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[DOSSIER] Mercado Imobiliário e Turismo Residencial [ESPECIAL] Geriatria Exemplos de Sucesso na Gestão Autárquica Turismo e Lazer

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[DOSSIER]

Mercado Imobiliárioe Turismo Residencial

[ESPECIAL]

Geriatria

Exemplos de Sucessona Gestão Autárquica

Turismo e Lazer

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Abril 2005 | Revista País Positivo nr 4 | 3

[Coluna 3][FICHA TÉCNICA]

.: Administração e Propriedade :.Iberbyte - Soc. de Multimédia,Audiovisual e Publicidade, Lda

.: Morada :.Rua de Santa Catarina,

nr 706 - 5ºandar, sala 501.4000-446 Porto

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.: Director :.Luís Ribeiro

.: Editora :.Alexandra Carvalho Vieira

.: Redacção :.Susana Machado,

Manuela Bártolo Sá, Nuno Gomese Ana Santos.

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.: Publicidade :.Helena Braga, Hugo Cunha,

Luís Martins, Paulo Félix,Pedro Albergaria,

Sebastião Penas, Vitor Homero.

.: Produção :..: Grafismo e Paginação :.

Teresa Bento e Ana Oliveira

.: Edição Online :.Elisabete Ferreira

.: Website :.www.paispositivo.org

.: Dep. Financeiro :.Fernanda Pereira

.: Periodicidade :.Bimestral

.: Distribuição :.Jornal Público [2 de Abril de 2005]

.: Impressão :.Heska Portuguesa - Indústrias

Tipográficas, S. A.

.: Nr. Depósito Legal :.215441/04

2005 – Ano Internacional daFísica [4 a 18]:: Jorge Sampaio aponta a Fí-sica como caminho para o de-senvolvimento

:: “É urgente reestruturar o sis-tema de ensino e de formaçãoprofissional português”Entrevista a José Dias Urbano, presi-dente da Sociedade Portuguesa de Fí-sica [SPF] e Comissário Nacional parao Ano Internacional da Física

:: “Precisamos de atrair maisjovens para a Física”Entrevista a Francisco Sousa Soares,gestor do POCI 2010

:: “O país só pode progredircom mais alunos em Física”Entrevista a Ramôa Ribeiro, presiden-te da Fundação para a Ciência eTecnologia

:: “Os novos desafios da físi-ca passam pela interligação aoutras ciências”Entrevista a Margarida Godinho, presi-dente do Departamento de Física daFCUL

:: “Física é o entendimento doUniverso”Entrevista a José António Salcedo, res-ponsável por uma empresa industrialde alta tecnologia

Dossier [20 a 35]Mercado Imobiliário e TurismoResidencial

Delegações do Ministério daCultura são instrumentos pri-mordiais para o desenvolvi-mento das regiões [36 e 37]Entrevista a Celeste Amaro, delegadaregional da Cultura do Centro

Cidades e Regiões Digitais[46 a 48]Turismo e Lazer [51 a 54]Exemplos de Sucesso na Ges-tão Autárquica [56 a 63]Especial [68 a 82]Geriatria

A revista País Positivo, em parceria com aPositiva eventos, tem o prazer de apresen-tar no Centro de Congressos de Alfândegado Porto, logo à noite, a Antena 3 Party Zone,um evento de música electrónica emultimédia, que pretende promover o con-tacto com as realidades culturais actuaisdo mundo global.

Assegurar e contribuir para a vinda aPortugal de artistas conceituados e apontarcaminhos para a consolidação da culturaurbana, é outro dos objectivos a alcançarcom a realização deste evento.

Celebrar a vida, em ambiente de festa, logoà noite junto ao Douro, é mais um contributodesta equipa para o afirmar de uma atitudepositiva perante as adversidades com quetodos nos confrontamos diariamente.

Como para nós o futuro é agora, e o passa-do também é agora, dedicamos a capa des-ta revista à celebração do Ano Internacionalda Física, dando voz aos principais respon-sáveis pela investigação cientifica emPortugal.

De realçar também a constante preocupa-ção de Jorge Sampaio pelas matérias dainvestigação científica, da inovação e da con-tínua preocupação em apontar este cami-nho, como solução incontornável para o de-senvolvimento sustentável de Portugal.

Encerramos este trabalho com uma preo-cupação actual, que tem a ver com o enve-lhecimento da população portuguesa e doscuidados disponibilizados aos que depois dedarem o seu contributo ao país, se veêmtantas vezes marginalizados, incom-preendidos e até ignorados!

É urgente a concertação de políticas quepermitam elevar no idoso a sua dignidadeperante a sociedade activa e criar condiçõespara que a compreensão e o elevar da auto-estima sejam ferramentas do quotidiano decada um de nós.

Saudações Positivas e até [email protected]

[Índice]

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Naquele que foi o primeiro acto das come-morações do Ano Internacional da Físicaem Portugal, o Presidente da República

apontou a Física como um vector essenci-al para potenciar o desenvolvimento

e a inovação em Portugal. Em declaraçõesà País Positivo, Jorge Sampaio, apelou ao

envolvimento dos portugueses para que seconvertam à necessidade de estudar

ciências.

“O grande desafio, nestes dias em que um novo governocomeça no país, é a necessidade de estarmosdireccionados para a ciência, para a inovação, para astecnologias como a única fonte verdadeira para a trans-formação do país em algo de desenvolvido, e que possaaspirar a um papel que não seja meramente periférico àescala mundial”. Foi este o mote do discurso do Presi-dente da República, Jorge Sampaio, na cerimónia de lan-çamento do Ano Internacional da Física, na Escola Secun-dária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa.

Perante uma plateia repleta de alunos, professores, físi-cos e cientistas, Jorge Sampaio enalteceu a ciência nolançamento do ano em que se celebram os cem anos dapublicação dos cinco artigos de Albert Einstein que mu-daram a Física e o mundo. “Estou rendido à necessidadeextrema de termos cada vez mais pessoas a movimentar-se nas ciências de uma forma activa e militante”, afirmou,mostrando-se “feliz por não ser habitual uma audiênciade pessoas que se interessam pela Física”.

