ens - carta mensal 494 - novembro 2015

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CM 494 1 CARTA Mensal SUPER-REGIÃO Leigos e Leigas: na Igreja e no mundo p. 02 IGREJA CATÓLICA Todos os Santos e Finados p. 07 Equipes de Nossa Senhora Ano LV• nov • 2015 • nº 494 FORMAÇÃO Reunião de Balanço “Construir o Casal e a Equipe” p. 39 Um tempo de... paragem para pensar, refletir e discernir Encontro do Colegiado Nacional Vila Kostka, Itaici-SP

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Page 1: ENS - Carta Mensal 494 - Novembro 2015

CM 494 1

cartaMensal

SUPEr-rEGIÃOLeigos e Leigas:

na Igreja e no mundo

p. 02

IGrEJa catÓLIcatodos os Santos

e Finados

p. 07

Equipes de Nossa Senhora

An

o L

V•

no

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20

15

• n

º 494

FOrMaÇÃOreunião de Balanço“construir o casal

e a Equipe”p. 39

Um tempo de... paragem

para pensar, refletir e discernir

Encontro do Colegiado Nacional

Vila Kostka, Itaici-SP

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Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (MTb. 17622)

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: [email protected] - Responsável: Ivahy Barcellos - Foto de capa: Vila Kostka - Reinaldo de Souza Azevedo - Diagramação, tratamento e preparação digital: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta Edição: 25.000 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações / imagens, devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: [email protected] A/C de Fer-nanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

CARTA MENSALn0 494 • nov 2015

EDIToRIAL ............................................01

SuPER-REgIãoLeigos e leigas: na Igreja e no mundo ..02A melhor parte do nosso tempo .........03Sacramento do matrimônio .................04Memória de Todos os Santos e Finados .............................05

IgREJA CATÓLICATodos os Santos e Finados ...................07

VIDA No MoVIMENToColegiado Nacional 2015 .....................09

RAÍZES Do MoVIMENToNossa Senhora .....................................23

CNSE CNSE: uma contribuição para a vida da Igreja ............................24

ACERVo LITERáRIo Do PADRE CAFFARELMisericordiosos como o Pai .................26

CANoNIZAÇão Do PADRE CAFFARELAssociação dos amigos do Padre Caffarel .................................28

TESTEMuNHoDocilidade no servir: resposta ao chamado divino ................29uma missão gratificante ......................30Maravilhas no Santuário de Aparecida .......................31Reunião e auxílio mútuo ......................32

PARTILHA E PoNToS CoNCREToS DE ESFoRÇoA meditação ........................................33Retiro - tempos de Kairós ......................34Coparticipação .....................................35

REFLEXãoEquipistas: precisamos caminhar com Jesus .............................36Estamos cientes de que “pertencer às equipes é estar disposto a servir?” .........37os pobres .............................................38

FoRMAÇãoReunião de balanço “construir o casal e a equipe” ................39Reunião de balanço ..............................40Estrutura do Movimento ......................42Harmonia/maturidade conjugal/amor...43

NoTÍCIAS ..............................................45

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Edit

ori

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tema: “Ousar o Evangelho - Discernir os sinais Dos tempos”

Queridos Irmãos,

Estamos chegando ao fim do ano equipista de 2015. Durante todo esse ano assumimos o compromisso de Discernir os Sinais dos Tempos, de olhar o mundo de forma positiva, reconhecendo que ele encontra--se em construção. Assumimos nosso papel de protagonistas dessa empreitada para construir a civilização do amor que respeita as pesso-as, particularmente os pobres?

Neste mês a Reunião de Balanço dará a oportunidade de refletir-mos, de cada um dar a sua opinião abertamente e com espírito cristão sobre sua equipe e sua caminhada. Na bandeira Formação temos dois artigos para ajudar nesta tarefa.

Em agosto último, tivemos o Colegiado Nacional onde foram apre-sentados o tema 2016 “Viver a missão com alegria” e o lema “Não foste vós que Me escolhestes; mas fui Eu que vos escolhi”. Em Vida no Movimento trazemos tudo o que aconteceu, não deixem de ler!

Comemoram-se em novembro o dia dos leigos e leigas, Festa de Cristo Rei e Memória de Todos os Santos e Finados. Padre Paulo Rena-to, SCE da Super-Região Brasil, e Padre Odirley, SCE da Província Norte, trazem dois ótimos artigos.

A oitava reunião de estudo vem ao encontro do Ano da Misericór-dia, que se iniciará em dezembro. Complementando com o artigo que encontrarão na Bandeira Acervo Literário do Padre Caffarel, teremos a oportunidade de uma rica reflexão.

Nesta edição da Carta ainda temos a presença da Comunidade Nossa Senhora da Esperança, vários artigos para reflexão, testemunhos de irmãos equipistas e um artigo que vai ajudar a entender como o Movimento está estruturado.

Como ocorre todos os meses, o “Meditando em Equipe”, enrique-cerá nossa reunião mensal. Obrigado Padre Flávio Cavalca!

Desejamos a todos um ótimo mês, que a Reunião de Balanço seja uma oportunidade de tomarmos novo fôlego para um 2016 ainda melhor.

Abraços fraternos, Fernanda e Martini

CR Carta Mensal

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Sup

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egiã

o LEIgoS E LEIgAS: NA IgREJA E No MuNDo

Prezados casais equipistas, mi-nhas breves linhas neste mês querem ser dirigidas especialmente a vocês. Estamos em novembro, quando celebramos o dia do Leigo e Leiga, Festa de Cristo Rei. É ocasião para aprofundarmos esse conceito na li-nha do Vaticano II e assim tomarmos consciência de que, dentro de uma Igreja entendida como Povo de Deus e Comunhão, o papel desempenha-do por vocês, leigos e leigas, ou seja, o que vocês são na Igreja e socieda-de, é insubstituível.

O Vaticano II nos ensina que “pelo nome de leigos aqui são com-preendidos todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso aprovado pela Igreja. Estes fiéis foram incorporados a Cris-to pelo Batismo, constituídos povo de Deus e, a seu modo, feitos partí-cipes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo” (Lu-men Gentium, 31). Atenção para a expressão “a seu modo... exercem sua parte na missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”, pois ela explicita uma convicção da Igreja de que o leigo e a leiga têm uma mis-são própria da sua condição que não deve ser exercida ordinariamente por religiosos ou ministros ordenados. “Cada leigo deve ser, perante o mun-do, uma testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus e um sinal do Deus vivo. Todos em conjunto, e cada um por sua parte, devem ali-mentar o mundo com frutos espiritu-

ais (cfr. Gl 5,22) e nele difundir aquele espírito que anima os pobres, mansos e pacíficos, que o Senhor no Evange-lho proclamou bem-aventurados (cfr. Mt 5, 3-9). Numa palavra, sejam os cristãos no mundo aquilo que a alma é no corpo” (LG 38).

Os leigos e leigas, você, casal equipista, devem atuar no mundo, porém, não somente em “sentido sociológico, mas sobretudo em senti-do teológico” (Christifidelis Laici, 15). Não se trata de agentes de uma or-ganização governamental que bus-cam transformar o mundo movidos por uma ideologia. Trata-se de bati-zados e batizadas que buscam um mundo justo, solidário, fraterno, por-que esse mundo é o germe do Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo.

Os leigos exprimem e exercem as riquezas dessa sua dignidade viven-do no mundo. O que para os mem-bros do ministério ordenado pode constituir uma tarefa acessória e excepcional, para os leigos é missão típica. A vocação que lhes é própria “consiste em procurar o Reino de Deus tratando das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus” (ChL, 15). O leigo, sujeito na Igreja e no mundo, é o cristão maduro na fé, que fez o encontro pessoal com Je-sus Cristo e se dispôs a segui-lo com todas as consequências dessa esco-lha; é o cristão que adere ao projeto do Mestre e busca identificar-se sem-pre mais com sua pessoa; é o cristão

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A MELHoR PARTE Do NoSSo TEMPo

que se coloca na escuta do Espírito, que o envia à edificação da comuni-dade e à transformação do mundo na direção do Reino de Deus.

O leigo ou a leiga, permane-cendo Igreja, constroem cidadania no mundo, ou seja, assumem sua missão sem limites e fronteiras, através de sua presença nas macro e microestruturas que compõem o conjunto da sociedade. Resumin-do, vocês não podem ficar somen-

te se queixando de que as coisas não vão bem, devem, com o nosso incentivo e acompanhamento es-piritual, assumir a missão de cons-trutores da civilização do amor e assim ocupar o espaço na socieda-de e no mundo.

Força na missão! Vocês são pro-tagonistas da “Igreja em saída” tão cara ao Papa Francisco.

Pe. Paulo Renato F. G. CamposSCE Super-Região

Família é lugar de festa, de traba-lho e de oração...

Tempo para festa não perdemos.É na família que aprendemos um

estilo de vida laborioso com o exem-plo do pai e da mãe que trabalham para o bem da célula familiar e da sociedade, por isso costumamos di-zer que o “trabalho é sagrado”.

A recente Encíclica do Papa Fran-cisco, LAUDATO SÍ, nos dá essa men-sagem: a beleza da terra e a digni-dade do trabalho caminham juntas. A terra é bonita quando trabalhada pelo homem, porém sem se afastar da aliança de DEUS com o homem e a mulher. Quando o trabalho é re-fém só do lucro, e despreza a vida, o aviltamento da alma contamina tudo, inclusive o ar, a água, as ervas, os alimentos... A vida corrompe-se e o habitat deteriora-se.

Eis, portanto, o grande desafio e missão da família cristã hoje: apre-sentar os fundamentos da criação de DEUS – sua identidade, o vínculo do homem com a mulher, a geração de filhos e o trabalho digno. Não é tare-fa fácil, são necessárias fé e astúcia,

como Davi diante de Golias!Por isso dizemos que trabalho

e oração devem andar juntos, em harmonia, como nos ensinou São Bento. A falta de trabalho prejudica o espírito, assim como a falta de ora-ção deteriora a atividade prática.

Ficamos muito decepcionados conosco mesmos quando não en-contramos tempo para a oração. O nosso coração humano procu-ra sempre a oração, mesmo sem o saber, e se não a encontra não tem paz.

Todos sabemos que o tempo da família é movimentado, ocupado, preocupado, e nunca é suficiente,

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pois sempre há muitas coisas para serem feitas... E, às vezes, não con-seguimos entender como fazemos para caber em “apenas” 24 horas o que demandaria o dobro. Ufa!

Parando um momento para re-fletir, vemos em Lucas 10, 38-42, o tempo de paragem e de festa, quan-do Jesus visita as irmãs Marta e Ma-ria. Que alegria! Vemos com Marta o trabalho da hospitalidade, que, embora importante, não é tudo, mas ouvir o Senhor, como Maria, é essencial, a “melhor parte do nosso tempo”!

A oração brota da escuta (como

Maria nos ensina), da leitura e da intimidade com a palavra de DEUS. O Evangelho lido e meditado em fa-mília é como um pão saboroso que nutre o nosso coração. Vamos nos dar esse alimento!

Vamos também, em família, quando nos sentarmos à mesa, fazer uma oração juntos, com muito amor e simplicidade: é Jesus que está vin-do nos visitar e está entre nós!

Serão momentos simples, porém muito ricos, como estes, que nos for-talecerão e nos manterão unidos.

Hermelinda e ArturoCR Super-Região

SACRAMENTo Do MATRIMÔNIo:A universalidade da mensagem de Cristo!

Como podemos ser casais cristãos que representam a universalidade da mensagem de Cristo? Essa pergunta é um desafio com muitos caminhos ou atalhos. Primeiro temos que ter a consciência de que a responsabilida-de do projeto de Deus para com a humanidade passa por nós casais ou por nós homens e mulheres, e esse fato nos torna coautores do plano de Deus, ELE nos escolheu porque somos frutos de seu Amor. ”...o amor pessoal de Deus por cada um

de nós é o coração de nossa fé...” A família é o início de tudo, o sa-

cramento do matrimônio é um sinal do amor de Deus pela humanidade. Hoje, discernir os sinais dos tempos é viver nesse mundo de pluralidade que nos confronta entre o projeto de Deus e o projeto do mundo e, sob esse aspecto, qual é a nossa atitude? Só seremos evangelizadores se viver-mos o nosso sacramento com convic-ção nesse mundo de falsos conceitos e se nos mantivermos firmes na fé: “a primeira forma de testemunho é a própria vida do missionário, da fa-mília cristã e da comunidade eclesial, que torna visível um novo modo de se comportar...” Tudo começa em nossas casas, em nossas famílias. É a partir daí que podemos transformar o mundo, sendo acolhedores e mise-ricordiosos uns para com os outros, pois, não cabe a nós julgar ninguém, mas sim amar e comungar com os

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irmãos, sendo reflexo da mensagem da universalidade de Cristo. ”...as cores, as raças, os povos divididos, o Cristo não apenas os reúne em uma só maneira de pensar e em uma só fé; ELE os reúne em um só corpo, no sentido mais forte do termo, com tudo o que inclui intimidade, compre-ensão e amor...” Todas as diferenças que se apresentam hoje no mundo e que nos confrontam com nossa fé, com nosso pensar, não podem ser maiores que o amor, que a men-sagem de JESUS CRISTO: “somente quando cada um renunciar totalmen-te à sua própria vontade que poderá aparecer a única vontade de Cristo...”

