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Mestrado em ciências da comunicação Estudos de Média e jornalismo Consumo de notícias online em jovens universitários-Estudo de caso dos estu- dantes de ciências da comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto Diogo Manuel Santos Rodrigues Barbosa M 2019

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  • Mestrado em ciências da comunicação

    Estudos de Média e jornalismo

    Consumo de notícias online em jovens universitários-Estudo de caso dos estu-dantes de ciências da comunicação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    Diogo Manuel Santos Rodrigues Barbosa

    M 2019

  • 2

    Diogo Manuel Santos Rodrigues Barbosa

    Consumo de notícias online em jovens universitários-Estudo

    de caso dos estudantes de ciências da comunicação da

    Faculdade de letras da Universidade do Porto

    Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em ciências da comunicação, orientada

    pelo Professor Doutor Hélder Bastos.

    Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    setembro de 2019

  • 3

    Consumo de notícias online em jovens universitários-

    Estudo de caso dos estudantes de ciências da comunicação

    da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    Diogo Manuel Santos Rodrigues Barbosa

    Dissertação realizada no âmbito do Mestrado em ciências da comunicação, orientada

    pelo Professor Doutor Hélder Bastos

    Membros do Júri

    Professora Doutora Emília Costa

    Faculdade de Belas Artes - Universidade Do Porto

    Professor Doutor Paulo Frias

    Faculdade de Letras – Universidade do Porto

    Professor Doutor Hélder Bastos

    Faculdade de Letras- Universidade do Porto

    Classificação obtida: 14 valores

  • 4

    Índice Geral

    Índice de Tabelas ............................................................................................................ 6

    Índice de Gráficos ........................................................................................................... 7

    Declaração de honra ....................................................................................................... 8

    Agradecimentos .............................................................................................................. 9

    Resumo .......................................................................................................................... 10

    Abstract ......................................................................................................................... 11

    Introdução ..................................................................................................................... 12

    Capítulo I ....................................................................................................................... 14

    1.1 - Resumo da história da Internet .......................................................................... 14

    Capítulo II ..................................................................................................................... 16

    2.1 - O ciberjornalismo e a leitura de Jornais Online ................................................ 16

    2.2 - Os principais temas de interesse nos jornais online .......................................... 19

    2.3 - As assinaturas em jornais online ........................................................................ 20

    2.4 - As características dos jornais online.................................................................. 21

    2.4.1 - Hipertextualidade ......................................................................................... 21

    2.4.2 - Multimedialidade ......................................................................................... 23

    2.4.3 - Interatividade ............................................................................................... 23

    2.4.4 - Memória ....................................................................................................... 24

    2.4.6 - Instantaneidade ............................................................................................ 24

    2.4.7 - Ubiquidade ................................................................................................... 25

    2.4.8 - Personalização.............................................................................................. 25

    Capítulo III .................................................................................................................... 27

    3.1 - As redes sociais como fontes de notícias ............................................................ 27

    3.2 - As diferentes redes sociais .................................................................................. 28

    3.2.1 - Facebook ...................................................................................................... 28

    3.2.2 - Instagram...................................................................................................... 28

    3.2.3 - Twitter .......................................................................................................... 29

    3.2.4 - YouTube ...................................................................................................... 30

    3.2.5 - Linkedin ....................................................................................................... 30

    3.3 - Sobre as ações de partilha de notícias online .................................................... 30

    3.4 - Verificar as fontes em notícias online ................................................................ 31

    Capítulo IV .................................................................................................................... 33

    4.1 - Metodologia ........................................................................................................ 33

    4.2. - Instrumentos ...................................................................................................... 35

    Instrumentos de Avaliação ...................................................................................... 35

  • 5

    4.3 - Procedimentos .................................................................................................... 35

    Procedimentos de recolha de dados ........................................................................ 35

    Procedimentos de análise dos dados ....................................................................... 36

    4.4. - Amostra .............................................................................................................. 36

    Capítulo V ..................................................................................................................... 38

    5.1 - Apresentação e discussão de resultados ............................................................ 38

    5.2 - Cruzamento de Variáveis.................................................................................... 46

    5.3 - Discussão de resultados ..................................................................................... 54

    Conclusões ..................................................................................................................... 57

    Bibliografia .................................................................................................................... 60

    Apêndices ....................................................................................................................... 66

    Questionário ............................................................................................................... 66

  • 6

    Índice de Tabelas

    Tabela 1: Distribuição das variáveis sociodemográficas ................................................ 37

    Tabela 2: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “costuma ler jornais

    online?” ........................................................................................................................... 46

    Tabela 3: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “com que frequência lê

    jornais online”................................................................................................................. 47

    Tabela 4: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “nos jornais online, lê

    mais sobre que temas?” .................................................................................................. 48

    Tabela 5: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e as questões “tem alguma

    assinatura em jornais online?” e “pagaria uma assinatura em jornais online?” ............. 49

    Tabela 6: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão “quais as

    características dos jornais online mais relevantes para si?” ........................................... 50

    Tabela 7: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão ...................... 50

    Tabela 8: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão ...................... 51

    Tabela 9: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão “tem “Gosto”

    em alguma página de jornal no Facebook?” ................................................................... 51

    Tabela 10: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão “tem como

    hábito partilhar noticias nas redes sociais?” ................................................................... 52

    Tabela 11: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão .................... 52

    Tabela 12: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão .................... 53

    Tabela 13: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e a questão .................... 53

    file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131555file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131555file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131559file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131559file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131561file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131562file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131562file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131564

  • 7

    Índice de Gráficos

    Gráfico 1: Quantas horas por dia navega na internet...................................................... 38

    Gráfico 2: Costuma ler jornais online............................................................................. 38

    Gráfico 3: Frequência de leitura de jornais online ......................................................... 39

    Gráfico 4: Assuntos mais lidos ....................................................................................... 39

    Gráfico 5: Assinatura em jornais online ......................................................................... 40

    Gráfico 6: Pagar para ter informações personalizadas na internet ................................. 40

    Gráfico 7: Características dos jornais online mais relevantes ........................................ 41

    Gráfico 8: Altura do dia de maior consulta de notícias online ....................................... 41

    Gráfico 9: Utilização de redes sociais para estar informado .......................................... 42

    Gráfico 10: Redes sociais mais utilizadas para estar informado .................................... 42

    Gráfico 11: Hábito de partilhar notícias nas redes sociais .............................................. 43

    Gráfico 12: Hábito de confirmar as fontes nas notícias online....................................... 43

    Gráfico 13: Meio de comunicação que confiam mais .................................................... 44

    Gráfico 14: Meio de comunicação em que confiam menos ........................................... 44

    Gráfico 15: O que capta mais atenção online ................................................................. 45

    Gráfico 16: A internet mudou os hábitos de leitura........................................................ 45

    file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131602file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131603file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131604file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131606file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131607file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131608file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131609file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131610file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131611file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131612file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131613file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131614file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131615file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131616file:///C:/Users/ritap/Desktop/Dissertação_%20Diogo%20Barbosa%20-%20.odt%23_Toc19131617

  • 8

    Declaração de honra

    Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro

    curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores

    (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e

    encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo

    com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-

    plágio constitui um ilícito académico.

    Porto, 10 de setembro de 2019

    Diogo Manuel Santos Rodrigues Barbosa

  • 9

    Agradecimentos

    “Nunca se vence uma guerra lutando sozinho”

    Raul Santos Seixas (1945-1989)

    Aos meus pais, pelo apoio e incentivo a todos os níveis, por acreditarem no meu potencial

    e incentivarem à realização deste mestrado.

    A todos os professores, em especial ao orientador deste trabalho, Professor Doutor Hélder

    Bastos, pelo apoio e disponibilidade no processo de realização da tese.

    À Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pela oportunidade de realizar este

    mestrado.

    Aos meus colegas de turma, uma peça fundamental na minha integração desde o início

    até ao fim.

  • 10

    Resumo

    Com o avanço da tecnologia e principalmente da internet, o consumo de

    informação por parte da sociedade viu-se alterado e hoje em dia esta ferramenta é um dos

    principais motores de busca. Assim, a área do jornalismo foi obrigada a adaptar-se à

    tecnologia. O principal objetivo deste estudo era compreender os hábitos de leitura e

    analisar o consumo de notícias por parte dos jovens universitários. Para tal, foi utilizado

    o inquérito por questionário para a recolha de dados. A amostra total foi constituída por

    72 participantes, dos quais a maioria era do sexo feminino, frequentava a Licenciatura,

    nomeadamente o 2º ano do Curso de Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras

    da Universidade do Porto, seguindo-se os participantes do 3º ano do curso. Os

    participantes tinham idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos. Da análise realizada

    conseguiu-se perceber que a maioria dos jovens da amostra costuma ler jornais online, a

    facilidade e a comodidade propicia esta nova geração a consultar o meio digital em

    qualquer parte e a qualquer hora. Apesar disso, verificou-se que a maioria dos jovens não

    tem nenhuma assinatura online. Quando foram questionados sobre se estariam dispostos

    a pagar para ter informações personalizadas voltaram a responder de forma negativa. Os

    jovens valorizam o facto de existir uma vasta quantidade de informação gratuita na

    internet e não sentem a necessidade de pagar para receberem informações adicionais.

