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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático Getúlio Vargas RS Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU ESCOLA PÚBLICA: HISTÓRIA E RELATO DE UMA VIVÊNCIA NOAL, Camila SANZOVO, Géssica DALL AGNOL, Maiara Discentes do Curso de Pedagogia II Faculdade Ideau - RS COSTA, Gisele Maria Tonin da PERUZZOLO, Sandra Regina DA SILVA, Lisiane Borges DOS SANTOS, Marcelo Miorelli Antunes Docentes do Curso de Pedagogia e orientadores do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático da Faculdade Ideau RS. RESUMO: O objetivo deste trabalho desenvolvido no Curso de Pedagogia II Nível, no teórico-prático é proporcionar uma aproximação entre o acadêmico e o ambiente escolar, estabelecendo uma relação com o contexto escolar, que está muito além das salas de aula, está no convívio, no afeto, no carinho e no comprometimento de cada professor com a sua profissão. Para a compreensão da escola pública, tema central desta pesquisa de campo, foi realizado a leitura de artigos e livros que tratassem do assunto. A abordagem leva em consideração a história da educação desde a catequização dos jesuítas, toda sua evolução histórica e politica que resulta hoje na educação apresentada aos indivíduos que usufruem de um sistema precário deficiente e problemático. Neste contexto também se busca seguir as legislações recorrentes a educação e aplica-las na prática, sabendo dos desafios e dos diferentes contextos enfrentados na educação pública. Palavras-chave: Escola Pública Educação História Desafios ABSTRACT: The aim of this work in Education Course - Level II, the theoretical and practical is to provide a connection between the academic and the school environment, establishing a relationship with the school environment, which is far beyond the classroom, is on fellowship, the affection, the caring and commitment of each teacher with their profession. For understanding the public school, central theme of this field research was conducted to reading articles and books that treat the subject. Addressing the central theme takes into account the history of education from the catechism of the Jesuits, throughout its historical evolution and policy that results in education today presented to individuals who enjoy a deficient and problematic precarious system. In this context also seeks to follow the appellants education laws and apply them in practice, knowing the challenges and different contexts faced in public education. Keywords: Public School - Education - History - Challenges.

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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

ESCOLA PÚBLICA: HISTÓRIA E RELATO DE UMA VIVÊNCIA

NOAL, Camila

SANZOVO, Géssica

DALL AGNOL, Maiara

Discentes do Curso de Pedagogia II – Faculdade Ideau - RS

COSTA, Gisele Maria Tonin da

PERUZZOLO, Sandra Regina

DA SILVA, Lisiane Borges

DOS SANTOS, Marcelo Miorelli Antunes

Docentes do Curso de Pedagogia e orientadores do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico Prático da

Faculdade Ideau – RS.

RESUMO: O objetivo deste trabalho desenvolvido no Curso de Pedagogia – II Nível, no teórico-prático é proporcionar uma aproximação entre o acadêmico e o ambiente escolar, estabelecendo uma relação com o

contexto escolar, que está muito além das salas de aula, está no convívio, no afeto, no carinho e no

comprometimento de cada professor com a sua profissão. Para a compreensão da escola pública, tema central

desta pesquisa de campo, foi realizado a leitura de artigos e livros que tratassem do assunto. A abordagem leva

em consideração a história da educação desde a catequização dos jesuítas, toda sua evolução histórica e politica

que resulta hoje na educação apresentada aos indivíduos que usufruem de um sistema precário deficiente e

problemático. Neste contexto também se busca seguir as legislações recorrentes a educação e aplica-las na

prática, sabendo dos desafios e dos diferentes contextos enfrentados na educação pública.

Palavras-chave: Escola Pública – Educação – História – Desafios

ABSTRACT: The aim of this work in Education Course - Level II, the theoretical and practical is to provide a

connection between the academic and the school environment, establishing a relationship with the school

environment, which is far beyond the classroom, is on fellowship, the affection, the caring and commitment of

each teacher with their profession. For understanding the public school, central theme of this field research was

conducted to reading articles and books that treat the subject. Addressing the central theme takes into account the

history of education from the catechism of the Jesuits, throughout its historical evolution and policy that results

in education today presented to individuals who enjoy a deficient and problematic precarious system. In this

context also seeks to follow the appellants education laws and apply them in practice, knowing the challenges

and different contexts faced in public education.

Keywords: Public School - Education - History - Challenges.

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Com a necessidade de educar o povo para o trabalho e com ele obter muito lucro, se

faz necessário as escolas, que auxiliam no processo ensino – aprendizagem na alfabetização

dessa sociedade. A partir do momento que a educação passa a mudar a vida das pessoas e

proporcionar aprendizagens significativas diárias, ela assume o seu papael de ensinar.

No Brasil a primeira escola surge em Salvador e posteriormente no Rio de Janeiro para

contemplar as necessidades básicas da época. Com o passar do tempo este espaço público

ganha popularidade, tornando-se fundamental na vida das pessoas.

