efeitos da rppi sobre os volumes pulmonares em pacientes

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PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE GISLAINE CRISTINA DA MOTTA Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca RIBEIRÃO PRETO SP 2016

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Page 1: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

PROGRAMA DE APRIMORAMENTO

PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

GISLAINE CRISTINA DA MOTTA

Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca

RIBEIRÃO PRETO – SP

2016

Page 2: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

PROGRAMA DE APRIMORAMENTO

PROFISSIONAL SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

GISLAINE CRISTINA DA MOTTA

Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca

Monografia apresentada ao Programa de

Aprimoramento Profissional/CRH/SES-SP,

elaborada no Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo – USP/

Departamento de Cirurgia e Anatomia.

Área: Fisioterapia Cardiorrespiratória

Orientador(a): Márcia Arruda Fajardo e

Evelyn Enes Henrique

RIBEIRÃO PRETO – SP

2016

Page 3: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares ocupam, atualmente, o primeiro lugar

dentre as principais causas de morte no mundo. No Brasil, representam um terço de

todos os óbitos e quase 30% do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos de

idade. A realização de cirurgia cardíaca contribui para a diminuição dos sintomas

associados à essas doenças, além de promover melhora na qualidade de vida e

aumento da sobrevida dos indivíduos cardiopatas. No entanto, pacientes submetidos

a esse tipo de cirurgia estão sujeitos a desenvolver complicações pulmonares no pós-

operatório As complicações respiratórias no pós operatório de cirurgias cardíacas

podem ser tratadas com uso de modalidades de recursos de pressão positiva. A

ventilação com pressão positiva intermitente (RPPI) é um método eficiente de suporte

ventilatório passivo utilizado com o objetivo de restabelecer a função pulmonar do

paciente submetido à cirurgia cardíaca. Objetivos: Avaliar os efeitos imediatos da

RPPI e sua duração sobre o volume minuto (VM), volume corrente (VC) e capacidade

vital (CV) no pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e comparar

os volumes pulmonares no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Materiais e

Métodos: Participaram deste estudo 17 pacientes, de ambos os sexos e maiores de

18 anos, submetidos à cirurgia cardíaca via esternotomia com circulação

extracorpórea e que aceitaram participar da pesquisa de forma livre e esclarecida. No

pós-operatório da cirurgia cardíaca, os pacientes que aceitaram participar do estudo,

foram novamente submetidos à ventilometria a fim de obter os volumes pulmonares

pós-intervenção cirúrgica. Em seguida a ventilometria, os pacientes realizaram os

exercícios com RPPI e, imediatamente após a aplicação da técnica, foram submetidos

a nova ventilometria, assim como após 4 horas do término da terapia. Resultados:

Foram avaliados 22 pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca para possível

participação no estudo. Observou-se diminuição no pós-operatório de todas as

variáveis estudadas, sendo 25% na CV, 1% no VE e 10% no VC. Com relação à

duração dos efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares, constatou-se redução da

CV, VE e VC quatro horas após a aplicação do RPPI no primeiro e segundo pós-

operatório. Após o terceiro dia de PO, houve manutenção ou aumento dos volumes

pulmonares. Conclusão: Concluiu-se que após a cirurgia cardíaca, a diminuição dos

volumes pulmonares acarreta em disfunções pulmonares, sendo que a terapia com

Page 4: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

RPPI no pós-operatório auxilia na reversão deste quadro. É importante ressaltar a

realização da terapia com RPPI pelos menos duas vezes ao dia até o terceiro pós-

operatório.

Palavras-chave: cirurgia cardíaca, RPPI, volumes pulmonares.

Page 5: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

Abstract

Introduction: Cardiovascular diseases are currently the number one cause of death

in the world. In Brazil, they account for a third of all deaths and almost 30% of all deaths

in the age group of 20 to 59 years of age. The performance of cardiac surgery

contributes to the reduction of the symptoms associated with these diseases, as well

as to improve the quality of life and increase the survival of the patients with heart

disease. However, patients submitted to this type of surgery are subject to develop

postoperative pulmonary complications. Post-operative respiratory complications of

cardiac surgeries can be treated using modalities of positive pressure resources.

