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ANO XI SETEMBRO 2009 Nº34 PRESSTEM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS QUEM SABE FAZ BEM FEITO Secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, relata sua trajetória e diz que Brasil precisa modernizar legislação trabalhista para combater desemprego e incentivar empreendedorismo Porta para efetivação no mercado Leia também: as metas da nova Coordenadoria de RH TRABALHO TEMPORÁRIO INDICADORES: Pesquisa setorial mostra vigor da atividade ELEIÇÕES 2009: Consenso em torno da Chapa União REALIZAÇÕES E PARCERIAS: Sindicato lança cartão SindeprestemCard ENCARTE ASSERTTEM: Reflexos da crise nas Regionais CIETT 2010: Congresso discute no Brasil flexibilidade no futuro do trabalho

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ano X I setembro 2009 nº34

PRESSTEMPREStaÇÃO DE SERVIÇOS ESPEcIalIzaDOS

QUEM SABE FAZ BEM FEITOSecretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo,

Guilherme Afif Domingos, relata sua trajetória e diz que Brasil precisa modernizar legislação trabalhista para combater desemprego e incentivar empreendedorismo

Porta para efetivação no mercadoLeia também: as metas da nova Coordenadoria de RH

TRABALHO TEMPORÁRIO

INDICADORES: Pesquisa setorial mostra vigor da atividade

ELEIÇÕES 2009: Consenso em torno da Chapa União

REALIZAÇÕES E PARCERIAS: Sindicato lança cartão SindeprestemCard

ENCARTE ASSERTTEM: Reflexos da crise nas Regionais

CIETT 2010: Congresso discute no Brasil flexibilidade no futuro do trabalho

ÍNDICE

ÍNDICE

PRESSTEM

Capa

QUEM SABE FAZ BEM FEITOEntrevista com Guilherme Afif Domingos, secretário do Emprego e

Relações do Trabalho do Estado de São Paulo >> pág. 06

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Brasil: Sede do CIETT 2010

Trabalho Temporário: o futuro

Guilherme Afif Domingos

EM FOCO Jan Wiegerinck

INDICADORES

TALENTOS DA ESPECIALIZAçãO

CEBRASSE NEWS

TENDÊNCIASE TECNOLOGIA

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MIRANTE Hélio Zylberstajn

REALIZAçÕES E PARCERIAS

ELEIçÕES 2009

EVENTOS

HUMOR CORPORATIVO

ENCARTEASSERTTEM NOTÍCIAS

SERVIçOS ESPECIALIZADOS // Trabalho Temporário >> pág. 12

Pesquisa prevê demanda de Temporários para o Natal>> pág. 18

Conheça a nova Coordenadoria de RH >> pág. 20

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AssociAção BrAsileirA dAs empresAs de serviços Terceirizáveis e de TrABAlho Temporárioav. são luís, 258 – 12° andar – Cj. 1208CeP: 01046-915 – Centro – são Paulo – sPtel.: (11) 3258-1204 / 3214-1742Para localidades fora do estado de são Paulo: 0800-109846www.asserttem.com.br - e-mail: [email protected]

direToriA eXecUTivAVander Morales - Presidentefernando Barbosa Calvet - Vice-Presidenteaugusto César Calado da Costa - diretor administrativo-financeiroPaulo Magalhães - Vice-diretor administrativo-financeiroJismália de oliveira alves - diretora de Comunicações e eventosevando freitas de sousa - Vice-diretor de Comunicações e eventosJacob luiz Magnus - diretor de assuntos legaisflávio Nascente - diretor de expansão RegionalJosé Roberto scalabrin - diretor de Relações institucionais e Governamentaisoriol Wiegerinck - diretor de Relações internacionais. direToriA reGioNAlRio de Janeiro - Márcia CostantiniMinas Gerais - José Carlos teixeiraGuarulhos - Jismália de oliveira alves Paraná – danilo Padilha coNselho deliBerATivosilvio Roberto alaimo Martins - Presidenteedson ferreiraelza CrivelaroJosé antonio GregórioMarcelo augusto scalabrin coNselho FiscAleunice da silva Gomes Cunha- Presidenteana Maria da silvaJosé Viana limasuélia luz de oliveira

siNdicATo dAs empresAs de presTAção de serviços A Terceiros, colocAção e AdmiNisTrAção de mão-de-oBrA e de TrABAlho Temporário No esTAdo de são pAUloav. são luís, 258 – 18° andarCeP: 01046-915 – são Paulo – sPtel.: (11) 3215-8250fax: (11) 3215-8277assessoria Jurídica: 0800 701 2449www.sindeprestem.com.br – e-mail: [email protected]

direToriA do siNdepresTemJohannes antonius Maria Wiegerinck – Presidentefernando Barbosa Calvet – Vice-Presidenteaugusto César Calado da Costa – diretor administrativoVander Morales – diretor de ComunicaçãoMaurice Braunstein – diretor financeiroJacob luiz Magnus - diretor JurídicoNilza tavoloni – diretora de Regionaisantonio Carlos saraiva – Vice-Presidente de serviços terceirizáveisRegina de souza – diretora de formação e eventosedson ferreira – diretor suplente

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coNselho coNsUlTivoPaulo Magalhães – Presidentesílvio Roberto a. MartinsJosé antônio GregórioMaviael Vicente de Moura Jr.Jacob luiz MagnusReinaldo finocchiaro filho

coNselho FiscAleunice da silva Gomes Cunha – PresidenteJosé Viana limasezi inoueedmílson luiz formentini

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EM FOcO Jan Wiegerinck, Presidente do SindeprestemEM FOcO

AssociAção BrAsileirA dAs empresAs de serviços Terceirizáveis e de TrABAlho Temporárioav. são luís, 258 – 12° andar – Cj. 1208CeP: 01046-915 – Centro – são Paulo – sPtel.: (11) 3258-1204 / 3214-1742Para localidades fora do estado de são Paulo: 0800-109846www.asserttem.com.br - e-mail: [email protected]

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aparatos complexos só fazem

sentido porque, por trás, está

o cérebro humano, com sua

engenhosidade, criatividade e

capacidade de trabalho

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A elevação do Homem e as relações de Trabalho

Jan Wiegerinck, Presidente do Sindeprestem

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sempre que tenho oportunidade, considero importante enfatizar um conceito que já utilizei nou-tras ocasiões. Trata-se de um legado dos melhores hu-manistas que nossas sociedades produziram e que pode ser condensado na frase: “o ser humano é o princípio, o meio e o fim de qualquer empreendimento”.

Apesar do avanço incontestável da tecnologia, considero esta ideia essencial para o desenvolvimento, inclusive econômico. Máquinas cada vez mais sofis-ticadas ou complexos aparatos só fazem sentido em nossa civilização porque, por trás, está o cérebro humano, com sua engenhosidade, criatividade e capacidade de resolver problemas.

Reitero essas convicções porque são cristalinas as evidências de que o mundo do trabalho experimenta no momento mais uma de suas grandes revoluções. É praticamente unânime a percepção de que a noção do emprego, desenvolvida pelos ciclos da existência, está desaparecendo. Esta tendência, porém, não significa que a dignidade do trabalho, base para a evolução humana, esteja em risco de extinção.

Indica apenas que, no mundo moderno, assistimos a uma mudança nas relações de trabalho nas cadeias produtivas. E, mais relevante, as transformações podem, e devem, manter íntegro o princípio de que o fim último do trabalho é a promoção do ser humano. Para isto, é necessário que as sociedades sejam capazes de legislar

adequadamente, tendo em vista as mudanças, que são evidentes, no mundo real.

O professor José Pastore, referência ines-capável sobre o universo do trabalho, cunha uma expressão muito acurada: estamos vivendo no mundo uma “fadiga das leis do trabalho”. Além da excelente síntese, o economista avalia com

muita propriedade o que ocorre nessa esfera, sobretudo a expansão de atividades como o Trabalho Temporário e a Terceirização. Nesse ponto, os nossos legisladores deparam-se com um desafio, aliás identificado na última reunião da Confederação Internacional de Empresas de Trabalho Temporário, realizada em Lisboa, em maio último. Trata-se de encontrar uma regulação do trabalho que contemple a realidade contemporânea.

Acompanho, há mais de 40 anos, a evolução da atividade de prestação de serviços de Trabalho Temporário e de Terceirização. Após muitas lutas, essas atividades passaram a ser reconhecidas como modalidades modernas e confiáveis, que disponibilizam ao mercado trabalhadores especializados, que exercem suas funções com os mesmos direitos e benefícios dos demais.

A atividade se segmentou para atender as demandas de elos cada vez mais amplos das cadeias produtivas. Ao lado disso, sindicatos e entidades de prestação de serviços souberam se mobilizar para conscientizar a opinião pública e as autoridades do componente modernizador que representam as modalidades de seus negócios.

O resultado é que o Trabalho Temporário e a Terceirização se tornaram uma realidade incontestável no universo das relações de trabalho brasileiras. Esta edição da Presstem traz números da terceira Pesquisa Setorial Sindeprestem/Asserttem que demonstram cabalmente a pujança atual do setor. Somos, no Brasil, mais de 31 mil empresas dedicadas à atividade, com faturamento que supera R$ 57,5 bilhões.

Mais relevante: estas empresas empregam atual mente 2,4 milhões de trabalhadores, dos quais cerca de 850 mil são temporários. Vale dizer, estamos perto de empregar 1 milhão de pessoas nesta modalidade, a maioria composta por jovens que têm no Trabalho Temporário a primeira oportunidade de se efetivarem no mercado.

Esta é a realidade que não pode mais ser negada: o Trabalho Temporário e a Terceirização são modalidades essenciais nas novas relações trabalhistas, além de antídoto para o desemprego, parente consanguíneo da informalidade.

Nós, empreendedores do setor de serviços, manteremos incansável a luta para que as normas jurídicas, em fase final de tramitação, abriguem e reconheçam a evolução nas relações do trabalho. Conservo a crença na elevação e no desenvolvimento do ser humano neste início de milênio, que todos identificam como a Era do Conhecimento.

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// o conceito de terceirização se dá num processo de economia avançada que exige especialização

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A defesa do micro e pequeno empre-sário sempre foi sua bandeira, assim como a des-burocratização e a redução dos impostos. Guilherme Afif Domingos, hoje Secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Governo do Estado de São Paulo, começou cedo sua atuação. Aos 24 anos assumiu a presidência da Indiana Seguros, empresa familiar. A experiência motivou-o a aproximar-se da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), entidade da qual foi diretor e presidente, assim como da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP).

O desempenho nas atividades de liderança em-presarial levou Afif a um caminho natural: a política. Sua primeira função pública foi a presidência do Badesp (Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo) e, posteriormente, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado.

Criador do Congresso Brasileiro da Pequena Em-presa, embrião do Estatuto da Pequena Empresa, foi um dos principais idealizadores do Simples – sistema de tributação diferenciado para micro e

pequenas empresas e dirigiu o Sebrae. Como presidente da ACSP e FACESP, liderou

a mobilização que derrubou a Medida Provisória 232 e lançou a campanha De Olho no Imposto, que colheu mais de 1,6 milhão de assinaturas para respaldar o projeto de lei que regulamenta o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que é de sua autoria.

Foi deputado federal constituinte e liderou os mo vi mentos em defesa dos empreendedores, sobretudo micro e pequenos empresários. Candidato à presidência da República em 1989, Guilherme Afif obteve mais de 3,2 milhões de votos. Após anos afastado da política partidária em razão de militância como líder empresarial e empresário, retornou em 2006 para disputar pela segunda vez o senado federal. Obteve 8,2 milhões de votos.

Na entrevista a seguir, Guilherme Afif Domingos discorre, entre outros temas, sobre qualificação profissional, emprego, modernização das relações de trabalho, informalidade, carga tributária e burocracia.

Por Giovanna Zanaroli

GUIlHERME aFIF:TERCEIRIZAçãO É EXEMPLO DA MODERNIZAçãO DAS RELAçÕES DE TRABALHO

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Presstem - O senhor dedicou grande parte de sua vida profissional ao fortalecimento das pequenas e médias empresas e à ampliação do emprego no País. O que o motivou a isso?

Afif Domingos – Minha atividade sempre foi empresarial. Assumi a presidência da Indiana Seguros, em sucessão ao meu avô, em 1967. A necessidade de defender as pequenas e médias empresas surgiu naquela época. O pequeno e o médio empresário são os grandes geradores de emprego no País. No entanto, não recebem nenhum tipo de favorecimento, diferentemente dos grandes. Isto foi o que me levou à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em 1976.

P – Quais conquistas considera mais significativas ao longo de toda sua trajetória?

AD – Primeiro, o Estatuto da Microempresa, em 1984. Depois, a colocação da pequena empresa na Constituição. O Simples também foi uma grande conquista. Mais recentemente, o MEI (Microempreendedor Individual), uma luta de muitos anos e que eu considero o embrião do empreendedorismo. A Lei brasileira era e é muito ultrapassada: ou se é empregador ou empregado. O auto-emprego até então não existia para a legislação.

P – Como avalia o alto índice de informalidade no País?

AD – No Brasil, são mais de 11 milhões de pessoas no mercado de trabalho informal, sendo 3,2 milhões somente no Estado de São Paulo. Com o MEI, essas pessoas passam a existir para a economia e podem, por meio de uma contribuição mínima à Previdência Social, usufruir os benefícios oferecidos. O programa teve início em 27 de julho, há cerca de um mês, e já temos em São Paulo 7 mil trabalhadores legalizados. E só o começo, mas é um bom começo para combater a informalidade.

// a concorrência desleal é consequência de uma carga tributária descabida

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P – Quais suas prioridades no comando da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (SERT)?

AD – A SERT tem como prioridades a qualificação, a intermediação de mão de obra e o empreendedorismo. Temos investido bastante em qualificação, nossa grande missão. O Plano Estadual de Qualificação foi pensado para cumprir a meta de 180 mil vagas em três anos, focado num diagnóstico que mostra que a População Economicamente Ativa (PEA), entre 15 e 59 anos, continuará a crescer nos próximos anos. Portanto, são essas pessoas que temos de atender em termos de demanda de ampliação de postos de trabalho.

