escola estadual marquÊs de maricÁ ensino … · reparos constantemente para a manutenção da...
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ESCOLA ESTADUAL MARQUÊS DE MARICÁ – ENSINO FUNDAMENTAL
NRE - FRANCISCO BELTRÃO - PR
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
SANTA IZABEL DO OESTE - PR
2017
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................04 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO .................................................05
1.1 Localização e dependência administrativa...........................................................05 1.2 Aspectos históricos da instituição........................................................................05 1.3 Caracterização do atendimento na instituição e quantidade de estudantes........07 1.4 Estrutura física, materiais e espaços pedagógicos..............................................07 1.5 Recursos humanos..............................................................................................09 1.6 Instâncias colegiadas...........................................................................................10 1.7 Perfil da comunidade escolar...............................................................................10 2 DIAGNÓSTICO DA INSTITUIÇÃ DE ENSINO .......................................................14 2.1 Gestão escolar.....................................................................................................14
a) Instâncias Colegiadas................................................................................14 b) Equipamentos Físicos e Pedagógicos.......................................................17 c) Avaliação dos profissionais........................................................................19
2.2 Ensino-Aprendizagem...........................................................................................20 a) Plano de Trabalho Docente .......................................................................22 b) Avaliação....................................................................................................24 c) Conselho de Classe...................................................................................26 d) Registros da Prática Pedagógica...............................................................28
2.3 Atendimento Educacional Especializado ao público-alvo da Educação Especial......................................................................................................................30 2.4 Articulação entre as etapas de ensino.................................................................31 2.5 Articulação entre diretores, pedagogos, professores e demais profissionais da educação....................................................................................................................33 2.6 Articulação da Instituição de Ensino com os Pais/ou Responsáveis...................34 2.7 Formação Continuada dos Profissionais da Educação........................................35 2.8 Acompanhamento e Realização da Hora-Atividade.............................................37 2.9 Organização do tempo e espaço pedagógico e critérios de organização das turmas.........................................................................................................................39
a) As Atividades de Ampliação de Jornada Escolar......................................40 b) Sala de Apoio à Aprendizagem.................................................................40
2.10 Índices de Aproveitamento Escolar (indicadores externos e internos), abandono/evasão e relação idade/ano......................................................................41
a) Abandono Escolar.....................................................................................41 b) Baixo Aproveitamento Escolar..................................................................43 c) Prevenção ao uso de Álcool e outras Drogas e Enfrentamento às Violências na instituição de ensino................................................................45
2.11 Relação entre profissionais da educação e discentes.......................................46
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3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS.................................................................................49 4 PLANEJAMENTO....................................................................................................86 4.1 Calendário Escolar...............................................................................................86 4.2 Ações Didático Pedagógicas................................................................................89
a) Ensino e Aprendizagem............................................................................89 b) Avaliação da aprendizagem e do processo pedagógico...........................92 c) Conselho de Classe..................................................................................95 d) Atividades Curriculares Completares / Hora Treinamento........................97 e) Articulação da Instituição de Ensino com os Pais/ou Responsáveis........97
4.3 Ações referentes à Flexibilização Curricular........................................................98 4.3.1 Atendimento Educacional Especializado ao público alvo da Educação
Especial...........................................................................................................99 4.4 Proposta Pedagógica Curricular........................................................................101 4.4.1 Proposta Pedagógica Curricular – Elementos...............................................102 4.4.2 Proposta Pedagógica Curricular do Programa de Ampliação de
Jornada..........................................................................................................103 5 LEGISLAÇÕES ARTICULADAS AO CURRÍCULO...............................................103
6 GESTÃO ESCOLAR.............................................................................................104
a) Instâncias Colegiadas.............................................................................104 b) Avaliação dos Profissionais.....................................................................106
7 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL..............................................................................106 8 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP...................................................108 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA..............................................................................109 ANEXO I - Índices de Aproveitamento Escolar (indicadores externos e internos), abandono/evasão e relação idade/ano....................................................................113 ANEXO II – Plano de Ação 2017..............................................................................114 ANEXO III – Ata de aprovação do Conselho Escolar ..............................................115
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APRESENTAÇÃO
O Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Marquês de Maricá -
Ensino Fundamental é o resultado de reflexões realizadas pela Comunidade Escolar
(pais, alunos, professores e funcionários), através de reuniões, grupos de estudos e
discussões que ocorreram em diversos momentos organizados para propiciar a
análise da realidade social, política, econômica e cultural na qual a escola está
inserida, a qual exerce impacto direto nas relações educacionais que se
estabelecem nesta instituição.
A partir desses momentos reflexivos caracterizou-se a instituição em seus
aspectos físicos, humanos, estruturais, pedagógicos e de gestão, apontando suas
potencialidades e limitações.
Da mesma forma realizou-se a construção de um referencial teórico com o
objetivo de, a luz das ideias produzidas por estudiosos, responder às necessidades
sociais e históricas diagnosticadas na instituição, apontando caminhos a serem
percorridos no sentido de estabelecer relações no espaço escolar pautadas no
conhecimento científico, na ética, no respeito pela diversidade e na solidariedade
humana.
Essa opção teórica transparece o comprometimento dos envolvidos no ato de
educar e ensinar, a partir da compreensão crítica da realidade histórico-social da
escola pública, expressando a preocupação e o compromisso com o cumprimento
de seu propósito que é ensinar, instrumentalizando cada estudante para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Este projeto tem como objetivo central a aprendizagem dos estudantes, sendo
que, cada ação e meta traçada indicam os caminhos que cada segmento percorrerá
neste processo.
O presente Projeto Político Pedagógico teve sua aprovação pelo Conselho
Escolar na data de 06/07/2017, de acordo com a ata n° 06/17, registrada em livro
próprio do referido órgão colegiado.
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1- IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
1.1 Localização e dependência administrativa
Instituição de Ensino: Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino
Fundamental
Código da Instituição: 0016
Endereço: Rua Acácia, 2043 – Centro
Telefone: (46) 3542-1945 / 2364
E-mail: [email protected]
Município: Santa Izabel do Oeste – PR
NRE: Francisco Beltrão
Código NRE: 12
Código do INEP: 41083105
Dependência Administrativa: Estadual
Localização: urbana
Oferta de Ensino: Ensino Fundamental Anos Finais
Ato de Reconhecimento da Instituição (se houver): Resolução nº 256/2014 de
20/02/2014
Parecer do NRE de aprovação do Regimento Escolar: nº 285/2008 de
11/12/2008
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
1.2 Aspectos históricos da instituição
Ao buscar fontes que documentam o histórico da instituição, poucos dados
foram encontrados com relação aos seus primeiros anos de atividade na
comunidade e, através destes, construímos um repertório fracionado que fica
explícito no texto a seguir.
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No início, as séries finais do Ensino Fundamental utilizava o espaço físico do
Grupo Escolar Guilherme de Almeida, devidamente ampliado para o seu
funcionamento.
No primeiro ano letivo o Grupo Escolar acolheu 69 alunos, formando a
primeira turma das séries finais do ensino fundamental em 1970, com 32 alunos. A
direção, no primeiro ano de funcionamento, esteve a cargo da professora Martyniana
Sava dos Santos.
Através do decreto nº. 6156 de 04 de janeiro de 1979, assinado pelo então
Governador Jayme Canet Júnior, esta escola, na época denominada Ginásio
Estadual Marquês de Maricá, passou a fazer parte do Complexo Escolar Dr. Nilo
Cairo da Silva – Ensino de 1º Grau, e foi reconhecida, juntamente com seu curso,
pela Resolução nº. 2635 de 19 de novembro de 1981, assinada pelo Secretário de
Estado da Educação, Sr. Edson Machado de Souza. Anos depois desvinculou-se do
complexo escolar e passou a ter uso predial exclusivo para o atendimento aos
alunos das séries finais do ensino fundamental.
No ano de 2010, implantou-se nesta instituição a Educação de Jovens e
Adultos – EJA, modalidade que ofertava as séries finais do Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Por conta disso, a então nomeada Escola Estadual Marquês de
Maricá passou a ser documentada como Colégio Estadual.
No ano de 2014 houve a cessação do ensino da EJA, que ocorreu apesar da
existência de demanda de alunos no município para dar continuar ao seu
funcionamento, porém não houve interesse e disponibilidade por parte desses em
matricularem-se, mesmo mediante ampla divulgação. Diante disso houve a
cessação da oferta do Ensino Médio modalidade EJA e a nomenclatura da
instituição voltou a ser Escola.
A referida escola recebeu esse nome em homenagem a Mariano José
Pereira da Fonseca – Marquês de Maricá, político e escritor brasileiro, que nasceu
no Rio de Janeiro, em 1773. Marquês de Maricá tomou parte ativa no movimento da
Independência. Entre muitos outros títulos, foi ministro da Fazenda de D. Pedro I em
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1823 e, em 1926, foi nomeado para o Senado, tendo sido um dos primeiros
signatários da Constituição.
1.3 Caracterização do atendimento na instituição e quantidade de estudantes
Atualmente, a Escola Estadual Marquês de Maricá oferece as séries finais
do Ensino Fundamental em seus turnos matutino e vespertino, atendendo a 454
alunos matriculados em 17 turmas do ensino regular, sendo 255 alunos do gênero
masculino e 195 do gênero feminino.
Também proporciona a inclusão, recebendo alunos com necessidades
especiais de acordo com a legislação e as condições físicas e humanas do
estabelecimento, ofertando a estes atendimento nas Salas de Recursos
Multifuncional tipo I, mediante laudo diagnóstico emitido a partir de avaliação
psicológica, psicopedagógica e/ou fonoaudiológica e neurológica.
As Salas de Apoio a Aprendizagem de Português e Matemática, é um
programa ofertado preferencialmente para alunos de 6º ano, podendo ser estendido
aos de 7º ano, que apresentam defasagem de conteúdos básicos nestas disciplinas.
Tanto as Salas de Recursos, quanto as Salas de Apoio tem funcionamento
nos turnos matutino e vespertino, sendo que a primeira atende a cerca de 40 alunos
e a segunda a aproximadamente 100 alunos ao ano.
Como atividades de complementação curricular é ofertado no turno contrário
ao de aulas regulares a Hora Treinamento, nas modalidades esportivas Voleibol e
Handebol, atendendo a 34 alunos.
Dos alunos que frequentam a escola cerca de 45,17% autodeclaram-se
brancos, 51,72 % pardos, 1,38% pretos, 0,69% amarelos e 1,04% autodeclaram-se
indígenas.
1.4 Estrutura física, material e espaços pedagógicos
A Escola Estadual Marquês de Maricá possui uma estrutura predial com 12
salas de aula padrão; saguão com banheiros masculino e feminino para alunos, e
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um adaptado para cadeirante; cozinha; instalações específicas com salas para
administração, serviços técnico – pedagógicos, corpo docente, biblioteca, laboratório
de informática e banheiros para professores e funcionários.
No espaço externo há quadra de esportes coberta, com banheiros femininos e
masculinos, os quais foram construídos com aplicação de recursos financeiros da
APMF; campo suíço; quadra de vôlei de areia e amplo pátio arborizado onde se
realizam atividades recreativas e esportivas.
No que se refere a equipamentos tecnológicos, a escola dispõe de projetor de
multimídia (data show) (2); aparelho de som (2); caixa amplificada (1); aparelho para
microfone sem fio (1); kit rádio escola contendo: microfone (2), aparelho processador
e reprodutor de som (1), kit de áudio portátil (2), fone de ouvido com fio (2),
microsystem com dois auto falantes (1), sistema transmissor com receptor (1);
antena parabólica e receptor (1); monitores do Paraná Digital (23); CPU do Paraná
Digital (6); monitores do Proinfo (18); CPU do Proinfo (9); impressoras (3);
televisores multimídias (11); impressora Laser Jet (1); computadores (2), Notebook
(3), máquina fotográfica/filmadora (2); violões (12); vidrarias para laboratório de
ciências.
As doze salas de aula são equipadas com condicionador de ar, inclusive a
secretaria, o laboratório de informática, a sala de professores, a sala da equipe
pedagógica e a biblioteca.
Para a Sala de Recursos há conjuntos de computadores com monitores e
CPU’s (2); notebook (1); impressora (1); kit contendo mouse para acionador (1);
acionador de pressão (1) e teclado com colmeia (1); bandinha rítmica (1); jogos:
Banco Imobiliário (1); Soletrando (1); kit de jogos pedagógicos: Perfil III (1); Perfil
Junior (1); Imagem e Ação 2 (1); Lince (1); Batalha Naval (1), Scotland Yard (1),
Palavras Cruzadas (1); Can can (1).
A biblioteca escolar contém acervo bibliográfico correspondente a livros
didáticos para alunos e professores; livros de apoio pedagógico para o planejamento
e para a formação profissional do professor (254); coleções de literatura: juvenil (43);
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infanto-juvenil (1333); contos (266); poesia (238); romance (1083); teatro / novela
(107); diversos (216); jornais e revistas.
Outros materiais de apoio pedagógico são disponibilizados tais como: sólidos
geométricos tridimensionais; Tangran; Material Dourado; Torre de Hanoi; dominó
das quatro operações matemáticas; jogos silábicos, jogos da memória, jogos de
xadrez, Bancos Imobiliários.
A estrutura física encontra-se em boas condições de uso, sendo necessário
renovar a pintura predial e da quadra de esportes, bem como realizar pequenos
reparos constantemente para a manutenção da qualidade do ambiente.
A escola na medida do possível está se adequando às normas de segurança
do Corpo de Bombeiros, porém ainda há questões a serem atendidas para as quais
não houve repasse financeiro do governo.
1.5 Recursos humanos
Função
Quantidade Formação Vínculo Turno de atuação
Agente Educacional I
2
Ensino Médio / Profuncionário
QFEB Manhã e tarde
4
Cursando Ensino Superior
QFEB Manhã e tarde
1
Especialização REPR Manhã e tarde
1 Cursando Ensino Superior
REPR Manhã e tarde
Agente Educacional II
4 Especialização QFEB Manhã e tarde
1 Ensino Médio / Profuncionário
QFEB Manhã e tarde
Equipe Pedagógica
1 Especialização QPM Manhã e tarde
1 Especialização QPM Manhã
1 Especialização QPM Tarde
10
Professores
5 Especialização QPM Manhã
6 Especialização QPM Tarde
13 Especialização QPM Manhã e tarde
11 Especialização REPR Manhã
10 Especialização REPR Manhã e tarde
1 Acadêmico REPR Manhã
4 Especialização REPR Manhã e tarde
5 Acadêmico REPR Manhã e tarde
Direção 1 Especialização QPM Manhã e tarde
Legenda das abreviaturas dos cargos: QPM – Professor Quadro Próprio do Magistério QFEB – Quadro de Funcionários da Educação básica REPR – Professor PSS – Processo Seletivo Simplificado 1.6 Instâncias Colegiadas As instâncias colegiadas constituídas na instituição são:
- Conselho Escolar;
- Associação de Pais, Mestres e Funcionários;
-Grêmio Estudantil;
-Conselho de Classe.
1.7 Perfil da comunidade escolar
A Escola Estadual Marquês de Maricá, por ser a única escola localizada na
zona urbana do município de Santa Izabel do Oeste que oferece as séries finais do
Ensino Fundamental, recebe alunos provenientes do centro da cidade, bairros (São
José Operário, Santo Antônio, Alto da Colina, Nossa Senhora de Fátima, Jardim
Pinheiro,12 de Outubro), Vila Rural e comunidades rurais próximas à cidade (Linha
Santa Catarina, Linha Progresso, Linha Sarandizinho, Anta Gorda, Rio da Prata,
Linha Peroba, Linha Perini, Linha Sarandi, Linha Gaúcha e Furlan).
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Os alunos oriundos de comunidades rurais correspondem a cerca de 12%
do total de alunos matriculados, sendo estes filhos de agricultores cujo meio de
subsistência é a agricultura familiar, com casos que completam a renda agrícola com
trabalho assalariado em aviários ou como domésticas. Estes alunos dependem do
transporte escolar para estudar.
Dos estudantes residentes na área urbana, apenas 13% moram no centro.
Devido a distância dos bairros até a escola, os demais alunos, cerca de 68%, fazem
uso do transporte escolar.
A constituição familiar sofreu alterações ao longo dos tempos, através do
questionário aplicado às famílias, percebeu-se que 76% é formada por pai, mãe e
filhos; ainda que, muitas vezes esses pais sejam padrastos e essas mães,
madrastas, e esses filhos meio irmãos ou apenas consideram-se irmãos pelo fato de
morarem juntos. 13% dos alunos moram somente com as mães e os irmãos; 1%
moram só com o pai; e, 10% dos alunos moram e tem como seus responsáveis os
avós, maridos (algumas alunas são casadas) ou outros parentes (tios, padrinhos, ou
pessoas que não são familiares, mas os pegaram para criar).
Cerca de 77% das famílias tem casa própria, 18% moram em casas
alugadas e 5% tem moradias cedidas. Com relação a quantidade de pessoas que
habitam essas residências, encontramos a seguinte situação:
Número de pessoas que moram na mesma casa:
2 pessoas 6%
3 pessoas 22%
4 pessoas 35%
5 pessoas 22%
6 pessoas 8%
Mais de 6 pessoas 7%
Nas famílias mais numerosas, notou-se que muitas vezes, tios, sobrinhos,
avós e outros parentes moram na mesma casa, acarretando o que percebemos nos
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dados apresentados na tabela, onde mais de 6 pessoas habitam uma mesma
residência.
O perfil socioeconômico das famílias é distinto, sendo que a renda familiar
mensal é a seguinte:
Renda Familiar
Até um salário mínimo. 30,0%
Acima de um salário mínimo a três salários. 43,0%
Acima de três salários mínimo até cinco salários. 14,0%
Mais de cinco salários mínimos. 9,0%
Sem renda. 4,0%
Cerca de 21% das famílias recebem subsídio de programas assistenciais
como bolsa família e o programa leite das crianças para prover a subsistência
familiar.
Cerca de 68% dos pais ou responsáveis possuem carteira assinada,
desempenhando as mais diversas funções. Os 32% que não possuem carteira
assinada trabalham de maneira autônoma, alguns contribuem com o INSS, mas a
grande maioria não, são pessoas que trabalham geralmente por dia, na reciclagem,
como domésticas e diaristas, pedreiros, cortadores de pedra, fazendo calçamento,
vendedores e pequenos empresários/comerciantes.
Na formação escolar percebemos uma diferença entre o nível de
escolaridade de homens e mulheres, conforme podemos observar na tabela abaixo:
Nível de escolaridade do pai ou, responsável:
Não estudou/analfabeto 3%
Ensino Fundamental Anos Iniciais 29%
Ensino Fundamental Anos Finais 34%
Ensino Médio 23%
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Ensino Superior 8%
Pós-Graduação 3%
Nível de escolaridade da mãe ou, responsável:
Não estudou/analfabeto 4%
Ensino Fundamental Anos Iniciais 24%
Ensino Fundamental Anos Finais 28%
Ensino Médio 29%
Ensino Superior 8%
Pós-Graduação 7%
Dos dados coletados, detectou-se que muitos não concluíram o Ensino
Fundamental Ano Iniciais e Finais, nem o Ensino Médio, o que se reflete diretamente
nos postos de trabalho ocupados e na renda familiar.
Entre os alunos matriculados, cerca 6% são trabalhadores, no turno
contrário ao da frequência escolar, pois necessitam contribuir com a renda familiar.
Contudo, a grande maioria auxilia em casa com as tarefas domésticas, na
agricultura ou na empresa/comércio de seus responsáveis/familiares.
Apesar da cidade de Santa Izabel do Oeste ser de pequeno porte (segundo
o IBGE, 14.289 habitantes), enfrentamos problemas sociais graves que costumavam
se fazer presentes apenas em cidades maiores, como prostituição de menores,
gravidez na adolescência, drogas, alcoolismo, desemprego, fome, violência e
situações de abandono. Estes, interferem diretamente na dinâmica escolar, pois
atingem as famílias como um todo, afetando o desempenho escolar, tornando difícil
a permanência destes alunos na escola e o devido acompanhamento da família.
Em meio a esta realidade, revelam-se muitos alunos que se destacam nos
estudos, representando com sucesso, a escola em vários eventos, nos quais
demonstram nível acadêmico elevado, senso de responsabilidade e consciência
crítica, elevando a escola nas várias esferas que vêm participando.
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2 - DIAGNÓSTICO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
2.1 Gestão Escolar
A gestão escolar efetiva-se com o envolvimento das instâncias colegiadas,
que participam nas decisões financeiras, administrativas e pedagógicas, ocorre por
meio de reuniões para tomadas de decisões de cunho financeiro e pedagógico, no
que se inclui também a organização e participação de eventos escolares, com ou
sem fins lucrativos.
a) Instâncias Colegiadas:
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é uma instância de
representatividade da comunidade escolar, tendo a função de gerir e administrar os
recursos próprios e os que lhe forem confiados através de convênios, auxiliando nas
tomadas de decisões no âmbito financeiro direcionando-os para aplicabilidades de
caráter pedagógico.
Nos últimos anos a escola vem vivenciando a dificuldade de envolver os pais
na formação de órgãos representativos. Desde o momento da composição da chapa
da APMF, observa-se a pouca disponibilidade da comunidade de pais em
voluntariamente fazer parte desta instância, tendo que muitas vezes indica-los e
persuadi-los a aceitar tal função.
Dessa forma, a APMF vem participando da gestão escolar em momentos
pontuais, quando convocados pela direção, sendo que nesses encontros, o número
de pais participantes é mínimo, prevalecendo sempre a presença dos profissionais
da escola. Isso é um fator negativo, uma vez que o nível das discussões fica restrito
à visão destes profissionais.
A pouca disponibilidade dos pais em compor a APMF, acaba refletindo no
compromisso que assumem diante de suas funções e no nível de envolvimento com
as questões escolares.
No entanto, o trabalho da APMF vem sendo realizado dentro das orientações
e legislação vigente. A aplicação financeira e a prestação de contas são realizadas
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com o devido acompanhamento, porém vale enfatizar que a participação mais
efetiva da comunidade de pais é essencial para que estes conheçam o cotidiano
escolar e suas necessidades, para que dessa forma possam contribuir com maior
propriedade nas decisões.
O Conselho Escolar é um órgão deliberativo formado por representantes dos
segmentos da comunidade escolar de forma paritária. Participa de reuniões de
cunho administrativo e pedagógico, em alguns momentos de estudos, de
planejamento de ações pedagógicas e de aplicações financeiras. Também é
acionado para análise e tomada de decisões quanto a casos peculiares que
envolvem alunos para os quais as ações praticadas pela escola não surtiram efeitos.
Como já descrito com relação a APMF, a constituição deste órgão, também é
prejudicada pelo pouco voluntariado da comunidade de pais e da comunidade
externa. Dessa forma, novamente, a maior participação quando reunido o Conselho
Escolar é dos profissionais da escola, sendo seus membros acionados em
momentos que compete a sua participação.
Sendo o Conselho Escolar o órgão máximo da gestão democrática, a
representatividade da comunidade externa de pais e alunos, precisa ser fortalecida
através da presença de todos os seus representantes nas reuniões. É necessário
que tenham voz ativa e conhecimento a respeito da realidade escolar a fim de terem
uma atuação mais efetiva.
O Grêmio Estudantil é um órgão importante por oportunizar aos alunos a
formação de lideranças, de atitudes democráticas, de responsabilidade, cooperação
e iniciativa. O Grêmio Estudantil atua sob a coordenação de um professor que se
disponibiliza a auxiliar e acompanhar seus membros na execução das atividades,
sendo um órgão presente no cotidiano escolar, organizando situações de integração
entre alunos, colaborando com os eventos escolares e exercendo sua
representatividade estudantil sempre que requisitado.
Nos últimos cinco anos de atuação do Grêmio Estudantil, angariaram fundos
financeiros e adquiriram: uma mesa de ping pong, raquetes e bolinhas de ping
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pong, a rede para a referida mesa, uma rede de voleibol, um DVD, um micro system
e o controle remoto para passar slides.
Com o passar dos anos, observa-se que a participação dos membros do
Grêmio Estudantil vem se restringindo a poucos estudantes que realmente se
envolvem com o propósito a que este órgão se destina. Observa-se a necessidade
de intensificar essa participação nas questões da gestão, sendo consultados e
informados com maior frequência sobre as questões pertinentes à escola.
Neste contexto, evidencia-se a necessidade de haver formação para os
membros das instâncias colegiadas, especialmente com relação aos representantes
de pais, alunos e comunidade externa, a fim de que possam ter a sua disposição as
informações necessárias sobre a sua função e sobre a escola, subsidiando as
discussões e as decisões das quais devem participar, de forma mais integrada,
priorizando os aspectos pedagógicos e visando uma melhor qualidade do ensino.
Além das reuniões com as instâncias colegiadas outros momentos
propiciados para a efetivação da Gestão Democrática se dão por ocasião das
Semanas Pedagógicas e das Reuniões Pedagógicas, momentos em que se
discutem as problemáticas escolares e se propõem ações para superá-las sendo
estas referentes a todos os âmbitos escolares e encontram-se expressas no Plano
de Ação Anual do estabelecimento. Documento este, que precisa ser assumido nas
práticas da escola.
