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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação- FAAC
Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo- DAUP
PROPOSTA PARA DIGITALIZAÇÃO E INDEXAÇÃO DA COLEÇÃO
DE FOTOGRAFIAS DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL FERROVIÁRIO DA
EFNOB/BAURU
Bolsista: Thais Buranelli
Orientador: Prof. Dr. Samir Hernandes Tenório Gomes
Período: Setembro de 2014/ Agosto de 2015
Bauru, Junho 2015
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SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................. 1 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 2
2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................. 3 3 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ................................................................. 5
4.1 Etapas Realizadas .................................................................................... 5
4 RESUMO DAS ATIVIDADES REALIZADAS ................................................. 6
5 DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES REALIZADAS ................................ 7
6.1 Fase 1: Pesquisa Bibliográfica e Leitura Bibliográfica.............................. 7
6.2 Fase 2: Reconhecimento do Acervo ....................................................... 20 6.3 Fase 3: Organização e indexação do catálogo ......................................... 30
6.3 Fase 4: Digitalização do acervo fotográfico ............................................ 32
6.3 Fase 5: Armazenamento e geração dos objetos digitais........................... 41
6.3 Fase 6: Desenvolvimento e geração do sistema web ............................... 45
6 DIFICULDADES E PROBLEMAS ENCONTRADOS ................................... 47
7 CONCLUSÕES ................................................................................................. 50
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................. 52
ANEXOS.................................................................................................................54
Anexo – 1 Formulário para elaboração do diagnóstico do acervo fotográfico do
acervo do Museu Ferroviário de Bauru ...................................................................... 55
Anexo – 2 Ficha catalográfica modelo ....................................................................... 58
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RESUMO
Dos desafios apresentados pelos conjuntos de documentos fotográficos que integram o
acervo da EFNOB – Estrada de Ferro Noroeste do Brasil na cidade de Bauru/SP,
vinculados ao tratamento desse material, bem como à criação de formas de acesso em
rede, disponibilização e recuperação de informação, este projeto de pesquisa teve como
objetivo principal a criação de um acervo digital fotográfico do patrimônio industrial
ferroviário da EFNOB na cidade de Bauru/SP, visando preservar e criar condições de
implantação de um banco de imagens deste acervo. A presente pesquisa faz parte de um
projeto maior intitulado “EFNOB Bauru: Centro de Memória e Informação Virtual”, que
por sua vez faz parte do projeto denominado “EFNOB/Bauru, Km. 0”, Edital
FAPESP/CONDEPHAAT N° 9/2011, Processo Nº 11/51014-6 e Processo
CONDEPHAAT Nº 12/50041-2. O trabalho está vinculado a dois trabalhos de Iniciação
Científica aprovados pela FAPESP N° 2012/08626-3 “Informatização do Acervo
Cartográfico da EFNOB KM 0/Bauru e o projeto N° 2012/06847-2 “Construção da Base
de Dados Documental do Patrimônio Industrial Ferroviário da EFNOB/Bauru.
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1. INTRODUÇÃO
É necessário dizer que, no âmbito da historiografia, a utilização de outras formas
e fontes de pesquisa, diferente dos documentos textuais, como a fotografia é uma
utilização mais recente. Foi por meio da influência da Escola dos Annales, a partir dos
anos 30, século XX, que o conceito da imagem passa a constituir-se como um resíduo do
passado, um elemento capaz de provar situações de vivência. As memórias que podem
ser relembradas por meio dos registros fotográficos estão invariavelmente vinculadas
(CANABARRO, 2005).
A noção do termo documento foi ampliada por meio da influência da Escola dos
Annales, a partir dos anos 30 do século XX. Nesse sentido, conforme apresenta Canabarro
(2005, p. 26), “a imagem também passa a constituir-se como um resíduo do passado, um
traço capaz de atestar situações de vivência”. Cabe ressaltar que, as memórias que podem
ser evocadas por meio da utilização de acervos fotográficos estão associadas aos atos de
lembrar, esquecer e produzir significados. E dessa forma, Quadros e Brito (2008, p.10)
lembram que:
“A importância das memórias, e das fotografias também,
reside não só no fato de se constituírem como documento, mas,
sobretudo, por possibilitarem forma de construir novas
compreensões do tempo e novos lugares das pessoas
no espaço histórico, desde que se entenda que aquilo
que é rememorado não o reflexo do real, mas uma prática
produtora de significado, ancorada no presente”.
Neste sentido, o documento fotográfico pode ser entendido como uma prova ou
mesmo um testemunho, na qual influencia não somente em seu tratamento documentário,
mas também tem seu papel imprescindível no contexto da biblioteca ou do arquivo.
Outra importante abordagem relevante do documento fotográfico é anotada por Le
Goff (1992), ressaltando que, o documento se remete em dois sentidos: um primeiro, o
individual, reafirmando que a pessoa vê o que quer e o que está de acordo com suas
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experiências; e o segundo sentido, o coletivo, onde leva o observador à época definida,
representada objetivamente pela fotografia. Como resultado, a mensagem decodificada é
transmitida tanto como documento quanto como um monumento. Essa explicação é dada
Cardoso e Mauad (1997, p.146):
“A imagem fotográfica compreendida como documento revela
aspectos da vida material de um determinado tempo do
passado de que a mais detalhada descrição verbal não daria
conta. Neste sentido, a imagem fotográfica seria tomada como
índice de uma época, revelando, com riqueza de detalhes,
aspectos da arquitetura, indumentária, formas de trabalho,
locais de produção”.
Como resultado desse processo dinâmico, o documento fotográfico pode ser
considerado como uma representação de um período da história e também o reflexo do
desenvolvimento da sociedade. Neste aspecto, a fotografia ultrapassa certos valores e
constrói outros que a fazem intocável no âmbito da sociedade. Uma pequena linha
divisória se estabelece entre os valores do documento fotográfico, evidenciando a foto
como um canal de pesquisa e fonte de informação importante peça para complementar e
reconhecer o passado escrito.
2. OBJETIVOS DA PESQUISA
A pesquisa consistiu na digitalização do acervo fotográfico do patrimônio
industrial ferroviário da EFNOB da cidade de Bauru/SP para posterior indexação da
coleção no Centro de Memória e Informação Virtual do Patrimônio Industrial
Ferroviário, criando acesso remoto ao acervo digital, com a disponibilização,
recuperação e conservação dos fundos documentais de valor histórico e artístico do
material fotográfico relacionados a EFNOB. Tal pesquisa permitiu criar acesso ágil e
rápido, por meio de um sistema web, das informações fotográficas que hoje se encontram
no Museu Ferroviário da cidade de Bauru/SP. Além disso, a proposta visou suprir
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demandas e necessidades relativas à informação no contexto de profissionais e
pesquisadores da área de conhecimento do patrimônio industrial ferroviário.
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos:
Criar formas de indexação, acesso, consulta, disponibilização e recuperação
de documentos fotográficos do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB
por meio de um sistema web;
Indexar a coleção de fotografias do patrimônio industrial ferroviário da
EFNOB junto ao futuro Centro de Memória e Informação Virtual do
Patrimônio Industrial Ferroviário, proposta a ser criada pelo projeto
"Estrada de Ferro Noroeste do Brasil/Bauru, km 0" (convênio
Fapesp/Condephaat);
Fornecer de forma rápida, confiável e eficaz ao público-alvo, informação
atualizada da coleção de fotografias do patrimônio industrial ferroviário da
EFNOB;
Recuperar fontes fotográficas informacionais que sinalizem a história do
patrimônio industrial ferroviário da EFNOB;
Contribuir para a preservação do acervo fotográfico do patrimônio industrial
ferroviário da EFNOB da cidade de Bauru, reduzindo o manuseio e o acesso
físico ao material original, criando uma cópia de segurança do material
primário;
Contribuir na definição de políticas públicas à área de atuação da
SEC/Condephaat e de interesse do Estado de São Paulo, para a salvaguarda
do patrimônio material e imaterial da EFNOB/Bauru e do patrimônio
cultural do Estado de São Paulo;
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3. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
1 Etapas Realizadas
1. Fase 1: Pesquisa bibliográfica e leitura bibliográfica.
2. Fase 2: Reconhecimento e levantamento do acervo fotográfico da EFNOB/Bauru.
3. Fase 3: Organização e indexação do catálogo, início da inserção à base de dados.
4. Fase 4: Digitalização do acervo fotográfico
5. Fase 5: Armazenamento e geração dos objetos digitais
6. Fase 6: Desenvolvimento e geração do sistema web
7. Fase 7: Resultados, discussões e realização do Relatório Fapesp
Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro
Etapa 1 X X X
Etapa 2 X X X
Etapa 3 X X
Fevereiro Março Abril Maio Junho
Etapa 4 X X X
Etapa 5 X X X
Etapa 6 X X X
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A seguir serão detalhadas as etapas executadas durante todo o período de
realização da pesquisa de iniciação científica.
4. RESUMO DAS ATIVIDADES REALIZADAS
As atividades realizadas no primeiro semestre referem-se ao período de setembro
de 2014 a janeiro de 2015 e corresponde a pesquisa bibliográfica para a abordagem
teórica que subsidiou a coleta das informações e análise, o reconhecimento do acervo e a
identificação de cada documento fotográfico, além do início da inserção à base de dados
digital.
A coleta de dados, o levantamento e o reconhecimento dos acervo foram efetuados
no Museu Ferroviário da cidade Bauru-SP que possui um vasto material de documentos
relacionados à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil que abarca inúmeros outros temas
iconográficos vinculados aos fatos históricos da cidade Bauru.
As etapas referentes ao segundo semestre, período de fevereiro de 2015 a junho
de 2015, correspondem a digitalização do acervo fotográfico coletado e cadastrado e o
trabalho com os dados por meio da indexação e armazenamento via sistema web.