Tendo em conta o objectivo da União Europeia em tornar-se, até 2010, na economia mais competitiva do mundocom base no conhecimento, investindo três por cento doProduto Interno Bruto, em média, até essa data, o Presi-dente da República salientou a importância do país for-mar mais cientistas: “Precisamos de cientistas em Portu-gal e isso joga-se muito nas escolas secundárias. Nos úl-timos anos temos tido a criação de um corpo de cientis-

tas de relevo, mas temos de os fixar em Portugal, porquehoje a mutação e a necessidade de atrair cientistas queoutros formam é muito significativa. Basta recordar ochanceler alemão que queria que fossem para a Alema-nha 20 mil indianos, ou a grande massa dos melhorescientistas que existem nos Estados Unidos que são deorigem chinesa ou indiana. E a Europa ou dá uma volta dereforço científico, e lhes consegue encontrar carreiras eapoios para projectos, ou então ficará ‘entalada’ entre oOriente, que está a um ritmo avassalador, e os EstadosUnidos onde muitos cientistas acabam por aportar faceaos chamarizes das universidades ou dos institutos”, re-velou.

Comemorações importantes para democratizar a Físicana sociedadeRelativamente às comemorações do Ano Internacional deFísica, Jorge Sampaio confessou à País Positivo “ser uma

:: Jorge Sampaio aponta a Física como o caminhopara o desenvolvimento ::

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ideia magnífica” para promover junto de toda a socieda-de a importância da Física, democratizando-a. Nesse sen-tido, e pelo facto da Física não ser fácil e requerer novasformas de ser ensinada para ser estimulada, deixou umamensagem aos professores, dizendo que o que farão nospróximos dez anos será crucial para o país. “Sei que nãosão muitos os estímulos, mas um bom professor motivaos alunos, um mau professor afasta os alunos. Devem

levar isto como uma missão. É por aí que nós nos pode-mos diferenciar, e quem escolher essa carreira que é dura,exigente, mas também que nos obriga a cultivar algo quevai ter um contributo muito importante para o nosso futu-ro”.

Daí a esperança em que este seja o ano de lançamentoda Física em Portugal, em paralelo com a matemática e oportuguês, “três áreas fundamentais de que o país preci-sa como de pão para a boca”.A par da celebração do Ano Internacional da Física come-mora-se também o centenário do Annus Mirabilis da pro-dução científica de Albert Einstein (em 1905 Einstein pu-blicou cinco trabalhos seminais da Física Moderna), con-siderado mundialmente um modelo de cientista e cida-dão.

Confrontado se este pode então ser o Annus Mirabilis daFísica em Portugal, Jorge Sampaio preferiu não arriscartão alto: “Já nem peço um Annus Mirabilis. Interessa-meé que os portugueses se convertam à necessidade deestudar ciências em Portugal”, concluiu. #

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José Dias Urbano, presidente da SPF,é o rosto visível do Ano Internacional da

Física em Portugal. Acérrimo defensor daimportância da Física na sociedade mo-

derna, acredita que só uma boa educaçãonessa ciência poderá facultar “os instru-

mentos necessários para edificara infraestrutura científica essencial parao desenvolvimento”. Em entrevista à País

Positivo, o docente da Universidade deCoimbra apresenta objectivos, iniciativase perspectivas para as celebrações que

vão ter lugar até final deste ano.

2005 é o Ano Internacional da Física. Porquê a esco-lha deste ano para se comemorar esta iniciativa?A escolha de 2005 deve-se ao facto de este ano ser o cente-nário do Annus Mirabilis de Albert Einstein, o ano em que ogrande cientista, então com 26 anos de idade, publicou umconjunto de trabalhos revolucionários que são outros tantosmarcos do desenvolvimento da Física Moderna. Num deles,Einstein criou sozinho a teoria da relatividade. Noutro, dedu-ziu a mais famosa equação do mundo, E=mc2, que pelaprimeira vez nos fez olhar para a massa e para a energia, atéentão consideradas como conceitos desligados um do outro,como dois aspectos duma mesma realidade. Noutros aindatornou evidente a realidade das moléculas. E, naquele quefoi galardoado com o prémio Nobel, deu corpo à hipótese dePlanck, dos quanta de luz.

Quais os objectivos da comemoração desta data?Além de lembrar Einstein, com a celebração do Ano Internaci-onal da Física, pretende-se chamar a atenção para a impor-tância que esta disciplina teve na criação da sociedade mo-derna e para a importância que ela tem na suasustentabilidade. Na verdade, como reconhece a resoluçãoda Assembleia Geral da ONU que declarou 2005 como o AnoInternacional da Física, a Física fornece uma base importan

te para o desenvolvimento da compreensão da natureza, eas suas aplicações são a base de muitos dos avançostecnológicos de hoje e a educação em Física fornece os ho-mens e as mulheres com os instrumentos necessários paraedificar a infraestrutura científica essencial para o desenvol-vimento.

Tem-se sentido um crescente desinteresse dos jovenspela Física. Quais as causas que têm levado a quecada vez menos jovens detenham interesse por estaciência?A Física, que por ser a ciência da natureza até pode ser diver-tida, é, no entanto, uma disciplina exigente: o seu estudo re-quer esforços intelectuais intensos, regulares e prolongados.Além disso, como Galileu se apercebeu primeiro do que qual-quer outro, a natureza só se deixa compreender em lingua-gem matemática. Tudo isto são desvantagens para a Físicaem sociedades lúdicas viradas para a intensificação do con-sumo. E a Física, nesse confronto, tem perdido!

José Dias Urbano,presidente da SPF e e Comissário Nacional

para o Ano Internacional da Física

:: Presidente da Sociedade Portuguesa de Física [SPF]e Comissário Nacional para o Ano Internacional da Física,

defende “É urgente reestruturar o sistema deensino e de formação profissional português” ::

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Esta é uma situação que acontece só em Por-tugal ou o desinteresse assume-se de umaforma generalizada?Da resposta à pergunta anterior, o afastamento dosjovens da Física, das ciências físicas e das engenha-rias é um fenómeno civilizacional e verifica-se dummodo geral em todos os países desenvolvidos ouem desenvolvimento. No nosso país a situação foiagravada pelo pouco cuidado que houve em asse-gurar a qualidade do ensino e da aprendizagemaquando da massificação do nosso sistemaeducativo.

“É possível, desejável e urgentereestruturar o sistema de ensino

e de formação profissionalportuguês.”

De que forma é que se pode inverter esta situ-ação?As formas de inverter a situação são muitas e varia-das, mas todas elas entroncam no aumento do apre-ço público pela Física e na melhoria do ensino dafísica nas Escolas. No sítio da Sociedade Portugue-sa de Física na web, www.spf.pt, pode-se consultar odocumento de estratégia desta sociedade para ce-lebrar o Ano Internacional de Física 2005, onde seapresentam exemplos de actividades que pretendemalcançar aqueles e os outros objectivos.

