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ESPECIALPHD E DOUTORADO - TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

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ÍNDICE

PhD e doutorado: e agora? ...................................................................2

Sem escalas: o que é preciso para ir direto para o doutorado? ........................................................5

Do lado de lá: quais as vantagens do Doutorado em Direito no exterior? ..............................................7

Fronteiras do universo: conheça as pesquisas de ponta desenvolvidas no PhD em Física .................10

Computação e inovação: quais universidades lideram? ...........12

Entenda como funciona o PhD em economia em universidades renomadas .......................................14

Quando o PhD não cabe em um só departamento .....................17

Duas vezes doutor: os novos formatos do PhD em Medicina ............................................................................20

PhD para jornalistas: como funciona e como fazer ...................23

A educação brasileira é mais que suficiente”, diz bolsista de PhD no exterior ........................................................26

4 dicas para quem vai fazer doutorado ou PhD no exterior ...............................................................................28

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No site estudarfora.org.br/especiais você tem acesso a guias exclusivos e gratuitos.

E mbarcar em um doutorado no exterior significa encarar lá fora o último grau do Ensino Superior. Além de conferir o título de “doutor”, essa etapa oferece o passe livre para lecionar em universidades e para a candidatura a postos que exijam conhecimento mais avançado sobre suas áreas.

Cada vez mais universidades miram em PhDs e doutorados para inovar e oferecer novos formatos. São cursos interdisciplinares, que conectam diversos departamentos, possibilidades de rotação nos laboratórios das instituições, linhas de pesquisa que ampliam as fronteiras do conhecimento. Nesse ambiente, nas universidades renomadas, o brilhantismo dos alunos é geral. “Além da super infraestrutura, e das atividades acadêmicas à disposição, você sabe que seus colegas são sempre muito bons”, conta Tiago Flórido, doutorando em Economia na Universidade Harvard.

Neste e-book, você entenderá melhor como o processo de seleção funciona, que tipo de pesquisa pode ser desenvolvida no PhD e no doutorado e as peculiaridades de vários campos do conhecimento. Estudos em física sobre a expansão do Universo, teses sobre problemas que os computadores não conseguem resolver, novas abordagens para o Direito no Brasil... Um cenário geral sobre o que se faz e em que se inova nos doutorados ao redor do mundo.

SOBRE A FUNDAÇÃO ESTUDAR A Fundação Estudar, instituição sem fins lucrativos criada em 1991, investe na formação de jovens de alto potencial por meio de oportunidades de estudos e carreira. Para incentivar o aumento do número de brasileiros nas melhores universidades do mundo, a Estudar apoia o jovem com informação, orientação e preparação. Desde a sua criação, seleciona os jovens mais brilhantes do país, que sonham em deixar um legado, oferecendo bolsa de estudos por mérito para cursarem as melhores escolas do Brasil e do mundo.

SOBRE O ESTUDAR FORA O Estudar Fora, como o nome já diz, é a fonte de informação e preparação para quem deseja estudar fora do Brasil. No site, você encontra rankings das melhores faculdades e curiosidades sobre elas; detalhes sobre o processo de application (candidatura) para graduação e pós; e informações sobre oportunidades de intercâmbio e bolsas de estudos, além de histórias de estudantes que já estão nas melhores universidades do mundo. Tudo isso porque a gente acredita que estudar fora vai te ajudar a chegar mais longe!

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Se você decidiu baixar este livro, provavelmente já tenha uma pista do que se tratam tais títulos. Antes de destrincha-los nas matérias que se seguem, porém, é necessário entendê-

los como uma das etapas da formação acadêmica, dentro do Ensino Superior.

Depois de um ensino médio mais generalista, em que se aprendem das fórmulas da Física aos detalhes da História, os alunos ingressam nos cursos de graduação. É apenas o primeiro passo nessa trajetória, que tem vários pontos de virada.

A princípio, os recém-formados nas faculdades e universidades que desejam continuar estudando podem optar por um dos seguintes caminhos: a pós-graduação lato sensu, o mestrado e o doutorado ou o PhD. A primeira opção não confere um título distinto, como o de mestre ou doutor, e funciona como uma forma de se aprofundar em um tema mais restrito, que pode ser ligado ou não à graduação. Em outras palavras, um estudante interessado em Neurociência pode embarcar em um programa de pós-graduação

PHD E DOUTORADO: E AGORA?

Entenda o que significa apostar em um PhD ou doutorado, e qual o perfil de quem opta por esse caminho.

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sobre o assunto mesmo que possua apenas um diploma de Publicidade e Propaganda - porque, a princípio, isso não é um limitador.

Entre as opções stricto sensu (do latim “sentido restrito”), um jovem recém-graduado pode optar pelo mestrado, como chamamos no Brasil, ou pelos diversos tipos de “Master’s Degree” disponíveis nos Estados Unidos e em países da Europa. De modo geral, é uma etapa que dura de dois a três anos, em tempo parcial ou integral, e que exige que os participantes passem por avaliações, exames e

testes ao longo desse período. É esperado que um aluno de mestrado estude temas mais avançados em sua área e, com isso, possa conduzir uma pesquisa e elaborar sua dissertação. Há ainda instituições, como acontece em alguns cursos nos Estados Unidos, que abrem mão da dissertação e optam por outras formas de avaliar seus alunos, como o desenvolvimento de projetos ou elaboração de portfólio. Vale lembrar que, a essa altura da formação acadêmica, não é necessário

mergulhar em um tema inédito na academia, mas sim realizar um aprofundamento sobre um assunto já presente.

No degrau seguinte dessa trajetória ficam os doutorados e PhDs, que conferem o título de “doutor”. Isso não quer dizer, porém, que seja

Quem embarca em um PhD ou doutorado deve cumprir com alguns aspectos-chave: ter uma pesquisa que traga novas contribuições à academia e trabalhar com mais autonomia.

uma escada linear: há estudantes que saltam do primeiro degrau, lá na graduação, para o PhD - uma opção possível majoritariamente em universidades americanas e europeias. No Brasil, trata-se de um caminho incomum, já que o mestrado virou parada obrigatória. No exterior, porém, esta possibilidade depende da área de atuação, bem como da maturidade do aluno enquanto pesquisador. Isso porque, por definição, os estudos conduzidos em um doutorado são bem mais avançados do que as temáticas que aparecem na graduação.

MAS, AFINAL, O QUE É PHD?Dentro desse grande guarda-chuva que conhecemos, no Brasil, como “Doutorado”, estão o PhD e outras siglas menos comuns, como o PsyD (como o nome sugere, próprio da área de Psicologia) ou o JD, Juris Doctor, ou Doutorado em Direito.

PhD é a sigla da expressão em latim “Philosophiae Doctor”, ou “Doutor em Filosofia - o que não significa que o título seja voltado apenas à área da filosofia, mas sim que o estudante possui total domínio sobre aquele conhecimento. O título de PhD é equivalente ao título de Doutor no Brasil – conferido, em ambos os casos, após a aprovação de sua tese por uma banca examinadora.

