escolha da carreira profissional: um estudo de caso …
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ESCOLHA DA CARREIRA PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO NAFADERGS.
Aluna: Carolina MenschOrientador: Professora Lisiane B. Wolff
RESUMO
A cada semestre a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), formaAdministradores de Empresas que possuem diferentes perfis profissionais e motivações queauxiliaram na escolha de sua carreira profissional. Este artigo tem o objetivo de compreenderdentre as diversas áreas de atuação do Administrador de Empresas quais estão em maiorevidência e se assim, pode-se relacionar estes fatores e áreas com o perfil de formação daFaculdade citada como a empregabilidade dos graduados no mercado de trabalho. Utilizou-seo método de pesquisa descritiva com vertente quantitativa tendo como ferramenta de coleta dedados o questionário aplicado aos alunos formados em Administração de Empresas pelaFADERGS. Por meio do levantamento dos resultados conclui-se que há um expressivonúmero de graduados atuando na área de formação. Dentre os fatores que levaram osAdministradores na escolha profissional, destacam-se a boa remuneração, o desejo decrescimento profissional e o prazer de trabalhar em equipe.
PALAVRAS - CHAVE: Escolha da Carreira. Fatores Motivacionais. Administração deEmpresas.
1 INTRODUÇÃO
O crescimento econômico experimentado pelo Brasil nos últimos anos fez com que
houvesse expressiva busca pelo curso de Administração de Empresas por parte dos candidatos
ao ensino superior. Associando diretrizes de distribuição de renda, estabilidade financeira e
política, o Brasil se tornou uma das maiores economias do mundo neste século (GOVERNO
FEDERAL, 2013). O profissional passou então, nesse cenário de mudanças, a ter maiores
atribuições, desafios e cumprimento de metas em seu ambiente de trabalho. No âmbito do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Porto
Alegre, sabe-se que existem 34 Instituições de Ensino Superior credenciadas pelo Ministério
da Educação (MEC, 2013) oferecendo o curso de Administração de Empresas, dentre elas a
Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS).Adquirir estabilidade através de concurso público, abrir o próprio negócio,
prospectar novas oportunidades no mercado ou receber uma promoção no trabalho, são
fatores que facilitam a tomada de decisão da carreira, assim como os aspectos motivacionais e
sociais.
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O curso de Administração de Empresas oferece ao graduado inúmeras áreas de
atuação, como por exemplo: Comércio Exterior, Recursos Humanos, Financeira, Hospitalar,
Marketing entre outras e em todos os setores da economia. Segundo Braga e Monteiro (2005) logo que os alunos entram em uma Instituição,
estes estão preocupados com questões relativas à: estacionamento, higiene dos banheiros,
mensalidades, conforto das salas, etc. Com o passar do tempo, as preocupações se relacionam
com questões de qualidade de ensino, e na conclusão do curso, o aluno se volta ao mercado de
trabalho e como a Instituição contribuiu para a sua empregabilidade.A cada ano a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS),
forma profissionais oriundos do curso de Administração no mercado de trabalho. Sabendo-se
disto, há uma necessidade de identificar qual o perfil de carreira, o graduado formado em
Administração de empresas pela FADERGS está realmente inserido, considerando a
conclusão do seu curso e se a sua colocação no mercado corresponde às escolhas que o
levaram a realização de Administração de Empresas. Sendo assim, o presente artigo tem como
problema de pesquisa investigar: quais fatores levaram o graduado da FADERGS pela
escolha do curso de Administração de Empresas?Para atender a questão da pesquisa são propostos como objetivo geral avaliar quais
os fatores levaram o graduado em Administração de Empresas formado pela FADERGS pela
escolha do curso e como objetivos específicos: a) analisar o perfil de qualificação do
Administrador formado pela FADERGS, b) descrever os fatores motivacionais que o levam
na escolha do curso; c) mapear quais setores e áreas do mercado/atuação possuem maior
demanda e ou disputa pelos referidos formados; d) compreender a satisfação do formado em
relação a área escolhida.O estudo se justifica pela relevância do tema tanto para os alunos quanto para a
própria Instituição de Ensino (FADERGS), uma vez que fornece aos alunos da Administração
os fatores de escolha do curso bem como o posicionamento da carreira depois de formados, e
também para Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), uma vez
que foi mapeada a identidade dos Administradores no que tange ao mercado, formados por
esta Instituição de Ensino Superior. Pessoalmente, o estudo se justifica uma vez que a autora é aluna do curso de
Administração de Empresas da FADERGS e tem a oportunidade de compreender a identidade
profissional dos colegas Administradores que já se formaram na mesma Instituição de Ensino.
