empreendedorismo na agricultura

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START&GO EMPREENDEDORISMO Nº3 JULHO/AGOSTO 2013 Saber vender produtos ou ideias MARIA ESTARREJA MARKETING E VENDAS P. 10 Brinque, brinque muito! SARA DE SOUSA CARDOSO CRIANÇA P. 16 SETOR AGRÍCOLA P. 6 Science4you: um caso de sucesso MIGUEL PINA MARTINS AUDAX/ISCTE-IUL P. 8 CULTURA ORGANIZACIONAL – 10 DICAS PARA A DESENVOLVER – C ÁRMEN A LMEIDA P. 23 Empreendedorismo na agricultura JOSÉ MARTINO

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Start&Goempreendedorismo

Nº3 – julho/agosto 2013

saber vender produtos ou ideias

Maria EstarrEja

MarketiNg e veNdas P. 10

Brinque, brinque muito!sara dE sousa Cardoso

CriaNça P. 16

Ervas finas – Segredos que se comem!

Mónica Monteiro

setor agríCola P. 6

science4you: um caso de sucesso

MiguEl Pina Martins

audaX/isCte-iul P. 8

P. 19Cultura orgaNizaCioNal – 10 diCas Para a deseNvolver – Cármen AlmeidA P. 23

empreendedorismo na agricultura josé Martino

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2 Start&Go | JUL/AGO 2013

Agricultor – PrecisA-se!

Muito se tem falado da importância da agricultura como meio para ultrapassar a crise que vivemos atualmente e diminuir o desemprego. É crescente o número de ca-

sos conhecidos de empreendedores que encontram neste setor uma oportunidade para a sua vida.

Nesta edição, apresentamos alguns casos interessantes de como se pode “olhar” a agricultura de uma forma diferente, ino-vando e criando mais oportunidades.

Segundo dados da CE, em Portugal, 40% da população total reside em regiões predominantemente rurais ou que incluem zonas rurais significativas. A questão da manutenção ou do aumento da competitividade das zonas rurais assume, assim, uma importância crucial e a agricultura bem como a indústria agroalimentar, desempenham um papel importante no que a este ponto se refere.

Ainda muito caminho existe para percorrer no setor agrícola e torna-se fundamental que mais jovens apostem neste setor como meio de criação do seu próprio emprego, como podemos ver pelo artigo do José Martino.

Qualquer que seja o setor, nenhum projeto sobrevive sem clien-tes, é fundamental saber vender o nosso produto, serviço ou até mesmo ideia. O artigo da Maria Estarreja é por isso uma excelente ajuda para qualquer um de nós.

Continuámos a apostar nas parecerias e é com grande satisfa-ção que damos início ao relacionamento com o Audax-ISCTE. Temos como objetivo dar a conhecer exemplos de sucesso que surgem no meio académico e que rapidamente se tornam refe-rência no setor empresarial, como a empresa Sience4you.

Não deixe de utilizar o nosso consultório fiscal para as suas dú-vidas [email protected].

Boas férias e boas leituras!

Mónica Monteiro [email protected]

Índice

Start&Go

editorial

04 Ervas aromáticasà mão de semear03 José Martino

Empreededorismona agricultura

24 Mercado de Matosinhos acolherá incubadora de empresas

12 Maria estarreJaSaber vender produtos ou ideias

16 sara de sousa cardosoBrinque,brinque muito!

18 consultório FiscalMedidas contra atrasos de pagamentos nas transações comerciais

20 Paulo FerreiraChoque fiscal19 luís augusto

lobão MendesEm busca do crescimento lucrativocom a qualidade

22 Eduardo SantoS

Visão holística e a construção de uma cultura “sticky” de gestão de projetos

23 ISabEl noguEIra

Inovação, qualidade e sustentabilidade? Opção individualizadaou conjunta?

24 “O Melhor de Portugal”, em Bruxelas

06 Proprietários da Quinta da Magantinha foram atrás do sonho de produzir produtos hortícolas

08 Ervas finas – Segredos que se comem!

21 A Minha Concepção do Mundo

O mundo é plano: uma breve históriado século XXI

Start&GorevistA em formAto digitAl

Nº 3 - Julho/Agosto 2013

ProPriedade vida económica - editorial s. A.; CoordeNadora mónica monteiro (monicamonteiro@vidaecono-

mica.pt); CoordeNadora-adjuNta Patrícia Flores ([email protected]); PagiNação José Barbosa

([email protected]); PartiCiPaM Neste NúMero Acountia, carmem Almeida, daniela moreira, diana

falcão, eduardo santos, isabel nogueira, José martino, luís lobão, marco freire, maria estarreja, maria manuel gui-

marães, miguel Pina martins, mónica monteiro, Patrícia flores, Paulo ferreira, sara cardoso; PuBliCidade Porto

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 4000-263 Porto • Tel: 223 399 400 • Fax: 222 058 098 • E-mail: start&go@vidaeconomica.

pt; lisBoa Campo Pequeno, 50 - 4º Esq. 1000-081 Lisboa • Tel: 210 129 550 • E-mail: start&[email protected]

CoM o aPoio:

10 Science4you:um caso de sucesso

14 Maria Manuel guiMarãesO branding e as fusões e aquisições

15 Conduçãode reuniões

25 Cultura organizacional – 10 dicas para a desenvolver

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3JUL/AGO 2013 | Start&Go

É preciso,desde já, colocar o dedo na ferida:

o sistema de ajudas públicas

à agricultura que vigorou

nos últimos 20 anos tem de ser

radicalmente alterado

porque não consegue obter

empreendedorismo sustentável.

josé Martino

consultor e eMPresário agrícola JoseMartino.blogsPot.Pt

empreendedorismo na agricultura

As agriculturas de Portugal necessitam de incorporar inovação para ter empreende-dorismo sustentável, dar valor acrescen-

tado e mais-valias às suas produções e rentabili-dade às respectivas actividades, pois o valor do produto agrícola encontra-se estagnado há largos anos e o rendimento líquido do setor tem decresci-do à medida que os anos passam e na proporção inversa da taxa de aumento do custo dos fatores de produção. É preciso, desde já, colocar o dedo na ferida: o sistema de ajudas públicas à agricul-tura que vigorou nos últimos 20 anos tem de ser radicalmente alterado porque não consegue obter empreendedorismo sustentável. Das centenas de milhões de euros de fundos comunitários enviados para o setor agrícola, muito pouco serviu para pro-mover o empreendedorismo durável, criar riqueza e emprego. Nos últimos anos, a agricultura portu-guesa recebeu cerca de 600 milhões de euros/ano de fundos comunitários. Apesar disso, o rendimen-to líquido dos empreendedores tem decrescido. Então, que novo modelo implementar?

Um novo sistema precisa-se para incrementar a produção nacional com vista a contribuir para a autossuficiência alimentar, valorizando a interna-cionalização como forma de aumentar o rendi-mento dos agricultores, o que passa por realizar investimentos em infra-estruturas, melhoramentos fundiários e plantações, invertendo a lógica dos últimos anos. Alguém sabe qual foi a distribuição por setores das ajudas públicas ao investimen-to? Aqui vai: 46,1% máquinas e equipamentos; 10,7% plantações; 8,9% melhoramentos fundiá-rios; 7,1% animais.

Há subutilização das máquinas e equipamentos, bens importados que não geram riqueza que con-trabalance a saída de divisas. Esta pirâmide tem de ser invertida. Há outro ponto central quando se aborda o empreendedorismo agrícola: a instala-ção de jovens agricultores. Duvido que o número de jovens agricultores que se instala por mês seja o critério mais eficaz para avaliar o sucesso do seu empreendedorismo e das ajudas públicas.

Desde logo, é baixíssimo o número de jovens que se dedicam à agricultura, por comparação com a média europeia. A taxa dos que se mantêm em ati-vidade ao fim de 5 anos é um indicador relevante,

mas tem de ser compaginada com o volume de negócios, a rentabilidade, o emprego criado.

Por isso, sublinho, deve privilegiar-se um mode-lo para o período temporal de ajudas de 2014 a 2020 que, em lugar de apoiar todo o tipo de agri-cultor ou potencial agricultor, primeiro promova competências e depois atribua as ajudas.

Defendo que os empreendedores agrícolas verifi-quem se têm vocação para a atividade que esco-lheram, que logo de seguida se capacitem e ga-nhem competências para o que querem abraçar por via da formação, estágios, visitas de estudo, etc. quer para se instalarem, quer para ampliarem e/ou diversificarem o que desenvolvem, que ela-borem ou coordenem a elaboração dos respetivos planos de negócios e que por último tratem de ob-ter as ajudas públicas ao investimento.

Identifico como áreas privilegiadas do empreen-dedorismo em Portugal: a miríade de actividades do sistema agro-florestal que tenham empresá-rios competentes para o que está em causa, bem como aptidão de solos e climas, não querendo ser exaustivo prevejo melhor futuro para a horti-fruticultura, os produtos da agricultura biológica e os tradicionais de qualidade, o olival/azeite, vi-nha/vinho, etc. Prevejo o incremento de culturas sem solo, recorrendo às técnicas de cultura hidro-pónica em ambientes controlados, tirando partido das energias renováveis.

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4 Start&Go | JUL/AGO 2013

ervas aromáticas à mão de semear

Salsa, coentros, mostrada ou rúcula são algumas das ervas aromáticas que compõem um kit Stufa. O projeto nasceu pelas mãos de Rita e Miguel Guedes Ramos, que primeiro criaram um kit compacto, o “Mediterranean Herbs”, com três sacos de sementes de manjericão, salsa e coentros, um livro e etiquetas em madeira reutilizáveis. Em 2013, depois de terem vendido cerca de mil destes kits, lançaram um segundo, acrescentando à caixa um litro de substrato vegetal.

Patrícia Flores

[email protected]

Como nasce a stufa?

