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1 UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA DE UM GERADOR DE VAPOR (GV) NATAL – RN 2014

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1

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS

EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA

MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE

EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA DE UM GERADOR DE

VAPOR (GV)

NATAL – RN

2014

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EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA

MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE

EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA DE UM GERADOR DE

VAPOR (GV)

Dissertação apresentada à Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo e Gás da Universidade Potiguar em cumprimento às exigências para a obtenção do grau de mestre em Engenharia de Petróleo e Gás. Orientador: Prof. Dr. Carlos Enrique de Medeiros Jerônimo. Co-Orientador: Prof. Dr. Francisco Wendell B. Lopes

NATAL – RN

2014

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EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA

MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE

EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA DE UM GERADOR DE

VAPOR (GV)

Dissertação apresentada à Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo e Gás da Universidade Potiguar em cumprimento às exigências para a obtenção do grau de mestre em Engenharia de Petróleo e Gás.

Aprovado em:____/____/_____.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Prof. Dr. Carlos Enrique de Medeiros Jerônimo Orientador

Universidade Potiguar – UnP

_____________________________________

Prof. Francisco Wendell B. Lopes. Examinador Interno

Universidade Potiguar – UnP

_____________________________________

Prof. Samyr Silva Bezerra Jácome Examinador Externo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

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Dedico esse trabalho a minha família, em especial aos meus pais, que com amor me deram uma educação que norteou os meus passos para o caminho da felicidade.

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AGRADECIMENTOS

Durante todos os momentos da minha vida, sempre precisei de apoio, e, graças ao meu bom Deus, sempre tive alguém ao meu lado que estivesse disposto a me ajudar. Isso de fato ocorreu em todas as fases da minha vida, desde a infância até os dias atuais.

Aproveito esse momento, tão especial, para agradecer a todos aqueles que

fizeram parte da minha trajetória. A princípio, a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível, e ao meu pai

Antônio Vicente Ferreira, que já não está entre nós, mas deixou muitas saudades. Aos amigos João Marcos, Paulo Henrique e Rodrigo Galvão pela contribuição

dada ao meu trabalho. Ao meu orientador Carlos Enrique, pelo enorme apoio e pelo incentivo dado

durante todo o desenvolvimento dessa tarefa. Aos professores Franklin e Max, pela atenção e ajuda dada na parte burocrática

desse processo. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Petróleo

e Gás, pelo carinho e apoio. Aos meus amigos Albérico Canário e Eduardo Soeiro, por me ajudarem em

momentos críticos do processo. À minha esposa Danielle, por estar ao meu lado em todos os momentos da

minha vida. Um agradecimento especial a Antônia Medeiros, minha amada mãe, por ser a

primeira pessoa a acreditar no meu sucesso. Enfim, A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização

desse sonho.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

1.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 17

1.1.1 Objetivos Específicos.................................................................................... 17

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 18

2.1. Mecanismos de Produção .............................................................................. 18

2.1.1 Mecanismos de Gás em Solução .............................................................. 19

2.1.2 Mecanismos de Capa de Gás ................................................................... 20

2.1.3 Mecanismos de Influxo de Água ............................................................... 21

2.1.4 Mecanismo Combinado ............................................................................. 22

2.1.5 Segregação Gravitacional ......................................................................... 23

2.2 Métodos de Recuperação ................................................................................ 23

2.2.1 Recuperação Primária ............................................................................... 24

2.2.2 Métodos Convencionais de Recuperação ................................................. 24

2.3 Projetos de injeção .......................................................................................... 25

2.4 Reservas e Métodos de Recuperação ............................................................. 26

2.5 Métodos especiais de recuperação ................................................................. 27

2.5.1 Métodos Térmicos ........................................................................................ 28

2.5.2. Injeção de Fluidos Quentes ...................................................................... 29

2.5.3 Injeção de Água Quente ............................................................................ 31

2.5.4 Injeção Cíclica de Vapor ........................................................................... 31

2.5.5 Injeção Continua de Vapor ........................................................................ 34

2.6 Vapor ............................................................................................................... 38

2.6.1 Tipos de Vapor .......................................................................................... 39

2.6.2 Vapor saturado e Título de Vapor ............................................................. 39

2.6.3 Vapor Superaquecido ................................................................................ 40

2.7 Impactos Ambientais Provocados Pela Extração de Petróleo ...................... 40

2.8 Impactos Atmosféricos ................................................................................. 41

2.9 Protocolos de Estimativas ............................................................................ 45

2.9.1 Principais Objetivos do Programa Brasileiro GHG Protocol ...................... 47

3. ESTADO DA ARTE ............................................................................................... 49

4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 52

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 59

5.1. Modelo Matemático de Balanço Energético de Geradores de Vapor para Injeção em Campos de Petróleo. ........................................................................... 59

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5.2 A Eficiência de Um Gerador de Vapor ............................................................. 59

5.3 Estimativa de Emissões ................................................................................... 68

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 79

7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 81

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Reservatório com Mecanismo de Gás em Solução (Thomas, 2001). ........ 19

Figura 2 - Reservatório com mecanismo de capa de gás (Thomas, 2001). ................ 21

Figura 3 - Reservatório com mecanismo de influxo de água (Thomas, 2001) ............ 22

Figura 4 - Reservatório com mecanismo combinado (Thomas, 2001). ........................ 23

Figura 5 - Exemplo de esquema de injeção de malha .................................................... 26

Figura 6 - Comportamento da viscosidade do óleo em função da temperatura ......... 30

Figura 7 - Esquema da injeção cíclica de vapor. .............................................................. 33

Figura 8 - Vazão de óleo em função da quantidade de ciclos. ...................................... 34

Figura 9 - Esquema do mecanismo de injeção contínua de vapor. .............................. 35

Figura 10 - Representação de um gerador de vapor ....................................................... 52

Figura 11 - Modelo do Reservatório. .................................................................................. 54

Figura 12 - Tela de alimentação de dados para vapor saturado do SteamTab. ......... 55

Figura 13 - Entalpia do Vapor. ............................................................................................. 60

Figura 14 - Entalpia do Líquido na saída (Hl). .................................................................. 61

Figura 15 - Fluxograma de Blocos. ..................................................................................... 68

Figura 16 - Gráfico de geração de emissões: CH4, MPC, MPF, NO2 em kg por óleo produzido em m³. ................................................................................................................... 70

Figura 17 - Gráfico da geração de Emissões: TOC, VOC e SO2 em kg por produção do reservatório em m³. .......................................................................................................... 71

Figura 18 - Gráfico da geração de Emissões: CO2 em kg por produção do reservatório em m³. ............................................................................................................... 72

Figura 19 - Gráfico da geração de Emissões: CO2Eq em kg por produção do reservatório em m³. ............................................................................................................... 73

Figura 20 - Gráfico da geração de Emissões: CO em kg por produção do reservatório em m³. ...................................................................................................................................... 74

Figura 21 - Gráfico representativo de emissões para diferentes títulos, em porcentagem. .......................................................................................................................... 75

Figura 22 - Gráfico do volume de Óleo acumulado em relação aos meses. ............... 76

Figura 23 - Gráfico do volume produzido relacionado ao título. .................................... 77

Figura 24 - Fluxograma de Blocos ...................................................................................... 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Propriedades do Reservatório. ......................................................................... 56

Tabela 2 - Coeficiente de concentração de poluentes. ................................................... 57

Tabela 3 - Tabela representativa de coeficientes de uma equação linear e o coeficiente de determinação de cada equação para cada poluente. ............................ 77

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Lista de Esquemas

Esquema 1 - Desenvolvimento de uma expressão para o cálculo do rendimento de um GV. ..................................................................................................................................... 64

Esquema 2 - Cálculo do rendimento. ................................................................................. 66

Esquema 3 - Cálculo do rendimento. ................................................................................. 67

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

API

BTU

º C

CEBDS

CETESB

CH4

CMG

CO

CO2

CO2EQU

CONAMA

E&P

EUA

FGV

ºF

GEE

GRE

GV

H2S

IEA

IPCC

IPR

ISE

K

m

m3

MMA

Grau API do Óleo

British Thermal Unit (Unidade Térmica Britânica)

Graus Celsius

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

Metano

Computer Modelling Group

Monóxido de Carbono

Dióxido de Carbono

Dióxido de Carbono Equivalente

Conselho Nacional do Meio Ambiente

Extração e Produção

Estados Unidos da América

Fundação Getúlio Vargas

Graus Fahrenheit

Gases do Efeito Estufa

Global Reporting Initiative

Gerador de Vapor

Sulfeto de Hidrogênio

Índice de Emissão Atmosférica

Inflow Performace Relationship

Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas

Sustentabilidade Empresarial

Kelvin

Metro

Metro cúbico

Ministério do Meio Ambiente

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12 MP

MPC

MPF

O3

ONGs

NOX

PCI

ROV

SEBRAE

SOx

STARS

TOC

VOC

WBCSD

WRI

Material Particulado

Material Particulado Condensado

Material Filtrável

Ozônio

Organizações Não Governamentais

Óxido de Nitrogênio

Poder Calorífico Inferior

Razão de Óleo Adicional

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa

Óxido de enxofre

Steam, Thermal and Advanced Processes Revervoir Simulator

Composto Orgânico Total

Composto Orgânico Volátil

World Business Council for Sustenteble Development

World Resources Institute

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RESUMO

A técnica de injeção de vapor é um método térmico de recuperação de petróleo e é

muito utilizada em reservatórios onde o processo convencional falhou, ou falharia caso

fosse empregado. Seu principal objetivo é aumentar a produtividade do reservatório.

O vapor utilizado em tal processo é produzido por um gerador de vapor (GV) que,

como qualquer outra máquina térmica, apresenta dissipação de energia e emite gases

do efeito estufa (GEE) durante o seu funcionamento. Variáveis envolvidas no processo

de geração de vapor, como PCI, vazão, pressão e temperatura podem ser alteradas

durante a produção de vapor e com isso percebe-se alterações nos valores da

eficiência do GV. Para mensurar tal eficiência, desenvolveu-se nesse trabalho um

modelo matemático capaz de quantificar rendimento, os níveis de qualidade do vapor

e as emissões atmosféricas geradas por um GV. Para quantificar os gases de efeito

estufa emitidos pelo GV durante o processo de geração de vapor, fez-se uso do

simulador STARS e da ferramenta GHG protocol. Com o modelo desenvolvido e

alterando as variáveis envolvidas no processo de geração de vapor, estudou-se as

principais situações de injeção de vapor, com isso percebeu-se que o mesmo

apresentou a capacidade de quantificar os diferentes valores de eficiências

proporcionando a possibilidade do GV produzir um vapor de melhor qualidade, ou

seja, um vapor de maior título, que, utilizado nos processos de recuperação de

petróleo, provoca um aumento na produção deste. O GHG Protocol combinado com

modelos matemáticos citados no trabalho e o simulador STARS demonstrou ser uma

ferramenta adequada para estudos comparativos, apresentando resultados lógicos e

aderentes a estudos semelhantes descritos na literatura.

Palavras-chaves: Injeção de vapor, eficiência de um GV, emissões atmosféricas

e o GHG Protocol.

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ABSTRACT

The technique of steam injection is a thermal oil recovery method and is widely used

in conventional reservoirs where the process failed, or would fail if employed. Its main

objective is to increase the productivity of the reservoir. Steam used in such a process

is produced by a steam generator (GV) like any other heat engine features dissipation

energy and emits greenhouse gas (GHG) emissions during operation. Variables

involved in the generation of steam, for example, PCI, flow, pressure and temperature

process may be altered during the production of steam and thus perceives changes in

the values of the efficiency of GV. To measure such efficiency, developed in this work,

making use of the simulator In Touch (Rockwell Software), a tool able to quantify

performance of GV. Furthermore, to quantify the greenhouse gases emitted by SGS

during steam generation, made use of the tool and simulator STARS GHG protocol.

With the developed tool and changing the variables involved in steam generation

process, we studied the main situations of steam injection, it was realized that it had

the ability to quantify the different values of efficiencies by providing the possibility of

GV produce a vapor of better quality, ie a higher vapor title that used in the processes

of recovery of oil causes an increase in oil production. The GHG Protocol combined

with mathematical models cited in the STARS simulator and proved to be a suitable

tool for comparative studies, presenting logical results and adhering to similar studies

in the literature.

Key words: Injection steam efficiency of a GV, air emissions and GHG Protocol.

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15 1. INTRODUÇÃO No Brasil e no mundo existe uma busca incessante por áreas de exploração de

petróleo. Devido a isso, enormes quantidades de reservas de petróleo estão sendo

descobertas e outras já encontradas continuam sendo exploradas. Diversos tipos de

óleos leves, pesados, extrapesados e/ou betuminosa são encontrados nessas

reservas, que na maioria das vezes precisam de métodos especiais ou avançados de

recuperação para serem explorados.

Segundo Schlumberger (2007), no nosso planeta há reservas com cerca de

400 bilhões de barris de óleo pesado e areias betuminosas que não são extraídas por

métodos convencionais de produção de petróleo, por esse motivo, existe hoje uma

crescente aplicação das técnicas de recuperação avançada de petróleo. Os métodos

térmicos destacam-se entre os métodos avançados de recuperação, pois apresentam

maior sucesso em reservatórios que contém os tipos de óleos já citados. Dos métodos

térmicos, a injeção de vapor é o que mais se destaca nas suas mais variadas formas.

Essa técnica para óleos pesados e viscosos facilita a exploração, sabendo que para

sua extração é necessário aumentar a temperatura para que a viscosidade diminua e

a vazão aumente.