Como o espaço foi se modernizando devido a vários processos sofridos durante os

diferentes governos e seus ambiciosos planos de gestão que dificilmente contemplava a

educação, a mesma se redesenha até os dias atuais na busca por “soluções” práticas e de

interesse comum.

A escola começa a buscar sua identidade, criando projetos que atendam os seus

problemas e trazendo para participar do seu desenvolvimento a comunidade que convive a

realidade e sabe quais são as necessidades da sua população, deixando a autonomia da escola

cada vez mais sólida e refletindo efeitos no seu cidadão, porém, como tudo em nosso país

precisa ser firmado pelas leis e pela questão burocrática, vê-se um grande dilema. Conforme

Gadotti:

Na época eu pensava que as pequenas mudanças impediam a realização de uma

grande mudança. Por isso elas deviam ser evitadas, e todo investimento deveria ser

feito numa mudança radical. Hoje, minha certeza é outra – digo “certeza” porque

precisamos de certezas para pensar e agir – hoje eu creio que é na luta cotidiana, no

dia a dia, mudando passo a passo, que a quantidade de pequenas mudanças numa

certa direção oferece a possibilidade de operar a grande mudança. Ela poderá

acontecer como resultado de um esforço continuo, solidário, paciente. (2010, p. 28)

No contexto do mundo moderno existe um paradoxo entre as posturas adotadas pela

sociedade e o que a escola executa. Na educação se busca na essência do aluno, formas de

aprimorar seu desenvolvimento intelectual, emocional e social para que possa interagir e

conviver em sociedade, desenvolvendo-se. Na sociedade se tem uma prática e uma vivencia

contrária ao que a escola constroe.

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Hoje podemos perceber que os desafios são inúmeros e muitos até tornam-se sonhos,

que nas mãos dos educadores criativos tornam-se realidade concretas possibilitando ao

educando aprender e fazer relações com sua vivência.

2 O SURGIMENTO DA ESCOLA PÚBLICA

A Escola pública iniciou-se com à chegada dos primeiros padres jesuítas no Brasil por

volta do ano de 1549 guiados pelo Pároco Manuel de Nóbrega. Esses fiéis vieram de Portugal

pela companhia de Jesus, instituída pelo santo Inácio de Loiola em 1540, com o princípio de

catequizar e instruír os nossos índios. Mas com o passar do tempo, esses mesmos padres se

dedicaram a educar apenas os filhos dos colonos e os novos sacerdotes. (EDUCAÇÃO

PÚBLICA 19/06/2012)

Seus colégios se transformaram na única forma de educação (elementar) das elites,

visto que o ensino superior que criaram em nosso país era exclusivo do clero regular e secular,

uma vez que Portugal não permitia a criação de universidades na colônia e “impunha medidas

cerceadoras de nossa emancipação intelectual”, como afirma ARANHA (2008).

(EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Os homens livres e abastados que quisessem dar continuidade aos seus estudos,

frequentando universidades, deveriam rumar para a metrópole Portugal. Enquanto o homem

branco recebia instrução e o índio era catequizado e aproveitado para os trabalhos manuais, as

mulheres cabiam os papeis dados pela sociedade: esposa e mãe, elas também eram proibidas

de frequentar aulas, recebendo como instruções noções de prendas domésticas e boas

maneiras. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Em 1759, surgiram as Aulas Régias, com uma enorme lacuna na educação durante a

vigência delas, para uma maioria populacional até o ano de 1772, quando oficialmente foi

implantado o ensino público oficial e laico, são as aulas do rei, conforme a Reforma

Pombalina. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

O estado oferecia línguas modernas, desenho, aritmética, geometria e ciências

naturais, correspondendo aos ensinos primários e secundários. Essa reforma seria uma

maneira de descentralizar a educação das mãos dos jesuítas e garanti-la a todos os cidadãos.

(EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

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Mas com isso pouco mudou muitos religiosos que permaneceram continuaram a dar

aulas em suas casas, igrejas e outros domicílios particulares, visto que para a população eles

eram considerados verdadeiros educadores, com tudo, isso lhes rendia valor. Os estudos

régios aconteciam na casa dos professores, o que impedia a frequência de alunos de outras

freguesias. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Somente com a Lei de 15 de outubro de 1827, tornou obrigatória a implantação de

aulas de primeiras letras cada freguesia, com a intenção de acabar com essa exclusão. Foram

encontradas várias dificuldades relacionadas a educação em todos os níveis, visto que a elite

monárquica não se importava com o ensino da maioria da população, predominantemente

rural, analfabeta e escrava. Essa mesma elite educava seus filhos como preceptores, uma vez

que não havia a exigência de conclusão de curso primário para alcançar o ensino secundário.

Assim, aqueles que não podiam contratar professores particulares acordavam para aulas

conjuntas e, aos pobres, restavam algumas escolas que só ensinavam a ler, escrever e contar.

(EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

As mulheres continuavam inferiores aos homens, recebendo instruções de boas

maneiras, prendas domésticas e formação moral e religiosa. Apenas em poucas famílias mais

abastadas recebiam noções de leitura, o que configurava um grande avanço à educação

feminina. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Em 1889, teve início o período republicano, que trouxe a escola seriada, sua

valorização e a valorização do estudo, a modernização de conteúdo, da administração e de

métodos escolares. No entanto, as raras escolas que existiam possuíam pouquíssimas vagas,

que eram disputadas pela classe média, já que os filhos da elite continuavam a ser instruídos

por preceptores. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Com o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas “cria” um sistema educacional com o

objetivo de “construir” o cidadão-trabalhador: a Pedagogia do Estado Novo. Essa pedagogia

reforça a educação excludente, visto que aos pobres se dá somente o direito de aprender para

trabalhar, enquanto à classe média oferece-se o ensino propedêutico; e às mulheres, o direito

de matrícula somente em instituições de frequência feminina. (EDUCAÇÃO PÚBLICA

19/06/2012)

Em 1964, o golpe militar implanta um regime de autoritarismo em todas as esferas

nacionais. Na esfera educacional, foram inúmeras as reformas realizadas sem contar com a

participação dos maiores interessados: diretores, professores e alunos. Os resultados foram

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drásticos: “elevados índices de repetência e evasão escolar, escolas com deficiência de

recursos materiais e humanos, professores pessimamente remunerados e sem motivação para

trabalhar, elevadas taxas de analfabetismo” (PILETTI, 2003. p. 114). (EDUCAÇÃO

PÚBLICA 19/06/2012)

Todas as escolas de segundo grau tiveram que se tornar profissionalizantes, o que

piorou a situação educacional pública do país, visto que, de uma hora para outra, tais escolas

tiveram que mudar seus currículos, seus espaços e seus professores. Houve falta de

profissionais especializados e de infraestrutura. Muitas instituições diziam ser

profissionalizantes sem cumprir o necessário estabelecido para tal, lançando no mercado mão

de obra desqualificada. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Outro fator importante para o surgimento da escola pública foi que as mulheres e as

crianças passaram a trabalhar na produção, mas com o tempo foram surgindo denúncias sobre

o trabalho infantil, onde levou a criação de normas que fizesse com que as horas das crianças

fossem diminuídas. Através disso, as crianças passaram a ser demitidas, surgiu então a

necessidade de um lugar para as crianças passarem seus dias. Para os pais que trabalhavam o

surgimento de um lugar onde deixariam seus filhos seria muito bom e válido. (EDUCAÇÃO

PÚBLICA 19/06/2012)

Surgiu então a primeira geração de educadores; Anísio Teixeira, Lourenço Filho,

Almeida Junior, entre outros, tentaram estabelecer os princípios da Escola Nova, e divulgaram

o Manifesto dos Pioneiros em 1932, movimento no qual redefiniu o papel do estado em

matéria educacional. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Por fim, Anísio Teixeira foi considerado o principal idealizador das grandes mudanças

que ocorreram na educação brasileira no século XX (1900-1971), foi o pioneiro na

implantação da escola pública de todos os níveis, com o objetivo de oferecer escola pública a

todos. Por isso, então, a escola pública passa a ser declarada universal de interesse de todas as

classes. (EDUCAÇÃO PÚBLICA 19/06/2012)

Seguindo a progressão das atividades com a educação, em 1988 foi promulgada a

Constituição Brasileira, a partir de então começa a organização da Educação Nacional. E em

1996 o primeiro documento oficialmente pensado é posto em prática. Na organização do

Estado brasileiro, a matéria educacional é conferida pela Lei nº 9.394/96, de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB), aos diversos entes federativos: União, Distrito Federal,

Estados e Municípios, sendo que a cada um deles compete organizar seu sistema deensino,

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cabendo, ainda, à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os

diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva

Durante o percurso de construção, os temas considerados pertinentes as Dirretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação, passaram a se constituir nas seguintes ideias-força:

I – as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica devem

presidir as demaisdiretrizes curriculares específicas para as etapas e modalidades,

contemplando o conceitode Educação Básica, princípios de organicidade,

sequencialidade e articulação, relação entre as etapas e modalidades: articulação,

integração e transição; II – o papel do Estado na garantia do direito à educação de qualidade, considerando

que a educação, enquanto direito inalienável de todos os cidadãos, é condição

primeira para o exercício pleno dos direitos: humanos, tanto dos direitos sociais e

econômicos quanto dos direitos civis e políticos;

III – a Educação Básica como direito e considerada, contextualizadamente, em um

projeto de Nação, em consonância com os acontecimentos e suas determinações

histórico-sociais e políticas no mundo;

IV – a dimensão articuladora da integração das diretrizes curriculares compondo as

três etapas e as modalidades da Educação Básica, fundamentadas na

indissociabilidade dos conceitos referenciais de cuidar e educar;

V – a promoção e a ampliação do debate sobre a política curricular que orienta a organização da Educação Básica como sistema educacional articulado e integrado;

VI – a democratização do acesso, permanência e sucesso escolar com qualidade

social, científica, cultural;

VII – a articulação da educação escolar com o mundo do trabalho e a prática social;

VIII – a gestão democrática e a avaliação;

IX – a formação e a valorização dos profissionais da educação;

X – o financiamento da educação e o controle social.

