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Curso de Eletricista de Rede de distribuição de energia e emergência.Módulo 1 e 2 (Conhecimentos básicos de Eletricidade e Noções de Segurança em Eletricidade)

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INTRODUÇÃO

Este material didático (apostila) foi desenvolvido com o obje-tivo de ser um material de consulta para o aluno. Aqui o aluno irá obter as últimas atualizações referentes à área de eletricidade. Em paralelo a esta, o aluno deverá pesquisar/consultar outros mate-riais como livros técnicos, apostilas, slides, transparências e palestras técnicas.

Este material é um resumo de vários assuntos referentes a área de eletricidade, de modo que se completa com o auxílio do "caderno de exercícios" e "caderno de diagramas de circuitos elé-tricos (exercícios complementares)". Como se vê, temos um mate-rial bastante rico. Mais, só se completa com o seu esforço, dedica-ção e a orientação eficaz do seu instrutor em sala de aula e na ofi-cina.

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BÁSICO DE ELETRICIDADE

GRANDEZAS ELÉTRICAS FUNDAMENTAIS

TENSÃO ELÉTRICA

Sempre que existir uma diferença de potencial, ocorrerá uma ten-são tendendo a restabelecer o equilíbrio. Podemos demonstrar isso facilmente, por meio de duas vasilhas com água, ligadas por um tubo com uma válvula.

Na figura abaixo, a água nas duas vasilhas está no mesmo nível, não havendo diferença de potencial entre as mesmas. Se abrir-mos a válvula, não haverá fluxo de água de uma para a outra (fig.01).

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Nesta figura, o nível da água na vasilha A é superior ao da vasilha B, existindo uma diferença de potencial entre os mesmos. Se abrirmos a válvula, haverá fluxo de água de A para B, até que a água fique no mesmo nível nas duas vasilhas (fig.02).

Verifica-se então, que a diferença de potencial hidráulico (da água) provocou uma tensão hidráulica.

Para entender a tensão elétrica, é necessário ter noções sobre a constituição da matéria.

Sabemos que, sempre que se modifica a estrutura dos átomos de um corpo, este fica eletrizado. Se tivermos dois corpos com car-gas elétricas diferentes, haverá entre eles uma diferença de po-tencial (d.d.p.) elétrico, da mesma forma que houve uma diferença de potencial hidráulico no caso das vasilhas. É importante, em to-dos os campos de aplicação da eletricidade, sabermos o valor da tensão da d.d.p. Para isso, existe unidade de medida que é o volt, e um instrumento para medi-la, que é o voltímetro.

Volt (símbolo: V) é a Unidade SI de tensão elétrica (diferença de potencial elétrico), a qual denomina o potencial de transmissão de energia, em Joules, por carga elétrica, em Coulombs, entre dois pontos distintos no espaço.

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Sendo assim, dizer que a tensão existente entre dois pontos correspon-de a um volt é o mesmo que dizer que cada carga de um Coulomb que se movimenta entre tais pontos transmite um Joule de energia.

Volt é uma homenagem à Alessandro Volta. Volta desenvolveu a tão-fa-lada pilha voltaica, um predecessor da bateria elétrica. Em honra ao seu trabalho no campo de eletricidade, Napoleão fez de Volta um con-de em 1810 e, em 1815, o Imperador da Áustria nomeou Volta profes-sor de Filosofia na Universidade de Pádua.

Os submúltiplos do Volt são o milivolt e o microvolt.

O milivolt corresponde a milésima parte do volt, isto é, a um volt dividido por mil, e sua unidade é representada por um mV.

O outro submúltiplo, o microvolt, corresponde a milionésima parte do Volt, isto é, a um Volt dividido por um milhão, e sua unidade é representada por µV.

INSTRUMENTO PARA MEDIR TENSÃO ELÉTRICA

O instrumento usado para medir a tensão elétrica é o voltímetro. Os terminais do instrumento são aplicados aos pontos entre os quais se deseja medir a d.d.p., isto é, o voltímetro é ligado em pa-ralelo com o elemento ou parte do circuito entre cujos extremos se deseja conhecer a diferença de potencial. É necessário que este instrumento tenha uma resistência interna muito grande, para não afetar sensivelmente as características do circuito ( fig.03).