A técnica de injeção de vapor pode ser realizada de duas formas: cíclica ou

contínua; sendo estas, muitas vezes, aplicadas de forma alternada no mesmo

reservatório. A injeção cíclica é realizada, com muita frequência, pelo mesmo poço

produtor, enquanto no geral, a injeção contínua é aplicada em forma de malhas, com

poços injetores ao redor do poço produtor. As duas formas de injeção têm a mesma

influência física no reservatório, quando o vapor entra em contato com o óleo, o calor

transferido proporciona uma diminuição na viscosidade do óleo, aumentando sua

fluidez e melhorando o escoamento do mesmo pelo reservatório até o poço produtor.

O vapor usado nas técnicas de injeção é produzido por um equipamento

chamado Gerador de Vapor (GV) que funciona com uma pressão superior à

atmosférica, produzindo vapor a partir da energia térmica de uma fonte qualquer. Nele

existem vários acessórios que são usados para obter um maior rendimento térmico e

com maior segurança. No entanto, não existe um dispositivo capaz quantificar o

rendimento desse gerador quando se altera as variáveis envolvidas durante seu

funcionamento.

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16 Além da eficiência energética e dos controles operacionais necessários a essa

atividade, é do conhecimento humano que existe também uma quantidade

considerável de impactos ambientais gerados pelo petróleo. Os impactos

atmosféricos, devido às emissões de poluentes, ocorrem desde a procura por jazidas

até o consumo dos produtos finais, muitas vezes, com consequências significativas

para o meio ambiente, de acordo com OLIVEIRA (2010). Devido à geração desses

impactos, ocorreu uma preocupação por parte de empresas – e até mesmo de alguns

países – com as consequências que isso podia acarretar. Consequências essas que

poderiam afetar o futuro do nosso planeta, de uma maneira negativa pelo fato de

gerar, em sua produção, componentes como o enxofre, que causa a chuva ácida.

Além dos danos causados na sua produção, o processo de refino e outros processos

feitos na indústria petrolífera geram vários outros tipos de contaminantes e poluentes

atmosféricos. No cenário atual, não se tem registros de estudos que mostram dados

de quanto de emissões atmosféricas são lançadas no ambiente por um gerador de

vapor durante o seu funcionamento para injeção de vapor em poços de petróleo.

Devido à ausência de um modelo matemático capaz de mensurar a eficiência de um

GV durante as alterações de variáveis envolvidas no processo de geração de vapor

e, além disso, por não existir registros de estudos de medidas de emissões

atmosféricas produzidas por um GV devido ao seu funcionamento nos processos de

produção de petróleo.

O atual trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de modelo matemático

capaz de quantificar os resultados de eficiência de um gerador de vapor e fazer o uso

de um modelo já validado através da ferramenta GHG Protocol, para calcular as

emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) gerados na produção de vapor. Sendo

analisado o efeito da qualidade do vapor produzido, mediante os diferentes patamares

de títulos recomendados para injeção de poços de petróleo. Com isso, faz-se uma

correlação entre a viabilidade ou não desse processo em relação à poluição do meio

ambiente e a produtividade de petróleo em função da eficiência e do título do vapor

obtido com a queima de maiores volumes de combustíveis fósseis.

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17 1.1 Objetivo Geral

Desenvolver um modelo matemático para quantificar a eficiência, estimar o

título do vapor e utilizar o GHG Protocol para o cálculo das emissões de GEE gerados

na produção de vapor em um gerador de vapor convencional utilizado em campos de

petróleo terrestres, sobretudo, nos campos da bacia potiguar.

1.1.1 Objetivos Específicos

(a) Desenvolver um modelo matemático para, a partir das variáveis convencionais

de processo (Pressão, Temperatura e Vazão), estimar os patamares de qualidade do

vapor (título) e a eficiência energética dos equipamentos;

(b) Mensurar o efeito do título do vapor nas condições de produtividade dos

reservatórios de óleos ultraviscosos;

(c) Quantificar os níveis de emissões atmosféricas produzidos na fase de produção

de vapor;

(d) Correlacionar os efeitos do ganho de produtividade com o incremento do título

do vapor na injeção em campos de petróleo e sua relação com o aumento do nível de

emissões atmosféricas geradas.

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18 2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Mecanismos de Produção Para que possam ser produzidos, os fluidos contidos numa rocha-reservatório

devem ter à disposição uma certa quantidade de energia. Essa energia recebe o nome

de energia natural ou primária, ela é o resultado de todas as situações e circunstâncias

geológicas pelas quais as jazidas tiveram de passar para se formar completamente

(Albu, 1978).

Segundo Bianco (1995), é necessário que os fluidos estejam submetidos a uma

certa pressão, para que eles consigam vencer a dificuldade oferecida pelos canais

porosos, com suas tortuosidades e estrangulamentos.

Só ocorrerá produção se outro material preencher os espaços porosos

ocupados pelos fluidos produzidos. Basicamente, dois efeitos principais são os

responsáveis pela produção (Thomas, 2001),

a descompressão (que causa a expansão dos fluidos contidos no reservatório e contração do volume poroso); e o deslocamento de um fluido por outro fluido (por exemplo, a invasão da zona de óleo por um aquífero). Ao conjunto de fatores que fazem desencadear esses efeitos dá-se o nome de Mecanismos de Produção de Reservatório.

Para Campos (1982), os principais mecanismos de produção de reservatórios

são classificados em três categorias: mecanismo de gás em solução, mecanismo de

capa de gás e mecanismo de influxo de água. Dois deles são mecanismos

exclusivamente de reservatório de óleo, são eles: mecanismo de gás em solução e o

mecanismo de capa de gás. Já o mecanismo de influxo de água pode ocorrer também

em reservatório de gás. Além disso, existe a manifestação do efeito da gravidade que

auxilia na peformance dos demais mecanismos, é o chamdo Mecanismo de

Segregação Gravitacional.

A seleção do mecanismo a ser utilizado vai ser feita a partir de uma observação

do comportamento do reservatório e da comparação desse comportamento com os

comportamentos característicos de cada mecanismo. Após essa observação, pode-

se estabelecer o mecanismo dominante do reservatório que encontra-se sob

investigação (Farah, 1989).

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19 Existe o chamado Mecanismo Combinado. Nesse, mais de um tipo de

macanismo atua em conjunto no mesmo reservatório, sem que um prevaleça sobre o

outro.

2.1.1 Mecanismos de Gás em Solução Observando a Figura 1, percebe-se que o reservatório não está associado a

grandes massas de água ou de gás natural (Thomas, 2001).

Figura 1 - Reservatório com Mecanismo de Gás em Sol ução (Thomas, 2001).

Fonte: Thomas (2001).

Pelas características desse tipo de reservatório, é notável que o ambiente

externo não interfere na sua estrutura, ou seja, a energia disponível para a produção

se encontra na própria zona de óleo.

De acordo com Garcia (1997), a pressão interna do reservatório vai diminuindo

à medida que o óleo vai sendo produzido e, consequentemente, os fluidos lá contidos

se expandem. A diminuição da pressão provoca também redução nos volumes dos

poros em função da compressibilidade efetiva da formação. No decorrer dessa etapa,

a produção acontece, porque além da expansão dos fluidos, a capacidade de

armazenamento do recipiente que os contém diminui.

Sabe-se que o gás apresenta expansibilidade bem maior que os líquidos, e é

exatamente por isso que o óleo é deslocado para fora do meio poroso (Lima, 1992).

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20

Devido à baixa compressibilidade dos fluidos e da formação, a pressão do

reservatório cai rapidamente até atingir a pressão de saturação do óleo. A partir daí

as reduções de pressão, ao invés de provocarem apenas expansão dos líquidos,

provocam também a vaporização das frações mais leves do óleo. Nesse ponto é que

efetivamente começa a atuar o mecanismo de gás em solução. Como o gás é muito

mais expansível que o líquido, é a sua expansão que desloca o líquido para fora do

meio poroso.

Ou seja, a produção se deve à expansão do gás que, a princípio, estava

dissolvido e que vai saindo da solução. Quanto maior a queda na pressão, maior a

quantidade de gás que se expande e mais líquido é deslocado.

Apesar de ser um excelente mecanismo de produção, ele não é perfeito, porque

à medida que a pressão cai mais hidrocarbonetos vão se vaporizando, e o que a

pricípio eram apenas bolhas dispersas no meio líquido, começa a aumentar até formar

uma fase contínua. Depois disso, o gás começa a fluir do meio poroso e ser produzido

em conjunto com o óleo. É exatamente isso que caracteriza o ponto fraco desse

mecanismo. É a expansão do gás que sai da solução que provoca a produção, se este

for produzido junto com o óleo, a energia do reservatório também vai escoar para fora

dele (Miura, 1988). Ou seja, a dificuldade do óleo em se movimentar só vai

aumentando.

Segundo Morrisson (1983), esse mecaismo apresenta baixas recuperações,

abaixo de 20% do valor original da jazida. O que provoca o abandono do reservatório,

mesmo que em seu interior exista uma quantidade de óleo significativa.

2.1.2 Mecanismos de Capa de Gás No reservatório, a mistura de hidrocarbonetos pode conter as fases líquidas e

de vapor em equilíbrio, isso vai depender das condições de temperatura e pressão do

reservatório (Thomas, 2001). A “capa de gás” é formada na parte superior do

reservatório, pois na fase vapor a densidade é menor.

A Figura 2 apresenta um esquema ilustrativo desse mecanismo.

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Figura 2 - Reservatório com mecanismo de capa de gá s (Thomas, 2001).

Fonte: Thomas (2001).

Thomas (2001) descreve, de maneira minuciosa, o funcionamento desse

mecanismo; a zona de óleo é colocada em produção, o que acarreta uma redução na

sua pressão devido à retirada de fluido. Essa queda de pressão se transmite para a

capa de gás, que se expande, penetrando gradativamente na zona de óleo. O gás da

capa vai ocupando espaços que anteriormente eram ocupados pelo óleo. Como o gás

tem uma compressibilidade muito alta, a sua expansão ocorre sem que haja queda

substancial da pressão.

A expectativa de recuperação nesse tipo de mecanismo fica em torno de 20%

e 30% do óleo originalmente existente na formação (Morrison, 1983).

2.1.3 Mecanismos de Influxo de Água

Nesse tipo de mecanismo, é preciso que uma grande quantidade de água

acumulada (aquífero) esteja em contato direto com hidrocarbonetos (óleo ou gás).

Tais aquíferos podem se encontrar subjacentes ou ligados lateralmente ao

reservatório (Nery, 1990). O contato direto entre o reservatório e o aquífero é condição

necessária para ocorrência desse mecanismo, pois só assim as alterações das

condições do reservatório provocarão alterações no aquífero e vice-versa.

A Figura 3 ilustra o esquema de um reservatório de óleo com água na sua parte

inferior.

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Figura 3 - Reservatório com mecanismo de influxo de água (Thomas, 2001)

Fonte: Thomas (2001).

Para Lima (1992), o mecanismo em questão funciona da seguinte forma: com

a redução da pressão do reservatório causada pela produção, o aquífero responde

através da expansão da água nele contida e da redução de seu volume poroso. Com

o resultado, o espaço poroso do aquífero não é mais suficiente para conter toda a

água nele contida inicialmente. Haverá, portanto, uma invasão da zona de óleo pelo

volume de água excedente. Esse influxo de água vai deslocar o óleo para os poços

de produção, além de manter a pressão elevada na zona de óleo.

A recuperação nesse tipo de reservatório geralmente é muito elevada (de 30 a

40%), podendo atingir valores ainda maiores (70%) do óleo originalmente existente

(Farah, 1989).

2.1.4 Mecanismo Combinado

Esse mecanismo é uma combinação dos mecanismos já citados nesse

trabalho.

A Figura 4 mostra o esquema do mecanismo combinado.

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Figura 4 - Reservatório com mecanismo combinado (Th omas, 2001).

Fonte: Thomas (2001).

2.1.5 Segregação Gravitacional

De acordo com Morrison (1983), a gravidade provoca um efeito positivo na

melhoria dos mecanismos de produção. Ela causa a segregação dos fluidos, que

tedem a se organizar no interior do reservatório de acordo com as suas densidades.

O mecanismo de gás em solução, por exemplo, pode ser melhorado devido à

segregação gravitacional. Nesse mecanismo, é comum o gás ser produzido junto com

o óleo. Entretanto, com a ação da gravidade sobre os fluidos, uma enorme porção do

gás que sai de solução migra para a parte mais alta da estrutura, fazendo surgir uma

capa gás secundária (Nery, 1990).

A segregação garvitacional pode, também, auxiliar um reservatório sujeito ao

mecanismo de influxo de água. Para Miura (1988), isso se deve à diferença de

densidade entre os fluidos envolvidos.

A diferença de densidade entre o óleo e a água faz com que essa, apesar de

estar se deslocando de baixo para cima, de uma maneira geral, permaneça sempre

atrás (abaixo) do óleo, sem ultrapassá-lo no seu deslocamento em direção aos poços

produtores.

2.2 Métodos de Recuperação

De acordo com Dutra (1987), não é possível recuperar completamente o

petróleo do interior dos reservatórios. Isso se deve à complexidade dos reservatórios

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24 e às baixas eficiências dos mecanismos de recuperação. Eis, portanto, a necessidade

de se estudar e desenvolver metodologias que aumentem a extração do óleo residual.

Segundo Campos (1982), os métodos de recuperação são processos, que, de

uma forma geral, tentam interferir nas características dos reservatórios que favorecem

a retenção exagerada do óleo. O principal objetivo de tais processos é aumentar a

produtividade dos reservatórios em relação à produção que faz uso apenas da energia

natural do reservatório.

2.2.1 Recuperação Primária

Para Rosa (2006), a recuperação primária é a quantidade de óleo que pode ser

retirada de um reservatório unicamente a expensas de suas energias naturais, Já

segundo Rossi (1981), recuperação primária é a produção resultante da atuação de

energia natural do reservatório. Ou seja, nesse processo o óleo é elevado

naturalmente até os poços produtores devido à energia natural que o reservatório

possui. Durante essa fase da produção, percebe-se que a tecnologia utilizada é de

um grau menos complexo e, além disso, os custos envolvidos são bem menores. No

entanto, ao passo que o óleo vai sendo produzido, a energia do reservatório vai

diminuindo, atingindo um ponto energético insuficiente para levar o óleo até os poços

produtores. Nesse ponto, há necessidade de se aplicar um método de recuperação

não natural.

