cartilha pec das domésticas

Domstica Legal www.domesticalegal.com.br 1

PEC das Domsticas Direitos e deveres de Patres e empregados2

Ttulo: Cartilha PEC das Domsticas - Direitos e deveres de patres e empregadas

Autoria: Mario Avelino

Redao: Luisa Medeiros

Reviso: Luisa Medeiros

Arte de capa: Thiago Corra

Diagramao: Augusto Duarte

Realizao: Domstica Legal - O Departamento Pessoal do Empregador Domstico.

Todos os direitos reservados.

O contedo desta Cartilha faz parte do livroEmprega Domstica Novos direitos edeveres dos patres e empregados, que serlanado em 28 de agosto de 2015.


Consideraes do AutorA sano presidencial da lei complementar 150 de 01/06/2015,

que regulamentou a PEC das Domsticas (Emenda Constitucional

72/2013) representa claramente o incio de uma era com direitos

e deveres melhor definidos no emprego domstico brasileiro. A

lei aprovada justa, equilibrada e exequvel que olha tambm

o empregador domstico j que reduziu a contribuio do

INSS patronal de 12 % para 8% e manteve a deduo do

INSS na Declarao Anual de Ajuste do Imposto de Renda

para o empregador domstico que usa o Modelo Completo.

O empregador domstico no empresa e o servio domstico

no gera lucro para quem o contrata. Sendo assim, o REDOM

(Programa de Recuperao Previdenciria dos Empregadores

Domsticos) foi um ponto forte da regulamentao, j que

permitir o refinanciamento da dvida do INSS em at 120

meses, anistiando a Multa por Atraso, e reduzindo 60% dos

Juros de Mora. Isto deve estimular os empregadores informais

a assinarem a Carteira de Trabalho dos empregados com a data

que de fato foram admitidos, alm de incentivar os empregadores

formais com dbito no INSS a fazerem esta regularizao.

Outro ponto positivo foi a criao do Simples Domstico que

facilitar as rotinas dos empregadores, j que o sistema

elaborado pela Caixa Econmica Federal reunir em um nico

boleto o INSS, FGTS, antecipao da multa por demisso sem

justa causa, seguro acidente de trabalho e imposto de renda,

caso haja. Ns do Portal Domstica Legal consideramos que

a Lei est boa para empregados e empregadores domsticos,

no dando motivos a demisses, estimulando a formalidade.


ndice

1 O que a PEC das Domsticas?............................................06

Leis que regulamentam o Emprego Domstico..................07

Os direitos j existentes desde 1972...............................07

O que j est em vigor desde 2013.................................08

Direitos que foram regulamentados em junho de 2015.......09

Valem a partir de outubro de 2015..................................09

No regulamentado.......................................................09

O que pode ser descontado da empregada domstica

na folha de pagamento...................................................10

2 O que define a empregada domstica....................................10

Classificao brasileira de ocupaes (CBO)......................11

3 Diarista.............................................................................12

4 Rotinas de um empregador Domstico..................................14

Na admisso.................................................................14

Mensalmente...............................................................14

Eventualmente.............................................................15

Anualmente.................................................................15

No momento da resciso................................................16

5 Novos custos do empregador................................................17

Os custos de um empregador domstico legal x empregador

domstico informal........................................................20

Vantagens do empregador domstico em assinar a carteira

de trabalho de sua empregada domstica.........................26

O que mais barato: Ter uma empregada domstica ou uma

diarista?......................................................................26

6 Contratao e documentos..................................................29


Contratos: Experincia e tempo determinado..................31

7 Controle de ponto do empregado........................................33

8 INSS..............................................................................35

9 Horas extras e banco de horas...........................................36

Horas positivas x Horas negativas..................................37

10 Adicional noturno............................................................38

11 Adicional de viagem........................................................39

12 FGTS e multa por demisso sem justa causa.......................40

13 Seguro desemprego........................................................42

14 Adicional de viagem........................................................43

15 Seguro contra acidentes de trabalho...................................44

16 Aviso prvio trabalhado...................................................46

17 REDOM..........................................................................47

18 Simples Domstico.........................................................48

19 Regime parcial................................................................49

20 Fiscalizao...................................................................51

Anexo 1 Modelo de folha de ponto......................................52


1 | O que a PEC das Domsticas?

Vamos comear compreendendo o que significa PEC, para

simplificar a conversa. A sigla PEC Proposta de Emenda

Constituio. Trocando em midos, um projeto que prope uma

mudana na Constituio do Brasil. No caso especfico da emenda

constitucional 77/2013 que ficou popularmente conhecida como

PEC das Domsticas, o objetivo central da mudana era alterar o

pargrafo nico do art. 7 da Constituio Federal com o objetivo

de estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os

trabalhadores domsticos e demais trabalhadores urbanos e rurais.

Essa alterao era necessria j que de acordo com dados do

PNAD 2012 ( Pesquisa Nacional de Amostra por Domiclio) 70%

dos empregados domsticos so informais, ou seja, no possuem

carteira assinada. Mesmo os empregados que possuem vnculo

formal de emprego ainda estavam distantes de direitos garantidos

aos demais trabalhadores de diferentes categorias profissionais,

tais como o FGTS, a multa de 40% sobre o saldo acumulado no FGTS

para casos de demisso sem justa causa por parte do empregador, o

seguro desemprego, seguro acidente de trabalho e o salrio famlia.

Outros critrios como a definio da jornada de trabalho,

o pagamento de adicionais por servios desempenhados

em perodo noturno ou durante viagem a pedido do patro

ainda precisavam de definies legais. Ainda neste grupo de

determinaes que permaneciam pendentes estava a definio

de quando o vnculo empregatcio se tornava obrigatrio,

a proibio da contratao de menores de 18 anos como

empregados domsticos e o controle de ponto e branco de horas.


Leis que regulamentam o Emprego Domstico

A Lei 5.859 estabelece os direitos e obrigaes do empregado

domstico e do empregador desde 11 de novembro de 1972 e foi sub-

stituda pela Lei Complementar 150, sancionada em 01 de junho de

2015. Existem ainda as Leis 11.324 de 19/06/2006, que estabeleceu

a deduo do INSS no Imposto de Renda do empregador domsti-

co e a 12.964, que foi sancionada em 08/04/2014, estabelecen-

do multas para o empregador domstico que no cumpre a Lei.

Os direitos j existentes desde 1972

Desde 11/11/1972 com a Lei 5.859, e posteriormente com outras

Leis, os empregados domsticos j tinham e continuam tendo os

seguintes direitos:

Receber o pagamento mensal at o quinto dia til do ms

seguinte ao ms de trabalho;

Ter a garantia de salrio mensal em caso de afastamentos

por Doena e Maternidade;

Ter a garantia de Frias de 30 dias + o Abono de 1/3 de

Frias para cada ano trabalhado;

Ter direito ao 13o. salrio, pago a primeira parcela em

novembro e a segunda em dezembro;

Ter estabilidade no emprego at o quinto ms aps o par-

to;

Ter a possibilidade de o patro depositar o FGTS. No

obrigatrio o patro depositar o FGTS, caso deposite, ter direito

a multa de 40% sobre o saldo do FGTS em caso de demisso


sem justa causa.

Receber o Seguro Desemprego (um salrio mnimo) por

trs meses, caso o patro tenha depositado o FGTS pelo mnimo

de 15 meses, desde a admisso at a data de demisso e, tenha

demitido a empregada domstica sem justa causa;

Direito a descansar nos domingos e feriados, ou pelo menos

um dia na semana;

Aposentadoria por tempo de trabalho, idade ou por invali-

dez,;

Aviso Prvio de 30 dias, caso o patro resolva demitir a

empregada sem justa causa;

Licena Paternidade de 5 dias, quando a mulher tem filho

(para o homem);

Licena Maternidade sem prejuzo do salrio, por no mni-

mo 120 dias;

Vale-Transporte, quando a empregada usa conduo para ir

e vir do trabalho;

Recebimento de penso equivalente, pelos filhos menores,

no caso de morte do empregado domstico, pagos pela Previdn-

cia Social.