O projeto nasceu a partir da combinação de duas áreas profissionais distintas (design e sustentabilidade) e, acima de tudo, da vontade de desenvolver algo que mudasse o dia a dia dos Portugueses. Tentámos juntar o útil ao agra-dável, o saudável ao sustentável, a decoração à funcionalidade, um hobbie à aprendizagem. O investimento necessário para a produção dos primeiros Kits Stufa foi angariado através da sua pré-venda, numa campanha de cro-wdfunding, utilizando a plataforma portuguesa massivemov. Este processo foi muito impor-tante numa fase inicial, pois não só nos per-mitiu ultrapassar esta barreira, como também nos permitiu fazer um primeiro teste de mer-

cado e validar a aceitação do nosso produto. Atualmente, somos três sócios: Rita Ramos de-dica-se aos conteúdos presentes em cada livro, marketing e distribuição dos produtos; Miguel Ramos, ao design, fotografias, produção dos Kits, web-site e marketing; Diogo Almeida, ao plano e modelo de negócios da empresa.

Que balanço fazem desse tempo de actividade? Quais as principais dificuldades?

A principal dificuldade da Stufa foi obter o fi-nanciamento necessário para uma segunda fase, com maior escala (a primeira fase, foi a de crowdfunding, uma fase experimental). Pen-samos que essa será sempre a maior batalha para qualquer “start-up”.

Qual a estratégia para o futuro?

Para além do longo caminho que temos pela frente de escalar o negócio, aumentar a gama de oferta de produtos e internacionalizar a mar-ca, a Stufa está a desenvolver serviços e pro-jetos especiais para empresas. Não só na área de formação (workshops) mas também no de-senvolvimento de campanhas de marketing e atividades relacionadas com a sustentabilidade e responsabilidade social das empresas. Sabe-mos que “marcas verdadeiras” são cada vez mais valorizadas, pois o consumidor mantem--se cada vez mais informado e pensamos que, nesse âmbito, poderá ser interessante a asso-

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acreditamos que o interesse pela agricultura

no geral vem de uma

preocupação ainda maior —

o estado do nosso planeta (aquecimento

global e redução de recursos) e os valores

que terão de ser incutidos

a todos nós para tornar

todo o Mundo em algo mais

sustentável no futuro.

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“Queremos continuar assim, a crescer de uma forma sólida e sustentável!”, afirma o mentor do projeto, Miguel guedes ramos

ciação deste conceito a campanhas específi-cas, onde o consumidor se relacione e “enrole” com a marca em questão.

Qual o vosso cliente tipo?

O cliente Stufa é um cliente informado, que gos-ta de novos desafios, interessado pela cozinha e todos os benefícios que uma alimentação sa-borosa e saudável lhe pode proporcionar. Por outro lado, temos os pais que gostam de fazer toda a experiência com os filhos, aproveitando a informação do kit para uma experiência didá-tica. Por fim, todos aqueles que procuram um presente original!

o interesse pela agricultura tem crescido. temem que seja uma questão de moda?

Não, antes pelo contrário. Acreditamos que o interesse pela agricultura no geral vem de uma preocupação ainda maior — o estado do nos-so planeta (aquecimento global e redução dos recursos) e os valores que terão de ser incuti-dos a todos nós para tornar todo o Mundo em algo mais sustentável no futuro. Na verdade, os hábitos alimentares e quotidianos terão de so-frer ajustes. Pensamos que a Stufa pode con-tribuir para esse mesmo fator e relembrar algo que, por vezes, ficou esquecido e é tão sim-ples como plantar alguns dos nossos alimen-tos. Deste modo, não só temos o controlo total da produção e acesso a produtos “frescos” como contribuímos para um Mundo melhor! Certamente já todos ouvimos a expressão “buy local, eat local” — evitar o transporte de recur-sos que acabam por gerar bastante desperdício e perda de propriedades tão simples como os nutrientes dos mesmos. A Stufa gostaria de ir mais longe, gostaria de chegar ao “hyper-local”!

Por outro lado, existe o fator “Hometelligence” e que cada refeição será, cada vez mais, mais do que uma simples refeição. A procura pelo convívio é cada vez mais necessária e se o tem-po para o convívio está cada vez mais difícil de arranjar, teremos de o fazer nas horas das re-feições, e aqui a experiência de sabores ganha outra dimensão.

Como é feita a distribuição dos produtos?

O canal de distribuição da Stufa é algo fora do comum. Na verdade, apostamos na ven-

da de um produto como sementes em pon-tos de venda não utilizados até então. Ofe-recemos a experiência e procuramos cau-sar o fator surpresa nos nossos clientes. Afinal, quem pensa em jardinagem certamen-te não se vai dirigir a uma livraria ou loja gour-met. Provavelmente vai procurar lojas especia-lizadas na área. No entanto, sabemos que os clientes que circulam neste tipo de lojas são os nossos clientes alvo e que vão adorar usufruir desta experiência.

O financiamento foi o maior entrave ao so-nho de criar a stufa?

De certa forma, foi, mas não totalmente. Até aqui, existiu um longo processo de aprendiza-gem, pois nenhum dos sócios tinha experiência na área dos negócios, em formar uma empresa, formular um plano ou modelo de negócio. Por esse mesmo fator, a ausência de capital veio colocar o travão a algum impulso numa direção errada. O cuidado que tivemos de ter para não errar (e errámos na mesma, embora de uma forma não muito prejudicial) e o facto de nos questionarmos todos os dias sobre o caminho a seguir veio ajudar-nos a chegar até aqui. E que-remos continuar assim, a crescer de uma forma sólida e sustentável! Só deste modo, acredita-mos num projeto viável!

Que conselhos dariam a outros empreende-dores?

Este mesmo ponto que mencionei na pergunta anterior — crescer de uma forma sólida e sus-tentável! Evitar seguir em frente estimulados por algum impulso maior que eles próprios. Tentar colocarem-se sempre na perspetiva do consumidor!

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6 Start&Go | JUL/AGO 2013

TER uMA quINTA, MEXER NA TERRA

Proprietários da Quinta da Magantinha foram atrás do sonho de produzir produtos hortícolas

José e Alzira Monteiro tinham uma vida estabilizada – uma casa própria, um pequeno negócio e um filho adolescente. Mas faltava algo… O concretizar de um so nho e por isso largaram tudo!

José e Alzira Monteiro são ambos naturais de Matosinhos e mesmo depois do casamento fi-caram a viver neste concelho até aos 39 anos. Nesta altura, José tinha um pequeno armazém de produtos alimentares e tinha como objectivo que o seu filho, na altura com 18 anos, continu-asse o seu negócio quando fosse apropriado. A recusa deste desa fio por parte de Alexandre, filho de José, veio seguido de um outro “Por-que não segues o teu sonho?”. Foram estas as palavras estiveram na origem do que é hoje a Quinta da Magantinha.

“Ter uma quinta, mexer na terra e produzir pro-dutos hortí colas” era uma vontade já antiga, conforme afirma José, agora era um objetivo para esta família.

No jornal encontraram anún cios de três quintas, uma em Lousada, uma em Tondela e uma outra no Fundão. Optaram pela de Lousada por uma questão de proximidade. Escolheram a Ma-

gantinha, onde não havia nada, ven deram tudo o que tinham e deram inicio a realização de um sonho.

Vir para Lousada significou uma mudança radi-cal no estilo de vida a que estavam habituados. “quando chegámos aqui, só exis tiam as pare-des exteriores da casa e silvados. Na quinta as únicas ár vores de frutos que existam eram duas nogueiras. Tudo o que hoje existe foi construído por nós”.

Para poupar dinheiro foi desde o início decidido viver na quinta e por esta razão a família viveu três anos numa tenda de campis mo de verão e de inverno.

“Como estava tudo muito de gradado, foram precisas muitas obras até a casa estar em condi ções de habitar. Foi uma altura muito di-fícil, pois estávamos habituados a ter todas as condi ções tais como casa de banho no quarto. Aqui não tínhamos água, chegámos a ter que tomar banho de regador. Foi uma altura difí cil”, afirmam.

As expetativas eram explorar a quinta em ter-mos agrícolas, dedi cadas especificamente a fruticul tura e a viticultura. O projeto foi estrutu-rado principalmente com base na plantação de

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“Quando chegámos

aqui, só exis-tiam as paredes

exteriores da casa e silvados.

Na quinta as únicas ár vores

de frutos que existam eram

duas nogueiras. tudo o que

hoje existe foi construído por

nós”.

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“É muito difícil ser agricultor

neste país, não se dá o devido

valor aos agricultores,

mas acho que é a profissão

mais nobre do mundo.

peque nos frutos (amora, framboesa e groselha) e vinicultura. A primei ra plantação rentável que tivemos foi um hectare de framboesa.

Hoje é com orgulho que olham para tudo o que conseguiram construir, primeiro a casa e de-pois a quinta. Valeu a pena? Ain da não pos-suem uma resposta definitiva para esta ques-tão, pois, apesar de terem vendido duas casas que possuíam, foi também necessário recorrer ao crédito bancário do qual ainda existem com-promissos muito elevados. No entanto, há de certeza um ganho incalculável – qualidade de Vida. Quando por alguma ra zão tem que voltar a Matosinhos, só pensam em voltar: “Tanto eu como a minha família sentimo-nos bem aqui em Lousada, na “nossa terra”, afirma José.

Hoje apostam fundamental mente na vinha, em-bora a quinta conte com meio hectare de kiwi, meio hectare de framboesa e um pomar com varias qualidades de fruta.

A qualidade da fruta que pro duzem e o gosto pela cozinha sobretudo pelas sobremesas de Alzira levou à produção de com potas, geleias, marmeladas, bolos e outras sobremesas com a marca Magantinha. “Estamos nesta ac tividade há 15 anos, mas se não tivéssemos começa-do a transfor mar a nossa fruta em compotas, geleias e marmelada, já tínhamos abandonado este sector”, afirma José.

Atualmente, toda a fruta pro duzida nesta quin-ta é transfor mada (através de processos arte-sanais) como destino ao setor gourmet. Po-demos encontrar os produtos Magantinha na região do Vale do Sousa, principalmente em lojas de produtos regionais e nas cooperativas agrícolas da re gião. A quinta está incluída nas Rotas Gourmet, uma iniciativa da Câmara Mu-nicipal que pre tende dar a conhecer ao grande público a gastronomia do con celho, bem como, o património local, potenciando a divulgação dos produtos produzidos.

