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Motrivivência v. 27, n. 44, p. 164-176, maio/2015 ENSINO DA GINÁSTICA NA ESCOLA PÚBLICA: as três dimensões do conteúdo e o desenvolvimento do pensamento crítico Daniel Teixeira Maldonado 1 Daniel Bocchini 2 RESUMO Esse estudo descreve a experiência de um projeto nas aulas de Educação Física onde os autores tematizaram as ginásticas. Realizado durante o 2° semestre de 2014 para alunos do 8º ano do ensino fundamental, de uma escola municipal localizada na zona leste do município de São Paulo, a pesquisa teve como enfoque as três dimensões do conteúdo. Na dimensão procedimental os alunos vivenciaram algumas ginásticas (rítmica, artística e acrobática) de acordo com as possibilidades de material, infraestrutura e habilidade motora no contexto escolar. Na dimensão conceitual foram realizadas aulas expositivas, análise de filmes e debates para que os alunos compreendessem o contexto histórico, as principais provas e as capacidades físicas utilizadas nessas práticas corporais. Na dimensão atitudinal foram realizadas discussões envolvendo as relações de gênero e de preconceito racial. Palavras-chave: Educação Física Escolar; Ginástica; Dimensões do Conteúdo 1 Doutorando em Educação Física. Professor da rede municipal de ensino de São Paulo. São Paulo/São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Doutorando em Educação. Professor da rede municipal de ensino de São Paulo. São Paulo/ São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2015v27n44p164

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Motrivivência v. 27, n. 44, p. 164-176, maio/2015

ENSINO DA GINÁSTICA NA ESCOLA PÚBLICA: as três dimensões do conteúdo e o desenvolvimento do pensamento crítico

Daniel Teixeira Maldonado1

Daniel Bocchini2

RESUMO

Esse estudo descreve a experiência de um projeto nas aulas de Educação Física onde os autores tematizaram as ginásticas. Realizado durante o 2° semestre de 2014 para alunos do 8º ano do ensino fundamental, de uma escola municipal localizada na zona leste do município de São Paulo, a pesquisa teve como enfoque as três dimensões do conteúdo. Na dimensão procedimental os alunos vivenciaram algumas ginásticas (rítmica, artística e acrobática) de acordo com as possibilidades de material, infraestrutura e habilidade motora no contexto escolar. Na dimensão conceitual foram realizadas aulas expositivas, análise de filmes e debates para que os alunos compreendessem o contexto histórico, as principais provas e as capacidades físicas utilizadas nessas práticas corporais. Na dimensão atitudinal foram realizadas discussões envolvendo as relações de gênero e de preconceito racial.

Palavras-chave: Educação Física Escolar; Ginástica; Dimensões do Conteúdo

1 Doutorando em Educação Física. Professor da rede municipal de ensino de São Paulo. São Paulo/São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] Doutorando em Educação. Professor da rede municipal de ensino de São Paulo. São Paulo/ São Paulo, Brasil.

E-mail: [email protected]

http://dx.doi.org/10.5007/2175-8042.2015v27n44p164

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INTRODUÇÃO

Os Parâmetros Curriculares Nacio-nais da Educação Física foi um importante documento que ajudou os professores a pensarem sobre o ensino dos conteúdos (procedimentais, conceituais e atitudinais) das manifestações da cultura corporal de movimento (danças, ginásticas, lutas, brin-cadeiras, jogos e esportes), durante a estádia dos alunos no ensino fundamental e médio nas escolas brasileiras (BRASIL, 1998).

Após três décadas de discussão acadêmica sobre a prática pedagógica na escola, existe um consenso na literatura que as aulas de Educação Física devem ser pla-nejadas de acordo com o projeto político--pedagógico da escola, assim como as outras disciplinas dos diferentes níveis de ensino que compõe a Educação Básica. Portanto, os docentes de Educação Física devem planejar as suas aulas de acordo com os objetivos gerais da escola os relacionando com seus objetivos específicos e precisam tornar esses aprendizados significativos para as crianças e os adolescentes que frequen-tam essas aulas (CAMPOS, 2007).

Portanto, nas últimas décadas, a Educação Física passou a ser considerada um componente curricular. Dessa forma, essa matéria escolar possui a finalidade de formar pessoas com consciência crítica para agir com autonomia em relação às manifes-tações da cultura corporal de movimento e munir o sujeito de possibilidades de se tornar um cidadão que possa transformar a realidade que o cerca (GONZáLEZ e FENSTESRSEIFER, 2010).

