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ESTUDO DE CATALISADORES AUTOMOTIVOS FRENTE AO ENVENENAMENTO COM ENXOFRE Carlos Alberto Franchini Bravo TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA QUÍMICA. Aprovada por: ___________________________________ Prof. Martin Schmal, Dr. Ing. ___________________________________ Dr a . Deborah Vargas César, D. Sc ___________________________________ Prof. José Mansur Assaf, D. Sc ___________________________________ Prof a . Carla Hori, Ph. D. ___________________________________ Dr. Fábio Bellot Noronha, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JUNHO DE 2006

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ESTUDO DE CATALISADORES AUTOMOTIVOS FRENTE AO

ENVENENAMENTO COM ENXOFRE

Carlos Alberto Franchini Bravo

TESE  SUBMETIDA  AO  CORPO  DOCENTE  DA  COORDENAÇÃO  DOS

PROGRAMAS  DE  PÓS­GRADUAÇÃO  DE  ENGENHARIA  DA  UNIVERSIDADE

FEDERAL  DO  RIO  DE  JANEIRO  COMO  PARTE  DOS  REQUISITOS

NECESSÁRIOS  PARA  A  OBTENÇÃO  DO  GRAU  DE  DOUTOR  EM  CIÊNCIAS

EM ENGENHARIA QUÍMICA.

Aprovada por:

___________________________________

Prof. Martin Schmal, Dr. Ing.

___________________________________

        Dra. Deborah Vargas César, D. Sc

___________________________________

         Prof. José Mansur Assaf, D. Sc

___________________________________

               Profa. Carla Hori, Ph. D.

___________________________________

       Dr. Fábio Bellot Noronha, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ ­ BRASIL

JUNHO DE 2006

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BRAVO, CARLOS ALBERTO FRANCHINI

Estudo de Catalisadores Automotivos

frente ao Envenenamento com Enxofre.

[Rio de Janeiro] 2006

IX, 213p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, D. Sc.

Engenharia Química, 2006)

Tese ­ Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE

1. Catalisadores Antipoluentes

I. COPPE/UFRJ     II. Título (série)

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A minha família

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AGRADECIMENTOS

Ao  Professor  Martin  Schmal,  pela  orientação,  ajuda,  amizade  e  principalmente

pela confiança depositada.

Aos meus pais e irmã pelo amor e dedicação.

A minha família, fundamental.

A  Verônica,  Sra  Maria  e  Sr.  Francisco,  pelo  carinho  e  ajuda  ao  longo  destes

anos.

A todos meus amigos que seguiram comigo por estes caminhos.

A todo o corpo docente da COPPE pelos conhecimentos transmitidos.

Ao corpo  técnico do  i2000 e NUCAT­anexo que possibilitou a realização deste

trabalho.

Ao grande amigo Antonio Roberto, pela ajuda e amizade.

A Deborah e Dora, pela paciência, carinho e ajuda na realização deste trabalho.

A todos os companheiros de laboratório, pelas horas de convívio e trabalho.

A Dra Lucia, por incentivar a realização deste doutorado.

A  todos  orientadores,  professores  e  amigos  da  UFRRJ  e  UFSCar,  que

contribuíram na minha formação.

Ao CNPq, pela bolsa de estudos.

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v

Resumo  da  Tese  apresentada  à  COPPE/UFRJ  como  parte  dos  requisitos  necessários

para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D. Sc.)

ESTUDO DE CATALISADORES AUTOMOTIVOS FRENTE AO

ENVENENAMENTO COM ENXOFRE

Carlos Alberto Franchini Bravo

Junho/2006

Orientador: Prof. Martin Schmal

Programa: Engenharia Química

O presente trabalho apresenta um estudo de catalisadores Pd­X /Al2O3 (X

=  CeO2  e/ou  ZrO2)  com  o  objetivo  de  avaliar  suas  propriedades  frente  à  desativação

pelo  enxofre  nas  reações  de  redução  do  NO  pelo  CO  ou  CH4.  A  caracterização  dos

catalisadores  na  ausência  de  enxofre  foi  realizada  através  de  análises  de  DRX,  XPS,

DRS, TPR, BET e microscopia eletrônica.

O  estudo  do  mecanismo  de  desativação  foi  realizado  por  espectrometria  de

adsorção no infravermelho, na presença e ausência de enxofre. Os resultados mostraram

grande  desativação  dos  catalisadores  a  baixa  temperatura,  onde  a  presença  de  CeO2  e

ZrO2  foi  fundamental  na  recuperação  da  atividade.  Os  catalisadores  contendo  CeO2

apresentaram  melhor  desempenho  frente  à  desativação.  Os  dados  de  infravermelho in

situ,  aliados  aos  resultados  dos  testes  catalíticos,  indicaram  que  o  CeO2,  por  sua

propriedade redox, adsorve reversivelmente o SO2, disponibilizando os sítios ativos para

a  reação.  Para  os  outros  sistemas  o  processo  de  desativação  mostrou­se  irreversível

abaixo de 500oC.

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vi

Abstract  of  the  Thesis  presented  to  COPPE/UFRJ  as  partial  fulfillment  of  the

requirements for the degree of Doctor of Science (D. Sc.)

THE EFFECT OF SULFUR POISONING ON AUTOMOTIVE CATALYSTS

Carlos Alberto Franchini Bravo

Junho/2006

Advisor: Martin Schmal

Department: Chemical Engineering

This  work  presents  a  study  of  Pd­X  /Al2O3  (X  =  CeO2  e/ou  ZrO2)  catalysts

aiming  to  evaluate  their  properties  in  the  NO  reduction  by  CO  or  CH4  reaction  after

sulfur  deactivation.  The  catalysts  characterization  in  absence  of  sulfur  was  realized

through DRX, XPS, DRS, TPR, BET and electronic microscopy.

The  deactivation  mechanism  study  was  carried  out  using  infrared  spectrometry

in presence and absence of sulfur. The results showed high deactivation of the catalysts

at  low temperature, which the CeO2 and ZrO2 presence was fundamental in the activity

recovery.  It  was  observed  a  better  performance  for  catalysts  whith  CeO2  throught

deactivation  process. In  situ  infrared  data  toghether  with  catalytic  performance  results

have  shown  that  CeO2  adsorbs  SO2  reversiblely  and  it  turns  the active  sites  left  to  the

reaction.  It  was  attributed  to  the  CeO2  redox  properties.  For  the  other  catalysts  the

deactivation process was irreversible up to 500oC.

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ÍNDICE GERAL

1 ­ INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

2 ­ REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................9

  2.1 ­ O Paládio.................................................................................................................9

  2.2 ­ O Cério ...............................................................................................................9

  2.3 ­ O Zircônio ........................................................................................................10

  2.4 ­ As Reações .......................................................................................................11

  2.5 ­ A Reação de Redução NO pelo CO...................................................................14

  2.6 ­ Termodinâmica .................................................................................................17

  2.7 ­ Influência do Oxigênio na Reação do CO,NOx e HC .........................................18

  2.8 ­ Desativação do Catalisador Automotivo............................................................20

  2.9 ­ As Formas do Enxofre na Catálise Automotiva..................................................23

  2.10 ­ Influência do Enxofre sobre a Atividade de Conversores...................................24

  2.11  ­  Comparação  do  Efeito  do  Enxofre  na  Atividade  do  PdO  por  Diferentes

Hidrocarbonetos..........................................................................................................29

  2.12 ­ O Efeito do Enxofre em Diferentes Tipos de Suporte ......................................30

  2.13 ­ Desativação de Catalisadores do Tipo “NSR”..................................................37

  2.14 ­ Os Efeitos do Enxofre, Ce e Zr na Atividade dos Catalisadores .......................39

  2.15 ­ A Química da Reação do PdO – óxido de exofre .............................................41

  2.16 ­ A Estrutura Assimétrica de SO2 em Pd (111)  ..................................................44

  2.17 ­ Prováveis Mecanismos de Desativação ............................................................46

3 ­ MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................50

  3.1 ­ Métodos de Preparação dos Catalisadores.........................................................50

       3.1.1 ­ Suporte .....................................................................................................50

       3.1.2 ­ Precursor de óxidos de Pd, Ce e Zr  ..........................................................50

       3.1.3 ­ Preparações dos Catalisadores...................................................................50

  3.2 ­ Técnicas de Caracterizações..............................................................................54

       3.2.1 – Análise Química .......................................................................................54

       3.2.2 ­ Área Superficial Específica........................................................................54

       3.2.3 ­ Difração de raios X ...................................................................................54

       3.2.4 ­ Redução a Temperatura Programada.........................................................55

       3.2.5 ­ Microscopia Eletrônica de Varredura e Transmissão..................................56

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       3.2.6 ­ Espectroscopia de Refractância Difusa de UV­visível................................56

       3.2.7 ­ Espectoscopia Fotoeletrônica por Raio X (XPS) .......................................57

  3.3 ­ Redução do NO por CO ou CH4...........................................................................58

       3.3.1 ­ TPD de CO e NO .....................................................................................58

       3.3.2  ­  Análises  de  DRIFTS  (IV  em  célula  de  Reflectância  Difusa)  das  reações

NO/CO, NO/CH4 e adsorções de NO e CO.....................................................................59

       3.3.3 ­ Testes Catalíticos  .....................................................................................60

  3.4 ­ Reações com o SO2...............................................................................................61

       3.4.1 ­ Espectroscopia na Região do Infravermelho após adsorção de SO2 e Reações

envolvendo NO+CO+SO2 e NO+CH4+SO2...................................................................61

       3.4.2  ­  Testes  Catalíticos.  Conversão  do  NO  nas  reações  NO/CO  e  NO/CH4  na

presença de SO2...............................................................................................................63

4 ­ RESULTADOS E DISCUSSÕES..........................................................................64

  4.1 ­ Caracterização Estrutural ..................................................................................64

       4.1.1 ­ Análise Química  .......................................................................................64

       4.1.2 ­ Área Superficial Específica........................................................................65

       4.1.3 ­ Difração de Raios X..................................................................................67

       4.1.4 ­ Redução a Temperatura Programada.........................................................75

       4.1.5 ­ Microscopia Eletrônica..............................................................................81

       4.1.6 ­ Espectoscopia Fotoeletrônica por Raio X (XPS)..........................................90

       4.1.7 ­ DRS – forma óxido.....................................................................................100

  4.2 ­ Redução do NO por CO......................................................................................103

       4.2.1 ­ TPD de NO..................................................................................................103

       4.2.2 ­ TPD de CO..................................................................................................113

       4.2.3 ­ DRS in situ, efeito do NO...........................................................................122

       4.2.4 ­ DRS in situ, efeito do CO............................................................................127

       4.2.5 ­ DRIFTS da reação NO + CO......................................................................130

       4.2.6 ­ DRIFTS de reação NO + CO (competitividade de sítios)...........................150

       4.2.7 ­ Conversão NO + CO...................................................................................152

  4.3 ­ Redução do NO por CH4.....................................................................................157

       4.3.1 ­ Análises de DRIFTS da reação NO +CH4..................................................157

       4.3.2 ­ Conversão do NO pelo CH4........................................................................167

  4.4 ­ Reação de Desativação por SO2..........................................................................171

       4.4.1 ­ Análise de Infravermelho ­ adsorção/dessorção de SO2.............................171

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       4.4.2 ­ FTIR das reações NO + CO na Presença e Ausência de SO2.....................182

       4.4.3 ­ Reação NO+CO+SO2..................................................................................195

       4.4.4 ­ FTIR da reação NO + CH4 na presença e ausência de SO2.........................197

       4.4.5 ­ Conversão do NO+CH4+SO2......................................................................200

5 ­ CONCLUSÕES E SUGESTÕES.........................................................................203

  5.1 ­ Conclusões......................................................................................................203

  5.2 ­ Sugestões.............................................................................................................204

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................205

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1. INTRODUÇÃO.

Qualidade  de  vida  e  modernidade  são  dois  conceitos  ligados  diretamente  ao

desenvolvimento  da  sociedade  humana  em  si.  Porém  o  desenvolvimento  trazido  pela

industrialização  do  mundo  foi  acompanhado  por  um  drástico  aumento  no  consumo  de

energia,  chegando  a  cifras  anuais  de  aproximadamente  100  bilhões  de  Kwh  por  ano,

equivalentes a 7,8 bilhões de combustíveis fósseis [1].

A  energia  estocada  nos  combustíveis  fósseis  é  liberada  pela  chama  de

combustão, através da reação entre o carbono contido no combustível e o oxigênio do ar

de acordo com a reação 1:

CmHn + (m + n/4)O2 D (m)CO2 + (n/2)H2O.        (1)

Sendo o dióxido de carbono e a água os principais produtos desta reação. Entretanto, a

combustão  incompleta causa a emissão de hidrocarbonetos não reagidos, bem como de

produtos  intermediários  de  oxidação  tais  como  álcoois,  aldeídos  e  monóxido  de

carbono,  resultado  de  varias  reações  intermediarias  e  de  craqueamento.  Muitos  dos

combustíveis fósseis contém também compostos de enxofre e nitrogênio, que produzem

emissões  de  óxidos  de  enxofre  (principalmente  o  dióxido  de  enxofre)  e  óxidos  de

nitrogênio, comumente tratados como NOx.

Estes compostos são produzidos em taxas que superam os 6 bilhões de toneladas

anuais,  sendo  boa  parte  destes  provenientes  da  exaustão  de  mais  de  50  milhões  de

veículos  [2].  Isto  tem  um  importante  impacto  na  qualidade  do  ar  com  efeitos  tanto

ambientais,  quanto  relacionados  à  saúde,  causando  sérios  problemas  pulmonares,

segundo a Organização Mundial da Saúde.

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A  Tabela  1  mostra  os  principais  poluentes  da  descarga  automotiva  e  seus

principais efeitos sobre a saúde humana [3].

Tabela 1. Os principais poluentes provenientes do escapamento dos automóveis e suas

principais ações na saúde humana [3].

Componente Conseqüência

Gás Carbônico Reduz a capacidade deoxigenação do sangue.

Monóxido de Carbono Gás irritante que afeta ospulmões; causa a perda de

glóbulos vermelhos do sangue.Danos à vegetação.

Óxidos de Nitrogênio Irritação sensorial e respiratória;corrosivo.

Óxidos de enxofre Irritação sensorial e respiratória;corrosivo.

H2S Irritante aos olhos e ao tratorespiratório.

Hidrocarbonetos Irritação sensorial e respiratória;alguns podem ser cancerígenos.

Além  dos  problemas  relativos  a  saúde,  a  poluição  automotiva  contribui  para  o

efeito  estufa  (CO2),  para  a  deterioração  de  construções  e  pinturas  e  danos  sobre  a

vegetação (chuva ácida).

A  primeira  legislação  referente  ao  controle  de  emissões gasosas veiculares  teve

lugar  nos  EUA  em  1966.  Medidas  similares  foram  surgindo  em  vários  outros  países

com  o  passar  dos  anos.  No  Brasil  apenas  no  início  dos  anos  80,  foi  introduzida  uma

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regulamentação de controle das emissões veiculares no país. Surgiu, assim, o programa

PROCONVE  inspirado  na  regulamentação  mais  severa  da  época,  a  regulamentação

americana.  O  programa  foi  implementado  em  1986  em  três  etapas  sucessivas,  com

limites  de  emissões  cada  vez  mais  rígidos.  A  primeira  etapa,  a  partir  de  19/06/1988,

visava  a  modificação  dos  motores;  a  segunda,  a  partir  de  01/01/1992,  o  uso  de

catalisadores  de  oxidação  e  a  terceira,  a  atual,  a  partir  de  01/01/1997.  Esta  última

envolvia soluções técnicas do tipo injeção/ignição eletrônica com sonda de oxigênio e a

utilização de catalisador de três vias.

A  Tabela  2  mostra  os  limites  máximos  para os principais poluentes de veículos

automotivos  segundo  as  regulamentações  estabelecidas pelo  PROCONVE  em  diversas

fases.

Tabela 2. Limites máximos para poluentes de veículos automotivos do PROCONVE.

Fase POLUENTES (g/Km)

HC CO NOx Aldeídos

Fase I (88­91) 2,10 24,00 2,00 ­

Fase II (92­96) 1,20 12,00 1,40 0,15

Fase III

(97­2004)

0,30 2,00 0,60 0,03

Fase IV

(após 2005)

0,16* 2,00 0,25 0,03

*  Limite referente a hidrocarbonetos que não o metano.

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4

Após  as  mudanças  nas  leis,  mais  rígidas  ,  observou­se  um  grande  impulso  no

aprimoramento de catalisadores de pós­combustão.

Os  primeiros  catalisadores  automotivos  utilizados  visavam,  basicamente  as

reações  de  oxidação,  através  da  oxidação  total  do  CO  e  os  chamados  HC’s

(hidrocarbonetos) não queimados. Para  isso  foram utilizados catalisadores do  tipo Pt e

Pd  suportados  em  alumina.  Com  o  passar  dos  anos,  a  necessidade  de  se  controlar  um

novo  poluente, o NOx,  até então  ignorado, mudou as  legislações em vigor  e  fez surgir

uma  nova  série  de  catalisadores  chamados  de  “TWC”  (três  vias),  os  quais  tem  a

capacidade não só de oxidar o CO e os HC’s, bem como reduzir o NOx.

No  final  da  década  de  70,  foi  descoberto  que  certas  combinações  de  metais

preciosos  podiam,  simultaneamente,  oxidar  os  hidrocarbonetos  e  o  CO,  bem  como

reduzir  o  NOx  sempre  que  a  razão  ar/combustível  se  mantivesse  perto  do  valor

estequeométrico.  Para  isto,  novas  tecnologias  de  controle  químico­eletrônico  foram

desenvolvidas  com  o  intuito  de  na  marcha  normal  de  um  motor,  a  quantidade  de

oxigênio fosse monitorada o tempo todo.

Os  catalisadores  de  Três­Vias  são  constituídos,  basicamente,  de  metais  nobres

(Pt, Pd e Rh)  e de óxidos de metais (promotores de óxidos de lantânio, cério, níquel e

ferro),  que  têm  por  finalidade  melhorar  a  performance  catalítica  dos  metais  nobres,

depositados em um suporte de  ­alumina.

A  Platina  e  o  paládio  são  utilizados  na  conversão  de  monóxido  de  carbono  e

hidrocarbonetos  sendo  que  a  platina  é  mais  efetiva  na  oxidação  de  hidrocarbonetos

parafínicos e o paládio na oxidação de hidrocarbonetos insaturados [4]. Platina e paládio

também reduzem NOx, em condições redutoras. O ródio é eficiênciente em reduzir NOx

com alta seletividade para a formação de N2.

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Diferente  da  maioria  dos  catalisadores  industriais  que  costumam  operar  em

condições  de  estado  estacionário,  os  automotivos  são  expostos  a  constantes  variações

das  condições  de  trabalho  [5].  Ocorrem  freqüentes  mudanças  na  temperatura  do  leito

catalítico,  devido  a  flutuações  nas  taxas  de  exaustão,  e  na  composição  dos  gases  de

exaustão,  relativas  a  mudanças  na  condução  do  automóvel.  A  razão  ar/combustível

controlada  em  valores  próxima  do  estequiométrico  otimiza  a  performance  destes

catalisadores, sendo considerada a chave do avanço desta nova tecnologia.

O  controle  é  feito  dentro  de  uma  estreita  faixa  de  ±  0,05  em  torno  do  ponto

estequiométrico, como pode ser visto através da Figura 1. Isto se tornou possível graças

ao desenvolvimento de sensores de O2, os quais são posicionados imediatamente antes e

depois do catalisador na  região de exaustão. O sensor é composto de eletrodos que na

verdade  é  um catalisador  a base de platina e zircônio que convertem o HC e o CO na

sua  superfície  quando  existe  um  excesso  de  oxigênio.  Caso  a  exaustão  seja  rica  em

hidrocarbonetos,  o  oxigênio  contido  na  superfície  do  eletrodo  é  rapidamente  liberado.

Caso contrário, a exaustão rica em oxigênio aumenta a sua concentração nos eletrodos,

gerando  assim  uma  diferença  de  potencial.  Esse  sinal  gerado  é  interpretado  num

computador que ajusta a razão ar combustível.

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Figura 1. Condições de trabalho dos catalisadores “TWC”.

Segundo  VICENTINI  [6],  a  gasolina  brasileira  possui  características  únicas,

tendo adições de álcool anidro além de altos teores de enxofre, atualmente em torno de

1000  ppm,  como  pode  ser  visto  na  Tabela  3.  O  enxofre  tem  dois  efeitos  indesejáveis

sobre  os  conversores  catalíticos  automotivos  atualmente  empregados.  O  primeiro  diz

respeito a uma redução  instantânea da atividade catalítica do conversor e o segundo, a

uma  degradação  a  longo  prazo  da  sua  eficiência  (envelhecimento).  Ambos  efeitos  são

proporcionais ao teor de enxofre no combustível. Como conseqüência, tem­se verificado

uma  tendência  mundial  em  buscar  uma  diminuição  cada  vez  maior  do  teor  enxofre  da

gasolina,  através  de  legislações  cada  vez mais  restritivas.  O  CONAMA,  em  função  de

discussões técnicas envolvendo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), órgãos do meio

ambiente  (IBAMA  e  CETESB),  associações  de  classe  (AEA  e  ANFAVEA)  e  a

Petrobrás, pretendem fixar o teor máximo de enxofre em 400 ppm para 2005 e 80 ppm

para 2008.

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Tabela 3. Quantidades de aditivos e enxofre em diversas gasolinas no mundo.

Gasolina Aditivos Enxofre

Brasileira Álcool (22­26%) Máximo: 2500 ppm

Média: 800­1300 ppm

Argentina ­ Máximo: 1000 ppm

Média: 150 ppm

Européia ­ Máximo: 150 ppm

Americana ­ 30­70 ppm

No  Brasil  os  catalisadores  automotivos  utilizados,  do  tipo  metal­óxido/Al2O3,

possivelmente  sofrem  desativação  pelo  enxofre,  devido  aos  altos  teores  presentes  nos

combustíveis  nacionais  (não  há  dados  estatísticos).  A  desativação  tem  um  importante

impacto  na  eficiência  do  catalisador,  com  grande  impacto  na  qualidade  do  ar  e,

conseqüente  efeito  negativo ao meio ambientais e a  saúde da população. Os processos

de  desativação  ainda  são  obscuros  na  literatura,  uma  análise  do  mecanismo  do

envenenamento por enxofre nos sistemas ainda é pouco conhecida.

Este trabalho tem como principal objetivo contribuir com o entendimento teórico

dos mecanismos de desativação provocada por SO2 em catalisadores automotivos. Serão

estudados  catalisadores  Pd/Al2O3  impregnados  com  óxido  de  cério  e  zircônia  nas

reações de oxiredução de NO/CO e NO/CH4 na presença e ausência de SO2.

O trabalho foi dividido em três partes, para facilitar o entendimento.

Na  primeira  parte  foi  estudada  a  caracterização  dos  catalisadores  preparados,

através  de  análise  textural,  identificação  das  fases  cristalinas,  análise  da  superfície  e

fases formadas.

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Na segunda parte,  foi estudada as reações de CO/NO e NO/CH4 na ausência de

enxofre,  com  ênfase  nas  espécies  adsorvidas  na  superfície,  através  de  analises  de

espectroscopia de infravermelho in situ.

E  na  terceira  parte,  as  reações  na  presença  de  enxofre,  na  forma  de  SO2,  com

ênfase nas espécies formadas através de infravermelho in situ.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. O Paládio.

O  Paládio  é  extensivamente  usado  como  componente  ativo  em  várias

formulações  catalíticas  industriais  para  a  conversão  de  subprodutos  gasosos  de

combustão. A platina e o paládio têm importante papel na oxidação de hidrocarbonetos

e outras substâncias orgânicas [7]. A atividade do paládio, para a conversão do metano,

é  melhor  que a platina,  assim como a  sua  resistência à  sinterização  [4],  entretanto  tem

baixa resistência a desativação na presença de contaminantes como enxofre, presente na

exaustão automotiva [8]. A escolha do Pd como o componente ativo em lugar de Pt nas

formulações  catalíticas  é  determinado  com  base  no  desempenho  e  considerações  de

estabilidade.  O  Pd  tem  um  uso maior  em aplicações catalíticas para as  reações de oxi­

redução de emissões de fontes estacionárias, levando hidrocarbonetos oxidação total de

[9]. Comparado à platina, a sua maior estabilidade térmica, o torna uma melhor escolha

para aplicações a altas temperaturas, como combustão catalítica em caldeiras e turbinas

de gás [9]. Possui maior atividade para as reações de oxidação do CO e CH4 no uso em

catalisadores de pós combustão [10], sendo aplicado para a redução do NO por CH4 na

presença de O2 [9].

2.2. O cério.

E bem conhecido que a adição de cério ou outros óxidos de metais de terras raras

geralmente  melhoram  o  comportamento  dos  catalisadores.  Os  óxidos  de  cério

apresentam  características  redox,  as  quais  proporcionam  a  este  material  atividade

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catalítica  em  várias  reações:  hidrogenação  de  cetonas,  hidrogenação  de  olefinas,  em

catalisadores  automotivos  com  finalidades  anti­poluentes  (onde  o  catalisador  tem  a

capacidade de oxidar CO a CO2), dentre outras

Segundo KASPAR et al [11], desde o começo da década de 80, o uso do CeO2

no  controle  da  poluição  automotiva  é  amplo,  sendo  hoje  em  dia  o  óxido  de  terra  rara

mais aplicado com esse fim. Possui uma estrutura fluorítica, de cubica de fase centrada,

no  qual  os  defeitos  tetraédricos  são  preenchidos  pelo  oxigênio.  Quando  tratado  em

atmosfera redutora a elevadas temperaturas o CeO2, forma óxidos não estequiométricos

do  tipo  CeO2­x  (com  x  variando  de  0  a  0,5),  perdendo  consideráveis  quantidades  de

oxigênio  de  sua  látice,  formando  assim  varias  vacâncias  na  estrutura.  A  estrutura

cristalina  tipo  fluoritica  se  mantém  e  esses  subóxidos,  quando  expostos  a  condições

oxidantes  voltam  a  se  reoxidar,  permitindo  assim  portanto  a  capacidade  de  doar

oxigênio para as reações de oxidação.

2.3. O zircônio.

O  óxido  de  zircônio  é  um  material  de  grande  interesse  pela  sua  estabilidade

térmica, propriedades mecânicas e superficiais. Este óxido exibe, segundo COMELLI et

al  [12],  propriedades  ácidas  e  básicas;  entretanto  sua  área  superficial  é  relativamente

baixa.

NACANO et  al  [13],  estudaram  as  propriedades  básicas,  ácidas,  redutoras  e

oxidantes  do  sistema  ZrO2  através de espectrometria de  infravermelho de piridina e de

CO2.  As  análises de  infravermelho  de  piridina,  demonstraram a ocorrência de  sítios de

ácido de Lewis em temperaturas de próximas à 100o C, enquanto que a temperaturas de

200 ou 300o C,  sítios de  ácidos de Bronsted são mais ativos. Os  testes de adsorsão de

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CO2  demonstraram  a  ocorrência  de  sítios  básicos,  caracterizando  assim,  o  ZrO2  como

óxido  de  natureza  bifuncional  ácido­base.  Na  reação  de  isomerização  do  1­buteno,  o

autor confirmou a dualidade de sítios ácido­base, em que cada sítio coopera da seletiva

formação  de  1­olefinas  na  desidratação  de  alcanos.  O  autor  descreve  que  o  início  da

reação  de  isomerização  poderia  ser  a  retirada  de  um  H  alilico  do  1­buteno  pelo  sítios

básicos ou a adição de um H+ pelos sítios ácidos.

Um  interessante  trabalho,  onde  são  levantadas  questões  inerentes  a  seletividade

catalítica de redução do NO com o propano em sistemas do tipo ZrO2 e ZrO2 sulfatados,

é  feita por COMELLI et al  [12]. Os autores utilizaram catalisadores óxidos, de metais

tais  como  Pt,  Mn,  Fe,  Ni,  Cu  e  Ga  em  zircônia  ou  em  zircônia  sulfatada para  reações

entre 300o e 600oC. O óxido de zircônio puro assim como o sulfatado, mostraram uma

baixa atividade para a seletiva redução catalítica (SCR) com o propano. Adicionados os

metais  na  zircônia  sulfatada,  o  sistema  apresentou  uma  alta  atividade  catalítica  com

conversões  de  80%  no  caso  do  Ga.  Análises  da  estrutura  cristalina,  mostraram  que  a

adição  de  outros  metais  ao  óxido  de  zircônio,  não  modificou  o  modelo  de  estrutura

tretragonal.  A  alta  atividade  dos  catalisadores,  levou  os  autores  sugerirem que o ZrO2

têm importante papel durante a reação “SCR” com o propano, devido a sua propriedade

redox.

2.4. As Reações.

Muitas  reações podem ocorrer entre os constituintes dos gases de exaustão. As

principais reações que levam a oxidação do CO, hidrocarbonetos e redução do óxido de

nitrogênio são as seguintes [6]:

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(1) Reações de oxidação:

2CO + O2  2CO2                                                                      (2)

CmHn + (m + 1/4n)O2 mCO2 + 1/2nH2O                                 (3)

2H2 + O2  2H2O                                                                         (4)

Essas  reações  ocorrem  especialmente  com  uma  composição  estequiométrica  e

oxidantes dos gases de exaustão.

(2) Reações com o óxido de nitrogênio (oxidação/redução):

Os  óxidos  de  nitrogênio  são  formados  nos  processos  de  combustão  através  de

duas  fontes  principais:  a  oxidação  do  nitrogênio  do  ar  a  alta  temperatura  ou  pela

oxidação de compostos nitrogenados existentes no próprio combustível (maior fonte).

Segundo PENTUNCHI [14] a formação de NOx em combustíveis não

nitrogenados ocorre via dois mecanismos. O de formação térmica (Zeldovich) que se

processa em condições de alimentação com excesso de oxigênio e o mecanismo de

formação rápida (Prompt). No primeiro esquema de reação, a formação do NOx é

fortemente dependente da temperatura e somente se verifica à temperaturas acima de

1500o C.

Mecanismo estabelecido por Zeldovich:

→++→++→+

NO2O2N2*ONOO2*N*NNO*ON2

                                (5)

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O  segundo  é  formado  pela  reação  de  fragmentos  de  hidrocarbonetos  do

combustível  com  nitrogênio  atmosférico  em  condições  pobres  em  oxigênio,  gerando

espécies do tipo NH, HCN, H2CN, e CN.

As reações de oxidação e redução são apresentadas a seguir:

2NO + 2CO  N2 + 2CO2                                                             (6)

2NO + 2H2  N2 + 2H2O                                                               (7)

2NO + H2  N2O + H2O                                                                 (8)

CmHn + 2(m + 1/4n)NO  (m + 1/4n)N2 + 1/2nH2O + mCO2         (9)

(3) Reações paralelas.

Quando a composição dos gases na exaustão é pobre em oxigênio, há reações de

reforma a vapor;

HC +  H2O  CO + CO2 + H2                                                            (10)

e deslocamento.

CO + H2O  CO2 +H2                                                                          (11)

que contribuem para a remoção do monóxido de carbono e de hidrocarbonetos.

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Dependendo  das  condições  de  operações,  outras  reações  podem  ocorrer,  sendo

chamadas de reações secundárias.

NO + 5/2 H2  NH3 + H2O                                                                (12)

3NO + 2NH35/2 N2 + 3H2O                                                           (13)

2N2O  2N2 + O2                                                                                (14)

2NH3  N2 + 3H2                                                                                (15)

Reações com o SO2.

SO2 + 1/2 O2 → SO3                                                                                 (16)

SO2 + 3H2 → H2S + 2 H2O                                                                      (17)

2.5. A Reação de Redução do NO pelo CO.

Como visto no capítulo anterior, uma das principais reações é a de redução do

NO pelo CO (reação 5). VELASCO et al. [9] descreveram um mecanismo para esta

reação que envolve uma adsorção dissociativa reversível de ambos CO e NO nos sítios

ativos do metal nobre. A dissociação do NO requer pelo menos dois sítios livres no

metal nobre. Então os átomos de nitrogênio podem reagir para formar N2, ou com o NO

adsorvido para formar N2O ou N2, deixando um átomo de oxigênio na superfície. O CO

adsorvido reage com os átomos de oxigênio superficiais liberando CO2.

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HARMSEN et al. [15], propuseram um mecanismo através de contribuições dos

componentes de um catalisador do tipo Pt/Rh/CeO2/γ­Al2O3. Para isto utilizaram

experimentos transientes, onde a saída era analisada por um espectrômetro de massas de

alta resolução. Para os experimentos foram usadas alimentações com CO, NO e O2. Nos

suportes:  ­Al2O3 e CeO2 ­Al2O3 na forma óxida, nenhuma reação ou adsorção do NO,

CO, e O2 na  ­Al2O3 pura foi observada, onde concluíram ser inerte. Para o CO2,

observou­se adsorver reversívelmente sobre o suporte. O suporte de alumina contendo

cério reduzido é capaz de adsorver e dessorver o NO na superfície. Os autores

sugeriram o seguinte modelo de adsorção das espécies:

NO (g) + * D  NO*                                                                          (18)

onde * significa um sítio ativo. A produção de N2O requer a dissociação do NO, o qual

envolve sítios ativos extras:

 NO* + *D N* + O*                                                                             (19)

O N2O é então formado por

NO* + N*D N2O* + *                                                                           (20)

e subseqüente dessorção

N2O*D N2O(g) + *                                                                                 (21)

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Os átomos de oxigênio para  a dissociação do NO rapidamente reagiriam com o

CO levando a CO2, que dessorve instantaneamente.

O N2 pode ser produzido por duas diferentes vias, onde a primeira é conhecida

por ser mais importante a baixas temperaturas:

N2O*D N2(g) + O*                                                                         (22)

N* +N*D  N2+ 2*                                                                           (23)

A  formação  de  NO2  requer  átomos  de  oxigênio,  originados  da  adsorção

dissociativa do NO.

NO(g) + O*D NO2*                                                                        (24)

NO2*D NO2(g) + *                                                                          (25)

Os autores ressaltaram ainda, a influência do óxido de cério na reação do NO/CO, que

estaria diretamente ligado a grande capacidade de estocagem de oxigênio. Quando o

cério está presente, muito mais NO é adsorvido.

O óxido de cério seria capaz de remover o oxigênio do NO dissociado. Dois possíveis

caminhos para este processo são conhecidos da literatura: os átomos de oxigênio podem

difundir para a superfície do cério, ou um tipo de dissociação bifuncional do NO

adsorvido no metal nobre pode acontecer:

NOs *   N* + Os                                                                          (26)

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2.6. Termodinâmica.

Importantes propriedades físicas do sistema foram estudadas por KLINGSTEDT

et  al.  [16],  que  fizeram  cálculos  termodinâmicos  para  as  reações  que  ocorrem  nos

catalisadores  tipo  Pd­Ce/Al2O3  para  veículos  movidos  a  gás  natural.  A  conversão  dos

reagentes  em  dada  temperatura  foi  calculada  usando  os  fluxos  molares  de  entrada  e

saída. A Figura 2, apresenta cálculos termodinâmicos para conversões de CO e CH4 sob

condições pobres em oxigênio restritas entre 100­500 °C,  limitando­se assim a faixa de

operação da reação. O hidrogênio é formado entre 240­500 °C, tendo um valor máximo

de 3,5 vezes o valor  inicial a 390 °C. A formação de hidrogênio pode estar relacionada

com as  reações de  reforma a vapor  e deslocamento,  como mostrado anteriormente nas

equações (10) e (11).

Conversões maiores que 20% para o metano são  restritas a  temperaturas acima

de  200  °C.  A  500  °C,  a  conversão  de  CO  é  limitada  a  aproximadamente  83%  pela

ausência  de  oxigênio.  É  importante  destacar  a  alta  temperatura  necessária  para  a

conversão do metano.

Figura 2. Gráfico termodinâmico de conversão de alguns reagentes usando  uma mistura

de gás pobre em oxigênio, numa janela de temperatura de 100­500o C. ( ): CH4;

):CO; ( ): H2.

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2.7. Influência do Oxigênio nas Reações do CO, NOx e HC.

A  influência  do  oxigênio  nas  reações  de  oxi­redução  do  CO,  HC  e  NOx  foi

estudada  por  LOX et  al.  [7],  observado  na  Figura  3.  Os  experimentos,  com  um

catalisador  do  tipo  Pt/Rh/Al2O3,  alcançaram  uma  composição  estequiométrica  com

aproximadamente  1%  de  O2.  Com  o  oxigênio  acima  do  valor  estequiométrico,  a

conversão de CO e HC aumenta, enquanto que a conversão de NOx diminui em relação

aos  valores  obtidos  estequiométricamente.  No  caso  onde  os  valores  estão  abaixo  do

valor  estequiométrico,  a  conversão  de  hidrocarbonetos  apresenta  um  máximo  como

função da temperatura de exaustão. Este máximo pode ter sido causado pela ocorrência

de reações de reforma onde hidrocarbonetos secundários são formados.

Estes  resultados  são  importantes  na  escolha das  condições  que utilizaremos em

nossos experimentos. Como trabalharemos com catalisadores reduzidos, a compreensão

das espécies  formadas se  tornam mais evidentes na ausência deste  forte oxidante, além

de ser mais um parâmetro de estudo.

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Figura 3. Influência da quantidade de oxigênio na conversão de (a) CO; (b) HC e (c)

NOx, obtido sobre um catalisador Pt/Rh/Al2O3 em função da temperatura. LOX et al.

[7].

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2.8. Desativação do Catalisador Automotivo.

A  desativação  é  um  fenômeno  inerente  a  todos  os  catalisadores  utilizados  em

processos  químicos  e  os  automotivos  não  são  exceção.  No  caso  dos  conversores

catalíticos a queda de atividade pode estar associada a diversos fenômenos, envolvendo

mecanismos  químicos,  térmicos,  e  mecânicos.  Na  Tabela  4  estão  definidos  os  seis

mecanismos básicos das principais formas de desativação [17]. Deste conjunto, os mais

relevantes para a desativação dos conversores catalíticos automotivos são os de origem

térmica e química.

Tabela 4. Mecanismos básicos de desativação.

Mecanismo Tipo Descrição

Envenenamento Químico Forte quimissorção de espécies nos sítios

catalíticos bloqueando assim,

locais para reação catalítica.

Deposição Mecânico Deposição física de espécies sobre a

superfície catalítica

e nos poros do catalisador.

Degradação

Térmica

Térmico Queda induzida da área da superfície

catalítica pela temperatura; área do

suporte.

Reações sólido­

vapor e sólido­

sólido

Químico Reação do fluido, suporte, ou promotor

com a fase catalítica para produzir uma

fase inativa.

Atrito/esmagamento Mecânico Perda de material catalítico devido à

abrasão.

Perda da área superficial devido a

esmagamento mecânico induzido da

partícula do catalisador.

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A desativação  térmica é  fruto da ocorrência de altas temperaturas no conversor

catalítico  (maiores  que  900  °C),  acarretando  perda  de  sítios  ativos  e  área  metálica,

através do  processo  de  sinterização.  Em  paralelo  ocorre  a  perda  da área  específica do

suporte,  em conseqüência das  transformações  térmicas características da  ­alumina. Na

Figura  4  são  observados  alguns  fenômenos  que  podem  levar  a  desativação  do

catalisador,  onde  tanto  altas  como  baixas  temperaturas  podem  induzir  desativações

especificas.

Figura 4. Alguns fenômenos de desativação dos catalisadores de três vias em

função da temperatura [7].

