escolha da carreira profissional: um estudo de caso …

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1 ESCOLHA DA CARREIRA PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA FADERGS. Aluna: Carolina Mensch Orientador: Professora Lisiane B. Wolff RESUMO A cada semestre a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), forma Administradores de Empresas que possuem diferentes perfis profissionais e motivações que auxiliaram na escolha de sua carreira profissional. Este artigo tem o objetivo de compreender dentre as diversas áreas de atuação do Administrador de Empresas quais estão em maior evidência e se assim, pode-se relacionar estes fatores e áreas com o perfil de formação da Faculdade citada como a empregabilidade dos graduados no mercado de trabalho. Utilizou-se o método de pesquisa descritiva com vertente quantitativa tendo como ferramenta de coleta de dados o questionário aplicado aos alunos formados em Administração de Empresas pela FADERGS. Por meio do levantamento dos resultados conclui-se que há um expressivo número de graduados atuando na área de formação. Dentre os fatores que levaram os Administradores na escolha profissional, destacam-se a boa remuneração, o desejo de crescimento profissional e o prazer de trabalhar em equipe. PALAVRAS - CHAVE: Escolha da Carreira. Fatores Motivacionais. Administração de Empresas. 1 INTRODUÇÃO O crescimento econômico experimentado pelo Brasil nos últimos anos fez com que houvesse expressiva busca pelo curso de Administração de Empresas por parte dos candidatos ao ensino superior. Associando diretrizes de distribuição de renda, estabilidade financeira e política, o Brasil se tornou uma das maiores economias do mundo neste século (GOVERNO FEDERAL, 2013). O profissional passou então, nesse cenário de mudanças, a ter maiores atribuições, desafios e cumprimento de metas em seu ambiente de trabalho. No âmbito do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Porto Alegre, sabe-se que existem 34 Instituições de Ensino Superior credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC, 2013) oferecendo o curso de Administração de Empresas, dentre elas a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS). Adquirir estabilidade através de concurso público, abrir o próprio negócio, prospectar novas oportunidades no mercado ou receber uma promoção no trabalho, são fatores que facilitam a tomada de decisão da carreira, assim como os aspectos motivacionais e sociais.

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ESCOLHA DA CARREIRA PROFISSIONAL: UM ESTUDO DE CASO NAFADERGS.

Aluna: Carolina MenschOrientador: Professora Lisiane B. Wolff

RESUMO

A cada semestre a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), formaAdministradores de Empresas que possuem diferentes perfis profissionais e motivações queauxiliaram na escolha de sua carreira profissional. Este artigo tem o objetivo de compreenderdentre as diversas áreas de atuação do Administrador de Empresas quais estão em maiorevidência e se assim, pode-se relacionar estes fatores e áreas com o perfil de formação daFaculdade citada como a empregabilidade dos graduados no mercado de trabalho. Utilizou-seo método de pesquisa descritiva com vertente quantitativa tendo como ferramenta de coleta dedados o questionário aplicado aos alunos formados em Administração de Empresas pelaFADERGS. Por meio do levantamento dos resultados conclui-se que há um expressivonúmero de graduados atuando na área de formação. Dentre os fatores que levaram osAdministradores na escolha profissional, destacam-se a boa remuneração, o desejo decrescimento profissional e o prazer de trabalhar em equipe.

PALAVRAS - CHAVE: Escolha da Carreira. Fatores Motivacionais. Administração deEmpresas.

1 INTRODUÇÃO

O crescimento econômico experimentado pelo Brasil nos últimos anos fez com que

houvesse expressiva busca pelo curso de Administração de Empresas por parte dos candidatos

ao ensino superior. Associando diretrizes de distribuição de renda, estabilidade financeira e

política, o Brasil se tornou uma das maiores economias do mundo neste século (GOVERNO

FEDERAL, 2013). O profissional passou então, nesse cenário de mudanças, a ter maiores

atribuições, desafios e cumprimento de metas em seu ambiente de trabalho. No âmbito do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Porto

Alegre, sabe-se que existem 34 Instituições de Ensino Superior credenciadas pelo Ministério

da Educação (MEC, 2013) oferecendo o curso de Administração de Empresas, dentre elas a

Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS).Adquirir estabilidade através de concurso público, abrir o próprio negócio,

prospectar novas oportunidades no mercado ou receber uma promoção no trabalho, são

fatores que facilitam a tomada de decisão da carreira, assim como os aspectos motivacionais e

sociais.

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O curso de Administração de Empresas oferece ao graduado inúmeras áreas de

atuação, como por exemplo: Comércio Exterior, Recursos Humanos, Financeira, Hospitalar,

Marketing entre outras e em todos os setores da economia. Segundo Braga e Monteiro (2005) logo que os alunos entram em uma Instituição,

estes estão preocupados com questões relativas à: estacionamento, higiene dos banheiros,

mensalidades, conforto das salas, etc. Com o passar do tempo, as preocupações se relacionam

com questões de qualidade de ensino, e na conclusão do curso, o aluno se volta ao mercado de

trabalho e como a Instituição contribuiu para a sua empregabilidade.A cada ano a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS),

forma profissionais oriundos do curso de Administração no mercado de trabalho. Sabendo-se

disto, há uma necessidade de identificar qual o perfil de carreira, o graduado formado em