Uma das soluções que se tem apresentado éuma reestruturação do sistema de ensino. Épossível modificá-lo, tornando-o mais experi-mental e menos teórico?É possível, desejável e urgente reestruturar o siste-ma de ensino e de formação profissional português.Isso só não foi feito ainda porque os sucessivos go-vernos se têm deixado aprisionar por interessescorporativos baseados em ideologias educativas que,além de incapazes, são inibidoras da criação do ca-pital intelectual mínimo necessário para o sucessoindividual e colectivo em sociedades fundadas so-bre o conhecimento científico. E o resultado está àvista de qualquer observador imparcial: os portugue-ses não são sequer capazes de produzir a riquezaque consomem!

Física, cultura e desenvolvimento. É esta a filosofia que a So-ciedade Portuguesa de Física pretende fazer chegar junto dapopulação?A Sociedade Portuguesa de Física, em sintonia com as sociedades deFísica de todo o mundo, a Organização das Nações Unidas para aEducação, Ciência e Cultura e a Assembleia Geral das Nações Uni-das, gostaria que os portugueses e os decisores políticos, culturais eempresariais se convencessem de que existe, de facto, uma ligaçãomuito estreita entre as ciências da natureza [e a Física, em primeirolugar], a cultura pós-industrial e o desenvolvimento e sustentabilidadedas sociedades modernas. Enquanto isto não for feito, os projectos dedesenvolvimento da nossa sociedade serão sempre necessariamen-te subsidiários de outros, continuando nós à espera de milagres queteimam em não se concretizar.

Sendo este o Ano Internacional da Física muitos eventos se-rão organizados nesse sentido. Que actividades vão ser de-senvolvidas?Escolas, instituições do Ensino Superior, bibliotecas, museus, associa-ções de estudantes, associações de ciência, de cultura e de lazer,câmaras municipais, empresas, entre outros, realizaram, vão realizarou estão a organizar actividades destinadas a celebrar o Ano Internaci-

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onal da Física. Há um grande entusiasmo por todo o paísque, como presidente da Sociedade Portuguesa de Física eComissário Nacional para essa celebração, muito me aprazverificar. A grande maioria dessas actividades não é regista-da pelos órgãos de comunicação social, mas nem por issoelas são menos reais e eficazes junto dos alvos a que sedestinam. No website da SPF acima referido existe uma liga-ção a um outro onde se podem consultar os eventos a reali-zar nos próximos meses.

Será que este é o Annus Mirabilis da Física em Portu-gal?Não sei se será, mas gostaria muito que fosse! Era muitobom para todos nós que 2005 fosse um ponto de vira-gem na cultura dos portugueses.

Quais são os desafios que se colocam à Física para oséculo XXI?Para responder a esta pergunta, a Sociedade Alemã de Físi-ca realizou, de 3 a 9 de Março de 2005, o maior congressoda sua riquíssima história. Durante uma semana, 7.140 parti-cipantes, a maioria deles alemães, mas outros oriundos demuitos outros países, passaram em revista os grandes tópi-cos da Física actual, com ênfase nas questões em aberto.Seria estulto da minha parte procurar dar uma ideia, mesmoque pálida, da riqueza desse encontro. No entanto, não dei-xarei de referir três dificuldades e duas esperanças, todaselas situadas sobre linhas de pensamento abertas por AlbertEinstein. A primeira dificuldade refere-se à unificação numamesma teoria das forças electromagnéticas e gravitacionais,a segunda à quantização do campo da gravidade e a terceiraà origem e natureza da matéria negra. Quanto às esperan-ças, os recentes desenvolvimentos das técnicas dearrefecimento de sistemas atómicos pela luz; a recente ve-rificação experimental da condensação de bosões que ha-via sido prevista em 1924-1925 por Bose e Einstein aoaplicarem a teoria quântica a um gás molecular; e asrecentes verificações experimentais das estranhissimaspropriedades dos estados entrelaçados que Eisntein,Podolski e Rosen haviam “inventado” em 1935 para mos-trar a incompletude da mecânica Quântica, estes desen-volvimentos, dizia eu, abrem perspectivas de aplicaçõespráticas muito promissoras e até há bem pouco insuspeitadas.No capítulo das esperanças, devo ainda referir a esperançaque se deposita na fórmula E=mc2 para satisfazer as cres-centes necessidades de energia de sociedades cada vez maisávidas dum bem que começa a escassear. E também a es-perança que se deposita na aliança da física quântica com asciências biológicas para resolver problemas de saúde cujassoluções têm resistido às habituais aproximações puramen-te biológicas. #

Presidente da República, alunos, professores,físicos e cientistas participaram na Conferência“100 anos sobre as publicações de Einstein”,

a cerimónia de abertura do Ano Internacional daFísica em Portugal. A problemática do afasta-

mento dos jovens da ciência e a importância daFísica no mundo contemporâneo, serviram de

mote aos discursos proferidos.

A Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho foi o palco daConferência “100 anos sobre as publicações de Einstein”, acto quemarcou o arranque das comemorações do Ano Internacional deFísica em Portugal. Com esta cerimónia, a Sociedade Portuguesade Física (SPF) deu início às comemorações deste ano, feito ondeos alunos merecem especial atenção. “Há muitos estudantes quenão incluem a física nas suas prioridades para o futuro. Esta auto-exclusão afecta negativamente a economia de muitos países”, fri-sou José Dias Urbano, presidente da SPF e comissário nacionalpara as comemorações deste ano.

Nessa perspectiva, o evento, que contou com a presença do Presi-dente da República, Jorge Sampaio, e do presidente da comissãointernacional do Ano Internacional da Física, Martial Ducloy, inicioucom a participação de Carlos Fiolhais, um dos mais prestigiadosfísicos nacionais e catedrático na Universidade de Coimbra, quedemonstrou como aprender física pode ser uma diversão. Peranteuma plateia repleta de alunos, professores e individualidades daárea científica, o físico contou uma série de histórias, começandopor Galileu, passando por Newton e terminou em Einstein e no anomilagroso de 1905.

“Cem anos depois a física continua divertida e uma das diversões éformar a pirâmide humana e tentar encontrar alguém que subapara os ombros de Einstein e ascenda ao topo da pirâmide. Tantomais que o projecto dos últimos 30 anos de vida de Einstein, juntara força da gravidade à força electromagnética, continua por fazer”,afirmou.

De resto, para que se perceba a importância da contribuição deEinstein, é suficiente referir que a Teoria da Relatividade Restrita,uma das desenvolvidas em 1905, está na base de praticamentetodas as teorias físicas hoje conhecidas.

