portifolio história de coisas, artes e ofícios

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Portfolio Projeto História de Coisas, Artes e Ofícios. A turma 2012 do curso de Bacharelado em Ciência Ambiental do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense, desenvolveu o projeto na unidade curricular Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental I. O seguinte trabalho descreve o oficio ou produto escolhido pelos estudantes . MAIO-2012

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Consolidação de projetos apresentados na unidade curricular Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental I, ministrada pela Profa. Patricia Almeida Ashley, aos alunos ingressantes na turma 2012 do curso de Bacharelado em Ciência Ambiental, na Universidade Federal Fluminense. Relatório editado, revisto e consolidado por Erica Pipas Morgado, integrante da equipe da Rede EConsCiencia e Ecocidades.

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Page 1: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Portfolio

Projeto História de Coisas, Artes e Ofícios.

A turma 2012 do curso de Bacharelado em Ciência Ambiental do Instituto de

Geociências da Universidade Federal Fluminense, desenvolveu o projeto na unidade curricular Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental I. O seguinte trabalho descreve o oficio ou produto escolhido pelos estudantes . MAIO-2012

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 02

HISTÓRIA DE ARTES E OFÍCIOS 03

JULIANA DA ROCHA 03 BEATRIZ DE CARVALHO 06 CRISTIANE DE BARROS 08 ELENA CLAUDIO BRITTO 11 ELENICE GONÇALVES 13 ERICA PIPAS 18 JULIA GOMES 23 MARIANA AMORIM 27 SCARLETY HOHARA MASON 31 PEDRO CREALESE 33 THAMIRIS XAVIER 35 JULIA LADEIRA 37 FERNANDA SILVA 41 GABRIELLE FIGUEIREDO 44 MARIA BEATRIZ AYELLO 47 IZABELE DE ALMEIDA 51 DAIANY DO NASCIMENTO 53 LAINA LOPES 59

HISTÓRIA DE COISAS 63

CAMILA AMÉRICO 63 GRAZIELE NORONHA 67 NATHALIA REIS 74 NICOLAS FERNANDES 77 FLAVIA CUNHA 80 EVELISE CARDOZO 84 THAINARA SAUSA 91 VIVIANE RAMOS 94 MARIANA MENENGOY 98 PAMELA DE MIRANDA 102 THALITA DA FONSECA 108 THAIANE PRADO 112 RAYANE VELLOSO 119 CRISTIANO GOES 124 RAPHAEL DA COSTA 129 PAULO CESAR LEMOS 136 ANA FLAVIA LINS 141

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PREFÁCIO

A turma 2012 do Curso de Bacharelado em Ciência Ambiental do Instituto de

Geociências da Universidade Federal Fluminense, desenvolveu o 1° Projeto na unidade

curricular Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental I, ministrada pela profª. Patricia

Almeida Ashley.

A proposta pedagógica deste projeto de História de Coisas, Artes e Ofícios é uma

releitura de uma primeira edição de História de Produtos e Artesãos com Cuidado Social e

Ambiental adotada pela professora em 2004 junto aos estudantes dos Cursos de Ciências

Econômicas e Administração da Universidade Federal de São João Del-Rei, em Minas

Gerais.

Com o objetivo de oportunizar a experiência prática de fazer um projeto que contribua

para incorporar história e análise do impacto social e ambiental dos ofícios, artes e artigos

comercializados, os alunos se empenharam na realização do projeto. Certamente, foi

realizada uma desconstrução de certezas antes baseadas em ideias impostas e não bem

definidas sobre as coisas. Uma conduta mais crítica e cidadã foi relatada e será lembrada ao

longo de toda a vida acadêmica e em nossa memória,pois as experiências expostas de cada

aluno se tornaram experiências do grupo, mobilizando novas ideias, novos projetos e

principalmente novas formas de agir .

Com o intuito de divulgar o que foi apresentado pelos alunos, os trabalhos foram

reunidos e divididos em História de coisas e História de artes e ofícios. Uma conquista de

novos saberes e o desenvolvimento de novos ideais.

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HISTÓRIA DE ARTE /OFÍCIO

TÍTULO: Arte/Ofício- Pintor

AUTORIA: JULIANA DA ROCHA SILVA Matrícula: 112095016 INTRODUÇÃO: O trabalho foi desenvolvido a partir de uma produção artística, conta a

história de um ofício/ arte, em forma de profissão. Relata a história de um pintor, que tem

como forma criativa expressar o seu trabalho através de telas que são decoradas em

cidades brasileiras.

Proposta feita pela disciplina de Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental I,

aos alunos da Universidade Federal Fluminense no ano de dois mil e doze.

O ENCONTRO: Fui surpreendida pela arte quando passava por uma rua de meu bairro,

Trindade- São Gonçalo -RJ, no dia dezoito de março de dois mil e doze, como a proposta do

trabalho já havia sido dada, comecei ali a elaboração. A montagem do trabalho foi feita

através de observação, entrevista e analise de dados coletados no momento em que o

pintor desenvolvia seu ofício, em apenas um encontro.

OFÍCIO E SUA HISTÓRIA: Esse produto que ele vende é ele mesmo que produz, são telas

de paisagens e de coisas abstratas capazes de nos remeterem ao seu interior.

O trabalho é desenvolvido pelo artista chamado Jessé, de 50 anos de idade e 45 de

profissão. Jessé disse que foi profundamente influenciado pelo trabalho de seus pais, e que

aprendeu seu ofício com eles desde pequeno, assim como seus irmãos, que como Jessé,

decoram telas na magia de proporcionar ao público esse maravilhoso trabalho.

Jessé é natural de Olinda, Pernambuco, porém reside em Guarapari , Espírito Santo,

quando não esta a rodar cidades brasileiras com o seu trabalho. O próximo lugar segundo

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ele será Juiz de Fora, cidade mineira, onde passará alguns dias desenvolvendo suas obras e

daí por diante.

Jessé trabalhando

O DESENVOLVER DA ARTE: Jessé pinta em média de quinze a trinta telas por dia,

diversificadas. Segundo ele, se pegarmos todos os seus trabalhos veremos que não são

iguais. Sempre tem um detalhe que faz a diferença, pois as telas são feitas de acordo com

sua imaginação.

Ele trabalha apenas com cinco cores de tinta óleo que se transformam em um grande

arco- íris, são elas o branco, o preto, o vermelho, o amarelo e o azul , um simples jogo de

pincel e um banco que juntos formam os equipamentos de seu trabalho.

Instrumentos e local de produção das telas

OS RISCOS DO OFÍCIO: O trabalho de Jessé é sem dúvidas uma grande obra de arte,

que além de utilizar a imaginação, requer um desgaste físico muito grande já que as telas

são feitas em lugar rasteiro, uma calçada, e Jessé passa horas curvado trabalhando, além

do perigo de ficar horas exposto na rua em meio ao caos que se encontra a sociedade

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moderna. O sol também é um grande desafio, e o cheiro que vem das tintas é muito forte.

CONCLUSÃO- O RECONHECIMENTO DO TRABALHO E SEUS RESULTADOS: Todos

que passavam pela calçada paravam para admirar Jessé trabalhando, e ficavam um grande

tempo a observar e parabenizar. Não tinha quem não se encantasse com a habilidade do

pintor.

Embora esse encontro tenha sido de puro encantamento pela arte e pelo ofício de

Jessé, acho que ele deixou no coração de cada pessoa que passava uma inspiração para

um mundo melhor, um desejo de mudança, de atribuir valores as coisas que realmente nos

importa: A vida. Aquele senhor mostrou, talvez sem a intensão, que a paz, a felicidade está

em fazer o que se gosta.

A admiração do público ao ver Jessé trabalhando. Depois de observar o nobre pintor em seu ofício, pode se dizer que o trabalho é para

o homem algo que o enaltece e dignifica perante a sociedade. Que embora não proporcione

grandes lucros, o que importa é a vontade de querer executá-lo e isso vem se perdendo ao

longo dos tempos. A busca não por uma profissão, mas sim pelo quanto de dinheiro ela vai

me render, e isso tem feito o homem enxergar o trabalho como algo que não oferece prazer. FONTES PESQUISADAS: A coleta de dados para elaboração do trabalho foi feita no

momento em que o pintor desenvolvia sua arte, seu ofício, através de observação, conversa

informal, e fotografias.

A confecção deste trabalho contou com os métodos apresentados em sala, com o

compartilhamento de ideias trocadas com componentes do grupo e colegas de classe e

visitas a sites na internet: Acessado ao longo da elaboração do trabalho

http://redeeconsciencia.blogspot.com.br/search?updated-max

http://www.projetoterra.org.br/portugues/index.htmlv Acessado 02/05/2012.

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ETIQUETA NARRATIVA: A etiqueta do produto foi elaborada em forma de poesia.

ImaginAÇÃO Imaginação, ès um dom que me motiva a expressar meus desejos, minhas imagens em formas, em ações e assim confeccionar minhas conclusões.

Pinturas de telas- Trabalho feito em São Gonçalo -RJ. Arte- Ofício – Março/ 2012

TÍTULO: Arte/Ofício- Deglier Vidal

AUTORIA: BEATRIZ DE CARVALHO SOUZA CUNHA Matrícula: 1120955006

INTRODUÇÃO: O trabalho foi desenvolvido a partir do ofício de Deglier Vidal, brasileira,

casada, natural do Rio de Janeiro, moradora de São Gonçalo. Trata se de uma profissão

que a mesma faz com muito carinho e dedicação, conquista seus clientes pela simpatia e a

competência que aparentemente veio de berço. Cabeleireira e maquiadora, ela produz

noivas, debutantes e afins. Além de ajudar as mulheres a manter a autoestima sempre

elevada, se realiza na sua profissão. Segue algumas fotos de uma das noivas que a mesma

produziu.

HISTÓRIA: Deglier começou a trabalhar no salão da Denise, que eu e minha mãe

freqüentamos desde muito tempo. Ela tinha seu próprio negócio, cresceu muito

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profissionalmente, porém tinha sócio, o que a desfavorecia em algumas situações. Começou

fazendo escova e maquiagem em parentes e amigos e desde cedo já demonstrava certa

intimidade com escovas e pincéis. Com 15 anos abriu um salão, como dito anteriormente.

Contando assim, até parece que foi fácil, mas até chegar nessa conquista passou por

poucas e boas para enfrentar a sociedade, largou os estudos por sofrer bullying, e foi

expulsa da casa da mãe logo assim que assumiu sua homossexualidade.

Ela apenas nasceu de uma forma e vive de outra. Esta forma de viver a deixa mais

satisfeita e, diante de alguns olhos, por não ser convencional, não é bem aceito. Impôs uma

filosofia de vida para ser feliz, e isso não depende de raça, cor, credo. Hoje, trabalha no

salão da Denise. Com seu bom humor, contagia a todos com seu jeito e seu talento.

Têm planos para a realização de um blog e um site onde terão dicas de penteado,

tutoriais de maquiagens e dicas de como cuidar dos cabelos, ao qual divulgarei em breve.

UTENSÍLIOS: Escova, prancha, tinta, pente, produtos de alisamento, variados cremes,

pincéis, paleta de sombra, rímel, blush, batons, bases, pó de correção, entre outros.

RISCOS ENCONTRADOS: Risco de intoxicação pelo uso de produtos químicos, risco de

alergia a determinados produtos usados tanto no cabelo como em maquiagens. E, por isso,

faz teste antes de executar o trabalho e faz uso de luvas.

COMO APRENDEU: Não fez cursos, aprendeu vendo outros profissionais trabalharem e

aprimorou o que foi preciso em workshops.

FONTES PESQUISADAS: O trabalho foi feito através da coleta de dados pessoais, uma

entrevista através de vídeo e exposição de fotos de alguns trabalhos já realizados.

CARTÃO DE VISITA:

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TÍTULO: Arte/Oficio - A Dádiva do Ensino

AUTORIA: CRISTIANE DE BARROS PEREZ Matrícula: 112095001

INTRODUÇÃO: Uma das maiores dádiva do ser humano é capacidade de passar seu

conhecimento para outras pessoas. Um dos trabalhos mais bonitos e importantes do mundo

inteiro é a do profissional de ensino, o professor. Todos nós em alguma fase de nossas

vidas passamos por esses profissionais e, através deles, que nos capacitamos futuramente

para sermos profissionais em qualquer escolha de carreira. Sabemos que por mais

importante que seja esta profissão, aqui no Brasil não há tanto incentivo, vemos todos os

dias esses profissionais lutando por melhores salários e condições de trabalho. Por esse

motivo, resolvi destinar esta pesquisa a esse profissional.

Minha entrevistada é Fernanda de Barros Perez, ela esta se formando em Biologia na

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Formação de Professores (UERJ/

FFP), futuramente pretende fazer de seu “hobby” sua profissão. Atualmente ela vive no

México, onde voluntariamente dar aulas de língua portuguesa para os mexicanos e está

cursando um semestre na Universidad de Guadalajara (UDG) – Centro Universitário de

Ciências Biológicas Agropecuárias (CUCBA).

Foto de Fernanda de Barros Perez, em trabalho de campo, México.

Universidade de Guadalajara, México.

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo.

Como aprendeu dentro e fora de cursos o que faz? Sobre este questionamento, a

entrevistada não sabe dizer se foi alguém que a ensinou a lecionar aulas, mas ela diz que

desde pequena sempre gostou muito de dar aulas de reforço para os moradores próximos a

elas, e também sempre ajudou a irmã e os primos com as tarefas de casa, então, desde

nova já desenvolveu uma experiência em passar conhecimentos.

Quando adolescente ela sempre ficava depois da aula para passar a matéria para

seus colegas que não haviam entendido a explicação do docente, e de uma maneira mais

simbólica, conseguia fazer que seus colegas de classe entendessem a matéria.

“Então eu tenho isso, não de uma pessoa que me ensinou e sim foi uma habilidade

que eu descobri desde cedo e com o tempo fui me aperfeiçoando através de horas e horas

de estudo.” Ela relata o quanto é prazeroso passar seus conhecimentos para outras

pessoas. E então, só busca adquirir mais conhecimentos com atividade extracurriculares tais

como: Cursos de línguas estrangeiras e outras.

O que precisa para realizar o ofício? “Para realizar o oficio eu apenas necessito de

pessoas disposta a aprender e um espaço para poder receber os alunos.”

Não são necessárias muitas coisas para essa prática, mas, se no caso o local

oferecer outros dispositivos tecnológicos, fica muito melhor. Porém, de nada adianta ter um

local bem aconchegante e com aparelhos que facilitam o aprendizado se não tiver alunos

com vontade e determinação de aprender. Ela já voluntariou em diversos locais, mas todos

eles sempre tiveram alguma precariedade, mas mesmo assim, nunca deixou de dar aulas

por esses motivos, “É sempre um prazer ver que as pessoas que buscam conhecimentos

também não se importam com os locais.”

Quais as situações de risco a saúde você vive, ou pode sofrer? Todos nós estamos

predispostos a qualquer tipo de perturbação. Como o professor fala muito, o que pode ter

risco se não cuidar é a perda da voz e também o contato direto com pessoas, que podem ter

algum tipo de doença contagiosa e passar, mas fora isso, acredita que não há grandes

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riscos a saúde neste ofício. Acrescenta que: “O maior risco a saúde acho que pode ser o

psicológico, porque lidamos com pessoas de todos os tipos. E às vezes podemos nos

envolver demais com os alunos, ou então eles conosco. Além do que é um oficio muito

desgastante e estressante!”

Numa turma de alunos existem diversas características, assim como pessoas mais

tímidas, outros mais brigões e os dispersos. Há uma enorme pressão para que você se

adapte a esses tipos de pessoas “(...) ainda mais nós que somos professores, somos o

intermediário desses alunos, através de nós que eles conhecem outros amigos e interagem

entre si. Há também aqueles alunos em que a educação em casa é tão falha que os pais

cobram de nós o que seria o papel deles. Vivemos com pressões psicológicas a todos os

momentos e eu sei que isso pouco a pouco vai afetando a minha saúde. Procuro ser bem

maleável com os alunos, até criando amizades com eles e eles comigo, para assim minha

rotina não ser tão desgastante. Por enquanto eu só sou voluntária, mas já trabalhei em

algumas escolas. Vejo como essa profissão é desvalorizada aqui no Brasil, não existe

nenhum incentivo para os alunos e professores para melhorar o ensino, e muita das vezes o

salário de um professor mal dá para cobrir as contas no final do mês obrigando assim um

docente ter mais de um trabalho”

SOBRE O MEIO AMBIENTE: “Em relação ao meu trabalho, se através dele existe algum

impacto ambiental de grande escala, creio que não, contudo, a energia elétrica e o consumo

de papel estão na lista”

PARA FUGIR DA ROTINA: “Um meio que eu utilizo para aliviar essa rotina exaustiva é

sempre estar em contato com a natureza, vou a diversos trabalhos de campos e costumo ir

a locais que me tragam paz, assim consigo conciliar os estudos com o voluntariado.

Mesmo com todas as dificuldades encontradas para exercer essa profissão, creio que

o que você faz com determinação, empolgação e seja prazeroso em exercê-la, não haverá

nenhum empecilho para continuar. E é isso que eu quero mesmo, é algo que eu descobri

desde cedo e que tenho talento para ensinar.”

FONTES PESQUISADAS: Entrevista feita através de sites de redes sociais, como a

entrevistada que está atualmente no México.

VIDEO PRODUZIDO: http://youtu.be/HauIok3lUnk.

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TÍTULO: Arte/Oficio- Artesanato:O cara de pau

AUTORIA: ELENA CLÁUDIO BRITTO Matrícula: 112095032

INTRODUÇÃO: O meu avô Vicente (Fig. 1) é muito habilidoso com trabalhos manuais.

Quando era mais jovem trabalhou em estaleiro e serraria, além de gostar de desenhar. Ele

realizou diversos serviços em sua casa como reforma de sofás, construção de mesas,

cadeiras, galinheiros, viveiros, conserto de instalações elétricas e de pequenos aparelhos

domésticos, como ferro elétrico, e de ferramentas, como enxadas. A maioria dos seus

trabalhos foi feito artesanalmente. Contudo, o que chamou minha atenção, foi sua habilidade

para esculpir bonecos em madeira, que ele apelidou de cara de pau.

Fig. 1 HISTÓRIA: Inicialmente seu irmão Francisco foi quem começou a esculpir em madeira. Ele

se inspirou folheando uma revista em quadrinhos chamada Gibi, observando a fisionomia

dos personagens (Fig. 2). Meu avô se interessou pelo trabalho do irmão e logo começou a

esculpir também, inspirando-se nas famosas estátuas da Ilha de Páscoa. (Fig. 3) Fig. 2 Fig. 3

O processo de criação da escultura exige muito cuidado, paciência e atenção. Foram

precisos muitos dias de dedicação para adquirir prática em esculpir.

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MATERIAIS NECESSÁRIOS: Para realização do trabalho meu avô utiliza um canivete bem

afiado. (Fig. 4)

Fig.4

A escolha da madeira é muito importante, pois ela precisa ser macia. Meu avô e seu

irmão reaproveitavam galhos secos, das árvores popularmente chamadas de cedro (Fig. 5),

pinho e leiteira, encontradas perto de casa. Além disso, eles coletavam restos de madeira de

serrarias ou marcenarias. Fig. 5

A melhor opção de ambiente para esculpir era a área dos fundos da casa onde

ocorria bastante luz.

Segundo meu avô, a etapa de criação mais difícil eram os olhos. Primeiramente ele

fazia o queixo e pescoço, depois a testa e o nariz, e por fim os olhos. Depois de prontos ele

decidia se envernizava ou não os bonecos.

CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE: Os resíduos gerados pelo serviço eram pequenas

lascas de madeira que posteriormente, poderia ser utilizado em outros trabalhos artesanais.

Meu avô esculpiu vários caras de pau e presenteou minha mãe e minhas tias. 12

Page 14: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Ele criava os bonecos por prazer e realização pessoal. FONTES PESQUISADAS: Entrevista informal.

FOLDER:

“O cara de pau” Produzido por Vicente TÍTULO: Arte/Ofício – Técnico em Eletrônica

AUTORIA: ELENICE GONÇALVES RODRIGUES Matrícula:112095011

INTRODUÇÃO: X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X

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Page 17: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

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Page 18: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

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Page 19: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Arte/Oficio: Artesanato com ferro reciclado e madeira de demolição

AUTORIA: ERICA PIPAS MORGADO Matrícula: 112095041

INTRODUÇÃO: Este trabalho relata sobre um artesão chamado Marcelo José Gouveia,

de 35 anos, que mora no Estado de Minas Gerais. Ele produz um artesanato com metal

típico da sua cidade e sustenta toda sua família através desse oficio. Será mostrada a sua

prática através de um vídeo onde poderemos observar suas condições de trabalho, bem

como a estrutura local.

BREVE HISTÓRICO DA VIDA PROFISSIONAL: Iniciou sua vida trabalhando de pedreiro

ainda adolescente, teve 2 filhos no primeiro casamento ( 10 e 16 anos) mas separou-se.

Posteriormente, já com 25 anos, tornou-se entregador de artesanato para um artesão do

local. Um ano depois, de entregador passou a ser ajudante do artesão (cortador de chapa)

nesta mesma época, com 26 anos, quando conheceu sua atual companheira Luana que já

tinha um filho hoje com 8 anos. Hoje, Marcelo tem 35 anos e sua companheira Luana tem 24

anos, juntos eles tiveram 3 filhos atualmente: 1, 3 e 5 anos.

Após mais um ano nesse trabalho de ajudante, tornou-se sócio e 2 anos depois abriu

seu próprio negócio. Vale ressaltar que Marcelo aprendeu seu oficio observando o artesão

que lhe deu a primeira oportunidade na vida (seu ex-patrão e ex-sócio). Nunca fez curso

algum. Comprou seu material com seu suor, vive de aluguel e sustenta sua família com a

venda de seus produtos somente para lojistas e eventualmente para particular.

ACHADO POR ACASO: Como cheguei até o artesanato do Marcelo. O 1 º CONTATO:

Em um passeio de férias, meus pais tomaram como destino Tiradentes em setembro

de 2010. Apreciando o artesanato local, depararam com uma casa humilde com desenhos

na porta que chamaram a atenção. Meu pai resolveu parar e descobriu uma lojinha

improvisada onde o Marcelo vendia seus materiais. De tão refinado e com muitos detalhes,

ficaram encantados com tanta destreza de sua esposa em fazer cortes na folha de metal

para que essa se tornasse uma flor e assim, constituir varias peças decorativas.

No primeiro momento, Marcelo apresenta o seu ateliê num local inadequado,

diretamente exposto ao sol, sem condições de realizar dignamente o seu trabalho.

Atualmente desativado (foto abaixo).

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Page 20: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Visão interna do Visão externa do local antigo de trabalho. A seta local antigo de trabalho indica onde era a sua bancada

2 º CONTATO: Em uma segunda visita, ele já está instalado em novo local de trabalho, ao

lado da lojinha, onde preparou melhor sua bancada e suas ferramentas de trabalho com

uma cobertura mais favorável para a realização do seu oficio. (a casa da família fica

integrada a lojinha, nos fundos da mesma).

Mesmo carro que ele fazia as entregas do artesão (ex-sócio) a dez anos atrás.

Visão panorâmica do local atual Novo local de trabalho 3 º CONTATO: Em Janeiro de 2012, fui ao encontro do Marcelo por indicação dos meus

pais. Deparei-me com crianças em seu local de trabalho e sua esposa a cortar as folhas de

metal. As condições não foram agradáveis, porém, vê o esforço dessas duas pessoas, a

dedicação ao trabalho para o sustento da família, foi muito interessante para a abordagem

futura do meu trabalho, onde retornei especialmente para finalizar o mesmo.

O OFICIO/ A ARTE: ARTESANATO EM METAL: O trabalho realizado por eles depende

das encomendas que são solicitadas por lojistas já clientes do Marcelo. Clientes estes de

várias partes do Brasil: Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul...

O seu oficio depende de algumas ferramentas e materiais que ele compra na própria

cidade, tais como as chapas de metal, os eletrodos, liga de solda, a tinta látex e acetinada.

As ferramentas como compressor, lixadeira, tesourão, alicate são necessários para a

fabricação do produto. 19

Page 21: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Relacionando a prática do oficio com a saúde, pude observar que a segurança no

ambiente de trabalho é um risco a saúde do Marcelo, da Luana e das crianças.( não se tem

equipamentos de segurança e vestimenta adequada)

No vídeo observamos com clareza as condições de trabalho. ”A roupa rasga, queima,

queima o sapato”. As mãos não têm proteção para a tinta, que é tóxica, as crianças brincam

no mesmo ambiente de trabalho dos pais onde se encontram materiais cortantes e

perigosos. A mãe limpa as mãos com gasolina par retirar a tinta nas crianças e nela mesma,

o solo não tem proteção, a tinta que respinga da pistola ao pintar as peças contaminam o

solo.

Antes ele trabalhava no tempo, o sol muito forte e a chuva eram um problema para a

sua prática. Depois que passou para o galpão, a instalação física

ficou favorável ao trabalho.

As inspirações vêm da própria natureza no caso das flores e das árvores, mas

também da sua imaginação.

ENVOLVENDO O MEIO AMBIENTE NO OFICIO: Apesar de existirem alguns problemas

quanto a prática do oficio, é importante salientar que todo resíduo que é descartado (corte

das chapas de metal, restos de solda e ferro) são vendidos para reciclagem, garantindo que

nada é desperdiçado, Luana junta tudo na mesma hora que recorta as chapas.) Inclusive, a

madeira que utiliza para emoldurar seus trabalhos, são madeiras de demolição,

reaproveitadas de batentes de portas antigas. Agregando em seu trabalho um maior valor e

dessa venda para a reciclagem ele compra a madeira e reaproveita-as. A base de troca,

começou a utilizar peças de carros para incrementar seu trabalho.

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Page 22: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

“Reaproveito peças de

automóveis, bicicletas para

fazer abajur, lustres...”

PRAZER NO TRABALHO: Relata que trabalha de 12 a 14 horas por dia, dependendo dos

pedidos. Mas, diz que por estar em casa, junto com sua família, “Tudo é mais tranquilo, é

mais prazeroso”. Nos finais de semana ele tira umas horas de folga a noite para sair com as

crianças, por que: ”Toda a família precisa de um lazer mas, a maior parte do tempo, ficamos

em casa”. Quando as crianças vão para escola eles aproveitam pra agilizar o trabalho e

Luana a limpeza da casa.

Detalhe: embalando com plástico bolha para não danificar a peça. Comentam que o local ainda não é o ideal para as condições de trabalho, que não

tem como investir muito para aprimorar, pois pagam aluguel. Contudo, muito já se progrediu.

As crianças nunca ficaram doentes. Marcelo e Luana sentem- se bem na prática deste oficio,

pensam que poderia ser melhor. “Às vezes ficamos cansados”, Luana relata de dores nas

costas, mas: “Nada que um banho não resolva, ficamos muito tempo aqui no galpão e

perdemos a noção do tempo”, “(...) gosto muito do que eu faço, acho bom quando as

pessoas elogiam, tenho vontade de fazer mais!”

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Marcelo, Eu ( Erica) Luana Eu e as crianças

Page 23: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CONCLUSÃO: Observando que as condições não são totalmente adequadas à prática do

oficio, que as limitações econômicas são fatores pertinentes e visíveis, pode-se dizer que a

família está unida em torno de um ideal de vida que gira em torno da criação dos filhos. Que

mesmo compartilhando o trabalho e a própria vida afetiva e, além disso, mesmo com as

restrições sociais, encontramos simpatia, comunicação, mínimo de informação,

pensamentos e ideias sustentáveis, percepções diferenciadas sobre o mercado de consumo

(quando ele vende para lojistas e monta sua linha de produção). A qualificação profissional

não faz a diferença nesses protagonistas, pois participam da economia das mais diversas

formas (quando trocam mercadorias e quando vendem para reciclagem). São facetas da

questão social e econômica de uma família que praticamente e só vive do artesanato que

produzem e, hoje, não foi apenas vista como vendedores de peças artesanais, mas aquela

mais próxima de muitas realidades em todo o Brasil. O MÉTODO UTILIZADO PARA A REALIZAÇÃO DO TRABALHO: Foi realizada a

filmagem do local, do oficio propriamente dito, e uma entrevista informal do Marcelo e da

Luana, a fim de colher dados a respeito da vida profissional. Por razões de timidez não

quiseram falar diretamente sobre o assunto para a câmera, mas fui autorizada a filmar e tirar

fotografias do oficio e dos produtos por eles realizados, bem como tirar fotos deles e das

crianças.

(OBS: Com intuito de preservar a identidade das crianças, aparecem sem mostrar o rosto!). FONTES PESQUISADAS: Para a realização do vídeo, foram feitas buscas no site

www.youtube.com.br e editados os seguintes vídeos:

SEBRAE-MG. O artesanato é a fonte de renda de mais de 500 mil pessoas em Minas

Gerais. Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=lm09hvsNr9k&feature=youtube_gdata_playe

Acesso em: 20 de março 2012.

GLOBO COMUNIDADE. Artesanato e dicas do SEBRAE.

http://www.youtube.com/watch?v=lm09hvsNr9k&feature=player_detailpage Acesso

em: 20 de março 2012. 22

Page 24: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

VIDEO PRODUZIDO: http://youtu.be/uc8d4xplgak

FOLDER: Foi confeccionado um texto síntese da história pesquisada, como se fosse ajudar

na divulgação do trabalho ou arte. Pode ser usado como uma etiqueta narrativa do produto

ou folder de divulgação. Conhecendo um pouco da rotina de vida, segue um resumo da arte que você vai adquirir: Esta peça é produzida por Marcelo José Gouveia e Luana, sua esposa que o ajuda no corte das chapas de ferro. Na casa onde vivem, em Minas Gerais- Brasil, montaram o próprio negócio e sustentam a família.. Marcelo nunca fez curso, aprendeu observando outro artesão no seu oficio, e assim desenvolve seu papel de artesão com destreza e satisfação. Montou sua linha de produção e tem como público-alvo os lojistas da região e de todo o Brasil. Para a realização das peças artesanais, Marcelo utiliza ferro reciclado, peças de carros e bicicletas. Os resíduos que produz, serve de base de troca para a confecção do seu produto. A madeira que emoldura alguns de seus trabalhos é de demolição - de batentes de portas antigas, fundamentais para a valorização do seu trabalho. O mais importante é a consciência de bem estar e de contribuir para a preservação da natureza. A família tem atitudes de cada vez mais melhorar as condições de trabalho, incentiva o estudo dos filhos e tem pensamentos sustentáveis, quando reutiliza e troca materiais na fabricação das peças que irão embelezar a sua loja e colocar na casa dos seus clientes uma peça feita com muito carinho e respeito ao meio ambiente, incluído você, que faz parte dele. Erica Pipas Morgado

Conteúdo externo TÍTULO: Arte/Oficio: A arte de confeitar

AUTORIA: JULIA GOMES CABRAL Matrícula: 112095015

INTRODUÇÃO: Senhora Palma confeita bolos a mais de cinco anos. Ela tem dois filhos, e

mesmo antes deles começarem a trabalhar, sempre fez tudo sozinha. Essa inspiração, esse

prazer em confeitar bolos, veio dela mesma; ninguém a influenciou. Ela sempre dedicou o

seu tempo a fazer o que mais gostava. A mais ou menos dois ou três anos, ela fazia

encomenda de salgadinhos, pizzas, além de vender quentinhas. Ela sempre fez tudo com

muita dedicação e até hoje ela é assim. Antes de começar a trabalhar com comida, ela

costurava roupas para crianças (vestidos, blusas, calças, entre outros), além de fazer

decoração de quarto.