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Na desativação química, o envenenamento se dá por uma forte quimissorção de

compostos,  produtos  ou  impurezas.  Além  de  bloquear  fisicamente  os  sítios  por

adsorção, os venenos adsorvidos podem induzir mudanças dentro da estrutura eletrônica

ou  geométrica  da  superfície.  Um  esquema  tridimensional  do  envenenamento  pelo

enxofre  durante  a  hidrogenação  de  um  hidrocarboneto  numa  superfície  metálica

proposto por BARTHOLOMEW [17] é mostrado na Figura 5.

Figura 5. Modelo conceitual do envenenamento por átomos de enxofre de uma

superfície metálica.

Primeiramente,  o  átomo  de  enxofre  fortemente  adsorvido  bloqueia  pelo  menos

três  ou  quatro  sítios  metálicos.  Além  deste,  em  virtude  de  sua  forte  ligação  química,

pode  provocar  uma  possível  modificação  eletrônica  dos  átomos  metálicos  vizinhos,

alterando  sua  habilidade  de  adsorver  ou  dissociar  moléculas  reagentes.  Um  terceiro

efeito  pode  ser  a  reestruturação  da  superfície  pela  forte  adsorção  do  contaminante,

causando  mudanças  drásticas  nas  propriedades  catalíticas.  Além  disso,  o  veneno

adsorvido bloqueia o acesso dos reagentes nos outros sítios e finalmente reduz a difusão

superficial dos regentes absorvidos.

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TRIMM  [18]  classificou  os  contaminantes  em  grupos,  de  acordo  com  sua

composição química, seletividade aos sítios ativos e o tipo de reação de envenenamento.

O primeiro grupo de contaminantes envolve elementos dos grupos VA e VIA, incluindo

o  nitrogênio,  fósforo,  arsênio  e  antimônio  (VA)  e  oxigênio,  enxofre,  selênio  e  telúrio

(VIA). Estes elementos envenenam o catalisador metálico através da interação dos seus

orbitais s e p, sendo que o efeito da contaminação muda de acordo com as variações nas

ligações  eletrônicas.  Assim,  a  eficiência  da  contaminação  pelo  enxofre  aumenta  da

seguinte  forma:  SO4­2  <SO2

­2  <H2S.  A  toxicidade  aumenta  com  o  aumento  do  raio

atômico ou tamanho da molécula e a eletronegatividade.

O segundo grupo de contaminantes é muito mais difícil de se remover, devido à

toxicidade  dos  metais  pesados  tais  como  Pb,  Hg,  Cd,  Cu,  que  formam  ligas  com  o

catalisador,  ocupando os orbitais d. O  terceiro grupo envolve moléculas que podem se

quimissorver  fortemente  no  catalisador  e  são  inteiramente  específicas;  como  exemplo

temos o monóxido de carbono que envenena o ferro, mas possui pequeno efeito sobre o

cobre e a prata.

2.9. As Formas do Enxofre na Catálise Automotiva.

Segundo  GAMAS et  al.  [19]  o  SO2  é  gerado  durante  a  combustão  de

hidrocarbonetos que contém enxofre presente no combustível, sendo estes compostos da

família  do  tiofeno  e  mercaptanos.  O  dióxido  de  enxofre  é  um  gás  tóxico,  incolor,

altamente irritante. Sua oxidação produz o trióxido de enxofre, o qual é o precursor do

ácido sulfúrico. Ao reagir com sais inorgânicos, forma partículas sólidas de sulfatos que

são emitidas também na descarga dos automóveis. A presença do dióxido de enxofre na

atmosfera  é  uma  das  principais  causas  da  chuva  ácida.  Os  compostos  de  enxofre

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orgânico contido no combustível são oxidados a SO2 no motor do automóvel, que pode

ser  convertido  à  SO3  no  conversor  catalítico  ou  pode  também  ser  convertido  à  H2S.

Devido  à  presença  de  H2O  (produto  de  combustão),  o  SO3  reage  para formar H2SO4,

podendo ser emitido como aerossol pelo escapamento do veículo. A formação de H2SO4

depende  do  armazenamento  das  espécies de  enxofre  na  ­alumina,  que  funciona  como

um dosador de H2SO4 dependendo da composição gasosa no conversor catalítico. Sob

baixas  condições  oxidantes  o  enxofre  é  armazenado  como  H2SO4  enquanto  que  em

condições redutoras o enxofre liberado como SO2 ou como H2S.

2.10. Influência do Enxofre sobre a Atividade de Conversores.

Os  compostos  de  enxofre  na  gasolina  são  convertidos  durante  a  combustão

primária  a  dióxido  de  enxofre  e  trióxido  de  enxofre,  os  quais  têm  mostrado  causar

grande desativação nos catalisadores automotivos.

Segundo BECK et al. [20] o dióxido de enxofre freqüentemente reduz atividade

dos catalisadores. Os autores,  através de estudos de exaustão simulada em laboratório,

demonstraram  que  o  SO2  inibe  severamente  a  redução  do  NO  em  catalisadores  de

platina e paládio, afetando menos os catalisadores de ródio.

McCORMICK et  al.  [21],  trabalhando  com  sistemas  parecidos,  também

observaram um decréscimo na performance da oxidação do metano, de uma conversão

inicial de 80% para menos de 40%.

WILLIAMSON et  al.  [22],  num  estudo  envolvendo  testes  de  laboratório  e

veículos  com  exaustão  simulada  de  HC,  NO  e  CO,  demonstraram  que  o  SO2  reduz  a

performance  dos  catalisadores  automotivos  nas  duas  situações.  A  desativação  é  mais

significativa sob condições estequiométricas e na ausência de O2 do que na presença de

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excesso de O2. Segundo os autores, o enxofre é menos severo sob condições oxidantes,

podendo  ser  removido  da  superfície  da  platina  por  oxidação,  enquanto  que  em

condições de ausência de O2 o enxofre impediria reações de reforma e de deslocamento

(water­gas shift).

HENKE et  al.  [23]  mostraram  que  a  presença  de  100  ppm  de  H2S  aumenta  a

temperatura  de  conversão  de  CH4,  mais  de  150oC  em  catalisadores  de  Pd/Al2O3.

Quando  comparado à mesma  temperatura, a diminuição da atividade no catalisador  foi

maior  que  90%.  Esta  queda  de  atividade  foi  atribuída  a  adsorção  irreversível  das

espécies  sulfatos  adsorvidos  no  metal.  A  adsorção  de  espécies  sulfatos  no  metal,  foi

demonstrado  por  estudos  de  XPS,  que  mostraram  a  presença  de  picos  S2p  após  a

desativação  do  catalisador  Pd/Al2O3  com  H2S/CH4/O2.  A  energia  de  ligação  para  S2p,

observada na  faixa entre 169,0­169,4  eV sugeriram a formação de espécies sulfatos no

Pd.

SOMMERS et  al.  [24]  utilizaram  um  catalisador  comercial  à  base  de  Pd

termicamente  envelhecido,  para  verificar  o  efeito  do  enxofre  no  catalisador.  A

concentração de SO2 na corrente de alimentação, simulando exaustão,  foi variada entre

1 e 30 ppm (correspondente de 15 a 450 ppm no combustível) para avaliar o efeito da

desativação  na  conversão  do  HC,  CO  e  do  NOx.  Os  testes  foram  conduzidos usando

uma  mistura  de  propeno/propano  como  substituto  para  mistura  de  hidrocarbonetos na

exaustão.  Os  autores  observaram  uma  diminuição  na  performance  do  catalisador  na

conversão do hidrocarboneto e NOx quando o teor de enxofre foi aumentado de 1 ppm

para 30 ppm. Esta desativação é não linear sendo que, 50% ocorreu quando o enxofre

foi  aumentado  de  1  para  10  ppm  (Figura  6).  A  recuperação  da  atividade  não  foi

recobrada quando o SO2 foi retirado da corrente reacional, como observado na Figura 6,

os autores não explicaram tal fenômeno.

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Figura 6. Curvas de conversão para o catalisador de Pd termicamente envelhecido. Cada

curva foi obtida usando diferentes concentrações de SO2 na corrente de alimentação. A

linha fina tracejada foi o resultado de um teste usando 30 ppm de SO2 na corrente de

alimentação o qual foi repetido usando 0 ppm de  SO2 na corrente de alimentação.

O  efeito  da  temperatura  na  reversibilidade  da  desativação  pelo  enxofre  nos

catalisadores  foi  investigada  por  MONROE et  al.  [25].  Para  isto  utilizaram  um

catalisador  comercial do  tipo Pt/Pd/Rh/Ce exposto a diferentes condições operacionais,

observados  na  Figura  7.  Quando  exposto  ao  enxofre  à  conversão  de  NOx  diminui  em

aproximadamente  50%.  Quando  o  SO2  foi  retirado  da  alimentação,  a  conversão

aumenta,  sem  no  entanto  alcançar  os  níveis  iniciais.  Quando  a  temperatura  de  reação

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aumenta de 500o para 700oC (E) a conversão aumenta aproximadamente 10% a mais em

relação  a  menor  temperatura.  Em  condições  redutoras  (F) os  resultados demonstraram

uma  significativa  recuperação  da  conversão  em  relação  à  condição  inicial.  O  aumento

de  temperatura  e  condições  redutoras  seriam,  segundo  os  autores  dois  fatores  de

recuperação da atividade de catalisadores sulfatados.

Figura 7. Reversibilidade da atividade do catalisador automotivo por exposição a várias

condições. (A) NO/HC/CO a 500oC; (B) NO/HC/CO/ SO2 a 500oC ; (C) NO/HC/CO/

O2 a 500oC; (D): NO/HC/CO a 500oC; (E): NO/HC/CO a 700 °C; F: NO/HC/CO/H2/N2

a 700oC.

MEEYOO et  al.  [26],  estudaram  os  efeitos  do  H2S  e  SO2  em  diferentes

catalisadores  de  paládio,  platina e  ródio suportados em alumina na  reação de oxidação

do metano. Para esse fim foi utilizada uma mistura de gases contendo 1,8% de metano,

21% de oxigênio com balanço de hélio, na presença ou ausência de 20 ppm de H2S ou

SO2.  Os  autores  observaram  alta  atividade  inicial  nos  catalisadores  na  ausência  dos

contaminantes.  O  catalisador  que  apresentou maior  atividade  foi o Pd/Al2O3,  enquanto

que a menor atividade foi encontrada para o Pt/Al2O3.

A  adição  do  H2S  ou  SO2  apresentaram  significativas  mudanças  nos  perfis  de

conversão  do  metano.  Os  catalisadores  de  paládio  e  ródio  foram  desativados  na

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presença  de  ambos  gases,  enquanto  que  a  platina  aumentou  a  atividade.  A  Figura  8

mostra  o  efeito  de  20  ppm  de  H2S  ou  de  SO2  no  catalisador  de  Pd,  apresentando

semelhante desativação com ambos contaminantes. Segundo os autores, estes resultados

implicam que o H2S é oxidado a SO2, que causa a desativação do catalisador. O paládio

é conhecido por ser um eficiente catalisador para oxidação do metano devido à presença

de  PdO  na  superfície.  A  interação  entre  este  óxido  e  o  trióxido  de  enxofre  favorece  a

formação de espécies sulfatos na superfície que pode ser visto como causa principal da

desativação do catalisador. Similar explanação pode ser feita para os resultados obtidos

com  o  ródio.  No  caso  da  platina  a  presença  de  H2S  ou  o  SO2  levou  ao  aumento  na

atividade,  isto  segundo  o  autor  é  devido  ao  fato  de  que  a  platina  não  ser  afetada  na

oxidação do metano e facilita a oxidação do H2S. Em temperaturas menores de 500 °C,

o  trióxido  de  enxofre  reage  com  a  alumina  para  formar  o  sulfato  de  alumínio.

Provavelmente,  uma  modificação  na  acidez  faria  com  que  o  catalisador  de  platina

aumente a atividade frente à reação de oxidação do metano.

Figura 8. Curvas de conversão do metano para o catalisador Pd/Al2O3 na presença e

ausência de 20 ppm de H2S ou SO2.

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2.11. Comparação do Efeito do Enxofre na Atividade do PdO por Diferentes

Hidrocarbonetos.

LAMPERT et al.  [27], demostraram que o enxofre desativa o metano em maior

extensão  que  os  alcanos,  etano  e  propano,  que  são  os  principais  componentes  da

exaustão de veículos a gás natural.

Uma  comparação  da  atividade  entre  os  diferentes  hidrocarbonetos  para  o

catalisador  PdO/Al2O3  é  mostrada  na Figura 9. Observou­se que na presença de 1ppm

de SO2 no fluxo de gases provocou o aumento da temperatura de conversão para os três

alcanos  em  relação  à  amostra  sem  SO2.  Os  autores  verificaram  que  quanto  maior  a

massa  molecular  do  reagente,  menor  foi  à  desativação.  Apesar  de  interessantes,  os

autores não discutiram os motivos para estes resultados.

Figura 9. Curvas de conversão do hidrocarboneto para o catalisador Pd/Al2O3. A

composição de alimentação: 0,3% hidrocarboneto, 12% O2, 0,1% CO, 1 ppm de SO2 e

balanço N2.

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2.12. O efeito do Enxofre em Diferentes Tipos de Suporte.

O suporte também tem um importante papel no processo de envenenamento pelo

enxofre.  Comparando  catalisadores  de  Paládio  com  dois  tipos  de  suporte  (alumina  e

óxido de silício), SPIVEY [28] obteve os seguintes resultados: Na presença de 100 ppm

de  H2S,  ambos  catalisadores  exibem  uma  conversão  inicial  de  metano  acima  de  80%

caindo  para  uma  conversão  final  de  6%.  Entretanto,  no  catalisador  de  Pd/SiO2,  a

atividade  rapidamente  cai  para  6%  logo  nos  50  minutos  em  fluxo,  e  ao  contrário  da

alumina,  o  período  para  a  desativação  foi  maior,  alcançando  aproximadamente  200

minutos.  A  lenta  taxa  de  desativação  no  Pd/Al2O3,  segundo  o  autor,  seria  devido  à

capacidade  da  alumina  armazenar  enxofre.  Estudos  com  infravermelho  têm  mostrado

que  sob  condições  de  oxidação,  a  alumina  é  capaz  de  conter  espécies  sulfatos.  A  alta

capacidade  de  estocagem  de  enxofre  na  alumina  foi  confirmada  por  análise  química,  a

qual mostrou que o contaminante que a alumina contém seria em torno de 10 vezes mais

enxofre do que o suporte sílica.

LAMPERT et  al.  [27]  reportaram  que  embora  a  desativação  no  catalisador  de

alumina­suportado  é  menor  que  em  outros  suportes,  a  atividade  não  é  totalmente

recuperada  com  a  remoção do enxofre da alimentação.  Isto é devido ao “spillover” de

espécies S do suporte sobre a superfície de PdO. Eles compararam a irreversibilidade de

vários  catalisadores  de  paládio  sobre  suportes  não  sulfatados  (SiO2  e  ZrO2  –SiO2),  e

sulfatados (alumina) para uma faixa de temperatura entre 150 e 650° C. Com a remoção

do  SO2  do  fluxo  reacional,  observaram  uma  alta  atividade  para  o  catalisador  de

Pd/Al2O3  que  foi  atribuído  ao  spillover  do  sulfato  do  paládio  para  a  alumina,  o  qual

resulta  numa  limpeza  da  superfície  de  PdO.  A  atividade  aumentou  para  o  suporte  não

sulfatados  a  temperaturas  acima  de  600°  C,  (a  temperatura  de  decomposição  do  Pd­

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sulfato). Testes subseqüentes mostraram uma recuperação quase total da atividade no Pd

sobre  os  suportes  não  sulfatados  enquanto  que  nos  suporte  sulfatados,  as  espécies­S

contidas sobre superfície de PdO, inibiram a recuperação da atividade.

Segundo  GAMAS et  al.  [19],  um  aspecto  primordial  para  entender  os

mecanismos do  acumulo de enxofre no catalisador, é o estudo da adsorção do SO2 na

superfície  catalítica.  Na  adsorsão  de  SO2  na  alumina;  estudado  por  espectroscopia  de

infravermelho  em  ausência  de  oxigênio;  os  autores  observaram  duas  espécies  na

superfície.  A  primeira  corresponderia  ao  SO2  adsorvido  (banda  em  1328  cm­1),

enquanto  que  a  segunda  espécie  foi  identificada  como  sulfito  superficial  (SO3­2 ,  com

banda em 1038 cm­1). O SO2 adsorvido é eliminado quase completamente da superfície

da  alumina,  utilizando  o  vácuo  a  temperaturas  abaixo  de  200°  C.  A  espécie  sulfito  é

quimicamente  estável  até  a  temperatura  de  600°  C.  Isto  permitiu  aos  autores  suporem

que, para as temperaturas de operação do conversor catalítico sempre maiores que 200°

C,  o  enxofre  se  acumula  na  superfície  catalítica  como um sulfito  superficial. Os dados

anteriores  concordaram  com  estudos  da  superfície  do  suporte  por  espectroscopia

fotoeletrônica  de  raios  X  (XPS),  que  mostram  a  presença  de  espécies  S­4,  após

exposição da alumina ao SO2. Quando a amostra  foi aquecida a 500 ° C, a espécie S­4

foi desorvida da superfície do suporte.

FARRAUTO et  al.  [27],  estudaram  a  regeneração  térmica  do  catalisador  Pd

desativado  com  SO2.  Com  este  fim,  realizaram análises  termogravimétricas com vários

suportes.  Os  dados  de  análise  termogravimétrica,  mostrados  na  Tabela  5  mostram  o

efeito da composição do suporte e da área superficial na quantidade de SOx adsorvidas

nos  catalisadores  de  paládio  a  320°  C  e  retido  quando  a  temperatura  foi  aumentada  a

650°  C  em  ar.  A  alumina,  reage  e  fortemente  retêm  o  SO2,  mas  as  quantidades

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dependem da área superficial e da composição da fase da alumina. Os suportes a base de

sílica não reagem com SO2 como evidenciado pela baixa adsorção a 320°C e a completa

dessorção do SO2 a 650° C.

Tabela 5. Adsorção do oxido de enxofre a 320o C e dessorção a 650o C para catalisador

de 6% de Pd em diferentes suportes.

Os dados de adsorção foram obtidos com análises termogravimétricas em 2%de SO2 em ar; a dessorção foi feita em ar.

A  alumina  reteve  SO2  depois  da  calcinação  a  650°  C,  já  os  suportes  de  sílica,

dessorvem  todo o SO2 após a calcinação. Embora as aluminas de baixa área superficial

apresentem um comportamento semelhante aos dos suportes de sílica frente ao enxofre,

ela retém o enxofre e conseqüentemente o comportamento de desativação é parecido ao

das  aluminas  de  alta  área  superficial.  Portanto,  os  catalisadores  inertes  tendem  a

desativar mais rapidamente do que os catalisadores com suportes que retém o SOx.

Estudando  o  catalisador  de  Pt/ ­Al2O3,  através  de  experimentos  de  pulso  e

espectroscopia  de  refratância  difusa  no  infravermelho  (DRIFT),  HINZ et  al.  [29],

mostraram  as  possíveis  ligações  do  enxofre  com  o  catalisador.  Os  experimentos  de

pulso foram feitos a 200 e 500 °C, pulsando uma mistura de 33,3% de oxigênio e 0,67%

de SO2 em argônio. Os espectros de massa são mostrados na Figura 10. A resposta do

SO2  (m/e = 64) é mais intensa a 500 °C que a 200 °C, indicando mais SO2 adsorvido a

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baixa temperatura. O oxigênio (m/e = 32)  também foi maior a 500 °C que a 200 °C. A

formação do SO3 (m/e = 80) foi observada a 500 °C.

Figura 10. Espectro de massa dos experimentos de pulso com multi­pulso de uma

mistura de 33,3% de oxigênio e 0,67% de SO2 em argônio sobre Pt/ ­Al2O3 a diferentes

temperaturas.

A Figura 11, apresenta os espectros de DRIFT numa faixa de 3900­900 cm­1

após exposição do catalisador a 200 °C em propano com diferentes quantidades de O2

no gás de alimentação (espectros de "a" a "d") e gás inerte (espectro "e"). A Figura 12

mostra o espectro obtido entre 4000 e 1.200 cm­1 quando a mostra de Pt / ­Al2O3 foi

exposta ao propano e O2 a 200° C (espectro "a") ou propano, O2 e SO2 (espectro "b" e

"d"), o gás inerte (espectros "c" e "e") a 200o e 500° C, respectivamente. Intensas

bandas em torno de 3510, 3680 e 3730 cm­1 podem ser vistas no espectro da Figura 11.

Essas bandas são relativas aos grupos OH superficiais na  ­Al2O3. Expondo o

catalisador ao SO2 (Figura 12), as bandas se tornam negativas, o que indica que os

grupos hidroxila na alumina interagem com as espécies SO2 ou são consumidas na

adsorção do SO2.

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Na  Figura  13,  a  banda  de  adsorção  a  1055  cm­1  a  500o  C,  é  atribuída  a  espécies

superfíciais  de  sulfito  ou  sulfato  na  alumina.  A  maioria  das  bandas  associadas  com  o

sulfito  são  esperadas  abaixo  de  1000  cm­1,  porém  não  podem  ser observadas devido à

forte  absorção  da  alumina  nesta  região.  O  íon  livre  SO3­2  foi  associado a  faixas entre

960  e  1010  cm­1.  A  região  entre  1170  a  1187  cm­1  (Figura  13)  pode  ser  atribuída  à

espécies de  sulfato,  onde  o  sulfato  de  alumínio  aparece  com uma  intensa absorção até

aproximadamente  1190  cm­1.  A  posição  da  banda  na  Figura  13  muda  para

comprimentos  de  onda  mais  altos  quando  a  temperatura  aumenta  e  quando  SO2  é

removido  da  fase gasosa,  indicando  uma  transição  do sulfato  superficial para o  sulfato

mássico. Além disso, o ombro a 1260–1280 cm­1 (espectros b–e) e 1230 cm­1 (espectros

b e c) são atribuídos a sulfatos e espécies sulfitos, respectivamente.

                  Figura 11                                   Figura 12                             Figura 13

Figura 11. Espectros in situ de DRIFT a 200 °C no Pt/ ­Al2O3 exposto sucessivamente a

(a) 0,42% de C3H8 de 3% de O2  em N2;  (b) 0,42% de C3H8 e 1,5% de O2 em N2; (c)

0,42% de C3H8 e 0,75% de O2 em N2; (d) 0,42% de C3H8 e 0% de O2 em N2; e (e) N2.

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Figura 12. Espectros in  situ de DRIFT da  região entre 4000 a 1.200 cm­1 para o Pt/ ­

Al2O3  sucessivamente  exposto  a  (a)  0,42%  de  C3H8  e 3% de O2  em N2  a 200 °C;  (b)

0,42% de C3H8, 3% de O2 e 0,06% de SO2 em N2 a 200 °C; (c) N2 a 200 °C; (d) 042%

de C3H8, 3% de O2 e 0,06% de SO2 em N2 a 500 °C; e (e) N2 a 500 °C.

Figura 13. Espectros in situ de DRIFT da região de 1450 a 97 50 cm­1 para o Pt/ ­Al2O3

exposto sucessivamente a (a) 0,42% de C3H8 de 3% de O2 em N2 a 200° C; (b) 0,42%

de C3H8, 3% de O2 e 0,06% de SO2 em N2 a 200° C; (c) N2 a 200° C; (d) 042% de C3H8,

3% de O2 e 0,06% de SO2 em N2 a 500 °C; e (e) N2 a 500° C.

Através dos resultados de DRIFT, os autores sugeriram que o SO2 é adsorvido

na  superfície  na  forma  de  espécies  sulfatos  e  sulfitos,  o  qual  a  500  °C  dessorve

parcialmente como SO3.

Um  estudo  de  adsorção  e  dessorção  do  SO2  no  suporte  de  CeO2­Al2O3  foi

realizado  por  WAQIF et  al.  [30].  O  estudo  principal  compara  a  sulfatação  do  CeO2­

Al2O3  com a alumina e o cério puro. A preparação do sistema foi feita através de uma

mistura  física  dos  dois  componentes  que  continha  80%  de  Al2O3  e  20%  de  CeO2.  Os

espectros  de  infravermelho  das  substâncias  puras  mostraram  apenas  bandas  relativas  à

vibrações dos grupos hidroxilas na superfície dos três sólidos  (OH), na faixa de 3500 a

3790  cm­1.  Com  a  introdução,  à  temperatura  ambiente,  de  1000  mol.g­1  de  SO2  na

amostra  de  CeO2­Al2O3  observaram  bandas  de  infravermelho  na  região  de  1500­1000

cm­1.  Estas  bandas,  segundo  os  autores  seriam  devido  à  formação  de:  (1)  espécies

hidrogenosulfitos  com  os  grupos  de  OH  com  alto  número  de  onda  (3555  cm­1),  (2)

espécies  SO2  fissisorvidas  (bandas  a  1325  e  1145  cm­1)  e  (3)  espécies  sulfito

caracterizadas pelas bandas a 1.040 cm­1, a qual é devida a adsorção de SO2 nos sítios

básicos de O­2.

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Quando  um  fluxo  de  O2  é  admitido  a  400°  C  na  amostra  de  CeO2­Al2O3  com

SO2 pré­adsorvidos, uma forte banda devido à espécie sulfato a 1380 cm­1 aparece. Os

autores sugerem que  as espécies  sulfatos são mais  facilmente formadas no CeO2­Al2O3

que na alumina, mas a sua estabilidade térmica é menor. Os estudos de infravermelho da

amostra  CeO2­Al2O3  sulfatadas  permitiram  que  os  autores  estudassem  a  natureza  das

espécies  sulfato  formadas.  A  Figura  14  mostra  o  espectro  das  espécies  adsorvidas

formadas após a oxidação das amostras. Bandas a 1380 e próximas a 1040 cm­1  foram

observadas  na  alumina  e  atribuídas  a  espécie  sulfatos  superficiais.  Tais  espécies

superficiais  foram  também  formadas  no  cério,  mas  foram  caracterizadas  com  mais  de

uma banda de infravermelho na faixa de 1400­1350 cm­1.

Os autores concluíram os que o cério promove a oxidação do SO2 em sulfatos e

as  espécies  sulfato  resultantes  são  adsorvidas  na  alumina  e  na  superfície  do  cério

(bandas a 1380 cm ­1).

Figura14. Espectros de infravermelho de espécies sulfato no CeO2­Al2O3 a (a) 400o C;

(b) 500o C; (c) 600o C; (d) 650o C; (e) 700o C e (f) 750o C.

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Os  espectros  mostram  que  a  intensidade  de  todas  as  bandas  decresce  a

temperatura  acima  de  500°  C,  indicando  uma  decomposição  parcial  das  espécies

sulfatos.

2.13.  Desativação  de  Catalisadores do  Tipo  “NSR”  (catalisadores de  estocagem  e

redução do Nox).

Os  catalisadores  que  armazenam  NOx  como  nitrato  (NO­3)  em  condições  com

excesso de oxigênio, são chamados de "traps" de NOx ou catalisadores de adsorção de

NOx.  Estes  "traps"  reagem  com  o  dióxido  de  enxofre  no  gás  de  exaustão,  sendo

armazenado como sulfato (SO4­2), desativando­o.

A  montadora  FORD  (2001)  desenvolveu  duas  metodologias  para  minimizar  o

H2S assim produzido. Uma foi o uso de fixadores de H2S, tais como níquel que formam

sulfitos  estáveis;  a  segunda  envolve  o  uso  de  pulsos  de  oxigênio  durante  altas

temperaturas. Este método foi suficiente para reoxidar o sulfito para SO2. A combinação

de ambos os métodos mostrou ser muito interessante.

MATSUMOTO et  al.  [31],  estudaram  a  desativação  e  recuperação  de

catalisadores  do  tipo  “NSR”  (Pt/Rh/Ba/ ­Al2O3  e  Pt/Rh/Ba/ZrO2 ­Al2O3).  Para  isto,

adaptaram  os  catalisadores  na  saída  de  descarga  de  um  motor,  alimentado  com  uma

gasolina contendo 200 ppm de enxofre.

A  conversão  de  NOx  decresce  com  o  aumento  da  razão  de  enxofre  no  bário.

Espécies  sulfatos  foram  detectadas  por  espectroscopia  de  infravermelho  e  espécies  de

BaSO4  foram  identificadas  por  Difração  de  Raios­X.  Os  autores  fizeram  uma  análise

termogravimétrica  aliada  à  técnica  de  espectroscopia  de  infravermelho  das  amostras

desativadas.  Análises  de  termogravimetria  mostraram  o  aparecimento  de  três  ombros

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correspondentes  a  perda  de  peso.  O  primeiro,  entre  30­130oC,  segundo  a  análise  de

infravermelho  seria  água  dessorvida.  O  segundo  a  600oC  e  o  terceiro  a  630oC,

corresponderiam  a  espécies  sulfato,  que  aparecem  no  infravermelho  a  1450  cm­1.  Isso

indicaria que o sulfato de bário se decompõe a altas temperaturas, retornando a dióxido

de  bário.  Com  base  nestes  resultados,  os  autores  assumiram  que  as  causas  de

envenenamento  por  enxofre  dos  catalisadores  NSR  consistem  em  dois  principais

fatores.  O  primeiro,  é  que  o  dióxido  de  enxofre  no  gás  de  exaustão  é  provavelmente

oxidado no metal nobre, e migram para o suporte para formar sulfato de alumínio que se

decompõem  a  600oC.  Segundo,  o  SOx  reage  com  os  compostos  que  estocam  o  NOx

para  formar  sulfatos de bário,  o qual  se decompõe a 630oC. Desde que os sulfatos são

mais  estáveis  que  os  nitratos,  os  catalisadores  NSR  não  podem  mais  armazenar  NOx

depois dos compostos que o armazenam serem transformados a sulfatos.

TWIGG  [32]  trabalhando  com  sistemas  semelhantes,  estudou  a  influência  de

diferentes  gases  redutores  para  a  dessorção  do  enxofre  dos  catalisadores  através  da

técnica de TPD, observados na Figura 15. A dessorção dos compostos foi acompanhada

por  espectrometria de massas. O efeito de gases redutores na dessorção do enxofre no

catalisador  Pt/Rh/Ba/ ­Al2O3,  após  desativação  com  SOx,  apresentou  os  seguintes

resultados:

 1) Com hidrogênio a dessorção de H2S se torna proeminente acima de 600oC.

 2)  Com  propeno  ou  monóxido  de  carbono  a  dessorção  de  H2S  foi  observada  em

temperaturas acima de 650oC e as quantidades dessorvidas foram muito menores.

Portanto o autor  sugere que componentes que  favoreçam a  reação de  reforma a vapor

(reação  10),  elevando  a  formação  de  hidrogênio  no  catalisador,  poderia  promover  a

dessorção do enxofre.

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Figura 15. Relação entre o tipo de gás redutor e as características de dessorção do H2S

medidos por espectrômetro de massas. Catalisador: Pt/Ba/ ­Al2O3 desativado por SOx.

2.14. Os Efeitos do Enxofre, Cério e Zircônio na Atividade de Catalisadores.

A partir de estudos da superfície dos catalisadores quando o SO2 é adsorvido em

Pd,  Rh  ou  Pt  suportados,  mostrou­se  que  a  molécula  de  SO2  é  dissociada  formando

oxigênio  e  enxofre  adsorvidos.  Na  ausência  de  O2  o  enxofre  adsorvido  é  difícil  de

remover.  Ao  cobrir  com  o  enxofre  a  superfície  dos  cristalitos  de  metais  nobres,  há

conseqüente perda da atividade de oxidação.

A  adição  de  terras  raras  ao  catalisador  automotivo,  em  particular  o  cério,  em

quantidade  até  30%  em  peso,  aumenta  a  capacidade  de  armazenamento  de  oxigênio

ampliando  a  faixa  de  trabalho.  Isto  diminui  a  emissão  de  enxofre  na  forma  de  H2S.

Existem resultados não conclusivos até o momento acerca dos mecanismos de formação

de H2S na superfície do catalisador promovido com o cério. Segundo TROVARELLI et

al.  [5],  a  formação  de  sulfato  de  cério  diminui  a  mobilidade  de  oxigênio  da  rede,  que

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torna  seu desempenho  mais  sensível  a  flutuações da exaustão. Além disso, a  formação

de sal metálico na superfície do catalisador pode levar ao encapsulamento das partículas

metálicas com conseqüentemente diminuição da atividade.

O CeO2 possui a capacidade de estocar oxigênio o qual libera ou adsorve durante

as variações do ar/combustível nos catalisadores automotivos. O cério aliado a um metal

nobre  favorece  a  diminuição  da  temperatura  na  qual  a  reação  ocorre  [4].  As  reações

envolvendo o cério são descritas abaixo:

CeO2 + CO   Ce2O3 + CO2                    (27)

Ce2O3 + ½ O2    CeO2                          (28)

Outra contribuição do CeO2 é sua atividade catalítica para a reforma a vapor em

condições pobres em O2, gerando H2 o qual reduz uma porção de NOx a N2.

CO ou HC + H2O → 2CeO  H2 + CeO2.                    (29)

A mobilidade da rede de oxigênio do CeO2 é significativamente aumentada pela

combinação com o ZrO2, formando soluções sólidas [33].

BAZIN et  al.  [34]  estudaram  a  influência  da  platina  na  sulfatação  do  cério

através de espectroscopia de infravermelho e termogravimetria em catalisadores do tipo

Pt/CeO2.  A  Figura  16  mostra  o  espectro  de  infravermelho  das  espécies  formadas  no

CeO2 sem e com a platina, sulfatadas com 600  mol/g de SO2 + O2 a 400o C. A platina,

aparentemente não modificou a natureza das espécies adsorvidas. Dois  tipos de sulfato

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foram distinguidos no cério: espécies superficiais, caracterizadas por bandas entre 1400­

1350 cm­1 e espécies mássicas em bandas de 1220­1000 cm­1.

Figura16. Espectros de Infravermelho de espécies sulfatos formadas pela adição de 600

mol/g de SO2 + O2 a 400o C em I) CeO2 e II) Pt/CeO2.

Os autores  sugeriram que a platina aumenta a  formação do SO3,  favorecendo a

difusão do sulfato no suporte de cério.

2.15. A Química da Reação do PdO­óxido de enxofre.

CENTI  [10],  estudou  as  espécies  superficiais  formadas  em  catalisadores  Pd  ­

Ce/Al2O3 através de XPS para as amostras calcinadas a 400oC e envelhecidas a 1000o C

em  fluxo  de  SO2.  As  principais  espécies  de  paládio  na  superfície  dos  catalisadores

calcinados foram PdO (336,3 eV) e PdO2 (338,0 eV). Nos catalisadores envelhecidos, o

paládio  metálico  (335,1  eV)  foi  detectado  como  um  componente  superficial  principal,

contido  em  aproximadamente  53­57%.  Nenhuma  espécie  de enxofre,  sulfito ou sulfato

foi  detectado  nesses  materiais.  Isso  era  esperado  devido  à  alta  temperatura  de

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envelhecimento. O óxido de cério foi detectado em ambos as amostras com uma energia

de ligação de 882,95 eV. Outro pico foi observado em 884,8 eV, o qual o autor atribuiu

à  possível  interação  do  cério  com  o  suporte  ou  com  o  paládio  induzido  pela  alta

temperatura de pré­tratamento (espécies CePd3 e ou CeAl2).

DENG et al. [35], através de estudos de espectroscopia fotoeletrônica de raios X

(XPS) do PdO não suportado,  investigaram a adsorção do SO2 ou SO3 e seu efeito no

estado  de  oxidação  do  paládio.  O  PdO  não  suportado  foi  exposto  ao  SO2  e  SO3  nas

concentrações e tempos indicados na Tabela 6.

Tabela 6. Dados de XPS referentes à interação PdO­oxido de enxofre.

Os  autores  constataram  que,  independente  do  óxido  de  enxofre,  observou­se

sulfatos  adsorvidos  em  todas  as  amostragens.  Altas  razões  de  S/Pd  estão  diretamente

relacionadas com a concentração do contaminante e o tempo de exposição. A exposição

ao SO3 apresentou maior reatividade na superfície do PdO do que o SO2. A partir destes

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dados os  autores  propuseram  que na  interação SOx­PdO, o enxofre  reage com o PdO

para formar espécies sulfatos, independente da fase do óxido de enxofre (SO2 ou o SO3).

A reação do SOx com o PdO resulta num aumento aparente do estado de oxidação do

PdO, expressa pelo aumento da energia de ligação do Pd3d5/2.

Em  outro  estudo  pela  técnica  de  XPS,  HOYOS et  al.  [36]  demonstraram  a

adsorção das espécies sulfatos na superfície do paládio, pela presença de picos S2p após

o  catalisador  Pd/Al2O3  ter  sido  contaminado  por  200  ppm  de H2S em uma mistura de

1%  de  CH4/ar.  A  energia  de  ligação  para  S2p  observada  na  faixa  de  169.0­169.4  eV

sugere  a  formação  de  espécies  sulfatos  em  lugar  de  sufitos  na  superfície  do  Pd.  Ao

mesmo  tempo,  a  adsorção  dos  sulfatos  resulta  em  um  aumento  de  energia  de  ligação

para Pd 3d5/2 de cerca de 0,4 eV.

Em  muitos  casos  a  contaminação  por  enxofre  é  pelo  menos  parcialmente

reversível.  Por  exemplo,  tratando­se  um  catalisador  desativado  de  Pd/SiO2  com  N2  de

350  a  600 ° C,  foi observada uma gradual  recuperação da atividade,  encontrando uma

recuperação  final  maior  que  90%  [27].  A  caracterização  por  FTIR  do  catalisador

envenenado  durante  o  processo  de  aquecimento,  em  N2  ou  em  vácuo,  mostrou  que  a

intensidade  da  banda  descrita  para  as  espécies  Pd­sulfatadas  (banda  a  1435  cm­1)

depositada  a  uma  temperatura  de  400°  C  foi  completamente  eliminada  a  600°  C.  Esta

última temperatura corresponde à decomposição do PdSO4. A remoção dos sulfatos da

superfície  do  paládio  foi  comprovada  pelo  aparecimento  de  bandas  características  do

tipo Pd­CO sobre o moderado tratamento de redução seguido pela adsorção de CO [37].

Em contraste,  a  tentativa de  regeneração do catalisador  contaminado com H2 não teve

sucesso. Embora a banda correspondendo a espécies Pd­sulfatos diminua a 350° C sob

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aquecimento  em  H2,  a  atividade  não  foi  recuperada.  A  irreversibilidade  da  atividade

com  o  tratamento  de  H2  para  a  redução,  ao  contrário  da  decomposição  dos  grupos

sulfatos da superfície do paládio, formou­se PdS, de acordo com a reação:

PdSO4 + 4 H2 →  PdS + 4 H2O       (30)

As  espécies  PdS  formadas  após  tratamento  com  H2  podem  ser  revertidas  a

PdSO4  quando  exposto  a  uma  mistura  de  CH4/O2,  prejudicando  a  regeneração.  O

suporte  também  tem um  importante papel no processo de envenenamento por enxofre.

O  catalisador  alumina­suportado  desativa  lentamente  em  comparação  com  catalisador

sílica­suportado.

2.16. A Estrutura Assimétrica de SO2 em Pd (111).

O  enxofre,  segundo  GRAVIL et  al.  [38],  forma  fortes  ligações covalentes com

os átomos do metal e o envenenamento observado usualmente é explicado em termos de

uma  combinação  de  estrutura  e  efeitos  eletrônicos.  Os  efeitos  estruturais  são

essencialmente de alcance limitado, ou local, causado pelo bloqueio de sítios de reação

pelo  enxofre.  Os  efeitos  eletrônicos  são  geralmente  de  alcance  maior,  ou  não  locais,

envolvendo mudanças na rota de reação ou é devido a mudanças energéticas na natureza

da ligação entre os reagentes e a superfície catalítica.