F i g - 3

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Os voltímetros são fabricados para realizar medições de acordo com as especificações do seu mostrador.

No voltímetro, devemos estar atentos às informações técnicas so-bre o instrumento como, por exemplo, posição de funcionamento, tolerância e, ainda, se o aparelho pode ser conectado a corrente contínua ( CC ) ou corrente alternada ( CA ). Devemos observar também a tensão nominal.

A figura mostra um voltímetro que mede a tensão elétrica em volts.

A figura mostra um micro voltímetro que mede a tensão elétrica em microvolt e no caso da tensão elétrica em milivolts, o instru-mento é usado como milivoltímetro.

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Além dos instrumentos vistos anteriormente, temos também para a medição da tensão elétrica, instrumentos de múltipla escala, são eles: O Multímetro e o Volt-amperímetro alicate.

M U L T Í M E T R O

V O L T - A M P E R Í M E T R O A L I C A T E

A INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA

Corresponde a quantidade de Colombs que passa por segundo em um condutor. É medida em Ampére pelo instrumento amperí-metro e é representada pelo símbolo A.

Ou seja, é o fluxo de elétrons que passa por um material condutor em um determinado período de tempo.

Os submúltiplos do ampere são o miliampere e o microampere.

O miliampere corresponde a milésima parte de ampere, isto é, a um ampere dividido por mil, e sua unidade é representada por mA.

O outro submúltiplo do ampere, o microampere, corresponde a mi-lionésima parte do ampere. Ele é igual a um ampere dividido por um milhão. O símbolo do microampere é o µA.

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Assim se você encontrar a indicação “corrente de 10 µA” deve ler: 10 microamperes.

O AMPÉRE

O ampere é uma unidade fundamental do SI, juntamente com o metro, kelvin, segundo, mol, candela e o quilograma: ele é defini-do sem a referência de quantidade de carga elétrica. É calculado por A=C÷t, ou coulomb por segundo.

Esta unidade do Sistema Internacional é nomeada em homena-gem a André-Marie Ampère. Assim como todas as unidades do SI cujo nome se derivam de nome próprio de uma pessoa, a primeira letra do símbolo é maiúscula (A). Quando uma unidade do SI é es-crita, deve-se sempre empregar letras minúsculas (ampere ou am-père), exceto nos casos em que qualquer outra palavra seria es-crita com maiúsculas, como no começo de uma frase ou em um tí-tulo.

A n d r é M a r i e A m p è r e

INSTRUMENTO PARA MEDIR A INTENSIDADE DA CORRENTE

A intensidade da corrente elétrica é medida por instrumentos cha-mados amperímetros.

O amperímetro é um instrumento utilizado para fazer a medida da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da sessão transversal de um condutor. A unidade usada é o Ampère.Como a corrente elétrica passa através dos condutores e dispositi-vos ligados a eles, para aferir a corrente que passa por alguma re-gião de algum circuito, deve-se colocar o amperímetro em série com esta, sendo necessário abrir o circuito no local da medida. Por isso, para as medições serem precisas, é esperado que o am-

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perímetro tenha uma resistência muito pequena comparada às do circuito.Amperímetros podem medir correntes contínuas ou alternadas. Dependendo da qualidade do aparelho, pode possuir várias esca-las que permitem seu ajuste para medidas com a máxima preci-são possível.Na medição de corrente contínua, deve-se ligar o instrumento com o pólo positivo no ponto de entrada da corrente convencional, para que a deflexão do ponteiro seja para a direita.

Os amperímetros são usados para fazer medições de intensidade de corrente elétrica, de acordo com o simbolo de medição estam-pado na escala. Ele pode ser em Ampere (A), miliampere (mA), microampere (µA) e Quiloampere (kA).

Quando a medição de intensidade é feita em Miliamperes temos o miliamperímetro;Quando a medição de intensidade é feita em Quiloamperes temos o Quiloamperímetro;

Existe também o multímetro de múltipla escala. Ele é utilizado para medir a intensidade de corrente bastante variada e outras grandezas elétricas.