Intermittent positive pressure ventilation (IPPV) is an efficient method of passive

ventilatory support used to restore pulmonary function in patients undergoing cardiac

surgery. Objectives: To evaluate the immediate effects of IPPV and its duration on

the minute volume (MV), tidal volume (VT) and vital capacity (VC) in the postoperative

period of patients submitted to cardiac surgery and to compare lung volumes in pre-

and post- cardiac surgery. Materials and Methods: Seventeen patients, both sexes

and over 18 years of age, underwent cardiac surgery via sternotomy with

extracorporeal circulation and who accepted to participate in the study in a free and

informed manner. In the postoperative period of cardiac surgery, patients who

accepted to participate in the study were again submitted to ventilometry in order to

obtain pulmonary volumes after surgical intervention. After ventilatorry, the patients

performed the exercises with RPPI and, immediately after the application of the

technique, were submitted to new ventilometry, as well as after 4 hours of the end of

the therapy. Results: Twenty-two patients were evaluated in preoperative cardiac

surgery for possible participation in the study. There was a decrease in the

postoperative period of all variables studied, with 25% in VC, 1% in MV and 10% in

VT. Regarding the duration of the effects of RPPI on lung volumes, there was a

reduction of VC, MV and VT four hours after the application of the RPPI in the first and

second postoperative periods. After the third postoperative day, pulmonary volumes

were maintained or increased. Conclusion: It was concluded that after cardiac

surgery, the decrease in pulmonary volumes leads to pulmonary dysfunctions, and

postoperative IPPV therapy helps in reversing this condition. It is important to

Page 6: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

emphasize the performance of IPPV therapy at least twice a day until the third

postoperative period.

Key words: cardiac surgery, IPPV, pulmonary volumes.

Page 7: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fluxograma 1 – Fluxograma de participação dos pacientes no estudo.......................18

Gráfico 1 – Capacidade vital durante a intervenção....................................................20

Gráfico 2 – Volume minuto durante a intervenção......................................................21

Gráfico 3 – Volume corrente durante a intervenção....................................................22

Page 8: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Gênero, características antropométricas e clínicas dos pacientes

avaliados....................................................................................................................19

Tabela 2 - Análise dos volumes pulmonares pré e pós cirurgia cardíaca..................20

Page 9: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BIPAP Pressão Positiva Contínua em Dois Níveis Pressóricos nas Vias Aéreas

CC Cirurgia Cardíaca

CPT Capacidade Pulmonar Total

CPAP Pressão Positiva Contínua

CRF Capacidade Residual Funcional

CV Capacidade Vital

EPAP Pressão Positiva Expiratória (EPAP)

FR Frequência Respiratória

HC-FMRP Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

IR Incentivador Respiratório

PO Pós-operatório

RPPI Respiração com Pressão Positiva Intermitente

SpO2 Saturação Periférica de Oxigênio

V/Q Ventilação-perfusão

VEF1 Volume Expiratório Forçado no 1º segundo

VM Volume Minuto

VR Volume Residual

Page 10: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10

2. OBJETIVOS .................................................................................................... 13

2.1 Objetivos Primários ....................................................................................... 13

2.2 Objetivos Secundários .................................................................................. 13

3. MATÉRIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 14

3.1 Participantes .................................................................................................... 14

3.2 Critérios de Inclusão e Exclusão ...................................................................... 14

3.3 Aspectos Éticos ................................................................................................ 14

3.4 Equipamentos .................................................................................................. 14

3.5 Procedimento Experimental ............................................................................. 15

3.6 Ventilometria .................................................................................................... 15

3.7 Exercícios com Respiração com Pressão Positiva Intermitente (RPPI) ........... 15

3.8 Programa de Exercícios com Respiração com Pressão Positiva Intermitente

(RPPI) .................................................................................................................... 16

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................ 17

5. RESULTADOS ................................................................................................ 18

5.1 Participantes do estudo .................................................................................... 18

5.2 Características dos participantes do estudo .................................................... 18

5.3 Análise dos volumes pulmonares ..................................................................... 19

6. DISCUSSÃO ................................................................................................... 23

7. CONCLUSÃO ................................................................................................. 25

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 26

Page 11: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

10

1. INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares ocupam, atualmente, o primeiro lugar dentre as

principais causas de morte no mundo. Segundo a World Health Organization, 17,5

milhões de pessoas morrem a cada ano por consequência de doenças

cardiovasculares, com uma estimativa de 31% de todas as mortes no mundo. No

Brasil, representam um terço de todos os óbitos e quase 30% do total de mortes na

faixa etária de 20 a 59 anos de idade, atingindo a população adulta em plena fase

produtiva (ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA, 2013; WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2016).

A realização de cirurgia cardíaca (CC) contribui para a diminuição dos sintomas

associados à essas doenças, além de promover melhora na qualidade de vida e

aumento da sobrevida dos indivíduos cardiopatas. No entanto, pacientes submetidos

a esse tipo de cirurgia estão sujeitos a desenvolver complicações pulmonares no pós-

operatório (PO), com alterações fisiológicas significativas, podendo prolongar sua

permanência no hospital, além de aumentar os custos para o sistema de saúde

(MENDES et al., 2005; BORGHI-SILVA; MENDES, 2006; ROMANINI et al., 2007).