O que j est em vigor desde 2013

A PEC foi promulgada em Abril de 2013. Veja a lista do que j est em vigor desde ento:

Recebimento de um salrio mnimo ao ms; ou piso re-gional para os estados que possuem; Pagamento garantido por lei; Jornada de trabalho de 8 horas dirias e 44 horas sema-


nais; Hora extra; Direito a trabalhar em local onde sejam observadas todas as normas de higiene, sade e segurana; Empregador tem que respeitar regras e acordos de con-venes coletivas; Proibio de diferenas de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivos de sexo, idade, cor ou esta-do civil; Proibio de discriminao em relao ao portador de defi-cincia;

Direitos que foram regulamentamos em junho de 2015

Passaram a valer a partir de 02 de junho de 2015:

Adicional noturno; Adicional de viagem; Controle obrigatrio de ponto do empregado; Utilizao do banco de horas.

Valem a partir de outubro de 2015

Reduo da alquota do INSS do empregador de 12% para 8%; FGTS; Seguro Acidente de Trabalho; Antecipao da Multa de 40% do FGTS; Seguro Desemprego; Salrio Famlia; No foi regulamentado;

No regulamentado

Auxilio creche.


A empregada no tem direito ao PIS (Programa de Integrao

Social), que um Abono Salarial de um salrio mnimo, e pago

para empregados que ganharam at dois salrios mnimos no ano

anterior.

O que pode ser descontado da empragada domstica na folha de pagamento

Vale-Transporte, at 6% do salrio-base;

Atrasos e faltas ao servio no justificadas e, o domingo

de descanso da semana quando existir faltas no abonadas na

semana;

Contribuio Previdenciria, de acordo com a tabela do

INSS vigente no perodo do desconto. O percentual varia de 8%

a 11% de acordo com a remunerao (salrio + Horas extras

Faltas, etc.) recebida no ms;

Penso Alimentcia, o caso do empregado separado, que tem

uma sentena que determina o pagamento da penso;

Aluguel, quando o imvel no o local de trabalho;

Telefonemas interurbanos.

Art. 1 Lei Complementar 150 de 01/06/2015:Ao empregado domstico, assim considerado aquele que presta servios de

forma contnua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade no lucrativa pessoa ou famlia, no mbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias

por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.

2 | O que define a empregada domstica


Legalmente, uma pessoa pode prestar servios no ambiente

domstico para uma mesma famlia, sem constituir vnculo

empregatcio, no mximo dois dias por semana, o que seria

um servio de diarista. O que significa que a partir de trs

dias semanais de servios prestados de forma contnua, em

uma mesma casa, j considerada a existncia do vnculo de

emprego. Se o empregador estiver em uma situao como

esta, e ainda assim optar por manter a relao na informalidade

poder sofrer aes trabalhistas quando dispensar os servios.

Isto acontece porque se a empregada ao deixar de trabalhar para a

famlia decidir entrar com um processo trabalhista, afirmando que

prestava servios na residncia trs vezes ou mais por semana e

que no possua a carteira assinada, poder ganhar a causa. Se isto

acontecer, o empregador poder ser condenado ao pagamento dos

direitos trabalhistas referentes ao tempo que utilizou os servios

da profissional. Para evitar este tipo de transtorno, o empregador

precisa manter a relao de trabalho dentro da lei. Se passar de

dois dias de servio semanalmente, precisa assinar a carteira

e assegurar o cumprimento de todos os direitos trabalhistas.

Veja na tabela abaixo, extrada do Portal Domstica Legal, a relao

dos cargos considerados no emprego domstico e as respectiva

numerao na Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO):

CARGO OU FUNO CLASSIFICAOBRASILEIRA DE

OCUPAES (CBO)

Acompanhante de Idosos 5162-10Arrumadeira 5121-10


Assistente Domstico 2516-05Assistente Pessoal 5402-05Bab 5162-05Caseiro 5121-05Cozinheira 5132-10Cuidador de Criana 5162-10Dama de Companhia 5162-10Empregada Domstica 5121-05Enfermeira 2235-05Faxineira 5121-15Garon 5134-05Governanta 5131-05Jardineiro 6220-10Lavadeira 5163-05Marinheiro 7827-25Moo de Convs 7827-15Mordomo 5131-05Motorista 7823-05Passadeira 5163-25Piloto 0413-50Vigia 5174-20

Quando a famlia necessita dos servios de um trabalhador

domstico por um ou dois dias na semana, apenas, ento este

trabalhador poder ser tratado como profissional autnomo. Neste

caso, no temos a figura do empregador, mas sim do contratante.

Isto, porque no se constitui vnculo empregatcio entre o dono

da residncia aonde os servios so prestados e o prestador.

Os profissionais que trabalham como diaristas no esto includos nos

direitos e deveres previstos pela legislao que regem as domsticas.

3 | Diarista


Antes de comear a usar os servios de um profissional que

ser remunerado por diria, o contratante deve estar atento a

alguns documentos que precisar fornecer. No Portal Domsti-

ca Legal todos os modelos esto disponveis de forma gratuita.

Veja quais os documentos devem ser fornecidos:

Assim que firmar a prestao de servios com o profis-

sional (Ex: faxineira, baby sitter, jardineiro) o contratante dever

apresentar um documento em que as duas partes afirmam que a

relao no constitui vnculo de emprego, especificando os dias em

que o trabalho acontecer, o tempo de durao e o tipo do servio.

Contratante e diarista devero assinar o termo;

A remunerao pelo servio prestado dever ser paga ao

profissional sempre no dia em que o trabalho for executado. Todas

as vezes que o pagamento for realizado, o contratante dever for-

necer um recibo datado contendo o valor pago, que ser assinado

pelo diarista;

Quando o contratante ou o diarista decidir cessar a prestao

do servio, um termo formalizando a deciso dever ser assinado

pelas duas partes.

No Portal Domstica Legal, possvel baixar gratuitamente a Car-

tilha Direitos e deveres das diaristas e contratantes.


Para cumprir a lei trabalhista e previdenciria se manter resguarda-

do de aes legais, o empregador deve seguir as seguintes rotinas:

Na admisso:

Assinar a carteira de trabalho no primeiro dia de trabalho

da empregada domstica;

Fazer um Contrato de Trabalho ou de Experincia. (Modelos

disponveis no portal Domstica Legal);

Preencher o Termo de Uso ou No Uso de Vale Transporte;

Pegar a Certido de Nascimento dos filhos com idade at 14

anos ou portadores de necessidades especiais, para o recebimento

do salrio famlia;

Fazer exame mdico admissional.

Mensalmente:

Obrigatrio ter um controle de ponto que pode ser manual,

mecnico, sistemas via internet ou telefone fixo na residncia do

empregador. Pelo Portal Domstica Legal, o empregador tem gra-

tuitamente o sistema de Ponto Eletrnico Inteligente e o sistema

de Ponto Fixo, por telefone, que pode ser testado gratuitamente

por 45 dias para teste;

Calcular e emitir o recibo de pagamento, com desconto de

INSS e vale transporte se houver;

Calcular e pagar horas extras;

4 | Rotinas de um Empregador Domstico


Calcular e pagar adicional noturno;

Calcular e pagar repouso semanal remunerado sobre horas

extras e adicionais noturnos;

Preencher a guia de recolhimento ou carn do INSS, juntan-

do a parte do empregador e o descontado do empregado;

Recolher o FGTS;

Recolhimento do imposto de renda descontado do empre-

gado;

Comprar o vale transporte;

Atualizao da carteira de trabalho em caso de frias, au-

mento salarial, mudana de cargo, afastamentos como doena e

salrio maternidade;

Acompanhar as mudanas das leis trabalhistas, previ-

dencirias e tributrias, que incidem no emprego domstico.

Eventualmente:

Acordo de banco de horas;

Acordo de compensao de horrio;

Acordo de adicional de viagem;

Acordo de reduo de intervalo de refeio;

Afastamento por doena;

Afastamento PPR Acidente de Trabalho;

Afastamento por licena maternidade;

Outras eventualidades.

