esquema de uma transportadora

Upload: rosangela-alves-c-nogueira

Post on 02-Mar-2016

33 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Secretaria de Cincia, Tecnologia e Desenvolvimento Econmico

    ADEMILTON CAZUMBA DE SOUSA

    Transporte rodovirio de cargas fracionadas. Estudo de caso da empresa Transcompras.

    Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de

    carregamento

    So Paulo 2009

  • ADEMILTON CAZUMBA DE SOUSA

    Transporte rodovirio de cargas fracionadas. Estudo de caso da empresa Transcompras.

    Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de

    carregamento Monografia apresentada Faculdade de Tecnologia da Zona Leste como requisito parcial para obteno do ttulo de Tecnlogo em Logstica com nfase em Transporte.

    Orientador: Prof. Es. Alcir das Neves Gomes

    So Paulo 2009

  • Autorizo a reproduo e divulgao total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrnico, para fins de estudo e pesquisa, desde que

    citada a fonte.

    Catalogao da Publicao

    SOUSA, Ademilton Cazumba de

    Transporte rodovirio de cargas fracionadas. Estudo de caso da empresa Transcompras. Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de carregamento/ Ademilton Cazumba de Sousa; orientador Prof Es. Alcir das Neves Gomes - So Paulo, 2009.

    Trabalho de Concluso de Curso Faculdade de Tecnologia Zona Leste, 2009. 1. Transporte Rodoviario de Carga Fracionada. 2. TI Como ferramenta de apoio a gesto de transporte. 3.Prestao de Servio em transporte no modal rodovirio. Ttulo: Transporte rodovirio de carga fracionada. Estudo de caso da empresa Transcompras. Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de carregamento

  • Nome: Sousa, Ademilton Cazumba de Sousa Ttulo: Transporte rodovirio de cargas fracionadas. Estudo de caso da empresa Transcompras. Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de carregamento.

    Monografia apresentada Faculdade de Tecnologia da Zona Leste como requisito parcial para obteno do ttulo de Tecnlogo em Logstica com nfase em Transporte.

    Aprovado em:

    COMISSO EXAMINADORA

    Prof: _______________________ Instituio: __________________________ Julgamento: _________________ Assinatura: __________________________ Prof: _______________________ Instituio: __________________________ Julgamento: _________________ Assinatura: __________________________ Prof: _______________________ Instituio: ___________________________ Julgamento: _________________ Assinatura: ___________________________

  • Ao Senhor Jesus Cristo, que me deu as foras necessrias para

    chegar at aqui, minha mulher Carla e minha filhinha Katlyn.

  • queles que me apoiaram durante minha formao.

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente ao Senhor, Dele quem veio a fora necessria para concluso deste curso e

    obteno do diploma.

    minha mulher Carla pela pacincia e por me compreender neste momento e minha filha

    Katlyn que trouxe luz na hora certa em minha vida.

    Aos meus pais, Sr. Francisco Cazumba de Sousa, foi por ele que eu persisti em conquistar

    uma vaga na faculdade, pois a principio era seu sonho, queria dar este orgulho a ele e a Sra.

    Raimunda Rufino de Sousa, por me amarem e por serem meus exemplos de vida

    Ao meu orientador, Prof. Es. Alcir que me direcionou nas pesquisas para o desenvolvimento

    deste trabalho, aceitando ser meu orientador mesmo tendo se comprometido com vrios

    outros alunos.

    Aos funcionrios da empresa Transcompras, principalmente ao Sr. Carlos Henrique e Sr.

    Vanderlan que me deram acesso ao sistema de dados da empresa.

    minha amiga e chefe Cristiane Ferreira que me ajudou no entendimento dos processos e

    desenvolvimento desta pesquisa.

    Aos meus irmos Ailton, Bico e Adenilton e minhas cunhadas, Priscila, Elen e Tata, pelos

    elogios e incentivos.

    Aos meus amigos do ministrio de Louvor e Adorao Bom Pastor, por entenderem as

    ausncias nos ensaios, devido aos trabalhos.

    As minhas amigas e parceiras que me ajudaram a no desistir deste curso, Malluzinha e

    Kellyzinha, vocs foram mais que amigas, muito obrigado.

    Aos professores que ministraram as matrias para que absorvssemos o contedo necessrio

    para o desenvolvimento da pesquisa.

    Aos colegas de classe, por serem parceiros nas horas certas, rirem e deixarem o ambiente de

    sala de aula mais agradvel de se freqentar.

  • O nico lugar onde o xito chega antes do trabalho no dicionrio. (Vidal Sassoon)

  • RESUMO

    Sousa, A.C. Transporte rodovirio de cargas fracionadas. Estudo de caso da empresa Trancompras. Proposta para melhoria dos processos operacionais no tempo do fluxo de carregamento. 2009. 52f. Trabalho de Concluso de Curso- Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, So Paulo, 2009. Este estudo tem por objetivo analisar e sugerir melhorias nos processos operacionais, no que tange ao fluxo de volumes dentro de uma transportadora de pequeno porte. A problemtica esta no fato de pequenas empresas do ramo de transporte no entenderem a logstica como um processo integrado e assim, acabam no levando em considerao o elo mais importante da cadeia no servio prestado, o cliente, deixando em segundo plano o investimento para melhoria de processos operacionais.. A hiptese do trabalho a sugesto de duas ferramentas para o auxilio na melhoria destes processos, recursos humanos e tecnolgicos, ou seja, mo-de-obra qualificada para a implantao e gesto de processos envolvendo o transporte de cargas fracionadas e utilizao de Tecnologia de Informao (TI) como ferramenta de apoio a este gestor. Se implantados, trariam uma diminuio considervel no tempo atual gasto nos processos de recebimento, consolidao e carregamento para fins de transferncia de cargas fracionadas. Palavras- chave: Logstica, transporte, servio, TI.

  • ABSTRACT

    Sousa, AC Transport road truckload. Case Study Trancompras company. Proposal to improve the operational procedures at the time of the flow of cargo. 2009. 52f. Conclusion of Course-College of Technology Eastern Zone, So Paulo, 2009. This study aims to analyze and suggest improvements in operational processes, with respect to the flow volume in a small carrier. The problem is in fact small businesses, they do not understand transport logistics as an integrated process and thus end up not taking into consideration the most important link in the chain service, the client, leaving the background in investment to improve operational processes .. The working hypothesis is the suggestion of two tools to aid in improving the processes, human and technological resources, ie labor force trained for the deployment and management of cases involving the transportation of truckload and use of technology (IT) as a tool to support this manager. If implemented, would bring a considerable reduction in time spent on the process of receiving, consolidation and loading for shipment of truckload. Keywords: Logistics, transportation, service, IT

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1- Fluxo de Carga partindo da filial em Guarulhos no estado de So Paulo

    para outras filiais no ms de Setembro de 2009....................................................43

  • SUMRIO

    Introduo ............................................................................................................................... 15

    Captulo 1 Algumas definies para logstica ................................................................ 17

    Figura 1 : Fluxo em uma cadeia de suprimento ............................................................... 18

    Captulo 2 - Nvel de Servio .............................................................................................. 20

    2.1 Servio ao cliente........................................................................................................20

    2.2 Nvel de servio logstico............................................................................................21

    Captulo 3 - Transporte Rodovirio de Carga fracionada no Brasil ............................... 22

    3.1 As empresas de transporte rodovirio de cargas no Brasil................................24

    3.2 Prestao de servio em Transporte rodovirio de carga fracionada no Brasil..............................................................................................................................................26

    3.3 Terminais rodovirios de cargas...............................................................................27

    3.4 Gesto e planejamento de processos operacionais em transporte rodovirio de cargas..................................................................................................................................30

    3.5 Fluxograma de processos operacionais de empresas de transporte rodovirio de cargas.............................................................................................................................32

    Captulo 4 Tecnologia da informao no transporte rodovirio de cargas ............... 33

    Captulo 5 - Documentos necessrios para viagem de um veculo no transporte rodovirio de carga ................................................................................................................ 36

    5.1 Conhecimento de Transporte Rodovirio de Cargas CTRC.............................36

    5.2 Manifesto de Carga.....................................................................................................37

    5.3 Documento para pagamento de motorista..............................................................37

    Captulo 6 - Estudo de caso ................................................................................................. 39

    6.1 Histrico da empresa Transcompras.......................................................................39

    6.2 rea de atuao.........................................................................................................39

    6.3 Frota.............................................................................................................................40

    6.4 Terminais ( filiais ).......................................................................................................40

    6.5 Sistema de coletas......................................................................................................41

    6.6 Procedimentos Operacionais....................................................................................42

    6.7 Operao de transferncia de cargas ms de Setembro.....................................42

    6.8 Fluxograma de processos sem tecnologia cdigo de barras...............................43

    6.9 Fluxograma de processos com tecnologia cdigo de barras...............................45

    Concluso .............................................................................................................................. 47\

  • Bibliografia .............................................................................................................................. 49

  • Introduo

    Sabe-se que atualmente o modal rodovirio ainda o principal meio de transporte.

