enem 2009 (cancelada)

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1 ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES O ANGLO RESOLVE É trabalho pioneiro. Prestação de serviços com tradição de confiabilidade. Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de não cometer injustiças. Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de apren- dizagem, graças a seu formato: reprodução de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos professores do Anglo. No final, um comentário sobre as disciplinas. O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO 2009 As provas do ENEM diferenciam-se das demais por serem estruturadas em habilida- des, propondo questões que estimulam o raciocínio e medem o conhecimento dos alunos por meio de enfoque interdisciplinar. O Novo ENEM mantém essa característica, agregando as habilidades medidas num conjunto de conteúdos formais (programas) mais diretamente relacionados ao que é ministrado no Ensino Médio. Cada uma das Áreas de Conhecimentos são estruturadas para avaliar os seguintes eixos cognitivos: I. Dominar linguagens (DL) : dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fa- zer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.  II. Compreender fenômenos (CF) : construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos his- tórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.  III. Enfrentar situações-problema (SP) : selecionar, organizar, relacionar, interpre- tar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar deci- sões e enfrentar situações-problemas.  IV. Construir argumentação (CA) : relacionar informações, representadas em di- ferentes formas e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para cons- truir argumentação consistente. V. Elaborar propostas (EP) : recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. O ENEM 2009, NOVO ENEM, realizar-se-á em dois dias: 1º- di a: 90 testes, em 4,5 horas de prova, assim distribuídos:  45 testes de Ciências da Natureza e suas Tecno logias.  45 testes de Ciências Humanas e suas T ecnologias. 2º- di a: 90 testes e uma Redação, em 5,5 horas de prova como segue:  45 testes de Matemática e suas Tecno logias.  45 testes de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e uma prova de Redação (dissertação). As provas recebem notas de 0 a 100 pontos e podem ser consideradas em processos de seleção de renomadas unidades. As questões de cada prova que compõem este caderno são aquelas que teriam sido aplicadas nos dias 3 e 4 de outubro se não tivessem vazado.

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  • 1ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    O ANGLO

    RESOLVE

    trabalho pioneiro.Prestao de servios com tradio de confiabilidade.Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em sua tarefa de no cometer injustias.Didtico, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante no processo de apren-dizagem, graas a seu formato: reproduo de cada questo, seguida da resoluo elaborada pelos professores do Anglo.No final, um comentrio sobre as disciplinas.

    O EXAME NACIONAL

    DO ENSINO MDIO 2009

    As provas do ENEM diferenciam-se das demais por serem estruturadas em habilida-des, propondo questes que estimulam o raciocnio e medem o conhecimento dos alunos por meio de enfoque interdisciplinar.O Novo ENEM mantm essa caracterstica, agregando as habilidades medidas num conjunto de contedos formais (programas) mais diretamente relacionados ao que ministrado no Ensino Mdio.Cada uma das reas de Conhecimentos so estruturadas para avaliar os seguintes eixos cognitivos: I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Lngua Portuguesa e fa-

    zer uso das linguagens matemtica, artstica e cientfica e das lnguas espanhola e inglesa.

    II. Compreender fenmenos (CF): construir e aplicar conceitos das vrias reas do conhecimento para a compreenso de fenmenos naturais, de processos his-trico-geogrficos, da produo tecnolgica e das manifestaes artsticas.

    III. Enfrentar situaes-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpre-tar dados e informaes representados de diferentes formas, para tomar deci-ses e enfrentar situaes-problemas.

    IV. Construir argumentao (CA): relacionar informaes, representadas em di-ferentes formas e conhecimentos disponveis em situaes concretas, para cons-truir argumentao consistente.

    V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaborao de propostas de interveno solidria na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

    O ENEM 2009, NOVO ENEM, realizar-se- em dois dias:

    1- dia: 90 testes, em 4,5 horas de prova, assim distribudos: 45 testes de Cincias da Natureza e suas Tecnologias. 45 testes de Cincias Humanas e suas Tecnologias.

    2- dia: 90 testes e uma Redao, em 5,5 horas de prova como segue: 45 testes de Matemtica e suas Tecnologias. 45 testes de Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias e uma prova de Redao

    (dissertao).

    As provas recebem notas de 0 a 100 pontos e podem ser consideradas em processos de seleo de renomadas unidades.As questes de cada prova que compem este caderno so aquelas que teriam sido aplicadas nos dias 3 e 4 de outubro se no tivessem vazado.

  • 2ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

  • 3ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construdos ao longo de sua formao, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da lngua portuguesa sobre o tema Valorizao do Idoso, apresentando experincia ou proposta de ao social, que respeite os direitos humanos. Selecione, Organize e Relacione, de forma coerente e coesa, Argumentos e Fatos para defesa de seu ponto de vista.

    ESTATUTO DO IDOSOArt. 3- obrigao da famlia, da comunidade, da sociedade e do Poder Pblico assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivao do direito vida, sade, alimentao, educao, cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, ao respeito e convivncia familiar e comunitria. [...]Art. 4- Nenhum idoso ser objeto de qualquer tipo de negligncia, discriminao, violncia, crueldade ou opres-so, e todo atentado aos seus direitos, por ao ou omisso, ser punido na forma da lei.

    Disponvel em: www.mds.gov.br/suas/arquivos/estatuto_idoso.pdf. Acesso em: 07 maio 2009.

    Foto: Angelucci Figueiredo

    Disponvel em: . Acesso em: 18 ago. 2009.

    O aumento da proporo de idosos na populao um fenmeno mundial to profundo que muitos chamam de revoluo demogrfica. No ltimo meio sculo, a expectativa de vida aumentou em cerca de 20 anos. Se consi-derarmos os ltimos dois sculos, ela quase dobrou. E, de acordo com algumas pesquisas, esse processo pode estar longe do fim.

    Disponvel em: http://www.comciencia.br/reportagens/envelhecimento/texto/env16.htm. Acesso em: 07 maio 2009.

    Idoso quem tem o privilgio de viver longa vida...... velho quem perdeu a jovialidade.[...]A idade causa a degenerescncia das clulas...... a velhice causa a degenerescncia do esprito.Voc idoso quando sonha...... voc velho quando apenas dorme...[...]

    Disponvel em: http://www.orizamartins.com/ref-ser-idoso.html. Acesso em: 07 maio 2009.

    Instrues: Seu texto tem de ser escrito tinta, na Folha de Redao, que se encontra no final deste Caderno. Desenvolva seu texto em prosa: no redija narrao, nem poema. O texto com at 7 (sete) linhas escritas ser considerado texto em branco. O texto deve ter, no mximo, 30 linhas. O Rascunho da redao deve ser feito no espao apropriado, no final deste Caderno.

    REA 1 Proposta de Redao

  • 4ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Anlise da proposta

    A Banca apresentou explicitamente, logo de incio, o tema sobre o qual se deveria redigir um texto disserta-tivo-argumentativo: Valorizao do Idoso. Ao contrrio da proposta de redao de 2008, que direcionava o aluno para um recorte preciso, a deste ano deu abertura para vrios encaminhamentos.

    Como subsdio, foi oferecida uma coletnea de textos variada, composta por dois artigos do Estatuto do Idoso; uma imagem ilustrativa; um artigo de Internet sobre o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da populao; por ltimo, um poema em que se diferencia velho de idoso.

    O artigo 3- do Estatuto do Idoso serviria como estmulo para reflexo sobre os diferentes atores sociais a famlia, a comunidade, a sociedade em geral e o Poder Pblico responsveis por garantir que o idoso tenha um padro de vida digno, com direito, entre outras coisas, sade, alimentao adequada, cultura, ao respeito e convivncia familiar e comunitria. J o artigo 4- trata da punio para aqueles que, de alguma forma, atentam contra os direitos dos idosos.

    O texto da Internet fornece dados estatsticos sobre o crescimento dessa parcela da populao. Por fim, o poema expressa a necessidade de se ver a terceira idade de uma perspectiva diferente: a palavra

    velho nos d a idia de algum que perdeu a jovialidade, sofre a degenerescncia do esprito e apenas dorme, quando a realidade contempornea nos mostra indivduos idosos capazes de se manter ativos e joviais, acalentar sonhos e projetos, ter vida afetiva, como sugere a foto.

    Conforme as instrues da prova, era fundamental selecionar e organizar as informaes dadas na coletnea ou mesmo outras de domnio prprio e apresentar experincia ou proposta de ao social, respeitando os direitos humanos. Ressalte-se que esta ltima orientao traduz um dos critrios adotados pelo ENEM para avaliar os alunos: sua capacidade de formular uma proposta de interveno para a soluo do problema posto em debate.

    Alguns encaminhamentos possveis

    Comentrio por contraste de condio. Comentar o artigo 4- do Estatuto, explorando a diferena entre a realidade e o que se prope como ideal (sade, cultura, alimentao, etc.) e apontando quanto falta fazer para alcan-lo; outra opo: contrastar a idia de que a comunidade, os parentes, etc. so responsveis pelos idosos com a noo atual de que estes so responsveis pelo seu bem-estar.

    Comentrio pela causa. Destacar a urgncia em se dar mais ateno ao idoso, pelo fato de que a populao est envelhecendo.

    Comentrio por analogia histrica. Comparar a situao do idoso nas sociedades antigas, em que a figura do ancio era valorizada pela sua experincia, com a situao atual, em que o conhecimento dos mais velhos dispensado o que ocasiona a desvalorizao da terceira idade e a necessidade de se criarem outros mecanismos para sua insero social.

    Comentrio por traduo. Ampliar as idias presentes no poema, explorando a diferena entre o estere-tipo do velho e a jovialidade da terceira idade contempornea.

    Comentrio pela finalidade. Destacar a finalidade do Estatuto do Idoso. Numa sociedade em que o idoso alvo de preconceito, o Estatuto, de forma legal, pretende tornar evidente a questo e, por meio da conscienti-zao das pessoas, alterar comportamentos.

    Algumas propostas de interveno possveis

    aplicao das punies propostas no Estatuto;

    divulgao pblica do Estatuto como forma de obrigar as instituies e as pessoas a adotarem comporta-mentos de respeito ao idoso (de que exemplo a reserva de assentos, no metr);

    formao de associaes pblicas de idosos, as quais poderiam dar mais visibilidade a essa parcela da popu-lao e fazer valer seus direitos;

    adoo de polticas pblicas voltadas unicamente para os idosos, como centros de sade e de cultura espe-cializados;

    transformao de comportamentos individuais, baseada numa mudana de perspectiva em relao ao idoso: muitas vezes realmente no fcil conviver com algum que se torna inflexvel em suas posies, mas cabe-ria aos familiares e pessoas prximas ajudar o idoso a resgatar a capacidade de sonhar e fazer projetos.

