gorete empreendedorismo na universidade

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1ª SEMANA DE RELAÇÕES PÚBLICAS DA PARAÍBA Empreendedorismo e Mercado de Trabalho EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE: formando gestores de negócios ou da inovação? Mª Gorete de Figueiredo UFPB-PRPG / IBICT João Pessoa, 20 de setembro de 2006

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Page 1: Gorete empreendedorismo na universidade

1ª SEMANA DE RELAÇÕES PÚBLICAS DA PARAÍBA

Empreendedorismo e Mercado de Trabalho

EMPREENDEDORISMO NA UNIVERSIDADE:formando gestores de negócios ou da inovação?

Mª Gorete de FigueiredoUFPB-PRPG / IBICT

João Pessoa, 20 de setembro de 2006

Page 2: Gorete empreendedorismo na universidade

Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong

Passaram de economias pobres e tecnologicamente

atrasadas para economias afluentes e relativamente

modernas.

(Kim et al, 2005)

Economias de industrialização recente (EIRs)

A Coréia foi o único milagre econômico do

pós-guerra.

Page 3: Gorete empreendedorismo na universidade

Por trás do desenvolvimento das EIRs

• Outros, reconhecem a importância desses

fatores, mas consideram também:

O espírito empreendedor com assunção de

riscos, o aprendizado eficaz e a inovação.

• Alguns economistas consideram o

desenvolvimento das EIRs como resultado de

elevados investimentos em capital físico e humano

Page 4: Gorete empreendedorismo na universidade

Teorias da Assimilação

O aprendizado e o domínio das novas tecnologias,

concentrando-se no que envolvia essa relação.

A aquisição e assimilação das tecnologias dos

países avançados exigiram altos investimentos de

capital físico e humano.

Mas, exigiram também espírito empreendedor com

assunção de riscos, um aprendizado eficaz e a

inovação em si.

Pack & Westphal, 1986; Amsden, 1989; Kim, 1997; apud Lim et al, 2005

Page 5: Gorete empreendedorismo na universidade

Avanço Tecnológico

É a principal força motora dos países

industrializados.

Responsável por grande parte do aumento da

produtividade.

(Smith, 1776; Marx, 1867;. Schumpeter, 1911; Kim et al, 2005)

Page 6: Gorete empreendedorismo na universidade

Quem é o Empreendedor?

Antes de falar sobre o empreendedor, é necessário entender o que é empreendedorismo.

No passado, os três fatores de produção: terra, capital, trabalho.

Esses, não significam mais o que nós pensávamos.

O quarto fator de produção é o empreendedorismo.

Page 7: Gorete empreendedorismo na universidade

“Assistimos a uma virada profunda de uma

economia de 'gestão' de empresas e instituições

para uma nova economia 'empreendedora‘”

Empreendedorismo

Peter Drucker, 1973.

Page 8: Gorete empreendedorismo na universidade

" É um movimento educacional que visa

desenvolver pessoas dotadas de atitudes

empreendedoras e mentes planejadoras".

Eder Luiz Bolson, “Tchau, Patrão!”

Empreendedorismo

Page 9: Gorete empreendedorismo na universidade

O empreendedorismo transforma-se, assim, na

inusitada revolução social que deverá ocorrer no

século XXI, comparável aos efeitos da revolução

industrial ocorrida no século passado.

Branca Terra & Ricardo Drumonnd, “O empreendedorismo e a inovação tecnológica”

Empreendedorismo

Page 10: Gorete empreendedorismo na universidade

Empreendedorismo

Traços essenciais e habilidades para o empreendedor de sucesso.

Insight

Perceber a oportunidade que os outros não conseguiram.

Visão

Fazer conexões entre coisas que os outros não fizeram.

Criatividade

Criar com sucesso algo que não existia antes, usando os três fatores de produção.

Sensibilidade para negócios

Introduzir com sucesso no mercado um produto à sociedade.

Page 11: Gorete empreendedorismo na universidade

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem

origem francesa e quer dizer aquele que assume

riscos e começa algo de novo.

Empreendedor

Page 12: Gorete empreendedorismo na universidade

O empreendedor é alguém capaz de identificar,

agarrar e aproveitar oportunidade, buscando e

gerenciando recursos para transformar a

oportunidade em negócio de sucesso.

Jeffry Timmons

Empreendedor

Page 13: Gorete empreendedorismo na universidade

Ele não é a personagem mítica que muitos fantasiam, fruto de uma “personalidade empreendedora”, inacessível ao comum dos mortais.

