odontomagazine edição 34 nov. 2013

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www.odontomagazine.com.br Odontologia do Esporte Reportagem Ano 3 - N° 34 - Novembro de 2013

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Odonto Magazine #34 Apresenta ao profissional de saúde bucal, informações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas.

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www.odontomagazine.com.br

Odontologia do EsporteReportagem

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Dr. Felipe Giacomet - Franqueado ORTOPLAN Unidade Porto Alegre - RS

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3Novembro de 2013

Editorial

A Odontologia brasileira, na atualidade, requer um pouco de reflexão. O mercado brasileiro, como um todo, tem passado por um gigantesco efeito de globalização. Os impactos e mudanças deste processo têm

afetado diretamente a Odontologia.No Brasil, estão 19% dos dentistas do mundo. O dado é do livro Perfil Atual e Tendência do Cirurgião-Dentista Brasileiro, do ano de 2010, desenvolvido pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, em parceria com outras organizações e o Conselho Federal de Odontologia (CFO), e este número só deve aumentar. Anualmente, muitos novos dentistas se for-mam em todo o país, para se juntar aos já “veteranos” e competir por um mercado acirrado, em que o valor agregado e os diferenciais competitivos são alicerces para a longevidade do negócio. Todos esses avanços também tornaram o cliente cada vez mais exigente e consciente da qualidade dos serviços que adquire, o que faz com que uma clínica odontológica esteja em constante avaliação pelo seu paciente e, caso suas expectativas não sejam superadas, certamente trocarão, sem pensar duas vezes, de dentista.Estamos vivendo a considerada “era do cliente”. Não mais por ser o cliente o dono da verdade, aquele que sempre tem razão, mas, sim, porque exige um profissional muito mais atento às suas necessidades e expectativas e, com isso, muito mais ‘antenado’ nos avanços do mercado odontológico.Tudo isso faz com que você, dentista, pare e pense sobre o que tem feito para se diferenciar na mente e na escolha de seus clientes. Sendo assim, um maior desempenho também de seus colaboradores tem sido exigido, para que com um serviço de qualidade e excelência, agregue valor, para continuar conquis-tando e mantendo clientes satisfeitos e encantados.O cuidado com a administração de clínicas no Brasil é um assunto recente, ao contrário de outros países, por exemplo, os Estados Unidos e o Canadá, onde existem milhares de profissionais especializados nesta área, além de contarem com produtos e serviços para auxiliar na administração do marketing da clínica ou consultório odontológico.Aproveitar a época de globalização do Brasil e de mudanças no setor da Odon-tologia para alavancar o seu negócio pode ser a chave certa para o sucesso. Portanto, unir globalização e crescimento pode ser muito proveitoso, desde que feito com estratégia. Saber como e para onde crescer é indispensável, afinal, para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve.

O atual mercado brasileiro e o impacto na Odontologia

Éber FeltrimMembro do Conselho Científico

Presidência & CEOVictor Hugo Piiroja

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7501

FinanceiroRodrigo Oliveira

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7761

Assistente AdministrativoMichelle Visval

e. [email protected]

MarketingIronete Soares

e. [email protected]

DesignersCristina Yumi

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7509

João Corityace. [email protected]

Web Designer

Robson Mouline. [email protected]

MobileCláudia Mardegan

e. [email protected]

Analista de SistemasFernanda Perdigão

e. [email protected]

SistemasWander Martins

e. [email protected]

Editora Vanessa Navarro (MTb: 53385)

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

Publicidade - Gerente ComercialChristian Visval

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7760

Publicidade - Gerente de ContasIsmael Pagani

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7768

Publicidade - Gerente de ContasRosana Alves

e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7769

Conselho CientíficoAlice Granthon de Souza, Augusto Roque Neto, Danielle Costa Palacio, Débora Ferrarini, Diego Michelini, Éber Feltrim, Fernanda Nahás Pires Corrêa, Francisco Simões, Henrique da Cruz Pereira, Helenice Biancalana, Jayro Guimarães Junior, José Reynaldo Figueiredo, José Luiz Lage Marques, Júlio Cesar Bassi, Lusiane Borges, Maria Salete Nahás Pires Corrêa, Marina Montenegro Rojas, Pablo Ozorio Garcia Batista, Regina Brizolara, Reginaldo Migliorança, Sandra Duarte, Sandra Kallil Bussadori, Shirlei Devesa, Tatiana Pegoretti Pintarelli, Vanessa Camilo, Wanderley de Almeida Cesar Jr. e William Torre.

A RevistaA Odonto Magazine apresenta ao profissional de saúde bucal infor-mações atualizadas, casos clínicos de qualidade, novas tecnologias em produtos e serviços, reportagens sobre os temas em destaque na classe odontológica, coberturas jornalísticas das mais importantes feiras comer-ciais e eventos do setor, além de orientações para gestores de clínicas. A distribuição é gratuita e dirigida em todo território nacional, em clínicas, consultórios, universidades, associações e demais instituições do setor.

Odonto Magazine Onlines. www.odontomagazine.com.br

Tiragem: 37.000 exemplaresImpressão: HR Gráfica

Alameda Amazonas, 686, G1 - Alphaville Industrial06454-070 - Barueri – SP • + 55 (11) 4197 - 7500

www.vpgroup.com.br

Edição: Ano 3 • N° 34 • Novembro de 2013

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Reportagem Odontologia do Esporte

EntrevistaBiorreprogramação bucal: muito além da bocaRogério Pavan dos Santos

Espaço EquipeA utilização das ferramentas da qualidade nos serviços de saúde odontológicosDanielle Ramos

RelacionamentoGnatus: Pioneirismo e inovação para a Odontologia mundial

Ponto de vistaCirurgia Ortognática não é mais um mitoAndrea Beder e Milton Raposo Jr.

ColunistasGestãoPlínio Augusto Rehse Tomaz

EstéticaVictor Clavijo

Casos Clínicos

Tratamento endodôntico utilizando o MTA Fillapex® como cimento obturadorCarlos Alberto Spironelli Ramos, Victor Hugo Dechandt Brochado, Roberto Prescinotti e Bruno Shindi Hirata

Clareamento dental para dentes não vitais e vitais, seguido de procedimentos restauradores diretosJorge Eustáquio e Ilana Pais Tenório

Normas para publicação

pág. 8

pág. 36

Editorial

Programe-se

Notícias

Odontologia Segura

Produtos e Serviços

SumárioNovembro de 2013 • Edição: 34

4 Novembro de 2013

Os artigos e as entrevistas são de inteira responsabilidade do autor e/ou entrevistado, e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do periódico.

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6 Novembro de 2013

Novembro 19º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética - SBOE06 a 09 de novembro de 2013O maior congresso de Odontologia Esté-tica do Brasil, congregando cerca de 40 palestrantes nacionais e internacionais. Serão 3600m2 de área de exposição e fei-ra comercial.

Curitiba – PRwww.sboe.com.br/Cong2013/Por/index.html

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III Encontro Sul Brasileiro de Saúde Bucal07 e 08 de novembro de 2013De acordo com o Dr. César José Campag-noli, conselheiro do CFO e membro da Comissão Organizadora do evento, o ob-jetivo da programação visa à qualificação do trabalho das Equipes de Saúde Bucal na estratégia da Saúde da Família e a ava-liação da situação das Redes de Serviços Odontológicos no país e na região Sul.

Curitiba – PRwww.cropr.org.br/iiiesbsb

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4º Congresso Internacional de Odontologia da FOUFU e 34ª JOUFU07 a 09 de novembro de 2013Direcionado aos discentes, docentes, ci-rurgiões-dentistas e residentes, o evento contará com cursos nacionais e interna-cionais, ministrados por renomados pro-fissionais da saúde bucal; apresentação de trabalhos, hands-on; atendimento ao vivo; minicursos; e workshop.

Uberlândia – MGwww.cioufu.com.br

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6º Congresso Internacional de Odontologia do Piauí07 e 10 de novembro de 2013O evento realizado na capital piauien-se reunirá renomados profissionais da Odontologia para discutirem procedi-mentos e técnicas mais recentes em to-dos os segmentos odontológicos.

Teresina – PIwww.ciopi.com.br

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Ego Meeting 201308 e 10 de novembro de 2013O evento surge em um momento de mudanças na Odontologia. A neces-sidade de conhecimento empresarial e empreendedor dos odontólogos se tornou uma condição “sine qua non” para o sucesso do negócio. Entre os renomados palestrantes, estão: Plínio Tomaz, que discutirá “Como os clien-tes escolhem seus dentistas?”; e Bru-no Juliani, que abordará com proprie-dade sobre o questionamento “Como transformar sua paixão em lucros?”.

Búzios – RJ www.egomeeting.com.br

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IX Congresso Brasileiro de Radiologia Odontológica – CONABRO27 a 30 de novembro de 2013Um grupo de radiologistas do Rio de Janeiro, movido pelo espírito carioca de querer seus amigos sempre jun-tos, aceitou promover um evento de grande importância para a Radiologia Odontológica.

Rio de Janeiro – RJwww.conabro2013.com.br

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XXXIV Jornada Científica da Odonto-clínica Central da Marinha28 e 29 de novembro de 2013Este evento reunirá diversas autorida-des militares e civis da área odontológi-ca, abordando os mais variados e atuais temas científicos, proporcionando uma grande oportunidade de atualização pro-fissional.

Rio de Janeiro - RJwww.ocm.mar.mil.br

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Dezembro1º Congresso Internacional sobre Saúde da Pessoa com Deficiência06 a 08 de dezembro de 2013O CISPoD é o primeiro congresso transdisciplinar sobre saúde da pes-soa com deficiência e grupos espe-ciais. Representantes de todas as áre-as da saúde - medicina, odontologia, psicologia, fisioterapia, terapia ocu-

pacional, educação física, nutrição, enfermagem, farmácia e biomedicina - estarão presentes para unir esforços, a fim de criar mecanismos capazes de fortalecer a pesquisa e a divulgação dos conhecimentos em torno da saú-de da pessoa com deficiência e grupos especiais.