Que, ao discernir os sinais dos tem-pos, possamos compreender que a mensagem universal de Cristo não pode ter questionamentos que nos dividam, ou que distorçam o que ELE disse, mas que nos conduzam ao caminho e atitudes que todo cristão deve adotar para levar esta mensa-gem a todos. Para isso precisamos olhar para nossos irmãos e para nós mesmos com o mesmo olhar de Cristo. O nosso anúncio deve refletir nossa total adesão à mensagem de universalidade de CRISTO.

Marilena e JesusCRP NORTE

MEMÓRIA DE ToDoS oS SANToS E FINADoS:

Certeza da vida eterna pela santidade

“Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que

esteja morto, viverá.” (cf. Jo 11, 25-26)

Em novembro, de acordo com a liturgia da Igreja, fazemos memó-ria de Todos os Santos (1/11) e Finados (2/11). Celebrar esses dois momentos nos leva à refle-xão sobre dois elementos impor-tantes para nossa vida e fé cristã: a santidade ao alcance de todos e a morte que nos conduz à vida.

Celebrar o dia de Todos os San-tos, que morreram em estado de graça, nos leva a refletir sobre o es-forço, perseverança, fé e testemu-nho de todos estes, canonizados ou não, conhecidos ou anônimos, pes-soas de carne e osso, que atestam

e são provas concre tas e históricas que ser e viver na santidade são p o s s í v é i s a t o d o s n ó s , mediante nos-so esforço em cultivar a fé que leva às boas obras e que ajuda a construir a cada dia os degraus que nos conduzem à salvação. Os santos tinham a fé de que a mor-te era porta para o paraíso, para a vida eterna que não tem fim: “é morrendo que se vive para a vida eterna”.

Um dia após a festa de Todos os Santos, celebramos Finados, ou seja, celebração da vida eterna das

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pessoas queridas que já estão par-ticipando da comunhão dos santos e santas no céu, na alegria amo-rosa do mistério trinitário de Deus e de seu coração, onde todos nós, pela santidade, seremos conduzi-dos “...Quando este lugar estiver preparado voltarei e vos levarei comigo a fim de que estejais onde estou” (Jo 14, 1-6).

Por que então choramos e so-fremos quando morre alguém de quem gostamos muito? Nós, an-tropologicamente, carregamos em nosso “DNA” uma dimensão afetiva, que nos permite cons-truir laços concretos de amizade, amor e carinho mútuo. Por isso, quando esses laços são rompi-dos pela morte, experimentamos os sentimentos de dor, separação, saudade e ausência. E isso, longe de ser uma fraqueza, demonstra nossa capacidade de experimen-tar a ternura e amor de Deus. O próprio Jesus experimenta dessa bela e ao mesmo tempo como-vedora dimensão humana: diante da morte de seu amigo Lázaro, “Jesus chorou” (cf. Jo 11,35).

No entanto, a nossa fé deve ir além da dor e do medo em re-lação à morte. Acreditar na res-surreição de Jesus é fundamental e necessário para a convicção de que a morte não é um fracasso ou um fim. Na condição de pere-grinos nesta terra e alimentados pelo Evangelho, cultivemos a se-mente de santidade que há em nós, participando da ação salvífi-ca, criadora e histórica de Deus. Essa semente cresce, dia após dia, quando é cultivada na famí-lia através do amor e da fidelida-de. Cresce pelo testemunho que damos ao mundo de participação e comunhão na Igreja: sacramen-to de Cristo, lugar de santidade e vida em abundância para todos.

Que, diante da morte, tenha-mos esperança e fé na vida eter-na que jamais tem fim! Acredi-temos verdadeiramente no que professamos na liturgia da Igreja: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. Amém!

Padre Odirley MaiaSCE Provincial Norte

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A Igreja celebra, em novem-bro, duas festas litúrgicas, inti-mamente ligadas ao mistério da comunhão dos santos: são a Solenidade de Todos os San-tos, no dia 1o de novembro, e a Comemoração dos Fiéis De-funtos, no dia 2. São festas que nos recordam que “todos os que somos filhos de Deus (...) constituímos uma única família em Cristo” (Catecismo da Igre-ja Católica, 959), na qual nos amamos e nos auxiliamos mu-tuamente.

No dia primeiro, festeja-se a Solenidade de Todos os San-tos. Infelizmente, as pessoas têm perdido a noção do que seja um “santo”, porque não sabem diferenciar entre uma pessoa santa e uma pessoa sal-va. Quem está no Purgatório, por exemplo, está salvo, mas ainda não está totalmente san-tificado, no sentido pleno da palavra. Os santos canonizados – principalmente “os de mo-radas superiores”, para fazer uma referência a Santa Teresa de Jesus –, ao contrário, como já completaram toda a sua purificação nesta vida, com certeza foram diretamente para o Céu.

Este é o grande abismo que separa católicos e protestantes. Os primeiros creem que a santidade é possível nesta terra e acreditam firmemente que, por auxílio da graça – mas também por mérito próprio –, uma pessoa pode chegar a dizer com São Paulo: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim”. Os santos, na Igreja Cató-lica, são pessoas que alcançaram tal grau de perfeição e se confi-guraram de tal modo a Cristo que Ele mesmo se faz presença viva

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aToDoS oS SANToS E FINADoS: A Igreja, comunhão e mediação dos santos

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neles. Como ensina Santo Irineu de Lyon, padre da Igreja, “a glória de Deus é o homem vivo”, isto é, o homem que vive em Cristo. Por isso, depois que morrem, os santos, vendo Deus face a face, podem interceder por nós junto a Ele.

Mas, para os protestantes, Deus operaria as coisas “diretamen-te”, sem precisar de ninguém. Sem dúvida, e os católicos também reconhecem isso, Deus não precisa de Suas criaturas, mas toda a história da salvação testemunha que, mesmo não precisando, Ele quer precisar delas. Deus não precisava, por exemplo, servir-se de um homem e de uma mulher para gerar novas vidas no mundo. Num estalar de dedos, os seres humanos podiam simplesmente brotar da grama, como os cogumelos. Todavia, Ele quis depender da ação de um pai e de uma mãe para tanto. A beleza da fé católica está justamente na ação de Deus que ama as Suas criaturas, mas por meio dessas mesmas criaturas, fazendo-as participar de Sua bondade e de Seu amor: é o caso dos santos no Céu e dos Anjos da guarda, por exemplo.

Mas, não existem apenas os fiéis que estão no Céu. A Comemo-ração dos Fiéis Defuntos recorda que nem todos os que se salvam vão diretamente para a vida eterna, vão para o Purgatório.

A verdade é que o Purgatório faz parte do “depósito de fé” e do ensinamento da Igreja de dois mil anos. Os primeiros cristãos, nas catacumbas, por exemplo, já rezavam pelos mortos. Ora, sa-bendo que depois da morte não existe uma “segunda chance” de salvar-se, essa prática só pode indicar a existência de uma purifica-ção, após a morte, para aqueles que já se salvaram, mas, em vida, não amaram a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Infelizmente, esse é o estado em que se encontram muitos de nós, por conta de nossos pecados e de nossa falta de generosidade com Deus. Se não nos purificarmos nesta vida, seremos purificados na futura.

Nós católicos, cremos que só se entra no Céu totalmente san-to. Por isso, é importante que, em um ato de caridade, sufrague-mos as almas dos fiéis defuntos, a fim de que se purifiquem logo e entrem na posse eterna de Deus.

Trechos de autoria de Pe. Paulo Ricardo Junior

Bacharel em Teologia e mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma).

Arquidiocese de Cuiabá-MT

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CoLEgIADo NACIoNALSuper-Região Brasil

Itaici/SP – Agosto 2015

Tema 2016Viver a missão com alegria

Lema“Não fostes vós que Me escolhestes;

mas fui Eu que vos escolhi”(Jo 15,16)

V

ida

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“Um tempo de... paragem, para pensar, para refletir, para discernir”

(Henri Caffarel)

Participaram deste Colegiado: 52 CRR, 7 CRP, 48 SCE, 3 Ca-sais Apoio, 1 Casal Convidado e o CRSRB Hermelinda e Arturo.

Assim nos dirigimos, dos diver-sos cantos do Brasil, casais e Con-selheiros Espirituais respondendo ao chamado da Super-Região Bra-sil: para o Encontro do Colegiado Nacional do Movimento das Equi-pes de Nossa Senhora, realizado nos dias 28, 29 e 30 de agosto de 2015, em Itaici/SP, com os objeti-vos de:

1. Animar os membros do Colegia-do da Super-Região para o EXER-CÍCIO da RESPONSABILIDADE.

2. Oferecer meios que auxiliem na REFLEXÃO e DISCERNIMENTO so-bre a caminhada do Movimento.

3. Proporcionar momentos de EVAN-GELIZAÇÃO, de FORMAÇÃO e de TROCA de EXPERIÊNCIAS.

4. REALIZAR e CELEBRAR a UNIDA-DE do Movimento.

Desde a manhã do dia 28/8 os sons de risos, dos ônibus, vans e carros animavam a calma da Vila Kostka, em Itaici/SP. A equi-pe da Super-Região atendia a todos na recepção entre malas e sacolas e chaves e muita, muita alegria. A paisagem do campo, das folhagens e flores foi ponti-lhando-se com as diversas cores

das camisetas que representam as Províncias do Movimento no Brasil.

Afinal, acomodados em nossos quartos, fomos acolhidos antes do jantar com o tom alegre e carinho-so dos músicos que acompanha-riam todo o Encontro e pudemos desfrutar da hospitalidade farta e generosa desta casa que há tanto tempo recebe retirantes do país todo.

A ACOLHIDA oficial no Anfitea-tro foi impactada pela fotografia projetada de Papa Francisco com seu sorriso radioso e impossível de não ser retribuído, definindo o Tema de 2016.

ENTRONIZAÇÃO DE NOSSA SE-NHORA de pé, emocionados, re-cebemos a Mãe Aparecida entro-nizada pela Equipe da Super-Re-gião. Sua imagem foi colocada em local de destaque acompanhando todo o Encontro. Na mesa prin-cipal sobre a toalha branca havia faixas com as diversas cores das Províncias.

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ABERTURA carinhosa de Her-melinda e Arturo, que nos sau-daram com a lembrança da Carta de São Paulo aos Romanos, ‘uni-dos num só objetivo de realizar e celebrar a Unidade’, dando início ao Colegiado Nacional de 2015,

POSSE DOS NOVOS CASAIS RESPONSÁVEIS

Província Centro-Oeste: CRP Lucilene e Nelson; SCE Pe. Givanildo (Gil)

Província Centro-Oeste / Região Centro Oes-te I: CRR Leila e Antonio Carlos; SCE Pe. Norbey

Província Norte / Região Norte I: CRR Márcia e Juarez; SCE Pe. Severino

Província Norte / Região Norte III: CRR Massaraí e Amauri; SCE Pe. Adilson

exortando ao compromisso de f idel idade às recomendações que seriam recebidas. A seguir, os 7 CRP apresentaram seus res-pectivos Casais Responsáveis de Região e seus Sacerdotes Conse-lheiro Espiritual.

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Província Leste / Região Rio I: CRR Mar-garida e Oswaldo; SCE Pe. Marco Aurélio

Província Leste / Região Minas I: CRR Ro-sário e Gazzinelli; SCE Pe. José de Anchieta

Província Sul I / Região Capital I: CRR Ma-ria Amélia e Paulo; SCE Pe. Rogério Mendes

Província Sul I / Região Capital II: CRR Fátima Suely e José Jairo; SCE Pe. Wagner Fernandes

Província Sul I / SP Leste II: CRR Laura e Luis Eduardo; SCE Pe. José Adalberto

Província Sul II / Região SP Norte II: CRR Eliana e Odelmo; SCE Pe. Marcelo Vieira

Província Sul II / Região SP Nordeste: CRR Valéria e João; SCE Pe. Antônio Élcio

Província Sul III / Região Paraná Sul: CRR Florinda e Celso; SCE Pe. Sérgio José

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Província Sul III / Região Rio Grande do Sul II: CRR Marilene e James; SCE Pe. An-tônio Dallo

CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS E ORAÇÕES

Na sexta-feira: com o horário seguido cuidadosamente durante todo o encontro, após a Abertura fo-mos para a Celebração Eucarística de Posse dos novos Casais Responsáveis de Província e Regiões. A Procissão de Entrada dos celebrantes foi sole-ne com suas túnicas brancas ofere-cendo impressionante contraste pela quantidade entre a variedade de co-

res das roupas da Assembleia. A mo-tivação foi: “Deus não nos chamou à impureza, mas à santidade” (1 Ts 7); Pe. Paulo Renato F. G. Campos, SCE da SRB presidiu a celebração e fez a Homilia. Após a celebração houve a sempre emocionante cerimônia de posse do CRP Centro-Oeste, de 12 Regiões e respectivos SCE, com a condução de Pe. Paulo Renato e Her-melinda e Arturo.

Ainda não refeitos da viagem, reencontros e tantas emoções, fomos para o merecido repouso noturno.

No sábado 29/8: a Celebra-ção Eucarística iniciou o dia às 7h. “Minha boca anunciará todos dias vossa justiça e vossas graças incon-táveis”, aclamava o Sl 70. A Procis-são de Entrada com a presença de todos os SCE sempre acompanhada com reverência e afeto. As leituras do dia e o Evangelho prepararam nosso espírito e coração para os tra-balhos do dia. O Magnificat canta-do elevou-nos e nos uniu numa só alma.