No  intuito  de  clarificar  a  estrutura  de  adsorção  do  SO2  em  uma  camada  de

paládio,  TEREDA et  al.  [39],  através  das  técnicas de SEXAFS (“surface­extended X­

ray absorption fine structure”) e NEXAFS (“near­edge X­ray absorption fine structure”)

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estudaram  a  natureza  da  molécula  ácida  de  SO2.  Como  o  SO2  tem  um  baixo  orbital

ligante  " ",  a  molécula  atua  como  um  excelente  receptor  de  elétrons,  e

conseqüentemente uma forte interação na adsorção.

Segundo os resultados da técnica de SEXAFS, a molécula adsorvida no Pd está

inclinada  com  um  ângulo  de  25°  sobre  a  superfície  normal.  A  estrutura  ligada  à

superfície  pode  ser  vista  como  uma  ligação  S­O  quase  paralela  (5°)  à  superfície  e  a

outra  ligação  perpendicular  a  superfície  (em  um  ângulo  de  55°).  À  distância  S­O  da

ligação  inclinada é de 1,43 Å e a paralela à  superfície é em torno de 1,48Å. A ligação

inclinada  de  S­O  não  interfere  diretamente  no  substrato  metálico,  enquanto  que  a

ligação  paralela  à  superfície é alongada pela  transferência de carga do substrato do Pd

para o orbital antiligante " " de SO2.

A Figura 17 mostra o modelo da estrutura superficial de SO2/Pd (111). O SO2 é

o dessorvido na superfície de Pd (111) com a molécula no plano normal à superfície. O

átomo de S e um dos átomos de O interagem diretamente com a superfície de Pd (111).

O  átomo  de  enxofre  do  SO2  está  ligado  em  ponte  sobre  o  Pd  (111).  O  eixo  C2  da

molécula plana está inclinado de 25° da superfície normal e conseqüentemente a ligação

S­O  é  quase  paralela  superfície  e  a  outra  inclinada  na  superfície,  como  visto

anteriormente.  Somente  a  ligação  S­O  paralela  superfície  é  alongada  em

aproximadamente de 0,05Å na adsorção.

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Figura 17. Estrutura superficial do SO2 no Pd (111). O plano molecular é normal a

superfície e o S está localizado em ponte com a estrutura. O eixo C2 no plano molecular

é inclinado de aproximadamente de 25o com a superfície normal, conseqüentemente

uma ligação S­O é quase paralela à superfície e a outra é inclinada.

2.17. Prováveis Mecanismos de Desativação.

A  maioria  dos  estudos  focalizou  o  efeito  de  compostos  de  enxofre  nos

catalisadores a base de Pd. FARRAUTO et al.  [27] estudaram o problema e sugeriram

um mecanismo de desativação da reação de oxidação do metano pelo SO2, mostrada na

Figura  18.  O  PdO  converte  SO2  a  SO3,  que  se  adsorve  na  superfície  da  alumina,

diminuindo  a  taxa  e  o  grau  de  desativação.  Quando  SO2  é  retirado do  fluxo de gás, a

atividade inicial pode ser restabelecida. À uma temperatura de cerca de 600oC ou acima,

o  SO3  dessorve  completamente  do  PdO  e  ocorre  até  mesmo  a  baixas  temperaturas

quando metano está presente.  Isto  indica que uma regeneração pode ser possível (com

temperaturas ao redor de 600o C).

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Figura18. Mecanismo proposto por FARRAUTO [27] para a desativação por SO2 do

catalisador de PdO/alumina.

YU et al. [40], através de experimentos de TPR, quimissorção de CO e espectros

de  infravermelho  além  dos  testes  atividade  tentaram  demonstrar  um  mecanismo  para

desativação  do  catalisador  PdO/ ­Al2O3  pelo  H2S  na  reação  de  oxidação  do  metano.

Nos testes de atividade para o metano, como esperado, na presença de 80 ppm de H2S a

atividade  decresce  substancialmente.  Sem  H2S  na  corrente  de alimentação a conversão

se  recuperou  em  23,1%.  Nas  analises  de  área  por BET, os autores encontraram que a

área  diminui  com  o  aumento  da  temperatura,  sugerindo  uma  mudança na  estrutura  do

suporte,  possivelmente  pela  formação  de  compostos  de  sulfatos  superficiais,  o  que

dificultaria  o  acesso  aos poros.  Os dados de  quimissorção  de  CO  sugerem  que  o  H2S

reage  com  o  PdO,  impedindo  a  adsorção  do  CO  no  sítio  de  PdS.  Os  dados  de

quimissorção de CO, após os  testes de oxidação do metano,  sugerem que a 200° C, o

enxofre  presente  nos  sítios ativos; é parcialmente  removido pelo O2. Portanto, durante

os  testes de atividade de oxidação do metano, o H2S seria convertido à SO2 e SO3, os

quais  migrariam  do  PdO  para  o  Al2O3,  formando  Al2(SO4)3.  A  Figura  19  compara  os

TPR do catalisador óxido e o tratado com H2S a 200o C. A curva (A) apresenta o TPR

da  amostra  óxido.  Como  pode  ser  visto  o  pico  do  consumo  de  hidrogênio  a  62o  C

representa o PdO reduzido a Pd. Nenhum outro pico foi visto da temperatura ambiente

até 200o C. A curva (B) mostra  somente um pequeno pico de consumo de hidrogênio,

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sugerindo que o PdO seria convertido a PdS, que impediria a adsorção do CO. A curva

(C)  mostra  que  PdO  foi  regenerado  significativamente  após  o  teste  de  oxidação  do

metano.

Figura 19. Perfis de TPR do catalisador 4%PdO/ ­Al2O3: (A) catalisador óxido; (B)

envenenado com H2S a 200o C; (C) envenenado com H2S a 200o C e tratado com ar a

400o C por 4h.

Estes  resultados  indicaram  que  o  enxofre  no  sítio  de  Pd  seria  oxidado  pelo

oxigênio,  formando  Al2(SO4)3  e  regenerando  o  PdO.  Esta  hipótese  foi  verificada  por

medidas de FTIR (Figura 20), onde podemos ver que após o  tratamento com H2S por

24h há uma forte absorbância de Al2(SO4)3 em 1145 cm­1. A absorbância em 1060 cm­1

é atribuída aos grupos sulfitos superficiais e a banda a 1630 cm­1 é devida à adsorção de

água.  Não  há  absorbância  em  1435  cm­1,  o  que  indicaria  que  não  existe  um  grupo

sulfatos  ligados  ao  Pd,  isto  é  PdSO4.  A  intensidade  das  duas  bandas  devido  aos  íons

SO3­2 e SO4

­2 se tornam grandes com o aumento do tratamento térmico. Esse resultado

confirma o argumento de que o H2S é oxidado pelo PdO, produzindo SO2 e SO3, o qual

reage com o Al2O3 produzindo Al2(SO4)3.

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Figura 20. Espectro de infravermelho dos íons sulfatos e sulfito devido à oxidação do

H2S como função da temperatura: (a) catalisador óxido; (b) envenenado a 100oC; (c)

envenenado com H2S a 200oC; (d) envenenado com H2S a 300 oC e (e) envenenado com

H2S a 400oC.

Portanto,  através  destas  observações  os  autores  prepuseram  o  seguinte

mecanismo para o desativação de catalisadores PdO /  ­Al2O3 por H2S.

PdO + H2S   O­Pd   S­H2                                        (31)

O­Pd S­H2  PdS + H2O                                          (32)

PdS + O2  Pd SO2                                                   (33)

Pd SO2 + ½ O2  Pd SO3                                      (34)

3Pd SO3 + Al2O3 + 3/2 O2  Al2(SO4)3 + 3PdO        (35)

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3. MATERIAIS E MÉTODOS.

3.1. Método de Preparação dos Catalisadores:

3.1.1 Suporte.

Para  a  preparação  dos  catalisadores  foi  utilizada  uma γ­alumina  comercial

Engelhard  AL­3916P.  Com  o  fim  de  eliminar  impurezas  adsorvidas  no  processo  de

fabricação,  esta  alumina  com  granulometria  na  faixa  de  35  a  60  mesh  (425µm  a

250µm),  foi  pré­tratada  em  calcinador  a  500oC,  por  12  horas,  com  uma  taxa  de

aquecimento de 10oC.min­1, partindo da temperatura ambiente.

3.1.2. Precursores dos óxidos de Paládio, Cério e Zircônio.

Foram  utilizados  como  precursores  dos  referidos  óxidos  os  nitratos  metálicos,

Pd(NO3)2;  Ce(NO3)2  e  Zr(NO3)2,  porque  além  de  serem  solúveis  nos  testes  realizados

em água (ao nitrato de paládio foi adicionada uma solução de 10% v/v de ácido nítrico),

fornecem  o  respectivo  óxido  quando  submetidos  à  decomposição  térmica  em

temperaturas  relativamente  baixas  sem  haver  a  formação  de  compostos  intermediários

estáveis.

3.1.3. Preparação dos Catalisadores.

Os  precursores  dos  catalisadores  (forma  óxido)  foram  preparados pelo  método

de impregnação com excesso de solvente.

 Na  impregnação  com  excesso  de  solvente,  o  sal  do  precursor  metálico  é

dissolvido num volume de solvente com grande excesso em relação ao volume de poros

do suporte. Mergulha­se o  suporte nessa solução  e o  sistema é submetido, durante um

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certo  tempo,  a  condições  adequadas  de  agitação  e  temperatura  (rotaevaporação),

ocorrendo o transporte da solução metálica para o interior da estrutura porosa do sólido.

Para obter as porcentagens desejadas (porcentagem em peso de Pd e dos óxidos de cério

e  zircônia)  no  catalisador,  calcularam­se  os  valores  das  quantidades  necessárias  de

nitrato, utilizando­se a seguinte metodologia de cálculo:

% de metal X =alumina­dem Zmetaldem+Ymetaldem+Xmetaldem

Xmetaldemγ+

 (36)

Onde:

m = massa

X, Y e Z = Pd, Ce ou Zr

Os cálculos foram efetuados mantendo­se a massa de γ­Alumina fixa.

Os  catalisadores  foram  preparados por  impregnações  sucessivas de  soluções de

nitratos  de  Pd  e  Ce  e/ou  Zr  (Aldrich)  sobre  a γ­alumina  comercial  (Engelhard  AL­

3916P), onde obedecia a seguinte ordem: cério, zircônio e por último paládio. Manteve­

se  o  teor  de  Pd  constante  em  1%  e  variou­se  o  de  Zr  e  Ce  em  5  e  10%  em  peso.  A

preparação  resultou  em  duas  séries de  catalisadores,  em função da quantidade mássica

dos promotores. Após cada etapa de impregnação, o material foi seco em estufa por 24h

a 110oC. Este procedimento  foi estabelecido pois a  temperatura acima  referida permite

uma  lenta  retirada  das  moléculas  de  água,  sem  afetar  de  maneira  considerável  as

propriedades  texturais  dos  compostos.  As  amostras  foram,  então,  calcinadas  a  500oC

após cada  impregnação  (mantendo uma  taxa de aquecimento de 10oC.min­1),  sob  fluxo

de  ar  (vazão  constante  de  50  ml/min),  por  12h.  Deste  procedimento  resultaram  6

precursores e 7 catalisadores.

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O processo de preparação dos catalisadores na forma óxida é esquematizado no

Fluxograma 1.

Fluxograma 1. Esquema do processo de preparação dos catalisadores por impregnação.

γ­Almina Solução Impregnante

RotaevaporaçãoT = 70oC; ω = 21 rpm; t = 1h

SecagemT = 110oC; t = 24h

CalcinaçãoT = 500oC; t = 2h

Reimpregnação­(Rotaevaporação)T = 70oC; ω = 21 rpm; t = 1h

SecagemT = 110oC; t = 24h

CalcinaçãoT = 500oC; t = 2h

Catalisador na formaóxida

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A  Tabela  7  mostra  a  relação  dos  catalisadores  preparados  e  a  ordem  de

impregnação utilizada, bem como os valores teóricos de Pd, Zr e Ce.

Tabela 7. Relação dos catalisadores e precursores preparados com os teores de Pd, Ce e

Zr.

Teor nominal de metais (%) Teor nominal de óxidos (%)

Pd Ce Zr PdO CeO2 ZrO2

Precursor

5Ce/Al2O3 ­ 5,0 ­ ­ 6,1 ­

5Zr/Al2O3 ­ ­ 5,0 ­ ­ 6,7

5Ce/5Zr/Al2O3 ­ 5,0 5,0 ­ 6,1 6,7

10Ce/Al2O3 ­ 10,0 ­ ­ 12,3 ­

10Zr/Al2O3 ­ ­ 10,0 ­ ­ 13,5

10Ce/10Zr/Al2O3 ­ 10,0 10,0 ­ 12,3 13,5

Catalisador

Pd/Al2O3 1,0 ­ ­ 1,2 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 1,0 5,0 1,2 6,1 ­

Pd/5Zr/Al2O3 1,0 5,0 1,2 ­ 6,7

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 1,0 5,0 5,0 1,2 6,1 6,7

Pd/10Ce/ Al2O3 1,0 10,0 ­ 1,2 12,3 ­

Pd/10Zr/ Al2O3 1,0 ­ 10,0 1,2 ­ 13,5

Pd/10Ce/10Zr/ Al2O3 1,0 10,0 10,0 1,2 12,3 13,5

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3.2. Técnicas de Caracterização

3.2.1. Análise Química.

O teor  real de Pd, Ce e Zr nos catalisadores preparados foi determinado através

de fluorescência de Raios­X, utilizando­se um espectrômetro Rigaku, modelo Rix 3100,

com tubo gerador de Raios­X de ródio. A contagem dos pulsos era feita através de um

detector  proporcional  de  fluxo.  Para  a  realização  das  análises,  as  amostras  eram

prensadas com ácido bórico e a pastilha obtida era levada ao equipamento sem nenhum

tratamento adicional.

3.2.2. Área Superficial Específica.

A medida da área  superficial específica  foi  feita pelo método BET, utilizando o

nitrogênio  como  molécula­sonda.  A  determinação  das  propriedades  texturais  dos

suportes foi feita através da técnica de isotermas de adsorção/dessorção de N2 a –196oC,

em  equipamento  Micromeritics  ASAP  (Accelerated  Surface  Area  and  Porosimetry)

modelo 2000. A amostra foi previamente seca em estufa a 100oC, por 2h, e pré­tratadas

a vácuo a uma temperatura de 300oC, por 2 horas.

3.2.3. Difração de Raios­X (DRX).

Utilizou­se  este  método  com  a  finalidade  de  determinar  às  fases  cristalinas

presentes nos compostos estudados. Os ensaios foram realizados pelo método do pó no

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Difratômetro  Universal  de  Raios  X  Mod  URD6,  da  marca  Carl  Zeiss  Jena,  com  as

seguintes condições:

­ Radiação = CuKα, com filtro de níquel (30 KV e 15 mA)

­ Velocidade de varredura = 2o/mim.

­ Variação do ângulo 2θ = 5o a 90o.

3.2.4. Redução à Temperatura Programada (TPR).

Está  técnica  tem  como  finalidade  obter  informações  sobre  a  redutibilidade  das

espécies óxidas, usualmente óxidos de metais dispersos sobre o suporte.

Os ensaios se deram pela passagem de uma mistura contendo 5%H2/N2 sobre o

catalisador,  em  condições  controladas de  vazão  e  pressão,  enquanto a  temperatura  era

uniformemente  aumentada.  A  quantidade  de  hidrogênio  consumida  durante  a  redução

das  espécies  óxidas  era  medida  através  de  um  detector  de  condutividade  térmica,  e

assim era fornecida uma visão quantitativa da redutibilidade do catalisador.

Para  realizar  este  experimento  utilizou­se  um  equipamento  Micromeritics  Pulse

Chemisorb  2705.  Um  total  de  250  mg  de  amostra  foi  utilizada,  sendo  necessário  um

porta amostra de quartzo devido às altas temperaturas utilizadas.

A operação do equipamento se dava nas seguintes condições:

­ Variação de temperatura ⇒  Temperatura ambiente até 1000oC.

­ Velocidade de aquecimento ⇒  10 oC/min.

­ Vazão da mistura H2/N2 ⇒  30 ml/min.

­ Composição da mistura ⇒  1,6% H2/He.

­ Pressão no reator ⇒ Atmosférica.

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3.2.5. Microscopia Eletrônica por Varredura e por Transmissão.

A  morfologia  das  amostras  foi  analisada  através  de  duas  técnicas,  dependendo

do número de elementos envolvidos. Aquelas que continham apenas um elemento foram

microfilmadas através de MET (Microscopia Eletrônica por Transmissão) e aquelas que

continham  mais  de  um  elemento,  através  de  MEV  (Microscopia  Eletrônica  de

Varredura).

As amostras para a análise de MET foram trituradas em um almofariz de ágata,

disperso  em  isobutanol  e  depositado em filme de carbono  suportado em uma grade de

ouro.  Os  dados  de  MET  foram  obtidos  em  um  microscópio  eletrônico  modelo  JEOL

JEM­2000FX,  com  uma  resolução  pontual  de  3,1Å.  As micrografias eletrônicas foram

gravadas em negativos de filme e digitalizadas através de escaneamento.

As  micrografias  de  MEV  foram  obtidas  em  um  microscópio  eletrônico  modelo

JEOL  JSM­5800LV  acoplado  a  uma  sonda  para  análises  de  espectroscopia  de  energia

dispersiva (“Energy­Dispersive Spectroscopy” –EDS) com uma aceleração de voltagem

de 20 kV.

3.2.6. Espectroscopia por Reflectância Difusa no UV­Visível (DRS)

As análises de DRS foram realizadas em um espectrômetro Varian, modelo Cary

5,  equipado  com  um  acessório  de  refletância  difusa  "Harrick"  de  geometria  "Praying

Mantis"

A  intensidade  da  luz  espalhada  em  um  determinado  comprimento  de  onda  a

partir  de uma camada de sólido de espessura  ínfima é comparada com o espalhamento

obtido  a  partir  de  uma  substância  de  referência  não  absorvente  ou  o  próprio  suporte

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(branco). A razão entre a intensidade  luminosa espalhada do catalisador e da referência

é registrada em função do comprimento de onda, dando origem ao espectro de DRS. Os

espectros  para  as  amostras  óxidos  foram  obtidos  à  temperatura  ambiente,  na  faixa  de

200  a  800  nm.  Os  espectros  foram  obtidos  utilizando  a  função  F(R∞)  da  teoria  de

Schuster­Kubelka­Munk  (SKM)  onde R∞  é  a  razão  entre  a  intensidade da  luz  refletida

da amostra e a intensidade da luz refletida da referência.

Para as análises in  situ, envolvendo redução por H2 com posterior fluxo de NO

ou  CO,  foi  utilizada  uma  câmara  HVC­DR2  (janela  de  KBr).  A  redução  foi  feita  da

temperatura ambiente à 500oC, por 1h, com posterior limpeza por corrente de He, sendo

obtido  o  espectro.  A  temperatura  era  então  reduzida,  e  admitido  fluxo  de  NO  ou  CO

sendo obtidos espectros em temperaturas intermediárias, 200o, 300o e 400oC.

3.2.7. Espectroscopia Fotoeletrônica por Raios­X (XPS)

As  medidas  de  XPS  foram  feitas  em  um  espectrômetro  PHI  modelo  1257

usando  uma  fonte  de  radiação  Al  K   (1486,6  eV),  produzida por  um  tubo de  raios­X

operando  sob  tensão  de  12,0  kV.  A  energia  cinética  dos  fotoelétrons  foi  medida  num

analisador  hemisférico  de  dupla  polaridade  PHI  modelo  10­360,  usando  49,95  eV  de

passo de energia. O vácuo na câmara do espectrômetro era mantido abaixo de 10­9 Torr.

A correção de carga para os elementos foi obtida utilizando­se a linha Al 2p (74,0 eV)

devido  à  maior  sensibilidade  nesta  região,  permitindo  uma  quantificação  mais  precisa.

Foram estabelecidas varreduras nas regiões representativas dos elementos identificados:

Al 2p = 73,0 a 93,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 50.

C 1s = 284,0 a 304,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 30.

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O 1s = 530,0 a 550,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 20.

Pd MNN = 1151,0 a 1181,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 150.

Pd 3d = 338,0 a 358,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 150.

Ce 3d = 883,0 a 903,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 200.

Zr 3d = 181,0 a 201,0 eV, passo = 0,2 eV, varreduras = 30.

3.3. Redução do NO por CO ou CH4.

3.3.1. TPD de NO e CO

A  unidade  para  realização  das  análises  de  TPD  consistiu,  basicamente,  de  um

microreator  de  vidro,  aquecido  por  um  forno  cuja  temperatura  era  controlada  por  um

programador  de  temperatura.  Os  gases  efluentes  do  reator  eram  analisados  por  um

espectrômetro  de  massas quadrupolar  (Balzers, PRISMA), acoplado a um computador

para aquisição dos dados. Durante o TPD, várias massas foram monitoradas (m/e = 2, 4,

15, 16, 17, 18, 28, 30, 44 e 46). Para os cálculos da quantidade de cada gás dessorvido

foram  feitas  as  correções  levando  em  conta  a participação dos  fragmentos secundários

de  um  determinado  composto  na  área  dos demais.  Os  fatores  de  sensibilidade de cada

gás que foram determinados através da injeção de pulsos de uma quantidade conhecida

do  gás.  A  Tabela  8,  apresenta  os  fatores  de  calibração,  expressos na  relação de áreas,

para os gases utilizados nos experimentos, com base no pulso de nitrogênio.

Antes  das  análises  de  TPD,  era  realizada  a  secagem  das  amostras  através  da

passagem  de  uma  corrente  de  He  puro  a  500oC,  por  30  minutos.  Após  resfriamento a

temperatura ambiente, os precursores eram reduzidos por hidrogênio puro, a 500oC, por

1h, seguido de purga com hélio, por 30 min, na temperatura de redução. Em seguida, as

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amostras  eram  resfriadas  sob  fluxo de He até a  temperatura  ambiente. O monóxido de

carbono (CO) ou o óxido de nitrogênio (NO) eram adsorvidos no catalisador, através de

corrente de misturas, contendo 5%CO/He ou 1%NO/He, até a saturação. Em seguida, a

análise  de  TPD  era  realizada  através  do  aquecimento  do  catalisador  a  uma  taxa  de

20o/min, até 500oC, sob fluxo de He.

Tabela 8. Fatores de calibração.

Fator Gás de Arraste (He)

CO

N

AA

%5

212,8

2

2

CO

N

AA 1,3

NO

N

AA

%1

2203,4

ON

N

AA

2

216,2

3.3.2.  Análises  de  DRIFTS  (IV  em  célula  de  Reflectância  Difusa)  das  reações

NO/CO, NO/CH4 e adsorções de NO e CO.

As  análises  de  DRIFTS  foram  realizadas  através  de  um  equipamento  Thermo

Nicolet  modelo  Nexus  470  com  detector  MCT­A  resfriado  com  nitrogênio  líquido,

equipado  com  uma  câmara  reflectância  difusa  para  tratamento  a  alta  temperatura

“Spestra­Tech” e  janela de ZnSe. O pré­tratamento dos catalisadores  foi  feito partindo

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da temperatura ambiente até uma temperatura de 500o C com fluxo de 30 ml/min de H2,

permanecendo, por 1h. Após esta redução foi realizada uma limpeza com He.

Após o tratamento de redução, a temperatura foi reduzida a 25oC em fluxo de He

iniciando a reação que consistia na passagem da mistura NO/CO num fluxo total de 30

ml/min  na proporção  de 1:1,  diluído em He. As  temperaturas de aquisição  foram: 25o,

150o, 180o, 250o e 300oC.

As análises para a reação de redução do NO pelo CH4, foram feitas para todos os

catalisadores  da  serie  5%  de  promotores,  por  apresentarem  melhor  performance  em

relação a serie 10%. Após tratamento de redução, a temperatura foi reduzida até 330o C

em fluxo de hélio e deu­se  início à  reação que consistia na passagem de NO/CH4 num

fluxo total de 37ml/min, na proporção 1:3, diluído em He. As temperaturas de aquisição

foram de 330o, 350o, 380o e 400o C.

Para a adsorção de CO seguido de fluxo de NO, o procedimento foi o seguinte:

Após  o  tratamento  de  redução  e  limpeza  com  He,  um  fluxo  de  24  ml/min  de  CO  foi

admitido  a  temperatura  ambiente,  por  30  min,  seguido  de  purga  de  He  por  5  min  e

aquisição  de  espectro.  Um  fluxo  de 30 ml/min de NO foi admitido,  com aquisições de

espectros a temperatura de 25o, 150o, 180o e 250oC.

Os  espectros  apresentados  equivalem  à  diferença  entre  a  amostra  reduzida  e  a

amostra após a adsorção, com resolução de 4 cm­1, e acúmulo de 64 scans

3.3.3. Testes Catalíticos. Conversão do NO nas Reações NO/CO e NO/CH4.

O  desempenho  dos  catalisadores  foi  testado  frente  à  reação de  redução do NO

pelo  CO  ou  CH4.  Os  testes  foram  realizados  em  micro  reator  de  vidro  a  pressão

ambiente,  em  um  analisador  de  gases  TESTO  360,  com  célula  eletroquímica.  As

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análises foram feitas com programação de temperatura, passando por temperaturas pré­

definidas com taxa de aquecimento de 5oC /min. Previamente, os catalisadores sofreram

um  pré­tratamento  sob  fluxo  de  He  puro  (50  ml/min)  a  500oC,  por  30  min.  Após

resfriamento  a  temperatura  ambiente  as  amostras  foram  reduzidas por hidrogênio puro

(30 ml/min), a 500o C por 1h.

Para a reação NO/CO a mistura de gases consistia de CO, NO (1:1) e He como

diluente a uma vazão de 200 ml/min.

Para a reação NO/CH4 a mistura de gases consistia de NO, CH4, (1:3) e He como

diluente a uma vazão de 200 ml/min.

A conversão do NO foi definida como:

Conversão de NO (%) = 100)(×

ent

saient

FFF                                          (37)

Onde, Fent e Fsai é a concentração na entrada e saída do NO, respectivamente.

3.4. Reações com SO2.

3.4.1. Espectroscopia na Região do Infravermelho após Adsorção de SO2 e Reações

envolvendo NO+CO+SO2 e NO+CH4+SO2.

Para  realizar  as  análises  de  espectroscopia  de  infravermelho  com  o  SO2,  foi

desenvolvido  um  reator  que  permitisse  a  análise in  situ  das  reações  nas  mesmas

condições observadas para testes de conversão. Uma célula de vidro de IV foi adaptada

para  receber o fluxo de reagentes com válvulas de “By­pass” para a mudança de gases,

tornando a célula adaptável a linha de gases. Na Figura 21 é apresentado o reator para as

análises de IV in situ na presença de SO2.

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Figura 21. Reator para análises de IV in situ na presença de enxofre.

As  amostras  eram  prensadas  (1.108  Pa)  de  modo  a  se  obter  uma  pastilha  auto

suportada de peso conhecido (± 25 mg). As pastilhas eram fixadas em porta­amostras de

vidro pirex e introduzidas no reator. O procedimento adotado permitiu um tratamento in

situ das amostras,  com secagem a 500oC, por 30 minutos,  seguida de redução com H2

puro a 500oC com vazão a 50ml/min, por 1 hora.

Para as análises de adsorção de SO2, um fluxo de 30 ml/min de uma mistura de

100  ppm  de  SO2  em  He  foi  admitida  no  reator  à  25oC,  seguido  de  limpeza  sob  fluxo

com He. Os espectros foram adquiridos a temperatura de 25o, 140o, 180o, 250o e 300oC.

Para a reação NO/CO/SO2, foi admitido o fluxo de 200 ml/min de CO/NO (1:1),

com 100ppm de SO2 até a temperatura de 300oC, permanecendo por 20 min, seguido de

purga com He.

Para  a  reação  NO/CH4/SO2,  foi  admitido  o  fluxo  de  200  ml/min  de  NO/CH4

(1:3), com 100ppm de SO2 até a temperatura de 300oC, seguido de purga com He.

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As  análises  de  infravermelho  foram  realizadas  num  equipamento  Perkin­Elmer

2000 FT­IR com uma resolução de 4 cm­1. Os espectros obtidos representam a soma de

50  varreduras.  Os  espectros  apresentados  equivalem  à  diferença  entre  a  amostra

reduzida e a amostra após a adsorção.

3.4.2.  Testes  Catalíticos.  Conversão  do  NO  nas  reações  NO/CO  e  NO/CH4  na

presença de SO2.

Estas análises  foram semelhantes às  relatadas no capitulo 3.3.3 com a diferença

da admissão de 100 ppm de SO2 na corrente de gases.Os cálculos foram ajustados para

que as vazões correspondessem aos valores desejados.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES.

4.1. Caracterização Estrutural.

4.1.1. Análise Química.

Na  Tabela  9  são  apresentados  os  valores  nominais  e  os  resultados  das  análises

quantitativas  de  paládio,  cério  e  zircônio  obtidos  por  fluorescência  de  Raios  X.  Estes

valores expressam a porcentagem em peso dos elementos Pd, Zr e Ce.

Tabela 9. Teores metálicos expressos em percentagem em peso presentes nos

catalisadores

% Nominal %RealCatalisador Pd Ce Zr Pd Ce Zr

5Ce/Al2O3 ­ 5 ­ ­ 6,0 ­

5Zr/Al2O3 ­ ­ 5 ­ ­ 4,0

5Ce/5Zr/Al2O3 ­ 5 5 ­ 6,6 5,0

10Ce/Al2O3 ­ 10 ­ ­ 11,0 ­

10Zr/Al2O3 ­ ­ 10 ­ ­ 10,0

10Ce/10Zr/Al2O3 ­ 10 10 ­ 12,0 9,0

Pd/Al2O3 1 ­ ­ 0,9 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 1 5 ­ 0,9 5,8 ­

Pd/5Zr/Al2O3 1 ­ 5 1,0 ­ 4,3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 1 5 5 1,0 6,0 4,3

Pd/10Ce/Al2O3 1 10 ­ 1,0 11,0 ­

Pd/10Zr/Al2O3 1 ­ 10 1,3 ­ 9,4

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 1 10 10 1,4 12,0 10,0

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65

Todos  os  catalisadores  apresentaram  as  percentagens  dos  teores  reais  muito

próximas  das  percentagens  nominais,  validando  assim  o  método  de  preparação  por

impregnações  sucessivas.  As  principais  diferenças  resultantes  nos  teores  deve­se

possivelmente a perda de massa ocorrida entre uma impregnação e outra.

4.1.2. Área Superficial Específica.

As Tabelas 10 e 11 mostram as variações da área superficial específica (S) com a

percentagem  dos  promotores  e  paládio  adicionados  para  os  dois  conjuntos  de

catalisadores  (séries  5  e  10%).  A  alumina  apresentou  um  valor  de  área  superficial

específica  de  193  m2/g.  Para  a  série  de  5%  de  promotores,  observa­se  que  o  cério

contribuiu  para  um  maior  recobrimento  da  alumina,  resultando  numa  diminuição  de

16% da área superficial específica. O Zr provocou menor diminuição de área em relação

à alumina, reduzindo o valor inicial em apenas 2,8%. A impregnação sucessiva dos dois

promotores  apresenta  uma  diminuição  na  área  superficial  específica  de  13%.  Estes

resultados  indicam  uma  maior  dispersão  do  Ce  sobre  o  suporte,  causando a obstrução

dos poros da alumina, enquanto que o Zr apresentaria aglomerações maiores.

A  impregnação  do  Pd  apresentou  uma  diminuição da área  superficial específica

em 9,8% em relação à área da alumina. Os valores de área superficial específica para os

catalisadores  de  Pd  impregnado  com  os  promotores  Ce  e  Zr  apresentaram  valores

superiores quando comparados aos seus precursores. Estes resultados sugerem que isto

se deve ao método de preparação, onde a impregnação sucessiva de Ce – Zr – Pd, nesta

ordem, pode ter resultado numa solubilização de parte do óxido e nova deposição, visto

que para a solubilização do nitrato de Pd foi necessário utilizar ácido nítrico.

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66

Tabela 10.Variação da Área Superficial Específica (S) dos diferentes catalisadores da

série 5%.

Catalisador Área (m2/g)

Al2O3 193,2

5Zr/Al2O3 187,7

5Ce/Al2O3 130,2

5Ce /5Zr/Al2O3 166,8

Pd/Al2O3 174,1

Pd/5Zr/Al2O3 185,8

Pd/5Ce/Al2O3 163,3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 175,8

Quando  a  concentração  é  10%  em  peso,  o  Ce  continua  apresentando  uma

cobertura dos poros maior do que o Zr nos precursores. O Ce reduz a área superficial

especifica em 18%, enquanto que o Zr reduz 9,4%.

O precursor 10Ce/10Zr/Al2O3, apresentou a maior diminuição da área superficial

específica  entre  todas  as  amostras  em  relação  à  alumina  pura,  32%.  A  grande

quantidade  de  promotores  adicionados  seria  preponderante  na  obtenção  destes

resultados, no recobrimento dos poros do substrato.

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67

Tabela 11. Variação da Área Superficial Específica (S) dos diferentes catalisadores da

série 10%.

Catalisador Área (m2/g)

Al2O3 193,2

10Zr/Al2O3 174,9

10Ce/Al2O3 163,6

10Zr/10Ce/Al2O3 130,5

Pd/Al2O3 174,1

Pd/10Zr/Al2O3 188,0

Pd/10Ce/Al2O3 168,5

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 157,3

Como na série 5%, a impregnação do Pd nas amostras com 10 % de Ce e/ou Zr,

apresentou  valores  de  área  superficial  específica  maiores  do  que  para  os  precursores.

Sugere­se,  então  que  o  Ce  apresentaria  uma  grande dispersão  frente  ao  zircônio,  e  os

resultados obtidos estão relacionados ao método de preparação.

4.1.3. Análises de Difração de Raios­X.

O  difratograma  apresentado  na  Figura  22  apresenta  a  estrutura  característica

obtida  para  a alumina após  tratamento de calcinação à 500oC, por 12h, utilizada como

suporte para todas as amostras produzidas.

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68

20 40 60 80

Al2O

3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

Figura 22. DRX do suporte.

Os principais picos de difração se apresentaram em 45,8o e 66,8o na escala 2θ do

ângulo de Bragg [41], o que caracteriza a fase γ desta alumina.

Quando  o  paládio  foi  impregnado  no  suporte,  uma  sutil  modificação  no

difratograma  do  catalisador  Pd/Al2O3  pode  ser  observada  na  Figura  23.  Uma  melhor

visualização  foi  obtida  através de  um  tratamento matemático,  onde a diferença entre o

difratograma  da  alumina  e  do  catalisador  apresentou  um  pequeno  pico  no  ângulo  de

difração 2θ  em 33,8o que corresponde ao ângulo com intensidade de 100% para a fase

cristalográfica  do  PdO  [42].  Outros  picos  de  reflexão  não  puderam  ser  detectados

devido à sobreposição dos picos da alumina e a pequena quantidade de metal nobre na

composição.

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69

20 40 60 80

oox

Diferença

Al2O

3

Pd/Al2O3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

Figura 23. DRX do suporte e do catalisador de Pd/Al2O3, apresentando a diferença entre

os dois. (x) PdO e (o)  ­Al2O3.

Os catalisadores e precursores na  forma óxido,  contendo o promotor  cério,  nas

concentrações 5, e 10 %, têm seus difratogramas apresentados na Figura 24. Observou­

se que as amostras apresentaram picos relacionados com os planos de reflexão do óxido

de cério de estrutura fluorítica (CeO2 ângulo 2θ = 28,5o, 33,0o, 47,5o, 56,3o e 76,7o) e da

γ­alumina [42].

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70

20 40 60 80

*O***

Pd/10Ce/Al2O

3

Pd/5Ce/Al2O

3

10Ce/Al2O

3

5Ce/Al2O

3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

* O

Al2O

3

Figura 24. DRX dos precursores e catalisadores com o promotor Ce em concentrações

de 5 e 10%. (*) CeO2 e (o)  ­Al2O3.

No catalisador contendo 5% de cério, os picos de óxido de cério são da mesma

ordem  de  grandeza que os da γ­alumina. Com o aumento da concentração do Ce para

10%  no  suporte,  observou­se  o  aumento  dos  picos  relacionados  à  fase  de  CeO2  em

detrimento  dos  picos  relativos  ao  suporte,  indicando  um  possível  recobrimento  da

alumina  pelo  Ce  [30].  Não  foi  observada,  a  formação  de  compostos  de  cério,  com  a

alumina (CeAlO3 – reflexão principal em 2θ de 50,72o, JPDS) ou com o Pd.

Os  difratogramas  apresentados  na  Figura  25,  são  da  série  de  catalisadores

promovidos com zircônio e seus precursores, em concentrações de 5, e 10%.

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71

20 40 60 80

o

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

5Zr/Al2O

3

Al2O

3

Pd/10Zr/Al2O

3

Pd/5Zr/Al2O

3

10Zr/Al2O

3

x o

Figura 25. DRX dos precursores e catalisadores com o promotor Zr em porcentagem de

5 e 10%. (o)  ­Al2O3 e (x) PdO.

Não  se observou  nenhuma  diferença  em  relação  ao  difratograma do catalisador

Pd/Al2O3  ou  da  própria  alumina.  Nenhum  dos  resultados  de  Difração  de  Raios­X

mostrou a presença do zircônio, quer na forma de cristais de óxido (ZrO2 – 2θ = 28,2o,

30,2o,  31,5o  e  50,5o)  [42,  43,  44],  de  um  composto  com  o  alumínio  ou  paládio.  Os

difratogramas são característicos da  ­alumina, enquanto que o Zr encontra­se como um

material  amorfo  [45]  ou  fases  não  detectáveis  por  Difração  de  Raios­X  [44].

DAMYANOVA et al. [46], trabalhando com amostras de ZrO2/Al2O3 (teores entre 2,2 e

23,2%  em  peso)  preparadas  através  da  impregnação  da  alumina  com  solução  de  n­

propóxido de zircônio em n­propanol, mostraram que só foram detectadas fases de ZrO2

por  DRX  em  concentrações  acima  de  aproximadamente  13%  em  peso.  Os  autores

concluíram,  então,  que  a  formação  da  monocamada  sobre  a  alumina  ocorre  quando  o

teor  de  ZrO2  atinge  cerca  de  17%.  Em  teores  mais  baixos  a  zircônia  estaria

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72

atomicamente  dispersa  sobre  a  alumina  e acima deste valor  seriam formados cristalitos

de ZrO2 com estrutura tetragonal.

Em todos os catalisadores de paládio com o promotor Zr observa­se a presença

do pico principal referente à reflexão do PdO.

Os difratogramas envolvendo os precursores e catalisadores promovidos com Ce

e  Zr  em  composições  de  5  e  10%  são  apresentados  nas  Figuras  26  e  27,

respectivamente.

20 40 60 80

OO ****

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

Al2O

3

5Ce/Al2O

3

5Ce/5Zr/Al2O

3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Figura 26. DRX dos precursores e catalisadores com os promotores Ce e Zr da série 5%.

(*) CeO2 e (o)  ­Al2O3.