Anualmente:

Calcular e pagar a primeira parcela do 13o salrio at o dia


30 de novembro;

Calcular e pagar a segunda parcela do 13o salrio at o dia

20 de dezembro;

Recolher o INSS sobre o 13o salrio at o dia 20 de dezem-

bro;

Calcular e emitir aviso de frias e recibo de frias, com

opo de clculo de abono pecunirio (venda de 1/3 de frias);

Se houver horas extras, adicional noturno e repouso sema-

nal remunerado, ter mdia no clculo do 13 salrio e das frias.

Gerar declarao de rendimentos do Imposto de Renda, se

houver;

Gerar a DIRF sobre o Imposto de Renda para a Receita Fed-

eral se houver;

Fazer no ms de maro de cada ano o desconto da con-

tribuio sindical de um dia de salrio do empregado e recolh-la

no ms de abril de cada ano;

Fazer no ms de janeiro de cada ano a contribuio sindical

patronal, de acordo com o sindicato patronal domstico de sua

localidade, se houver.

No momento da resciso:

Calcular o termo do recibo de resciso de contrato, com os

seguintes clculos:

Saldo de salrio

- 13o salrio proporcional

- Frias indenizadas ou proporcional

- Aviso prvio

- Desconto de INSS sobre salrio e 13o salrio separado


- Imposto de renda

- FGTS

- Multa de 40% sobre o saldo do FGTS se demitir o empregado

sem Justa Causa

- mdias de horas extras

- adicional noturno

- repouso semanal remunerado, se houver, para Frias, 13.

Salrio e Aviso Prvio.

Fazer carta de demisso ou pedido de demisso

Fazer exame demissional;

Fazer Documento para recebimento de Seguro Desem-

prego.

A Domstica Legal disponibiliza solues para todas as rotinas cit-

adas e a folha de pagamento de sua empregada, gratuitamente

por 30 dias. Aps o perodo de teste o portal disponibiliza planos

de assinatura a partir de R$ 10,75, por ms, e processa a folha de

pagamento de quantos empregados e diaristas o cliente necessitar.

Os custos mensais dos empregadores sero impactados pe-

las novas regras da PEC das domsticas. O custo para manter

um empregado domstico formalizado antes da regulamenta-

o era de 12% sobre o salrio pago, referente a alquota pa-

tronal do INSS. A partir do pagamento do ms de outubro de

2015, o total das novas despesas somar 20% sobre a remu-

nerao da empregada, sendo este percentual composto por:

5 | Novos custos do empregador


8% do INSS;

8% do FGTS;

3,2% da antecipao da multa por demisso sem justa cau-

sa;

0,8% do seguro acidente de trabalho.

vlido destacar a reduo da contribuio patronal do INSS de

12% para 8%.

Veja como ficam os novos custos:

Item de despesa

(percentuais calculados sobre a re-

muneraom da empreda

1 salrio mnimo

federal (R$ 788,00)

2 salri-os (R$

1.000,00)

3 salri-os (R$

1.576,00)

INSS = 8% R$ 63,04 R$ 80,00 R$ 126,08FGTS = 8% R$ 63,04 R$ 80,00 R$ 126,08Antecipao da multa de 40% do FGTS em caso de demisso sem justa causa = 3,2%

R$ 25,22 R$ 32,00 R$ 50,44

Seguro aci-dente de tra-balho = 0,8%

R$ 6,30 R$ 8,00 R$ 12,60

Total durante o contrato de trabalho = 20%

R$ 157,60 R$ 200,00 R$ 315,20

Custo anterior = 12% INSS

R$ 94,56 R$ 120,00 R$ 188,04


Aumento de custo em relao a situao atual durante o contrato de trabalho

R$ 63,04 R$ 80,00 R$ 127,16

Se o empre-gado NO for demitido sem justa causa pelo empregador domstico, ter a mul-ta de 40% ressarcida = -3,2%

R$ 25,22 R$ 32,00 R$ 50,44

Aumento em relao a situao atual se o empre-gado no for demitido sem justa causa. O empregado resgatar a antecipao de 3,2% da multa do FGTS no final do contrato = 16,8%

R$ 132,38 R$ 168,00 R$ 264,76

Se usar o modelo com-pleto na declarao an-ual de imposto re renda, res-sarcimento de 8% no INSS

R$ 63,04 R$ 80,00 R$ 125,36


Custo m-dio mensal para este empregador domstico que deduz o INSS no Imposto de Renda = -8,00%

R$ 112,56 R$ 136,96 R$ 201,72

Os custos de um empregador domstico legal x um em-pregador domstico informal

O quadro abaixo apresenta a relao de custos de um em-

pregado dentro da lei em comparao com um infor-

mal, tomando como exemplo uma pessoa que recebe um

salrio de R$ 1.000,00 e R$ 120,00 de vale-transporte.

Comparao entre os custos de um empregado remu-

nerado conforme determina a lei versus revelia da lei:

Custo do ms Legal (R$) Informalw (R$)1.1 Salrio 1.000,00 1.000,001.2 INSS do em-pregador (8%)

80,00 0,00

1.3 FGTS (8%) 80,00 0,001.4 Provisiona-mento da multa em caso de demisso sem justa causa (3,2%)

32,00 0,00

1.5 Seguro aci-dente de trabalho (0,8%)

8,00 0,00


Subtotal 1.200,00 1.000,001.6 INSS (8%) no considerado como custo mensal, mas se houver uma ao trabalhista o empregador in-formal vai ter que pagar a parte do empregado

0,00 (+) 80,00

1.7 Se houver Vale Transporte, encarecer nos dois casos, s que o empregador Fora da Lei no ter o res-sarcimento de 6%

(-) 60,00 (+) 60,00

Total do custo mensal do em-pregador = Mais 20% sobre o salrio pago

1.200,00 1.140,00

2 Provisionamen-to dos custos anuais no ms2.1 1/12 avos de 13 Salrio

83,33 0,00

2.2 1/12 avos de Frias

83,33 0,00

2.3 1/12 avos de 1/3 de Frias

27,78 0,00

Subtotal 194,44 0,002.4 INSS (8%) + FGTS (8%) + Pro-visionamento multa por demisso sem justa causa (3,2%) + 0,8% de Seguro Acidente de Tra-balho = 20%

38,89 0,00


Total do provision-amento mensal = Mais 23,33% so-bre o salrio pago

233,33 0,00

3 Total do custo mensal + provi-sionamento 13 salrio e frias = Mais 49,33% sobre o salrio pago.

1.433,33 1.140,00

4 Custo a mais do empregador LEGAL

293,33

5 Se o empre-gador domstico usar o modelo na declarao anual de Imposto de Ren-da, ele restitui no prximo ano o INSS recolhido, tendo como base o salrio mnimo federal, que em 2015 de R$ 788,00

-75,30

5.1 Custo a mais do empregador LEGAL se deduzir o INSS no Imposto de Renda anual

1.358,03

6 Para o empre-gador que banca o INSS do empregado domstico e no desconta os 6% do Vale Transporte.


6.1 uma obrigao do em-pregado domstico contribuir com o INSS, cujo desconto varia de 8% a 11% de acordo com o salrio recebido. Nada impede do empregador pas-sar a descontar o INSS do empregado para compensar o aumento de custo do FGTS.= -8% a 11%.

80,00

6.2 um direito do empregador domstico descon-tar 6% (seis por cento) do salrio do empregado para ressarcimento do Vale Transporte. Este valor est limitado ao valor da compra. = -6%.

60,00

6.3 Total que pode ser descon-tado para diminuir as despesas com o aumento dos custos com a aprovao da regulamentao dos novos direitos. = -14% a 17%.

-140,00

6.4 Se deduzir R$ 293,33 (Item 4) de R$ 140 (6.3) o cus-to do empregador passa para:

1.218,03


7 Possveis cus-tos do empregado ILEGAL em caso de uma ao trabalhis-ta7.1 custos men-sais7.1.1 Pagamen-to de frias, 13 salrio, caso no tenha comprovante.

