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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CAMPUS ARAQUARI Eliakin Sato de Borba, Gabriella Ferreira do Vale, Iasmine Nascimento Burkhardt, Luís Guilherme Hartin, Maykon Allan Soldati Quandt EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS ARAQUARI/SC 2016

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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – CAMPUS ARAQUARI

Eliakin Sato de Borba, Gabriella Ferreira do Vale, Iasmine Nascimento

Burkhardt, Luís Guilherme Hartin, Maykon Allan Soldati Quandt

EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DE

PLANTAS MEDICINAIS

ARAQUARI/SC

2016

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Eliakin Sato de Borba, Gabriella Ferreira do Vale, Iasmine Nascimento

Burkhardt, Luís Guilherme Hartin, Maykon Allan Soldati Quandt

EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DE

PLANTAS MEDICINAIS

Trabalho de Defesa do Projeto de Iniciação Científica

Integrada (PIC-QUIMI) apresentado ao Instituto Federal

Catarinense – Campus Araquari como parte

complementar à matriz curricular do Curso Técnico em

Química Integrado ao Ensino Médio.

ARAQUARI/SC

2016

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AGRADECIMENTOS

O trabalho apresentado foi um fruto de muito trabalho e, ao mesmo tempo, uma trajetória de

turbulências e vitórias que fomos recebendo ao longo das pesquisas adquiridas. Sendo assim,

os méritos da finalização deste longo trabalho são para as pessoas que se puseram a nos

ajudar, não apenas nas pesquisas mais sim por nos ajudarem a ter novos conhecimentos.

Primeiramente agradecemos ao nosso orientador Professor Adalberto Manoel da Silva, por

dar seu tempo, dedicação, conhecimento e principalmente por acreditar no nosso potencial.

Agradecemos aos técnicos de laboratório por serem pacientes e colaboradores em nossas

praticas: Daniel, Felipe. A nossa banca de qualificação por nos apontar os erros cometidos e

também a melhorar o artigo escrito: Professor Cleder Alexandre Somensi, Professora Vera

Maria Carvalho Silva Santos. Ao Professor Élder Montovani Lopez por nos proporcionar essa

maravilhosa experiência de publicações. Agradecemos ao Professor Marlos José de França

pelos dados meteorológicos fornecidos por sua estação. Ao Professor Luciano Alves por nos

emprestar a vidraria Clevenger. Agradecemos muito ao Técnico José Luiz Pereira do

Departamento de Química da UFV por realizar as análises dos óleos essenciais para a

determinação de suas composições. E ao servidor Vagner por nos auxiliar nas colheitas das

plantas medicinais.

Obrigado a todas as pessoas que colaboraram de alguma forma e se dedicaram a fazer sempre

o melhor para nós.

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Sumário

RESUMO ............................................................................................................................................... v

ABSTRACT .......................................................................................................................................... vi

1 - TEMA .......................................................................................................................................... 1

1.1 - DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................................ 1

2 – OBJETIVOS ............................................................................................................................... 2

2.1 - OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 2

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 2

3 – INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3

4 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................. 5

4.1 - PLANTAS MEDICINAIS .................................................................................................... 5

4.2 - ÓLEOS ESSENCIAIS .......................................................................................................... 6

4.2.1 - Óleos Essenciais e o Meio Ambiente ............................................................................ 8

4.3 - FATORES ABIÓTICOS QUE INFLUENCIAM NO ÓLEO ESSENCIAL ........................ 9

4.3.1 - Efeito da Temperatura e da Luminosidade ................................................................... 9

4.3.2 – Sazonalidade ............................................................................................................... 10

4.3.3 - Horário de Coleta ........................................................................................................ 10

4.4 - TAXONOMIA DOS OBJETOS DE TESTE ............................................................................ 11

4.4.1 - Curcuma Longa .................................................................................................................. 11

4.4.2 - Erva Baleeira ...................................................................................................................... 13

4.4.3 – Citronela ............................................................................................................................ 14

4.4.4 – Melaleuca .......................................................................................................................... 16

5 - METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................................... 18

5.1 – COLETA DAS PLANTAS ...................................................................................................... 18

5.2 - EXTRAÇÕES DO ÓLEO ESSENCIAL .................................................................................. 19

5.3 - ANÁLISES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS DOS CONSTITUINTES DOS ÓLEOS

ESSENCIAIS .................................................................................................................................... 21

5.5 - DADOS METEOROLÓGICOS DO LOCAL DE COLETA ................................................... 22

6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 23

6.1 – RENDIMENTOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS ................................................................. 23

6.2 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS ....................................................... 24

7 - CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 33

8 - REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 34

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RESUMO

EXTRAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS

ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DE PLANTAS MEDICINAIS.

O presente trabalho descreve a extração, a quantificação e a caracterização do óleo essencial

de quatro espécies de plantas cultivadas no horto medicinal do IFC, sendo elas a Melaleuca

(Melaleuca alternifolia), a Erva Baleeira (Cordia verbenácea DC), o Açafrão da terra

(Curcuma longa) e a Citronela (Cymbopogon winterianus), comparando com os resultados já

publicados. Durante a coleta observou-se as condições climáticas nos dias das coletas através

de dados do centro de meteorologia do Instituto Federal Catarinense–Campus Araquari. As

coletas foram realizadas nos dias 17 a 21 de julho de 2016, as extrações realizadas por

hidrodestilação utilizando um equipamento tipo clevenger e a composição química de cada

óleo determinada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os

rendimentos das extrações obtidos, em massa fresca, foram: citronela (0,52%), curcuma longa

(0,36%), erva baleeira (0,16%) e melaleuca (1,41%). Na composição química do óleo da

citronela pôde-se observar a predominância dos compostos geraniol, citronelal e citronelol na

concentração de 23,88%, 23,42% e 20,97%, respectivamente. No óleo da curcuma longa

observou-se como majoritários os compostos Ar-tumerona (36,74 %), α-tumerona (18,78 %) e

curlona (18,11%). No óleo da melaleuca, pode-se destacar o sesquiterpeno terpinen-4-ol com

45,43 %, seguido do γ-terpineno (18,84 %) e do α-terpineno (7,73%). E, por fim, no óleo da

erva baleeira não foi possível determinar a estrutura química do composto majoritário que

apresentou numa concentração relativa de 35,98 %. No entanto, vários outros compostos

foram identificados, dentre eles, o composto óxido de cariofileno e o espatulenol que

apresentaram concentrações de 15,54 % e 7,44 %, respectivamente. Com base nos resultados

pode-se concluir que as espécies estudadas apresentam fontes promissoras de estudo e

aplicação, destacando-se a melaleuca, cujo óleo possui padrão para ser utilizado como óleo

comercial. Além disso, a erva baleeira, que apresentou constituintes diferentes dos

encontrados na literatura, nos estimula a desenvolver um trabalho investigativo mais

aprofundado desta espécie.

PALAVRAS-CHAVE: Extração; óleos essenciais; hidrodestilação, plantas medicinais.

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ABSTRACT

EXTRACTION AND DETERMINATION OF CHEMICAL COMPOSITION OF

ESSENTIAL OILS OF SPECIES OF MEDICINAL PLANTS.