A Magantinha é também uma das quintas que fornecem produtos para o Cabaz Prove. Estes são ca bazes recheados de produtos hor tícolas e frutícolas da região. Este projeto visa estimu-lar a pro dução tradicional e de qualidade ao mesmo tempo que promove as relações de compromisso, solida riedade e ética entre quem pro duz e quem consome. Para além da certe-za de comprar fresco e viçoso, os clientes do

Prove estão também estar sujeitos ao elemen to “surpresa”, pois os cabazes não são iguais de semana para sema na, uma vez que a elabora-ção dos mesmos está sujeita à época do ano e à oferta que cada produtor tem para a semana em causa.

Quando questionado sobre como é ser agricul-tor em Portu gal, José afirma sem rodeios: “É muito difícil ser agricultor neste país, não se dá o devido valor aos agricultores, mas acho que é a profissão mais nobre do mundo. É importante que se pague o jus to valor à produção”.

O profundo amor à agricultura é o que leva es-tes empresários a sal tarem da cama todos os dias pelas 6 da manhã e darem início a mais um dia de trabalho duro, dedicado às colheitas, podas, tratamentos e produção de compotas, contando sempre com a ajuda do filho.

No que se refere ao futuro este será sempre na agricultura, mas em actividades de trans-formação dos seus produtos (fruta e produ ção de vinho) e posteriormente desenvolverem um projeto de turismo agrícola.

Para os empreendedores que pretendam entrar neste setor, deixam-nos a seguinte mensa gem: “Lutem para atingirem o objetivo pretendido. Mas prin cipalmente ingressem nesta a tividade se realmente gostarem, caso contrário será muito mais difícil vencerem”.

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8 Start&Go | JUL/AGO 2013

Ervas finas – segredos que se comem!

A Ervas Finas nasceu em Janeiro de 2006, em ambiente rural, numa aldeia próxima de Vila Real. A START&Go esteve à conversa com a Graça Soares, a Empreendedora que está na origem deste projeto singular.

Mónica Monteiro [email protected]

start&go - Porquê dedicar-se à agricultu-ra?

graça soares - Por amor ao mundo rural, que é aquele com que mais me identifico, desde pe-quena. Embora tenha passado pelas indústrias, gosto de exercer esta atividade por nos dar a oportunidade de lidar com a vida e sentirmos cada dia diferente do anterior.

s&g - Área plantada?

gs - Cerca de 1,2 hectares de uma espécie de grande jardim comestível.

s&g - Como surgiu a ideia de produzir ervas e flores comestíveis?

gs - Foi uma ideia que evoluiu naturalmente. Nasceu da minha paixão pela cozinha e da minha relação com o campo. Comecei desde pequena a colecionar cheiros e sabores e a tentar experimentar receitas que sugeriam a utilização de ervas aromáticas e especiarias. Como não eram fáceis de encontrar à venda, comecei a colecioná-las num pequeno peda-ço do jardim dos meus avós e a experimenta--las na cozinha. Daí às flores foi um passo

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“A ideia nasceu da minha paixão pela cozinha e da minha relação com o campo”, disse à START&Go Graça Soares

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setor agríCola

“Que experimentem

a atividade; que se apaixonem

pelos produtos que querem

produzir que melhor se adaptam

ao espaço produtivo que

têm ao seu dispor; que

procurem o seu enquadramento

no mercado, sem se deixarem influenciar pelas ‘modas’”, foram os conselhos de

graça soares aos jovens

candidatos a agricultores

quase intuitivo, pelo meu gosto pelos porme-nores e por experimentar coisas novas.

s&g - a ervas Finas dedica-se à plantação de urtigas. Qual a finalidade da mesma e qual é o mercado destino?

gs - A Ervas Finas não se dedica especifi-camente à produção de urtigas. As urtigas que temos são cultivadas para alguns clien-tes que nos pedem, e, essencialmente, para utilizar em ações de sensibilização sobre a riqueza nutricional de algumas das ervas sil-vestres comestíveis da nossa flora portugue-sa. São ainda utilizadas como fertilizante no modo biológico de produção, que é o que praticamos.

s&g - Como vê atualmente este retorno a agricultura, quando durante anos este foi um setor esquecido?

gs - Vejo com bons olhos, claro! Porque amo os sistemas rurais na sua globalidade e con-sidero que o nosso país tem um potencial imenso para produzirmos produtos de exce-lente qualidade. Tenho, no entanto, algumas reservas: vejo algumas pessoas a regressar à terra com uma visão um pouco irreal (idí-lica, eu diria) sobre as exigências da profis-são: para além de termos que conviver com um sócio muito caprichoso, que é o tempo, cada vez mais é forçoso que o agricultor seja um verdadeiro empresário, com boas noções de gestão.

s&g - Quem são os principais clientes da vossa empresa?

gs - Neste momento é ainda o setor da hotela-ria e restauração, embora estejamos a pensar trabalhar para o público final com outra gama de produtos.

s&g - Que parte da vossa produção é dedi-cada à exportação?

gs - Apenas comercializamos alguns transfor-mados de ervas e flores (compotas e geleias) para o estrangeiro, ainda em pequena percen-tagem.

s&g - Quantos funcionários tem a ervas Fi-nas?

gs - Tem 3 funcionários a tempo inteiro.

s&g - Podemos dizer que a agricultura é uma atividade rentável?

gs - Se bem gerida e com muita dedicação por parte do promotor, com produtos diferenciados, pode ser rentável.

s&g - Que conselho dá aos jovens que ago-ra começam a encarar a actividade agrícola como uma saída para o desemprego?

gs - que experimentem a atividade; que se apaixonem pelos produtos que querem produ-zir que melhor se adaptam ao espaço produti-vo que têm ao seu dispor; que procurem o seu enquadramento no mercado, sem se deixarem influenciar pelas “modas”; que sejam resilien-tes face às dificuldades que vão encontrar; que assumam a diferença face às outras profissões com orgulho; que tenham disponibilidade para interpretar e aprender permanentemente.

s&g - Que projetos tem para o futuro?

gs - O futuro é já amanhã e amanhã continu-arei, com certeza, a trabalhar com a natureza, com a cozinha e com a partilha de conhecimen-to, à volta das ervas e das flores, todos os dias, a descobrir mais “Segredos que se comem!”

Page 10: empreendedorismo na agricultura

10 Start&Go | JUL/AGO 2013

Detetada uma ideia de negócio inovadora na

FCUL, os alunos de gestão do ISCTE desenvolveram

o plano de negócios no sentido de aferir

a sustentabilidade e viabilidade da oportunidade

que, inicialmente, tinha como core-business a

produção de kits científicos para as escolas.

EMPREENDEDoRISMo JoVEM

science4you: um caso de sucesso

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audaX/isCte-iul

A Science4you é uma empresa cem por cento portuguesa nascida e criada em ambiente universitário. Sediada na incubadora ICAT no campus da Faculdade de Ciências da universidade de Lisboa (FCuL), esta empresa tem representação internacional em Espanha, Brasil, Angola e Finlândia e está atualmente em processo de expansão para outros países. Não é por acaso.

audaX/iscte-iulMiguel Pina Martins

[email protected]

O caso de sucesso da Science4you deve--se sobretudo aos cinco ingredientes essenciais do processo empreendedor,

denominado Zach’s Star of Success: conheci-mento, compromisso, contactos, energia e, claro, paixão.

A Science4you comercializa brinquedos cientí-ficos para um público com idades compreendi-das entre os 5 e os 15 anos mas nem sempre foi assim. A história desta empresa remonta aos bancos da escola no ano de 2007 através da pioneira parceria em Portugal entre a FCUL e a ISCTE Business School. Detetada uma ideia de

negócio inovadora na FCUL, os alunos de gestão do ISCTE desenvolveram o plano de negócios no sentido de aferir a sustentabilidade e viabilidade da oportunidade que, inicialmente, tinha como core-business a produção de kits científicos para as escolas e, numa perspetiva residual, comer-cializar brinquedos científicos.

Após a elaboração do plano de negócios, veri-ficou-se que a área de negócio que efetivamen-te demostrava rentabilidade era a produção e a comercialização de brinquedos, porque, por um lado, para além de serem científicos, eram tam-bém educacionais e divertidos e, por outro, era um produto inexistente em Portugal. Porque ino-var é isto mesmo: é criar e introduzir, com suces-so, algo novo ou melhorado. Aquela verificação revela a importância de um plano de negócios que não é mais do que um guia para o potencial empreendedor, em que, depois de identificada a oportunidade, a etapa seguinte passa pelo de-senvolvimento do conceito de negócio. O plano é muito útil para apoiar o empreendedor na to-mada de decisão, obrigando-o a refletir sobre questões como o mercado e concorrência, os clientes, preços, fornecedores, distribuição, ma-rketing, recursos humanos, rendimentos, gastos e investimento.

Page 11: empreendedorismo na agricultura

11JUL/AGO 2013 | Start&Go

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audaX/isCte-iul

Um dos mais importantes recursos de que o em-preendedor necessita para viabilizar o seu projeto é de uma rede de contactos que deve ser cons-truída e identificada logo nas primeiras etapas do processo de empreendedorismo. No caso da Science4you, a identificação dessa rede de con-tactos foi muito útil para o próximo passo: angariar o capital inicial para lançar o negócio no mercado. Havia várias opções, desde o tradicional finan-ciamento bancário até ao investimento através de capital de risco. Optou-se pelo último. Com o apoio do AuDAX, o centro de empreendedoris-mo do ISCTE, que agilizou todo o processo de investimento junto da sociedade de capital de ris-co Inovcapital, a Science4you conseguiu através do programa FINICIA/IAPMEI levantar capital no montante de quarenta e cinco mil euros. E assim nasceu a Science4you com quinze acionistas, en-tre os quais alunos e professores que ainda inves-tiram cerca de dez mil euros na sociedade.

No meio de todo este processo, houve sempre a interrogação de saber quem iria ser o timoneiro deste projeto e a resposta não tardou: Miguel Pina Martins. O Miguel foi um dos alunos da licencia-tura de finanças do ISCTE que participou na ela-boração do plano de negócios da Science4you. Mas como qualquer jovem da sua idade, então com 22 anos, queria trabalhar na sua área de for-mação e por conta de outrem, tendo optado pela banca de investimento. E assim foi. Três intensos meses de compra e venda de ações, stock op-tions e warrants e com a motivação em baixo foi quanto bastou para rapidamente perceber que não era isto que queria. Queria mais, muito mais. Queria poder construir algo que acrescentasse valor à sociedade e que lhe permitisse, ao mes-mo tempo, ser o responsável pelas suas próprias decisões. Nas palavras do próprio, “mudar foi a melhor e mais importante decisão que tomei na vida”. E assim cumpria o papel do empreende-dor na sociedade que é alguém cuja principal preocupação é agarrar uma ideia e transformá-la num produto que corresponda a uma necessi-dade de mercado que possa ser comercializada antes que outros o façam.