194,40

7.1.2 Recolhi-mento do INSS par-te do empregador + a do empregado (16%) + multa de 20% e juros e cor-reo monetria por atraso.

235,00

7.1.3 Recolhi-mento do FGTS + Antecipao da Mul-ta de 40% do FGTS + multa por atraso de 10% + juros e correo monetria.

135,00

Subtotal (item 3 + item 7)

1.704,40

7.1.4 Custo mensal a mais do empregador ILE-GAL em relao ao LEGAL

271,07

7.1.5 Custo por ano a mais do empregador ILE-GAL em relao ao LEGAL. Utem 7.1.4 x 12 meses

3.252,84


7.2 Custos quan-do ocorrer a ao trabalhista, para o exemplo de um empregado com um ano de trabalho7.2.1 Direitos Trabalhistas + INSS e FGTS no recol-hidos por ano (item 7.1.5)

3.252,84

7.2.2 Advogado para se defender, de acordo com o valor da ao. Para uma ao de R$ 10.000,00, pois neste momento o advogado do em-pregado ir tambm pedir horas extras etc.

1.000,00

7.2.3 Multa por descumprimento da Lei, pelo menos:

678,00

7.2.4 Possvel in-denizao em caso de aposentadoria por invalidez, que pode chegar a mais de R$ 512.000,00 de acordo com a idade do emprega-do domstico

512.200,00

Possvel custo Total a mais do empregador ilegal

517.130,84


Vantagens do empregador domstico em assinar a carteira de trabalho de sua empregada domstica

No ter o fantasma de uma ao trabalhista e o custo de

um advogado;

No ter o risco de pagar em dobro: frias, 13o. salrio, etc.,

em uma ao judicial;

No ter o risco de ser condenado a pagar o INSS da empre-

gada com multa, juros e correo monetria;

No ter que pagar o salrio da empregada em casos de af-

astamentos por doena, maternidade (quatro meses);

Saber que a empregada ter o direito a aposentadoria por

tempo de contribuio, idade ou invalidez, Salrio Famlia, Seguro

Desemprego, Seguro Acidente de Trabalho. E em caso de morte da

empregada, que os filhos da mesma estaro amparados com uma

penso da Previdncia Social;

Ter uma relao transparente e duradoura;

Ser reconhecido e respeitado pela sua empregada como um

patro que cumpre seus deveres;

Deduzir o INSS na Declarao Anual de Ajuste do Imposto

de Renda, caso use o modelo Completo, at o exerccio 2019, ano

base 2018.

O que mais barato: Ter uma empregada domstica ou uma diarista?

Para quem precisa ter uma empregada domstica pelo menos trs

dias na semana, mais barato ter uma empregada domstica.

Veja porqu.


Vamos pegar como exemplo uma empregada que ganha R$

1.000,00 por ms, sem considerar o vale transporte, que pode

existir ou no, o empregador gastar por ms R$ 1.463,33, j con-

siderando um 1/12 avos de frias, 1/3 do Abono de Frias e 1/12

avos de 13 salrio.

Vamos considerar uma diarista que cobra R$ 120,00 por dia, sem

considerar o vale transporte, pois quando ela gasta com conduo

normalmente cobrado parte. Os custos so:

Quanti-dade de dias na semana

Custo ms, con-sideran-do uma diria = R$ 120,00

Custo de uma empre-gada que trabalha 5 dias na semana e ganha R$ 1.000,00 por ms.

Diferena da Dia-rista para a em-pregada domsti-ca.

Quem mais barato?

Para quem precisa por 2 dias na semana

8 dirias no ms = R$ 960,00

R$ 1.463,33

(-) R$ 503,33

A diarista

Para quem precisa 3 dias na semana

12 dirias no ms = R$ 1.440,00

R$ 1.463,33

(-) R$ 23,33

A em-pregada domstica

Para quem precisa por 4 dias na semana

Para quem precisa so-mente por 4 dias na semana

R$ 1.463,33

(+) R$ 456,33


Para quem precisa so-mente por 5 dias na semana

20 dirias no ms = R$ 2.420,00

R$ 1.463,33

(+) R$ 856,67



importante observar:

1 Se o empregador domstico usar o modelo completo na

Declarao de Imposto de Renda, ele ressarcir o INSS recol-

hido em R$ 75,30 (considerando o salrio mnimo atual de R$

788,00). Isto reduz o custo da empregada para R$ 1.418,03.

nus de quem contrata duas ou trs diaristas para comple-

tar a semana:

Duas ou trs pessoas diferentes, cada uma com uma cpia

da chave da sua casa;

Quebra de rotina para crianas e idosos que vo conviver

com pessoas diferentes ao longo dos dias;

Identificar o culpado por prejuzos eventualmente provoca-

dos e por objetos que sumam;

Pode provocar protelamento do servio entre as diaristas.

O empregador ter uma economia, mas estar perdendo o confor-

to de ter uma pessoa que diariamente est cuidando de sua casa.

E a mulher que trabalha fora, ter ainda a jornada dupla ao chegar

do trabalho.


LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 9 A Carteira de Trabalho e Previdncia Social ser obrigatoriamente apresentada,

contra recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual ter o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de admis-so, a remunerao e, quando for o caso, os contratos previstos nos incisos I e II

do art. 4o.

A primeira obrigao do empregador domstico na contratao

pegar a carteira de trabalho da empregada logo no primeiro

dia em que ela comear a trabalhar e realizar a assinatura. Isto

vlido mesmo quando o trabalhador ingressar em contrato de

experincia ou contrato por tempo determinado, sendo a ni-

ca diferena, nestes casos especficos, que a condio de ex-

perincia ou de tempo determinado, situaes que devero ser

informadas no campo anotaes gerais da carteira de trabalho.

Este tambm o momento para a assinatura do contrato de tra-

balho entre as duas partes. O documento previne ambas as par-

tes com relao aos seus direitos e estabelece os termos em que

as atividades profissionais acontecero, deixando claro inclusive

os servios a serem prestados. O Portal Domstica disponibili-

za um modelo para impresso para os clientes cadastrados.

O termo deve contar com algumas clusulas bsicas, veja:

No cabealho do contrato devem aparecer o nome com-

pleto e os documentos do empregado e empregador, o endereo

do local de trabalho, a nacionalidade do contratado, o nmero da

carteira de trabalho, a data da admisso e a funo a ser preenchi-

da;

6 | Contratao e documentos


Valor do salrio acordado e a data em que o pagamento

ser efetuado mensalmente, alm de especificar quais descontos

podero ser feitos;

Descrio das atividades relativas ao servio a ser presta-

do;

Especificao dos horrios de entrada, sada e intervalos,

alm dos dias a serem trabalhados e aqueles em que haver folga;

Questes como a obrigatoriedade ou no do uso de uni-

forme durante os servios e o ressarcimento de danos materiais

em caso de prejuzos provocados pelo empregado tambm devem

aparecer no documento;

O documento deve ser datado e assinado pelas duas par-

tes, empregado e empregador.

Ainda no primeiro dia no novo trabalho, a emprega-

da precisa fornecer seus documentos pessoais que de-

vero ser arquivados pelo empregador para consulta e uti-

lizao em documentos que necessite emitir no futuro.

Veja a relao:

Carteira de Trabalho;

Identidade (Xerox);

CPF (Xerox);

Nmero de Inscrio do NIS (antigo PIS);

Certificado de Reservista (Masculino) (Xerox);

Registro de Nascimento dos Filhos menores de 14 anos (Xe-

rox);

Carteira de Vacinao ATUALIZADA, filhos menores de 6


anos (Xerox);

Declarao freqncia escolar em Maio e Novembro de

cada ano para filhos maiores de 6 anos;

Registro de Casamento ou Nascimento se solteiro (Xerox);

Fotos 3X4;

Comprovante de residncia com endereo completo.