Dentre as principais complicações respiratórias no PO de CC destacam-se

aquelas associadas à incisão e à presença de drenos pleurais que, por sua vez,

provocarão redução importante dos volumes e capacidades pulmonares, como a

diminuição do volume residual (VR), da capacidade pulmonar total (CPT), da

capacidade vital (CV) e da capacidade residual funcional (CRF), levando a alteração

da relação ventilação-perfusão (V/Q), aumento das áreas de shunt e alterações nas

trocas gasosas, resultando em hipoxemia e diminuição na capacidade de difusão

(BORGHI-SILVA; BORGHI-SILVA et al., 2004; MENDES et al., 2005; MENDES, 2006;

ARCÊNCIO et al., 2008; CAVENAGHI et al., 2011; LIMA et al., 2011).

Além disso, há modificação do padrão ventilatório, com diminuição da

mobilidade de caixa torácica superior, diminuição da complacência pulmonar,

alteração da mecânica ventilatória devido à redução da força muscular respiratória,

depressão do sistema respiratório, levando à hipoventilação alveolar e aparecimento

de atelectasias decorrentes do procedimento anestésico e cirúrgico (BORGHI-SILVA;

Page 12: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

11

BORGHI-SILVA et al., 2004; MENDES et al., 2005; MENDES, 2006; ARCÊNCIO et

al., 2008; CAVENAGHI et al., 2011; LIMA et al., 2011).

As complicações respiratórias no PO de CC podem ser tratadas com uso de

modalidades de recursos de pressão positiva, tais como: pressão positiva contínua

(CPAP), pressão positiva contínua em dois níveis pressóricos nas vias aéreas

(BIPAP), pressão positiva expiratória (EPAP) e a respiração com pressão positiva

intermitente (RPPI). Esses recursos são seguros e de fácil aplicação em pacientes em

pós-operatório de CC (SOUZA, DUARTE, s/d; MENDES et al., 2005; ROMANINI et

al., 2007; SILVEIRA et al., 2011).

A ventilação com pressão positiva intermitente (RPPI) é um método eficiente

de suporte ventilatório passivo utilizado com o objetivo de restabelecer a função

pulmonar do paciente submetido à CC. O uso do RPPI previne fadiga da musculatura

respiratória, uma vez que diminui o trabalho ventilatório e o índice de dispneia,

melhora as trocas gasosas pelo recrutamento de alvéolos hipoventilado, melhora os

volumes e capacidades pulmonares, assim como aumenta a saturação periférica de

oxigênio (SpO2) (BORGHI-SILVA; MENDES, 2006; ROMANI et al., 2007).

Dentre as possíveis complicações e riscos da RPPI, temos o barotrauma,

pneumotórax, hemoptise, distensão gástrica, infecção nosocomial, hiperóxia,

diminuição do retorno venoso, alcalose respiratória, auto-PEEP e hiperinsuflação.

Porém, os riscos citados podem ser evitados se as contraindicações do seu uso forem

seguidas com atenção, tais como pneumotórax hipertensivo ou não drenado,

instabilidade hemodinâmica, cirurgia recente de crânio, face ou oral, fístula

traqueoesofágica, hemoptise ativa, cirurgia esofágica recente, náuseas e pressão

intracraniana elevada (>15mmhg). O risco dessas complicações é mínimo,

mostrando-se uma técnica segura (AARC GUIDELINE: INTERMITTENT POSITIVE

PRESSURE BREATHING, 2003).

Romani et al. (2007) avaliaram 40 pacientes que realizaram cirurgia de

revascularização do miocárdio e submeteram 20 pacientes da amostra à aplicação de

RPPI e 20 à aplicação de incentivador respiratório (IR) a volume. Os autores

demonstraram que a RPPI mostrou-se mais eficiente em reverter precocemente a

hipoxemia enquanto que o IR foi mais efetivo para melhorar a força dos músculos

respiratórios.

Page 13: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

12

Em estudo de Mendes e Borghi-Silva (2006), foi avaliada a eficácia de dois

protocolos distintos, sendo um deles utilizava a RPPI e o outro a intervenção

fisioterapêutica convencional, em pacientes submetidos à CC. Os autores observaram

que, apesar da RPPI ter possibilitado aumentos nos volumes pulmonares e força

muscular respiratória, não houve superioridade de um protocolo em relação ao outro.

Em relação a intervenção fisioterapêutica convencional, observou-se aumento apenas

da força muscular expiratória.