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O Amperímetro alicate, além de medir a intensidade da corrente elétrica, mede outras grandezas e tem também multiplas escalas. A sua ligação o diferencia dos outros instrumentos apresentados pois sua garra deve envolver um condutor energizado.

RESISTENCIA ELÉTRICA

Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica pelo mesmo, quando existe uma diferença de potencial aplicada. Seu cálculo é dado pela Lei de Ohm, e, segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), é medida em ohms.Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor me-tálico, um número muito elevado de elétrons livres passa a se des-locar nesse condutor. Nesse movimento, os elétrons colidem entre si e também contra os átomos que constituem o metal. Portanto, os elétrons encontram uma certa dificuldade para se deslocar, isto é, existe uma resistência à passagem da corrente no condutor. Para medir essa resistência, os cientistas definiram uma grandeza que denominaram resistividade elétrica.Fatores que influenciam na resistividade de um material:1- A resistividade de um condutor é tanto maior quanto maior for seu comprimento.2- A resistividade de um condutor é tanto maior quanto menor for a área de sua seção transversal, isto é, quanto mais fino for o con-dutor.3- A resistividade de um condutor depende do material de que ele é feito.4- A resistividade de um condutor depende da temperatura na qual ele se encontra.

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EFEITO JAULE

Um condutor metálico, ao ser percorrido por uma corrente elétrica, se aquece. Num ferro de passar roupa, num secador de cabelos ou numa estufa elétrica, o calor é produzido pela corrente que atravessa um fio metálico. Esse fenômeno, chamado efeito Joule, deve-se aos choques dos elétrons contra os átomos do condutor. Em decorrência desses choques dos elétrons contra os átomos do retículo cristalino, a energia cinética média de oscilação de todos os átomos aumenta. Isso se manifesta como um aumento da tem-peratura do condutor. O efeito Joule é a transformação de energia elétrica em energia térmica. T

CIRCUITO ELÉTRICO

Um circuito elétrico é a ligação de elementos elétricos, tais como resistores, indutores, capacitores, linhas de transmissão, fontes de tensão, fontes de corrente e interruptores, de modo que formem pelo menos um caminho fechado para a corrente elétrica.

LEI DE OHM.

A Primeira Lei de Ohm, assim designada em homenagem ao seu formulador Georg Simon Ohm, indica que a diferença de potencial (V) entre dois pontos de um condutor é proporcional à corrente elétrica (I) que o percorre. Assim temos a equação:

V = R . I Onde:

V = Diferença de potencial elétrico medida em VoltsR = Resistência elétrica medida em OhmsI = Intensidade da corrente elétrica medida em Amperes.

Conhecendo-se duas das grandezas envolvidas na Lei de Ohm, é fácil calcular uma terceira:

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A potência P, em Watts, dissipada num resistor, na presunção de que os sentidos da corrente e da tensão são aqueles assinalados na figura, é dada por:

P = V . I

Logo, a tensão ou a corrente podem ser calculadas a partir de uma po-tência conhecida:

I = P ÷ V

V = P ÷ I

Outras relações, envolvendo resistência e potência, são obtidas por substituição algébrica:

P = I² . R

P = V² ÷ R

V = VP . R

I = VP ÷ R

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NOÇÕES DE SEGURANÇA PARA TRABALHOS EM ELETRICI-DADE

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Equipamentos de Proteção Individual ou EPI são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança duran-te o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispo-sitivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível tomar medi-das que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se de-senvolve a actividade.

TIPOS DE EPI:

Os EPIs podem dividir-se em termos da zona corporal a proteger:

a) Proteção da Cabeça:

O capacete é o item central de seu sistema de proteção da cabe-ça. Não importa se no serviço de combate a incêndios ou mate-riais perigosos, na polícia ou outras áreas, onde o principal é a proteção e resgate da vidal.

Capacetes Duroplastic: são feitos principalmente para as indús-trias onde são alcançadas altas temperaturas como as indústrias químicas, indústrias petrolíferas e em trabalhos onde se obtém um

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alto índice de radiação UV. Eles podem ser utilizados para todas as aplicações de calor intenso.