Etapa 7 X X
7
5. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES REALIZADAS
Fase 1: Pesquisa Bibliográfica e Leitura Bibliográfica
Para início do trabalho de iniciação científica, primeiramente, foi feita a leitura
bibliográfica do material previamente selecionado relacionado aos temas abordados pela
pesquisa, desde o desenvolvimento da fotografia, sua importância como meio de
informação, até o histórico da criação e desenvolvimentos da Estrada de Ferro Noroeste
do Brasil na cidade de Bauru- SP. A seguir, são descritos os principais temas estudados
na fase da pesquisa bibliográfica:
a- A fotográfica como um documento e registro de memórias:
No âmbito da historiografia, a utilização de outros tipos de fontes de
pesquisa que não os documentos textuais é uma abordagem recente. A mudança
se deu a partir da década de 1930, principalmente, quando o conceito “documento”
se desenvolveu e iniciou uma nova dinâmica de atuação, direcionando à imagem
uma possibilidade de desempenhar uma constituição de um resíduo do passado,
capaz de atestar vivências. Sendo assim, rapidamente a atuação da fotografia se
expandiu, passando de um papel complementar para um fator decisivo em
aspectos sociais, econômicos, políticos, tecnológicos, culturais e etc. Com isso,
pode-se afirmar que em se tratando de preservação e memória do patrimônio
cultural, os documentos fotográficos funcionam como instrumentos carregados de
conteúdos informacionais que podem operar importantes contribuições no âmbito
da comunidade em geral, além de promover o intercâmbio de experiências e
informações.
Encarando o fato de que a paisagem, de modo o qual a conhecemos é uma
realidade provisória, a qual nunca está pronta e se modifica a cada momento,
pode-se concluir que esta é formada por uma coexistência de formas do passado
e do presente, as quais são representantes das técnicas, tempo e intencionalidade
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da sociedade que a materializaram, a partir de seus objetos e ações. Visualizando
sobre esse aspecto, as diversas composições de diferentes realidades já vividas
tornam a paisagem única em cada momento, sendo assim, esta é representada
pelos homens de diversas maneiras, desde as pinturas rupestres, até os dispositivos
atuais dotados de novas tecnologias. Dentro deste pensamento, a fotografia é o
documento de ótima representação única dos momentos, em que pode extrair
informações, referências, deduções e interpretações que ilustram e serve como
apoio para uma base concreta de uma realidade que pode ou não existir. Entende-
se então, que a fotografia é um objeto carregado de narrativa. Sendo assim, como
afirma Brito (2010), as imagens podem evocar importantes registros de memórias,
fatos e acontecimentos, proporcionando ao pesquisador e ao observador o recorte
de um momento do passado. Nessa visão, as fotografias assumem um valor
documental, pois permitem a investigação de determinados elementos do passado
através da utilização e da análise de um conjunto de imagens como fonte de
informação.
b- Descrição do documento fotográfico: Outro importante elemento relacionado à
operacionalização do documento fotográfico diz respeito às questões descritivas.
Neste aspecto, Amaral (2009) declara que as fotografias devem receber
manipulação diferenciada se comparada aos acervos textuais. Esse processo de
leitura dos acervos fotográficos é denominado de transcodificação do código
icônico até chegar ao código verbal, com o objetivo principal de organizar e
reestruturar, repassando ao usuário final as informações pertinentes.
Normalmente, o processo de releitura do documento fotográfico é longo,
desembocando finalmente, nos acervos históricos, bibliotecas, centros de
memória e unidades de informação de museus, começando com a formação do
acervo e finalizando no estabelecimento de acessos para a pesquisa. Esse processo
descritivo dos documentos fotográficos tem papel fundamental no acesso à
informação pelo usuário. Boccato e Fujita (2006) evidenciam para que o usuário
possa realmente acessar e usar a informação fotográfica, esta deverá ser tratada
tecnicamente em nível descritivo, isto é, tratamento documental do suporte
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material. Conforme as autoras, uma série de elementos deve ser levada em conta
como, o autor da fotografia, o título, a data, o local e a cor, dentre outros
elementos. Todos esses fatores são considerados importantes para o processo de
descrição do documento fotográfico, visto que constitui-se em peças auxiliadoras
na contextualização da imagem e na elaboração da legenda. Boccato e Fujita
(2006) destacam que:
“O objetivo do profissional da informação é representar o
conteúdo da imagem fotográfica para torná-la acessível -
socialização do conhecimento - ao usuário, e este tem por
objetivo procurar informações que atendam às suas
necessidades de investigação, entre outras finalidades.
Portanto, esse processo requer um sincronismo entre o olhar
do profissional da informação e o olhar do usuário. Nesse
sentido, o desafio do tratamento técnico da imagem
fotográfica, especialmente da representação do seu conteúdo,
merece toda atenção dos estudiosos, pesquisadores e
profissionais que atuam com esse documento (p. 15)”.
Todo o processo que envolve os elementos principais da descrição do documento
fotográfico é tratado no âmbito área da Ciência da Informação, instrumentalizando
a compreensão da fotografia e identificando uma ou mais palavras que passarão a
significar o conteúdo do mesmo. Dessa maneira, a análise documental é
compreensiva e não interpretativa, é uma leitura profissional do documento que
está sendo tratado no seu aspecto temático. Além disso, é importante destacar que
o tratamento técnico da imagem comumente contempla os aspectos relativos ao
sentido literal ou denotativo desses registros imagéticos. Finalmente, a descrição
de um documento fotográfico nunca é operação completa. Isso se verifica mesmo
enfatizando e ressaltando-se verbalmente determinado detalhe de uma imagem,
posto que sempre haverá algo a se perguntar sobre ela, algo que a pessoa que
descreve desconhece, esqueceu ou que lhe passou despercebido (MANINI: 2002
p. 18).
c- O documento fotográfico e o patrimônio cultural: A temática que
envolve a organização de documentos fotográficos apresenta enormes
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possibilidades de usos e aplicações. Como afirma Brito (2010), as imagens podem
evocar importantes registros de memórias, fatos e acontecimentos,
proporcionando ao pesquisador e ao observador o recorte de um momento do
passado. Nessa visão, as fotografias assumem um valor documental, pois
permitem a investigação de determinados elementos do passado através da
utilização e da análise de um conjunto de imagens como fonte de informação. A
mesma visão é compartilhada por Quadros e Brito (2008, p.10) quando afirmam
o papel fundamental dos documentos fotográficos no contexto de vivências e
memórias do passado. Segundo os autores:
“A importância das memórias, e das fotografias também reside
não só no fato de se constituírem como documento, mas,
sobretudo, por possibilitarem formas de construir novas
compreensões do tempo e novos lugares das pessoas no espaço
histórico, desde que se entenda que aquilo que é rememorado
não é o reflexo do real, mas uma prática produtora de
significado, ancorada no presente.”
A natureza da imagem fotográfica também pode ser definida como o
produto do trabalho humano eminentemente cultural e simbólico, baseado
principalmente na configuração clássica dos processos comunicativos nos planos
da mensagem, forma e conteúdo. Sendo assim, o documento fotográfico não se
torna único em seus significados, na medida em que se revela múltiplo e intenso
por meio da mensagem ou da finalidade de sua atuação no meio social. Ou seja,
além de carregar elementos fundamentais da memória e do passado, os
documentos fotográficos trazem sentidos e significados que podem se constituir
em importantes instrumentos de pesquisa e estudo nas mais diversas áreas do
conhecimento (BONILHA, MICHELON & SCHVAMBACH, 2010). Segundo
Gombrich (1986):
“A imagem visual não é uma simples representação da
realidade e sim um sistema simbólico, desvendado pelo
indivíduo que em função de sua cultura e de sua história
pessoal, incorporou modos de representação e potencialidades
de leitura que lhes são próprios.” (1986, p. 323).
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No texto de Agustín Lacruz (2006, p.79), denominada “Análisis documental
de contenido del retrato pictórico retrata” reafirma o caráter informativo que o
documento visual tem de conter tanto na abrangência pessoal quanto no aspecto
social. Nesta visão, a investigação e a pesquisa em documentos fotográficos
tornam-se tão relevante quanto à de outros suportes documentais. Kossoy (1989,
p.50) afirma que “Qualquer que seja a imagem, nela existe um inventário de
informações acerca do tema principal (que é o motivo da foto) e do seu entorno;
trata-se de informações explícitas e implícitas”. Como dito anteriormente, um
documento fotográfico pode incorporar uma multiplicidade de objetos relacionados
às técnicas linguísticas, a dimensão estética e, invariavelmente, a dimensão
histórica desta fonte. Por ser um produto humano, a fotografia torna-se fonte para
o conhecimento histórico e um sistema de informação para determinada sociedade,
sendo caracterizada, principalmente, pela sua natureza de identidade associada à
memória. Portanto, pensar a fotografia como uma expansão da memória, coloca as
fontes fotográficas como um importante produto para o funcionamento
de instituições de preservação patrimonial apoiadas pelos sistemas de informações
referentes à documentação registrada e o testemunho das atividades. Lidar com
documentos fotográficos na pesquisa histórica/patrimonial significa trabalhar com
o contexto de sentidos, construindo interpretações sobre as formas de produção das
imagens tanto na sua dimensão concreta como na sua dimensão abstrata e
simbólica.
No contexto dos sistemas de preservação do patrimônio cultural, os
documentos fotográficos desempenham papel fundamental nos mecanismos de
levantamento e acesso às informações de objetos/documentos, estabelecendo
importantes vínculos entre o indivíduo e o acervo preservado. Decoficando e
interpretando os fragmentos de fatos do presente e do passado, as informações
imagéticas podem transformar ou servir à construção do conhecimento. Assim, em
nível nacional, o documento fotográfico tem estado presente em ínumeras
instituições de preservação do patrimônio cultural e, nelas tem ocupado lugar de
destaque na satisfação de necessidades informacionais de quem utiliza este tipo de
arquivo.