Para a academia, o estudo traz contribuições uma vez que transforma a informação em
conhecimento para que seja proveitoso aos Administradores considerarem suas escolhas
profissionais em relação à FADERGS, bem como o posicionamento dos alunos formados pela
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Instituição servindo como orientação, e aconselhamentos futuros para os alunos de
Administração durante o curso de graduação. O presente trabalho foi estruturado em cinco capítulos, a saber: o primeiro capítulo é
o capítulo introdutório, nele consta a contextualização sobre o tema, a questão de pesquisa
oriunda do estudo, os objetivos (geral e específicos), a justificativa e a própria estruturação do
artigo. O segundo capítulo é o levantamento bibliográfico, neste capítulo foram elencados os
macro temas que sustentam o referencial teórico. O capítulo três apresenta os procedimentos
metodológicos, que no caso foi uma pesquisa descritiva com vertente quantitativa. No
capítulo quatro são apresentadas as análises e resultados e finalmente, no último capítulo são
apresentadas as conclusões.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos com intuito de contextualizar
os diversos cenários que envolvem a carreira do Administrador de Empresas e o tema
proposto. Os passos que o Administrador percorre até sua formação: ensino superior, o curso
de Administração de Empresas, a carreira e os fatores motivacionais.
2.1 ENSINO SUPERIOR E O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
A primeira Universidade no Brasil surgiu apenas em 1912 ao contrário de países da
América do Sul colonizados pela Espanha e Inglaterra que tiveram acesso ao ensino superior
ainda no período colonial. A explosão de ensino superior no Brasil ocorreu na década de 70,
de trezentos mil matrículas este número passou para um milhão e meio até 1980 (SOUZA,
1997). Pesquisas recentes apontaram que mais de sete milhões de estudantes se matricularam
em instituições de educação superior entre 2011 e 2012 e um total de 1.050.413 concluintes
no ano de 2012, conforme divulgado pelo Ministério da Educação (MEC, 2013) em pesquisa
realizada e divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) em
2013 (INEP, 2013). De acordo com o Ministro da Educação Aloísio Mercadante, nos últimos
dez anos os ingressantes no ensino superior aumentou 91,9% (MEC, 2013).Outro dado importante fornecido pelo Censo da Educação Superior, é que mais da
metade das matrículas estão concentradas nas Universidades com 54%, seguido pelas
Faculdades com 28,9%, Centros Universitários, 15,4% e Instituições Federais de Educação
Tecnológica, 1,6%. (INEP, 2013).Analisando os dados relativos ao Censo da Educação Superior de 2012, cabe
salientar que nos anos 90 a concentração urbana e a exigência de melhor formação para mão-
de-obra industrial e serviços obrigaram o Governo a aumentar o número de vagas, que
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impossibilitado de atender a demanda autorizou o Conselho Federal de Educação a aprovar
milhares de novos cursos (SOUZA, 1997).A Secretaria de Educação Superior (SESU) é a unidade do Ministério da Educação
responsável por planejar, orientar, coordenar e supervisionar o processo de formulação e
implementação da Política Nacional de Educação Superior, assim como se encarregar da
manutenção, supervisão e desenvolvimento das Instituições Públicas Federais e Privadas da
educação superior (MEC, 2013).O Artigo 43 da Lei n° 9.394/96 descreve alguns finalidades da educação superior, são
elas: o estímulo da criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do
pensamento reflexivo, a formação de diplomados aptos para a inserção em setores
profissionais e na participação no desenvolvimento da sociedade brasileira. Com isto se pode
refletir melhor sobre o papel do graduado nas organizações e na sociedade. Como o presente
artigo está focado nos alunos formados pelo curso de Administração de Empresas da
FADERGS, cabe na próxima seção contextualizar o referido curso dentro do ensino superior.De forma histórica o curso de Administração de Empresas no Brasil começou a se
destacar na década de 40, com a necessidade de mão-de-obra qualificada. Com isto, houve a
necessidade da regulamentação da profissão que foi instituída a Lei nº 4.769, de 09 de
setembro de 1965. Com essa Lei, o acesso ao mercado profissional se tornou privativo dos
portadores de títulos expedidos pelo sistema universitário, as informações foram divulgadas
pelo Conselho Federal de Administração CFA em 2013, (CFA, 2013). O resultado do último
Censo da Educação Superior mostrou que o curso de Administração é o mais procurado entre
os estudantes brasileiros, com 833.042 matrículas em 2012 (G1,2013). Em 2011 foi realizada uma pesquisa pelo Conselho Regional de Administração do Rio
Grande do Sul (CRA-RS), procurando identificar o perfil do Administrador de Empresas no
estado. A pesquisa mostrou que os cargos mais ocupados pelos Administradores são de
gerentes e consultores na área de finanças, atuando com grande destaque no setor terciário que
necessitam possuir liderança e espírito de equipe. A pesquisa mostrou também que há grande
atuação do gênero masculino entre 26 e 35 anos. (CFA, 2011).
Inspirada pelo Empreendedorismo e no ensino em Negócios, a FADERGS explica no
site da Instituição, o perfil do curso de Administração de Empresas que oferece:O Bacharelado em Administração de Empresas da Faculdade de Desenvolvimentodo Rio Grande do Sul oportuniza aos estudantes espaços desafiadores deaprendizado. Com professores fortemente atuantes no mercado de trabalho, o cursoconta com visitas técnicas em empresas de pequeno, médio e grande porte, além deoportunidades de atuação prática orientada via Empresa Júnior ou através deprojetos de consultoria (FADERGS, 2013).
