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ENCANTAR PARA EVANGELIZAR URE OESTE – CENTRO ESPÍRITA LUZ DA CARIDADE – DIJ Agosto 2006

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ENCANTAR PARA EVANGELIZAR

URE OESTE – CENTRO ESPÍRITA LUZ DA CARIDADE – DIJ

Agosto 2006

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SUMÁRIO OBJETIVOS POR QUE ENCANTAR PARA EVANGELIZAR? MANEJO DE CLASSE DIAGNÓSTICO DE CLASSE AMBIENTE ENCANTADOR ou EVANGELIZADOR

COMO CONSEGUIR UM AMBIENTE ENCANTADOR, EVANGELIZADOR? COMO MINISTRAR UMA AULA ENCANTADORA

ANTES DE INICIAR A AULA ENCANTADORA DURANTE A AULA ENCANTADORA TRABALHANDO OS CONTEÚDOS DE FORMA ENCANTADORA

COMO MINISTRAR UMA AULA DESENCANTADORA? COMO O DIJ/CASA ESPÍRITA PODE AUXILIAR E GERAR EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES? EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES

QUEM SÃO OS EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES?

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ENCANTAR PARA EVANGELIZAR OBJETIVO Este trabalho tem por finalidade levar aos evangelizadores e coordenadores de Juventude, sugestões e dicas de como trabalhar com as crianças ou com os jovens em sala de aula, extraídas de técnicas, métodos e de vivências em sala. POR QUE ENCANTAR PARA EVANGELIZAR? Antes da metade do século XVI, a educação era normalmente feita por mestres que conviviam com os jovens. Estes se afastavam dos pais durante a adolescência e aprendiam a profissão. Muitos pagavam um preço emocional caríssimo, pois se isolavam dos pais dos 7 aos 14 anos.

Já o século XVIII é marcado pela reforma na educação promovida por Rousseau, na França, seguido por Pestalozzi, Froebel (que cria os jardins de infância) e assim por diante. Quando a escola se difundiu, houve um grande salto emocional, pois, além dos ganhos educacionais que tinham neste ambiente, as crianças retornavam todos os dias para o convívio com os pais. A afetividade entre eles cresceu. Até a arquitetura das casas mudou: surgiram os corredores laterais para os estranhos não invadirem o espaço íntimo da família.

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Neste contexto, as famílias tinham a sociedade como aliada. As pessoas se viam cercadas de modelos e exemplos, as leis e sistemas de suporte eram favoráveis, sustentando o casamento e ajudando a criar famílias fortes. As famílias eram cercadas por outras famílias.

Porém ocorreram mudanças, transformações dos costumes, das bases religiosas e morais das sociedades, que alteraram as escalas de valores, causando um desnorteamento no comportamento moral. A família, o relacionamento homem-mulher, os conceitos sobre o sexo e liberdade sofreram abalos e novos desafios se apresentam. Casais, jovens e adolescentes sentem-se inseguros e desorientados diante dessas problemáticas. Temos filhos de casais com separações conflituosas, pais desempregados, gravidez na adolescência, drogas...

Amélia Rodrigues reforça esta visão quando na noite de 04/01/1978 em Salvador, Bahia, através da psicografia de Divaldo Pereira Franco, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, nos assevera “...entre outras lamentáveis ocorrências, a destruição do instituto da família liberando crianças e jovens que se arrojam na desabalada correria da loucura, a grassar avassaladora, parecendo anunciar o fim dos tempos da ética e da civilização em desolador retorno à barbárie, ao primitivismo”... E nos coloca como solução a “evangelização: desafio de urgência”.

Dos Estados Unidos, país que possui recurso e se utiliza muito de pesquisas, temos o seguinte levantamento feito exclusivamente em escolas públicas:

PRINCIPAIS PROBLEMAS DISCIPLINARES, DE ACORDO COM OS PROFESSORES.

1940 1990

Conversa durante a aula Abuso de drogas

Goma de mascar Abuso de álcool

Fazer barulho Gravidez

Correr nos saguões Suicídio

Furar a fila Estupro

Não usar o uniforme Roubo

Fazer bagunça Assalto

Fonte: Os 7 Hábitos das Famílias Altamente Eficazes – Stephem R. Covey

Em meio a tudo isso, o percentual de famílias em que um dos pais fica o dia inteiro em casa com os filhos caiu 66,7% para 16,9%. E a criança passa, em média, sete horas por dia diante da televisão e apenas cinco minutos com o pai!

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No Brasil, Tânia Zagury, Mestre em Educação, fez uma pesquisa com 1172 escolas públicas e particulares da educação básica de 42 cidades em 22 estados brasileiros, tendo como resultado, entre outros, a seguinte constatação:

Augusto Cury contribui para o entendimento destas dificuldades quando nos explica que hoje em dia a TV tem importante papel nesta alteração de comportamento, quando transporta os jovens, sem que eles façam esforços mostrando mais de sessenta personagens por hora, com as mais diferentes características de personalidade, excesso de estímulo visual e sonoro, bom ou ruim que atinge frontalmente o território da emoção. Um excesso de informações e uma paranóia do consumo e de estética, que dificulta a interiorização.

Esse bombardeio de estímulos, segundo ele, gera nas crianças e nos jovens, um pensamento acelerado e uma compulsão por novos estímulos, numa tentativa de conseguirem alívio. Uma verdadeira “roda viva” levando a perda do prazer nos pequenos estímulos da rotina diária.

Nas escolas as crianças ou os jovens agitam-se na cadeira, não se concentram, são ansiosos, têm conversas paralelas, mexem nos colegas, estão alienados e não têm prazer em aprender. Precisam fazer muitas coisas para ter um pouco de prazer, o que gera personalidades flutuantes, instáveis, insatisfeitas.

Nas salas de aulas de Evangelização Infantil ou da Juventude recebemos crianças e jovens, que muitas das vezes provém deste difícil contexto. Com a evangelização, podemos auxiliá-los a ter capacidade de transcender estas dificuldades.

