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Ano 35 | n° 32 | agosto e setembro 2012| São Paulo | SP Inspetoria Santa Catarina de Sena Angola: Qual o seu futuro? Entrevista com Ir. Fátima Barboza , missionária salesiana Outubro Missionário | Outubro das Crianças | Outubro da Mãe Negra

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Informativo das Salesianas da Inspetoria Santa Catarina de Sena - São Paulo - SP

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Ano 35 | n° 32 | agosto e setembro 2012| São Paulo | SP

Inspetoria Santa Catarina de Sena

Angola: Qual o seu futuro?Entrevista com Ir. Fátima Barboza, missionária salesiana

Outubro Missionário | Outubro das Crianças | Outubro da Mãe Negra

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“A falta de recursos financeiros e materiais, muitas vezes, é superada pela dedicação e

o amor no resgate da dignidade humana .”

Aula de ginástica às crianças em Kalulo, Angola, ministrada

por Larissa, ex-aluna do Carmo e voluntária brasileira

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“A falta de recursos financeiros e materiais, muitas vezes, é superada pela dedicação e

o amor no resgate da dignidade humana .”

Aula de ginástica às crianças em Kalulo, Angola, ministrada

por Larissa, ex-aluna do Carmo e voluntária brasileira

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“Tudo é dom, é graça do Senhor”Editorial

CartaS

“Tudo é dom, é graça do Senhor”... diz um canto, e assim é!

Pensemos, repensemos em tudo o que já vivemos neste histórico 2012 como Instituto e Inspetoria: a Visita de nossa Madre Yvonne0 Reungoat, os numerosos e ricos momentos celebrativos de nossos 120 anos de presença no Brasil juntamente aos 120 anos de história do Colégio do Carmo, a Avaliação Trienal e, neste momento, nossa alegria pela paticipação de nossa Madre Geral ao Sínodo sobre a “Nova Evangelização”, pela abertura do “Ano da Fé e em breve pela Beatificação de uma nossa Irmã, a primeira da América Latina: Ir. Maria Troncatti!”

Ao lado disso que nos envolve como “grupo”, outros eventos nos tocaram como pessoas e comu-nidades. Vamos repassá-los nas páginas que se seguem, pois constituem a continuação do carisma

salesiano vivido em solo brasileiro, entre os desafios que continuam aparecendo. Chamo a nossa atenção para a Homenagem que a Câmera de Araras prestou à Ir.Wilma do Carmo Antonelli, concedendo-

-lhe o título de “Cidadã Ararense” e em sua pessoa, a admiração, elogios e agradecimentos a todas as Irmãs que, nestes 117 anos de missão em Araras, educaram e promoveram gerações!

Em destaque ainda, o precioso documento histórico que nos apresenta Ir. Josefina Filippo, sobrinha de Monsenhor Fili-ppo e tia de nossa querida Ir. Maria Helena Filippo, além do “Especial” sobre a Avaliação Trienal realizada na Argentina, no último mês de julho.

Focando o tema das “Missões”, os artigos sobre Angola e Incêndios nas Favelas de São Paulo, nos apresentam a dura rea-lidade de tantos irmãos, amorosamente atendidos por leigos e Irmãs nossas que se doam no serviço missionário “ad gentes e inter gentes!”.

Olhando para as páginas que temos em mãos, quanta vida, quantos trabalhos, quantas alegrias encontramos nos even-tos que constelam o chão de nossas Comunidades, Escolas e Obras, ao lado de vivências e experiências felizes em âmbito de Igreja e Instituto!

Louvemos o Senhor por tudo quanto nos proporciona e por nos solicitar a fazer o bem! Com alegria folhemos estas páginas que continuam narrando a paixão pelo Reino -ontem e hoje- de todas as Filhas de

Maria Auxiliadora que construíram os 120 anos de nossa presença no Brasil!

Recebemos o “Em Família 31” Está muito lindo, na apresentação, e denso no conteúdo. Parabéns! Muito obrigada. Boa continuação da missão. Abraço e preces.

Ir. Antonia Brioschi – Inspetora BCG

140 anos de existênciaEis o que escrevo para todos os componentes da nossa ADMA - 67 pessoas e para a nossa ENS (Equipes de Nossa Senhora). Todos ficam tendo conhecimento das maravilhas da nossa FS.

“Você sabe que a Família Salesiana é grande. Depois dos Salesianos, o maior grupo são as Salesianas, as Irmãs Salesianas, chamadas Filhas de Maria Auxiliadora (FMA). Como, neste mês de agosto, elas completaram 140 anos de existência – dia 05 – e, neste ano completam 120 anos de sua presença no Brasil e começaram suas atividades no Brasil aqui, pertinho de nós, em Guaratinguetá, envio hoje sua mensagem, sua revista EM FAMÍLIA”. No domingo, 5 de agosto, nas missas, em Campos do Jordão e em Pindamonhangaba, falei das FMA, dos seus 140 anos e dos 120 de Brasil. Toda quinta-feira, tenho com o povo, a adoração e o momento vocacional onde leio os nomes de todos os SDB e FMA nascidos em Pindamonhangaba. É uma lembrança, é uma homenagem, é um

testemunho. Não deixo de fazer isso desde o ano passado. Quem sabe, um dia, um jovem cai na realidade de propor-se ser instrumento de salvação para tantos outros jovens. Rezemos uns pelos outros.

At. Pe. Narciso Ferreira SDB

Saluto da RomaUn grande e “caloroso” saluto da Roma e obrigada per il dono del bel giornalino Em Familia. Si nota la vitalità dell’ispettoria e ho goduto nel leggere le varie iniziative e proposte che state attuando. Il Signore dia fecondità al vostro impegno e rafforzi sempre più il carisma nella Ispettoria-fonte delle altre! Il mio carinho e il ricordo di sempre.

Ir Giuseppina Teruggi

Ir. Vilma Bertini, Inspetora

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Sumário

ExpEdiEntE

Relembre e fique sabendo o que aconteceu em nossas comunidades, programe-se

para as próximas atividades. Divirta-se, emocione-se,

Em Família.

História As raízes de nossa históriaNas Escolas Rede Salesiana de EscolasNa Vibe JovensRazão de Ser VocaçãoInsieme Família SalesianaEspecial Avaliação TrienalPonto de VistaSem Fronteiras Incêndios em São PauloComunicação Publicidade InfantilÉ Festa AniversariantesPrograme-se AgendaLembrança

Redação e produção Ir. Maria de Lourdes Macedo Becker e Patrícia RussoProjeto gráfico Afonso AvanciniCapa Criança em AngolaFoto: Ir. Fátima BarbozaRevisão Ir. Edméa Beatriz BattagliaFotos Moisés Moraes e arquivos locaisColaboração Comunidades da Inspetoria Santa Catarina de SenaApoio Ir. Maria de Lourdes FidelisContato [email protected]

ponto dE viSta

Uma entrevista comovente com Ir. Fátima Barboza em visita ao Brasil, aproveite e conheça mais sobre esse povo encantador

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naS ESColaS

Auxiliadora de Ribeirão Preto procura resgatar as Danças circulares assim faz um trabalho devalorização da cultura com a Comunidade

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inSiEmE

Projeto Morneseum testemunho encantado e encantador

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razão dE SEr 13

Salesianas se reúnem para a Avaliação Trienal CIB CICSALo clima das origens renova oardor na missão educativa

EM FAMÍLIA | Ano 35 | nº 32Centro de Comunicação Marinella Castagno

Rua Três Rios, 362, Bom Retiro01123-000 São Paulo | SPTel. 55 11 3331 7003www.salesianas.org.br

Em Família é um boletim que divulga e informa sobre o cotidiano das comunidades das Filhas de Maria Auxiliadora na Inspetoria Santa Cata-rina de Sena e suas frentes de trabalhos.

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Irmã Maria Josefina Filippo

Ir. Maria Helena Fillipo

Nasceu em San Vicenzo della Costa – Cozensa, no sul da Itália, para onde sua família, oriunda do norte, se havia transferido, por motivos políticos. Filha de Rafael Filippo e Rosa Storino Filippo, nascida no dia cinco de dezembro de 1882.

Era a única menina, a caçula de cinco irmãos . A mãe morrera-lhe muito nova e o Pai, desgostoso, aceitou, sem hesitar, o convite dos irmãos sacerdotes missionários, Padre Francisco Filippo e Padre João Filippo, para que viesse morar no

Sabe-se que, para a HISTÓRIA, CEM ANOS é um tempo PEQUENO...sobretudo, diante dos milhões de anos que precederam a realidade deste nosso planeta...Mas, para nós, em que “OS MAIS FORTES podem chegar aos OITENTA ANOS” ...pensar que o Instituto das FMA, com seus BREVES 140 anos, é uma das maiores Congregações Religiosas femininas do mundo, é algo surpreendente...como surpreendente são os 120 anos de presença das FMA, no Brasil, trazidas por Monsenhor Filippo para Guaratinguetá, SP. Entre os inúmeros parentes de Monsenhor Filippo que vieram para o Brasil, o “EM FAMÍLIA” quer lembrar, nesta edição, a figura de IRMÃ JOSEFINA FILIPPO, sobrinha de Monsenhor, de origem italiana: pequena, delicada, atenciosa, de grande piedade, pianista, sempre pronta a servir.Sua biografia, escrita pela sobrinha Irmã Maria Helena, filha de seu irmão Pedro, há bastante tempo, é um PRECIOSO DOCUMENTO no Arquivo Histórico da nossa Inspetoria.Ir. Edméa Beatriz Battaglia

hiStória

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Brasil. Estabeleceu-se com os filhos em Guaratinguetá e, en-quanto os meninos faziam seus estudos, a pequena Josefina foi entregue aos cuidados de uma piedosa senhora – a “tia Escolástica”, como era chamada – que lhe fazia as vezes de mãe. Nunca lhe faltou, entretanto a assistência e o carinho do pai, inteiramente voltado à educação dos seis filhos.

Mais crescida, Josefina foi uma das primeiras matricula-das no Colégio Nossa Senhora do Carmo, que Monsenhor João Filippo, seu tio, acabara de fundar. Aluna muito viva e estudiosa, demonstrou, logo, no início, grande talento musical.

O Sr. Rafael conversava, muitas vezes, com seu irmão sobre o futuro da filha única, tão dotada e graciosa, que, na escolha dos vestidos bonitos deixava transparecer a natural vaidade feminina. Mas, de improviso, caminhos novos se abriram diante da despreocupada alegria da adolescente: conversavam, passeando pelo pátio do Co-légio, Dom Cagliero e Monselhor Filippo, que foram rode-ados por um alegre grupo de alunas. “Algumas de vocês têm vocação para a vida religiosa?” – perguntou o Bispo, no meio da conversa. “Sim”! gritaram as meninas, apon-tando para Josefina, que não esperava por esta reação e não soube o que responder. Estava com somente doze anos, mas, era amadurecida para o misterioso convite que, de repente, ouvia no mais profundo do ser. Para o Pai foi uma dolorosa surpresa: sua única filha, a caçula...Era, porém, um cristão de fibra que sabia colocar a vonta-de de Deus acima de tudo.

Foi na sala de visitas do Colégio do Carmo que Josefina recebeu a medalha de postulante, das mãos de Madre Ca-tarina Daghero, primeira Superiora Geral das FMA, depois de Madre Mazzarello. Aos dezessete anos fez a profissão religiosa e, por sessenta anos seguidos foi professora de piano, sem todavia jamais esquecer seu papel primordial de educadora salesiana. Como assistente das alunas inter-nas e externas, colocou em prática o Sistema Preventivo, estendendo-o aos Pais de suas alunas, aos numerosos amigos que conquistou e aos pobres que lhe mereceram especial carinho.

Além do Colégio do Carmo, Irmã Josefina esteve em Ri-beirão Preto, Ponte Nova, Minas Gerais, e em Campos, no Rio de Janeiro; mas, foi em São José dos Campos que pas-sou a maior parte de sua vida religiosa FMA, numa total e alegre doação de si mesma. Durante 25 anos permaneceu no Externato São José que viu nascer e crescer. Seu reino era o porão de pequenas janelas em ogiva, onde imperava o piano, e, ao longo do dia, se ouviam as notas de intermi-náveis escalas e monótonos exercícios.

Irmã Josefina gostava muito de ler. Ela mesma contava divertida o seguinte episódio: “Certo dia, o tio Monsenhor se despedia e ela perguntou:

- Titio, vai a São Paulo?

- Sim, vou. - Então, traga um livro bem bonito para eu ler. - Leia Santo Afonso, senhora! Monsenhor Filippo sabia ser severo, o que, de for-

ma alguma, impressionava sua alegre sobrinha; o difícil é saber se ela foi procurar Santo Afonso para ler...

Muito devota de São José, seu grande desejo era deixar no Externato São José uma bonita imagem do seu Patro-no. Com a colaboração dos amigos e alunos, industriou--se de tal forma que, em pouco tempo, realizou seu sonho. Enterneceu-se até às lágrimas quando ela chegou, linda como a imaginara! Quem entra no atual Instituto São José se surpreende com a harmoniosa beleza da imagem em tamanho natural.

Em 1949, a cidade participou dos festejos das bodas de ouro daquela Irmã, pequena de estatura e tão grande em realizações. Ela sentia o calor de tantas amizades e, talvez, pensasse em fechar os olhos no sossego daquela Casa com que tanto se identificara.