2.2.2 Métodos Convencionais de Recuperação

Segundo Albu (1978), um método convencional de recuperação é aquele que

se injeta um fluido em um reservatório com a finalidade exclusiva de deslocar o óleo

para fora dos poros da rocha, isto é, buscando-se um comportamento puramente

mecânico.

Esse é um tipo de processo no qual não se espera uma mistura dos fluidos

envolvidos e nem que o fluido injetado provoque alterações na rocha-reservatório,

como já foi dito, é um processo, exclusivamente, mecânico. Por esse motivo, não é

esperada qualquer interação de natureza química ou termodinâmica entre os fluidos

ou entre os fluidos e a rocha (Bianco, 1995).

Segundo Rosa (2006), como métodos de recuperação convencionais são

normalmente utilizados a injeção de água e o processo imiscível de injeção de gás.

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Para Campos (1982), o fluido deslocante é aquele injetado, que tem a função

de empurrar o óleo, chamado de fluido deslocado, para fora dos poros da rocha e ao

mesmo tempo ocupar o espaço deixado à medida que este vai sendo expulso do

reservatório. Devido ao efeito capilar, nem todo óleo é deslocado, mesmo na porção

do reservatório invadida pelo fluido deslocante (água ou gás, por exemplo)

De acordo com Farah (1989), a recuperação devido à enregia primária do

reservatório também é classificada como um método de recuperação convencional.

2.3 Projetos de injeção

Segundo Queiroz (2006), uma etapa de grande importância no projeto de

injeção é a definição do esquema de injeção, isto é, a maneira como os poços de

injeção e de produção vão ser distribuídos no campo de petróleo. Além de levar em

conta as características físicas do meio poroso e dos fluidos envolvidos, o modelo

escolhido deve:

� Proporcionar a maior produção possível de óleo durante um intervalo de tempo

econômico e com o menor volume de fluido injetado possível;

� Oferecer boas condições de injetividade para se obter boa produtividade

resultando em vazões de produção economicamente atrativas; e,

� Ainda visando o aspecto econômico, fazer a escolha recair sobre um esquema

em que a quantidade de poços novos a serem perfurados seja a menor

possível, principalmente, no caso da aplicação do processo em um campo já

desenvolvido.

Cada reservatório tem um projeto exclusivo. No entanto, todos os projetos

apresentam aspectos comuns, independente do reservatório ou até mesmo do fluido

injetado, como é o caso da existência de poços de injeção e de produção (Queiroz,

2006).

Segundo Tomas (2011), são três os esquemas de injeção: injeção na base,

injeção no topo e injeção em malhas. Para reservatórios planos, horizontais e de

pouca espessura, pelo fato de não existirem pontos preferenciais para injeção de

fluidos, os poços de injeção e de produção são distribuídos de maneira homogênea

em todo o reservatório, como pode ser visto na Figura 5.

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Figura 5 - Exemplo de esquema de injeção de malha

(Fonte: Thomas, 2001)

No esquema acima é possível observar a repetição de um padrão – ou arranjo

– dos poços de injeção e produção, razão pela qual é chamado de padrão repetido ou

injeção em malhas.

Segundo Queiroz (2006), se o reservatório tiver uma certa inclinação e se

deseja injetar água, os poços que alcançam a parte mais baixa do reservatório são

transformados em poços de injeção. À medida que a água vai penetrando no meio

poroso o óleo vai sendo empurrado de baixo para cima, na direção dos poços de

produção que se encontram situados na parte mais alta da estrutura. É como se fosse

criando um aqüífero artificial. Dá-se a esse esquema o nome de injeção na base. Se

o fluido injetado fosse gás, os poços de injeção seriam localizados no topo da

formação, e os de produção, na base. Esse esquema é chamado injeção no topo.

2.4 Reservas e Métodos de Recuperação

A diminuição na descoberta de novos campos de petróleo de grande extensão,

que vem sendo observada nos últimos tempos, conduz o homem à conclusão de que

é mais provável ampliar as reservas de petróleo se forem desenvolvidas e aplicadas

tecnologias que aumentem o fator de recuperação dos campos já descobertos

(Garcia, 1997). Ou seja, a tecnologia dos métodos de recuperação foi desenvolvida

para se obter uma produção maior do que aquela que se obteria, caso fosse utilizada,

apenas a chamada energia natural do reservatório (Lima, 1992).

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Segundo Correia (1986), levando-se em conta apenas os processos

convencionais de recuperação, o fator de recuperação gira em torno de 30%, ou seja,

apenas essa quantia pode ser recuperada fazendo uso dos processos convencionais.

Para Costa (1998), os reservatórios que são fortes candidatos a se submeterem

aos processos especiais de recuperação são aqueles que apresentam uma grande

quantidade de hidrocarbonetos retidos após a exaustão da sua energia natural.

2.5 Métodos especiais de recuperação

Segundo Barillas (2005), o surgimento desses métodos se deve à necessidade

de um aumento na vida útil de um reservatório. Para ele, tais métodos só devem ser

utilizados quando já não são recomendáveis os métodos convencionais.

Segundo Thomas (2001), um método de recuperação especial é empregado

para atuar em pontos onde o processo convencional falhou, ou falharia caso fosse

empregado.

Para Rosa (2006), os métodos especiais tentam melhorar os fatores de

eficiência e recuperar uma parte adicional do óleo remanescente.

A geologia da formação, a alta viscosidade do óleo do reservatório e as

elevadas tensões superficiais entre o fluido injetado e o óleo são os aspectos

principais que estão relacionados às baixas recuperações de um processo

convencional de injeção de fluidos (Morrison, 1983).

Observa-se que o fluido injetado se move muito mais facilmente no meio poroso

em comparação com fluido a ser deslocado toda vez que a viscosidade do primeiro

fluido é inferior à do segundo. Devido a essa característica, o fluido injetado encontra

caminhos preferenciais e se dirige rapidamente para os poços produtores. Como esse

fluido não se propaga da forma adequada no reservatório, grandes quantidades de

óleo permanecem retidas, ou seja, o deslocamento não se processa de forma

satisfatória.

Segundo Miura (1988), no caso de altas tensões interfaciais, a capacidade do

fluido injetado de desalojar o óleo do reservatório para fora dos poros é bastante

reduzida, deixando saturações residuais elevadas de óleo nas regiões já contactadas

pelo fluido injetado.

A forma de atuação dos métodos especiais de recuperação é definida pelas

duas situações acima. São elas os pontos de partida para a distribuição dos métodos

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28 especiais em três categorias: Métodos Térmicos (esses serão os métodos detalhados

nesse trabalho), Métodos Miscíveis e Métodos Químicos, de acordo com a natureza

geral dos processos e o ponto principal a ser atacado (Nery, 1990).

2.5.1 Métodos Térmicos

Segundo Rossi (1981), nos reservatórios que apresentam óleos com altos

níveis de viscosidade, o uso de um processo convencional certamente terá o fracasso

como resultado. A alta viscosidade do óleo dificulta o seu movimento no interior do

meio poroso, já o fluido injetado, água ou gás, apresenta uma maior mobilidade, isso

provoca baixas eficiências do varrido e, como consequência, uma recuperação

normalmente muito baixa.

Sabe-se que o aquecimento do óleo provoca consideráveis reduções na sua

viscosidade; Essa informação foi o ponto de partida para o desenvolvimento dos

métodos térmicos.

Segundo Rosa (2006), o processo de recuperação térmica depende do uso da

energia térmica com objetivo de aumentar a temperatura do reservatório, reduzindo a

viscosidade do óleo, e deslocando o óleo para um poço produtor.

Para Queiroz (2006), no Brasil o uso de tais métodos tem produzido sucesso

em algumas bacias, por exemplo: nas bacias do Rio Grande Norte, Sergipe e

Recôncavo Baiano. Outros países, como a Venezuela, o Canadá e os Estados Unidos

são detentores de enormes volumes adequados à sua aplicação.

A princípio, o desenvolvimento dos métodos térmicos buscava, apenas, a

diminuição da viscosidade do óleo através do seu aquecimento para aumentar a

recuperação do petróleo. Entretanto, outros efeitos benéficos foram surgindo e os

processos foram sofrendo modificações, o que resultou em diversos tipos de métodos

existentes na atualidade (Oliveira, 2010).

De acordo com Rosa (2006), os métodos térmicos classificam-se em duas

categorias: injeção de fluidos quentes (água quente ou vapor de água) e combustão

in-situ.

Segundo Campos (1982), os métodos térmicos também são classificados em

dois. E, para ele, o que diferencia um do outro é a forma como é realizado o

aquecimento do reservatório. Na categoria de injeção de fluidos aquecidos, o calor é

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29 gerado na superfície e transportado para o reservatório através de um fluido. No outro

tipo, o calor é gerado in situ, isto é, no interior do reservatório, e pode ser através da

combustão controlada de parte do óleo existente. Nesse último caso, pode ser por

meio da combustão controlada de parcela do óleo existente ou fazendo uso da energia

elétrica para aquecer o reservatório. Os processos citados são conhecidos como

combustão in situ e aquecimento eletromagnético.

2.5.2. Injeção de Fluidos Quentes

O objetivo da injeção térmica é aquecer o reservatório e o óleo nele existente

para aumentar a sua recuperação. Na injeção do fluido aquecido, o calor é gerado na

superfície e transportado para dentro do reservatório pelo fluido injetado, que

usualmente é água, resultando em um projeto de injeção de vapor ou de água quente

(Farah, 1989).

Segundo Garcia (1997), o calor afeta a recuperação pela redução de

viscosidade, o que provoca uma eficiência de varrido, e pela expansão e destilação

do óleo, e extração do solvente, o que aumenta a eficiência do deslocamento. Os

projetos de injeção de fluido quente que têm tido sucesso geralmente são auxiliados

pela combinação desses mecanismos.

Para Lima (1992), a redução da viscosidade do óleo é o efeito mais evidente

devido ao aquecimento de um reservatório. Quanto à eficiência do aquecimento sobre

a viscosidade, observa-se na prática que a taxa de melhora da viscosidade é maior

no início do aumento da temperatura. Depois de atingir uma certa temperatura se

ganha muito pouco na redução da viscosidade. Ademais, percebe-se que as maiores

reduções de viscosidade são experimentadas em óleos de ºAPI mais baixos (e

geralmente mais viscosos) do que em óleos de alto ºAPI.

A Figura 6 ilustra o comportamento da viscosidade com a temperatura. A forte

redução da viscosidade do óleo com a temperatura, especialmente nos óleos mais

pesados, explica o motivo do sucesso na aplicação dos métodos térmicos de

recuperação.

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Figura 6 - Comportamento da viscosidade do óleo em função da temperatura

Fonte: (Barillas, 2005 apud Queiroz, 2006).

Do gráfico acima, podemos observar que os óleos mais viscosos sofrem as

maiores quedas nos graus de viscosidade com o aumento da temperatura. Observa-

se, também, que a maior redução da viscosidade ocorre em temperaturas

relativamente baixas. Enquanto que, quando submetidos a altas temperaturas, a

diminuição da viscosidade ocorre de forma menos acentuada.

A expansão do óleo do reservatório, posterior ao aquecimento, é um outro

mecanismo básico inerente à recuperação térmica. A dilatação do óleo, quando

aquecido, adciona energia para expulsar os fluidos do reservatório. Dependendo da

composição, o óleo pode dilatar de 10 a 20% durante uma injeção de vapor. Na injeção

de água quente, nota-se que isso ocorre em um menor grau, visto que neste caso as

temperaturas são menores do que na injeção de vapor (Rosa, 2006).

De acordo com Miura (1988), a destilação do óleo é um terceiro benefíco

possível para a recuperação na injeção de vapor. No deslocamento de um óleo volátil

por vapor – à alta temperatura – as porções mais leves do óleo residual podem ser

vaporizadas. Essas porções se condensam quando em contato com a formação mais

fria, formando um solvente ou banco miscível á frente da zona de vapor.

Existem outros fatores que contribuem para o aumento da recuperação pelo

aquecimento do reservatório. Eles incluem os efeitos de mecanismos de gás e uma

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31 possível alteração das características de permeabilidade relativa. A importância

relativa de cada um dos fatores mencionados depende do tipo de projeto e das

características do reservatório e do óleo (Rosa, 2006).

Segundo Rossi (1981), a água é o meio básico usado nos métodos térmicos de

geração de calor na superfície.

2.5.3 Injeção de Água Quente

O tipo mais simples de recuperação térmica é o de injeção de água quente.

Com poucas mudanças no equipamento, esse tipo de injeção pode ser estendido a

uma técnica térmica por aquecimento de água injetada. A recuperação é aumentada,

porque se melhora a eficiência do varrido e a expansão térmica do óleo (Nery, 1990).

Para Morrison (1983), a injeção de água quente é menos atraente que a injeção

de vapor por diversos motivos. Devido à baixa quantidade de calor da água aquecida,

um reservatório típico pode requerer 2,5 a 3 volumes porosos de água para elevar a

sua temperatura até um valor próximo ao da água injetada. Além disso, carreando

mais calor por unidade de massa de água, a menor viscosidade do vapor geralmente

resulta em vazões de injeção maiores que da água quente. Diferentemente de um

sistema vapor-água, a água esfria quando perde energia. Isso provoca um

crescimento lento na zona de alta temperatura em torno do poço injetor.

Existem registros na literatura de projetos que obtiveram sucesso (Rosa, 2006).

É bom que se saiba que a injeção de água quente pode ser usada em muitos

reservatórios onde o vapor não pode. Nesses, pode-se incluir as formações sensíveis

à água doce e àquelas com altas pressões, onde a temperatura de vapor seria

excessiva.