HISTÓRIA: Ela aprendeu a confeitar sozinha, pois nunca fez curso de confeiteira. O único

que fez, foi um curso manual por três anos. Ela pretende fazer um curso de especialização,

para poder aprender melhor a fazer bolos em formato de camisas de futebol,de

coração,árvores, e todos esses formatos que requer mais trabalho.Atualmente, além dela

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Conteúdo interno

Page 25: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

fazer bolos ,é uma dona de casa.Ela tem muitos clientes. Faz bolos para padarias, igrejas,

pizzarias e outros lugares que também são muito conhecidos, no lugar onde ela mora.

Antigamente, ela disse que demorava quase uma hora para confeitar, e com isso não

podia aceitar fazer tantos bolos como ela faz hoje. Ao longo do tempo, ela foi adquirindo

prática, e hoje ela confeita um bolo em menos de oito minutos. Confeitar bolo é uma ação

que requer paciência e técnica, além de coordenação motora e criatividade. No inicio dessa

sua carreira, ela tentou fazer bolos em formato de morango, camisetas, mas disse que

gastava muito tempo. “Se com um bolo simples eu já fico toda atarefada, imagina se eu

fizesse esses tipos de bolo”-disse ela. Por isso que hoje em dia ela decidiu fazer somente

bolos simples. Dona Palma contou também que quando o marido dela tinha carro, ela

mesma que levava os bolos até as clientes, depois que o marido vendeu o carro, ficou

complicado para ela entregar os bolos. Mas isso não se tornou um problema, pois as

clientes vão a casa dela buscar os bolos.

Quando se faz um bolo, coloca-o em um suporte e depois entrega para as clientes.

Porém existe muita gente que não devolve esse suporte de bolo. Quando o suporte é feito

de papel coberto de alumínio, não há problema algum, pois é descartável; contudo se o

suporte for de acrílico acaba saindo caro para a confeiteira.

Ao longo da entrevista, ela disse que houve dias em que teve que fazer mais de sete

bolos. Quando isso acontece, ela acorda umas cinco horas da manhã para começar a

confeitar. Se ela não acordar essa hora, ela disse que atrasa tudo, incluindo o almoço. Pois

ao mesmo tempo em que ela esta confeitando, ela também esta refogando a carne, fazendo

arroz e feijão; e isso tudo com muita atenção e dedicação. Ela contou que esta acostumada

com a “correria” e não há nenhum problema em ir adiantando o almoço ao mesmo tempo em

que confeita o bolo.

Ela relatou que faz bolos de domingo a domingo incluindo feriados. Qualquer dia que

aparecer um pedido, ela faz. No dia da entrevista (que foi em um sábado) ela ia sair de

tarde, e contou que se não falasse para as clientes que tinha compromisso, já teria mais

cinco bolos para ela fazer, ou seja, os quatro bolos, mais os cinco que ela recusou.

PRÁTICA DO OFÍCIO: Para realizar essa arte de confeitar, ela precisa esta com os

ingredientes a mão. Antes de tudo ela precisa preparar a massa do bolo um dia antes para

dar tempo de esfriar, pois quando a massa esta quente é muito ruim de trabalhar. No dia

anterior ela adianta umas três massas, para no dia seguinte confeitar essas três e mais as

duas massas que ainda estão faltando.

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Page 26: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Ela começa pré-aquecendo o forno. Enquanto o forno esquenta, ela vai preparando

as outras massas. Ela separa os ingredientes que irão para a batedeira, dos que não irão.

Por exemplo, primeiro ela coloca a clara do ovo, junto com um pouco de margarina e bate

ate formar uma substancia homogênea,que será utilizada para fazer o glacê do bolo. Após

isso,ela mistura outros ingredientes na batedeira,como a gema do ovo,copos de farinha de

trigo,fermento e por último leite morno. Enquanto os ingredientes estão na batedeira,ela

começa a adiantar outro bolo.Esse outro bolo é de abacaxi. Ela primeiro prepara a calda do

bolo,com o suco do abacaxi. Ela retira a casca e ferve até sair um suco ( é esse suco que

ela molha o bolo,e faz o recheio). Após fazer essa calda, ela retira os ingredientes que

estavam na batedeira. Na fôrma onde ela os colocará, ela passa farinha de trigo para a

massa não grudar. Após esse procedimento ela coloca os ingredientes que estavam na

batedeira na fôrma e leva-os ao forno. Enquanto essa massa assa ela confeita o bolo de

abacaxi.

MATERIAIS: Para confeitar os bolos ela utiliza diversos utensílios. Por exemplo,para fazer

as estrelinhas e corações ela usa uma forminha e a massa é um tipo de pasta americana.

Para deixar essa pasta com cor,ela aplica corante para obter a cor desejada.

Exemplos de fotos mostrando a pasta americana e as forminhas.

Para colocar a massa do bolo ela utiliza fôrmas e assadeiras de diferentes tamanhos;

para misturar os ingredientes ela usa uma batedeira,ou um batedor de massa e ovos.Utiliza

também um suporte para por o bolo,espátulas para a pasta( estas espátulas são muito boas

para manusear pasta americana) ,rolo para alisar a massa,além de sacos de confeitar (os

sacos podem ser descartáveis ou de materiais de plástico ou de metal ).

Exemplos com fotos de saco de confeitar (Um já está pronto e sendo aplicado no bolo

e no outro saco de confeitar está sendo colocado outro glacê para confeitar mais um bolo). 25

Page 27: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Os Bicos e sacos de confeitar são os que dão os formatos mais diferentes na

cobertura. Existem diferentes tipos de bico para confeitar. Tem-se o tipo pitanga aberta, que

é usado para criar estrelas e flores; tem a pitanga fechado; flores especiais, esse tipo possui

um pequeno pino preso internamente no centro, que garante o formato da flor, e entre

outros.

O desenho azul é a pitanga fechado, e o rosa é a pitanga aberto.

Muitos bolos são temáticos, e nesse tipo usa-se geralmente o papel arroz, referente

ao tema que a pessoa deseja.

(fotos de papel de arroz)

RISCOS À SAÚDE E AO AMBIENTE: Depois de fotografar os utensílios e as cenas do

trabalho na arte, observei poucas situações de risco. Em relação à saúde notei o excesso de

corante (Ela utiliza uma pequena quantidade, somente na hora de colorir a pasta americana,

porém, a grande maioria que está nessa área utiliza de forma exagerada, cobrindo o bolo

todo,por exemplo), em relação ao ambiente ela mostrou que se preocupa, pois joga os

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Page 28: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

variados lixos em sacolas diferentes, já o modo como se faz, requer atenção, pois se a

pessoa for distraída , pode acabar queimando os ingredientes além de se queimar também.

O que mais observei de interessante é o modo como se faz a calda de abacaxi (que

além de deixar um gosto bom,deixa também um aroma maravilhoso) e as táticas que ela

adquiriu ao longo de todos esses anos .

Esse trabalho de confeiteiro afeta diretamente os sentidos humanos, principalmente o

paladar, portanto ele detém em suas mãos uma obrigação e tanto, pois com seus produtos

ele vai atrair ou afastar possíveis consumidores. Embora haja um certo glamour em torno

desta profissão, ela exige trabalho árduo. Deve-se disposto a trabalhar duro, para conquistar

um espaço cada vez maior nesta área.

FONTES PESQUISADAS: Foi realizada uma entrevista informal com a doceira. Fotos do

seu trabalho.

ETIQUETA NARRRATIVA:

TÍTULO: Arte/Oficio: LIXO MOVIMENTANDO PRODUÇÃO, ARTE E RENDA.

AUTORIA: MARIANNA AMORIM DE BARROS FERREIRA Matrícula: 112095018

INTRODUÇÃO: O ofício escolhido é um trabalho comunitário chamado Projeto LIMPAR,

cujo significado é LIXO MOVIMENTANDO PRODUÇÃO, ARTE E RENDA. O projeto busca

contribuir de forma transversal para o alcance dos objetivos do Milênio, através de ações

desenvolvidas pelo Centro Comunitário Lídia dos Santos – CEACA VILA, no Morro dos

Macacos, situado no bairro de Vila Isabel, município do Rio de Janeiro. Tem como proposta

promover a reconstrução das relações da comunidade com o lixo produzido, através da

criação de um espaço que permita a transformação do lixo em recursos para aquisição de

alimentos, roupa, utensílios, e demais produtos necessários a vida cotidiana das pessoas.

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Page 29: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

PROPOSTA: A proposta do projeto visa promover o processo de conscientização ambiental

e cultural, melhora nas condições de saúde e higiene, geração de trabalho e renda, geração

de arte com material reciclado, estímulo a escolarização, e até mesmo mudança na estética

da comunidade, contribuindo para a melhora na qualidade de vida, uma vez que o proje to

tem como meta a redução do acúmulo de lixo nas encostas e demais locais inapropriados,

atuando com o foco na educação para o desenvolvimento sustentável.

LIDERANÇA DO TRABALHO: Regina é a pessoa ativa que comanda o projeto receptando

objetos da comunidade que seriam jogados fora [materiais recicláveis] e reaproveitando de

forma artesanal e criativa estes que em sua produção final viram Pufes, poltronas,

petisqueiras, bebedor de água para beija flor, moringas, carregadores para celular e outros.

Esses materiais recicláveis são trocados pelos moradores por alimentos não perecíveis e

materiais de limpeza.

‘‘ O objetivo é limpar a comunidade e ampliar cada vez mais o número de pessoas

beneficiadas com o projeto. ’’ – Regina

Para fazer esse trabalho Regina tem no seu currículo cursos como: reciclagem,

aproveitamento de material inorgânico e lixo inserido na questão ambiental, artesanato, além

de participação em palestras, eventos e aprendizagem com alguns moradores da

comunidade, através da troca de conhecimento nos cursos de artesanato oferecidos pelo

próprio projeto. Como formação possui apenas o ensino médio e a dedicação de cada dia

fazer melhor o seu trabalho.

ELEMENTOS QUE COMPÕEM CADA OBJETO ECOLÓGICO E SUA PRODUÇÃO :

Objeto 1 - Petisqueira

-garrafa pet, cola branca e papel crepom.

PRODUÇÃO DA PETISQUEIRA: Primeiramente lavar a garrafa pet de modo que fique bem

higienizada, fazer um corte na parte inferior da garrafa, reservá-la, pois ela que será usada.

Pegar o papel crepom e cortar em tiras, os fios são amarrados em uma de suas pontas em

uma batedeira e a outra ponta em um local de apoio, exemplo, maçaneta de uma porta ou

grade de um portão, em seguida ligue a batedeira e ela por si só irá enrolar os fios de

crepom. Juntar três fios de cores variadas e fazer um trançado. Pegar o fundo da garrafa

PET que foi reservado e colar com cola branca os trançados de crepom de cima para baixo

até os espaços ficarem ocupados modelando-a. Assim é feita a petisqueira. Utilidade: Serve

para colocar condimentos, como torradas, biscoitinhos e petiscos.

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Page 30: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Objeto 2 - Pufe

- 32 garrafas PET de Coca-Cola, papelão, revista, caixa de leite, espuma, cola e fita adesiva.

PRODUÇÃO DO PUFE: Primeiro as garrafas são lavadas para estarem higienizadas, em

seguida todas as garrafas são cortadas para serem colocadas uma dentro da outra, de duas

em duas, para o Pufe ter mais sustentação, o terceiro passo é cortar os papelões de forma

quadrada e depois colá-los junto às garrafas para se modelarem no formato quadrado, então

as fitas adesivas podem ser colocadas em volta para prender as garrafas e o papelão, por

cima coloca-se a espuma e para fazer o acabamento são usadas caixas de leite abertas em

todas as partes do Pufe, em seguida para dar o acabamento final são coladas com fitas

adesivas folhas de revistas ou retalhos para darem o design do Pufe. Utilidade: É utilizado

como móvel para decoração em vários ambientes como bibliotecas, salas de leituras, salas

de estar, espaços de exposição e para confortar pessoas em suas casas.

Objeto 3- Carregador de celular ou porta celular

- garrafa pet de 600 ml, papel crepom colorido e cola branca.

PRODUÇÃO DO CARREGADOR DE CELULAR :O primeiro passo é cortar as garrafas já

lavadas na horizontal e abaixo do meio, mas deixando um espaço para cortar a garrafa em

cima fazendo o formato de uma alça, em seguida pegar os fios de crepom em uma de suas

extremidades e amarrar a fita em uma batedeira e a outra extremidade amarrar na maçaneta

de uma porta, assim estique os fios e ligue a batedeira, ela começará a enrolar os fios de

crepom, faça isso repetidas vezes com fios coloridos, pois revestirão a garrafa, depois cole-

os no porta celular já cortado com cola branca modelando os fios na pet. Então está feito o

porta celular. Utilidade: Serve para colocar aparelhos celulares e serem carregados.

Objeto 4- Moringa

- garrafa pet de 600 ml, tampa, papel crepom e cola branca.

PRODUÇÃO DA MORINGA: O processo é simples, usa-se a garrafa inteira e sua tampa,

confeccionando apenas o exterior da garrafa com o crepom que antes é enrolado com o

processo semelhante ao do carregador de celular, e sem seguida usando cola branca para a

colagem e acabamento. Sua embalagem é feita também com uma garrafa de refrigerante,

só que a de 2 litros.

RENDA DO TRABALHO ECOLÓGICO: A renda obtida dos produtos que são feitos advém

da venda através de uma revista da rede ASTA que está em circulação e que oferece esses

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Page 31: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

produtos a preços mais altos para um público externo e que compra no atacado. No projeto

que fica na comunidade esses produtos são comercializados a preços mais baixos. O

projeto também tem participação em feiras e eventos externos que dão oportunidade das

pessoas conhecerem os produtos e comprarem no varejo. Existe também a venda de alguns

materiais que não podem ser aproveitados para o artesanato, que são destinados às

cooperativas de catadores de material reciclável.

DESTINO DA RENDA: O dinheiro é destinado ao reinício do processo de reciclagem dos

materiais do projeto, ás aulas de artesanato para pessoas da comunidade e para divisão

entre os membros que fazem parte da produção dos materiais artesanais.

IMPACTO AMBIENTAL: Não há nenhum impacto ambiental na produção desses produtos

ecológicos, pois como o nome se refere eles são ecológicos e recicláveis, ou seja, são

reaproveitamentos de objetos ou qualquer coisa que a população da comunidade local não

usa mais e jogaria fora e são feitos a mão, por meio de artesanato. Portanto não trazem

nenhum dano ao meio ambiente, pelo contrário, o projeto age de forma a reduzir os

impactos ambientais, pois os resíduos que poderiam ser despejados em vielas, ruas,

encostas e outros locais inapropriados na comunidade pelos moradores, são reaproveitados

nas oficinas artesanais e produtivas e ainda contribuem para educação ambiental da

população local.

DE QUE FORMA CONHECI O TRABALHO? Conheci o trabalho comunitário através de

uma pessoa conhecida que é assistente social e funcionária nessa mesma ONG que

promove o projeto LIMPAR. Ela mencionou o projeto e achei interessante pesquisar para o

trabalho de Crítica, Consciência e Cidadania Socioambiental, pois é compatível com o que

debatemos em sala de aula e tem obtido resultados muito importantes para a comunidade

em que atua.

Aprendizagem

‘‘ Aprendi a reaproveitar e transformar objetos que seriam jogados fora causando danos ao

meio ambiente em objetos úteis. Assim ajudo a comunidade a viver melhor e ao mesmo

tempo ao meio ambiente. ’’ - Regina

FONTES PESQUISADAS: O Próprio Projeto

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Page 32: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

FOLDER:

Projeto LIMPAR

(Lixo Movimentando Produção, Arte e Renda)

O projeto tem como objetivo alertar e sensibilizar os moradores do Morro dos

Macacos para a necessidade de diminuir a quantidade de lixo que é jogada de

forma desordenada na comunidade. Esse mau hábito traz diversos danos à saúde,

polui visualmente o local, traz mau cheiro e contribui para a proliferação de animais

nocivos ao ser humano. A proposta do projeto é melhorar a qualidade de vida dos

moradores contribuindo na resolução do problema do lixo e da má alimentação,

porque através de uma “moeda verde” são trocados resíduos sólidos por alimentos

não perecíveis e materiais de limpeza. Também são realizadas reuniões e palestras

educativas, oficinas de artesanato com materiais recicláveis e orientações quanto

ao destino e bom uso do lixo.

Funcionamento: 2ª a 6ª feira de 08:00 às 17:00

“Esvazie seu

lixo e encha sua panela”

TÍTULO: ARTE/OFÍCIO- ARTISTAS.

AUTORIA: SCARLETY HOHARA MASON Matricula: 112095024

INTRODUÇÃO: ABRANGÊNCIA ARTÍSTICA- A arte, principalmente partindo de um

pressuposto moderno, não é nada restrita a isso ou aquilo. O artesão é a pessoa que

escolheu a arte como ‘’o que fazer da vida‘’, o que é invejável pois uni o útil ao agradável.

Porém, encontramos muitas vezes artistas que não agregam valor comercial a sua arte.

Tais como o poeta nada convencional do qual acidentalmente me deparei, que ao distribuir

poemas escritos pelo mesmo em fitas métricas, em um contexto nada esperado, fazendo

com que esse tom de ‘’inusitado’’ chamasse atenção para o que ele queria dizer. Como para

qualquer outro doente mental, a arte é um instrumento de comunicação dele com a

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Page 33: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

sociedade e por não restringir essa comunicação apenas a nível verbal, o doente mental cria

metaforicamente um mundo apenas seu, e não permite que o outro invada. É através das

diversas formas de expressões artísticas que ele exterioriza seus sentimentos e permite uma

ponte de comunicação com o outro, como uma espécie de catalisador.

HISTÓRIA: A inserção da arte no doente mental é uma terapia ocupacional já comum em

seu.tratamento.

Já famosos, há espaços como o Museu de Imagens do Inconsciente (Rio de Janeiro-

1952), que foi fundado pela psiquiatra Nise da Silveira quando se viu inconformada com os

agressivos métodos de tratamento, buscou novas formas terapêuticas para os seus

pacientes com métodos expressivos e não pragmáticos conforme os da época.

Dentro de ateliês surgem então verdadeiras obras de arte, onde a pintura e o desenho

espontâneos revelaram-se de tão grande interesse científico e artístico que logo deu uma

posição especial a eles. Apesar de nunca haverem pintado antes da doença, muitos dos

frequentadores do ateliê, todos os esquizofrênicos, manifestavam intensa exaltação da

criatividade imaginária, que resultava na produção de pinturas em número incrivelmente

abundante, num contraste com a atividade reduzida de seus autores fora do ateliê, quando

não tinham mais nas mãos os pincéis. A pintura tornam-se passiveis de uma certa forma de

trato, ainda que não haja nítida tomada de consciência de significações profundas. O

indivíduo dá forma a suas emoções, despotencializa figuras ameaçadoras.

FONTES PESQUISADAS: www.ceaca.org.br

CARTAZ:

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Page 34: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Arte/Oficio-.Arte com palito de fósforo

AUTORIA: PEDRO CREALESE CAMPOS Matrícula: 112095022

INTRODUÇÃO: A arte com madeira é conhecido pelo homem há muito tempo, desde os

homens das cavernas para construção de armas até hoje em dia, com objetos de

decoração,

seja para casa, áreas públicas, etc. Mas nunca conheci alguém que fizesse tais obras além

de meu avo. Ex-engenheiro da Petrobras, sua verdadeira paixão foi a arte. Pintava e

escrevia, porém o mais incrível era sua habilidade de construir obras incríveis com palitos de

fosforo usados em seu dia a dia. Portador da vaca louca devido a uma viagem à Inglaterra

por trabalho, doença neurodegenerativa que afeta o gado bovino, e que uma das

consequências de tal doença são as tremedeiras e falta de coordenação motora que o

impossibilitaria de praticar tal atividade.

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Page 35: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Igrejas, casas, pessoas e animais eram alguns dos vários objetos que ele fazia com

fósforo. Objetos do dia a dia eram suas principais referências.

Não retirava sua motivação apenas de objetos, mas de filosofias de vida e de ideias

abstratas qu retirava de livros, como as mãos da criação do universo, pensamentos de Dom

Queixote, passagens bíblicas dentre outros.

A maior dificuldade era terminar seus trabalhos, pois ele para fazer uma área de

20cm x 20 cm demora cerca de 20 minutos e seus trabalhos eram grandiosos e cheios de

detalhes, desde os olhos ate os dedos dos pés, era realmente de se admirar que um idoso

com doenças graves poderia fazer trabalhos incríveis e com o pouco tempo que tinha por

trabalhar muito durante a vida toda.

Esse estilo de arte é passado de pai para filho na minha família, e hoje, estou

começando aprender a fazê-lo, reconstruindo os antigos, quebrados pelo tempo e pela falta

de atenção.

MATERIAL UTILIZADO PARA A CONFECÇÃO: Os produtos utilizados para a produção

são de fácil acesso, são eles:

. Cola Branca

. Palito de fósforo

. Lixa de madeira

. Paciência

COMO É FEITO: Se lixa fósforo por fósforo até que todos os lados fiquem lisos e

exatamente iguais. Coloque cola em uma área lisa e depois lambuze os fósforos nela e vá

juntando de forma que crie um quadrado ou a forma que você quiser, também é necessária

muita paciência para que a cola seque e fique da forma desejada, pois o palito pode sair do

lugar por algum motivo de fora (vento, gravidade e até mesmo o simples tocar no local pode

derrubá-lo).

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Page 36: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Habilidade, destreza e paciência. Habilidade, destreza e paciência.

IMPORTÂNCIA DO TRABALHO: A arte para ele era sua maior diversão e motivação para a

vida.

FONTES PESQUISADAS: Próprio artesão.

CARTAZ:

Habilidade, destreza e paciência.

TÍTULO: Arte/Oficio- O abate de frangos

AUTORIA: TAMIRIS XAVIER AMORIM Matrícula: 112095026

INTRODUÇÃO: O projeto a seguir faz parte de uma entrevista realizada com o proprietário

de um aviário localizado perto de minha residência, em São João de Meriti, na Baixada

Fluminense. Tal pesquisa me proporcionou o aprendizado sobre um ofício totalmente fora da

minha realidade de vida.

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Page 37: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

DESENVOLVIMENTO: O comerciante Antônio Oliveira Silva tem 42 anos e há 16 trabalha

no ramo aviário juntamente com seu pai, o também chamado Sr. Antônio.

A família morava em Recife e veio para o Rio de Janeiro em busca de uma vida

melhor, porém, com a situação financeira cada vez mais complicada, abriram um aviário e ali

mesmo faziam o abate dos frangos. Tal função foi aprendida ainda em Recife, com pessoas

que já possuíam experiência.

O comércio foi aberto em 1996 e nessa época só trabalhavam ali pai e filho. Desde o

início as aves eram compradas em granjas e a matança era de modo primitivo; usavam

somente facas.

Antônio, o filho, com seus apenas 26 anos não gostava muito do ofício. Torcia para

que seu pai não o deixasse sozinho no aviário, para que ele não tivesse que matar os

frangos quando chegasse algum freguês. Mas a situação era inevitável.

Como não havia maquinário o abate dos frangos acarretava em muita sujeira, já que a

falta de experiência tornava difícil o manuseio das aves, que se batiam e espalhavam

sangue para todo lado.

Com o passar dos anos o comércio se aprimorou e o Sr. Antônio comprou uma

depenadeira, funis e contratou uma pessoa para fazer somente o abate dos frangos.

Atualmente pai e filho dividem a carga horária do comércio, atuam somente no

atendimento aos fregueses e na limpeza do local.

Os comerciantes abrem o aviário todos os dias da semana. Vendem diariamente

cerca de 30 a 40 frangos, e além destes, vendem também ovos e condimentos. Aos

domingos comercializam também os frangos já assados.

Como toda profissão, esta também possui seus riscos. Eles trabalham com facas

muito bem afiadas, água fervente para ajudar a depenar os frangos, além de passarem a

maior parte do dia respirando em um ambiente com um odor pouco agradável e com muitas

penas. Ainda necessitam cuidados no manuseio das aves, pois as unhas das mesmas

machucam.

O descarte dos resíduos gerados no abate dos frangos infelizmente é feito em lixo

comum, recolhido todos os dias pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comburb) e

provavelmente levado para algum lixão, local de destino da maior parte dos resíduos

gerados na cidade.

Mesmo com todos os anos de experiência e com tudo que já conquistou em sua vida

devido ao comércio aviário, Sr. Antônio fez questão de ressaltar que não aconselha esse

ofício como profissão para ninguém. Relatou que no princípio sofria ao ter que abater os

frangos e até os dias atuais, não se sente confortável com a situação.

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Page 38: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Venham todos conferir as ofertas do Aviário da Família Oliveira!! Temos frangos inteiros ou em pedaços, galos, miúdos, ovos brancos e de galinha caipira, além de todos os condimentos que faltavam na sua cozinha. Nossos preços são populares e os produtos sempre fresquinhos. Atendemos todos os dias das 8hs às 20hs e aos domingos temos também aquele suculento frango assado. TÍTULO: Arte/Oficio- A arte do artesanato com arame

AUTORIA: JULIA LADEIRA Matrícula: 112095033

INTRODUÇÃO: Com uma touca de tricô com as cores da Jamaica que esconde e segura os

dreads do cabelo, um corpo cheio de tatuagens de símbolos com significados distintos e

uma barba de respeito, Ítalo aborda as pessoas que passam pelo calçadão e tenta conseguir

um pouco de sua atenção para que sua arte seja notada. Ele vem fazendo isso há dez anos

e já desceu o Brasil viajando e mostrando suas técnicas para diferentes áreas. Ítalo, que já

está no Rio há 5 meses, anda pelo calçadão com seu arame enrolado no braço e alicate e,

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sempre fresquinhos. Atendemos todos os dias das 8hs às 20hs e aos domingos temos também aquele suculento frango assado.

CONCLUSÃO: Durante a realização do projeto foi possível visualizar com proximidade e

clareza de detalhes as dificuldades enfrentadas na prática do ofício apresentado. Com isso,

passei a observar mais profundamente o trabalho realizado por diversos profissionais, que

com suas habilidades, facilitam a vida alheia.

FONTES PESQUISADAS: O comerciante Antônio Oliveira Silva

FOLDER:

Venham todos conferir as ofertas do Aviário da Família Oliveira!! Temos frangos inteiros ou em pedaços, galos, miúdos, ovos brancos e de galinha caipira, além de todos os condimentos que faltavam na sua cozinha. Nossos preços são populares e os produtos

Page 39: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

depois de pedir aos passantes para fazer uma perguntinha “só por educação”, descobre se a

pessoa gosta de arte ou não. Para os que gostam, o prêmio é vê-lo fazer em menos de dois

minutos um anel que pode ser de estrela, coração ou clave de sol. Depois de ganhar a

simpatia do cliente e de mostrar suas habilidades (por ele batizada de “mãos mágicas”), ele

deixa à critério do cliente julgar quanto sua pequena arte feita na hora vale.

Além da arte itinerante, ele também tem seu “ponto”, que divide com mais um amigo e

uma filhote de vira-lata, a Estrela. O mesmo local onde acampam na praia é onde estendem

seus panos e arrumam suas obras que vão além dos anéis e brincos de arame e passam

por faixas, tornozeleiras de linha e aranhas e escorpiões de arame. Conseguindo dinheiro

aos poucos, os dois vivem a vida calma e ao mesmo tempo de luta que é morar na praia.

Ao entrar na praia procurando, inicialmente por esculturas de areia, fui rapidamente

abordada pela figura simpática e excêntrica que Ítalo se mostrou ser. Como por causa da

chuva os escultores de areia não estavam mais na praia, resolvi tentar mudar o que estava

imaginando que entrevistaria. Expliquei a situação e perguntei se podia entrevistá-lo e, após

seu choque inicial, ele se mostrou totalmente aberto e até bastante empolgado com a

situação de ser filmado. Como ele próprio colocou: “Ítalo em Hollywood!”. Fez questão de me

levar até onde seu amigo, seu cachorro e seus pertences ficavam e rapidamente após as

apresentações ele começou a arrumar seus artesanatos montando um cenário. Depois de

me mostrar cada uma das peças que ele fazia, filmei-o enquanto ele fazia meu anel de

estrela. Em seguida, enquanto Ítalo, que se mostrou bem mais extrovertido que o amigo,

resolveu abordar uma adolescente que passava olhando para o artesanato, enquanto isso,

filmei um pouco do trabalho de seu amigo. A falta de extroversão de seu companheiro era

compensada por paciência. Seus artesanatos levavam em torno de 3 horas de trabalho para

ficarem prontos. Decidi filmar seu trabalho por partes, pois ele já estava se mostrando

desconfortável com a câmera em foco. Passei para a entrevista de Ítalo, que apesar de ter

gostado da ideia no início, agora estava ficando tím ido. Porém mais tarde acabou ficando à

vontade e fez piadas, sempre preocupado se estava em foco.

Acabada a entrevista, voltei a filmar o trabalho um pouco mais adiantado de seu

colega e depois fomos aos números. Cada par de brincos ia de 10 a 15 reais. As aranhas e

escorpiões pequenos eram 10 e os grandes, 20 reais. Ao final, de presente me deram uma

tornozeleira e dois anéis e comprei um par de brincos de cada. A entrevista não pôde ser

exibida em forma de vídeo por causa da praia, que atrapalhou o áudio, então segue abaixo a

entrevista com Ítalo:

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Page 40: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Júlia: Você é o Ítalo, não é?

Ítalo: Isso.

Júlia: Você está fazendo isso há quanto tempo?

Ítalo: Agora vai fazer uns dez anos.

Júlia: Dez anos? Caramba... E como você começou? Você aprendeu a fazer essas coisas

sozinho ou te ensinaram?

Ítalo: Algumas coisas eu fui aprendendo sozinho, outras me ensinaram.

Júlia: E você é de onde?

Ítalo: Eu sou do Piauí.

Júlia: E você começou lá e, como você veio parar aqui?

Ítalo: Eu vim viajando. Passei por Fortaleza, Natal, Paraíba, Recife, Aracaju, Bahia...

Júlia: E veio fazendo isso o tempo todo?

Ítalo: O tempo todo. O tempo todo, todo o tempo.

Júlia: E como vocês se conheceram?

Ítalo: Eu conheci ele aqui.

Júlia: Ah, aqui no Rio de Janeiro? E ele já fazia isso também, ou vocês aprenderam coisas

um com o outro?

Ítalo: Não, não...

Júlia: Então cada um faz suas coisas?

Ítalo: Cada um faz suas coisas

Júlia: E quanto tempo leva pra fazer cada coisa dessas, mais ou menos?

Ítalo: O brinco? Dez minutos.

Júlia: Dez? Só?

Ítalo: É.

Júlia: E os anéis de coco, vocês fazem também?

Ítalo: Faço.

Júlia: Esses levam mais tempo, né?

Ítalo: Mas esses a gente já comprou pronto. Faz também, mas é mais complicado por causa

da máquina...

Júlia: A coisa que você faz com o arame, na hora, já tem um preço ou a pessoa dá quanto

quiser?

Ítalo: Não, é quanto quiser. Depende da pessoa, vai do coração, entendeu? As vezes deixa

dez, vinte.

Júlia: E o resto tem preço?

Ítalo: Ah, o resto tem.

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Page 41: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Júlia: Que horas você chega aqui? Ou vocês moram aqui na praia?

Ítalo: A gente mora aqui. A gente acampa aqui na praia.

Júlia: Ah, então vocês trabalham a hora que vocês quiserem? Dizem a hora que quer

trabalhar ou não quer...

Ítalo: É, a gente trabalha quando tem vontade. Meu patrão sou eu. (risos)

Júlia: Onde você compra o material pra fazer por exemplo o cordão, ou os brincos?

Ítalo: No Saara. Antigamente a gente achava na praia, osso de tubarão, tartaruga. Mas hoje

em dia não pode mais não...