Mas, o peso dos anos se fazia sentir, as inevitáveis es-cadas exigiam dela um esforço que inspirava cuidados. E assim, foi transferida para a Casa do Puríssimo Coração de Maria, em Guaratinguetá. Lá, Irmã Josefina ficou poucos meses, embora desejasse morrer na “Casa do tio Monse-nhor”, como dizia. Foi-lhe novamente muito duro aceitar a transferência para a Casa Maria Auxiliadora, em Lorena. Viram-na chorar, sentada à sua mesinha de trabalho...

Dos seis irmãos, restavam apenas Pedro e Josefina. De-pois de longa separação, estavam novamente os dois na cidade de Guaratinguetá, onde haviam chegado crianças. Viam-se pouco, mas se entendiam e se amavam, nessa concentração de afetos que a velhice vai trazendo. O Sr. Pedro Filippo havia completado noventa anos e se entris-teceu com a partida de Josefina. Impossibilitados ambos de viajar, não se tornariam a ver...

De fato, pouco mais de um ano, após a dolorosa despe-dida, com a placidez de um Patriarca, ele morria dizendo: “Jesus, venha...estou pronto”.

Pode-se imaginar a dor de Irmã Josefina...Mas sua fé era maior e a confortou. Cercada de todo carinho, tanto por parte dos sobrinhos, como das Superioras e Irmãs, ela agradecia a Deus pelo muito que havia recebido, em troca do muito que dera.

Apagando-se lentamente, Irmã Josefina sobreviveu menos de um mês ao seu querido Pedro. Morreu serena-mente como tinha vivido no dia 07 de julho de 1965.

O cemitério de Guaratinguetá guarda como relíquia os despojos mortais do Sr. Rafael e dos seis filhos que trouxe um dia para o Brasil.

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Celebração Eucarística em Homenagem aos Pais

INSA ArarasNa noite de 5ª feira, 09 de agosto, foi realizada a

Celebração Eucarística, no ECA (teatro) totalmente lotado, em homenagem aos pais do Curso Fundamental I.

A Celebração foi presidida pelo Padre José Carlos Pino, Canossiano , que, durante a homilia, ressaltou a importância do diálogo na família.

A animação da cerimônia esteve a cargo do coral organizado por Ana Paula Apolari, professora do INSA, Luciane e Gabriella Giorgetti.

Após a benção final, os alunos do Ensino Fundamental I, prestaram homenagem aos Pais presentes, com a declamação uma poesia e com o

canto da música “Amigos”, de Roberto Carlos.

Auxiliadora de Ribeirão Preto celebra o dia dos Pais

Profª Maria Cristina BinNa manhã esportiva de sábado 11 de agosto, em que a comunidade

salesiana do Auxiliadora comemorou o DIA DOS PAIS, a emoção invadiu os espaços do Colégio e tocou o coração de todos os presentes.

Os filhos com as mãozinhas na cabeça dos Pais rezaram uma bonita oração, pedindo que seus pais sejam iluminados por Deus e abençoados por Nossa Senhora. Depois, Pais e filhos se deixaram levar pelo som carinhoso de um amigo de infância, o “Ursinho Pimpão”.

Todos juntos, pais, filhos, professores e voluntários, num clima de alegria e descontração, característica da Família Salesiana, correram, jogaram, brincaram e se divertiram.

Pais e filhos passaram da massagem relaxante, para o futsal acelerado, indo para o chucoball vibrante, depois para os saques, nem sempre tão precisos, mas, não menos interessantes do vôlei, pela gincana I entre balões com atropelos e sustos pelos estouros e, ainda com muita garra e firmeza, foram para a queimada, cabo de guerra e finalmente gincana II, passando a bola, para cima e para baixo, de um lado e de outro...

Todos foram campeões e vencedores. Portanto, nada mais justo, ter terminado com a premiação, entregando a todos a medalha: “Meu pai, meu herói!”

Gratidão

Brasília, 16 de agosto de 2012. Assunto: Comunicado referente à animação do Polo de São Paulo. Prezado (a) Diretor (a).

Comunicamos que a Irmã Valentina Augusto está deixando as atividades de animadora da Rede Salesiana de Escolas junto ao Polo de São Paulo, representando a Inspetoria Santa Catarina Sena.

Irmã Adair Aparecida Sberga estará assumindo as funções a partir do próximo dia 20 de agosto.

Toda a Rede Salesiana de Escolas, RSE agradece o longo tempo em que a Irmã Valentina Augusto se dedicou ao projeto, com esmero e paixão típica do carisma salesiano, desde os seus rascunhos à concretude da proposta atual.

Irmã Valentina Augusto contribuiu com as características que a identificam e singeleza na efetivação do nosso trabalho em rede, marcando presença direta e indireta junto aos milhares de jovens espalhados pelo Brasil que hoje usufruem do projeto da RSE.

Reconhecemos de coração a importância do trabalho realizado até o presente momento. A RSE espera contar ainda muito com a sua presença e motivação peculiar para trilharmos os caminhos dos nossos fundadores, principalmente, nesse dia especial no mês de agosto.

Aproveitamos o ensejo, para acolhermos a nova animadora do polo São Paulo, desejando-lhe uma caminhada repleta de grandes conquistas e de trabalho em prol da educação salesiana.

Estamos à disposição para esclarecimentos que se façam necessários.

Atenciosamente, Ir. Ivanette Duncan de Miranda Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti Diretoria Executiva da RSE

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Alunos do Coração nos Jogos Escolares 2012

Evandro Luiz Fialho, Assessor de Imprensa

O ICJ, Instituto Coração de Jesus de Santo André, participa, mais uma vez, dos Jogos Escolares, promovido pela Prefeitura de Santo André e que está em sua 43° edição. Neste ano, cinquenta e cinco escolas se inscreveram e o campeonato conta com cerca de cinco mil alunos participantes, aumentando significativamente a concorrência na competição.

Os jovens disputam 12 modalidades divididas entre masculino e feminino: atletismo, basquete, futsal, ginástica artística, handebol, judô, karatê, natação, tênis de mesa, voleibol, xadrez e skate. Os esportes coletivos são divididos em séries ouro, prata e bronze, dando opção para que as escolas se inscrevam conforme o nível de suas equipes, igualando o número de competidores federados.

No ano passado, sessenta escolas participaram da competição nas doze modalidades, divididas em masculino e feminino, e ,graças ao desempenho dos alunos e o apoio e determinação dos professores envolvidos e Direção, o Coração de Jesus conquistou o terceiro lugar na classificação final dos Jogos Escolares de 2011.

Segundo o Prof. Evandro Marcon, a meta é chegar o mais próximo do primeiro lugar ou ficar entre os cinco melhores na classificação final. “Neste ano, o campeonato está bem concorrido”, disse o coordenador pedagógico do Coração de Jesus.

“Para nós, a importância desta competição é despertar, no aluno, o senso de cidadania e os valores que o esporte proporciona ao jovem. O ICJ é referência na cidade ao longo de seus 85 anos, e, participar de eventos como este, significa a retomada de um valor da escola Salesiana, que é o esporte”, ressaltou o Professor Evandro.

As melhores colocações do ICJ até o momento foram: 1º lugar: Infantil Feminino; 2º lugar: Mirim Feminino; 3º lugar: Juvenil Feminino e Mirim Masculino e 4º lugar: Juvenil Masculino. Outras informações e resultados dos Jogos Escolares - 2012 no site http://jogos.all4.com.br ou pelo telefone do Instituto Coração de Jesus no (11) 4433-7477.

LipDub

mas o que é lipdub?LipDub é um tipo de vídeo que combina

a sincronização labial com a dublagem de um áudio para a produção de um videoclipe

musical. Ou seja, é a filmagem de uma dublagem de uma canção, onde depois é

inserido o áudio original na edição final do vídeo. Além disso, existe uma “regrinha” a ser

seguida para que seja considerado um LipDub: o vídeo precisa ser filmado sem cortes, em

uma única tomada, que é chamada de plano sequência. Esse estilo de produção tem se

tornado um fenômeno na internet e existem milhares de LipDubs no Youtube e Vimeo.

Lip Dub movimenta comunidade do INSA Araras

No dia 9 de agosto, 5ª feira, mais de 400 alunos do período da manhã voltaram para o INSA às 13h30 para a gravação do Lip Dub. Juntaram-se aos da Educação Infantil e Fundamental I e participaram, com entusiasmo e muita alegria de todas as etapas da filmagem: preparação, ensaio e gravação final (só na 3ª filmagem é que saiu a contento).

A foto retrata um pouco, essa tarde atípica vivida dentro da escola e que teve um final feliz graças ao empenho e envolvimento de todos os professores e alunos do INSA.

Participaram também com seus vídeos os Colégios:

Instituto Madre Mazzarello; Instituto São José e Auxiliadora de Ribeirão Preto. Confira no site www.rse.org.br

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“Danças Circulares” são resgatadas para o desenvolvimento da cultura de paz no Auxiliadora de Ribeirão Preto

Assessoria de Imprensa - Milagre do Verbo

“Danças Circulares” são parecidas com as antigas brincadeiras de roda, embaladas por cantigas populares. Por meio delas é possível incentivar a organização coletiva e o senso rítmico, pela música e pelo movimento corporal que criam. Como no círculo não existe hierarquia, atitudes de competição são substituídas por ações cooperativas. Pedagogicamente, podem contribuir com a formação de crianças e adolescentes, resgatando valores humanos, incentivando as interações entre os grupos e promovendo o diálogo amoroso. É justamente este caráter de amplitude e boa prática que tem permitido o resgate da modalidade como apoio no desenvolvimento de uma cultura de paz nas escolas.

Exemplo disso foi dado pelo Colégio Auxiliadora de Ribeirão Preto, pioneiro na gravação de um DVD com danças executadas por seus estudantes, em parceria com as organizações Inteligência Relacional e Giraflor Danças Circulares. A entrega do material a alunos do Ensino Fundamental I e seus pais, foi realizada no dia 21 de agosto, no teatro da Escola. O projeto faz parte do programa da disciplina Cultura de Paz, ministrada desde 2009 na unidade local da Rede Salesiana de Escolas.

“As danças ampliam a percepção e a concentração, viabilizam o autoconhecimento e estimulam a convivência por meio do olhar e da expressão corporal”, afirma Laura Borelli, consultora Pedagógica da Inteligência Relacional, organização responsável pela criação e pelo desenvolvimento do conteúdo do Sistema de Educação “Liga pela Paz” e da disciplina Cultura de Paz. “Com elas é possível despertar relacionamentos saudáveis dentro do contexto social

dos alunos, promovendo a identificação e a empatia entre eles”, explica Vandreza Freiria, responsável pela área de Comunicação da empresa.

diversidade cultural

Cada turma de estudantes do Colégio Auxiliadora de Ribeirão Preto encenou uma “Dança Circular” diferente. O material gravado é distribuído às escolas parceiras da “Liga pela Paz”, contribuindo com a formação de educadores e educandos de todo Brasil. Segundo Claudia Posoni, mãe da Isabella Gusman, do 3º ano do Ensino Fundamental, as atividades contribuem para que os alunos identifiquem e aprendam a lidar com distintos sentimentos, estimulando-os a refletirem sobre suas ações.

Carla Saraiva, mãe de Milena e Lorena Saraiva, do 2º e 7º anos, respectivamente, também acredita que as “Danças Circulares” promovem o respeito à diversidade cultural.“Os estudantes ficam mais abertos a aceitarem as diferenças e isso contribui para o bom convívio com as outras pessoas.É um facilitador para a inclusão social nas escolas”, conclui.

“Nosso planejamento já incluía Filosofia e Ensino Religioso, mas através da integração das aulas de Cultura de Paz proporcionamos aos educandos um novo modo de interagir com as pessoas. Com isso, percebemos que as crianças começam a ter atitudes mais solidárias e percebem que a paz e a harmonia, em qualquer ambiente, dependem delas também”, salienta Irmã Adair Sberga, diretora do Colégio Auxiliadora.

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FATEA promove VI Encontro de Administração

Assessoria de Imprensa local

A inovação é o motor da economia, gerando benefícios para a sociedade e retornando resultados para as empresas. O encorajamento do processo de inovação depende não somente das políticas de governos orientadas para a ciência e tecnologia, mas, principalmente, das empresas, cujos recursos e habilidades são necessários para transformar ideias em ações para a sustentabilidade. É na empresa onde, de fato, a inovação acontece.

Com esses pensamentos, a Coordenação do Curso de Administração da FATEA, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila de Lorena, promoveu o VI Encontro de Administração, nos dias 24 e 25 de setembro, com o tema: “Inovação Tecnológica: desafios para a sustentabilidade em processos e produtos”.

No dia 24, o palestrante Samuel Prado, da Danúbio, falou sobre a “Inovação em produtos”. Às 21h foi a vez do palestrante Edson Soares, da Vilage, que falou sobre “Proteção de Marca: Como torná-la sustentável e fortalecer sua identidade no mercado”.

No dia 25, Fábio Duarte, do CIESP, ministrou sua palestra com o tema: “Competição Global: Inovação e competitividade nos negócios”. O palestrante Daniel Menezes, do CRA, falou sobre “A profissionalização da Administração”.

Educandos aplicam seus conhecimentos no PETAR

Assessoria de Imprensa local

Os alunos do 2° ano do Ensino Médio do Instituto Coração de Jesus tiveram uma experiência ímpar entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro. Puderam aplicar as habilidades e competências adquiridas em um estudo de campo na região, do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, na cidade de Iporanga.

