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ESTUDO LITERÁRIO 1 Secretaria de Cultura do Amazonas Biblioteca Virtual do Amazonas Autor da obra: Jorge Amado Autor do Estudo: João Batista Gomes MAR MORTO NOTA BIOGRÁFICA Baiano de Itabuna Jorge Amado de Farias nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, zona cacaueira ao sul do Estado da Bahia. Passou a infância dividida entre a cidade natal e Salvador. Morreu em 7 de agosto de 2001, aos 89 anos de idade. Fuga do colégio Jorge Amado, aos 12 anos de idade (1924), foge do colégio. Durante dois meses, atravessa o sertão baiano até chegar a Itaporanga, em Sergipe, onde reside seu avô paterno. É seu tio Álvaro, irmão de João Amado, que vai buscar o menino e levá-lo de volta à fazenda do pai. Primeiro emprego, primeiro poema Aos 15 anos (1927), Jorge Amado consegue o primeiro emprego: repórter policial do Diário da Bahia. Em seguida, entra para o jornal O Imparcial. Também aos 15, estréia na literatura como poeta, na revista A Luva, com um poema de feições modernistas. Faculdade de Direito Jorge Amado entra na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro aos 19 anos (1931). Estréia como romancista Em 1931, Jorge Amado estréia na Literatura Brasileira com o romance O país do carnaval (tiragem de mil exemplares). O livro é elogiado pela crítica especializada e torna-se um sucesso de público. O autor tinha, então, 19 anos de idade. Filiação ao Partido Comunista Em 1932, levado por Rachel de Queiroz, passa a freqüentar grupos políticos de esquerda, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS. Em 1935, forma-se em Direito.

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ESTUDO LITERÁRIO

1

Secretaria de Cultura do Amazonas Biblioteca Virtual do Amazonas

Autor da obra: Jorge Amado Autor do Estudo: João Batista Gomes

MAR MORTO

NOTA BIOGRÁFICA Baiano de Itabuna

Jorge Amado de Farias nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, zona cacaueira ao sul do Estado da Bahia. Passou a infância dividida entre a cidade natal e Salvador. Morreu em 7 de agosto de 2001, aos 89 anos de idade.

Fuga do colégio

Jorge Amado, aos 12 anos de idade (1924), foge do colégio. Durante dois meses, atravessa o sertão baiano até chegar a Itaporanga, em Sergipe, onde reside seu avô paterno. É seu tio Álvaro, irmão de João Amado, que vai buscar o menino e levá-lo de volta à fazenda do pai.

Primeiro emprego, primeiro poema

Aos 15 anos (1927), Jorge Amado consegue o primeiro emprego: repórter policial do Diário da Bahia. Em seguida, entra para o jornal O Imparcial. Também aos 15, estréia na literatura como poeta, na revista A Luva, com um poema de feições modernistas.

Faculdade de Direito

Jorge Amado entra na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro aos 19 anos (1931).

Estréia como romancista

Em 1931, Jorge Amado estréia na Literatura Brasileira com o romance O país do carnaval (tiragem de mil exemplares). O livro é elogiado pela crítica especializada e torna-se um sucesso de público. O autor tinha, então, 19 anos de idade.

Filiação ao Partido Comunista

Em 1932, levado por Rachel de Queiroz, passa a freqüentar grupos políticos de esquerda, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro, hoje PPS. Em 1935, forma-se em Direito.

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Cacau: sucesso rápido Em 1933, Jorge Amado publica Cacau (Ariel Editora, Rio de Janeiro), com tiragem de dois mil exemplares. O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil exemplares. Primeiro casamento Em dezembro de 1933, casa-se com Matilde Garcia Rosa, em Estância, Sergipe. Juntos, lançam, pela editora Schmidt, o livro infantil Descoberta do Mundo. Prisão e exílio Em 1936, Jorge Amado sofre sua primeira prisão por motivos políticos: acusado de participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior, em Natal (a chamada "Intentona Comunista"). Perseguido, vai para a Argentina. Mar morto: prêmio da ABL Em 1936, publica o romance Mar morto, que recebe o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras. Capitães da Areia Em 1937, Jorge Amado publica o romance Capitães da Areia, uma crítica contundente à burguesia brasileira. Livros queimados em praça pública Em 1937, o governo apreende exemplares dos seus livros, considerados subversivos, e queima-os em praça pública (Salvador). Desquite Em 1944, publica o romance São Jorge dos Ilhéus; desquita-se de Matilde. Conhece Zélia Gattai Em 1945, em janeiro, conhece Zélia Gattai com quem passa a viver a partir do mês de julho, já em São Paulo. Sai, no Brasil, A Vida de Luís Carlos Prestes, com o título de O cavaleiro da esperança. Redemocratização, Câmara Federal e perda do mandato Em 1946, com a redemocratização, elege-se deputado federal pelo PCB, mas, no ano seguinte, tem seu mandato cassado em conseqüência da decretação da ilegalidade do partido. Amizade com Luís Carlos Prestes Nunca fez segredo de suas posições políticas e não só dedicou alguns livros a Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, como escreveu um biografia do líder comunista brasileiro. Vivendo da literatura

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Cacau: sucesso rápido Em 1933, Jorge Amado publica Cacau (Ariel Editora, Rio de Janeiro), com tiragem de dois mil exemplares. O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil exemplares. Primeiro casamento Em dezembro de 1933, casa-se com Matilde Garcia Rosa, em Estância, Sergipe. Juntos, lançam, pela editora Schmidt, o livro infantil Descoberta do Mundo. Prisão e exílio Em 1936, Jorge Amado sofre sua primeira prisão por motivos políticos: acusado de participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior, em Natal (a chamada "Intentona Comunista"). Perseguido, vai para a Argentina. Mar morto: prêmio da ABL Em 1936, publica o romance Mar morto, que recebe o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras. Capitães da Areia Em 1937, Jorge Amado publica o romance Capitães da Areia, uma crítica contundente à burguesia brasileira. Livros queimados em praça pública Em 1937, o governo apreende exemplares dos seus livros, considerados subversivos, e queima-os em praça pública (Salvador). Desquite Em 1944, publica o romance São Jorge dos Ilhéus; desquita-se de Matilde. Conhece Zélia Gattai Em 1945, em janeiro, conhece Zélia Gattai com quem passa a viver a partir do mês de julho, já em São Paulo. Sai, no Brasil, A Vida de Luís Carlos Prestes, com o título de O cavaleiro da esperança. Redemocratização, Câmara Federal e perda do mandato Em 1946, com a redemocratização, elege-se deputado federal pelo PCB, mas, no ano seguinte, tem seu mandato cassado em conseqüência da decretação da ilegalidade do partido. Amizade com Luís Carlos Prestes Nunca fez segredo de suas posições políticas e não só dedicou alguns livros a Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, como escreveu um biografia do líder comunista brasileiro. Vivendo da literatura

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A partir de 1958, inicia uma produção metódica, que lhe permitiu viver somente da literatura. Romances Proletários Seus romances retratam a vida urbana em Salvador, com forte coloração social, como é o caso de Suor, O país do carnaval e Capitães da areia. Romances do Ciclo do Cacau São romances cujos temas enfocam as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, a exploração do trabalhador rural e os exportadores - a nova força econômica da região. Pertencem a esse ciclo os romances Cacau, Terras do sem fim e São Jorge dos Ilhéus. Romances líricos e de costumes Esse fase inicia-se com Jubiabá e Mar morto e estende-se às últimas produções do autor. Eleito para a ABL Em 1961, candidata-se à Academia Brasileira de Letras e é eleito, no dia 6 de abril, por unanimidade. Passa a ocupar a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Obras ROMANCES

1. O país do carnaval - 1931 2. Cacau - 1933 3. Suor - 1934 4. Jubiabá - 1935 5. Mar morto - 1936 6. Capitães da areia - 1937 7. Terra do sem fim - 1942 8. São Jorge dos Ilhéus - 1944 9. Seara vermelha - 1946 10. Os subterrâneos da liberdade - 1952 11. Gabriela, cravo e canela - 1958 12. Dona Flor e seus dois maridos - 1966 13. Tenda dos milagres - 1969 14. Teresa Batista cansada de guerra - 1972 15. Tieta do agreste - 1977 16. Tocaia grande - 1984 17. O sumiço da santa - 1988 18. Navegação de cabotagem - 1991 19. A descoberta da América pelos turcos - 1994 NOVELAS 1. A morte e a morte de Quincas Berro Dágua - 1959 2. Os velhos marinheiros - 1961

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A partir de 1958, inicia uma produção metódica, que lhe permitiu viver somente da literatura. Romances Proletários Seus romances retratam a vida urbana em Salvador, com forte coloração social, como é o caso de Suor, O país do carnaval e Capitães da areia. Romances do Ciclo do Cacau São romances cujos temas enfocam as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, a exploração do trabalhador rural e os exportadores - a nova força econômica da região. Pertencem a esse ciclo os romances Cacau, Terras do sem fim e São Jorge dos Ilhéus. Romances líricos e de costumes Esse fase inicia-se com Jubiabá e Mar morto e estende-se às últimas produções do autor. Eleito para a ABL Em 1961, candidata-se à Academia Brasileira de Letras e é eleito, no dia 6 de abril, por unanimidade. Passa a ocupar a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Obras ROMANCES

1. O país do carnaval - 1931 2. Cacau - 1933 3. Suor - 1934 4. Jubiabá - 1935 5. Mar morto - 1936 6. Capitães da areia - 1937 7. Terra do sem fim - 1942 8. São Jorge dos Ilhéus - 1944 9. Seara vermelha - 1946 10. Os subterrâneos da liberdade - 1952 11. Gabriela, cravo e canela - 1958 12. Dona Flor e seus dois maridos - 1966 13. Tenda dos milagres - 1969 14. Teresa Batista cansada de guerra - 1972 15. Tieta do agreste - 1977 16. Tocaia grande - 1984 17. O sumiço da santa - 1988 18. Navegação de cabotagem - 1991 19. A descoberta da América pelos turcos - 1994 NOVELAS 1. A morte e a morte de Quincas Berro Dágua - 1959 2. Os velhos marinheiros - 1961

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3. Os pastores da noite - 1964 BIOGRAFIA 1. ABC de Castro Alves - 1941 2. O cavaleiro da Esperança - 1945 TEATRO 1. O amor do soldado - 1947 POESIAS 1. A estrada do mar - 1938

CRONOLOGIA BIOGRÁFICA DE JORGE AMADO

1912 - Nasce Jorge Amado de Farias, em 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia,

em Ferradas, município de Itabuna, Bahia. 1913 - O pai de Jorge Amado (João Amado de Faria), cultivador de cacau, é ferido

numa tocaia, em sua própria fazenda. 1914 - Uma cheia do rio Cachoeira, acompanhada de uma epidemia de Varíola, obriga

os pais de Jorge Amado a deixar Ferradas. A família passa a residir em Ilhéus. João Amado de Farias passa a vender tamancos para sobreviver.

1917 - A família muda-se para a fazenda Taranga, em Itajuípe, onde João Amado de Farias volta a dedicar-se ao cultivo de cacau.

1918 - De novo em Ilhéus, e já alfabetizado pela mãe, Jorge Amado é matriculado na escola de dona Guilhermina, que costumava usar a palmatória e submeter os alunos a castigos.

1922 - Cria A Luneta, um jornalzinho distribuído para familiares e vizinhos. Deixa a escola de Dona Guilhermina e é mandado para Salvador, onde ingressa, como interno, no Colégio Antônio Vieira, de padres jesuítas.

1923 - Graças a uma redação elogiada em classe, tem acesso a livros de Jonathan Swift, Charles Dickens, Walter Scott e a clássicos da literatura portuguesa.

1924 - Jorge Amado foge do colégio. Durante dois meses, atravessa o sertão baiano até chegar a Itaporanga, em Sergipe, onde reside seu avô paterno. É seu tio Álvaro, irmão de João Amado, que vai buscar o menino e levá-lo de volta à fazenda do pai.

1926 - Ingressa no Ginásio Ipiranga, outra vez como interno. Lá, conhece o futuro escritor Adonias Filho. Dirige A Pátria, jornal oficial do grêmio do colégio, que logo abandona para fundar A Folha, fazendo oposição ao primeiro.

1927 - Continua a estudar no Ginásio Ipiranga, mas no regime de externato. 1927 - Consegue o primeiro emprego: repórter policial do Diário da Bahia. Em seguida,

entra para o jornal O Imparcial. 1927 - Estréia literária de Jorge Amado como poeta, na revista A Luva, com um poema

de feições modernistas.

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3. Os pastores da noite - 1964 BIOGRAFIA 1. ABC de Castro Alves - 1941 2. O cavaleiro da Esperança - 1945 TEATRO 1. O amor do soldado - 1947 POESIAS 1. A estrada do mar - 1938

CRONOLOGIA BIOGRÁFICA DE JORGE AMADO

1912 - Nasce Jorge Amado de Farias, em 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia,

em Ferradas, município de Itabuna, Bahia. 1913 - O pai de Jorge Amado (João Amado de Faria), cultivador de cacau, é ferido

numa tocaia, em sua própria fazenda. 1914 - Uma cheia do rio Cachoeira, acompanhada de uma epidemia de Varíola, obriga

os pais de Jorge Amado a deixar Ferradas. A família passa a residir em Ilhéus. João Amado de Farias passa a vender tamancos para sobreviver.

1917 - A família muda-se para a fazenda Taranga, em Itajuípe, onde João Amado de Farias volta a dedicar-se ao cultivo de cacau.

1918 - De novo em Ilhéus, e já alfabetizado pela mãe, Jorge Amado é matriculado na escola de dona Guilhermina, que costumava usar a palmatória e submeter os alunos a castigos.

1922 - Cria A Luneta, um jornalzinho distribuído para familiares e vizinhos. Deixa a escola de Dona Guilhermina e é mandado para Salvador, onde ingressa, como interno, no Colégio Antônio Vieira, de padres jesuítas.

1923 - Graças a uma redação elogiada em classe, tem acesso a livros de Jonathan Swift, Charles Dickens, Walter Scott e a clássicos da literatura portuguesa.

1924 - Jorge Amado foge do colégio. Durante dois meses, atravessa o sertão baiano até chegar a Itaporanga, em Sergipe, onde reside seu avô paterno. É seu tio Álvaro, irmão de João Amado, que vai buscar o menino e levá-lo de volta à fazenda do pai.

1926 - Ingressa no Ginásio Ipiranga, outra vez como interno. Lá, conhece o futuro escritor Adonias Filho. Dirige A Pátria, jornal oficial do grêmio do colégio, que logo abandona para fundar A Folha, fazendo oposição ao primeiro.

1927 - Continua a estudar no Ginásio Ipiranga, mas no regime de externato. 1927 - Consegue o primeiro emprego: repórter policial do Diário da Bahia. Em seguida,

entra para o jornal O Imparcial. 1927 - Estréia literária de Jorge Amado como poeta, na revista A Luva, com um poema

de feições modernistas.

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1928 - Passa a fazer parte do grupo literário Academia dos Rebeldes, que prega "uma arte moderna sem ser modernista".

1929 - Começa a trabalhar em O Jornal, onde publica, sob o pseudônimo de Y. Karl, a novela Lenita (escrita em parceria com Dias da Costa e Edison Carneiro).

1930 - Muda-se para o Rio de Janeiro para estudar. Conhece Vinícius de Moraes, Otávio de Faria e outros nomes importantes da literatura.

1931 - Ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Publica (setembro) seu primeiro romance: O país do carnaval, com prefácio de Augusto Frederico Schimidt e tiragem de mil exemplares. O livro é elogiado pela crítica especializada e torna-se um sucesso de público.

1932 - Divide apartamento, em Ipanema, com o poeta Raul Bopp. Conhece José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira) e Rachel de Queiroz (autora de O Quinze). Por meio de Rachel de Queiroz, aproxima-se dos comunistas.

1932 - Sai a segunda edição de O país do carnaval (tiragem de dois mil exemplares). 1932 - Viaja para Pirangi, região cacaueira, interior da Bahia; impressionado com a vida

dos trabalhadores da região, começa a escrever o romance Cacau. 1933 - Jorge Amado publica Cacau (Ariel Editora, Rio de Janeiro), com tiragem de dois

mil exemplares. O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil exemplares.

1933 - Vai a Maceió só para conhecer Graciliano Ramos (autor de Caetés). A amizade entre os dois só termina com a morte de Graciliano.

1933 - Conhece também José Lins do Rego (autor de Fogo Morto), Aurélio Buarque de Holanda (dicionarista) e Jorge de Lima (poeta, autor XIV Alexandrinos).

1933 - Torna-se redator-chefe da revista Rio Magazine. 1933 - Em dezembro, casa-se com Matilde Garcia Rosa, em Estância, Sergipe. Juntos,

lançam, pela editora Schmidt, o livro infantil Descoberta do Mundo. 1934 - Publica, pela Ariel, o romance Suor. Passa a trabalhar na Livraria José Olympio

Editora, do Rio de Janeiro, dando oportunidade a autores novos. 1935 - Nasce sua filha Eulália Dalila Amado. 1935 - Escreve em A Manhã, jornal da Aliança Nacional Libertadora. 1935 - Tem o seu primeiro livro traduzido: Cacau, publicado em Buenos Aires. 1935 - Lançamento de Cacau e Suor em Moscou. 1935 - Conclui o curso de Direito. 1935 - Publica Jubiabá, pela José Olympio. 1936 - Jorge Amado sofre sua primeira prisão por motivos políticos: acusado de

participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior, em Natal (a chamada "Intentona Comunista").