Júlia: E por que você escolheu fazer isso? Você gosta disso tudo?

Ítalo: Ah, eu gosto. Gosto de arte

Júlia: E as pessoas? Geralmente vem falar com vocês ou passam direto e nem olham?

Ítalo: Não, sempre vem. Quem mete o olho, a gente chama.

Júlia: Ah, então tem que ter um teatro, né?

Ítalo: (risos) É, tem que ter uma técnica.

Júlia: E você vaificar aqui? Ou vai continuar viajando?

Ítalo: Não, vou ficar aqui...Vou ficar aqui.

Júlia: Gostou daqui?

Ítalo: Gostei, gostei muito.

Júlia: E se passar mais alguém que faça isso, fica aqui com vocês?

Ítalo: Fica, fica... Se for artesanato, né? Se comprar pronto não fica não.

Ítalo: E como é o número da sua turma pra eu mandar um “oi”?

Júlia: Não tem número, mas pode mandar um oi pro “pessoal da ciência ambiental”

Ítalo:Oi, pessoal da Ciência Ambientation! Tô chegando por aí! (risos)

Exemplos como o de Ítalo e das pessoas que ele foi conhecendo em sua viagem nos

mostra que a arte é mais importante do que é considerada no Brasil. Se uma arte tão

simples é capaz de sustentar uma pessoa por tanto tempo, havendo incentivos oficiais a

esses tipos de atividade, apenas aumentam as chances que as pessoas que vivem disso

tem de darem certo.

Além disso, uma realidade como a deles é algo fora do pensamento de muita gente,

pois são pessoas que conseguem utilizar o dinheiro apenas para o essencial. E, talvez até

por consequência disso, elas vivam e valorizem aspectos da vida que as pessoas que vivem

com mais dinheiro e que já estiveram em vários lugares jamais perceberão. Como saber

qual é a melhor maneira de se viver?

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Page 42: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

VÍDEO PRODUZIDO: http://www.youtube.com/watch?v=c03IYZKXBrY&feature=youtu.be

TÍTULO: Arte/Oficio- Desiner

AUTORIA: FERNANDA SILVA DE REZENDE Matrícula: 112095050

INTRODUÇÃO: Meu trabalho fala um pouco do artista André Bringuenti (42), que além de

ter sido meu visinho, é amigo da minha família. Foi com essa proximidade que conheci e

passei a admirar o seu trabalho.

Mas, ainda não tinha tido a oportunidade de conferir e entender cada processo que é

feito pra que no fim chegue a esse belíssimo resultado.

A escolha do André pra ser o personagem desse trabalho, foi por admirar o sua arte e

sua história. Que mesmo com algumas dificuldades busca na arte um meio de seguir em

frente e dar a volta por cima.

HISTÓRIA: SEGUNDO ANDRÉ BRINGUENTI. “ A arte sempre esteve presente na minha

vida, desde criança, na escola quando tinha que fazer os desenhos dos trabalhos de todo

mundo”.

Aos quinze anos fiz um curso de decoração de ambiente, meus amigos jogando bola, e

eu de régua T embaixo do braço, indo para o centro da cidade dividir a sala com pessoas,

que na média tinham o dobro da minha idade.

Depois me afastei, indo trabalhar como representante comercial. Em 2001 me mudei

para Nova Friburgo, lá retomei as pinturas, montando um estúdio no caminho para Lumiar.

Posso me considerar um autodidata, pois não fiz nenhum curso voltado para arte,

tenho muita vontade, mas nunca fiz.

Com a relação ao objetivo do meu trabalho, é engraçado, pois sempre tem um fundo

comercial, mas é bem legal quando consigo me desvencilhar e a arte corre solta, sem 41

Page 43: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

preocupação a valores e agrados. Só fluidez e inspiração, inspiração essa que busco em

várias fontes: pesquisas, livros, passeios, conversas, artes, pensamentos...

Entrou a onda das ecobags, todo mundo se preocupando com o bem estar de nosso

planeta, só que nós percebemos que as bolsas que tinham por aí, eram sem atrativos, não

incentivando o seu uso, então nós resolvemos criar uma ecobag bem transada, que a

pessoa usasse no dia a dia e quando tivesse que comprar algo ela já estava ali. Na verdade

as bolsas ecológicas servem para as compras do dia a dia, pois as compras de mês elas

não comportam. Para tanto, já tenho pensando em caixas de papelão decoradas, pra que

suportem as compras do mês.

Acredito que a arte tem um valor histórico muito grande, quando não tinham ainda

inventado as palavras, os únicos registros que nós temos são os desenhos, mesmo depois,

se consegue saber muito sobre um povo ou época através da arte.

Hoje vejo a contribuição da arte em passar valores, contestações e alegrias em meio

ao caos cotidiano. No âmbito ecológico, temos por um lado a busca de materiais recicláveis,

as mensagens passadas, mas não podemos esquecer que a nossa matéria prima (tinta) é

bem nocivo ao meio ambiente devido aos corantes usados.

Há dez anos, André Bringuenti deu uma pausa no surf no Rio de Janeiro para investir

no design – sua profissão desde a adolescência. O artista se destacou com a decoração de

ambientes residenciais e comerciais, sem contar a transformação de móveis que ganham

novos coloridos e texturas com as cores vivas, marca registrada de Bringuenti. O artista

ganhou fama na região também com o estilo de suas bolsas e estampas multicores. Ao

trocar a agitação da capital pela calmaria da serra, Bringuenti, que se define como “designer

de trabalhos vivos”, baseou-se na localidade de Galdinópolis, no distrito de Lumiar. Depois

transferiu seu Studio Ateliê de artes para uma nova casa, no bairro de Duas Pedras,

solidificando sua clientela e obtendo muito sucesso. Tudo, infelizmente, se foi na trágica

madrugada de 12 de Janeiro. Uma encosta deslizou e engoliu sua casa e o ateliê, com cinco

máquinas, atingindo Bringuenti, sua mulher e os três filhos pequenos do casal. Após o

resgate, a família tenta afastar as tristes lembranças do episódio numa casa de familiares

em Sepetiba, zona oeste do Rio, onde André, retomou as atividades artísticas,

principalmente as bolsas estilo reciclado fashion (ecobags) – que podem ser utilizadas não

só em eventos sociais, mas também no dia a dia – sem contar os quadros personalizados

com pinturas de cores contrastadas – que agradam em cheio a clientes de gostos

diferenciados.

“ Voltamos a produzir no Rio – onde até já retornei a surfar um pouquinho em Grumari

– cativando agora um outro público, mas não podia deixar de atender nossos clientes de

42

Page 44: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Nova Friburgo, que ficaram preocupados com a nossa parada emergencial”, disse

Bringuenti, que mantém contato com os friburguenses por e-mail, blog ou telefone e sobe a

serra pelo menos uma vez por semana para atender a clientela. Sua meta é também criar

uma corrente cultural cativando novos clientes. “As bolsas decoradas, as reformas de

quartos infantis e bem coloridos e a decoração de ambientes, com a transformação de

móveis – tudo pintado à mão – continuam sendo os carros-chefes de André, que personaliza

também almofadas, edredons, cortinas e tudo o mais que a imaginação deles e dos clientes

permitirem.

CONCLUSÃO: Ao final, consegui conhecer melhor o trabalho do André não só o produto

pronto, mas desde o início, os primeiros passos. Espero que com esse trabalho seja

possível espalhar essas idéias e divulgar o trabalho que é feito pelo André.

Todo esse tempo de pesquisas, pra contar a história de ofício e arte, foi extrema

importância pra mim, aprendi muitas coisas e a valorizar ainda mais a arte. Outro ponto

importante foi à troca de informações e idéias. Principalmente quando o assunto foi como

reduzir os impactos ao meio ambiente e tornar os produtos mais ecológicos...

Sabe-se que a matéria prima utilizada, a tinta, é nociva ao meio ambiente, com isso o

André ficou disposto em procurar tintas naturais ou outras menos agressivas. Da mesma

forma que ele já vem buscando a utilização de mais matérias recicláveis para a construção

de suas artes.

FONTE PESQUISADA: Através de entrevista informal com o artista.

Blog – Estúdio : http://andrebringuenti.blogspot.com.br/ Blog – Ecobags: http://www.estudiobolsas.blogspot.com.br/ Telefones : (21) 3365-5435 (21) 8504-9264 E-mail: [email protected] ETIQUETA NARRATIVA: 43

Page 45: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

VÍDEO PRODUZIDO: http://www.youtube.com/watch?v=mX2OK_PRV8U&feature=youtu.be

TÍTULO: Oficio - Músico

AUTORIA: GABRIELLE FIGUEIREDO DO NASCIMENTO Matrícula: 112095002

INTRODUÇÃO: A ideia da elaboração do meu trabalho partiu da minha aula de violão e foi

realizada uma entrevista com meu professor sobre o seu ofício.

ENTREVISTA:

Seu nome completo, por favor? Joao Marcos de Oliveira Moraes, mas pode me chamar de

“Marquinhos”.

Sua idade?30 anos

Seu estado civil?Casado

Com que idade você começou a se interessar pela música? Comecei a me interessar pela

música aos 11 anos de idade por ver e ouvir meu irmão mais velho tocar violão, o outro

trompete, outro contra baixo, outro bateria e minha irmã cantando minha casa era um

ambiente musical impossível não ouvir.

Quando você teve o primeiro contato com um instrumento musical?A minha entrega total

com a música foi depois do meu 1º contato com a guitarra do meu irmão. Ele saia para o

trabalho pela manhã e só voltando à noite, por ter muito zelo pelo instrumento ele trancava a

guitarra no guarda roupas a cadeado. Mas eu não medindo as consequências forçava a

porta até conseguir alcançar a guitarra para treinas algumas poucas notas durante todo o

dia. Meu irmão percebendo meu interesse insaciável pela música começou a me passar

alguns exercícios e passou a deixar a guitarra comigo. Pronto! Apaixonei-me

completamente pela arte da música.

Você teve ajuda de mais alguém além do seu irmão? Tive sim, meu primo que era meu

vizinho na época começou a tocar saxofone e ficávamos todo o dia estudando enquanto as

outras crianças brincavam na rua. Mas dificuldades começaram a aparecer, já não tinha

44

Page 46: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

como crescer só ouvindo ou com os mesmos exercícios precisava de mais; mas a minha

família não tinha condições de pagar aulas ou comprar um bom instrumento. Então não

desanimei, comecei a pegar livros emprestados com amigos, ir à igreja e ficar lá o dia todo

por causa dos instrumentos e só consegui superar, pois acreditei em mim e tive FÉ em

Deus, a quem pedi muita ajuda. É claro que perguntei muita coisa à amigos músicos mais

experientes. E quando estava só no meu quarto com a guitarra do meu irmão eu orava à

Deus e pedia para que Ele ficasse do meu lado e me ensinar e deu tudo certo, eu elaborava

várias formas de estudos para facilitar o entendimento e mais tarde pegava outros livros

emprestados onde se observava muitas coisas similares aos meus raciocínios.

Você chegou a frequentar algum curso para aprimorar o seu talento? Sim, minha mãe que

sempre me apoiou começou a pagar um curso no Vila Lobos onde estudei apenas 8 meses

e mais uma vez pelas dificuldades tive que deixar o curso.

Em meio a tanta dificuldade qual foi a sua maior conquista?Foi no ano de 2008, onde

comprei a guitarra dos meus sonhos uma Fender telecaste Americana, parcelada em 12

vezes, prefiro não comentar o preço, foi uma grande conquista pra mim.

Hoje em dia você vive da música?Sempre sonhei viver de música, infelizmente a arte não é

valorizada como deveria, são poucos recursos, incentivos e apoio. Já fui guitarrista em uma

banda evangélica tocava todo fim de semana, comecei a dar aulas nas igrejas e comecei a

gostar de lecionar. Mas trabalho em um hospital no plantão noturno 3 vezes na semana e de

dia dou aula de teoria musical e teclado em um projeto que dar assistência à crianças e

jovens, no Instituto Flordelis em São Gonçalo, nos finais de semana dou aula em duas

igrejas evangélicas, além de dar aulas particulares.

Uma definição de música para você:Uma das definições da música que eu mais aprecio é a

frase: "música é a arte de expressar os sentimentos e vários afetos da alma, através dos

sons".

Finalizou me perguntando:Pare nessa hora e imagine o mundo sem música? Ela esta

presente em todos os lugares e momentos; quem nunca chorou, se alegrou, sorriu, ouvindo

uma música que marcou.

45

Page 47: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

FOTOS: Alunos na aula de violão O artista

46

Page 48: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

FONTES PESQUISADAS: João Marcos de Oliveira Moraes – Marquinhos

Emanuela Moraes – Esposa

Entrevista dia 27 de Abril de 2012 ás 21:19h VÍDEO PRODUZIDO: http://www.youtube.com/watch?v=XmFpNYsxiK0&feature=colike CARTÃO DE VISITA DESENVOLVIDO:

TÍTULO: Arte/Oficio- Artesanato Sustentável

AUTORIA: MARIA BEATRIZ AYELLO LEITE. Matrícula: 112095034 INTRODUÇÃO: O presente trabalho tem como objetivo contar a história de Zélia Pettinati

Ayello, minha avó, que através do artesanato buscou superar os obstáculos e crescer

interiormente usando e explorando a criatividade. Durante o processo de pesquisa e

entrevista pude observar o desenvolvimento dos objetos, a maior capacidade de entender e

agir com o que estava sendo trabalhado e o interesse em buscar a cada dia o

aperfeiçoamento e preocupação ambiental. Fiquei surpreendida pelo fato de Zélia ter

aprendido está arte apenas observando suas irmãs que tinham grande interesse em criar

objetos de decoração.

47

Page 49: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Está pintura foi a única feita por Zélia quando tinha cerca de 20 anos, que era a casa onde vivia.

No dia da entrevista consegui localizar o local da casa e tirei uma fotografia de como

se encontra na atualidade. Nota-se que não houve grandes mudanças e levando em conta

que foi sua primeira pintura me impressionou bastante os detalhes da pintura. Minha avó

contou que sentiu necessidade de iniciar algum tipo de trabalho depois que ficou viúva,

então decidiu começar a pintar quadros já que sempre se interessou por este tema. Estes foram os primeiros quadros feitos por ela após ter objetivado se concentrar em algo e “tocar a vida”.

Com o tempo decidiu criar outros objetos como caixas e velas.

48

Page 50: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Para estas criações contou com dicas de uma profissional e suas irmãs que a auxiliavam

com as tintas e modelos. A caixa e o sabonete com a mesma estampa foram feitos usando

flores do quintal como inspiração e a tampa da caixa teve como modelo guardanapos que

sobraram de uma festa na qual ela estava presente. Para ter este aspecto quebradiço foi

utilizado a verniz craquelê.

Após estas criações Zélia decidiu todos os dias buscar novas idéias e começou a

pesquisar via Internet modos para que suas criações não prejudicassem o meio ambiente.

Foi assim que conseguiu encontrar um posto de reciclagem em Resende, cidade onde vive.

Com isso, passou a levar os materiais que não tinham como ser reutilizados como papel,

metal, potes de tinta para reciclar. Para a limpeza dos potes de tinta utilizava um solvente e

após o processo levava o solvente usado para uma fábrica que fazia o recolhimento e novo

uso para fabricação de seus produtos.

Para realizar seu trabalho utiliza lixas, pincéis, panos, fita crepe, betume, tinta óleo, verniz

craquelê, goma laca, laca chinesa, plantas, frutas, ente outros. Seu atual objetivo é

conseguir o máximo de material em sua casa, em seu quintal, na rua.

Este porta tesoura de cozinha, por exemplo, foi feito com caixas de madeira que não

eram mais utilizadas. Assim, Zélia usou a madeira da caixa para servir como estrutura e fez

seu formato com uma serra de bancada e uma lixa para deixar a superfície mais lisa. Os

pontos coloridos e linhas foram feitos com o próprio pincel.

49

Page 51: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

A tampa desta caixa foi feita com papel laminado e para formar as flores e laços utilizou-

se uma colher. O artesanato está presente na minha família há gerações, de acordo com

minha avó o meu bisavô e tataravô eram artesãos na Itália. Na moradia de Zélia há várias

esculturas e objetos feitos por parentes que foram auxiliados por ela a criar os projetos,

muitos deles foram utilizados como inspiração para seus próprios trabalhos. Como estes

quadros de vidro feito por minha tia, Geovanina Ayello. Esta obra realizada por meu falecido avô, Franscisco Ayello que tinha como objetivo usar

os ladrilhos que restaram da piscina e formar uma espécie de árvore genealógica, onde o “Z”

representava Zélia e ele, os seis peixes brancos meus tios, mãe e os oito peixes azuis eu,

meus primos e irmãos.

O melhor conhecimento e o tempo que utilizei para conversar, observar e estudar o

trabalho que minha avó realiza me ajudou muito a conhecer melhor e perceber o quanto ela

é focada, profissional, determinada e atenciosa com o que faz. Fico feliz por Zélia ter

encontrado uma atividade que se sinta bem em realizar e que haja concordado em participar

desta experiência. Seus projetos são realizados com toda a concentração para que seja não

só um objeto e sim que tenha sentimentos envolvidos e histórias para contar. 50

Page 52: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

FONTES PESQUISADAS: Entrevista informal com minha avó.

FOLDER:

TÍTULO: Oficio - Tapetes

AUTORIA: IZABELE DE ALMEIDA PERALVA Matrícula: 112095049

INTRODUÇÃO: Esta entrevista tem como objetivo de apresentar a história de uma jovem

chamada Ana Carla, que faz trabalhos artesanais com retalhos de pano que aprendeu com

sua avó, e hoje ajuda seu pai que é caranguejeiro na renda familiar.

HISTÓRICO: A entrevistada Ana Carla, não tem nenhum curso de artesanato, segundo ela,

o aprendizado originou desde muito pequena junto com as primas observando como a avó

fazia cada passo até o fim do trabalho.

MATERIAL UTILIZADO: A jovem trabalha sozinha e utiliza tais materiais:

Retalhos de Pano

Duas varas de tricô – feitas de galho de goiabeira

Tesoura

51

Page 53: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

RESULTADOS: Além do tapete, Ana Carla faz também jogo para banheiro, assento para

sofá e capa para cabeceira de cama. Cada trabalho dura no máximo dois dias para ficar

pronto,

Em que cada peça grande custa R$ 20,00e cada peça pequena custa R$ 8,00

Com esse trabalho o lucro pode ser de até 60 reais por semana ou 300 reais por mês,

que serve para auxiliar a família com gastos econômicos.

CUIDADOS COM A SAÚDE: Qualquer trabalho artesanal que envolve panos e/ou tintas

deve ter um cuidado especial, pois o contato direto com esses produtos podem desenvolver

uma crise alérgica de tosse, e até mesmo uma doença chamada de Biossinose, que se não

for tratada pode levar á bronquite crônica.

“Devido a essas consequências é importante que o trabalhador artesanal, esteja

usando uma máscara e tenha intervalos de pelo menos um ou dois dias sem realizar esse

tipo de trabalho.” – Diz Ana Carla.

CONCLUSÃO: Há muito tempo uma malharia na cidade de Magé com o nome de Cor Malha

Indústria Comércio LTDA, fazia doações de retalhos das suas malhas para a avó de Ana

Carla, que foi quem começou com o trabalho artesanal do tapete. Conforme seus netos

foram crescendo, foram acompanhando os seus trabalhos e aprendendo como se faz. No

ano de 2010 a avó da jovem faleceu, com isso, ela e outros membros da família continuaram

o trabalho que aprenderam observando uma pessoa fazendo.

“O trabalho ajuda na renda familiar, meu pai é caranguejeiro e não ganha muito e nem

tem um bom lucro sempre, é um trabalho que depende da época do ano”.

“Mas como meus trabalhos artesanais estão ajudando, as próximas gerações também

vão aprender a fazer esse trabalho.” Garante a entrevistada.

A jovem trabalha com esses artesanatos há um tempo e sem nenhum gasto como

material auxilia o pai na renda familiar.

FONTES PESQUISADAS: Foi realizada uma entrevista informal com a artesã e coleta dos

dados.

VÍDEO PRODUZIDO: http://youtu.be/6YZHWKuUNhw

52

Page 54: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Arte/Oficio - ARTE COM JORNAL

AUTORIA:DAIANY DO NASCIMENTO FERREIRA Matrícula: 112095009 INTRODUÇÃO: O Rômulo de Jesus, de 34 anos, deficiente auditivo, realiza trabalhos com

reaproveitamento de jornal, transformando-o em objetos através da arte em cestaria, cada

peça tem a sua exclusividade.

Cestos de roupas e lixeiras.

Aprendeu a arte com jornal na Pestalozzi. Segundo sua mãe por ser deficiente

auditivo, devido às dificuldades encontradas, iniciou sua vida escolar aos 16 anos. Foi

quando iniciou o trabalho com jornal. A professora da Pestalozzi, Jane Costa, encontrou uns

passos de cestaria em jornal numa revista e achou que conseguiria fazer. O que ela acha

interessante é que ele não só aprendeu mais passou a fazer com excelência e começou a

fazer em casa para vender.

O Rômulo foi convidado para ir a Escola São Francisco pela Jane, professora da

Pestalozzi na época onde havia iniciado o ensino da Língua de sinais, LIBRAS, Língua

própria da comunidade surda, com a professora Vládia de Lima Freitas Ferreira. Nesta

escola o Rômulo continuou o trabalho com cestaria em jornal. A Escola São Francisco foi o

lugar onde o Rômulo conseguiu divulgar ainda mais o sua Arte. O trabalho é realizado na

oficina de Arte da Classe Especial, classe esta que hoje possui caráter transitório. Após a

confecção é vendido pela escola e repassado o dinheiro para o Rômulo.

MATERIAL NECESSÁRIO: Para realização dessa arte são necessários os seguintes

materiais: jornal, cola, tesoura, verniz e tinta (optativo). Em relação as instalações físicas o

mais importante é que no lugar onde ele esteja fazendo o trabalho tenha um apoio para

montagem. Tendo os materiais em mãos, o primeiro passo para começar a realização da 53

Page 55: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

arte é fazer canudinhos com a folha de jornal. Depois de todos os canudinhos prontos

começa a montagem. Terminando a montagem se passa cola e verniz (ou tinta) para

finalizar o trabalho. VEJA PASSO A PASSO ABAIXO:

Material utilizado:

- Jornal

- Cola

- Tesoura

- Verniz

- Tinta (optativo)

- Uma vasilha para molde.(opcional).

MODO DE FAZER:

1)Corte a folha dupla de jornal em quatro partes.

2)Enrole as tiras de jornal até formar um canudo e cole.

54

Page 56: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

3)Separe sete canudos de jornal para começar a trançar.

Coloque na mesa quatro canudos (canudos 1 a 4), um ao lado do outro, com uma distância

de aproximadamente 2 cm entre eles.

4)Pegue o canudo 5 e comece a trançar perpendicularmente aos outros quatro, na porção

central. Passe por cima do canudo 1, por baixo do canudo 2, por cima do canudo 3 e por

baixo do canudo 4.

- Pegue o canudo 6 e repita a operação, dessa vez começando por baixo do canudo 1, por

cima do 2, por baixo do 3 e por cima do 4.

- Trance o canudo 7 da mesma maneira que fez com o canudo 5.

5) Pegue uma das pontas do canudo 1 e comece a trançar, passando por baixo do canudo

2, por cima do 3, por baixo do 4, por cima do 5, por baixo do 6 e assim sucessivamente.

55

Page 57: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

6)Quando o canudo 1 estiver quase todo trançado, pegue um novo canudo e emende nele

para continuar a trançar.

Dica: encaixe a ponta do canudo novo por dentro ou por fora da ponta do canudo 1 (lembre-

se que os canudos tem uma ponta mais justa que a outra).

7)Quando chegar ao tamanho do fundo da vasilha escolhida apoia a base na vasilha (com a

vasilha virada) vire os canudos para baixo e continue trançando.

8)Vá trançando até chegar ao tamanho desejado.

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Page 58: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Dicas:

passe verniz na cesta para impermeabilizá-la. Se preferir, use verniz incolor para

depois poder dar um acabamento com tintas coloridas.

Para fazer uma peça maior faça os passos até o 7 para formar a base. Depois vire os

canudos para cima e continue traçando até que chegue a altura desejada.

O MEIO AMBIENTE E SAÚDE: É importante ressaltar que esta arte realizada pelo Rômulo

traz benefícios para natureza através do reaproveitamento do jornal, este que leva de 3 a 6

meses para se decompor, evitando seu acúmulo que causa danos ao meio ambiente e à

saúde. No entanto o uso do material utilizado para a preparação das peças, como o verniz,

deve ser manuseado com alguns cuidados, pois podem causar riscos à saúde como crises

alérgicas e intoxicação pelas vias respiratórias. A pessoa que adquirir o produto final deste

artesanato, não terá danos, muito pelo contrário, estará ajudando o produtor e contribuindo

para a preservação do meio ambiente, pois quanto maior o interesse das pessoas em

adquirir os objetos, maior o número de jornal utilizado.

Tive a oportunidade de ouvir relatos dos professores, que ficam admirados pela forma

ágil que ele faz e pela perfeição do trabalho. As vezes ele ensina para os seus colegas de

classe, mas ninguém consegue fazer da mesma forma que ele.

FONTES PESQUISADAS: Entrevista com artesão

Youtube. Vídeo demonstrando forma de montagem. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=fIBhv9ViA5k&feature=fvsr> Acesso em 30 de abril de 2012. Recicloteca-Centro de Informações sobre Reciclagem e Meio Ambiente. Passo a passo. Cestaria com Jornal. Disponível em: <http://www.recicloteca.org.br/passo.asp?Ancora=4> Acesso em 01 de maio de 2012.

Link de um vídeo demonstrando outra forma de montagem deste produto:

http://www.youtube.com/watch?v=fIBhv9ViA5k&feature=fvsr 57

Page 59: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

ETIQUETA NARRATIVA:

CARTÃO DE VISITA:

CARTAZ:

58

Page 60: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Arte/Oficio - Maria Gleides Bastos de Moura

AUTORIA: LAIANA LOPES DO NASCIMENTO Matrícula:112095017 INTRODUÇÃO: O meu projeto fala sobre o ofício de Maria Gleides Bastos de Moura que

juntamente com sua filha Maria Eda Bastos de Moura fundou o projeto semeando grãos de

mostarda que existe há 11 anos. Trabalham dando assistência a crianças carentes de uma

comunidade em São Gonçalo do bairro de Itaoca.

Tudo começou com um desejo em ajudar ao próximo, Maria Gleides e mais cinco

amigos fundaram o projeto semeando grãos de mostarda, só que no inicio houve um

desentendimento e ocorreu uma separação do grupo, e dona Maria Gleides não quis que o

projeto acabasse e resolveu dar continuidade ao trabalho social sozinha juntamente com sua

filha Maria Eda e hoje o projeto vai completar 12 anos.

A comunidade em que a dona Gleides trabalha com sua filha Maria Eda é uma

comunidade muito carente situada em São Gonçalo, no bairro de Itaoca. Os moradores da

comunidade sobreviviam da reciclagem de um lixão que existia nesse bairro, mas foi

desativado e muitas pessoas ficaram desempregadas piorando assim a situação dos

moradores pós a única renda que tinham vinha desse lixão, muitas dessas pessoas são

mulheres separadas e com muitos filhos para criarem.

O principal objetivo do projeto é dar assistência ás crianças carentes, melhorando um

pouco a condição de vida dessas crianças onde muitas das vezes moram em lugares muito

precários.

A única renda do projeto é o bazar beneficente que é mantido por doações de roupas

sapatos e brinquedos, todo o dinheiro arrecadado no bazar é revertido para a construção de

uma creche no bairro e também a partir da colaboração de voluntários e doações de

matérias de construção. 59

Page 61: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

:

Bazar Beneficente Grãos de Mostarda

Todos os anos é feito um catálogo com fotos e informações básicas de crianças

com até 10 anos beneficiadas pelo projeto para que sejam apadrinhadas e recebam

presentes no natal como roupas, sapatos, brinquedos e etc. Esse catálogo é feito em

setembro para que em dezembro todas as crianças cadastradas sejam apadrinhadas a

tempo, contudo existem sempre contratempos e é preciso ter presentes extras para que

nenhuma criança fique sem o seu presente no natal.

.

Crianças do projeto

Dona Gleides também trabalha com artesanato, em que vende no bazar e o

dinheiro é revertido para a construção da creche.

60

Page 62: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Este é um dos trabalhos feito pela dona Gleides, o material utilizado para fazer este trabalho

é um pote de sorvete.

O projeto ajuda cerca de 40 famílias com doações de cestas básicas o tamanho da

cesta varia de acordo com o tamanho da família que irá receber. A entrega das cestas

básicas é feita na casa da pessoa beneficiada, e é levado pela dona Gleides e sua filha, a

maior dificuldade encontrada é que a comunidade em que ela trabalha é dominada pelo

tráfico e dona Gleides fica receosa sempre que é preciso entrar na comunidade para fazer a

entrega, mas conta que não é nem pelos bandidos, pois já a conhece e a respeita explica

ela, mas fica com medo de que ocorra um confronto entre polícias e bandidos na hora em

que ela esteja fazendo ás entregas.

Nesse projeto também são beneficiadas cerca de 30 crianças com necessidades

especiais, dona Gleides tem uma filha especial com isso ela ajuda essas crianças como se

fossem suas filhas, atualmente está com 250 crianças cadastradas no projeto e conhece

cada criança, onde vive se estudam quais são os responsáveis.

Dona Gleides conta que não tem mais vida própria, sempre chega alguém em sua casa

pedindo ajuda, não se alimenta bem, quase todos os dias tem que comer comida fria, não

tem tempo para ela nem para sua família, porém conta que não tem mais coragem de

abandonar esse projeto diz que foi uma missão de Deus em sua vida e vai ficar trabalhando

nesse projeto até não poder mais.

CONCLUSÃO: Aprendi muitas coisas com o oficio da Dona Gleides, principalmente que é

preciso ter perseverança, e ajudar o próximo não é uma tarefa fácil muito pelo contrário é

muito difícil, pois requer muito esforço diário, e fazer porque você gosta de ajudar e não por

mera caridade, fazer o papel de cidadão é ter amor por pessoas que nem conhecemos mais 61

Page 63: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

deveríamos respeitar mesmo não sendo nada nossos. Conheci um pouco da realidade que

milhões de brasileiros passam todos os dias para sobreviver. FONTES PESQUISADAS: O próprio projeto.

CARTAZ:

Você está convidado há conhecer um

pouco mais sobre o trabalho assistencial feito pela Dona Gleides. Tel.8549-7411/9928-7411

62

Page 64: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

HISTÓRIA DE COISAS

TÍTULO: Produto – Caderno Corrupiola

AUTORIA: CAMILA AMÉRICO DOS SANTOS Matrícula: 112096007

INTRODUÇÃO: Resolvi falar sobre cadernos por ser algo que sempre usei e ainda vou usar

por muito tempo. Decidi procurar na internet sobre as marcas de cadernos e como os

fabricavam. Achei uma entrevista muito interessante sobre um pequeno caderno feito a mão

e com materiais sustentáveis de uma “empresa” chamada Corrupiola, nome que achei

engraçado num primeiro momento e não sabia o significado, que depois descobri lendo a

entrevista e visitando o site da “empresa”. Montei uma pequena entrevista com o que achei

de entrevistas que eles deram para alguns blogs e com o que achei no site da “empresa”.

O QUE É A CORRUPIOLA? É o resultado das experiências e dos trabalhos crafts de Leila

Lamp e Aleph Ozuas, ambos de São José, Santa Catarina. Surgiu do desejo de ambos de

vender um produto próprio, trabalhando em casa e controlando o próprio tempo. Lançaram

sua primeira coleção em dezembro de 2008 num bazar Craft em Florianópolis. Montaram

uma loja virtual no blog, também vendem seus produtos em um site próprio e algumas lojas.