P – Como é feita essa qualificação? AD – O mercado tem muita qualificação que,

sem trocadilho, chamaria de desqualificada. Ou seja, é muito dinheiro mal gasto ou desviado. Dizia-se que qualificava, mas nunca houve medição dos resultados. Os cursos da Secretaria são aplicados por escolas de primeira linha como Senac, Senai e Instituto Paula Souza. A Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) será a responsável por fazer a medição e identificar o que aconteceu com os egressos do programa para sabermos se estamos na direção correta. O dinheiro mal empregado é gasto. Qualificação mal feita é gasto. Já a qualificação bem feita é investimento e melhoria nas condições de mão de obra.

P – Qual é a escolaridade dessas pessoas? Há um nível mínimo exigido?

AD – Constatamos algo preocupante. Quanto maior a idade da população, menor é sua escolaridade. Na faixa etária entre 30 e 59 anos, 50% não têm ensino fundamental completo. Sem um grau mínimo de escolaridade, essas pessoas não conseguem entender aquilo que lhes é transmitido. Quem não se atentou a esse detalhe jogou dinheiro fora. Por isso, os cursos que oferecemos são compostos por 200 horas, sendo que 120 horas são destinadas ao reforço do Ensino Fundamental e 80 horas para conteúdo específico.

P – A maior parte das vagas é de baixa complexidade, correto?

AD – Sim, mas mesmo estas ocupações exigem qualificação. É preciso saber ler, escrever e fazer conta. Isso demonstra que os cursos têm de ser exatamente para as pessoas com baixa escolaridade,

pois vão melhorar as condições de empregabilidade delas no mercado de trabalho. Neste ano, não só investimos nos cursos, mas também introduzimos uma bolsa-qualificação de R$ 210.

P – Nesta mesma linha que o senhor propõe para o setor publico, as empresas privadas são pressionadas pelo mercado a oferecer profissionais cada vez mais qualificados.

AD – Certamente. Hoje, o trabalho dos profissionais do setor de Limpeza, Asseio e Conservação, por exemplo, envolve o manuseio de equipamentos e produtos químicos. Numa limpeza mais sofisticada como a de hospitais e centros médicos, o pessoal precisa ter uma alta especialização do método de limpeza. O conceito de Terceirização se dá num processo de economia avançada que exige especialização.

P – Como o senhor avalia a necessidade de um marco regulatório para a Terceirização como a lei 4.302/98, em tramitação na Câmara?

AD – O velho viés sindicalista, de uma legislação de ranço nazi-fascista da primeira fase do século passado, ainda persiste com seus dogmas no mundo moderno do trabalho. Isso nada tem a ver com o mundo das relações muito mais contemporâneas que alcançamos. A Terceirização é exemplo da modernização das relações de trabalho. E, aquilo que não fica claro na lei, gera distorções profundas quanto à interpretação. Mas há um aspecto que gostaria de comentar. No Brasil, nós queremos fazer passar tudo por Brasília. Então, me pergunto: por que leis estaduais não instituem regulamentação específica para a Terceirização em suas regiões? Nós insistimos em legislações centralizadas em Brasília, quando a realidade de cada região ou estado tem especificidades próprias em suas cadeias produtivas.

P – Mas não existe hoje um vácuo legislativo?AD – Sem dúvida, há um vácuo legislativo em

tudo aquilo que foi modernizado na realidade das relações do trabalho. A nossa relação de trabalho é regulada ainda pela antiga CLT. Trata-se de uma lei ultrapassada, que é baseada na velha Carta del Lavoro, do fascismo italiano. Mas isto não é só nas relações de trabalho. Em tudo o que o mundo avançou, e o Brasil acompanhou, há um vácuo na lei. Por isso, minha tese é de que esses vácuos sejam preenchidos por legislações específicas nos estados

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para que seja possível diminuir esse atraso. Se depender do centralismo da União, vamos continuar atrasados em muitas atividades.

P – No caso da Terceirização: Responsabilidade Solidária ou Responsabilidade Subsidiária?

AD – Responsabilidade Subsidiária, sem dúvida. Na Solidária, além dos excessivos tributos e impostos que já paga, querem fazer do empresário uma espécie de fiscal, sem nada em contrapartida. Ora, como fica a estrutura que se tem que ter para administrar o risco de terceiros? Isto gera um passivo oneroso muito superior à sua capacidade porque você não responde por você, mas sim pelos outros.

P – Especialistas têm visto no setor de prestação de serviços Terceirizados e Trabalho Temporário uma das alternativas para enfrentamento do desemprego. Qual sua opinião?

AD – É a modernização do mundo do trabalho numa nova condição, a da especialização. Estamos num processo de transformação com uma rapidez extraordinária. Hoje, graças à informática podemos ter Trabalhadores Terceirizados trabalhando em casa, e não só em trabalho intelectual. Em São Paulo, o que temos é uma cadeia moderna de produção, por isso deveríamos ter uma legislação adaptada a isto que já existe.

P – Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a indústria atingiu nível médio de Terceirização em torno de 54%. Nas grandes indústrias, este índice já chega a 75%, próximo de percentuais asiáticos e europeus. Isto é um indicador de irreversibilidade da prestação de serviços especializados?

AD –As indústrias são núcleos de especialização. O desconhecimento por parte das autoridades que estão em Brasília do que é cadeia produtiva gera uma série de equívocos. A extensão do tempo de seguro-desemprego para alguns setores em razão da crise é um exemplo. Soube-se o número de funcionários diretos que foram demitidos e quais teriam direito ao benefício, mas não se pensou na quantidade de Trabalhadores Terceirizados dispensados devido à queda na produção.

P – E quais suas expectativas em relação ao papel do Trabalho Temporário na economia brasileira?

AD – Tão logo a economia se estabilize, este profissional tende a se tornar mais fixo do que

temporário. Ou seja, ele se efetiva no mercado de trabalho. No próximo ano, a expectativa é de que cresçamos a uma taxa modesta, pois perdemos a chance de crescer por volta de 8%. Quando o mundo permitiu que crescêssemos, o nosso motor não conseguiu acelerar. No Brasil, o empresário carrega muito peso morto nas costas. Os últimos escândalos em Brasília são a ponta do iceberg do quanto custa no bolso da sociedade manter um Estado inoperante e centralista.

P – Como resolver o impasse da alta carga tributária, a concorrência desleal e inflexibilidade da legislação trabalhista como entraves para a expansão dos negócios?

AD – O problema no Brasil não é de carga tributária, é de gasto público. A carga tributária tem de ser compatível com o gasto público, porém quanto mais um aumenta, o outro também o faz. É um saco sem fundo. Enquanto não houver uma mudança estrutural em que se comece a dividir melhor a carga tributária da União por Estados e Municípios com o propósito de baratear o custo da administração no Brasil, nós não teremos condição de discutir a reforma tributária. A concorrência desleal é consequência de uma carga tributária descabida.

P – “Reduzir a burocracia para estimular a criação de empresas, emprego e renda”. Este diagnóstico algum dia alcançará a realidade brasileira?

AD – Para uma empresa adquirir o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) é relativamente rápido, o que demora é o licenciamento. Cada órgão tem uma regra e não há diálogo entre eles. Pretendemos, aqui em São Paulo, implantar o Processo Único de Licenciamento - primeiro para as micros e pequenas, depois para as grandes empresas - que integra num só sistema os Municípios e o Estado. Os requerentes serão classificados em atividade de baixo risco e alto risco, o que agiliza automaticamente a liberação.

P – E quanto à possibilidade de desoneração da Folha? Como isso deve ser feito?

AD – Na legislação brasileira é preciso verificar o que é imposto sobre a Folha e o que é direito do trabalhador. Quanto mais for para o bolso do trabalhador melhor, pois incentiva o consumo. Os encargos referentes à contribuição sindical e para o sistema S, por exemplo, que não beneficiam

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diretamente o trabalhador, são “penduricalhos” na Folha de Pagamento. A desoneração deve começar por aí. Fica somente o que é destinado e de direito do cidadão.

P – Então a desoneração passa por mudanças no sistema S?

AD – As micros e pequenas empresas não recolhem o Sistema S sobre a Folha de Pagamentos, mas sim sobre o faturamento. Não tenho nada contra o Sistema S, até acho que seja um sistema muito bem feito em São Paulo. A forma de financiá-lo é que acabou criando um cartório. A verba para o sistema deveria vir dos impostos arrecadados. Na implantação do Simples, o Sistema S desapareceu.

P – A SERT possui um programa de capacitação e inserção voltado para Pessoas com Deficiência, o PADEF. As empresas estão mais conscientes quanto à inclusão?

AD – Bem mais conscientes e preparadas agora do que antes. Eu não gosto da obrigatoriedade das cotas, mas acho que acaba sendo educativa no início. Esta consciência tem crescido, mesmo porque há grande melhora no ambiente da empresa com a inclusão. O deficiente não é um incapaz, o que ele precisa é de um tratamento diferenciado e de acordo com a sua necessidade.

// Qualificação bem feita é investimento e melhoria nas condições de mão de obra

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Por Danielle Borges

Trabalho Temporário, porta de entrada para o mercado

O Trabalho Temporário é uma das atividades que mais cresce nas economias contemporâneas. No Brasil, o faturamento do setor alcança atualmente R$ 17 bilhões ao ano. Seja para períodos com demanda acima da média ou para superar os impactos de crises, esta modalidade de contratação – que já representa 20% do PIB nacional de serviços – tem se revelado uma eficiente alternativa para pequenas, médias e grandes empresas, além de contribuir para a redução do desemprego ao abrir ao trabalhador uma oportunidade de incluir-se e manter-se no mercado.

Área fundamental na estratégia de setorização do Sindeprestem, a Coordenadoria de Trabalho Temporário foi criada para atender demandas específicas deste que já é um dos segmentos mais significativas do mercado de trabalho brasileiro. Os números mais recentes mostram a dimensão que assume a atividade: o País contabiliza mais de 1,5 mil empresas de Trabalho Temporário registradas no Ministério do Trabalho, a maioria na região Sudeste. Em média, são empregados cerca de 10 milhões de profissionais que, juntos, recebem quase R$ 9 bilhões em salários ao ano.

A modalidade de contratação de trabalhadores

temporários existe no Brasil desde 1974 e seu desen-volvimento dependeu muito da evolução cultural da sociedade. O segmento industrial foi o primeiro a demandar este tipo de atividade no Brasil.

O pioneirismo se explica. Muitas das indústrias multinacionais já tinham experiências bem-sucedidas com temporários em suas matrizes e subsidiárias no exterior. Introduzir essa prática ao Brasil foi, portanto, uma opção natural. Hoje, com um mercado de trabalho mais maduro e fiscalização atuante, o País já vislumbra um futuro promissor para o setor, considerando a necessidade de se criar a cada ano vagas para milhões de jovens em busca de seu primeiro emprego.

COORDENADORIA

De acordo com Edmilson Luiz Formentini, coor-denador do Comitê de Trabalho Temporário no Sindeprestem, entender as regras do jogo é tão importante tanto para o trabalhador, que passa a compreender seus direitos, como para o empregador, que adquire mais confiança no processo de contratação.

Formentini é empresário do setor desde 1993 e

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atua na região de Americana, interior de São Paulo. “Recebo em torno de cinco mil currículos por mês e tenho cerca de 40 mil candidatos cadastrados em meu banco de dados”, afirma. Segundo ele, das mais de 1,2 mil pessoas que encaminha para vagas temporárias, 30% são selecionadas e um terço delas têm a chance de efetivação na empresa que os contrata.

Nos últimos anos, a exigência das empresas pelo preparo do profissional ficou mais acurada. O mesmo é observado na seleção de candidatos a uma vaga temporária. E, depois de admitido como temporário, a experiência e a qualificação, somadas ao comprometimento do trabalhador, fazem com que aumente a oportunidade do funcionário se tornar efetivo.

Diante dessa dinâmica, dentre as funções da Coordenadoria, criada pelo Sindicato recentemente, é detectar obstáculos – inclusive na legislação – e proporcionar cada vez mais condições para a redução do desemprego, a partir da conscientização de empresas e governo.

O comitê de Trabalho Temporário existe também para disseminar informações sobre os benefícios desta forma de contratação. “A legislação concede incentivos aos empresários que muitos desconhecem”, revela o coordenador. Da mesma forma, trabalhadores podem ter maior êxito na busca de efetivação, identificando as oportunidades de mostrar seu potencial, seu preparo e dedicação.

TRABALHO TEMPORáRIO X TERCEIRIZAçãO

Antes de decidir qual a contratação mais indicada ao seu tipo de negócio, é necessário ao tomador destes serviços diferenciar as características específicas do Trabalho Temporário e da Terceirização de serviços especializados. A seguir, alguns conceitos que per-mitem distinguir entre uma modalidade e outra:

Na Terceirização, quando a empresa contrata uma prestadora de serviços, esta última é responsável in-tegralmente pelos trabalhadores empregados, por exemplo: tarefas desempenhadas, encargos trabalhistas, salários e benefícios.

Na contratação temporária de trabalhadores, a empresa prestadora atua como mediadora: recruta e encaminha candidatos de acordo com o perfil da vaga. Após a seleção do trabalhador, cabe a ela o registro na Carteira Profissional por Tempo de Serviço (CPTS) e também o pagamento de salários e encargos trabalhistas.

A responsabilidade de supervisionar e orientar o trabalhador temporário na execução de suas tarefas cabe à empresa contratante – ou tomadora – da mesma forma como faria com o funcionário efetivo.

Para proteger o empregado em casos de falência ou inadimplência da empresa prestadora, a legislação torna as empresas tomadoras subsidiariamente responsáveis pelos direitos trabalhistas e previdenciários. Isto é, no caso de falência da prestadora, ambas podem ser convocadas simultaneamente a honrar os pagamentos do trabalhador. O Trabalho Temporário pressupõe a intermediação de uma prestadora de serviços em mão de obra temporária. Contratos feitos diretamente entre empresa tomadora e trabalhador são ilegais.

A aplicação da legislação traz vantagem para o empresário: a formalização da mão de obra, o que não deixa espaço para a formação de passivo trabalhista. Além disso, com um recrutamento profissional, a rotatividade de pessoal diminui. Por exemplo, no caso de insatisfação com o desempenho do temporário, a tomadora simplesmente solicita à prestadora que o substitua por outro profissional adequado ao perfil da vaga.

É fundamental esclarecer que não há restrições para contratação de Trabalho Temporário nas ativi-dades meio ou fim da empresa. “Um empregado tem-porário pode ser contratado para qualquer função, a exemplo da indústria de chocolates que, na época da Páscoa, disponibiliza vagas tanto na produção como no comércio”, explica o coordenador Formentini.