Destaca-se como positividade da gestão escolar a aplicação dos recursos
físicos e financeiros em prioridade às questões pedagógicas. As prestações de
contas são divulgadas em reuniões com a comunidade escolar, podendo ser
ampliada a divulgação no site da escola.
Para fortalecimento da gestão democrática, seria necessário a criação de
mecanismos que ampliassem a coleta de sugestões da comunidade escolar sobre
as suas necessidades, a fim de serem apontadas nas reuniões com os órgãos
colegiados, discutidas e na medida do possível, viabilizados os atendimentos.
Outro ponto de destaque é o bom relacionamento mantido entre a escola e os
serviços públicos municipais, com os quais são estabelecidas parcerias com as
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Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Esporte e Assistência Social, que
favorece o atendimento de prioridades escolares, principalmente quando se trata da
Rede de Proteção da Criança e do Adolescente.
A gestão democrática também está relacionada as relações interpessoais.
Em consulta a comunidade escolar também destacou-se como positividade da
gestão democrática a existência de diálogos no tratamento dos conflitos que
ocorrem no dia a dia escolar, seja entre alunos, alunos e educadores e entre
educadores, sempre primando pela conciliação das situações.
Num ambiente escolar do porte da Escola Estadual Marquês de Maricá
muitas são as formas de pensamentos dos grupos. A gestão procura, em suas
decisões, atender as necessidades da escola, o que nem sempre significa
contentamento de todos. Isso gera tensões grupais que necessitam ser trabalhadas
a fim de todos convergirem, apesar das diferenças, ao ponto comum, que é o
aprendizado do educando.
Vivenciamos a pouca disponibilidade da comunidade de pais na gestão
democrática, transparece não querer envolver-se nas atividades sociais, pois isso
exige disponibilidade de um tempo extra, além da carga horária de trabalho diária, e
tal envolvimento requer doação em prol do benefício comunitário. Tal dificuldade
evidencia-se não só no contexto escolar, mas nos diversos setores da comunidade
izabelense que demandam a formação de diretorias, conselhos e associações. As
pessoas vem se eximindo do envolvimento pelo bem comum, como uma
característica própria do sistema social e econômico capitalista, que prima pelo
individualismo.
b) Equipamentos Físicos e Pedagógicos:
A Escola Marquês de Maricá possui um acervo qualificado de material de uso
didático pedagógico, nem sempre o suficiente para o número de alunos atendidos
pela instituição. A maioria dos professores busca incorporar nas suas práticas
pedagógicas o uso dos materiais pedagógicos disponibilizados para o
enriquecimento das mesmas.
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Diante das inovações tecnológicas, se faz necessário a estruturação do
equipamento que compõe o laboratório de informática, pois a atual capacidade do
servidor não absorve a demanda de uso advinda dos educadores e alunos,
sobrecarregando-o causando lentidão e até mesmo travando o sistema, não
permitindo sua utilização por determinado período.
Todas as vezes em que houve problemas no funcionamento do laboratório de
informática necessitando da assessoria técnica do CRTE in loco, na medida do
possível, os técnicos disponibilizados no Núcleo Regional de Educação sempre
atenderam aos chamados da escola. Porém com apenas três técnicos disponíveis
para atender todas as escolas no núcleo, as vezes, leva a espera, gerando
problemas mediante as emergências do cotidiano de uma escola do porte do
Marquês de Maricá.
Existe na escola um agente educacional II, direcionado a função de
administrador local que supre as necessidades de manutenção básicas do
laboratório de informática. O qual faz o cadastramento dos usuários, auxilia os
professores e alunos durante as aulas, e faz o atendimento em turnos contrários
assessorando alunos e comunidade na realização de pesquisas escolares.
A biblioteca escolar está sendo mantida com acervo atualizado através de
investimentos em material literário, tendo um amplo acesso por parte dos alunos e
demais membros da comunidade escolar que queiram e necessitem usufruir. Os
professores estimulam a leitura através de projetos pedagógicos e do livre acesso
ao ambiente que é organizado por um agente educacional II que faz o atendimento
ao público.
A TV pendrive e o projetor são recursos muito utilizados nas atividades
pedagógicas, devido ao seu fácil manuseio e a diversificação oferecida em relação a
exposição das aulas.
A escola está constantemente investindo recursos na aquisição e atualização
de diversos materiais: mapas, dicionários, réguas, transferidores, lápis de cor,
canetão, atlas, jogos educativos e demais materiais necessários para o bom
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andamento das aulas, o que inclui investimento em folhas sulfites, toner e
impressoras.
A climatização dos ambientes escolares tornou-se uma necessidade mediante
as alterações climáticas que afetam a nossa região com altas temperaturas. Dessa
forma, 12 climatizadores foram instalados na escola, sendo 5 dessas adquiridos com
verbas federais e os demais com os recursos próprios da APMF.
A utilização do telefone fixo faz parte do dia a dia escolar, uma vez que o
perfil dos alunos e de suas respectivas famílias trouxe à tona a necessidade de
acompanhamento pedagógico mais individualizado, sendo feitos em parceria com a
Rede de Proteção e com a comunicação familiar reforçando o acompanhamento
escolar dos alunos. Tais ações acarretam contas mensais com valores exorbitantes,
sobre as quais a SEED solicita justificativa do uso.
A Direção juntamente com a APMF e o Conselho Escolar sempre priorizam a
aquisição de materiais conforme a necessidade dos professores para atender todas
as áreas, seja através de recursos da SEED ou de promoções aplicando os recursos
próprios.
c) Avaliação dos profissionais
Todos os profissionais das escolas estaduais são submetidos a uma
avaliação semestral de desempenho exigida pela SEED com fins de progressão, a
qual é realizada a nível escolar através de uma reunião com a direção, membros do
Conselho Escolar, avaliados e equipe avaliadora. Tendo como critérios avaliativos:
assiduidade, produtividade, participação e pontualidade.
Observa-se que nesta avaliação a uma incidência frequente de notas 10 (dez)
nos itens acima descritos, no entanto, no cotidiano escolar, falhas são evidenciadas
em diferentes setores, as quais são reproduzidas ano após ano, exigindo um
disciplinamento dos profissionais no desempenho das atividades que lhes cabem,
conforme estatuto do magistério, regimento escolar e projeto político pedagógico.
Identifica-se desconsonância entre este documento avaliativo e o que
evidencia-se na prática cotidiana nos ambientes escolares, pois se todos os
20
profissionais realmente são nota 10 (dez), consequentemente, os resultados da
escola deveriam ser outros, principalmente quando comparado esta avaliação com
os relatos dos alunos nos pré-conselhos e de alguns pais em registros nos livros ata
destinados a este fim. Sendo assim, se à todos os profissionais são atribuídas notas
10 (dez), quais serão os argumentos utilizados para promover as melhorias
contínuas evidentemente necessárias?
Além deste instrumento ofertado pela SEED se faz necessária a realização de
avaliação institucional periódica para ter uma visão mais apurada sobre o nível de
contentamento da comunidade escolar com relação aos serviços ofertados pela
escola e suas reais necessidades.
2.2 Ensino-Aprendizagem
É um processo contínuo que acontece por meio da mediação do professor, efetiva-se quando o sujeito apropria-se de conhecimentos que possibilitem a compreensão do meio em que vive. O conhecimento é, portanto, fruto de uma relação entre o sujeito, professor mediador e o conteúdo/objeto de conhecimento (SEED/PARANÁ. Caderno de orientações para elaboração/reestruturação do projeto político,2016).
O trabalho pedagógico da Escola Marquês de Maricá está sustentado por
discussões sobre concepções teórico-metodológicas que vem sendo desenvolvidas
ao longo dos anos e sobre as quais busca-se organizar o trabalho educativo. Essas
discussões são realizadas a partir de estudos e reflexões sistematizadas, por
ocasião das reuniões e Semanas Pedagógicas, mediadas pela equipe pedagógica,
por vezes utilizando-se do material disponibilizado pela SEED, outras, utilizando
referências bibliográficas indicadas pela própria equipe de acordo com as
necessidades que se apresentam no contexto escolar, e quando possível e
necessário, são convidados profissionais das universidades.
Os educadores neste contexto, são concebidos como sujeitos que refletem
sobre a ação pedagógica, tendo a escola como principal lugar de reconhecimento de
uma realidade educativa, e portanto, o principal lugar do processo de reflexão
sistematizada sobre a sua própria prática.
21
Através dessas discussões, já se alcançou avanços consideráveis, porém,
para atingir-se o ideal há uma grande caminhada a ser percorrida, marcada pela
subjetividade presente nas características individuais de cada professor que
expressa diferentes bagagens pedagógicas, gerando diferentes compreensões e
consequentemente diferentes práticas, mesmo quando lhes proporcionadas as
mesmas reflexões e traçados objetivos comuns.
Nesse contexto coletivo, o caminhar é diferente, o que exige um constante
retomar, refletir, construir e reconstruir por tratar-se de sujeitos (educandos e
educadores) marcados por múltiplos determinantes: psicológicos, sociais, políticos,
biológicos, econômicos, religiosos e culturais, que influenciam o fazer pedagógico
exigindo que este seja pensado e repensado constantemente, para avaliar se ele
está atendendo a função de ensinar a todos o conhecimento científico e
redimensioná-lo a fim de retomar a linha de ação, quando esta estiver desvinculada
deste propósito.
A organização curricular do ensino desta escola encontra-se expressa na
Proposta Pedagógica Curricular elaborada pelos professores das diferentes
disciplinas. Tal elaboração teve como suporte teórico as Diretrizes Curriculares
Estaduais da Educação Básica (SEED, 2008), documento sistematizado a partir das
discussões realizadas pelos professores da Rede Estadual de Educação que
contribuíram “com argumentações fundamentadas desde sua prática de ensino
quanto em suas leituras teóricas e fizeram leituras críticas das diversas versões
preliminares enviadas às escolas.” (SEED. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica, 2008)
A Proposta Pedagógica Curricular expressa o histórico de cada disciplina
definindo seu objeto de estudo e seus objetivos, a metodologia, a avaliação e seus
conteúdos estruturantes, básicos e específicos para cada ano. Articulados aos
conteúdos são trabalhados os Temas da Diversidade (Relações Étnico-raciais e
Afrodescendentes, Indígena, Gênero e Diversidade) e os Desafios Educacionais
Contemporâneos (Enfrentamento à Violência na Escola, Prevenção ao Uso Indevido
de Drogas, Educação Ambiental, Educação Fiscal, Cidadania e Direitos Humanos).
22
Os estudos sobre o Paraná estão contemplados nos conteúdos de História e
Geografia nos 7º, 8º e 9º ano.
A Matriz Curricular adotada oferece na parte diversificada o ensino de
Língua Estrangeira Moderna – Inglês e nas disciplinas da Base Nacional Comum o
Ensino Religioso como disciplina opcional para o aluno.
O trabalho pedagógico prioriza o enfoque ao conteúdo de forma
contextualizada, privilegiando a aplicação da teoria em situações práticas que
conduzem a sistematização do conhecimento.
Além da atividades curriculares, este estabelecimentos de ensino oferta
Atividades Curriculares Complementares – Hora Treinamento, nas modalidades
Handebol e Voleibol que são organizadas em propostas pedagógicas próprias a
partir do interesse apresentado pelos educandos em desenvolvê-las.
As atividades complementares são trabalhadas em contra turno e consistem
em recortes de conteúdos disciplinares contemplados na Proposta Pedagógica
Curricular, que sofrem um enfoque teórico - metodológico mais aprofundado,
condizente com os objetivos de cada atividade e as necessidades dos alunos que as
realizam.
Outras atividades complementares ofertadas pela instituição são a Sala de
Apoio a Aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática para 6os e/ou 7os anos, e
a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I. A primeira tem por objetivo trabalhar com
alunos que apresentam defasagem de conteúdos e /ou dificuldades de
aprendizagem devido a não apropriação de conteúdos estudados em séries
anteriores. A segunda objetiva trabalhar com alunos que apresentam necessidades
especiais diagnosticados com déficit intelectual, transtorno funcional específico e
TDAH.
a) Plano de Trabalho Docente
A elaboração do Plano de Trabalho Docente está amparada pela Lei 9394/96,
art. 13, inciso II e faz parte do planejamento escolar. Para tanto, os docentes fazem
uso do tempo previsto em sua hora atividade, nos momentos de planejamento das
23
Semanas Pedagógicas e das datas estipuladas em calendário para o
replanejamento. Nas duas últimas oportunidades descritas, é possibilitado aos
professores se organizarem por área ou, disciplina, para que assim ocorram trocas
de experiências, no entanto, observa-se que muitas vezes dentro dos grupos
ocorrem divergências que prejudicam o trabalho coletivo.
Esse planejamento visa organizar o processo de ensino e aprendizagem,
fazendo com que o docente sistematize as decisões tomadas e registre como será
feita sua execução. Através da elaboração do PTD, há a possibilidade de rever a
ação pedagógica e adequá-la da melhor maneira possível a fim de promover a
aprendizagem dos educandos. De maneira geral, os professores desta escola veem
o planejamento como algo flexível, como uma ferramenta que possibilita fazer os
ajustes necessários conforme sua caminhada.
Dentro deste propósito, alguns professores buscam utilizar estratégias de
recursos variados em sua prática pedagógica atendendo a diversidade sócio
educacional dos alunos, outros persistem nas mesmas estratégias mesmo não
atingindo os objetivos de aprendizagem.
A grande maioria dos professores procuram elaborar seu PTD com base no
estabelecido pelo Projeto Político Pedagógico da escola que estabelece como teoria
de fundamentação a Pedagogia Histórico-Crítica. No entanto, sentem limitações na
hora da elaboração por falta de conhecimentos mais amplos, que extrapolem os da
sua disciplina, uma vez que o PTD nessa perspectiva requer muito tempo de
pesquisa e estudo com relação à realidade com base em problemas sociais
existentes na comunidade, na sociedade e na escola, para que seja possível a
contextualização do conteúdo.
Também sentem insegurança pois não possuem muita clareza de como
proceder na aplicação dessa teoria relacionando aos conteúdos. Existem também
fatores estruturais que prejudicam a aplicação desta teoria metodológica, como por
exemplo, a carga horária reduzida de algumas disciplinas e a fragmentação de
horários e aulas.
24
Ainda encontramos em nossa escola um número bem reduzido de
profissionais que não elaboram e não entregam os seus planos, e, entre os que
entregam, há os que não cumprem com o que foi pensado e descrito no mesmo. Um
dos motivos se deve ao fato desses profissionais não ver o planejamento como algo
essencial para ministrar suas aulas, considerando perda de tempo dedicar-se a esta
tarefa.
Os docentes entregam um PTD trimestral à equipe pedagógica que arquiva
estes documentos. A equipe pedagógica procura acompanhar tanto a elaboração do
PTD, quanto a sua execução. Fazendo os registros necessários dos profissionais
que acabam descumprindo a legislação vigente ao não elaborarem o referido plano,
uma vez que, é uma exigência necessária para o bom acompanhamento dos
conteúdos escolares e como registro da prática pedagógica do docente.
O que ainda encontramos muitas vezes, é um PTD que resume-se a uma
listagem trimestral de conteúdo, seguida de encaminhamentos metodológicos e
avaliativos generalizados. Percebe-se também que o momento do planejamento
ainda não efetivou-se plenamente como uma oportunidade de troca de experiências
pedagógicas, de crescimento coletivo que deve ser aproveitado ao máximo.
No entanto, apesar de encontrar algumas resistências, a equipe pedagógica
vem realizando seu trabalho para quebrar a tradicional elaboração do planejamento,
criando situações que exijam maiores reflexões, estabelecendo diálogo entre os
professores e a elaboração de planos que sigam a metodologia estabelecida pela
Pedagogia Histórico-Crítica. Gradativamente nos encontros pedagógicos está sendo
descontruída a visão burocrática referente ao planejamento, a fim de que esse
documento seja parte do processo de ensino, e sirva para aprimorar a prática
docente.
b) Avaliação
As diferentes caminhadas pedagógicas dos professores transparecem em
práticas que evidenciam um grupo de profissionais com maior flexibilidade, cujos
estudos e reflexões expressam a incorporação de uma prática avaliativa como parte
25
integrante do ato de ensinar que a utilizam em prol da democratização do
conhecimento, cujos critérios avaliativos são claros, em consonância com o sistema
avaliativo regimentado. Há um outro grupo, mais rígido, em que as reflexões até
então realizadas não deram conta de promover os avanços necessários desses
profissionais frente ao trabalho avaliativo, ainda não o incorporaram como parte do
processo de ensino e os critérios avaliativos não são claros. Essas divergentes
formas avaliativas se apresentam também nas diferenças significativas de nota do
mesmo aluno em relação à disciplinas afins.
A média alcançada pelo aluno deve refletir a assimilação dos conteúdos
mínimos necessários para a continuidade do ensino nos anos seguintes e quando
tais conteúdos mínimos não são atingidos deve haver a recuperação paralela.
A realização da recuperação paralela causa certas dificuldades para o
professor ao deparar-se com diversos níveis acadêmicos reunidos numa mesma
sala e com alunos que não possuem consciência coletiva em relação ao valor da
cooperação e respeito para com a individualidade de todos. Considerando também a
grande quantidade de alunos por sala de aula e o perfil de extrema agitação entre
eles, a recuperação paralela e o atendimento às individualidades é um grande
desafio a todos os professores.
Outro fator presente em nossa realidade escolar é o fato de enfrentarmos
muitas vezes o desinteresse dos alunos com relação à aprendizagem que traz
consequências nos processos e nos resultados avaliativos. Uma grande maioria dos
profissionais são preocupados e se esforçam em recuperar tanto o conteúdo quanto
a nota, oferecendo novas oportunidades de estudo e novos instrumentos avaliativos,
no entanto, muitos são os casos de alunos que não alcançam respostas positivas
demonstram indiferença em relação aos resultados.
Diante dos insucessos em alcançar melhores resultados - sempre em torno
dos mesmos alunos, ano após ano - o professor acaba por vezes não sendo realista
nessa atribuição de nota, favorecendo o educando com notas que muitas vezes não
refletem o real nível de aprendizado. Usando isso como uma estratégia para que,
26
caso durando o ano letivo estes alunos reajam positivamente ás intervenções
escolares e encontrem-se em condições de atingir resultados finais de aprovação.
No processo de avaliação escolar, o professor interpreta os resultados da
aprendizagem apresentados pelo aluno e atribui valores, os quais são transformados
em notas trimestrais. Sendo considerado aprovado o aluno que apresentar
frequência igual ou superior a 75% do total da carga horária do período letivo e
média igual ou superior a 60 resultantes da média aritmética dos trimestres, em cada
disciplina.
Os dados avaliativos são resultado do desempenho do aluno em diferentes
situações de aprendizagem e em diversos momentos - (trabalhos individuais e em
grupos, pesquisas, apresentação e organização do material diário, desempenho na
apresentação e elaboração de trabalhos pedagógicos, envolvimento nas aulas,
provas orais e escritas, objetivas e descritivas, individuais e em grupos, com
consulta ou sem consulta) - selecionados pelo professor durante todo o período
letivo, de acordo com a metodologia de trabalho utilizada ao promover a interação
do aluno com o conteúdo e a especificidade e objetivo do momento.
Constata-se que os critérios e instrumentos avaliativos frequentemente
utilizados são os que propiciam mais a reprodução do conhecimento do que o
raciocínio crítico por parte do educando, visto que, em muitas salas de aula os
alunos expressam certa “preguiça mental” diante de qualquer atividade que exija um
pouco mais de esforço para realiza-la. Dessa forma, o professor acaba adaptando a
avaliação a fim de atingir resultados melhores de nota, o que não significa ter
atingido seu objetivo de ensino e aprendizado.
Além dos instrumentos avaliativos utilizados em sala de aula, os resultados
da Avaliação do Rendimento Escolar do SAEP e do IDEB, também constituem
instrumentos de avaliação para o aluno e para a instituição que utiliza tais índices
educacionais para definição de ações que visam a superação das dificuldades
apresentadas e a elevação do nível de aprendizagem dos alunos.
c) Conselho de Classe
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O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa, sendo espaço privilegiado onde se reúnem professores, equipe
pedagógica e direção, a fim de discutir e avaliar as ações educacionais e indicar
alternativas que busquem garantir a efetivação do processo de ensino e
aprendizagem dos educandos.
Tendo como finalidade “acompanhar todo o processo educativo por meio de
análises sobre os componentes da aprendizagem dos estudantes” (SEED/PARANÁ.
Caderno de orientações para elaboração/reestruturação do projeto político,2016),
levando em consideração as relações entre ensino, aprendizagem e avaliação,
procura-se organizar o Conselho de Classe em três momentos: pré-conselho,
conselho de classe e pós-conselho.
Pré-conselho: é um momento diagnóstico onde procura-se ouvir os alunos,
que são questionados e levados a refletir sobre seu desempenho e sobre o trabalho
dos professores e demais setores de atendimento as suas necessidades. Algumas
vezes também, distribui-se fichas aos regentes das turmas, para que estes possam
sistematizar o perfil da turma, as dificuldades encontradas, os progressos obtidos e
as sugestões.
Conselho de Classe: é o momento em que todos os envolvidos no processo
se posicionam frente ao diagnóstico e definem em conjunto as proposições que
favoreçam a aprendizagem dos alunos. No entanto, nos últimos três anos, houve um
retrocesso a antiga prática. A maior parte do tempo do conselho de classe o grupo
vem utilizando para realizar reclamações e constatações individuais de alunos que
não entregaram trabalhos, não fizeram avaliações e atividades em sala de aula. Isso
porque o grupo de professores não vem praticando a proposta do plano de ação da
escola, a qual propõem de que tais assuntos devam ser encaminhados à equipe
pedagógica durante o trimestre, enquanto há a possibilidade de intervenção no caso
e aplicação de encaminhamentos pedagógicos frente o processo de ensino e
aprendizagem, antes do fechamento de notas e médias.
Como nem todos os profissionais vem procedendo da forma necessária, os
que deixam de fazer, no conselho de classe, quando já estão com as médias
28
fechadas e lançadas no sistema, expõem suas dificuldades que deveriam ter sido
expostas para a equipe pedagógica ao longo do trimestre, tendo que protelar a
intervenção pedagógica individualizada para o próximo trimestre.
Os poucos professores que executam suas práticas conforme a proposta, no
momento do conselho tem apenas situações pontuais para tratar. Se todos
assumissem a proposta do acompanhamento pedagógico individualizado ao longo
do trimestre, o encaminhamento durante o conselho de classe seria diferente, mais
qualitativo e produtivo, tendo de fato a possibilidade de discutir avanços da turma e
dificuldades de aprendizagem verificadas no processo, e promoção de melhorias
não enfatizando a entrega ou não de trabalhos.
Nesse contexto, existem situações com algumas turmas e educadores, em
que o conselho de classe realmente exerce sua função essencial, se torna um
momento de reflexão e redimensionamento das práticas pedagógicas. Porém, ainda
há muito a ser aprimorado nas discussões de Conselho de Classe para que se
otimize esse momento em todo o seu potencial pedagógico.
Pós-conselho: momento em que as ações previstas no Conselho de Classe
são concretizadas. Nesta etapa, a equipe pedagógica volta às turmas para auxiliar
os professores na efetivação das ações tomadas em conjunto. Neste momento
também, são realizadas conversas orientadoras com as turmas e na individualidade
com alguns alunos. Reuniões de pais são feitas na coletividade ou, na
individualidade para a entrega de boletins e para resolver problemas com relação à
indisciplina e à aprendizagem. É nesse momento também que a equipe pedagógica
juntamente com a direção, conversam com os professores individualmente a
respeito de sua prática pedagógica, principalmente com aqueles que necessitam de
orientações específicas.
d) Registros da Prática Pedagógica:
Tendo em vista a complexidade do trabalho educativo, os registros das
atividades que dizem respeito ao ensino e a aprendizagem expressam a
responsabilidade de cada um dos envolvidos em realizar seu papel frente ao
29
processo de aquisição do conhecimento, sendo direito e dever dos docentes e
discentes realizá-los.
Aos discentes cabe o registro das atividades desenvolvidas em sala de aula
nos cadernos, avaliações e trabalhos.
Aos docentes compete manter o Registro de Classe Online (RCO)
preenchidos conforme a Instrução 005/2014-SEED/SUED e, orientações
pedagógicas realizadas no início e no decorrer do ano letivo.
No cotidiano escolar, por vezes surgem situações que a referida instrução não
abrange e diante destas busca-se orientações junto ao setor de Estrutura e
Funcionamento do Núcleo Regional de Educação sobre a forma de registrá-las.
A equipe pedagógica sempre enfatiza junto aos professores que a qualquer
tempo, mediante dúvidas, deve procurar a equipe a fim de orientar-se antes de
realizar o registro sobre o qual sente-se inseguro para assim evitar equívocos ou
rasuras no documento.
