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    Avaliao e Monitoramento nas Polticas SociaisMaria Lucimar Pereira Martins*

    Simoni Michele Oliveira Schibelsky*Maria Luiza Amaral Rizotti**

    Maria ngela Silveira Paulilo**

    * Assistentes Sociais da Prefeitura Municipal de Londrina, discentes do Mestrado em ServioSocial e Poltica Social do Depto. de Servio Social da Universidade Estadual de Londrina.

    ** Assistentes sociais, professoras do Depto. de Servio Social da Universidade Estadual deLondrina, doutoras em Servio Social pela PUCSP

    RESUMO: ! cen"rio #rasileiro das polticas p$#licas vem passando por valiosastransforma%es. Este arti&o tem como o#'etivo refletir so#re a import(ncia da Avalia)o e doMonitoramento como etapa do processo de plane'amento da Poltica de Assistncia Social,assim como a ela#ora)o de um plano, conforme orienta o Sistema +nico de AssistnciaSocial SUAS. -elata ainda a eperincia da Secretaria Municipal de Assistncia Social doMunicpio de Londrina na implanta)o do /-SAS /nformati0a)o da -ede de Servios daAssistncia Social como um dos instrumentos de avalia)o e monitoramento dos servios

    socioassistenciais e de seu atendimento aos usu"rios.

    PALAVRAS-CHAVE: poltica de assistncia social, avalia)o e monitoramento, indicadoressociais, sistema de avalia)o.

    ABSRAC: 12e 3ra0ilian pu#lic policies scenario 2as &one t2rou&2 si&nificanttransformations. 12is article aims to reflect a#out t2e importance of evaluation and monitorin&as a p2ase of t2e social assistance polic4 plannin& process as 5ell as to ela#orate a plan,accordin& to t2e Social Assistance Uni6ue S4stem &uidelines. /t also presents t2e eperienceof t2e Municipal Social Assistance Administration in LondrinaP-, re&ardin& t2e implementationof t2e /-SAS Computeri0ed Social Assistance Services 7et5or8 as one of t2e evaluationand monitorin& instruments to measure social assistance services and attendance to t2e users.

    !E" #OR$S:assistance social polic49 evaluation and monitorin&9 social indicators9 evaluations4stem

    %&RO$U'(O

    ! processo de avalia)o encontrase presente em todas as etapas do processo deplane'amento. A a)o plane'ada deve conter os indicadores por meio dos 6uais ela ser"monitorada e avaliada, de forma a possi#ilitar corre%es e adapta%es no curso do pro'eto. Asestrat:&ias de a)o e os indicadores escol2idos dever)o mostrar como os o#'etivos propostosser)o alcanados.

    Se&undo 3aptista ;9 ??>@, : na avalia)o 6ue mais se apresenta o conte$do dial:tico,6uando ne&a para superar. Para ela, s)o destacados e recon2ecidos elementos fundamentaisnesta etapa do plane'amento, tais como a dimens)o do futuro9 a dimens)o da 2istoricidade9 adimens)o da contradi)o, a dimens)o do enfrentamento e da reifica)o.

    A discuss)o 6ue envolve a avalia)o das Polticas Sociais no 3rasil tem se destacado nas$ltimas d:cadas, devido Bs evidncias dos indicadores 6ue epressam a 6uest)o social.

    Com o 6uadro da po#re0a estampado, ei&ese o de#ate so#re a &est)o de #enefcios eservios 6ue devem ser implantados e ou implementados pelas Polticas Sociais,caracteri0ando um sistema de prote)o.

    A AVAL%A'(O E O MO&%ORAME&O &A POL)%CA $E ASS%S*&C%A SOC%AL

    ! mundo civili0ado est" em constante transforma)o e, nele, a sociedade se rev, suas

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    pr"ticas se modificam, assim como se modificam as le&isla%es, as conven%es e os tratados,desde situa%es mais especficas at: situa%es mais &lo#ais.

    7o 3rasil, o marco le&al para as &randes mudanas no campo da Poltica de AssistnciaSocial foi a Constitui)o ederal de ?FGG, considerada inovadora, moderna 6ue esta#elece,como uma de suas prioridades, a defesa dos direitos de cidadania.

    Epress%es desse recon2ecimento se manifestaram na re&ulamenta)o do ECA e da L!AS e,recentemente, na aprova)o da nova Poltica 7acional de Assistncia Social P7AS, 6ueorienta a constru)o do Sistema +nico da Assistncia Social SUAS.