Nessa etapa dos estudos acadêmicos, que pode durar de quatro até oito ou mais anos, é a vez de o estudante adquirir um grau mais alto de autonomia enquanto pesquisador. Espera-se que um “PhD Candidate” desenvolva um tema de forma inédita, com aprofundamento no assunto e com bases teóricas firmes, e que seja avaliado ao fim do curso para obter o título mais alto dentro da academia. Ainda que haja um orientador, assim como em programas de pós-graduação lato sensu e mestrado, há um nível a mais de independência. Com o título obtido após anos de pesquisa, vem o passe livre para lecionar em universidades e para assumir postos de trabalho que exijam conhecimentos mais avançados.

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Voltar para o índice PHD E DOUTORADO: E AGORA?

O formato do programa varia de universidade para universidade. Há instituições no Reino Unido que permitem uma flexibilidade ainda maior e deixam os alunos de PhD livres para conduzir suas pesquisas, sem a necessidade de cumprir créditos e ir a aulas. Já outros programas dividem-se em duas partes: nos dois ou três primeiros anos o aluno deve frequentar aulas avançadas e reunir os créditos necessários, e no restante pode se dedicar integralmente à tese.

De modo geral, quem embarca em um PhD ou doutorado deve cumprir com alguns aspectos-chave: ter uma pesquisa que traga novas contribuições à academia, trabalhar com mais autonomia (ainda que possua um orientador), e dar conta dos requisitos estipulados pelas universidades. Pode ser que, em uma universidade americana, por exemplo, os PhD candidates precisem dar aulas para alunos de graduação, ou undergraduates. Também podem entrar nos critérios a ida a campo para verificar as suposições teóricas da pesquisa, avaliando como um assunto acontece na prática.

Essa última etapa da formação acadêmica costuma ser beneficiada por programas de bolsas e patrocínios dentro das universidades, por significar contribuições inéditas e a formação de pesquisadores mais amadurecidos. Ao fim de um PhD ou de um doutorado, os anos de trabalho rendem frutos: um título de doutor e uma abertura para determinados setores, dentro e fora da academia.

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PHD E DOUTORADO: E AGORA?

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Quem pensa em um doutorado logo imagina o nível de estudos que vem depois de longos, longos anos. E pudera: conte aí os três anos de ensino médio, somados aos quatro (ou cinco, ou mais) da graduação,

além de possíveis dois anos de uma pós-graduação lato sensu, e dois ou três aninhos de mestrado. Somando tudo, são mais de dez anos de caminhada, de degrau em degrau.

O caminho descrito acima pode parecer, a princípio, uma evolução lógica, compatível com a autonomia crescente de um pesquisador. Pouco a pouco, então, quem continua dentro da academia ganha mais independência e consegue desenvolver pesquisas com mais complexidade e mais propriedade - um ponto importante para encarar os desafios de um doutorado. Entretanto, em muitas universidades nos Estados Unidos e na Europa, é possível pular as etapas que intermediam o trajeto entre graduação e PhD.

A ideia é que, logo após se graduar, o aluno se candidate ao programa de PhD, usando como

SEM ESCALAS: O QUE É PRECISO PARA IR DIRETO PARA O DOUTORADO?

Antes de encarar o PhD logo após a graduação, candidato deve comprovar experiência acadêmica e mostrar que pode “dar conta” das exigências do programa.

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base seu histórico acadêmico para demonstrar que conseguiria acompanhar o curso e dar contribuições válidas à academia. No Brasil, esse cenário ainda soa estranho, já que é bastante incomum nas instituições de ensino. Entidades como o IMPA (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), no Rio de Janeiro, por exemplo, até oferecem um caminho alternativo, moldado aos alunos que já possuem um grau mais avançado desde a graduação. Mas iniciativas assim continuam a ser exceção entre as universidades brasileiras.

Nas instituições no exterior, entretanto, este é um caminho possível e que funciona também para os candidatos brasileiros. Como explica o escritório de admissões da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, mais do que procurar candidatos que cumpram os pré-requisitos básicos, a preocupação é de admitir quem esteja preparado para o tipo de experiência pela qual vai passar na universidade. “Um aspecto essencial dos candidatos ao PhD é a experiência como pesquisadores, porque os nossos programas são muito intensivos em pesquisa. Nós temos que ter certeza de que os estudantes estão preparados para a carga de trabalho de um PhD”.

Para conseguir determinar se o estudante está “pronto”, o jeito é aderir a uma série de pré-requisitos que deem sinais da preparação do estudante. Entram para a lista, no application, o histórico acadêmico e experiências anteriores na área, além das conquistas acadêmicas e recomendações de professores. Outro ponto destacado pelo setor de Admissões de Stanford é uma indicação da “aptidão acadêmica” por meio do teste geral GRE, comum nas seleções

Um aspecto essencial dos candidatos ao PhD é a experiência como pesquisadores, porque os nossos programas são muito intensivos em pesquisa.

para pós-graduação no exterior. A vantagem do GRE, para as universidades estrangeiras, é ter uma avaliação padronizada para os candidatos de diferentes origens. Como é difícil estabelecer uma comparação justa entre as notas obtidas por centenas de candidatos oriundos de dezenas de países, ter um teste comum faz muito sentido.

Para além das “provas” que podem indicar sua aptidão para um PhD, a possibilidade de pular algumas etapas rumo ao título de doutor depende da área de atuação. Se você tiver uma base sólida

de formação em Química, por exemplo, e contar com algumas publicações científicas no

currículo na graduação, é mais provável que consiga embarcar direto. Áreas mais fechadas, como o Direito, exigem um passo a passo mais rígido.

Em resumo, a possibilidade de fazer um PhD logo após a graduação é determinada por dois fatores principais: o campo de estudo em que se está inserido e a maturidade intelectual e acadêmica, que deve ser suficiente para assumir mais autonomia enquanto pesquisador.

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Voltar para o índice SEM ESCALAS: O QUE É PRECISO PARA IR DIRETO PARA O DOUTORADO?

Que atire a primeira pedra quem nunca associou o título de “doutor” à profissão de advogado, ou a alguma carreira entre os operadores do direito. Juízes, desembargadores, defensores públicos,

promotores - todos desfrutam de prestígio e são comumente chamados de “doutor”, em bom português. Agora, quando se trata do título outorgado após o doutorado, a trajetória de quem atua no campo do Direito é longa e comumente demanda uma passagem pelo mestrado (LL.M.), somada ao bom histórico acadêmico e profissional.

Ao contrário do que pode supor o senso comum, os conhecimentos do Direito não restringem o profissional à atuação em um território nacional. Ainda que um advogado de formação tenha iniciado seus estudos no Brasil e atue por aqui, ligado ao ordenamento jurídico brasileiro, ele pode se beneficiar muito de uma experiência no exterior.

Como explica Daniel Ribeiro, doutorando em Direito na Universidade Duke, nos Estados Unidos, ainda existe uma espécie de “dogma” em torno dos

DO LADO DE LÁ: QUAIS AS VANTAGENS DO DOUTORADO EM DIREITO NO EXTERIOR?