  • 5ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 1

    O texto a seguir um trecho de uma conversa por meio de um programa de computador que permite comu-nicao direta pela Internet em tempo real, como o MSN Messenger. Esse tipo de conversa, embora escrita, apresenta muitas caractersticas da linguagem falada, segundo alguns linguistas. Uma delas a interao ao vivo e imediata, que permite ao interlocutor conhecer, quase instantaneamente, a reao do outro, por meio de suas respostas e dos famosos emoticons (que podem ser definidos como cones que demonstram emoo).

    Joo diz: oiPedro diz: blz?Joo diz: na paz e vc?Pedro diz: tudo trank Joo diz: oq vc ta fazendo?[...]Pedro diz: tenho q sair agora...Joo diz: flwPedro diz: vlw, abcPara que a comunicao, como no MSN Messenger se d em tempo real, necessrio que a escrita das infor-maes seja rpida, o que feito por meio deA) frases completas, escritas cuidadosamente com acentos e letras maisculas (como oq vc ta fazendo?).B) frases curtas e simples (como tudo trank) com abreviaturas padronizadas pelo uso (como vc voc

    vlw valeu!).C) uso de reticncias no final da frase, para que no se tenha que escrever o resto da informao.D) estruturas coordenadas, como na paz e vc.E ) flexo verbal rica e substituio de dgrafos consonantais por consoantes simples (qu por k).

    Resoluo

    Frases curtas, abreviaturas padronizadas, ausncia de acentos, letras minsculas e emoticons garantem velocidade na comunicao, em programas de computador que permitem a interao direta pela Internet em tempo real, como MSN Messenger e chats. De fato, o dilogo ilustra a simplicidade e a rapidez da linguagem, nesse tipo de comunicao.

    Resposta: B

    Questo 2

    Observe a tirinha da personagem Mafalda, de Quino.

    QUINO, J. L. Mafalda. Traduo de Monica S. M. da Silva. So Paulo: Martins Fontes, 1988.

    REA 1 Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

  • 6ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de MafaldaA) revelou desinteresse na leitura do dicionrio.B) tentava ler um dicionrio, que uma obra muito extensa.C) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar leitura de um livro to grande.D) queria consultar o dicionrio para tirar uma dvida, e no ler o livro, como sua filha pensava.E ) demonstrou que a leitura do dicionrio o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha.

    Resoluo

    O efeito de humor da tirinha resultou da incompreenso da personagem Mafalda de que seu pai estava consultando um dicionrio. Ela desconhecia as caractersticas desse tipo de livro, pois pensava que ele tivesse sequenciamento lgico/temporal.

    Resposta: D

    Questo 3

    A maioria das declaraes do imposto de renda realizada pela Internet, o que garante maior eficincia e rapidez no processamento das informaes.Os servios oferecidos pelo governo via Internet visamA) gerar mais despesas aos cofres pblicos.B) criar mais burocracia no relacionamento com o cidado.C) facilitar e agilizar os servios disponveis.D) vigiar e controlar os atos dos cidados.E ) definir uma poltica que privilegia a alta sociedade.

    Resoluo

    O texto oferece pistas suficientes sobre a agilidade na declarao do imposto de renda via Internet (... o que garante maior eficincia e rapidez...).

    Resposta: C

    Questo 4

    Iscute o que t dizendo,Seu dot, seu coron:De fome to padecendoMeus fio e minha mui.Sem briga, questo nem guerra,Mea desta grande terraUmas tarefa pra eu!Tenha pena do agregadoNo me dxe deserdado

    PATATIVA DO ASSAR. A terra natur. In: Cordis e outros poemas.Fortaleza: Universidade Federal do Cear, 2008 (fragmento).

    A partir da anlise da linguagem utilizada no poema, infere-se que o eu lrico revela-se como falante de uma variedade lingustica especfica. Esse falante, em seu grupo social, identificado como um falanteA) escolarizado proveniente de uma metrpole.B) sertanejo morador de uma rea rural.C) idoso que habita uma comunidade urbana.D) escolarizado que habita uma comunidade do interior do pas.E ) estrangeiro que imigrou para uma comunidade do sul do pas.

    Resoluo

    Por meio da linguagem, pode-se deduzir a classe social do falante, sua faixa etria, sua escolaridade, etc. No trecho A terra natur, extrado do livro Cordis e outros poemas (sem aspas e em negrito), de Patativa do Assar, o assunto abordado e o uso da variante lingustica do eu lrico permitem identificar clara-mente o grupo social a que este pertence: um sertanejo morador de rea rural.

    Resposta: B

  • 7ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 5

    Esto tirando o verde da nossa terraDisponvel em: http://www.heliorubiales.zip.net

    A figura uma adaptao da bandeira nacional. O uso dessa imagem no anncio tem como principal objetivoA) mostrar populao que a Mata Atlntica mais importante para o pas do que a ordem e o progresso.B) criticar a esttica da bandeira nacional, que no reflete com exatido a essncia do pas que representa.C) informar populao sobre a alterao que a bandeira oficial do pas sofrer.D) alertar a populao para o desmatamento da Mata Atlntica e fazer um apelo para que as derrubadas acabem.E ) incentivar as campanhas ambientalistas e ecolgicas em defesa da Amaznia.

    Resoluo

    Na alternativa D, temos uma parfrase do signo visual e das duas frases que o acompanham. A imagem e suas respectivas frases simbolizam o tema do perigo do desmatamento. SOS Mata Atlntica sinaliza que se trata de uma campanha contra o desmatamento da Mata Atlntica e no da Amaznia.

    Resposta: D

    Questo 6

    Vera, Slvia e Emlia saram para passear pela chcara com Irene. A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! comenta Slvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortnsias. Para comear, deixe o senhora de lado e esquea o dona tambm diz Irene, sorrindo. J um custo aguentar a Vera me chamando de tia o tempo todo. Meu nome Irene.Todas sorriem. Irene prossegue: Agradeo os elogios para o jardim, s que voc vai ter de faz-los para a Eullia, que quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem.

    BAGNO, M. A lngua de Eullia: Novela Sociolingustica. So Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).

    Na lngua portuguesa, a escolha por voc ou senhor(a) denota o grau de liberdade ou de respeito que deve haver entre os interlocutores. No dilogo apresentado acima, observa-se o emprego dessas formas. A personagem Slvia emprega a forma senhora ao se referir Irene. Na situao apresentada no texto, o em-prego de senhora ao se referir interlocutora ocorre porque SlviaA) pensa que Irene a jardineira da casa.B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.C) observa que Irene e Eullia so pessoas que vivem em rea rural.D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua famlia conhecer Irene.E ) considera que Irene uma pessoa mais velha, com a qual no tem intimidade.

    Resoluo

    O emprego do tratamento senhora revela que no h intimidade entre o enunciador (Slvia) e o seu inter locutor (Irene). A pista fornecida por esse mesmo tratamento e os dados do contexto indicam que Irene mais velha.

    Resposta: E

  • 8ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 7

    A escrita uma das formas de expresso que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem vrias finalidades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das variedades lingusticas sociais, regionais e de registro torna-se necessrio para que se use a lngua nas mais diversas situaes comu-nicativas.Considerando as informaes acima, imagine que voc est procura de um emprego e encontrou duas em-presas que precisam de novos funcionrios. Uma delas exige uma carta de solicitao de emprego. Ao redigi-la, vocA) far uso da linguagem metafrica.B) apresentar elementos no verbais.C) utilizar o registro informal.D) evidenciar a norma padro.E ) far uso de grias.

    Resoluo

    A carta de solicitao de emprego exige o uso da norma padro da lngua portuguesa, pois se trata de uma situao formal de comunicao.

    Resposta: D

    Questo 8

    Pris, filho do rei de Tria, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os sculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. noite, os soldados gregos, que estavam escon-didos no cavalo, saram e abriram as portas da fortaleza para a invaso. Da surgiu a expresso presente de grego. DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos.

    So Paulo: Companhia das Letras, 1995.

    Em puseram-no, a forma pronominal no refere-se:A) ao termo rei grego.B) ao antecedente gregos.C) ao antecedente distante choque.D) expresso muros fortificados.E ) aos termos presente e cavalo de madeira.

    Resoluo

    No perodo Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro., temos na forma pronominal no (forma variante de o). Nesse caso, o pronome o anafrico, ou seja, retoma um vocbulo anterior-mente citado: presente, que, por sua vez, j era uma referncia a cavalo de madeira.

    Resposta: E

    Questo 9

    Cada um dos trs sculos anteriores foi dominado por uma nica tecnologia. O sculo XVIII foi a poca dos grandes sistemas mecnicos que acompanharam a Revoluo Industrial. O sculo XIX foi a era das mquinas a vapor. As principais conquistas do sculo XX se deram no campo da aquisio, do processamento e da dis-tribuio de informaes. Entre outros desenvolvimentos, vimos a instalao das redes de telefonia em escala mundial, a inveno do rdio e da televiso, o nascimento e crescimento sem precedentes da indstria de in-for mtica e o lanamento de satlites de comunicao.

    TANEMBAUM, Andrew S. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

  • 9ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    A fuso dos computadores e das comunicaes teve profunda influncia na organizao da sociedade, con-forme se verifica pela afirmao:A) A abrangncia da Internet no impactou a sociedade como a revoluo industrial.B) O telefone celular mudou o comportamento social, mas no impactou na disponibilidade de informaes.C) A inveno do rdio foi possvel com o lanamento de satlites que proporcionam a transposio de fron-

    teiras.D) A televiso no atingiu toda a sociedade devido ao alto custo de implantao e disseminao.E ) As redes de computadores, nos quais o trabalho so realizados por grande nmero de computadores se-

    parados, mas interconectados, promoveram a aproximao das pessoas.

    Resoluo

    A conexo entre computadores permitiu no s que mais pessoas tenham acesso aos mesmos dados em tempo real como tambm assegurou a aproximao entre elas.

