empreendedor - opção que cresce no brasil

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Empreendedor: Opo que Cresce no BrasilRESUMOTendo em vista que mais difcil do que empreender entender o seu verdadeiro significado. Este artigo, primeiramente se preocupou em caracterizar a pessoa empreendedora, de modo a exaltar que para empreender preciso inovar. Partindo desta premissa, e tendo como universo o Brasil, foi detectada alguma dificuldade de se empreender devido a cultura ou mesmo o receio pelo novo. Ademais, sabido que boas idias sem aes no passam de boas idias; logo, mais do que agir fundamental saber como faz-lo. Para tanto, este esforo ressalta que o mais indicado organizar e esclarecer suas idias num bom plano de negcio, pois com ele elaborado se torna mais simples buscar apoio para comear o negcio propriamente dito. Alis, para tal incio duas formas so praticadas no Brasil: uma montando um negcio prprio (seja sozinho ou por intermdio de associaes, cooperativas); e a outra junto s chamadas incubadoras de empresas. Tendo sido ambas trabalhadas no artigo juntamente com alguns mitos, se tornou evidente que empreendedor de fato uma opo que cresce no Brasil, devendo esta receber uma maior ateno por parte da academia. Palavras-Chave: Empreendedorismo; Inovar; Empreendedor.

1. PRELIMINARES Ao decidir por um curso superior voltado ao ramo empresarial, comum escutar de parentes e amigos: que bom, quem sabe daqui a algum tempo voc no chega direo da empresa X, que renomada no mercado? Ou ento, possvel ouvir a sugesto no sentido da prestao de um concurso para algum cargo pblico, como se apenas conseguir passar num concurso pblico j fosse garantia de sucesso eterno. Note que comum pessoas buscarem o concurso pblico para garantir a sua sobrevivncia e no a sua realizao. Alis, no se pode discordar de quem busca a sobrevivncia, mas ser que s isso que as pessoas desejam? O sucesso profissional, o desejo de crescer, ambies variadas tm de ser considerados por quem est entrando ou por entrar no famoso mercado. A realizao pessoal traz o reconhecimento de muitos pelo esforo, pelas dificuldades transpostas, a superao em muitos momentos quando tudo parecia estar fadado ao insucesso. Maslow, na sua teoria da motivao diz que a pessoa tenta satisfazer primeiro a necessidade mais premente; depois de satisfeita, essa necessidade deixar de ser motivadora e surgir uma segunda necessidade mais premente (KOTLER, 1998). Em outras palavras pode-se dizer que o ser humano busca atender sempre as necessidades mais urgentes e, depois de atendidas, outras surgiro, fato que faz as pessoas buscarem sempre algo mais. E temos de estar conscientes que essa a luta: querer sempre, buscar sempre, crescer sempre. A alternativa de um cargo pblico para a simples sobrevivncia deve estar presente, mas antes existem possibilidades mltiplas de ser feliz. Maslow acredita que as necessidades humanas so organizadas hierarquicamente da seguinte forma (por ordem de premncia): fisiolgicas (fome, sede), de segurana (defesa, proteo), sociais (relacionamento, amor), de estima (auto-estima, reconhecimento, status) e de auto-realizao (desenvolvimento pessoal e realizao). Portanto, possvel perceber que estabilidade financeira (segurana) no tudo, pois quando voc a alcanar buscar a parceria ideal e depois a unio e assim por diante. Portanto, at chegar auto-realizao h uma longa jornada a ser percorrida, mas como o ser humano imprevisvel, isto no pode ser

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considerado como regra, pelo contrrio, h trajetrias e trajetrias. Todavia a auto-realizao, com certeza, faz parte dos desejos pessoais. Ainda assim, fazer o que gosta nem sempre possvel, mas importante perceber que as pessoas no so incentivadas, em nenhum momento, com raras excees, a buscar novos caminhos. Pelo contrrio, so direcionadas para cursos j consagrados na certeza da garantia de uma carreira promissora. Entretanto, eis a questo: ser que cursar algo consagrado garante o sucesso profissional de cada um ou esse um desejo de famlias inteiras como conseqncia de nossa cultura ou receio do novo? Infelizmente, difcil responder a esta questo, mas importante notar que o Brasil tem 13,5% da populao de empreendedores e aparece em stimo no ranking mundial (RODRIGUES, 2003), embora seja uma classificao equivocada do que vem a ser empreendedor um percentual importante. Luciana Rodrigues (2003) ao escrever sobre empreendedor no jornal O Globo, em 13 de julho de 2003, gera uma razovel dificuldade da exata dimenso do que ser empreendedor (e empresrio) porque os classifica em empreendedor por necessidade e empreendedor por opo. Portanto, vale trabalhar adequadamente essa afirmao em benefcio do correto entendimento sobre estas figuras importantes e que so opes dos graduandos e graduados em administrao, economia e uma opo h tempos presente nos graduandos e graduados de cincias contbeis? 2. EMPREENDEDOR(A) E EMPRESRIO(A) Quem a pessoa empreendedora e quem a pessoa que tem um negcio, digamos, convencional? Essa uma dificuldade de entendimento muito comum com uma resposta no to simples. Neste momento, preciso esclarecer que normal as pessoas pensarem, num momento de desnimo, em largar tudo e construir o seu prprio negcio. Como se o fato de poder ser seu prprio chefe fosse resolver todos os seus problemas, como se desta forma, pudesse ter liberdade e tranqilidade e no mais ter que trabalhar para os outros, muito menos passar dias e dias engolindo sapos. No entanto, assim que as pessoas se enganam, pensando que assim fazendo esto vestindo uma nova roupa: a de empreendedor ou a de empresrio. Primeiramente, deve-se entender que ser empresrio(a) no sinnimo de estar em plena liberdade e, tambm, tranqilidade, pelo contrrio, sendo dono(a) do seu negcio, voc necessitar de uma dedicao muito maior ao seu trabalho. Muitas vezes voc no saber o significado da palavra frias e feriados e a sua carga horria de labuta ser ampliada sem que voc se d conta disso. No entanto, no caso da pessoa empreendedora, ao contrario do que possa parecer, a realizao proporcionada pela prtica empresarial o maior retorno proporcionado (site: IPGN, 2003). O ser empreendedor marcado pelo esprito de inovao. Estar na busca constante de algo essencialmente novo, no se satisfazendo em apenas manter o seu negcio. Para tanto preciso competncia, ou seja, no basta querer inovar, preciso agir. J o empresrio(a) deseja a manuteno do seu negcio, seu lema administrar de forma a sobreviver e note que pode abrir um negcio sem inovar, ou seja, no sendo uma pessoa empreendedora. Logo, abrir um negcio no sinnimo de empreendedorismo, para ser uma pessoa empreendedora voc precisa fazer algo como nunca realizado anteriormente. Ou que seja algo realizado, mas no da forma como voc pretende empreender. Ainda assim importante informar que um bom empreendedor pode realizar um mau empreendimento, um mal empreendedor pode liquidar at mesmo um bom empreendimento, da mesma forma que o empresrio pode dar fim ao seu negcio.

