estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do hiperdia e monitoramento ativo...

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE ABERTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE I CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA, A DISTÂNCIA Mario Pereira Coutinho Junior Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações. Recife 2014

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Health & Medicine


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Proposta baseada no diagnostico do uso irregular dos medicamentos observados pela equipe da USF CIDADANIA,Sanharó-PE durante as visitas domiciliares,referentes a: dificuldade de entendimento sobre uso correto de tomada dos medicamentos,erros nos horários e quantidade da ingesta, automedicação e armazenamento inapropriado. Sugere-se como formas de intervenções capacitar os ACS´s juntamente com a família para uso racional dos medicamentos,através de palestras , formação e reuniões de grupos de apoio e do HIPERDIA ,educação continuada entre médico(a) e enfermeiro(a) para os agentes comunitários de saúde.Dos 645 pacientes cadastrados no HIPERDIA, 417 pacientes são representados por pacientes idosos acima de 60 anos,e deste cerca de 45 % (187) demonstraram dificuldade no entendimento de suas prescrições,tomada de medicamentos de forma incorreta,esquecimento de posologias ou mesmo que não entendiam a própria doença.Esta intervenção tem base na atuação multidisciplinar da equipe de saúde,integrando os profissionais e a comunidade em ações de cunha prático e efetivo para melhoria da saúde e do bem estar geral.O que se pretende é a realização de atividades educativas e monitoramento destas ações sobre a saúde , diminuindo os erros de administração e a baixa adesão medicamentosa entre os idosos do programa.Estas medidas devem ser iniciadas com o adequado cadastramento de hipertensos e diabéticos na área adscrita da unidade , classifica-los em risco baseado em numero de medicamentos diários,comorbidades e grau de adesão terapêutico testado pelo teste de Moriski-Green.A avaliação da gravidade de risco do paciente orientará a demanda por urgência,agendamento das consultas,visita domiciliar e menor tempo de reavaliação do paciente.A capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACS´s) e formação de cuidador familiar de idosos em informações de cunho farmacologico básico e manejo de cuidados,integrará uma base de confiança mais segura ao paciente idoso com dificuldade de lembranças de horários e dependência física.

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Page 1: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE ABERTA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

I CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA, A DISTÂNCIA

Mario Pereira Coutinho Junior

Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e

monitoramento ativo destas ações.

Recife

2014

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Mario Pereira Coutinho Junior

Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e

monitoramento ativo destas ações.

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido à disciplina Pesquisa e Uso da

Informação em Saúde do I Curso de

Pós-Graduação (Especialização) em

Saúde da Família, a distância da

Universidade Federal de Pernambuco |

Universidade Aberta do Sistema Único

de Saúde como requisito básico para a

obtenção do título de especialista em

Saúde da Família.

Orientador(a): Patrícia Pereira da Silva

Recife

2014

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Mario Pereira Coutinho Junior

Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e

monitoramento ativo destas ações.

Trabalho de Conclusão de Curso submetido a disciplina Pesquisa e Uso da Informação

em Saúde do I Curso de Pós-Graduação (Especialização) em Saúde da Família, a

distância da Universidade Federal de Pernambuco | Universidade Aberta do Sistema

Único de Saúde como requisito básico para obtenção do título de especialista em Saúde

da Família.

DATA DE APROVAÇÃO: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________

Orientador

Instituição vinculada

_________________________________________________________________

Membro da Banca

Instituição vinculada

_________________________________________________________________

Membro da Banca

Instituição vinculada

Page 4: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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RESUMO

Proposta baseada no diagnostico do uso irregular dos medicamentos observados pela

equipe da USF CIDADANIA,Sanharó-PE durante as visitas domiciliares,referentes a:

dificuldade de entendimento sobre uso correto de tomada dos medicamentos,erros nos

horários e quantidade da ingesta, automedicação e armazenamento inapropriado.