    Este sistema define os servios socioassistenciais, assim como as trs fun%es da Poltica deAssistncia Social

    $e+esa Sociassistencial &arantia aos usu"rios do acesso ao con2ecimento dos direitossocioassistenciais e sua defesa atrav:s de atendimento de 6ualidade di&no e respeitoso9divul&a)o das informa%es9 redu)o da espera ;respeito ao tempo@9 ruptura com id:ias

    tutelares, visando B con6uista de condi%es de autonomia e de acesso a oportunidades ecapacita)o9

    Proteo Social a prote)o social da Assistncia Social consiste no con'unto de a%es,aten%es, #enefcios e aulios, ofertados pelo SUAS, para redu)o e preven)o do impactodas necessidades sociais e naturais ao ciclo da vida, e a preserva)o da di&nidade 2umana eda famlia, como n$cleo #"sico de sustenta)o afetiva, #iolH&ica e relacional.

    Vi,ilncia Social referese B produ)o, B sistemati0a)o de informa%es, a indicadores endices territoriali0ados das situa%es de vulnera#ilidade e risco pessoal e social 6ue incidemso#re famliasIpessoas nos diferentes ciclos da vida ;crianas, adolescentes, 'ovens, adultos eidosos@9 pessoas com redu)o da capacidade pessoal, com deficincia ou em a#andono9

    crianas e adultos, vtimas de formas de eplora)o, de violncia e de ameaas9 vtimas depreconceito por etnia, &nero ou outros esti&mas9 vtimas de aparta)o social 6ue l2esimpossi#ilite a autonomia e a inte&ridade, fra&ili0ando, ainda mais, sua eistncia.

    Conforme prev a Poltica 7acional de Assistncia Social P7AS de

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    fim de contri#uir para a &est)o desta poltica.

    Avalia)o : 'ul&ar a import(ncia de uma a)o em rela)o a um determinado referencialvalorativo e aceito como tal pelos su'eitos 6ue avaliam. Avaliar, ent)o, n)o si&nifica apenasmedir, mas'ul&arapartirdeumreferencialdevaloresAavalia)otemopapeldeanalisarcriticamenteoandamentodo servioIpro'eto, se&undo seus o#'etivos, tendo por #ase as informa%es produ0idas pelomonitoramento.

    Monitoramento di0 respeito B o#serva)o re&ular e sistem"tica do desenvolvimento dasatividades, do uso dos recursos e da produ)o de resultados, comparandoos com oplane'amento inicial. Ele deve produ0ir informa%es e dados confi"veis para su#sidiar aan"lise da ra0)o de eventuais desvios, assim como, das decis%es de revis)o do plano.

    ! sistema de monitoramento e avalia)o deve oferecer informa%es su#stantivas para influirnos fatores institucionais e processuais passveis de &erar ineficincia crnica no desempen2odas polticas e dos pro&ramas sociais.

    7)o podemos pensar a avalia)o t)o somente em uma perspectiva de verifica)o deestatsticas, epressando a a)o na sua eficincia imediata, sem um compromisso intencionalcom a transforma)o e a mel2oria da 6ualidade de vida dos cidad)os, pela via de pro&ramase servios p$#licos.

    !s pro&ramas sociais, no seu processo de implementa)o e avalia)o, ei&em ne&ocia)o,articula)o e ades)o de um con'unto 2etero&neo de atores sociais ;Estado, sociedade civil,iniciativa privada e a prHpria comunidade #eneficiaria@.

    Para se alcanar a dimens)o da efetividade : necess"rio 6ue a avalia)o conten2a trsaspectos considerados fundamentais o primeiro se relaciona ao cen"rio 2istHricosocial9 o

    se&undo, al:m de associado ao anterior, contempla o papel social da prHpria avalia)o9 e,li&ado a am#os, o terceiro aspecto se refere a uma perspectiva de con2ecimento comoinstrumento para uma mel2or 6ualidade de vida. Uma avalia)o de impacto cont:m, portanto,o interrelacionamento destes trs aspectos, sem os 6uais, o con2ecimento da efetividade depro&ramas ou pro'etos, ficaria comprometido..