Estudantes brasileiros explicam como a experiência no exterior pode funcionar como diferencial, e melhorar o exercício do Direito no Brasil

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estudos no exterior para os profissionais do Direito. É como se estudar as legislações de fora do país não rendesse, a princípio, bons frutos. Daniel discorda dessa perspectiva, e relaciona muito do que aprende em Duke ao que pretende trazer de volta para o seu cargo no Ministério Público. “Quando olhamos apenas para nós mesmos, sem olhar para os lados, corremos muito mais risco de perpetuar nossas limitações”, sintetiza ele. “Argumentar com uma outra solução, justificar com base em argumento comparado, fazer uma análise

crítica da própria legislação, tudo isso dá um diferencial enorme”.

É por motivos como esses que vários profissionais do Direito têm recorrido à formação em universidades estrangeiras. Vindos de carreiras acadêmicas construídas no Brasil, ou mesmo pautados por uma experiência profissional extensa por aqui,

os estudantes de Direito saem ganhando com a vivência no exterior. Conheça algumas das instituições que oferecem doutorados na área e entenda melhor as vantagens de optar por tais cursos.

UNIVERSIDADE DUKEUm dos pontos fortes em Duke, instituição localizada na Carolina do Norte, está no

Eu sabia que, aqui em Duke, mais do que em qualquer outro lugar, não tem essa de ‘sou advogado e não gosto de número’, essa separação entre classes profissionais.

tamanho das turmas que frequentam os cursos de Direito. No Doutorado, como descreve Daniel Ribeiro, a razão entre o número de estudantes e o de professores disponíveis é menor, e permite mais contato com o corpo docente. Para o funcionário do MP, essa é uma vantagem no processo de aprendizado e nessa transição para se tornar, com o doutorado, um pesquisador mais autônomo.

Outro ponto essencial na universidade vem da abordagem interdisciplinar e dos centros de estudos presentes na instituição, que permitem conexões em mais de uma área. No caso de Daniel, a tese está sendo desenvolvida com contribuições dos setores de Políticas Públicas e Direito. “Eu estudo essa interseção, olhando para como as decisões podem e precisam ser desenhadas e controladas, tendo em vista os impactos esperados em diversas dimensões do bem-estar social, econômico e ambiental”, sintetiza Daniel. Para encontrar uma instituição que desse abertura para tal abordagem, ele procurou até encontrar Duke, que também era conhecida pela excelência em estudos sobre sistemas de regulação. “Eu sabia que, aqui em Duke, mais do que em qualquer outro lugar, não tem essa de ‘sou advogado e não gosto de número’, essa separação entre classes profissionais. Está no DNA da universidade”.

UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGEEmbarcar para os Estados Unidos ou Reino Unido para estudar os aspectos jurídicos por lá tem um extra a ser considerado: a chamada common law. Ao contrário do Brasil, onde opera o sistema de civil law, nos países anglo-saxônicos (como a terra da rainha) o Direito se baseia mais na jurisprudência e menos no texto da Lei. Isso significa que, no Reino Unido, em um caso qualquer, os envolvidos procuram ocorrências semelhantes ao longo da história para sustentar seus pontos de vista. A argumentação para um lado ou para o outro segue à risca esse princípio: o foco é a jurisprudência, e não o que o código X ou Y diz ao pé da letra.

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Voltar para o índice DO LADO DE LÁ: QUAIS AS VANTAGENS DO DOUTORADO EM DIREITO NO EXTERIOR?

Esse é um dos atrativos para quem planeja um doutorado em Direito fora do país, em especial nas universidades inglesas. O brasileiro Pablo Marcello Baquero, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), passou pela Universidade Harvard no mestrado e, de lá, seguiu para Cambridge, em território britânico. A ideia era usufruir do ambiente universitário para fazer uma boa análise comparada do Direito Privado. “Cambridge me atraiu, principalmente, pela liberdade para estruturar um projeto interdisciplinar e empírico, pelo acompanhamento e atenção constante dos supervisores”, conta Pablo.

A recomendação do doutorando para quem ainda não enxerga os benefícios do PhD no exterior é a de abrir os horizontes. Isso porque, para muitos formandos em Direito, não fica claro que o ordenamento jurídico do seu país de origem é apenas uma das opções disponíveis. “Se, a partir dos seus estudos no exterior, o estudante aprende a reconhecer as potenciais soluções disponíveis para um mesmo problema jurídico na experiência de diferentes países, então ele pode chegar ao próximo nível, que é repensar e redesenhar instituições para o contexto onde ele está inserido”, destaca Pablo.

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DO LADO DE LÁ: QUAIS AS VANTAGENS DO DOUTORADO EM DIREITO NO EXTERIOR?

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Por trás das extensas fórmulas que você aprendeu na escola, está o trabalho de muitos matemáticos e físicos. São profissionais como esses que quebram a cabeça em doutorados ao redor do mundo

para investigar, explicar e sintetizar conceitos na linguagem universal.

Olhando assim, logo de cara dá para perceber uma das vantagens da área quando se trata de pesquisa no exterior: a universalidade desses campos de estudo, ainda que sejam traduzidos para um ou outro idioma. Por mais que se possa falar de um Direito próprio do Brasil ou da China, já que o ordenamento jurídico fica restrito muitas vezes a um território, não se pode dizer o mesmo sobre a Matemática ou sobre a Física. Os números, incógnitas e símbolos funcionam como sistema comum.

Diante de campos de conhecimento tão estudados, e tão prestigiados ao longo dos séculos, os alunos mantêm o apetite por os desafios nas principais instituições de ensino do mundo. Por mais que se saiba sobre Física, por exemplo, inúmeros aspectos do Universo (ou melhor, das muitas possibilidades e

FRONTEIRAS DO UNIVERSO: CONHEÇA AS PESQUISAS DE PONTA DESENVOLVIDAS NO PHD EM FÍSICA

Departamento em Berkeley teve importância histórica nos estudos de Física nos EUA. Estudante brasileiro explica as vantagens de desenvolver a tese na instituição.

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modelos sobre ele) continuam a ser um mistério. Nada mais justo que os alunos se mantenham motivados por essa zona de desconhecimento tão chamativa.

Ao falar da experiência como estudante de graduação no MIT (Massachussetts Institute of Technology), o brasileiro Illan Halpern destaca que desde o início os alunos se dedicam para valer a tais temas. “Os alunos gostam desses desafios, porque é a partir daí que você aprende mais. Eles estão lá porque estudam o que eles

querem, o que eles amam, e estão sempre dispostos a aprender mais”, explica Illan, que hoje faz seu PhD na área de gravitação quântica, na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Conheça a seguir um dos departamentos de Física que teve destaque histórico dentro desse campo. O setor responsável em Berkeley atrai estudantes do mundo todo para pesquisas de doutorado, em todas as áreas da Física.

UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA EM BERKELEYA universidade como um todo tem 22 laureados do Prêmio Nobel, entre os quais cerca de um terço vem do departamento de Física. Talvez o nome principal do departamento, até hoje, seja o teórico Ernest O. Lawrence, inventor do acelerador de partículas cíclotron e conhecido por defender a “Big Science”, a leva de estudos feitos a partir da Segunda Grande Guerra com investimentos pesados do governo americano.

Deixando a abordagem histórica um pouco de lado, não é exagero dizer que o departamento de física de Berkeley teve papel importante no desenvolvimento de grandes projetos científicos.

O orientador do meu orientador, que é o Raphael Bousso, foi o Stephen Hawking.

Hoje, o setor conta com pesquisadores em diversas subdivisões, como Física Nuclear, Biofísica e Física de Partículas. O número de áreas contempladas pela universidade atraiu Illan Halpern ao se candidatar para o PhD, depois da temporada no MIT e do mestrado. “Vi que todas as áreas da física eram cobertas e trabalhadas, o que me atraiu bastante”, conta o brasileiro.

O tema de Illan no doutorado está longe de ser lugar comum. Ele se debruça sobre a gravitação quântica, aspecto estudado há cerca de cem

anos, mas ainda repleto de questões importantes. O desafio, no caso dele, é entender através de modelos o funcionamento do universo,

que está em constante expansão. Na hora de conduzir esse tipo de pesquisa, o destaque histórico de Berkeley também ajuda: ainda há muitos nomes de peso na universidade. “Por exemplo, o orientador do meu orientador, que é o Raphael Bousso, foi o Stephen Hawking”, diz Illan.

O departamento de Física fortaleceu, nos últimos anos, um compromisso com a diversidade entre os estudantes. Em setembro, o setor publicou um plano completo com incentivos para atrair alunos que venham de segmentos minoritários, como latinos, muçulmanos e pessoas que fazem parte da população LGBT. Depois das eleições presidenciais de 2016, inclusive, Berkeley reassumiu o compromisso com a política de incentivo e garantiu que continuará a apoiar tais alunos.

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Voltar para o índice FRONTEIRAS DO UNIVERSO: CONHEÇA AS PESQUISAS DE PONTA DESENVOLVIDAS NO PHD EM FÍSICA

Aárea de computação já é, por si só, associada às grandes inovações tecnológicas. Muito além das novas versões do iPhone e do ritmo acelerado das empresas no Silicon

Valley, a computação traz inovações que permeiam vários campos do conhecimento. É difícil imaginar uma inovação tecnológica em qualquer área que não tenha passado por computadores de última geração, softwares megafuncionais e horas de laboratório.

Dentro da Ciência da Computação, é inevitável destacar as grandes instituições americanas, que serviram de berço para empresas como a Microsoft e a Apple. Entre as instituições o MIT (Massachussetts Institute of Technology) ganha destaque. Como o estudante de PhD, hoje em Princeton, Rafael Mendes descreve como a experiência acadêmica do MIT é diferente, desde a graduação. “É muito puxado porque em todas as aulas que eu tinha lá, os alunos eram muito brilhantes. Não tem como levar o MIT na barriga, ou você trabalha ou você não passa”, resume Rafael.

COMPUTAÇÃO E INOVAÇÃO: QUAIS UNIVERSIDADES LIDERAM?

As pesquisas em computação se conectam cada vez mais a outras áreas, da medicina à segurança. Conheça as universidades que lideram em inovação nesse campo.

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Para além do brilhantismo dos alunos, um fator comum entre as principais escolas de Ciências da Computação está no vínculo que estabelecem com outros departamentos. Na hora de elaborar pesquisas importantes, é preciso romper a barreira e tratar de desafios das áreas relacionadas, que vão da biologia e da medicina até a segurança.

Conheça alguns dos nomes que lideram em inovações tecnológicas da área de computação e as linhas de pesquisas que têm chamado a atenção em cada um.

MIT (MASSACHUSSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY)O MIT é conhecido em diversas áreas por investir pesado nas pesquisas de ponta, e não é diferente na computação. Um dos fatores determinantes no sucesso do MIT vem da sua ligação com empresas de tecnologia que têm destaque no mercado.

Um dos experimentos do departamento que chamaram a atenção do público foi o conduzido pelo estudante de PhD Abe Davis. A ideia do experimento parecia improvável de início: em parceria com a Adobe e com a Microsoft, conseguir extrair o som de objetos a partir de vídeos sem áudio. O que parecia loucura se provou uma possibilidade e tanto. Usando câmeras simples e filmagens à distância de objetos comuns -- um dos exemplos dados por Abe é o de um saco de batata chips --, o cientista conseguiu que o computador decodificasse as vibrações vindas do objeto e reproduzisse o som.

É esse tipo de pesquisa que tem abertura dentro do instituto, além de outros campos mais tradicionais associados à computação. Entre os numerosos departamentos e laboratórios do MIT, um dos destaques é o de Ciência da Computação e Inteligência Artificial, em que os alunos desenvolvem pesquisas de cunho interdisciplinar, como nos campos de cibersegurança, wireless e big data.

UNIVERSIDADE DE PRINCETONAs especialidades dessa instituição americana incluem sistemas, linguagens de programação e teoria da computação. O estudante de PhD Rafael Mendes trabalha justamente com o último tópico, que virou seu interesse em pesquisa logo após a passagem pelo MIT no mestrado.

Rafael decidiu focar seu trabalho em problemas classificados como NP-hard (ou NP-difícil) dentro da computação. “A gente só consegue resolver esses problemas usando força bruta, testando todo tipo de possibilidade e separando as melhores”, resume ele, que está no último dos cinco anos do curso.

Logo que pensou em fazer um PhD nos Estados Unidos, depois de passar graduação e mestrado como estudante o MIT, Rafael não soube definir qual campo o atraía mais. Foi a partir daí que resolveu aplicar para Princeton, que tem destaque em diversos subtemas da computação. “É como você provar uma coisa de cada no buffet e comer mais do que gostar mais”, compara ele. Basta espiar a lista de ex-alunos na área para se convencer da excelência de Princeton: dali, saíram tanto o fundador da Amazon, Jeff Bezos, quanto o “pai da computação” Alan Turing.

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Para além do brilhantismo dos alunos, um fator comum entre as principais escolas de Ciências da Computação está no vínculo que estabelecem com outros departamentos.

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Voltar para o índice COMPUTAÇÃO E INOVAÇÃO: QUAIS UNIVERSIDADES LIDERAM?

Desde que Adam Smith fundou o que chamamos de Economia Moderna, muita coisa mudou. A princípio, os pilares do que cunhamos por “economia” começaram lá atrás, nas primeiras trocas, comércios

estabelecidos entre um ou outro povo, como em um esboço (bem simplificado) do que vemos hoje.

Agora, em um cenário cada vez mais globalizado, os desafios são outros. Quem estuda esse campo do conhecimento pode se dividir em áreas como a macroeconomia, a microeconomia, e se especializar cada vez mais. Se pensarmos nas instituições que tratam do assunto, em cursos bastante tradicionais e com décadas de experiência, a abordagem dada também varia bastante. Há universidades que puxam a formação do aluno para a numeralha das Exatas, com fórmulas, curvas a analisar e taxas de crescimento. Já outros departamentos misturam as noções da Economia ligada aos números com as ciências sociais que a envolvem.