Sugere-se como formas de intervenções capacitar os ACS´s juntamente com a família

para uso racional dos medicamentos,através de palestras , formação e reuniões de

grupos de apoio e do HIPERDIA ,educação continuada entre médico(a) e enfermeiro(a)

para os agentes comunitários de saúde.Dos 645 pacientes cadastrados no HIPERDIA,

417 pacientes são representados por pacientes idosos acima de 60 anos,e deste cerca de

45 % (187) demonstraram dificuldade no entendimento de suas prescrições,tomada de

medicamentos de forma incorreta,esquecimento de posologias ou mesmo que não

entendiam a própria doença.Esta intervenção tem base na atuação multidisciplinar da

equipe de saúde,integrando os profissionais e a comunidade em ações de cunha prático

e efetivo para melhoria da saúde e do bem estar geral.O que se pretende é a realização

de atividades educativas e monitoramento destas ações sobre a saúde , diminuindo os

erros de administração e a baixa adesão medicamentosa entre os idosos do

programa.Estas medidas devem ser iniciadas com o adequado cadastramento de

hipertensos e diabéticos na área adscrita da unidade , classifica-los em risco baseado em

numero de medicamentos diários,comorbidades e grau de adesão terapêutico testado

pelo teste de Moriski-Green.A avaliação da gravidade de risco do paciente orientará a

demanda por urgência,agendamento das consultas,visita domiciliar e menor tempo de

reavaliação do paciente.A capacitação dos agentes comunitários de saúde (ACS´s) e

formação de cuidador familiar de idosos em informações de cunho farmacologico

básico e manejo de cuidados,integrará uma base de confiança mais segura ao paciente

idoso com dificuldade de lembranças de horários e dependência física.

Palavras-chave: Medicamentos. Idosos. Hipertensão.

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SUMÁRIO

1 CONTEXTO ..................................................................................................6

2 JUSTIFICATIVA ..........................................................................................8

3 OBJETIVOS ..................................................................................................10

3.1 Geral ...............................................................................................................10

3.2 Específicos .....................................................................................................10

4 METODOLOGIA ..........................................................................................11

5 CRONOGRAMA ...........................................................................................15

6 ORÇAMENTO E FINANCIAMENTO.........................................................17

7 VIABILIDADE .............................................................................................18

8 RESULTADOS PRETENDIDOS ................................................................19

REFERÊNCIAS ............................................................................................20

Page 6: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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CONTEXTO

A hipertensão arterial sistêmica(HAS) e o diabetes mellitus(DM) na população idosa

representam situações consideradas como epidemias e refletem consequências de um

novo padrão de industrialização e desenvolvimento econômico, envelhecimento

populacional, crescente prevalência de obesidade, sedentarismo e maior sobrevida

destes pacientes. O HIPERDIA foi criado para permitir o monitoramento dos pacientes

atendidos e cadastrados na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS) e desta

forma, gerar informações para aquisição e dispensação de medicamentos ao pacientes.

Além de planejamento de ações de prevenção e controle de complicações nos pacientes

já acompanhados pelo programa (FERREIRA,C.,2009);(FERREIRA,M.,2009).

Segundo o Ministério da saúde, dos 16,8 milhões de brasileiros que sofrem de

hipertensão arterial, somente 7,7 milhões estão cadastrados no Sistema Único de Saúde

(SUS).Em relação ao diabetes,de aproximadamente 5 milhões acometidos pela doença,

apenas 2,6 milhões são pacientes do sistema. Estas doenças representam um perfil de

morbimortalidade representativa em todo o mundo,além do elevado custo médico e

social associado a seu tratamento,conduzindo a altas taxa de óbito,internações e

aposentadorias precoces,podendo gerar outras complicações como o acidente vascular

cerebral(AVC),doenças renais crônicas (DRC) e doenças cardiovasculares(DCV)

(PAULA,2011).