Brasília – DFwww.cispod.com.br

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2014

Janeiro32º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo30 de janeiro a 02 de fevereiro de 2014O evento reunirá grandes nomes da Odontologia. Ministradores nacionais e internacionais compõem uma grade científica diversificada, com temas de grande relevância clínica. O evento ainda conta com uma das feiras odon-tológicas mais importantes do mun-do, a FIOSP, que gera, anualmente, um grande volume de negócios e apresen-ta as principais novidades do mercado de equipamentos, materiais e serviços do setor.

São Paulo – SP www.ciosp.com.br

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Março12º CIOMIG - Congresso Internacional de Odontologia de Minas Gerais06 a 09 de março de 2014Como o tema “O que nós conhecemos, o que pensamos que conhecemos e o que não conhecemos”, o evento reuni-rá renomados profissionais da Odon-tologia.

Belo Horizonte – [email protected]

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Programe-sePrograme-se

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8 Novembro de 2013

Que o Brasil é um país de contrastes, todo mundo sabe. Mas, é preciso voltar os holofotes para a boca dos brasileiros, a fim de chamar atenção de todos. Enquanto o país responde por 19% dos cirurgiões-dentistas do mundo inteiro, com mais de 260 mil profissionais ativos, 50% dos adultos têm apenas 20 ou menos dentes funcionais.Na população de idosos, essa taxa sobe para 70%. Na opi-nião de Adriano Forghieri, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), “a saúde oral do brasileiro melhorou muito nos últimos 10 anos. Mas, é necessário ha-ver mais iniciativas que estendam o tratamento dentário para cada canto do país. Afinal, quando um indivíduo perde um dente, perde também parte de sua saúde”.Dados do IBGE apontam que quase 12% da população nun-ca pisaram em um consultório odontológico e apenas 40% dos entrevistados tinham consultado um cirurgião-dentista no ano que antecedeu a pesquisa (divulgada em 2008). Entre as pessoas que têm mais acesso aos tratamentos dentais, a maioria é mulher, moradora de área urbana, e com renda mais elevada do que a média da população. “As mulheres também são maioria entre os profissionais formados em Odontologia. Hoje, elas representam quase 52% desse mercado de traba-lho”, revela Forghieri.O contraste é grande. Enquanto a indústria da Odontologia é superavitária e o país é o que mais forma cirurgiões-dentistas no mundo – ocupando, também, a segunda posição na produ-ção e colocação de implantes dentários – as pessoas adoecem por falta de cuidados com os dentes. Apesar de, hoje em dia,

a relação “cáries x crianças” ter diminuído muito em função da água fluoretada, que chega diariamente às torneiras de boa parte da população, tem muita gente ficando gravemente doen te por não contar com um tratamento odontológico.Estudo divulgado pela American Heart Association no jornal Stroke, envolvendo mais de 40 mil pacientes, associa perda dentária e doenças periodontais à ocorrência de acidente vas-cular cerebral isquêmico (AVCI) – também conhecido como derrame ou isquemia cerebral –, que é causado pela falta de sangue em uma parte do cérebro por conta da obstrução de uma artéria. De acordo com a entidade norte-americana, ho-mens com 24 dentes ou menos apresentavam risco aumenta-do de sofrer um AVCI quando comparados com aqueles que contavam com melhor dentição.O Instituto do Coração (Incor/USP) também divulgou estudo comprovando que a manutenção adequada da saúde oral é fundamental na prevenção de doenças, como a endocardite infecciosa, doença que resulta da invasão por bactérias e fun-gos em tecido endocárdico – que reveste internamente o cora-ção. Trata-se de uma doença grave, com taxas de mortalidade em torno dos 25%. “Além de ampliar e intensificar programas em nível municipal, estadual e federal para melhorar a saúde bucal dos brasileiros, há que se conscientizar ainda mais a po-pulação da importância do cirurgião-dentista e de como esse profissional pode e deve ajudá-la na prevenção de doenças orais, na manutenção dos dentes e na preservação da saúde como um todo”, diz o presidente da APCD.www.apcd.org.br

Odontologia brasileira

Notícia

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10 Novembro de 2013

A primeira vacina foi descoberta por acaso, ou melhor, pela observação de Edward Jenner. Ele era um médico inglês, nascido em 1749, que sempre

teve interesse pelas ciências da vida. Desde seus tempos de menino e, mais tarde, como estudante, intrigava-se com o fato de que as tiradoras de leite não contraíam a varíola ou então apresentavam somente uma forma branda da doença.No século XVIII, morria na Europa cerca de 400.000 pessoas por ano em decorrência da varíola e os poucos sobreviventes ficavam cegos. Era essencial que se fizesse algo para combater a doença.Vale lembrar que, a origem da varíola, como uma doença natur al, perde-se na pré-história. Acredita-se que apareceu por volta de 10.000 a.C., quando apareceram as primeiras colônias agrícolas no nordeste de África.A primeira evidência de lesões na pele resultantes de varíola foi encontrada em múmias, inclusive na cabeça mumificada do Faraó Ramses V (morte em 1156 aC.). Em maio de 1796, Edward Jenner encontrou uma jovem leiteira de nome Sarah Nelms que tinha lesões recentes de varíola bovina nas mãos e braço. Ele já suspeitava que o pus destas lesões deveria ter uma substância que protegia as tiradoras de leite de contrair uma forma mais grave da doença, e isso ativou sua curiosidade como pesquisador. Usando material extraído das lesões de Sarah, Jenner, impul-sionado pelo espírito curioso e ousado, inoculou um menino de oito anos, James Phips. Diariamente, ele injetava uma pe-quena quantidade deste material em James, até que, finalmen-te, ele injetou no menino o vírus da varíola extraído de uma lesão fres ca da doença.

James teve um pouco de febre e mal-estar, mas não desenvol-veu a doença. Edward Jenner conseguiu provar sua teoria de que alguma substância no pus das lesões das tiradoras de leite protegia a pessoa de contrair a varíola. Evidentemente que, como em qualquer descoberta, ele encon-trou muita resistência e enfrentou inúmeros preconceitos no mundo médico conservador da época. Quem poderia aceitar que um simples médico rural pudesse ter feito tamanha descoberta?Edward Jenner chegou a ser publicamente humilhado ao trazer suas descobertas a Londres.No entanto, o que ele havia descoberto não poderia ser negado e, eventualmente, teria que ser aceito.Em 1840, o governo britânico proibiu qualquer outro tratamen-to para a varíola, além do preconizado por Edward Jenner.Jenner decidiu não patentear sua descoberta, pois acreditava que isso tornaria a vacinação muito cara e fora do alcance da maioria da população. Uma atitude nobre de um gênio, que inaugurou uma nova era na humildade.A Anvisa divulgou, no dia 21 de outubro, a Resolução da Dire-toria Colegiada (RDC) nº 46/2013, que trata sobre as determi-nações que deverão ser adotadas para as vacinas da gripe que serão utilizadas no Brasil, em 2014.A composição da vacina contra a gripe é atualizada a cada ano, de acordo com os vírus circulantes, para garantir a eficácia do produto. A resolução está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Hemisfério Sul.Estar em dia com a vacinação é um direito e dever do profis-sional de saúde.Até a próxima!

Vacina: uma história de curiosidade, ousadia e humildade

Lusiane BorgesBiomedicina - UNISA / UNIFESP. Odontologia – UMESP. Especialização em Microbiologia – Faculdade Oswaldo Cruz. Especialista em Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP. MBA em Esterilização - FAMESP. Pós-Graduanda em  Prevenção e Controle de Infecção em Saúde – UNIFESP, São Paulo. Coordenadora de Cursos de ASB/TSB desde 2000. Membro do Conselho Científico da Odonto Magazine, São Paulo. Autora-coordenadora do livro “AST e TSB – Formação e Prática da Equipe Auxiliar”. Consultora em Biossegurança em Saúde – Biológica. Consultora Científica da Oral-B, Fórmula & Ação, Sercon/Steris e outros. Representante do Brasil na OSAP (Organization for Safety, Asepsis and Prevention), EUA. Responsável pelo site www.portalbiologica.com.br.

Odontologia Segura

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12 Novembro de 2013

Produtos e Serviços

O brasileiro é considerado um povo alegre, que tem a prerrogativa de viver em um extenso território contemplado por paisagens exuberantes e diversos ritmos culturais e musicais. Ainda mais, quando chegam às estações primavera e verão, os cenários naturais ficam mais radiantes, o que inspira a criação e a aquisição de produtos típicos da época, até mesmo a escova de dente, que também pode ser sazonal e de alta qualidade, como retrata muito bem a versão especial da Curaprox 5640 Tropical, lançada mundialmente.De extrema importância no dia a dia, a escova de dente deve conter grande quan-tidade de cerdas, preferencialmente acima de cinco mil, como a tradicional Cura-prox 5460, já consagrada no mercado nacional e internacional. Porém, quando a qualidade, a variedade das cores e o designer estão juntos no mesmo produto, o ato de realizar a higiene oral fica mais fácil, prazeroso e menos traumático. “Cerdas ultramacias conseguem desorganizar a placa bacteriana sem agredir o esmalte dos dentes e a gengiva”, confirma o cirurgião-dentista e professor, mestre e doutor em Odontologia da Uniban Anhanguera, Dr. Hugo Lewgoy.A edição especial Tropical oferece 12 opções de cores de cabo e três opções de cores diferentes das cerdas.www.curaprox.com.br