Antes do café a alegria barulhen-ta para a foto oficial do Encontro.

Neste dia foram rezados o “An-gelus” no Auditório e as “Véspe-ras” na Capela.

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No domingo 30/8: também ini-ciamos o dia às 7h. com o Pão Eucarís-tico e a Palavra de Deus na Celebração Eucarística, concelebrada igualmente pelos diversos SCE e presidida pelo SCE da Província Sul I, Pe. Octávio Moscoso. Neste dia, 22o domingo do Tempo Comum, também ‘Dia do Ca-tequista’, a motivação: “Recebei com humildade a Palavra que em vós foi implantada e que é capaz de salvar as vossas almas” (Tg 1,21). O Canto de preparação para a Missa foi ‘És Maria’, que deu o tom de elevada devoção para os trabalhos deste dia, encerra-mento do Encontro.

PALESTRAS –TESTEMUNHOS ORIENTAÇÕES

Durante o sábado - 29/8 foram apresentadas 3 Palestras: o Tema do ano – ‘VIVER A MISSÃO COM ALE-GRIA’, ‘As Orientações para 2016’ e ‘O Rosto da Misericórdia’; e 2 Teste-munhos: ‘Viver a Missão com Alegria’ e ‘O Perdão e a Alegria no Casal’.

Palestra proferida por Pe. Paulo Renato F. G. Campos, SCE da SRB, que sob a invocação e inspiração do Espírito Santo apresentou-nos o Tema de Estudo para 2016, preparado pela Zona Hispano América; e em suas palavras propunha refletir a Unidade do Movimento e transmitir a empol-gação para o Tema de Estudo para 2016, que propõe evangelizar num mundo pós-moderno, desiludido, que não acredita em Deus e nem no ca-samento; somos enviados para evan-gelizar com alegria num mundo onde o individualismo e a solidão imperam e dificultam o anúncio do amor e da vida em comunidade.

Chamou nossa atenção para a IN-TRODUÇÃO do livro de estudo, apre-sentando 4 aspectos;

1) quadro doutrinal: da Sagrada Es-critura, da Exortação Apostólica - Evangelii Gaudium (Papa Francisco), documentos das ENS e de Pe. Caffarel, além de outros vários do-cumentos de apoio para as Reuni-ões;

2) quadro da realidade: apresentando a visão de fé sobre a realidade do mundo de hoje;

3) quadro pedagógico: trata-se de texto prático que leva em con-ta a vida concreta, considera as diferentes realidades eclesiais ao redor do mundo e propõe trabalho a ser feito pelo casal durante o mês que antecede a Reunião de Equipe;

4) quadro didático: trabalhar duran-te o mês com a Palavra de Deus, situações de vida e nossas expe-riências, testemunhos e reflexões que trazem luz para nossas vidas, a palavra do Papa e outros teólogos;

‘TEMA DO ANO 2016: VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA’

LEMA: “Não fostes vós que Me

escolhestes; masfui Eu que vos escolhi”

(Jo 15,16).

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as sempre úteis orientações para a prática dos PCE e para a própria Reunião de Equipe. Apresentou os 8 Encontros do

livro Tema com seus objetivos e mo-tivações e finalizou: será um ano de alegria. Concluiu com uma síntese ba-seada no método do VER - JULGAR (na Igreja e nas ENS) - AGIR com tes-temunhos, ir ao encontro do irmão e realizar a Missão.

2) Levar, com alegria, o Evangelho da Misericórdia a todos, sem exceção. (Lumen Gentium);

3) Apelar ao compromisso evange-lizador (Is 40,31: “Ter asas como a águia, correr sem se cansar, mar-char sem desfalecer.”);

4) Incentivar a FORMAÇÃO dos ca-sais em todas as suas dimensões.

Medidas concretas:

1) ESTUDO DO TEMA 2016: ‘VI-VER A MISSÃO COM ALEGRIA’ ou os Temas de Estudo para equi-pes mais antigas. Após Pilotagem: Reunião de Equipe e Casamento: sacramento do dia a dia.

2) A prática do PCE: DEVER DE SENTAR-SE, sem perder de vista ou descuidar dos outros PCE.

3) FORMAÇÃO PERMANENTE. Reciclagem para Formação de to-dos os casais de acordo com o tem-po de Movimento. São três etapas: Equipes em Caminho, Equipes em Movimento, Equipes Novo Fôlego, para os casais com mais tempo de vida de Movimento.

Resumindo, o ano de 2016 será marcado pelo ENCONTRO, através dos PCE, principalmente do Dever de sentar-se; o ANÚNCIO, através do Tema de Estudo; o COMPRO-MISSO com a alegria; e a FORMA-ÇÃO, através das etapas das For-mações Permanentes.

CONCLUSÃO: - Encontro com Cristo- Entusiasmo missionário- Evangelizando e formando

‘ORIENTAÇÕES PARA 2016’

Apresentada pelo CRSRB, Her-melinda e Arturo, que com sua ora-ção inicial agradeceram a Deus a oportunidade de amar mais através do serviço.

Fizeram um retrospecto desde 2012, no XI Encontro Internacio-nal quando colocado que ‘ousar o Evangelho é ter um coração pleno do amor de Cristo, acolher e cuidar dos homens é partir para o mundo a ser-viço do Reino’. Recordaram os temas de 2013, 2014, 2015 e para 2016 o Tema: ‘Viver a missão com alegria’, com linhas de ação a partir da Alegria e Misericórdia

Para isso é preciso:

1) Renovar todos os dias o Encontro pessoal e em casal com Jesus. (Ben-to XVI);

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‘VIVER A MISSÃO COM ALEGRIA’

Silvia e Chico, equipistas de So-rocaba, com história de vida ativa no Movimento, fizeram seu teste-munho sobre “Viver a Missão com alegria nas ENS e no mundo”, com simplicidade; deixando de lado sua reserva pessoal para prestar um serviço às ENS, falaram de sua jor-nada espiritual fundamentada na experiência com Jesus.

Salientaram que os PCE foram o ali-cerce desta experiência, tanto quanto a vida sacramental; sempre tentaram ser um casal, como diz Caffarel: a “chercher” (procura) de Deus.

Com palavras verdadeiras e sin-ceras descreveram sua caminhada católica desde a juventude sempre ativa, a vida de casados, de pais, trabalhos pastorais e no Movimen-to das ENS nas mais diversas for-mas de serviço na equipe, colegia-dos: nacional e internacional.

Lembraram que o serviço a Deus não é garantia de só alegria, festa, comemoração e sucessos; também ocorrem exaustão, sofri-mento, lágrimas, dores e solidão. ‘Pouco contam nossas aptidões no chamado; somos chamados por amor; o Senhor não nos desilude,

não nos deixa sós’. Com humilda-de relataram ‘tentativas de fuga’ e que terminaram num ‘sofrendo e aprendendo’. A maior alegria foi aprender a confiar e temer menos, aprender a se entusiasmar com a centelha do coração do outro, aprender a agregar, inquietar-se por causa dos outros, reconduzi-los, curar.

Terminaram com a apresenta-ção da Comunidade Nossa Senho-ra da Esperança, para viúvos/as e pessoas sós, fundada por D. Nancy Moncau e que tanto benefício traz àqueles que dela participam; mo-vimento que necessita de ajuda de pessoas e ajuda financeira, pedi-ram que procuremos conhecê-lo e divulgá-lo.

‘O PERDÃO E A ALEGRIA NO CASAL’

‘O perdão e a alegria na vida do casal’ foi testemunho de San-dra e Valdir Pasetto, CRP Sul I. Apresentaram as diferenças mas-culinas e femininas que podem distanciar o casal e quebrar a harmonia conjugal necessitando muito do perdão, do consolo e muita alegria para superação e convivência amorosa; para isso a Oração sempre e muita, os PCE, principalmente o do Dever de Sentar-se e a Vida de Equipe são ferramentas essenciais.

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Falaram de sua vida conjugal e familiar; sonhos e esperanças. Da gestação feliz e das tristezas que doenças e perdas trazem. Também da superação com e pela graça de Deus. Da abertura à vida trazendo consigo muita alegria e necessidade de oração e perdão, que quem ama não pode abster-se em utilizar.

Emocionaram com o relato de surpresas e doenças com que a vida os contemplou e como a corrente de oração do Movimento é eficaz e os ajudou a caminhar com mais en-tusiasmo e consequente superação.

Citaram Papa Francisco: ‘o pri-meiro a pedir desculpas é o mais valente, o primeiro em perdoar é o mais forte; o primeiro em es-quecer é o mais feliz.’

Concluiu esta apresentação Pe. Otávio Moscoso, SCEP Sul I, falando sobre Misericórdia: ‘dar o coração áqueles que são vítimas da miséria’. Que é preciso uma ação interior: para se ter misericórdia devo encon-trar minha miséria e perdoar-me, e uma ação exterior: para vivê-la é preciso afetivamente colocar-se no lugar do outro, efetivamente fazer ‘pelo outro’, tudo com sensatez e equilíbrio. Apresentou um tocante e quase real vídeo sobre o ‘Bom Sa-maritano’.

‘O ROSTO DA MISERICÓRDIA’

Ministrada por Dom José Rober-to Palau, Bispo Auxiliar da Arqui-diocese de São Paulo, SCE de vá-rias equipes quando em São José dos Campos/SP, apresentou a Bula de Proclamação do jubileu extraor-dinário da Misericórdia, com o Ano

Santo a ser iniciado em 8/12/2015 e finalizado em 20/11/2016. A ló-gica do Papa é a lógica de Deus: “É Cristo que vive em mim”, diz Francisco. O sacramento da Re-conciliação será muito especial no Ano Santo; serão também exal-tadas as ‘obras de Misericórdia’.

O palestrante citou termos deri-vados da Misericórdia, entre eles: a justiça, a alegria, a serenidade, a paz. Aponta que Misericórdia é o fio condutor do pontificado do Papa Francisco e de seus gestos. “A Igreja é o sacramento da Mi-sericórdia de Deus”, diz. O Papa es-pera que a Igreja seja como ilhas de Misericórdia num mundo de indiferença.

Lembra também que misericór-dia não é um ‘vale tudo’, um ‘passar a mão na cabeça’, é também cor-reção fraterna e Missão. Misericór-dia pode ser remédio amargo, mas necessário (São Paulo não hesita em admoestar a comunidade). ‘Ser mi-sericordioso é entrar na bondade do outro’.

Ilustra o comportamento de Je-sus, de inclusão, de salvação para todos, de integração, de colocar-se

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no lugar dos marginalizados e ex-cluídos. Entre passagens bíblicas citadas: a de Lucas sobre Zaqueu, do Pai Misericordioso, da cura do leproso , do paralítico, do bom sa-maritano..

Concluiu: “No entardecer desta vida seremos julgados pelo amor” (São João da Cruz).

ORIENTAÇÕES: ‘CANONIZAÇÃO

DO PADRE CAFFAREL’

Apresentado por Vicélia e Ma-galhães, SP/Capital, representan-tes do Brasil para a Causa de Ca-nonização de Pe. Caffarel.

Na introdução ofereceram uma olhada na situação atual desta causa, que consta do Bole-tim 17 – ‘Dos Amigos do Padre Caffarel’, já circulando entre nós.

Foi superada uma etapa im-portante no caminho da Canoni-zação: o inquérito diocesano foi concluído em 18/10/2014, em Paris e, em 10/11/2014, o dossiê foi entregue à Congregação para a Causa dos Santos, em Roma.

Agora o importante é nos diri-girmos frequentemente a Caffarel para pedir graças por sua Inter-cessão e pedir ao Senhor que

faça um milagre por intercessão de Pe. Caffarel.

Apresentaram o declínio ver-tiginoso de doações para esta Causa; sendo que dependem do Brasil por sermos responsáveis por quase 40% das adesões.

Irão propor ações para Inter-cessão e para cativar mais adep-tos para a Causa que serão divul-gadas em data oportuna.

‘FORMAÇÃO PARA TODOS’

Mesa-redonda coordenada pelo CRSRB e apresentada pelos CRP Nordeste, Sul III e Leste sobre etapas da Formação Permanente com reciclagem para casais em épocas diferentes de tempo de Movimento. As chamadas Equi-pes em Caminho (EEC), formação focada em Fé e Vida; Equipes em Movimento (EEM), formação dire-cionada para Vocação e Missão e Equipes Novo Fôlego (ENF), um

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Província Sul I

novo impulso para aqueles com mais de 10 anos de Movimento.

OS REPRESENTANTES DAS PROVÍNCIAS

Província Norte

Província Leste

Província Nordeste

Província Centro-Oeste

Província Sul III

Província Sul II

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GRUPOS E REUNIÕES

Na noite de sexta feira, a SRB reuniu-se com seu Colegia-do. Os SCE reuniram-se com Pe. Paulo Renato e Hermel inda e Arturo enquanto estávamos no t ranscorrer das pa lest ras do sábado.

Realizados Grupos de Re-flexão com casais e SCE, no sá-bado e no domingo, com equi-pes diferentes para propiciar oportunidade de conhecimento e debates. No sábado o tema foi o Estudo e as Orientações de 2016, com foco no esta-do permanente de missão, e também tivemos o grupo por Províncias, e domingo foi so-bre a Formação permanente e em como podemos contribuir com ela.