A população idosa representa um setor especial da população brasileira caracterizada

por uma crescente participação na sociedade e que necessita de uma melhor inserção

nas atividades de atenção básica com suporte de apoio da equipe de saúde da família e

de seus cuidadores domiciliares. Esta preocupação refere-se a características da própria

população idosa e geralmente portadoras de doenças crônicas degenerativas

(Hipertensão arterial, diabetes, demências, acidente vascular cerebral, neoplasias) e

refletindo maior o numero de sequelas, quedas e invariável incapacidade funcional,

exigindo cuidados e acompanhamento adequado por longos períodos (DEL

DUCA,2011).

Ainda segundo Del Duca,o suporte ao idoso caracteriza-se por uma conformação ao

redor da família interagindo com serviços de saúde e uma rede social prestada por

parentes,vizinhos,amigos e instituições comunitárias. Sendo a família,representada por

cerca de 80 % a 90 % do apoio ao idoso.

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Franco (2010) observou a população idosa como uma classe vulnerável a tomada de

medicamentos por vezes sem orientação adequada e refletindo assim riscos para a

saúde,sujeitando se a reações adversas e interações medicamentosas secundários ao uso

da polifarmácia. A adesão medicamentosa fica prejudicada com o aumento das doenças

associadas,tratamento prolongado,alteração do estilo de vida,dificuldade de

entendimento,falhas de memória,diminuição da acuidade visual , destreza manual e alto

índice de analfabetismo em nosso meio,que contribuem para tomada errada dos

medicamentos.

No contexto da população idosa a depressão também merece atenção, pois representa

doença agravante da situação de saúde podendo ou não ser aparente e necessita de

acompanhamento, pois os pacientes deprimidos colaboram menos com o tratamento em

virtude da falta de energia, iniciativa, desesperança e do déficit cognitivo associado a

depressão. Caracterizando assim, como um agravo com dificuldade na adesão ao

tratamento com redução da tomada de medicamentos, menor número de consultas em

serviço de saúde e menor qualidade de vida. A atenção da equipe de saúde deve se

voltar a esta situação, pois representa um fator adicional de complicação a vida do

idoso, com visão especial aos pacientes com menor suporte social e emocional (Sass et

al.,2012)

O agente de saúde comunitário (ACS) representa papel fundamental na comunicação

entre pacientes idosos,familiares e entre equipes e serviços de saúde. O ministério da

saúde estimula a atuação dos ACS no acompanhamento do uso racional de

medicamentos em suas comunidades e desta forma, a distância verificada entre o

usuário e o profissional da saúde pode ser minimizada pela ação dos agentes de saúde,

pois são eles que estão em contato com a comunidade e conhecem seus hábitos, suas

crenças, sua linguagem, sua rotina e seu nível de entendimento sobre as informações

disponibilizadas. O treinamento dos ACS pode propiciar uma relação de confiança

entre todos os envolvidos e pode ser fundamental para a conscientização e a garantia de

uso racional de medicamentos (NUNES; AMADOR; HEINECK, 2008).

Page 8: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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JUSTIFICATIVA

O município de Sanharó está localizado na mesorregião Agreste e na Microrregião Vale

do Ipojuca do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Belo Jardim, a sul com

São Bento do Una, a leste com Belo Jardim, e a oeste com Pesqueira. Ocupa uma área

de 268,68 KM 2 e uma altitude aproximada de 653 m e distando 198,2 km da capital,

com acesso pela BR 232.

De acordo com o censo 2010 do IBGE, a população residente local é de 21.955

habitantes, sendo a população urbana representada por 57%(12.500) e 43%(9.455) em

área rural. Os habitantes do sexo masculino representam 49%(10.760) e mulheres 51%

(11.195) com uma densidade demográfica de 81,7 hab./km2.

A unidade de saúde da família (USF) Cidadania,localizada neste cidade integra um

cadastro de 1601 famílias,representando um total de 5024 moradores ,sendo 43,7 % do

masculino e 56% do sexo feminino,distribuídos na seguinte faixa etária: <1 ano:0,43%

1-4 anos:3,8% 5-6 anos:2,5% 7-9 anos:4,6% 10-14 anos:8,5% 15-19 anos:8,9% 20-39

anos : 33,2% 40-49 anos:12,68% 50-59 anos:9,89 % > 60 anos 15,4%.