TIPO DE PRODUTOS VENDIDOS: O Corrupio clássico é o principal produto vendido.

Corrupios são pequenos cadernos exclusivos e costurados a mão no formato 9x14cm, com

papéis refinados como Canson, Fabriano e Color Plus 240gr nas capas, e com miolo de 64

páginas em papel pólen 80gr. Alguns modelos: Corrupio capa dura, com tecido, HQs, Maps,

Dos-à-dos fibra de bananeira, Corrupedia. 63

Page 65: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

LOCAL DE TRABALHO: Trabalhavam no próprio apartamento. Montaram um atelier e

buscam sempre inovar usando de antigas tecnologias, como uma máquina de tricot.

COMPOSIÇÃO: Corrupios Capa Dura: São três os formatos: 14 x 10,5 cm; 16 x 10,5 cm e

17 x 10,5 cm, todos com papel 120gr no miolo e com 128 páginas. São vár ias capas, com

hqs, mapas, mangas e uma série de Corrupios muito especiais com os desenhos de

Kafka.Corrupio Capa Dura HQ:Formato 14×10,5 cm, capa com papelão preto, miolo em

papel Chamois 120gr, 128pg, folhas de guarda pretas.

ACABAMENTOS: lombada e elástico preto, ilhós preto.Capas com hqs da revista Heavy

Metal publicada nos EUA em fevereiro de 1979 (revista antiga, avariada e reciclada por nós

nestas capas).As capas desses Corrupios são de revistas em quadrinhos avariadas, faltando

páginas ou com outros problemas que as fariam parar no lixo. Cada Corrupio HQ é único,

não havendo outros com a mesma capa.

CORRUPIO TECIDO: Formato Clássico 9x14cm, capa em papel Color Plus marfim 240gr

recoberto com tecido japonês e costura com fio marfim; miolo sem pauta em papel Pólen

Bold acid-free 90gr, 64pg.

Dos-à-dos Fibra de Bananeira: Os papéis que compõem as capas deste modelo são

100% de fibra de bananeira, produzidos artesanalmente com pigmentos importados.Na

fabricação deste papel utiliza-se 70% de água e 30% de pasta da fibra da bananeira. A água

é tratada após a utilização e devolvida para a natureza sem nenhuma adição de ácidos, ou

seja, este processo não afeta o lençol freático. Todo este processo é feito por uma artista no

Estado de Goiás. A água é tratada após a utilização e devolvida para a natureza sem

nenhuma adição de ácidos, ou seja, este processo não afeta o lençol freático.

Alguns dos cadernos são costurados com papel pólen – off White e acidfree – um

papel amarelado que leva menos banhos ácidos do que o papel branco durante sua

64

Page 66: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

fabricação. É um papel largamente utilizado no mercado editorial. A cada coleção buscam

utilizar novos materiais verdes, como o papel Kraft nas capas.

PROCESSO DE FABRICAÇÃO: O processo de fabricação não é industrializado, não é

terceirizado (exceto a faca da caixa para Corrupio Clássico e as matrizes para serigrafia e

tipografia) e não utiliza de mão de obra barata.

Todos os produtos são feitos à mão, uma unidade por vez.

O papel é um material 100% reciclável, a não ser quando é plastificado ou tenha algum

substrato que dificulte o processo de reciclagem. Na entrevista, eles dizem que não há como

o trabalho, como um todo, ser 100% sustentável, pois teriam que seguir todo o processo

desde a extração da matéria prima. Preocupam-se ao final do ciclo e com a disposição das

aparas. Somam próprias ações que vão desde a procedência da matéria prima, escolha de

fornecedores que estão perto, até o envio das encomendas, indo a pé ou bicicleta ao posto

dos Correios, andando de ônibus e aproveitando quase 100% dos materiais que adquirem

para produzir os cadernos. Das sobras dos papéis criam cartões, embalagens, cintas e

caixas. Todo lixo produzido no processo de serigrafia é separado.

INSPIRAÇÃO: A inspiração deles vem de vários lugares: da literatura e do cinema; de um

passeio pela praia ou pelo campo; do trabalho de outros crafters e das centenas de belos

sites que visitam periodicamente; do canto dos pássaros e do som da máquina tipográfica

funcionando.Acreditam que a atividade Craft ainda vai crescer no Brasil, ainda é muito pouco

conhecida (eu mesma só conheci esse termo na entrevista). “Craft não é somente compra e

venda de produtos artesanais, é também uma filosofia de vida, tanto do criador como do

comprador/consumidor. Somente com boa imaginação é possível sobreviver no mundo de

hoje, onde o tempo parece não mais nos pertencer, pois é disputado e negociado pela

atenção das grandes e despersonalizadas..corporações

CRAFT: A comunidade Craft é um movimento que abraça artistas, designers, arquitetos,

ilustradores, fotógrafos, film-makers dentre outras profissões. O Craft une o know-how da

profissão do criador com suas habilidades manuais para criar beleza e originalidade em

cada peça. Os participantes dessa comunidade compartilham idéias e incentivo através de

websites, blogs, lojas, galerias e feiras. Juntos, eles forjam uma nova economia e estilo de

vida baseado no respeito, criatividade, determinação e trabalho em rede. Simultaneamente a

forma como se trabalha com o Craft é a maneira deles de minimizar o impacto sobre o

planeta. É um equilíbrio entre formas de reciclagem, redução, reutilização e, ao mesmo

65

Page 67: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

tempo, a criação de um produto original. O Craft está sempre se reinventando e não há a

reprodução em massa. É um movimento interessado em humanizar o consumo, prezando

pela autoria do produto. O comprador craft sabe quem fez o produto, confia na origem da

matéria prima e preza pela exclusividade e originalidade da peça adquirida. É um mercado

emergente, na contramão da produção em massa e contra a exploração da mão-de-obra.

Corrupio em português significa brincadeira. “Corrupiola” é uma palavra inventada

por Aleph Ozuas, então, Corrupiola pode ser divertimento, ou fazer brincadeiras ou o que

for relacionado.

CONCLUSÃO: Como tudo hoje é industrializado, que produtos são impostos para nós como

certos ou errados, que você precisa tê-los ou não está seguindo um padrão, esses corrupios

e quem os criaram me chamaram a atenção por ser algo um pouco fora desses padrões.

São cadernos lindos e com um bom propósito: Unir o útil ao agradável. Eles criaram uma

idéia e colocaram em prática, queriam algo diferente e conseguiram. Montaram seu próprio

negócio para controlar o seu tempo e fazer um trabalho que lhes agradasse e agradou

vários outros. O cuidado que eles têm não só impressiona por causa do produto, mas sim

pelo cuidado que tem com o processo de fabricação, passa para nós o prazer que tiveram

por criar, o prazer com cada etapa do processo, e como ela é apresentada pro consumidor.

É um produto que realmente dar um prazer enorme de possuir, porque se sabe que foi feito

com um carinho imenso por parte dos criadores. Esse deve ser o futuro dos consumidores,

procurarem algo que tenha haver com sua personalidade e que e les saibam que o produto é

único.

FONTES PESQUISADAS:

http://corrupiola.com.br/ Acessado dia 26/04/2012

http://corrupiola.com.br/corrupio-hq/4954/a-verdade-por-tras-dos-corrupios-hqs.html

Acessado dia 26/04/2012

http://www.binoculo.in/2010/09/entrevista-corrupiola.html por Renato Loose. Acessado dia

26/04/2012

http://www.coletivoverde.com.br/cadernos-sustentaveis-e-feitos-a-mao-entrevista-corrupiola/

por Guilherme Augusti Negri Acessado dia 26/04/2012

VÍDEO PRODUZIDO: http://www.youtube.com/watch?v=0gM6OyT13R8&feature=youtu.be

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Page 68: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

ETIQUETA NARRATIVA:

Corrupios: Cadernos feitos à mão exclusivos! Adquirindo este produto, você levará uma experiência maravilhosa a cada folha. Feitos cuidadosamente com a devida atenção e carinho da Leila e Aleph, os corrupios são uma graça, cheios de personalidade e agradam seus consumidores. http://corrupiola.com.br

TÍTULO: Produto - Coxinha de Jaca

AUTORIA: GRAZIELE NORONHA DOS SANTOS Matrícula: 112095013

INTRODUÇÃO: Tendo em vista a proposta do trabalho, resolvi fazer o meu a respeito

não de uma “coisa” propriamente dita, mas de um alimento um tanto singular que pude

degustar há pouco tempo: coxinha de jaca.

No Carnaval deste ano fui acampar com alguns amigos no hotel fazenda Nova

Gokula, uma unidade da ISKCON (Sociedade Internacional para Consciência de Krsna),

localizada em Pindamonhangaba (SP), onde o povo da comunidade Hare Krishna segue o

vegetarianismo. Em meio a tantas novidades culinárias, junção da comida indiana com o

vegetarianismo, conheci a coxinha de jaca.

À primeira vista o nome não desperta interesse, mas a coxinha de jaca é a

especialidade da casa e eu não pude deixar de experimentar. Para m inha surpresa, a tal

coxinha era melhor do que eu esperava. A aparência do recheio é de frango desfiado e a

textura lembra palmito, uma delícia para quem gosta de palmito e de curry. Apesar das

especiarias, o sabor é suave e da fruta não tem nem o cheiro.

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Page 69: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

RECEITA: Ingredientes

Caldo e massa:

3 dentes de alho

2 cebolas médias

azeite

1 tomate sem pele

1 litro de água

500gr de batata (+ ou 2 batatas grandes)

150gr de margarina vegetal

cheiro verde (salsinha e cebolinha)

tempero pronto

1 pitada de orégano

pimenta do reino

1 pitada de curry (+ ou 1 colher de café rasa)

500gr de farinha de trigo

farinha de rosca para empanar

óleo para fritar

Jaca verde e o recheio:

2 cebolas grandes

3 dentes médios de alho

azeite

1 pitada de curry

+ ou - 300gr de jaca verde cozida e desfiada

cheiro verde

1 colher de sopa de molho de tomate para dar cor

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Page 70: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

MODO DE PREPARO: CALDO E MASSA: Refogue a cebola, o alho e o tomate no azeite,

depois acrescente todos os outros ingredientes cortados grosseiramente, pique em

pequenos pedaços somente a batata para que cozinhe mais rápido, e deixe ferver por cerca

de 30 min, ou até que a batata esteja bem cozida. Bata no liquidificador. Volta para panela e

vá acrescentando aos poucos a farinha de trigo peneirada e mexa até que desgrude do

fundo e das laterais da panela e deixe esfriar bem

JACA VERDE E O RECHEIO: Corte em pedaços grandes, retire a casca e as sementes;

Coloque em um panela com água fervente e uma pitada de sal; A água tem que cobrir a

jaca, e deixe cozinhar em fogo alto por + ou 12 min; Retire do fogo e desfie e corte bem

pequeno; Depois de "desfiada" a jaca já esta com aparência de frango desfiado, refogue-a

com os outros ingredientes.

COXINHA: Depois de bem fria a massa, faça bolinhas com a mão levemente untada de

óleo, e certifique-se que as bolinhas estão bem lisinhas, sem nenhuma nervura, afunde o

meio da bolinha com o dedão, formando uma cavidade para colocar o recheio.

Vá unindo as bordas, até que forme um bico, já com o formato da coxinha, retire o

excesso (se houver), dê uma ultima alisada e passe na farinha de rosca ou fubá e frite em

óleo quente.

A COMUNIDADE: Localizada ao final da Estrada do Ribeirão Grande, a fazenda abriga a

comunidade Hare Krishna e é aberta a visitação, com entrada franca. Aos pés da serra da

Mantiqueira, tem cachoeiras que descem de altos picos e formam o rio que corta a fazenda,

integrando a Área de Proteção Ambiental da serra da Mantiqueira. A comunidade nasceu em

1978, visando colocar em prática os preceitos de vida simples, segundo a filosofia védica.

O local oferece opções de passeios monitorados pelos próprios devotos tanto no templo

e outras instalações, como nas trilhas, local para camping, pousada e chalés. Para as

refeições há iguarias vegetarianas da culinária védica, nas lanchonetes e no restaurante da

fazenda. O local apresenta também lojas de ervas medicinais, roupas indianas, artesanatos

e um espaço que fala sobre os seminários e eventos da fazenda. O objetivo de Nova Gokula

é levar aos seus visitantes, uma proposta de retiro espiritual.

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Page 71: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

A ESCOLHA DO TEMA PARA O TRABALHO: A maioria dos habitantes dessa comunidade

tira seu sustento de atividades realizadas no próprio hotel fazenda, que recebe muitos

turistas em busca de descanso longe do caos as cidades, televisão, internet e telefone (para

quem acampou como eu, longe também da luz e do banho quente). Muitas dessas pessoas

têm lanchonetes e restaurantes lá dentro, no qual elas próprias fabricam os alimentos que,

em sua maioria, são provenientes da fazenda – como a coxinha de jaca.

Resolvi falar sobre a coxinha de jaca não só por se tratar de algo diferente, mas por que

ela simboliza de alguma forma o vegetarianismo e este, por sua vez, tem por base uma

proposta sustentável. Além disso, escutar um pouco da sabedoria daquele povo me levou a

querer saber mais sobre a história das coisas. Uma das grandes coisas que aprendi é que “o

conhecimento é passageiro porque está ligado ao corpo, mas a sabedoria é eterna, porque

está ligada a alma”. Por isso devemos sempre buscar a sabedoria.

UM POUCO DO VEGETARIANISMO: ALGUNS CONCEITOS:

Semivegetarianismo: a dieta semivegetariana não é uma dieta vegetariana, ela consiste

na exclusão apenas da carne de mamíferos, e abrange carne branca.

Ovolactovegetarianismo: dieta composta por alimentos de origem vegetal, ovos, leite

e derivados deles. Nesta dieta só há a exclusão de qualquer tipo de carne da alimentação.

Lactovegetarianismo: dieta composta por alimentos de origem vegetal, leite e seus

derivados. Os que a seguem não comem ovos nem qualquer tipo de carne. Essa é a dieta

tradicional da população indiana.

Ovovegetarianismo: dieta composta apenas por alimentos de origem vegetal e ovos,

havendo a exclusão dos produtos lácteos e seus derivados e de carne.

Vegetarianismo semiestrito: dieta que exclui quase todos os alimentos de origem

animal, abrangendo somente o mel.

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Page 72: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Vegetarianismo estrito: também chamado de vegetarianismo verdadeiro, é uma dieta

que exclui todos os produtos de origem animal. Vegetarianos estritos não comem, assim,

qualquer tipo de carne, ovos, laticínios, mel, etc., retirando da dieta todos os produtos de

origem animal. Essa forma de dieta é frequentemente confundida com o veganismo, mas,

embora veganos sejam vegetarianos estritos, não é a mesma coisa. Apesar de

nutricionalmente classificarmos os “vegetarianos verdadeiros” apenas pela alimentação,

existe uma diferença entre o vegano e o vegetariano estrito. Geralmente o vegano também

não utiliza produtos não alimentícios provenientes de animais, como lã, couro, seda e pele.

Quando falamos em termos exclusivamente nutricionais, não faz diferença essa

classificação. Enquanto o vegetarianismo estrito é apenas um regime alimentar, veganismo

é respeito aos direitos animais - o que inclui o vegetarianismo estrito por razões éticas, mas

não apenas (circo com animais, rodeios, produtos testados em animais, e qualquer outra

forma de exploração animal é boicotada pelos veganos).

Existem também outras dietas semelhantes como o Crudivorismo e o Frugivorismo.

Vegetarianismo é uma palavra ambígua, ou seja, que tem mais de um sentido. No

sentido de gênero, fala abrangendo todas as formas de vegetarianismo. No sentido de

espécie, designa o verdadeiro sentido da palavra, o vegetarianismo estrito (que não

consome nenhum produto de origem animal).

HISTÓRIA: O vegetarianismo tem sua origem na tradição filosófica indiana, que chega ao

Ocidente na doutrina pitagórica. Nas raízes indianas e pitagóricas do vegetarianismo são

ligadas a noção de pureza e contaminação, não correspondendo com a visão de respeito

aos animais. O nascimento de uma sensibilidade em relação aos animais, que condena o

consumo de animais por motivos morais ou solidários, é muito recente na história da

humanidade e data a partir do século XIX em alguns países da Europa. O vegetarianismo

ético, que visa o respeito pela vida animal teve origem na Antiguidade, sendo que ao longo

da História da humanidade, inúmeros autores têm vindo a criticar e questionar consumo de

carne com base nesse aspecto, por exemplo, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Voltaire,

Mahatma Gandhi, Albert Einstein, entre muitos outros.Uma das passagens mais antigas a

favor de um vegetarianismo ético surgiu quando Ovídio, nas Metamorfoses pôs na boca de

Pitágoras estas palavras: "Que crime horrível lançar em nossas entranhas as entranhas de

seres animados, nutrir na sua substancia e no seu sangue o nosso corpo! Para conservar a

vida a um animal, porventura é mister que morra um outro? Porventura é mister que em

meio de tantos bens que a melhor das mães, a terra, dá aos homens com tamanha

profusão, prodigamente, se tenha ainda de recorrer à morte para o sustento, como fizeram

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Page 73: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

ciclopes, e que só degolando animais seja possível cevar a nossa fome? […] É

desumanidade não nos comovermos com a morte do cabrito, cujos gritos tanto se

assemelham aos das crianças, e comermos as aves a que tantas vezes demos de comer.

Ah! quão pouco dista dum enorme crime!” Este trecho de Ovídio reflete os ensinamentos dos

pitagóricos no primeiro século.

Já na era cristã São João Crisóstomo escreveu que a alimentação carnívora é uma

luxúria e que o homem ao comer carne é pior que os animais selvagens, que só têm esse

forma de se alimentarem.

No Renascimento os ensaios de Michel de Montaigne evidenciam bastante

sensibilidade para com os animais. Exemplo disso é a seguinte passagem: "Nunca pude ver

sem constrangimento perseguir e matar inocentes animais, quase sempre indefesos, e dos

quais nunca o homem recebeu a menor ofensa.” Ou ainda: "Para algumas mães é um

passatempo ver o filho torcer o pescoço a um frango, bater ou magoar um cão ou um gato

[…] isso são meios, sementes e raízes da crueldade, tirania e traição.”.

Poucos anos depois, Bernard Mandeville foi um dos muitos autores que criticaram o

consumo de carne com base nos motivos éticos: "Eu não posso compreender com um

homem, que não está inteiramente endurecido e habituado à vista do sangue e do

massacre, possa assistir sem remorso ao massacre de animais como o boi e o carneiro, nos

quais o coração, o cérebro, os nervos, diferem tão pouco dos nossos, e cujos órgãos dos

sentidos, e por consequência do coração, são os mesmos que no ser humano”.

Por sua vez, já no século XIX Lamartine estava convencido de que "matar os animais

para nos sustentarmos com a sua carne e o seu sangue é uma das mais deploráveis e das

mais vergonhosas enfermidades da condição humana”.

Muitas pessoas encaram a culinária vegetariana basicamente como a substituição de

ingredientes de origem animal por outros de origem vegetal nas mais variadas receitas. Para

o chef de cozinha Rodrigo Cavichiolo, do restaurante DUO Cuisine, em Curitiba (PR), o

raciocínio não está errado, já que se trata de uma dieta à base de vegetais, que emprega os

mesmos processos das outras culinárias.

A presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, Marly W inckler, propõe outra

abordagem para o tema, defendendo que a carne foi quem chegou depois e alterou a

construção de pratos tradicionais. "Culinárias milenares como a japonesa, chinesa, ind iana,

árabe, mediterrânea e persa na sua base eram todas vegetarianas. A carne ganhou essa

centralidade no prato há pouco tempo relativamente. Ainda hoje essas culinárias antigas têm

muitas opções vegetarianas ou que podem facilmente ser transformadas em vegetarianas",

argumenta.

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Page 74: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Para a chef Luana Budel, muitos preconceitos, como a ideia de que comida

vegetariana não tem gosto, são resultado de traços da cultura brasileira. "Cozinha

vegetariana aqui no Brasil ainda é relativamente nova se comparada com países europeus,

Índia e Estados Unidos. Viemos de uma cultura escravagista, em que ter carne na refeição é

sinal de status e ainda é assim na mesa do brasileiro. Mudanças de hábitos demoram e o

vegetarianismo aportou em nosso país na década de 70", ressalta.

Segue agora um relato de Syamala Martins, filha da dona de uma das lanchonetes

que vende coxinha de jaca, que tive o imenso prazer em conhecer:

“O vegetarianismo é na verdade um estilo de vida, e comer ou não carne é uma

escolha individual”. Muitas vezes só comemos porque crescemos nos alimentando dessa

forma e fomos criados assim, mas na realidade não nos perguntamos o que estamos

comendo.

É exatamente essa pergunta que quem opta por ser vegetariano deseja responder. A

carne em primeiro lugar, causa dor e sofrimento para milhares de seres vivos - ao contrário

do que dizem, os animais sentem sim! Uma vaca, por exemplo, quando sabe que irá para o

abate, se afasta das demais; em segundo lugar, a carne que é colocada na mesa não é

fresca, ou seja, para ser mantida com a cor e aparência de uma carne fresca, precisa de

componentes químicos como conservantes e hormônios que não fazem bem a saúde.

Ao contrário do que muitos pensam é sim possível viver sem se alimentar de carnes

ou qualquer produto derivado de animais, pois há outros alimentos que podem substituir as

vitaminas existentes nos produtos animais.

Sou exemplo disso, tenho 16 anos, sou saudável e nunca ingeri carnes, peixes ou ovos. Sou

ovolactovegetariana, ou seja, me alimento com leite e seus derivados, porém opto por

alimentos que sejam produzidos com leite de vacas que são criadas e cuidadas em

fazendas e não em cooperativas, pois não são tratadas da mesma forma.

Uma vez ouvi uma frase que dizia assim: "Se os matadouros fossem feitos de vidro,

ninguém mais comeria carne”. A verdade é que não temos muita ideia do que comemos, e

do sofrimento que provocamos com isso, e além disso, o vegetarianismo é uma ideia, de

certa forma, nova para a sociedade. Sei como é difícil chegar a um restaurante e não ter

opções.

Concluindo, ser vegetariano é uma opção, na qual muitas vezes não analisamos, ou

porque não queremos, ou simplesmente porque a sociedade nos ensinou a sermos assim.

Isso não se aplica nem a religião mas sim se temos compaixão pelo próximo. Nós não

damos a vida e não temos o direito de retirá-la. Se isso se aplica aos humanos, por que não

aos animais também?”

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Page 75: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Faça-nos uma visita... DESVENDE OS MISTÉRIOS DE UMA CULINÁRIA ENCANTADORA!

Faça-nos uma visita... DESVENDE OS MISTÉRIOS DE UMA CULINÁRIA ENCANTADORA!

FONTES PESQUISADAS: Entrevista Informal e informações de pessoas que vivem no

local.

FOLDER: Faça-nos uma visita... DESVENDE OS MISTÉRIOS DE UMA CULINÁRIA ENCANTADORA!

TÍTULO: Produto- Lâmpadas.

AUTORIA: NATHALIA REIS COKOTÓS Matrícula: 112092036

INTRODUÇÃO: A HISTÓRIA DAS LÂMPADAS: Um dispositivo elétrico que transforma

energia elétrica em energia luminosa foi a grande invenção do século XIX. Desde sua

criação, as lâmpadas vêm sendo aprimoradas com o objetivo de reduzir o consumo de

energia, elevar sua capacidade luminosa, diminuir os danos ao meio ambiente e aumentar

sua vida útil.

A primeira lâmpada a ser inventada foi a incandescente. Ela surgiu no ano de 1847,

criada por Thomas Edison, quando houve a necessidade de substituição da luz proveniente

da chama do gás. Esse primeiro modelo de lâmpada é composto por uma ampola de vidro

bastante fino preenchido por um gás denominado argônio e um filamento de tungstênio, que

ao ser percorrido por uma corrente elétrica, se aquece e emite uma luz branca de tom

levemente amarelo. A primeira lâmpada feita por Edison lembra bastante as lâmpadas

atuais, com uma pequena diferença: seu tamanho.

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Page 76: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

A lâmpada de Edison foi considerada um grande invento da humanidade. Porém,

observa-se que tal invenção tem um grande ponto negativo: sua eficiência. A lâmpada

incandescente é capaz de converter em energia luminosa apenas cerca de 5 a 10 %. Todo o

resto é desperdiçado em forma de calor. Outro fator que também se destaca negativamente

é a sua durabilidade. Ela dura cerca de 1000 horas, o que a torna desvantajosa em relação

às outras lâmpadas existentes hoje em dia. Para a época em que foi criada, a lâmpada de

Edison só era vista com bons olhos. Ela até os dias de hoje é de baixo custo e possui uma

vantagem sobre as demais: ela não contém mercúrio. Dessa forma, é uma lâmpada

totalmente reciclável. Ela pode ser reciclada artesanalmente, como nas imagens abaixo, ou

pode seguir para a reciclagem do vidro.

Depois das incandescentes surgiram as lâmpadas fluorescentes.

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Page 77: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Este novo modelo de lâmpada vem ganhando o mercado consumidor nos últimos

anos. Atualmente no Brasil são vendidos cerca de 200 milhões de lâmpadas fluorescentes

por ano. O principal motivo para esse aumento nas vendas é devido a longa vida útil do

produto e do seu baixo consumo de energia. Além disso, as lâmpadas fluorescentes

apresentam mais algumas vantagens em relação às incandescentes: elas podem ser

rosqueadas nos mesmos bocais da sua antecessora e por serem mais compactas se

adaptam com mais facilidade aos diversos tipos de luminárias. Porém, uma de suas

desvantagens é o preço. Este tipo de lâmpada custa cinco vezes mais que as lâmpadas

incandescentes. Contudo, devido à sua longa vida útil, torna-se um investimento que vale a

pena.

O ponto de vista ambiental desse modelo deve ser observado com mais atenção.

Com redução de 80% no consumo de energia, elas são um atrativo para a utilização

doméstica, comercial e industrial. Logo com tal aumento no consumo, há também o aumento

do número de lâmpadas descartadas.

MEIO AMBIENTE: A grande questão é: o que fazer com as lâmpadas descartadas? Essa

seria uma resposta fácil se estivéssemos falando de lâmpadas incandescentes, onde o vidro

e o alumínio seguiriam para a reciclagem. Porém, as fluorescentes apresentam mercúrio em

sua composição. O mercúrio é um metal tóxico que causa sérios danos a saúde do homem.

É devido a ele que esse tipo de lâmpada não pode ser descartado em qualquer lugar.

RISCOS À SAÚDE: Caso uma lâmpada fluorescente seja descartada em um lixão sem os

devidos tratamentos, ela pode se quebrar e liberar o mercúrio contido em seu interior. O

mercúrio liberado contamina o solo, rios e lagoas próximos ao lixão. Assim, por exemplo, um

animal que bebe da água deste rio acaba se intoxicando com o mercúrio. O homem, que por

sua vez, come o animal, também é intoxicado.

Além da ingestão, o mercúrio também pode contaminar o homem através da inalação

e do contato cutâneo. Portanto, pessoas que sobrevivem a partir do lixo, como os catadores

e os funcionários de um lixão, por exemplo, tem sua saúde ameaçada. Quando no

organismo humano, o mercúrio pode causar sérios danos ao sistema imunológico, cardíaco,

respiratório e neurológico.

Portanto, a reciclagem dessas lâmpadas é de extrema importância.

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Page 78: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Para a desintoxicação das lâmpadas fluorescentes, é necessário que haja a

separação do vidro e do mercúrio. Este processo não gera lucros, na verdade cobra-se em

média de R$0,40 a R$0,70 por lâmpada. Talvez este seja um dos motivos para o baixíssimo

índice de reciclagem deste tipo de lâmpada. No Brasil, apenas 6% delas são desintoxicadas

para depois serem descartadas. O vidro descontaminado pode ser utilizado na fabricação

de cerâmicas. Já o mercúrio recolhido segue para indústrias de aparelhos de precisão ou

para ser usado em produtos odontológicos.

Com investimentos na desintoxicação das fluorescentes, além de contribuir para a

conservação do meio ambiente e da saúde humana, o Brasil poderia gerar novos empregos.

A invenção da lâmpada é um marco na historia da humanidade, a luz elétrica é de

fundamental importância em nossas vidas, de modo que só percebemos isso quando uma

lâmpada se queima.

FONTES PESQUISADAS:

http://www.qca.ibilce.unesp.br/prevencao/lampadas-f.html

http://super.abril.com.br/blogs/ideias-verdes/lampadas-fluorescentes-duram-mais-

tempo-e-sao-mais-economicas/

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A2mpada_fluorescente

UMA NOVA ETIQUETA PARA O PRODUTO:

Lâmpada Fluorescente: Muito mais econômica que a incandescente, esta

lâmpada é capaz de reduzir em 80% do consumo de energia. Apesar de ser

um pouco mais cara, a lâmpada fluorescente dura 10 vezes mais que a

incandescente. Deve-se ter maior atenção ao momento de descarte, pois esta

lâmpada contém mercúrio em sua composição. As fluorescentes devem ser

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Page 79: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

destinadas à desintoxicação antes de serem jogadas fora. O mercúrio pode

causar sérios danos ao meio ambiente e à saúde do homem.

TÍTULO: Produto: Chiclete: pequeno objeto, grande problema.

AUTORIA: NÍCOLAS FERNANDES Matrícula: 112095019 INTRODUÇÃO: O QUE É O CHICLETE ?: O Chiclete, também conhecido como goma de

mascar ou vulgarmente chiclé (Brasil),pastilha elástica ou simplesmente pastilha (Portugal),

ou chuinga (Moçambique e Angola) é um tipo de confeito que é produzido para ser

mastigado e não engolido. Tradicionalmente é produzido a partir do látex de uma árvore

denominada chicle, um produto natural, ou a partir de borracha sintética conhecida como

poli-isobutileno, que é uma forma não vulcanizável da borracha butil (isopreno-isobutileno)

utilizado para câmaras de ar. Às bases da goma comumente são misturados açúcares,

corantes e outros temperos, que são liberados no decorrer da mastigação, tornando-as

palatáveis e largamente consumíveis.

A HISTÓRIA DO CHICLETE: A origem do hábito de mascar chiclete é controversa. Alguns

autores afirmam que o hábito de mascar gomas surgiu entre os índios da Guatemala, que

mascavam uma resina extraída de uma árvore denominada chicle com a finalidade de

estimular a salivação. Outros, que o hábito surgiu entre os Maias, no México, que mascavam

uma goma obtida de um látex que escorria de cortes de uma árvore conhecida como Sapota

zapotilla, hábito que os Astecas posteriormente assimilaram. Também na Grécia antiga era

comum mastigar a resina de uma árvore chamada mastiche para lavar os dentes e eliminar

o mau hálito.

Nos anos 60 do século XIX, Antônio López de Santa Anna (presidente e general

mexicano exilado nos EUA) levou para a América do norte uma resina cremosa (látex) a que

chamavam chicle. Apresentou a Thomas Adams Jr, um fotógrafo e inventor nova-iorquino,

que tentou, sem sucesso, vulcanizá-la, utilizando-a depois para o fabrico de pastilhas

elásticas que se tornaram um sucesso. Mais tarde, melhorou-lhes o sabor, acrescentando

um pouco de licor, o que agradou aos seus clientes. 78

Page 80: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Industrialmente, a produção do chiclete iniciou-se em 1872 quando o norte-americano

Thomas Adams, Jr. iniciou a venda de pedaços de cera parafinada com alcaçuz.