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CONVIVÊNCIA E ENVIO

A CONVIVÊNCIA foi harmo-niosa e com a alegria ruidosa e habitual, nos intervalos, cafezi-nhos e refeições, a troca de in-formações e o bate-papo foram constantes. Na noite do sábado, a confraternização esperada, com doces e salgados das diver-sas regiões do Brasil em fartura e variedade surpreendentes. O que animou todos momentos, nos intervalos e a festa, foi a banda de equipistas voluntários e muito dedicados: cantando, dançan-do, motivando todo mundo. Na confraternização surgiram novos talentos musicais entre os SCE e o forró e músicas regionais domi-naram a alegria até o toque de recolher - um sucesso!

O ENVIO, encerrando as ati-vidades, antes do almoço do do-mingo, emocionou a todos pela sensação de saudades e urgência em retomar a rotina e colocar em prática as orientações recebidas. A motivação foi o Lema 2016:

”Não fostes vós que Me escolhestes;

mas fui Eu que vos escolhi”

(Jo 15,16).

Concluindo que não há car-gos a desempenhar, mas serviço marcado por gestos de abertura aos irmãos, ocorreu a despedida daqueles que deixavam suas fun-ções com um leve toque de tris-teza, mas satisfação pelo dever prestado com amor e alegria. Hermelinda e Arturo exortaram em nós o amor de Deus por seus filhos e a confiança que os fru-tos sejam abundantes nesta Mis-são de responsabilidade e sob a proteção de Maria e bênção da Santíssima Trindade. Até nova oportunidade! Magnificat!

Salma e PauloEquipe da Carta Mensal

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TESTEMUNHO

Hermelinda e Arturo nos apresentaram as Orientações para 2016 que nos remetem a permanecermos com o espíri-to evangelizador dos casais em missão. Alegria e Misericórdia serão as nossas Linhas de Ação para 2016. Outro aspecto importante é a preocupação do Movimento com a melhor formação dos casais.

E para vivermos a missão com alegria, Sílvia e Chico par-tilharam conosco o testemunho da caminhada do casal, em que ficou muito claro o amor e simplicidade com que nos falaram: “A cada missão corresponde uma graça de Deus...” “Aprendemos a confiar mais e a temer menos...” palavras de Sílvia e Chico que ficaram gravadas em nossos corações.

O Perdão e a Alegria no Casal, a partir da vivência do Dever de Sentar-se, foram muito bem partilhados através do testemunho de vida do casal Sandra e Valdir, que, com sim-plicidade, falaram de uma forma carinhosa e cheia de amor.

A Igreja vivenciará em 2015/2016 o Ano da Misericórdia. D. José Roberto Palau nos falou preciosidades sobre a Miseri-córdia e Amor de Deus conosco. Somos convocados a viver a Graça de mais um Ano Santo.

Vicélia e Magalhães foram convidados pela SRB para as-sumir a Causa do Processo de Canonização do Pe. Caffarel aqui no Brasil, e nos falaram com muita propriedade e co-nhecimento que devemos ter um novo olhar ao Processo de Canonização do Pe. Caffarel. Nesta nova fase do processo, exige-se um maior apoio financeiro. Em 2015 apenas 1 em cada 150 casais associaram-se ou renovaram a sua adesão. Muito importante também será incluirmos em nossas orações a intercessão do Pe. Caffarel. “Não há santo sem milagres”.

Em síntese, foi um encontro em que a Formação, Partilha e Evangelização foram vivenciadas com muito amor, e todos os casais saíram radiantes para mais um ano de missão.

Vanessa e RômuloCR Região Ceará I

Fortaleza-CE

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NoSSA SENHoRA1

Dizia-me um senhor, recentemen-te: “Confesso que não tenho grande devoção por Nossa Senhora.”

Mais um para quem, sem dúvi-da, a religião não passa de uma co-leção de devoções, de práticas, de virtudes, sem maiores laços orgâni-cos entre si, do que os que unem os selos colados nas páginas de um álbum, ou os quadros justapostos nas paredes de um museu.

Como é triste e miserável este conceito de cristianismo, esta con-cepção “museu”.

O cristianismo é um todo, coe-rente com o corpo humano, cujos órgãos e membros são estreitamente solidários uns aos outros. Impossível aceitar uma parte e desprezar a outra – admitir Cristo e recusar a Virgem.

Procuremos ver, se quiserdes, como é que a adesão ao Cristo pos-tula o culto à Virgem.

Ser cristão é, essencialmente, es-tar unido ao Cristo. E isto a partir do batismo que nos incorpora a Ele. “Minha vida é o Cristo”, escrevia São Paulo.

Ora, quem diz união, diz tam-bém comunidade de sentimentos.

Estar unido ao Cristo é, portanto, partilhar os seus amores, amar os que Ele ama, e como Ele os ama. Na verdade, é bem mais pela ação do Espírito Santo que pelos nossos próprios esforços que se formam em nós os amores de Cristo.

Dentre estes amores do Cristo, a Virgem ocupava um lugar privile-giado. Cristo amava a Virgem – que digo, ama-a – dentre todas as cria-turas, com um amor de predileção: primeiro depois do Pai. Este amor da Virgem poderá não existir em mim se eu me mantiver unido ao Cristo? Poderá deixar de crescer com cada uma das minhas comunhões euca-rísticas?

Mas, cuidado! Este amor de Nossa Senhora não é um sentimen-to sem vigor: • é admiração ante a mais resplen-

dente e a mais santa das criaturas;• é reconhecimento filial para

com a mais perfeita Mãe dentre todas as mães;

• é vontade ativa de lhe ser agradá-vel, de ajudá-la em sua tarefa que é justamente de maternidade jun-to de todos os homens;

• é preocupação em comunicar a admiração e a confiança que lhe dedicamos;

• é zelo pela sua glória, zelo que inspira há vinte séculos pintores, poetas, edificadores de catedrais, missionários...O amor de Maria, sentimento

sem vigor..? Como assim? Henri CaffarelColaboração

Maria Regina e Carlos EduardoEq. N. S. do Rosário - Piracicaba-SP

1 Editorial do Pe. Henri Caffarel publicado na Carta Mensal de maio de 1952. Atenção: em maio de 2012, publicou-se na Carta Mensal nº 462 outro editorial do Pe.

Caffarel com o mesmo título. São dois editorias diferentes, sendo o primeiro publicado de abril de 1965.

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As Comunidades Nossa Se-nhora da Esperança aos poucos se espalham pelo Brasil. Nascidas no ambiente das Equipes de Nos-sa Senhora, por iniciativa inspirada de D. Nancy Moncau, elas preci-sam de nosso apoio para sua vida e sua expansão. Precisam do apoio dos equipistas e do apoio geral da Igreja no Brasil. E merecem receber esse apoio porque sua proposta abrange objetivos e deveres da Igreja e das Equipes.

Hoje, mais do que nunca a Igre-ja e nosso Movimento sentem-se obrigados a voltar seu olhar para os mais necessitados de ajuda. En-tre esses estão os viúvos e princi-palmente as viúvas que, vencido o luto, precisam reorganizar sua vida e encontrar um sentido válido e es-timulante para sua viuvez. No Dire-tório da Pastoral Familiar (de 2004 – Documentos da CNBB – no 79) no

433, 5º, aponta-se como ação pas-toral a ser assumida: “Ajudar viú-vos e viúvas no cultivo da espiritu-alidade da viuvez como prolonga-

CoMuNIDADESNoSSA SENHoRA DA ESPERANÇA:

Uma contribuição para a vida da Igreja

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mento das graças do matrimônio. E ao se favorecerem as reuniões de pessoas viúvas, propicia-se que se enriqueçam espiritual-mente e se apoiem mutuamente. Toda a comunidade, em sua ação pastoral, tem de se sentir respon-sável pela felicidade e bem-estar dos viúvos da paróquia, sobretu-do na velhice.”

Precisam também de atenção especial os que, tendo vivido al-gum tempo em matrimônio, en-frentam agora as dificuldades e mágoas da separação, e aqueles que, por opção ou pelas circuns-tâncias, assumem a vida celibatá-ria. Quanto às pessoas que vivem uma situação de separação, mas continuam fiéis ao compromis-so matrimonial assumido, diz o mesmo Diretório (no 388): “É im-portante, ainda, promover grupos estáveis de pessoas separadas para implementar o mútuo apoio. Com esse mesmo objetivo, podem--se organizar aconselhamen-tos espirituais, retiros, momentos de oração, reuniões, encontros e também formar equipes de ação solidária em prol dos irmãos.”

Pois bem, exatamente para es-sas pessoas se voltam as Comuni-dades Nossa Senhora da Esperan-ça, para ajudá-las e inseri-las mais intensamente na vida e na atuação da Igreja.

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E fazem isso oferecendo a essas pessoas o que mais precisam: uma oportunidade de vida comunitária fraterna e amiga para mútuo apoio e ajuda, que afaste a solidão e o esquecimento. A partir da experi-ência já acumulada, oferecem-lhes um roteiro rico e sistemático para seu crescimento espiritual, social e afetivo, ajudando-as na busca da perfeição e da felicidade.

Por isso tudo podemos dizer que o episcopado, o clero em geral e o laicato comprometido devem dar seu apoio às Comunidades Nossa Senhora da Esperança, tan-to mais que elas podem e querem dar sua colaboração na pastoral

paroquial familiar. O mesmo po-demos dizer das Equipes de Nossa Senhora. Elas têm como obrigação difundir a espiritualidade conjugal. Pois bem, elas não cumprem essa missão se também não aprofun-dam o sentido cristão da viuvez, não ajudam quem sofreu um re-vés no casamento a recuperar um sentido para a vida, nem ajudam a viver os valores do celibato.

Se os equipistas me permitem, deixo uma pergunta final: Se no futuro Deus os chamar para a viu-vez, não gostariam de ter uma co-munidade que os acolhesse?

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr Conselheiro Espiritual das CNSE

Voz da Esperança, a revista das CNSE Veículo de comunicação oficial das CNSE recentemente lançado pelo Movimento em novo for-mato “revista”, com circulação trimestral entre seus membros.

Divulga artigos e matérias onde é partilhado um pou-co de nossa história e do que acontece no dia a dia do Movimento através de belos testemunhos e principal-mente de suas vivências nas reuniões e nos encontros promovidos ao longo do ano.

Se você, prezado equipista, se interessar em conhecer a nossa publicação, no endereço abaixo, será possível ter acesso ao conteúdo da revista. Boa leitura!

www.cnse.org.br (acessar pelo ítem “informativos”)

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É com este lema q u e o P a p a Francisco nos

convida a entrar no Jubileu Extraor-dinário da Misericórdia que por meio da Bula Misericordiae Vultus ele pro-clamou para o Ano Santo, que vai do dia 8 de dezembro de 2015 – soleni-dade da Imaculada Conceição – até o dia 20 de novembro de 2016, festa de Cristo Rei do Universo.

Logo no começo da Bula, ele nos ajuda a entender o que é a misericór-dia: “É fonte de alegria, de serenida-de, de paz. É condição de nossa salva-ção. [...] É a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que en-contra no caminho da vida...”

Em artigo intitulado “Vossa ausên-cia de inquietação me deixa inquie-to”1, padre Caffarel nos alerta sobre nossas atitudes em relação a este ir-mão encontrado no caminho da vida.

“Acho vocês muito tranquilos, na posse da verdade, confortavel-mente assentados no patamar da vida virtuosa...” diz ele, dirigindo--se a nós, equipistas. E continua, imaginando a nossa resposta: “Mas por que estaríamos inquietos? Não somos perfeitos, mas pelo menos esforçamo-nos para estar em ordem com a moral e para fazer o bem ao nosso redor. ”

E ele responde: “Não, vocês não estão em ordem com a moral, nun-ca se está em ordem... A moral não

consiste apenas em evitar o mal ou fazer tal ou qual coisa, mas em fa-zer o bem, todo o bem. E enquanto houver desordem no mundo – pois é pelo mundo que cada ser huma-no é responsável – e enquanto hou-ver um ser humano que sofre, e en-quanto se puder fazer algo melhor, não se está em ordem.”

Depois de demonstrar que o amor é vida e que vida é o contrário da tranquilidade, que vida é movimento, é tensão, é impulso, Henri Caffarel pergunta: “Você ama seu cônjuge com um amor ‘inquieto’? Não haverá no coração dele ou dela alguma de-cepção secreta, alguma ferida a ser cuidada, alguma aspiração não for-mulada? E seus talentos, você os faz dar fruto, como o bom administrador do Evangelho? Você se esforça sem descanso para lhe ser mais agradável, útil? O amor que não progride, anda para trás.” E após questionar o amor que se tem pelos filhos, ele prosse-gue: “Seu próximo, o próximo, ‘pró-ximo’ – o seu vizinho de apartamen-to, os que moram no seu bairro, os operários da fábrica ao lado – , você tem certeza de amá-los realmente? O Cristo não vai lhe dizer um dia: ‘Eu es-tava doente, preso, com fome e você não veio me socorrer’?”

Há, pelo mundo, “milhões de crianças que morrem por falta de pão e de cuidados. Você pensa ne-las quando você vai dar boa-noite aos seus filhos?”

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MISERICoRDIoSoSCoMo o PAI (Lc 6,36)

1 Publicado em “Propos sur l’Amour et la Grâce” – Henri Caffarel – Ed. Feu Nouveau, p.197

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E lança uma última pergunta: “E Deus, você O ama? A blasfêmia que você ouve na rua, o insulto bem mais grave de sua pátria que não mais re-conhece Sua soberania, as centenas de milhões de seres humanos que ignoram Sua paternidade, tudo isso é intolerável para seu coração?”