The present work describes the extraction, quantification and characterization of the essential

oil of four species of plants cultivated in the medicinal garden of the IFC, being Melaleuca

(Melaleuca alternifolia), Erva Baleeira (Cordia verbenácea DC), Saffron of the Earth

(Curcuma longa L.) and Citronella (Cymbopogon winterianus), comparing with the results

already published. During the collection, the climatic conditions were observed in the days of

collection through data from the meteorological center of the Inustituto Federal Catarinense-

Campus Araquari. The collections were carried out from July 17 to 21, 2016, extractions

performed by hydrodistillation using a clevenger type equipment and the chemical

composition of each oil determined by gas chromatography coupled to mass spectrometry.

The yields of fresh extracts were: citronela (0.52%), curcuma longa (0.36%), erva baleeira

(0.16%) and melaleuca (1.41%). In the chemical composition of the citronella oil it was

possible to observe the predominance of the geraniol, citronellal and citronellol compounds in

the concentration of 23.88%, 23.42% and 20.97%, respectively. In the curcuma longa oil the

compounds Ar-tumerone (36.74%), α-tumerone (18.78%) and curlone (18.11%) were

observed as the major components. In the oil of melaleuca, the sesquiterpene terpinen-4-ol

with 45,43% can be emphasized, followed by the γ-terpinene (18,84%) and the α-terpinene

(7.73%). Finally, in the Erva Baleeira, it was not possible to determine the chemical structure

of the major compound that presented a relative concentration of 35.98%. However, several

other compounds were identified, among them, the compound caryophyllene oxide and the

spatulenol that presented concentrations of 15.54% and 7.44%, respectively. Based on the

results, it can be concluded that the studied species present promising sources of study and

application, especially melaleuca, whose oil has a standard to be used as commercial oil. In

addition, the whale herd, which presented constituents different from those found in the

literature, encourages us to develop a more thorough investigation of this species.

KEYWORDS: Extraction; essencial oils; hydrodistillation, medicinal plants.

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1 - TEMA

Extração e análise de óleos essenciais.

1.1 - DELIMITAÇÃO DO TEMA

Extração e determinação da composição química dos óleos essenciais de espécies de

plantas medicinais do Horto Medicinal do Instituto Federal Catarinense - Campus Araquari.

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2 – OBJETIVOS

2.1 - OBJETIVO GERAL

Realizar a extração e determinar a composição química dos óleos essenciais de quatro

espécies de plantas medicinais do Horto Medicinal do IFC - Campus Araquari.

2.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Extrair os óleos essenciais de plantas medicinais utilizando a técnica de

hidrodestilação;

● Fazer a análise quantitativa e qualitativa dos óleos essenciais por meio de

cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas;

● Comparar os resultados adquiridos no projeto com dados publicados em

revistas científicas.

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3 – INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre plantas medicinais simboliza muitas vezes o único recurso

terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. O uso de plantas no tratamento e na cura

de enfermidades é tão antigo quanto à espécie humana. Ainda hoje, nas regiões mais pobres

do país e até mesmo nas grandes cidades brasileiras, plantas medicinais são comercializadas

em feiras livres, mercados populares e encontradas em quintais residenciais. As observações

populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais contribuem de forma relevante para a

divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais, prescritos com frequência, pelos efeitos

medicinais que produzem, apesar de não terem seus constituintes químicos conhecidos. Dessa

forma, usuários de plantas medicinais de todo o mundo mantêm em voga a prática do

consumo de fitoterápicos, tornando válidas informações terapêuticas que foram sendo

acumuladas durante séculos. De maneira indireta, este tipo de cultura medicinal desperta o

interesse de pesquisadores em estudos envolvendo áreas multidisciplinares, como por

exemplo, botânica, farmacologia e fitoquímica, que juntas enriquecem os conhecimentos

sobre a inesgotável fonte medicinal natural: a flora mundial (SILVA, 2006).

O fato de as plantas aromáticas, condimentares e medicinais serem utilizadas por um

público cada vez maior culminou num recebimento de incentivo da Organização Mundial da

Saúde (OMS), que recomenda o desenvolvimento de pesquisas visando à utilização da flora.

Dados da OMS mostram que cerca de 80% da população mundial fez uso de algum tipo de

erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável (MARTINS et al.

2003).

Uma planta medicinal pode ser definida como qualquer vegetal que produza

substâncias biologicamente ativas. Diversos fatores influenciam na produção final dessas

substâncias, como: variações climáticas, solo, época de colheita, características genéticas da

planta, condições de secagem, tempo de armazenamento, entre outros (CASTRO et al, 2004).

A interação do ambiente com os mecanismos fisiológicos das plantas resulta no

estímulo da síntese de metabólitos secundários os quais são característicos de determinadas

espécies e podem ser o resultado da adaptação às condições ambientais na sobrevivência e

perpetuação dos indivíduos.

Os óleos essenciais, também conhecidos como óleos voláteis ou óleos etéreos, são

compostos aromáticos, geralmente armazenados e isolados do processo fisiológico normal da

planta, em espaços extracelulares de glândulas ou ducto de raízes, caules, folhas, flores de

plantas aromáticas (DEANS e WATERMAN, 1993). Eles têm papel na atração de agentes

polinizadores, de defesa contra herbívoros e como reguladores da taxa de decomposição da

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matéria orgânica no solo (DEANS e WATERMAN, 1993; ERICKSON, 1976). Além disso,

os óleos essenciais têm sido empregados por suas propriedades farmacológicas, sendo usados

como antimicrobianos, anti-inflamatórios e analgésicos (SILVA et al, 1995).

Óleos essenciais podem ser extraídos através de destilação por arraste a vapor,

compressão de vegetais, uso de solventes, entre outros. Esses óleos apresentam estruturas

diversas, como ácidos carboxílicos, alcoóis, fenóis, aldeídos, cetonas, ésteres,

hidrocarbonetos, dentre outras, cada qual com sua característica aromática e ação bioquímica.

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4 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 - PLANTAS MEDICINAIS

As plantas medicinais podem ter diversos significados na área farmacêutica,

dependendo sempre de sua utilização e também visualizando o método de processamento da

planta. Quando a planta é beneficiada ou processada (seca, triturada, rasurada), estando

estabilizada ou não, ganha o nome de droga vegetal. O nome droga é submetido a qualquer

substância ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitária (CARVALHO,

2011).

A cura a partir das plantas medicinais é uma das técnicas mais antigas praticadas pela

humanidade e cerca de 65 a 80% da população de países em desenvolvimento dependem

apenas dessa técnica como cuidado básico da saúde (JUNIOR e PINTO, 2005). O fato de as

plantas medicinais serem usadas, muitas vezes de forma efetiva no combate contra algumas

doenças, evidencia a necessidade de estudos de certas espécies. Outro fato que demonstra que

o estudo das plantas medicinais é necessário é que, dentre as 250-500 mil espécies de plantas,

apenas 5% foram estudadas fitoquimicamente e uma porcentagem ainda menor que foram

estudadas sob aspectos de atividades biológicas (FILHO e YUNES, 1996).