    N preciso ter muito claro 6ue informa)o, avalia)o e monitoramento camin2am 'untos deforma a #uscar a mel2or apreens)o e a mais acurada vi&il(ncia social contnua, entendendoacomo importante fun)o da Poltica de Assistncia Social. /nforma%es devem ser oportunas,simples e sint:ticas para 6ue todos os implicados na a)o, so#retudo para 6ue eecutores e#enefici"rios possam apreendlas e utili0"las para aprimoramento ou descarte de solu%es.

    7o ciclo avaliativo : fundamental destacar a import(ncia do c2amado marco 0ero, ou lin2a

    de #ase. Esta pr"tica : pouca eercitada. !s pro'etos, Bs ve0es, podem nascer dovoluntarismo de seus promotores. N imprescindvel o eame pr:vio da relev(ncia esustenta#ilidade de pro'etos colocados na a&enda p$#lica. N necess"rio se per&untar so#reseu desen2o propriamente e, em conse6Oncia, sua ee6Oi#ilidade e seu pretendido potencialde efetividade.

    A avalia)o no campo social deve estar atenta para apreender os impactos. /sso re6uer,portanto, situar o pro&rama em rela)o ao conteto no 6ual ele se &esta, verificar o &rau dele&itimidade alcanado na institui)o e na comunidade e atentar para o &rau de ades)o ou deresistncia dos a&entes 6ue o movem, produ0indo esta ou a6uela din(mica.

    7o processo do aprimoramento da vi&il(ncia social, : fundamental a cria)o de instrumentos

    6ue possi#ilitem a &est)o da Poltica de Assistncia Social por meio da constanteinterpreta)o dos dados recol2idos. a0se tam#:m necess"rioidentificar as pessoas, seusterritHrios e todas as formas de risco e vulnera#ilidade social aos 6uais estas famlias est)o

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    diariamente su'eitas.

    !utros instrumentos de desta6ue para a reali0a)o da vi&il(ncia social s)o ossistemas deprontu"rio di&ital com leitura das vulnera#ilidades das famlias usu"rias dos servios sociais.

    N importante, ainda, um sistema de cadastro 6ue prima por sa#er 6uem s)o os usu"rios destapoltica, 6uantos s)o, onde est)o e em 6uais pro&ramas se encontram includos. A princpio,estas seriam as informa%es mnimas necess"rias para se ter um cadastro di&ital, al:m dasinforma%es so#re as vulnera#ilidades e potencialidades do usu"rio da poltica, de sua famliae de seu territHrio.

    Em Londrina, foi construdo, pela e6uipe t:cnica da Secretaria Municipal de Assistncia Social,um sistema virtual de cadastro e controle, para a utili0a)o de toda a rede sHcioassistencial&overnamental e n)o &overnamental denominado /-SAS /nformati0a)o da -ede deServios da Assistncia Social.

    Por meio do /-SAS, o cadastro de todas as pessoas atendidas pela rede de servios pode ser

    compartil2ado tornando, dessa maneira, possvel se o#ter um cadastro atuali0ado e completo,com diversas informa%es de diferentes tipos de servios assistenciais.

    A manuten)o descentrali0ada, reali0ada em especial pelo Centro de -eferncia deAssistncia Social C-AS, 'unto a entidades socioassistenciais conveniadas, si&nificou um&rande avano para a Poltica de Assistncia Social. Com essas parcerias, os &estores destapoltica tiveram a oportunidade de a#andonar a utili0a)o de planil2as fsicas noacompan2amento e administra)o dos #enefcios e passaram a utili0ar o re&istro deocorrncias para reali0ar todo o &erenciamento, acrescentando mais eficincia e transparnciaao processo.

    A informa)o do cadastro : dividida por cate&orias, tais como dados pessoais9 dados do

    respons"vel9 filia)o9 documentos pessoais9 escolaridade e escola9 situa)o ocupacional erenda familiar9 dados para contato9 unidade #"sica de sa$de na 6ual a famlia : atendida9locali0a)o9 composi)o familiar9 ocorrncias ;procedimentos t:cnicos reali0ados@9 e avalia)ode vulnera#ilidade.