Empreendedores de sucesso não revelam uma personalidade especial, mas um empenho pessoal numa prática sistemática de inovação.

A inovação é a função específica do empreendedorismo, surja num negócio clássico, numa instituição pública, ou numa nova empresa criada numa garagem ou num quarto, ou na cozinha.

Peter Drucker, 1973

Empreendedor

Page 14: Gorete empreendedorismo na universidade

Empreendedores não nascem feitos.

Embora nasçam com uma certa inteligência, vontade de criar e energia, sua competência e formação dependem da acumulação de habilidades relevantes, experiência, contatos.

Nem sempre ela(e) é a pessoa que cria um novo bem ou serviço. Propriamente, ela(e) é aquele(a) que tem a visão de como essa idéia pode virar realidade para o benefício de todos.

Perfil dos Empreendedores

Page 15: Gorete empreendedorismo na universidade

Então, empreendedores não são criativos?

Tsc. Tsc. Tsc.

Ao contrário, a sua criatividade é de um tipo diferente.

Page 16: Gorete empreendedorismo na universidade

Empreendedores

Frequentemente um inventor, um artista, um compositor, um escritor conhece sua área de interesse, mas não saberá fazer outros cientes de suas criações.

Em sua criatividade, o empreendedor encontra canais para que as idéias entrem no mercado e beneficiem a toda a sociedade. Consequentemente, recompensam também aqueles que primeiro se aproximam das idéias novas, que os incentiva a fazer mais e melhores criações.

Page 17: Gorete empreendedorismo na universidade

As pessoas são mais propensas a serem criativas e produtivas quando a elas se promete uma recompensa, do que quando estão ameaçadas com a punição, se não criarem.

Esta promessa é chamada incentivo, e é possível somente quando há um lucro.

O empreendedor certifica-se que esta situação aconteça, porque quando o outros lucram, ele também lucra.

Empreendedores

Page 18: Gorete empreendedorismo na universidade

Ela(e) não é diferente de outros membros da sociedade: quer uma vida confortável, e entende que a melhor maneira fazer isto é obtendo a cooperação de outros.

Apela para a motivação do outro, porque as pessoas tendem a fazer o que é de seu maior interesse. Num mercado livre, ninguém pode ser forçado a agir contra o seu interesse, assim o empreendedor deve motivar e organizar para o benefício de todos.

Empreendedores

Glaser, 2001

Page 19: Gorete empreendedorismo na universidade

Nas últimas décadas, educação vem sendo foco de interesse também de

• empresários,

• sindicalistas e

• profissionais de diferentes áreas.

O surgimento da produção flexível veio requerer profissionais que substituíssem o antigo profissional tarefeiro por outro de atuação mais complexa, com maior autonomia e escolaridade mais consistente.

Educação ultrapassa limites dos pedagogos

Page 20: Gorete empreendedorismo na universidade

A educação formal, baseada num modelo criado por países industrializados, visava principalmente a socialização do indivíduo e sua vida em sociedade.

Educação - modelo de países industrializados

Em países de industrialização recente, a educação propôs-se a adaptar o homem rural ao trabalho industrial.

Page 21: Gorete empreendedorismo na universidade

A legislação educacional no país promoveu a distinção entre:

Ensino Profissionalizante – predominantemente taylorista-fordista, privilegiando o ensino de tarefas manuais e repetitivas;

Educação para a Cidadania - geral e acadêmica voltada para o trabalho intelectual concretizado pelo ensino superior.

Dois caminhos

Page 22: Gorete empreendedorismo na universidade

Ensino profissionalizante (1971)

• Destinado a estudantes pobres que supostamente deixariam de estudar e precisariam de uma ocupação para não caírem no ócio.• Ensino voltado às profissões subalternas.

Os bem nascidos poderiam ter um ensino orientado para o ensino superior.

Dois caminhos

Page 23: Gorete empreendedorismo na universidade

A educação para o trabalho foi se configurando como um conjunto de atividades de importância secundária, por duas razões:

• Os educadores consideravam que este ensino tinha mais de adestramento do que educação;

• A educação profissional era de maior interesse das empresas.

Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil

Page 24: Gorete empreendedorismo na universidade

A automação flexível exige um indivíduo que pensa e não um que execute.

Criaram-se novas expectativas profissionais, baseadas em que a atual tecnologia habilita o trabalhador a participar das inovações, criando também novas exigências profissionais.

Page 25: Gorete empreendedorismo na universidade

De 70 ao final dos anos 80:

Articulação desigual entre educação e qualificação profissional.