Eis aí uma série de perguntas para nos tirar da tranquilidade do que pensávamos ser o dever cumpri-do. Serão inclusive boas para nosso próximo dever de sentar-se.

Mas padre Caffarel nos anima: “Se encontrar em você essa viva in-quietação do amor, vá a Deus com confiança e que essa confiança seja inalterada, mesmo nas horas em que você experimenta cruelmente a fraqueza e que você se condena, porque ‘Deus é maior do que seu coração’.“

Ou, como diz o Papa Francisco, “Jesus revela a natureza de Deus como a de um Pai que nunca se dá por vencido enquanto não ti-ver dissolvido o pecado e supera-do a recusa com a compaixão e a misericórdia.“

Um dos aspectos da misericór-dia como manifestação do amor é o perdão. E quando perguntamos aos noivos, no Encontro de prepara-ção ao sacramento de matrimônio, o que é mais difícil de perdoar no casamento, são unânimes em falar de infidelidade, de traição.

Em um artigo sob o título “O amor mais forte que o mal”2, padre Caffarel conta que depois de ouvir as confidências de uma esposa, ele pôde “perceber mais claramente o que seja o verdadeiro perdão. Com ares de superioridade, o perdão

gera revolta; reticente, oprime; sem amor, não pode libertar nem salvar. Somente o verdadeiro perdão, fruto de um amor muito puro, pode fazer jorrar uma fonte viva no coração de quem foi infiel, regenerar o que fra-cassou no amor, fazendo-o renascer para o amor.”

Ampliando o horizonte, padre Caffarel continua: “Para Deus tam-bém, aliás para Deus, em primeiro lugar, perdoar é amar, amar com amor que faça surgir na escuridão e na impureza da alma um amor totalmente novo, que a purifique, transforme, encaminhe para uma nova perfeição. Pensemos no olhar do Cristo sobre Pedro que acabou de o negar... Certamente não foi um olhar de reprovação ou de cóle-ra. Muito mais terrível, foi um olhar de amor, de amor intenso, manifes-tando uma ternura mais forte, mais ardente, mais ampla que jamais Pedro pôde resistir, seu coração par-tiu-se, deixando jorrar lágrimas amargas e doces. Ao mesmo tem-po, sob a ação conjugada do olhar de Cristo e do espírito do Cristo que agia nele, um novo amor tomou posse de todo o seu ser.”

Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz

São Paulo-SPMonique e Gérard

Eq.01A - N. S. do SimSão Paulo-SP

M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário

Piracicaba-SPCidinha e Igar

Eq.01B - N. S. AparecidaJundiai-SP

2 Em “Nas encruzilhadas do amor”, tradução de Pe. Flávio Cavalca de Castro, edição Santuário 2003, p. 74

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Como rezar com a oração pela Canonização do Padre

Caffarel?

Toda oração nos educa pelo seu conteúdo. Assim, a oração do Senhor, o Pai Nosso, é a ora-ção que orienta, forma e abarca a oração de todos os cristãos e é o modelo de qualquer outra oração. É o próprio Jesus que nos ensina a rezá-la. Assim, à luz desta oração, a maior, todas as outras orações nos formam na nossa relação com Deus, na nossa fé.

A oração para pedir a Cano-nização do Pe. Caffarel educa--nos. Se a meditarmos, palavra por palavra, recordamos a vida do Pe. Caffarel. Sobretudo, so-mos orientados na nossa fé, na nossa confiança em Deus, no nosso desejo de fazer a vontade do Senhor, como o Pe. Caffarel quis nos ajudar a fazer.

Rezamos, pois, para que pos-samos seguir Cristo, por aque-les que vivem o sacramento do Matrimônio e o sacramento da Ordem, pelos que vivem a viu-vez… Rezamos para podermos progredir no caminho da ora-ção, “para que todos descubram a alegria de seguir o Senhor”. Ao decorar esta oração, forma-se uma orientação do coração. Familiariza-mo-nos com o que o Pe. Caffarel tanto desejava: que descubramos

que “Deus nos ama”, que, como ele, possamos fazer a experiên-cia do encontro com o Senhor, que escutemos: “Vem e segue--Me!”. Há tantas maneiras de se-guir Cristo!

Esta oração não é só “indivi-dual”. Como qualquer oração, rezamos em união uns com os outros, na Igreja. Assim, esta oração une os membros das Equipes de Nossa Senhora, as viú-vas da Comunidade Nossa Senho-ra da Esperança, os Intercesso-res… Rezamos pelo dinamismo, pela fidelidade, pela alegria de todos os que estão ligados ao Pe. Caffarel. Rezamos também para que possamos dar um tes-temunho forte e caloroso sobre o matr imônio e a oração. Há tanta gente que espera a boa notícia do amor de Deus!

F inalmente, nesta oração, pedimos graças e milagres pela Canonização do Pe. Caffarel. A razão dos nossos pedidos é esta: que Deus nos atenda pela me-diação do seu servo para que a sua pessoa seja conhecida, para que a sua mensagem seja escu-tada no nosso mundo que tanta necessidade tem dela: a boa no-tícia do matrimônio, a boa notí-cia da oração, da oração interior. O Senhor nos ama!

Pe. Paul-Dominique Marcovits, o.p.

Carta aos correspondentes, junho de 2015

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l ASSoCIAÇão DoS AMIgoS Do PADRE CAFFAREL

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CM 494 29

Amados irmãos, a Bíblia diz que há tempo para tudo, tempo de plantar e tempo de colher, tempo de batalha e tempo de paz. Temos a certeza que plantamos a melhor semente, num solo fértil. Tivemos o cuidado de regar adequadamente e deixar que a luz pudesse tocar esse solo. Temos a certeza que a boa safra começou. É hora de inovar, renovar a lavoura e começar uma nova missão.

Nossos corações se enchem de alegria, no momento em que testemu-nhamos o crescimento de um novo casal com o repasse da Missão de CRS.

Foram dois anos de convívio e pre-paro. Fomos testemunhas do carinho especial dedicado às ENS. Desenvoltu-ra, amor e dedicação. Essa é a síntese desse tempo de missão. Viveram inten-samente os serviços de CL, CRE e CP.

O discernimento foi realizado e o Espírito Santo iluminou o novo casal de Setor.

Neste momento, pedimos a to-dos os equipistas que unam-se a nós em oração pela missão do novo casal e seu colegiado, que Deus e Nossa Senhora estejam com eles, em todos os momentos durante esta caminha-da. Estamos felizes e agradecidos ao Senhor pelo "Sim de Maria" que eles deram ao nosso Movimento!

Aprendemos nas ENS que cada missão dada por Deus é um chamado para amar mais. Amar a Deus, as ENS e os irmãos equipistas. Nos últimos 24 meses, testemunhamos fortemente o amor desse casal a Deus e ao Movi-mento. Não há dúvida que este mes-

mo amor agora estará a serviço de todos os equipistas do nosso setor.

Queremos agradecer a todos pelo apoio e dedicação à missão, nestes três anos em que estivemos à frente da coordenação do Setor C. Casais Ligação, Casais Responsáveis de Equi-pe, Casais Experiência Comunitária, Casais Piloto e Casal Informador.

E por fim, somos gratos aos SCE, mais que um amigo... um irmão, companheiro de todas e para todas as horas, que nos orientava nas decisões com caridade divina e precisão. Eterni-zamos a nossa gratidão! Foram esses os nossos esteios e a força do nosso setor. Agora, nós pedimos que conti-nuem nos emprestando essa ajuda e entusiasmo para que o setor continue sendo essa fortaleza no Movimento.

O tempo passa, os desafios se avolumam, mas caminhando nos passos de Deus, temos a certeza que tudo o que fazemos e dissemos não volta vazio. A nossa fé nos fortalece e pode inspirar a de pessoas que podemos alcançar...

Entramos em uma nova fase, novos combates virão. Estamos prontos, Senhor, para uma nova empreitada. Queremos dizer boa sorte a todos, mas antes de dese-jar sorte, vamos definir que sorte é o encontro da competência com a oportunidade. As oportunidades estão à porta, todos estão prepa-rados? Então boa sorte a todos!

Adla e FranciscoEq.08C - N. S. Rainha dos Apóstolos

Manaus-AM

Te

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hoDoCILIDADE No SERVIR:

RESPoSTA Ao CHAMADo DIVINo

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30 CM 494

“Combati o bom combate, terminei minha missão, conservei a fé” (2 Tm 4,7)

É com essa sensação que che-gamos ao final da missão, e gratifi-cados, pois como cristãos sabemos que tudo foi graça do Espírito Santo de Deus. Procuramos sempre em todas as nossas decisões agir com caridade, renunciamos a muitas de nossas ideias, para que fosse pleno o crescimento de todo o Setor... e que missão!

Por ocasião do nosso “SIM”, re-fletimos muito sobre esse chamado, que com certeza era de DEUS, e, confiantes Nele, seguindo o exem-plo de Maria, nossa mãe e interces-sora do Movimento, assumimos o Setor. Essa foi a nossa opção, mes-mo sendo sabedores das dificulda-des que iríamos encontrar.

Até que tudo passou muito rá-pido (3 anos) à frente da respon-sabilidade do Setor. Foi um tempo de alegria, busca, aprendizados, desafios, crescimento, dúvidas, in-certezas, mas a vontade de DEUS, foi a que prevaleceu, e não a nos-sa. Procuramos fazer o melhor para o Setor, buscando sempre o crescimento de cada casal e dessa grande família que são as Equipes de Nossa Senhora. Cuidamos com muito zelo desse pomar, aduban-do, podando os galhos secos, re-gando, para que a colheita fosse produtiva. Durante a caminhada, deixamos de lado as ações indivi-duais para darmos espaço às Equi-

uMA MISSão gRATIFICANTE (CASAL RESPoNSáVEL DE SEToR)

pes, um reconhecimento de que não estamos sós nessa caminhada. Muitas foram as preocupações, os desafios, os espinhos no meio da estrada, e a força que nos im-pulsionava era saber que o nosso Deus estava sempre ao nosso lado, em cada situação, e se fez sem-pre presente através de cada SCE, CRE, CL, e tantos outros dentro do Movimento. Eram várias mãos uni-das por um só objetivo: “Buscar a santidade, nem mais, nem menos” (Pe. Caffarel).

Enfim, foram anos de crescimen-to para todos nós, no campo conju-gal, espiritual, pessoal, anos de mui-tas bênçãos, porque “O poderoso fez em nós maravilhas e santo é o seu nome”.

Somos gratos a todos que con-viveram conosco, aos sacerdotes conselheiros espirituais por es-tarem sempre ao nosso lado, ao

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CM 494 31

casal responsável da Região RN II pelas orientações devidas e no tempo certo, aos casais que conti-nuam nessa busca conjugal santa, desejamos a todos que tenham a perseverança e o discernimento necessário para entender os sinais dos tempos (Livro tema de estudo 2015), e a todos aqueles que con-viveram conosco, estamos pedindo a DEUS através das nossas orações que interceda por todos vocês. E

com humildade, pedimos perdão ao nosso Senhor, pelas vezes que fracassamos na missão e agradece-mos a confiança na condução des-se projeto.

Que Nosso Senhor nos conceda força, coragem e a perseverança de cada vez mais nos amarmos uns aos outros.

Edinete e Adrian CRS - Seridó II

Ouro Branco-RN

MARAVILHAS No SANTuáRIo DE APARECIDA

Nosso primeiro En-contro Nacional, e

queremos partilhar as ”maravilhas que o Senhor fez em nós” no San-tuário de Aparecida. Quando perce-bemos que a data do evento coinci-diu com a nossa data de casamento e que poderíamos comemorar nos-sas bodas de prata no Santuário, fi-camos muito felizes, e fizemos tudo para participar. Não víamos a hora de chegar esse momento, contáva-mos nos dedos.

E assim, chegamos no dia 30 ju-nho em Aparecida, tínhamos pressa, primeiro para conhecer o Santuário, e depois para pedir para celebrar a missa em ação de graças pelos nos-sos 25 anos de casamento.

No Santuário nos deparamos com tanta beleza, ficamos emocio-nados. Observamos as imagens dos Apóstolos Pedro e Paulo na entra-da da igreja como se estivessem nos dando boas-vindas. Na missa em que colocamos a intenção de Ação de Graças pelas nossas bodas,

nossas alianças foram abençoadas (mandamos confeccionar especial-mente para esta data). Só estavam começando as inúmeras graças que receberíamos.

Começamos, então, a desfrutar de tudo que Jesus e Maria prepa-raram para nós. Tudo muito lindo, organizado. As palestras, as celebra-ções; a multidão de casais no Centro de Eventos, a animação, emoção de todos com os testemunhos dos casais e dos SCE, o Encontro já estava aca-bando e o coração começou a aper-tar, já sentindo saudades. Mas ainda tínhamos mais graças a receber.

Estávamos também preocu-pados com o nosso retorno, nossa passagem estava marcada para o dia 7 julho, porém, confiantes de que Maria iria providenciar algo para nós. Ao término do encontro ainda guardávamos uma última lembrança para um casal que havía-mos conhecido no hotel na hora do café. Irma, do Elcio, viu que éramos do Amazonas, e disse que gostaria

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muito de conversar e trocar experi-ências com a gente, mas o tempo foi curto e não nos vimos mais; mas no fundo tínhamos a esperança de encontrá-la.

