exercicios - 2013

3
Exercícios de Fixação 01. (OAB/CESPE - 2009.1- 2ª fase) Jaqueline requereu inventário, sob a modalidade de arrolamento de bens, em decorrência do falecimento de seu esposo, com quem era casada em regime de comunhão universal de bens. A autoridade julgadora determinou a juntada aos autos da habilitação e a representação de todos os herdeiros descendentes, tendo em vista a informação de que da união teriam nascido três filhos. Contra a referida decisão insurgiu-se a viúva, alegando que o fato de ter sido casada com o falecido, em regime de comunhão universal de bens, implicaria a exclusão de seus filhos da sucessão, de acordo com o art. 1.829, I, do Código Civil. Considerando essa situação hipotética, discorra, com base no Código Civil de 2002, a respeito dos direitos da viúva na referida sucessão, especificando se o fato de ter sido casada em regime de comunhão universal de bens exclui os descendentes da sucessão. Extensão máxima: 60 linhas. 02 - (OAB/CESPE - 2006.1 – 2ª fase) Paula e Manoel conviveram em união estável por seis anos e têm dois filhos, Pedro e Tiago, menores impúberes. A convivência do casal terminou com a morte de Manoel, ocorrida em 12/12/2005. Manoel era viúvo e deixou os seguintes bens: - uma casa residencial adquirida onerosamente na constância da convivência com Paula, que servia como residência do casal; - um apartamento residencial adquirido em data anterior à convivência com Paula. O de cujus deixou também como herdeira Cláudia, maior e capaz, filha de seu primeiro casamento. A união estável de Manoel e Paula foi reconhecida judicialmente e ele não deixou dívidas a pagar. Considerando a situação hipotética apresentada, redija um texto em que sejam respondidas, de maneira fundamentada, as seguintes questões a seguir: a) Paula poderá requerer a abertura do inventário? b) Como deve ser feita a partilha dos bens do espólio de Manoel? (Elabore plano ou esboço da partilha.) Extensão máxima: 60 linhas RESOLUÇÃO DA QUESTÃO Na constância da união estável há presunção legal de mútua colaboração na formação do patrimônio do casal. Esse dado, somado ao fato de que a casa residencial mencionada no enunciado foi adquirida onerosamente na constância da convivência com Paula, faz com que esta tenha, de início, e

Upload: leonardo-almeida

Post on 01-Dec-2015

407 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Exercicios - 2013

Exercícios de Fixação

01. (OAB/CESPE - 2009.1- 2ª fase) Jaqueline requereu inventário, sob a modalidade de arrolamento de bens, em decorrência do falecimento de seu esposo, com quem era casada em regime de comunhão universal de bens. A autoridade julgadora determinou a juntada aos autos da habilitação e a representação de todos os herdeiros descendentes, tendo em vista a informação de que da união teriam nascido três filhos. Contra a referida decisão insurgiu-se a viúva, alegando que o fato de ter sido casada com o falecido, em regime de comunhão universal de bens, implicaria a exclusão de seus filhos da sucessão, de acordo com o art. 1.829, I, do Código Civil. Considerando essa situação hipotética, discorra, com base no Código Civil de 2002, a respeito dos direitos da viúva na referida sucessão, especificando se o fato de ter sido casada em regime de comunhão universal de bens exclui os descendentes da sucessão. Extensão máxima: 60 linhas.

02 - (OAB/CESPE - 2006.1 – 2ª fase) Paula e Manoel conviveram em união estável por seis anos e têm dois filhos, Pedro e Tiago, menores impúberes. A convivência do casal terminou com a morte de Manoel, ocorrida em 12/12/2005. Manoel era viúvo e deixou os seguintes bens: - uma casa residencial adquirida onerosamente na constância da convivência com Paula, que servia como residência do casal; - um apartamento residencial adquirido em data anterior à convivência com Paula.

O de cujus deixou também como herdeira Cláudia, maior e capaz, filha de seu primeiro casamento. A união estável de Manoel e Paula foi reconhecida judicialmente e ele não deixou dívidas a pagar.

Considerando a situação hipotética apresentada, redija um texto em que sejam respondidas, de maneira fundamentada, as seguintes questões a seguir: a) Paula poderá requerer a abertura do inventário? b) Como deve ser feita a partilha dos bens do espólio de Manoel? (Elabore plano ou esboço da partilha.) Extensão máxima: 60 linhas

RESOLUÇÃO DA QUESTÃO

Na constância da união estável há presunção legal de mútua colaboração na formação do patrimônio do casal. Esse dado, somado ao fato de que a casa residencial mencionada no enunciado foi adquirida onerosamente na constância da convivência com Paula, faz com que esta tenha, de início, e no que tange ao Direito de Família, direito à meação desse imóvel, com o falecimento de Manoel.

Porém, resta saber se Paula também direito algum direito sucessório, no que diz respeito ao Direito das Sucessões. Nesse sentido, o art. 1.790 do atual Código Civil, lei aplicável à espécie pelo fato de o falecimento de José ter ocorrido em 2005, estabelece que o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. No caso, o inciso I do art. 1.790, aplicável ao caso em virtude de Paula ter filhos comuns, estabelece que a companheira terá direito a uma cota equivalente à que por lei for atribuída ao filho.

Assim, a conta aplicável ao caso é a seguinte: x + x + x + x = 50%, sendo que 50% é o número que equivale a metade do único imóvel em relação ao qual haverá participação sucessória de Paula, no caso, a metade da casa adquirida pelo casal na constância da união. A letra "x" equivale à participação igualitária de Paula, sucessora, e

Page 2: Exercicios - 2013

os três filhos, herdeiros de Manoel. Resolvendo a equação montada conclui-se que "x" é igual a 12,50%.

Dessa forma, Paula ficará com 62,5% da casa adquirida pelos companheiros e cada filho ficará com 12% dessa casa e 1/3 do apartamento adquirido por Manoel antes da convivência com Paula.

Considerando que a união estável já está reconhecida, Paula poderá requerer a abertura do inventário (art. 987 do Código de Processo Civil), podendo inclusive ser nomeada inventariante, nos termos do art. 990, I, do Código de Processo Civil, aplicado por analogia.

Não é possível a partilha amigável e o arrolamento de bens, por haver menores impúberes como herdeiros (art. 1.031 do Código de Processo Civil).

03 - Fernando, com câncer terminal, casado com Cristina pelo regime da separação legal, e sem prole, autoriza por escrito, a retirada de seu sêmen para futura reprodução assistida e logo depois veio a falecer (2007), deixando pais vivos. Cristina, atendendo as recomendações do ex-marido, logo após a morte de Fernando, realiza com êxito o procedimento e dá a luz a José, 02 anos após.Ao final, a quem pertence tal herança? Justifique a resposta de forma completa ( Extensão máxima: 60 linhas).