epidemiologia da dor em crianças, adultos e idosos

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Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999 RESUMO Este trabalho apresenta uma análise crítica de estudos epidemiológicos sobre prevalência de dor crônica em crianças, adultos e idosos, oriundos de população geral, não vinculados a serviços de saúde. Observou-se grande variação de prevalências, possivelmente relacionadas a aspectos metodológicos, o que dificulta a comparabilidade dos resultados. As diferenças metodológicas mais freqüentes referem-se aos critérios utilizados para conceituar e caracterizar a dor crônica às características da população estudada e ao método de coleta de dados. Na sociedade brasileira, pouco se conhece sobre a prevalência de dor crônica e dos prejuízos pessoais e socioeconômicos dela advindos. Considerando-se os estudos existentes na literatura, sugere-se que pesquisas epidemiológicas, nas diferentes faixas etárias e com cuidados metodológicos rigorosos, sejam desenvolvidas, visando aprimorar a compreensão do problema entre nós. PALAVRAS-CHAVE Dor crônica. Epidemiologia da dor. Prevalência da dor. ABSTRACT Epidemiological studies on chronic pain. A review This study presents a critical analysis of some epidemiological studies concerning chronic pain among children, adults and the elderly in the general population, that is, in outpatient settings. Comparability across these studies tends to be difficult due to differences in methodological designs, thus interfering directly on the prevalence found. Methodological differences more usually identified are related to differences in the defining criteria for pain, sampling issues, time frame for recall pain. Little is known about the prevalence of pain and resulting disability and handicap in Brazilian society. Bearing in mind the existing studies in the literature, extensive epidemiological reserch on pain in different ages is required to improve methodological designs aiming the attainment of a better understanding of this problem. KEYWORDS Epidemiological study of pain. Epidemiologia da dor em crianças, adultos e idosos Análise crítica Edilaine G. Rossetto*, Mara Solange G. Dellaroza*, Maria Clara G. D. Kreling*, Dina de Almeida Lopes Cruz**, Cibele A. de Mattos Pimenta** Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, PR Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP * Enfermeira. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina. Mestranda do Programa de Mestrado Interinstitucional da Escola de Enfermagem da USP, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá. ** Enfermeira. Professora Livre-Docente da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Mestrado Interinstitucional USP/ UEL/UEM.

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Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999

RESUMOEste trabalho apresenta uma análise crítica de estudos epidemiológicossobre prevalência de dor crônica em crianças, adultos e idosos, oriundosde população geral, não vinculados a serviços de saúde. Observou-segrande variação de prevalências, possivelmente relacionadas a aspectosmetodológicos, o que dificulta a comparabilidade dos resultados. Asdiferenças metodológicas mais freqüentes referem-se aos critérios utilizadospara conceituar e caracterizar a dor crônica às características da populaçãoestudada e ao método de coleta de dados. Na sociedade brasileira, poucose conhece sobre a prevalência de dor crônica e dos prejuízos pessoais esocioeconômicos dela advindos. Considerando-se os estudos existentesna literatura, sugere-se que pesquisas epidemiológicas, nas diferentes faixasetárias e com cuidados metodológicos rigorosos, sejam desenvolvidas,visando aprimorar a compreensão do problema entre nós.

PALAVRAS-CHAVEDor crônica. Epidemiologia da dor. Prevalência da dor.

ABSTRACTEpidemiological studies on chronic pain. A reviewThis study presents a critical analysis of some epidemiological studiesconcerning chronic pain among children, adults and the elderly in the generalpopulation, that is, in outpatient settings. Comparability across these studiestends to be difficult due to differences in methodological designs, thusinterfering directly on the prevalence found. Methodological differences moreusually identified are related to differences in the defining criteria for pain,sampling issues, time frame for recall pain. Little is known about theprevalence of pain and resulting disability and handicap in Brazilian society.Bearing in mind the existing studies in the literature, extensiveepidemiological reserch on pain in different ages is required to improvemethodological designs aiming the attainment of a better understanding ofthis problem.

KEYWORDSEpidemiological study of pain.

Epidemiologia da dor em crianças, adultos eidososAnálise críticaEdilaine G. Rossetto*, Mara Solange G. Dellaroza*, Maria Clara G. D. Kreling*, Dina deAlmeida Lopes Cruz**, Cibele A. de Mattos Pimenta**

Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, PREscola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, SP

* Enfermeira. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual deLondrina. Mestranda do Programa de Mestrado Interinstitucional da Escola deEnfermagem da USP, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadualde Maringá.

** Enfermeira. Professora Livre-Docente da Escola de Enfermagem da Universidadede São Paulo. Orientadora do Programa de Mestrado Interinstitucional USP/UEL/UEM.

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Epidemiologia da dorRossetto EG e cols.

Dor crônica: problema de saúde públicaEpidemiologia é “a disciplina que estuda a ocor-

rência e a distribuição de um fenômeno em um conjuntode pessoas e procura os fatores determinantes dessadistribuição encontrada com o intuito de preveni-losou controlá-los”28.