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Através do Projeto Pedagógico de Curso (PPC) a FADERGS descreve o perfil do
egresso do curso de Administração considerando as seguintes habilidades profissionais
esperadas (PPC FADERGS, 2007):a) formação humanística e visão global que o habilite a compreensão do meio social,
político, econômico e cultural onde está inserido e tomar decisões em um mundo
diversificado e interdependente;b) capacidade técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de
atividades específicas da prática profissional em consonância com as demandas
mundiais, nacionais e regionais;c) competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e
promovendo suas transformações, sendo capaz de planejar, coordenar, executar e
avaliar atividades relacionadas às organizações e áreas correlatas;d) capacitação de atuação em equipes multidisciplinares;e) refletir e atuar criticamente sobre sua atuação profissional e sobre seu impacto no
mercado;f) capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional
e do desenvolvimento da autoconfiança, de forma a assimilar novos conhecimentos e
refletir sobre o comportamento ético que a sociedade espera de sua atuação.
Para Peter Drucker (1975), considerado o Pai da Administração na literatura, a
Administração não depende de propriedade, classe ou poder, a Administração trata de uma
função, uma matéria de ensino e um trabalho a ser executado pelos Administradores de
Empresas e reforça que Administração de Empresas é um modelo que deve ser seguido e que
os livros sobre Administração tem que ser parte central de estudo. Para tanto, é preciso
compreender o sentido da carreira profissional. “Um número cada vez maior de alunos dos
cursos superiores de Administração não são executivos de empresas privadas, mas sim
funcionários de hospitais, das Forças Armadas, de prefeituras e governos estadual e federal,
bem como de diretorias escolares” (DRUCKER, 1975). Na próxima seção se apresentam os
conceitos de carreira profissional.
2.2 CARREIRA PROFISSIONAL
De acordo com Hall (1976 apud DUTRA, 2010b, p. 17), “carreira é uma sequência de
atitudes e comportamentos, associada às experiências e atividades relacionadas ao trabalho,
durante o período de vida de uma pessoa”. Para contextualizar as transformações econômicas e organizacionais que impactaram o
estudo sobre carreira, Casado (2007 apud DUTRA, 2010a, p.32), constata a evolução da
carreira no Brasil da seguinte maneira: os anos 70 marcados pela ditadura e mão de obra
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pouco qualificada, a remuneração era baseada por tempo de serviço, podendo ser vista como
“vida na empresa”. Nos anos 80 com a influência dos sindicatos, a remuneração passava por
inúmeros reajustes, representando a carreira como uma “árvore ou sequência de cargos”. Os
avanços tecnológicos e a competitividade das organizações nos anos 90 trouxeram a
necessidade de busca pelo valor e comprometimento, ilustrando esta década como novas
“possibilidades e empregabilidade”. A globalização marca os anos 2000 juntamente com a
responsabilidade social e ambiental. Há uma disputa entre trabalhadores em diferentes países.
Com a forte tendência da remuneração baseada em competências e na gestão participativa, as
carreiras tornam-se gradativamente “sem fronteiras”.Faria (2007) afirma que as organizações buscam utilizar estratégias para exercer um
controle sútil sobre os indivíduos através de vínculos. Os dois vínculos que se estabelecem
entre o indivíduo e as organizações podem ser de natureza objetiva e subjetiva:a) vínculo objetivo: é aquele composto pelas relações formais de trabalho: contrato
de trabalho, salários, entre outros;b) vínculo subjetivo: está relacionado ao sentimento de pertença (capacidade),
filiação, possibilidade de relação dos desejos, reconhecimento, entre outros.
Já as necessidades dos indivíduos podem ser
a) conscientes: quando os indivíduos sabem quais são suas necessidades e agem com
a intenção de satisfazê-las e;b) inconscientes: quando o indivíduo não sabe sobre sua necessidade, mas procura
satisfazê-la mesmo assim. Neste caso, por exemplo, a necessidade de pertencer a
um grupo, reconhecer-se como igual a outras pessoas, ser reconhecido pelo seu
trabalho, entre outros.Martins (2001) destaca três pontos que limitam conceito de carreira. O primeiro é a
noção de avanço, com a expectativa de progressão vertical na hierarquia de uma organização,
acompanhada de sinais de crescente status e ganhos financeiros. O segundo é a associação da
carreira como profissão, segundo essa concepção, um médico ou militar teriam carreiras ao
contrário de um funcionário de escritório ou operário de indústria. O terceiro é a
pressuposição de uma estabilidade ocupacional, em que o indivíduo sempre exerceria as
atividades relacionadas a sua profissão até a aposentadoria. De forma semelhante aos tipos de carreira expostos por de Martins (2001), Dutra
menciona quatro conotações distintas relacionadas à carreira indicados por Hall (2002 apud
DUTRA, 2010a, p. 5), no termo popular e na ciência comportamental:a) carreira como avanço: é a visão que povoa o pensamento das pessoas sobre
carreira;
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b) carreira como profissão: uma maneira também popular, mas menos comum.