No cadastro do HIPERDIA temos o registro de 520 pacientes com HAS

(prevalência=10,35%) 125 diabéticos (p=2,48%).A população idosa acima de 60 anos

representa 64,7%(417) deste cadastro,porém verificamos uma baixa adesão

medicamentosa por esta população durantes as consultas de rotina ,reuniões com a

equipe e nas visitas domiciliares. Sendo que cerca de 35% (146) destes idosos

mantinham um tratamento farmacológico irregular com erros de tomada das

medicações,sem horários fixos,dificuldade na identificação das droga e para qual

finalidade elas serviam,refletindo assim em instabilidade de suas condições clínicas.

Surgindo assim, a ideia e a necessidade de formular uma proposta de intervenção pela

equipe de saúde,para reorientar a prática do cuidado e um manejo mais claro e eficiente

para esta população.

Segundo Lyra júnior (2006), a deficiência da adesão, entre os idosos portadores de

hipertensão arterial, tem relação direta com diversos fatores associados à falta de

informação sobre o tratamento. A educação ao paciente pode proporcionar a

conscientização quanto ao seu estado de saúde e à necessidade do uso correto dos

medicamentos, tornando o tratamento mais efetivo e seguro e a maior interação entre os

profissionais de saúde poderá reduzir diversos problemas relacionados aos

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medicamentos, da prescrição à administração e reduzir custos do sistema de saúde.

Spinato et al (2010) citado por Girotto (2011), afirma que os principais motivos

alegados por aqueles que não aderiam ao tratamento medicamentoso eram o

esquecimento e achar que a pressão arterial estava controlada,revelando a necessidade

de se estabelecer medidas que permitam ao paciente compreender sua doença e a

importância da adaptação a uma situação que exige mudanças comportamentais

contínuas e que favoreçam o cumprimento das medidas terapêuticas indicadas.

Além de todas as limitações físicas e emocionais do paciente idoso, a adesão

medicamentosa pode sofrer influencias na figura do cuidador,que num processo

multifatorial e indevidamente orientado pode provocar um transtorno ainda maior na

vida de um idoso com problemas de saúde (MARIN,2008).

Marin (2008), ainda afirma que condições como cronicidade de doenças,uso de

múltiplos medicamentos,efeitos adversos e a falta de uma adequada prescrição

médica,são fatores que podem contribuir negativamente no estado de saúde desta

população,tudo isso agravado pela não adesão ao tratamento correto.

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OBJETIVOS

Geral

Propor atividades educativas a fim de esclarecer sobre a administração correta dos

medicamentos utilizados no HIPERDIA, tendo como público alvo os pacientes, os

cuidadores e os agentes comunitários de saúde.

Específicos

1.Fornecer educação continuada aos agentes comunitários de saúde.

2.Formar grupos de apoio ao HIPERDIA.

3.Agendar atendimento médico baseado no cadastro do HIPERDIA.

4.Capacitar os cuidadores familiares na atenção a saúde do idoso.

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METODOLOGIA

Trata-se de um projeto de intervenção na USF-Cidadania, no município de

Sanharó-PE,realizado pela equipe de saúde com base em pesquisa e observação de

campo e revisão bibliográfica em banco de dados da BVS, Scielo e BIREME.

CENÁRIO DE INTERVENÇÃO:

O projeto se insere nas atividades diárias de atuação de médico(a),enfermeiro(a) e

ACSs na própria unidade de saúde, durante as visitas domiciliares,reuniões com a

equipe, em grupos de palestras e grupos de apoio formados em outros espaços

sociais(igrejas, escolas,associações de moradores e etc.).

CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

A equipe de saúde composta por médico(a),enfermeiro(a),agentes comunitários de

saúde(ACSs),técnico(a) e/ou auxiliar de enfermagem compõem o grupo mínimo

responsáveis pelas ações desta intervenção. E o grupo alvo é representado pelo

pacientes acima de 60 anos cadastrados no programa do HIPERDIA e seus cuidadores

familiares. O Profissional de enfermagem é o responsável pela coordenação dos

cadastros realizados pelos ACSs, orientações técnicas aos auxiliares de enfermagem

,além de palestrante e ator ativo na educação permanente aos ACSs e à população.

Neste cenário, os agentes de saúde representam papel ímpar,pois realizam o cadastro de

uma população já conhecida por eles e que transmitem confiança e maior facilidade na

identificação de fatores que podem estar interferindo na administração correta dos

medicamentos em uso. Os técnicos e auxiliares de enfermagem integram o momento de

aferições de pressão arterial e níveis de glicemia capilar durante as visitas domiciliares

e durantes as avaliações na unidade de saúde. E estruturando a coordenação de cursos e

palestras,monitorização,controle e acompanhamento dos pacientes de maior risco em

potencial, o profissional médico integra uma equipe com responsabilidades de atingir

metas não muito irreais e factíveis ao universo da atenção básica.

ETAPAS DA INTERVENÇÃO:

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A intervenção inicia-se com o cadastro e atualização de todos os pacientes do

HIPERDIA,realizados pelos ACSs em um período de 2 meses,realizadas por visitas

domiciliares. Concomitantemente ,realiza-se uma capacitação aos agentes de saúde com

intuito de explicar a utilização do teste de

Moriski-Green(BEN;NEUMANN;MENGUE,2012) a todos os pacientes com a

realização das perguntas orientadoras: Nos últimos dois meses:Esqueceu alguma vez de

tomar o medicamento para o problema de saúde? Toma os medicamentos nos horários

indicados?Quando se encontra bem, deixa de tomar o medicamento?Se alguma vez se

sente mal, deixa de tomar o medicamento? (3 ou 4 respostas :”sim”, classifica-se como

baixa adesão,1 ou 2 respostas positivas, como média adesão e nenhuma resposta como

alta adesão ao tratamento).

Com isto, seleciona se o publico alvo de idosos acima de 60 anos,seu nível de adesão à

terapêutica medicamentosa,número de medicamentos que toma por dia,presença de

outras comorbidades(Obesidade,sequela de AVC,doença coronariana,nefropatia

diabética ou hipertensiva) e classifica-se em baixo,médio ou alto risco de acordo com

estes dados associados.

Estas variáveis (nível de adesão ao tratamento, comorbidades e número de

medicamentos) podem ser agrupadas e formada uma breve classificação de risco a estes

pacientes:

Baixo risco: alto nível de adesão,sem comorbidades e doença compensada com

monoterapia.

Médio risco: média adesão, presença de 1 comorbidade e doença compensada com uso

de mais de 1 ou 2 drogas.

Alto risco: baixa adesão medicamentosa. Presença de mais de 1 comorbidade e doença

compensada com mais de 3 drogas ou descompensada.

Esta classificação serve para direcionar com ordem pela gravidade as novas consultas e

reavaliações, pacientes que não procuram o serviço de saúde e avaliação dos pacientes

com baixa adesão e com riscos de agravo.

O próximo passo deve haver um curso de capacitação aos ACSs e a formação de

cuidadores familiares de idosos , administrado por médico(a) e/ou enfermeiro (a),antes

do inicio das palestras e formação de grupos de apoio. Este mini curso deve incluir

aspectos de farmacologia básica,efeitos colaterais e interações medicamentosas sobre as

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drogas disponíveis na UBS para o tratamento de hipertensão e diabetes com ênfase às

consequências da baixa adesão terapêutica,orientações sobre posologia e efeitos

adversos dos medicamentos e atenção aos pacientes com manejo mais difícil.

Com o perfil detalhado dos idosos já conhecido, iniciam se as atividades práticas de

consulta médica agendada com reavaliações a cada 2 ou 3 meses.Esta alta demanda de

consultas exige uma dedicação de pelo menos 2 dias da semana para estes

pacientes,além de visitas domiciliares ao acamados e espaço na agenda para os demais

atendimentos não agendados.Isto demanda uma boa gerência da agenda

clínica,lembrando das atividades educativas semanais,reuniões com a equipe e com a

comunidade,visando o respeito ao principio da equidade a estes pacientes.