Dois anos mais tarde e com apenas 25 anos Mi-guel viria a ser distinguido em Bruxelas pela Co-missão Europeia como “Empreendedor do Ano 2010”, tendo tido a responsabilidade de represen-tar Portugal na Semana Europeia das Pequenas e Médias Empresas, a SME Week. Por outro lado,

também o AuDAX/ISCTE foi distinguido pelo IAP-MEI/FINICIA como a plataforma mais dina-mizadora na constituição de negócios e com o prémio de Apoio ao Empreendedor.

Mas o percurso do Miguel, embora rápido, não foi fácil, pois no início era o único colaborador da Science4you. Para além de ser o presiden-te do conselho de administração, era também o comercial e o responsável de armazém. Uma das características de um empreendedor é a disponibilidade. Ainda que suportado pelo conselho científico da empresa e seus acionis-tas, a verdade é que um empreendedor em início de carreira e com recursos financeiros escassos tem que estar disponível para planificar, imple-mentar e controlar todas etapas do negócio. E não há fins de semana nem férias. Agora, a Science4You emprega doze pessoas a tempo in-teiro, o que permite uma maior focalização no de-senvolvimento do produto e sua diversificação.

A Science4You não produz e comercializa só brin-quedos científicos. Também se dedica a ativida-des como animação científica, campos de férias e festas de aniversário em centros comerciais e escolas. Atualmente tem quinze parcerias, entre as quais o Pavilhão do Conhecimento e o Museu da Ciência, sendo que os brinquedos depois de adquiridos podem valer até 130 euros em bilhetes de entrada num daqueles parceiros. Sem dúvida que os brinquedos e as atividades oferecidos pela Science4You são inovadores e apreciados quer por pais e professores quer também por crianças.

Após a conquista do mercado nacional e com o volume de negócios a crescer rapidamente, em 2009 a Science4You iniciou o processo de inter-nacionalização em Espanha, porque o mercado doméstico é muito limitado para quem quer cres-cer. Foi um risco, calculado, é certo, mas um ris-co. Teve que se fazer um investimento grande em traduções, com caixas adaptadas ao mercado espanhol e o capital necessário foi obtido através do reforço de capital por parte da Inovcapital. A seguir a Espanha, veio Angola, Brasil e Finlândia. Seguir-se-ão filiais em Itália e Reino unido.

O percurso de sucesso e competência da Scien-ce4you é de tal ordem motivador e didático que atualmente é já utilizado como case-study nas universidades porque acima de tudo o empre-endedorismo é uma atitude. Uma atitude que se traduz num comportamento.

um dos mais importantes

recursos de que o empreendedor

necessita para viabilizar o seu

projeto é de uma rede de contactos

que deve ser construída e

identificada logo nas primeiras

etapas do processo de

empreendedorismo

Page 12: empreendedorismo na agricultura

12 Start&Go | JUL/AGO 2013

Quando falamos de vendas e vendedores, temos padrões preconcebidos que nem sempre abonam a favor dos vendedores e dos seus métodos. No entanto, nada mais errado do que julgarmos os vendedores e as vendas como apontadores de encomendas ou fala-baratos. Vender, hoje em dia, é uma arte que envolve análises, conhecimento do mercado, do cliente, de quem queremos conquistar como parceiro e aliado. Todos nós somos vendedores, de produtos ou de ideias na nossa vida, não é um exclusivo da equipa de vendas. Por isso seguem aqui algumas dicas recolhidas entre teoria e prática, porventura não exaustivas mas fáceis de incluir numa check-list mental quando nos vemos perante uma venda.

Não basta ter uma ideia ou desenvolver um produto, é preciso saber vendê--los. Não de qualquer forma, mas sim

de maneira credível e sólida, abrindo a porta a futuras outras vendas. Quem não sabe de casos onde possíveis bons produtos ou boas ideias não vingaram devido à ineficácia do processo de venda, tenha sido este interno ou externo à empresa? Para evitar estas si-tuações, há que desenvolver um arsenal de ‘armas de ataque’ à venda a fim de maximi-zar o seu sucesso. Preparar a venda na sua totalidade é essencial. Um bom ‘trabalho de casa’ é meio caminho andado para uma ven-da eficaz. Por isso vamos ao tal rápido check list, recheado de ‘arsenal’: o quê? A quem? Como?

Check list item 1- o Quê:

Conhecer profundamente o que estamos a vender é crucial. Temos de ser verdadeiros “experts” do produto ou ideia a vender. Não só conhecer as suas características mais di-retas mas também ter conhecimento de tudo o que esteja na sua periferia. Quer sejam ca-tegorias adjacentes, no caso dos produtos ,quer sejam ideias ou conceitos semelhan-tes. Destes, há que saber qual a razão do

seu maior ou menor sucesso. Devemos tam-bém acreditar no que vendemos, uma vez sermos a personificação do produto ou da ideia. É forçoso sermos credíveis e entusias-tas para termos meio caminho andado como o código postal. Adicionalmente, há que ten-tar obter o máximo conhecimento do merca-do e principais concorrentes para melhor po-dermos posicionar o que queremos vender. Caso envolva necessidade de definição de características técnicas ou financeiras, há que assegurar a cobertura de todas as espe-cificidades de documentação científica, até estarmos certos que sabemos muito mais do assunto do que os nossos interlocutores. Isto fará toda a diferença na transmissão da in-formação correta, credibilizando simultane-amente a nossa posição como profissionais e o produto ou ideia que pretendemos ven-der. Estando neste ponto do conhecimento da produto ou ideia a vender, segue-se o ‘a quem vender’.

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MarketiNg e veNdas

saber vender produtos ou ideias

Maria Estarreja,Diretora de Trade

Marketing unicer SA

Page 13: empreendedorismo na agricultura

13JUL/AGO 2013 | Start&Go

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MarketiNg e veNdas

Check list item 2- a Quem:

No caso de venda externa (deixaremos a ven-da interna para outra altura), as situações mais confortáveis são aquelas em que podemos se-lecionar o cliente consoante o produto ou ideia a vender. Nestas situações, devemos selecionar os clientes de forma rigorosa para obtermos o melhor casamento entre ideia/produto e cliente. O conhecimento deste ultimo, da sua estrutura interna, objetivos, posicionamento no mercado e situação económica é essencial no desenho da forma de venda (o como). No entanto, o mais comum é estarmos perante a nossa usual cartei-ra de clientes a apresentar o produto ou a ideia em questão. Isto implica não só prepararmos antecipadamente resposta a uma bateria de possíveis questões que podem ser colocadas, bem como apresentar de forma clara o benefício para o cliente. Esta parte deve ser identificada e preparada especificamente para o cliente em questão, daí a relevância de conhecer as suas características antecipadamente. o cliente deve ser visto sempre como parceiro e numa parceria lucrativa para ambos, pois só assim se podem criar ligações estáveis, sólidas e de confiança.

Check list item 3- Como

um vez o ‘Como’ depender do ‘quê’ e do ‘A

quem’ só devemos desenvolver este ponto após termos completado os anteriores de for-ma satisfatória e confortável. Esta é a parte mais criativa e o ‘embrulho’ da nossa venda uma vez dizer respeito à forma de apresentar. Para além das dicas já identificadas, deve-mos construir o momento de venda, cenário, material de apoio, apresentação e, inclusive, equipa a apresentar consoante o produto ou ideia a vender e as características do cliente. Não esquecer, no entanto, que qualquer que seja a circunstância de venda, há que pre-parar uma apresentação objetiva, baseada em dados credíveis e unanimemente aceites. Convém ainda aliar informações mais gene-ralistas de mercado a outras mais específi-cas e orientadas para o cliente em questão, incluindo, quando necessário, conhecimento e argumentos justificativos para cativar os clientes dos clientes, acrescentando o nosso cunho pessoal ao processo de venda. Pode-rá tratar-se de uma abordagem mais incisiva, mais analítica ou mais emotiva, consoante a nossa zona de conforto na abordagem.

E, no final do dia, nunca esquecer que o obje-tivo de qualquer venda é igual ao de qualquer compra: satisfação e lucro. Só assim conse-guiremos gerar futuras vendas.

Equipe-se, prepare-se e Boas Vendas!

Conhecer profundamente o que estamos

a vender é crucial.

temos de ser verdadeiros

“experts” do produto ou ideia

a vender. Não só conhecer

as suas características

mais diretas mas também ter

conhecimento de tudo o que esteja na sua

periferia.

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Autor: João M. S. Carvalho

Páginas: 224

P.V.P.: €15

O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO, QUANDO UTILIZADO DEVIDAMENTE NUMA ORGANIZAÇÃO, É UM GUIA PARA O SUCESSO.

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2ª Edição

Page 14: empreendedorismo na agricultura

14 Start&Go | JUL/AGO 2013

A estratégia de muitas empresas nacionais e internacionais passa pela fusão ou aquisição de empresas, unidades de negócio e ativos. Inúmeros racionais estratégicos preponderantes de uma decisão de fusão ou aquisição podem ser apontados: diversificação para novas áreas de negócio, crescimento de um determinado segmento de mercado já existente, entrada num segmento de mercado adjacente em notável crescimento, aumento da quota de mercado, aumento da margem do negócio pelas potenciais sinergias geradas, aumento da capacidade, preenchimento de gaps tecnológicos, defesa face a um concorrente com elevado poder no mercado, entre outros.

A fase inicial do planeamento estratégico e tomada de decisões parece ter um ca-ráter simplista, mas a decisão de vender,

de comprar e de fundir tem muitos caminhos para percorrer até chegar à meta: dos objeti-vos propostos, dos ganhos, das sinergias, da gestão do “day after”. De acordo com Ahern e Weston (2007), a teoria económica neoclássica prevê que a nova combinação dos vários ati-vos resultantes de uma fusão ou aquisição será mais produtiva do que a soma das partes, isto é, a soma dos ativos isolados, pelo que os ga-nhos das sinergias geradas serão efetivamente realizados. A fusão e aquisição de empresas tende a focar-se na reestruturação, redução de custos e incremento da performance financeira, descurando, contudo, a perceção dos consu-midores e como estes reagem à fusão das em-presas e, muitas vezes, fusão de marcas.