:: Subiu o panodo Ano Internacional

da Física ::

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Calendários do norte premiadosO ponto central da Conferência incidiu na sessão de distribuiçãodos prémios do Concurso Calendário 2005, organizado pela Socie-dade Portuguesa de Física. Direccionada para todas as turmas doensino secundário, com a iniciativa pretendeu-se obter um calendá-rio de 2005, de parede ou de mesa, em que aparecessem associa-dos aos dias, semanas ou meses, eventos relevantes da Física, taiscomo o nascimento ou morte de um físico importante, discussão,publicação ou reconhecimento público da sua obra.

Destaque para o facto das quatro escolas distinguidas se localiza-rem da Marinha Grande para norte. O primeiro prémio foi para aturma do 11º B da Escola Secundária Padre Benjamim Salgado(Vila Nova de Famalicão). A primeira menção honrosa foi para aturma do 12º I da Secundária Engº Calazans Duarte (Marinha Gran-de) e duas turmas da Secundária de Gondomar receberam a se-gunda. A terceira foi para a Escola Secundária de Monserrate (Vianado Castelo). Os alunos vencedores receberam um cheque-disco,uma mochila e livros da Gradiva. As escolas foram brindadas comum novo equipamento informático e o professor responsável rece-beu uma viagem a Berna, para participar na Conferência Internaci-onal Trends in Physics.

É determinante que a sociedade se aproxime da ciênciaApós a entrega dos prémios foi dado lugar aos discursos, onde oPresidente da República aproveitou para felicitar a SPF pelaconcretização do Ano Internacional da Física. Jorge Sampaio con-fessou “estar rendido à necessidade extrema de termos cada vezmais pessoas que se movimentem na ciência de uma forma activae militante”. O Presidente da República lançou assim o repto aosalunos para que “não tenham medo da Física, pois ela está na basede muitas coisas do quotidiano”, acrescentando que “a ciência e atecnologia se apresentam talvez como a única maneira de transfor-mar Portugal num país verdadeiramente desenvolvido”.

Palavras corroboradas por Martial Ducloy que começou por desta-car o papel de Portugal na ratificação do Ano Internacional da Físi-ca-2005. O presidente da comissão internacional do Ano Internaci-onal da Física lembrou que “o objectivo principal é fazer com que aFísica, enquanto ciência, seja melhor entendida pelo grande públi-co”, reconhecendo que “não é uma área que tenha uma boa ima-gem, mas temos de inverter essa tendência”. Por sua vez, José Dias

Urbano, presidente da SPF, deixou algumas críticas ao sistema deensino português: “A última revisão curricular do ensino secundárionão permite que um aluno inscrito em biologia, por exemplo, seinscreva em química ou física. Mas espero, sinceramente, que quan-do esta revisão infeliz atingir o 12º ano já esteja suspensa”, comen-tou.

Marcas que acabam por contribuir para a insuficiente formação decientistas, engenheiros e docentes “na quantidade e qualidade ne-cessárias para promover o desenvolvimento das sociedades funda-das no conhecimento científico e assegurar a sua sustentabilidade”.

Nova geração de físicos em PortugalMiguel Fiolhais e César Vieira foram dois espectadores atentos àcerimónia e às palavras dos intervenientes. Estudantes de Física,na Universidade de Coimbra e de Engenharia Aero-Espacial, no Ins-tituto Superior Técnico, respectivamente, são dois alunos que fa-zem do gosto pela Física a chave do seu sucesso.

Miguel Fiolhais, participou já por duas vezes nas Olimpíadas deFísica, e reconhece “que parte desta sua paixão se deve claramen-te às olimpíadas”. Quanto ao papel da Física, o estudante universi-tário considera que “tem uma carga importantíssima na sociedadeem geral e penso que estes eventos servem para reforçar essaimportância”.

Instado a comentar o porquê do afastamento dos alunos desta ci-ência, César Vieira é de opinião “que cada vez mais as pessoashabituam-se a ter tudo de forma muito fácil. As pessoas têm deolhar para a Física como um todo, aproveitar a beleza desta área,incentivando-asa descobrir mais. A Física é um mundo muito gran-de e quando abrimos a porta nunca mais de lá saímos porque hásempre algo de novo para aprendermos”, concluiu. Refira-se que oaluno foi terceiro classificado nas Olimpíadas Ibero-Americanas, re-alizadas no Brasil. #

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[2005 - Ano Internacional da Física]

10 | Revista País Positivo nr 4 | Abril 2005

O físico Martial Ducloy, presidente da comissãointernacional que rege as comemorações do

Ano Internacional da Física, e antigo presidenteda Sociedade Europeia de Física, acredita que ocentenário do Annus Mirabilis de Einstein pode-rá ser um ano de viragem para a ciência. Ementrevista à País Positivo, Martial Ducloy deunota positiva ao esforço da Sociedade Portu-

guesa de Física para que a ciência seja melhorentendida pelo grande público.

Qual é o objectivo central deste Ano Internacional da Físi-ca?O objectivo principal é fazer com que a Física, enquanto ciên-cia, seja melhor entendida pelo grande público. Para que secompreenda que a física é uma ciência viva, que coloca ques-tões e que pode responder a problemas do século XXI, comoa produção de energia, o respeito pelo meio ambiente, osproblemas da saúde ou da medicina, onde a física tem umagrande importância. A física é uma ciência que avança e nãonos podemos esquecer disso. Não é uma área que tenhauma boa imagem, mas temos de inverter essa tendência.

Esta iniciativa pode trazer mais jovens ao encontro da físi-ca, nas escolas secundárias e nas universidades?É esse o fim a atingir. Que os jovens venham ao encontro dafísica e também de outras ciências, como procuraram duran-te anos a economia e a gestão. Que vejam na física os mes-mos interesses práticos que viram noutras áreas durante anos.Para os mais novos a Física é considerada uma ciência difícilde aprender, mas o objectivo é que eles compreendam, des-de cedo, que também pode ser divertida. Claro que, por ve-zes, os professores não são tão bons como deveriam ser,mas este pode ser o primeiro passo para que se mude estamentalidade

Acha que o Ano Internacional da Física também pode con-tribuir para aumentar a cultura científica da sociedade emgeral?Isso também é importante. Temos de melhorar os conheci-mentos científicos da sociedade. Temos de fazer com que,no seio das famílias, se consiga transmitir aos mais novos o

que é a física realmente e qual a sua utilidade e importância.Devemos virar-nos para o público. O ano da física não podeser só as comemorações em torno de Einstein, nem reuni-ões fechadas entre físicos. O físico tem de descer da suatorre de marfim e encontrar-se com as pessoas comuns eexplicar aquilo que faz.

