ens - carta mensal 493 - outubro 2015

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Mensal Equipes de Nossa Senhora Ano LV• out - 2015 • nº 493 MISSÃO , na Igreja, não é fazer, mas ser IGREJA CATÓLICA Sínodo da Família p. 08 RAÍZES DO MOVIMENTO O pão cotidiano p. 17 CANONIZAÇÃO DO PADRE CAFFAREL Você está disposto(a) a provocar milagres p. 23 CARTA

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Page 1: ENS - Carta Mensal 493 - Outubro 2015

MensalEquipes de Nossa Senhora

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493

MISSÃO,na Igreja,

não é fazer, mas ser

IGREJA CATÓLICASínodo da

Família p. 08

RAÍZES DO MOVIMENTOO pão cotidiano

p. 17

CANONIZAÇÃO DO PADRE CAFFARELVocê está disposto(a)a provocar milagres

p. 23

CARTA

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Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (mtb 17622)

Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiaçu, 390 Cj. 115 Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1285 - email: [email protected] - Responsável: Ivahy Barcellos Imagens:p. 37, 1ª e 4ª capas - Canstockphoto - Diagramação, tratamento e preparação digital: Samuel Lincon Silvério-Tiragem desta Edição: 25.000 exs.

Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/ imagens, devem ser enviadas para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email: [email protected] A/C de Fer-nanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instruções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

CARTA MENSALn0 493 • out 2015

EDIToRIAL ............................................01

SuPER-REgIãoMissão: essência e não aparência da Igreja .....................02Crianças e idosos .................................03“Ser discípulo de Cristo hoje ................04Nossa Senhora Aparecida .....................06

IgREJA CATÓLICAo Sínodo da família ..............................08

MARIAEis aí a tua mãe ....................................11Maria a mulher das mulheres ...............12

VIDA No MoVIMENToProvíncia Centro-oeste ........................13Província Sul I .....................................14Província Sul II ......................................15

RAÍZES Do MoVIMENToo pão cotidiano ...................................17

EJNSXIV Encontro Nacional EJNS .................20

ACERVo LITERáRIo Do PADRE CAFFARELSeguindo os escritos do Padre Caffarel..................................21

CANoNIZAÇão Do PADRE CAFFARELVocê está disposto(a) a provocar milagres? ...........................23

TESTEMuNHoVida de equipe em Aparecida...............26o que é Equipe de Nossa Senhora? ......27A Teologia das fraldas e das mamadeiras ................................28“Agora vai!” .........................................29o que é Equipe de Nossa Senhora? .....28Fomos encher nossas talhas de água viva na casa de nossa mãe Aparecida ....................................30

PARTILHA E PoNToS CoNCREToS DE ESFoRÇoAtravés do esforço alcançar as estrelas ..............................32“Navegando rio abaixo, quandoum jacaré se aproximou, um denós se levantou e o bote quase virou” ....33Retiro e deserto ....................................34

REFLEXãoo zelo por tua casa me consome .........35oração de um casal eleito responsável ..36orando com as crianças .......................37Caminhemos ........................................38Ser equipista ........................................39As ENS, a Igreja e os sinais dos tempos ...40

FoRMAÇão“Missão e engajamento” ......................41

NoTÍCIAS ..............................................43

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Tema: “Ousar o Evangelho - Discernir os sinais Dos tempos”

Queridos irmãos equipistas,

Outubro é uma grande oportunidade para refletirmos sobre a missão que temos como cris-tãos. É o mês das missões, de Nossa Senhora Aparecida e da XIV Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre “A vocação e mis-são da família na Igreja e no mundo contempo-râneo”.

A Igreja nos convida a sairmos de nós mes-mos direto ao encontro do irmão com a alegria e paz que experimentamos em Cristo. Precisamos anunciá-lo não só com palavras mas, sobretudo, com uma vida transfigurada pela presença de Deus.

Para garantir esta reflexão, a Carta traz alguns artigos que tratam da questão.

Padre Paulo Renato (SCE SRB) escreve sobre a missão; Padre Flávio Cavalca (SCE Carta Mensal), sobre o Sínodo que ocorrerá este mês; e Pa-dre Antonio Júnior (SCE Província Sul III) conta um pouco sobre a história de Nossa Senhora Aparecida.

Já o tema de estudo de outubro, “Ser discípu-lo de Cristo Hoje”, é abordado pelo casal Adriana e Hudson (CR Província Sul III).

Por fim, gostaríamos de convidar todos a ler o artigo do casal Vicélia e Luiz Carlos, que nos convida a participar efetivamente do processo de Canonização do Padre Caffarel, com fé e gene-rosidade.

Será um mês rico. Mãos à obra.Boa leitura!Nossa Senhora Aparecida,rogai por nós.

Fernanda e MartiniCR Carta Mensal

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É muito co-mum denomi-narmos o mês d e o u t u b r o c o m o “ m ê s

missionário”. Mais comum ainda é realizar neste mês “atividades mis-sionárias” em nossas paróquias e comunidades. Que bom que isso acontece e que bom que temos um mês para um compromisso mais forte com a missão. O proble-ma é que muitas vezes, envolvidos nas exigências de nossos afazeres missionários, acabamos dedican-do pouco ou quase nada de tem-po para entender o que realmente significa a “missão”. Principalmente para descobrir que missão, na Igre-ja, não é fazer, mas ser.

Existe uma definição do Concílio Ecumênico Vaticano II que nos colo-ca com profundidade diante dessa verdade: “A Igreja peregrina é por sua natureza missionária, por-que tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (Ad Gentes, 2).

Dizer que como Igreja temos uma natureza missionaria é dizer que a Igreja não faz missão porque tem que “progredir” numerica-mente. É dizer que não faz mis-são como forma de sobrevivência diante das dificuldades causadas pelo surgimento de novas seitas ou mesmo denominações religio-sas. Esta afirmação quer tornar cla-ro que a Igreja faz missão porque ela vem de Deus e Deus é missão!

MISSão: ESSêNCIA E Não APARêNCIA DA IgREJA

Deus se auto‐envia pela missão do Filho e do Espírito, através dos quais o próprio Pai se revela como amor (cf. Jo 14,9). Em suma, Deus é mis-são: a missão existe com Deus, diz respeito ao que Deus é e não, pri-meiramente, ao que Deus faz.

Sendo assim, não é mais a Igre-ja que envia missionários, mas é ela própria enviada como “missioná-ria”. Seu envio não é consequência, aparência, mas sim ponto de par-tida, essência. Não é a missão que procede da Igreja, mas é a Igreja que procede da missão de Deus. A ativi-dade missionária não é tanto uma ação da Igreja, mas é simplesmente a Igreja em ação. Nisso se define a própria identidade da Igreja.

Por isso que, diante dessa rea-lidade, somos convidados pelos Bispos da América Latina e Caribe, no Documento de Aparecida, para como Igreja “repensar profunda-mente e relançar com fidelidade e audácia nossa missão nas novas cir-cunstâncias latino‐americanas e mundiais” (Cf. D.Ap. 11). Que não só o mês de outubro, mas todos os meses sejam meses missionários pois não existe outra forma de ser Igreja. Se deixarmos de ser missio-nários deixamos de ser Igreja e se deixarmos de ser Igreja perdemos nossa identidade de cristãos.

Santa Teresinha e São Francisco Xavier, intercessores das missões, roguem por nós!

Pe. Paulo Renato F. G. CamposSCE Super-Região

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Este mês é realmente muito espe-cial: acontece o Sínodo das Famílias, cujo tema diz respeito a todos, e não apenas às comunidades católicas. A família nos leva às crianças e idosos, que também comemoramos este mês.

Lembrando das bodas de Caná, quando Maria, pede ao Filho que os ajude dizendo: “eles não tem mais vi-nho...” (Jo 2, 3), nos ensina a deixar-mos nossas famílias nas mãos Dele. Porque nossa família não é perfeita, passa por dificuldades.

- Quantas crianças e jovens perce-bem que o vinho acabou em suas ca-sas? São as primeiras vítimas de uniões imaturas e separações irresponsáveis. Quantas são abandonadas, vivem à pedir esmola, são exploradas por cri-minosos e treinadas para a violência.

Mas nenhuma delas é esquecida por Deus que diz: “Deixai vir a mim es-tas criancinhas e não as impeçais, por-que o Reino dos céus é para aqueles que se lhe assemelham.”( Mt 19,14)

Então quando se trata de crian-ças, por mais imperfeitos que seja-mos, não devemos medir esforços para acolhe-las e ama-las, pois são um dom de Deus para o mundo.

- Também quantos idosos se sen-tem abandonados, sem o amor de seus filhos, netos e bisnetos. Bento XVI disse: “Onde não há honra pelos idosos, não há porvir para os jovens”. Atualmente a sociedade contempo-rânea envelhece rapidamente, e não está preparada para reconhecer a dignidade dos idosos, ao contrá-rio, quer descartá-los, pois a cultu-

ra do lucro, os consideram um fardo.Os idosos são homens e mulhe-

res, pais e mães, que antes de nós, percorreram o mesmo caminho, combateram a mesma batalha diária por uma vida digna. Deles recebe-mos muito, deram sua vida por nós, e agora somos chamados a estar ao seu lado na fase final de sua existên-cia, pois daqui a muito pouco tempo, os idosos seremos nós...

- Além disto, também há falta de trabalho, doenças, enfim inúmeras dificuldades, que a família enfren-ta hoje. Tudo para azedar o nosso vinho, e torná-lo impuro.

Mas refletindo agora, foi justa-mente a água das talhas destinadas à purificação, ou seja, aquilo que nos parece impuro, nos assusta e escanda-liza, foi que Jesus veio e fez o milagre. E hoje a família precisa deste milagre!

A família é a primeira escola das crianças, é o grupo imprescindível para os jovens, é o melhor asilo para os idosos.

Abramos nosso coração, pois Deus se aproxima dos que ficam sem vinho... e Maria nos ensina a ter paci-ência e esperança quando diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).

Oremos neste mês, pela interces-são de Nossa Senhora Aparecida!!

Hermelinda e ArturoCR Super-Região

CRIANÇAS E IDoSoS

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Deus não precisa, mas quer contar conosco. Cada filho amado do Pai é chamado a viver em seu tempo. Mesmo levado muitas vezes a compararmos situações vividas no passado ou em um futuro desejado, precisamos viver no tempo em que nos é confiado. É neste momento, com seus desafios e com seus be-nefícios, com suas alegrias ou com suas tristezas que Deus quer contar conosco.

Num mundo onde por vezes o ser humano é deixado de lado pela escolha do ter em deterioração do ser, onde há uma pluralidade de olhares que querem levar-nos a um consenso dominante para confor-mação desta tendência materialista e excludente, a luz de Cristo habita com e por seus discípulos. Frente a tantas correntes, como ser então dis-cípulos de Cristo hoje?

Irmãos se nos espelharmos nos Santos que a Igreja nos revela, vere-mos que não há outro caminho para o seguimento de Jesus, se não for pelo caminho da doação, da trans-formação, do amor, o do deixar-se

guiar por Ele. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida, por causa de mim, esse a salva-rá.” Lc 9,23-24

Todos somos convidados a se-gui-Lo. Cada um dá a sua resposta seguida ou não pelo comprometi-mento. Se atendermos ao chama-do com nosso sim, ele levar-nos-á a dois caminhos. O primeiro é o de anunciar a Boa Nova aos irmãos e o segundo é o caminho interior onde como diz o Papa Francisco, é: “o percurso do discípulo que procura o Senhor todos os dias na oração, na meditação.” Sem este percurso interior da busca diária por Deus, o caminho que nos leva à missão tornar-se-á frágil, nosso Evangelho não será capaz de transformar, pois nosso sal não terá sabor.

Cristo confia em nós e espera que como discípulos levemos o Seu amor a tantos que ainda não O conhecem. Espera que em nosso dia a dia, na vida conjugal, familiar, profissional e na social sejamos os Seus olhos, para que o mundo conheça Seu olhar. Um olhar que ampara o irmão, um olhar sem julgamento, um olhar com o coração, um olhar misericordioso. Há irmãos sequiosos por este olhar, e não nos enganemos pensando es-tarem longe. São tantos os que es-peram serem vistos para que visíveis sejam tratados com compaixão. Não os deixemos sem resposta.

“Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se

“SER DISCÍPuLo DE CRISTo HoJE”

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de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.” Mc 6,34

É verdade que seguir a Cristo exi-ge muito de nós. Exige um olhar que ultrapassa as razões humanas, um olhar onde somente o amor pode dar respostas. Porém não há outra forma de nos tornarmos discípulos se não nos deixarmos habitar pelos sentimentos de Jesus. Somente com o Seu coração poderemos ver, ter compaixão e servir com generosida-de e gratuidade. Serão muitas às ve-zes em que o cansaço virá tentando nos tomar também a alma, mas com Cristo, a alegria de servir falará mais alto e o nosso testemunho evangeli-zará ainda mais.

Ser discípulos de Cristo hoje é ter a coragem de desalojar-se do cotidia-no para colocar-se inteiramente nas mãos de Deus procurando realizar

a Sua vontade. É ousar tomar uma decisão. É ser pastor. É não ter medo de perguntar-se constantemente: Cuidamos do nosso rebanho? Cui-damos daqueles que aparecem em nossa vida e não tem parentesco ou laços de amizade? Os carregamos nos ombros? Em que pastagem os levamos? Que alimento os oferece-mos? De que água damos de beber? Madre Tereza nos lembra: “Algumas pessoas merecem o nosso amor, ou-tras precisam do nosso amor.”

Que Deus em seu infinito amor nos ajude a sermos verdadeiros dis-cípulos de Seu filho Jesus. Que pela ação do Espírito Santo e por inter-cessão de nossa querida Mãe Maria, o nosso testemunho de cristão seja mais forte do que nossas palavras. Amém!

Adriana e HudsonCR Província Sul III

Quer Ser Igual a MIM?...

Na tradição judaica, quando al-guém era convidado por um rabino para segui-lo era como se ouvisse esta pergunta. Teria sido esta questão que passou na mente e no coração dos primeiros doze discípulos de Jesus? Mateus 10 talvez seja um dos ca-pítulos da Bíblia mais significativos sobre o “ser um discípulo de Jesus”. O capítulo começa com a iniciativa de Jesus, convocando os doze discí-pulos e investindo-os de autoridade para fazer as coisas que ele o Mestre fazia (v v.1-4). Após o convite para vir a ele, segue-se o envio, com di-versas instruções (v v. 5-15). Depois Jesus dá a eles alguns conselhos e palavras de encorajamento (v v. 16-

33), que serão essenciais diante das dificuldades pelas quais passarão (v v. 34-39). E fecha com a promessa das recompensas a vida (v v. 39) e o galardão, que nunca se perderá (v v. 40-42). O início do capítulo seguinte também é muito interessante, porque relata que Jesus passou a ensinar e pregar nas cidades daqueles discípu-los (Mt 11.1).