Ampliou-se significativamente a rede de educação geral, mas oferecendo arremedos de ensino de 1º grau, com drástica redução da carga horária.

Page 26: Gorete empreendedorismo na universidade

Atualmente, inúmeros estudos e pesquisas têm se preocupado com os riscos sociais e econômicos decorrentes do baixo nível educacional da população brasileira.

• Antes, esses riscos estavam mais voltados à questão da cidadania.

• Agora, além de não se ter alcançado a cidadania, também não se consolidou o processo de reestruturação produtiva.

Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil

Page 27: Gorete empreendedorismo na universidade

A atual proposta de reforma do ensino técnico

baseia-se em diagnósticos do desempenho da rede

federal de escolas técnicas.

Argumenta-se que os alunos egressos dos cursos

técnicos são os melhores dos cursos de

engenharia, evidenciando-se que os cursos

técnicos viraram um preparo ao futuro ensino

superior.

Page 28: Gorete empreendedorismo na universidade

Na reforma mais recente do ensino técnico:

• Tem-se valorizado a redução dos gastos;

• Retomou-se a prioridade à sua função;

• Tem-se buscado maior articulação com a rede de escolas profissionalizantes e o setor produtivo.

Page 29: Gorete empreendedorismo na universidade

Vem alterando substancialmente o mercado de trabalho.

Exige-se do trabalhador um espírito empreendedor, ou seja:

• A superação do perfil que domina o trabalhador rural de preguiçoso e indolente, para um indivíduo

• autônomo,

• talentoso,

• criativo e

• que busca maior autonomia.

A produção flexível e a microeletrônica

Page 30: Gorete empreendedorismo na universidade

“O discurso do espírito empreendedor parece uma forma de dizer aos indivíduos que procurem por si só uma forma de inclusão. O difícil será dizer para quem nunca fora dado um espaço para decisão, que daqui para a frente este deverá ser capaz de decidir e de transformar, sozinho, suas condições de vida e de trabalho”.

Azuete Fogaça, A Educação e a Reestruturação Produtiva no Brasil

Page 31: Gorete empreendedorismo na universidade

A tecnologia habilita o trabalhador a participar das inovações, cria novas exigências profissionais, como competências e habilidades para:

• Leitura e compreensão de textos;

• Redigir comunicados;

• Falar e se comunicar com superiores e subordinados;

• Entender valores quantitativos e raciocínio lógico;

• Desenvolver auto-estima, motivação e empreendedorismo;

• Identificar problemas;

• Negociar e contra-argumentar.

Novas expectativas profissionais

Page 32: Gorete empreendedorismo na universidade

“Sem educação não há empreendedorismo, nem inovação”

Marília Rocca (Endeavor Brasil”

Page 33: Gorete empreendedorismo na universidade

Currículos e programas obsoletos na

educação superior,

profissionalização prematura e excessiva

em um mundo onde a aceleração constante do

conhecimento dilui as fronteiras entre disciplinas.

OBSTÁCULOS ORIUNDOS DO SISTEMA EDUCACIONAL AO DESENVOLVIMENTO DO EMPREENDEDORISMO

Luiz Davidovich, Educação e Inclusão Social no Brasil

Page 34: Gorete empreendedorismo na universidade

Papel da Universidade

Não se limita seu papel à formação de

mão-de-obra qualificada, mas

Vislumbra, concomitantemente,

Implicações sociais e ambientais daí

decorrentes e conseqüentes.

Page 35: Gorete empreendedorismo na universidade

Aberta às diferenças entre alunosAprendizagem flexível, mudanças organizacionais

Aberta às inovaçõesEvolvendo teorias de aprendizagem, tecnologia acrescentada à aprendizagem

Aberta à sociedadeRelevante aprendizagem da sociedade; dimensões regionais, locais; mundo do trabalho.

A Universidade que investe no Empreendedorismo

Page 36: Gorete empreendedorismo na universidade

Ao pensar e intervir na realidade, valoriza as aptidões cognitivas e atitudinais amplas para a convivência em sociedade.

Fatores cognitivos e culturais evidenciam que pobreza e exclusão estão associadas à identidade e ‘aprendizagem’.

Alguns pensadores falam sobre “pobreza crônica e herdada” e “exclusão herdada..., passada sobre as gerações”..., através da educação!”

Fortalecimento da pesquisa em educação & Inovação

Universidade que investe no Empreendedorismo

Page 37: Gorete empreendedorismo na universidade

O foco principal de seu processo educativo é a busca e a construção de sentido para o mundo.

Assume o ensino e a aprendizagem como um desafio, no sentido de que o aluno não venha a ser considerado um depósito de conteúdos.