    Resposta: E

    Questo 10

    Em uma escola, com o intuito de valorizar a diversidade do patrimnio etnocultural brasileiro, os estudantes foram distribudos em grupos para realizar uma tarefa referente s caractersticas atuais das diferentes re-gies brasileiras, a partir do seguinte quadro:

    Regio Norte Nordeste Centro-Oeste Sul Sudeste

    alimentao peixecarnede sol

    prato com milho e

    mandiocachurrasco

    msica ciranda baiomsica

    sertanejavaneiro

    ponto turstico

    zona franca de Manaus

    praias do litoral

    PantanalSerra de Gramado

    tipo caracterstico

    seringueiro baiana vaqueiro prenda

    Considerando a sequncia de caractersticas apresentadas, os elementos adequados para compor o quadro da Regio Sudeste so:A) mate amargo, embolada, elevador Lacerda, peo de estncia.B) acaraj, ax, Cristo Redentor, pi.C) vatap, Carnaval, bumba meu boi, industrial.D) caf, samba, Cristo Redentor, operrio fabril.E) sertanejo, pipoca, folia de Reis, Braslia.

    Resoluo

    Caractersticas atuais da regio Sudeste em alimentao, msica, ponto turstico e tipo representativo, conforme solicitava o enunciado da questo, s poderiam ser encontradas, respectivamente, nos itens: caf, samba, Cristo Redentor e operrio fabril.

    Resposta: D

    Questo 11

    Dario vinha apressado, guarda-chuva no brao esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo at parar, encostando-se parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calada, ainda mida da chu-va, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou trs passantes rodearam-no e indagaram se no se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lbios, no se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

    TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitrio de Elefantes. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1964 (adaptado).

  • 10ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    No texto, um acontecimento narrado em linguagem literria. Esse mesmo fato, se relatado em verso jor-nalstica, com caractersticas de notcia, seria identificado em:A) A, amigo, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-chuva... mas no deu. Encostei na parede

    e fui escorregando. Foi mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem conseguir falar nada! Cruzes! Que mal!

    B) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, no resistiu e caiu na calada da Rua da Abolio, qua-se esquina com a Padre Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-dia. O homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas no conseguiu. Aos populares que tentaram socorr-lo no conseguiu dar qualquer informao.

    C) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrs. O homem, todo aprumado, de guarda--chuva no brao e cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo at se sentar no cho da calada. Algumas pessoas que passavam pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar.

    D) Vtima Idade: entre 40 e 45 anos Sexo: masculino Cor: branca Ocorrncia: Encontrado desacordado na Rua da Abolio, quase esquina com Padre Vieira. Ambulncia

    chamada s 12h34min por homem desconhecido. A caminho.E ) Pronto socorro? Por favor, tem um homem cado na calada da rua da Abolio, quase esquina com a Padre

    Vieira. Ele parece desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece que ningum aqui po-de ajudar. Ele precisa de uma ambulncia rpido. Por favor, venham logo!

    Resoluo

    A notcia de jornal tem como principal caracterstica a objetividade. Para alcan-la, usualmente o jorna-lista a compe em 3- pessoa e busca certa neutralidade na exposio dos fatos, que so relatados em prosa. As alternativas A, C e E podem, portanto, ser eliminadas, j que expressam diferentes pontos de vista em 1- pes-soa (ora de Dario, ora do senhor de branco que observava, ora de uma pessoa que liga para pedir uma ambu-lncia). No esquemtico texto da alternativa D, os itens parecem preencher lacunas de um Boletim de Ocor-rncia. Sendo assim, esta a nica alternativa que apresenta um texto de carter verdadeiramente jornalstico.

    Resposta: B

    Questo 12

    TEXTO A

    OITICICA. H. Metaesquema I, 1958. Guache s/ carto. 52 cm 64 cm.Museu de Arte Contempornea MAC/USP.

    Disponvel em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 01 maio 2009.

    TEXTO BMetaesquema IAlguns artistas remobilizam as linguagens geomtricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o prprio nome define: meta dimenso virtual de movimen-to, tempo e espao; esquema estruturas, os Metaesquemas so estruturas que parecem movimentar-se no espao. Esse trabalho mostra o deslocamento de figuras geomtricas simples dentro de um campo limitado:

  • 11ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    a superfcie do papel. A isso podemos somar a observao da preciso na diviso e no espaamento entre as figuras, mostrando que, alm de transgressor e muito radical, Oiticica tambm era um artista extremamente rigoroso com a tcnica. Disponvel em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).

    Alguns artistas remobilizam as linguagens geomtricas no sentido de permitir que o apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em considerao o texto e a obra Metaesquema I, reproduzidos aci-ma, verifica-se queA) a obra confirma a viso do texto quanto ideia de estruturas que parecem se movimentar, no campo limi-

    tado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o olhar do observador.B) a falta de exatido no espaamento entre as figuras (retngulos) mostra a falta de rigor da tcnica empre-

    gada, dando obra um estilo apenas decorativo.C) Metaesquema I uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de carter utilitrio.D) a obra representa a realidade visvel, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.E ) a viso da representao das figuras geomtricas rgida, propondo uma arte figurativa.

    Resoluo

    A alternativa correta sintetiza as ideias bsicas do TEXTO B. Assim, o acerto da questo dependia da ca-pacidade do candidato em estabelecer as relaes necessrias entre a obra e sua apreciao crtica.

    Resposta: A

    Questo 13

    Disponvel em: http://www.uol.com.br. Acesso em: 15 fev. 2009.

    Observe a charge, que satiriza o comportamento dos participantes de uma entrevista coletiva por causa do que fazem, do que falam e do ambiente em que se encontram.Considerando-se os elementos da charge, conclui-se que elaA) defende, em teoria, o desmatamento.B) valoriza a transparncia pblica.C) destaca a atuao dos ambientalistas.D) ironiza o comportamento da imprensa.E) critica a ineficcia das polticas.

    Resoluo

    A charge denuncia a ineficincia das polticas pblicas por meio do contraste entre o discurso, em que se defende a necessidade de criar um conselho que coloque em prtica aes efetivas contra o desmatamento, e o ambiente em que a entrevista coletiva acontece, j completamente desmatado.

    Resposta: E

  • 12ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 14

    O convvio com outras pessoas e os padres sociais estabelecidos moldam a imagem corporal na mente das pessoas. A imagem corporal idealizada pelos pais, pela mdia, pelos grupos sociais e pelas prprias pessoas desencadeia comportamentos estereotipados que podem comprometer a sade. A busca pela imagem corpo-ral perfeita tem levado muitas pessoas a procurar alternativas ilegais e at mesmo nocivas sade.

    Revista Corpoconscincia. FEFISA, v. 10, n- 2, Santo Andr, jul./dez. 2006 (adaptado).

    A imagem corporal tem recebido grande destaque e valorizao na sociedade atual. Como consequncia, A) a nfase na magreza tem levado muitas mulheres a depreciar sua autoimagem, apresentando insatisfao

    crescente com o corpo.B) as pessoas adquirem a liberdade para desenvolver seus corpos de acordo com critrios estticos que elas

    mesmas criam e que recebem pouca influncia do meio em que vivem.C) a modelagem corporal um processo em que o indivduo observa o comportamento de outros, sem, con-

    tudo, imit-los.D) o culto ao corpo produz uma busca incansvel, trilhada por meio de rdua rotina de exerccios, com pouco

    interesse no aperfeioamento esttico.E ) o corpo tornou-se um objeto de consumo importante para as pessoas criarem padres de beleza que valo-

    rizam a raa qual pertencem.

    Resoluo

    O texto salienta o fato de que a imagem corporal considerada ideal pelo indivduo forma-se socialmente; no contato com os pais, a mdia e diversos grupos sociais forma-se um padro. Com efeito, uma das conse-quncias que advm da internalizao desse padro a insatisfao de muitas mulheres que no conseguem alcan-lo no que concerne magreza.

    Resposta: A

    Questo 15

    Texto 1No meio do caminhoNo meio do caminho tinha uma pedraTinha uma pedra no meio do caminhoTinha uma pedraNo meio do caminho tinha uma pedra[...] ANDRADE, C. D. Antologia potica. Rio de Janeiro/So Paulo: Record, 2000. (fragmento)

    Texto 2

    DAVIS, J. Garfi eld, um charme de gato 7. Trad. Da Agncia Internacional Press.

    Porto Alegre: L&PM, 2000.

  • 13ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    A comparao entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela queA) o texto 1 perde suas caractersticas de gnero potico ao ser vulgarizado por histrias em quadrinho.B) o texto 2 pertence ao gnero literrio, porque as escolhas lingusticas o tornam uma rplica do texto 1.C) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao mesmo gnero.D) os textos so de gneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com finalidades

    distintas.E ) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classific-los como pertencentes ao

    mesmo gnero.

    Resoluo

    O texto 1 reproduz a estrofe inicial de No meio do Caminho, o mais famoso dos poemas tautolgicos de Carlos Drummond de Andrade, que explorou magistralmente a figura do quiasmo (repetio invertida). No poema, ele atribui dimenso alegrica ao vocbulo pedra, que pode ser entendido como smbolo dos obstculos que o ser humano encontra na vida. Desde sua publicao inicial na Revista da Antropofagia, edi-tada por Oswald de Andrade na dcada de 1920, e posteriormente em Alguma poesia, livro de estreia do poeta mineiro, No meio do caminho desencadeou enorme polmica, justamente pelas reiteraes explora-das. O texto 2 consiste num cartoon protagonizado pelo gato Garfield, criao de J. Davis; na traduo livre para o portugus, retomou-se o poema drummondiano, caracterizando, portanto, uma relao de intertextua-lidade, j que os dois textos dialogam entre si.

    Resposta: D

    Questo 16

    Em Touro Indomvel, que a cinemateca lana nesta semana nos estados de So Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violncia verdadeira vm dos demnios de La Motta que fizeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado destruio. Dirigida como um senso vertiginoso do destino de seu personagem, essa obra-prima de Martin Scorcese daqueles filmes que falam perfeio de seu tema (o boxe) para ento transcend-lo e tratar do que importa: aquilo que faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e tre-mendamente imperfeitos. Revista Veja. 18 fev. 2009 (adaptado).

    Ao escolher este gnero textual, o produtor do texto objetivouA) construir uma apreciao irnica do filme.B) evidenciar argumentos contrrios ao filme de Scorcese.C) elaborar uma narrativa com descrio de tipos literrios.D) apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar criticamente.E ) afirmar que o filme transcende o seu objetivo inicial e, por isso, perde sua qualidade.

    Resoluo

    O autor do texto escolheu a dissertao, pois, mais do que contar a histria do filme, ele apresenta alguns poucos dados sobre o enredo e a partir deles faz consideraes sobre o valor e o alcance da obra.