Nesta visão seriam consideradas carreiras somente as ocupações que
periodicamente são submetidas a movimentos progressivos de status, enquanto os
trabalhos que não conduzem a um avanço progressivo não são relacionados a
construção de uma carreira;c) carreira como sequência de trabalhos durante a vida: para os escritores que
tratam da ciência comportamental, não há julgamento de valor sobre o tipo de
ocupação, ou seja, a carreira de uma pessoa é sua história;d) carreira como a sequência de expectativas relativas a funções ao longo da
vida: definição também como ciência comportamental, a carreira representa a
maneira como a pessoa experimenta a sequencia de trabalhos e atividades que
constituem sua história.No que se refere às organizações Schermerhorn, Hunt e Osborn, (1999, p. 30) definem
as organizações como um conjunto de pessoas que trabalham numa divisão para atingir um
objetivo em comum. Esta definição possui uma ampla variedade, como clubes, organizações
voluntárias, empresas, escolas, hospitais e órgãos governamentais. A organização tem o
propósito de contribuir com algo de valor para a sociedade como bens ou serviços.Pontes (2008) comenta a relação entre organização e colaborador, onde a escolha
trajetória da carreira cabe apenas ao colaborador. Encorajar e propiciar caminhos para o
desenvolvimento é, isto sim, responsabilidade da organização. É relevante salientar que ao
contrário da trajetória de carreira do colaborador, o plano de carreira é um instrumento que
define as trajetórias de carreiras existentes na empresa, isto posto, plano de carreira é de
responsabilidade da empresa. Para melhor compreensão segue alguns termos e conceitos adotados em carreira dentro
da empresa (PONTES, 2008, p. 339): a) plano de carreira: é o instrumento que define as trajetórias de carreiras na
empresa.b) trajetória de carreira: é a sucessão de cargos que exigem requisitos crescentes.c) segmento de carreira: cargos configurados de forma ampla e dispostos em níveis
crescentes de complexidade.d) planejamento de carreira: é o estabelecimento do plano de desenvolvimento
individual com os funcionários.e) plano de desenvolvimento individual (PDI): é o objetivo de desenvolvimento
futuro do profissional e o acompanhamento constante desse objetivo.Dutra (2010a, p.43), também aborda a relação entre pessoa e organização afirmando
que esta relação se mantém na medida em que a pessoa contribui para o desenvolvimento da
organização e a organização para o desenvolvimento da pessoa, ou seja, o desenvolvimento
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organizacional está cada vez mais atrelado ao desenvolvimento das pessoas e, ao mesmo
tempo, as pessoas valorizam as condições objetivas oferecidas pela empresa para seu
desenvolvimento. O que reforça afirmação de Dutra (2010a) é uma pesquisa realizada no Brasil pela
revista Exame/Você S/A, ambas da Editora Abril, que aplicou no ano de 2007 um
questionário com quase mil funcionários das melhores empresas para trabalhar no país. O
estudo que não foi publicado mostrou que os funcionários acreditam que uma boa empresa
para se trabalhar está relacionada com aprendizagem e oportunidade de desenvolvimento
(DUTRA, 2010a, p.141). Visto o conceito de carreira e a relação do indivíduo com o
ambiente de trabalho, a seguir se apresentam as principais teorias sobre motivação.
2.3 MOTIVAÇÃO
De acordo com Kotler (2000, p.173), motivação é: “[...] um motivo é uma necessidade
que é suficientemente importante para levar uma pessoa a agir”. Robbins (2009, p. 24)
concorda com Kotler (2000) e descreve motivação como “[...] disposição para fazer alguma
coisa que é condicionada pela capacidade dessa ação satisfazer uma necessidade do
indivíduo”.Dewes (2007) afirma em relação a motivação no trabalho como sendo um grupo de
forças internas e externas que dão início ao comportamento relacionado ao trabalho e
determinam sua forma, direção, intensidade e persistência. A intensidade expressa a
quantidade de esforço que as pessoas aplicam na realização de uma atividade. A direção é
aquilo que elas escolhem para fazer, isto é, se irão aplicar seus esforços na execução de
tarefas relativas aos seus trabalhos ou se aplicarão suas energias em outras direções. A
persistência refere-se ao tempo dedicado à execução de determinadas ações. Dewes (2007,
p.11) também menciona que “[...] a motivação para o trabalho é o processo que impulsiona ou
leva a pessoa a produzir esforço direcionado ao seu trabalho”.Robbins (2009 p. 48) também tem uma forma semelhante de apresentar o processo de
motivação: “[...] uma necessidade não satisfeita gera tensão, estimulando a vontade do
indivíduo, que por consequência desencadeia busca por determinadas metas que quando
cumpridas, a satisfação leva a redução da tensão”. Para esta seção a autora considerou as teorias clássicas de motivação dos autores
McGregor, Maslow e Herzberg, por entender que mais se aplicam ao contexto do trabalho em
questão.Na Teoria X e Teoria Y de Douglas McGregor, são propostas duas visões distintas do
ser humano: uma negativa, chamada de Teoria X e outra positiva, chamada de Teoria Y.