A flora brasileira é discutida no mundo todo desde o descobrimento do Brasil e, desde

aquela época, é conhecida por abrigar espécies que possuem propriedades tintoriais,

odoríferas, estimulantes, condimentosas, alucinogênicas, resinosas balsâmicas, além da

própria exploração da madeira (PACHÚ, 2007). Mesmo sabendo que a flora brasileira é

riquíssima e possui uma ampla utilização para estudos científicos, a correlação entre plantas

para serem pesquisadas e pesquisas científicas é muito pequena. Existem poucos programas

de segurança e eficiência de fitoterápicos para o uso de plantas medicinais (PACHÚ, 2007).

Com relação aos fitoterápicos, existem pontos que merecem atenção especial, pois

podem nunca terem sido pesquisados ou analisados por pesquisadores, devido à falta de

incentivo na área (JUNIOR e PINTO, 2005).

A Política Nacional de Medicamentos (PNM), na diretriz Desenvolvimento científico e

tecnológico, prevê expansão e incentivo a pesquisas que aproveitem a flora nacional para

pesquisa de aproveitamento de potencial terapêutico, certificando a segurança e a eficácia na

pesquisa (CARVALHO, 2011).

Ao estudar a composição química de uma planta devem-se levar em conta os fatores

naturais de crescimento, tais quais apresentam fatores genéticos, clima, solo, época de

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colheita e fatores de estresse diferenciados. A realização de melhorias no cultivo também

pode interferir na composição química da planta (CAROTTO, 2008).

Ao analisar os extratos de algumas espécies do gênero Piper, foram encontradas

propriedades inseticidas, bactericidas e fungicidas (POTZERNHEIM et al., 2006; apud

CONSTANTIN et al., 2001; PESSINI et al., 2003; BARA e VANETTI, 1997). A análise mais

precisa detectou que havia alguns compostos que demonstravam presença de atividade

psicotrópica, antimicrobiana, antioxidante, citotóxica, inseticida, fungicida e antileishmania

(POTZERNHEIM et al., 2006).

Existem compostos dentro das plantas tais como sesquiterpenos, alcaloides,

triterpenos, taninos lignanas, flavonoides, entre outros (FILHO e YUNES, 1996), que

permitem que atividades terapêuticas com elas sejam efetivas. Esses compostos podem estar

distribuídos nas mais diversas partes das plantas, e para sua obtenção, são utilizados vários

métodos e várias técnicas de extração. A destilação é uma técnica que origina o óleo essencial

que, por sua vez, pode possuir propriedades fitoterápicas, podendo curar, combater, reduzir

algumas doenças.

4.2 - ÓLEOS ESSENCIAIS

Óleos essenciais podem ser definidos como os produtos obtidos pelas partes da planta

após a destilação de arraste de vapor. Tavares (2007) refere-se que óleos essenciais podem ser

chamados de óleos voláteis (devido à sua fragilidade com a temperatura ambiente), óleos

etéreos (porque são solúveis em solventes orgânicos como o éter) ou essências (nas quais são

nomeadas pelo doce e intenso aroma).

Óleos essenciais são muito pouco estáveis, pois reagem muito facilmente com a luz, o

ar, a umidade, o calor e os metais; a maioria deles é incolor e opticamente ativos (TAVARES,

2007).

Segundo Pereira (2010), a extração dos óleos pode se dar através de técnicas como,

destilação por arraste a vapor, hidrodestilação, extração com CO2 supercrítico, expressão a

frio, entre outros. Os métodos de extração variam conforme a localização do óleo na planta

(flores, folhas, cascas, raízes e rizomas) e sua utilização.

Os óleos essenciais apresentam grandes demanda devido ao seu combate

antimicrobiano, além disso, o fato de serem naturais, biodegradáveis e quando comparados

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aos fármacos sintéticos, tornam-se chave para a pesquisa de novos medicamentos (PROBST,

2012).

O rendimento do óleo essencial com base na massa da planta utilizada varia muito de

espécie para espécie. Costa et al. (2007) utilizou 400 g de casca de bergamota e de eucalipto e

extraiu deles apenas 1,46 g e 2,23 g de óleo de bergamota e de eucalipto, respectivamente.

Observando o resultado, apenas 0,36 % da massa de bergamota e 0,56 % da massa de

eucalipto é o óleo essencial de cada planta.

Para Tavares (2007 apud SPITZER e SIMÕES, 2000), a taxa de óleo sob a massa total

da planta pode ir de 0,01% de rendimento, como o composto minoritário da bergamota, ou até

80% do rendimento, como do composto majoritário do eucalipto, e pode alterar essa

porcentagem dependendo da espécie que se trabalha.

Do ponto de vista químico, os óleos essenciais são compostos principalmente de uma

mistura de lipídios chamados terpenos, sendo hidrocarbonetos que, se oxigenados, são

chamados de terpenóides (LASZLO, 2001), como ilustrado na figura1.

Figura 1 - Exemplos de terpenos e terpenoides, como monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos

presentes em óleos essenciais.

Os terpenos estão relacionados com uma unidade chamada isopreno que possui cinco

carbonos e que tem fórmula química 2-metil-1,3-butadieno. Cada terpeno possui um nome

específico para cada unidade isoprênica (proveniente da quantidade de isoprenos). A

classificação de nomes para os terpenos são: Monoterpenos (Duas Unidades Isoprênicas

[10C]); Sesquiterpenos (Três Unidades Isoprênicas [15C]); Diterpenos (Quatro Unidades

Isoprênicas [20C]); Sesterterpenos (Cinco Unidades Isoprênicas [25C]); Triterpenos (Seis

Unidades Isoprênicas [30C]); e Tetraterpenos (Oito Unidades Isoprênicas [40C]) (LASZLO,

2001).

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O metabolismo secundário de uma planta produz três grandes grupos na sua

biossíntese, são eles: terpenoides, alcaloides e compostos fenólicos. Os terpenoides atuam em

diferentes plantas com diferentes funções, como na produção de carotenoides, na produção de

hormônios, nos mecanismos de defesa e de comunicação da planta (PROBST, 2012). Os

alcaloides são compostos orgânicos naturais heterocíclicos com baixo peso molecular e são

caracterizados pela presença de um ou mais átomos de nitrogênio em sua estrutura básica.

Desde a descoberta da morfina, foram descritos mais de 20000 compostos isolados,

sintetizados e acumulados por cerca de 20% das espécies (KUTCHAN, 1995). Já os

compostos fenólicos estão presentes em todos os órgãos de plantas e também são encontradas

em algumas comidas e bebidas; caracterizados mais de 8000 compostos fenólicos que vão de

simples cadeias até cadeias muito complexas (PROSBT, 2012).

4.2.1 - Óleos Essenciais e o Meio Ambiente

As atividades envolvendo óleos essenciais normalmente destinam-se a problemas

envolvidos com o meio ambiente ou a humanidade. Muitos dos óleos extraídos são utilizados

para combater microrganismos e outros agentes que são frequentemente encontrados no meio

ambiente (ERNANDES e GARCIA-CRUZ, 2007). Não só a atividade antimicrobiana é usada

no meio ambiente, mas há também outras atividades que são realizadas na mesma

metodologia que elas, como a atividade antisséptica que previne contra bactérias nocivas

presentes no meio ambiente.

Outro aspecto envolvendo os óleos essenciais é a sua utilização como matérias-primas

utilizadas pela indústria de perfumaria, cosméticos, produtos de limpeza e indústria de

alimentos. Os óleos essenciais são também utilizados pela indústria química e de

medicamentos. O volume de produção e consumo de óleos essenciais no Brasil é, em grande

parte, devido à eficácia da indústria brasileira de cosméticos. O faturamento em relação ao

consumidor passou de R$4,9 bilhões (1996) para R$21,7 bilhões (aproximadamente US$12

bilhões) em 2008 (SOUZA, 2010).