1936 - Publica Mar Morto, que recebe o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras.

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1928 - Passa a fazer parte do grupo literário Academia dos Rebeldes, que prega "uma arte moderna sem ser modernista".

1929 - Começa a trabalhar em O Jornal, onde publica, sob o pseudônimo de Y. Karl, a novela Lenita (escrita em parceria com Dias da Costa e Edison Carneiro).

1930 - Muda-se para o Rio de Janeiro para estudar. Conhece Vinícius de Moraes, Otávio de Faria e outros nomes importantes da literatura.

1931 - Ingressa na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Publica (setembro) seu primeiro romance: O país do carnaval, com prefácio de Augusto Frederico Schimidt e tiragem de mil exemplares. O livro é elogiado pela crítica especializada e torna-se um sucesso de público.

1932 - Divide apartamento, em Ipanema, com o poeta Raul Bopp. Conhece José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira) e Rachel de Queiroz (autora de O Quinze). Por meio de Rachel de Queiroz, aproxima-se dos comunistas.

1932 - Sai a segunda edição de O país do carnaval (tiragem de dois mil exemplares). 1932 - Viaja para Pirangi, região cacaueira, interior da Bahia; impressionado com a vida

dos trabalhadores da região, começa a escrever o romance Cacau. 1933 - Jorge Amado publica Cacau (Ariel Editora, Rio de Janeiro), com tiragem de dois

mil exemplares. O livro esgota-se em um mês; a segunda edição sai com três mil exemplares.

1933 - Vai a Maceió só para conhecer Graciliano Ramos (autor de Caetés). A amizade entre os dois só termina com a morte de Graciliano.

1933 - Conhece também José Lins do Rego (autor de Fogo Morto), Aurélio Buarque de Holanda (dicionarista) e Jorge de Lima (poeta, autor XIV Alexandrinos).

1933 - Torna-se redator-chefe da revista Rio Magazine. 1933 - Em dezembro, casa-se com Matilde Garcia Rosa, em Estância, Sergipe. Juntos,

lançam, pela editora Schmidt, o livro infantil Descoberta do Mundo. 1934 - Publica, pela Ariel, o romance Suor. Passa a trabalhar na Livraria José Olympio

Editora, do Rio de Janeiro, dando oportunidade a autores novos. 1935 - Nasce sua filha Eulália Dalila Amado. 1935 - Escreve em A Manhã, jornal da Aliança Nacional Libertadora. 1935 - Tem o seu primeiro livro traduzido: Cacau, publicado em Buenos Aires. 1935 - Lançamento de Cacau e Suor em Moscou. 1935 - Conclui o curso de Direito. 1935 - Publica Jubiabá, pela José Olympio. 1936 - Jorge Amado sofre sua primeira prisão por motivos políticos: acusado de

participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior, em Natal (a chamada "Intentona Comunista").

1936 - Publica Mar Morto, que recebe o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras.

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1937 - O autor publica Capitães da areia. O governo apreende exemplares dos seus livros, considerados subversivos, e queima-os em praça pública (Salvador). É novamente preso, em Manaus.

1938 - Liberto, o escritor é mandado para o Rio. Muda-se para São Paulo, onde passa a residir com Rubem Braga. Depois, vai para a Bahia e Sergipe; aqui, imprime o livro de poemas A estrada do mar, que distribui para os amigos.

1938 - O romance Suor é publicado em Inglês pela primeira vez; Jubiabá tem versão em francês.

1939 - Retorna ao Rio de Janeiro. Inicia intensa atividade política em decorrência das torturas de presos e da desarticulação do Partido Comunista. Torna-se redator-chefe das revistas Dom Casmurro e Diretrizes.

1940 - A revista Diretrizes publica o primeiro capítulo de ABC de Castro Alves. Passa a trabalhar no jornal Meio-Dia.

1941 - Entrega o ABC de Castro Alves à Livraria Martins Editora, de São Paulo (seus últimos livros vinham sendo publicados pela José Olympio). Refugia-se na Argentina e começa a escrever a biografia de Luís Carlos Prestes. É eleito deputado federal pelo PCB, por São Paulo.

1942 - Publica, em Buenos Aires, A vida de Luís Carlos Prestes. Embora editado em espanhol, o livro é vendido no Brasil clandestinamente.

1942 - Jorge Amado volta ao Brasil, mas é preso ao desembarcar em Porto Alegre. De lá, é mandado para o Rio; finalmente, é despachado para Salvador, onde fica confinado.

1943 - Volta às páginas de O Imparcial assinando a seção "Hora da guerra" e escrevendo pequenas histórias.

1943 - Publica Terras do sem fim, seu primeiro livro a ser vendido livremente após seis anos de censura.

1944 - Publica São Jorge dos Ilhéus; desquita-se de Matilde. 1945 - Em janeiro, conhece Zélia Gattai com quem passa a viver a partir do mês de

julho, já em São Paulo. Sai, no Brasil, A Vida de Luís Carlos Prestes, com o título de O cavaleiro da esperança.

1945 - Publica Bahia de Todos os Santos. 1945 - É eleito deputado federal pelo PCB; Terras do sem fim sai pela respeitada editora

A. Knopf, de Nova York. 1946 - Assume o mandato na Assembléia Constituinte e passa a residir no Rio de

Janeiro. 1946 - Lança Seara vermelha; torna-se amigo de Pierre Verger, fotógrafo e etnólogo

francês que, atraído pelos livros do autor, passa a viver em Salvador. 1947 - Publica a peça teatral O amor de Castro Alves; a companhia de cinema Atlântida

compra os direitos de Terras do sem fim; o próprio Jorge Amado escreve os diálogos do filme.

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1937 - O autor publica Capitães da areia. O governo apreende exemplares dos seus livros, considerados subversivos, e queima-os em praça pública (Salvador). É novamente preso, em Manaus.

1938 - Liberto, o escritor é mandado para o Rio. Muda-se para São Paulo, onde passa a residir com Rubem Braga. Depois, vai para a Bahia e Sergipe; aqui, imprime o livro de poemas A estrada do mar, que distribui para os amigos.

1938 - O romance Suor é publicado em Inglês pela primeira vez; Jubiabá tem versão em francês.

1939 - Retorna ao Rio de Janeiro. Inicia intensa atividade política em decorrência das torturas de presos e da desarticulação do Partido Comunista. Torna-se redator-chefe das revistas Dom Casmurro e Diretrizes.

1940 - A revista Diretrizes publica o primeiro capítulo de ABC de Castro Alves. Passa a trabalhar no jornal Meio-Dia.

1941 - Entrega o ABC de Castro Alves à Livraria Martins Editora, de São Paulo (seus últimos livros vinham sendo publicados pela José Olympio). Refugia-se na Argentina e começa a escrever a biografia de Luís Carlos Prestes. É eleito deputado federal pelo PCB, por São Paulo.

1942 - Publica, em Buenos Aires, A vida de Luís Carlos Prestes. Embora editado em espanhol, o livro é vendido no Brasil clandestinamente.

1942 - Jorge Amado volta ao Brasil, mas é preso ao desembarcar em Porto Alegre. De lá, é mandado para o Rio; finalmente, é despachado para Salvador, onde fica confinado.

1943 - Volta às páginas de O Imparcial assinando a seção "Hora da guerra" e escrevendo pequenas histórias.

1943 - Publica Terras do sem fim, seu primeiro livro a ser vendido livremente após seis anos de censura.

1944 - Publica São Jorge dos Ilhéus; desquita-se de Matilde. 1945 - Em janeiro, conhece Zélia Gattai com quem passa a viver a partir do mês de

julho, já em São Paulo. Sai, no Brasil, A Vida de Luís Carlos Prestes, com o título de O cavaleiro da esperança.

1945 - Publica Bahia de Todos os Santos. 1945 - É eleito deputado federal pelo PCB; Terras do sem fim sai pela respeitada editora

A. Knopf, de Nova York. 1946 - Assume o mandato na Assembléia Constituinte e passa a residir no Rio de

Janeiro. 1946 - Lança Seara vermelha; torna-se amigo de Pierre Verger, fotógrafo e etnólogo

francês que, atraído pelos livros do autor, passa a viver em Salvador. 1947 - Publica a peça teatral O amor de Castro Alves; a companhia de cinema Atlântida

compra os direitos de Terras do sem fim; o próprio Jorge Amado escreve os diálogos do filme.

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ESTUDO LITERÁRIO

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1947 - Nasce, no Rio de Janeiro, o filho João Jorge. 1948 - Tem seu mandato na Câmara cassado (o registro do Partido Comunista fora

cancelado). Jorge Amado, sabendo que ia ser perseguido pelo governo, vai residir em Paris, mas deixa a família no Rio de Janeiro.

1948 - Publica O gato Malhado e a andorinha Sinhá, livro infantil composto para comemorar o primeiro aniversário do filho.

1949 - Morre, no Rio de Janeiro, de repente, sua filha Eulália. 1950 - Gentilmente expulso da França, passa a residir na Tchecoslováquia, onde escreve

O Mundo da Paz, livro sobre os países socialistas. 1951 - Escreve o romance Os subterrâneos da liberdade. 1951 - Nasce, em Praga, sua filha Paloma. Recebe, em Moscou, pelo conjunto de sua

obra, o prêmio internacional Stalin. 1952 - Viaja à China e à Mongólia. Volta para o Brasil com a família, fixando

residência no Rio de Janeiro. 1953 - Faz viagem à Europa, à Argentina e ao Chile. Volta ao Brasil para rever

Graciliano Ramos que estava no leito de morte. Faz o discurso de despedida à beira do túmulo do amigo.

1955 - Permanece em Viena de janeiro a março. Em dezembro, faz rápida viagem à Bahia.

1956 - Fixa residência novamente no Brasil (Rio de Janeiro). Desliga-se do Partido Comunista para se dedicar totalmente à profissão de escritor.

1957 - Faz viagem ao Oriente, ao lado de Zélia, Pablo e Matilde Neruda. Conhece a mãe-de-santo Menininha do Cantois, quem se mantém ligado até a morte dela, ocorrida em agosto de 1986.

1958 - Escreve o romance Gabriela, cravo e canela. O livro, publicado em agosto, vendeu, até dezembro, mais de 50 mil exemplares.

1959 - Gabriela coleciona prêmios: Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro; Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e Luíza Cláudio de Souza, do Pen Clube, entre outros.

1959 - Funda a Academia de Letras de Ilhéus. 1959 - Lança, na revista Senhor, do Rio de Janeiro, a novela A morte e a morte de

Quincas Berra Dágua. 1961 - Candidata-se à Academia Brasileira de Letras e é eleito, no dia 6 de abril, por

unanimidade. Publicação de Os Velhos Marinheiros. 1962 - Morre o pai de Jorge Amado, no Rio de Janeiro, aos 81 anos de idade. 1963 - Deixa o Rio de Janeiro e passa a residir na Bahia, na casa do bairro de Rio

Vermelho (na rua Alagoinhas, 33), onde reside até sua morte (agosto de 2001). 1964 - Lança a novela Os pastores da noite. 1966 - Lança, com grande sucesso, o romance Dona Flor e seus dois maridos.

ESTUDO LITERÁRIO

7

1947 - Nasce, no Rio de Janeiro, o filho João Jorge. 1948 - Tem seu mandato na Câmara cassado (o registro do Partido Comunista fora

cancelado). Jorge Amado, sabendo que ia ser perseguido pelo governo, vai residir em Paris, mas deixa a família no Rio de Janeiro.

1948 - Publica O gato Malhado e a andorinha Sinhá, livro infantil composto para comemorar o primeiro aniversário do filho.

1949 - Morre, no Rio de Janeiro, de repente, sua filha Eulália. 1950 - Gentilmente expulso da França, passa a residir na Tchecoslováquia, onde escreve

O Mundo da Paz, livro sobre os países socialistas. 1951 - Escreve o romance Os subterrâneos da liberdade. 1951 - Nasce, em Praga, sua filha Paloma. Recebe, em Moscou, pelo conjunto de sua

obra, o prêmio internacional Stalin. 1952 - Viaja à China e à Mongólia. Volta para o Brasil com a família, fixando

residência no Rio de Janeiro. 1953 - Faz viagem à Europa, à Argentina e ao Chile. Volta ao Brasil para rever

Graciliano Ramos que estava no leito de morte. Faz o discurso de despedida à beira do túmulo do amigo.

1955 - Permanece em Viena de janeiro a março. Em dezembro, faz rápida viagem à Bahia.

1956 - Fixa residência novamente no Brasil (Rio de Janeiro). Desliga-se do Partido Comunista para se dedicar totalmente à profissão de escritor.

1957 - Faz viagem ao Oriente, ao lado de Zélia, Pablo e Matilde Neruda. Conhece a mãe-de-santo Menininha do Cantois, quem se mantém ligado até a morte dela, ocorrida em agosto de 1986.

1958 - Escreve o romance Gabriela, cravo e canela. O livro, publicado em agosto, vendeu, até dezembro, mais de 50 mil exemplares.

1959 - Gabriela coleciona prêmios: Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro; Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; e Luíza Cláudio de Souza, do Pen Clube, entre outros.

1959 - Funda a Academia de Letras de Ilhéus. 1959 - Lança, na revista Senhor, do Rio de Janeiro, a novela A morte e a morte de

Quincas Berra Dágua. 1961 - Candidata-se à Academia Brasileira de Letras e é eleito, no dia 6 de abril, por

unanimidade. Publicação de Os Velhos Marinheiros. 1962 - Morre o pai de Jorge Amado, no Rio de Janeiro, aos 81 anos de idade. 1963 - Deixa o Rio de Janeiro e passa a residir na Bahia, na casa do bairro de Rio

Vermelho (na rua Alagoinhas, 33), onde reside até sua morte (agosto de 2001). 1964 - Lança a novela Os pastores da noite. 1966 - Lança, com grande sucesso, o romance Dona Flor e seus dois maridos.

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ESTUDO LITERÁRIO

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1969 - Lança o romance A tenda dos milagres (tiragem de 75 mil exemplares). O autor sempre o considerou seu melhor romance.

1970 - Estréia o filme Capitães da Areia, produção americana dirigida por Halt Bartlert. 1972 - Morre, em Salvador, a mãe de Jorge Amado, aos 88 anos de idade. 1972 - Sai o romance Teresa Batista cansada de Guerra. 1972 - Estréia, na Rede Globo, a novela Gabriela cravo e canela, maior sucesso de

Jorge amado na tevê. A direção é de Walter Avancini, tendo Sônia Braga no papel-título e Armando Bogus interpretando Nacib.

1976 - Estréia, no cinema, Dona Flor e seus dois maridos, filme de Bruno Barreto, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. Recebe, na Itália, o Prêmio lila, pelo livro Teresa Batista cansada de guerra.

1977 - É lançado, no Rio de Janeiro, o romance Tieta do Agreste. 1979 - Lançamento do romance Farda fardão camisola de dormir. 1981 - Comemoração do Cinqüentenário da publicação de O País do carnaval. 1984 - Publica Tocaia grande (tiragem inicial de 150 mil exemplares). 1988 - Publica o romance O sumiço da santa. 1991 - Publica o romance Navegação de cabotagem. 1994 - Publica o romance A descoberta da América pelos turcos. 2001 - Morre na Bahia, aos 89 anos de idade.

DIVISÃO DA OBRA

TRÊS PARTES - O romance Mar Morto divide-se em três partes: PRIMEIRA PARTE - Iemanjá, Dona dos Mares e dos Saveiros (contém 12

capítulos). SEGUNDA PARTE - O Paquete Voador (contém 9 capítulos). TERCEIRA PARTE - Mar Morto (contém 4 capítulos).

NÚMERO DE CAPÍTULOS O romance Mar morto possui 25 capítulos, uns curtos, outros extensos, todos

intitulados.

TÍTULO O nome "Mar morto" homenageia os sentimentos de Lívia. Para ela, a vida no mar

incluía Guma. Depois que ele morreu, é como se o mar tivesse morrido junto. CLASSIFICAÇÃO DO ROMANCE

ROMANCE DE COSTUMES - Mar morto é um romance de costumes onde o autor retrata as histórias da beira do cais da Bahia. Os velhos marinheiros que remendam velas, os mestres dos saveiros, os pretos tatuados e os malandros são as personagens que

ESTUDO LITERÁRIO

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1969 - Lança o romance A tenda dos milagres (tiragem de 75 mil exemplares). O autor sempre o considerou seu melhor romance.

1970 - Estréia o filme Capitães da Areia, produção americana dirigida por Halt Bartlert. 1972 - Morre, em Salvador, a mãe de Jorge Amado, aos 88 anos de idade. 1972 - Sai o romance Teresa Batista cansada de Guerra. 1972 - Estréia, na Rede Globo, a novela Gabriela cravo e canela, maior sucesso de

Jorge amado na tevê. A direção é de Walter Avancini, tendo Sônia Braga no papel-título e Armando Bogus interpretando Nacib.