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Em certa medida, as instituições vinculadas à preservação do patrimônio
cultural brasileiro e mantenedoras de acervos fotográficos têm buscado formas mais
adequadas para disponibilização das informações contidas nas imagens, com o
objetivo de atender a grande demanda, seja na preservação e pesquisa quanto na
divulgação da fonte primária de informação. Facilitar o acesso e a recuperação de
documentos fotográficos, visando sua ampla disseminação e correta interface no
contexto social tem atribuído importante valor cientifico na área do patrimônio
cultural brasileiro.
d- A ferrovia e o documento fotográfico: No contexto das ferrovias paulistas, a
fotografia desempenhou papel fundamental não só como registro de fatos e
acontecimentos, mas também incontestável fonte de informação decisiva nos
aspectos sociais, históricos, econômicos, políticos, tecnológicos, culturais, etc.
Com o advento da ferrovia, um número notável de fotógrafos profissionais e
amadores passaram a retratar um mundo composto por paisagens, edifícios, cenas
cotidianas e, principalmente, o registro deste novo meio revolucionário de
locomoção no estado de São Paulo. Muito mais que captar as novas e complexas
estruturas tecnológicas, o fotógrafo direcionou seus esforços no registro lúdico e
plástico do transporte ferroviário que se instalava. O trabalho chave de
documentação dos principais elementos construtivos pertencentes à ferrovia ficou,
obviamente, a cargo do fotógrafo. Hoje, algumas dessas construções podem ser
classificadas entre as principais do país em suas categorias, seja devido a
dimensão, seja em termos de linguagem e tecnologias avançadas para sua época,
tanto no estado de São Paulo quanto no Brasil. Como exemplo de edificação com
especial importância no patrimônio ferroviário, destaca-se a estação central, um
novo edifício público, local de confluência de diversos extratos sociais e núcleo
gerador das principais atividades sociais, econômicas, culturais e urbanas das
cidades paulistas. Por outro lado, outras importantes edificações ferroviárias são
registradas, entre elas destacando-se as rotundas, as oficinas, as vilas de operários,
e demais instalações. Esses registros foram fundamentais para a construção da
memória tecnológica e arquitetônica da cultura industrial ferroviária paulista,
permitindo que hoje, tais coleções fotográficas ganhassem status de documento e
fonte de pesquisa para recuperar o passado.
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Como aconteceu na Europa, os registros fotográficos de máquinas,
instalações e dispositivos tecnológicos, advindos da implantação do sistema
ferroviário, fizeram crescer especial interesse entre os fotógrafos paulistas. A
locomotiva à vapor, a grande protagonista das novas máquinas produzidas pela
ferrovia, colaborou para a construção de uma imagem de velocidade e
desenvolvimento no âmbito social, principalmente reproduzida em quase todos os
documentos fotográficos da época, entre o final do século XIX e como do século
XX. Com toda certeza, os documentos fotográficos produzidos nesta fase foram
capazes de formatar um variado mosaico de evolução da ferrovia no estado de São
Paulo.
Nesse sentido, os estudos e as aplicações de imagens fotográficas no
contexto de conjuntos patrimoniais ferroviários têm sido apontados como uma das
principais diretrizes para a salvaguarda do patrimônio material representativo no
estado de São Paulo e Brasil. Mais que isso, as coletas e as facilidades de acesso
à informação no âmbito imagético, juntamente com outras ações integradas de
organização de informação, começam a fomentar políticas de ação cultural no
âmbito do patrimônio ferroviário, além de instrumentalizar uma base
metodológica para futuros projetos de restauro ou requalificação. Além disso, o
resgate, a recuperação, a organização de fontes documentais e inventários na área
de bens patrimoniais da ferrovia a fim de organizar o conhecimento produzido,
sob impulso das tecnologias da informação e comunicação apontam como o
melhor caminho para melhorar a qualidade de acesso e gerar imediatismo no
atendimento das demandas informacionais.
e- As novas tecnologias informacionais e a fotografia: Com relação à temática
das novas tecnologias informacionais, o processo tecnológico, os documentos
fotográficos e as tecnologias informacionais, a bibliográfica destaca que o resgate,
a recuperação, a organização de fontes documentais e os inventários na área de
bens patrimoniais da ferrovia, a fim de organizar o conhecimento produzido, sob
impulso das novas tecnologias da informação e comunicação indicam como o
melhor caminho para melhorar a qualidade de acesso e gerar imediatismo no
atendimento das demandas informacionais. Questões metodológicas como essas
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podem sistematizar informações, tornando-as pertinentes, relacionando-as até
constituírem um conjunto por meio do qual a memória coletiva passaria a ser
valorizada, tornando-se patrimônio cultural. Ou seja, essas ações, como última
instância, velam pela conservação dos fundos materiais e documentais de valor
histórico e artístico relacionados ao patrimônio industrial e ferroviário. Nas
últimas décadas, o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e de
comunicação possibilitou o aumento considerável de informações disponíveis na
internet, permitindo cada vez mais, o crescimento do número de pessoas
conectadas à rede. Em todos os setores da sociedade, as redes conectaram por
meio de computadores, correios eletrônicos, telefones celulares, mensagens via
fax, as pessoas nos mais diferentes locais (MORAES, 1998). Essa revolução
informacional inaugurou de maneira avassaladora, novos signos e colocou em
ação a possibilidade de uma nova atuação dos sistemas informações no contexto
do patrimônio cultural. Todos esses fatores e desafios referendaram em novas
alternativas no processo de disseminação e reprodução das coleções, abrindo um
panorama de potencialidades e aplicações, como por exemplo, acesso a acervos
de unidades de informação e distantes bases de dados, serviços online de pesquisa
de imagens, acesso a centros bibliográficos e centros locais cooperativos de
informação, entre outros. Essas novas possibilidades e interações, proporcionadas
principalmente pelo uso destas novas tecnologias informacionais, referendou no
âmbito das instituições-memória, um novo panorama de potencialidades e
aplicações. Bertholino (2011, p. 185) descreve este fato elucidando que:
“A interação das tecnologias de informática e de
telecomunicações tem nos proporcionado novos suportes de
armazenamento de dados e novas formas de acesso à
informação, exigindo assim o domínio desses instrumentos da
sociedade de informação. O uso das tecnologias de memória
ótica na produção do conhecimento tende a crescer cada vez
mais e permitirá melhor acesso, rapidez, e maior capacidade
de armazenamento da informação, exigindo que profissionais
destas áreas descubram-na e a utilizem da forma mais eficiente
possível”.
Conforme aponta Gubiani (2005), as tecnologias de informação
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propiciaram o aparecimento de novos serviços de acesso ao conhecimento,
deixando de lado as limitações quanto ao local do acervo bibliográfico, outrora
geograficamente localizado e focado no documento impresso e disponibilizando
em meio digital na internet para ser consultado simultaneamente, sem restrições
em relação ao tempo ou local. Nesse novo panorama, grandes volumes de
documentos passaram a ser disseminados para usuários de computadores, além de
novas bases digitais continuarem a ser criadas e constantemente atualizadas.
Como resultado, a informação, outrora monopolizada por uma pequena elite de
intelectuais, agora reverte a sua potencialização junto aos coletivos humanos e
remete a um aspecto dimensional completamente dinâmico e vivo.
Alvarenga (2001) revela que o meio digital construiu um “espaço” sem
precedentes para o registro e a recuperação de documentos textuais desenhando
uma enorme gama de possibilidades de armazenamento, memórias e o
oferecimento de serviços de comunicação (texto, dados, imagem, som). Além
disso, as tecnologias digitais permitiram um conjunto de atividades até agora
desconhecidos, como por exemplo, acesso a acervos de unidades de informação e
distantes bases de dados, infinidades de serviços de televisão por satélite,
teleconferências, etc.
A evolução tecnológica muda a concepção das instituições arquivísticas
em vários aspectos. Neste novo cenário os usuários figuram ativamente, sendo
necessário que seja reconhecida a pluralidade de suas necessidades de informação,
analisadas com uma abordagem flexível, capaz de responder às demandas
(OLIVEIRA, 2006, p.7). Além disso, Jardim e Fonseca (2004) destacam que a
nova realidade do uso das tecnologias da informação e da comunicação configura
alguns aspectos emblemáticos, tais como: (a) o conceito de “lugar” passa a não
ser o mais importante para o profissional arquivista e seus usuários; (b) a
importância do acesso à informação, se sobrepõe a da localização de onde a
informação se encontra; (c) a ênfase na gestão da informação é transferida do
acervo para o acesso, do estoque para o fluxo da informação, e dos sistemas para
as redes; (d) novas vocações são adquiridas por instituições (arquivos, bibliotecas,
centros de documentação), além de renovarem novas funções e superarem outras;
(e) por meio da popularização do uso das tecnologias informacionais, os usuários
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produzem novas demandas a instituições como arquivos, bibliotecas e centros de
documentação e provocam a realocação ou anulação de fronteiras que demarcam
esses espaços e (f) há o surgimento de espaços informacionais virtuais como parte
dessas instituições, o que sugere novas possibilidades de gestão da informação.