2.5.4 Injeção Cíclica de Vapor

Esse método também é conhecido como “Huff and Puff”, “Steam Soak”, “Steam

Stimulation”, ou ainda estimulação cíclica (Carvalho, 2010).

Segundo Rosa (2006), a descoberta da injeção cíclica de vapor foi feita de

forma acidental no campo Mene Grande na Venezuela em 1959. No momento de tal

descoberta, o óleo estava sendo produzido pelo método da injeção contínua de vapor.

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32 Ocorreu um irrompimento (“breakthrough”) durante a injeção contínua de vapor e, para

diminuir a pressão de vapor no interior do reservatório, foi necessário colocar o poço

injetor em produção, com essa ação, observou-se uma produção de óleo com vazões

satisfatórias.

A recuperação primária de reservatórios de óleos viscosos é reforçada pela

injeção cíclica de vapor. A princípio, ela é uma técnica de estimulação que, por meio

da diminuição da viscosidade e efeitos de limpeza em torno do poço, auxilia a energia

natural do reservatório a expulsar o óleo (Rosa, 2006).

Para Thomas (2001), a utilização dessa técnica para incrementar o fluxo de

óleo dos reservatórios tem provado ser muito eficaz. É útil em um grande range de

condições de reservatório, e o mecanismo pelo qual funciona varia.

Segundo Farah (1989), essa técnica é utilizada, com muita frequência em

projetos de injeção contínua de vapor. Na maioria desses projetos, a injeção de vapor

se inicia com um programa de injeção cíclica e em seguida é mudado para uma

injeção continua, o que só acontece quando o programa cíclico torna-se inviável.

A injeção cíclica de vapor é constituída de três períodos, são eles: de injeção,

de espera e de produção (Campos, 1982). A injeção de um determinado volume de

vapor normalmente é seguida por um período de espera para que o calor injetado seja

bem distribuído a uma maior parte do reservatório. Então o poço entra em produção,

até que o ciclo se repita.

A Figura 7 ilustra, de forma esquemática, as fases do processo de injeção

cíclica de vapor.

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Figura 7 - Esquema da injeção cíclica de vapor.

Fonte: (Sefton Resources Inc., 2010 apud Carvalho).

Segundo Queiroz (2006), esse processo é eficiente principalmente nos

primeiros ciclos, visto que a vazão sofre reduções á medida que o numero de ciclos

aumenta. A ROV (razão óleo adicional/vapor injetado) limite estabelece o fim do

período de ciclos.

A Figura 8 mostra a queda da vazão de óleo produzido em função do número

de ciclos.

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Figura 8 - Vazão de óleo em função da quantidade de ciclos.

Fonte: (carvalho, 2010).

Existem diversos fatores que provocam a diminuição dos ciclos sucessivos,

eles se destacam a depleção do reservatório, o aumento da saturação de água ao

redor do poço, a excessiva produção inicial de água que retarda o pico de óleo e a

perda de calor em função da maior área aquecida (Carvalho, 2010).

Um dos grandes problemas no processo de injeção de vapor é a perda de calor.

A injeção de um fluido quente provoca a perda de calor para as adjacências pelo

simples fato de que o calor sempre se transfere da temperatura mais alta para a mais

baixa, de forma espontânea. A perda sempre existe, variando apenas o modo como

ocorre e a intensidade, controlada pela presença ou ausência de isolantes. A perda

de calor aumenta com a profundidade, por isso, a injeção de vapor é indicada para

poços de até 900 m de profundidade (Carvalho, 2010).

Segundo Rodrigues (2012), a antecipação rápida de produção se destaca como

a principal vantagem da injeção cíclica de vapor. No entanto, a recuperação de apenas

15% do óleo (baixa recuperação) é a sua maior desvantagem.

2.5.5 Injeção Continua de Vapor

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35 Esse tipo de injeção, ao contrário da injeção cíclica, é realizada através de uma

injeção contínua de vapor. Na injeção cíclica, a injeção e a produção são realizadas

no mesmo poço, enquanto na injeção contínua os poços injetor e produtor são

distintos. Em torno do poço injetor forma-se uma zona de vapor, a qual se expande

com a injeção continua. Nessa zona a temperatura é aproximadamente aquela do

vapor injetado. Na frente do vapor é formada uma zona de água condensada, por meio

da qual a temperatura é reduzida a partir do vapor até a do reservatório (Richardson,

1994).

A Figura 9, abaixo, ilustra o processo descrito. O sentido de propagação do

calor é do poço injetor para o poço produtor.

Figura 9 - Esquema do mecanismo de injeção contínua de vapor.

Fonte: (Sefton Resources Inc., 2010 apud Carvalho 2010).

De acordo com Farah (1989), durante a injeção de vapor, as perdas de calor

são em função da temperatura injetada, das características do reservatório e do

equipamento utilizado. As perdas na superfície e no poço podem ser, em parte,

controladas, mas nas condições de reservatório é impossível e elas são mais críticas

na determinação da viabilidade do projeto.

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36 Quanto maior a temperatura do vapor maior as perdas de calor, ou seja, as

aplicações a baixas pressões tem menores perdas de calor. Isso deixa claro a

influência da profundidade do reservatório (Rosa, 2006). Dessa forma, pode-se

afirmar que, quanto mais profundo for um poço, maiores serão as perdas de calor.

Para Rosa (2006), existem vários mecanismos envolvidos no processo de

injeção de vapor, são eles:

� Aumento da temperatura da rocha reservatório e do fluído devido à condução

e convecção do calor;

� Diminuição da viscosidade do óleo e da água;

� Crescimento dos volumes do fluído e da rocha, reduzindo, assim, as suas

densidades;

� Vaporização das frações leves do óleo bruto

� Reduções das interfaciais;

� Alteração na permeabilidade do óleo e da água.

Com o aumento da temperatura de vapor aumenta as perdas de calor, o que

destaca a influência do reservatório. Para vencer a alta pressão da formação em

zonas profundas, é necessário usar vapor a uma maior pressão e temperatura,

resultando em maiores perdas (Campos, 1982).

Segundo Jerônimo (2012), as perdas de calor dependem do tipo e do

comprimento das linhas que conectam o gerador ao poço. Por esse motivo, é

importante que a distância entre o gerador e o poço seja a menor possível e que as

linhas estejam isoladas ou enterradas. Em grandes projetos de injeção de vapor, as

linhas de injeção enterradas normalmente são suficientes pera manter as perdas

abaixo de 10 % na superfície.

De acordo com Jerônimo (2013), as particularidades abaixo são favoráveis à

aplicação do método:

� Óleos viscosos entre 10 e 20 ºAPI;

� Reservatórios com menos de 3000 ft (900m) de profundidade;

� Permeabilidade horizintal maior ou igual a 500 mD;

� Saturação de óleo próxima de 0,15 m3 de rocha;

� Espessura de arenito execedendo de 30 ft (9 m) até 50 ft (15 m).

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37

Da sua correta aplicação, podem ser extraídas as seguintes vantagens:

� Recuperação da ordem de 50% do VOIP;

� Menos danos aos poços do que a combustão in situ;

� Maiores vazões de injestão de calor do que outros métodos térmicos;

� Saturações de óleo atrás das zonas de vapor tão baixas quanto 5%.

Segundo Oliveira (2010), a injeção de vapor tem suas implicações

desfavoráveis, são elas:

� Elevado consumo de água e energia;

� Emissões de gases causadores do efeito estufa;

� Produção de areia, comum em projetos térmicos;

� Formação de emulsões;

� Riscos de segurança adicionais, devido ás altas temperaturas;

� Ocorrência de falhas na cimentação, frequentes em poços de completação

convencional submetidos a operações térmicas;

� Baixa eficiência em reservatórios profundos, de pequena espessura ou que

tenham baixa permeabilidade.

Para se investir em geradores de vapor são necessários, inicialmente, valores

altos, chegando a quantias superiores a US$ 1.000.000,00. Dai a recomendação de

se alugar unidades portáteis para testar o comportamento do reservatório diante do

método (Souza, 2007).

Segundo Almeida (2005), no proceso de produção de vapor, o custo e a

disponibilidade do combustível são pontos que também merecem destaque.

Geradores alimentados a óleo podem converter cerca de 15 m3 de água para vapor

para cada m3 de óleo queimado. Dessa forma, pelo menos 1 m3 de óleo deve ser

recuperado para cada 15 m3 de água injetada como vapor.

Abaixo, Algumas vantagens da recuperação térmica por injeção de fluido

quente citadas por Campos (1982): a recuperação térmica por injeção de fluido quente

é um método comprovado na prática para produzir óleos de baixo °API; Em muitos

casos nenhum outro método pode ser exequível para reforçar a recuperação primária

ou secundária; Apresenta uma vantagem sobre a combustão in situ que é a de

danificar menos os poços; Além disso, os métodos de injeção de vapor fornecem

Page 38: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

38 maiores vazões de injeção de calor do que outros métodos térmicos. Assim, mais calor

é aplicado rapidamente ao reservatório.

A eficiência de deslocamento é aumentada pelo calor à proporção que mais

óleo flui. As saturações de óleo atrás da zona de vapor, para o processo de injeção

contínua, podem ser tão baixas quanto 5%.

Abaixo, algumas desvantagens da recuperação térmica por injeção de fluido

quente, citadas por Garcia (1997).

As perdas de calor, gerado na superfície a alto custo, são significativas na linha

de injeção, nos poços e na formação. Por causa disso, o calor não pode ser utilizado

em resevatórios profundos, de pequena espessura ou que tenham baixa

permeabilidade.

O pessoal do campo deve estar famliarizado com a operação do gerador para

manter a eficiência. Operações a altas temperaturas acarretam riscos de segurança

adicionais.

A falha na cimentação, em poços de completação convencional, é frequente

sob operações térmicas. Os poços novos devem ser completados e equipados para

operar em altas temperaturas. A produção de areia é comum em projetos térmicos.

Ocorre a formação de emulsão em alguns óleos durante a injeção de vapor. Fingers

de vapor podem acontecer na parte superior da formação que está sendo contada.

2.6 Vapor

Segundo Halliday (2002), vapor é uma substância na fase de gás a uma

temperatura inferior à sua temperatura crítica. Ou seja, o vapor pode ser condensado

para um líquido ou para um sólido pelo um aumento de pressão sem ser necessário

reduzir a sua temperatura.

Por exemplo, a temperatura crítica da água é de 374°C (ou 647K). Essa é a

temperatura mais alta em que a água pode existir no estado líquido. Na atmosfera,

em temperaturas normais, entretanto, a água em estado gasoso é conhecida como

vapor de água e irá condensar para a fase líquida se sua pressão parcial for

suficientemente aumentada.

Nesse trabalho, toda vez que a palavra vapor for citada estaremos nos referindo

à água no estado gasoso, abaixo da sua temperatura crítica.

Page 39: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

39

A água no estado líquido pode passar para o estado de vapor pelo efeito direto

do calor e inverso da pressão. Aquecendo-se a água na sua fase líquida, o estado de

agitação das suas moléculas aumenta, isto é, sua temperatura aumenta. Uma vez

alcançada a temperatura de ebulição, o calor (calor latente) recebido pelo líquido

corresponde à energia necessária para vencer as forças de coesão entre as

moléculas: o líquido ferve, isto é, a água passa para o estado de vapor, e a

temperatura não varia durante esse processo (Halliday, 2002).

Para Trovati, a água sofrerá vaporização se suas moléculas vencerem as força

que a pressão exerce sobre elas. Para que a vaporização ocorra, as moléculas de

água no líquido têm de vencer a força que a pressão exerce sobre elas, ou seja,

quanto maior a pressão, maior a força que a molécula tem de fazer. Esta energia é

fornecida justamente pelo aquecimento e resulta no aumento da temperatura de

vaporização do líquido. Quanto maior for a pressão, mais energia o vapor transportará

pelas moléculas de água que o constituem. Ao se condensar, a mesma energia que

as moléculas absorveram para passar para a fase vapor é liberada para o meio,

resultando aí na transferência de energia na forma de calor.

2.6.1 Tipos de Vapor

Segundo Trovati, basicamente existem dois tipos de vapor: vapor saturado e

vapor superaquecido.

2.6.2 Vapor saturado e Título de Vapor

Quando a água atinge sua temperatura de saturação passa a se transformar

em vapor, mantendo sua temperatura constante. Quanto maior a quantidade de calor

latente absorvida pela mistura, maior será a quantidade de vapor e,

consequentemente, menor será a quantidade de água. Durante essa fase, a mistura

é chamada de vapor saturado úmido, pois, junto com o vapor, ainda existe uma

parcela de água presente.

No instante em que houver absorção de todo o calor latente, toda a água

presente estará transformada em vapor, isto é, o vapor estará totalmente isento da

presença de água. Neste estágio, o vapor é chamado de vapor saturado seco.

Page 40: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

40

Na prática, o vapor utilizado nas indústrias arrasta consigo gotículas de água,

não podendo ser classificado de vapor saturado seco. Porém, o desejável é que o

vapor utilizado em processos de aquecimento seja o mais seco possível, isto é, com

maior parcela possível de calor latente.

Segundo SERRA (2006), qualidade ou título de vapor (símbolo X) é o

percentual de vapor seco existente numa mistura água + vapor. Este valor incide

diretamente sobre a quantidade de calor latente existente no vapor.

2.6.3 Vapor Superaquecido

Esse tipo de vapor é obtido com o aquecimento do vapor saturado. Ou seja, se

o sistema continuar a ganhar calor, mesmo depois de toda a água se vaporizar, vamos

ter como resultado o chamado vapor superaquecido (Trovati). Nessa etapa, não

teremos água no estado líquido, isto é, teremos exclusivamente vapor, no entanto, os

valores de sua temperatura serão superiores à temperatura de saturação.