Tivemos a alegria de reencontrá--la e disse que tínhamos uma lem-brança para eles. E nós fomos sur-preendidos com um convite para irmos passear na casa deles, na cidade de Caraguatatuba-SP. Per-cebemos que as mãos de Nossa Senhora estavam no comando, ga-nhamos mais um grande presente de aniversário.

Irma e Elcio foram os anjos em nossas vidas, nos proporcionaram

momentos nunca vividos antes. Sentíamos como se fôssemos de sua família, nos levaram para co-nhecer a cidade e seus principais pontos turísticos.

Queremos agradecer esse Mo-vimento que nos fez conhecer pes-soas maravilhosas que nos demons-traram carinho, afeto, gratidão e acolhimento.

Por essas e outras razões é que podemos dizer “O Senhor fez em nós Maravilhas” também durante o 3º Encontro Nacional.

Nete e Nunes Eq.02 - N. S. do Rosário

Setor: Itacoatiara-AM

REuNIão E AuXÍLIo MúTuo

Nas reuniões muito se fala em auxílio mútuo e nos compromete-mos a crescer juntos, mas muitas vezes deixamos de colocar Cristo como objetivo primeiro e caímos na tentação de não esperar pela fala do outro, pecando por orgu-lho ou autossuficiência ou deixan-do aflorarem preconceitos. Ou até apenas criticando posteriormente!

Sempre me motivo a sentir Cristo presente quando o outro fala exatamente por causa da pe-quenez de nosso conhecimento e da imensa complexidade da con-vivência entre pessoas já formadas com valores e hábitos cristalizados. É uma das minhas regras de vida: não inferir prematuramente!

Se no século XXI ainda nem desvendamos o mistério da cria-ção, como duvidar do poder de Deus em nós? Sei estar incluída

entre aqueles que Ele ama e que espera pacientemente que eu O descubra nos acontecimentos sim-ples e nos complexos, a começar nos momentos de relacionamentos em que se partilham as angústias e dores. E que eu também possa Lhe render louvores usando de mansi-dão e magnitude com aquele que está se desnudando a nós.

Por isso esforço-me para par-tilhar, nos espaços de convivência afetiva das nossas reuniões, os dons recebidos, aceitando com determinação e fé os desafios que inexoravelmente vêm pela frente. E lembrando que os nossos dons são presentes de Deus a nós, mas a nossa vida é a retribuição das gra-ças a Ele.

Maria Inês, Eq.04 - Limeira-SP

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“Reflito em todas vossas obras, e em vossos prodígios eu medito.”

(Salmo 76,13)

Para progredir na oração, é ne-cessário que meditemos.

Eis um meio simples: meditar é pensar, piedosamente, em Deus ou nas coisas de Deus. No começo, isto talvez exija um momento ou mais de concentração. Quando sua oração se tornar mais simples, esta lembrança da presença do seu Deus será mais fácil ao seu espírito, até tornar-se habitual.

Deus espera que elevemos nos-so pensamento e possamos ir ao encontro d’Ele. E o Senhor poderá nos conceder a graça de permane-cermos recolhidos num encontro com Ele, mesmo em meio às nossas ocupações.

Primeiramente é recomendado fazer a Escuta da Palavra (normal-mente a leitura do Evangelho do dia), em seguida devemos fazer breves atos de adoração, de contri-ção dos pecados e direcionar nos-sas súplicas. Agora se deve meditar, como se estivesse conversando, no silêncio do nosso íntimo, com Jesus Cristo sobre o que lemos: o que en-tendemos? Como essa passagem se aplica à nossa situação atual, ao nosso cotidiano? Que influência po-deria ter em nossa vida?

Também poderá, no lugar da Es-cuta da Palavra, fazer uma reflexão sobre o Pai Nosso, sobre o Credo, ou mesmo sobre uma determinada passagem bíblica que venha à men-

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oA MEDITAÇão

te. Podemos ainda imaginar a nossa presença junto de Jesus, em algum momento de sua vida, presenciando e testemunhando o que aconteceu, vivendo a cena conforme as escri-turas: no Cenáculo, na última ceia, em Caná, nas Bodas... Então, deve-mos fazer uma profunda reflexão, meditando, como se estivéssemos verdadeiramente “conversando” com Jesus, e nessa conversa devem--se tirar bons propósitos (Regras de Vida). Esses propósitos devem ser curtos e precisos. Por exemplo: serei mais paciente e tolerante com tal pessoa, quando a encontrar. Sorrirei e direi uma palavra delicada àquele vizinho, àquele colega de trabalho que me irrita e ao qual tenho evi-tado...

Termine então sua medita-ção pedindo a Jesus que der-rame Sua Graça sobre você ,

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que o ajude a crescer na humil-dade e no apego às coisas de Deus. Que leve você a um completo aban-dono, ajudando você a ser como o Pai deseja. Que você consiga ver Je-sus nos outros. Agora diga algumas palavras de agradecimento pela ajuda que você acabou de receber. Dirija também suas súplicas a Nossa Senhora, para que ela interceda e ajude a ser fiel a estes propósitos.

Que essa Meditação seja a nota dominante do seu dia. Com ela, preencha os momentos livres entre as suas ocupações. Se no início suas meditações forem áridas e infrutí-

feras, não desanime. Leia um pou-co, reflita calmamente e fale com Jesus. Leia outra vez e fale com Ele de novo até que termine o tempo de sua meditação. Seja paciente e perseverante. Não fique impaciente e não se aflija. A Escuta da Palavra, a Regra de Vida e a Meditação são apenas meios (Pontos Concretos de Esforço). O fim a atingir é o amor. Meditar não para aprender mais, e sim para amar mais.

Lucinha e MarcosEq. N. S. dos Pastores de Fátima

Olinda-PE

RETIRo - TEMPo DE KAIRÓS

Todo ano é aquela expectativa sobre o retiro: onde será, quem será o pregador, quem vai participar. Os preparativos se repetem ano após ano, mas a experiência de cada re-tiro é única e nos traz, sempre, algo novo a vivenciar. Por mais que pen-semos já saber o que vai acontecer e como será a programação dos dias, é sempre uma bela surpresa se deparar com o que o Espírito San-to nos reservou. E é gratificante se deixar levar pela programação Dele, não pela nossa.

O retiro é um momento que o casal estabelece para se abastecer da Palavra e para refletir. É oportu-nidade de olhar para a caminhada e fazer os ajustes necessários; traçar planos e interiorizá-los. Uma ótima ocasião para renovar os votos de amor, de cumplicidade, de ajuda mútua e de fidelidade.

O que mais nos surpreende no Retiro é como o tempo passa de for-

ma diferente. E como dá tempo de vivenciar tudo que Deus nos reser-vou. É uma verdadeira experiência de Kairós, onde o tempo cronológi-co está a serviço do tempo de Deus. São apenas algumas horas que po-dem ser expandidas, multiplicadas, suprimidas, se for da vontade Dele; basta nos deixarmos guiar e termos fé, pois o principal requisito para se viver uma experiência de Kairós é a fé. Se a fé move montanhas e acal-ma tempestades, também pode pa-rar o relógio para que o casal acerte os seus ponteiros.

Por definição, Kairós significa um momento oportuno, período ideal para a realização de um objeti-vo ou processo específico dentro de um espaço de tempo físico, o Cro-nos. Pela nossa ótica, o Kairós pro-movido no retiro é a interrupção do tempo habitual para se viver, em ca-sal, momentos de pura graça e co-nexão com Deus. É deixar-se guiar,

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e ser conduzido pelas Suas searas, libertando-se, momentaneamente, das preocupações do dia a dia.

Temos a certeza de que é preciso que os casais se entreguem de cor-po, alma - sem relógio - ao tesouro que é o retiro. O retiro dura um final de semana. Parece um prazo curto, mas é suficiente se houver entrega absoluta do casal. Pois tudo que foi planejado pela equipe da orga-nização acaba sendo concretizado de forma perfeita e as palavras do pregador ressoam forte nos cora-ções que, a cada instante, sentem a presença frutífera do Espírito Santo – que age diretamente em nós.

Ficamos tristes quando percebe-mos que alguns irmãos equipistas não prestigiam o retiro, normal-mente preparado com muito zelo e carinho. Este ponto concreto de esforço é muito valioso para o casal, pois possibilita um mergulho nas águas mais profundas do relaciona-mento. Seus resultados costumam ser tão importantes que passamos um ano inteiro depois resgatando na hora da partilha das reuniões o que vivenciamos e aprendemos no nosso retiro anual.

Bia e MarcosEq.08 - N. S. Aparecida

Setor Jaboatão B-PE

O Movimento participa da histó-ria da Igreja e do mundo. No pro-cesso histórico aspectos do carisma vão se explicitando sucessivamente. Com a Segunda Inspiração os casais equipistas passam a perceber me-lhor que eles e o Movimento, como tal, têm a missão de ser sinal de amor no mundo.

Na Reunião de Equipe há um momento privilegiado para educar-nos para sermos coerentemente cristãos. É a Coparticipação, mo-mento reservado para que sejam postas em comum as preocupações familiares, profissionais, cívicas, ecle- siais; os fracassos, as descobertas, as tristezas e as alegrias de cada um.

A comunidade se reúne, coparti-cipa a vida, coloca em comum os pe-quenos e os grandes fatos a fim de ter apoio para continuar na verdade

e na justiça, e caso tenha negado algum valor evangélico, seja aler-tada e apoiada para reencontrar os caminhos da conversão: substituir a falsidade pela verdade, a vantagem pessoal pela justiça, a omissão pelo amor, o “senhor do mundo” pelo Senhor do Reino. A conversão con-siste nesse processo permanente da busca do Reino, desde aqui e já. A Coparticipação é assim um meio de se avaliar e aprimorar o processo de conversão, revisando com frequên-cia a coerência entre a fé e a vida.

“Irmãos, fostes chamados à liber-dade. Contudo não vos sirvais dessa liberdade para condescender aos im-pulsos da carne. Ao contrário, pela caridade, tornai- vos servos uns dos outros, porque toda a lei resume-se na simples palavra: amarás teu irmão como a ti mesmo” (Gl 5,13-14).

CoPARTICIPAÇão

Trechos do documento “Coparticipação”, pp.1-8, 1995

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Jesus nos chamou para cami-nharmos juntos: nós com Ele, em casal, em equipe. E Ele foi insistente, nos chamou de diversas maneiras, em momentos distintos, usando cada casal de nossa Equipe de Base como veículo de Sua graça. Nosso sim inicialmente foi dado ao Movi-mento e só depois percebemos que se tratava de um sim muito maior e profundo.

A vivência nas ENS nos mostrou, pouco a pouco, que para bem viver o sacramento do matrimônio, é pre-ciso que Jesus esteja no centro de nossa vida.

Não é à toa que Jesus inicia seu ministério numa casa de família. O Catecismo da Igreja Católica diz que o matrimônio abre e fecha as portas da Bíblia. A figura do casamento é utilizada na Bíblia para representar a relação de Deus com seu povo. Assim, o amor conjugal precisa ser anúncio explícito do amor de Deus pela humanidade.

Jesus caminhou por um longo período ao lado dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) e mostra-nos que caminhar é a melhor represen-tação do amor conjugal: a perna de um tem que ser equilíbrio para o outro. Interessante: o termo “côn-juge” significa “aquele que vive sob o mesmo jugo” (com = junto / jugo = canga). Imaginemos uma canga

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lexã

o

(daquelas que se colocam no pesco-ço dos bois para uni-los): se colocás-semos uma canga num boi e num porco, certamente a canga penderia para o porco e o sobrecarregaria. É preciso dois bois para que a canga se ajuste adequadamente. Assim são o marido e a mulher: os dois formarão uma só carne, e seu amor deve estar fundamentado, arraigado no amor de Deus. Desde o dia em que nos casamos, Jesus caminha conosco. Jesus é a nossa canga e nos conduz em uma única direção.

Veja que espetacular: além de Je-sus ter caminhado com os discípulos de Emaús, Ele celebrou a Eucaristia na casa deles. E é isso que ele quer fazer com cada um de nós. Casais: não vão para a mesa sem Jesus; não deixem Jesus no lugar da visita; colo-quem Jesus no centro de suas vidas, de suas mesas, de suas casas, de suas famílias, de suas equipes. E juntos, ao olhar o pão partido, abram os olhos, os olhos da alma.

Que cada pequeno detalhe de nossa vida em Equipe nos leve a re-novar diariamente nosso sim.

Sim Senhor, queremos e precisa-mos caminhar contigo!

Deus abençoe. Paula e Tiago

Eq.09 - N. S. da LuzMaracaju-MS

EquIPISTAS: PRECISAMoS CAMINHAR

CoM JESuS

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Tomei a liberdade de escrever estas linhas tendo em vista acompanhar as dificuldades de um casal eleito para um determi-nado serviço para montar seu colegiado.

Embora as equipes deste setor tenham em média mais de 20 anos de vida, as dificuldades ocorreram.

Ficamos muito preocupados com esta realidade até porque estamos no momento onde ocorrerão as trocas de vários casais que estão assumindo os serviços solicitados pelo nosso Movi-mento e ficamos meditando se esta realidade não ocorre com outros casais neste Brasil tão gigante.

Ressaltamos ainda que não importa o serviço que já assu-mimos: CRR, CRS, CL, todos são apenas serviços, prestados a Deus através de nosso Movimento.