Libâneo (1994) menciona que os professores que procuram ensinar em uma perspectiva crítica se preocupam que os alunos que frequentam a escola pública

tenham acesso ao conhecimento historica-mente acumulado, valorizam a forma desses discentes se expressarem e lutam para que esses jovens se comuniquem bem, desen-volvam o gosto pelos estudos, dominem o saber escolar e se organizem enquanto cole-tividade. Portanto, os docentes que ensinam nessa perspectiva, buscam proporcionar aos discentes o saber e o saber-fazer críticos como condição para sua participação na vida social e na luta pela melhoria de suas condições de vida.

quando pensamos especificamente no ensino da ginástica nas aulas de Educa-ção Física na escola, a literatura aponta que essa manifestação da cultura corporal de movimento não está sendo muito explorada na escola, principalmente porque os docen-tes desse componente curricular possuem dificuldades em refletir sobre diferentes formas de ensinar, pois as suas propostas de ensino estão sempre voltadas para a técnica do exercício. Sendo assim, esses educadores esgotam rapidamente o conteúdo ginástico, pois não conhecem outras formas de trabalhar com esse tema, deixando de oferecer muitas dicas de aprofundamento (SChIAVON e NISTA-PICCOLO, 2011).

A partir das dificuldades que os professores de Educação Física apresentam na escola para ensinar a ginástica em uma perspectiva crítica e com aprofundamento dos seus conteúdos, descreveremos nossa experiência de tematizar a ginástica acrobá-tica, rítmica e artística, se pautando nas três dimensões do conteúdo, com a intenção de tornar os nossos alunos do 8º ano do ensino fundamental, sujeitos que possam atuar como cidadãos críticos e participativos na sociedade contemporânea.

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MÉTODO

Realizamos um relato de experiên-cia de uma prática pedagógica desenvolvida em uma escola municipal, localizada na zona leste da cidade de São Paulo, com alu-nos do 8º ano do ensino fundamental, entre os meses de setembro e dezembro do ano de 2014. Embasamos-nos na etnografia para coletarmos os dados no cotidiano escolar. Utilizamos diários de campo e fotografamos as aulas para expressar nossas experiências nesse artigo.

A etnografia é uma metodologia de pesquisa que vem sendo muito utilizada nos estudos realizados pelos pesquisadores que se preocupam com questões educacionais. Esse tipo de pesquisa qualitativa também vem sendo utilizado em projetos de ino-vação pedagógica, já que possibilita uma relação bastante interativa entre o sujeito e o objeto da investigação. é nessa linha que o sujeito que investiga alcança o papel de redescobridor da cultura que vivencia cotidianamente (MOLINA NETO, 2010).

Embasados na colaboração de Molina Neto (2010), que menciona que a etnografia é uma importante metodologia para compreender questões relacionadas com a escola, podendo ser um instru-mento satisfatório para que os professores possam produzir conhecimento a partir da prática cotidiana e refletir sobre a sua intervenção nos ambientes escolares, além de sistematizá-la e torná-la pública, decidimos mencionar a nossa experiência de tematizar as ginásticas para os nossos alunos, enfatizando as três dimensões do conteúdo e o desenvolvimento do pensa-mento crítico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao iniciarmos o ano de 2014, tive-mos a oportunidade de ministrar aula para o 8º ano do Ensino Fundamental. Esse era o 2º ano consecutivo que ensinávamos Edu-cação Física para essas turmas e já tínhamos tematizado em anos anteriores as lutas e os esportes coletivos e individuais.

Além disso, os professores de todas as disciplinas da escola decidiram em con-junto que o projeto político pedagógico desta unidade escolar iria discutir sobre as novas expressões culturais dos jovens, pois durante as férias, em São Paulo, os adolescentes realizaram “rolezinhos” em shoppings da cidade e também se organi-zaram para realizar manifestações contra a copa do mundo e a favor de melhorias estruturais na cidade. Nas discussões de planejamento, os docentes mencionaram a importância de compreender melhor as ações dos jovens que vivem no século xxI, principalmente no local onde eles passam grande parte do seu dia, na escola. Nesse sentido, a disciplina de Educação Física deveria selecionar conteúdos e estratégias que também atingissem esses objetivos.

Ao realizarmos o nosso planejamen-to, decidimos tematizar diferentes modali-dades ginásticas durante o 2º semestre do ano de 2014 com essas turmas de 8º ano, pois as características dessa manifestação da cultural corporal de movimento estavam completamente relacionadas com os objeti-vos traçados pelos docentes no projeto polí-tico pedagógico da escola. As modalidades ginásticas aparecem na televisão com cada vez mais frequência e os alunos que estudam na nossa escola já conversavam conosco sobre alguns atletas que sempre aparecem na mídia, mas percebíamos que eles não

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conheciam quais eram essas modalidades, os nomes desses atletas e não tinham uma opinião crítica sobre a realização desses diferentes tipos de ginástica no alto nível.

