Antino Silva, depoimento pessoal, 2011).
Mesmo com a desativação do Orkut por parte do administrador de redes sociais do
Perfil, o Facebook não é usado de forma mais assídua na interatividade com os leitores, como
isso poderia ocorrer é respondendo aos comentários.
Mas na verdade o facebook é usado como uma espécie de RSS que transcodifica as
notícias do portal para seu perfil e não há nenhum tipo de interação do portal, salvo as
promoções. A única rede social ao qual há interação real e instantânea com os leitores é o
twitter.
Figura 30: Exemplo de promoção no Facebook
3.3.3 TWITTER
Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usuários
enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres,
conhecidos como "tweets"), por meio do website do serviço, por SMS e por softwares
específicos de gerenciamento.
As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também
enviadas a outros usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las. As atualizações
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de um perfil ocorrem por meio do site do Twitter, por RSS, por SMS ou programa
especializado para gerenciamento.
Desde sua criação em 2006 por Jack Dorsey, o Twitter ganhou extensa notabilidade e
popularidade por todo mundo. Algumas vezes é descrito como o "SMS da Internet".
O perfil do @jangaonline tem 7781 seguidores, segue 156 pessoas e tem mais de 45
mil tweets e é a ferramenta mais utilizada nos critérios de interatividade do Ciberjornalismo.
Também possui perfil de outros produtos do Sistema, como: @jangaesporteclube,
@jangadeirofm88 e o @TVJangadeiroSBT e o especial @JangaEleicoes que funcionou
durante as eleições do ano passado (2010).
No perfil, são postadas as notícias que entram no portal de todas as editorias, são
citados os outros perfis do Sistema com o uso de RT (citações), são realizadas promoções e
são anunciados mudanças no portal. Os tweets se compõem pela estrutura: nome da editoria,
manchete, link para as notícias.
O Twitter do Portal Jangadeiro não é usado como pílulas de notícias sendo atualizadas
à medida que se checam as informações como fazem alguns perfis de outros portais. Só é
postada a notícia quando ela já se encontra postada no portal na íntegra e os acréscimos que
são feitos, quando feitos, também dentro do portal com o horário da última atualização.
Durante a semana analisada entre 16-23 de Maio foram: 78 tweet no dia 16; 77 dia 17;
76 dia 18; 82 dia 19; 83 dia 20; 28 dia 21 e 24 dia 22. Sendo uma média de quatro a cinco
tweets por hora, frequência essa que só diminui nos fins-de-semana por causa dos plantões.
As contagens do twitter e facebook de postagens só coincidiram nos dias 16 e 17 de Maio
com 69 e 77 postagens respectivamente, como anteriormente citadas.
Qualquer usuário que tenha conta no twitter pode mandar um reply ao perfil do
@jangaonline com algum questionamento, dúvida ou denúncia; e na hora que é mandando
esse reply aparece no sistema do administrador que o @jangaonline ou qualquer outro perfil
relacionado ao Sistema foi citado na rede e assim pode ser lido pelo editor.
Figura 31: Exemplo reply de leitor no twitter
O perfil do @jangaonline também manda replys interagindo assim com seus
seguidores respondendo a dúvidas, anunciando que horas vão ser os sorteios e os ganhadores
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das promoções ou até mesmo interagindo diretamente com todos os seguidores com o tweet
de uma pergunta como, por exemplo: “Quem que ir ao Circo Tayane hoje?”, como uma forma
de incentivar nas promoções e interatividade dos seguidores.
Figura 32: Exemplo reply do administrador twitter
O twitter é a ferramenta que mais interage com os leitores porque nele qualquer
usuário pode mandar seu reply e o portal filtra toda e qualquer citação do Sistema jangadeiro
na rede. As citações são feitas de forma direta com resposta em tempo real para as
informações e dúvidas dos leitores.
Diferentemente do facebook que funciona como um feed de notícias com espaço para
comentários e “curtir”, mas sem nenhuma resposta para os mesmo. Tendo o máximo de
interação o compartilhamento daquela notícia com seus amigos no próprio facebook.
Portanto, das ferramentas das redes sociais usadas pelo Sistema Jangadeiro Online a
que mais se adéqua dentro das categorias de ciberjornalismo com mais características do
mesmo é o Twitter por causa da sua interatividade com os leitores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Para entender a atuação do Portal Jangadeiro Online primeiro foi preciso
contextualizar o surgimento da prática do jornalismo na internet, suas características e
evolução. Para depois categorizarmos o Portal dentro de cada uma das categorias que existem
de Jornalismo, praticadas na rede, que são: Jornalismo Online, Jornalismo Digital,
Ciberjonalismo e Redes Sociais.
Esta pesquisa apresentou o Portal Jangadeiro Online em todas suas editorias, seções e
categorias dentro do Jornalismo Online. Apresentando-o desde sua fundação, a experiência
com a cobertura das eleições, que foi decisiva para a continuação do projeto de um portal de
notícias, e sua fase atual. Mostrou suas formas de interação com os leitores através das redes
sociais interligadas ao portal, assim como suas falhas dando sugestões para melhorias.
O Jornalismo Online continua sendo praticado no Portal quando as notícias publicadas
na TV são transcodificadas para o portal. Essa é uma forma de migrar a audiência conquistada
na TV a reboque para o portal.