Elsevier apresenta “Tratamento Protético para os Pacientes Edêntulos – próteses totais convencionais e implantossuportadas”.O compromisso da obra é orientar estudantes de Odontologia, dentistas e protesistas a tomarem decisões clínicas bem embasadas no gerencia-mento ideal das necessidades de pacientes edêntulos. Abordando novas técnicas, procedimentos e materiais – de moldagem, agentes limpadores e adesivos, entre outros – em capítulos curtos e fáceis de ler, é um guia completo, abrangente e superatualizado.Mais de 800 fotos e ilustrações coloridas destacam detalhes clínicos e estéticos essenciais, e novas discussões sobre a eficácia dos implantes dentários abordam os protocolos clínicos no tratamento das próteses im-plantorretidas e implantossuportadas.Um novo capítulo sobre “próteses totais com carga imediata” descreve a justificativa para esse enfoque popular emergente, que permite, em curto prazo, resultados funcionais esperados. O livro, do autor George Zarb, tra-ta, ainda, de técnicas para a confecção de próteses totais acessíveis àque-les que não têm acesso a outros tipos de tratamento mais sofisticados, como os protocolos alternativos – entre eles o de “próteses totais em quatro sessões clínicas”.www.elsevier.com.br

Próteses para pacientes sem dentes

Alegria e saúde bucal

O contraste lateral é o novo integrante da linha de fotogra-fia odontológica da Indusbello.Produzido em alumínio com revestimento em PTFE preto e fosco, o novo contraste é ideal para fotografias odonto-lógicas laterais, evidenciando os dentes e primando pela qualidade da imagem.O formato anatômico atua como cabo, permitindo segu-rança e firmeza no momento do uso.www.indusbello.com.br

Para fotografias odontológicas

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13Novembro de 2013

Produtos e Serviços

A empresa investe em um novo segmento de atuação no Brasil com a apresentação, no mercado brasileiro, da sua marca de cuidados com a saúde bucal, a Philips Sonicare. O portfólio da marca, que já é sucesso em mais de 20 mercados ao redor do mundo, estreia, por aqui, com o lançamento da escova elétrica sônica, nas versões FlexCare Platinum e HealthyWhite, e com o limpador interdental elétrico Airfloss. Os maiores benefícios da escova elétrica Sonicare com a tecno-logia sônica e do limpador interdental elétrico são, respectiva-mente: mais escovação em dois minutos do que um mês com uma escova manual e remoção de até sete vezes mais placa bacteriana entre os dentes, e uma limpeza entre os dentes em apenas 30 segundos.A eficiência dessa tecnologia é comprovada por mais de 175 estudos clínicos e laboratoriais em mais de 50 universidades e instituições pelo mundo todo.Uma das vantagens dos produtos Sonicare é o fato de poderem ser utilizados por toda a família. Ao comprar a base da escova ou do limpador, cada membro da pode ter a sua ‘cabeça de es-cova’. Uma única base é compartilhada por todos, sem riscos à higiene bucal. Além disso, qualquer cabeça da marca serve em todas as escovas da Philips Sonicare e podem ser adquiridas separadamente. Com isso, cada usuário pode adquirir o modelo que melhor atende a sua necessidade.Já o limpador interdental elétrico Sonicare Airfloss, é uma al-ternativa para pessoas que têm dificuldade em usar o fio dental regularmente. O grande benefício do Airfloss é a praticidade, que não é encontrada em qualquer outro item de higiene oral, removendo até 99% mais da placa interdental do que uma esco-va comum sozinha, em apenas 30 segundos.www.philips.com.br

Philips lança linha de saúde bucal no Brasil

A Dabi Atlante, empresa de Ribeirão Preto (SP), deu início às vendas do tomógrafo odontológico, o Eagle 3D, o único fabrica-do no Brasil e em todo o hemisfério sul. O equipamento, o mais alto estágio tecnológico do projeto Eagle, iniciado pela empresa em 2008, oferece três funções – panorâmico, teleradiografia e tomógrafo odontológico e chega ao mercado com importantes diferenciais em relação aos concorrentes importados.A primeira grande inovação do Eagle 3D é o FOV (campo de vi-são) de 12 x 7,5 cm, o maior do mercado entre os equipamentos médios e que permite, em uma única tomada, capturar na mesma imagem e com grande nitidez toda a mandíbula do paciente. A unidade Voxel pode ser ajustada de 120 a 400 micromilímetros, o que traz definição e foco com resolução superior, permitindo visualização ampla e detalhes com mais segurança.Os equipamentos Eagle possuem sensor desenvolvido pela Ajat, da Finlândia, e tubo de raios-X da Toshiba, componentes vitais para a qualidade da imagem e que equipam as principais marcas mundiais de panorâmicos e tomógrafos. As vantagens do Ea-gle 3D são também sentidas na função panorâmica. Com sensor CdTe, que converte a imagem diretamente no sensor, os resul-tados são mais nítidos e necessitam assim menor dosagem de raios-X. Além disso, o equipamento oferece ajuste do plano fo-cal, sem necessidade de nova exposição, economizando tempo para a clínica e evitando dosagens desnecessárias ao paciente. www.dabiatlante.com.br

Tomógrafo odontológico Eagle 3D

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16 Novembro de 2013

Produtos e Serviços

Sanifill aprimora o seu mix de produtos e apresenta ao mercado sua linha de antissépticos bucais com fórmulas renovadas e escovas ultraprofissionais e ortodônticas com novas embalagens e funcionalidades. Os produtos foram desenvolvidos, especialmente, para auxiliar na manutenção da saúde oral de forma completa e suave.As escovas Ultra Profissionais Sanifill possuem formatos especiais e adequa-dos para a necessidade de cada usuário. Com cabo anatômico e emborracha-do, proporcionam mais firmeza e segurança, além de sinalizador de uso que indica o momento correto de troca. A escova ainda possui higienizador de lín-gua, que auxilia na remoção das bactérias, e cerdas retas com acabamento arredondado, que proporcionam uma limpeza eficiente sem machucar a boca. Quem usa aparelho ortodôntico pode contar com a nova Escova Ortodôntica Dupla Ação Sanifill. A escova possui cerdas macias nas laterais, que massa-geiam as gengivas, e cerdas médias, no centro, para os braquetes. O seu for-mato em V facilita a higienização dos dentes e braquetes. Além disso, o cabo anatômico foi projetado para se adequar perfeitamente às mãos do usuário, dando mais firmeza e conforto durante a escovação.A linha de antissépticos Sanifill também foi renovada, e conta com novidades nas embalagens e fórmulas. As cinco variantes – menta, cuidado total, ice, ci-trus e kids – não contêm álcool e previnem contra a formação de placa bacte-riana e cáries.O antisséptico bucal Kids, ideal para crianças com mais de seis anos, conta com embalagem decorada com a turma do desenho animado “A Era do Gelo 4”. O produto possui fórmula exclusiva com flúor e sem álcool, auxiliando no combate a placa bacteriana, cárie e mau hálito.www.sanifill.com.br

O INEOS X5 é novo scanner extraoral da Sirona. O equipa-mento conta com câmera com foco automático e possibilita o trabalho manual ou automático na tomada de imagens.A novidade possui a melhor precisão do mercado laborato-rial, com capacidade de imagens abaixo de 12 microns.A câmera, com maior amplitude, tem a capacidade de captar até 5,5 elementos por imagem. Com posicionamento e foco automático, o INEOS X5 captura todas as áreas vistas com velocidade e sem gaps, exportando, ainda, arquivos STL para todos os sistemas CAD/CAM do mercado.Possui articulador virtual e articulador físico, com capacida-de para tomar imagens de todos os tamanhos de moldeiras e articuladores.www.sirona.com.br

Novidade no mercado laboratorial

Limpeza bucal completa

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APLICADOR DE SAPATILHADESCARTÁVEL AUTOMÁTICO

Higiene e conveniência

Ideal para

1. Fácil de usar2. Seguro e rápido 3. Higiênico e prático 4. Dispensa eletricidade 5. Conforto na aplicação 6. Dispensa o uso das mãos

Clínicas FábricasHospitais

EscritóriosResidênciasLaboratórios

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O Propé Mágico foi desenvolvido com o objetivo de facilitar a aplicação de sapatilhas descartáveis de forma prática e higiênica.

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Reportagem

18 Novembro de 2013

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Odontologia do Esporte

Por: Viviam Santos

Especialidade da Odontologia é promissora e necessária, já que os esportistas devem ter tratamento e acompanhamento adequados às suas realidades.

* Alexandre Fonseca Barberini é Especialista e Mestre pela Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP), professor-chefe do Ambulatório de Odontologia do Esporte do Departamento de Ortopedia (DOT) no Centro de traumatologia do esporte (CETE), disciplina de Medicina Esportiva na Unifesp / EPM. Professor e coordenador do curso de pós-graduação em Odontologia do Esporte e Traumatismo Dentário na Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia (Fundecto) da Faculdade de Odontologia da USP. Diretor do Departamento Odontológico da Confederação Brasileira de MMA, cirurgião-dentista do Departamento Médico da Confederação Brasileira de Boxe, cirurgião-dentista oficial da equipe do S.C. Corinthians Paulista - Academia e CT de MMA e cirurgião-dentista do Instituto do Atleta (INA).