Para isso temos que ter em mente que estamos competindo com esse “bombardeio de estímulos”: play station, internet, RPG, “Harry Poters”, “Senhores dos Anéis”, etc. e que para superá-los precisamos de evangelizadores e coordenadores encantadores. Precisamos encantar para evangelizar.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DO PROFESSOR EM SALA DE AULA

Manter a disciplina 22%

Motivar alunos 21%

Avaliar de forma adequada 19%

Manter-se atualizado 16%

Escolher a metodologia adequada 10%

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Mas como encantar “crianças ou jovens que agitam-se na cadeira, não se concentram, são ansiosos, têm conversas paralelas, mexem nos colegas, estão alienados e não têm prazer em aprender”?

Precisamos preparar uma boa aula, que prescinde dos quatro passos para encantar.

do conhecimento de didática básica, para a elaboração do plano de aula;

do conhecimento de técnicas e recursos, adequados a idade, que se embasa na Psicologia;

da participação de grupo de estudo na Casa Espírita;

e finalmente, já em sala, da utilização de dicas e sugestões de manejo de classe.

Todos estes passos devem ser respeitados, só assim alcançaremos os objetivos propostos pelo plano de aula e teremos êxito no nosso trabalho de evangelização de crianças ou de jovens, ensinando, despertando, levando a vivenciar...encantando.

“Deixai que venham a mim as criancinhas” (S. Marcos, cap. X, vv.13 a 16)

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”

( João, 17:15)

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MANEJO DE CLASSE É a supervisão e controle do evangelizador ou coordenador sobre o evangelizando, com intuito de criar um ambiente que seja propício à aprendizagem, para que os evangelizandos aprendam o que o evangelizador ou coordenador ensina, desperta ou leva a vivenciar. DIAGNÓSTICO DE CLASSE

Para conseguir sucesso no manejo de classe, precisamos conhecer a classe. Devemos fazer um diagnóstico de classe, ou seja, devemos fazer uma avaliação, observando se o evangelizando tem facilidade em fazer amizades, se é leal e sincero com os outros, se respeita os colegas, se tem espírito de solidariedade e cooperação, se tem uma imagem positiva a respeito de suas próprias possibilidades, se é alegre e espontâneo, expansivo, se possui liderança, se é tímido ou agitado, calado, irritadiço, se é afetivo, se é cortês... etc, para que possamos auxiliá-los nas dificuldades e estimulá-los nas qualidades.

Observamos também a classe no geral: se é uma turma mais agitada ou tranqüila, com um bom ou com pouco conhecimento da Doutrina Espírita, quais os tipos de atividades de que mais gosta, etc.

Estas qualidades ou dificuldades, tanto do evangelizando como da classe, influem positiva ou negativamente nos trabalhos em sala. Daí a necessidade do manejo de classe para que possamos alcançar os objetivos previstos no plano de aula.

AMBIENTE ENCANTADOR e EVANGELIZADOR

O nosso trabalho se desenvolve dentro de uma Casa Espírita: evangelizamos. Temos o amparo da espiritualidade amiga e querida vinculada a nossa Casa, que envolvem as nossas crianças ou os nossos jovens para que estes captem melhor os conteúdos trabalhados e que nos auxiliam na condução das tarefas em sala. Mas para termos este auxilio, amparo e envolvimento são necessários à criação de um ambiente propício: um ambiente encantador, evangelizador.

“Amai-vos uns aos outro”

“Amareis vosso próximo como a vós mesmos”

(Mt. 22:30)

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COMO CONSEGUIR UM AMBIENTE ENCANTADOR, EVANGELIZADOR ?

1) Respeite o contexto de onde provém o evangelizando: quais são as suas necessidades, o seu passado, quem faz parte da sua família, quem o cuida, em que momento vive essa família, enfim, as condições bio-psico-socio-culturais do evangelizando.

2) Respeite as características do evangelizando: vestuário, vocabulário, gostos, etc., procurando auxiliá-lo em aulas específicas, caso se faça necessário.

3) Manter um ambiente tranqüilo. A tranqüilidade abre as janelas da memória. Podemos utilizar, por exemplo, música clássica ou suave, como recurso durante as atividades, que desacelera o pensamento e estabiliza as emoções, melhora a concentração e produz um registro privilegiado.

4) Evite as atividades competitivas, pois naturalmente geram disputas e a não colaboração entre as crianças, não permitindo o desenvolvimento das qualidades positivas e saudáveis desenvolvidas através da cooperação, da troca de idéias, do respeito, da justiça, da confraternização, da disciplina, etc.

5) Procure ter um número reduzido de evangelizandos. É preferível ter duas turmas pequenas a uma turma grande.

6) Crie vínculos afetivos com os alunos: “Se você estiver sentindo a grandeza do amor em seu coração quando está com as crianças, se estiver acreditando no que fala, se estiver alegre enquanto canta, divertindo-se enquanto brinca, terno enquanto olha para elas, segurando suas pequenas mãozinhas com carinho estará se integrando com as esferas superiores e alcançando crescimento espiritual para todo o grupo. Esta energia criada pelo seu amor fará parte da vida eterna destes espíritos que passam pelo seu caminho hoje.”

Eloísa Kulcheski

7) Evite rotatividade de evangelizadores ou coordenadores ao longo do ano, para que se fortaleçam os laços afetivos.

8) Seja assíduo. Havendo necessidade em se ausentar, avise com

antecedência seu companheiro(a) de sala e/ou a coordenação sobre a impossibilidade de preparar e aplicar a aula.

9) Observe, aceite e estimule o evangelizando a superar suas dificuldades.

10) Promova colaboração, afeto, respeito mútuo e amizade. Utilizando sempre

que possível, trabalhos em grupos.

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11) Gere uma participação ativa, induzindo iniciativa e esforços espontâneos, resultado da conscientização íntima de cada um quanto às necessidades básicas de disciplina, de esforço próprio e de dedicação.

12) Valorize a participação de todos.

13) Ao utilizar regras, desenvolva um trabalho para que as crianças ou os jovens compreendam e percebam os benefícios individuais e coletivos de suas aplicações, bem como a utilidade destas, para que haja uma adesão espontânea.