QUANDO CONTRATAR UM TEMPORáRIO

Regido pela Lei 6.019, de 3 de janeiro de 1974 e Decreto 73.841 de 13 de março de 1974, o contrato de Trabalho Temporário é firmado entre o empregado e uma prestadora de serviços do setor devidamente autorizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa prestadora é responsável pelo enca-minhamento do candidato que, quando selecionado, substituirá um funcionário permanente da empresa

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// Formentini:

um terço dos temporáriostêm chance de efetivação

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a contratação nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ao término do contrato temporário, indepen-dentemente do tempo de permanência na empresa, o trabalhador terá direito a receber os dias trabalhados, férias, um terço de férias, décimo terceiro e fundo de garantia proporcionais. As exceções são para a multa de 40% do FGTS e o aviso prévio, isto porque o contrato é por tempo determinado.

PRORROGAçãO DE CONTRATO

Apenas há pouco mais de um ano, o trâmite para prorrogação do contrato ficou mais simples. A empresa prestadora, que administra os contratos temporários, monitora os vencimentos e entra em contato com o responsável na tomadora entre quinze e vinte dias antes da data expirar. “Caso seja necessário prorrogar a permanência do temporário na empresa, a tomadora prepara a documentação e encaminha ao Ministério do Trabalho que defere ou indefere a solicitação”, explica Edmilson Formentini.

Outra reivindicação do Sindeprestem no sentido de tornar menos burocrática a contratação de temporários acaba de ser contemplada pelas autoridades. Luiz Antonio de Medeiros, secretário federal das Relações do Trabalho anunciou, durante recente seminário regional do Sindeprestem, em São Bernardo do Campo (SP), que o Ministério do Trabalho pretende extinguir a necessidade de comparecimento a uma Delegacia Regional do Trabalho para prorrogar o vencimento dos contratos temporários. “Bastará informar Brasília da prorrogação por meio da internet”, garantiu Medeiros.

Além disso, um dos mais relevantes pleitos do setor é para que seja alterado o prazo para o primeiro vencimento do contrato. De acordo com o Projeto de Lei 4.302/98, em tramitação final no Congresso e que regulamenta a Terceirização e atualiza alguns preceitos da Lei 6.019/74, o Trabalhador Temporário poderá ser contratado por até seis meses, com prorrogação por no máximo mais três meses, totalizando nove meses.

TEMPORáRIO X CRISE

A modalidade de contratação de trabalhadores temporários existe principalmente para suprir demandas em períodos de alta de produção. Por isso, é natural haver mais contratações quando a economia do País está aquecida. Numa crise, o consumo cai e, consequentemente, a produção. Trata-se de um efeito dominó que culmina em demissão em massa,

tomadora que esteja afastado ou atenderá um acréscimo extraordinário de serviços.

Fábricas de brindes, brinquedos, roupas e chocolates são alguns exemplos de empresas que contratam temporários para suprir acréscimo de de-manda. Os períodos de Natal, Dia das Mães, Páscoa, Dia dos Namorados e férias escolares estão entre as épocas com mais oportunidades de Trabalho Temporário, principalmente no comércio varejista.

Os mesmos direitos trabalhistas do funcionário efetivo são garantidos por lei para os temporários. Permanecem as regras de carga horária e hora extra, repouso semanal remunerado, adicional noturno, seguro contra acidentes de trabalho, benefícios e salário da função exercida.

O contrato deve ter duração máxima de até três meses e pode ser prorrogado apenas uma vez por igual período. Outro aspecto relevante a observar é que, nessa modalidade, o vínculo trabalhista será sempre entre o trabalhador e a prestadora de serviços.

A empresa tomadora pode a qualquer momento rescindir o contrato ou pedir a efetivação do empregado, sem qualquer ônus ou restrição legal, a não ser que haja cláusula específica no contrato entre tomadora e prestadora. No caso de efetivação, a tomadora pedirá o desligamento do trabalhador com a prestadora e fará

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começando pelo temporário que foi contratado quando a empresa precisava de mão de obra extra.

Há quase um ano o mundo todo vem sentindo o impacto da crise econômico-financeira no emprego. O Brasil é considerado um dos países menos atingidos. Mesmo assim, o número de trabalhadores desempregados formou grande volume. Neste caso, a contratação temporária também é alternativa às empresas e setores que precisam recuperar seus níveis de produção.

Jan Wiegerinck, presidente do Sinde-prestem, explica que o Trabalhador Tem-porário é o primeiro a sentir a crise, mas também é quem se beneficia mais cedo com a retomada. “As empresas que a princípio estão inseguras buscam no temporário um termômetro para testar o mercado”. Segundo ele, contratar um funcionário de forma definitiva custaria muito caro caso fosse necessário dispensar no curto prazo.

“A vantagem para o trabalhador é que, a partir da contratação temporária, se a economia retoma e se estabiliza, a produção das empresas necessariamente deve crescer. O resultado é que o trabalhador temporário amplia a sua chance de se tornar permanente na empresa”, esclarece Wiegerinck.

COMPROMETIMENTO PROFISSIONAL

Com o aumento da concorrência e a bus ca inevitável por maior produtividade, as empresas passaram a investir mais em capacitação e treinamento de funcionários. Em consequência disso, a qualificação e o comprometimento do temporário também passaram a ser mais exigidos.

A empresa prestadora é obrigada por lei a pagar ao temporário o mesmo salário que recebe um efetivo na empresa tomadora, mas a experiência de trabalho e treinamento de cada um tende a ser diferente. Isso explica porque uma vaga temporária é preferencialmente destinada ao trabalhador mais habilitado.

CHECK LISTü consultar registro no Ministério do trabalho e EmpregoNo site www.mte.gov.br, selecione no menu esquerdo a opção RELAçÕES DE TRABALHO, depois procure na lista o link para TRABALHO TEMPORáRIO. Na opção CONSULTA REGISTRO, informe o CNPJ ou nome da empresa a ser consultada.

ü contrato Social Verificar se no documento da prestadora consta no item Objeto Social a atividade de “Trabalho Temporário nos moldes da Lei 6.019/74”. O valor do capital social registrado deverá ser superior a 500 salários mínimos vigentes.

ü consultar o mercadoVerificar com os clientes ativos da empresa a pontualidade e a retidão no cumprimento de suas obrigações.

ü antes de assinar o contratoSolicite da prestadora o Comprovante de Regularidade de Situação junto aos sindicatos patronal e laboral, Sindeprestem e Sindeepres respectivamente.

ü Depois de contratarSolicite mensalmente cópia da Guia de Recolhimento do FGTS e INSS referente ao mês anterior trabalhado, além de cópia da apólice do seguro de vida do trabalhador, conforme cláusula 22 da Convenção Coletiva de Trabalho.

Verifique se na Nota Fiscal emitida pela prestadora todos os encargos fiscais e tributários estão devidamente destacados e calculados. Se a prestadora tiver liminar da Justiça facultando a incidência dos impostos sobre a taxa de administração, observe a vigência deste documento judicial. Recomendação: esteja certo que os valores recolhidos estão devidamente provisionados nos registros contábeis da prestadora.

No caso de prorrogação de contrato, a tomadora deve requerer a carta de autorização emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Caso o contrato com o temporário não seja prorrogado no prazo determinado ou o trabalhador permaneça na função após os seis meses permitidos por lei, a empresa tomadora estará em desacordo e correrá o risco de ser autuada pela fiscalização, podendo ser multada e obrigada a contratar de forma efetiva os empregados sem contrato legal.

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função, saber trabalhar em equipe e estar em constante aperfeiçoamento técnico. Procedimentos como estes são sempre vantajosos para o trabalhador, pois muitas vezes é o seu primeiro registro em carteira e, mesmo que não seja efetivado na empresa, sairá dessa experiência com uma nova postura para o próximo emprego.

RECOMENDAçÕES PARA TRABALHAR

O Trabalho Temporário que, para alguns, pode parecer frágil do ponto de vista de estabilidade, para outros é a oportunidade certa de mostrar seu potencial e ser efetivado na empresa. Mas, para que ocorra a contratação, é crucial ao trabalhador compreender a importância de seu comprometimento na atividade como temporário. Este entendimento está se ampliando cada vez mais. Hoje, por exemplo, o índice de efetivação de temporários já atinge 36%.

Vanessa Zancheta Medeiros, 33 anos, deixou a empresa em que trabalhava, em 2005, para cuidar dos filhos. Ela conta que recusou várias propostas de Trabalho Temporário por preconceito. “Achava perda de tempo ficar numa empresa por três ou seis meses e depois ter que procurar outro emprego”, conta.

Foi quando surgiu a oportunidade para cobrir a licença de um funcionário na função de analista de RH. Vanessa aceitou e diz que foi a melhor escolha. “Entrei em janeiro de 2006 e antes do contrato vencer, fui efetivada em outra função, depois de um processo interno de seleção”, lembra.

Hoje, Vanessa é responsável pela área de treinamento e desenvolvimento de pessoal. “O Trabalho Temporário foi a chance para mostrar o que sabia fazer. Acredito que é uma ótima oportunidade para quem quer crescer”, conclui.

Mesmo quem nunca trabalhou tem chances de conquistar uma vaga. No Brasil, o número de jovens em situação de primeiro emprego (12,5%), bem como

RECOMENDAçÕES PARA CONTRATAR

Para saber se uma prestadora de serviços em Trabalho Temporário é idô nea, o primeiro passo é verificar se ela é legalmente constituída, com capital social exigido por lei e se é registrada no Ministério do Trabalho e Emprego. Visitar a empresa também é importante para conhecer as instalações e verificar se o endereço é real.

Verifique algumas orientações para contratar mão de obra temporária no check list da página 15.

PRESTADORA EFICIENTE

Como em todos os setores, o que faz uma empresa ser melhor que outra é a forma como atende seus clientes. Uma boa prestadora acredita no potencial do candidato e procura exaltar o que ele tem de melhor para se encaixar em determinado perfil de vaga.

De acordo com o coordenador de Trabalho Temporário do Sindeprestem, a incidência de primeiro emprego é grande e, por este motivo, algumas prestadoras oferecem treinamento para quem nunca trabalhou antes. “Ter comportamento adequado e postura profissional são primordiais para que um candidato seja selecionado”, explica.

Para permanecer na empresa, um trabalhador contratado como temporário precisa se dedicar à

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a contratação de pessoas com deficiência (12,2%) vem aumentando nos últimos anos. O Trabalho Temporário, além de tirar pessoas da informalidade, contribui para a redução do desemprego.

Veja, ao lado, o que é preciso para se candidatar a uma vaga de emprego temporário.

FUTURO DO TEMPORáRIO

O vice-presidente do Sindeprestem, Fernando Calvet, vê com otimismo o desenvolvimento do setor. No entanto, para continuar crescendo, é preciso acabar com as irregularidades e eliminar do mercado empresas fraudulentas ou inidôneas. Para Calvet, uma iniciativa para limitar os abusos seria o Ministério do Trabalho e Emprego adotar critérios mais rígidos para habilitar empresas prestadoras de Trabalho Temporário.

O vice do Sindicato considera que o governo já está mais informado sobre a importância do emprego temporário para o desenvolvimento do País, parte da construção de um caminho seguro para o crescimento estruturado do mercado de trabalho. “Com empresas prestadoras sérias, tomadoras conscientes e governo empenhado, quem ganha é o trabalhador e a sociedade como um todo”, sintetiza Calvet.

Conhecedor das práticas do setor em outros países, Calvet conta que a Justiça Trabalhista não é tão severa com as empresas como no Brasil e os contratos são, inclusive, mais flexíveis com relação ao tempo de duração. “Lá fora a lei existe para estimular emprego”, afirma.

De acordo com Calvet, ainda existe muita sub-jetividade nos julgamentos realizados pelos tribunais trabalhistas brasileiros. “É preciso provar e justificar a real necessidade de contratar o temporário, exceto cobertura de férias ou licença. No exterior não existe cobrança tão efetiva”, explica.

CONSCIENTIZAçãO TRIBUTáRIA

Por meio de ampla mobilização, o Sindicato e a Associação Nacional das Empresas de Trabalho Temporário conseguiram com que várias prefeituras de São Paulo utilizem como base de cálculo para recolhimento tributário do imposto sobre serviço (ISS) a taxa de serviços prestados e não o valor total da nota fiscal.

Uma das metas da coordenadoria do Sindeprestem é ampliar o benefício para todo o estado, inclusive para a cidade de São Paulo, que apenas reduziu a alíquota de 5% para 2%. O total da nota fiscal engloba o salário do temporário, encargos previdenciários e trabalhistas, além da taxa de serviços prestados. O Sindeprestem defende que os impostos devem ser cobrados sobre a taxa de serviços da prestadora, resultando em redução do custo para as tomadoras que poderiam contratar mais.

CHECK LISTü Procure prestadoras de serviços de Trabalho Temporário nos moldes da Lei 6.019/74. Consulte empresas e pessoas que já se relacionaram com a prestadora escolhida.

ü Entregue na prestadora um currículo com seu perfil pessoal e habilidades profissionais. Os dados ficam arquivados até que seja encontrada uma vaga adequada. Cerca de 90% das pessoas que procuram um emprego temporário são chamadas em até quatro meses.

ü As prestadoras são proibidas de co brar do candidato o pagamento de qualquer importância, mesmo a título de intermediação.

ü Quando for selecionado, verifique se o contrato está de acordo com o que foi combinado. Certifique-se de que o registro foi feito na parte de Anotações da carteira de trabalho.

ü Após o registro, verifique se o FGTS está sendo corretamente recolhido em nome do trabalhador e mostre empenho em suas tarefas, pois as possibilidades de efetivação são grandes.

ü Quando houver necessidade, o trabalhador deverá usar equipamentos de proteção, sendo obrigação da tomadora fiscalizar a correta utilização desses objetos.

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Tradicionalmente, no final do ano o número de contratações temporárias aumenta. De acordo com o levantamento nacional encomendado pelo Sindicato e Entidade ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema), 123 mil trabalhadores temporários deverão ser contratados nos meses que antecedem o Natal, 7% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.

Além de representar renda extra para muitas pessoas, é uma oportunidade para o comércio avaliar o perfil dos colaboradores e, aqueles que se destacam, têm a chance de tornar o contrato temporário em efetivo. Para este ano, a média de efetivação após a vigência dos contratos temporários – estimada em 17% - representará emprego novo para 21 mil brasileiros. Jovens em situação de primeiro emprego respondem por cerca de 27% dos contratos previstos.