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2.1 EMPREENDEDOR(A) comum ao levantar esta questo sobre o(a) empreendedor(a) que se pense imediatamente em inovao, quebra de paradigmas, ou at mesmo, numa pessoa alucinada com idias mirabolantes. Os prprios estudiosos tratam a pessoa empreendedora como um ser inovador. Mas veja que "o empreendedor o ser humano que realiza coisas novas e no, necessariamente, aquele que inventa" (SCHUMPETER, 1983), ou seja, no necessrio que se construa uma nova organizao para ser uma pessoa empreendedora, basta tornar as suas atividades inovadoras, ou melhor, execut-las de forma jamais vista at o momento. Mas o que quer dizer a palavra empreendedor? O que motiva algum a assumir riscos? No difcil perceber que as pessoas empreendedoras, em geral, buscam o algo mais, a auto-realizao. Alis, o fato comentado nas preliminares quando algum busca a estabilidade por meio de caminhos j trilhados e bem sucedidos, deixa claro que no pode ser considerada empreendedora na verdadeira acepo do termo, pois a pessoa que empreende tambm se preocupa com o ser estvel, mas possui o desejo de assumir responsabilidades e independncia. Considera irresistvel assumir novos desafios, estando sempre propondo novas idias, seguidas pela ao (site: IPGN, 2003). Segundo o Dicionrio Aurlio, empreendedor aquele que empreende; ativo, arrojado, cometedor. Portanto, ele ser o responsvel pela tomada de decises dentro da empresa, de forma que a sua determinao e perseverana sero fundamentais no s no incio, mas para a sobrevivncia da organizao. Uma definio bastante interessante e detalhada fornecida por uma das principais referncias do assunto diz que a pessoa que empreende ...o indivduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; pessoa que compra uma empresa e introduz inovaes, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, seja na forma de fazer propaganda dos seus produtos e/ou servios, agregando novos valores; empregado que introduz inovao em uma organizao, provocando o surgimento de valores adicionais (DOLABELA, 1999).

Note, portanto, que, mais uma vez, a palavra-chave inovar, criar, e a no existncia de inovaes muito simples que descaracterizam a pessoa como empreendedora, pode tornla empresria, como j visto anteriormente. Dornelas (2000), numa outra referncia brasileira sobre o tema, cuidadoso ao definir o empreendedor como sendo aquela pessoa que detecta uma oportunidade e cria um negcio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Aqui o autor separa empreendedor de um aventureiro, porque este ltimo no calcula riscos. Desta forma, pode-se concluir que o empreendedor aquela pessoa capaz de gerir a sua prpria organizao (seja ela fruto de sua criao, ou mesmo uma empresa j existente que passou a ser sua) com sua prpria competncia. Assim, por se tratar de sua prpria empresa, tem de ser capaz de assumir riscos. Alm do fato de ser "algum que se especializa em tomar decises determinantes sobre a coordenao de recursos escassos" (CASSON, 1982 In: site: IPGN, 2003). Alguns chegam a dizer que pessoas empreendedoras so capazes de fazer milagres com os seus recursos que so quase sempre escassos. Alm do mais, existe um lado negativo em assumir riscos no Brasil, j que segundo as estimativas,os ndices de mortalidade das PME - Pequenas e Mdias Empresas no Brasil elevadssimo: segundo o SEBRAE, 56% dessas empresas fecham as portas at o terceiro ano de vida (site: eCommerceOrg, 2007). Note, no entanto, que no se trata de apenas assumir riscos, mas de saber como assumi-los, j que uma das principais razes para esse ndice, segundo o prprio site, o despreparo do empreendedor para gerenciar com eficincia a sua empresa, insuficincia de capital, alm de dificuldades pessoais do candidato a empresrio.