Criado em 1958 e mais conhecido como PETAR, o parque tem 35.700 hectares de floresta praticamente intocada, entre São Paulo e Curitiba. Uma viagem ao PETAR significa um contato intenso com a natureza e com a maior biodiversidade do planeta. Pássaros, plantas e rios cristalinos compõem o cenário paradisíaco que conta ainda com o maravilhoso mundo subterrâneo das cavernas.

Além de conhecer as cavernas do PETAR e da possibilidade do estudo de campo, os alunos tiveram, também, a oportunidade de participar do passeio de boia-cross, praticar pingue-pongue, cantar durante a noite próximos à fogueira, entre outras atividades.

Segundo o professor do ICJ, Osmar Gonçalves, o grande objetivo desse trabalho foi fazer com que o aluno passasse da teoria para a prática. “Com os desafios enfrentados no PETAR, nossos alunos tiveram exemplos de solidariedade, afetividade, conheceram pessoas com dificuldades e isso é muito importante para a vida deles. Geralmente os alunos gostam tanto dessa experiência que muitos acabam voltando”, enfatizou.

Greenpeace utilizará campanha de marketing dos alunos da FAINC

Assessoria de Imprensa local

Satisfeitos com a qualidade dos trabalhos realizados, o Greenpeace utilizará, em sua futura campanha, o material de marketing produzido pelos alunos do Curso de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda da FAINC.

Esse trabalho faz parte de um projeto interdisciplinar organizado pelo professor Eduardo Razuk com o objetivo de preparar os universitários para os diversos mercados existentes. “A ideia desse projeto foi fazer uma união de todas as matérias do Curso e também uma integração dos conteúdos de cada disciplina, para que os alunos desenvolvam uma campanha publicitária”, explica o professor.

Os alunos visitaram o Greenpeace do Brasil, com sede na cidade de São Paulo, e fizeram um briefing de mercado para que fosse possível estabelecer um estudo de mercado. Após o resultado, eles tiveram que apresentar um plano de propaganda. Para ampliação das informações necessárias, os alunos também pesquisaram sobre o assunto em sites e revistas especializadas no ramo.

No dia 24 de agosto, os alunos fizeram a apresentação dos trabalhos desenvolvidos aos representantes do Greenpeace. “Eles ficaram muito contentes com o nosso retorno, pois, muitos estudantes que os procuram, com o mesmo objetivo, não voltavam para mostrar os resultados. Eles nos disseram que assim que houver a oportunidade, a campanha será utilizada”, explica uma das alunas participantes do projeto, Mariane Caron.

Nesse mesmo dia, foi assinado um documento entre os alunos e os representantes do Greenpeace referente à doação de campanha, em que os alunos especificaram que não haveria nenhum retorno financeiro para eles. As assinaturas referem-se também à entrega do trabalho e à declaração de que o trabalho será destinado somente para uso da ONG.

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na vibE

Equipe de Comunicação da Semana Missionária Salesiana se reúne em Brasília

Pedro André (SDB) - Fonte: www.salesianos.org.br

Entre os dias 24 e 26 de agosto, a equipe de Comunicação da Semana Missionária Salesiana esteve reunida no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília, para encaminhar os preparativos das atividades relacionadas à Comunicação.

A equipe é coordenada pelo Ir. Cledson Rodrigues e Ir. Nádia Caetano e composta pelos jovens João Paulo Godoy Rigobello, aluno do Instituto São José, de São José dos Campos - SP, Rodrigo Carbogim, de Pindamonhangaba – SP, e pelos salesianos em Formação Antonio Neto, da Inspetoria Salesiana do Nordeste e Pedro André, da Inspetoria Salesiana de São Paulo.

Na sexta-feira, 24, pela manhã, a Equipe conversou sobre as táticas que deverão ser usadas para as inscrições e comunicação com o mundo salesiano, por meio do site www.mjs.org.br e das redes sociais Facebook, Twitter e Instagram @bosco2013. No período da tarde, o site foi apresentado para os membros do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana, reunidos na mesma casa para a tomada de posse, à noite. Logo após, os participantes foram ao centro de Brasília onde gravaram um vídeo, em frente à Câmara dos Deputados, e visitaram o escritório da CISBRASIL.

No sábado, a Equipe se reuniu com o Pe. Antonio Ramos do Prado – SDB para o alinhamento das ações que deverão ser usadas diante das dúvidas, que chegarão do mundo inteiro, em relação ao evento, e para esclarecê-las deverão ser usadas cinco línguas: português, inglês, francês, espanhol e italiano.

À noite a Equipe participou da celebração de posse do Conselho Nacional da AJS. No domingo participou da Caminhada com Dom Bosco, organizada pela Família Salesiana, com um percurso de 18 km, partindo do Santuário Dom Bosco até a Ermida Dom Bosco, onde todos participaram da Missa, presidida por Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília.

Durante a caminhada, os perfis das redes sociais da Inspetoria e do Encontro Mundial do Movimento Juvenil Salesiano foram alimentados com fotos em tempo real.

Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana

Isabelli Tittz - ex-aluna do Colégio de Santa Inês, Conselheira Nacional da AJS

Nos dias 24 a 26 de agosto, nós, jovens representantes das 15 Inspetorias Salesianas do Brasil (FMA e SDB), nos reunimos no Centro de Convenções Israel Pinheiro, no distrito Federal (Brasília), para a formação do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana.

Iniciamos o encontro com a partilha das realidades juvenis de nossas Inspetorias, a partir da colocação de uma necessidade, de um sonho e de um avanço. Diante de nossas realidades, pudemos construir o primeiro esboço de um Plano Nacional de Ação conjunta da AJS.

Movidos pelo espírito de Dom Bosco e Madre Mazzarello, levantamos as necessidades de um trabalho de articulação, evangelização e o resgate da Espiritualidade Juvenil Salesiana entre os grupos de jovens das 15 Inspetorias (SDB e FMA).

Acreditando que a juventude é Dom Bosco e Madre Mazzarello que caminham, viemos anunciar a concretização de um sonho: A consolidação do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana.

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da Redação local

Nos dias 13 a 15 de setembro, no Colégio “Santa Inês” de São Paulo, promovido pela CIB, realizou-se o Encontro Nacional de Formação Permanente para as Filhas de Maria Auxiliadora entre 10 e 25 anos de Profissão Religiosa, participado por mais de e 80 Irmãs e enriquecido pela presença de Irmã Maria Américo Rolim, Conselheira Geral pelo Âmbito da Formação, e de todas as Inspetoras do Brasil.

O grande objetivo do encontro foi “Reavivar o fogo missionário”.

No primeiro dia, Ir. Suzana Rocca, com simplicidade e alegria, refletiu sobre como superar os próprios limites e enfrentar a vida com mais leveza e positividade.

No dia seguinte, Ir. Maria Américo desenvolveu o tema “Reavivar a Identidade Carismática da FMA - um caminho de conversão”. Lembrou, também, os quatro caminhos de conversão, assumidos no último Capítulo Geral XXII, o modo de vivê-los: reconhecer que Jesus não ocupa sempre o lugar central em nossa vida; ...que nem sempre somos sinal do amor de Deus; ...que nem sempre conseguimos anunciar Deus aos jovens; ...que nem sempre partilhamos a missão.

Irmã Maria Américo terminou sua exposição, afirmando que: “(...) o carisma congregacional termina na vida das pessoas consagradas quando não existe mais a saudade e o desejo da identidade e da pertença. Como religiosas/os morrermos não quando se dá a morte física, mas quando o coração não vive mais a paixão e a inquietude pelo carisma.”

No terceiro e último dia, Ir. Vani Moreira, de Belo Horizonte, desenvolveu o tema: “Mística e Profecia em Dom Bosco e Madre Mazzarello”. Partindo das relações biográficas que descrevem como nossos fundadores viviam a profecia em relação ao próprio tempo e a seu contexto histórico, Ir. Vani lembrou o grande desafio que temos pela frente, de proclamar sempre a verdade e denunciar a injustiça, e viver segundo o Evangelho.

Sem dúvida esta foi uma ocasião de crescimento excelente e de renovação no abandono radical e total ao chamado do Senhor.

Encontro Nacional de Formação Irmãs de 10 a 25 anos de Profissão

Cursos de Formação PermanenteIrmã Rosalba Perotti

Programado para 2011, tivemos finalmente, em setembro de 2012, dois Cursos de FP, por idades. O primeiro aconteceu nos dias 1 e 2 de setembro para Irmãs até 60 anos e o segundo: nos dias 22 e 23 do mesmo mês, para Irmãs com mais de 60 anos. Naturalmente, o segundo grupo foi bem maior, mas, os dois contaram com um bom número de participantes. A explicitadora foi Ir. Marilene Brandão, Agostiniana Missionária, psicóloga, com longa prática no acompanhamento de religiosas (os), que assume quase que anualmente a parte de psicologia relacional no Juniter da CRB, de São Paulo. Com voz calma e pausada, Ir. Marilene nos conduziu a rever nossos percursos pessoais e comunitários de fidelidade à vocação e à missão. Usou adequadamente vários meios audiovisuais; que reafirmavam ou abriam o diálogo para dinâmicas e reflexões. Fez-nos retomar o FOCO e a VISÃO de nossa Vida Religiosa.

Para isso é muito importante: “desacelerar” e “investir”. Usou o recurso da projeção de dois filmes muito interessantes. Com o primeiro grupo: “A morada da 6.a felicidade” e com o 2.o grupo: “A prova de fogo”, que se prestaram a um debate muito rico em que vários tópicos da exposição do Encontro foram reafirmados. Foi um momento rico e útil para avaliar nosso caminho de correspondência à graça e de responsabilidade em assumir nossos compromissos.

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Convivência Vocacional – São José dos Campos

Ir. Maria Aparecida Sartorelli

Nos dias 25 e 26 de agosto, participei do Encontro de Convivência Vocacional com Ir. Maria Bernardina Gonçalves, que me convidou e também atendendo à solicitação de Ir. Rosalba Perotti.

Estiveram presentes oito Jovens Vocacionadas, provenientes do Vale do Paraíba e da cidade de São Paulo.Iniciou-se o Encontro, com a presença da Psicóloga, Irmã Josefina Franco, que desenvolveu o tema sobre o

Autoconhecimento: “A serenidade da luz guiando para a verdade, identidade e transparência”. Foram momentos de reflexão e questionamentos. Ir. Josefina também conversou sobre temas mais interiores como: energias, resistências, memória da história de vida, entre outros, que também foram surgindo.

Um momento forte e emocionante foi a projeção do filme sobre a vida de Madre Mazzarello.No dia seguinte, após a missa, na Paróquia Salesiana Sagrada Família, retomamos os temas do dia anterior e as

vocacionadas trabalharam sobre a própria história de vida, elemento fundamental no discernimento vocacional, além da síntese dos dois dias de reflexão.

Nesse início de trabalho de atuação junto às vocacionadas, agradeço a Deus a oportunidade de renovar conhecimentos e aprofundar verdades existenciais.

Teremos outras oportunidades de Convivências nos próximos meses de setembro a novembro.Esperamos tais realizações com alegria!Seguem alguns depoimentos das participantes dessa convivência:

A convivência dos dias 25 e 26 de agosto foi excelente! O grupo, apesar de não se conhecer, se uniu de uma forma extraordinária! O conteúdo teórico sobre o autoconhecimento,

com a experiência de grupo, pode ser aplicado na prática de nossas vidas. O encontro começou com a história

de um Ipê amarelo transformado em poste, mas que, apesar disso, não

perdeu sua essência e identidade. O vídeo, o “Poder da Visão”, nos

encaminhou para a reflexão sobre o poder que temos de transformação

do mundo. Na partilha, senti a profundidade da semente existente

em nós, o desejo de ser transparente conosco e com os outros. Para concluir

o dia, com chave de ouro, assistimos ao filme de Madre Mazzarello, uma

mulher profundamente transparente e que teve a capacidade de se conhecer

tão bem e de fazer com que suas Irmãs também se conhecessem. Só acho que se chegássemos na sexta feira o tempo

ficaria menos corrido! Anna Christina Bernardi

No início, eu estava um pouco insegura, pois não conhecia ninguém.

Mas, aos poucos, fui me adaptando e relacionei-me muito bem com o

grupo. Amei o assunto tratado! Pois, foi bem exposto e de acordo com a nossa realidade, também, percebi a importância do autoconhecimento,

de estar ligada à minha vida, de prestar atenção nos meus atos, de ser

transparente, levando a todos o que eu sou realmente, não o que querem que

eu seja. Tudo foi ótimo! Isabella Gomes Moreira

Eu senti-me à vontade, no grupo, para partilhar, refletir e brincar. A

temática abordada por Ir. Josefina foi de extrema importância e ajudou-

me a clarear as ideias e motivou-me

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para seguir na busca de conhecer-me melhor para ser mais fiel ao projeto

de ser imagem e semelhança de Deus. Quanto ao tempo acho que

poderia ser maior, porém, na minha atual condição, a sexta-feira teria que

coincidir com um feriado. Simone Perisatto

Eu aprendi muito nesses dias de convivência. Senti-me realizada,

pois descobri as respostas de muitos dos meus questionamentos. Levo

comigo, como proposta, a tentativa de ser mais um ser transparente e, para isso, conhecer-me melhor. Sei que o percurso não será fácil, mas

serei persistente, pois é isso o que Deus

quer de mim e é isso que faz uma pessoa realizada e feliz pelo que faz.