    Resposta: D

    Questo 17

    Cada vez mais, as pessoas trabalham e administram servios de suas casas, como mostra a pesquisa realizada em 1993 pela Fundao Europeia para a Melhoria da Qualidade de Vida e Ambiente de Trabalho. Por conse-guinte, a centralidade da casa uma tendncia importante da nova sociedade. Porm, no significa o fim da cidade, pois locais de trabalho, escolas, complexos mdicos, postos de atendimento ao consumidor, reas re-creativas, ruas comerciais, shopping centers, estdios de esportes e parques ainda existem e continuaro exis-tindo. E as pessoas deslocar-se-o entre todos esses lugares com mobilidade crescente, exatamente devido flexibilidade recm-conquistada pelos sistemas de trabalho e integrao social em redes: como o tempo fica mais flexvel, os lugares tornam-se mais singulares medida que as pessoas circulam entre elas em um padro cada vez mais mvel. CASTELLS, M. A Sociedade em rede. V. 1. So Paulo: Paz e Terra, 2002.

  • 14ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    As tecnologias de informao e comunicao tm a capacidade de modificar, inclusive, a forma das pessoas trabalharem. De acordo com o proposto pelo autorA) a centralidade da casa tende a concentrar as pessoas em suas casas e, consequentemente, reduzir a circu-

    lao das pessoas nas reas comuns da cidade, como ruas comerciais e shopping centers.B) as pessoas iro se deslocar por diversos lugares, com mobilidade crescente, propiciada pela flexibilidade

    recm-conquistada pelos sistemas de trabalho e pela integrao social em redes.C) cada vez mais as pessoas trabalham e administram servios de suas casas, tendncia que deve diminuir com

    o passar dos anos.D) o deslocamento das pessoas entre diversos lugares um dos fatores causadores do estresse nos grandes

    centros urbanos.E ) o fim da cidade ser uma das consequncias inevitveis da mobilidade crescente.

    Resoluo

    O texto da alternativa B constitui uma parfrase com poucas alteraes do quarto perodo do texto.Resposta: B

    Questo 18

    Som de pretoO nosso som no tem idade, no tem raaE no tem cor.Mas a sociedade pra gente no d valor.S querem nos criticar, pensam que somos animais.Se existia o lado ruim, hoje no existe mais,porque o funkeiro de hoje em dia caiu na real.Essa histria de porrada, isto coisa banalAgora pare e pense, se liga na responsa:se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonana. som de pretoDe faveladoMas quando toca ningum fica parado

    Msica de Mcs Amilcka e Chocolate. In: Dj Marlboro. Bem funk.Rio de Janeiro, 2001 (adaptado).

    medida que vem ganhando espao na mdia, o funk carioca vem abandonando seu carter local, associado s favelas e criminalidade da cidade do Rio de Janeiro, tornando-se uma espcie de smbolo da marginali-zao das manifestaes culturais das periferias em todo o Brasil. O verso que explicita essa marginalizao :A) O nosso som no tem idade, no tem raa.B) Mas a sociedade pra gente no d valor.C) Se existia o lado ruim, hoje no existe mais.D) Agora pare e pense, se liga na reponsa.E ) se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonana.

    Resoluo

    A sociedade citada na alternativa B, no d valor para os produtores do som que no tem cor (o funk) e deprecia a sua produo, e isso tende a impedir sua maior difuso fora da sua rea de criao, ou seja, marginaliza-o.

    Resposta: B

    Questo 19

    Cientistas da Gr-Bretanha anunciaram ter identificado o primeiro gene humano relacionado com o desen-volvimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar os pesquisadores a compreender os misteriosos mecanismos do discurso que uma caracterstica exclusiva dos seres humanos. O gene pode indicar porque e como as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e porque algumas crianas tm disfunes nessa

  • 15ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    rea. Segundo o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Gentica Humana, de Oxford, alm de ajudar a diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros genes com imperfeies. Dessa forma, o prosseguimento das investigaes pode levar a descobrir tambm esses ge-nes associados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os males relacionados linguagem.

    Disponvel em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 4 maio 2009 (adaptado).

    Para convencer o leitor da veracidade das informaes contidas no texto, o autor recorre estratgia deA) citar autoridade especialista no assunto em questo.B) destacar os cientistas da Gr-Bretanha.C) apresentar citaes de diferentes fontes de divulgao cientfica.D) detalhar os procedimentos efetuados durante o processo da pesquisa.E ) elencar as possveis consequncias positivas que a descoberta vai trazer.

    Resoluo

    O texto inicia-se com a atribuio das informaes a cientistas ingleses, o que reforado no meio do texto pela identificao de um deles, Anthony Mnaco, que no apenas pertence a uma universidade concei-tuada, mas ainda trabalha numa seo especializada no assunto abordado, o Centro Wellcome Trust de Gen-tica Hu ma na de Oxford.

    Resposta: A

    Questo 20

    Luciana trabalha em uma loja de venda de carros. Ela tem um papel muito importante de fazer a conexo entre os vendedores, os compradores e o servio de acessrios. Durante o dia, ela se desloca inmeras vezes da sua mesa para resolver os problemas dos vendedores e dos compradores. No final do dia, Luciana s pensa em deitar e descansar as pernas.Na funo de chefe preocupado com a produtividade (nmero de carros vendidos) e com a sade e a satisfa-o dos seus funcionrios, a atitude correta frente ao problema seriaA) propor a criao de um programa de ginstica laboral no incio da jornada de trabalho.B) sugerir a modificao do piso da loja para diminuir o atrito do solo e reduzir as dores nas pernas.C) afirmar que os problemas de dores nas pernas so causados por problemas genticos.D) ressaltar que a utilizao de roupas bonitas e do salto alto so condies necessrias para compor o bom

    aspecto da loja.E ) escolher um de seus funcionrios para conduzir as atividades de ginstica laboral em intervalos de 2 em 2

    horas.

    Resoluo

    Sem dvida, a atitude mais recomendvel seria a elaborao de um programa de ginstica laboral: um programa prev a articulao de todas as variveis para a soluo do problema. No se trata, pois, de provi-dncias isoladas, como sugerem as outras alternativas.

    Resposta: A

    Questo 21

    Quer evitar pesadelos? Ento no durma de barriga para cima. Este o conselho de quem garante ter sido atacado pela Pisadeira. A meliante costuma agir em So Paulo e Minas Gerais. Suas vtimas preferidas so aquelas que comeram demais antes de dormir. Desce do telhado seu esconderijo usual e pisa com muita fora no peito e na barriga do incauto adormecido, provocando os pesadelos. H controvrsias sobre sua apa-rncia. De acordo com alguns, uma mulher bem gorda. J o escritor Cornlio Pires forneceu a seguinte descrio da malfeitora: Essa ua mui muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unho! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sobranceia cer-rado e zoio aceso...Pelo sim, pelo no, caro amigo... barriga para baixo e bons sonhos.

    Almanaque de Cultura Popular. Ano 10, out. 2008, n- 114 (adaptado).

  • 16ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Considerando que as variedades lingusticas existentes no Brasil constituem patrimnio cultural, a descrio da personagem lendria, Pisadeira, nas palavras do escritor Cornlio Pires,

    A) mostra hbitos lingusticos atribudos personagem lendria.B) ironiza vocabulrio usado no registro escrito de descrio de personagens.C) associa a aparncia desagradvel da personagem ao desprestgio da cultura brasileira.D) sugere crtica ao tema da superstio como integrante da cultura de comunidades interioranas.E ) valoriza a memria e as identidades nacionais pelo registro escrito de variedades lingusticas pouco presti-

    giadas.

    Resoluo

    O trecho de Cornlio Pires contm usos de variedades lingusticas no referendadas pelo normativismo seja na morfossintaxe (as perna curta), seja na busca por representar a pronncia dessas variedades (sombranceia). Desse modo, ao registrar na escrita a descrio da personagem Pisadeira, o autor docu-menta e valoriza no s o folclore brasileiro, como tambm a prpria fala caracterstica do universo popular.

    Resposta: E

    Questo 22

    A tica nasceu na plis grega com a pergunta pelos critrios que pudessem tornar possvel o enfrentamento da vida com dignidade. Isto significa dizer que o ponto de partida da tica a vida, a realidade humana, que, em nosso caso, uma realidade de fome e misria, de explorao e excluso, de desespero e desencanto frente a um sentido da vida. neste ponto que somos remetidos diretamente questo da democracia, um projeto que se realiza nas relaes da sociabilidade humana.

    Disponvel em: http://www.jornaldeopiniao.com.br. Acesso em: 03 maio 2009.

    O texto pretende que o leitor se convena de que a

    A) tica a vivncia da realidade das classes pobres, como mostra o fragmento uma realidade de fome e misria.

    B) tica o cultivo dos valores morais para encontrar sentido na vida, como mostra o fragmento de deses-pero e desencanto frente a um sentido da vida.

    C) experincia democrtica deve ser um projeto vivido na coletividade, como mostra o fragmento um pro-jeto que se realiza nas relaes da sociabilidade humana.

    D) experincia democrtica precisa ser exercitada em benefcio dos mais pobres, com base no fragmento tor-nar possvel o enfrentamento da vida com dignidade.

    E ) democracia a melhor forma de governo para as classes menos favorecidas, como mostra o fragmento neste ponto que somos remetidos diretamente questo da democracia.

    Resoluo

    Deve-se considerar que a democracia apenas se d quando se realizam condies que dignificam a vida na coletividade, dependendo, portanto, de relaes de sociabilidade humana.

    Resposta: C

    Questo 23

    DIGA NO AO NOQuem disse que alguma coisa impossvel?Olhe ao redor. O mundo est cheio de coisas que, segundo os pessimistas, nunca teriam acontecido.Impossvel.Impraticvel.No.E ainda assim, sim.Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar a bordo de um avio, impulsionado por um motor aero-nutico.

  • 17ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Sim, Visconde de Mau, um dos maiores empreendedores do Brasil, inaugurou a primeira rodovia pavimenta-da do pas.Sim, uma empresa brasileira tambm inovou no pas.Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro.Foi a primeira empresa privada a produzir petrleo na Bacia de Campos.Desenvolveu um leo combustvel mais limpo, o OC Plus.

    O que necessrio para transformar o no em sim?Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar.E quando o problema parece insolvel, quando o desafio muito duro, dizer: vamos l.Solues de energia para um mundo real. Jornal da ABI. n- 336, dez. de 2008 (adaptado).

    O texto publicitrio apresenta a oposio entre impossvel, impraticvel, no e sim, sim, sim. Essa oposio, usada como um recurso argumentativo, tem a funo de

    A) minimizar a importncia da inveno do avio por Santos Dumont.B) mencionar os feitos de grandes empreendedores da histria do Brasil.C) ressaltar a importncia do pessimismo para promover transformaes.D) associar os empreendimentos da empresa petrolfera a feitos histricos.E ) ironizar os empreendimentos rodovirios de Visconde de Mau no Brasil.