Como exemplo de novas formas de acesso aos documentos fotográficos, as
tecnologias de informação e comunicação despontaram como as grandes
produtoras de alternativas na área da imagem e dos recursos digitais. Essa
revolução informacional inaugurou de maneira, novos signos e colocou em ação
a possibilidade de uma nova atuação dos sistemas informações no contexto do
patrimônio cultural. Redes de telecomunicação, combinadas com recursos de
telemática e de multimídia, voltaram-se para o oferecimento de um novo conceito
de comunicação no contexto da preservação do patrimônio cultural. Todos esses
fatores e desafios referendaram em novas alternativas no processo de
disseminação e reprodução das coleções fotográficas, abrindo um panorama de
potencialidades e aplicações, como por exemplo, acesso a acervos de unidades de
informação e distantes bases de dados fotográficos, buscas de dados e informações
às fontes imagéticas, serviços online de pesquisa de imagens, acesso a centros
bibliográficos e centros locais cooperativos de informação, entre outros. No
Brasil, o estudo e a preservação do patrimônio ferroviário industrial permeado
pelos documentos fotográficos têm alcançado nos últimos anos crescente
importância, principalmente, na discussão de muitas iniciativas que tem
englobado a reabilitação e a revalorização de antigos vestígios deste patrimônio
(linhas de trens, estações, depósitos, rotundas, oficinas e tantos outros). Nesse
contexto, a importância atribuída ao patrimônio ferroviário industrial tem dado
origem, de maneira recente, a muitas reflexões concretizadas em seminários,
encontros, reuniões técnicas e pesquisas, cujos resultados são aplicados na
divulgação das atividades concernentes a este patrimônio, bem como na definição
de formas de permanência dessa herança cultural.
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No âmbito desta pesquisa, importante mencionar que, os acessos aos
documentos fotográficos baseados nas instituições de preservação do patrimônio
ferroviário paulista ainda se encontram acanhados e carentes de uma política de
gestão informacional que permitam, efetivamente, o acesso, a consulta e a
manipulação dos bens preservados. Não é demais afirmar que, as principais
unidades de informação/documentação paulistas (bibliotecas, centros de memória,
etc.) que têm trabalhado com o tema. lutam com enormes dificuldades, sobretudo
com relação à falta de pessoal qualificado, instalações físicas inadequadas e
descaso dos organismos governamentais. Além disso, problemas estruturais na
área têm sido enfrentados em termos de falta recursos materiais e financeiros e
planos ineficazes para disseminação da informação da preservação do patrimônio
industrial e ferroviário.
f- O município de Bauru e o pátio ferroviário (EFNOB): Com a finalização
dos serviços da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (EFNOB), na década de
1990, o complexo ferroviário da cidade de Bauru/SP acabou por perder sua
função original. Se comparado com tempos atrás, o fluxo de trens de carga
ainda existente é muito pequeno e o de pessoas é praticamente nulo. Por essa
razão, a estação ferroviária, o pátio ferroviário e parte dos trens
transformaram-se gradualmente em espaços abandonados e marginalizados. O
trecho ferroviário bauruense foi construído em 1908 e localiza-se no ponto
central do município, entre bairros residências e o principal centro comercial
da cidade, propiciando ao longo dos anos, um profundo desajuste nas
dinâmicas e conformações do tecido urbano, transformando o espaço em um
empecilho para os habitantes dos bairros próximos, hoje já consolidados. O
pátio como um todo possui arquitetura relevante, com edifícios construídos
em diferentes períodos e com características peculiares. Dentre eles destacam-
se: os antigos escritórios, erguidos a partir de 1905; as grandes oficinas
construídas no início dos anos 1920; a estação central edificada entre 1934 e
1939; e a vila, erguida a partir de 1905, cujas casas pertenceram às várias
hierarquias funcionais da ferrovia: superintendentes, engenheiros e operários.
Deste modo, muito poderia ser feito adequadamente para a cidade no espaço
em questão. Todavia, com o passar dos anos e a crescente degradação, cada
18
vez mais o espaço foi abandonado, não só pelas pessoas, mas pelos órgãos
públicos. Em pouco tempo, a ferrovia, bem como suas dependências, virou
grandes espaços vazios, com edifícios bastante danificados, criando um
ambiente hostil e desabitado. Isso, por sua vez, afastou ainda mais a cidade da
ferrovia. Consequentemente, criou-se um ciclo vicioso de negligência e
esquecimento. Todo esse complexo de construções está sob estudo de
tombamento pelo CONDEPHAAT, entretanto, já encontra em estado de
degradação, com máquinas paradas, vegetação crescendo e invadindo as
instalações abandonadas.
g- A EFNOB e seu histórico: No Brasil, foram poucas, as ferrovias de cunho
estratégico, com fins de povoamento, ou de ocupação territorial, como a
EFNOB, um fato que elevou sua relevância histórica para o estado de São
Paulo e Mato Grosso do Sul, com a criação e desenvolvimento urbano de um
grande número de cidades, que foram formadas a partir de suas estações. Tal
fato, deve-se ao interesse de ordem estratégicas da época, início da República,
em que setores militares e diplomáticos uniram-se aos econômicos, no intuito
de dispor ao capital, imensa área inexplorada do território paulista e mato-
grossense. É importante lembrar que apesar de sua importância como um
elemento urbanizador dos territórios ainda não explorados, as ferrovias
também tinham um importante caráter econômico, no transporte de café
paulistano e da erva mate mato-grossense. Neste contexto o município de
Bauru desempenha um papel de extrema importância no papel estratégico dos
processos de integração territorial. A ferrovia, criada em 1905, marca a cidade
de Bauru com o quilometro zero ao posicionar sua sede no município, além de
estar em um ponto estratégico, com o cruzamento de outras duas grandes
linhas férreas, a Estrada de Ferro Sorocabana e a Companhia Paulista Estrada
de Ferro. Desse modo, Bauru passou a apresentar ligação com o norte do
Paraná, e a articulação com a São Paulo Railway possibilitando a conexão do
município com o Porto de Santos. Tais conexões propiciaram o crescimento e
desenvolvimento urbano e econômico de diversas cidades firmando uma nova
dinâmica em seus contextos urbanos e panoramas, com a conformação de um
importante processo de industrialização no Estado de São Paulo. Tal processo
19
possibilitou a criação de novos eixos de diversificação da morfologia das
cidades com os surgimentos de arquiteturas peculiares e as primeiras vilas
industriais, cumprindo uma nova configuração do espaço territorial, espaço
este modificado e degradado com o passar do tempo.
h- A fotografia e a preservação do patrimônio industrial ferroviário do
município de Bauru: Em Bauru, assim como em grande parte das cidades
do Brasil, a degradação urbana não é incomum. Apesar da preocupação com
o valor histórico da arquitetura tenha crescido apenas nas últimas décadas,
muito do que se construiu até os dias atuais foi extremamente degradado, seja
por vandalismo, pelas intempéries naturais, ou pelo simples correr dos anos.
Após o advento das rodovias e de veículos automobilísticos, grande parte das
ferrovias foi posta de lado uma vez que os governantes da época redobraram
seus esforços para criarem uma enorme gama de rodovias para dentro do país.
Pois bem, desde então, as ferrovias perderam muito de sua força, e acabaram
perdendo também sua importância e realce no interior de seus municípios.
Assim como já identificado anteriormente, o pátio ferroviário de Bauru, bem
como, a estação, o maquinário, entre outros, pequenos e médios espaços e
objetos foram esquecidos e degradados com a falta de uso e manutenção. O
processo de preservação deste patrimônio não deve só abranger os edifícios e
espaços percorridos pela história da ferroviária, mas também suas memórias.
Nesse aspecto, a fotografia como um documento histórico entra com um
importante papel de reviver histórias e memórias já esquecidas e modificadas
pelo tempo, contribuindo no âmbito da comunidade em geral, promovendo o
intercâmbio histórico de informações, imagens e narrativas.
20
Fase 2: Reconhecimento do Acervo
Nesta fase foi realizado o reconhecimento do acervo fotográfico e documental do
Museu Ferroviário de Bauru/SP a partir de visitas técnicas acompanhada de funcionárias
e administradores do acervo armazenado pelo museu. O acervo abrange uma grande
quantidade de material, dentre eles é possível encontrar documentos, diários, relatórios
oficiais pertencentes à EFNOB, periódicos, revistas, mapas, fotografias referentes à
história da ferrovia no Brasil e da cidade de Bauru, além de trabalhos acadêmicos
relacionados ao tema.
A primeira etapa das visitas para o reconhecimento do acervo foi fazer um
levantamento do espaço físico onde seriam realizadas as atividades de pesquisa.
Inicialmente, levantou-se como se dava o acondicionamento do acervo fotográfico e
documental da EFNOB. É importante ressaltar que o período de visitas técnicas para o
reconhecimento do acervo aconteceu durante um período de mudança e reforma de
armazenamento e localidade. Tais mudanças estão sendo realizado com a finalidade de
melhoria do armazenamento e amenização da deterioração de todo o material.
O acervo fotográfico e documental tem a sua disposição duas grandes salas
revestidas com piso e forro de madeira, com as paredes de alvenaria voltadas para a Rua
Primeiro de Agosto e para o pátio interno do museu, onde se encontra também as janelas.
As estantes também de madeira estão dispostas em uma sequência e numeração seguindo
a organização e administração interna, pois estas já se encontravam em acondicionamento
precário para o acervo, devido a escoramento insuficiente das peças de madeira para o
suporte dos livros, e insuficiência na guarda de todo o acervo ali encontrado. Além disso,
os corredores são exíguos para a circulação de usuários, incluso pouco espaço para a
realização de pesquisa dos usuários do acervo.
Com a mudança e reforma das salas, as quais receberam uma nova pintura e
reforma das estantes já degradadas, a administração resolver descolar o acervo
documental e fotográfico para outro espaço, permanecendo apenas pequenos e médios
objetos que não se danificam tão facilmente como o acervo bibliográfico.
21
Figura 1- Imagem da estante localizada na antiga sala de armazenamento do acervo
FONTE: Tirada por Nayara Lôvo, AGOSTO 2012.
Figura 2- Imagem da antiga sala de armazenamento do acervo
FONTE: Tirada pelo autor, NOVEMBRO 2014.
22
Figura 3- Imagem da antiga sala de armazenamento do acervo, corredores exíguos e áreas
de pesquisa
FONTE: Tirada pelo autor, NOVEMBRO 2014.
Figura 4- Antiga sala de armazenamento do acervo, corredores exíguos
FONTE: Tirada pelo autor, NOVEMBRO 2014.