Quanto ao grupo, achei bem maduro. Pude conversar com outras meninas

que estão há mais tempo nesse caminho e essa troca de experiência fortaleceu-me muito. Apesar de não

nos conhecermos muito, acho que nos aproximamos bastante. Espero que isso continue, pois, assim cada uma pode ajudar a outra. Eu acho que, inicialmente, dois dias foram bons, mas, para os próximos encontros

poderíamos ter um período maior. Beatriz Rocha da Moraes

Gostei muito desse grupo alegre e acolhedor. O assunto abordado é

muito esclarecedor para o crescimento humano e espiritual, é uma orientação

de como aproximar- se mais do amor de Deus e de nos autoconhecer.

O tempo de convivência foi bom. Possibilitou o início de uma amizade.

Aprendi muito com as meninas. Jordana Aparecida de Souza

Realmente foi uma enorme alegria estar junto com as meninas, brincar

juntas, falar sobre nossas vidas, sobre Madre Mazzarello. As colocações de Ir. .Josefina, de Ir. Bernardina e de Ir.

Sartorelli, motivaram-nos a mergulhar

nas nossas historias, procurar conhecer o nosso eu, deixar que Deus

tome conta das nossas vocações, mas, que, no entanto, façamos

bem aquilo que fizermos. O tempo foi ótimo para matar as saudades,

conhecer novas meninas e nos alegrar. Agradeço a todas as Irmãs que nos proporcionaram este momento em

que recebemos da fonte a água da vida.

Eliane Aparecida do Prado

Nesta convivência aprendemos um pouco mais sobre a vida de Madre

Mazzarello, mulher muito persistente e corajosa, que não deixava de passar esse espírito para as meninas do seu tempo e que inspira as de agora. É uma grande alegria e motivação conviver em grupo, reafirmando,

a cada dia, o nosso sim a Deus, aprofundando o autoconhecimento,

sendo testemunha e imagem e semelhança d ele, permitindo que

toda nossa doçura aflore, desabroche para o mundo.

Alana Domingues Moreira

A convivência foi melhor do que eu esperava. Tudo o que discutimos, refletimos e partilhamos foi muito

rico. O grupo esteve muito envolvido e mostrou-se bastante participativo.

O conteúdo foi excelente, pois acrescentou algo a nossa vida, nos fez

parar e nos olhar, nos fez refletir em coisas que ainda não tínhamos

parado para pensar. Amei demais o conteúdo. Em relação ao tempo, acho que foi o necessário, pois, além de nos conhecer mais, aprender mais sobre

nós mesmas, tivemos tempo para nos divertir, brincar e rir com o grupo e

com as Irmãs. Isadora Bhilioni

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Encontro Pós-Missão Ir. Monaliza Machado

As Inspetorias Salesianas das FMA e SDB promoveram, no dia 04 de Agosto, o III encontro Pós- Missão, no Instituto Madre Mazzarello, em São Paulo.

O objetivo do encontro foi a partilha da vivência missionária, com enfoque vocacional, buscando aprofundar o sentido da vida, enraizada no amor, na fé e na esperança.

Os 180 jovens participantes da Semana Missionária dos Salesianos e das Salesianas, vivenciaram, num clima de alegria, entusiasmo e compromisso, todas as propostas.

Por meio das Oficinas “Memória”, “Carisma” e “Missão” foram aprofundados a espiritualidade Congregação dos SDB e das FMA e suas interfaces; as partilhas por grupos e os momentos de convivência.

A Celebração Eucarística deu um tom especial ao Encontro, pois, no final todas as Irmãs renovaram seus Votos, diante dos jovens - o centro da missão salesiana - numa busca, cada vez mais sincera, de pertença ao Instituto segundo o coração de Dom Bosco e de Madre Mazzarello.

Irmã Jandyra Hummel comemora 90 anos

Ir. Maria Bernadette de Camargo

No dia 20 de junho próximo passado, celebramos, com muita alegria, os 90 anos da querida Irmã Jandyra Hummel.

A Comunidade agradeceu a Deus a vida de nossa Irmã, participando da Missa festiva com a presença de alguns familiares e amigos.

Na tarde do dia 23, sábado, todos seus familiares vieram parabenizá-la! Mais de 90 pessoas...

Foi uma Festa Corinthiana! No melhor estilo! Bandeira...emblemas...bolos...

presentes...enfeites...hino....tudo do Corinthians!As fotos confirmam... e, o melhor presente, foi a vitória do Timão...

classificado para a Libertadores!!! Fazemos votos que Ir. Jandira continue sendo sinal alegre do amor de

Deus!

A 48ª Assembleia Regional Eletiva da CRB/SP foi realizada, nos dias 2 a 5 de agosto de 2012, com a participação de cerca de 240 religiosos, religiosas e sacerdotes de diversas Congregações do Estado de São Paulo.

O tema VRC: A identidade da Vida Religiosas hoje, de “olhos fixos em Jesus, e o lema “Reavivar o dom de Deus” – (2 Tm, 1,6), deu continuidade ao aprofundamento das reflexões das Assembleias e atividades anteriores. O tom da Assembleia foi celebrativo e marcado por um espírito de alegria, de fraternidade, de esperança e de confiança na caminhada da Vida Religiosa Consagrada no Estado de São Paulo.

As contribuições da análise sociológica, trazidas por Pedro Ribeiro de Oliveira, assessor das pastorais e da Conferência dos Bispos, e a leitura Bíblico teológica da VRC, apresentada por Ir. Lúcia Weiler DP, provocaram a VRC a buscar respostas para ser sinal do Reino, em meio à grande e profunda crise que envolve o nosso mundo e a Igreja, hoje.

Nas reflexões compartilhadas, o caminho apontado foi a partilha dos bens e dos carismas por meio da intercongregacionalidade e da interinstitucionalidade. Foram votados projetos intercongregacionais: continuação

da comunidade inserida da Vila Prudente e o projeto missionário com as populações ribeirinhas do Amazonas que faz parte do projeto das Igrejas Irmãs. No que diz respeito a interinstitucionalidade, votou-se pela formação de uma equipe para viabilizar o cuidado das pessoas idosas das diversas congregações e uma Equipe de Comunicação com o objetivo de colocar a técnica da comunicação a serviço da Vida e do Evangelho nas congregações e na CRB.

Momento culminante foi a eleição da nova Diretoria da CRB/SP, assim constituída:

Irmã Geni dos Santos Camargo, da Congregação Sagrada Família de Bordeaux, reeleita como Presidente

Irmã Antonia Dal Mas, Congregação Missionária de Maria Imaculada;

Irmã Maria Filomena Mecabô, Congregação Imaculada Conceição de Catres,

Padre Jorge Sampaio, Congregação do Santíssimo Redentor.

Irmã Tania Baggio, da Congregação Missionária de Ação Paroquial.

48ª Assembleia Regional Eletiva da CRB/SP

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Projeto Mornese – 2012

Ir. Maria de Lourdes Fidelis dos Santos

PROJETO MORNESE - Um sonho iluminado pela esperança!Era assim que eu via a possibilidade de participar do Projeto Mornese,

conhecer o Berço de minha Família Religiosa, terra onde Maria Mazzarello fez seu caminho, santificando-se para ajudar a salvar as jovens de seu tempo e de todos os tempos!

No meu mapa mental, imagens conectadas nos 50 anos de consagração como Filha de Maria Auxiliadora, ativando o desejo, as emoções, a força para aguardar na alegria, o grande momento:” SER INCLUÍDA NO GRUPO DO PROJETO MORNESE!”

E a inclusão aconteceu! Junho de 2012!UM TEMPO DE GRAÇA, presente de Deus, do Instituto, da minha

Inspetoria Santa Catarina de Sena!TUDO FOI GRAÇA!A superação dos obstáculos referentes à documentação!A alegre torcida da Comunidade, da Inspetoria, da minha família, dos

amigos!O amor do Instituto, possibilitando às Irmãs do Brasil e de

Moçambique, participarem de uma riqueza tão apaixonante, com um tema de tanta urgência e profundidade:” O ACOMPANHAMENTO!

ROMA – Companheiras de caminho no coração da Igreja e do Instituto.

TURIM – Acompanhadas pelo testemunho fascinante de Dom Bosco.ANNECY – Acompanhadas pela espiritualidade de São Francisco de

Sales.MORNESE – Acompanhadas por Main, nos caminhos da vida.TUDO FOI GRAÇA! Riqueza dos conteúdos, segurança e preparação

da Equipe Orientadora, alegria e acolhida da Madre, das Conselheiras, das Irmãs, entrosamento fraterno e motivação contínua das participantes do Projeto Mornese!

Foi também um TEMPO DE EMOÇÕES PROFUNDAS: sentirmo-nos no centro do Cristianismo-Roma!Ver nossos Fundadores na Glória, conhecer a terra, a Casa do Santo dos Jovens, Colle Dom Bosco, Valdocco, Basílica

de Maria Auxiliadora!Ficar em Mornese ( Colégio) casa da felicidade, Valponasca com a caseta de Madre Mazzarello, a janelinha, centro da

aprendizagem do amor a Cristo, pela contemplação!FOI GRAÇA, conhecer a terra de São Francisco de Sales (Annecy, na França), sua espiritualidade, base para o projeto

de Dom Bosco:“ EDUCAR PELO AMOR!”E, como síntese, a beleza natural de tantos espaços que motivam a glorificar o Senhor: beleza das paisagens, montes

gelados, flores, lagos de Annecy, de Thonnon, da Suiça!

Tudo convergindo para um GRANDE LOUVOR AO NOSSO DEUS, um agradecimento ao Instituto, à Madre Yvonne Reungoat, à Ir. Maria Américo Rolim, à Equipe Orientadora:Ir. Vani Alves Moreira, Ir. Tânia Maria Cordeiro, Padre Marcos Gilson, às colegas participantes, às Irmãs: Maria José dos Santos e Zilá Maria de Godói, colegas de minha Inspetoria e, em especial, à Ir.Vilma Santoro Bertini e toda a Comunidade do Colégio de Santa Inês!

Fica para todas nós, a responsabilidade de assumir e viver o Acompanhamento, como ajuda que nos leva a olhar o Passado, a situar o Presente, a lançar pistas para o Futuro, a ler e escrever a nossa história na ótica de Deus!

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Título de cidadã ararense é entregue pela primeira vez à Irmã SalesianaRenata Pinarelli, Diretora de

Comunicação/Câmara Municipal de Araras

Depois de 117 anos instalada em Araras, pela primeira vez, uma Irmã da Congregação Salesiana recebe o título de cidadã ararense pela Câmara Municipal. Irmã Wilma do Carmo Antonelli recebeu, conforme o Decreto nº 5, de 3 de julho 2012, de autoria do Vereador Léo Teodoro Gurnhak, o título de cidadã ararense, homenageando todas as Irmãs da Obra Salesiana que já trabalharam no município.

Presentes na solenidade as Irmãs Salesianas Celina Carraturi, Ana Beatriz Freitas de Mattos e Maria Guadalupe Briceño Lara, além de Voluntários e

Colaboradores das Obras Salesianas instaladas em Araras, que prestaram suas homenagens à nova cidadã ararense. Irmã Wilma há 23 anos trabalha voluntariamente nas Obras Salesianas em Araras, abençoando, por meio de sua

missão, os jovens mais humildes e em situação de risco, levando a estes e suas famílias a evangelização e ensinamentos de Dom Bosco.

Em seu discurso, o presidente da Câmara Municipal de Araras, Irineu Norival Maretto, lembrou que pessoas, como Irmã Wilma, praticam o voluntariado sem esperar nada em troca. “Mas esperam o melhor para o próximo, trabalhando para eles e não para si! Dom Bosco sempre dizia: o Senhor nos colocou no mundo para os outros, e esta frase exprime com exatidão o espírito salesiano da cooperação, o agir juntos, o fazer o melhor em nome do benefício comum”, declarou Maretto.

Filha de Hermínio José Antonelli e Maria Canciani Antonelli, a homenageada nasceu em 17 de maio de 1937, na cidade de Rio das Pedras, cresceu na antiga cidade de Carioba e, depois se mudou para Americana. De família simples e muito cristã, aprendeu, com os pais, o amor pela vida religiosa.

Aos dezessete anos, conheceu as Irmãs Salesianas de Araras e decidiu ingressar na vida religiosa.Hoje são 54 anos de profissão religiosa. Fez os dois primeiros anos de formação em Araras, trabalhando depois no

Vale do Paraíba. Porém, em 1982, retornou à nossa cidade, trabalhou no INSA (Instituto Nossa Senhora Auxiliadora), como coordenadora das 7ª e 8ª série, além de se dedicar a outras atividades e trabalhos manuais.

Aos domingos, Irmã Wilma ministrava aulas de catequese nas dependências da OSAF (Obra Salesiana de Apoio Fraterno), dedicando-se ainda, também, ao trabalho apostólico, na Capela Santo Antônio.

Em 1999, retornou a Americana para cuidar de seus pais, falecidos em 2008. Nesta época, Irmã Wilma voltou a Araras para continuar seu trabalho na OSAF e na comunidade Santo Antonio.

Irmã Wilma é muito conhecida pelas visitas aos doentes, levando a comunhão e conforto às famílias e, também, pelos grupos de rua para orações e novenas Além de acompanhar um grupo de voluntárias que se reúne fielmente na OSAF, desde os tempos de Irmã Diva Patarra.

Enfim, entre os trabalhos no INSA, OSAF e Comunidade Santo Antônio, são 22 anos de dedicação e doação à cidade de Araras, considerada, em seu coração como a sua cidade, desde os primeiros anos de sua consagração a Deus.