    Resoluo

    As faanhas de Santos Dumont e Visconde de Mau so mencionadas como exemplos de aes que supe-raram expectativas negativistas. Nesse contexto, ao afirmar que o negativismo foi tambm superado pelos avanos da companhia petrolfera, o anncio procura aproximar estes feitos queles.

    Resposta: D

    Questo 24

    COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO MAIS FCIL1. Fumar aumenta o nmero de receptores do seu crebro que se

    ativam com nicotina.2. Se voc interrompe o fornecimento de uma vez, eles enlouquecem

    e voc sente os desagradveis sintomas da falta do cigarro.3. Com seus adesivos transdrmicos, Niciga libera nicotina teraputica

    de forma controlada no seu organismo, facilitando o processo de parar de fumar e ajudando a sua fora de vontade. Com Niciga, voc tem o dobro de chances de parar de fumar.

    Revista poca, 24 nov. 2009 (adaptado).

    Para convencer o leitor, o anncio emprega como recurso expressivo, principalmente,

    A) as rimas entre Niciga e nicotina.B) o uso de metforas como fora de vontade.C) a repetio enftica de termos semelhantes como fcil e facilidade.D) a utilizao dos pronomes de segunda pessoa, que fazem um apelo direto ao leitor.E ) a informao sobre as consequncias do consumo do cigarro para amedrontar o leitor.

    Resoluo

    O texto publicitrio usa repetidamente o pronome voc como uma forma de interpelar diretamente a pessoa a quem se destina o anncio. Trata-se de um pronome de 2- pessoa, de fato (alterna com o tu, em-bora exija a concordncia na forma de 3- pessoa). Resposta: D

  • 18ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 25

    Sentimental 1 Ponho-me a escrever teu nome Com letras de macarro. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 4 e debruados na mesa todos contemplam esse romntico trabalho.

    Desgraadamente falta uma letra, 7 uma letra somente para acabar teu nome! Est sonhando? Olhe que a sopa esfria!

    10 Eu estava sonhando... E h em todas as conscincias este cartaz amarelo: Neste pas proibido sonhar.

    ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Record, 1995.

    Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominncia das funes da linguagem no texto de Drummond, pode-se afirmar queA) por meio dos versos Ponho-me a escrever teu nome (v. 1) e esse romntico trabalho (v. 5), o poeta faz

    referncias ao seu prprio ofcio: o gesto de escrever poemas lricos.B) a linguagem essencialmente potica que constitui os versos No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e

    debruados na mesa todos contemplam (v. 3 e 4) confere ao poema uma atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista.

    C) na primeira estrofe, o poeta constri uma linguagem centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente.

    D) em Eu estava sonhando... (v. 10), o poeta demonstra que est mais preocupado em responder pergun-ta feita anteriormente e, assim, dar continuidade ao dilogo com seus interlocutores do que em expressar algo sobre si mesmo.

    E ) no verso Neste pas proibido sonhar. (v. 12), o poeta abandona a linguagem potica para fazer uso da funo referencial, informando sobre o contedo do cartaz amarelo (v. 11) presente no local.

    Resoluo

    No poema Sentimental, de Carlos Drummond de Andrade, o eu lrico incorpora sua reflexo elemen-tos da realidade: escreve o nome da sua amada com letras de macarro, enquanto a sopa esfria. Essa brinca-deira faz aluso ao prprio fazer potico, uma vez que a letra que falta para completar aquele nome pode refletir o impasse vivido pelo poeta durante o processo de composio: a busca por um termo especfico, uma palavra adequada ou mesmo um encerramento ideal para o seu poema. Nas duas primeiras estrofes, ele se dirige amada (Ponho-me a escrever teu nome, uma letra somente / para acabar teu nome!); na ltima, descreve o seu estado, alm de criar poeticamente a metfora do cartaz amarelo que paira sobre todas as conscincias como forma de censura.

    Resposta: A

    Questo 26

    Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contnua importunao de senhores e de escravos, que no a dei-xam sossegar um s momento! Como no devia viver aflito e atribulado aquele corao! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o corao: trs amantes, Lencio, Belchior, e Andr, e uma mula terrvel e desapiedada, Rosa. Fcil lhe fora repelir as importunaes e insolncias dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...

    GUIMARES, B. A escrava Isaura. So Paulo: tica, 1995 (adaptado).

    A personagem Isaura, como afirma o ttulo do romance, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofrimen-tos por que passa a protagonistaA) assemelham-se aos das demais escravas do pas, o que indica o estilo realista da abordagem do tema da

    escravido pelo autor do romance.B) demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais

    de ordem sentimental do que fsica.

  • 19ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    C) diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do sculo XIX, o que revela o carter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance.

    D) indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lrica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da sociedade.

    E ) revelam a condio degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denn-cia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus senhores.

    Resoluo

    A escrava Isaura (1875), uma das principais obras de Bernardo Guimares, narra a vida de uma bela cativa que assediada por seu senhor (Lencio). O excerto escolhido mostra que o romance, ainda que denuncie as mazelas da escravido, dispensa tratamento romntico ao assunto: os suplcios fsicos a que eram submetidos os escravos so substitudos por questes sentimentais (torturar-lhe o corao), enquanto a personagem principal, Isaura, elevada mais sublime idealizao da beleza fsica e moral.

    Resposta: C

    Questo 27

    O SERTO E O SERTANEJOAli comea o serto chamado bruto. Nesses campos, to diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma falha do seu isqueiro. Minando surda na touceira, queda a vvida centelha. Corra da a instantes qualquer aragem, por dbil que seja, e levanta-se a lngua de fogo esguia e trmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaos imensos que se alongam dian-te dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentido algum estorvo, vai aos poucos morrendo at se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lenol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados ttricas perspectivas. cair, porm, da a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traar s pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho ntimo de espantosa atividade. Transborda a vida. TAUNAY, A. Inocncia. So Paulo: tica, 1993 (adaptado).

    O romance romntico teve fundamental importncia na formao da ideia de nao. Considerando o trecho acima, possvel reconhecer que uma das principais e permanentes contribuies do Romantismo para cons-truo da identidade da nao a A) possibilidade de apresentar uma dimenso desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvol-

    vimento e pela falta de perspectiva de renovao.B) conscincia da explorao da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a explo-

    rao desenfreada das riquezas naturais do pas.C) construo, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltao, de uma imagem da

    terra que revelou o quanto grandiosa a natureza brasileira.D) expanso dos limites geogrficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do territrio nacional

    e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.E ) valorizao da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito

    de nao centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.

    Resoluo

    Como se sabe, a principal misso de nosso Romantismo consistiu em definir a nacionalidade brasileira no plano literrio. Para tanto, seus escritores procederam figurao de costumes sociais, composio de personagens tpicas idealizadas (como os ndios) ou descrio da natureza americana, sempre na busca do que se convencionou chamar de cor local. O trecho selecionado de Inocncia (1872), de A. Taunay, apre-senta ao leitor uma regio supostamente distante e desconhecida (o sul de Mato Grosso), reintegrada ao territrio imaginrio do pas por meio de sucessivas metforas e personificaes que realam sua beleza e encanto.

    Resposta: D

  • 20ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 28

    Cano amigaEu preparo uma cano,em que minha me se reconheatodas as mes se reconheame que fale como dois olhos.[...]Aprendi novas palavrasE tornei outras mais belas.

    Eu preparo uma canoque faa acordar os homense adormecer as crianas.

    ANDRADE, C. D. Novos Poemas. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1948. (fragmento)

    A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo autor com o objetivo principal deA) transmitir informaes, fazer referncia a acontecimentos observados no mundo exterior.B) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o leitor, em um forte apelo sua sensibilidade.C) realar os sentimentos do eu lrico, suas sensaes, reflexes e opinies frente ao mundo real.D) destacar o processo de construo de seu poema, ao falar sobre o papel da prpria linguagem e do poeta.E ) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor da mensagem, de um lado, e o receptor, de outro.

    Resoluo

    Essa questo cobra do candidato conhecimentos mnimos das tradicionais funes da linguagem, como a referencial (alternativa A), a conativa (B), a emotiva (C), a metalingustica (D) e a ftica (E). Nos trechos sele-cionados do poema Cano amiga, de Carlos Drummond de Andrade, a voz potica reflete sobre o efeito (uma cano, / Em que minha me se reconhea), a expresso (fale como dois olhos), os meios (aprendi novas palavras...) e a finalidade (faa acordar os homens...) da prpria poesia. Sua funo predominante , portanto, metalingustica.

    Resposta: D

    Questo 29

    IstoDizem que finjo ou mintoTudo que escrevo. No.Eu simplesmente sintoCom a imaginao.No uso o corao.

    Tudo o que sonho ou passoO que me falha ou finda, como que um terraoSobre outra coisa ainda.Essa coisa que linda.

    Por isso escrevo em meioDo que no est ao p,Livre do meu enleio,Srio do que no .

    Sentir? Sinta quem l!PESSOA, F. Poemas escolhidos.

    So Paulo: Globo, 1997.

    Fernando Pessoa um dos poetas mais extraordinrios do sculo XX. Sua obsesso pelo fazer potico no encontrou limites. Pessoa viveu mais no plano criativo do que no plano concreto, e criar foi a grande finali-dade de sua vida. Poeta da Gerao Orfeu, assumiu uma atitude irreverente.

  • 21ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Com base no texto e na temtica do poema Isto, conclui-se que o autorA) revela seu conflito emotivo em relao ao processo de escritura do texto.B) considera fundamental para a poesia a influncia dos fatos sociais.C) associa o modo de composio do poema ao estado de alma do poeta.D) apresenta a concepo do Romantismo quanto expresso da voz do poeta.E ) separa os sentimentos do poeta da voz que fala no texto, ou seja, do eu lrico.

    Resoluo

    O poema Isto metalingustico, ou seja, trata do processo de construo potica. O enunciador afirma que as emoes manifestadas nos seus textos no foram sentidas verdadeiramente, mas apenas imaginadas. Ele separa, portanto, suas emoes reais daquelas que so expressas intelectualmente no poema, o qual deve produzir sentimentos autnticos em quem o l.Comentrio: ao se referir a autor, o enunciado da questo deixa pressuposta a ideia de que o poema Isto expressaria uma verdade a respeito do procedimento potico de Fernando Pessoa. Embora tal leitura seja pertinente, ela, a rigor, vai contra o que o prprio poema diz: que os textos pessoanos contm apenas recriaes da realidade, verses daquilo que poderia ter existido ou ter sido sentido.