De facto, uma marca é um ativo relacional que deverá ser tido em consideração numa análise pré-fusão ou aquisição, pelos efeitos secun-dários que poderão ocorrer se uma estratégia de marca não for considerada como relevante durante este período. Alguns estudos demons-tram, efetivamente, que, quando a estratégia de rebranding é parte integrante, apenas, de um período pós-fusão ou aquisição, poderá ser demasiado tarde: não só pelo impacto ao ní-vel organizacional, nomeadamente ao nível dos

colaboradores, mas também no que diz respei-to à satisfação do consumidor e à própria valo-rização da empresa. “O que manter?”, “o que descartar?”, “o que fundir?”, “o que criar?” são questões perentórias a serem discutidas numa fase de planeamento estratégico inicial.

No caso de uma fusão ou aquisição de empre-sas colidir com uma fusão de marcas, é de ex-trema relevância estudar a forma como esta fu-são afeta a memória dos consumidores: alguns estudos evidenciam que, uma vez estabelecida a memória de uma determinada marca, é difícil mudar a forma como os consumidores veem, pensam a marca. Este é um dos construtos, numa perspetiva do consumidor, que tem im-pacto no equity de uma marca e, consequente-mente, de uma empresa.

Uma vez mais, e numa perspetiva transacional, de estratégia de crescimento, diversificação, afirmação, o branding e toda a sua estratégia têm de ser refletidos e ser consistentes com a estratégia económica, financeira e social de uma empresa. É crucial entender e definir a estratégia para um ativo como um todo, numa perspetiva de soma de vários ativos, mesmo os que aparentemente se revestem de um caráter mais intangível, mas que, na prática, poderão ter implicações capazes de atingir uma velo-cidade e proliferação irremediáveis, com efei-tos até um longo-prazo. Global thinking, global strategy, global improvement!

o branding e as fusões e aquisições

a fusão e aquisição de

empresas tende a focar-se na

reestruturação, redução de

custos e incremento da

performance financeira,

descurando, contudo, a

perceção dos consumidores e como estes

reagem à fusão das empresas

e, muitas vezes, fusão de

marcas.

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MarketiNg e MarCa

Maria Manuel guiMarães

Consultora e doutoranda em gestão com especialização em marketing pelo [email protected]

Page 15: empreendedorismo na agricultura

15JUL/AGO 2013 | Start&Go

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reCursos huMaNos

As regras de execução das reuniões de negócio mudaram! Online ou virtuais, este tipo de reuniões está a tornar-se o preferido. As reuniões virtuais reduzem os custos, poupam tempo, permitem com facilidade reunir com pessoas geograficamente dispersas e são convenientes para todos os participantes. Mas também nos trazem novos desafios. Para utilizar com eficácia a tecnologia virtual, temos de desenvolver novas competências e técnicas de planeamento. O guia da Dale Carnegie “Energize as suas reuniões virtuais” fornece todas as ferramentas para preparar e conduzir reuniões virtuais.

CoNsideraçÕes PrÉ-reuNiÕes• Clarifique o propósito da reunião (li-

nha de assunto);• Crie uma sala de reunão (link), es-

clareça que a sala está preparada, os slides (diapositivos) estão prepa-rados, atividades planeadas;

• Envie os convites por email, forne-cendo o link, a duração e detalhes sobre como aceder;

• Antecipe e prepare-se para possí-veis questões e resistências;

• Prepare/distribua/desenvolva em conjunto a agenda da reunião;

• Abra a reunião (espaço online) cedo para estar preparado.

estratÉgias Para liderar reuNiÕes• Inicie e termine a reunião no horário• Comece com inspiração;• Peça a um voluntário para tomar no-

tas e mantenha-se focado no propó-sito da reunião;

• Abrar com o propósito da reunião e o tempo disponível;

• Esclareça os assuntos chave e ob-jetivos;

• Encoraje um ambiente aberto e in-formal;

• Encoraje a participação de todos;• Discuta apenas um assunto de cada

vez e pratique as competências de escuta;

• Liste assuntos importantes que de-vem ser discutidos noutra altura;

• Faça resumos frequentes da reunião;• Faça perguntas e mostre apreço por

todos os contributos; expresse as suas ideias em último lugar;

• Demonstre respeite pelas opiniões dos outros e discorde de forma as-sertiva e utilizando evidências;

• Suporte diferentes opiniões e solu-ções com evidências;

• Designe ações para uma pessoa ou para uma equipa; assegure a res-

ponsabilização clarificando o que é esperado de cada um e datas limite.

diCas tÉCNiCas• Aprenda sobre a sua ferramenta de

reuniões online: clique em tudo!• Forneça detalhes técnicos cuidados

aos participantes atempadamento;• Prepare documentação digital e

partilhe ou envie antecipamente aos participantes;

• Inicie e termine a reunião no horário;• utilize um cronómetro para as ativi-

dade;• Escute os sinais de aborrecimento e

desatenção dos participantes; mude a ação;

• Mantenha as pessoas a “utilizarem as ferramentas” e a contribuírem ati-vamente;

• Altere o layout da sala virtual; crie movimento utilizando novos visuais (diapositivos...);

• Faça o inesperado;adicione um site de partilha, uma pergunta, ou uma qualquer atividade;

• Encoraje o uso de web cams.

Condução de reuniões

Page 16: empreendedorismo na agricultura

16 Start&Go | JUL/AGO 2013

Brincar é um DIREITo e uma necessidade da criança. Esta é a atividade mais importante que ela deverá realizar. Através do brincar, a criança está a conhecer o mundo, a testar as suas capacidades físicas e intelectuais, a conhecer as funções e papéis sociais, a aprender as regras, a colher os resultados do que faz, a fortalecer a resiliência e autoconfiança, a registar o que deve ou não repetir nas próximas vezes, a gerir as emoções, a experimentar o fracasso e a vitória, a desenvolver a coordenação motora e as capacidades visuais e auditivas, o seu raciocínio criativo e a sua inteligência, estimulando assim competências-chave para o desenvolvimento do espírito empreendedor.

Brincar é das atividades que mais prazer e bem-estar proporciona. Recorde-se da sua infância e do quanto era diver-

tido brincar. A infância é uma altura mágica de alegres descobertas e experiências enriquece-doras. o que você proporcionar aos seus filhos será uma dádiva que permanecerá para toda a vida. Ter a capacidade e disponibilidade para brincar é um presente de amor, os seus filhos vão respeitá-lo, admirá-lo e amá-lo ainda mais. Assim, entre no mundo da fantasia, vai sentir-se mais livre, alegre e com mais energia.

Sem imaginação, não há aprendizagem. Os grandes cientistas da história da humanidade foram todos muito criativos. Para inovarmos te-mos de nos alimentar de abstração, e as brinca-

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CriaNça

Brinque, brinque muito!

sara de sousa cardoso

Supervisora Pedagógica da Escola de Pais

Sem imaginação, não há aprendizagem. Os grandes

cientistas da história da humanidade foram todos

muito criativos. Para inovarmos temos de nos alimentar de abstração,

e as brincadeiras são um ótimo catalisador. Já dizia Einstein “O conhecimento é limitado. A imaginação

abrange o mundo inteiro.”

deiras são um ótimo catalisador. Já dizia Eins-tein “o conhecimento é limitado. A imaginação abrange o mundo inteiro.”

quando brinca com os seus filhos, obtém um conhecimento mais profundo da criança, dos seus gostos e interesses, dos seus pontos for-tes e das vulnerabilidades, além de que aumen-ta o grau de confiança, e o vínculo afetivo. É importante passar tempo com os seus filhos, partilharem uma experiência mútua. Descubra algo que o apaixone, um interesse comum, e deixe que os seus filhos vejam como se diver-te. Juntos vão criar memórias únicas de muita cumplicidade, alegria e boa disposição.

Recordo-me do quanto fui feliz em família, de correr pelos campos de trigo, de brincar às apanhadas, de me esconder atrás dos sobrei-ros, dos passeios de bicicleta à beira-mar, de fazer puzzles junto à lareira, das noites em que adormecíamos a contar estrelas cadentes, da pescaria na barragem, das batotices no mono-pólio, das torres de legos, de andar às cavali-tas, de fazer colares de conchas, das jogatinas de cartas, da coleção de cromos e muitas ou-tras… Estas e outras atividades podem tornar a sua família mais forte, únida e divertida. que memórias está a construir com a sua família?

Escute os seus filhos e desça ao mundo deles. Como dizia Saint Exupéry em “o Principezinho”, os adultos acham-se sérios de mais e perdem-se por conta disso. Perdemos o brilho, perdemos esperança, perdemos amor quando paramos de brincar. E você, há quanto tempo não brinca?

Page 18: empreendedorismo na agricultura

18 Start&Go | JUL/AGO 2013

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jurisPrudêNCia

O Decreto-Lei n.º 62/2013, de 10 de maio, estabelece medidas contra atra-sos de pagamento nas transações comerciais, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2011/7/Eu, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de fevereiro de 2011, que intro-duziu medidas adicionais para dissua-dir atrasos de pagamentos nas transa-ções comerciais.

Esta Diretiva regula todas as transac-ções comerciais, independentemen-te de terem sido estabelecidas entre empresas (incluindo-se aqui os pro-fissionais liberais) ou entre empresas e entidades públicas, tendo em conta que estas são responsáveis por um considerável volume de pagamentos às empresas.

As medidas implementadas pelo diplo-ma agora publicado são as seguintes:

• Estabelece-se um valor mínimo para a taxa de juros legais de mora co-merciais em linha com o previsto na Diretiva, prevendo-se o referido limite mínimo no Código Comercial (alteração ao artigo 102.º do Códi-go Comercial, ficando estabelecido que esta taxa não pode ser inferior ao valor da taxa de juro aplicada pelo Banco Central Europeu à sua mais recente operação principal de refi-nanciamento efetuada antes do 1.º dia de janeiro ou julho, consoante se esteja, respetivamente, no 1.º ou no 2.º semestre do ano civil, acrescida de oito pontos percentuais;

• É igualmente previsto que, no caso de contratos entre empresas, o pra-zo de pagamento não deve exceder em regra 60 dias, sem prejuízo de as partes poderem acordar expressa-

mente um prazo superior, se tal não constituir um abuso manifesto face ao credor;

• No caso de contratos entre empresas e entidades públicas, na aceção do artigo 2.º do Código dos Contratos Públicos, são previstos prazos de pa-gamento que em regra não excedem 30 dias, salvo disposição expressa em contrário no contrato, não poden-do exceder em caso algum 60 dias.