Não esquecer que crianças ou jovens desencarnados muitas vezes estão presentes durante as aulas, sendo mais um motivo para termos um ambiente encantador, evangelizador. Observe o que nos conta essa história: “...Estava sendo, então, um adolescente inseguro, vendo-me como um corpo anguloso e feio, percebendo-me menos capaz do que os outros, fortemente incerto de minhas possibilidades. Era muito mais mal-humorado que apaziguado com a vida. Facilmente me eriçava. Qualquer consideração feita por um colega rico da classe já me parecia o chamamento à atenção de minhas fragilidades, de minha insegurança. O professor trouxera de casa os nossos trabalhos escolares e, chamando-nos um a um, devolvia-os com seu ajuizamento. Em certo momento me chama e, olhando ou re-olhando o meu texto, sem dizer uma palavra, balançava a cabeça numa demonstração de respeito e de consideração. O gesto do professor valeu mais do que a própria nota dez que atribuiu a minha redação. O gesto do professor me trazia uma confiança ainda obviamente desconfiada de que era possível trabalhar e produzir. De que era possível confiar em mim”...

Paulo Freire Observemos o auxílio, o estímulo e o despertamento gerado por um professor em um aluno que vivia a adolescência, com todas “as cores e dores” e que mais tarde se tornaria um dos nossos grandes educadores. Observemos a importância do acolhimento, do respeito, do ambiente encantador, evangelizador.

Devemos estar atentos, pois podemos nos deparar com evangelizandos de nível moral ou intelectual superior ao do evangelizador ou coordenador e nos cabe auxiliá-los na área em que naturalmente se destacam, ampliando as habilidades inatas e desenvolvendo novas aptidões. Isto é um desafio.

Na prática pedagógica deve, pois, estar presentes os itens destacados por Piaget, mas já propostos pelo Mestre Jesus. A cooperação é o amor em ação. Ação compreendida como necessidade de ambas as partes. Sem a afetividade,

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o amor, o respeito mútuo e a cooperação, dificilmente a ação educativa conduzirá o educando à verdadeira autonomia, prevenindo a ação nefasta do egoísmo e do orgulho.

AULA ENCANTADORA

COMO MINISTRAR UMA AULA ENCANTADORA ?

“ E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da

alegria” Paulo Freire

ANTES DE INICIAR A AULA ENCANTADORA: 1) Traga a sua memória, se possível, a época em que você tinha a idade das

crianças ou dos jovens com quem você irá trabalhar. Do que gostava, o que pensava, no que se interessava? Como se sentia consigo mesmo e com os outros? Quais eram as suas afinidades ou as suas diferenças com os amigos? Por que gostava de uns professores e de outros nem tanto? Respondendo a essas perguntas você se colocará no lugar do evangelizando, ficando mais fácil compreendê-los e auxiliá-los na sua tarefa.

2) Esteja vinculado a grupo de estudo na casa.

3) Tenha noções de psicologia infanto-juvenil.

4) Conheça técnicas indicadas para cada idade.

5) Planeje corretamente a aula. Não improvise acreditando no “auxílio da espiritualidade”. Prepare a aula durante a semana, com calma e capricho. Procure planejar uma aula dinâmica. Reveja o conteúdo.

6) Prepare todo o material da aula na seqüência que será utilizado. Os evangelizadores novos podem fazer um resumo com a seqüência da aula, para que ao passar o olho durante a aula consiga relembrá-la rapidamente.

7) Seja o primeiro a chegar e o último a sair da sala de aula, recebendo os evangelizandos com um sorriso na porta.

8) Faça uma prece em sala antes de iniciar a aula. Desta forma ampliamos o nosso nível vibratório, ficando receptivo ao auxílio da espiritualidade amiga e querida, vinculada a nossa Casa Espírita e que conosco trabalha em sala de aula.

9) Assegure condições de trabalho, propiciando um ambiente informal e acolhedor: preparando o material que será utilizado, a disposição de mesa e cadeiras, providenciando água, arejando o ambiente, verificando o silêncio, verificando a harmonia dos estímulos visuais da sala de aula.

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O ideal seria que, antes de iniciar nos trabalhos na Evangelização Infantil-juvenil, os evangelizadores passassem por um estágio, assistindo aulas com evangelizadores ou coordenadores mais experientes.

DURANTE A AULA ENCANTADORA:

1) Respeite os horários de início e término das aulas.

2) Deixe a vergonha no lado de fora da sala de aula. A aula pode e deve ser alegre para todos os participantes. Desenvolva-a com segurança. Você consegue, tenha isso como um objetivo.

3) Use roupas confortáveis.

4) Sorria. Fale com o corpo, com o coração. Demonstre motivação, fale com emoção. Mude a tonalidade de voz enquanto fala para cativar a emoção, estimular a concentração e aliviar o estresse, desacelerando o pensamento e levando o evangelizando a uma viagem no mundo das suas idéias. Enquanto falamos, devemos trazer o evangelizando “até a intimidade do movimento de nosso pensamento”, tornando a aula um desafio e não uma cantiga de ninar.

5) Aprenda o nome de cada evangelizando.Eles podem fazer seus próprios crachás.

6) Estabeleça uma rotina para os trabalhos de classe.

7) Intercale exposição com técnicas (perguntas, cartazes, imagens, frase, etc), evitando exposições prolongadas, pois a criança não consegue fixar a atenção por muito tempo e você corre o risco de perder o interesse dos evangelizandos pelo assunto que está sendo tratado.

Idade da criança

Tempo máximo de atenção

3 à 5 anos 5 à 10 minutos;

6 à 8 anos 15 minutos

9 à 11 anos 20 minutos

acima de 12 anos

30 minutos

8) Olhe o evangelizando nos olhos. Mantenha sempre o contato visual. Ao final da aula todos os evangelizandos devem ter sido “olhados nos olhos” pelo evangelizador ou coordenador.

9) Não fale escrevendo no quadro de costas para os evangelizandos.

10) Movimente-se dentro da sala de aula, evitando ficar no mesmo local a aula inteira.

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11) Peça para que os evangelizandos levantem a mão quando quiserem falar.