Nesse sentido, traçamos os seguintes objetivos para as aulas: vivenciar algumas modalidades de ginástica (artística, rítmica e acrobática) de acordo com o nível de habilidade dos alunos e as condições de infraestrutura da escola; compreender sobre a história, as principais regras e as principais capacidades físicas utilizadas nessas modali-dades vivenciadas; analisar se praticar algum tipo de ginástica em idade precoce pode dei-xar a pessoa com baixa estatura; realizar uma discussão se esporte de alto nível pode ser considerado saúde; refletir sobre as relações de gênero existentes nas ginásticas e debater sobre o preconceito racial existente nas di-ferentes modalidades de ginástica praticadas em várias partes do mundo.

A seguir, explicaremos as dinâmi-cas propostas para os alunos durante as aulas de Educação Física. Primeiramente, descreveremos as estratégias utilizadas para os alunos realizarem as diferentes modalidades de ginástica. Posteriormente, mostraremos as experiências que estiveram relacionadas com os conceitos desenvol-vidos durante as aulas e para finalizar ressaltaremos quais foram as reflexões e os debates realizados sobre essa temática. Importante ressaltar que essa separação das experiências obtidas em aula foram siste-matizadas apenas para melhor compreen-são do leitor. No complexo do cotidiano escolar, esses aprendizados ocorreram ao mesmo tempo, de acordo com cada dinâ-mica que estava sendo realizada.

Desenvolvimento da prática pedagógica

Acreditamos que a escola não é palco de reproduzir as manifestações da cultura corporal de movimento exata-mente como elas são realizadas fora dela, como já apontava o professor Francisco Eduardo Caparroz em 2007, no seu livro intitulado Entre a Educação Física na es-cola e a Educação Física da escola. Além disso, pautamos a nossa prática pedagógi-ca na dimensão procedimental de acordo com a explicação de Kunz (2001). Para o autor, o SE-MOVIMENTAR humano é ca-racterizado como a relação que o sujeito estabelece com a cultura a partir do seu repertório, informações/conhecimentos, movimentos e condutas, de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos. Nesse sentido, cada aluno realiza as diversas práticas corporais propostas nas aulas de Educação Física de acordo com as experiências que obteve na sua história de vida.

Nesse sentido, criamos algumas estratégias para realizar movimentos que se aproximavam das diferentes modalidades de ginástica que tematizamos nas aulas, mas de uma forma que todos os alunos conseguissem participar dessas atividades de forma significativa. Iniciamos as aulas realizando algumas atividades da ginásti-ca acrobática. Nós retiramos da internet diversas pirâmides referentes a esse tipo de ginástica e trouxemos para os alunos. Os discentes olhavam para as imagens e tentavam realizar aquelas pirâmides. Nós nos preocupamos o tempo todo com a se-gurança dos alunos e sempre que um grupo decidia realizar alguma pirâmide os outros alunos ajudavam na segurança.

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Após realizar a ginástica acrobática enfatizamos nas aulas os movimentos bá-sicos da ginástica artística (parada de mão, estrela, ponte, rolamentos e diferentes tipos de equilíbrios). Cada um desses fundamen-tos foram enfatizados em uma aula. Essas atividades foram realizadas na quadra po-liesportiva e quando havia a necessidade de realizar algum movimento mais complexo utilizamos colchonetes para nenhum aluno se machucar.

Ao iniciar as aulas de ginástica rítmica explicamos para os alunos quais eram os aparelhos dessa prática corporal (bola, fita, maça, arco, bastão e corda) e que uma coreografia é composta de parte inicial, principal e final. Mostramos algu-mas possibilidades de movimentos com

esses aparelhos, reunimos os discentes em grupos e distribuímos dois aparelhos para cada grupo. Pedimos que fosse cria-da uma coreografia com dois aparelhos da ginástica rítmica, dois fundamentos da ginástica artística e uma pirâmide da ginástica acrobática. Utilizamos seis aulas para criar a coreografia e ensaiar os passos principais. Importante ressaltar que todo o processo de elaboração da coreografia foi realizado pelos alunos. Após esse primeiro momentos os alunos escolheram uma mú-sica e iniciaram os ensaios no ritmo dessa música escolhida. Após mais três aula de elaboração e realização dos movimentos criados, os discentes se apresentaram para os colegas em um dia previamente marcado. A seguir, mostraremos algumas fotos para destacar essas atividades.