Robbins (2009) afirma que depois de analisar a forma que os executivos tratavam seus
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funcionários, McGregor concluiu que a visão que os executivos tem da natureza dos seres
humanos baseia-se em certos agrupamentos de premissas e que eles tendem a moldar seu
próprio comportamento em relação à equipe de acordo com essas premissas.Sob a Teoria X, as quatro premissas dos executivos são:a) os indivíduos, por natureza, não gostam de trabalhar, e sempre que possível tentam
evitar o trabalho;b) como eles não gostam de trabalhar, precisam ser coagidos, controlados ou
ameaçados com punições para que atinjam suas metas;c) os funcionários evitam responsabilidades e buscam orientação formal sempre que
possível;d) a maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores
associados ao trabalho e demonstra pouca ambição.Em contraste com estas visões negativas, são listadas quatro premissas positivas,
chamada de Teoria Y.a) os indivíduos podem achar o trabalho tão natural quanto descansar ou se divertir;b) as pessoas demostrarão auto-orientação e autocontrole se estiverem
comprometidas com os objetivos;c) na média, as pessoas podem até aprender a aceitar, ou até buscar, a
responsabilidade;d) qualquer pessoa pode ter a capacidade de tomar decisões inovadoras. Não se trata
de privilégio exclusivo daquelas em posições hierárquicas mais altas.Outra teoria conhecida relacionada à motivação é a de Abraham Maslow. Segundo
Kotler e Keller (2006), a teoria se propõe a explicar que de certa maneira, os indivíduos são
motivados por necessidades específicas em determinados momentos. Conforme os autores
(2006, p. 183), “Maslow (1943) explicou que as necessidades humanas são dispostas em uma
hierarquia, da mais urgente para a menos urgente”. Essa hierarquia de pirâmide de
necessidades está representada na figura 2 a seguir:
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Figura 1 – Pirâmide de Maslow.Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 184).Matos (1997) aborda a contribuição de Herzberg (1959) sobre motivação, onde foi
proposta a teoria dos dois fatores, no qual afirma: A satisfação no cargo é função no conteúdo
ou atividades desafiadoras e estimulantes nos cargos, chamados de “fatores motivacionais”,
que são os fatores relacionados ao trabalhador e não a empresa. A insatisfação no cargo é
função do ambiente, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo, chamados de
“fatores higiênicos”, relacionados com o meio que o funcionário atua e que fazem parte da
cultura da empresa, fora do controle dos funcionários. A figura 3 ilustra a teoria de Frederick
Hezrberg (1959), conforme Robbins (2009):
Figura 2: Teoria dos dois fatores de Herzberg.Fonte: Robbins (2009).
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No que se refere aos fatores que estão relacionados com as teorias de Maslow e
Herzberg, como a remuneração, Davis e Newstrom (1992) afirmaram que o dinheiro tem
status tanto ao ser recebido quanto ao ser gasto e o salário representa para os empregados
aquilo que os empregadores pensam deles.
Vistas algumas das teorias sobre motivação, Schermerhon, Hunt e Osborn (1999)
fazem uma reflexão no que diz respeito a motivação na organização, onde alegam que
motivação e satisfação no trabalho são graus segundo os quais os indivíduos se sentem de
modo positivo ou negativo em relação ao seu trabalho. É uma atitude ou resposta emocional,
às tarefas de trabalho assim como às condições físicas e sociais do local de trabalho.
2.4 COMPOSIÇÃO ECONOMICA NO RIO GRANDE DO SUL
O Rio Grande do Sul é o 5º estado mais populoso do Brasil, com mais de 11 milhões
de habitantes, possuindo fronteira com o Uruguai e a Argentina, o estado se destaca por sua
economia, tendo uma participação de cerca de 6,7% no PIB (produto interno bruto) brasileiro.
Dentre as diversas atividades econômicas praticadas pelo estado destacam-se agricultura e
agropecuária, serviços e indústria (WIKIPÉDIA, 2013).
As atividades econômicas classificam-se em: setor primário, secundário e terciário. O
setor primário abrange todas as atividades produtivas envolvidas com a agricultura, pecuária e
a exploração de recursos naturais e a produção de matéria-prima que será utilizada por outro
setor da economia. O setor secundário representa as atividades voltadas à indústria, produção
de bens de consumo, construção civil e geração de energia. O setor terciário compreende as
atividades ligadas ao comércio e a prestação de serviços (BRASIL ESCOLA, 2013). Há
outras maneiras de classificar os setores econômicos. Utilizando uma divisão que distingue o
setor público do privado e também diferenciando o “primeiro setor”, o governo; o “segundo
setor”, empresas privadas com fins lucrativos e o “terceiro setor”, as organizações não
governamentais (WIKIPÉDIA, 2013).
O setor que mais cresce no estado atualmente é o setor terciário, inclusive em relação
ao Brasil. Dados da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE) de 2013
apontam que enquanto no Brasil o setor terciário cresceu 1,7% no Rio Grande do Sul o
crescimento foi de 2,6% (CLICRBS, 2013).