    Palavras-chave: notícias; jovens; jornais online; redes sociais; hábitos de leitura

  • 11

    Abstract

    With the development of technology and especially the internet, the consumption

    of information by society has changed and today this tool is one of the main search

    engines. Thus, journalism was forced to adapt to technology. The main goal of this study

    was to understand reading habits and analyze news consumption by young college

    students. For this, we used the questionnaire in order to collect information .A total

    sample was defined by 72 participants, most of them female, attending Bachelor Degree,

    including the 2nd year of Communication Sciences at Faculty of Letters at the University

    of Porto, followed by participants of the 3rd year of the course. Participants were between

    18 and 29 years old. The analysis realized that most young people use online newspaper

    samples, a facility and convenience that this new generation should consult or digital

    anywhere and anytime. Nevertheless, it was found that most young people do not have

    an online subscription. When asked if they would be willing to pay for personalized

    information aimed at negative responses. Young people value the fact that there is a large

    amount of free information on the Internet and do not feel the need to pay to receive

    additional information.

    Keywords: news; young people; online newspapers; sociais networks, reading habits

  • 12

    Introdução

    Com o aparecimento das novas tecnologias de informação e comunicação,

    principalmente da internet, o jornalismo sofreu alterações nos processos de produção e

    difusão jornalística.

    Atualmente, recorremos à internet para pesquisar sobre todas as informações que

    necessitamos e, neste sentido, é importante compreender o impacto que este meio causou

    nos hábitos de leitura e consumo de notícias.

    Os media tiveram a necessidade de acompanhar a evolução tecnológica, visto que

    a comunicação entre estes e os leitores estava a ficar ultrapassada. Assim, a web 2.0

    desenvolveu novas ferramentas que permitiram aos utilizadores uma maior interação e

    partilha de informação na rede.

    Com a evolução tecnológica verificou-se um aumento no consumo de informação

    online, os meios de comunicação perceberam que a era digital podia ser o futuro do ramo

    e começaram a investir.

    Ao longo da revisão bibliográfica destacamos os jornais online como um meio de

    comunicação social. Foram apresentadas todas as características dos mesmos, os temas

    mais lidos e até a frequência de leitura. Assim, recorreu-se a obras de autores como Bastos

    (2010), Pedro Jerónimo (2013), Zamith (2008,2011), Pavlik (2011), Canavilhas (2016),

    Salaverria (2005), Requero (2009), Zago (2012), entre outros. Também são abordadas as

    redes sociais como fontes de notícias, uma vez que estas têm a capacidade de partilhar

    informação e aumentar o tráfego noticioso.

    Foi possível elaborar uma pesquisa de campo com uma amostra de setenta e dois

    alunos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto: 50 estudantes que frequentavam

    a Licenciatura em Ciências da Comunicação e 22 que frequentavam o mestrado na mesma

    área.

    O método utilizado foi o quantitativo através de questionário. Foram partilhados

    por email entre os dias 3 de junho de 2019 até ao dia 17 de junho de 2019 e para a

    apresentação dos dados recorreu-se ao uso de tabelas e gráficos, com os dados estatísticos

    antecedidos de análise.

    O objetivo principal desta pesquisa foi compreender os hábitos de leitura e analisar

    o consumo de notícias por parte dos jovens universitários. Deste modo, fixou-se como

    pergunta de partida: “De que forma os jovens universitários consomem noticias online?”.

    Surgiram cinco hipóteses, passíveis de serem confirmadas ou refutadas:

  • 13

    • H1- O jovem universitário tem na maioria hábitos de leitura de jornais online com

    uma frequência superior a 4 vezes por semana;

    • H2-Os jovens universitários preferem temas ligados ao entretimento e

    desvalorizam assuntos como a política e a economia;

    • H3- Os jovens são atraídos pela interatividade e os formatos multimédia das

    notícias online;

    • H4- Os jovens não têm critérios e confiam em informações sem se preocuparem

    em verificar se as fontes são credíveis;

    • H5- Existem diferenças na frequência e nos temas de leitura de jornais online dos

    jovens universitários em função do ciclo de estudos que frequentam.

    O presente trabalho está dividido em cinco capítulos. No capítulo I (resumo da

    história da internet) é feita uma contextualização da internet e da sua evolução. É

    importante distinguir alguns conceitos que surgem ao longo do trabalho e explicar o uso

    destes, a fim de compreender o desenvolvimento da internet e como esta influenciou o

    jornalismo.

    O capítulo II (ciberjornalismo e leitura de jornais online) aborda o nascimento do

    conceito de ciberjornalismo e todo o processo de leitura de jornais online, desde as

    características do ciberjornalismo, a frequência de leitura, os assuntos mais lidos e

    assinaturas em jornais online.

    O capítulo III (redes sociais como fontes de notícias) retrata as redes sociais como

    fontes de notícias, apresenta as diferentes redes sociais e todo o seu envolvente desde

    hábitos de leitura, partilha de notícias online em redes sociais e até hábitos de verificação

    de fontes em notícias online.

    O capítulo IV (metodologia) apresenta a metodologia e os instrumentos utilizados

    para a elaboração desta dissertação.

    No capítulo V (apresentação e discussão de resultados) são apresentados os

    resultados da investigação sobre os hábitos de leitura dos alunos que frequentam a

    Licenciatura e o Mestrado em Ciências da Comunicação na Faculdade de Letras da

    Universidade do Porto, é feita a devida interpretação e por fim são discutidos os

    resultados.

    O trabalho encerra com as conclusões da investigação, deixando algumas

    informações sobre as principais contribuições deste estudo, as principais dificuldades e

    algumas ideias pertinentes para um próximo estudo.

  • 14

    Capítulo I

    1.1 - Resumo da história da Internet

    A internet veio revolucionar o jornalismo e, como tal, é necessário explicar como

    é que esta surge. Tudo começou durante a Guerra Fria, no confronto entre a URSS e os

    EUA quando, a 4 de outubro de 1957, a URSS criou o primeiro satélite artificial, o

    Sputnik. Este satélite completava uma órbita em redor da terra a cada 90 minutos e

    também emitia sinais de rádio com o objetivo de alcançar qualquer pessoa que utilizasse

    um rádio recetor (Silva, 2006, p.19).

    Com este avanço da URSS, os Estados Unidos da América criaram a Advanced

    Research Projects Agency (ARPA), uma agência de pesquisa e projetos avançados para

    o serviço militar que em 1962 desenvolveu a rede galática, um sistema de comunicação

    que tinha como fim informar possíveis ataques terroristas. A ideia era estimular a

    computação interativa, ou seja, criar computadores ligados em rede. Foi Joseph Licklider

    que assumiu as pesquisas desenvolvidas por esta agência a propósito do conceito de

    interação homem-máquina.

    Em 1969 surge a Arpanet, desenvolvida pela ARPA, que reunia os departamentos

    de pesquisa de quatro universidades americanas: Stanford, Los Angeles, Santa Barbara e

    Utah. Com estas ligações estabelecidas passou-se a trabalhar com o objetivo de ligar a

    rede Arpanet a outras redes, surgindo o conceito de rede (Castells, 2003).

    De acordo com Silva (2006, p.20), esta rede foi criada para facilitar as ligações

    entre cientistas e investigadores e as trocas de informações ocorriam por linhas

    telefónicas. Os principais objetivos passavam por enviar e receber mensagens, o que

    resultava numa eficiência maior entre estes profissionais. Contudo, só em 1972 é que a

    Arpanet foi apresentada ao público. A partir daí diversas universidades espalhadas pelo

    mundo adotaram esta medida e começaram a estabelecer redes do mesmo tipo. O

    conceito de internet surge em 1973, proposto por Robert Khan e Vicent Cerf. Para esta

    medida ter ido avante foi necessário desenvolver um protocolo que permitisse a

    comunicação entre as redes, o TCP - Transmission Control Protocol, que disponibilizava

    4 biliões de endereços diferentes para fomentar uma comunicação em camadas.

    Enquanto a internet se baseava na interligação de várias redes, a Arpanet era

    composta apenas por uma rede e, como tal, ficou ultrapassada. Foi assim que o

  • 15

    departamento de defesa norte-americano, para garantir a segurança, criou em 1983 a

    Milnet, uma rede exclusivamente militar dos EUA (Silva, 2006).

    Foram vários os avanços na evolução da comunicação. No entanto, a grande

    mudança surge com o aparecimento da World Wide Web (WWW). De acordo com Bastos

    (2000), o britânico Tim Berners-Lee, desenvolveu, em 1989, uma rede de abrangência

    mundial baseada em hipertexto e sistemas de recursos para a internet: a Hypertext Markup

    Languange (HTML). Posteriormente, Tim Berners-Lee, conjuntamente com R. Cailiau,

    desenvolveu um programa que tornou possível a homogeneização no acesso aos

    conteúdos, visto que estes estavam ligados entre si através de hiperligações. O programa

    ficou designado por World Wide Web e foi lançado em 1991. No seguimento da

    evolução, esta rede proporcionou aos cidadãos novas experiências no campo das

    tecnologias, assim como a abertura de fronteiras virtuais.

    Na transição para o século XXI a internet já estava presente numa grande parte da

    sociedade, nomeadamente nos meios de comunicação tradicionais. Os media tiveram a

    necessidade de acompanhar a evolução tecnológica, visto que a comunicação entre estes

    e os cidadãos estava a ficar ultrapassada e assim o leitor começou a poder interagir e a

    produzir o seu próprio conteúdo. De salientar que, em 1993, só havia 23 jornais com

    edições digitais a nível mundial; em 1998 passaram a ser mais de 3600 os jornais que já

    disponibilizavam edições digitais (Bastos, 2000).