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73

20 40 60 80

OO ****Pd/10Ce/10Zr/Al

2O

3

10Ce/Al2O

3

10Ce/10Zr/Al2O

3

Al2O

3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Ângulo de Bragg, 2θ (grau)

Figura 27. DRX dos precursores e catalisadores com os promotores Ce e Zr da série

10%. (*) CeO2 e (o)  ­Al2O3.

Um maior recobrimento do suporte pôde ser observado com a impregnação dos

dois  promotores  na  alumina  (série  5  e  10%).  Os  dois  picos  principais  da  alumina

apresentaram uma intensidade menor do que os outros sistemas em estudo.

A impregnação posterior do Zr na amostra xCe/Al2O3 (onde x = 5 ou 10%) não

apresentou a formação de nenhum novo pico de difração ou modificação na posição do

ângulo  de  Bragg  referente  aos  cristais  de  óxido  de  cério,  indicando  que  não  houve

formação de solução sólida entre os óxidos, sugerindo que o ZrO2 ficaria impregnado na

Al2O3 numa forma altamente amorfa, enquanto que o Ce, formaria pequenos cristais.

Segundo YAO et al. [45] a introdução do Zr à rede do Ce modifica os resultados

de Raios­X, com o deslocamento dos picos referentes ao Ce,  indicando a incorporação

do Zr no CeO2  formando uma solução  sólida do  tipo ZrxCe1­xO2 de  simetria cúbica. O

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74

método  de  preparação  por  coimpregnação  maximiza  as  interações  entre  o  Ce  e  o  Zr

formando soluções sólidas entre os elementos.

Com a finalidade de estudar o tamanho dos cristalitos formados (ddrx) e mostrar

as possíveis interferências entre os elementos, utilizou­se à equação de Scherrer (38):

ddrx =βθ

λκ.cos

.                                                                            (38)

 = fator de forma de partícula (0,9 para partículas cúbicas).

 = comprimento de onda da fonte de raios – X (para CuK , 0,15418 nm).

 = largura do pico a meia altura, em radianos.

 = é a metade do ângulo de difração.

Os resultados são apresentados na Tabela 12. Para o Pd/Al2O3 e aqueles com o

promotor Zr, o pico correspondente a PdO (100% de intensidade) pôde ser determinado

através  da  diferença  entre  o  catalisador  e  seu precursor  direto.  Nos  catalisadores  com

Ce, devido a sobreposição dos picos em 2  = 33,0o para o CeO2 e 33,8o para o PdO, não

permitiu o cálculo do tamanho de grão para o PdO.

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75

Tabela 12. Cálculo do tamanho dos cristalitos formados (ddrx).

Amostra Pd (nm) Ce (nm)

Pd/Al2O3 6,4 ­

Pd/5Zr/Al2O3 6,2 ­

Pd/10Zr/Al2O3 6,0 ­

5Ce/Al2O3 ­ 5,6

Pd/5Ce/ Al2O3 Não calculado 5,5

5Ce/5Zr/Al2O3 ­ 6,0

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 Não calculado 6,1

10Ce/Al2O3 ­ 6,6

Pd/10Ce/Al2O3 ­ 6,9

10Zr/10Ce/Al2O3 ­ 6,8

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 Não calculado 6,8

Os  catalisadores  apresentaram  um  diâmetro  médio  de  cristal  de

aproximadamente  6,0  nm  para  as  partículas  de  PdO.  Enquanto  que  o  óxido  de  cério

apresentou em média um diâmetro médio de partícula de 6,2 nm.

4.1.4. Redução a Temperatura Programada (TPR).

Os perfis de TPR das amostras precursoras nas duas concentrações, 5 e 10%, são

apresentadas na Figura 28.

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76

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

5Ce/Al2O

3

Con

sum

o de

 H2 (u

.a.)

Temperatura oC

(a) 5Ce/Al2O

3

(b) 5Ce/5Zr/Al2O

3

(c) 10Ce/Al2O

3

(d) 10Ce/10Zr/Al2O

3

590 880 930

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 28. Perfis de TPR dos precursores nas duas concentrações, 5 e 10%.

As amostras impregnadas com Zr (5 e 10%) na alumina estão ausentes na figura

devido  ao  fato  de  que  nenhum  pico  foi  detectado  na  faixa  de  temperatura  avaliada.

Pode­se  assim  deduzir  que  nestas  condições,  a  forma  óxido  encontrada  nas  amostras

com  este  promotor  não  foram  reduzidas.  Na  literatura  [33]  encontraram­se  relatos  da

redução  do  zircônio  puro  em  aproximadamente  690o  C,  com  um  pequeno  pico  de

consumo  de  H2  correspondendo  à  redução  de  menos de  0,5%  do  zircônio.  Este baixo

consumo  estaria  relacionado,  segundo  o  autor,  à  uma  reação  com  o  oxigênio  “móvel”

presente na estrutura cristalina do óxido, segundo a reação: Zr4+ Zr3+. Portanto a alta

estabilidade  sob condições  redutoras deste elemento e a baixa concentração nas nossas

amostras não permitiram a detecção de picos de redução nestes sistemas.

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77

Com a  impregnação de Ce no suporte, observou­se a formação de duas regiões

de  redução,  uma compreendendo a baixas  temperatura  (de 370oC a 730oC) e outra em

alta temperatura  (acima de 800oC). O valor máximo do pico na primeira região está em

aproximadamente  590oC,  relacionado  à  redução  de  pequenos  cristais,  levando  à

formação de fases do tipo CeOx [48]. Enquanto que o pico à alta temperatura apresentou

máximo em aproximadamente 930oC, relacionado à formação de CeAlO3  (ocupação de

sítios de Al3+ da primeira camada do suporte por cátions de Ce3+) e a redução do CeO2

mássico, levando à formação de Ce2O3 [42]. O precursor com teor 5% de Ce apresentou

ainda outro pico em 880oC, que segundo DAMYANOVA et al. [33] estaria relacionado

à  redução  do  cério  mássico  ou  de  cristalitos  bem  dispersos  em  maior  contato  com  a

superfície da alumina. Nossos dados de DRX demonstraram que para cargas de 5% de

oxido  de  cério  obtivemos  cristais  menores  e  mais  dispersos  que  com  carga  10%,  que

levariam a formação deste segundo pico.

A  impregnação  sucessiva  do  Zr  nas  amostras  de  xCe/Al2O3  (x  =  5  ou  10)

provocou  pequenas  mudanças  nos  perfis  de  redução.  O  pico  relativo  à  formação  de

aluminato  de  Ce,  apresenta  um  pequeno  aumento  nas  duas  cargas,  indicando  a

interferência  do  Zr  na  interação  do  Ce  com  o  suporte,  que  poderiam  ser  atribuídas  à

maior ou menor dispersão do cério no suporte.

A  impregnação  do  metal  nobre  assim  como  nos  precursores  no  suporte

apresentaram os perfis de  redução observados nas Figuras 29 e 30 para as séries 5% e

10%, respectivamente.

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78

­200 0 200 400 600 800 1000

Pd/5Zr/Al2O

3

Con

sum

o de

 H2 (u

.a.)

Temperatura oC

Temperatura Ambiente

110

230

400

930

930

50Pd/Al

2O

3

Pd/5Ce/Al2O

3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

620

Figura 29. Perfis de TPR dos catalisadores da série 5%.

O catalisador de Pd/Al2O3 apresentou a formação de três picos principais, um a

temperatura  ambiente,  um  pico  negativo  a  aproximadamente  50oC  e  um  terceiro  com

máximo em 230oC.

HALASZ et al.  [49],  trabalhando com sistemas similares atribuíram ao primeiro

e terceiro picos à redução do PdO (equação 39), onde inicialmente haveria a redução do

Pd  aglomerado,  enquanto  que  o  terceiro  é  relativo  a  redução  do  Pd  mais disperso.  O

pico negativo indica a geração de hidrogênio, associada a decomposição da fase hidreto

de paládio ( ­PdHx), formado a temperatura ambiente (equação 41). Segundo CHEN et

al.  [50],  as  etapas  envolvidas  na  redução  do  catalisador  Pd/Al2O3  poderiam  ser

expressos através das equações apresentadas abaixo:

Redução do oxido pelo hidrogênio.

PdO + H2  Pd + H2O                                                              (39)

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79

Decomposição dissociativa do hidrogênio.

H2  2H*                                                                                    (40)

Formação da fase hidreto de Pd.

xH + Pd  ­PdHx                                                                      (41)

Decomposição térmica do  ­PdHx com a liberação de H2.

­PdHx  Pd + 0,5xH2.                                                             (42)

Na  Tabela  13,  estão  apresentados  os  valores  de  consumo  de  H2  para  todos  os

catalisadores.  Para estes cálculos  foram  levados em conta  todos os picos obtidos até a

temperatura de 500oC,  a qual é a  temperatura padrão para as análises de conversão. O

valor  para  o  catalisador  Pd/Al2O3  é  47  mol/gcat,  que  representa  grau  de  redução  de

100%, tomado como padrão para efeitos de comparação com os outros sistemas.

Tabela  13.  Quantidade  de  H2  consumido  na  redução  na  região  de  temperaturas  entre

ambiente e 500oC.

Catalisador Consumo de H2 ( mol/gcat)Pd/Al2O3 47

Pd/5Ce/Al2O3 51Pd/5Zr/Al2O3 59

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 57Pd/10Ce/Al2O3 51Pd/10Zr/Al2O3 49

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 49

A  presença  dos  promotores  Ce  e/ou  Zr  na  composição  dos  catalisadores

modificaram os perfis de redução comparados ao Pd/Al2O3.

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80

­200 0 200 400 600 800 1000

Pd/10Ce/10Zr/Al2O

3

Con

sum

o de

 H2 (u

.a.)

Temperatura (oC)

Temperatura Ambiente

119

230

620

930

50

230

Pd/Al2O

3

Pd/10Ce/Al2O

3

Pd/10Zr/Al2O

3

400

Figura 30. Perfis de TPR dos catalisadores da série 10%.

Os  catalisadores  Pd/xZr/Al2O3  (x  =  5  ou  10%),  apresentaram  duas  regiões

adicionais  de  redução  em  relação  ao  catalisador  sem  promotores.  A  primeira  região

corresponde a um ombro em  temperatura próxima a 400oC e um pequeno consumo de

H2 próximo a 620oC. Como pode ser observado pela Tabela 13 o consumo de H2 para

estes  catalisadores  ultrapassa  o  valor  para  a  total  redução  do  Pd/Al2O3,  indicando  a

redução do oxido de zircônio, formando espécies sub­óxidas na interface do metal. Este

fato,  segundo  a  literatura  [51,  52]  estaria  relacionado  à  dissociação  homolítica  do

hidrogênio provocada pelo Pd, criando espécies ativas que migram para a superfície do

promotor,  através  de  um  efeito  “spillover”,  o  que  facilitaria  a  redução  do  ZrO2  no

suporte.

Os  perfis  de  redução  para  os  catalisadores  Pd/x/CeAl2O3  (x  =  5  ou  10%)

apresentaram  mudança  significativas  na  região  entre  60o  a  500oC.  Acima  desta

temperatura  foram observados  três diferentes  consumos de H2  em 119o,  230o  e 360oC.

BUENO et al. [53], estudando sistemas do tipo Pt/CeO2­Al2O3, apresentaram resultados

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81

semelhantes,  relacionando  o  decréscimo  na  temperatura  de  redução  da  Pt  nestes

catalisadores ao aumento da dispersão do metal nobre na presença do promotor. O que

poderia  ser  aplicado  aqui  neste  caso.  Os  picos  a  119o  e  a  230oC  referem­se  ao  Pd

disperso na superfície da alumina, enquanto que o pico a 360oC se refere à redução do

promotor a mais baixa temperatura. Isto pode estar relacionado à interação entre o Pd e

Ce (interface) o que facilitaria a redução do promotor [54], através do efeito “spillover”.

Os  perfis  de  redução  para  os  catalisadores  Pd/xCe/xZr/Al2O3  (x  =  5  ou  10%)

apresentaram  todos  os  picos  referentes  à  redução  dos  óxidos  envolvidos,  nas  mesmas

temperaturas anteriormente discutidas.

Pelos dados apresentados na Tabela 13, observou­se que todos os catalisadores

promovidos  apresentaram  um  consumo  de  hidrogênio  maior  do  que  o  necessário  a

redução do Pd, sugerindo a redução parcial dos promotores devido à influência do metal

nobre com os promotores.

4.1.5. Microscopia Eletrônica.

A  avaliação  da  morfologia  e  textura  das  amostras  na  forma  óxida,  são

apresentadas  pelas  análises  de  microscopia  eletrônica  de  transmissão  (MET)  e

microscopia  eletrônica  de  varredura  (MEV).  A  Figura  31,  apresenta  duas  análises  de

MET  da  amostra  Pd/Al2O3,  indicando  diferentes  concentrações  de  Pd  na  alumina.  A

região apresentada na Figura 31 (A), apresentou uma aglomeração de partículas de Pd,

enquanto  que  a  Figura  31  (B)  observa­se  uma  maior  dispersão  de  Pd,  o  que  está  de

acordo com os resultados obtidos através das análises de TPR, onde o óxido aglomerado

sofreria  a  redução  inicial  a  temperatura  ambiente,  enquanto  que  o  Pd  mais  disperso

sofreria redução à temperatura mais alta.

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82

Figura 31. MET da amostra Pd/Al2O3.

A Figura 32, apresenta a micrografia de transmissão para a amostra 10Ce/Al2O3,

onde observou­se a formação de pequenos cristalitos de CeO2 dispersos no suporte de  ­

alumina  com  tamanho  médio  de  7nm  medidos  diretamente  da  micrografia,

corroborando os dados de DRX apresentados anteriormente.

Figura 32. MET da amostra 10Ce/Al2O3.

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83

O  aumento  de  elementos  no  sistema  catalítico  dificultou  a  interpretação  das

micrografias  obtidas por MET. As análises de MEV geram  imagens as quais permitem

conhecer  a  estrutura  tridimensional  das  amostras,  que  aliados  a  análises  de  EDS

(“Energy Dispersive Spectroscopy”) permitem uma melhor compreensão da morfologia

e composição dos sistemas analisados.

Na Figura 33, a análise de MEV da amostra 10Zr/Al2O3 demonstra a formação

de grandes cristalitos de ZrO2 sobre a alumina, cristais estes identificados pelas análises

de  EDS,  mostradas  ao  lado  direito  da  figura.  A  inspeção  visual  direta  da  micrografia

permitiu  determinar  o  tamanho  médio  destas  aglomerações  em  torno  de  700nm  e

detectar outras formações cristalinas menores.

As análises de EDS para cada amostra  foi realizada em pelo menos três pontos,

como  os  resultados  se  apresentaram  muito  parecidos,  apenas  uma  foi  utilizada  para

ilustração.

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84

Figura 33 MEV com EDS da amostra 10Zr/ Al2O3.

A análises de MEV e EDS do sistema com os dois promotores são apresentados

na Figura 34, que apresenta a micrografia para a amostra 5Ce/5Zr/Al2O3. Observou­se a

formação  de  grandes  e  pequenas  partículas,  com  um  aumento  de  5000  vezes.  As

análises de EDS permitiram determinar  a composição pontual de determinados campos

escolhidos.  O  exemplo  apresentado  na  Figura  34  abaixo  apresenta  a  distribuição  de

elementos  localizados  no  entorno  demarcado,  onde  um  grande  aglomerado  de  ZrO2

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85

estaria  rodeado de pequenas partículas de CeO2, o que indica a formação de grandes e

pequenas partículas de oxido de Zr rodeado por pequenas partículas de Ce.

Figura 34. MEV com EDS da amostra 5Ce/5Zr/ Al2O3.

A análise da micrografia do catalisador Pd/5Ce/Al2O3, na Figura 35, apresentou

certa dificuldade em se detectar o Pd no sistema, pela sua proporção ser 1% em peso na

amostra,  estando  nos  limites  de  detecção  do  aparelho.  A  análise  de  EDS  na  área

demarcada  apresenta  a  formação  de  uma  composição  policristalina  contendo  Ce  e  Pd,

sugerindo  a  interação  entre  os  elementos,  permitindo  efeitos  tais  como  o  sinérgico,

sugeridos pelas análises de TPR.

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86

Figura 35. MEV com EDS da amostra Pd/5Ce/Al2O3.

A análise do sistema dos óxidos formados por Pd, Ce, Zr e Al, no catalisador de

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3,  por  EDS.  A  Figura  36,  apresenta  a  micrografia  eletrônica  de

varredura  para  a  amostra  citada  acima  com  vários  pontos  escolhidos  para  análises  de

EDS, discriminados através de numeração de 1 a 6.

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Figura 36. MEV da amostra Pd/10Ce/10Zr/Al2O3, com seis pontos de amostragem de

EDS.

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88

Observou­se  nas  áreas  analisadas  a  presença  de  Ce  e  Zr  em  quantidades

aparentemente  iguais  e  a  presença  de  Pd  em  1/3  das  áreas  da  amostragem.  Este  fato

estaria relacionado à quantidade de material envolvido, onde a porcentagem em peso do

Pd é de apenas 1%, enquanto que os outros dois são de 10%. Em nenhuma análise de

EDS foi constada a presença de Pd isoladamente, o que demonstraria a sua preferencial

localização nas proximidades dos promotores favorecendo possíveis interações e efeitos

entre  elementos.  A  grande  quantidade  de  óxidos  recobrindo  a  alumina,  levaria  a

impregnação do Pd nestes óxidos.

O mapeamento (Figura 37) confirmou a formação de grandes aglomerados, bem

como  pequenas partículas de  Zr  sobre  a  alumina  (visualizadas  através  do  mapeamento

em azul na figura). O Pd e o Ce se apresentam dispersos (pequena aglomeração de cor)

sobre o suporte, representado pelos quadros de cor vermelha e rosa, respectivamente. A

sobreposição dos quadros de mapeamento (Pd, Ce e Zr), permitiu analisar a localização

dos  elementos  envolvidos.  Verificou­se  uma  tendência  dos  elementos  se  impregnarem

nas  proximidades  dos  outros,  possibilitando  assim  certos  efeitos  de  interferência  entre

os mesmos.

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89

Figura 37. Mapeamento por EDS da amostra Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 para os elementos Al,

Ce, Zr e Pd.

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90

4.1.6. Espectroscopia Fotoeletrônica por Raios­X (XPS)

Devido  a  grande  quantidade  de  sistemas  em  estudo  e  a  melhor  performance

obtida nas análises de conversão,  foram escolhidos catalisadores da série 5 com 1% de

Pd para as análises de XPS.

Na  Figura  38,  são  apresentados  os  espectros  de  XPS  na  região  Pd  3d  das

amostras calcinadas. Os valores para  energia de ligação de Pd 3d5/2 estão apresentados

na Tabela 14. Os catalisadores que contém o Zr apresentaram interferência nos gráficos

referentes  ao  Pd,  sendo  necessário  um  tratamento  matemático  que  constou  da

deconvolução  dos  picos  correspondentes  ao  Pd  3d  através  da  rotina  de  ajuste  dos

mínimos  quadrados  usando  a  função  de  Gauss  e  remontando  os  gráficos

computacionalmente. Os gráficos originais podem ser observados na figura minimizada,

destacada ao lado esquerdo do gráfico.

O valor da energia de  ligação encontrado para o paládio na  ­alumina na forma

oxido é de 336,8 eV, referente a formação de oxido de paládio (PdO) [41]. Os valores

de  energia  de  ligação  Pd  3d5/2  apresentados pelos  catalisadores  variam  em  torno deste

valor quando o Pd se encontra na presença dos promotores. Este fato se deve a possível

influência do Ce e/ou Zr na composição iônica formada pelo Pd, levando o íon a forma

mais  ou  menos  catiônica,  devido  a  fenômenos  de  interações  formadas  entre  metal  e  o

suporte.  DAMYANOVA et  al.  [53]  estudando  sistemas  do  tipo  Pt/CeO2  e/ou  Al2O3

através  de  XPS,  constatou  pequeno  deslocamento  na  energia  de  ligação  do  Pt  4d5/2

dependendo do tipo de suporte,  relacionando esta mudança a transferências de elétrons

da rede da Pt para o suporte.

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91

­350 ­345 ­340 ­335

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Energia de ligação (e.v.)

Pd/Al2O

3

Pd 3d fase óxida

Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Energia de ligação (e.v.)

Pd/5Zr/Al2O

3Pd 3d

5/2

Figura 38. Espectros de XPS da região de Pd 3d dos catalisadores calcinados.

Tabela 14. Dados da energia de ligação dos níveis Pd 3d5/2, Zr 3d5/2, e Ce 3d5/2 para os

catalisadores calcinados.

Catalisador

                      Energia

          de ligação (eV)

Pd 3d5/2 Zr 3d5/2 Ce 3d5/2

Pd/Al2O3 336,8 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 336,4 ­ 883,6

Pd/5Zr/Al2O3 336,1 181,7 ­

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 336,0 181,6 883,3

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92

A Figura 39 apresenta os espectros de XPS para a região Pd 3d dos catalisadores

reduzidos  (500oC  por  1h).  Os  valores  da  energia  de  ligação  para  Pd  3d5/2  são

apresentados na Tabela 15.

Como pede ser visto pelos espectros da Figura 39 e pelos dados apresentados na

Tabela  15,  os  picos  referentes  à  energia  de  ligação  Pd  3d5/2  são  bem  centrados  e

simétricos,  levando a valores fixos em torno de 335,2 eV. Este valor corresponderia ao

Pd  metálico  [41],  mostrando  que  todo  o  paládio  superficial  se  encontraria  na  forma

reduzida após o  tratamento,  confirmando os dados obtidos para análises de TPR, onde

se obtiveram graus de redução de 100% para o Pd à temperaturas abaixo de 500oC.

­350 ­345 ­340 ­335

Pd 3d fase reduzida

Pd/5Ce/Al2O

3

Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Pd/Al2O3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (e.v.)

Pd 3d5/2

­350 ­345 ­340 ­335

Pd/5Zr/Al2O

3

Energia de ligação (e.v.)

Pd 3d5/2

Figura 39. Espectros de XPS da região de Pd 3d dos catalisadores reduzidos.

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93

Tabela 15. Dados da energia de ligação dos níveis Pd 3d5/2, Zr 3d5/2, e Ce 3d5/2 para os

catalisadores reduzidos.

Catalisador

                      Energia

          de ligação (eV)

Pd 3d5/2 Zr 3d5/2 Ce 3d5/2

Pd/Al2O3 335,4 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 335,2 ­ 883,6

Pd/5Zr/Al2O3 335,2 181,6 ­

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 335,3 181,5 883,9

Os espectros de XPS na região Zr 3d para os dois catalisadores que o contém na

sua formulação são apresentados na Figura 40. Observou­se que as amostras calcinadas

produziram  espectros  bem  definidos  com  boa  intensidade,  apresentando  energia  de

ligação  do  Zr  3d5/2  de  181,7  eV  e  181,6  eV,  respectivamente.  REDDY et  al.  [55]

reportaram valores para a energia de ligação do Zr 3d5/2 na zircônia pura em 182,2 eV.

Os valores se apresentaram em media 0,6 eV menores do que o valor da literatura, o que

poderia  indicar  uma  mudança  no  estado  de  coordenação  da  zircônia  quando  dispersa

sobre a alumina, o que deve estar relacionado à mudança no número de coordenação da

zircônia devido à interação do átomo de zircônio com a alumina através de ligações Zr­

O­Al.

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94

­190 ­185 ­180 ­175

3d5/2

3d3/2

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)

Pd/5Zr/Al2O

3

­190 ­185 ­180 ­175

3d3/2

3d5/2

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Figura 40. Espectros de XPS da região de Zr 3d dos catalisadores calcinados

A  redução  das  amostras  que  contém  o  Zr,  levou  a  espectros  apresentados  na

Figura  41.  Como  pode  se  observar,  não  ocorreu  nenhuma  mudança  significativa  no

espectro,  após  redução  em  relação  ao  espectro  da  amostra  calcinada.  SOUZA  [52]

estudando sistema Pt/Zr encontrou comportamento semelhante nas análises de XPS para

o Zr, não apresentando modificação na energia de ligação entre as amostras calcinadas e

reduzidas. Segundo o autor isto indicaria que a redução do zircônio verificada por TPR

é  um  fenômeno  puramente  superficial,  restrito  à  primeira  camada  atômica,  nas

vizinhanças da platina.

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95

­190 ­185 ­180 ­175

3d3/2

3d5/2

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3Pd/5Zr/Al2O

3

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)­190 ­185 ­180 ­175

3d3/2

3d5/2

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)

Figura 41. Espectros de XPS da região de Zr 3d dos catalisadores reduzidos.

Na  Figura  42  são  apresentados  os  espectros  de  XPS  para  a  região  Ce  3d  dos

catalisadores  de  Pd/5Ce/Al2O3  e  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.  Como  pode  ser  observado  são

espectros  de  grande  complexidade,  onde  a  identificação  das  regiões  se  torna difícil.  A

literatura  [56] reporta o espectro de CeO2 puro sendo dividido em seis picos principais

correspondendo  a  três  pares  de  dubletes  de  orbitais  “spin”.  Para  a  região  Ce  3d5/2  as

energias de ligação foram designadas por v, v´´e v´´´ correspondendo a de 882,5, 888,8

e  898,7  eV,  respectivamente.  A  região  para  Ce  3d3/2,  designados  por  u,  u´´  e  u´´´

correspondendo  a  energias  de  ligação  de  901,  906,8  e  916,9  eV,  respectivamente.  Na

Tabela 14, pode­se observar que as energias de ligação referentes à região de Ce 3d5/2,

são maiores do que para dados de literatura apresentados acima. Isto indicaria, segundo

vários trabalhos na literatura [44, 53, 57], uma mudança no número de coordenação do

Ce  devido  a  possíveis  interações  eletrônicas  com  o  suporte  e  os  outros  componentes,

que  estabilizaria  o  Ce  em  um  estado  de  oxidação  mais baixo. O que  significaria que o

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Ce é atomicamente mais disperso na superfície da alumina e  sofreria a  interferência do

outro promotor.

Uma  mudança  na  intensidade  do  pico  referente  à  energia  de  ligação  designada

por  v´´  no  espectro  do  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  em  relação  ao  Pd/5Ce/Al2O3,  sugere  uma

maior  formação  da  fase  Ce+3.  A  Tabela  16,  apresenta  valores  e  porcentagem  da

quantidade de Ce+3  e Ce+4  formados pelos catalisadores na forma calcinada e reduzida.

A quantificação não foi realizada da maneira usual,  levando­se em conta a contribuição

de  cada  pico  característico  referente  à  formação  de  Ce+3  [56]  pela  dificuldade  de

localização  devido  a  possíveis  sobreposições  dos  picos  relativos  a  Ce+3  e  Ce+4.  De

acordo  com  SUN et  al.  [58]  o  pico  satélite  designado  por  u´´´,  surge  exclusivamente

para o CeO2, ausente quando do espectro para Ce2O3 puro. Então foi possível estimar a

quantidade  de  Ce+3  presentes  nas  nossas  amostras.  O  cálculo  se  baseia  em  se  obter  a

área  gerada  pela  integral  do  pico  u´´´  com  respeito  à  área  total  para  o  Ce  3d,  que

segundo o autor pode ser apresentada em porcentagem de Ce+4 (equação 41) com erro

de 10%.

Ce+4 =141  x 100                                                                         (41)

Onde   é a percentagem da área do pico u´´´ em relação da área  total de Ce 3d. Pelos

valores  apresentados  na  Tabela  16,  se  observou  que  o  catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

apresenta  uma  alta  percentagem  de  Ce+3,  enquanto  que  o  Pd/5Ce/Al2O3  apresenta

exclusivamente Ce+4. Este fato se deveria a duas explicações, uma dada por FALLAH et

al.  [56],  onde  uma  redução  parcial  do  Ce+4  poderia  ser  alcançada  durante  o  pré­

tratamento de XPS  sob vácuo,  onde a redução seria atribuída à eliminação progressiva

de  hidróxidos  superficiais  e  oxigênio  na  superfície  do  CeO2.  A  outra  dada  por

DAMYANOVA et al. [44], onde a ocorrência de Ce+3 estaria relacionada à formação de

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CeAlO3,  quando  cátions  de  Ce+3  ocupariam  vacâncias  de  coordenação  octaédricas  na

superfície da alumina. Este fenômeno ocorreria em amostras onde o cério está altamente

disperso e a temperaturas mais altas. O método de preparação que, necessita de mais um

passo  de  calcinação  para  as  amostras  com  os  dois  óxidos  promotores,  poderia  dar

condições para este fenômeno ocorrer.

A Figura 43, apresenta os espectros de XPS para os catalisadores  reduzidos na

região de Ce 3d. Os espectros apresentam notória modificação na intensidade dos picos

relativos  ao  CeO2,  com  grande  sobreposição  de  picos.  Esta  modificação  se  deveria  a

formação  de  Ce2O3  na  superfície  do  catalisador.  Pela  Tabela  15  os  valores  para  a

energia  de  ligação Ce 3d5/2  apresentam valores parecidos aos obtidos para as amostras

calcinadas. A  redução do Ce fica  latente  se observados os dados da Tabela 16, onde a

amostra de Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 apresenta um maior porcentagem de Ce+3 na superfície da

amostra  do  que  para  o  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3.  Isto  sugere  que  estes  sistemas

apresentam  grande  parte  do  Ce  estabilizado  como  Ce+3,  mesmo  antes  da  redução,

diminuindo  a  capacidade  de  estocar/liberar  oxigênio  levando  a  um  catalisador  menos

ativo para as reações estudadas.

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98

­920 ­900 ­880

u'''

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)

v

Pd/5Ce/Al2O

3

v''

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

u

u''

­920 ­900 ­880

v''

Inte

nsia

ddad

e (u

.a.)

Energia de ligação (eV)

v'''

u'''

Figura 42. Espectros de XPS para os catalisadores óxidos na região de Ce 3d

­920 ­900 ­880

u'''

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Energia de ligação (eV)

Pd/5Ce/Al2O

3

v

u

u''

­920 ­900 ­880

Inte

nsia

de (u

.a.)

Energia de ligação (eV)

Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

u'''

v''

v'''

Figura 43. espectros de XPS para os catalisadores reduzidos na região de Ce 3d

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Tabela 16. Quantificação do Ce 3d5/2 dos catalisadores com promotor Ce, oxidados e

reduzidos.

Catalisador % de Ce+4 % de Ce+3

Pd/5Ce/Al2O3

Oxidado

Reduzido

100

33

0

67

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

Oxidado

Reduzido

27

19

73

81

A  Tabela  17, apresenta as  razões atômicas dos diferentes  elementos,  calculados

através da integração dos picos referentes a cada região de cada elemento do espectro de

XPS,  ajustados  através  de  seus  respectivos  fatores  de  sensibilidade,  para  os

catalisadores calcinados e reduzidos.

A razão teórica calculada para o catalisador Pd/Al2O3 foi 5.10­3; comparado aos

valores da Tabela 17, o paládio depositado na superfície representa 22% do total.

Um  pequeno  aumento  da  razão  Pd/Al  foi  observado  para  os  catalisadores

promovidos  em  relação  ao  catalisador  de  Pd/Al2O3.  Este  fato  se  deve  ao  método  de

preparação,  a  superfície  da  alumina  inicialmente  seria  recoberta  por  estes  dois  óxidos

promotores,  com  o  Pd  sendo  depositado  sobre  os  mesmos  e  a  alumina.  Para  os

catalisadores promovidos com Zr, este aumento foi aproximadamente 3 vezes maior do

que para o catalisador Pd/Al2O3. Através de nossos dados de microscopia, observou­se a

tendência  do  metal  nobre  se  impregnar  nas  vizinhanças  das  aglomerações  de  ZrO2,

localizando o Pd na superfície.

Como  pode  ser  observado  pela  razão  Zr/Al,  grande  quantidade  de  ZrO2  se

localizaria  na  superfície.  Para  os  catalisadores  reduzidos,  observa­se  que  a  razão  entre

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100

Zr/Al  não  modifica  seus  valores  em  comparação  a  amostra  calcinada,  o  que  poderia

demonstrar a grande estabilidade térmica deste óxido.

As  razões  para  Pd/Al  em  todos  os  catalisadores  reduzidos  apresentam  uma

diminuição  nos  valores  em  relação  às  amostras  calcinadas.  Este  fato,  segundo  a

literatura [41] estaria associado à sinterização do paládio sob atmosfera de hidrogênio.

Tabela 17. Razões atômicas dos diferentes componentes químicos para os sólidos

investigados por XPS.

Catalisador Pd/Al (x10­3) Zr/Al (x10­3) Ce/Al (x10­3)

Forma oxida

Pd/Al2O3 1,1 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 1,35 ­ 0,38

Pd/5Zr/Al2O3 3,2 17 ­

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 3,6 20 0,80

Reduzido

Pd/Al2O3 0,58 ­ ­

Pd/5Ce/Al2O3 0,88 ­ 0,77

Pd/5Zr/Al2O3 2,6 16,6 ­

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 2,5 20 0,79

4.1.7. Espectroscopia de Reflectância Difusa na faixa do UV­Vis (DRS).

DRS forma óxido.

Com  a  finalidade  de  se  obter  dados  complementares  dos  estados  de  oxidação,

bem como estados de coordenação formados, foram feitas análises de DRS em algumas

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101

amostras escolhidas da série 10% de catalisadores. A escolha da citada série foi devido

à intensificação das bandas propiciada pela proporção dos promotores. Os espectros de

DRS das amostras 10Ce/Al2O3, 10Zr/ Al2O3, 10Ce/10Zr/ Al2O3 e Pd/10Ce/10Zr/ Al2O3

alem  do  Pd/Al2O3,  medidas  após  calcinação  a  500oC  são  apresentadas  na  Figura  44,

tomando como referência à alumina.

Figura 44. DRS das amostras calcinadas.

A  banda  de  absorção  de  UV  em  aproximadamente  315nm  (C)  na  amostra

10Ce/Al2O3 estaria associada à formação de CeO2 mássico, enquanto que uma pequena

banda a 250nm (D) poderia estar associada à formação de aluminato de cério onde, após

calcinação  íons  de  Ce+3  seriam  inseridos  na  matriz  da  alumina  [53].  A  banda  formada

em 305 nm (E), seria relativa a transição de carga O­2  Ce+4.

O  comprimento  de  onda  correspondente  à  absorção  de  UV  de  uma  amostra

semicondutora,  tal como o cério e zircônio pode identificar com sucesso a presença de

200 300 400 500 600 700 800

F (R

)

C omprimento de onda (nm)

 Pd/Al2O 3

 10Ce/Al2O

3

 10Zr/Al2O 3

 10C e/10Zr/Al2O

3

 Pd10C e/10Zr/A l2O 3

A

B

B

C

C

D

E

2 0 0 3 0 0 4 0 0 5 0 0 6 0 0 7 0 0 8 0 0

1 0Zr/Al2O

3

F(R)

C om prim ento de onda (nm )

(x3)

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102

nanocristais  que  escapam  da  análise  por  DRX  [44].  Na  Figura  44,  a  intensidade  da

banda de absorção provocada pelo Zr é muito menor que para as outras amostras, sendo

portanto destacada na figura, aumentada em 3 vezes, onde foram observadas bandas de

absorção  entre  200­300  nm  que  estariam  associadas  a  transições  de  transferência  de

carga do tipo Zr+4  O­2, indicando a presença de ZrO2 [59].

Quando os óxidos de cério e zircônio estão impregnados na matriz de  ­alumina

o  espectro  de  DRS  se  assemelha  ao  referente  ao  10Ce/Al2O3,  diferenciando­se  apenas

pela  intensidade  das  bandas.  A  literatura  [60]  mostra  a  relação  direta  entre  a  tamanho

dos microcristais  semicondutores  e  a  mudança na  intensidade  e  localização das bandas

de absorção, o que  levaria a crer que o zircônio teria um efeito na dispersão e tamanho

de grão formado pelo cério (corroborando dados de DRX).

A  amostra  de  Pd/Al2O3  apresenta  duas  bandas  de  absorção  com  máximos

próximos  a  350  nm,  designada  no  gráfico  por  (A),  e  a  460  nm  designado  por  (B).  A

primeira  banda  seria  atribuída  a  um  paládio  com  coordenação  tetraédrica  ligado  a

diferentes  tipos  de  oxigênio  provenientes  de  água  de  hidratação  [Pd(H2O)y]  ou

hidroxilas  da  alumina  [Pd(OH)x]  e  a  segunda  correspondendo  a  um  PdO  complexo

mássico [61].

No  catalisador  Pd/10Ce/10Zr/Al2O3  (referência  alumina)  aparecem  os  picos

correspondentes  ao  Ce+4  (C)  e  o  de  PdO  (B).  Tomando­se  como  referência  o

10Ce/10Zr/Al2O3  um  novo  gráfico  foi  gerado  e  apresentado  na  Figura  45,  onde  a

interferência  do  suporte  e  promotores  foi  retirada  identificando­se  somente  bandas

referentes  ao  paládio.  Apenas  uma  banda  relativa  à  posição  (B),  (correspondente  a

cristais de PdO)  foi observada. No  trabalho de SCHMAL et al.  [62],  trabalhando com

catalisadores  do  tipo  Pd/Mo/alumina,  verificou  resultado  semelhante,  onde  o

desaparecimento  da  banda  (A)  (referente  à  presença  de  Pd­OH),  estaria  associado  à

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formação  de  camadas  de  promotor,  recobrindo  a  alumina,  onde  o  Pd  se  dispersaria

nestas camadas. Estes resultados estão de acordo com nossas observações feitas através

de  MEV  e  dados  de  EDS  apresentados  anteriormente.  O  Pd  tenderia  a  se  localizar  e

dispersar preferencialmente nas proximidades, bem como sobre os óxidos promotores.

200 300 400 500 600 700 800

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 (ref. 10Ce/10Zr/Al2O3)

F(R

)

Comprimento de onda (nm)

Pd/Al2O

3 (ref. alumina)

Pd/10Ce/10Zr/Al2O3 (ref. alumina)

A

CB

B

B

Figura 45. DRS dos catalisadores Pd/Al2O3 e Pd/10Ce/10Zr/Al2O3, tomando como

referência à alumina e 10Ce/10Zr/Al2O3.

4.2. Redução do NO por CO.

4.2.1. Dessorção de NO a Temperatura Programada (TPD de NO).

Na  Figura  46  estão  apresentados  os  perfis  de  TPD  de  NO  para  a  alumina.

Observou­se  grande dessorção de NO com formação de dois picos com o aumento da

temperatura.  O  primeiro  pico  com  máximo  em  248oC  e  o  segundo  com  máximo

próximo  a  500oC.  Estes  dois  picos  estariam  associados  a  duas  diferentes  formas  de

adsorção  do  NO na  alumina.  Os dados  apresentados por  DRIFTS  no  capítulo  (4.2.5),

confirmaram a formação de diferentes espécies no suporte.

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104

100 200 300 400 500 600 700 800

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2O

N2

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Isotérmico

244

500

100 200 300 400 500 600 700 800

Temperatura (oC)

H2

H2O

O2

Isotérmico

500

Figura 46. TPD de NO para a alumina.

Ao longo da termodessorção, observou­se a formação de N2O, bem como de N2,

devido à dissociação do NO no suporte, acompanhando o perfil do NO. A dessorção de

oxigênio  com  máximo  em  aproximadamente  500oC,  comprova  a  adsorção  dissociativa

do NO na alumina.

Estudos  de  literatura  [61]  sugerem  que  a  redução  do  NO  estaria  diretamente

relacionada com vacâncias de oxigênio existentes nos óxidos, sugerindo que a atividade

de  cada  óxido  como  catalisador  está  fortemente  ligada  com  a  força  da  ligação  metal­

oxigênio na rede.