23
O novo ambiente para o armazenamento do acervo documental e fotográfico
encontra-se no mesmo prédio e inclui uma sala para os administradores, uma sala para a
higienização dos arquivos, uma sala para pesquisas, além das salas de armazenamento,
sendo uma desta específica para as fotografias. Os revestimentos das novas salas
continuam praticamente o mesmo, mudando apenas o piso, o qual é revestido de azulejos,
facilitando a limpeza do local, além de proporcionar um ambiente mais bem iluminado e
claro. Para a sala de fotografia, a qual ainda está em reforma, o piso será revestido com
tapetes de borracha, já que seu revestimento original é de madeira, a qual retêm maior
quantidade poeira e transmite mais umidade, além de possuir uma maior dificuldade para
a manutenção e limpeza.
Figura 5- Imagem da nova sala de armazenamento do acervo
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015
24
Figura 6- Imagem da nova sala de armazenamento do acervo
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015
Figura 7- Adição de revestimento de borracha no piso de madeira para a sala de acervo
fotográfico
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015
Para a garantia do conforto ambiental serão implantados climatizadores nas salas
de armazenamento, a fim de melhorar a conservação do acervo, além de novas estantes
25
feitas com material metálico e sob medida, seguindo dois tipos de modelos padrão feitos
de acordo com os tamanhos das caixas de armazenamento dos documentos, alterando-se
apenas o espaçamento entre as prateleiras. Vale ressaltar que a primeira prateleira foi
elaborada um pouco mais elevada, cerca de 0,25cm do chão, para a facilidade de limpeza
do local. Os armários também de metal seguem o modelo padrão de dimensionamento e
tipologia.
Figura 8- Imagem das novas estantes de metal, feitas sob medida
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015.
26
Figura 9- Imagem da nova estante utilizada
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015.
Na sala de pesquisa será implantado um ar-condicionado para maior comodidade
dos pesquisadores e visitantes, além de uma boa quantidade de mesas e armários para
armazenamento dos pertences dos usuários. É importante destacar que, a proposta da
administração é manter cuidado com o armazenamento e manuseio do acervo que será
realizado apenas pelos administradores e funcionários do museu.
27
Figura 10- Nova sala para pesquisas, com uma abertura na janela para a instalação de ar
condicionado
FONTE: Tirada pelo autor, JANEIRO 2015.
Figura 11- Corredores apertados na nova sala de armazenamento do acervo
FONTE: Tirada pelo autor, NOVEMBRO 2014.
28
Um problema constatado no período da pesquisa, diz respeito à falta de um projeto
arquitetônico normatizando ao espaçamento dos corredores e estantes, possibilitando
futuramente uma série de desajustes na circulação e passagem de pessoas no acervo.
O acervo fotográfico, hoje, ainda não está alocado, já que a sala específica para o
seu armazenamento ainda passa por reformas. O modo de armazenamento das fotos
passará por um novo processo. Atualmente, o acervo fotográfico se encontra armazenado
de forma provisória, em papel vegetal, dentro de envelopes de papel comum e caixas de
papelão.
Com relação ao acervo fotográfico do Museu Ferroviário de Bauru, os temas
abordados abrangem uma ampla gama de eventos, totalizando um total de 10.183 fotos,
abrangendo cidades relacionadas à atuação da EFNOB nas cidades do interior do Estado
de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Por outo lado, o acervo fotográfico conta com 4.045
fotos vinculadas diretamente à cidade de Bauru, sendo que os temas incluem obras da
EFNOB, história da cidade de Bauru, imagens da estação, trilhos, pátio ferroviário,
oficinas e trabalhadores, visita de famosos políticos, inaugurações de importantes pontos
da cidade e figuras e sociedades importantes.
No desenvolvimento da pesquisa, a principal dificuldade enfrentada foi
estabelecer uma análise detalhada do acervo fotográfico, pois o material estava
provisoriamente arquivado em envelopes e caixas de papelão sem uma ordem pré-
estabelecidas. Mesmo estando em boas condições de conservação a maioria do acervo,
algumas peças continham restos de cola e pequenos textos escritos com canetas na parte
posterior da foto, que com o tempo poderiam danificar e deixar manchas nestas.
Dentre os temas abordados, destacam-se:
a- Fotos do próprio acervo: são fotos recentes em tons coloridos e retratam os
principais objetos e documentos do acervo, retiradas pelos próprios funcionários
do museu para uma a documentação destes. Total de 393 fotos.
b- Fotos da administração do município de Bauru: acervo que retrata os
principais feitos e eventos realizados por antigos prefeitos de Bauru, entre eles,
Izzo Filho, Sbeghen, Tidei de Lima e Tuga Angerani. Total de 624 fotos.
29
c- Fotos de prédios e locais de Bauru: são fotos que retratam os principais locais
e prédios de Bauru, que possuem um significado para a cidade, relando assim sua
história. Entre eles estão o Aeroclube de Bauru, a Avenida Nação Unidas, o Bauru
Tênis Clube, o Calçadão da rua Batista de Carvalho, o prédio da Câmara
Municipal, o carro da administração, depósitos, a rádio Auri- Verde, o zoológico
da cidade, o estádio Alfredo de Castilho, o hospital Sociedade Beneficência
Portuguesa e Salle Gomes, caminhões de emergência e postos médicos da cidade,
a escolinha da NOB, o SENAI, e um geral de ruas e praças da cidade. Total de
552 fotos.
d- Fotos de ações, confraternizações e eventos que ocorreram na cidade: fotos
que englobam eventos, confraternizações de importância na sociedade, e a cultura
no geral que estava presente na cidade de Bauru. Dentre os temas estão as
confraternizações religiosas, o carnaval de rua da cidade, cultura geral presente
no município, cultura indígena e japonesa, eleições e campanhas eleitorais,
esportes, olimpíadas ferroviárias, greves e manifestações. Somam um total de 725
fotos de diferentes épocas e, portanto, diferentes características, umas em tons
coloridas outras ainda em preto e branco.
e- Fotos de visitas de importantes políticos e personalidade à cidade: neste tema
encontram-se fotos de muito políticos e personalidades tanto de fora quanto da
própria cidade de Bauru, que visitaram a cidade participando ou não de eventos
que ocorreram, entre eles estão, Aloysio Pena, Antônio Fleury Filho, Caio Coube,
Caio Fabio, família Simonetti, Luiz Carlos Valle, Paulo Maluf, Pedro Tobias,
Orestes Quércia, Virgínia Fahra, Valdomiro Rossi, Leonel Brizola, José Genuíno,
João Figueiredo, Gabriel Ruiz Pelegrina, Fernando Henrique Cardoso, Fernando
Collor, Nilson Costa, Mauricio Lima Verde, Mario Covas, Marta Suplicy, Lula,
Luiza Erondina, Luciano Dias Pires. Com um total de 219 fotos.
f- Fotos gerais: são fotos estilo paisagem e panorâmicas da cidade e de
trabalhadores no geral, sem um tema específico. Ao todo 162 fotos.
g- Fotos relacionadas a EFNOB e pátio ferroviário de Bauru: são as fotos que
relatam o desenvolvimento da EFNOB e sua importância para a cidade de Bauru
30
incluindo arquivos do Centro de Memória, a Estação Central de Bauru, o museu,
pátio e prédios ferroviários, oficinas, pátio da NOB (prédio de administração do
museu), e fotos dos eventos da RFFSA/NOB. Em um total de 1181 fotos. Este
tema engloba a maior parte das fotos e encontram-se fotos muito antigas, do início
das instalações da EFNOB.
Enfim, os temas aqui citados representam um conjunto da primeira organização
do acervo fotográfico realizados pelos funcionários do museu, a qual irá ser modificada
futuramente. O número do acervo é bem grande e inclui também, além das fotos, xerox,
fitas de provas, castão postal, pintura e negativos, porém todos em reduzidas quantidades
e principalmente tratando-se de outros assuntos não relacionados a Bauru. Devido à
grande quantidade do acervo e a necessidade de tomar vários cuidados ao analisar e
manusear as fotos, a pesquisa se restringiu aos temas relacionados à EFNOB na cidade
Bauru. A etapa seguinte foi analisar documento por documento, preenchimento da ficha
catalográfica e após, a execução da imagem digital de cada uma utilizando-se a máquina
fotográfica ou o scanner.
Fase 3: Organização e indexação do catálogo
A terceira etapa foi a organização de um catálogo a partir das fichas de
identificação de cada um dos documentos fotográficos. Este catálogo geral forneceu
informações sobre o acervo fotográfico (histórico da constituição do acervo, metodologia
de organização, tipo de material oferecido, etc.) e sobre cada um de seus conjuntos.
No conjunto documental fotográfico do Museu Ferroviário de Bauru, em seu
estado atual, não é utilizado nenhum sistema de classificação, apenas uma separação das
fotos tratantes do mesmo tema, tampouco existe um catálogo com informações completas
sobre estas, apenas uma relação de todos os temas abordados, suas dimensões e as
quantidades totais. O acervo apenas está disposto seguindo uma ordem alfabética de
temas.
Apesar das más condições provisórias de armazenamento, os dirigentes do Museu
Ferroviário de Bauru demonstram preocupação e interesse em manter os documentos
fotográficos de maneira adequada, mas para isso são necessários recursos financeiros, já
31
que o museu tem sobre sua guarda uma grande gama de acervo documental e em espécie
para armazenar e preservar, desse modo, tudo deverá ser reorganizado de forma adequada
aos poucos e conforme forem surgindo a demanda, priorizando sempre o acervo
relacionado a EFNOB e a cidade de Bauru.
Segundo funcionários do museu, está já sob encomenda as jaquetas de poliéster e
as caixas de poliondas, com as dimensões bases que se adequam aos tamanhos das
fotografias, que serão utilizadas assim que estas foram armazenadas em sua nova sala, a
qual ainda passa por reformas.