Se Jesus aparecesse hoje e fizesse a pergunta: Quer ser igual a mim?, o que você responderia? A que você tem renunciado para ser um discípu-lo de Jesus? Como a esperança de se tornar um dia 100% igual a Jesus nos encoraja em prosseguir na cami-nhada cristã?

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No ano de 1717, o Brasil tem sua história marcada por um fato grandioso: fora encontrada no rio Paraíba, no estado de São Paulo, uma pequena imagem de uma grande mulher, Nossa Senhora, a quem hoje veneramos com o títu-lo de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida.

A câmara administrativa de Guaratinguetá convocou todos os pescadores para pescarem, pois o Conde Assumar iria passar pela Vila de Guaratinguetá e tinha que provar o peixe do Rio Paraíba. A época não era favorável para pes-ca, mas os pescadores João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedro-so, moradores de Itaguaçu, pega-ram seus barcos, suas redes e se lançaram na difícil tarefa.

Em certa altura da pesca, as redes pesaram. Achava-se que fossem peixes mas não, era sim um pequena imagem sem a cabe-ça. Em um outro lance das redes, lá veio a pequena cabeça, que encaixou perfeitamente na ima-gem. A partir desse fato, as redes, a cada lance, vinham cheias de peixes, eram tantos que se temia

pela fragilidade dos barcos. Olhando para esse fato, lem-

bramo-nos do santo evangelho em Lucas 5,1-11 que nos fala so-bre a pesca milagrosa. Em atenção à Palavra de Jesus, as redes foram lançadas novamente ao mar e grande era a quantidade de pei-xes que os discípulos pescaram.

Nos dois fatos nós vemos o Di-vino que vem em auxílio ao hu-mano. Deus, que em sua infinita bondade, vem em auxílio de seus filhos e filhas.

A partir da pesca da imagem de Nossa Senhora, os rumos da-quele vilarejo foram sendo modi-ficados pela fé e devoção naquela pequena imagem que trazia pre-sente a intercessão e o carinho maternal de Nossa Senhora.

Durante quinze anos, a ima-gem ficou em um oratório na casa do pescador Felipe Pedroso; contudo, a devoção foi se espa-lhando, e o Vigário de Guaratin-guetá achou por bem construir uma Capela no Alto do Morro dos Coqueiros. Essa capela foi aberta à visitação no ano de 1745; mas, em 1844, já se começavam as obras de uma igreja maior, atual Basílica Velha. A história não pa-rou por aí, cada vez mais a devo-ção foi crescendo, tendo em vista que, em 1929, o Papa Pio XI pro-clama Nossa Senhora da Imacula-da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial.

Devido às proporções que essa devoção Mariana foi toman-do, em 1955, por iniciativa dos

NoSSA SENHoRA APARECIDA

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Missionários Redentoristas e dos Bispos do Brasil, iniciaram-se as obras da Basílica atual que, mes-mo sem estar totalmente pronta, em 1980, foi consagrada pelo Papa São João Paulo II sendo elevada a Basílica Menor. Em 1984, a CNBB declarou oficialmente a Basílica de Aparecida : Santuário Nacional, e hoje é considerado o maior san-tuário Mariano do mundo.

Todos esses fatos históricos nos fazem perceber a Mão de Deus a guiar a história. A pre-sença da Mãe torna-se para nós manifestação do amor do Pai e do filho. É Maria que vem como a missionária do Pai, e sempre vem em socorro dos pequenos e frágeis, assim são todas as suas manifestações, simples po-rém fortes. Essa é a experiência que se faz quando se peregrina ao Santuário de Aparecida, pe-regrinação essa que muitos de nós equipistas realizamos neste ano pela ocasião do nosso III En-contro Nacional das ENS. A Mãe nos acolheu de braços e coração aberto, ali fizemos a experiên-cia de enchermos nossas talhas,

primeiro de água, e depois pela ação de Nosso Senhor, de vinho novo. Na simplicidade de Maria, fomos nos deixando conduzir pela ação do Espírito Santo.

Presença simples e forte, essa é a experiência que também se faz em Aparecida, os milhões de romeiros, em sua grande maioria, vão a Aparecida para pedir mas sobretudo para agradecer, uma Mãe forte, intercessora que se manifesta em imagem pequena e simples, mas ornada de graça e poder, não o poder dos homens que tiranizam, mas o poder de Deus que liberta.

Viva a Mãe de Deus e nossa, a Senhora forte e simples, sem pecado conce-bida. Salve, Virgem Imacu-lada, ó Senhora Aparecida. Por todos nós seus filhos e filhas rogai a Deus, ó Mãe.

Pe. Antonio JuniorSCE Província Sul III

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Em 2014 tivemos a III Assembleia Geral Extraordinária do Síno-do dos Bispos, que refletiu sobre “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Agora, de 4 a 25 de outubro de 2015, teremos a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Que é um SínodoSínodo é palavra grega que significa reunião; etimologicamen-

te vem de “caminhar junto”. Na Igreja Católica é uma assembleia de bispos com a finalidade de assessorar o papa no seu ministério de pastor.

Os sínodos surgiram por iniciativa de Paulo VI, em 1965, aten-dendo às sugestões do Concílio Vaticano II, para que se desse continuidade ao novo espírito que se formara na experiência con-ciliar. No dizer do papa, seria uma assembleia composta majori-tariamente por bispos eleitos pelas Conferências Episcopais, com aprovação do papa. Será por ele convocada conforme as necessi-dades da Igreja, como órgão de consulta e colaboração.

O Sínodo de 2015Foi convocado para refletir sobre “A vocação e a missão da fa-

mília na Igreja e no mundo atual”. Uma assembleia extraordinária em 2014 levou a ampla reflexão, apresentada depois para toda a Igreja, também aos fiéis, para colher sugestões e aprofundamen-tos. Ao encerrar essa assembleia extraordinária, papa Francisco convidava toda a Igreja a “amadurecer, com discernimento es-piritual, as ideias apresentadas e a encontrar soluções concretas para tantas dificuldades e inúmeros desafios que as famílias têm de enfrentar, e dar resposta a tantos desalentos que cercam e sufocam as famílias”.

Foi enviado a toda a Igreja um texto com o título de Lineamen-ta (algo como Esboço) com as propostas e discussões da assem-bleia e quarenta e seis questões, de modo que todos, e não só o clero, pudessem manifestar-se. A partir das muitas respostas, foi elaborado depois um Instrumentum laboris (ou Texto Base) para orientar os trabalhos sinodais.

representantes do BrasilForam escolhidos pela Assembleia da CNBB e confirmados pelo

papa: o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sér-gio da Rocha; o bispo de Camaçari (BA), dom João Carlos Petrini;

o SÍNoDo DA FAMÍLIA

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o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha; e o arce-bispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer.

Sobre que refletirá o SínodoO Instrumentum Laboris, o “texto base”, divide-se em três

partes: A escuta dos desafios sobre a família; O discernimento da vocação familiar; A missão da família hoje.

Como desafios hoje enfrentados pela família nós temos, por exemplo: pobreza, exclusão social, a terceira idade, a viuvez, a morte e o luto, as deficiências, as migrações, o papel da mulher, a afetividade e a educação da sexualidade, a bioética.

Quanto ao discernimento da vocação da família, fala-se do matrimônio natural e de sua plenitude sacramental, da indissolu-bilidade como dom e tarefa, da vida familiar, da união e da fecun-didade, da dimensão missionária da família, da fé, da oração, da catequese, da estreita união entre Igreja e família, dos jovens e de seu medo de casar-se, e da misericórdia.

Na terceira parte, sobre a missão da família hoje, propõe-se amplamente a reflexão sobre família e evangelização, família en-quanto sujeito ativo na pastoral, e sobre a liturgia do casamento. Levantam-se muitas questões: acompanhamento a ser dado às famílias, agilização dos processos matrimoniais, integração dos fiéis em situação irregular, possível introdução de uma via peni-tencial para os que vivem em segunda união, casamentos mistos e com disparidade de culto, a responsabilidade quanto à fecundi-dade, a adoção, respeito total à vida, o comprometimento sócio--político em favor da família...

Depois de amplo exame dessas e outras questões que se apre-sentarem, será redigido um texto final a ser encaminhado ao papa.

Qual será nossa parteTemos de nos sentir envolvidos nesse momento vivido pela

Igreja, orando e informando-nos. Mas também conversando e debatendo os temas num clima de fé, coragem e liberdade. Não nos devemos agarrar em ideias preconcebidas, temos de estar abertos a novas propostas e soluções. Se não acreditássemos nesse poder do Espírito, que agora continua sendo o mesmo de sempre, não haveria razão para se convocar um Sínodo. Nem será preciso lembrar que os casais das Equipes de Nossa Senhora, que vivem pessoalmente os desafios do amor e da família, podem abrir seu coração para novas esperanças e mais desafiadoras responsabilidades.

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr; SCE Carta Mensal

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Jesus, Maria e José em vós nós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a vós dirigimo-nos com confiança. Sagrada Família de Nazaré, faz também das nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré,nunca mais nas famílias vivam experiênciasde violência, fechamento e divisão:quem tenha sido ferido ou escandalizadoreceba depressa consolação e cura. Sagrada Família de Nazaré,que o próximo Sínodo dos Bispospossa despertar de novo em todos a consciênciada índole sagrada e inviolável da família,a sua beleza no desígnio de Deus.

Jesus, Maria e Joséescutai, atendei a nossa súplica. Amém.

Oração que o Papa Francisco pediu com insistência para que oremos pelo bom andamento do Sínodo dos Bispos sobre a Família que ocorrerá em outubro de 2015.

Donizeti da SilviaEq.07 - Madre de Deus

Mogi das Cruzes-SP

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Numa passagem do Evangelho, observamos a famosa frase de Nico-demos perguntando a Jesus como é que alguém sendo velho pode nascer de novo? Na verdade o Senhor esta-va falando do nascimento do Espírito que só este renascimento é que con-duz a vida eterna. E o grande peri-go é nos afastarmos de Deus, não termos intimidade com Ele. Normal-mente isto é por falta de amor.

Já sabemos que o segredo de tudo é o amor, tudo na nossa vida poderia ser tão simples se houvesse mais amor. Por isso pedimos: Dá-me Senhor, o amor com que queres que eu te ame (Forja 270). E isto, conse-guiremos com o auxílio de Nossa Se-nhora. Na vida de Maria Santíssima tudo era puro amor! Todos os santos aprenderam a amar contemplan-do o exemplo de Nossa Senhora. O fiat (faça-se) de Nossa Senhora, não é apenas uma decisão irrevogável, é fundamentalmente um ato de amor.

Maria Santíssima amou a Deus com um amor puro e perfeitíssimo. A Virgem não se limitou a dizer fiat, mas cumpriu em todos os momen-tos essa decisão firme e irrevogável. (É Cristo que passa). Isso é o que os santos fazem e nós precisamos imi-tar: amar é colocar sempre Deus em primeiro lugar! Não será que nos fal-ta amor precisamente porque dize-mos fiat só da boca para fora?

Nem todo que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus; mas o que faz a vontade do meu Pai celestial, esse entrará no reino dos céus (Mt 7, 21). Tudo o que Nossa Senhora fazia

e pensava estava marcado por essa palavra.

Além disto, Nossa Senhora é nos-sa Mãe. Vendo Jesus a sua Mãe e junto dela o discípulo que Ele amava, disse à sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para sua casa (Jo 19, 26-27). Tantas vezes já considera-mos que nesse testamento de Cristo, nós estamos representados em João. Quanto nós cresceríamos no amor se muitas vezes ouvíssemos Jesus dizen-do a nós: Eis aí a tua Mãe!

Todos temos essa experiência maravilhosa, do afeto de nossa Mãe por nós. Se há alguém que realmen-te gosta de nós e só quer o nosso bem e nos ama, é nossa mãe. Para ela somos únicos, insubstituíveis, tem atenções conosco, aprecia nos-sas qualidades. Imagine então essa Mãe do céu

Ao mesmo tempo que essa Mãe nos diz: vai, coragem recomeça, não desista... Ela nos protege, intercede...principalmente quando nós nos senti-mos desprotegidos, fracos, sem forças.

É preciso tomar consciência viva dessa presença. Uma Mãe que se preo-cupa por nós, e tem mil cuidados ma-ternos. E dessa hora em diante, o discí-pulo a levou para sua casa. Todos nós devemos ter Maria em nossas casas, sempre. Introduzi-la na nossa vida. As-sumir essa filiação a Maria. Que Nossa Senhora Auxiliadora, padroeira de nos-sa Arquidiocese, interceda por nós.

Dom Levi Bonatto Bispo Auxiliar de Goiânia

EIS AÍ A TuA MãE

Mar

ia

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MARIA, A MuLHER

DAS MuLHERESMaria, a Mãe de Jesus, é modelo de mãe, mu-lher e esposa desde o seu nascimento, anun-

ciação, sua vida para família ao lado de Jesus, aos pés da cruz, em pentecostes e hoje. Ela continuou o trabalho iniciado pelas grandes presenças femininas da Sagrada Escritura. A maioria das referentes mulheres que lideraram a defesa e a proteção do povo eleito.

Mas vamos citar a primeira mulher Eva, por ela entrou o pe-cado, por Maria ela trouxe o Salvador Jesus. Eva foi desobedien-te e Maria a obediência plena. Leiam Gn 1;2; Lc 1, 26-38.

Falemos de uma Sara, a mulher que riu dos mensageiros de Deus, ao anunciar Isaque, por ser estéril e de Agar, mulher fértil e mãe de Ismael e Deus o salvou da morte, fome e sede, mulheres de uma vida frágil e ameaçada. Ler Gn 12-18. As mulheres que deram continuidade a formação da consciência do povo de Isra-el. A coragem das parteiras do Egito, Ex 1, 15ss, os cânticos de Myriam Ex 15, Ana 1º Sm 2, 1-11. As reivindicações dos direitos, uma Tamar, a firmeza na luta de resistência, Jael, Judite, pedindo ao rei a salvação de seu povo, Ester. A confiança inabalável na fidelidade divina da mãe dos Macabeus. Uma Debora, Hulda, usando a sua sabedoria e profecia. E tantas outras mulheres, que deixaram suas marcas, contribuindo para edificação do povo es-colhido. Cada uma delas, têm suas histórias de verdadeiras mu-lheres que a tradição a história registrou e que têm uma grande riqueza e sabor, em que uma leitura atenta poderá nos propor-cionar um verdadeiro alimento para enriquecer nossa fé.