A Odontologia no esporte é um campo ainda pouco explorado no âmbito acadêmico – uma vez que, para obter conhecimen-tos sobre a especialidade, o profissional deve buscar cursos

além da graduação. A fusão da Associação Brasileira de Odontologia Desportiva (Abrodesp) com a Sociedade Brasileira de Odontologia do Espor-te (Sboesp) resultou na Academia Brasileira de Odontologia do Esporte (Abroe), que congrega cirurgiões-dentistas do esporte de todo o Brasil. Pode-se afirmar que, a área é ainda nova no Brasil, entretanto, os grandes times esportivos possuem um departa-mento odontológico com especialistas em Odontologia Esportiva para direcionar o tratamento na realidade dos atletas.Esse é o caso do dentista oficial da equipe do S.C. Corinthians Pau-lista (Academia e CT de MMA), Alexandre Fonseca Barberini, tam-bém professor e coordenador de cursos na área de Odontologia Esportiva e Traumatologia do Esporte. Segundo ele, a Odontologia do Esporte possui alguns aspectos próprios no atendimento dos atletas, principalmente no atendimento de esportistas de alto rendi-mento. “Por definição, a Odontologia do Esporte é a área da Odon-tologia voltada para o conhecimento, prevenção e tratamento das lesões e doenças do sistema estomatognático na prática esportiva, baseia-se no estudo da interferência do esporte no sistema estoma-tognático e como esse sistema pode comprometer o desempenho físico e psicológico do esportista”, explica ele.A saúde bucal do esportista deve ser mantida como a de um pa-ciente normal, ou seja, que não pratica esporte regularmente. “A prevenção é feita com exames pré-participativos odontológicos (Eppo) e, nos casos de traumatismos dentários, com palestras e utilização de protetores de boa qualidade, indicando o melhor para cada modalidade esportiva”, garante o dentista. Do ponto de vista do clube, o profissional de Odontologia do Es-porte é importante, porque, quando a saúde bucal do atleta não vai bem, pode haver queda de rendimento do esportista. “Pode ocorrer, em alguns casos, como nas infecções odontológicas pós-cirúrgicas, periodontais, endodônticas, e pericoronarites. O importante é realizar os exames e diagnosticar o mais rápido possível e resolver qualquer interferência que possa causar um foco infeccioso”, afirma o professor. Ele também lembra que o atleta de alto rendimento, geralmente, está no seu limite de trei-namento: “Engana-se quem pensa que o atleta é saudável, pois em algumas modalidades tem que perder peso, está debilitado, com a imunidade baixa e perde rendimento rapidamente”.A maioria dos tratamentos no consultório comum, de acordo com o professor Alexandre, pode ser aplicada no departamento odonto-lógico de um clube. “O que difere um tratamento em um atleta de alto rendimento é a velocidade do tratamento, pois os atletas mu-dam de clube com frequência, viajam muito e não têm tempo de comparecer às consultas. Portanto, o calendário das competições

deve ser respeitado”, diz. Procedimentos cirúrgicos que podem afastar o atleta das competições devem ser estudados com toda a equipe médica, argumenta ele, pois “devem ser realizados fora das competições ou quando o atleta estiver lesionado e fora de jogo”.Outro fator que difere o tratamento bucal de atletas e merece mui-ta atenção é a medicação, para que o doping positivo seja evitado. “Medicamentos que o dentista indica em procedimentos simples podem causar doping positivo ao atleta de alto rendimento, anal-gésicos, anti-inflamatórios e anestesia com vasoconstrictor de-vem ser administrados com cautela, pois podem causar doping positivo e suspender o atleta por até dois anos”, alerta Barberini.Os casos que aparecem no consultório do dentista desportivo tam-bém são similares aos do consultório convencional, com algumas exceções: “Os atletas podem apresentar algumas alterações que prejudicam sua saúde e seu desempenho, tais como: a síndrome do respirador bucal, problemas ortodônticos e má oclusão; pe-riapicopatias, má higiene oral, disfunção da articulação temporo-mandibular e postura, cáries interproximais e oclusais, anomalias radiculares, dentes inclusos e sua posição intraóssea, reabsorções alveolares, bolsas periodontais, raízes residuais e corpos estra-nhos”, relata. Portanto, cirurgiões-dentistas especializados em di-versas áreas da Odontologia estão, também, inseridos no contexto da Odontologia do Esporte, para tratar tais alterações nos atletas.As alterações bucais citadas por Barberini são encontradas em todos os esportes, mas cada esporte pode desenvolver determinados pro-blemas bucais. “Temos que tomar cuidado com as particularidades do atendimento em cada modalidade esportiva, pois cada esporte tem suas características próprias. Um exemplo são os atletas de na-tação que, além do desvio médio facial, nadam mais de oito horas diárias e possuem manchamento dentário amarronzado, chamados ‘cálculos de nadador’”, exemplifica. A ATM também pode ser resolvida na Odontologia Esportiva. “No caso de patologias da ATM, podemos contar com tecnolo-gia neurofisilógica, que avalia, por meio de aparelhos de alta tecnologia, a melhor posição mandibular, otimizando o rendi-mento do atleta. Essa tecnologia produz aparelhos e protetores bucais do tipo V (com otimizador esportivo), melhorando a pos-tura e a respiração do atleta”, comenta.

Prevenção em focoAs lesões no esporte são comuns e, com isso, a saúde bucal tam-bém pode ser afetada. Para prevenir esses tipos de problemas, os atletas são recomendados a utilizar protetores bucais. Segundo a American Dental Association (ADA), 200 mil traumas são evitados graças ao uso de protetores bucais, e atletas de modalidades de contato tem cerca de 60 vezes mais chance de lesões traumáticas dentárias se não estiverem usando protetores bucais adequados. Além disso, dados da associação mostram que o protetor bucal

Reportagem

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“Hoje, a Odontologia do Esporte cresceu muito e há mercado de trabalho para todos”

Alexandre Fonseca Barberini

Segundo o professor Alexandre Fonseca Barberini, o dentista do esporte deve:

Deveres do dentista na Odontologia do Esporte

» Realizar avaliações de saúde bucal pré-contratual, pré-participação e pós-participação, obedecendo sempre o calendário dos atletas.

» Atendimento inicial no local dos eventos, treinos e jogos, principalmente nos casos de acidentes orofaciais.

» Administrar corretamente substâncias e medicamentos, descartando os que podem causar doping ao atleta, po-dendo também utilizar da metodologia para detecção de doping e estresse pela saliva.

» Trabalhar em equipe multidisciplinar, promovendo campa-nhas de prevenção de saúde bucal para os atletas, forne-cendo aos treinadores, técnicos e dirigentes informações

sobre: procedimentos de urgência, uso de acessórios de proteção adequados para cada modalidade esportiva.

» Saber os protocolos de atendimento médico apropriado antes do tratamento dentário.

» Acompanhar treinamentos e jogos.» Respeitar os direitos desportivos do atleta e sua imagem.» Saber como o esporte pode ser uma ferramenta para o

marketing estratégico na Odontologia.» Utilizar metodologias, tecnologias, produtos capazes de

treinar, ensinar, avaliar, alimentar e recuperar melhor atletas de alto rendimento.

» Aplicar a Odontologia Neurofisiológica (Neuromuscular).

adequado pode reduzir entre 30 e 50% das lesões bucais no es-porte. “Alguns trabalhos mostram que dentre as lesões orofaciais, os traumatismos dentários são comuns, atingindo cerca de 39% das injúrias no esporte, e que a cabeça é a região mais atingida em um esporte de luta”, nota Barberini. Quem mais apresenta traumatismos dentários no esporte, segundo ele, são crianças e adolescentes. “O atleta infanto-juvenil está em uma fase onde acontece a maioria dos casos de traumatismos den-tários, então, há a necessidade do uso de protetores bucais nas mo-dalidades de contato”. Alterações como a Síndrome do Respirador Bucal podem ser detectadas precocemente nessa fase. “Há neces-sidade de um acompanhamento e tratamento multiprofissional e multidisciplinar. A Síndrome do Respirador Bucal detectada no iní-cio, nas categorias de base, por exemplo, pode evitar alterações que podem levar a modificações musculares, posturais, queda de resis-tência aeróbica e reflexos, ocasionando a queda de rendimento”, diz.Quanto ao mercado para o dentista desportivo, de acordo com ele, existe. “Hoje, a Odontologia do Esporte cresceu muito e há mer-cado de trabalho para todos”, garante Barberini. “Temos colegas trabalhando em confederações, federações, clubes, academias e eventos esportivos. Profissões, como Cutman (profissional que cui-da dos atletas de MMA no octógono) são dentistas, e outros têm empresas que fabricam protetores bucais”, conta o especialista.

Cursos e regulamentaçõesA Abroe regulamenta as diretrizes, as especializações, as subes-pecialidades e as disciplinas, tais como: Odontologia do Esporte, Clínica Integrada de Odontologia do Esporte, Medicina do Esporte, Psicologia Esportiva, Fisiologia do Exercício, Fisioterapia Esportiva, Nutrição Esportiva, Fonoaudiologia Esportiva, Emergências médi-cas em Odontologia, Ética e Legislação Odontológica, Bioética, Me-todologia do Ensino. “Apesar de não ser reconhecida como espe-

cialidade pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), já existem alguns cursos de especialização em Odontologia do Esporte cadas-trados no MEC e em universidades federais”, diz Barberini.Para iniciar nesta especialidade, ele indica: “O dentista que está interessado nessa nova área da Odontologia precisa, inicialmen-te, participar de cursos que tratam do assunto, pesquisar, filiar-se à Abroe e frequentar grupos nas entidades de classe, como os grupos de estudo, câmaras técnicas e comissões”.A maior parte dos cursos no Brasil são cursos de pós-graduação, workshops, atualização e especialização. “Na parte acadêmica são poucas as universidades que colocam em suas grades a discipli-na de Odontologia do Esporte. Até o traumatismo dentário, por exemplo, é ministrado na Endodontia, Cirurgia Bucomaxilofacial e Odontopediatria. Cursos de pós-graduação na USP (Faculdade de Odontologia), Unifesp, Associação Paulista dos Cirurgiões-Den-tistas (APCD), Universidade Positivo, PUC de Minas Gerais e nos clubes, como o Botafogo F.R., são referências nesta área”, sugere.Para ele, “será uma questão de tempo para que o CFO perceba a importância da Odontologia dentro das entidades esportivas e para a criação de mercados de trabalhos” para os cirurgiõesden-tistas que atuam na área esportiva.Enquanto isso, a Abroe é a entidade que Barberini indica para quem busca se especializar e regulamentar na Odontologia do Esporte. “A Abroe, nos moldes da Academy for Sports Dentistry, é uma entidade sem fins lucrativos que congrega dentistas que tro-cam experiências com médicos, instrutores, treinadores, técnicos de prótese dentária e educadores interessados em Odontologia do Esporte”, explica.As atividades da Abroe incluem a formulação de diretrizes, certificação de produtos, além de divulgar informações sobre lesões traumáticas no esporte e investigar o melhor método de prevenção das lesões dentárias.

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EntrevistaEntrevista

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Por: Vanessa Navarro

A entrevista com o cirurgião-dentista Rogério Pavan, pesquisador na área de Biocibernética Bucal, apresenta a Biorreprogramação Bucal, a técnica que mostra que a importância da boca vai muito além da mastigação e da fala.