    Resposta: E

    Questo 30

    As imagens seguintes fazem parte de uma campanha do Ministrio da Sade contra o tabagismo.

    Disponvel em: http://www.cafesemfumo.blogspot.com. Acesso em: 10 abr. 2009 (adaptado).

    O emprego dos recursos verbais e no-verbais nesse gnero textual adota como uma das estratgias persua-sivasA) evidenciar a inutilidade teraputica do cigarro.B) indicar a utilidade do cigarro como pesticida contra ratos e baratas.C) apontar para o descaso do Ministrio da Sade com a populao infantil.D) mostrar a relao direta entre o uso do cigarro e o aparecimento de problemas no aparelho respiratrio.E ) indicar que os que mais sofrem as consequncias do tabagismo so os fumantes ativos, ou seja, aqueles que

    fazem o uso direto do cigarro.

  • 22ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Resoluo

    Em quatro das cinco imagens da Campanha contra o tabagismo, faz-se aluso explcita, por meio de lin-guagem verbal e no-verbal, a problemas no aparelho respiratrio causados pelo fumo: cncer de pulmo, cncer de laringe, asma, pneumonia, sinusite, cncer de boca e inalao de arsnico e naftalina. Em apenas uma das imagens a estratgia argumentativa diferente, centrada nos danos gravidez.

    Resposta: D

    Questo 31

    Texto INo meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra[...] ANDRADE, C. D. Reunio. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1971 (fragmento).

    Texto IIAs lavadeiras de Mossor, cada uma tem sua pedra no rio: cada pedra herana de famlia, passando de me a filha, de filha a neta, como vo passando as guas no tempo [...]. A lavadeira e a pedra formam um ente especial, que se divide e se rene ao sabor do trabalho. Se a mulher entoa uma cano, percebe-se que a nova pedra a acompanha em surdina...[...] ANDRADE, C. D. Contos sem propsito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento).

    Com base na leitura dos textos, possvel estabelecer uma relao entre forma e contedo da palavra pe-dra, por meio da qual se observaA) o emprego, em ambos os textos, do sentido conotativo da palavra pedra.B) a identidade de significao, j que nos dois textos, pedra significa empecilho.C) a personificao de pedra que, em ambos os textos, adquire caractersticas animadas.D) o predomnio, no primeiro texto, do sentido denotativo de pedra como matria mineral slida e dura.E ) a utilizao, no segundo texto, do significado de pedra como dificuldade materializada por um objeto.

    Resoluo

    Nos dois textos, a palavra pedra no significa apenas rocha, matria mineral slida e dura; em ambos, o vocbulo empregado na funo esttica da linguagem e tem o seu sentido ampliado, num procedimento chamado conotao. No texto I, a estrutura repetitiva dos versos livres acentua a permanncia, na memria, do encontro com a pedra, o que permite supor que a palavra se refira aos obstculos e dificuldades encon-trados pelo caminho da vida. No texto II, alm de pedra significar a rocha onde as lavadeiras lavam roupas, pode indicar tambm a dificuldade do trabalho daquelas mulheres, que, sem oportunidade de mudar de vida, transmitem para as filhas e netas a mesma sina.

    Resposta: A

    Questo 32

    Esta gramtica, pois que gramtica implica no seu conceito o conjunto de normas com que torna consciente a organizao de uma ou mais falas, esta gramtica parece estar em contradio com o meu sentimento. certo que no tive jamais a pretenso de criar a Fala Brasileira. No tem contradio. S quis mostrar que o meu trabalho no foi leviano, foi srio. Se cada um fizer tambm das observaes e estudos pessoais a sua gramati-quinha muito que isso facilitar pra daqui a uns cinquenta anos se salientar normais gerais, no s da fala oral transitria e vaga, porm da expresso literria impressa, isto , da estilizao erudita da linguagem oral. Essa estilizao que determina a cultura civilizada sob o ponto de vista expressivo. Lingustico.

    ANDRADE, Mrio. Apud PINTO, E. P. A gramatiquinha de Mrio de Andrade: texto e contexto. So Paulo:Duas Cidades: Secretaria de Estado da Cultura, 1990 (adaptado).

    O fragmento baseado nos originais de Mrio de Andrade destinados elaborao da sua Gramatiquinha. Muitos rascunhos do autor foram compilados, com base nos quais depreende-se do pensamento de Mrio de Andrade que eleA) demonstra estar de acordo com os ideais da gramtica normativa.B) destitudo da pretenso de representar uma linguagem prxima do falar.

  • 23ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    C) d preferncia linguagem literria ao caracteriz-la como estilizao erudita da linguagem oral.D) reconhece a importncia do registro do portugus do Brasil ao buscar sistematizar a lngua na sua expres-

    so oral e literria.E ) reflete a respeito dos mtodos de elaborao das gramticas, para que ele se torne mais srio, o que fica

    claro na sugesto de que cada um se dedique a estudos pessoais.

    Resoluo

    Mrio de Andrade afirma explicitamente, no texto, que a construo de uma gramatiquinha a partir de observaes pessoais de cada um facilitar a construo futura de uma gramtica da lngua literria.

    Essa iniciativa vai contribuir para a sistematizao no s da fala oral transitria e vaga como tambm da expresso literria impressa.

    Resposta: D

    Questo 33

    A figura a seguir trata da taxa de desocupao no Brasil, ou seja, a proporo de pessoas desocupadas em relao populao economicamente ativa de uma determinada regio em um recorte de tempo.

    Disponvel em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: abr. 2009 (adaptado).

    A norma padro da lngua portuguesa est respeitada, na interpretao do grfico, em:A) Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa de desocupao no Brasil.B) Nos primeiros meses de 2009, houveram acrscimos na taxa de desocupao.C) Em 12/2008, por ocasio das festas, a taxa de desempregados foram reduzidos.D) A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, estatisticamente igual: 8,5.E ) Em maro de 2009 as taxas tenderam piorar: 9 entre 100 pessoas desempregadas.

    Resoluo

    No h nenhum desvio norma padro na alternativa A.Eis os desvios em cada uma das demais alternativas e sua correo:

    Desvio Norma padro

    Houveram Houve

    Foram reduzidos Foi reduzida (a taxa)

    piorar A piorar

    Na alternativa D, o desvio consiste no uso da vrgula entre o sujeito e o predicado:

    D) em 04/08 e 02/09, ... Em 04/08 e 02/09 ...Resposta: A

  • 24ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Questo 34

    meio-dia confuso, vinte-e-um de abril sinistro,que intrigas de ouro e de sonhohouve em tua formao?Quem ordena, julga e pune?Quem culpado e inocente?Na mesma cova do tempocai o castigo e o perdo.Morre a tinta das sentenase o sangue dos enforcados... liras, espadas e cruzespura cinza agora so.Na mesma cova, as palavras,o secreto pensamento,as coroas e os machados,mentira e verdade esto.[...]

    MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfi dncia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972. (fragmento)

    O poema de Ceclia Meireles tem como ponto de partida um fato da histria nacional, a Inconfidncia Mineira. Nesse poema, a relao entre texto literrio e contexto histrico indica que a produo literria sempre uma recriao da realidade, mesmo quando faz referncia a um fato histrico determinado. No poema de Ceclia Meireles, a recriao se concretiza por meioA) do questionamento da ocorrncia do prprio fato, que, recriado, passa a existir como forma potica desas-

    sociada da histria nacional.B) da descrio idealizada e fantasiosa do fato histrico, transformado em batalha pica que exalta a fora

    dos ideais dos Inconfidentes.C) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histrico do movimento da Inconfidncia: a derrota,

    a priso e a morte dos Inconfidentes.D) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidncia, que, questionada poeticamente, alcana

    sua dimenso histrica mais profunda.E ) do carter trgico, que, mesmo sem corresponder realidade, foi atribudo ao fato histrico pela autora,

    a fim de exaltar o herosmo dos Inconfidentes.

    Resoluo

    A forma como o poema, publicado em 1953, retoma os eventos ligados Inconfidncia Mineira demons-tra que a autora no se preocupou em relatar exatamente o que aconteceu, mas em apresentar uma verso artstica daquele episdio da histria nacional. Ao evocar o 21 de abril dia de 1792 em que Tiradentes foi enforcado , o texto mostra que, com o passar dos anos, os fatos da Inconfidncia vo caindo na cova do tempo e ficando cada vez mais indistintos: misturam-se ento culpado e inocente, mentira e verdade, castigo e perdo. Ao ser cantado em verso, aquele movimento poltico atingiu uma dimenso histrica profunda, inserindo-se no imaginrio do povo brasileiro, igualando-se a grandes eventos da civilizao oci-dental que motivaram poemas, tais como: a Guerra de Tria, tema da Ilada, e o retorno de Ulisses a taca, te ma da A Odissia (ambos poemas do grego Homero); a viagem de Vasco da Gama s ndias e Os Lusadas, de Lus de Cames.

    Resposta: D

    Questo 35

    A falta de espao para brincar um problema muito comum nos grandes centros urbanos. Diversas brincadei-ras de rua tal como o pular corda, o pique pega e outros tm desaparecido do cotidiano das crianas. As brincadeiras so importantes para o crescimento e desenvolvimento das crianas, pois desenvolvem tanto habilidades perceptivo-motoras quanto habilidades sociais.

  • 25ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Considerando a brincadeira e o jogo como um importante instrumento de interao social, pois por meio deles a criana aprende sobre si, sobre o outro e sobre o mundo ao seu redor, entende-se queA) o jogo possibilita a participao de crianas de diferentes idades e nveis de habilidade motora.B) o jogo desenvolve habilidades competitivas centradas na busca da excelncia na execuo de atividades do

    cotidiano.C) o jogo gera um espao para vivenciar situaes de excluso que sero negativas para a aprendizagem social.D) atravs do jogo possvel entender que as regras so construdas socialmente e que no podemos modifi-

    c-las.E ) no jogo, a participao est sempre vinculada necessidade de aprender um contedo novo e de desen-

    volver habilidades motoras especializadas.

    Resoluo

    No ltimo pargrafo do texto vem explicada a importncia das brincadeiras (o jogo um tipo de brinca-deira): promove o crescimento e o desenvolvimento de habilidades perceptivo-motoras e habilidades sociais.

    Isso permite inferir que o jogo (tipo de brincadeira) atende necessidade de aprender contedo novo (se h crescimento porque algo de novo se acrescentou) e desenvolver habilidades motoras especializadas (per-ceptivo-motoras).