Segundo SERRA (2006), se o vapor saturado entrar em contado com

superfícies frias se condensará rapidamente, ou seja, cederá seu calor latente

rapidamente. Já o vapor superaquecido, em condições idênticas, primeiramente, cede

parte do seu calor sensível, fazendo diminuir a sua temperatura, mas só quando for

atingida a temperatura de saturação a condensação ocorrerá.

Para Trovati, o uso de vapor superaquecido em turbinas é imprescindível. Essa

necessidade é decorrente das elevadas velocidades que são encontradas nestes

dispositivos. Caso fosse usado o vapor saturado, qualquer gotícula de água que se

formase na tubulação provocaria um forte processo de abrasão na turbina.

2.7 Impactos Ambientais Provocados Pela Extração de Petróleo

De acordo com a RESOLUÇÃO CONAMA (1986),

considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

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41

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

Segundo Queiroz (2013), a sustentabilidade está ligada ao desenvolvimento

tecnológico e econômico sem agressão ao meio ambiente, usando recursos naturais

de maneira inteligente, possibilitando a manutenção deles (rios, lagos, oceanos,

florestas, matas) e garantindo a existência de vida no futuro. Sendo assim, cada

atividade realizada pelo ser humano deve levar em consideração primeiramente a

sustentabilidade, tornando sustentável o desenvolvimento, com ações que possam

suprir as necessidades humanas e sejam socialmente justas, ambientalmente

corretas e economicamente viáveis, resguardando gerações futuras.

A extração do petróleo provoca impactos ambientais e sociais de forma direta

e indireta. Uma vez que essa atividade se constitui em intervenção no meio ambiente

para extração de um recurso natural, com potenciais impactos ambientais. No entanto,

os impactos podem ser positivos, por meio do aumento da arrecadação tributária e

um crescimento no dinamismo econômico da região. Por isso, cabe a análise

cuidadosa do que é mais vantajoso tanto para o meio ambiente como para a

sociedade, sob a ótica da sustentabilidade (Queiroz, 2013).

2.8 Impactos Atmosféricos

Segundo Lima (2003), a sociedade e as autoridades governamentais estão

cada vez mais interessadas pela questão das emissões atmosféricas, pode-se afirmar

que esse interesse se deve muito aos problemas ambientais globais das mudanças

climáticas e da depleção da camada de ozônio estratosférico. A crescente notoriedade

do assunto contribuiu para que a indústria do petróleo mundial buscasse

procedimentos e tecnologias para minimizar suas emissões atmosféricas, inclusive

quando das etapas de exploração e produção, ainda que a maior parte das mesmas

ocorra durante o processamento do óleo e, mais largamente, durante a queima dos

derivados fósseis no consumo final.

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42 De acordo com Lima (2003), é importante compreender as fontes e a natureza

das emissões para fazer uma avaliação dos impactos potenciais das emissões nas

operações de exploração e produção.

Para fazer a avaliação dos impactos potenciais das emissões das operações de exploração e produção, é importante compreender as fontes e a natureza das emissões e sua contribuição relativa para os impactos atmosféricos, tanto em escala regional quanto em escala global, estes últimos referentes ao ozônio estratosférico e às mudanças climáticas decorrentes da elevação das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera terrestre. É importante salientar que, considerando-se apenas as atividades de E&P, é a etapa de produção que contribui de forma mais significativa para as emissões atmosféricas Lima (2003).

As fontes primárias de emissões atmosféricas decorrentes das operações de

exploração e produção de petróleo e gás natural são decorrentes de:

Queima, purga e exaustão de gases - Queima constante ou periódica de gás

associado e de significativas quantidades de hidrocarbonetos durante testes e

desenvolvimento de poços, assim como queima contínua de gases em flares, com a

finalidade de eliminar gases de tanques de armazenamento e controlar a pressão dos

poços;

Processos de combustão em equipamentos, tais como m otores a diesel e

turbinas a gás – Combustão de combustíveis gasosos e líquidos em unidades de

geração e/ou consumo de energia (geradores e bombas, turbinas a gás, motores de

combustão interna) nas plataformas, embarcações e instalações on e offshore;

Emissões fugitivas de gases decorrentes de operaçõe s de carga e descarga,

armazenamento e perdas em equipamentos de processo – Evaporação ou

ventilação de hidrocarbonetos durante as diferentes operações para sua produção,

tratamento, transporte e armazenamento;

Emissão de Particulados decorrentes de outras fonte s de queima, tais como

testes de poço – A queima do gás natural produzido em tochas (flares) é a fonte mais

significativa de emissões atmosféricas, principalmente quando não há infraestrutura

Page 43: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

43 ou mercado disponível para o gás. Entretanto, sempre que viável, o gás é processado

e distribuído, e, desta forma, através de um desenvolvimento integrado, e da provisão

de mercados, a necessidade de queima é significativamente reduzida. Muitos países

já proíbem a queima de gás natural, mas este ainda é um dos principais problemas

ambientais de emissões atmosféricas da etapa de exploração e produção de petróleo.

A queima de gás também pode ocorrer em determinadas ocasiões por razões de

segurança, durante a partida das plantas, manutenção ou perturbações durante as

operações normais de processamento.

Na verdade, o que ocorre é que os gases estão dissolvidos no petróleo

produzido, e quando a pressão diminui (a pressão atmosférica é menor do que a

pressão do reservatório), passam para a fase gasosa (as quantidades podem ser

superiores a 300 m3 para cada tonelada de petróleo extraído). Os gases associados

representam cerca de 30% da produção bruta de hidrocarbonetos gasosos,

entretanto, devido ao não desenvolvimento tecnológico e à falta de capacitação e

equipamentos em muitos campos de petróleo, mais de 25% do gás associado extraído

dos reservatórios de petróleo é queimado em flares.

Segundo (Affonso, 2001), a poluição atmosférica causada pelas atividades de

exploração e produção inclui produtos gasosos da evaporação e queima de

hidrocarbonetos, bem como partículas de aerossóis de combustíveis não queimados.

Os principais gases emitidos incluem dióxido de carbono (que, apesar de não ser um

poluente atmosférico, pois ocorre na natureza, é o principal gás de Efeito Estufa),

monóxido de carbono, metano, óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis.

Emissões de óxidos de enxofre e sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico – H2S) podem

ocorre, dependendo da quantidade de enxofre presente no combustível queimado,

particularmente o óleo diesel, quando utilizado para a geração de energia. Em alguns

casos, o conteúdo de enxofre pode ocasionar odores perto das instalações.

Algumas substâncias depletoras da camada de ozônio são usadas em alguns

sistemas de combate ao fogo e também como fluidos de refrigeração, entre as quais

se incluem os clorofluorcarbonetos (Agência Nacional do Petróleo, 2005).

De acordo com Agra Filho (1991), a queima, a exaustão e a combustão são as

fontes primárias de emissões de dióxido de carbono decorrentes das operações de

produção, mas outros gases devem também ser considerados. Por exemplo, as

Page 44: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

44 emissões de metano ocorrem, primariamente, na exaustão de processos, sendo esta

operação seguida pelos vazamentos, queima em tochas e combustão incompleta.

Para Barcellos (1986), a principal fonte de emissões atmosféricas durante a

etapa de produção consiste na combustão interna de hidrocarbonetos em motores

térmicos para a geração de energia pelas instalações de produção, terminais de

abastecimento, embarcações e aeronaves, além da queima em flares para alívio de

pressão dos poços. Também contribuem as operações de ventilação, assim como as

emissões fugitivas de hidrocarbonetos. Também nas instalações de produção, a

compressão de fluidos para injeção e/ou transporte, com a geração de energia por

gás ou por gás/diesel, é a operação que mais consome energia.

A queima do gás natural em flares tem sido substancialmente reduzida em

relação aos níveis históricos, em todo o mundo, especialmente em decorrência da

legislação. Também este fato se deu em decorrência da construção de gasodutos e

da utilização do gás para reinjeção. Espera-se que nos novos desenvolvimentos, o

gás somente seja queimado em flares em razão de necessidade de alívio da pressão

dos poços (operação de segurança), pois as rotinas de queima zero são atualmente

já consideradas como metas realistas de projeto para os programas de

desenvolvimento planejados.

Sob a perspectiva ecológica, os poluentes mais perigosos são os óxidos de

nitrogênio e enxofre, o monóxido de carbono e os produtos da queima incompleta dos

hidrocarbonetos. Estes compostos reagem com a água das chuvas, formando as

chuvas ácidas, que precipitam nas superfícies marítimas e terrestres, formando zonas

de poluição local e regional. As chuvas ácidas causam impactos sobre a flora, a fauna,

a saúde humana e também sobre as atividades agrícolas, prejudicando as colheitas

(Blajberg, 2002).

Em muitas regiões onde a indústria de petróleo já está muito desenvolvida,

podem ser observados os impactos adversos da poluição atmosférica sobre os

ambientes marinhos (por exemplo, o Mar de Beaufort, no Canadá).

Segundo Gouvea (1994), os volumes das emissões atmosféricas e seus

impactos potenciais dependem da natureza dos processos considerados. O potencial

de impacto das emissões das atividades de exploração é geralmente considerado

baixo. Entretanto, durante a etapa de produção, níveis elevados de emissões são

gerados na vizinhança imediata das instalações de produção. É importante salientar

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45 que as emissões das operações de produção devem ser vistas no contexto das

emissões totais de todas as fontes antropogênicas, sendo, em geral, menores que 1%

do total dos níveis locais e regionais. Por outro lado, muitas vezes, a questão da

poluição atmosférica na etapa de E&P não recebe a devida atenção, por causa,

principalmente, do fato de a maior parte dos desenvolvimentos offshore ficar em áreas

remotas e pouco povoadas. As medidas de controle para a prevenção da poluição

atmosférica durante a produção offshore são idênticas àquelas utilizadas para outras

indústrias, largamente difundidas e já efetivamente usadas.

2.9 Protocolos de Estimativas

É notável a importância do mercado do petróleo e da grandeza de sua indústria

nos dias atuais. Além da sua grande utilização como importante fonte de energia,

inúmeros bens de consumo essenciais ao cotidiano são produzidos a partir da

indústria petroquímica. Porém, junto a toda essa estrutura, há também uma

quantidade considerável de impactos ambientais gerados pelo petróleo. Os impactos

ocorrem desde a procura por jazidas até o consumo dos produtos finais, muitas vezes,

com consequências significativas para o meio ambiente, de acordo com OLIVEIRA

(2010). Devido à geração desses impactos, ocorreu uma preocupação por parte

empresas, e até mesmo alguns países, com as consequências acarretadas por esses

processos, uma vez que eles poderiam afetar o futuro do nosso planeta, de uma

maneira negativa, pelo fato de gerar, em sua produção, componentes como, por

exemplo, o enxofre, que causa a chuva ácida. Além de sua produção, o processo de

refino e outros processos feitos na indústria petrolífera geram vários outros tipos de

contaminantes e poluentes atmosféricos.

Ademais, Jerônimo (2012), cita alguns dos principais poluentes atmosféricos

gerados na queima de hidrocarbonetos, a saber: materiais particulados (MP), óxidos

de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), dióxido de

carbono (CO2), metano (CH4) e ozônio (O3). Desses poluentes, são precursores do

efeito estufa o CO, o CO2 e o CH4; que comumente são agrupados em função da

ponderação dos seus níveis de impacto como CO2eq, dióxido de carbono equivalente.

Esses poluentes atmosféricos precisam ser quantificados para que haja um

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46 controle e evite um desequilíbrio ambiental, mesmo que em geral apresentem valores

médios de emissão para uma determinada fonte de poluição do ar, com grandes faixas

e variável grau de exatidão.

Segundo, SANQUETTA et al. (2013) vêm sendo desenvolvidas metodologias

específicas de quantificação de emissões de GEEs para diferentes setores da

economia, chamados de Inventários de Emissões de GEEs. Um inventário pode ter

dois segmentos: um aplicado a países, estados e municípios e, outro, a corporações.

Os dois seguem uma linha comum, porém cada um com suas especificações. Com o

intuito de padronizá-los em função das diferentes escalas de realização, foram

desenvolvidas diretrizes e ferramentas de cálculo. A elaboração de inventário de

emissões de gases de efeito estufa (GEE) é o primeiro passo para que uma

organização contribua para o combate à mudança do clima, pois determina a

quantidade e a origem (fontes) das emissões a serem reduzidas.

Algumas dessas metodologias são usadas internacionalmente e a principal é a

GHG Protocol, que é muito utilizada por empresas corporativas, além disso, é derivada

de uma parceria de negócios entre diferentes organizações não governamentais

(ONGs), governos e outras entidades, reunidos pelo World Resources Institute (WRI)

e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), de acordo com

SANQUETTA et al. (2013). O GHG Protocol é uma ferramenta utilizada para entender,

quantificar e gerenciar emissões de GEE que foi originalmente desenvolvida nos

Estados Unidos, em 1998, pelo World Resources Institute (WRI) e é hoje a

metodologia mais usada mundialmente pelas empresas e governos para a realização

de inventários de GEE. É também compatível com a norma ISO 14.064 e com as

metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas

(IPCC). Sendo assim, o objetivo do trabalho apresentado é fazer a utilização da

ferramenta GHG Protocol para calcular as emissões de GEE gerados na produção de

vapor para injeção de poços de petróleo com o objetivo de aumento de produção. Com

isso apresentar a viabilidade ou não desse processo em relação à poluição do meio

ambiente.

De acordo com o Word Resources Institute, entre as diferentes metodologias

existentes para a realização de inventários de gases de efeito estufa corporativos, o

Page 47: EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA ...‡ÃO_Eva… · EVANILDO VICENTE DE OLIVEIRA MODELO MATEMÁTICO DA EFICIÊNCIA E GERAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA

47 The Greenhouse Gas Protocol – A corporate Accounting and Reporting Standard (O

protocolo de Gases de Efeito Estufa – Um padrão Corporativo de Contabilização e

Reporte), ou simplesmente o GHG Protocol, lançado em 1998 e revisado em 2004, é

hoje a ferramenta mais utilizada mundialmente pelas empresas e governos para

entender, quantificar e gerenciar suas emissões.