    Segundo Serra (2006), a essência da internet permite que o conteúdo seja dirigido

    a um público indiferenciado, da mesma forma que cada membro desse público pode

    interagir com a informação que recebeu e com o remetente. Assim, foi possível construir

    um processo de comunicação mais dinâmico e interativo.

    O termo web 2.0 surgiu em 2004 com o objetivo de definir as novas modificações

    que estavam a acontecer. A principal característica deste novo conceito é a simplicidade

    (Ferreira e Navarro, 2015).

  • 16

    Capítulo II

    2.1 - O ciberjornalismo e a leitura de Jornais Online

    Atualmente, vivemos num mundo mediático dividido entre os media tradicionais

    e os novos media. São vários os meios de comunicação que dividem a atenção dos jovens,

    desde rádio à internet. Eles assumem um papel importante na forma como recebemos e

    compreendemos as notícias.

    A internet veio potenciar a expansão do mundo noticioso com uma transformação

    nos sistemas informativos e novos mecanismos de participação social, dando a

    oportunidade aos leitores de fazerem as suas escolhas e chegarem mais rápido à

    informação que lhes interessa.

    O poder dos media digitais é evidente, assim como a influência que a informação

    partilhada tem sobre o comportamento dos utilizadores. Com a evolução tecnológica

    verificou-se um aumento no consumo de informação online e como tal subvalorizou-se

    os media tradicionais.

    A principal diferença que a internet trouxe para o jornalismo foi a capacidade de

    lidar com mais informação e a possibilidade de difundir notícias rapidamente. Os meios

    de comunicação perceberam que a era digital podia ser o futuro do ramo e começaram a

    investir. A internet passou a ser uma ferramenta de trabalho dos jornalistas, dando a

    oportunidade de melhorar diversas tarefas, como a produção de conteúdo e a pesquisa de

    informação.

    De acordo com Bastos (2010, p. 22), o uso do ciberespaço pelos media tradicionais

    deu origem a conceitos como “Ciberjornalismo”, “Jornalismo online”, “Jornalismo

    Digital” ou “Webjornalismo”. Ramon Salaverria (2005, p.21) apud Pedro Jerónimo

    (2013, p.5) entende o termo ciberjornalismo como “uma especialidade do jornalismo que

    emprega o ciberespaço para a investigação, elaboração e, muito especialmente, a difusão

    de conteúdos jornalísticos”. A reforçar esta ideia, Bastos (2010) defende que o uso de

    uma palavra torna mais simples a criação de um campo semântico, tal como explica:

    «Refira-se ainda que reduzir a fórmula a uma palavra em vez de duas, tal como ocorre, com

    “jornalismo fotográfico” e “fotojornalismo”, acrescenta a vantagem de simplificar a criação de

    um campo semântico afim»

  • 17

    Também Zamith (2008.p.43) defende o conceito de ciberjornalismo como o termo

    mais abrangente para definir essa prática que é realizada no ciberespaço, assim como os

    ciberjornalistas.

    A transposição de conteúdos jornalísticos para a internet decorreu por volta da

    década de 1990. A internet foi vista como um complemento aos meios tradicionais graças

    às suas potências, que podem assumir diferentes formas, desde áudio a vídeo. Os

    primeiros jornais da internet foram os americanos Mercury Century e o The Chicago

    Tribune.

    Em 1994 surge o primeiro jornal pago a ter uma versão online, o San José

    Mercury. Este jornal explorava as vantagens da internet, ou seja, ia além da transposição

    do papel para o digital (Quadros, 2002).

    Pavlik (2001) apud Zamith (2011, p.24) divide a evolução do ciberjornalismo em

    três fases: a primeira corresponde ao shoverware, a segunda à produção de conteúdos para

    a internet com recurso a algumas potências do ciberjornalismo, nomeadamente, o

    hipertexto e a multimédia e, por fim, a terceira refere-se ao desenvolvimento de conteúdos

    exclusivos para a internet.

    Inicialmente os jornais criaram os sites para repetirem os conteúdos que

    constavam na versão em papel. Este novo formato foi denominado por shovelware com

    o objetivo de promover diferentes tipos de comunicação. Este conceito surgiu nas

    redações americanas e era usado quando o conteúdo preparado para um meio tradicional

    era publicado na internet, com poucas ou nenhumas alterações.

    Canavilhas (2006) também defende que a fase inicial do ciberjornalismo foi a

    transposição do conteúdo dos meios tradicionais para o digital, tendo sempre em conta a

    evolução do mesmo, referia-se às potencialidades que este dispõe. Como Bastos 2005

    explica: “Os ciberjornalistas diferem de outros dos seus colegas no sentido em que usam

    as características particulares da internet no seu trabalho diário: multimédia,

    interatividade, hipertexto.” (pág. 2)

    Assim, o ciberjornalismo não está limitado como o jornalismo impresso ou

    televisão, podendo utilizar diferentes maneiras de realçar a notícia. Para Pavlik (2001) a

    tecnologia torna possível melhorar o conteúdo noticioso, o texto digital passa a ser

    produzido com base nas características já referidas. Segundo os autores Diaz Noci e

    Salaverria, o texto digital deve ser especificamente produzido para a web e em caso algum

    ser uma transposição do impresso para o digital (Diaz Noci e Salaverria, 2003, p.22).

  • 18

    Eric Meyer apud Hall (2001, p.89) é da opinião que as dimensões chave do

    ciberjornalismo são profundidade, alcance e interação. De acordo com Bastos (2010,

    p.24) “a forma não deve determinar o conteúdo, mas o contrário”. O mesmo autor explica

    “ ao ciberjornalismo cabe cumprir a tarefa de filtrar, de forma relevante, a vasta

    quantidade de informação que está disponível na internet, isto é, fazer com que todas as

    possibilidades de acesso à informação que a internet permite se combinem com o texto

    da noticia de tal modo que o leitor extraia da combinação conclusões relevantes para a

    melhoria e atualização do seu contexto cognitivo “ ( pag.24)

    O ciberjornalismo ultrapassa os limites dos media tradicionais e ainda

    disponibiliza vários formatos que permitem explorar notícias evidenciando uma das

    características do ciberjornalismo, a convergência. Este tipo de jornalismo tira proveito

    de outras formas de comunicação, como áudio, vídeos, imagens e até animações.

    Segundo Bastos (2010), a abordagem do ciberjornalismo em Portugal pode ser

    dividida em três fases: a da implementação, entre 1995 e 1998, a da expansão entre, 1999

    e 2000, e, por fim, a da estagnação, que ocorreu entre 2001 e 2007.

    A primeira fase comtempla os anos de implementação. Esta etapa é caracterizada

    por ser uma fase experimental onde reinou a incerteza quanto ao sucesso das edições

    eletrónicas. Nesta fase dominou o modelo shovelware, o mesmo aconteceu com os

    primeiros noticiários radiofónicos e com os primeiros noticiários televisivos (Zamith,

    2011, p.22).

    O Jornal de Notícias foi pioneiro na internet, desenvolveu a edição na web em

    julho de 1995, foram introduzidas rubricas, fóruns de discussão e ainda a secção de

    “últimas notícias” para estar sempre a atualizar os conteúdos (Silva, 2006). Com o

    decorrer dos anos surgiu a necessidade de contratar jornalistas a tempo integral para este

    meio. De realçar que o Jornal de Notícias foi o primeiro diário de informação a ter pessoas

    dedicadas exclusivamente ao online (Bastos, 2010).

    Foram vários os jornais que seguiram o exemplo do Jornal de Notícias e criaram

    edições na web, nomeadamente, no mesmo ano, o Jornal Público e o Diário de Notícias.

    Ambos iniciaram de uma forma idêntica: limitavam-se à reprodução dos conteúdos do

    jornal impresso, não havia a produção de conteúdos específicos para a versão digital.

    O Público desenvolveu a sua edição web em setembro de 1995. Contudo, só

    introduziu a secção de “última hora” em setembro de 1999. De acordo com Bastos (2010),

    o Diário de Notícias começou a colocar a sua edição na web em dezembro de 1995, no

    entanto só introduziu a secção “DN ao minuto” em 2001. Esta rubrica tinha como objetivo

  • 19

    destacar as principais notícias do site. Este jornal também apostou na interatividade com

    os leitores quando desenvolveu a secção “chat do dia”.

    Ainda jornais como o Correio da Manhã e o Expresso surgiram na internet, sendo

    que o Expresso foi o primeiro semanário nacional a estar na internet, em 1997 (Bastos,

    2010).

    O primeiro jornal nacional exclusivamente online foi lançado em 1999 e ficou

    designado como o Diário Digital. Este jornal destacou-se dos restantes, visto que foi o

    primeiro a surgir na web independente, ou seja, sem estar relacionado com jornais

    impressos (Silva, 2006).

    De acordo com as autoras Knewitz e Jacks (2011) existem três formas de ler

    jornais, são elas: leitura de contextualização, leitura de atualização e leitura de projeção.

