educação n'os maias

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 Escola Secundária de Caldas das Taipas 1 Eça de Queirós Trabalho elaborado por: Ana Luísa Oliveira  nº4 Ana Sofia Félix  nº6 Joana Cardoso  nº 12 Stephane Azevedo  nº24 11ºE “Episódios da vida romântica” Língua portuguesa Pr. José Silva

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Escola Secundria de Caldas das Taipas

Ea de Queirs

Episdios da vida romntica

Lngua portuguesa Pr. Jos Silva Trabalho elaborado por: Ana Lusa Oliveira n4 Ana Sofia Flix n6 Joana Cardoso n 12 Stephane Azevedo n24 11E

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Escola Secundria de Caldas das Taipas

ndice:Introduo A educao nOs Maias A educao nos dias de hoje Concluso 2 3 5 6

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Escola Secundria de Caldas das Taipas

Introduo:Os Maias, uma obra-prima do sculo XIX, um tpico romance que foge em parte s propostas naturalistas. Ea de Queiroz, apesar de utilizar uma linguagem sofisticada e requintada, no deixa de ser irnico e de uma forma mais ou menos directa demonstra os podres da sociedade daquela poca, levantando temas como o adultrio, o uso de hbitos e costumes estrangeiros, a cobardia do povo portugus e como no podia deixar de ser, a educao caracterstica dessa altura. Relativamente a esse mesmo tema, iremos realar a sua caracterizao, realizar algumas comparaes e descries da educao dos finais do sculo XIX. Os aspectos ou caractersticas que iremos explorar ao longo do trabalho, sero, sobretudo, relacionados com a igualdade de oportunidades, a discriminao de sexos, as aptides necessrias para ser-se um pessoa devidamente educada (o que que torna uma pessoa educada hoje em dia, e o que que tornava uma pessoa educada na poca descrita nos Maias), a importncia de determinados cursos ou profisses, entre outros. No entanto antes de analisarmos todos estes tpicos e diferenas, pensamos que seria pertinente fazer uma breve introduo sobre a importncia da educao para o equilbrio e harmonia da sociedade, distinguindo, ao mesmo tempo, educao de estudos pois, por muito que no senso comum se aplique ambas as palavras para se referirem ao mesmo conceito, elas tem as suas diferenas. Para ns este trabalho, mais do que pesquisa, um trabalho de opinies e pontos de vista.

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A educao nOs MaiasN Os Maias podemos distinguir dois tipos distintos de educao: a educao inglesa e a educao portuguesa romntica. A educao inglesa representada pela personagem Carlos da Maia. A educao portuguesa romntica, tipicamente representada pelas personagens Pedro da Maia e Eusebiozinho, que representam esta educao quando empregue em Inglaterra e em Portugal, respectivamente. Diferenciamse dois gneros de educao portuguesa devido influncia das diferentes culturas dos pases onde so ensinadas. Assim, um dos contrastes da educao mais perceptvel na educao a de Carlos e de Eusebiozinho pois representam educaes que so ensinadas no seu pas de origem.

Educao de PedroPedro foi educado em Inglaterra, embora com uma educao tipicamente portuguesa. O carcter tradicionalista, empregue pelas bases religiosas, reflectem a atitude conservadora e punitiva de Pedro, tambm valoriza a devoo a Deus e o ensino da cartilha, uma vez que assim fora educado. Aprendeu tambm o latim, uma lngua morta. Este tipo de educao desvalorizava o exerccio fsico, sendo mais apropriado a frequncia de espaos cultos e religiosos. Esta corrente de educao sem utilidade prtica, gerou um aspecto doentio e frgil no pequeno Pedro, tornando-o numa pessoa sem personalidade, devido sua atitude passiva, melanclica e fraca/derrotista, o que explica o seu suicdio.

Educao de CarlosAfonso da Maia, no querendo cometer o mesmo erro que cometeu com a educao de Pedro, decidiu impingir em Carlos uma educao que contrastava com a educao de seu pai. Assim, Carlos, apesar de viver em Portugal, recebeu uma educao inglesa empregue pelo pedagogo ingls, o Senhor Brown, que Afonso da Maia fez vir de Inglaterra. Neste gnero de educao, a religio era posta de parte, como vemos no desprezo do ensino da cartilha e na tentativa de dar liberdade a Carlos. Este aprendeu uma lngua recente/viva, o ingls. O contacto com a Natureza era fundamental e era promovido pela valorizao do exerccio fsico ao ar livre, como ginstica, correr, remar, entre outros. Esta era uma educao com utilidade prtica que se retrata no4

Escola Secundria de Caldas das Taipas aspecto saudvel, forte e so, e pela resistncia fsica e energtica. Apesar da brincadeira e divertimento que esta educao envolvia, estava presente o rigor, mtodo e ordem. Contudo, esta educao no pretendia ser severa, pois tinha o objectivo que os educandos tivessem vontade de aprender e descobrir e que no se sentissem obrigados a faz-lo. Para tal, incentivava-os pela valorizao da criatividade e juzo crtico. Como consequncia desta educao, Carlos obteve conhecimentos prticos, aprendeu o ingls e formou-se em medicina, tudo isto com base na tolerncia, abertura e convivncia. No entanto, nem todos eram a favor deste tipo de educao, nomeadamente Vilaa, As Senhoras e o Abade Custdio, que se opunham a Afonso da Maia e a Senhor Brown, que, por outro lado, a aceitavam.