A implementação de palestras semanais é fator essencial ao intuito de manter educação

continuada a comunidade e a própria equipe de saúde atualizada. Realizada por médico,

enfermeira e ACSs, as palestras podem ser conduzidas com a utilização de instrumentos

clássicos e expositivos ou de uma forma mais interativa,como uma “roda de conversa”

com idosos do HIPERDIA. Já neste momento,faz interesse ao estimulo da formação de

grupos de apoio aos paciente do grupo,não somente na USF,mas em outros ambientes a

depender da localização e facilidade de reunião dos pacientes.

Além de explanação sobre doenças, deve se lembrar das estratégias de intervenções

comportamentais para melhorar a adesão ao tratamento,durante estes encontros.

As intervenções comportamentais podem ser promovidas por meio do aumento da

comunicação e aconselhamento individual,por intervenção do profissional de saúde

durante a consulta,com seguimento direto por via telefônica,mensagens telefônicas

automáticas ou intervenção familiar. Incluindo simplificação do esquema

terapêutico,sempre que possível diminuindo doses e número total de

fármacos,envolvendo o paciente no seu tratamento, e estimulando a auto monitorização

da doença (glicemia e pressão arterial) .

Outras medidas referem se aos lembretes,incluindo construção de embalagens especiais

que criem um ambiente familiar e que diminuam as tomadas equivocadas por erro de

leitura ou esquecimento,incluindo dia da semana,turnos do dia esquematizados (sol e

lua),caixas de medicamentos especificadas para cada doença. Além da criação de

alertas em celulares para lembrança de consultas,realização de exames e troca de

receitas.

Page 14: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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E finalmente como medidas avaliativas sobre a melhoria da adesão

medicamentosa,sugere se a repetição do teste de Moriski-Green com intervalo de 1

ano,novamente para todos os integrantes do HIPERDIA,ou no período avaliativo

parcial. Monitorar através de busca ativa e notificações mensais pelo ACS, dos

registros dos pacientes internados no hospital local por complicações de hipertensão ou

diabetes,esta medida é fundamental no acompanhamento aos pacientes mais críticos e

deve ser acordado os detalhes de quais pacientes notificar com a equipe de saúde e

administração do hospital,exemplificando os pacientes acima de 60 anos e moradores

incluídos na área adscrita da USF.

Medidas diretas de dosagem de glicemia e aferição da pressão arterial, também são

medidas uteis para verificar a adequação medicamentosa e adesão ao tratamento. Estas

medidas podem ser feitas nos dias de atendimento agendado,realizado na própria

unidade de saúde pelo profissional técnico. Além de repetição de exames laboratoriais

de acordo com os protocolos de HAS e DM do ministério da saúde.

Page 15: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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CRONOGRAMA

PERÍODO DE REALIZAÇÃO

2013 2014

Ação Nov Dez Jan fev Mar Abr Mai Jun

Elaboração

do Projeto

de

Intervenção

Diagnóstico

de área e

atualização

cadastral do

HIPERDIA

Procedimentos

- Passo 1:

Capacitação

dos ACSs

Passo 2:

Aplicação do

teste de

Moriski-Green

1. Busca ativa de pacientes com

baixa adesão medicamentosa. 2.

Monitoramento de internação

hospitalar de pacientes do

HIPERDIA. 3. Realização de

consultas agendadas.

Page 16: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

16

Passo 3:

1. Formação

de grupos de

apoio ao

HIPERDIA.

2. Curso de

capacitação

para

cuidadores

de idosos.