Algumas das características dessa ferramenta que merece destaque são: o fato

de oferecer uma estrutura para contabilização de GEE, o caráter modular e flexível, a

neutralidade em termos de políticas ou programas e a questão de ser baseada em um

amplo processo de consulta pública (Word Resources Institute).

O Programa Brasileiro GHG Protocol busca promover a cultura corporativa de

mensuração, publicação e gestão voluntária das emissões de GEE no Brasil,

proporcionando aos participantes acesso a instrumentos e padrões de qualidade

internacional para contabilização e elaboração de inventários de GEE. O Programa

também se propõe a constituir plataforma nacional para publicação dos inventários de

GEE corporativos e organizacionais.

A implementação do Programa é uma iniciativa do Centro de Estudos em

Sustentabilidade, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e do World Resources Institute

(WRI), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o World

Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

Os principais benefícios, disponibilizados pelo Programa às organizações

participantes, estão no ganho na Vantagem competitiva, visto que calcular, participar

de benchmarkings e gerenciar as emissões de GEE pode garantir a sustentabilidade

dos negócios e a melhoria de eficiências.

2.9.1 Principais Objetivos do Programa Brasileiro G HG Protocol

De acordo com o Word Resources Institute, o principal objetivo do programa é

promover, através de engajamento e capacitação técnica institucional, uma cultura

corporativa de caráter voluntário para identificação, cálculo e elaboração de

inventários de emissões de GEE.

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48 Para o Word Resources Institute, dentre outros objetivos específicos, merecem

destaque:

� Promover a base para identificação, o cálculo e a elaboração do inventário de

emissões de GEE em nível organizacional, através do desenvolvimento e

disseminação das Especificações do programa Brasileiro GHG Protocol, baseadas

nas melhorias técnicas internacionais, tais como GHG Protocol e normas ISO;

� Identificar e, quando necessário, adaptar ou desenvolver metodologias de

fatores de emissão para o cálculo de emissões antrópicas por fontes de GEE e

remoções antrópicas por sumidouros de GEE no Brasil;

� Tomar como base as melhorias técnicas internacionais, tais como GHG

Protocol e metodologias do IPCC para inventários nacionais;

� Promover a capacitação de empresas, organizações públicas, universidades e

organizações não governamentais que operam no Brasil para a formulação de

inventários de emissões de GEE, em caráter voluntário, baseados nas especificações

do Programa;

� Gerar um registro público que seja de acesso fácil para empresas e

organizações públicas e privadas informarem suas emissões de GEE, de acordo com

as Especificações do Programa;

� Gerar oportunidades para o intercâmbio de instituições participantes, visando

facilitar a transição da economia brasileira para uma economia de baixo carbono.

Diante dessas vantagens, optou-se pelo uso desse protocolo para estimativa

das emissões atmosféricas para o presente trabalho.

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49 3. ESTADO DA ARTE

A revisão da literatura sobre os impactos operacionais e ambientais de um

sistema de injeção de vapor em campos de petróleo foi realizada com o fim de

demonstrar a contribuição dessas teorias para o atual trabalho e para futuros estudos.

Nesse capítulo será realizada uma contextualização histórica dos principais

trabalhos publicados envolvendo injeção de vapor.

Towson; Boberg (1967) formularam um método para determinar o desempenho

da injeção cíclica de vapor em reservatórios nos quais o mecanismo de produção

dominante era a drenagem gravitacional.

Ferrer, L. et al. (1980) fizeram um estudo sobre os simuladores em injeção de

vapor devido à ampla utilização do método de recuperação na Venezuela e do

crescimento das tecnologias para aprimorar tal método, surgindo portanto, a

necessidade de simulação abrangendo o máximo de detalhes deste processo. A

simulação foi aplicada em reservatórios de óleos pesados considerando um sistema

trifásico, multicomponente, variando a composição de 3 (três) e 4 (quatro)

componentes em três dimensões. Foi realizado o cálculo de diferenças finitas para

ambas as considerações de números de componentes na simulação.

Hong; Jensen (1985) desenvolveram o mais completo método analítico para

otimizar o processo de injeção cíclica de vapor em poços verticais. O método utiliza

dados de campo ou um modelo harmônico para estimar a taxa de produção em cada

ciclo. Eles também propuseram uma relação entre a soma de vapor injetado em cada

ciclo e na produção total. Cada ciclo é finalizado quando a taxa de produção de óleo

estimulada é equivalente à taxa de produção fria no fim do ciclo precedente. A duração

do ciclo e o volume de vapor de cada ciclo são obtidos utilizando um algoritmo

otimizado baseado no princípio da discretização. O algoritmo gera um sistema de

equações não lineares, onde valores desconhecidos são ótimas variáveis de projeto.

O algoritmo maximiza a renda líquida cumulativa, utilizando uma análise econômica

que tem como referência as condições de produção fria.

Aziz et al. (1987) realizaram um estudo de comparação e validação entre

simuladores comerciais em problemas de injeção cíclica e contínua de vapor,

utilizando os modelos “Black-oil” e composicionais em diferentes ciclos. Para isso

foram elaborados três problemas: injeção cíclica de vapor em um reservatório de óleo

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50 utilizando o modelo “Black-oil”, deslocamento de óleo por vapor utilizando o modelo

“Black-oil” e deslocamento por vapor de um óleo consistindo de dois componentes

voláteis e um componente não-volátil. Embora os resultados, que são de importância

para o ponto de vista prático, apresentem uma boa concordância, tais aplicações, nos

diferentes modelos de simulação geraram diferentes respostas nos parâmetros

estudados. As diferenças entre os resultados apresentados para o mesmo problema

podem ser fruto de uma variedade de razões: a manipulação de poços, processos de

seleção de interações, procedimento de cálculo de perdas de calor, possíveis erros

no programa e erros nos dados de entrada. Os resultados encontrados serviram para

o desenvolvimento de novos modelos e a otimização do desempenho de simuladores

de reservatórios existentes.

Richardson, W. C., Fontaine, M. F., Haynes, S. (1992) concluíram que os efeitos

da destilação por vapor em reservatórios submetidos à injeção contínua de vapor

precisam ser detalhados e usaram simuladores composicionais na modelagem

numérica para mensurar o desempenho de produção destes reservatórios. Sendo

assim, fizeram uma investigação experimental acerca dos efeitos do calor nas

propriedades da água e de óleos (13 – 33 ° API).

Farouq Ali; Tamin (1995) apresentaram uma ferramenta, envolvendo técnicas

analíticas para previsão do desempenho da injeção cíclica de vapor. O modelo

computacional é baseado em fraturas aquecidas, acoplados com o fluxo de fluidos –

ambos durante a injeção de vapor e produção de óleo e água. Duas situações,

envolvendo diferentes geometrias de fluxo, suportando o fluxo real no campo são

consideradas. Um novo modelo analítico é proposto, o qual usa uma simples equação

linear de fluxo por drenagem gravitacional. O modelo também inclui o efeito da

condutividade horizontal de calor. Os autores concluíram que o novo modelo descreve

adequadamente o fluxo de fluido e calor no reservatório, além de fornecer um meio

rápido de avaliação das operações de injeção cíclica de vapor, otimização e análise

de sensibilidade.

Sousa Jr. (2007) desenvolveu uma ferramenta por meio da abordagem

mecanicista para o escoamento vertical descendente de um vapor em poços, para ser

aplicado na simulação dos parâmetros de injeção de vapor, evitando o máximo

possível a utilização de correlações. Neste modelo, que foi inserido no simulador

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51 LinVap-III, o reservatório é representado pela curva de IPR (Inflow Performace

Relationship).

Rodrigues (2008) realizou um estudo sobre a influência da segregação

gravitacional durante o processo de injeção de vapor. Foi analisada, através de uma

simulação numérica, a sensibilidade dos parâmetros da rocha-reservatório e

operacionais, bem como suas respectivas influências no processo. Um estudo de

viabilidade técnico-econômica foi realizado, levando em consideração os altos custos

dessas soluções operacionais apresentadas em relação à receita adicional gerada por

essas mudanças. Dos resultados encontrados, verificou-se que a permeabilidade, a

espessura da zona de óleo, e a viscosidade foram os parâmetros que mais

influenciaram na segregação gravitacional. O aumento da permeabilidade e da

espessura da zona de óleo aumenta a segregação gravitacional e também o fator de

recuperação.

Vasantharajan et al. (2009) realizou um estudo sobre o desempenho da injeção

cíclica de vapor usando poço horizontal. Nesse estudo, a solução de uma formulação

semi-analítica foi comparada com os resultados de um simulador numérico térmico da

CMG (Computer Modelling Group), STARS. Os resultados estão em grande

concordância com os resultados obtidos pelo simulador de reservatórios. Estudos de

sensibilidade para otimização de comprimento (extensão) do poço, drenagem

gravitacional, pressão de fundo do poço e vazão de injeção do vapor foram realizados

com o modelo. Os resultados do modelo criado mostraram que a recuperação de óleo

por drenagem gravitacional para a injeção cíclica de vapor em um poço horizontal

pode ser significante. Um estudo de casos para a otimização da injeção cíclica de

vapor tem sido apresentado para validar a eficácia do modelo proposto.

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52 4. MATERIAIS E MÉTODOS

Esse trabalho é um estudo focado no desenvolvimento de um modelo

matemático capaz de mensurar a eficiência de um GV. Além disso, faz uso do GHG

protocol como ferramenta para quantificar as emissões de GEE no processo de

geração de vapor.

A Figura 10 é um esquemático de um gerador de vapor. Nela pode-se observar

medidores de pressão, temperatura e vazão, que fazem parte do elenco de variáveis

comumente manipuladas e utilizadas para o controle operacional desses

equipamentos. No entanto, não há uma ferramenta que faça uso de um modelo

matemático que quantifique diretamente o rendimento desse gerador quando as

variáveis sofrem alteração, principalmente pela forte dependência com propriedades

físico-químicas e termodinâmicas envolvidas nesses cenários.

Figura 10 - Representação de um gerador de vapor

Fonte: UNA Tecnologia Ltda

A primeira etapa consistiu na elaboração de um modelo matemático para

estudo dos diferentes resultados de eficiência quando se alteram algumas variáveis

envolvidas no processo de geração do vapor, como por exemplo, PCI; vazão; pressão;

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53 temperatura. Para isso foi utilizado um simulador que é baseado em ambientação

gráfica InTouch (Rockwell Software) e linguagem estrutural LADDER, tornando-o apto

a ser implantado em uma planta funcional em campo. Com o desenvolvimento deste

modelo tem-se o objetivo de mensurar a eficiência energética de um gerador de vapor

quando submetido a diferentes condições de operação, auxiliando assim no

dimensionamento e aplicação do mesmo.

Já para análise da variável ambiental, foi feito um estudo comparativo entre

produção de petróleo, emissões geradas para produzir o mesmo e emissões geradas

na queima desse hidrocarboneto, tais como: materiais particulados (MP), óxidos de

enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), dióxido de

carbono (CO2) e metano (CH4), além disso o cálculo do dióxido de carbono

equivalente, que agrupa em função da ponderação dos seus níveis de impacto os

compostos CO, CO2 e CH4. O estudo consiste em simulações feitas a partir do

STARS para obter a produção gerada pela injeção do vapor, emissões geradas tanto

na produção do vapor para injetar nos poços quanto na queima de todo o petróleo

gerado e o estudo quantitativo e comparativo entre elas.

Para o desenvolvimento desse foi utilizado o simulador comercial, STARS

(Steam, Thermal, and Advanced Processes Reservoir Simulator) – versão 2007, que

trabalha na forma de simulações numéricas trifásicas de múltiplos componentes da

CMG (Computer Modelling Group) que foi organizado com o objetivo de simular

recuperações térmicas de óleo.

A simulação foi feita com uma conFiguração five-spot invertido, o que define a

distribuição dos poços, constituída de um poço injetor no centro da malha e quatro

produtores nos vértices. Tendo em vista a homogeneidade dos resultados e o tempo

de simulação, a malha foi constituída de ¼ de five-spot, ou seja, ¼ de produtor e ¼

de injetor. Os parâmetros utilizados seguiram dos dados sugeridos por Medeiros et al

(2011).

O modelo estudado foi tridimensional e representa um reservatório

semissintético, com características da Bacia Potiguar em um modelo homogêneo, em

forma de paralelepípedo de dimensões 60 m x 60 m x 32 m, como apresentado na

Figura 11. O reservatório é constituído por uma zona de óleo e capa de gás.

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54

Figura 11 - Modelo do Reservatório.

Fonte: Medeiros et al (2011).

O sistema selecionado utiliza coordenadas cartesianas nas direções dos

vetores unitários “i”, “j” e “k”, totalizando 4440 blocos, que constituem a malha de

simulação.

A injeção do vapor foi avaliada por meio das técnicas de injeção contínua e

cíclica, em diversas temperaturas, com o objetivo de avaliar a capacidade da

transferência de calor para o reservatório em diversas situações, principalmente para

os níveis de título de vapor obtidos nos diferentes níveis de qualidade da água.