Poderíamos falar de Isabel, mãe de João Batista, Madalena e das outras mulheres que seguiam Jesus. Mas, Maria hoje como modelo de vida e intercessora é o símbolo máximo para nossas vidas de batizados. Maria é querida em todo o mundo católico e a recebe centenas e centenas de títulos. Ela mesmo profetizou: ”Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada” Lc 1, 48. Portanto, homens e mulheres testemunharam e testemunham o amor a Maria a Jesus até o fim. Maria trouxe a Nova e Eterna Aliança e por amor a humanidade. Ela soube perder seu Filho para ganha-lo definitivamente. E Maria continua a nos dizer: ”Faça tudo que Ele disser” (Jo 2, 5).

Pe. Antonio Carlos Golfetti.Eq.03 - N. S. das Graças

Londrina-PR

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PRoVÍNCIA CENTRo-oESTE

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eeN uMa eXPerIÊNCIa INeSQueCÍVel e NeCeSSÁrIa

“A minha alma engrandece o Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, hão de cha-

mar-me de bendita! O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é seu nome! [...]” (Lc 1, 46-55).

Começamos nossa reflexão sobre o EEN - Encontro de Equipes Novas, realizado nos dias 30 e 31 de maio de 2015 em Campo Grande-MS, com o Magnificat, conhecido como o Cântico de Maria, pois foi esse o nosso maior sentimento: o Poderoso fez para nós coisas grandiosas.

Uma experiência inesquecível e necessária, pois compreende-mos o verdadeiro carisma das ENS, a importância de viver os PCEs no dia a dia e a diferença que faz em nosso matrimonio. Só as-sim podemos aderir verdadeiramente à proposta feita pelo Padre Caffarel, pois para se viver esse Movimento de coração, é preci-so amá-lo, e para que consigamos amá-lo precisamos, antes de tudo, conhecê-lo, e foi isso que fizemos durante esses dois dias.

Quero agradecer aos queridos casais que nos presentearam com esse encontro que, de forma amorosa e carinhosa, dedica-ram dois dias de suas vidas para o nosso conhecimento e cresci-mento espiritual.

Por fim, pedimos a intercessão de Nossa Senhora Porta do Céu junto ao Pai, para que nos abençoe e proteja nossa caminhada de casais cristãos.

Kamilla e BaltazarEq. N. S. Porta do Céu - Setor B

Campo Grande-MS

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14 CM 493

PRoVÍNCIA SuL I

1º eeN região SP leste III

Com grande alegria, muito amor e simplicidade realizamos nos dias 30 e 31 de maio de 2015 o 1º Encontro de Equipes Novas em nossa Região - SP Leste III, com casais de Biritiba Mi-rim e Mogi das Cruzes e também das Regiões São Paulo Leste I (Caçapava e São José dos Campos) e Capital II (Guarulhos), num total de 23 casais.

Os Formadores não mediram esforços para compartilhar seu conhecimento e experiência. As celebrações eucarísticas pre-sididas por Padre Lobato, Sacerdote Conselheiro Espiritual da Equipe de Formadores, no início e encerramento da Formação, transmitiu-nos que a caminhada no Movimento é nos apro-ximar do Cristo ressuscitado que se dá a nós, bastando que tenhamos coragem para isso.

Registramos o carinho dos Casais Piloto, Casais Ligação e Casais Responsáveis dos Setores que enviaram seus casais para a Formação e não mediram esforços para estarem presentes na Missa do compromisso.

Marcia e Agnaldo RizzoCRR São Paulo Leste III

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eeN região SP Oeste I

Nos dias 30 e 31 maio de 2015 foi realizado o Encontro de Equipes Novas (EEN) para os mais novos ca-sais equipistas da Região SP Oeste I, dos Setores Assis, Paraguaçú Paulis-ta e Piraju/Ourinhos.

Atualmente, e por orientação das Equipes de Nossa Senhora, ao manifestar o desejo de ingressar no Movimento, o novo casal deve participar, dentro das etapas de pre-paração, da Pilotagem. Nesta oca-sião o Movimento propõe ao novo casal vivenciar 02 etapas distintas e ao mesmo tempo complementares entre si: o estudo de 10 livros, em reuniões mensais, sempre acompa-nhados de perto por um Casal mais experiente (Casal Piloto) -, e, ao final deste estudo, a participação no EEN – Encontro de Equipes Novas.

Não queremos aqui detalhar como foi o EEN em si, pois cada jo-vem casal terá seu momento de vi-venciar e experimentar a beleza desta etapa derradeira da Pilotagem. Gos-

PROVíNCIA SUL II

taríamos de partilhar as felicidades e maravilhas vividas nestes dois dias.

Aquele final de semana em espe-cífico não nos ofereceria muito, pois chovia e fazia um frio congelante. Mas Deus já havia preparado algo muito especial para nós e vários ou-tros casais equipistas: o EEN.

Todas as atividades, formações e momentos oferecidos pelas Equipes de Nossa Senhora são especiais e ri-cos em graça de Deus, mas o EEN foi além, superou nossas expectativas, e o que pensávamos ser apenas um relembrar da pilotagem, foi marcado pela unção do Santo Espírito.

As trocas de experiências vividas, os esclarecimentos quanto à essên-cia do Movimento, a retomada de pontos importantes no estudo da Pi-lotagem e as partilhas em nossas mi-nis inter equipes, foi deslumbrante. O EEN foi marcado como um tempo dedicado ao diálogo e partilha em casal, e entre casais. Foi um momen-to especial para aprofundarmos a mensagem de Jesus e, em conformi-dade com ela, a espiritualidade das Equipes de Nossa Senhora.

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Para nós não resta dúvida que o EEN foi inspirado por Deus, pois os momentos lá vividos amadureceram e fortaleceram a espiritualidade conju-gal dos novos casais equipistas, reno-vando e revigorando em nós o fervor de buscarmos a santidade em casal.

Além disso tudo, o EEN nos deu uma visão real e ampla sobre o mo-vimento e foi uma oportunidade de formação intensa e indispensável para os novos casais equipistas.

Por fim, resta-nos agradecer à Deus por termos sidos agraciados com a participação no Encontro de Equipes Novas, e a exortação para que os jovens casais em pilotagem não deixem de experimentar esta tão enriquecedora experiência.

Marcela e RogérioEq.15 – N. S. da Luz

Assis/SP

eQuIPe MISTa a MISSÃO DO aMOr

Em comunhão e unidade com as Equipes de Nossa Senhora da Província Sul II – Região SP Nordes-te, realizou-se a reunião da Equipe Mista, acolhidos por Thereza e An-tônio Moro, Casal Responsável pela Equipe Nossa Senhora da Esperan-ça, 1ª do Setor A-1, em Ribeirão Preto. Os seis Casais participantes somaram uma riqueza ímpar de oração, da leitura, escuta e reflexão orante da Palavra de Deus, a partir da Primeira Carta de São João, 4,7-12 que trata do discernimento da fé, de que Deus é Amor! A medi-tação do Conselheiro Espiritual foi enriquecida pelas intervenções dos Casais, que apresentaram em espí-rito orante suas intenções.

A troca de experiências de cada Equipe no Momento da Partilha foi igualmente riquíssima. Todos tive-ram oportunidade de se expressar e enriquecer uma noite de profun-da espiritualidade, deleitosa e re-vestida de novo ardor, entusiasmo na caminhada do Movimento em unidade com toda a Igreja, que prepara o VIII Encontro Mundial das Famílias com o Santo Padre o Papa Francisco, de 22 a 27 de setembro, com o tema: “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”.

Do texto sugerido para a refle-xão, após a leitura introdutória, os Casais da Equipe Mista se detive-ram e aprofundaram amplamente a catequese sobre A Missão do Amor. Com incomparável maturidade de fé e amor, foi uma das mais belas reuniões, transformada em cele-bração dialogal, onde cada casal se sentiu à vontade para contribuir com o enriquecimento de todos.

O lar do Casal Anfitrião mais pa-recia um Templo do Senhor, ador-nado por Nossa Senhora da Espe-rança, sob qual intercessão a bên-ção final levou os casais de volta para seus lares, encantados ainda mais com o Movimento das Equi-pes de Nossa Senhora, que se torna a cada ano mais, uma verdadeira “pérola da Igreja”, que se debruça, neste ano, sobre o Sínodo Ordiná-rio da Família.

A ternura de Deus se fez sentir em cada casal e no testemunho do profundo amor pela Igreja através das ENS.

Padre Gilberto KasperSCE Eq.01A

Ribeirão Preto-SP

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Costumamos, muitas vezes, apre-c iar um ser ou alguma coisa depois que somos privados dela. Este sinal da nossa mediocridade de alma é bem conhecido. Vem a saúde a faltar, então descobri-mos seu valor; morre a mãe e este adolescente fica inconsolável, ele que, até então, usava e abusava dela sem compaixão. Quantos pri-sioneiros de guerra que, em seus “comandos” não tinham a possi-bilidade de se confessar, tomaram então consciência do valor incalcu-lável de ter perto de si este homem extraordinário que pode dizer da parte de Deus: “Eu te perdoo”.

Um admirável privilégio vo-cês possuem, leigos do século XX, do qual parece que não avaliam o preço: a possibilida-de de comungar todos os dias.

Vocês nem sequer suspeitam que (salvo nos primeiros séculos), os fiéis e mesmo os religiosos; co-nheceram uma fome cruel. Assim o rei São Luiz que, no dizer de seus biógrafos, tinha uma ardente de-voção à Eucaristia, comungava apenas seis vezes por ano; a regra da Ordem Terceira de S. Francisco, aprovada por Nicolau IV, não au-torizava senão três comunhões por ano; a regra de Santa Clara não previa para as religiosas de sua Or-dem, senão sete comunhões por ano. Ah, sim! Durante séculos a consciência da Igreja esteve como que esquartejada entre dois valo-

res de um pre-ço inestimável: a santidade do Sac ramento da Eucaristia, exigindo uma reverencia infinita, e a fome de seus filhos, reclamando o pão insubstituível. De fato, po-rém, a maior parte dos doutores, durante séculos pendeu para o lado do rigorismo.

Foi necessário que uma grande voz eleva-se, no principio deste sé-culo, a de Pio X, para por fim ao debate com declarações que não permitiram mais hesitação. Esta voz estigmatizou a severidade dos moralistas, que chegaram a excluir da mesa eucarística os comercian-tes e as pessoas casadas (por isso lhes digo que vocês são privilegia-dos por terem nascido no século XX). Ela proclamou claramente a toda a Igreja: “Quando o Cristo nos manda pedir nosso pão coti-diano, na oração dominical, de-vemos entender por isso, e quase todos os Padres da Igreja assim o ensinam, não tanto o pão ma-terial, mas o pão eucarístico que deve ser recebido cada dia.”

Esta intervenção do Papa foi saudada com entusiasmo pelo povo fiel, que conheceu então uma como que alegria de liber-tação. Muitos cristãos aproveita-ram dela com reconhecimento e fervor.

Cinquenta anos se passaram:

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1 Editorial Pe. Caffarel. Carta Mensal de Agosto de 1958, Ano VI, no 5.

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onde estamos nós? O entusiasmo e o empenho de ir à mesa posta foram de curta duração. A rotina, esta velha feiticeira, retomou seus direitos. Abuso e negligencia, dois de seus frutos, eis o que é preciso constatar em grande es-cala. Abuso; comungar na missa de domingo não é mais que ro-tina para muitos; não se prepara mais dignamente, descuida-se de “examinar-se a si mesmo” como pede são Paulo, a ação de graças é escamoteada e o dia se passa no esquecimento da Eucaristia. Negligência: se muitos cristãos se habituaram a comungar na missa dominical, poucos vão cada dia à missa e comungam nela. E não é por cuidado excessivo de escru-pulosa pureza, nem por extrema reverencia para com o Santíssimo Sacramento, motivos que outro-ra retinham certos jansenistas e que não deixam de ter sua gran-deza. Não, as razões são mais prosaicas. Falta de tempo, dizem uns; incompatibilidade com as nossas horas de trabalho, adian-tam os homens - ou com a saída das crianças para as aulas, des-culpam-se as mães de família. E certamente muitas vezes é exato. Mas quantas vezes é apenas um pretexto? A prova está aqui: as extraordinárias facilidades conce-didas agora aos citadinos - missa de meio-dia, de 18 ou de 19 ho-ras - não modificaram grande coi-sa. É preciso cavar mais profunda-mente para descobrir a verdadei-ra explicação, para compreender o ilogismo destes cristãos que no Pai Nosso pedem seu pão de cada dia e renunciem a ir buscá-lo. No

fundo, o que lhes falta, é estima à Eucaristia, a fé viva na Eucaristia. Os protestos que surgem quando dou esta explicação não me fa-zem mudar de opinião. Pelo me-nos, se a fé e a fome tão fracas não fossem suficientes para levá--los à Eucaristia, deveriam eles ir à comunhão por simples docilidade ao apelo de Cristo, que a Igreja não faz senão traduzir. Este apelo insistente é inegável: lembrem-se da frase de Pio X que lhes citei.

Mas, de fato, conhecem eles o pensamento da Igreja? Os pais e educadores para as crianças, os sacerdotes para os fiéis, será que transmitem bem a mensagem? Nossos cristãos de 1958 sabem certamente que se pode comun-gar cada dia; isto, pensam eles, é uma devoção edificante; mas os melhores, mesmos os militantes será que compreenderam, será mesmo que descobriram que o regime normal do cristão normal é a comunhão cotidiana? Entre-tanto o que pode haver de mais explícito que esta outra palavra de Pio X: “A Igreja deseja que todos os fiéis se aproximem cada dia da santa mesa”.

Não penso que se deva gritar estas palavras impensadamente sobre todos os telhados. Mas as Equipes não são um telhado qual-quer. Aqueles que leem a Carta Mensal não são nem cristãos instalados no pecado, nem cris-tãos inconscientes das grandezas e exigências da sua fé; tem boa vontade, desejam viver. É neces-sário, porem, comer para viver: é bem a eles, então, que se dirigem

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os apelos instantes da Igreja.

Estes apelos se dirigem tam-bém aos seus filhos. Será que vocês pensam nisto? Será que transmitem a eles estes apelos, não fazendo, é claro, pressões in-discretas?