Em concreto, qual a importância da física no mundo con-temporâneo?O impacto da Física não se centra somente nos avanços dosconhecimentos em Física, mas também nas suas contribui-ções noutras áreas do conhecimento. Se olharmos para oséculo XX podemos encontrar o contributo da Física na gran-de revolução da informática — tem as raízes na invenção dotransistor em 1948 pelos físicos John Bardeen, WilliamShockley e Walter Bratain, o que lhes valeu o prémio Nobelde Física em 1956. E não podemos esquecer também que aInternet — o famoso ‘http://www’ — teve seu nascimento comos físicos de partículas do Cern. Na Biologia, graças aos estu-dos de raios-X, o biólogo James Watson e o físico Francis Crickdesvendaram a estrutura do DN. Hoje há a área de diagnós-tico por imagens na física médica, composta de radiologia,medicina nuclear, ultra-sonografia, etc.. Todas essas técni-cas tiveram a forte participação de físicos. Enfim, a físicapermeia todas as áreas do conhecimento.

O que pensa do trabalho da SPF para a concretização des-ta iniciativa?Considero que estão a fazer um excelente trabalho. A SPF foiuma das principais impulsionadoras desta iniciativa e, nesseâmbito, está apostada na realização de uma série de even-tos interessantes, que permitirão divulgar a importância daFísica para a sociedade em geral. Na minha opinião, estão adesempenhar um trabalho muito eficiente e próximo das pes-soas, o que considero muito positivo. #

Martial Ducloy,presidente da comissão

internacional que rege ascomemorações do AnoInternacional da Física

:: Martial Ducloy, “pai” do Ano Internacional da Física,não tem dúvidas... “Temos de melhorar

os conhecimentos científicos da sociedade” ::

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[2005 - Ano Internacional da Física]

12 | Revista País Positivo nr 4 | Abril 2005

“Esperamos que no final de 2005 tenhasido possível aumentar o apreço pela

Física em Portugal”. Estes são os votos dogestor do Programa Operacional “Ciência e

Inovação” (POCI 2010), Francisco SousaSoares logo após a realização da conferên-

cia de abertura do Ano Internacional daFísica em Portugal, onde destacou a im-portância da Física para o aumento da

qualidade de vida das populações.

Hoje realizou-se o primeiro acto das comemoraçõesdo Ano Internacional da Física em Portugal. Está lan-çado um grande desafio ao país…A Física e a Matemática são a base do desenvolvimentotecnológico e, por isso mesmo, depois de se ter comemora-do já o Ano Internacional da Matemática faz todo o sentido acelebração do Ano Internacional da Física. É inegável que asmelhorias que se verificarem com estas celebrações benefi-ciarão, de um modo geral, toda a ciência, as engenharias eas tecnologias no País, o que confere uma amplitude muitomaior à celebração da Física. Importa também reter que Por-tugal foi, através da Sociedade Portuguesa de Física, - e emparticular do seu presidente, prof. Dias Urbano - um dos gran-des impulsionadores para que se comemorasse, em todo omundo em 2005 o AIF. É algo que nos deve encher de orgu-lho porque foi graças a um impulso nacional que foi possívelchegarmos até aqui.

Considera que foi uma batalha ganha?Sem dúvida, e vamos esperar que no final de 2005, quandofizermos um balanço, tenha sido possível transformar umconjunto de mentalidades em Portugal. O que importa é ex-plicar a Física de uma forma simples, fazê-la chegar aos jo-vens e que eles olhem para este conhecimento como umaforma de transformar para melhor os países. A Física podeajudar à melhoria da qualidade de vida das populações, apoi-ando o esforço no caminho do desenvolvimento sustentadoe do progresso dos povos. E se os jovens começarem a sentirque a Física é útil e que, por isso, a participação deles na áreada Física pode ser muito benéfica para as sociedades, pensoque estará ganha a batalha da comemoração do Ano Interna-cional da Física.

Contudo, nos últimos anos tem-se assistido precisa-mente ao contrário, isto é, são cada vez menos os jo-vens a estudar física…A Física obriga cada vez mais a um esforço grande paracompreender os próprios fenómenos, de concentração,de perseverança ao longo do ano, e com a quantidade desolicitações que a juventude tem à disponibilidade, aca-ba por não ser a mais adequada. Em simultâneo, precisa-mos cada vez mais de ter professores que sintam a Físi-ca, e que sintam a necessidade de explicar aos alunos deforma simples os fenómenos Físicos. Relembro o exem-plo de Rómulo de Carvalho, que tive a sorte de ter comoprofessor de Física no Liceu Pedro Nunes no início dosanos 70. Se assim for, acredito que no final deste anovamos ter mais jovens a ligar-se à Física.

O POCI 2010 vai estar a apoiar esse trabalho de divul-gação da Física na sociedade?O POCI 2010 - Programa Operacional “Ciência e Inovação” -celebrou um contrato de financiamento com a SociedadePortuguesa de Física [SPF], em Novembro de 2004, no DiaNacional da Cultura Científica. Estaremos sempre disponíveispara apoiar os bons projectos e estou certo que a SPF estaráà altura deste grande desafio que são as comemorações emPortugal do Ano Internacional da Física em 2005. De resto,vamos manter a nossa actuação assente em linhas estraté-gicas já há algum tempo definidas com o objectivo de vencero atraso científico, expandir a inovação e promover a culturacientífica e tecnológica.

Quais os moldes e objectivos desse contrato estabe-lecido com a Sociedade Portuguesa de Física?Trata-se de um financiamento de 634 mil euros que vai per-mitir a realização de diversas acções com vista ao cumpri-mento de objectivos, como o aumento do apreço público pelaFísica, melhoramento do ensino da Física nas escolas, refor-çar o papel da Física no Ensino Superior, reforçar o papel dosfísicos na sociedade e, na base de todos eles, cativar os jo-vens para o estudo da Física. #

:: Francisco Sousa Soares, gestor do POCI 2010, reforça“Precisamos de atrair mais jovens para a Física” ::

Francisco Sousa Soares,gestor do POCI 2010

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Abril 2005 | Revista País Positivo nr 4 | 13

No âmbito das celebrações do AnoInternacional da Física, a Fundação

para a Ciência e Tecnologia [FCT] temorganizado diversas iniciativas, querdirectamente, quer apoiando outras

instituições.Em entrevista à País Positivo,

Fernando Ramôa Ribeiro, presidentedesta Fundação, mostrou-se optimista,revelando confiança de que este pode-

rá ser “um ano de viragem”.