Este pesquisa, como apresentado anteriormente, teve como objetivo principal criar
um acervo digital fotográfico do patrimônio industrial ferroviário da EFNOB da cidade
de Bauru/SP, visando preservar e criar condições de implantação de um banco de imagens
deste acervo. Neste contexto, a pesquisa utilizou uma ficha catalográfica para inventariar
o acervo fotográfico, contendo informações básicas a respeito do estado de conservação,
condição de preservação e localização física do museu.
Os itens preenchidos na ficha (anexo 1 e 2) facilitaram, agilizaram e dinamizaram
o processo de leitura, identificação, caracterização e classificação de cada fotografia.
A ficha possui vários itens importantes, dentre os quais:
Referência visual do documento: imagem.
Procedência do documento: local onde se encontra; código de referência;
origem de aquisição.
Conservação do documento: estado atual de conservação; condições
físicas e ambientais de armazenamento.
Identificação do documento: ficha, suporte em que se encontra
armazenado; identificação feita na própria foto, dados bibliográficos do
documento
Informações referentes ao assunto: tema representado na imagem.
32
Informações referente ao fotógrafo: autor; cenários; características de
estilo.
Informações referentes a tecnologia: equipamento utilizado; natureza do
original; textura do papel; processo fotográfico; tonalidade; formato.
Tal ficha foi criada a partir do estudo de outros modelos de fichas e pesquisas
bibliográficas, de forma a aglomerar e apresentar as informações adequadas ao tipo de
acervo catalogado, no caso o fotográfico. Entretanto, é importante ressaltar que muitas
das informações citadas não puderam ser contempladas, já que muitas das fotos do acervo,
as quais são doadas, não possuíam esses tipos de informações, além de que a preocupação
em anotar e armazenar estes dados é algo recente na logística de armazenamento do
museu.
As próximas etapas serão descritas a digitalização dos documentos fotográficos
capturados através da tecnologia digital e disponibilização destes em forma de imagem
para o armazenamento, transmissão e recuperação no Sistema Memória Ferroviária, por
meio da definição de diretrizes para garantir a preservação do acervo, criação de cópias
de segurança e plano de manutenção do sistema de banco de dados.
Fase 4: Digitalização do acervo fotográfico
Esta etapa tratou da digitalização do acervo fotográfico pré-selecionado
relacionado à EFNOB de Bauru. Neste período, importante destacar que o acervo do
Museu Ferroviário de Bauru passou por profundas modificações relacionadas à reforma
dos espaços do acervo documental e fotográfico, áreas do depósito, salas de pesquisa e
setor administrativo. Mesmo trazendo benefícios e melhorias nas condições espaciais do
acervo documental, principalmente na troca de grande parte das estantes e mobiliários,
novos revestimentos e nova disposição das salas do acervo, esta pesquisa enfrentou uma
série de problemas e atrasos em função de autorizações relacionadas a diversos cargos
públicos ligados ao museu. Sendo assim, a pesquisa necessitou passar por um processo
de ajuste no cronograma de atividades, atrasando o início do processo de digitalização.
A pesquisa optou em selecionar no acervo o material fotográfico mais relevante,
dando prioridade os temas relacionados à EFNOB de Bauru. Em seguida, foi avaliada a
33
qualidade das fotos, sendo escolhidas as que possuíam melhor qualidade gráfica e visual.
Em seguida, devido à quantidade reduzida de fotos que seriam digitalizadas, a pesquisa
priorizou temas com focos de abrangência mais amplo, englobando o máximo de assuntos
possíveis, entre eles os trilhos ferroviários, a sede da EFNOB em Bauru, as oficinas, os
trabalhadores, a estação, entre outros, retratando o processo de construção à conclusão do
projeto ferroviário como um todo.
Para o processo de digitalização foi utilizada a câmera digital Nikon D3100, a qual
capta a imagem do arquivo de forma prática, e gera um ótimo resultado. Esta se tornou
uma melhor opção que a scanner para o processo de digitalização pois o processo ocorreu
no próprio museu, o qual não possuía condições de armazenamento da scanner, tornando
esta uma opção inviável, de difícil transporte, devido a seu peso e tamanho.
O processo de digitalização ocorreu no próprio museu, acompanhada pela
arquivista Cynthia Bombine, responsável pelos arquivos fotográficos. A funcionária
aconselhou a não retirada do material, pois seria inviável devido a fragilidade dos
mesmos, com a possibilidade de degradação e perdas, tornando, então, a câmera
fotográfica digital uma alternativa mais viável e essencial para a realização do trabalho,
pois é de fácil manuseio e produz o resultado esperado. Além disso, para uma melhor
apresentação, as fotos já digitalizadas passaram por um processo de tratamento, a fim de
se eliminar qualquer ruído que permanecesse, melhorando a qualidade da imagem sem
alterá-la de modo brusco, de forma que sua mensagem não se modificasse.
34
Figura 12- Vista superior da estação da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 13- Vista superior das oficinas e dos trilhos da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
35
Figura 14- Vista superior dos trilhos da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 15- Construção da estação da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
36
Figura 16- Vista frontal da estação da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 17- Construção das oficinas da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
37
Figura 18- Vista da frontal das oficinas já prontas da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 19- Vista interior das oficinas da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
38
Figura 20- Vista lateral das oficinas da EFNOB e Bauru, SP. Vendo-se o plano do carretão
e o galpão de carros e vagões
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 21- Vista interior das oficinas já com o maquinário
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
39
Figura 22- Construção do girador, chamado de Rotunda da EFNOB em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 23- Vista da Rotunda já pronta e terminada
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
40
Figura 24- Carro restaurante construído nas Oficinas em Bauru, SP
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Figura 25- Funcionários das oficinas
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
41
Figura 26- Funcionários da EFNOB
FONTE: Tirada pelo autor no acervo do Museu Ferroviário de Bauru, ABRIL 2015.
Somada as atividades de digitalização das fotografias, descritas anteriormente, a
pesquisa executou a digitalização das Fichas Catalográficas antes preenchidas à mão. Tal
processou ocorreu a partir do uso e execução do modelo digital da ficha (anexo II) no
software Microsoft Word, com a revisão das mesmas e sua reformulação em um arquivo
digital. Esta atividade foi de extrema importância, pois foi a partir dela que os materiais
de maior relevância foram sendo selecionados para a posterior digitalização.
Fase 5: Armazenamento e geração dos objetos digitais
Nesta fase, consolidou-se o catálogo geral em formato de banco de dados,
possibilitando assim a indexação do documento. O processo criação do banco de dados
dos objetos digitais foi desenvolvido em etapas pela equipe de Tecnologia e Cultura da
FATEC/Jundiaí, formada por docentes que já faziam parte deste grupo e discentes do
curso de Tecnologia da Informação também desta instituição, que além de conceberem o
sistema para o lançamento de dados, também participaram da digitalização e virtualização
da massa documental da Biblioteca do Museu Companhia Paulista de Jundiaí. Os
42
docentes responsáveis por esse grupo durante a primeira etapa de criação do banco de
dados e sistema para acesso ao gerenciamento das informações e consultas, denominado
como Módulo Base, foram o Prof. Ms. Carlos Eduardo Schuster (pesquisador responsável
pela criação e desenvolvimento do sistema de informação) e a Profa. Dra. Lívia Maria
Louzada Brandão (coordenadora do subgrupo de Tecnologia e Cultura e responsável pela
equipe discente em seu processo de construção).
Para o desenvolvimento das atividades foi montado o Laboratório de Tecnologia
da Informação (TI), localizado na sede da Fatec/Jundiaí, com subsídios financeiros
fornecidos pela FAPESP para a realização do Sistema Memória Ferroviária. O grupo
Tecnologia e Cultura da Fatec/Jundiaí foi quem se responsabilizou pelo laboratório e
todos os equipamentos adquiridos que foram utilizados na implementação da base de
dados. É importante ressaltar que o Sistema Memória Ferroviária, implementado no
Museu da Companhia Paulista em Jundiaí, permite, em um dos campos de inserção de
dados, um espaço específico para a indexação de imagens fotográficas digitais. Espaço
este, o qual será utilizado e trabalhado na consolidação desta pesquisa.
O sistema está disponibilizado na rede via internet desde Julho de 2011, com
registro do domínio para o portal do Projeto Memória Ferroviária, que possui todas as
informações sobre o projeto, projetos associados, divulgação nos meios de comunicação,
links, formulários para contato, a equipe e acesso aos sistemas de cadastro e consulta ao
acervo nas diversas instituições que os guardam, como é o caso da Unesp/Bauru que
através da presente pesquisa e de outras já então realizadas é responsável por guardar o
acervo da EFNOB de Bauru, constando no sistema como um provedor do suporte
principal, Sistema Memória Ferroviária, que se encontra em Jundiaí/ SP.
O sistema de forma geral foi desenvolvido em três módulos. O módulo I, que diz
respeito a construção do software da base de dados, o módulo II que é referente a criação
da interface de consulta para o pesquisador e o módulo III também referente a interface
de consulta para o pesquisador, além da reformulação dos itens do menu de acesso,
controle de acesso dos usuários e instalação das rotinas para o acesso público. Sendo
assim, foi realizado no sistema um regime de auto cadastro mediante autorização para
que os pesquisadores tivessem acesso a base de dados, tanto para a pesquisa quanto para
43
a inserção de diferentes tipos de documentos existentes em outros acervos. Entretanto,
em conversa com o coordenador do projeto o sistema está neste momento passando por
um processo de atualização, tornando o acesso ao banco de dados temporariamente
indisponível. Nesse sentido, é importante ressaltar que o sistema ainda está em
funcionamento, entretanto, o processo de indexação dos novos dados digitalizados por
esta pesquisa está em espera, para serem inseridos assim que possível.