Para compreender os fatores que levam ao crescimento do setor de serviços, Kon
(2004) afirma que existem três conjuntos de explicações clássicas para analisar:
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a) com base nas razões que levam às diferentes mudanças nas ocupações dos
indivíduos, de forma absoluta ou relativa, no setor terciário, explica-se a
terceirização como um processo que conduz à sociedade de serviços. Além da
demanda por serviços ter elasticidade renda maior que a unidade, a produtividade
deste setor seria inferior a da indústria, pois se revela como escoadouro da mão de
obra desempregada neste;
b) a segunda forma de explicar a terceirização é apresentá-la como resultado do
declínio relativo e absoluto do emprego no setor secundário, logo da
desindustrialização, em função do desenvolvimento de novas tecnologias que
elevariam a produtividade da indústria, reduzindo a demanda por mão de obra.
Neste caso ocorrerá fato semelhante ao que se verificou na primeira hipótese, ou
seja: o terciário reabsorve esta mão de obra dispensada. Como consequência
haverá, também, realocação de capitais para o setor, logo este aumentará sua
produtividade;
c) considerando esta situação acima dada, a queda do emprego no setor secundário,
gera se um aumento do emprego do setor público, que por sua vez deriva de uma
elevação da demanda por serviços coletivos.
No que se refere a capital Porto Alegre, Jacob (2006) mencionou que o setor industrial
vem perdendo posição em relação às atividades terciárias, em função do crescimento do
comércio e dos serviços e pela busca de empresários pela capital gaúcha para instalar filiais
com a finalidade de facilitar transações comerciais no MERCOSUL. Tendo finalizado o
referencial teórico, a seguir é apresentado o procedimento metodológico utilizado no artigo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para Gerhardt e Silveira (2009, p.11) os procedimentos metodológicos são um
conjunto de dados iniciais e um sistema de operações ordenadas adequando para formulação
de conclusões, de acordo com certos objetivos predeterminados.
Marconi e Lakatos (2010, p. 88) descrevem a pesquisa como “[...] um procedimento
formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se
constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.
A aplicação dos procedimentos metodológicos tem a finalidade de conhecer e
interpretar os objetivos gerais e específicos do presente artigo, utilizando o método de
pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, utilizando como método de pesquisa survey.
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Uma vez que tem como problema norteador a compreensão dos fatores que levam o graduado
em Administração na escolha do curso de Administração de Empresas, tendo uma natureza
fundamentalmente descritiva.
Segundo Malhotra (2006, p.112), a pesquisa descritiva tem como finalidade principal a
descrição de uma situação, em geral características ou funções mercadológicas. Assim, de
acordo com o autor, existem cinco tipos de objetivos pretendidos quando se utiliza a pesquisa
descritiva, quais sejam demonstrados a seguir:
a) descrever as características de grupos relevantes, como consumidores, vendedores,
organizações ou áreas de mercado;
b) estimar a porcentagem de unidades em uma população específica que exibe um
determinado comportamento;
c) determinar as percepções de características de produtos;
d) determinar em que grau estão associadas as variáveis de marketing;
e) fazer previsões específicas.
Em relação à abordagem, a pesquisa mais adequada, considerando o objetivo essencial
proposto, é a de abordagem quantitativa, pois de acordo com Roesch (2005, p. 130), “[...] se o
propósito do projeto implica medir relações entre variáveis (associadas ou causa-efeito), ou
avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferentemente o
enfoque da pesquisa quantitativa [...]”.
O instrumento de coleta de dados de pesquisa utilizado foi o questionário
(APÊNDICE A) enviado para o e-mail dos alunos formados na FADERGS, disponibilizado
pelo Núcleo Duro Estruturante (NDE), através do professor Antônio Ferrari, sendo um total
de 201 alunos formados até 2013-1, dos quais 43 formados retornaram resposta. Há uma
pergunta filtro no questionário que perguntava se o formado trabalha na sua área de
graduação, como um dos entrevistados respondeu que não atuava na área, o total da amostra
provável representa 20,89%, ou seja, 42 respondentes. O envio se deu através do e-mail que
foi pelo disponibilizado pelo NDE entre os dias 10 e 14 de novembro de 2013. As questões
foram fechadas e de múltipla escolha, devido à padronização das questões para obter maior
agilidade na comparação de grande número de respostas sem a necessidade da presença do
pesquisador para coletar os dados. Marconi e Lakatos (2010) também relatam que um
questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
A análise dos resultados se deu através do método estatístico descritivo de modo a
analisar e descrever os resultados considerando o levantamento bibliográfico realizado. A
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amostra tem característica não probabilística e o formato por conveniência, isto é, a escolha
dos elementos da amostra depende em parte do julgamento do pesquisador, ou seja, a seleção
dos alunos formados pela FADERGS desde a sua primeira turma até os alunos que se
formaram no semestre passado, isto é, 2013-1. A seguir, na próxima seção os resultados
apresentados.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
Esta seção apresenta os resultados coletados considerando os alunos formados em
Administração de Empresas pela FADERGS.
4.1 PERFIL DE QUALIFICAÇÃO DO ADMINISTRADOR
A questão 1 tinha como objetivo identificar a proporção de gênero dos entrevistados
e obteve-se como resultado 53,49% respondentes do gênero masculino e 46,51% do gênero
feminino, esse resultado vai de encontro aos dados do CRA RS cuja pesquisa realizada
mostrou também que há grande atuação do gênero masculino em relação aos administradores.