Comemora-se em 2005 o Ano Internacional da Física.Qual a importância destas celebrações para a socie-dade em geral?É muito importante aproveitar este ano para amenizarum problema grave da sociedade portuguesa que é afalta de vocação de jovens para a Física. Actualmente,há indicações de que só cerca de três mil alunos fazemFísica com nota superior a dez no 12º ano, o que é, defacto, muitíssimo pouco porque é nesse conjunto dealunos que estão os potenciais candidatos às Engenha-rias, Física, Matemática, Química ou Biologia. Portanto,temos de aproveitar este Ano Internacional da Físicapara mostrar como a Física é importante, como a Físicaestá no nosso quotidiano, como tem contribuído emtudo o que é evolução tecnológica. Pode ser uma opor-tunidade excepcional para dizermos aos jovens que aFísica é importante e que, se não tivermos mais alunosnessa área, o país não poderá progredir nem poderáser um país inovador como queremos.

Sendo a Física um factor de desenvolvimento e inova-ção, como é que explica o crescente afastamento dosjovens?Penso que há várias explicações, nomeadamenteo “papão” da matemática. Hoje os jovens têmmedo da Física. Geralmente, considera-se que as

ciências sociais e humanas são mais fáceis deaprender, mas acho que isto tem muito a ver como ensino. É uma realidade que existe pouco ensi-no experimental. É deveras importante que essasituação se altere, pois com o ensino experimen-tal muitos jovens ficariam muito mais entusiasma-dos e interessados pela Física. Esse é um aspec-to fundamental a ser revisto. Para que isso acon-teça é necessário apetrechar as escolas porque oensino experimental exige equipamento e demaismaterial inerente à experimentação. Só com maismeios financeiros as escolas poderão estar pre-paradas, porque os custos de uma educação ex-perimental são mais elevados.

Ramôa Ribeiro,presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia [FCT]

:: Ramôa Ribeiro, presidente da Fundação para a Ciência eTecnologia, alerta “O país só pode progredir com

mais alunos em Física” ::

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Como presidente de uma instituição que promove acultura científica, quais são as suas expectativas paraeste ano?Como presidente da Fundação para a Ciência eTecnologia tenho esperanças que caminhemos no bomsentido. Temos feito uma aposta muito grande em re-cursos humanos qualificados, em muitos doutoradosem física e engenharias, de forma a que as empresasportuguesas sejam mais inovadoras, e isso vai criar ri-queza e mais investimentos na ciência e na investiga-ção.

De que forma a FCT tem promovido a divulgação daFísica junto da comunidade?A Fundação deu apoio à Sociedade Portuguesa de Física,não directamente, mas através das instituições que finan-ciamos e cujas iniciativas são muito importantes, entreas quais as escolas e universidades que estão a apresen-tar alguns projectos no âmbito das comemorações do AnoInternacional da Física. Paralelamente, temos realizadoalgumas conferências no âmbito do projecto “Despertarpara a Ciência”, que se têm revelado um sucesso nasvárias cidades onde se têm realizado, nomeadamente emLisboa, Faro, Coimbra e Porto. Está ainda a ser preparadoum conjunto de conferências e intervenções para que este2005 seja um ano de viragem, fazendo com que a Físicaseja mais visível para os jovens e para a sociedade emgeral. É de salientar também o papel que a Agência Ciên-cia Viva tem tido na divulgação da ciência junto dos jo-vens, nomeadamente através das actividades desenvol-vidas nas escolas que esperamos possam ser retomadascom a aprovação do novo concurso para projectos.

O lançamento de um livro sobre Albert Einstein vemnesse sentido, servindo como homenagem ao íconemáximo da ciência e divulgando os seus trabalhos..Sim, Einstein faz parte do nosso imaginário. Foi um ho-mem excepcional e foi percursor da física quântica, res-ponsável por tantas tecnologias que utilizamos no nos-so quotidiano, como é o caso dos telemóveis. Vamosentão aproveitar este Ano Internacional da Física parapublicar um livro sobre a vida dele, as investigações edescobertas. No fundo, será uma publicação de carác-ter didáctico e, numa altura em que os jovens precisamde referências, acho que Albert Einstein é uma referên-cia mágica.

Acredita que este pode ser o Annus Mirabilis para aFísica em Portugal?Acredito que sim e tenho bastantes esperanças que issoaconteça. #

Prémio Rómulo de Carvalho foi o nomeque os responsáveis pela Sociedade

Portuguesa da Física (SPF) escolheranpara designar o galardão destinado a

reconhecer os melhores professores deFísica do Ensino Secundário. Por decisão

da Assembleia Geral da ONU, 2005 éoficialmente o Ano Internacional da Físi-ca. Assim, valorizar o papel da Física e

dos físicos na sociedade são alguns dospropósitos a atingir com este tipo de

iniciativa.

Em ano de comemoração do centenário de algumasdas mais importantes descobertas científicas deAlbert Einstein, a Sociedade Portuguesa de Física(SPF) e outras organizações no resto do mundo pro-moveram um vasto conjunto de actividades no âm-bito da disciplina.

Aumentar o apreço público pela Física e contribuirpara a melhoria do ensino nas escolas é, ainda, ou-tra das aspirações do projecto. Entre as várias ac-ções que a SPF promoveu no âmbito da Celebraçãodo Ano Internacional da Física, assume destaque um“concurso” destinado a dar visibilidade pública a al-guns dos melhores profissionais do ensino.

As nomeações para esta inovadora categoria de“óscares” poderão ser feitas por alunos e docentes.Cabe a cada um indicar o nome de um professor queconsidere ter mérito digno de reconhecimento públi-co. Se o nomeado aceitar, entra em concurso e umjúri encarregar-se-á de avaliar e condecorar a suaobra. No website www.spf.pt estão disponíveis maisinformações este galardão. #

:: Espécie de “óscar”premeia professores

da Física ::

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Usufruindo de uma posição confortável nopanorama científico nacional, o Departa-mento de Física da FCUL aposta na aber-

tura ao exterior da investigação e na trans-ferência de conhecimentos. Atrair maisjovens para a Física e desmistificar a

imagem de que esta é uma área inacessí-vel e maçadora é também um dos seus

objectivos.

“Este Departamento de Física é dos melhores do país”.As palavras pertencem a Margarida Godinho, presiden-te do Departamento de Física da FCUL, que desta for-ma justifica a importância deste núcleo universitárionum momento em que se comemora o Ano Internacio-nal da Física.