Administração de empresas pela FADERGS está realmente inserido, considerando a

conclusão do seu curso e se a sua colocação no mercado corresponde às escolhas que o

levaram a realização de Administração de Empresas. Sendo assim, o presente artigo tem como

problema de pesquisa investigar: quais fatores levaram o graduado da FADERGS pela

escolha do curso de Administração de Empresas?Para atender a questão da pesquisa são propostos como objetivo geral avaliar quais

os fatores levaram o graduado em Administração de Empresas formado pela FADERGS pela

escolha do curso e como objetivos específicos: a) analisar o perfil de qualificação do

Administrador formado pela FADERGS, b) descrever os fatores motivacionais que o levam

na escolha do curso; c) mapear quais setores e áreas do mercado/atuação possuem maior

demanda e ou disputa pelos referidos formados; d) compreender a satisfação do formado em

relação a área escolhida.O estudo se justifica pela relevância do tema tanto para os alunos quanto para a

própria Instituição de Ensino (FADERGS), uma vez que fornece aos alunos da Administração

os fatores de escolha do curso bem como o posicionamento da carreira depois de formados, e

também para Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), uma vez

que foi mapeada a identidade dos Administradores no que tange ao mercado, formados por

esta Instituição de Ensino Superior. Pessoalmente, o estudo se justifica uma vez que a autora é aluna do curso de

Administração de Empresas da FADERGS e tem a oportunidade de compreender a identidade

profissional dos colegas Administradores que já se formaram na mesma Instituição de Ensino.

Para a academia, o estudo traz contribuições uma vez que transforma a informação em

conhecimento para que seja proveitoso aos Administradores considerarem suas escolhas

profissionais em relação à FADERGS, bem como o posicionamento dos alunos formados pela

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Instituição servindo como orientação, e aconselhamentos futuros para os alunos de

Administração durante o curso de graduação. O presente trabalho foi estruturado em cinco capítulos, a saber: o primeiro capítulo é

o capítulo introdutório, nele consta a contextualização sobre o tema, a questão de pesquisa

oriunda do estudo, os objetivos (geral e específicos), a justificativa e a própria estruturação do

artigo. O segundo capítulo é o levantamento bibliográfico, neste capítulo foram elencados os

macro temas que sustentam o referencial teórico. O capítulo três apresenta os procedimentos

metodológicos, que no caso foi uma pesquisa descritiva com vertente quantitativa. No

capítulo quatro são apresentadas as análises e resultados e finalmente, no último capítulo são

apresentadas as conclusões.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos com intuito de contextualizar

os diversos cenários que envolvem a carreira do Administrador de Empresas e o tema

proposto. Os passos que o Administrador percorre até sua formação: ensino superior, o curso

de Administração de Empresas, a carreira e os fatores motivacionais.

2.1 ENSINO SUPERIOR E O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

A primeira Universidade no Brasil surgiu apenas em 1912 ao contrário de países da

América do Sul colonizados pela Espanha e Inglaterra que tiveram acesso ao ensino superior

ainda no período colonial. A explosão de ensino superior no Brasil ocorreu na década de 70,

de trezentos mil matrículas este número passou para um milhão e meio até 1980 (SOUZA,

1997). Pesquisas recentes apontaram que mais de sete milhões de estudantes se matricularam

em instituições de educação superior entre 2011 e 2012 e um total de 1.050.413 concluintes

no ano de 2012, conforme divulgado pelo Ministério da Educação (MEC, 2013) em pesquisa

realizada e divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) em

2013 (INEP, 2013). De acordo com o Ministro da Educação Aloísio Mercadante, nos últimos

dez anos os ingressantes no ensino superior aumentou 91,9% (MEC, 2013).Outro dado importante fornecido pelo Censo da Educação Superior, é que mais da

metade das matrículas estão concentradas nas Universidades com 54%, seguido pelas

Faculdades com 28,9%, Centros Universitários, 15,4% e Instituições Federais de Educação

Tecnológica, 1,6%. (INEP, 2013).Analisando os dados relativos ao Censo da Educação Superior de 2012, cabe

salientar que nos anos 90 a concentração urbana e a exigência de melhor formação para mão-

de-obra industrial e serviços obrigaram o Governo a aumentar o número de vagas, que

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impossibilitado de atender a demanda autorizou o Conselho Federal de Educação a aprovar

milhares de novos cursos (SOUZA, 1997).A Secretaria de Educação Superior (SESU) é a unidade do Ministério da Educação

responsável por planejar, orientar, coordenar e supervisionar o processo de formulação e

implementação da Política Nacional de Educação Superior, assim como se encarregar da

manutenção, supervisão e desenvolvimento das Instituições Públicas Federais e Privadas da

educação superior (MEC, 2013).O Artigo 43 da Lei n° 9.394/96 descreve alguns finalidades da educação superior, são

elas: o estímulo da criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do

pensamento reflexivo, a formação de diplomados aptos para a inserção em setores

profissionais e na participação no desenvolvimento da sociedade brasileira. Com isto se pode

refletir melhor sobre o papel do graduado nas organizações e na sociedade. Como o presente

artigo está focado nos alunos formados pelo curso de Administração de Empresas da