Figura 1: Ginástica Acrobática Figura 2: Ginástica Artística

Figura 3: Ginástica Rítmica

internet diversas pirâmides referentes a esse tipo de ginástica e trouxemos para os alunos. Os discentes olhavam para as imagens e tentavam realizar aquelas pirâmides. Nós nos preocupamos o tempo todo com a segurança dos alunos e sempre que um grupo decidia realizar alguma pirâmide os outros alunos ajudavam na segurança.

Após realizar a ginástica acrobática enfatizamos nas aulas os movimentos básicos da ginástica artística (parada de mão, estrela, ponte, rolamentos e diferentes tipos de equilíbrios). Cada um desses fundamentos foram enfatizados em uma aula. Essas atividades foram realizadas na quadra poliesportiva e quando havia a necessidade de realizar algum movimento mais complexo utilizamos colchonetes para nenhum aluno se machucar.

Ao iniciar as aulas de ginástica rítmica explicamos para os alunos quais eram os aparelhos dessa prática corporal (bola, fita, maça, arco, bastão e corda) e que uma coreografia é composta de parte inicial, principal e final. Mostramos algumas possibilidades de movimentos com esses aparelhos, reunimos os discentes em grupos e distribuímos dois aparelhos para cada grupo. Pedimos que fosse criada uma coreografia com dois aparelhos da ginástica rítmica, dois fundamentos da ginástica artística e uma pirâmide da ginástica acrobática. Utilizamos seis aulas para criar a coreografia e ensaiar os passos principais. Importante ressaltar que todo o processo de elaboração da coreografia foi realizado pelos alunos. Após esse primeiro momentos os alunos escolheram uma música e iniciaram os ensaios no ritmo dessa música escolhida. Após mais três aula de elaboração e realização dos movimentos criados, os discentes se apresentaram para os colegas em um dia previamente marcado. A seguir, mostraremos algumas fotos para destacar essas atividades.

Figura 1 – Ginástica Acrobática Figura 2 – Ginástica Artística

Figura 3 – Ginástica Rítmica

internet diversas pirâmides referentes a esse tipo de ginástica e trouxemos para os alunos. Os discentes olhavam para as imagens e tentavam realizar aquelas pirâmides. Nós nos preocupamos o tempo todo com a segurança dos alunos e sempre que um grupo decidia realizar alguma pirâmide os outros alunos ajudavam na segurança.

Após realizar a ginástica acrobática enfatizamos nas aulas os movimentos básicos da ginástica artística (parada de mão, estrela, ponte, rolamentos e diferentes tipos de equilíbrios). Cada um desses fundamentos foram enfatizados em uma aula. Essas atividades foram realizadas na quadra poliesportiva e quando havia a necessidade de realizar algum movimento mais complexo utilizamos colchonetes para nenhum aluno se machucar.

Ao iniciar as aulas de ginástica rítmica explicamos para os alunos quais eram os aparelhos dessa prática corporal (bola, fita, maça, arco, bastão e corda) e que uma coreografia é composta de parte inicial, principal e final. Mostramos algumas possibilidades de movimentos com esses aparelhos, reunimos os discentes em grupos e distribuímos dois aparelhos para cada grupo. Pedimos que fosse criada uma coreografia com dois aparelhos da ginástica rítmica, dois fundamentos da ginástica artística e uma pirâmide da ginástica acrobática. Utilizamos seis aulas para criar a coreografia e ensaiar os passos principais. Importante ressaltar que todo o processo de elaboração da coreografia foi realizado pelos alunos. Após esse primeiro momentos os alunos escolheram uma música e iniciaram os ensaios no ritmo dessa música escolhida. Após mais três aula de elaboração e realização dos movimentos criados, os discentes se apresentaram para os colegas em um dia previamente marcado. A seguir, mostraremos algumas fotos para destacar essas atividades.

Figura 1 – Ginástica Acrobática Figura 2 – Ginástica Artística

Figura 3 – Ginástica Rítmica

internet diversas pirâmides referentes a esse tipo de ginástica e trouxemos para os alunos. Os discentes olhavam para as imagens e tentavam realizar aquelas pirâmides. Nós nos preocupamos o tempo todo com a segurança dos alunos e sempre que um grupo decidia realizar alguma pirâmide os outros alunos ajudavam na segurança.

Após realizar a ginástica acrobática enfatizamos nas aulas os movimentos básicos da ginástica artística (parada de mão, estrela, ponte, rolamentos e diferentes tipos de equilíbrios). Cada um desses fundamentos foram enfatizados em uma aula. Essas atividades foram realizadas na quadra poliesportiva e quando havia a necessidade de realizar algum movimento mais complexo utilizamos colchonetes para nenhum aluno se machucar.