No estudo de Müller et al. (2006), com 40 pacientes no pós-operatório de

revascularização do miocárdio, compararam o efeito da aplicação de RPPI e CPAP e

observaram que ambos os recursos foram capazes de manter os valores de PO2,

PCO2 e SpO2 dentro da normalidade. Em contrapartida a RPPI mostrou-se mais

efetiva na reexpansão pulmonar com menor carga de trabalho imposta, apresentando

menor índice de dispneia, frequência respiratória e uso da musculatura acessória

(SILVEIRA et al., 2011).

Embora os estudos demonstrem os benefícios do uso de RPPI em pós-

operatório de CC, há poucos relatos na literatura que avaliem os efeitos imediatos da

aplicação do RPPI nos volumes pulmonares e a duração destes efeitos após a

intervenção. O presente estudo tem por objetivo avaliar os benefícios do RPPI e sua

duração desses benefícios nos volumes pulmonares. Contribuindo dessa forma, para

embasar essa terapia de reexpansão pulmonar que é utilizada cotidianamente nos

hospitais e centros de reabilitação.

Page 14: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

13

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos Primários

Avaliar os efeitos imediatos da RPPI e sua duração sobre o volume

minuto (VM), volume corrente (VC) e capacidade vital (CV) no pós-operatório de

pacientes submetidos à cirurgia cardíaca.

2.2 Objetivos Secundários

Comparar os volumes pulmonares no pré e pós-operatório de cirurgia

cardíaca.

Page 15: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

14

3. MATÉRIAIS E MÉTODOS

3.1 Participantes

Participaram deste estudo 17 pacientes, de ambos os sexos e maiores de 18

anos, submetidos à cirurgia cardíaca via esternotomia com circulação extracorpórea

e que aceitaram participar da pesquisa de acordo com consentimento livre e

esclarecido.

A coleta de dados foi realizada nas enfermarias do 9° e 10º onde são alocados

os pacientes de pré e pós-operatório de CC do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP).

3.2 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram incluídos neste estudo todos pacientes, de ambos os sexos e com idade

maior ou igual a 18 anos, em pós-operatório de cirúrgica cardíaca por meio de

esternotomia.

Foi adotado como critérios de exclusão, pacientes com instabilidade

hemodinâmica, sequelas neurológicas ou dificuldade de compreensão e/ou de

aderência aos procedimentos realizados neste estudo, além daqueles que possuíam

contraindicação ao uso da RPPI.

3.3 Aspectos Éticos

Todos os pacientes foram orientados e esclarecidos sobre o experimento e

assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, de acordo com a resolução

466 de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (APÊNDICE A). O estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética do HC/FMRP/USP, parecer

CAAE: 60761716.5.0000.5440.

3.4 Equipamentos

01 ventilador mecânico Bird Mark-7®

01 ventilômetro Wright Respirometer Analógico Mark8 35 mm – Ferraris

01 oxímetro de pulso DX 2405 Dixtal

01 cronômetro Casio

Page 16: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

15

3.5 Procedimento Experimental

Antes da coleta dos dados, no pré-operatório, todos os pacientes foram

informados quanto aos procedimentos de avaliação e tratamento a que foram

submetidos.

Os pacientes que aceitaram participar do estudo foram submetidos a uma

avaliação fisioterapêutica inicial durante o pré-operatório da CC, na qual foi realizada

anamnese e exame físico e foram registrados dados pessoais, história da moléstia

atual, presença de doenças associadas, uso de medicamentos, história de tabagismo,

obtenção de peso e altura, avaliação do padrão respiratório, frequência cardíaca e

respiratória de repouso, além dos valores de volume corrente, volume minuto e

capacidade vital, obtidos através da ventilometria (APÊNDICE B).

3.6 Ventilometria

Para iniciar a coleta, o paciente foi acomodado em uma cadeira confortável,

com a cabeça em posição neutra, membros superiores relaxados e inferiores

flexionados apoiados no chão. Foram instruídos a selar e manter os lábios no bocal,

a fim de não haver fuga aérea, sendo que a escala volumétrica do ventilômetro foi

zerada a cada aferição. Os pacientes foram informados de que não poderiam

conversar, tossir ou sorrir enquanto o procedimento estivesse sendo realizado, para

evitar interferências nas medidas (ALCÂNTARA; SILVA, 2013).

