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Eliminação Sarampo, Rubéola e Tétano Neonatal Américas Ana Freitas Ribeiro

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Eliminação Sarampo,

Rubéola e Tétano Neonatal

Américas

Ana Freitas Ribeiro

Eliminação e Erradicação

Conceitos

Eliminação: Interrupção da

transmissão área específica, país,

continente ou região da OMS

Erradicação: Interrupção global da

transmissão da doença

Erradicação

Fatores Associados a doença

Diagnóstico e tratamento rápido

Baixa prevalência de casos sub clínicos

Alta carga e impacto econômico da doença

Imunidade duradoura

Doença não reativada

Doença sazonalidade específica

Fatores associados ao agente

Sem reservatório animal

Único agente causal ou sorotipo

Período de incubação curto

Fonte: Adapted from Evans, AS Am J Epidemiol. 1985; 122(2): 199-207

Erradicação

Fatores associados com hospedeiro Proteção demonstrada

Não há reinfecção

Não elimina o agente após a resolução da infecção

Aceitação alta da vacina e outras medidas de controle

Homem – único reservatório

Fatores associados a vacina Confere imunidade duradoura com apenas 1 dose

Facilidade de manipulação e estocagem (rede de frio)

Administração fácil

Pode ser administrada com outras vacinas

Poucos eventos adversos

Custo baixo

Fonte: Adapted from Evans, AS Am J Epidemiol. 1985; 122(2): 199-207

Sarampo

Doença Respiratória aguda

Etiologia Vírus (RNA) da família do gênero Morbillivírus da espécie

Sarampo

1954 - Isolamento e cultivo em células renais de macaco – permitindo em seguida o desenvolvimento de vacina

Alta infectividade e patogenicidade R0 = 12 a 18 (produz epidemias populações com < 10%

suscetíveis)

Gravidade variável EUA - letalidade < 0,1%

África Sub-Saariana 5%

Reservatório - Homem

Fonte:http://phil.cdc.gov/phil/details.asp?pid=8429

Sarampo

Período de Incubação

7 a 18 dias (média 10 dias)

Modo de Transmissão: respiratória por

pequenas gotículas ou contato direto com

secreções respiratórias

Período de transmissibilidade

4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema e 4

dias após.

Suscetibilidade e imunidade geral

Sarampo http://phil.cdc.gov/phil/

Sarampo

Quadro clínico: 3 períodos Prodrômico ou catarral (6 dias): Febre e mal estar

Tosse, coriza, conjuntivite, sinal de Koplik (5º dia)

Estado ou exantemático (5 a 6 dias): Prostração Exantema maculopapular cefalocaudal, febre, tosse

produtiva,

Convalescença ou descamação furfurácea: Febre e outros sintomas.

Complicações: Pneumonia, Síndrome de má absorção, desnutrição,

otite média e encefalite (1/1000 casos).

Sarampo

Alta Incidência

Até 1980 - Terceira causa Mortalidade Infantil no

Mundo

Em 2000, a OMS estimou em:

30 a 40 milhões de casos no Mundo e 770.000 óbitos

Primeiro ou segunda causa de óbito em crianças de 1 a 4

anos na América Latina

Epidemias cíclicas

( 2 a 5 anos)

Fonte http://phil.cdc.gov/phil/details.asp?pid=3168

Sarampo

Diagnóstico Laboratorial

Detecção de anticorpos IgM (EIA) - Fase Aguda

Soroconversão Anticorpos IgG – Fase Aguda e

Convalescente

Isolamento do vírus

RT PCR/sequenciamento

Sangue, urina e trato respiratório

Sarampo Erradicação

Sucesso da erradicação da varíola

Vacina estável, efetiva e barata

Magnitude e transcendência

Economia em Saúde: vacina,

tratamento e vigilância

Surtos de Sarampo na África e Ásia

Letalidade 10 a 20% crianças de 1 a

4 anos

Sarampo

Vacina

1963 - Introdução nos EUA levou impacto importante

Vírus vivo atenuado

Administração subcutânea, seringa, agulha e

profissional treinado

Soroconversão é baixa em crianças menores,

interferência dos anticorpos maternos

Proteção - 85% - Crianças vacinadas aos 9 meses

Proteção - 90 a 95% - Crianças vacinadas aos 12 meses

de idade - Falha Primária

Falha secundária - 5% após 10 a 15 anos da vacina

Sarampo - Eliminação e Controle

Redução da mortalidade Incidência Cobertura

Vacinal (1ª dose)

Eliminação:

Pequenos surtos e casos secundários podem ocorrer após

a importação de casos, sem sustentação Cobertura da 2ª dose (4 a 6 anos)

“Catch-up” - Campanha rápida - 1 a 14 anos

“Follow-up” - Campanha indiscriminada de 1 a 4 anos (4 em 4

anos) número de suscetíveis 1 coorte de nasc.