    Al:m dos dados individuais e familiares, este sistema arma0ena e controla os atendimentos decada uma das entidades Caso a pessoa se'a atendida em um dos do0e C-AS ;Centro-e&ional de Assistncia Social@ de Londrina, as informa%es desse atendimento s)ore&istradas pela assistente social no cadastro dessa pessoa, fa0endo com 6ue todo o restanteda rede de servios sai#a, em tempo real, sai#a 6ue a6uela determinada pessoa foi atendidana6uele dia por a6uela assistente social, na6uele C-AS. /sso fa0 com 6ue Londrina ten2a um2istHrico completo de todos os procedimentos reali0ados com cada pessoa atendida pela redede servios sHcioassistenciais.

    Com o a&rupamento de re&istros das pessoas, famlias e ocorrncias, o /-SAS fornece umaimportante #ase de dados possi#ilitando o con'unto de informa%es referente ao usu"rio. !/-SAS tam#:m possi#ilita o fornecimento de relatHrios, proporcionando o controle dasatividades desenvolvidas pelas entidades assistenciais conveniadas do municpio, inclusivedos profissionais 6ue eecutaram as a%es. !utro fator importante : a possi#ilidade deetra)o de relatHrios tais como

    K -elatHrios 6uantitativos de atendimentos, encamin2amentos e #enefcios fornecidospela rede em um determinado perodo9K Perfil da popula)o atendida com #ase territorial9K !#ten)o do ndice de vulnera#ilidade das pessoas da cidade, de uma re&i)o, ou deum determinado #airro9K Perfil dos #enefici"rios de um determinado pro&rama social9K Sa#er 6ual #airro da cidade possui a maior concentra)o de crianas de = a ?< anos

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    com escolaridade inferior ao ensino fundamental ;plane'amento de constru)o de umanova escola@9K -enda per capita das pessoas atendidas pela assistncia em cada #airro da cidade9K Concentra)o de demanda.

    Como '" foi dito anteriormente, a i&il(ncia Social : uma das fun%es da Poltica de

    Assistncia Social para a &arantia da Prote)o Social 3rasileira, ela pode e deve ser reali0adacom um sistema de informa)o. Para o eerccio desta fun)o devemos construir um amploespao para discuss)o acerca dos indicadores sociais, pois ser)o eles 6ue nortear)o oprocesso de avalia)o e monitoramento.

    !s indicadores a serem construdos devem epor de forma 6uantitativa e 6ualitativa assitua%es de risco sociais e a viola)o de direitos nos territHrios.

    %&$%CA$ORES

    A discuss)o so#re os indicadores sociais e as metodolo&ias para sua constru)o :preocupa)o recente das administra%es p$#licas. !s motivos 6ue os 'ustificam s)o,

    claramente, colocados por Qa4ano ;

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    nvel da autoestima de uma mul2er 6ue participa de a%es do Pro&rama de /nclus)oProdutiva, o &rau de socia#ilidade de um adolescente 6ue participa de &rupo &eracional e oude atividades culturais.

    ! &rande esforo dos profissionais da "rea social tem sido construir indicadores de avalia)oe de acompan2amento de famlias 6ue se encontram em situa)o de vulnera#ilidade. 7estescasos, a avalia)o n)o pode ser apenas 6uantitativa como, por eemplo, 6uantos foramincludos no mercado formal ou informal de tra#al2o, 6uantos ad6uiriram mHveis, imHveis,e6uipamentos ou outros aspectos facilmente mensur"veis. ! eerccio ei&ido re6ueridentificar e constatar as mudanas nas rela%es esta#elecidas pela famlia entre seusmem#ros, na comunidade e com os servios ofertados nos territHrios.

    Ca#e di0er 6ue a forma da coleta e da produ)o dos dados, para a formula)o dosindicadores, pode ser a epress)o dos interesses dos formuladores, ou se'a, : a epress)o dedeterminada realidade a partir da leitura do pes6uisador, 6ue pode ser enviesada, valorativa eparcial. Citamos novamente um eemplo de Qa4ano

    ;...@ um indicador 6ue mostra ao mesmo tempo a redu)o da po#re0a e o aumento daconcentra)o de renda pode ser lido, por um lado, como epress)o do sucesso da a)o&overnamental em redu0ir a po#re0a e, nessa medida, passa a apresentar uma realidade demenor po#re0a e maior 6ualidade de vida de determinada popula)o. Por outro lado, essemesmo indicador pode ser lido so# a Htica da concentra)o de renda, 6ue : o fatordeterminante na perpetua)o da po#re0a, dado 6ue cria uma situa)o de eclus)o e inacessoa ativos econmicos ;...@ ;

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    eras Editora,