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E essa informao preciosa para o alunado que pensa empreender com a competncia que o curso superior lhe permite adquirir ao longo da sua estada na universidade. Uma explicao encontrada para este fato por Dolabela (1999) o empreendedor ser um ser social, produto do meio em que vive (poca e lugar), ou seja, o autor acredita que se o meio for favorvel ao empreendedorismo, onde empreender seja considerado como algo positivo, esse fato motivar as pessoas empreendedoras potenciais a criarem e realizarem. No entanto, isto no se constitui uma realidade brasileira, pelo contrrio, como j visto, a cultura (local, nacional) influencia as pessoas a seguirem caminhos j trilhados e bem sucedidos. Sendo assim pode-se definir empreendedor como...pessoas capazes de sonhar e transformar sonhos em realidade. Identificam oportunidades, agarramnas, buscam recursos e transformam tais oportunidades em negcios. So empreendedores todas as pessoas inovadoras, e que esto atentas s mudanas e sabem aproveit-las, transformando-as em oportunidades de negcios (site: IPGN, 2003).

Vale acrescentar que trata-se de pessoas que chegam ao limite do limite, que correm riscos muito bem calculados e que so capazes de enfrentar adversidades, seja com a determinao dos fortes, seja com suporte da religiosidade e da compreenso e incentivo das pessoas de uma forma ou de outra envolvidas com o empreendimento. 2.1.1 CARACTERSTICAS DO ATO DE EMPREENDER Para entender melhor o significado de ser empreendedor, seguem suas caractersticas marcantes. Arrojo define metas desafiadoras, com viso clara no longo prazo e objetivos de curto prazo mensurveis, pois ao contrrio do que possa parecer, a pessoa empreendedora no busca aventuras. Pelo contrrio, calculista, possui metas definidas e sabe exatamente as estratgias que sero necessrias para que chegue ao seu objetivo; Autoconfiante a pessoa empreendedora acredita em si, o que a faz arriscar, ousar, oferecer-se para realizar tarefas desafiadoras, enfim, torna-a mais empreendedora (site: eCommerceOrg, 2007). Alm do fato de que mesmo diante de resultados aparentemente desfavorveis, mostra a sua autodeterminao, ou seja, acredita na sua capacidade de enfrentar desafios e venc-los por meio de sbias decises no deixando o medo pelo fracasso estragar seus planos; Busca informao Conversar com clientes, fornecedores e concorrentes essencial para posicionar melhor sua empresa no mercado (site: IPGN, 2003). Para inovar, necessrio estar conectado ao ambiente, buscando saber mais e mais. Entretanto, preciso saber tambm filtrar os dados de forma a transformlos em informaes teis para o sucesso da organizao; Busca oportunidades a pessoa empreendedora est sempre buscando novas oportunidades e uma forma de aproveit-las. Observe que novos conhecimentos criam a oportunidade de se fazer novas coisas de novas maneiras, que tornam as antigas obsoletas (PINCHOT, 1989), ou seja, preciso buscar novos conhecimentos antes de querer buscar novas oportunidades; Calculista como j colocado anteriormente, capaz de assumir riscos; no entanto, por ter de ser uma pessoa precavida e cautelosa, estes so deliberadamente calculados de forma a avaliar as alternativas, reduzi-las e/ou controlar os resultados;

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Capaz de persuadir como verdadeiro lder, possui uma alta capacidade de influenciar ou persuadir os outros (sejam consumidores, fornecedores ou mesmo o pessoal da organizao) com bons argumentos de forma a fazer de seus objetivos os objetivos comuns; Capaz de quebrar paradigmas a pessoa verdadeiramente empreendedora busca autonomia em relao a normas e controles de outros (site: IPGN, 2003), mas, ao mesmo tempo, tem interesse em perguntar, pesquisar, ouvir e refletir sobre as sugestes dadas, principalmente pelos mais experientes; Comprometido caracterstica da pessoa empreendedora o envolvimento de corpo e alma em seus projetos; para tanto, no mede esforos e exerce sacrifcios pessoais para a realizao dos projetos, sendo esses sacrifcios esforos necessrios para o alcance de seus objetivos; Exigente Sendo uma pessoa extremamente exigente consigo mesma, que busca ser sempre o melhor de forma a no s satisfazer, mas exceder os padres de excelncia do seu ramo. Para tanto, busca fazer o melhor, em menos tempo e com o menor custo, conquistando a confiana de seus clientes; Iniciador ou seja, no espera ser solicitado ou que as circunstncias forcem a agir de determinada maneira. Na verdade, ao invs de esperar que algum resolva os seus problemas, a pessoa empreendedora, arregaa as mangas e busca solues; Inovador busca realizar as suas tarefas de uma maneira jamais vista. Busca o essencialmente novo; Negociador - Negociar nos limites no para qualquer um. Deve ser tambm apto a pensar rpido, mover ainda mais rapidamente e blefar impunemente (blefar no mentir, jogar) (HINDERY JR., 2003). um negociador e deve ter muita disposio e sangue frio para alcanar o resultado desejado; Otimista importante que no se confunda o otimista com um sonhador, pelo contrrio, , portanto, algum que acredita nas possibilidades que o mundo oferece, acredita na possibilidade de soluo dos problemas, acredita no potencial de desenvolvimento (site: eCommerceOrg, 2007). Sonhar possvel, mas com parcimnia; Persistente por ser calculista, autoconfiante e com compromissos assumidos deve ser capaz de persistir at que os obstculos sejam superados e tudo comece a funcionar adequadamente. No importa se ter de assumir responsabilidades pessoais ou mesmo mudar a sua estratgia, pois capaz de agir diante de um obstculo; e Possui fora de vontade tal fora de vontade vem provavelmente de seu entusiasmo e motivao relacionada com desafios e tarefas em que acredita, na medida em que as barreiras a serem enfrentadas por ele so imensas. Cabe salientar que foi dedicado um espao muito maior a pessoa empreendedora, por ser esta a figura maior do artigo. Todavia, o empresrio seria num certo sentido tambm uma pessoa empreendedora, mas sem grandes desejos de inovar sempre, correndo algum risco, mas com um negcio conhecido e j estabelecido de uma forma segura, sem ter maiores temores, em face de quaisquer eventos ambientais de alguma turbulncia. Todo o artigo , de certa forma, orientado, tambm, para o empresariado que est seja iniciando um negcio, seja