A Eucaristia tem um lugar central na vida cristã, mas ela não deve ficar isolada dos outros elementos desta vida cristã dos quais, uns lhe preparam o terre-no e outros são os seus frutos. Contentar-me-ei de mencionar três de insubstituível importância: um conhecimento mais profundo das verdades da fé, especialmen-te por um contato habitual com a palavra de Deus; a oração: falo da oração mental que se designa pelo termo de meditação; o amor ao próximo, um amor ao mesmo tempo vivo e eficaz. Vocês vão re-clamar: “O senhor não sabe, não conhece a nossa vida leiga!” O que eu sei é que não há cristia-nismo com abatimento. Conheço também alguns cristãos - perfei-tamente normais, eu lhes garanto - que acham que as necessidades vitais do organismo espiritual, as-sim como as do corpo, não po-dem ser negligenciadas sem pe-rigo grave.

Não nego que alguns, apesar do desejo que têm, estão impos-sibilitados de irem cotidianamente à missa. Que estes se tranquilizem. O sofrimento desta privação e o desejo que ela alimenta, lhes obte-rão as graças que Deus reserva aos seus filhos impedidos de se abebe-rarem nas fontes sacramentais.

Mas estou convencido de que se poderão esperar dias magnífi-cos para a nossa Cristandade se, enfim, se chegar a compreender que a missa e a comunhão de cada dia são o regime normal do cristão, que se dispensar des-te convívio sagrado sem razão, é prova de um incrível pouco caso para com este dom prodigioso do amor divino: a Eucaristia.

Veremos, então, multiplica-rem-se as vocações sacerdotais e religiosas: alimentadas pela Eu-caristia, as almas aspiram a um dom cada vez mais total. Assisti-remos, também, a uma fecundi-dade inesperada de nossos movi-mentos católicos. E o sacramento do Matrimônio, “super-ativado” pelo seu entroncamento com a Eucaristia, dará plenamente seus efeitos de fidelidade, de pureza, de santidade conjugal.

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo

Eq.01A - N. S. do Rosário Piracicaba-SP

“Quando o Cristo nos man-da pedir nosso pão cotidiano, na oração dominical, deve-mos entender por isso, e quase todos os Padres da Igreja assim o ensinam, não tanto o pão material, mas o pão eucarístico que deve ser recebido cada dia.”

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Nos dias 01, 02 e 03 de maio de 2015, com o Tema “Avançar para águas mais profundas” e o lema “Tornai-vos, pois praticantes da Palavra (Tg 1,22)”, acon-teceu o XIV Encontro Nacio-nal das EJNS no convento Ipuarana na cidade de Lagoa Seca/PB, com a presença de representantes das seis regionais, de sacerdotes, diáconos, religiosas e casais acompanhadores. Na sexta feira iniciamos com uma Celebração Eucarística presidida pelo bispo da cidade de Campina Grande, Dom Frei Manoel Delson e à tarde a palestra tema do encontro foi minis-trada pelo SCE do Secretariado Na-cional, Padre Sérgio. À noite, encer-ramos o dia com uma adoração. No sábado Cida e Raimundo nos agra-ciaram com a palestra sobre Maria, Mãe de Deus e o Pe. Max, nos fez refletir sobre as EJNS como caminho para avançarmos para águas mais profundas. No domingo, a palestra de encerramento foi do Padre Ra-chid, com o tema “família”. Além das palestras, tivemos entre outras atividades as interequipes, dinâmi-cas, peças, confraternização (festa junina) e, como não poderia deixar de ser, a oração do terço.

Nesses três dias vivemos momen-

EJN

S

XIV ENCoNTRo NACIoNAL EJNStos únicos de espiritualidade, formação, confraternização e partilha de vida entre os jovens de todos os lugares do nosso Brasil onde existem às EJNS. Essas experiências permi-tem ao equipista entender:

melhor a sua pertença ao Movimento que, sob a ação do Espírito Santo e do amor de Maria, os levam para o cami-nho da Santidade.

Esse também foi um momento ímpar para nós, casal Acompanha-dor do Secretariado Nacional, que tivemos a oportunidade de nos en-contrarmos com outros 20 casais acompanhadores de outras regio-nais para trocarmos experiências da nossa vivência, além de refletirmos sobre alguns pontos específicos nos tempos atuais nas EJNS. Ao Casal Acompanhador e ao SCE, especial-mente da equipe de base, cabe um olhar mais zeloso para cuidar das ovelhas que o Bom Pastor nos con-fiou. Assim como perguntou a Pe-dro, Jesus nos pergunta a cada dia se o amamos mais do que os outros e nos ordena:

“Apascenta as minhas ovelhas”.

Lêda e MenezesCasal Acompanhador do Secreta-

riado Nacional das EJNS Brasil

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a História dos estatutos

Organizado por Monsenhor Fleis-chmann, ex-Conselheiro Espiritual da ERI, e pelo postulador do proces-so de beatificação do Padre Caffa-rel, Padre Paul-Dominique Marco-vits, houve, em dezembro de 2010 em Paris, um importante Colóquio com a finalidade de aprofundar o conhecimento da vida e da obra do Padre. Uma das pessoas que melhor o conheceu, seu ex-secretário Jean Allemand1 foi um dos que deram testemunho na ocasião. Escolheu um tema de grande interesse para todos os equipistas: falou sobre a gênese e a evolução da Carta Fun-dacional, ou seja, dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora. E acredi-tamos que nenhum dos escritos do Padre Caffarel exprime melhor seu pensamento sobre as Equipes do que esse documento, cuja releitura recomenda-se a todos.

Na sua exposição, Jean Alle-mand falou sobre as origens dos Estatutos, que nasceram da preo-cupação do Padre Caffarel com a dispersão que ameaçou o jovem movimento das ENS em 1947. Diz um texto da Carta do mês2 de 4 de novembro de 1947: “Na reunião

de 28 de outubro, o Sr. Padre Caf-farel apresentou as grandes linhas da regra sob a qual viverão dora-vante nossos grupos de casais...” Uma das frases que bem reflete a preocupação do Padre está no Preâmbulo dos Estatutos: “Tais equipes não são abrigos para adul-tos bem-intencionados, mas sim grupos de voluntários, generosos e ativos”. E na visão de Caffarel, para esse fim, era preciso que hou-vesse uma regra, como nas con-gregações e ordens religiosas.

Entre os dias 28 de outubro e 8 de dezembro de 1947, um grupo dos primeiros equipistas, conduzido pelo Padre Caffarel, trabalhou na redação definitiva dos Estatutos. Segundo Jean Allemand, não deve ter sido ta-refa fácil, pois o Padre era muito exi-gente e perfeccionista. Jean contou que quando era secretário do Padre, este lhe trazia um texto para reler e dizia: “Este editorial tem três páginas. Espero que você me dê três páginas de observações sobre o que não está bom, por que não está bom e o que você sugere no lugar”. No dia 8 de dezembro, em cerimônia realizada na cripta da igreja de Santo Agostinho, em Paris, os Estatutos foram promul-gados e em seguida publicados no no 1 do novo boletim que passou a

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lSEguINDo oS ESCRIToS Do PADRE CAFFAREL

1 Trabalhou diretamente com Padre Caffarel de 1968 a 1973 e depois, eventualmente, até a morte do Padre. Jean e sua esposa Annick eram equipistas e membros da ERI de 1973 a 1985; Jean trabalhou como “permanente” no secretariado nesse período. É autor da co-letânea de textos do Padre que foi publicado no Brasil sob o título de “A Missão do Casal Cristão” e da biografia “Henri Caffarel, um homem arrebatado por Deus”.2 Nome do informativo mimeografado que circulava na época

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se chamar “Carta Mensal das Equi-pes de Nossa Senhora”. Uma carta acompanha a publicação, dizendo que os Estatutos não são perfeitos e que poderão ser modificados. “Eles respondem à expectativa de nume-rosos grupos que desejam uma di-reção firme, orientações precisas e uma estrutura forte”. Eles decorrem da experiência dos grupos de casais que já existem; “podem parecer exi-gentes, mas é o que desejam muitos casais, sobretudo entre os mais jo-vens que anseiam por uma lei forte, que os ajude a viver num clima de virilidade cristã”.

O primeiro capítulo dos Estatutos é dedicado à “Mística” (palavra mui-to do gosto do Padre Caffarel, segun-do Jean Allemand) das Equipes, que se desenvolve em duas vertentes: o auxílio mútuo e o testemunho. Os casais se ajudam mutuamente para melhor conhecer Deus e os caminhos que levam a Ele e assim encontra-Lo. Auxílio mútuo que leva naturalmente ao testemunho. Diz o Padre: “Marido e mulher se dão um ao outro, para juntos se darem aos outros”. Mas a vivência da Mística exige uma disci-plina, ou seja, meios concretos para sua prática. E aí está a genialidade de Henri Caffarel: o meio fundamental é a equipe e sua reunião mensal. O ca-pítulo da Disciplina contém a maneira como a reunião deve ser organizada e aquilo que passou mais tarde a se chamar “pontos concretos de esfor-ço”3. Eram Estatutos bem exigentes e vários grupos saíram na ocasião, fundando outros Movimentos, que não prosperaram. Daí Padre Caffa-rel dizer: “Foi o Movimento exigen-

te que sobreviveu e se desenvolveu.Sejam exigentes: vocês nunca causa-rão decepção”.

Porém já em 1959 o Padre passa a se preocupar com outro “perigo”. No editorial da Carta Mensal de dezembro daquele ano, ele escreve: “Entrar nas Equipes de Nossa Senhora é perigoso. No tempo em que ainda não tínhamos Estatutos, as equipes eram ameaçadas pelo perigo que corre todo movimen-to cuja mística não é sustentada por obrigações: os espíritos se aquecem sob o sopro da mística, mas a vida fica estagnada. Graças aos Estatutos, os equipistas são firmemente sustentados pelas obrigações. Mas cuidado com este novo perigo: esvaziar as obriga-ções de seu espírito. É preciso temer que as obrigações se tornem um fim em si mesmas, um ideal, uma limita-ção e que os equipistas pensem que a perfeição cristã consiste em respeitar as obrigações dos Estatutos. [...] Vamos formar cristãos ou produzir fariseus, em nossas Equipes? ”

Não seria bom refletir sobre isso também hoje em nosso próximo Dever de sentar-se?

Hélène e Peter Eq.05A - N. S. da Santa Cruz

São Paulo-SP

Monique e Gérard Eq.01A - N. S. do Sim

São Paulo-SP

M. Regina e Carlos Eduardo Eq.01A - N. S. do Rosário

Piracicaba-SP

Cidinha e Igar Eq.01B - N. S. Aparecida

Jundiai-SP.

3 Originalmente, nos Estatutos, chamados “obrigações” assumidas por cada casal ao en-trar no Movimento.

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CM 493 23

Casados há 38 anos, há 37 anos participamos das Equipes de Nos-sa Senhora. Nelas aprendemos a desenvolver nosso amor a Deus, nosso amor conjugal e nosso amor ao próximo. A Equipe nos ajuda a alimentar diariamente esses amores e nossa fé.

Quando olhamos tudo o que vivemos até aqui sentimos, muito clara-mente, a mão de Deus nos guiando, nos preparando. Ele sabe que nós dois somos “cabeça dura” e que precisamos de tempo para aderirmos com empenho, não importa ao que seja. Assim, quando Hermelinda e Arturo nos fizeram o pedido de assumirmos a representação no Brasil da Associação dos Amigos do Padre Caffarel, e a animação da Causa de sua Canonização, Deus já tinha feito seu trabalho em nossos corações e em nosso espírito - e de forma muito explícita - o que nos levou a aceitar, apesar de nossas limitações de saúde, de tempo e de talentos.

Demos o nosso SIM porque estamos convencidos de que essa respon-sabilidade não é só nossa – somos simplesmente os animadores –, mas NOSSA, ou seja: de cada um de nós, casais e sacerdotes Conselheiros Es-pirituais, sendo que muitos já estão engajados nessa Causa desde 2011. O progresso da Causa de Canonização do Pe. Caffarel depende de cada um de nós. É o que queremos mostrar a vocês neste momento.

Processo de CanonizaçãoVocês sabem que a primeira etapa do processo de Canonização foi

concluída em outubro passado – vejam na CM 490/2015, p.23, o artigo “Atualização no Processo de Beatificação”, escrito pelo Pe. Paul-Domini-que Marcovits, o.p.. Agora estamos aguardando o decreto de validade do Inquérito que declarará se ele foi corretamente elaborado. Em seguida entraremos na redação do “Positio”, que é o documento que descreve com precisão a vida, as virtudes e a santidade do Pe. Caffarel. Esta fase é demorada devido ao rigor com que ela é realizada.

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1 Pe. Paul-Dominique Marcovits, portador do dossier encaminhado a Roma s/ a Canonização do Pe. Caffa-rel. 2 A mesa onde foram colocadas as caixas com documentos (inquisições das testemunhas e escritos do Pe. Caffarel) durante a Cerimônia de encerramento do inquérito diocesano da causa. 3 A presidência da última sessão, composta pelo Bispo Auxiliar e o Arcebispo de Paris além do Chanceler da Diocese de Paris, e logo abaixo, as cinco caixas que foram seladas no local para posterior envio a Roma.

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24 CM 493

Enquanto o Vaticano faz o seu trabalho, nós temos tempo, aqui no miudinho das nossas vidas, de prepararmos a próxima fase (a Beatifica-ção). Como? Com fé e generosidade.

Com fé Pedindo a Deus que comprove a santidade do Pe. Caffarel por meio de milagres. Sem isso a próxima etapa não terá sucesso. É o que nos disse o Pe. Marcovits no artigo mencionado acima (CM 490/2015 p. 23).

Não há santo sem milagre. A realização de milagre(s) de cura é o critério que a Igreja adotou para a “confirmação do Céu” da san-tidade de uma pessoa. Por isso precisamos obter de Deus que Ele intervenha extraordinariamente, pela intercessão do Pe. Caffarel, curando milagrosamente alguém.

Estamos acostumados a ver no Pe. Caffarel o fundador do nosso Movi-mento, o autor de frases profundas e maravilhosos editoriais, escritor de be-los livros, o homem determinado na sua ação pastoral, criativo, exigente, ...

Mas agora precisamos começar a ver e a nos acostumar com o Pe. Caffarel INTERCESSOR: aquele que, perto de Deus intercede por nós em nossas dificuldades e nossos desafios.

É disso que precisamos neste momento da Causa de Canoniza-ção do Pe. Caffarel: ORAÇÃO. MUITA ORAÇÃO pedindo a interces-são dele para obtermos graças e milagres de Deus.

Vocês podem estar pensando: “Pedir a intercessão do Pe. Caffa-rel? Como? Para que? Quando?”

alguns exemplos concretos: “Há tantos anos estamos nas ENS

e nos sentimos um pouco frustra-dos pois não conseguimos fazer o Diálogo Conjugal”. Peçam a ajuda do Pe. Caffarel para superar essa dificuldade.