Foi considerado um reservatório fictício, submetido a um projeto de injeção

continua de vapor, que apresenta as seguintes condições: eficiência do gerador = 0,8,

temperatura do gerador = 70°F, temperatura do vapor = 500,0°F, temperatura do

reservatório = 100°F, pressão do vapor = 215 psia, condutividade das camadas sub e

sobrejacentes = 1,2 Btu/ft.h.°F, capacidade calorífica média da zona de vapor = 35

Btu/ft³.°F, capacidade calorífica média das camadas sub e sobrejacentes = 35

Btu/ft³.°F, tempo de injeção = 3,0 anos, saturação de óleo no início = 0,56, saturação

residual de óleo = 0,10, densidade relativa do óleo = 0,95, porosidade do reservatório

= 0,28, espessura líquida do reservatório = 50ft, espessura total do reservatório = 66ft,

qualidade do vapor no reservatório = 0,7, qualidade do vapor no gerador = 0,8, calor

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55 de vaporização = 713,9Btu/lb, densidade da água = 62,4 lb/ft³, CwTs = 361,91 Btu/lb,

CwTr = 77,94 Btu/lb, CwTb = 38,00 Btu/lb, fração de poro injetado, 0,54. Para esse

estudo foi variado um título entre 0,6 e 0,9, e para cada valor foi calculado uma entalpia

a partir do SteamTab (Chemica Logic, 2003), além disso foi obtido um valor de entalpia

da fase vapor de 2796,6 kj/kg.

Na Figura 12 é apresentada a tela de alimentação para vapor saturado,

utilizada nas condições de obtenção dos valores de título. As propriedades do vapor

foram obtidas por meio do SteamTab (Chemica Logic, 2003).

Figura 12 - Tela de alimentação de dados para vapor saturado do SteamTab.

Fonte: autor (2014).

O efeito do vapor foi analisado por meio das técnicas de injeção contínua e

cíclica, em diversas temperaturas, com intuito de avaliar a capacidade dessa

conFiguração para transferir calor ao reservatório em diferentes situações, em

especial para os níveis de título de vapor obtidos nos diferentes níveis de qualidade

da água.

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56

As propriedades do reservatório são apresentadas na Tabela 1, conforme

utilizados por Medeiros et al (2011).

Tabela 1 - Propriedades do Reservatório.

Proprieda des do Reservatório Valor Propriedades da Rocha Valor

Capa de Gás – DGOC (m) 2 Compressibiladade Efetiva da Rocha

(1/Pa)

4,4.10-7

Comprimento – i (m) 60 Condutividade Térmica da rocha

(J/m.s.°C)

1,73

Largura – j (m) 60 Condutividade Térmica da Água

(J/m.s.°C)

0,61

Espessura – k(m) 32 Condutividade Térmica do óleo

(J/m.s.°C)

0,13

Profundidade do Reservatório (m) 50 Condutividade Térmica do Gás

(J/m.s.°C)

0,04

Saturação inicial de água (%) 30 Permeabilidade Horizontal – Kh (mD) 1000

Saturação Inicial de óleo (%) 70

Temperatura Inicial (°C) 37,8

Volume “in Place” (m³std) 21509

Fonte: Medeiros et al (2011).

Para estabelecer a quantidade de Gás Natural que foi consumido, considerou-

se o valor do PCI do Gás Natural, conforme Cartaxo (2006) que define-se 38690 kj/kg.

O valor da densidade relativa do gás natural em condições estabelecidas de 20ºC e

1atm, corresponde a 0,76 Kg/m3.

Para estabelecimento dos níveis de emissões, segundo Siqueira (2014), os

coeficientes que descrevem a concentração de poluentes em dois cenários, queima

de óleos combustíveis e queima de gás natural. Para o desenvolvimento desse

trabalho foi considerado um gerador de vapor de 25 MMBTU/h, que enquadra-se na

classe de caldeiras pequenas e médias de acordo com a Tabela 2.

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57

Tabela 2 - Coeficiente de concentração de poluentes .

ÓLEO COMBUSTÍVEL (kg/m³)

GÁS NATURAL (kg/10³m³)

POLUENTE FATOR DE EMISSÃO CALDEIRAS MÉDIAS E

PEQUENAS (< 25 x 106 Kcal/h)

FATOR DE EMISSÃO CALDEIRAS MÉDIAS E

PEQUENAS (< 25 x 106 Kcal/h)

Material Particulado Filtrável

1,1 x S + 0,39 0,03

Material Particulado Condensado

0,18 0,091

Dióxido de Enxofre 19 x S 0,0096 Trióxido de Enxofre 0,684xS -

Monóxido de Carbono 0,6 1,344 Óxido de Nitrogênio 5,64 1,6

Óxido Nitroso 0,0636 0,035 Compostos Orgânicos

Totais 0,154 0,176

Compostos Orgânicos Voláteis

0,034 0,088

Metano 0,12 0,037 Dióxido de Carbono (≤1% de Enxofre)

3.000 1.920

Dióxido de Carbono (>1% de Enxofre)

2.928 -

Fonte: SIQUEIRA (2014).

Para o estudo analítico de quanto de emissão foi gerado com toda a queima de

todo o petróleo produzido, utilizou-se a Tabela 2, considerando os parâmetros para o

óleo combustível. Segundo SZKLO (2007), a produção de óleo combustível numa

refinaria de petróleo excede os 60% do volume potencial de combustíveis a serem

produzidos, desta forma para representar e estimar a geração de emissões

considerou-se tal combustível como referência para essa estimativa.

Na Figura 12 foi apresentada a tela de alimentação para vapor saturado,

utilizada nas condições de obtenção dos valores de título.

Para estabelecer a quantidade de Gás Natural que foi consumido, considerou-

se o valor do PCI do Gás Natural, conforme CARTAXO (2006) onde define-se 38690

kj/kg.

O valor da densidade relativa do gás natural em condições estabelecidas de

20ºC e 1atm corresponde a 0,76 Kg/m-3, segundo 16. De acordo com FELDER e

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58 ROUSSEAU (2005), o valor utilizado da entalpia da água e do vapor saturado foi

encontrado na literatura. A entalpia da água liquida a 25°C é igual a 104,8 kJ.kg-1 e

para o vapor saturado a 17,9 MPa esse valor corresponde a 2517,78 kJ.kg-1. Com

isso, foi feita a sua variação, chegando a um valor de 2417,98 kJ/kg.

Para ser feito o estudo analítico de quanto de emissão foi gerado com toda a

queima de todo o petróleo produzido, utilizou-se a tabela acima considerando os

parâmetros para o óleo combustível. Segundo, SZKLO (2007) a produção de óleo

combustível numa refinaria de petróleo excede os 60% do volume potencial de

combustíveis a serem produzidos, desta forma para representar e estimar a geração

de emissões considerou-se tal combustível como referência para essa estimativa.

Para o cálculo da emissão de CO2 Equivalente, utilizou-se a Equação 1:

��2�� = �1 ∗ ��2 + �23 ∗ � 4 + �296 ∗ �2�

(1)

Para estimativa dos títulos e eficiência considerou-se o modelo de variáveis do

LADDER apresentado na Figura 1, através das medidas existentes em um gerador de

vapor padrão, de temperatura, vazão e pressão.

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59 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Modelo Matemático de Balanço Energético de Ger adores de Vapor para Injeção em Campos de Petróleo.

Os geradores de vapor têm em suas principais aplicações a produção de fonte

de calor para diversos processos industriais; aproveitamento energético de efluentes

e até para propulsão mecânica. Todas essas aplicações dependem de uma boa

eficiência térmica do gerador. Sendo assim, Eficiência térmica consiste na parte do

calor liberado pela queima do combustível na fornalha, que é absorvido pela água.

Para desenvolvimento do modelo matemático considerou-se a premissa do balanço

de material e energia, no envoltório do Gerador de Vapor apresentado na Figura 10.

A base de cálculos da eficiência se dá pela equação:

� = � �ú���������

� ∗ 100 (2)

η = rendimento do gerador de vapor, considerando perdas e rendimento do

queimador;

Eútil = Calor útil (J);

Etotal = Calor total (J).

Esta etapa do trabalho consiste no desenvolvimento de um modelo matemático

para estudo dos diferentes resultados de eficiência quando se alteram algumas

variáveis envolvidas no processo de geração do vapor, como por exemplo, PCI; vazão;

pressão; temperatura. Com o desenvolvimento deste modelo tem-se o objetivo de

mensurar a eficiência energética de um gerador de vapor quando submetido a

diferentes condições de operação, auxiliando assim no dimensionamento e aplicação

do mesmo.

5.2 A Eficiência de Um Gerador de Vapor

Para os modelos utilizados, por meio de correlações, foram feitas análises

gráficas e estatísticas de dados obtidos nas literaturas sobre termodinâmica, como por

exemplo, as pressões, temperaturas, entalpias e etc. Feita as análises, foram geradas

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60 correlações que melhor se adaptavam ao projeto de acordo com a análise de variância

(anova), obtendo assim valores mais confiáveis de rendimento. Segue abaixo as

análises realizadas respectivamente de entalpia do vapor (Hv), entalpia do liquido na

saída (Hl) e entalpia do liquido na entrada (hl).

Figura 13 - Entalpia do Vapor.

Fonte: autor (2014).

y = -4E-07x4 + 0,0002x3 - 0,0276x2 +

1,3443x + 650,9

R² = 0,9936

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00

En

talp

ia v

ap

or

(kJ/

kg

)

Pressão (Kgf/m²)

Entalpia vapor

Série1

Polinômio (Série1)

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

Coluna 1 28 17717,31 632,7611 2220,032

Coluna 2 28 19648,36 701,7272 2363,312

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 66588,61778 1 66588,62 29,05678 1,58E-06 4,019541

Dentro dos grupos 123750,2839 54 2291,672

Total 190338,9017 55

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61

Figura 14 - Entalpia do Líquido na saída (Hl).

Fonte: autor (2014).

Segundo Atkins (1978), a variação de entalpia de vaporização é a diferença

entre entalpia de vapor e entalpia do líquido, dado pela expressão 3:

� �� !"#$�çã! = � − ℎ) (3)

Onde:

∆Hvaporização = variação de entalpia de vaporização (kJ/kg);

Hv = entalpia de vapor (kJ/kg);

Hl = entalpia do líquido (kJ/kg).

y = 1E-07x4 - 2E-05x3 - 0,0082x2 + 2,5397x +

168,04

R² = 0,9977

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00

En

talp

ia l

iqu

ido

(k

J/k

g)

Pressão (kgf/m²)

Entalpia liquido

Série1

Polinômio (Série1)

RESUMO

Grupo Contagem Soma Média Variância

Coluna 1 28 9202,402 328,6572 8050,487

Coluna 2 28 8375,122 299,1115 3154,18

ANOVA

Fonte da variação SQ gl MQ F valor-P F crítico

Entre grupos 12221,29456 1 12221,29 2,181465 0,14549 4,019541

Dentro dos grupos 302526,0014 54 5602,333

Total 314747,296 55

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62

Analisando Figuras 13 e 14, percebe-se que para uma condição de

operacionalização de alta pressão ocorre uma diminuição de entalpia de vapor e

aumento da entalpia do líquido. Disso e da análise em conjunto da expressão

� �� !"#$�çã! = � − ℎ), podemos afirmar que ocorre uma diminuição da variação da

entalpia de vaporização, pois durante a transformação da água líquida em vapor

ocorre um processo endotérmico (∆Hvaporização > 0). Dessa forma, considerando a

mesma quantidade de matéria de água percebe-se que em altas pressões precisa-se

de uma menor quantidade de energia para vaporiza-la, ou seja, um maior rendimento.

A expressão 4 evidencia que quanto menor ∆Hvaporização maior será o rendimento.

� = +, �.�./01�+, 2.345 (4)

Quando se trata do bom funcionamento de um equipamento em um processo,

uma das variáveis mais importantes a ser controlada é a eficiência do mesmo, pois

através desse controle é possível ter ideia se o potencial total do sistema está sendo

utilizado, mostrando com isso um melhor aproveitamento de todo o conjunto.

Um gerador de vapor que demonstrasse rendimento energético ideal seria

aquele que obedecesse à equação de balanço energético em índice de 100%, porém,

na prática, esse tipo de consideração é inconcebível devido a algumas perdas

energéticas intrínsecas ao sistema, como por exemplo, tipo de combustível utilizado

ou material utilizado na construção do equipamento.

O cálculo da eficiência de um GV deriva da equação de balanço energético:

�. �6 = �� (5)

Onde:

Ec = Energia Combustão (J);

Ea = Energia absolvida pela água (J).

A energia de combustão pode ser determinada através da equação de

consumo energético:

�6 = ṁ6 ∗ 8�9 (6)

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63 Onde:

ṁc = Vazão mássica de combustível (kg/s);

PCI = Poder calorífico inferior (kcal/m3).

E a energia absorvida pela água pode ser calculada através da fórmula:

�� = ṁ� ∗ � � − ℎ) (7)

Onde:

η = rendimento do gerador de vapor, considerando perdas e rendimento do queimador

ṁa = Vazão mássica de água (kg/s);

Hv = Entalpia do vapor (kJ/kg);

hl = Entalpia do liquido (kJ/kg).

Feito este equacionamento é feita a substituição das equações (6) e (7) na

equação (3), resultando:

� ∗ ṁ6 ∗ 8�9 = ṁ� ∗ � � − ℎ) (8)

O esquema 1 ilustra o desenvolvimento da equação 8.

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64 Esquema 1 - Desenvolvimento de uma expressão para o cálculo do rendimento

de um GV.

� ∗ ṁ6 ∗ 8�9 = ṁ� ∗ � � − ℎ)

Para o fechamento da equação resultante da eficiência da bomba, é necessário

conhecer os valores de Hv, que podem ser obtidos pela equação (9):

� = : ∗ �3;<= + �1 − : ∗ )3;<= (9)

Onde:

X = Título do vapor (adimensional)

O valor do título do vapor precisa ser determinado para encontrarmos a variável

desejada, Hv. Murdock (1960) propôs a equação 8 para medição de vapor saturado

com placas de orifício, adicionando alguns fatores de correção, um desses fatores é

relativo ao título de vapor, o mesmo é considerado para encontrar o valor da Entalpia

do vapor:

> = ?@A?,CD∗�?0@∗EFG/F�

(10)

Onde:

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65 ρg = Densidade do gás (kg/m3);

ρl = Densidade do liquido (kg/m3).