    Este um fato que ocorre desde a dcada de 50, com a expanso das industrias dos mais

    diversos seguimentos (Rodrigues, 2005, p.147). Aqui no Brasil, tal fenmeno foi

    intensificado por interferncia do ento presidente Juscelino Kubitcheck com a execuo do

    seu plano de desenvolvimento denominado 50 anos em 5, onde a maior parte dos

    recursos financeiros foram concentrados no setor de transporte, principalmente na melhoria

    e construo de rodovias (Ferreira e Milliagros. 1997, p. 17).

    A matriz de transporte do nosso pais tem como predominncia o modal rodovirio e

    as grandes corporaes atualmente utilizam-se de operadores de transportes rodovirios

    para escoamento dos mais diversos tipos de mercadorias, uma relao entre cliente e

    fornecedor que no tem acessvel no lugar onde moram os produtos que necessitam, e se

    os tem, os custos dificultam uma negociao em um nvel regional (Ribeiro e Ferreira, 2002,

    p.08).

    Mesmo tendo nas duas ultimas dcadas sofrido um declnio, So Paulo continua

    sendo um dos maiores plos industriais do Brasil (Diniz e Crocco, 1996), e por este motivo,

    h um fluxo muito grande de mercadorias a partir deste estado para os demais estados do

    Brasil, e como mencionamos, so diversos os produtos a serem transportados, uma

    demanda que no consegue ser atendida por operadores de transportes consolidados no

    mercado e com nvel de servio adequado aos clientes.

    Segundo Jornal Gazeta do povo apud Portal Partner Consulting

    [...] O forte ritmo da economia nos ltimos meses est provocando novos gargalos na logstica de transporte brasileira. Com a demanda aquecida por causa do consumo interno as empresas j sentem dificuldade para escoar sua produo. Por falta de caminhes, as transportadoras esto tendo que recusar clientes e o preo do frete j subiu, em mdia, 12% [...].

    Para suprir esta demanda surgem os pequenos transportadores que, geralmente so

    fundados por pessoas que j trabalharam como funcionrios destas grandes

    transportadoras, se julgando aptos a terem condies de criarem uma carteira de clientes e

    atend-los.

  • 15

    . Os atuais responsveis pela administrao destas operaes entendem a logstica

    como sendo somente o transporte fsico das mercadorias, ou seja, a coleta, a consolidao

    e a entrega no cliente, independente de que forma o processo feito (Iaes e Cunha, 2006).

    Algumas empresas conseguem uma estabilidade relativa, com uma variedade de

    clientes de volumes de fcil transporte, e acabam se acomodando com esta realidade, no

    vislumbrando uma melhoria em sua competitividade e por conseqncia, no sucesso de sua

    empresa, evidenciando seu nome no mercado.

    Outro fator que no permite este crescimento a instabilidade na manuteno de

    seus clientes, sendo que estes pequenos transportadores no trabalham com contratos e

    sim com venda de servio, negociado a partir de uma proposta de frete para anlise do

    cliente, podendo este optar por outra empresa no momento em que lhe for conveniente,

    causada por uma falha na eficincia no nvel de servio ( WANKE e FLEURY, p.422)

    De fato h uma deficincia no nvel de servio prestado por estes pequenos

    transportadores, at por terem dificuldades em entender que o sucesso de uma empresa

    est em uma administrao slida por conhecedores do setor, mas no somente do ponto

    de vista do prestador de servio.

    A principal barreira a ser vencida fica no aspecto da mo-de-obra qualificada e no

    fato de os proprietrios destas empresas de transporte serem geralmente um grupo familiar

    e ao mesmo tempo, terem o pensamento um tanto cristalizado, o que dificulta a

    implantao de tecnologia que tornariam os processos mais eficientes. E o planejamento e

    implantao destes processos para padronizao de operao necessitam de investimento,

    treinamento e um perodo para adaptao (NETO, p.03)

    A rpida absoro deste planejamento traria melhorias, competitividade e satisfao

    a empresa contratante dos servios

    A problemtica est na falta de informao para a gesto eficiente dos processos

    envolvidos nas rotinas de transporte rodovirio de carga fracionada, ou seja, mo-de-obra

    adequada para gesto destes processos, alm de tecnologia de informao (TI) adequada

    para tornar os processos e rotinas mais eficientes.

    . O questionamento justamente com relao aos processos operacionais destas

    empresas, ser que eles podem ser mais eficientes? E como tornar os processos

    operacionais existentes mais eficientes?

    Uma hiptese seria a contratao de um gestor voltado justamente para a

    administrao destes processos operacionais, sendo responsvel por aumentar a eficincia,

  • 16

    inserindo ou melhorando os processos existentes, uma segunda hiptese seria o

    investimento em tecnologia de informao (TI), que complementaria a primeira hiptese,

    pois seriam as ferramentas de apoio para o desenvolvimento destas rotinas.

    O objetivo demonstrar que o investimento nestes fatores citados trar resultados

    positivos para a empresa, melhoria contnua nos processos atravs de uma boa gesto,

    melhoria do nvel de servio, manuteno e obteno de novos clientes, alm de

    competitividade no mercado

    Para realizao deste estudo, sero utilizados como suporte, pesquisas em livros,

    artigos cientficos, pesquisa em campo, no operador de transporte, pesquisa com os

    gestores em toda cadeia envolvida, alm de um estudo de caso apresentando a sugesto

    de melhorias aos gestores.

    Captulo 1 traz algumas definies sobre logstica por autores com amplo

    envolvimento na rea.

    Captulo 2 traz um panorama da realidade do transporte de cargas no modal

    rodovirio no Brasil.

    Captulo 3 fala resumidamente da importncia da qualidade da prestao de servios

    aos clientes.

    Captulo 4 menciona duas tecnologias de auxlio aos processos operacionais que

    trazem vantagens e agilizao dos mesmos.

    Captulo 5 fala sobre os documentos envolvidos nestes processos operacionais.

    Capitulo 6 traz o estudo de caso que analisa uma empresa que no dispes de

    muitos recursos tecnolgicos e sugere algumas para dinamizar os processos que executam

    atualmente.

  • 17

    Captulo 1 Algumas definies para logstica

    Originalmente, a logstica surgiu nas organizaes militares. A palavra logstica tem

    suas razes na Frana, deriva do verbo loger (alojar). De acordo com Souza (2002), [...] a

    logstica originou-se no sculo XVIII, no reinado de Luiz XIV, onde existia o posto de

    Marechal General de Lgis responsvel pelo suprimento e pelo transporte do material

    blico nas batalhas [...].

    A princpio, este sistema foi idealizado pelos militares com o objetivo de abastecer,

    transportar e alojar tropa, dando assim todas as condies e recursos favorveis no

    momento de real necessidade. Tal funcionalidade permitiu o sucesso das campanhas

    militares que os utilizavam como base de planejamento estratgico, contribuindo para as

    vitrias das tropas nos combates.

    A logstica, vem sendo amplamente discutida e integrada ao sistema funcional da

    empresa de forma mais terica e tcnica nas duas ultimas dcadas, mas sempre fez parte

    das rotinas e atividades ligadas a ela, pois trata-se basicamente do transporte, estocagem e

    distribuio de produtos. O fato inovador esta em as empresas usarem-na como filosofia em

    busca de melhorias de resultados e desempenho dentro do mercado a qual pertence.

    Com isso, passaram a reconhecer que a logstica tem potencial para agregar valor

    para os produtos e servios que so adquiridos pelos clientes, voltando suas aes

    principalmente para atender este, que o elo final deste processo, com aes voltadas para

    sua satisfao e para as aes de marketing serem bem sucedidas.

    A definio de Ballou (2001, p.29) para logstica acrescenta o conceito de

    ferramentas utilizadas pelo departamento de marketing de uma empresa (produto, local,

    tempo e condies) citando que a misso da logstica [...] dispor a mercadoria ou o servio

    certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condies desejadas, ao mesmo tempo em que

    fornece a maior contribuio possvel de valores s empresas [...].

    Kotler (2002) faz uma definio de logstica por uma viso mercadolgica, tendo a

    referencia de mercado a partir do elo final para assim planejar toda cadeia de suprimento

    [] o planejamento, a implementao e o controle dos fluxos fsicos de materiais e de produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender as exigncias dos clientes e de lucrar com esse atendimento [...].

  • 18

    O Council of Supply Chain Management Professionals ( CSCMP) apud Novaes

    (2001, p.36) define a logistica como:

    [] Logstica o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo de armazenagem de produtos, bem como servios e informaes associados, cobrindo desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos do consumidor [...].

    Segundo Hara ( 2005, p. 18 ), a logstica pode ser conceituada da seguinte forma:

    [...] As atividades relacionadas obteno ( suprimento ou fornecimento fsico ) de materiais ( matria-prima ou componentes ) - logstica de entrada - ; gesto desses materiais na empresa que os recebeu ( armazenagem e fluxo ( movimentao interna), e sua distribuio fsica na forma de produtos acabados, atravs de seu transporte para os canais de distribuio ( atacadistas, varejistas, armazns... ) - logstica de sada -, incluindo o fluxo de informaes em todos os elos da cadeia e as aes de marketing inerentes [...]