(PARECERCNE/CEB Nº:7/2010)

É nessa trajetória de quase 80 anos que o Ministério da Educação busca promover

ensino de qualidade. Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),

em 2007, o MEC vem reforçar uma visão sistêmica da educação, com ações integradas e sem

disputas de espaços e financiamentos. No PDE, investir na educação básica significa investir

na educação profissional e na educação superior.

A Secretaria de Educação Básica zela pela educação infantil, pelo ensino fundamental

e pelo ensino médio. A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a

formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para

progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Atualmente, os documentos que norteiam a educação básica são a Lei nº 9.394, que

estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), as Diretrizes Curriculares

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Nacionais para a Educação Básica e o Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso

Nacional em 26 de junho de 2014. Outros documentos fundamentais são a Constituição da

República Federativa do Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente.

3 PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS

Os desafios da escola publica brasileira envolvem aspectos sociais, políticos,

econômicos, culturais entre outros. A seguir, alguns itens de grande necessidade para uma

educação de qualidade no Brasil.

3.1 Currículo

É o mapa da navegação de um sistema de ensino. Considerando a época atual, a

chamada era do conhecimento, com alto desenvolvimento da informática, da comunicação e

de avançadas tecnologias, a utilização de currículos escolares desatualizados se mostra como

um dos principais desafios a ser encarada na busca de melhorias do ensino público brasileiro.

A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) afirma que os parâmetros curriculares nacionais são

de responsabilidade da União em parceria com estados e municípios. Essa simples hierarquia

já demonstra o engessamento de um processo que deveria estar em constante mudança. É

necessário que o currículo escolar evolua de acordo com a evolução do mundo, mas é difícil

imaginar uma saída eficaz para esse processo quando o mesmo sequer possui a flexibilidade

necessária para se adaptar as diferentes realidades de um pais gigantesco e de tantas

diferenças de realidade como é o Brasil.

No contexto como um todo o currículo escolar abrange atividades desenvolvidas

dentro da escola, deve ser construído e repensado frequentemente com a participação ativa de

todos que estão envolvidos nas suas atividades educacionais e principalmente aqueles que

atuam diretamente no ambiente escolar. O currículo não deve ser compreendido apenas de

conteúdos ou matérias a serem trabalhadas em sala de aula, devem conter nele uma

organização e sequencia correta, bem como os métodos que permitem um melhor

desenvolvimento dos mesmos.

Na atualidade existem três tipos de currículo, o real, o oculto e o prescrito: (SILVA,

2012)

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Currículo Real: é aquele que acontece dentro da sala de aula entre docentes e seus

alunos. Ele diz respeito às atividades planejadas e desenvolvidas no projeto político

pedagógico da escola e os planos de aula realizados pelos professores.

Currículo Oculto: são as influências externas e internas que afetam a aprendizagem

dos alunos de alguma maneira. Exemplo disso são os conteúdos diários que os alunos

aprendem durante as aulas, seus atos, comportamentos, gestos, mas não se encontram

registrados em papéis.

Currículo Prescrito: é aquele preestabelecido em todo um território, seja nacional ou

estatal, que todos os professores devem seguir e executar. Ele atribui à escola o papel

de reproduzir a cultura e é imposto por documento oficial como a LDB. (Lei de

Diretrizes e Bases) e PCN, (Parâmetros Curriculares Nacionais).

3.2 Qualidade de Ensino

A deficiência da qualidade do ensino público no Brasil é uma constatação histórica.

Mais de 65% dos alunos brasileiros no 5º ano da escola pública não sabem reconhecer um

quadrado, um triângulo ou um círculo. Cerca de 60% não conseguem localizar informações

explícitas numa história de conto de fadas ou em reportagens. Entre os maiores, no 9º ano,

cerca de 90% não aprenderam a converter uma medida dada em metros para centímetros, e

88% não conseguem apontar a ideia principal de uma crônica ou de um poema. Essas são

algumas das habilidades mínimas esperadas nessas etapas da escola, que nossos estudantes

não mostram. Esses são os resultados da última Prova Brasil, divulgados pelo governo federal

no final de novembro de 2014.