Natal deve demandar 123 mil vagas temporárias em todo o Brasil

Previsão indica que número de trabalhadores temporários contratados para o final do ano será maior que 2008

SETOR EfETIvAçãO 1º EMPREgO

Shoppings 14 % 23 %

Supermercados e afins

16 % 25 %

lojas de Departamentos

17 % 25 %

Varejo (rua) 21 % 35 %

Média 17% 27 %Fonte: Ipema

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As funções mais solicitadas para esta época do ano são: fiscais de loja, empacotadores, atendentes, estoquistas, etiquetadores, operadores de telemarketing, auxiliares e analistas de crédito e Papai Noel.

PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO

Ao completar um ano, a crise econômica mundial dá trégua aos brasileiros. Neste Natal, além do setor de confecções, que sempre lidera as vendas de final

ANO CONTRATAçÕES EfETIvAçãO 1º EMPREgO

2006 90.000 30% *

2007 105.000 34% *

2008 115.000 28% 26%

2009 (PREVISÃO) 123.000 17% 27%

Média 17% 27,25% 26,5 %

de ano, os eletrodomésticos e os automóveis também terão destaque na compra, efeito da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

“A oferta de crédito, a diminuição dos juros e a retomada da confiança do consumidor são fatores que influenciam o crescimento nas vendas, refletindo no aumento dos postos de trabalho”, avalia Vander Morales, diretor de Comunicação do Sindeprestem.

Diferentemente do que ocorreu em 2008, quando os segmentos B e C foram os focos das vendas, as classes C, D e E serão as grandes consumidoras deste Natal. O benefício Bolsa-Família representou ganho de quase 80% na renda destas pessoas. São 35 milhões de famílias que respondem por 78% do consumo dos lares brasileiros.

Diversos empreendimentos comerciais estão previstos para inaugurar entre 2009 e 2010. Além de proporcionar o crescimento do mercado varejista, a construção de grandes centros de compras deve gerar em torno de 40 mil novos empregos diretos. A estimativa é que 18 shoppings centers e 275 supermercados estejam funcionando até o fim do próximo ano.

Fonte: Ipema* não aferido

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A vinculação de 1.500 empresas de consultoria em Recursos Humanos ao Sindeprestem foi o fator determinante para a criação de uma Coordenadoria especializada na área. Com foco dirigido à prestação de consultoria em RH, a atividade atende à indústria, principalmente o segmento au to motivo, que inclui montadoras e fabricantes de autopeças, bem como o comércio e o setor de serviços.

Valter Assunção, recém-eleito coordenador da Consultoria em RH, comemora a iniciativa e garante que, em breve, será possível quantificar, qualificar e desenvolver dados do segmento. “Praticamente, 30% das associadas, sindicalizadas e filiadas ao Sindicato desenvolvem algum serviço que pode ser enquadrado

Identificar necessidades de cada segmento da área, o objetivo da coordenadoria

Por Camila Vasconcellos

no conceito de Consultoria de RH. Era hora dos nossos interesses serem vistos de modo mais específico”.

Atividade fundamental na área do trabalho, a Consultoria de RH abrange recrutamento e seleção, treinamento, avaliação, terceirização de mão de obra, desenvolvimento e planejamento. “Os consultores, em sua maioria, são psicólogos, fonoaudiólogos, administradores e advogados, dotados de aptidões para desenvolver e orientar, de forma abrangente, empresas e profissionais”, explica Assunção.

Os profissionais da área são especialistas em buscar currículos nos bancos de dados ou em empresas e indicá-los para ocupar uma vaga adequada ao seu perfil e aptidões. A maior parte das consultorias também oferece treinamento e suporte para as empresas que contratam esses profissionais, fidelizando o cliente e garantindo a qualidade de serviços do contratado.

PESO DOS ENCARGOS

Aprofundar o estudo a respeito dos encargos fiscais que incidem diretamente sobre o faturamento e impossibilitam o desconto de insumos e de custos dos profissionais que atuam nos projetos é uma das metas da Coordenadoria. “Vamos focar o assunto de // Valter assunção:

interesses estão mais definidos

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forma mais direta. Antes, o debate era com áreas irmãs, mas o fato é que cada uma tem realidade diferente”, diz Assunção. O combate à concorrência desleal e o estabelecimento de um código de ética também são metas de sua gestão.

Nos últimos cinco anos o segmento registrou crescimento médio anual de 7%, mas no ano passado teve retração devido às demissões provocadas pela crise financeira internacional. Embora seja constante durante todo o ano, a atividade é afetada pela sazonalidade das contratações da indústria e do comércio, conta o coordenador. “Até hoje há reflexos da desaceleração ocorrida em 2008, principalmente na contratação de temporários e terceirizados. Mas, já sentimos fortes mudanças e podemos afirmar que o crescimento está atingindo níveis bem interessantes”, acrescenta.

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Em sua terceira edição, a Pesquisa Setorial Sindeprestem/Asserttem 2008/2009, que consultou empresas de todo o País, assumiu relevância estratégica por mensurar os efeitos causados pela crise econômica. Além de mapear e transmitir por meio dos números a grandeza e importância do setor de Trabalho Temporário e serviços especializados para a economia brasileira, desta vez o estudo capturou dados que podem balizar as futuras decisões das empresas do setor.

Como é de conhecimento, no final de 2008 a crise econônico-financeira mundial ganhou amplitude após a quebra de bancos de investimentos norte-americanos. Com isso, no Brasil, os diversos setores foram impactados de maneira diferenciada. Enquanto alguns retraíram ou estagnaram seu crescimento, as duas atividades da prestação de serviços especializados – Trabalho Temporário e Terceirização – demonstraram acréscimo de 3,32% e 2,67%, respectivamente, no número de empresas atuantes no mercado em relação ao levantamento anterior.

De acordo com a pesquisa, o País tem hoje mais de 1,5 mil empresas de Trabalho Temporário registradas no Ministério do Trabalho - a maioria em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Na mesma proporção, os três estados juntos reúnem cerca de 15 mil das mais de 30 mil empresas de serviços terceirizáveis do País.

Os dados para a consolidação da 3ª Pesquisa

PESQUISA SETORIAL, ESTRATÉGICA PARA O PERÍODO PÓS-cRISE

Por Giovanna Zanaroli

Dados 2008/2009 revelam os impactos da crise econômica

pesquisa setorial2008 | 2009

pesquisa setorial2008 | 2009

Setorial Sindeprestem foram coletados pelo Ipema (Instituto de Pesquisa Manager) no período entre 10 de fevereiro e 30 de abril de 2009. A supervisão operacional e complementação setorial de dados ficaram sob a responsabilidade da Diretoria de Comunicação do Sindeprestem e sua Consultoria de Marketing e Comunicação.

FATURAMENTO

O setor de Trabalho Temporário e serviços espe-cializados Terceirizáveis, segundo levantamento feito pela pesquisa, fatura R$ 57,6 bilhões ao ano, dos quais as regiões Sudeste, Sul e Nordeste, juntas, são responsáveis por 89% do total e demandam maior quantidade de mão de obra quando comparadas à região Norte e Centro-Oeste. O faturamento anual do setor demonstrou-se previsível, em razão da crise, porém houve considerável retração em relação à pesquisa anterior, quando o valor totalizado foi de R$ 59 bilhões.

Ao todo o setor emprega 2,4 milhões de pessoas, que representam cerca de 7% do total de trabalhadores com carteira assinada no País. Em relação aos salários e encargos sociais, os números são bastante

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significativos. Anualmente são pagos R$ 25,1 bilhões em salários, R$ 2,1 bilhões recolhidos ao FGTS e outros R$ 5 bilhões ao INSS.

TRABALHO TEMPORáRIO

Atualmente, no Brasil, existem 1.566 empresas prestadoras de serviços temporários certificadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Somente nesse segmento são empregadas cerca de 850 mil pessoas, com remuneração média de R$ 870. No entanto, a pesquisa identificou queda na efetivação desses trabalhadores em relação ao levantamento anterior, possivelmente motivada pela retração na economia. No ano passado, 43,8% das pessoas foram efetivadas contra 36,3% neste ano.

O segmento de Trabalho Temporário foi sen-sivelmente impactado pela crise mundial. Houve redução de 7% nas demandas sazonais do comércio por mão de obra temporária. A Páscoa e o Dia das Mães foram as datas que apresentaram maior redução. Na indústria a diminuição foi de 10%.

A média da porcentagem de jovens (18 a 24 anos)

em situação de primeiro emprego, tanto no segmento de Trabalho Temporário como no de serviços espe-cializados de Terceirização, cresceu: 12,5% ante 10,3% da pesquisa anterior. Segundo Vander Morales, diretor de Comunicação do Sindeprestem, o Trabalho Temporário tem demonstrado ser uma significativa porta de entrada dos jovens para o mercado de trabalho. “Aqueles que não são efetivados utilizam o período trabalhado como qualificação profissional na conquista de um novo emprego”, explica. A maioria inicia a vida profissional no comércio e varejo (15,5%).

TERCEIRIZAçãO

A prestação de serviços especializados terceirizados tem sido adotada por empresas de diferentes áreas como meio de garantir a competitividade no mercado local e mundial, além de assegurar a produtividade e qualidade de seus negócios. Há no Brasil 30 mil empresas de serviços especializados que atuam predominantemente nos segmentos de Consultoria em Recursos Humanos, Serviços Auxiliares, Logística, Controle de Acesso, Promoção e Merchandising,

BRaSIl – EMPRESaS PREStaDORaS DE SERVIÇOS (tRaBalHO tEMPORÁRIO E SERVIÇOS tERcEIRIzÁVEIS cOM PREDOMInâncIa DE REcURSOS HUManOS)

ANO BASE TOTAL(1) TOTAL(2) TOTAL gERAL

2007/2008 1.506 29.454 30.960

2008/2009 1.556 30.241 31.807

% CRESC. 3,32 2,67 2,73

BRaSIl – tOtaIS IntEGRaDOS (tRaBalHO tEMPORÁRIO + SERVIÇOS tERcEIRIzÁVEIS)

TOTAL DE EMPRESAS

31.807

TOTAL DE TRABALHADORES

2.391.000 ante 2.482.580 da pesquisa anterior

FATURAMENTO DO SETOR

R$ 57,6 bilhões/ano ante R$ 58,9 bilhões/ano da pesquisa anterior

PERSPEctIVaS DE USO Da tERcEIRIzaÇÃO (PRÓxIMOS anOS)

3% nÃO UtIlIzaM

62% MantER

18% aUMEntaR

17% REDUzIR

(1) Empresas de Trabalho Temporários(2) Empresas de Serviços Terceirizados

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Estágios, Leitura e Entrega de Documentos, Serviços a Bancos e Bombeiro Civil. Essas atividades geraram no período 1,5 milhão de postos de trabalho, cuja base de remuneração média atual é R$ 878. Na pesquisa anterior o valor médio registrado foi de R$ 860.

No período pesquisado o setor faturou R$ 40,6 bilhões, valor inferior aos R$ 41,6 bilhões no ano anterior. A massa salarial paga pela atividade alcançou R$ 16,2 bilhões ao ano, enquanto foram recolhidos ao FGTS e INSS R$ 1,37 bilhão e 3,2 bilhões, respectivamente.

A indústria, setor que lidera o número de contratações na modalidade, demonstrou pela pesquisa que 74% das empresas de grande porte e 63% das médias utilizam mão de obra especializada em suas atividades. Das entrevistadas, 47% consideram o aumento da competitividade como sendo o fator mais importante para implementação desse tipo de contratação e 53% atribuíram à melhora na qualidade do serviço. O levantamento também revelou que

o Brasil tem potencial para empregar 7,1 milhões Trabalhadores Terceirizados, o que corresponde a 7,4% da População Economicamente Ativa (PEA).

ENTRAVES À EXPANSãO DO SETOR

A alta carga tributária (83,3%), a concorrência desleal (56,9%) e a inflexibilidade da legislação trabalhista (46,1%) foram eleitas pelos entrevistados na pesquisa como os principais fatores externos que dificultam o desenvolvimento de seus negócios.

“Oitenta por cento da nota fiscal de uma empresa prestadora de serviços é composta por salários e encargos sociais. Alguns impostos federais, como PIS e COFINS, incidem diretamente sobre isso, o que é prejudicial para o desenvolvimento do setor. O equilíbrio tributário poderia gerar ainda mais empregos”, afirma Vander Morales.

ItEnS IMPORtantES PaRa a DEcISÃO DE tERcEIRIzaR

9% nÃO IMPORtantE

AUMENTO DE COMPETITIVIDADE AUMENTO DE QUALIDADE DO SERVIçO

47% MUItO IMPORtantE44%

IMPORtantE

53% MUItO IMPORtantE

33% IMPORtantE

14% nÃO IMPORtantE

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talEntOS Da ESPEcIalIzaÇÃO

Sonhos e conquistas

O sucesso é apenas uma consequência de comprometimento, dedicação e esforço. A definição é de Sidneia Ribeiro, universitária da Faculdade de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, cuja trajetória profissional começou muito cedo, aos 14 anos de idade. Hoje, aos 35, no cargo de assistente de informática de uma empresa que presta serviços terceirizados na área de Consultoria de RH em São Paulo e com 70% do valor do curso pagos por sua empregadora, ela se emociona ao lembrar os tempos mais difíceis.

“Aos 14 anos fui contratada por uma empresa de informática, onde trabalhei por seis anos. Pedi demissão para cuidar do meu filho, que hoje está com 15 anos, e nos seus primeiros 24 meses de vida me dediquei inteiramente a ele”, conta Sidneia. Passado esse período, a jovem foi à apresentação de um software de gerenciamento de RH em uma empresa e acabou contratada pela consultoria que fazia a demonstração. Trabalhou na empresa por sete anos, organizando o banco de dados de clientes, vagas e candidatos.

O pleno conhecimento do software levou a empresa que desenvolveu o produto a chamar a jovem. Aceitou o convite e, ao passar para o outro lado, durante um ano e meio treinou novos usuários, atualizou os clientes antigos e esclareceu dúvidas em relação ao programa, até que foi indicada para outro emprego. “Eu dava suporte

a uma analista de RH e ela me indicou para a empresa onde estou há mais de três anos”, comemora Sidneia, motivada com seus planos de carreira.