Didaticamente, Dever20 diferencia três principaisfinalidades para a epidemiologia: etiológica, a queestuda a causalidade e o risco de doença; clínica, aque estuda a prevalência, etiologia e prognóstico e aadministrativa, que fornece os dados necessários paraa administração e o planejamento dos serviços desaúde, subsidiando a tomada de decisão e avaliação.Por meio dos estudos epidemiológicos, os adminis-tradores de saúde podem identificar quais doençassão as de maior importância em sua população edeterminar prioridades, planejar, executar e avaliarprojetos nos serviços de saúde.

A dor crônica é considerada problema de saúdepública e acarreta sérios prejuízos pessoais e socio-econômicos69. Urge a necessidade de dimensionar suamagnitude e mensurar seu custo para a sociedade,analisar as alterações nas relações interpessoais, arestrição dos papéis sociais, como limitação nasatividades de trabalho, na convivência familiar e navida social, visando caracterizar a demanda por açõesde saúde.

O Nuprin Pain Report, estudo conduzido nosEstados Unidos, estimou que 500 milhões de dias detrabalho foram perdidos devido à dor entre osindivíduos empregados61. Outro estudo americanoapontou a dor lombar como a causa de perda de 1.400dias de trabalho por mil habitantes por ano, o quedemonstra ser um problema de alto custo médico esocial. Nos Estados Unidos, o custo da dor crônica foiestimado em 40 bilhões de dólares por ano5. Na Europa,a dor crônica é a causa mais freqüente de limitação empessoas com menos de 45 anos de idade e a segundacausa de consulta médica. Classificada como o maiorproblema de saúde, foi estimado que entre 25% e 30%da população dos países industrializados tem dorcrônica56. Na Holanda, são registrados 10 mil casosnovos, a cada ano, de pacientes incapacitados para otrabalho pela dor34.

No Brasil, estima-se que 50% das consultasmédicas estão relacionadas à dor crônica e que 50%dos doentes que a vivenciam podem tornar-seincapacitados por ela21. As conseqüências sociais dador crônica e a importância de medidas para seucontrole e tratamento foram demonstradas por meiodo risco relativo de mortalidade relacionado àocorrência de dor crônica. Nas dores intensas de tórax,reto, abdômen e membros inferiores, o risco relativo

aumenta em 59%, 23% e 34% respectivamente,comparado ao risco de pessoas sem dor30.

Nos adultos, apesar de insuficiente, dispõe-se dealgumas estimativas sobre o impacto da dor noindivíduo. Em crianças, pouca informação foi encon-trada no que se refere às conseqüências das dorescrônicas recorrentes, os prejuízos às atividades es-colares e de lazer, os desarranjos familiares e o custopara o sistema de saúde. McGrath37 refere que osproblemas de dor nas crianças e adolescentes são,notoriamente, identificados e controlados de modoinsatisfatório. Diversos autores apontam a dorrecorrente com alta freqüência nos consultórios eserviços de saúde. Consideram que a literatura escassae controversa sobre o tema e a baixa identificação deetiologia orgânica são fatores que dificultam a suacompreensão e tratamento. Freqüentemente, examescomplementares são necessários para convencer etranqüilizar a criança, seus familiares e o próprioprofissional de saúde sobre a natureza do agravo. Noentanto, investigações complementares geram custoalto e, muitas vezes, são pouco úteis na compreensãodo problema3,6,38,55.

Em nosso país, pouco se conhece sobre a epide-miologia, natureza e os prejuízos advindos da dorcrônica em crianças, adultos e idosos. Poucos estudosbrasileiros sobre o tema foram encontrados e,geralmente, referem-se a dores específicas. Estudorealizado em um setor urbano de Salvador observouprevalência de 14,8% de cefaléia, associada a diag-nóstico psiquiátrico. A estimativa de risco relativo foide 4,2%, valor altamente significativo8. Em outro estudosobre dor específica, encontrou-se prevalência de53,4% de lombalgia em 491 indivíduos de diferentesgrupos ocupacionais em Uberaba, Minas Gerais14. Oúnico estudo brasileiro que analisou dores múltiplaspesquisou pacientes vinculados aos consultórios e àsclínicas médicas para a caracterização da dor. Buscoutambém investigar a compreensão de profissionais dasaúde sobre dor e os métodos para o seu controle.Considerando-se a técnica de amostragem, o estudonão possibilita representação da dor crônica na po-pulação geral65.

A caracterização de dor recorrente na populaçãoinfantil é também insuficiente nos estudos brasileiros.A cefaléia é considerada um dos sintomas mais comunse freqüentes na criança em idade escolar e no adoles-cente. Estudo realizado em ambulatório de pediatria noRio Grande do Sul, que consistiu na revisão de 8.884prontuários para a identificação dos problemas desaúde das crianças, observou que 5,2% das criançasapresentaram cefaléia como queixa principal, embora oobjetivo não fosse determinar a prevalência da cefaléiacomo síndrome crônica recorrente52. Segundo Andrade

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e Bauab3, em somente 5% a 13% das crianças que sofremcefaléias crônicas pode-se identificar causa orgânica.A freqüência de dor abdominal recorrente, emambulatórios de serviços de saúde, é semelhante à decefaléia35,55.