Rogério PavanCirurgião-dentista. Desde 1990 realiza pesquisas sobre Biocibernética Bucal. Autor do livro “Biocibernética Bucal - em busca da saúde perfeita”.

Biorreprogramação bucal:muito além da boca

Novembro de 2013

Entrevista

Odonto Magazine - A Biorreprogramação Bucal é conside-rada uma das mais avançadas técnicas de terapia holísti-ca. Como surgiu esse segmento de tratamento alternativo no Brasil? Rogério Pavan - Como tudo que existe, a Biorreprogramação Bucal é o resultado da continuidade científica. Desde 1902, percebe-se a relação entre o sistema respiratório e as defici-ências de crescimento da arcada. Naquela época, Pierre Robin apontava a glossoptose e a retrusão mandibular como causas de dificuldades respiratórias. Balters, em 1955, já apontava que as alterações de crescimento da arcada dentária estavam relacionadas à postura esquelética. Muitos outros autores pu-blicaram artigos relacionando à boca com disfunções físicas, dentre eles um foi de muita importância: Dr. Ernesto Furlan, que tratou de centenas de pacientes voluntários para criar uma metodologia que, mais tarde, pelas minhas mãos, cul-minaria na criação da Biorreprogramação Bucal, técnica que tem como principal objetivo tratar de disfunções da saúde do corpo por meio da boca, ou, como o próprio nome sugere, reprogramar o corpo através da boca.

Odonto Magazine - Como a técnica pode se tornar favorável para o paciente e também para o dentista durante o atendi-mento odontológico?Rogério Pavan - Dentre outras coisas, a técnica coloca o den-tista de volta ao rol da Medicina, pois o habilita a tratar de dis-funções da saúde, como: bronquite, asma, apneia, ronco, si-nusites, dores nas costas, lordoses, refluxos, entre outras, por meio da boca.O dentista jamais sairá da sua área de atuação, pois, em muitos casos, as causas para estas disfunções estão na boca. Temos muito orgulho de valorizar nossa profissão e dar aos colegas uma nova e maravilhosa ferramenta.Já os pacientes, passam a ter um universo completamente novo e amplo de opções de tratamento para sua saúde, com grande eficácia e muita segurança, uma vez que, os proces-sos se baseiam em técnicas já conhecidas, como Ortopedia e Ortodontia, ou mesmo na utilização de recursos especiais de compensação, por meio dos sistemas de tratamento como Polis® (placas oclusivas lisas) ou DARAA® (dispo-sitivo antirronco e antiapneia). Além disso, os recursos e

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Entrevista

conhecimentos adquiridos na criação destes dispositivos podem orientar os processos de reabilitação protética ou mesmo cirurgias ortognáticas. Nosso objetivo é que, cada dentista do mundo possa usu-fruir destes conhecimentos e, a partir deles, beneficiar seus próprios pacientes, ajudando a Medicina na sua ampla e magnífica jornada, e tornando a vida das pessoas cada dia melhor, com mais saúde e longevidade.

Odonto Magazine - Como os fatores sociais e emocionais po-dem definir a forma da arcada dentária de cada indivíduo?Rogério Pavan - Tive duas maravilhosas professoras a res-peito deste assunto. Quando minhas filhas nasceram, usei todos os métodos disponíveis para estimular o crescimen-to adequado das arcadas. Com o passar do tempo, perce-bia que deficiências surgiam e o desenvolvimento estava aquém do esperado. Meus antecessores diziam que altera-ções de relacionamento com o feminino iriam interferir no posicionamento dos dentes superiores e, quando inferior estariam relacionados ao masculino (informações obtidas na apostila Dr. Ernesto Furlan e no livro “A Cura Pelos Den-tes”, de Newton Nogueira de Sá, ambos os trabalhos publi-cados nos anos 1980).Ao observar como ocorria o crescimento da maxila e da man-díbula das minhas filhas, comecei a refletir de que maneira eu e minha esposa poderíamos interferir. Foi, então, que um daqueles momentos de pura magia aconteceu. Em segun-dos, tudo começou a vir na minha mente. Comecei a enxer-gar nosso padrão educacional nos dentinhos das meninas, meus olhos se mexiam de um lado para outro, pensando nas múltiplas possibilidades. Em seguida, pensei no padrão da minha arcada e como tinha sido meu processo de educa-ção. Fui ampliando para pessoas próximas e conhecidas e, tão logo, consegui formar o padrão inicial. Passei a estudar pessoas as quais eu não conhecia a história. Após analisar mais de 300 pessoas, pude concluir que, seguramente, o crescimento da arcada dentária sofria grande influência do processo educacional.

Odonto Magazine - Quais são os recursos odontológicos utili-zados na prática da Biorreprogramação Bucal?Rogério Pavan – Os primeiros e preferenciais recursos a serem utilizados são os diferentes métodos de correção ortopédica. Gosto muito dos recursos criados por Mauricio Vaz de Lima. Utilizo versões modificadas ou clássicas do Bionator de Bal-ters. Adaptei as pistas de Pedro Planas à técnica de Maurício e gosto muito das máscaras de Petit, pois todas estas técnicas ampliam o volume da arcada. Nesta fase, o tratamento dura de um a quatro anos, e pode ser iniciado a partir dos três anos de idade, ou quando todos os dentinhos decíduos estiverem presentes. Não concordo com extraorais para retenção ou diminuições de maxila ou mandí-bula, também não concordo com exodôntias para correção, pois irão diminuir a arcada dentária.Sempre que a arcada cresce, temos benefícios para os siste-mas correlacionados (respiratório, digestivo e equilíbrio esque-lético), e sempre que a arcada diminui, temos prejuízos. Uma vez que o processo de correção ortopédica for executado, podem-se somar, paralelamente ou posteriormente, as corre-ções ortodônticas, a fim de resultados mais elaborados e este-ticamente satisfatórios.

Na fase adulta, os recursos ortopédicos e ortodônticos ficam limitados, no entanto, devem ser utilizados, para corrigir tanto quanto for possível. O que não for possível corrigir deve ser compensado com recursos, como DARAA® ou Polis®.Em muitos casos, podemos aplicar estes recursos para execu-tar próteses totais, protocolos ou reabilitações fixas ou remo-víveis. O intuito principal é reestabelecer as funções que foram prejudicadas com o passar dos anos.Hoje, sabemos que mais de 60% da população adulta apresen-tam algum tipo de deficiência de crescimento dos arcos dentá-rios, que não foi corrigida durante a fase de crescimento e, por-tanto, apresentam disfunções na saúde corporal, diretamente relacionadas a estas alterações.Sabemos que, na fase adequada (de três a oito anos), tem-se o tempo necessário para executar tratamentos de ortopedia bu-cal adequada. Os índices de sucesso no tratamento de ronco e apneia infantil estão acima de 90%, quando tratados dentro desta faixa etária.Estudos realizados com dispositivos de compensação, como Polis® e DARAA® mostraram que existe capacidade de ampliar a coluna aérea, em média 35%, e que, mesmo quando o paciente não está utilizando o dispositivo, pode--se verificar um aumento da coluna em cerca de 18%, com-provando que o uso continuado amplia, eficientemente, a capacidade respiratória do indivíduo.Infelizmente, o número de dentistas dedicados a este segmento é muito pequeno. Creio que o número seja inferior à meia centena. Notei que, para os profissionais aplicados a técnica, a relação entre a saúde corporal e a boca parece ser muito simples, no entanto, quando converso com outros dentistas de especialidades diferen-tes, percebo que, na maioria das vezes, não se dão conta de como a boca pode influenciar estas outras funções do corpo. Tenho me dedicado à construção de um curso que irá habilitar o co-lega a trabalhar com o sistema POLIS®, para que, gradativamente, possa ampliar sua atuação às demais especialidades. Desejo que os conceitos básicos a respeito da respiração, digestão e postura possam fazer parte da formação de cada dentista do mundo, assim, faremos com que a nossa Odontologia se torne ainda mais valiosa. Estima-se que mais de 15.000 pessoas já tenham sido beneficia-das pelos tratamentos que envolvam os processos da Biorrepro-gramação Bucal, e a expectativa é que este número venha dobrar em poucos anos, pois, a consciência vem aumentando, e os pa-cientes que passaram pelo processo fazem muitas indicações.

Odonto Magazine - A Biorreprogramação Bucal caracteriza a boca como um importante meio de diagnóstico e trata-mento de diversas disfunções e patologias, incluindo pro-blemas de postura. Qual é o embasamento teórico e prático utilizado para tal afirmação?Rogério Pavan - Vivemos em um tempo onde uma agulhinha espe-tada em alguma parte do corpo trás resultados incríveis para nossa saúde. Seria ingenuidade pensar que os dentes, que são partes inte-grantes do nosso corpo, não causassem consequências.Nosso corpo é um sofisticado sistema de equilíbrio e balan-ceio. Se pagarmos uma sacola pesada com a mão esquerda, automaticamente nosso corpo pende para direita. Se resol-vermos trocar a sacola de lado, imediatamente, o corpo fará a inversão. Observamos que, grande parte dos indivíduos apresenta algum tipo de assimetria facial, desta maneira, o nosso sistema automático ira balancear, mudando a posição da cabeça que, por sua vez, muda a postura do pescoço e,

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Entrevista

A visão de um especialista não deve nunca sobrepor a do outro e, sim, somar. Muitas vezes, para o sucesso do tratamento, vários profissionais devem ser envolvidos

consequentemente, da cintura escapular (ombros), que in-terfere na cintura pélvica e, desta maneira, modifica a forma como pisamos no chão.Cada pequena variação, no que diz respeito ao posiciona-mento dos dentes ou crescimento das arcadas dentárias, será sempre compensada pelo nosso corpo. Não existe a possibilidade de ser diferente. Sempre que houver uma alte-ração, haverá uma consequência.