Através  de  nossos  dados de  DRX,  a  fase encontrada para a alumina é a  ,  que

segundo  TRIMM  [63]  apresenta  uma  estrutura  cristalina  espinélica  distorcida,  sendo

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105

representada  pela  formula  Al8/3 1/3O4­y/2(OH)y,  onde    seria  uma  vacância  catiônica.

Essas  vacâncias  seriam  responsáveis  pela  adsorção  dissociativa  do  NO,  sugerido  pela

equação (42).

Al­       ­Al + NO   Al­ O ­Al + Nads.                              (42).

Com  o  aumento  da  temperatura,  o  oxigênio  excedente  na  rede  da  alumina  seria

dessorvido, e as espécies Nads, se rearranjariam dessorvendo N2 e N2O.

Pode­se  observar  que  acima  de  300oC  tem­se  a  dessorção  de  H2O  relativa  ao

rearranjo dos grupos hidroxilas da alumina.

Na  Tabela  18,  estão  apresentados  os  valores  dos  compostos  de  nitrogênio

dessorvidos em todas as amostras analisadas. A formação de NO2 não foi constatada em

nenhuma  delas.  Estes  dados  contrariam  os  dados  apresentados  por  HARMSEN et  al.

[15]  afirmando  através  de  seus  dados,  que  a  ­alumina  não  reage  ou  adsorve  NO.  O

observado  através  de  todos  os dados  experimentais  foi  a  grande  influência  da  alumina

nos  processos  de  adsorção  de  NO  e  CO,  ratificados  por  dados  de  infravermelho,  o

método  de  análise  através  de  pulsos  utilizados  pelo  autor  citado  acima,  não  seria

suficiente para apresentar dados de adsorção dos seus substratos.

O  perfil  de  dessorção  de  NO  das  amostras  de  5Zr/Al2O3,  5Ce/Al2O3  e

5Ce/5Zr/Al2O3  estão  apresentados  nas  Figura  47,  48  e  49,  respectivamente.  Todos  se

assemelham  ao  perfil  de  dessorção  da  alumina.  Entretanto,  os  dados  apresentados  na

Tabela 18 demonstraram a contribuição dos óxidos impregnados na adsorção do NO. A

amostra 5Ce/5Zr/Al2O3 apresentou a maior adsorção reversível de NO, enquanto que a

amostra  5Zr/Al2O3  apresentou  maior  formação  de  produtos  de  reação,  N2O  e  N2.  Os

precursores  que  contém  Ce  na  composição  apresentaram  um  pico  de  N2O  a  161oC,

diferente  das  outras  duas  amostras.  CIUPARU et  al.  [64]  apresentaram  resultados

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106

semelhantes  para  seu  sistema  Ce/Al2O3  reduzido,  atribuindo  este  pico  extra  ao  NO

adsorvido  em  sítios  Ce+3.  Os  dados  de  TPR  e  XPS  mostraram  que  o  Ce  apresenta

redução,  disponibilizando  estes  sítios.  Os  dados  de  DRS in  situ  com  fluxo  de  NO

(capítulo  4.2.3)  nas  amostras  Ce/Al2O3  demonstraram  a  oxidação  do  Ce  parcialmente

reduzido, promovendo assim a dissociação do NO a N2 e N2O.

O  aumento  da  temperatura  de  dessorção  do  NO  no  precursor  5Zr/Al2O3  em

relação às amostras com 5Ce/Al2O3, obedece a crescente acidez do óxido [65]. O ZrO2

teria  a  capacidade  de  adsorver  com  maior  intensidade  o  NO,  ou  modificar

significativamente a forma da alumina adsorver o mesmo.

100 200 300 400 500 600 700 800

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

NO

N2

N2O

Isotérmico

265

500

100 200 300 400 500 600 700 800

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

O2

H2O

H2

Isotérmico

Figura 47. TPD de NO para a amostra 5Zr/Al2O3.

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107

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

N2O

N2

NO

Isotérmico

167

493

160240

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

O2

H2O

H2

Isotérmico

Figura 48. TPD de NO da amostra 5Ce/Al2O3.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2

N2O

Isotérmico

187

500

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

O2

H2O

H2

Isotérmico

Figura 49. TPD da amostra 5Ce/5Zr/Al2O3.

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108

Os gráficos que representam os perfis de TPD de NO para os catalisadores com

Pd  impregnado,  apresentam  os perfis  bem  diferentes  dos precursores.  Na  Figura  50,  é

apresentado o perfil de TPD de NO para o catalisador de Pd/Al2O3. Observou­se que o

NO  dessorve  em  três  picos,  185o,  340o  e  450o  C,  sugerindo  pelo  menos  três  sítios

disponíveis  para  a  adsorção  do  NO.  Este  perfil  se deve à contribuição da adsorção de

NO  no  paládio  metálico  e  no  suporte.  Os  dados  de  DRIFTS  (reação  NO/CH4),

mostrados posteriormente no capítulo 4.3.1, sugerem a formação de diferentes espécies

de NO adsorvido no Pd, assim como vários  trabalhos da literatura [62, 64, 66]. O NO

adsorvido  linearmente  no  Pd,  seria  dessorvido  a  baixas  temperaturas  (espécies  menos

estáveis),  enquanto  que  as  outras  formas  de  adsorção  no  Pd  (adsorções  em  ponte)

dessorveriam em temperaturas maiores (espécies mais estáveis) [64].

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2

N2O

185

340450

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

O2

H2O

H2

Isotérmico Isotérmico

Figura 50.TPD de NO do catalisador Pd/Al2O3

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109

Pela  Tabela  18,  observou­se  a  grande  quantidade  de  NO  adsorvido

reversívelmente  pelo  catalisador  Pd/Al2O3  em  relação  aos  outros.  Podemos  sugerir  a

inicial  adsorção  dissociativa  no  Pd  com  a  oxidação  do  metal  nobre.  Nossos  dados  de

DRS in situ com NO, apresentado a seguir, mostraram a reoxidação do catalisador com

o aumento de temperatura, indisponibilizando sítios ativos favorecendo a dessorção não

dissociativa.  A  formação  de  N2O  e  N2  à  baixa  temperatura  (135o),  indicam  a  relação

com o primeiro pico de dessorção do NO, fracamente adsorvido.

Tabela 18. Quantidades de espécies de nitrogênio formadas durante TPD de NO

mol/gcat).

Catalisador NO ( mol/gcat) N2 ( mol/gcat)  N2O ( mol/gcat)

Al2O3 132,1 2,9 17,9

5Ce/Al2O3 143,4 1,2 17,5

5Zr/Al2O3 158,5 6,9 31,6

5Ce/5Zr/Al2O3 243,2 2,3 9,3

Pd/Al2O3 183,6 4,4 17,2

Pd/5Ce/Al2O3 0,0 4,7 13,5

Pd/5Zr/Al2O3 14,6 8,9 14,6

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 48,8 13,8 21,3

Os  catalisadores  impregnados  com  os  promotores  modificaram

significativamente os perfis de TPD em relação ao catalisador Pd/Al2O3, como pode ser

observado pelas Figuras 51, 52 e 53.

O  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3  apresentou  dois  picos  de  dessorção  de  NO  com

máximos em 234oC (maior) e outro em 415oC (menor). A dessorção de N2 e N2O segue

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110

o perfil da dessorção do NO. Observou­se pequena dessorção de O2 à altas temperaturas

(aumentado 4x no gráfico). O zircônio aumentou a temperatura de dessorção do NO em

relação  ao  catalisador  não  promovido  assim  como  os  produtos,  demonstrando  a

modificação do ambiente químico do Pd pelo zircônio, aumentando a força de adsorção

das  espécies.  O  catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  apresenta  um  perfil  parecido  ao

catalisador  impregnado  com  Zr.  A  formação  de  grandes  partículas  de  zircônio  e  a

preferência do metal nobre se impregnar sobre estas partículas, evidenciados por nossos

dados de microscopia eletrônica com  técnica de EDS,  sugere a menor  interação do Ce

com o Pd.

Pela  Tabela  18,  observou­se  que  os  promotores  (Ce,  Zr  e  Ce/Zr)  diminuem  a

dessorção  de  NO  nos  catalisadores  em  relação  aos  precursores  mais  de  10  vezes.  No

Pd/5Ce/Al2O3  a  dessorção  do  NO  é  nula  com  a  formação  de  N2  e  N2O  via  adsorção

dissociativa,  com  picos  máximos  para  o  N2O  em  268oC  e  N2  com  pico  máximo  em

162oC.  Estes  valores  de  dessorções  baixos  para  o  NO  (ver  Tabela)  nos  catalisadores

promovidos  em  relação  ao  catalisador  Pd/Al2O3,  sugerem  uma  grande  adsorção

dissociativa  a  baixas  temperaturas  nestes  sistemas,  evidenciando  grande  habilidade  de

dissociação  do  NO  nos  óxidos  Ce  e  Zr  parcialmente  reduzidos  através  do  sinergismo

com o metal nobre.

As  análises  de  TPD  de  NO  para  os  catalisadores  Pd/5Ce/Al2O3  e

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  apresentaram  dessorção  de  hidrogênio  à  altas  temperaturas  (pico

máximo  em  500oC). Foram realizados  testes em branco  (não apresentados) nestes dois

catalisadores, apresentando dessorção apenas das massas m/e = 2 e m/e = 18, referentes

à  formação  de  H2  e  H2O,  respectivamente Na  literatura pesquisada não  foi encontrada

referência  da  formação  de  hidrogênio  em  sistemas  similares  com  Ce.  BALDANZA

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111

[67], estudando catalisadores do tipo Pd­MoO3/Al2O3 em experimentos de TPD de NO,

obteve  a  formação  de  hidrogênio  a  altas  temperaturas,  relacionando  este  resultado  à

formação  de  compostos  do  tipo  HxMoO3  denominados  bronzes,  obtido  através  do

derramamento (spillover) de hidrogênio do metal nobre durante a etapa de redução. As

análises de TPD e TPR, sugeriram a ocorrência deste fenômeno no Ce.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2

N2O

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

x4 O2

H2O

H2

Isotérmico Isotérmico

Figura 51. TPD de NO do catalisador de Pd/5Zr/Al2O3.

A  complexidade  destes  espectros  se  deve  a  reatividade  do  paládio,  cério  e

zircônio para a decomposição do NO.

CORDATOS e GORTE [68] investigaram a adsorção de NO em catalisadores de

modelo  Pd/céria  e  sugeriram  que  a  rede  de  oxigênio  do  CeO2  da  fronteira metal­cério

provê  oxigênio  ao  metal  para  a  reação  de  oxidação,  enquanto  sítios  reduzidos  na

fronteira  provêem  sítios de  adsorção  para  NO.  Apesar  das diferenças entre Pd/CeO2  e

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112

este sistema há uma interpretação potencial para os resultados de TPD. SCHMAL et al.

[62] trabalhando com catalisadores do tipo Pd­xMo/Al2O3, variando a quantidade de Mo

de  2  a  20%,  sugeriram  que  a  redução  do  NO  estaria  relacionada  às  vacâncias  de

oxigênio presentes nos óxidos. A reoxidação do MoOx reduzido pelo NO promoveria a

formação  de  N2.  Mais  recentemente,  NORONHA et  al.  [54],  estudando  sistemas  de

catalisadores Pd/Al2O3  impregnados com CeO2, MoO3 e Nb2O5  (com concentração em

torno  de  10%  em  peso),  reduzidos  a  500oC  por  2h,  sugeriram  que  a maior  ou  menor

dissociação do NO pode ser associada às propriedades redox dos óxidos, onde melhores

resultados  são  obtidos  em  promotores  com  facilidade  de  redução  favorecendo  um

mecanismo redox.

100 200 300 400 500 600 700 800

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2

N2O

100 200 300 400 500 600 700 800

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

O2

H2O

H2

Isotérmico Isotérmico

Figura 52. TPD de NO do catalisador de Pd/5Ce/Al2O3.

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113

Estes  resultados  sugerem  que  o  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3  apresenta  maior

adsorção  dissociativa  de  NO  pela  sua  grande  capacidade  redox  em  relação  ao

catalisador não promovido e os promovidos com Zr ou Ce/Zr.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

NO

N2

N2O

200 400 600

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura (oC)

x4O

2

H2O

H2

Isotérmico Isotérmico

Figura 53. TPD do catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.

4.2.2. TPD de CO.

A  Figura  54,  apresenta  os  perfis  de  TPD  para  a  alumina.  TPD’s  para  os

precursores dos catalisadores com promotores Ce e/ou Zr, apresentaram perfis idênticos

aos da alumina, que não serão apresentados aqui.

Observou­se que todo o CO adsorvido no suporte oxida e dessorve sob a forma

de CO2. Esta dessorção ocorre a temperaturas acima de 50oC, com máximo em 260oC.

A alumina é considerada por vários autores como um substrato inerte e não reativo. Os

dados  aqui  apresentados  sugerem  pequena  adsorção  de  CO  a  temperatura  ambiente  e

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114

dessorção  de  CO2  com  o  aumento  de  temperatura.  A  Tabela  19,  apresenta  dados

quantitativos de adsorção/dessorção de espécies CO e sua oxidação.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

CO

CO2

Isotermico

260

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

H2

H2O

O2

Isotermico

Al2O

3

Figura 54. TPD de CO para a alumina.

A  produção  de  CO2  é  sugerida  na  literatura  [69]  via  a  reação  de

desproporcionamento  (Reação  de  Boudouart)  que  envolve  a  dissociação  do  CO,

segundo a reação mostrada abaixo:

2COads  Cads + CO2                                       (43)

Ou pela oxidação do CO (adsorvido ou gasoso) pelos grupos hidroxilas do suporte e/ ou

vapor d’água (shift):

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115

CO(ads/g) + OH(suporte)  CO2 + ½ H2                (44)

CO(ads/g) + H2O(g)  CO2 + H2                          (45)

Como pode ser observado, a ausência de H2 no gráfico da alumina, assim como

em todos os precursores, sugere como reação mais provável a de desproporcionamento

para  a  formação  de  CO2.  Vários  autores  [67,  69,  70]  sugeriram  esta  via  em  diversos

catalisadores.  A  análise  de  TPD  de  CO  da  alumina,  não  apresentou  nenhuma

modificação  na  coloração  ( ­alumina,  branca),  evidenciando  a  ausência  de  possível

formações de carbono.

Tabela 19. Dados quantitativos de adsorção/dessorção de espécies CO e sua oxidação.

Catalisador CO ( mol/gcat) CO2 ( mol/gcat)

Al2O3 0,0 15,0

5Ce/Al2O3 0,0 95,3

5Zr/Al2O3 0,0 22,9

5Ce/5Zr/Al2O3 0,0 30,5

Pd/Al2O3 2,8 31,2

Pd/5Ce/Al2O3 2,0 35,9

Pd/5Zr/Al2O3 0,6 16,3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 1,5 28,1

Pelos  dados  de  adsorção  de  DRIFTS  de  CO  (capítulo  4.2.6)  realizados  à

temperatura  ambiente,  a  via  de oxidação de CO em CO2  sugere  ser mais complexa do

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116

que sugerida na literatura, com a formação de varias espécies adsorvidas (bicarbonatos e

carbonatos), que com aumento de temperatura dessorvem como CO2.

Na  Figura  55,  são  apresentados  os  perfis  de  TPD  de  CO  para  o  catalisador

Pd/Al2O3.  Para  este  catalisador,  assim  como  para  todos  os  catalisadores  uma  fração

significativa do CO adsorvido, dessorve na forma de CO2.

Observou­se um pico de dessorção de CO com máximo próximo a 250oC. O CO

dessorvido  se deve às  diversas  formas de  adsorção  do  CO  no  Pd  (espécies adsorvidas

linearmente e em ponte, comprovado por análises de DRIFTS).As espécies dessorvidas

abaixo de 250oC corresponderiam às espécies linearmente adsorvidas , por causa da sua

menor  energia  de  ligação,  enquanto  que  as  dessorvidas  a  temperaturas  mais  altas  se

deveriam  às  formações  em  ponte  [70].  Uma  grande  dessorção  de  CO2  aparece  nesta

mesma  faixa  de  temperatura,  que  é  gerado  pela  oxidação  do  CO  adsorvido  tanto  na

alumina como pela reação de desproporcionamento ocorrido no Pd, como sugerido por

VALDEN et al. [71] em catalisadores Pd/LaAlO3.

Observou­se  um  ombro  na  dessorção  de  CO2  em  torno  de  380oC,  coincidente

com uma pequena dessorção de H2. DROPSCH e BAERNS [70], reportaram que esta

formação  coincidente  com  a  formação  de  hidrogênio  é  conseqüência  da  reação  “shift”

entre o CO(ads) e grupos hidroxilas na superfície do suporte (reação 43). Nossos dados de

DRIFTS  (capítulo  4.2.5),  mostraram  a  formação  de  formiatos,  que  poderiam  levar  a

formação de CO2 e H2.

A  participação  do  metal  nobre  pode  ser  constatada  pelos  dados  da  Tabela  19,

onde se observou uma quantidade maior de CO2 formada em relação ao suporte.

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117

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

CO

CO2

Isotermico

Pd/Al2O

3

250

380

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

H2O

H2

O2

Isotermico

380

Figura 55. TPD de CO do catalisador Pd/Al2O3.

Os  perfis  de  TPD  para  o  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3,  são  apresentados na Figura

56.  A  dessorção  de  CO,  neste  catalisador  apresentou  duas  bandas  de  dessorção,  com

máximos em 160 e 306oC. A oxidação de CO apresentou grande dessorção de CO2 nas

mesmas  temperaturas  de  dessorção  do  CO.  Diferente  do  catalisador  sem  promotor,  a

temperatura de dessorção de CO2 é aproximadamente 80oC menor.

VALDEN et  al.  [71]  estudaram,  também,  a  termodessorção  de  CO  em

catalisadores  de  Pd  suportados  em  Al2O3,  comparando  os  resultados  de  TPD  com

medidas no infravermelho. Os autores observaram, a presença de CO ligado ao paládio

nas formas linear e em ponte porém, não houve a formação de CO2 nas análises de TPD.

Segundo os autores a formação de CO2 é promovida por catalisadores com tamanhos de

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118

partículas de Pd menores que os encontrados nas amostras preparadas por eles, ou seja,

< 4,2 nm.

PAVLOVA et  al. [72]  apresentaram  um  estudo  de  termodessorção  de  CO  em

Pd,  analisando  os  perfis  obtidos  para  amostras  de  Pd  mássico  e  Pd  suportado  em

diferentes  óxidos  (Al2O3,  TiO2  e  SiO2).  Os  autores  observaram  comportamentos

bastante distintos entre as amostras e atribuíram o fato a vários fatores como tamanho de

partícula, dispersão,  interação do Pd com o suporte, além da capacidade do suporte de

adsorver CO. Segundo esses autores, o aumento da dispersão do Pd, expande a faixa de

temperatura  de  dessorção  do  CO,  mostrando  novos  picos  tanto  a  temperatura  baixa

quanto alta.

Estes estudos demonstram a direta relação entre a adsorção das espécies CO no paládio

(linear  ou  ponte)  com  o  tamanho  de  partícula  no  catalisador.  Os  dados  de  DRX

demonstraram  a  influência  do  óxido  de  zircônio  no  tamanho  de  partícula  formada.

Pequenas  partículas  favoreceriam  a  adsorção  linear  do  CO,  modificando  o  perfil  de

termodessorção do CO.

Pela Tabela 19, pode se observar à influência do Zr na adsorção de CO, onde a

quantidade de CO2 formado é maior no precursor 5Zr/Al2O3 do que para o suporte.

Não foi observado a dessorção de H2, neste caso, indicando que o mecanismo de

adsorção/reação de CO para este catalisador é diferente dos outros sistemas.

A grande formação de água pode sugerir a seguinte seqüência de reação (46).

CO(ads/g) + 2OH(suporte)  CO2 + H2O                 (46)

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119

O que sugere uma grande disponibilidade de hidroxilas no suporte propiciadas por este

sistema.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

CO

CO2

Isotermico

Pd/5Zr/Al2O

3

160

306

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

H2

H2O

O2

Isotermico

Figura 56. TPD de CO do catalisador Pd/5Zr/Al2O3.

O catalisador Pd/5Ce/Al2O3 apresenta os perfis de TPD de CO na Figura 57.

O  pico  de  dessorção  do  CO  apresenta  um  máximo  em  aproximadamente  230oC,

coincidente  com  o  máximo  relativo  a  geração  de  CO2.  Este  pico  único  representa  a

dessorção de diferentes coordenações do CO adsorvido no Pd, como observados pelas

análises de DRIFTS no capítulo 4.2.6. A contribuição do cério na dessorção do CO nos

parece  improvável  devido  aos  resultados  encontrados  para  o  precursor  (5Ce/Al2O3)

deste  catalisador  visto  na  Tabela  19.  A  mobilidade  da  rede  de  oxigênio  do  Ce,  como

sugerido  por  DRS in  situ  com  CO,  demonstra  possível  contribuição  do  promotor nas

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120

interações com o CO. A reação entre os oxigênios da rede do óxido de cério com o CO

seria responsável pela formação direta de CO2, segundo a reação abaixo:

COads + 2CeO2  CO2 + Ce2O3.            (47)

Observou­se  uma  grande dessorção  de  H2  neste  catalisador, com pico principal

máximo,  em  aproximadamente  300oC.  Esta  grande  formação  de  H2  pode  estar

relacionada  com  a  grande  quantidade  de  hidroxilas  existentes  nestas  amostras  após

redução.

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

CO

CO2

Isotermico

230

100 200 300 400 500 600 700

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

Temperatura oC

H2O

H2

O2

Isotermico

Pd/5Ce/Al2O

3

300

Figura 57. TPD de CO do catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

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121

É bem conhecida a grande quantidade de grupos hidroxilas presentes na maioria

dos óxidos expostos a atmosfera redutora de H2. BINET et al. [73] reportaram, através

da  técnica  de  infravermelho,  a  grande  quantidade  de  grupos  hidroxilas  presentes  na

superfície do CeO2 a temperatura ambiente.após tratamento do Ce puro em atmosfera de

13kpa por 30 min de H2 a 300oC.

Os  dados  de  DRIFTS  (capítulo  4.2.5),  demonstraram  a  formação  mais

pronunciada  de  bicarbonatos  na  adsorção  de  CO  à  temperatura  ambiente  nos  sistemas

com  Ce.  A  formação  destas  espécies,  como  discutida,  é  diretamente  dependente  dos

grupos hidroxila disponíveis. Portanto, podemos sugerir a reação do CO adsorvido com

as hidroxilas do suporte e promotor, formando as espécies bicarbonatos. Estas espécies,

com o aumento de temperatura decompõe em CO2 e H2.

O catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3,  apresentou perfis de dessorção semelhante aos

observados para o Pd/5Ce/Al2O3, como pode ser visto na Figura 58.

1 00 2 00 3 00 4 00 5 00 6 00 7 00

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

T em peratura oC

C O

C O2

Iso térm ic o

240

1 00 2 00 3 00 4 00 5 00 6 00 7 00

Inte

nsid

ade 

(u.a

.)

T em peratura oC

H2

H2O

O2

Pd/5C e/5Zr/A l2O

3

Iso térm ic o

300

Figura 58. TPD de CO do catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.

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122

Pela Tabela 19, este catalisador apresenta formações menores de CO2 em relação

ao  Pd/5Ce/Al2O3.  Isto  pode  estar  relacionado  com  a  quantidade  de  CeO2,  na  amostra

reduzida, como observados por dados de XPS.

4.2.3. DRS in situ, estudo do efeito do NO

A  Figura  59,  apresenta  as  análises in  situ  do  tratamento  com  H2  e  posterior

admissão  de  NO  em  temperaturas  pré­estabelecidas  (200o,  300o  e  400oC),  em

comparação com a amostra oxidada, anteriormente discutida no capítulo de DRS forma

óxida.

A  redução  da  amostra  a  500oC  com  H2,  modificou  o  perfil  apresentado  para  a

amostra  oxidada.  A  banda  de  adsorção  para  o  espectro  de  refração  do  PdO  (amostra

oxidada)  entre  400  e  600  nm,  aparece  devido  à  estrutura  eletrônica  semicondutora  de

cristais  de  PdO,  os  quais  desaparecem  quando  o  catalisador  é  reduzido  a  Pd  metálico

[74].

Submetendo  o  catalisador  reduzido  ao  fluxo  de  NO  (oxidante),  observou­se  a

200oC  uma  recuperação  parcial  da  faixa  entre  400  e  600  nm,  o  que  indicaria  a

reoxidação  da  amostra,  com  transições  Pd0   PdO.  O  aumento  da  temperatura  até

400oC  apresenta  a  tendência  à  recuperação  total  da  forma  oxida  do  Pd,  e  com  isso  o

aumento  da  adsorção  dissociativa  do  NO  no  Pd.  Nenhum  trabalho  na  literatura  foi

encontrado para efeito comparativo.

Observou­se  uma  variação  na  intensidade  da  banda  em  350  nm,  que  diminui

com  o  progressivo  tratamento.  Como  esta  região  corresponde  a  uma  transferência  de

carga,  segundo  a  literatura  [75],  estas  faixas  estão  também  associadas  a  mudanças  na

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123

coloração  da  amostra.  O  Pd  apresentou  amostras  oxidadas  de  coloração  marrom,

enquanto  que  as  amostras  reduzidas  se  apresentam  com  coloração  escura,  que

absorveria mais energia.

250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

F(r)

Comprimento de onda (nm)

 Calcinado Reduzido a 500oC NO 200oC NO 300oC NO 400oC

Pd/Al2O

3

350

460

Figura 59.DRS do catalisador Pd/Al2O3, calcinado, reduzido e com fluxo de NO a 200o,

300o e 400oC.

A  Figura  60,  apresenta  o  espectro  de  DRS  para  a  amostra  10Ce/Al2O3.  O  íon

Ce+3  com  configuração  4f1  5d0  é  conhecido  por  exibir  uma  forte  absorção  óptica  na

região  do  UV  do  espectro  [76],  que  apresentaria  bandas  entre  263  nm  (relativa  a

transferência  de  carga  tipo  O­2   Ce+3)  e  305  nm  (bandas  de  transição),  onde  esta

ultima  é  mais  intensa.  Já  a  ocorrência  de  CeO2  estaria  associada  a  transferências  de

cargas do tipo O­2  Ce+4 e bandas de transição na faixa de 280­300nm e 300­340 nm.

Devido à  sobreposição das bandas destas espécies,  tornou­se difícil à  interpretação das

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124

contribuições  individuais.  Tomaremos  como  referência  à  diferença  na  intensidade  da

banda  em  305  nm,  comum  as  duas  espécies.  A  redução  da  amostra  apresentou  uma

diminuição  na  intensidade  do  perfil  da  banda,  indicando  a  formação  de  espécies  Ce+3.

Com  a  admissão  de  NO  no  catalisador  reduzido,  percebeu­se  a  200oC  o  aumento  do

perfil  da  banda  consistindo  na  tendência  de  alcançar  o  perfil  da  amostra  oxidada.

Diferente  do  catalisador  Pd/Al2O3,  a  amostra  10Ce/Al2O3,  apresenta  um  delineamento

aparente  de  oxidação/redução.  Isto  poderia  indicar  que,  o  NO  se  adsorve

dissociativamente,  oxidando  o  Ce+3,  mas  como  evidenciado  por  dados  de  TPD  a

temperaturas  abaixo  de  100oC,  ocorre  a  formação  de  espécies  N2  e  N2O.  Com  isto  a

oxidação/redução do Ce ocorreria com o fluxo constante de NO.

250 300 350 400 4500

10

F(r)

Comprimento de onda (nm)

  Calcinado  Reduzido  NO 200oC  NO 300oC  NO 400oC

10Ce/Al2O

3

305 nm

315 nm

Figura 60. DRS da amostra 10Ce/Al2O3, calcinado, reduzido e com fluxo de NO a 200o,

300o e 400oC.

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125

Uma  melhor  visualização  deste  efeito  pode  ser  observado  no  espectro  de  DRS

apresentado na Figura 61, para a amostra 10Ce/10Zr/Al2O3. Como visto no capítulo de

XPS a inclusão de Zr ocasiona um aumento de íons Ce+3 na superfície reduzida, além de

modificar o tamanho de cristal como apresentados por dados de DRX, portanto era de se

esperar uma diferenciação entre a intensidade das bandas formadas no espectro de DRS.

Observou­se  uma  mudança  no  máximo  formado  pelas  bandas  nos  catalisadores

promovidos  com  Ce.  Na  amostra  anterior  o  máximo  se  apresenta  em  315  nm,  com  a

impregnação de Zr o máximo apresentou um aumento do comprimento de onda em 10

nm.  Este  aumento  no  comprimento  de  onda  pode  ser  associado,  segundo  RAO et  al.

[59]  a  interconfigurações  de  transições  4f    5dde  interações  entre  os  íons  Ce+3com

cátions Al, possivelmente na forma de AlCeO3. Este resultado estaria de acordo com os

dados  de  TPR  e  XPS,  da  formação  de  aluminato  de  cério  nas  amostras  impregnadas

com Zr.

250 300 350 400 4500

6

F(r)

Comprimento de onda (nm)

  Calcinado  Reduzido  NO 200oC  NO 300oC  NO 400oC

305 nm

10Ce/10Zr/Al2O

3

325 nm

Figura 61.DRS da amostra 10Ce/10Zr/Al2O3, calcinado, reduzido e com fluxo de NO a

200, 300 e 400oC.

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126

A  Figura  62  apresenta  os perfis  de  DRS in  situ  para  a  redução  e  fluxo  de  NO

sobre o catalisador de Pd/10Ce/10Zr/Al2O3. A redução da amostra, apresenta a redução

das  espécies  de  PdO  com  a  perda  da  banda  entre  400­600nm.  A  banda  a  315  nm,

relativa  à  transição  de  carga  O­2  Ce+4 perde  intensidade,  como argumentado acima,

significando  a  formação  de  espécies  Ce+3.  Com  a  adsorção  de  NO,  observa­se

reoxidação,  tanto  do  Pd  como  do  Ce.  O  paládio  se  oxidaria  gradativamente  com  o

aumento  da  temperatura,  enquanto  que  o  cério,  como  no  caso  anterior,  evidenciaria  a

sua capacidade de receber e perder oxigênio, com o decorrer da dessorção com aumento

da  temperatura.  O  CeO2  formaria  uma  contínua  deficiência  de  oxigênio,  óxidos  não

estequiométricos  do  tipo  CeO2­x  (com  x  variando  de  0  a  0,5),  perdendo  consideráveis

quantidades de oxigênio de sua rede, e formando assim varias vacâncias na estrutura. A

estrutura  cristalina  tipo  fluorítica  se  mantém  e  esses  subóxidos,  quando  expostos  a

condições  oxidantes  voltam  a  se  oxidar,  permitindo  assim  a  capacidade  de  doar

oxigênio para as reações de oxidação.

2 0 0 2 5 0 3 0 0 3 5 0 4 0 0 4 5 0 5 0 0 5 5 0 6 0 0 6 5 0 7 0 0 7 5 0 8 0 0

F(r

)

C o m p rim en to  d e  o n d a  (n m )

 C a lc in a d o   R e d u z id o   N O  2 0 0 o C  N O  3 0 0 o C  N O  4 0 0 o C

P d /1 0 C e /1 0 Z r /A l2O

3

Figura 62.DRS do catalisador Pd/10Ce/10Zr/Al2O3, calcinado, reduzido e com fluxo de

NO a 200o, 300o e 400o C.

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127

4.2.4. DRS in situ, estudo do efeito do CO.

Dando  continuidade  às  análises  de  DRS in  situ,  as  mesmas  amostras  relatadas

anteriormente foram agora submetidas à passagem de CO, um agente redutor.

Na  Figura  63,  está  apresentada  à  análise in  situ  com  CO  sobre  o  catalisador

reduzido Pd/Al2O3.

250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

 Calcinado Reduzido a 500oC CO 200oC CO 300oC CO 400oC

Pd/Al2O3

F(r)

Comprimento de onda (nm)

Figura 63 .DRS do catalisador Pd/Al2O3, calcinado, reduzido e com fluxo de CO a 200o,

300o e 400o C.

Após a redução com H2, o fluxo de CO no catalisador Pd/Al2O3, apresenta uma

pequena  diminuição  na  faixa  entre  400­600  nm,  indicando  pequena  reoxidação  e  a

adsorção do CO no Pd.

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128

Trabalhos de DRS [64], observaram que em amostras calcinadas (PdO/Al2O3) a

redução  por  CO  é  imediata  e  limitada,  levando  a  uma  configuração  de  um  centro  de

óxido coberto por uma camada metálica.

Esta  reoxidação,  estaria  de  acordo  com  dados de  TPD,  que  pode  ser  devido  a

reações  de  desproporcionamento  ou  reação  de  Boudouat  propiciadas  no  metal  nobre

reduzido.  Comparado  aos  experimentos  de  DRS in  situ  com  o  NO,  esta  reoxidação,

mesmo a altas temperaturas é muito menor.

Nas  Figuras 64  e  65,  estão  apresentados os  espectros de DRS para as amostra

10Ce/Al2O3  e  10Ce/10Zr/Al2O3,  respectivamente.  As  diferenças  na  intensidade  e

localização das bandas foi discutida anteriormente.

250 300 350 400 450

10Ce/Al2O3

  Calcinado  Reduzido  CO 200oC  CO 300oC  CO 400oC

F(r)

Comprimento de onda (nm)

Figura 64. DRS da amostra 10Ce/Al2O3, calcinado, reduzido e sob fluxo de CO a 200o,

300o e 400oC.

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129

Após  redução e a admissão do CO na câmara de análise, o comportamento das

análises foi similar ao obtido para análises com NO. Estes dados sugerem a adsorção do

CO no Ce, com o aumento da banda em relação à amostra reduzida.

250 300 350 400 450

10Ce/10Zr/Al2O

3

F(r)

Comprimento de onda (nm)

  Calcinado  Reduzido  CO 200oC  CO 300oC  CO 400oC

Figura 65. DRS da amostra 10Ce/10Zr/Al2O3, calcinado, reduzido e sob fluxo de CO a

200o, 300o e 400oC.

Os  espectros  de  DRS  para  o  catalisador  de  Pd/10Ce/10Zr/Al2O3,  são

apresentados  na  Figura  66.  Os dados  apresentados  são  muito  semelhantes  aos obtidos

para DRS in situ com NO, indicando que a adsorção do CO, proporciona a oxidação do

Ce e Pd.

Observou­se  que  a  temperatura  de  400o C,  a  reoxidação  da  amostra,  na  faixa

entre  400­600  nm,  indica  uma  maior  oxidação  do  Pd  do  que  para  a  amostra  sem

promotor.

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130

250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800

 Calcinado  Reduzido  CO 200oC  CO 300oC  CO 400oC

Pd/10Ce/10Zr/Al2O

3

F(r)

Comprimento de onda (nm)

Figura 66. DRS do catalisador Pd/10Ce/10Zr/Al2O3, calcinado, reduzido e sob fluxo de

CO a 200o, 300o e 400o C.

4.2.5. DRIFTS da Reação NO + CO para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

Os espectros de DRIFTS, apresentados na Figura 67, representam os resultados

da  reação NO +CO no catalisador Pd/5Ce/Al2O3  com o aumento da  temperatura. Este

catalisador  foi  escolhido  devido  à  sua  melhor  performance  na  conversão  do  NO  para

esta reação.

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131

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300   1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Temp . amb.

150oC

180oC

250oC

300oC

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CO

2161

1228

1640 14661631 1477

1570

1345

1442 1313

16121548

1762 15621302

2235

1460

Figura 67. Espectros de DRIFTS da reação NO/CO do catalisador Pd/5Ce/Al2O3, em

diferentes temperaturas (ambiente, 150o,180o, 250o e 300oC).

Observou­se a  formação várias espécies a  temperatura ambiente na região entre

1700  a  1200  cm­1  referente  à  formação  de  nitrosilas  e  carbonilas  concomitantes  na

alumina  e  cério.  A  grande  quantidade  de  espécies  nesta  região  e  conseqüente

sobreposição  de  bandas  dificultaram  atribuição  exata.  Pode­se  destacar  as  principais

para  espécies  formadas  na  alumina  como  sendo  bicarbonatos  (1640  e  1450  cm­1),

carbonatos (1465­1457 cm­1), nitratos (1630, 1477, 1313 cm­1) e nitritos (1228 cm­1). Na

literatura  [77]  encontramos  referências  a  espécies  carbonatos  (1454  e  1348  cm­1)  e

espécies NO adsorvidas no Ce (1228 cm­1), que não podem ser descartadas aqui devido

à complexidade apresentada nesta região e a ocorrência de bandas próximas às relatadas

(1442 e 1345 e 1228 cm­1).

Outra  região  importante  é  observada  entre  2300  a  1920  cm­1  relacionadas

principalmente  ao  modo  vibracional  de  espécies  CO  adsorvidas  no  metal  nobre.  A

ampliação  da  região  entre  2275  e  1920  cm­1  do  espectro  de  DRIFTS  do  catalisador

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132

Pd/5Ce/Al2O3  para  a  reação  NO/CO  a  temperatura  ambiente,  150oC  e  180oC  são

apresentados  na  Figura  68,  para  melhor  visualização  das  bandas.  A  temperatura

ambiente  observou­se  a  formação  de  bandas  em  2160  cm­1,  2118  cm­1,  um  ombro  em

aproximadamente  2080  cm­1  e  a  formação  de  banda  larga  em  1976  cm­1.  A  literatura

atribui estes picos a CO linearmente adsorvido no Pd (região acima de 2000 cm­1) e CO

ligado  em  ponte  no  Pd  (região  abaixo  de  2000  cm­1).  O  ombro  formado  em

aproximadamente  2080  cm­1  é  atribuído  ao  CO  linearmente  adsorvido  no  Pd0  [78],

enquanto que a banda larga a 1976 cm­1 é atribuída a formação de CO em ponte no Pd0

[57].  Diversos  trabalhos  de  literatura  [57,  71,  79,  80]  relacionaram  bandas  formadas

acima de 2100 cm­1  ao CO adsorvido  linearmente em espécies catiônicas de Pd (Pd +).

Recentemente,  SKOTAK et  al.  [81]  trabalhando  com  catalisadores  Pd/Al2O3

parcialmente  reduzidos  para  a  adsorção  de  CO,  observaram  bandas  próximas  as

observadas em nosso  trabalho,  em 2156 cm­1  e 2115 cm­1,  atribuindo a primeira banda

ao  CO  linearmente  adsorvido  em  íons  Pd+2  e  a  segunda  ao  CO  adsorvido  em  Pd +

altamente  disperso.  A  diferença  entre  nosso  sistema  e  do  autor  na  localização  das

bandas pode ser devida a co­adsorção do NO em nossos experimentos.

Devido  à  larga  banda  formada  entre  2220  e  2140  cm­1,  com  máximo  em  2160

cm­1,  não  se  pode  descartar  a  presença  de  CO  adsorvido  em  sítios  coordenadamente

insaturados de Al+3 e Ce+4, observados por CRACIUN et al. [57] em 2198 e 2178 cm­1,

respectivamente.