FADERGS, cabe na próxima seção contextualizar o referido curso dentro do ensino superior.De forma histórica o curso de Administração de Empresas no Brasil começou a se

destacar na década de 40, com a necessidade de mão-de-obra qualificada. Com isto, houve a

necessidade da regulamentação da profissão que foi instituída a Lei nº 4.769, de 09 de

setembro de 1965. Com essa Lei, o acesso ao mercado profissional se tornou privativo dos

portadores de títulos expedidos pelo sistema universitário, as informações foram divulgadas

pelo Conselho Federal de Administração CFA em 2013, (CFA, 2013). O resultado do último

Censo da Educação Superior mostrou que o curso de Administração é o mais procurado entre

os estudantes brasileiros, com 833.042 matrículas em 2012 (G1,2013). Em 2011 foi realizada uma pesquisa pelo Conselho Regional de Administração do Rio

Grande do Sul (CRA-RS), procurando identificar o perfil do Administrador de Empresas no

estado. A pesquisa mostrou que os cargos mais ocupados pelos Administradores são de

gerentes e consultores na área de finanças, atuando com grande destaque no setor terciário que

necessitam possuir liderança e espírito de equipe. A pesquisa mostrou também que há grande

atuação do gênero masculino entre 26 e 35 anos. (CFA, 2011).

Inspirada pelo Empreendedorismo e no ensino em Negócios, a FADERGS explica no

site da Instituição, o perfil do curso de Administração de Empresas que oferece:O Bacharelado em Administração de Empresas da Faculdade de Desenvolvimentodo Rio Grande do Sul oportuniza aos estudantes espaços desafiadores deaprendizado. Com professores fortemente atuantes no mercado de trabalho, o cursoconta com visitas técnicas em empresas de pequeno, médio e grande porte, além deoportunidades de atuação prática orientada via Empresa Júnior ou através deprojetos de consultoria (FADERGS, 2013).

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Através do Projeto Pedagógico de Curso (PPC) a FADERGS descreve o perfil do

egresso do curso de Administração considerando as seguintes habilidades profissionais

esperadas (PPC FADERGS, 2007):a) formação humanística e visão global que o habilite a compreensão do meio social,

político, econômico e cultural onde está inserido e tomar decisões em um mundo

diversificado e interdependente;b) capacidade técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de

atividades específicas da prática profissional em consonância com as demandas

mundiais, nacionais e regionais;c) competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e

promovendo suas transformações, sendo capaz de planejar, coordenar, executar e

avaliar atividades relacionadas às organizações e áreas correlatas;d) capacitação de atuação em equipes multidisciplinares;e) refletir e atuar criticamente sobre sua atuação profissional e sobre seu impacto no

mercado;f) capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional

e do desenvolvimento da autoconfiança, de forma a assimilar novos conhecimentos e

refletir sobre o comportamento ético que a sociedade espera de sua atuação.

Para Peter Drucker (1975), considerado o Pai da Administração na literatura, a

Administração não depende de propriedade, classe ou poder, a Administração trata de uma

função, uma matéria de ensino e um trabalho a ser executado pelos Administradores de

Empresas e reforça que Administração de Empresas é um modelo que deve ser seguido e que

os livros sobre Administração tem que ser parte central de estudo. Para tanto, é preciso

compreender o sentido da carreira profissional. “Um número cada vez maior de alunos dos

cursos superiores de Administração não são executivos de empresas privadas, mas sim

funcionários de hospitais, das Forças Armadas, de prefeituras e governos estadual e federal,

bem como de diretorias escolares” (DRUCKER, 1975). Na próxima seção se apresentam os

conceitos de carreira profissional.

2.2 CARREIRA PROFISSIONAL

De acordo com Hall (1976 apud DUTRA, 2010b, p. 17), “carreira é uma sequência de

atitudes e comportamentos, associada às experiências e atividades relacionadas ao trabalho,

durante o período de vida de uma pessoa”. Para contextualizar as transformações econômicas e organizacionais que impactaram o

estudo sobre carreira, Casado (2007 apud DUTRA, 2010a, p.32), constata a evolução da

carreira no Brasil da seguinte maneira: os anos 70 marcados pela ditadura e mão de obra

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pouco qualificada, a remuneração era baseada por tempo de serviço, podendo ser vista como

“vida na empresa”. Nos anos 80 com a influência dos sindicatos, a remuneração passava por

inúmeros reajustes, representando a carreira como uma “árvore ou sequência de cargos”. Os

avanços tecnológicos e a competitividade das organizações nos anos 90 trouxeram a

necessidade de busca pelo valor e comprometimento, ilustrando esta década como novas

“possibilidades e empregabilidade”. A globalização marca os anos 2000 juntamente com a

responsabilidade social e ambiental. Há uma disputa entre trabalhadores em diferentes países.

Com a forte tendência da remuneração baseada em competências e na gestão participativa, as

carreiras tornam-se gradativamente “sem fronteiras”.Faria (2007) afirma que as organizações buscam utilizar estratégias para exercer um

controle sútil sobre os indivíduos através de vínculos. Os dois vínculos que se estabelecem

entre o indivíduo e as organizações podem ser de natureza objetiva e subjetiva:a) vínculo objetivo: é aquele composto pelas relações formais de trabalho: contrato

de trabalho, salários, entre outros;b) vínculo subjetivo: está relacionado ao sentimento de pertença (capacidade),

filiação, possibilidade de relação dos desejos, reconhecimento, entre outros.

