escola superior de ciências da saúde medicina - 6ª série internato em pediatria unidade de...

38
Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto Lucena Pereira da Fonseca Orientação Dr. Paulo R. Margotto Brasília, 7 de julho de 2010 www.paulomargotto.com.br

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

116 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Escola Superior de Ciências da SaúdeMedicina - 6ª Série

Internato em PediatriaUnidade de Neonatologia do Hospital Regional

da Asa Sul/SES/DF

Humberto Lucena Pereira da FonsecaOrientação Dr. Paulo R. Margotto

Brasília, 7 de julho de 2010www.paulomargotto.com.br

Page 2: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Ddo Humberto

INTERNATO NA ESCS. VOCÊ FAZ A DIFERENÇA!

Page 3: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

RN masculino, a termo (41 semanas)Nascido em 29/05/2010 às 18hs40min em

outro Hospital RegionalParto cesáreo (cesárea anterior)Peso ao nascimento: 3,050 kgApgar 8/10Líquido meconialSem necessidade de reanimaçãoMãe 0+, RN 0+, Coombs direto negativoPresença de gastrosquise

Page 4: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 5: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

29/05, às 18h40: com diagnóstico de gastrosquise. Mantido em dieta oral zero, com soro glicosado EV e HV.

30/05: diagnosticada infecção inespecífica em razão da leucocitose. Colhida hemocultura (negativa). Iniciada ampicilina e gentamicina.

31/05: transferência à UTI do HRAS, estável hemodinamicamente, saturando 91% em ar ambiente, anictérico e corado.

Page 6: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

01/06: 1º tempo da cirurgia para correção da gastrosquise: rafia de perfurações gástricas e duodenais e colocação de silo. POI (pós-operatório I): mantida SOG e tubo orotraqueal (TOT). Fácies de sofrimento. Má perfusão: expansão volêmica com SF. Mantido com fentanil.

02/06: Mantido fentanil, HV, ventilação mecânica e ATB. Iniciado omeprazol. Transfundido plasma fresco congelado (PFC), pois havia falta de albumina ). Iniciada nutrição parenteral total (NPT). Extubado com sucesso e mantido em Hood. SOG drenando secreção marrom. Surge icterícia +++/4+, zona II-III. Diagnosticada colestase (BT-bilirrubina total- 13,3 BD-bilirrubina direta- 7,8).

Page 7: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Zona I = Cabeça e pescoço

Zona II = Tronco até umbigo

Zona III = Hipogástrio e coxas

Zona IV = Joelhos e cotovelos até punhos e tornozelos

Zona V = Mãos e pés, inclusive palmas e plantas

Page 8: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

05/06: Piora da colestase (BT 31,8 BD 21,1). Icterícia ++++, zona V. Suspensa NPT e prescrita HV. Melhora do aspecto da secreção gástrica.

07/06: Leucocitose de 32.600 (62% segmentados, 5% de bastões), Hb 6,15, Ht 18,6%, reticulócitos 4,9%. Colhida hemocultura (negativa) e swab retal (Serratia). Iniciada amicacina + meropenem. Transfundido. Ecografia abdominal mostrando vesícula distendida e com lama biliar. Fígado, vias biliares e pâncreas normais.

08/06: Colestase continua piorando (BT 46,2 BD 28,9). Transfundido. Persiste leucocitose e desvio à esquerda. TAP 13,5 INR 1,21.

Page 9: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 10: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

10/06: 2º tempo da cirurgia:• Fechamento da gastrosquise• Apendicectomia• Biópsia hepáticaPOI: Mantida SOG, ventilação mecânica,

fentanil, amicacina + meropenem e omeprazol. Secreção marrom com grumos pelo TOT, semelhante ao resíduo gástrico pela SOG.

Page 11: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 12: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

11/06: Extubado e colocado em Hood. Iniciada NPT. Mantida HV com SG.

13/06: Iniciado ácido ursodesoxicólico 50 mg/dia. Transfundido.

14/06: Iniciado enema salino 3x ao dia e domperidona. Ecografia transfontanela revelando cisto subependimário, consequência de hemorragia grau I.

16/06: Iniciada dieta de prova (3mL de LHB 8x ao dia), após evacuação. Boa aceitação. Mantida NPT. Melhora parcial da colestase (BT 17,3, BD 7,1)

Page 13: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

20/06: suspenso ATB (redução de PCR e hemocultura negativa). Iniciado desmame da NPT.

21/06: Suspensa NPT. Alta da UTI. Ao Alojamento conjunto.