Contratos: Experincia e tempo determinado

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 4 facultada a contratao, por prazo determinado, do empregado domstico:

I mediante contrato de experincia;

II para atender necessidades familiares de natureza transitria e para substitu-io temporria de empregado domstico com contrato de trabalho interrompido

ou suspenso.

Pargrafo nico. No caso do inciso II deste artigo, a durao do contrato de trabalho limitada ao trmino do evento que motivou a contratao, obedecido o

limite mximo de 2 (dois) anos.

Todas as relaes de emprego precisam contar com um contrato de

trabalho, mesmo nos casos de experincia ou contratos por tempo

determinado. Quando um empregado admitido, mesmo que seja

para trabalhar por tempo indeterminado, existe a opo de inicial-

mente firmar um contrato de experincia. Este perodo pode ser

corrido ou dividido em dois perodos, desde que no exceda o limite

mximo de 90 dias. O contrato de experincia precisa estipular o

tempo de durao desta condio e caso no ocorra a renovao, pas-

sa a vigorar automaticamente o contrato por tempo indeterminado.

O objetivo do tempo de experincia que o empregador possa

conhecer melhor o empregado e sua forma de trabalhar e vice


versa, assim possvel que a forma de trabalhar sofra adequaes.

Ao final deste perodo, qualquer uma das partes pode concluir que

no deseja manter o vnculo, se a deciso for tomada por parte do

empregador, ele dever realizar todos os pagamentos pertinentes

a uma demisso sem justa causa, so eles:

13 salrio proporcional;

Frias proporcionais.

Quando a demisso acontece ao trmino do perodo de ex-

perincia no existe a obrigatoriedade do cumprimen-

to ou pagamento do aviso prvio e nem o pagamento da

multa de 40% sobre o valor acumulado na conta do FGTS.

J os contratos por tempo determinado, so permitidos de acor-

do com a regulamentao adotada para o emprego domsti-

co, desde que no substitua o contrato de trabalho tradicional

para prestao de servios por tempo indeterminado. Este for-

mato de contratao permitido para situaes transitrias.

Alguns exemplos so:

Quando o patro necessita substituir momentaneamente

uma empregada, por motivo de frias, afastamento por doena ou

licena maternidade. Nestas situaes, o contrato deve ser pro-

gramado para terminar assim que a condio que determinou a

contratao se normalize devido ao retorno da empregada fixa s

suas funes;

Quando o empregador se muda temporariamente para uma

cidade e necessita contratar uma empregada para atender apenas


durante o seu perodo de permanncia;

Quando aps o nascimento de um beb uma famlia con-

trata uma bab ou tcnico de enfermagem para trabalhar apenas

durante os primeiros meses do recm-nascido.

Os contratos temporrios no podem exceder o perodo de um

ano de durao. Durante a vigncia de um contrato temporrio

de trabalho a empregada fica protegida de demisses sem jus-

ta causa. Caso o empregador descontinue o contrato antes do

prazo previsto, dever indenizar a empregada com metade

da remunerao a que teria direito at o termino do contrato.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 12. obrigatrio o registro do horrio de trabalho do empregado domstico por qualquer meio man-

ual, mecnico ou eletrnico, desde que idneo.

O controle do horrio de entrada, sada e pausas durante a jornada

de trabalho do empregado domstico um dos novos deveres pre-

vistos pela PEC das Domsticas. Esta determinao passou a valer

imediatamente aps a sano presidencial que aconteceu em 01 de

junho de 2015. A folha de ponto deve conter o registro dos horrios

reais em que o empregado chega ao trabalho, faz uma pausa para a

refeio, retorna ao servio e vai para a casa. Devem constar do doc-

umento tambm as horas extras realizadas, os atrasos e as faltas.

Ao final de cada ms o empregador dever fornecer uma cpia da

folha de ponto devidamente preenchida com os horrios registrados

para o empregado. A folha de ponto o documento que dar base

7 | Controle de ponto do empregado


para que o empregador efetue os descontos devidos em caso de atra-

sos ou faltas injustificados, o pagamento das horas extras e tambm

o clculo do tempo que poder ser computado em banco de horas.

O controle do ponto pode ser feito de forma eletrnica ou man-

ual, o que o empregador preferir. Quem no quiser fazer o con-

trole em papel pode utilizar o servio de Folha de Ponto Inteli-

gente da Domstica Legal que gratuito. O sistema funciona

assim, o empregador se cadastra no portal Domstica Legal e

imprime uma folha para registrar diariamente os horrios. Ao

final de cada ms basta inserir as informaes no sistema que

mostra se naquele perodo dever haver banco de horas, pa-

gamento de horas extras ou descontos por faltas e atrasos.

As empregadas domsticas analfabetas tambm precisam efet-

uar diariamente a marcao do ponto. O patro no pode re-

alizar o preenchimento da folha de ponto no lugar do funcionrio,

em hiptese alguma, ainda que ele seja incapaz de assinar

o prprio nome. Para a adoo da folha de ponto tradicional,

necessrio que a empregada tenha tambm entendimento dos

nmeros e seu funcionamento. O preenchimento indevido da

folha de ponto manual pelo empregador pode gerar aes tra-

balhistas, uma vez que a empregada em questo pode alegar

m f do patro, atestando que foi induzida a assinar o horrio.

Alternativas para marcao de ponto empregado analfabeto

ou semi-analfabeto:

Quando o empregado conhece e tem entendimento dos

nmeros, mas no das letras: Nesse caso, o empregado pode faz-

er o preenchimento da folha de ponto e, para assinatura na folha,


utilizar a impresso digital, reproduzida com o dedo aplicado sobre

tinta de carimbo;

Quando o empregado no tem entendimento dos nmeros:

nem ele nem o empregador podem fazer o preenchimento da folha

de ponto. Neste caso, existem alternativas que alm de cumprir as

diretrizes legais previstas na nova legislao, tambm facilitam o

trabalho do empregador e da empregada:

1- Sistema de controle de ponto digital por meio de telefone.

Um exemplo o Ponto Fixo Domstica Legal que permite

empregada marcar o ponto automaticamente, ligando do

telefone residencial para um nmero da central. Os horrios

marcados no podem ser alterados por nenhuma das partes

(embora o patro possa abonar atrasos e faltas), deixando

o empregador resguardado de aes judiciais referentes a

marcao de ponto

2- Outra alternativa a marcao de ponto por biometria,

necessitando que o empregador compre um leitor biomtri-

co.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 20. O empregado domstico segurado obrigatrio da Previdncia Social, sendo-lhe

devidas, na forma da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, as prestaes nela arroladas, atendido o disposto nesta Lei e observadas as caractersticas especiais

do trabalho domstico.

A contribuio para o INSS antes da PEC era dividida da se-

8 | INSS


seguinte forma: 8%, 9% ou 11% para o empregado, de acordo

com a faixa salarial e 12% para o empregador. Com a regulamen-

tao, a contribuio do empregado se mantem com as porcenta-

gens antigas e a do empregador passa para 8%.

At 2019 utilizando como ano base 2018, o empregador que optar

pelo modelo de declarao do imposto de renda completo poder

deduzir o INSS relativo ao empregado domstico. Aps este pero-

do, o governo no ter mais nenhuma renuncia fiscal no emprego

domstico. J a reduo do INSS do empregador domstico de

12% para 8% permanente.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art 5

No regime de compensao previsto no 4o:

I ser devido o pagamento, como horas extraordinrias, na forma do 1o, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horrio normal de trabalho;

II das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, podero ser deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas no trabalhadas, em funo de reduo do

horrio normal de trabalho ou de dia til no trabalhado, durante o ms;

III o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata o inciso I, com a deduo prevista no inciso II, quando for o caso,

ser compensado no perodo mximo de 1 (um) ano;

6 Na hiptese de resciso do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensao integral da jornada extraordinria, na forma do 5o, o empregado

far jus ao pagamento das horas extras no compensadas, calculadas sobre o valor da remunerao na data de resciso;

7 Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas no tra-

balhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no lo-cal de trabalho nele permanea no sero computados como horrio de trabalho.