Análise de estudos epidemiológicossobre dor

O objetivo da presente revisão bibliográfica foicaracterizar a incidência e a prevalência de dor crônicana população. Desse modo, optou-se pela exclusão dosestudos epidemiológicos que investigaram populaçõesclínicas ou especiais. Populações clínicas ou especiaispodem ser definidas como grupos de pacientes queestejam recebendo atenção médica por qualquer razão.Essa população é indicada para estudos que procuramavaliar o manejo e a melhor compreensão da dor nasvárias condições clínicas. Entretanto, não é adequadapara determinar a incidência e a prevalência de dorcrônica na população geral.

Os estudos realizados apresentam algumas caracte-rísticas que dificultam melhor compreensão da dorcrônica na população e a comparação entre eles. Aslimitações metodológicas mais comumente encontradas

são a diversificação e a não explicitação dos critériosutilizados para a definição, classificação e caracterizaçãoda dor; seleção inadequada de populações parainvestigações epidemiológicas, muitas vezes centradasem serviços de saúde; técnicas de amostragem nãorepresentativas e, muitas vezes, não especificadas;predomínio de pesquisas em quadros álgicos específicose subjetividade inerente à dor.

A dor crônica envolve mecanismos fisiológicos,psicológicos e comportamentais. Não há teste diag-nóstico decisivo ou padrão-ouro para a sua cons-tatação. Portanto, o princípio básico na investigaçãoepidemiológica populacional é que a experiência de dorexpressada pelo indivíduo deve ser considerada comoreal. Sob essa óptica, qualquer avaliação que não sejarealizada a partir do auto-relato, provavelmente,resultará em dados duvidosos. Embora exista corre-lação entre os relatos de dor entre pais e suas crianças,cuidadores e os idosos, eles não são idênticos25. Odesenvolvimento de instrumentos para avaliação dador em crianças e idosos requer atenção especial,considerando-se a imaturidade ou as alteraçõescognitivas presentes nessas faixas etárias, preocupaçãoinexistente nas pesquisas em adultos saudáveis.

Nos quadros de 1 a 10, estão sintetizados algunsaspectos sobre o método e principais resultadosobtidos em estudos sobre a prevalência de dor emcrianças, adultos e idosos.

Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999

Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 1Quadro 1Quadro 1Quadro 1Quadro 1Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em crianças

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de Método deMétodo deMétodo deMétodo deMétodo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnáliseestudadaestudadaestudadaestudadaestudada populaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência coletacoletacoletacoletacoleta críticacríticacríticacríticacrítica

da dorda dorda dorda dorda dor de dadosde dadosde dadosde dadosde dadosOster(1972) 2178 Crianças Estudo longitudinal Exame clínico; 16,8% abdominal Pesquisou faixa etária comDinamarca 6-17 anos escolares durante 8 anos entrevista anual com recorrente grande amplitude e se

crianças e 20,6% cefaléia restringiu a uma única escola.questionário para 15,5% dor do Não especificou os critériosos pais crescimento para os diferentes tipos de dor

Mikkelson 1756 Crianças Persistência de 1 ano Questionários 32,1% dor Relacionou a dor com aet al. 9-12 anos escolares com dor semanal em preenchidos pelas musculoesquelética incapacidade causada na(1997) alguma região do crianças 30,5% cefaléia criança. O questionário foiFinlândia corpo 7,5% fibromialgia submetido a testes de validade

24,8% dor em e confiabilidade. Métodomembros detalhado e amostragem12,7% dor na representativa por idaderegião dorsal5,5% dor cervical

KristJánsdóttir 2173 Crianças Mensalmente/ Questionário 61,2% alguma Método cuidadosamente(1997) 11-12 anos escolares semanalmente para crianças dor (mensal) detalhado com amostragemIslândia 15-16 anos área urbama 24,8% alguma dor (semanal) representativa nacional.

e rural 15,5% cefaléia O objetivo foi pesquisar a18,4% dor abdominal associação entre os diferentes20,1% dor região dorsal tipos de dor, mais que a35,7% dores associadas prevalência de cada um deles.

Não especificou os critériospara os diferentes tipos de dor

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Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999

Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 2Quadro 2Quadro 2Quadro 2Quadro 2Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em crianças

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de Método deMétodo deMétodo deMétodo deMétodo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnáliseestudadaestudadaestudadaestudadaestudada populaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência coletacoletacoletacoletacoleta críticacríticacríticacríticacrítica

da dorda dorda dorda dorda dor de dadosde dadosde dadosde dadosde dados

Dor abdominal recorrenteDor abdominal recorrenteDor abdominal recorrenteDor abdominal recorrenteDor abdominal recorrente