12) A linguagem deve ser:

a. educativa, instrutiva e simples. Cuidado com as gírias;

b. correta e elegante, sem ser rebuscada e dramática, nem vulgar e apelativa;

c. objetiva, clara e simples;

d. evite o excesso de palavras, em tom de oratória. Não fazer palestras, nem sermões. Não transformar as aulas numa exposição fria e individual. Não fazer pregação de moral, pois essa moral é aprendida por sugestão, através de exemplos e vivências, principalmente os pequenos, que aprendem o que vivem.

e. tom agradável de voz, audível e palavras bem articuladas.

13) Pergunte as crianças ou aos jovens se eles conhecem o significado de um vocabulário novo, de uma palavra mais difícil. Apresente os sinônimos caso seja necessário antes de utilizá-lo em aula.

14) Aprenda a ouvir. Ensinar exige saber escutar. Escutando é que aprendemos a falar com o evangelizando. Valorize a necessidade de ouvir os companheiros de sala.

15) Valorize o esforço empregado pela criança ou pelo jovem para realizar a atividade. Não apenas o sucesso alcançado deve ser ressaltado.

16) Ilustrações impressas em preto e branco devem ser previamente coloridas, para a apresentação, como as de um livro de histórias infantis. Pode-se, por exemplo, pedir para que os evangelizandos pintem as figuras, para depois apresentá-las.

17) Inicie a aula com uma conversa informal. Por exemplo, sobre como as crianças ou os jovens passaram a semana ou como vão as atividades no colégio, cursinho ou universidade. Ao propiciar este momento de relaxamento, todos se conhecem melhor e vínculos são criados entre as crianças.

18) Sinta seu coração vibrando durante a aula, assim como o sentimos enquanto estamos orando. O sentimento é o foco gerador de energia emuladora, que, qual dínamo gerador de vibrações superiores, atingirá o coração, o sentimento, estimulando as qualidades superiores dos que estão em nosso raio de influência, levando-os a seguir o exemplo, não mecanicamente, mas pela atração desta energia.

19) Inicie a aula de turmas mais agitadas, após a oração, sempre com uma mesma canção. Assim cria-se um condicionamento ao relaxamento, as crianças aprendem que é hora de acalmar e de se concentrar. Eles acabam se sensibilizando e naturalmente as aulas passam a iniciar de forma tranqüila.

20) Propicie ao máximo a participação de todos durante as aulas, para que o destaque na sala de aula sejam as crianças ou os jovens, para que a aula

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não seja focada todo o tempo sobre o evangelizador ou o coordenador. As crianças e os jovens são as estrelas que devem brilhar: peça auxílio aos evangelizandos, faça uma escala de ajudantes para distribuir lápis e folhas, para que escrevam ou apaguem o quadro, de tal forma que todos se sintam envolvidos, dos mais agitados aos mais passivos. Com a movimentação dentro da sala eles relaxam e trabalham melhor.

21) Crie espaço alternativo na sala para, os pequenos principalmente, utilizarem em diferentes atividades durante a aula: cantinho da leitura, com caixinha com livros e um tapetinho, cantinho da natureza, com vasinhos de violeta. Hora a atividade pode ser dada em círculo no chão, quando contamos uma história, logo após passamos para as mesas com as cadeiras. Isso cria um dinamismo em sala, propiciando um relaxamento e alegria na turma.

22) O trabalho dentro de sala deve ter força suficiente para despertar “o querer aprender” de cada criança ou jovem, dos mais agitados aos mais tímidos. Dar atenção a esse! Os tímidos falam pouco, mas pensam muito.

23) Pedir para que os evangelizandos apresentem o resultado de suas atividades perante a sala explicando o que fez e porque fez. Perante uma negativa, passe para o próximo, dizendo que gostaria muito de ver o trabalho daquele que se negou. Volte a dar oportunidade, acolhendo-o na sua dificuldade: segurando, por exemplo, com uma mão o desenho e colocando a outra em seu ombro diante da turma. Faça perguntas a respeito do trabalho para facilitar sua expressão perante a turma. Porém não seja desagradável, forçando-o. O objetivo é estimular e não forçar.

24) Quando houver conversas paralelas na sala dos mais velhos:

a. aproxime-se dos que estão conversando, expondo a aula por um pequeno período ao seu lado, trazendo a atenção de todos os colegas para esta direção;

b. envolvê-los com perguntas sobre o assunto;

c. baixar o tom de voz para que percebam que estão dificultando o trabalho;

d. trocar o lugar dos evangelizandos.

25) Na sala dos mais novos a conversa paralela pode ser sinal de que está na hora de iniciar nova atividade.

26) Utilize a disposição das cadeiras em círculo ou em U, pois diminui conversas paralelas, desenvolve a segurança, promove a educação participativa, melhora a concentração, diminui conflitos em sala de aula.

27) Dirija-se mais vezes ao aluno distraído. Dê mais detalhes da atividade a ser desenvolvida ao evangelizando mais lento. Oportunize a sua participação.

28) Acolha e compreenda um evangelizando difícil, tachado infelizmente muitas vezes de “terrível”, “impossível”, “pestinha”. Procure as causas deste comportamento de maneira objetiva e racional. Caso este crie

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alguma situação difícil, chame-o em particular para conversar e orientá-lo a colocar-se no lugar do outro. Estimule-o a refletir. Quem estimula a reflexão é um artesão da sabedoria. Se ele o magoou, fale dos seus sentimentos com ele. Por trás de cada evangelizando arredio ou agressivo há um ser que precisa de afeto. Expresse, quando necessário, os aspectos negativos do comportamento e não do evangelizando.

29) Ajude o evangelizando a prever as conseqüências de seus próprios atos.

30) Auxilie o evangelizando a se tornar um indivíduo consciente da própria necessidade evolutiva, capaz de pensar antes de agir, de não ter medo, a ser líder de si mesmo, de sentir e agir no bem, despertando a educação de dentro para fora. Não é possível ser forte sem perceber nossas limitações. O erro é uma parte do processo de aprendizagem e deve ser transformado em estímulo de crescimento.