“Keep-up” - Altas cobertura (> 90%)

“Mop-up”- Locais com surtos ou baixas coberturas

24ª Conferência Pan Americana de Saúde (1994)

100 casos/ 1 milhão – Cobertura 80% 1ª dose

Sarampo

Measles incidence showing increased inter-epidemic interval following introduction of measles vaccine, Chile, 1960–2009.

Castillo-Solorzano C C et al. J Infect Dis. 2011;204:S270-S278

© The Author 2011. Published by Oxford University Press on behalf of the Infectious Diseases Society of America. All rights reserved. For Permissions, please e-mail: [email protected]

Sarampo

Erradicação:

Altas coberturas 2ª dose e

homogeneidade

Vigilância epidemiológica - detecção

oportuna de casos e resposta rápida

Notificação dos casos suspeitos

Busca ativa de casos

Confirmação laboratorial

Medidas de controle oportunas

155 casos

2004 -2 óbitos

Measles genotypes identified from case investigations in the Americas, 2001–2009.

Castillo-Solorzano C C et al. J Infect Dis. 2011;204:S270-S278

© The Author 2011. Published by Oxford University Press on behalf of the Infectious Diseases Society of America. All rights reserved. For Permissions, please e-mail: [email protected]

Distribution of confirmed measles cases following the interruption of endemic transmission, the Americas, 2003–2010.

Castillo-Solorzano C C et al. J Infect Dis. 2011;204:S270-S278

© The Author 2011. Published by Oxford University Press on behalf of the Infectious Diseases Society of America. All rights reserved. For Permissions, please e-mail: [email protected]

EUA 514 Canadá 314 México 137 Venezuela 131 Brasil 122 Argentina 21

Total 1249

2011 – 1379 casos

Integrated measles-rubella surveillance indicators, region of the Americas, 2006–2010.

Castillo-Solorzano C C et al. J Infect Dis. 2011;204:S270-S278

© The Author 2011. Published by Oxford University Press on behalf of the Infectious Diseases Society of America. All rights reserved. For Permissions, please e-mail: [email protected]

Sarampo - Américas - 1997

Total de Casos: ~54.000

Sarampo - Américas - 2010

Tendência Região

Total de Casos: 249

Copa do Mundo

Sarampo

Sarampo - Erradicação

Varíola ≈ Sarampo

Ambas doenças causam exantema e imunidade

duradoura

Não há reservatório animal

Não há estado de portador

Varíola ≠ Sarampo

Vacina

Varíola - Fácil aplicação, inoculação intradérmica,

agulha bifurcada, produção simples

Sarampo - Administração seringa e agulha, produção

mais difícil.

Vacina - Efetividade - 90 a 95%, 12 a 18 meses - 95-98%

Sarampo

Varíola ≠ Sarampo

Cobertura vacinal

Sarampo: Necessário manter vacinação de rotina na atenção

básica, altas coberturas

Varíola: vacinação intermitente e itinerante

Vigilância

Sarampo: diagnóstico diferencial com outras doenças

exantemáticas, subnotificação

Clínica

Varíola: Fácil detectar pela cicatriz da vacina ou da doença os

indivíduos imunes

Sarampo: Inquéritos sorológicos Custo

Sarampo

Erradicação Varíola ≠ Erradicação Sarampo

Transmissibilidade

Varíola: < 1/3 dos contatos, R0=5a7, causa epidemias não

explosivas, controle com medidas de vigilância, cobertura

vacinal 50%

Sarampo: > 2/3 dos contatos, causa epidemias explosivas,

cobertura vacinal > 90%

Faixa Etária

Varíola - 4 a 5 anos

Sarampo - 12 a 18 meses

Vacina

Varíola: Eficaz em recém-nascido

Sarampo: Eficaz em crianças a partir de 6 meses (antes

interferência dos anticorpos maternos)

Sarampo

Desafios

Monitoramento coberturas locais

Construir consenso entre vários setores

Recursos para mobilização

Parceria com comunidade científica

Integração com setores privados

Mobilização Social

Estratégias de comunicação efetivas

Vigilância integrada de sarampo e rubéola

Campanhas de vacinação (dupla viral)

Detecção e resposta rápida

Rubéola

Agente etiológico: gênero Rubivírus, família

Togaviridae.

Reservatório: O homem.