Educao de EusebiozinhoTal como Pedro, tambm Eusebiozinho teve uma educao portuguesa romntica, ensinada por um pedagogo portugus, o Senhor Abade Custdio. Este gnero de educao levava Eusebiozinho a permanecer constantemente em casa, cortando o contacto com a Natureza e impedindo a realizao do exerccio fsico. Este aprendeu, tal como Pedro, uma lngua morta, o Latim. Esta educao deixava de parte a brincadeira e o divertimento e levava o pequeno Eusebiozinho a dedicar-se leitura de velhos livros. Era um menino com extrema proteco, que se reflectia psicologicamente no seu carcter melanclico, molengo, tristonho, sisudo, aptico e sem quaisquer curiosidade e vivacidade relativamente ao Mundo. Esta era uma educao que preferia subornar/chantagear o Eusebiozinho para que estudasse a cartilha e que soubesse as oraes de cor ao invs de ter gosto e vontade de o fazer, pelo que valorizavam a capacidade de memorizao em vez de o incentivar com, por exemplo, a criatividade, que se retrata pelo seu aspecto pouco saudvel. A sua prpria vestimenta reflectia a educao rigorosa pois estava sempre vestido como uma personagem livresca. Como consequncia desta educao, Eusebiozinho obteve conhecimentos tericos, aprendeu o latim e bacharelou-se em direito, tudo isto com base no isolamento e intolerncia. No entanto, nem todos eram a favor deste tipo de educao, nomeadamente Afonso da Maia e o Senhor Brown, que se opunham a Vilaa, s Senhoras e ao Abade Custdio, que, por outro lado, a aceitavam.

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A educao nos dias de hoje:Nos dias de hoje, a sociedade na qual estamos inseridos redondamente diferente da que presenciamos com a anlise de Os Maias, obra do sculo XIX que relata vrios episdios caractersticos daquela poca relacionados com o romantismo, realismo e naturalismo. Em pleno sculo XXI, a nossa educao de certo modo mais autnoma, uma vez que j no dependemos em demasia de outros para podermos executar funes to simples como deslocarmo-nos de um local para outro e at mesmo a comunicao com outras pessoas. A nossa atitude perante a sociedade mais participativa, visto que podemos usufruir do nosso esprito crtico sempre que o acharmos conveniente e oportuno, temos uma postura menos cuidada e desleixada, cada indivduo se produz a si mesmo da forma que deseja e lhe mais confortvel. A educao no somente um nvel social, mas tambm um nvel individual. Queremos com isto dizer que a educao deve promover, estimular e desenvolver aptides caractersticas de cada indivduo, com o objectivo deste poder criar novas formas de pensar, novas teorias e novas polticas que, como bvio, iro contribuir, numa fase mais adiantada, para o avanar da sociedade. importante realar, como no poderia deixar de acontecer, a relao entre a educao e a escola, pois no em vo que desde pequenos ouvimos dizer que devemos frequentar a escola e seguir com os estudos ao mximo. A escola d-nos outra perspectiva da via, e de certo modo prepara-nos para o mundo exterior a ela, atravs das relaes que estabelecemos, relaes essas que nos permitem adquirir civismo, que um elemento essencial para conseguirmos manter e criar relaes interpessoais. A educao algo mais do que livros, principalmente a relao de aluno com o professor e, claramente, entre alunos inclusive. Em suma, em certos aspectos a educao evoluiu bastante, mais propriamente ao nvel acadmico e tecnolgico, contudo tambm se perderam alguns valores morais, como a honestidade, confiana e compreenso para com os outros.

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Concluso:O tema fulcral deste trabalho foi a educao presente na obra Os Maias, nomeadamente o confronto entre a educao portuguesa romntica e a educao inglesa com a educao nos dias de hoje. Assim, para realizarmos este trabalho, todos os elementos do grupo tiveram que obrigatoriamente (uma vez que fazia parte do programa da disciplina) ler a obra na sua totalidade, e isso teve um grande peso para a realizao do mesmo. Quanto elaborao da componente escrita, o nosso grupo baseou-se essencialmente na obra e a interpretao que cada elemento fez da mesma, assim como nas pesquisas que cada um fez. No entanto, apesar de todos termos lido a obra na sua totalidade, temos que admitir que existiram certos aspectos com os quais tivemos que chegar a um acordo, e talvez por isso, tenhamos demorado mais tempo na sua elaborao. Todavia, ficmos satisfeitos com o trabalho visto o curto espao de tempo que tnhamos para a sua realizao e, na nossa opinio, o trabalho ficou muito bom. No fim, verificamos que tudo isto contribuiu muito para aumentarmos o nosso leque de conhecimento sobre a obra em estudo. Assim, conclumos que apesar de a educao de Carlos da Maia ter sido diferente do seu pai - Pedro da Maia - e do Eusebiozinho, Ea, como no poderia deixar de ser, faz uma crtica satrica relativamente educao de que ambos tiveram, e a sua relao com o final das personagens Pedro e Carlos da Maia. Acerca da educao nos dias de hoje, foi possvel concluir que, apesar do ensino ter evoludo bastante, ainda possvel apresentar algumas falhas, como a igualdade de oportunidades e o facto de nos dias de hoje os jovens serem bastante protegidos pelos pais, sendo que isso, contribua para que no futuro no consigam lidar com eventuais obstculos, chegando em alguns casos a terminar com a sua prpria vida.

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