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“Agradeço ao povo de Araras pelo crédito que me foi concedido. Quando recebi a notícia que estaria recebendo o Título de Cidadã Ararense, confesso que resisti um pouco, mas aceitei,

lembrando todas as Irmãs Salesianas que, nestes mais de 100 anos de trabalho no INSA e OSAF, foram muito dedicadas em formar ‘Bons Cristãos e Honestos Cidadãos’. (...)

Alegro-me por fazer parte deste povo, ao receber este título, e obrigada por valorizarem aqueles que servem ao próximo.

Peço a Nossa Senhora Auxiliadora que abençoe a todos vocês e a seus familiares. Muito Obrigada” (Trecho do discurso feito por Ir. Wilma Antonelli).

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“É um passo em uma caminhada que vem desde o ano passado, com a discussão, no Conselho Editorial do BS, sobre como o mesmo poderia inserir-se no chamado “continente digital” para contribuir de maneira mais efetiva com a Comunicação Salesiana no Brasil. No primeiro semestre de 2012, a proposta de criação do portal e de publicação do BS, em plataformas, digitais foi apresentada aos Inspetores dos Salesianos de Dom Bosco e às Inspetoras das Filhas de Maria Auxiliadora, recebendo o apoio da CISBRASIL e da CIB.

O “Boletim Salesiano web” fez parte das discussões também do Seminário que realizamos nos dias 27 e 28 de abril, em Brasília, com a participação dos membros do Conselho Editorial do Boletim Salesiano, responsáveis pela área de Comunicação das Inspetorias.

Entre os dias 17 a 20 de maio, no encontro que reuniu diretores do Boletim Salesiano de todo o mundo em Roma, na Itália, tivemos a oportunidade de apresentar a versão digital do BS-Brasil e o projeto do novo site. A receptividade foi muito positiva!

Por isso dizemos que o lançamento do portal em 16 de agosto é mais um passo. Mas é um passo importante, porque representa uma nova fase do projeto, que é a de construção efetiva do portal, de inserção de conteúdos, divulgação e avaliação(...)

objetivosUm dos objetivos do portal do

Boletim Salesiano é promover a integração entre as diversas Inspetorias SDB e FMA e entre os diferentes ramos da Família Salesiana (Salesianos Cooperadores, Ex-Alunos etc.). O portal pretende dar visibilidade ao que realizam os salesianos e salesianas, no Brasil e no mundo, divulgando notícias sobre os eventos e atividades que possam ser de interesse do conjunto da Família

Salesiana.Outro objetivo do portal é ser

fonte de informação e formação para todos os que participam do carisma salesiano no Brasil: educadores, alunos, ex-alunos, religiosos e religiosas, cooperadores, jovens da AJS etc. (...)

avaliação crítica e sugestões construtivas

Tanto o portal como o Boletim Salesiano Digital e a página do BS no facebook terão ferramentas para comentários e sugestões dos leitores. Mas nossa principal fonte para poder aprimorar as ferramentas e conteúdos durante o processo de consolidação do portal será a avaliação crítica e construtiva dos responsáveis pela Comunicação nas Inspetorias e ramos da Família Salesiana.(...)

divulgação do portal e das outras plataformas do boletim Salesiano

Existe um empenho crescente nas Inspetorias para a divulgação do Boletim Salesiano. Isso é visível, por exemplo, na inserção de banners para acesso direto ao BS na maioria dos sites salesianos, ou no compartilhamento da recém-criada fanpage do Boletim Salesiano no facebook.

Ao estabelecer uma data para o lançamento público do portal, pretendemos ampliar as possibilidades de divulgação das diferentes plataformas do mesmo.

A partir de 16 de agosto, o Boletim estará acessível nos seguintes formatos:

boletim Salesiano – revista impressa

O Boletim Salesiano na versão impressa continua bimestral,

distribuído a todas as escolas, obras sociais, paróquias e inspetorias, além dos assinantes individuais.

A edição mais recente será a de julho-agosto, que já conta com uma matéria sobre o lançamento do portal e das demais plataformas do BS.

boletim Salesiano - digitalO Boletim Salesiano digital é mensal:

intercala a edição do conteúdo impresso, em novo formato e com recursos diferenciados, com a publicação de conteúdo exclusivo.

A ideia é que tenhamos, já em agosto, uma edição especial, somente no formato digital.

A versão para tablet poderá ser baixada, gratuitamente, na Apple Store e, em breve, também na Android Market.

portal boletim SalesianoO portal do Boletim Salesiano terá,

além do conteúdo completo da revista impressa: notícias, artigos exclusivos, artigos e reportagens de arquivo (como as séries sobre Comunicação e sobre a biografia de Dom Bosco), traduções de matérias publicadas pelo Boletim Salesiano de outros países, fotos e vídeos e links para outros sites e portais da Família Salesiana, no Brasil e no mundo.

O endereço permanece o mesmo: www.boletimsalesiano.org.br

FacebookTodo o conteúdo do Boletim

Salesiano também está disponível na página do Facebook e, em breve, poderá ser visualizado em outras mídias sociais.

Agradecemos e continuamos contando com a colaboração e participação de todos!

Novo olhar

No dia 16 de agosto, o Boletim Salesiano deu um passo importante, abrindo o novo Portal do Boletim Salesiano, ainda que em caráter experimental, e a divulgação Revista em formato digital (para tablets e celulares).

O “EM FAMÍLIA”, por meio de trechos da carta, enviada pelo Padre Pessinatti, Diretor do BS do Brasil, no dia, 26 de junho, aos membros do Conselho Editorial do Boletim Salesiano, responsáveis pela área de Comunicação das

Inspetorias e colaboradores divulga e apresenta o novo projeto de Comunicação para a Família Salesiana no Brasil:

Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, Diretor do BS Brasil

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MainLa casa della felicità

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A vida de Santa Maria Domingas Mazzarello, mulher rica de fé e coragem,é um raio de luz e de esperança que indica o caminho para a felicidade.

O filme

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Num clima de grande festa e alegria, no dia 23 de julho, chegaram à casa Maria Auxiliadora, em São Tiago (Buenos Aires), os participantes da Avaliação Trienal do Capítulo Geral XXII, convocados pela Conferência Interinspetorial do Brasil (CIB) e pela Conferência Interinspetorial do Cone Sul da América Latina (CICSAL): Madre Geral, Yvonne Reungoat, as Conselheiras Gerais Silvia Bullosa, Marija Pece, Giuseppina Teruggi, Chiara Cazzuola e Maria Luisa Miranda; as Inspetoras do Chile, Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil; as Irmãs e leigos escolhidos como representantes por suas Inspetorias.

A avaliação foi realizada, nos dias 24 a 29 de julho de 2012, com o objetivo de, a partir dos quatro caminhos de conversão ao amor e das duas orientações, indicados pelo CG XXII, explicitar as escolhas mais significativas vividas nas comunidades e suas relativas motivações, identificar os passos realizados e as dificuldades ou resistências encontradas e indicar os aspectos a serem potencializados. Um trabalho, anteriormente, realizado em cada comunidade das conferências interispetoriais, sintetizado por Inspetorias e posteriormente, por Conferência. As sínteses das Conferências (CIB e

CICSAL) tornaram-se o instrumento de trabalho para a realização da Avaliação Trienal.

A responsabilidade da Equipe de Coordenação da Avaliação foi de Ir. Venancia González, Provincial da Inspetoria São Rafael Arcângelo, PAR, Presidente da CICSAL, de Ir. Rosa Idália Pesca, Provincial da Inspetoria Nossa Senhora da Penha, BRJ, Presidente da CIB e das Irmãs Mariana Peña, pertencente à Inspetoria ABA e Sílvia Aparecida da Silva, pertencente à Inspetoria BPA. As responsáveis pelo serviço de Secretaria Geral foram Ir. Adriana Silvia Gómez (ARO) para a língua espanhola e Ir. Adair

Avaliação Trienal CIB-CICSAL

Irmã Adair Ap. Sberga

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Aparecida Sberga (BSP) para a língua portuguesa.momento de abertura e palavras da madre Geral

Muito expressivo foi momento da “Abertura da Avaliação Trienal”, com a apresentação dos participantes, durante a oração inicial, em que cada Inspetoria recebeu um tronquinho de lenha para ser colocado na “fogueira”, no centro da capela, com o simbolismo de alimentar o “fogo”, que inflamará ainda mais nossa paixão por Cristo e pelos jovens.

Todos os dias, Madre Geral desenvolveu temas pertinentes ao carisma e à vida do Instituto, como: “Deixar-nos surpreender pelo amor de Deus”, “Reavivar o Carisma”, “A serviço dos jovens, com amor preveniente”, “Testemunhas do amor de Deus como comunidade educativa” e “Para construir o futuro”. Suas colocações foram muito apreciadas pela clareza, realidade objetiva, alegria, leveza e compromisso com a missão educativa salesiana. A Madre foi chamada, pelos participantes, de “Mulher da Esperança”, pela sua confiança em Deus, nos Santos salesianos e nas pessoas que fazem a história do Instituto.

Madre Yvonne referiu-se também à reestruturação, afirmando que, em várias Inspetorias, nos últimos anos, vem sendo feito um caminho de revitalização do carisma, buscando

a qualidade da presença para um melhor serviço à juventude. Destacou que a realidade está em mudança contínua e, por isso, não se pode permanecer do mesmo modo; é importante olhar, a partir do que vivemos, em direção ao futuro; é preciso ter olhar preventivo para que os acontecimentos não nos obriguem a tomar decisões e para não sermos escravas do futuro e por ele surpreendidas; é possível preparar este futuro, porém, é necessária muita confiança e paixão educativa, para buscar novos caminhos. A Madre insistiu na necessidade de olhar o futuro como possibilidade, como projeto e nos convidou a discernir, em conjunto com os leigos, e estarmos atentas para decisões no momento certo, procurando as condições para viver, com qualidade, o carisma e a realização da diversidade das expressões do carisma. Em suas falas deixou claro que temos que estar convencidas de que a Vida Religiosa Salesiana tem futuro e que devemos confiar em Maria, pois é Ela nossa guia e companheira e estará sempre conosco para que descubramos Jesus e o que Ele quer nos dizer.

metodologia de trabalho e vida de Comunidade

Os trabalhos foram desenvolvidos com empenho e compromisso por todos os participantes, distribuídos

em sete comunidades, que receberam os nomes das primeiras presenças na América - Villa Colón, Almagro, Guaratinguetá, Asunción, Carmen de Patagones, Punta Arenas - e da primeira Comunidade do Instituto, Mornese. As comunidades rezaram, refletiram, partilharam e fizeram as escolhas prioritárias, a partir do Documento de Trabalho, discutidas em plenário para a elaboração do Documento Final.

A proposta de reflexão do primeiro dia foi conduzida pelos jovens do Movimento Juvenil de Buenos Aires que nos levaram à revisão dos quatro caminhos de conversão para o amor, de forma experiencial.

Em todos os dias, os trabalhos foram desenvolvidos com dinâmicas interativas, fazendo com que as comunidades expressassem, criativamente, a vivência que tiveram. As partilhas foram sempre significativas e adequadas.

momentos celebrativos, boas práticas e passeios

Cada momento celebrativo foi dinamizado por uma ou duas Inspetorias, tornando-se espaço sagrado de encontro com o Senhor da Vida, com Maria e com os irmãos presentes. Toda Celebração sintonizava-se ao dia e preparava o coração e o espírito dos participantes

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para abrirem-se para a realidade que se apresentava e para juntos buscarem as respostas adequadas. Em uma das manhãs, Ir. Ana Maria Fernández conduziu uma experiência da Lectio Divina de 1Cor 13.

Algumas boas práticas confirmaram a validade da presença salesiana como a apresentação do projeto “Para que tenham vida”, ações desenvolvidas em favor da mulher indígena, experiência partilhada pelas Irmãs da Inspetoria Santa Terezinha (BMT) e a experiência exposta pelo SEPSUR (Secretariado de Pastoral do Sul), mostrando o caminho de reflexão e trabalho com o MJS, realizado em conjunto pelas FMA e SDB do Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Na tarde do 3º dia da Avaliação, fomos convidados a visitar o Centro de Buenos Aires, com duas Irmãs jovens de Buenos Aires como guias, as quais nos informaram sobre o contexto social e político dos locais visitados.

Em Almagro, tivemos a oportunidade de conhecer a formosíssima Basílica de Maria Auxiliadora e participar da Celebração da Eucaristia; visitamos o

Centro de Espiritualidade Missionária, terminando o passeio na Capela do Colégio Maria Auxiliadora, anexa à Casa Provincial, conhecida como o “primeiro Santuário de Maria Auxiliadora na América”. Ir. Ana Maria Fernández explicou que, por muito tempo, a Capela da casa de Almagro foi o centro de unidade dos salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora, lugar significativo pelo testemunho de muitas profissões religiosas e envio de missionários para a abertura de novas obras.

Elaboração de propostas para CG xxiii

Ir. Chiara Cazzuola iluminou o momento de diálogo e discernimento para as propostas de temas para o próximo CG XXIII. Fez memória dos últimos quatro capítulos Gerais, deixando claro que as propostas de temas das Conferências CIB-CICSAL não poderiam restringir-se às realidades da América do Sul, mas, colaborar, no discernimento do Conselho Geral , tendo presente a internacionalidade do Instituto.