Os Registros de Classe Online (RCO) são verificados e rubricados
trimestralmente, sendo que estes são solicitados ao professor a qualquer momento
mediante situações, que para serem encaminhadas, haja necessidade do
documento ser consultado pela equipe pedagógica. Por esse motivo, tais livros
devem permanecer na escola disponíveis e com os registros atualizados.
Os Planos de Trabalho Docentes são uma outra forma de registro das
atividades de ensino, o qual é analisado junto ao Registro de Classe Online para
verificar a consonância entre o que foi planejado pelo professor, o que foi executado
e o que está registrado. Portanto, devem ser entregues nas datas previstas para
serem acompanhados e consultados.
O Registro Classe Online e os Planos de Trabalho Docentes ao final de cada
ano letivo são arquivados em local próprio e mantidos por um período de cinco anos,
vencido este prazo, são incinerados. Para o ano de 2017, os Registros de Classe
passarão a ser efetivados em sistema online, permanecendo arquivado somente os
dos anos anteriores pelo período determinado.
30
As reuniões de conselho de classe, pedagógicas e de pais, são registradas
em livros próprios. As atas do Conselho de Classe são escrituradas pela secretária
oficial da escola, já as atas das demais reuniões são realizadas por uma pessoa
designada pela direção.
Observa-se que nas atas referentes ao Conselho de Classe precisam ser
escrituradas de forma mais pedagógica, registrando questões relevantes ao
pedagógico que, por vezes, deixam de ser registradas dando um caráter simplista ao
documento.
2.3 Atendimento Educacional Especializado ao público-alvo da Educação
Especial
A Escola proporciona a inclusão e além do ensino da classe comum, oferta
aos alunos com necessidades especiais a Sala de Recursos Multifuncional Tipo I e
atualmente são atendidos alunos com diagnóstico de Déficit Intelectual, Transtorno
Funcional Específico e Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Os alunos que frequentam a Sala de Recursos, são atendidos por
profissionais especializados dos quais recebem o estímulo e o acompanhamento
individualizado necessários para que prossigam a escolaridade demonstrando
progressos na aprendizagem, sendo trabalhados de acordo com suas dificuldades e
possibilidades. Recebem auxílio no desenvolvimento de trabalhos aplicados pelos
professores da classe comum, orientando-os nas pesquisas, utilização da internet,
leitura e escrita.
Observa-se que os alunos com menor idade (6º e 7º anos) são os que tem
maior assiduidade, já os que atingiram idade mais avançada e que estão em
defasagem idade/série, apresentam resistência. Tais alunos, devido a estrutura
física mais desenvolvida e por iniciarem uma vida social onde agregam outros
fazeres, deixam a Sala de Recursos e sentem vergonha de frequentarem o contra
turno.
31
Existem também, casos de alunos faltosos cujas famílias são
descomprometidas com a escola, e mesmo mediante às intervenções pedagógicas
junto aos próprios alunos e pais, nem sempre se conseguem resultados positivos.
Os alunos com necessidades educacionais especiais, na forma da lei, tem
direitos a serem inclusos em séries com menor número de alunos, e na medida do
possível, assim é realizado. No entanto, o barulho e a inquietação presente em
todas as turmas interferem profundamente na disponibilidade do professor em fazer
um atendimento individualizado, e do aluno em concentrar-se durante as aulas.
As adaptações curriculares são proporcionadas a todos os alunos que
requerem algum atendimento especial, devendo ser realizadas no âmbito dos
conteúdos, objetivos, metodologia, avaliação e tempo, conforme a característica de
cada um. Porém, as intervenções mais realizadas são o atendimento individualizado,
acompanhamento e auxílio na realização de avaliações, e um olhar diferenciado
diante das produções de cada aluno.
Os profissionais da Sala de Recursos juntamente com a Equipe Pedagógica
realizam as orientações necessárias aos professores da Classe Comum com relação
as possibilidades pedagógicas.
Uma alternativa para melhorar a atuação dos professores já explorada, foi a
realização de reunião pedagógica na qual os profissionais da Sala de Recursos
ofereceram capacitação abordando os limites e possibilidades de cada necessidade
especial atendida pela escola, sugerindo as possíveis adaptações curriculares de
pequeno porte que as disciplinas poderiam estar realizando. Experiência essa, que
deve se repetir para promover a relação colaborativa entre os docentes que atuam
no serviço especializado e na classe comum.
2.4 Articulação entre as etapas de ensino
A escola já vem desenvolvendo um trabalho diferenciado de acolhimento dos
alunos que chegam do 5º para o 6º ano. Nos primeiros dias de aula, são
apresentados todos os ambientes escolares e os profissionais que trabalham em
32
cada um deles, explicando a função que exercem e indicando a quem devem
recorrer em cada situação específica que poderá surgir. Também lhes são
apresentadas as normas de funcionamento da escola e os comportamentos que se
espera deles. Questões pedagógicas relevantes sobre organização dos horários de
aulas, postura de estudo e sistema avaliativo também são apresentadas e
explicadas.
Na distribuição de aulas é sugerido que preferencialmente os professores que
tenham um perfil pedagógico de identificação com as características da infância
assumam as turmas. Os profissionais são orientados a realizar um trabalho de
acompanhamento e auxílio na organização de materiais e horários, pois é uma
rotina diferente da qual os alunos estavam acostumados e agora precisam ser
adaptados.
Nos primeiros dias de aula são realizadas atividades diagnósticas de
identificação do nível de aprendizagem dos alunos, sondando os possíveis casos
que necessitem frequentar as salas de apoio à aprendizagem de português e
matemática. Também é realizada uma triagem de acuidade visual com aplicação da
Escala Optométrica de Snellen para identificação de possíveis casos de baixa visão
os quais são encaminhados com uma carta indicativa à Casa de Saúde do
Município.
Também nos primeiros meses de aula, para os alunos de 6º ano, é realizada
uma adaptação nos horários do recreio e da saída, propiciando a eles cinco minutos
de antecedência até que se familiarizem com a dinâmica escolar e do transporte.
Com relação aos 9º anos, a passagem do Ensino Fundamental para o Ensino
Médio também recebe algumas atenções diferenciadas. Ao aproximar-se o período
de realização de matrículas, os Coordenadores do Curso de Formação de Docentes
deste município, juntamente com alguns de seus alunos, visitam os 9º anos
apresentando o referido curso, expondo as diferenças entre o ensino regular e o
ensino profissionalizante que é ofertado pela instituição, sendo essa abordagem
importante fator esclarecedor, que facilita a tomada de decisão dos alunos no
momento da matrícula.
33
Outra ação significativa, é o cuidado com o encaminhamento dos alunos que
frequentam a Sala de Recursos, os quais possuem avaliação especializada,
diagnosticando suas necessidades de adaptações curriculares. Assim, ao
aproximar-se o término do ano letivo, os professores da Sala de Recursos emitem
relatórios indicativos dos diagnósticos, das potencialidades e limitações de cada
aluno que passará a frequentar o Ensino Médio, os quais são enviados para a
Equipe Pedagógica da escola de destino, para que logo nos primeiros dias letivos
realize os devidos encaminhamentos.
2.5 Articulação entre diretores, pedagogos, professores e demais profissionais
da educação
A articulação entre os diferentes setores da escola garante a organização do
trabalho pedagógico, uma vez que toda a ação da escola é de cunho educativo e em
função do melhor atendimento às necessidades dos envolvidos nesse processo de
ensinar e aprender.
Nesse sentido procura-se estabelecer constante diálogo, acompanhamento e
estímulo ao desenvolvimento de ações que elevem o nível de aprendizagem e a
qualidade no atendimento das necessidades da comunidade.
A articulação ocorre nas reuniões pedagógicas e administrativas, nas hora-
atividades, nos murais onde são afixadas informações gerais e sempre que
necessário são articulados encontros. Em função do convívio diário e dos ambientes
(sala dos professores, direção, biblioteca, laboratório de informática, secretaria e
equipe pedagógica) localizarem-se no mesmo bloco, a proximidade favorece a
comunicação e a articulação dos trabalhos sendo os profissionais sempre muito
solícitos.
Apesar de haver essa articulação, sente-se a necessidade do
estabelecimento em calendário de datas quinzenais para reuniões entre os setores
dos Agente Educacionais I e II, Equipe Pedagógica e Direção. Isso se torna
necessário, devido aos assuntos imediatos que surgem no dia a dia, por vezes,
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prejudicarem a comunicação, o planejamento e a articulação, que dessa forma, sofre
alguns reflexos negativos, os quais poderão ser evitados.
2.6 Articulação da Instituição de Ensino com os Pais/ou Responsáveis
A participação familiar na vida escolar do educando sempre foi algo que a
Escola Estadual Marquês de Maricá objetivou, criando situações através de reuniões
periódicas, promovendo eventos e convocando a presença dos pais sempre que
necessário. No entanto, a participação ainda necessita ser ampliada, criando
vínculos de maior comprometimento, para tanto a escola vem desenvolvendo um
projeto de reuniões formativas para a comunidade escolar, trazendo profissionais da
área de psicologia que abordam assuntos observados como fragilidades familiares
sobre as quais são necessárias maiores informações para que os pais ajam de
forma mais qualificada na educação de seus filhos, o que consequentemente
refletirá positivamente nas relações escolares. Entre outros assuntos já foram
abordados, desde 2014: Sexualidade na adolescência, Valores que cultuamos em
família, Relações familiares, Relacionamento familiar preventivo ao uso de drogas,
Violências. A equipe pedagógica também trabalhou o livro de literatura infantil: Agora
não Bernardo, trechos do filme Mãos Talentosas seguido de reflexões sobre as
situações do cotidiano.
A articulação entre a escola e os pais/responsáveis também ocorre através da
exposição de trabalhos, apresentações artísticas e culturais e da participação em
eventos promovidos pela instituição, tais como: festa junina, dia do estudante e
outros que sejam organizados e propícios ao convite à participação da comunidade
de pais.
No início de cada ano letivo é feita uma reunião especificamente com os
pais/responsáveis dos alunos dos 6º anos com a finalidade de repassar as normas
internas e o Regimento Escolar, enfatizando as rotinas da escola, o sistema de
ensino e sistema avaliativo.
35
Sempre que necessário, os pais são chamados a comparecer à escola para
tratar de assuntos referentes aos filhos. São feitas reuniões por turmas e
atendimentos individualizados.
Assembleias de pais são convocadas mediante necessidade de alterações
significativas, para apreciação de propostas e auxílio na tomada de decisões que
afetam o contexto escolar, também para formação e eleição da APMF e do
Conselho Escolar, instâncias colegiadas que representam o coletivo de pais e
responsáveis e desempenham suas funções conforme estatuto próprio.
2.7 Formação Continuada dos Profissionais da Educação
A formação continuada dos docentes que atuam na Educação Básica é
norma estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96)
em seu título VI, Art. 62. A formação continuada na rede pública de educação no
Estado do Paraná encontra-se estruturada da seguinte forma: no início do primeiro e
do segundo semestres ocorrem as Semanas Pedagógicas, e, no decorrer do ano
letivo, dois dias são destinados à Formação em Ação. Todos os profissionais da
escola (professores e agentes educacionais I e II) participam das capacitações.
Nas duas modalidades, a SEED encaminha às escolas materiais que
subsidiam a formação de todos os profissionais da educação. Contudo, já foram
melhor estruturados, pois as equipes pedagógicas recebiam formação para trabalhar
as temáticas das Semanas Pedagógicas com os docentes e os textos traziam
reflexões mais profundas. Já a Formação em Ação ocorria em polos, na forma de
oficinas, e geralmente os técnicos das disciplinas do Núcleo Regional de Educação
trabalhavam com os educadores.
Devido ao descontentamento por parte dos educadores com relação ao
material enviado pela SEED, principalmente com relação aos últimos anos, a escola
vem adotando a prática de realizar adaptações a este material. De acordo com a
realidade e necessidade da escola, a equipe pedagógica e diretiva redimensiona os
temas e subsídios para trabalhar a formação dos docentes complementando-os.
36
Dentro desse contexto, a formação continuada da Escola Estadual Marquês
de Maricá vem estruturando-se por meio de um trabalho coletivo com as demais
escolas estaduais do município de Santa Izabel do Oeste, visto que muitos dos
profissionais trabalham em outros estabelecimentos e através da organização
coletiva todos acabam recebendo a mesma formação, apenas diferenciando-se em
momentos específicos que requerem reflexões e tomadas de decisões sobre
questões específicas e peculiaridades realidade de cada estabelecimento de ensino.
Através do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, a SEED
proporcionou a vários professores a oportunidade de alcançar a qualificação
profissional a nível de mestrado. Quando no momento do desenvolvimento prático
do projeto de intervenção pedagógica na escola, foram muitos os trabalhos
significativos que proporcionaram de forma didático – metodológica criativa, aulas
que dinamizaram as situações de ensino.
No entanto, após esse período de desenvolvimento exigido para conclusão da
referida formação, a grande maioria dos professores não mais aplicaram tais
projetos, suas aulas voltaram a ser ministradas como o faziam anteriormente. Dessa
forma a expectativa de que a formação do PDE trouxesse mudanças na dinâmica
escolar, efetivou-se somente durante o período da intervenção pedagógica.
Outras oportunidades proporcionadas para a formação continuada dos
educadores são realizadas a distância através da participação nos Grupos de
Trabalho em Rede – GTR; capacitação para a constituição das Brigadas Escolares,
formação específica para Diretores e outros que se renovam anualmente em
parceria da SEED com as Instituições de Ensino Superior. Observa-se que os
profissionais que participam destas formações o fazem motivados principalmente
pela necessidade da pontuação que tais cursos oferecem para a subida de nível.
A participação como membro da Equipe Multidisciplinar é outra forma de se
promover a formação continuada. Esta equipe anualmente é constituída por
membros dos diferentes setores escolar, cuja finalidade é a realização da formação
através de estudos e reflexões, a partir de materiais disponibilizados pela SEED,
sobre a cultura africana, afro-brasileira e indígena. Também compete a esta equipe
37
elaborar um plano de ações a serem desenvolvidas pelos profissionais da escola e
articular a sua efetivação.
Atualmente observa-se dificuldades na disponibilidade de profissionais que
queiram compor a Equipe Multidisciplinar, e diante disso ela é composta a partir de
certa insistência por parte da equipe pedagógica e direção, visto que é uma
necessidade pedagógica e uma exigência legal. Quanto a atuação desta equipe
percebe-se que ocorre minimamente, com a participação dos membros nos
encontros e discussões, havendo pouca articulação entre o estudado e o realizado.
Alguns profissionais da escola mesmo não sendo membros da equipe tem maior
envolvimento, enquanto outros deixam muito a desejar.
O Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão, vem contribuindo para
a formação profissional proporcionando encontros direcionados aos pedagogos, o
que é muito significativo por fornecer suporte técnico-pedagógico a tais profissionais
com relação a organização do trabalho nas escolas.
As reuniões pedagógicas e os dias reservados ao
planejamento/replanejamento estabelecidos previamente em calendário escolar são,
também, momentos importantes para a reflexão e consequente formação dos
docentes. Pois, busca-se ofertar conhecimentos que possibilitem ao professor
compreender e organizar o processo de ensino, sem esquecer a educação em sua
relação com o social.
A escola oportuniza ao quadro de profissionais a participação em cursos,
seminários e eventos educativos de formação inclusive os ofertados pelas
Instituições de Ensino Superior da região, disponibilizando condições para que esta
participação seja possível, numa organização interna em que o trabalho do
profissional cursista seja suprido por outro profissional deste estabelecimento
durante o período de sua ausência através de um acordo entre eles com negociação
de horários.
2.8 Acompanhamento e Realização da Hora-Atividade
38
A Hora-atividade é uma conquista que trouxe grandes melhorias para o
processo educativo e para o professor, pois propiciou um espaço para este dedicar-
se, no seu horário de trabalho, ao aprimoramento de suas atividades, aliviando a
sobrecarga que a profissão impõe.
A realização ocorre dentro do espaço escolar, em sala própria e procura-se
seguir um cronograma para que estas fiquem concentradas e promovam o encontro
dos profissionais por disciplina.
Seu acompanhamento é realizado pela equipe pedagógica e diretiva quando
possível, pois dentre as atividades diárias previstas no planejamento semanal da
equipe pedagógica, muitos são os acontecimentos imprevistos que surgem e que
necessitam de atendimento emergencial. Quanto a esses, há dias que superam o
planejado, prejudicando o acompanhamento do professor, tendo a equipe que
dedicar-se ao atendimento aos alunos, pais e professores que solicitam apoio
pedagógico em situações pontuais. Na medida do possível é realizado o necessário
diálogo com os professores, através do qual busca-se as intervenções pedagógicas
às situações de ensino e aprendizagem.
O acompanhamento pedagógico precisa ser priorizado, pois identificadas as
fragilidades o suporte pedagógico é necessário para que as melhorias ocorram. No
entanto, anualmente percebe-se que os atendimentos emergenciais vem exigindo
maior atenção desviando o pedagogo da sua real função, passando este a atendê-
los, pois são problemas que também precisam ser resolvidos.
Observa-se que os profissionais dedicam-se nas horas-atividades,
principalmente, ao planejamento das aulas, correção de trabalhos realizados pelos
alunos e preenchimento do Registro de Classe. Há profissionais que utilizam-se
desses horários para outros atendimentos, tais como, aos pais convocados pela
equipe pedagógica e a alunos que necessitam de explicações extras sobre o
conteúdo; auxiliam no atendimento de turmas quando ocorre a falta de colegas de
trabalho, suprindo o horário desfalcado; e ajudam inclusive na organização do
Grêmio Estudantil.
39
A grande maioria dos professores dedicam seu tempo de hora-atividade ao
que está previsto na Instrução n°001/2015 – SUED/ SEED, sendo raras as exceções
que não cumprem.
2.9 Organização do tempo e espaço pedagógico e critérios de organização das
turmas
Atualmente, a Escola Estadual Marquês de Maricá oferece as séries finais
do Ensino Fundamental nos turnos matutino e vespertino, atendendo a 468 alunos
matriculados em 17 turmas regulares. Tendo mais 4 turmas do Apoio (Português e
Matemática) e 26 horas de atendimento da Sala de Recursos Multifuncional.
A formação das turmas ocorre de acordo com a ordem de matrícula e a
previsão de abertura de turmas de acordo com a demanda do ano anterior. Quando
a necessidade supera a previsão, é realizado um processo solicitando a abertura de
novas turmas.
Evidenciam-se alguns fatores externos que interferem na organização das
turmas os quais estão relacionados as características da comunidade atendida.
Observa-se que as famílias que priorizam a educação dos filhos são as primeiras a
realizarem as matrículas e, as famílias que não tem essa prioridade são as últimas,
inclusive, tendo casos em que a própria escola tem que entrar em contato para que
a efetivem.
Como consequência disso, as primeiras matrículas direcionam-se ao turno
matutino e as demais, ao vespertino; os alunos que formam as primeiras turmas,
advindos de famílias preocupadas com a educação demonstram melhor
desempenho escolar, e as demais, um desempenho nem sempre satisfatório.
Outro fator observado, é a organização familiar no momento da matrícula as
quais se aglomerem com o grupo de suas relações conforme os bairros que
residem. Também observa-se que as famílias economicamente menos favorecidas
demonstram preferência pelo turno vespertino considerando os invernos rigorosos
40
da região e a pouca disponibilidade de agasalhos para o enfrentamento do frio
matutino.
Os espaços escolares (secretaria, biblioteca, laboratório de informática, sala
dos professores e equipe pedagógica) encontram-se abertos e a disposição da
comunidade escolar durante o período de aulas, de manhã das 7:30 às 11:30 e à
tarde das 13:00h às 17:00h. Sendo que, no intervalo do meio dia (11:30 às 13:00h)
os portões ficam abertos e os alunos tem livre acesso ao pátio interno da escola,
permanecendo no local alguns agentes educacionais.
a) As Atividades de Ampliação de Jornada Escolar
A escola oferece Aulas Especializadas de Treinamento Esportivo (AETE) nas
modalidades Voleibol (manhã) e Handebol (tarde) que são realizadas no Ginásio de
Esportes. Sendo que os alunos matriculados nestas atividades participam
constantemente de competições realizadas a nível regional e estadual. São
atividades integradas ao currículo escolar com uma proposta curricular própria e
registro de classe. Foram escolhidas em consulta a comunidade por serem as
práticas esportivas com as quais os alunos mais se identificam.
b) Sala de Apoio à Aprendizagem
A escola oferece a Sala de Apoio a Aprendizagem de Português e
Matemática nos períodos matutino e vespertino, sendo que esta atende alunos de 6º
e 7º ano com dificuldades de aprendizagem e defasagem de conteúdo. São
matriculados neste serviço de apoio bimestralmente mediante avaliação diagnóstica
de aprendizagem e dispensados quando houverem superado as dificuldades ou
defasagens.
A instituição tem como responsabilidade indicar profissionais para trabalhar
com as Salas de Apoio a Aprendizagem, com perfil que atendam as seguintes
características docentes: ser dinâmico, bem humorado, criativo, auto motivado,
persistente, aberto ao diálogo e que seja capaz de manifestar em suas práticas
pedagógicas conhecimento e respeito a fase de desenvolvimento dos alunos, sendo
41
no 6º ano a infância o que caracteriza também a fase do aprendizado. Será
priorizado o suprimento de professor com experiência nos anos iniciais do Ensino
Fundamental.
2.10 Índices de Aproveitamento Escolar (indicadores externos e internos),
abandono/evasão e relação idade/ano
Para a análise dos resultados de permanência e sucesso acadêmico,
apresentamos no Anexo I a tabela demonstrativa dos índices escolares.
a) Abandono Escolar
A instituição de ensino realiza o trabalho de combate ao abandono escolar
através de acompanhamento dos alunos sobre os quais logo se identifica quadros
faltosos. No primeiro momento é realizado o monitoramento diário, o professor
regente tem a responsabilidade de comunicar à equipe pedagógica a incidência de
faltas dos alunos, sendo três consecutivas ou cinco alternadas. A equipe pedagógica
tendo detectado o perfil faltoso, (geralmente são os mesmos alunos ano após ano)
adota o hábito de verificar diariamente a presença destes na escola. Mediante faltas,
busca estabelecer contato com seus familiares, primeiramente via telefonema, não
resolvendo a situação, encaminha-se os passos seguintes: convocação dos pais ou
responsáveis, envio de ofício comunicando a situação ao Conselho Tutelar que
realiza o trabalho de visita familiar e para os casos em que se evidencia situação de
vulnerabilidade encaminha-se via ofício relatórios ao CRAS e/ou à Casa Municipal
de Saúde, acionando a Rede de Proteção, e mesmo esgotado todos os
encaminhamentos, a equipe pedagógica, persiste no retorno do aluno através de
telefonemas e ofertando adaptações de situações de ensino e aprendizagem.
Quando os alunos retornam à escola, a maioria dos profissionais tem
sensibilidade pedagógica de acolhê-los e auxiliá-los a organizarem-se e situarem-se
nos conteúdos e atividades que perderam. Alguns professores os atendem nas suas
horas-atividades e disponibilizam atenção individualizada na sala de aula. Quando
42
necessário solicitam auxílio da equipe pedagógica que os assessora na organização
do material escolar e com a realização de atividades.
Há alunos faltosos, que mediante acompanhamento durante todo o ano letivo
e intervenções pedagógicas, alcançam resultados positivos nos estudos. Porém
ainda há casos, que mesmo mediante todo o processo acima descrito, acabam por
abandonar a escola.
Conforme os dados, da tabela do anexo I, o maior índice de abandono em
2014, evidenciou-se nos 8º e 9º anos. Neste período a instituição ofertava o ensino
noturno para estes dois anos, e principalmente no período noturno e vespertino a
taxa de desistência foi acentuada. Em 2015 observa-se que a maior incidência de
abandono ocorreu nos 7º anos vespertino e 9º ano do noturno.
Quanto as turmas do noturno, os alunos apresentavam como perfil
predominante, defasagem idade/série, indisciplina, dificuldade de aprendizagem,
desinteresse pelo estudo, saiam de casa para vir até a escola e ficavam pelas ruas,
construindo um quadro extremamente faltoso. Uma minoria destes alunos eram
trabalhadores, viam a escola como um local de encontro com os amigos, e não para
estudo, havia alunos que faziam uso indevido de drogas, havia prostituição e
gravidez. Geralmente eram alunos advindos de famílias com vínculos fragilizados,
cujos pais já não exerciam nenhuma autoridade sobre eles, sendo que alguns
desses pais demonstravam nos diálogos estabelecidos, que não queriam se
incomodar com os problemas dos filhos, esses fatores acabavam gerando o
abandono escolar.
Com relação aos abandonos do diurno, como já mencionado anteriormente,
se evidencia a maior taxa no turno vespertino, período que se concentram os alunos
advindos de meio econômico e social menos favorecido. Os alunos que abandonam
a escola advém de contextos familiares carregados de problemas de relacionamento
e de uma bagagem cultural e educacional bastante precária.
Atualmente, com a cessação do ensino noturno, é no vespertino que se
concentram os maiores esforços da escola em manter o aluno assíduo, e apesar
43
disso, as questões sociais acabam muitas vezes prevalecendo sobre o trabalho da
Rede de Proteção da Criança e do Adolescente.