Já as necessidades dos indivíduos podem ser

a) conscientes: quando os indivíduos sabem quais são suas necessidades e agem com

a intenção de satisfazê-las e;b) inconscientes: quando o indivíduo não sabe sobre sua necessidade, mas procura

satisfazê-la mesmo assim. Neste caso, por exemplo, a necessidade de pertencer a

um grupo, reconhecer-se como igual a outras pessoas, ser reconhecido pelo seu

trabalho, entre outros.Martins (2001) destaca três pontos que limitam conceito de carreira. O primeiro é a

noção de avanço, com a expectativa de progressão vertical na hierarquia de uma organização,

acompanhada de sinais de crescente status e ganhos financeiros. O segundo é a associação da

carreira como profissão, segundo essa concepção, um médico ou militar teriam carreiras ao

contrário de um funcionário de escritório ou operário de indústria. O terceiro é a

pressuposição de uma estabilidade ocupacional, em que o indivíduo sempre exerceria as

atividades relacionadas a sua profissão até a aposentadoria. De forma semelhante aos tipos de carreira expostos por de Martins (2001), Dutra

menciona quatro conotações distintas relacionadas à carreira indicados por Hall (2002 apud

DUTRA, 2010a, p. 5), no termo popular e na ciência comportamental:a) carreira como avanço: é a visão que povoa o pensamento das pessoas sobre

carreira;

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b) carreira como profissão: uma maneira também popular, mas menos comum.

Nesta visão seriam consideradas carreiras somente as ocupações que

periodicamente são submetidas a movimentos progressivos de status, enquanto os

trabalhos que não conduzem a um avanço progressivo não são relacionados a

construção de uma carreira;c) carreira como sequência de trabalhos durante a vida: para os escritores que

tratam da ciência comportamental, não há julgamento de valor sobre o tipo de

ocupação, ou seja, a carreira de uma pessoa é sua história;d) carreira como a sequência de expectativas relativas a funções ao longo da

vida: definição também como ciência comportamental, a carreira representa a

maneira como a pessoa experimenta a sequencia de trabalhos e atividades que

constituem sua história.No que se refere às organizações Schermerhorn, Hunt e Osborn, (1999, p. 30) definem

as organizações como um conjunto de pessoas que trabalham numa divisão para atingir um

objetivo em comum. Esta definição possui uma ampla variedade, como clubes, organizações

voluntárias, empresas, escolas, hospitais e órgãos governamentais. A organização tem o

propósito de contribuir com algo de valor para a sociedade como bens ou serviços.Pontes (2008) comenta a relação entre organização e colaborador, onde a escolha

trajetória da carreira cabe apenas ao colaborador. Encorajar e propiciar caminhos para o

desenvolvimento é, isto sim, responsabilidade da organização. É relevante salientar que ao

contrário da trajetória de carreira do colaborador, o plano de carreira é um instrumento que

define as trajetórias de carreiras existentes na empresa, isto posto, plano de carreira é de

responsabilidade da empresa. Para melhor compreensão segue alguns termos e conceitos adotados em carreira dentro

da empresa (PONTES, 2008, p. 339): a) plano de carreira: é o instrumento que define as trajetórias de carreiras na

empresa.b) trajetória de carreira: é a sucessão de cargos que exigem requisitos crescentes.c) segmento de carreira: cargos configurados de forma ampla e dispostos em níveis

crescentes de complexidade.d) planejamento de carreira: é o estabelecimento do plano de desenvolvimento

individual com os funcionários.e) plano de desenvolvimento individual (PDI): é o objetivo de desenvolvimento

futuro do profissional e o acompanhamento constante desse objetivo.Dutra (2010a, p.43), também aborda a relação entre pessoa e organização afirmando

que esta relação se mantém na medida em que a pessoa contribui para o desenvolvimento da

organização e a organização para o desenvolvimento da pessoa, ou seja, o desenvolvimento

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organizacional está cada vez mais atrelado ao desenvolvimento das pessoas e, ao mesmo

tempo, as pessoas valorizam as condições objetivas oferecidas pela empresa para seu

desenvolvimento. O que reforça afirmação de Dutra (2010a) é uma pesquisa realizada no Brasil pela

revista Exame/Você S/A, ambas da Editora Abril, que aplicou no ano de 2007 um

questionário com quase mil funcionários das melhores empresas para trabalhar no país. O

estudo que não foi publicado mostrou que os funcionários acreditam que uma boa empresa

para se trabalhar está relacionada com aprendizagem e oportunidade de desenvolvimento

(DUTRA, 2010a, p.141). Visto o conceito de carreira e a relação do indivíduo com o

ambiente de trabalho, a seguir se apresentam as principais teorias sobre motivação.

2.3 MOTIVAÇÃO

De acordo com Kotler (2000, p.173), motivação é: “[...] um motivo é uma necessidade

que é suficientemente importante para levar uma pessoa a agir”. Robbins (2009, p. 24)

concorda com Kotler (2000) e descreve motivação como “[...] disposição para fazer alguma

coisa que é condicionada pela capacidade dessa ação satisfazer uma necessidade do

indivíduo”.Dewes (2007) afirma em relação a motivação no trabalho como sendo um grupo de

forças internas e externas que dão início ao comportamento relacionado ao trabalho e

determinam sua forma, direção, intensidade e persistência. A intensidade expressa a

quantidade de esforço que as pessoas aplicam na realização de uma atividade. A direção é

aquilo que elas escolhem para fazer, isto é, se irão aplicar seus esforços na execução de

tarefas relativas aos seus trabalhos ou se aplicarão suas energias em outras direções. A

persistência refere-se ao tempo dedicado à execução de determinadas ações. Dewes (2007,

p.11) também menciona que “[...] a motivação para o trabalho é o processo que impulsiona ou

leva a pessoa a produzir esforço direcionado ao seu trabalho”.Robbins (2009 p. 48) também tem uma forma semelhante de apresentar o processo de

motivação: “[...] uma necessidade não satisfeita gera tensão, estimulando a vontade do

indivíduo, que por consequência desencadeia busca por determinadas metas que quando

cumpridas, a satisfação leva a redução da tensão”. Para esta seção a autora considerou as teorias clássicas de motivação dos autores