A partir dos séculos XVI e XVII, devido ao nível de tecnologia, maior conhecimento,

à exploração de suas propriedades e divulgação, a comercialização destes óleos se tornou

mais popular pelo mundo. Não se deve esquecer de que as especiarias, muitas delas ervas

aromáticas de grande valor econômico, eram produtos valiosos na Europa. Um dos primeiros

produtos explorados no Brasil para extração de óleos essenciais foi retirado do pau rosa, uma

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árvore da Amazônia, cuja essência, o óleo de linalol, tem aroma agradável (TRANCOSO,

2013).

A matéria prima do perfume francês desenvolvido pela empresa de mademoiselle

Coco Chanel em 1921 é o óleo essencial extraído da madeira do pau rosa, árvore nativa da

Floresta Amazônica. Estimativas indicam que cerca de 500 mil árvores dessa espécie já foram

abatidas desde o início da exploração do pau rosa, o que levou o Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a incluí-lo na lista das espécies em

perigo de extinção em abril de 1992. O interesse do professor da Unicamp, Lauro Barata, em

estudar a árvore amazônica, surgiu em 1997 quando ecologistas franceses iniciaram uma

campanha para boicotar os produtos da Chanel por conta da extração do pau rosa, que tem

como nome científico Aniba rosaeodora, e a consequente devastação da floresta. O objetivo

era encontrar uma solução que acalmasse o ânimo dos grupos ambientalistas (ERENO, 2005).

4.3 - FATORES ABIÓTICOS QUE INFLUENCIAM NO ÓLEO ESSENCIAL

Mudanças abióticas e bióticas atraem composições químicas, como por exemplo, a

ativação da expressão gênica por situações de estresse (quando as plantas ativam seus

metabolitos secundários, ou seja, seus constituintes são expelidos em algumas horas do dia

sentindo o odor mais forte das espécies).

Sabendo que a composição química dos óleos essenciais pode variar de acordo com

vários parâmetros, os óleos essenciais de algumas espécies de plantas medicinais também

estão relacionados com as condições climáticas da época e da região, pelos efeitos de

temperatura e luminosidade, também relaciona os efeitos da sazonalidade e o horário de

coleta de cada planta citada, pelo mesmo motivo foi feito a comparação de dados das

literaturas atuais.

4.3.1 - Efeito da Temperatura e da Luminosidade

A adaptação de algumas plantas ao seu habitat é notória, e existe um sistema

responsável pela resistência a alteração de temperatura do ambiente. Estas variações são

responsáveis pelas alterações na produção de metabólitos secundários. Os óleos essenciais,

geralmente, apresentam um aumento em seu teor quando as plantas produtoras se encontram

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em ambientes com temperatura elevada, porém, em dias muito quentes, pode-se observar

perda excessiva dos mesmos (MORAIS, 2009).

Do mesmo jeito que a temperatura influencia na quantidade e na qualidade de óleo

essencial, a luminosidade influencia diretamente a composição e a constituição do óleo

essencial. Voirin et al. (1990) observou que no óleo essencial de Mentha piperita (hortelã)

possuem compostos majoritários como o mentol, a mentona, e traços de mentofurana, isso

quando as plantas foram submetidas a dia longo (fotoperíodo longo). Na observação da

mesma durante dia curto (fotoperíodo curto), o composto majoritário foi a mentofurana.

4.3.2 – Sazonalidade

A sazonalidade é um importante fator quando se debate a composição de um óleo

essencial. A grande diferença de temperatura, umidade, luminosidade e outros fatores

abióticos e bióticos (como o predatismo de insetos ás plantas) interferem significativamente

na produção do óleo essencial. Como apontado antes, a luminosidade interfere na produção do

óleo essencial de hortelã, já que a planta é originalmente uma planta de fotoperíodo longo

(isso se o objetivo for obter o mentol). O fotoperíodo é diferente em cada estação do ano,

devido aos solstícios e equinócios realizados durante o processo de translação.

Durante a observação do efeito da sazonalidade no óleo essencial, podemos ter dois

resultados significativos, são eles o rendimento do óleo, e a composição majoritária. Em

estudos realizados com Salvia officinalis, no qual se avaliou a influência da sazonalidade no

rendimento e na composição química do seu óleo essencial, Putievsky et al (1986 apud

MORAIS 2006) concluíram que o maior rendimento de óleo essencial foi obtido no primeiro

ano de cultivo, em corte realizado no verão. Com relação à composição do óleo essencial, este

apresentou maior teor de constituintes majoritários (tujona e cânfora) no segundo ano de

cultivo em corte realizado na primavera.

4.3.3 - Horário de Coleta

Durante certos momentos do dia, você naturalmente percebe um aumento ou uma

diminuição do aroma das flores. Ás vezes a percepção vem até a olho nu, como o fenômeno

ocorrente na Cestrum nocturnum, na qual a planta floresce durante o período noturno. Tais

dados são recorrentes durante a coleta do óleo essencial também. Em ensaios realizados com

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Melissa officinalis em dois horários de coleta, Blank et al. (2005 apud MORAIS 2009)

concluíram que houve inversão no percentual de compostos majoritários do óleo essencial,

obtendo-se 49,0% de neral e 34,4% de geranial às 9h, e 34,1% e 50,8% às 15h para neral e

geranial, respectivamente. Essa inversão pode ter diversos motivos, sendo eles alteração na

temperatura, umidade e alguns outros fatores bióticos e abióticos.

4.4 - TAXONOMIA DOS OBJETOS DE TESTE

4.4.1 - Curcuma Longa

O açafrão da Índia (Curcuma longa L.), conhecido no mercado internacional como

“turmeric”, pertence à família Zingiberaceae, subordem Zingiberoidae. No Brasil, pode ser

conhecida ainda, por açafroeira, açafrão da terra, batatinha amarela, gengibre dourada,

mangarataia e cúrcuma, mas, por vezes, pode ser confundida com o açafrão verdadeiro

(Crucus sativus L.), planta de clima mediterrâneo, não cultivada no país (CECÍLIO FILHO et

al., 2000; MATA et al., 2004).

É uma planta originária do sudoeste da Ásia, mais precisamente das encostas de

morros das florestas tropicais da Índia, e está distribuída em regiões tropicais e subtropicais

por todo o mundo. No Brasil, o maior polo produtor de açafrão é a região de Mara Rosa (GO),

pertencente à microrregião de Porangatu situada no norte de Goiás. A Cúrcuma é planta de

cultivo fácil, apresenta a vantagem de não exigir tratos culturais especiais podendo

desenvolver-se em condições tropicais.

A planta apresenta folhas grandes de coloração verde, oblongo-lanceoladas e oblíquo-

nervadas que exalam um odor agradável quando contusas; em condições de clima e solo

favoráveis a parte aérea da planta atinge, em média, 120 a 150 cm de altura. Possui pecíolos

tão compridos quanto os limbos que, reunidos em sua base, formam o pseudocaule; o rizoma

principal ou central é piriforme, arredondado ou ovóide, com ramificações secundárias

laterais, compridas e tuberizadas (CECÍLIO FILHO et al., 2000; NAGHETINI, 2006).