Para obter acesso ao sistema, assim que sua atualização estiver concluída, deve-
se acessar primeiramente o portal do Projeto Memória Ferroviária
(http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br) visualizando a Página Inicial.
44
Figura 27- Imagem da página inicial do sistema Memória Ferroviária antes de sua
atualização
FONTE: http://www.projetomemoriaferroviaria.com.br
Para o cadastramento e inserção do acervo na base de dados uma série de
operações devem ser realizadas, entre elas toda a inserção de dados referentes aos
documentos, dados que até então já então organizados e documentados pelas fichas
catalográficas preenchidas durante a fase 3. Com o preenchimento de todas as etapas o
acervo será dividido em cinco itens para a facilitação da pesquisa como: acervo, produtor,
tipo de acervo, local da guarda, foto, suporte e localização interna, apenas deve-se possuir
a palavra-chave correta, para que a busca seja feita com sucesso, ou então possuir o
número de identificação do documento. É importante lembrar que tanto o gerenciador dos
documentos quanto o pesquisador devem estar cadastrados no sistema e para ter acesso
45
ao acervo é necessário, primeiramente, antes de se iniciar a pesquisa, a realização do login
e ao finalizar qualquer tipo de tarefa, seja ela cadastro de acervo, consulta ou edição o
pesquisador deve fazer logout do sistema, ou seja, desconectar-se.
Fase 6: Desenvolvimento e geração do sistema web
Com a conclusão da Fase 5, o objetivo principal deste trabalho foi concluído, o
qual diz respeito sobre a disseminação da informação acervo fotográfico do patrimônio
da EFNOB de Bauru de acesso aos pesquisadores. Nesse sentido, é importante lembrar
que além da indexação dos arquivos no site do Projeto Memória Ferroviária ainda é
necessário deixar uma cópia de cada arquivo para o próprio Museu Ferroviário de Bauru,
permitindo que este tenha o controle e a salvaguarda de todo o seu acervo. Sendo assim,
a Fase 6 demonstrará que os objetivos foram completamente conquistados já que o
sistema trabalhado também dará acesso ao conteúdo de outros usuários, sejam eles
pesquisadores ou não, que são vinculados ou não e não necessariamente tenham
contribuído com material para o acervo. Desse modo, qualquer outro pesquisador,
possuindo acesso à internet, poderá ter acesso às informações do acervo a qualquer
momento.
Para a realização de uma pesquisa ou consulta o pesquisador deverá acessar o
endereço eletrônico do portal via internet – www.projetomemoriaferroviaria.com.br – e
entrar no ícone de pesquisa e proporcionando a abertura de uma nova página, a do Sistema
ICP (Interface de Consulta para o Pesquisador). Espaço em que será necessário a inserção
do login de usuário. Caso o pesquisador ainda não possua um usuário, este deverá solicitá-
lo no próprio site, mediante ao preenchimento de um cadastro composto por: Nome
completo, e-mail, Cidade, Estado e Instituição. Quando uma nova página for carregada a
confirmação de cadastro será efetuada, permitindo então ao pesquisador a efetuação do
login de acesso e a realização da pesquisa.
Na página inicial do ICP existem os quatro itens de redirecionamento que
permitem a navegação completa no sistema, sendo eles: Principal, Pesquisa, Ajuda e
Sobre.
46
O item Principal é a primeira página do ICP, onde há uma pequena e rápida
explicação do que se trata e os objetivos do sistema.
Em Pesquisar há o redirecionamento de página e sub-itens são mostrados para
seleção de pesquisa: ACERVO, PRODUTOR, LOCAL DE GUARDA, GERAL e
TOTALIZAÇÃO.
A busca por Acervo é uma pesquisa cruzada por campos de acervo. Nela
a busca pode ser feita preenchendo um dos seguintes itens: NOME DO
CONJUNTO, AUTORIA, DESCRITORES, GERAIS DESCRIÇÃO
e/ou ITNERVALO TEMPORAL (DATA INICIAL e DATA FINAL),
não sendo obrigatório o preenchimento de todos os campos. Com o
preenchimento de um ou mais itens a pesquisa resultante aparecerá em
forma de tabela, com a seguintes informações: Nome do conjunto, Autoria
e Descrição.
A busca por Produtor pode ser feita preenchendo um dos seguintes
campos: NOME, HISTÓRICO PRODUTOR, HISTÓRICO
ARQUIVÍSTICO e QUALIFICAÇÃO DO ACERVO. O resultado
também parecerá em forma de tabela com as mesmas informações da
busca por acervo.
A busca por Local de guarda é realizada com os seguintes itens: NOME,
ESTADO DE ORGANIZAÇÃO, ENDEREÇO e INFORMAÇÕES
GERIAS e os resultados são também na forma de tabela.
A busca GERAL possui um único campo de busca denominado
PALAVRA-CHAVE, porém sua tabela de resultados possui as seguintes
colunas: NOME DO CONJUNTO, LOCAL DE GUARDA e
AUTORIA.
Fazendo-se a busca por TOTALIZAÇÃO onde há um campo de busca
(TIPO DE TOTALIZAÇÃO) cujas opções de busca são pré-definidas em
NOME DO CONJUNTO, AUTORIA, ACONDICIONAMENTO,
TOTAL GERAL, LOCAL DE GUARDA, ESTADO E
47
CONSERVAÇÃO, LOCAL DE GUARDA/LOCALIZAÇÃO
INTERNA, PRODUTOR, SUPORTE e GENERO. A tabela resultante
da busca de qualquer dos itens citados é de duas colunas onde a primeira
é referente ao tipo de item pesquisado e a segunda indicada a quantidade
de cada item descrito.
Na página inicial ainda existem no menu principal os itens: AJUDA e SOBRE.
O primeiro dispõe da descrição de cada tipo de pesquisa que faz parte do item
PESQUISAR. O segundo discorre sobre o Sistema ICP e sobre o Projeto Memória
Ferroviária.
Finalizado a pesquisa ou consulta o usuário deverá clicar em Sair para a realização
do logout do sistema. Como já dito, com a finalização da Fase 6 o pesquisador desfruta
de múltiplas possiblidades de pesquisas a respeito de todos os acervos que se encontram
armazenados no sistema, sendo então, o acesso a informação, de forma eficiente e rápida,
objetivo substancial da pesquisa completado com êxito.
6. DIFICULDADES E PROBLEMAS ENCONTRADOS
As principais dificuldades encontradas ao longo da pesquisa estão relacionadas à
reforma do edifício implementada no começo de dezembro de 2014, limitando o
aprofundamento dos trabalhos executados nas dependências do acervo fotográfico do
Museu Ferroviário de Bauru. Com a transferência do acervo do documental/fotográfico,
uma série de problemas foi verificada como:
a) Armazenamento provisório do material documental criando novas
políticas de acesso;
b) Improviso da equipe administrativa do museu no processo de acomodação
do material bibliográfico;
c) Acúmulo do material de construção no contexto do acervo documental;
48
d) Desorganização no novo arranjo espacial do acervo;
e) Falta de espaço adequado para a realização de pesquisa e manuseio do
acervo;
f) Dificuldades de acesso ao acervo fotográfico a partir do mês de janeiro de
2015, principalmente em função da reforma do espaço;
Outros problemas que dificultaram o desenvolvimento da pesquisa foram a falta
de organização no contexto do acervo e o estado de conservação do documental, sendo
que alguns exemplares se encontravam em péssimo estado. Além disso, no início da
pesquisa, o espaço físico onde se localiza o acervo fotográfico do Museu Ferroviário de
Bauru trouxe alguns pontos negativos como: estado precário das estantes para o
acondicionamento do acervo, escoramento insuficiente das peças de madeira para suporte
das fotografias, corredores exíguos para a circulação de usuários e espaços adaptados e
insuficientes para a utilização não só, das atividades de guarda do acervo como também
do uso diário pessoas. No estágio inicial da pesquisa, havia também algumas peças do
material fotográfico depositados em pacotes e caixas. Todo esse acervo se encontrava
contaminado a espera de higienização e cuidado por parte dos funcionários do museu e,
por esse motivo, impossibilitou sua inclusão no levantamento e análise.
Outra questão relevante está vinculada à nova política de gestão informacional
adotada pela direção do museu, desencadeando dois fatos importantes e antagônicos: o
primeiro, a melhoria nas condições de manutenção do acervo bibliográfico e, segundo, a
limitação e o atraso nos trabalhos de reconhecimento, análise e desenvolvimento da
pesquisa. É importante deixar claro que, o Museu Ferroviário de Bauru têm sob sua
guarda não só um conjunto documental fotográfico relacionado à Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil, mas também inúmeros outros temas iconográficos vinculados aos
fatos históricos da cidade de Bauru, cenas da vida cultural, elementos paisagísticos e
arquitetônicos, entre outros. Este fato se deu, principalmente, porque o trabalho principal
do museu, direcionado à responsabilidade pelo recolhimento da documentação
fotográfica do transporte ferroviário e por sua conservação, bem como pelo acesso a esse
patrimônio histórico, nunca teve seu papel definido. Apesar da importância
49
preservacionista e histórica destes conjuntos documentais, o acervo tem refletido esse
caráter heterogêneo e diversificado.