A prova avalia, a cada dois anos, o desempenho de alunos do 5º e do 9º ano nas

disciplinas de português e matemática. É usada para compor o principal indicador de

qualidade da educação do país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Muitos podem ser os motivos dessa qualidade abaixo da esperada, tais como a falta de

incentivo aos professores, falta de capacitação dos docentes, falta de cobrança dos

professores. Talvez a principal causa da má qualidade do ensino público brasileiro é que os

alunos ficam sem aprender, começando nas séries inicias, e essa deficiência acaba sendo

cumulativa nas séries posteriores, ou seja, uma deficiência que o aluno tenha no inicia do

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processo educativo acaba sendo levada por todos os anos do processo, visto que não existe um

ciclo de revisão do conhecimento adquirido. (GUIMARÃES, 2015)

Outro problema enfrentado no cenário educacional brasileiro é a falta de investimentos

na formação de professores. A desvalorização dos mesmos enfrenta problemas que vai desde

a falta de um salário digno até a falta de preparação para os docentes e o próprio exercício

deles. Sendo que uma prática capaz de mudar tal situação é a mudança dos métodos de

avaliação das próprias escolas e o oferecimento de cursos para os professores, capazes de

ajudar os mesmos a aperfeiçoar e melhoras suas técnicas pedagógicas.

É preciso pensar que o professor, sozinho, não dá e nem deve dar conta das

contradições e tensões sociais que surgem na sala de aula. O Docente tem de formar-se como

pessoa e como articulador de interações sociais, para criar e aplicar métodos de ensinos que

cheguem até seus alunos de uma forma simples e prática, facilitando a compreensão do

mesmo.

3.3 Infraestrutura

Observar o ambiente escolar é um aspecto fundamental para que se possa entender sua

relação no processo de aprendizagem. Uma escola sem estrutura física apropriada pode

desenvolver no aluno uma sensação psíquica de abandono ou de desvalorização da educação

pelo estado e também pela sociedade. O seu espaço não deve ser considerado apenas um

ambiente que abriga alunos, professores, livros e sim um espaço que desenvolvam ideias,

sentimentos, movimento no sentido da busca pelo conhecimento e interesse em aprender.

Com base nos dados previstos no Plano Nacional de Educação (PNE) o total de

escolas públicas brasileiras com todos os itens de infraestrutura necessários de 2009 ate 2013

avançou pouca mais de um ponto porcentual passando de 3,06% para 4,2%. O item que mais

teve aumento foi a internet 14,6 chegando a 40% nas escolas, seguido pela rede de esgoto

sanitários com 35,78%. (UOL EDUCAÇÃO, 28/04/2014).

Uma das metas a serem compridas pelo PNE é proporcionar a todas as escolas

públicas de ensino básico, água tratada, saneamento básico, energia elétrica, acesso à internet

de alta velocidade, bibliotecas, espaços para praticas esportivas, equipamentos, laboratórios

de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades especiais,

já que menos de 5% das escolas publicas brasileiras teem essa estrutura adequada.

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A partir da existência ou não desses itens as escolas foram divididas em quatro

categorias: (UOL EDUCAÇÃO 04/06/2013)

Infraestrutura elementar: Estão presente neste nível escolas que possuem somente

aspectos de infraestrutura elementares para o seu funcionamento como água, sanitário,

energia, esgoto e cozinha.

Infraestrutura básica: Além dos itens acima, neste nível as escolas num modo em

geral já possuem sala de diretoria equipamentos como TV, DVD, computadores e

impressora.

Infraestrutura adequada: As escolas deste nível dispõem de uma estrutura mais

completa, o que possibilita um ambiente mais propício para o ensino e a

aprendizagem. Exemplos disso são citados anteriormente, como sala de professores,

biblioteca, laboratório de informática, sanitários para educação infantil. Há também

espaços que permitem o convívio social e o desenvolvimento motor, tais como quadra

esportiva e parque infantil, possuem equipamentos complementares como copiadora e

acesso à internet.

Infraestrutura avançada: Estão existentes nela dentre as três categorias uma

infraestrutura escolar mais próxima de ser a ideal, com a presença de laboratório de

ciências e dependências adequadas para atender estudantes com necessidades

especiais.

Segundo Censo Escolar 2014, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apenas 4,2% das 151.884 das escolas públicas do Brasil

contam apenas com água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha em sua

infraestrutura. Em 72,5% das escolas não a bibliotecas e ainda a 13mil escolas sem luz.

Outro ponto a ser destacado pela pesquisa é a desigualdade social entre as regiões. Das

24.079 unidades de ensino da Região Norte, 71% podem ser consideradas no nível elementar.

No caso do Nordeste, esse índice ainda se mantém alto, mas cai para 65%. Em todas as

regiões a taxa de colégios públicos classificados como de infraestrutura avançada não passa

dos 2%.

O Estado com pior infraestrutura escolar é o Amazonas só 7% das escolas no Estado

incluindo os públicos e privados são acessíveis e apenas 12% têm sanitários de fácil acesso.