22/06: Diminuição da icterícia (++/4+), eliminações fisiológicas.

25/06: Melhora parcial da colestase (BT 14,6 BD 9,3), embora mantenha fezes claras e urina escura

28/06: Diminuição da acolia e da colúria. Boa produção láctea e boa pega. Mantém-se com complemento, aceitando bem a dieta pelo copo.

Page 14: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

01/07: suspenso complemento dietético. 02/07: Leucócitos 8.950, Hb 11,5, Ht 34,2%,

plaquetas 317.000, BT 14 BD 8,2, TGO 199, TGP 199, GGT 961.

03/07: Paciente em aleitamento materno exclusivo, mantendo ganho de 30 a 40g/dia. Continua com hipocolia fecal e colúria, embora tenham diminuído. Alta hospitalar, para acompanhamento ambulatorial na cirurgia pediátrica.

Prescrição da alta: UrsacolR 25mg 8/8h, ProtovitR 6 gotas 2x/dia e Vitaminas ADEK suspensão 1mL/dia

Page 15: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

DISCUSSÃO CLÍNICA

Page 16: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Definição: defeito de parede abdominal com exteriorização das alças intestinais e vísceras , sem recobrimento , à direita do cordão umbilical.

Conduta no diagnóstico ecográfico intra-útero: USG seriadas cada 2 a 4 semanas e indicação de cesariana após 37 semanas de gestação.

Conduta após o nascimento: proteção das alças expostas com compressas estéreis,

úmidas e mornas, envolvidas por filme plástico. Posicionamento em decúbito lateral direito Descompressão gástrica por sonda Dieta zero, reposição hidroeletrolítica e

antibioticoprofilaxia Correção cirúrgica de preferência de 1 a 6 horas pós-

parto. (informações)

hfonseca
Classificação da gastrosquise:Grau I – edema leve, sem espessamento de alçasGrau II – edema moderado, com espessamento da parede intestinal, aderências frouxas, fibrina recobrindo alças, sem sofrimento vascularGrau III – edema intenso, espessamento e enrijecimento da parede intestinal, aderências firmes, espessa camada de fibrina sobre alças, sinais sofrimento vascular
Page 17: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

De acordo com as características citadas acima, as gastrosquises são classificadas segundo o aspecto das alças intestinais expostas, em três graus crescentes de gravidade:

GRAU IEdema leve do intestino

Ausência de espessamento de parede intestinalAusência de aderências entre as alças intestinais

Parede intestinal compressívelAusência de fibrina recobrindo as alças intestinais

Ausência de sofrimento vascular

Jaisa Maria Magalhães de Moura

Page 18: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

GRAU 2Edema moderado do intestino

Presença de espessamento da parede intestinalAderências frouxas entre as alças intestinais

Parede intestinal compressívelPresença de fina camada de fibrina recobrindo as alças

Ausência de sofrimento vascular

GRAU 3Edema intenso do intestino

Presença de espessamento da parede intestinalAderências firmes entre as alças intestinais

Parede intestinal enrijecidaPresença espessa camada de fibrina recobrindo as alças

Presença de sofrimento vascular

Jaisa Maria Magalhães de Moura

Tese de Mestrado-Universidade de Brasília (UnB): Valor prognóstico das imagens ultra-sonográficas pré-natais nos pacientes com gastrosquiseAutor(es): Jaisa Maria Magalhães de Moura

Page 19: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Opções cirúrgicas: Redução primária Redução estadiada

Condutas no pós-operatório: NPT por 10 a 15 dias em média Antibiótico (ATB) profilático ou terapêutico (sempre

terapêutico se utilizado o silo) Albumina nas primeiras 48h (para reduzir o edema) Analgesia com fentanil Manutenção de drenagem gástrica calibrosa até a

secreção diminua substancialmente. Bromoprida ou domperidona após a retirada da sonda

Após o 3º DPO, estímulo retal com enemas para melhorar o esvaziamento gástrico

Introdução de dieta oral após 7 a 10 dias de pós-operatório(DPO)

Page 20: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Complicações (46 a 67% dos casos) Síndrome compartimental Consequências da perdas hidroeletrolíticas:

desidratação grave, distúrbios eletrolíticos, IRA pré-renal

Resposta ruim à sobrecarga hídrica: anasarca e insuficiência cardíaca congestiva (ICC)

Infecção (sepse é responsável por 71% das mortes)

Prognóstico na ausência de complicações: excelente

Page 21: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Definição: estado patológico que cursa com a redução do fluxo biliar, por alterações anatômicas ou funcionais do sistema biliar.