Foi solicitada respiração normal e tranquila por um minuto, para o registro do

volume minuto e da frequência respiratória (FR), verificada através da observação

direta dos movimentos torácicos e acompanhada por um cronômetro. Para o cálculo

do volume corrente foi utilizada a equação: VC = VM/FR. Para a mensuração da

Capacidade Vital (CV), foi pedido ao paciente que realizasse uma inspiração máxima

e, em seguida, expirasse lentamente através do ventilômetro, sem fazer esforço, até

a capacidade residual (ALCÂNTARA; SILVA, 2013).

3.7 Exercícios com Respiração com Pressão Positiva Intermitente (RPPI)

Os pacientes foram instruídos a inspirar e expirar, realizando 20 repetições

divididas em cinco séries de exercícios respiratórios, por meio de um bucal ou

Page 17: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

16

máscara conectado ao respirador, ciclado por pressão, Bird Mark-7®. A pressão

inspiratória instituída variou entre 10 a 30 cmH2O, de acordo com a expansibilidade

torácica de cada paciente.

3.8 Programa de Exercícios com Respiração com Pressão Positiva Intermitente

(RPPI)

No pós-operatório da cirurgia cardíaca, os pacientes que aceitaram participar

do estudo, foram novamente submetidos à ventilometria a fim de obter os volumes

pulmonares pós-intervenção cirúrgica. Em seguida à ventilometria, os pacientes

realizaram os exercícios com RPPI e, imediatamente após a aplicação da técnica,

foram submetidos a nova ventilometria, assim como após 4 horas do término da

terapia.

A coleta dos volumes pulmonares foi realizada do primeiro dia de internação na

enfermaria até o terceiro dia de PO.

Page 18: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

17

4. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística dos resultados obtidos foi feita mediante a aplicação do

teste paramétrico t de Student para os dados pareados. As diferenças entre os valores

pré e pós-operatório foram consideradas estatisticamente significantes quando a

probabilidade de significância (p) foi menor que 0,05.

Os resultados foram descritos utilizando a média e desvio-padrão.

Page 19: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

18

5. RESULTADOS

5.1 Participantes do estudo

Vinte e dois pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca foram avaliados

para possível participação no estudo. Cinco pacientes foram excluídos, sendo quatro

por necessitarem de ventilação não invasiva no pós-operatório e um por ter evoluído

para óbito. Dezoito pacientes foram incluídos no estudo. O fluxograma dos

participantes do estudo é descrito na figura 1.

Figura 1: Fluxograma de participação dos pacientes no estudo.

5.2 Características dos participantes do estudo

A tabela 1 caracteriza a amostra segundo o gênero, características

antropométricas e clínicas dos pacientes avaliados. Sete pacientes realizaram

cirurgia de revascularização do miocárdio, seis realizaram troca de valva aórtica e

quatro trocas de valva mitral.

Excluídos (n=5) - VNI (n=4)

- Óbito (n=1)

22 pacientes elegíveis

Avaliados (n=16)

Page 20: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

19

Tabela 1. Gênero, características antropométricas e clínicas dos pacientes avaliados.

Variáveis Participantes (17)

Gênero

Homens 10 (58,83%)

Mulheres 7 (41,17%)

Antropométricas

Idade (anos) 56,1 ± 12,6

Massa corporal (kg) 81,8 ± 15,4

Estatura (m) 1,68 ± 0,10

IMC (Kg/m2) 28,4 ± 5,33

Clínicas

Valvopatas 10 (58,83%)

Coronariopatas 7 (41,17%)

Dados expressos em média (± desvio padrão) e valor absoluto (porcentagem).

Legenda: IMC = índice de massa corporal.

5.3 Análise dos volumes pulmonares

Dados referentes às variáveis capacidade vital (CV), volume minuto (VE) e

volume corrente (VC) pré e pós operatório estão dispostos na tabela 2. Observou-se

diminuição no pós-operatório de todas as variáveis estudadas, sendo 25% na CV, 1%

no VE e 10% no VC. A diferença entre o pré e pós-operatório pelo teste t de Student

mostrou-se estatisticamente significativa apenas para a variável CV, com p = 0,0166.

Page 21: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

20

Tabela 2. Análise dos volumes pulmonares pré e pós cirurgia cardíaca.

Variável Pré-cirurgia Pós-cirurgia Δ (pré-pós cirurgia)

Capacidade vital (mL)

3442,3 ± 1023,0

2554,7 ± 1007,2

887,6

Volume minuto (mL) 12791,4 ± 5253,4 12610,2 ± 3676,6 181,1

Volume corrente (mL) 682,2 ± 221,8 608,1 ±191,9 74,1

Dados expressos em média (± desvio padrão).