Independentemente da tendência usada pela universidade na hora de apresentar os fundamentos de economia - um foco no entorno social, ou a

ENTENDA COMO FUNCIONA O PHD EM ECONOMIA EM UNIVERSIDADES RENOMADAS

As instituições que se destacam em premiações como o Nobel têm departamentos consolidados e exigem uma base forte em matemática desde o início.

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parte mais “crua” das fórmulas, ter boas bases matemáticas é essencial. “É mais perdoável não ter estudado economia em si do que não ter estudado matemática”, sintetiza Tiago Flórido, doutorando em Economia na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. O gestor de investimento Rogério de Deus Oliveira, que concluiu o doutorado na Universidade de Chicago, também em solo americano, concorda. “Se você quer fazer um doutorado em Economia, para chegar lá ao ponto de fazer uma tese, vai precisar estudar bastante matemática na faculdade e no mestrado”, afirma ele, que é engenheiro de formação.

Conheça dois dos departamentos de Economia que lideram rankings a nível mundial, e que atraem estudantes do mundo todo para seus setores dedicados ao tema há décadas. “É a linha de frente de tudo o que se publica em pesquisa”, diz Tiago, no segundo ano do PhD.

UNIVERSIDADE HARVARDA universidade já tem um nome a zelar pelo desempenho em muitos departamentos, mas o de Economia merece destaque. Fundado em 1897, quando a disciplina de economia começava a ser incorporada nas universidades com certa autonomia, logo se tornou um polo de discussão sobre o tema. Para ter uma ideia, antes disso, em 1886, Harvard já começava

a debater aspectos econômicos no Quarterly Journal of Economics, o primeiro do mundo em língua inglesa.

Associado ao seu pioneirismo na área, o peso dos nomes que passaram e passam pela instituição também é relevante: Na última cerimônia do Nobel, ainda este ano, quem levou o prêmio foi o ex-aluno Oliver Hart, por

É mais perdoável não ter estudado economia em si do que não ter estudado matemática.

suas contribuições sobre a teoria dos contratos. Esses talentos, que acabam levando prêmios e reconhecimentos ao redor do mundo, não se limitam ao corpo docente, mas se espalham pelas centenas de estudantes. “Além da super infraestrutura, e das atividades acadêmicas à disposição, você sabe que seus colegas são sempre muito bons”, diz Tiago Flórido. É mais uma chance de aprender não só com os mestres à frente da sala, mas de discutir temas complexos com quem está em volta.

Para dar conta da carga acadêmica exigida desde o início do PhD, a estrutura padrão de Harvard é oferecer as matérias fundamentais nos dois primeiros anos. Depois disso, o aluno segue com sua pesquisa, sem a obrigação de frequentar mais aulas.

UNIVERSIDADE DE CHICAGOOutra instituição que aparece sempre nas premiações sobre economia é a Universidade de Chicago. Só na lista de prêmios Nobel, o campo das ciências econômicas conta com nada menos que 28 nomes. Um dos mais recentes da lista, por exemplo, o americano Lars Peter Hansen, que ainda leciona na instituição, conseguiu provar que o preço de ações não era previsível em curtos períodos de tempo, mas que havia formas de sistematizá-los a longo prazo.

Para Rogério Oliveira de Deus, que passou por Chicago para obter seu PhD em Economia,

pensando em trabalhar com derivativos, nesse ambiente de nomes de destaque é

necessário se destacar logo de cara. “Existem muitos alunos brilhantes no mundo, o que é diferencial é impressionar pessoas que já têm um nome conhecido em nível internacional”, explica ele. O caminho é fazer isso desde a application, através das cartas de recomendação. “É fácil saber quem são os bam-bam-bam, já que muitos têm prêmios Nobel, são nomes de referência, são os autores dos livros que você quer ler...”.

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Voltar para o índice ENTENDA COMO FUNCIONA O PHD EM ECONOMIA EM UNIVERSIDADES RENOMADAS

A estrutura usada por Chicago também se assemelha à de Harvard. Nos primeiros dois anos, é a vez dos alunos focarem em pilares fundamentais da matéria e suarem a camisa para seguirem para as etapas seguintes. Depois disso, no terceiro, restam apenas matérias eletivas e a necessidade de produzir uma tese.

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ENTENDA COMO FUNCIONA O PHD EM ECONOMIA EM UNIVERSIDADES RENOMADAS

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Falar sobre PhD em grandes universidades pode parecer um jogo em que cada tese cabe perfeitamente em uma caixa. Se o texto trata do mercado de ações, encaminha-se para

o departamento de Economia. Se o assunto, por outro lado, é uma pesquisa voltada para a cura de uma doença determinada, o mais provável é o setor de Medicina. Mas o que fazer quando, em uma única pesquisa, convergem vários campos?

É um dos dilemas do pesquisador. Não basta encontrar uma boa pergunta inicial, que motive uma investigação complexa e culmine em uma contribuição valorosa para a academia; é necessário também encaixar essa ideia em um departamento. Ou seja, um grupo de pesquisadores mais maduros, professores da faculdade, precisa reconhecer, em um estudo específico, elementos suficientes para conduzi-lo dentro do setor X ou Y. Na hora de aplicar para uma bolsa de fomento à pesquisa, por exemplo, em geral é necessário apresentar um projeto completo, com todos os detalhes-

QUANDO O PHD NÃO CABE EM UM SÓ DEPARTAMENTO

Projetos que mesclam mais de um departamento têm abertura em universidades americanas. Estudante brasileiro conta como uniu, no PhD, três áreas diferentes.

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o que torna determinante escolher o referencial onde se encaixa o assunto.

Foi o caso de Marcelo Mattar, que hoje cursa seu pós-doutorado na Universidade de

Princeton, nos Estados Unidos, na área de Psicologia. Acontece que, antes disso, ele se formara em Engenharia Eletrônica na graduação, no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), e unira um mestrado de psicologia ao de estatística. Para completar, Marcelo reuniu em sua pesquisa de doutorado, na Universidade da Pensilvânia, mais um campo do conhecimento: a neurociência. “A ideia era modelar um cérebro como se fosse uma rede, com várias unidades conectadas entre si, e observar como essa rede evoluía enquanto uma pessoa aprendia algo novo”, explica Marcelo. Ele usou métodos estatísticos para sistematizar o resultado de seus experimentos com seres humanos, e também recorreu à inteligência artificial durante a análise.

Pensando em casos como o de Marcelo, e na necessidade de construir formações holísticas, cada vez mais universidades abrem espaço para projetos que conectem diversas áreas. Em vez de um tema restrito a uma caixinha, um que se distribua por vários setores e signifique uma contribuição valiosa para todos eles. Conheça alguns dos programas que apostam nessa ideia.