Seu dia a dia é corrido: faz a manutenção no banco de dados, dá treinamentos para novos usuários, realiza cursos de reciclagem para atualizar clientes antigos, auxilia na correta utilização do sistema, atende vários chamados de dúvidas, insere currículos, realiza backups no banco de dados e soluciona problemas na área de Tecnologia da Informação (TI). “Adoro o que faço, é gratificante quando os usuários conseguem utilizar todos os recursos do software, só sinto quando eles não colocam em prática o que ensinei”, conta, ciente de que o crescimento pessoal e profissional não ocorre apenas por meio de satisfações.

Como a empresa em que trabalha tem plano de cargos e salários, Sidneia acredita que poderá ter uma promoção em breve, pois está cumprindo a exigência de curso superior e do aprendizado do idioma inglês. “Terminar a faculdade e o curso de inglês, pagar meu apartamento, ser promovida a analista e continuar dando um futuro excelente para o meu filho são os meus sonhos. Reconheço que estou realizando um a um”, afirma a moça, tímida em admitir que ainda pensa em ser cantora.

NO INÍCIO, ERAM SEIS MESES. HOJE, SãO 10 ANOS

Há dez anos, quando procurava emprego, Adil-son Araújo conheceu uma prestadora de serviços terceirizados e conseguiu a vaga de temporário numa empresa de fios para embalagens em Campinas, São Paulo. O episódio mudou a sua vida. “Era para durar seis meses, mas fui ficando, ficando, e já estou há dez anos”, orgulha-se Adilson.

Animado com a nova fase, Adilson fazia o que lhe ordenavam. “Comecei em uma área já conhecida por

Por Camila Vasconcellos

a possibilidade de ter uma vida melhor ou oferecer esse presente aos filhos estimula o crescimento profissional

// Sidneia Ribeiro

realizando sonhos

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mim e que eu adorava, a de fardos”, conta ele, que já havia trabalhado no mesmo setor em outras duas empresas. Preparava fios para embalar mercadorias, virava máquina, descarregava e fazia qualquer outra tarefa que lhe solicitassem.

Ao longo do tempo foi ganhando promoções e hoje, aos 38 anos de idade, é chefe da área de expedição e comanda a equipe de seis pessoas, cujo trabalho começa cedo e se estende até às 13 horas. Logo que chega à empresa, Adilson verifica no computador as ordens de serviço pendentes. Um a um, os pedidos de fios são separados e embalados. Colocados em packs, são levados para o depósito onde aguardam o momento de serem colocados no caminhão e seguirem para os clientes.

Profissional querido pelos colegas, Adilson adora o ambiente amigável em que trabalha. “A gente brinca muito, mas eu cobro o pessoal, pois também sou cobrado por meu supervisor”, diz. Seu sonho é conquistar outras promoções, unicamente como reconhecimento profissional, e chegar a ser supervisor, conta. “Não me importo com bens materiais. Tenho um carrinho velho, mas que anda. O que gosto mesmo é de poder dar educação, uma vida melhor para minhas filhas e ver que elas têm saúde e condições de brincar e se divertir”. Entre os planos, quer cursar uma faculdade quando as filhas crescerem um pouco mais, pois à tarde, quando a sua mulher vai para o trabalho, é ele quem assume os cuidados com as meninas.

PERSEVERANçA GARANTIU A EFETIVAçãO

Aos 24 anos, o auxiliar de logística Welton Riello já pensa num futuro promissor, com crescimento profissional na empresa em que trabalha e com casa própria. Com segundo grau completo, curso de empilhadeira, de informática e de inglês, Welton se viu desesperado quando perdeu seu antigo emprego.

“Eu trabalhava em uma fábrica de máquinas de solda e acabei ficando pouco tempo nela. Precisava trabalhar e minha amiga indicou uma prestadora de serviços que estava contratando. Deixei meu currículo e fui chamado para a vaga”, conta ele, descrevendo como chegou ao mercado de Trabalho Temporário.

Há um ano e meio em uma empresa de transporte e logística da cidade de Campinas, São Paulo, Welton comemora sua trajetória profissional. Entrou como auxiliar de produção com contrato de apenas três meses e, passado esse período, foi promovido para almoxarife, novamente com contrato temporário. Mais três meses depois, o rapaz recebeu outra promoção. Admirado por seus colegas e supervisores, Welton agradou e, dessa vez, conseguiu a contratação por tempo indeterminado – vitória que ele atribui a sua perseverança.

Hoje, supervisiona mais quatro pessoas na área de expedição e lançamento de materiais recebidos, onde organiza notas fiscais, verifica o andamento de pedidos e processos administrativos e delega funções a seus colegas. “Gosto do meu dia a dia e tenho satisfação em fazer o que gosto. Além disso, aprendo muito com as pessoas que trabalham comigo”, afirma.

Para o futuro próximo, Welton pretende dar continuidade a diversos cursos, progredir na empresa em que trabalha e comprar sua casa própria. “Mas quero continuar avançando no que mais tenho conquistado: meu crescimento profissional”, conclui.

// adilson araújo reconhecimento profissional vale mais que bens materiais

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// Welton Riello o que mais tenho

conseguido é crescimento profissional

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tEnDÊncIaS E tEcnOlOGIa

O Banco Nossa Caixa-Nosso Banco disponibiliza crédito em condições e taxas especiais às empresas integrantes dos sindicatos vinculados à Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), caso do Sindeprestem. Para fazer uso desse benefício, a empresa associada ou filiada deve comparecer a uma agência Nossa Caixa-Nosso Banco munida de Certificado Especial, emitido pela entidade, que comprove a filiação.

O microblogging Twitter foi criado em 2006, mas, no Brasil, somente nos últimos meses expandiu sua abrangência para além dos aficionados em tecnologia e se tornou uma febre entre empresas, políticos e personalidades. Hoje, são mais de 6 milhões de usuários. A ideia é simples: com uma frase de apenas 140 caracteres, que responde à pergunta “O que você está fazendo agora?”, a plataforma promove interatividade quase que imediata entre usuários. As mensagens podem ser veiculadas no Twitter por e-mail, celular ou sites específicos. A conclusão é que, o que chegou como uma espécie de hobby, já se transformou em ferramenta de empresas, que utilizam cada vez mais o Twitter como estratégia de mercado, já que é possível identificar o perfil dos usuários por meio do quê ou quem ele escolhe seguir, acertando as preferências dos públicos-alvo.

// na onda do twitter

// Oportunidade para todos

Para colaborar efetivamente com a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, o Sistema Integrado de Vagas e Currículos para Pessoas com Deficiência (SIVC) disponibiliza acesso gratuito para cadastro de currículos e consulta de vagas pela internet. O site foi desenvolvido segundo as recomendações de acessibilidade do consórcio internacional W3C, o que possibilita a utilização do sistema por pessoas com deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual. Projetado para abranger todo o território nacional, o SIVC tem o propósito de estimular o relacionamento empresa-candidato e evitar a exclusão social. A Lei 8.213/91 estabelece que as empresas que tenham 100 empregados ou mais destinem entre 2% e 5% de suas vagas a esses profissionais. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, há 214 empresas e 324 vagas para diferentes ocupações disponíveis no site. As profissões caixa, balconista e auxiliar geral são as mais procuradas. Para mais informações, acesse: http://www.selursocial.org.br/

// Praticidade no controle de ponto

O Mac Ponto é uma solução rápida e eficiente no controle de frequência no trabalho. O sistema desenvolvido pela Mac Chips Informática - empresa com 23 anos de expertise neste segmento - permite acesso online e em tempo real aos dados coletados nas pontas de trabalho, que são enviados automaticamente para um datacenter sem interferência manual. O sistema de controle de ponto organiza as informações recebidas e administra as variáveis. Caso haja qualquer divergência, a identifica e seleciona para que possa ser resolvida pelo responsável. Seguro contra fraude nas marcações, o Mac Ponto utiliza leitores de proximidade, código de barras, magnético ou biometria na coleta dos horários de entrada, saída, hora-extra, e os integra à Folha de Pagamento. “Em relação à carga e apontamento, o sistema otimiza em 70% o tempo antes utilizado na operação”, afirma Cybelle Issoppo Faria, diretora da Mac Chips. A Pontual Serviços de Informática recomenda o Mac Ponto para integração com sistemas integrados de Folha de Pagamento e Faturamento utilizados por Empresas de Trabalho Temporário e Terceirizados, prin ci pal -mente nos ca sos de contratos de serviços com funcionários em di versos locais de trabalho.

// Programa de crédito empresarial

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

* Fonte: superintendência regional do estado de sP

candidatos por tipo de deficiência Física - 63%

auditiva - 17%

Visual - 14%

Intelectual - 5%

Múltipla - 1%

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Brasília simplificaLuiz Antonio Medeiros, Secretário de Relações de Trabalho

(SRT) está anunciando para breve uma simplificação no procedimento da renovação do contrato dos temporários (depois dos primeiros 90 dias). Hoje, o procedimento é lento e burocrático. A solicitação impressa é entregue na Superintendência Regional do Trabalho, que analisa e, se concordar, encaminha para Brasília. Muitas vezes atrasa e frequentemente empaca, causando dificuldades de toda ordem para as empresas de Trabalho Temporário. Com o novo procedimento, a solicitação será feita pela internet, diretamente a Brasília, e automaticamente aprovada. A Superintendência Regional do Trabalho ficará com a incumbência de acompanhar e fiscalizar, depois de renovado o contrato temporário.

EMBRaER: sobrou para todos?

O TST aceitou as 4.100 demissões da EMBRAER, mas baixou instrução: daqui para frente, demissões coletivas só com negociação sindical. Resta saber quais demissões se enquadram no conceito e se a instrução vale para o setor de prestação de serviços. Quando um contrato de prestação de serviços terceirizados terminar ou for rescindido, o desligamento dos trabalhadores será considerado demissão coletiva? Nesse caso, a prestadora só poderá demitir depois de conversar com o sindicato dos trabalhadores?

Brasília facilitaOutra medida anunciada pelo

Secretário Luiz Antonio Medeiros: vai cair a exigência de existência de sucursal no estado onde o contrato de Trabalho Temporário é feito. Todas as empresas do setor poderão operar em todo o território nacional, inclusive nas unidades da federação onde não tenham sucursais. As empresas pequenas ganha-rão assim dimensão nacional e poderão competir com as de maior porte. Medida justa e saudável.

HÉlIO zYlBERStaJn é professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e presidente do Ibret (Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho)

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EMMIRantE Por Helio Zylberstajn

Uma das explicações para a reversão na tendência é que as sociedades desenvolvidas conseguem compatibilizar a carreira da mulher com a maternidade. Nesses países, as empresas estão oferecendo condições de trabalho mais amigáveis para as mulheres: horários flexíveis, jornadas de trabalho em tempo parcial, licença maternidade extensa, berçários e creches etc. Há cada vez mais arranjos amigáveis para as trabalhadoras do sexo feminino. As empresas de prestação de serviços temporários e de atividades especializadas são responsáveis por uma boa parcela desses avanços porque oferecem oportunidades flexíveis para as mulheres. Não seria exagerado antever um papel social estratégico para o setor de prestação de serviços na recuperação das funções da família.

Se a inflação ficar na meta do BC, em 2010 o aumento do Salário Mínimo ficará em torno de 10%. Em 2011, também. Resultado da política de Lula para o SM, que garante reposição da inflação mais a variação do PIB de dois anos anteriores, até 2011. O crescimento do Salário Mínimo está empurrando para cima os Pisos Estaduais (decretados pelos governadores) e os pisos profissionais negociados nas datas base. Sinal amarelo.

Apesar da crise, os sindicatos estão conseguindo aumentos reais nas negociações das datas base em 2009. Um painel fixo de 100 negociações acompanhadas pelo DIEESE mostra que há mais casos de aumentos acima da inflação no primeiro semestre de 2009 do que em 2008. Os sindicalistas estão otimistas para o segundo semestre, quando a atividade econômica deverá retomar o crescimento.

Mais pressão salarial

Ricos e com mais filhos: futuro risonho para a prestação de serviços

Pressão salarial até 2011

2008 2009

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Maior que o InPc

Igual ao InPc

Menor que o InPc

Reajuste SalarialPainel fixo de negociações do DIEESE

Primeiro Semestre | 2008 e 2009

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REalIzaÇÕES E PaRcERIaS

Em reunião realizada há três anos o Sindeprestem começou a discutir o projeto para criar grupos de afinidades entre as empresas do setor. O objetivo era o de obter benefícios a partir de uma cadeia de fornecedores credenciados e de confiança. A primeira tarefa foi identificar as principais necessidades e o tamanho do segmento. Após os estudos e muito trabalho para que houvesse equilíbrio entre todos os interesses envolvidos, chegou-se a um modelo de cartão fidelidade que soma uma série de benefícios.

Uma das principais vantagens é que, para aderir ao programa, o empresário não terá custo algum. O SindeprestemCard é gratuito e estará acessível primeiramente para associados e filiados. De acordo com o cronograma, na segunda fase, todas as empresas vinculadas à entidade poderão ter o cartão.

De acordo com Vander Morales, diretor de Comunicação do Sindeprestem, o processo de captação de fornecedores será constante. “O primeiro passo, ainda em andamento, é identificar empresas que já prestam serviços para os associados e, a partir desse contato, haverá gradualmente a inserção de novos parceiros”, explica. O objetivo é disponibilizar diversas opções em cada segmento, para que não haja exclusividade para fornecedores de um mesmo produto ou serviço.

CONCEITO

Sob a gestão operacional do Grupo N. Raduan, especialista em grupos de afinidades, a implantação do cartão fidelidade tornou possível reunir num único cadastro estabelecimentos com credibilidade que disponibilizarão descontos especiais. Várias empresas já aderiram e muitas outras demonstraram interesse em fazer parte do programa, concedendo preços e condições melhores que os praticados normalmente no mercado.

Centralizando o fornecimento de produtos e ser-viços, é possível atingir um faturamento em escala e, consequentemente, tornar viáveis melhores negociações de pagamento e operação. Em contrapartida, o empresário,

toda vez que utilizar o SindeprestemCard, também estará contribuindo com sua entidade de classe. A ideia é a de que a utilização do Cartão traga vantagens para todos. Ou seja, quanto maior o volume de compras, mais benefícios para os usuários, fornecedores e Sindicato.

