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ESCRAVIDÃO: OFÍCIOS E APARELHOS

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ESCRAVIDÃO: OFÍCIOS E APARELHOS

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Escravidão: é uma forma de trabalhocompulsório, isto é, ao qual o trabalhadorestá obrigado, mesmo contra a suavontade. O que caracteriza a escravidão,no conjunto das formas de trabalhocompulsório, é o fato de que otrabalhador é uma propriedade de seupatrão.

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O uso de mão de obra escrava vem sendo usadopelo homem desde os tempos mais remotos.Desde os gregos, até os nazistas do século XX, ouso de tal forma de exploração sempre foijustificado, entretanto somente com a colonizaçãoeuropéia nas Américas é que este sistemaencontrou sua forma mais cruel.

O TRABALHO ESCRAVO ACOMPANHOU OS

QUATRO SÉCULOS DE FORMAÇÃO ECONÔMICA

POLÍTICA E SOCIAL DO BRASIL.

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Tipos de Escravidão

Existem diversos tipos de escravidão mais os três principais são:

1. Escravidão por raça;

2. Escravidão por dívida;

3. Escravidão por guerra.

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A Escravidão Indígena

(Negros da Terra)

O trabalho escravo indígena foi usado sobretudo naexploração do pau-brasil, já que o trabalho nosengenhos de açúcar era muito diferente daquele queos indígenas estavam acostumados e ao governoportuguês interessava mais que os indígenascontinuassem a se dedicar à coleta das riquezasnaturais da terra.

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A Escravidão Negra Africana

O tráfico de escravos foi, durante séculos, uma das atividades mais lucrativas do comércio

internacional, com a África sendo duramente disputadas pelas principais potências da

Europa.

Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil com a expedição de Martim Afonso de Souza em 1530, vindos da Guiné. A partir da década de 1550, o tráfico negreiro intensificou-se, sendo oficializado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de Sá.

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O tráfico Negreiro

CASTRO ALVES

Em 18 de abril de 1868o jovem poeta Castro Alves eternizou o Sofrimento dos africanos nos porões dos navios.

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Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.

Em sangue a se banhar.

Tinir de ferros... estalar de açoite...

Legiões de homens negros como a noite,

Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas

Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas,

No turbilhão de espectros arrastadas,

Em ânsia e mágoa vãs!

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?...

Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!

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O Comércio de Escravos Negros

Na África, os escravos eram adquiridos por traficantes a preços baixos e revendido a preços

altos na América. Muitas vezes, o açúcar, o tabaco, a aguardente e outros produtos serviam de moeda

de troca (ESCAMBO).

Quando chegavam à América portuguesa, os escravos eram colocados à venda em mercados. Ficavam a

mostra em exposição sendo tratados como mercadorias.

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O Cotidiano do Trabalho Escravo

Os escravos começavam o trabalho ao raiar o dia e só paravam ao escurecer. Seu principal

alimento era a mandioca. Os escravos viviam e trabalhavam vigiados por capatazes e

feitores. Quando fugiam, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que recebiam certa quantia por escravo capturado e devolvido ao

senhor.

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SEGUNDO Machado:

“Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria

nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a

lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações

reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou

estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão

para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir

também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem

que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem.”

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“Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a

quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com

os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o

tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação.

Quando não vinha a quantia, vinha promessa: "gratificar-se-á

generosamente", -- ou "receberá uma boa gratificação". Muita

vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura

de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma

trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o

acoutasse.”

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Os Castigos Físicos

Os principais castigos físicos sofridos pelos escravos eram:

Tronco – Os escravos ficavam presos imobilizados por horas e as vezes dias, o que provocava inchaço das

pernas, formigamento e forte dores;Bacalhau – Espécie de chicote de couro cru, que

rasgava a pele; muitas vezes os feitores passavam sal nos ferimentos, tornando a dor ainda maior;

Vira-mundo – Instrumento de ferro que prendia mãos e pés;

Gargalheira – Colar de ferro com várias hastes em forma de gancho.

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“A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras

instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um

deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-

deflandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar

a boca. Tinha só três buracos, dous para ver, um para respirar, e era fechada atrás da

cabeça por um cadeado. Com o vício de beber. perdiam a tentação de furtar, porque

geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí

ficavam dous pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal

máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e

alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas.

Mas não cuidemos de máscaras.”

“O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma

coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda,

até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava,

naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia

assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco

era pegado.”

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Os Conflitos Culturais

As principais mudanças culturais impostas aos escravos negros africanos eram:

PPP Alimentação – Eles comiam o que o senhor lhes dava; Roupas – Eram obrigados a vestir grossos panos de

algodão; Língua – Eram obrigados a aprender a língua local dos

portugueses; Religião – Eram obrigados a adotarem o catolicismo como

religião.

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O Movimento Abolicionista

Evolução das leis

Lei Eusébio de Queirós (1850) – Proibia o tráfico de escravos no Brasil;

Lei do Ventre Livre (1871) – Determinava que os filhos de mulher escrava nascidos a partir daquela data seriam livres, mas

continuariam na condição de propriedade do senhor até os 21 anos de idade;

Lei do Sexagenário (1885) – Declarava livres os escravos com mais de 65 anos de idade;

Lei Áurea (1888) – Declarava extinta a escravidão no Brasil.

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MEMÓRIA

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A escravidão marcou a sociedade brasileiraatual. Os negros e mulatos, que descendemdos antigos escravos, são a maioria dospobres. Os descendentes dos índiostambém não estão em melhor situação. Ossentimentos racistas e a discriminaçãocontra a população negra continuamexistindo no Brasil. Sem dúvida, são umacruel herança do tempo da escravatura emostra que o passado morto ainda pode serum pesadelo para os vivos do presente.

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Indicações:

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