MONTEIRO et  al.  [80]  reportou  a  existência  de  espécies  Pd  com  elétron

deficiência na presença de óxido de cério, postulando um modelo da interação do Pd­Ce

no qual espécies do tipo Pd+.O2­ poderiam ser formadas na interface. Este aponte pode

explicar  a  grande  formação  de  Pd +  encontrada  em  nosso  catalisador.  Estas  bandas

referentes a estados de oxidação mais elevado no Pd estariam associadas à formação de

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133

interface  entre  metal  nobre  com  o  óxido  de  cério  enquanto  a  pequena  formação  de

bandas  referentes  à  adsorção  de  CO  em  Pd0  estariam  associadas  ao  paládio  que  não

forma interface com o Ce, como sugerido em nossos dados de microscopia eletrônica.

Observou­se  a  formação  de  uma  banda  em  2235  cm­1  a  temperatura  ambiente

que foi atribuída à formação de pequena quantidade de isocianato adsorvido no suporte.

Esta  atribuição  foi  especulada  devido  ao  crescente  aumento  desta  banda  com  a

temperatura,  observado  nos  espectros  da  Figura  68.  Além  disso,  a  ausência  de  banda

parecida nos espectros para este catalisador a temperatura ambiente, quando da adsorção

do CO puro, visto no capítulo (4.2.6) é outro indicativo. A formação de N2O adsorvido,

que  apresenta  bandas  em  numero  de  onda  muito  próximo  (2224  cm­1)  foi  descartada,

pela ausência da banda complementar em 1286 cm­1.

Os dados de TPR e XPS demonstraram a total redução do Pd neste catalisador

nas condições de  redução utilizadas,  entretanto  foi constatado grande pico (2160 cm­1)

referente  à  formação  Pd  em  seu  estado  máximo  de  oxidação  (Pd+2)  a  temperatura

ambiente.  O  cério  é  um  forte  agente  oxidante  e  sua  interação  com  o  paládio  pode

favorecer  um  estado  de  oxidação  mais  elevado  em  condições  oxi­redutoras  como  em

nosso  caso.  A  participação  de  oxigênio  da  rede  com  vacâncias  formadas  com  sua

redução  parecem  ter  um  importante  papel  nos  processos  redox.  A  formação  de

isocianato a temperatura ambiente concomitante a formação de Pd+2, sugere a adsorção

dissociativa do NO com conseqüente oxidação do Pd na interface.

Tem  sido  mostrado  [76]  que  o  NO  quimissorve  fortemente  no  CeO2  puro,

sugerindo  que  a  ativação  do  NO  ocorre  principalmente  na  superfície  do  óxido.

Recentemente,  HILAIRE et  al.  [82]  relataram  evidências  de  um  importante  papel  da

migração  do  oxigênio  do  CeO2  para  o  Rh,  aumentando  a  atividade  do  catalisador

Rh/CeO2  na  oxidação  do  CO.  Tal  migração  de  oxigênio  permitiria  a  regeneração  e

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134

disponibilidade de vacâncias de oxigênio na rede do suporte para a dissociação do NO.

Este  mecanismo  se  adapta  as  nossas  condições  iniciais,  onde  o  NO  se  adsorveria  de

forma  dissociativa  no  Ce2O3  oxidando­o,  enquanto  que  o  CO  se  adsorveria  mais

fortemente nas espécies de Pd formadas na interface.

  2275 2240 2200 2160 2120 2080 2040 2000 1980 1960   1940Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CO

Temp. Amb.

150oC

180oC

2118

2080

1976

2160

2235

Figura 68. Ampliação da região entre 2275 a 1940 cm­1 do espectro de DRIFTS para a

reação NO/CO do catalisador nas temperaturas: ambiente, 150o e 180oC.

Com  o  aumento  da  temperatura  a  150oC  houve  grande dessorção  das  espécies

CO adsorvidas no Pd. As bandas relativas à adsorção do CO no Pd0 e Pd+ desaparecem,

ao  mesmo  tempo  em  que  uma  larga  banda  com  máximo  em  1762  cm­1  aparece  nessa

temperatura. Esta banda se estende na faixa entre 1860­1680 cm­1 e estaria relacionada à

adsorção espécies NO adsorvidas no Pd. Na literatura [71] encontramos referência para

a adsorção de NO nesta região formando complexos lineares com o Pd em 1855 e 1815

cm­1  (Pd+2­NO),  1780  cm­1  (Pd+­NO),  além  de  Pd­NO+,  Pd­NO­  na  faixa  entre  1830­

1650  cm­1.  Portanto  o  aumento  de  temperatura  fornece  energia  suficiente  ao  sistema

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135

para  iniciar  a  oxidação  das  espécies  CO  adsorvidas  no  Pd  ao  mesmo  tempo  em  que

libera sítios ativos para a adsorção do NO.

O aumento de temperatura também modificou o perfil das bandas na região entre

1650  e  1200  cm­1.  Notou­se  a  grande  formação  de  bandas  referentes  à  formação  de

nitratos  (1548  e  1302  cm­1),  carbonatos  (1562  e  1460  cm­1)  e  diminuição  gradual  de

nitrito  (1228  cm­1)  com  a  temperatura.  A  formação  de  uma  banda  em  1612  cm­1  se

refere  à  formação de NO2  adsorvido  [71]. A  formação de NO2  indica a  reação do NO

gasoso  com  átomos  de  oxigênio  ligados  ao  Pd  (gerados pela  adsorção  dissociativa  do

NO).  A  interação  do  NO  com  o  suporte  e  forte,  levando  a  formação  de  nitratos  e

nitritos.

A banda a 2160 cm­1  referente à Pd+2­CO é estável até  temperaturas de 180oC,

assim como ocorre a máxima intensidade da banda em 1762 cm­1,  referente à adsorção

de NO no Pd.

A temperatura de 300oC ocorre grande formação das espécies isocianatos (2235

cm­1).

Portanto,  à  baixas  temperaturas  (ambiente  e  150oC)  o  catalisador  adsorve

fortemente o CO que bloqueia os sítios ativos para a adsorção do NO, sugerindo ser um

fator  limitante.  A  formação  de  isocianato  a  temperatura  ambiente  sugere  a  adsorção

dissociativa do NO no óxido de cério reduzido, oxidando­o. As espécies CO adsorvidas

no  Pd  reagiriam  com  o  Nads  no  óxido  de  cério  para  formar  o  isocianato  a  baixa

temperatura seguido de “spillover” para a superfície da alumina. A formação de grande

quantidade  de  espécies Pd  em estados de oxidação mais elevados,  reforçam a hipótese

da  adsorção  dissociativa  do  NO,  havendo  sinergismo  na  interface  entre  o  Pd  e  o  Ce,

possibilitando elevados níveis de oxidação, evidenciados também por nossos estudos de

DRS in situ de NO para o catalisador Pd/10Ce/10Zr/Al2O3.

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136

A altas temperaturas a maior formação de isocianato, indicaria energia suficiente

no sistema para ocorrer à adsorção do NO tanto no Ce como no Pd, concordando com

os  resultados  observados,  onde  os  sítios  de  Pd  estariam  liberados  para  adsorções

dissociativa.

A relação entre a quantidade de espécies adsorvidas linearmente e as adsorvidas

em  ponte  dão,  segundo  CRACIUN et  al.  [57],  um  bom  indicativo  do  estado  de

dispersão  das  partículas  de  Pd  na  superfície.  A  maior  formação  de  espécies  CO

adsorvidas  linearmente  no  Pd  a  temperatura  ambiente  em  ralação  a  espécies  CO  em

ponte, sugerem portanto, grande dispersão do Pd neste sistema.

4.2.6. Análise DRIFTS da Reação CO + NO (competitividade de sítios).

Análises de DRIFTS seguindo um procedimento experimental análogo a análises

de TPSR, com a adsorção de CO à temperatura ambiente e aumento de temperatura com

a  passagem  de  um  fluxo  de  NO,  foram  realizadas  com  o  objetivo  de  determinar  as

espécies CO adsorvidas, reações, adsorção seletiva e competição pelos sítios ativos dos

catalisadores.

A  Figura  69  apresenta  os  espectros de DRIFTS  para  o  suporte.  O  espectro  de

adsorção de CO à temperatura ambiente apresenta três picos principais a ~ 1654, 1430 e

1228 cm­1. Bandas em 1654 cm­1 e próximas a 1430 cm­1 estão, segundo MACLEOD e

LAMBERT  [79]  relacionadas estiramento  (CO) de espécies bicarbonatos formadas na

superfície  da  alumina,  e  na  região  de  hidroxilas  (3598­3610  cm­1)  se  deve  ao

estiramento  (OH) do HCO3­. (esta região do espectro não foi apresentada). Entretanto,

SICA e GIGOLA [83] afirmam que bandas de adsorção na faixa de 1620­1670 cm­1 são

atribuídas  a  freqüência  de  estiramento  ( C=O)  e  bandas  na  faixa  de  1220–1270  cm­1

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137

devido  ao  estiramento  assimétrico  de  (COO)  relativas  a  formação  de  carbonatos  em

ponte.  Podemos  designar,  que  após  a  adsorção  do  CO,  como  sendo  de  espécies

carbonatos  em  ponte  e  bicarbonatos  as  espécies  formadas  pelas  bandas  principais  na

Figura 69.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200   1120Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Fluxo NO – 25oC

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

Alumina

1654

1228

1428

1466

2234

1466

1582

15511313

Figura 69. Espectros de DRIFTS do suporte com adsorção inicial de CO com posterior

passagem de fluxo de NO a temperatura de 25o, 150o, 180o e 250oC.

A  admissão  do  fluxo  de  NO  na  amostra  de  alumina  provocou  um  aumento  da

intensidade dos picos na  região abaixo de 1700 cm­1 a  temperatura ambiente. Este fato

se deve a adsorção do NO na superfície da alumina sob forma de nitratos e nitritos, que

apresenta bandas a 1630, 1455 e 1230 cm­1, muito próximo aos da adsorção do CO. O

aparecimento de uma pequena banda em 2334 cm­1,  referente à formação de isocianato

na  alumina,  demonstra  a  reação  entre  o  CO  adsorvido  e  espécies  Nads  a  baixa

temperatura.  Próximo  a  1911  cm­1  apresenta­se  uma  elevação  no  espectro  devido  à

interferência do NO gasoso presente no fluxo. Uma ampliação da região compreendida

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138

entre 2270 e 1710 cm­1, apresenta uma melhor resolução das espécies adsorvidas de CO

e NO observadas na Figura 70.

  2270 2200 2100 2000 1950 1900 1850 1800 1750   1710Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Fluxo NO – 25oC

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

Alumina

22341911

1911

Figura 70. Ampliação da região compreendida entre 2270 e 1710 cm­1 dos espectros de

DRIFTS do suporte.

O  aumento  da  temperatura  sob  fluxo  de  NO  modifica  significativamente  os

espectros,  as  espécies  CO  adsorvidas na  região  entre  2200  e  1950  cm­1  dessorvem.  A

banda a 1654 cm­1 desaparece.

A  temperatura  de  150oC,  promove  o  aparecimento  de  bandas  na  região  entre

1600­1500  cm­1  e  1313  cm­1.  Em  alguns  casos  foi  difícil  caracterizar  todas  as  bandas

devido  à  significativa  sobreposição  das  mesmas  associadas  às  varias  espécies

adsorvidas. O aparecimento de nitratos com o aumento da temperatura no suporte está

associada  ao  aparecimento  de  bandas  em  1547  e  1313cm­1  [66].  A banda a 1464 cm­1

está associada à formação de nitratos bidentados (1462 cm­1) [84] ou carbonatos (1467

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139

cm­1) [71], enquanto que a grande banda formada em fluxo de NO a 1230 cm­1 indica a

adsorção de espécies nitritos em ponte na superfície da alumina.

Os  resultados  da  adsorção  de  CO  com  posterior  passagem  de  fluxo  de  NO  no

catalisador Pd/Al2O3 está apresentado na Figura 71.

A adsorção de CO a temperatura ambiente apresentou as mesmas bandas para a

alumina  na  região  entre  1700  a  1120  cm­1,  além  do  aparecimento  de  uma  banda  em

1981 cm­1  referente à adsorção do CO em ponte no Pd (Pd0  ­CO­Pd0)  [57], observada

com  maior  nitidez  na  ampliação  da  região  referente  às  adsorções dos  reagentes  no  Pd

entre 2270 e 1710 cm­1 na Figura 71.

Quando o fluxo de NO foi admitido na análise à temperatura ambiente, a banda a

1981 cm­1 desaparece  totalmente,  indicando sua dessorção,  enquanto que uma banda a

1741 cm­1 aparece, referentes à adsorção linear do NO no Pd0 (Pd­N=O) [84]. Estudos

de co­adsorção do NO e CO no paládio,  realizados por ALMUSAITEER e CHUANG

[84], mostraram que a adsorção do NO desestabiliza a adsorção em ponte do CO no Pd

(banda  a 1982 cm­1), o que se reproduz neste estudo, mostrando a competitividade do

NO pelos sítios em relação ao CO.

Como  no  caso  do  suporte,  a  adsorção  do CO e NO,  intensificaram as bandas na  faixa

entre 1730­1100 cm­1.

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140

2 2 00 2 0 00 1 8 00 1 6 00 1 4 00 1 2 00

Abs

orb

ânci

a (u

.a.)

N ú m e ro  d e  O n d a  ( c m ­1 )

P d /A l2O

3

A d s . C O

F lu x o  N O  ­  2 5 o C

F lu x o  N O  ­1 5 0 o C

F lu x o  N O  ­  1 8 0 o C

F lu x o  N O  ­  2 5 0 o C

1 9 8 1

1 7 4 1

1 6 5 4

1 4 2 81 2 2 8

1 5 8 2

1 5 5 1

1 4 6 6 1 3 1 3

Figura 71. Espectros de DRIFTS para o catalisador Pd/Al2O3 após a adsorção de CO a

temperatura ambiente, seguido de fluxo de NO em diversas temperaturas.

O  aumento  de  temperatura  provocou  o  desaparecimento  das  bandas  na  região

entre 2300 e 1950 cm­1 referentes a adsorções do CO no Pd e alumina, enquanto que as

bandas atribuídas ao NO adsorvido no Pd  se  intensificam na  região entre 1800 a 1710

cm­1 com o fluxo continuo de NO. O aumento da região de adsorção de NO com energia

fornecida ao sistema, sugere a adsorção dissociativa do NO no Pd elevando o seu estado

de  oxidação  e  possibilita  a  formação  de  vários  complexos  superficiais  com  o  Pd  nesta

região  (Pd­+2­NO,  Pd­NO+,  Pd­NO­)  [71].  A  molécula  paramagnética  NO  pode  exibir

uma  variedade  de  possibilidades  em  formar complexos no Pd, alem de  formar  ligações

covalentes, pode usar o par de elétrons desemparelhados para formar o íon “nitrosium”

(NO+), assim como adquirir um elétron para formar um ânion (NO­).

O  comportamento  e  as  espécies  formadas  para  a  faixa  entre  1610­1170  cm­1

relativas a formação de espécies nitratos bidentados, carbonatos e nitritos, apresentou­se

similar ao da alumina, indicando a fraca adsorção do CO no Pd.

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141

A  ampliação  da  região  entre  2270  e  1710  cm­1,  observada  na  Figura  72,

possibilitou identificar a formação de duas bandas com o aumento de temperatura, uma

em  2234  cm­1  e  a  outra  em  2170cm­1.  A  primeira  banda  é  referente  à  formação  de

isocianato  na  alumina,  e  a  segunda  estaria  relacionada  à  formação  de  isocianato

adsorvido  no  Pd  [83].  A  formação  desta  espécie  adsorvida  na  superfície  do  Pd,

observada em temperaturas acima de 150oC, poderia ser em decorrência da saturação da

superfície  da  alumina  por  espécies  NO  adsorvidas,  que  impediriam  a  transferência  do

metal nobre, segundo mecanismo descrito a seguir:

Pd0­N + Pd­CO   Pd­NCO + Pd0                     (48)

Então,  a  formação  de  isocianatos  adsorvidos  na  alumina  após  fluxo  de  NO,  ocorreria

pela transferência em sítios de Al, conforme mecanismo abaixo:

Pd­NCO + Al   Pd0 + Al­NCO                         (49)

  2270 2200 2100 2000 1950 1900 1850 1800 1750   1710Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/Al2O3

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 250oC

Fluxo NO – 180oC

2120

1741

2170

2234

1761

     1981

Figura 72. Ampliação da região compreendida entre 2270 e 1710 cm­1 dos espectros de

DRIFTS do catalisador Pd/Al2O3.

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142

Na  Figura  73,  estão  apresentados os  espectros de  adsorção  de  CO,  seguido de

fluxo  de  NO  com  aumento  de  temperatura  para  o  catalisador  de  Pd/5Zr/Al2O3.  A

adsorção de CO a temperatura ambiente apresentou um espectro idêntico ao espectro de

Pd/Al2O3,  apresentando  as mesmas bandas  de  adsorção  tanto  no Pd como na alumina.

MIHAYLOV et  al.  [85]  adsorvendo  CO  em  ZrO2  puro  observaram  bandas  em

aproximadamente  2190  cm­1  relativas  a  formação  de  complexos  do  tipo  Zr4+­CO,  que

não foram observados neste caso.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200   1120Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

Pd/5Zr/Al2O3

x2

x2

x2

1982

1654

1228

1613

1302

1547

1579

Figura 73. Espectros de DRIFTS para o catalisador Pd/5Zr/Al2O3 após a adsorção de

CO à temperatura ambiente, seguido de fluxo de NO a diversas temperaturas.

A admissão do fluxo de NO promove uma ligeira dessorção do CO adsorvido no

Pd  (banda 1982 cm­1)  e não  foram observadas bandas referentes à adsorção do NO no

Pd  a  temperatura  ambiente.  Este  resultado  demonstra  a  modificação  da  força  de

adsorção  dos  sítios  pela  influência  do  óxido  de  zircônio.  A  Figura  74,  mostra  a

ampliação da região entre 2270­1710 cm­1 para este catalisador.

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143

A  permanência  de  espécies  CO  adsorvidas  no  Pd  após  fluxo  de  NO  no

catalisador  Pd/5Zr/Al2O3  à  temperatura  ambiente  ao  contrario  dos  catalisadores  de

Pd/Al2O3  e  Pd/5Ce/Al2O3,  indica  modificações  na  superfície  devido  às  espécies  Zr

influenciando  as  espécies  de  Pd.  O  processo  de  adsorção  é  iniciado  pela  formação  de

uma  interação  covalente  entre  metal­  CO  com  a  transferência  de  densidade  eletrônica

nos orbitais antiligante 2 *, enfraquecendo a ligação C­O. Como a acidez dos íons Zr+4

na zircônia pura é mais alta do que para o íon Ce+4 no cério puro [86], podemos supor

que para a adsorção de uma molécula básica, o Zr tenha um força maior do que o Ce, e

como  visto  pelas  análises  de  MET,  o  Pd  impregnado  nas  proximidades  do  zircônio,

modificaria a suas propriedades de adsorção.

  2270 2200 2100 2000 1950 1900 1850 1800 1750   1710Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Zr/Al2O3

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

2110

2180

1981

Figura 74. Ampliação da região compreendida entre 2270 e 1710 cm­1 dos espectros de

DRIFTS do catalisador Pd/5Zr/Al2O3.

A  modificação  no  comportamento  eletrônico  do  suporte,  pela  presença  do

promotor ZrO2  com  a  mudança nas  forças de  interação  (caráter mais ácido ou básico)

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144

pode  ser  observado  quando  a  temperatura  é  elevada  a  150oC,  onde  a  presença  de

espécies de carbonilas  (bandas a 1646 cm­1)  estão ainda presentes indicando uma força

de adsorção na alumina maior do que no suporte puro. Mesmo o fluxo continuo de NO

não apresentou aumento da intensidade das bandas, como no caso da alumina, indicando

que grande parte do CO adsorvido impede a adsorção do NO. Esta mudança se deve a

possíveis interações provocadas pela formação de fases do tipo Zr­Al­O sugeridas pelas

análises  de  XPS  e  dados  de  DRX,  pode  foi  observada  a  perda  de  cristanilidade  do

material com a impregnação do Zr na alumina. A temperaturas acima de 180oC observa­

se  aumento  acentuado  das  bandas  na  faixa  entre  1640­1100  cm­1  (Figura  73),  assim

como a formação de uma banda em 2180 cm­1,  referente a isocianato adsorvido no Pd.

Não foi observada a banda relativa a formação de isocianato adsorvido na alumina, não

ocorrendo “spillover” do metal nobre para a alumina.

Bandas  relativas à adsorção de NO no Pd não  foram observadas como no caso

anterior,  o  que  pode  estar  relacionado  a  uma  maior  capacidade  de  dissociação  da

molécula  pelo  sistema,  como  observado  por  TONETTO  e  DAMIANI  [87]  estudando

sistemas  Pd/Al2O3  promovido  com  Mo,  ou  a  indisponibilidade  de  sitio  ativo  para

adsorção.

A intensa banda em 1613 cm­1, está relacionada à formação de NO2 adsorvido na

alumina, que pode ser explicado a partir da formação de intermediários na superfície de

reação,  como  sugerido  por  MACLEOD  e  LAMBERT  [79]:  O  NO  é  primeiramente

adsorvido dissociativamente no metal, resultando em intermediários adsorvidos N* e O*.

Então,  o  NO  pode  reagir  com  o  O*ads.  produzindo  o  NO2.  Como  observado,  está

dissociação ocorreria em  temperaturas acima de 180oC, onde haveria energia suficiente

para ocorrer.

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145

O  aumento  da  intensidade  das  bandas  na  região  entre  1640­1120  cm­1

provavelmente  se deve  ao  aumento da dissociação do NO propiciando o aparecimento

de bandas de nitratos e nitritos na alumina. A formação de nitritos na alumina (1230 cm­

1), neste catalisador, diminui indicando a capacidade de oxidativa deste sistema.

O  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3  tem  seus  espectros  nesta  linha  de  estudo

apresentado na Figura 75.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200   1120Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

1981

1653 1436

1228

16131299

1551

1587

Figura 75. Espectros de DRIFTS para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3 após a adsorção de

CO a temperatura ambiente, seguido de fluxo de NO, a diversas temperaturas.

A  adsorção  de  CO  no  catalisador  apresentou  na  faixa  entre  2273­1860  cm­1

varias bandas, observada melhor na ampliação da região na Figura 76.

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146

  2270 2240 2200 2160 2120 2080 2040 2000 1980 1960 1940 1920   1900Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO –25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

2236

21452091

1981

Figura 76. Ampliação da região compreendida entre 2270 e 1710 cm­1 dos espectros de

DRIFTS do catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

Bandas em 2145, 2090 e 1980 cm­1 são resultantes da adsorção do CO no Pd. A

banda a 1980 cm­1  (comum a todos os catalisadores) corresponde ao CO adsorvido em

ponte no Pd0, a banda em 2090 cm­1 corresponde a adsorção linear do CO e a localizada

em 2145 cm­1 refere­se a adsorção de CO em Pd+2 [57].

Uma  discussão  sobre  este  estado  de  oxidação  foi  reportada  no  trabalho  de

MONTEIRO et al. [80] no qual foi postulado um modelo de interação entre o Pd­Ce no

qual espécies Pd+ O2­ podem ser  formadas na  interface. O autor sugere que a presença

deste estado de oxidação (Pd+2) há uma redução incompleta das espécies PdO devido à

presença do Ce que, sendo um forte agente oxidante manteria o Pd em um estado mais

oxidado  mesmo  em  condições  redutoras.  Esta  explicação  não  está  de  acordo  com  os

resultados experimentais obtidos, onde dados de TPR e XPS mostraram que o Pd neste

catalisador  está  totalmente  reduzido  a  Pd0  após  1h  de  tratamento  em  fluxo  de  H2  a

500oC. A oxidação do Pd, ocorreria pela provável adsorção dissociativa promovida pelo

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147

CO tanto no Pd como no Ce, como sugerem os dados de DRS in situ com a adsorção de

CO mostrados anteriormente e a mobilidade do oxigênio na matriz do óxido de cério e

dados  de  TPD  com  provável  formação  de  carbono  na  superfície.  A  diferença  na

intensidade dos picos referentes à adsorção do CO no Pd, neste sistema, com relação aos

outros,  se  deve  possivelmente  à  influência  do  Ce  nas  propriedades  superficiais  do  Pd,

onde  uma  maior  dispersão  seja  o  principal  fator  no  aumento  significativo  de  espécies

adsorvidas  linearmente  no  Pd,  uma  vez  que  em  sistemas  com  baixa  dispersão  grande

quantidade de CO em ponte são detectadas.

A presença de CO adsorvido em Ce+4  apresentaria bandas formadas em ~ 2175

cm­1 [57, 82], que não são observadas aqui. Isto devido a sua baixa concentração (5%) e

a quantidade de Ce+4 presente na amostra após o tratamento de redução, como indicado

por  análises  de  XPS  e  TPR,  nem  todo  Ce  disperso  no  suporte  está  disponível  para

adsorver  o  CO  por  estar  na  rede  da  alumina  na  forma  de  Ce+3  mássico.  Ainda,  a

possibilidade  da  presença  do  metal  nobre  favorecendo  a  adsorção  do  CO  e  o  mesmo

migrar tanto para a alumina como para o CeO2 através da mobilidade do oxigênio o CO

sofreria oxidação para espécies carbonatos, como pode ser visto nos gráficos.

Quando  o  fluxo  de  NO  foi  admitido,  observou­se  que  as  espécies  de  CO

adsorvidas  no  paládio  desaparecem  e  como  no  caso  anterior,  não  foram  detectadas

bandas referentes à adsorção do NO no Pd. Melhor visualização pode ser encontrada na

Figura 76, com a ampliação da região entre 2270 e 1710 cm­1.

Observou­se  a  formação  à  temperatura  ambiente  de  espécies NO adsorvidas na

alumina. O fluxo de NO gerou várias bandas entre 1700­1120 cm­1, relativas à formação

de complexos de nitratos e nitritos na alumina. Poderíamos argumentar que devido a sua

grande  mobilidade  de  oxigênio,  o  CeO2  mesmo  a  temperatura  ambiente,  apresentaria

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148

forte  sinergismo  com  o  Pd,  onde  a  adsorção  do  NO  ocorreria  no  metal  nobre  sendo

transferido para a alumina.

Resultado  que  foi  explicado  por  NORONHA et  al.  [54],  ao  trabalhar  com

catalisadores  de  Pd­Mo/Al2O3  para  a  reação  de  NO  +  CO,  como  um  mecanismo

bifuncional,  que  após  a  adsorção  dissociativa  do NO no Mo+4, o oxigênio adsorvido é

transferido para o Pd.

Com  o  aumento  de  temperatura  e  fluxo  do  NO,  o  perfil  dos  espectros  mostra

uma tendência a formar duas grandes bandas entre 1683­1453 cm –1 e 1365­1200 cm­1 e

o desaparecimento das bandas relativas a adsorção do CO. As bandas entre 1683­1453

cm­1  estão  relacionadas com nitratos na alumina,  assim como a banda com máximo em

1297  cm­1.  O  ombro  a  aproximadamente  1230  cm­1,  ao  contrario  dos  outros

catalisadores  se  apresenta  bem  menor,  atribuída  à  formação  de  nitritos.  Com  estes

resultados  podemos  argumentar,  o  sinergismo  existente  entre  Pd­Ce.  A  pequena

quantidade de nitritos adsorvidos representaria uma grande disponibilidade de oxigênio,

devido à adsorção dissociativa do NO, para a máxima formação de nitratos no sistema,

visto que o fluxo não apresenta outra fonte de oxigênio.

Os  espectros  para  o  estudo  da  adsorção  do  NO  e  CO  para  o  catalisador

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 está apresentado na Figura 77. A Ampliação da região compreendida

entre  2270  e  1710  cm­1  dos  espectros  de  DRIFTS  do  catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  é

apresentada na Figura 78.

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149

  2270 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200   1120Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

2080

1981

1654 14361230

1745

1585

1585

13132236

Figura 77. Espectros de DRIFTS para o catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 após a adsorção

de CO a temperatura ambiente, seguido de fluxo de NO a diversas temperaturas.

Observou­se  como  no  caso  do  catalisador  de  Pd/5Ce/Al2O3  a  formação  de

espécies  CO  adsorvidas  linearmente  e  em  ponte  no  Pd,  bandas  a  2080    e  1980  cm­1,

respectivamente.  A  formação  de  espécies  de  Pd+2,  como  no  caso  anterior,  não  foi

observada,  indicando  a  interferência  do  Zr  no  sistema.  Como  indicaram  as  análises de

XPS  para  este  catalisador,  apenas  19%  do  Ce  impregnado  se  apresenta  como  CeO2,

sendo  os  outros  81%  apresentados  na  forma  de  Ce+3,  com  grande  parte  em  forma  da

aluminato  de  cério.  Portanto  isto  diminui  a  capacidade  de  mobilidade  da  rede  de

oxigênio,  que  resulta  na  perda  da  dinâmica  do  sistema.  Ou  possivelmente,  como

indicaram as análises de MEV, as partículas de Pd se localizariam preferencialmente no

entorno das grandes partículas de Zr formadas, dificultando uma maior interação entre o

Ce e o metal nobre.

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150

As  mesmas bandas  relatadas para  o  catalisador  de  Pd/5Ce/A2O3,  na  faixa  entre

1724­1200  cm­1,  aparecem  para  o  catalisador  promovido  com  Ce  e  Zr,  mas  com  uma

menor intensidade.

Com  a  admissão  do  fluxo  de  NO  à  temperatura  ambiente  as  espécies  CO

adsorvidas no Pd dessorvem enquanto que uma banda entre 1860­1730 cm­1 se formou.

Estas  bandas  estão  relacionadas  a  varias  formas  de  adsorção  do  NO  no  Pd.  As  duas

principais  espécies  adsorvidas  são:  o  NO  adsorvido  linearmente  no  Pd,  apresentando

banda  próximo  a  1745  cm­1  e  ao  NO  catiônico  (Pd­N O +)  a  1785  cm­1.  Esta  última

banda  (também  observada  nas  análises  de  DRIFTS  para  a    reação  NO  +  CH4),  foi

observada  por  ALMUSAITEER  e  CHUNG  [84]  em  catalisadores  de  Pd/Al2O3

oxidados, o que indica a oxidação do catalisador por adsorções dissociativas. A grande

formação de NO adsorvido neste sistema, assim como no Pd/Al2O3  (em menor escala),

demonstra  que  este  catalisador,  após  a  adsorção  do  CO  e  fluxo  de  NO,  tem  pequena

capacidade  em  dissociar  o  NO,  apresentando  diversas  bandas  de  adsorção  no  Pd.  O

aumento na concentração de Pd­N=O,  indica que  inicialmente os sítios ativos sofreram

um  bloqueio  pelo  oxigênio  após  a  adsorção  dissociativa  do  NO,  havendo  uma

competição do N com o O por esses sítios.

A faixa próxima a 1800 cm­1, pode ser atribuída ao NO adsorvido na alumina ou

Pd devido a uma maior exposição ao NO.

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151

  2270 2200 2100 2000 1950 1900 1850 1800 1750   1710Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Ads. CO – 25oC

Fluxo NO – 25oC

Fluxo NO – 150oC

Fluxo NO – 180oC

Fluxo NO – 250oC

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

2080

1981

1745

2236

Figura 78. Ampliação da região compreendida entre 2270 e 1710 cm­1 dos espectros de

DRIFTS do catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.

As espécies NO adsorvidas no Pd não se mantém com o aumento de temperatura

e  a  250oC  essas  bandas  desaparecem,  isto  indicaria  que  o  aumento  de  temperatura

provoca  a  adsorção  dissociativa  do  NO.  As bandas  entre  1700­1160  cm­1  referentes  a

espécies CO adsorvidas na alumina, carbonatos e bicarbonatos, a temperatura ambiente,

permanecem  até  a  temperatura  de  150oC,  como  no  caso  do  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3.

Com o aumento da temperatura acima de 150oC, as espécies CO adsorvidas dessorvem

e aumentam as espécies NO adsorvidas na alumina, com bandas referentes a nitratos em

1582 e 1314 cm­1 e nitritos apresentando grande adsorção em 1228 cm­1. A quantidade

de espécies,  tanto de CO e especialmente de NO adsorvidos na alumina, é visivelmente

menor que nos outros sistemas, devido a grande cobertura pelos promotores Zr e Ce da

superfície da alumina modificando também suas propriedades físico­químicas.

Como  pôde  ser  avaliado,  os  promotores,  têm  importante  papel  na  modificação

do  ambiente  químico  do  suporte  e  conseqüente  interação  do  promotor  com  o  metal

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152

nobre.  O  Zr  provoca  modificação  no  catalisador  que  resulta  numa adsorção maior das

espécies  CO  à  baixa  temperatura.  Por  outro  lado,  a  adsorção  dissociativa  do  NO

depende  de  dois  fatores  principais:  o  tamanho  de  partícula  formada  [88]  e  o  grau  de

redução  do  metal  nobre.  Os  catalisadores  que  contém  CeO2  apresentaram  maior

quantidade de espécies CO adsorvidas linearmente, o que indicaria uma maior dispersão

do  sistema  e  pela  sua  mobilidade  de  oxigênio,  a  possibilidade  de  sinergismo  com  as

espécies adsorvidas no Pd, possibilitando uma maior redutibilidade.

Interessante notar a formação de espécies tipo isocianatos, que ocorre através da

adsorção  dissociativa  do  NO  e  posterior  reação  do  Nads  com  o  COads,  que  ocorre  nos

nossos experimentos em pequenas quantidades somente a temperatura ambiente apenas

nos catalisadores que contém Ce na sua formulação. Isto indica que com o aumento da

temperatura espécies CO adsorvidas no Pd não estão presentes e a adsorção dissociativa

do  NO  na  temperatura  ambiente  é  promovida  pelo  Ce.  SICA  e  GIGOLA  [83]

demonstraram,  com  catalisadores  Pd/Al2O3  com  W,  que  atmosferas  redutoras

favorecem  a  formação  de  isocianatos,  então  a  alta  concentração  de  NO  prejudica  a

reação  do  CO  com  átomos  de  N  que  estejam  adsorvidos  para  a  formação  de  tais

espécies.

4.2.7. Conversão NO + CO. Avaliação Catalítica.

Nas  Figuras  79  e  80,  estão  apresentados  os  gráficos  de  conversão  do  NO,  na

reação de redução pelo CO, nas duas séries de catalisadores, 5 e 10%, respectivamente.

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153

150 200 250 300 350

0

20

40

60

80

100

Conv

ersã

o %

 NO

Temperatura oC

 Pd/Al2O

3

 Pd/5Ce/Al2O

3

 Pd/5Zr/Al2O

3

 Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Figura 79. Conversão do NO em função da temperatura para todos os catalisadores da

série 5% de promotores.

No  gráfico  da  Figura  79,  observou­se  dois  comportamentos  diferentes  em

relação  à  composição  do  catalisador.  Os  catalisadores  Pd/Al2O3  e  Pd/5Zr/Al2O3,

apresentaram baixos níveis de conversão a 140o C, em torno de 17%. Enquanto que os

impregnados  com  o  óxido  de  Ce  apresentaram  a  mesma  temperatura,  conversões  em

torno de 55%, indicando grande atividade destes sistemas a baixas temperaturas.

O  aumento  de  temperatura  eleva  os  níveis  de  conversão  nos  catalisadores

Pd/Al2O3  e  Pd/5Zr/Al2O3,  seguindo  uma  razão  exponencial,  até  atingir  conversões

próximas a 100% a temperatura de 350o C.

Os  catalisadores  impregnados  com  o  óxido  de  cério,  apresentaram  um  pico  de

conversão  em  180o C,  atingindo  conversões  de  87%,  no  caso  do  catalisador

Pd/5Ce/Al2O3. Acima de 180o C observou­se uma diminuição na conversão até 250o C,

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154

apresentando conversões próximas às obtidas em 140o C. Acima de 250o C, a conversão

aumenta  novamente  até  alcançar  100%  em  temperaturas  de  350o C  para  os  dois

catalisadores.

O  desempenho  dos  catalisadores  da  série  5%  de  promotores  apresentou  a

seguinte  ordem  crescente  para  a  conversão  de  NO:  Pd/Al2O3   Pd/5Zr/Al2O3  <

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 < Pd/5Ce/Al2O3.

Os catalisadores da série 10% de óxido, apresentaram perfis semelhantes aos da

série  5%.  O  catalisador  Pd/10Zr/Al2O3,  apresentou  os  mesmos  níveis  de  conversão

comparado ao catalisador da série 5%.

O  catalisador  Pd/10Ce/Al2O3  apresentou  conversões  em  média  7%  menores  do

que  para  seu  similar  da  série  5%,  enquanto  que  o  catalisador  Pd/10Ce/10Zr/Al2O3

apresentou uma diminuição em média 15% em relação ao Pd/5Ce/5Zr/Al2O3. Isto indica

a interferência da quantidade de promotor impregnado na atividade do catalisador. Estes

efeitos  poderiam  estar  associados  a  modificações  eletrônicas  do  metal  nobre  [52],

através  da  formação  de  alguma  espécie  de  interação  entre  o  paládio  e  o  molibdênio,

como  sugerido  por  HALASZ  e  colaboradores  [49],  diminuindo  a  capacidade  de

adsorção do paládio.

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155

150 200 250 300 3500

20

40

60

80

100

Con

vers

ão d

e N

O%

Temperatura oC

 Pd/Al2O

3

 Pd/10Ce/Al2O

3

 Pd/10Zr/Al2O

3

 Pd/10Ce/10Zr/Al2O

3

Figura 80. Conversão do NO em função da temperatura para todos os

catalisadores da série 10% de promotores.

O mecanismo clássico para esta reação encontrado na literatura [15, 84], envolve

a adsorção dissociativa reversível  tanto do NO e CO nas vacâncias dos sítios metálicos

de metais nobres. A subseqüente dissociação do NO em N* e O* requer outro sítio ativo.

Os  átomos  de  nitrogênio  podem  reagir  para  formar  N2,  ou  reagir  com  outro  NO

adsorvido para formar N2O. O CO adsorvido reage com o átomo de oxigênio adsorvido

para formar CO2. Os resultados experimentais para esta reação sugerem um mecanismo

mais  complexo  com  a  formação  de  varias  espécies  intermediárias  observadas  por

infravermelho.

As  diferenças  nas  atividades  de  conversão  estão  ligadas,  não  só  aos  diferentes

mecanismos  de  reação  encontrados  entre  os  catalisadores,  mas  principalmente  as

relações do estado de oxidação do Pd, como sugeridos pelos dados de DRIFTS.

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156

Através  de  nossos  dados  de  TPD  de  NO  e  CO,  aliados  aos  dados  de  DRIFTS

(capítulos 4.2.1e 4.2.2), observamos a influência de ambos óxidos, céria e zircônia, nos

processos de adsorção e dessorção do CO e NO.

CORDATOS e GORTE [68], estudando a adsorção de NO em catalisadores de

Pd/CeO2, e Pd/La2O3, sugeriram que o NO, ao adsorver no óxido reduzido, reoxidaria­o

dessorvendo N2.

FERNÁNDEZ­GARCIA et  al.  [88],  estudando  catalisadores  Pd­ZrO2/Al2O3,

verificaram  que  o  CO  adsorvido  no  paládio  metálico  poderia  migrar  e  reagir  com  o

oxigênio do óxido, reduzindo­o.

BALDANZA  [67]  estudando  catalisadores  do  tipo  PdxMo,  atribuiu  o  aumento

na  conversão  a  um  mecanismo  redox  em  que  o  NO,  ao  se  adsorver  no  molibdênio,  o

reoxidaria a Mo6+, formando N2. Por outro lado, o CO adsorvido no Pd metálico reagiria

com  o  oxigênio  do  óxido  reduzindo­o,  novamente,  formando CO2  e  restabelecendo os

sítios de Pd metálico para adsorção de CO, e Mo4+ para a adsorção de NO.