McGregor, Maslow e Herzberg, por entender que mais se aplicam ao contexto do trabalho em

questão.Na Teoria X e Teoria Y de Douglas McGregor, são propostas duas visões distintas do

ser humano: uma negativa, chamada de Teoria X e outra positiva, chamada de Teoria Y.

Robbins (2009) afirma que depois de analisar a forma que os executivos tratavam seus

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funcionários, McGregor concluiu que a visão que os executivos tem da natureza dos seres

humanos baseia-se em certos agrupamentos de premissas e que eles tendem a moldar seu

próprio comportamento em relação à equipe de acordo com essas premissas.Sob a Teoria X, as quatro premissas dos executivos são:a) os indivíduos, por natureza, não gostam de trabalhar, e sempre que possível tentam

evitar o trabalho;b) como eles não gostam de trabalhar, precisam ser coagidos, controlados ou

ameaçados com punições para que atinjam suas metas;c) os funcionários evitam responsabilidades e buscam orientação formal sempre que

possível;d) a maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os fatores

associados ao trabalho e demonstra pouca ambição.Em contraste com estas visões negativas, são listadas quatro premissas positivas,

chamada de Teoria Y.a) os indivíduos podem achar o trabalho tão natural quanto descansar ou se divertir;b) as pessoas demostrarão auto-orientação e autocontrole se estiverem

comprometidas com os objetivos;c) na média, as pessoas podem até aprender a aceitar, ou até buscar, a

responsabilidade;d) qualquer pessoa pode ter a capacidade de tomar decisões inovadoras. Não se trata

de privilégio exclusivo daquelas em posições hierárquicas mais altas.Outra teoria conhecida relacionada à motivação é a de Abraham Maslow. Segundo

Kotler e Keller (2006), a teoria se propõe a explicar que de certa maneira, os indivíduos são

motivados por necessidades específicas em determinados momentos. Conforme os autores

(2006, p. 183), “Maslow (1943) explicou que as necessidades humanas são dispostas em uma

hierarquia, da mais urgente para a menos urgente”. Essa hierarquia de pirâmide de

necessidades está representada na figura 2 a seguir:

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Figura 1 – Pirâmide de Maslow.Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 184).Matos (1997) aborda a contribuição de Herzberg (1959) sobre motivação, onde foi

proposta a teoria dos dois fatores, no qual afirma: A satisfação no cargo é função no conteúdo

ou atividades desafiadoras e estimulantes nos cargos, chamados de “fatores motivacionais”,

que são os fatores relacionados ao trabalhador e não a empresa. A insatisfação no cargo é

função do ambiente, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo, chamados de

“fatores higiênicos”, relacionados com o meio que o funcionário atua e que fazem parte da

cultura da empresa, fora do controle dos funcionários. A figura 3 ilustra a teoria de Frederick

Hezrberg (1959), conforme Robbins (2009):

Figura 2: Teoria dos dois fatores de Herzberg.Fonte: Robbins (2009).

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No que se refere aos fatores que estão relacionados com as teorias de Maslow e

Herzberg, como a remuneração, Davis e Newstrom (1992) afirmaram que o dinheiro tem

status tanto ao ser recebido quanto ao ser gasto e o salário representa para os empregados

aquilo que os empregadores pensam deles.

Vistas algumas das teorias sobre motivação, Schermerhon, Hunt e Osborn (1999)

fazem uma reflexão no que diz respeito a motivação na organização, onde alegam que

motivação e satisfação no trabalho são graus segundo os quais os indivíduos se sentem de

modo positivo ou negativo em relação ao seu trabalho. É uma atitude ou resposta emocional,

às tarefas de trabalho assim como às condições físicas e sociais do local de trabalho.

2.4 COMPOSIÇÃO ECONOMICA NO RIO GRANDE DO SUL

O Rio Grande do Sul é o 5º estado mais populoso do Brasil, com mais de 11 milhões

de habitantes, possuindo fronteira com o Uruguai e a Argentina, o estado se destaca por sua

economia, tendo uma participação de cerca de 6,7% no PIB (produto interno bruto) brasileiro.

Dentre as diversas atividades econômicas praticadas pelo estado destacam-se agricultura e

agropecuária, serviços e indústria (WIKIPÉDIA, 2013).

As atividades econômicas classificam-se em: setor primário, secundário e terciário. O

setor primário abrange todas as atividades produtivas envolvidas com a agricultura, pecuária e

a exploração de recursos naturais e a produção de matéria-prima que será utilizada por outro

setor da economia. O setor secundário representa as atividades voltadas à indústria, produção

de bens de consumo, construção civil e geração de energia. O setor terciário compreende as

atividades ligadas ao comércio e a prestação de serviços (BRASIL ESCOLA, 2013). Há

outras maneiras de classificar os setores econômicos. Utilizando uma divisão que distingue o

setor público do privado e também diferenciando o “primeiro setor”, o governo; o “segundo

setor”, empresas privadas com fins lucrativos e o “terceiro setor”, as organizações não

governamentais (WIKIPÉDIA, 2013).