O diploma não prejudica a possibilida-de de as partes acordarem calendários de pagamento em prestações.

Nesse caso, sempre que uma das pres-tações não seja paga na data acorda-da, os juros e indemnização previstos no presente diploma são calculados com base nos montantes vencidos de acordo com o regime legal aplicável.

O decreto estabelece também que os credores devem ser ressarcidos de for-ma justa dos custos suportados com a cobrança de pagamentos em atraso, incluindo os custos administrativos e internos associados com essa cobran-

ça sendo estabelecido um valor fixo de € 40,00 a título de indemnização.

A legislação agora aprovada aplica--se a todos os pagamentos efetuados como remuneração de transações co-merciais e entra em vigor a 1 de Julho de 2013.

Estão excluídos:

a) Os contratos celebrados com con-sumidores;

b) Os juros relativos a outros pagamen-tos que não os efetuados para re-munerar transações comerciais;

c) Os pagamentos de indemnizações por responsabilidade civil, incluin-do os efetuados por companhias de seguros.

CoNsultório FisCal

Medidas contra atrasos de pagamentos nas transações comerciais

deCreto-lei N.º 62/2013, de 10 de Maio

Nota: coloque-nos as suas dúvidas fiscais

Page 19: empreendedorismo na agricultura

19JUL/AGO 2013 | Start&Go

Nunca antes na história vivemos um momento tão interessante e perigoso para se fazer negócios. Algo mudou profundamente o mundo. Segundo previsões da consultora Bain & Company, daqui a dez anos, duas em cada três empresas não existirão como são atualmente. uma existirá devido à falência ou aquisição. Outra terá o core business completamente diferente. Apenas uma em cada três será semelhante ao que é hoje.

Mas o que fazer quando uma fórmula de sucesso aparentemente chega ao limite antes do esperado? Como re-

conhecer o potencial máximo de seu negócio principal? A resposta talvez esteja nos “ativos ocultos”. O que isso quer dizer é que muitas empresas têm cartas vencedoras na mão, mas não sabem disso. Ativos que não fazem parte central da estratégia, mas onde se en-contra a chave para o futuro. Um ativo oculto (invisível, negligenciado, esquecido) é algo que você possui, mas cujo valor e potencial ainda é desconhecido, ou não se deu conta. quanto mais complexa, grande ou estabeleci-da for sua empresa, maiores serão as hipote-ses de você possuir vários ativos ocultos, al-guns deles verdadeiros tesouros escondidos na organização.

Há três tipos de ativos ocultos para a reno-

vação estratégica: plataformas de negócio subvalorizadas, clientes inexplorados e com-petências subutilizadas. No primeiro conjunto tratamos de adjacências subdesenvolvidas, funções de suporte com possibilidade de ne-gócios e serviços associados. Junto aos clien-tes, podemos identificar segmentos não-reco-nhecidos, acesso ou confiança privilegiada e dados e informações subutilizadas. Em rela-ção às competências, podemos listar aquelas que ainda são invisíveis, que não pertencem ao core mas que se destacam e habilidades core subalavancadas.

A descoberta de uma “mina de ouro” de ati-vos ocultos não resolve o problema. Encon-trar e implementar as estratégias certas é o que faz a diferença. Cuidado, não estamos a dizer aqui que a excelência operacional é um destes ativos ocultos, na verdade a paixão pela excelência operacional e pela busca do baixo custo como plataforma de crescimento é um erro, pois no longo pra-zo não há criação de valor ou renovação. A excelência operacional por si só não é um substituto para a estratégia, pois a estratégia fornece um mapa para o futuro, um foco claro no cliente, uma determinação dos seus dife-renciais em relação aos concorrentes. A efici-ência operacional é um ingrediente essencial em praticamente todas as renovações estra-tégicas duradouras, mas como base, ou seja, não deve ser descurada.

em busca do crescimento lucrativo

luís augusto lobão MendesProfessor da FundaçãoDom Cabral

há três tipos de ativos

ocultos para a renovação estratégica: plataformas de negócio

subvalorizadas, clientes

inexplorados e competências subutilizadas.

Start&Go

estratÉgia

Page 20: empreendedorismo na agricultura

20 Start&Go | JUL/AGO 2013

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Através de informação veiculada na comunicação social a Comissão para a Reforma do IRC, liderada por Lobo Xavier, propõe uma redução progressiva da taxa até aos 19% em 2018.

Considero que, a confirmar-se, esta é uma proposta pouco ambiciosa, sendo mais uma oportunidade perdida de uma refor-

ma que poderia ser um importante instrumento para dinamizar a economia e até incentivar uma efetiva reforma do estado.

Na minha opinião, a descida da taxa de IRC de-veria ser imediata e corresponder a uma taxa má-xima de 15%, incluindo já a derrama que deveria oscilar entre 3% e 5%. E defendo isto pelos se-guintes motivos:

• Já todos perceberam, independentemente das crenças ideológicas, que quem cria riqueza e emprego são as empresas, sendo estas a ga-rantia e principal contribuidor para a sustenta-bilidade social e económica.

• Existe também uma necessidade de sermos competitivos fiscalmente, relativamente a ou-tros países, (dos 20 grupos económicos do PSI-20 - índice da Bolsa de Lisboa) - a esmagadora maioria tem sede em outros países com prefe-rência pela Holanda.

• Por outro lado, esta medida permitiria às em-presas libertar fundos para se financiarem e in-vestirem, o que seria certamente melhor do que deixar ao Estado a possibilidade de despejar milhões de euros sobre a economia, o que re-sulta normalmente em estímulos de curto prazo mas com pouca sustentabilidade no desenvol-vimento económico a médio e longo prazo.

• A experiência diz que uma redução da taxa tem a médio prazo, um efeito inverso na receita fis-cal.

• Mais meios libertos para investir, conduz a um aumento do emprego e por esta via ao aumen-to das contribuições fiscais e segurança so-cial.

• o valor da derrama permitiria estimular uma ati-tude proactiva dos autarcas para dar condições às empresas para se instalarem na região, criar emprego e fixar populações, financiando deste modo também as autarquias. Da receita resul-tante da derrama deveria ser criado um fundo comum, por forma a garantir a redistribuição de riqueza e a coesão do território.

Considero ainda que a redução de impostos de-ver-se-ia alargar ao IRS, embora aqui de forma mais cautelosa, porque uma redução no IRS liber-taria meios para a poupança e consumo e assim: estimular o mercado interno, a competitividade das empresas, dinamizando o pequeno comér-cio, responsável por muito do emprego.

Facilmente se concluí que este ciclo vicioso se pode tornar um ciclo virtuoso, se existir a cora-gem de assumir propostas disruptivas.

Outra grande vantagem seria a pressão colo-cada sobre os responsáveis na elaboração do orçamento do Estado, exigindo o reequilíbrio or-çamental pelo lado da despesa e não da receita.

Assim, um choque fiscal seria das medidas mais importantes e com maior impacto real para os in-vestidores e no estímulo ao empreendedorismo, complementado por políticas integradas entre a economia, a indústria, a energia, o ambiente e a I&DT.

Choque fiscal

Paulo FerreiraEconomista

um choquefiscal seria

das medidasmais importantes

e com maior impacto real para

os investidores e no estímulo ao

empreendedorismo, complementado

por políticas integradas entre

a economia,a indústria,

a energia,o ambiente

e a i&dt.

eXterNalidades

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21JUL/AGO 2013 | Start&Go

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livros

o MuNdo É PlaNo: uMA BREVE HISTóRIA Do SÉCuLo XXI

a MiNha CONCEPçãO DO MUNDO

Thomas Friedman, 3 vezes vencedor do Prémio Pulitzer, apresenta nesta obra uma análise que se tornou referência para o entendimento do que se convencionou chamar globalização. Publicado em 2005, não incorpora ainda as reflexões do mundo pós-2008 (pós-Lehman Brothers, na terminologia de alguns) o que faz mais interessante ainda uma releitura no atual contexto.os 8 anos entretanto decorridos permitem ao leitor um olhar mais distanciado e uma repetição do exercício que o autor fez na escrita do livro: identificar as forças modeladoras e impactos da globa-lização nas diferentes geografias.A metáfora do “mundo plano”, que dá o título ao livro, representa um mundo onde, com todas as oportunidades disponibilizadas pelas tecnologias de informação e comunicação, as relações são alteradas, com uma redução drástica dos obstáculos à colaboração, mas também à competição.Soluções como offshoring e outsourcing à escala mundial, que emergem desta realidade, são des-critas sobretudo do ponto de vista americano, com todas as oportunidades mas também desafios que comportam. Este é outro dos pontos que vale a pena reavaliar, passada quase um década desde a primeira publicação desta obra.Um contributo valioso para quem quer entender este mundo plano em que vivemos.

Este é o último contributo de Bertrand Russell, filósofo e matemático. Escrito em 1970, é um texto de leitura acessível e sintetizador da sua mente fervorosa que convida o leitor à reflexão e que o desafia a explorar mais sobre o autor. Bertrand Russell é defensor de uma sociedade sustentável, que promova a “dignidade humana”, citando o editor da obra. Para além de possibilitar uma in-tegração do conhecimento, o livro contém mensagens atuais e oportunas num contexto em que se multiplicam as críticas aos modelos de gestão preponderantes. É um livro contemporâneo em ideias e ideais. É uma reflexão rica em temas e que, entre outros, aborda também o papel das organizações na sociedade. Mais do que um auxiliar de técnicas de gestão, este livro expõe uma visão crítica da sociedade, isto é, da envolvente da gestão, convida a uma mente aberta e incita ao pensamento crítico, ao juízo sobre a filosofia subjacente à gestão. Terminando com um pequeno excerto da mensagem que Bertrand Russell deixou à humanidade, na qual o autor refere ter visões de um mundo “de seres compenetrados de que os seus interesses comuns excedem os interes-ses da competição, empenhados na efetivação das possibilidades realmente extraordinárias que a inteligência e imaginação humanas podem tornar realidade”.