1976 - Estréia, no cinema, Dona Flor e seus dois maridos, filme de Bruno Barreto, com Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. Recebe, na Itália, o Prêmio lila, pelo livro Teresa Batista cansada de guerra.

1977 - É lançado, no Rio de Janeiro, o romance Tieta do Agreste. 1979 - Lançamento do romance Farda fardão camisola de dormir. 1981 - Comemoração do Cinqüentenário da publicação de O País do carnaval. 1984 - Publica Tocaia grande (tiragem inicial de 150 mil exemplares). 1988 - Publica o romance O sumiço da santa. 1991 - Publica o romance Navegação de cabotagem. 1994 - Publica o romance A descoberta da América pelos turcos. 2001 - Morre na Bahia, aos 89 anos de idade.

DIVISÃO DA OBRA

TRÊS PARTES - O romance Mar Morto divide-se em três partes: PRIMEIRA PARTE - Iemanjá, Dona dos Mares e dos Saveiros (contém 12

capítulos). SEGUNDA PARTE - O Paquete Voador (contém 9 capítulos). TERCEIRA PARTE - Mar Morto (contém 4 capítulos).

NÚMERO DE CAPÍTULOS O romance Mar morto possui 25 capítulos, uns curtos, outros extensos, todos

intitulados.

TÍTULO O nome "Mar morto" homenageia os sentimentos de Lívia. Para ela, a vida no mar

incluía Guma. Depois que ele morreu, é como se o mar tivesse morrido junto. CLASSIFICAÇÃO DO ROMANCE

ROMANCE DE COSTUMES - Mar morto é um romance de costumes onde o autor retrata as histórias da beira do cais da Bahia. Os velhos marinheiros que remendam velas, os mestres dos saveiros, os pretos tatuados e os malandros são as personagens que

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fazem de Mar morto uma crônica de costumes, um romance extremamente lírico, uma espécie de poema em prosa.

FOCO NARRATIVO

TERCEIRA PESSOA - O romance Mar morto é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente). O narrador (o próprio autor) relata as ações de todos os personagens, penetrando em seu interior, revelando ao leitor as suas particularidades, dando, às vezes, uma visão pessoal do que acontece.

Em muitos episódios, narrador e personagem fundem-se, dando a impressão de um ser único.

TIPO DE LINGUAGEM

LINGUAGEM COLOQUIAL - A linguagem de Mar morto é extremamente coloquial, sendo, inclusive, uma das características de todos os romances de Jorge Amado. O autor incorpora dados da fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão.

TEMPO

FLASHBACK - A história de Mar morto começa pelo meio. No primeiro capítulo, intitulado Tempestade, Lívia, já casada com Guma, espera-o, aflita, de mais uma longa viagem pela mar. Na seqüência, Jorge Amado recomeça a história para contar tudo, passo a passo, de forma linear e cronológica.

Tempo cronológico - Em Mar morto, as ações das personagens acontecem no tempo cronológico (exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias, dos anos). O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) aparece tenuemente.

CENÁRIO

SALVADOR - O cenário principal de Mar morto é Salvador, mais precisamente o cais da cidade, chamado por Jorge Amado de o cais da Bahia.

CIDADES DA BAHIA - As cidades de Itaparica, Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro aparecem no livro como cenário complementar.

RECÔNCAVO BAIANO - Conjunto de cidades ao centro-sul do Estado da Bahia - todo percorrido por Rosa Palmeirão - onde nasceram os homens mais valentes das águas.

Rio de Janeiro e Recife - O Rio de Janeiro é citado; de lá, Rosa Palmeirão chegou num navio de terceira classe. De Recife, veio a mãe de Guma para levá-lo, depois que soube da morte de Frederico, pai do menino.

ESCOLA LITERÁRIA

ESTUDO LITERÁRIO

9

fazem de Mar morto uma crônica de costumes, um romance extremamente lírico, uma espécie de poema em prosa.

FOCO NARRATIVO

TERCEIRA PESSOA - O romance Mar morto é narrado na terceira pessoa (narrador onisciente). O narrador (o próprio autor) relata as ações de todos os personagens, penetrando em seu interior, revelando ao leitor as suas particularidades, dando, às vezes, uma visão pessoal do que acontece.

Em muitos episódios, narrador e personagem fundem-se, dando a impressão de um ser único.

TIPO DE LINGUAGEM

LINGUAGEM COLOQUIAL - A linguagem de Mar morto é extremamente coloquial, sendo, inclusive, uma das características de todos os romances de Jorge Amado. O autor incorpora dados da fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão.

TEMPO

FLASHBACK - A história de Mar morto começa pelo meio. No primeiro capítulo, intitulado Tempestade, Lívia, já casada com Guma, espera-o, aflita, de mais uma longa viagem pela mar. Na seqüência, Jorge Amado recomeça a história para contar tudo, passo a passo, de forma linear e cronológica.

Tempo cronológico - Em Mar morto, as ações das personagens acontecem no tempo cronológico (exterior, marcado pela passagem das horas, dos dias, dos anos). O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens, marcado pela ação da memória, das reflexões) aparece tenuemente.

CENÁRIO

SALVADOR - O cenário principal de Mar morto é Salvador, mais precisamente o cais da cidade, chamado por Jorge Amado de o cais da Bahia.

CIDADES DA BAHIA - As cidades de Itaparica, Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro aparecem no livro como cenário complementar.

RECÔNCAVO BAIANO - Conjunto de cidades ao centro-sul do Estado da Bahia - todo percorrido por Rosa Palmeirão - onde nasceram os homens mais valentes das águas.

Rio de Janeiro e Recife - O Rio de Janeiro é citado; de lá, Rosa Palmeirão chegou num navio de terceira classe. De Recife, veio a mãe de Guma para levá-lo, depois que soube da morte de Frederico, pai do menino.

ESCOLA LITERÁRIA

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SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA - Mar morto pertence à segunda geração do Modernismo na Literatura Brasileira (1930-1945) que, entre outras, apresenta as seguintes características:

1. Literatura de caráter mais construtivo (a primeira geração tinha caráter destrutivo).

2. Romance caracterizado pela denúncia social. 3. Verdadeiro documento da realidade brasileira. 4. Extremo das relações da personagem com o meio natural e social. 5. Regionalismo.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Em Mar morto, as principais figuras de linguagem usadas pelo autor são: 1. Metáfora - Desvio na significação própria de uma palavra; comparação sutil

entre palavras ou idéias afins. 2. Metonímia - Uso de uma palavra por outra. 3. Silepse - Concordância com a idéia associada em nossa mente; do ponto de

vista gramatical, constitui erro. 4. Antítese - Palavras ou expressões de sentido contrário. 5. Símile - Comparação comum (com presença de conjunção adverbial

comparativa) entre duas palavras no período. presença de conjunção adverbial comparativa) entre duas palavras no período.

ENREDO PRINCIPAL

Tendo a Bahia como cenário e picantes casos de amor como assunto, o autor cria histórias em que o povo comum é elevado à categoria de herói com toques românticos. Assim sendo, Mar morto é a história da beira de cais da Bahia, dos velhos marinheiros que remendam velas, dos mestres dos saveiros, dos pretos tatuados e dos malandros, ou seja, do povo de Iemanjá.

Em síntese, Mar morto é a história de Guma e Lívia que é a história da vida e do amor no mar.

PERSONAGENS

As personagens criadas por Jorge Amado são planas, lineares ou estereotipadas (não mudam de comportamento ou de caráter). Não há preocupação com aspectos psicológicos. Sobressaem, em todas elas, os caracteres físicos.

Guma É o personagem principal. Gumercindo era o seu nome de batismo. Foi entregue pela mãe, logo que nasceu, ao seu Pai Frederico, que morreu no mar ao tentar salvar o próprio irmão (velho Francisco), que criou o pequeno Guma dentro do seu saveiro.

ESTUDO LITERÁRIO

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SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA - Mar morto pertence à segunda geração do Modernismo na Literatura Brasileira (1930-1945) que, entre outras, apresenta as seguintes características:

1. Literatura de caráter mais construtivo (a primeira geração tinha caráter destrutivo).

2. Romance caracterizado pela denúncia social. 3. Verdadeiro documento da realidade brasileira. 4. Extremo das relações da personagem com o meio natural e social. 5. Regionalismo.

FIGURAS DE LINGUAGEM

Em Mar morto, as principais figuras de linguagem usadas pelo autor são: 1. Metáfora - Desvio na significação própria de uma palavra; comparação sutil

entre palavras ou idéias afins. 2. Metonímia - Uso de uma palavra por outra. 3. Silepse - Concordância com a idéia associada em nossa mente; do ponto de

vista gramatical, constitui erro. 4. Antítese - Palavras ou expressões de sentido contrário. 5. Símile - Comparação comum (com presença de conjunção adverbial

comparativa) entre duas palavras no período. presença de conjunção adverbial comparativa) entre duas palavras no período.

ENREDO PRINCIPAL

Tendo a Bahia como cenário e picantes casos de amor como assunto, o autor cria histórias em que o povo comum é elevado à categoria de herói com toques românticos. Assim sendo, Mar morto é a história da beira de cais da Bahia, dos velhos marinheiros que remendam velas, dos mestres dos saveiros, dos pretos tatuados e dos malandros, ou seja, do povo de Iemanjá.

Em síntese, Mar morto é a história de Guma e Lívia que é a história da vida e do amor no mar.

PERSONAGENS

As personagens criadas por Jorge Amado são planas, lineares ou estereotipadas (não mudam de comportamento ou de caráter). Não há preocupação com aspectos psicológicos. Sobressaem, em todas elas, os caracteres físicos.

Guma É o personagem principal. Gumercindo era o seu nome de batismo. Foi entregue pela mãe, logo que nasceu, ao seu Pai Frederico, que morreu no mar ao tentar salvar o próprio irmão (velho Francisco), que criou o pequeno Guma dentro do seu saveiro.

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ESTUDO LITERÁRIO

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Guma era um mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de ser um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia. Lívia É o par romântico de Guma na história, primeira grande paixão; tornou-se e esposa do herói, com quem se casou na igreja de Monte Serrat, onde se casam os pescadores, os canoeiros e os mestres de saveiros. Era magra e a mulher mais linda da beira do cais e dos saveiros. Conheceu Guma numa festa de Iemanjá. Depois, por meio de Rodolfo, irmão dela, os dois se aproximaram. Aparece na história como uma mulher insegura, pois a profissão de mestre de saveiro desempenhada pelo marido deixava-a em desespero, poderia perdê-lo a qualquer momento: ele podia morrer no mar, ser levado por Iemanjá. Não queria que, um dia, seu filho tivesse o mesmo destino do pai. Preto Rufino Sem pai, criado pela mãe, Rufino pouco se demorou na escola: foi trabalhar para sustentar a mãe e a irmã (Maricota). Velejador, companheiro de Esmeralda e grande amigo de Guma desde os tempos da escola. Cresceu remando canoa, tornou-se um negro forte e respeitado. Ao descobrir que era traído pela companheira, matou-a e, depois, suicidou-se. Esmeralda Fora mulher da vida, vivera com vários homens até tornar-se companheira do preto Rufino. Era uma mulata bonita e peituda, de olhos verdes. Insinuava-se para Guma e chegou a ter uma noite de amor com ele. Antes de morrer, contou, em detalhes, o episódio a Rufino. Mestre Manuel Marinheiro que mais conhecia aqueles mares, homem de Maria Clara e dono de saveiro. Maria Clara Mulher de mestre Manuel. Tinha orgulho da profissão do marido e estava preparada para perdê-lo para Iemanjá. Raimundo Numa violenta tempestade, morreu juntamente com o filho, tendo sido seus corpos encontrados por Guma. Jacques Filho de Raimundo, que morreu com o pai; era casado e deixou a mulher Judith com um filho na barriga. Judith Viúva de Jacques, mulata, com a barriga deformando o vestido de chita. Consolada por todos, principalmente pelas mulheres, pois um dia poderiam ficar também viúvas, se seus maridos morressem no mar.

ESTUDO LITERÁRIO

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Guma era um mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de ser um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia. Lívia É o par romântico de Guma na história, primeira grande paixão; tornou-se e esposa do herói, com quem se casou na igreja de Monte Serrat, onde se casam os pescadores, os canoeiros e os mestres de saveiros. Era magra e a mulher mais linda da beira do cais e dos saveiros. Conheceu Guma numa festa de Iemanjá. Depois, por meio de Rodolfo, irmão dela, os dois se aproximaram. Aparece na história como uma mulher insegura, pois a profissão de mestre de saveiro desempenhada pelo marido deixava-a em desespero, poderia perdê-lo a qualquer momento: ele podia morrer no mar, ser levado por Iemanjá. Não queria que, um dia, seu filho tivesse o mesmo destino do pai. Preto Rufino Sem pai, criado pela mãe, Rufino pouco se demorou na escola: foi trabalhar para sustentar a mãe e a irmã (Maricota). Velejador, companheiro de Esmeralda e grande amigo de Guma desde os tempos da escola. Cresceu remando canoa, tornou-se um negro forte e respeitado. Ao descobrir que era traído pela companheira, matou-a e, depois, suicidou-se. Esmeralda Fora mulher da vida, vivera com vários homens até tornar-se companheira do preto Rufino. Era uma mulata bonita e peituda, de olhos verdes. Insinuava-se para Guma e chegou a ter uma noite de amor com ele. Antes de morrer, contou, em detalhes, o episódio a Rufino. Mestre Manuel Marinheiro que mais conhecia aqueles mares, homem de Maria Clara e dono de saveiro. Maria Clara Mulher de mestre Manuel. Tinha orgulho da profissão do marido e estava preparada para perdê-lo para Iemanjá. Raimundo Numa violenta tempestade, morreu juntamente com o filho, tendo sido seus corpos encontrados por Guma. Jacques Filho de Raimundo, que morreu com o pai; era casado e deixou a mulher Judith com um filho na barriga. Judith Viúva de Jacques, mulata, com a barriga deformando o vestido de chita. Consolada por todos, principalmente pelas mulheres, pois um dia poderiam ficar também viúvas, se seus maridos morressem no mar.

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ESTUDO LITERÁRIO

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Velho Francisco Tio de Guma, irmão de Frederico. Foi quem criou Guma, dentro do seu saveiro, após a morte do irmão. Vivia de remendar velas e do que lhe dava o sobrinho. Velejador experiente, em atividade conheceu todos os portos daquelas bandas. Os moradores do cais eram seus amigos. O nome dos seus três saveiros estavam tatuados no braço direito junto com o nome do seu irmão Frederico, que ficou na tempestade. Frederico Pai de Guma. Morreu numa tempestade quando tentava salvar o irmão, velho Francisco; seu corpo não foi encontrado. Em Aracaju, aonde havia chegado e ficado um mês, mulherengo que nem macaco, conheceu uma mulher e meteu-lhe um filho (Guma). Era mulato, valente, usava bigode, tirou as tripas de um por causa de uma cabrocha. Rita Mulher do velho Francisco. Morreu do coração no dia em que aconteceu o acidente com o marido. Mãe de Guma Jorge Amado não a identifica pelo nome. Ninguém sabia quem era, mas um dia, chegando do Recife, apareceu para levar o menino, informada por um conhecido que lhe disse que Frederico havia morrido há dois anos. Era bonita, mas tinha os dentes cariados; tinha um dente de ouro para compensar. Maltratada pela vida, era ainda nova. Há onze anos, ela estava na vida, conhecendo homens, dormindo com eles, apanhando de muitos. Foi-se embora sem ter levado o filho e nunca mais voltou, pois vida de mulher-dama era o mesmo que a de marinheiro, não tinha parada certa, vivia onde houvesse dinheiro para ganhar. Chico Tristeza Era um preto grosso que não sorria. Velejador famoso. Foi dado como morto. Ainda menino, engajou num cargueiro alemão. Uma noite, seu navio chegou, e todos queriam vê-lo, inclusive sua mãe, que vendia cocada no centro da cidade. Guma queria ser como Chico Tristeza. Professora Dulce Professora de todos os meninos da beira do cais, inclusive de Guma, que com ela aprendeu a ler e a escrever o nome. Era cansada de tudo o que via na beira do cais e sonhava com um milagre. Viera da escola normal para ajudar uma mãe pobre, que já fora rica, e um irmão bêbedo, esperança dela, da mãe e do pai, um senhor de bigode. Substituiu uma professora solteirona, de palmatória e gritos histéricos. Quis fazer de seu curso a casa alegre dos meninos do cais. Sonhava com a liberdade e a felicidade daquelas pessoas. Maneca Mãozinha