    Basicamente, o fluxo logstico tem sua funcionalidade em uma cadeia de suprimento

    integrada, como demonstra a figura abaixo:

    Figura 1 : Fluxo em uma cadeia de suprimento

    Fonte: Adaptao do livro de Ballou, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organizao e logstica empresarial 4 ed., 2001.

  • 19

    A logstica tambm engloba a integrao com a tecnologia de informao que

    controla o fluxo de informaes envolvido em toda esta cadeia que se ramifica em outros

    diversos setores.

    O fundamento da logstica esta em seu planejamento. Toda estrutura organizacional

    e todas as atividades devem estar voltadas para atender o consumidor final, integrando

    todas as ferramentas disponveis para acrescentar um aspecto qualitativo, mas toda esta

    funcionalidade deve estar integrada.

  • 20

    Captulo 2 - Nvel de Servio

    2.1 Servio ao cliente

    Quando mencionamos servios aos clientes, relacionamos a prestao dos mesmo.

    Em se tratando de prestao de servios, o objetivo principal ter o retorno, ou seja o lucro,

    e a expectativa de manter este cliente em nossa carteira de negcio. Mas para fidelizarmos

    o cliente e termos um planejamento para maximizao dos nossos lucros necessrio obter

    a satisfao do mesmo.

    O fato que, na atual situao de mercado, onde o tipo, preo ou variedade de

    servio so similares entre os prestadores, at por uma questo de competitividade, aqueles

    que obtm maiores vantagens so os que apresentam melhor nvel de servio, pois este sim

    um diferencial competitivo.

    A COOPEAD (2005), um centro de estudo ligado a UFRJ faz a seguinte definio

    sobre servio aos clientes:

    [...]O servio ao cliente uma juno de todas as atividades necessrias para aceitar, processar, enviar e faturar os pedidos dos clientes, controlar qualquer atividade que possa sair mal e assegurar-se que o cliente est satisfeito. O objetivo do servio ao cliente o de criar valor para o cliente [...].

    Conforme LaLonde e Zinszer apud Alvim (2001, p.13), existem algumas maneiras de

    como o servio ao cliente pode ser visto:

    {...} (1) como uma atividade;(2) em termos de nveis de desempenho; (3) como uma filosofia de gesto. Uma viso de servio ao cliente como uma atividade sugere que ele pode ser gerenciado. Pensar no servio ao cliente em termos de nveis de desempenho tem relevncia desde que o servio possa ser mensurado com preciso [...].

    A percepo de servio ao cliente integrada a uma mentalidade de gesto eficiente

    demonstra a importncia da atividade de aes mercadolgicas voltada para o clientes. So

    fatores de extrema importncia, para o entendimento das aes que contribuem para o

    servio bem sucedido ao cliente.

  • 21

    2.2 Nvel de servio logstico

    Nestes ltimos anos, toda sociedade passou por um desenvolvimento comercial e

    industrial devido s mudanas significativas que a economia sofreu, trazendo um impacto

    direto principalmente no setor industrial, mas alguns outros setores tambm foram afetados

    por este processo, como por exemplo o de distribuio e transporte, pois integrados a uma

    cadeia de suprimento, eles trazem profundas influencias no sistema logstico de uma

    empresa, pois fizeram com que elas tivessem uma preocupao maior na complexidade dos

    servios logsticos juntamente com a necessidade de reduo de custos para assim gerar

    competitividade.

    Um dos principais fatores a ser observado que a prtica destes nveis de servio

    est voltada para atender o principal elo na integrao da cadeia logstica; o cliente.

    O servio ao cliente um fator que diferencia em um mercado to competitivo e a

    prestao com qualidade deste servio influencia no bom desempenho de uma empresa. A

    logstica esta intimamente ligada a este fator, pois o seu uso que determina o nvel de

    servio prestado.

    De acordo com Ballou ( 1993, p.73 ):

    nvel de servio logstico a qualidade com que o fluxo de bens e servios gerenciado. o resultado lquido de todos os esforos logsticos da firma. o desempenho oferecido pelos fornecedores aos seus clientes no atendimento dos pedidos. O nvel de servio logstico fator-chave do conjunto de valores logsticos que as empresas oferecem a seus clientes para assegurar sua fidelidade.

    As empresas possuem vrias formas de oferecer diferencial no nvel de servio

    logstico. Algumas delas consideram o fator tempo mais importante, enquanto outras

    consideram o fluxo de informaes, mas o fato que o produto ou servio oferecido por

    estas empresas devem destacar todo o processo como de vital importncia para que suas

    operaes sejam bem sucedidas e garanta a satisfao do seu cliente.

  • 22

    Captulo 3 - Transporte Rodovirio de Carga fracionada no Brasil

    De acordo com Freitas (2004, p.02)

    [...]Transporte Rodovirio aquele que se realiza em estradas de rodagem, com utilizao de veculos como caminhes e carretas. O transporte rodovirio pode ser em territrio nacional ou internacional, inclusive utilizando estradas de vrios paises na mesma viagem [...].

    O modal rodovirio o principal meio de transporte no Brasil. Conforme Rodrigues

    (2005, p.49), o transporte rodovirio no Brasil era deficitrio e comeou a ter um pequeno

    investimento no ano de 1926 com a construo da Rodovia Rio - So Paulo, passando pelo

    governo Vargas na dcada de 30, com o incentivo a industrializao e o uso do transporte,

    se intensificando ainda mais na dcada de 50, com a expanso das indstrias dos mais

    diversos seguimentos.

    O grande marco para o desenvolvimento do setor de transporte ocorreu por

    interferncia do ento presidente Juscelino Kubitcheck com a execuo do seu plano de

    desenvolvimento denominado 50 anos em 5, onde grande parte dos receitas do pas

    foram concentrados no setor de transporte, principalmente na melhoria e construo de

    rodovias.

    Segundo Galvo (1996, p.196), a partir do Plano Nacional de Viao, o sistema de

    transporte rodovirio tornou-se prioridade, tendo um desenvolvimento acelerado devido aos

    altos investimentos. Ferreira e Milliagros (1999, p.17) referenciam melhor este cenrio em

    seu texto:

    [...] No perodo de 1950-1960, os investimentos do DNER Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, responsvel pela manuteno, operao e administrao da malha rodoviria e dos departamentos estaduais aumentaram para 57,8% e 70,1%, respectivamente. Ou seja, mais da metade dos investimentos do setor pblico foram destinados construo de rodovias. Com isso, em 1960 alcana-se 12.703 km de estradas pavimentadas, um crescimento de 311, 9% em relao a 1950 [...]

    Como dito, a matriz de transporte do nosso pas tem como predominncia o modal

    rodovirio e que as grandes corporaes atualmente utilizam-se de operadores de

    transportes rodovirios para escoamento dos mais diversos tipos de mercadorias,

    Em se tratando de transporte no modal rodovirio, podemos afirmar que o mesmo

    apresenta vantagens e desvantagens com relao ao seu uso. Segundo McCarthy e

  • 23

    Perreault e Ballou apud Hara ( 2005, p.40 ) algumas vantagem encontradas neste modal

    so:

    [...] . ideal para quantidades pequenas de produtos acabados ou semi-acabados em rotas de curta distncia, podendo chegar aonde os trens no chegam ( McCarthy; Perreault, 1997).

    . Vantagens do caminho, segundo Ballou ( 1993 ): servio porta-a-porta ( dispensando vrias cargas e descargas entre origem e destino como comum nos modos areos e velocidade e convenincia no transporte porta a porta [...].

    Ainda segundo Hara ( 2005, p.40 ) tambm existem algumas desvantagens com

    relao ao modal rodovirio:

    [...] . Mas caminhes so limitados no tamanho e no peso de carregamentos, para obedecerem aos gabaritos das vias e as normas de segurana no transito.

    . Eletronica embarcada vem aumentando, como computadores a bordo, sistemas GPS e freios e amortecedores inteligentes.

    . Malhas rodovirias no Brasil so de pssima qualidade, salvo excees, como rodovias sob concesso iniciativa privada no Estado de So Paulo. A completa concluso do rodoanel da Grande So Paulo trar um grande alento para o futuro.

    . Combustvel caro de m qualidade em comparao em comparao com o de outros pases.

    . M qualificao e condies de trabalho desfavorveis dos profissionais carreteiros, fretistas e motoristas autnomos no Brasil. Felizmente vem aumentando gradativamente a profissionalizao deste meio.

    . Custo pequeno do veiculo ( comparado com o de outros meios de transporte ), maioria de custos de natureza operacional ( varivel ) [...]

    Um fator que no permite um desenvolvimento maior no aspecto econmico

    brasileiro esta no fato do pas no ter uma eficincia adequada no setor de transporte de

    carga. O desequilbrio na matriz de transporte diminui a competitividade do Brasil no cenrio

    internacional.