    A primeira é uma leitura de base, muitas vezes considerada o primeiro impacto com as

    notícias do dia e abrange uma grande diversidade de assuntos. A leitura de atualização é

    uma leitura rápida, é aquela que informa sobre novos acontecimentos ou acrescenta algo

    nos factos que estão a ser acompanhados, muitas vezes os leitores limitam-se a ler os

    títulos. Normalmente ocorre pela tarde em intervalos de atividades profissionais (Knewitz

    e Jacks ,2011). Por fim, a leitura de projeção tem longa duração e é feita de forma

    exaustiva. Normalmente ocorre em horário noturno e o objetivo passa por ver tudo aquilo

    que não foi possível ver ao longo do dia (Knewitz e Jacks, 2011).

    2.2 - Os principais temas de interesse nos jornais online

    Foi realizada uma pesquisa por Amaral e Silveira (2018, p.261) com o objetivo de

    compreender os modos de apropriação dos jovens perante os media sociais e a forma

    como estes se podem constituir como veículos para o acompanhamento da atualidade. A

    amostra era constituída por 24 jovens, 10 rapazes e 14 raparigas que frequentavam as

    licenciaturas de Marketing e Publicidade residentes nas zonas de Coimbra e Lisboa.

    Os resultados mostraram que os temas da atualidade que mais interessam aos

    jovens participantes são cultura (17), sociedade (16), internacional (15), nacional (13),

    desporto (12) e política (11). Os jovens revelaram que as notícias relacionadas com

    guerras e terrorismo lhes despertam a atenção.

    Foi possível verificar que há um afastamento em relação a temáticas que retratam

    assuntos económicos e políticos.

  • 20

    Também um estudo quantitativo sobre as práticas de busca de informação da vida

    quotidiana entre jovens realizado por Johnson (2007, p.8) indicou que as notícias sobre

    Arte e Cultura são as mais procuradas pelos universitários.

    Por outro lado, uma análise realizada pelo Obercom sobre hábitos digitais,

    desenvolvido pela SAPO com a colaboração da Marktest, apontou que 78,7% dos

    utilizadores elegeu as notícias de “última hora” como preferência. Com percentagens

    inferiores segue-se as temáticas de Desporto (49,4%), Política (48,1%), Economia

    (44,6%), Tecnologia (44,2%), Saúde e bem-estar (38,6%), Espetáculos/Artes/Culturas

    (37,9%), Lifestyle/Gastronomia/Moda (30,0%) e, por fim, Celebridades/Artistas

    (20,3%).

    No que toca à frequência de leitura de jornais online, Pereira (2002, p.55) realizou

    um estudo no Brasil sobre leitores de jornais online entre setembro e outubro de 2002 por

    questionário online. No que toca a leitura de jornais online, 33% dos entrevistados

    afirmou ler mais de três jornais online. Em seguida apareceram empatadas as opções

    “um” e “dois” com 23%. Doze por cento escolheu a opção “três” jornais. Apenas 9%

    indicou a opção “Não lê jornais online”.

    Ainda dentro do mesmo estudo, os leitores online costumam ler todos os dias:

    62% dos entrevistados afirmou ler diariamente entre manhã, tarde e noite. Mais

    concretamente, 24% leem no período “manhã e tarde”; 22% selecionaram a opção

    “diariamente (manhã, tarde e noite)” e por fim 16% indicou a opção “diariamente (tarde

    e noite)”

    Uma grande parte dos entrevistados afirmou ler o jornal online no trabalho,

    concretamente 68% dos inquiridos. Apenas 27% consultam o jornal online em casa e 4%

    na universidade.

    2.3 - As assinaturas em jornais online

    As assinaturas em jornais online surgiram quando estes perceberam que a

    publicidade digital não ia ser suficiente para financiar as redações. Desta forma, muitos

    jornais criaram sites para divulgar os seus conteúdos e novas oportunidades de fontes de

    receita. Apesar de numa fase inicial a maioria ser de livre acesso e gratuito, hoje em dia

    já há inúmeros jornais que optaram por criar um sistema de assinatura.

  • 21

    Segundo dados da pesquisa de Johnson (2007, p.8), os jovens ao serem

    questionados sobre a possibilidade de pagar para aceder a notícias online, no total das 68

    respostas válidas, apenas seis universitários (8,7%) afirmaram que pagariam por notícias

    na Internet. No total, 44,9% disseram que não pagariam e outros 44,9% disseram não

    saber.

    De acordo com os dados do relatório do Instituto Reuters sobre estudos de

    jornalismo em 2018, verificou-se que em Portugal apenas 7% dos leitores paga para

    receber notícias online. De salientar que os leitores portugueses estão em segundo lugar

    numa lista de 38 países no que toca à confiança nas notícias.

    Os leitores quando questionados que serviços assinariam na possibilidade de só

    poderem escolher um, foram poucos os que escolheram notícias e adiantaram que

    preferirem pagar por entretenimento.

    2.4 - As características dos jornais online

    É consensual que a internet transformou o jornalismo e desde então foram vários

    os autores que incidiram sobre o tema. Canavilhas dividiu as características em

    “essenciais” e “interessantes”. As principais englobam a hipertextualidade,

    multimedialidade, interatividade e a memória, enquanto que as interessantes são

    compostas pela instantaneidade, ubiquidade e personalização. Estas características

    permitem ao leitor escolher o seu trajeto de leitura.

    Assim, é importante abordar os recursos que o ciberjornalismo dispõe, o que

    implica a produção de um novo tipo de jornalismo a fim de aproveitar as suas

    características.

    2.4.1 - Hipertextualidade

    O conceito de hipertexto surgiu a primeira vez em 1945, por Vannevar Bush. Para

    o investigador, os sistemas utilizados para a organização das informações eram artificiais

    e, como tal, propôs um avanço no armazenamento destas, o memex. A ideia passava por

    consultar informações através de pesquisa por índice e permitir ligar os textos entre si

    através da associação de informações. No entanto, esta ideia nunca foi avante.

  • 22

    Zamith (2008, p.30) explica que foram necessários 20 anos para Ted Nelson

    desenvolver o termo hipertexto. O conceito foi inventado em 1965 para designar a escrita

    e leitura não linear dos sistemas de computadores.

    Segundo Bardoel e Deuze (2001) a hipertextualidade possibilita a interconexão

    entre textos através de links. Nielson (2000) faz uma divisão destes links, sendo eles: links

    de navegação estrutural, embeded links e os links associativos.

    Os links de navegação são as homepages ou páginas subordinadas à página atual,

    os embeded links são palavras no texto que servem como hiperligações para outras

    páginas e, por fim, os links associativos são um meio para auxiliar o leitor a encontrar o

    que procura.

    Como explica Manta (1997) “o hipertexto tem sido definido como um sistema de

    escrita e leitura não linear aplicado a informática, principalmente à multimédia e às

    homepages na World Wide Web. Nele, as informações estão organizadas de forma não

    hierarquizada e espalhadas numa rede com inúmeras conexões (os links e hiperlinks)”

    Esta característica permite que a partir de uma notícia seja possível estabelecer

    diversas ligações para outras páginas, nomeadamente para material de arquivo ou páginas

    com informação complementar. Os suportes podem assumir diferentes formatos desde

    fotos, sons e vídeos.

    Díaz Noci e Salaverría (2003, p.117) abordam o hipertexto como “uma forma de

    discurso que se constrói a partir da combinação de diversos textos”, na mesma linha de

    pensamento Pierre Lévy apud Zamith (2008.p30) explica o hipertexto como um conjunto

    de nós ligados por conexões. Este recurso permite que o leitor através de conexões entre

    páginas adquira um maior conhecimento sobre determinado assunto. Autores como Mike

    Ward (2002, p.9) defendem que a utilização do hipertexto é obrigatória no

    ciberjornalismo visto que este chega a um maior número de pessoas.

    Para alem das vantagens já mencionadas, João Canavilhas (2001) afirma que esta

    característica permite ao leitor conduzir a sua própria leitura, ou seja pode ler o primeiro

    parágrafo e recorrer aos links disponibilizados. Por outro lado, o hipertexto poderá pôr

    em perigo o estilo de escrita- pirâmide invertida, uma técnica de estruturação jornalística

    que dispõe das informações em ordem decrescente de importância.

  • 23

    2.4.2 - Multimedialidade

    Esta característica é definida por Salaverria (2005, p.32) como a “capacidade

    outorgada pelo suporte digital, de combinar numa só mensagem pelo menos dois dos três

    seguintes elementos: texto, imagem e som” (Salaverria, 2005,p.32).

    Na mesma linha de pensamento, Guay (1995) e Palacios (2002), no que toca a

    ciberjornalismo, retratam este conceito como a convergência dos media tradicionais

    (imagem, texto e som) utilizados no âmbito jornalístico. Esta convergência acrescentou

    pontos positivos no jornalismo, como a hipótese de aceder a áudio e a vídeo, assim como

    melhorar a capacidade de arquivo, como explica Gradim (2002): “Esta característica

    possibilita a visualização de vários formatos de uma forma não linear e não redundante,

    “intensifica as possibilidades de escolha do leitor”. (Gradim,2002)

    Neste seguimento, Mark Deuze (2003) apud Zamith (2008,p.33) divide o conceito

    de multimédia em duas formas. A primeira aborda a utilização dos diversos suportes

    digitais, enquanto que a segunda forma retrata a publicação das notícias em diferentes

    meios, nomeadamente websites e televisão (Deuze, 2003,p224).

