estimativa de parâmetros termodinâmicos e termo físicos para a simulação da produção de...

104
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ENGENHARIA QUÍMICA Uberlândia 2011 Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica.

Upload: delio-barroso-de-souza

Post on 12-Apr-2017

57 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ENGENHARIA QUÍMICA

Uberlândia

2011

Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da

Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica.

Page 2: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

COORDENAÇÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ENGENHARIA QUÍMICA

Uberlândia

2011

Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da

Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica.

Délio Barroso de Souza

Monografia apresentada ao Colegiado do

Curso de Graduação em Engenharia Química

da Universidade Federal de Uberlândia como

parte dos requisitos necessários à convalidação

da disciplina Estágio Supervisionado em

Engenharia Química.

Page 3: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Uberlândia

2011

DISSERTAÇÃO DE IC SUBMETIDA AO COLEGIADO DO CURSO GRADUAÇÃO EM

ENGENHARIA QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA COMO

PARTE DOS REQUISITOS PARA CONVALIDAÇÃO DA DISCIPLINA ESTÁGIO

SUPERVISIONADO.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________

Prof. Dr. Luis Cláudio Oliveira Lopes

Orientador (FEQUI/UFU)

______________________________

Davi Leonardo Souza

(DEQUE/UFSJ)

____________________________

Dyrney Araújo dos Santos

(FEQUI/UFU)

Page 4: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Uberlândia

2011

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 12

2.1 Óleos Vegetais ........................................................................................................... 12

2.2 Propriedades Físicas de Óleos Vegetais .................................................................... 13

2.3 Propriedades Químicas de Óleos Vegetais ................................................................ 16

2.4 Índices Químicos ....................................................................................................... 18

2.5 Reações de Transesterificação ................................................................................... 19

2.5.1 Processos Catalisados por Base .......................................................................... 20

2.5.2 Processos Catalisados por Ácido ........................................................................ 21

2.5.3 Processos Catalisados por Metais. ...................................................................... 22

2.5.4 Rota Etanólica ou Metanólica............................................................................. 24

2.5.5 Cinética da Alcoolize.......................................................................................... 25

2.5.6 Efeito da Umidade e da Acidez Livre ................................................................ 30

2.5.7 Efeito da Temperatura e do tempo de reação ..................................................... 30

2.5.8 Efeito das taxas molares ..................................................................................... 31

2.6 Biodiesel .................................................................................................................... 31

2.6.1 Propriedades Químicas ....................................................................................... 32

2.6.2 Propriedades Físicas dos Óleos Transesterificados ............................................ 33

3 METODOLOGIA APLICADA ....................................................................................... 34

3.1 Estimação de Parâmetros Termodinâmicos e termo físicos ...................................... 34

3.1.1 Método de Joback/Reid ...................................................................................... 35

3.1.2 Método de Constantinou/Gani ............................................................................ 39

3.2 Cálculo das Propriedades termo físicas. .................................................................... 42

3.2.1 Densidade de Líquidos, 𝝆𝑳................................................................................. 43

3.2.2 Pressão de Vapor, 𝑷𝒗𝒂𝒑 .................................................................................... 44

Page 5: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

3.2.3 Condutividade Térmica no estado líquido, 𝝀𝑳 ................................................... 45

3.2.4 Condutividade Térmica no Estado Vapor, 𝝀𝑽 .................................................... 47

3.2.5 Tensão Superficial, 𝝈.......................................................................................... 47

3.2.6 Segundo Coeficiente de Virial, 𝑩 ....................................................................... 48

3.2.7 Viscosidade, 𝜼 .................................................................................................... 49

3.2.8 Capacidade Calorífica, 𝑪𝒑𝑳 e 𝑪𝒑𝒊𝒈 .................................................................. 50

3.3 Utilização do StatisticaTM .......................................................................................... 51

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 51

4.1 Densidade de Líquidos ............................................................................................... 51

4.2 Pressão de Vapor ....................................................................................................... 52

4.3 Condutividade Térmica no Estado Líquido ............................................................... 58

4.4 Condutividade Térmica no Estado de Vapor ............................................................. 63

4.5 Tensão Superficial ..................................................................................................... 68

4.6 Segundo Coeficiente de Virial ................................................................................... 74

4.7 Viscosidade ................................................................................................................ 81

4.8 Capacidade Calorífica ................................................................................................ 93

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................................................................................... 102

Page 6: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Uberlândia

2011

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Comportamento da viscosidade de óleos vegetais em relação à temperatura.

(CETEC, 1983) ......................................................................................................................... 14

Figura 2. Fórmula estrutural química de um triacilglicerídeo. (CETEC, 1983) ....................... 16

Figura 3. Reação Química de transesterificação. Extraída de Wikipédia, a enciclopédia livre

disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Esterif_02.png ....................................... 19

Figura 4. Reação para produção de Biodiesel e Glicerol utilizando-se metanol. Extraída e

modificada de Wikipédia, a enciclopédia livre disponível em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Esterif_02.png ............................................................... 19

Figura 5. Mecanismo da reação de transesterificação catalisada por uma base. Extraído e

modificado de EJIKEME, P. M. et al,. 2009 ............................................................................ 20

Figura 6. Conversão de óleos vegetais utilizando-se três tipos de alcoóis (butano, etanol e

metanol numa reação catalisada por ácido sulfúrico 1%. Extraída de FREEDMAN, B., et al.,

1984 .......................................................................................................................................... 21

Figura 7. Etapas da reação de transesterificação catalisada em meio ácido. Extraída de

EJIKEME, P. M. et al,. 2009 .................................................................................................... 22

Figura 8. Diferentes colorações apresentadas pelo biodiesel Extraída de Wikipédia, a

enciclopédia livre, disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel ................................ 32

Figura 9. Comportamento da pressão de vapor da Trioleina com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO. ................................................................ 53

Figura 10. Comportamento da pressão de vapor da Dioleina com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO ................................................................. 54

Figura 11. Comportamento da pressão de vapor da Mono-oleina com a temperatura. Extraída

da base de dados (PCD Manager) do software COCO. ............................................................ 55

Figura 12. Comportamento da pressão de vapor da Metil Oleato com a temperatura. Extraída

da base de dados (PCD Manager) do software COCO. ............................................................ 56

Figura 13. Comportamento da pressão de vapor do Metanol com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO ................................................................. 57

Figura 14. Comportamento da pressão de vapor do Glicerol com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO. ................................................................ 58

Figura 15. (a) – Ajuste dos pontos no Statística. (b) – Modelo gerado pelo COCO com os

parâmetros estimados. .............................................................................................................. 59

Page 7: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 16. (a) - Condutividade térmica da Dioleina Obtida pela correlação de Pachaiyappan.

(b) - Ajuste dos dados no COCO entre 300K e 1800K ............................................................ 60

Figura 17. Ajuste de dados da condutividade térmica para Mono-oleina, no Statistica (a), para

simulação no COCO (b) ........................................................................................................... 61

Figura 18. Ajuste dos ados para condutividade térmica do Metil Oleato à correlação de Riazi

Faghri feitos pelo COCO. ......................................................................................................... 62

Figura 19. Dados ajustado pelo COCO para condutividade térmica do glicerol pela correlação

de Riazi e Faghri ....................................................................................................................... 62

Figura 20. Ajuste de dados para o metanol, sugerido pelo COCO obtidos pela correlação de

Riazi Faghri para de 200 K a 423 K. ........................................................................................ 63

Figura 21. Perfil de condutividade térmica no estado de vapor para Trioleina, estimado

utilizando a correlação de Riazi e Faghri e ajustado pelo coco utilizando o modelo dado na

Eq. (117). .................................................................................................................................. 64

Figura 22. Perfil de condutividade térmica do vapor de dioleina ajustado pelo Statistica (a) e

para estima tiva de parâmetros e perfil utilizado pelo COCO (b) ............................................ 65

Figura 23. Dados de condutividade térmica no estado de vapor calculados pela Correlação de

Misic e Thodos e ajustados pela Eq. (120). Gráfico gerado pelo COCO (b) com os

parâmetros obtidos de (a). ........................................................................................................ 66

Figura 24. Dados de condutividade térmica do metil oleato ajustados pelo próprio COCO ao

modelo dado pela Eq. (117) e sugerida a correlação de Riazi e Faghri para o seu cálculo. .... 66

Figura 25. Dados de condutividade térmica do glicerol obtidos pela correlação de Riazi e

Faghri ajustados pelo COCO ao modelo de Eq. (117). ............................................................ 67

Figura 26. Dados de condutividade térmica do metanol ajustado pelo COCO com base

correlação de Riazi e Faghri ao modelo pela Eq. (117). ........................................................... 67

Figura 27. Perfis de tensão superficial para trioleína estimados entre 300 K e 911 K utilizando

o software Statistica (a). Perfil utilizado no COCO (b) provindo da estimativa em (a) ........... 69

Figura 28. Comportamento da tensão superficial da dioleina (a) e (b). Faixa estimada entre

300 K e 909 K. .......................................................................................................................... 70

Figura 29. Comportamento da tensão superficial do Metil Oleato estimado entre 273 K e 773

K (a) e (b) ................................................................................................................................. 71

Figura 30. Perfil de tensão superficial da mono-oleina estimado entre 300 K e 1100 K, faixa

válida para a Correlação de Brock e Bird. ................................................................................ 72

Figura 31. Perfil de tensão superficial do glicerol estimado entre 300 K e 840 K. (a)

Estimação de parâmetros pelo Satistica e (b) valores utilizados pelo COCO. ......................... 73

Page 8: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 32. Perfil de comportamento da tensão superficial do metanol estimado entre 273 K e

503 K (a) e (b). ......................................................................................................................... 74

Figura 33. Ajuste dos parâmetros para a trioleína entre 243 K e 1016,48 K (a). Curva utilizada

pelo software COCO para simulação (b). ................................................................................. 75

Figura 34. Perfil obtido pelo ajuste dos parâmetros da Eq. (134) em (a). Curva utilizada pelo

software COCO para simulação ............................................................................................... 76

Figura 35. Parâmetros da Eq. (134) ajustados para Mono-oleina em (a). Perfil utilizado pelo

software COCO para simulações em (b). ................................................................................. 77

Figura 36. Estimativa dos parâmetros para o segundo coeficiente de virial do metil oleato (a).

Curva utilizada pelo software COCO para simulação (b). ....................................................... 78

Figura 37. Estimativa do segundo coeficiente de virial parao glicerol (a). Curva utilizada pelo

COCO para simulação. Estimativa entre 340 K e 1700 K. ...................................................... 79

Figura 38. Segundo coeficiente de virial para o metanol. Faixa compreeendida entre 280 K e

1500 K. ..................................................................................................................................... 80

Figura 39. Ajuste dos dados para Viscosidade no estado líquido da trioleína. Ajuste do

modelo no Statistica. ................................................................................................................ 81

Figura 40. Ajuste dos dados de viscosidade de líquido para dioleina (a). Perfil utilizado pelo

COCO simulação (b) ................................................................................................................ 82

Figura 41. Ajuste dos dados de viscosidade no estado líquido para mono-oleina (a) entre 300

K e 900 K. Curva utilizada pelo COCO na simulação. ............................................................ 83

Figura 42. Ajuste dos dados para o Metil Oleato (a). Curva utilizada pelo COCO (b). .......... 84

Figura 43. Curva de viscosidade de líquidos para o glicerol (a) e (b). ..................................... 85

Figura 44. Curva de simulação com os dados do metanol para viscosidade de líquidos que já

estavam na base de dados do COCO ........................................................................................ 86

Figura 45. Comportamento da viscosidade no estado de vapor para trioleina entre 900 K e

1690 K. ..................................................................................................................................... 87

Figura 46. Perfil gráfico para viscosidade no estado de vapor da dioleina entre 1000 K e 1308

K ............................................................................................................................................... 88

Figura 47. Comportamento da viscosidade no estado de vapor da mono-oleina. Ajuste feito

926 K e 1000K (a) e em (b) a curva utilizada pelo COCO ...................................................... 89

Figura 48. Ajuste dos dados para viscosidade no estado de vapor (a) do metil oleato. Curva

uItilizada (b) pelo COCO construída com os parâmetros obtidos em (a). ............................... 90

Figura 49. Perfil do comportamento da viscosdade no estado de vapor para o glicerol.

Estimativa feita para faixa de 544 K a 1000 K (a) e curva utilizada no COCO em (b) ........... 91

Page 9: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 50. Comportamneto da viscosidade no estado de vapor para o metanol estimada na

faixa de 240 K a 1000 K. (a) – estimativa; (b) – curva utilizada.............................................. 92

Figura 51. Perfil de capacidade calorífica de gás ideal para trioleína. Estimativa feita pelo

COCO entre 300 K e 1500 K.................................................................................................... 93

Figura 52. Perfil de capacidade calorífica de gás idela para dioleina. Estimativa realizada entre

300 K e 1500 K pelo software COCO. ..................................................................................... 94

Figura 53. Comportamento da capacidade calorífica de gás ideal para o composto mono-

oleina. Estimativa realizada entre 300 K e 1500 K. ................................................................. 94

Figura 54. Pefil de capacidade calorífica de gás ideal para o metil oleato estimado entre 300 K

e 1500 K. .................................................................................................................................. 95

Figura 55. Perfil de capacidade calorífica de gás ideal para o glicerol estimado entre 300 K e

1500 K pelo software COCO.................................................................................................... 95

Figura 56. Perfil de capacidade caloríficade gás ideal para o metanol estimado entre 175 K e

1500 K pelo software COCO.................................................................................................... 96

Figura 57. Estimativa de parâmetros para trioleina (a), dioleina (b), mono-oleina (c), metil

oleato (d), glicerol (e), metanol (f). .......................................................................................... 99

Figura 58. Curvas utilizadas pelo COCO para simulação. Trioleína (a), dioleina (b), mono-

oleina (c), metil oleato (d), glicerol (e), metanol (f). .............................................................. 101

Page 10: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Uberlândia

2011

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Especificações de alguns óleos vegetais quando comparados ao diesel de petróleo.

Extraída de NETO, P. R. C., et al, 1999. .................................................................................. 15

Tabela 2. Curva de Destilação para Diferentes tipos de óleos vegetais e para o óleo diesel.

(Extraído de CETEC, 1983) ..................................................................................................... 16

Tabela 3. Composição de ácidos graxos de acordo com cada óleo vegetal. Extraída de

(CETEC, 1983) ......................................................................................................................... 17

Tabela 4. Reações elementares para o Mecanismo Eley-Rideal. ............................................. 23

Tabela 5. Etapas reacionais elementares para o mecanismo de LHHW .................................. 23

Tabela 6. Mecanismo Reacional descrito por Hatori para transesterificação........................... 24

Tabela 7. Índices Químicos obtidos para o Biodiesel considerando vários tipos de óleos

vegetais como matéria prima. (CETEC, 1983)......................................................................... 33

Tabela 8. Avaliação da qualidade carburante de diferentes óleos combustíveis. (CETEC,

1983) ......................................................................................................................................... 34

Tabela 9. Grupos de acordo com Joback e seus respectivos valores. Extraída de

http://chemeo.com/doc/joback-reid-group-contribution-method. ............................................ 37

Tabela 10. Valores dos parâmetros para as equações 99 a 101. Extraída de ChemSep.