Apley e Naish 1.000 Crianças Pelo menos 3 Entrevistando 12,3% (F) O método não foi bem(1958) < 15 anos escolares episódios mães e crianças 9,5% (M) detalhado, nem a proporção daInglaterra em 3 meses no idade

período de um ano

Fall e Nicol 494 Crianças Pelo menos 3 Questionárrio postal 26,9% (F) Partiu de uma população muito(1986) 5 a 6 anos escolares episódios e entrevista com os 24,5% (M) restrita e estudou somente osPaís de Gales urbanas de dor em 3 meses pais e professores que tinham dor

do último ano

KristJángdóttir 2.173 Crianças Pelo menos Questionários para 18,4% semanalmente Restringiu a faixa etária(1996) 11-12 anos escolares semanalmente crianças 53,4% (dor de estômago pesquisada.Islândia 15-16 anos independente da Método bem detalhado

freqüência)

Dor nos membrosDor nos membrosDor nos membrosDor nos membrosDor nos membros

Naish e Apley 721 Crianças de Não especificado Entrevista com as 4,2% Não especificou que tipo de(1951) sem idade população crianças dor de “crescimento” população e amostragemInglaterra não-clínica utilizou, nem os critérios para

que referiam a especificação da dordor

Abu-Arafeh e 2.165 Crianças Pelo menos 2 Questionário para 2,6% Foram estabelecidos critériosRussel 5-15 anos escolares episódios “screening” dor em membros rigorosos para definição da dor(1995) no último ano panorâmico, em membros.Reino Unido entrevista clínica Amostragem representativa

e exame físico (10%)

Dor na região dorsalDor na região dorsalDor na região dorsalDor na região dorsalDor na região dorsal

Salminen 370 Crianças Não especificado Entrevista com as 7,6% dor cervical e lombar Identificou vários fatores de(1984) 11-17 anos escolares crianças risco. Estabeleceu critériosFinlândia para a definição da dor; não

especificou o tempo

Balagué 1.715 Crianças Em algum Questionário para 5% a 7% dor lombar e Não especificou os critérios(1988) 7-17 anos escolares momento da vida crianças na escola e cervical para definição da dor. EstudouSuécia rurais e pais de crianças 33% dor lombar em algum vários fatores de risco

urbanas menores em casa momento da vida para dor lombar10% associados àincapacidade

KristJángdóttir 2.173 Crianças Pelo menos Questionário para 20,6% dor em região Restringiu faixa etária, porém(1996) 11-12 anos escolares semanalmente crianças dorsal semanalmente diferenciou as áreas urbana eIslândia 15-16 anos rurais e 10,7% mais que uma rural pesquisadas

urbanas vez por semana oudiariamente

Olsen et al. 1242 Crianças Alguma vez na Questionário para 30,4% algum dia Dados colhidos de uma única(1992) 11-17 anos escolares; vida/último ano. crianças, 22% nos últimos 12 meses escola urbana, utilizou umEUA 1171 crianças Último ano; que questionários para 10% dor lombar associada questionário modificado eTaimela et al. 7-16 anos escolares de interferisse nas crianças, respondidos à incapacidade pesquisou incapacidade física,(1997) representação atividades na escola ou com a 10,1% (M) dor lombar especificou um tempo comFinlândia nacional: escolares ajuda dos pais 9,4% (F) grande amplitude.

urbana e ou de lazer 8,3% dor em região dorsal Método e análise dos dadosrural bem detalhados, amostragem

representativa (28,8%)

}

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Da análise desses quadros, nota-se que a investi-gação da duração do quadro álgico algumas vezes édifícil de ser feita. Em crianças, a noção de tem-poralidade é diretamente relacionada ao fatorcognitivo, que é associada à idade e à sua compre-ensão de dor. Nos idosos, está vinculada ao problemade memória, por sua vez associada ao processo deenvelhecimento. Esses aspectos, possivelmente,interferem na precisão das pesquisas retrospectivasnessas duas populações específicas. Observa-se,também, que quanto maior o intervalo de tempoconsiderado de ocorrência da dor, no estudo, maiorfoi a sua prevalência17,63.

Estudos envolvendo a análise de dores múltiplas emum mesmo indivíduo contribuem para a identificação desusceptibilidade à dor, demonstram a ocorrência de doresassociadas e trazem visão mais ampla sobre a magnitudedo fenômeno na população. Entretanto, não dispomos demuitos estudos com essa característica na literaturamundial em crianças, adultos e idosos12,13,17,23,31,39,46,50,61,63,69.Os estudos de dores específicas, em sua maioria, utilizamcritérios-diagnósticos rigorosos para a caracterização dador e mensuração detalhada das conseqüências da mesmasobre o indivíduo. No entanto, tais delineamentosdificilmente são possíveis de ser implementados emestudos com dores múltiplas.

Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999

Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 3Quadro 3Quadro 3Quadro 3Quadro 3Síntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em criançasSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em crianças

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de Método deMétodo deMétodo deMétodo deMétodo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnáliseestudadaestudadaestudadaestudadaestudada populaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência coletacoletacoletacoletacoleta críticacríticacríticacríticacrítica

da dorda dorda dorda dorda dor de dadosde dadosde dadosde dadosde dados

Vahlquist 1.236 Não foi Não foi Crianças e pais 4,5% enxaqueca O método e a amostagem não(1955) 10 a 12 anos detalhada estabelecido entrevistados foram especificados, nem oSuécia previamente tempo de ocorrência da dor

Bille 9.059 População Não foi Crianças 3,9% enxaqueca Amostragem aleatória –(1962) 7 a 15 anos geral urbana estabelecido entrevistadas 6,8% cefaléias probabilidade bem detalhadaSuécia freqüentes

Dalsgaard 2.027 Crianças Não foi Pais e crianças 7,1% enxaqueca Técnica de amostragemNielsen et al. 7 a 18 anos escolares estabelecido entrevistados em cuidadosamente descrita, tempo(1970) diferentes ocasiões de ocorrência da dor não

especificado

Sparks 15.785 Não foi Não foi Crianças 2,5% (M) 2,9% cefaléia Desconhece-se os critérios para(1978) 10 a 18 anos detalhada estabelecido entrevistadas 3,3% (F) + enxaqueca inclusão na amostra; critérios

para diferenciar cefaléia eenxaqueca; o tempo de ocorrênciade dor não foi estabelecido

Deubner 600 Crianças Último ano Pais e crianças 15,5% (M) 18,8% A extensão da faixa etária(1977) 10 a 20 anos escolares entrevistados em casa 22,1% (F) enxaqueca pesquisada pode interferir naPaís de Gales prevalência encontrada; o

questionário utilizado foidesenvolvido originalmentepara adultos

Silanpää 3.784 Crianças Último ano Questionário para 17% cefaléia As prevalências variaram muito(1983) 13 anos escolares crianças e mães 14,5% (F) 11,3% entre as diversas dores deFinlândia 8,1% (M) enxaqueca cabeça, cujos critérios não

foram previamenteestabelecidos

Silanpää 2.921 Crianças Últimos 7 anos Questionários 9% – cefaléia Estudo longitudinal em uma(1983) 14 anos escolares preenchidos pelas 6,6% – enxaqueca dada escola por acompanhamentoFinlândia crianças clínico de todas as crianças

Passchier e 2.286 População 4 semanas Crianças 9%-12% (M) 10,5% Amostragem populacionalOrlebeke 10-17 anos geral urbana entrevistadas 11% (F) cefaléia aleatória e representativa (4%)(1985)

Abu-Arafeh e 1.754 Crianças Último ano Questionário para 10,6% enxaqueca Método e amostragem bemRussel 5-15 anos escolares crianças e pais em 4,1% enxaqueca detalhados; critérios(1995) casa abdominal estabelecidos para definiçãoReino Unido das dores

}

}

}

}

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Arq Bras Neurocir 18(4): 213-224, 1999

Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 4Quadro 4Quadro 4Quadro 4Quadro 4Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em adultos

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Método deMétodo deMétodo deMétodo deMétodo de Critérios deCritérios deCritérios deCritérios deCritérios de TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada coletacoletacoletacoletacoleta definição dedefinição dedefinição dedefinição dedefinição de ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

da dadosda dadosda dadosda dadosda dados dor crônicador crônicador crônicador crônicador crônica da dorda dorda dorda dorda dorStrauss et al. Urbana 265 famílias Pesquisa telefônica, Não Duas últimas 19,1% Apesar da palavraAustrália 614 indivíduos posteriormente especificado semanas reg. lombar: 33% “freqüentemente” fazer parte

maiores de questionário cabeça e do questionário, devido ao15 anos individual pescoço: 24% tempo de ocorrência da dor

perna: 22% (2 últimas semanas), podemosconsiderar a prevalêcia paradores aguda e crônica

Brattberg Urbana 827 Questionário postal, Mais de Menos de 1 mês; 65% dor aguda Esse estudo propiciou aet al 1989 18-84 anos entrevista telefônica 6 meses de 1 a 6 meses; e crônica verificação da prevalência dasSuécia mais que 6 meses 40% dor crônica, dores aguda e crônica devido

ombros e ao tempo de ocorrência deMMSS: 23,2% dor pesquisadolombar : 20,3%MMII : 20,1%Pescoço: 19,3%

Crook et al. Urbana 372 famílias Entrevista Não Duas últimas 11% dor persistente Os resultados provavelmente1984 822 pessoas telefônica especificado semanas 5% dor temporária foram influenciados peloCanadá e pessoal tempo de ocorrência da dorSternbach População 1.254 Entrevista Maior que No último A queixa mais A definição de dor crônica é1986 geral acima de telefônica 101 dias ano freqüente foi bem explícita, bem como aEstados 18 anos cefaléia (73%). localização da dor, o que fazUnidos Dor mais comum com que o questionário,

nos últimos apesar de realizado por3 meses: telefone, forneça dadosarticulação e confiáveisregião lombar

James População 1.498 Entrevista pessoal Não No curso 81% com dores O tempo de ocorrência1991 urbana 18 a 64 anos especificado da vida locais mais comuns utilizado e a não

articulações, dorsal especificação da duração dacefaléia, abdômen dor levam a uma prevalência

que pode incluir dor agudaVon Korff População 1.016 Questionário Não Últimos Região lombar, 41% Amostra significativa,et al. 1990 geral 18 a 75 anos postal especificado 6 meses cefaléia, 26% prevalência especificando osEstados abdominal, 17% locais de dor, porém nãoUnidos torácica, 12% especificou os critérios de

facial, 12% definição de dor crônica

Quadro 5Quadro 5Quadro 5Quadro 5Quadro 5Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultos

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da Método deMétodo deMétodo deMétodo deMétodo de Critérios deCritérios deCritérios deCritérios deCritérios de PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação coletacoletacoletacoletacoleta definiçãodefiniçãodefiniçãodefiniçãodefinição pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

de dadosde dadosde dadosde dadosde dados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dorDor no pescoçoDor no pescoçoDor no pescoçoDor no pescoçoDor no pescoço

Bovim et al. Geral Questionário Duração mais 9.918 pessoas 1 ano 13,8% Amostra representativa1994 postal de 6 meses 18-67 anos e critérios metodológicosNoruega definidos

Dor de cabeçaDor de cabeçaDor de cabeçaDor de cabeçaDor de cabeçaNikiforow e Geral, Questionário Não 3.067 1 ano Cefaléia: Relaciona cefaléia com outrasHokkanen rural e postal especificado > 15 anos 73,1% mulher variáveis. Não há duração1978 urbana 57,6% homem temporal da cefaléia, o que aFinlândia difenciaria entre crônica

e agudaSachs et al. Rural Questionário Especificado 1.113 pessoas Não Cefaléia: Amostra populacional com1985 e avaliação até 60 anos especificado 25,7/1.000, homens faixa etária ampla, conduta nãoEquador neurológica 108,9/1.000, mulheres especificada com

95,5/1.000, idosos indivíduos impossibilitadosEnxaquecas: de informar11/1.000, homens61,5/1.000, mulheresIdosos:57,1/1.000, mulheres15,5/1.000, homens

Zhao et al. Geral Entrevista Especificado 24.6812 pessoas Não Enxaqueca: Amostra representativa com1988 (22 comu- domiciliar 4-75 anos especificado 690/100.000, ampla faixa etária, conduta nãoChina nidades e exame prevalência espcificada em casos

rurais) neurológico 37/100.000, especiais; não determina oincidência tempo de ocorrência da dor

Stewart et al. Geral Questionário Especificado 20.468 indivíduos 1 ano Enxaqueca Critérios metodológicos1992 postal e 12-80 anos 17,6%, mulher claros e amostraUSA entrevista 5,7%, homem representativa

domiciliar

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219

Nos estudos analisados, observou-se grandediversificação dos instrumentos para a avaliação dador. O tipo de dado investigado e o modo de fazê-lointerfere na especificidade e sensibilidade dosresultados e, diretamente, na prevalência encontrada.Outra questão é que as variadas definições de dorcrônica utilizadas pelos autores inviabilizam acomparação dos achados.

A amplitude da faixa etária da população pes-quisada é fator relevante para a análise dos resultados.Nas crianças, a prevalência pode aumentar ou diminuir

dependendo do tipo de dor pesquisado e do avançoda idade. A dor abdominal é mais prevalente entrecrianças de 4 até 9 anos de idade, atingindo pico entre5 e 6 anos de idade4,22,46. A prevalência de dores decabeça aumenta nos pré-adolescentes e adoles-centes1,10,18,48,57, e a dor lombar também aumenta subs-tancialmente com a idade, apresentando pico emmaiores de 13 anos7,31,32,64.

Os estudos analisados mostraram que, na faseadulta, a prevalência de dor aumenta na faixa etáriaentre 35 e 65 anos, para ambos os sexos11,13,61,63,72.

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Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 6Quadro 6Quadro 6Quadro 6Quadro 6Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores específicas em adultos

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo CritériosCritériosCritériosCritériosCritérios TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada de coletade coletade coletade coletade coleta da definiçãoda definiçãoda definiçãoda definiçãoda definição ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

de dadosde dadosde dadosde dadosde dados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dor

Dor nos membros inferioresDor nos membros inferioresDor nos membros inferioresDor nos membros inferioresDor nos membros inferiores

Gibson Geral 4.232 adultos Entrevista Duração de Não 6,6% e 5% Compara a prevalência emet.al. 1996 15 e + anos domiciliar 4 semanas especificado populações de classesPaquistão econômicas diferentes.

Apresenta critérios clarosde definição de dor crônica,porém não especificou tempode ocorrência da dor

Dor difusaDor difusaDor difusaDor difusaDor difusa

Croft Geral 2.034 adultos Questionário Mais que Último mês 11,2% Amostra significativa,(1993) 18-85 anos postal 3 meses (os sintomas eram critérios de definição de dorNorte da 326 pessoas associados com bem estabelecidos, métodoInglaterra acima de 65 anos queixas somáticas, criterioso de coleta de

depressão dados, resgatando os não-e ansiedade) respondentes com novoentre os idosos: questionário16,2%

Dor lombarDor lombarDor lombarDor lombarDor lombar

Nagi et. al. Urbana 1.135 Entrevista Não Não 18% Apesar de não se explicitar(1973) 18-64 anos especificado especificado o critério de dorEstados crônica, as palavrasUnidos “freqüentemente” ou

“sempre” contribuem paraa caracterização da dorcomo persistente

Walsh et al. Urbana 4.502 Questionário Não Algum dia 58,3% Associação entre dor lombar(1992) e rural 20-59 anos postal especificado na vida e incapacidade físicaInglaterra Nos últimos 36,1%

12 meses

FribromialgiaFribromialgiaFribromialgiaFribromialgiaFribromialgia

Wolfe et al. Urbana 3.006 Questionário Especificado Dor no dia 2% Amostra significativa,(1995) postal; da entrevista método minucioso deWichita, RS entrevista coleta de dados, há

telefônica; entrevista critérios para a definiçãoe exame físico da dor

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Epidemiologia da dorRossetto E e cols.