    De acordo com a ANTT (2000) o modal rodovirio representa cerca de 61% da

    matriz de transporte brasileira, seguido do modal ferrovirio com 21%, aquavirio, com 14%

    e areo e dutovirio, que juntos somam 4%.

    Como citado, este desequilbrio diminui a competitividade e contribui para elevao

    dos custos, pois a modal rodovirio acaba sendo a forma de preencher a lacuna deixada

    pela baixa atividade dos outros modais.

  • 24

    Em conseqncia desta dependncia de transporte do modal rodovirio, varias

    empresas surgem para atender a demanda do seguimento, ainda de acordo com o

    levantamento da ANTT-RNTRC, o nmero de empresas do setor no Brasil atinge mais de

    130 mil empresas de transporte rodovirio e 700 mil caminhoneiros autnomos.

    3.1 As empresas de transporte rodovirio de cargas no Brasil

    Conforme a ANTT (2006), o setor de transporte de cargas do pais est dividido em

    transportadores de cargas de terceiro (ETC) , transportadores de carga autnomos (TCA),

    realizando transporte de forma independente e os transportadores de carga prpria ( TCP ),

    ligados a produtores que possuem frota prpria.

    Rodrigues (2008) afirma que possvel fazer uma distino entre as empresas de 3

    formas:

    Empresas que tem uma similaridade com transportadores autnomos por possurem um caminho ou mais, se caracterizando pelo transporte de cargas inteiras,

    conhecidas tambm como carga lotao.

    Empresas de mdio porte que trabalham com transporte de cargas fracionadas com destinos regulares especficos.

    Empresas de grande porte, que so caracterizadas por uma gama de operaes em mbito nacional.

    De acordo com o estudo sobre avaliao de nvel de servio de transporte rodovirio

    de carga da Universidade de Braslia ( JUNIOR, 2007 ), as grandes empresas representam

    apenas 6,2% no setor enquanto a maior concentrao est nas microempresas com 57% do

    mercado conforme tabela abaixo:

  • 25

    Figura 2 : Porte das Empresas de Transporte de Cargas no Brasil

    Fonte: CNT 2002 Pesquisa empresa de cargas adaptado

    Segundo classificao da CNT (2002) :

    [...] o porte das empresas dado segundo a quantidade total de funcionrios que possui, somando-se os funcionrios da matriz e filiais. A constituio jurdica predominante do setor a firma limitada com uma participao de 84,6 % nas microempresas e mxima de 94,6% nas pequenas empresas. O formato de sociedade annima utilizado apenas por 3,5 % das empresas. Entre as mdias empresas somente 6,5% so sociedades annimas enquanto que entre as grandes empresas este numero no superior a 7,3 % [...].

    Ao ser analisado estes nmeros, conclui-se que o Brasil necessita de um

    investimento nos outros modais e uma reestruturao no modal rodovirio, afim de diminuir

    a dependncia e a saturao do transporte de cargas, seja qual for o gnero, neste modal.

    Caso isto no ocorra, este nmero tende a aumentar com a expanso da economia

    nacional, pois, nos ltimos anos, tem se observado uma tendncia de profissionalizao do

    setor. Um exemplo a ser citado para fundamentar este argumento o fato da ANTT obrigar

    os transportadores a efetuar o Registro Nacional de Transportadores Rodovirios de Cargas

    ( RNTRC).

    Existe ainda uma tendncia do setor de transporte sofrer uma alterao em sua

    matriz com o aumento de investimentos e privatizao do setor. Conforme um estudo feito

    57,0%28,4%

    8,3% 6,2% MicroPequenaMdiaGrande

  • 26

    pela NTC (2005), especula-se que em 2025 a participao do modal rodovirio na matriz de

    transporte seja de 33%.

    3.2 Prestao de servio em Transporte rodovirio de carga fracionada no Brasil

    De acordo com Fleury ( 2006, p.02):

    [...]A logstica no Brasil vem passando por um perodo de extraordinrias mudanas. Pode-se mesmo afirmar que estamos no limiar de uma revoluo, tanto em termos das prticas empresariais quanto da eficincia, qualidade e disponibilidade da infra-estrutura de transportes e comunicaes, elementos fundamentais para a existncia de uma logstica moderna. Com gastos equivalentes a 10% do PIB, o transporte brasileiro possui uma dependncia exagerada do modal rodovirio. Enquanto no Brasil o transporte rodovirio responsvel por 58% da carga transportada (em toneladas/km), na Austrlia, EUA e China os nmeros so 30%, 28% e 19% [...]

    Figura 3 : Participao do modal rodovirio nas empresas

    Fonte: Panorama Logstico CEL/COPPEAD Gesto do Transporte Rodovirio de Cargas nas Empresas - Prticas e Tendncias - 2007 (dados relativos ao ano de 2006)

  • 27

    Analisando o cenrio de um mercado extremamente seletivo, o segmento de

    transporte rodovirio de cargas fracionadas tem buscado o aprimoramento constante

    do seu nvel de servio dispensado aos clientes. Entretanto, o que os diversifica,

    passa a constituir um obstculo muito slido para um desempenho com alto valor

    percebido, pois as exigncias tambm so muitas e diversificadas, sem mencionar a

    concorrncia que se mostra muito rigorosa.

    No entanto, exatamente o nvel de servio que distingue e se mostra

    intensa. O prprio cliente se incumbe de fazer a seleo natural dentro do mercado,

    ou seja, ele quem vai colocar uma transportadora em destaque ou conden-la ao

    fracasso.

    Um fator importante que deve ser considerado o investimento que deve ser

    feito para atingir um alto nvel nos servios e conseqente satisfao do cliente, que

    por si s, tem foras para gerar novos negcios e novas oportunidades

    Investimentos em novas tecnologias, modernizao de espaos e ferramentas

    utilizadas, o emprego de novas tcnicas operacionais, a contratao e treinamento

    de novos funcionrios bem como a atualizao dos funcionrios mais antigos, a

    aquisio de equipamentos e veculos, representam um investimento que como

    qualquer outro, precisa apresentar um retorno que remunere o capital da companhia

    para mant-la altamente competitiva, com o foco principal na melhoria do nvel de

    servio ao cliente. As transportadoras do modal rodovirio enfrentam uma enorme dificuldade para

    entender que o principal elo desta cadeia, que o cliente, o que merece maiores

    investimentos, os outros, no menos importantes, consequentemente. Absorver esta

    mentalidade a dificuldade dos transportadores rodovirios de carga que em sua maioria

    so de pequeno porte, j que eles idealizam o transporte eficiente como coleta,

    consolidao e entrega no prazo acordado, deixando o fluxo de informao como fator a ser

    ignorado e o cliente exige informaes exatas de como ou onde esta sua mercadoria. No

    atendido estas expectativas, geralmente procura outro transportador que o faa.

    3.3 Terminais rodovirios de cargas

    O termo terminal rodovirio de cargas utilizado por diversos autores para definir o

    espao fsico onde o transportador realiza seus processos operacionais, porm no de

  • 28

    forma especfica. H vrias definies para o termo terminal rodovirio de cargas em

    literaturas, poucas so as que detalham os procedimentos operacionais atribudos a este

    espao fsico utilizando tal nomenclatura, porm atribuem a gesto destas instalaes como

    centros de distribuio, depsitos, armazns de fluxo e terminais, entre outros.

    De acordo com Moura et al (2004, p.205), transportadoras so os espaos fsicos

    onde o fluxo de mercadorias se desenvolve, ou de dentro dos veculos para as plataformas,

    ou das plataformas para as docas, ou das docas para os veculos, basicamente.

    Arnold (1999, p.393) define estas instalaes da seguinte forma:

    [...] So lugares onde as transportadoras carregam e descarregam os produtos e fazem conexes entre o servio de retirada e entrega local e servio de filas. Outras funes desempenhadas nos terminais so: pesagem, conexes com outras rotas e transportadoras; rotas do veculo; despachos e manuteno, alm da administrao de servios burocrticos. O tamanho do depsito no se relaciona tanto com suas dimenses fsicas, mas com o processamento ou volume de transportes feitos [...].

    Estes terminais so de extrema importncia para o funcionamento eficiente da

    armazenagem dentro de um sistema logstico.

    Ao longo de uma cadeia logstica, atravs do fluxo de mercadorias, entre pontos

    receptores destas, h a necessidade de se ter espaos fsicos para a estocagem de

    produtos, por um tempo no determinado, que pode ter uma variao de curtssimo a um

    longo tempo, destas mercadorias. Podemos definir este processo como armazenagem.

    Segundo Ballou (1993, p. 152) a armazenagem e a movimentao de mercadorias

    so fatores importantssimos no conjunto de atividades logsticas de uma empresa,

    causando impactos diretos em suas despesas.