“Estamos tristes porque um com-panheiro da Equipe está muito doente”. Porque não organizar momentos fortes de oração (indi-vidual, em casal, em Equipe) pela sua cura com a intercessão do Pe. Caffarel?

“Estamos preocupados com o casamento de um filho, de uma irmã, de um amigo, de uma sobrinha, ...” Peçam a intercessão do Pe. Caffarel que nos disse que o casa-mento é lugar de felicidade, de realização e de santidade.

“Nosso filho solteiro, nossa filha solteira, vai ser pai/mãe”. Peçam, a intercessão do Pe. Caffarel, a graça da força, da aceitação, da acolhida e da alegria.

“O desemprego, o dinheiro curto, o cansaço vão minando o nosso casamento”. Peçam ao Pe. Caffa-rel que interceda ...

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A lista poderia ser enorme. É verdade que algumas situações não têm volta, mas certamente o sentimento e o olhar podem mudar. Por isso vamos pedir e com fé.Não há Santo sem Milagres. Não há Milagres sem a Fé expressa na Oração confiante. “Acreditais que eu posso fazer isso? ” Eles res-ponderam: “Sim, Senhor”. Então tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. (Mt 9, 28b-29)Vamos orar, pedir! Peçamos a intercessão do Pe. Caffarel! Muitas graças nos serão dadas e muitos milagres vão acontecer!Pedimos que nos comuniquem, pelo e-mail [email protected], as graças conseguidas com a intercessão do Pe. Caffarel de que vocês tomarem conhecimento, e nós as encaminharemos para o Postulador da causa.

Com generosidade Aderindo formalmente à Causa de Canonização de coração, e assim demonstrando a importância que damos a esta Causa. Essa adesão se dá associando-nos à associação dos amigos do Pe. Caffa-rel, o que permite também que exerçamos a generosidade concreta ajudando a sustentar materialmente a Causa de Canonização que entra agora na fase que gera mais despesas. É de cada pouco que é dado com amor na adesão e na renovação à Associação que se faz o montante necessário para cobrir aquelas despesas.

Neste ano de 2015 as adesões e renovações brasileiras à Associa-ção estão muito, muito baixas – até o mês de agosto cerca de

0,7% dos casais equipistas (apenas 1 em cada 150 casais) se associaram ou pagaram a renovação.

Temos certeza que este número não é coerente com o nível da gratidão dos equipistas brasileiros ao Pe. Caffarel; é certo que alguns não podem, e nesse caso não devem, pagar o montante estipulado (e já estamos estudando uma outra maneira de poderem participar).

Para aqueles que querem fazer ou renovar sua associação ainda temos tempo de reagir: por favor vejam na CM491/2015, nas pp. 28 e 29, o excelente artigo do casal Sandra e Valdir que explica di-reitinho como fazer isso.

Em caso de qualquer dúvida não hesitem em entrar em contato conosco pelo e-mail indicado acima. Contando com a fé e a generosidade de cada um de vocês, recebam nosso fraterno abraço,

Vicélia e Luiz Carlos MagalhãesCasal Representante do Brasil para

a Causa de Canonização do Padre Henri Caffarel

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Viver em equipe é saber ser parte de um todo. É como ser uma parte fundamental de um corpo, mesmo sabendo que sem ele esta parte não sobrevive. Ter espírito de equipe, leva a ter sentimentos de humildade, tolerância e companheirismo.

Nenhuma equipe suporta o tempo senão houver uma íntima e fraterna relação entre seus membros. Mas para que haja isto em nosso Movimento é preciso criatividade, iniciativa, e principalmente ir em busca de Cristo, do auxílio mútuo e do testemunho.

Para nós, é com muita alegria escrever sobre a equipe 3 Nossa Senhora da Esperança, que comemora 30 anos de fundação, porque durante este tempo, se beneficiaram com uma amizade profunda, o que caracteriza uma equipe de Nossa Senhora, que mesmo fora das reuniões sentem-se ligados e comprometidos como uma família.

As Equipes de Nossa Senhora são uma grande família, e todos nós somos responsáveis em mante-la viva, unida. Os casais da equi-pe 3 sempre se comprometeram com o Movimento, ao longo de sua caminhada, assumindo com muito amor e dedicação, as responsabi-lidades que foram dadas. Com muito orgulho e admiração citaremos alguns: Dois casais foram CRS, todos foram CL e CP. Alguns foram coordenadores de Experiência Comunitária. Sempre foram grandes colaboradores nas Noites de Estudo do Setor e de outras Formações.

Mas, uma equipe é uma pequena igreja, e precisa contar com a presença de um sacerdote. Este é um privilégio que temos e que através do SCE nos ajuda na caminhada em busca da santidade.

Hoje esta equipe conta com nosso querido Pe.Flávio Cavalca, com sua imensa sabedoria e disponibilidade ao serviço, que vai além de sua equipe e estende aos Setores de Aparecida e Guaratinguetá com SCE de Setor, na Carta Mensal, nos retiros pregados por ele, em diversos lugares do Brasil.

Enfim o Setor de Aparecida foi se multiplicando, e sempre contou com a presença desta equipe para levar a seiva do Movimento aos casais novos.

Que Nossa Senhora continue abençoando-os, e que possamos compreender o verdadeiro sentido de ser uma equipe.

Terezinha e Waguinho CR Setor - Aparecida-SP

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VIDA DE EquIPE EM APARECIDA

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o quE é EquIPE DE NoSSA SENHoRA?

Estamos nas ENS a algum tempo, e em nossa última Reunião Mensal colocamos as nossas dificuldades como casal, nos exalta-mos e achamos que deixamos uma impressão que as coisas iriam de mal a pior. Um casal que nos acompanha a muitos anos não estava presente pois iriam casar a filha no outro final de semana em MG, somos do RJ, e além disso a esposa estava com problema de saúde.

Temos o hábito de toda sexta-feira a noite nos reunirmos para uma Noite de Oração e como ela estava internada, não podia ter contato com ninguém, fez questão de nos mandar uma mensagem:

“Luiz e Tati, são 1h 56 da madrugada do dia 06/05/2015, perdi o sono e resolvi colocar neste pedaço de papel o que lhes queria dizer, pois não estarei na Noite de Oração como vocês sabem estarei internada e não quis deixar para a nossa reunião formal pois ficará muito longe...

Viver em família é um desafio, não é fácil para construí-la exige-se, sabedoria, esforço, disponibilidade, doação, jogo de cintura, enfim vários adjetivos, e não só de um, mas dos dois. Aprendemos muito no mundo de hoje, mas na correria da vida desaprendemos com o mais fácil, o coração, estamos esquecen-do dele (que é só amar).

Rezei por vocês de uma forma especial e mais intensa, de sábado do casamento dia 27/04 até 02/05, e prometi apresenta--los em oração a São José, que estariam dentro da igreja consa-grada a ele, e aconteceu, no sábado onde os cinco (nós e nossos filhos) estavam dentro da igreja, a família reunida e que fizesse de vocês a família de Nazaré. Peço a vocês que sentem, que re-zem, conversem, reflitam se entendam e deem tempo para que Deus opere em suas vidas.”

Isto é Equipe de Nossa Senhora: se preocupar com o outro. Para ela nos éramos naquele momento, tão importantes quanto o casamento de sua filha Alessandra e o seu tratamento médico. Somos sim equipistas e procuramos colocar tudo que aprende-mos em prática nos momentos difíceis. Amamos o Movimento, amamos nossa querida equipe N. S. da Penha, nos amamos e principalmente amamos a Deus.

Tatiana e Luiz Eq.99 - N. S. da Penha

Rio de Janeiro-RJ

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A TEoLogIA DAS FRALDAS E DAS MAMADEIRAS

Lá nos idos de 1986 chegou-nos uma carta do Vaticano, anun-ciando que devíamos, na IVª As-sembleia do Pontifício Conselho da Família, do qual éramos mem-bros, fazer uma exposição sobre um tema ligado à espiritualidade conjugal.

No dia aprazado, com o plená-rio lotado com todos os membros do Conselho e mais uma dúzia de assessores, tivemos que tomar a palavra.

É preciso esclarecer que, com muito esforço e dedicação, ao lon-go dos 4 meses que antecederam a reunião, tentamos preparar a exposição. Lemos e relemos tex-tos, artigos e livros em busca do que poderíamos dizer. Quando encontrávamos, ela ou eu, uma ideia “brilhante”, assim que a co-locávamos em comum, vinha a de-cepção: não serve! Não é isso que temos que apresentar. Foi uma ver-dadeira agonia.

Com uma inquietação cres-cente, entramos no avião, rumo a Roma sem saber o que dizer! Assim que chegamos, deposita-das as malas no hotel, corremos ao Palazzo San Calixto – sede do Conselho – com um imenso te-mor que nossa “ponencia” (expo-sição) fosse logo no primeiro dia! Não era, por graça de Deus. Mas continuávamos sem saber o que dizer! Todas as noites varávamos a madrugada tentando preparar a exposição. Nada! As ideias que

surgiam, acabavam, sendo pos-tas de lado.

Claro que, no meio de toda a agonia, estivemos sempre a pedir ao Espírito Santo para nos ilumi-nar. Mas parecia que Ele não nos ouvia!

Até que, na antevéspera do dia aprazado – lembro-me bem – lá pelas duas horas da madru-gada, virei-me para Esther e disse com toda a segurança: “vamos falar como estamos acostumados a falar aos casais das Equipes”. A agonia acabou, tranquilos pe-gamos no sono. Era o fruto que tardou, mas acabou chegando. Só então, recordamos o que Senhor disse: “não fiqueis preocupados com que haveis de falar porque, naquele momento, o Espírito vos dirá o que dizer”. (Mt 10,19-20)

Que foi que dissemos? Com toda a simplicidade, recordamos fatos, acontecimentos, preocu-pações e problemas, mas também as alegrias, o encantamento de um para com o outro, as superações, as vitórias, a nossa felicidade. Em suma, procuramos mostrar como, na vida quotidiana do casal, os seus altos e baixos, vistos com o olhar da fé, são momentos e opor-tunidades de encontrar o Senhor e, assim, viver a nossa espiritua-lidade, aquela que não pode ser vivida pelos celibatários nem pelas virgens.

Por isso, de certa feita, um ami-go que nos ouviu, em uma palestra,

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procurou, de uma forma bem simples, traduzir o que havíamos tentado explicar: “quer dizer que vocês estão propondo uma cor-riqueira teologia das fraldas e mamadeiras que os padres e as freiras nem sequer são capazes de perceber o alcance”. E concluía: “pena que os cristãos casados não tenham idéia de tão vivencial teo-logia”.

E sem qualquer falsa modés-tia, podemos garantir que foi um sucesso o que, com toda simplici-dade, expusemos lá no PCF. Che-gamos a constatar alguns parti-cipantes nos abraçarem com os olhos cheios de lagrimas.

Não é preciso dizer nada mais: até o Papa ficou sabendo porque,

quando na fila dos cumprimentos, o nosso Presidente, o simpático Cardeal Gagnon, fez questão de dizer a João Paulo II que tínhamos apresentado uma “ponencia muy buena”. E o Santo Padre, na mes-ma hora, indagou: são de S. Paulo?

É bom não esquecer que o nos-so Papa hoje é santo, por isso po-demos dizer, com imensa satisfação, que já conversamos com um santo canonizado!

Ficou assim provado que, se a burra do Balão” (Num. 22-24) falou das coisas de Deus, qualquer simples brasileiro também pode falar!

Esther e Luiz Marcello Azevedo.Eq.01A - N. S. do Sim

São Paulo-SP

“AgoRA VAI!”

“Ajude-nos a descobri-lo”, a descobrir a bele-za e a riqueza do

amor conjugal, foi o pedido feito por quatro jovens ao Pe. Caffarel e sua resposta: “Podemos buscar juntos”. Uma descoberta realizada a “quatro mãos” por assim, dizer, dos jovens e do Padre. Um pedi-do, uma resposta inspirada e assim nasceu as Equipes de Nossa Senho-ra. Não conseguimos deixar de nos emocionar ao lembrarmos e refletir a grandeza e o alcance desta cena.

Hoje, casados há 37 anos, re-cordamos nosso início de caminha-da e nosso anseio profundo de co-nhecer e amar a Deus, e o quanto mergulhamos nesse projeto, até

chegarmos às ENS já com um ca-bedal espiritual, para nos encantar com a proposta desse Movimento, de vivência do matrimônio santo, amoroso e feliz, do jeito que Deus concebeu e quer que o seja.

Nossa contribuição inicial às Equipes foi a consciência de que para os cônjuges santificarem-se, é necessário que cada um deles se santifique, principalmente, através da oração pessoal e frequência aos sacramentos. Chegamos ao Mo-vimento acreditando, pela fé, na presença do Altíssimo; somos tem-plos do Espírito Santo e no silêncio da alma O amamos e O adoramos, deixando-nos inundar por Seu amor transbordante. Assim come-ça o nosso caminhar pela via da

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perfeição, vivendo o matrimônio como fonte de imenso amor, “de paraíso” e por vezes de céu.

O que nos tem proporcionado as ENS? A oração pessoal deve conduzir e alimentar a oração co-munitária. Esse o primeiro presente que recebemos, mediante a reu-nião de equipe e noite de oração. O segundo presente o compromis-so da meditação diária da Palavra, com a busca da verdade e do de-sígnio de Deus. Foi à descoberta dos PCE e redescoberta de que é necessário o esforço humano, sem prescindir da Graça, para progredir na caridade.

Nesse contexto, os retiros e en-contros têm sido fontes de muitas bênçãos e graças. Destacamos o III Encontro Nacional realizado em Aparecida/SP, com seus belíssimos testemunhos e ensinamentos apre-sentados. Relembrando aqueles jovens casais que foram procurar o Pe. Caffarel desejosos de “viverem o seu amor conjugal no vínculo da fé”, fazemos menção ao testemu-nho do jovial casal que se expôs,

FoMoS ENCHER NoSSAS TALHAS DE águA VIVA

NA CASA DE NoSSA MãE APARECIDA

corajosamente, despertando em nós forte emoção, pela delicadeza e serenidade com que abordaram realidades sofridas de suas vidas. Ele nos contagiou com as suas verdades, a disponibilidade para o serviço e pela esperança no porvir abençoado pelo Senhor.