ESTUDO LITERÁRIO

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Velho Francisco Tio de Guma, irmão de Frederico. Foi quem criou Guma, dentro do seu saveiro, após a morte do irmão. Vivia de remendar velas e do que lhe dava o sobrinho. Velejador experiente, em atividade conheceu todos os portos daquelas bandas. Os moradores do cais eram seus amigos. O nome dos seus três saveiros estavam tatuados no braço direito junto com o nome do seu irmão Frederico, que ficou na tempestade. Frederico Pai de Guma. Morreu numa tempestade quando tentava salvar o irmão, velho Francisco; seu corpo não foi encontrado. Em Aracaju, aonde havia chegado e ficado um mês, mulherengo que nem macaco, conheceu uma mulher e meteu-lhe um filho (Guma). Era mulato, valente, usava bigode, tirou as tripas de um por causa de uma cabrocha. Rita Mulher do velho Francisco. Morreu do coração no dia em que aconteceu o acidente com o marido. Mãe de Guma Jorge Amado não a identifica pelo nome. Ninguém sabia quem era, mas um dia, chegando do Recife, apareceu para levar o menino, informada por um conhecido que lhe disse que Frederico havia morrido há dois anos. Era bonita, mas tinha os dentes cariados; tinha um dente de ouro para compensar. Maltratada pela vida, era ainda nova. Há onze anos, ela estava na vida, conhecendo homens, dormindo com eles, apanhando de muitos. Foi-se embora sem ter levado o filho e nunca mais voltou, pois vida de mulher-dama era o mesmo que a de marinheiro, não tinha parada certa, vivia onde houvesse dinheiro para ganhar. Chico Tristeza Era um preto grosso que não sorria. Velejador famoso. Foi dado como morto. Ainda menino, engajou num cargueiro alemão. Uma noite, seu navio chegou, e todos queriam vê-lo, inclusive sua mãe, que vendia cocada no centro da cidade. Guma queria ser como Chico Tristeza. Professora Dulce Professora de todos os meninos da beira do cais, inclusive de Guma, que com ela aprendeu a ler e a escrever o nome. Era cansada de tudo o que via na beira do cais e sonhava com um milagre. Viera da escola normal para ajudar uma mãe pobre, que já fora rica, e um irmão bêbedo, esperança dela, da mãe e do pai, um senhor de bigode. Substituiu uma professora solteirona, de palmatória e gritos histéricos. Quis fazer de seu curso a casa alegre dos meninos do cais. Sonhava com a liberdade e a felicidade daquelas pessoas. Maneca Mãozinha

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ESTUDO LITERÁRIO

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Conhecido de infância de Guma, tinha uma das mãos torta. Uma vez, apanhou de Rufino por ter espiado debaixo da saia de Maricota, irmã de Rufino. Rodolfo Conhecido de infância de Guma. Era branco, bonito, cabelos bem lisos, parecia que não era dali. Um dia, chegou com o pai que abriu uma venda e foi à falência. Era malvisto no cais. Numa briga de adolescentes, puxou de uma navalha e fez um talho debaixo do queixo de Rufino, que depois se vingou, deixando-o estirado na areia, com a cara quebrada, sem navalha e sem calças, pois assim era a lei do cais. Seu pai, o velho Concórdia, tinha uma bodega no mercado. Sua mãe morreu quando ele nasceu. Era irmão de Lívia. Vesgo Conhecido de infância de Guma. Fazia parte da turma de Maneca Mãozinha e de Rodolfo. Rosa Palmeirão Mulata valente, conhecida por suas aventuras, tinha um ABC, e até os cegos do sertão contavam as suas estripulias; usava navalha na saia e punhal no peito. Certa vez, deu em seis soldados; freqüentou vinte prisões e bateu em muito homem. Tornou-se Rosa Palmeirão quando o seu primeiro homem, Rosalvo, fê-la abortar, dando-lhe uma beberagem amarga. Como vingança, matou-o com uma punhalada no peito. Anos ausente, andando pelo Recôncavo, depois pelo sul do Estado, amigou-se com um coronel que dela velou uma surra. Numa de suas últimas passagens pelo cais da Bahia, viveu uns tempos com Guma. Babau Dono do Farol das Estrelas, uma espécie de bar e hospedaria, ponto de encontro dos velejadores do cais. Severiano Freguês do Farol das Estrelas, era um canoeiro decidido. Juca Um homem (mulato) com quem Rosa Palmeirão viveu no Rio de Janeiro e que desapareceu de medo, depois que ela bateu nos cabras que invadiram sua casa para estuprá-la. Foram todos parar na delegacia. João Pequeno Mestre de saveiro que mais conhecia da profissão naquele cais inteiro. Sua fama era respeitada muito longe. Morreu no mar. O governo deu uma pensão à mulher dele, cortada por economia. Dizem que aparecia nas noites de tempestade. Xavier Mulato troncudo e pescador, dono do saveiro Caboré. Godofredo

ESTUDO LITERÁRIO

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Conhecido de infância de Guma, tinha uma das mãos torta. Uma vez, apanhou de Rufino por ter espiado debaixo da saia de Maricota, irmã de Rufino. Rodolfo Conhecido de infância de Guma. Era branco, bonito, cabelos bem lisos, parecia que não era dali. Um dia, chegou com o pai que abriu uma venda e foi à falência. Era malvisto no cais. Numa briga de adolescentes, puxou de uma navalha e fez um talho debaixo do queixo de Rufino, que depois se vingou, deixando-o estirado na areia, com a cara quebrada, sem navalha e sem calças, pois assim era a lei do cais. Seu pai, o velho Concórdia, tinha uma bodega no mercado. Sua mãe morreu quando ele nasceu. Era irmão de Lívia. Vesgo Conhecido de infância de Guma. Fazia parte da turma de Maneca Mãozinha e de Rodolfo. Rosa Palmeirão Mulata valente, conhecida por suas aventuras, tinha um ABC, e até os cegos do sertão contavam as suas estripulias; usava navalha na saia e punhal no peito. Certa vez, deu em seis soldados; freqüentou vinte prisões e bateu em muito homem. Tornou-se Rosa Palmeirão quando o seu primeiro homem, Rosalvo, fê-la abortar, dando-lhe uma beberagem amarga. Como vingança, matou-o com uma punhalada no peito. Anos ausente, andando pelo Recôncavo, depois pelo sul do Estado, amigou-se com um coronel que dela velou uma surra. Numa de suas últimas passagens pelo cais da Bahia, viveu uns tempos com Guma. Babau Dono do Farol das Estrelas, uma espécie de bar e hospedaria, ponto de encontro dos velejadores do cais. Severiano Freguês do Farol das Estrelas, era um canoeiro decidido. Juca Um homem (mulato) com quem Rosa Palmeirão viveu no Rio de Janeiro e que desapareceu de medo, depois que ela bateu nos cabras que invadiram sua casa para estuprá-la. Foram todos parar na delegacia. João Pequeno Mestre de saveiro que mais conhecia da profissão naquele cais inteiro. Sua fama era respeitada muito longe. Morreu no mar. O governo deu uma pensão à mulher dele, cortada por economia. Dizem que aparecia nas noites de tempestade. Xavier Mulato troncudo e pescador, dono do saveiro Caboré. Godofredo

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Comandante da Companhia, malvisto no cais, pois perseguia o quanto podia os saveiros, os canoeiros e os carregadores. Ficou devendo favores a Guma quando este salvou o navio "Canavieiras" da tempestade. Nele, vinham os filhos de Godofredo. Jeremias Velho soldado, morador do forte. É quem cantava, nos dias e noites de tempestade, a canção que dizia ser doce morrer no mar. Anselmo Pai de santo, porta-voz dos marítimos perante Iemanjá, macumbeiro da beira do cais; foi marinheiro, andou pela África e era quem organizava as festas de Iemanjá. Traíra Canoeiro do "Maria da Graça", mulato avermelhado, tinha um bigodinho bem cuidado e uma cabeça raspada à escovinha. Natural de Santo Amaro, casado, pai de três filhas: Marta, Margarida e Raquel. Numa confusão de cabaré, em Cachoeira, morreu vítima de um tiro; antes, porém, matou o atirador à faca. Tibéria Caftina, dona de uma casa de mulheres em Cachoeira. Lá, Guma conheceu Rita Maria da Encarnação que o livrou da morte. Rita Maria da Encarnação Prostituta de dezesseis anos, natural de Alagoinhas, teve uma filhinha morta e aparece como uma mulher sofrida. Morreu, ao se meter entre Guma e a bala de um sargento, numa confusão em um prostíbulo, numa das cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira). Dr. Rodrigo Médico, poeta, uma espécie de pai para todos do cais, que esperavam que um dia ele se casasse com a professora Dulce, com quem, às vezes, saía. Era um homem magro e fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas. Escrevia versos, fazia poemas para o mar, mas só Dulce sabia. Besouro Figura lendária. Natural de Santo Amaro, onde derramou sangue, esfaqueou gente e lutou capoeira. Em Maracangalha, cortaram-no todinho a facão. Ali brilha sua estrela. Marta, Margarida e Raquel Filhas de Traíra (aquele que foi assassinado em Cachoeira, no prostíbulo de Tibéria). Marta já estava moça; tinha uns dezoito anos, cosia peças, começando por um enxoval, pois o noivo podia chegar a qualquer momento. Margarida pulava nas pedras, brincava na beira do rio. Raquel ia fazer quatro anos, falava atrapalhado e conversava com uma velha boneca. Frederico

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Comandante da Companhia, malvisto no cais, pois perseguia o quanto podia os saveiros, os canoeiros e os carregadores. Ficou devendo favores a Guma quando este salvou o navio "Canavieiras" da tempestade. Nele, vinham os filhos de Godofredo. Jeremias Velho soldado, morador do forte. É quem cantava, nos dias e noites de tempestade, a canção que dizia ser doce morrer no mar. Anselmo Pai de santo, porta-voz dos marítimos perante Iemanjá, macumbeiro da beira do cais; foi marinheiro, andou pela África e era quem organizava as festas de Iemanjá. Traíra Canoeiro do "Maria da Graça", mulato avermelhado, tinha um bigodinho bem cuidado e uma cabeça raspada à escovinha. Natural de Santo Amaro, casado, pai de três filhas: Marta, Margarida e Raquel. Numa confusão de cabaré, em Cachoeira, morreu vítima de um tiro; antes, porém, matou o atirador à faca. Tibéria Caftina, dona de uma casa de mulheres em Cachoeira. Lá, Guma conheceu Rita Maria da Encarnação que o livrou da morte. Rita Maria da Encarnação Prostituta de dezesseis anos, natural de Alagoinhas, teve uma filhinha morta e aparece como uma mulher sofrida. Morreu, ao se meter entre Guma e a bala de um sargento, numa confusão em um prostíbulo, numa das cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira). Dr. Rodrigo Médico, poeta, uma espécie de pai para todos do cais, que esperavam que um dia ele se casasse com a professora Dulce, com quem, às vezes, saía. Era um homem magro e fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas. Escrevia versos, fazia poemas para o mar, mas só Dulce sabia. Besouro Figura lendária. Natural de Santo Amaro, onde derramou sangue, esfaqueou gente e lutou capoeira. Em Maracangalha, cortaram-no todinho a facão. Ali brilha sua estrela. Marta, Margarida e Raquel Filhas de Traíra (aquele que foi assassinado em Cachoeira, no prostíbulo de Tibéria). Marta já estava moça; tinha uns dezoito anos, cosia peças, começando por um enxoval, pois o noivo podia chegar a qualquer momento. Margarida pulava nas pedras, brincava na beira do rio. Raquel ia fazer quatro anos, falava atrapalhado e conversava com uma velha boneca. Frederico

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Nome do filho de Guma e Lívia, uma homenagem ao avô. Uma criança que brincava com um barquinho numa bacia de água, sinal de que seguiria o destino do pai. Toufick, o árabe Mascate, viera da Arábia na terceira classe de um navio. Sem conhecer a língua, vendia sombrinhas, seda barata e bolsas. Adaptou-se aos poucos. Morava num bairro árabe do Pelourinho. Por meio dele, Guma envolveu-se com o contrabando de seda. Quando o saveiro naufragou, Guma salvou-o. F. Murad O árabe mais rico da cidade. Sua casa de tecido tomava quase um quarteirão da rua Chile. Contrabandista de seda. Chamou Toufick para ser seu empregado. Haddad Outro árabe. Morre no naufrágio em que Guma morreu, numa das viagens de contrabando. João Caçula Proprietário de um barco vendido a Guma, o "Paquete Voador". Tinha um pequeno negócio e pagava alguns empregados. Vivia em dificuldades. Antônio Filho de F. Murad, estudante de Direito, literato e farrista. Estava com Guma, Haddad e Toufick. Foi na tentativa de salvar Antônio que Guma terminou morrendo.

PRIMEIRA PARTE A primeira parte da obra denomina-se IEMANJÁ, Dona dos Mares e dos Saveiros,

e possui doze capítulos.

Primeiro capítulo Tempestade

Jorge Amado destaca a chegada da noite com tempestade, carregada de nuvens, lavando o cais, amassando a areia, balançando os navios atracados e maltratando, sem piedade, os negros da estiva. Todos abandonaram o cais. O preto Rufino, diante do copo de cachaça, sabia que, com a tempestade, Esmeralda não viria ao encontro dele. Mestre Manuel resolveu não sair com seu saveiro, preferiu ficar amando Maria Clara. Lívia ficou, aflita, à beira do cais, sob a chuva e o vento, esperando Guma que vinha no "Valente", desafiando a fúria dos ventos. Um saveiro virou no mar e dois homens (Raimundo e Jacques) caíram na água e morreram.

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Nome do filho de Guma e Lívia, uma homenagem ao avô. Uma criança que brincava com um barquinho numa bacia de água, sinal de que seguiria o destino do pai. Toufick, o árabe Mascate, viera da Arábia na terceira classe de um navio. Sem conhecer a língua, vendia sombrinhas, seda barata e bolsas. Adaptou-se aos poucos. Morava num bairro árabe do Pelourinho. Por meio dele, Guma envolveu-se com o contrabando de seda. Quando o saveiro naufragou, Guma salvou-o. F. Murad O árabe mais rico da cidade. Sua casa de tecido tomava quase um quarteirão da rua Chile. Contrabandista de seda. Chamou Toufick para ser seu empregado. Haddad Outro árabe. Morre no naufrágio em que Guma morreu, numa das viagens de contrabando. João Caçula Proprietário de um barco vendido a Guma, o "Paquete Voador". Tinha um pequeno negócio e pagava alguns empregados. Vivia em dificuldades. Antônio Filho de F. Murad, estudante de Direito, literato e farrista. Estava com Guma, Haddad e Toufick. Foi na tentativa de salvar Antônio que Guma terminou morrendo.

PRIMEIRA PARTE A primeira parte da obra denomina-se IEMANJÁ, Dona dos Mares e dos Saveiros,

e possui doze capítulos.

Primeiro capítulo Tempestade

Jorge Amado destaca a chegada da noite com tempestade, carregada de nuvens, lavando o cais, amassando a areia, balançando os navios atracados e maltratando, sem piedade, os negros da estiva. Todos abandonaram o cais. O preto Rufino, diante do copo de cachaça, sabia que, com a tempestade, Esmeralda não viria ao encontro dele. Mestre Manuel resolveu não sair com seu saveiro, preferiu ficar amando Maria Clara. Lívia ficou, aflita, à beira do cais, sob a chuva e o vento, esperando Guma que vinha no "Valente", desafiando a fúria dos ventos. Um saveiro virou no mar e dois homens (Raimundo e Jacques) caíram na água e morreram.

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Segundo capítulo Cancioneiro do Cais

Cessada a tempestade, Lívia continua esperando Guma e ouve os gemidos de Maria Clara dentro do saveiro com mestre Manuel. Breve ela também estaria nos braços de Guma, pois há oito dias não o via. Rufino conta a Lívia que Raimundo e Jacques morreram afogados, tendo sido seus corpos encontrados por Guma. Todos passam a compartilhar do sofrimento de Judith, mulher de Jacques, uma mulata que ficou com um filho na barriga. Maria Clara ainda soluça de amor. Judith não terá amor esta noite nem nunca mais, pois seu homem morreu no mar. Do forte abandonado, vem a música cantada pelo velho soldado Jeremias, voz possante de preto:

"A noite é para o amor... "Vem amar nas águas, que a lua brilha... "É doce morrer no mar...

Terceiro capítulo Terras do sem fim

Agora, o velho soldado Jeremias entoa uma canção que diz "desgraça é a mulher que casa com um homem do mar, seu destino será infeliz". O velho Francisco conhece essa canção, pois foram quarenta anos num saveiro, e era amigo de todos daquela região. Uma vez, ao salvar uma tripulação, viu o vulto de Iemanjá. Já teve três saveiros, mas agora vivia de remendar velas e do que lhe dava Guma. Frederico, seu irmão e pai de Guma, morreu na tempestade para salvá-lo. Sua mulher Rita morreu do coração quando soube do acidente com o marido.

A mãe de Guma, que o entregou ao pai logo que ele nasceu, chega de Recife para levar o menino. Frederico, mulherengo que nem macaco, passando um mês em Aracaju e prometendo-lhe mundos e fundos, deixou-a naquele estado. Havia morrido, Guma era um filho sem pai e seria criado por ela. O velho Francisco não entregaria o seu sobrinho para uma mulher da vida. Quando foi apresentá-la ao filho, Guma pensou que aquela fosse a mulher que seu tio lhe prometera, que deitaria com ele numa cama, mesmo tendo apenas onze anos. Guma assusta-se ao saber que aquela mulher tão esperada por ele era sua mãe, pois nunca lhe tinham falado dela. Ela o chama de filho e só então Guma sente um pouco de ternura por aquela mulher. Despediu-se e nunca mais voltou.