São inúmeros os fatores que contribuem para o abandono especialmente no
período vespertino, os quais serão elencados: falta de vínculo familiar; falta de
autoridade dos pais ou responsáveis (alunos que fazem o que querem, a hora que
querem e como querem, tanto em casa quanto na escola, gerando conflitos, pois
não se submetem às normas de relacionamento coletivo e as regimentadas);
envolvimento em ocorrências ilícitas; defasagem idade/série; constante migração de
cidade sem a devida comunicação da família com a escola, não havendo solicitação
de transferência; isso frequentemente está associado a dificuldade de
aprendizagem, pois são alunos que, na maioria das vezes, desde as anos iniciais do
ensino fundamental, vem reproduzindo comportamentos negativos com relação a
escola. Constata-se também o uso indevido de drogas, vida sexual ativa
precocemente, gravidez na adolescência, entre outros. São casos que apesar da
escola e do Conselho Tutelar realizarem inúmeras intervenções não se obtém
sucesso, por fim os pais simplesmente procuram a escola ou os conselheiros para
relatar que os filhos não querem mais estudar, que os mandam para a escola, no
entanto estes não os obedecem e já não sabem o que fazer. São situações que
esgotam as medidas que a escola poderia tomar, sendo que no ano seguinte, após
renovarem matrícula, a maioria repete o comportamento faltoso e se reinicia todo o
procedimento.
Entre os casos mais graves de abandono escolar, alguns acabam evadindo-
se da escola quando atingem a idade entre 17 e 18 anos. Ficam fora da escola por
determinado tempo e depois por necessidade profissional procuram a Educação de
Jovens e Adultos. Nos anos em que foi ofertado o ensino noturno, a escola realizou
buscas por alunos evadidos, visto que, era mais uma oportunidade de regularizar a
vida escolar, contudo, dos que matricularam-se muitos voltaram a abandonar a
escola.
b) Baixo Aproveitamento Escolar
44
Na tabela – anexo I, observa-se que é alto o índice de aprovação por
Conselho de Classe em todas as turmas em 2014, sendo que a incidência agravante
foi detectada na disciplina de Matemática e em número menor, mas também
significativo, nas demais disciplinas. Em 2015 o índice de Aprovação por Conselho
de Classe (APC) diminuiu, no entanto, a disciplina de Matemática continuou com
uma porcentagem agravante.
Observou-se que a aprovação por Conselho de Classe em Matemática é algo
corriqueiro, em 2015 participou de aproximadamente 50% dos APC, independente
da turma, turno e professor. Sabemos que os alunos em sua maioria já chegam com
uma rejeição em relação à disciplina, contudo, o descompromisso para com os
estudos contribui em muito para este insucesso, uma vez que, o aprendizado da
Matemática requer uma postura de estudo diferenciada das demais disciplinas que
inclui compreensão e treino do procedimento de resolução. Percebe-se também que
muitos alunos mantém-se a longo prazo no nível de pensamento concreto, e
apresentando dificuldades com os conteúdos básicos da Matemática, o que dificulta
em muito o aprendizado nesta disciplina. Aliado a isto, percebe-se dificuldades por
parte dos professores em dinamizar, adaptar e aperfeiçoar suas metodologias e
estratégias de ensino.
Considera-se urgente rever os critérios de aprovação por Conselho de Classe
pois esta, pode estar camuflando o índice de reprovação.
De modo geral o baixo rendimento escolar vem sendo causado pela falta de
assiduidade; descompromisso com os estudos (não estudam para as provas, não
fazem trabalhos e tarefas de casa, pouco envolvimento com as atividades em sala
de aula, muitos não as realizam); indiferença por parte do aluno mediante o
aprendizado ou não dos conteúdos; pouco envolvimento familiar com a escola;
alguns alunos possuem dificuldades acentuadas de aprendizagem e mesmo sendo
desenvolvido um trabalho com um olhar diferenciado, não conseguem atingir a
aprovação por média em todas as disciplinas.
Os alunos estão chegando cada vez mais agitados; falantes, com
necessidade de expressar o tempo todo seus pensamentos, não respeitando os
45
diferentes momentos das aulas; ansiosos, não conseguem aguardar a sua vez de
falar; baixa concentração durante as aulas, não conseguem focar a atenção ao que
precisa ser feito, ficam conversando; trazem muitos problemas da rua e familiares
para dentro da escola, sendo que estas questões emocionais são mais importantes
para eles do que está sendo tratado durante as aulas. Tudo isso, requer do
professor uma dinâmica diferenciada na abordagem dos conteúdos e condução das
aulas, o que nem todos conseguem fazer, e da escola, rever a sua organização uma
vez que nos moldes atuais não está alcançando a eficiência necessária, dispensa-se
muito tempo, recursos humanos e materiais em prol de resultados que são atingidos
minimamente. A realidade social é um condicionante que precisa estar mais
presente na hora dos profissionais planejarem as atividades escolares, mantendo o
foco na característica principal da escola que é ensinar, redimensionando o que e
como fazer.
c) Prevenção ao uso de Álcool e outras Drogas e Enfrentamento às
Violências na instituição de ensino
A prevenção ao uso de álcool e outras drogas e o enfrentamento às violências
são trabalhos realizados anualmente com alunos e estendido aos pais, por serem
situações que interferem diretamente nos índices de aproveitamento escolar,
gerando abandono, evasão e reprovação, provocando distorção idade/série.
Aos alunos as temáticas são abordadas relacionadas ao conteúdo curricular e
em atividades complementares tais como palestras e projetos que exploram os
assuntos estimulando comportamentos de auto preservação, respeito por si e pelo
outro.
O Grêmio Estudantil é um parceiro da escola contribuindo com apresentações
de teatros, promoção de momentos reflexivos, sempre coordenados pela professora
responsável.
Aos pais são oferecidas reuniões formativas nas quais profissionais da área
médica e psicológica explanam sobre esses temas associando-os ao
relacionamento familiar e comportamento dos filhos, indicando caminhos para a
46
prevenção, como agir no contexto familiar e onde buscar ajuda profissional quando o
problema já estiver instalado.
Observa-se a necessidade de anualmente fortalecer esse trabalho buscando
novas parcerias para desenvolver o tema na escola e na formação dos educadores.
2.11 Relação entre profissionais da educação e discentes
Num ambiente educativo como a escola, local de encontros diários entre
pessoas de diferentes características, as relações assumem papel fundamental na
formação humana, pois é através dessa que se ensina e se aprende os conteúdos
do currículo oculto, sendo estes os conteúdos éticos, morais, de justiça, respeito,
dignidade, solidariedade, compreensão, tolerância, entre outros, que edificam a
formação humana. Diante disso as relações estabelecidas no ambiente escolar
necessitam ser analisadas coletivamente, sob um olhar pedagógico, pois quando
não submetidas a reflexões, também podem ensinar lições que contradizem e
conflituam com os propósitos da escola, a formação de pessoas que transformem a
sociedade num lugar mais humano e justo, onde as pessoas cumpram com seus
deveres de forma responsável e exerçam seus direitos.
Quando se trata das relações escolares as características dos profissionais,
dos alunos e do ambiente são os componentes que as dinamizam. Nos últimos anos
tem-se observado que as relações estão cada vez mais conflituosas, gerando
tensões diárias que ocorrem em maior número e com maior frequência.
As mediações pontuais já não podem ser o único caminho de intervenção, é
necessário uma avaliação das reais causas e uma reavaliação das ações escolares
que necessitam ser implementadas para que haja mudanças na forma como as
relações escolares vem se concretizando, inclusive alterando ou criando novas
formas de propiciar um ambiente escolar que atenda às necessidades da
comunidade que acolhe.
47
As rotinas escolares também precisam ser revistas uma vez que podem
contribuir para o cultivo de um ambiente motivador ou desmotivador, podem ser
rotinas que estimulem a participação democrática, prezando pela autoridade do
profissional ou, o seu autoritarismo.
Identificados e qualificados os mecanismos de organização dos espaços,
tempos e rotinas escolares, muitos problemas relacionados aos conflitos poderão
ser amenizados. Para tanto é necessário envolver mais os alunos e profissionais em
situações em que sejam ouvidos, principalmente com referência aos alunos, que
ainda são vozes passivas no ambiente escolar. É necessária a criação de canais
para que os alunos participem mais das decisões que os afetam diretamente,
motivando-os a envolver-se com a vida escolar.
Observa-se que tanto os alunos quanto os profissionais estão demonstrando-
se desestimulados. Os profissionais pelo fato da grande maioria dos alunos
apresentarem-se desinteressados, com pouca responsabilidade e indiferentes às
propostas de trabalhos ofertadas, desrespeitosos com relação as normas escolares
e, às vezes, também para com os profissionais. Os alunos queixosos quanto ao
desempenho de alguns profissionais, desestimulados mediante as rotinas escolares,
desinteressados pelo conteúdo, sem vontade e sem determinação para estudar. O
que agrava-se quando advindos de realidades familiares e sociais que pouco ou
nada os estimulam com relação ao desempenho escolar, que não oferecem a
atenção necessária para educá-los nos relacionamentos, apresentando-se sem
limites, e expostos a experiências precoces, incoerentes com a sua faixa etária, que
os deseducam, tudo isso traz prejuízos quando num ambiente coletivo, que exige
cumprimento de normas para o funcionamento.
Observa-se que tanto em sala de aula quanto no ambiente escolar como um
todo, as situações de ensino estão rotineiras. Professores e alunos a cada novo dia
já sabem o que e como vai acontecer o trabalho. As atividades mais comuns que
rompem esse ciclo e dinamizam o espaço estão relacionadas à eventos
comemorativos tais como: festa junina, jogos intersérie, dia do estudante e dia do
professor.
48
Situações de ensino diferenciadas, que motivam e estimulam os alunos para
os estudos, geralmente são planejadas e executadas isoladamente, sempre pelos
mesmos profissionais, que muitas vezes sentem-se desamparados, uma vez que há
a necessidade de todos se engajarem com essas atividades.
O relacionamento professor e aluno é estabelecido, principalmente no ato de
ensinar. Diante disso, os profissionais que o fazem propondo metodologias
adequadas ao conteúdo e ao perfil de cada turma; apresentando domínio de
conteúdo; bom manejo e dinamismo frente as situações que se apresentam em sala;
que seguem as regras escolares e tomam atitudes baseadas nestas, no bom senso
e na justiça para com todos; que cumprem suas promessas e acordos realizados
com a turma, sendo flexível e não permissivo; aberto ao diálogo; solícito diante das
dificuldades do aluno, demonstrando interesse e compromisso pelo aprendizado de
todos, são os que possuem bom relacionamento com os alunos, sendo avaliados
por estes como os melhores professores.
Em contrapartida, mediante aos casos em que os professores apresentem
algumas destas limitações: falta de domínio do conteúdo para além do livro didático;
inadequação entre o conteúdo e a metodologia de ensino desconsiderando as
individualidades e as particularidades de cada turma; desatenção para com seus
atos, descumprindo suas promessas, acordos e regras escolares; desestabilizando-
se emocionalmente diante dos alunos; demonstrando pouca preocupação com cada
aluno em relação ao seu desemprenho e sucesso na aula; envolvendo-se pouco
com as atividades escolares de forma geral, são os que apresentam maiores
dificuldades nos relacionamentos com os alunos, não consolidando sua autoridade,
gerando problemas de ordem maior que afetam a escola como um todo.
Tendo como princípio que todo profissional escolar também é um educador. A
partir do momento que estabelece alguma forma de relacionamento com os alunos,
suas atitudes, palavras, olhares e expressões faciais transmitem conteúdos
educativos. Portanto todos, independentemente da função que exerça, necessita
buscar o aprimoramento profissional para qualificar-se enquanto membro de um
espaço educativo que tem responsabilidade na formação do cidadão.
49
3 - FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Tendo em vista o que foi até então documentado, referente ao diagnóstico da
realidade situacional da Escola Estadual Marquês de Maricá, ao retratar os aspectos
positivos e os aspectos fragilizados do trabalho desenvolvido na instituição, busca-
se neste momento fundamentar teoricamente as reflexões realizadas coletivamente
sobre os conceitos que estarão permeando as práticas educativas, a fim de
subsidiar e fortalecer por meio desta fundamentação a definição conceitual que será
norteadora de todas as práticas escolares, nos diferentes setores de trabalho.
Dessa forma os conceitos que delineiam as especificidades desse projeto
pedagógico estão pautados na perspectiva Histórico-Crítica, fundamentada na
dialética histórica, expressa no materialismo histórico, “abrangendo desde a forma
como são produzidas as relações sociais e suas condições de existência até a
inserção da educação nesse processo.” (SAVIANI, 2003, p.141).
Neste contexto, a fundamentação teórica tem função de esclarecer o sentido
e dar direção à prática. Sendo que as consequências dessa prática sempre
precisam ser reavaliadas e novamente teorizadas, a fim de proporcionar as
transformações necessárias no ambiente educativo, o que requer um movimento
constante entre teoria-prática-teoria, ao que denomina-se práxis.
A escola está inserida num contexto social e recebe reflexos trazidos pelos
sujeitos que convivem neste espaço, portanto, educação e sociedade são conceitos
interdependentes, uma vez que a escola pública encontra-se a serviço da sociedade
e necessita atender aos seus anseios e acolher as demandas diversas provenientes
desta. Assim sendo, as mudanças que ocorrerem no quadro social sempre serão
condições para reavaliar e redimensionar as práticas escolares na perspectiva da
formação de sujeitos, capazes de atuar de forma crítica na sociedade a que
pertence.
Sociedade aqui é entendida como a agregação de grupos sociais com suas
culturas, instituições, capacidades, ideias e valores, com normas de conduta legais e
50
morais estabelecidas, que atuam pautados nos direitos individuais e coletivos.
Conforme Pedrinho Guareschi (2005, p. 69), a sociedade é tida como algo dinâmico,
em permanente processo de mudança, pois se define a partir dos diferentes tipos de
relações: amizade, colaboração, conflito, dominação, entre outras, sendo que
algumas dessas podem ir desaparecendo, modificando-se ou estabilizando-se até
certo ponto, pois uma relação nunca chega a cristalizar-se totalmente.
A sociedade brasileira apresenta graves problemas e contradições sociais:
injustiças sociais, violência, criminalidade, corrupção, desemprego, falta de
consciência ecológica, violação de direitos, etc. que agravam-se com o passar do
tempo. Levando em consideração “que uma sociedade democrática só se
desenvolve e se fortalece politicamente, de modo a solucionar seus problemas se
pode contar com a ação consciente e conjunta de seus cidadãos”, a escola pública é
um lugar privilegiado que promove o conhecimento, o diálogo, o desenvolvimento do
pensamento crítico e do exercício da participação democrática, fatores necessários
para a transformação social. (PARO, 2001, p.35).
Neste contexto o homem é influenciado e exerce influência no espaço em
que vive, pois ao mesmo tempo em que o indivíduo nasce numa sociedade pré-
estabelecida, como ser integrante desta, age sobre ela, influenciando-a com suas
ações guiadas pelas próprias necessidades, criando sua existência e gerando
transformações.
Nesse sentido, o homem é entendido como um ser biopsicossocial,
constituído através das relações que estabelece com a natureza, com os próprios
homens e com o transcendente, com finalidade de superar suas limitações e
transformar a realidade através do trabalho.
O trabalho diferencia o ser humano dos demais seres vivos, pois é através
dele que o homem transforma intencionalmente a natureza, para atender suas
necessidades.
De acordo com Dermeval Saviani (2003, p.12), para o homem assegurar sua
existência primeiramente necessita garantir sua subsistência material, o que se dá
51
através do trabalho, cujos bens produzidos são materiais e assim podemos
denominá-lo “trabalho material.”.
Entretanto para realizar esse trabalho material requer que o homem planeje
suas ideias e os objetivos de sua ação a partir de conhecimentos. As produções de
ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes e habilidades produzem outra
categoria de trabalho denominada “trabalho não-material”.
Dessa forma a educação é compreendida como uma produção não-material,
cujo objeto diz respeito aos elementos culturais que humanizam os homens e que
precisam ser assimilados, trata do conhecimento clássico, ou seja, aquilo que se
firmou como fundamental, como essencial ao longo dos anos.
Assim, educação e trabalho estão intimamente interligados e para que a
escola desenvolva uma abordagem na
perspectiva emancipatória da educação e do trabalho deve desenvolver a capacidade de pensar criticamente a realidade e promover a justiça e a solidariedade, fundada na ética, e respeitando a dignidade e a autonomia do educando. Daí a importância estratégica do professor como intelectual transformador e a escola como um espaço de contestação e de construção de uma visão crítica da sociedade, formando para o exercício da cidadania desde a infância. A educação pode ser entendida e praticada tanto como um processo de formação para manter a sociedade quanto para transformá-la. Numa perspectiva emancipatória a educação é entendida como problematização da realidade visando à sua transformação. A educação emancipadora é o oposto da educação bancária, uma educação voltada para a fabricação de mão-de-obra para satisfazer as necessidades do mercado. (GADOTTI, 2012, p.2)
A escola encontra-se a serviço da sociedade e de sua transformação, para
isso suas práticas devem ser coerentes com a formação de sujeitos participativos na
construção da sociedade que se almeja. Para tanto, precisa ser um espaço para o
aprimoramento de atitudes e valores imprescindíveis para o exercício pleno da cidadania, como exercício do conhecimento autônomo e crítico; valorização de si mesmo como sujeito responsável da História; respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas, políticas, evitando qualquer tipo de discriminação; busca de soluções possíveis para os problemas detectados em sua comunidade, de forma individual e coletiva; atuação firme e consciente contra qualquer tipo de injustiça e mentiras sociais; valorização do patrimônio sociocultural, próprio e de outros povos, incentivando o
52
respeito à diversidade; valorização dos direitos conquistados pela cidadania plena, aí incluídos os correspondentes deveres, sejam dos indivíduos, dos grupos e dos povos, na busca da consolidação da democracia. (KARNAL, 2010, p. 47-48)
Mas afinal, o que é ser cidadão? Segundo Jaime Pinsky e Carla Bressanezi
Pinsky,
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. (PINSKY, 2012, p.09)
Para que os indivíduos exerçam a cidadania de forma consciente e plena, é
necessário o desenvolvimento da formação humana integral, cabendo a escola ser
a porta de acesso a tal formação, uma vez que, possibilita interligar os diversos
aspectos da vida das pessoas, fazendo dela um lugar de educação do povo, para
que se reconheça como sujeito de construção da nova sociedade.
Esse sujeito, segundo Ivo Tonet, se caracteriza como alguém que seja capaz
de pensar com lógica e ter autonomia moral, contribuindo para as transformações
sociais, culturais, científicas e tecnológicas de forma a garantir a paz e o progresso,
uma vida saudável e a preservação do planeta. “Portanto pessoas criativas,
participativas e críticas. Afirma-se que isso seria um processo permanente, um ideal
a ser perseguido, principalmente na escola, mas também fora dela.” (TONET, p. 6)
Neste contexto a escola é a instituição especializada em realizar a passagem
do saber espontâneo e fragmentado para o saber sistematizado, da cultura popular
para a cultura erudita, promovendo a socialização do conhecimento produzido e
acumulado historicamente através das relações que os homens estabelecem com a
natureza e com os próprios homens. “O conhecimento, portanto, como fato histórico
e social supõe sempre continuidades, rupturas, reelaborações, reincorporações,
permanências e avanços.” (GASPARIN, 2003, p.4-5)
53
Segundo Sandra Mara Corazza (1991. p. 85), citada por João Luiz Gasparim
(2003, p. 5), por mais que o objetivo da escola seja trabalhar com o conhecimento
científico, não desconsidera o conhecimento do senso comum, visto que este é tido
como o ponto de partida da prática pedagógica sendo submetido ao seguinte
movimento: o conhecimento do senso comum (sensorial concreto, o empírico, o
concreto percebido), passando pela análise (abstração, separação dos elementos
particulares de um todo, identificação dos elementos essenciais, das causas e
contradições fundamentais) e chegando à síntese (o concreto pensado, um novo
concreto mais elaborado, uma prática transformadora).
Assim como o conhecimento é produzido pelo homem em suas relações, a
educação também é uma experiência especificamente humana, não existindo uma
única forma e um único modelo, não sendo a escola o único lugar onde ela
acontece.
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. (BRANDÃO,1985, p.7)
Para Dermeval Saviani (2003), é fundamental o entendimento da educação
em geral e da educação escolar, ambas como práticas sociais produzidas
historicamente no processo de produção e reprodução material da vida humana,
sendo que a especificidade da educação situa-se na produção de ideias, conceitos,
valores, hábitos, atitudes e habilidades que constituem o conjunto da produção
humana não-material, caracterizando-se “fundamentalmente por uma preocupação,
por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se
manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de
manutenção ou transformação social.” (LUCKESI, 2001, p. 30).
Ao se tratar especificamente da educação escolar torna-se necessário
conceituar infância e adolescência, as fases de desenvolvimento para as quais o
54
trabalho pedagógico das séries finais do Ensino Fundamental dessa escola está
direcionado e que portanto, necessita estar a elas adequado.
A infância é o período etário compreendido entre o nascimento e a
puberdade. Por séculos a criança foi vista como um ser sem importância, hoje ela é
considerada em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e histórica.
Tais mudanças surgiram a partir de novas exigências sociais e econômicas.
Segundo Kramer,
[…] a idéia de infância […] aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. [...] ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade. (2003, p.19)
Na sociedade contemporânea a criança é vista como um sujeito de direitos,
situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades atendidas de forma
integral. Ela deve ser respeitada enquanto ser físico, cognitivo, psicológico,
emocional e social.
Segundo Zabalza ao citar Fraboni: a etapa histórica que estamos vivendo,
fortemente marcada pela “transformação” tecnológico-científica e pela mudança
ético-social, cumpre todos os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na
educação da criança, legitimando-a finalmente como figura social, como sujeito de
direitos enquanto sujeito social.” (1998, p.68)
Para Walon (apud GALVÃO, 1995, p.39), o estudo da criança
contextualizada, possibilita que se perceba que, entre seus recursos e o seu meio,
instala-se uma dinâmica de determinações recíprocas. Os aspectos físicos do
espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada
cultura formam o contexto do desenvolvimento.
Ainda segundo Walon, no desenvolvimento infantil de 6 a 11 anos, a
reciprocidade existente entre a conduta da criança e os recursos do ambiente vai
consolidando a aquisição das funções psicológicas superiores (inteligência
55
simbólica, memorização, consciência, raciocínio dedutivo e associativo pensamento
abstrato).
Angela Mendonça mencionou durante a palestra realizada no município de
Francisco Beltrão, no auditório da UNISEP, no dia 28 de março de 2017, no
encontro sobre a temática: A Rede de Atenção e Proteção Social: a proteção integral
se garante com trabalho articulado, “Não há uma única infância, são muitas infâncias
e, para muitas infâncias necessitamos de muitos conhecimentos”. Isso reporta a
necessidade da escola reconhecer cada criança a partir de seu histórico de vida,
percebendo-a em sua totalidade, como fruto de um meio sócio / cultural / econômico
desigual, o qual a constituiu como ser /cidadão, devendo estar preparada para
acolhê-la e trabalhá-la a partir de suas diferenças, com a qualidade de ensino que
lhe é de direito.
A adolescência é um verbete que foi construído para designar a passagem
da fase da infância para outra que ainda não é considerada adulta, mas também não
é mais criança, pois é um período da vida do ser humano onde vai descobrindo a si
mesmo e aos outros, construindo sua personalidade e os seus projetos de vida
pessoal.
Segundo Fumika Peres e Cornélio P. Rosenburg (1998), a adolescência
ocorre na segunda década da vida (entre os dez e os vinte anos de idade);
caracteriza-se por transformações biológicas, ligadas à puberdade, que
transcendem às esferas psicológica e social em direção à maturidade
biopsicossocial; constitui um período crucial na vida dos indivíduos, por se tratar de
um momento crítico de definições de identidade - sexual, profissional, de valores, etc
- em busca da maturidade, ou da identidade.
Esse período de definição e de assumir maiores responsabilidades gera
inseguranças, questionamentos, rebeldia nos sujeitos frente aos valores do mundo
adulto expressos na sociedade.