Ao iniciar as aulas de ginástica rítmica explicamos para os alunos quais eram os aparelhos dessa prática corporal (bola, fita, maça, arco, bastão e corda) e que uma coreografia é composta de parte inicial, principal e final. Mostramos algumas possibilidades de movimentos com esses aparelhos, reunimos os discentes em grupos e distribuímos dois aparelhos para cada grupo. Pedimos que fosse criada uma coreografia com dois aparelhos da ginástica rítmica, dois fundamentos da ginástica artística e uma pirâmide da ginástica acrobática. Utilizamos seis aulas para criar a coreografia e ensaiar os passos principais. Importante ressaltar que todo o processo de elaboração da coreografia foi realizado pelos alunos. Após esse primeiro momentos os alunos escolheram uma música e iniciaram os ensaios no ritmo dessa música escolhida. Após mais três aula de elaboração e realização dos movimentos criados, os discentes se apresentaram para os colegas em um dia previamente marcado. A seguir, mostraremos algumas fotos para destacar essas atividades.

Figura 1 – Ginástica Acrobática Figura 2 – Ginástica Artística

Figura 3 – Ginástica Rítmica

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Com a intenção de ensinar alguns conceitos durante as aulas, realizamos algumas aulas expositivas, explicando a história, as principais competições, os principais aparelhos e fundamentos dessas modalidades de ginástica, as capacidades físicas envolvidas nessas práticas corporais e os principais atletas brasileiros que praticam essas modalidades ginásticas.

Também realizamos uma impor-tante discussão com os alunos de um tema que é pouco discutido na escola e muito difundido no senso comum. Explicamos para os discentes que a ginástica não deixa os atletas com baixa estatura, pois muitos desses atletas são baixos pela sua herança genética e pela própria seleção natural oca-sionada por essas modalidades ginásticas (TSUKAMOTO e NUNOMURA, 2005).

Ghirotto (2005) demonstrou que a grande preocupação dos pesquisadores em relação ao treinamento das diferentes modalidades ginásticas são as lesões que ocorrem nas zonas de crescimento (epífises ósseas), que podem comprometer as estru-turas ósseas, gerando distúrbios (fraturas, danos nas articulações, fraturas por estresse, inflamação da apófise) no crescimento e de-senvolvimento da criança e do adolescente que praticam essas modalidades ginásticas com uma idade muito precoce, intensidade e duração muito elevadas.

Portanto, a maioria dos/das atletas de Ginástica Artística são baixos/as porque já possui na sua carga genética essa carac-terística em relação a sua estatura. O que pode ocorrer é que aqueles/as atletas que treinam por mais de 15 horas por semana com carga intensa de treinamentos podem ter um fechamento da sua epífise óssea antes do momento correto e isso pode levar há um crescimento menor do que

aquele estabelecido pela herança genética (TSUKAMOTO e NUNOMURA, 2005).

Nesse sentido, debatemos com os alunos que esporte de alto nível, muitas vezes, não pode ser considerado saudável, pois os atletas passam do seu limite diaria-mente, utilizam anabolizantes em algumas situações e se aposentam com uma idade muito baixa, pois o corpo desses atletas não aguenta tanto esforço por tantos anos. Souza e Almeida (2006) publicaram um estudo mostrando que 89,8 % de pessoas de seis a vinte anos que treinam ginástica artística sentem dores fortes pelo corpo, treinar com dor é hábito de 60,2% dos praticantes e per-manecer com dores após 72 horas do treino foi apontado por 23,5% das ginastas que foram entrevistadas no estudo. Para com-plementar essa discussão, mostramos para os discentes um vídeo retirado do youtube de crianças chinesas treinando ginástica como se fossem adultas, com sobrecargas altíssimas de treinamento.

Após realizar essa reflexão sobre o esporte de alto nível e fazer relações com as modalidades ginásticas praticadas em alta intensidade, ampliamos esse debate demonstrando que praticar ginástica artís-tica, rítmica e acrobática na escola com as devidas preocupações de quem está ensi-nando os movimentos dessas modalidades só trazem benefícios para os praticantes e não prejudica a sua saúde.

Para finalizar as discussões de or-dem conceitual, pedimos que os discentes elaborassem uma coreografia individual-mente e colocassem essa criação no papel em formato de desenho. Nossa intenção era avaliar se os alunos conseguiam trans-portar os conhecimentos adquiridos na realização dos diferentes tipos de ginástica na quadra para o plano conceitual. Abaixo, mostraremos algumas coreografias elabora-das pelos alunos.

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Figura 4: Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos.

Figura 5: Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos

Figura 4 – Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos.

Figura 5 – Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos

Para realizar debates e reflexões sobre as atitudes dos alunos frente às ginásticas, realizamos debates sobre a questão de gênero e de preconceito racial existentes nas

Figura 4 – Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos.