9 | Horas extras e banco de horas


A jornada mxima estabelecida para os empregados domsticos

de 44 horas semanais, ou 8 horas por dia. Caso o empregador

solicite, o empregado poder fazer at duas horas extras por dia.

Para que haja a realizao das horas extras, dever sempre ha-

ver um consenso entre empregado e empregador, o perodo ex-

traordinrio tambm dever ser registrado no controle de ponto.

A remunerao das horas extras sofrem um acrscimo de 50%

sobre o valor da hora comum. Se o trabalho for realizado entre

s 22 e s 5 horas, dever incidir tambm o adicional noturno

sobre a remunerao. Sempre as primeiras 40 horas extras re-

alizadas no ms devero ser remuneradas em espcie, no pag-

amento seguinte. Uma exceo se abre quando existem atrasos

ou faltas injustificadas no mesmo ms em que as horas extras

foram realizadas. Neste caso, o empregador poder optar por

um acordo de compensao com o empregado. Isto significa que

ao invs de remunerar o trabalhador pelas horas excedentes,

o total de horas extras ser abatido das horas que o emprega-

do estiver devendo ao empregador por atrasos ou ausncias.

O banco de horas tambm foi regulamentado e vale quando as

horas extras do ms excederem 40 horas, a partir da, o tempo

excedente poder ser computado e ter validade de 12 meses.

Horas positivas x Horas negativas

As horas positivas para o empregado no banco de horas so aquelas

que aps serem calculados as faltas e atrasos ainda excederem a jor-

nada especificada no contrato de trabalho. Nestes casos, o empre-

gador dever conceder folgas remuneradas ou acordar dias para que

o empregado saia mais cedo at completar as horas armazenadas.


J nos casos de horas negativas, que acontece quando as

horas trabalhadas no completam a jornada estipulada por

motivo de atrasos ou faltas injustificadas, ao vencimento do

perodo de 12 meses o empregador poder optar por abonar

as horas ou efetuar os descontos do salrio da empregada.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado entre s 22 horas de um

dia e s 5 horas do dia seguinte.

1 A hora de trabalho noturno ter durao de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

2 A remunerao do trabalho noturno deve ter acrscimo de, no mnimo, 20%

(vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.

3 Em caso de contratao, pelo empregador, de empregado exclusivamente para desempenhar trabalho noturno, o acrscimo ser calculado sobre o salrio

anotado na Carteira de Trabalho e Previdncia Social.

4 Nos horrios mistos, assim entendidos os que abrangem perodos diurnos e noturnos, aplica-se s horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus

pargrafos.

O emprego domstico convive com os horrios de trabalho notur-

no, ou seja, aqueles que so realizados entre 22 horas e 5 horas.

Este tipo de jornada tem particularidades quanto ao clculo de

horrio e tambm de remunerao. A hora de trabalho noturno

mais curta do que a diurna, a cada 52 minutos e 30 segundos o

empregador dever pagar como se o empregado tivesse trabalha-

do por 1 hora inteira. Cada hora trabalhada durante a noite ou

madrugada, dever ter um acrscimo de 20% sobre a hora diurna.

Esse clculo vale quando a jornada normal de trabalho para que

10 | Adicional noturno


o empregado foi contratado compreendida no perodo noturno.

Vale lembrar que se o empregado trabalhar de dia e dormir na

casa do patro por qualquer motivo que no seja profissional e

no realizar nenhuma atividade a pedido do patro fora do ex-

pediente, no haver o pagamento do adicional noturno. Por

exemplo, se a empregada mora longe e prefere dormir no em-

prego do que voltar para casa todos os dias, ela no receber

nenhum valor a mais pela permanncia na casa do patro.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 11. Em relao ao empregado responsvel por acompanhar o empregador prestando servios em

viagem, sero consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no pero-do, podendo ser compensadas as horas extraordinrias em outro dia, observado o

art. 2o.

1 O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem ser condi-cionado prvia existncia de acordo escrito entre as partes.

2 A remunerao-hora do servio em viagem ser, no mnimo, 25% (vinte e

cinco por cento) superior ao valor do salrio-hora normal.

3 O disposto no 2o deste artigo poder ser, mediante acordo, convertido em acrscimo no banco de horas, a ser utilizado a critrio do empregado.

O empregado domstico deslocado do seu local de trabalho

e da sua residncia para atender s necessidades do seu em-

pregador e por isso tem direito a receber um adicional. O adi-

cional de viagem calculado com o equivalente a 25% so-

bre o salrio proporcional aos dias em que a viagem ocorreu.

Antes da viagem todas as condies devero ser definidas entre am-

bas as partes e um termo de concordncia dever ser assinado. Se a

11 | Adicional de viagem


empregada estiver de acordo e for interessante para o empregador, as

horas trabalhadas em viagem podero ser somadas ao banco de horas.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 21Art. 21. devida a incluso do empregado domstico no Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo Consel-ho Curador e pelo agente operador do FGTS, no mbito de suas competncias, conforme disposto nos arts. 5o e 7o da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990,

inclusive no que tange aos aspectos tcnicos de depsitos, saques, devoluo de valores e emisso de extratos, entre outros determinados na forma da lei.

Pargrafo nico. O empregador domstico somente passar a ter obrigao de promover a inscrio e de efetuar os recolhimentos referentes a seu empregado

aps a entrada em vigor do regulamento referido no caput.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 22. O empregador domstico depositar a importncia de 3,2% (trs inteiros e dois

dcimos por cento) sobre a remunerao devida, no ms anterior, a cada em-pregado, destinada ao pagamento da indenizao compensatria da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, no se aplicando ao

empregado domstico o disposto nos 1o a 3o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

1 Nas hipteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de trmino do con-trato de trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado domstico, os valores previstos no caput sero movimentados pelo

empregador.

2 Na hiptese de culpa recproca, metade dos valores previstos no caput ser movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade ser movimentada pelo

empregador.

3 Os valores previstos no caput sero depositados na conta vinculada do empregado, em variao distinta daquela em que se encontrarem os valores

oriundos dos depsitos de que trata o inciso IV do art. 34 desta Lei, e somente podero ser movimentados por ocasio da resciso contratual.

O Fundo de Garantia por Tempo de Servio para os emprega-

dos domsticos era opcional, desde 2001, at a regulamen-

12 | FGTS e multa por demisso


regulamentao e sano da PEC em junho de 2015. Est pre-

visto na lei que o pagamento se torne obrigatrio a partir de ou-

tubro de 2015. A contribuio equivale a 8% da remunerao do

empregado e dever ser paga mensalmente pelo empregador.

Com a obrigatoriedade dos depsitos no FGTS, os empregados

conquistaram tambm o direito a receber a multa de 40% so-

bre o saldo acumulado na conta do Fundo de Garantia nos casos

de demisso sem justa causa por parte do empregador. Antes da

regulamentao, os empregadores que j optavam pelo FGTS pa-

gavam a multa vista no momento da demisso, aps a determi-

nao da obrigatoriedade, a multa ser paga de forma antecipada.

Mensalmente, o empregador incluir nos custos trabalhistas 3,2%

sobre o salrio do empregado. Este valor ser armazenado em uma

espcie de poupana que ser utilizada para quitar a multa no caso

do empregado ser demitido sem justa causa. Se o vnculo de em-

prego for encerrado por parte do trabalhador ou por justa causa, a

multa acumulada ser ressarcida ao empregador. Em caso de de-

misso por culpa recproca ou se o empregador aplicar a justa causa

e o empregado recorrer na justia, o juiz poder determinar que a

multa seja dividida entre as duas partes. Em casos como este, o em-

pregador sacaria metade da multa e o empregado a outra metade.

O empregador que possui uma empregada com carteira assinada

h vrios anos, mas que nunca recolheu o FGTS, no precisar

pagar retroativos do fundo. Isso significa que neste caso, o Fundo

de Garantia no ser equivalente ao tempo de carteira assinada do

empregado, mas comear a contar a partir de outubro. A multa por

demisso sem justa causa obedece a esta mesma lgica. O empre-

gador passar a recolher a antecipao da multa, que equivale a

3,2% sobre o salrio pago empregada, tambm a partir de outubro.