Marco Freire, Project Manager

diana Falcão – econoMista

sabemos que o conhecimento é fundamental para a competitividade, diferenciação, e para muitos outros aspetos da nossa vida pessoal e profissional. E muito desse conhecimento poderá ser adquirido através dos livros. Neste número, deixamos-lhe duas sugestões de livros que acreditamos que podem fazer a diferença não só enquanto profissional, mas também como pessoa.

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22 Start&Go | JUL/AGO 2013

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gestão de Projetos

visão holística e a construção de uma cultura “sticky” de gestão de projetos

uma visão holística do sistema global de ges-tão de programas e projetos da organização implica cada vez mais nos grupos empresariais lançar o embrião e promover o crescimento de uma função de “oficina de projetos”. Esta fun-ção passa pela orientação e suporte à prática de projetos, nomeadamente definição das po-líticas e procedimentos de gestão de projetos, desenho das metodologias e ferramentas stan-dard, recursos, perfis e competências, guide-lines, status dos projetos / apoio no reporting, tomada de decisão e desem-penho da execução, conso-lidação da informação da atividade de projetos, bench-mark e melhoria contínua, e tem como base instrumental a manutenção de um repo-sitório global de informação dos projetos tipo “Banco de informação dos Projetos”.

Numa organização com um caudal de projetos e massa crítica de investimentos e recursos aplicados, esta função deverá ser introduzida progressiva-mente. Em geral a implementação desta função é feita via “Projeto de Implementação de uma oficina de Projetos” (organização temporária com um focus mais operacional), evoluindo posteriormente em muitos casos para uma fun-ção no quadro da organização permanente e para um “focus” mais estratégico. Ao nível da organização permanente a função e delegação de responsabilidades em geral, assume um papel corporativo de “staff” e pode ser enqua-drada seguindo diferentes opções: área espe-cífica autónoma de outras direções ou funções, ou função englobada numa área de direção de organização, numa área de direção de risco, di-reção de qualidade, etc.

Em geral, um “Projeto de Implementação de uma oficina de Projetos” é estrutural para a em-presa e de acordo com um estudo do Project Management Institute tem um horizonte de re-ferência de um a dois anos de duração. Sendo um projeto estrutural, implica mudanças signifi-

cativas e a necessidade de descongelar hábi-tos e reflexos criados ao longo de anos pelos principais atores da empresa mais envolvidos na prática de projetos. A potencial resistência à mudança introduzida pela implementação da “oficina de projetos” deverá ser gerida de forma inclusiva, com uma atitude resiliente, provocan-do a perceção da mudança e comunicando aos diversos níveis da organização para promover a aceitação de um novo compromisso para a prática de gestão de projetos.

De sublinhar que a função de “oficina de Projetos” após conquistar o quadro da orga-nização permanente da em-presa, pelo nível de influência nas decisões-chave / apoio à gestão de topo na supervisão da qualidade com aprecia-ções / análise e pareceres, e pelo efeito de alavanca aos líderes de projeto no desen-volvimento profissional / for-

mação e certificação das pessoas, capacidade de reunir a equipa / competências e partilha de experiências, contribui e confere também de forma indireta uma boa capacidade de alinha-mento estratégico, controlo do negócio, aferi-ção de benefícios e controlo de custos.

Por último, a conjugação de boas práticas / ins-trumentos, quadro de referência de programas e projetos, métodos utilizados com um grau de aplicabilidade diferenciado e a devida inteligên-cia emocional irão contagiar positivamente e entranhar a empresa a uma cultura de excelên-cia de gestão de projetos, e conduzir a um nível de satisfação superior a 75% a 80% na conse-cução dos objetivos e intenções de negócio e à minimização da probabilidade de potenciais perdas de valor derivadas de falhas num con-texto de forte crise de investimento e financia-mento, pelo que a sua eficiência e eficácia são decisivas para a competitividade e limitação de desperdícios, dado que um cenário de cance-lamento do projeto implica em média a perda de um terço do investimento para sempre.

eduardo santos

Docente da Escolade Gestão do Porto eConsultor de Empresas

a potencial resistência à mudança

introduzida pela implementação

da “oficina de projetos” deverá

ser gerida de forma inclusiva,

com uma atitude resiliente,

provocando a perceção da

mudança e comunicando aos diversos

níveis da organização

para promover a aceitação de um novo

compromisso para a prática de gestão de

projetos.

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23JUL/AGO 2013 | Start&Go

inovação, qualidade e sustentabilidade? opção individualizada ou conjunta?

isabel nogueira

APq

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gestão da Qualidade

hoje em dia, as empresas têm não só de lidar com um ambiente altamente agitado e competitivo, como também necessitam de continuar a respeitar e cumprir a legislação laboral e ambiental e ainda a serem aceites pela sociedade, sem descurar a óbvia necessidade de inovação para se manterem competitivas.

As empresas em geral sentem que a qualidade do serviço prestado e dos produtos que conce-bem, fabricam ou comercializam é uma premissa fundamental para o negócio e que se encontra intrinsecamente ligada à cadeia de valor e cor-respondentemente à satisfação dos seus clien-tes. Com base neste desígnio, a implementação de sistemas de gestão da Qualidade, segundo o referencial normativo internacional, ISo 9001, ou outros normativos similares, têm sido objetivos essenciais para a maioria dos gestores e dos di-retores de empresas.

Apostar estrategicamente em temas como a sustentabilidade e a inovação são já desígnios mais recentes dos nossos gestores e sentidos de alguma forma como referenciais criados para elites, ou seja, para as grandes empresas ou or-ganizações de maior dimensão e complexidade.

A necessidade de cumprimento da legislação foi o grande fator impulsionador do aparecimento da sustentabilidade como uma estratégia e um meio de retirar das práticas ambientais e sociais o acréscimo de valor e oportunidades de inova-ção, quer seja ao nível do desenvolvimento de produto ou serviço, quer ao nível dos processos industriais.

Recaem sobre as empresas dos nossos dias for-tes pressões do mercado que as impelem para a produção de produtos e serviços de qualidade elevada, inserindo otimizações de tempo de pro-dução e tempo de entrega, sem perder a neces-sária flexibilidade e sem descurar as preocupa-ções ambientais e sociais.

o caminho da certificação por referências norma-tivos internacionais ou nacionais, tais como: NP 4457 – Sistemas de Gestão da Investigação, De-senvolvimento e Inovação, ISo 9001 – Sistemas de Gestão da qualidade, ISo 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental, AA1000APS – Accounta-bility Principles Standard, ou outros referenciais normativos, pode e deve ser a opção impulsiona-dora para a organização diária e a estruturação integrada da gestão pela qualidade com Inova-ção, tendo sempre presente as pessoas e o meio ambiente, para alcançar um sustentável desem-penho económico.

Porque é que esta visão integradora não é assim tão evidente? Talvez porque não há ainda um re-ferencial normativo único que integre todas estas valências, ou seja, oriente a gestão sustentável do negócio com as práticas básicas e fundamentais da qualidade, das pessoas e do ambiente, cata-pultando as empresas para a inovação e a cultu-ra da melhoria contínua em todos os domínios de atuação, suportada em projetos e objetivos ambi-ciosos mas alcançáveis e que aumentem progres-sivamente os proveitos das empresas.

Quando inquiridos, as perceções denotadas pe-los gestores de empresas quanto ao impacto das práticas de sustentabilidade na sua organização são positivas. Existem elementos relacionados com o aumento da eficiência operacional, fatores de motivação interna e aquisição de elementos diferenciadores, que proporcionam perspetivas de novos negócios e parcerias.

A minha opinião é que também a sustentabilida-de social e ambiental, a par da económica e da Inovação numa premissa de melhorar continua-mente as práticas e os processos, está também presente no dia a dia das organizações vence-doras e com sucesso no seu negócio e logica-mente integrada com a cadeia de valor e com a gestão da qualidade.

Em jeito de conclusão, o mundo empresarial está hoje muito diferente de há décadas atrás. As empresas inseridas no contexto da Revolução Industrial tiveram um crescimento muito rápido e desregrado, dando origem a graves problemas sociais e ambientais. Com a globalização, os mercados expandem-se, havendo lugar a gran-des desenvolvimentos tecnológicos. Hoje em dia, as empresas têm não só de lidar com um ambiente altamente agitado e competitivo, como também necessitam de continuar a respeitar e cumprir a legislação laboral e ambiental e ainda a serem aceites pela sociedade, sem descurar a óbvia necessidade de inovação para se mante-rem competitivas.

Não me restam dúvidas, a integração das boas práticas de gestão da qualidade, da inovação e da sustentabilidade não são uma opção, são o caminho para a sobrevivência das empresas!

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24 Start&Go | JUL/AGO 2013

MERCADo DE MAToSINHoS ACoLHERá INCuBADoRA DE EMPRESAS

O mercado de Matosinhos vai-se adaptar e transformar no Espaço

quadra – Incubado de Design. o gran-de objetivo do projeto, da responsabi-lidade da Câmara de Matosinhos, é a criação de 60 postos de trabalho. “Esta estrutura inovadora pretende aco-lher, apoiar e promover empresas e pro-jetos capazes de responder ao desafio de trazer soluções e ideias na área do design que se destaquem pela inova-ção, pelo arrojo e pela sustentabilidade das suas propostas”, destaca a autar-quia em comunicado de imprensa.O projeto resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a ESAD – Escola Superior de Arte e De-sign, no âmbito do Espaço Quadra. Empresas e projetos de todas as áreas do design podem, assim, entre 1 e 10 de setembro próximo, apresentar as suas propostas de negócio. Os projetos selecionados serão conhecidos a 20 de setembro. A designer de moda Maria Gambina, os Arquitetos Anónimos e o ateliê de design de comunicação Drop são já algumas das presenças confirmadas neste projeto. Além de incubadora de empresas, o espaço terá uma área para co-working e uma startup de futuras empresas. O financiamento das obras, num valor su-perior a 400 mil euros, será assegurado por capitais próprios da Autarquia.