Segundo esta professora, o departamento, que contaactualmente com cerca de 60 professores doutorados,tem procurado contribuir para a dinamização do ensi-no e da investigação em Portugal, quer alargando oâmbito das licenciaturas oferecidas, quer promovendoa investigação em colaboração com grupos nacionais eestrangeiros. Assim, ao nível do ensino o Departamen-to de Física da FCUL oferece tradicionalmente licencia-turas e pós-graduações em Ensino da Física, Engenha-ria Física, em Oceanografia, Meteorologia e Geofísica euma licenciatura em Física. “Nesta última, no últimoano, abrimos, para além do ramo tradicional de Física,um ramo de Astronomia e outro de FísicaComputacional. Já este ano abrimos também uma li-cenciatura em Energia e Ambiente, que está a dar osseus primeiros passos”, recorda a docente.

Com o objectivo de promover uma formação adequa-da, com uma forte componente experimental, o depar

tamento tem vindo a fazer um esforço para reequiparos seus laboratórios que “ainda estão um pouco aquémdo que gostaríamos”. A nível dos últimos anos as difi-culdades vão sendo supridas com a utilização dos pró-prios laboratórios de investigação, “o que para os alu-nos acaba por ser muito bom”, confessa.

Já ao nível da investigação, o Departamento de Físicadesfruta de uma posição razoavelmente confortável,fruto de um trabalho de vários grupos que tem vindo aser desenvolvido há alguns anos, e que conta com umaforte cooperação a nível internacional.

Uma das apostas deste departamento passa agora porabrir a investigação ao exterior transferindo conhecimen-tos e procurando parcerias com a indústria. Algo quenos países mais desenvolvidos acontece com frequên-cia, onde as parcerias com os meios industriais estãojá bem estabelecidas. “No nosso país estamos a darpassos nesse sentido, ao procurar estabelecer as par-cerias adequadas e ao formar alunos que possam serintegrados nesses meios”, afirma a docente, acrescen-tando que “a nossa indústria procura ainda esses li-

Margarida Godinho,presidente do Departamento de Física da FCUL

:: Margarida Godinho, presidente do Departamento de Físi-ca da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

[FCUL], diz-nos“Os novos desafios da física passam pela

interligação a outras ciências” ::

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cenciados menos do que devia, talvez por uma falta decomunicação que nós, na Universidade de Lisboa,estamos agora a tentar cada vez mais colmatar”.

Pensar a Física como culturaMas quais os desafios da Física para o século XXI? ParaMargarida Godinho, e num momento em que se cele-bra o Ano Internacional da Física, “mantém-se natural-mente a importância do estudo das grandes questõesfundamentais não resolvidas no século XX”. No entan-to, “a interligação com as outras ciências, a muito fala-da interdisciplinaridade, será seguramente uma novariqueza da Física deste século”, defende a docente.

Um dos objectivos destas comemorações passa porpromover a Física como cultura, porque esta nos per-mite um olhar diferente sobre o mundo que nos rodeia.Para a Universidade, imbuída no espírito do Ano Inter-nacional da Física, esse objectivo passa pordesmistificar a ideia de que a Física é algo de inacessí-vel e maçador. Visando essa acção para o exterior, emagenda está já um conjunto de actividades, programa-das pelo Departamento de Física da FCUL, que se diri-gem a diversos públicos.

“Estamos a celebrar o centenário dos trabalhos deEinstein, portanto temos intervenções que são focadasnesse Annus Mirabilis, dirigidas algumas delas à co-munidade científica (ciclos de conferências, workshop)e outras mais orientadas para o público em geral, comoé o caso de uma das disciplinas de formação cultural,social e ética (FCSE), oferecida este ano pelo Departa-mento de Física , explica.

Existem ainda outras iniciativas, já centradas noutrostemas, mas que visam igualmente a divulgação cientí-fica e também uma intervenção ao nível do ensino se-cundário. Nesse sentido, o departamento oferece ocurso, “De Kepler aos fractais”, também no âmbito daformação cultural e social, curso acreditado como cur-so de formação contínua para os professores do ensi-no secundário. O conteúdo deste curso, publicado numlivro recentemente lançado pela Gradiva, constitui maisuma das contribuições associadas na Ano Internacio-nal da Física. “No fundo é uma disciplina que abordatemas relativamente complexos, de uma forma rigoro-sa, mas acessível para pessoas que não têm uma for-mação específica em física”, argumenta MargaridaGodinho.

No quadro mais geral de uma intervenção a nível naci-onal, a Sociedade Portuguesa de Física lançou um ape-

lo à realização de palestras nas escolas. “Este departa-mento respondeu a esse apelo com uma oferta de umvasto conjunto de palestras em diferentes áreas e te-mas, que as escolas solicitam de acordo com as suaspreferências. Com base nesta oferta livre, os docentesdo departamento têm tido uma intervenção significati-va a nível da divulgação da Física no ensino pré-univer-sitário, que continuará seguramente para além desteperíodo especial”, diz a docente.

“Temos pessoas de grande qualidadeao nível da investigação”

“Quando pensamos no papel da Física na sociedade, éevidente que não o podemos reduzir apenas àquilo quesão as suas aplicações tecnológicas. A Física como ci-ência precisa de sustentar toda uma investigação denatureza fundamental, também essencial para o desen-volvimento da própria tecnologia, que vai desde o estu-do do universo, até aos processos à escala sub-atómi-ca. Este departamento, como resultado da sua própriaevolução e forma de crescimento muito livre, reflectehoje, através da sua actividade de investigação, todaessa riqueza e diversidade de abordagens”.

A concluir, a docente mostra-se confiante no futuro daFísica em Portugal, defendendo que este está assegu-rado: “Não só através do Departamento de Física daFaculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, mastambém através da acção de outras instituiçõescongéneres. Temos pessoas de grande qualidade aonível da investigação”, remata. #

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A comunicação é um acto de transmissãomútua que revela uma das propriedades

da natureza humana que mais tem contri-buído para o desenvolvimento do Homemno desiderato de potencializar o progresso

social. Actividades que incrementam asrelações pessoais e o progresso económi-co associado ao estudo da física, “uma

ciência que investiga fenómenos naturais”e que a sociedade utiliza em proveito

próprio, nomeadamente, através do pro-gresso das telecomunicações.

Novas tecnologias que nasceram na física, e que CarlosSalema, presidente da Direcção do Instituto de Teleco-municações [IT], assegura terem começado “num racio-cínio matemático devido a Maxwell que, em 1873, anun-ciava que a luz e o campo electromagnético eram mani-festações da mesma realidade que se diferenciam pelocomprimento de onda. As quatro equações de Maxwellpermitiram a Hertz confirmar, em 1888, a existência deondas electromagnéticas, previstas por Maxwell e medira sua velocidade.