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Figura 2 - Rizoma da Cúrcuma longa L. recém colhidos.

O açafrão é constituído principalmente de proteínas (6,3%), lipídios (5,1%), minerais

(3,5%), carboidratos (69,4%), água (13,1%) e óleos essenciais (5,8%) (CHATTOPADHYAY

et al., 2004 apud CAIXETA, 2010). Segundo Chatterjee, Variyar e Gholap (2000), os

principais compostos identificados nos óleos de cúrcuma e relatados na literatura incluem α-

felandreno, 1,8-cineol, zingibereno, ar curcumeno, turmerona, ar-turmerona, β-

sesquifelandreno, curlona e dehidrozingerona.

Os rizomas maduros, por conterem amido, óleo essencial e pigmentos corantes, têm

sido muito utilizados na indústria alimentícia, como corante, aromatizante e ingrediente no

preparo de temperos, além de possuir múltiplasatividades farmacológicas, incluindo

antioxidação, antimicrobiana antiaterosclerótica, antiinflamatória, antidepressiva, uso na

técnica analítica de boro e arsênio e nos métodos de colorimetria e espectrofotometria

(MAIA; FERREIRA; ABREU, 2004; QIN et al., 2007).

O rizoma apresenta uma coloração amarelo-alaranjada devido à presença dos

pigmentos curcumina e, em menor quantidade, desmetoxicurcumina e bisdesmetoxicurcumina

(UKPABI et al., 2008).

A curcumina, considerada o principal pigmento responsável pela coloração do açafrão,

foi isolada em 1815, mas, somente em 1973, Roughley e Whiting, determinaram sua estrutura

química (CHATTOPADHYAY et al., 2004 apud CAIXETA, 2010).

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Figura 3 - Cortes de rizoma da Cúrcuma longa L.

4.4.2 - Erva Baleeira

A Cordia verbenacea pertence à família Boraginaceae (JOLY, 2002). A família inclui

130 gêneros distintos, com aproximadamente 2300 espécies, incluindo árvores e arbustos,

frequentemente herbáceos e raramente lianas. Inúmeras espécies dessa família são

consideradas medicinais, e seus gêneros mais importantes são: Cordia, Heliotropium e

Cynoglossum, Borago e Symphytum (DI STASI e HIRUMANA-LIMA, 2002 apud GOMES,

2010). A erva-baleeira também é conhecida popularmente como catinga-debarão, cordia,

erva-balieira, balieira-cambará, erva-preta, maria-milagrosa, mariapreta, salicinia, catinga-

preta, maria-rezadeira, camarinha, camaramoneira-dobrejo.

É uma planta nativa em quase todo Brasil principalmente no litoral, comum também

na floresta tropical atlântica (LORENZI e MATOS, 2002 apud GOMES, 2010). É um arbusto

ereto, perene, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos pendente e hastes

revestidas por casca fibrosa, com altura de 1,5-2,5 metros em média. Suas folhas são simples,

alternas, coriáceas, aromáticas, medindo de 5-9 cm de comprimento. Possui flores pequenas, 5

brancas, dispostas em inflorescências racemosas terminais de 10-15 cm de comprimento. Os

frutos são cariopses esféricas (LORENZI e MATOS, 2002 apud GOMES, 2010).

As miniestacas são coletadas da região apical de brotações de mudas com mais de três

anos de idade (LADEIRA, 2002) e no plantio pode-se utilizar o espaçamento entre plantas de

1,20 m de acordo com SARTÓRIO et al. (2000) e a colheita das folhas pode ser feita o ano

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todo (GOMES, 2010). Em certas regiões onde a colheita é intensiva, já se comenta sobre as

dificuldades em encontrá-la devido à coleta predatória e sem critérios (LADEIRA, 2002).

São vários os compostos encontrados na parte aérea de erva-baleeira, dentre eles estão

taninos, flavonóides e os óleos essenciais (FERNANDES et al., 2007). Seu óleo é constituído

de monoterpenos e sesquiterpenos, dentre os quais os compostos majoritários são α-pineno,

aloaromadendreno, trans-cariofileno, e os minoritários são α-humuleno, espatulenol, β-

gurjuneno e o epoxicariofileno (DE CARVALHO JR, et al. 2004).

É uma planta amplamente utilizada na forma de infusões, decocção e extratos

alcoólicos (MEDEIROS et al., 2007 apud GOMES, 2010) para reumatismo, artrite

reumatóide, gota, dores musculares e da coluna, nevralgias, prostatites, contusões,

antiulcerogênico, antimicrobiano e propriedades tônicas (PANIZZA, 1997; PASSOS et al.,

2007 apud GOMES, 2010).

Devido às suas propriedades terapêuticas, a erva-baleeira tem despertado o interesse

de pesquisadores e seus compostos são alvos de diversos estudos.

Figura 4 - Erva Baleeira (Cordia verbenaceae) com flor

4.4.3 – Citronela

A citronela de Java (Cymbopogon winterianus) é uma planta herbácea e com folhas de

margens ásperas, ápice aguda e cespitosa, com altura que pode ultrapassar 1,20 m.

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Originária da Índia, esta gramínea é conhecida principalmente pelo seu efeito

repelente, sendo utilizado principalmente contra melgas (são semelhantes aos mosquitos de

tamanho maior, atingindo 30 mm de comprimento) e mosquitos. Os colmos são eretos, lisos e

semi-lenhosos. As folhas apresentam cor verde-clara em estacas com entrenós longos. Possui

caule rizomatoso e curto, semi-subterrâneo, nodoso, com inúmeras raízes fortes, fibrosas e

longas a espécie é composta por folhas planas e longas, com bordas cortantes (CASTRO &

CHEMALE, 1995 apud UCKER, 2013). É uma planta de grande importância econômica,

muito usada na medicina alternativa veterinária, saúde humana, atraente de inimigos naturais,

utilizada em combate de alguns tipos de pragas e doenças, considerada como um

bioinseticida.

O gênero Cymbopogon inclui cerca de 30 espécies de gramíneas perenes e aromáticas,

sendo a maioria dessas nativas da região tropical do velho mundo (TRIPPLEBROOKFARM,

2003). É uma planta Liliopsida, pertencente à família Poaceae (CRONQUIST, 1988; GOMES

& NEGRELLE, 2003), que representa uma das maiores famílias de plantas, englobando cerca

de 500 gêneros e aproximadamente 8000 espécies essencialmente herbáceas, denominadas

genericamente de gramíneas (UNIVERSITY OF HAWAI, 2013). O capim Citronela adapta-

se bem ao clima tropical e subtropical (CASTRO & CHEMALE, 1995 apud UCKER, 2013),

não suportando temperaturas muito baixas, nem geada. No seu período de crescimento, a

planta é exigente em água. Porém, na colheita, o excesso de chuvas pode baixar o teor de óleo

essencial (UCKER, 2013). Esta é uma cultura exigente em luz (intensidade) e em calor.

Desenvolve-se bem em solos areno-argilosos e francos, permeáveis e férteis, preferindo solos

altos (compreendem os Latossolos, Argissolos, Nitossolos e Chernossolos, argilosos ou muito

argilosos, com boa capacidade de retenção de água), secos e sem umidade excessiva.