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Os outros dois Estados piores são Maranhão e Pará, com 11%. Os melhores são Mato Grosso

(54%), Goiás (43%) e Rio Grande do Sul (39%).

Com relação apenas às escolas públicas estaduais, municipais e federais no Amazonas

só 6% contam com itens básicos de acessibilidade como rampas, corrimãos e sinalização. E só

10% contam com sanitários adaptados para deficientes. O Estado tem 5.247 escolas públicas,

188 com dependências acessíveis e 500 com sanitários adaptados aos portadores de

deficiência. No caso das 4.536 escolas públicas municipais, a situação é bastante critica só 2%

tem dependências acessíveis as pessoas com deficiências e 7% tem sanitário com

acessibilidade. Os números revelam as barreiras para se cumprir um princípio básico previsto

por lei: o direito de todas as crianças de frequentar uma escola.

4 ATUALIDADES DA ESCOLA PÚBLICA

O processo de ampliação da escolarização básica no Brasil começou em meados do

século XX, e o seu desenvolvimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos

anos 1970 e início dos anos 1980.

Com isso esclarecido, podemos nos voltar aos dados nacionais: O Brasil ocupa o 53º

lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA), mesmo com o programa social que

incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora

da escola (IBGE), o analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em

28% no ano de 2009 (IBOPE), 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda

não conseguem ler (Todos pela Educação), 20% dos jovens que concluem o ensino

fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita

(Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).

(BRASIL ESCOLA, 13/08/2015).

Enquanto isso, continua-se longe de atingir a meta de alfabetizar todas as crianças até

os 8 anos de idade e com um baixo desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na

média de 0 a 10, os estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do

país é de chegar a 6 em 2022.

Existem muitas dificuldades na educação brasileira, especialmente na educação

pública. São diversos os fatores que proporcionam resultados negativos, um exemplo disso

são as crianças que se encontram no 6º ano do ensino fundamental e não dominam habilidade

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de ler e escrever.

Praticamente todos os profissionais que atuam na educação recebem baixos salários,

professores frustrados que não exercem com profissionalismo e tendem a encarrar as

dificuldades diárias da realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos

filhos, entre muitos outros agravantes.

Em setembro de 2006, firmou-se um compromisso denominado de Todos pela

Educação. Nessa mobilização ficaram definidas algumas metas a serem alcançadas até 7 de

setembro de 2022. São elas: Todo indivíduo com idade entre 7 e 17 anos deverá estar na

escola, todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura, os alunos deverão ter

acesso a todos os conteúdos correspondentes a sua série, todos os alunos deverão concluir as

etapas de estudo (fundamental e médio), garantia de investimentos na Educação Básica

(Todos pela Educação).

No Brasil, o ensino público para escolas de ensino fundamental é, conhecido por

ter qualidade inferior em relação ao ensino privado, embora colégios militares constituam

exceções, pois, normalmente, estão entre os melhores colégios do país. Para o ensino médio,

contudo, o ensino público consegue obter escolas de melhor qualidade, como, por

exemplo, escolas de nível federal, escolas técnicas estaduais (ETEs). Além da questão de

qualidade, as escolas públicas brasileiras também apresentam, como entraves, a violência, a

baixa remuneração dos docentes, a falta de infraestrutura e as constantes greves.

Números que retratam os problemas da educação brasileira: Hoje, no Brasil, de 97%

dos estudantes com idade entre 7 e 14 anos se encontram na escola, entretanto, o restante

desse percentual, 3%, respondem por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com idade

escolar que estão fora da sala de aula. Para cada 100 alunos que entram na primeira série,

somente 47 terminam o 9º ano na idade correspondente, 14 concluem o ensino médio sem

interrupção e apenas 11 chegam à universidade. 61% dos alunos do 5º ano não conseguem

interpretar textos simples, 60% dos alunos do 9º ano não interpretam textos dissertativos, 65%

dos alunos do 5º ano não dominam o cálculo, 60% dos alunos do 9º ano não sabem realizar

cálculos de porcentagem. (Brasil Escola)

A escola é importante na formação do indivíduo, já que a educação é importante na

formação social, a escola que tem como função orientar e preparar o indivíduo para atuar na

vida social. Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um

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modo ou de muitos, todos envolvem-se com ela: para aprender, para ensinar, para aprende-e-

ensinar. Para ser ou conviver, todos os dias mistura-se a vida com a educação.

A escola, na teoria, no plano de gestão, funciona mas a realidade é outra, os

educadores e funcionários não estão muito empenhados com as propostas pedagógicas o que

se tem é uma realidade frustrante, pois a direção não permite criar um ambiente adequado a

um ensino de qualidade, alunos estão na escola simplesmente para passar de ano ou porque os

pais não os suportam em casa.

O que é preciso ser revisto nas escolas é a falta de condições necessárias para um

ambiente harmonioso, condições necessárias para o desenvolvimento de um projeto

pedagógico capaz de lidar com os novos desafios da educação, da globalização e tecnologia.