Capacetes termoplásticos: são feitos predominantemente para indústrias em ambientes frios, tais como trabalhos de construção, mineração e florestais. Eles não são apropriados para indústrias onde possam ser encontradas altas temperaturas.

Todos os anos, trabalhadores são gravemente feridos devido a im-pactos na cabeça. Equipamentos de proteção individual são indi-cados para proteger o trabalhador de um risco existente e não para controlar ou remover a fonte de risco. O uso de capacetes de segurança reduz as chances de ocorrerem ferimentos graves. Uma das principais causas de danos à saúde entre trabalhadores da construção civil é a queda de objetos. Po-rém, nem todos os acidentes levam à morte. O mais freqüente são os danos no cérebro, ferimentos no pescoço e outros efeitos.

Outro risco para a cabeça, são os choques elétricos. Tanto em construções, ou outra indústria qualquer, existe a possibilidade de contato com fiação elétrica, e então a possibilidade de choques elétricos. Muitos capacetes de segurança são feitos para oferecer certo grau isolação elétrica. A proteção adequada é muito importante e deve ser compatível com o trabalho a ser feito. Um capacete é composto de duas par-tes principais. A primeira é o casco, feito geralmente de polietileno de alta densidade, podendo ser de outros materiais como ABS. O segundo componente é a suspensão que é a armação interna do capacete, constituída de carneira e coroa. O objetivo do conjunto é reduzir os efeitos causados pelo impacto de um objeto na cabe-ça do trabalhador.

Um capacete de segurança deve atender aos requisitos abaixo:

1-Deve limitar a pressão de impacto aplicada no crânio, difundin-do-a através da maior superfície possível. Isto é conseguido atra-vés de uma suspensão que se encaixe bem em vários tamanhos de crânio, juntamente com um casco forte o suficiente para evitar que o crânio entre em contato direto com o objeto em queda. Sen-do assim, o casco deve ser resistente à deformação e perfuração. 2-Deve dissipar a energia que seria transmitida para a cabeça e pescoço. Isto é conseguido através da suspensão, que deve ser

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seguramente encaixada no casco, assim o impacto é absorvido sem que a suspensão desencaixe. Consegue-se isto através de encaixes robustos, tiras devidamente encaixadas na carneira, bom ajuste de diâmetro na cabeça do usuário, etc. A suspensão deve ainda ser flexível suficiente para deformar-se com o impacto, sem tocar no casco, isto é possível devido ao vão livre vertical, que é a medida entre o ponto mais alto da face interna da suspensão e o ponto mais alto da face interna do casco, com o capacete coloca-do na posição normal de uso.

3-Dependendo do trabalho a ser feito, um capacete de segurança deve também reduzir danos provenientes de choques elétricos.

Segundo a NBR 8221 que fixa condiçőes mínimas exigíveis e prescreve os ensaios para a fabricaçăo de capacetes de seguran-ça, destinados à proteçăo da cabeça contra impactos e agentes agressivos.e o Anexo 1 da NR-6, ítem A-1; os capacetes são clas-sificados em três classes:

a) Classe A: capacete para uso geral, exceto em trabalhos com energia elétrica; b) Classe B: capacete para uso geral, inclusive para trabalhos com energia elétrica.c) Classe C: capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.

E as classes podem ser de três tipos:

Tipo I: capacete com aba total;

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Tipo II: capacete com aba frontal;

Tipo III: capacete sem aba.

As exigências feitas para um capacete de classe B englobam to-das as feitas para a classe A, e a eles agrega exigências relativas ao isolamento dielétrico. Neste sentido, pode-se considerar que a classe B engloba a classe A.

b) Proteção das mãos:

Os acidentes envolvendo as mãos representam 49% e os aciden-tes envolvendo os braços representam 7%, juntos (mãos e bra-ços) totalizam 56%, sendo assim, devemos concentrar nossos es-forços visando estes tipos de acidentes sem, no entanto, esque-cermos de procurar melhorias para prevenir os demais.