Quadro 7Quadro 7Quadro 7Quadro 7Quadro 7Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos comunitáriosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos comunitáriosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos comunitáriosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos comunitáriosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos comunitários

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo CritériosCritériosCritériosCritériosCritérios TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadoResultadoResultadoResultadoResultado AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada de coletade coletade coletade coletade coleta da definiçãoda definiçãoda definiçãoda definiçãoda definição ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

de dadosde dadosde dadosde dadosde dados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dor

Roy e Idosos 205 pessoas Entrevista Não especificado Não 70% - pop. geral Não encontrou relação entreThomas comunitários com mais de telefônica especificado 78% - 60 a 69 anos dor e incapacidade devido à(1987) associação 60 anos 68% - 70 a 79 anos origem da população, nãoCanadá social 64% - 80 a 89 anos especificou critérios de dor e

71% - 90 e mais estratégias metodológicasque possam interferir naprevalência

Moss et al. Idosos 200 idosos Entrevista Não especificado 12 meses 37% tinham dor no Pela metodologia adequada,(1991) comunitários (falecidos) com cuidador antes do último ano de vida, o estudo inclui tanto dorFiladelfia óbito 66% tinham dor no aguda como crônica

mês antecedente àmorte,50% tiveramaumento da dornesse período

Brattberg Idosos e 537 com Entrevista com Não especificado 1 ano Dores múltiplas, Um dos poucos estudos comet al. muito idosos 77 e mais idoso e 47% dos idosos, dores múltiplas, em população(1996) comunitários anos procurador 46% dos mais idosos, geral de idosos. Utilizou,Suécia 73% dor moderada e além do idoso, o procurador/

intensa cuidador como informante

Helme e Idosos 990 com Entrevista pessoal Especificado: 12 meses 66% em cada grupo Base populacional com

Gibson comunitários mais de e exame físico aguda < 3 meses não referiram dor. critérios metodológicos(1997) 65 anos crônica > 3 meses Dor crônica: 51% claramente definidos.Austrália de jovens idosos, Determina prevalência de

48% de idosos, dores agudas crônicas55% dos mais idosos

Quadro 8Quadro 8Quadro 8Quadro 8Quadro 8Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos institucionalizadosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos institucionalizadosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos institucionalizadosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos institucionalizadosSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores múltiplas em idosos institucionalizados

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo CritériosCritériosCritériosCritériosCritérios TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada de coletade coletade coletade coletade coleta da definiçãoda definiçãoda definiçãoda definiçãoda definição ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

de dadosde dadosde dadosde dadosde dados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dor

Ting 375 idosos Entrevista e Não especificado Não especificado 49% tiveram dor Amostragem adequada.Phoon exame físico associada à artrite Não especifica critérios(1988) metodológicosSingapura

Parmelee 758 idosos Entrevista Não especificado Não especificado 79,9% de dor em, Não especifica algunset al. no mínimo, um local critérios metodológicos(1993) 46,8% de dor em Procura relacionar a

3 ou mais locais ocorrência da dor comdiferentes níveis deincapacidades física ecognitiva

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Quadro 9Quadro 9Quadro 9Quadro 9Quadro 9Síntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em idososSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em idososSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em idososSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em idososSíntese de estudos epidemiológicos sobre cefaléias em idosos

EEEEEstudostudostudostudostudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Métodos deMétodos deMétodos deMétodos deMétodos de Critério deCritério deCritério deCritério deCritério de TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada coleta decoleta decoleta decoleta decoleta de definiçãodefiniçãodefiniçãodefiniçãodefinição ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

dadosdadosdadosdadosdados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dorCook Idosos 3.811 pessoas Entrevista Especificado 1 ano Cefaléia: População base comunitária;et al. comunitários 65 anos e mais 53% mulheres análise dos resultados(1989) 36% homens relacionado a diversasUSA variáveis

Wang Idosos 1.533 Entrevista e Especificado 1 ano 38%, 1 episódio de Amostra representativa deet al. comunitários 65 anos e mais exame clínico cefaléia; 3%, enxaqueca; base populacional. Método(1997) 35%, cefaléia de coleta de dados eficazChina tensional;

10%, cefaléiaincapacitante

Quadro 10Quadro 10Quadro 10Quadro 10Quadro 10Síntese de estudos epidemiológicos sobre dores musculoesqueléticasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores musculoesqueléticasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores musculoesqueléticasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores musculoesqueléticasSíntese de estudos epidemiológicos sobre dores musculoesqueléticas