As duas grandes guerras mundiais, principalmente a segunda, contribuíram para o

aumento da popularidade da pastilha elástica, não só nos EUA mas também um pouco por

todo o mundo. Era tida como terapia relaxante para o stress diário de que as pessoas eram

vítimas. E também para evitar o congelamento do maxilar durante as emboscadas noturnas.

Com o aumento do seu consumo, os fabricantes tiveram de procurar novos produtos

que substituíssem as resinas naturais. Surgiram novos tipos (sem açúcar, com novas cores,

novos sabores, novos formatos, etc.) e novas marcas de pastilhas.

No Brasil, a fabricação e venda do produto iniciou em 1945, sendo Natal a primeira

cidade brasileira a conhecer o produto, usá-lo e comercializa-lo.

Muitas escolas não permitem o consumo de chiclete durante as aulas, porque

acreditam que o consumo desvia a concentração dos alunos, dificulta a leitura e pelo receio

de que os alunos dispensem a goma em lugares indevidos. Um motivo bem simples também

é o barulho e o desvio do aluno da aula.

DO QUE É FEITO? Hoje, não é só o chicle a matéria-prima da goma de mascar. O doce é

feito com um derivado de resinas e parafinas misturado com porções de açúcar ou

adoçante, xarope de glicose, corantes e aromatizantes (esse modo sendo preferivelmente

usado, pois o custo é menor).

IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO CHICLETE: Com o atual crescimento da

sociedade pós-moderna e o aumento célere da população mundial, os impactos causados

pela ação antrópica no meio ambiente tem se intensificado e ameaçado o equilíbrio natural

dos ecossistemas e biomas da Terra.

Algumas ações, por parecerem inofensivas, são deixadas de lado e ignoradas pelo

homem. O consumo de um adocicado chiclete, bem como seu descarte inadequado na

natureza, é uma dessas que não recebe a atenção devida, mas prejudica potencialmente o

nosso planeta. Alguns desses prejuízos são:

Asfixia de passarinhos, que atraídos pelos cheiro, cor e gosto do chiclete, o bicam

tentando comer e acabam presos, grudados na goma de mascar e morrendo;

Sujeira nas ruas;

Entupimento de galerias pluviais, pois fica flutuando nas vias;

Poluição da água e solo;

5 anos para sua decomposição. 79

Page 81: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CONCLUSÃO: Com isso fica certo a importância de que em pequenas ações fazermos

nossa parte para auxiliar na salvação e manutenção da vida no planeta. São pequenos

gestos locais, mas que fazem toda a diferença global, pois o maior impacto que um chiclete

pode causar no planeta vem da irresponsabilidade das pessoas que não o descartam de

forma consciente.

FONTES PESQUISADAS:

http://chicleteiros-chicleteiros.blogspot.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/W ikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal

http://Noticias.terra.com.br ETIQUETA NARRATIVA:

TÍTULO: Produto: SARDINHA “COQUEIRO

AUTORIA: FLÁVIA CUNHA LABRIOLA Matrícula:112095044

INTRODUÇÃO: Antes de partir para a análise da origem da sardinha, deve-se entender

sobre a fábrica coqueiro, pois é neste local que a sardinha é preparada para a venda e onde

ocorrem os maiores problemas ocultados pelos seus proprietários. Durante todo o

procedimento do trabalho, verifica-se uma maior agressão ao ambiente e a sociedade,

causas omitidas em prol da economia da fábrica. O importante é a visualização dos dois

tipos de realidades, uma que é transmitida e a outra escondida, para a partir delas

compreender a origem não só da sardinha, mas também da fábrica.

INFORMAÇÕES BÁSICAS DA FÁBRICA COQUEIRO:

Origem: Brasileira;

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Page 82: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Fundação: 2 de dezembro de 1937;

Proprietário da marca: PepsiCo;

Principais produtos: Atuns e sardinhas enlatadas;

Slogan: O melhor do mar;

Website: www.coqueiro.com.br.

AS DUAS REALIDADES:

Fictícia: No site da fábrica Coqueiro, nota-se uma grande preocupação em mostra

que a questão ambiental é levada com seriedade por seus proprietários. Encontra-se um

item chamado de “ações de sustentabilidade”, que resumidamente descreve que a fábrica

utiliza a pesca seletiva (com vara, linha e anzol), que garante a captura apenas do atum,

deixando livres os golfinhos e preservando a fauna marinha. Mostra-se ser um ato

interessante, porém essa ação sustentável pode ser insuficiente relacionando com os

malefícios de maior porte causados pela fábrica.

site

Verdadeira: Considerando os limites da fábrica, pode-se notar a grandeza desta

propriedade, pois está fábrica atualmente é a maior unidade isolada de enlatados. Ela está

localizada no Porto Velho, porém quem passa pela BR 101 tem uma visão completa dos

fundos da fábrica e não vê somente isto, mas também a poluição gerada todos os dias, em 81

Page 83: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

todos os horários. A verdade é bem diferente do que querem mostrar para a sociedade, pois

há uma poluição ambiental de alto nível, tanto no ar quanto nas águas. O ar é consumido

rapidamente por um cheiro insuportável graças as enormes chaminés e os resíduos são

jogados na Baia de Guanabara que apesar de não estar em sua melhor condição é ainda

mais deteriorada. Não se pode esquecer da população que convive com o mau cheiro e dos

trabalhadores que podem ter sua saúde física e mental abalada em troca de um salário.

FRENTE DA FÁBRICA:

VISÃO DE QUEM PASSA PELA BR 101:

Fonte: (google maps) 82

Page 84: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

OUTRAS REALIDADES OMITIDAS:

Renata, 32 anos, vizinha da fábrica “coqueiro” há 3 anos:

“O cheiro incomoda demais, fico com vergonha quando recebo

visitas, parece que o cheiro é da minha casa. Quando chego do

trabalho tenho que abrir toda a casa e espirrar um cheiro agradável no

ambiente, pois senão fica difícil respirar. Na hora das refeições parece

que estou comendo a sardinha. Eu estou para me mudar, porque não

dá mais para aguentar.”

Ana Paula Ferreira, casada, consumidora da sardinha da marca Coqueiro:

“Mais uma vez, comprei uma sardinha em lata da marca coqueiro e na

hora do almoço fui fazer um patê para minha filha e quando abri a

sardinha no primeiro furo subiu um forte mau cheiro, pensei até que

fosse um lixo. Então terminei de abrir e constatei que a sardinha estava

em estado de decomposição. Que vergonha, uma empresa que diz

preservar a qualidade dos produtos, fazendo os clientes passarem por

tal constrangimento.” (Disponível em:

<http://www.reclameaqui.com.br/1330616/pepsico-do-brasil/sardinha-

coqueiro-estragada-de-novo-revolta/> Acessado em 26/04/2012)

Ex- funcionária da fábrica Coqueiro:

“Eu trabalhei na fábrica coqueiro em 1985. Eu era ajudante de serviços

gerais, por isto trabalhei em todas as áreas. Na ‘cortação’, a sardinha

era jogada em uma esteira e as mulheres jogavam na máquina para

cortar o rabo e a cabeça, algumas sardinhas sempre passavam com o 83

Page 85: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

rabo e a cabeça e as vísceras e as escamas não eram retiradas.

Depois as sardinhas eram mandadas para a ‘linha’ para as mulheres

colocarem na lata. Tinha um setor que eram colocados óleo, tomate,

sal, para depois as sardinhas irem para o cozimento e depois serem

fechadas. Trabalhei na ‘revistação’ onde as latas com a sardinhas eram

colocadas dentro de uma caixa. Sempre vinham latas com sardinhas

estouradas e podres e o mau cheiro era imenso, a ponto de os

trabalhadores passarem mal, com náuseas e alguns até desmaiavam.

As máquinas eram velhas e sempre quebravam, por causa disto

passava da hora do expediente, porque não poderíamos sair dali até

que as máquinas fossem consertadas. O encarregado vinha com umas

bolinhas e dizia que não era nada, era para a gente tomar para não

dormir, eu nunca tomei nenhuma, mas mulheres jovens e até senhoras

tomavam. As sardinhas que não eram aproveitadas, que vinham

podres, eram feitos sabão e farinha, não sei se era para animais ou

para pessoas. Desde que eu trabalhei na fábrica, há 27 anos atrás, eu

nunca mais consumi nenhuma lata de sardinha.

Na “minha época, não tinha proteção auditiva e com o barulho muitas

pessoas ficaram com problema de audição, inclusive eu.”

CARTAZ: Esta sardinha custa apenas R$: 2,26, um preço razoavelmente barato e acessível para boa parte da população. Porém, a omissão é a característica principal deste produto. Para a fabricação de uma simples sardinha, como esta, o meio ambiente é poluído desenfreadamente, a vizinhança sofre decorrente ao mau cheiro e os funcionários se submetem a sacrifícios, algumas vezes prejudiciais a sua própria saúde, por um salário.

Universidade Federal Fluminense. Ciência Ambiental.

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Page 86: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Produto: Abajur

AUTORIA: EVELISE CARDOZO MACHADO Matrícula: 112095043

INTRODUÇÃO: Na tentativa de resgatar e contar a história de um produto pessoal adquirido

há alguns anos acabei encontrando também a história de um belo ofício feito com grande

responsabilidade social.

O QUE É? Abajur feito com bagaço de cana.

Há mais ou menos dois anos, enquanto andava por uma feira de artesanato na cidade

de São Paulo, dentre muitas coisas, encontrei o abajur o qual adquiri, não só pela beleza

como necessidade.

Ouvi rapidamente a história do produto, que me convenceu ainda mais a comprá-

lo.Mas como a maioria das pessoas, achei interessante, mas não me dediquei em pesquisar

mais sobre o que tinha ouvido.

Após a apresentação do projeto de trabalho na disciplina de Crítica Consciência e

Cidadania socioambiental pensei bastante sobre algo ou alguém que me motivasse a

escrever e vi no simples objeto o qual tenho um zelo especial, a oportunidade de retratar

uma história que vai além da aparência, do investimento e da utilidade.

A PESQUISA: Não foi difícil conseguir informações, lembrava-me bem que o produto era

feito do bagaço de cana por uma pequena Oficina e a localização da feira assim, consegui

encontrar informações suficientes sobre o mesmo.

Arte e Luz da Rua: “Essa rua tem saída” 85

Page 87: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

HISTÓRIA: As raízes da Oficina Arte e Luz de rua tiveram origem graças a uma Pastoral do

Povo da Rua que defendia que esta população possui direito de alimentação, abrigo, roupas,

assim como vivenciar uma vida em comunidade e ter sua espiritualidade.

Nascia então, em 1979 a 1ª casa de Oração do Povo da Rua, que atualmente é uma igreja.

A mesma visava não só evangelizar os moradores de rua e atender às suas

necessidades como também criar alternativas de sobrevivência.

Nesta casa teve início o Projeto da Oficina Arte e Luz da Rua em 1999, a partir de um grupo

de pessoas em situação de rua que participavam do grupo de artesanato da Casa e que

tinham a intenção de tornar este uma forma de geração de renda.

Até chegarem ao produto final produzido hoje, foram feitos muitos outros testes e trabalhos.

Só em 2000, após um workshop de papel reciclado, o grupo se aperfeiçoou na técnica

da confecção do papel reciclado e do processamento de fibras naturais para o papel

decorado.

Após verem uma exposição de luminárias feitas de papel reciclado, três integrantes do grupo

foram convidados a fazer um novo workshop de luminárias.

Daí em diante houve o aperfeiçoamento e a descoberta do reaproveitamento do

bagaço da cana-de-açúcar na confecção de luminárias e outros objetos decorativos. O

processo de trabalho foi se estruturando em quatro equipes: processamento do bagaço da

cana, montagem, banho e instalação elétrica. Há também uma equipe que recebe um

treinamento para desenvolver habilidades para a divulgação e venda.

Houve certas dificuldades no início devido à falta de experiência em trabalhos

coletivos, assim como a expectativa de lucro de alguns que chegavam ao grupo.

Foi assim que estruturaram o trabalho como uma oficina- escola onde se era ensinado às

técnicas e processos de produção assim como treinamentos de trabalho, incluindo postura,

responsabilidade, pontualidade para uma futura reinserção no mercado de trabalho.

Além disso, os participantes recebem uma bolsa de incentivo e alimentação. Faz

parte da programação da oficina – escola o envolvimento dos participantes na discussão das

políticas públicas para população em situação de rua e a participação nos fóruns e

manifestações da população de rua.

Pela instabilidade da população de rua há um rodízio muito grande de pessoas na

oficina - escola. A cada ano, pode-se dizer, o grupo se renova. É estabelecido alguns

critérios de participação e um tempo limite/ norteador de 2 anos para a participação.

O objetivo era a convivência e o preparo para o trabalho, o fortalecimento das pessoas que

passam pela oficina para que possam se reintegrar no mercado de trabalho, realizando

qualquer atividade profissional.

86

Page 88: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Porém, a realidade é, que têm algumas pessoas que estão há mais de quatro anos

nesta convivência, por motivos de saúde ou por falta de oportunidades de emprego; outros

estarão chegando aos dois anos de permanência.

Nesse sentido a oficina sente a necessidade de pensar em um projeto que pode dar uma

resposta a esta situação: A implementação de um Empreendimento – Escola, que capacite

para a administração de um empreendimento, com efetiva geração de trabalho e renda.

Pretende-se formar e capacitar este grupo para se tornarem monitores e re-editores do

processo na própria oficina, e para realizar uma produção para geração de trabalho e renda,

inclusive com a possibilidade de formar uma cooperativa ou associação de artesãos

autônomos

A oficina beneficia hoje cerca de 20 pessoas e o grupo está sempre se modificando

para que possa beneficiar e ensinar outras pessoas.

Quatrocentas peças são produzidas por mês. Os artesãos recebem ajuda de custo de 5

reais a cada dia trabalhado. Quase todos são beneficiários de parcerias com os governos

municipal e estadual que rendem cerca de um salário mínimo por mês.

Não foi encontrado nenhum risco de saúde na produção dos abajures.

PROCESSO DE PRODUÇÃO:

1º Passo: A Cana é plantada em fazendas e vai para São Paulo para a produção de caldo

de cana em feiras e lanchonetes. Desses locais, a equipe da Oficina coleta o bagaço da

cana para ser processado;

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Page 89: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

2º passo: O bagaço da cana passa por um processo de separação do miolo e da casca; 3º passo: Em seguida passa por um processo de cozimento; 4º passo: O bagaço é lavado e as fibras mais grossas são retiradas;

5º passo: O bagaço da cana é misturado com cola e aplicado em estruturas feitas de tela de

arame; 88

Page 90: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

6º passo: Por fim, as luminárias recebem acabamento com a montagem da estrutura

elétrica.

REPORTAGENS:

Repórter ECO da TV Cultura sobre a Oficina Arte e Luz da Rua, realizada no dia 02.11.2008

Moradores de rua resgatam o próprio destino por meio da arte de transformar bagaço

de cana-de-açúcar em luminárias.

Tãnia Zarbietti, paulista, copeira. João do Nascimento, pernambucano, 53 anos.

Aristeu Moreira, paranaense, carregador de cargas que já viveu na Bahia. Pelo centro de

São Paulo eles caminham para buscar a matéria-prima para o trabalho que realizam hoje.

As ruas os três conhecem bem porque já viveram nelas. É dia de feira no bairro do Canindé

e nas barracas de Caldo de Cana está o bagaço, sobra do caldo apreciado por muita gente.

Alguns feirantes evitam que o bagaço vá para os aterros sanitários por entregar o

resíduo para os integrantes da Oficina Escola Arte e Luz da Rua.

Na antiga casa perto da Estação da Luz que o bagaço da cana é transformado. Os

vinte participantes da Oficina Escola desfiam, cozem e desfiam o bagaço.

Aos 60 anos, o seu Valdemir da Silva descobriu que aqui também se produz outro tipo de

riqueza.

Valdemir José da Silva/artesão -

"É a educação. É ensinar as pessoas a viver com amor, um com outro, tratar bem, não

mentir, não roubar, não destruir, não pensar em coisas que não devem".

O pernambucano Severino da Silva, ex-metalúrgico, desempregado que foi parar na rua e

que já viu tanto desperdício de vários tipos de sobras que até dor no coração sentia, conta

que está aliviado.

Severino da Silva - artesão:

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Page 91: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

“É um retorno ao mercado de trabalho. Isso aqui traz mais conforto, mais segurança, um

objetivo mais seguro para ganhar alguma coisa para viver, para se manter, para ficar livre de

estar na rua perambulando".

Carmem da Jesus/artesã:

" Eu esqueço das coisas ruins lá de fora, não fico pensando me coisas ruins, fico se

transformando trabalhando aqui. Então eu gosto".

O trabalho, que já soma oito anos, é coordenado pela alemã Hedwig Knist, conhecida como

Edwiges, agente da Pastoral do Povo da Rua, ligada à Igreja Católica.

Hedwig Knist/coordenadora do trabalho:

“A gente percebe dois aspectos. Um é o de reaproveitar, dar uma nova forma ao que se

tornaria lixo. E a gente trabalha com moradores de rua, que se você for fazer uma paralela, é

o que sobrou da sociedade. Já foi espremido, deu o que tinha que dar, tá pronto para jogar

fora. E aí a gente percebe que não é bem assim. As pessoas, tanto quanto o bagaço da

cana, podem ser recicladas, ganhar uma nova forma, um novo valor, um projeto de vida".

O miolo do bagaço, tratado e colorido, fixado em estruturas de arame resulta nestas

luminárias, vendidas principalmente em feiras de artesanato. Quatrocentas peças são

produzidas por mês. Os artesãos recebem ajuda de custo de 5 reais a cada dia trabalhado.

Quase todos são beneficiários de parcerias com os governos municipal e estadual que

rendem cerca de um salário mínimo por mês.

FONTES PESQUISADAS: Outras reportagens em vídeo podem ser conferidas na página na

Oficina:http://www.arteeluzdarua.org/index.php/pt/top-apresentacao/reportagens

Todas as informações desse trabalho foram retiradas da atual página eletrônica e blog da

Oficina:

http://arteeluzdarua.blogspot.com.br

http://www.arteeluzdarua.org

Os produtos podem ser encontrados nos seguintes endereços:

Oficina Arte e Luz da RuaRua Djalma Dutra, 69Tel. (11) 3313-7336

Roda da Cidadania Rua Líbero Badaró, 561 Tel. (11) 3291-9664

Shopping Center 3 Avenida Paulista, 2064 Feira de artesanato aos domingos

10:00 – 22:00 horas

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Page 92: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

ETIQUETA NARRATIVA:

TÍTULO: Produto- Porta-retratos

AUTORIA: THAINARA SOUSA MARTINS Matrícula: 112095027

INTRODUÇÃO: A história a seguir é sobre um porta-retratos muito belo e bem feito que

encontrei na casa da minha avó. Nunca imaginei que um porta-retratos artesanal podia ter

uma história tão forte e com um final feliz. Essas coisas geralmente só encontramos em

novela, mas agora percebi que também existe na vida real.

HISTÓRIA: Na casa da minha avó tem vários instrumentos decorativos, como uma típica

casa de vó, e uma coleção de porta-retratos feitos de conchas do mar me chamou atenção.

Perguntei onde comprou e ela disse que ganhou de uma amiga. Fui atrás dessa amiga e ela

é mãe da pessoa que os faz. Expliquei a ela sobre o meu interesse nos porta-retratos, pois

tinha um trabalho de faculdade para fazer. Ela ficou honrada em responder minhas

perguntas, mas pediu que não identificasse a filha dela no trabalho. Esse pedido me deixou

um tanto quanto curiosa, então não hesitei em perguntar por que, e ai a Dona Maria

começou a me contar a interessante história da vida da filha, que consequentemente é a

história dos porta-retratos. Como não posso identifica-la, tanto em nome quanto em fotos,

vou chama-la de Senhorita Vidal, que é seu sobrenome.

Senhorita Vidal engravidou cedo, e isso fez com que ela fosse privada de uma série

de coisas e a limitou viver na casa de sua mãe. Ela tem quarenta e um anos e a oito anos

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Page 93: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

atrás começou um inferno na sua vida. O marido de sua irmã mais velha confessou pra toda

família que estava apaixonado por ela. Desde então toda a família foi abalada com tal

revelação. Para começar sua irmã se separou do marido, claro, e colocou a culpa nela. O

amor de irmãs unidas foi perdido. Mas se parasse por ai seria lucro,a história ainda vai

piorar muito. Esse homem se tornou um psicopata, ele a seguia todos os dias, ligava a todo

segundo só para escutar a sua voz, gritava na rua o nome dela ,tentou sequestrar sua filha ,

enfim, fica atormentando não só Senhorita Vidal como todos da família. Todos, sem

exceção, desde Dona Maria até seus bisnetos. Há vários outros tormentos listados por Dona

Maria.

Isso aconteceu em um momento importante na vida de Senhorita Vidal, ela tinha

conseguido um bom emprego e finalmente saíra da casa de sua mãe, junto com sua filha.

Morar sozinha estava se tornando insuportável, pois este homem não a deixava em paz,

nem ela nem sua família. Um ano se passou e este homem foi preso três vezes, mas nada

conseguia frear seus atos. Senhorita Vidal não teve outra escolha: para deixar sua família

em paz e a ela mesma, decidiu deixar sua vida na cidade natal, seu emprego de chefia tão

sonhado para tentar a vida em uma cidade totalmente desconhecida. Ela foi embora sem ao

menos ter onde morar.

O começo foi extremamente difícil, ela não conhecia nada nem ninguém, além de

que teria que manter sigilo sobre a nova cidade até para sua família, o homem estava

oferecendo 50 mil reais pra quem dissesse o endereço de Senhorita Vidal, é uma proposta

muito tentadora. As únicas pessoas que sabiam seu endereço era sua filha e Dona Maria.

Senhorita Vidal conseguiu lugar para ficar logo no começo, uma pessoa abençoada, como

Dona Maria se refere a ela, escutou a história e ofereceu lugar para ela ficar enquanto não

conseguia emprego. Depois de dois meses desempregada e recebendo ajuda de custo de

sua mãe, Senhorita Vidal conseguiu um emprego com a ajuda da “pessoa abençoada” numa

loja de material de construção. Com esse dinheiro ela conseguiu pagar o aluguel de uma

pequena casa na cidade. Não era a vida que ela levava junto com a mãe,mas coisas

finalmente estavam entrando no eixo para Senhorita Vidal.

Mas, nem tudo são flores por muito tempo, e depois de sua vida estabilizada na nova

cidade, Senhorita Vidal foi demitida. Ela se pegou numa grande enrascada. As contas viriam

e ela não sabia a solução para aquele grande problema.

Em um dia de grande desespero, Senhorita Vidal resolveu espairecer a cabeça na

praia. Andando na praia ela viu várias conchas em formatos diferentes e pegou todas, e

como dizem que dá para escutar o barulho do mar em uma concha, ela aproveitou para

leva-las para sua casa e escutar o barulho do mar mesmo quando não estivesse perto do

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Page 94: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

mesmo. Chegando em casa, ela resolveu dar mais alegria ao ambiente para se sentir melhor

e esquecer os problemas. Haviam vários porta-retratos em sua casa sem uso. Ela os olhou

e olhou para as conchas, e com um pouco de cola e criatividade começou a decora-los com

as conchas e areia do mar. No dia seguinte sua vizinha viu os lindos porta-retratos

decorados e quis comprar, ela disse que não estavam a venda mas a vizinha insistiu e ela

vendeu. Quando a vizinha saiu da sua casa foi que ela percebeu que uma fonte de renda

estava em suas mãos. Imediatamente foi a uma loja e, com o dinheiro que acabara de

receber, comprou mais porta-retratos e os decorou de várias maneiras, mas sempre com

conchas. Os decorativos fizeram um grande sucesso e hoje ela vive bem, longe do homem,

enviando dinheiro para sua filha fazer a faculdade, e principalmente, em paz.

MODO DE FAZER: MATERIAIS

Porta-retratos de MDF;

Base para MDF;

Tinta de PVA artesanal;

Cola branca;

Conchas e demais matérias decorativos a gosto;

Verniz em spray.

CONFECÇÃO:

Base- Primeiro deve-se passar uma camada de base em todo porta-retratos. Essa base é

branca e serve para a cor original do MDF não interferir na cor escolhida para o artesanato.

A base pode ser passada quantas vezes forem necessárias até a completa cobertura

branca.

Tinta- Após a base estar seca, podemos aplicar a tinta da cor que quisermos. A tinta

também pode ser passada quantas vezes forem necessárias até a completa cobertura.

Decoração- Agora é a vez do artesão usar sua criatividade, pegar as conchas e os demais

materiais decorativos (areia, pedras, papel, etc.) e sair colando com a cola branca.

Finalização- Após todos os decorativos bem fixados, é hora de passar verniz em spray para

termos um resultado mais bonito e que tenha maior duração.

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Page 95: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CONCLUSÃO: Estou feliz em ter achado uma história tão bonita de superação bem pertinho

de mim. Saber a história do porta-retratos fez meu senso critico mais aguçado e instigado

parar pensar qual é a história de cada coisa que vejo.

FONTES PESQUISADAS: Entrevista Informal com familiar da artesã.

ETIQUETA NARRATIVA: TÍTULO: Produto- GARRAFA PET TRANSFORMADA EM CAMISA ECOLÓGICA.

AUTORIA: VIVIANNE RAMOS LIMA Matrícula: 112095030

INTRODUÇÃO: O meu projeto é sobre história de coisas/produtos.Decidi escolher tal

produto porque é a camisa que escolhemos como camisa da turma de Ciência Ambiental

2012. Ou seja, foi um produto que eu adquiri e resolvi aprofundar os conhecimentos sobre

como é feito, qual o benefício de sua produção, de que é feito, etc. Julguei mais interessante

do que fazer de um ofício por acrescentar conhecimento, também, na área socioambiental.

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Page 96: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

O QUE É?Como foi dito acima, o produto escolhido foi uma camisa ecológica que eu adquiri

por intermédio da decisão da turma em escolhê-la como camisa da turma de Ciência

Ambiental 2012 da Universidade Federal Fluminense.

DO QUE É FEITO?A camisa é feita por fios 50% PET e 50% algodão.

A fibra do algodão não traz fortes impactos se descartada indevidamente no meio

ambiente, uma vez que seu material é orgânico, e leva cerca de três meses apenas para se

decompor completamente.

Por outro lado, é um material de dificuldade moderada para reciclagem, não existem

grandes necessidades e tecnologias de fácil acesso para reciclar esse material. Seu impacto

pode ser maior durante sua cultura se feito incorretamente, pois, é necessário grande

espaço de terrenos para sua agricultura, e são utilizados diversos tipos de

vermífugos, adubo químico, inseticidas entre outros agrotóxicos.

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Page 97: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Amostra de decomposição da fibra de algodão. A garrafa PET demora em torno de 450 anos para se decompor, então, como forma

de ajuda ao meio ambiente, pratica-se a reciclagem do composto para evitar o seu descarte

indevido no meio ambiente. As vantagens da reciclagem são, por exemplo:

Redução do volume de lixo nos aterros sanitários e melhoria nos processos de

decomposição de matérias orgânicas nos mesmos. O PET acaba por prejudicar a

decomposição, pois, impermeabiliza certas camadas de lixo, não deixando c ircularem gases

e líquidos.

Economia de petróleo, pois, o plástico é um derivado.

Economia de energia na produção de um novo plástico.

Geração de renda e empregos.

Redução dos preços para produtos que têm como base materiais reciclados.

No caso do PET de 2 litros, a relação entre o peso da garrafa (cerca de 54g) e o

conteúdo é uma das mais favoráveis entre os descartáveis. Por esse motivo torna-se

rentável sua reciclagem.

O material não pode ser transformado em adubo. Plásticos e derivados não podem

ser usados como adubo, pois não há bactéria na natureza capaz de degradar rapidamente o

plástico.

É altamente combustível e libera gases residuais como monóxido e dióxido de

carbono, acetaldeído, benzoato de vinila e ácido benzóico. Esses gases podem ser usados

na indústria química.

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Page 98: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Por esses motivos, empresários tiveram essa idéia inovadora de fazer tecido através

de PET.

Garrafas PET’s depositadas em aterro sanitario.

COMO É FEITO? Após a produção, distribuição, utilização e consumo, as garrafas são

recolhidas pelos catadores, são separadas por cor (transparente ou verde), e então são

lavadas, moídas, derretidas, filtradas e depois se solidificam em pedaços que são chamados

de “flakes”. Esses “flakes” passam por uma máquina que os transformam em grânulos, e

esses grânulos são transformados em fio/fibra ou em outros materiais plásticos reciclados.

Esse fio obtido dos grânulos podem ser 100% PET, que são chamados de fibra de

PET; ou 50% PET e 50% algodão, que é o fio utilizado na produção dos tecidos dois quais

são fabricadas as camisas.

São utilizadas duas garrafas de dois litros para fazer uma camiseta.

POSSÍVEIS RISCOS: A confecção das camisas através do fio de PET não gera riscos à

saúde, ao ambiente, aos trabalhadores e nem aos consumidores.

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Page 99: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Não gera riscos à saúde e aos trabalhadores, pois, o processo de transformação da

garrafa PET em fio, é feito por máquinas e, se for o caso de algum contato com a matéria

durante o processo, os trabalhadores que as manipulam estarão devidamente equipados.

Não existem riscos ao meio ambiente e sim, muitos benefícios, pois, retira essa

matéria que leva 450 anos para se decompor e é depositada em aterros sanitários ou,

incorretamente, em qualquer lugar da natureza, e a recicla, transformando-a em algo útil. E

também, na produção de poliéster reciclado utiliza-se 30% da energia utilizada na produção

da fibra virgem, ou seja, a economia no uso de energia também é um ativo ambiental desse

produto.

A utilização não gera nenhum tipo de risco a saúde dos consumidores

DECLARAÇÕES FINAIS: Como conclusão, achei superinteressante a origem e a produção

das camisas ecológicas, pois, sua realização gera diversos benefícios desde a preocupação

com o cuidado com o meio ambiente até no âmbito econômico. Quando comprei a camisa

sabia que era da origem de garrafas PET, mas não sabia como era a produção. É

importante esse olhar de pesquisa e crítico, até mesmo por um caráter de compromisso

socioambiental.

FONTES PESQUISADAS:

http://www.camisetadepet.com.br/blog/2009/08/confeccao-de-camisetas-feitas-com-garrafas-

pet-camisetas-ecologicas/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Algod%C3%A3o#Fibra_do_algod.C3.A3o_e_o_meio_ambiente

http://pt.wikipedia.org/wiki/Politereftalato_de_etileno

CAMISETA DE PET vídeos:http://www.youtube.com/watch?v=vVm3mchPDj4

JOGANDO PELO MEIO AMBIENTE – CAMISETA FEITA DE PET

http://www.youtube.com/watch?v=hGh66nofblw

ETIQUETA NARRATIVA:

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Page 100: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Produto : PAPEL

AUTORIA: MARIANA MENENGOY FELLOWS Matrícula:112095046

INTRODUÇÃO: Este trabalho me despertou o interesse em conhecer a história por trás de

produtos que estamos sempre em contato, sempre utilizando e, na maioria das vezes, não

conhecemos a sua história. Resolvi então pesquisar sobre a produção de papel, nenhum

outro produto está tão inserido em nosso cotidiano como este. Neste trabalho apresentarei

as atuais formas de produção do papel de uma forma geral.

SUA HISTÓRIA :Na Antiguidade, o povo egípcio desenvolveu uma forma de utilizar o junco

(papiro), ensopando-o com água e sovando até obter uma forma de pergaminho, com

espessura semelhante a um tecido.

Mas o papel, tal como o conhecemos hoje, teve origem na China: misturando cascas

de árvores e trapos de tecidos. Depois de molhados, eram batidos até formarem uma pasta.

Esta pasta, depositada em peneiras para escorrer a água, depois de seca tornava-se uma

folha de papel. Esta técnica foi mantida em segredo pelos chineses por mais de 600 anos.