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acompanhando parentes para mais frente se tornar comandante supremo do negcio. Por conta disso, sabendo o que ser empreendedor, cabe conhecer o termo empreendedorismo para depois saber onde buscar apoio e capital para o novo empreendimento. 3. EMPREENDEDORISMO Palavra ainda no dicionarizada, o empreendedorismo teve origem a partir de pesquisas em economia e recebeu fortes contribuies da psicologia e da sociologia, de forma a gerar no s diferentes definies para o termo, mas variaes em seu contedo que merecem ser comentadas. Um dos importantes pensadores do empreendedorismo Peter Drucker. A viso do autor interessante porque v o empreendedorismo como fruto de um processo de aprendizado. Para Drucker"qualquer indivduo que tenha frente uma deciso a tomar pode aprender a ser um empreendedor e se comportar empreendedorialmente. O empreendimento um comportamento e no um trao de personalidade. E suas bases so o conceito e a teoria, e no a intuio.

Desta forma, ele conclui que: o "empreendedorismo no nem cincia, nem arte. uma prtica". (DRUCKER, 1987). Ainda assim, considerando que esta palavra ainda no est dicionarizada, importante que se conheam diferentes verses de autores para chegar a uma concluso coerente. Outro autor que possui uma viso interessante Joseph A. Schumpeter (1983), que diz que o "empreendedorismo envolve qualquer forma de inovao que tenha uma relao com a prosperidade da empresa". Para Schumpeter o empreendedorismo fator fundamental para a sobrevivncia das empresas num ambiente de constantes mudanas, ou seja, fundamental ter uma viso empreendedora de forma que oportunidades sejam percebidas, exploradas e tenham um horizonte bem favorvel. De uma forma bastante sucinta, pode-se dizer que empreendedorismo se conceitua como o processo que envolve todas as funes, atividades e aes associadas com a criao de novas iniciativas empresariais (DORNELAS, 2000). E mais uma vez enfatizado o fato do empreendedorismo estar relacionado no somente criao de novos negcios, mas tambm, inovao promovida dentro de empresas j estabelecidas. De forma mais simples, pode-se entender que no se pode considerar empreendedora a pessoa que d continuidade ao que j existe, ou seja, voc pode gerir uma empresa que j est no mercado, mas para ser empreendedor voc dever inovar. Fazer de uma forma jamais feita. 4. PLANO DE NEGCIO: FORMA DE ORGANIZAR IDIAS INOVADORAS At o momento muito foi comentado sobre o ato de inovar, manter-se antenado com o ambiente (tanto interno como externo), correr riscos, etc.; mas no se pode esquecer da ao. No adianta ter boas idias, mas no as colocar em prtica. Portanto, para ser prtico nada mais simples do que seguir uma seqncia coerente de passos, em outras palavras, elaborar um plano. Este o ponto: o Plano de Negcio. No se pode pensar que ter uma boa conversa basta. Certamente, falar bem ajuda, mas no garante o negcio. Ademais, em se tratando de dinheiro tudo deve ser colocado no papel. Assim, para seguir com um plano de negcio certamente ser necessrio capital e muita clareza de idias, devendo o empreendedor estar preparado com bons argumentos para rebater qualquer tipo de crtica. O plano de negcio, (tambm chamado de plano de empresarial)...

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um documento que especifica todos os principais fatores necessrios criao de um empreendimento, independente do seu tamanho e da sua rea de atuao. um documento escrito, que ajuda a esclarecer seus objetivos e tarefas e fornece algo ao qual se referir mais tarde (site: IPGN, 2003).