Technical Reference ................................................................................................................. 44

Tabela 11. Parâmetros de densidade de líquidos. Extraído de (ChemExper - catalog of

chemical suppliers, physical characteristics and search engine) .............................................. 52

Tabela 12. Valores dos parâmetros da equação de ajuste da densidade de líquidos ................ 52

Tabela 13. Valores dos parâmetros da equação de ajuste para cálculo da pressão de vapor ... 52

Tabela 14. Valores dos parâmetros para obtenção do modelo de condutividade térmica de

liquido ....................................................................................................................................... 58

Tabela 15. Valores dos parâmetros para obtenção do modelo de condutividade térmica de

vapor ......................................................................................................................................... 63

Tabela 16. Valores ajustados de tensões superficiais ajustados para os compostos presentes na

transesterificação ...................................................................................................................... 68

Tabela 17. Valores do segundo coeficiente de virial obtidos a partir da correlação de Pitzer. 74

Tabela 18. Parâmetros de viscosidade de líquido e de vapor. .................................................. 86

Tabela 19. Valores de dos parâmetros 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑑 estimados pelo método de Joback para

capacidade calorífica de gás ideal. ........................................................................................... 93

Tabela 20. Valores dos parâmetros da Eq. (143) para a capacidade calorífica líquida ............ 96

Page 11: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

ESTIMATIVA DE PARÂMETROS TERMODINÂMICOS E TERMO

FÍSICOS PARA A SIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO

SOFTWARE COCO UTILIZANDO ROTA METANÓLICA.

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que hoje a maior parte da energia consumida no planeta provém de fontes

fósseis. O petróleo, um combustível fóssil, é definido como uma mistura de hidrocarbonetos

de cadeia media a longa, cuja formação se deu através da decomposição da matéria orgânica

através de milhares de anos e sob condições especiais de temperatura e pressão.

Dada a natureza do petróleo, sua utilização como principal fonte de atividades que

requerem energia vem sendo questionada. Esse combustível, de natureza limitada, é apontado

hoje como causador de problemas ambientais, entre os quais o mais citado é do aquecimento

global. A utilização de óleos vegetais torna-se então uma alternativa bastante viável.

A reação de transesterificação, de modo geral, é a maneira mais utilizada na no de

óleos extraídos de vegetais como biocombustíveis. A mesma processa entre esses óleos de

composição complexa e um álcool de cadeia curta, na presença de um catalisador, seja base,

ácido ou um composto metálico.

A simulação dessa reação é de natureza complexa, visto que a mistura que se forma é

composta de várias substâncias de difícil modelagem termodinâmica. Essa dificuldade se dá

principalmente na etapa de obtenção de dados termo físicos.

Em geral como as misturas que constituem tanto os óleos vegetais como o biodiesel

são compostas por diferentes triglicérides e ésteres respectivamente, aproximações na

composição do óleo devem ser feitas com o objetivo de facilitar os cálculos. Em virtude das

técnicas de análises serem dispendiosas métodos de contribuição de grupos termodinâmicos

são frequentemente empregados nessa etapa de obtenção de dados.

Em vista da pouca existência de dados termodinâmicos e termo físicos para essas

substâncias o presente estudo propõe a obtenção das tais por meio de correlações clássicas

conhecidas na literatura e o ajuste dos dados obtidos aos modelos de regressão presentes no

software COCO por meio da estrutura de gerenciamento de compostos que esse software

disponibiliza, denominada PCD Manager.

Os dados podem ser utilizados para o projeto de sistemas de mistura reação e

separação por meio da simulação de condições de processo.

Page 12: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Óleos Vegetais

Os óleos vegetais e gorduras animais começaram a ser estudadas no final do século

XIX como fontes de combustíveis (LIMA, J. R. O. et al, 2006), obtendo-se com isso

resultados bastante satisfatórios em motores cuja ignição se dá por compressão. Os motores

que trabalham segundo o ciclo Diesel tornaram-se então “alvo” de testes com essa nova fonte

de combustível

Percebeu-se, entretanto que alguns fatores eram impróprios e limitavam a aplicação

dos óleos nesses motores dentre eles cita-se a sua alta viscosidade, baixa volatilidade, e

propriedades poli-insaturadas que proporcionam combustões incompletas (FERRARI, R. A.,

et al, 2004). Como forma de contornar essas propriedades indesejáveis, processos de

dissolução, emulsificações com outros compostos orgânicos de cadeia menor como etanol e

metanol além de reações de transesterificação, têm sido propostos. De todas as alternativas, a

mais viável é o processo de transesterificação, dada a simplicidade e ao fato da obtenção de

um biocombustível que apresenta propriedades similares às do óleo diesel obtido a partir do

petróleo.

Dado o apelo ambiental pela diminuição de queima de combustíveis fósseis, pois se

sabe de sua influência no aumento da concentração de gases estufa na atmosfera que por sua

vez também influenciam acidificação das precipitações faz com que as pesquisas e

viabilização comercial desse óleo estejam aceleradas mundo a fora, de tal forma que a

pesquisa pra tal está em alto grau de avanço em países como França, Áustria, Alemanha,

Bélgica, Reino Unido, Itália, Holanda, Finlândia, Estados Unidos, Japão e Suécia (FERRARI,

R. A., et al, 2004).

No Brasil, pais cujo consumo de diesel atinge 35 milhões de t/ano de óleo diesel,

estuda a ampliação, com vistas à economia da importação do petrodiesel que por

conseqüência diminuiria o déficit da balança de pagamentos.

Sabe-se que hoje a maior quantidade do biodiesel produzido no planeta é derivada do

óleo de soja combinada a alcoóis de cadeia menor, sedo que o metanol é freqüentemente

utilizado. O contexto brasileiro é bastante viável, visto que a produção da matéria prima para

Page 13: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

extração do óleo que contem os ácidos graxos é abundante, no entanto, estuda-se a utilização

do etanol no lugar do metanol, dado o contexto de produção nacional.

Em termos de terras disponíveis o país apresenta outro grande diferencial, a sua área

territorial. A perspectiva é que em torno de 150 milhões de ha possam ser incorporados à

produção de biodiesel, dos quais 90 milhões seriam referentes às novas fronteiras de

exploração e os demais 60 milhões de ha provindos de antigas pastagens (LIMA, J. R. O.,

2007), sendo que os fatores climáticos norteiam a distribuição dessas terras.

No nordeste brasileiro, uma área de 12 milhões de ha está plantada com babaçu, uma

oleaginosa cujo potencial para extração do óleo necessário a obtenção dos triacilglicerídeos é

alta. São extraídas dessas plantações em torno de 14000 t de amêndoas (LIMA, J. R. O., et al,

2007).

2.2 Propriedades Físicas de Óleos Vegetais

Para utilização de determinados óleos vegetais como matérias primas para obtenção

de biodiesel, torna-se necessária a avaliação de algumas propriedades físicas. O índice

comumente empregado é o do poder carburante, que por sua vez depende do poder calorífico,

viscosidade índice de cetano, curva de destilação e do ponto de névoa.

O poder de calorífico de um óleo combustível indica a potência máxima que um

motor poderá atingir em operação, enquanto que ao índice de cetano estão relacionados o

poder inflamação e combustão. Esses dois parâmetros aliados permitem a avaliação de

parâmetros de desempenho do motor, tal como partida a frio, ruídos e gradientes de pressão.

A viscosidade, propriedade dependente da temperatura que mede a resistência interna

de escoamento de um fluído, tem sua importância devido ao mecanismo de injeção e posterior

combustão de combustíveis. Por ele, o fluido deve ser atomizado, ou seja, reduzido á

pequenas partículas líquidas e em seguida injetado na forma de jato na câmara de combustão.

A dificuldade em atomizar o óleo influencia, portanto na potência desenvolvida pelo motor. A

Fig. (1) mostra o comportamento da viscosidade de alguns óleos vegetais em relação à

temperatura.

Page 14: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 1. Comportamento da viscosidade de óleos vegetais em relação à temperatura.

(CETEC, 1983)

O ponto de névoa, por sua vez, é uma propriedade que mede a temperatura inicial de

cristalização de um óleo. A cristalização de óleos brutos é prejudicial ao sistema de injeção,

por consequência o de combustão, além de causar entupimentos em filtros de combustíveis. A

Page 15: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

situação de cristalização de um óleo combustível torna-se comum principalmente quando os

acionamentos de motores ocorrem em temperaturas muito baixas, tal como acontece em

regiões de clima temperado. Uma forma de contornar tal problema é o pré-aquecimento da

mistura que será injetada na câmara de combustão ou ainda a adição de aditivos próprios aos

óleos vegetais que os confira maior fluidez, diminuindo, portanto o ponto de névoa (NETO, P.

R. C., et al, 1999). A tabela 1 abaixo mostra algumas especificações físicas de óleos

comumente usados como fontes de biocombustíveis.

Tabela 1. Especificações de alguns óleos vegetais quando comparados ao diesel de petróleo.

(NETO, P. R. C., et al, 1999).

Características Tipo de óleo

Dendê Babaçu Amendoim Soja Piqui Petrodiesel

Poder

Calorífico(kcal/kg)

8946 9049 9458 9421 9330 10950

Ponto de Névoa (°C) 31 26 19,0 13,0 26 0

Índice de Cetano 38 – 40 38 39 – 41 36 – 39 38 40

Densidade (25°C) 0,9118 0,9153 Nd nd 0,910

2

0,8497

Viscosidade (37,8°C) 36,8 30,3 41,1 36,8 47,0 2,0 – 4,3

Destilação a 90% (°C) 349 349 349 370 nd 338

Resíduo de Carbono

Conradson sobre 10%

do resíduo seco.

0,54 0,28 0,49 0,54 nd 0,35

Por fim, a curva de destilação de um óleo vegetal deve ser levada em consideração.

Ao contrário do óleo diesel extraído do petróleo, os óleos vegetais não são estáveis na

temperatura de destilação, visto que a maioria desses óleos, ao serem submetidos a processos

de aquecimento formam estruturas poliméricas, cujo ponto de ebulição é bastante alto.

(CETEC, 1983). Para um motor as consequências se dão no sistema de injeção, combustão. O

aumento da temperatura de destilação faz com que as combustões no interior da câmara se

tornem incompletas devido a queima de compostos poliméricos e, por conseguinte a

diminuição de potência pode ser observada (NETO, P. R. C., et al, 1999).

A tabela 2 a seguir mostra as condições térmicas nas quais alguns glicerídeos sofrem

reações químicas que resulta na formação de compostos poliméricos e, por conseguinte

aumento no ponto de ebulição de alguns óleos vegetais brutos. Para o caso dos óleos

etanolizados ou metanolizados observa-se uma destilação em temperaturas quase sempre

inferiores a 350°C, sem sua respectiva decomposição.

Page 16: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Tabela 2. Curva de Destilação para Diferentes tipos de óleos vegetais e para o óleo diesel.

(CETEC, 1983)

Porcentagem Óleo de

Colza

Éster metílico da

colza (°C)

Éster metílico do

babaçu (°C) Óleo Diesel (°C)

PI 160 321 217 170

5 246 335 242 -

10 256 336 254 207

20 C

raqu

eam

ento

336 263 220

30 336 272 244

40 336 279 260

50 337 284 272

60 337 288 282

70 339 303 300

80 341 321 318

90 342 335 340

95 350 - 395

PF 350 - -

2.3 Propriedades Químicas de Óleos Vegetais

Quimicamente, óleos vegetais são definidos como uma mistura de ésteres provindos

do glicerol (triacilglicerídeos ou glicerol), cuja cadeia de carbono contém de 8 a 24 átomos de

carbono com diferentes graus de insaturação (NETO, P. R. C., et al, 1999), tal como mostrado

na Fig. (2). Tanto a composição como os graus de insaturação são variáveis que dependem da

espécie oleaginosa da qual o óleo foi extraído.

Figura 2. Fórmula estrutural química de um triacilglicerídeo. (CETEC, 1983)

Page 17: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Em termos dos graus de insaturação, segundo relatório publicado pelo STI – MIC /

CETEC de 1983, os óleos vegetais podem se classificados em três grupos de acordo com o

grau de insaturação.

Óleos do tipo saturados são caracterizados por ser em geral, sólidos à temperatura

ambiente, derivados do ácido láurico. Ao serem transesterificados, alcançam altos índices de

fluidez e de cetanos (superior a 60).

Os óleos cuja saturação é intermediária são derivados do ácido oleico e do ácido

palmítico e normalmente são líquidos à temperatura ambiente, sendo que alguns podem

apresentar aspecto pastoso. Ao serem transesterificados, apresentam índices de cetano por

volta de 50, o que atesta grande poder carburante.

Por fim, os óleos ditos poli-insaturados caracterizam-se pela existência de mais uma

insaturação, ou seja, duplas ligações entre átomos de carbono, são derivados em geral, do

ácido linoleico e linolênico e não são resistentes à oxidação. Produtos químicos

transesterificados a partir dessas fontes apresentam índices de cetano baixo (por volta de 40),

o que reflete em combustões incompletas, e perda do poder lubrificante do biocombustível

gerado. A tabela 3 descreve a composição química de diferentes tipos de óleos vegetais. Essa

análise é o ponto preliminar pra determinação da qualidade do poder carburante desse óleo ou

de seus derivados.

Tabela 3. Composição de ácidos graxos de acordo com cada óleo vegetal. (CETEC, 1983)

Page 18: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Vê-se que a composição química do óleo está intimamente ligada às suas

características físico-químicas. Alguns estudos realizados para determinação de desempenho

de motores que utilizam o biodiesel como combustível mostram a importância da

classificação supracitada na seleção de óleos vegetais como matérias primas.

De acordo com MONYEM, A. et al, (2001), o biodiesel derivado de ácidos linoleicos

e linolênicos (óleos poli-insaturados), apresenta baixo poder de oxidação fazendo com que

compostos poliméricos de alto peso molecular sejam acumulados na câmara de combustão

prejudicando o sistema de injeção de combustível, por outro lado, de acordo com o mesmo

autor óleos vegetais com teores de cetano superiores 80 proporcionam uma oxidação melhor.

Os teores de emissão decorrentes ainda não são completamente conhecidos, até o presente

momento.

2.4 Índices Químicos

Na determinação das características físico-química dos óleos vegetais, são

empregados alguns índices dentre os quais cita-se: saponificação, iodo, acidez, peróxido,

insaponificáveis e hidroxila.

Saponificação. Indica o peso, em miligramas, de hidróxido de potássio necessário

para saponificar 1g de óleo, sendo que essa medida é importante na avaliação do peso

molecular do óleo.

Iodo. Determina a quantidade de iodo em gramas para cada 100g de óleo utilizado e é

utilizada na determinação do grau de insaturação de óleos. Os valores variam entre 50

e 150, podendo atingir em alguns casos valores como 180, quando o óleo possui uma

estrutura poli-insaturada.

Índice de Acidez. De acordo com a quantidade de ácidos presentes na mistura esse

índice pode indicar a qualidade do óleo seja pra alimentação humana ou para

utilização na reação de transesterificação, por indicar o poder carburante. Óleos com

elevada acidez ocasionam corrosão em partes do motor, principalmente na câmara de

combustão, além disso, a condição de estabilidade térmica fica comprometida.

Índice de Peróxido. Expressa a medida do grau de oxidação do óleo em miligramas

equivalentes de oxigênio por quilo de amostra analisada. Esse índice a facilidade de

auto oxidação de óleos e gorduras vegetais, processo responsável pelos odores

desagradáveis ou ranços.

Page 19: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Índice de Hidróxido. Peso em miligramas de hidróxido de potássio, equivalente ao

teor do grupo hidroxila contido em 1g de óleo.

2.5 Reações de Transesterificação

A transesterificação é uma reação química, em que um éster (RCOOR’) e um álcool

(R’’OH) são combinados para produção de outro éster (RCOOR’’) e um álcool (R’OH). , tal

como ilustrado na Fig. (3).