No gráfico 1 estão descritos os valores de CV durante a intervenção

terapêutica. É possível observar que no primeiro pós-operatório (1ºPO), quatro horas

após a intervenção houve um aumento da CV, enquanto que no segundo PO houve

diminuição e no terceiro PO, quatro horas após o procedimento, o aumento foi maior

comparado ao primeiro dia.

Gráfico 1. Capacidade vital durante a intervenção.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Capacidade vital - Intervenção

CV_1ºPO_I CV_1ºPO_4hs

CV_2ºPO_I CV_2ºPO_4hs

CV_3ºPO_I CV_3ºPO_4 hs

Page 22: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

21

O gráfico 2 representa os resultados referente ao VE durante a intervenção

proposta. É possível observar que o VE durante o primeiro e segundo PO, apresentou

diminuição quatro horas após a terapia e manteve-se ou aumentou após o tratamento

apenas no terceiro PO.

Gráfico 2. Volume minuto durante a intervenção.

No gráfico 3 encontra-se descrito o volume corrente durante a intervenção.

Houve redução do VC quatro horas após a terapia durante o primeiro e segundo PO

e semelhante ao VE, manteve-se ou aumentou apenas no terceiro PO.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Volume Minuto - Intervenção

VE_1ºPO_I VE_1ºPO_4hs

VE_2ºPO_I VE_2ºPO_4hs

VE_3ºPO_I VE_3ºPO_4hs

Page 23: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

22

Gráfico 3. Volume corrente durante a intervenção.

600

620

640

660

680

700

720

740

760

Volume Corrente - Intervenção

VC_1ºPO_I VC_1ºPO_4hs

VC_2ºPO_I VC_2ºPO_4hs

VC_3ºPO_I VC_3ºPO_4hs

Page 24: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

23

6. DISCUSSÃO

No presente estudo avaliaram-se os efeitos imediatos da RPPI e sua duração

sobre o volume minuto (VM), volume corrente (VC) e capacidade vital (CV) no pós-

operatório de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, assim como comparou-se os

volumes pulmonares no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Observou-se

diminuição dos volumes pulmonares no pós-operatório.

O movimento limitado do tórax devido à dor, alteração da biomecânica dos

músculos respiratórios e o estresse da cirurgia no pós-operatório levam a um efeito

adverso sobre a função pulmonar, causando atelectasias, pneumonia bacteriana e

exacerbação doença pulmonar obstrutiva ou doença pulmonar respiratória aguda

(SILVA et al., 2011; LUDWIG et al., 2011). A diminuição da capacidade vital e da

capacidade residual funcional assim como um reflexo de tosse precário gera retenção

de secreções, compromete a ventilação e leva a prejuízos na função pulmonar de

grandes repercussões (SILVA et al., 2011). Neste sentido, a intervenção com RPPI é

uma técnica de reexpansão pulmonar que produz seus efeitos através da introdução

de ar pressurizado nas vias aéreas (ROMANINI et al., 2007).

A intervenção com RPPI atua na prevenção e tratamento de atelectasia

pulmonar, comprometimento da oxigenação, dificuldade em eliminar secreções,

melhorando os volumes pulmonares e diminuindo o trabalho respiratório (POLASTRI

et al., 2016). Mendes e Borghi e Silva (2006) avaliaram a eficácia de dois protocolos

distintos em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e concluíram que aqueles

pacientes que receberam intervenção fisioterapêutica associada a RPPI possibilitou

aumentos nos volumes pulmonares, tais como, capacidade vital e volume expiratório

forçado no 1º segundo (VEF1), enquanto que a intervenção fisioterapêutica isolada

aumento apenas a força muscular expiratória.

No presente estudo também foi avaliado a duração dos efeitos da RPPI sobre

os volumes pulmonares e observou-se redução da CV, VE e VC quatro horas após o

procedimento durante o primeiro e segundo pós-operatório. Apenas no terceiro PO é

que o efeito da RPPI sobre os volumes pulmonares manteve-se e/ou aumentou após

a intervenção.

Page 25: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

24

Ferreira et al. (2012) em uma revisão de literatura sobre RPPI, concluíram que

a RPPI foi mais eficiente em reverter hipoxemia quando comparado a incentivador

espirométrico e foi mais efetivo que a pressão positiva contínua na via aérea para

obter expansão pulmonar com menor carga de trabalho imposta. Resultado

semelhante foi encontrado em recente revisão de literatura realizada por Polastri et al.

(2016), na qual concluíram que as principais vantagens do tratamento com RPPI

foram reverter a hipoxemia e reduzir a carga de trabalho.