Figura 5 – Coreografia de ginástica geral criada pelos alunos

Para realizar debates e reflexões sobre as atitudes dos alunos frente às ginásticas, realizamos debates sobre a questão de gênero e de preconceito racial existentes nas

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Para realizar debates e reflexões sobre as atitudes dos alunos frente às ginásticas, realizamos debates sobre a questão de gênero e de preconceito racial existentes nas modalidades de ginástica. Os meninos já tinham a ideia que apenas as meninas que realizavam ginástica rítmica e mostramos aos alunos vídeos retirados do youtube em que apenas homens apresenta-vam coreografias dessa ginástica. Também mencionamos nesse momento que a escola é palco de vivenciar diversas possibilidades de movimentos e construir as nossas pró-prias experiências sobre as manifestações da cultura corporal de movimento. Nesse momento, realizamos um debate com os discentes mostrando que no esporte de alto nível os homens participam menos das competições internacionais, mas na escola meninos e meninas precisariam elaborar e realizar as coreografias juntos, para que todos pudessem vivenciar as diferentes modalidades ginásticas na escola.

O ponto que causou maior debate nos conteúdos de ordem atitudinal esteve

relacionado com o preconceito racial na ginástica. Ao mostrar os vídeos de profissio-nais praticando ginástica rítmica, artística e acrobática refletimos o motivo da maioria dos atletas que chegam ao alto nível nessa modalidade possuem a pele branca. Após o debate, chegamos a conclusão que as pes-soas pobres e de pele negra possuem menos possibilidades de praticar as ginásticas no seu cotidiano e essa realidade os impede de chegar ao esporte profissional.

Mostramos atletas de pele negra aos alunos que conseguiram resultados expressivos na ginástica, como a Daiane dos Santos, mas ao analisar os filmes os pró-prios discentes perceberam que era muito mais comum existir atletas de pele branca praticando ginástica rítmica, acrobática e até mesmo artística. Após essas reflexões, pedimos que os alunos realizassem uma “tirinha” sobre a questão do preconceito racial existente na ginástica e mostraremos esse material a seguir.

Figura 6: Reflexões sobre o preconceito racial na ginástica.

modalidades de ginástica. Os meninos já tinham a ideia que apenas as meninas que realizavam ginástica rítmica e mostramos aos alunos vídeos retirados do youtube em que apenas homens apresentavam coreografias dessa ginástica. Também mencionamos nesse momento que a escola é palco de vivenciar diversas possibilidades de movimentos e construir as nossas próprias experiências sobre as manifestações da cultura corporal de movimento. Nesse momento, realizamos um debate com os discentes mostrando que no esporte de alto nível os homens participam menos das competições internacionais, mas na escola meninos e meninas precisariam elaborar e realizar as coreografias juntos, para que todos pudessem vivenciar as diferentes modalidades ginásticas na escola. O ponto que causou maior debate nos conteúdos de ordem atitudinal esteve relacionado com o preconceito racial na ginástica. Ao mostrar os vídeos de profissionais praticando ginástica rítmica, artística e acrobática refletimos o motivo da maioria dos atletas que chegam ao alto nível nessa modalidade possuem a pele branca. Após o debate, chegamos a conclusão que as pessoas pobres e de pele negra possuem menos possibilidades de praticar as ginásticas no seu cotidiano e essa realidade os impede de chegar ao esporte profissional. Mostramos atletas de pele negra aos alunos que conseguiram resultados expressivos na ginástica, como a Daiane dos Santos, mas ao analisar os filmes os próprios discentes perceberam que era muito mais comum existir atletas de pele branca praticando ginástica rítmica, acrobática e até mesmo artística. Após essas reflexões, pedimos que os alunos realizassem uma “tirinha” sobre a questão do preconceito racial existente na ginástica e mostraremos esse material a seguir.

Figura 6 – Reflexões sobre o preconceito racial na ginástica.

Nessa “tirinha” a aluna demonstrou que mesmo os dois atletas realizado o cavalo com

alças com a mesma perfeição, na hora das notas, os juízes privilegiaram o atleta de pele branco, demonstrando o preconceito racial que pode existir nessa modalidade ginástica.

Nessa “tirinha” a aluna demonstrou que mesmo os dois atletas realizado o cavalo com alças com a mesma perfeição, na hora das notas, os juízes privilegiaram

o atleta de pele branco, demonstrando o preconceito racial que pode existir nessa modalidade ginástica.