No difcil concluir, portanto, que este poderoso instrumento tem funo de auxiliar nas atividades criadoras, dando condies de avali-las e at mesmo modific-las, o que comum. E o fato de ainda no estar implementado, se tratando, ento, apenas de um papel, facilita essas alteraes. Mas importante salientar que, como todo plano, ele dever, aps seu incio efetivo, ser acompanhado e revisto constantemente para garantir o alcance de suas metas. Importante mencionar que o plano de negcio no garante o sucesso do futuro empreendimento. A sua funo algo bastante subjetivo: dar credibilidade e autoridade sua idia, por exemplo. Na verdade, colocar as idias no papel implica compromisso, pesquisa e muito trabalho, como demonstrao da capacidade empreendedora. Alm de servir como um plano operacional e provar a exeqibilidade de uma idia, ele representa um poderoso documento na busca do financiamento. Mesmo no caso das empresas virtuais, que aparentemente so implementadas a um custo baixo, existem momentos em que a injeo de capital de terceiros interessante e necessria (mercadolgica ou estrategicamente). Para tanto, se no passado bastavam empreendedores com idias inovadoras para conseguir scios, hoje a realidade outra, o empreendedor necessita de um slido e consistente plano de negcio, um projeto vivel, preferencialmente j em andamento, alm de conhecimento da competitividade existente no mercado e capacidade de tocar o negcio (site: eCommerceOrg, 2007). Todavia, o plano de negcio no faz milagres, ou seja, no adianta ter o melhor plano de negcio se a idia ruim, no factvel. Precisa-se de boas idias para se fazer boas empresas, e boas empresas so originadas de bons planos de negcios. Em se tratando de oportunidades abertas pelo mercado de trabalho h, hoje, mais oportunidades e variadas a quem deseja fazer a sua melhor trajetria. No h apenas a chance de um bom emprego numa boa empresa como sempre houve. Lgico que est mais difcil conseguir posies boas em boas organizaes, mas, h outras trilhas. 5. EMPRESA JNIOR A dificuldade em ingressar num mercado de trabalho altamente competitivo como o dos ltimos tempos conhecida por todos, mas a vontade de colocar em prtica tudo que est internalizando como conhecimento, pensando no futuro profissional, maior do que qualquer desafio. Uma excelente alternativa para quem est cursando a graduao atuar na Empresa Jnior de sua instituio de ensino. Evidentemente tem-se a expectativa de j existir na sua instituio de ensino a Empresa Jnior, porque seu uso crescente e o sucesso, tambm. Apesar de estar em pleno desenvolvimento no Brasil e j possuir muitas universidades a adotam, grande o nmero de pessoas (em empresas e alunos) que j ouviu falar nesse tipo de organizao e, no entanto no sabe explicar a sua organizao e funcionamento. A Empresa Jnior tem como objetivo preparar o corpo discente para o mercado de trabalho, complementando a sua formao acadmica com um diferencial: a experincia prtica antes da colao de grau. A idia praticar teorias e conceitos estudados em sala de aula, de forma a funcionar como um verdadeiro laboratrio de talentos. Para tanto ela conta com o suporte de docentes, o que passa maior confiabilidade ao trabalho realizado.

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Por se tratar de estudantes, importante salientar que quem se envolve na empresa no busca retorno financeiro, fato que gera um baixo custo s empresas assistidas, embora seja cobrado um valor como contra-partida dos servios prestados pelo alunado e docentes, mas o pagamento feito Empresa Jnior. E o retorno ao alunado no financeiro, mas sim a experincia adquirida. A presena do alunado no se limita ao mercado de trabalho na posio de executivo. Pelo contrrio, deve-se entender que as possibilidades profissionais vo desde a conquista de posies em empresas, passando por posies de consultoria e chegando ao empreendedorismo ou mesmo ao empresariado. E, em tudo e por tudo, a Empresa Jnior dar suporte que poder conduzir o alunado aos campos de trabalho mencionados acima. De fato a experincia variada faz a diferena e a insero em Empresa Jnior uma prtica extremamente aconselhvel, porque absolutamente certo que s existiro ganhos. No existindo a empresa, a pessoa deve envidar esforos no sentido da sua criao. Ademais, a pessoa empreendedora no nasce feita, pronta e acabada, como ser visto mais adiante quando for discorrido sobre mitos. Depende da incorporao do conhecimento gerado pela sala de aula e, sempre que possvel, pelo que incorporado, via Empresa Jnior. Na Empresa Jnior, o(a) aluno(a) que se considera uma pessoa empreendedora poder explorar vrias facetas da dona de um negcio, alm do aprendizado para a sua formao que atuar em empresas ou no cotidiano ou na consultoria. Assim, a Empresa Jnior deve fazer parte da trajetria, tambm, por quem deseja ser empreendedor. No loucura pensar em abrir um negcio. Imagine, por exemplo, como seriam o mundo atualmente se alguns loucos de antigamente no tivessem feito a loucura de abrir seu prprio negcio. Portanto, o importante que se tenha cautela e busque sempre informaes para que seja possvel se manter atualizado e inovar. A idia se antecipar aos acontecimentos, sendo frio, calculista e tendo bastante ousadia. Partindo do princpio de que j se possui uma idia considerada inovadora, um plano de negcio muito bem elaborado e se deseja levar este plano adiante test-lo enquanto Empresa Jnior, ou seja, especular, conversar, compor idias com colegas, amigos e conseguir suporte tcnico e acadmico dos docentes. A Empresa Jnior permite o ensaio, alguma tentativa e erro, enfim, permite muito, porque o local ideal para todos esses esforos. 6. COOPERATIVAS Esta opo no difcil de compreender quando se sabe que o verdadeiro empreendedor est sempre procura de caminhos para o sucesso e a cooperativa uma construo organizacional muito interessante e que oferece inmeras oportunidades de ganhos de toda ordem. Como diria o ditado: duas (ou mais) cabeas pensam melhor que uma. Mas antes de partir para essa opo, ou qualquer outra que algum julgue melhor, necessrio saber exatamente onde se est pisando. Atentando para a seguinte definio dessa possibilidade, concreta, de se abrir ou participar de um negcio:modalidade de sociedade de pessoas com forma e natureza jurdica prprias, no-sujeitas falncia, e de natureza civil. Tm por finalidade a prestao de servios aos associados, para o exerccio de uma atividade comum, econmica, sem que tenham elas fito de lucro. A cooperativa uma estrutura de prestao de servios voltada ao atendimento de seus associados, sem objetivo de lucro, condio esta contida no art. 3 da Lei n 5.764/71 (Site: Sato, 2007).