O setor que mais cresce no estado atualmente é o setor terciário, inclusive em relação

ao Brasil. Dados da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE) de 2013

apontam que enquanto no Brasil o setor terciário cresceu 1,7% no Rio Grande do Sul o

crescimento foi de 2,6% (CLICRBS, 2013).

Para compreender os fatores que levam ao crescimento do setor de serviços, Kon

(2004) afirma que existem três conjuntos de explicações clássicas para analisar:

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a) com base nas razões que levam às diferentes mudanças nas ocupações dos

indivíduos, de forma absoluta ou relativa, no setor terciário, explica-se a

terceirização como um processo que conduz à sociedade de serviços. Além da

demanda por serviços ter elasticidade renda maior que a unidade, a produtividade

deste setor seria inferior a da indústria, pois se revela como escoadouro da mão de

obra desempregada neste;

b) a segunda forma de explicar a terceirização é apresentá-la como resultado do

declínio relativo e absoluto do emprego no setor secundário, logo da

desindustrialização, em função do desenvolvimento de novas tecnologias que

elevariam a produtividade da indústria, reduzindo a demanda por mão de obra.

Neste caso ocorrerá fato semelhante ao que se verificou na primeira hipótese, ou

seja: o terciário reabsorve esta mão de obra dispensada. Como consequência

haverá, também, realocação de capitais para o setor, logo este aumentará sua

produtividade;

c) considerando esta situação acima dada, a queda do emprego no setor secundário,

gera se um aumento do emprego do setor público, que por sua vez deriva de uma

elevação da demanda por serviços coletivos.

No que se refere a capital Porto Alegre, Jacob (2006) mencionou que o setor industrial

vem perdendo posição em relação às atividades terciárias, em função do crescimento do

comércio e dos serviços e pela busca de empresários pela capital gaúcha para instalar filiais

com a finalidade de facilitar transações comerciais no MERCOSUL. Tendo finalizado o

referencial teórico, a seguir é apresentado o procedimento metodológico utilizado no artigo.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para Gerhardt e Silveira (2009, p.11) os procedimentos metodológicos são um

conjunto de dados iniciais e um sistema de operações ordenadas adequando para formulação

de conclusões, de acordo com certos objetivos predeterminados.

Marconi e Lakatos (2010, p. 88) descrevem a pesquisa como “[...] um procedimento

formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se

constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

A aplicação dos procedimentos metodológicos tem a finalidade de conhecer e

interpretar os objetivos gerais e específicos do presente artigo, utilizando o método de

pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, utilizando como método de pesquisa survey.

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Uma vez que tem como problema norteador a compreensão dos fatores que levam o graduado

em Administração na escolha do curso de Administração de Empresas, tendo uma natureza

fundamentalmente descritiva.

Segundo Malhotra (2006, p.112), a pesquisa descritiva tem como finalidade principal a

descrição de uma situação, em geral características ou funções mercadológicas. Assim, de

acordo com o autor, existem cinco tipos de objetivos pretendidos quando se utiliza a pesquisa

descritiva, quais sejam demonstrados a seguir:

a) descrever as características de grupos relevantes, como consumidores, vendedores,

organizações ou áreas de mercado;

b) estimar a porcentagem de unidades em uma população específica que exibe um

determinado comportamento;

c) determinar as percepções de características de produtos;

d) determinar em que grau estão associadas as variáveis de marketing;

e) fazer previsões específicas.

Em relação à abordagem, a pesquisa mais adequada, considerando o objetivo essencial

proposto, é a de abordagem quantitativa, pois de acordo com Roesch (2005, p. 130), “[...] se o

propósito do projeto implica medir relações entre variáveis (associadas ou causa-efeito), ou

avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferentemente o

enfoque da pesquisa quantitativa [...]”.

O instrumento de coleta de dados de pesquisa utilizado foi o questionário

(APÊNDICE A) enviado para o e-mail dos alunos formados na FADERGS, disponibilizado

pelo Núcleo Duro Estruturante (NDE), através do professor Antônio Ferrari, sendo um total

de 201 alunos formados até 2013-1, dos quais 43 formados retornaram resposta. Há uma

pergunta filtro no questionário que perguntava se o formado trabalha na sua área de

graduação, como um dos entrevistados respondeu que não atuava na área, o total da amostra

provável representa 20,89%, ou seja, 42 respondentes. O envio se deu através do e-mail que

foi pelo disponibilizado pelo NDE entre os dias 10 e 14 de novembro de 2013. As questões

foram fechadas e de múltipla escolha, devido à padronização das questões para obter maior

agilidade na comparação de grande número de respostas sem a necessidade da presença do

pesquisador para coletar os dados. Marconi e Lakatos (2010) também relatam que um

questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de

perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.

A análise dos resultados se deu através do método estatístico descritivo de modo a

analisar e descrever os resultados considerando o levantamento bibliográfico realizado. A

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14

amostra tem característica não probabilística e o formato por conveniência, isto é, a escolha

dos elementos da amostra depende em parte do julgamento do pesquisador, ou seja, a seleção

dos alunos formados pela FADERGS desde a sua primeira turma até os alunos que se

formaram no semestre passado, isto é, 2013-1. A seguir, na próxima seção os resultados

apresentados.