Nos serviços em eletricidade, a grande maioria dos acidentes en-volvendo o choque elétrico estão diretamente relacionados no uso das mãos, afinal, o choque elétrico entre mãos e pés é o mais pe-rigoso considerando que a corrente elétrica percorre os vasos sanguíneos e artérias podendo chegar ao coração e causar a mor-te.

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A proteção das mãos é uma necessidade para os trabalhadores. Raros são os casos em que um trabalhador não necessite de pro-teção para as mãos. Portanto, aparentemente, deveria ser uma ta-refa muito simples selecionar as luvas de segurança de proteção adequadas já que é tão comum o uso desses produtos.

A segurança do trabalho, em especial a proteção das mãos, não é tão simples assim. Para selecionar a Luva adequada é necessário que um Técnico ou Engenheiro de Segurança compreenda quais são os riscos de uma atividade e desenvolva junto aos seus traba-lhadores o Equipamento de Proteção Individual adequado.

Na década de 80, o mercado de equipamentos de proteção indivi-dual no Brasil era muito carente de produtos e opções, especial-mente quando se tratava de luvas de segurança.As luvas de segurança conhecidas na época foram: luvas de se-gurança de látex, luvas de segurança de raspa e luvas de segu-rança de PVC. Exceto esses 3 tipos, pouco se conhecia no Brasil.A escolha da Luva correta não é uma das tarefas mais fáceis. O Técnico e Engenheiro sabem que existem muitos Equipamentos de Proteção Individual diferentes.

Para serviços em eletricidade as luvas utilizadas devem ser cons-tituidas de material isolante e classificadas conforme a NBR 10622 e são classificadas de acordo com o seu nível de isolação e a su-portabilidade do nível de tensão:

Classe 00 Tensão máxima de uso 750 VCC 500 VCAClasse 0 Tensão máxima de uso 1500 VCC 1000 VCAClasse 1 Tensão máxima de uso 11.250 VCC 7.500 VCAClasse 2 Tensão máxima de uso 25.500 VCC 17.000 VCAClasse 3 Tensão máxima de uso 39.750 VCC 26.500 VCAClasse 4 Tensão máxima de uso 54.000 VCC 36.000 VCA

As luvas tem uma dada margem de segurança entre a tensão má-xima de uso e a tensão de ensaio, exceto para as luvas da classe 0 e 00 que a tensão de utilização é 0,95 a tensão de ensaio nas demais classes segue a seguinte fórmula:Tensão máxima de uso = 0.95 da tensão de ensaio – 2000V.

As luvas são fabricadas com borracha natural, sintética ou combi-nação das duas.As luvas devem ser fabricadas de forma a produzir acabamento uniforme e sem emendas. As superfícies internas e externas de-

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vem estar desprovidas de irregularidade e podem ser vistas numa inspeção visual, na inspeção visual deve se tomar o cuidado não se aplicar esforços mecânicos exagerados , capazes de com-prometer as segurança da luva.

A localização de defeitos pode ser feita insuflando ar nas luvas manualmente ou com o dispositivo adequado.Problema algumas vezes encontrados em luvas de borracha foi estas estarem furando ou rasgando com pouco tempo de uso, nos dedos indicadores e polegar.

Através de analise foi verificado a presença de graxa e outros sol-ventes nos dedos da luva de raspas que atingiam a camada de borracha. Essa graxa que é encontrada em conectores degrada o material que constitui a luva o que inviabiliza o seu uso. Como so-lução colocou-se uma proteção de borracha nitrílica na luva de raspas sendo que esta é mais resistente a degradação provocada pela pasta antioxidante.Outro fator importante a ser analisado numa luva é corrente de fuga, caso haja uma corrente de fuga acima do especificado das normas de cada classe as luvas podem trazer sérios riscos a inte-gridade física de quem estiver utilizando a mesma.

c) Proteção dos braços:

MANGAS: Utilizada como mais uma proteção no trabalho em “re-des vivas” as mangas possibilitam uma proteção aos braços e também uma grande mobilidade do técnico.Problemas encontrados na manga foi devido as dobra do cotovelo que nos ensaios foi percebida a geração de campos elétricos que acabavam por perfurar o material.A norma que regulamenta a fabricação e os ensaios para mangas de borracha também é a NBR 10622.