    Resposta: A

    Questo 36

    Texto IPrincipiei a leitura de m vontade. E logo emperrei na histria de um menino vadio que, dirigindo-se esco-la, se retardava a conversar com os passarinhos e recebia deles opinies sisudas e bons conselhos. Em seguida vinham outros irracionais, igualmente bem-intencionados e bem falantes. Havia a moscazinha que morava na parede de uma chamin e voava toa, desobedecendo s ordens maternas, e tanto voou que afinal caiu no fogo. Esses contos me intrigaram com o [livro] Baro de Macabas. Infelizmente um doutor, utilizando bichi-nhos, impunha-nos a linguagem dos doutores. Queres tu brincar comigo? O passarinho, no galho, respon-dia com preceito e moral, e a mosca usava adjetivos colhidos no dicionrio. A figura do baro manchava o frontispcio do livro, e a gente percebia que era dele o pedantismo atribudo mosca e ao passarinho. Ridculo um indivduo hirsuto e grave, doutor e baro, pipilar conselhos, zumbir admoestaes.

    RAMOS, G. Infncia. Rio de Janeiro: Record, 1986 (adaptado).

    Texto IIDado que a literatura, como a vida, ensina na medida em que atua com toda sua gama, artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade no pode seno escolher o que em cada momento lhe parece adaptado aos seus fins, enfrentando ainda assim os mais curiosos paradoxos, pois mesmo as obras consideradas indispensveis para a formao do moo trazem frequentemente o que as con-venes desejariam banir. Alis, essa espcie de inevitvel contrabando um dos meios por que o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe.

    CANDIDO, A. A literatura e a formao do homem. Duas Cidades. So Paulo: Ed. 34, 2002 (adaptado).

    Os dois textos acima, com enfoques diferentes, abordam um mesmo problema, que se refere, simultaneamen-te, ao campo literrio e ao social. Considerando-se a relao entre os dois textos, verifica-se que eles tm em comum o fato de queA) tratam do mesmo tema, embora com opinies divergentes, expressas no primeiro texto por meio da fico

    e, no segundo, por anlise sociolgica.B) foi usada, em ambos, linguagem de carter moralista em defesa de uma mesma tese: a literatura, muitas

    vezes, nociva formao do jovem estudante.C) so utilizadas linguagens diferentes nos dois textos, que apresentam um mesmo ponto de vista: a literatu-

    ra deixa ver o que se pretende esconder.D) a linguagem figurada predominante em ambos, embora o primeiro seja uma fbula e o segundo, um

    texto cientfico.E ) o tom humorstico caracteriza a linguagem de ambos os textos, em que se defende o carter pedaggico

    da literatura.

  • 26ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Resoluo

    Ambos os textos mostram que muitas vezes a literatura deixa ver o que se pretende esconder. No frag-mento de Infncia, o narrador mostra que o baro acabava se manifestando, por meio de seu pedantismo, nas personagens por ele criadas, como a mosca e o passarinho. No texto de Antonio Candido, fala-se sobre os mais curiosos paradoxos da leitura, afinal, muitas vezes, as obras consideradas indispensveis para a formao do moo trazem frequentemente o que as convenes sociais desejariam banir.

    Resposta: C

    Questo 37

    MetforaGilberto Gil

    Uma lata existe para conter algo,Mas quando o poeta diz: LataPode estar querendo dizer o incontvel

    Uma meta existe para ser um alvo,Mas quando o poeta diz: MetaPode estar querendo dizer o inatingvel

    Por isso no se meta a exigir do poetaQue determine o contedo em sua lataNa lata do poeta tudonada cabe,Pois ao poeta cabe fazerCom que na lata venha caberO incabvel

    Deixe a meta do poeta no discuta,Deixe a sua meta fora da disputaMeta dentro e fora, lata absolutaDeixe-a simplesmente metfora.

    Disponvel em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 5 fev. 2009.

    A metfora a figura de linguagem identificada pela comparao subjetiva, pela semelhana ou analogia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que se identifica a metfora :A) Uma lata existe para conter algo.B) Mas quando o poeta diz: Lata.C) Uma meta existe para ser um alvo.D) Por isso no se meta a exigir do poeta.E ) Que determine o contedo em sua lata.

    Resoluo

    O verso Que determine o contedo em sua lata apresenta uma metfora, em que o substantivo lata, em vez de designar recipiente, caixa, vasilhame, utenslio ou embalagem feita de uma fina chapa de ferro laminado, significa por uma relao de semelhana o plano do contedo dos textos literrios. A lata do poeta seria, pois, o lugar onde ele deposita os significados do poema.

    Resposta: E

    Questo 38

    Texto 1O MorcegoMeia-noite. Ao meu quarto me recolho.Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:Na bruta ardncia orgnica da sede,Morde-me a goela gneo e escaldante molho.

  • 27ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Vou mandar levantar outra parede...Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolhoE olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,Circularmente sobre a minha rede!

    Pego de um pau. Esforos fao. ChegoA toc-lo. Minhalma se concentra.Que ventre produziu to feio parto?!

    A Conscincia Humana este morcego!Por mais que a gente faa, noite, ele entraImperceptivelmente em nosso quarto!

    ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994.

    Texto 2O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horro-roso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clnico, o comportamento analtico, at mesmo certa frieza, certa impessoalidade cientfica.

    CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro: Ctedra, 1988 (adaptado).

    Em consonncia com os comentrios do texto 2 acerca da potica de Augusto dos Anjos, o poema O morcego apresenta-se, enquanto percepo do mundo, como forma esttica capaz deA) reencantar a vida pelo mistrio com que os fatos banais so revestidos na poesia.B) expressar o carter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.C) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associ-lo a reflexes de cunho existencial.D) abordar dilemas humanos universais a partir de um ponto de vista distanciado e analtico acerca do coti-

    diano.E ) conseguir a ateno do leitor pela incluso de elementos das histrias de horror e suspense na estrutura

    lrica da poesia.

    Resoluo

    Pode-se questionar a avaliao que considera distanciado e analtico o poema de Augusto dos Anjos que serve de base questo. A emotividade do poema aparece em expresses como: Meu Deus! e Que ventre produziu to feio parto?! No entanto, o enunciado pede que se levem em conta os comentrios con-tidos no Texto 2. Nesse sentido, possvel entender aquela emotividade como mscara para uma viso anal-tica de um aspecto humano, a relao entre o ser e sua conscincia. Note-se que, embora o morcego seja uma imagem convencional das histrias de terror, a alternativa E est incongruente com o texto crtico, portanto incorreta.

    Resposta: D

    Questo 39

    Observe a obra Objeto Cintico, de Abraham Palatnik, 1966.

    Disponvel em: http://www.cronopios.com.br. Acesso em: 29 abr. 2009.

  • 28ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    A arte cintica desenvolveu-se a partir de um interesse do artista plstico pela criao de objetos que se mo-viam por meio de motores ou outros recursos mecnicos. A obra Objeto Cintico, do artista plstico brasi-leiro Abraham Palatnik, pioneiro da arte cintica,A) uma arte do espao e da luz.B) muda com o tempo, pois produz movimento.C) capta e dissemina a luz em suas ondulaes.D) assim denominada, pois explora efeitos retinianos.E ) explora o quanto a luz pode ser usada para criar movimento.

    Resoluo

    Para chegar alternativa correta, o candidato teria que se esforar um pouco para visualizar a obra Objeto cintico em sua tridimensionalidade original. O enunciado auxilia essa visualizao, ao informar que a arte cintica se compunha de objetos que se moviam por meio de motores e outros recursos mecnicos. O conceito de movimento, da rea da Fsica, tambm serviria de auxiliar para se chegar concluso de que, de fato, a obra de arte cintica se modifica, na medida em que seus componentes materiais esto em cons-tante movimento.

    Resposta: B

    Questo 40

    Manuel BandeiraFilho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da tu-berculose. Mas a iminncia da morte no marcou de forma lgubre sua obra, embora em seu humor lrico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, at no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraso cotidiano mal idealizado por ns, brasileiros, rfos de um pas imaginrio, nossa Cocanha perdida, Pasrgada. Descrever seu retrato em palavras uma tarefa impossvel, depois que ele mesmo j o fez to bem em versos. Revista Lngua Portuguesa, n- 40, fev. 2009.

    A coeso do texto construda principalmente a partir do(a)A) repetio de palavras e expresses que entrelaam as informaes apresentadas no texto.B) substituio de palavras por sinnimos como lgubre e morbidez, melancolia e nostalgia.C) emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos: sua, seu, esse, nosso, ele.D) emprego de diversas conjunes subordinativas que articulam as oraes e perodos que compem o texto.E ) emprego de expresses que indicam sequncia, progressividade, como iminncia, sempre, depois.

    Resoluo

    Os pronomes sua, seu, esse, nosso e ele esto todos usados em funo referencial. Eles reto-mam Manuel Bandeira, evitando repeties que empobrecem a coeso textual. De acordo com a nomen-clatura lingustica, eles so chamados de anafricos.

    Resposta: C

    Questo 41Ouvir estrelasOra, (direis) ouvir estrelas! Certoperdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,que, para ouvi-las, muita vez despertoe abro as janelas, plido de espanto...

    E conversamos toda noite, enquantoa Via-Lctea, como um plio aberto,cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto,inda as procuro pelo cu deserto.

  • 29ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Direis agora: Tresloucado amigo!Que conversas com elas? Que sentidotem o que dizem, quando esto contigo?

    E eu vos direi: Amai para entend-las!Pois s quem ama pode ter ouvidoCapaz de ouvir e de entender estrelas.

    BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919.

    Ouvir estrelasOra, direis, ouvir estrelas! Vejoque ests beirando a maluquice extrema.No entanto o certo que no perco o ensejoDe ouvi-las nos programas de cinema.

    No perco fita; e dir-vos-ei sem pejoque mais eu gozo se escabroso o tema.Uma boca de estrela dando beijo, meu amigo, assunto pra um poema.

    Direis agora: Mas, enfim, meu caro,As estrelas que dizem? Que sentidotm suas frases de sabor to raro?

    Amigo, aprende ingls para entend-las,Pois s sabendo ingls se tem ouvidoCapaz de ouvir e de entender estrelas.

    TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia.So Paulo: Brasiliense, 1961.