Não iria jamais com ela. Seu destino era o mar. Uma noite, Velho Francisco deixou uma mulata para Guma no saveiro. Depois,

vieram outras. Somente quando Guma tinha dezoito anos, o tio contou ao sobrinho as peripécias do irmão, que vivia pelo mundo e uma vez voltou trazendo a vida de um homem na ponta da faca. Guma já era homem, pois manobrava muito bem um saveiro.

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Segundo capítulo Cancioneiro do Cais

Cessada a tempestade, Lívia continua esperando Guma e ouve os gemidos de Maria Clara dentro do saveiro com mestre Manuel. Breve ela também estaria nos braços de Guma, pois há oito dias não o via. Rufino conta a Lívia que Raimundo e Jacques morreram afogados, tendo sido seus corpos encontrados por Guma. Todos passam a compartilhar do sofrimento de Judith, mulher de Jacques, uma mulata que ficou com um filho na barriga. Maria Clara ainda soluça de amor. Judith não terá amor esta noite nem nunca mais, pois seu homem morreu no mar. Do forte abandonado, vem a música cantada pelo velho soldado Jeremias, voz possante de preto:

"A noite é para o amor... "Vem amar nas águas, que a lua brilha... "É doce morrer no mar...

Terceiro capítulo Terras do sem fim

Agora, o velho soldado Jeremias entoa uma canção que diz "desgraça é a mulher que casa com um homem do mar, seu destino será infeliz". O velho Francisco conhece essa canção, pois foram quarenta anos num saveiro, e era amigo de todos daquela região. Uma vez, ao salvar uma tripulação, viu o vulto de Iemanjá. Já teve três saveiros, mas agora vivia de remendar velas e do que lhe dava Guma. Frederico, seu irmão e pai de Guma, morreu na tempestade para salvá-lo. Sua mulher Rita morreu do coração quando soube do acidente com o marido.

A mãe de Guma, que o entregou ao pai logo que ele nasceu, chega de Recife para levar o menino. Frederico, mulherengo que nem macaco, passando um mês em Aracaju e prometendo-lhe mundos e fundos, deixou-a naquele estado. Havia morrido, Guma era um filho sem pai e seria criado por ela. O velho Francisco não entregaria o seu sobrinho para uma mulher da vida. Quando foi apresentá-la ao filho, Guma pensou que aquela fosse a mulher que seu tio lhe prometera, que deitaria com ele numa cama, mesmo tendo apenas onze anos. Guma assusta-se ao saber que aquela mulher tão esperada por ele era sua mãe, pois nunca lhe tinham falado dela. Ela o chama de filho e só então Guma sente um pouco de ternura por aquela mulher. Despediu-se e nunca mais voltou.

Não iria jamais com ela. Seu destino era o mar. Uma noite, Velho Francisco deixou uma mulata para Guma no saveiro. Depois,

vieram outras. Somente quando Guma tinha dezoito anos, o tio contou ao sobrinho as peripécias do irmão, que vivia pelo mundo e uma vez voltou trazendo a vida de um homem na ponta da faca. Guma já era homem, pois manobrava muito bem um saveiro.

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Quarto capítulo Acalanto de Rosa Palmeirão

Neste capítulo, Jorge Amado dá ênfase à história dessa mulata que possuía um ABC com as suas aventuras, contadas por todos, principalmente pelo velho Francisco. Sua fama corria o mundo, e todo marinheiro a conhecia: navalha na saia, punhal no peito, deu em seis soldados, comeu vinte prisões, bateu em muito homem. Andava pelo Recôncavo, sul do Estado e Rio de Janeiro. Uma flor (uma rosa palmeirão) que trazia sempre no vestido herdou-lhe o nome. Não aparecia há anos.

Certa vez, na terceira classe de um navio, chegou do Rio de Janeiro e foi o centro das atenções, reviu a todos e conheceu Guma (tinha-o visto ainda menino) a quem confessou que queria ter um filho e com quem viveu uns tempos. Dessa vez, contou que, vivendo com um tal de Juca, um cabra frouxo que havia apanhando dela invadiu a casa com mais seis homens querendo bater no Juca e abrir a vela. Todos apanharam. Na delegacia, o delegado, que era baiano, já conhecia sua a fama de Rosa Palmeirão. Juca foi-se embora de medo.

Quinto capítulo Lei

Uma nova tempestade assustou os homens do cais, proibindo viagens e dando prejuízos. Num dia igual a esse, morreu João Pequeno, o mestre de saveiro que mais conhecia a profissão naquele cais. O governo deu uma pensão à mulher dele, cortada por economia. Aparecia nas noites de tempestade.

Xavier, mulato troncudo, chegou no seu saveiro Caboré. Quando lhe perguntam o porquê daquele nome, ele explica, meio alterado: "Foi por causa de uma mulher". Ela o chamava de Caboré, mas ele não sabia por quê. Um dia, sem nenhum motivo, foi embora.

Godofredo, comandante da Companhia, odiado no cais por perseguir a todos, ofereceu duzentos mil réis, mais cem mil réis do seu bolso, para um prático que trouxesse o "Canavieiras", que estava fora, sem poder entrar e pedindo socorro. Seus dois filhos estavam dentro. Guma aceitou o desafio, resgatou o saveiro e salvou a tripulação. A partir desse episódio, ganhou fama no cais da Bahia.

Sexto capítulo

Iemanjá dos cinco nomes Ninguém no cais tinha um só nome, inclusive Iemanjá, que tinha cinco nomes

doces, conhecidos por todos: IEMANJÁ, seu verdadeiro nome, dona das águas, senhora dos oceanos. DONA JANAÍNA, para os canoeiros. INAÊ, para os pretos, seus filhos mais diletos. PRINCESA DE AIOCÁ, para quem os pretos também faziam suas súplicas.

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Quarto capítulo Acalanto de Rosa Palmeirão

Neste capítulo, Jorge Amado dá ênfase à história dessa mulata que possuía um ABC com as suas aventuras, contadas por todos, principalmente pelo velho Francisco. Sua fama corria o mundo, e todo marinheiro a conhecia: navalha na saia, punhal no peito, deu em seis soldados, comeu vinte prisões, bateu em muito homem. Andava pelo Recôncavo, sul do Estado e Rio de Janeiro. Uma flor (uma rosa palmeirão) que trazia sempre no vestido herdou-lhe o nome. Não aparecia há anos.

Certa vez, na terceira classe de um navio, chegou do Rio de Janeiro e foi o centro das atenções, reviu a todos e conheceu Guma (tinha-o visto ainda menino) a quem confessou que queria ter um filho e com quem viveu uns tempos. Dessa vez, contou que, vivendo com um tal de Juca, um cabra frouxo que havia apanhando dela invadiu a casa com mais seis homens querendo bater no Juca e abrir a vela. Todos apanharam. Na delegacia, o delegado, que era baiano, já conhecia sua a fama de Rosa Palmeirão. Juca foi-se embora de medo.

Quinto capítulo Lei

Uma nova tempestade assustou os homens do cais, proibindo viagens e dando prejuízos. Num dia igual a esse, morreu João Pequeno, o mestre de saveiro que mais conhecia a profissão naquele cais. O governo deu uma pensão à mulher dele, cortada por economia. Aparecia nas noites de tempestade.

Xavier, mulato troncudo, chegou no seu saveiro Caboré. Quando lhe perguntam o porquê daquele nome, ele explica, meio alterado: "Foi por causa de uma mulher". Ela o chamava de Caboré, mas ele não sabia por quê. Um dia, sem nenhum motivo, foi embora.

Godofredo, comandante da Companhia, odiado no cais por perseguir a todos, ofereceu duzentos mil réis, mais cem mil réis do seu bolso, para um prático que trouxesse o "Canavieiras", que estava fora, sem poder entrar e pedindo socorro. Seus dois filhos estavam dentro. Guma aceitou o desafio, resgatou o saveiro e salvou a tripulação. A partir desse episódio, ganhou fama no cais da Bahia.

Sexto capítulo

Iemanjá dos cinco nomes Ninguém no cais tinha um só nome, inclusive Iemanjá, que tinha cinco nomes

doces, conhecidos por todos: IEMANJÁ, seu verdadeiro nome, dona das águas, senhora dos oceanos. DONA JANAÍNA, para os canoeiros. INAÊ, para os pretos, seus filhos mais diletos. PRINCESA DE AIOCÁ, para quem os pretos também faziam suas súplicas.

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DONA MARIA, para as mulheres do cais, as mulheres da vida, as mulheres casadas, as moças que esperam noivos.

O pai de santo Anselmo era quem organizava as festa de Iemanjá, presidia as macumbas e, com ordem dela, curava as doenças. No Dique, nas Cabeceiras, em mar Grande, em Gameleira, em Dom Despacho e na Amoeira, seu dia é 2 de fevereiro. Já em Monte Serrat, onde a festa é a maior, seu dia é 20 de outubro. Porém todos se uniam para festejar Iemanjá.

Sétimo capítulo Um navio ancorou no cais

"Um navio ancorou no cais e nele Rosa Palmeirão foi embora." Alguém a chama de bicha doida, pois só vivia correndo o mundo. Num grupo de conhecidos, Guma, cabisbaixo, é zombado por Maneca e Severiano que, ao ser socado por Guma, puxou de uma faca.

"Severiano encostou-se na parede do mercado, faca na mão, e gritou para Guma: - Manda Rosa brigar comigo que tu não é homem." Apesar de Guma pular, o pé de Severiano alcançou-o na boca do estômago.

Rodolfo interveio e salvou Guma da morte. Rodolfo, malvisto no cais, chamado por muitos de ladrão, conta a Guma as

aventuras do velho Concórdia, seu pai, que tinha uma filha, agora sua irmã, que ele não conhecia. Ela queria ver Guma para agradecer-lhe, pois alguns da tripulação do "Canavieiras" (navio salvo por Guma) eram seus parentes. Na saída, Guma pergunta:

"- Como é o nome dela? - Lívia!" - respondeu Rodolfo. Traíra morreu, vítima de um tiro, numa confusão, em um prostíbulo, em uma das

cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira), após ter sido socorrido por Guma, que o conheceu na ocasião. No momento da morte, lembrou-se das filhas: Marta, Margarida e Rachel.

Oitavo capítulo

Marta, Margarida e Rachel Aqui, o autor destaca dr. Rodrigo, que era de família de marinheiros. Seus pais e

avós cruzaram os mares como meio de vida. Era magro e fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas; por isso, tratava da moléstia dos marinheiros e tirava até gente da cadeira. Era estimado no cais. Era também poeta, mas somente a professora Dulce sabia que ele fazia poemas sobre o mar. Todos esperavam que os dois se casassem; até saíam e conversavam.

Jorge Amado destaca também as filhas de Traíra (o que morreu com um tiro, em Cachoeira). Marta tinha dezoito anos, cosia peças, estava preparando um enxoval à

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DONA MARIA, para as mulheres do cais, as mulheres da vida, as mulheres casadas, as moças que esperam noivos.

O pai de santo Anselmo era quem organizava as festa de Iemanjá, presidia as macumbas e, com ordem dela, curava as doenças. No Dique, nas Cabeceiras, em mar Grande, em Gameleira, em Dom Despacho e na Amoeira, seu dia é 2 de fevereiro. Já em Monte Serrat, onde a festa é a maior, seu dia é 20 de outubro. Porém todos se uniam para festejar Iemanjá.

Sétimo capítulo Um navio ancorou no cais

"Um navio ancorou no cais e nele Rosa Palmeirão foi embora." Alguém a chama de bicha doida, pois só vivia correndo o mundo. Num grupo de conhecidos, Guma, cabisbaixo, é zombado por Maneca e Severiano que, ao ser socado por Guma, puxou de uma faca.

"Severiano encostou-se na parede do mercado, faca na mão, e gritou para Guma: - Manda Rosa brigar comigo que tu não é homem." Apesar de Guma pular, o pé de Severiano alcançou-o na boca do estômago.

Rodolfo interveio e salvou Guma da morte. Rodolfo, malvisto no cais, chamado por muitos de ladrão, conta a Guma as

aventuras do velho Concórdia, seu pai, que tinha uma filha, agora sua irmã, que ele não conhecia. Ela queria ver Guma para agradecer-lhe, pois alguns da tripulação do "Canavieiras" (navio salvo por Guma) eram seus parentes. Na saída, Guma pergunta:

"- Como é o nome dela? - Lívia!" - respondeu Rodolfo. Traíra morreu, vítima de um tiro, numa confusão, em um prostíbulo, em uma das

cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira), após ter sido socorrido por Guma, que o conheceu na ocasião. No momento da morte, lembrou-se das filhas: Marta, Margarida e Rachel.

Oitavo capítulo

Marta, Margarida e Rachel Aqui, o autor destaca dr. Rodrigo, que era de família de marinheiros. Seus pais e

avós cruzaram os mares como meio de vida. Era magro e fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas; por isso, tratava da moléstia dos marinheiros e tirava até gente da cadeira. Era estimado no cais. Era também poeta, mas somente a professora Dulce sabia que ele fazia poemas sobre o mar. Todos esperavam que os dois se casassem; até saíam e conversavam.

Jorge Amado destaca também as filhas de Traíra (o que morreu com um tiro, em Cachoeira). Marta tinha dezoito anos, cosia peças, estava preparando um enxoval à

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espera de um noivo. Margarida nadava na beira do rio; Rachel era a menor, de quatro anos, brincava com uma boneca e não sabia pronunciar direito as palavras.

Nono capítulo

Viscondes, Condes, Marqueses e Besouro Coloca-se em evidência a cidade de Santo Amaro, pátria de muito barão do

Império, viscondes, condes e marqueses. Pátria também de gente humilde do cais, pátria de Besouro, o mais valente dos negros do cais, que derramou sangue, esfaqueou, atirou, lutou capoeira e foi morto perto dali, à traição, em Maracangalha, cortado todinho de facão. Virou uma estrela.

No dia em que Traíra morreu, Guma estava para ir ver Lívia, que foi à festa de Iemanjá somente para vê-lo. Lívia nasceu na capital, a cidade das sete portas, onde nascem as mulheres mais lindas do cais. Guma assumiu um compromisso com Rosa Palmeirão: ter um filho com Lívia para Rosa ajudar a criar.

Décimo capítulo

Melodia Guma fez boa viagem em busca de Lívia, a mais bela mulher que seria oferecida ao

mar. O "Valente" correu, e já brilham as luzes da Bahia, Guma já ouve o baticum dos candomblés, parecia ouvir a risada clara de Lívia.

Décimo primeiro capítulo

Rapto de Lívia Guma alimentava seis meses de um desejo intenso. Chegando de Santo Amaro,

Rodolfo levou-o para ver Lívia, que estava bela e tímida. Os tios dela, que tinham uma pequena quitanda e que foram salvos por Guma no acidente com o "Canavieiras", não aceitavam o relacionamento, queriam que ele fosse embora, pois Lívia não podia esperar nada de um marinheiro mais pobre que eles.

Guma entregou a ela uma carta; na verdade, foi escrita pelo doutor Filadélfio, conhecido por todos como doutor, escrevia histórias em versos, ABCs do cais, cantigas. A resposta de Lívia veio quando ele voltava:

"- Estou preparando o enxoval." Os tios proibiram Guma de visitá-la, e Rodolfo sugeriu que ele a raptasse, que a

levasse para Cachoeira e casasse na volta. Combinaram tudo para uma semana. E assim se fez. Na ida, preso ao leme do "Valente", sente as carícias dos cabelos dela.

Décimo segundo capítulo

Marcha nupcial Rodolfo acalma os tios de Lívia, que estavam revoltados, e pede a Guma que faça

sua irmã feliz. O casamento seria daí a sete dias, na igreja de Monte Serrat e no fórum.

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espera de um noivo. Margarida nadava na beira do rio; Rachel era a menor, de quatro anos, brincava com uma boneca e não sabia pronunciar direito as palavras.

Nono capítulo

Viscondes, Condes, Marqueses e Besouro Coloca-se em evidência a cidade de Santo Amaro, pátria de muito barão do

Império, viscondes, condes e marqueses. Pátria também de gente humilde do cais, pátria de Besouro, o mais valente dos negros do cais, que derramou sangue, esfaqueou, atirou, lutou capoeira e foi morto perto dali, à traição, em Maracangalha, cortado todinho de facão. Virou uma estrela.

No dia em que Traíra morreu, Guma estava para ir ver Lívia, que foi à festa de Iemanjá somente para vê-lo. Lívia nasceu na capital, a cidade das sete portas, onde nascem as mulheres mais lindas do cais. Guma assumiu um compromisso com Rosa Palmeirão: ter um filho com Lívia para Rosa ajudar a criar.

Décimo capítulo

Melodia Guma fez boa viagem em busca de Lívia, a mais bela mulher que seria oferecida ao

mar. O "Valente" correu, e já brilham as luzes da Bahia, Guma já ouve o baticum dos candomblés, parecia ouvir a risada clara de Lívia.

Décimo primeiro capítulo

Rapto de Lívia Guma alimentava seis meses de um desejo intenso. Chegando de Santo Amaro,

Rodolfo levou-o para ver Lívia, que estava bela e tímida. Os tios dela, que tinham uma pequena quitanda e que foram salvos por Guma no acidente com o "Canavieiras", não aceitavam o relacionamento, queriam que ele fosse embora, pois Lívia não podia esperar nada de um marinheiro mais pobre que eles.