    Segundo Bertocchi (2007, p.45) apud Zamith (2008, p.33) houve dois géneros

    textuais que se destacaram na última década: a reportagem multimédia e a infografia

    interativa, ambas apresentaram capacidade de adaptação ao novo suporte. A reportagem

    multimédia, pelo uso de elementos como animações, vídeos, imagens, som e gráficos, e

    a infografia interativa pela polivalência estrutural e a riqueza expressiva.

    2.4.3 - Interatividade

    O termo interatividade foi desenvolvido no início do século XXI por Tim O´Reilly

    para descrever a participação dos utilizadores na construção de notícias online. A internet

    possibilitou um contacto mais rápido entre jornalistas e leitores, nomeadamente com troca

    de emails, comentários e fóruns de discussão, como explica Zamith (2008, p.23): “O

    cibermeio pode permitir que o utilizador participe na construção de notícias, especialmente o

    envio de informações, fotografias e vídeo.”

    A interação com leitores deve fazer parte da notícia, além do contributo que estes

    podem dar às redações, são estabelecidas ligações entre leitores e jornalistas. Também,

    Bardoel e Deuze (2001) defendem que a “notícia online tem a capacidade de fazer com

    que o leitor/utilizador se sinta parte do processo noticioso”

    Neste seguimento, Rost (2014) entende este conceito como a possibilidade de dar

    poder aos leitores. “Poder, por um lado, quanto aos caminhos de navegação, recuperação

  • 24

    e leitura que podem seguir entre os conteúdos que oferece. E, por outro lado,

    relativamente as opções para se expressar e/ou se comunicar com outros utilizadores/as”

    (Rost, 2014, p.55).

    O autor identifica dois tipos de interatividade: a “interatividade seletiva” e a

    “interatividade comunicativa”. A primeira aborda o poder do leitor em escolher a forma

    como quer receber a informação, como alterar o tipo e tamanho de letra ou personalizar

    a página. Rost (2014) explica “quanto mais um meio é capaz de disponibilizar ao

    utilizador várias possibilidades de receção e personalização das suas notícias, ou seja,

    quanto mais um meio é capaz de possibilitar que o utilizador possa “fazer coisas” mais

    interatividade seletiva existe” (Rost, 2014, p.57).

    A interatividade comunicativa remete para a relação entre indivíduos, o utilizador

    tem a oportunidade de comunicar com o outro, torna-se recetor e produtor em simultâneo.

    São exemplos deste tipo de interatividade os comentários nas notícias, a troca de emails

    com jornalistas, o uso de blogues entre outros.

    2.4.4 - Memória

    A memória é uma potencialidade que permite arquivar e recuperar toda a

    informação que é publicada na internet. Destaca-se pela capacidade de relacionar notícias

    recentes com notícias anteriores e ainda disponibiliza um extenso arquivo de acesso fácil.

    De acordo com Zamith (2008, p.36), a internet tem uma capacidade de

    acumulação de conteúdos praticamente ilimitada, é um enorme armazém que está sempre

    presente, que se reflete numa quantidade enorme de informações que o utilizador pode

    encontrar.

    2.4.6 - Instantaneidade

    A internet veio acrescentar ao mundo do jornalismo o conceito de notícias de

    última hora ou notícias em tempo real, ou seja, a qualquer momento podem ser publicadas

    novas notícias e posteriormente atualizadas.

    A instantaneidade é a capacidade de publicar instantaneamente conteúdo

    jornalístico. Esta característica permite ao leitor o acompanhamento contínuo dos temas

    que suscitam mais interesse. No passado era necessário aguardar pelo noticiário do dia

    seguinte para ficar a par das atualizações de determinados temas, hoje em dia a qualquer

    momento é possível aceder a um jornal online e consultar as notícias atualizadas.

  • 25

    Como explica Palácios (2002), a instantaneidade é “a rapidez do acesso,

    combinada com a facilidade de produção e disponibilização, propiciadas pela

    digitalização da informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem uma extrema

    agilidade de atualização do material nos jornais da web” (Palácios, 2002, p.4).

    Na mesma linha de pensamento, Zamith (2008) garante que esta característica

    assume um papel importante na cobertura noticiosa de factos imprevistos, como

    acidentes, catástrofes naturais e competições desportivas pelo facto de o conteúdo ser

    complementado à medida que surgem novas informações sobre o acontecimento.

    Em manifesta oposição às vantagens, Hélder Bastos (2012) afirma que a

    instantaneidade é o centro de gravidade do ciberjornalismo, ou seja, a obsessão pelas

    “últimas notícias” trouxe uma falta de rigor e perda de credibilidade ao conteúdo

    noticioso. Também Sousa (2003) explica que os deadlines do ciberjornalismo dificultam

    o trabalho do profissional, isto é, o jornalista tem menos tempo para verificar as fontes,

    perde a contextualização e a qualidade de informação.

    Ainda Ferrari (2003) defende que a estratégia de disponibilizar notícias de última

    hora o mais rápido possível é errada, os leitores preferem informação de qualidade,

    argumentando: “é sempre melhor colocá-la no ar com qualidade, ainda que dez minutos

    depois dos concorrentes” (Ferrari, 2003, p.49).

    2.4.7 - Ubiquidade

    A ubiquidade possibilita que uma notícia publicada na internet possa ser

    consultada em todas as partes do mundo, qualquer cidadão pode ter acesso à informação

    nos mais diversificados locais.

    Desta forma, Zamith (2011) explica que: “A ubiquidade da internet permite ao

    cibermeio explorar um mercado mundial e não apenas local, regional ou nacional, como acontece

    na esmagadora maioria dos órgãos de comunicação social tradicionais. Este enorme potencial

    passou a ser encarado de forma mais séria e atenta com a expansão da internet para os dispositivos

    moveis. O smartphone ou o tablet acompanham-nos para todo o lado, o que reforça o potencial

    ubíquo da internet (Zamith, 2011, p.36).

    2.4.8 - Personalização

    Esta característica permite fazer uma seleção de assuntos consoante os interesses

    dos leitores.

  • 26

    López, Gago e Pereira (2003, p.226) apud Zamith (2011, p.38) classificam esta

    característica em cinco categorias: aparência gráfica, conteúdos informativos, serviços,

    envio de informação e, por fim, visualização multimédia.

    Estas categorias abordam fatores como letra e cor, permitem ao utilizador usar

    filtros em função das suas preferências e o leitor ainda tem a possibilidade de escolher os

    critérios de visualização conforme o dispositivo de leitura.

    Resumindo, a personalização tem como objetivo disponibilizar a informação mais

    desejada pelos interessados.

  • 27

    Capítulo III

    3.1 - As redes sociais como fontes de notícias

    Apesar de existirem várias definições para o termo redes sociais, todas apontam

    para o mesmo ideal: a participação online. Nesta dissertação foi adotada a ideia de

    Requero (2009, p.24), que defende que uma rede social é constituída por dois elementos:

    atores e conexões, como explica:

    “uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo

    social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem de rede

    tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem

    suas conexões. O estudo das redes sociais na internet, assim, foca o problema de como as

    estruturas sociais surgem, de que tipo são, como são compostas através da comunicação

    mediada pelo computador e como essas interações mediadas são capazes de gerar fluxos

    de informação e trocas sociais que impactam suas estruturas.” (RECUERO, 2009, p.

    24).

    Gabriela Zago é da opinião que as redes sociais se distinguem dos media por

    unirem “informação com interação, notícias com comentários, veículos com interagentes,

    assuntos triviais com acontecimentos jornalísticos” (Zago, 2012, p.14). Com o

    aparecimento das redes sociais as práticas jornalísticas sofreram alterações. Para Raquel

    Requero (2009) as redes sociais vieram auxiliar o jornalismo no que toca à construção de

    novos valores sociais e à maior capacidade de disseminar informações. Com base nesta

    ideia, a mesma autora menciona a importância de os jornalistas tirarem o maior proveito

    desta inovação.

    De acordo com Canavilhas (2011), “as redes sociais facilitam uma mudança na

    forma como os utilizadores se relacionam com os meios de comunicação, fortalecendo

    vínculos”

    Um estudo realizado pelo Pew Research Center, designado por “News Use Across

    Social Media Platforms 2018”, indicou que cerca de dois terços dos adultos norte-

    americanos (68%) leem notícias nas redes sociais. A pesquisa mostrou que o Facebook é

    a rede social mais utilizada (43%). Segue-se o YouTube, com 21%, e posteriormente o

    Twitter com 12%.

  • 28

    3.2 - As diferentes redes sociais

    Atualmente existe uma grande diversidade de redes sociais, todas com

    características diferentes umas das outras, mas todas utilizadas por milhares de pessoas.

    As principais redes sociais são: Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e o LinkedIn.

    Os próximos subcapítulos descrevem as redes sociais mencionadas anteriormente,

    assim como as suas ligações com o conteúdo noticioso.

    3.2.1 - Facebook

    O Facebook foi desenvolvido em 2004 por quatro estudantes da Universidade de

    Harvard, nos Estados Unidos da América. A rede social criada por Chris Hughes, Dustin

    Moskovitz, Eduardo Saverin e Mark Zuckerberg é atualmente a mais utilizada a nível

    mundial. Cerca de 2,41 bilhões de utilizadores usam o Facebook.