Por isso, não bastam ao professor a competência técnica, o domínio dos conteúdos, mas também se faz necessária a sua competência pedagógica.

Universidade que investe no Empreendedorismo

Page 38: Gorete empreendedorismo na universidade

Ênfase na aprendizagem transformadora em vez de aprendizagem como processo de reprodução.

A universidade deve investir na capacitação de gestores da inovação em vez de gestores de negócios

Currículo multi e transdisciplinar que forme gestores de inovação.

Capacitação em um amplo espectro que vai do estabelecimento de estratégias de inovação à estratégia dos negócios.

O bom empreendedor não é necessariamente um bom gestor de negócios. A gestão da inovação é bem complexa do que a de negócios.

Page 39: Gorete empreendedorismo na universidade

A gestão de negócios está relacionada com qualificação e treinamento nos processos corporativos.

A gestão da inovação exige umaassociação do gene da inovação com o dos negócios.

É essa conjunção que caracteriza o DNA do empreendedor.

Jonas Gomes & Victor Taveira

Gestão de negócios e gestão da inovação

Page 40: Gorete empreendedorismo na universidade

A inovação é o uso de novas idéias para melhorar

os processos ou para diferenciar os produtos ou

serviços.

Não basta ter novas idéias, elas devem refletir nos

negócios da empresa, e a cadeia de valores que

leva do universo das idéias ao dos negócios.

Jonas Gomes & Victor Taveira

Page 41: Gorete empreendedorismo na universidade

É a gestão desse "pipeline" que envolve idéias,

modelos de negócio e mercado.

É uma área multidisciplinar e multifuncional que

abrange pesquisa e desenvolvimento, produção,

operações, marketing e desenvolvimento

organizacional.Jonas Gomes & Victor Taveira

Gestão da Inovação

Page 42: Gorete empreendedorismo na universidade

A maioria dos cursos e currículos de empreendedorismo ainda se concentra na gestão de negócios. O que é um grande equívoco.

A gestão da inovação transcende os currículos de administração de empresas, vai além dos MBA´s de negócios, bem como dos cursos de empreendedorismo.

Jonas Gomes & Victor Taveira

Para o empreendedor, a gestão da inovação faz parte do seu aprendizado ao longo de toda a vida.

Questões para o ensino de empreendedorismo

Page 43: Gorete empreendedorismo na universidade

As universidades procuram mostrar ótimas perspectivas no ensino de empreendedorismo, mas ainda presas a um modelo tradicional de ensino, que privilegia o professor e o conhecimento.

Questões para o ensino de empreendedorismo

Page 44: Gorete empreendedorismo na universidade

Questões para o ensino de empreendedorismo

Um ambiente de ensino de empreendedorismo, não pode prescindir de dos exemplos e depoimentos de pessoas que digam o que fizeram e como fizeram, falem sobre os problemas que enfrentou.

No ensino de empreendedorismo o aluno precisa entender o que é a competição, o modelo de negócios, o que é fluxo de caixa, como se estima o preço de um produto ou serviço, como se faz um plano de negócios.

Page 45: Gorete empreendedorismo na universidade

Muito além do simples conteúdo, o ensino do

empreendedorismo deve enfatizar o comportamento, a

formação do caráter, a capacidade de se expressar, o

processo de negociação, a tolerância. São coisas que não se

aprende ouvindo, mas fazendo e vivendo as experiências.

Marcos Hashimoto, “Veja dez lições que o ensino fundamental pode ensinar para os

empreendedores”.

Page 46: Gorete empreendedorismo na universidade

Questões para o ensino de empreendedorismo

A criação de infra-estruturas, programas de conteúdos e de práticas do tipo Hands-On (mão na massa/mãos à obra)

Intensificação das atividades de prática, não só nas graduações das engenharias, mas de filosofia, relações públicas, letras, educação física, farmácia, música...

Realização de eventos, mostras, workshops.

Estímulo intensivo e concretamente à criação de incubadoras de empresas.

Aproximação dos empreendedores com o setor produtivo, inclusive na capacitação, e com o capital de risco.

Constituição de acervo de informações - bibliotecas virtuais, portais, publicações, padrões, normas, materiais didáticos, etc.

Criação de ambientes de aprendizagem, acesso às TIC’s, chats, elaboração de weblogs

Page 47: Gorete empreendedorismo na universidade

Obrigada pela Atenção

Maria Gorete de Figueiredo

UFPB-PRPG / IBICT

[email protected]

Visitem a nossa página:

http://inovativa.blogspot.com/