Gráfico 1: GêneroFonte: Dados de Pesquisa (2013).
A questão 2 investigou a faixa etária dos alunos formados pela FADERGS. Pode-se
perceber que a maioria dos respondentes se encontra na faixa entre 26 e 35 anos,
representando um total de 60,46%. A faixa etária também manteve o mesmo resultado da
pesquisa realizada pelo CRA RS em 2011. Os Administradores entre 26 e 35 anos estão com
forte atuação no mercado.
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Gráfico 2: Faixa etária.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
Em relação ao semestre de formação que foi averiguado na questão 3, observou-se
que os dois últimos semestres constituem mais da metade do período de formação dos
entrevistados, tendo 2012/2 alcançado 30,23% e 2013/1 um total de 25,58%, estas
informações reforçam os dados informados pelo Ministério da Educação que mostra o
aumento de 91,9% de ingressantes no Ensino Superior nos últimos dez anos (MEC, 2013).
Gráfico 3: Semestre de formação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A questão 6 tinha como objetivo identificar quais características o Administrador se
identificava, desta maneira, foi solicitado ao formado que escolhesse três características. O
trabalho em equipe se destacou com 57,14%, acompanhado de flexibilidade com 40,48%,
gestão e negócios e dinamismo com 33,33%, seguidos de liderança com 30,95% e
comunicação com 28,57%. A capacidade de atuar em equipe é uma habilidade esperada do
perfil de egresso da FADERGS de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da
16
Instituição e também de acordo com o perfil divulgado no site da FADERGS que diz que
dentro do perfil empreendedor esperado oportuniza atuação prática orientada via Empresa
Júnior ou através de projetos de consultoria, características essas que corroboram com o perfil
em questão.
Gráfico 4: Características identificadas.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A seguir se analisaram as questões relativas à escolha do curso de Administração de
Empresas.
4.2 FATORES QUE LEVARAM NA ESCOLHA DO CURSO
A questão 8 procurou identificar quais fatores levaram o graduado em Administração
de Empresas na escolha do curso. A pesquisa mostrou que a remuneração e a possibilidade de
crescimento profissional são os principais fatores que levam o formado a escolher o curso de
Administração, ambas com 26,19%, seguido pela identificação das atividades praticadas com
23,81%. O que explica o desejo por remuneração é a afirmação de Davis e Newstrom (1992)
que mencionam que o dinheiro tem status tanto ao ser recebido quanto ao ser gasto e o salário
representa para os empregados aquilo que os empregadores pensam deles.
17
Gráfico 5: escolha da carreira.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A seguir se analisaram as questões relativas a área de atuação e se os formados
trabalham ou não na área de formação.
4.3 ÁREA DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
As próximas questões buscaram averiguar se os graduados trabalham em sua área de
formação e especificamente qual a área e o setor da economia. Na questão 4 foi realizada uma
pergunta filtro, onde foi questionado se o graduado trabalhava na área de formação, caso a
resposta fosse não, era agradecida a participação pois não havia necessidade de responder as
questões posteriores. O questionário comprovou que 97,67% dos graduados pela FADERGS
atuam na formação escolhida, isto é, Administração de Empresas. Seguir uma carreira dentro
da área de formação é um tema a ser considerado, pois como Hall (1976 apud DUTRA,
2010b, p. 17) afirmou, “carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos, associada às
experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”.
18
Gráfico 6: Atuação na área de formação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A questão 5 procurou verificar qual área da Administração o formado atuava: a área
financeira possui maior destaque em termos de atuação dos formados, 26,19%, seguido da
área de recursos humanos e planejamento estratégico ambas com 16,67% e marketing com
11,90%. Na pesquisa do Conselho Regional de Administração (CRA RS) no estado, realizada
em 2011, também apontou a área financeira como evidência na atuação dos Administradores
de Empresas.
Gráfico 7: Área de atuação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A questão 9 examinou qual setor emprega mais os Administradores formados na
FADERGS, o setor de serviços emprega mais da metade dos entrevistados, ou seja, 54,76%,
respectivamente o segundo setor que mais emprega os formados da FADERGS é o Comércio
19
com 30,95%, Órgão Público com 9,52% e Indústria com 4,76%. Estes resultados contribuem
com as informações da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que apontam que o setor
de serviços estado do Rio Grande do Sul cresce mais em relação ao resto do país.
Gráfico 8: Setor.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A seguir são identificadas as satisfações na carreira do administrador formado pela
FADERGS em termos de mercado de trabalho.
4.4 INFLUÊNCIA DA FADERGS E SATISFAÇÃO DA CARREIRA.
Na questão 7 foi questionado aos entrevistados se houve influência da FADERGS na
escolha da carreira profissional dos graduados. O resultado se mostrou praticamente
equivalente, 47,62% responderam que sim e 52,38% responderam que não, justificando que
antes de se formarem já estavam encaminhados na carreira profissional. Conforme visto por
Pontes (2008), a trajetória de carreira é a sucessão de cargos que exigem requisitos crescentes,
visto isto, o curso de Administração foi um requisito para o crescimento da carreira.