Baseado nos trabalhos de Hertz, Marconi desenvolveu umsistema de comunicações sem fios, com o qual conse-guiu em 1901 realizar a primeira comunicação rádio tran-satlântica e que lhe valeu , em 1908, o Prémio Nobel deFísica.

Segundo Carlos Salema a engenharia “aproveita osfenómenos descobertos pela física e procura aplicá-losao serviço do Homem”. Em Portugal, o ensino no secun-dário da Física e o ensino experimental não têm a impor-tância que deveriam ter, factores que põem em risco ofuturo da engenharia portuguesa, uma vez que o númerode candidatos aos cursos de engenharia é muito inferiorao necessário para o desenvolvimento económico do país.

Responsável máximo pelo IT, Carlos Salema tem incenti-vado o progresso de “uma instituição privada, sem finslucrativos e de utilidade pública, com o estatuto de labo-ratório associado”, que resulta da associação e privilegiaa colaboração entre universidades e entidades empresa-riais, como a “PT Inovação” e a “Siemens”.

Organizado em torno de quatro áreas temáticas, o IT de-senvolve actividades em “ciências básicas e tecnologiasde suporte”, “radiocomunicações”, “comunicações ópti-cas” e “redes e multimédia”. Uma aposta em áreas vitaispara o país, que procura promover as tecnologias de infor-mação e comunicação, visando a transição da “socieda-de de produção, para a sociedade de informação e, pos-teriormente, para a sociedade do conhecimento”. EmPortugal a despesa em I&D é ainda muito baixa [0.85 porcento do PIB, ou seja, menos de metade da médiaeuropeia] e o seu financiamento é maioritariamente pú-blico enquanto na Europa é privado. É portanto vital criaruma ponte entre a universidade e as empresas alterandoa situação actual

Para este responsável é ainda “urgente que se estabele-çam prioridades, porque Portugal é um país pequeno ecom poucos recursos pelo que deve concentrar os seusesforços, privilegiando instituições que aliem a competên-cia à massa crítica ”. #

Carlos Salema,presidente da Direcção do Instituto de Telecomunicações [IT]

:: Evolução da sociedade de produçãopara a sociedade do conhecimento depende

do estudo da Física ::

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José António Salcedo, ex-professor catedráticoda Universidade do Porto e responsável pelaMultiwave Photonics, uma empresa industrialde alta tecnologia, realça que a importância dese comemorar 2005 como o Ano Internacionalda Física “transcende largamente a ciência emsi e estende-se à necessidade de revisitarmosmuitos comportamentos sociais em necessida-

de de reforma”.

Como define Física?Para mim, Física é o entendimento do Universo, do mundoque nos rodeia. Só conseguimos entender o que nos rodeia,incluindo muito do que tem a ver com as pessoas e com oseu comportamento, se tivermos um nível adequado de co-nhecimentos de Física. Física é saber distinguir o essencialdo acessório, através da conceptualização de situações, des-cobrindo “leis” e “princípios” que as regem, pelo menos den-tro de certos limites. Física é a necessidade constante e im-periosa de tentar provar que princípios anteriormente consi-derados como “correctos”, afinal são incorrectos, porque sedescobre um fenómeno que contraria convicções antigas.Física é o primar da experimentação sobre os dogmas.

No seu entender, qual é a importância de se celebrar o AnoInternacional da Física em Portugal e no Mundo?Numa época de primado da intolerância e da superficialida-de, em tantas mentes, celebrar Física é celebrar tolerância edisponibilidade para aprender e melhorar. A importância, paramim, transcende largamente a ciência em si e estende-se ànecessidade de revisitarmos muitos comportamentos soci-ais em necessidade de reforma.

Da sua experiência, qual a sensibilidade dos portuguesespara esta área?Em geral é reduzida, em parte pelo nível educacional médioda população, em parte pelas atitudes isolacionistas da Uni-versidade, em parte pela demissão dos Físicos em promovera sua ciência. Creio que vai demorar algumas gerações aalterar a situação. É preciso perseverar, acreditando que éimportante.

O professor, numa altura da sua vida, decidiu recorrer a ca-pitais estrangeiros e avançar com a sua empresa, que hojese situa em Silicon Valley. Porque é que não permaneceuem Portugal?Aos 50 anos decidi sair da posição confortável de professor

catedrático, saindo da Universidade do Porto para fundar umaempresa industrial de alta tecnologia [lasers e fibras ópticas]que correspondesse aos padrões normais de Silicon Valley,com um pequeno grupo de jovens de grande valor e antigosalunos meus. Por opção própria, achei que só valeria a penafazê-lo se correspondêssemos a esses padrões, e por issoarrancamos em Silicon Valley, mas também em Portugal, naMaia. Hoje somos uma empresa portuguesa, já que a com-pramos na sua totalidade em 2003, mas a nossa postura éinternacional e apenas temos investidores estrangeiros paraalém da equipa fundadora da empresa que é investidora des-de o início. Porque o fizemos assim? Para não perder temponem oportunidades, bem como para nascermos e crescer-mos num meio que conhecemos bem, que respeitamos, ondesomos respeitados e onde as pessoas, as universidades e asempresas nos abrem oportunidades.

Considera que, em Portugal, ainda não existe o investimen-to necessário que potencie a investigação?É necessário reforçar em Portugal o investimento em Ci-ência e Tecnologia. Porém, em paralelo, é necessário fazê-lo com coragem, separando o trigo do joio, apostando for-te e decisivamente nos melhores e apenas apoiandomarginalmente os outros. Em Portugal, existe imenso di-nheiro que é desperdiçado porque não é investido, sendoapenas gasto. Muitas instituições deveriam ser fechadase outras reformuladas na sua missão e gestão. É neces-sário clarificar o papel das instituições. É necessário aca-bar com os parasitas do sistema. É necessário substituiros subsídios por matching funds. É necessário ter cora-gem para traçar rumos de médio e longo prazo que nãodependam dos partidos políticos que estejam no Gover-no. É, sobretudo, necessário libertar os jovens de elevadopotencial para que não dependam dos jogos de influên-cia dos mais velhos, em todas as instituições, permitindo-lhes que sigam o seu sonho com os apoios financeiros eos aconselhamentos que se provem necessários. É ne-cessário uma vassourada gigantesta nas nossas institui-ções de ensino e de I&D, assim como nos seus modelosde gestão, avaliação e financiamento. #

José António Salcedo,responsável por uma empresa

industrial de alta tecnologia [laserse dispositivos de fibra óptica]

:: “Física é o entendimento do Universo” ::