Após reflexão pessoal, reunião

por Conferências e plenário, as Conferências Interinspetoriais apresentaram as propostas de tema para o próximo Capítulo Geral:

CICSAL: “Comunidades discípulas missionárias entre os jovens mais pobres, hoje”. (Incluindo a identidade missionária, a dimensão relacional, o contexto multicultural e multi-religioso, os desafios de hoje, os Direitos Humanos).

Proposta: que os leigos possam participar de algum momento do Capitulo Geral.

CIB: “Apaixonadas por Jesus Cristo, reavivar a mística e a profecia do da mihi anima coetera tolle em comunhão com os leigos, sendo presença de esperança para os jovens.”

“Vida Religiosa Consagrada hoje: exigências e possibilidades do ser FMA numa mudança de época”.

Boas-noites e filme

Em uma das “Boas-noites”, Ir. Maria Luiza Miranda abordou o tema “a vida de santidade presente no Instituto”; Ir. Marija Pece fez memória da “História da Missionariedade”

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atual do Instituto, convidando-nos a potenciar esta dimensão que mantém aberta a porta aos horizontes da missão.

Muito significativa foi a projeção do filme: “Main, a casa da felicidade”, recentemente estreado e esperado por todos. Ir. Giuseppina Teruggi, precedendo a estreia na América, expôs alguns elementos valiosos que nos ajudaram a captar a riqueza do filme. No final da projeção, Madre Yvonne presenteou as Inspetoras com uma cópia da película.

presença dos leigos

Bastante expressiva foi a presença dos leigos que, felizes em partilhar vida das Irmãs, muito contribuíram com suas reflexões nas comunidades e nos plenários.

A Madre, agradecendo a cada um pelas valiosas intervenções, afirmou que a vida das comunidades deve ser cuidada e vivida na abertura aos leigos, na cumplicidade da missão e na busca coletiva para a encarnação do Carisma.

recreio Festivo:

Na noite do dia 28 de julho, num clima de muito entusiasmo e grande fraternidade, tivemos um recreio festivo, organizado pelas Irmãs do Uruguai, que convidaram, de modo cômico, as Inspetorias para se apresentarem. As representantes do Campo Grande propuseram um “bingo especial” com sorteio de muitos presentes. As Argentinas com cantos e danças alegraram ainda mais a noite. Não poderia faltar a famosa dança do “Boi Garantido”, apresentada pelas Irmãs de Manaus que enfeitaram as Conselheiras Gerais e a Madre com coloridos cocares indígenas. O momento tipicamente salesiano, pleno de alegria e descontração, foi encerrado com uma dança paraguaia que trouxe a delicadeza deste povo e uma canção recreativa em tupi-guarani.

Considerações Finais

A Avaliação Trienal foi um belíssimo momento de Instituto, uma experiência divina, vivida em clima de comunhão e profunda fraternidade. Um espaço privilegiado que permitiu reconhecer a riqueza do carisma e apreciar a diversidade de dons e talentos estampados na vida das Irmãs presentes. Foi um tempo de revisão e projeção, refletido à luz da Palavra de Deus e dos Documentos de Direito do Instituto, na sintonia direta com os jovens e destinatários, espaços teológicos para cada membro da Família Salesiana.

A convivência com a Madre e com as Irmãs do Conselho Geral foi um aprendizado e motivação para para uma vida de confiança e esperança, acreditando nas muitas surpresas que Deus reserva para o futuro. Foi um tempo de maior conhecimento do Instituto e para visualizar sua significação no mundo. O Instituto das FMA é de Deus e por isso é lindo demais!

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Vokuiya omo? E então, chegando agora?

saudação em Umbundo - idioma regional em Angola

Angola

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ponto dE viSta

Angola[Geogr.] - Angola é um país do sudoeste da África, banhadopelo oceano Atlântico. Limita-se ao norte com a RepúblicaDemocrática do Congo, a leste com a Zâmbia, ao sul coma Namíbia ( VIDE NAMÍBIA) e a oeste com o oceano Atlânti-co. Tem cerca de 16,4 mulhões de habitantes e sua capitalé Luanda. Quase todos os habitantes são de grupos étnicosnativos, dos quais se destacam os ovimbundos (37%) , osumbundos (25%) e os congos (13%). A língua oficial é o por-tuguês, mas se falam várias línguas nativas, como o umbun-do, o quimbundo, o quicongo , o ovimbundo e o congo.

Além do petróleo ,que representa 90% das exportações, sãoexplorados o diamante, o ferro e o gás natural. Angola é o 5ºmaior produtor de diamantes do mundo.

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No coração da missãoangolana

Em sua passagem por São Paulo, Ir. Fátima Barboza, missionária em Angola, desde 1999, nos conta um pouco de sua trajetória, sua decisão em partir para as missões, a

guerra em Angola e o momento atual em que o País vive.

EF.: Como você descobriu sua vocação missionária?

Ir. Fátima: Desde que entrei na Congregação, ainda no aspirantado, já sentia o desejo de partir para outras terras, de conhecer e levar o Evangelho a outras culturas. Ir. Maria Rita de Moraes Périllier(in memoriam) foi minha grande incentivadora, porém, nunca disse que seria fácil, mas, também, nunca me desanimou. Um dia, deu-me uma sua foto, em Angola, com várias crianças negras ..., aquela imagem foi, para mim, um apelo.

EF.: Quando você sentiu que era a hora de partir?

Ir. Fátima: Toda decisão é difícil e exige muita coragem. Deixar meu País, minha família, meus amigos e passar anos longe não é fácil, mas, um dia eu disse, para mim mesma, que precisava experimentar, co-nhecer . Então, logo após meus votos perpétuos, meu pedido foi aceito e fui para Roma. Fiquei um ano em preparação na Casa Geral. Sabia que iria para uma missão, mas não sabia para onde. Há Irmãs que explicitam onde desejam ir, mas, para mim foi uma surpresa, pois, eu esperava o que fosse destinado pela Madre e pelo Conselho.

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As Irmãs de Angola estavam completando 16 anos de missão no País e fui recebida como um presente. Atualmente, se pre-param para celebração dos 30 anos de presença.

EF.: Quando você chegou a Angola, o País ainda estava em guerra. Onde foi morar, sentiu medo?

Ir. Fátima: É verdade, o País ainda estava em guerra, todo devastado. Tudo o que havia sido construído pelos portugueses estava por terra. O interior era repleto de estradas com minas de bombas explosivas enterradas e muita gente morreu nes-ses caminhos: salesianos, missionários e o povo em geral. Muita gente também foi mutilada e hoje vive rastejando, triste realidade!Minha Comunidade e eu, pisamos em uma mina, mas, o dispositivo somente fez um ruído e não acionou a bomba, pois, estava enferrujada...era dia 24 de agosto, Nossa Senhora Auxiliadora estava conosco!Nunca tive medo da guerra. Assim que cheguei, fui morar em Luanda, a capital, onde fiquei por dois anos e meio. Trabalhei num bairro chamado Lixeira, pois foi construído sobre o lixo, um aterro sanitário ainda da época de Angola colônia. É um bairro extremamente pobre onde as pessoas apenas dormem em suas casas e passam, a maioria do dia do lado de fora da casa, a comida é feita do lado de fora, muitas crianças moram nas ruas. As necessidades são muitas, o índice de analfabe-tismo é grande. O bairro é próximo da praia e os contrastes, desde a paisagem são muitos. Um bairro formado por muitos imigrantes. A Capital sempre foi vista como “mais protegida”. As pessoas deixaram os campos, onde as plantações foram devastadas pela guerra.

EF.: O que mais falta para a população de Angola?

Ir. Fátima: Falta tudo. Falta trabalho, escola, infraestrutura, principalmente. Falta o cuidado com os “corações” que foram afetados pela guerra. A população sofre com a falta de saneamento básico, há esgotos abertos, falta de água canalizada. A água é vendida e chega à população em caminhões pipas. As pessoas a compram em tambores ou em baldes. Quem mora perto de rios tem a possibilidade de abastecer-se diretamente. A iluminação também é precária e quando falta energia, não é como aqui, em São Paulo, apenas por algumas horas, é por dias e até meses. Falta o básico, o primordial.Por conta de tanta precariedade, o povo sofre com doenças simples de serem combatidas, mas que fazem muitas vítimas. Antes de viajar ao Brasil, eu mesma tive uma forte febre tifoide.Onde eu moro atualmente, um povoado em Kalulo, construíram um belo hospital, mas faltam técnicos, os médicos são, na maioria, cubanos. Infelizmente ,o hospital não está usando os recursos que possui.

EF.: Conte-nos sobre a presença salesiana em Angola

Ir. Fátima: Nós, Salesianas, estamos presentes em seis províncias de Angola e nossos trabalhos são, em geral, em Escolas e, também, nas Pastorais.As Escolas são conveniadas com o governo, sendo que o governo paga os salários dos professores e funcionários e nós ar-camos com as demais despesas.Para as despesas, mandamos constantemente projetos para ONGs internacionais, principalmente europeias.As nossas presenças, em geral, são em parceria com os Salesianos. Procuramos trabalhar como Família Salesiana: Irmãs, Pa-dres ou Voluntários leigos vindos de toda parte do mundo e, também, com o povo do local.

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Entendendo o período de guerra em AngolaA Guerra Civil Angolana foi o confronto militar que ocorreu em Angola, de 1975 a 2002. Ela foi precedida pela Guerra de Independência de Angola, 1962 a 1974, e pelo conflito armado em torno da descolonização, 1974/75, que levou à independência do país em novembro de 1975 - seguida imediatamente pela eclosão da Guerra Civil. Tanto no conflito em torno da descolonização, como na Guerra Civil, os principais intervenientes foram o MPLA e a UNITA, enquanto a FNLA passou rapidamente para um papel bastante apagado. Um quarto elemento, a FLEC, movimento separatista que luta pela independência de Cabinda desde 1975 até meados de 2000, levou a cabo as suas operações naquela província. A guerra foi travada em três períodos de grandes combates intervalados por períodos de paz: 1975-1991, 1992-1994 e 1998-2002.A guerra terminou oficialmente no ano 2002, com a morte de Jonas Savimbi. O conflito resultou em cerca de 500.000 mortos sendo umas das guerras mais prolongadas da Guerra Fria. Tanto a União Soviética como os Estados Unidos consideravam este conflito crítico para o equilíbrio de poder entre ambos.As três principais facções envolvidas no conflito foram:Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), um partido com ligação a Cuba e à União Soviética;Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) com ligações ao Zaire (hoje República Democrática do Congo e aos Estados Unidos;União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), liderada por Jonas Savimbi, apoiada pelos Estados Unidos, pelo regime apartheid da África do Sul e por diversos países africanos.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_AngolanaReferência: Trabalho dos Salesianos no Bairro da Lixeira: http://www.youtube.com/watch?v=yuzDTlSnViI

EF.: Uma grande preocupação...

Ir. Fátima: Precisamos investir muito na formação dos professores, a demanda de alunos é tão grande, que um jovem que concluiu o Ensino Fundamental, acaba se tornando professor. Estudar no Ensino Superior também é um desafio, existem os cursos à distância, mas, nem todos podem pagar, ou a possibilidade de viajar de duas a cinco horas de distância para frequentar uma Faculdade.Ao mesmo tempo, em que temos fila de espera de crianças e jovens que querem estudar na missão, também, temos a co-laboração de muitos jovens que chegam do mundo todo, querendo fazer uma experiência missionária e de doação, isso é muito comovente. Hoje temos, além de jovens de várias nações, uma brasileira, ex-aluna do Colégio do Carmo, de Guara-tinguetá. Este desejo, mostra a gratuidade do jovem e também de casais jovens, além de famílias inteiras, que chegam de outros países para viverem dois ou três anos de doação. É um fenômeno!Sabemos que a Educação é o caminho seguro para afastar as crianças da marginalidade, da prostituição, do trabalho infantil. Sabemos que quando uma criança está em nossas Escolas ou Obras, ela está sendo alimentada em todos os sentidos e, isso, nos dá a certeza de que estamos contribuindo para a melhoria e o crescimento do povo angolano.

EF.: Muitas empresas já reconhecem o potencial do País e também suas riquezas naturais. Isso gera um contraste no país?

Ir. Fátima: São muitos os contrates. Ao mesmo tempo em que falta água encanada, Luanda, por exemplo, está lotada de carros, carros novos, bonitos e importados; o trânsito é um caos, além das ruas esburacadas e precárias. Mas, grandes empresas estão lá, como a Odebrecht, a Camargo Correa, a Queiroz Galvão, a Andrade Gutierrez... E prédios novos são levantados a cada instante.Na aldeia, as pessoas vivem sem energia elétrica, as casas são semelhantes às de pau a pique do Brasil. Contudo, Angola é um país rico em petróleo e diamantes, dizem que a riqueza do país seria capaz de dar a cada angolano uma casa digna para viver.

EF.: Uma mensagem para a Inspetoria e todas as pessoas que se sintam tocadas pela realidade angolana

Ir. Fátima: Agradeço a cada Irmã que, com carinho, reza por nós. Apesar de nossa pobreza, a Inspetoria Santa Catarina de Sena continua generosa. Atualmente, seremos quatro Irmãs de São Paulo, na Visitadoria de Angola, com a presença animada de Irmã Jandira Rodrigues de Camargo. Em Angola, somos somente 27 Irmãs. Nossas Comunidades são compostas com membros dos quatro Continentes. Realmente, “Mornese, já não é mais um lugar”, portanto, “é preciso ser livre para pregar” o Evangelho, como o foram e nos ensinam nossas Santos Neste mês missionário, coloquemos, no Coração de Jesus, todas as necessidades de nossa Inspetoria de São Paulo, sobretudo, a de santas e fiéis vocações.Obrigada pelo carinho que sempre dispensam a cada uma de nós.