“Fazei aos homens tudo o que quereis que eles vos façam” (S. Mateus, cap. VII, vv.12)

31) Expresse a sua alegria e gratidão em ter ministrado a aula para as crianças ou para os jovens. Fale que gostou da turma. Que eles são crianças ou jovens inteligentes, espertos, alegres. Elogie e os valorize. Não dissimule reações. Seja honesto.

32) Pergunte a opinião sobre a aula dada. As crianças podem expressá-la de uma forma simples, com as mãos, fazendo um “legal” ou um “péssimo” ou “mais ou menos”. Se não sentir “firmeza na resposta”, procure melhorar a preparação da aula. Caso não se sinta à vontade para uma avaliação direta, crie um pequenino formulário para que seja preenchido e colocado na urna sem identificação.

33) Valorize os aspectos positivos enquanto eles estão acontecendo ou imediatamente após ter ocorrido para que os evangelizandos constatem e registrem:

a. o trabalho desenvolvido de forma serena na sala,

b. como foi legal dividir algo com os colegas;

c. como é gostoso quando todos participam;

d. para as crianças pequenas, como foi bom ficar na sala mesmo sem a mamãe, etc

34) Respeite a criatividade e gostos de cada um. Se o evangelizando gosta de rosas pretas, respeite.

35) Não faça pelo evangelizando aquilo que ele pode fazer sozinho.

36) Não permita se “endeusado” pelas crianças ou jovens.

37) Cumpra com o prometido. Não comprometa o vínculo de confiança.

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38) Os trabalhos das crianças podem ser guardados e devolvidos no final do semestre ou do ano, para que elas possam relembrar os conteúdos e mostrarem para os pais.

TRABALHANDO OS CONTEÚDOS DE FORMA ENCANTADORA

Não posso ensinar o que não sei.

O evangelizando não se interessa pelo que não entende.

1) Desperte primeiro a atenção e a concentração dos evangelizandos, para depois trabalhar o conteúdo. Uma sugestão é iniciar a aula com um incentivo inicial.

2) Repita o conteúdo quando necessário.

3) Respeite as perguntas dos evangelizandos. Não ignore. Auxilie-o a reformular se for o caso. Se não souber a resposta diga, verifique se outro evangelizando sabe ou avise que pesquisará e trará a resposta na próxima aula.

4) Não exagere na quantidade de informações dadas na sala de aula, podendo correr o risco de ser estressante. ,

5) Varie técnicas para manter a motivação para a aprendizagem, para mobilizar a atenção e a atitude de concentração, para despertar a curiosidade pelo que se quer trabalhar. Muitas vezes os evangelizandos estão fisicamente na sala, mas sua cabeça está noutro lugar. Leia, faça cursos na FEP, busque auxílio com sua coordenação.

“O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser. Um ruído, por exemplo, pode provocar minha curiosidade. Observo o espaço onde parece que se está verificando. Aguço o ouvido. Procuro comparar com outro ruído cuja razão de ser já conheço. Investigo melhor o espaço. Admito hipóteses várias em torno da possível origem do ruído. Elimino algumas até que chego a sua explicação.”

Paulo Freire

6) Faça uma abordagem positiva a respeito do assunto trabalhado, destacando o bem perante o desequilíbrio. Por exemplo, podemos dar destaque ao respeito à vida e não ao aborto, das boas influências dos Espíritos e não sobre a obsessão. Enfatizar o sucesso, não as dificuldades; tudo o que de bom pode-se fazer e não o que podemos fazer de ruim...

7) Apresente exemplos positivos e histórias edificantes: ao apresentar exemplos pessoais de superação ou de dificuldades, sobre o assunto que está sendo tratado, estes não poderão chocar os alunos e nunca passar um desfecho fora dos ensinamentos doutrinários, caso contrário, melhor abster-se de expô-los. O objetivo é estimular, incentivar a auto-superação dentro dos preceitos

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doutrinários. Peça exemplos e experiências de vivências do próprio evangelizando.

8) Promova o intercâmbio entre evangelizandos do mesmo nível, de níveis diferentes e entre os evangelizandos e os adultos, produzindo cooperação, colaboração e não concorrência, promovendo a descentração do egocentrismo, levando-as a uma noção mais objetiva da realidade, aprendendo a considerar vários pontos de vista, onde os evangelizandos são colocados em situações que os levem a vivenciar, dentro de seu pequeno grupo social, os princípios do Evangelho. Os evangelizandos são levados a praticar aquilo que aprenderam. A vivência é indispensável no processo evolutivo. Podemos também observar nestes momentos, se a criança esta conseguindo superar alguma dificuldade pessoal.

9) Se o tema é amor ao próximo fazer uma campanha de doação de brinquedo. Leia Educação do Espírito – Introdução à Pedagogia Espírita de Walter Oliveira Alves, ele nos dá excelentes dicas e idéias a esse respeito.

10) Quanto mais aumenta a idade dos Evangelizandos, mais devemos utilizar a exposição interrogada, elaborando boas perguntas. Utilizar muito as palavras “Por quê?”, “Como?”, “Onde?”, “Qual o fundamento disso?”, “Para que?”, compare uma afirmação de um texto, com um acontecimento real.

11) A arte de perguntar produz um ambiente agradável e inteligente. Faz o evangelizando pensar com a própria cabeça, com a ajuda dos conhecimentos doutrinários anteriormente adquiridos. Com essa atividade mental, conseguem acompanhar a lógica da explicação, adquirindo a sua própria compreensão do conteúdo. Os evangelizando podem dar respostas individuais ou em grupo. Estimule-os para que respondam. Peça brincando para que dêem “um chutão”, geralmente eles relaxam e passam a participar ou chame pelo nome um evangelizando e pergunte-lhe. Independente da resposta, o aluno deve ser elogiado pela sua participação. Peça para os colegas, o que eles pensam sobre a resposta dada, “quem concorda levante a mão, se não concorda diga o porque”. Acrescente novas perguntas para criar o caminho do entendimento correto. Dê dicas. Isto auxilia o evangelizando a se colocar perante a turma. Na próxima vez ele saberá que ao se expor terá o seu amparo. Utilizando deste recurso, fazemos uma comunicação nos dois sentidos, conseguindo desta forma manter o interesse do evangelizando.