Avaliando os estudos que utilizaram RPPI, observa-se que a literatura não

dispõe de estudos que avaliem de forma mais específica os efeitos da RPPI

diretamente sobre os volumes pulmonares. O presente trabalho traz indícios de que

os efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares não se mantêm após quatro horas

de sua aplicação, dados que foram observados do primeiro até o terceiro pós-

operatório. Sendo assim, pacientes com indicação de RPPI, necessitam de

pressurização no mínimo duas vezes ao dia, pelo menos até o terceiro pós-operatório.

Neste estudo não foi possível selecionar um grupo controle de pacientes, que

não seriam submetidos a exercícios com RPPI, uma vez que a complexidade do

quadro clínico apresentado pelos pacientes atendidos na instituição tem indicação do

uso de pressão positiva em sua maior parte.

Page 26: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

25

7. CONCLUSÃO

Concluiu-se que após a cirurgia cardíaca, há uma diminuição dos volumes

pulmonares levando a prejuízos da função pulmonar e que a terapia com RPPI no

pós-operatório auxilia na reversão deste quadro. É importante ressaltar a realização

de RPPI pelos menos duas vezes ao dia até o terceiro pós-operatório (3ºPO), pois de

acordo com o presente trabalho, os efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares,

não se mantiveram por mais de quatro horas antes do 3ºPO.

Page 27: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

26

REFERÊNCIAS

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abordagem fisioterapêutica. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v.23,

n.3, p.400-410, 2008.

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Cardiologia, v.100, n.3, 127p., 2013.

CAVENAGHI, S. et al. Fisioterapia respiratória no pré e pós-operatório de cirurgia de

revascularização do miocárdio. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v.26,

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FERRERIA, L. L. et al. Ventilação mecânica não-invasiva no pós-operatório de cirurgia

cardíaca: atualização de literatura. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular,

v.27, n.3, p.446-452, 2012.

LIMA, P. M. B. et al., Fisioterapia no pós-operatório de cirurgia cardíaca: a percepção

do paciente. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v.26, n.2, p.244-249,

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associada ou não à respiração por pressão positiva intermitente (RPPI) após cirurgia

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MÜLLER, A. P. et al. Estudo Comparativo entre a Pressão Positiva Intermitente

(Reanimador de Müller) e Contínua no Pós-Operatório de Cirurgia de

Revascularização do Miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.86, n.3,

p.232-239, 2006.

POLASTRI, M. et al. Intermittent positive pressure breathing in the cardiac surgery

setting: A review. International Journal of Therapy and Rehabilitation, v.23, n.12,

p.567-573, 2016.

ROMANI, W. et al. Os Efeitos da Pressão Positiva Intermitente e do Incentivador

Respiratório no Pós-Operatório de Revascularização Miocárdica. Arquivos

Brasileiros de Cardiologia, v.89, n.2, p.105-110, 2007.

SILVA, M. E. M. et al. Cirurgia cardíaca pediátrica: o que esperar da intervenção

fisioterapêutica? Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, v.26, n.2, p.264-

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convencional e incentivadores respiratórios após cirurgia cardíaca: revisão de

literatura. Medicina, v.44, n.4, p.338-346, 2011.

SOUZA, V.; DUARTE, M. S. O Uso da VNI no Pós-Operatório de Cirurgia Cardíaca.

Uma revisão bibliográfica. s/d.

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Switzerland: World Health Organization; 2016. Disponível

Page 29: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

28

em:<http://www.who.int/cardiovascular_diseases/prevention_control/en/>. Acessado

3 maio 2016.

Page 30: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

29

APÊNDICES

APÊNDICE A

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Pesquisa: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes submetidos

a cirurgia cardíaca.

Aluna: Gislaine Cristina da Motta Orientadoras: Márcia Arruda Fajardo/

Evelyn Enes Henrique

1. Natureza da pesquisa: Você é convidado(a) a participar desta pesquisa, que tem

como finalidade avaliar os efeitos imediatos da terapia de reexpansão pulmonar e sua

duração sobre os volumes pulmonares no pós-operatório de pacientes submetidos à

cirurgia cardíaca. Primeiramente, será realizada uma avaliação pré-operatória através

da ventilometria, que consta num teste de respiração, onde serão coletados a

frequência respiratória, volume exalado pelos pulmões durante um minuto e o volume

exalado pelos pulmões após uma inspiração máxima. O procedimento será realizado

novamente no pós-operatório assim que você retornar da Unidade de Terapia

Intensiva Pós-Operatória (UTIPO), bem como após a realização de exercício de

reexpansão pulmonar, durante 5 dias. Vale lembrar que não será realizado nenhum

procedimento invasivo. No exercício de reexpansão pulmonar, você irá respirar com

um bucal na boca, ligado a um aparelho que irá mandar mais ar para seu pulmão.