    Moura et al (2004, p. 181) cita que desde o sculo 19 a armazenagem usada como

    fator de economia no transporte:

    [...] a armazenagem foi usada como meio de economia de transporte. As duas funes de consolidao e distribuio so ambas usadas para reduzir os custos de frete. Em cada caso, uma quantidade substancial de material reunida para criar uma carga volumosa em vez de uma pequena carga. A armazenagem usada no final do processo como um ponto de coleta ou distribuio [...].

    A armazenagem esta integrada aos terminais de carga, e tem a funo de

    administrar o espao fsico e o tempo, pois feito de forma eficiente, auxiliam na reduo

    destes custos, alm disto, dentro das funes da armazenagem, alem da estocagem esto o

  • 29

    recebimento, movimentao e distribuio de mercadorias, tendo a preocupao com os

    aspecto aproximao destas mercadorias com seus clientes, levando em considerao um

    melhor atendimento.

    Umas das atividades que ocorrem dentro de um armazm o processo de

    consolidao de cargas. Conforme Bertaglia (2003, p. 177) podemos defini-la como:

    [...] processo de anlise e agrupamento de pedidos com base nas caractersticas do produto, rotas de entrega, datas requeridas e localizao dos clientes, visando obter o menor custo e o melhor servio pelo melhor aproveitamento do transporte pela melhorias das atividades operacionais do centro de distribuio [...].

    Basicamente o processo pelo qual, aps o recebimento de um certo fluxo de

    mercadorias elas so unitizadas para um posterior despacho, levando em considerao um

    destino em comum ou, no caso de terminais com filiais em diversos pontos geogrficos,

    desconsolid-las em um ponto para uma distribuio aos seus respectivos destinos.

    Podemos definir o cross-docking como uma forma de operao na qual as

    mercadorias so direcionadas aos seus destinos assim que so recebidos em um terminal

    de carga, no ficando armazenados.

    Segundo a EAN International apud Oiveira e Pizzolato (2003, p.02) o Cross Docking,

    definido como

    [...] sendo um sistema de distribuio no qual a mercadoria recebida, em um armazm ou Centro de Distribuio (CD), no estocada, mas, sim, imediatamente preparada para o carregamento de entrega. De acordo com o mesmo artigo, o Cross Docking a transferncia das mercadorias entregues, do ponto de recebimento, diretamente para o ponto de entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possvel, nulo [...].

    Basicamente o cross-docking um processo onde produtos so recebidos em um

    espao fsico, geralmente juntamente com outras mercadorias de mesmo destino, so

    enviados em uma mesma oportunidade ou mesma viagem, no permitindo uma

    armazenagem. Este processo requer amplo conhecimento de mercadorias, seus destinos, e

    um sistema para direcion-los aos veculos de sada. Este sistema segue representado na

    figura abaixo:

  • 30

    Figura 4 : Sistema Cross Docking

    Fonte: Oliveira e Pizzolato (2003) adaptado Apte (2000)

    3.4 Gesto e planejamento de processos operacionais em transporte rodovirio de cargas

    A Gesto e planejamento de processos operacionais em transporte rodovirio de cargas vital para que a empresa seja bem sucedida em seus objetivos, sendo que o

    profissional envolvido nesta rea deve estar sempre atualizado e fazer o uso de todas as

    ferramentas de apoio a tomada de deciso que lhe estiver disponvel e execuo de seus

    planos.

    Segundo Muller (2003, p.22) :

    [...] A gesto estratgica no pode ficar restrita ao planejamento, mais vale

    um plano simplificado executado, do que um plano completo no papel,

    impossvel executar as tarefas sem antes compreende-la e no h como

    compreende-la sem antes descrev-la [...].

    O profissional tem a funo de mapear processos de forma a descobrir exatamente o

    meio pela qual as coisas so feitas, ou seja, qual a maneira, normas e procedimentos

    exigidos para que os processos sejam executados e praticados, levando em considerao

    que as tarefas so desenvolvidas partindo dos acordos previamente feitos com o cliente em

    foco.

  • 31

    As etapas so: de iniciao, planejamento, execuo, monitoramento e controle,

    finalizao.

    O mapeamento de processos possibilita visualizar exatamente como funciona o ciclo

    de tarefas, por departamento e o tempo gasto para realizar cada processo, visando reduzir

    tempo de execuo e quantidade de tarefas, aumentando a produtividade, por exemplo, em

    um armazm pequeno, o processo de descarga e identificao de volumes deve ser feito de

    maneira rpida para no gerar acumulo de mercadorias, o que geraria gargalos nas

    plataformas e filas dos outros veculos de transporte.

    Aps o mapeamento de processos, leva-se em conta os dados atravs de

    indicadores fornecidos e elaborar um fluxograma com o objetivo de auxiliar e descobrir os

    pontos que, representando falhas de naturezas diversas podem gerar grandes impactos e

    para esses preciso um planejamento mais detalhado e que de forma progressiva so

    executados e controlados , com esta ferramenta possvel articular as diversas etapas de

    uma rotina depois da imprescindvel diviso e distribuio das tarefas.

    O objetivo mostrar, atravs de estimativas, como pretendido executar as aes

    aps alterao nos pontos falhos e deficientes e tambm que nas tarefas sejam aplicados

    os procedimentos, que as tarefas sejam entregues dentro do prazo, que no haja mudanas

    radicais na rotina (tarefas) que aumente a comunicao e integrao da equipe, como

    conseqncia a satisfao e a produtividade( Muller, p.30). Por fim, reduzir tempo e

    quantidade de processos.

    Conforme Cristiane Ferreira, gestora de planejamento e processos, que presta

    servios como colaboradora de uma transportadora com matriz no bairro do Parque Novo

    Mundo em So Paulo sendo prestadora de servio de uma das maiores empresas de

    minrio e ao do mundo, as etapas seguidas pelo gestor de planejamento e processo em

    transporte rodovirio de carga fracionada so as seguintes:

    9 Elaborao dos fluxogramas de processo para anlise do gestor de sua rea para juntos, aplicarem na tomada de deciso.

    9 Envio das propostas de alterao para as reas envolvidas, seja a de TI, para alterao do sistema em vigncia, seja para gesto operacional, que faz o processo

    com as mercadorias da empresa que prestam o servio.

    9 Aplicao da ferramenta de treinamento, havendo alterao nas rotinas, tanto para os funcionrios do administrativos, que manipulam a documentao de transporte,

    quanto para os funcionrios do setor operacional.

  • 32

    9 Levantamento constante de indicadores de desempenho para anlise do andamento das aplicaes processuais.

    3.5 Fluxograma de processos operacionais de empresas de transporte rodovirio de cargas

    Aps anlise do fluxo operacional em algumas empresas, observou-se uma

    similaridade na maioria das operaes que elas efetuam, tendo pequenas diferenas entre

    elas. Analisado alguns fluxogramas de processos operacionais, o que mais se aplica o de

    JUNIOR ( 2007 ), onde demonstra todo o fluxo operacional da transportadora, desde a

    contratao do servio e, mediante as condies, a coleta, ou a entrega no armazm, a

    colocao das mercadorias, a consolidao para fins de transporte finalizando com a

    entrega no cliente final, claro que os processos administrativos tambm esto evidenciados

    no fluxograma abaixo, pois eles tambm fazem parte deste processo.

    Figura 5 Fluxograma de Processos em Empresas de Transporte de Cargas

    Fonte: JUNIOR (2007)

  • 33

    Captulo 4 Tecnologia da informao no transporte rodovirio de cargas

    Segundo definio de OBrien [...] sistema de informao um conjunto organizado

    de pessoas, hardware, software, redes de comunicaes e recursos de dados que coleta,

    transforma e dissemina informaes em uma organizao (2006, p.06) [...}. uma

    ferramenta de apoio que se bem aplicadas trazem diferencial competitivo entre as

    empresas.

    Voltada para o gerenciamento logstico, as tecnologias baseadas neste conceito,

    alm deste diferencial, so ferramentas de extrema utilidade para gestores tomadores de

    decises, pois utilizam estas ferramentas para melhoria contnua do nvel de servio aos

    seus clientes.

    Segundo Spinola e Pessa as tecnologias de informao so usadas desde aspecto

    administrativo de dados at o gerenciamento de espaos fsicos e produtos. Acabam

    tornando-se fatores atrativos aos clientes, pois nestas condies, se sentem seguros em

    despachar suas mercadorias por empresas que detm tais ferramentas (1998,p.98).

    A tecnologia de informao gera um acrscimo significativo no desempenho logstico

    atribudos a eficiente disseminao do fluxo de informaes. Tais meios de comunicao

    podem ser: a radiofreqncia (RF), usadas em espaos fsicos pequenos, como depsitos,

    auxiliando na troca de informaes nos dois sentidos. A comunicao via satlite, a

    tendncia desta ferramenta o intercmbio de informaes em um espao de maior

    abrangncia no que se diz respeito ao aspecto geogrfico. Esta interatividade de

    informaes permite ao cliente ter acesso em tempo real a localizao e outros fatores

    relacionados as suas mercadorias.