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d) Proteção dos pés:

Outro equipamento bastante utilizado, as botas, são confecciona-das com bastante tecnologia devido ao fato de além de dar a pro-teção para descarga elétrica também deve servir como um bom calçado o que dificulta a sua fabricação devido a estar mais dis-posta à choques e torções mecânicas.As botas ou botinas para uso em serviços elétricos devem conter solas e saltos isolantes para evitar o contato elétrico através dos pés, proteções adicionais sempre são implementadas como prote-ção contra impacto, reforço no solado com polietileno ou políme-ros avançados que protegem contra perfurações, cadarços elásti-cos e até mesmo botinas com velcro pra facilitar a remoção.

e) Proteção para os olhos:

A proteção dos olhos é uma necessidade urgente, e imperativa, não apenas pelo desejo de bem estar dos indivíduos, mas tam-bém por razões de ordens sócio-econômicas, como o aumento da produtividade.Com o aumento da industrialização e a diminuição das medidas profiláticas, os acidentes oculares de trabalho tem ocorrido com

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uma freqüência cada vez maior, sendo necessárias medidas efica-zes para preveni-los e evitá-los.

Tais acidentes são responsáveis, muitas vezes, por gerar incapa-cidade e limitações nos indivíduos, por provocarem cegueira. No Brasil ocorre em média 2.000 acidentes oculares de trabalho por dia, apesar de todo um esforço na sua prevenção.

Por ser a visão o sentido mais importante, os olhos são extrema-mente essenciais para o operário e lesões mínimas podem impos-sibilitá-lo para o trabalho.

É importante ressaltar que aproximadamente 98% dos acidentes são evitáveis, ou seja, a cada 100 acidentes, apenas 2 deveriam acontecer.

Os acidentes com os olhos podem acontecer repentina e inespe-radamente, e o indivíduo pode percebe-los imediatamente ou ape-nas horas mais tarde, quando surgirem, sintomas como irritação, hiperemia ou sensação de corpo estranho.

A inaptidão para o trabalho causada pelo comprometimento ocular é muito maior do que qualquer outro tipo de acidente uma vez que é em média de 15 semanas, quando não permanente, contra as 5 para aqueles que afetam outra partes do corpo.

As causas dos acidentes de trabalho oculares podem ser: 1) físicas, responsáveis por 10% dos acidentes e2) falta de supervisão, responsável por 88% dos acidentes.

Entre as causas físicas destacamos a falta de proteção eficiente (como os óculos de proteção com lentes de segurança), trajes ina-dequados, má iluminação e ventilação do ambiente de trabalho e a má disposição ou a manutenção inadequada dos equipamentos.

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Com relação aos óculos de proteção, os mais utilizados são os com lentes de vidro temperado ou endurecido com 3 milímetros de espessura, que apresenta ótimas qualidades ópticas. Temos ainda lentes com vidros laminados coloridos e plásticos.Os óculos protetores protegem os olhos de areia, fagulhas, gases, pancadas, pó, vento e energia radiante.

Para sua total eficiência, cada óculos de proteção deve ser modu-lado de acordo com a necessidade e função do trabalhador, e deve-se ter sempre à mão materiais de fácil limpeza dos mesmos.Não somente o trabalhador que faz o serviço deve estar com os óculos de proteção, mas também todos que o cercam.

A norma que regulamenta a fabricação, os testes e o uso dos ócu-los de segurança é a NBR 11370/2001.

f) Outros equipamentos de segurança:

Além dos EPI mais comuns, existem vários equipamentos que são confeccionados para proteger o trabalhador contra os riscos do ambiente do trabalho, entre eles temos alguns exemplos:

I- Cinturão Tipo Abdominal, com Talabarte de Segurança, oferece proteção contra risco de queda no posicionamento em trabalhos em altura e é regulamentado pela NBR 11370/2001

II-Cinturão Tipo Pára-quedista, com Talabarte de Segurança, ofe-rece proteção contra risco de queda em trabalhos em altura e tam-bém é regulamentado pela NBR 11370/2001;