EstudoEstudoEstudoEstudoEstudo Origem daOrigem daOrigem daOrigem daOrigem da PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulação Métodos deMétodos deMétodos deMétodos deMétodos de Critérios deCritérios deCritérios deCritérios deCritérios de TTTTTempo deempo deempo deempo deempo de ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados AnáliseAnáliseAnáliseAnáliseAnálisepopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulaçãopopulação pesquisadapesquisadapesquisadapesquisadapesquisada coleta decoleta decoleta decoleta decoleta de definiçãodefiniçãodefiniçãodefiniçãodefinição ocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrênciaocorrência críticacríticacríticacríticacrítica

dadosdadosdadosdadosdados de dorde dorde dorde dorde dor da dorda dorda dorda dorda dor

Dor lombarDor lombarDor lombarDor lombarDor lombarShulan População 3.097 idosos Entrevista Não 1 ano 23,6% das mulheres Amostragem significativa.et al. rural especificado 18,4% dos homens A prevalência pode(1985) tinham dor lombar incluir dor aguda eTowa crônica

Dor dos membros inferioresDor dos membros inferioresDor dos membros inferioresDor dos membros inferioresDor dos membros inferioresHerr et al. Idosos 3.097 idosos Entrevista Não 1 ano 64% dor em MMII Representativa amostra de(1991) zona rural especificado 21% enquanto base comunitária. NãoTowa caminhava explicitação dos critérios

56% à noite e com para definir dor crônica nãocâimbra permite assegurar que a14% ao caminhar prevalência não inclue dore à noite aguda

Benvenutti Idosos 459 idosos Entrevista Não Não 31,4% dor nos pés O uso do cuidador comoet al. comunitários domiciliar especificado especificado informante pode interferir nos(1995) com idoso ou achados. Não há explicitaçãoItália cuidador e dos critérios de classificação

exame clínico da dor entre crônica e agudae do tempo de ocorrência dador

Leveille Idosas 1.002 idosas Entrevista Especificado 1 ano 14% Classifica criteriosamenteet al. comunitárias a dor e a relaciona com(1998) outras variáveisBaltimore

Dor musculoesquelética (múltiplos locais)Dor musculoesquelética (múltiplos locais)Dor musculoesquelética (múltiplos locais)Dor musculoesquelética (múltiplos locais)Dor musculoesquelética (múltiplos locais)Rajala Idosos 1.008 idosos Questionário Não 1 ano Local mais Não determina os critérioset al. comunitários > 55 anos postal especificado freqüente de dor: para definição da dor. A(1995) 56,5% a 65,4% de prevalência pode incluir dorFinlândia dor no pescoço em aguda e crônica. Avalia vários

pessoas deprimidas. locais de dor e sua relação35,2% a 45,5% de com incapacidadesdor no pescoço empessoas nãodeprimidas

Woo et al. Idosos 2.032 idosos Questionário Não 1 ano 57% queixaram de Técnica amostral adequada.(1994) aposentados acima de e entrevista especificado dor em vários locais, Não definição de critérios daChina 70 anos 37%-41% das dor não permite assegurar se

mulheres tiveram a prevalência não incluiprejuízos nas dores agudasatividades diárias,19%-20% doshomens tiveramprejuízos dasatividades devida diária

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Quanto à localização da dor, nos estudos nãoespecíficos, as regiões lombar e cefálica são as maisreferidas, sendo também comumente encontradasqueixas álgicas nas articulações, ombros, abdômen,membros inferiores e região cervical13,61,63,69.

Entre os idosos, é controverso afirmar que afreqüência de dor aumenta com o avanço da idade,frente aos resultados dos estudos. A dor ocorre emtodos os locais, mas com maior freqüência emmembros, articulações e região dorsal, devido àassociação com várias afecções, principalmentereumáticas23,26,50. De um modo geral, os estudosapontam que dores no crânio, abdômen e tóraxdiminuem nas idades avançadas.

Nas pesquisas analisadas, observou-se que ogênero interferiu na ocorrência de dor. A prevalênciade dor no sexo feminino foi maior que no masculino,nas diferentes faixas etárias, na maior parte dosestudos 4,7,11,12,17,39,42,46,48,57,63,72.

Considerações finais

Da análise desta revisão bibliográfica, vale ressaltara variabilidade e, algumas vezes, a inadequação dosdesenhos de pesquisa e os diversos conceitos sobredor crônica e os critérios utilizados para sua iden-tificação e caracterização. Esses aspectos interferemdiretamente na prevalência observada nos estudos,tornando os dados, muitas vezes, conflitantes.

Estudos epidemiológicos sobre dor nunca serãotarefa fácil, pois é necessário unir o rigor metodológicoda pesquisa ao respeito incondicional à subjetividadeda dor.

A presente revisão permitiu a compreensão deque a epidemiologia da dor crônica em crianças,adultos e idosos é insuficientemente conhecida nomundo e, em especial, no Brasil. Urge a necessidadede estudos epidemiológicos que possam subsidiaras decisões de administradores, clínicos e pes-quisadores na área.

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Original recebido em janeiro de 1999Aceito para publicação em setembro de 1999

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