EMPRESAS CONVENIADAS

O cartão fidelidade já conta com fornecedores par-ceiros em assistência médica, odontológica, medicina ocu pacional, seguro de vida, agência de publicidade, uni-formes profissionais, contabilidade, auditoria jurídica, entre outros. “Será um processo contínuo de expansão da base”, afirma Morales.

Empresas como a Intermédica Saúde, Interodonto e RH Vida estão entre os conveniados e, juntas, disponibilizam um cartão de benefício acoplado ao SindeprestemCard: o Clube Ten, cujos associados obtêm descontos em estabelecimentos como Droga Raia, Drogasil, Farmais, Submarino, Polishop e Claro, além de vantagens na assinatura do Jornal da Tarde, Diário de S.Paulo e publicações da Editora Globo.

Vander Morales ressalta que a relação de fornecedores está disponível no site do Sindeprestem e que cada empre-sa fará o contato e sua compra individualmente, sem a necessidade da intervenção do Sindicato. Bastará a identificação como titular do cartão. Em breve, estarão disponíveis parceiros especializados em advocacia, cursos de idio-mas e profissionalizantes, gestão empresarial, materiais gráficos, vale transporte e vale refeição, entre outros. Mais informações no e-mail: [email protected] ou no site www.sindeprestem.com.br

Sindicato lança cartão fidelidade

SindeprestemCardanunciado oficialmente em 28 de agosto, durante evento na Fecomercio, o cartão fidelidade do Sindeprestem foi desenvolvido para disponibilizar a empresas vinculadas ao Sindicato vantagens e descontos especiais na aquisição de diversos produtos e serviços

tItUlaR núMERO 1Durante o evento de lançamento

do SindeprestemCard, Jan Wiegerinck, presidente do

Sindeprestem, foi homenageado com o cartão 0001.

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Segundo Vander Morales, can di dato à presidência, a meta da Chapa União é, no próximo ano, iniciar uma nova fase no Sindicato, na qual, “o empenho dos empresários do setor será fundamental”. Morales explica que a meta da próxima administração será buscar a participação conjunta nas decisões, independentemente de cargos. “Neste momento de grandes dificuldades e muitos desafios para a atividade, o Sindeprestem não pode ficar desunido. Será uma gestão compartilhada, em que todos poderão trabalhar juntos e contribuir com

ideias”, afirma. A partir de agora até o

dia da posse, a tarefa da Chapa União será de finir o planejamento estra-tégico para os próximos quatro anos. Com base

no objetivo de ampliar a visibilidade da atividade e

a valorização dos setores de Terceirização e Trabalho

Temporário, será pre-ci so avaliar a gestão anterior e eleger as

principais vertentes a serem seguidas. Sugestões poderão ser enviadas para o e-mail [email protected], já disponível.

Além disso, adianta o futuro presidente, em breve será fixada uma tarde por semana para receber empresários. “Queremos ouvir suas dúvidas, reclamações e sugestões”. O material colhido servirá de base para as discussões do Sindicato e ações futuras. Com isso, completa Morales, “quem ganhará certamente será a atividade”.

Em agosto encerrou-se o prazo de inscrição para candidatos à Diretoria Executiva e Conselho Fiscal do Sindicato e, como foi registrada apenas uma chapa, a eleição será por aclamação em 16 de outubro, na sede do Sindeprestem, durante assembleia geral. Os eleitos serão empossados em 1º de janeiro de 2010 e seu mandato terá vigência de quatro anos, com término em 31 de dezembro de 2013.

CONTINUIDADE NAS AçÕES

Para o candidato Vander Morales, a base do trabalho será a continuidade das iniciativas do atual presidente da entidade, Jan Wiegerinck, cuja administração é considerada um marco na história do Sindeprestem. “Não existe trabalho de curto prazo num sindicato e um dos compromissos da nova diretoria será a continuidade

a formação da chapa União foi resultado de unanimidade entre a diretoria atual do Sindicato e a oposição que, em consenso, decidiram juntar esforços com o objetivo de assegurar, numa única coligação, ênfase no desenvolvimento e sucesso da atividade

Sindeprestem a hora e a vez da unidade

ElEIÇÕES 2009

// Vander Morales:

Por uma gestão compartilhada

Por Danielle Borges

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Sindeprestem a hora e a vez da unidade das ações iniciadas nesta gestão. Afinal, Wiegerinck foi o

ponto de partida desse desenvolvimento que assistimos hoje”, avalia.

Entre as conquistas da atual diretoria, a Chapa União destaca o processo de setorização no Sindicato e a evolução do conceito de Terceirização no Brasil. Para Wiegerinck, o empenho nesses aspectos por parte dos empresários do setor, apoiados por sua administração, fez com que a sociedade, mesmo sem aprovação de uma lei reguladora para a atividade, se conscientizasse da importância das modalidades de Terceirização e Trabalho Temporário para o desenvolvimento da economia.

Outro feito deste mandato foi a aquisição, em 2009, da sede própria do Sindeprestem, símbolo de consolidação e maturidade do Sindicato em seus 18 anos de existência. Filiar-se à Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) também é uma iniciativa qualificada como um grande passo para aumentar a visibilidade e a participação do Sindeprestem no contexto empresarial. “Com isso, ganhamos voz ativa junto a outras entidades do País”, explica o atual presidente.

Jan Wiegerinck apoia a solução de consenso encontrada para sua sucessão. “Acredito que será um time capaz de dar continuidade ao trabalho desenvolvido e o fato de não haver oposição indica entendimento entre a maioria de que a atual gestão desempenhou bem seu papel”, conclui.

FUTURO DA ENTIDADE

Vander Morales acredita no comprometimento, en-tusiasmo e determinação de todos os envolvidos com a nova gestão para consolidar um segmento unido e motivado. “Juntos, teremos a chance de promover uma grande administração”, afirma. Para Morales, com a atividade bem posicionada no mercado, “teremos o respeito merecido e, como consequência, os empresários certamente serão beneficiados com esta credibilidade”.

Com a sucessão, Morales passará a acumular as presidências da Associação Nacional e do Sindicato estadual, principais entidades do setor. Para ele, será um motivo a mais para manter a união dos empresários. “As experiências serão compartilhadas e as ações de sucesso realizadas na Asserttem serão aplicadas ao Sindeprestem e vice-versa”, explica. Após a posse da nova diretoria, Jan Wiegerinck continuará contribuindo e participando das decisões do Sindeprestem, ocupando o cargo vitalício de conselheiro consultivo da entidade.

cOMPOSIÇÃO Da cHaPa UnIÃO

Presidente vander Morales

Vice-Presidente fernando Barbosa Calvet

Diretor administrativo e Financeiro Augusto César Calado da Costa

Diretora de Marketing e comunicaçãoJismália de Oliveira Alves

Diretor Jurídico Jacob Luiz Magnus

Diretora de Formação e EventosSonia Regina de Souza

Diretor SuplenteAdemir de Souza

Diretor SuplenteDaniel Simões do viso

Diretor SuplenteEdson ferreira

Diretora de RegionaisNilza Tavoloni

Diretor de Setorizaçãogeraldo Magela Ribeiro

Delegada Regional do aBcMaria Olinda Maran Longuini

Delegado Regional de campinasLuiz Simões da Cunha

Delegado Regional de Ribeirão Pretogeraldo Paulo Russomano veiga

Delegado Regional do Vale do ParaíbaSergio Silas gallati

Delegado Regional de SorocabaWalter Rosa Júnior

Conselho fiscal

Edmilson Luiz formentiniEunice da Silva gomes CunhaJackson Tadeu Ninno SoaresJosé viana LimaMarcos fernando franco TeixeiraSezi Inoue

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O Brasil já é o 4º colocado no ranking mundial do setor de Trabalho Temporário e Terceirização, razão pela qual foi escolhido pela CIETT, confederação que representa a atividade internacionalmente, para sediar o próximo congresso da entidade. A cidade de São Paulo, um dos maiores centros de negócios da América Latina, será a sede do CIETT Brasil, programado para os dias 26, 27 e 28 de maio de 2010, no WTC Convention Center.

A Confederação Internacional de Agências de Emprego Privadas (CIETT) possui 39 nações filiadas e, a cada ano, uma delas é eleita como sede do congresso, recebendo especialistas em relações do trabalho e milhares de profissionais interessados em compartilhar conhecimentos. Em 2009, o país escolhido foi Portugal. Em plena turbulência econômica, os paineis versaram sobre como gerenciar empresas em tempos de crise e atitudes mais apropriadas diante da crise e da expectativa de uma retomada da economia internacional.

CLIMA TENSO EM PORTUGAL

O congresso em Lisboa aconteceu em meio ao furacão da crise. Junto a outros 24 países, o Brasil recebeu com apreensão os números negativos anunciados por representantes de

diversas nações, confirmando as previsões pessimistas durante o CIETT 2008, em San Diego (EUA).

O clima, que era de preocupação há um ano, se transformou

em ansiedade por soluções imediatas que evitassem o

agravamento dos problemas. De acordo com os números

divulgados no Congresso de Portugal, no primeiro trimestre de

2009, o setor de Terceirização e Trabalho Temporário já havia

caído 60% na Espanha, 40% na França, 35% na Alemanha e na

África do Sul, 28% nos Estados Unidos e 25% na Holanda, na

comparação com o mesmo período do ano anterior.

O presidente do Sindeprestem, Jan Wiegerinck, acredita que

o ambiente tenso que marcou o evento em Portugal já passou

e que no próximo Congresso o cenário econômico estará mais

favorável aos negócios. “Com o mercado se reestruturando

gradualmente, o evento será uma importante ferramenta para

engrandecer a imagem da nossa atividade, muitas vezes vista

com desconfiança”, comenta.

Ter o Brasil como sede de um encontro internacional

deste porte, representa, para Wiegerinck, uma alavanca para a

consolidação de um setor que é sério, competente e engajado.

“Não estamos defendendo unicamente os interesses da nossa

classe. Nossa atividade é somadora e multiplicadora. Temos

que mostrar isto no CIETT Brasil”, declarou.

CONGRESSO MUNDIAL DE TERCEIRIzAçãO E TRABALHO TEMPORÁRIOMARCARá NOVA FASE NAS RELAçÕES DE EMPREGO

Por Danielle Borges e Giovanna Zanaroli

Em parceria com as principais entidades nacionais e internacionais do setor, o Sindeprestem promoverá um evento que colocará o Brasil definitivamente entre as principais nações na busca de modernização das relações de trabalho. O cIEtt 2010, que será realizado em São Paulo, terá como tema “a via da flexibilidade no futuro do trabalho”, analisado sob o olhar técnico de especialistas de diferentes nacionalidades

Conferência AnualSão Paulo - Brasil

26 a 28 de Maio de 2010

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EMcIEtt 2010

CONTEXTO DE RECUPERAçãO

O economista e professor Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), já confirmou presença e será um dos palestrantes no CIETT 2010 Brasil. Segundo ele, os participantes do evento realizado em Portugal foram influenciados pelo ambiente de crise econômica mundial. O clima de apreensão permeou todas as discussões e foi uma oportunidade de estudar em conjunto estratégias e soluções possíveis para os problemas no emprego.

Confiante, Pochmann acredita que o próximo Congresso “será mais favorável para avaliar criteriosamente a dimensão do setor no mundo, especialmente no Brasil, que surge como protagonista da retomada depois da crise”.

O fato de realizar o evento no Brasil evidencia a im-portância do País no cenário mundial. Com relação ao tema escolhido, o economista frisa que a ideia de flexibilidade vem acompanhada de uma ideologia necessária para o en tendimento de emprego e trabalho no contexto contemporâneo das relações de trabalho. “O CIETT 2010 possibilitará analisar o setor de forma técnica, tendo em vista a carência da sociedade por relações trabalhistas mais flexíveis”, explica.

EVENTOS SIMULTâNEOS

O CIETT 2010 será pioneiro ao integrar a realização de três eventos simultaneamente. Além do Congresso Mundial anual e da Feira de Negócios com as tendências para o setor, os visitantes poderão participar do 1º Fórum Brasil de Relações do Trabalho na Terceirização e Trabalho Temporário, que pretende reunir temas direcionados às empresas prestadoras de serviços e também às tomadoras.

De acordo com o presidente do Comitê Organizador do CIETT 2010 Brasil e vice-presidente do Sindeprestem e da Asserttem, Fernando Calvet, serão convidados para os paineis palestrantes nacionais e internacionais com foco profissional voltado para o mercado de trabalho no mundo. “Queremos consolidar o conceito de relação triangular, no qual as empresas geram oportunidades de trabalho, capacitação profissional, aumento de competitividade para organizações e receita pública para o governo”.

OUTROS SEGMENTOS

O Sindeprestem iniciou um estudo de viabilidade para ampliação do escopo do evento. O objetivo é contextualizar

World trade center (Wtc) convention, em São Paulo: local que será sede do cIEtt Brasil - 2010

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a participação de especialistas em serviços terceirizáveis de outros segmentos representativos. A iniciativa foi comunicada aos empresários durante o lançamento oficial do CIETT 2010 Brasil, realizado na sede da Fecomercio, em São Paulo, no final de agosto, evento que contou com mais de 100 convidados. O fato de integrar outros setores atribui ao evento maior dimensão, possibilitando mostrar a real representatividade do setor no Brasil.

PROGRAMAçãO

Com o tema central “A via de flexibilidade no futuro do trabalho”, o comitê organizador do evento espera receber público superior a 3 mil pessoas, entre congressistas e visitantes da Feira de Negócios que ocorrerá simultaneamente. Inserindo metodologia com conteúdo voltado para elevar a eficiência operacional das empresas de Terceirização e Trabalho Temporário, o evento proporcionará atualização e multiplicação de conhecimento.

O conceito de trabalho decente, eficiente e inteligente fará parte de toda temática do Congresso, que é direcionado, em especial, a profissionais de recursos humanos e de relações industriais, advogados trabalhistas, empresários, gestores de todas as áreas e estudantes.

Entre os temas programados, estão: “Trabalho decente com responsabilidade crescente”, “Segurança jurídica com competência operacional”, “O papel e os limites do Ministério Público do Trabalho”, “Fidelização de clientes em tempos de alta competição” e “Legislação específica”. Para saber mais sobre a programação, acesse www.ciett2010.com.br. E envie sugestões para [email protected]

SITE OFICIAL

Além de informações sobre a programação do evento e da Feira, o site disponibiliza indicações de hospedagem, turismo e opções de cotas para empresas interessadas em patrocinar o CIETT 2010 e expor seus produtos na feira de negócios. Todo conteúdo é atualizado diariamente e com versões em português, inglês e espanhol.