Guma entregou a ela uma carta; na verdade, foi escrita pelo doutor Filadélfio, conhecido por todos como doutor, escrevia histórias em versos, ABCs do cais, cantigas. A resposta de Lívia veio quando ele voltava:

"- Estou preparando o enxoval." Os tios proibiram Guma de visitá-la, e Rodolfo sugeriu que ele a raptasse, que a

levasse para Cachoeira e casasse na volta. Combinaram tudo para uma semana. E assim se fez. Na ida, preso ao leme do "Valente", sente as carícias dos cabelos dela.

Décimo segundo capítulo

Marcha nupcial Rodolfo acalma os tios de Lívia, que estavam revoltados, e pede a Guma que faça

sua irmã feliz. O casamento seria daí a sete dias, na igreja de Monte Serrat e no fórum.

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ESTUDO LITERÁRIO

20

O velho Francisco ficou danado, pois sabia que um marinheiro não se devia casar. Iria embora. A mulher de Guma poderia não gostar de que ele continuasse morando ali. Mas não foi. Ali mandava Guma. Doutor Filadélfio bebeu no Farol das Estrelas à saúde de Guma e de sua futura.

No dia do casório, o cortejo entrou na casa de Guma. Jeremias trouxera o violão, e o negro Rufino, sua viola. Cantaram as canções do mar; desde aquele dia, que a noite é para o mar.

Lívia jurou que seu filho não seria marinheiro. SEGUNDA PARTE

A segunda parte da obra denomina-se O PAQUETE VOADOR (nome do segundo barco de Guma) e compõe-se de nove capítulos.

Primeiro capítulo

Roteiro do mar grande Meses de dificuldades no cais. Poucas viagens. Trabalho só para a bóia. Quando

Guma estava de bom humor, Lívia acompanhava-o, às vezes ficava sozinha, com o velho Francisco, ouvindo as histórias do cais. Sabia que o marido estava no mar e que podia não voltar. Gostou quando Esmeralda, amásia de Rufino, veio morar junto dela. Era uma mulata bonita e peituda.

Às vezes, a professora Dulce passava por lá e dava dois dedos de prosa. Esmeralda não gostava de Rufino que, se morresse no mar, ela arranjaria outro, ele já era o quarto. E ficava com insinuações para cima de Guma, que evitava, pois ela era amásia de Rufino, que era seu amigo.

Guma no "Valente" e mestre Manuel no "Viajante sem Porto" apostam corrida. Guma ganha. Andando pela praia, Lívia e Maria Clara encontram duas ciganas, e uma delas disse a Lívia que eles, ela e o marido, estavam passando por dificuldades, que as coisas iriam melhorar, que Guma corria grande perigo. Já há um ser que se move dentro de Lívia.

Segundo capítulo

Esmeralda Grávida, Lívia procura Dr. Rodrigo, que ajudava as mulheres do cais e não se

negava, inclusive, a fazer anjos, pois era um favor para muitas daquelas mulheres que passavam fome.

Guma, ao saber que ia ser pai, avisou a todos, primeiro a Rufino, e foi comemorar no Farol das Estrelas. Esmeralda falou a Guma que não tinha topado ainda com um homem que lhe fizesse um filho. Não queria um filho de Rufino. Ela era preta e queria melhorar a família. E mais uma vez, insinuou-se para Guma. Lívia passou mal e quase abortou. Guma chamou Esmeralda e doutor Rodrigo para ajudá-lo.

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O velho Francisco ficou danado, pois sabia que um marinheiro não se devia casar. Iria embora. A mulher de Guma poderia não gostar de que ele continuasse morando ali. Mas não foi. Ali mandava Guma. Doutor Filadélfio bebeu no Farol das Estrelas à saúde de Guma e de sua futura.

No dia do casório, o cortejo entrou na casa de Guma. Jeremias trouxera o violão, e o negro Rufino, sua viola. Cantaram as canções do mar; desde aquele dia, que a noite é para o mar.

Lívia jurou que seu filho não seria marinheiro. SEGUNDA PARTE

A segunda parte da obra denomina-se O PAQUETE VOADOR (nome do segundo barco de Guma) e compõe-se de nove capítulos.

Primeiro capítulo

Roteiro do mar grande Meses de dificuldades no cais. Poucas viagens. Trabalho só para a bóia. Quando

Guma estava de bom humor, Lívia acompanhava-o, às vezes ficava sozinha, com o velho Francisco, ouvindo as histórias do cais. Sabia que o marido estava no mar e que podia não voltar. Gostou quando Esmeralda, amásia de Rufino, veio morar junto dela. Era uma mulata bonita e peituda.

Às vezes, a professora Dulce passava por lá e dava dois dedos de prosa. Esmeralda não gostava de Rufino que, se morresse no mar, ela arranjaria outro, ele já era o quarto. E ficava com insinuações para cima de Guma, que evitava, pois ela era amásia de Rufino, que era seu amigo.

Guma no "Valente" e mestre Manuel no "Viajante sem Porto" apostam corrida. Guma ganha. Andando pela praia, Lívia e Maria Clara encontram duas ciganas, e uma delas disse a Lívia que eles, ela e o marido, estavam passando por dificuldades, que as coisas iriam melhorar, que Guma corria grande perigo. Já há um ser que se move dentro de Lívia.

Segundo capítulo

Esmeralda Grávida, Lívia procura Dr. Rodrigo, que ajudava as mulheres do cais e não se

negava, inclusive, a fazer anjos, pois era um favor para muitas daquelas mulheres que passavam fome.

Guma, ao saber que ia ser pai, avisou a todos, primeiro a Rufino, e foi comemorar no Farol das Estrelas. Esmeralda falou a Guma que não tinha topado ainda com um homem que lhe fizesse um filho. Não queria um filho de Rufino. Ela era preta e queria melhorar a família. E mais uma vez, insinuou-se para Guma. Lívia passou mal e quase abortou. Guma chamou Esmeralda e doutor Rodrigo para ajudá-lo.

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Enquanto Lívia dorme, Guma, sozinho com Esmeralda, deita-se com a amásia do seu melhor amigo. Depois, num momento de cólera, ameaça matá-la, quando ouve os passos dos tios de Lívia que chegavam com o velho Francisco.

Lívia passava bem.

Terceiro capítulo Eram cinco meninos

Após a melhora de Lívia, Guma viajou, fugindo das perseguições de Esmeralda e tentando evitar Rufino, pois havia quebrado a lei do cais, traindo seu melhor amigo. Sentia vergonha. Encontrou Rufino no mar com a canoa engolindo água, parte da carga de açúcar perdida, que foi removida para o "Valente". Lívia e Esmeralda esperam os seus homens no cais. Somente Guma chega e, ao subir a ladeira com Lívia, Esmeralda sente ciúme. Guma fugia dela.

Leôncio, dado como morto, irmão do velho Francisco e tio de Guma, chega misteriosamente. Todos se assustam, principalmente o velho Francisco que pede que ele vá embora, mas Lívia permite que ele fique por duas noites. Saiu para andar pelo porto e nunca mais voltou. Guma tem receio de que Esmeralda conte a Rufino o seu relacionamento com ele. Esmeralda tinha os seios pontudos, e Rufino estava enrabichado por ela.

Na viagem seguinte, Rufino perguntou a Guma se ele já tinha ouvido falar de Esmeralda no cais. Vêem os destroços de três saveiros. Salvam a tripulação. Eram cinco crianças que o pai esperava. Só sobrou uma.

Quarto capítulo

Água mansa Depois do novo desaparecimento de Leôncio, velho Francisco pouco parava em

casa, vivia no cais, bebia no Farol das Estrelas, voltava sempre bêbedo. Rufino já desconfiava de que Esmeralda andava enganando-o, de que era corno. Achou uma carta dela endereçada a um marinheiro do "Miranda".

Num passeio de canoa, com troca de acusações, Esmeralda, sabendo que ia morrer, conta em detalhes o seu envolvimento com Guma, mas Rufino não acreditou. E ela ria. E foi rindo que morreu. Rufino abriu a cabeça dela com o remo: matou-a e, depois, jogou-se no mar para ser comido pelos tubarões. Morreu sem alegria. Só encontraram, depois, pedaços dos cadáveres.

Guma trabalhando no mar, Lívia achava cada vez mais que a vida dele corria perigo. Os tios dela iam visitá-la, queriam que Guma deixasse aquela vida do cais e fosse trabalhar na cidade alta.

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Enquanto Lívia dorme, Guma, sozinho com Esmeralda, deita-se com a amásia do seu melhor amigo. Depois, num momento de cólera, ameaça matá-la, quando ouve os passos dos tios de Lívia que chegavam com o velho Francisco.

Lívia passava bem.

Terceiro capítulo Eram cinco meninos

Após a melhora de Lívia, Guma viajou, fugindo das perseguições de Esmeralda e tentando evitar Rufino, pois havia quebrado a lei do cais, traindo seu melhor amigo. Sentia vergonha. Encontrou Rufino no mar com a canoa engolindo água, parte da carga de açúcar perdida, que foi removida para o "Valente". Lívia e Esmeralda esperam os seus homens no cais. Somente Guma chega e, ao subir a ladeira com Lívia, Esmeralda sente ciúme. Guma fugia dela.

Leôncio, dado como morto, irmão do velho Francisco e tio de Guma, chega misteriosamente. Todos se assustam, principalmente o velho Francisco que pede que ele vá embora, mas Lívia permite que ele fique por duas noites. Saiu para andar pelo porto e nunca mais voltou. Guma tem receio de que Esmeralda conte a Rufino o seu relacionamento com ele. Esmeralda tinha os seios pontudos, e Rufino estava enrabichado por ela.

Na viagem seguinte, Rufino perguntou a Guma se ele já tinha ouvido falar de Esmeralda no cais. Vêem os destroços de três saveiros. Salvam a tripulação. Eram cinco crianças que o pai esperava. Só sobrou uma.

Quarto capítulo

Água mansa Depois do novo desaparecimento de Leôncio, velho Francisco pouco parava em

casa, vivia no cais, bebia no Farol das Estrelas, voltava sempre bêbedo. Rufino já desconfiava de que Esmeralda andava enganando-o, de que era corno. Achou uma carta dela endereçada a um marinheiro do "Miranda".

Num passeio de canoa, com troca de acusações, Esmeralda, sabendo que ia morrer, conta em detalhes o seu envolvimento com Guma, mas Rufino não acreditou. E ela ria. E foi rindo que morreu. Rufino abriu a cabeça dela com o remo: matou-a e, depois, jogou-se no mar para ser comido pelos tubarões. Morreu sem alegria. Só encontraram, depois, pedaços dos cadáveres.

Guma trabalhando no mar, Lívia achava cada vez mais que a vida dele corria perigo. Os tios dela iam visitá-la, queriam que Guma deixasse aquela vida do cais e fosse trabalhar na cidade alta.

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22

Quinto capítulo O "Valente"

" Valente" era o nome do saveiro de Guma. Aqui, Jorge Amado destaca a volta de Chico Tristeza, um negro que fora embora

há muito tempo e, agora, voltava hercúleo, contando histórias. Trouxe um xale de seda para a sua mãe que vendia cocada.

A história que mais impressionou a todos foi a da África. Ali, vida de negro era pior que vida de cachorro. Lá, num descarregamento do Lloyd Brasileiro, os negros trabalhavam sob o chicote do branco. Aí, um preto que era foguista do navio, de nome Bagé, viu um negro ser chicoteado. Tomou o chicote das mãos do branco francês e, à frente de todos, deu-lhe uma surra. Nunca ninguém tinha visto aquilo.

Chico Tristeza foi embora. Seu navio só demorou dois dias.

Sexto capítulo O Filho

O dr. Rodrigo foi chamado, pois Guma, no acidente, ficou com um ferimento na cabeça, mas primeiro teve que atender Lívia.

Nasceu o filho de Guma. Ao invés de ficar alegre, Guma estava triste: seu filho nasceu, e ele não tinha um saveiro. Com a ajuda do dr. Rodrigo, comprou de João Caçula, para pagar em parcelas, o "Roncador", que passou a chamar de "Paquete Voador".

Sétimo capítulo Toufick, o árabe

Nesse capítulo, aparece a figura do árabe Toufick, que chegou na terceira classe de um navio e vivia em uma aldeia entre os desertos. Com sua mala de mascate, sem conhecer direito a língua, já vendia sombrinhas, seda barata e bolsas às empregadas e criadas da Bahia. Aos poucos, foi conhecendo a cidade; morava num bairro árabe da Ladeira do Pelourinho.

Por suas qualidades de comerciante, foi trabalhar para F. Murad, o árabe mais rico da cidade, dono de uma casa de tecido que tomava quase todo um quarteirão e contrabandista de seda.

Oitavo capítulo Contrabandista

Frederico, o filho de Guma e Lívia, já começava a andar, mas não queria saber de brincar com trenzinho, ursinho ou palhaço. Preferia brincar com um barquinho numa bacia de água, prenúncio de que teria o destino do pai.

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Quinto capítulo O "Valente"

" Valente" era o nome do saveiro de Guma. Aqui, Jorge Amado destaca a volta de Chico Tristeza, um negro que fora embora

há muito tempo e, agora, voltava hercúleo, contando histórias. Trouxe um xale de seda para a sua mãe que vendia cocada.

A história que mais impressionou a todos foi a da África. Ali, vida de negro era pior que vida de cachorro. Lá, num descarregamento do Lloyd Brasileiro, os negros trabalhavam sob o chicote do branco. Aí, um preto que era foguista do navio, de nome Bagé, viu um negro ser chicoteado. Tomou o chicote das mãos do branco francês e, à frente de todos, deu-lhe uma surra. Nunca ninguém tinha visto aquilo.

Chico Tristeza foi embora. Seu navio só demorou dois dias.

Sexto capítulo O Filho

O dr. Rodrigo foi chamado, pois Guma, no acidente, ficou com um ferimento na cabeça, mas primeiro teve que atender Lívia.

Nasceu o filho de Guma. Ao invés de ficar alegre, Guma estava triste: seu filho nasceu, e ele não tinha um saveiro. Com a ajuda do dr. Rodrigo, comprou de João Caçula, para pagar em parcelas, o "Roncador", que passou a chamar de "Paquete Voador".

Sétimo capítulo Toufick, o árabe

Nesse capítulo, aparece a figura do árabe Toufick, que chegou na terceira classe de um navio e vivia em uma aldeia entre os desertos. Com sua mala de mascate, sem conhecer direito a língua, já vendia sombrinhas, seda barata e bolsas às empregadas e criadas da Bahia. Aos poucos, foi conhecendo a cidade; morava num bairro árabe da Ladeira do Pelourinho.

Por suas qualidades de comerciante, foi trabalhar para F. Murad, o árabe mais rico da cidade, dono de uma casa de tecido que tomava quase todo um quarteirão e contrabandista de seda.

Oitavo capítulo Contrabandista

Frederico, o filho de Guma e Lívia, já começava a andar, mas não queria saber de brincar com trenzinho, ursinho ou palhaço. Preferia brincar com um barquinho numa bacia de água, prenúncio de que teria o destino do pai.

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O "Roncador", comprado a prazo de João Caçula, havia-se transformado em "Paquete Voador". Guma devia a dr. Rodrigo, que não cobrava, mas João Caçula vivia no seu pé, querendo que ele vendesse o barco para lhe pagar o que devia.

Toufick propõe a Guma que aceite transportar o contrabando de sedas, serviço feito por Xavier, que o deixou na mão. Guma podia ganhar, de uma só vez, até quinhentos mil réis e pagar o seu saveiro em dois ou três meses. Guma reluta, mas, por extrema necessidade, aceita o serviço, recebendo cem mil réis de adiantamento. Na primeira viagem, conhece Haddad, outro contrabandista, e F. Murad, o árabe mais rico da cidade.

Rodolfo e Lívia já desconfiavam de que Guma estava metido no negócio de contrabando, até que ele, encurralado e sem argumentos, diz a ela que, quando acabasse de pagar o "Paquete Voador", deixaria aquela vida.

Guma pagou o saveiro. Tomou amizade ao árabe Toufick. A vida havia melhorado. Guma tinha duzentos e cinqüenta mil réis em casa e estava livre de dívidas. Em breve, quando juntassem um conto de réis, deixariam aquela vida para morar na cidade alta. Dariam um destino melhor para o filho.

Nono capítulo

Terras de Aiocá Guma manda avisar a Rosa Palmeirão, nas terras do Norte, que o "neto" dela já

havia nascido. Lívia a recebeu como uma irmã. Guma, enfrentando um grande temporal, numa das viagens de contrabando, com Toufick, Haddad e, desta vez, com Antônio, jovem árabe e filho de F. Murad, naufraga com o "Paquete Voador". Os tubarões devoram Haddad, Guma salva Toufick e fica ouvindo os gritos e F. Murad, na praia, pedindo pelo filho. Guma volta ao mar, pega o jovem que é jogado na praia pela forte correnteza.

Numa luta mortal com tubarões, Guma desaparece. O vento joga o "Paquete Voador" na areia do porto.

TERCEIRA PARTE

A terceira parte da obra denomina-se MAR MORTO e possui quatro capítulos.