    O Facebook é maioritariamente utilizado para a criação de perfis/páginas, a

    partilha de vídeos ou imagens e ainda permite que os utilizadores estabeleçam ligações

    entre si através de publicações ou mensagens privadas. Com o acréscimo de ser gratuita

    para os utilizadores, esta rede social possibilita às empresas divulgar os seus serviços e

    produtos, divulgar as campanhas da marca e principalmente analisar o seu público-alvo a

    fim de segmentar a informação.

    No que toca à relação desta rede social com as notícias, um estudo realizado pelo

    Observatório de Comunicação (Obercom) sobre as práticas e consumos digitais

    noticiosos dos portugueses em 2016 indicou que o Facebook é a rede social mais utilizada

    pelos internautas para aceder a notícias (76,7%).

    Também um relatório detalhado sobre hábitos de consumo de notícias no mundo

    entre 2015 e 2018 inclusive, designado “Reuters Digital News Report 2018” indicou que

    em 2018 o Facebook ganhou visibilidade em termos de consumos noticiosos. A utilização

    desta rede social no consumo de notícias teve um aumento de 3%.

    3.2.2 - Instagram

    O Instagram foi desenvolvido em 2010 por Kevin Systrom e Mike Krieger. É uma

    rede social popularizada pela partilha de fotos e vídeos, assim como a aplicação de filtros

    em imagens. Com o passar do tempo o Instagram foi evoluindo e acrescentando novas

    ferramentas dando oportunidades aos utilizadores de enviarem mensagens privadas,

    novas dimensões para as imagens entre outras características.

  • 29

    Segundo dados do site CanalTech, o Instagram conta com mais de 1 bilião de

    utilizadores ativos. As opções que oferece são fáceis e práticas para as marcas divulgarem

    os seus produtos, eventos ou até mesmo notícias. Aliás, são vários os jornais que já

    aderiram a esta rede social nomeadamente, o Jornal de Notícias e o Público.

    3.2.3 - Twitter

    O Twitter foi desenvolvido em 2006 e é uma rede social de microblogging, ou

    seja, permite que os seus utilizadores enviem e recebam mensagens até 140 caracteres,

    designados por tweets.

    As principais funções são publicar e divulgar informações de interesse do

    utilizador, conhecida por ser bastante dinâmica e estabelecer relações entre consumidores

    e marcas, com a vantagem de ser simples e permitir recolher informação mais específica

    sobre o seu público-alvo. Esta rede social foi uma das que mais cresceu em diversos

    setores do mercado. Pela sua rapidez e instantaneidade tornou-se uma ferramenta muito

    importante para o jornalismo e a interação com os seus leitores.

    O Twitter tende a partilhar cada vez mais informações, daí ser utilizado por

    diversos jornalistas e meios de comunicação. Partindo da ideia de Zago (2009), o Twitter

    tem crescido cada vez mais com finalidades jornalísticas, na divulgação de notícias ou na

    cobertura de acontecimentos. Nesta rede social os acontecimentos jornalísticos circulam

    com rapidez através do processo de compartilhar esses tweets, designado por retweets.

    Esta prática é muito vantajosa para o jornalismo, visto que a principal função é dar

    credibilidade a uma informação.

    Recuero e Zago (2011) explicam que quando um utilizador faz retweet não se

    limita a partilhar uma informação, mas sim a publicá-la com a fonte, assim ao citar a fonte

    dá credibilidade a essa notícia.

    O especialista em tecnologia Ross Dawson, em entrevista com a ABC TV-

    American Broadcasting Company, explica que o Twitter e o jornalismo estabelecem uma

    relação de grande união e partilha a ideia de que esta rede social é uma grande

    oportunidade para o jornalismo. O autor fundamenta esta ligação através de cinco

    argumentos:

    • Uma das funções do Twitter é partilhar conteúdo noticioso de forma instantânea;

    • Permite a complementação permanente dos dados iniciais;

    • O Twitter aumenta a competição entre os meios de comunicação por notícias em

    primeira mão.;

  • 30

    • A partilha de notícias verificadas por parte dos meios de comunicação cria uma

    hierarquia entre eles;

    • O Twitter é um dos principais meios de acesso aos órgãos de comunicação social,

    por outro lado a rede social contribui consideravelmente para as notícias de

    “última hora”.

    3.2.4 - YouTube

    O YouTube é uma rede social de partilha de vídeos com sede na Califórnia. Foi

    desenvolvida em fevereiro de 2005 por Chad Hurley, Jawed Karim e Steve Chen. Esta

    rede social permite a postagem de conteúdos por parte dos seus utilizadores assim como

    visualizar outros vídeos.

    3.2.5 - Linkedin

    Desenvolvido em 2003 por Allen Blue,Eric Ly,Jean- Luc Vailant , Konstantin

    Guericke e Reid Hoffman, o LinkedIn é conhecido por ser a maior rede social

    profissional. Conta com mais de 580 milhões de utilizadores espalhados pelo mundo. O

    site disponibiliza mais de 20 idiomas, num total de 200 países.

    Esta rede social destaca-se por dar a oportunidade de relacionar pessoas com

    interesses semelhantes e partilhar informações para o resto do mundo.

    3.3 - Sobre as ações de partilha de notícias online

    Com os avanços tecnológicos, a partilha de notícias nas redes sociais tem vindo a

    crescer, o processo de partilha é relativamente fácil e possibilita aos leitores receberem a

    informação quase imediata.

    Atualmente é raro o jornal que não tenha ligações com as redes sociais. A sua

    presença nas novas plataformas é justificada pela possibilidade de partilhar informações

    ou até mesmo integrar os sites com as redes sociais mais conhecidas. Estas podem ser

    consideradas uma porta de entrada para os sites oficiais dos jornais.

    São vários os exemplos de jornais portugueses que estabelecem ligações com as

    redes sociais, é o caso do Jornal de Notícias, do Público, do Correio da Manhã, entre

    outros. Quando um jornalista coloca uma notícia no site do jornal é frequente esta ser

    também colocada nas redes sociais. As partilhas dos leitores fazem “publicidade gratuita”

    aos sites onde “nasceu” a notícia.

  • 31

    Nas redes sociais é frequente o conteúdo noticioso estar misturado com outro tipo

    de conteúdos. Um estudo realizado pelo Observatório de Comunicação (Obercom) sobre

    as práticas e consumos digitais noticiosos dos portugueses em 2016 indicou que os

    principais motivos dos portugueses lerem notícias no Facebook, 60,8% afirmou

    “aparecem quando estão lá e acabam por ler sem procurar”.

    Recuero (2009, p.25) defende a ideia de que as redes sociais aumentaram as

    conexões assim como a partilha de informações: “nas redes sociais online essas

    informações são muito mais amplificadas, reverberadas, discutidas e repassadas”. A

    mesma autora relaciona a partilha de notícias com o capital social, uma vez que “as

    informações com apelo ao capital social cognitivo parecem difundir-se principalmente

    entre os diversos grupos nas redes sociais”. Desta forma, as publicações conseguem ter

    uma maior abrangência e posteriormente espalharem-se mais.

    Um estudo realizado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism/Digital

    News Report 2018/Portugal sobre hábitos de consumo de notícias no mundo entre 2015

    e 2018 inclusive, verificou-se, quanto às atividades realizadas na internet, que os

    portugueses optam pela partilha (44,5%) em detrimento de comentar (29.9%) conteúdos

    noticiosos.

    3.4 - Verificar as fontes em notícias online

    Definir uma notícia não é fácil. O conceito de notícia foi-se moldando com a

    evolução da sociedade e com a importância atribuída pelas audiências, estas ocupam uma

    posição dominante nas sociedades modernas. Para Buckingham (2005) a relação dos

    jovens com os media e o acesso à informação tem vindo a alterar-se, as notícias não

    aparecem só em meios tradicionais e essa mudança deve-se muito à difusão das novas

    tecnologias e às suas diversas formas de interatividade (Buckingham, 2005, p.10).

    Uma parte fundamental do jornalismo são as fontes e, como tal, as notícias são o

    resultado de vários processos, nomeadamente a relação entre jornalistas e fontes de

    informação. É importante desmistificar o conceito de “fontes de informação”. Para Sousa

    (2001, p.62) “é toda e qualquer entidade que possua dados suscetíveis de serem usados

    por um jornalista, no seu exercício profissional”.

    Por outro lado, Gradim (2000) entende que fonte de informação “é qualquer

    entidade detentora de dados que sejam suscetíveis de gerar uma notícia”. Na mesma linha

  • 32

    de pensamento surge Santos (2006, p.20) que defende que fonte de informação é “a

    entidade que fornece informações ou dados ao jornalista e pode ser uma instituição,

    organização, grupo ou individuo, porta voz ou representante”.

    A internet, para além de alterar o forma de produzir notícias, veio também

    aumentar em grande escala o número de fontes de informação. Desta forma, começou a

    ser possível para o público ver os seus conteúdos a circular pelos meios de comunicação

    e no caso das notícias de “última hora” existe a possibilidade de falar com as testemunhas.