No Brasil a primeira fábrica de papel surgiu entre 1809/1810 no Rio de Janeiro.

COMO É PRODUZIDO? Seguem duas ilustrações das etapas de produção do papel, de

uma forma geral:

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Page 101: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

O processo de produção do papel tem início no plantio das árvores. No Brasil, cerca

de 98% da produção de papel tem como matéria prima madeira originária de florestas

plantadas, compostas principalmente de pinus e eucaliptos.

Após o plantio, cultivo, crescimento e colheita as toras são descascadas e estas

cascas são recuperadas e usadas como combustível para produzir vapor e eletricidade. A

madeira picada em pequenos pedaços é chamada de cavaco (Esta etapa corresponde a

etapa 1 da ilustração).Estes cavacos passam por processos físicos ou químicos para

separar a lignina, a celulose e a hemicelulose que constituem a madeira.

Em seguida ocorre a etapa de extração da celulose, que pode ocorrer através de três

processos distintos. Através de processos mecânicos. Onde basicamente ocorre a trituração

da madeira, separando apenas a hemicelulose. Mesmo este processo sendo de alto

rendimento produz uma polpa de menos qualidade, de fibras curtas e amareladas. Através

de processos termomecânicos. Neste processo a madeira é submetida a vapores em torno

de 140º C em seguida ocorre o desfibrilamento. Este processo tem menor rendimento do

que o processo mecânico, porém produz polpa de melhor qualidade. Através de processos

químicos. Trata-se a madeira em um digestor com hidróxido de sódio e sulfeto de sódio, que

dissolvem a lignina e liberam a celulose como polpa de maior qualidade. Este processo

libera o chamado “licor negro”, que contem compostos tóxicos de enxofre e grande carga

orgânica.

100

Page 102: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

A próxima etapa é a fase de branqueamento do

papel. Este processo tem como objetivo remover da

polpa celulósica impurezas de lignina que oferecem a

tonalidade escura. No branqueamento tradicional, é

usado o cloro elementar, o que gera uma grande

quantidade de dioxinas (um agente cancerígeno).

Existe ainda um processo mais comum de

branqueamento que substitui o cloro elementar por dióxido de cloro, o que reduz, porém não

impede a formação de dioxinas. Um processo mais “limpo” seria o “Totally Chlorine Free”

que utiliza o oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio, o que retira do processo de produção

as dioxinas.

Após estes processos, a celulose já pode ser bombeada para uma máquina de papel,

de onde sai na forma de bobinas. Quando a polpa chegar à caixa de entrada da máquina de

papel, sua composição de água excede 97%. A mistura é lançada sob a forma de um jato

fino e uniforme sobre uma tela móvel, a ação filtrante desta tela formadora, combinada com

um sistema de vácuo, extrai a maior parte da água contida na polpa formando assim a folha

de papel. A folha é prensada entre rolos para remover mais água. A folha então atravessa a

seção de secagem onde entra em contato com cilindros enormes que estão geralmente

aquecidos com vapor, extraindo a maior parte da água restante através da evaporação. No

final da máquina, o papel é enrolado em enormes mandris (rolo jumbo), que são

rebobinados e segmentados em rolos menores, seguindo para a seção de conversão ou de

acabamento.

O processo chamado de acabamento dispõe de modernos equipamentos que são

responsáveis pelo corte, empacotamento e paletização dos papéis de expediente, onde a

bobina é cortada em folhas formato padrão (A4, Ofício II, etc.) Hoje em dia devido ao alto

grau de tecnologia na maioria das fábricas toda a produção é realizada, automaticamente,

sem contato manual.

IMPACTOS AMBIENTAIS:

Esta atividade industrial consome em média 100.000 litros de água por tonelada de

papel fabricado;

É uma atividade com elevado gasto energético, considerada a quinta atividade

industrial em consumo de energia;

A monocultura de espécies (Pinus e Eucaliptos) prejudica a biodiversidade florestal;

101

Page 103: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

O lançamento do efluente “licor negro”. (Porém se este efluente for tratado de forma

adequada é possível tornar este impacto quase nulo, possibilitando ainda a produção de

energia).

O efluente gerado no processo de branqueamento devido ao alto teor de dioxinas.

(Como os métodos que são usados na Europa não utilizam cloro no processo de

branqueamento seria a melhor solução para este problema).

RECICLAGEM: 41% do papel que circulou no País em 2002 retornaram à produção através

da reciclagem. Para este cálculo, considerou-se a produção total e o consumo aparente. A

maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades

comerciais e industriais. Porém no Brasil, há pouco incentivo para a reciclagem de papel. O

processo de reciclagem do papel tem início na separação do papel entre o lixo,

posteriormente ele é vendido para sucateiros que enviam o material para depósitos. Onde o

papel é enfardado em prensas e depois encaminhado aos aparistas, que classificam os tipos

de papel e revendem para as fábricas como matéria-prima.

Ao chegar à fábrica, o papel entra em uma espécie de grande liquidificador, chamado

"Hidrapulper", que tem a forma de um tanque cilíndrico e um rotor giratório ao fundo.

O equipamento desagrega o papel, misturado com água, formando uma pasta de

celulose. Uma peneira abaixo do rotor deixa passar impurezas, como fibras, pedaços de

papel não desagregado, arames e plástico. Em seguida, são aplicados compostos químicos

- água e soda cáustica - para retirar tintas. Uma depuração mais fina, feita pelo equipamento

"Centre-cleaners", separa as areias existentes na pasta. Discos refinadores abrem um pouco

mais as fibras de celulose, melhorando a ligação entre elas. Finalmente, a pasta é

branqueada com compostos de cloro ou peróxido, seguindo para as máquinas de fabricar

papel.

FONTES PESQUISADAS:

http://www.celuloseonline.com.br/curiosidades/Fabricao+do+Papel, acessado em

01/05/2012;

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-papel/historia-do-papel.php , acessado

em 01/05/2012;

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/eductecnol/eductecnol_trab/hi

storiadopapel.htm , acessado em 01/05/2012;

102

Page 104: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

http://www.docstoc.com/docs/20204084/IMPACTO-AMBIENTAL-DA-

PRODU%C3%87%C3%83O-DE-PAPEL , acessado em 01/05/2012;

http://www.anave.org.br/ecoforum2008/pdf/Umberto%20Caldeira%20Cinque.pdf , acessado

em 01/05/2012;

http://www.bracelpa.org.br/bra2/?q=node/180 , acessado em 01/05/2012;

http://www.reviverde.org.br/papel.htm , acessado em 01/05/2012. TÍTULO: Produto-. O PAPEL

AUTORIA: PAMELA DE MIRANDA NATIVIDADE Matrícula:112095020

INTRODUÇÃO: O trabalho tem o objetivo de informar como é a sua história, a confecção,

processo produtivo, riscos ao ambiente, curiosidades sobre ele e como é feito o papel

reciclável e suas vantagens.

A HISTÓRIA DO PAPEL: Desde os tempos mais remotos e com a finalidade de representar

objetos inanimados ou em movimento, o homem vem desenhando nas superfícies dos mais

diferentes materiais. Nesta atividade, tão intimamente ligada ao raciocínio, utilizou,

inicialmente, as superfícies daqueles materiais que a natureza oferecia praticamente prontos

para seu uso, tais como paredes rochosas, pedras, ossos, folhas de certas plantas, etc. Acompanhando o desenvolvimento da inteligência humana, as representações

gráficas foram se tornando cada vez mais complexas, passando desse modo a significar

ideias. Este desenvolvimento, ao permitir, também, um crescente domínio dessas

circunstâncias através de utensílios por ele criado, levou o homem a desenvolver suportes

mais adequados para as representações gráficas. Com esta finalidade, a história registra o

uso de tabletes de barro cozido, tecidos de fibras diversas, papiros, pergaminhos e,

finalmente, papel. A maioria dos historiadores concorda em atribuir a Cai Lun (ou Ts'ai Lun) da China a

primazia de ter feito papel por meio da polpação de redes de pesca e trapos, e mais tarde

usando fibras vegetais. Este processo consistia num cozimento forte das fibras, após o que

eram batidas e esmagadas. A pasta obtida pela dispersão das fibras era depurada e a folha,

formada sobre uma peneira feita de juncos delgados unidos entre si por seda ou crina, era

fixada sobre uma armação de madeira. Conseguia-se formar a folha celulósica sobre este

molde, mediante uma submersão do mesmo na tinta contendo a dispersão das fibras ou

mediante o despejo da certa quantidade da dispersão sobre o molde ou peneira. Procedia-

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Page 105: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

se a secagem da folha, comprimindo-a sobre a placa de material poroso ou deixando-a

pendurada ao ar. Os espécimes que chegaram até os nossos dias provam que o papel feito

pelos antigos chineses era de alta qualidade, o que permite, até mesmo, compará-los ao

papel feito atualmente.

MATÉRIA-PRIMA: As fibras para sua fabricação requerem algumas propriedades especiais,

como alto conteúdo de celulose, baixo custo e fácil obtenção — razões pelas quais as mais

usadas são as vegetais. O material mais usado é a polpa de madeira de árvores,

principalmente pinheiros (pelo preço e resistência devido ao maior comprimento da fibra) e

eucaliptos (pelo crescimento acelerado da árvore). Antes da utilização da celulose em 1840,

por um alemão chamado Keller, outros materiais como o algodão, o linho e o cânhamo eram

utilizados na confecção do papel. É fato que os escritórios têm consumido muito mais papel após a introdução de

computadores. Isso pode ter ocorrido tanto porque, com os computadores, o acesso à

informação aumentou muito (aumentando a oferta de informações, aumenta também a

demanda), quanto pela facilidade do uso de computadores e impressoras, o que permite que

o uso do papel seja menos racional que outrora (escrever à mão, ou à máquina datilográfica,

exigia muito mais esforço, diminuindo o ímpeto de gastar papel com materiais inúteis). De

fato, a porcentagem de papéis impressos que nunca serão lidos é bastante alta na maior

parte dos escritórios (especialmente os que dispõem de impressoras a laser (as quais

imprimem numerosas páginas por minuto)). Para se transformar a madeira em polpa, que é a matéria prima do papel, é

necessário separar a lignina, a celulose e a hemicelulose que constituem a madeira. Para

isso se usam vários processos, sendo os principais os processos mecânicos e os químicos. Os processos mecânicos basicamente trituram a madeira, separando apenas a

hemicelulose, e assim produzindo uma polpa de menor qualidade, de fibras curtas e

amarelado. O principal processo químico é o kraft, que trata a madeira em cavacos com hidróxido

de sódio e hidrossulfeto de sódio, que dissolve a lignina, liberando a celulose como polpa de

papel de maior qualidade. O principal inconveniente deste processo é o licor escuro também

conhecido como licor negro que é produzido pela dissolução da lignina da madeira. Este

licor deve ser tratado adequadamente devido a seu grande poder poluente, já que contém

compostos de enxofre tóxicos e mal-cheirosos e grande carga orgânica. O reaproveitamento

desta lignina é diverso, podendo o licor ser concentrado por evaporação e usado até mesmo

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Page 106: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

como combustível para produção de vapor na própria fábrica. O branqueamento da polpa de

papel subsequente também é potencialmente poluente, pois costumava ser feito com cloro,

gerando compostos orgânicos clorados tóxicos e cancerígenos. Atualmente o

branqueamento é feito por processos sem cloro elementar conhecido como ECF do inglês

"elemental chlorine free" (usam dióxido de cloro) ou totalmente livres de cloro conhecido

como TCF do inglês "total chlorine free" (usam peróxidos, ozônio, etc.). Estudos apontam

que o efluente que sai de ambos os processos quando tratado não possui diferença

significativa quanto ao teor tóxicos sendo ambos de baixíssimo impacto ambiental.

Aplicações industriais têm apontado para uma redução na emissão de óxidos de nitrogênio

(dióxido de nitrogênio e monóxido de nitrogênio) na mudança do processo TCF para o

processo ECF. Essas duas evidências em conjunto têm começado a fazer o setor

repensar quanto a qual processo dentre os dois é efetivamente menos poluente e quebra um

grande paradigma no setor que acreditava como dogma que o processo totalmente livre de

cloro (TCF) era o mais adequado ambientalmente.

PROCESSO PRODUTIVO: Nos últimos 20 anos, a indústria papeleira, com base na

utilização da celulose como matéria-prima para o papel, teve notáveis avanços, no entanto

as cinco etapas básicas de fabricação do papel se mantêm: (1) estoque de cavacos,

(2) fabricação da polpa,

(3) branqueamento,

(4) formação da folha,

(5) acabamento.

● Floresta - local onde são plantadas espécies mais apropriadas para a o tipo de celulose ou

papel a ser produzido - a maioria das empresas usam áreas reflorestadas e tem seu próprio

viveiro onde fazem melhorias na espécie cultivada fazendo a clonagem das plantas com as

melhores características;

● Captação da madeira — A árvore é cortada e descascada, transportada, lavada e picada em

cavacos de tamanhos pré- determinados;

● Cozimento: no digestor os cavacos são misturados ao licor branco e cozidos a temperaturas

de 160 C; (Nessa etapa tem-se a pasta marrom que pode ser usada para fabricar papéis

não branqueados.)

● Branqueamento - a pasta marrom passa por reações com peróxido, dióxido de sódio, dióxido

de cloro, ozônio e ácido e é lavada a cada etapa transformando-se em polpa branqueada;

105

Page 107: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

● Secagem: a polpa branqueada é seca e enfardada para transporte caso a fábrica não

possua maquina de papel;

● Máquina de papel - a celulose é seca e prensada até atingir a gramatura desejada para o

papel a ser produzido.

● Tratamento da lixívia e rejeitos da água — o licor negro resultante do cozimento é tratado e

os químicos são recuperados para serem usado como licor branco. Esse tratamento

ameniza os impactos ambientais causados pela fabrica de papel;

● Produção de energia — A produção de energia vem de Turbos geradores que são movidos

por vapor proveniente da caldeira.

RECICLAGEM: Os papeis usados, juntamente com rebarbas de papéis que sobram das

indústrias, são chamados de aparas e são a matéria-prima para a produção de novos

artefatos no processo de reciclagem. Alguns produtos podem ser feitos com 100% de papel

reciclado, já outros ainda necessitam da adição de fibras virgens.

No processo, as aparas são limpas, descoloridas e alvejadas (em alguns casos). Após esta

etapa obtém-se a pasta celulósica que precisa ser refinada e, em alguns casos, adicionada

de fibras virgens.

INSTRUÇÕES PARA A RECICLAGEM DO PAPEL:

Ingredientes:

2 baldes grandes;

1 bacia grande;

1 liquidificador;

4 telas com molduras;

1 toalha;

polpa:

Etapa 1: Picotar o papel e colocar dentro de um balde com água pelo menos por um dia.

Etapa 2: Triturar o papel do balde, com meio copo do liquidificador de água + uma mão de

papel picado.

Etapa 3: A polpa triturada é colocada dentro da bacia, repete-se a ação até que esta fique

cheia, mas não até a borda.

Etapa 4: Todo papel tem uma porcentagem de cola, portanto, mesmo reciclado, o papel

conservará um pouco de cola, mas se quiser que este fique mais impermeável, adicione um

pouco de C.M.C (Carboxi Metil Celulose), encontrada em casas de materiais de construção.

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Page 108: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CONFECÇÃO DO PAPEL RECICLÁVEL:

Etapa 1: Mergulhar o molde e moldura sobrepostos ou peneira dentro da bacia com polpa

preparada. Movimentar o molde para frente e para os lados na horizontal, com a finalidade

de deixar a futura folha de papel uniforme.

Etapa 2: Deixar escorrer a água apoiando o molde ou peneira no canto da bacia. Retirar a

moldura.

Etapa 3: Colocar um pano, papel ou feltro sobre a folha molhada, em seguida vire o molde

sobre a toalha.

Etapa 4: Retire o excedente de água por dentro do molde com o auxílio de uma esponja ou

toalhinha.

Etapa 5: Cuidadosamente começar a levantar o molde para soltar a folha.

Etapa 6: Transportar a folha formada para um pano, compensado ou jornal, colocar para

secar e pronto! Pode utilizá-lo como sua imaginação quiser.

CURIOSIDADES: O papel é largamente utilizado no mundo inteiro e corresponde a

aproximadamente 20% dos resíduos produzidos pelo brasileiro.

Para ficar branquinho o papel sofre um clareamento químico que é um dos processos

mais poluentes dessas indústrias. Uma alternativa é o Papel Ecograph, que é clareado a

oxigênio e as folhas ficam com coloração creme.

No processo de reciclagem do papel há uma redução considerável no consumo de energia e

água, e na poluição da água e do ar, se comparado à fabricação do papel a partir da

matéria-prima virgem. Atualmente, os papéis feitos de fibras de algodão são usados em trabalhos de

restauração, de arte e artes gráficas, tal como o desenho e a gravura, que exigem um

suporte de alta qualidade. No início da chamada "era dos computadores", previa-se que o consumo de papel diminuiria

bastante, pois ele teria ficado obsoleto. No entanto, esta previsão foi desmentida na prática:

a cada ano, o consumo de papel tem sido maior

PRODUÇÃO: Atualmente, a maior parte dos papéis (cerca de 95%) é feita a partir do tronco

de árvores cultivadas; as partes menores, como ramos e folhas, não são aproveitadas,

embora as folhas e galhos possam também ser utilizados no processo. No Brasil o eucalipto

é a espécie mais utilizada, por seu rápido crescimento, atingindo em torno de 30 m de altura

em 7 anos.

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Page 109: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO DE PAPEL: Contaminação de

grande quantidade de água através do descarte intencional ou acidental da lignina, do líquor

negro ou branco, lixivias contendo soda caústica, ou sulfato, produtos quimicos etc.

A produção de papel e celulose não causa desmatamento, porque a celulose é

extraida da madeira de arvores cultivadas especificamente para esse fim, em geral trata-se

de Pinus principalmente P. Eliotti e Eucalipto, as arvores nativas não se prestam à extração

da celulose devido à falta de uniformidade que dificulta a mecanização de todo o processo

tipo corte, transporte, descascamento e moagem.

Para produzir 1 tonelada de papel são necessárias 2 a 3 toneladas de madeira, uma

grande quantidade de água (mais do que qualquer outra atividade industrial), e muita

energia (está em quinto lugar na lista das que mais consomem energia). O uso de produtos

químicos altamente tóxicos na separação e no branqueamento da celulose também

representa um sério risco para a saúde humana e para o meio ambiente - comprometendo a

qualidade da água, do solo e dos alimentos.

Atualmente 100% da produção de papel e celulose no Brasil emprega matéria-prima

de áreas de reflorestamento, principalmente de eucalipto (65%) e pinus (31%). Utilizar

madeira de área reflorestada é sempre melhor do que derrubar matas nativas, mas isso não

quer dizer que o meio ambiente está protegido. Quando o reflorestamento é feito nos moldes

de uma monocultura em grande extensão de terras, não é sustentável porque causa

impactos sociais e ambientais, como pouca oferta de empregos e perda de biodiversidade.

FONTES PESQUISADAS:

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-papel/historia-do-papel.php

http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel

www.coladaweb.com

http://robertosales.br.tripod.com/interest.htm

http://www.slideshare.net/francisco50/consumo-de-madeira-e-energia-e m-celulose-e-papel-

6496925

http://www.ecolnews.com.br/papel.htm

VÍDEOS:

http://www.youtube.com/watch?v=3sHYKJSq26w

http://www.youtube.com/watch?v=jqty_zMgQRM&feature=related

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Page 110: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Produto- Fralda Descartável

AUTORIA: THALITA DA FONSECA RODRIGUES Matrícula: 112095028

INTRODUÇÃO: O meu projeto é sobre história de coisas/produtos.

UM DOS PRODUTOS QUE MAIS CAUSA POLUIÇÃO, E NÃO É RECICLÁVEL: Um dos

mais terríveis descartes do homem, são as ‘fraldas descartáveis’, assim como os

‘absorventes íntimos’ Além das matérias primas com que as fraldas são constituídas, elas

vão para o lixo biologicamente contaminadas, isto é, com dejetos humanos. Como não são

recicláveis por conta da ausência de uma legislação pertinente e também da mistura de

diferentes materiais dificilmente separáveis, elas continuam indo para os lixões ocupando

espaços inaceitáveis e contaminando os lençóis freáticos.

É muito difícil mudar o conceito de ‘conforto’ impingido pela sociedade. Embora as

fraldas descartáveis não tenham ainda (no Brasil) quarenta anos de existência, hoje, para a

maioria das pessoas, é impensável retornar às tradicionais fraldas de tecido de algodão. Só

o fazem quando não podem mais suportar ver o desconforto e as dermatites de contato do

bebê. Ou por ordem médica, já que um número significativo de crianças é alérgica às

substâncias contidas na fralda descartável. Não se dão conta de que o ‘conforto’ é só para

os pais, os bebês que se danem.

As fraldas descartáveis infantis têm crescente importância entre os itens de consumo

da sociedade moderna. O índice de penetração desse produto no mercado (razão entre o

número de usuários e o número de consumidores potenciais) varia conforme o país e/ou

região: na Argentina é de 57%, no México 34%, enquanto nos Estados Unidos, Europa

Ocidental e Japão fica acima de 95%. No Brasil o índice de penetração é de 27%,

considerando a população infantil brasileira de até 30 meses de idade, de 9,6 milhões de

indivíduos.

As fraldas descartáveis são constituídas, basicamente, de uma camada de celulose

especial de fibra longa – celulose fluff - correspondendo a 70/80% do peso da fralda, à qual

é adicionada uma pequena porção de gel seco (5/10% do peso). Essa combinação é

revestida internamente por um filme de transfer que impede o refluxo de umidade e que, por

sua vez, é coberto por uma fina camada de nonwoven que entra em contacto com a pele do

usuário. Um filme de polietileno dobrado e costurado-a-quente forma, então, o corpo da

fralda que é finalizada com alguns acessórios, como rayon, velcro e adesivos.

Esses componentes são utilizados em quantidades e proporções variadas,

constituindo diferencial para os produtos finais, ao lhes agregar qualidade e valor. Podem

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Page 111: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

ainda ser adicionadas essências aromáticas e produtos para proteger a pele. Fraldas mais

sofisticadas empregam quantidades menores de celulose e maiores de gel.

São jogadas diariamente 17 milhões de fraldas descartáveis nos lixões. Estas mesmas

fraldas levarão 450 anos para serem degradadas. Quando queimadas liberam dioxina -

substância tóxica altamente cancerígena. Nos grandes centros urbanos 2% dos lixões são

fraldas descartáveis.

6.000 fraldas descartáveis geram a derrubada de 5 árvores.

Utilizar BIO fraldas de pano ou alternar seu uso com as descartáveis contribui

imensamente com nosso planeta e as futuras gerações!

A HISTÓRIA DA FRALDA: PRIMEIRA FRALDA DESCARTÁVEL NO BRASIL. A história

das fraldas PAMPERS começou em 1956 pelas mãos do engenheiro químico Vic Mills que

trabalhava na Procter & Gamble, que se tornaria a primeira empresa de grande porte a se

dedicar à produção e venda de fraldas descartáveis no mundo. Além de funcionário da

empresa, ele era avô, e em uma viagem de férias com sua netinha recém-nascida, devido

ao desprazer totalmente compreensível pela atividade de trocar e lavar fraldas acreditou que

deveria haver uma maneira melhor de proteger a pele das crianças e ser mais higiênica

através de uma fralda absorvente que pudesse ser jogada fora depois de usada. Uma

equipe comandada por ele desenvolveu um produto absorvente que prevenia vazamentos,

protegia a pele do nenê contra as terríveis assaduras e deixava-o sempre seco e limpo.

Esse foi o início do desenvolvimento da primeira fralda descartável produzida em larga

escala. Foram necessários mais de três anos de extensas pesquisas e muitas tentativas até

que o produto estivesse totalmente pronto para ser colocado em teste no mercado. E isto

aconteceu em 1959 na cidade de Rochester localizada no estado de Nova York.

No ano seguinte as fraldas PAMPERS foram colocadas á venda experimentalmente

na cidade de Peria, estado americano de Illinois. Ainda que a primeira fralda descartável

tivesse sido criada e comercializada nos anos 30 pelo farmacêutico norte-americano John

Falcome, se tratava apenas de uma fralda de pano com um material absorvente interno e

que atendia as necessidades de um pequeno nicho de mercado - sendo usada

principalmente durante saídas mais prolongadas e viagens. PAMPERS era diferente -

tratava-se de um produto com material absorvente e cobertura externa plástica (as fitas

adesivas e o elástico nas pernas ainda estavam por vir). O produto foi lançado oficia lmente

no mercado americano em 1961 na cidade de Cincinnati em Ohio. Inicialmente o produto era

utilizado por famílias abastadas em ocasiões especiais como viagens longas e eventos

sociais para facilitar a vida das babás, estando disponível em dois níveis de absorção, uso

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Page 112: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

diurno e uso noturno. O design do produto continuava a melhorar e sua área de venda foi

expandida nacionalmente em 1969. Neste mesmo ano as fraldas ganharam um terceiro

tamanho.Foi nesta década que as fraldas começaram a serem vendidas em lojas de

departamento, supermercados e redes de drogarias. Mas havia um problema: o produto era

tão inovador e diferente que ninguém sabia ao certo em que seção vendê-las. As fraldas

então eram encontradas em várias seções como de conveniência, remédios, produtos de

papel e até mesmo na de comidas. A praticidade do produto agradou aos consumidores e a

marca se tornou extremamente popular, transformando-se, ao lado de carros e televisões,

em ícone da moderna sociedade de consumo.

Nas duas décadas seguintes PAMPERS introduziu no mercado novidades e

tecnologias de uma marca pioneira do setor, como as fitas adesivas laterais (1971); as

fraldas superabsorventes (1973); fraldas específicas para recém-nascidos (1975); fralda de

absorção prolongada para utilização durante o dia; fraldas para recém-nascidos prematuros;

elástico para as perninhas; abas para evitar vazamento; fitas adesivas ajustáveis; fralda

mais fina e com gel absorvente, que mantinha a criança mais seca e por mais tempo (1986);

os Value Packs, pacotes com maior número de fraldas para facilitar a compra por parte dos

pais que necessitavam grandes quantidades; e ULTRA PAMPERS, uma fralda mais eficiente

e confortável com redução de 50% da espessura do material (1986).

Nas décadas seguintes a marca não parou de inovar com produtos que atendesse

todas as fases de crescimento e necessidades, como as fraldas com fibras e materiais muito

mais absorventes no modelo PAMPERS Ultra Dry Thins (1993); fraldas para treinamento,

quando as crianças estão prestes a não usá-las mais (1993); fraldas com painéis laterais

perfurados facilitando a respiração da pele (PAMPERS PREMIUM lançada em 1996); fraldas

com loções (1998); as fraldas PAMPERS Rash Guard, desenvolvidas para tratar e prevenir

assaduras introduzidas em 1999; e novas versões das fraldas, apropriadas para cada fase

de vida dos bebês (2004). Além disso, a marca migrou para outras categorias de produtos

com o lançamento dos lenços umedecidos.Uma das novidades recentes da marca é a fralda

PAMPERS CRUISERS com tecnologia Dryx Max, proporcionando excelente prevenção de

vazamento, fechos duráveis, lados flexível para um encaixe confortável e ainda tamanhos

maiores. Hoje em dia, todas as versões de PAMPERS possuem as fitas Koala, que

permitem abrir e fechar a fralda quantas vezes for necessário sem danificá-la, evitando

desperdício, e loção protetora para a pele do bebê. Com todas essas novidades não era de

se estranhar que PAMPERS se tornaria líder no mercado americano e em vários outros

países onde foi lançada.

A Fralda Pampers por muito tempo foi a lider de marcado. Como foi a primeira fralda

111

Page 113: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

vendida em larga escala, se desenvolveu e se expandiu por todo o mundo.

É fácil notar que com o tempo, as coisas mudaram e se modernizaram, e não poderia ser

diferente com as fraldas. Bebês nascem em todo o mundo, a cada 2 min nasce uma criança

no planeta e como não cuidar destes que habitaram a Terra.

Mas com a modernização vieo a falta de preocupação com o meio ambiente! As fraldas

facilitam a vida de bebês e mães, mas acabam gerando 2% do lixo produzido no planeta.

Todo o mundo tem noção do mal que faz essa produção, em sites é fácil notar as opiniões

sobre o assunto. A própria fralda pampers criou um instituto para tirar dúvidas sobre o

produto. OBJETIVO: Este trabalho vem para ressaltar que com coisas pequenas, podemos modificar

hábitos arcaicos criados pela sociedade.

A fralda de pano foi desenvolvida nos primórdios da humanidade, eram simples e

muitas das vezes não era viável tê-las, mas na época era a única opção. Com o passar dos

anos, a sociedade veio se modernizando e assim novas ideias como: objetos descartáveis.

Tudo foi se modificando para acompanhar uma sociedade capitalista, onde se ganhar tempo

com as coisas é mais prático.

Hoje avanço também nos trouxe tecnologias que nos auxiliam para um planeta mais

limpo, ou seja, a fralda de pano é um exemplo magnifico, onde foram substituídas pelas

descartáveis, mas hoje foram criados novos modelos e são chamados de Biofraldas.

Estas ajudam o planeta a ficar mais limpo, funcionam como as fraldas de pano antigas, mas

são bem mais eficazes.

Substituir coisas antigas por coisas "modernas" nem sempre é o melhor. Além de

prejudicar o mundo inteiro, você acaba se prejudicando.

Devemos nos informar melhor, pesquisar e procurar produtos que não agridam o ambiente. FONTES PESQUISADAS:

Pampers.com

www.tricae.com.br/Fraldas_e_Lencos

www.baby.com.br/Fraldas

www.extra.com.br/bebes/.../FraldasDescartaveisparaBebes/?Filtro...

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Page 114: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CARTAZ:

TÍTULO: Produto: Artesanato

AUTORIA: THAIANE PRADO DE ALMEIDA Matrícula: 112095004

INTRODUÇÃO: A história do artesanato tem início no mundo com a própria história do

homem, pois a necessidade de se produzir bens de utilidades e uso rotineiro, e até mesmo

adornos, expressou a capacidade criativa e produtiva como forma de trabalho.

Os primeiros artesãos surgiram no período neolítico (6.000 a.C) quando o homem

aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica e a tecer fibras animais e vegetais.

No Brasil, o artesanato também surgiu neste período. Os índios foram os mais antigos

artesãos. Eles utilizavam a arte da pintura, usando pigmentos naturais, a cestaria e a

cerâmica, sem esquecer a arte plumária como os cocares, tangas e outras peças de

vestuário feito com penas e plumas de aves.

O artesanato pode ser erudito, popular e folclórico, podendo ser manifestado de

várias formas como, nas cerâmicas utilitárias, funilaria popular, trabalhos em couro e chifre,

trançados e tecidos de fibras vegetais e animais (sedenho), fabrico de farinha de mandioca,

monjolo de pé de água, engenhocas, instrumentos de música, tintura popular. E também

encontram-se nas pinturas e desenhos (primitivos), esculturas, trabalhos em madeiras,

pedra guaraná, cera, miolo de pão, massa de açúcar, bijuteria, renda, filé, crochê, papel

recortado para enfeite, etc.

113

Page 115: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

O artesanato brasileiro é um dos mais ricos do mundo e garante o sustento de muitas

famílias e comunidades. O artesanato faz parte do folclore e revela usos, costumes,

tradições e características de cada região.

Existem vários tipos de artesanatos no Brasil, um deles é a cerâmica e bonecos de

barro, que é o foco do meu trabalho. Há seis mil anos, o homem começou a fazer objetos

com argila e barro para usar no dia a dia. No Brasil, os índios foram os pioneiros dessa arte.