“o MELHoR DE PoRTuGAL”, EM BRuXELAS

Realizou-se entre os dias 29 e 30 de junho “a primeira grande

apresentação dos melhores produtos agroalimentares Portugueses em Bru-xelas”. o evento teve lugar no Parque Cinquentenário, numa organização conjunta da CAP, do eurodeputado português Nuno Melo e da associa-ção A Ponte. A iniciativa contou ainda com o alto patrocínio do parlamento europeu, e com o apoio do Ministé-rio dos Negócios Estrangeiros e da embaixada de Portugal na Bélgica. O objetivo deste evento foi “promo-ver o que de melhor se faz em Por-tugal e a qualidade de excelência dos produtos agroalimentares portu-gueses, nomeadamente vinhos, quei-jos, enchidos, azeites, méis, frutas e hortícolas, entre outros. Mas também mostrar um pouco da nossa cultu-ra, artesanato, bailado e música”. A Ponte, associação que promove Portugal e os emigrantes portugueses na Bélgica, fez a divulgação junto da comunidade e dinamizou o evento, trazendo empresas, cultura, artesana-to, música e tradição para o certame. A divulgação dos produtos agroali-mentares portugueses esteve a cargo da CAP, que levou para Bruxelas al-guns dos melhores produtos agroali-mentares portugueses.

FEIRA DE ENCHIDoS EM VILA DE REI

Vila de Rei volta a receber, de 27 de julho a 4 de agosto, mais uma edi-

ção da Feira de Enchidos, Queijo e Mel (FEqM). o certame tradicional, orga-nizado pelo Município de Vila de Rei, que vai este ano para a sua vigésima quarta edição, pretende divulgar as atividades económicas do concelho e apresentar os mais variados produtos artesanais. o programa da XXIV edição do evento conta com a 15ª Feira do Li-vro, exposições, tasquinhas, animação de rua, “karaoke”, jogos tradicionais, programa desportivo e a realização da 22ª Colheita de Sangue de Vila de Rei. Para animar as noites de festa, os palcos do Parque de Feiras de Vila de Rei vão receber artistas de dife-rentes estilos musicais, estando a animação do palco principal desti-nada a Augusto Canário e Amigos, Miguel Araújo, Graciano Ricardo, quim Barreiros, João Só e Abando-nados, Mafalda Arnauth e The Gift. No palco 2 da feira atuarão ainda Nelson António, Igor Alves, Mário Jor-ge, Rui Miguel e Grupo Novo Ritmo. Constam ainda no programa atua-ções de grupos de música tradicio-nal – Grupo de Cantares Regionais de Sta. Maria dos Olivais, Grupo de Concertinistas da Casa do Benfica de Vila de Rei, Grupo de Cantares da Amêndoa, Villa d’el Rei Tuna, Rancho Folclórico “Os Canteiros” da Pedreira e Grupo de Cantares “A Bela Serrana”. o evento conta com cerca de 110 ex-positores oriundos de vários pontos do país, que irão apresentar, além da gas-tronomia regional, artigos em artesanato e representativos dos setores industrial, comercial e de serviços. Os visitantes poderão provar os saborosos enchidos, o queijo e o mel da região, apreciar o tí-pico artesanato local e deliciar-se com a rica gastronomia local, nas esplana-das instaladas no recinto da feira.

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NotíCias Breves

Page 25: empreendedorismo na agricultura

25JUL/AGO 2013 | Start&Go

Cultura organizacional – 10 dicas para a desenvolver

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gestão

Quando é que se torna necessário fazer mudanças na cultura organizacional? quando existe um gap entre aquilo que é a performance atual da organização e aquilo que os clientes esperam receber dela. Ainda, quando a direção tem uma visão de futuro para a organização diferente do seu atual posicionamento.

cárMen alMeida

Um processo de mudança de cul-tura organizacional deve passar por diferentes fases para que

consiga alcançar o sucesso. Algumas destas fases poderão ser realizadas internamente, com a ajuda dos Recur-sos Humanos, outras tendem a ser mais bem-sucedidas, mais rápidas e mais fidedignas quando realizadas por con-sultores externos à organização. Suge-rimos aqui 10 passos a seguir na reali-zação de um processo de mudança de cultura organizacional:

1. Comece por fazer um bom diagnós-tico da situação atual, o que implica conhecer múltiplos aspetos dentro da organização: desde o estilo de gestão aos planos estratégicos, passando pelo clima, sistemas de recompensas e be-nefícios, salários, estilos de liderança e chegando até à missão e aos valores da organização. Recolha as opiniões de todos os colaboradores, utilizando diferentes metodologias (questionários online, focus groups, etc).

2. Crie grupos constituídos por colabo-radores de diferentes níveis hierárqui-cos e encontre o perfil da cultura orga-nizacional desejada para o futuro.

3. Identifique os gaps entre a situação atual e a situação desejada, para se perceberem as mudanças a implemen-tar. Nesta fase é fundamental perceber as implicações destas mudanças e de-cidir o que realmente vai ser objecto de mudança e o que se opta por não alterar. Até aqui será útil recorrer a um

consultor externo que, pelo seu distan-ciamento face à organização, seja ca-paz de uma análise imparcial e objetiva.

4. Seleccione o comité de acompa-nhamento responsável pela gestão e pela implementação do processo de mudança cultural. Esta equipa deverá incluir os RH e o Top Management, mas também representantes dos diferentes níveis hierárquicos e funcionais na or-ganização. Para que o processo seja bem sucedido, tem necessariamente de existir um diálogo aberto e transpa-rente entre todos os elementos. Ouça todas as sugestões, valorize os contri-butos, envolva as pessoas na mudan-ça. É fundamental ter a empresa do seu lado para que a mudança aconteça.

5. Cabe ao comité desenvolver um pla-no de ação estratégico: sugerimos que se identifiquem as ações menos com-plexas que possam ser implementadas de imediato, implementá-las, comuni-car a toda a empresa o que foi feito e celebrar as conquistas alcançadas.

6. Tenha um plano de comunicação interna e informe todos os colabora-dores do que está a acontecer com regularidade. Quando as pessoas não têm informação, tendem a criar a sua própria, através dos rumores e boatos. Paralelamente crie uma forma de reco-lha das opiniões sobre as novas medi-das implementadas e dê-lhes a devida atenção, não deixando sem resposta nenhuma ideia, sugestão ou crítica. os colaboradores precisam de sentir que, de facto, as suas opiniões contam.

7. Estabeleça formas de avaliação do processo, com métricas bem definidas, transparentes e que sejam do conheci-mento de todos.

8. Promova o alinhamento de todas as chefias, quer através de ações de for-mação sobre a temática da liderança que proporcionem uma linguagem e uma forma de trabalho comum, quer através de ações que os apoiem no seu papel de agentes de mudança junto das equipas.

9. Em conjunto com as chefias, identi-fique as atitudes e competências que cada colaborador precisa de desenvol-ver para estar totalmente alinhado com a nova cultura.

10. Estabeleça um plano de desenvol-vimento individual para cada colabora-dor, de acordo com as necessidades identificadas. Estas ações podem ser formação em sala, formação on the job ou coaching.

A Consulting House trabalha com meto-dologias de diagnóstico de diferenças culturais e com ferramentas de gestão da mudança que nos permitem atingir objetivos e apoiar os nossos clientes em todas as fases do processo de de-senho e implementação da nova cultu-ra: definição, comunicação, vivência e internalização.

Nos últimos 20 anos os nossos consul-tores têm desenvolvido projetos de ges-tão de cultura, aquisições e fusões em diversos Clientes Europeus e Brasileiros (Sonae, BES, Millennium BCP, CA Ser-viços, Aventis Pharma, Janssen-Cilag, Fidelidade Mundial, TAP, Vorwerk, Aqua-pura, Embraco, Tyco Electronics Brasil).

Os nossos projetos caracterizam-se por uma relação de total parceria e proximi-dade com o cliente, desenvolvendo em conjunto cada fase do projeto e avalian-do os seus resultados em função dos objetivos a alcançar.

Page 26: empreendedorismo na agricultura

"Para quem gere pessoas e processos de mudança, a organi-zação é a mensagem: a forma como os trabalhadores estão organizados, como se distribuem pelo espaçodisponível e como interagem uns com os outros nos diferentes estádios de produção é mais determinante do que tudo o resto. É dis-so que nos fala esta obra: da necessidade de revermos, cada empresa e cada um de nós, a nossa relação com o trabalho.”

José Alberto de Carvalho, Novembro de 2011 In prefacio

“Este livro é inspirador para todos aqueles que, como nós, gos-tam de criar e desenvolver espaços de trabalho inovadores”.

Reinaldo Teixeira, CEO Grupo Enolagest

“Out of the Office, na verdade, é um livro interminável. De-pois de ter visto o Escritório do Futuro nas suas vertentes mais actuais, com profundas análises ao Coworking e ao Teletrabalho, percebi que mais do que um livro adquirido, subscrevi um stream de informação actualizada sobre uma matéria que me interessa. E quando uma matéria nos cha-ma a atenção, a informação que nos é servida de várias for-mas, não é informação, é formação.”

Pedro Aniceto, Especialista da Apple

“Out of the Office” is not a book to read, instead a system to experience coworking. Coworking is the opportunity to collaborate for developing innovative products or solutions, launching new startups, or solving major global problems.”

Praveen Gupta, Founding Editor-in-Chief of International Journal of Innovation Science, and Director of IIT Center for Innovation Science and

Applications, Chicago, USA

“Carlos Gonçalves e José Gabriel Quaresma levam-nos “Out of the Office” através de uma reflexão “Out of the Box”, trazendo um contributo importante à reflexão sobre os escritórios do futuro, num contexto em que o processo de inovação tecnológica conduz a uma crescente desmaterialização do conceito dos escri-tórios, cuja evolução se encontra condicionada pela necessidade de nesta se enquadrar a natureza social do Homem e de criação e desenvolvimento de um sentimento de pertença a um grupo, elemento dife-renciador das organizações na medida em que estas dependem das pessoas.”

Paulo Silva, Director-Geral da Aguirre Newman PortugalMantenha-se atento(a) às notificações que irá receber no seu smartphone ou tablet sobre novas histórias, vídeos ou animações 3D, através da app “Out of the Office”.

Mais informações em:www.outoftheofficebook.com

Este livronão tem fim!

Disponível em http://livraria.vidaeconomica.ptEmail: [email protected]