Odonto Magazine - Como a Biorreprogramação Bucal pode auxiliar no tratamento do ronco da e apneia, problemas que chegam a atingir até 30% da população brasileira?Rogério Pavan - Ao longo de 20 anos tratando de pacientes ron-cadores e apnéicos, nas mais diferentes idades, percebi que a causa principal deste distúrbio é a falta de crescimento ou desenvolvimento dos arcos dentários.Ainda nos primeiros anos de vida, podem-se notar os primeiros sinais. Na maioria das vezes, o quadro começa com inofensivos resfriados e, às vezes, como gripes que, por sua vez, evoluem para o aumento das tonsilas faringianas e palatinas, o que logo farão a criança roncar. Uma vez identificado quais são as neces-sidades, um recurso de desenvolvimento ortopédico pode evitar cirurgias e promover resultados definitivos. Quando não se faz possível o tratamento corretivo, o dispositivo DARAA® será indi-cado. Com um design especial, este recurso favorece a reacomo-darão da língua no espaço bucal, desobstruindo a coluna aérea, aumentando o afluxo de ar, diminuindo ou eliminando o ronco e/ou apneia. Este recurso habilita o dentista a conquistar benefícios extras, pois, suas pistas baseadas no sistema POLIS®, possibilita melhoria nas lombalgias e cervicalgias em pelo menos 60% dos casos, além disso, tem se mostrado eficiente na diminuição da acidez gástrica, por aumento do estímulo das glândulas salivares.

Odonto Magazine - A Biorreprogramação Bucal defende que cada dente carrega informações de toda a vida do indivíduo. Como isso é possível? Rogério Pavan - Criei um curso de quatro horas, onde ensino as pessoas a como interpretar o emocional por meio dos dentes. É fascinante observar o alto índice de acerto que obtemos com esta interpretação. Em meu livro, no capítulo “Os Den-tes”, explico a que se refere cada dente. Este assunto não é novidade, Aristóteles 300 aC. já tentava decifrar o emocional por meio da aparência. Confesso que, ainda não sabemos como este fato acontece, mas os estudos quantitativos não deixam dúvida. Sempre digo que eu posso errar na interpretação, mas tenho certeza que o “dente” nunca erra. Cada cárie, cada retração gengival são apenas formas de registro. Assim como estas palavras regis-tram o que falo, os dentes gravam as informações da vida de cada indivíduo.

Odonto Magazine - A Biorreprogramação Bucal visa tratar pro-blemas de saúde por meio do redimensionamento bucal. Exis-tem restrições da técnica na Odontologia?Rogério Pavan - Com certeza. Existe uma compatibilidade que é bas-tante individual. Não devemos calçar um sapato 34 em um pé 43 e vice versa. Alguns acreditam que basta fazer um alargamento da ar-cada. Não é bem assim! Uma análise complexa, que envolve análise da postura esquelética e teleradiografias frontais e laterais, irá nos guiar no processo de correção da boca. Uma arcada bem desenvol-vida comporta, com facilidade, os pré-molares e também os dentes do siso, no entanto, para que isso seja possível, o tratamento deve ser feito durante o processo de crescimento. A partir daí, a correção fica limitada e, portanto, apresenta restrições. Lembrando que, o que não pode ser corrigido, deve ser compensado.

Odonto Magazine - Como deve ser trabalhada a questão do limite entre o tratamento holístico e a medicina tradicional?Rogério Pavan - Partindo do princípio que as coisas mudam. Exis-tem muitos processos que eram tidos como corretos no passado, e que, hoje, todos sabem que são grandes absurdos.Noto que as pessoas, hoje em dia, não querem mais tratar de dor com analgésico, elas querem entender a causa da dor e eli-mina-la. Se as ciências holísticas cresceram grandemente é por-que as ciências tradicionais apresentaram falhas e insucessos. A ação multidisciplinar deve sempre existir. Se trato de um pa-ciente com lombalgias e ele deixa de ter dores, não significa que ele deva deixar de ir ao médico ortopedista. A visão de um es-pecialista não deve nunca sobrepor a do outro e, sim, somar. Muitas vezes, para o sucesso do tratamento, vários profissionais devem ser envolvidos. Nunca tentem resolver tudo sozinhos. O bom senso, a análise crítica e imparcial, com certeza, irão contribuir muito. Muitas vezes, ao iniciar minhas palestras, peço às pessoas que se esvaziem, pois em um copo cheio, uma única gota o fará derramar. Somente absorveremos novos co-nhecimentos se nos dedicarmos a ouvir e pensar. Triste daque-le que acha que já sabe tudo, pois nada mais irá aprender.

Odonto Magazine - Qual é a posição do Conselho Federal de Odontologia - CFO no que diz respeito à prática Biorreprogra-mação Bucal nos consultórios odontológicos?Rogério Pavan - O CFO tem posicionamento neutro, suas leis e regimentos nos orientam a uma prática odontológica segura, que tragam resultados práticos, eficientes, que preservem os dentes e a saúde dos indivíduos. Sem dúvidas, a Biorreprogramação Bucal atua dentro das nor-mas odontológicas, pois ajusta seu foco na promoção da saú-de. Desejo muito que a técnica consiga, em breve, seu reconhe-cimento como especialidade, pois, assim, seus conhecimentos chegarão mais longe e poderão ajudar bilhões de pessoas a viverem mais e melhor.

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Espaço Equipe

Um dos grandes desafios ao se trabalhar em um servi-ço odontológico, é atender e superar as expectativas do cliente. As constantes inovações tecnológicas e a velo-

cidade com que as informações são propagadas, trazem a pre-ocupação de estarmos sempre atualizados para oferecer um serviço de saúde com segurança e qualidade.Mas, afinal, o que é qualidade? O termo “qualidade” tem várias definições na literatura. Para alguns autores, a qualidade é um valor conhecido por todos, mas a percepção dos indivíduos di-fere em relação aos mesmos produtos ou serviços, de acordo com suas necessidades, experiências e expectativas.Diante deste cenário, é fundamental que os serviços de saúde odontológicos avaliem, constantemente, suas ações, estabele-cendo como meta a busca da qualidade dos serviços prestados. Esse processo implica em um trabalho em equipe, onde todos estejam comprometidos com a filosofia da melhoria contínua. Uma das formas de verificar a qualidade dos serviços de saúde são os programas de acreditação, que buscam um padrão de excelência junto às instituições, por exemplo, a Organização Nacional de Acreditação (ONA).Os serviços de saúde também podem utilizar ferramentas para melhoria dos seus processos. As ferramentas da qualidade são técnicas utilizadas para definir, mensurar, analisar e propor so-luções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho.Podemos utilizar essas ferramentas como um recurso de melho-ria, porém, essa ação isolada não garante a resolução dos proble-mas. Para isso, é necessário que todos os colaboradores estejam envolvidos e conheçam o produto ou serviço a ser melhorado.As ferramentas da qualidade mais utilizadas são: ciclo PDCA, diagrama de Pareto, diagrama de causa e efeito (também co-

nhecida como espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa), histo-grama, folha de verificação, gráficos de dispersão, fluxograma, diagrama de controle, brainstorming, 5W2H, 5S, entre outras. Não há regra que defina qual a melhor ferramenta a ser uti-lizada, pois cada ferramenta apresenta suas vantagens e fun-cionalidades. A mais apropriada irá depender do problema identificado. Por exemplo, a Equipe de Saúde Bucal que atua na Estratégia Saúde da Família, frequentemente, enfrenta difi-culdades para captar as gestantes para tratamento odontológi-co. Para auxiliar a equipe neste processo, a ferramenta “Ciclo PDCA” poderá ser utilizada para apoiar a resolução do proble-ma e melhoria do processo de trabalho.O ciclo PDCA é um método gerencial utilizado para controlar o processo, com as fases básicas de planejar, executar, veri-ficar e atuar corretamente. É conhecido também como ciclo de Shewrhart, ou como ciclo de Deming. Cada letra do ciclo corresponde a um termo que se traduz da seguinte forma: P - PLAN (planejar); D - DO (executar); C – CHECK (verificar); A - ACTION (atuar corretivamente). Tem como objetivo deixar os processos envolvidos na execução mais claros, tendo como meta a manutenção do processo ou sua melhoria contínua. Além das ferramentas de qualidade que o serviço de saúde odontológico pode utilizar, outra estratégia é o conhecimento da satisfação do cliente. A partir dessas informações, é possível aprimorar o serviço pela perspectiva do cliente e, muitas vezes, dar início a melhoria de algum processo.Assim, no contexto atual, é primordial que os profissionais da Odontologia que atuam em instituições de saúde conheçam os programas e as ferramentas da qualidade, para que possam ava-liar e monitorar o seu processo de trabalho, buscando uma pres-tação de serviço com excelência, segurança e sustentabilidade.

Espaço Equipe

A utilização das ferramentas da qualidade nos serviços de saúde odontológicos

Danielle RamosCirurgiã-Dentista. Especialista em Programas Governamentais - Saúde Bucal da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Universidade Cruzeiro do Sul.

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Pioneirismo e inovação para a Odontologia mundial

Carlos BanhosDiretor da área de Inovação, com equipe multidisciplinar de pesquisa, desenvolvimento, transferência de tecnologia e projetos de equipamentos médico-odontológicos.

A Gnatus é uma empresa genuinamente brasileira, reco-nhecida mundialmente pela qualidade e inovação de seus produtos. São mais de três décadas dedicadas à

pesquisa e ao desenvolvimento de equipamentos que assegu-ram conforto e segurança aos profissionais e a seus pacientes. Destacada como uma das maiores fabricantes de equipamen-tos odontológicos do mundo, a Gnatus possui o maior portfólio

do setor, com características para atender as exigências dos profissionais de diferentes especialidades. Uma linha completa de produtos que prezam pela qualidade, tecnologia e confiança de nossos clientes. Com uma grande rede de comercialização e distribuição do Brasil, a Gnatus também está presente em mais de 142 paí-ses e é responsável por um terço das exportações do setor.

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Relacionamento

Tradicional no mercado médico-odontológico, a Gnatus prioriza tecnologia e inovação.