Passo 4:

Inicio de

palestras

semanais

Avaliação

Relatório

parcial

Relatório

final

Page 17: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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ORÇAMENTO E FINANCIAMENTO

Quadro. Orçamento

Item QuantidadeValor unitário

(R$)

Valor Total

(R$)

Materiais

Resma de papel A4 03 R$=14,60 R$=43,8

Cartucho preto–impressora Epson 02 R$=26,00 R$=52,0

Caixa de caneta-50 unidades 01 R$= 32,00 R$=32,0

Esfigmomamômetro 03 R$= 50,00 R$=150

Glicosímetro 02 R$= 50,00 R$=100

Fita para glicemia-50 unidades 03 R$ =60,00 R$=120

Materias de consumo-higiene. Diversos

R$=300

Total R$=797,8

Page 18: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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VIABILIDADE

A implementação do projeto,mostra se viável no objetivo principal que é um

monitoramento mais fidedigno do uso correto dos medicamentos, segundo sua

prescrição aos pacientes idosos do HIPERDIA.Essa nova forma de gerenciar e

organizar estes dados,beneficiará principalmente, os pacientes com maiores

comorbidades e dificuldades técnicas e sociais na tomada de seus medicamentos.Com a

equipe unida,estimulada na implementação das ações e apoiada por movimentos sociais

e políticos locais,o intuito de prevenção de agravos relacionados à hipertensão arterial e

ao diabetes podem ser minimizados com tal iniciativa.O baixo custo operacional,a

disponibilidade de recursos humanos , as instalações e os insumos da própria unidade

de saúde já presentes, facilitam a implantação das ações.Com um cronograma flexível,

ao longo de quase 1 ano, e realizadas durante a própria atividade do profissional, o

projeto estimula uma atitude de motivação e desafios,que associados a resultados

favoráveis,facilitará a concepção da saúde do idoso,como uma atenção especial e um

cuidado contínuo a estes pacientes.

Page 19: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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RESULTADOS PRETENDIDOS

Pretende se como intuito maior, criar uma conscientização por parte dos ACSs,

pacientes e cuidadores de idosos, sobre a importância de administração correta dos

medicamentos, atentos a horários, formas de administração, efeitos colaterais e

interações medicamentosas. Com isto, refletindo em bem estar e diminuição de

complicações e internações hospitalares por descompensações clínicas por mau

monitoramento e erros de administração. Pretende-se ao final do ano de atuação,

conhecer detalhadamente o perfil dos idosos do HIPERDIA, os pacientes mais graves,

quantos internamentos, óbitos e sequelas relacionadas a HAS e/ou DM,conhecendo e

definindo as seguintes metas e resultados:

1.Cadastro e atualização semestral dos idosos do HIPERDIA(417).

2.Consulta médica agendada de 100% dos idosos do cadastro.

4.Reduzir em pelo menos 40% a baixa adesão e os erros de tomada medicamentosa.

5.Reduzir em pelo menos 30% o numero de internações anuais por efeitos adversos dos

medicamentos e sequelas por HAS e DM.

6.Capacitar todos os ACSs e cuidadores de idosos na identificação de erros de

administração,efeitos colaterais,interações medicamentosas e baixa adesão aos

medicamentos do HIPERDIA.

Page 20: Estratégias para otimizar o uso de medicamentos entre os idosos do HIPERDIA e monitoramento ativo destas ações

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REFERÊNCIAS

1. BEN, Angela Jornada; NEUMANN, Cristina Rolim; MENGUE, Sotero Serrate.

Teste de Morisky-Green e Brief Medication Questionnaire para avaliar adesão a

medicamentos. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 46, n. 2, Apr. 2012 . Available from

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102012000200010

&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Dec. 2013. Epub Feb 14, 2012.

http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102012005000013.

2. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística. Cidades. Disponivel em:

<http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=261240>. Acesso em 10 Dez.

2013.

3. CARVALHO, Andre Luis Menezes; LEOPOLDINO, Ramon Weyler Duarte;

SILVA, Jose Eduardo Gomes da and CUNHA, Clemilton Pereira da. Adesão ao

tratamento medicamentoso em usuários cadastrados no Programa Hiperdia no

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