Em outras palavras pode-se dizer que consiste num grupo de pessoas que se unem com um mesmo propsito. No tendo a finalidade de lucro, fato que a distingue de outras formas societrias, e atua como uma prestadora de servios.

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Para compreender qual a vantagem, alm das fiscais, de se adotar essa constituio jurdica e organizacional necessrio refletir a respeito do assunto trazendo sempre para exemplos prticos. Imagine que um supermercado est com uma promoo do tipo leve trs pague dois. Trs pessoas querem comprar o produto da promoo. Logo, se cada um comprar separadamente, ningum tirar proveito da promoo. No entanto, se as pessoas se unirem para efetuar a compra e dividirem o novo valor por trs, todos aproveitaro a promoo. Portanto, uma vantagem da cooperativa pode ser definida como sendo reduzir, em beneficio de seus membros e atravs do esforo comum destes, o custo ou, conforme o caso, o preo de venda de determinados produtos ou servios, substituindo o intermedirio (site: COOPDEF, 2007). Sendo assim, fica simples entender que as cooperativas so consideradas em muitos casos a nica forma de sobrevivncia de pequenas e mdias empresas neste mundo globalizado. Da mesma forma, fcil compreender porque seus cooperativados possuem a crena de que as disfunes verificadas neste modelo de organizao so atribudas variveis externas, tais como, oscilaes do mercado, disfunes climticas, pragas, etc., no percebendo desvantagens neste sistema organizativo. (SOUZA, SOARES e ALBUQUERQUE, 2007). Mas importante salientar que tudo possui desvantagens e com as cooperativas no diferente. Neste momento, a dvida : abrir um negcio sozinho ou com algum? Para tomar esta deciso conscientemente vale listar as vantagens e desvantagens de ambas as possibilidades, pois se por um lado duas (ou mais) cabeas pensam melhor que uma, por outro necessria muita confiana na parceria. Quantos no so os negcios que quebram por causa de um scio agir inadequadamente numa dada sociedade? Inmeros. Mas tambm existem casos de sucesso em cooperativas, como o caso da Uniforja, uma metalrgica de Diadema que caminhava rumo a falncia quando seus operrios formaram uma cooperativa, assumiram o controle dos negcios e recuperaram a sade financeira da empresa. (FERNANDES, 2007). Logo, cada caso um caso e deve ser bem avaliado antes de qualquer deciso a ser tomada. Alis, no se pode esquecer que ainda tem uma outra opo: Incubadora de empresas. 7. INCUBADORAS DE EMPRESAS Originadas nos Estados Unidos, as incubadoras de empresas esto em plena expanso no Brasil, no entanto, poucas so as pessoas que sabem exatamente o que significa uma incubadora de empresas; logo, antes de decidir importante que se entenda esta opo. Alternativa positiva no Brasil, a incubadora de empresas uma organizao, departamento ou assemelhado que funciona no interior de um grande conglomerado, visando colocar disposio dos empregados um centro, em que possa desenvolver uma idia brilhante, um novo servio ou produto (FURTADO, 1995). Em outras palavras pode-se dizer que ela faz o papel materno durante os primeiros anos de vida da nova organizao, de forma a oferecer no s apoio estratgico, mas condies para a sobrevivncia da nova organizao. Desta forma, no difcil imaginar ser esta um mecanismo de acelerao do desenvolvimento de empreendimentos (incubados ou associados), por meio de uma rede de negcios, servios e suporte tcnico compartilhado alm de orientao prtica e profissional (DORNELAS, 2000). Ou simplesmente compreender que o objetivo das incubadoras de empresas o de produzir empresas tcnica e administrativamente preparadas para enfrentar o mercado (NOVO, 2003) de forma a diminuir o ndice de mortalidade das MPE (Mdias e

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Pequenas Empresas) no Brasil que atualmente se encontra elevado, com 56% segundo o SEBRAE. Para se alcanar tal objetivo as incubadoras selecionam os melhores projetos, ou seja, aqueles mais viveis, e lhes oferece: Infra-estrutura salas de reunio, salas de trabalho individuais e/ou coletivas, laboratrios, biblioteca, estacionamento, etc. No chega a ser uma vantagem para as empresas que atuam via internet, por no serem imprescindveis; Servios compartilhados Telefonia e acesso a Web, recepcionista, segurana, reprografia, etc; Assessoramento Gerencial, contbil, jurdico, comercializao, exportao, so exemplos; Qualificao Treinamento, desenvolvimento, cursos, assinaturas de revistas, jornais e outras publicaes; e Network Contatos importantes, participao em eventos de divulgao das empresas, fruns, etc. Muito importantes nas empresas virtuais por possuir alto valor estratgico. importante entender, portanto, que este ambiente propcio para o progresso organizacional fundamental para o sucesso destas organizaes. E ainda assim, o destaque dado para o caso das organizaes que atuam via web vem devido ao fato de que atualmente cerca de 12% das empresas incubadas so da rea da Internet (site: eCommerceOrg, 2007). As incubadoras existem e no de hoje. Surgidas na dcada de 80, o seu nmero vem crescendo substancialmente de forma que, no ano de 2003, totalizavam cerca de 135 incubadoras espalhadas pelo Brasil com cerca de 1.100 empresas residentes, que representam a gerao de cerca de 6.100 novos empregos segundo dados do Anprotec (Associao Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avanada). No entanto, que em 1991 este nmero mal chegava a 10. H um aspecto importante e que merece ser mencionado porque interessa diretamente as pessoas empreendedoras, cooperativadas, incubadoras e empresas incubadas, trata-se do que vem sendo rotulado como economia solidria e que vem a ser a reunio numa determinada rea de empreendimentos e de empresas com o propsito de buscar o melhor preo junto aos fornecedores comuns. A economia solidria produz preos adequados, grupos de pequenas e mdias empresas que conseguem vantagens muito superiores ao que conseguiriam caso enfrentassem os fornecedores de forma individualizada. Os resultados tm sido extremamente vantajosos e o tempo produzir tcnicas e novos procedimentos onde todos continuaro sendo beneficiados. 8. MITOS DOS EMPREENDEDORES Veja a seguir uma lista de 10 mitos (NAIDITCH e FURTADO, 2000) relacionados aos empreendedores. Empreendedores nascem feitos apesar dos autores acreditarem que este mito se constitui numa realidade, h o outro lado, o qual apoiado por Dolabela (1999), onde o autor afirma que o empreendedor um ser social, produto do meio em que vive (poca e lugar); ou seja, ele at pode nascer com caractersticas bastante peculiares, mas se no exploradas de nada adiantar;