12) Não antecipe as respostas. Dê um tempo para que pensem.

13) Os evangelizandos maiores devem agir, analisar, observar, realizar experiências, tirar conclusões lógicas e usar o bom senso, participar ativamente do seu processo de aprendizagem, gerando sua autonomia intelectual e moral. Deve haver desafios que os levem a “pensar”, sentir e agir a compreender os porquês, compreendendo pela sua própria cabeça, produzindo-se o desejo de agir no bem por vontade própria. O Evangelizando deve tirar as suas próprias conclusões pela observação, comparação e raciocínio. É no próprio aprendiz que encontramos o feedback sobre a sua própria aprendizagem.

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“A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade.”

O Evangelho Segundo O Espiritismo, cap.XIX / 7

“Para motivar o aluno, o professor tem de mostrar a beleza e o poder das idéias” Tânia Zaguy

14) As atividades devem desenvolver o sentimento superior, estimulando os ideais nobres, elevando o padrão vibratório, auxiliando os evangelizandos a tornarem-se cada vez mais receptivo às vibrações superiores, que lhes garantirá a autonomia moral.

15) Procure manter o foco no assunto a ser tratado, do início ao final da aula, utilizando-se de recursos variados, para obter o objetivo desejado. Do incentivo inicial ao recurso de fixação final. Isto não quer dizer que não se possa alterar o conteúdo da aula, caso surja necessidade, por solicitação dos evangelizandos ou constatação de necessidade pelo evangelizador ou coordenador. Cabe aqui um pouco de sensibilidade na avaliação para com a classe e para com o indivíduo que solicita. Pode-se pedir para tratar do assunto, solicitado por um evangelizando, na próxima aula, quando se trará mais recursos e materiais. Pode-se tratar no final da aula, conversando-se individualmente. Porém sempre validar o desejo de conhecimento e satisfazê-lo. A mudança de foco não deve ser regra. Caso haja fuga do tema a ser tratado em sala de aula de forma corriqueira, avaliar se não é dificuldade em estruturar a aula. Peça auxílio a sua coordenação.

16) No final da aula ou no início da próxima, pedir que os evangelizandos façam um resumo breve do que foi visto, para reforçar ou relembrar o conteúdo.

17) Finalize a aula com uma frase, um ensinamento de Jesus sobre o tema tratado em sala.

COMO MINISTRAR UMA AULA DESENCANTADORA?

1) Não ler, não estudar, não fazer curso de reciclagem, ausentar-se dos grupos de estudo da Doutrina Espírita, acreditando já possuir conhecimentos suficientes.

2) Preparar a aula de um dia para o outro.

3) Não aplicar o que foi visto até aqui.

4) Ministrar aulas monótonas, repetitivas e aborrecidas.

5) Não dominar o conteúdo.

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6) Fazer uma imposição “de fora para dentro”, baseada na autoridade unilateral impositiva. Estabelecer regras que deverão ser cumpridas pelas crianças. Criar um ambiente de submissão. Ser autoritário, muitas vezes sem ser agressivo ou bruto, mas delicadamente teimoso.

7) Despreocupar-se da vivência evangélica dentro da própria sala.

8) Pregar uma coisa e fazer outra: “Faça o que eu mando e não o que faço.”

9) Impor conceitos prontos. Estimular o dogmatismo fanatizante.

10) Colocar a criança e o jovem em uma posição passiva de mero ouvinte.

11) Analisar com seus alunos temas de interesse dos jovens, explorando os aspectos psicológicos ou sociais, sem estudá-los à luz da Doutrina espírita.

12) Prender-se ao ensino puramente teórico da doutrina, esquecendo-se do aspecto afetivo e moral que envolve a Evangelização da Infância ou da Juventude.

13) Deixar que a agressividade ou a atitude impensada de um evangelizando roubem a sua tranqüilidade, excluindo-o, condenando-o, criticando-o, corrigindo-o, expondo-o publicamente.

14) Responder com impaciência ao evangelizando ou não dar atenção as suas solicitações.

15) Falar com voz muito alta e irritada.

16) Dar preferência a um evangelizando.

17) Rotular ou comparar os evangelizandos.

18) Chegar atrasado.

19) Querer trabalhar com evangelizando padrão ou ideal e não com o real.

20) Transmitir conhecimentos abstratos, que não se relacionam com o dia a dia do evangelizando.

21) Estar passando por momentos difíceis, não estar bem consigo e não procurar ajuda em tratamento de apoio fraterno, fluidoterapia ou passe.

Evangelizar é um processo dinâmico de aprimoramento, em que trabalhando, melhoramos e nos melhorando, melhor trabalhamos.

“O mestre é um aprendiz completo e o aprendiz é um mestre potencial”.

“Em verdade, a criança é o futuro.

Mas ninguém colherá futuro melhor sem frutos de educação.”

“É impraticável o aprimoramento das almas sem educação e a educação exige legiões de colaboradores”

Emmanuel

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JESUS ESPIRITISMO E O V T A N A N E M G M O E I R L C I E Z H A N Ç O Ã C O

“Lembre-se que do “nada”, nada se tira. Tudo o que germina, germina de uma semente.

A sementeira do bem e da verdade, do amor e da justiça nunca se perde. Sua germinação pode ser imediata ou remota, porém jamais falhará.

A obra da redenção humana é a obra de educação.”

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COMO O DIJ/CASA ESPÍRITA PODE AUXILIAR E GERAR EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES ?

PRECISA-SE DE PADEIRO PARA DEUS:

Precisa-se de padeiro para Deus que una a Massa Divina de crianças e jovens ao nobre fermento da moral de Jesus à luz da doutrina codificada por Allan Kardec. A massa deverá ser assada no forno do coração, com calor constante do amor.

Local de trabalho: sala de aula das Casas Espíritas. Cargo a preencher: Evangelizador Infantil, Coordenador de Juventude. Salário:bônus horas. Benefícios que a empresa oferece: a felicidade de servir ao próximo.