Primeiro capítulo O mar é doce amigo

No "Viajante sem Porto", mestre Manuel, dr. Rodrigo, o velho Francisco, Maneca, Maria Clara e Lívia chegam ao local onde Guma desapareceu. O velho Francisco acende uma vela. Onde o pires parasse, lá estaria o corpo. Era só mergulhar. Todas as tentativas foram em vão. Guma desapareceu salvando dois, teve a morte mais heróica do cais.

ESTUDO LITERÁRIO

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O "Roncador", comprado a prazo de João Caçula, havia-se transformado em "Paquete Voador". Guma devia a dr. Rodrigo, que não cobrava, mas João Caçula vivia no seu pé, querendo que ele vendesse o barco para lhe pagar o que devia.

Toufick propõe a Guma que aceite transportar o contrabando de sedas, serviço feito por Xavier, que o deixou na mão. Guma podia ganhar, de uma só vez, até quinhentos mil réis e pagar o seu saveiro em dois ou três meses. Guma reluta, mas, por extrema necessidade, aceita o serviço, recebendo cem mil réis de adiantamento. Na primeira viagem, conhece Haddad, outro contrabandista, e F. Murad, o árabe mais rico da cidade.

Rodolfo e Lívia já desconfiavam de que Guma estava metido no negócio de contrabando, até que ele, encurralado e sem argumentos, diz a ela que, quando acabasse de pagar o "Paquete Voador", deixaria aquela vida.

Guma pagou o saveiro. Tomou amizade ao árabe Toufick. A vida havia melhorado. Guma tinha duzentos e cinqüenta mil réis em casa e estava livre de dívidas. Em breve, quando juntassem um conto de réis, deixariam aquela vida para morar na cidade alta. Dariam um destino melhor para o filho.

Nono capítulo

Terras de Aiocá Guma manda avisar a Rosa Palmeirão, nas terras do Norte, que o "neto" dela já

havia nascido. Lívia a recebeu como uma irmã. Guma, enfrentando um grande temporal, numa das viagens de contrabando, com Toufick, Haddad e, desta vez, com Antônio, jovem árabe e filho de F. Murad, naufraga com o "Paquete Voador". Os tubarões devoram Haddad, Guma salva Toufick e fica ouvindo os gritos e F. Murad, na praia, pedindo pelo filho. Guma volta ao mar, pega o jovem que é jogado na praia pela forte correnteza.

Numa luta mortal com tubarões, Guma desaparece. O vento joga o "Paquete Voador" na areia do porto.

TERCEIRA PARTE

A terceira parte da obra denomina-se MAR MORTO e possui quatro capítulos.

Primeiro capítulo O mar é doce amigo

No "Viajante sem Porto", mestre Manuel, dr. Rodrigo, o velho Francisco, Maneca, Maria Clara e Lívia chegam ao local onde Guma desapareceu. O velho Francisco acende uma vela. Onde o pires parasse, lá estaria o corpo. Era só mergulhar. Todas as tentativas foram em vão. Guma desapareceu salvando dois, teve a morte mais heróica do cais.

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Segundo capítulo A noite é para o mar

Aqui, temos a volta da mãe de Guma, depois de vinte anos, velha e trôpega, meio cega. Toufick agradece a Lívia por Guma ter salvado a vida dele e a de Antônio. Murad, pai de Antônio, mandara uma certa quantia em dinheiro. Em certa estação de rádio da Bahia, alguém pede às mulheres que rezem para encontrar o corpo de uma marinheiro que morreu afogado.

Lívia assume o comando do "Paquete Voador".

Terceiro capítulo Hora da noite

Lívia sente o peso da solidão. O seu homem estava longe, morto no mar. Outros homens rondavam a sua porta. Para ela, a noite continua. A noite sem estrelas do mar morto.

Quarto capítulo

Estrela A professora Dulce olha da escola. Os saveiros saem. Lívia, bem frágil, e Rosa

Palmeirão, de navalha na saia e punhal no peito, seguem no veleiro. Rosa Palmeirão parece um homem em cima do "Paquete Voador".

O velho Francisco, olhando para o mar, vê Lívia em pé, no "Paquete Voador". E grita para os outros no cais:

"- Vejam! Vejam! É Janaína." Era a segunda vez que ele a via. Segundo Jorge Amado, "assim contavam na beira

do cais." TESTES

01. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O título do livro faz referência aos sentimentos de Lívia depois que Guma

morreu no mar. Para ela, o mar morreu junto com Guma. 2. ( ) O romance divide-se em três partes: Iemanjá, Dona dos Mares e dos Saveiros

(contém 12 capítulos); O Paquete Voador (contém 9 capítulos); Mar Morto (contém 4 capítulos).

3. ( ) O romance é composto de 25 capítulos, todos curtíssimos. 4. ( ) Pode-se classificar Mar morto de crônica de costumes, um romance

extremamente lírico, uma espécie de poema em prosa.

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Segundo capítulo A noite é para o mar

Aqui, temos a volta da mãe de Guma, depois de vinte anos, velha e trôpega, meio cega. Toufick agradece a Lívia por Guma ter salvado a vida dele e a de Antônio. Murad, pai de Antônio, mandara uma certa quantia em dinheiro. Em certa estação de rádio da Bahia, alguém pede às mulheres que rezem para encontrar o corpo de uma marinheiro que morreu afogado.

Lívia assume o comando do "Paquete Voador".

Terceiro capítulo Hora da noite

Lívia sente o peso da solidão. O seu homem estava longe, morto no mar. Outros homens rondavam a sua porta. Para ela, a noite continua. A noite sem estrelas do mar morto.

Quarto capítulo

Estrela A professora Dulce olha da escola. Os saveiros saem. Lívia, bem frágil, e Rosa

Palmeirão, de navalha na saia e punhal no peito, seguem no veleiro. Rosa Palmeirão parece um homem em cima do "Paquete Voador".

O velho Francisco, olhando para o mar, vê Lívia em pé, no "Paquete Voador". E grita para os outros no cais:

"- Vejam! Vejam! É Janaína." Era a segunda vez que ele a via. Segundo Jorge Amado, "assim contavam na beira

do cais." TESTES

01. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O título do livro faz referência aos sentimentos de Lívia depois que Guma

morreu no mar. Para ela, o mar morreu junto com Guma. 2. ( ) O romance divide-se em três partes: Iemanjá, Dona dos Mares e dos Saveiros

(contém 12 capítulos); O Paquete Voador (contém 9 capítulos); Mar Morto (contém 4 capítulos).

3. ( ) O romance é composto de 25 capítulos, todos curtíssimos. 4. ( ) Pode-se classificar Mar morto de crônica de costumes, um romance

extremamente lírico, uma espécie de poema em prosa.

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02. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O romance é narrado na primeira pessoa; por isso, tem aspecto de diário

íntimo de Lívia, a heroína. 2. ( ) A linguagem de Mar morto é extremamente coloquial. O autor incorpora

dados da fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão. 3. ( ) A linguagem coloquial faz parte de poucas obras de Jorge Amado, entre elas

Mar morto. 4. ( ) A história de Mar morto começa pelo início, ou seja, o narrador não faz corte

na narrativa, dando a ela uma seqüência linear. 03. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações

seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens,

marcado pela ação da memória, das reflexões) é o que predomina no romance Mar morto.

2. ( ) O cenário principal de Mar morto é Salvador, mais precisamente o cais da cidade, chamado por Jorge Amado de o cais da Bahia.

3. ( ) As cidades de Itaparica, Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro aparecem no livro como cenário complementar.

4. ( ) Mar morto pertence à segunda geração do Modernismo na Literatura Brasileira (1930-1945).

04. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) Tendo a Bahia como cenário e picantes casos de amor como assunto, o autor

cria histórias em que o povo comum é elevado à categoria de herói com toques românticos.

2. ( ) Em síntese, Mar morto é a história de Guma e Lívia que é a história da vida e do amor no mar.

3. ( ) Ganham destaque, em Mar morto, os velhos marinheiros que remendam velas, os mestres dos saveiros, os pretos tatuados e os malandros, ou seja, o povo de Iemanjá.

4. ( ) As personagens criadas por Jorge Amado são planas, lineares ou estereotipadas. Não há preocupação com aspectos psicológicos. Sobressaem, em todas elas, os caracteres físicos.

5. ( ) O confronto entre brancos e negros é comum em toda a obra, acentuando o racismo que existe na Bahia.

05. Era um mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de ser um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia. Morreu no mar. O texto faz referência à seguinte personagem de Mar morto:

ESTUDO LITERÁRIO

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02. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O romance é narrado na primeira pessoa; por isso, tem aspecto de diário

íntimo de Lívia, a heroína. 2. ( ) A linguagem de Mar morto é extremamente coloquial. O autor incorpora

dados da fala oral a seu texto, distanciando-o da língua culta padrão. 3. ( ) A linguagem coloquial faz parte de poucas obras de Jorge Amado, entre elas

Mar morto. 4. ( ) A história de Mar morto começa pelo início, ou seja, o narrador não faz corte

na narrativa, dando a ela uma seqüência linear. 03. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações

seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) O tempo psicológico (interior, aquele que transcorre dentro dos personagens,

marcado pela ação da memória, das reflexões) é o que predomina no romance Mar morto.

2. ( ) O cenário principal de Mar morto é Salvador, mais precisamente o cais da cidade, chamado por Jorge Amado de o cais da Bahia.

3. ( ) As cidades de Itaparica, Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro aparecem no livro como cenário complementar.

4. ( ) Mar morto pertence à segunda geração do Modernismo na Literatura Brasileira (1930-1945).

04. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) Tendo a Bahia como cenário e picantes casos de amor como assunto, o autor

cria histórias em que o povo comum é elevado à categoria de herói com toques românticos.

2. ( ) Em síntese, Mar morto é a história de Guma e Lívia que é a história da vida e do amor no mar.

3. ( ) Ganham destaque, em Mar morto, os velhos marinheiros que remendam velas, os mestres dos saveiros, os pretos tatuados e os malandros, ou seja, o povo de Iemanjá.

4. ( ) As personagens criadas por Jorge Amado são planas, lineares ou estereotipadas. Não há preocupação com aspectos psicológicos. Sobressaem, em todas elas, os caracteres físicos.

5. ( ) O confronto entre brancos e negros é comum em toda a obra, acentuando o racismo que existe na Bahia.

05. Era um mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de ser um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia. Morreu no mar. O texto faz referência à seguinte personagem de Mar morto:

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a) Rufino b) Guma c) Francisco d) Frederico e) Chico Tristeza

06. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) Depois que o filho de Guma e Lívia nasceu, Rosa Palmeirão voltou para

cuidar da criança, como se dele fosse avó. 2. ( ) Guma e Rufino enfrentaram-se por causa de Esmeralda. No duelo, Guma

venceu; Rufino, envergonhado, suicidou-se, atirando-se no mar. 3. ( ) Guma e Esmeralda foram para a cama (melhor, para a rede) uma vez só.

Quando isso aconteceu, Lívia já estava grávida. 4. ( ) Quando Guma viu a mãe pela primeira vez, pensou que ela era a prostituta que

o Velho Francisco lhe prometera e com quem ia ter a primeira experiência sexual.

5. ( ) O pai de Guma, Frederico, tinha fama de mulherengo. Certa vez, matou um homem por causa de um rabo-de-saia.

07. Toufick, Haddad e F. Murad: a) são estrangeiros com quem Lívia vivia antes de se casar com Guma. b) são árabes que, em Salvador, viviam do comércio e contrabando de seda. Guma

envolveu-se com eles e até melhorou de vida. c) são árabes. Guma envolveu-se com eles no contrabando de seda; quando quis sair

do negócio, foi assassinado. d) são os parentes distantes de Rosa Palmeirão. e) são os árabes que criaram Guma depois que o pai dele, Frederico, morreu.

08. No naufrágio em que Guma morreu: a) também morreram Toufick, Haddad e Antônio (filho de F. Murad). b) também morreu Antônio (filho de F. Murad). c) morreu apenas Guma. d) morreu também Haddad. e) morreram, além de Guma, Toufick e Haddad.

09. Prostituta de dezesseis anos, natural de Alagoinhas, teve uma filhinha morta e aparece como uma mulher sofrida. Guma conheceu-a num quarto de prostíbulo. Ela se apegou tanto ao marinheiro que se meteu entre ele e a bala de um sargento, numa das cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira). O texto faz referência à seguinte personagem de Mar morto: a) Rosa Palmeirão b) Lívia c) Rita Maria da Encarnação

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a) Rufino b) Guma c) Francisco d) Frederico e) Chico Tristeza

06. Com base na leitura e análise do livro Mar morto, classifique as afirmações seguintes de verdadeiras ou falsas: 1. ( ) Depois que o filho de Guma e Lívia nasceu, Rosa Palmeirão voltou para

cuidar da criança, como se dele fosse avó. 2. ( ) Guma e Rufino enfrentaram-se por causa de Esmeralda. No duelo, Guma

venceu; Rufino, envergonhado, suicidou-se, atirando-se no mar. 3. ( ) Guma e Esmeralda foram para a cama (melhor, para a rede) uma vez só.

Quando isso aconteceu, Lívia já estava grávida. 4. ( ) Quando Guma viu a mãe pela primeira vez, pensou que ela era a prostituta que

o Velho Francisco lhe prometera e com quem ia ter a primeira experiência sexual.

5. ( ) O pai de Guma, Frederico, tinha fama de mulherengo. Certa vez, matou um homem por causa de um rabo-de-saia.

07. Toufick, Haddad e F. Murad: a) são estrangeiros com quem Lívia vivia antes de se casar com Guma. b) são árabes que, em Salvador, viviam do comércio e contrabando de seda. Guma

envolveu-se com eles e até melhorou de vida. c) são árabes. Guma envolveu-se com eles no contrabando de seda; quando quis sair

do negócio, foi assassinado. d) são os parentes distantes de Rosa Palmeirão. e) são os árabes que criaram Guma depois que o pai dele, Frederico, morreu.

08. No naufrágio em que Guma morreu: a) também morreram Toufick, Haddad e Antônio (filho de F. Murad). b) também morreu Antônio (filho de F. Murad). c) morreu apenas Guma. d) morreu também Haddad. e) morreram, além de Guma, Toufick e Haddad.

09. Prostituta de dezesseis anos, natural de Alagoinhas, teve uma filhinha morta e aparece como uma mulher sofrida. Guma conheceu-a num quarto de prostíbulo. Ela se apegou tanto ao marinheiro que se meteu entre ele e a bala de um sargento, numa das cidadezinhas do Recôncavo (Cachoeira). O texto faz referência à seguinte personagem de Mar morto: a) Rosa Palmeirão b) Lívia c) Rita Maria da Encarnação

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d) Tibéria e) Esmeralda

10. "Logo que Lívia melhorou ele (Guma) viajou. Fugia de (...) que agora o perseguia. Queria marcar encontros em pontos desertos do areal do cais, ameaçava fazer escândalo. Mas fugia principalmente de encontrar (...) que chegava daí a poucos dias trazendo uma carga para a feira de Água dos Meninos do próximo sábado." O texto acima, de Mar morto, omite os nomes de dois personagens. São eles respectivamente: a) Esmeralda e Rufino b) Lívia e Rodolfo c) Esmeralda e Severiano d) Lívia e Rufino e) Rita Maria da Encarnação e Rufino

11. Antes de se casar com Lívia, Guma: a) esteve amasiado com Esmeralda. b) esteve amasiado com Rita Maria da Encarnação. c) esteve amasiado com Rosa Palmeirão. d) não se envolveu com nenhuma mulher ali do cais. e) envolveu-se com uma mulher da cidade cujo nome o autor não revela.

12. "Contam no cais que nunca mais João Pequeno apareceu porque o navio já tinha encontrado o caminho do porto. E foi desde esse dia que se começou a falar em Guma na beira do cais da Bahia". O texto alude: a) ao dia em que Guma conquistou Rosa Palmeirão no cais da Bahia. b) ao dia em que Guma salvou o navio "Canavieiras" que, por causa de uma

tempestade, estava impossibilitado de chegar ao porto. c) ao dia em que Guma naufragou com o seu saveiro, sendo devorado pelos tubarões. d) ao dia em que Guma se casou com Lívia. e) ao dia em que Guma enfrentou Rufino por causa de Esmeralda.

13. Relacione corretamente: a) Guma b) Lívia c) Rosa Palmeirão d) Esmeralda e) Rufino 1. ( ) Não era do cais. Viera para ali por causa de um homem a quem amava. 2. ( ) Mulata bonita, de olhos verdes, peituda, ancas roliças, um pedaço de mulher. 3. ( ) Mulata valente, conhecida por suas aventuras; usava navalha na saia e punhal

no peito. Certa vez, deu em seis soldados; freqüentou vinte prisões.

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d) Tibéria e) Esmeralda

10. "Logo que Lívia melhorou ele (Guma) viajou. Fugia de (...) que agora o perseguia. Queria marcar encontros em pontos desertos do areal do cais, ameaçava fazer escândalo. Mas fugia principalmente de encontrar (...) que chegava daí a poucos dias trazendo uma carga para a feira de Água dos Meninos do próximo sábado." O texto acima, de Mar morto, omite os nomes de dois personagens. São eles respectivamente: a) Esmeralda e Rufino b) Lívia e Rodolfo c) Esmeralda e Severiano d) Lívia e Rufino e) Rita Maria da Encarnação e Rufino

11. Antes de se casar com Lívia, Guma: a) esteve amasiado com Esmeralda. b) esteve amasiado com Rita Maria da Encarnação. c) esteve amasiado com Rosa Palmeirão. d) não se envolveu com nenhuma mulher ali do cais. e) envolveu-se com uma mulher da cidade cujo nome o autor não revela.