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III- Creme Protetor de Segurança, oferece proteção contra agen-tes químicos e é regulamentado pela portaria SSST n.º 26, de 29/12/1994;

IV- Dedeira de Segurança, oferece proteção contra agentes abra-sivos e escoriantes e é regulamentada pela NBR 13599/1996;

V- Dispositivo Trava Queda de Segurança, oferece proteção con-tra quedas em operações com movimentação vertical ou horizon-tal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas (pára-quedista) e é regulamentado pela NBR 14626/2000, ou alteração posterior, NBR 14627/2000, ou altera-ção posterior, NBR 14628/2000, ou alteração posterior, todas com NBR 11370/2001, ou alteração posterior;

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VI- Protetor Auditivo, oferece proteção contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR 15 - Anexos I e II, regu-lamentado pela ANSI.S12.6/1997;

VII- Protetor Facial de Segurança, oferece proteção contra impac-tos de partículas volantes e contra radiação infravermelha, ultra-violeta ou contra luminosidade intensa, regulamentado pela AN-SI.Z.87.1/1989;

VIII- Vestimenta de Segurança Tipo Avental / Bata / Blusa/ Blusão / Calça / Camisa / Capa / Capote / Casaco / Conjunto / Corpo Inteiro / Guarda-pó / Jaleco / Japona / Jaqueta / Jardineira / Macacão / Paletó, que oferecem proteção contra riscos elétricos, agentes abrasivos, escoriantes e proteção contra agentes cortan-tes, regulamentados pelas normas EN 470/1995, BS 2653/1960, EN 412/1993 e NBR 10622.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são equipamentos utili-zados para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas rea-liza determinada tarefa ou atividade.

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas e em suas proximidades, devem ser previstos e adotados Equipamentos de Prote-ção Coletiva (EPC)

Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC é todo dispositivo, sistema ou meio fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.

Esses equipamentos não são necessariamente de proteção de um co-

letivo, muitas vezes são apenas de uso coletivo, como por exemplo

uma máscara de solda ou um cinto de segurança para alturas.

Como exemplos de EPC podem ser citados:

a) Cone de Sinalização:Usado para sinalização de área de trabalho e obras em vias públi-cas ou rodovias e orientação de transito de veículos e de pedes-tres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada, sinali-zador estrobo, bandeirola etc.

b) Fita de SinalizaçãoUtilizada quando da delimitação de área de trabalho;

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c) Grade dobrávelUtilizada para isolamento e sinalização de áreas de trabalho, po-ços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações se-melhantes

d) Sinalizador EstroboIdentifica serviços, obras, acidentes, e atendimentos em ruas e ro-dovias.

e) Banqueta IsolanteIsola o operador do solo durante a operação de equipamento guin-dauto em regime de linha energizada.

f) Manta isolanda, cobertura isolante.Isola as partes energizadas da rede durante a execução das tare-fas em linhas de transmissão e/ou distribuição.

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Bibliografia:

Beyond the Kilogram: Redefining the International System of Units ( 2006). National Institute of Stan - dards and Technology.

Raymond A Serway & Jewett JW. Serway's principles of physics: a calculus based text

Escritório Internacional de Pesos e Medidas . Brochura SI, Secção 2.1.1.4

Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados , 4ª edição. Rio de Janeiro: Inmetro , 2008.

Vocabulário Internacional de Metrologia , 3ª edição. Monte de Caparica: Instituto Português da Qualida - de , 2008.

1-NR 06 Ministério do Trabalho e Emprego – Equipamentos de Proteção Individual

2-NR 10 Ministério do Trabalho e Emprego – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

ABNT – NBR 10622 – Luvas, mangas de borracha e vestimentas especiais

ABNT – NBR 8221 – Capacetes de segurança para uso na industria

ABNT – NBR 11370 – Equipamentos de Proteção Individual

ABNT – NBR 13599 – Dedeiras

Milesi – Darlan Pinheiro Introdução a Eletricidade – Curso Básico de Formação de Eletricistas / 2006