Que dizer então das celebra-ções litúrgicas e da “procissão das luzes”, caminhando ao lado da Virgem Maria? Momentos ines-quecíveis. Saímos desse III Encontro Nacional robustecidos na nossa fé, animados na esperança e transfor-mados pelo amor de Deus. Volta-mos para o nosso lar com a certeza daquilo que outrora falou o nosso fundador: “Não há, para as pesso-as casadas, necessidade de procu-rar outro caminho para a santifica-ção que não o amor penetrado e transfigurado pelo amor divino”. Deixamos Aparecida com aquele sentimento expresso pelo Pe. Pau-lo: “Agora vai!”.

Fátima e LuizEq.05B – N. S. d’Ajuda

Jaboatão dos Guararapes-PE

Os meses que antecederam o I I I Encontro Nacional de Aparecida foi marcado por momentos fortes de preparação para nós. Desejávamos participar desse tempo de graça, sabíamos que o Senhor estar ia lá nos

esperando no sorriso dos irmãos, nas palavras que iríamos ouvir e nas orações que juntos faríamos. Estávamos indo para a casa de nossa Mãe, lugar do aconchego, da paz e do amor.

E finalmente chegou o tão es-

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perado dia! Pegamos o ônibus junto com gran-des amigos equipistas. Olhando para os que estavam conosco nos veio um pensamento: Que bênçãos o cami-nho de um peregrino pode ter! Fo i então com os olhos fixos Na-quele, que primeiro ha-via nos convidado a caminhar, que descemos em Aparecida e fomos podendo perceber o grande amor em cada acolhida, cada detalhe e pequeno gesto dos que cruzavam nosso caminho.

Ao entrar no Ginásio, assim como em Emaús, nossos olhos se abriram e o nosso coração se aqueceu. Como não deixar trans-bordar tamanha alegria através de sorrisos e abraços? Como não agradecer ao Senhor por tantos casais, vindos dos mais longín-quos lugares buscar encher suas talhas da água viva que é Jesus? E então tínhamos que dizer: “ Fica conosco Senhor!”(Lc 24, 29) Es-tamos sentindo o teu amor nes-se lugar, querermos permanecer aqui, na casa da Tua e nossa Mãe, precisamos escutá-la de novo pe-dindo a cada um de nós: “ Fazei tudo que Ele vos disser”.(Jo 2, 5)

Nas celebrações na Basílica nos sentíamos como no Monte Tabor, entorpecidos pela presença real do Senhor. A pequena imagem de Nossa Mãe Aparecida cuida-dosamente guardada naquele lu-gar, nos lembrava seu exemplo de serva humilde, e de como nas Bo-das de Caná soube estar atenta às necessidades de seus irmãos,

fazer a sua parte e con-fiar no Senhor.

As palavras ouvidas despertavam em nós um desejo de colocar cada dia mais o nosso Matrimônio e a nos-sa famí l ia nas mãos do Pai. O tema desse Encontro, certamen-te inspirado pelo Es-

pírito Santo, havia se encaixado perfeitamente à dura realidade dos tempos atuais. Ao mesmo tempo ele refletia nossa cren-ça de como um casamento Cris-tão deve ser: uma escolha feliz, alegre, onde aprendemos a amar e ser amado, a perdoar e ser per-doado, onde devemos caminhar juntos diante e apesar das difi-culdades.

O Encontro Nacional foi che-gando ao fim, a celebração da Alegria e do Amor Conjugal en-cheu nosso coração do melhor vinho, da água viva cuja a fon-te é Jesus. Voltamos fortalecidos na certeza da beleza do Matri-mônio, nas possibilidades infini-tas de esperança que o Senhor deposita em nós casais cristãos, e convictos de que a felicidade plena só pode ser encontrada em Cristo. Retornamos ao nosso lar, com o dever de fazer frutificar em nossas vidas as sementes que ali foram plantadas. Pedimos en-tão à Nossa Mãe Aparecida que nos dê sua benção, nos inspire na peregrinação da vida e na missão que o Senhor nos confiou.

Liane e Pedro Eq. N. S. da Luz - Setor E

Fortaleza-CE

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Ao entrar no site das Equipes e digitar a expressão “Pontos Concre-tos de Esforço”, no espaço de busca, abrem-se dez páginas com cerca de onze itens de consulta, cada uma, totalizando, aproximadamente, cen-to e onze artigos e matérias sobre o assunto!

Diante dessa profusão de textos tratando dos PCEs, nos pergunta-mos: o que mais pode ser dito de ori-ginal, ou de novo, sobre esse tema? Suspeitamos que quase nada.

O que nos toca falar, então, é que, por mais que sejam válidas e úteis as diversas abordagens que os casais, SCE fizeram a respeito dos PCE, a originalidade, e, portanto, a relevância dos PCE como meio de aperfeiçoamento dos casais, sob a ótica do carisma da espiritualidade conjugal, reside justamente na sua prática periódica. Sejamos honestos; por rotineiros que são, os PCE po-dem nos parecer, de início, monó-tonos ou cansativos e desprovidos de utilidade para a nossa vida de equipe.

Sentimo-nos mais desafiados e alertas em nossos encontros, nos debates sobre temas atuais, nas in-terpretações das passagens do Evan-gelho, na escuta de uma boa homi-lia. Em contraposição, os PCE, com a sua obrigatoriedade, exigência e previsibilidade, não suscitam tanto interesse. Nesse sentido, vale aqui também recordar a frase latina de Sêneca, em seu Discurso aos Jovens, “per aspera ad astra”, que se pode,

ATRAVéS Do ESFoRÇo, ALCANÇAR AS ESTRELAS

livremente, traduzir como “através do esforço, alcançar as estrelas”. A aparente aspereza e aridez iniciais da prática desses meios vão revelando, à medida se os pratica, a verdadeira alma de tudo aquilo que buscamos ao ingressar no Movimento das ENS.

Em primeiríssimo lugar, a aten-ção à Palavra, por meio da sua escuta e meditação, nos põe em sintonia com esse grande fluir do amor de Deus – Sua graça – que perpassa toda a criação. Assim, quando juntos, marido e mulher, oram, já é o próprio Espírito Santo que conduz a nossa prece, não obs-tante as eventuais falhas e desacer-tos do nosso discurso. E será tam-bém Ele, o Espírito, que repousará sobre os corações dos cônjuges quando, algumas vezes entre lágri-mas e angustiados, mostrarem, um para o outro, as suas dificuldades, os seus contragostos, as suas ale-grias na caminhada a dois. Desses eventos surgirá, então, a resolução individual de mudar e de melhorar, a qual, nos momentos de absoluto retiro e encontro com nosso Cria-dor, mostrar-se-á como o caminho que Ele próprio traçou para nós desde sempre.

Portanto, sigamos no caminho áspero, para que, mais à frente, des-frutemos da imensidão de benefí-cios e graças que os PCE podem nos trazer.

Gloria e MarcoEq.15 - Setor B - Rio V

Rio de Janeiro-RJ

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Após o EACRE ousamos embarcar nesse bote e navegar rio abaixo no nosso dia a dia até chegarmos à foz: a nossa santidade conjugal! Iniciando os preparativos à na-vegação, é hora de nos colocar-mos de joelhos e, em Oração (porque não a conjugal?), agra-decer ao Pai a graça de sermos seus filhos tão amados, apesar de tão pecadores.

A trajetória para navegar é lon-ga, e é cediço que nem sempre conseguimos navegar por uma linha reta, repleta de excelentes momentos, pois no rumo desejado encontramos a correnteza, os per-calços... É hora de fazer um Dever de Sentar-se, pois não podemos nos esquecer do jacaré, que sempre presente, no nosso descuido na fé, na incerteza, surge para obstaculi-zar nossa rota, nos destruindo.

Precisamos de uma séria Me-ditação buscando as verdadeiras necessidades, que são únicas e preciosas, comparadas com as que vezes qualificamos como importan-tes e significativas, e somente são mesquinharias: 30 moedas!!! Mas para o reino de Deus, tão pouco temos que levar.

O nosso rio é bastante caudaloso e precisamos continuar navegando. Apesar das dificuldades, para chegar ao fim tão buscado: o amor. Então, braços fortes na remada. Providos da vontade de vencer os muitos “ja-

carés” da vida, é hora de abraçar a escuta da Palavra e, nos deixar ser envolvidos pela luz e pela Palavra, porque temos certeza que a nossa vitória há de ser alcançada.

Então, num remanso encontrado e, alicerçados na Verdade e na von-tade do Pai, porque não fazermos um retiro? O silêncio cortado tão somente pelo correr das águas, tudo é obra do Deus Pai.

E nós estamos construindo ou destruindo a vida? Navegando rio abaixo como regra de Vida, se faz necessário entender que nem sempre quem tem o leme do bote é quem o deveria ter. Porém o Se-nhor o guia para que, com a aju-da Mútua, aprenda a navegar em situações adversas, pois quando re-mamos numa mesma direção, ob-jetivando a santidade conjugal, nin-guém há de se levantar pela simples aproximação de um jacaré.

Vamos remar. O rio é caudalo-so e jamais devemos desistir.

Regina e Marquinho Eq.04C – N. S. Auxiliadora

Niterói - RJ

“NAVEgANDo RIo ABAIXo, quANDo uM JACARé SE APRoXIMou,

uM DE NÓS SE LEVANTou E o BoTE quASE VIRou!”

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Todos os anos os equipistas são convidados a realizarem o PCE Reti-ro, ou o meio de aperfeiçoamento à santidade, como se dizia no final da década de 80. É um período de 48 horas, como dizem os documentos do Movimento.

Os casais são convocados a um encontro mais íntimo com Deus. Eles participam com vontade e dis-posição para ter um colóquio de amor com o Salvador da humani-dade. Contudo, para que haja este diálogo, é imprescindível o silêncio, pois Deus se comunica através dele. Não só o silêncio externo, mas tam-bém o interno de cada participante.

O Frei Inácio Larranaga, funda-dor das Oficinas de Oração e Vida, pode nos ajudar neste sentido de como nos preparar e participar de um retiro quando ele descreve o Deserto para os oficinistas na últi-ma sessão.

Ele continua alertando para os cuidados que devemos ter com a distração, as conversas fora de hora e o sono nesses desertos; inimigos para realizar um deserto ou um re-tiro.

Num deserto, assim como num retiro anual das ENS, o ser de cada pessoa deve clamar por silêncio e solidão. No entanto, antes do de-serto ou do retiro, cada um deve se preparar bem para que o coração esteja aberto para o que Deus quer falar e devemos escutar atenta-mente para praticar no cotidiano o que Ele nos diz.

Viver um retiro anual é par-tir em busca do rosto do Pai. E só

poderemos realizar isso se Jesus nos conduzir, tomando-nos pela mão e andando ao nosso lado, porque sem ele as distrações, os inimigos para um bom deserto ou um bom retiro, nos farão perder o verdadei-ro caminho.

No momento em que nos sen-tirmos completamente unidos a Je-sus, nós lhe diremos: Aqui estamos, Senhor, faça de nós o que deseja-res. Obrigado Jesus pelo que nos deste até o dia de hoje; obrigado também, pelo que nos tiraste e por tudo que fizeste de nós e Te agra-decemos também pelo muito que ainda podes nos dar.

Estão aí algumas dicas preciosas do Frei Inácio para realizarmos bem os retiros anuais e tirarmos benefí-cios para as nossas vidas, de cris-tãos católicos, equipistas conscien-tes e responsáveis para implantar e implementar o plano de amor de Deus entre nós.

Ninguém sai do encontro íntimo com Jesus sem alguma transforma-ção, como foi o caso da Samaritana no diálogo com Cristo, em Jo 4.

Essas dicas e mais as contidas nos documentos do Movimento servem para nos preparar a viven-ciar bem os retiros e, ao sair, sermos equipistas com mais qualidade.

Do contrário, o fim de semana de retiro será um mero encontro com outros casais e pessoas e o verdadeiro encontro íntimo com o Deus não aconteceu.

Stella e PauloEq.02 - Niterói C - Rio IV

Rio de Janeiro

RETIRo E DESERTo

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“Quem enviarei? Quem irá por nós?”

E eu respondi: Eis-me aqui.

Envia-me! (Is 6,8)

Está se aproximando o momen-to de escolhermos o novo CRE para o ano de 2016 e queremos nos di-rigir ás centenas de casais que exer-cerão a missão de Responsável de Equipe, fazendo-se assim obediên-cia à transitoriedade.

O manual “O Casal Responsável de Equipe” diz que “o casal escolhi-do coloca-se disponível ao Senhor, para que o Espírito possa agir nele e através dele. Entretanto, no pla-no humano, faz-se necessário um esforço de renúncia e doação, para que a vida de sua equipe seja uma escola de caridade, na busca da santificação dos casais, proposta pela pedagogia do Movimento”.

Caríssimos casais, ser respon-sável de equipe é um chamado do Senhor para trabalhar a animação, ligação e gestão da sua equipe de base. É Deus quem chama e envia. E todo chamado merece uma res-posta; principalmente uma respos-ta de amor recheada de gratidão, de abandono e de abnegação. O Senhor não chama porque já en-contra uma pessoa perfeita, mas vai aperfeiçoando-a com o auxílio da divina graça. Ao mesmo tem-po, a consciência do chamado e da missão provoca o desejo de alcan-çar uma maturidade tal que favore-

Ref

lexã

oo ZELo PoR TuA CASA ME CoNSoME

ça o desenvolvimento completo do plano divino. O Santo Papa João Paulo II na sua Divina Sabedoria já nos dizia: Ninguém é enviado de mãos vazias, ao contrário, traz consigo todos os dons dos quais será fiel administrador para que todos possam fazer a experiência de salvação que, em Cristo, o Pai oferece à humanidade inteira: “A missão não se baseia na capacida-de humana, mas na força de Cristo ressuscitado”.

Por isso, não precisamos ter medo porque a iniciativa é toda do Senhor conforme Jo 15,16 “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos designei para que vades e produzais frutos e o vosso fruto permaneça”. E o pri-meiro de muitos frutos que nós de-vemos dar é que sejamos verdadei-ras “Comunidades Vivas de Casais, Reflexos do Amor de Cristo”.

CRE seja ousado e leve em con-ta a medida generosa de Maria conforme Jo 2, 5: «Fazei tudo». - Porem sem esquecer as Palavras de Jesus em Jo 15,15: “Sem mim nada podes fazer”.