UNIVERSIDADE DA PENSILVÂNIAA UPenn ficou conhecida como uma universidade plural. De grandes nomes na área de negócios a astros da música, a instituição serviu de ponto de partida para nomes como Elon Musk, por trás do PayPal e da Tesla Motors, e para o bilionário Warren Buffett.

Todas as coisas estão muito conectadas, e de muitas formas são o mesmo tópico em si, conclui Marcelo.

O brasileiro Marcelo Mattar teve espaço para idealizar e executar seu projeto na UPenn, mobilizando participantes para seus experimentos, e contando com o equipamento necessário (por exemplo, um aparelho de ressonância magnética lhe permitia analisar o cérebro das pessoas). “Todas as coisas estão muito conectadas, e de muitas formas são o mesmo tópico em si”, conclui Marcelo. “Pela face da engenharia, vem a inteligência artificial, que ensina como modelar um neurônio. Na neurociência, tem o neurônio biológico, e na psicologia você percebe as consequências dessa atividade neural... E, por fim, a estatística serve de tecnologia para desenvolver essa ciência experimental, e para extrair os dados”.

Ele destaca ainda a tendência - já identificada e implementada por universidades americanas, como é o caso da Virginia Commonwealth University, de fazer uma rotação entre os laboratórios. “Você é admitido no programa da universidade, mas não tem que saber qual vai ser o seu projeto logo no início. Aí, passa o primeiro ano em laboratórios diferentes, com orientadores diferentes. É uma vantagem incrível”, diz Marcelo. Alunos como ele, que apresentam propostas interdisciplinares, não são exceção na instituição de ensino. Há programas como o PhD Estudos Interdisciplinares em Desenvolvimento Humano, que une aspectos cognitivos aos sociais, e a teoria à prática da pesquisa. UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA EM BERKELEYOutro caminho, desta vez oferecido por Berkeley, é o de iniciar um PhD em um departamento existente e, após o primeiro ano, passar à modalidade interdisciplinar. Nesses casos, exige-se do aluno q ue ele apresente os motivos pelos quais seu projeto não está totalmente situado em apenas um departamento.

Todas as propostas passam pelo Graduate Council of the Academic Senate, e devem ser apoiadas por cinco professores do departamento original, indicando

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que o projeto deve prosseguir com a abordagem interdisciplinar. É um caminho alternativo para quem aposta em Berkeley e tem interesse na universidade, mas não consegue limitar o projeto a apenas um ramo.

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QUANDO O PHD NÃO CABE EM UM SÓ DEPARTAMENTO

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AA faculdade de Medicina é conhecida pelos longos anos de formação exigidos dos alunos. Normalmente, no Brasil, a formação de um médico demora muito mais do que os quatro ou cinco anos dos

outros cursos de graduações. Para além do curso normal dos estudos, os alunos de Medicina devem dar conta da especialização ao fim do ciclo normal.

Depois dos anos de graduação e da decisão tomada sobre o foco na profissão, os estudantes interessados em avançar nos estudos podem optar pelos programas de pós-graduação. Nos Estados Unidos e na Europa, os destinos mais carimbados no passaporte dos alunos de medicina, os PhDs contemplam desde aprofundamentos dentro da pesquisa médica, até áreas correlatas. É possível, por exemplo, seguir para a Virginia Commonwealth University, em solo americano, e complementar a formação com aspectos ligados à física, voltada para o que a VCU descreve como “medicina minimamente invasiva”.

DUAS VEZES DOUTOR: OS NOVOS FORMATOS DO PHD EM MEDICINA

Os cursos de PhD oferecem oportunidades que complementam a formação em medicina com áreas correlatas, como física e biomedicina.

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Outro aspecto crucial nas pesquisas desenvolvidas fora do país é o tipo de incentivo dado pelo governo local ou outras instituições. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, uma parcela generosa das pesquisas de ponta conta com a ajuda de órgãos do governo. As associações de pacientes e fundações, que não têm fins lucrativos, também apoiam as investigações de temas específicos de interesse.

De modo geral, como explica o estudante de pós-doutorado Mateus Taveira, graduado na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a pesquisa

médica não ocorre isoladamente, nem em polos restritos, mas está integrada a toda a formação do profissional. Agora ligado ao Beth Israel Deaconess Medical Center e à Medical School da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ele explica que essa integração virou regra. “Aqui, a barreira entre o paciente, o leito e a bancada de pesquisa é quase inexistente”, resume.

Conheça dois programas que se debruçam Wsobre as inovações em medicina e entenda como funcionam os PhDs nesse campo do conhecimento.

VIRGINIA COMMONWEALTH UNIVERSITYA universidade americana ficou conhecida pelos departamentos voltados à saúde, como a School of Allied Health Professions e, claro, a Escola de Medicina. Fundada em 1898, a instituição também foi eleita pela publicação Diverse Issues in Higher Education como a melhor do país para as minorias: há cada vez mais alunos de origem latina, estudantes vindos do Oriente Médio e

Logo no primeiro ano, os estudantes percorrem diferentes laboratórios disponíveis na universidade, contando com diversos orientadores, em áreas como engenharia, biologia e química.

de outras regiões da Ásia. Para garantir também a representatividade feminina, a VCU vincula-se a organizações como a Association for Women in Science e apoia iniciativas nesse sentido.

Além dos departamentos dedicados ao assunto, a VCU oferece à população hospitais universitários aliados a centros de pesquisa de ponta. O objetivo é garantir um atendimento mais completo, humanizado e que traga as melhores opções terapêuticas e tecnologias. Dar conta disso só é possível com o apoio dos mais de 700 médicos à disposição, formados pela universidade.

Entre os programas de PhD, estão o de Física Médica e Bioestatística, além de Epidemiologia e Saúde Pública.

O grande destaque na Escola de Medicina, entretanto, fica para o PhD em Ciências Biomédicas, conhecido pela interdisciplinaridade. Logo no primeiro ano, os estudantes percorrem diferentes laboratórios disponíveis na universidade, contando com diversos orientadores, em áreas como engenharia, biologia e química. A ideia é que o aluno não fique restrito ao que já entendia como interesse principal, mas que também se exponha a novas propostas na parte inicial do doutorado. Só depois desse processo é que o orientador “oficial” é selecionado e o aluno passa a se dedicar à sua pesquisa.

UNIVERSITAIR MEDISCH CENTRUM GRONINGEN (UMCG)Localizada na Holanda, nos Países Baixos, a instituição ministra os cursos de PhD em inglês. Os programas disponíveis abrangem subdivisões dentro da medicina que vão dos problemas cardíacos a aspectos neurológicos e seus tratamentos.

Para os alunos do doutorado, a universidade oferece ainda oportunidades de treinamento nas diversas

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áreas de atuação - como pesquisa sobre câncer, no Cancer Research Center Groningen. Para quem tem interesse em ingressar na UMCG, uma das opções mais atrativas é a do programa Erasmus Mundus, promovido pela União Europeia.

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Para além da agitação das grandes redações, um jornalista também pode trabalhar dentro da academia. Ainda um destino pouco associado à profissão, tão ligada à prática e às publicações diárias e mensais, trata-

se de uma área abrangente, que vai das grandes reportagens sobre política até os detalhes sobre o último desfile da Semana de Moda em Paris.