Receita para Multiplicação dos Pães:

Ingredientes:

- 1 bom evangelizador ou coordenador. - 1 sala de evangelização. - 1 evangelizador ou coordenador novato. Modo de fazer:

Una aos poucos os ingredientes à Massa Divina de crianças e jovens, mexendo sempre (participando de cursos da FEP, fazendo leituras, buscando recursos, conhecendo outras Casa Espíritas onde o trabalho já é desenvolvido, etc.). Dentro em breve, separe este evangelizador ou coordenador, que já não é mais novato e reinicie a receita.

Agora você possui 2 bons evangelizadores ou 2 bons coordenadores.

Você já é um padeiro para Deus, a multiplicar pães!

Dicas

Oportunize, auxilie o novato a preparar as primeiras aulas apresentando materiais, dando dicas, ensinando técnicas, apresentando histórias, etc.

Auxilie-o em sala durante a aplicação da aula. Analise afetuosamente com ele o que pode ser melhorado.

Mostre o caminho, auxilie-o nos primeiros passos e deixe-o caminhar depois. Peça para que repita a receita.

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Melhor que ter você trabalhando na casa espírita é ter “2 de você”!

Walter de Oliveira Alves nos diz que devemos formar um ambiente realmente evangelizador, onde todos os elementos envolvidos no trabalho - trabalhadores, dirigentes e evangelizadores - imbuídos do mesmo ideal elevado, procurem exercitar a moral evangélica e estudar a Doutrina Espírita, num clima de fraternidade, colaboração e apoio mútuo, sem personalismos nem imposições descabidas. Criando assim, um campo magnético superior propício ao desenvolvimento dos ideais nobres da alma. Isso, naturalmente, exigirá não só dos evangelizadores, mas dos dirigentes e demais trabalhadores da casa, muita humildade e esforço em melhorar-se, para adquirir uma proposta íntima alicerçada no Evangelho de Jesus. E como poderia ser de outra forma?

EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES

QUEM SÃO OS EVANGELIZADORES E COORDENADORES ENCANTADORES?

Eu e você, criaturas de boa vontade e com muito amor no coração, que crê no ser humano, vendo em cada criança a possibilidade de renovação da humanidade. Que enxerga através dos olhinhos miúdos, brilhantes ou não, potencialidades guardadas dentro de seu coração. Que vê no jovem com dificuldades um pedido de amparo e auxílio para que dele não se desista, que o ampare, que o auxilie a encontrar novos caminhos para o seu crescimento.

Cada homem ou mulher que trabalha para o bem, dentro de suas potencialidades, auxilia a terra em sua transformação para melhor. Precisamos de todos!

Porém não nos basta boa vontade. Como nos diz Divaldo, boa vontade é um elemento básico, mas não é o fator indispensável. Esse é a qualificação de quem trabalha.

“O trabalhador pode até não ter boa vontade, mas tendo capacidade produz melhor. A opinião de um técnico, apesar da sua má vontade, porém de alta qualificação evita desastres, enquanto a colaboração da pessoa de boa vontade, desinformada ou sem qualificação, leva prejuízos. A qualificação é muito mais importante. Saber o que fazer e como realizá-lo, para executar bem é indispensável.

Isso não quer dizer que a pessoa deva ser excessivamente instruída, exageradamente técnica, mas, pelo menos, preparada.”

O evangelizador ou coordenador que não domina o conteúdo que ensina, não saberá conversar com as crianças ou jovens sobre os conhecimentos e experiências que estes possuem, terá dificuldade para ligar o conteúdo ao dia a dia dos participantes, não saberá relacionar entre si os assuntos anteriormente trabalhados em aulas.

Unamos a nossa valorosa boa vontade ao conhecimento.

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“Vós sois a luz do mundo”

( Mt.5:14)

“ Brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a

vosso Pai, que está nos céus” ( Mt. 5:16)

“IDE E EVANGELIZAI A TODAS AS GENTES...”

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Bibliografia:

Novos Rumos para o Centro Espírita – Palestra de Divaldo Pereira Franco. Educação do Espírito – Introdução à pedagogia Espírita – Walter de

Oliveira Alves. Os 7 Hábitos das Famílias Altamente Eficazes – Stephem R. Covey.

Revista Escola – Maio 2006/ Tânia Zagury.

Currículo para as escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil - FEB.

Pais Brilhantes – Professores Fascinantes – Augusto Cury.

Didática – José Carlos Libâneo.

Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à prática educativa- Paulo

Freire.

Encontro de Evangelizadores – FEP – 2005.

Curso para Formação de Evangelizadores – DIJ – FEP.

Revista da Ande (2,4 e 11) - 1982 e 1986.

Plantando o Futuro, revista A Reencarnação - FERGS.

150 Jogos não Competitivos para as Crianças – Cynthia MacGregor.

Apostila Evangelização Infanto-Juvenil/ Jardim – Aliança Espírita Evangélica – SP.

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CASO 1

JARDIM I

Camélia é evangelizadora há quatro anos, mas é a primeira vez que trabalha no Jardim I. Sua turma, ativa e alegre, é formada por 9 crianças das quais 5 são assíduas. Camélia é aplicada no preparo das aulas. Procura criar vínculos afetivos: chega mais cedo para arrumar a sala e esperar as crianças na porta. Se alguma não vem para a aula, quando retorna, comenta em sala a falta que esta fez. Sabe o nome de todas e procura conhecê-las: quem tem bichinho de estimação, o que gosta de comer, de brincar em casa, quem cuida da criança, com quem mora, do que não gosta... Bromélia, a coordenadora da Evangelização Infantil, notou, porém, que Camélia anda meio tristonha e a chamou para conversar. Camélia passou a narrar sua rotina em sala, dizendo sentir-se frustrada: - Não estou conseguindo ministrar bem as aulas. As crianças são muito inquietas, não param sentadas nas cadeirinhas. Na aula passada, no meio da historinha que contava com fantoches, começaram a falar sobre a meia listrada da Sempre-Viva. Parei para olhar e só com muita dificuldade consegui terminar. Na hora da atividade, que foi de pintar a lápis as figuras que eu fotocopiei da historinha, a maioria não quis pintar e quem começou não terminou. Geralmente eles não querem compartilhar os lápis. Quando a atividade é de recorte, sempre tenho que fazer para eles, caso contrário, ou o trabalho sai torto ou eles cortam pedaços das figuras. Estou sozinha em sala e é muito difícil atender a todos. O Jasmim é muito lento sempre. Quando todos já terminaram a primeira atividade, ele geralmente ainda não completou a sua. Ficamos todos esperando para iniciar a próxima. A melhor hora da aula é a hora da música. Adoro cantar músicas do folclore brasileiro, principalmente “O Cravo Brigou com a Rosa” e às vezes “Atirei o Pau no Gato", que são as duas que a turminha mais gosta.