Figura 3. Reação Química de transesterificação. Extraída de Wikipédia, a enciclopédia livre

Atualmente, a aplicação de maior destaque da reação em questão é a produção de

biodiesel, em que um óleo vegetal (triacilglicerídeo) é combinado à um álcool de cadeia curta,

na presença de um catalisador. Dessa reação resulta-se uma mistura de ésteres (biodiesel) e

um tri-álcool conhecido como glicerol, de acordo com a Fig. (4).

Figura 4. Reação para produção de Biodiesel e Glicerol utilizando-se metanol. Extraída e

modificada de Wikipédia, a enciclopédia livre.

De acordo com EJIKEME, P. M. et al,. 2009, a reação química de transesterificação

foi relata pela primeira vez no ano de 1937, por Chavanne, na Universidade de Bruxelas –

Bélgica. O objetivo, no entanto não era a produção de alquil ésteres, mas sim a produção de

glicerol, matéria prima fundamental para produção de explosivos. O glicerol, por ser insolúvel

na mistura de ésteres e ter densidade maior, era separado por centrifugação. O Processo em

questão para obtenção do biodiesel só foi patenteado como tal a partir do ano de 1940.

Page 20: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

O processo de transesterificação tal como mostrado na Fig. 4 acima é acelerado na

presença de um catalisador. O mesmo pode ser uma base, um ácido ou ainda um composto

metálico.

2.5.1 Processos Catalisados por Base

De acordo com EJIKEME, P. M. et al,. 2009, vários processos de transesterificações

de óleos vegetais utilizam-se de catalisadores básicos para acelerar a obtenção de alquil

ésteres. Na etanólise e metanólise de óleo de palma e de coco, foram obtidos rendimentos de

até 90%, a partir da utilização de cinzas de caldeira, cujo teor de hidróxido de potássio é alto.

Foram obtidos, pela reação com o metanol rendimentos da ordem de 96%, quando refluxos de

óleo vegetais não reagidos foram realimentados ao sistema reacional durante 2 hr.

Em geral, o mecanismo de reações catalisadas por base se dá em quatro etapas, tal

como ilustrado na Fig. 5. Na primeira etapa, a base reage com o álcool produzindo um

alcóxido, protonizando o catalisador. A segunda etapa por sua vez é um ataque nucleofílico

do alcóxido ao grupo carbonil do triglicerídeo gerando um composto intermediário cuja

geometria espacial é tetraédrica. O terceiro passo envolve a formação de um alquil éster e um

ânion diglicerídeo. O passo final envolve a desprotonação do catalisador e conseqüente

regeneração de sítios ativos para posterior reação com outros alcoóis.

Primeira Etapa

Segunda Etapa

Terceira Etapa

Quarta Etapa

Figura 5. Mecanismo da reação de transesterificação catalisada por uma base. (EJIKEME, P.

M. et al,. 2009)

Page 21: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Em que:

,

e são os carbonos da cadeia de ácido graxo e é o grupo alquila da espécie alcoólica.

2.5.2 Processos Catalisados por Ácido

O processo de transesterificação para obtenção do biodiesel por via ácida utiliza

espécies caracterizadas como ácidos de Bronsted, tal como, 𝐻𝐶𝑙, 𝐵𝐹3, 𝐻3𝑃𝑂4, 𝐻2𝑆𝑂4 e

ácidos sulfônicos, sendo que os ácidos mais utilizados são o sulfúrico e sulfônico. A reação

catalisada por ácido proporciona altos rendimentos, no entanto sua velocidade é

extremamente baixa (MARCHETTI, J. M. et al, 2005). Estudos realizados por FREEDMAN,

B. et al, (1984), mostraram que o uso do ácido sulfúrico para bons rendimentos reacionais

teria quer ser feito a uma razão entre óleo vegetal e metanol de aproximadamente 30:1 com

ácido sulfúrico concentrado em 1%. Bons resultados também foram obtidos utilizando-se

etanol e butanol tal como mostrado no gráfico da Fig. 6.

Figura 6. Conversão de óleos vegetais utilizando-se três tipos de alcoóis (butano, etanol e

metanol numa reação catalisada por ácido sulfúrico 1%. (FREEDMAN, B., et al., 1984)

Page 22: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

A reação de formação de ésteres de mono alquila dá se em três etapas tal como

mostra na Fig. (7). Na primeira, a protonação do grupo carbonila do éster conduz ao

carbocátion que depois de um ataque nucleofílico do álcool produz o intermediário

tetraédrico. Na segunda o glicerol é eliminado e um novo éster é formado e por fim o

catalisador é regenerado. É possível que durante essas etapas, ácidos carboxílidos possam ser

formado, torna-se, portanto, interessante conduzir o processo catalisado por ácido na ausência

de um meio aquoso.

Em que

,

é a estrutura do glicerídeo.

2.5.3 Processos Catalisados por Metais.

Em geral processos de transesterificação, catalisados por metais que incluem óxidos

de metais alcalinos, alcalinos terrosos, zeólitos e hidrotalcitas, são preferidos em relação aos

processos homogêneos. De acordo com KAPIL, A., et al, 2011, isso se dá pela não formação

de sabão, menor perda de catalisador e maior quantidade de etapas posteriores para separação

dos produtos formados no caso do processo homogêneo.

Alguns estudos cinéticos sobre esse tipo de reação são desenvolvidos sendo que

DOSSIN, T. F., et al (2006) conduziu reações de transesterificação catalisadas por óxido de

magnésio (𝑀𝑔𝑂), num reator do tipo batelada. O mecanismo Eley-Rideal que descreve uma

Figura 7. Etapas da reação de transesterificação catalisada em meio ácido. (EJIKEME, P. M.

et al,. 2009)

Page 23: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

fase líquida do processo reativo que leva a formação do mono alquil éster em três etapas

demonstrou-se, mediante análises estatísticas e fisico-químicas, o melhor para descrever o

processo. Por ele, a absorção do metanol é a etapa limitante da reação.

Esse mecanismo foi proposto em 1938 por D. D. Eley e E. K. Rideal. Tal como

mostrado nas Eqs. (1 e 2), uma das moléculas é adsorvida e a outra molécula em fase gasosa

reage com essa.

𝐴(𝑔) + 𝑆(𝑠) ⇌ 𝐴𝑆(𝑠)

𝐴𝑆(𝑠) + 𝐵(𝑔) → 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠

(1)

(2)

KAPIL, A., et al (2011) conduziu estudos de reações de transesterificação utilizando

o metanol. Neles foram avaliados três tipos de mecanismos, Eley-Rideal (ER), Langmuir-

Hinshelwood-Hougen-Watson (LHHW) e Hatori, assumindo hipóteses de estado quase

estacionário para espécies da superfície e para absorção do metanol, além das taxas de reações

na superfície como determinantes para o processo. Concluiu-se diante após estimativas de

parâmetros utilizando-se o algoritmo de Monte Carlo, que o mecanismo LHHW descreveu o

processo heterogêneo de transesterificação de modo mais confiável. As tabelas 4 a 6 mostram

a sequência de reações elementares para cada um dos três mecanismos citados.

Tabela 4. Reações elementares para o Mecanismo Eley-Rideal.

∗ +𝐶𝐻3𝑂𝐻 ↔ 𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝑇 ↔ 𝐷∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝐷 ↔ 𝑀∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝑀 ↔ 𝐺∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐷∗ ↔ 𝐷 +∗

𝑀∗ ↔ 𝑀 +∗

𝐺∗ ↔ 𝐺 +∗

(3)

(4)

(5)

(6)

(7)

(8)

(9)

Tabela 5. Etapas reacionais elementares para o mecanismo de LHHW

∗ +𝐶𝐻3𝑂𝐻 ↔ 𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝑇 +∗↔ 𝑇∗

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝑇∗ ↔ 𝐷∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝐷∗ ↔ 𝑀∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝑀∗ ↔ 𝐺∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐷 +∗↔ 𝐷∗

(10)

(11)

(12)

(13)

(14)

(15)

Page 24: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝑀 +∗↔ 𝑀∗

𝐺∗ ↔ 𝐺 +∗

(16)

(17)

Tabela 6. Mecanismo Reacional descrito por Hatori para transesterificação

∗ +𝐶𝐻3𝑂𝐻 ↔ 𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝑇 +∗↔ 𝑇∗

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝑇∗ ↔ [𝑇𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ +∗

[𝑇𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ ↔ 𝐷∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝐷∗ ↔ [𝐷𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ +∗

[𝐷𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ ↔ 𝑀∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ + 𝑀∗ ↔ [𝑀𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ +∗

[𝑀𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻]∗ ↔ 𝐺∗ + 𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐷 +∗↔ 𝐷∗

𝑀 +∗↔ 𝑀∗

𝐺∗ ↔ 𝐺 +∗

(18)

(19)

(20)

(21)

(22)

(23)

(24)

(25)

(26)

(27)

(28)

2.5.4 Rota Etanólica ou Metanólica

Em geral, para produção do biodiesel é comum se empregar alcoóis de cadeia mais

curta e de natureza primária, tais como metanol, etanol propanol e butanol. É mais comum a

utilização do metanol, visto que os metil ésteres derivados possuem propriedades semelhantes

ás do diesel derivado do petróleo, tais como índice de cetanos o conteúdo energético e as

mudanças de fase (DARNOKO, et al., 2000), no entanto países como o Brasil que têm uma

grande produção de álcool etílico provindo do processamento da cana-de-açúcar, optam pela

via etanólica.

Estudos feitos por LIMA, J. R. O., et al (2006), compararam a produção de biodiesel

por rota etanólica e metanólica, empregando-se como catalisador o hidróxido de sódio. A

partir da análise de índice de acidez, percebeu-se que por ambas as vias os valores ficavam

dentro da faixa especificada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Em termos de

rendimento, o processo conduzido utilizando-se metanol obteve 71,8% contra 62,2% pela

utilização de etanol.

Com relação às perdas de reagentes, essa se dá em maior quantidade ao se utilizar

etanol como agente transesterificante. Essa condição é explicada pela formação de sabão

numa reação paralela saponificação, que além de consumir o agente transesterificante

Page 25: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

consome parte do catalisador, diminuindo assim a eficiência do processo de formação do

biodiesel.

LIMA, J. R. O., et al (2006), conclui que tanto o biodiesel produzido por via

metanólica quanto o produzido por via etanólica tem propriedades muito similares às do

diesel do petróleo.

2.5.5 Cinética da Alcoolize

Para avaliação da cinética de transesterificação de óleos vegetais deve-se levar em

conta que algumas variáveis podem afetar a pureza do produto obtido e a velocidade de

reação, dentre elas citam-se os efeitos: do catalisador, da concentração do álcool empregado,

da umidade e acidez livre, temperatura e tempo de reação (CETEC, 1983). Tais variáveis são

consideradas na proposição dos modelos cinéticos.

Na formulação de um modelo Nourenddini e Zhu utilizaram metanol e uma solução

de hidróxido de sódio como catalisador (STIEFEL, et al., 2009), empregando a sequência de

reações químicas mostradas nas Eqs. (28 – 30).

𝑇𝐺 + 𝐶𝐻3𝑂𝐻𝑘1

↔𝑘−1

𝐷𝐺 + 𝑅1𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (28)

𝐷𝐺 + 𝐶𝐻3𝑂𝐻𝑘2

↔𝑘−2

𝑀𝐺 + 𝑅2𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (29)

𝑀𝐺 + 𝐶𝐻3𝑂𝐻𝑘3

↔𝑘−3

𝐺𝐿 + 𝑅3𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (30)

Em que 𝑇𝐺 representa o triglicerídeo, 𝐷𝐺 o diglicerídeo, 𝑀𝐺 o monoglicerídeo e 𝐺𝐿

o glicerol. Sendo que para as equações químicas acima as respectivas taxas são mostradas nas

Eqs. (31 – 33).

−𝑟28 = 𝑘1𝐶𝑇𝐺𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 − 𝑘−1𝐶𝐷𝐺𝐶𝑅1𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (31)

−𝑟29 = 𝑘2𝐶𝐷𝐺𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 − 𝑘−2𝐶𝑀𝐺𝐶𝑅2𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (32)

−𝑟30 = 𝑘3𝐶𝑀𝐺𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 − 𝑘−3𝐶𝐺𝐿𝐶𝑅3𝐶𝑂𝑂𝐶𝐻3 (33)

Sendo que o efeito da temperatura no sistema proposto é avaliado sobre a constante

específica de velocidade de reação, 𝑘𝑖 dada pela equação de Arrhênius mostrada em Eq. (34).

Page 26: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝑘𝑖 = 𝑘𝑖∞𝑒

−𝐸𝑅𝑇 (34)

Em que 𝑘𝑖∞é um fator exponencial, 𝐸 é a energia de ativação da reação, 𝑅 é a

constante universal dos gases e 𝑇 é a temperatura absoluta.

As transesterificações conduzidas na presença de catalisadores metálicos têm seus

mecanismos tais como já mostrados nas tabelas 4 a 6. O mecanismo ER mostrado

anteriormente na tabela 4 tem cada uma de suas etapas como determinantes para formulação

das taxas de consumo e formação dos reagentes envolvidos. As mesmas, mostradas nas Eqs.

(35 – 41), foram obtidas utilizando hipóteses de estado quase estacionário das espécies na

superfície do catalisador e desprezando-se as reações de volta.

𝑟𝑇 =𝑘2𝐶𝑇

1 +𝑘2𝐶𝑇 + 𝑘3𝐶𝐷 + 𝑘4𝐶𝑀

𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+

𝑘2𝐶𝐷

𝑘6+

𝑘2𝐶𝑇

𝑘5+

𝑘4𝐶𝑀

𝑘7

(35)

𝑟𝐷 =𝑘3𝐶𝐷 − 𝑘2𝐶𝑇

1 +𝑘2𝐶𝑇 + 𝑘3𝐶𝐷 + 𝑘4𝐶𝑀

𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+

𝑘2𝐶𝐷

𝑘6+

𝑘2𝐶𝑇

𝑘5+

𝑘4𝐶𝑀

𝑘7

(36)

𝑟𝑀 =𝑘4𝐶𝑀 − 𝑘3𝐶𝐷

1 +𝑘2𝐶𝑇 + 𝑘3𝐶𝐷 + 𝑘4𝐶𝑀

𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+

𝑘2𝐶𝐷

𝑘6+

𝑘2𝐶𝑇

𝑘5+

𝑘4𝐶𝑀

𝑘7

(37)

𝑟𝐶𝐻3𝑂𝐻 =−(𝑘5𝐶𝐷 + 𝑘3𝐶𝑇 + 𝑘7𝐶𝑀)

1 +𝑘2𝐶𝑇 + 𝑘3𝐶𝐷 + 𝑘4𝐶𝑀

𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+

𝑘2𝐶𝐷

𝑘6+

𝑘2𝐶𝑇

𝑘5+

𝑘4𝐶𝑀

𝑘7

(38)

𝑟𝐺 =𝑘7𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝑘3𝐶𝑇 + 𝑘5𝐶𝐷 + 𝑘7𝐶𝑀 (39)

𝑟𝑀𝑒𝑂𝑙 =(𝑘5𝐶𝐷 + 𝑘3𝐶𝑇 + 𝑘7𝐶𝑀)

1 +𝑘2𝐶𝑇 + 𝑘3𝐶𝐷 + 𝑘4𝐶𝑀

𝑘1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+

𝑘2𝐶𝐷

𝑘6+

𝑘2𝐶𝑇

𝑘5+

𝑘4𝐶𝑀

𝑘7

(40)

Em que as constantes de reação, 𝑘𝑖, referem-se ao sentido direto de cada reação 𝑖

mostrada na tabela 4.