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Estão se tornando rotina os in-cêndios nas favelas da cidade de São Paulo. É muito triste assistir às chamas destruindo lares simples, feitos de madeira, construídos com muito suor e sacrifício por famílias que não tiveram apoio do poder público no acesso à moradia digna.

Os incêndios provocam efeitos nefastos. Além de deixar a família sem um teto, causam a perda de vaga nas creches e escolas dos fi-lhos e, na maioria dos casos, a perda total dos bens materiais, conquista-dos, após muitos anos de trabalho.

Até o mês de setembro, foram

computados trinta e quatro incên-dios em favelas, causando enorme angústia para aproximadamente dois milhões de pessoas que habi-tam as 1.565 favelas da cidade de São Paulo.

É muita coincidência a existência de uma onda de incêndio em fave-las paulistanas em um momento de enorme valorização imobiliária. E os incêndios ocorrem justamente nas proximidades das operações urba-nas, nos locais mais cobiçados pelo mercado imobiliário.

Um estudo recente realizado pela Fundação Instituto de Pesqui-

sas Econômicas (FIPE) aponta nove incêndios recentes na cidade de São Paulo que aconteceram em locais de grande valorização imobiliária .

Além dos incêndios, estamos vi-venciando uma onda de reintegra-ção de posses, despejos e remoções de favelas e de áreas debaixo de viadutos, principalmente, nos locais que estão passando por um “boom imobiliário”.

Temos em São Paulo cerca de 3,5 milhões de pessoas que sobre-vivem, em condições precárias, em favelas, cortiços e loteamentos irre-gulares.

SEm FrontEiraS

Incêndios nas Favelas de São Paulo

Uma visão de quem está vivendo numa das maiores favelas da cidade de São Paulo: Ir. Maria Genoveva Correa, salesiana integrante da Comunidade Intercongragacioanal na Favela da Vila PrudenteAndré Delfino da Silva, coordenador do Movimento de Defesa dos Favelados (MDF) e Raimundo Delfim, advogado – vice-presidente da Associação Nova Heliópolis e coordenador geral da Central de Movimentos Populares do Estado de São Paulo (CMP-SP).

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No entanto, em vez de consti-tuir um projeto de planejamento urbano participativo e assegurar o direito à moradia, o processo de verticalização, em São Paulo, avan-ça sem o mínimo de planejamento urbano, sendo que há suspeita de que vários empreendimentos imo-biliários foram aprovados mediante corrupção.

A falta de compromisso político com a população mais carente da cidade está evidenciada na falta de projetos e de investimentos em ha-bitação popular e explica o fenôme-no dos incêndios nas favelas de São Paulo.

Testemunho de Irmã Maria Genoveva Corrêa sobre o incêndio do dia 23 de agosto:

“Acompanho de perto, as famí-lias atingidas pelo fogo. Foram mui-

tas as que tiveram de se abrigar em casas de parentes nas favelas mais próximas. É impossível descrever o “aperto” em que ainda estão viven-do.

Algumas famílias foram obri-gadas a mudar para bairros mais distantes, pois, somente lá encon-traram possibilidade de alugar mo-radia compatível com seus escassos rendimentos. Há pessoas que ga-nharam geladeira, fogão, cama dos próprios patrões, mas não puderam aceitar porque não têm onde colo-car os preciosos presentes.

Grande foi a evasão de crianças participantes dos projetos do Cen-tro Cultural, da catequese e outras atividades.

Logo após o incêndio, vinte e oito famílias foram abrigadas, tem-porariamente, em um barracão de Escola de Samba, localizada de-baixo de um Viaduto, próximo à favela queimada. O local oferecido não possui nenhuma infraestru-tura, sendo apenas um barracão com dois banheiros. Durante, mais de um mês, todos os desabrigados

foram acolhidos no local, pois, não tinham condições para encontrar outra moradia. Algumas destas fa-mílias não tiveram a casa destruída com o incêndio, porque são de al-venaria, mas, estavam proibidas de retornar devido ao abalo que sofre-ram.

O combinado era ninguém assi-nar o auxílio aluguel, pois, isso sig-nificava deixar o local em definitivo. Mas...alguns não resistiram e assina-ram. Agora, todos, estão obrigados a sair. O prazo é até as eleições. É muito triste ver estas pessoas de-soladas e se sentindo entregues à própria sorte...

Ao lado de tudo isso, pudemos vivenciar a força da generosidade de tanta gente. Não faltaram ali-mentos, roupas, assistência à saúde. Foi muito bonita esta participação fraterna!

Revendo toda esta situação, é impossível não lamentar a situação do nosso povo. O Povo de Deus, vi-vendo, hoje, tão subjugado, como no tempo de Jesus”.

SEm FrontEiraS

Incêndios nas Favelas de São Paulo

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O poder dos pequenos

Um Danoninho vale por um bifinho? É adequado mostrar pais submetidos ao cerco de filhos que, insistentemente, pe-dem: “Não se esqueça da minha Caloi”? Na verdade, não se faziam essas perguntas. As frases eram afirmativas em duas clássicas peças da publicidade brasileira, hoje expostas por críticos como exemplos de como a publicidade dirigida a crianças não deve ser feita. As justificativas são de que uma

ComuniCação

Publicidade Infantil

Caio Junqueira, do suplemento “Eu&Fim de Semana”, do Valor Econômico

Reproduzido do suplemento “Eu&Fim de Semana” do Valor Econômico, 14/9/2012; intertítulos do OI

A publicidade dirigida ao público infantil é danosa porque pressiona as crianças a desejarem cada vez mais bens de consumo, associando-os a um discurso enganoso de alegria, felicidade e status social. Esses bens de consumo podem ser alimentícios, de vestuário, brinquedos ou até mesmo itens para adultos anunciados para as crianças, que se tornam promotores de tais produtos, indicando-os aos pais. Além de trazer sofrimento às crianças que não podem adquirir esses bens devido à falta de recursos financeiros; essa pressão causa estresse familiar e não pode ser devidamente elaborada pelos pequenos, cujo senso crítico ainda está em desenvolvimento.Publicidade dirigida a crianças é incompatível com o ideal de uma sociedade que preza o bem-estar de seus cidadãos. E não é à toa que em países, como a Suécia ,ela é proibida. O marqueteiro, que estudou vários anos e em geral fez curso superior, é um especialista em psicologia infantil, estuda os hábitos, conhecendo profundamente os desejos e aspirações de seu público-alvo. Todo esse conhecimento tem como propósito derrubar as barreiras, filtros e principalmente a consciência crítica que define critérios para a compra de produtos. O que importa ao marqueteiro é obter o resultado esperado pelo anunciante: vender mais para mais gente. Para eles, o mercado infantil também representa a busca pela fidelização da marca pelas crianças desde a infância. Do outro lado, está a criança, geralmente solitária, indefesa e vulnerável, pois ainda não aprendeu as manhas do mundo adulto e acredita no que lhe é dito e mostrado. A disputa é covarde.No Brasil, a televisão ainda tem um papel muito importante no cotidiano das famílias: além de servir como “babá eletrônica” para crianças de todas as classes sociais, nos lares menos favorecidos, ainda numerosos no país, há somente um cômodo ou dois, não deixando a possibilidade de “tirar os filhos da sala”, ainda que os pais estejam por perto. Assim, não podemos responsabilizar somente pais e mães que trabalham dentro ou fora de casa pelo conteúdo a que seus filhos assistem diariamente nem pelo efeito disso em seus comportamentos.Além disso, estamos diante de um novo fato: pela primeira vez na história humana, se questiona a forma como estamos consumindo o planeta Terra. As crianças de hoje serão responsáveis pelo planeta de amanhã. Mas, ao invés de serem educadas para se tornarem cidadãs conscientes, elas estão sendo transformadas em consumidoras desde a mais tenra idade.O excesso de propagandas e o conteúdo manipulatório delas incentiva o consumismo e dificulta a educação cidadã e sustentável que todos desejamos.

porção de iogurte nunca poderia ser comparada, em termos nutricionais, a uma proteica fatia de carne. Tampouco seria apropriado produzir uma campanha publicitária fundamen-tada na insistência desenfreada com que uma criança pede aos pais que comprem uma bicicleta, inclusive por meio de bilhetes espalhados pela casa.

Há tempos não mais veiculadas na televisão brasileira, as duas peças são, contudo, exemplos frequentemente citados por defensores de uma regulamentação mais rigorosa da

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publicidade dirigida a crianças e adolescentes, nos termos do projeto de lei 5.921, há mais de dez anos em tramitação na Câmara dos Deputados, que proíbe comerciais de televi-são, anúncios em jornais e sites, spots em rádios, merchan-dising em programas infantis e qualquer outra forma de comunicação publicitária que tenha crianças por alvo. O pro-jeto também regulamenta o teor de mensagens dirigidas ao adolescente, proibindo, por exemplo, o uso das expressões “somente” e “apenas”, ou correlatas, próximas ao preço ofer-tado ou algo que possa sugerir que a compra dará condição de superioridade ao comprador, em relação a outros, ou in-duza ao entendimento de que o produto ou serviço pode oferecer mais do que na realidade oferece.

Sete em cada 10 pais são influenciados na hora da compra

Em 9 de agosto, um seminário para discussão da propos-ta foi provavelmente o maior ponto de aglomeração de pes-soas em todo o Congresso Nacional, às moscas em meio ao recesso branco e aos holofotes voltados para o julgamento do mensalão no prédio vizinho, do Supremo Tribunal Fede-ral (STF). Até mesmo um movimento de mães, denomina-do Infância Livre de Consumismo, participou das mesas. O evento deixou claro o tamanho dos interesses e das paixões em jogo.

Os favoráveis ao projeto apontam a publicidade infantil como vilã de males diversos da sociedade moderna, como a obesidade infantil, as altas taxas de violência, o consumismo desenfreado e a erotização precoce. Fundamentam-se na conexão entre um emaranhado de dados. A começar pelo tempo que a criança brasileira entre quatro e 11 anos fica por dia à frente da televisão: em média, 5 horas e 17 minutos, de acordo com o Ibope. Nesse período, ela é exposta a uma ava-lanche de comerciais, principalmente nas semanas que an-tecedem datas comemorativas. Segundo o Instituto Alana, nas duas semanas anteriores ao último Dia da Criança, foram veiculadas 81 mil peças publicitárias, das quais 64% falavam diretamente a um público com idade inferior a 12 anos.

Como não estão plenamente desenvolvidos para dife-renciar o que é realidade e o que são sofisticadas estratégias publicitárias – como mensagens repletas de cores, efeitos especiais, abundância de personagens de desenhos ou ce-lebridades infantis –, os pequenos espectadores acreditam acriticamente no que veem e insistem em comprar. Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha em 2010 mostrou que sete em cada 10 pais afirmaram ser influenciados pelos filhos na hora da compra, sejam brinquedos, alimentos considerados não saudáveis, ou outros produtos, infantis ou não.

Publicidade não é fator “mais relevante”O resultado todo desse processo, argumentam os críti-

cos, é gritante. O IBGE constatou que 15% da população in-fantil brasileira está obesa e que o sobrepeso infantil dobrou nos últimos 34 anos. A publicidade também ajudaria a expli-

car as taxas de violência. Pesquisa feita em 2006 pela Funda-ção Casa, antiga Febem, de São Paulo, mostrou que o acesso rápido ao consumo, a independência e o prestígio social são os principais motivadores de delitos entre seus detentos. Acrescentem-se a isso danos psicológicos, como a erotiza-ção precoce, que faz com que as crianças pulem etapas de desenvolvimento, e o estresse familiar causado pelo conflito de pais que não podem, ou não querem, comprar, e filhos que insistem na compra. “É desigual o nível de diálogo que os pais possam vir a ter com seus filhos e o que a publicidade tem diariamente com eles”, diz Inês Vitorino, coordenadora do Grupo de Pesquisa da Relação Infância e Mídia da Univer-sidade Federal do Ceará, uma das entusiastas do projeto de lei e presença constante nos debates.

Para Inês, o problema não é o consumo infantil, mas os excessos do consumismo – a lógica que leva as pessoas, em geral, a consumir de forma reiterada em busca de satisfações que o produto ou serviço, na verdade, não vai trazer. “Isso se agrava quando o alvo são crianças. Elas são vulneráveis, não têm todo seu potencial cognitivo formado, não entendem que o objetivo da publicidade é convencê-las a querer com-prar aquele produto.”

Na outra ponta desse debate estão as entidades empre-sariais, que contestam os argumentos empregados contra a publicidade dirigida a crianças. Rafael Sampaio, vice-pre-sidente executivo da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), uma das vozes mais ativas na discussão, afirma que a regulamentação sobre o tema já existe; que um suposto “clamor popular” pela aprovação do projeto é “uma ficção”; que a publicidade, como se constatou em pesquisa feita no Reino Unido (“Report of the APA Task Force on Advertising and Children”, de 2004), é apenas um fator, dentre dezenas, que influem na obesidade infantil, “e nem é o mais relevan-te”; e que os poucos exemplos de proibição de publicidade dirigida a crianças – na Suécia, Canadá e Noruega – “não apresentaram resultados eficazes”.