A partir desses resultados podemos sugerir que o efeito promotor dos óxidos de

céria e zircônia nos catalisadores, esteja relacionado a um mecanismo redox semelhante.

Apesar  dos  dados  de  TPD  e  DRIFTS  demonstrarem  a  influência  do  óxido  de

zircônio nos processos de adsorção do NO e CO, os dados de conversão demonstraram

a  pouca  influência  deste  óxido.  Estes  resultados  sugerem  que  o  óxido  de  zircônio

apresenta baixas propriedades redox (baixa mobilidade da rede de oxigênio) nesta faixa

de temperatura.

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157

4.3. Redução do NO por CH4.

4.3.1. Análises de DRIFTS da Reação NO +CH4.

As análises de DRIFTS em fluxo em varias temperaturas para a reação NO/CH4

sobre a alumina são  apresentados na Figura 81. A 330o C observa­se bandas em 1611,

1582, 1573, 1461 e 1303 cm1. Bandas abaixo de 1600 cm­1 são reportadas por HOOST

et al. [66] como sendo da adsorção do NO na alumina, atribuídas a nitro complexos do

tipo  Al­NO2  e  Al­NO3.  A  banda  em  1582  e  1301  cm­1  são  atribuídas  à  formação  de

nitratos na alumina [84]. A formação de carbonatos pode ser associada à banda em 1461

cm­1  [81]. Uma pequena banda em  torno de 2240 cm­1  está  relacionada à  formação de

isocianato [71],  resultante da adsorção do NO na forma dissociada. Com o aumento da

temperatura, ocorre a diminuição na intensidade das bandas, devido à decomposição das

espécies de NO adsorvidas. Acima de 330oC observou­se a formação de duas bandas em

1393 e 1377 cm­1, devido a formiatos (HCOO­) na superfície da alumina [89].

A banda em 3013 cm­1, presente em todos os espectros, é relativa ao metano gasoso, e a

pequena  banda  em  2904  cm­1,  se  deve  ao  estiramento  vibracional  de  CH3ads  ou CH2ads

[90].

Estes  resultados  de  DRIFTS,  nos  quais  apresentam  dessorção,  rearranjo

reacional  (formação  de  isocianato)  com  conseqüente  formação  de  produtos  de  reação

estão de acordo com dados obtidos por LI et al. [91], que através de dados de conversão

demonstrou pequena atividade da alumina para a reação de redução de NO pelo CH4.

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158

  3190 2800 2400 2000 1800 1600 1400   1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Al2O3 ­ Reação NO + CH4

330oC

350oC

380oC

3015

1611

1582

1573

2904 2240

1461

1303

13771393

Figura 81. Espectros de DRIFTS da γ­alumina. Reação NO/CH4.

Quando o paládio é impregnado no suporte de γ­alumina, o perfil do espectro se

modifica como apresentado na Figura 82. Abaixo de 2000 cm­1, os espectros

apresentaram­se com muito ruído dificultando a identificação precisa de bandas. Para

melhorar o perfil, aplicou­se uma rotina matemática para reduzir ruído. Apesar de

melhorar o aspecto dos gráficos, alguns ruídos podem parecer bandas e modificar a sua

localização.

A  formação  de  bandas  relativas  à  adsorção  do  NO  no  paládio  geraram  bandas

em 1782,  1750 e 1686 cm­1  a  temperatura de 330oC. A banda a 1782 cm­1 é relativa a

formação  de  NO  catiônico  adsorvido  no Pd +,  a 1750 cm­1  é designada à  formação de

NO  adsorvido  linearmente  (Pd0),  enquanto  que  a  1665  cm­1  é  formado  NO adsorvido

com deformação angular ou ponte [84]. As espécies em 1782 e 1665 cm­1, indicariam a

adsorção em espécies de Pd com estados de oxidação mais elevado do que a adsorção

em 1750 cm­1 no Pd0.

Apesar  da  sobreposição  das  bandas,  devido  a  grande  quantidade  de  espécies

formadas na faixa 1640 a 1200 cm­1 e o ruído produzido, bandas em 1612, 1581, 1564,

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159

1305 e 1231 cm­1  foram as principais a 330oC. As bandas em 1564, 1581, e 1305 cm­1

associadas à formação de nitratos [71] e a banda a 1231 cm­1 indicam grande formação

de nitritos [66] a temperatura de 330oC.

  3190 2800 2400 2000 1800 1600 1400   1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/Al2O3 ­ Reação NO + CH4

330oC

350oC

380oC

400oC

3015 1612

1305

15811665 1564

1231

17821750

1590

1378

1389

29072240

1462

1612

Figura 82. Espectros de DRIFTS do catalisador Pd/Al2O3. Reação NO/CH4.

Com  o  aumento  de  temperatura  as bandas  relativas à adsorção de espécies NO

adsorvidas  no  Pd  desaparecem  a  temperatura  de  400oC,  indicando  que  a  esta

temperatura ocorre grande dissociação destas espécies. A diminuição da banda em 1231

cm­1, relativa a nitritos, e o aumento da banda a 1462 cm­1, relativa a carbonatos, sugere

grande conversão do metano.

Temperaturas acima de 350oC, apresentam bandas em 1592, 1389 e 1378 cm­1.

A banda a 1592 cm­1 é designada a formação de grande quantidade de espécies nitratos

na superfície da alumina [71, 89], e as bandas 1389 e 1378 cm­1 relativas a formação de

formiatos [90]. O ombro a 1612 cm­1 indica que a pequena formação do NO2 se mantém

a temperaturas de 400oC.

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160

Observou­se  a  temperaturas  acima  de  380oC,  pequena  formação  de  espécies

isocianatos  a  2240  cm­1.  Observou­se  que,  neste  catalisador  a  maior  formação  do

isocianato coincide com a maior dissociação do CH4  (banda a 2097 cm­1), assim como

as espécies formiatos, o que indica o processo de oxidação do CH4, via estas espécies. A

formação  de  formiatos,  segundo  HUUHTANEN et  al. [89],  está  relacionada  à  reação

entre  o  COads  com  grupos  hidroxilas.  Nenhuma  banda  (em  todos  os  catalisadores)

relativa  à  adsorção  do  CO  foi  observada,  o  que  sugere  outro  mecanismo  para  a

formação de espécies  formiatos. Estas espécies parecem estar associadas o aumento da

dissociação do metano.

LI et  al.  [90],  estudando  catalisadores  Pd/Al2O3  para  a  oxidação  do  metano

através  de  análises  de  infravermelho,  também  não  observaram  bandas  relativas  à

adsorção de CO no catalisador. Os autores propuseram um mecanismo alternativo para

a formação de formiato que se adapta as nossas observações.

[PdO]x + CH4  HCOO­ + [PdO]y + H2O.                          (50)

HCOO­ + Oads  ­CO3­ + H2O                                             (51)

­CO3­ + [PdO]y  CO2 + PdO.                                             (52)

O que explica a oxidação do metano.

A Figura 83 apresenta os espectros de IV da reação de NO/CH4 no catalisador de

Pd/5Ce/Al2O3. A temperatura de 330oC, houve grande formação de espécies adsorvidas

no Pd, com formação de bandas entre 1830 a 1700 cm­1 e outra banda em 1666 cm­1. O

NO,  forma  diversos  complexos  lineares  superficiais  com  o  Pd  na  faixa  acima

mencionada, Pd+2­NO, Pd­NO+, Pd­NO­  [71]. Onde se destacam os máximos em 1780,

1740 e 1666 cm­1. A banda a 1780 cm­1 pode ser associada ao NO catiônico, enquanto

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161

que o NO adsorvido no Pd0 aparece em 1740 cm­1 e a banda a 1666 cm­1 é relacionada

ao  NO  adsorvido  com  deformação  angular.  Os  esquemas  destas  ligações  do  NO  no

paládio, segundo ALMUSAITEER e CHUNG [84], estão relacionados a seguir:

Pd N O            1780 cm­1, NO catiônico.

Pd N O             1740 cm­1, NO adsorvido linearmente no Pd.

PdN

PdO

           1665 cm­1, NO em ponte.

Pd NO

         1665 cm­1, NO com deformação angular.

As  bandas  formadas  entre  1600  a  1200  cm­1,  como  em  todos  os  experimentos

deste  capítulo,  são  de  difícil  interpretação  devido  à  baixa  intensidade,  ao  excesso  de

ruído,  e  sobreposição  das  diversas  espécies.  Vamos,  portanto  associar  as  principais

bandas observadas. A 330oC, grande formações de nitratos (1585, 1560 e 1304 cm­1) e

nitritos (1229 cm­1) foram observadas.

O  aumento  da  temperatura  a  350oC  provoca  um  aumento  na  dissociação  do  metano

(banda a 2907 cm­1), e como observado para o Pd/Al2O3, bandas em 1590, 1393 e 1377

cm­1 aparecem relativas à formação de nitratos (1590 cm­1) e formiato (1393 e 1377 cm­

1) com a diminuição da banda em 1230 cm­1 (nitritos).

Comparando­se  este  catalisador  com  o  anterior,  a  formação  de  nitratos  e  formiatos,

assim  como  uma  maior  dissociação  do  metano,  ocorre  com  maior  intensidade  a  uma

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162

temperatura  30oC  menor  do  que  para  o  catalisador  sem  promotor.  Indicando  assim  a

influência do Ce nos processos reacionais.

Segundo CRACIUN et al. [57], trabalhando com a reação de reforma a vapor do

metano, a atividade para catalisadores do tipo Pd/Ce é muito maior (um fator de 104) do

que para catalisadores de Pd em suportes não redutíveis.

WANG et  al.  [92],  propuseram  que  o  aumento  desta  taxa  seria  devido  à

existência  de  um  mecanismo  bi­funcional  no  qual  o  CeO2  transfere  oxigênio  para  o

metal e é novamente oxidado pela H2O, segundo mecanismo descrito abaixo:

CH4 +   CHx,ads + (4­x) Hads                                                 (53)

H2O +Ce2O3 2CeO2 +H2                                                        (54)

2Hads  H2 +                                                                            (55)

CHx,ads + 2CeO2  COx + (1/2 x) H2 +Ce2O3 +                       (56)

onde   = sítio ativo.

As  espécies  CHx,ads,  seriam  favorecidas  pela  presença  de  sítios  ativos  no

catalisador  e  o  Ce  ajudaria  na  decomposição  destas  espécies  adsorvidas,  segundo  a

reação apresentada abaixo:

HCOO­ + Ce+4  CO2 + 1/2 H2 + Ce+3                                      (57)

O  aumento  da  temperatura  a  380oC,  provoca  o  desaparecimento  das  bandas

relativas a adsorção de NO no Pd,  formando uma banda  larga com máximo próximo a

1900  cm­1.  Não  foi  encontrado  nada  similar  na  literatura  para  esta  reação.  Também

nenhuma  banda  referente  à  adsorção  de  espécies  NO  ou  CO  no  Ce  aparecem  nesta

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163

região.  Estas  bandas  aparecem  somente  em  temperaturas  acima  de  350oC  e  nos

espectros  dos  dois  catalisadores  promovidos  com  Ce.  A  única  adsorção  possível

associada  a  estes  números de  onda,  seria  relativa a adsorção de CO no Pd. As bandas

próximas  a  1900  cm­1  estariam  associadas  com  a  adsorção  de  CO  em  ponte  no  Pd

(P d

CP d

O ), enquanto que o ombro em aproximadamente 2050 cm­1 estariam associadas

a formação de CO linearmente adsorvido no Pd (Pd C O).

Observou­se a temperatura de 350oC, uma banda intensa formada em 2240 cm­1,

associada à formação de isocianato, diferente dos outros catalisadores que apresentaram

pequenas formações desta espécie. A formação de N2O, que se apresenta muito próxima

(2224 cm­1) foi descartada, pela ausência da banda complementar em 1286 cm­1.

A  formação  de  isocianato  está  associada  à  formação  inicial  no  paládio  e

subseqüente transbordamento sobre a superfície do suporte. A reação ocorreria, segundo

MACLEOD e LAMBERT [79] entre o CO e N adsorvidos no Pd.

O  aumento  de  CO  adsorvido  no  Pd,  no  caso  do  catalisador  de  Pd/5Ce/Al2O3,

teria  relação com o aumento de formação de espécies isocianatos. As espécies CHx,  ads,

reagiriam  com  o  CeO2  formando  CO  que  se  adsorveria  no  sítio  ativo  livre,  com  o

aparecimento de bandas de CO adsorvido no Pd em 1900 e 2050 cm­1.

As espécies NO adsorvidas no Pd a 380 e 400oC, apresentaram numero de onda

em 1689 cm­1, as quais podem ser associadas a espécies NO em ponte no Pd (P dN

P dO )

ou  com  deformação  angular  ( P d NO )  [84].  Grandes  quantidades  de  espécies  são

formadas  na  faixa  entre  1640  a  1200  cm­1.  Uma  banda  intensa  em  1612  cm­1  indica  a

maior  formação de espécies NO2  adsorvidas na alumina,  devido à reação entre NOads e

Oads.

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164

A  banda  a  1458  cm­1,  relativa  à  formação  de  carbonato,  como  já  mencionado,

sugere maior oxidação do metano. A formação de formiato (1393 e 1377cm­1), também

é muito intensa.

A  diminuição  das  bandas,  a  400oC,  relativas  à  formação  de  formiatos  (1393  e

1377  cm­1),  além  do  aumento  da  banda  de  isocianato,  podem  sugerir  que  o  formiato

seria  um  intermediário  na  formação  de  CO  [90]  reagindo  com  espécies  N  adsorvidas

formando isocianatos.

  3190 2800 2400 2000 1800 1600 1400  1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CH4

330oC

350oC

380oC

400oC

3015

1740

1591 1231

1780

1666

29042240 1908

13931377

1305

1611

1458

1689

Figura 83. Espectros de DRIFTS do catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

Na  Figura  84,  pode­se  observar  os  espectros  para  o  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3.

Comparando­se  com  os  espectros  do  catalisador  de  Pd/Al2O3,  não  se  observa

contribuição significativa do ZrO2. Este  fato  se deveria à baixa mobilidade do oxigênio

da rede do ZrO2, como demonstrado pelas análises de TPR e XPS.

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165

   3190 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200,0Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Zr/Al2O3 ­ Reação NO + CH4

330oC

350oC

380o C

400oC

3015

1663 16111581

1564

14621231

1380

1782

17521305

2907

2240

1782

13781390

Figura 84. Espectros de DRIFTS do catalisador Pd/5Zr/Al2O3.

Apesar de encontrarmos na literatura [29] referências sobre o efeito promotor do

ZrO2 nas reações de reforma seca e à vapor do metano, contribuindo sinergicamente na

liberação  de  sítios  ativos  da  Pt  (catalisadores  do  tipo  Pt/ZrO2)  assim  como  na

dissociação  de  reagentes  através  de  sua  rede  de  oxigênio  (dissociação  do  CO2

adsorvido),  estas  reações  ocorrem  em  temperaturas  acima  de  650oC.  A  estas

temperaturas  altas  a  energia  de ativação seria  suficiente para ocorrer  tal mobilidade de

rede.

NAKANO et al. [13], reportaram o efeito de envenenamento do ZrO2 pelo CO2,

pela  adsorção  irreversível  em  reações de  isomerização de 1­buteno. A dessorção desta

espécie  ocorreria  somente  a  temperaturas  acima  de  410oC,  com  90%  da  atividade

original sendo recobrada. Portanto, para este caso, à temperaturas relativamente baixas,

a energia não seria suficiente para uma maior contribuição do promotor ZrO2 para esta

reação.

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166

Para o catalisador de Pd/5Ce/5Zr/Al2O3, o espectro de DRIFTS é apresentado na

Figura  85.  Os  espectros  para  este  catalisador  para  temperaturas  menores  que  380oC,

apresentou bandas semelhantes às observadas para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3. Apenas

o  espectro  a  380oC,  apresenta  diferenças  entre  estes  catalisadores.  A  formação  de

isocianatos  é  muito  menor,  assim  como  a  formação  de  NO2,ads  e  carbonatos  em  1458

cm­1. Estes  resultados,  têm relação direta da  influência do Ce nas reações ocorridas no

catalisador. Nossas análises de MEV, DRX e XPS demonstraram a interferência do Zr

na  mobilidade  de  oxigênio  da  rede  do  Ce,  onde  a  quantidade  de  Ce+4  nestes

catalisadores  reduzidos  é  de  apenas  19%,  e  nos  oxidados  de  27%  (dados  de  XPS).

Grande  parte  deste  Ce  (73%)  estaria  em  forma  inativa  de  mobilidade  de  rede,  por

interferência  do  Zr,  como  aluminato  (dados de  TPR),  não  participando  de  relações de

sinergismo com o metal nobre. Portanto, este catalisador pode ser considerado como um

catalisador  contendo  apenas  1,3%  de  Ce  (Pd/1,3Ce/5Zr/Al2O3),  disponível  para  o

mecanismo redox.

A 400o C, observou­se o aparecimento da banda relativa a NO2,ads, assim como o

aumento da banda em 1458 cm­1 designadas a carbonatos. A diminuição das bandas do

CO,  adsorvido  nos  sítios  de  Pd,  e  das  bandas  de  formiato  indicam  a  formação  de

carbonatos  e  isocianatos.  Estes  resultados  sugerem  que  após  a  oxidação  das  espécies

CHx, ads (reação 56), o Ce2O3 seria re­oxidado pelo NO se adsorvendo dissociativamente

na sua superfície, assim como do Pd, levando a reação entre este NOads e o Oads.

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167

 3190 2800 2400 2000 1800 1600 1400  1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 ­ Reação NO + CH4

330oC

350oC

380oC

400oC

1305

1231

2904

1590

1305

1906

2237

1611

1458

1392

1378

3015

1779

1740

1656

Figura 85. Espectros de DRIFTS do catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.

Comparando­se os espectros para  a  reação a 330oC para  todos os catalisadores

observou­se que a esta temperatura não ocorre a adsorção dissociativa do CH4, não se

observando  bandas  referentes  à  espécies  carbonatos,  isocianatos  ou  formiatos.  Esta

adsorção  dissociativa  ocorreria  a  temperaturas  acima  de  350oC.  A  400oC,  a  maior

formação  de  NO2  adsorvido  nos  catalisadores  impregnados  com  óxido  de  cério,

sugerem a contribuição do óxido nas adsorções dissociativas do NO.

4.3.2. Conversão NO pelo CH4. Avaliação Catalítica.

Neste  capítulo  são  apresentados  dados  de  conversão  de  NO  em  função  da

temperatura,  para  os  catalisadores  com  5  e  10%  de  promotores;  Figuras  86  e  87,

respectivamente.

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168

250 300 350 400 450 500

0

20

40

60

80

100

 Pd/Al2O

3

 Pd/5Ce/Al2O

3

 Pd/5Zr/Al2O

3

 Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Con

vers

ão d

e N

O (

%)

Temperatura oC

Figura 86. Gráficos de conversão de NO para a reação NO/CH4 em função da

temperatura para todos os catalisadores da série 5%.

250 300 350 400 450 500

0

20

40

60

80

100

 Pd/Al2O

3

 Pd/10Ce/Al2O

3

 Pd/10Zr/Al2O

3

 Pd/10Ce/10Zr/Al2O

3

Con

vers

ão d

e N

O (%

)

Temperatura oC

Figura 87. Gráficos de conversão de NO para a reação NO/CH4 em função da

temperatura para todos os catalisadores da série 10%.

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169

Verificou­se  que  os  gráficos  das  duas  séries  são  semelhantes,  com  elevada

conversão do NO,  acima de 350oC. Abaixo desta temperatura, observou­se conversões

abaixo  de  20%,  e  pequenas variações no  comportamento  dos  catalisadores. Este perfil

de  conversão  de  NO parece ser  clássico,  visto que  foi encontrado para vários  tipos de

catalisadores  encontrados  na  literatura  [93,  94].  O  catalisador  Pd/xCe/Al2O3  apresenta

uma  melhor  performance  até  esta  temperatura  na  série  5  e  10%,  com  conversões

máximas de 18 e 10%,  respectivamente. Enquanto que as piores performances na série

5%  são  apresentadas pelos  catalisadores Pd/Al2O3  e Pd/5Zr/Al2O3,  com conversões de

8%.  O catalisador da  série 10% que apresentou menor  conversão à estas  temperaturas

foi o Pd/10Ce/10Zr/Al2O3, com conversões em torno de 5%.

Segundo  WANG et  al.  [95],  grandes  quantidades  de  promotor  adicionado

geralmente provocam o decréscimo da atividade catalítica, devido à cobertura dos sítios

ativos; cargas de 2 a 5% de terras raras estariam dentro dos parâmetros ótimos.

Acima  de  350oC  ocorre  grande  conversão  de  NO  em  todos  os  catalisadores,

alcançando 100% à temperatura de 400oC. Isto indica que os óxidos de cério e zircônio

não  apresentam  contribuição  significativa  na  conversão  acima  de  350oC,  sendo  o  Pd

determinante para esta reação.

Na  literatura,  foram  encontradas  algumas  referências  a  possíveis  mecanismos

para esta reação. FUJIMOTO et al. [96], sugeriram que a oxidação do metano acontece

através de um mecanismo que envolve dois sítios ativos, um reduzido (uma vacância de

oxigênio  no  PdO)  promovendo  a  adsorção  dissociativa  do  metano  e  outro  oxidado,

provedor  de  oxigênio  para  a  reação  de  oxidação  do  metano.  CARSTEN et  al.  [65]

sugeriram  um  mecanismo  bifuncional  para  a  oxidação  de  metano  em  amostras  de

PdO/ZrO2.  De  acordo  com  os  autores  o  metano  quimissorve  dissociativamente  no  Pd

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170

metálico  produzindo  espécies  H  e  CHx  (x  =  1–3)  adsorvidas,  as  quais  seriam

responsáveis pela redução do óxido de Pd.

Os dados experimentais de DRS in situ de NO, mostraram a reoxidação do Pd0

com  o  aumento  de  temperatura,  corroborados  pelas  análises  de  DRIFTS  da  reação

NO/CH4,  onde  foi  observada  espécies  NO  adsorvidas  em  Pd +.  Pelas  análises  de

DRIFTS  (NO/CH4)  foi  observado  que  a  adsorção  dissociativa  do  metano  (banda  em

2904 cm­1) ocorre em temperaturas acima de 330oC. A formação de formiato (bandas a

1389 e 1378 cm­1) e isocianato (banda em 2240 cm­1) foi observada a esta temperatura,

indicando  a  oxidação  do  metano  produzindo  estas  espécies.  O  fator  limitante  desta

reação, portanto, seria a adsorção dissociativa do metano.

Os  dados  de  TPD  de  NO,  mostraram  a  formação  de  N2O  e  N2  em  todos  os

catalisadores em torno de 150oC, indicando a adsorção dissociativa e reações abaixo de

350oC.

A  partir  destes  dados  experimentais  nos  permitiram  sugerir  que:  abaixo  de

350oC,  a  conversão  de  NO  acontece  via  adsorção  dissociativa  do  NO  no  catalisador,

com  as diferenças nos níveis de conversão devido à  interferência dos diferentes óxidos

impregnados  (como  sugeridos  pelas  análises  de  TPD  de  NO).  Os  baixos  níveis  de

conversão,  a  estas  temperaturas,  seria  devido  ao  bloqueio  dos  sítios  ativos  pelo  O2ads,

diminuindo  a  capacidade  de  dissociação  do  NO  [93].  Acima  de  350oC,  ocorre  à

adsorção  dissociativa  do  CH4  em  sítios metálicos  (gerados pela  dessorção  de  espécies

NO na forma de N2 e N2O), formando Hx que reduziriam PdO, gerando sítios metálicos

para a adsorção de NO e CH4.

Apesar das diferentes espécies formadas nos diferentes catalisadores, observadas

pelas análises de DRIFTS da reação NO/CH4, o passo determinante para esta reação é a

adsorção  dissociativa  do  metano,  que  proporciona  a  redução  do  PdO  rapidamente.

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171

Portanto podemos concluir que o processo redox do PdO D Pd, propiciado pelo NO e

CH4 é determinante para esta reação.

4.4. Reações de Desativação por SO2.

4.4.1. Análises de Infravermelho – adsorção/dessorção de SO2.

FTIR de SO2.

A interação do dióxido de enxofre  com os catalisadores foi estudada através da

técnica de espectroscopia de infravermelho para a identificação de espécies adsorvidas e

dessorvidas  com  o  aumento  de  temperatura  quando  o  catalisador  foi  submetido  a  um

fluxo  de  100  ppm  de  SO2  por  30  minutos.  Os  espectros  apresentaram  uma  boa

resolução,  porém  abaixo  de  1000  cm­1,  devido  à  interferência  da  forte  adsorção

provocada pela alumina, a avaliação das bandas não foi possível.

A Figura 88 apresenta o espectro de infravermelho de adsorção/dessorção para a

alumina  na  região  compreendida  entre  1800­1000  cm­1.  Após  a  adsorção  do  SO2  a

temperatura  ambiente,  observou­se bandas em 1630, 1328 e uma intensa e larga banda

em 1038 cm­1, com ombro em 1148 cm­1. A banda em 1328, e o ombro em 1148 cm­1,

são relacionadas a espécies SO2 fisissorvidas enquanto que a banda a 1038 cm­1 se deve

à  formação de espécies SO2 quimissorvidas, possivelmente como sulfitos  [30], a banda

observada  em  1630  cm­1  é  devido  à  água  adsorvida  [40].  O  aumento  de  temperatura

provoca o desaparecimento da banda em 1630 e 1328 cm­1 e diminui a  intensidade das

bandas em 1038 e 1146 cm­1. Uma banda a 1169 cm­1  aparece em  temperaturas acima

de 180oC, que segundo a literatura [37] está associado à formação de sulfato mássico.

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172

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1010Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Alumina ­ adsorção/dessorção SO2

Temp. ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1328

1146

1038

1169

Figura 88. Espectros de Infravermelho da alumina após adsorção de SO2 a temperatura

ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

Na  Figura  89,  estão  apresentados  os  espectros  de  infravermelho  de

adsorção/dessorção  de  SO2  para  a  amostra  5Zr/Al2O3.  A  adsorção  do  SO2  apresentou

bandas  de  adsorção  em  1624,  1370,  1340  e  1031  cm­1,  as  quais  são  semelhantes  à

adsorção na alumina pura, com exceção da banda a 1370 devido ao SO2 em fase gasosa

[97].  LUO  e  GORTE  [37],  trabalhando  com  catalisadores  do  tipo  Pd/ZrO2,

apresentaram  dados  de  FTIR  para  adsorção  de  SO2,  atribuindo  uma  banda  de  baixa

intensidade  a  1240  cm­1  a  adsorção  molecular  do  SO2  no  suporte.  Os  espectros  não

apresentaram a  formação desta banda, possivelmente decorrente da baixa concentração

do óxido de zircônio e da grande adsorção do dióxido de enxofre na alumina.

Com  o  aumento  da  temperatura  observou­se  a  diminuição  gradual  da  banda  a

1031  cm­1,  indicando  a  dessorção  ou  transformação  das  espécies  sulfitos.  A  140oC  o

espectro  apresenta  uma  banda  larga  e  de  baixa  intensidade  em  aproximadamente  1267

cm­1,  devido  à  formação  de  espécies  sulfatos  adsorvidos na  superfície  da  alumina.  Em

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173

temperaturas  acima  de  250oC uma banda  larga  é  formada  entre  1370  a 1250 cm­1 que

pode ser associada à formação de espécies sulfatos na superfície do ZrO2 [37].

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   990Número de onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

5Zr/Al2O3 ­ adsorção/dessorção de SO2

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

Ads. Temp. Ambiente

1624

1370

1340

1031

1240

1267

116913491370

1250

Figura 89. Espectros de Infravermelho do precursor 5Zr/Al2O3, após adsorção de SO2 a

temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

O  Ce  impregnado  na  alumina  apresentou  um  comportamento  de

adsorção/dessorção de SO2 diferente do suporte e da amostra 5Zr/Al2O3, como pode ser

visto na Figura 90. A adsorção apresentou bandas em 1230, 1146 e 1050 cm­1, além das

bandas referentes à água adsorvida e SO2 em fase gasosa, já mencionada anteriormente.

A  banda  (ombro)  em  1230  cm­1  está  relacionada  a  espécies  sulfitos  superficiais

formados  no  Ce,  a  1150  cm­1  (ombro)  a  espécies  fisissorvidas  na  alumina  e  banda  a

1050 cm­1 devido ao SO2  adsorvido quimicamente na alumina e CeO2,  o qual segundo

WAQIF et  al.  [30]  seria  devido  à  adsorção  do  SO2  nos  sítios  básicos  de  O2­.  Com  o

aumento de temperatura até 180oC, observaram­se bandas nítidas aparecerem em 1255,

1160  e  1038  cm­1,  com  o  consumo  das  bandas  na  faixa  de  1300­1000  cm­1.  As  duas

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174

primeiras bandas são relacionadas à formação de sulfatos, enquanto que a banda a 1040

cm­1  está  relacionada  a  espécies  sulfitos  superficiais  na  alumina.  Como  pode  ser

observado,  a  mudança  do  máximo  1050  cm­1  para  1038  cm­1,  com  aumento  de

temperatura , sugere a dessorção das espécies de SO2 formadas possivelmente no Ce. A

temperaturas  acima  de  250oC  uma  banda  a  1343  cm­1  indica  a  formação  de  sulfatos

superficiais  no  cério  [37]  e  o  deslocamento  da  banda  a  1255  para  valores  maiores  de

número de onda (~ 1283 cm­1) indica a formação de um sulfato mássico na alumina.

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

5Ce/Al2O3 ­ adsorção/dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1373

13431233

1150

1050

1038

1158

1258

12831038

1158

1342

Figura 90. Espectros de Infravermelho do precursor 5Ce/Al2O3, após adsorção de SO2 a

temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

Os espectros de infravermelho para a amostra 5Ce/5Zr/Al2O3 estão apresentados

na  Figura  91.  Verificou­se  que  a  adsorção  do  SO2  apresentou  as  mesmas  bandas

observadas  anteriormente  para  a alumina. Não se observou nenhum pico  relacionado à

adsorção  do  dióxido  de  enxofre  os  óxidos  de  zircônio  (banda  a  1240  cm­1)  ou  cério

(banda  a  1230  cm­1),  devido  a  baixa  concentrações  dos  mesmos  e  a  formação  de

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175

aluminato de cério nos sistemas impregnados com Zr e Ce, como constatado por dados

de TPR, diminuindo a quantidade de sítios básicos para a adsorções do SO2. O aumento

de  temperatura  conduz  a  formação  de  espécies  sulfatos  na  superfície  da  alumina

relacionadas com a formação de banda a ~ 1267 cm­1. A temperaturas acima de 250oC,

ocorre à formação de sulfatos na alumina, na céria e na zircônia, conforme relacionados

às bandas formadas na região entre 1400­1200 cm­1.

  1800 1750 1700 1650 1600 1550 1500 1450 1400 1350 1300 1250 1200 1150 1100 1050   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

5Ce/5Zr/Al2O3 ­ Adsorção/Dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1374

1334

1141

1346

1288 1165

1031

1267

Figura 91. Espectros de Infravermelho do precursor 5Ce/5Zr/Al2O3, após adsorção de

SO2 a temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

O  catalisador  Pd/Al2O3  apresenta  um  comportamento  semelhante  ao  suporte

puro. O SO2 adsorve na alumina na forma de sulfatos e sulfitos, mas o aparecimento de

banda próximo a 1340 cm­1, difere do suporte. Esta banda que aparece e cresce com o

aumento  de  temperatura  (acima  de  180oC)  está  associada  à  formação  de  sulfato

superficial. A literatura registra [40], o aparecimento de bandas relativas a formação de

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176

sulfatos  no  PdO  para  catalisadores  Pd/Al2O3  em  1435  cm­1,  no  entanto,  não  foram

observadas estas espécies neste catalisador aqui estudado.

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/Al2O3 ­ Adssorção/Dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1631

1329

1145

1035

11661341

Figura 91. Espectros de Infravermelho do catalisador Pd/Al2O3, após adsorção de SO2 a

temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

Os  espectros  de  infravermelho  para  o  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3  na  adsorção  e

dessorção de SO2 estão apresentados na Figura 92. Observou­se a formação das mesmas

bandas  apresentadas  na  adsorção/dessorção  no  precursor  5Zr/Al2O3,  com  bandas

referentes à formação de sulfitos na alumina e ZrO2, a dessorção destas espécies com o

aumento  de  temperatura  e  uma  pequena  formação  de  sulfato  na  alumina  em  alta

temperatura,  não se apresentando bandas referentes à formação de espécies sulfatos no

Pd, nas condições apresentadas.

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177

1800,0 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Zr/Al2O3 ­ adsorção/dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des.140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1031

1338 1285

1370

1250 1167

Figura 92. Espectros de Infravermelho do catalisador Pd/5Zr/Al2O3, após adsorção de

SO2 a temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

A  Figura  93  mostra  os  espectros  de  IV  do  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3,  para  a

adsorção/dessorção do SO2 nas condições experimentais. A adsorção do SO2 apresentou

formação  de  espécies  SO2  na  superfície  da  alumina  com  bandas  a  1330,  1143  e  1037

cm­1,  já  discutidas  anteriormente.  A  banda  a  1230  cm­1  que  é  referente  à  adsorção  de

SO2 no CeO2 não se apresenta nítida neste caso como no precursor (Figura 90), o que

estaria  relacionado  a  menor  concentração  de  espécies  Ce+4  presentes  após  redução,

como os dados apresentados de XPS indicaram, ou a possível interação sinérgica entre o

Ce e o Pd na interface, possibilitando a oxidação do SO2. O aumento de temperatura até

250oC não provoca o aparecimento de novas bandas, mas o decréscimo da intensidade

das  mesmas,  indicando  dessorção  das  espécies  sulfitos.  Em  temperaturas  acima  de

250oC  a  formação  de  uma  banda  larga  em  1338  cm­1  indica  a  formação  de  espécies

sulfatos  tanto  no  cério  quanto  na  alumina  além  da  formação  de  sulfato  mássico  na

alumina  indicado  pela  banda  a  1163  cm­1.  Uma  pequena  banda  formada  a  300oC  por

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178

volta  de  1431  cm­1  pode  indicar  a  formação de sulfato  sobre o Pd,  indicando que este

sistema  reoxidaria  o  paládio  na  interface  entre  o  metal  nobre  e  o  óxido  de  cério,

possibilitando a formação desta espécie.

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ adsorção/dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1143

1330

1037

1431

13481163

1120

1037

Figura 93. Espectros de Infravermelho do catalisador Pd/5Ce/Al2O3, após adsorção de

SO2 a temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

Para o catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 o comportamento de adsorção/dessorção de

SO2  é  apresentado  na  Figura  94.  A  adsorção  deste  sistema  apresentou  as  bandas

similares  às  apresentadas  pela  alumina  pura  com  menor  intensidade,  devido  a  grande

concentração  de  óxidos  impregnados  na  superfície  do  suporte  (como  sugerido  pelos

dados  de  BET),  apresentando  uma  menor  disponibilidade  da  alumina  para  adsorção.

Com o aumento da  temperatura  até 250oC, o perfil apresenta a dessorção de parte das

espécies  sulfitos  adsorvidos.  Acima  desta  temperatura  verificou­se  a  formação  de  uma

banda  larga  de  adsorção compreendida entre ~ 1250 a 1400 cm­1. LAPERDRIX et al.

[98] relacionaram estas espécies a sulfatos na alumina (observadas na região entre 1260­

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179

1280 cm­1), sulfatos superficiais no cério (1400­1350 cm­1) e sulfatos no zircônio (1400­

1380 cm­1).

  1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 ­ Adsorção/Dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

1630

1258

1030

1250

1400

Figura 94. Espectros de Infravermelho do catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3, após adsorção

de SO2 a temperatura ambiente e limpeza com He, em diferentes temperaturas.

Como  grande  parte  constituinte  do  catalisador  é  a  ­alumina,  sua  contribuição

para  os  fenômenos  de  adsorção/dessorção  de  espécies  interfere  fortemente  nos  perfis

dos  espectros  apresentados.  MITCHELL et  al.  [99]  explanaram  que,  a  interação  do

dióxido  de  enxofre  com  a  alumina,  é  devida  a  grande  quantidade  de  sítios  básicos  e

ácidos  presentes  na  sua  superfície,  levando  a  espécies  quimissorvidas  e  fisissorvidas,

respectivamente.  Nos  sítios  básicos  de  Lewis  (átomos  de  oxigênios  expostos)  as

espécies  quimissorvidas  na  alumina  levam  a  formação  de  espécies  sulfitos  após

clivagem da ligação Al­O enquanto que nos sítios ácidos de Lewis (átomos de alumínio

coordenadamente  insaturados)  levam  a  formação  de  espécies  fracamente  ligadas  na

superfície  da  alumina.  A  formação  de  sulfato  na  alumina  em  temperaturas  acima  de

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180

180oC foi observada também por YU et al. [40] que sugeriu a relação entre adsorção e

consumo  de  espécies  OH  na  região  compreendida  entre  3800­3450  cm­1,  como  foi

também observados para todas as amostras avaliadas e exemplificadas pela Figura 95 do

catalisador Pd/Al2O3.

  4000 3800 3600 3400 3200 3000   2800Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/Al2O3 ­ adsorção/dessorção de SO2

Ads. Temp. Ambiente

Des. 140oC

Des. 180oC

Des. 250oC

Des. 300oC

Figura 95. Espectro de IV do catalisador Pd/Al2O3, na região de hidroxilas (3800 a 3450

cm­1.

O óxido de zircônio presente nos catalisadores apresenta propriedades básicas e

ácidas além de propriedades redox na sua superfície, favorecendo a adsorção do SO2. O

aumento de temperatura acima de 180oC apresenta a formação de grande quantidade de

espécies sulfato devido à reação com o oxigênio “móvel” presente na estrutura cristalina

[33] do óxido como sugerido em nossos dados de TPR.

O  cério  presente  nas  amostras  apresenta,  abaixo  de  temperaturas  de  140oC,

espécies  SO2  adsorvidas  molecularmente  possivelmente  como  sulfitos,  enquanto  que  a

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181

temperaturas  mais  altas  estas  espécies  superficiais  são  oxidadas  a  sulfatos  presentes

tanto  na  alumina  como  no  cério. Como no caso da alumina,  as espécies adsorvidas no

óxido  de  cério  seriam  preferencialmente  localizadas  nos  sítios  básicos  de  Lewis  em

temperatura ambiente, devido ao caráter oxiácido da molécula de SO2. A mobilidade do

oxigênio  em  sua  rede permite,  com o aumento de  temperatura, a  formação de grandes

quantidades de sulfatos e conseqüente redução de Ce+4 a Ce+3 (equação 57) e estocagem

destas espécies na alumina.

6CeO2 +3SO2 D Ce2(SO4)3 + 2Ce2O3                                   (57)

O metal nobre na forma reduzida não apresenta sítio de adsorção para o oxiácido

de SO2, não sendo observado a formação de banda em 1435 cm­1 relativo a formação de

PdSO4, com o aumento da temperatura no catalisador de Pd/Al2O3.