Figura 5. Folhas da citronela (Cymbopogon winterianus).

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4.4.4 – Melaleuca

A família Myrtaceae divide-se em duas subfamílias: Myrtoidea, de ampla ocorrência

na América tropical, e Leptospermoideae, que ocorre principalmente na Austrália, Malásia e

Polinésia. O gênero Melaleuca, pertence a esta última, incluindo aproximadamente 100

espécies nativas da Austrália e Ilhas do Oceano Índico (CRONQUIST, 1981). Este gênero

possui introdução recente no país, mostrando-se tolerante a variações climáticas e de solo,

podendo ser cultivado em todo o território brasileiro (OLIVEIRA, 2009). Poucas informações

são encontradas com relação à taxonomia de Melaleuca alternifolia.

De uma forma geral, as árvores deste gênero são perenifólias, podendo apresentar de 5

a 15 m de altura, e possuem características ornamentais, tanto pelo aspecto da copa quanto do

tronco. Suas folhas são simples, opostas, variando de 1,5 a 5,0 cm de comprimento,

dependendo da espécie.

O óleo essencial volátil derivado da Melaleuca alternifolia é utilizado em grande parte

pelas suas propriedades antimicrobianas, onde é incorporado como o ingrediente ativo em

muitas formulações tópicas usadas para tratar infecções cutâneas. É amplamente disponível na

Austrália, Europa e América do Norte e é comercializado como um remédio para várias

doenças (CARSON, 2006).

Foram descritas seis variedades, ou quimiotipos, de M. alternifolia, cada uma

produzindo óleo com uma composição química distinta. Estes incluem um quimiotipo de

terpinen-4-ol, um quimiotipo de terpinoleno e quatro quimiotipos de 1,8-cineol (HOMER,

2000). O quimiotipo terpinen-4-ol contém tipicamente níveis de terpinen-4-ol entre 30 a 40%

(HOMER, 2000) e é o quimiotipo utilizado na produção comercial de óleo de melaleuca.

Figura 6 - Folhas da Melaleuca alternifólia.

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Tabela 1 - Resumo da taxonomia de todas as plantas.

TAXONOMIA DAS PLANTAS SEGUNDO

ITIS(Integrated Taxonomic Information System)

Erva Baleeira Melaleuca Curcuma longa Citronela

Reino Plantae Plantae Plantae Plantae

Subreino Viridiplantae Viridiplantae Viridiplantae Viridiplantae

Infrareino Streptophyta Streptophyta Streptophyta Streptophyta

Superdivisão Embryophyta Embryophyta Embryophyta Embryophyta

Divisão Tracheophyta Tracheophyta Tracheophyta Thacheophyta

Subdivisão Spermatophytina Spermatophytina Spermatophytina Spermatophytina

Classe Magnoliopsida Magnoliopsida Magnoliopsida Magnoliopsida

Superordem Asteranae Rosanae Lilianae Lilianae

Ordem Boraginales Myrtales Zingiberales Poales

Família Cordiaceae Myrtaceae Zingiberaceae Poaceae

Genero Cordia Melaleuca Curcuma Cymbopogon

Espécie Cordia

verbenacea

Melaleuca

alternifólia

Curcuma longa Cymbopogon

winterianus

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5 - METODOLOGIA DA PESQUISA

5.1 – COLETA DAS PLANTAS

O material vegetal foi retirado do horto medicinal do IFC-Araquari, onde quatro espécies

de plantas foram selecionadas, sendo elas Cordia verbenácea, Curcuma longa, Cymbopogon

winterianus e Melaleuca alternifolia

Figura 7 – Foto do Horto Medicinal do IFC - campus Araquari

As amostras foram coletas nos horários especificados na tabela 2.

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Tabela 2 - Nome das plantas com seus respectivos horários de coleta.

Nome Horário Coleta em horas

Melaleuca 01 8:00

Melaleuca 02 13:00

Melaleuca 03 13:00

Melaleuca 04 13:00

Melaleuca 05 8:00

Melaleuca 06 8:00

Curcuma Longa 01 13:00

Curcuma Longa 02 13:00

Curcuma Longa 03 13:00

Curcuma Longa04 13:00

Citronela01 13:30

Citronela 02 13:30

Citronela 03 13:30

Erva Baleeira01 13:30

Erva Baleeira 02 13:30

Erva Baleeira 03 13:30

5.2 - EXTRAÇÕES DO ÓLEO ESSENCIAL

Cada planta foi submetida em quantidades diferentes e com tempo de extração diferentes

para verificar uma possível alteração no rendimento e nos constituintes químicos Conforme

tabela 3.

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Tabela 3 – Quantidade coletada das plantas para a extração e tempo da realização de

extração.

Nome Tempo em horas Quantidade em gramas

Melaleuca 01 2 102,35g

Melaleuca 02 2 101,38g

Melaleuca 03 2 101,95g

Melaleuca 04 3 190g

Melaleuca 05 2 102,75g

Melaleuca 06 2 201,95g

Curcuma Longa 01 2 402,99g

Curcuma Longa 02* 2 300g

Curcuma Longa 03* 2 200g

Curcuma Longa04* 2 100g

Citronela01 2 51,49g

Citronela 02 2 102,98g

Citronela 03 2 202,32g

Erva Baleeira01 2 50g

Erva Baleeira 02 2 100g

Erva Baleeira 03 2 200g

*Amostras trituradas no liquidificador para obtermos maior superfície de contato.

Após a coleta as plantas foram submetidas ao processo de hidrodestilação, no aparelho de

Clevenger modificado para ocorrer a extração do óleo essencial da planta.

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Figura 8 - Equipamento utilizado para a extração do óleo essencial.

Após a destilação, o produto da extração (hidrolato + óleo) foi colocado em um funil de

decantação e foi realizada a partição utilizando éter de petróleo como solvente. O

procedimento foi realizado três vezes para cada óleo extraído. A fase orgânica foi então

separada, secada com sulfato de magnésio, filtrada e o solvente eliminado em evaporador

rotativo. O óleo foi colocado em frasco apropriado e armazenado em freezer para posterior

análise cromatográfica.

5.3 - ANÁLISES QUALITATIVAS E QUANTITATIVAS DOS CONSTITUINTES DOS

ÓLEOS ESSENCIAIS

Para a identificação e quantificação dos constituintes, os óleos essenciais foram enviados

para a Universidade Federal de Viçosa, e no local foi utilizado o seguinte cromatógrafo: um

cromatógrafo a gás (Shimadzu GC-17A, Japão) equipado com coluna de sílica fundida DB-5

(30 m × 0,25 mm, espessura do filme de 0,25 μm) e acoplado a um espectrômetro de massas

(Shimadzu GCMS-QP5050A, Japão). O gás de arraste utilizado foi o hélio com fluxo de 1,8

mL min-1

. A temperatura do injetor foi de 220 °C, sendo a temperatura inicial da coluna 40 °C

mantida por 2 minutos, seguido de aquecimento a 3 °C min-1

até 300 °C, permanecendo

isotermicamente por 15 min. O volume de injeção da amostra foi de 1,0 µL (10 mg mL-1

em

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CH2Cl2) com razão de split 1:10, a pressão da coluna foi de 100 kPa e a temperatura da

interface 240 °C. Com relação ao espectrômetro de massas, o processo de ionização foi por

impacto de elétrons (70 eV) e a amplitude de varredura foi de 30 a 600 Da. As identificações

dos componentes foram realizadas pela comparação de seus tempos de retenção, relativos à

série de alcanos (C9 – C29), e pela comparação dos espectros de massas com o banco de dados

da biblioteca (Wiley e NIST 11) ou com a literatura (ADAMS, 1995).