    Partindo da ideia de Sundar e Nass (2001), as fontes nas notícias online estão

    divididas em três categorias: fontes visíveis, fontes tecnológicas e fontes recetoras. As

    fontes visíveis são observáveis e consideradas transmissoras de mensagens por parte dos

    recetores. Como o nome indica, as fontes tecnológicas são todos os meios identificados

    pelos destinatários como produtores de conteúdo. As fontes recetoras resumem-se quando

    o leitor tem a possibilidade de escolher os temas que quer discutir nas redes sociais e, por

    consequente, estes entram na atualidade noticiosa, logo o recetor torna-se numa fonte.

    De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo Educacional de História de

    Stanford com o objetivo de verificar a credibilidade de sites, foi possível concluir que os

    jovens apresentam dificuldades na altura de verificar o que é verdade ou mentira.

    Sam Wineburg, líder da pesquisa, adiantou que a pesquisa incidiu sobre as redes

    sociais Facebook e Twitter e todas as suas ferramentas envolventes. Verificou-se que os

    jovens estão mais focados no conteúdo do que nas fontes.

  • 33

    Capítulo IV

    4.1 - Metodologia

    Este capítulo tem a finalidade de apresentar a pesquisa e os métodos da

    investigação. São vários os autores que entendem a metodologia como a organização das

    práticas de investigação, a título de exemplo Lakatos e Marconi (2001) retratam a

    pesquisa como “um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que

    requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou

    para descobrir verdades parciais “(p. 155).

    Foi realizada uma pesquisa com o objetivo de identificar o tipo de conteúdo

    noticioso que os jovens consomem e as plataformas que usam, designa-se pesquisa

    descritiva. Para Gil (2007) este tipo de pesquisa “têm como objetivo primordial a

    descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o

    estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser

    classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na

    utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados (Pag.28).

    Como todo ponto de partida para investigações, foi elaborada uma pergunta de

    partida. Segundo Quivy e Campenhoudt (2008) é crucial “enunciar o projeto de

    investigação na forma de uma pergunta de partida (Pág.32).

    Para o mesmo autor uma pergunta de partida deve ter três qualidades essenciais:

    clareza, exequibilidade e pertinência, pois através da pergunta de partida consegue-se ter

    uma ideia clara acerca do objetivo a alcançar ( Quivy, 2005.p32).

    Para alem da pesquisa descritiva, utilizou-se o inquérito por questionário para a

    recolha de dados, alguns autores utilizam este método para medir

    hábitos/comportamentos ou atitudes através de uma amostra e caracterizam-no como: “o

    método quantitativo utiliza a recolha de dados para responder às questões de pesquisa e

    testar as hipóteses estabelecidas previamente” Sampieri ,Collado e Lucio ( 2006,p.5).

    Na mesma linha de pensamento, os autores Quivy e Campenhoudt (1998) definem

    o inquérito por questionário “Consiste em colocar a um conjunto de inquiridos,

    geralmente representativo de uma população, uma serie de perguntas”. Estas perguntas

    dizem respeito à situação social, profissional ou familiar dos inquiridos. Reportam-se “às

    suas opiniões, à sua medida em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas

    expectativas, ao seu nível de conhecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer

    outro ponto que interesse os investigadores.” (Pág. 188)

  • 34

    Tambem Dias (1994) entende este método como “uma técnica de investigação que,

    através de um conjunto de perguntas, visa suscitar uma série de discursos individuais,

    interpretá-los e depois generalizá-los a conjuntos mais vastos. Trata-se de uma técnica de

    observação não participante, uma vez que não exige a integração do investigador no meio,

    no grupo ou nos processos sociais estudados. Sendo constituído por uma série de

    perguntas, mas também podendo integrar outros instrumentos, como por exemplo, testes

    e escalas de atitudes e opiniões que visam aferir um certo tipo de

    comportamentosreacções, e avaliar a intensidade com que se dá determinada opinião ou

    atitude, as respostas assim obtidas vão constituir o material, sobre o qual o investigador

    vai produzir interpretações e chegar a generalizações.”( Pag.5)

    A formulação de hipóteses é quase inevitável, para quem é estudioso na área da

    pesquisa. Geralmente, com bases em análises do conhecimento disponível, o pesquisador

    acaba “apostando” naquilo que pode surgir como resultado da pesquisa. Uma vez

    formulado o problema, é proposto uma resposta suposta, provável e provisoria (Hipótese),

    que seria o que ele acha plausível como solução do problema (Luna,1997).

    Partindo da ideia dos autores Sampieri, Collado e Lucio (2006) os objetivos numa pes-

    quisa “têm a finalidade de mostrar o que se deseja da pesquisa e devem ser expressos com

    clareza, pois são as orientações do estudo “(Pag.36). A fim de conseguir cumprir os obje-

    tivos foram utilizadas informações primarias e secundárias, as informações primárias são

    dadas da presente investigação com o objetivo de solucionar a problemática. Por outro

    lado, as informações secundárias são dados provenientes de outros autores que colaboram

    na pesquisa.

    Neste seguimento foram estabelecidos objetivos divididos por primários e

    secundários:

    Objetivo primário:

    • O objetivo desta pesquisa foi compreender os hábitos de leitura e analisar o con-

    sumo de notícias por parte dos jovens universitários.

    Objetivos secundários:

    • Avaliar os hábitos, frequência e temas de leitura de jornais online dos jovens uni-

    versitários;

    • Avaliar as características mais relevantes dos jornais online e redes sociais;

    • Avaliar a confiança dos jovens universitários nos meios de comunicação social.

  • 35

    4.2. - Instrumentos

    Instrumentos de Avaliação

    O método utilizado para a recolha de dados foi o inquérito por questionário. De

    acordo com Gil (1999, p.128), o questionário pode ser definido como “a técnica de

    investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas

    por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,

    sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”.

    O questionário é composto por 23 questões de resposta fechada e tem como

    objetivo compreender os hábitos de leitura dos jovens, aborda questões sobre temas mais

    lidos, frequência de leitura de jornais online, assinatura em jornais online entre outras.

    O questionário foi construído em formato digital através da ferramenta Google

    Forms, este mecanismo permite elaborar diferentes tipos de perguntas com a vantagem

    de consultar resultados individuais e gerais. O processo do estudo decorreu em cinco

    etapas: (1) Desenho dos questionários; (2) Pré teste do questionário; (3) Envio do

    questionário; (4) Recolha de dados; (5) Análise de resultados.

    A escolha incidiu sobre este método, visto que é um mecanismo eficiente na

    recolha de dados e permite que estes sejam tratados, analisados e discutidos

    4.3 - Procedimentos

    Procedimentos de recolha de dados

    Inicialmente, foi feito um pré teste do questionário para verificar a linguagem e se

    cumpria os objetivos pretendidos, os links foram enviados para 10 alunos entre os dias 27

    e 28 de maio de 2019.

    Após esta fase, os questionários foram distribuídos por email entre os dias 3 de

    junho de 2019 até ao dia 17 de junho de 2019.

    Posteriormente, os dados começaram a ser analisados e iniciou-se a construção

    de gráficos. Os inquiridos mantiveram-se no anonimato.

  • 36

    Procedimentos de análise dos dados

    Para a apresentação dos dados recorreu-se ao uso de tabelas e gráficos, com os

    dados estatísticos antecedidos de análise.

    A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e inferencial,

    utilizando-se o software SPSS-24.0 (Statistical Package for the Social Sciences).

    Para realização da análise descritiva foram utilizados diversos parâmetros para a

    distribuição das variáveis, nomeadamente a frequência, a percentagem, a média e o

    desvio-padrão.

    Para a realização da análise inferencial, nomeadamente para verificar a associação

    das variáveis em estudo foi aplicado o teste do Qui-Quadrado (x2), que serve para testar

    se duas ou mais populações (ou grupos) independentes diferem relativamente a uma

    determinada característica, isto é, se a frequência com que os elementos da amostra se

    repartem pelas classes de uma variável qualitativa é ou não aleatória. Foi também

    utilizada a Continuity Correctionb e da significância do teste de Fisher sempre que

    sugerido e no caso das tabelas de 2x2 (Marôco, 2014).

    4.4. - Amostra Como explica Fortin (1999) “a amostra é um subconjunto de uma população ou

    de um grupo de sujeitos que fazem parte da mesma população” (Pag.202).

    Na presente dissertação o método de amostragem escolhido foi amostra por

    conveniência, é uma técnica que consiste em selecionar uma amostra da população que

    seja acessível, este método é considerado uma amostra não probabilística visto que é

    formada por indivíduos de fácil acesso. (Fortin,1996).

    A amostra foi estratificada por género, habilitações académicas e ano de curso.

    No total foi constituída por 72 participantes (cf. Tabela 1), dos quais a maioria era do sexo

    feminino (80,6%), frequentava a Licenciatura, nomeadamente o 2º ano do curso,

    seguindo-se os participantes do 3º ano do curso. Os participantes tinham idades

    compreendidas entre os 18 e os 29 anos, média de 21,25 anos, e desvio-padrão 2,40.

  • 37

    Tabela 1: Distribuição das variáveis sociodemográficas

    Min/Max Média/Dp

    Idade 18-29 21,3 (2,4)

    n %

    Sexo

    Masculino 14 19,4

    Feminino 58 80,6

    Habilitações Académicas

    Licenciatura 50 69,4

    Mestrado 22 30,6

    Ano do curso

    1º ano 15 21,1

    2º ano 35 49,3

    3º ano 21 29,6

  • 38

    Gráfico 1: Quantas horas por dia navega na internet

    Gráfico 2: Costuma ler jornais online

    Capítulo V

    5.1 - Apresentação e discussão de resultados

    5.1.1 - Quantas horas por dia navega na internet

    No que se refere ao número de horas que os jovens universitários navegam pela

    internet (cf. Gráfico 1) podemos observar que a maior parte dos participantes despende

    entre 3 a 5 horas diárias na internet (38,89%).