A escalada da obesidade infantilMas o principal motivo é muito mais “o princípio” do que

eventuais danos financeiros. “Estamos falando de uma cate-goria, a publicidade infantil, que nem tem investimentos re-levantes”, diz Sampaio. “O problema real é que, caso se deixe regular a publicidade, logo virão tentativas de regular outras coisas. Regulação é uma desgraça. Tem que dosar, se não os reguladores não param.”

Não há nenhum estudo que aponte com precisão o ta-manho do mercado de publicidade infantil no país. É mesmo impossível fazer um cálculo exato. A ABA estima que deva variar entre 1% e 3% do total de investimentos em publici-dade, o que significaria algo entre R$ 400 milhões e R$ 1,2 bilhão. Por razões diferentes, a Associação Brasileira de Emis-soras de Rádio e Televisão (Abert) também se posiciona con-tra o projeto, alertando que sua aprovação pode acabar com

ComuniCação

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a programação infantil em canais abertos no país. “O projeto é de um radicalismo sem precedentes. Se um programa não tem patrocínio, tem que tirar do ar. Isso vai fazer com que a criança migre para outros programas que não concorrem mesmos horários com os infantis, como os policiais. Aí os efeitos poderão ser piores”, diz Luis Roberto Antonik, diretor- geral da entidade. O Valor procurou a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), que não quiseram se manifestar.

Outra interessada no assunto, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), se manifestou por meio de uma declaração escrita. Afirma que, “embora entenda que a publicidade dirigida a crianças não seja fator determinante para a escalada da obesidade infantil no Brasil, reconhece a importância de tratar o assunto com muita responsabilidade e há alguns anos incluiu o tema em sua agenda de priorida-des”. E afirma ter formalizado um acordo com o Ministério da Saúde sobre a instituição de metas para redução de sódio e gorduras dos alimentos processados, de modo escalonado, até 2020. Também foram definidas regras próprias para os maiores anunciantes do setor, como não fazer publicidade dirigida a menores de 12 anos em veículos cuja audiência seja formada por pelo menos metade das crianças nessa fai-xa etária nem fazer propaganda de alimentos e bebidas nas escolas.

“Família tem o dever de educar a criança”Trata-se dos termos de um compromisso assinado em

2009 pelas principais empresas alimentícias do mundo, após pressão da Organização Mundial de Saúde (OMS), para que tomassem uma atitude sobre a obesidade infantil. O com-promisso foi replicado em vários países e sua versão brasi-leira foi assinada por empresas do porte da Ambev, Danone, Nestlé, MacDonald’s, Parmalat, PepsiCo, Perdigão e Unilever. Seus defensores afirmam que mais de 3 bilhões de pessoas estão dessa forma protegidos, no mundo. Um novo acordo, mais amplo e restritivo, deve ser assinado até 2014, quando ocorrerá a assembleia geral da OMS.

Com esse acordo coletivo, fica claro que a estratégia do setor empresarial para evitar controles governamentais via legislação é atender às demandas da sociedade por meio da auto-regulação. Os críticos, porém, contestam o modelo. Di-zem que as empresas não cumprem o que foi estabelecido e que no Brasil, ao contrário do que é feito em outros países, não há uma auditoria que verifique se o acordo é cumprido. Os anunciantes rebatem, dizendo que é ínfima a proporção de compromissos não observados. A auto-regulação, aliás, é o princípio básico que rege a publicidade brasileira, por meio do Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar). O órgão, criado em 1978, é uma ONG composta e financiada por agências de publicidade, anunciantes e veí-culos de comunicação, que fiscaliza a propaganda comercial veiculada no país e julga eventuais abusos.

No seminário realizado na Câmara, o vice-presidente do Conar, Edney Narchi, disse que a proposta é “incompreensí-vel, ininteligível e inaceitável” e que “existem mazelas mui-to mais importantes e deformantes no país”, em relação às quais, “infelizmente, não sentimos uma preocupação” [por parte dos defensores do projeto]. Seus argumentos: a pro-posta ofende a liberdade de expressão e o consumo infantil passa sempre pelo crivo dos pais. “Para consumir, a criança precisa pertencer a uma família que consome bens. Está,

portanto, submetida ao poder familiar, que tem o dever de educá-la prioritariamente, antes do Estado, das escolas e dos meios de comunicação”, afirmou Narchi.

“Não é preciso chamar a bruxa”Na linha de que o caminho é aprofundar a auto-regula-

ção, o Conar fez uma reforma do seu código de ética, em 2006, para inscrever diversos artigos com restrições à publi-cidade dirigida às crianças. Desde então, foram abertos 2.053 casos para julgamento, dos quais 298 (14,5%) envolvendo publicidade de produtos e serviços para crianças e adoles-centes. Ao todo, 186 (62,4%) terminaram com a punição do anunciante ou da agência, mediante alteração ou sustação da veiculação da propaganda.

Para os críticos, isso é insuficiente. O problema argumen-ta-se, é que o conselho de ética do Conar é formado por uma maioria diretamente interessada na veiculação das peças: publicitários, anunciantes e veículos de comunicação, o que não o torna neutro na avaliação. “Se o Conar aplicasse o códi-go que tem não teríamos metade dos problemas que temos. O Conar existe para defender os interesses do mercado, não da sociedade”, afirma Isabella Henriques, diretora do Institu-to Alana, a mais combativa entidade civil de defesa dos direi-tos das crianças e dos adolescentes relacionadas a relações de consumo.

O instituto é dos que mais provocam o Conar com repre-sentações contra métodos publicitários que considera abu-sivos. Um caso é considerado simbólico. Em abril de 2011, o instituto questionou o trailer do filme Rio, em que a rede McDonald’s relacionava os personagens da história com brinquedos colecionáveis que se poderiam comprar junto com um de seus produtos, o McLanche Feliz. No parecer em que recomendou o arquivamento da representação, o rela-tor Enio Basilio Rodrigues foi incisivo: “Não há por que consi-derar que haja arranhões ao código de ética [do Conar]... As fantasias ambientais do McDonald’s e do desenho animado se harmonizam, fazem parte do mesmo universo. A criança azucrina os pais por causa disso? Claro que sim. Crianças fo-ram feitas para azucrinar e para isso existe, quando necessá-rio, o famoso ‘não’, sem precisar chamar a bruxa” – a “bruxa Alana”, como Rodrigues se refere ao instituto, que, a seu ver, “procura desvalorizar o direito dos pais, a gestão familiar so-bre a vontade das crianças”.

Na publicidade e nas embalagens

Descrente da atuação do Conar, o instituto passou a re-correr a outras instâncias. Em 2011, acionou o Procon de São Paulo contra o McDonald’s, por considerar abusiva a divul-gação de campanhas publicitárias para a venda do McLan-che Feliz. O órgão acabou multando a empresa em R$ 3,19 milhões. Fez o mesmo com o Habib’s, por associar a venda de alimentos com a distribuição de brinquedos. Nesse caso, a multa foi de R$ 2,4 milhões.

O Alana também entrou com uma representação ao Mi-nistério Público do Estado de São Paulo contra o fabricante dos refrigerantes Dolly, por “anunciar um produto que con-tém alto teor de açúcar como se fosse um alimento que traz benefícios à saúde”. A sentença, proferida na Vara da Infância e Juventude de São Paulo, proibiu a empresa de criar anún-cios voltados para as crianças. O instituto também recorreu ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça contra a prática demerchandising du-rante a programação infantil do Sistema Brasileiro de Televi-

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são (SBT), que acabou multado em R$ 1 milhão.Essas decisões foram embasadas em princípios gerais da

legislação, cuja aplicação depende de interpretação. O Códi-go de Defesa do Consumidor diz que “é abusiva (..) a publi-cidade (...) que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança”. Mas fica claro que o que é abusivo para uns pode não ser para outros. Por essa razão, o Judici-ário brasileiro não costuma punir de acordo com princípios. Uma ação civil pública do Ministério Público do Estado de São Paulo contra a Nestlé e a Kellogs por publicidade abu-siva foi considerada improcedente em primeira instância, decisão que o Tribunal de Justiça confirmou. Prevaleceu o argumento de que as leis existentes não proibiam a conduta das empresas – que utilizaram imagens de personagens in-fantis tanto na publicidade direta quanto nas embalagens e associaram a compra de produtos a brindes.

Empresas evitam comentar projetoA ideia dos defensores do projeto de lei regulamentador

é seguir os passos da legislação que restringiu a publicidade de cigarros. A dificuldade é que, naquele caso, o Poder Exe-cutivo comprou a ideia. Já no que se refere à vedação da pu-blicidade infantil, o debate só existe nos escalões inferiores do governo, sem chegar aos níveis mais altos da administra-ção federal. Do ponto de vista do processo político-legislati-vo, isso pode significar mais alguns anos de lentidão na tra-mitação do projeto de lei – ainda mais com as intervenções do lobby contrário ao projeto.

Quem faz essas considerações é o relator do projeto, de-putado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). “A ideia do projeto veio da observação de como meu filho, então com dez anos, que-ria comprar tudo. Propus então a proibição, para polemizar e levantar o debate. Só que senti também o vespeiro em que mexi e o peso dos interesses contrariados”, afirma ele, que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Finanças do Pa-raná. Apresentado oficialmente em dezembro de 2001, o projeto só foi aprovado na Comissão de Direitos do Consumidor em julho de 2008, com um substitutivo da deputada Maria do Carmo Lara (PT-MG), atual prefeita de Betim, considerado pelos empresários como muito mais restritivo. A partir daí, o natural seria o en-caminhamento à Comissão de Constituição e Justiça e, depois, ao plenário.

Mas o deputado Lúcio Vale (PR-PA) apresentou um requeri-mento à mesa diretora da Câmara para que o projeto passasse pela Comissão de Desenvolvimento Econômico. Nessa instância, o relator Osório Adriano (DEM-DF), grande empresário do setor de refrigerantes, retirou do projeto qualquer espécie de restrição à publicidade infantil. Em uma sessão polarizada, o relatório foi aprovado em outubro de 2010.

O deputado Ratinho Júnior (PSC-PR) também apresentou um requerimento, para que o projeto fosse submetido à Co-missão de Ciência e Tecnologia. Ele é filho do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, dono da retransmissora do SBT no Paraná. O projeto se encontra hoje naquela Comissão, nas mãos do relator Salvador Zimbaldi (PDT-SP), que diz “estar sofrendo pressões de todos os lados”. A expectativa é de que seu relatório seja apresentado ainda neste mês.

A rede McDonald’s informou que, em relação à questão do McLanche Feliz, não comenta detalhes de processos em andamento. “Além disso, os brinquedos podem ser adquiri-dos separadamente, ou seja, desvinculados da compra dos produtos. Portanto, a empresa tem a convicção de respeitar todas as normas da legislação vigente, tanto em relação à comunicação como em relação a práticas comerciais.” A Kellogg’s, por meio de sua assessoria, informou que “não realizará nenhum pronunciamento sobre o tema”. Procura-da pelo Valor, a Nestlé reafirmou seus compromissos com a convenção internacional assinada em 2009 e sustentou que o Código de Defesa do Consumidor e o Conar estabelecem “rígidas normas para a publicidade de alimentos”. Em rela-ção à ação civil pública, afirmou que o Tribunal de Justiça de São Paulo “ponderou que não se pode presumir que todo e qualquer material publicitário voltado para o público infan-to-juvenil seja lesivo”.

A assessoria da rede Habib’s informou que a empresa não vai se manifestar. A do SBT não foi localizada. A Dolly não respondeu ao pedido de manifestação.

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É FESta!

Celebrando a vida - Aniversariantes

Agenda de Eventos

OUTUBRO02 Maria Mênis Lourdes Magnani Maria Silva (Mariucha)04 Maria Américo – Conselheira Geral Formação06 Maria Aparecida Almeida07 Maria Bernardina Gonçalves08 Anna Bello Soares10 Glória Castanheira Rosana Maria Cavalcante11 Maria Dirce Martins12 Alzira Mateus de Lima Maria Gazzetto15 Theresinha Castro19 Terezinha dos Santos21 Elena Beretti Josephina Fortunato22 Clarice Quereguini23 M. Rosário L. Cintra Maria Isabel Ferreira25 Célia Maria Moreli28 Nair Pasqualini31 Maria Auxiliadora V. Grande

OUTUBRO

05 Reunião Assessores PJ07 Eleições Reunião Comissão Itinerários Formativos09 GREPE12 Festa Nossa Senhora Aparecida Dia das Crianças16 a 20 Retiro Anual Casa Maria Auxiliadora 20 Retiro Mensal22 Reunião Diretoras e Ecônomas23 e 24 Conselho Inspetorial23 Reunião Conselho da Família Salesiana28 Eleições 2º turno

proGramE-SE

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lEmbrança

Sr. Antonio Querido, pai de Ir. Célia Regina Querido - 22 de agosto

Sr. Jurandir Paschoalini, irmão de Ir. Nair Paschoalini - 28 de agosto

Sra. Maria, irmã de Ir. Iríde Soares - 29 de agosto

Sra. Norma Paschoalini, sobrinha de Ir. Nair Paschoalini - 19 de setembro

“Mãe-Cabocla e Senhora

do meu Brasil!Sinto a alma do Brasil

que flutuaConfiante, sofrida,

corajosa e humilde,entre as paredes

singelas de tua igreja.

Eu vejo naquele que chega e se vai,naquele que reza e

cumpre as promessas,o brasileiro-peregrino

do teu amor.”

(Trecho do poema “Mãe Cabocla” de Ir. Olga de Sá)

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Quem disse que não somos nadae que não temos nada para oferecer?

(Zé Vicente)Aula de ginástica ritmica em Kalulo - Angola