O Movimento das ENS é um Movimento de serviço, e inde-pendentemente de já ter assumido qualquer serviço, devemos estar abertos para novas solicitações, pois o serviço, assim como a responsabilidade, é cíclico, hoje podemos estar no serviço de CRR, amanhã como CL. “Estamos a serviço e não assumindo Cargos”.

Gostaria de citar aqui o exemplo de, Nancy Moncau, depois de fazer tanto pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora e já em idade avançada colocou-se mais uma vez a “Serviço” para fundar a Comunidade Nossa Senhora da Esperança. Este exem-plo nos mostra que idade não deveria ser desculpa para não nos colocarmos a “serviço”.

Gostaria ainda de lembrar uma citação que já ouvimos mui-tas vezes e é motivadora de nossa adesão a todos os convites a nós efetuados para servir ao nosso Movimento. “A quem muito foi dado muito será cobrado”.

Podemos estar errados, mas achamos que todos sem exce-ção que aderiram ao nosso Movimento, deveriam se sentir hon-rados quando do convite a qualquer um dos serviços solicitados.

Peço a Jesus e Maria que iluminem cada casal de nosso Movi-mento, para que quando convidado a servir “o faça”, lembran-do que estamos primeiramente servindo a “Deus” e nossa Mãe e Medianeira “Maria”.

Que Deus continue nos motivando sempre a servir. Christina e Toninho

Eq.01D - São Paulo - Capital II

ESTAMoS CIENTES DE quE “PERTENCER ÀS EquIPES é

ESTAR DISPoSTo A SERVIR?”

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São tantos os pobres em nossa vida!Até nós mesmos, e a própria Igreja

oS PoBRES

Pobreza de fé, de humildade, de solidariedade. Pior, muito pior que a pobreza material. Pobreza que nos lembra o tempo ora tranquilo, ora revolto, tempestuoso, quando nos soa aos ouvidos a exclamação do Mestre à insegurança dos discípulos, ocasião em que, tomados de medo, foram acordá-lo, temendo sucumbi-rem ao naufrágio. A pobreza trazida pela solidão a que muitas vezes nos impomos, face à nossa exigência de sempre possuir mais e mais. A ânsia de ser alvo da exagerada atenção do outro; de sua presença constante, de elogios.

Não nos esqueçamos dos do-entes anônimos e até mesmo os do nosso relacionamento, com os quais, em tempos outros, havia um assíduo relacionamento, a velhice e a enfermidade a quebrar um elo que parecia duradouro.

Quanto aos pobres de fé, que famílias não os possuem? Aqueles que tomaram caminhos diferen-tes dos que lhes foram apontados desde a tenra idade. E igualmente os que, sem medir consequências, e inebriados pelo consumismo, per-dem-se em dívidas, tornando o lar um campo fértil para discórdias in-termináveis, muitas vezes com sérias consequências. Afora os que mer-gulham fundo em negócios ilícitos.

A pobreza está em tudo isso, consequência da ausência de fé nos ensinamentos cristãos. O mun-

do seria outro se projetos humanos tomassem por base a doutrina de Cristo. Infelizmente, e o Papa Fran-cisco tem sido claro nesta questão, a própria Igreja mostra claros desvios neste caminho, e muitos de seus confrades passaram a olhá-lo como um obstáculo na preservação de seus privilégios.

Seguir os passos que o Papa Fran-cisco vem apontando na tentativa de abrir os nossos olhos, que a cura desta cegueira nos levará a ver as necessidades do próximo e também as nossas próprias necessidades, eis que é preciso tomar consciência do cuidado que igualmente devemos dispensar à saúde do nosso corpo, tanto quanto do nosso espírito.

Daisy e Gabriel Eq.02A - N. S. do Advento

Setor A - Campinas-SP

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Uma das condições para se entrar nas Equipes de Nossa Senhora é ter o desejo de progredir espiritualmente - pessoalmente e em casal. Este desejo pode enfraquecer e perder-se nas areias

do hábito e da rotina. É indispensável mantê-lo e renová-lo. (Henri Caffarel)

Sabemos que dentro da pedago-gia do Movimento nos são propostos vários recursos como meios de traba-lhar a construção da nossa santidade. Dentre eles temos dois que fazemos anualmente: O Retiro, que fazemos em casal, e o Balanço, que fazemos em equipe. São momentos de para-da para análise, reflexão e tomada de decisão com um sentido de mudança de vida, novas atitudes, novos pensa-mentos, novos rumos.

Vejamos o que nos diz Frei Aveli-no: “O andar desgasta e cansa. Des-gaste e cansaço nos deixam lentos e com baixo rendimento. Isto nos obriga a parar e analisar a caminha-da. A isto chamamos de balanço. Não seríamos pessoas sérias e nem estaríamos assumindo com serieda-de a vida se não parássemos para uma revisão. O balanço é para quem sabe o que quer e para onde vai”.

O balanço é o momento opor-tuno de revermos e analisarmos em clima de oração e caridade a nossa Vida e a Vida de Equipe, alicerça-dos nas três atitudes: “Cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus (O que Deus quer de mim?); Desen-volver a capacidade para a ver-dade (Quem sou eu?); Aumentar a capacidade de encontro e comu-nhão” (Quem é o meu próximo?).

Fazem-se indispensáveis nes-te momento o amor, a reflexão,

Fo

rmaç

ãoREuNIão DE BALANÇo“CoNSTRuIR o CASAL E A EquIPE”

a correção fraterna, a humildade e a capacidade de perdão.

Por isso, alegria e coragem, ir-mãos! Novembro chegou e trouxe com ele o balanço. Momento de colocarmos como oferta aos pés de Jesus os frutos colhidos através dos nossos esforços no decorrer do ano. O que teremos em nossas mãos? Será que a minha oferta agradará a Deus como agradou a oferta da pobre viúva que deu pouco, porém deu tudo o que tinha? Ou como a do servo bom e fiel que recebeu três talentos, e no retorno do seu Senhor, devolveu-lhe o dobro? Ou serei como aquele servo preguiçoso que por medo das exigências do seu senhor preferiu enterrar os talentos? Tenho edificado e agregado valores ou tenho sido um peso morto para a minha equipe? Onde me encaixo? Em que a minha consciência me acusa?

Pe. Caffarel nos questiona com uma pergunta bem direta: “O que vocês vieram fazer nas equipes? A única intenção verdadeira, a que corresponde à finalidade das equi-pes, é a vontade de conhecerem melhor Cristo, de O amarem melhor e de O servirem melhor. Entra-se para as Equipes por Deus, e fica-se nelas por Deus”.

Girlane e Salú Eq.01 - N. S. Imaculada Conceição

São Luís-MA

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A Reunião de Balanço, em novembro - a última do ano -, é proposta para uma séria e tran-quila revisão do ano que termina, a partir das propostas concretas que o Movimento oferece e re-comenda aos seus membros. “Ela proporciona a todos os membros da equipe a oportunidade de re-fletir e situar-se abertamente e com espírito cristão, sobre o seu itinerário, os seus progressos ao longo do ano que termina e tam-bém o de preparar o ano seguin-te.” (Guia das ENS)

Como o nome já revela, é uma reunião de Avaliação e Projeção sobre aspectos da vida de cada casal e especialmente da vida de equipe que precisam ser fortaleci-dos, preservados ou, caso neces-sário, corrigidos.

A experiência permanente de qualquer atividade humana afir-ma que uma avaliação é elemen-to indispensável para que se pos-sa avançar. As empresas dirigidas por ação humana têm sempre um

momento de avaliação que lhes permite uma revisão. É preciso deter-se um momento para olhar a gestão a partir dos objetivos propostos, das metas alcançadas, dos meios envolvidos, das estra-tégias utilizadas, das responsabi-lidades solicitadas e assumidas, dos cronogramas estabelecidos.

O que é comum fazer na em-presa propõe-se também ao Mo-vimento para que cada equipe aprenda a avaliar e a projetar. A metodologia empregada pode ser a clássica do ver - julgar - agir para o trabalho do casal e que pode traduzir-se para a reunião e vida de equipe em escutar - dis-cernir - responder.

Cada casal terá a oportunida-de de realizar durante o mês uma verdadeira revisão de vida diante de Deus e das propostas que a às ENS lhe sugere. Os cônjuges terão assim assuntos para o De-ver de Sentar-se e, diante da pre-sença do Senhor, e à luz da Sua Palavra, poderão lançar um olhar de fé e esperança sobre as suas vidas, os seus compromissos e a sua resposta.

Tal revisão conduzirá, certa-mente, à definição de Regras de Vida concretas. O primeiro mo-mento, VER, consiste em saber olhar atentamente a própria reali-dade. Não se trata de um interro-gatório exterior, por isso o olhar deverá ser profundamente since-ro. O segundo momento, JUL-

REuNIão DE BALANÇo

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GAR, requer um confronto en-tre a vida e o Evangelho. Não se trata de buscar culpas, erros ou faltas, de fazermos acusações uns aos outros. À luz da Palavra de Deus, poderemos perceber com maior clareza o contraste entre a proposta cristã e a pró-pria realidade. O AGIR, próprio do terceiro momento, é a rea-ção natural ao compreender que na vida há coisas que devem ser melhoradas. O que temos visto e o que temos permitido que seja iluminado por Deus requer ago-ra um aperfeiçoamento que nos propomos realizar.

Como orienta Pe. Caffarel: “Não é minha intenção propor-vos aqui um vasto exame de consci-ência: no meu lar, na minha paró-quia, na minha profissão, no país, na Igreja, sou um parasita ou um bom servo? Mais modestamente, convido cada casal a interrogar-se: Por que entrei para as equipes? Para receber ou para dar? Depois, dirigindo-me a cada equipe: Por que estais no Movimento? Teria sido unicamente para encontrar aí temas de trabalho já prontos, receber uma Carta, aproveitar das experiências dos outros? Nes-te caso, não estais no vosso lu-gar. (...) Mas, se me respondeis: ‘Queremos participar da grande tarefa empreendida pelas Equipes de Nossa Senhora, queremos ins-taurar o Reino de Deus nos lares, fazer que a santidade se enraíze em pleno mundo moderno e não permaneça privilégio de monges; queremos formar bons obrei-ros da cidade humana, robustos

apóstolos de Cristo’, então estão na linha da vossa espiritualidade, a vossa equipe será útil a todos. (...) Tendo-se penetrado do espí-rito das ENS, já não tereis dificul-dade em aceitar a sua disciplina. A vossa reação já não será: tal regra incomoda-me; protesto! – mas: Já que essa obrigação é útil à boa marcha do Movimento, va-mos segui-la. Não podemos nos afastar nunca, independentemen-te do Movimento decair ou pro-gredir. Um Movimento vivo é um Movimento que está em constru-ção a cada dia, graças à ação de cada um de seus membros. Cada um, em uma obra, assume uma responsabilidade que lhe é própria segundo as suas atitudes particu-lares, os seus recursos, o seu tem-po, a sua generosidade... “

Durante a Reunião poderá partilhar-se o que se descobriu de especialmente significativo na avaliação conjugal e que poderá servir para o aprofundamento da espiritualidade conjugal dos ou-tros casais e da vida da equipe.

Como a proposta inicial era a de VER - JULGAR - AGIR (experi-ência de vida realizada durante o mês por cada casal), a equipe escuta os seus membros, discer-ne quanto ao que é pertinente e responde assumindo as decisões necessárias para a melhor cami-nhada da equipe no ano seguinte.

Desejamos a todos uma exce-lente Reunião de BALANÇO.

‘Reunião de Equipe - Balanço’ das Equipes de Nossa Senhora

Portugal

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Em 1999, durante o Encontro Nacional, foi implantada uma nova estrutura organizacional na divisão de responsabilidade do Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, sendo adequada à realida-de brasileira.

A Equipe da Super-Região - ESR, em substituição à Equipe de Coor-denação Inter-Regional (ECIR).

A Equipe da Super-Região (ESR) tem a seguinte composição: - Casal Responsável da Super-

-Região- Sacerdote Conselheiro Espiritual- Casais Responsáveis Provin-

ciais (7)- Casal Responsável pela Car-

ta Mensal.

- Casal Responsável pela Secreta-ria / Tesouraria

- Casal responsável pela Comuni-cação Externa.

A Super-Região Brasil compreende 7 (sete) Províncias, assim dispostas:- Província Norte (Amazonas,

Roraima,Pará e Tocantins).- Província Nordeste (Bahia, Sergi-

pe, Alagoas, Pernambuco, Paraí-ba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão).

- Província Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso).

- Província Leste (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais).

- Província Sul I (parte do Estado de São Paulo)

- Província Sul II (parte do Estado de São Paulo)

Província Sul III (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul).O tempo de serviço do Casal

Provincial é de 5 (cinco) anos. Ele pertence à Equipe da Super-Re-gião, coordena as regiões da sua Província, gozando de auto-nomia administrativa na anima-ção e coordenação, contando com uma equipe de trabalho composta pelos Casais Respon-sáveis Regionais e um Sacerdote Conselheiro Espiritual, podendo ter casais de apoio. Devem ser substituídos de forma gradativa e alternadamente, de modo que o serviço sempre possa ser conti-nuado pelos casais mais antigos,

ESTRuTuRA Do MoVIMENTo

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isso facilita e evita descontinuida-de nas atividades do Movimento.

A escolha do Casal Responsável da Super-Região ocorrerá, após o discernimento, mediante a apresen-tação de lista tríplice enviada pelos membros da Equipe da Super--Região em exercício da fun-ção, o qual, juntamente com o Sacerdote Conselheiro Espiritual da Super-Região, com a aprova-ção da ERI, definirá o novo Casal Responsável da SuperRegião.