O  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3  apresenta  espectros de  adsorção/dessorção  de  SO2

muito diferente do que seu precursor, este fato se deve à quantidade de Ce+3 presente na

amostra  após  a  redução,  como  foi  constatado  através  de  XPS.  A  quantidade  de  Ce+4

presente  na  amostra  reduzida  fica  próxima  de  30%,  devido  ao  efeito  sinérgico

provocado pelo paládio na  redução. Como no tratamento de adsorção/dessorção não é

admitido  uma  fonte  de  oxigênio,  para  reoxidação  do  Ce  ou  Pd,  a  capacidade  de

oxidação das espécies de SO2  adsorvidas é muito menor do que para o substrato. Este

efeito  de  possibilitar  uma  maior  redução  do  Ce  é  intensificado  com  a  presença  de  Zr,

onde para o catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 a redução na superfície do Ce no catalisador

alcança valores acima de 80%, indicados por XPS, onde a adsorção na zircônia se torna

preponderante.

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182

4.4.2. FTIR das Reações NO + CO na Presença e Ausência de Enxofre.

A competição entre os reagentes NO, SO2 e CO ou CH4 na adsorção nos sítios

ativos  e  as  espécies  formadas,  foi  realizada  através  de  análises  de  infravermelho.  Para

estas  análises  foi  confeccionado  um  reator  que  permitiu  realizar  a  reação  em

temperatura pré­programada (300oC) , escolhida por ser uma temperatura intermediaria

com  grande  desativação  na  presença  de  SO2,  e  posterior  análise  de  IV.  Estas  análises

foram feitas para os quatro catalisadores da série contendo 5% de promotor.

Na Figura 96 são apresentados os espectros de infravermelho para o catalisador

Pd/Al2O3 para a redução do NO pelo CO a temperatura de 300oC na presença e ausência

de  SO2.  Inicialmente,  serão  apresentadas  as  bandas  formadas  na  ausência  de  enxofre

para posteriormente comentar a reação na presença do contaminante.

Apesar  do  cuidado  com a  retirada dos  reagentes gasosos do  reator  (que possui

um  volume  muito  grande)  com  a  passagem  com  He  por  20  minutos,  a  formação  de

bandas referentes à CO gasoso (dubletes em 2175 e 2115 cm­1) e NO gasoso (dubletes

em  1904  e  1848  cm­1)  foram  observados  na  maioria  dos  espectros  apresentados,

dificultando as análises das bandas nestas regiões.

Observou­se a formação de bandas na região entre 1770 a 1630 cm­1 referentes à

formação de espécies NO adsorvidos no Pd. Como comentado em capítulos anteriores,

esta  região  apresenta  a  formação  de  varias  espécies  de  NO  adsorvidas  no  Pd,  onde

podemos  destacar  as  bandas  em  1654,  1693  e  1740  cm­1.  A  banda  a  1654  cm­1  foi

atribuída por HOOST et al. [66] ao NO adsorvido com carga negativa (com deformação

angular), enquanto que a banda em 1693 cm­1 foi relacionada ao NO ligado em ponte no

Pd.

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183

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100  1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Com SO2

Sem SO2

Pd/Al2O3 ­ Reação NO + CO a 300oC

1629 1563 1491 1440

1170

1034

1353

1585

223121762115 1904 1844

1594

1473 13951377

1226

1425

16981654

1547

Figura 96. Espectro de infravermelho da reação NO/CO na presença e ausência

de 100 ppm de SO2 para o catalisador Pd/Al2O3.

A  banda  observada  em  2231  cm­1  (apesar  da  interferência  do  CO  gasoso)  foi

atribuída a formação de isocianato adsorvido no suporte a esta temperatura.

Abaixo de 1600 cm­1,  há  formação de diversas espécies. Portanto destacaremos

as  principais  bandas  com:  nitratos  (1595,  1549,  1258  cm­1),  nitritos  (1226  cm­1),

formiato  (1395  e  1375  cm­1)  e  carbonatos  (1467  cm­1)  no suporte. Diferenças entre, a

posição e intensidade de bandas, foram observadas entre as análises de DRIFTS e FTIR

(reator  adaptado).  MITCHEL et  al.  [99]  chamaram  a  atenção  para  este  efeito  nestas

duas técnicas, e concluíram que a prensagem da pastilha para as análises de FTIR pode

modificar sítios de adsorção.

A  admissão  de  100  ppm  de  SO2  no  meio  reacional  a  300oC  modificou

significativamente  o  perfil  do  espectro  da  reação  NO/CO  (Figura  96).  Duas  regiões

puderam  ser  distinguidas,  acima  e  abaixo  de  1400  cm­1.  Três bandas principais podem

ser destacadas em, 1353, 1170 e 1034 cm­1. A intensa banda em 1034 cm­1, observada

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184

também em nossas análises de adsorção/dessorção de SO2 podem ser relacionadas com

a formação de sulfitos adsorvidos no suporte, enquanto que as bandas em 1353 e 1170

cm­1 [9711] estão relacionados aos estiramentos  (S=O) devido a formação de sulfato e

sulfato  mássico  na  alumina,  respectivamente.  A  literatura  cita  espécies  mássicas

adsorvidas  no  suporte.  Estas  espécies  foram  observadas  principalmente  nos  trabalhos

[30, 82, 98, 99], com pequenas diferenças no numero de onda, provavelmente devido às

espécies  co­adsorvidas  e  o  método  de  preparação  empregado.  WAQIF et  al.  [100]

relatou  estas  bandas  na  sulfatação  de  diversos  óxidos  (CeO2,  Al2O3,  ZrO2),

demonstrando  que  a  formação  das  espécies  sulfatos  superficiais  é  muito  mais  fácil  do

que  as  mássicas.  Estas  espécies  mássicas  seriam  formadas  em  amostras  de  alta  área

superficial  na  presença  de  grande  quantidade  de  SO2  com  aumento  de  temperatura.

Nossos  dados  de  adsorção  de  SO2  puro  demonstraram  a  formação  de  sulfato  mássico

acima de 140oC.

Diversas bandas foram observadas acima de 1400 cm­1 à  temperatura de 300oC.

De  acordo  com a  literatura  [98],  bandas  formadas acima de 1350 cm­1 na adsorção de

SO2 são devidas a vibrações  (S=O) de espécies sulfatos.

Uma  pequena  banda  em  1440  cm­1  pode  ser  relativa  a  formação  de  sulfato  de

paládio (PdSO4). Esta banda, segundo LUO e GORTE [37] e YU e SHAW [40], ocorre

em 1435 cm­1.  Interessante notar que, no espectro da adsorção /dessorção do SO2, não

foi observada esta banda para este catalisador. Este fato se deveria a atmosfera oxidante

(pela presença de NO), que poderia oxidar o Pd, possibilitando a formação de sulfatos,

que não ocorre na amostra reduzida.

Foi  observada  a  formação  de  três  pequenas bandas em aproximadamente 1585,

1563  e  1491  cm­1,  além  da  banda  em  1630  cm­1  (observada  anteriormente  para  a

adsorção do SO2)  relativa à água adsorvida. Estas três bandas não foram reportadas na

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185

literatura para espécies SO2 adsorvidas nos óxidos em estudo. Trabalhos de co­adsorção

de reagentes na presença de enxofre são escassos e não reportaram a presença de bandas

referentes à formação de espécies devido ao NO ou CO neste tipo de sistema.

É  conhecido  que  a  sulfatação  de  óxidos,  como  o  ZrO2  [101]  altera  o

comportamento  do  ZrO2  frente  à  reação  de  isomerização do n­butano,  aumentando os

níveis de conversão. HINZ et al. [29] observou um efeito promotor do SO2 na atividade

do catalisador Pt/Al2O3 na reação de oxidação do propano. Seus espectros de DRIFTS

não  são  claros  e  mostraram  a  formação  de  espécies  sulfatos,  mas  bandas  referentes  a

formação de espécies carbonatos/carboxilatos não são observadas entre 200o e 500oC.

Os  resultados  de  infravermelho  da  adsorção  de  SO2  puro,  não  mostraram

nenhuma  banda  relativa  à  formação  de  espécies  de  SO2  nos  diferentes  catalisadores

acima de 1450 cm­1. Portanto, comparando com os espectros sem enxofre, estas bandas

correspondem provavelmente a adsorções de espécies NO e CO no suporte. As bandas a

1585  e  1563  cm­1  poderiam  ser  atribuída  a  espécies  nitratos  ,  enquanto  que  a  banda

formada  em  1491  cm­1  poderia  ser  associada  a  espécies  carbonatos.  Estes  resultados

poderiam  ser  ligados  a  dessorção  de  espécies  sulfatos  ou  sulfitos  da  superfície

disponibilizando  sítios  para  a  adsorção  de  espécies  NO  ou  CO,  favorecidos  pela

temperatura.

Para  verificar  a  influência  da  temperatura,  foi  feita  uma  análise  do  catalisador

durante  a  reação  Pd/Al2O3  na  reação  NO/CO  na  presença  de  SO2,  a  temperatura

ambiente e a 300oC, conforme a Figura 97, mostrando a ampliação da região entre 1680

e 1417 cm­1. O espectro a temperatura ambiente, apresentou similaridade ao espectro da

adsorção  do  SO2  puro,  com  a  adsorção  do  SO2  nos  sítios  ativos.  O  aumento  de

temperatura  resultou  em  bandas  referentes  a  grande  formação  de  sulfatos,  além  de

bandas na região entre 1700 a 1400 cm­1. A formação destas bandas com o aumento de

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186

temperatura podem sugerir a disponibilidade dos sítios para a adsorção de espécies NO

e CO.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1020Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/Al2O3 ­ Reação NO + CO + SO2

Temp. Amb.

300oC1588156415011481

1367

1167

12291160

1632

Figura 97. FTIR da reação NO/CO na presença de 100 ppm de SO2 a temperatura

ambiente e a 300oC para o catalisador Pd/Al2O3.

Na Figura 98, estão apresentados os dois espectros das análises de infravermelho

da  reação  CO  +  NO  a  300oC  com  e  sem  SO2  na  corrente  de  gases para  o catalisador

Pd/5Zr/Al2O3. O espectro da reação na ausência de enxofre apresentou bandas similares

ao  do  catalisador  Pd/Al2O3,  diferindo  apenas  na  intensidade.  A  banda  relativa  à

formação de  isocianato  (~ 2232 cm­1)  é mais intensa, assim como as bandas relativas a

nitratos  (1586  e  1298  cm­1),  nitritos  (1228  cm­1),  carbonatos  (1464  cm­1)  e  formiato

(1398  e  1377  cm­1).  A  banda  relativa  à  formação  de  NO2  adsorvido  em  1612  cm­1  é

bastante nítida neste catalisador.

  1680 1660 1640 1620 1600 1580 1560 1540 1520 1500 1480 1460 1440   1417Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Temp. Amb.

300oC

1588

1564

1501

1481

1633

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187

A  adsorção  do  NO  no  Pd,  apresentou  duas  bandas  (ombros)  em  1750  cm­1,

relativa  à  formação  de  NO  linearmente  adsorvido  em  Pd0  e  próxima  a  1698  cm­1,

associada à formação de ligação do NO em ponte no Pd.

A  banda  próxima  a  1650  cm­1,  que  no  catalisador  Pd/Al2O3  foi  atribuída  à

formação de espécies NO adsorvidas em ponte no Pd, é muito mais intensa catalisador

Pd/5Zr/Al2O3,  indicando  provavelmente  a  formação  de  bicarbonato,  com  banda

complementar próxima a 1440 cm­1.

ALMUSAITEER  e  CHUNG  [84]  estudando  catalisadores  de  Pd/Al2O3  para  a

reação  NO/CO/O2,  observou  através  de  FTIR  a  temperatura  de  200oC,  uma  banda  a

1645 cm­1, associando­a a formação de NO adsorvido no Pd. Enquanto que MACLEOD

e  LAMBERT  [79]  trabalhando  com  sistema  parecido,  para  a  reação  NO/CO/O2

observou, através da técnica de DRIFTS, que a 150oC houve a formação em 1640 cm­1,

relativa  a  espécies  bicarbonato  (CO)as,  apresentando  banda  complementar  (CO)s  em

1450 cm­1. A grande formação de bandas relativas a diferentes espécies e a sobreposição

das  mesmas  levam  a  diferentes  atribuições.  Espécies  carbonatos apresentam ainda uma

terceira  banda  complementar,  em  aproximadamente  em  3625  cm­1,  que  foi  observada

em  nossos  espectros  (não  destacadas  aqui),  sugerindo  a  contribuição  de  espécies

bicarbonatos para a formação desta banda.

O  aumento  na  intensidade  das  bandas  se  deve  provavelmente  a  presença  do

promotor, que apresenta a formação de nitro­compostos na mesma faixa de adsorção na

alumina (faixa de 1670 a 1200 cm­1, já discutido anteriormente). A Zr, assim como o Ce

contribuem para a decomposição do NO. Segundo TRIMM [63], a adsorção dissociativa

do NO apresenta a seguinte seqüência de atividade: CeO2 > ZrO2 > Al2O3.

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188

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Zr/Al2O3 ­ Reação CO + NO a 300oC

Sem SO2

Com SO2

1593

1470

1350

1168

1440

1390

1033

1563

2232

2115 1903

16501612

1440

1228

18492176 1586

1464

1398

1377

1750

1698

Figura 98. Espectro de infravermelho da reação NO/CO na presença e ausência de 100

ppm de SO2 para o catalisador Pd/5Zr/Al2O3.

HUA et  al.  [102],  estudando  misturas  de  óxidos  (Al2O3.ZrO2),  reportou  que  a

formação  de  ligações  do  tipo  Al­O­Zr  modifica  a  força  ácida  dos  sítios.  Segundo  os

autores,  aplicando  o  princípio  da  equalização  da  eletronegatividade,  desde  que  a

eletronegatividade  do  íon  Al+3  é  maior  do  que  a  do  Zr+4,  a  carga  elétrica positiva dos

átomos de Zr aumenta devido a  ligações do  tipo Al­O­Zr,  o qual eleva a acidez nestes

sítios.  Ao  mesmo  tempo  que  a  transferência  de  carga dos átomos de Zr para o átomo

vizinho  de  Al  aumenta  a  força  de  ligação  entre  Al­O,  modificando  a  acidez  do Al. Os

resultados de XPS, mostraram a possível formação deste tipo de ligação entre o Al e Zr,

o que modificaria a intensidade de adsorção de espécies NO e CO na alumina.

As  espécies  NO  adsorvidas  no  Pd0  apresentaram­se  na  mesma  faixa  do  catalisador

Pd/Al2O3, com a diferença na maior intensidade das bandas nesta região, indicando uma

pequena modificação na força de adsorção com a presença do promotor no catalisador.

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189

A  admissão  de  enxofre  na  corrente  racional  apresentou  resultados  semelhantes

ao catalisador sem promotor. Abaixo de 1400 cm­1, observaram­se as mesmas bandas do

catalisador  Pd/Al2O3,  com  exceção  da  formação  de  um  ombro  em  1390  cm­1.

LAPERDRIX et al.  [98] sulfatando ZrO2 puro observaram através da técnica de FTIR,

uma  banda  em  1389  cm­1,  associando­a  a  formação  de  sulfato  superficial  no  ZrO2.

Alguns  autores  relataram  [9,  12]  que  a  sulfatação  da  zircônia  transforma­a  em  um

superácido, onde o íon sulfato interage fortemente, tanto na alumina como no ZrO2, em

mistura de óxidos. Caracterizações da acidez superficial do SO42­/ZrO2 mostram que sua

superfície  contém  sítios  ácidos  de  Brönsted  bem  como  sítios  ácidos  de  Lewis  muito

fortes.

Acima de 1400 cm­1, como no caso anterior, foram observadas diversas bandas,

em  1593,  1563  (ombro),  1470  e  um  pequeno  ombro  próximo a 1440 cm­1. A banda a

1440  cm­1  se  deve  a  pequena  formação  de  sulfato  de  paládio.  De  acordo  com  os

argumentos apresentados acima, as outras bandas citadas entre 1400 a 1629 cm­1 seriam

relacionadas a formações de nitratos (1593 e 1563 cm­1) e carbonatos (1470 cm­1).

A Figura 99 mostra os espectros para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3. A análise do

espectro para a reação sem enxofre foi comentada no capítulo (DRIFTS NO/CO).

O  experimento  para  a  reação  NO  +  CO  na  presença  de  100  ppm  de  SO2

apresenta bandas para a adsorção na alumina, cério e paládio. As intensas bandas entre

1350  e  1170  cm­1  são  comuns  a  todos  os  catalisadores,  resultam  de  espécies  sulfatos,

superficiais e mássico na alumina, respectivamente. A banda em 1032 cm­1, presente em

todos  os  catalisadores,  se  desloca  para  1060  cm­1  neste  catalisador,  indicando  grande

transformação  de  sulfitos  adsorvidos  na  alumina.  Este  fato  se  deve  ao  forte  caráter

oxidante do meio reacional, aliado ao óxido de cério que promoveria a oxidação do SO2

em  sulfatos  adsorvidos  na  alumina  e  no  cério.  A  formação  de  espécies  sulfatos

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190

adsorvidos  no  cério  são  evidenciadas  por  bandas  em  1390  cm­1,  associada  a  sulfatos

superficiais [97] e em 1224 e 1123 cm­1 relativas a formação de sulfato mássico [100].

Acima de 1400 cm­1, como nos catalisadores anteriores foram observadas quatro

bandas principais em 1430, 1447,1479 e 1593 cm­1. A banda a 1430 cm­1, foi associada

à formação de sulfato no Pd de acordo com observações anteriores. As bandas em 1479

e  1593  cm­1,  relativas  à  formação  de  nitratos  e  a  banda  em  1447  cm­1,  possivelmente

relativa à formação de carbonato adsorvidos no suporte.

  2330 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CO a 300oC

Com SO2

Sem SO2

2235

1627

1568

1462

1263

1593

1350

1390

14781447

1430

1224

1170 1123 1060

Figura 99. Espectro de infravermelho da reação NO/CO na presença e ausência de 100

ppm de SO2 para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

A  Figura  100  mostra  os  espectros  para  o  catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  para  a

reação  NO + CO com e sem enxofre. O espectro de  infravermelho da  reação NO/CO,

apresentou bandas na região entre 1700­1200 cm­1, referentes a carbonatos (1471 cm­1)

e nitratos (1629, 1583 e 1267 cm­1). Assim como no catalisador Pd/5Ce/Al2O3, a banda

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191

de  nitritos  não  ocorre  a  esta  temperatura,  devido  ao  grande  efeito  promotor  destes

sistemas. Não foi observada a formação de espécies adsorvidas no Pd0.

Uma intensa banda em entre 2267 e 2231 cm­1 aparece nos espectros como uma

banda  dupla,  associadas  a  isocianatos.  Uma  situação  similar  foi  observada por SICA e

GIGOLA [83], trabalhando com catalisadores do tipo Pd­WOx/Al2O3 para a reação com

50%  de  NO  e  CO  a  350oC,  associando  esta  grande  banda  a  espécies  isocianatos

adsorvidas  no  Al  com  diferentes  coordenações.  Embora  estes  autores  tivessem

associado  a  esta  larga  banda  a  adsorção  destas  espécies  com  diferentes  coordenações,

que  estaria  de  acordo  com  a  presença  de  ligações  tipo  Zr­O­Al,  encontrada  em  nosso

sistema,  podemos  associá­las  também  a  formação  de  isocianato  nos  óxidos  de  cério  e

zircônio, como sugerido por MARTINEZ­ARIAS et al. [103] que se apresentariam em

torno de 2240 cm­1.

A  reação  na  presença  de  SO2  para  o  catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3,  apresentou

duas regiões nítidas de bandas, acima e abaixo de 1400 cm­1. As bandas abaixo de 1400

cm­1  são  relativas  a  formação  de  sulfito  (1031  cm­1),  sulfato  mássico  (1169  cm­1)  e

sulfato superficial (1350 cm­1) no suporte; sulfato mássico no Ce (1122 cm­1) e sulfatos

superficial no Ce e Zr (1394 cm­1).

Acima de 1400 cm­1,  as principais bandas observadas foram: 1430, 1473, 1592,

alem  de  bandas  em  2246,  2132  e  2100  cm­1.  A  banda  em  1430  cm­1,  como  para  os

outros catalisadores,  refere­se a formação de sulfato de Pd. As bandas em 1473 e 1592

cm­1  foram associadas à formação de carbonato e nitrato, respectivamente. A banda em

2246 cm­1 está na região de formação de isocianato, portanto em acordo com resultados

anteriores,  está  associada  à  formação  de  NCO  no  suporte  e/ou  nos  óxidos  de  cério  e

zircônio.  As  bandas  em  2132  e  2100  cm­1,  observadas  anteriormente,  estão  na  região

relativa  à  formação  de  espécies  CO  adsorvidas  no  Pd0.  A  banda  em  2132  cm­1  é

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192

atribuída a  formação de espécies do tipo Pd+2­CO e a banda em 2100 cm­1 a formação

de  Pd+­CO.  Portanto,  a  formação  destas  espécies,  na  superfície  deste  catalisador

sulfatado,  seria  diretamente  ligada  a  quantidade  de  óxidos  de  Ce  e  Zr,  os  quais  pelas

suas  propriedades  redox,  possibilitariam  a  regeneração  de  sítios  de  adsorção,  com  o

aumento de temperatura.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 ­ Reação NO + CO a 300oC

Com SO2

Sem SO2

x8

2235

2128

16281571

1471

1269

2246

2246

2132

21001592

1473

1430

1394

1350

1169

1031

1122

Figura 100. Espectro de infravermelho da reação NO/CO na presença e ausência de 100

ppm de SO2 para o catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3.

Na  Figura  101,  foi  feita  uma  comparação  de  todos  os  catalisadores  da  reação

NO/CO na ausência de SO2 (exceto o catalisador Pd/5Ce/5Zr/Al2O3, todos os espectros

dos  catalisadores  foram  ampliados  6  vezes).  Pode­se  observar  que  as  principais

diferenças  nos  sistemas  são  relacionadas  a  adsorção  do  NO  no  Pd0  e  a  formação  de

isocianato.  A  quantidade  de  isocianato  formado  nos  catalisadores  obedece  a  seguinte

seqüência crescente: Pd/Al2O3 < Pd/5Zr/Al2O3  Pd/5Ce/Al2O3< Pd/5Ce/5Zr/Al2O3. Os

catalisadores  impregnados  com  óxido  de  cério  não  apresentaram  bandas  relativas  a

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193

adsorção  de  NO  no  Pd0,  o  que  estaria  relacionado  a  grande  capacidade  dissociativa

destes  sistemas.  Como  mencionado,  a  formação  de  isocianato  ocorre  entre  o  COads  e

Nads,  o  que  indica  que  catalisadores  que  contém  promotores,  principalmente  o  Ce,

possuem grande capacidade de adsorver e dissociar NO na superfície.

SCHMAL  e  colaboradores  [62],  reportaram  dados  similares  para  sistemas  tipo

Pd­Mo/Al2O3.onde  segundo  os  autores,  as  moléculas  de  CO  seriam  quimissorvidas na

superfície  dos  átomos  de  Pd0,  enquanto  as  moléculas  de  NO  adsorveriam

dissociativamente nos átomos superficiais de Mo +.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300   1200Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Reação NO + CO a 300oC

Pd/Al2O3

Pd/5Zr/Al2O3

Pd/5Ce/Al2O3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

x6

x6

x6

22321696 1652

   1594 14731426 1395

1377

1226

2232

16521610

1587

1463 1434

1397

1378 1262

1228

2235

1627

1612

1568

1462

1397

1263

2235

16281571

1471

1269

Figura 101. Comparativo entre os catalisadores para a reação NO/CO.

Na Figura 102, mostra os espectros da reação NO + CO na presença de enxofre

para  todos os catalisadores. É  estabelecido que a intensidade das bandas formadas está

diretamente  ligado  à  pressão,  tempo  de  exposição  e  limpeza  [81].  Estes  parâmetros

foram  controlados nestes  experimentos  com  a  finalidade de comparação da quantidade

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194

de  espécies  formadas  no  catalisador.  Observou­se  a  seguinte  ordem  crescente  de

espécies S adsorvidas: Pd/5Ce/Al2O3 < Pd/5Ce/5Zr/Al2O3 < Pd/5Zr/Al2O3 < Pd/Al2O3.

Este  resultado  indica  que  o  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3  teria  uma  capacidade  oxidativa

das  espécies  de  sulfatos  e  sulfitos,  formadas  na  superfície,  maior  que  os  outros

catalisadores.  O  SO2  adsorvido,  seria  oxidado  e  dessorvido  na  forma  de  SO3  com  o

aumento da temperatura.

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Reação NO + CO + SO2 a 300oC

Pd/Al2O3

Pd/5Zr/Al2O3

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3

Pd/5Ce/Al2O3

1629 1563 1491 1440

1170

1034

1594

1476

1345

1123

13942096

2133

2235

Figura 102. Comparativo da reação NO/CO/SO2 a 300oC dos catalisadores da série 5%.

GORTE e colaboradores [82, 97] analisando a decomposição sulfatos de através

de  TPD  de  CO  (condições  redutoras),  em  catalisadores  do  tipo  Pd/CeO2  e  Pd/ZrO2

sulfatados,  mostraram  a  formação  de  CO2  a  temperaturas  acima  de  470oC  nas  três

amostras.  Esta  oxidação  resultou  na  redução  do  Ce(SO4)2  e  ZrO(SO4),  levando  a

formação  de  Ce2O2S  e  ZrOS,  respectivamente,  em  temperaturas  próximas.  Estas

espécies,  segundo  os  autores  seriam  reversíveis  em  condições  oxidantes.  Portanto  no

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195

nosso caso, o CO promoveria a redução das espécies sulfatos no Ce (bandas em 1390,

1224  e  1123  cm­1)  e  Zr  (banda  em  1390  cm­1)  a  altas  temperaturas,  oxidando  o  CO

formando  carbonatos que  posteriormente  seriam adsorvidos na alumina. Estas espécies

foram  observadas  na  banda  1470  cm­1.  O  meio  oxidante,  devido  ao  NO,  reoxidaria  as

espécies S tanto no Ce com no Zr a sulfatos, resultando em espécies nitratos (bandas em

1593  e  1563  cm­1),  ou  mesmo  isocianato  (catalisador  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3),  indicando

adsorção  dissociativa  nos  óxidos  impregnados.  A  formação  de  espécies  NO  e  CO

adsorvidas  concomitantemente  com  espécies  SO2  na  superfície  dos  catalisadores,  foi

maior quanto maior a quantidade de óxidos de Ce e Zr presente no catalisador.

4.4.3. Reação NO + CO + SO2. Avaliação Catalítica.

Os gráficos referentes à reação de redução do NO através do CO na presença de

100ppm de SO2 estão plotados na Figura 103.

Observou­se  a  total  desativação  na  faixa  de  temperatura  em  estudo  dos

catalisadores Pd/Al2O3 e Pd/5Zr/Al2O3.

Acima  de  300oC,  os  catalisadores  Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  e  o  Pd/5Ce/Al2O3,

apresentaram  pequena  reativação  da  conversão.  A  400oC  a  conversão  do

Pd/5Ce/5Zr/Al2O3  alcança valor próximo a 6%, enquanto que o Pd/5Ce/Al2O3  chega a

17%. Com o aumento da temperatura a 500oC, estes catalisadores alcançaram máximas

conversões de 44% para o catalisador promovido com óxidos de cério e zircônio, e 96%

para  o  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3.  Estes  resultados  demonstram  a  influência  da

temperatura e principalmente a influência dos óxidos de cério e zircônio.

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196

150 200 250 300 350 400 450 500

0

20

40

60

80

100Co

nver

são 

em %

 NO

Temperatura o C

 Pd/Al2O

3

 Pd/5Ce/Al2O

3

 Pd/5Zr/Al2O

3

 Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Figura103. Gráficos de conversão de NO para a reação NO/CO/SO2 de todos os

catalisadores da série 5%.

Nossos dados de infravermelho in situ desta reação apresentaram a formação de

nítida banda referente à sulfato de paládio (banda a 1440 cm­1) no catalisador Pd/Al2O3,

além  de  grande  formação  de  sulfatos  e  sulfitos  na  superfície  da  alumina  a  300oC.  A

formação  destas  espécies  leva  a  permanente  desativação  da  atividade  catalítica  nesta

faixa  de  temperatura.  A  seqüência  de  espécies  S  adsorvidas,  sugeridas  no  capítulo  de

infravermelho  se  repete  para  a  conversão,  apresentando  o  catalisador  Pd/5Zr/Al2O3

grande desativação semelhante a do catalisador não promovido. O catalisador de melhor

performance para esta reação foi o Pd/5Ce/Al2O3, que apresentou menor quantidade de

espécies  S  adsorvidas,  observadas  pelas  análises  de  infravermelho.  Este  catalisador

apresentou na temperatura de 300oC por análise de infravermelho, menores quantidades

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197

de sulfatos na alumina e no paládio, e não foi observada a banda referente à adsorção de

sulfitos  (1034  cm­1),  apresentada  em  todos  os  outros  catalisadores.  Estes  resultados

poderiam  indicar,  como  já  discutido  anteriormente,  a  grande  capacidade  redox  deste

sistema.

Podemos sugerir portanto, através de dados apresentados e de literatura, que os

catalisadores com óxido de cério, apresentaram grande capacidade de regeneração. Este

fato está relacionado a dois fatores, a grande capacidade redox e mobilidade de rede no

CeO2 e a formação de uma interface entre o Pd e Ce.

4.4.4. Análise de FTIR para a reação NO + CH4 na presença e ausência de SO2.

Para  a  reação  NO  +  CH4,  na  presença  e  ausência  de  SO2,  foi  escolhido  o

catalisador Pd/5Ce/Al2O3. A análise da reação na ausência de enxofre já foi discutida no

capítulo  (DRIFTS  NO/CH4),  portanto  atentaremos  aqui  para  a  reação  na  presença  de

SO2. Na Figura 104, são apresentados os espectro de infravermelho da reação NO/CH4

na presença e ausência de 100 ppm de SO2 para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

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198

  2300 2200 2000 1900 1800 1700 1600 1500 1400 1300 1200 1100   1000Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CH4 a 300oC

Com SO2

Sem SO2

x8

1622

1378

1030

1170

1750 16541542

1305

1230

Figura 104. Espectro de infravermelho da reação NO/CH4 na presença e ausência de

100 ppm de SO2 para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

O espectro na presença de 100ppm de SO2, apresentou grande adsorção na faixa

entre  1400  a  1000  cm­1,  com picos principais em 1032, ombro em 1170 e  larga banda

em  1378  cm­1.  A  intensa  banda  a  1032  cm­1  está  associada  a  espécies  SO2

quimissorvidas  na  forma  de  sulfitos,  enquanto  que  o  ombro  a  1170  cm­1  é  devido  a

espécies de  sulfato mássico  formado. A grande formação de espécies, com máximo em

1378  cm­1,  é  atribuída  a  sulfatos  superficiais  formados  pela  oxidação  de  espécies  SO2

adsorvidas.  Nenhuma  banda  relacionada  com  a  formação  de  sulfatos  no  Pd0  foi

observada  (apresentando  bandas  próximas  a  1435  cm ­1).  Acima  de  1440  cm­1,  três

bandas foram observadas; a 1628 cm­1 (atribuída à água adsorvida), em 1750 cm­1 e em

2080 cm­1. Estas bandas não estão relacionadas à formação de espécies com o enxofre.

A  Figura  105,  mostra  uma  ampliação  na  região  entre  2120  e  1440  cm­1  permitindo  a

visualização destas bandas.

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199

  2120 2000 1950 1900 1850 1800 1750 1700 1650 1600 1550 1500   1440Número de Onda (cm­1)

Abs

orbâ

ncia

 (u.a

.)

Pd/5Ce/Al2O3 ­ Reação NO + CH4 a 300oC

Com SO2

2066

1750

1622

Figura 105. Ampliação da região entre 2120 a 1440 cm­1 para a reação NO/CH4/SO2

para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3.

Através  das  análises  dos  espectros  da  reação  na  ausência  de  SO2,  permitiram

relacionar  esta  bandas  com  a  adsorção  linear  de  NO  (banda  em  1750  cm­1)  e  de  CO

(banda  em  2080 cm­1) no Pd0.  Isto  indicaria a disposição de  sítios ativos de Pd para a

adsorção do NO e CO nesta temperatura.

Como pode ser observado, a adsorção do SO2 para o catalisador Pd/5Ce/Al2O3

na reação CH4/NO difere do apresentado para a reação CO/NO. Não foram observadas

as bandas de sulfatos adsorvidos no Pd (1440 cm­1) e no Ce (1390, 1224 e 1123 cm­1). O

que sugere, segundo GORTE et al. [82], a presença de PdS e Ce2O2S na superfície. Este

fato  pode  ser  decorrente  do  meio  reacional,  onde  o  CH4  apresentaria  um  ambiente

redutor.

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200

4.4.5. Conversão NO + CH4 + SO2.

Os gráficos referentes à reação de redução do NO através do CH4 na presença de

100ppm de SO2 estão plotados na Figura 106.

Observou­se  a  total  desativação  para  o  catalisador  Pd/Al2O3,  na  faixa  de

temperatura experimental. Isto está de acordo com discussões previas feitas no capítulo

de  revisão  bibliográfica.  O  Pd  suportado  em  óxidos  não  redutíveis,  apresentam

adsorções  irreversíveis  nestas  temperaturas  na  presença  de  enxofre,  pela  formação  de

PdSO4.

150 200 250 300 350 400 450 500

0

20

40

60

80

Conv

ersã

o em

 % N

O

Temperatura oC

 Pd/Al2O

3

 Pd/5Ce/Al2O

3

 Pd/5Zr/Al2O

3

 Pd/5Ce/5Zr/Al2O

3

Figura 106. Conversão de NO para todos os catalisadores da série 5%, para a reação

NO/CH4/SO2.

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201

Estas  observações  podem  ser  explicadas  pelos  mecanismos  de  desativação

descritos  por  LEPRINCE et  al.  [8].  Eles  descreveram  a  desativação  pela  adsorção  do

SO2  sobre  a  partícula  de  Pd  com  transbordamento  eventual  de  S  sobre  o  suporte  de

alumina. À baixas temperaturas (~240°C), a taxa de adsorção de SO2 e SO3 na partícula

de Pd e no suporte de alumina é maximizado e assim a desativação é muito rápida. Os

autores ainda relataram que a temperaturas acima de 500oC a taxa de adsorção SO2 nas

partículas de Pd substancialmente diminui, e a dessorção do SO2 na alumina resulta em

uma  desativação  mais  lenta  do  catalisador.  Estes  aspectos  podem  ser  observados  em

nossos  experimentos  no  catalisador  de  Pd/Al2O3,  onde  a  temperatura  de  500oC

apresentou uma pequena conversão de aproximadamente de 3%.

A  impregnação  de  promotores  para  estas  reações  apresentaram  conversões  a

mais  altas  temperatura  do  que  para  reações  na  ausência  do  enxofre,  indicando  o

envenenamento  total  do  metal  nobre  a  temperaturas  abaixo  de  350oC.  Os  níveis  de

conversão  máximas  para  estes  sistemas  alcançaram  aproximadamente  80%  a

temperaturas de 500oC. O catalisador que apresentou melhor desempenho de reação na

presença de enxofre foi o Pd/5Ce/Al2O3.

A  compreensão  do  mecanismo  desta  reação  na  presença  de  enxofre  com

promotores de Ce e Zr, é ainda obscura na literatura. Através dos dados da adsorção do

SO2  através de  infravermelho, observou­se espécies sulfatos tanto no Ce como no Zr a

temperaturas de 300oC.

Recentemente, LUO et al. [97] através de estudos de TPD de SO2 adsorvido em

catalisadores Pd/CeO2  e Pd/ZrO2, demonstraram que as temperaturas de decomposição

de espécies sulfatos ocorre a altas temperaturas, 630oC para o catalisador suportado em

Ce  e  830oC  para  o  suportado  em  Zr.  Estes  catalisadores  envenenados  submetidos  a

condições redutoras (corrente de H2 ou CO) apresentaram redução das espécies sulfatos

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em Ce2O2S e ZrOS (não definidas a contento) a temperaturas abaixo de 400oC, que são

prontamente reoxidados na presença de O2.

Os  dados  de  infravermelho in  situ  para  esta  reação  na  presença  de  SO2,

apresentaram duas pequenas bandas em 1750 cm­1 e 2066 cm­1, atribuída à adsorção de

NO  em  Pd+  e  CO  em  Pd0.  O  que  pode  explicar  a  recuperação  da  conversão  do  NO

apresentadas nos gráficos acima de 300oC.

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5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

5.1. Conclusões

O estudo realizado permitiu concluir que:

♦ A impregnação do óxido de zircônio e, principalmente, de cério nos catalisadores a

base  de  Pd,  permitem  a  formação  de  uma  interface  metal­óxido.  O  Pd  promove  a

redução do óxido de cério e de zircônio, como mostraram os resultados de TPR. As

análises de microscopia mostraram a tendência do Pd se impregnar nos óxidos.

♦ Os  Resultados  de  XPS  demonstraram  que  a  impregnação  sucessiva  de  zircônia  no

substrato de Ce/Al2O3, intensifica a formação de Ce+3, prejudicando a mobilidade da

rede.

♦ As  espécies  de  óxido  de  cério  e  de  zircônio,  parcialmente  reduzidas,  mostraram

grande capacidade de adsorção dissociativa de NO e CO. A presença dos óxidos no

Pd/Al2O3  aumenta a adsorção dissociativa do NO assim como promove a oxidação

do CO.

♦ O  catalisador  Pd/5Ce/Al2O3  mostrou  ser  mais  ativo  para  as  reações de  redução do

NO por CO ou CH4 à baixas temperaturas, evidenciando o efeito promotor do óxido.

Isto pode ser associado a um mecanismo redox, onde o óxido promoveria a adsorção

dissociativa do NO, disponibilizando oxigênio para oxidação do CO ou CH4.

♦ Dados de DRIFTS sugerem que os óxidos de zircônio e, principalmente, o de cério

modificam  os  mecanismos  de  reação  e  adsorção  do  catalisador.  O  óxido  de  cério

impregnado  no  catalisador,  intensifica  a  formação  de  nitratos,  isocianato  e  NO2ads,

sugerindo grande capacidade de adsorver e dissociar NO nestes sistemas.

♦ A  formação  de  espécies  sulfatos  e  sulfitos  adsorvidos  no  Pd  e  na  alumina  têm

grande influência na desativação deste catalisador na faixa de temperatura estudada.

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A adição de promotores tende a recuperar a atividade à mais alta temperatura para a

reação  NO/CH4.  Para  a  reação  NO/CO,  o  óxido  de  Ce  promove  a  recuperação

parcial da atividade sugerindo que estes sistemas têm grande capacidade para oxidar

as espécies SOx adsorvidas no catalisador.

♦ Os  óxidos  de  cério  e  zircônio  impregnados  no  catalisador  Pd/Al2O3  diminuem  a

formação  de  sulfato  de  paládio,  possibilitando  a  formação  de  espécies  nitratos,

carbonato  e  isocianato  adsorvidos na  superfície  .  Isto  sugere  a  recuperação parcial

da  adsorção  do  NO  e  CO,  devido  à  presença  do  óxido,  associada  à  propriedade

redox dos mesmos.

♦ Dados de infravermelho in situ apontam que o óxido de cério permite a recuperação

do  sítio  ativo  de  Pd  na  interface,  possibilitando  a  adsorção  de  NO,  recuperando  a

atividade do catalisador.

♦ O meio reacional é determinante na recuperação da atividade do catalisador.

5.2. Sugestões

De  forma  a  complementar  este  trabalho,  sugere­se a continuidade dos  testes de

infravermelho in  situ,  em  variadas  temperaturas  para  ambas  reações.  Análises de  TPD

de  SO2,  aliados  aos  resultados  de  infravermelho,  contribuiriam  para  uma  melhor

determinação das espécies formadas em várias temperaturas.

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