Para os referidos autores, o processo de adolescer é inerente ao
desenvolvimento humano e a existência humana como categoria histórico-social,
não podendo ser universalizado/naturalizado/padronizado, segundo parâmetros pré-
56
estabelecidos, desconsiderando os fatos vividos e seus significados que
particularizam o processo de individualização de sujeitos, assim como as
possibilidades desiguais que a sociedade cria para a travessia da infância para a
condição de adulto para os distintos grupos sociais. Os autores chamam a atenção à
necessidade, de fazer a leitura da realidade, de mergulhar na questão da
adolescência,
[...] enquanto experiência humana, portanto parte de um processo contraditório, que não tem um sentido único, não é homogêneo, nem tampouco linear e, muito menos, com um único significado, pois que é dependente das condições materiais/objetivas e subjetivas de existência de sujeitos reais. (PERES; ROSENBURG, 1998, p. 55) [...] Desta forma, práticas pedagógicas que atendam às necessidades peculiares da fase [...] devem ser cuidadosamente selecionadas e postas em prática, especialmente aquelas que propiciem, por exemplo, a participação dos sujeitos (adolescentes/jovens), a convivência com os pares de forma saudável, relações mais horizontalizadas entre adultos e jovens, atividades que valorizem a auto-estima, a afirmação, a intelectualização, a fantasia, a ação, a expressão de sentimentos, etc. (PERES; ROSENBURG, 1998, p. 83)
Disso emerge a necessidade de repensar os conceitos escolares utilizados
para definir e compreender a adolescência, os quais muitas vezes apresentam
abordagens mecânicas e que não leva em consideração a complexidade
biopsicossocial desta fase, levando a determinadas práticas que nem sempre
correspondem ao tipo de sujeito que se pretende formar.
Nesta perspectiva a escola precisa pensar suas práticas internas relacionadas
à realidade social de onde advêm esses sujeitos, a fim de garantir-lhes seus direitos,
enxergando-os como seres integrais, pertencentes a uma sociedade, na qual para
muitos, os direitos são violados, atingindo situações extremas de violência.
Maria Cecília de Souza Minayo, utilizando-se de diversos autores em seu
trabalho, classifica a violência contra crianças e adolescentes, como:
todo ato ou omissão cometidos por pais, parentes, outras pessoas e instituições, capazes de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima. Implica, de um lado, numa transgressão no poder/dever de proteção do adulto e da sociedade em geral; e de outro, numa coisificação da infância. Isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem
57
tratados como sujeitos e pessoas em condições especiais de crescimento e desenvolvimento. (MINAYO, 2001, s/p.)
Nessa perspectiva, os conceitos de educar e cuidar devem romper com a
concepção que os associam ao trabalho desenvolvido somente na Educação Infantil.
A Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 deram um novo caráter a estes
conceitos. Hoje, educar e cuidar também estão ligados ao respeito e a proteção
oferecidas a estas crianças e adolescentes.
Não é possível dissociar o cuidar do educar, pois o desenvolvimento das
crianças depende de aprendizagens realizadas através das interações estabelecidas
com o outro, as quais, ao mesmo tempo influenciam e potencializam seu
desenvolvimento individual e a construção de um saber cultural.
O ato de cuidar relaciona-se ao desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e
social da criança e do adolescente, fazendo parte do processo de formação integral
do ser humano.
Assim, educar e cuidar são ações que devem ser planejadas, sistematizadas,
organizadas, em gestões compartilhadas entre crianças/adolescentes, educadores,
pais e toda a comunidade escolar (sujeitos integrantes da Rede de Proteção), cada
um deles portadores de diferentes culturas, portanto com diferentes concepções de
cuidar.
Por isso, é necessário que haja constante diálogo entre estes sujeitos que
circulam no interior das escolas para que o cuidar/educar sejam processos
complementares e indissociáveis, que tenham como um dos objetivos a autonomia
física, intelectual, emocional dos alunos.
Cuidar tornou-se um processo compartilhado, que nos últimos anos vem se
concretizando através da Rede de Proteção. A escola é uma das instituições que
integra esta rede, tendo a “responsabilidade, junto aos outros agentes da rede, de
identificar, notificar, atender e manter uma atitude vigilante, de acordo com a
necessidade e gravidade do caso, com a proposição de ações preventivas.” (SEED,
Portal Dia a Dia Educação – acesso em 04/04/2017)
58
Além disso, cuidar desses alunos de origens e histórias tão diferentes
significa adotar metodologias que estimule-os a novas descobertas, a resignificar os
seus conhecimentos, a estabelecer novas relações pessoais, a adquirir novos
valores e novas atitudes na sua relação com o meio social, a reconstruir a sua
identidade pessoal e grupal, a ser protagonista de sua própria história.
A escola é, ou pelo menos deve ser o espaço de exercício da cidadania,
portanto, independentemente do serviço que o educador estiver prestando, seja
desde o ato de servir o lanche até o exercício pedagógico de ensinar, deve estar
presente o acolhimento ao educando, o respeito a sua diversidade cultural,
econômica e social. Pois, para educar para a cidadania e formar o ser integralmente,
pressupõe-se “enxergar” o educando na sua situação real e potencial.
A sociedade brasileira vivencia o capitalismo, portanto a formação integral do
ser vai contra a lógica do mercado que rege as relações, a qual tem a tendência de
desumanizar e a valorizar o ter sobre o ser, estimulando o consumismo através da
disseminação uma cultura de massa alienante, que induz os indivíduos a um
consenso comum e a homogeneizar os padrões da cultura. Isso necessita ser
pensado, refletido, discutido e desmistificado, e um cenário propicio para tal é o
“chão da escola”.
A cultura é uma produção humana e faz parte dos saberes escolares,
permeando os conteúdos e as relações que se estabelecem na escola. Assim, torna-
se importante delinear uma referência sobre o que é cultura, para ajudar os
educadores a refletir sobre a influência que exerce no cotidiano escolar e sobre os
rumos da sociedade, para que, tomando consciência disso possam tomar decisões
pedagógicas adequadas ao tipo de cidadão e de sociedade que pretendem formar.
Assim, cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. [...] Cada realidade cultural tem sua lógica interna, a qual devemos procurar conhecer para que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais estas passam. É preciso relacionar a variedade de procedimentos culturais com os contextos em que são produzidos. As variações nas formas de família, por exemplo, ou nas maneiras de habitar, de se vestir ou de distribuir os produtos do trabalho não são gratuitas. Fazem sentido para os agrupamentos humanos que as vivem, são resultado
59
de sua história, relacionam-se com as condições materiais de sua existência. Entendido assim, o estudo da cultura contribui no combate a preconceitos, oferecendo uma plataforma firme para o respeito e a dignidade nas relações humanas. (SANTOS, 2009, p.8)
A escola absorve alunos provenientes de diferentes culturas sendo papel
desta acolhê-los, respeitá-los e ensiná-los a respeitar a diversidade. Para tanto
precisa abordar os conteúdos curriculares de forma a não hierarquizar
qualquer cultura, não subjugando uma às características da outra.
Sendo assim, conforme Freitas (2011, p.83-84), a educação é multicultural,
porque abriga em seus espaços múltiplas culturas. E pode ser intercultural se houver
diálogo, troca e aprendizado entre elas. A escola e o educador devem permitir que a
diversidade se faça presente no exercício do ensinar e do aprender.
Neste contexto, a maioria das escolas vem demonstrando grande dificuldade
para atender esta diversidade humana, uma vez que, ainda conservam concepções
e práticas pautadas em tendências pedagógicas que acreditam no processo de
aprendizagem homogeneizado, desconsiderando a diversidade.
Segundo Carvalho (2002, p. 70), “Pensar em respostas educativas da escola
é pensar em sua responsabilidade para garantir o processo de aprendizagem para
todos os alunos, respeitando-os em suas múltiplas diferenças.”
Corroborando com Carvalho, Araújo diz:
[...] a escola precisa abandonar um modelo no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, e incorporar uma concepção que considere a diversidade tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares quanto no das relações interpessoais. (1998, p.44)
A escola é formada por um mundo de diversidades, onde a individualidade
humana deve ser respeitada, reconhecida e aceita, principalmente por ser um
espaço de promoção do ensino, em que é imprescindível a compreensão do fato de
que todos tem formas particulares de aprender e, neste contexto, cabe aos
professores realizarem o papel de mediadores de aprendizagens, devendo esta
mediação ser desprovida de preconceito, estigma e exclusão.
60
Nesse sentido, Amaral (1998), ressalta que a educação precisa prestar um
bom serviço à comunidade, buscando atender as especificidades dos alunos que
chegam à escola, cabendo à educação adequar-se às necessidades dos alunos e
não os alunos às necessidades e limitações da escola.
Vale destacar que o objetivo não é transformar a escola em um serviço de
assistência social, desconsiderando seu papel de promotora de novos
conhecimentos, mas é preciso enfatizar que o direito de emancipação humana é de
todos, devendo a escola e os seus professores, buscar alternativas diferenciadas
para atingir seus diferentes grupos de estudantes, evitando desta forma, a exclusão
e, consequentemente, a discriminação.
O Departamento da Diversidade da Secretaria de Educação do Paraná define
as políticas para o atendimento aos sujeitos que, historicamente, encontravam-se
excluídos do processo de escolarização e/ou da pauta das políticas educacionais.
Contudo, o grande desafio das escolas públicas é incluir todos, respeitando e
valorizando a identidade de cada grupo e da cada indivíduo.
A Equipe Multidisciplinar contribui nesse processo, realizando atividades
pedagógicas e o estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-brasileira,
africana e indígena, os quais são relevantes para todos os brasileiros, visando
formar cidadãos atuantes na sociedade multicultural e pluriétnica, que sejam
capazes de construir uma nação democrática.
O trabalho da Equipe Multidisciplinar é organizado nas modalidades de
encontros e seminários, os quais tem caráter formativo envolvendo docentes de
todas as áreas, alunos e agentes educacionais.
A Equipe Multidisciplinar atua articulando no espaço escolar ações que
identifiquem e reconheçam os diferentes sujeitos, educadores e educandos, e os
condicionantes sociais que determinam o sucesso ou o fracasso escolar, criando
mecanismos de enfrentamento aos diversos preconceitos existentes, garantindo
assim, o direito ao acesso e a permanência com qualidade no processo educacional
A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana nos currículos da Educação Básica trata-se de decisão política, com fortes
61
repercussões pedagógicas, inclusive na formação de professores. Com esta medida,
professores e alunos passaram a reconhecer que é preciso valorizar devidamente a
história e cultura de seu povo, buscando reparar danos, que se repetem há séculos,
a sua identidade e direitos.
Os afro-descendentes devem ser reconhecidos na sociedade com as mesmas
igualdades de oportunidades que são concedidas a outras etnias e grupos sociais,
buscando eliminar todas as formas de desigualdades raciais, resgatando a
contribuição dos negros na formação da sociedade brasileira, valorizando a história
e cultura dos afro-brasileiros e africanos.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
(2003, p. 5)
Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para o negro.
A partir da Constituição de 1988 e mais fortemente na LDB 9394/96, os
indígenas passaram a ser reconhecidos legalmente em suas diferenças e
peculiaridades. A LDB 9394/96 (1996) estabelece em seu artigo 78, que aos índios
devem ser proporcionadas a recuperação de suas memórias históricas, a
reafirmação de suas identidades étnicas e a valorização de suas línguas e ciências.
A diversidade dos povos indígenas precisa ser considerada de fato,
exigindo iniciativas diferenciadas por serem portadores de tradições culturais
específicas. Muitas reflexões e muitas ações ainda precisam ser desencadeadas
com o objetivo de valorização e preservação da cultura indígena, propiciando o
62
reconhecimento dos indígenas como sujeitos da história e que a eles devem ser
garantidos o acesso aos direitos de qualquer cidadão.
O respeito à diversidade é um dos valores de cidadania mais importantes e
nesse aspecto, a diversidade religiosa também precisa ser abordada, com foco no
despertar da consciência de que cada religião teve e tem contribuição ao longo da
história, e que dessa forma, as diferentes expressões religiosas devem ser
consideradas especialmente na escola pública.
À escola cabe realizar um trabalho pedagógico de valorização dos fenômenos
religiosos como patrimônio cultural e histórico, buscando discutir princípios, valores,
diferenças, tendo em vista a compreensão do outro. Para tanto é importantíssimo
que os professores realizem um trabalho que estimule nos alunos o
desenvolvimento de atitudes de tolerância e de respeito às diferenças e a
diversidade.
Dessa forma as aulas de Ensino Religioso precisam estar fazendo tais
abordagens diante da diversidade religiosa, juntamente com as demais disciplinas
quando o conteúdo propiciar o enfoque, tomando o cuidado em refletir com os
alunos o maior número possível de expressões religiosas existentes na sociedade,
buscando garantir o direito de livre expressão de culto, evitando o proselitismo ou
intolerância religiosa.
Ao abordar estas questões religiosas, especialmente nas aulas de Ensino
Religioso, é preciso que se tome o cuidado para não realizar catequese dentro da
escola, pois a escola pública não é confessional e, portanto, não pode se reduzir a
nenhum tipo específico de religião, o que pode causar crime de discriminação.
Segundo a LDB 9394/96, em seu artigo 33º podemos encontrar o seguinte
esclarecimento,
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurando o respeito a diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (BRASIL, 1996)
63
Quando se tratar da diversidade de gênero, esta não pode se relacionar
somente ao sexo feminino ou masculino, pois atualmente este conceito abrange
também outras formas culturais de construção da sexualidade humana.
É preciso desconstruir os preconceitos e estereótipos em termos de diferença
sexual, possibilitando a inclusão de todas as pessoas, sejam elas do sexo feminino
ou masculino e, considerando as múltiplas formas em que estes podem se
desdobrar, pois a diferença na orientação sexual e nas formas como as diferenças
de gênero se estabelecem, não justificam a exclusão. É preciso enxergar o mundo
presente nas relações humanas e aceitar que a diversidade baseada na igualdade e
na diferença é possível.
A escola precisa levar à reflexão as diferenças e preconceitos de gênero e
orientação sexual, buscando sensibilizar a todos os envolvidos na educação para as
situações que produzem preconceitos e que resultam em desigualdades, muito
presentes no cotidiano escolar.
Dentro desse contexto, a Educação Sexual e a Prevenção a AIDS e DST,
previstas nas Leis 11.733/97 e 11.343/06, precisam ser pensadas reconsiderando
posições, conceitos e pré-conceitos. Nesse sentido, a educação escolar representa
o caminho para o estabelecimento de uma Educação Sexual que visa, ao mesmo
tempo que o respeito, à livre orientação sexual em consonância com relações
igualitárias.
A Instrução Conjunta Nº 02/2010 elaborada pela Superintendência de
Desenvolvimento Educacional e Diretoria de Administração Escolar da Secretaria do
Estado da Educação (SUED/DAE/SEED) estabelece que os estabelecimentos do
Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão incluir o nome social do aluno(a)
travesti ou transexual, maior de 18 anos, que requeira, por escrito esta inserção nos
documentos escolares internos das escolas, tais como: Registro de Classe Online,
Edital de Nota e Boletim Escolar.
A Instrução está em consonância com o Parecer no 04/09 do Ministério
Público/Paraná e o Parecer no 01/09 do Conselho Estadual de Educação do Paraná
(CEE-PR), que recomendam as instituições de ensino, por meio de seus colegiados,
64
a promoção de amplo debate sobre a inclusão do nome social do aluno e/ou da
aluna travesti ou transexual nos documentos escolares internos.
A educação se configura como uma ação essencial que possibilita o acesso
real a todos os direitos.
A Constituição Federal de 1988 considera os direitos humanos, a democracia,
a paz e o desenvolvimento socioeconômico como essenciais para garantir a
dignidade da pessoa humana. Dessa Segundo o Caderno de Educação em Direitos
Humanos – Diretrizes Nacionais
Direitos Humanos são aqueles que o indivíduo possui simplesmente por ser uma pessoa humana, por sua importância de existir, tais como: o direito à vida, à família, à alimentação, à educação, ao trabalho, à liberdade, à religião, à orientação sexual e ao meio ambiente sadio, entre outros. São direitos fundamentais, reconhecidos no âmbito internacional, garantidos pelo sistema social do qual o indivíduo faz parte. (2013, p.11)
De acordo com o Caderno de Educação em Direitos Humanos – Diretrizes
Nacionais (2013, p.11), as instituições de ensino devem direcionar seus projetos
pedagógicos para esta temática, “preocupando-se não só com os conteúdos
voltados para o letramento, mas também com a formação do caráter e da
personalidade das pessoas.”
A Educação em Direitos Humanos (EDH) é uma proposta de política pública
fomentada no cenário nacional com a instituição do Comitê Nacional de Educação
em Direitos Humanos – CNEDH e com a elaboração e publicação do Plano Nacional
de Educação em Direitos Humanos – PNEDH em 2003, em resposta a uma
exigência da ONU no âmbito da Década das Nações Unidas para a Educação em
Direitos Humanos (1995–2004).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal n° 9.394/1996)
garante o exercício da cidadania como uma das finalidades da educação e destaca
a escola como “um espaço social privilegiado onde se definem a ação institucional
pedagógica e a prática e vivência dos direitos humanos”.
65
O Caderno de Educação em Direitos Humanos – Diretrizes Nacionais define a
educação em direitos humanos, como sendo “toda a aprendizagem que desenvolve
o conhecimento, as habilidades e os valores dos direitos humanos.” (2013, p.60)
A Educação em Direitos Humanos deve orientar crianças, jovens e adultos
para que “assumam suas responsabilidades enquanto cidadãos, promovendo o
respeito entre as pessoas e suas diferenças, fazendo com que reconheçam seus
direitos e defendam os direitos dos outros.” (DN-EDH, 2013, p.11)
Nesse sentido, os processos educativos devem ser participativos, voltados
para a construção e a promoção de valores como a paz, a justiça, a tolerância e a
solidariedade.
A Educação em Direitos Humanos fundamenta-se na formação ética, crítica e política do indivíduo. A formação ética se atém a preceitos subjetivos: dignidade da pessoa, liberdade, justiça, paz, igualdade e reciprocidade entre as nações são tidos como valores humanizadores. Já a formação crítica implica no desenvolvimento de juízo de valores diante dos cenários cultural, político, econômico e social. Por fim, a formação política trabalha num ponto de vista transformador, promove o empoderamento, compreendido como a emancipação dos indivíduos para que eles próprios tenham capacidade para defender os interesses da coletividade. (DN-EDH, 2013, p.12-13)
Educar para os direitos humanos significa
preparar os indivíduos para que possam participar da formação de uma sociedade mais democrática e mais justa. Essa preparação pode priorizar o desenvolvimento da autonomia política e da participação ativa e responsável dos cidadãos em sua comunidade. (DN-EDH, 2013, p.34)
Sendo assim, torna-se imprescindível que o trabalho escolar se desenvolva
baseado em metodologias participativas que possibilitem organizar o ensino de
forma que esteja voltado para o desenvolvimento de futuros cidadãos, reconhecendo
a importância da educação como fator essencial para a formação de uma sociedade
mais justa e comprometida com as questões sociais.
Toda ação educativa com abordagem nos direitos humanos deve
conscientizar e sensibilizar a respeito da realidade,
66
identificar as causas dos problemas, procurar modificar atitudes e valores, e trabalhar para mudar as situações de conflito e de violações dos direitos humanos, trazendo como marca a solidariedade e o compromisso com a vida. (DN-EDH, 2013, p.34)
A Educação em Direitos Humanos vai além dos muros escolares, pois,
abrange práticas pedagógicas, políticas e de militância na defesa dos direitos
humanos. Fazendo-se necessário em nosso dia a dia criar espaços discursivos e
práticos sobre a participação de todos em ação mútua de responsabilidade na
defesa dos direitos humanos.
A educação ambiental é outro desafio contemporâneo que precisa ser
analisado e refletido para as necessárias intervenções no contexto escolar. Pode ser
entendida como toda ação educativa que contribui para a formação de cidadãos
conscientes da preservação do meio ambiente e aptos a tomar decisões coletivas
sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade
sustentável. Dessa forma, sua aplicação não se restringe ao universo escolar, mas
deve permear este para facilitar o entendimento dessas questões e suas aplicações
no dia a dia.
A educação ambiental assume o compromisso com mudanças de valores,
comportamentos, sentimentos e atitudes de forma permanente. Propondo-se a
promover processos continuados que possibilitem o respeito à diversidade
biológica, cultural, étnica, juntamente com o fortalecimento da resistência da
sociedade a um modelo devastador das relações de seres humanos entre si e
destes com o meio ambiente.
A instrução 009/2011 orienta sobre a obrigatoriedade de constar na Proposta
Pedagógica Curricular: Educação Ambiental (Lei 9795/99) Dec.4201/02. Neste
sentido, entende-se que a Educação Ambiental requer uma instrução contínua,
integrando o aprendizado escolar com a realidade social. Portanto, deve-se
organizar dentro do ambiente escolar um espaço para a discussão de problemáticas,
com o objetivo de proporcionar a todos a oportunidade de participar de um processo
de reflexão crítica que leve a uma mudança de comportamento na relação homem –
67
natureza, percebendo as inter-relações entre os diferentes processos que envolvem
a Educação Ambiental, buscando construir uma sociedade ambientalmente
sustentável.
Outra temática contemporânea que necessita ser pedagogicamente
abordada dentro do espaço escolar é a prevenção ao uso de drogas lícitas ou
ilícitas, um fenômeno sociocultural complexo, presente neste cotidiano. A escola
como espaço privilegiado para socialização dos conhecimentos historicamente
construídos pela humanidade pode e deve intensificar e ampliar estudos e
discussões sobre a problemática das drogas, envolvendo, se possível, todos os
sujeitos da comunidade escolar.
Faz-se necessário, portanto, uma educação preventiva e a conscientização
de todos: alunos, pais professores, enfim, toda a comunidade sobre os efeitos e
consequências causadas por essas substâncias à vida humana em todos os seus
aspectos físico, psíquico e social.
A prevenção ao uso indevido de drogas é um desafio do qual a escola não
pode se omitir. É um trabalho complexo e desafiador que demanda um tratamento
adequado e cuidadoso, baseado em conhecimentos científicos, despojados de
preconceitos e discriminações. Sendo, portanto, fundamental a formação adequada
dos profissionais que precisam construir um referencial teórico por meio de formação
continuada, para contribuir nesse processo preventivo numa perspectiva histórica,
crítica e pedagógica.
Os conteúdos curriculares associados a temática precisam ser abordados de
uma maneira mais ampla, indo além do campo biológico, perpassando outras áreas
do conhecimento, problematizando situações do cotidiano.
As questões relacionadas às drogas não devem ser trabalhadas como um
fenômeno isolado, mas sim, articuladas a contextos históricos, sociais e econômicos,
devendo pautar-se em um processo educacional constante e permanente.
A escola enquanto espaço de formação integral dos adolescentes, precisa
desenvolver o hábito da análise e da reflexão crítica como forma de prevenção ao
68
uso indevido de drogas, de conflitos e violência, uma vez que são questões
potencialmente inter-relacionadas.
O ponto de partida é entender a realidade, ouvir os pais, educadores, alunos e
comunidade e aliar-se ao poder público, ativando a Rede de Proteção, realizando
um trabalho coletivo de enfrentamento da violência escolar e do uso indevido de
drogas, sendo a principal forma de prevenção a abertura de espaços para a
discussão da problemática.
Pode-se denominar como violência escolar, todos os atos ou ações de
violência, comportamentos agressivos e antissociais, incluindo conflitos
interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos, marginalizações, omissões e,
discriminações, praticados entre a comunidade escolar (alunos, professores,
funcionários, familiares e estranhos à escola) no ambiente escolar, sendo expressa
das mais variadas formas: física, psicológica, emocional, simbólica.
A presença da violência torna o ambiente escolar um lugar hostil, propiciando
um clima de aula tenso, gerando maus relacionamentos entre os alunos e até
mesmo entre esses e os profissionais da educação. A presença da violência na
escola faz com que a ação educativa perca o sentido.
O Enfrentamento à Violência na Escola requer formação continuada dos
profissionais da educação, reflexões e discussões em grupos de estudos,
seminários e oficinas sobre as causas da violência e suas manifestações.
O Caderno Temático de Enfrentamento à Violência Escolar disponibilizado
pela SEED orienta que
[...] o ponto de partida essencial é o trabalho de diagnóstico, detectando as várias dimensões da violência, a econômico-social, a familiar, a institucional, a local, que se relacionam entre si, se apoiam e provocam mutuamente. A partir desse reconhecimento, é possível criar respostas que serão, necessariamente, diversas. O ponto de partida é este exercício construído a partir de uma diversidade de interlocutores: professores, pais, alunos, equipe técnica, líderes comunitários. (2010, p.17)
Dentre as diversas formas de violência que se manifestam no espaço escolar,
encontramos o bullying. Este, pode ser definido como uma violência que ocorre de
69
modo frequente a um aluno. O impacto do bullying é extenso para todos os
envolvidos independentemente do papel que desempenham (autor, vítima, autor-
vítima ou testemunha).
As vítimas de bullying tem significativo dano psicológico, que interfere em seu
desenvolvimento social, acadêmico e emocional. Problemas emocionais, tais como:
medo, ansiedade, depressão e baixa autoestima são comuns em pessoas vítimas de
violência e não é surpreendente que vítimas de bullying apresentem esses
problemas.
Algumas vítimas passam a evitar a escola e interações sociais e isso pode
afetar o seu desempenho escolar. Além disso, o abuso crônico por parte de colegas
da escola (bullying) tem sido relacionado, na literatura, como um fator de risco para
o comportamento suicida entre adolescentes. Muitos dos problemas acima citados
continuam mesmo após a pessoa ter deixado a escola, alguns estudos mostram que
vítimas de bullying têm mais probabilidade de sofrer depressão e rebaixamento de
autoestima na idade adulta, em comparação com pessoas que não foram vítimas de
tal violência.