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de aquecimento de água da seringa tríplice. Um consultório de nível mundial, mas com tecnologia nacional. Inclusive, em 2012, o G8 foi vencedor do 1º Prêmio Odonto Magazine, na ca-tegoria Melhor Consultório Odontológico. Já o consultório Gnatus G4, é um equipamento versátil, ofere-ce uma ampla lista de opcionais, que faz deste equipamento uma das melhores opções do mercado. Destaque para o refle-tor LED utilizado nos consultórios G8 e G4, proporciona o me-

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Isto mostra que os padrões de exigência, fabricação e confia-bilidade dos produtos rompem as fronteiras e oferecem aos consumidores o mais alto padrão de excelência. Todos os equi-pamentos Gnatus são rigorosamente testados, somente saem da fábrica os que estiverem 100% aprovados, de acordo com padrões internacionais de qualidade e segurança. Para isto, os equipamentos são submetidos a testes que simulam condições extremas, muitas vezes superiores às condições normais de utilização, garantindo certificações que atendem as normas e legislações mundiais. As modernas práticas de fabricação, uti-lizadas pela Gnatus, são aliadas à preocupação contínua com a sustentabilidade e o meio ambiente. No que diz respeito à sustentabilidade, várias atividades são desenvolvidas pela Gnatus. A empresa conta com uma estação de tratamento de esgoto, dentro da fábrica, pela qual toda água consumida é tratada e reutilizada internamente. Além disso, vale destacar o Projeto de Nanotecnologia, um processo inovador de pré-tratamento de superfícies metálicas que se baseia no uso de componentes ecologicamente corretos e mais eficientes. Como resultado deste projeto, não há mais descarte de efluentes lí-quidos e foi reduzido em 98% o descarte de efluentes sólidos, 80% do consumo de água e 66% de gás GLP. A Gnatus recicla resíduos gerados na fabricação dos equipamentos e um deles é o resíduo de poliestireno, que é retornado ao fornecedor para que seja reprocessado e transformado, novamente, em maté-ria prima. Ainda, os resíduos gerados nos processos de usina-gem também não são descartados. Toda sobra de matéria prima proveniente dos tornos, furadeiras e fresadoras é destinada às usinas de beneficiamento que transformam este material, nova-mente, em barras de aço, cobre, latão ou alumínio.A base dos produtos Gnatus é a pesquisa. São mais de 60 pro-fissionais dedicados, integralmente, à busca de novas tecno-logias e geração de patentes. Para isto, a empresa não mede

esforços e investimentos para gerar parcerias com institutos de pesquisas e faculdades, com o objetivo de, constantemen-te, desenvolver e inserir no mercado inovações que facilitem a prática clínica. Dessa forma, nos últimos anos, a Gnatus re-alizou o lançamento de equipamentos de ponta, por exemplo, o patenteado refletor LED acionado por sensor, o diferenciado Raios-X Sommo, a caneta de alta rotação Cobra LED e os con-sultórios G8 e G4.

Tecnologia e InovaçãoO Gnatus G8, lançado em 2012, é um consultório revolucioná-rio, dedicado a todos os profissionais da Odontologia que bus-cam excelência. Os conceitos de ergonomia, biossegurança e conforto foram privilegiados em cada item deste consultório, que conta, ainda, com sistema de massagem embutido no es-tofado, motor elétrico extremamente silencioso com controle de torque e rotação, peças de mão com iluminação e sistema

Gnatus G8: A excelência de um consultório de classe mundial.

Refletor LED com acionamento através de sensor de proximidade e ajuste da intensidade de luz sem contato.

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lhor e mais amplo campo de visualização através de luz branca e fria. Além de possuir puxadores removíveis e autoclaváveis, seu sensor de presença faz com que o profissional não neces-site tocar no refletor para acionar a luz ou mudar sua função. Os clientes Gnatus podem contar com um pós-venda ágil e efi-ciente. São mais de 180 pontos de assistência técnica espalha-dos por todo o território nacional e em cada país onde a Gnatus está presente.Mais que equipamentos, os produtos Gnatus carregam be-leza, tecnologia, funcionalidade, resistência, segurança e confiabilidade.

Parceria Gnatus & Bien-AirRecentemente, a Gnatus inovou mais uma vez e firmou uma parceria inédita com a empresa suíça Bien-Air, uma marca de vanguarda em tecnologia no mundo. Essa união consolida uma nova era no mercado odontológico e será um marco na carreira dos profissionais mais exigentes. Como fruto desta parceria, foram lançados os motores de im-plante Chiropro L e iChiropro. Este último, diferente de tudo já visto no mercado, traz como diferencial a facilidade de utiliza-ção, através de interface do iPad. Dentre os benefícios oferecidos por este equipamento, alguns merecem destaque, como o fato de permitir a gestão de múl-tiplos usuários, sendo que cada um destes pode deixar pro-gramado o sistema de implante que utiliza, com configurações pré-programadas para o implante que será instalado. Além disso, todos os dados da cirurgia, como o torque alcançado, velocidade utilizada, relação de transmissão, nível de irrigação, implante instalado e dados do paciente, podem ser armazena-dos e impressos por meio de relatórios. O micromotor funciona

O motor de implante iChiropro atua integrado ao iPad e possui interfaces intuitivas e operações pré-programadas.

O consultório Gnatus G4 oferece o máximo em conforto e versatilidade.

por indução magnética e possui lubrificação vitalícia. O contra--ângulo com dupla iluminação oferece a melhor condição de trabalho para a rotina do profissional.Os motores de implante frutos da parceria Gnatus & Bien-Air são o que há de melhor no mercado, aliando tecnologia, fun-cionalidade e eficiência.

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Ponto de Vista

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Andrea BederCirurgiã-dentista. Especialista em Cirurgia Traumatologia Bucomaxilofacial.

Milton Raposo Jr.Mestrando em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial na São Leopoldo Mandic. Especialista em Estética Dental, Reabilitação Oral e Implantodontia.

Cirurgia Ortognática não é mais um mito

Hoje, podemos dizer que a cirurgia ortopédica funcional deixou de ser algo que trouxesse a alguns pacientes e para alguns profissionais uma solução bastante aceita e

com resultados favoráveis e funcionais para ambos.Há algum tempo, acerca de quase duas décadas, as deformi-dades maxilofaciais eram vistas apenas para aqueles pacientes com defeitos esqueléticos que causavam constrangimentos, tanto para o portador como para a própria família. Vamos tentar enfocar, de uma maneira sucinta e de fácil com-preensão, os aspectos mais importantes que levam o paciente a procurar profissionais especialistas nesta área. Até mesmo, tentar transmitir a alguns colegas de profissão, a necessidade de uma cirurgia ortognática, além de desmistificar o aspecto de um procedimento extremamente invasivo e severo. Assim como noções básicas e fundamentais para o paciente que necessita de uma cirurgia corretiva funcional, pois um dos maiores motivos que atormentavam o profissional da Odon-tologia, na qual não era especialista em bucomaxilofacial, até bem pouco tempo, era quando indicar, como diagnosticar, assim como preparar e planejar o tratamento destes pacien-tes, além do receio de como lidar com o psicológico de um paciente que precisa tomar conhecimento de sua necessidade patológica. Vale ressaltar que, se olharmos na literatura mais

antiga, podemos nos deparar com falhas que poderiam ter sido evitadas, se existisse o trabalho multiprofissional.A maioria das cirurgias era feita baseada apenas no defeito es-quelético maxila e mandíbula. Os ortodontistas se deparavam com casos que não conseguiam solucionar, devido a grande desproporção de bases ósseas. Os cirurgiões operavam os pa-cientes, mas corriam sérios riscos de recidiva, devido à preca-riedade de oclusão dentária obtida, e/ou até mesmo a busca de auxílio em outro profissional, como protesistas, que elabo-ravam planejamentos e que se limitavam aos dentes e a esté-tica, o que poderia causar casos até mais severos após alguns anos, como dores nos músculos faciais, principalmente os que estão envolvidos no sistema estomatognático insuportáveis; cefaleias incuráveis e, até mesmo, o desgaste da articulação temporomandibular. Quando se deu início ao trabalho em conjunto com outros especialistas, como ortodontistas, protesistas, especialistas em oclusão dentária e distúrbio de articulação temporoman-dibular e reabilitadores intraorais, a mentalidade de abor-dagem destes pacientes foi modificando, de maneira que, o preparo intraoral tinha tudo a ver com o resultado esqueléti-co funcional da cirurgia ortognática, tornando-a, assim, algo mais positivo e adequado.

Ponto de Vista

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Para o benefício do paciente e para o sucesso dos profissio-nais envolvidos, há uma necessidade da atuação em conjunta entre os profissionais envolvidos e o paciente, possibilitando esclarecer as dúvidas do paciente, trabalhando com suas ex-pectativas, além de deixar claro que o resultado e o sucesso do procedimento dependem também do respeito ao tratamento proposto, que se faz multidisciplinar, e o bom relacionamento entre profissional e paciente.Com o avanço das técnicas cirúrgicas e o advento do material utilizado ser cada vez mais adaptável às técnicas, hoje, quase todos os procedimentos cirúrgicos são realizados por meio in-traoral. Tudo isso resultou em melhora significativa na qualida-de e aceitação do paciente a cirurgia ortognática. O avanço das técnicas de cirurgias ortognáticas não se deu por si só. A especialidade Ortodontia também teve seu avanço tecnológico acelerado e, em conjunto com a Bucomaxilo, po-dem-se trocar diversas experiências e associar o crescimento maxilomandibular à arcada dentária, respeitando as suas fa-ses de crescimento.Materiais mais modernos e mais confortáveis favoreceram o tratamento ortodôntico, além de fornecer movimentos dentá-rios ortodônticos que, com as ligas mais antigas não se conse-guia com tanto êxito e segurança, isso desde que se respeite o tempo e o limite de força empregada para cada movimento.