    A partir da comparao entre os poemas, verifica-se que,A) no texto de Bilac, a construo do eixo temtico se deu em linguagem denotativa, enquanto no de Tigre,

    em linguagem conotativa.B) no texto de Bilac, as estrelas so inacessveis, distantes, e no texto de Tigre, so prximas, acessveis aos que

    as ouvem e as entendem.C) no texto de Tigre, a linguagem mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como

    dir-vos-ei sem pejo e entend-las.D) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalingustica no trecho Uma boca de estrela dando

    beijo/, meu amigo, assunto pra um poema.E ) no texto de Tigre, a viso romntica apresentada para alcanar as estrelas enfatizada na ltima estrofe

    de seu poema com a recomendao de compreenso de outras lnguas.

    Resoluo

    O texto de Bilac trata do dilogo entre o eu lrico e as estrelas do cu, possvel de se estabelecer apenas por pessoas apaixonadas, e o de Bastos Tigre, humorstico, do dilogo com as estrelas de cinema, que s acon-tece se o eu lrico aprender o ingls, a lngua falada por tais estrelas. Quando o eu lrico, no texto de Bastos Tigre, menciona uma boca de estrela dando beijo como um assunto propcio para compor um poema, est fazendo um comentrio sobre o seu prprio texto, j que o poema aborda justamente essa temtica. Esse procedimento exemplifica a funo metalingustica da linguagem.

    Resposta: D

    Questo 42

    Em uma famosa discusso entre profissionais das cincias biolgicas, em 1959, C. P. Snow lanou uma frase definitiva: No sei como era a vida antes do clorofrmio. De modo parecido, hoje podemos dizer que no sabemos como era a vida antes do computador. Hoje no mais possvel visualizar um bilogo em atividade com apenas um microscpio diante de si; todos trabalham com o auxlio de computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a vida sem computador pessoal. Mas no sabemos como ela seria se ele no tivesse sido inventado. PIZA, D. Como era a vida antes do computador? OceanAir em Revista,

    n- 1, 2007 (adaptado).

  • 30ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Neste texto, a funo da linguagem predominante A) emotiva, porque o texto escrito em primeira pessoa do plural.B) referencial, porque o texto trata das cincias biolgicas, em que elementos como o clorofrmio e o com-

    putador impulsionaram o fazer cientfico.C) metalingustica, porque h uma analogia entre dois mundos distintos: o das cincias biolgicas e o da tec-

    nologia.D) potica, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor de que o clorofrmio to importante para

    as cincias mdicas quanto o computador para as exatas.E ) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o redator est tentando convencer o leitor de que

    impossvel trabalhar sem computador, atualmente.

    Resoluo

    No texto, a funo de linguagem caracterstica a referencial, uma vez que o elemento da comunicao que ganha destaque o referente, isto , o objeto de que se fala. Em outros termos, a finalidade do artigo informar o leitor a respeito de algo: no caso, trata da importncia tanto do clorofrmio quanto do computa-dor para o fazer cientfico.

    Resposta: B

    Questo 43

    Folclore designa o conjunto de costumes, lendas, provrbios, festas tradicionais/populares, manifestaes ar-tsticas em geral, preservado, por meio da tradio oral, por um povo ou grupo populacional. Para exemplifi-car, cita-se o frevo, um ritmo de origem pernambucana surgido no incio do sculo XX. Ele caracterizado pelo andamento acelerado e pela dana peculiar, feita de malabarismos, rodopios e passos curtos, alm do uso, como parte da indumentria, de uma sombrinha colorida, que permanece aberta durante a coreografia.As manifestaes culturais citadas a seguir que integram a mesma categoria folclrica descrita no texto soA) bumba-meu-boi e festa junina.B) cantiga de roda e parlenda.C) saci-perer e boitat.D) maracatu e cordel.E ) catira e samba.

    Resoluo

    O texto fala do frevo, manifestao cultural que consiste em um tipo de msica acompanhada por uma dana. Isso tambm ocorre no samba e na catira, tambm conhecida como cateret, uma dana rural muito difundida em que os participantes formam duas filas, uma de homens e outra de mulheres e, ao som de m-sica, sapateiam e batem palmas.

    Resposta: E

    Questo 44

    Texto 1

    Cano do exlioMinha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabi;As aves, que aqui gorjeiam,No gorjeiam como l.

    Nosso cu tem mais estrelas,Nossas vrzeas tm mais flores,Nossos bosques tm mais vida,Nossa vida mais amores.

    [...]

    Minha terra tem primores,Que tais no encontro eu c;Em cismar sozinho, noite Mais prazer eu encontro l;Minha terra tem palmeirasOnde canta o Sabi.

    No permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para l;Sem que desfrute os primoresQue no encontro por c;Sem quinda aviste as palmeirasOnde canta o Sabi.

    DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.

  • 31ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Os textos 1 e 2, escritos em contextos histricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo potico: a pai-sagem brasileira entrevista a distncia. Analisando-os, conclui-se queA) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do pas em que nasceu, o tom de que se reves-

    tem os dois textos.B) a exaltao da natureza a principal caracterstica do texto 2, que valoriza a paisagem tropical realada

    no texto 1.C) o texto 2 aborda o tema da nao, como o texto 1, mas sem perder a viso crtica da realidade brasileira.D) o texto 1, em oposio ao texto 2, revela distanciamento geogrfico do poeta em relao ptria.E ) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.

    Resoluo

    O dilogo entre os textos uma relao de intertextualidade. O texto 1, do poeta romntico Gonalves Dias, fala da nao numa perspectiva nacionalista, ufanista, exaltando a ptria a partir de sua natureza exu-berante, figurativizada pelas palmeiras e os sabis. O texto 2, do poeta modernista Oswald de Andrade, ins-creve-se numa outra esttica, tendo uma perspectiva mais crtica do que o primeiro: a troca de palmeiras por palmares confere ao texto um tom de denncia. Em vez de tratar com inocncia e ingenuidade de uma nao idlica, mostra que o pas no passado escravizou os negros, e que estes se organizaram, resistiram, luta-ram (o Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi um importante ncleo de resistncia dos negros).

    Resposta: C

    Questo 45

    Figura 1 Disponvel em http://www.numaboa.com

    Figura 2 Disponvel em Figura 3 Disponvel em http://www.poracaso.com http://www.decodificandocodigos.pbwiki.com

    Texto 2Canto de regresso PtriaMinha terra tem palmaresOnde gorjeia o marOs passarinhos daquiNo cantam como os de l

    Minha terra tem mais rosasE quase tem mais amoresMinha terra tem mais ouroMinha terra tem mais terra

    Ouro terra amor e rosasEu quero tudo de lNo permita Deus que eu morraSem que volte para l

    No permita Deus que eu morraSem que volte pra So PauloSem que eu veja a rua 15E o progresso de So Paulo

    ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald.

    So Paulo: Crculo do Livro, s/d.

  • 32ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Figura 4 Disponvel em http://www.numaboa.com

    O homem desenvolveu seus sistemas simblicos para utiliz-los em situaes especficas de interlocuo. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o dilogo em momentos e/ou lugares distintos levou ado-o universal de alguns desses sistemas. Considerando que a interpretao de textos codificados depende da sintonia e da sincronia entre o emissor e o receptor, pode-se afirmar que aA) recepo das mensagens que utilizam o sistema simblico da figura 1 pode ser feita horas depois de sua

    emisso.B) recepo de uma mensagem codificada com o auxlio do sistema simblico mostrado na figura 2 indepen-

    de do momento de sua emisso.C) mensagem que mostrada na figura 4 ser decodificada sem o auxlio da lngua falada.D) figura 3 mostra um sistema simblico cuja criao anterior criao do sistema mostrado na figura 2.E ) figura 4 representa um sistema simblico que recorre utilizao do som para a transmisso das mensa-

    gens.

    Resoluo

    Para que a comunicao seja eficiente, alguns cdigos dependem da presena de emissor e receptor no mesmo tempo e espao e outros transcendem essas barreiras; alguns necessitam do auxlio da linguagem verbal, outros no.

    No caso da figura 4 (linguagem musical), para que o receptor possa decodificar a mensagem transmitida no necessria a utilizao da linguagem falada, j que as notas musicais e demais signos so os cdigos que contm a informao principal, possvel de ser interpretada diretamente, sem a necessidade da mediao de palavras.

    Resposta: C

    COMENTRIOS

    Portugus

    LinguagensA prova no difere substancialmente das realizadas pelo ENEM anteriormente. Na medida em que a cobrana

    de contedo mnima, inadequada para selecionar candidatos para a escola superior.

    Literatura e ArtesExcelente prova para selecionar candidatos s vagas em universidades federais. No entanto, extremamente

    di fcil para avaliar o Ensino Mdio.

  • 33ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    REA 2 Matemtica e suas Tecnologias Questo 46

    Para o clculo da inflao, utiliza-se, entre outros, o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), que toma como base os gastos das famlias residentes nas reas urbanas, com rendimentos mensais compre-endidos entre um e quarenta salrios mnimos. O grfico a seguir mostra as variaes do IPCA de quatro ca-pitais brasileiras no ms de maio de 2008.

    Disponvel em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 05 jul. 2008 (adaptado).

    Com base no grfico, qual item foi determinante para a inflao de maio de 2008?A) Alimentao e bebidas. D) Vesturio.B) Artigos de residncia. E ) Transportes.C) Habitao.

    Resoluo

    Pelo grfico, em cada uma das quatro capitais, o item que teve a maior variao foi o de alimentao e bebidas.

    Resposta: A

    Questo 47

    No calendrio utilizado atualmente, os anos so numerados em uma escala sem o zero, isto , no existe o ano zero. A era crist se inicia no ano 1 depois de Cristo (d.C.) e designa-se o ano anterior a esse como ano 1 antes de Cristo (a.C.). Por essa razo, o primeiro sculo ou intervalo de 100 anos da era crist terminou no dia 31 de dezembro do ano 100 d.C., quando haviam decorrido os primeiros 100 anos aps o incio da era. O s-culo II comeou no dia 1 de janeiro do ano 101 d.C., e assim sucessivamente.Como no existe o ano zero, o intervalo entre os anos 50 a.C. e 50 d.C., por exemplo, de 100 anos. Outra forma de representar anos utilizando-se nmeros inteiros, como fazem os astrnomos. Para eles, o ano 1 a.C. corresponde ao ano 0, o ano 2 a.C. ao ano 1, e assim sucessivamente. Os anos depois de Cristo so representados pelos nmeros inteiros positivos, fazendo corresponder o nmero 1 ao ano 1 d.C.

  • 34ENEM/2009 (PROVA CANCELADA) ANGLO VESTIBULARES

    Considerando o intervalo de 3 a.C. a 2 d.C., o quadro que relaciona as duas contagens descritas no texto :

    A)

    C