Incidência de 1: 2500 nascidos vivos Quadro clínico: colúria, hipocolia ou

acolia fecal, icterícia associada ou não a esplenomegalia. Prurido e xantomas, a depender da duração e da causa da colestase.

Page 22: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Laboratório: Elevação no sangue do nível dos ácidos biliares Elevação da bilirrubina direta no sangue (> 20% da

bilirrubina total) Bilirrubinúria Elevação de aminotransferases, FA (fosfatase alcalina)

e GGT Hipercolesterolemia

Histopatologia: pigmento biliar no citoplasma dos hepatócitos, na luz dos canalículos e dos ductos biliares, com freqüência associada à lesão celular secundária

Page 23: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Fatores de risco: Prematuridade Baixo peso ao nascer Uso prolongado de nutrição parenteral Jejum prolongado Sepse Cirurgias

(informações)

hfonseca
A maior incidência de colestase associado a NP nos RN pré-termos se deve provavelmente a imaturidade hepática neonatal. Nos RN pré-termos, o pool total de sais biliares é reduzido. Há uma diminuição da captação hepática e da síntese de ácidos biliares, assim como redução da circulação enteropática em comparação com os RN a termo e adultos. A sulfação, que é um passo importante na solubilização dos sais biliares tóxicos, como o ácido litocólico, é deficiente nos fetos e RN. Assim, é provável que o sistema hepático e biliar dos RN prematuros seja mais susceptível à lesão tóxica de qualquer forma.
Page 24: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

EXTRA-HEPÁTICASAtresia biliar extra-hepáticaCisto de colédocoEstenose de ducto biliarTampão mucoso ou barro biliar

INTRA-HEPÁTICAS•Hepatite neonatal idiopática•Hipoplasia dos ductos biliares interlobulares

– Sindrômica (síndrome de Alagille ou displasia arteriohepática) ou não-sindrômica

•Colestase intra-hepática progressiva familiar (Byler)•Síndrome de Zellweger (síndrome cérebro-hepatorrenal, doença dos peroxissomas)•Acidemia triidrocoprostânica•Doenças metabólicas: Tirosinemia, Galactosemia, Intolerância hereditária à frutose Deficiência de a1-antitripsina, Fibrose cística, Hipopituitarismo idiopático, Hipotireoidismo, Lipidoses (doença de Gaucher, doença de Niemann-Pick, doença de Wolman) •Doenças infecciosas (citomegalovírus, herpes, rubéola, coxsackie, echovirus, HIV, hepatite B, toxoplasmose, sífilis, tuberculose, listeriose)•Tóxicas: Nutrição parenteral, Sepse, Infecção do trato urinárioGenética/cromossômica (trissomia E; síndrome de Down)Miscelânea (choque, obstrução intestinal, histiocitose)

(informações)

hfonseca
O aumento da bilirrubina indireta é o principal mecanismo da icterícia neonatal, na maioria dos casos fisiológico.As principais causas de hiperbilirrubinemia direta, sempre patológicas, hoje em dia, são:atresia de vias biliares (25%)doença metabólicas (20%)doenças hereditárias (25%)infecção viral (5%)hepatite neonatal idiopática (15%)
Page 25: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

(informações)

hfonseca
Importância do diagnóstico precoce:Identificar doenças que requerem intervenção rápida, como a atresia de via biliar (deve ser corrigida no primeiro mês) e causas metabólicas, a fim de reduzir os danos hepáticosFazer aconselhamento genético em casos de mau prognóstico.
Page 26: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 27: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 28: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto
Page 29: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Clínica não ajuda no diagnóstico diferencial A sepse neonatal, o fato de a colestase ter

surgido logo após a cirurgia e o uso de NPT sugerem que esses fatores podem estar envolvidos na patogênese

Outro fator importante na colestase hepática é o papel da endotoxina que causa diminuição no fluxo biliar, observado em animais. No mais está sendo considerada as soluções de AA, pois temos hoje em dia a disponibilidade de soluções pediátricas. A produção de ácidos biliares hepatotóxicos pode levar a colestase. A abordagem atual é diminuir ou se possível suspender a NP, aumentar o mais rápido possível a nutrição enteral.

A presença de lama biliar na vesícula pode sugerir causa obstrutiva extra-hepática

Page 30: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Não havia antecedentes ou clínica sugestivos, mas não foram investigadas infecções congênitas, distúrbios do metabolismo ou anomalias genéticas

Ecografias afastam atresia de vias biliares

A conduta (suspensão da NPT e uso de UrsacolR) indica que essa e a sepse, foram as principais causas consideradas.