Vá a frente e repita todos os dias: Eu sei em quem pus a minha confiança. (2 Tm 1,12). E não es-queça nunca: “Tenham amor, pois o amor une perfeitamente todas as coisas. O amor é o vínculo da per-feição.” (Cl 3:14)

Girlane e Salú Eq.01 - N. S. Imaculada Conceição

São Luís-MA

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Senhor, temerosos, porém bastante agradecidos, quere-mos iniciar dizendo:

- Deus, Pai, na tua infinita bondade, quiseste nos colocar à frente de uma das equipes de Nossa Senhora, mesmo sabendo que estamos repletos de fraquezas e imperfei-ções, apenas humildemente dispostos a desempenhar tal encargo apostólico;

- Ajuda-nos a respeitar as características próprias de cada um destes nossos irmãos, para que eles possam cada vez mais desenvolver a sua personalidade, sem que no entanto se afastem das linhas mestras que o movimento nos propõe;

- Ensina-nos a aproveitar todas as circunstâncias, para po-dermos responder a cada uma delas, com sabedoria e prudência;

- concede-nos uma nova vida, mais espiritual, pois dia a dia vemo-nos mais atribulados com os afazeres materiais;

- dá-nos a preocupação do engajamento a serviço daque-les que precisam de nós;

- reforça-nos a coragem para não desanimarmos frente a obstáculos inevitáveis;

- fortifica a nossa lealdade, retidão e franqueza, para que possamos partilhar, sem medo nem reservas, as nossas experiências e riquezas descobertas;

- envia-nos a tua palavra, para que estejamos sempre pro-vidos de tudo e preparados para toda a boa obra;

- finalmente, permite-nos uma vida mais cristã, sempre animada pelo Espirito Santo, unidos para formar uma co-munidade onde mutuamente nos ajudemos a crescer em direção a Ti.

ColaboraçãoOlga e Dion

Eq.09 - Mogi das Cruzes-SP

*oRAÇão DE uM CASAL ELEITo RESPoNSáVEL

* Extraido da Carta Mensal de 1981

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Ao orar trazemos o Reino de Deus até nós, e Jesus nos ensinou fortemente a usar deste recurso.

Devemos sempre nos mobilizar de forma que, a Oração esteja integrada a tudo o que fazemos e desejamos. Por isso a boa notícia é que é muito fácil levar as crianças a orar. Vamos encorajá-las a fazê-lo e deixar o resto com Deus. É possível que ao fazer isto, este-jamos estimulando o mais poderoso exército de Oração pela transformação de nossa casa, de nossa comunidade, do nosso país e porque não do mundo ...

Dawn Marie Barhyte, americana, jornalista e escritora (kids’ministery ideas-jul/set/2005) nos sugere algumas práticas que podem dar certo quando tratamos de oração com as crianças:

Ser um exemplo vivo! Visto que as crianças aprendem a partir daquilo que vêem em seu ambiente, o elemento fundamental para ensinar crianças menores a orar é sermos pessoas de oração.

estar onde a criança está! Usar linguagem apropriada e do dia a dia com elas, e ver que as orações sejam breves, simples, sinceras e diretas. Assegure-se de orar a respeito de fatos do dia a dia a fim de que cada criança possa compreender. Por exemplo: toda vez que ouvir as sirenes do carro de bombeiros, pare! Profira uma oração em voz alta. Faça-a com as crianças.

Faça da oração a prioridade! Defina uma hora e lugar acolhedor e amoroso para ajudar as crianças a aceitarem a Deus. Prepare um lugar aconchegante de oração para ser usado antes do início do programa. Você pode incluir uma Bíblia para crianças, almofadas macias, música suave e relaxante como também livros sobre a oração e apropriados à faixa etária.

Pratique as orações de improviso! Quando a criança o procura com uma preocupação, pare e faça uma oração com ela. Peça a direção de Deus. Por exemplo, você pode dizer: “Deus, por favor, ajuda o José a ser melhor. Ajuda-o a partilhar seus brinquedos com seu amigo João”. Assim podemos suscitar a ideia de ser possível conversar com Deus a qualquer hora que sempre seremos ouvidos.

use orações diferentes! Como adultos usamos orações de agradecimento, de ado-ração, de petição e de louvor. Agradecemos a Deus pela melhor parte de nosso dia e sempre que algo bom acontece – não importa o quão pequeno – dedicamos um minu-to para mostrar gratidão. Devemos ensinar isso às crianças. Muitas vezes agradecemos a Deus por Suas bênçãos; devemos incentivar aqueles que estão aos nossos cuidados a fazerem o mesmo.

Incorpore atividades práticas sempre que possível! É boa prática planejar formas de permitir às crianças se movimentarem, ver ou tocarem como parte da lição. Crie uma colagem de “Obrigado, Deus” em sua classe e desenhe ou escreva suas orações. Elas po-dem também mostrar ou dizer como Deus respondeu a cada um. Para as crianças muito pequenas, alguém pode escrever por elas.

Dirija a atenção das crianças para a Criação de Deus! Dê apoio ao senso natural de admiração e temor daqueles que estão sob sua responsabilidade. Agradeça a Deus, espontaneamente, ao ver um arco-íris depois de uma tempestade, ou as flores da pri-mavera. Diga: “Vejam o que Deus fez para nós!”

oRANDo CoM AS CRIANÇAS

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A Carta de Aparecida nos convida a reafirmar o valor do Sacramento do Matrimônio na sociedade em que vivemos. Alerta-nos para “darmos testemunho da vida alegre dos cristãos e da família, transmitin-do a beleza do sacramento do matrimônio” (Super Região - Car-ta de Aparecida).

O Movimento e a Igreja preci-sam da esperança, da criatividade e da alegria de todos nós para dar uma resposta cristã às inquietações da sociedade. Não há o que temer, pois Cristo caminha conosco. Ao enviar seus discípulos em missão, prometeu: “eis que estou con-vosco todos os dias” (Mt 28,20).

Assim, confiantes em sua pro-messa e voltados para Virgem Maria, superaremos nossa apatia e nos tornaremos construtores de um mundo melhor. Ela nos ajuda a seguir Jesus ao nos pedir: “Fazei tudo o que ele vos disser”.

Com ela faremos tudo o que Jesus disser e a discernir os sinais do tempo, vendo o mundo com os olhos de Deus Pai, imitando-O.

Mas, como imitá-Lo? Logo no início, o livro dos Gênesis oferece algumas orientações específicas. Ali podemos ver que Deus cria, se co-munica e se relaciona.

Cria um universo de indescrití-vel beleza, partindo do nada (Gen. 1,2). Comunica-se com as criaturas: isso é bom. E no final do sexto dia, depois de criar o homem, relacio-na-se com ele entregando-lhe toda criação (Gen. 1,28). Percebendo a

solidão de Adão, envolve-se com o problema, fazendo uma auxi-liar que lhe correspondesse (Gen. 2,18).

Agindo assim, estabeleceu um modelo. Por isso é que Jesus, imi-tando-o, teve um relacionamento muito especial com as pessoas que cruzaram seu caminho e continua a ter com todos nós sem qualquer preconceito ou distinção, amando--nos incondicionalmente, como o bom pastor.

Este é o modelo a ser seguido. Como cooperadores de Deus, de-vemos olhar o mundo com espe-rança, promovendo o bem-estar comum, na situação e lugar em que vivemos, vendo a família como “obra prima da sociedade”.

Como casais equipistas, somos convocados a deixar o comodismo e egocentrismo de lado, transfor-mando-nos em missionários criati-vos, pacientes e alegres, para levar e testemunhar a boa nova do ma-trimônio cristão a uma sociedade ferida e carente dos valores evan-gélicos.

Para isso, contamos com a gra-ça do sacramento do matrimônio, a vivência dos Pontos Concretos de Esforço e a intercessão da Mãe Apa-recida, que sempre atenta ao vinho que nos falta e confiando na pre-sença do seu Filho no meio de nós, continua a nos pedir: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).

Dóris e Adalberto Bega Eq.06A - N. S. de Fátima.

Jaú-SP

CAMINHEMoS

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No Evangelho de São João (15, 1-2), Jesus fala “Eu sou o a videi-ra, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai corta. Os ramos que dão fru-tos, Ele os poda para que dêem mais frutos ainda”.

Oxalá se todos os cristãos, so-bretudo, os equipistas, utilizassem esse ensinamento deixado por Cristo como algo a ser meditado e praticado todos os dias.

Se todos nós nos víssemos como galhos que fazem parte dessa videira, que é Deus, e que precisamos ser podados vez ou outra. Teríamos, certamente, mais zelo pelo nosso papel de equipista e vivenciaríamos os PCE com mais doçura e não como uma prestação de contas à nossa equipe.

Claro que alguns casais já per-ceberam a maravilha que é vi-venciar os PCE no seu dia a dia, contudo, há casais que ainda não despertaram para a verdadeira ra-zão do ser equipista.

Um verdadeiro equipista não fica preocupado em reservar um horário para conversar com Deus, como quem marca em sua agenda um compromisso sério com uma personalidade importante! Não há necessidade dessa perturbação emocional, pois esse espaço e essa importância já existem de forma natural, mansa... Deus já faz parte dos pensamentos, atitudes, planos e tudo mais que envolve a vida de um ser voltado para o Criador.

SER EquIPISTA

O casal equipista comprometi-do com o movimento não busca ter um tempo livre durante o dia para ler a palavra de Deus, pois tal prática faz parte da sua rotina di-ária, como o café-da-manhã que o alimenta e dá forças. Na progra-mação desses equipistas Deus está em primeiro lugar, sempre!

Esse lugar é garantido, não somente pelo fato do casal viven-ciar a escuta da palavra, a medi-tação, a oração conjugal, o dever de sentar-se, de ler a carta mensal, de participar do retiro anual e dos eventos que o Movimento propor-ciona, pois tudo isso é, no mínimo, o que se espera de um casal equi-pista, vivenciado sob a ótica das três atitudes. É, sobretudo, pelos frutos colhidos com tais práticas.

E disso, resulta em ir para as reuniões formais como quem vai à uma celebração, e comportar--se como o ambiente determina, acolher sabiamente as eventuais correções fraternas, empenhar-se na animação da equipe, orar por seus membros, evangelizar em to-dos os momentos e não somente nos que lhes convêm.

Temos que, acima de tudo lembrar que o casal equipista leva consigo um diferencial: bus-car a santidade. E para isso, obri-gatoriamente, é necessário que estejamos ligados à videira que é Deus, pois, de outro modo, es-taremos perdendo o nosso tem-po, o tempo dos outros casais da

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nossa equipe, o tempo do sacer-dote conselheiro espiritual, o tem-po do Movimento, como um todo e, principalmente, o tempo de Deus, que espera de nós somente

AS ENS, A IgRELA E oS SINAIS DoS TEMPoS

o que é possível: sermos santos as-sim como Ele (1 Pe 15).

Rosanny e ManoelEq.15 - N. S. da Misericórdia

São Luís-MA

A nossa contemporaneidade está passando por uma incrível transformação, tanto na vida cultural, econômica e principalmente na religiosa, obrigando os homens à mudanças no modo de pensar e agir. O papa Francisco prega com amor e humildade: a unidade das diversas vertentes cristãs, numa verdadeira união inter-religiosa. Como poderia o Pe.Caffarel imaginar que sua semente plantada lá atrás, chegaria a ser um dos principais movimentos católicos do mundo, voltados exclusivamente para edificar e santificar cada vez mais, o amor entre os casais, na união intrínseca das famílias, ou-vindo a Palavra e o entendimento dela, numa comunhão com os dogmas e o magistério da Igreja Católica?

Nós, equipistas, somos os responsáveis para sermos o exem-plo daquilo que a Igreja de Pedro prega, ou seja, a união entre o homem e a mulher, alicerçada no sacramento do matrimônio, fundado em rochas firmes e gratificados com o amor de Jesus Cristo. O matrimônio na sua essência, está sendo pressionado e desafiado pela secularidade, e por uma tal de “diversidade” É neste contexto que entra em cena, a mística e o carisma das ENS.

O papa Francisco pode contar com nosso movimento como testemunhas vivas e atuantes na espiritualidade conjugal, gra-ças ao amor gratuito que Deus nutre por nós casais e famílias, numa afeição tal, que muda destinos, consciências e transforma os corações. Para enfrentar os desafios, aplicamos a mística e o carisma do movimento, como soldados e “blindados” numa ba-talha, onde o combustível necessário nós encontramos em nossos PCE. Nossa luta é em prol da vida, da justiça, da paz e da caridade, evangelizando com amor a pessoa carente, os perseguidos, os desesperados e respeitando os animais e a flora. O nosso “SIM” aos compromissos assumidos com as ENS, nada diferem daquele proferido por Nossa Senhora na Anunciação.

Eq.02 - N. S. Auxiliadora

Limeira-SP

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Com o término do Concílio Vaticano II em 1965, cresce nas ENS a necessidade de sintonia com as mudanças propostas à Igreja. Padre Caffarel diz que “se as Equipes de Nossa Senhora, neste pós-Concílio, não forem fermento de renovação na Igre-ja, serão postas de lado, para dar lugar a novos movimentos mais ousadamente revolucionários ca-pazes de trabalhar pelo ‘aggior-namento’ da Igreja.” “..as ENS têm uma vocação: a sua vocação é ajudar os casais a santificarem--se. Mas têm também uma mis-são na Igreja. É necessário ter sempre presente estes dois as-pectos: vocação e missão.”

Como casal temos a missão de tornar nosso lar, um lar cris-tão, desejosos de que seja uma “Igreja em miniatura” como di-zia São João Crisóstomo ou uma “Célula da Igreja” conforme o Papa Paulo VI “onde mesmo que todos os nossos templos estives-sem fechados ou destruídos será ali nesta família cristã a morada de Deus entre os homens.”

Mas a missão não acaba ali. As Equipes de Nossa Senhora são para nós “escolas de vida cris-tã”. Porém entrar no Movimento não pode ser um fim, mas um começo. Não existe cristão sem missão! Esta vivência cristã não pode se limitar ao lar ou a equi-pe, precisa chegar a outros luga-res que convivemos. É preciso se colocar a disposição da Igreja e

dos irmãos. Segundo o Estatuto os equipistas “devotados à Igre-ja, querem estar sempre prontos a responder aos apelos de seus bispos e de seus sacerdotes”, in-seridos nela, pela Eucaristia, pela Palavra, participando na sua vida de oração, mas também na sua dimensão apostólica.

Por fim, temos também uma missão no Movimento que para manter vivo seu Carisma e sua estrutura de forma planejada e organizada precisa de casais que se coloquem com amor a servi-ço nas mais variadas responsa-bilidades. “Se considerarmos as Equipes sob o aspecto de uma obra inspirada por Deus, é a ser-viço de Deus que eles exercem as suas funções, para a manu-tenção do espírito que inspirou o Movimento.”