Mas se o empregador tiver optado por recolher o FGTS antes mes-

mo da regulamentao da PEC das Domsticas ento o procedi-

mento ser diferente. No ato da demisso o empregador precis-

ar calcular o valor da multa de 40% sobre o saldo acumulado

no FGTS desde o momento que comeou a recolher o Fundo at

o ms de outubro de 2015, quando se tornar obrigatrio pag-

amento da antecipao da multa. Este valor dever ser pago

vista. J a multa que incide sobre o FGTS acumulado no perodo

trabalhado aps o ms de outubro at a data da demisso, ser

pago com o valor acumulado no fundo de antecipao da multa.

LEI COMPLEMENTAR N 150, DE 1 DE JUNHO DE 2015 Art. 26. O empregado domstico que for dispensado sem justa causa far jus ao benefcio

do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no valor de 1 (um) salrio-mnimo, por perodo mximo de 3 (trs) meses, de forma

contnua ou alternada.

O seguro-desemprego um benefcio que auxilia o trabalhador

a se manter no perodo de transio entre um emprego e out-

ro, quando a demisso acontece por parte do empregador

e sem justa causa. No caso do emprego domstico, o aux-

lio pode ter a durao de at trs parcelas e para ter direito

necessrio ter trabalhado por no mnimo 18 meses no mes-

mo lugar. O que muita gente no conhece ainda so os critrios

adotados para que o trabalhador possa recorrer a este seguro.

Para ter este direito no basta ter a carteira assina-

da ou estar em dia com as contribuies ao INSS,

pois se trata de um benefcio relacionado ao FGTS.

13 | Seguro desemprego


Sendo assim, as contribuies com o Fundo de Garantia precis-

am estar em dia. Como o fundo de garantia no obrigatrio

para as empregadas domsticas, at a sano da PEC, s tm di-

reito ao benefcio aquelas trabalhadoras que o empregador optou

pelo pagamento do FGTS. Aps a nova lei entrar em vigor, o que

deve acontecer 120 dias aps a assinatura presidencial, o recol-

himento ser obrigatrio e equivalente a 8% do salrio. E o se-

guro desemprego da categoria ser no valor de um salrio mnimo.

Lei Complementar 150 Art. 68. As cotas do salrio-famlia sero pagas pela empresa ou pelo empregador

domstico, mensalmente, junto com o salrio, efetivando-se a compensao quando do recolhimento das contribuies, conforme dispuser o Regulamento.

1o A empresa ou o empregador domstico conservaro durante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento e as cpias das certides correspondentes, para

fiscalizao da Previdncia Social

Trata-se de uma remunerao complementar para os empregados

que possuem filhos com at 14 anos ou portadores de deficin-

cia de qualquer idade. O salrio famlia j um direito garan-

tido por lei para as demais categorias profissionais com remu-

nerao de at R$ 1.089,73. O benefcio segue a mesma regra

da CLT para as demais profisses, variando de acordo com

a faixa salarial, que no caso das empregadas domsticas deve

ser minimamente igual ao salrio mnimo federal, fixado atual-

mente em R$ 788,00, ou o piso regional. Sendo assim, o val-

or do salrio famlia se enquadra na faixa de quem ganha entre

R$ 725,03 e R$ 1.089,72, sendo o valor de R$ 26,20, por filho.

Para ter direito a receber o valor, o empregado deve apre-

14 | Adicional de viagem


apresentar sempre nos meses de junho e novembro a certido

de nascimento e a carteira de vacinao em dia para os filhos

com at 4 anos e tambm o comprovante de matrcula e ren-

dimento escolar para os maiores de 4 anos. O empregador ser

responsvel por repassar em espcie o benefcio junto com o

pagamento do salrio. Por se tratar de um benefcio concedi-

do pela Previdncia Social, o valor ser estornado para o patro

por meio de desconto na guia do INSS do respectivo ms.

O seguro acidente de trabalho representar ao empregador um

custo mensal de 0,8% sobre o salrio da empregada. So con-

siderados pelo Ministrio do Trabalho e pela Previdncia Social

como acidente de trabalho os casos de morte ou leso corporal

que provoquem no funcionrio a perda ou reduo, temporria

ou permanente de sua capacidade para o trabalho. Os acidentes

de trabalho so aqueles que atingem ao profissional duran-

te sua jornada de trabalho ou em decorrncia da sua atividade.

Existem ainda as doenas profissionais e as doenas do trabalho.

O primeiro grupo desencadeado pelo exerccio do trabalho pe-

culiar a determinada atividade. J o segundo composto pelas

doenas desencadeadas em funo de condies especiais em

que o trabalho realizado. O trabalhador estar segurado tam-

bm caso se acidente em decorrncia de sabotagem ou ter-

rorismo praticado por terceiros ou companheiros de trabalho.

O seguro vale tambm para os acidentes causados por ato de impru-

dncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de companheiro

15 | Seguro contra acidentes de trabalho


de trabalho. O trabalhador tambm est amparado se sofrer danos

fsicos provocados por um ato de uma pessoa privada do uso da

razo. So considerados como acidentes de trabalho aqueles que

acontecem enquanto o empregado executando uma ordem ou en-

volvido na realizao de servio sob a autoridade do empregador.

Enquanto estiver prestando de forma espontnea qualquer servio

ao empregador para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito.

O empregado tambm estar protegido nos perodos destinados a

refeio ou descanso, ou por ocasio da satisfao de outras neces-

sidades fisiolgicas, no local do trabalho ou durante este. Isso acon-

tece porque nestas situaes o empregado considerado no exer-

ccio do trabalho. A proteo vale tambm para viagem a servio do

empregador, mesmo nos casos de acidente de trnsito, ainda que o

veculo utilizado seja de propriedade do empregado. O mesmo vale

para os acidentes que acontecerem no percurso da residncia para

o local de trabalho e vice e versa, seja qual for o meio de locomoo.

Caso o empregado sofra um acidente de trabalho o empregador

ter que comunicar o ocorrido no prazo mximo de 48 horas ao

CAT (Cadastramento de Comunicao de Acidente de Trabalho).

Desde o primeiro dia de afastamento o empregado j comear

a contar o tempo pelo INSS. A remunerao que ser recebi-

da pelo empregado ser calculada de forma proporcional con-

tribuio previdenciria recolhida. Durante o perodo de afasta-

mento do trabalhador pelo INSS, o empregador dever continuar

arcando com todos os custos, tais como INSS, FGTS, adiantam-

ento da multa por demisso sem justa causa e seguro aciden-

te de trabalho. Quando o empregado retornar ao trabalho con-

tar com um perodo de estabilidade no emprego de um ano.


Aviso prvio indenizado

Quando o empregador que toma esta deciso de encerrar o vn-

culo empregatcio sem justa causa, a domstica ter direito de

receber uma indenizao equivalente ao salrio de um ms como

remunerao pelo aviso prvio que no foi trabalhado. Quando a

empregada quem pede o desligamento e decide no cumprir os

dias de aviso, ela quem paga a multa no valor de um ms de salrio

para o empregador. Esta indenizao feita em forma de desconto

no pagamento da resciso. importante destacar que a domsti-

ca nunca poder devolver dinheiro de seu bolso para o patro.

Aviso prvio trabalhado

O aviso prvio trabalhado um recurso utilizado quando uma

das partes deseja encerrar o vnculo empregatcio, mas ainda

pretende manter os servios por determinado perodo. Esta

uma forma de evitar a surpresa com a ruptura do contrato, dan-

do tempo para que o empregador procure uma nova domstica

e para que a empregada se recoloque no mercado de trabalho.

Caso a resciso do contrato ocorra por iniciativa da emprega-

da, ela cumprir a jornada de trabalho integral durante todo

o aviso prvio. Isso acontece porque se presume que j tenha

encontrado outro emprego, no havendo, portanto, a neces-

sidade de reduo da jornada e tampouco a falta ao trabalho.