20
Gráfico 9: influência da FADERGS. Fonte: Dados de pesquisa (2013).
A questão 10 procurou saber se os Administradores de Empresas estavam satisfeitos
com suas carreiras. A pesquisa mostrou que 52,38% dos graduados em Administração de
Empresas estão satisfeitos com a escolha da carreira profissional, 42,50% estão satisfeitos,
mas pretendem mudar e seguir outra carreira futuramente, 4,76% não estão satisfeitos com a
carreira, afirmando não ter afinidades com as tarefas executadas no trabalho. Esta questão faz
uma reflexão em relação a motivação no trabalho que, conforme Dewes (2007) explicou,
como sendo um grupo de forças internas e externas que dão início ao comportamento
relacionado ao trabalho e determinam sua forma, direção, intensidade e persistência.
Gráfico 10: satisfação na carreira.Fonte: Dados de pesquisa (2013).
Tendo finalizadas as análises, a seguir se encontra as conclusões do estudo.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo buscou compreender quais fatores levaram os alunos formados pela
FADERGS na escolha do curso de Administração de Empresas, indicar o perfil do aluno
formado pela Instituição de Ensino e também mapear quais áreas possuem maior demanda e
se os formados estão realizados com suas profissões.
A remuneração é um grande fator que leva o graduado pela FADERGS a cursar
Administração de Empresas, mas isto vem acompanhado do desejo de crescimento
profissional e a realização da execução das tarefas no ambiente de trabalho.
O resultado da pesquisa mostrou que o setor de serviços emprega mais da metade dos
alunos formados (54,76%), desta forma mostrando que o setor mencionado possui grande
demanda dos graduados em Administração de Empresas. A carreira pública não mostrou
destaque na pesquisa, o que pode estar relacionado com a formação empreendedora da
FADERGS.
O aumento de formandos nos dois últimos semestres, 2012/2 e 2013/1, expressa a
consciência das pessoas que estão no mercado de trabalho de se profissionalizarem e que ter
uma formação superior continua sendo um diferencial no mercado, além da experiência
pessoal adquirida o que acompanha os estudos do Censo de Educação Superior.
Como apresentado na pesquisa 97,67% atuam na área de formação, pode-se inferir
que a grande maioria está atuando no curso de graduação que escolheu o que tende a
aumentar a satisfação de quem realiza um curso superior e consegue atuar na área escolhida.
O perfil predominante do Administrador de Empresas formado pela FADERGS,
apontado pela pesquisa é de um profissional de até 35 anos (60,46%), são representantes do
gênero masculino (53,49%) que buscam o crescimento profissional atrelado à boa
remuneração atuando na área de serviços e que estão realizados com a opção de carreira
profissional escolhida.
O presente artigo percorreu diversos elementos que fazem parte da vida do
Administrador de Empresas. Considerar os fatores que levam na escolha do curso de
graduação é fundamental para satisfação e alcance dos objetivos na carreira, conforme visto
neste trabalho.
22
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APÊNDICA A - Questionário de Pesquisa TCC
Administração - Carreira e Motivação
1. Gênero:
Feminino
Masculino
2. Qual sua idade?
20 a 25.
26 a 30.
31 a 35.
36 a 40.
41 a 45.
Mais de 45 anos.
3. Em que semestre se formou?
Antes de 2010
2010/1
2010/2
2011/1
2011/2
2012/1
2012/2
2013/1
4. Atualmente você exerce suas atividades na área de formação? Caso você responda não, agradeço a colaboração, pois não é necessário responder as demais.
25
Sim.
Não. Qual é a sua área atual de atividade profissional?
5. Qual a área da Administração você atua?
Recursos Humanos
Financeiro
Planejamento Estratégico
Gestão da Qualidade
Comércio Exterior
Gestão de Projetos
Marketing
Logística
Produção
Outro (especifique)
6. Quais palavras abaixo você mais se identifica? (Escolha as três principais)
Empreendedorismo
Responsabilidade Social
Liderança
Dinamismo
Burocracia
Visionário
Educação
Planejamento Estratégico
Gestão e Negócios
Trabalho em equipe
Sustentabilidade
Finanças
Comunicação
Rotina
Flexibilidade
Persuasão
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7. Houve influência da FADERGS na escolha de sua carreira atual?
Sim
Não. Por quê?
8. Qual fator predominante levou você a escolher a carreira de Administrador de Empresas?
Identificação com os valores da empresa em que trabalha.
Remuneração.
Localização da empresa em que trabalha.
Atividades praticadas.
Possibilidade de crescimento profissional.
Cargo ocupado.
Autonomia na tomada de decisões.
Status do nome da empresa em que trabalha.
Bom relacionamento com os colegas.
Orientação do professor da Faculdade.
Outro (especifique)
9. Em que setor você trabalha?
Indústria.
Comércio.
Órgão Público.
Serviços.
10. Atualmente você está satisfeito com a escolha de sua carreira profissional?
Sim.
Sim, mas pretendo mudar.
Não. Por quê?