O sucesso da escola está comprometido com a implantação da cultura de mudança, de

contínuo aperfeiçoamento, sendo que estes alunos precisam é serem disciplinados e

integrados novamente a um regime escolar que os fará serem pessoas melhores. O aluno deve

sair da sala de aula com alguma bagagem para a sua vida, a contribuição do educador é

mostrar o caminho, pois tudo que se és na vida tem a ver com o que se aprende na escola, que

não é apenas transmitir conhecimentos numerosos ao aluno, mas principalmente de criar nele

um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que oriente em sentido,

não durante a infância, mas por toda a vida.

5 A ESCOLA BANDEIRANTES

No ano de 1962, ainda distrito do munícipio de Passo Fundo, iniciaram-se as buscas na

conquista de recursos para a construção de uma escola de 1º grau no então distrito de Sertão.

Foi com empenho e organização que formou-se uma comissão com a participação do

pároco o Padre Máximo Cogheto, o senhor Antoninho José Rossetto e o senhor Hugo

Piovesan para pleitar a criação de um ginásio junto às autoridades estaduais, em Porto Alegre.

Através do Secretário da Educação e Cultura, o Deputado Ariosto Ieger conseguiu-se marcar

audiência com o Sr. Governador Ildo Menegheti e este prometeu estudar o assunto.

Na expectativa da resposta a comunidade organizou-se e colocou a disposição do

Secretário da Educação uma casa de madeira com condições para funcionar o ginásio, bem

como uma lista de pessoas que poderiam atuar como professores. Entre os colaboradores,

destacamos os senhores Pedro Piovesan, João Bueno, Marciano Pereira da Silva. Os

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professores Antoninho José Rossetto e Maria Inês Bernardon de Cesaro instalaram um curso

preparatório para o exame de admissão.

O professor Santo Scaravelli foi designado o diretor do novo ginásio, que no dia 28 de

março de 1963, com duas turmas de 1ª série, teve sua aula inaugural proferida pelo professor

Hipólito Kuntz, coordenador do Ensino Secundário e na formatura do ano de 1966 foi

paraninfo da primeira turma de formandos.

Salientamos que Sertão foi uma das poucas localidades do Rio Grande do Sul a

conseguir um ginásio antes da emancipação. Isso mostra o desempenho da comunidade. A

escola teve 12 diretores, até o momento.

Durante a administração municipal de Ernesto Scwartz e Severino Orso, foi construído

o atual prédio em alvenaria com auxílio de verbas estaduais, onde atualmente funciona a

escola.

Na 1ª reunião de professores realizada em 1963, foi escolhido o nome GINÁSIO

ESTADUAL BANDEIRANTES, no sentido de ligar os nomes Sertão e de desbravamento,

nome sugerido pelo Padre Máximo.

O dia do Bandeirantes é comemorado em 14 de novembro. O Bandeirantes tem aberto

novos caminhos para o povo sertanense e vem crescendo com o município. Durante estes anos

de caminhada ocorrem algumas transformações:

- em 1994 ocorreu a unificação da Escola Estadual Ângelo Bernardonn (1ª a 5ª séries),

com a Escola Estadual Bandeirantes (de 5ª a 8ª séries), passando a denominar-se Escola

Estadual de 1º grau Bandeirantes.

- em 1997, realizou-se um concurso com a orientação da Prof. Isabel Orso Zilio com o

objetivo de envolver os alunos na criação de um hino que representasse a escola. Após

avaliação da letra de vários grupos foi selecionado o elaborado pelos alunos da Turma

81/1997 com a melodia “Oração das Famílias”, o qual passou a fazer parte dos símbolos

oficiais da escola e é cantado semanalmente pelos alunos.

- em 2000 a escola recebe o nome de Escola Estadual de Ensino Fundamental

Bandeirantes.

- Em 2002 com 39 anos a Escola conquista um novo sonho: a Quadra Poliesportiva

Coberta.

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A Escola Estadual de Ensino Fundamental Bandeirantes luta por uma educação mais

humanizadora onde por ela passaram muitos alunos que guardam boas lembranças e com

certeza sentem saudades.

Para isso, a escola contou com uma brilhante equipe de dirigentes, professores e

funcionários que engrandecem a escola com sua sabedoria e honestidade e ajudaram a

construir a história.

Atualmente a escola conta com uma área construída de 1.538,526 m², sendo que a área

total do terreno é de 6.349,77 m².

Nas dependêncas físicas da escola contamos com 30 salas de aula, estas distribuídas

em sala de aula, biblioteca, sala de aula digital, salas de administração, cozinha, banheiros,

sala de jogos e sala de vídeo.

6 METODOLOGIA

Após o desenvolvimento do artigo e a leitura sobre a metodologia com base no livro

Metodos de Pesquisa da URGS/RS, verifica-se o que segue: a pesquisa é uma atividade que

busca descobrir e interpretar fatos que estão inseridos em uma realidade.