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Qualquer um pode comear um negcio isto uma realidade, mas se percebermos o nmero de falncias de mdias e pequenas empresas (56%) fcil entender que a dificuldade est em sobreviver. Portanto, preciso saber diferenciar uma idia de uma oportunidade; Dinheiro o fator mais importante para montar uma empresa isto no verdade. Dinheiro importante sim, mas no o fator mais importante. De que adianta dinheiro sem competncia? Fica simples entender se for feita uma analogia com o fato de que o dinheiro como o pincel e a tinta para o pintor materiais que, nas mos certas, produzem maravilhas; Pessoas empreendedoras no tm chefes e so completamente independentes no ter chefe a mais pura iluso. Todas as pessoas que trabalham tm chefes, sejam eles diretos ou no. Ningum completamente independente, afinal de contas vivemos numa sociedade. No ramo dos negcios, onde as preferncias variadas dos investidores, clientes, fornecedores, pessoas da organizao, comunidade e governo determinam a sobrevivncia da empresa, no diferente. Esses stakeholders (pessoas ou empresas ou governo interessadas no negcio) so os patres de quem empreende; Pessoas empreendedoras devem ser jovens e cheias de energia como diria o ditado popular, nunca tarde para comear. Alm do mais, idade no impedimento para nada e ser mais velho significa, teoricamente, mais experincia, mais contatos; o importante a competncia. Ainda assim, em se tratando de um jovem, nada impede que este possua tais experincias e contatos; Pessoas empreendedoras trabalham mais do que pessoal executivo de grandes companhias essa comparao bastante relativa, pois pode ser verdade para alguns e no para outros. Alis, a pessoa empreendedora se sente realizada com o que faz e no encara isto como um trabalho; Pessoas empreendedoras so jogadoras este mito real e para entend-lo basta pensar em suas caractersticas. Ser calculista e ter poder de persuaso faz com que a pessoa calcule muito bem os seus riscos e consiga atrair outros para dividi-lo consigo, ou seja, como uma verdadeira pessoa que joga, estuda as suas peas e os caminhos da vitria; Qualquer pessoa empreendedora com uma boa idia pode atrair investimento de risco pensar desta forma se constitui num grande erro. Como pde ser visto no desenvolvimento do artigo, boas idias sem aes no passam de boas idias; Pessoas empreendedoras querem o show todo s para elas pelo contrrio, a pessoa empreendedora no um ser egocntrico e auto-suficiente. Trata-se de uma pessoa, como qualquer outra, mas que possui a capacidade de inovar, quebrar paradigmas e, acima de tudo, a humildade de ouvir conselhos, sugestes, ou mesmo crticas a fim de aprimorar os seus conhecimentos; e Pessoas empreendedoras sofrem com muito stress esta colocao infundada, visto que o stress, na maioria das vezes, causado pelo excesso. Alis, tudo em exagero faz mal; logo, qualquer que seja a atividade importante saber equilibrar o dia-a-dia. importante salientar que todos estes mitos devem ser vistos com cuidado, na medida em que h pouco incentivo no sentido de empreender. Assim, no difcil imaginar que