Page 31: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

A NPT melhorou significativamente o prognóstico de prematuros de muito baixo peso, que apresentam imaturidade gastrintestinal. Não administrar a NP após dias significa levar o RN a uma emergência metabólica desnecessária.

A NPT, contudo, pode ter complicações, uma delas a colestase neonatal, que tem etiologia desconhecida, mas provavelmente multifatorial.

Suita et al. (2002) concluíram que a disfunção hepática induzida pela NP foi significativamente associada à duração da NP, infecção e tipo de solução de aminoácido administrada.

(informações)

hfonseca
Prováveis mecanismos da NPT levando à colestase:- jejum prolongado com ausência do estimulo enteral- efeitos tóxicos dos componentes da nutrição parenteral - falta de nutrientes específicos- relacionados à doença do paciente.
Page 32: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Prevenção: instituição precoce da nutrição por via oral ou por infusão contínua através de sonda e limitar o aporte protéico a menos de 3 g/kg/dia.

Tratamento: até o momento não há terapia eficiente da colestase relacionada à NPT.

A suspensão da NPT e a introdução da dieta enteral causa melhora da icterícia e da função hepática, mas, ainda assim, alguns neonatos evoluem com hepatopatia ou falência hepática.

Chien et al. (2004) concluem que o UrsacolR diminui a duração e a extensão da icterícia e diminui o curso clínico da colestase associada à nutrição parenteral nos recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer não submetidos à cirurgia, mas não são alterados outros parâmetros de função hepática.

(informações)

hfonseca
Ações do ursacol (ácido biliar hidrofílico):Inibe a produção hepática de colesterolEstimula a produção de saia biliaresEstabiliza a membrana do hepatócitoMelhora a secreção biliarModula a reação inflamatória
Page 33: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Teilbaum et. al (1997) encontraram benefícios no uso profilático de colecistoquinina na colestase em recém-nascidos de risco submetidos a NPT.

O prognóstico da colestase secundária à nutrição parenteral é relativamente bom, com remissão lenta das alterações em quatro a seis meses depois da sua interrupção. Menos de 10% evoluem para cirrose hepática.

Page 34: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

A primeira imagem apresenta um espaço porta com ducto biliar mantido e a segunda apresenta hepatócitos com colestase intracelular e intracanalicular

Page 35: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Parênquima hepático com manutenção da arquitetura cordonal e lobular. Os espaços porta apresentam seus constituintes habituais, havendo manutenção da relação ducto biliar/ artéria hepática, Há agressão ao epitélio biliar por polimorfonucleares. O parênquima demonstra colestase, hematopoiese extramedular, degeneração hidrópica em zona 3, dilatação da veia centrolobular e sinusoides.

Diagnóstico: alterações hepáticas reativas (podendo corresponder a doença hepática relacionada à sepse).

Page 36: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Provável história natural da doença:Gastrosquise complicada sepse lesão hepática reacional colestase neonatal

A lesão hepatocelular e canalicular reacional pode estar relacionada à infecção, mas também ao estresse cirúrgico, à toxicidade da nutrição parenteral ou a outros fatores.

No acompanhamento ambulatorial, outras causas poderão ser pesquisadas, se necessário e a depender da evolução clínica do quadro de colestase, como infecções congênitas, doenças genéticas e distúrbios do metabolismo.

Page 37: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

MARGOTTO, Paulo R. Colestase associada a nutrição parenteral total: prematuridade ou aminoácidos?(disponível em www.paulomargotto.com.br)

CARVALHO, Elisa D. et al. Colestase Neonatal. In. Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Editado por Paulo R. Margotto, 3 ed (no prelo), 2011

CÉZAR, Giane Maria et al. Hiperbilirrubinemia direta. In. Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, editado por Paulo R Margotto, Hospital Anchieta, Brasília, 2006,2a Ed

CHIEN et al. Ursodeoxycholic acid (UDCA) therapy in very-low-birth-weight infants with parenteral nutrition-associated cholestasis . J Pediatr 2004; 145:76-83 (disponível em www,paulomargotto.com.br)

[Neonatal cholestasis] Monitorização do paciente em nutrição enteral. Gilberto

Pereira (disponível em www.paulomargotto.com.br)

Page 38: Escola Superior de Ciências da Saúde Medicina - 6ª Série Internato em Pediatria Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Humberto

Dr. Paulo R. Margotto e Doutorando Humberto