Por meio do site já é possível efetuar a inscrição online, com opções de valores de acordo com a categoria: associado, filiado, sindicalizado, entidade parceira e estudante. Os preços são diferenciados para pagamento em 2009 ou em 2010 e poderão ser parcelados no cartão de crédito.

O CIETT 2010 Brasil será realizado no World Trade Center (WTC) Convention Center, que possui completa infraestrutura e está localizado numa das regiões mais importantes da capital paulista. Integrado ao WTC Convention está o Hotel Sheraton, que preparou um pacote especial de tarifas e opções de hospedagem para os congressistas do evento. Além disso, o entorno da avenida Berrini, região do evento, possui diversas opções de custos em hotéis próximos ao Centro de Convenções.

EVENTO GRANDIOSO

Fernando Calvet faz um convite aos empresários e destaca que o CIETT 2010 será uma oportunidade única para, pela primeira vez, reunir todo o setor de serviços. “Com ou sem marco regulatório, a Terceirização vai continuar crescendo e participar deste encontro será uma demonstração de força do segmento”, conclui.

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EMcIEtt 2010

Criada há mais de 40 anos para unir

empresários do setor com atividades no mundo todo,

a Confederação Internacional de Agências de Emprego

Privadas, cuja sigla em português é CIETT, tem como

objetivo promover os interesses comuns do setor no

contexto internacional. É reconhecida por organismos

internacionais como a União Europeia e a Organização

Internacional do Trabalho (OIT). Conheça a seguir um

pouco mais desta entidade, cujo próximo Congresso

Mundial de Terceirização e Trabalho Temporário, em 2010,

será realizado no Brasil.

Fundada em 1967, em Paris, a CIETT foi constituída

para ajudar empresários a conduzir seus negócios dentro da

lei, promover padrões de qualidade e melhor compreensão

da realidade das companhias de serviço especializado,

recolocação e treinamento de pessoal em todo mundo.

Com sede em Bruxelas, na Bélgica, a entidade tem o papel

de facilitar a cooperação, o relacionamento e a troca de

informações entre as nações filiadas.

Com a evolução dos negócios e a globalização, há

alguns anos a entidade expandiu sua atuação e passou

também a contemplar as atividades de Terceirização, já

que muitas empresas do setor eram associadas às mesmas

organizações que representavam o Trabalho Temporário.

CIETT – UMA ENTIDADE MUNDIAL EM DEFESA DAS EMPRESAS DE TRABALHO TEMPORáRIO

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EMcIEtt 2010

A entidade é formada por cerca de 40 federações na-

cionais de agências privadas de emprego em todo o

mundo. Cada país integrante possui pelo menos uma

federação associada. A CIETT representa milhares de

pequenas e médias empresas, bem como algumas das

mais significativas multinacionais de recrutamento e

seleção como Adecco, Allbecon, Olympia, Kelly Services,

Manpower, Randstad e USG People.

Desde 2008, é presidida pelo argentino Horácio De

Martini, primeiro sul-americano a ocupar esta posição.

Eleito durante a Assembleia Geral da CIETT, em San

Diego (EUA), o executivo tem 40 anos de experiência no

setor e é diretor regional para a Manpower na América do

Sul. Juntamente com o vice-presidente eleito, o holandês

Fred van Haasteren, De Martini cumpre seu mandato até

outubro de 2011 com a tarefa de disseminar o conceito das

relações de trabalho flexíveis.

FUTURO DO EMPREGO

Entrevistado pela Revista Presstem, o presidente mun-

dial da CIETT expõe sua visão sobre o mercado de trabalho

e expectativas para o futuro do emprego. “A revolução

tecnológica impulsionou o desenvolvimento de novas

formas de fazer negócios, de criar empresas e de trabalhar.

O conceito de emprego para toda a vida na mesma empresa

está desaparecendo, dando lugar a um trabalhador em

constante movimento”, explica.

De Martini cita o comentário do diretor-geral da OIT, Juan

Somavia, durante sessão plenária em junho último. Somavia

afirmou que a população mundial aumenta em cerca de 45

milhões de pessoas ao ano e, para suportar esse crescimento,

será necessária a criação de 300 milhões de empregos nos

próximos cinco anos. “Para atingir este objetivo será preciso

flexibilizar as relações de trabalho”, garante.

Quanto à situação do emprego no pós-crise da economia

mundial, o empresário acredita que o cenário tende a se

estabilizar, melhorando as perspectivas a curto e médio

prazo. “Depois de uma experiência desta magnitude,

certamente veremos grandes mudanças. O futuro promete

um aumento no uso da tecnologia da informação com

pessoal mais qualificado”. Para ele, mais produção com

menos recursos humanos será a nova máxima.

O presidente da entidade adverte que, para garantir seu

lugar, o trabalhador precisa estar preparado, pois as empresas

vão preferir não só menos gente, como gente muito mais

qualificada. Neste contexto, De Martini espera que haja um

aumento da utilização de formas mais flexíveis, tais como o

Trabalho Temporário e Terceirização de serviços.

O BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL

Horácio De Martini diz que o Trabalho Temporário já

é aceito e compreendido em quase todo o mundo, embora

haja diferenças entre países quanto a sua aplicação e

regulamentação. Segundo ele, talvez seja esta uma das

principais dificuldades para o crescimento da atividade: a

disparidade de definições.

Bruxelas, Bélgica, cidade-sede da cIEtt

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Com relação ao Brasil, ele elogia o trabalho dos di-

rigentes das entidades do setor e considera a atual

legislação do Trabalho Temporário uma solução razoável

para normatizar a modalidade, até que seja aperfeiçoada por

regras mais contemporâneas. “Desde que foi promulgada,

em 1974, não sofreu grandes mudanças.” Sobre o nosso

processo de regulamentação da Terceirização, reafirma a

importância de garantir o direito dos trabalhadores e cita

o sucesso da atividade em países desenvolvidos. Por esta

razão, acredita que em países emergentes como o Brasil a

atividade tem grande futuro.

Desde os anos 60, o Brasil é representado no conselho

da CIETT pelo holandês naturalizado brasileiro Jan

Wiegerinck, presidente do Sindeprestem. Com uma expe-

riência de 46 anos na área de recursos humanos, ele fundou

a primeira prestadora brasileira de serviços em Trabalho

Temporário, iniciativa que, na época, enfrentou a falta de

legislação e a descrença do mercado.

A indústria foi a primeira a reconhecer a nova mo-

dalidade de contratação. “Muitas das multinacionais

já tinham experiência com Trabalho

Temporário em suas matrizes no

exterior”, lembra Wiegerinck, que

contribuiu para elaboração e

aprovação da Lei 6.019 junto ao

governo federal. “Antes da aprovação da lei em 1974,

fazíamos contrato avulso e de autônomo”.

O presidente do Sindeprestem fala da importância de

inserir o Brasil no contexto mundial, por meio da CIETT.

Para ele, trata-se de uma fonte de informações sobre o

que acontece com o setor em outros países. “Podemos

acompanhar a legislação no exterior e a evolução da

prestação de serviços. Além disso, participando dos

congressos promovidos pela entidade, temos contato com

muitas empresas e profissionais da área”, explica.

Em 2010, o Congresso Mundial de Terceirização e

Trabalho Temporário será realizado pela primeira no

Brasil. “Trazer o evento para o País reforça a imagem da

atividade diante da opinião pública e mostra a tendência de

crescimento dos negócios brasileiros”, afirma Wiegerinck.

REGULAMENTAçãO NECESSáRIA

Para Wiegerinck, o futuro do emprego está na me-

lhor divisão de tarefas e crescimento dos serviços

es pecializados. Mas, para evoluir, a Terceirização

pre cisa ser regulamentada. Ele avalia que a falta de le-

gislação prejudica cada vez mais o setor, já que o Brasil

culturalmente precisa de leis para funcionar. “Na mesma

proporção em que aumenta a necessidade das empresas

por esta ferramenta, cresce a insegurança jurídica. A falta

de regras e a subjetividade nos julgamentos fazem com

que os empresários se sintam tolhidos, dificultando a

administração dos negócios”, explica.

Wiegerinck constata que a Terceirização e o Trabalho

Temporário são atividades que crescem acima da média

na maioria dos países. O principal obstáculo no Brasil,

segundo ele, é a má distribuição de renda. “Equilibrando

a renda da população, teríamos mais consumo, o que faria

girar a produção no País. Portanto, é preciso aumentar o

mercado, pois quando há demanda de produtos e serviços,

há mais empregos”, conclui.

// De Martini:

no futuro, trabalhador terá

de ter maior qualificação

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EMcIEtt 2010

Como parte do empenho em dis-seminar informações entre as empresas e os profissionais do setor, o Sindeprestem e a Asserttem, com o apoio da Associação Brasileira de Recursos Humanos - São Paulo (ABRH-SP), têm realizado uma série de Eventos Regionais com o tema “Cenários Possíveis para o Setor de Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis: Oportunidades e Tendências”. A ideia é a de debater e divulgar informações, de forma a integrar as várias realidades regionais no sentido de propiciar fundamentos para as iniciativas de cada segmento de prestação de serviços especializados em Trabalho Temporário e Terceirização.

Dois desses encontros revelaram-se particularmente produtivos, sobretudo porque realizados sob o pano de fundo dos impactos e oportunidades criadas com a atual

Terceirização e Trabalho Temporário: alternativas para a crise

Por Giovanna Zanaroli

Identificar as oportunidades geradas em tempos de crise econômica é o grande desafio

das empresas para assegurar vantagens competitivas e sobrevivência no mercado.

Dois encontros, em São Bernardo e São José dos campos, levaram as mais recentes

informações sobre o setor e possibilitaram aos participantes debater as perspectivas e

tendências da atividade de prestação de serviços especializados no Brasil e no mundo

crise econômico-financeira. Realizados em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, em 16 de julho, e em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em 7 de agosto, os eventos tiveram a participação de cerca de 300 pessoas entre empresários, profissionais, especialistas e autoridades.

A abordagem feita pelos palestrantes sobre o setor de Terceirização e Trabalho Temporário apresentou-se sob óticas diversas, porém concordantes num mesmo ponto: a importância dessa modalidade de contratação para a economia brasileira, principalmente em momentos de crise e pós-crise. A alta carga tributária, a concorrência desleal e a inflexibilidade da legislação trabalhista foram lembradas como os principais entraves para a expansão da atividade. A visão do Ministério do Trabalho e Emprego sobre as necessidades e realidades do setor

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EVEntOSEVEntOS

foi transmitida pelo secretário das Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros.

ABCD E VALE DO PARAÍBA EM NúMEROS

Por sediar algumas das maiores e tradicionais montadoras que compõem a indústria automobilística no Brasil, as cidades do ABCD paulista são amplamente reconhecidas como das mais relevantes e representativas para o setor de prestação de serviços de Trabalho Temporário e Terceirização. Trata-se, de fato, de uma das regiões que mais demanda mão de obra especializada.

Na região estão 6,4% das empresas de Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis do Estado de São Paulo. São empregados 42 mil temporários/dia e 80 mil terceirizados/mês, com massa salarial de R$ 93 milhões. Ao FGTS são recolhidos R$ 7,9 milhões/mês e ao INSS, R$ 18,6 milhões/mês.

O reflexo negativo da crise neste setor, que chegou a receber incentivos do governo, na forma de isenção tributária, refletiu-se no índice de desemprego da região. Mas, passados os primeiros impactos, registrou-se recuperação da procura por esses serviços, embora menor quando comparada com os números do ano passado.

Maria Olinda Longuini, Delegada Regional do Sindicato no ABCD, que reúne 569 empresas, sendo 429 sindicalizadas, 73 filiadas e 67 associadas ao Sindeprestem, informou que o índice de desemprego na região aumentou aproximadamente 3% em relação ao ano de 2008. “Apesar dos indícios positivos (retomada da ocupação da capacidade nas indústrias em geral), não podemos fechar os olhos para o ABCD. O desemprego preocupa a todos nós, fornecedores diretos ou indiretos de mão de obra”, afirmou.

No Vale do Paraíba, outro polo de relevância para o setor, o cenário é semelhante. Segundo Sérgio Gallati, Delegado do Sindeprestem na região, algumas empresas vêm gradualmente retomando as contratações. “As que demitiram, devido à crise, estão se estabilizando e já aumenta a demanda por nossos serviços”. Almir Fernandes, diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), explica que em São José dos Campos – cidade conhecida como a capital da tecnologia aeronáutica – as empresas que dependem exclusivamente da exportação, como a Embraer, têm encontrado mais dificuldade na retomada dos negócios. “De setembro em diante a produção caiu em torno de 60%, e isso acabou se disseminando em toda a cadeia produtiva, com reflexos importantes na contratação de mão de obra”, detalhou.

Há na região 297 empresas vinculadas ao Sindicato, sendo 16 associadas, 32 filiadas e 249 sindicalizadas. Juntas, representam 3,8% das empresas de Trabalho Temporário e Serviços Terceirizáveis do Estado de São Paulo. No total, são

empresas que empregam 25 mil temporários/dia e 48 mil terceirizados/mês. A massa salarial paga pelo setor na região soma R$ 55 milhões/mês. O valor recolhido ao FGTS é de R$ 4,7 milhões/mês e ao INSS R$ 11 milhões/mês.

MATURIDADE DO SETOR

Durante os encontros foi feita uma divulgação prévia dos resultados obtidos na 3ª Pesquisa Setorial (apresentada nesta edição, na seção Indicadores) por Vander Morales, presidente da Asserttem e diretor de Comunicação do Sindeprestem, que evidenciou a dimensão e o potencial do setor nas duas regiões. E, sobretudo, mostrou que as empresas da atividade cumprem com todos os seus deveres para com os trabalhadores, o que desmente as acusações de precarização das relações de trabalho por parte de empresas de prestação de serviços especializados de Terceirização e Trabalho Temporário.

Para Morales, os números levantados pela pesquisa com-pravam a seriedade das empresas idôneas que prestam esses serviços. “Ao contrário das falácias que alguns, com interesses nem sempre confessáveis, insistem em propagar, a prestação desses serviços é trabalho formal, com todos os impostos retidos na fonte. Mas foi preciso registrar em números para demonstrar a importância e a força da atividade no atual universo do trabalho no País”, argumentou o presidente da Asserttem.