Segundo o Caderno Temático de Enfrentamento à Violência Escolar
disponibilizado pela SEED
[...] a responsabilidade da violência na escola não é exclusiva dos professores e diretores, certamente, porque a violência é um fenômeno multideterminado, tendo raízes biológicas, culturais e situacionais. Entretanto, a participação desses na redução da violência na escola é fundamental. Deve-se promover um dia de discussões com toda a comunidade escolar a respeito do bullying; melhorar supervisão, por parte dos adultos, dos espaços da escola; elogiar e conceder privilégios aos comportamentos pró-sociais dos estudantes; criar regras específicas das salas de aula contra o bullying. Apesar de haver possibilidades de atuação, não existe “receita pronta”, de modo que as ações devem focar a realidade de cada escola e serem aprovadas pela comunidade escolar. O bullying é um grave problema, porém já se sabe de fatores que o promovem e formas de diminuí-lo, não sendo possível aos educadores e sociedade serem indiferentes a esse problema. (2010, p.77)
Nesse sentido, a escola deve ser um lugar seguro no qual as condutas de
humilhação, sarcasmo, agressão e violência não devem ter espaço. Encontrar
formas adequadas de lidar com a diversidade na escola, sem dúvida alguma, é
70
essencial para a prevenção de violência nesse espaço. Os conflitos certamente
surgirão na existência de diversidade, mas isso, antes de significar violência e
agressividade, pode fazer com que as pessoas aprendam mais sobre o outro e
passem a respeitá-lo.
Refletir sobre a violência no espaço escolar é algo imprescindível, requer dos
educadores, compreender o papel da escola na sociedade contemporânea, além de,
levar à necessidade de conceber a violência como um processo social, que
compromete o desenvolvimento do trabalho pedagógico e a prática docente e
discente. Por isso, ela deve ser pensada e enfrentada a partir do trabalho coletivo e
do exercício efetivo da gestão democrática.
O estudo sobre as temáticas contemporâneas precisam estar presentes nas
diferentes disciplinas que integram o currículo escolar.
Através das mais variadas práticas educativas é possível abordar as
referidas temáticas atreladas conteúdo das disciplinas, buscando a valorização das
diferenças não somente na escola, mas discriminando esse conhecimento aos pais
e a comunidade em geral.
No contexto escolar a diversidade deve ser o ponto de partida para todo o
trabalho pedagógico e a igualdade de acesso ao conteúdo científico deve promover
a igualdade no ponto de chegada.
Para atingir este fim a escola precisa estabelecer um currículo organizado de
forma a
[...] considerar os educandos sujeitos culturais e adotar postura aberta à cultura, às suas distintas manifestações [...] Trata-se de desfiar a pretensa estabilidade e o caráter aistórico do conhecimento produzido no mundo ocidental [...] Trata-se de questionar a lógica eurocêntrica, cristã, masculina, branca e heterossexual que até agora informou o processo pedagógico, assim como permitir o confronto com outras lógicas, com outras maneiras de ver e compreender o mundo e nele atuar. (MOREIRA, p18-19)
Ainda segundo Antônio Flávio Barboza Moreira (p19), os conteúdos que
compõem o currículo devem enfatizar o contexto histórico em que determinado
conhecimento foi produzido, quais as ideologias dominantes permeiam tal conteúdo
71
e como esse conceito foi sendo adotado e desenvolvido, quem lucra e quem perde
com o aprendizado e o emprego desse conteúdo.
O autor ainda sugere que a escola se abra para a cultura do aluno e da
comunidade para que possam interagir com as demais manifestações culturais tais
como as clássicas. Porém para ele, somente a presença da cultura na escola é
insuficiente, é preciso oportunizar ao aluno o fazer cultura, ao participar de festas,
peças de teatro, jogos, danças, produções textuais, de músicas, etc. Também é
necessário estimular o aluno a questionar a cultura, para não tratá-la de forma
naturalizada, mas que pode ser questionada e transformada.
Na perspectiva histórico-crítica, Saviani (2003) identifica o currículo como
sendo composto pelos conteúdos prioritariamente fundamentais no desenvolvimento
e na formação humana omnilateral e, desse modo, tais conteúdos produzidos
historicamente devem ser selecionados e incluídos no currículo escolar de forma a
torná‐lo realmente um instrumento para a emancipação do ser humano.
Ainda segundo Saviani (2003, p. 13) para identificar quais conteúdos devem
fazer parte do currículo deve-se levar em conta o grau de relevância desses para a
formação do sujeito. “Trata‐se de distinguir entre o essencial e o acidental, o
principal e o secundário, o fundamental e o acessório”. Saviani enfatiza a
necessidade de se ensinar os conteúdos clássicos, o que não deve ser confundido
com tradicional e que não se opõe ao moderno ou atual.
É a partir do conhecimento elaborado, do saber sistematizado que o currículo
da escola deve ser estruturado, evitando a descaracterização que o trabalho escolar
tem sofrido num movimento no qual tudo o que é realizado dentro da escola se torna
currículo, em que facilmente transforma-se o secundário em principal, colocando
como acessório o que deve ser principal função da escola.
O currículo expressa os conteúdos do ensino, sua ordem e sua distribuição. O
currículo determina a ação educativa e apesar de regulá-la não deve perder a
característica de ser flexível, visto que o conhecimento não é algo estático,
necessitando o currículo ser, periodicamente, repensado, reformulado e
realimentado com novos conhecimentos ou novas perspectivas pedagógicas,
72
levando em consideração uma opção política em favor das classes populares,
identificando os componentes ideológicos do conhecimento escolar.
A escola deve buscar uma organização dos conteúdos curriculares de forma
que estabeleça relação a partir de uma ideia integradora entre as diferentes
disciplinas, procurando agrupá-las sempre que a interrelação seja possível.
A professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, citada por Carlos
Alberto de Carvalho, num fragmento de texto titulado Currículo, define currículo
formal, currículo real e currículo oculto.
O currículo formal, é constituído de programas, grades curriculares, dias letivos, regra e resoluções normativas. O currículo real, diz respeito à própria vivência de cada sujeito da instituição e à integração entre seus participantes. O currículo oculto, caracteriza tudo que diz respeito ao modo de vida da instituição, isto é, a forma como os trabalhos são organizados, o tempo, os saberes, os agrupamentos. (HUTMACHER, 1995, p. 49,51)
Na dinâmica escolar coexistem esses três conceitos de currículo veiculando
mensagens implícitas presentes nas opções políticas, morais e éticas que são
transmitidas na relação pedagógica, no ambiente escolar pelo livro didático e pelas
rotinas escolares, as quais necessitam serem submetidas a uma análise crítica
pautada numa linha teórica filosófica que as norteie para um fim comum, regulando
os fazeres pedagógicos, para que as práticas não caiam nos desvãos entre o que é
previsto pela lei, o que a escola diz e o que a escola realmente faz.
A escola deve buscar novas formas de organização curricular, em que o conhecimento escolar (conteúdo) estabeleça uma relação aberta e inter-relacione-se em torno de uma idéia integradora. [...] O currículo integração, portanto, visa reduzir o isolamento entre as diferentes disciplinas curriculares, procurando agrupá-las num todo mais amplo. (BERNSTAIN apud PASSOS VEIGA, 1995, p.27).
Ao se pensar em currículo torna-se necessário incluir análises a respeito da
educação inclusiva, como um dos focos da diversidade na sala de aula.
Todas as crianças e jovens da Educação Básica devem estar matriculados na
rede regular de ensino e isso inclui os que possuem necessidades educativas
73
especiais, cabendo a escola ensinar os conteúdos curriculares de uma forma que
permita a todos aprenderem e para isso, torna-se necessário respeitar o ritmo e os
limites de cada aluno.
O aluno que possui necessidades especiais é aquele que “[...] por apresentar
necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das
aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos
pedagógicos e metodologias educacionais específicas”. (PCNs, 1999, p. 24)
Reforçando essa definição, o Plano Nacional de Educação (PNE 2011- 2020)
caracteriza como público alvo da Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla),
transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
Estes estudantes poderão beneficiar-se de apoios de caráter especializado,
como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização,
no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de
estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do
material e do ambiente físico, no caso da deficiência física; estratégias diferenciadas
para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global;
ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas
habilidades.
Quanto aos profissionais da área de saúde dos quais o aluno especial
também tem direito ao atendimento tais como: fisioterapeutas, psicopedagogos,
psicólogos, fonoaudiólogos ou médicos, não sendo estes disponibilizados pela
mantenedora das escolas estaduais (SEED), necessitam ser atendidos através de
uma rede estabelecida com os serviços públicos municipais, que as vezes também
são precarizados.
Também são oferecidos o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e as
Salas de Recursos Multifuncionais com o objetivo de oferecer recursos de
acessibilidade e estratégias para eliminar as barreiras e favorecer a aprendizagem.
Assim sendo, o professor especializado além de realizar o atendimento aos alunos,
poderá contribuir na elaboração do planejamento e no suporte quanto à
74
compreensão das condições de aprendizagem dos alunos, como forma de auxiliar o
professor das diferentes disciplinas e a equipe pedagógica.
Ter um segundo professor na sala de aula, que esteja presente durante todas
as aulas ou em alguns momentos, nas mais diversas modalidades: intérprete, apoio,
monitor ou auxiliar, também é um direito do aluno o qual nem sempre se concretiza.
A Educação Inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a
diversidade na perspectiva da construção de uma escola para todos, de forma a
evitar a exclusão através da não aprendizagem e da não participação em sala de
aula, não só do aluno com necessidades especiais diagnosticadas, mas para com o
grupo todo de alunos, pois as aprendizagens não ocorrem de forma homogênea,
cada aluno possui formas específicas de interagir com o conteúdo e aprender, assim
a educação inclusiva beneficia o aprendizado comum.
Para que ocorra a flexibilização curricular e adequação das práticas
pedagógicas requer que os professores conheçam as possibilidades de
aprendizagens individuais, os fatores que as favorecem e as necessidades
específicas, para que possam adequar suas metodologias de ensino ao processo de
aprendizagem de cada aluno.
Maria Cecília M. N. Giovanella – PUCPR, reforça que para conhecer bem os
alunos o professor precisa interagir constantemente com eles, estabelecendo
diálogos, observando atentamente os processos de aprendizagem que
desenvolvem, sendo imprescindível ao profissional, a partir disso, rever o seu
trabalho educativo.
Optou-se por realizar a partir desse momento do texto, uma sequência de
citações de autores, quebrando as regras da produção científica, por julgar
necessário manter suas ideias na íntegra, para não correr risco de perder a essência
e a profundidade das reflexões a que remetem, visto que estas vêm fortemente ao
encontro da proposta que se pretende explicitar nesse documento.
A maneira como é proposta as situações de ensino e aprendizagem são decisivas para que a aprendizagem significativa se concretize. Esta construção da aprendizagem significativa pressupõe que os alunos estejam
75
com uma predisposição positiva para aprender, dando um resignificado, ou seja, um sentido pessoal as experiências de aprendizagem, relacionado com as novas aprendizagens o que já sabem. Assim poderão compreender o porque e para que. (Maria Cecília M. N. – PUCPR, p. 2540)
Maria Cecília M. N. Giovanella - PUCPR (p.2540), ainda cita Gonzalez (2002,
p. 241), que confirma esta ideia, destacando que
Em todo processo educativo, a competência profissional dos professores, sua capacidade para planejar situações de aprendizagem, realizar processos de adaptação de currículo, elaborar pontos de trabalho em equipe, etc., adquire uma grande relevância, que nos parece decisiva para o êxito ou para o fracasso da tal processo.
Ela também referencia Aquino (1998, p. 63-64), que ressalta a este respeito
que
A heterogeneidade característica presente em qualquer grupo humano, passa a ser vista como fator imprescindível para as interações na sala de aula. Os diferentes ritmos, comportamentos, experiências, trajetórias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada criança (e do professor) imprimem ao cotidiano escolar a possibilidade de troca de repertórios, de visões de mundo, confrontos, ajuda mútua e conseqüente ampliação das capacidades individuais.
Diante da realidade vivenciada nesta instituição percebe-se que os
educadores possuem alguns conhecimentos necessários para a redimensionar sua
prática pedagógica diante da diversidade, no entanto existem amarras as quais os
prendem às práticas que já estão habituados a realizarem, por lhes oferecerem
maior segurança.
Maria Cecília M. N. Giovanella - PUCPR (p. 2542), sobre isto fala que:
Diferenciar é estar disposto a encontrar estratégias para trabalhar com os alunos mais difíceis. É preciso modificar, reinventar novas possibilidades, experimentar, assumir o risco de errar e estar pronto a corrigir. Se a maneira habitual que se arruma a sala de aula não funciona com esses alunos, bem como os livros e materiais didáticos não são adequados a eles e quando, enfim, as atividades planejadas não os motivam. Diferenciar é ter consciência e aceitar que não existem receitas prontas, nem uma única solução: "é aceitar as incertezas, a flexibilidade, a abertura das pedagogias ativas que em grande parte são construídas na ação cotidiana, em um processo que envolve negociação, revisão constante e iniciativa de seus atores" (ANDRE et all, 2002, p. 22). Isto deixa claro que não existem soluções mágicas. Para Perrenoud (1992, apud Andre et all, 2004), a pedagogia das diferenças requer uma avaliação formativa, visto que seu
76
intuito é melhorar a formação. Além disso, mais do que se preocupar em classificar, dar notas, punir ou recompensar, auxilia o aluno a aprender.
Todo processo ensino-aprendizagem está ligado à avaliação, cuja função
social está intimamente vinculada a um projeto de vida para os homens, pois educa-
se para a sociedade que se deseja ver transformada.
A avaliação em si mesma, como operação técnica, não tem sentido, nem
significado, pois coexiste na relação com os demais elementos do processo
educativo, como os objetivos da aprendizagem, a seleção dos conteúdos e dos
encaminhamentos metodológicos.
Esses elementos, bem como, a definição de critérios avaliativos claros e a
utilização de instrumentos e técnicas que possibilitem aos estudantes várias formas
de expressar seu conhecimento, devem ser pensados articuladamente no momento
da elaboração do Plano de Trabalho Docente, quebrando o velho paradigma da
avaliação burocrática, na qual o professor submete o processo avaliativo a uma
escolha de conteúdos selecionados no momento de elaborar o instrumento, o qual
será aplicado com a simples finalidade de atribuição de notas.
Quando usada como recurso norteador da prática pedagógica, a avaliação
permite melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem; é a manifestação de
quanto o aluno se aproximou dos objetivos estabelecidos em relação a
determinados conteúdos, tendo em vista o processo ensino-aprendizagem e o
redimensionamento de sua prática pedagógica.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (2008, p.353), no decorrer do processo de ensino e aprendizagem o
professor pode utilizar-se de diferentes formas avaliativas, tais como: avaliação
diagnóstica - ocorre antes do professor iniciar o conteúdo, seu objetivo é identificar
o quanto o aluno já sabe sobre determinado assunto e o que precisa aprender,
permitindo ao professor pensar em atividades didáticas a serem trabalhadas;
avaliação formativa - ocorre durante o processo de ensino, tendo como objetivo
identificar a aprendizagem alcançada, possibilitando ao professor detectar a
necessidade de retomar os conteúdos quando estes não foram aprendidos,
77
conforme os objetivos estabelecidos; avaliação somativa - ocorre no final do
processo de ensino, permite ao professor ter uma amostragem do quanto seus
objetivos propostos foram atingidos.
A avaliação tem, enquanto função técnica, a função de garantir informações
úteis aos homens. E é neste aspecto que a questão básica se impõe: O que é
importante e necessário para os homens?
A partir daí a avaliação deve ser um projeto social onde a humanização seja
garantida através do resgate da função social dos conteúdos trabalhados, pois, de
acordo com Luckesi:
Um educador que se preocupe com que sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não poderá agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação. A avaliação, neste contexto, não poderá ser uma ação mecânica. Ao contrário, terá de ser uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida social. (LUCKESI,1997, p.46)
A aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos significou, por muito
tempo, pré-requisito para uma boa nota. Hoje a escola deve direcionar seus olhos
para outra finalidade, a finalidade social dos conteúdos que devem estar integrados
e aplicados teórica e praticamente no cotidiano do educando. “Nessa perspectiva, o
novo indicador da aprendizagem escolar consistirá na demonstração do modelo
teórico do conteúdo e no seu uso pelo aluno, em função das necessidades sociais a
que deve responder.” (GASPARIM, 2003, p. 2).
Isso exige do professor um trabalho de ensino contextualizado dos
conteúdos, que privilegie a contradição, a dúvida, o questionamento, que se
interrogue as certezas e as incertezas, despindo o conteúdo de sua forma neutra,
pronta e imutável. Para tanto, a metodologia de trabalho do professor na escola
pública, segundo Gasparim, deve partir da realidade social das massas populares,
passando à teorização dessa prática social, levando o educando a questioná-la com
base num suporte teórico que explicite e explique essa realidade, em todas suas
78
dimensões (conceituais, científicas, históricas, econômicas, ideológicas, políticas e
culturais) para que este aluno retorne à prática social posicionando-se de maneira
diferente. Consequentemente, sua prática também não será mais a mesma, pois seu
pensar e agir atingirão um patamar mais crítico e transformador da realidade.
A aprovação escolar reflete a aquisição pelo aluno do mínimo necessário para
sua progressão, considerando o processo de aprendizagem e os quesitos exigidos
na série seguinte, sistematizados e legitimados pela avaliação escolar representada
pela média mínima 6,0 (seis vírgula zero).
Pôr em prática uma avaliação formativa não é tarefa fácil, porque professores,
alunos e pais estão habituados a um modelo avaliativo mais tradicional, a avaliação
formativa exige constante reflexão sobre todos os envolvidos no processo ensino-
aprendizagem e seus diversos aspectos.
A avaliação não pode voltar-se somente para a aprovação ou reprovação,
pois deverá ser comprometida com o sucesso de todos. De acordo com Arroyo,
Não deixaremos de reconhecer e estar atentos à diversidade de contextos de aprendizagens, estar atentos às trajetórias humanas, sociais de cada educando e de cada coletivo racial, social, porém não interpretemos essa diversidade como alunos-problema, como lentos, burrinhos, ignorantes, menos capazes de aprendizagem e de formação. Planejaremos com profissionalismo políticas e estratégias afirmativas que dêem conta dessas diversidades de contextos de aprendizagens, de socialização, de trajetórias humanas. (2004, p.363)
Este é um desafio para os profissionais da educação, garantir a todos os
educandos(as) seu direito de aprender, através de agrupamentos não
classificatórios ou segregadores entre estes a reprovação.
Porém, sabe-se que a massificação da escola, intensifica consideravelmente
o insucesso escolar. E a reprovação reflete, muitas vezes, um fenômeno social, no
qual o aluno não pode ser o único protagonista. Temos os pais, os docentes, a
escola, as políticas públicas, etc, o que a reprovação do aluno, isoladamente, não irá
resolver.
79
A reprovação acontece após esgotados os recursos em sala de aula e após o
aluno ter sido submetido as atividades de recuperação paralela, que retomam os
conteúdos através de aulas diferenciadas, com metodologias adequadas ao seu
nível de compreensão, ocorrendo de forma imediata à identificação da dificuldade, o
que consequentemente reverter-se-á em recuperação de nota mediante reavaliação
através de novos instrumentos avaliativos.
A escola em seu contexto histórico sempre foi dividida em tempos e espaços
determinados e estruturados e os alunos foram organizados dentro deles em turmas,
pressupondo que todos estivessem em um mesmo ponto do desenvolvimento para
ocupar um determinado lugar em um determinado tempo. “É a espacialização do
tempo, onde o tempo passou a ser redutível ao espaço e pensado em função do
espaço”. (VEIGA-NETO, 2002).
De acordo com Sampaio (2002, p. 186-187), o tempo da escola é diferente do
tempo dos alunos, mas existe a expectativa de que todos aprendam num
determinado tempo, definido este como série/ano. A escola ao pensar nessa
perspectiva, corre o risco de homogeneizar as diferenças, a partir de onde surgem
as expressões: “a criança não acompanha o “tempo” da sua turma”. Tempo este,
imposto pela escola, fazendo com que os alunos que não se enquadrem sejam
considerados diferentes.
Dessa forma é necessário desconstruir essa concepção de tempo escolar
passando a considerá-lo como tempo de aprendizagem, pois sabemos que sujeitos
diferentes, com histórias diferentes aprendem de formas diferentes, isso requer que
o olhar da escola se desloque da aprovação/reprovação para se identificar com o
desenvolvimento, com o processo de aprendizagem que pode realizar (SAMPAIO,
2002).
O aprendizado não se limita ao intelecto, envolve também as emoções e
sentimentos. Assim sendo, outras fontes além dos conteúdos e outros espaços na
escola, além da sala de aula, devem ser considerados educativos, uma vez que
promovem a interação social e cultural, como por exemplo o tempo destinado ao
recreio.
80
Os calendários escolares influenciam, nas escolhas e formas didático-
pedagógicas da escola, o que faz, o que prioriza, como pensa e age. As escolas têm
como parâmetro o calendário que a Secretaria Estadual de Educação define como
calendário oficial e a partir deste organiza suas atividades, de acordo com sua
realidade.
Apesar dessa regulamentação de tempos e espaços que fragmentam o
processo de ensino e aprendizagem, cabe à escola realizar as flexibilizações
curriculares através de um olhar que respeite a diversidade.
Com esse entendimento sobre flexibilização de tempos e espaços cabe
aprofundar a concepção de alfabetização e letramento, visto que esse processo,
que antes era determinado a ocorrer nas séries iniciais do ensino fundamental,
atualmente vem se estendendo às séries finais, uma vez que não são poucos os
casos de alunos que ao ingressarem no 6º ano, não possuem consolidada sua
alfabetização/letramento na língua portuguesa e na matemática, ou seja, não
desenvolveram habilidade de interpretação de textos e de fazer operações
matemáticas mais complexas.
Alfabetizar é mais do que ensinar a decifrar o código das letras ou
simplesmente traçá-las, é auxiliar os alunos a compreender que, por trás das letras,
há significados e que podem usar a linguagem para melhorar de vida, para crescer.
Conforme Soares (1998), letramento significa estado ou condição de quem
não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a
escrita. Sendo assim, o conceito de alfabetização está contido no de letramento.
Letrar é alfabetizar com sentido, habilitando para o exercício da cidadania,
contemplando significados que fazem parte do mundo atual e superando o
analfabetismo funcional.
Por analfabetismo funcional compreende-se a condição caracterizada pela
incapacidade de exercitar certas habilidades de leitura, escrita e cálculo necessários
para a participação ativa da vida social em diversas dimensões.
Neste sentido a alfabetização não se restringe a área da leitura e escrita, mas
também ao cálculo, pois conceitos matemáticos vão sendo construídos por meio de
81
investigações e problematizações, e assim, uma linguagem matemática vai se
constituindo com a finalidade de comunicar ideias. A escrita nas aulas de
matemática torna-se essencial para o registro e comunicação dessa aprendizagem.
A criança numeralizada é capaz de pensar matematicamente sobre variadas
situações. Isso requer que ela mobilize seus conhecimentos sobre os sistemas
numéricos, convenções, técnicas e procedimentos e estabeleça relações e
conexões nos mais variados contextos da vida humana
Nesse sentido, apenas ler, escrever e calcular não é suficiente para alguém
ser considerado alfabetizado, é preciso compreender para que o cálculo, a escrita e
a leitura servem na sociedade em que vivemos. Portanto, este é um processo que
perpassa toda a educação básica,e dessa forma os alunos que chegam aos anos
finais do ensino fundamental, sem ter desenvolvida a alfabetização/letramento,
necessitam ser trabalhados com abordagens significativas de forma que este
processo se consolide.
A escola não pode ficar alheia aos avanços científico-tecnológicos, que
facilitam a aquisição de conhecimentos e informações dentro e fora da escola, os
quais exigem do professor uma nova forma de estudar, preparar os conteúdos,
elaborar e executar seu projeto de ensino, como às respectivas ações dos alunos.
Desde o princípio o homem fez uso de tecnologia para o próprio educar-se, o
livro como exemplo foi um grande avanço em termos de técnicas educacionais.
Mas o que circunda a questão, é o fato da tecnologia acelerar o processo de
formação, ao ponto de gerar desconforto e um não acompanhamento da velocidade
tomada pela informação e comunicação em geral que vem sendo disseminada.
Apesar da tecnologia estar presente no cotidiano da maioria das pessoas,
muitos ainda se encontram a margem do usufruto destes recursos, devido as
condições socioeconômicas que os colocam em situação desprovida de acesso.
Assim a escola passa a ser, principalmente nesses casos, a porta de acesso
à tecnologia, as quais precisam ser incorporadas às práticas pedagógicas, pois além
de propiciar a inclusão dos “excluídos”, possibilita a análise crítica sobre seu
82
emprego, promovendo a inserção social, econômica e cultural, uma vez que a
abordagem didática direciona para o uso ético, crítico e consciente.