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados coletados considerando os alunos formados em

Administração de Empresas pela FADERGS.

4.1 PERFIL DE QUALIFICAÇÃO DO ADMINISTRADOR

A questão 1 tinha como objetivo identificar a proporção de gênero dos entrevistados

e obteve-se como resultado 53,49% respondentes do gênero masculino e 46,51% do gênero

feminino, esse resultado vai de encontro aos dados do CRA RS cuja pesquisa realizada

mostrou também que há grande atuação do gênero masculino em relação aos administradores.

Gráfico 1: GêneroFonte: Dados de Pesquisa (2013).

A questão 2 investigou a faixa etária dos alunos formados pela FADERGS. Pode-se

perceber que a maioria dos respondentes se encontra na faixa entre 26 e 35 anos,

representando um total de 60,46%. A faixa etária também manteve o mesmo resultado da

pesquisa realizada pelo CRA RS em 2011. Os Administradores entre 26 e 35 anos estão com

forte atuação no mercado.

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15

Gráfico 2: Faixa etária.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

Em relação ao semestre de formação que foi averiguado na questão 3, observou-se

que os dois últimos semestres constituem mais da metade do período de formação dos

entrevistados, tendo 2012/2 alcançado 30,23% e 2013/1 um total de 25,58%, estas

informações reforçam os dados informados pelo Ministério da Educação que mostra o

aumento de 91,9% de ingressantes no Ensino Superior nos últimos dez anos (MEC, 2013).

Gráfico 3: Semestre de formação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A questão 6 tinha como objetivo identificar quais características o Administrador se

identificava, desta maneira, foi solicitado ao formado que escolhesse três características. O

trabalho em equipe se destacou com 57,14%, acompanhado de flexibilidade com 40,48%,

gestão e negócios e dinamismo com 33,33%, seguidos de liderança com 30,95% e

comunicação com 28,57%. A capacidade de atuar em equipe é uma habilidade esperada do

perfil de egresso da FADERGS de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da

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Instituição e também de acordo com o perfil divulgado no site da FADERGS que diz que

dentro do perfil empreendedor esperado oportuniza atuação prática orientada via Empresa

Júnior ou através de projetos de consultoria, características essas que corroboram com o perfil

em questão.

Gráfico 4: Características identificadas.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A seguir se analisaram as questões relativas à escolha do curso de Administração de

Empresas.

4.2 FATORES QUE LEVARAM NA ESCOLHA DO CURSO

A questão 8 procurou identificar quais fatores levaram o graduado em Administração

de Empresas na escolha do curso. A pesquisa mostrou que a remuneração e a possibilidade de

crescimento profissional são os principais fatores que levam o formado a escolher o curso de

Administração, ambas com 26,19%, seguido pela identificação das atividades praticadas com

23,81%. O que explica o desejo por remuneração é a afirmação de Davis e Newstrom (1992)

que mencionam que o dinheiro tem status tanto ao ser recebido quanto ao ser gasto e o salário

representa para os empregados aquilo que os empregadores pensam deles.

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Gráfico 5: escolha da carreira.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A seguir se analisaram as questões relativas a área de atuação e se os formados

trabalham ou não na área de formação.

4.3 ÁREA DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL

As próximas questões buscaram averiguar se os graduados trabalham em sua área de

formação e especificamente qual a área e o setor da economia. Na questão 4 foi realizada uma

pergunta filtro, onde foi questionado se o graduado trabalhava na área de formação, caso a

resposta fosse não, era agradecida a participação pois não havia necessidade de responder as

questões posteriores. O questionário comprovou que 97,67% dos graduados pela FADERGS

atuam na formação escolhida, isto é, Administração de Empresas. Seguir uma carreira dentro

da área de formação é um tema a ser considerado, pois como Hall (1976 apud DUTRA,

2010b, p. 17) afirmou, “carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos, associada às

experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”.

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Gráfico 6: Atuação na área de formação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A questão 5 procurou verificar qual área da Administração o formado atuava: a área

financeira possui maior destaque em termos de atuação dos formados, 26,19%, seguido da

área de recursos humanos e planejamento estratégico ambas com 16,67% e marketing com

11,90%. Na pesquisa do Conselho Regional de Administração (CRA RS) no estado, realizada

em 2011, também apontou a área financeira como evidência na atuação dos Administradores

de Empresas.

Gráfico 7: Área de atuação.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A questão 9 examinou qual setor emprega mais os Administradores formados na

FADERGS, o setor de serviços emprega mais da metade dos entrevistados, ou seja, 54,76%,

respectivamente o segundo setor que mais emprega os formados da FADERGS é o Comércio

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com 30,95%, Órgão Público com 9,52% e Indústria com 4,76%. Estes resultados contribuem

com as informações da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que apontam que o setor

de serviços estado do Rio Grande do Sul cresce mais em relação ao resto do país.

Gráfico 8: Setor.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A seguir são identificadas as satisfações na carreira do administrador formado pela

FADERGS em termos de mercado de trabalho.