5.5 - DADOS METEOROLÓGICOS DO LOCAL DE COLETA

No presente projeto, as plantas foram coletadas nos dias 18/19/20 de julho, nos

horários referentes a tabela 2. Assim, buscamos através da estação meteorológica Instituto

Federal Catarinense – campus Araquari, conhecer os dados referentes aos fatores abióticos

desse período.

Os dados foram coletados desde o dia 17 até o dia 21, como mostra na tabela 4.

Tabela 4 - dados dos fatores abióticos do dia 17 à 21.

17/07/2016 18/07/2016 19/07/2016 20/07/2016 21/07/2016

Maior

temperatura do

dia (°C)

17,3

17,3

16,7

15,4

16,2

Menor

temperatura do

dia (°C)

5,9

4,4

10,6

13,1

12,8

Temp.

Média (°C)

11,1

10,2

13,3

13,9

14,2

Precipitação em

milímetros

(mm)

0,0

0,0

0,0

0,2

0,2

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6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 – RENDIMENTOS DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Após ter sido feito todas as extrações, obtivemos um rendimento médio de cada

extração, para cada planta, como citado na tabela 5.

Tabela 5 - Dados das massas utilizadas para extração, massa do óleo e rendimentos

da extração, médio e contemplado na literatura.

Plantas

Medicinais

Massa

utilizada de

cada planta

Massa óleo

essencial

Rendimento

de cada

extração

Rendimento

médio

Rendimento

literatura

Citronela

(CT01)

51,049g 0,2462g 0,47%

0,52%

Em torno de

0,94%

(CASSEL,

2006)

Citronela

(CT02)

102,98g 0,6006g 0,58%

Citronela

(CT03)

202,32g 1,0638g 0,52%

Cúrcuma Longa

(CL01)

300g 1,110g 0,37%

0,36%

Em torno de

0,53%

(NAZ,2010)

Cúrcuma Longa

(CL02)

200g 0,661g 0,33%

Cúrcuma Longa

(CL03)

100g 0,388g 0,38%

Erva Baleeira

(EB01)

50g 0,0883g 0,17%

0,16%

Em torno de

0,47%

(RODRIGU

EZ et al.,

2011)

Erva Baleeira

(EB02)

100g 0,1337g 0,13%

Erva Baleeira

(EB03)

200g 0,4088 0,20%

Melaleuca

(MA01)

101,38g 1,402g 1,37%

1,41%

0,82%

(OLIVEIR

A et al.,

2015)

Melaleuca

(MA02)

190g 3,011 1,58%

Melaleuca

(MA03)

101,95g 2,645 1,30%

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Na tabela 5, os rendimentos obtidos foram satisfatórios em relação as espécies da Melaleuca

que obteve um rendimento maior que na literatura. Já as amostras de Citronela teve um

rendimento menor que o obtido por Cassel são dados em extração otimizada portanto seu

rendimento superior é aceitável. Nossas amostras de Erva baleeira obtiveram um rendimento

inferior, sendo uma planta exótica os resultados são questionáveis pois seus fatores abióticos

seriam de acordo com a literatura ideais. Estes rendimentos serão estudos individualmente

para uma maior concepção dos mesmos. E os rendimentos obtidos dos rizomas são aceitáveis

pois esta diferença pode ser dado pelo fato de, os dados da literatura serem da região mais

apropriada para a produção desta planta. Portanto de uma forma geral nossos resultados foram

satisfatórios

6.2 – COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Após as extrações dos óleos essenciais das plantas através do procedimento de

hidrodestilação no aparelho de Clevenger modificado, fez-se a análise quantitativa e

qualitativa dos óleos e os resultados são reportados nesta sessão.

Pôde-se observar que as plantas estudadas apresentaram uma composição química

variada entre si, mas as espécies Curcuma longa L, Cymbopogon winterianus e Melaleuca

alternifólia mostraram uma composição química típica para as espécies. Pode-se destacar o

óleo da melaleuca que, de acordo com os resultados, verificou-se que a espécie plantada no

Horto medicinal do IFC pertence ao quimiotipo terpinen-4-ol. Outro fator importante foi

observado no óleo da Erva baleeira (Cordia verbenácea) onde a composição química se

mostrou muito diferente do que há relatado na literatura.

Abaixo seguem os cromatogramas gerados para cada espécie, bem como as tabelas

com os respectivos compostos identificados e suas concentrações relativas.

A figura 9 ilustra a cromatografia dos rizomas da cúrcuma longa.

Figura 9 - Cromatograma do óleo essencial dos rizomas de Curcuma longa L.

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A tabela 6 apresenta os principais constituintes identificados nos óleos essenciais

extraídos das folhas de C. Longa, onde foram extraídos e identificados12 constituintes

químicos.

Tabela 6 - Compostos químicos presentes no óleo essencial dos rizomas da Curcuma Longa

Composto TR IKC IKL Concentração (%)

α-Felandreno 11.846 998 1005 5.79

ρ-Cimeno 12.799 1021 1026 1.91

1,8-Cineol 13.050 1026 1033 5.45

α-Terpinoleno 15.879 1084 1088 1.14

β-Farneseno 32.484 1440 1443 0.76

Ar-Curcumeno 34.198 1479 1483 2.86

α-Zingibereno 34.745 1492 1495 3.17

α-Farneseno 35.278 1504 1508 1.02

β-Sesquifelandreno 35.915 1520 1524 4.27

Ar-Tumerona 41.834 1670 1664 36.74

α-Tumerona 41.940 1673 - 18.78

Curlona 43.070 1701 - 18.11

Tempo de Retenção (TR), Índice de Kovalts Calculado (IKc), Índice de Kovalts da Literatura

(IKL) e Concentração em %.

Como se pode observar há uma predominância do sesquiterpeno Ar-tumerona

(36,74%), que é o constituinte majoritário dos óleos essenciais desta planta. Além disso,

podemos observar também que há uma significativa concentração de α-Tumerona (18,78%) e

de Curlona (18,11%). Alguns compostos típicos presentes no óleo da cúrcuma são mostrados

na Figura 10.

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Ar-tumerona α-tumerona β-tumerona

Curlona Zingibereno Curcumeno

Figura 10 - Estruturas dos compostos majoritários da Curcuma longa.

A figura 11 ilustra a cromatografia das folhas da citronela.

Figura 11 - Cromatograma do óleo essencial das folhas de Cymbopogon winterianus.

No óleo essencial de citronela, foram extraídos 18 constituintes químicos , sendo 15

deles identificados (tabela 7).

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Tabela 7 - Compostos químicos presentes no óleo essencial das folhas da Citronela

(Cymbopogon winterianus).