O Casal Responsável Regional (CRR) mantém contato com a equi-pe Provincial e a Super-Região, sen-do corresponsáveis pela manuten-ção e desenvolvimento do carisma das ENS. Este deve constituir uma equipe de trabalho composta pelo SCE da Região, 2 casais de apoio, os Casais Responsáveis dos Setores, Pré-Setor e Coordenação, os quais devem reunir-se ao menos duas ve-zes ao ano, para planejar e discer-

nir a caminhada da Região, estando sempre em consonância com o Mo-vimento.

O Casal Responsável de Se-tor (CRS) trabalha em colegiado, composto por SCE do Setor, casais ligação e casais de apoio, devendo auxiliar na expansão do Movimento através da Experiência Comunitária e Pilotagem.

A estrutura organizacional das ENS foi criada para manter a fide-lidade ao carisma fundador. A di-mensão do serviço deve ser viven-ciada com amor, atentando-se para que a norma não sufoque e se torne mais importante que o espírito. Essa forma de organização visa ajudar os casais do Movimento a caminhar com fidelidade à proposta das Equi-pes de Nossa Senhora. Que Deus nos ajude a nos mantermos fiéis e perseverantes na caminhada.

Cyntia e JassonCRS A - Região Norte I

HARMoNIA MATuRIDADE CoNJugAL

AMoR*

* fontes diversas / sem autoria identificada

Bons conselhos para ser feliz e alcançar a Maturidade Conjugal estão nas frases populares que ilustram bem estes conceitos de harmonia, maturidade e amor a que o texto se refere. “Se você quer ser tratado como um rei, então trate a sua esposa como uma rainha”. “Muitos querem ser tratados como reis ou rainhas, mas tra- tam o outro como servo”. “É dando que se recebe, é amando que se é amado, é servindo que se é servido”.

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“A alameda do amor tem mão dupla”. “Quem planta amor colhe amor é o que nos ensina S. J. da Cruz”.Quando um casal consegue passar pelos quatro estágios da ma-turidade, pode-se considerar harmonioso e maduro para a vida:

Maturidade Afetiva: consiste no domínio da emotividade e dos sentimentos, especialmente nos momentos difíceis da vida; viver pelas próprias convicções, e não pelos impulsos de cada momento.

Maturidade Social: significa ter um relacionamento normal com as pessoas e grupos, abertura a diálogo, relacionamento respeito-so, mas independente, com os pais e com a família; capacidade de adaptação às diversas situações da vida, senso de cidadania, capacidade de trabalho e realização profissional.

Maturidade Intelectual: presupõe ter convicções e autenticida-de diante dos problemas, pessoas e acontecimentos, espírito críti-co construtivo, humildade para reconhecer as próprias limitações, capacidade de tomar decisões, não ser dominado por caprichos e preconceitos.

Maturidade Espiritual: é ter uma fé sólida, perseverante, clareza de convicções religiosas, opção clara por Deus e autêntica vida religiosa.

Se entendermos que amar não é uma decisão de apenas um mo-mento, mas é uma decisão que deve ser renovada a cada momen-to, para durar sempre, e que é preciso estar consciente de que amar um homem ou uma mulher será permanentemente amar um ser imperfeito, pecador, fraco e sujeito às intempéries da vida, poderemos então amar de verdade. E assim poder ajudar o outro a vencer todas as dificuldades e ser alguém novo por causa do amor. A beleza do amor está exatamente em superar todas essas dores. Do contrário ele não seria o que é.

Na família, Deus nos ensina a amar e nos dá a oportunidade de sermos amados. A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, supera-se a si mesmo e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isso ocorre, cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como uma transfusão de dons entre ambos. Mas para isso é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades, mas para chegar a este ponto é necessário olhar para o outro com muita seriedade, respeito e profunda atenção.

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No

tíci

as

40 anos da Equipe Nossa Senhora da PenhaSetor B – Mogi das Cruzes

A Equipe iniciou suas atividades no dia 8 de novembro de 1975. Em ação de graças por todos esses anos de existência da equipe, os casais se reuniram com o SCE, Padre Claudionir, para uma Missa na Capela Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no Aruã. Foi um momento de bastante oração e muita alegria, em que todos pedi-ram a intercessão de Nossa Senhora e as bênçãos de Deus para a ENS da Penha e para todo o Movimento. (Edna e Jair - Eq.05B - N. S. da Penha - Mogi das Cruzes-SP)

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

BODAS DE PRATASandra e Fernando Em 27/05/2014 Eq. N. S. de LourdesCapão da Canoa-RS

Zetinha e Amauri Em 15/07/2014 Eq. N. S. de Lourdes Capão da Canoa-RS

Márcia e Augusto Em 22/08/2015 Eq. N. S. da ConceiçãoBauru-SP

Rosilene e Wagner Em 28/10/2015 Eq. N. S. do RosárioAparecida-SP

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BODAS DE OURO

Inês e MárioEm 28/07/2015Eq. N. S. do Sagrado Coração de JesusRio Negro-PR

Marly e Danilo P. SantosEm 10/11/2015Eq. N. S. da VisitaçãoGuaratinguetá-SP

BODAS DE DIAMANTE

Rute e Francisco CarlosEm 12/12/2014Eq. N. S. Virgem e MãeBrasília-DF

BODAS DE PLATINA

Waldecy e HeriveltoEm 15/07/2015Eq. N. S. de GuadalupeBauru-SP

Bernadete e ExpeditoEm 15/05/2015

Eq. N. S. da ConceiçãoNatal-RN

Maria Amália e EusébioEm 26/07/2015

Eq. N. S. da Santa CruzSão Paulo-SP

ORDENAÇÃO DIACONAL

José Luiz Freire de Aguiar LessaEm 29/08/2015 Eq. N. S. dos Pobres São José dos Campos-SP Ordenante: D. José Valmor C. Teixeira, sdb. Paróquia Sagrada Família, SJC

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ORDENAÇÃO PRESBITERAL

ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL

Pe. Orlando LealSCE da Eq. N. S. do Bom Sucesso

Rio Negro-PR

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

JUBILEU DE OURO SACERDOTAL

Pe. Gilberto KasperEm 20/01/2015

SCE Eq. N. S. da EsperançaRibeirão Preto-SP

Pe. Anderson Luís Moreira SCE Eq. N. S. de Fátima e Pe. Camilo da Silva Mattos SCE Eq. N. S. de Nazaré,Em 30/05/2015Bauru-SP

No dia 1° de julho, Dom Antônio de Souza, SCE da Equipe Nossa Senho-ra d’Ajuda, completou 59 anos de ordenação sacerdotal. Deus o abençoe e o ilumine em seu ministério. (Vanessa e Marcelo - CR Setor Assis-SP)

TUDO É GRAÇA!Acordei à meia-noite e escrevi no meu iPad: “Completo hoje meio sé-

culo de sacerdócio!”. Já completei cinquenta anos de idade, de batismo, de primeira Eucaristia, de crisma etc. Mas de sacerdócio jamais pensei em completar. Trabalhar meio século para a Igreja e na Igreja, enfrentando to-das as dificuldades possíveis e imagináveis, só mesmo a poderosa mão de Deus pode explicar.

Parece fim de caminhada, mas para mim é início. Não importam os dias que ainda terei pela frente: “Pedro, vendo-o, disse a Jesus: “Senhor, e ele?”. Jesus lhe disse: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me” (Jo 21,22). (Frei Osman Neves Sande - SCE Eq. N. S. Mãe da Divina Providência - São Paulo-SP)

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VOLTA AO PAI

Norma Barbanti (viúva do Geraldo G. Duarte)

Em 13/09/2015Integrava a Equipe N. S. Auxiliadora

Santa Rosa de Viterbo-SP

Benedicto Perotti (viúvo da Regina)

Em 15/09/15Integrava a Equipe N. S. da Paz

São José dos Campos-SP

“AMEI NOSSO SENHOR DE TODO O CORAÇÃO!”

“Estou considerando providencial, mais uma graça de Deus na minha vida, a experiência que estou vivendo de Conselheiro Espiritual de uma das Equi-pes de Nossa Senhora, em Belém”, escreveu o Arcebispo Emérito de Be-lém, D. Vicente Joaquim Zico.No dia de sua partida para o Pai, em 4 de maio, D. Vicente nos deixou um derradeiro exemplo, ao dizer ao Arcebispo D. Alberto Taveira Correa: “Não tenho receio de partir para a eternidade. Amei Nosso Senhor de todo o co-ração!”. (Rita e Fernando - Eq.06B - N. S. de Guadalupe - Belém-PA)

FALECIMENTO DO NEI DA OLGA, Ex-CASAL RESPONSÁVEL PELA PROVÍNCIA CENTRO-OESTE

“Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3,15)

É com muito pesar que recebemos na manhã da quarta--feira, dia 14 de outubro passado, a notícia do falecimento do querido amigo Nei, da Olga.Durante os cinco anos que trabalhamos juntos na Equipe da Super-Região Brasil, tivemos oportunidade de conviver com um modelo de pai, esposo, amigo e equipista.Sempre sincero, questionador e grande colaborador do Mo-

vimento, com suas colocações e reflexões muito pertinentes e decisivas nas nossas reuniões, tornou-se um verdadeiro mestre para nós, aprendemos muito com ele, e agradecemos a Deus por nos presentear com seu convívio. Católico fervoroso e comprometido, vivenciamos também o zelo que ele e Olga tinham pelas Equipes de Nossa Senhora e pela Província Centro-Oeste em especial, da qual eram Responsáveis até agosto do corrente ano.Foi enfim um homem muito especial para todos nós, e acreditamos que o céu está em festa por receber uma alma tão cheia do Espírito...Infelizmente a morte muitas vezes nos bate a porta inesperadamente, mas temos a convicção de que Deus recebeu um grande amigo. Que Maria nossa querida Mãe ao qual ele tanto amou e rezou o acompa-nhe e que ampare toda a família. (Hermelinda e Arturo - CRSR Brasil )

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MEDITANDO EM EQUIPE

NOSSO AMOR PARA SEMPRENaquele tempo, disse Jesus às multidões: “Todos os que o pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”. (Jo 6,37-40)

ReflexãoNão somos apenas discípulos de Jesus. Participamos de sua vida divina, estamos unidos a ele, somos interiormente guiados por ele, ele vive em nós e nós vivemos nele. A vida nova que dele recebemos, e na qual agora vivemos, é o início e a garantia de uma vida eterna, na plenitude do amor e da felicidade. Somos dele, e ele não nos larga, quer que sejamos seus para toda a eternidade.

Oração espontâneaSenhor Jesus, creio em vós, e alegro-me por saber que, por vosso amor, terei a possibilidade de viver para sempre na felicidade e na paz. Alegro-me ao pensar que poderei ter a felicidade de viver com todos que amei e me amaram durante esta vida. Viveremos na mais completa união, podendo afinal amar-nos como sempre quisemos, mas nunca conseguimos. Ponho em vós minha esperança. Amém.

Oração Litúrgica (do Salmo 42)

Como a corça deseja as águas correntes,assim minha alma anseia por vós, ó Deus.Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo:quando hei de ir ver a face de Deus?

As lágrimas são meu pão dia e noite,enquanto me repetem o dia inteiro:“Onde está teu Deus?”

Disto me lembro, e meu coração se aflige:através da multidão eu caminhava entre os primeiros, rumo à casa de Deus,entre cantos de alegria e de louvorde uma multidão em festa.

Por que estás triste, minha alma?por que gemes dentro de mim?Espera em Deus, pois ainda o louvarei,a ele, que é meu salvador e meu Deus.

...De dia o Senhor me concede sua misericórdia,de noite elevo a ele meu canto,uma oração ao Deus de minha vida.Digo a Deus, meu rochedo: “Por que me esquecestes?

...Por que estás triste, minha alma?por que gemes dentro de mim?Espera em Deus, pois ainda o louvarei,a ele, que é meu salvador e meu Deus.

(Das Matinas do dia de Finados)

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssrSCE Carta Mensal

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Equipes de Nossa Senhora

Oração dos Leigos e Leigas Senhor Jesus Cristo,

Tu que caminhastes no chão deste mundo, testemunhando o projeto de Deus para a humanidade, ensinando homens e mulheres a viverem a radicalidade dos valores do Reino de Deus, chamando todos à decisão do seguimento e a assumirem as exigências da Missão, fazei com que nós, cristãos Leigos e Leigas, respondamos ao Teu chamado, na nossa vida pessoal, na família, na comunidade, no trabalho, na ação política e na sociedade.

Que hoje se revigorem em nós as motivações e a graça dos Sacramentos do Batismo e da Crisma, doados pelo amor da Trindade Santa, tornando-nos “protagonistas da evangelização”, testemunhando presença na construção de uma sociedade justa e solidária.

Que nossa disposição de conversão nos leve a amar e ajudar incansavelmente as famílias, os casais em crise, e a superar todos os tipos de exclusão - particularmente a dos empobrecidos, dos menores abandonados, dos doentes, da mulher, do negro, dos povos indígenas, dos alcoólatras, dos encarcerados, dos drogados, dos desempregados, dos idosos, dos moradores de rua -, para assumir com responsabilidade e discernimento a exigência de novos ministérios, respondendo criativamente aos desafios de nosso tempo, no novo milênio. Amém.