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Figura 7: Reflexões sobre o preconceito racial na ginástica

pedagógicas realizadas nas aulas de Edu-cação Física na escola. Esses relatos de experiência mostram prática pedagógica com atletismo, voleibol, ginásticas, lutas, danças, esportes coletivos e individuais e futebol (BARROSO e DARIDO, 2010; MALDONADO e BOCChINI, 2013a; MALDONADO e BOCChINI, 2013b; MALDONADO e BOCChINI, 2014a; MALDONADO e BOCChINI, 2014b; MASCARA et al, 2013; MATThIESEN et al, 2008; RODRIGUES e DARIDO, 2008).

Em todos esses estudos, os professo-res de Educação Física se preocuparam em ensinar os seus conteúdos enfatizando os procedimentos, os conceitos e as atitudes existentes naquela prática corporal, pro-porcionando aos alunos uma variedade de aprendizagens, com a intenção de torná-los cidadãos com maior consciência crítica para atuar na sociedade.

Dificuldades encontradas para realizar o projeto

Tivemos algumas dificuldades para tematizar as ginásticas no 8º ano do ensino

Nesse trabalho a aluna acabou mostrando que o menino de pele branca não acreditava no potencial do rapaz de pele negra e esse atleta precisou demonstrar que conseguia realizar a barra fixa para conseguir o respeito.

Todos os trabalhos dos alunos fo-ram utilizados para realizar a avaliação do processo de ensino e aprendizagem, além da prova formal, que é realizada todo o final de bimestre. O conceito emitido para os alunos em relação às aulas de Educação Física foram produzidos a partir da elabo-ração da coreografia de ginástica na quadra em grupo e no papel individualmente, das notas recebidas pelos trabalhos, pela parti-cipação nas discussões em aula, e pela nota obtida na prova.

Para finalizar as experiências pedagógicas desse tema, expusemos na escola a produção dos alunos para que os demais pudessem ver e analisar os trabalhos realizados.

Muitos pesquisadores e professores também publicaram práticas pedagógicas, pautadas nas três dimensões do conteúdo, em periódicos científicos, com a intenção de compartilhar diversas experiências

Figura 7 – Reflexões sobre o preconceito racial na ginástica

Nesse trabalho a aluna acabou mostrando que o menino de pele branca não acreditava

no potencial do rapaz de pele negra e esse atleta precisou demonstrar que conseguia realizar a barra fixa para conseguir o respeito.

Todos os trabalhos dos alunos foram utilizados para realizar a avaliação do processo

de ensino e aprendizagem, além da prova formal, que é realizada todo o final de bimestre. O conceito emitido para os alunos em relação às aulas de Educação Física foram produzidos a partir da elaboração da coreografia de ginástica na quadra em grupo e no papel individualmente, das notas recebidas pelos trabalhos, pela participação nas discussões em aula, e pela nota obtida na prova.

Para finalizar as experiências pedagógicas desse tema, expusemos na escola a produção dos alunos para que os demais pudessem ver e analisar os trabalhos realizados.

Muitos pesquisadores e professores também publicaram práticas pedagógicas, pautadas nas três dimensões do conteúdo, em periódicos científicos, com a intenção de compartilhar diversas experiências pedagógicas realizadas nas aulas de Educação Física na escola. Esses relatos de experiência mostram prática pedagógica com atletismo, voleibol, ginásticas, lutas, danças, esportes coletivos e individuais e futebol (BARROSO e DARIDO, 2010; MALDONADO e BOCCHINI, 2013a; MALDONADO e BOCCHINI, 2013b; MALDONADO e BOCCHINI, 2014a; MALDONADO e BOCCHINI, 2014b; MASCARA et al, 2013; MATTHIESEN et al, 2008; RODRIGUES e DARIDO, 2008). Em todos esses estudos, os professores de Educação Física se preocuparam em ensinar os seus conteúdos enfatizando os procedimentos, os conceitos e as atitudes existentes naquela prática corporal, proporcionando aos alunos uma variedade de aprendizagens, com a intenção de torná-los cidadãos com maior consciência crítica para atuar na sociedade.

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fundamental. Primeiramente, percebemos que os meninos não queriam realizar as modalidades ginásticas no inicio das aulas, principalmente as atividades relacionadas com a ginástica rítmica. Percebemos um imaginário social dos discentes que ginás-tica era coisa de menina e não de menino e essa questão teve que ser discutida para que todos pudessem participar das aulas.

Outra dificuldade que encontramos esteve relacionada com a falta de costume dos alunos de criar as coreografias juntando movimentos da ginástica artística e acro-bática e os aparelhos da ginástica rítmica. Os discentes estão acostumados apenas a copiar do livro didático ou responder questões em que eles precisam procurar as respostas nesses mesmos livros. quando precisam produzir conhecimentos, muitos desses alunos sentem que não conseguem participar do processo de criação da aula. Com alguns grupos fomos mais diretivos e com outros menos, mas todos os adolescen-tes criaram a sua coreografia.