O mecanismo LHHW mostrado pelas equações dispostas na tabela 4 citadas

anteriormente, introduz o conceito de formação de espécies adsorvidas, por exemplo, 𝑇∗ que é

o triglicerídeo formado, mas adsorvido a um sítio do catalisador e ∗, que indica um catalisador

com sítios livres para adsorção de reagentes. Tanto as reações diretas como reversas são

consideradas para a formação das taxas. Introduz-se, a constante de equilíbrio designada por

𝐾𝑖, em que 𝑖 representa cada uma das reações elementares descritas, de acordo com esse

Page 27: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

mecanismo. Cada 𝐾𝑖 é mostrado nas Eqs. (41 – 49). Por ele a taxa de reação na superfície é a

limitante.

𝐾1 =𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶∗ (41)

𝐾2 =𝐶𝑇∗

𝐶𝑇𝐶∗ (42)

𝐾3 =𝐶𝐷∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝑇∗ (43)

𝐾4 =𝐶𝑀∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝐷∗ (44)

𝐾5 =𝐶𝐺∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝑀∗ (45)

𝐾6 =𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙∗

𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙𝐶∗ (46)

𝐾7 =𝐶𝐷∗

𝐶𝐷𝐶∗ (47)

𝐾8 =𝐶𝑀∗

𝐶𝑀𝐶∗ (48)

𝐾9 =𝐶𝐺∗

𝐶𝐺𝐶∗ (49)

Tomando ainda como referência a sequência de reações mostradas na tabela 4 para o

mecanismo LHHW e possível definir as taxas, 𝑟𝑖 (𝑖 = 1. . . 9), tal como mostrado nas Eqs. (50

– 58).

𝑟1 =𝑘1 (𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 −

𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇)

1 +𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾2𝐾3𝐶𝑇+ 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺

(50)

𝑟2 =

𝑘2 (𝐶𝑇 −𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾3𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+ 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺

(51)

𝑟3 =𝑘3 (𝐾1𝐾2𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑇 −

𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾3)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + +𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺)2 (52)

Page 28: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝑟4 =𝑘3 (𝐾1𝐾7𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝐷 −

𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾3)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + +𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺)2 (53)

𝑟5 =𝑘5 (𝐾1𝐾8𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑀 −

𝐾6𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾5)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + +𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺)2 (54)

𝑟6 =𝑘6 (

𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾7𝐶𝐷− 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙)

1 +𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾7𝐶𝐷+ 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺

(55)

𝑟7 =𝑘7 (

𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾7𝐶𝐷− 𝐾7𝐶𝐷)

1 +𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙+ 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺

(56)

𝑟8 =𝑘8 (

𝐾1𝐾4𝐾7𝐶𝐷𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙− 𝐾8𝐶𝑀)

1 +𝐾1𝐾4𝐾7𝐶𝐷𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙+ 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾9𝐶𝐺

(57)

𝑟9 =𝑘9 (

𝐾1𝐾5𝐾8𝐶𝑀𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙− 𝐾9𝐶𝐺)

1 +𝐾1𝐾5𝐾8𝐶𝑀𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙+ 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀

(58)

Por fim, o mecanismo de Hatori prevê a formação de espécies intermediárias, isso o

diferencia do mecanismo LHHW. Pelo mecanismo em questão, a taxa de absorção do metanol

pelo catalisador, descrita por Eq. (18) mostrada na tabela 6 é a etapa limitante do processo e a

mais rápida é a reação do metanol absorvido e do triglicerídeo absorvido (KAPIL, et al.,

2011), mostrada em Eq. (20) ainda na tabela 6.

Como as reações reversas também são consideradas na formulação das taxas, a

constante de equilíbrio para cada uma das equações químicas mostradas na tabela 6 deve ser

considerada, introduz-se aqui também tal como no mecanismo LHHW o termo 𝐾𝑖, referente a

essa grandeza. As equações de equilíbrio, para o cálculo de 𝐾1, 𝐾2, 𝐾9, 𝐾10, 𝐾11 são dadas por

Eqs. (41, 42)e Eqs. (47 – 49), permutando-se nessas equações os respectivos 𝐾𝑖. Em adição a

essas, devido à já referida formação de espécies intermediárias, citam-se as Eqs. (59 – 64)

para o cálculo dos demais valores 𝐾.

𝐾3 =𝐶∗𝐶𝑇𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝑇∗ (59)

Page 29: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝐾4 =𝐶𝐷∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝑇𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ (60)

𝐾5 =𝐶∗𝐶𝐷𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝐷∗ (61)

𝐾6 =𝐶𝑀∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝐷𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ (62)

𝐾7 =𝐶∗𝐶𝑀𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗

𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻∗𝐶𝑇∗ (63)

𝐾8 =𝐶𝐺∗𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐶𝑀𝑠𝐶𝐻3𝑂𝐻∗ (64)

Considerando as hipóteses descritas, pode-se escrever para cada reação na tabela 5

taxas de consumo dadas por 𝑟𝑖 (𝑖 = 1. . . 11), dadas pelas Eqs. (65 – 75).

𝑟1 =𝑘1 (𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 −

𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝑇)

1 +𝐾6𝐾7𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾2𝐾3𝐶𝑇+ 𝐾6𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾7𝐶𝐷 + 𝐾8𝐶𝑀 + 𝐾9𝐶𝐺

(65)

𝑟2 =𝑘2 (𝐶𝑇 −

𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾2𝐾3𝐾4𝐶𝑇)

1 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾2𝐾3𝐾4𝐶𝑇+

𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺

(66)

𝑟3 =𝑘3 (𝐾1𝐾2𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑇 −

𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾3𝐾4)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺)

2 (67)

𝑟4

=𝑘4 (𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑇 −

𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾9𝐾4)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 + 𝐾1𝐾2𝐾3𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑇 +𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺)

2 (68)

𝑟5 =𝑘5 (𝐾1𝐾9𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝐷 −

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾5𝐾6)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺)

2 (69)

𝑟6 =𝑘6 (𝐾1𝐾5𝐾9𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝐷 −

𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾10𝐾6)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+ 𝐾1𝐾5𝐾9𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝐷 +

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺

(70)

𝑟7 =𝑘7 (𝐾1𝐾10𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑀 −

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾7𝐾8)

(1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺)

2 (71)

𝑟8

=𝑘8 (𝐾1𝐾7𝐾10𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑀 −

𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾11𝐾8)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+ 𝐾1𝐾7𝐾10𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻𝐶𝑀 + 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺

(72)

Page 30: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝑟9

=

𝑘9 (𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾5𝐾6𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻− 𝐾9𝐶𝐷)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 +

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾5𝐾6𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+ 𝐾10𝐶𝑀 + 𝐾11𝐶𝐺

(73)

𝑟10

=

𝑘10 (𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾7𝐾8𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻− 𝐾10𝐶𝑀)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 +

𝐾11𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾1𝐾7𝐾8𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻+ 𝐾11𝐶𝐺

(74)

𝑟11

=𝑘11 (

𝐾1𝐾7𝐾8𝐾10𝐶𝑀𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙− 𝐾11𝐶𝐺)

1 + 𝐾1𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻 +𝐾9𝐶𝐷𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾4+

𝐾10𝐶𝑀𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾6+

𝐾11𝐶𝐺𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

𝐾8+ 𝐾2𝐶𝑇 + 𝐾9𝐶𝐷 + 𝐾10𝐶𝑀 +

𝐾1𝐾7𝐾8𝐾10𝐶𝑀𝐶𝐶𝐻3𝑂𝐻

𝐶𝑀𝑒𝑂𝑙

(75)

2.5.6 Efeito da Umidade e da Acidez Livre

O alto rendimento das reações de transesterificação conduzidas na presença de bases

como catalisadores são condicionados à pureza do álcool e à acidez do óleo vegetal utilizado.

Em geral o álcool deve estar anidro e o óleo com teor ácido de, no máximo 3%, pois esse teor

ácido neutralizaria o catalisador impedindo assim sua ação. Os sabões formados em

decorrência de esterificações não seriam facilmente separáveis do biodiesel o que também

seria fator de diminuição de rendimento reacional.

Quanto à umidade, a utilização de álcoois hidratados acarretaria numa baixa do

rendimento reacional. A produção dos óleos esterificados seria prejudicada, pois os

triglicerídeos não seriam solúveis na fase alcoólica. (CETEC, 1983).

2.5.7 Efeito da Temperatura e do tempo de reação

Alguns estudos demonstram que a alcoolize de óleos vegetais vinha sendo conduzida

próximo do ponto de ebulição do álcool. Rendimentos da ordem de 90% foram obtidos em

reações com metanol à temperatura ambiente por pesquisadores sul-africanos (FREEDMAN,

et al., 1984).

Os rendimentos acima mencionados no entando são conseguindos praticamente

como tempos reacionais superiores a 60 min. Em temperaturas mais altas, no entanto 95 a

98% da carga de óleo alimentada é convertida em éster, (CETEC, 1983).

Page 31: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Em termos de rota empregada, a utilização de etanol como agente transesterificante

no lugar do metanol, proporciona maior quantidade de ésteres produzidos num tempo de

reacão de 40 min. Acima desse e a temperaturas mais altas, sabões começariam a ser

produzidos. A metanólise seria a rota mais indicada nessas condições (CETEC, 1983).

2.5.8 Efeito das taxas molares

Como no processo de transesterificação há uma condição de equilíbrio a ser

alcançada é interessante que o mesmo esteja deslocado pra a maior formação possível de

produtos, para tanto o efeito da concentração de reagentes deve ser considerado. O emprego

de excesso de álcool deve ser feito, que por determinação é de 1,6 a 2,6 vezes o de óleo no

caso da metanólise e de até 3,3 vezes no caso da etanólise, levando-se sempre em conta as

condições de temperatura (CETEC, 1983).

FREEDMAN, et al., (1984) relata que Bradshaw conduziu experimentos com

proporções de 4:8 (metanol:óleo vegetal) e os rendimentos reacionais chegaram a 98%, é

notável também que se o álcool for adicionado com maior excesso essa taxa pode cair até para

3:3. Taxas maiores, no entanto segundo o mesmo autor seriam desnecessárias visto que

prejudicaria os processos de separação.

2.6 Biodiesel

O biodiesel é definido como sendo mono alquil éster de cadeia longa, produto de

uma reação de transesterificação que possui como reagentes: triacilglicerídeos encontrados

em óleos vegetais e gordura animal e, alcoóis de cadeia curta, utilizando-se um catalisador

para promover o processo (EJIKEME, et al., 2010).

Além da utilização como combustível o biodiesel destaca-se por suas propriedades

lubrificantes, importantes por diminuir o desgaste do sistema de injeção de combustíveis em

motores, que depende da lubrificação proporcionada pelo combustível utilizado.

O poder calorífico é alcançado é de cerca de 40 MJ/L, o que é menos do que 10%

inferior ao poder calorífico do petrodiesel. Esse parâmetro no caso do petrodiesel é bastante

influenciado pela matéria-prima utilizada para obtenção, tal como também acontece no

biodiesel, no entanto, no caso do biocombustível há menor pronunciação.

Page 32: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Em termos de aspectos visuais o biodiesel é um óleo que tem variações de coloração

(entre dourado e castanho escuro) que depende da matéria prima utilizada, tal como mostrado

na Figs. (8 – a e b).

Figura 8. Diferentes colorações apresentadas pelo biodiesel Extraída de Wikipédia, a

enciclopédia livre.

Em termos de inflamabilidade, o biocombustível tem ponto maior do que o do diesel

ou até mesmo da gasolina, estando em torno de 130°C. Como o conteúdo de enxofre no

biodiesel é baixo, o mesmo é usado ao petrodiesel pra conferir propriedades de lubrificação.

2.6.1 Propriedades Químicas

Comparando-se reagentes e produtos advindos da alcoolize de óleos vegetais mostra

a formação de ésteres de peso molecular bem inferior aos dos glicerídeos que os deram

origem. Com relação a alguns parâmetros mencionados (índice de iodo e de saponificação),

verifica-se que para os óleos brutos e para o óleo transesterificado permanecem constantes,

entretanto os índices de hidroxila sofrem alterações, que são atribuídas à presença de hidroxi

compostos na fração insaponificável.

Esses compostos são consumidos no decurso da reação ou mesmo no processo de

purificação. A tabela 7 mostra algumas propriedades do biodiesel em função do óleo que o

deu origem.

Page 33: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Tabela 7. Índices Químicos obtidos para o Biodiesel considerando vários tipos de óleos

vegetais como matéria prima. (CETEC, 1983).

2.6.2 Propriedades Físicas dos Óleos Transesterificados

Entre as principais propriedades físicas da mistura-combustível de ésteres, o índice

de cetano, cujos valores excedem aos do óleo diesel; a viscosidade bastante favorável; a

ausência de enxofre e o poder calorífico representam características que determinam a

excepcional qualidade carburante dos óleos transesterificados, os quais passam a constituir,

portanto, numa das opções interessantes para a substituição integral do óleo diesel, (CETEC,

1983). Na tabela 8 abaixo, algumas dessas propriedades são mostradas para o biodiesel obtido

a partir dos óleos de piqui, algodão, piqui etanolisado, algodão etanolisado, babaçu

etanolisado em comparação com o óleo diesel extraído do petróleo.

Page 34: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Tabela 8. Avaliação da qualidade carburante de diferentes óleos combustíveis. (CETEC,

1983)

3 METODOLOGIA APLICADA

Diante da falta de dados termofísicos para os comopostos que constituem o biodiesel

faz necessário a estimativa dos mesmo e adição a uma base de dados .

O aplicativo PCD Manager incluído no pacote COCO foi utilizado para

armazenamento da base de dados dos compostos utilizados para aproximação da constituição

do óleo vegetal, assim também como do biodiesel.

Por meio dele e dos métodos de estimativas de propriedades mencionados na secção

pertinente é possível curvas que mostram dependências de propriedades termo físicas, como

densidade, viscosidade com relação a temperatura. De acordo com o composto utilizado o

próprio software recomenda a utilização de correlações matemáticas para obtenção dessas

propriedades.

As que não são possíveis ser calculadas por recomendação, podem ser obtidas por

correlações que não estão na rotina do software e os dados obtidos, ajustados a um dos

modelos estatísticos disponibilizados e cujas equações serão mencionadas na seção de

Estimação de Parâmetros Termodinâmicos e Termo físicos e Cálculo de Propriedades

Termo físicas, de acordo com a propriedade a ser calculada.

3.1 Estimação de Parâmetros Termodinâmicos e termo físicos

A estimativa de parâmetros de propriedades físicas e termodinâmicas de certas

substâncias se torna uma parte essencial para elaboração de estratégias de simulação,

modelagem e controle de plantas industriais. Há hoje vários métodos em desenvolvimento

para estimativa dessas propriedades com boa acurácia, sendo que a maioria deles baseia-se no

princípio de contribuição de grupos.

Page 35: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Dado que o para a realização da simulação da produção de biodiesel, fez-se

necessário a obtenção dos compostos que aproximariam a composição química dos reagentes

utilizados na reação de transesterificação. No entanto tais compostos apresentam poucos

dados a respeito de suas propriedades termodinâmicas, esses, todavia, podem ser obtidos via

método de contribuição de grupos.

Esse método utiliza o princípio da semelhança de algumas estruturas químicas em

moléculas maiores como triglicerídeos e ácidos graxos, para estimar propriedades cujas

medições experimentais são de custo bastante elevado.

No contexto do software COCO, os métodos de Joback/Reid, Constantinou/Gani e

UNIFAC merecem destaque. Por ele o software pode estimar boa parte das propriedades

críticas, moleculares e correlações de certas propriedades como calor específico e pressão de

vapor como função da temperatura, por exemplo.