Tão amplas quanto o campo de atuação do jornalismo são as linhas de pesquisa possíveis. Para os candidatos interessados, vale usar o campo do jornalismo como forma de abordar uma temática das ciências exatas, ou mesmo combiná-lo com tecnologias de ponta. Estudar o jornalismo em si, seus limites e abordagens mais comuns, também é um caminho.

Foi a paixão por tecnologias que orientou o caminho escolhido pelo brasileiro Alexandre Gonçalves, hoje doutorando em Jornalismo pela Universidade Columbia, localizada em Nova York, nos Estados Unidos. Alexandre formou-se inicialmente em Ciências da Computação, na Unicamp, mas logo

PHD PARA JORNALISTAS: COMO FUNCIONA E COMO FAZER

Nem só de matérias de última hora vivem os jornalistas. Universidades americanas oferecem oportunidades em pesquisa e aceitam projetos voltados para tecnologia.

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percebeu que sua vocação era outra e seguiu para a graduação em jornalismo. Depois de uma temporada de cinco anos cobrindo Ciência para O Estado de São Paulo, passou no mestrado em mídia comparada do Center for Civic Media, do MIT

(Massachussetts Institute of Technology). “Esse centro usa tecnologias para democratização da mídia, sempre com um approach voltado para a ciência”, resume Alexandre. Era a deixa para unir suas duas áreas de formação em um só diploma.

Essa mescla entre tecnologias de ponta, novas mídias e jornalismo é o DNA dos projetos de Alexandre em

Columbia, e encontra bastante espaço dentro da instituição. Em outras universidades americanas de jornalismo, essa abordagem também tem se fortalecido. Instituições como a Universidade Northwestern e a Universidade do Texas em Austin, por exemplo, apresentam oportunidades nessa linha de pesquisa. Conheça detalhes sobre a formação oferecida pelo PhD em Jornalismo.

UNIVERSIDADE COLUMBIALocalizada em Nova York, uma das maiores cidades do mundo e das mais populosas dos Estados Unidos, Columbia é moldada à grande metrópole americana. “O programa dá acesso a muita gente interessante dentro da faculdade de jornalismo e da universidade como um todo, e o fato de estar em Nova York ajuda, faz com que a gente receba muita gente legal”, resume Alexandre.

É o lugar em que eles não esperam que você tenha uma agenda definida. Pelo contrário, a expectativa deles é de que você mude de ideia ao longo dos primeiros anos.

Em vez de exigir uma proposta de tese mais fechada, já consolidada pelo candidato no momento da application, Columbia opta pelo sentido oposto. “É o lugar em que eles não esperam que você tenha uma agenda definida. Pelo contrário, a expectativa deles é de que você mude de ideia ao longo dos primeiros anos”, explica o brasileiro. Ele se candidatou para seis universidades americanas - entre elas, a Northwestern, a Universidade do Texas e outras instituições como Stanford - e explica que, ao se candidatar para Columbia, não cravou logo de cara qual projeto gostaria de desenvolver.

Em troca de uma bolsa que cobre o valor da tuition e ainda garante um valor mensal para gastos básicos, alunos como Alexandre propõem-se a dar aulas para a graduação e auxiliar os professores do departamento em projetos da universidade. É uma contrapartida que se estende pelos três primeiros anos do PhD, que dura, em média, cinco. A partir daí, cabe ao estudante buscar apoio para se manter por lá.

UNIVERSIDADE DO TEXAS EM AUSTINÉ mais uma universidade que mobiliza estudantes ao redor do mundo interessados em desenvolver seus projetos em jornalismo. Já nos programas de mestrado, os alunos se dividem em áreas como a de cobertura de esportes, cultura e relações internacionais.

Um dos destaques na instituição vem do Moody College for Communication, responsável pelo Writing Support Program (em português, “Programa de Apoio à Escrita”), em que cada aluno tem direito a buscar ajuda para melhorar seu desempenho em algum estilo. Pode ser o pontapé inicial para um artigo acadêmico, o brainstorm para uma peça, ou mesmo uma orientação para superar alguma dificuldade em escrever notícias ou reportagens longas. Tudo isso faz parte das atividades oferecidas pelo programa, que não cobra qualquer tipo de taxa dos estudantes da Universidade do Texas em Austin.

Para os candidatos ao PhD, uma boa alternativa - semelhante ao que acontece na Universidade

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Columbia - é se candidatar às vagas disponíveis de professor assistente. Assim, é possível conseguir um auxílio para a tuition e também um seguro-saúde.

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O mineiro Mauro Sérgio Silva fez sua graduação e mestrado em Belo Horizonte, na UFMG. Começou a aprender inglês durante a graduação e, com apenas 27 anos, é bolsista de PhD em Neurociência

na Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia.

Foi só ao passar pelo processo seletivo que ele se deu conta de que a graduação no Brasil é muito forte. “No Brasil, quando a gente vê pessoas que fazem PhD fora, a gente pensa que não é nossa realidade”, afirma ele. “Quando eu vim, achei que a educação que eu tive no Brasil não era suficiente, mas ela é mais do que suficiente”, completa.

Casos como o de Mauro são mais comuns do que parecem. Em uma visita à Nova Zelândia, a convite da Education New Zealand, o Estudar Fora conversou com diversos estudantes que faziam sua pós graduação com bolsa no país – tanto em Auckland, o destino mais comum, como em Wellington e Dunedin. A impressão de todos é que o processo de candidatura é simples, mas exige dedicação.

Entre estes bolsistas está a paraibana Pollyane Diniz que, após um doutorado completo na Universidade

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA É MAIS QUE SUFICIENTE”, DIZ BOLSISTA DE PHD NO EXTERIOR

Confira os depoimentos de três brasileiros sobre o processo de candidatura para um PhD na Nova Zelândia. “Descobri que a graduação brasileira é muito forte”, diz um deles.

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de Victoria em Wellington, foi contratada pelo departamento de admissões da Universidade. Hoje, ela trabalha justamente com a avaliação e seleção dos candidatos aos programas e às bolsas das universidades.

No vídeo abaixo, os estudantes Mauro Sérgio e Jéssica Santiago, que faz PhD em Física, comentam a sua experiência com a application, e Pollyane fala um pouco sobre o processo e as falhas mais comuns que ela percebe durante a avaliação dos candidatos.

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A EDUCAÇÃO BRASILEIRA É MAIS QUE SUFICIENTE”, DIZ BOLSISTA DE PHD NO EXTERIOR

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A decisão de cursar uma pós-graduação stricto sensu – seja mestrado, doutorado ou PhD – já é por si só uma tarefa desafiadora. E torna-se ainda mais assustadora se a ideia for estudar

em outro país, com uma cultura acadêmica totalmente diferente. Para começar, é preciso ter a consciência de que muitos desafios precisarão ser superados ao longo deste caminho. de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia.