Quanto a abordagem a pesquisa é qualitativa, pois busca explicar os fatos,

compreender e relacionar com o contexto em que está inserido fazendo relações com o todo.

Também nesta abordagem buscou-se as diverasa fontes de informação proporcionando a

produção de novas informações, valores e atitudes.

Quanto a natureza a pesquisa foi aplicada e quanto aos objetivos a pesquisa se

caracteriza como explicativa, pois se descreveu fatores que contribuíram para o entendimento

da mesma. Quanto aos procedimentos é possível buscar respostas entendendo o processo

abrodado, sendo assim o trabalho desenvolvido tem cunho bibliográfico, pois a partir do

levenatamento de referências já publicadas sobre o assunto, buscando respostas.

7 RESULTADOS E ANÁLISE

A partir de uma visita na escola e de uma conversa com a direção, obteve-se a

informação de qual seria o problema e em qual turma o mesmo era mais grave. Planejou-se a

atividade de intervenção para uma turma de 30 alunos de 5º ano, após alguns ajustes do plano,

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marcou-se o dia para aplicar a prática. Na tarde do dia 22/09/2015, acompanhadas pelo

professor orientador, as acadêmicas ministraram a aula por duas horas (13 h e 15min ás 15 h e

15min). Primeiramente fez-se um levantamento com o conhecimento que cada estudante

possuía sobre o bullying, obteve-se ótima participação, construíu-se juntos o que seria o

bullying, após esse momento assistiu-se um vídeo executado pela Turma da Mônica que

complementava e também explicava as formas e como combater o bullying. Com o intuito de

compreender mais sobre o assunto, professora Luciene, diz:

Tratar de bullying é abrir uma oportunidade de considerar um fenômeno muitas

vezes escondido, porque infelizmente, os casos de bullying na maioria das escolas, não são tratados do ponto de vista psicológico e do ponto de vista da sua

especificidade; eles são tratados como indisciplina, incivilidade, como a quebra de

uma norma ou regra pública que é da escola. (TOGNETTA, 2005, p.02)

No segundo momento da aula prosseguiu-se com as atividades, auxiliando os

educandos a pensarem em qualidades e confeccionou-se um painel que foi utilizado na

dinâmica “A Teia”. Em seguida, caracterizar-se-ia o meu amigo com uma ou mais qualidades

até que todos pudessem participar. Para encerrar fez-se comentários sobre a aula e o tema

abordado enquanto tocava uma música calma e tranquila. A atividade se realizou com muito

empenho, dedicação e eficiência das acadêmicas.

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Fonte: Dados da Pesquisa, 2015.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do trabalho acima exposto, pode-se perceber que os objetivos propostos nos

primeiros encontros e todo o planejamento desenvolvido, obteve-se muitas considerações que

acrescentaram na futura profissão.

Entender e compreender mais sobre toda a estrutura da escola pública, desde suas

primeiras escritas e tentativas de alfabetizar o povo que não tinha conhecimento sobre os

estudos e muito menos de fazê-los dentro de escolas. Como fomos um país colonizado com o

objetivo de exploração, de retirada de nossas riquezas e de genocídio e escravidão, pouco se

preocupavam em educar e formar cidadãos cultos.

Com muita persistência, mudanças, projetos e pessoas envolvidas em transformar a

nossa educação, obtivemos muitas conquistas e uma legislação para auxiliar e amparar o

processo educacional brasileiro que foi se aplicando e idealizado em nossas instituições de

ensino, que hoje formam anualmente milhares de jovens e adolescentes, onde muitos

prosseguem os estudos e chegam ao nível superior.

Diante de avanços em todas as esferas e de um mundo globalizado onde os efeitos

mundiais são sentidos localmente, necessitamos de profissionais atentos e abertos a mudanças

para compreender melhor os seus educandos e assim ajuda-los a progredir desmistificando a

realidade de cada um. O educador tem um papel e um potencial de transformar a vida dos

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seus alunos através da beleza do educar, do ato de ensinar e isso muda não só aquele

momento mas todo o processo de formação deste educando. Celso Vasconcellos, em sua fala

deixa bem claro o quanto importante é estar aberto a novas aprendizagens.

Uma das aprendizagens mais importantes que o ser humano deve fazer na vida e,

portanto, também na escola, é de que as coisas podem mudar, que a configuração de mundo que temos hoje é uma, e não a única. Pode ser transformado! A

transformação se dará pela ação dos sujeitos. Portanto, coloca-se todo o problema da

liberdade, da opção. (VASCONCELLOS, 2007, p.04)

Enfim, este processo de educar e de trabalhar com a educação todos os dias exige

muito mais que empenho e dedicação, exige compromisso de todos os envolvidos em

desempenhar o seu papel com clareza para que se possa alcançar os objetivos e metas traçados

nos planos federais, estaduais e municipais.

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