    5.1.2 - Costuma ler jornais online

    No que se refere aos hábitos de leitura de jornais online (cf. Gráfico 2), podemos

    observar que a maioria dos participantes (93,06%) costuma ler jornais online.

  • 39

    Gráfico 3: Frequência de leitura de jornais online

    5.1.3 - Com que frequência costuma ler jornais online

    Quanto à frequência com que costumam ler os jornais online (cf. Gráfico 3) a

    maioria dos participantes costuma ler cerca de 4-5 vezes por semana (34,33%), seguindo-

    se os participantes que leem 8-9 vezes por semana (23,88%).

    5.1.4 - Nos jornais que indicou, lê mais sobre quais assuntos

    No que se refere aos assuntos mais lidos pelos jovens universitários (cf. Gráfico

    4) podemos observar que uma grande parte dos participantes (17%) opta por ler as

    atualidades (17,33%) e as notícias nacionais (12,78%).

    Gráfico 4: Assuntos mais lidos

  • 40

    Gráfico 5: Assinatura em jornais online

    Gráfico 6: Pagar para ter informações personalizadas na internet

    5.1.5 - Tem alguma assinatura em jornais online

    No que se refere aos jovens universitários possuírem assinatura em jornais online

    (cf. Gráfico 5), podemos observar que a maioria dos participantes (86,11%) não tem

    nenhuma assinatura.

    5.1.6 - Se respondeu não, estaria disposto a pagar para ter acesso a informações

    personalizadas na internet

    No que se refere aos hábitos de leitura de jornais online (cf. Gráfico 6) podemos

    observar que a maioria dos participantes (77,05%) não estaria desposto a pagar para ter

    acesso a informações personalizadas.

  • 41

    Gráfico 7: Características dos jornais online mais relevantes

    Gráfico 8: Altura do dia de maior consulta de notícias online

    5.1.7 - Quais as características dos jornais online mais relevantes para si?

    No que se refere as características dos jornais online (cf. Gráfico 7), podemos

    observar que a atualização permanente (32,04%) e o facto de ser gratuito (26,70%) são

    as preferidas dos jovens universitários. Segue-se a opção “Existem meios multimédia

    como vídeos e imagens” com 20,39%.

    5.1.8 - Em que parte do dia consulta com maior frequência noticias online

    No que se refere à parte do dia que os jovens universitários consultam noticias

    com maior frequência (cf. Gráfico 8), podemos observar que a maioria dos participantes

    (41,67%) respondeu de manhã.

  • 42

    Gráfico 9: Utilização de redes sociais para estar informado

    Gráfico 10: Redes sociais mais utilizadas para estar informado

    5.1.9 - Utiliza alguma rede social para estar informado

    No que se refere à utilização das redes sociais para estar informado (cf. Gráfico

    9), podemos observar que uma grande percentagem dos participantes (91,67%%) utiliza

    as redes sociais.

    Quando questionados sobre quais as redes sociais que usam (cf. Gráfico 10),

    verificou-se que o Facebook (44,78%) e o Instagram (21,64%) são as mais utilizadas.

  • 43

    Gráfico 11: Hábito de partilhar notícias nas redes sociais

    Gráfico 12: Hábito de confirmar as fontes nas notícias online

    5.1.10 - Tem como hábito de partilhar de notícias nas redes sociais

    Quanto ao hábito de partilhar noticias nas redes sociais (cf. Gráfico 11),

    constatamos que a maioria dos participantes não partilha notícias nas redes sociais

    (61,11%).

    5.1.11 - Tem como hábito verificar as fontes das notícias online

    Relativamente a esta questão verifica-se que os respondentes se mostram

    divididos. As duas opções alcançaram valores muito idênticos, visto que os estudantes

    que confirmam as fontes correspondem a 52,78% da amostra (cf. Gráfico 12). Os outros

    47,22% correspondem aos jovens leitores que optam por não confirmar as fontes.

  • 44

    Gráfico 13: Meio de comunicação que confiam mais

    Gráfico 14: Meio de comunicação em que confiam menos

    5.1.12 - Meios de comunicação que os jovens confiam mais e menos

    No que se refere aos meios de comunicação que os jovens universitários confiam

    mais e menos, constatamos que o meio de comunicação que os participantes confiam mais

    é o jornal (50%) e o meio que confiam menos é a internet (80,56%).

  • 45

    Gráfico 15: O que capta mais atenção online

    Gráfico 16: A internet mudou os hábitos de leitura

    5.1.13 - O que capta a atenção numa notícia online

    No que se refere à atenção dos jovens numa notícia online (cf. Gráfico 15), a maior

    parte dos participantes respondeu que o “Título” é o que chama mais à atenção (70,83%).

    De seguida surgem as imagens (15,28%) como o segundo “formato” eleito pelos jovens

    universitários.

    5.1.14 - A internet mudou os seus hábitos de leitura

    Segundo o gráfico representado, é possível concluir que 94,44% dos respondentes

    afirmou que os seus hábitos de leitura sofreram alterações com o surgimento da internet.

    Os restantes 5,56% declararam que a internet não influenciou o modo de leitura dos

    mesmos.

  • 46

    n % n % n %

    Não 4 8% 1 5% 5 7%

    Sim 46 92% 21 95% 67 93%

    Total 50 100% 22 100% 72 100%

    Licenciatura Mestrado Total

    Costuma ler Jornais

    online?

    Tabela 2: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “costuma ler jornais online?”

    5.2 - Cruzamento de Variáveis Para verificar a existência de associações entre as habilitações académicas e as

    variáveis em estudo, recorreu-se ao teste de qui-quadrado, cujos resultados revelaram que

    não existem associações estatisticamente significativas. Contudo, passamos a apresentar

    a distribuição de cada uma das questões em função das habilitações académicas.

    5.2.1 - Cruzamento das habilitações académicas e da questão “Costuma ler jornais

    online”

    Relativamente ao cruzamento das habilitações académicas e da questão “Costuma

    ler jornais online?” (cf. Tabela 2), verificamos que a maioria dos participantes respondeu

    que “sim” (93%); sendo que os participantes que frequentavam o Mestrado costumam ler

    mais os jornais online (95%) face aos participantes que frequentavam a Licenciatura

    (92%).

    5.2.2 - Cruzamento das habilitações académicas e da questão “Com que frequência

    costuma ler jornais online”

    Quanto ao cruzamento das habilitações académicas e da questão “Com que

    frequência costuma ler jornais online (por semana)?” (cf. Tabela 3), constatamos que a

    maioria dos participantes que frequentava a Licenciatura lia os jornais online cerca de 4

    a 5 vezes por semana (39,1%) e 8 a 9 vezes por semana (21,7%). A maioria dos

    participantes que frequentava o Mestrado lia os jornais online 8 a 9 vezes por semana

    (28,6%) e 6 a 7 vezes por semana (28,6%).

  • 47

    Tabela 3: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “com que frequência lê jornais online”

    5.2.3 - Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “nos jornais online, lê

    mais sobre que temas?”

    Quanto aos temas online mais lidos (cf. Tabela 1), os participantes que

    frequentavam a Licenciatura liam mais (Atualidades, Sociedade e Política,

    Entretenimento e Cultura) e os participantes que frequentavam o Mestrado liam mais

    (Noticias Nacionais, Mundo, Desporto, Economia, Tempo, Tecnologia e Outros

    assuntos).

    LicenciaturaMestrado Total

    1 vez n 5 2 7

    % 10,9% 9,5% 10,4%

    2-3 vezes n 9 2 11

    % 19,6% 9,5% 16,4%

    4-5 vezes n 18 5 23

    % 39,1% 23,8% 34,3%

    6-7 vezes n 4 6 10

    % 8,7% 28,6% 14,9%

    8-9 vezes n 10 6 16

    % 21,7% 28,6% 23,9%

    Total n 46 21 67

    % 100% 100% 100%

    Habilitações Académicas

    Com que frequência

    costuma ler Jornais online

    (por semana)?

  • 48

    Tabela 4: Cruzamento de variáveis habilitações académicas e “nos jornais online, lê mais sobre que

    temas?”

    5.2.4 - Cruzamento de variáveis habilitações académicas e as questões “tem alguma

    assinatura em jornais online?” e “pagaria uma assinatura em jornais online?”

    Relativamente ao cruzamento de variáveis habilitações académicas e as questões

    “tem alguma assinatura em jornais online?” e “pagaria uma assinatura em jornais online?”

    constatamos que a maioria dos participantes não tem assinatura de jornais online (86%)

    e não pagaria uma assinatura em jornais online (76%).

    n % n % n %

    Notícias nacionais Não 20 40% 7 32% 27 38%

    Sim 30 60% 15 68% 45 63%

    Total 50 100% 22 100% 72 100%

    Atualidades Não 6 12% 5 23% 11 15%

    Sim 44 88% 17 77% 61 85%

    Total 50 100% 22 100% 72 100%

    Não 23 46% 8 36% 31 43%

    Sim 27 54% 14 64% 41 57%

    Total 50 1