3.1.1 Método de Joback/Reid

O método de Joback, como é frequentemente chamado utiliza o princípio de

contribuição de grupos combinado com informações básicas da estrutura molecular de para

fazer cálculo de propriedades termo físicas e de transporte como viscosidade e condutividade,

por exemplo. As mesmas são calculadas como função da soma dos parâmetros de cada grupo.

Para o desenvolvimento dessa técnica, Joback assume a inexistência de interações

entre os grupos e assume para o cálculo da soma apenas a adição dos parâmetros de cada

grupo.

3.1.1.1 Formulação matemática do Método para algumas propriedades.

Nas equações mostradas abaixo, a variável 𝐺𝑖 denota a contribuição de cada grupo

para o cálculo das propriedades termo-físicas. As seguintes propriedades podem ser

respectivamente calculadas pelas Eqs. (76 – 85).

Temperatura de ebulição, 𝑇𝑏;

Temperatura de fusão, 𝑇m;

Temperatura Crítica, 𝑇𝑐;

Pressão Crítica, 𝑃c ;

Page 36: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Volume Crítico, 𝑉𝑐;

Calor de Formação, 𝐻𝑓;

Energia de Gibbs de formação, 𝐺𝑓;

Capacidade Calorífica, 𝐶𝑝;

Calor de formação no ponto de ebulição normal, 𝛥𝐻𝑣𝑎𝑝;

Calor de fusão, 𝛥𝐻𝑓𝑢𝑠;

Viscosidade dinâmica para líquidos, 𝜂𝐿

𝑇b = 198 + ∑ 𝐺𝑖 (76)

𝑇m = 122,5 + ∑ 𝐺𝑖 (77)

𝑇𝑐 = 𝑇b [0,584 + 0,965 ∑ 𝐺𝑖 − (∑ 𝐺𝑖 )2

]−1

(78)

𝑃𝑐 = [0,113 + 0,0032𝑁𝐴 − ∑ 𝐺𝑖 ]−2

(79)

𝑉𝑐 = 17,5 + ∑ 𝐺𝑖 (80)

𝐻𝑓 = 68,29 + ∑ 𝐺𝑖 (81)

𝐺𝑓 = 53,88 + ∑ 𝐺𝑖 (82)

𝐶𝑝 = ∑ 𝑎𝑖 − 37,93 + [∑ 𝑏𝑖 + 0,210] 𝑇 + [∑ 𝑐𝑖 − 3,91 × 10−4] 𝑇2

+ [∑ 𝑑𝑖 + 2,06 × 10−7] 𝑇3

(83)

𝛥𝐻𝑣𝑎𝑝 = 15,30 + ∑ 𝐺𝑖 (84)

𝛥𝐻𝑓𝑢𝑠 = −0,88 + ∑ 𝐺𝑖 (85)

𝜂𝐿 = 𝑀𝑒𝑥𝑝 (∑ 𝜂𝑎 − 57,982

𝑇+ ∑ 𝜂𝑏 − 11,202) (86)

Os termos 𝑎, 𝑏 e 𝑐 mostrados na Eq. (83) para o cálculo de 𝐶𝑝 representam a

contribuição de cada grupo constituinte da molécula analisada. De modo análogo a Eq. (86)

utilizada no cálculo da viscosidade de líquido, também mostra um somatório de viscosidades

de cada grupo que constituem a estrutura molecular da substância. A seguir a tabela 9 mostra

o valor de cada grupo de acordo com Joback.

Page 37: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Tabela 9. Grupos de acordo com Joback e seus respectivos valores.Joback and Reid Group

Method – Documentation – Chemeo, (2011)

Grupos Tc Pc Vc Tb Tm Hform Gform A b c d Hfusão Hvap a b

Dados de estado

crítico

Temperatura

de mudança

de fase

Propriedades

caloríficas

Capacidade calorífca para

gases ideiais

Entalpias de

mudança de

fase

Viscosidade

dinâmica

Grupos lineares

-CH3 0.0141

-

0.00

12

65 23.58 -5.10 -

76.45

-

43.96

1.95E+

1

-

8.08E

-3

1.53E

-4

-

9.67E-

8

0.908 2.373 548.29 -

1.719

-CH2- 0.0189 0.00

00 56 22.88 11.27

-

20.64 8.42

-9.09E-

1

9.50E

-2

-

5.44E

-5

1.19E-

8 2.590 2.226 94.16

-

0.199

>CH- 0.0164 0.00

20 41 21.74 12.64 29.89 58.36

-

2.30E+

1

2.04E

-1

-

2.65E

-4

1.20E-

7 0.749 1.691

-

322.15 1.187

>C< 0.0067 0.00

43 27 18.25 46.43 82.23

116.0

2

-

6.62E+

1

4.27E

-1

-

6.41E

-4

3.01E-

7

-

1.460 0.636

-

573.56 2.307

=CH2 0.0113

-

0.00

28

56 18.18 -4.32 -

9.630 3.77

2.36E+

1

-

3.81E

-2

1.72E

-4

-

1.03E-

7

-

0.473 1.724 495.01

-

1.539

=CH- 0.0129

-

0.00

06

46 24.96 8.73 37.97 48.53 -8.00 1.05E

-1

-

9.63E

-5

3.56E-

8 2.691 2.205 82.28

-

0.242

=C< 0.0117 0.00

11 38 24.14 11.14 83.99 92.36

-

2.81E+

1

2.08E

-1

-

3.06E

-4

1.46E-

7 3.063 2.138 n. a. n. a.

=C= 0.0026 0.00

28 36 26.15 17.78

142.1

4

136.7

0

2.74E+

1

-

5.57E

-2

1.01E

-4

-

5.02E-

8

4.720 2.661 n. a. n. a.

≡CH 0.0027

-

0.00

08

46 9.20 -

11.18 79.30 77.71

2.45E+

1

-

2.71E

-2

1.11E

-4

-

6.78E-

8

2.322 1.155 n. a. n. a.

≡C- 0.0020 0.00

16 37 27.38 64.32

115.5

1

109.8

2 7.87

2.01E

-2

-

8.33E

-6

1.39E-

9 4.151 3.302 n. a. n. a.

Grupos com Anéis

-CH2- 0.0100 0.00

25 48 27.15 7.75

-

26.80 -3.68 -6.03

8.54E

-2

-

8.00E

-6

-

1.80E-

8

0.490 2.398 307.53 -

0.798

>CH- 0.0122 0.00

04 38 21.78 19.88 8.67 40.99

-

2.05E+

1

1.62E

-1

-

1.60E

-4

6.24E-

8 3.243 1.942

-

394.29 1.251

>C< 0.0042 0.00

61 27 21.32 60.15 79.72 87.88

-

9.09E+

1

5.57E

-1

-

9.00E

-4

4.69E-

7

-

1.373 0.644 n. a. n. a.

=CH- 0.0082 0.00

11 41 26.73 8.13 2.09 11.30 -2.14

5.74E

-2

-

1.64E

-6

-

1.59E-

8

1.101 2.544 259.65 -

0.702

=C< 0.0143 0.00

08 32 31.01 37.02 46.43 54.05 -8.25

1.01E

-1

-

1.42E

-4

6.78E-

8 2.394 3.059

-

245.74 0.912

Page 38: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Continuação da tabela 9

Grupos Halogênicos

-F 0.011

1

-

0.00

57

27 -0.03 -

15.78

-

251.9

2

-

247.1

9

2.65E+

1

-

9.13E

-2

1.91E

-4

-

1.03E-

7

1.398 -

0.670 n. a. n. a.

-Cl 0.010

5

-

0.00

49

58 38.13 13.55 -

71.55

-

64.31

3.33E+

1

-

9.63E

-2

1.87E

-4

-

9.96E-

8

2.515 4.532 625.45 -

1.814

-Br 0.013

3

0.00

57 71 66.86 43.43

-

29.48

-

38.06

2.86E+

1

-

6.49E

-2

1.36E

-4

-

7.45E-

8

3.603 6.582 738.91 -

2.038

-I 0.006

8

-

0.00

34

97 93.84 41.69 21.06 5.74 3.21E+

1

-

6.41E

-2

1.26E

-4

-

6.87E-

8

2.724 9.520 809.55 -

2.224

Grupos Oxigenados

-OH

(álcooll)

0.074

1

0.01

12 28 92.88 44.45

-

208.0

4

-

189.2

0

2.57E+

1

-

6.91E

-2

1.77E

-4

-

9.88E-

8

2.406 16.82

6

2173.7

2

-

5.057

-OH

(fenol)

0.024

0

0.01

84

-

25 76.34 82.83

-

221.6

5

-

197.3

7

-2.81 1.11E

-1

-

1.16E

-4

4.94E-

8 4.490

12.49

9

3018.1

7

-

7.314

-O- (sem

aneis)

0.016

8

0.00

15 18 22.42 22.23

-

132.2

2

-

105.0

0

2.55E+

1

-

6.32E

-2

1.11E

-4

-

5.48E-

8

1.188 2.410 122.09 -

0.386

-O-

(anel)

0.009

8

0.00

48 13 31.22 23.05

-

138.1

6

-

98.22

1.22E+

1

-

1.26E

-2

6.03E

-5

-

3.86E-

8

5.879 4.682 440.24 -

0.953

>C=O

(sem

anel)

0.038

0

0.00

31 62 76.75 61.20

-

133.2

2

-

120.5

0

6.45 6.70E

-2

-

3.57E

-5

2.86E-

9 4.189 8.972 340.35

-

0.350

>C=O

(ring)

0.028

4

0.00

28 55 94.97 75.97

-

164.5

0

-

126.2

7

3.04E+

1

-

8.29E

-2

2.36E

-4

-

1.31E-

7

0. 6.645 n. a. n. a.

O=CH-

(aldeídos

)

0.037

9

0.00

30 82 72.24 36.90

-

162.0

3

-

143.4

8

3.09E+

1

-

3.36E

-2

1.60E

-4

-

9.88E-

8

3.197 9.093 740.92 -

1.713

-COOH

(ácidos)

0.079

1

0.00

77 89

169.0

9

155.5

0

-

426.7

2

-

387.8

7

2.41E+

1

4.27E

-2

8.04E

-5

-

6.87E-

8

11.05

1

19.53

7

1317.2

3

-

2.578

-COO-

(éster)

0.048

1

0.00

05 82 81.10 53.60

-

337.9

2

-

301.9

5

2.45E+

1

4.02E

-2

4.02E

-5

-

4.52E-

8

6.959 9.633 483.88 -

0.966

=O

(outros)

0.014

3

0.01

01 36

-

10.50 2.08

-

247.6

1

-

250.8

3

6.82 1.96E

-2

1.27E

-5

-

1.78E-

8

3.624 5.909 675.24 -

1.340

Grupos Nitrogenados

-NH2 0.024

3

0.01

09 38 73.23 66.89

-

22.02 14.07

2.69E+

1

-

4.12E

-2

1.64E

-4

-

9.76E-

8

3.515 10.78

8 n. a. n. a.

>NH

(sem

anel)

0.029

5

0.00

77 35 50.17 52.66 53.47 89.39 -1.21

7.62E

-2

-

4.86E

-5

1.05E-

8 5.099 6.436 n. a. n. a.

>NH 0.013 0.01 29 52.82 101.5 31.65 75.61 1.18E+ - 1.07E - 7.490 6.930 n. a. n. a.

Page 39: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(anel) 0 14 1 1 2.30E

-2

-4 6.28E-

8

>N-

(anel)

0.016

9

0.00

74 9 11.74 48.84

123.3

4

163.1

6

-

3.11E+

1

2.27E

-1

-

3.20E

-4

1.46E-

7 4.703 1.896 n. a. n. a.

-N= (sem

anel)

0.025

5

-

0.00

99

n.

a. 74.60 n. a. 23.61 n. a. n. a. n. a. n. a. n. a. n. a. 3.335 n. a. n. a.

-N=

(anel)

0.008

5

0.00

76 34 57.55 68.40 93.70

119.6

6 5.69

-

4.12E

-3

1.28E

-4

-

8.88E-

8

3.649 6.528 n. a. n. a.

=NH n. a. n. a. n.

a. 83.08 68.91 93.70

119.6

6 5.69

-

4.12E

-3

1.28E

-4

-

8.88E-

8

n. a. 12.16

9 n. a. n. a.

-CN 0.049

6

-

0.01

01

91 125.6

6 59.89 88.43 89.22

3.65E+

1

-

7.33E

-2

1.84E

-4

-

1.03E-

7

2.414 12.85

1 n. a. n. a.

-NO2 0.043

7

0.00

64 91

152.5

4

127.2

4

-

66.57

-

16.83

2.59E+

1

-

3.74E

-3

1.29E

-4

-

8.88E-

8

9.679 16.73

8 n. a. n. a.

Grupos Sulfúricos

-SH 0.003

1

0.00

84 63 63.56 20.09

-

17.33

-

22.99

3.53E+

1

-

7.58E

-2

1.85E

-4

-

1.03E-

7

2.360 6.884 n. a. n. a.

-S-

(nonring)

0.011

9

0.00

49 54 68.78 34.40 41.87 33.12

1.96E+

1

-

5.61E

-3

4.02E

-5

-

2.76E-

8

4.130 6.817 n. a. n. a.

-S- (ring) 0.001

9

0.00

51 38 52.10 79.93 39.10 27.76

1.67E+

1

4.81E

-3

2.77E

-5

-

2.11E-

8

1.557 5.984 n. a. n. a.

As propriedades acima mencionadas são de fundamental importância para estimativa

de outras que podem ser calculadas utilizando-se correlações clássicas dentro da literatura.

3.1.2 Método de Constantinou/Gani

O método proposto leva em consideração que a estrutura de um composto é

constituída por dois tipos de grupos, classificados em grupos de primeira e segunda ordem.

Os grupos de primeira ordem são comumente utilizados pela maioria dos métodos de

cálculo de propriedades termo físicas, tal como o já mencionado método de Joback. Por esse

princípio os grupos de primeira ordem são constituídos de simples estruturas, que tem idêntica

contribuição, estando em cadeias alifáticas em formato de anel ou em formato linear

(CONSTANTINOU, et al., 1994). Não há base teórica para identificação dos mesmos.

Por sua vez, os grupos de segunda ordem podem oferecer maiores informações

estruturais que não são bem providas pelos grupos de primeira ordem, isso contribui muito

Page 40: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

para o amento da acurácia do método de estimativa de propriedades visto que agora, grupos

isoméricos poderão ser contabilizados com seus devidos parâmetros. Ao contrário dos grupos

de primeira ordem, cuja base teórica para identificação praticamente inexiste, os de segunda

ordem são identificados utilizando o princípio da representação de formas conjugadas para

cada estrutura.

O modelo proposto por (CONSTANTINOU, et al., 1994) considera para o cálculo

das propriedades a contribuição dos grupos de primeira ordem (𝐶) que ocorrem por 𝑁 vezes e

as contribuições de cada grupo de segunda ordem (𝐷), que ocorrem por 𝑀 vezes no

composto. Sabendo que 𝑋 é a propriedade a ser calculada, seu valor será obtido por uma

𝑓(𝑥), dada por Eq. (87).

𝑓(𝑥) = ∑ 𝑁𝑖𝐶𝑖 + 𝑊 ∑ 𝑀𝑗𝐷𝑗 (87)

A constante 𝑊 é atribuída à unidade de estimativa de segundo nível (aproximação de

segunda ordem), onde ambas as contribuições de grupo de primeira e segunda ordem estão

envolvidas, zero é o nível básico (aproximação de primeira ordem), onde apenas as

contribuições de grupos de primeira ordem são empregadas. Para a seleção da função 𝑓(𝑥) é

importante que a mesma seja advinda do melhor ajuste aos dados experimentais e que possua

boa capacidade de extrapolá-los fora da faixa para qual o mesmo é previsto.