    Uma ferramenta tambm comumente utilizada pelo sistema de informao logstico

    o cdigo de barras e a leitura ptica, importantssimo para entrada e leitura de dados de

    forma rpida, prestando informao de pedidos de forma precisa, rpida e baixo custo. Esta

    ferramenta automtica de dados possibilita que integrantes da cadeia tenham acesso a ela

    se comunicando rapidamente, reduzindo a possibilidade de erro (BALLOU, 2001;).

    No auxlio a logstico vamos utilizar em nosso estudo de caso duas tecnologias em

    especfico, o cdigo de barras e o EDI

    De acordo com Vasconcelos et al (2007, p.05):

  • 34

    [...]Cdigo de barras uma representao grfica de dados que podem ser numricos ou alfanumricos dependendo do tipo de cdigo de barras empregado. As linhas paralelas e verticais escuras e os espaos entre elas tm diferentes larguras em funo das vrias tcnicas de codificao de dados empregada [...].

    Esta ferramenta, em um terminal rodovirio de carga fracionada, funciona da seguinte forma, ao receber os volumes, o setor de recebimento digita os dados da nota

    fiscal referente a mercadoria, a impressora emite uma etiqueta com o cdigo gerado,

    fazendo referencia a estes dados e esta etiqueta colada junto ao volume e levado. O

    conferente, no momento da consolidao e carregamento da carga, utiliza o leitor ptico

    deste cdigo de barras que lhe fornece os dados da nota fiscal do cliente como, por

    exemplo, quantos volumes fazem parte daquele pedido. Inserido no carregamento, os

    expedidores consultam se o volume est ou no embarcado dando seguimento ao processo

    documental da viagem.

    Figura 6 : Modelo de etiqueta de cdigo de barras usado em processos de identificao de volumes

    Fonte: Coronado (2003, p.37)

    No caso do EDI Eletronic Data Interchange (Troca Eletrnica de dados) reduz o

    tempo gasto na insero de informaes no sistema para seguimento dos processos.

  • 35

    Segundo a ECR Brasil apud Coronado (2003, p.42):

    [...]EDI uma troca automatizada, computador-a-computador de informaes de negcios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros comerciais de acordo com um padro reconhecido internacionalmente [...].

    O recebimento prvio, em se tratando de transportadoras, das informaes referente as notas fiscais, agiliza o processo para emisso dos documentos que esto envolvidos nos

    processos de transporte das mercadorias.

  • 36

    Captulo 5 - Documentos necessrios para viagem de um veculo no transporte rodovirio de carga

    No transporte rodovirio de cargas, alm dos procedimentos operacionais padro existe outra rotina que, considera-se a etapa final destes processos, entende-se ser o fator

    finalizador, a documentao das mercadorias transportadas. Baseados Nos termos do

    Artigo 1, Inciso II do Decreto 45.490/2000 do Regulamento do ICMS, que o imposto que

    incide sobre os Servios de Transporte Intermunicipal e Interestadual.

    Basicamente os documentos envolvidos no processo operacional para viagem de

    veculos transportadores de carga so o CTRC (Conhecimento de Transporte Rodovirio de

    Carga ), o manifesto de carga e o vale-frete para o carreteiro.

    5.1 Conhecimento de Transporte Rodovirio de Cargas CTRC

    Segundo definio de Fernandes Junior (2003, p.36) :

    [...] um documento que contm informaes que auxiliam no carregamento dos veculos, nas anlises de movimentaes de cargas, faturamento e atendimento ao cliente. Os dados presentes nele so: CPF ou CNPJ, nome, endereo, do remetente e destinatrio; consignatrio, ou seja, quando o frete pago por uma terceira pessoa; nmero da coleta; valor do frete; nmero da(s) nota(s) fiscal(is); natureza, volume, peso e valor da mercadoria(s)[...].

    um documento emitido por requisito de lei . Basicamente a nota de prestao de

    servio do transportador.

    Segundo artigo 153 do RICMS/2000 o Conhecimento de Transporte Rodovirio de

    Cargas, dever ser emitido antes do incio da prestao do servio por transportador,

    sempre que executar servios de transporte rodovirio Interestadual de Cargas, levando em

    considerao a destinao de vias como segue relacionado:

    9 1 via - dever ser entregue ao tomador do servio; 9 2 via - acompanhar o transporte at o destino, podendo servir como comprovante

    de

    9 entrega; 9 3 via - acompanhar o transporte, para controle do Fisco deste Estado;

  • 37

    9 4 via - ficar presa ao bloco, para exibio ao Fisco. Observar que o conhecimento de Transporte Rodovirio de Cargas obrigatrio no

    transporte da mercadoria, e a lei no faculta sua emisso com fins especficos de receber o

    valor de frete correspondente.

    5.2 Manifesto de Carga

    Ainda segundo definio de Fernandes Junior (2004, p.37):

    [...]Manifesto de carga so os documentos que relacionam os conhecimentos de uma mesma regio de destino e dados das pessoas envolvidas no transporte intermunicipal. Os dados que nele esto so: nome do motorista, ajudantes, conferentes; alm da placa do veculo, cidade de origem e destino [...].

    Segundo artigo 167 do Decreto 45.590/2000 do RICMS, a transportadora poder emitir antes do incio da prestao do servio, em relao a cada veculo, no caso de

    transporte de carga fracionada. Sendo as vias destinadas da seguinte forma:

    9 1 Via - Ficar em poder do transportador at o destino da carga 9 2 Via - Poder ser retirada pelo Fisco Estadual 9 3 Via - Acompanha as mercadorias para controle do fisco do destino.

    5.3 Documento para pagamento de motorista

    H diversas denominaes para estes documentos, as empresas transportadoras

    no tem uma nomenclatura padro, conhecida como vale-frete, ordem de pagamento para

    carreteiro, carta-frete, ficha de custo de transporte, entre outros, mas independente da

    nomenclatura, o documento que funciona como um contrato de prestao de servio entre

    o motorista e a empresa transportadora.

    De acordo com Reis (2003, p.16):

    [...] Este documento indica a remunerao do carreteiro ou do veculo prprio na transferncia. Essa ficha indica tambm os pesos de cada

  • 38

    manifesto e o adiantamento feito ao motorista ou carreteiro para custeio da viagem. O saldo ser retirado nas filiais, no destino final [...].

    Conforme Cristiane Ferreira, gestora de planejamento e processos, no se trata de

    um documento obrigatrio, regido por lei, trata-se basicamente de um documento que

    especifica os valores acordados entre o transportador e o motorista prestador de servio,

    sendo o nmeros de vias estipulado de acordo com a necessidade da empresa, no caso, a

    que esta gestora colabora, as vias so destinadas da seguinte forma:

    9 1 via: Comprovante de pagamento do motorista 9 2 via: Comprovante de pagamento da transportadora 9 3 via: Comprovante de pagamento de adiantamento de frete da transportadora 9 4 via: Arquivo

  • 39

    Captulo 6 - Estudo de caso

    6.1 Histrico da empresa Transcompras

    A Transcompras nasceu em 10 de maro de 1989, fundada ainda pelo seu atual

    proprietrio, o senhor Adalberto Barbosa de Andrade que 12 anos antes havia inaugurado

    um supermercado em Aracaju no estado de Sergipe e depois de 10 anos j possua 6 lojas.

    Criou uma empresa para transportar os produtos entre seus supermercados, sendo 3 na

    capital e as outras 3 espalhadas pelo interior do estado.

    Devido o plano cruzado e a estabilidade econmica, decidiu deixar o ramo de

    supermercado e optou por um segmento; o de servio de transporte de cargas fracionadas,

    fundando em Aracaju a sede da empresa, a principio com um trajeto entre o estado de So

    Paulo e o de Sergipe.

    No ano de 2007, com um alto investimento em estrutura, inaugurou em Nossa

    Senhora do Socorro no estado do Sergipe a nova matriz, com o objetivo de melhorar o nvel

    de servio para atender da melhor forma possvel seus clientes e visando aumentar sua

    participao no mercado.

    Atualmente considerada uma das maiores empresas do ramo no Estado de

    Sergipe, possui aproximadamente 460 colaboradores em seu quadro de funcionrios.

    A Transcompras uma empresa especializada no transporte rodovirio de cargas

    secas e experincia no servio de transporte de cargas fracionadas, alm do transporte de

    produtos qumicos, tendo adquirido recentemente da Associao Brasileira da industria

    Qumica (Abiquim) o selo de certificao SASSMAQ, que cedido aps uma criteriosa

    auditoria.

    6.2 rea de atuao

    A Transcompras atua nas regies Sudeste e Nordeste, sendo que seus clientes so

    de uma extensa variedade segmentar. Transporta brinquedos, fraldas, vesturios, polmeros

    em geral, alm de tintas e produtos qumicos dos mais variados tipos.

  • 40

    Os estados onde a empresa atua so Rio de Janeiro, So Paulo, Bahia, Pernambuco

    e Sergipe.