4.4 INFLUÊNCIA DA FADERGS E SATISFAÇÃO DA CARREIRA.

Na questão 7 foi questionado aos entrevistados se houve influência da FADERGS na

escolha da carreira profissional dos graduados. O resultado se mostrou praticamente

equivalente, 47,62% responderam que sim e 52,38% responderam que não, justificando que

antes de se formarem já estavam encaminhados na carreira profissional. Conforme visto por

Pontes (2008), a trajetória de carreira é a sucessão de cargos que exigem requisitos crescentes,

visto isto, o curso de Administração foi um requisito para o crescimento da carreira.

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Gráfico 9: influência da FADERGS. Fonte: Dados de pesquisa (2013).

A questão 10 procurou saber se os Administradores de Empresas estavam satisfeitos

com suas carreiras. A pesquisa mostrou que 52,38% dos graduados em Administração de

Empresas estão satisfeitos com a escolha da carreira profissional, 42,50% estão satisfeitos,

mas pretendem mudar e seguir outra carreira futuramente, 4,76% não estão satisfeitos com a

carreira, afirmando não ter afinidades com as tarefas executadas no trabalho. Esta questão faz

uma reflexão em relação a motivação no trabalho que, conforme Dewes (2007) explicou,

como sendo um grupo de forças internas e externas que dão início ao comportamento

relacionado ao trabalho e determinam sua forma, direção, intensidade e persistência.

Gráfico 10: satisfação na carreira.Fonte: Dados de pesquisa (2013).

Tendo finalizadas as análises, a seguir se encontra as conclusões do estudo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo buscou compreender quais fatores levaram os alunos formados pela

FADERGS na escolha do curso de Administração de Empresas, indicar o perfil do aluno

formado pela Instituição de Ensino e também mapear quais áreas possuem maior demanda e

se os formados estão realizados com suas profissões.

A remuneração é um grande fator que leva o graduado pela FADERGS a cursar

Administração de Empresas, mas isto vem acompanhado do desejo de crescimento

profissional e a realização da execução das tarefas no ambiente de trabalho.

O resultado da pesquisa mostrou que o setor de serviços emprega mais da metade dos

alunos formados (54,76%), desta forma mostrando que o setor mencionado possui grande

demanda dos graduados em Administração de Empresas. A carreira pública não mostrou

destaque na pesquisa, o que pode estar relacionado com a formação empreendedora da

FADERGS.

O aumento de formandos nos dois últimos semestres, 2012/2 e 2013/1, expressa a

consciência das pessoas que estão no mercado de trabalho de se profissionalizarem e que ter

uma formação superior continua sendo um diferencial no mercado, além da experiência

pessoal adquirida o que acompanha os estudos do Censo de Educação Superior.

Como apresentado na pesquisa 97,67% atuam na área de formação, pode-se inferir

que a grande maioria está atuando no curso de graduação que escolheu o que tende a

aumentar a satisfação de quem realiza um curso superior e consegue atuar na área escolhida.

O perfil predominante do Administrador de Empresas formado pela FADERGS,

apontado pela pesquisa é de um profissional de até 35 anos (60,46%), são representantes do

gênero masculino (53,49%) que buscam o crescimento profissional atrelado à boa

remuneração atuando na área de serviços e que estão realizados com a opção de carreira

profissional escolhida.

O presente artigo percorreu diversos elementos que fazem parte da vida do

Administrador de Empresas. Considerar os fatores que levam na escolha do curso de

graduação é fundamental para satisfação e alcance dos objetivos na carreira, conforme visto

neste trabalho.

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APÊNDICA A - Questionário de Pesquisa TCC

Administração - Carreira e Motivação

1. Gênero:

Feminino

Masculino

2. Qual sua idade?

20 a 25.

26 a 30.

31 a 35.

36 a 40.

41 a 45.

Mais de 45 anos.

3. Em que semestre se formou?

Antes de 2010

2010/1

2010/2

2011/1

2011/2

2012/1

2012/2

2013/1

4. Atualmente você exerce suas atividades na área de formação? Caso você responda não, agradeço a colaboração, pois não é necessário responder as demais.

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Sim.

Não. Qual é a sua área atual de atividade profissional?

5. Qual a área da Administração você atua?

Recursos Humanos

Financeiro

Planejamento Estratégico

Gestão da Qualidade

Comércio Exterior

Gestão de Projetos

Marketing

Logística

Produção

Outro (especifique)

6. Quais palavras abaixo você mais se identifica? (Escolha as três principais)

Empreendedorismo

Responsabilidade Social

Liderança

Dinamismo

Burocracia

Visionário

Educação

Planejamento Estratégico

Gestão e Negócios

Trabalho em equipe

Sustentabilidade

Finanças

Comunicação

Rotina

Flexibilidade

Persuasão

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7. Houve influência da FADERGS na escolha de sua carreira atual?

Sim

Não. Por quê?

8. Qual fator predominante levou você a escolher a carreira de Administrador de Empresas?

Identificação com os valores da empresa em que trabalha.

Remuneração.

Localização da empresa em que trabalha.

Atividades praticadas.

Possibilidade de crescimento profissional.

Cargo ocupado.

Autonomia na tomada de decisões.

Status do nome da empresa em que trabalha.

Bom relacionamento com os colegas.

Orientação do professor da Faculdade.

Outro (especifique)

9. Em que setor você trabalha?

Indústria.

Comércio.

Órgão Público.

Serviços.

10. Atualmente você está satisfeito com a escolha de sua carreira profissional?

Sim.

Sim, mas pretendo mudar.

Não. Por quê?