2. Envolvimento na pesquisa: Ao participar deste estudo, um membro deste projeto

irá entrevistá-lo e avaliá-lo enquanto estiver internado no pré-operatório, e realizará a

coleta dos dados após você realizar a cirurgia e retornar a enfermaria. É garantido a

você esclarecimentos sobre a pesquisa em qualquer momento de sua execução.

Todos os procedimentos serão realizadas no Hospital da Clínicas de Ribeirão Preto –

FMRP/USP.

Page 31: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

30

3. Riscos e desconforto: Os procedimentos utilizados nesta pesquisa obedecem aos

Critérios da Ética na Pesquisa com Seres Humanos conforme a Resolução n.466 de

2012 do Conselho Nacional de Saúde, de forma que nenhum teste utilizado nesta

pesquisa ofereça riscos a você, uma vez que a realização de exercícios de

reexpansão pulmonar não é um procedimento invasivo. Um possível desconforto ao

realizar o procedimento é a sensação de “boca seca”.

6. Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente

confidenciais. Os relatos da pesquisa serão identificados com um código, e não com

o seu nome. Apenas os membros da pesquisa terão conhecimento dos dados.

7. Benefícios: Ao participar desta pesquisa você não deverá ter nenhum beneficio

direto. No entanto, no futuro, essas informações poderão ser usadas em beneficio de

outros pacientes.

8. Pagamento: Você não terá nenhum tipo de despesa por participar desta pesquisa,

bem como nada será pago por sua participação.

9. Liberdade de Participação: Sua participação neste estudo é voluntária e é seu

direito interromper sua participação a qualquer momento sem que isso incorra em

qualquer penalidade ou prejuízo a sua pessoa. Você também tem o direito de se

excluir deste experimento no caso de abandono dos procedimentos ou condutas

inadequadas durante o período de coleta. Em caso de dúvida quanto a pesquisa ou

os seus direitos, durante ou após a sua participação neste estudo, você ou seu familiar

poderá entrar em contato pessoalmente com as Fisioterapeutas Márcia Arruda

Fajardo, Evelyn Enes Henrique e Gislaine Cristina da Motta na Divisão de Cirurgia

Torácica e Cardiovascular do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – FMRP/USP,

no Campus da USP ou, através do telefone: (16) 3602-2497. O Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto pode ser contado pelo

telefone (16) 3602- 2228, em caso de questões éticas relacionadas à pesquisa.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre

para participar desta pesquisa.

Page 32: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

31

Nome do participante: _____________________ Assinatura: _________ Data: ____

Nome do pesquisador: _____________________Assinatura: _________ Data: ____

Page 33: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

32

APÊNDICE B

Ficha de Avaliação

Paciente:_________________________________________________________________

Registro: ____________ Sexo: ( ) fem ( ) masc

Idade: _____ Peso:______ IMC: _________kg/m2

Diagnóstico Clínico/Cirúrgico: ______________________________________________

HMA: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Antecedentes Pessoais:

( ) HAS

( ) Dislipidemia

( ) Sedentarismo

( ) Infarto prévio ano: ______

( ) Doença Arterial Periférica

( ) Doença Reumática

( ) Tabagista*

( ) Ex-tabagista

( ) Diabetes

( ) HF+ para doença cardiovascular

( ) AVC ano: _____

( ) Angioplastia ano: ____

( ) Doença Venosa Periférica

( ) Etilismo

( ) Eplepsia

( ) ICC

( ) DPOC

( ) Asma

( ) outros:

Exame físico:

Sinais Vitais:

PA: _____________ mmHg FC: ______ bpm FR: _____ ipm

Ausculta Pulmonar:

Murmúrio vesicular ( ) presente ( ) abolido / ( ) diminuído

Ruídos adiventícios: ( ) Ausente ( ) presente:_________________________________ Local:__________________________________________________________________

Tipo respiratório:

( ) costal ( ) diafragmático ( ) misto ( ) Paradoxal

Ritmo respiratório:

( ) eupneico ( ) taquipneico ( ) bradipineico ( ) Cheyne-Stokes ( ) Biot ( )Kusmall

Tipo de tórax:

( ) normolíneo ( ) brevilíneo ( ) longilíneo

Page 34: Efeitos da RPPI sobre os volumes pulmonares em pacientes

33

Forma de tórax:

( )normal ( )tonel ( )pectus carinatum ( ) cifótico ( ) escoliótico ( )pectus escavatum

Ventilometria:

CV: __________ VC:__________ FR:__________ VE: _________

Motivo da não realização: ____________________________________________________

Medicações em uso: _______________________________________________________

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