    6.3 Frota

    Sua frota prpria formada por 60 veculos, entre veculos de pequeno porte para

    transporte de produtos frgeis, tocos, trucks abertos e trucks ba, carretas graneleiras e

    caretas ba, sendo totalmente segurados e rastreados, alm de ser acessorada por veculos

    terceirizados para atender a demanda de clientes que possui.

    Os motoristas e ajudantes, so previamente consultados a uma empresa,

    gerenciamento de riscos para todas as operaes de coletas e entregas.

    Para maior segurana e conforto, contam com seguro contra eventuais sinistros e

    ocorrncias.

    9 RCTR-C - NR 17320000049901 9 RCF-DC - NR 17320000002501

    6.4 Terminais ( filiais )

    Como dito, os estados onde a empresa atua so Rio de Janeiro, So Paulo, Bahia,

    Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, alm da matriz que fica em Nossa Senhora do

    Socorro no estado de Sergipe, possui nove filiais situadas nas cidades de;

    9 So Paulo SP 9 Guarulhos SP 9 Rio de Janeiro RJ 9 Salvador BA 9 Paulo Afonso - BA 9 Feira de Santana BA 9 Vitria da Conquista BA 9 Macei AL

  • 41

    9 Recife PE Figura 7 : rea de atuao da empresa

    6.5 Sistema de coletas

    Sistema de coleta realizado por meio de coleta solicitada, que trata-se do atendimento via telefone, fax ou o cliente acessa o portal da empresa na internet e solicita

    on-line. A coleta programada, sendo previamente combinada e adequada as necessidades

    do cliente.

    Existem ainda alguns clientes que firmam acordos de coleta diria, ou seja, no h a

    necessidade de solicitao, a transportadora tem o dever, mediante acordo, de diariamente

    dispor um veculo para as pretenses do fornecedor, tendo ou no mercadoria a coletar.

  • 42

    6.6 Procedimentos Operacionais

    A empresa trabalha com procedimentos operacionais que no demandam de muita

    tecnologia. No recebimento dos volumes, seu processo comea na expedio que emite

    uma etiqueta com as informaes resumidas da nota fiscal, como fornecedor, destino e

    quantidade de volumes, enquanto os veculos aguardam na plataforma para serem

    descarregados, aps entrega das notas fiscais com as etiquetas ao setor de recebimento

    feito a conferencia e etiquetagem dos volumes e a paletizao, que um processo adotado

    para otimizao no acondicionamento de mercadorias, em seqncia so levadas para as

    docas de transporte para o conferente de carga reconferir os volumes para a consolidao

    de cargas para o transporte entre filiais.

    Segundo o gerente da filial de Guarulhos, Carlos Henrique, o tempo mdio gasto em

    todo este processo de aproximadamente 8 horas, sendo os procedimentos realizados

    antes do embarque das mercadorias para transferncia responsveis por 75% deste tempo

    decorrido.

    Os outros 25% do tempo gasto ficam por conta da arrumao da carga, do

    lonamento dos veculos, da amarrao dos mesmos per meio de cordas e do lacramento

    para seguimento da viagem.

    6.7 Operao de transferncia de cargas ms de Setembro

    Estando nosso estudo de caso sendo analisado a partir da filial Guarulhos para os

    outras filiais, os dados de fluxo de mercadoria que seguem na tabela abaixo so referentes

    justamente ao movimentao de carga feita no ms de setembro de 2009 nesta filial.

  • 43

    Tabela 1: Fluxo de Carga partindo da filial em Guarulhos no estado de So Paulo para outras filiais no

    ms de Setembro de 2009

    Filial Origem Filial Destino Peso transportado (

    em kg) Percentual

    Guarulhos - SP N.Sra. Socorro - SE 1.600.916 44,89%

    Guarulhos - SP Recife - PE 1.287.591 36,11%

    Guarulhos - SP Macei - AL 323.932 9,08%

    Guarulhos - SP Salvador - BA 182.384 5,11%

    Guarulhos - SP Paulo Afonso - BA 121.985 3,42%

    Guarulhos - SP Vitria da Conquista - BA 13.771 0,39%

    Guarulhos - SP Feira de Santana - BA 35.419 0,99%

    Total 3.565.998 100,0%

    Fonte: Dados fornecidos pela empresa

    6.8 Fluxograma de processos sem tecnologia cdigo de barras

    Ser feito a anlise baseado no processo atual da empresa Transcompras, com mercadorias fracionadas, coletadas por um veculo truck, com um lote de 20 notas fiscais

    com fornecedores diversos. O processo varia de acordo com interferncias eventuais, por

    exemplo, no caso de o cliente no possuir tabela de frete, suas notas so levadas para o

    setor comercial para um posterior acordo de valores de prestao de servio e seguimento

    dos processos.

    Todo o processo demonstrado no fluxograma abaixo demanda cerca de 8 horas,

    caso no haja tabela de frete para o fornecedor, acresa a este tempo de processo mais

    uma hora.

  • 44

    Figura 8 : Fluxograma de Processo Operacional Atual na empresa Transcompras

  • 45

    6.9 Fluxograma de processos com tecnologia cdigo de barras

    O processo abaixo descrito basea-se nas mesmas variveis mencionadas anteriormente. A tecnologia empregada neste processo baseia-se nas rotinas de uma das

    maiores empresas de transporte rodovirio de cargas fracionadas situada no bairro de Vila

    Guilherme, zona norte da cidade de So Paulo, descrito por um ex-funcionrio que integrava

    um dos setores envolvidos.

    Figura 9 : Fluxograma com uso de tecnologia sugerida

  • 46

    Nota-se que, com a tecnologia sugerida, os processos seriam reduzidos em 3 horas, ou seja, a empresa teria condies de efetuar um maior numero de processos e dificilmente

    deixaria de cumprir os prazos de entrega acordados, alm de percebermos que a automao destes processos traria uma maior interao entre clientes e transportador,

    reduzindo custos, agilizando e qualificando processos, reduzindo em grande escala os

    riscos ( Coronado, 2007, p.25).

  • 47

    Concluso

    Esta pesquisa foi desenvolvida com base em observaes e anlises feitas nos

    processo de movimentao de mercadorias da empresa citada no estudo de caso e teve

    como objetivo sugerir ferramentas de melhorias no processo existente na mesma.

    Atravs da anlise feita, foi detectado que o problema existente nesta empresa

    consiste em um sistema defasado de processo de movimentao de cargas, fato que

    compromete o nvel de servio prestado.

    Observou-se que o tempo do processo realizado nesta empresa comprometia outros

    carregamentos,, gerando atrasos nas entregas e, alm disto, a empresa no dispunha de

    mo-de-obra especfica direcionada para levantamento de dados e possvel alterao de

    processos para inserir nos mtodos existentes na empresa, para uma melhoria relacionada

    ao tempo do ciclo, alm de um apoio a tomadas de decises para melhoria no nvel de

    servio.

    Por se tratar de uma empresa de pequeno porte, as hipteses mencionadas na

    pesquisa foram as consideradas de menor custo, pois o sistema de transporte

    extremamente fracionado, de volumes das mais diversas dimenses e tambm destinos.

    Como descrito no primeiro fluxograma, o processo basicamente feito de forma

    manual, criando um gargalo no processo final que a preparao da documentao

    referente as mercadorias e viagem dos veculos carregados, alm da possibilidade de

    extravio de notas fiscais, pois o setor que finaliza o processo no fica de posse das notas

    fiscais das mercadorias at as mercadorias das mesmas estarem carregadas.

    A principio foram feitas algumas revises literrias baseadas na logstica, mas

    especificamente voltada para o transporte de cargas fracionadas no modal rodovirio e a

    prestao deste servio, considerado foco central desta pesquisa. Foram feitos diversos

    levantamentos e pesquisas, consultas a gestores das reas e usurios envolvidos no

    processo, para observar os mtodos utilizados pela empresa e o impacto que provocam no

    ciclo como um todo.

    Vrios fatores foram mencionados para analise do cenrio atual de transporte no

    modal rodovirio existente, como o nvel de servios prestados, que de acordo com Ballou

    (1993) est vinculado a gesto qualitativa dos fluxos de bens e servios, as condies

    oferecidas pelo modal rodovirio, que segundo Hara (2005) apresentam algumas vantagens

    em seu uso, mas tambm algumas desvantagens, sendo uma delas as condies das

  • 48

    rodovias do Brasil e o transporte de cargas no modal rodovirio no Brasil que segundo a

    ANTT, apresenta uma dependncia preocupante no pas, pois os outros modais tambm

    precisam ser explorados. Foram percebidas algumas deficincias e tambm algumas

    oportunidades de servio para as empresas investirem.

    Alm do aspecto estrutural do modal foram mencionadas tecnologias para auxilio no

    processo de movimentao de cargas que se aderidas, refletiriam diretamente no tempo,

    confiabilidade e segurana dos processos envolvidos, foram sugeridas dois sistemas de

    identificao e intercambio de dados, cdigo de barras e EDI, para serem integradas no

    processo.