Importante relatar que, caso não houvesse o processo de reforma e mudança do
acervo documental e fotográfico do Museu Ferroviário de Bauru, esta pesquisa teria
cumprido rigorosamente o cronograma proposto, adiantando as três últimas etapas de
trabalho. Este fato pode ser comprovado principalmente porque, desde seu início, está
pesquisa está apoiada e articulada com mais duas outras: “EFNOB/Bauru, Km. 0”, Edital
FAPESP/CONDEPHAAT N° 9/2011, Processo Nº 11/51014-6 e Processo
CONDEPHAAT Nº 12/50041-2 e “Memória Ferroviária (1869-1971)”, Processo Nº
12/11259-2, que visam executar e organizar um inventário documental do patrimônio
industrial ferroviário paulista. Especificamente à pesquisa “EFNOB/Bauru, Km. 0”, o
levantamento do documental do acervo do Museu Ferroviário de Bauru ficou subdivido
em três partes: bibliográfico, cartográfico e fotográfico. As duas primeiras partes já foram
executadas por dois projetos de Iniciação Científica apoiados pela FAPESP sendo,
“Construção da Base de Dados Documental do Patrimônio Industrial Ferroviário da
EFNOB/Bauru”, N° 2012/06847-2 e denominado “Informatização do Acervo
Cartográfico da EFNOB KM 0/Bauru, N° 2012/08626-3. Esta pesquisa objetivou a
terceira parte do projeto envolvendo o levantamento do documental fotográfico, além de
formar um bancos de dados disponibilizado em ambiente virtual. Portanto, encarando sob
o prisma do tempo de execução e a similaridade dos contextos do Museu Ferroviário de
Bauru e Museu da Companhia Paulista em Jundiaí, todas as pesquisas vinculadas ao tema,
visam aplicar os mesmos procedimentos metodológicos, entendendo que estes
instrumentos já foram testados e aperfeiçoados ao longo de todas as etapas do
reconhecimento do acervo, organização do catálogo, digitalização, armazenamento e
gerenciamento dos objetos digitais. Fora isso, esta pesquisa utilizou um banco de dados
já existente, o Sistema Memória Ferroviária, permitindo a indexação das séries
documentais fotográficas do Museu Ferroviário de Bauru, ordenando e relacionando de
forma analítica os documentos contidos no acervo.
Finalmente, neste momento, esta pesquisadora passa por um processo de
interrupção dos trabalhos de campo, em função de um intercâmbio internacional com
bolsa de estudos. Tal intercâmbio acabou por coincidir em apenas dois meses com a
50
finalização desta pesquisa, não sendo possível, portanto, o vínculo com duas bolsas de
estudos e pesquisa ao mesmo tempo. Entretanto, é importante ressaltar que, apesar dos
empecilhos, o presente trabalho tentou abranger o máximo possível de assuntos e atender
o máximo de pesquisas que poderão ser realizadas pela comunidade, buscando sempre
imagens que pudessem ser utilizadas com qualidade e informações completas, sendo de
extremo interesse a continuidade do trabalho já até então realizado, tanto pela autora, ao
término do intercâmbio, quanto por outros pesquisadores, a fim de que todo o acervo
fotográfico ainda existente no Museu Ferroviário de Bauru possa ser digitalizado e
salvaguardado para futuras gerações.
7. CONCLUSÕES
As conclusões obtidas com a realização da pesquisa e avaliação dos dados obtidos
foram:
O espaço físico do Museu Ferroviário Regional de Bauru mostrou-se impróprio
para o armazenamento do tipo de material analisado – fotográfico – e também de
outros tipos. Entretanto, é importante salientar a procura deste em proporcionar
um ambiente adequado a salvaguarda do acervo, criando espaços com materiais
adequados, boa iluminação e climatização, higienização dos documentos e nova
logística de organização e manuseio.
A partir de todo o histórico bibliográfico apresentado, a quantidade de
documentos presentes no Museu Ferroviário Regional de Bauru e o espaço físico
ocupado pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, é possível considerar a
importância que o Patrimônio Industrial Ferroviário de Bauru possui, tanto em seu
contexto histórico e político de desenvolvimento das ferrovias no país, quando
para a cidade e seus habitantes.
O levantamento fotográfico foi de extrema importância para o reconhecimento do
acervo como um todo, sobre suas condições físicas e sua variedade de conteúdo,
51
propiciando o preenchimento das fichas catalográficas para facilitação de seu
acesso futuro.
A digitalização do acervo fotográfico foi primordial para sua conservação, visto
que seu menor fluxo de manuseio permitirá um melhor armazenamento deste e
diminuirá as chances de perdas e sua alocação em locais indevidos, criando-se,
então, cópias de segurança facilmente acessíveis.
Além disso, a digitalização dos arquivos tem um grande papel na disseminação
das informações, promovem uma melhor organização documental, facilitam seu
acesso e prolongam a existência do acervo, fazendo com que este tenha um tempo
de vida inestimável.
A forma de acesso do acervo através do sistema apresentado é extremamente
organizada e fiel, a qual facilita o acesso dos documentos ao pesquisador e a toda
a comunidade que tenha interesse em vivenciar e pesquisar sobre a memória das
ferrovias. Esta é dividida em tópicos, formando uma linha de raciocínio linear e
óbvia.
52
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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pictórico: Propuesta epistemológica y metodológica aplicada a la obra de Francisco de
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ANEXOS
Anexo 1 –Formulário para elaboração do diagnóstico do acervo fotográfico
do acervo do Museu Ferroviário de Bauru.
Anexo 2 – Ficha catalográfica modelo.
55
ANEXO I
Formulário para Elaboração do Diagnóstico do Acervo Fotográfico do
Acervo do Museu Ferroviário de Bauru
Ficha técnica
Instituição:
Coleção:
Nº de peças do acervo: unidades
Formatos/quantidades
( ) fotos avulsas ( ) diapositivos ( ) negativos coloridos
( ) com suporte ( ) 35mm ( ) 35mm
( ) sem suporte ( ) 6x6 ( ) 6x6
( ) fotos em álbum ( ) negativos de vidro ( ) negativos de diacetato
( ) outros ( ) 20 x 25
( ) outros
( ) estereoscópicas ( ) negativos flexíveis (p & b)
( ) objetos em estojos ( ) 35mm
( ) outros ( ) 6x6
( ) panorâmicas ( ) 6x7
( ) tamanho ( )tamanho ( ) 4” x 5”
( ) outros
Dimensões predominantes
( ) 10 x 15 cm ( ) 13 x 18 cm ( ) 20 x 25 cm
56
Características da deterioração
( ) sujidades ( ) emulsão deteriorada ( ) espelhamento de prata
( ) perfurações ( ) abrasões ( ) excremento de insetos
( ) ondulações ( ) manchas ( ) fitas adesivas
( ) amarelecimento ( ) fraturas ( ) dobras
( ) esmaecimento ( ) rasgos ( ) perdas de emulsão
( ) ataque de fungos ( ) suporte quebradiço ( ) perdas de suporte
Formas de acondicionamento
( ) caixas individuais ( ) protetores/envelopes ( ) jaquetas de
poliéster
( ) pastas suspensas ( ) agrupadas em um mesmo envelope
( x ) outros
Mobiliário
( ) armário ( ) fichário ( ) estantes
( ) arquivo ( ) mapoteca ( ) outros
Localização do acervo
( ) edifício próximo a grandes avenidas
( ) próximo a estacionamento
( ) próximo à fábricas
( ) próximo ao mar
( ) a sala possui muitas janelas
( ) próximo a paredes que recebem calor
( ) próximo a paredes com tubulações
57
Outras informações
1) Existe algum trabalho de conservação em andamento? (Se existe, qual é a
proposta?)
2) Existe alguma política de reprodução e duplicação fotográficas?
3) Com que frequência o acervo é consultado?
4) Qual o perfil dos pesquisadores?
5) Quais são os cuidados tomados no manuseio dos documentos fotográficos?
6) Quantas pessoas cuidam do acervo?
7) Existe alguma política de controle de acesso aos originais?
8) A umidade relativa e a temperatura são controladas?
9) As condições ambientais são monitoradas e registradas?
10) Existe alguma rotina de limpeza e controle do ambiente?
11) Como é realizada a limpeza do ambiente?
12) Quais são os tipos de materiais de revestimento empregados (teto, paredes
13) Qual é o tipo de iluminação existente?
14) Existe alguma política para enfrentar desastres (incêndios, inundações,
vandalismo, etc.)?
15) O quadro de pessoal está preparado? Como?
16) São realizadas revisões elétricas periódicas?
17) Existem sistemas de alarme e de combate a incêndios?
18) Existe sinal de infestação de insetos?
19) Existem problemas de goteiras?
20) Outras observações.
58
ANEXO II
FICHA CATALOGRÁFICA – MUSEU EFNOB/BAURU
I - Referência visual do documento
II - Procedência do documento
1. Local onde se encontra
1.1 Código de referência
2. Origem da aquisição
2.1 Tipo de aquisição
2.2 Foi adquirido em conjunto com
outros materiais?
2.3 É peça avulsa ou faz parte de um
conjunto de fotos?
3. Informações adicionais
59
III - Conservação do documento
1.Estado atual de conservação
2. Condições físicas em que se acha
Armazenado
3. Condições ambientais em que se
acha armazenado
IV - Identificação do documento
1. Informações concernentes aos elementos constitutivos e as coordenadas de
situação anotadas
V – Informações referentes ao assunto
Tema representado na imagem
VI– Informações referentes ao fotógrafo
1. Fotógrafo ou estabelecimento autor
do registro
1.1 Endereço do fotógrafo ou
estabelecimento autor do registro
2. Autoria por atribuição
2.1 Tipo de montagem da fotografia
2.2 Cenários de estúdio no caso de
retratos:
2.3 Características de estilo
1.1 Na ficha existente na instituição
1.2 No suporte onde a foto foi
Armazenada
1.3 Na própria foto
2. Dados bibliográficos do documento
se este foi publicado
60
2.4 Fotógrafos atuantes no local na
época em que a fotografia foi
produzida
3. Pistas que levem à determinação do
contratante do serviço fotográfico
VII – Informações referentes à tecnologia
1. Quando se tratar de um original fotográfico de época
1.1 Equipamento utilizado
1.2 Natureza do original
1.3 Suporte da superfície fotossensível
1.4 Processo fotográfico empregado
1.5 Textura da superfície do papel
fotográfico
1.6 Tonalidade
1.7 Formato da imagem
1.8 Características da montagem
61