A ansiedade é um sentimento muito comum neste processo, assim como a dúvida de como algumas situações específicas devem ser enfrentadas e quais decisões devem ser tomadas. É evidente que escolher, por exemplo, a melhor forma de comunicar-se com seu professor ou supervisor é ainda mais difícil quando não se tem referência alguma a respeito das especificidades da cultura acadêmica do país ou da instituição. Contudo, algumas condutas podem ajudar a minimizar esses percalços. Gostaria de compartilhar quatro sugestões básicas, com base em minha experiência pessoal, que poderão ser muito úteis para o sucesso do seu período de estudo e pesquisa no exterior.

4 DICAS PARA QUEM VAI FAZER DOUTORADO OU PHD NO EXTERIOR

Especialista dá dicas de como se adaptar um ambiente acadêmico diferente e estabelecer bons relacionamentos na sua área de estudo.

Por Doutora Nirupama Shridhar

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4 DICAS PARA QUEM VAI FAZER DOUTORADO OU PHD NO EXTERIOR

#1 COMUNIQUE-SE DIRETAMENTE COM SEUS PROFESSORES, MENTORES OU COM O PESQUISADOR PRINCIPAL Não hesite em aproximar-se dos professores, mentores ou do pesquisador principal. Inicialmente, ficava insegura se meu supervisor não respondesse rapidamente aos meus e-mails. Mas, depois de algum tempo, eu percebi que eles são pessoas extremamente ocupadas. Nunca leve para o lado pessoal caso não receba o retorno imediato.

Se você acha que está sobrecarregado, pense novamente. Muitos professores e pesquisadores principais fazem malabarismo com seu tempo, dividindo-se entre escrever pedidos de bolsas; redigir ou supervisionar papers que estão sendo escritos; gerenciar pesquisas e direcioná-las para subvenções existentes; supervisionar seus laboratórios; ministrar aulas; executar as responsabilidades inerentes ao seu departamento; e ainda transitar entre os grupos políticos (que existem em toda universidade). Portanto, aquele e-mail enviado a ele na sexta-feira à tarde, ainda estará, na segunda-feira, no final de uma pilha de mensagens e não é difícil imaginar que a resposta, por sua vez, levará alguns dias.

Uma forma de contornar esse problema, poupar tempo e evitar ansiedade é checar se seu professor sentir-se-ia confortável em recebê-lo por alguns minutos em seu escritório para algumas perguntas rápidas ou críticas. Isso foi o que eu fiz, funcionou e, inclusive, ajudou a estreitar o relacionamento com meu supervisor. Aprender a gerenciar a comunicação é uma habilidade que ajuda em qualquer situação. Esteja, portanto, certo de que assimilou essa lição.

#2 SEMPRE PEÇA AJUDAQuando entrei pela primeira vez em um laboratório, resisti muito em pedir ajuda sobre como usar as ferramentas estatísticas, com as quais até então eu nunca havia tido contato. Considerava isso a maior dificuldade de todos os tempos. Mas, quando eu finalmente deixei de ser resistente nesse sentido, aprendi que ninguém espera que você comece uma atividade, seja ela qual for, sabendo exatamente como

tudo funciona. Foi então que minha pesquisadora chefe apontou que existe uma curva de aprendizado normal e colocou à disposição um cientista sênior para me apoiar. Essa atitude me ensinou não só que aprender é parte do processo, mas também que quando se pede ajuda está subentendido que você já tem as habilidades necessárias para concluir a tarefa que lhe foi atribuída.

Sim, é desconfortável dizer que não sabe. Mas, nesse caso, é preciso fazer as pazes com o desconforto e perguntar! Por exemplo, se não tem certeza do que está sendo solicitado, peça por um modelo. Ou melhor, fale com outra pessoa do laboratório que anteriormente tenha realizado essa tarefa, ela lhe dará algumas dicas. Uma vez que você explique educadamente que se trata de algo novo, toda a ajuda que precisa lhe será oferecida. Saiba que muitos professores têm um profundo cuidado com seus alunos e querem promover um ambiente que realmente viabilize o aprendizado. Buscar ajuda necessária explicita sua vontade de aprender.

#3 APROXIME-SE DE OUTRAS PESSOAS E PARTICIPE DE ATIVIDADES DE LAZEREsteja em contato constante com outros estudantes internacionais. Explore comitês de diversidade, grupos de defesa e assine newsletters do departamento. Na minha universidade, por exemplo, existem grupos que conectam os estudantes de pós-graduação que estão em minoria, assim como serviços exclusivos para alunos de outros países, diversos clubes e eventos do campus, todos criados para integrar e celebrar a diversidade cultural. Também é igualmente importante expandir os horizontes, desenvolvendo novos interesses e hobbies. Participar de uma liga esportiva ou de um grupo é uma maneira divertida de fazer novas amizades e conhecer pessoas afins. Como a carga horária do curso geralmente é muito intensa, é crucial “despressurizar” tendo uma vida social e ativa fora do laboratório.

#4 FAÇA NOVOS CONTATOS DENTRO DA SUA ÁREA DE ATUAÇÃOEm uma pós-graduação, as aulas, o trabalho no laboratório e os eventos acadêmicos não são as

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únicas atividades necessárias. Desde o início é preciso olhar à sua volta e perceber o que pode ser adequado a você. Muitos estudantes cometem o erro de procurar trabalhos no último momento. Inscrever-se em feiras ou eventos de apresentação de oportunidades de trabalho, dentro da universidade, pode ser conveniente até mesmo se você não estiver efetivamente à procura de uma posição.

Encontre as bolsas de estudo disponíveis em sua área: muitas agências federais e estaduais aceitam estagiários em seus projetos, assim como as entidades sem fins lucrativos admitem voluntários. Algumas oportunidades são a porta de entrada e permitem expandir sua rede de contatos e construir um currículo que tenha aplicabilidade na vida real. Outra opção para desenvolver uma rede de contatos em sua carreira é participar de sociedades profissionais, identificar associações locais e regionais para relacionar-se de forma ativa e inscrever-se em eventos abertos para estudantes. Esse tipo de atividade pode ser a chance de você enxergar onde gostaria de estar quando concluir os estudos.

Claro que na minha experiência pessoal enfrentei muitos desafios, mas eles me fizeram perceber que eu não estava sozinha. Centenas de estudantes como eu estavam no mesmo barco e sobrevivendo em novos ambientes acadêmicos. Lembre-se que você está ingressando em uma cultura acadêmica diferente da sua, por isso, esteja disposto a compreender uma perspectiva diferente e, acima de tudo, preparado para vivenciar novas experiências. SOBRE A AUTORAA Doutora Nirupama Shridhar nasceu na Índia e é atualmente pesquisadora de saúde pública americana, professora na universidade Seattle Central Community College e colaboradora convidada do Editage Insights, portal de educação responsável por sediar webinárs e workshops para pesquisadores e estudantes.

4 DICAS PARA QUEM VAI FAZER DOUTORADO OU PHD NO EXTERIOR

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TextosPriscila Bellini

EdiçãoNathalia Bustamante Design Danilo de PauloRenata Monteiro Fundação Estudar, 2016