(CONSTANTINOU, et al., 1994).

A regressão desses parâmetros é realizada objetivando a minimização da função dada

pela Eq. (87).

𝐽 = √1

𝑛∑(𝑋𝑖 − 𝑌𝑖)2 (88)

Em que 𝑋𝑖 é a propriedade do composto 𝑖 estimada pela regressão inicial (conjunto

de dados completo) e 𝑌𝑖 é a propriedade de um mesmo composto estimado pela regressão na

qual dos dados selecionados aleatoriamente, 𝑛 foram excluídos do conjunto de dados.

O ajuste dos dados é feito em duas etapas de modo que a contribuição dos grupos de

primeira ordem seja independente das contribuições dos grupos de segunda ordem, esses

sirvam de correção para estimativa da propriedade calculada considerando apenas os de

primeira ordem.

Page 41: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(CONSTANTINOU, et al., 1994), demonstra que seu método, comparado aos

clássicos se mostra eficiente e os grupos propostos por ele fazem boas estimativas das

propriedades termo físicas de compostos. De acordo com os dados obtidos pelos

experimentos dos autores, as propriedades abaixo podem ser calculadas pelas Eqs. (89 – 96),

em que o lado esquerdo representa a propriedade dada por 𝑓(𝑥) e o lado direito pelo

somatório da contribuição de grupo para cada propriedade ajustada.

a) Temperatura crítica

exp (𝑇𝑐

𝑡𝑐0⁄ ) = ∑ 𝑁𝑖𝑡𝑐1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑡𝑐2𝑗

𝑗

(89)

b) Pressão crítica

(𝑃c − 𝑝c1)−0,5 − 𝑝c2 = ∑ 𝑁𝑖𝑝𝑐1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑝𝑐2𝑗

𝑗

(90)

c) Volume crítico

𝑉c − 𝑣c0 = ∑ 𝑁𝑖𝑣𝑐1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑣𝑐2𝑗

𝑗

(91)

d) Temperatura de fusão

exp (𝑇𝑚

𝑡𝑚0⁄ ) = ∑ 𝑁𝑖𝑡𝑚1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑡𝑚2𝑗

𝑗

(92)

e) Energia de Gibbs a 298K

𝛥𝐺𝑓 − 𝑔0 = ∑ 𝑁𝑖𝑔1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑔2𝑗

𝑗

(93)

f) Entalpia de vaporização a 298K

𝛥𝐻𝑣𝑎𝑝 − ℎ𝑣𝑎𝑝0 = ∑ 𝑁𝑖ℎ𝑣𝑎𝑝1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗ℎ𝑣𝑎𝑝2𝑗

𝑗

(94)

g) Entalpia de formação a 298K

Page 42: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝛥𝐻𝑓 − ℎ𝑓0 = ∑ 𝑁𝑖ℎ𝑓1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗ℎ𝑓2𝑗

𝑗

(95)

h) Temperatura de ebulição a 1atm

exp (𝑇𝑏

𝑡𝑏0⁄ ) = ∑ 𝑁𝑖𝑡𝑏1𝑖

𝑖

+ ∑ 𝑀𝑗𝑡𝑏2𝑗

𝑗

(96)

Os parâmetros adicionais 𝑡𝑐0, 𝑝𝑐1, 𝑝𝑐2, 𝑣𝑐0, 𝑡𝑚0, 𝑔0, ℎ𝑣𝑎𝑝0, ℎ𝑓0, 𝑡𝑏0, que aparecem

nas Eqs. (89 – 96) têm seus valores obtidos a partir dos ajustes dos dados experimentais para

cada modelo.

A partir dos ajustes efetuados para cada equação os valores dos parâmetros

adicionais estão mostrados na tabela 8.

Tabela 8. Valores para os parâmetros adicionais. (CONSTANTINOU, et al., 1994)

Parâmetros ajustáveis Valores

𝑡𝑐0 181,28 K

𝑝𝑐1 1,3705 bar

𝑝𝑐2 0,100220 bar

𝑣𝑐0 0,004350 m3/kmol

𝑡𝑏0 204,359 K

𝑡𝑚0 102,425 K

𝑔0 14,828 kJ/mol

ℎ𝑣𝑎𝑝0 6,829 kJ/mol

ℎ𝑓0 10,835 kJ/mol

A partir dos valores acima apresentados é possível calcular propriedades físicas,

como densidade de líquido, tensão superficial, pressão de vapor condutividade de líquido e de

vapor, dentre outras necessárias para o cálculo de fluxograma de condições de processo.

3.2 Cálculo das Propriedades termo físicas.

A simulação de um fluxograma de processo, que pode incluir operações unitárias (de

separação ou de trocas térmicas) e reatores, exige que algumas propriedades seajam obtidas.

Essas servirão para os cálculos de equilíbrios, uteis em processos de transferência massa;

Page 43: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

cálculo da energia produzida e consumida pelo sistema, úteis em procedimentos de integração

energética e no projeto de trocadores de calor; cálculos de cinética química, úteis no projeto

de reatores.

Para um possível fluxograma de produção de biodiesel, foi necessário o cálculo das

propriedades de densidade de líquido, pressão de vapor, calor de vaporização, capacidade

calorífica de líquido, capacidade calorífica de gás ideal, segundo coeficiente da equação de

virial, viscosidade de líquido e de vapor, condutividade térmica de líquido e de vapor, tensão

superficial e pressão de vapor via equação de Antoine.

Para tanto se faz necessário uma aproximação da composição do óleo vegetal

utilizado, visto que a mistura de ácidos e triglicéres que o compõe é de natureza complexa e

de difícil obtenção dados que os procedimentos de análise são dispendiosos.

(STIEFEL, et al., 2009), aproxima a mistura de triglicerídeos por um composto

apenas, a trioleína. O modelo de reação está descrito pelas Eqs. (28 – 30) e suas respectivas

taxas pelas Eqs. (31 – 33). Diante disso as moléculas de diglicerídeos serão representadas

exclusivamente pela dioleina, as de monoglicerídeo representada pela mono-oleina.

3.2.1 Densidade de Líquidos, 𝝆𝑳

Utilizada para determinação da relação entre a quantidade de matéria e o volume

ocupado por ela. O software COCO dispõe de um modelo de ajuste para o cálculo dado pela

Eq. (97).

𝜌𝐿 =𝐴

𝐵1+(1−𝑇𝐶

)𝐷 (97)

Os parâmetros desse modelo são obtidos utilizando-se uma faixa de dados de

temperatura considerada válida por algumas das correlações clássicas dentro da literatura

como a dada pela Eq.(98)

𝑉𝑠

𝑉𝑚∗

= 𝑉𝑅(0)

(1 − 𝜔𝑆𝑅𝐾𝑉𝑅(𝛿)

) (98)

O volume de líquido saturado por quantidade molar (𝑉𝑠) é calculado e em seguida

esse valor é invertido para obtenção da densidade ou por meio de equações de estado,

principalmente quando o fluído é considerado supercrítico. 𝑉𝑚∗ , 𝑉𝑅

(0) e 𝑉𝑅

(𝛿) são calculados

Page 44: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

respectivamente, por correlações que levam em conta a temperatura, dadas por Eqs. (99 –

101)

𝑉𝑚∗ =

𝑅𝑇𝑐

𝑃𝑐

(𝑎 + 𝑏𝜔𝑆𝑅𝐾 + 𝑐𝜔𝑆𝑅𝐾2) (99)

𝑉𝑅(0)

= 1 + 𝑎(1 − 𝑇𝑟)13 + 𝑏(1 − 𝑇𝑟)

23 + 𝑐(1 − 𝑇𝑟) + 𝑑(1 − 𝑇𝑟)

43

(100)

𝑉𝑅(𝛿)

=𝑒 + 𝑓𝑇𝑟 + 𝑔𝑇𝑟2 + ℎ𝑇𝑟3

𝑇𝑟 − 1,00001

(101)

E, 𝜔𝑆𝑅𝐾 é obtido por contribuição de grupos. Os presentes resultados para 𝜌𝐿, no

entanto foram extraídos de sites de base dados, visto que os parâmetros do modelo dado por

Eq. (97) foram de difícil obtenção. Por sua vez, os parâmetros 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑, 𝑒, 𝑓, 𝑔 e ℎ são dados

na tabela 10.

Tabela 10. Valores dos parâmetros para as equações 99 a 101. Extraída de ChemSep.

Technical Reference

Parâmetros Valores

𝑎 -1,52816

𝑏 1,43907

𝑐 -0,81446

𝑑 0,190454

𝑒 -0,296123

𝑓 0,386914

𝑔 -0,0427258

ℎ -0,0480645

3.2.2 Pressão de Vapor, 𝑷𝒗𝒂𝒑

É também conhecida como pressão de vapor de equilíbrio e definida como a pressão

em que um gás se liquefaz ou um líquido se gaseifica, alguns sólidos podem sublimar nessa

pressão. Essa propriedade é um bom indicativo da taxa de evaporação de líquidos, traduz a

tendência de uma partícula a “escapar” da superfície líquida.

Alguns autores propõem correlações para o cálculo da mesma. A mais famosa é a

correlação de Antoine dada pela Eq. (102), utilizada no software COCO como uma

propriedade a parte.

Page 45: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

ln(𝑃𝑣𝑎𝑝) = 𝐴 −𝐵

𝑇 + 𝐶

(102)

Para misturas de hidrocarbonetos, tais como os presentes na composição de óleos

vegetais e do próprio óleo transesterificado são recomendáveis à utilização da correlação de

Lee & Kesler mostra em Eq. (103). A mesma é análoga à correlação de Pitzer.

ln(𝑃𝑣𝑎𝑝) = 𝑓(0) + 𝜔𝑓(1) (103)

Os parâmetros 𝑓(0) e 𝑓(1) são funções da temperatura e podem ser obtidos por meio

das Eqs. (104, 105).

𝑓(0) = 5,92714 −6,09648

𝑇𝑟− 1,28862 ln(𝑇𝑟) + 0,169347𝑇𝑟6

(104)

𝑓(1) = 15,2518 −15,6875

𝑇𝑟− 13,4721 ln(𝑇𝑟) + 0,43577𝑇𝑟6 (105)

O software COCO utiliza também um modelo para ajuste de dados dado pela Eq.

(106), caso uma correlação não seja eficaz para um composto, ou caso o mesmo não

disponibilize a propriedade para ser calculada por meio das correlações anteriores.

𝑃𝑣𝑎𝑝 = exp (𝐴 +𝐵

𝑇+ 𝐶 ln(𝑇) + 𝐷𝑇𝐸) (106)

Em que os parâmetros 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷 e 𝐸 deverão ser estimados.

3.2.3 Condutividade Térmica no estado líquido, 𝝀𝑳

A condutividade térmica de uma substância é uma propriedade física que mensura

sua capacidade de transmissão de energia. Algumas correlações são bastante utilizadas para o

cálculo de sua dependência com a temperatura. Pachaiyappan e colaboradores propuseram

uma correlação bastante útil para hidrocarbonetos no estado líquido, dada pela Eq. (107).

𝜆𝐿 = c10−4𝑀𝑥𝜌𝐿

𝑓

𝑏 (107)

Em que,

𝑓 = 3 + 20(1 − 𝑇𝑟)23

(108)

Page 46: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝑏 = 3 + 20 (1 −273,15

𝑇𝑐)

23

(109)

Quando o hidrocarboneto possui cadeia linear, 𝑐 = 1,811 e 𝑥 = 1,001. De outra

forma 𝑐 = 4,407 e 𝑥 = 0,7717

Riazi e Faghri propuseram em 1985 uma correlação dada por. Eqs. (110 – 114) para

estimativa da condutividade das frações de hidrocarbonetos puros presentes no petróleo. A

mesma é valida tanto para fase líquida quanto para fase vapor

𝜆 = 1,7307𝐴(1,8𝑇𝑏)𝐵𝑆𝐺𝐶 (110)

Em que 𝑆𝐺 é o peso específico e,

𝐴 = exp(21,78 − 8,07986𝑡 + 1,12981𝑡2 − 0,05309𝑡3) (111)

𝐵 = −4,13948 + 1,29924𝑡 − 0,17813𝑡2 + 0,00833𝑡3 (112)

𝐶 = 0,19876– 0,0312𝑡– 0,00567𝑡2 (113)

𝑡 =1,8𝑇 − 460

100 (114)

Sato e Riedel propuseram sua correlação para cálculo da condutividade com base na

condutividade do ponto de ebulição, mostrada na Eq. (115).

𝜆𝐿 =1,11𝑀

12 [3 + 20(1 − 𝑇𝑟)

23]

3 + 20 (1 −𝑇𝑏𝑇𝑐)

23

(115)

Na literatura encontram-se mais correlações, no entanto, o software COCO utiliza

para cálculo as enunciadas acima. Com base nessas correlações, os dados de temperatura

dentro da faixa aplicada, foram ajustados aos modelos dados por Eqs. (116 – 118).

𝜆𝐿 = 𝑎 + exp (𝑏

𝑇+ 𝑐 + 𝑑. 𝑇 + 𝑒. 𝑇2) (116)

𝜆𝐿 = 𝑎 + 𝑏 (1 −𝑇

𝑇𝑐)

720

+ 𝑐 (1 −𝑇

𝑇𝑐)

23

+ 𝑑 (1 −𝑇

𝑇𝑐) + 𝑒 (1 −

𝑇

𝑇𝑐)

43

(117)

𝜆𝐿 = 𝑎 + 𝑏. 𝑇 + 𝑐. 𝑇2 (118)

Page 47: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

3.2.4 Condutividade Térmica no Estado Vapor, 𝝀𝑽

Quando uma substância muda de fase apresenta também uma taxa de transferência

energia cujo comportamento está influenciado pelas variações de pressão e temperatura do

sistema. Esses valores, assim valores são estimados por meio de correlações que levam em

conta os efeitos da pressão, seja por sua variação no sistema ou por seu ponto crítico.

A correlação de Misic-Thodos mostrada na Eq. (119) é bastante utilizada, já que

abrange grande variedade de compostos.

𝜆𝑉 = 11,05 × 10−8(14,52𝑇𝑟 − 5,14)16

𝐶𝑝

𝜉 (119)

Os dados de calor específico (𝐶𝑝) são calculados pelo próprio software por método

de contribuição de grupos, tal como já demonstrado em Secções anteriores e, o parâmetro 𝜉 é

obtido por meio da Eq. (120), que leva em conta apenas a pressão crítica (𝑃𝑐), a massa

molecular (𝑀) e a temperatura crítica (𝑇𝑐).

𝜉 =2173,424𝑇𝑐

16

√𝑀. 𝑃𝑐23

(120)

O software COCO, no entanto, também sugeriu correlações apropriadas para alguns

compostos. Aqueles, cujo software não disponibilizou correlações foram estimados pelo

software Statistica utilizando a correlação de Misic & Thodos já mencionada e, ajustados a

Eq. (121).

𝜆𝑉 = 𝑎𝑇𝑏

1 +𝑐𝑇 +

𝑑𝑇2

(121)

3.2.5 Tensão Superficial, 𝝈

A tensão superficial é uma propriedade que permite avaliar a resistência externa de

um material ao ser solicitado por forças externas, aplicadas na sua superfície. Em ciência dos

materiais essa propriedade é utilizada para avaliação de forças de stress superficial ou energia

livre na superfície.