O Jornalismo Digital é uma característica muito forte nos blogs por eles serem um
espaço de atuação alternativo para os jornalistas que não necessariamente precisam seguir
uma linha editorial dentro dos seus blogs, o que sugere independência e um espaço de maior
articulação do que eles teriam dentro dos veículos o qual trabalham.
No portal Jangadeiro Online existem blogs em formato e linguagem de blogs, mas só
isso porque os jornalistas o assinam não significa que eles possuem liberdade para escrever
independentemente do portal. Pelo contrário, os blogs acabaram se tornando institucionais
porque não são uma manifestação dos próprios jornalistas e sim da linha editorial da
instituição.
O ciberjornalismo está nas redes sociais que deveriam ser um espaço de
relacionamento direto com os leitores, mas contraditoriamente não há grande interação, salvo
as promoções no Twitter e Facebook onde são trocadas mensagens com informações como
email do ganhador para posterior contato e entrega do prêmio.
O uso do Facebook como RSS das notícias publicadas no portal sem usar a ferramenta
de comentários é um desperdício do potencial da rede que poderia ser muito melhor
aproveitado se os comentários fossem respondidos pelo próprio editor chefe ou um
moderador.
Durante a análise do Twitter foi constatado que os leitores que seguem o @jangaonline
podem mandar um reply com qualquer informação que seja relevante para o portal, como foi
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mostrado no tópico sobre as redes sociais.
Porém, esse espaço de interação proporcionado pelas redes sociais não significa a
apuração do fato e muito menos a publicação do mesmo. Tudo que é postado nas redes com
menção a algum produto do Sistema Jangadeiro passa primeiro pelo filtro do editor chefe
Antino Silva e só depois vai para os outros filtros com as discussões de pauta com o editor
chefe do portal e o coordenador.
As interações ocorrem de forma bilateral, mas com eficiência somente no Twitter. Por
que usar apenas uma rede quando se tem perfil do portal em outras duas redes? Quanto maior
a interação do portal em diversas redes mais segmentos de público ele alcança, o que gera
melhoria considerável na sua audiência.
Não é só ter perfis do portal em várias redes que faz com que ele esteja presente nas
redes sociais é sua atuação, constante atualização e interação que faz com que ele esteja
presente. No Orkut, por exemplo, com a inativação da conta não é possível nenhuma espécie
de interatividade e não se podem mais abrir enquetes ou postar comentários desde Dezembro
de 2009.
E o Facebook somente sendo atualizado com os RSS do portal não caracteriza o uso
dele como ferramenta de rede social uma vez que a interatividade que poderia ocorrer com os
comentários, que mostram uma real interação com o leitor, não acontece. E é justamente nesse
espaço que o leitor pode publicar sua opinião sobre a notícia e não apenas “curtir” ou “não
curtir” o comentário.
Portanto, apesar das falhas apontadas principalmente na interatividade com os seus
leitores em suas redes sociais, o Portal Jangadeiro Online está entre os maiores portais de
notícias do estado do Ceará e contribui para a publicação de notícias com foco em notícias
locais e de atualização contínua com o intuito de deixar o leitor sempre informado sobre o
factual.
Durante o desenvolvimento da pesquisa houve uma mudança na editoria de esportes
de Jangadeiro Esporte Clube para Esporte na rede com Jussie Cunha, porém como o recorte
de uma semana selecionado não cobriu essa mudança não foi necessário estudá-lo.
É importante salientar que os entrevistados que me concederam as entrevistas em
depoimentos pessoais ou por email, não puderam me dar acesso a um dado muito importante:
o número de acessos diários do portal, o que me impediu de aprofundar meus estudos
comparando-o com outros portais de notícias do Estado.
Mas acredito que a análise do portal Jangadeiro Online contribuiu para os estudos do
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jornalismo praticado na internet e do jornalismo nos portais de notícias do Ceará, e pode ser
de utilidade para os próximos estudos na área.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e
Sociedade, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital, São Paulo: Editora Contexto, 2003.
MOHERDAUI, Luciana. Guia de estilo Web, São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2000.
PALACIOS, Marcos. Jornalismo Online, Informação e Memória: Apontamentos para debate,
2002. disponível em: http://www.eca.usp.br/pjbr/arquivos/artigos4_f.htm, acessado em 12 de
Junho de 2011.
PRADO, Magaly. Webjornalismo, São Paulo: Editora LTC, 2010.
PEREIRA, Iury; RODRIGUES, Reinaldo; MARANGONI, Renato; Webjornalismo: Uma
reportagem sobre a prática do jornalismo online, 2. Ed, São Paulo: Editora webjornalismo,
2002.
PINHO, J. B. Jornalismo na internet: Planejamento e Produção da Informação On-line, São
Paulo: Summus Editorial, 2003.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet, PortoAlegre, Editora Sulina, 2009.
_________ Blogs.com, 2009, disponível em http://www.sobreblogs.com.br/blogfinal.pdf, acessado em 13 de Maio de 2011.
WOLTON, Dominique. E depois da internet ? Uma teoria crítica das novas mídias, Algés:
Difel, 2000.
Entrevistas:
Antino Silva, editor- chefe de mídias sociais do Sistema Jangadeiro
Dilson Alexandre, ex-coordenador do Portal Jangadeiro
Marco da Escóssia, atual coordenador do Portal Jangadeiro
Moema Soares, gerente de Jornalismo do Sistema Jangadeiro
Thiago Sampaio, editor-chefe do Portal Jangadeiro