Essa arte é popular, e do artesanato é a mais desenvolvida no Brasil. Desenvolveu-se em

regiões propícias à extração de sua matéria prima que é o barro. Nas feiras e mercados do

Nordeste, se encontram os bonecos de barro, reconstituindo figuras típicas da região, como

os cangaceiros, retirantes, vendedores, músicos e rendeiras. O artesanato de barro é uma

produção espontânea que parte da sensibilidade e ingenuidade do artesão. Por isso e por

sua simplicidade, e baixo preço, muitos turistas se encantam por essa arte e compram para

decorar suas casas. Como eu, que ao ir numa feira em Porto Seguro- Bahia, trouxe vairas

baianinhas de barro de lembrança para meus familiares.

Entre outros tipos estão : A Renda, presente em roupas, lenços, toalhas e outros

artigos, tem um importante papel econômico nas regiões Norte, Nordeste e Sul, e é

desenvolvida pelas mãos das rendeiras; Entalhando a madeira, que é uma manifestação

cultural muito utilizada pelos índios nas suas construções de armas, utensílios,

embarcações, instrumentos musicais, máscaras e bonecos; Cestas e trançados que inclui

esteiras, redes, balaios, chapéus, peneiras e outros e Artesanato indígena, no qual cada

grupo ou tribo indígena tem seu próprio artesanato. Em geral, a tinta usada pelas tribos é

uma tinta natural, proveniente de árvores ou frutos. Os adornos e a arte plumária são outro

importante trabalho indígena. A grande maioria das tribos desenvolve a cerâmica e a

cestaria. E como passatempo ou em rituais sagrados, os índios desenvolveram flautas e

chocalhos.

A aprendizagem de trabalho artesanal é adquirida de maneira prática e formal,

ele se da nas oficinas ou na vivencia do indivíduo com o meio artesanal onde o aprendiz

maneja a matéria-prima e as ferramentas e imita os mais entendidos no ofício de sua

preferência. É comum o artesão servir-se de pequenas ferramentas, que na maior parte das

vezes é desenvolvida por ele mesmo devido a necessidade de seu trabalho que o obriga a

pensar e desenvolver. Emprega-se no artesanato o material disponível, gratuito ou de baixo

preço. No artesanato indígena ou no folclórico esse material é normalmente extraído do

local, mas não deixa de ser artesanato a produção de objetos com o aproveitamento de

retalhos de papel, panos, fios de arame, de linha etc. A atividade artesanal esta ligada aos

recursos naturais do estilo de vida e do grau de comércio com comunidades vizinhas sendo

114

Page 116: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

o artesanato uma manifestação da vida comunitária, o trabalho se orienta no sentido de

produzir objetos de uso mais comum no lugar, seja em função utilitária, lúdica, decorativa ou

religiosa. Não podemos falar em artesanato somente com o objetivo comercial, pois ele pode

ser produzido para consumo próprio ou mesmo doação sem perder sua característica

artesanal.

É comum confundirmos artesanato com rusticidade mas é importante observar que

neste regime de trabalho fazem-se tantos objetos rústicos como bem acabados, pois o

artesanato se define pelo processo de produção de objetos e não pelas qualidades práticas

que pode ser emprestada a este no ato de fazer.

O artesão é a pessoa que faz a mão objetos de uso freqüente na comunidade. Seu

aparecimento foi resultado de pressão da necessidade sobre a inteligência aliada ao poder

de inovar, possibilitando também ligar o passado ao presente, mediante a linguagem;

possibilitou as gerações mais novas receber das mais velhas, suas técnicas e demais

experiências acumuladas.

Inicialmente o que caracteriza o artesanato é a transformação da matéria-prima em

objetos úteis, quem realiza esta atividade denomina-se artesão, este reproduz objetos que

chegaram até ele através da tradição familiar ou cria novos de acordo com suas

necessidades.

Para evidenciar melhor este conceito vamos definir o que não é artesanato.

A indústria têxtil ou manufatureira não se encaixa neste conceito, pois há o

predomínio da máquina e a fábrica, ali se produz tecidos, aparelhos eletrodomésticos,

muitos objetos etc., quem trabalha neste local denominam-se operário; Artes puras ou

desinteressadas, em que se produzem bens artísticos em estúdios ou ateliês. Os

profissionais normalmente possuem elevados sentimentos estéticos e formação erudita.

Estes se denominam artistas; Artes industriais ou ofícios - o lugar de trabalho é a oficina e os

obreiros são artífices. A produção é mais ou menos organizada, e decompõe-se em várias

fases ou operações elementares a que se costuma chamar de diversão do trabalho. Os

objetos resultantes são criações de muitos, elas são produzidas em série embora não sejam

obtidas em molde; Indústria popular ou caseira, onde a matéria prima sofre transformação a

fim de se transformar em bem econômico, exemplo: fubá, polvilho, cachaça, sabão

etc. Esses são exemplos de trabalhos que não fazem parte do artesanato.

Como sistema de trabalho que engloba os diversos processos de artesão, o

artesanato assinala um avanço cultural e só apareceu como consequência da divisão de

campo ocupacional no período histórico em que a precisão de meios de subsistência e os

hábitos de vida em sociedade passaram a exigir maior produção de bens.

115

Page 117: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Sendo o artesanato uma manifestação de vida comunitária, o traba lho se orienta no sentido

de produzir objetos de uso mais comum no lugar, seja em função utilitária, côo lúdica,

decorativa ou religiosa.

O artesanato é um sistema de trabalho do povo, se bem que pode ser encontrado em

todas as camadas sociais e níveis culturais. Podendo ser denominado artesanato indígena,

ou primitivo, folclórico ou semierudito, requintado.

O artesanato é pratico, sendo informal sua aprendizagem. O que o artesão faz, cria-o ele

próprio ou aprender na tenda artesanal da família ou do vizinho, observando como este

fazia, pela vivencia e pela imitação, vendo-o trabalhar. Não se receber aulas teóricas;

aprende-se a faze, fazendo; pratica-se porque quer; age-se voluntariamente. Vai daí o

acentuado cunho pessoal do trabalho artesanal, apesar da vulgaridade da maioria das peças

produzidas nesse sistema.

No processo evolutivo da raça humana, a atividade econômica deve ser examinada

como etapa inicial. Sem trabalho, o homem não avança sequer um palmo na via esplendida

do progresso. E foram as mãos que abriram o caminho para a longa e vitoriosa jornada que

inda prossegue.

Desde tempos remotos, o homem inventou e fez instrumentos, e descobriu processos

que lhe aumentaram a eficácia da ação produtiva. À soma de tais, pode se chamar

artesanato, embora nascente, porque, àquela época, eram as técnicas reduzidas em número

e bastante elementares.

Além dessa sua importância histórica, o artesanato abrange outros valores, os quais

hoje o tornam reconhecido, universalmente. Os povos mais desenvolvidos do mundo criam

instituições destinadas ao seu incremento e o realizam mediante exposições periódicas e

feiras anuais de objetos de arte popular, com distribuição de prêmios aos primeiros artesãos

colocados, levantamentos de mapas artesanais, amparo comercial e outras medidas

inteligentes. Esse interesse fora do comum pelos trabalhos manuais se explica,

provavelmente, com o receio às consequências do avanço tecnológico.

O ARTESANATO ATUA SOBRE VÁRIOS PONTOS DE VISTA. São eles:

Social: Possibilitando ao artesão melhores condições de vida e atuando contra o

desemprego, o artesanato pode ser considerado elemento de equilíbrio no país e fator de

coesão, de paz social. Conforme se sabe, este sistema de trabalho conta com a participação

ativa da família. O lar, então, além de centro de vida é também núcleo de aprendizagem

116

Page 118: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

profissional. Igualmente, o mestre-artesão desempenha um papel relevante na comunidade

e sua arte é fator de prestígio.

Artístico: O artesanato desperta as aptidões latentes do obreiro e aprimora lhe o intelecto.

Suas mãos, obedientes a impulsos mentais e inteligentes, deslocam a matéria-bruta,

grosseira e passiva, e convertem-na com o calor de sua imaginação em coisa útil e por

vezes bela. É a ideia que deseja a forma. Vale reprisar que o povo não faz arte

desinteressada ou arte pela arte, mas, não raramente, sobre ser utilitária, suas peças são

bem acabadas, produzidas com esmero e revelam bom-gosto. Se o artesão, além de

habilidade manual, possuir talento e sensibilidade, aí então ele vira artista. Desse modo, sua

experiência artesanal seria apenas uma fase de formação artística.

Pedagógico: Isto quer dizer que os trabalhos manuais são de grande valor para a criança

em idade escolar, principalmente os de carpintaria, modelagem e papel recortado. Doutra

parte, considera-se o artesanato como excelente meio para a educação de certos, que, se

bem orientados nesse plano, podem adquirir habilidade prodigiosa e se realizarem na vida,

plenamente.

Moral: O artesanato pode dar causa ao aperfeiçoamento espiritual e moral do artesão,

sendo certo que o trabalho afasta a pessoa dos vícios e da delinquência, Daí o provérbio

"cabeça de desocupado é tenda de satanás", cuja sabedoria e exatidão certamente não se

põem em dúvida.

Terapêutico: O artesanato abranda o temperamento hostil ou agitado de pessoas que

sofrem desvios de personalidade, as quais poderão corrigir suas aberrações através da

ocupação manual. Se, por exemplo, um tipo psicológico agressivo deseja fazer mal a

alguém, ele o realiza — digamos no barro, e então se satisfaz, por transferência, assim se

liberta do incômodo, livra-se de seu estado de tensão e obtém o equilíbrio intrapsíquico ou

paz interior. Esse trabalho se recomenda ainda a certos enfermos que são obrigados a

permanecer no leito durante muito tempo, embora tenham válidas as mãos e possam

produzir certos objetos que exigem mais habilidade e paciência do que esforço físico.

Cultural: O artesão imprime traços de sua cultura nos objetos que produz, consciente ou

inconscientemente. Muitas de suas tradições, como símbolos mágicos e crenças, ficam

marcadas em suas peças.

O progresso tecnológico refletiu mal sobre o artesanato, desestimulando-o. Para

competir com a fábrica, o artesão começou, então, a produzir objetos sem aquele esmero e

acabamento que valorizam tanto sua obra. A esse fator negativo, juntam-se a falta de

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Page 119: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

incentivos, caracterizada principalmente pela injustiça da Lei, que protege o salariado e

olvida o artesão; o xenofilismo ou exagerada preferência pelo artigo importado,

desprezando-se o que é nosso, genuíno; a influencia da moda, que se opõe às formas

tradicionais e consequentemente ao artesanato; e o intermediário, que, dentre os

inconvenientes aqui enunciados seja, talvez, o mais nefasto.

Deve-se enfrentar o império da máquina, absorvente e monopolizadora, que substituiu

o homem e o torna mero auxiliar dela, como também esses outros motivos de desanimo do

artesão, cujo estado se nos afigura como que a soma e a mistura de todas as causas de

desprestígio ou mesmo de decadência do artesanato. Assinale-se, nessa luta pelo

incremento artesanal, que a peça feita a mão valoriza o homem porque ela é resultado de

sua própria criação e habilidade, ela contém parte de si mesmo — não é cópia. E ainda que,

do ponto de vista comercial, sua venda se faça abaixo do justo preço, a moeda que advir

dessa troca vai contribuir par ao orçamento doméstico e par ao aumento do nível de vida,

pois tal peça se produz, em geral, nas oras de folga, como atividade subsidiária ou

recreativa.

Nas condições primitivas em que se acha nas mais vezes, o regime de trabalho

manual necessita de um estímulo vigoroso e pertinaz para se desenvolver, sendo que isto só

se conseguirá mediante uma ação de Governo. Daí por diante é possível seu incremento

natural, conforme se pode testemunhar com os resultados que se observam na Europa e na

Ásia. De fato, países evoluídos daqueles continentes cedo percebem a conveniência em

fomentar sua indústria popular e seu artesanato, vale dizer aumentar as ocupações

lucrativas. Abriram-se, então, instituições oficiais e particulares, que significaram o término

de graves crises sociais e a elevação socioeconômica do povo, que passou a viver sem a

angústia de pressões financeiras.

Não convém é que essa ajuda se faça de maneira ostensiva, mas cautelosa e

pacificamente. A proteção deve limitar-se, traduzida em gráfico, a uma faixa cujos bordos se

denominam intervenção e liberdade. Nem intervencionista nem liberalista. Aqui seria pecar

pelo abandono, pelo laissez-faire, por deixar o artesão fazer o que quer agir como criança ou

como se vivesse na era lítica, com desperdício de esforço e tempo. O outro extremo se

identificaria com o constrangimento do artesão e sua total submissão a esquemas rígidos ou

formais, desnaturando lhe o fluxo criador e suas puras manifestações de cultura popular e

tradicional.

Desse modo, qualquer plano de proteção ao artesanato deve preceder-se de estudos

bem dirigidos e deve ser elaborado com a convicção plena dos bons resultados que serão

obtidos e segundo os objetivos a que se tem em vista alcançar. Primeiro, toma-se

118

Page 120: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

consciência do problema artesanal; em seguida, assume-se a posição mais adequada à

realidade; afinal, é necessário agir, com o fim de cristalizar as ideias. A proteção ao

artesanato se esquematiza de modo que produza efeitos em longo prazo e em curto prazo.

O plano de proteção em longo prazo abrange a pesquisa, o ensino técnico-artesanal e

a expansão turística. A pesquisa se destina ao conhecimento da realidade artesanal,

recursos naturais disponíveis em cada região e mercado consumidor. A realidade a que nos

referimos nesta epígrafe se relaciona com as formas usuais e suas características, com os

processos empregados na produção de objetos úteis e com as condições sociais de

trabalho. A pesquisa é que vai indicar o ramo artesanal adequado ao lugar, tendo em vista,

naturalmente, os fatores de natureza ecológica.

FONTES PESQUISADAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Artesanato

http://www.overmundo.com.br/overblog/um-pouco-mais-sobre-artesanato

http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/artesanato/

http://www.artesanatonarede.com.br/

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=

326&Itemid=1

CARTAZ:

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Page 121: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Produto- AEROSSÓIS

AUTORIA: RAYANE VELLOSO DE ALMEIDA Matrícula: 112095047

POR QUE FALAR SOBRE AEROSSÓIS? Poucos dias antes de saber sobre o trabalho “A

história das coisas”, li em um livro de Ecologia que os aerossóis eram, em parte,

responsáveis pelos buracos na camada de ozônio, pois utilizavam gás do tipo CFC

(clorofluorcarbonetos), que realmente possuem alta capacidade de destruir a camada de

ozônio. Interessada pelo assunto pesquisei mais e descobri que esse fato era verdadeiro até

a década de 80, quando o Tratado de Montreal obteve sucesso com a aceitação de 150

países. A partir desta década o CFC passou a ser substituído pelo GLP (gás liquefeito de

petróleo), que é basicamente o gás de cozinha comum e que não causa tantos impactos

ambientais. Porém, muitas pessoas ainda não tem consciência de que os aerossóis

evoluíram e não são mais os “inimigos” da natureza. Buscando esclarecer melhor esse

assunto, escolhi falar sobre a história dos aerossóis no meu trabalho.

O QUE É UM AEROSSOL? Um aerossol é basicamente a mistura de dois líquidos

guardados na mesma lata. Um deles é o produto em si, que pode ser creme de barbear,

desodorante, tinta ou inseticida. O outro é o chamado propelente, uma substância capaz de

impulsionar o produto para fora. Na maioria dos casos, o propelente é um gás líquido, ou

seja, dentro da lata, a pressão é tão grande que o gás usado como propelente fica

comprimido e se transforma em líquido, misturando-se ao produto. Enquanto o frasco está

fechado a mistura encontra-se estável, mas quando a válvula é acionada a pressão dentro

do frasco diminui e uma parte do gás líquido propelente se expande com violência, virando

gás de verdade. Como seu volume fica grande demais para o frasco, ele escapa com força

total, levando parte do produto para fora.

O aerossol possui um mecanismo que garante a saída da dose certa do produto e do

gás, isto é, possui uma pequena bolinha que flutua na lata, ajudando a misturar o produto ao

propelente. Assim, na hora em que a válvula é acionada ambos saem da lata numa

proporção ideal. Caso contrário, o jato teria gás demais e produto de menos. Até a década

de 80 a maioria dos gases usados como propelente eram os CFC (clorofluorcarbonetos),

muito eficientes como propelente, porém severamente prejudiciais à camada de ozônio da

Terra. Após 150 países aderirem ao Protocolo de Montreal, em 1987, um acordo que tratava

a redução da emissão de gases CFC foi efetivado.

Com isso, os clorofluorcarbonetos utilizados como gases propelentes foram sendo

substituídos pelos gases GLP (gases liquefeitos de petróleo), que causam menos impactos.

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Page 122: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

HISTÓRIA DOS AEROSSÓIS: A ideia de um aerossol surgiu em 1790, quando as bebidas

carbonadas sob pressão foram introduzidas na França.

Em 1837, um homem chamado Perpigna inventou um sifão da soda que incorporava

uma válvula. As latas pulverizadoras de metal eram testadas desde 1862. Essas latas eram

construídas com material de aço pesado e sendo demasiadamente volumosas não foram

comercialmente bem sucedidas.

Em 1899, os inventores Helbling e Pertsch patentearam os aerossóis pressurizados

usando o metil e etil cloreto como propulsores.

Em 23 de novembro de 1927, engenheiro norueguês Erik Rotheim patenteou a

primeira lata de aerossol com válvula, que possuía a capacidade de conter e dispensar

produtos devido ao seu sistema propulsor. Este foi o precursor do moderno aerossol e

válvula.

Em 1998, os correios noruegueses emitiram um selo comemorativo da invenção da

lata de spray.

Durante a Segunda Guerra Mundial,em 1943, o governo dos EUA financiou a

pesquisa para criação de um spray portátil capaz de pulverizar a malária. Lyle Goodhue e

W illiam Sullivan, pesquisadores do Departamento de Agricultura, desenvolveram um

aerossol pressurizado pequeno no qual adicionaram composto contra a malária e um gás

liquefeito (um fluorcarboneto).

Com o passar dos anos os aerossóis foram sendo aprimorados e passaram a ter

grande utilidade no dia a dia de muitas pessoas. Muitos produtos fundamentais são

armazenados em aerossóis, como, por exemplo, produtos pessoais, domésticos, médicos,

técnicos e de uso industrial.

MATERIAL DAS LATAS DE AEROSSOL: AÇO E ALUMÍNIO - As latas de aerossol, no

geral, são feitas de aço ou alumínio. Ambos os materiais são recicláveis, ou seja, são uma

ótima alternativa para o meio ambiente.

Reciclagem do Aço: As latas de aerossol feitas de aço podem ser recicladas infinitas vezes

sem que o aço perca suas características, além disso, pode ser reutilizadas de outra

maneira, o que economiza energia.

O aço é um material 100% reciclável e de fácil decomposição se abandonado na

natureza. Quando em contato com o solo, o aço é totalmente degradável em uma média de

5 anos, reintegrando-se à natureza.

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Page 123: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Reciclagem do Alumínio: A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do

próprio processo de produção, como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada.

De fato, a reciclagem tornou-se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois

as empresas sempre tiveram a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e

laminados, entre outros materiais gerados durante o processo de fabricação.

No âmbito social, a reciclagem de alumínio promoveu gerações de empregos e lucros

desde a coleta da sucata pelos catadores e a reutilização em artesanatos, até a reciclagem

em grande escala nas fábricas. Ou seja, além de diminuir as sucatas que poderiam ser

resíduos no meio ambiente, a reciclagem desse metal tornou-se um multiplicador na cadeia

econômica.

A reciclagem de alumínio cria uma cultura de combate ao desperdício. Difunde e

estimula o hábito do reaproveitamento de materiais, com reflexos positivos na formação da

cidadania e no interesse pela melhoria da qualidade de vida da população.

COMPONENTES DE UM AEROSOL: OS PROPELENTES

Clorofluorcarboneto (CFC): O clorofluorcarboneto, também conhecido como CFC ou cloro-

fluor-carbono, é um composto sintético, gasoso e atóxico que pode ser utilizado como

solvente, propelente, expansor de plásticos, e como refrigerante em freezers, aparelhos de

ar condicionado e geladeiras.

Estima-se que o CFC seja 15.000 vezes mais nocivo à camada de ozônio do que o

dióxido de carbono (CO2). Isso porque ao ser liberado na atmosfera o CFC se concentra na

estratosfera e sofre uma reação chamada fotólise: quando submetido à radiação ultravioleta

proveniente do sol o CFC se decompõe liberando o radical livre cloro (Cl) que reage com o

ozônio decompondo-o em oxigênio gasoso (O2) e monóxido de cloro (ClO). O CFC é tido

como o principal causador do buraco na camada de ozônio e desde a descoberta de sua

toxicidade na atmosfera (onde pode permanecer por até 75 anos antes de ser destruído),

são feitas tentativas de banir o uso do produto.

Protocolo de Montreal: O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a

camada de ozônio é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem

a substituir as substâncias que demonstraram estar reagindo com o ozônio (O3) na parte

superior da estratosfera. O tratado esteve aberto para adesões a partir de 16 de Setembro

de 1987 e entrou em vigor em 1º de Janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e

devido a essa grande adesão mundial, foi considerado por muitos especialistas no assunto

como o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos.

122

Page 124: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Em 1987 as nações mundiais inauguraram o tratado de Montreal que passou a

regular a produção e o consumo de produtos destruidores da camada de ozônio. A principal

meta foi acabar com o uso dos 15 tipos de CFC que eram as fontes de destruição da

camada de ozônio. Foi então comandado um estudo para achar uma nova forma de

substituir o produto destruidor por um que não apresentasse tantos malefícios. Neste tratado

foram estipulados dez anos para que os países se adequassem a eliminar o uso desse

produto clorado. Foi então proposto o uso do que hoje se usa: butano e o propano, e

apresentam uma boa aceitação das indústrias. Pode-se afirmar que o Tratado de Montreal

foi bem sucedido porque não interferiu na produção e no consumo de produtos que

utilizavam CFC, além de diminuir os impactos contra a camada de ozônio. Atualmente, o

CFC utilizado como propelente passou a ser substituído pelo GLP.

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): O GLP consumido no país provém em sua maior parte

do refino do petróleo. O petróleo é basicamente uma mistura de hidrocarbonetos, que são

compostos formados por átomos de carbono e hidrogênio. O processo de refinação do

petróleo consiste em separar estas misturas em faixas delimitadas onde certas

características podem ser associadas aos produtos obtidos.

O GLP é um derivado composto da mistura de hidrocarbonetos com 3 e 4 átomos de

carbono com ligação simples, denominados de propano e butanos. Ligações duplas,

propeno e buteno, também ocorrem com frequência, principalmente na corrente de GLP

proveniente das refinarias.

Perigos relacionados ao GLP e efeitos adversos na saúde humana: É um gás

extremamente inflamável e quando armazenado sobre pressão o GLP pode explodir sob

efeito do calor. É espontaneamente explosivo à luz do sol com cloro, pois forma uma mistura

explosiva com o ar e agentes oxidantes. A combustão gera fumos anestésicos.

O gás liquefeito pode causar sonolência e vertigem (efeitos narcóticos). Em altas

concentrações pode causar efeitos adversos à saúde humana, como asfixia através da

redução da concentração de oxigênio no ar. O contato direto com o gás liquefeito pode

provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite).

Impacto ambiental relacionado ao GLP: contribui para formação de smog fotoquímico:

Smog é um fenômeno fotoquímico caracterizado pela formação de uma espécie de neblina

composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos. Geralmente, o smog se

forma em grandes cidades, onde a poluição do ar é elevada e provocada, principalmente,

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Page 125: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

pela queima de combustíveis fósseis (gasolina e diesel) pelos veículos automotores. Em

regiões com grande presença de indústrias poluidoras, o smog industrial também ocorre.

Além do vapor de água, podemos encontrar num smog a presença de aldeídos,

dióxido de nitrogênio, ozônio, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos e outros compostos

orgânicos voláteis.

O smog causa um efeito visual característico, deixando sobre a cidade uma camada

cinza de ar. Nas situações mais extremas, em função das baixas condições visuais,

inviabiliza o trânsito terrestre de veículos e aéreo de aviões e helicópteros.

FONTES PESQUISADAS: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-aerossol-por-

que-ele-fica-gelado-quando-agitado

http://www.infoescola.com/quimica/clorofluorcarboneto-cfc/

http://www.fergas.com.br/index.php/gas

http://www.br.com.br/wps/wcm/connect/44d7ad0043a7b1f2919b9fecc2d0136c/fispq-comb-

gas-glp.pdf?MOD=AJPERES

http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/aerosol

http://www.vidasustentavel.net/meio-ambiente/conheca-alguns-produtos-que-causam-a-

destruicao-da-camada-de-ozonio/

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/aluminio:_infinitamente_reciclav

el.html

ETIQUETA NARRATIVA:

O aerossol surgiu em 1790 e até os dias atuais é muito utilizado. Este produto é basicamente a mistura de dois

líquidos guardados em uma mesma lata, um deles é o produto em si e o outro é o propelente (um gás liquido). As latas de

aerossol geralmente são de aço ou alumínio, metais 100% recicláveis. Até a década de 80, o gás utilizado como propelente

era o CFC, um gás que destruía severamente a camada de ozônio. Com isso, os aerossóis eram considerados totalmente

prejudiciais para o meio ambiente, e até hoje muitos ainda possuem esse ponto de vista.

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Page 126: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Porém, em 1987, cerca de 150 países assinaram o Protocolo de Montreal, concordando substituir o uso dos 15

tipos de CFC por outro gás que não afetasse o meio ambiente. Cumprindo o acordo, o CFC foi substituído pelo GLP (gás

liquefeito de petróleo), que não causa impactos à natureza. Logo, pode-se dizer que este produto que você está adquirindo

evoluiu buscando ajudar o meio ambiente.

TÍTULO: Produto: Historia do Lápis

AUTORIA: CRISTIANO FORTUNA GÓES DE CARVALHO Matrícula: 112095008

INTRODUÇÃO: Entre todos os instrumentos de escrita, o lápis é sem dúvida o mais

universal, versátil e econômico, produzido aos milhões todos os anos, mesmo na era da

Internet.

É com o lápis que as crianças de todo o mundo aprendem a escrever. É indispensável

para todos os tipos de anotações, traçados e rascunhos - sobretudo para tudo o que possa

ser escrito ou desenhado à mão.

O lápis é um produto de longa durabilidade, que exige poucos cuidados, não é

afetado por variações climáticas e escreve até debaixo d'água ou no espaço.

QUE OUTRO INSTRUMENTO DE ESCRITA PODE SE GABAR DE SER TÃO VERSÁTIL?

70 d.C. :Plínio, o Velho, menciona pequenos discos de chumbo, observando que não eram

usados para escrever ou desenhar, mas apenas direcionar o traçado das linhas.

1565: Na Grã-Bretanha é localizado o primeiro registro do uso do graf ite nas minas

dos lápis, totalmente desprovidos de refinamento, feitos como um sanduíche de dois

pedaços de madeira com o grafite no meio.

1644: Primeiro registro do uso do lápis na Alemanha, por um oficial da artilharia.

1659: A profissão de fabricante de lápis é citada em documento oficial pela primeira vez,

num contrato de casamento na cidade de Nuremberg.

1761: Em Stein, cidade próxima a Nuremberg, na Alemanha, Kaspar Faber inicia seu

negócio de lápis.

Minas coloridas: A fabricação das minas coloridas é feita exclusivamente pela Faber-

Castell, com matérias-primas como pigmentos, aglutinantes, cargas inertes e ceras. Esses

ingredientes são misturados até formar uma massa macia, que será prensada em máquinas

extrusoras, de onde sairão em formato de espaguete. 125

Page 127: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

As minas são cortadas no tamanho certo dos lápis, passam por um processo de

secagem, para só depois serem coladas às tabuinhas. Todas as matérias-primas utilizadas

na fabricação do lápis de cor Faber-Castell são rigorosamente testadas em laboratórios

próprios e em institutos independentes, garantindo a ausência de elementos tóxicos e

atestando a qualidade Faber-Castell.

Minas de grafite: A fabricação das minas de grafite segue um processo semelhante ao das

minas coloridas, mas com matérias-primas diferentes. Para a mina de grafite, usa-se uma

mistura de argila tratada (semelhante à usada na fabricação de cerâmicas) com grafite

moído, obtendo-se uma massa que é prensada da mesma forma que a mina colorida.

O processo de corte e secagem é o mesmo. Após a secagem, no entanto, as minas

são submetidas a um processo de queima em forno de alta temperatura, passando

posteriormente por uma etapa de tratamento com gordura.

As minas de grafite são fabricadas em 14 graduações:

Para a escrita em geral, são usadas as graduações semelhantes à B ou HB, mais

conhecidas como nº 2.

Ciclo do lápis:

As sementes são plantadas em um viveiro onde são adubadas, regadas e tratadas.

Depois de 10 a 15 dias, germinam e continuam sendo cuidadas.

126

Page 128: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Quatro meses depois, com mais ou menos 25 cm de altura, as mudas são plantadas

nos parques florestais da Faber-Castell em Minas Gerais

Durante o crescimento, as árvores retiram da atmosfera o gás carbônico, um dos

principais causadores da poluição atmosférica e do aquecimento global, e devolvem

oxigênio.

Após 3 anos, com 4 metros de altura, para facilitar seu crescimento e evitar a formação

de "nós", os galhos mais baixos são podados e deixados no solo, fertilizando a terra.

Faz-se então a colheita parcial, para não deixar o solo exposto, proteger a fauna e

aumentar a produtividade do plantio. A colheita final ocorre aos 18 anos, quando outras

mudas são plantadas em seus lugares. As folhas, ramos e raízes são deixadas no solo,

tornando-o fértil para a próxima geração de árvores.

Começa então o processo de industrialização da madeira: as toras com mais de 14 cm

de diâmetro são levadas da plantação Faber-Castell para a fábrica.

As toras mais finas são utilizadas para produzir energia na fábrica, em forma de vapor.

Na indústria, prepara-se a madeira para se tornar lápis.

A madeira é cortada em tabuinhas e recebe um tratamento especial de secagem e

tingimento, ficando ainda mais macia, facilitando o apontamento dos lápis.

Depois do tratamento, as tabuinhas prontas ficam armazenadas e descansam durante

60 dias.

Agora, o lápis começa a tomar forma. Uma máquina abre canaletas nas tabuinhas,

onde são coladas as minas de grafite ou de cor.

Depois, cola-se outra tabuinha com canaletas por cima, formando um "sanduíche" que

é prensado, garantindo a qualidade do lápis. As minas e a madeira tornam-se uma única

peça, garantindo que mina não quebre por inteiro quando cair no chão.

O "sanduíche" é processado no formato dos lápis. Eles são pintados, envernizados,

apontados e carimbados com a marca Faber-Castell.

127

Page 129: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Depois de embalados, os lápis estão prontos para serem comercializados.

Os resíduos de utilização do lápis de madeira também são biodegradáveis, sendo

rapidamente absorvidos pela natureza. O tempo máximo de reintegração ao ecossistema é

de apenas um ano.

Uma breve viagem através da história do lápis: Os primeiros lápis, como são conhecidos

hoje, vieram das montanhas de Cumberland (Inglaterra), onde foi encontrada a primeira

mina de grafite. Em função da cor semelhante, acreditou-se ter encontrado chumbo.

Somente no final do século XVIII o químico Karl W ilhelm Scheele comprovou

cientificamente, que o grafite era um elemento próprio (carbono) e não um derivado do

chumbo.

O grafite da mina inglesa de Cumberland foi de tal forma explorado, que os ingleses

passaram a proibir sua exploração sob ameaça de pena de morte. A qualidade do grafite

inglês e os lápis com ele produzidos foram desvalorizando-se cada vez mais.