Page 48: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

O software COCO utiliza para estimativa dessa propriedade a correlação de Brock e

Bird dada pelas Eqs. (122 - 124). Em geral a mesma se aplica até 95% do ponto crítico da

substância.

𝜎 = 4,6 × 10−7𝑃𝑐2

3⁄ 𝑇𝑐1

3⁄ 𝑄(1 − 𝑇𝑟)11

9⁄ (122)

𝑄 = 0,1207 (1 +𝑇𝑏𝑟(ln(𝑃𝑐) − 11,526)

1 − 𝑇𝑟) − 0,281 (123)

𝑇𝑏𝑟 =𝑇𝑏

𝑇𝑐 (124)

O ajuste dos dados é sugerido pela Eq. (125).

𝜎 = 𝑎 (1 −𝑇

𝑇𝑐)

𝑏 + 𝑐(𝑇

𝑇𝑐)+ 𝑑(

𝑇𝑇𝑐

)2

+ 𝑒(𝑇

𝑇𝑐)

3

(125)

3.2.6 Segundo Coeficiente de Virial, 𝑩

A equação de estado de virial é uma série polinomial escrita em função do inverso do

volume, mostrada na Eq. (126)

𝑃 =𝑅𝑇

𝑉+

𝑅𝑇𝐵

𝑉2+

𝑅𝑇𝐶

𝑉3+ ⋯ (126)

Ou ainda a mesma pode ser escrita como em Eq. (127)

𝑍 = 1 +𝐵𝑃

𝑅𝑇 (127)

Que em termos das coordenadas do ponto crítico fornecem Eq. (128)

𝑍𝑐 = 1 +𝐵𝑃𝑐

𝑅𝑇𝑐 (128)

Os termos 𝐵 e 𝐶 são denominados, respectivamente, segundo e terceiro coeficientes

de virial. Em geral, a equação é truncada no segundo coeficiente visto que as contribuições a

partir do terceiro começam a ser baixas.

Para estimativa do termo 𝐵, Pitzer propôs a correlação dada por Eq. (129) bastante

usada para compostos não polares ou com baixa polaridade.

Page 49: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝐵𝑃𝑐

𝑅𝑇𝑐= 𝐵(0) + 𝜔𝐵(1) (129)

Em que 𝐵(0) e 𝐵(1) são dados, respectivamente pelas Eqs. (130 - 131) e 𝜔 é o fator

acêntrico.

𝐵(0) = 0,083 −0,422

𝑇𝑟1,6 (130)

𝐵(1) = 0,139 −0,172

𝑇𝑟4,2 (131)

Para compostos com maior polaridade como alcoois, Tsounopollos sugere a adição

de um terceiro termo, 𝐵(2), calculados por Eq. (132).

𝐵(2) =𝑎1

𝑇𝑟6−

𝑏1

𝑇𝑟8 (132)

Para o álcoois, 𝑎1 = 0,0878 e 𝑏1 = 0,0560 (valor utilizado para o metanol). Os

outros entre 2 e 4 carbonos e não ramificados, o parâmetro 𝑏1 de Eq. (132) é calculado pela

Eq. (133), que é função do momento de dipolo (𝜇), dado em debye (D).

𝑏1 = 0,00908 + 0,000695105𝜇2𝑃𝑐

𝑇𝑐2 (133)

O software COCO ajusta os dados gerados pela correlação de Pitzer ao modelo dado

por Eq. (134)

𝐵 = 𝑎 +𝑏

𝑇+

𝑐

𝑇3+

𝑑

𝑇8+

𝑒

𝑇9 (134)

3.2.7 Viscosidade, 𝜼

Viscosidade é uma medida da resistência de um fluído que é deformado por forças

cisalhantes ou de tensão. Essa medida fornece, portanto parâmetros da capacidade de um

fluído de escoar.

Para expressar a dependência da viscosidade com a temperatura o software COCO

lança mão da correlação dada por Letsou & Stiel, mostrada nas Eqs. (135 - 138).

𝜂𝐿 =𝜉(0) + 𝜔𝜉(1)

𝜉 (135)

Page 50: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝜉 =2173,424𝑇𝑐

16⁄

√𝑀. 𝑃𝑐2

3⁄ (136)

𝜉(0) = (1,5174 − 2,135𝑇𝑟 + 0,75𝑇𝑟2)10−5 (137)

𝜉(1) = (4,2552 − 7,674𝑇𝑟 + 3,4𝑇𝑟2)10−5 (138)

Para temperaturas maiores do que a ponto de ebulição, Yoon & Thodos propuseram

uma correlação mostrada em Eq. (139).

𝜂𝑉 =1 + 46,10𝑇𝑟0,618 − 20,4𝑒−0,449𝑇𝑟 + 19,4𝑒−4,058𝑇𝑟

𝜉 (139)

Em que 𝜉 é dado pela Eq. (136).

Para todos os compostos os dados obtidos pela correlação, dada por Eq. (139), foram

ajustados ao modelo dado por Eq. (140).

𝜂𝑉 =𝑎𝑇𝑏

1 +𝑐𝑇 +

𝑑𝑇2

(140)

As Figs. (38 – 43) mostram os valores de viscosidade no estado líquido obtida partir

do ajuste dos dados gerados pelo método Lestou & Stiel ajustados ao modelo dado pela Eq.

(141).

𝜂𝐿 = exp (𝑎 +𝑏

𝑇+ 𝑐Log(𝑇) + 𝑑𝑇𝑒) (141)

3.2.8 Capacidade Calorífica, 𝑪𝒑𝑳 e 𝑪𝒑

𝒊𝒈

A capacidade de calorífica é uma propriedade que representa a quantidade de energia

requerida por massa de uma substância para elevar sua temperatura. Em geral a capacidade

calorífica varia com a temperatura, e pode ser calculada por meio de correlações matemáticas.

Rowlisson propôs a correlação dada por Eq. (142), que estima a variação de 𝐶𝑝𝐿 como

função do fator acêntrico (𝜔), da capacidade calorífica de gás ideal (𝐶𝑝𝑖𝑔

) e da temperatura

reduzida (𝑇𝑟).

Page 51: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

𝐶𝑝𝐿 − 𝐶𝑝

𝑖𝑔 = 1,45 +

0,45

1 − 𝑇𝑟+

0,25𝜔

17,11 + 25,2(1 − 𝑇𝑟)

13

𝑇𝑟 +17,7421 − 𝑇𝑟

(142)

Para tanto, 𝐶𝑝𝑖𝑔

foi estimado pelo método de Joback utilizando a Eq. (83). Os

parâmetros estão ajustados à Eq. (143).

𝐶𝑝𝑖𝑔

= 𝐴 + 𝐵𝑇 + 𝐶𝑇2 + 𝐷𝑇3 (143)

Os dados de 𝐶𝑝𝑖𝑔

foram utilizados em Eq. (141) e ajustados por Eq. (144).

𝐶𝑝𝐿 = 𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑐𝑇2 (144)

3.3 Utilização do StatisticaTM

O StatisticaTM é um software de propriedade da Statsoft® que agrega rotina

computacionais direcionadas a cálculos estatísticos importantes, como de amostragem,

determinação de intervalos de confiança, ajuste de dados experimentais a modelos

matemáticos e etc.

Tal como dito na secção anterior os dados obtidos pelas correlações para cada termo

física mencionada foram ajustados à um dos respectivos modelos recomendados pelo PCD

Manager. Esses ajustes foram feitos a partir do StatisticaTM por meio de sua função de

estimativa de modelos não lineares (Non-Linear Estimation), contida no menu Statistics. Os

parâmetros dos respectivos modelos foram obtidos juntamente com seus respectivos perfis

gráficos e serão mostrados na secção de resultados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para as propriedades mostradas a seguir, foram obtidos perfis gráficos de ajuste e a

curva utilizada pelo COCO no processo de simulação.

4.1 Densidade de Líquidos

Os parâmetros para a trioleína, dioleina e mono-oleina se encontram na tabela 11

abaixo.

Page 52: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Tabela 11. Parâmetros de densidade de líquidos. Extraído de (ChemExper - catalog of

chemical suppliers, physical characteristics and search engine)

Composto Densidade de Líquido (kmol/m3)

Trioelina 1,40812

Dioleina 1,50436

Mono-oleina 2,71779

Glicerol 13,6925

Metil oleato 2,93435

Para o metanol utilizou-se o modelo dado pela Eq. (97), cujos parâmetros são dados

na tabela 12.

Tabela 12. Valores dos parâmetros da equação de ajuste da densidade de líquidos

Parâmetros Valores

𝐴 1,7918

𝐵 0,23929

𝐶 512,64

𝐷 0,21078

A estimativa de parâmetros para a densidade de líquidos não pode ser realizada em

função da alta redundância de parâmetros acusada pelo software Statistica o valores de

densidade foram obtidos por meio da página de base de dados Chem Exper.

4.2 Pressão de Vapor

A tabela 13 mostra os valores obtidos a partir do ajuste dos dados calculados pela Eq.

(103) à Eq. (106).

Tabela 13. Valores dos parâmetros da equação de ajuste para cálculo da pressão de vapor

Composto 𝑨 𝑩 𝑪 𝑫 𝑬 Trioleína -53,3007 -3,57494 8,816212 0,083225 0,651529

Dioleina -30,72995 -3.14622 4,630414 0,011019 0,637718

Mono-oleina -54,4136 -3,60009 8,020839 -0,019332 0,651307

Metanol 123,6 -8660 -15,101 0,000013034 2

Glicerol -27,9979 -3,34085 4,170531 -0,010785 0,356376

Page 53: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Em função dos parâmetros acima mostrados o software COCO ajusta os valores por

meio de uma curva resultante tal mostrado nas Figs. (9 – 14).

Figura 9. Comportamento da pressão de vapor da Trioleina com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO.

Page 54: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 10. Comportamento da pressão de vapor da Dioleina com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO

Page 55: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 11. Comportamento da pressão de vapor da Mono-oleina com a temperatura. Extraída

da base de dados (PCD Manager) do software COCO.

Page 56: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 12. Comportamento da pressão de vapor da Metil Oleato com a temperatura. Extraída

da base de dados (PCD Manager) do software COCO.

Page 57: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 13. Comportamento da pressão de vapor do Metanol com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO

Page 58: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 14. Comportamento da pressão de vapor do Glicerol com a temperatura. Extraída da

base de dados (PCD Manager) do software COCO.

Em função da utilização da correlação de Lee & Kesler, em função da natureza dos

compostos cujas pressões de vapor foram estimadas em função da temperatura, os dados

puderam ser ajustados com um valor de coeficiente de correlação acima de 0,99, tal como

evidenciados nos perfis gráficos gerados pelo software Statistica.

4.3 Condutividade Térmica no Estado Líquido

A tabela 14 mostra os parâmetros 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑 e 𝑒, ajustados pelo COCO quando o

mesmo os disponibiliza e quando não, estão ajustados pelo software Statistica

Tabela 14. Valores dos parâmetros para obtenção do modelo de condutividade térmica de

liquido

Composto 𝒂 𝒃 𝒄 𝒅 𝒆 Correlação (Eq) Modelo (Eq)

Trioleina 5,16 5,46E-09 34,4 1,51E-08 -6,07E-09 114 116

Dioleina -1,17E+01 1,80 2,46 6,07E-06 -4,09E-09 106 115

Monoleina -11,5 0,564 2,45 -8,6E-07 -3,01E-09 106 115

Metil

Oleato 0,120939 0,000495068 -1,340669E-06 - - 110 118

Glicerol 0,674796 -0,00413055 8,924175E-06 - - 110 118

Metanol -0,056817 13,156 -1,2214 -2,8282E-04 -1,0129E-06 115 117

Page 59: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Para os compostos que utilizaram a Eq. (107) para cálculo da condutividade os

valores dos parâmetros 𝑥 e 𝑐 são respectivamente 1,001 e 1,811, visto que suas cadeias

carbônicas são predominantemente lineares.

Em decorrência da obtenção dos parâmetros de ajuste foram gerados, perfis gráficos

do comportamento da condutividade no estado líquido como função da temperatura são

mostrados nas Figs. (15 – 20).

(a)

(b)

Figura 15. (a) – Ajuste dos pontos no Statística. (b) – Modelo gerado pelo COCO com os

parâmetros estimados.

Page 60: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 16. (a) - Condutividade térmica da Dioleina Obtida pela correlação de Pachaiyappan.

(b) - Ajuste dos dados no COCO entre 300K e 1800K

Page 61: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 17. Ajuste de dados da condutividade térmica para Mono-oleina, no Statistica (a), para

simulação no COCO (b)

Page 62: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 18. Ajuste dos ados para condutividade térmica do Metil Oleato à correlação de Riazi

Faghri feitos pelo COCO.

Figura 19. Dados ajustado pelo COCO para condutividade térmica do glicerol pela correlação

de Riazi e Faghri

Page 63: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 20. Ajuste de dados para o metanol, sugerido pelo COCO obtidos pela correlação de

Riazi Faghri para de 200 K a 423 K.

4.4 Condutividade Térmica no Estado de Vapor

O metanol teve seus dados de condutividade térmica ajustados para a faixa válida do

modelo dado por Eq. (110) e ajustados pela Eq. (118). Para a trioleína e o glicerol, o software

COCO sugeriu o ajuste utilizando a correlação mostrada na Eq. (109), correspondente ao

método de Riazi e Faghri e o ajuste dos dados pelo modelo dado pela Eq. (118), tal como

mostrado na tabela 15 abaixo.

Tabela 15. Valores dos parâmetros para obtenção do modelo de condutividade térmica de

vapor

Composto 𝒂 𝒃 𝒄 𝒅 Correlação (Eq) Modelo (Eq)

Trioleina -0,036529 0,000119482 -7,049084E-08 - 110 118

Dioleina 0,129136 0,535177 4,47666 0,105499 119 121

Monoleina 0,897656 0,298598 402,0083 1,.463453 119 121

Metil Oleato -0,0430305 0,000142731 -5,040556E-08 - 110 118

Glicerol -0,0416604 0,000231247 -2.24117E-07 - 110 118

Metanol 0,00655337 2,307323E-06 1,154574E-07 110 118

Page 64: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Os perfis gráficos com as curvas de ajuste para a condutividade no estado de vapor

estão mostrados nas Figs. (21 - 26).

Figura 21. Perfil de condutividade térmica no estado de vapor para Trioleina, estimado

utilizando a correlação de Riazi e Faghri e ajustado pelo coco utilizando o modelo dado na

Eq. (118).

(a)

Page 65: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(b)

Figura 22. Perfil de condutividade térmica do vapor de dioleina ajustado pelo Statistica (a) e

para estimativa de parâmetros e perfil utilizado pelo COCO (b)

(a)

Page 66: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(b)

Figura 23. Dados de condutividade térmica no estado de vapor calculados pela Correlação de

Misic e Thodos e ajustados pela Eq. (121). Gráfico gerado pelo COCO (b) com os parâmetros

obtidos de (a).

Figura 24. Dados de condutividade térmica do metil oleato ajustados pelo próprio COCO ao

modelo dado pela Eq. (118) e sugerida a correlação de Riazi e Faghri para o seu cálculo.

Page 67: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 25. Dados de condutividade térmica do glicerol obtidos pela correlação de Riazi e

Faghri ajustados pelo COCO ao modelo de Eq. (118).

Figura 26. Dados de condutividade térmica do metanol ajustado pelo COCO com base

correlação de Riazi e Faghri ao modelo pela Eq. (118).

Page 68: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

4.5 Tensão Superficial

Para os compostos participantes da reação de formação de biodiesel os valores dos

parâmetros ajustados 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑 e 𝑒 são mostrados na tabela 16.