Composto TR IKC IKL Concentração (%)

Citronelal 19.524 1160 1153 20.97

Citronelol 23.302 1238 1228 23.42

Neral 23.558 1243 1240 0.40

Geraniol 24.602 1265 1255 23.88

Geranial 24.986 1273 1270 0.69

NI 28.769 1356 3.06

Eugenol 28.900 1359 1356 0.60

Acetato de

Geranila 30.104 1384 1383 0.78

β -Elemeno 30.292 1388 1391 0.46

γ-Muuroleno 34.084 1477 1477 1.72

NI 35.074 1499 0.67

δ Cadineno 35.921 1521 1524 2.36

Elemol 37.053 1549 1549 5.53

NI 38.025 1573 2.90

γ-Eudesmol 40.215 1628 1630 0.85

epi-α-Cadinol 40.659 1640 1640 2.89

α-Cadinol 41.285 1656 1653 4.92

β -Bisabolol 41.758 1668 1666 3.90

Tempo de Retenção (TR), Índice de Kovalts Calculado (IKc), Índice de Kovalts da Literatura

(IKL) e Concentração em %, Não identificados (NI).

Como se pode observar há um alto teor do sesquiterpeno geraniol (23,88 %), que é o

constituinte majoritário do óleo essencial desta planta. Além disso, podemos observar também

que há um alto teor de Citronelal (20,97 %), e Citronelol (23,42 %), isso se deve ao fato de

que á uma pequena diferença entre esses compostos, apenas a obtenção e da localização da

dupla ligação, como se pode ver na figura 12.

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Geraniol Citronelol Citronelal

Figura 12 - Estruturas dos compostos majoritários da Citronela.

A figura 13 ilustra a cromatografia do óleo essencial das folhas da Erva baleeira.

Figura 13 - Cromatograma do óleo essencial das folhas de Cordia verbenácea.

A tabela 8 apresenta os principais constituintes extraídos nos óleos essenciais

extraídos das folhas da Erva Baleeira. Foram extraídos 25 constituintes químicos, sendo

identificados 17 deles.

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Tabela 8 - Compostos químicos presentes no óleo essencial das folhas da Erva

Baleeira (Cordia verbenácea).

Composto TR IKC IKL Concentração (%)

δ-eIemeno 27.818 1334 1339 3.49

α -copaeno 29.485 1371 1376 2.05

β-elemeno 30.262 1388 1391 2.59

E-cariofileno 31.357 1412 1418 2.03

α -curcumeno 34.223 1480 1483 0.97

β-guaieno 34.625 1489 1490 0.81

Germacreno-A 34.890 1495 1503 0.79

γ-cadineno 35.514 1510 1513 1.30

NI 36.957 1547 0.94

Espatulenol 38.144 1576 1576 7.44

Óxido de cariofileno 38.309 1580 1581 15.54

Carotol 38.737 1590 1594 1.76

Óxido de humuleno 39.265 1602 1606 2.17

NI 39.953 1621 1.27

NI 40.330 1631 35.98

epi-alfa-cadinol 40.592 1638 1.640 0.91

α -muurolol 40.809 1644 1.645 0.99

NI 41.103 1651 2.24

α-cadinol 41.200 1654 1653 0.54

Tumerone 41.789 1669 1664 0.91

NI 43.141 1703 1.34

NI 43.470 1712 1.53

Farnesol trans-trans 43.622 1717 1722 1.38

NI 45.692 1774 9.14

NI 46.629 1798 1.89

Tempo de Retenção (TR), Índice de Kovalts Calculado (IKc), Índice de Kovalts da Literatura

(IKL) e Concentração em %, Não identificados (NI).

Os compostos identificados foram óxido de cariofileno com uma concentração de

15,54 %, Espatulenol com concentração de 7,44 %, β-elemeno com uma concentração de

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2.59%, δ-eIemeno com uma concentração de 3.49%. Dentre os compostos identificados existe

um com uma concentração de 35,98 % que é o composto majoritário da planta, mas

comparando com diversas bibliotecas disponíveis não foi encontrado algum composto para

este tempo de retenção. Isso pode ter influência dos fatores abióticos e bióticos ou também

pode se referir a uma espécie cujo quimiotipo ainda não tenha sido estudado ou identificado.

A figura 14 mostra as estrutura dos principais compostos identificados na erva baleeira.

Oxido de cariofileno Espatulenol β-elemeno δ-elemeno

Figura 14 - Estruturas dos compostos majoritários da Erva baleeira.

A figura 15 ilustra a cromatografia do óleo essencial das folhas da Melaleuca.

Figura 15 - Cromatograma do óleo essencial das folhas de melaleuca alternifólia.

Da planta melaleuca foram extraídos 19 constituintes químicos, sendo identificados

18 deles.

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Tabela 9 - Compostos químicos presentes no óleo essencial das folhas da Melaleuca

(Melaleuca alternifólia).

Composto TR IKC IKL Concentração (%)

α - Tujeno 8.531 926 931 0.39

α - Pineno 8.768 932 939 2.28

β - Pineno 10.551 973 980 0.47

Mirceno 11.425 990 991 0.81

α - Terpineno 12.558 1015 1018 7.73

ρ - Cimeno 12.922 1024 1026 4.72

Limoneno 13.067 1027 1031 1.23

1,8-Cineol 13.148 1029 1033 2.10

γ - Terpineno 14.714 1048 1062 18.84

α - Terpinoleno 15.982 1081 1088 2.97

Terpinen-4-ol 20.692 1183 1177 45.43

α - Terpineol 21.104 1190 1189 3.52

β - Gurjuneno 32.223 1433 1432 0.64

Aromadendreno 33.156 1456 1439 0.33

Viridifloreno 34.664 1490 1493 0.68

δ - Cadineno 35.891 1520 1524 1.21

NI 38.301 1579 1.66

Globulol 38.599 1586 1583 1.54

Viridiflorol 39.023 1596 1590 0.63

Tempo de Retenção (TR), Índice de Kovalts Calculado (IKc), Índice de Kovalts da

Literatura (IKL) e Concentração em %, Não identificados (NI).

Na tabela 9 mostra a presença marcante do sesquiterpeno terpinen-4-ol (45,43%), que

é o constituinte majoritário dos óleos essenciais desta planta. Desta forma, a melaleuca

coletada no IFC produz um óleo cujo quimiotipo é determinado como terpinen-4-ol. Além

disso, podemos ressaltar também que há presença significativa de α-terpineno (7,73%), γ-

terpineno (18,84%), α-terpinoleno (2,97%) e de α-terpineol (3,56%), isso se deve ao fato de

que á uma pequena diferença entre esses compostos, apenas a localização de sua ligação

dupla, e de a aparição de uma molécula de OH, o que dá o sufixo “ol” em seu nome, como se

pode ver na Figura 16.

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α-terpineno γ-terpineno α-terpinoleno

α-terpineol Terpinen-4-ol

Figura 16 - Estruturas dos compostos majoritários da Melaleuca.

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7 - CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste trabalho pode-se concluir que as espécies estudadas

apresentam fontes promissoras de estudo e aplicação, onde a melaleuca coletada no IFC

apresenta a composição química de acordo com a ISO 4730 (CARSON, 2006). Além disso, a

erva baleeira, que apresentou constituintes diferentes dos encontrados na literatura nos

estimula a desenvolver um trabalho investigativo mais aprofundado desta espécie, como por

exemplo a variação sazonal do óleo. A avaliação das atividades biológicas destes óleos

também representa um campo de pesquisa promissor.

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