O uso da tecnologia na educação, não se restringe apenas a rede virtual, mas
a toda e qualquer ferramenta que aumente as possibilidades do professor
proporcionar a aquisição do conhecimento.
Acredita-se que socializar tecnologias e utilizá-las na produção de saberes
nas práticas escolares, integra a instituição escolar ao contexto atual e oportuniza ao
educador dinamizar sua metodologia de trabalho. Contudo, vale lembrar que,
modernizar a sala de aula não é sinônimo de modernizar o ensino. A simples
introdução da tecnologia não garante mudança na metodologia. A tecnologia
sozinha não constrói nada, é apenas uma ferramenta, quem faz a diferença é o
trabalho do professor e do aluno.
A integração entre as tecnologias, linguagens e representações tem papel
preponderante na formação de pessoas qualificadas para a atuação na sociedade,
conscientes de seus compromissos com as transformações de seu contexto, a
valorização humana e a expressão da criatividade.
Com o laboratório de informática, as novas tecnologias são incorporadas
como instrumentos no trabalho pedagógico. Para isso, faz-se necessário o bom
preparo do professor, tendo claras as intenções e objetivos pedagógicos a serem
atingidos. As tecnologias devem servir para estreitar as relações com o
conhecimento, sendo uma extensão do corpo do educador e do educando para a
criação, aprendizado, inserção e comunicação.
Todas as disciplinas componentes da matriz curricular permitem o uso das
mídias no processo de ensino e aprendizagem. Os recursos do Portal Dia a Dia da
Educação oferecem diversos materiais e informações como: textos, artigos, links,
literatura on-line, os recursos de interação, os recursos didáticos, a Biblioteca digital
e outros a disposição dos profissionais e alunos como fonte de motivação e para
enriquecer as aulas.
83
Sabe-se que há um grande desafio a ser enfrentado pela comunidade escolar
com relação a temática. No entanto, o desejo de propiciar novas formas de
aprendizagem aos alunos transforma o desafio em meta a ser atingida.
A gestão democrática na escola é alcançada por meio de relações
horizontais em sua organização interna, mediadas pelo diálogo e pelo consenso,
respeitada a hierarquia estabelecida e as atribuições amparadas pelo Regimento
Escolar, tendo como objetivo a socialização do conhecimento historicamente
elaborado para as novas gerações.
A busca da gestão democrática inclui necessariamente a ampla participação
dos representantes dos segmentos da escola nas decisões e ações administrativo-
pedagógicas desenvolvidas, as quais tem sua culminância na razão de existência da
escola, como instituição responsável em garantir o ingresso e a permanência do
aluno, bem como o acesso ao ensino de qualidade. Entende-se por ensino de
qualidade um ensino que parte do conhecimento empírico do aluno, sendo
sistematizado através da socialização do conhecimento científico, que reverterá em
instrumento para o exercício pleno da cidadania.
Os órgãos colegiados como o Conselho Escolar, APMF, Conselho de Classe
e Grêmio Estudantil são de grande importância na efetivação da gestão escolar
democrática, visto que são órgãos responsáveis pela articulação entre a
comunidade escolar e os setores da escola.
O Conselho Escolar é um órgão colegiado responsável pela elaboração,
deliberação, acompanhamento, avaliação do planejamento e do funcionamento
escolar. Tem a possibilidade de conhecer as esferas legais da educação, de analisar
as diferentes concepções pedagógicas, de debater as diretrizes da mantenedora da
escola, de aprofundar as políticas públicas da educação e, desta forma, participar do
processo de tomada de decisões.
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza consultiva e
deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe
do estabelecimento de ensino, tendo por objetivo avaliar o processo ensino-
84
aprendizagem na relação professor-aluno, professor-turma e os processos
adequados a cada caso.
O Grêmio Estudantil envolve os alunos em questionamentos e atividades
com finalidade social, desportiva, cultural, cívica e espiritual, que contribuem para o
crescimento contínuo da comunidade escolar.
A APMF é uma associação cujo objetivo é aprimorar o ensino e integração
com a família, bem como discutir ações de assistência ao educando, participar de
todo processo escolar, gerir e administrar os recursos próprios e os que lhe forem
confiados através de convênios.
A escola e a família possuem o mesmo objetivo, proporcionar o
desenvolvimento da criança e o sucesso na aprendizagem, portanto devem ser
parceiros em prol da diminuição da evasão e da repetência, resultando em melhoria
de rendimento dos alunos/filhos.
É preciso que se cultive uma relação de confiança entre a escola e os pais,
que estando cientes dos problemas podem contribuir para as discussões das
soluções. Nesta relação, a escola necessita estar aberta e preparada para receber
críticas e implantar sugestões.
A gestão democrática abrange as dimensões pedagógicas, administrativas e
financeiras. Exige uma ruptura histórica na prática da escola, a partir do
enfrentamento das questões de aprendizagem, diversidade, reprovação, abandono e
evasão, que reflete na consequente marginalização de estudantes.
A gestão democrática participativa pressupõe que o processo educacional só
se transforma e se torna mais competente na medida em que seus participantes
tenham consciência de que são responsáveis pelo mesmo, buscando ações
coordenadas e horizontalizadas (LUCK, 2006).
A escola é um espaço de contradições e diferenças. Nesse sentido, quando
buscamos construir na escola um processo de participação baseado em relações de
cooperação, partilha de poder, diálogo, respeito as diferenças, liberdade de
expressão, garantimos a vivência de processos democráticos, a serem efetivados no
cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos.
85
A gestão democrática participativa exige uma “mudança de mentalidade de
todos os membros da comunidade escolar” (GADOTTI,1994, p.5).
Outro aspecto importante para que a gestão democrática se efetive é a
capacitação continuada dos educadores que tem, em seu contraponto, a qualidade
do ensino/aprendizagem e a valorização do magistério, lembrando que, a qualidade
do ensino ministrado na escola e seu sucesso na tarefa de formar cidadãos capazes
de participar ativamente da vida socioeconômica, política e cultural, relacionam-se,
não somente ao efetivo trabalho em sala de aula, mas também à formação (inicial e
continuada), condições de trabalho (recursos didáticos, físicos e materiais,
dedicação, número de alunos...), remuneração, entre outros.
A hora atividade é o tempo reservado ao professor em exercício de
docência, para estudos, avaliação e planejamento. Este período de tempo deve
priorizar o encontro dos professores por área de conhecimento; para planejamento e
desenvolvimento de ações que visam o enfrentamento de problemáticas
diagnosticadas no contexto escolar; para correção de atividades dos alunos, estudos
e reflexões que visam a melhoria da qualidade de ensino; atendimento de alunos,
pais e assuntos de interesse da comunidade escolar.
A formação continuada é direito de todos os profissionais que trabalham na
escola, na perspectiva da especificidade de sua função, pois possibilita a progressão
funcional baseada na titulação, qualificação e na competência de seus profissionais,
mas, fundamentalmente, propicia o desenvolvimento profissional articulado com as
escolas e seus projetos, estendendo a discussão para além dos conteúdos
curriculares, mantendo a visão da escola como um todo e suas relações com a
sociedade.
Dessa forma, os Agentes Educacionais I e II como formadores que atuam
fora da sala de aula, interagindo com educandos e a comunidade, também devem
estar preparados por meio da formação continuada para desempenhar este papel
cada vez melhor.
Como todas as ações exercidas na escola educam, é que se espera que o
Agente Educacional, assuma seu papel de educador e,
86
[...] se preocupe com que a sua prática educacional esteja voltada para a transformação, não podendo agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e para onde possivelmente está encaminhando os resultados da sua ação […] dentro de um encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a participação democrática da vida social. (LUCKESI, 1984, p.46)
A Equipe Multidisciplinar Recebe anualmente formação continuada por meio
de propostas que instigam a criação de espaços de debates, estratégias e de ações
pedagógicas que fortaleçam a implementação da Lei nº 10.639/03 e da Lei
nº11.65045/08, bem como das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das relações Étnico-Raciais e para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indígena no currículo escolar.
A formação continuada deve levar a uma reflexão sobre a prática educativa
de forma que promova a melhoria da qualidade dos serviços ofertados pela escola, a
fim de que esta possa atender aos desafios que vivencia promovendo a integração
entre a teoria e prática.
4 - PLANEJAMENTO
Após ter sido caracterizada a escola no marco situacional, onde diagnosticou-
se os aspectos positivos e os que necessitam ser fortalecidos, definiu-se no marco
conceitual o referencial teórico que fundamenta a opção política-pedagógica do
coletivo, a qual vai de encontro à Pedagogia Histórico-Crítica.
A partir deste momento, serão definidas ações de curto, médio e longo prazo,
nas perspectivas pedagógica, administrativa e político-social, com o objetivo de
apontar soluções voltadas às situações de fragilidade da escola, articulando os três
eixos do Projeto Político Pedagógico (diagnóstico/fundamentos/planejamento de
ações), indicando como chegar ao ideal dessa escola pública buscando garantir o
ingresso, a permanência e o sucesso de todos os alunos.
4.1 Calendário Escolar
87
O Calendário Escolar está fundamentado na legislação educacional partindo
dos princípios emanados da Lei n o 9394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, no artigo nº 24, inciso I, que determina uma carga horária
mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuídas por um mínimo de 200
(duzentos) dias de efetivo trabalho escolar a serem cumpridos por todas
instituições de ensino que ofertam a Educação Básica.
De acordo com a Instrução nº 12/2016 - SEED/SUED, para o cálculo do total
das horas a serem trabalhadas com os alunos, somente, deverão ser consideradas
as atividades de cunho pedagógico, constantes no Projeto Político-Pedagógico da
instituição de ensino e que, por sua natureza, exijam a frequência dos estudantes
sob efetiva orientação e avaliação dos respectivos professores. Tais atividades
poderão ser realizadas na tradicional sala de aula e/ou outros locais
pedagogicamente adequados ao processo de ensino e aprendizagem.
No caso desta instituição de ensino, diante do horário normal das aulas,
ocorre dificuldade para o fechamento da carga horária, portanto para que este
fechamento ocorra é providenciada a devida complementação para os estudantes,
a fim de que se cumpra a legislação educacional.
Para efeito de complementação da carga horária, são consideradas as
atividades que contemplem conteúdos definidos na Proposta Pedagógica da
instituição de ensino, podendo ser realizadas dentro e/ou fora da sala de aula,
devendo contar com a presença dos estudantes e dos respectivos professores,
sendo registradas, considerando a carga correspondente à duração da atividade.
Entre as atividades realizadas anualmente como complementação de carga
horária nesta instituição, estão:
- Dia da Família na Escola, é a ocasião em que educadores e alunos
organizam-se para receber pais e comunidade em geral para desfrutar de momentos
descontraídos que promovam a integração escola/família. Na ocasião, ocorrerá a
socialização de trabalhos escolares produzidos até então pelos alunos sob a
orientação dos professores, expostos em painéis ou através de atividades de dança,
teatro, poesias, músicas entre outros. Também serão desenvolvidas atividades
88
recreativas e todos os professores de todas as disciplinas deverão envolver-se e
contribuir para essa realização com a colaboração dos funcionários.
- “Festas Juninas”, comemoração tradicional da escola, com o intuito de
cultuar e preservar esta tradição. O trabalho deverá envolver todas as turmas, sendo
que cada disciplina explorará este tema dentro da sua especificidade, adaptando-o e
trazendo para a sala de aula aspectos relevantes desta comemoração típica da
região, trabalhando a valorização da cultura do campo e consequentemente dos
moradores das áreas rurais, assim como, desmistificando a figura estereotipada do
caipira e reforçando os aspectos da interdependência da área urbana e rural,
O trabalho pedagógico desenvolvido terá como culminância a realização da
Festa Junina quando a escola proporciona a integração entre
escola/família/sociedade, momento no qual os pais terão a oportunidade de
presenciar a produção artística, cultural e acadêmica dos filhos.
Diante de um evento desse porte a disponibilidade e o envolvimento da
comunidade escolar são essenciais desde o planejamento, ensaios, organização da
festividade, decoração do ambiente, figurinos, maquiagens, pratos típicos e,
coreografias.
- A Gincana Estudantil é um momento socializador e recreativo proporcionado
a todos os alunos por meio de atividades físicas e intelectuais. Tem como objetivo
dinamizar o espaço escolar promovendo a integração entre os alunos dos turnos
matutino e vespertino e, destes com os professores e funcionários através da
execução de tarefas previamente elaboradas por uma comissão organizadora,
formada por professores e funcionários, os quais serão responsáveis pela
organização geral do evento, contando com o apoio dos demais educadores no dia
da Gincana para a coordenação dos alunos nas diferentes tarefas.
- As palestras são momentos organizados pela escola para trabalhar com
alunos ou familiares, onde são abordadas temáticas pertinentes à formação dos
alunos. Os assuntos serão selecionados a partir de situações vivenciadas na escola,
que necessitem ser levadas à discussão ou orientação; ou, por solicitação dos
próprios pais. Entre as temáticas abordadas estão: sexualidade; violência (nos
89
diferentes aspectos); abuso e exploração sexual; drogas; relacionamento familiar;
autoestima; alimentação saudável; gênero; diversidade cultural; depressão,
automutilação e suicídio entre crianças e adolescentes. Para ministrar as palestras
serão convidados profissionais com formação na área que se pretende abordar
(assistentes sociais, médicos, enfermeiras, psicólogas, advogados...).
- O Dia da Consciência Negra (mostra de trabalhos – Equipe Multidisciplinar)
geralmente é comemorado com apresentações culturais e exposição dos trabalhos
que foram realizados ao longo do ano, através da intervenção e organização da
Equipe Multidisciplinar. Áreas como sociologia, política, religião e gastronomia,
foram profundamente influenciadas pela cultura africana, influência esta que
precisa ser reconhecida e valorizada. O objetivo é fazer uma reflexão sobre a
relevância da cultura do povo africano e o impacto que tiveram na evolução da
cultura brasileira, além de identificar e conhecer as especificidades da cultura afro-
brasileira e reconhecer as diferenças nas vivências humanas presentes na sua
realidade, aceitando as diferenças sociais e étnico-racial.
4.2 Ações Didático Pedagógicas
a) Ensino e Aprendizagem
Diante do quadro descrito no marco situacional, uma proposta para melhorar
as fragilidades apontadas com relação ao ensino e aprendizagem, é dar
continuidade a estratégia de realizar parcerias com as instituições de Ensino
Superior para promoverem formação nas áreas em que se evidenciam maiores
necessidades, a fim de buscar através desses encontros a reflexão sobre as
práticas, aprimorando-as.
Manter constante diálogo com os professores que ainda apresentam
dificuldades de compreensão sobre a proposta de trabalho adotada pela escola
expressa no Projeto Político Pedagógico, a qual deve estar articulada no Plano de
Trabalho Docente e em todas as ações educativas promovidas.
90
Indicar a leitura das Diretrizes Curriculares Estaduais para os professores
novatos na rede de ensino estadual, que ainda não possuem conhecimento sobre
este documento, e para os que já trabalham há algum tempo na rede, porém, que
apresentam dificuldades na compreensão e em colocar em prática a fundamentação
teórico-metodológica desta proposta.
Também continuará sendo indicada, a realização do planejamento coletivo
com os colegas da mesma disciplina, no momento das horas atividades e nas datas
previstas em calendário para planejar, a fim de promover a troca de experiências e a
efetivação da proposta.
Outra forma de promover a integração dos profissionais é a realização de
reuniões por disciplina, as quais podem ser organizadas quando diagnosticada as
situações de fragilidade, que afetam o ensino e a aprendizagem, a fim de analisá-las
e discuti-las sob a ótica da disciplina específica do grupo, construindo alternativas
pedagógicas de ação.
Persistir na implementação da elaboração do Plano de Trabalho Docente na
perspectiva Histórico-Crítica, trazendo sempre que oportuno, formações que
abordem a temática.
Continuar dialogando individualmente com o profissional que apresenta
resistência em realizar os atendimentos inerentes a sua função, com o compromisso
profissional que lhe compete, orientando-o quanto aos aspectos que necessitam ser
melhorados, conforme previsto no Estatuto do Funcionalismo Público, no Regimento
Escolar e no Projeto Político Pedagógico. É importante neste momento considerar
que, as posturas profissionais devem ser avaliadas a partir dos documentos de
referência e no bom senso, devendo refletir na avaliação do desempenho
profissional quando for o caso.
Outro fator que deve ser considerado no processo de ensino e aprendizagem
é a postura do aluno quanto ao envolvimento nas propostas de interação com o
conteúdo, as quais quando não positivas produzem dificuldades.
Esse fator deve ser analisado na totalidade do processo, considerando a
dinâmica da aula, a atividade proposta, a postura do profissional em conduzir a aula,
91
a relação professor-aluno, a frequência do aluno às aulas, as suas potencialidades/
dificuldades e/ou defasagens, a postura individual do aluno diante do que lhe é
proposto e suas peculiaridades comportamentais.
Diante disso ações serão estabelecidas de acordo com cada situação:
conversa individualizada com o aluno e estabelecimento de acordos; diálogo com os
pais ou responsáveis e estabelecimento de acordos; adaptações curriculares;
encaminhamento para avaliação psicopedagógica; encaminhamento para a sala de
recursos ou sala de apoio a aprendizagem; organização de horário extra para
atendimento individual do aluno por um profissional designado a orientá-lo;
atendimento individualizado do aluno pelo professor na hora-atividade; aplicação de
medidas educativas conforme Regimento Escolar e normas escolares internas;
encaminhamento do caso para a Rede de Proteção, quando as questões
envolverem situação de vulnerabilidade.
Na realidade cotidiana, nos deparamos com salas de aulas lotadas, o que
dificulta ao professor desenvolver um trabalho individualizado com os alunos, que
trazem para esse contexto uma diversidade cultural, econômica, social e
comportamental que evidencia os aspectos de uma sociedade que baseia suas
relações no consumo, na utilidade e no descarte, isso reflete diretamente na sala de
aula, na relação que os alunos estabelecem entre si e com o conteúdo, e nos
resultados do aprendizado. Observa-se alunos sem perspectiva de vida, imaturos
em algumas atitudes e antecipando etapas com vivências precoces.
Diante disso, os professores nas suas respectivas disciplinas deverão
problematizar os seguintes temas atrelados aos conteúdos: sexualidade, respeito
pela diversidade (cultura africana/afro brasileira, indígena, idosos, necessidades
especiais, gênero, biotipo, religiosa), prevenção ao uso indevido de drogas e atos de
violência (física, psicológica, verbal, simbólica), a cultura da paz, direitos humanos,
educação ambiental, consumo consciente,
individualismo/solidariedade/cooperativismo, uso das tecnologias com
responsabilidade.
92
A equipe pedagógica estará contribuindo com este trabalho buscando
organizar formações para os profissionais a fim de prepará-los para tais abordagens,
bem como buscando junto as Universidades e demais órgãos que compõe a Rede
de Proteção, parcerias para realizarem trabalhos junto aos alunos e professores,
através de palestras, rodas de conversa, entre outros.
Perante essa diversidade, também encontramos alunos com diferentes ritmos
de aprendizagem, gerando um contexto de sala de aula conflituoso e desafiador
para o professor, que precisa atender as diferentes situações que surgem, e assim,
às vezes, os alunos que precisam de maior atenção acabam ficando sem o devido
amparo pedagógico que a sua individualidade de aprendizagem necessita.
Para tentar superar essa problemática e atender esses alunos, o
planejamento deverá ser flexível, redimensionando-o quanto ao tempo que levará
para atingir determinados objetivos. Priorizar os conteúdos essenciais para garantir
que o aluno com maior dificuldade consiga acompanhar a série seguinte. Isso não
significa baratear o conteúdo, a metodologia e a avaliação, ao contrário, isso requer
repensar, implementar e replanejar a prática educativa com olhos ainda mais
aguçados para garantir a inserção do aluno com dificuldades.
No caso de alunos afastados da escola por motivo de saúde por tempo
considerável a Equipe Pedagógica estará organizando junto aos professores,
atividades a serem enviadas ao aluno para que as realize em casa a fim de que não
tenha prejuízos acadêmicos em virtude da doença.
Para o caso de alunos faltosos, evadidos da escola e/ou com histórico de
repetências, a direção e equipe pedagógica promovem ações educativas
envolvendo alunos, professores, familiares, Conselho Escolar, Conselho Tutelar,
Ação Social e comunidade em geral, no objetivo de atenuar a problemática
resultante de fatores não só escolares, mas também de contexto social, conforme
ações previstas no Plano de Ação da escola presente neste documento.
b) Avaliação da aprendizagem e do processo pedagógico
93
O coletivo escolar propõe a continuação do trabalho da equipe pedagógica de
analisar as provas escritas antes da impressão e aplicação, para a partir disso
questionar o professor, quando necessário, sobre a metodologia de ensino que
utilizou e, que o levou a elaborar tal instrumento; sobre o objetivo que estabeleceu
ao elaborar as questões da forma como o fez; os critérios que foram estabelecidos
como patamar indicativo do quanto o aluno atingiu em conhecimento; sobre a forma
de adaptação aos alunos que possuem necessidades especiais; sobre a clareza da
linguagem utilizada, entre outros. Através desse procedimento é possível dialogar
com o professor sobre esses aspectos permitindo obter subsídios sobre a prática
docente, e quanto ao que pode nela ser melhorado.
Oportunizar da forma que já vem ocorrendo, situações de formação
continuada sobre a avaliação, uma vez que ainda não se atingiu em sua totalidade o
patamar de compreensão e efetivação da proposta de avaliação explícita neste
documento, no marco conceitual, até porque esse é um tema polêmico que sempre
necessita ser revisto para a realização de uma prática coerente.
O professor deve assumir a seguinte postura mediante a avaliação:
- Reconhecer sua função diagnóstica para que tome decisões pedagógicas
com relação ao ensino;
- Utilizá-la como instrumento de auto avaliação profissional;
- Assumi-la como instrumento para verificação do quanto o aluno aprendeu
considerando quanto aproximou-se dos objetivos propostos no plano de trabalho
docente;
- Utilizar instrumentos que estimulem a reflexão, a análise, a argumentação e
o questionamento sobre as “verdades pessoais”, a comparação e a aplicação do
conteúdo (Para utilizar instrumentos que exijam do aluno respostas a partir de tais
procedimentos mentais aplicados ao conteúdo, o professor deverá ter desenvolvido
no decorrer das aulas, um trabalho metodológico condizente).
- O professor necessita priorizar atividades durante as suas aulas e, nos
instrumentos avaliativos tais propostas: Após o estudo...faça um texto
argumentativo; Analise as duas proposições e a partir do que estudamos indique
94
com a qual você está de acordo e por quê?; Descreva e justifique; Visualizando a
figura tal...analise; Explique por que...; O que acontece se... e por quê?; Explique as
vantagens e desvantagens de...;
- Para avaliar a situação de resultados insatisfatórios na aprendizagem e,
posteriormente realizar a tomada de decisão sobre a ação pedagógica que irá
desenvolver, o professor precisa primeiramente aceitar o resultado, seja ele qual for,
após, deve lançar mão de algumas questões: Por que o aluno não aprendeu?; O
aluno não aprendeu só na minha disciplina?; O que o aluno aprendeu?; O que vou
fazer mediante este resultado?
- Quando o aluno não realizar os trabalhos propostos, o professor deverá
oferecer novo prazo para a entrega atrasada, conforme a demora da entrega o
professor poderá atribuir um valor diferenciado a fim de valorizar e estimular a
pontualidade; comunicar os responsáveis pelo aluno sobre a não entrega dos
trabalhos propostos já estipulando nova data de entrega; não desistir do aluno
relapso, criando alternativas para que faça o que lhe foi proposto até que entregue.
(Nos casos esporádicos em que o aluno não entregue, registrar no Livro de Registro
de Classe Online e comunicar a equipe pedagógica).
- Quanto a recuperação de conteúdo, o professor deve recuperar a
aprendizagem do aluno desde o início do processo, logo que detectar o problema,
mesmo que este seja em relação a um conteúdo que deveria ter aprendido nas
séries anteriores. Cada disciplina possui especificidades que devem ser
consideradas no momento da recuperação de conteúdo. Por exemplo: se um
determinado conteúdo não foi aprendido pelo aluno, porém ele não é pré-requisito
para as aprendizagens posteriores e haverá outros momentos em que o mesmo
conteúdo será novamente abordado permitindo ao aluno refazer o percurso dessa
aprendizagem, a recuperação deste conteúdo específico poderá ser protelada para
outro momento. Portanto, a recuperação de conteúdo se dá com o que é essencial
para garantir as aprendizagens posteriores e o aluno deve ser avaliado no que é
prioritário. Após a recuperação de conteúdo será oportunizada ao aluno uma
reavaliação que repercutirá em recuperação de nota. O instrumento de reavaliação
95
poderá ser diversificado, desde que este seja eficiente para expressar o
aprendizado.