Para a obtenção do valor de “x” na equação (10) é preciso o valor de “F”, o qual

é calculado pela expressão:

> = �/∗IJKL�M�#N��/∗IJKL�OPQ"�N�

(11)

Onde:

Qv = Vazão volumétrica, em m3/s, (entrada e saída)

Ve = Volume específico, em m3/kg, (do vapor, na saída, e da água, na entrada)

Para calcular o valor de cada Volume específico (Ve) desenvolveu-se

correlações, obtendo-se as seguintes, em função da pressão:

RSOPQ"�N� = −7� − 13 ∗ 8U + 2� − 10 ∗ 8V − 2� − 08 ∗ 8X + 1� − 06 ∗ 8C − 3� − 05 ∗ 8 + 0,001

(12)

RSM�íN� = 8� − 14 ∗ 8D − 6� − 11 ∗ 8U + 2� − 08 ∗ 8V − 3� − 06 ∗ 8X + 0,000 ∗ 8C − 0,012 ∗ 8 +0,268 (13)

O algoritmo de cálculo pode ser representado pelo esquema 2.

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66

Esquema 2 - Cálculo do rendimento.

Encontrado o valor do título do vapor, ainda restam, para o fechamento da

equação (9), os valores de Hvpuro e Hlpuro. Para isso foram geradas em plataforma

EXCEL, duas correlações que melhor modelam as duas variáveis nas faixas de

pressão (20 – 225 kgf/m/2) mais usuais, que são:

�3;<= = −0,0000004 ∗ 8V + 0,0002 ∗ 8X + 0,0276 ∗ 8C + 1,3443 ∗ 8 + 650,9 (14)

)3;<= = 0,0000001 ∗ 8V − 0,00002 ∗ 8X − 0,0082 ∗ 8C + 2,5397 ∗ 8 + 168,04 (15)

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67

Esquema 3 - Cálculo do rendimento.

Após encontrados os valores de Hvpuro e Hlpuro, é feita a substituição na equação

(7), completando a formula e dando condições para a definição do valor de Hv para

ser substituído na equação (6), a qual é nossa equação final contendo a variável de

eficiência do GV. Feita tal substituição, a única variável faltante se torna a hl, que, da

mesma forma do Hvpuro, foi feita uma correlação dos valores de entalpia do liquido

com os dados de temperatura em graus Celsius (T), resultando no modelo:

ℎ[ = 0,000004 ∗ \X − 0,0016 ∗ \C + 1,2845 ∗ \ − 18,25 (16)

Assim conclui-se o equacionamento necessário para encontrar a eficiência do

gerador de vapor, deixando apenas como entradas as vazões de entrada e saída

coletadas pelos equipamentos de medição e o valor do PCI do combustível obtido em

Tabelas. Os valores de vazão coletados podem ser de vazão volumétrica obtidos

utilizando placas de orifício, com isso é proposta a conversão para vazão mássica

para adequação à equação apresentada. A conversão é realizada por:

]+ = ]� ∗ RO0? (17)

Onde:

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68 Qm = vazão mássica (kg/s)

Qv = vazão volumétrica (m3/s)

Para melhor entendimento da linha de cálculos a ser seguida, foi montado um

fluxograma de blocos, mostrando o caminho a ser seguido para o cálculo final, que é

o do rendimento do GV, apresentado na Figura 15.

Figura 15 - Fluxograma de Blocos.

Fonte: autor (2014).

A partir dos fluxos oriundos dos instrumentos instalados no gerador de vapor,

é então possível a estimativa das variáveis de título e eficiência térmica do sistema.

Sendo, então, desenvolvido o modelo para estimativa do título e da eficiência a partir

de variáveis diretas do controle de processo.

5.3 Estimativa de Emissões

Segundo CARVALHO e LACAVA (2003), os principais agentes da poluição

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69 atmosférica em gases de combustão são: materiais particulados (MP), o monóxido de

carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), os óxidos de nitrogênio (NOx) e os óxidos

de enxofre (SOx). Com isso foi feita uma análise comparativa da geração de emissões

atmosféricas na queima de dois combustíveis: Gás Natural – com o objetivo de gerar

vapor para injeção em poços de petróleo – e uma consideração para o óleo

combustível – como parâmetro para a queima de todo o petróleo produzido. Com isso,

foi feita análise quantitativa e comparativa das emissões geradas na queima dos

combustíveis, mostrada através dos gráficos e Tabelas abaixo.

As Figuras 16, 17, 18, 19 e 20 mostram a quantidade dos compostos – Metano

(CH4), Óxido Nítrico (NO2), Material Particulado Condensado (MPC), Material

Particulado Filtrável (MPF), Composto Orgânico Total (TOC), Composto Orgânico

Volátil (VOC), Dióxido de Enxofre (SO2), Dióxido de Carbono (CO2) e Dióxido de

Carbono Equivalente (CO2Eq) – gerados na queima do gás natural, todos em

Quilograma (kg), relacionados com a produção do reservatório em metro cúbico (m³).

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70

Figura 16 - Gráfico de geração de emissões: CH4, MP C, MPF, NO2 em kg por óleo produzido em m³.

Fonte: autor (2014).

O eixo vertical do gráfico apresentado na Figura 16 representa a massa (kg) de

emissões (dos compostos CH4, MPC, MPF e NO2) atmosféricas dividido pela

quantidade de volume, em metros cúbicos, de petróleo produzido. Da análise desse

gráfico, percebe-se que a utilização de um vapor de melhor qualidade, ou seja, de

maior título, provoca um efeito positivo na razão emissão/produção. Em outras

palavras, quanto maior o título do vapor mais emissões teremos, no entanto, a relação

emissão/produção sofrerá uma queda, o que torna viável o uso de vapor de melhor

qualidade, pois apesar do aumento na quantidade de emissão teremos um efeito

compensatório no volume de petróleo produzido.

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71

Figura 17 - Gráfico da geração de Emissões: TOC, VO C e SO2 em kg por produção do reservatório em m³.

Fonte: autor (2014).

O eixo vertical do gráfico apresentado na Figura 17 representa a massa (kg) de

emissões (dos compostos TOC, VOC e SO2) atmosféricas dividido pela quantidade

de volume, em metros cúbicos, de petróleo produzido. Da observação desse gráfico,

percebe-se que para vapores de maior título ocorre uma diminuição da razão

emissão/produção, ou seja, apesar do aumento na quantidade de emissão

trabalhando com vapor maior título, teremos um amento mais significativo nos

volumes de petróleo produzido, o que torna o viável o uso de vapor de melhor

qualidade.

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72

Figura 18 - Gráfico da geração de Emissões: CO2 em kg por produção do reservatório em m³.

0,6 0,7 0,8 0,9

13000

14000

15000

16000C

O2

(kg/

m³)

Titulo (%)

CO2 (kg/m³)

Fonte: autor (2014).

Na Figura 18, o gráfico representa-se, no seu eixo vertical, a razão entre a

massa de CO2, em quilograma, e o volume de petróleo produzido, em metro cúbico.

Observe que a utilização de vapores de maior título provoca uma redução brusca da

razão emissão/produção. Do gráfico, percebe-se que para um vapor de título 0,6 a

razão emissão/produção atingi valores em torno de 15 000 kg/m3, no entanto, o uso

de um vapor como título de 0,9 essa razão decresce para valores em torno de 13000

kg/m3, ou seja, quando se trabalha com vapores de menor qualidade os resultados

ambientais são piores.

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73

Figura 19 - Gráfico da geração de Emissões: CO2Eq e m kg por produção do reservatório em m³.

0,6 0,7 0,8 0,9

13000

14000

15000

16000C

O2

Eq

(kg/

m³)

Titulo (%)

CO2 Eq (kg/m³)

Fonte: autor (2014).

Na Figura 19, o gráfico mostra o comportamento decrescente da razão

emissão/produção do CO2 equivalente. Observe-se que operando-se um gerador de

vapor com maior eficiência, logo, como um vapor de maior título, tem-se uma razão

de emissão/produção de menor valor, o que comprova o menor impacto ambiental

causado pelo uso de vapor de melhor qualidade.

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74

Figura 20 - Gráfico da geração de Emissões: CO em k g por produção do reservatório em m³.

0,6 0,7 0,8 0,9

0,009

0,010

0,011

0,012C

O (

kg/m

³)

Titulo (%)

CO (kg/m³)

Fonte: autor (2014).

Na Figura 20, o gráfico também apresenta uma redução na razão

emissão(CO)/produção como o uso de vapores de maior título, ou seja, com a

utilização de vapores de melhor qualidade ocorre um efeito um aumento na

quantidade de emissão de CO, no entanto, o aumento na produção de petróleo é bem

mais significativo, isto é, o produzir petróleo com vapores de maior título tem-se

resultados ambientais melhores.

Observa-se uma diminuição em todos os poluentes com o aumento do título

que varia de 0,6 até 0,9, devido à relação feita com a produção em m³ que tem um

grande aumento com a injeção do vapor no reservatório. Considerando todo o petróleo

gerado na produção.

A Figura 21 apresenta uma relação entre todas as emissões geradas com o

petróleo produzido por todas as emissões geradas durante a produção do vapor para

injeção em poços de petróleo. O gráfico mostra um aumento considerável em dois

poluidores: Composto Orgânico Volátil (VOC) e monóxido de carbono (CO),

apresentando valores maiores com o aumento do título.

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75

Figura 21 - Gráfico representativo de emissões para diferentes títulos, em porcentagem.

0,6 0,7 0,8 0,90,0

0,1

0,2

0,3

0,4

I.E.A

. (%

)

Titulo (%)

CO2 Eq (%) CO2 (%) VOC (%) CH4 (%) TOC (%) N2O (%) NOX (%) CO (%) SO2 (%) MPC (%) MPF (%)

Fonte: autor (2014).

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76

Figura 22 - Gráfico do volume de Óleo acumulado em relação aos meses.

0 125 250 375 500 625 750 875 1000 1125 12501

10

100

1000

10000

100000V

olum

e A

cum

ulad

o de

Ole

o (m

³)

Meses

0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

Titulo

A Figura 22 mostra que vapores de maior título acumulam um maior volume de

petróleo no mesmo intervalo de tempo, ou seja, utilizando vapores de melhor

qualidade o gerador de vapor apresentará rendimentos maiores.

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77

Figura 23 - Gráfico do volume produzido relacionado ao título.

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,00

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

100000

110000

120000

130000

Vol

ume

Pro

duzi

do (

m³)

Titulo do Vapor

Equation y = A1*exp(-x/t1) + y0

Adj. R-Square 0,95892

Value Standard Error

B y0 124165,13031 6686,38491

B A1 -411275,13128

227916,14161

B t1 0,2011 0,06311

A Figura 23 evidencia que o crescimento na produção de petróleo sofre

influência do título do vapor. Da leitura desse gráfico, percebe-se que vapores de

maior título provocam uma maior produção de petróleo.

A Tabela 3 representa modelos de equações lineares divididas por seus

coeficientes “A” e “B” e o coeficiente de determinação (R) para estudos futuros em

relação a esse tema, relacionando as emissões na queima do gás natural por toda a

produção de petróleo gerada pela injeção do vapor.

Tabela 3 - Tabela representativa de coeficientes de uma equação linear e o coeficiente de determinação de cada equação para ca da poluente.

POLUENTE A B CO2/BBl - 9.150,86 20.888,3 CH4/BBL - 0,0002 0,0004

CO2Eq/BBL - 9.150,92 20.888,4 MPC/BBL - 0,000434 0,0010 MPF/BBL - 0,000143 0,0003 TOC/BBL - 0,000839 0,0019 VOC/BBL - 0,000419 0,0010 N2O/BBL - 0,000167 0,0004 NOX/BBL - 7,6257 17,4069

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78

CO/BBL - 0,0064 0,0146 SO2/BBL - 0,0000 0,0001

Fonte: autor (2014).

Figura 24 - Fluxograma de Blocos

Fonte: Autor

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79 6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos neste trabalho é possível concluir que:

Foi desenvolvido um modelo matemático que combinada com simulador

InTouch (Rockwell Software) mostrou ser um dispositivo capaz de calcular os valores

das eficiências com excelentes valores de precisão, podendo ser implementado para

as telas de supervisórios ou telas de controle operacional para os equipamentos de

geração de vapor.

Utilizando-se desse modelo matemático desenvolvido e provocando alterações

nas variáveis envolvidas nos processos de geração de vapor, foi possível desenvolver

um mecanismo para o cálculo das eficiências e títulos do vapor produzidos por um

gerador de vapor, podendo ser implementado em simuladores dinâmicos ou para

cálculos para apresentação direta nos sistemas supervisórios desses equipamentos.

Com o auxílio desse modelo, o gerador de vapor pode ser otimizado para

direcionamento para patamares de vapores de melhor qualidade, ou seja, de maior

título, que, se (ou quando) utilizados nos processos de recuperação de petróleo,

provocam crescimento na produção deste.

Foi possível desenvolver um algoritmo de cálculo para analisar os níveis do

título produzidos e da eficiência térmica da geração do vapor, por meio da modelagem

com os dados dos instrumentos convencionais adotados nesse equipamento,

combinados às estimativas para as emissões atmosféricas produzidas. Sendo uma

um modelo de controle ambiental, sem a necessidade de investimentos robustos na

aquisição de sensores ou analisadores online para determinação desses parâmetros

de processos.

O GHG Protocol combinado com modelos matemáticos citados no trabalho e o

simulador STARS demonstrou ser uma ferramenta adequada para estudos

comparativos, apresentando resultados lógicos e aderentes a estudos semelhantes

descritos na literatura.

Para estudos futuros recomenda-se a validação desse modelo matemático em

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80 um equipamento em escala real, com a monitoração por meio analítico dos

parâmetros de emissões atmosféricos e título de vapor para validação do modelo

idealizado.

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