    No houve uma aplicao prtica dos sistemas sugeridos na empresa citada no

    estudo de caso, somente um comparativo entre os mtodos utilizados pela mesma, feito de

    forma quase que inteiramente manual e o mtodo aplicado por uma empresa de maior

    porte, que se utiliza destes sistemas sugeridos.

    Assim sendo, se as propostas de insero destas tecnologias fossem aceitas, o

    tempo gasto em todo este processo sofreria uma diminuio considervel, e a sugesto de

    mo-de-obra qualificada est totalmente no contexto, pois as elaboraes dos mtodos e as

    anlises contnuas dos processos envolvidos seriam executadas pelo mesmo.

    Considerando que na logstica o tempo um dos fatores principais para o sucesso

    da execuo de um planejamento, diminuindo-se o tempo de processo de movimentao de

    mercadorias por veculo, dificilmente sofreriam atrasos nas entregas, e haveria um melhor

    aproveitamento do espao e dos recursos da empresa. A freqncia de utilizao dos

    veculos, o aproveitamento das equipes envolvidas em todo o ciclo teria maior eficincia, em

    todos os processos, desde a descarga das mercadorias vindas do fornecedor, passando por

    etiquetagem, cubagem, consolidao e carregamento para transferncia destas

    mercadorias.

    Considera-se o fato de que esta pesquisa teve suas limitaes devido as

    observaes serem feitas por um colaborador envolvido diretamente em todos os processos

    citados e considerando sistemas de informao mais acessveis ao porte da empresa

    mencionada no estudo de caso, ficando a sugesto de pesquisas futuras com outras

    tecnologias de informao (TI) e anlise da influencia de profissionais com outros pontos de

    vista. Sugere-se tambm um levantamento detalhado dos custos que a implantao desta

    proposta sugerida traria, e a economia que a mesma traria para empresa.

  • 49

    Bibliografia

    BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO - Transporte rodovirio de cargas: situao atual e perspectivas. Disponvel em: < www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/cargas.pdf > Acessado em 07/09/2009

    BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre RS. Bookman, 2001.

    JUNIOR, Joao Silveira Belm. Proposta Mercadologica para avaliao do nvel de servio das empresas de transporte rodovirio de cargas. Braslia DF. Universidade de Brasilia. 2007

    REVISTA ELETRONICA O GERENTE. Nvel de Servio - Transporte Rodovirio de Carga Fracionada. Disponvel em < http://www.ogerente.com.br/novo/artigos_ler.php?canal=11&canallocal=41&canalsub2=131&id=2430 > Acessado em 07/09/2009.

    AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Transporte Terrestre. Disponvel em: < www.antt.gov.br >. Acessado em 21/09/2009.

    CONFEDERAO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa Empresa de Cargas CNT 2002. Braslia, 2003. Disponivel em < www.cnt.gov.br > Acessado em 21/09/2009.

    BALLOU, Ronald H. Logstica Empresarial. So Paulo: Atlas, 1993.

    HARA, Celso Minoru. Logstica. So Paulo: Editora Alnea, 2005.

    ALVIM, Silvio. Servio ao cliente. Disponvel em < http://mail.falnatal.com.br:8080/revista_nova/a4_v2/artigo_8.pdf > acessado em 25/09/2009.

    SOUZA, Paulo Teixeira de. Logstica Interna Para Empresas Prestadoras de Servio. 2002. Disponvel em: . acessado em 01/10/2009

    Portal Terra. Fluxo da Cadeia de Suprimentos, Disponvel em < logisticabr.blog.terra.com.br > Acessado em 30/09/2009

  • 50

    RESOLUO N 3056, DE 12 DE MARO DE 2009-DOU de 13 MARO DE 2009. Disponvel em: < http://webcargas.blogspot.com/2009/04/legislacao-transporte-rodoviario_2660.html > acessado em 04/10/2009.

    RODRIGUES, Lucas Dominoni. Planejamento estratgico para segmento de transporte rodovirio de cargas. Joinville. USC, 2008.

    RODRIGUES, P.R.A. Introduo aos sistemas de transporte no Brasil e a logstica internacional. So Paulo. Aduaneiras, 2005.

    JUNIOR, Joo Silveira Belm. Proposta metodolgica para avaliao do nvel de servio das empresas de transporte rodovirio. Braslia, UnB. 2007

    NOVAES, Antonio Galvo. Logstica e gerenciamento da cadeia de distribuio: estratgia, operao e avaliao. Rio de Janeiro: Campos, 2001

    GALVO, O.J.A. desenvolvimento dos transportes e integrao regional no Brasil Uma perspectiva histrica. Planejamento e Polticas Pblicas, n . 13, junho, 1996. IPEA Publicaes. Disponvel em: Acessado em outubro 2009.

    FERREIRA, P.C.; MILLIAGROS, T.G. Investimentos, Fontes de Financiamento e Evoluo do Setor de Infra-Estrutura no Brasil: 1950-1996. Ensaios Econmicos da EPGE no 346, maio, 1996. Disponvel em: Acesso em: outubro de 2009

    MOURA, R.A; REZENDE, A.C; GASNIER D.G.; CIRILO JR, E.; BANZATO, E. Atualidades na Logstica: Volume 2. 1 ed. So Paulo: IMAM, 2004.

    ARNOLD, J.R.T. Administrao de Materiais: uma introduo. 1 ed. So Paulo: Atlas, 1999.

    OBRIEN, J.A. Sistemas de informao: e as decises na era da internet. So Paulo, 2006.

    BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logstica e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 1 ed. So Paulo: Saraiva, 2003.

  • 51

    VASCONCELOS, S. C.; CARVALHO, W. L.; SILVA, L.S. e; LAMAR, M.V.; CARNEIRO, L.G.P.L;YANASHITA, D.R.A.Y. Avaliao de tecnologias para a automao da coleta de dados de veculos em terminais rodovirios. CEFTRU. Macei: 2007. Disponvel em Acessado em outubro de 2009

    RIBEIRO, Priscilla Cristina Cabral e FERREIRA, Karine Arajo. Logstica e transportes: uma discusso sobre os modais de transporte e o panorama brasileiro. Disponvel em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2002_TR11_0689.pdf > Acessado em 20/10/2009.

    DINIZ, Cllio Campolina e CROCCO, Marco Aurlio. Reestruturao e impacto regional: o novo mapa da industria brasileira. 1996. Disponvel em < http://www.face.ufmg.br/novaeconomia/sumarios/v6n1/060103.pdf > Acessado em 07 de outubro de 2009.

    WANKE, Peter e FLEURY, Paulo Fernando. Transporte de cargas no Brasil: estudo exploratrio das principais variveis relacionadas aos diferentes modais e s suas estruturas de custos. Disponvel em < http://desafios.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/estruturadinamica/capitulo%2012_transportes.pdf > Acessado em 10 de outubro de 2009.

    Portal Partner Consulting. Matria: Sobra produo, falta transporte. Disponvel em < ttp://www.partnerconsulting.com.br/news_det.asp?noticia=143&pagina=3 > Acessado em 26/10/2009.

    IAES, Maurcio Mengai e CUNHA, Cludio Barbieri da. Uma metodologia para a seleo de um provedor de servios logsticos. Disponvel em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65132006000300004&script=sci_arttext&tlng=en. > Acessado em 26/10/2009

    NETO, Francisco Ferraes. A logstica como estratgia para a obteno de vantagem competitiva. Disponvel em Acessado em 27/10/2009.

    SPINOLA, Mauro, PESSA, Marcelo. Tecnologia da Informao. In: Gesto de Operaes. 2a ed.. So Paulo: Editora Edgard Blcher,1998, cap.4. p.97-104.

    BOWERSOX, Donald J. & CLOSS, David J. (2001) - Logstica empresarial: o processo de integrao da cadeia de suprimento. So Paulo: Atlas

  • 52

    PIZZOLATO, Nlio Domingues e OLIVEIRA, Patricia Fernandes de. Consideraes sobre cross docking na ECT. Disponvel em: < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0112_0148.pdf > Acessado em 28/10/2009.

    MULLER, Claudio Jos. Modelo de gesto, integrando planejamento estratgico, sistemas de avaliao de desempenho e gerenciamento de processo. 2003. Disponvel em < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3463/000401207.pdf?sequence=1 > Acessado em 29/10/2009.

    FLEURY, Paulo Fernando. Perspectivas para a Logstica Brasileira. 2006. Disponvel em http://professorricardo.tripod.com/Artigo_14.pdf. Acessado em 29/10/2009

    FREITAS, Maxsoel Bastos de. Transporte rodovirio de carga e sua respectiva responsabilidade civil. Jus Navigandi, Teresina, a.8, n. 314, 2004. Disponvel em:http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewFile/8067/7633, Acessado em 30/10/2009.

    REIS, Neuto Gonalves dos. Administrao e operao de frotas. NTC e Logistica. So Paulo. 2003

    CORONADO, Osmar. Logstica Integrada Modelo de Gesto. So Paulo. Atlas, 2007.