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CASO 2

1º CICLO

Margarida é Evangelizadora simpática e está sempre alegre. É assídua. Chega pontualmente na hora de começar a aula, nunca se atrasou. Possui um bom conhecimento doutrinário. Deseja sinceramente poder ensinar as crianças a como agir no bem. Ela adora preparar e aplicar as aulas: é organizada e detalhista, inclusive nas exposições durante as aulas, que são sempre amplas. Fala com clareza e seu vocabulário é próprio para as crianças do 1º Ciclo. Sua turma é formada por 10 evangelizandos: 4 meninos e 6 meninas. É uma turma geralmente bastante agitada. O Agapanto e o Lírio, amigos inseparáveis, sentam-se lado a lado. Espertos e um tanto quanto inquietos, interrompem suas exposições com colocações fora do contexto. Outras vezes são as piadinhas, os olhares, as risadas, os cutucões por baixo da mesa ou as conversinhas paralelas. Margarida chama constantemente a atenção dos dois, reposicionando-os no assento. Para contornar esta situação, definiu regras: elaborou belos desenhos e fixou em cartaz na sala para chamar a atenção dos evangelizandos, além de um resuminho para ser fixado no quarto de cada criança, para que leiam durante a semana, o que não tem auxiliado. Margarida tem o hábito de falar olhando para a Brinco-de-Princesa, que é muito inteligente e é a que mais presta atenção nas suas aulas. Há duas meninas, a Dália e a Azaléia, que são quietinhas e entendem bem os conteúdos transmitidos, pois nunca fazem perguntas. Margarida acha um amor este comportamento, pois ela já tem bastante dificuldade com os “agitadores” (é assim que se refere aos meninos, Agapanto e Lírio). Margarida procura ser exemplo de disciplina em sala de aula. Quando é hora de ir embora, pede para que joguem as atividades no lixo, deixando a sala impecável. Geralmente divide a aula de 1 hora em:

10 minutos: contação de história, um teatrinho, uma parábola (sempre vinculados ao tema da aula);

25 minutos: exposição do assunto a ser tratado; 15 minutos: aplicação de técnica (atividade) e 10 minutos: reforço sobre o assunto (pequena exposição).

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CASO 3

3º CICLO

O Girassol coordena o 3º Ciclo junto com Violeta, que freqüentava o 3º ciclo de Juventude, onde se destacou por seu conhecimento, responsabilidade e participação em sala. O Girassol é um jovem dinâmico e ativo. Durante o dia trabalha na empresa Roselândia; na 2ª feira à noite, coordena Grupo de Estudo na Casa Espírita e nos outros dias faz especialização na Florolândia. Tem dificuldades para estar todos os sábados com Violeta, avisando com pouca antecedência sua necessidade em faltar ao trabalho. É muito dedicado no preparo das aulas e procura tratar os temas sempre de forma objetiva, ligando o conteúdo ao dia a dia das crianças. Tem por hábito, em sala, à medida que necessita de algum recurso, procurar em sua pasta de Evangelização, onde coloca todo o seu material de apoio para as aulas. Por não ser assíduo e ter dificuldades em gravar nomes, ainda não sabe os das crianças. O 3º Ciclo é formado por 9 crianças. A turma é calma e pouco participativa. O Girassol atribui isso a dois fatores: “um pouco é por falta de conhecimento das crianças e outro tanto pela timidez de alguns”. O Hibisco, por exemplo, veio de outra cidade, onde já freqüentava Evangelização. É uma criança sensível, atenciosa e possui “sede de conhecimento”, porém tem dificuldades para se expressar e de expor suas dúvidas. Isto o torna um pouco retraído, com medo de falar perante a turma. Exceção na turma é a Acácia-Mimosa: sua mãe gostava de esoterismo, mas depois que entrou em contato com obras Espíritas, há um ano e meio, passou a se sentir cada vez mais ligada a doutrina, a ponto de procurar a Sociedade Espírita, onde foi orientada a encaminhar sua filha para a Evangelização Infantil. Acácia-Mimosa confunde conceitos espíritas com espiritualistas. É menina esperta, articulada e muito participativa: costumeiramente faz intervenções que, muitas vezes, são de pouca relevância. Quando o Evangelizador lança algum questionamento ou solicitação de prece, Acácia-Mimosa é a primeira a se dispor a responde ou a realizar. É muito crítica e opiniosa. Não se intimida em descordar, caso considere errônea a resposta de algum colega ou do próprio Evangelizador. Reclama constantemente das atividades propostas, usando as expressões: ”é muito chato”, “ai que sem graça”, “tem que fazer mesmo?”. Apesar de novinha, é arrojada no “visual”: usa piercings no nariz, contorno preto nos olhos e mechas vermelhas no cabelo. Violeta aceitou o convite do Girassol, confiante no seu amparo, mas este falta constantemente, o que a deixa insegura perante a turma e no preparo das aulas. Além disso, irrita-se com as “inconvenientes participações”, com as críticas e com o estilo da Acácia-Mimosa que, muitas vezes, monopoliza suas aulas. Quando isso ocorre, Violeta sem querer, altera o tom de voz e passa a falar mais alto. O Girassol e a Violeta fizeram uma reunião e chegaram à conclusão de que não estão conseguindo envolver as crianças como deveriam. As aulas não estão alcançando os objetivos propostos pelo Currículo para Evangelização Infanto-Juvenil.

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DIAGNÓSTICOS: EVANGELIZADOR

DIAGNÓSTICOS: CLASSE/ EVANGELIZANDOS