Transmissão: Secreções nasofaríngeas de

pessoas infectadas.

Período de incubação : de 14 a 21 dias.

Período de transmissibilidade : de 5 a 7 dias antes

do início do exantema e de 5 a 7 dias após.

Suscetibilidade e imunidade: Geral. A imunidade

ativa longa duração (infecção natural/ vacina)

Rubéola

Quadro Clínico

Pródromos - 0 a 4 dias - mal estar leve, febre

baixa (pode estar ausente em crianças),

Exantema - 1 a 3 dias – discreto, róseo, artralgia

(geralmente em adultos), linfadenopatia posterior

cervical e sub occipital

Síndrome da Rubéola Congênita

Recém nascido cuja mãe teve suspeita ou

confirmação de rubéola na gestação; ou toda

criança até 12 meses que apresente sinais

clínicos compatíveis com infecção congênita

(catarata/glaucoma, cardiopatia ou surdez)

Evidência laboratorial de infecção congênita

pelo vírus da rubéola

Rubéola

2003 - Eliminação da Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita - SRC em 2010

Estratégias

Campanhas de vacinação Massiva - crianças, adolescentes e adultos

Seguimento - Crianças menores 4 anos (95%)

Vigilância epidemiológica Notificação de casos suspeitos

Investigação epidemiológica e laboratorial

Adoção de medidas de controle

Monitoramento

Comunicação

Rubéola Homens e Mulheres 20 a 39 anos

70 milhões

Rubéola

Rubéola- Américas - 1997

Total de Casos: 158.638

Rubéola- Américas - 2010

Total de Casos: 18

Sarampo, Rubéola e SRC

Propostas

Manter a vigilância com cumprimento dos

indicadores e assegurar respostas oportunas aos

surtos após importação de vírus selvagem

Manter elevadas coberturas vacinais (>95%)

Efetuar ações de vacinação nas áreas onde o

monitoramento rápido mostrou baixa cobertura

Campanhas de seguimento de alta qualidade

(2008-2014)

Tétano Neonatal Agente etiológico: bacilo-Clostridium tetani, doença

causada por toxina.

Reservatório: meio ambientes, fezes de amimais

Transmissão ocorre após manuseio inadequado do cordão umbilical, uso de material contaminado com esporos (esterco)

Não há transmissão pessoa-pessoa

1970 e 1980 - América Latina - taxa de mortalidade variou de < 5 a > 60/1000 nascidos vivos

Período de incubação - 6 dias (3 a 28 dias)

Crianças nascidas de mãe imunizada estão protegidas por 5 meses

Alta letalidade

Tétano Neonatal

Vacinação da gestante 2 doses dT com 1 mês de intervalo, 2ª dose antes de

15 dias do parto

Quadro Clínico Generalizado, espasmo muscular na face, dificuldade de

amamentação, irritabilidade e choro, trismo, espasmo, riso sardônico, convulsões, insuficiência respiratória e outras complicações

Diagnóstico laboratorial – difícil, geralmente clínico

Investigação epidemiológica: local de nascimento, tipo de parto,

http://new.paho.org/hq/dmdocuments/2011/FieldGuide_NeonatalTetanus_2ndEd_e.pdf

Tétano neonatal

Indicadores

% de casos com informações completas

Encerramento oportuno casos suspeitos (7 dias)

Vacinação em mulheres em idade fértil e gestantes

Manutenção de cobertura vacinal

Alto Risco – 90% de cobertura mulheres Td2 e Td5

Tétano neonatal - Américas - 1997

Total de Casos: 295

Fonte:http://ais.paho.org/phip/viz/im_morbidity_cases_vpd.asp

Tétano neonatal - Américas - 2010

Total de Casos: 25

Tendência Região

Fonte:http://ais.paho.org/phip/viz/im_morbidity_cases_vpd.asp

Tétano Neonatal Propostas

Intensificar a vigilância de tétano neonatal e tétano separadamente

Investigar todos os casos de tétano neonatal e instituir busca ativa de casos em áreas silenciosas

Esforços na vacinação nas áreas de maior risco, não desperdiçar oportunidade.

Manter caderneta de vacinação em dia

Participar da vigilância de tétano neonatal – maternidades e serviços de saúde

Utilizar sistema simples de vacinaçção.

Desenvolver sistemas de parto limpo, seguro e boas práticas pós-parto

Agradecimentos...

OBRIGADA PELA ATENÇÃO

ANA FREITAS RIBEIRO Centro de Vigilância Epidemiológica

Coordenadoria de Controle de Doenças Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

email: [email protected] tel. (11) 3066 8741

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