Mas se for o empregador quem optar por desfazer o contrato

16 | Aviso prvio trabalhado


existem duas opes de cumprimento do aviso prvio trabalhado.

Uma forma possvel a reduo da jornada de trabalho em duas

horas dirias durante os trinta dias de aviso. Outra alternativa

permitir que a empregada falte ao trabalho por sete dias cor-

ridos no final do perodo do aviso. Sendo assim o total de dias

trabalhados ser de 23 dias. Para efeitos de anotao, o termino

do contrato de trabalho e nem o trmino do aviso prvio podero

ser antecipados. Na pgina relativa ao contrato de trabalho deve

ser anotada a data do ltimo dia projetado do aviso, e na pgina

de anotaes gerais a data do ltimo dia efetivamente trabalhado.

A empregada pode escolher se deseja cumprir os 30 dias trabalhan-

do seis horas dirias ou se prefere descansar sete dias. Indepen-

dente de qual seja a opo adotada, de acordo com o artigo 488 da

CLT, no poder haver desconto no salrio. importante destacar

ainda que o empregador no poder aplicar a reduo de carga

horria e a reduo de dias trabalhados no mesmo aviso prvio.

Caso no ocorra reduo da jornada durante o aviso prvio no

ser considerado. Desta forma, o empregador dever conceder

um novo aviso prvio ou indenizar o trabalhador pelo perodo.

O Programa de Recuperao Previdenciria dos Empregadores

Domsticos, o REDOM, permitir a renegociao das dvidas rel-

ativas contribuio do INSS dos empregados domsticos com

vencimentos at 30 de abril de 2013. O parcelamento que dever

ser solicitado no prazo de 120 dias a contar da sano da PEC que

aconteceu em 02 de junho de 2015. A negociao incluir todos os

17 | REDOM


os dbitos existentes em nome do empregado e do empregador na

condio de contribuinte, abrangendo tambm os valores que esti-

verem inscritos em dvida ativa com vencimento at abril de 2013.

Um dos incentivos ao pagamento o cancelamento de 100%

dos juros e de 60% da mora. O valor total da dvida poder

ser parcelado em at 120 vezes, com uma prestao mni-

ma de R$ 100,00. Caso a dvida esteja sendo cobrada judicial-

mente pelo governo a reduo dos custos com advogado ser de

100%. O REDOM, foi baseado no Projeto de Lei do Senado PLS

447/2009 de autoria do Senador Garibaldi Alves Filho, propos-

to pela campanha de abaixo-assinado Legalize sua domstica e

pague menos INSS do Instituto Domstica Legal, que comeou

em maio de 2005 e levantou mais de 75.000 assinaturas.

Lei Complementar 150 Cap IV Art. 39. institudo o Programa de Recuperao Previdenciria dos Empregadores

Domsticos (Redom), nos termos desta Lei. Art. 40. Ser concedido ao empregador domstico o parcelamento dos dbitos

com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relativos contribuio de que tratam os arts. 20 e 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, com vencimento

at 30 de abril de 2013

O Simples Domstico um sistema nico de recolhimento que

est em fase de definio conjunta pelos ministrios da Fazenda,

da Previdncia Social e do Trabalho e Emprego. O prazo inicial

para que o Simples estivesse disponvel era 120 dias contando

da sano presidencial em 02 de junho de 2015, mas a Caixa

Econmica Federal informou que a concluso do boleto deve atrasar.

O sistema tem como objetivo a unificao e simplificao do

18 | Simples Domstico


do recolhimento dos tributos referentes ao emprego domstico,

como contribuio para o FGTS e seguro acidente de trabalho.

Todos os valores sero calculados e reunidos em um nico bo-

leto que ser pago pelo empregador, a Caixa Econmica Feder-

al se encarregar de realizar os repasses devidos de cada valor.

Lei Complementar 150 Art. 3o Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja durao no exce-

da 25 (vinte e cinco) horas semanais. 1o O salrio a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial ser

proporcional a sua jornada, em relao ao empregado que cumpre, nas mesmas funes, tempo integral.

2o A durao normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poder ser acrescida de horas suplementares, em nmero no excedente a 1

(uma) hora diria, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, apli-cando-se-lhe, ainda, o disposto nos 2o e 3o do art. 2o, com o limite mximo

de 6 (seis) horas dirias.

A jornada de trabalho parcial permitida pela legislao que

rege o emprego domstico desde que no exceda o limite mx-

imo de 25 horas trabalhadas semanalmente, podendo as jorna-

das dirias variarem na distribuio dos dias da semana. Ou seja,

pode ser considerado como trabalhador em regime de jornada

parcial o empregado que trabalhe no mximo seis horas dirias

quatro vezes na semana, mas outras divises de horrios tam-

bm so vlidas desde que no exceda este mximo. O empre-

gado poder fazer no mximo uma hora extra por dia, desde

que seja acordado entre ambas as partes e no exceda o mx-

imo de 6 horas de trabalho dirio. As frias destes empregados

tambm atende a uma srie de particularidades previstas na lei.

Veja:

19 | Regime parcial


3o Na modalidade do regime de tempo parcial, aps

cada perodo de 12 (doze) meses de vigncia do contrato de tra-

balho, o empregado ter direito a frias, na seguinte proporo:

I - 18 (dezoito) dias, para a durao do trabalho semanal

superior a 22 (vinte e duas) horas, at 25 (vinte e cinco) horas;

II - 16 (dezesseis) dias, para a durao do trabalho se-

manal superior a 20 (vinte) horas, at 22 (vinte e duas) horas;

III - 14 (quatorze) dias, para a durao do trabalho

semanal superior a 15 (quinze) horas, at 20 (vinte) horas;

IV - 12 (doze) dias, para a durao do trabalho se-

manal superior a 10 (dez) horas, at 15 (quinze) horas;

V - 10 (dez) dias, para a durao do trabalho se-

manal superior a 5 (cinco) horas, at 10 (dez) horas;

VI - 8 (oito) dias, para a durao do tra-

balho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.

Existe ainda o regime de 12 horas de trabalho por 36 de descanso,

muito comum entre cuidadores de idosos e babs. Esta jornada

permitida pela legislao e possui um artigo especficos que deve

ser observado.

Lei complementar 150 Art. 10. facultado s partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horrio de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de

descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentao. 1o A remunerao mensal pactuada pelo horrio previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo des-

canso em feriados, e sero considerados compensados os feriados e as pror-rogaes de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o 5

do art. 73 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de janeiro de

1949.


A lei prev que haver fiscalizao no emprego domstico quando

houver denncias e a identidade do denunciante estar protegi-

da por sigilo. A fiscalizao ter carter prioritariamente orien-

tador e ser feita por um auditor fiscal. O empregador poder

ser solicitado a comparecer em uma delegacia regional do tra-

balho ou receber o pedido de visita no seu domiclio. Vale lem-

brar que se a inteno for o comparecimento do auditor na casa

do empregador precisar da autorizao prvia do dono da casa

e a visita ser feita apenas sobre a superviso do empregador

ou de algum familiar por ele autorizado. Caso o empregador

descumpra a lei mesmo aps receber a orientao estar su-

jeito ao pagamento das mesmas multas aplicadas s empresas.

20 | Fiscalizao


O Portal Domstica Legal O Departamento Pessoal do Empregador Domstico

O empregador domstico tem praticamente todas as

obrigaes de uma empresa. Para cumpri-las sem risco de

errar, precisaria ser um especialista em folha de pagamen-

to, acompanhar a legislao trabalhista e tributria, o que

oneraria seu custo como empregador, alm de tomar mui-

to tempo. O Portal Domstica Legal tem por objetivo ser o

Departamento Pessoal do Empregador Domstico, no qual

o empregador, atravs da internet, faz o controle de ponto,

imprime todos os documentos e recibos de pagamento exigi-

dos pela lei e tem consultoria jurdica e suporte operacional.

www.domesticalegal.com.br


Anexo 1 - Modelo de folha de ponto no Portal Domstica Legal (Gratuita)

cartilha pec das domésticas

Documents