Para bem exercer sua missão, a virtude fundamental de um cristão deve ser a caridade. A caridade não tem limites, não se cansa. Por ela colocar-se-á a ser-viço dos mais fracos e pequenos para que tenham materialmente, moralmente e espiritualmente o necessário para uma vida digna do seu inicio ao fim. Por ela o amor de Deus chegará a tantos que são descartados em meio à politicas perversas. Somente ela fará com que: “Brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas obras, glo-rifiquem vosso Pai, que está nos Céus” Mt 5,16

Form

ação“MISSão E ENgAJAMENTo”

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O mundo precisa de nós, busquemos este engajamen-to na Igreja e assumamos nos-sa missão. “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho” Jo 5,17. O Papa Fran-cisco nos alerta: “Há também os cristãos que sofrem “a tentação de parar”: Há tantos cristãos pa-rados! Tantos que têm uma espe-rança frágil! Eles acreditam, sim, que existe o céu e que tudo vai dar certo. É bom que eles acre-ditem, mas eles não vão atrás! Cumprem os mandamentos, os preceitos: tudo, tudo… Mas fi-cam parados.”

Estas palavras quando descem ao coração realmente mexem com nossa estrutura, contudo se não as deixamos frutificar de nada adiantam. Talvez algumas das perguntas pessoais mais difí-ceis de serem respondidas e mui-tas vezes de serem feitas são: “O que Deus espera de mim? Estou

fazendo Sua vontade? Posso fa-zer algo mais?” Lembremos que Deus em Sua misericórdia dia e noite nos aguarda, quer a nossa ajuda.

Esforcemo-nos então para cumprir com alegria nossa mis-são pessoal e como casal, para que pelo nosso testemunho cris-tão, o Amor de Deus chegue aos corações de tantos irmãos esquecidos e machucados. Se-guindo Maria nossa querida Mãe “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua palavra”, digamos sim aos Seus chamados.

Peçamos à Cristo nosso Salva-dor, que nos leve ao compromis-so do serviço no Reino de Deus, para sermos merecedores do Seu Amor e provemos então, da ale-gria de um filho que trabalha com seu Pai. Amém!

Adriana e HudsonCR Província Sul III

1. Para o reaquecimento de sua vida espiritual é necessário aquecê-la com o combustível das obras (Tg 2, 26)

2. Aonde e como você pode ser útil nesta seara? (Mt 9, 36-38)

3. Qual destes dois filhos eu sou? (Mt 21, 28-30)

Concluindo:Não é Ativismo! É Serviço

Servir abençoa vidas,Servir te alegra e te desenvolveServir gera frutosServir glorifica a Deus

Se consideras isto importante, então ...

uMa PrOPOSTa:

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No

tíci

as

Há 60 anos na vida de 6 casais jauenses, com a primeira expansão do Movimento das ENS para o interior paulista nas cidades de Campinas e Jaú, formava-se, em 1955, a 13a Equipe do Estado de São Paulo sendo o Conselheiro Espiritual Cônego Pedro Rodrigues Branco. Após 2 anos formava-se a segunda equipe e hoje, na passagem de seus 60 anos, o Movimento das eNS em Jaú conta com 2 setores formados por 28

equipes com 164 casais, 4 experiências comunitárias com 28 casais e 13 conselheiros espirituais. A pequena semente lançada encontrou corações com so-los férteis. Esta semente foi regada com o amor conjugal e adubada com a fidelidade aos Pontos Concretos de Esforço, transformou-se em uma linda e frondosa árvore que abriga hoje tantos casais! Somos gratos a Deus por esta dádiva e temos a certeza de que, sem a intercessão de Maria, nada disso seria possível. (Regina e Eliseu CRS A - Cecília e Emílio CRS B -Jaú/SP)

“Nação que não valoriza a sua história não tem futuro”. Este pensamento é verdadeiro também para nós, equipistas, que necessitamos, às vezes retornar ao passado do nosso setor, e trazer à memória como tudo começou.Refiro-me à equipe Nossa Senhora do amor, do setor de São José dos Campos, a primeira que se formou em nossa cidade, no dia 10/novembro/1959. Esta primeira equipe era formada por 6 casais, todos franceses, que aos poucos foram sendo substituídos por outros, brasileiros.Esses pioneiros que, neste ano, deixaram de existir como ENS, devido à idade avançada de seus casais. Nossa eterna gratidão e reconhecimento a esses casais, pois hoje podemos dizer que somos equipistas Graças a Deus.(Diácono Vantine - 33 anos como casal equipista e 16 anos como conselheiro espiritual - São José dos Campos/SP)

56 aNOS DaS eNS SÃO JOSÉ DOS CaMPOS/SP

60 aNOS DaS eNS - JaÚ/SP

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25 aNOS A equipe 01a - Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Campo Grande/MS, completou 25 anos de caminhada em 02/08/2015.

30 aNOS Em Julho/2015, a equipe 01, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, completou 30 anos. Nessa caminhada, muitos foram os momentos alegres comemorados pela equipe, mas também houveram tempos difíceis. As práticas de ajuda mútua e cor-reção fraterna, foram fundamentais para o fortalecimento dos laços entre nós. Viver em equipe é acolher o outro, é auxiliar na caminhada de casal, de amigos, e de família. Esta árvore cresceu muito, fruti-ficou e se manteve viva.Que Deus e Nossa Senhora continuem derramando suas bên-çãos sobre esses casais e que continuem dando exemplo de amor, amizade, fé e unidade.(Elaine e Fernando - CRS A - Belo Horizonte/MG)

40 aNOS

aNIVerSÁrIO De eQuIPeS

BODaS De DIaMaNTe

gerusa e KléberEm 18/06/2015Eq.01A – N. S. das FamíliasNiterói-RJ

A equipe 02a - Nossa Senhora de Caravaggio, de Criciúma/SC, completou 40 anos de existência em 12/04/2015.

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Maria luiza e ConstantinoEm 19/06/2015Eq. 2A – N. S. do AdventoCampinas-SP

BODaS De OurO

Neusa e NelsonEm 11/07/2015

Eq.07 – N. S. da ConfiançaCatanduva-SP

lúcia e rubsonEm 25/07/2015Eq.02B – N. S. das GraçasRibeirão Preto-SP

rita e assisEm 21/03/2015Eq.03G – N. S. de FátimaFortaleza-CE

ana e Wildis FulgêncioEm 26/12/2014Eq.01E – N. S. da Paz

Rio de Janeiro-RJ

Inês e luizEm 31/07/2015Eq.04C – N. S. Mãe da Igreja

Porto Alegre-RS

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OrDeNaÇÃO PreSBITeral

Helena e gentilEm 24/03/2015

Eq.01E – N. S. da PazRio de Janeiro-RJ

BODaS De eSMeralDa

BODaS De PraTa

Tázia e MedeirosEm 17/12/2014Eq.02C – N. S. AparecidaNatal-RN

MOgI DaS CruZeS/SPEm 1o de agosto, as Equipes de Nossa Senhora da Região São Paulo Leste III, todas na Diocese de Mogi das Cruzes, foram agraciadas com a ordenação presbiteral de seis novos padres, cinco deles já a serviço das Equipes de Nossa Senhora: • aleksandro Basseto Moreira (Equipes Jovens de Nossa Senhora

em Itaquaquecetuba – em implantação),

• Carlos Duarte guimarães (SCE da Eq. N. S. do Imaculado Coração de Maria – Mogi A),

• luiz ricardo Cândido da Silva (SCE da Eq. N. S. do Perpétuo Socorro – Mogi B),

• Müller aparecido do Prado (SCE da Eq. N. S. d’Ajuda – Mogi A),

• rogério aparecido leite

• rogério Oliveira (SCE da Eq. N. S. do Silêncio – Mogi A)

Ordenados pela imposição das mãos e prece consecratória do querido e estimado bispo diocesano, Dom Pedro Luiz Stringhini. (Marcia e Agnaldo - CRR - SP Leste III)

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alFeNaS/MgEm 25/junho/2015, realizou-se a Ordenação Presbiteral do SCE da Eq. de N. S. da Medalha Milagrosa, e da Equipe de Jovens de N. S. de Guadalupe do Setor Alfenas/MG, do Padre Éder Carlos de Oliveira. Com muita alegria e carinho, em nome dessas duas Equipes e do Setor Alfenas, parabenizamos e agradecemos ao Padre Éder por toda a sua dedicação e disponibilidade.Que Deus o abençoe e o capacite cada vez mais em sua vocação, fazen-do-o sempre mensageiro da Palavra e do Amor de Deus. (Regina e Ricardo - Eq.08 – N. S. da Medalha Milagrosa - Alfenas-MG)

CurITIBa/PrEm 28 de junho de 2014, do Padre Cleiton Henrique Farias da Sil-va, SCE da Eq.28 do Setor B de Curitiba, Paraná. (Solange e Maurilio - CRS B)

ITaJaÍ/SCComunicamos o Jubileu de ouro de nosso SCE, Pe. lino Fistarol, ocorrido em 01/08/2015. Nascido em Gaspar-SC, é sacerdote salesiano, tendo recebido o Sacramento da Ordem em São Paulo em 01/08/1965. Além de SCE da Eq.04 - N. S. Auxiliadora de Itajaí-SC, trabalha no setor de pastoral do Colégio Salesiano de Itajaí. Em seu longo histórico, foi diretor de várias unida-

des Salesianas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Além de professor de português, espanhol, latim e francês, foi também coordenador pedagógico. Querido e admirado pelos casais de suas equipes, seus familiares, alunos e professores dos muitos colégios onde atuou, receba, nesta ocasião especial, nossa homenagem e manifestações de grande carinho e apreço. (Maria Elena e Sergio Massarani - Eq.04 – N. S. Auxiliadora - Itajaí-SC)

CaMPINaS/SPHá 50 anos (25/outubro/1954) um jovem adoles-cente, alfiero Ceresoli, se torna um sacerdote marcado pela vocação e pelo amor.São suas estas palavras: “Cinquenta anos! Pe-diram-me e tentei realizar muitos serviços mas, afinal, sempre foi uma só ocupação: aquecer os corações de amor para o Pai e transformá-los pelo

JuBIleu De OurO SaCerDOTal

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calor do Espírito Santo em Filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo. Será que ainda estou forjando como nos primeiros anos de minha vida? A Deus toda honra e glória!”.Sim, prezado Pe. Alfiero Ceresoli, nós, das Equipes 04A, 02B e 09B sentimo-nos acolhidos e forjados a cada reunião e a cada encontro que temos, e somos gratos a Deus por tê-lo colocado em nossas vidas.Sua disponibilidade, alegria, humildade, sabedoria e fé nos animam em nossa caminhada de casais. (Ângela e José Valter - Eq.04A - N. S. de Nazaré)

VOlTa DO PaI

Frei BarruelEm 21/02/2015

Integrava a Eq.03A N. S. da Alegria São Paulo-SP

Faleceu aos 97 anos de idade, o Frei Jean Pierre Barruel de Lagenest O.P. Era seguramente o mais antigo SCE do Movimento. Amigo, questiona-dor, sábio, visionário, e sobretudo um homem de fé profunda e de contínuo diálogo com as questões essenciais do nosso tempo. Chegou ao Brasil em fins de 1946, vindo da França. Sua atuação em nossa ter-ra ocorreu como frade, educador, psicanalista, sociólogo e orientador social. Sua história felizmente ficou registrada em seu livro “O Fio de Ariadne – Recordações”, editado em 2006. Sempre foi um homem avançado e arrojado na forma de pensar as questões contemporâneas.Era um psicanalista dedicado, pro-curado por muitos casais em situ-ações difíceis, sempre disposto a ouvir em seu trabalho de educa-dor social.Perguntado sobre o segredo de sua longevidade, certa vez me disse:

“Nunca deixe de trabalhar, nunca se aposente, evite jantar à noite.” Nestas pequenas coisas, como no seu hábito de nunca almo-çar sem ter pão à mesa (essen-cial , como ele dizia), mostrava toda sua sabedoria e humanidade. (Ivênio Carvalho - Eq.03A – N. S. da Alegria - São Paulo-SP)

José, da NyzaEm 21/08/2015

Integrava a Eq.04 N. S. Rainha do Carmo

São Paulo-SP

Informamos com pesar, o falecimento do José, da Nyza, um dos casais que, junto com o Pe. Flávio, prepararam um dos capítulos do livro-tema “Colhendo os frutos do amor”. Casal muito ativo na pilotagem de novas equipes e também na preparação de noivos.Vamos rezar pela família neste momento delicado de suas vidas, principalmente pela Nyza.

léo, da JôEm 31/05/2015Integrava a Eq. 25

N. S. Rainha do AmorBrasília/DF

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MEdITANdo EM EquIPE

NOSSa SeNHOra aPareCIDa, MÃe CuIDaDOSaEm 12 de outubro, lembramos alegres Maria, que veneramos de um jeito todo nosso. Desde que sua imagem foi encontrada no rio Paraíba em 1717, a mãe de Jesus entrou no coração e na vida de muitos brasileiros. Que sua lembrança nos leve a servir a todos.

Do evangelho de João, 2,1-11:“Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”.Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser!”.Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala!”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho.”

reflexão:– Que foi que aconteceu em Caná?– Por que Maria se importou tanto com a dificuldade dos noivos?– Que posso aprender e que vou fazer?– Alegro-me com a prontidão de Maria, peço que ore por mim, para sempre prestar atenção às necessidades dos outros.

Oração litúrgica

Ó Virgem a quem veneramos com piedade enternecida e a quem alegres chamamos Aparecida!

Quem poderia narrar o teu amor sempre novo e as graças que concedeste ao nosso povo? Por tantas e tantas graças bem mereces a coroa

com que a fronte te cingimos, ó Mãe tão boa! As agruras desta vida sofrendo com paciência, possamos gozar no céu tua clemência.

Ao Deus uno e trino glória e todo louvor convém; só ele governa o mundo e o céu. Amém.

(Laudes do dia 12 de outubro)

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssrSCE Carta Mensal

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Dia das Crianças

Equipes de Nossa Senhora

Elas, e suas oraçõesÓ Anjo da minha guarda, Que me protege e ilumina Ajude-me todo o dia A ser uma boa menina.

Obrigado meu Deus, pela comida que tenho todo dia para comer. Ela me deixaforte, com saúde e também me ajuda a crescer.

Que Deus me guarde esta noite, e me livre de ter medo. Que os anjos velem o meu sono até amanhã cedo. Amém Boa Noite.

Pai do céu, quando eu brigar com um amigo, não deixe, meu Senhor, que a gente vá embora sem fazer as pazes porque vai

ser muito mais difícil no dia seguinte.

Mais um dia se passou!

Muito obrigado,Senhor!

Não choveu e nem esfriou,

Tive muito tempo prá brincar.

Com Deus me deito,

Com Deus me levanto,

Com a graça de Deus

E do Espírito Santo.

Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj 36 • 01310-905 • São Paulo - SPFone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599

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