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grande parte das pessoas terminam por desistir de abrir seus empreendimentos. Rotular a pessoa empreendedora como egocntrica ou algum que sofre de stress pode fazer com que pessoas pensem duas vezes antes de querer se tornar uma delas. 9. EMPREENDEDORISMO BRASILEIRO importante entender que ao tratar da pessoa empreendedora, na verdade o objeto a essncia da organizao, ou seja, as pessoas. Afinal, o que uma organizao se no um conjunto de pessoas capazes de ousar, intuir, criar e aproveitar oportunidades, melhorar processos e inventar e inovar em negcios? No entanto, apesar de ser considerado o 16 pas empreendedor por opo (empreendedor propriamente dito: ser inovador) do mundo (RODRIGUES, 2003), o Brasil, infelizmente, ainda no possui um espao razovel para essas pessoas. Seja fruto da insegurana ou da cultura, a verdade que o brasileiro no incentivado a criar, inovar. Ser uma pessoa empreendedora no Brasil no constitui uma tarefa fcil, mas preciso entender que os obstculos so feitos para serem ultrapassados. Alis, quanto mais difcil o obstculo, mais desafiada a pessoa empreendedora ir se sentir e com maior motivao para vencer, no temendo o fracasso, pois acredita em si, devendo seguir em frente com seus projetos, pois neste momento que entra o esprito empreendedor leia-se vontade e aptido para realizar algo, deixar sua marca, fazer diferena. Este esprito que pode promover de forma democrtica a mobilidade social por ser centrado em oportunidades, em nada se relaciona com cor de pele, sexo, nacionalidade, naturalidade ou outras diferenas, e permite que as pessoas busquem e realizem seus sonhos diz Jeffry Timmons, professor de empreendedorismo do Babson College (NAIDITCH e FURTADO, 2000). Claro que pessoas empreendedoras costumam incomodar aqueles que preferem a manuteno do que vem dando certo, mas gente assim que permite a uma empresa desenvolver novos produtos, multiplicar seus canais de venda, criar receitas novas, lucrar, melhorar sua produtividade, atrair e reter clientes todo um conjunto de situaes que, no fim, vai se traduzir em maior lucratividade, em maior presena no mercado e maior visibilidade. 10. CONSIDERAES FINAIS Neste artigo pode-se perceber alguma dificuldade de se empreender no Brasil. Seja fruto da insegurana ou da cultura comum que se encontre, ainda nos dias de hoje, pais que orientam seus filhos a serem grandes executivos em grandes empresas, sendo raros os casos em h estmulos para a criao de negcio prprio. Mais difcil do que empreender entender o seu verdadeiro significado. Durante esta leitura pode-se refletir sobre o que vem a ser uma pessoa empreendedora trazendo tona os debates que muitos fazem acerca do ato de empreender e do ato de abrir uma empresa convencional. O que se constitui um erro j que a distino ntida a partir do momento em que o simples fato de dar continuidade a algo que j existe se trata de uma pessoa comandando um negcio prprio. Para empreender preciso inovar. No entanto, a fim de se evitar debates incuos foram transcritas algumas definies do ato de empreender e suas respectivas caractersticas, como: arrojo, inovador e calculista. Tendo esta ltima esclarecida a sua distino com relao a um aventureiro. Mas importante entender que no existe um tipo perfeito de pessoa empreendedora e certamente algumas caractersticas sero mais presentes do que outras, de forma diversificada em cada pessoa. Portanto, no se trata de uma receita de bolo. Cada caso um caso.

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Conheceu-se, ento, de forma correta o termo empreendedorismo, que apesar de ainda no dicionarizado, j faz parte do mundo dos negcios. Foram, ento, colocadas duas de suas verses: Peter Drucker (processo de aprendizado) e Joseph A. Schumpeter (fator fundamental). Chegando a concluso que se trata de um processo relacionado inovao, caracterstica mais marcante de quem sabe empreender. Assim, em se tratando de novas iniciativas empresariais, no foi difcil perceber que seria hora de agir, o que pode parecer bvio j que boas idias sem aes no passam de boas idias. Mas, mais do que agir seria fundamental saber como faz-lo. Para tanto nada melhor do que organizar e esclarecer as idias num bom plano de negcio. No entanto, neste momento que as dificuldades comeam, pois elaborar um plano de negcio como um quebra-cabea. Somente quando todas as peas tiverem sido consideradas e colocadas no lugar certo, a figura estar montada. (site: IPGN, 2003). Por assim dizer, apesar de toda a dificuldade importante que tenha ficado clara a importncia do plano de negcio, onde as idias sero sistematizadas de forma a oferecer artifcios tcnicos para que o planejamento seja eficiente antes de assumir riscos num mundo sempre competitivo, alm de ser fundamental para a busca de recursos. Com o plano de negcio elaborado eis a hora de buscar apoio para comear o negcio propriamente dito, sendo assim descobre-se duas formas praticadas no Brasil: o primeiro montando um negcio prprio (seja sozinho ou atravs de associaes, cooperativas); e o segundo junto as chamadas incubadoras de empresas. Neste momento destacou-se a influncia das incubadoras, que surgidas na dcada de 80, vm ganhando espao no Brasil. Tendo a funo de uma verdadeira orientao tcnica, ela prepara as empresas para enfrentar o mercado de forma a diminuir o alto ndice de mortalidade das MPE (Mdias e Pequenas Empresas) no Brasil que atualmente de 56% segundo o SEBRAE. Mas insistimos, mais uma vez, cada caso um caso, ou seja, nem sempre a incubadora ser a melhor opo, ou mesmo a cooperativa, ou vice-versa. O importante saber estudar a realidade e colocar na balana vantagens e desvantagens das vrias opes existentes e, hoje, so muitas. Antes de concluir o artigo foram levantados e explicados alguns mitos de forma a esclarecer algumas dvidas que possam ter surgido ao longo da leitura. Foi mostrado que apesar das barreiras ainda reais, a vontade de empreender no deve ser desestimulada, afinal de contas a pessoa empreendedora gosta de desafios e esse s mais um a ser enfrentado nesta grande batalha que o mercado. 11. REFERNCIAS ANPROTEC. Associao Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avanadas. Apresenta as entidades associadas, eventos, links e acompanha atravs de pesquisas, realizadas anualmente, o panorama das incubadoras de empresas no Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 2 maio 2007. COOPDEFCooperativa de Portadores de Deficincia. Cooperativismo. Disponvel em: . Acesso em: 11 abril 2007. DOLABELA, Fernando. O segredo de Lusa. So Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. DORNELAS, Jos Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idias em negcios. 3. ed. So Paulo: Campus, 2000.

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