Wolnei Tadeu Ferreira, vice-presidente de Assuntos Jurídicos e Regionais da ABRH-SP, ressaltou durante o seminário em São Bernardo do Campo que a crise contribuiu para ratificar a contribuição do setor para a modernização e aumento da produtividade das empresas. “Tivemos a confirmação de que a atividade é uma alternativa viável e importante para todos os segmentos empresariais, seja nas áreas de serviços, comércio, agroindústria ou industrial”.

// Wolnei tadeu Ferreira: tivemos a confirmação de que a

atividade é uma alternativa viável

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EMEVEntOS

MUDANçAS NO MERCADO O professor de Economia, Administração e Contabilidade da

Universidade de São Paulo (USP), Hélio Zylberstajn, que esteve presente nos dois encontros, contextualizou e analisou durante sua apresentação as transformações na economia brasileira e a invariável estrutura do emprego com o passar dos anos. A única alteração identificada nos últimos vinte anos foi a melhora do nível de escolaridade dos trabalhadores, cujo percentual que representa aqueles que possuem nível médio ou superior foi praticamente duplicado (de 30% em 1987, para 57% em 2007). Segundo ele, isso significa que, hoje, o “trabalhador é uma pessoa mais crítica e apta ao treinamento”.

O especialista, que preside o Instituto Brasileiro das Relações de Emprego e Trabalho (Ibret), destacou uma característica do mercado atual que gera oportunidade para o setor de Terceirização e Trabalho Temporário: a alta rotatividade de mão de obra nas empresas. “Um terço dos trabalhadores brasileiros não completa um ano no emprego”. Para ele, “no futuro, quem conseguir administrar as tarefas e não o emprego estará na frente da concorrência”.

Ao citar o teórico Gary Becker, que divide o conhecimento em específico e geral, Zylberstajn ressaltou a possibilidade de no futuro apenas o trabalho ser necessário, sem que haja necessidade da manutenção da relação trabalhista. “Se o mercado demandar apenas o conhecimento geral (aquele que pode ser adquirido e praticado em qualquer emprego) da atividade a ser desempenhada, isto acabará ampliando o espaço para o Trabalho Temporário”, analisou, revelando que, segundo a teoria, no futuro os “empregos de curta duração e vínculos efêmeros podem ser as características do mercado de trabalho”.

REGULAMENTAçãO E MENOS BUROCRACIA

A necessidade da regulamentação da Terceirização e a

atualização dos preceitos legais do Trabalho Temporário, previstas no Projeto de Lei 4.302/98, foi defendida pelo secretário das Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, como iniciativa para evitar a precarização, hoje uma prática possível pelas empresas inidôneas, justamente pelo vácuo na legislação. Dessa forma, a regulamentação garantirá maior segurança às empresas sérias do setor. O representante do Ministério do Trabalho também alertou que, hoje, a definição de atividade meio e atividade fim é subjetiva, “o que gera multas indevidas às empresas pela falta de um marco regulatório”.

Fernando Barbosa Calvet, vice-presidente do Sindicato, concorda com o secretário. Para ele, o posicionamento dos órgãos fiscalizadores do trabalho está ultrapassado. “Muitos ainda enxergam o empresário como um explorador e não percebem

que a realidade atual não mais admite este comportamento reprovável”, afirmou. “Os prestadores de serviços, além de cumprir todos os deveres trabalhistas, precisam especializar e qualificar seus funcionários para ter bom desempenho em seu mercado. E, hoje, o tomador de serviços é muito consciente de seus deveres. As instituições precisam acompanhar essa modernização indiscutível”, argumentou.

Ao analisar a questão do Trabalho Temporário, Medeiros informou que o Ministério do Trabalho e Emprego tem adotado mudanças pontuais como forma de desburocratizar e agilizar a atuação das empresas. “Pretendemos, por exemplo, baixar uma instrução normativa, dentro de dois meses, que acabe com a necessidade de a empresa abrir uma filial em outro estado para poder prestar serviços”, revelou.

A constatação de que o secretário tem somado esforços com o intuito de encontrar alternativas que diminuam a burocracia no setor foi bem recebida pelos presentes nos dois eventos. Medeiros também informou que o Ministério pretende extinguir a necessidade de comparecimento a uma Delegacia Regional do Trabalho apenas para prorrogar o tempo da prestação de Trabalho Temporário. “Bastará informar Brasília por meio da internet”, antecipou.

Nilza Tavoloni, Vander Morales, Maria Olinda Longuini, Wolnei Tadeu Ferreira e Hélio Zylberstajn

// Medeiros: Iniciativa para

desburocratizar45

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O Sindeprestem promoveu em 28 de agosto, na Fecomercio, em São Paulo, seminário com a presença das Centrais Sindicais do País, dirigentes das entidades de Terceirização e Trabalho Temporário, empresários e autoridades. O encontro procurou desenvolver os pontos de consenso e os avanços da atividade, sob a ótica de trabalhadores e empresários.

Na abertura, Vander Morales, diretor de Comunicação do Sindeprestem, enfatizou a importância do debate com as Centrais Sindicais, que, para ele, é um diálogo a ser cada vez mais aprofundado. “A Terceirização e o Trabalho Temporário são uma realidade indiscutível no Brasil. As empresas representadas pelo Sindeprestem empregam mais de 2,5 milhões de trabalhadores. Só essa já é uma boa razão para estarmos discutindo aqui o futuro dessas modalidades” disse.

Todas as principais Centrais Sindicais do País - CUT, Força Sindical, UGT, CGTB, CTB, CSP e NCST - participaram do evento. Em comum, da parte dos trabalhadores, o fato de que a prestação de serviços especializados de Terceirização e Trabalho Temporário é uma realidade consolidada no Brasil e que, em razão disso, é cada vez mais urgente a definição de um marco regulatório para a atividade, ou seja, uma legislação com regras claras que remova do mercado empresas inidôneas ou de fachada, responsáveis pela precarização do trabalho no setor.

Sindicato promove debate com centrais Sindicais em busca de denominador comum

Para os dirigentes dos trabalhadores, a precarização só é possível hoje porque há um vácuo legislativo, posição compartilhada pelos empresários sérios do setor. “Nisto, estamos de acordo. O vácuo legislativo, que esperamos em breve ser preenchido pela lei 4.302/98, em tramitação no Câmara, só favorece quem não cumpre com suas obrigações trabalhistas, o que não é caso das empresas vinculadas ao nosso Sindicato”, afirmou Jan Wiegerinck, presidente do Sindeprestem.

A iniciativa do Sindicato de promover encontros como o da Fecomercio, o segundo deste ano, foi saudada pelo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini. Segundo ele, encontros como esses permitem que empresários e trabalhadores coloquem claramente suas divergências e, nas discussões, encontrem pontos em comum em benefício de ambos os segmentos.

// Berzoini: Discussão de divergências beneficia a todos

Dirigentes sindicais, lideranças empresariais e autoridades: diálogo aprofundado

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EMEVEntOSEVEntOEVEntOS

O deputado federal Milton Monti (PR-SP) foi o convidado para a primeira reunião do Conselho de Serviços da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de SP) no segundo semestre. O Conselho, integrado pelo Sindeprestem, tem priorizado o debate em torno de projetos de interesse do setor em tramitação na Câmara dos Deputados.

Titular da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados (CTASP) e vice-líder do governo na Câmara Federal, Monti tem acompanhado especificamente o Projeto de Lei 4.302/98, do qual foi um dos responsáveis pela aprovação na Comissão. A favor do texto, ele acredita que há boas chances de ser votado em breve.

Para o deputado, a participação dos empresários é fundamental no Conselho de Serviços, pois “é imprescindível para qualquer parlamentar ouvir os segmentos da sociedade e suas opiniões para se posicionar”. O Conselho é responsável pelo estudo do mercado e pela defesa institucional nas questões jurídicas e econômicas. Representa o setor nas esferas municipal, estadual e federal e congrega 36 sindicatos setoriais na capital e interior do Estado de São Paulo.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz de 44 horas para 40 horas a carga horária semanal, assim como Lei 12.007/09, que dispõe sobre a emissão de declaração de quitação anual de débitos pelas empresas prestadoras de serviços, também foram discutidas na reunião do Conselho entre os representantes das diversas atividades que compõem o setor de serviços e o parlamentar.

Deputado Federal participou do conselho de Serviços na Fecomercio

Milton Monti acredita que Pl 4.302 será votado em breve

Em relação a outro assunto de interesse da atividade, a Reforma Tributária, Monti acredita que só deverá ser votada no primeiro ano do novo governo. “O assunto é polêmico para as vésperas da eleição de 2010, mas é importante a cobrança das entidades de classe para que seja discutido e acelerado no Congresso”, afirma.

Milton Monti (PR-SP) e Maurice Braunstein, representante do

Sindeprestem no conselho

José Wilson Magalhães Oliveira, da novo tempo consultoria e RH, de Jacareí, SP, foi o vencedor da campanha de atualização de Dados cadastrais, promovida pelo Sindeprestem, e ganhou um DVD

Wilson,segurando a carta: coordenador comercial; adeiza, segurando o DVD: Selecionadora; Elias, segurando a pasta: Diretor.

campanha de atualização de dados sorteia empresa

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Mais de 250 gestores de recursos humanos, enge -nheiros, técnicos de segurança do trabalho e representantes de grandes empresas estiveram presentes ao seminário FAP e NTEP – Impacto no Custo das Empresas, realizado em São Paulo, em junho último. O Seminário teve como objetivo esclarecer questões relativas ao Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) e à nova metodologia do Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

O objetivo do encontro foi assegurar aos participantes as informações necessárias para correto atendimento às normas de segurança garantindo, assim, o cumprimento das obrigações previdenciárias. Para isso, foi apresentado um panorama da legislação previdenciária frente à nova

metodologia introduzida pelo FAP, disseminado as novas regras e capacitando os presentes a identificar eventuais riscos no ambiente de trabalho.

Aprovado recentemente pelas Resoluções nº 1308 e 1309, de 2009, o FAP aumenta ou diminui as alíquotas de contribuição das empresas ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) em função de seus índices de acidentalidade. O cálculo do Fator Acidentário leva em conta a acidentalidade total da empresa, com a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e todos os nexos técnicos, incluído o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), a partir de abril de 2007.

Pela nova metodologia, são atribuídos pesos diferentes para

Seminário discute novas regras para FaP e ntEPEncontro esclareceu novos aspectos do Fator acidentário

de Prevenção e do nexo técnico Epidemiológico

// Da esquerda para a direita: Jan Wiegerinck, Vornes simões Ferreira, roberto Della manna, Lauro Domingos moretto e alexandre Coimbra

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EMEVEntOS

as acidentalidades. A pensão por morte e a aposentadoria por invalidez, por exemplo, têm pesos diferenciados e maiores que os registros de auxílio-doença e auxílio-acidente. Com o aperfeiçoamento da metodologia, o aumento ou a redução do valor da alíquota obedecerá a novos parâmetros e critérios no cálculo da quantidade ou frequência, gravidade e custo dos acidentes em cada empresa.

A partir de 2010, as empresas com mais acidentes ou acidentes mais graves passarão a contribuir com valor maior, enquanto as que possuem menor acidentalidade terão redução no valor da contribuição. Mas, se houver investimento comprovado em melhoria na segurança do trabalho, com acompanhamento dos sindicatos dos trabalhadores e dos empregadores, a bonificação poderá ser mantida.

Criado pela Lei n° 10.666/2003, o FAP tem como objetivo incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador, estimulando individualmente cada empresa a implementar políticas mais efetivas de saúde e segurança no trabalho, para reduzir a acidentalidade. O FAP varia de 0,5% a 2%, o que significa que a alíquota de contribuição da empresa pode ser reduzida à metade ou dobrar.

“Com as novas medidas tomadas pelo governo, fica claro que políticas corporativas que excluam investimentos

// Da esquerda para a direita: selma de aquino e Graça, alexandre Coimbra, remigio todeschini e antonio Carlos Vendrame

na qualificação de profissionais das áreas de segurança e medicina do trabalho, gestão de RH e formação de líderes e, acima de tudo, em eficientes programas de gestão integrada, certamente alijarão o empresário do mercado”, afirma Selma de Aquino e Graça, advogada que coordenou o evento.

Para ela, os empresários que não investirem serão prejudicados, senão pelo forte impacto no custo cotidia no operacional da empresa, que deve diluir ou eliminar lucros, certamente pela avalanche de demandas trabalhistas, cujos pleitos financeiros costumam somar valores bastante altos, em decorrência dos pedidos por dano moral e material.

Organizado pelas empresas Vendrame Associados, de Antonio Carlos Vendrame, e SAB Consultores, de Selma de Aquino e Graça, o evento teve o patrocínio do Sindeprestem e da Nexo CS Informática. Estiveram presentes, também, representantes do Ministério da Previdência Social, CNI, SESI, de sindicatos patronais e Jan Wiegerinck, presidente do Sindeprestem.

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HUMOR cORPORatIVO

aVISO PaRa tODOS

Nesta sexta-feira, o presidente fará 78 anos. A festa será às 17 horas no pátio da fábrica. Vão estar lá Bill Halley e seus cometas. Todo mundo deve estar nu e de capacete. O espetáculo vai rolar mesmo que chova, porque a banda é um fenômeno.

caMInHOS Da cOMUnIcaÇÃO IntERna

DO PRESIDENTE PARA O DIRETORNa próxima sexta-feira, às 17 horas, o

cometa Halley estará passando por esta área. Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúna os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno. Se chover, não veremos o raro espetáculo a olho nu.

DO DIRETOR PARA O GERENTEA pedido do Presidente, na sexta-feira

às 17 horas, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, todos de capacete, e os encaminhe ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que ocorre a cada 78 anos a olho nu.

DO GERENTE PARA O SUPERVISORA convite do nosso querido Presidente, o cientista Halley de 78 anos vai aparecer nu na fábrica, usando apenas capacete, quando irá explicar o fenômeno da chuva para os seguranças no pátio.

DO SUPERVISOR AO CHEFETodo mundo nu, na próxima sexta, às

17 horas, pois o mandachuva do presidente, Sr. Halley, estará lá para mostrar o raro filme Dançando na Chuva. Caso comece a chover, o que ocorre a cada 78 anos, por motivo de segurança coloque o capacete.

COMUNICADO IMPORTANTE

HUMOR cORPORatIVO

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