Não possuir todos os aparelhos da ginástica rítmica também foi outra dificulda-de. Elaboramos materiais alternativos para sanar esse problema e os próprios alunos também ajudaram no processo criação desses materiais.

A nossa maior dificuldade foi lidar com diversos discentes que estão no 8º ano do ensino fundamental mais possuem diversas limitações de leitura, escrita e de compreensão dos conteúdos que estávamos refletindo. Na nossa escola, diversos alunos que possuem dificuldades de ordem cogniti-va e social não conseguem acessar os servi-ços públicos que necessitam para diminuir as suas dificuldades e os professores acabam tendo que lidar com todos esses problemas e experiências complicadas de vida durante

as aulas, sem o apoio dos outros serviços públicos, que seriam essenciais para uma evolução dessas crianças e a aquisição de um pensamento crítico dos conteúdos que são discutidos nas aulas de Educação Física.

REFLEXÕES FINAIS

Ao final do projeto, identificamos que muitos alunos conseguiam compreen-der melhor sobre as diferentes modalidades de ginásticas que foram abordadas em aula (acrobática, artística e rítmica), sobre a his-tória, regras e principais atletas dessas mo-dalidades, as capacidades físicas utilizadas por esses atletas para realizar os principais movimentos durante os treinos, a relação de estatura e treinamento de ginástica e se a ginástica praticada no alto nível pode ser considerada saúde.

Também percebemos que as re-flexões realizadas sobre as questões de gênero e de preconceito racial na ginástica puderam estimular o pensamento crítico dos alunos em relação a essa manifestação da cultura corporal de movimento. Não podemos afirmar que esse projeto extinguiu esses preconceitos dos discentes, mas eles escutaram e analisaram um discurso que luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e negros e brancos, discurso esse pouco estimulado pelos ou-tros docentes e pela mídia televisiva que esses jovens assistem.

Foram muitas as dificuldades encon-tradas durante a realização das aulas com esses alunos. Para superar esses problemas, criamos materiais alternativos, lidamos com a dificuldade que os discentes possuem para participar do processo de elaboração e criação de coreografias, propusemos outras

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estratégias de avaliação para que aqueles alunos que possuem dificuldade de ler e escrever também pudesse expressar o que entenderam das aulas e refletimos sobre os preconceitos existentes em relação ao gênero e a cor da pele quando pensamos na prática das diferentes modalidades ginásticas.

Se tivermos a oportunidade de con-tinuar com as mesmas turmas no próximo ano, pensamos em tematizar a ginástica de academia com ênfase nas três dimensões do conteúdo e estimulando o pensamento crítico, para que os alunos também possam refletir sobre essa modalidade de ginástica.

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GYMNASTICS TEACHING IN PUBLIC SCHOOLS: the three dimensions of content and the development of critical thinking

ABSTRACT

This study describes the experience of a project in Physical Education where the authors directly emphasized the gymnastics. held during the 2nd half of 2014 for 8th graders of elementary school, a public school located on the east side of São Paulo, the research was focus the three dimensions of content. In procedural dimension students experienced some gymnastics (rhythmic, artistic and acrobatic) according to the possibilities of material, infrastructure and motor skills in the school context. In the conceptual dimension were held lectures, film analysis and debates for students to understand the historical context, the main evidence and physical abilities used in these body practices. In attitudinal dimension discussions were held involving gender relations and racial prejudice.

Keywords: Physical Education; Gymnastics; Dimensions of Content

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GIMNASIA DE ENSEñANZA EN LAS ESCUELAS PÚBLICAS: las tres dimensiones de contenido y el desarrollo del pensamiento crítico

RESUMEN

Este estudio describe la experiencia de un proyecto en Educación Física donde los autores enfatizaron directamente la gimnasia. Celebrada durante el segundo semestre de 2014 para estudiantes de 8º grado de la escuela primaria, una escuela pública ubicada en el lado este de São Paulo, la investigación fue enfocar las tres dimensiones del contenido. En la dimensión procedimental de los estudiantes experimentaron un poco de gimnasia (rítmica, artística y acrobática) de acuerdo a las posibilidades de materiales, de infraestructura y habilidades motoras en el contexto escolar. En la dimensión conceptual se celebraron conferencias, análisis de películas y debates para que los estudiantes comprendan el contexto histórico, la prueba principal y habilidades físicas utilizadas en estas prácticas corporales. En las discusiones dimensión actitudinal se celebraron implica relaciones de género y los prejuicios raciales.

Palabras clave: Educación Física; Gimnasia; Dimensiones de Contenidos

Recebido em: dezembro/2014Aprovado em: março/2015