12. "Contam no cais que nunca mais João Pequeno apareceu porque o navio já tinha encontrado o caminho do porto. E foi desde esse dia que se começou a falar em Guma na beira do cais da Bahia". O texto alude: a) ao dia em que Guma conquistou Rosa Palmeirão no cais da Bahia. b) ao dia em que Guma salvou o navio "Canavieiras" que, por causa de uma

tempestade, estava impossibilitado de chegar ao porto. c) ao dia em que Guma naufragou com o seu saveiro, sendo devorado pelos tubarões. d) ao dia em que Guma se casou com Lívia. e) ao dia em que Guma enfrentou Rufino por causa de Esmeralda.

13. Relacione corretamente: a) Guma b) Lívia c) Rosa Palmeirão d) Esmeralda e) Rufino 1. ( ) Não era do cais. Viera para ali por causa de um homem a quem amava. 2. ( ) Mulata bonita, de olhos verdes, peituda, ancas roliças, um pedaço de mulher. 3. ( ) Mulata valente, conhecida por suas aventuras; usava navalha na saia e punhal

no peito. Certa vez, deu em seis soldados; freqüentou vinte prisões.

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4. ( ) Mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia.

5. ( ) Velejador, companheiro de Esmeralda e grande amigo de Guma. Ao descobrir que era traído pela companheira, matou-a e, depois, suicidou-se.

14. Relacione corretamente: a) Mestre Manuel b) Maria Clara c) Raimundo d) Jacques e) Judith 1. ( ) Numa violenta tempestade, morreu juntamente com o filho (Jacques), tendo

sido seus corpos encontrados por Guma. 2. ( ) Marinheiro que mais conhecia aqueles mares, homem de Maria Clara e dono

de saveiro. 3. ( ) Mulher de mestre Manuel; tinha orgulho do marido e era consciente de que ele

ia morrer no mar. 4. ( ) Filho de Raimundo; morreu com o pai; era casado e deixou a mulher com um

filho na barriga. 5. ( ) Viúva de Jacques, mulata, com a barriga deformando o vestido de chita.

15. Opte pelo item em que há informações erradas sobre o velho Francisco: a) Tio de Guma, foi quem o criou dentro do saveiro. b) Conta a todos que, certa vez, quando salvou toda a tripulação de um barco de

pesca, viu Iemanjá. c) Depois de velho, vivia de remendar velas e do que lhe dava Guma, seu sobrinho. d) Tempo houve em que teve três saveiros que os ventos da tempestade levaram. e) Tido como mentiroso no cais da Bahia, envergonhava Guma e Lívia.

16. Guma tinha onze anos quando conheceu a mãe dele. Opte pelo texto que corresponde à versão do livro: a) Guma confundiu a própria mãe com a mulher com quem se ia deitar pela primeira

vez. b) Guma, apesar de estar separado da mãe desde criancinha, reconheceu-a e ficou

feliz com o reencontro. c) Mãe e filho abraçaram-se; ela viera apenas visitá-lo, mas o menino queria ir

embora com a mãe. d) Guma queria ir com a mãe; o velho Francisco, porém, não permitiu. e) Guma, sem saber que aquela mulher era a sua mãe, tentou beijá-la na boca.

17. Opte pelo item em que há informações erradas sobre Guma: a) Ficou na escola até onze anos, o bastante para aprender a ler e assinar o próprio

nome.

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4. ( ) Mulato claro, de cabelos longos e morenos, fumava cachimbo, negro valente de verdade, conquistou a fama de um dos melhores mestre de saveiros do cais da Bahia.

5. ( ) Velejador, companheiro de Esmeralda e grande amigo de Guma. Ao descobrir que era traído pela companheira, matou-a e, depois, suicidou-se.

14. Relacione corretamente: a) Mestre Manuel b) Maria Clara c) Raimundo d) Jacques e) Judith 1. ( ) Numa violenta tempestade, morreu juntamente com o filho (Jacques), tendo

sido seus corpos encontrados por Guma. 2. ( ) Marinheiro que mais conhecia aqueles mares, homem de Maria Clara e dono

de saveiro. 3. ( ) Mulher de mestre Manuel; tinha orgulho do marido e era consciente de que ele

ia morrer no mar. 4. ( ) Filho de Raimundo; morreu com o pai; era casado e deixou a mulher com um

filho na barriga. 5. ( ) Viúva de Jacques, mulata, com a barriga deformando o vestido de chita.

15. Opte pelo item em que há informações erradas sobre o velho Francisco: a) Tio de Guma, foi quem o criou dentro do saveiro. b) Conta a todos que, certa vez, quando salvou toda a tripulação de um barco de

pesca, viu Iemanjá. c) Depois de velho, vivia de remendar velas e do que lhe dava Guma, seu sobrinho. d) Tempo houve em que teve três saveiros que os ventos da tempestade levaram. e) Tido como mentiroso no cais da Bahia, envergonhava Guma e Lívia.

16. Guma tinha onze anos quando conheceu a mãe dele. Opte pelo texto que corresponde à versão do livro: a) Guma confundiu a própria mãe com a mulher com quem se ia deitar pela primeira

vez. b) Guma, apesar de estar separado da mãe desde criancinha, reconheceu-a e ficou

feliz com o reencontro. c) Mãe e filho abraçaram-se; ela viera apenas visitá-lo, mas o menino queria ir

embora com a mãe. d) Guma queria ir com a mãe; o velho Francisco, porém, não permitiu. e) Guma, sem saber que aquela mulher era a sua mãe, tentou beijá-la na boca.

17. Opte pelo item em que há informações erradas sobre Guma: a) Ficou na escola até onze anos, o bastante para aprender a ler e assinar o próprio

nome.

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b) A amizade com Rufino é desde os tempos da escola. c) Conhecia Lívia desde menino; estudaram juntos na escolinha de dona Dulce. d) Pôs, no filho, o nome de Frederico em homenagem ao seu pai. e) Chegou a envolver-se com Esmeralda, mas ficou arrependido.

18. Opte pelo item em que há informações erradas sobre João Pequeno: a) Sua fama de mestre de saveiro era respeitada muito longe, além dos mares da

Bahia. b) Seu saveiro ia mais longe que todos os outros, e não temia tempestade. c) Tornou-se prático, ou seja, entrava com os navios no cais nas noites de

tempestade. d) Quando morreu, o governo deu uma pensão à mulher dele, mas depois tirou por

economia. e) Morreu em um tiroteio, em Cachoeira, no prostíbulo de Tibéria.

19. Opte pelo item em que há informações corretas sobre Mar morto: a) O herói e a heroína são as únicas personagens que mudam de comportamento

durante a história: começam honestos e tornam-se fora-da-lei. b) Não há, no livro, a divisão tradicional de herói e bandido. c) No primeiro capítulo, o autor narra a morte de Guma; depois, conta toda a história

em ordem cronológica. d) Talvez inconscientemente, o autor deprecia os negros e os mulatos, tachando-os de

malandros, ladrões, assassinos. e) A narrativa na terceira pessoa limita o narrador, obrigando-o a contar apenas o que

presenciou. 20. Chico Tristeza:

a) Era um preto grosso que não sorria. Ainda menino, engajou num cargueiro alemão e ganhou o mundo. Andava de porto em porto, pelo mar grande, contando histórias. Por isso, despertava inveja nos companheiros de infância.

b) Era um preto valente, matador profissional. Andava de porto em porto, assustando os marítimos com suas histórias de crime e terror.

c) Marinheiro que mais conhecia aqueles mares; esposo de Maria Clara e dono de saveiro.

d) Conhecido de infância de Guma. Era branco, bonito, cabelos bem lisos, parecia que não era dali. Era malvisto no cais.

e) Dono do Farol das Estrelas, uma espécie de bar e hospedaria, ponto de encontro dos velejadores do cais.

21. Velho soldado, morava sozinho no forte. É quem cantava, nos dias e noites de tempestade, a canção que dizia ser doce morrer no mar. a) Godofredo b) Jeremias c) Rodolfo

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b) A amizade com Rufino é desde os tempos da escola. c) Conhecia Lívia desde menino; estudaram juntos na escolinha de dona Dulce. d) Pôs, no filho, o nome de Frederico em homenagem ao seu pai. e) Chegou a envolver-se com Esmeralda, mas ficou arrependido.

18. Opte pelo item em que há informações erradas sobre João Pequeno: a) Sua fama de mestre de saveiro era respeitada muito longe, além dos mares da

Bahia. b) Seu saveiro ia mais longe que todos os outros, e não temia tempestade. c) Tornou-se prático, ou seja, entrava com os navios no cais nas noites de

tempestade. d) Quando morreu, o governo deu uma pensão à mulher dele, mas depois tirou por

economia. e) Morreu em um tiroteio, em Cachoeira, no prostíbulo de Tibéria.

19. Opte pelo item em que há informações corretas sobre Mar morto: a) O herói e a heroína são as únicas personagens que mudam de comportamento

durante a história: começam honestos e tornam-se fora-da-lei. b) Não há, no livro, a divisão tradicional de herói e bandido. c) No primeiro capítulo, o autor narra a morte de Guma; depois, conta toda a história

em ordem cronológica. d) Talvez inconscientemente, o autor deprecia os negros e os mulatos, tachando-os de

malandros, ladrões, assassinos. e) A narrativa na terceira pessoa limita o narrador, obrigando-o a contar apenas o que

presenciou. 20. Chico Tristeza:

a) Era um preto grosso que não sorria. Ainda menino, engajou num cargueiro alemão e ganhou o mundo. Andava de porto em porto, pelo mar grande, contando histórias. Por isso, despertava inveja nos companheiros de infância.

b) Era um preto valente, matador profissional. Andava de porto em porto, assustando os marítimos com suas histórias de crime e terror.

c) Marinheiro que mais conhecia aqueles mares; esposo de Maria Clara e dono de saveiro.

d) Conhecido de infância de Guma. Era branco, bonito, cabelos bem lisos, parecia que não era dali. Era malvisto no cais.

e) Dono do Farol das Estrelas, uma espécie de bar e hospedaria, ponto de encontro dos velejadores do cais.

21. Velho soldado, morava sozinho no forte. É quem cantava, nos dias e noites de tempestade, a canção que dizia ser doce morrer no mar. a) Godofredo b) Jeremias c) Rodolfo

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d) Babau e) Xavier

22. Opte pelo item em que há informações erradas sobre Dr. Rodrigo: a) Médico, poeta, uma espécie de pai para todos do cais. b) Escrevia versos, fazia poemas para o mar, mas só os mostrava à professora Dulce. c) Quando se casou com a professora Dulce, realizou o sonho de muitos que

apostavam nessa união. d) Era magro, fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas. e) Ajudou Guma a comprar um novo barco, emprestando-lhe dinheiro.

23. Pai de santo, porta-voz dos marítimos perante Iemanjá, macumbeiro da beira do cais; foi marinheiro, andou pela África e era quem organizava as festas de Iemanjá. O texto faz alusão a a) Anselmo b) Jeremias c) Babau d) Traíra e) Besouro

24. Marta, Margarida e Raquel: a) Eram filhas de Traíra, que foi assassinado em Cachoeira. b) Eram três órfãs encontradas na praia, depois do naufrágio de um navio. c) Eram filhas de Tibéria e viviam em um prostíbulo. d) Perderam o pai no naufrágio de um navio. e) Eram irmãs de Lívia.

25. De acordo com Jorge Amado, ninguém no cais tinha um só nome, inclusive Iemanjá, que tinha cinco nomes doces, conhecidos por todos. Um dos nomes enumerados a seguir não combina com a classificação feita pelo autor. Qual? a) IEMANJÁ, seu verdadeiro nome, dona das águas, senhora dos oceanos. b) DONA JANAÍNA, para os canoeiros. c) INAÊ, para os pretos, seus filhos mais diletos. d) PRINCESA DE AIOCÁ, para os brancos contaminados pelo culto africano. e) DONA MARIA, para as mulheres do cais, as mulheres da vida, as mulheres

casadas, as moças que esperam noivos. as mulheres casadas, as moças que esperam noivos.

26. Severiano: a) Certa vez, brigou com Guma e ameaçou-o com uma faca. Depois, tentou vingar-

se, denunciando-o para os soldados no incidente com Traíra. b) Certa vez, brigou com Guma e ameaçou-o com uma faca. Depois, numa prova de

solidariedade, ajudou-o no incidente da morte do Traíra. c) Era dono do saveiro Caboré.

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d) Babau e) Xavier

22. Opte pelo item em que há informações erradas sobre Dr. Rodrigo: a) Médico, poeta, uma espécie de pai para todos do cais. b) Escrevia versos, fazia poemas para o mar, mas só os mostrava à professora Dulce. c) Quando se casou com a professora Dulce, realizou o sonho de muitos que

apostavam nessa união. d) Era magro, fraco, incapaz de levar um saveiro pelas águas. e) Ajudou Guma a comprar um novo barco, emprestando-lhe dinheiro.

23. Pai de santo, porta-voz dos marítimos perante Iemanjá, macumbeiro da beira do cais; foi marinheiro, andou pela África e era quem organizava as festas de Iemanjá. O texto faz alusão a a) Anselmo b) Jeremias c) Babau d) Traíra e) Besouro

24. Marta, Margarida e Raquel: a) Eram filhas de Traíra, que foi assassinado em Cachoeira. b) Eram três órfãs encontradas na praia, depois do naufrágio de um navio. c) Eram filhas de Tibéria e viviam em um prostíbulo. d) Perderam o pai no naufrágio de um navio. e) Eram irmãs de Lívia.

25. De acordo com Jorge Amado, ninguém no cais tinha um só nome, inclusive Iemanjá, que tinha cinco nomes doces, conhecidos por todos. Um dos nomes enumerados a seguir não combina com a classificação feita pelo autor. Qual? a) IEMANJÁ, seu verdadeiro nome, dona das águas, senhora dos oceanos. b) DONA JANAÍNA, para os canoeiros. c) INAÊ, para os pretos, seus filhos mais diletos. d) PRINCESA DE AIOCÁ, para os brancos contaminados pelo culto africano. e) DONA MARIA, para as mulheres do cais, as mulheres da vida, as mulheres

casadas, as moças que esperam noivos. as mulheres casadas, as moças que esperam noivos.

26. Severiano: a) Certa vez, brigou com Guma e ameaçou-o com uma faca. Depois, tentou vingar-

se, denunciando-o para os soldados no incidente com Traíra. b) Certa vez, brigou com Guma e ameaçou-o com uma faca. Depois, numa prova de

solidariedade, ajudou-o no incidente da morte do Traíra. c) Era dono do saveiro Caboré.

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d) Foi o mais valente dos negros do cais, que derramou sangue, esfaqueou, atirou, lutou capoeira em Santo Amaro. Foi morto perto dali à traição, em Maracangalha, cortado todinho de facão. Virou uma estrela.

e) Era dono do bar Farol das Estrelas. RESPOSTAS

01. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (F) 4. (V)

02. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (F) 4. (F)

03. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

04. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (F)

05. Resposta: B 06. Respostas:

1. (V) 2. (F) 3. (V) 4. (V) 5. (V) 07. Resposta: B 08. Resposta: D 09. Resposta: C 10. Resposta: A 11. Resposta: C 12. Resposta: B 13. Respostas:

1. (B) 2. (D) 3. (C) 4. (A) 5. (E) 14. Respostas:

1. (C) 2. (A) 3. (B) 4. (D) 5. (E) 15. Resposta: E 16. Resposta: A 17. Resposta: C 18. Resposta: E 19. Resposta: B 20. Resposta: A 21. Resposta: B 22. Resposta: C 23. Resposta: A 24. Resposta: A 25. Resposta: D 26. Resposta: B

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d) Foi o mais valente dos negros do cais, que derramou sangue, esfaqueou, atirou, lutou capoeira em Santo Amaro. Foi morto perto dali à traição, em Maracangalha, cortado todinho de facão. Virou uma estrela.

e) Era dono do bar Farol das Estrelas. RESPOSTAS

01. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (F) 4. (V)

02. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (F) 4. (F)

03. Respostas: 1. (F) 2. (V) 3. (V) 4. (V)

04. Respostas: 1. (V) 2. (V) 3. (V) 4. (V) 5. (F)

05. Resposta: B 06. Respostas:

1. (V) 2. (F) 3. (V) 4. (V) 5. (V) 07. Resposta: B 08. Resposta: D 09. Resposta: C 10. Resposta: A 11. Resposta: C 12. Resposta: B 13. Respostas:

1. (B) 2. (D) 3. (C) 4. (A) 5. (E) 14. Respostas:

1. (C) 2. (A) 3. (B) 4. (D) 5. (E) 15. Resposta: E 16. Resposta: A 17. Resposta: C 18. Resposta: E 19. Resposta: B 20. Resposta: A 21. Resposta: B 22. Resposta: C 23. Resposta: A 24. Resposta: A 25. Resposta: D 26. Resposta: B