Apesar de se desenvolver as ações pedagógicas até então previstas,
constata-se vários casos de insucessos em alcançar melhores resultados, ano após
ano, geralmente em torno dos mesmos alunos (que não possuem diagnóstico de
necessidades especiais, alguns com pouco interesse pelos estudos e outros com
dificuldades acentuadas). A esses alunos é dispensada a adaptação curricular, de
conteúdo, metodologia e de avaliação de forma a valorizar as poucas produções que
se dispõe a realizarem, dessa forma, acabam sendo favorecidos com uma nota que
não reflete 100% de suas aprendizagens e capacidades, mas que os oportuniza a
avançar à série seguinte. São casos que extrapolam as possibilidades de
intervenção da escola, sobre os quais a reprovação não surte efeito positivo,
gerando um índice de aprovação baseado em aprendizagens muito fragilizadas. O
número de alunos nesta situação é considerável, porém, além do que já foi descrito
anteriormente no item ensino-aprendizagem, até o momento o grupo não conseguiu
encontrar outras alternativas mais eficientes, o estudo e a busca pelo aprimoramento
será uma constante e nunca será admissível desistir dos alunos.
c) Conselho de Classe
O Conselho de Classe continuará sendo precedido pela realização do Pré-
Conselho conduzido pela Equipe Pedagógica, pelo professor regente e alunos, com
registro de melhorias, problemas e sugestões a serem levadas ao Conselho de
Classe.
Diante do diagnóstico apresentado no marco situacional, torna-se urgente
uma tomada de consciência com relação ao real objetivo deste órgão colegiado. É
preciso discutir não só os resultados positivos ou negativos dos alunos, mas, os
encaminhamentos dados por todos os envolvidos neste processo. Se houver o
acompanhamento durante o trimestre dos problemas referente à frequência, entrega
de trabalhos e outras questões pontuais, no momento do Conselho de Classe será
96
possível analisar os progressos e retrocessos, a fim de tomar medidas de curto e
médio prazo que favoreçam o ensino e a aprendizagem.
É importante destacar a necessidade de se estabelecer critérios claros e
objetivos que criem uma linha de reflexão que leve a expressão do ponto de vista da
maioria deste colegiado.
Segundo o material de apoio conceitual enviado pela SEED/2007, a
organização do Conselho de Classe deve ter como princípios básicos:
A autoavaliação do professor, que consiste na tomada de consciência da sua
própria ação, de suas limitações e acertos.
A autoavaliação da equipe pedagógica que, ao fazer uma análise da sua
atuação e sobre as reais condições de trabalho que a escola oferece busca
ajudar os professores a superar dificuldades, reorganizando o trabalho
pedagógico.
A análise diagnóstica das turmas a qual não pode ser superficial restringindo-
se a características como indisciplina e desinteresse. É necessário levar em
conta os vários fatores que influenciam positiva ou negativamente a
aprendizagem dos alunos, como o seu contexto de vida, a metodologia, os
instrumentos de avaliação, e as relações que se estabelecem em sala de
aula.
A definição de registros e linhas de ação, ou seja, o que se fará para atender
as necessidades de mudança e redicionamento apontadas no diagnóstico das
turmas. Uma vez que as propostas de ação são estabelecidas coletivamente,
todos são responsáveis por coloca-las em prática, garantindo que as decisões
não sejam isoladas mas sim uma construção conjunta do grupo.
Quanto ao Conselho de Classe final, as discussões devem se basear sobre
alguns critérios, sendo eles:
Avanços obtidos na aprendizagem;
Trabalho realizado para que o aluno melhore a aprendizagem;
Desempenho do aluno em todas as disciplinas;
Acompanhamento do aluno no ano seguinte;
97
Situações de inclusão;
Questões estruturais que prejudiquem os alunos.
Cumpre ainda destacar que todos os critérios devem ter como único foco a
aprendizagem. A participação, atitude e comportamento não são critérios e sim,
possíveis determinantes sobre ela.
Após a realização do Conselho de Classe, será dado o retorno para os alunos
sobre as ações estabelecidas pelo colegiado, onde se efetivarão reuniões e/ou
conversas individualizadas com alunos e seus responsáveis.
Com relação aos registros do Conselho de Classe, as atas necessitam ser
escrituradas de forma clara, registrando questões relevantes ao desempenho
pedagógico, expressando as discussões, as reflexões e os encaminhamentos
adotados a partir do Conselho.
d) Atividades Curriculares Completares / Hora Treinamento
A hora-treinamento constitui uma complementação curricular da disciplina de
educação física, com o objetivo de desenvolver de forma mais eficiente às
habilidades esportivas.
A referida atividade é organizada a partir de instrução própria, com Proposta
Curricular e Plano de Trabalho Docente elaborados pelo professor suprido, sob o
acompanhado da Equipe Pedagógica, tendo seus registros de classe realizados
online, recebendo o mesmo tratamento pedagógico que as demais disciplinas
curriculares.
e) Articulação da Instituição de Ensino com os Pais/ou Responsáveis
A escola manterá o contato, informando os responsáveis pelos alunos sobre a
situação escolar através de bilhetes, comunicados, telefonemas, envio de boletins
escolares e reuniões por turma conforme a necessidade. Será mantido o registro em
ata dos acordos realizados entre escola/família/aluno a fim de solucionar as diversas
situações que interferem no desempenho escolar. Também serão promovidas
reuniões formativas abordando temas diversos que gerem a reflexão por parte dos
98
pais sobre a atuação destes na educação dos filhos, com o intuito de promover a
melhoria nas relações familiares e o estreitamento dos vínculos com a escola, uma
vez que, as duas instituições têm por finalidade a formação da criança e do
adolescente, promovendo o educar e o ensinar.
Outra forma de promover a articulação entre a família dos alunos e a escola
se dará através de mostras de trabalhos escolares e da organização de momentos
de confraternização motivados por comemorações tais como: Dia da Mulher, Festa
Junina, Dia da Família e Dia dos Estudantes. Serão momentos mais descontraídos
cujo objetivo é fortalecer os vínculos.
4.3 Ações referentes à Flexibilização Curricular
A atual Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 205,
determina que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.” Para esse princípio se efetivar há que se prever ações
para as exceções – são as flexibilizações curriculares que possibilitam o acesso à
educação em casos específicos, como dos estudantes da educação especial, os
atendidos pelo Serviço de Apoio à Rede Escolarização Hospitalar – SAREH, os
estudantes afastados pelo Decreto Lei nº 1044/69 (doenças infectocontagiosas) e
pela Lei nº6202/75 (licença maternidade), os estudantes em cumprimento de
medidas socioeducativas, e outras situações.
Com relação ao SAREH, o serviço objetiva o atendimento educacional aos
estudantes que se encontram impossibilitados de frequentar a escola, em virtude de
situação de internamento hospitalar ou tratamento de saúde, permitindo-lhes a
continuidade do processo de escolarização, a inserção ou a reinserção em seu
ambiente escolar.
99
4.3.1 Atendimento Educacional Especializado ao público alvo da Educação
Especial
Tendo em vista que, a presença de alunos com necessidades educacionais
especiais nas classes comuns da Educação Básica tem se tornado cada dia mais
frequente, as instituições de ensino precisam pensar em ações referentes à
adaptação e ou flexibilização de currículos, métodos, técnicas e recursos para
atender as especificidades do alunado, exigência esta, contida na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional promulgada em 1996.
No contexto da educação inclusiva, pode-se entender a flexibilização ou
adaptação como a resposta educativa que é dada pela escola para satisfazer as
necessidades educativas de um aluno ou de um grupo de alunos, dentro da sala de
aula comum, na medida em que o que se faz ou deve-se fazer são ajustamentos,
adequações do currículo existente às necessidades do aluno.
Esse processo, no entanto, não pode ser entendido como uma mera
modificação ou acréscimo de atividades complementares na estrutura curricular. Não
significa simplificar ou reduzir o currículo, mas torná-lo acessível, o que é muito
diferente de empobrecê-lo. Pois, há aprendizagens imprescindíveis a todos os
alunos, das quais não se pode abrir mão. Há saberes que são essenciais como base
para outras aprendizagens e que devem ser mantidos, como garantia de igualdade
de oportunidades de acesso a outras informações, portanto fundamentais para a
construção do conhecimento. As modificações precisam estar na perspectiva de um
ensino de qualidade para todos os alunos.
As adaptações possíveis no nível da sala de aula estão basicamente
relacionadas à:
a) Adaptações de objetivos de aprendizagem (Estas adaptações se referem
aos ajustes que o professor pode fazer nos objetivos pedagógicos constantes de seu
plano de ensino), com ações que levem a: - priorização de objetivos que são
considerados fundamentais para a aquisição de aprendizagens posteriores; -
introdução de objetivos ou conteúdos que não estão no currículo, mas que podem
100
complementá-lo; - eliminação de determinados objetivos ou conteúdos, cuidando
para que não sejam aqueles considerados básicos.
b) Adaptações de Conteúdos: Os tipos de adaptação de conteúdos podem ser
a priorização de tipos de conteúdos, a priorização de áreas ou unidades de
conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, ou ainda, a eliminação de
conteúdos secundários, acompanhando as adaptações propostas para os objetivos
educacionais.
c) Adaptações de método de ensino e da organização didática: Adaptar o
método de ensino às necessidades de cada aluno é, na realidade, um procedimento
fundamental na atuação profissional de todo educador, já que o ensino não ocorrerá,
de fato, se o professor não atender ao jeito que cada um tem para aprender. Faz
parte da tarefa de ensinar procurar estratégias que melhor respondam às
características e às necessidades peculiares de cada aluno.
d) Adaptações de materiais: A adaptação do material pedagógico propicia a
interação, convivência, autonomia e independência nas ações; aprendizado de
conceitos, melhoria de autoestima e afetividade do aluno com necessidades
educacionais especiais, bem como favorece o aprendizado dos demais alunos da
turma, que eles tiverem acesso ou necessitar utilizar.
e) Adaptações no processo de avaliação: seja por meio de modificação de
técnicas, como dos instrumentos utilizados.
f) Adaptações do espaço físico e organização tempo: garantem a todos os
alunos o acesso ao conhecimento. As medidas de apoio planejadas dentro desta
lógica certamente contribuirão para facilitar o processo de aprendizagem de
qualquer aluno, particularmente daqueles que apresentam necessidades
educacionais especiais.
Para melhor integrar os atendimentos ofertados aos alunos na Sala de
Recursos e na Classe Comum é preciso intensificar a comunicação entre os
professores, pois muitos alunos que frequentam o atendimento especializado
apresentam, nestes ambientes uma evolução no aprendizado, porém quando na
Classe Comum não consegue apresentar o mesmo desempenho.
101
Esses diálogos devem ser estabelecidos na hora-atividade, no momento do
planejamento, durante a formação continuada e no Conselho de Classe.
No entanto, não se observa essa interação de forma espontânea,
acontecendo somente em momentos planejados pela equipe pedagógica.
Cabe aos profissionais se interessarem mais, se disponibilizarem a conversar
e buscar saber mais sobre os estudantes com necessidades especiais e sobre a
melhor forma de realizar as adaptações curriculares. Caso não parta do professor da
Classe Comum essa iniciativa de dialogar sobre esses alunos, é essencial que o
professor de Sala de Recursos busque estabelecer esse diálogo, perguntando na
hora-atividade sobre o desempenho dos alunos por eles atendidos criando vias de
comunicação.
Os alunos que frequentam a Sala de Recursos necessitam ser trabalhados
em diferentes áreas conforme diagnóstico, senso elas: área sócio – emocional; área
psicomotora ampla e fina; área cognitiva (percepção visual e auditiva); orientação
espacial; orientação temporal; atenção / memória / raciocínio; área da linguagem e
área acadêmica (português e matemática). Isso deve ser observado com maior
preocupação, uma vez que se observa maior ênfase atribuída ao trabalho com a
área acadêmica, não que não sejam de certa forma estimuladas as demais áreas,
no entanto, é necessário tratá-las com maior importância, prevendo no planejamento
atividades mais direcionadas.
As aulas podem ser mais dinamizadas, com a utilização das tecnologias e
materiais de apoio disponíveis na escola, a fim de envolver mais os alunos em
ambientes e situações que extrapolem o espaço da sala de aula e os registros em
cadernos, favorecendo a permanência do aluno, evitando o abandono desse serviço
especializado.
4.4 Proposta Pedagógica Curricular
Constitui-se em um documento que fundamenta e sistematiza a organização
do conhecimento no currículo. Expressa os fundamentos conceituais, metodológicos
e avaliativos de cada disciplina, elencados na Matriz Curricular, assim como os
102
conteúdos de ensino dispostos de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais,
Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual de
Ensino e demais leis vigentes.
A Proposta Pedagógica Curricular abordará conhecimentos que
tradicionalmente não compõem os livros didáticos ou as abordagens convencionais
das disciplinas e que, contudo são conhecimentos historicamente acumulados e
constituem direitos de aprendizagem dos estudantes. Conhecimentos sobre o corpo
e as diversas expressões da sexualidade humana; a homossexualidade,
heterossexualidade, bissexualidade, sobre a saúde sexual e reprodutiva, bem como
das diferentes expressões da identidade de gênero: a cisgeneridade e
transgeneridade. Conhecimentos sobre a própria cultura e etnia dos estudantes e
sobre outras culturas e etnias. Nesse sentido elencamos conhecimentos da história
e cultura africana e afro-brasileira, sobre as culturas indígenas, cultura cigana,
quilombola, ilhéu e ribeirinha.
Além de abordar os Desafios Educacionais Contemporâneos como a
Educação Fiscal, Educação Ambiental, Preservação e Respeito à Vida,
Enfrentamento à Violência, Prevenção e Combate às Drogas.
4.4.1 Proposta Pedagógica Curricular – Elementos
A Proposta Pedagógica Curricular tem a função de fundamentar e organizar o
conhecimento do currículo e deve expressar a intencionalidade das ações
desenvolvidas, bem como o projeto social que se pretende, de acordo com as
concepções teóricas adotadas no Projeto Político Pedagógico.
São elementos da Proposta Pedagógica Curricular: fundamentos conceituais,
metodológicos e avaliativos de cada disciplina, bem como a descrição dos
conteúdos estruturantes e básicos de acordo com as Diretrizes Curriculares
Estaduais Orientadoras para a Educação Básica da Rede Estadual de Educação, o
Caderno de Expectativas de Aprendizagem e as Diretrizes Nacionais Gerais para a
103
Educação Básica, definidos por ano, tomando-se como referência o tempo definido
na Matriz Curricular.
A Proposta Pedagógica Curricular das disciplinas tem como estrutura:
a) Apresentação, Justificativas e objetivos da disciplina.
b) Conteúdos.
c) Encaminhamento Metodológico.
d) Avaliação.
e) Referências.
4.4.2 Proposta Pedagógica Curricular do Programa de Ampliação de Jornada
Como atividade de ampliação de jornada, a escola disponibiliza aulas
especializadas em Treinamento Esportivo (voleibol), constituindo-se uma atividade
integrada ao Currículo Escolar, que oportuniza a aprendizagem e visa ampliar a
formação do aluno.
São elementos dessa proposta: objetivos, conteúdos, encaminhamentos
metodológicos, avaliação, resultados esperados e referências bibliográficas.
5 - LEGISLAÇÕES ARTICULADAS AO CURRÍCULO
Algumas legislações conferem ações específicas no campo da educação.
Outras são incorporadas à organização do trabalho pedagógico da escola. Assim, a
tabela abaixo indica a lei e a página na qual ela é contemplada no Projeto Político
Pedagógico:
Legislação / Lei Página P.P.P.
História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena - Lei Federal 10639/03, Lei Federal 11645/08 e Deliberação 04/06.
Pg. 60
Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/99. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental – Resolução nº 2/15 do CNE. Política Estadual de Educação Ambiental – Lei nº
Pg. 65
104
17.505/13. Deliberação nº 04/13 do CEE/PR Normas para a Educação Ambiental.
Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas - Lei nº 11343/06.
Pg. 66
Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes – Lei nº 11525/2007.
Pg. 67
Educação em Direitos Humanos – lei Federal nº 7037/2009.
Pg. 63
Educação Sexual e Prevenção a AIDS e DST – Lei nº 11.733/97 e 11.343/06.
Pg. 63
Programa de Combate ao Bullying – Lei 17.335/2012. Pg. 68
6 GESTÃO ESCOLAR
a) Instâncias Colegiadas
Para efetivação da gestão democrática faz-se necessário a estruturação de
espaço de reflexão coletiva para analisar, avaliar, retomar ou sugerir ações para a
melhoria do processo administrativo e pedagógico, alternando espaços reservados à
comunidade escolar, envolvendo pais e alunos, semestralmente, em virtude das
semanas pedagógicas ou a qualquer tempo, quando a necessidade se apresentar, e
espaços trimestrais para reflexões internas realizadas pelo grupo de professores e
funcionários da escola.
É fundamental o desenvolvimento de ações pedagógicas que trabalhem a
importância da presença dos membros da comunidade de pais nos órgãos
colegiados representativos da comunidade escolar, para estimular a disponibilidade
destes em participar da Gestão Democrática. Isso se dará nas oportunidades em
que a comunidade esteja reunida, dando voz aos representantes da comunidade
escolar, reconhecendo e valorizando suas ações.
Para estimular o envolvimento da comunidade na escola, serão organizados
eventos tais como: palestras, exposições de trabalhos feitos pelos alunos, jogos
entre pais / com pais e alunos, rodas de conversa sobre temas variados,
apresentações culturais, etc. Com tais atividades objetiva-se estreitar os laços de
105
relacionamentos entre família-escola-aluno, fortalecendo vínculos os quais poderão
gerar futuras representações nos órgãos colegiados e relacionamentos mais
comprometidos com a gestão democrática, por criar uma abertura ao encontro das
pessoas e ao diálogo.
Aos membros da APMF e do Conselho Escolar, logo nos primeiros meses
após a eleição, ao assumirem seus cargos representativos, serão oportunizados
momentos formativos para que se integrem com maior conhecimento de causa à
realidade escolar sabendo de que forma exercer seus papéis enquanto órgãos
representativos da comunidade escolar.
Quanto ao Grêmio Estudantil, anteriormente a formação das chapas que
concorrerão ao pleito, realizar-se-á assembleia geral de alunos para esclarecimentos
sobre o papel dessa entidade representativa do corpo discente, para que sejam
compostas chapas com integrantes conscientes do compromisso representativo que
assumirão.
É necessário a criação de um estatuto do Grêmio conforme orientações da
SEED, a qual deve ser levada a plenária para aprovação em assembleia de alunos.
Também se faz necessário promover formação continuada do grupo de
alunos que compõem o Grêmio Estudantil durante o ano letivo, através de estudo de
textos e promovendo reflexões que os ajudem a melhorar a atuação como entidade
representativa na gestão democrática.
No contexto escolar, a concepção que os educadores e comunidade geral
tem construída sobre o Grêmio precisa ser trabalhada de forma a valorizar e
respeitar essa entidade, oportunizando espaços de atuação, dando voz a esse grupo
que ainda tem uma representatividade muito singela.
A partir de um maior envolvimento dos estudantes nas atividades
desenvolvidas pelo Grêmio Estudantil, atividades estas que permitem que os alunos
discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio
ambiente escolar como na comunidade, talvez ocorra o estímulo necessário para
que os alunos gostem mais da escola e permaneçam nela.
106
O Plano de Ação Anual, documento que indica as ações a serem realizadas
pelo coletivo escolar, além de ser reavaliado e realimentado anualmente, será
acompanhado em sua efetivação pela direção e equipe pedagógica, através de
reuniões mensais para articular junto aos demais envolvidos as vias de sua
efetivação.
Para o fortalecimento da gestão democrática, será aplicado anualmente
mecanismo de avaliação institucional a fim de coletar informações e sugestões da
comunidade escolar que serão discutidos com os órgãos colegiados para serem
viabilizados os possíveis encaminhamentos através de ações a serem estabelecidas
no Plano de Ação Anual.
b) Avaliação dos Profissionais
O processo de avaliação dos profissionais necessita ser revisto e para tal se
faz necessário que este aconteça diante de uma análise mais criteriosa sobre o
desempenho da cada profissional, levando-se em conta os registros escolares que
constam nos livros próprios direcionados a esse fim. Por isso, é importantíssimo que
seja seguida à risca toda a instrução referente a condução do processo avaliativo
profissional.
7 - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
A avaliação institucional é um instrumento que incentiva o processo contínuo
de auto avaliação das escolas publicas estaduais de Educação Básica do Paraná.
Tendo como pressuposto, a avaliação formativa, na qual se trabalham
aprendizagens significativas, que podem proporcionar informações acerca do
desenvolvimento de um processo educacional, destacando-se a elaboração do
planejamento estratégico da escola, a formação continuada dos profissionais da
educação e o aprimoramento da gestão democrática, com vistas na melhoria
contínua da qualidade educacional.
107
Conforme a Instrução nº 003/2015 – SUED/SEED, a avaliação institucional
deve ser realizada anualmente envolvendo todos os segmentos da comunidade
escolar, com o objetivo de avaliar ações pedagógicas desenvolvidas na constituição
de ensino e para dimensionar o processo educativo com vistas a melhoria da
qualidade da educação. Com a principal função de inventariar, harmonizar,
tranquilizar, apoiar, orientar, reforçar e de integrar a ação de formação, permite,
assim, a identificação de possíveis problemas e ações para soluções dos mesmos.
A avaliação institucional fundamenta-se na avaliação qualitativa e quantitativa,
tendo por objetivo a construção de um processo de avaliação coletiva, flexível,
transparente e consistente. Baseando-se na coleta de dados, feita em etapas,
envolvendo pais, alunos, professores, funcionários e gestores.
No primeiro momento, será realizada a Auto Avaliação Institucional por meio
de um documento que sirva como roteiro para reflexões, que levem a instituição a
direcionar um “olhar” sobre si mesma, promovendo uma tomada de consciência real
das pessoas que fazem parte da instituição sobre seus “fazeres escolares”. Para
tanto, serão avaliados os diversos elementos e dimensões que constituem a escola
em função de sua finalidade: órgãos colegiados, profissionais da educação,
condições físicas e materiais, prática pedagógica, ambiente educativo,
acompanhamento e avaliação do desenvolvimento educacional.
Num segundo momento, os pais e os alunos participarão da avaliação por
meio de um instrumento próprio, elaborado pela escola, que será utilizado como
roteiro para conduzir a avaliação e a reflexão sobre os serviços prestados pela
instituição, em relação ao grau de satisfação, o atendimento às necessidades e a
finalidade da escola pública. Analisando os mesmos elementos e dimensões
descritas na Auto Avaliação.
Cada segmento da comunidade escolar que participar da avaliação, deverá
escolher dois representantes que terão a função de relatores na plenária geral a
partir da qual serão sintetizados os dados da avaliação.
Os resultados dessa avaliação devem constituir subsídio para a tomada de
decisões no sentido de avançar para a melhoria da educação. Todos os
108
participantes são responsáveis por este processo avaliativo e democrático, bem
como pelo processo seguinte que se concretizará na elaboração e execução do
Plano de Ação da escola.
8 - ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP
A avaliação e acompanhamento da implementação das ações do PPP são
importantes ferramentas de gestão e de planejamento que serão utilizadas
sistematicamente e se configuram pelo aperfeiçoamento das ações do PPP e da
organização interna da escola, possibilitando a identificação de problemas e acertos
refletindo o resultado de todo o monitoramento desenvolvido durante o ano
(objetivos, metas e ações).
A Avaliação do PPP ocorrerá de forma contínua, anualmente, no início de
cada ano letivo, no decorrer da Semana Pedagógica, para que possam ocorrer as
correções de situações imprevistas com sugestões de melhorias e tomadas de
decisões que se realizarão no decorrer do ano, para alcançar melhores resultados.
Participarão da avaliação anual do Projeto Político Pedagógico
representantes de todos os seguimentos da comunidade escolar, bem como APMF,
Conselho Escolar e Grêmio Estudantil. Esse processo será conduzido pela direção e
equipe pedagógica.
109
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113
ÍNDICES
Ano / série
Aprovados APC Reprovados Abandono Defasagem
Idade/série
IDED SAEP
Total
alunos
Total
AP
% Total
alunos
Total
APC
% Total
alunos
Total
REP
% Total
alunos
Total
AB
% Total
alunos
Tota
l
DEF
.
% 2005 – 4,3
2014
6º ano 125 102 81,6 125 13 10,4 125 9 7,2 125 1 0,8 125 19 15,2 2007 – 4,6
7º ano 120 92 76,7 120 20 16,7 120 2 1,6 120 6 5 115 6 5,2 2009 – 4,9
8º ano 124 94 75,8 124 12 9,7 124 3 2,4 124 15 12,1 98 6 6,1 2011 – 4,4
9º ano 159 109 68,5 159 24 15,2 159 8 5 159 18 11,3 142 25 17,6 2013 – 4,7
2015
6º ano 132 99 75 132 22 16,6 132 3 2,3 132 8 6,1 126 17 13,4 2015 – 4,6
7º ano 123 101 82,1 123 9 7,3 123 2 1,6 123 13 9 109 17 15,5 Meta Projetada
8º ano 109 100 91,7 109 4 6,7 109 1 0,9 109 4 3,7 105 8 7,6 2017 – 5,7
9º ano 118 87 73,7 118 6 5,1 118 2 1,7 118 23 19,5 104 14 13,4
114