Tabela 16. Valores ajustados de tensões superficiais ajustados para os compostos presentes na

transesterificação

Composto 𝒂 𝒃 𝒄 𝒅 𝒆

Trioleina 0,006134 4,802409 -13,1887 13,37113 -4,74548

Dioleina 0,007063 3,49212 -10,2286 10,75436 -3,8243

Mono-oleina 0,003256 -3,34792 7,669136 -8,15429 3,749358

Metil Oleato 0,003256 -3,34792 7,669136 -8,15429 3,749358

Glicerol 0,040595 1,226397 -3,60334 3,50365 -0,973361

Metanol 0,083275 5,457925 -14,235 14,46494 -5,36785

Tal como nas propriedades anteriores os valores calculados pelas correlações

mencionadas foram ajustados utilizando o software Statistica. Diferentemente das demais

propriedades calculadas, o software COCO não apresentou correlações para obtenção de

dados para essa propriedade. Os perfis assim como as faixas de temperatura para aplicação

estão mostrados nas Figs. (27 - 32).

(a)

Page 69: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(b)

Figura 27. Perfis de tensão superficial para trioleína estimados entre 300 K e 911 K utilizando

o software Statistica (a). Perfil utilizado no COCO (b) provindo da estimativa em (a)

(a)

Page 70: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(b)

Figura 28. Comportamento da tensão superficial da dioleina (a) e (b). Faixa estimada entre

300 K e 909 K.

(a)

Page 71: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(b)

Figura 29. Comportamento da tensão superficial do Metil Oleato estimado entre 273 K e 773

K (a) e (b)

Page 72: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 30. Perfil de tensão superficial da mono-oleina estimado entre 300 K e 1100 K, faixa

válida para a Correlação de Brock e Bird.

Page 73: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 31. Perfil de tensão superficial do glicerol estimado entre 300 K e 840 K. (a)

Estimação de parâmetros pelo Satistica e (b) valores utilizados pelo COCO.

(a)

Page 74: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 32. Perfil de comportamento da tensão superficial do metanol estimado entre 273 K e

503 K (a) e (b).

4.6 Segundo Coeficiente de Virial

A tabela 17, abaixo, mostra os valores obtidos para os compostos que aproximam a

constituição do óleo vegetal e do biodiesel formado pela reação de transesterificação.

Tabela 17. Valores do segundo coeficiente de virial obtidos a partir da correlação de Pitzer.

Composto 𝒂 𝒃 𝒄 𝒅 𝒆

Trioleina 969,775 -705100 -101,74 0,1 0,1

Dioleina 10,06637 -19147,3 3,140220E+09 0,1 0,1

Mono-oleina 24,31376 -37351,4 -0,122638 0,1 0,1

Metil Oleato 0,003256 -3,34792 7,669136 -8,15429 3,749358

Glicerol -42,8019 56395,28 -9,955237E+09 0,100000 0,100000

Metanol 0,000019 -0,011572 -5539,09 0,1 0,1

Abaixo, nas Figs. (33 – 38) que se seguem se mostram os perfis obtidos pelo ajuste

dos dados ao modelo dado por Eq. (134).

Page 75: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 33. Ajuste dos parâmetros para a trioleína entre 243 K e 1016,48 K (a). Curva utilizada

pelo software COCO para simulação (b).

Page 76: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 34. Perfil obtido pelo ajuste dos parâmetros da Eq. (135) em (a). Curva utilizada pelo

software COCO para simulação

Page 77: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 35. Parâmetros da Eq. (135) ajustados para Mono-oleina em (a). Perfil utilizado pelo

software COCO para simulações em (b).

Page 78: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 36. Estimativa dos parâmetros para o segundo coeficiente de virial do metil oleato (a).

Curva utilizada pelo software COCO para simulação (b).

Page 79: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 37. Estimativa do segundo coeficiente de virial parao glicerol (a). Curva utilizada pelo

COCO para simulação. Estimativa entre 340 K e 1700 K.

Page 80: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 38. Segundo coeficiente de virial para o metanol. Faixa compreeendida entre 280 K e

1500 K.

Page 81: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

4.7 Viscosidade

Os parâmetros ajustados à Eq. (141) estão mostrados nas Figs. (39 – 44).

(a)

(b)

Figura 39. Ajuste dos dados para Viscosidade no estado líquido da trioleína. Ajuste do

modelo no Statistica.

Page 82: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 40. Ajuste dos dados de viscosidade de líquido para dioleina (a). Perfil utilizado pelo

COCO simulação (b)

Page 83: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 41. Ajuste dos dados de viscosidade no estado líquido para mono-oleina (a) entre 300

K e 900 K. Curva utilizada pelo COCO na simulação.

Page 84: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 42. Ajuste dos dados para o Metil Oleato (a). Curva utilizada pelo COCO (b).

Page 85: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 43. Curva de viscosidade de líquidos para o glicerol (a) e (b).

Page 86: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 44. Curva de simulação com os dados do metanol para viscosidade de líquidos que já

estavam na base de dados do COCO

A tabela 18 mostra os valores dos parâmetros de viscosidade estimados para o estado

líquido e de vapor de acordo com os ajustes feitos pelo software Statistica.

Tabela 18. Parâmetros de viscosidade de líquido e de vapor.

Composto 𝒂 𝒃 𝒄 𝒅 𝒆 Estado

Trioleina 19,22339 0,281096 -2,84418 -0,163272 0,604046 Líquido

0,000000016 0.889 0,16 0,1 - Vapor

Dioleina -18,536 -0,20072 1,65979 -0,00187 1,10148 Líquido

0,000000016 0,912 0,165 0,1 - Vapor

Mono-oleina -14,675 -0,167282 2,399566 -0,363204 0,488877 Líquido

9,69E-09 0,986 0,175 0,1 - Vapor

Metil Oleato -13,9612 -0,099754 2,164854 -0,204746 0,583462 Líquido

1,87E-08 0,941 0,175 0.1 - Vapor

Glicerol -17,4452 -1,1748 2,682514 -0,033082 0,835925 Líquido

2,63E-08 0,975 0,182 0,10025 - Vapor

Metanol -32,996 1981,4 3,3666 3,9246E-06 2 Líquido

3,0654E-07 0,69658 204,87 24,304 - Vapor

Page 87: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

A Os perfis obtidos com a estimação de parâmetros dado pelo pela Eq. (140) são

mostrados pelas Figs. (45 – 49).

(a)

(b)

Figura 45. Comportamento da viscosidade no estado de vapor para trioleina entre 900 K e

1690 K.

Page 88: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 46. Perfil gráfico para viscosidade no estado de vapor da dioleina entre 1000 K e 1308

K

Page 89: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 47. Comportamento da viscosidade no estado de vapor da mono-oleina. Ajuste feito

926 K e 1000K (a) e em (b) a curva utilizada pelo COCO

Page 90: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

.(a)

(b)

Figura 48. Ajuste dos dados para viscosidade no estado de vapor (a) do metil oleato. Curva

uItilizada (b) pelo COCO construída com os parâmetros obtidos em (a).

Page 91: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 49. Perfil do comportamento da viscosdade no estado de vapor para o glicerol.

Estimativa feita para faixa de 544 K a 1000 K (a) e curva utilizada no COCO em (b)

Page 92: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Figura 50. Comportamneto da viscosidade no estado de vapor para o metanol estimada na

faixa de 240 K a 1000 K. (a) – estimativa; (b) – curva utilizada.

Page 93: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

4.8 Capacidade Calorífica

A tabela 19 mostra os parâmetros estimados pelo software COCO a Eq. (143).

Tabela 19. Valores de dos parâmetros 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑑 estimados pelo método de Joback para

capacidade calorífica de gás ideal.

Composto 𝑨 𝑩 𝑪 𝑫

Trioleina -16926 5320,36 -3,0478 0,0006375

Dioleina -6500 3679,14 -2,1098 0,0004428

Mono-oleina 3926,003 2037,92 -1,1718 0,0002481

Metil Oleato -3155,998 1774,04 -0,999 0,0002052

Glicerol 14352 396,7 -0,2338 0,0000534

Metanol 7270,001 132,82 -0,061 0,0000105

Os perfis obtidos pelo software COCO para os valores dos parâmetros da tabela 18

são mostrados nas Figs. (51 - 56).

Figura 51. Perfil de capacidade calorífica de gás ideal para trioleína. Estimativa feita pelo

COCO entre 300 K e 1500 K.

Page 94: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 52. Perfil de capacidade calorífica de gás idela para dioleina. Estimativa realizada entre

300 K e 1500 K pelo software COCO.

Figura 53. Comportamento da capacidade calorífica de gás ideal para o composto mono-

oleina. Estimativa realizada entre 300 K e 1500 K.

Page 95: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 54. Pefil de capacidade calorífica de gás ideal para o metil oleato estimado entre 300 K

e 1500 K.

Figura 55. Perfil de capacidade calorífica de gás ideal para o glicerol estimado entre 300 K e

1500 K pelo software COCO.

Page 96: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

Figura 56. Perfil de capacidade caloríficade gás ideal para o metanol estimado entre 175 K e

1500 K pelo software COCO.

De posse dos parâmetros que estimam a capacidade calorífica de gases ideais pode-

se utilizar a correlação de Rowlisson dada por Eq. (142), para gerar dados para se ajustar ao

modelo que fornece o 𝐶𝑝𝐿.

Tabela 20. Valores dos parâmetros da Eq. (144) para a capacidade calorífica líquida

Composto 𝒂 𝒃 𝒄

Trioleina 88187,71 4710,709 -1,93934

Dioleina 169498,5 2874,755 -1,02673

Mono-oleina 70601,32 1700,057 -0,651640

Metil Oleato 19168,10 1630,795 -0,699049

Glicerol 20534,27 356,9371 -0,152362

Metanol 7499,728 130,2781 -0,051892

Page 97: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

Page 98: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(c)

(d)

Page 99: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(e)

(f)

Figura 57. Estimativa de parâmetros para trioleina (a), dioleina (b), mono-oleina (c), metil

oleato (d), glicerol (e), metanol (f).

Page 100: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(a)

(b)

(c)

Page 101: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

(d)

(e)

(f)

Figura 58. Curvas utilizadas pelo COCO para simulação. Trioleína (a), dioleina (b), mono-

oleina (c), metil oleato (d), glicerol (e), metanol (f).

Page 102: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

A partir dos resultados do item anterior é possível concluir que o procedimento de

estimativa de parâmetros para os compostos que aproximam a composição de óleos vegetais e

do próprio biodiesel pode ser realizado com boa precisão, visto que boa parte dos ajustes

fornecidos pelo software Statistica resultaram em coeficientes de correlação maiores do que

0,99. Indicando que as correlações empregadas para obtenção de dados termo físicos é

bastante válida assim como seus modelos de ajuste.

No entanto a revisão dos resultados para a viscosidade de líquidos do composto e

segundo coeficiente de virial para o composto Dioleina se faze necessárias, uma que vez que

para a viscosidade de líquidos o perfil gráfico mostrado na seção de resultados em Fig. (40),

cujos dados foram obtidos pela correlação Letsou & Stiel não se ajustam ao modelo sugerido

pelo software COCO e para o segundo coeficiente de virial cujo ajuste está mostrado em Fig.

(34), o valor dessa propriedade diminui com a temperatura, enquanto que seria coerente que o

mesmo aumentasse.

Como trabalhos futuros, diante do procedimento em questão, sugere-se a estimativa

de parâmetros dos demais constituintes do óleo vegetal como também do biodiesel, o que

enriqueceria as atuais bases de dados disponíveis e também a simulação de um possível

fluxograma de produção de biodieselcom a proposição de sistemas de separação para os

subprodutos dessa reação.

Page 103: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

BIBLIOGRAFIA

CETEC, STI - MIC / CETEC. 1983. Produção de Combustíveis líquidos a artir de óleos

vegegais. Transesterificação de óleos vegetais. Belo Horizonte : Fundação Centro

Tecnológico de Minas Gerais / CETEC, 1983. pp. 5-12, 24-28. Relatório Final de projeto

Convênio STI - MIC / CETEC.

CONSTANTINOU, L e GANI, R. 1994. New Group Contribution Method for Estimating

Properties of Pure Compounds. AIChE Journal. Outubro de 1994, Vol. 40, 10, pp. 1697-1710.

DARNOKO, D. e CHERYAN, M. 2000. Kinetics of Palm Oil Transesterification in a Batch

Reactor. Journal of the American Oil Chemistrys' Society. 2000, Vol. 77, 12, pp. 35-45.

DOSSIN, T. F., REYNIERS, M. F. e MARIM, G. B. 2005. Kinetics of heterogeneously

MgO-catalyzed transesterification. Science Direct. 2005, Vol. 62, pp. 35-45.

EJIKEME, P. M., et al. 2010. Catalysis in biodiesel production by transesterification

processes-an insight. E-Jourrnal of Chemistry. 2010, Vol. 7, 4, pp. 1120-1132.

FERRARI, R. A., OLIVEIRA, V. da S. e SCABIO, A. 2005. Biodiesel de Soja – Taxa de

Conversão em Ésteres Etílicos, Caracterização Físico-Química e Consumo em Gerador de

Energia. Química Nova. 2005, Vol. 28, 1, pp. 19-23.

FREEDMAN, B., PRYDE, E. H. e MOUNTS, T. L. 1984. Vairables Affecting the yelds of

fatty esters from transesterified vegetable oils. Journal of the American Oil Chemistrs'

Society. 1984, Vol. 61, 10, pp. 1638-1643.

Inc, ChemExper. ChemExper - catalog of chemical suppliers, physical characteristics and

search engine. chemexper.com. [Online] [Citado em: 11 de 12 de 2011.]

http://www.chemexper.com/main.shtml.

2011. Joback and Reid Group Contribution Method - Documentation - Cheméo. Cheméo

Hight Quality Chemical Properties. [Online] Céondo, 2011. [Citado em: 11 de 12 de 2011.]

http://chemeo.com/doc/joback-reid-group-contribution-method#cite_note-0.

KAPIL, A.; WILSON, K.; LEE, A. F.; SADHUKHAN, J. 2011. Kinetic modeling studies

of heterogeneously catalyzed biodiesel synthesis reactions. Industrial & Engineering

Chemistry. 2011, Vol. 50, 9, pp. 4818-4830.

LIMA, J. R. O., et al. 2007. Biodiesel de Babaçu (Orbignya sp.) Obtido por Via Etanólica.

Química Nova. 2007, Vol. 30, 3, pp. 600– 603.

MARCHETTI, J. M., MIGUEL, V. U. e ERRAZU, A. F. 2005. Possible methods for

biodiesel production. Science Direct. 2005, Vol. 11, pp. 1300-1311.

Page 104: Estimativa de Parâmetros Termodinâmicos e Termo Físicos para a Simulação da Produção de Biodiesel no software COCO utilizando rota metanólica

MONYEM, A. e VAN GERPEN, J. 2001. The effect of biodiesel oxidation on engine

performance and emissions. Biomass and Energy. 2001, Vol. 20, pp. 317-325.

NETO, P. R. C., et al. 1999. Produção de Combustível Alternativo ao Óleo Diesel Através

da Transesterificação do Óleo de Soja Usado em Frituras. Química Nova. 1999, Vol. 24, 4,

pp. 531-537.

STIEFEL, S. e DASSORI, G. 2009. Simulation of Biodiesel Production through

Transesterification of Vegetable Oils. Industrial & Engineering Chemistry Research. 2009,

Vol. 48, 3, pp. 1068–1071.

Wikipédia, A enciclopedia livre. pt.wikipedia.org. [Online] [Citado em: 23 de 05 de 2011.]

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Esterif_02.png.