E somente por possuir o monopólio do mercado é que a Inglaterra conseguiu vender

seus lápis de má qualidade por um preço ainda alto. Para fazer com que o grafite durasse

mais, eles adicionavam a ele cola, borracha, cimento etc.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644 na agenda de um Oficial de

Artilharia. Em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria

fábrica de produção de lápis na Alemanha.

Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação

revolucionária para aquela época de Lothar von Faber - bisneto de Kaspar Faber, e que se

tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg

desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do

grafite, com a adição de argila; uma invenção quase paralela do francês Conté e do

austríaco Hartmuth no final do século XVIII. A partir de então argila e grafite moídos são

misturados até formarem uma pequena vara e depois queimados.

Através da mistura de argila com grafite tornou-se então possível fabricar lápis com

diferentes graus de dureza. Lothar von Faber aumenta a capacidade de produção de sua

fábrica. Após a construção de um moinho de água, a serragem e entalhamento da madeira

passam a ser mecanizados e uma máquina a vapor torna a fabricação ainda mais racional.

Desta forma está aberto o caminho para a indústria de grande porte.

128

Page 130: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Em 1856 Lothar von Faber adquire uma mina de grafite na Sibéria, não muito distante

de Irkutsk, que produzia o melhor grafite da época. O "ouro negro", como o grafite era

chamado, era transportado por terra nas costas de renas ao longo de caminhos inóspitos e

acidentados. Somente ao chegar a cidade portuária, o material podia ser enviado de navio

para locais mais distantes.

Lothar von Faber realizou ainda mais uma proeza, bastante incomum para aquele

tempo: ele guarneceu seus lápis de qualidade com seu nome. Assim nascia na Alemanha

os primeiros artigos de escrever com marca registrada. Lothar Von Faber é considerado o

criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi ele que estabeleceu as normas relativas ao

comprimento, à grossura e ao grau de dureza destes artigos, as quais foram incorporadas

por quase todos os outros fabricantes do mundo.

Deste modo, os "lápis Faber", eram já na metade do século XIX sinônimo de

qualidade por excelência. Ao mesmo tempo, já havia um igual cuidado em relação à alta

qualidade das etiquetas, da apresentação dos catálogos e das embalagens.

Lothar Von Faber foi também o primeiro entre os empresários do ramo a viajar com um

mostruário de seu sortimento pela Alemanha e no exterior. Ele pedia nestas ocasiões preços

adequados para seus lápis, que eram então obtidos apenas pelos produtos de "procedência

inglesa". Na metade do século passado os seus lápis se tornaram um dos artigos mais

cobiçados na Alemanha e no exterior.

Outras fábricas de lápis em Nuremberg seguiram o exemplo da Faber. Ao longo do

século XIX foram fundadas empresas como a Staedler, a Schwan e a Lyra entre outras e,

assim, Nuremberg passou a contar no final do século XIX com cerca de 25 fábricas de lápis,

as quais produziam anualmente até 250 milhões de lápis no valor de 8,5 bilhões de marcos

alemães. Somente a Faber, como o maior empresário do ramo, empregava 1000

funcionários. Assim a liderança mundial na fabricação de lápis passou a ser inteiramente da

Alemanha e concentrou-se em Nuremberg e seus arredores.

É interessante observar a precoce e imediata internacionalidade neste ramo de

negócios: a partir de 1849 Lothar von Faber fundou filiais em Nova York, Londres, Paris,

Viena e São Petersburgo. Seu sucesso na comercialização destes produtos se estendeu até

o Oriente Médio e mais tarde à China.

Para se proteger das constantes tentativas de roubo de nome, ele entregou ao

Parlamento alemão em 1874 uma petição para o registro de produtos de marca. Em 1875

129

Page 131: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

esta lei foi sancionada, fazendo de Faber um pioneiro na uniformização da lei de registro de

marcas na Alemanha.

Dos tempos pioneiros até os dias de hoje, tanto a qualidade quanto a forma de

produção dos lápis de grafite e dos lápis de cor, foram sendo cada vez mais aprimoradas.

Embora a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido mantidas iguais até os nossos

dias, não é possível comparar os lápis fabricados antigamente com a pureza e seriedade

com que os artigos atuais são produzidos.

No entanto, com uma produção de mais de 1,8 bilhões de lápis de madeira por ano, a

Faber-Castell continua sendo em nossos dias o mais importante fabricante destes produtos

no mundo.

FONTES PESQUISADAS: Documentário sobre o processo de produção do lápis:

http://www.youtube.com/watch?v=Zsnw98aTWOM

ETIQUETA NARRATIVA:

TÍTULO: Produto - Nike – De garrafas pet às camisas mais cobiçadas do Mundo AUTORIA:

RAPHAEL DA COSTA CHERMONT DE BARROS: Matrícula:112095023

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Page 132: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

INTRODUÇÃO: Os uniformes esportivos da marca norte-americana Nike foram idealizados

em um novo conceito de conscientização tecnológica e sustentável. Desde a última Copa do

Mundo, realizada no ano de 2010, a Nike vem criando suas camisas e uniformes a base de

materiais recicláveis e isso despertou minha curiosidade e interesse em saber como tudo

isso se desenvolve, o como é possível uma garrafa de plástico virar uma camisa. A escolha

dos novos uniformes oficiais da Nike para meu produto de trabalho deve-se ao fato da

inovadora e magnífica forma de reciclagem de produtos descartáveis ao lixo, que mesmo

tendo inúmeras formas de reutilizações, uma idéia tão oportuna e inteligente como esta

congrega sustentabilidade econômica e sustentabilidade ambiental.

A demanda mundial de movimentação de camisas de futebol faz com que torcedores

apaixonados por esporte comprem cada vez mais as camisas de seus times, e isso é a

paixão do torcedor: torcer pelo seu time vestindo a camisa do clube que ama. O mercado de

uniformes esportivos é intenso, em especial as camisas de futebol que compõe alta

circulação de capital no mundo. Está comprovada que cada vez mais torcedora do mundo a

fora querem comprar a camisa mais bonita do futebol, e claro, a camisa de seu clube

favorito. Ou seja, ter a camisa é essencial. A Nike, uma das empresas esportivas que mais

produzem e vendem camisas de futebol, teve uma idéia e propôs um desafio inovador a

suas indústrias.

Os lixões ou aterros são um problema de ordem global de cada país. Lixos e mais

lixos são depositados, e infelizmente não há jeito, a maioria dos lixos são largados em

qualquer lugar a céu aberto, o que demonstra a pouca conscientização e preocupação da

população e principalmente da política de cada país com o lixo. Essa realidade pode ser

repensada. Há lixos que podemos reutilizar, são os chamados produtos recicláveis. Reciclar

é poder reaproveitar o que foi aproveitado um dia. É tirar do lixo o que se pode usar para

outros fins. Inúmeros produtos recicláveis estão nesse momento em várias áreas desse

planeta prontos para serem reaproveitados ao invés de estarem poluindo nossa terra. A Nike

teve uma idéia.

Porque não reaproveitar de algum modo esses lixos recicláveis para fazer seus

produtos? Porque não retirar do próprio ‘‘lixo’’ o que mais tarde se transformaria em matéria

prima para a criação de novos uniformes esportivos? A Nike descobriu que alguns tipos de

materiais recicláveis poderiam virar tecidos de alta qualidade para seus produtos.

Depois de muitos estudos, a meta seria lançar a novidade para os uniformes oficiais

da Copa do Mundo de 2010. Seleções como Brasil, Holanda e Portugal usariam as novas

131

Page 133: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

camisas ecológicas da empresa. A novidade seria um grande exemplo da Nike, para todos

observarem que é possível retirar pequenos lixos e fazer grandes produtos.

A Nike foi mais longe. Buscaram em territórios asiáticos do Japão e de Taiwan os

lixos recicláveis que seriam usados na fabricação de seus produtos. A empresa recolheu dos

dois países cerca de 13 milhões de garrafas plásticas em aterros sanitários para produzir os

uniformes que iam ser usados pelas dez seleções patrocinadas pela empresa na Copa do

Mundo da África do Sul de 2010. A preocupação com o meio ambiente valeu pontos para a

Nike, e a Nike foi reconhecida pelo mundo inteiro por essa iniciativa inovadora. A Nike não

estava apenas fazendo sua parte com a retirada desses ‘lixos reutilizáveis’, a Nike abriu um

novo conceito de sustentabilidade mundial, onde uma garrafa pet que antes simplesmente

apodreceria em um aterro, agora se transformaria em uma camisa tão cobiçada nesse

planeta, onde a paixão mundial é o futebol. Cada camiseta plástica seria feita de apenas 8

garrafas pet.

Depois de todos os benefícios ecológicos, é hora de falar das vantagens da criação

de suas novas camisas. A Nike reduziria em grande quantidade a energia utilizada em suas

fábricas. Menos energia, maior sustentabilidade para Ela mesma. As camisas feitas com

algodão, tornar-se-iam feitas de poliéster, material retirado totalmente das garrafas pet dos

lixões. Com o novo poliéster retirado, a nova camisa tornou-se mais confortável e muito mais

leve. Incrivelmente, alguém poderia achar que tudo isso daria em um tecido ‘pesado’ e ‘

incomodo’, daqueles desconfortáveis, que não caem certo ao nosso corpo. Nada disso.

A mudança de tecido possibilitou uma camisa 23 por cento mais leve, fina, onde o

jogador de futebol sentiria total liberdade de realizar os movimentos em campo, sem

incomodo. A sutileza da nova camisa foi uma surpresa, ninguém imaginaria que uma camisa

reciclada daria tanto conforto e leveza. São apenas 160 gramas em tecido.

132

Page 134: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

A Nike queria mais. Além de todos os proveitos citados, a Nike incorporou uma

tecnologia nova, visando ainda mais o conforto dos jogadores e dos torcedores. O novo

uniforme criado com uma tecnologia chamada Dri-fit ajuda a ajustar a temperatura corporal,

no caso dos jogadores, no momento dos jogos. Os jogadores suam menos, permanecendo

mais frescos e secos com maior rapidez. Nota 10.

Com todos os benefícios, o resultado não podia ser outro. As camisas passaram no

teste de laboratório, e mais tarde, entregues a cada seleção que iria utilizar as camisas na

Copa. Foi um sucesso. A camisa foi aprovada pelos jogadores, e foi recorde de venda para

os torcedores. .

Depois do Mundial da África do Sul, a Nike continuou com sua idéia. As camisas de

seleções a cada ano ganharam um novo aspecto e design, mas sempre feitas e construídas

a base de garrafas pet.

A camisa da Nike que eu possuo também é feita com o mesmo modelo de

reciclagem. O produto se chama Nike Running, desenvolvida principalmente para

treinamentos de atletas. A camisa foi fabricada em 2011. O tecido é feito de poliéster

retirado do material reciclado. Muito leve e confortável. Abaixo uma imagem da camisa Nike

Running que possuo. Ecológica e de alta qualidade.

Recentemente, a Nike Better World (uma iniciativa da Nike a favor do meio ambiente

e de outros assuntos que envolvem o mundo), divulgou um filme muito interessante

mostrando como é fabricada uma camisa de futebol da marca. Estrelado pelo

atacante holandês Klaas-Jan Huntelaar, o vídeo mostra todas as etapas da criação da

camisa, desde as fibras do tecido sendo fabricadas, passando pelo tingimento desse tecido

até o resultado final, onde o artilheiro do Schalke 04 aparece com o novo uniforme da

Holanda para a competição europeia EURO 2012. Cada uniforme da Nike para a EURO

133

Page 135: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

2012 é feito de aproximadamente 13 garrafas pet na produção de cada kit (camiseta e

calção). O material possui 100% de poliéster reciclado, enquanto as camisas anteriores

contavam com 96% de poliéster e 8 garrafas recicláveis para produção apenas das

camisetas.. Desde o lançamento desse projeto em 2010, a marca norte-americana já utilizou

mais de 115 milhões de garrafas plásticas recicladas. Para se ter uma ideia, se alinhadas de

ponta a ponta, essas garrafas seriam suficientes para cobrir mais da metade do globo

terrestre.

A constante preocupação da Nike com o tão inesquecível impacto ambiental é

explicada em cada conjunto feito utilizando cada garrafa jogada e abandonada nos lixos. No

ano de 2010 eram cerca de 13 milhões de garrafas plásticas evitadas, um total de

aproximadamente 254 mil kg fossem jogadas fora, hoje esse número é mais de 10x maior.

Essa grande quantidade de ‘‘lixos reutilizáveis’’ seriam suficiente para cobrir mais de 29

campos de futebol. A Nike realmente fez um ‘‘golaço’’ com essa empreitada, sua mudança

além de beneficiar o meio ambiente, trouxe a ela mesma proveitos únicos, tanto em suas

indústrias reduzindo energia e matérias primas, como nas suas camisas, mais adequadas e

cômodas ao corpo dos atletas e dos torcedores. Ou seja, mesmo sendo feito com material

reciclado, a performance dos resultados obtidos nos uniformes ‘ecológicos’ é mais que um

sucesso.

Os objetivos da Nike com a nova produção de camisas de material reciclado: A Nike

tem como objetivo a redução dos preços para produtos com a utilização do material

reciclado, ajudando assim na geração de renda e de empregos. Sua ação de retirar os lixos

ajuda a neutralizar o impacto ambiental recolhendo as garrafas em lixões (Japão e Taiwan).

Além de reduzir cerca de 30% do consumo de energia elétrica de suas indústrias na

confecção das camisas.

Propostas de Ações: Ter um compromisso com a sustentabilidade. As camisas fazem parte

de uma filosofia da marca chamada “Design Considerado’’, esse conceito significa a redução

ou eliminação de produtos tóxicos e resíduos, aumentando o uso de materiais ecológicos na

produção e criando produtos mais sustentáveis. Afinal levar o meio-ambiente em

consideração não significa sacrificar a alta performance proporcionada aos atletas.

134

Page 136: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Como tudo é feito ? A Nike recolhe as garrafas pet de lixões no Japão e em Taiwan.

Depois de retiradas, as garrafas, antes de serem transformadas em fibra de poliéster, são

lavadas, separadas, moídas e secadas, daí reduzidas em pequenos pedaços (flocos).

A segunda etapa é feita a fusão a uma temperatura de 300 graus, nesse momento

também é realizada a filtragem e a retirada de impurezas. O processo de fusão é repetido a

300 graus e todo o material é passado por equipamentos que o separam em filamentos.

Na última etapa é realizada a estiragem, ou seja, nesse momento a fibra é

transformada em fio. A grande vantagem é que essa fibra é muito mais resistente e corre

menos risco de desbotar, além de amassar menos que a roupa feita com 100% de algodão.

A camisa é muito mais confortável e 23 por cento mais leve. Depois do tecido pronto, a

camisa é tingida, a camisa está quase pronta. Finalizado o processo de tingimento, é colado

o logo da empresa e o escudo do clube. Os detalhes finais são realizados pelos designers e

depois, embalada e encaminhada as mais diversas lojas esportivas do mundo inteiro.

Etiqueta do produto: A etiqueta está conciliada em uma só. São 5 ao total, explicando a

tecnologia Dri-fit, o conteúdo de material reciclado e o novo tecido poliéster. .

Polêmicas: A Nike já foi acusada de estar envolvida em trabalho escravo na China, Coréia

do Sul, Indonésia e Vietnã. Os trabalhadores chegavam a receber 16 centavos por hora

(US$ 6,92 por semana, US$ 358,84 por ano), não podiam conversar, não podiam se

organizar em sindicatos e trabalhavam de 11 a 12 horas por dia. Além disso, acusam a

empresa de utilizar trabalho infantil, proibido na maioria destes países.

Fiz uma pesquisa perante a esse tipo de acusações, e se existe algo envolvido nos

lixões do Japão e Taiwan, porém não encontrei nenhum fato a ser relatado.

135

Page 137: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

O Resultado de Tudo:

Redução da produção de camisas fabricadas com algodão.

• Reduz cerca de 30% no consumo de energia na fabricação.

• Redução do volume de lixo nos aterros sanitários.

• Economia na compra da matéria–prima.

• Geração de renda e mais empregos.

• Camisas mais leves, confortáveis e adaptadas aos jogadores e torcedores

As novas camisas EURO 2012 são a certeza que a Nike fez um grande papel em

2010 na sua conscientização ao meio ambiente. Reciclar as garrafas pet retiradas de lixos e

transformá-las em produtos esportivos de alta qualidade é um passo muito importante para o

nosso presente e futuro, catalogado as ideias e iniciativas contra a poluição do meio

ambiente. É um belo exemplo, para cada ser humano saber que uma pequena garrafa

plástica pode ser transformada em uma camisa, ou em qualquer outro objeto de uso. Ser

sustentável não é perder nenhum benefício, a prova disso é esse projeto da Nike, onde do

lixo tiraram as melhores matérias primas que geraram as melhores e mais concorridas

camisas de futebol do mundo. Alto desenvolvimento, baixo custo de mão de obra e energia.

São inúmeros aspectos positivos que desmentem que ‘ser sustentável’ é perder poder

econômico, perder qualidade de desenvolvimento, etc.

De todas as formas, deixo minha palavra final. É preciso escolher uma ação, é preciso

se espelhar nesse exemplo. Reaproveitarmos o que pudermos sem sujar nossas terras.

Assim não perderemos nossas terras, nosso ar, e nossos mares. O lixo é um problema

muito sério, e o quanto pudermos reaproveitar, menos iremos sujar e poluir o meio ambiente.

A transformação de garrafas em camisas é um exemplo digno de ser mostrado, de que as

mais belas camisas do mundo saíram do lixo, do lixo que viraria poluição, a poluição que

destruiria nosso meio ambiente. Um belo exemplo da Nike.

FONTES PESQUISADAS: O vídeo pode ser visto no link:

http://www.youtube.com/watch?v=19mZ5JkKers

136

Page 138: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

http://www.nikebetterworld.com/product

http://vjpublicidade.wordpress.com/tag/garrafas-pet/

http://www.espbr.com/noticias/brasil-oito-equipes-usarao-camisas-feitas-plastico-

reciclado/relacionadas

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/02/100225_camisacbf.shtml

VÍDEOS:

Reportagem da BBC Brasil da camisa da seleção brasileira para a Copa de 2010.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/02/100225_camisacbf.shtml

Pontociência - Fios a partir de garrafas plásticas.

http://www.youtube.com/watch?v=49RO6FKK5uo

Nike Better World – Propaganda que mostra a fabricação das camisas junto com a exibição

de futebol do atacante holandês Huntelaar. http://www.youtube.com/watch?v=19mZ5JkKers

Processos de fabricação da camisa ecológica.

http://www.youtube.com/watch?v=MHe64YKQhu4

TÍTULO: Produto - Iogurte

AUTORIA: PAULO CESAR DA SILVA LEMOS Matrícula:112095021

INTRODUÇÃO: Relato de uma pequena abordagem sobre produtos utilizados na

alimentação humana, principalmente o leite, sendo o seu diferencial a diversidade de tipos

de produtos que se pode fazer com a matéria-prima láctea.

137

Page 139: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Entre os diversos produtos do leite estaremos focando o iogurte, que já fez parte da

alimentação corrente desde épocas remotas, por sua digestibilidade, aroma peculiar e

agradável.

Hoje sabemos que a fermentação Láctea para obtenção do iogurte é ação de germes

no leite (Steptococus salivarius ssp, Termophilus, lactobacillus delbrueki ssp e o mais viável

e abundante no produto final o Bugaricus).Os germes atacam a lactose que se decompõem

em um ácido láctico que junto à caseína, produz a coagulação do leite.

Este trabalho tem por objetivo falar sobre a história do iogurte como um dos alimentos

mais utilizado na alimentação humana, segundo relatos de BITTARELA, et al, 2006 e do

Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem

Animal,BRASIL,1997. HISTÓRIA: A origem do iogurte ainda não é totalmente conhecida, mas há vários episódios,

espalhados pelo mundo, que podem estar na base do seu aparecimento na antiguidade.

Através das expedições, guerras e relações comerciais entre os fenícios e os egípcios

e, mais tarde, também através de gregos e romanos, este alimento que hoje faz parte do

nosso cotidiano rapidamente se difundiu, conquistando uma posição privilegiada na dieta

alimentar dos mais diversos povos.

Período do neolítico: Durante este período, os pastores começaram a domesticar animais

mamíferos e a utilizar o seu leite como alimento. O leite dos animais era armazenado em

marmitas de barro à temperatura ambiente, o que, conjugado com o clima do deserto, cujas

temperaturas chegavam a atingir os 43ºC, criava as condições ideais para que o leite

fermentasse, produzindo um rudimentar tipo de iogurte.

Desertos da Turquia: Os pastores armazenavam o leite fresco em bolas feitas de pele de

cabra. Os sacos colocavam-se atados nos camelos e o calor do seu corpo, em contato com

aqueles, propiciava a multiplicação de bactérias ácidas. Várias horas depois, quando os

pastores se preparavam para beber o leite, encontravam uma massa semissólida e

coagulada, o leite acabara de converter-se em iogurte, o que os pastores consideravam

delicioso.

Uma vez consumido o fermento lácteo contido naquelas bolsas, estas voltavam a ser

cheias de leite fresco que, devido aos resíduos precedentes, se transformava novamente em

leite fermentado.

138

Page 140: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

Benefícios: Galeno, célebre médico grego do século II a.C., descreveu as virtudes deste

alimento, realçando a sua maior digestibilidade comparativamente ao leite e o seu efeito

benéfico e purificador no excesso de bílis e nos problemas de estômago. Dioscórides, outro

importante médico da antiguidade, recomendou o iogurte como medicamento para o

tratamento do fígado, do estômago, do sangue, da tuberculose, como depurativo geral e

contra as supurações. Em Damasco, no século VII, surgiu um livro de medicina intitulado

"Grande explicação do Poder dos Elementos e da Medicina". Nesta obra, sucessivamente

complementada e atualizada por diversos médicos eruditos gregos, árabes e hindus,

recomendava-se unanimemente o consumo de iogurte como calmante, refrescante e

regulado intestinal. Gengis Khan, o célebre guerreiro e líder militar dos mongóis

alimentavam o seu invencível exército com iogurte, tomado ao natural ou utilizado como

conservante da carne ou de outros alimentos. Llia Metchnikoff (1910), relacionou o consumo

elevado de iogurte com a superior longevidade das tribos das montanhas da Bulgária.

Descobriu ainda que, numa população com pouco mais de um milhão de habitantes, cerca

de 1600 pessoas ultrapassavam os 100 anos de idade, com ótimas condições de saúde. Foi

atribuída a causa da longevidade ao iogurte, que continha bactérias capazes de converter o

açúcar do leite (a lactose), em ácido láctico. Prosseguindo as suas investigações, isolou o

bacilo e dedicou todos os seus esforços a estudar as propriedades deste microorganismo,

que chamou de Bacillus bulgaricus, mais tarde denominado Lactobacillus bulgaricus.

Concluiu que no intestino grosso havia um conjunto de micróbios que contribuíam para a

putrefação e desencadeavam fatores degenerativos no organismo, acreditando ainda que,

implantando a bactéria proveniente do iogurte no trato intestinal, aquela produzia ácido

láctico e impedia que se desenvolvessem as bactérias da putrefação neste ambiente ácido.

Atualidade: No princípio do século XX, o iogurte era considerado um medicamento e estava

disponível apenas em farmácias. Nos últimos anos, o seu consumo generalizou-se na

Europa, graças ao desenvolvimento industrial, tecnológico e, sobretudo, científico. Vários

estudos reconhecem as múltiplas virtudes nutricionais do iogurte e a presença de uma série

de fatores multidimensionais implicados na promoção da saúde humana.

Além dos tipos de iogurte já considerados tradicionais, como os aromatizados,

líquidos, com pedaços e magros, a evolução tecnológica da produção conduziu à entrada de

novos conceitos, com maior valor acrescentado, que progressivamente têm conquistado os

consumidores. 139

Page 141: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

CONCLUSÃO: Conclui-se que a característica que possui um iogurte de qualidade como

uma consistência adequada, consistência firme, textura cremosa, sabor e aroma

característico e a isenção de separação de soro.

Além de ser um alimento natural pode ser produzido em pequena escala por famílias

de produtores de baixo poder aquisitivo que poderá além de utilizá-lo na própria alimentação

de comercializá-lo melhorando a renda familiar.

FONTES PESQUISADAS:

Bittarela,K.M; Casagrande,F;Medeiros,A.P. IOGURTE.Trabalho apresentado a disciplina

bioquímica de alimentos,UFSC,2006

BRASIL, Ministério da Agricultura, Regulameto da Inspeção Industrial e Sanitária de

Produtos de Origem Animal, Brasília/DF, 1977.

ETIQUETA NARRATIVA: Se tratando de produtos de origem animal, fica difícil criar uma

etiqueta porque tem que seguir toda a legislação de rotulagem do Ministério da Agricultura e

ANVISA. Produtos que são comercializados no Brasil Inteiro recebem o símbolo da inspeção

federal SIF, produtos que são comercializados dentro de um Estado recebem o Símbolo do

Serviço de Inspeção Estadual SIM, produtos comercializados dentro do município recebem o

símbolo do serviço de inspeção municipal SIM, Algumas imagens de produtos nas três

140

Page 142: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

esferas de inspeções e achei por bem criar um modelo de embalagem para acondicionar o

produto comercializado já que esta isenta de regulamentação. Sítio Vida Feliz Produto produzido pela agricultura familiar. Produção caseira, leite obtido de vacas holandesas, alimentadas com capim natural com adubação orgânica livre de agrotóxico,com inspeção municipal.

Agradecemos a preferência!!!

141

Page 143: Portifolio História de Coisas, Artes e Ofícios

TÍTULO: Produto- A borracha

AUTORIA: ANA FLÁVIA LINS Matrícula:112095005

INTRODUÇÃO: Na hora de fazer projetos, estudar, desenhar, lá está ela, a companheira

inseparável do lápis. Pode se apresentar em vários formatos (retângulos, quadrados,

círculos, coração), possuir várias cores (branca, verde, preta) e algumas possui até cheiro

de fruta! O que importa é que, desde a mais simples até a mais sofisticada, todas elas tem a

função de apagar. Material elástico e impermeável, a borracha tornou-se indispensável à

indústria moderna, presente num sem-fim de produtos com os quais o homem convive em

seu dia-a-dia.

A borracha é uma substância em partículas contida no látex de muitas plantas, sendo

que 90% da produção mundial vem das plantações da árvore brasileira Hevea brasiliensis

no sudeste da Ásia, principalmente na Malásia, a borracha é obtida pelo aquecimento até a

coagulação do látex parecido com o leite e com a cor predominante branca produzido pela

seringueira.

A borracha natural não tinha muita utilidade até que o norte americano Charles

Goodyear inventou o processo de vulcanização, o qual era feito adicionando enxofre à

borracha e aquecendo a mistura. Esse processo evitava que a borracha se tornasse

pegajosa quando aquecida e dura quando resfriada, ou seja, era obtida uma goma elástica

que não se esfarelava e nem colava. Foi esse o ponto de partida para as aplicações práticas

da borracha.

A borracha sintética produzida por processos químicos industriais, não substitui

inteiramente as aplicações da borracha orgânica, superior por sua elasticidade e densidade.

A vulcanização da borracha é a sua combinação química com certos corpos que

chamamos de agentes vulcanizantes, em virtude da qual a borracha adquire a propriedade

de poder sofrer deformações, e cessadas as causas determinantes, retomar suas

dimensões iniciais. Dos agentes vulcanizantes, o mais importante é o enxofre.

É através da vulcanização que conseguimos transformar as propriedades plásticas da

borracha, eliminar a sua sensibilidade ao calor, e obter um corpo elástico capaz de retomar

as suas dimensões iniciais depois de uma deformação, mesmo em condições extremas de

temperatura.

O mecanismo pelo qual se dá a vulcanização da borracha pode ser imaginado como

sendo a interligação das moléculas do hidrocarboneto através de átomos ou moléculas do

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agente vulcanizante, ligados a átomos de carbono que inicialmente apresentavam dupla

ligação.

A vulcanização é o resultado de uma reação química. A combinação do enxofre é

irreversível, atingindo o teor máximo de 32% que é o valor teórico para saturar todas as

duplas ligações. Não existe ainda nenhum processo que permita a desvulcanização da

borracha. A vulcanização pode ser processada a frio e a quente.

Borracha Sintética: É o conjunto de compostos produzidos com a finalidade de reproduzir

as propriedades da borracha natural. A primeira borracha sintética foi um polímero de dimetil

butadieno (C4H6), fabricado na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Mas esta

borracha era de qualidade muito inferior à borracha natural.

Muitos tipos diferentes de borrachas sintéticas estão agora em uso, sendo a mais

difundida a borracha produzida pela polimerização do butadieno com o estireno. Em muitos

casos esta borracha pode substituir a borracha natural já que resiste melhor ao

envelhecimento, às rachaduras e à abrasão do que o produto natural.

Entretanto, sua resistência e flexibilidade são pobres e em algumas aplicações,

principalmente bandas de rodagem de pneus, é misturada à borracha natural.

Outra borracha sintética é aquela obtida a partir do butilo. É impermeável aos gases e

é utilizada nas câmaras de ar e no revestimento interno dos pneus sem câmara. Outros

exemplos de borrachas sintéticas incluem o policloropreno (neoprene), utilizado na indústria

de fios e cabos, e borrachas derivadas de nitrilos resistentes ao óleo, utilizadas em juntas de

vedação e nos cilindros que espalham a tinta das máquinas impressoras.

Algumas formas de silicone, poliuretano e PTFE (politetrafluoretano) são utilizadas

como borrachas sintéticas. As borrachas sintéticas, assim como as borrachas naturais, são

compostas por pigmento negro, carbono e outros aditivos, tais como agentes corantes,

plasticizadores, amaciantes e agentes vulcanizadores, para alterar ou melhorar as suas

qualidades.

História: Descoberta da borracha. A borracha era conhecida dos nativos da Amazônia, mas

somente nos séculos XVI e XVII viajantes europeus encontraram, em alguns países da

América do Sul e da América Central, índios com o corpo coberto por um líquido leitoso

obtido do corte de certas árvores. Alguns chegaram a ver índios brincando com bolas que

"ao tocar o solo subiam a grande altura". Entretanto, foi o matemático e naturalista francês

Charles-Marie de la Condamine, chefe de uma expedição científica francesa enviada à

América do Sul, que se interessou, no Brasil, pelo látex e em 1740 enviou amostras para a

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Academia de Ciências da França. A borracha brasileira começou a ser exportada para o

Reino Unido, a França e os Estados Unidos na segunda década do século XIX. Em 1833

instalou-se em Boston uma casa de artigos de borracha, a primeira de que se tem notícia no

gênero. Entre 1839 e 1842, simultaneamente, Charles Goodyear, nos Estados Unidos, e

Thomas Hancock, no Reino Unido, descobriram o processo de vulcanização da borracha. A

borracha sintética ocupou grande parte do espaço da borracha natural em todas as suas

aplicações. Sua produção hoje supera em muito a da borracha natural e os Estados Unidos

aparecem como o maior produtor mundial, seguidos de perto por outros países, como

Japão, França, Alemanha e Reino Unido.

O Brasil é o maior fabricante de borracha sintética da América Latina. Sua produção

foi iniciada em 1962, com matéria-prima fornecida pela refinaria Duque de Caxias, no estado

do Rio de Janeiro, e ficou a cargo de uma subsidiária da Petrobrás, a Fabor (fábrica de

borracha sintética), hoje privatizada com o nome de Petroflex.

FONTES PESQUISADAS:

http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/investigando-borracha.htm

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-borracha/producao-de-borracha.php

http://www.grupoescolar.com/pesquisa/borracha.html

http://www.youtube.com/watch?v=nugkF7K6--E

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