O tratamento preventivo oferece melhores resultados, pois trabalha com o crescimento e desenvolvimento craniofacial, resultado possível quando lidamos com crianças em fase de crescimento. Porém, há uma responsabilidade do profissional em observar se os aparelhos ortopédicos funcionais estão se harmonizando com o crescimento facial, ajustando-se com a base óssea do paciente.Para que o mesmo não venha a ser um paciente que necessite de correção ortognática cirúrgica quando mais velho, já é necessário iniciar o planejamento ortodôntico para que, futuramente, aconte-çam apenas algumas correções cirúrgicas ortognáticas. Já o adulto jovem, como na fase da puberdade ou nas primei-ras menarcas, o problema de maloclusão deve ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, como o ortodontista, o especia-lista em DTM, o Bucomaxilo e o Fonoaudiólogo. Nestes casos, hoje, considera-se a extração dos pré-molares uma mutilação, causando danos futuros à harmonia das arcadas e da face (re-lação maxila e mandíbula), além de danos a articulação tempo-romandibular, quando o indivíduo chegar à fase adulta.Pacientes adultos são os que mais passam por este tipo de procedimento, uns porque não tiveram a prevenção quando pequenos, outros por não atingirem a maturidade óssea e a oclusão dentária, nem a harmonia entre as arcadas, além dos fatores hereditários.

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Coluna - Gestão e Marketing

Este é um dos assuntos que mais tem chamado minha atenção nos últimos tempos. Decidi escrever mais uma vez sobre ele, só que, agora, sobre outro ponto de vista.

Nossos critérios de escolha se dão por valor e isso preci-sa estar bem sedimentado em sua mente ao analisar tantos outros fatos e fenômenos que vivenciam em sua atividade profissional. Valor é algo presente na gestão de pessoas, ou seja, motivação e liderança, mas também na sua capacidade de vender seus serviços e gerar uma imagem forte e positiva acerca de você mesmo. Nós avaliamos e valorizamos (ambas as palavras derivam de valor) as coisas o tempo todo. Base-ados nisso, tomamos decisões, fazemos nossas interpreta-ções e criamos preferências e conceitos. Por consequên cia, a forma como vemos e percebemos as coisas determina nos-so futuro, sucesso ou insucesso.

Às vezes erramos e tomamos decisões equivocadas, inclusive em relacionamentos pessoais, simplesmente porque julgamos errado o que a outra pessoa está entendendo como valor ou como ela está percebendo aquilo que nós estamos fazemos ou dizendo (ou não).Sob o ponto de vista mais profissional, a pergunta é: O que nossos clientes valorizam, ou seja, em que eles percebem mais valor? São as percepções dos clientes sobre valor que regem as vendas, sucesso ou fracasso do que estamos propondo. Para alguns clientes, o fato de seu consultório ser bem perto do escritório onde ele trabalha é percebido como valor, enquan-to para outros, o mais importante é o fato de o profissional ter se formado na mesma cidade onde ele nasceu, ou ainda o profissional saber falar japonês. Identificar o que seu cliente percebe como valor é complexo, porém, essencial para saber

Coluna - Gestão

Uma conversa sobre valor

Plínio Augusto Rehse TomazCirurgião-Dentista. Master em Empreendedorismo e Inovação (B.I International). Pós-graduação em Marketing (ESPM), com especialização em Saúde Pública (Unaerp) e Administração Hospitalar (IPH). Conferencista internacional. Articulista de jornais e revistas voltados aos profissionais de saúde. Professor de diversas instituições de ensino. Diretor da Tomaz Gestão e Marketing. [email protected]

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Coluna - Gestão

onde investir. Ampliar o efeito para estas coisas que o cliente valoriza e colocar uma lente de aumento sobre elas, fortale-cendo a percepção positiva destes pontos tem nome. Isso se chama agregar valor. Nosso julgamento de valor na clínica vem de:

» Como vemos a empresa/marca (clínica).» Como vemos nossos próprios serviços.» Como vemos a nós mesmos.» Como vemos o cliente.» Como vemos o processo de compra e venda, ou seja, o momen-

to da apresentação do plano de tratamento e a negociação.

Esse conjunto de valores se reflete em nossas habilidades de venda, atitudes, crenças, ética, etc. A forma como agimos e a intensidade com que fazemos as coisas dependem dessas nu-ances de percepções, ou seja, do quanto valorizamos as coisas, as pessoas e os fatos que nos cercam.Cada cliente nos avalia conforme o conjunto de valores que carrega, de sorte que o que é bom ou ruim será sempre relati-vo. Quanto maior for sua (profissional) capacidade de perceber e decifrar o conjunto de valores do cliente, maiores serão as chances de sucesso e fidelização.Ressaltoaqui um ponto importante: boa parte do julgamento que os clientes fazem sobre você é feita durante a primeira vez

que ele o encontra e que interage com sua equipe. O processo continua na proporção que você vai se relacionando com ele e apresentando possibilidades de tratamentos, propostas, discu-te técnicas, etc. O relacionamento vai, portanto, dando direção às percepções iniciais.Por consequência, a forma como você se apresenta na internet interfere nestas percepções. Todo seu material de comunicação impresso também. Esse é um grande motivo para , jamais, exa-gerar ou mentir em autoinformes.Percepção de valor influencia a aceitação e a percepção do pre-ço. Além disso, sua reputação também estará em jogo, e isso é ainda mais valioso, certo? Assim, deixo mais uma dica: pesqui-se seu nome no Google para tentar descobrir como você e sua clínica aparecem. Que imagem está passando? O que os clien-tes veem ao pesquisar o seu nome? Qual é a primeira imagem que você está passando? Essa imagem está em consonância com o que gostaria?Acredite, os clientes fazem esta pesquisa e criam personagens a seu respeito por conta disso.Mantenha, então, uma imagem profissional positiva em meios eletrônicos (redes sociais), cuidando para ser avaliado como alguém de sucesso e com atitudes dignas de serem julgadas como “valor” por seus clientes potenciais e atuais.

Valorize-se!

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013 13:57:48

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Coluna - Estética

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Restaurações cerâmicas com mínimo preparo dental: lentes de contato

Victor ClavijoEspecialista, Mestre e Doutor em Dentística Restauradora.

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Coluna - Estética

A literatura científica já é unânime em afirmar que as facetas cerâmicas, quando confeccionadas em sua correta indica-ção e com um preciso protocolo clínico, possuem grande

longevidade, devido às características dos materiais, como esta-bilidade físico-química; excelente compatibilidade biológica; coe-ficiente de expansão térmica semelhante ao das estruturas den-tárias; suficiente resistência à compressão e à abrasão; excelente reprodução das propriedades ópticas da estrutura dental; radio-pacidade; adesão ao agente cimentante e aos substratos dentá-rios; estabilidade de cor; e longevidade clínica com trabalhos de até 20 anos de acompanhamento1,2. Autores concluem que um dos fatores primordiais para esta longevidade é a manutenção do esmalte dental durante a preparação, ou seja, quanto mais esmal-te remanescente mais favorável será a cimentação e maior será a longevidade da restauração1,2.Com a evolução dos materiais cerâmicos, técnicas laboratoriais e a excelente adesão das cerâmicas à estrutura de esmalte, téc-nicas de preservação durante o planejamento de preparação dental vêm sendo cada vez mais procuradas. Uma tendência que voltou ao mercado foi o conceito de restaurações sem pre-paro dental, um conceito que já foi proposto há 25 anos, por John R. Calamia, porém, o não domínio dos materiais labora-toriais associado à adesão das restaurações à estrutura dental ocasionaram muitos insucessos, desde fraturas até grande in-flamação gengival, devido ao sobrecontorno.Todavia, foi constatado que, para a remoção das mesmas res-taurações havia certa dificuldade e, desta forma, concluíram que o esmalte é fundamental para adesão das cerâmicas3, con-tudo, pequenos preparos no terço cervical deveriam ser reali-zados para um adequado perfil de emergência. Desta forma, as restaurações minimamente invasivas começaram a evoluir, chegando, nos dias de hoje, a revelarem-se uma excelente es-colha, quando utilizadas com correta indicação. Sob tal aspecto, o objetivo deste texto é apresentar uma sequên cia em tópicos de perguntas e repostas para restaura-ções com mínimo preparo dental.

» O que são restaurações cerâmicas com mínimo preparo: lentes de contato?As lentes de contato dentais são facetas ou lâminas muito delgadas de cerâmica acrescentadas ao dente quando se tem como intuito modificar ou devolver sua forma original, poden-do ser confeccionadas sem nenhum desgaste ou com mínimo desgaste ao esmalte. A maior diferença entre lentes e fragmen-tos são que para estes, como o próprio nome revela, são fra-ções ou pedaços de cerâmica que envolvem parte do dente e deixam a linha de cimentação na vestibular; por sua vez, as lentes cobrem a face vestibular total do dente.

» Quando posso indicar as restaurações cerâmicas com mínimo preparo dental?São indicadas em situações em que a estrutura/posição dental permita acréscimo de material, como aumento da borda inci-sal, aumento de volume vestibular, fechamento de diastemas, abfrações e retrações gengivais até restaurações oclusais para aumento de dimensão vertical, desde que não modifiquem ou criem um sobrecontorno.

» Quais são as contraindicações? As lentes de contato são contraindicadas quando não há pos-sibilidade de atingir a forma desejada apenas acrescentando

material restaurador, sendo necessário o desgaste de estrutura dental, o que descaracteriza as lentes de contato e caracteriza restaurações mais espessas, como as facetas ou laminados ce-râmicos. Em casos que se deseja alterar a cor em mais de dois tons acima da escala, também, são contraindicadas.

» Como planejar restaurações cerâmicas com mínimo ou sem pre-paro dental?Quando se pensa em restaurações minimamente invasivas, logo vem a ideia de realizar a moldagem e cimentação. Teoricamen-te, seriam passos simples, porém, comumente, esquecemo-nos que o resultado final pode vir agregado a problemas, como cor e forma inadequadas, falta de ponto de contato e sobrecontorno excessivo, além de fraturas tardias. Muitas vezes, esses proble-mas são decorrentes da falta de um correto planejamento inicial, o qual é primordial, pois sua indicação é restrita, e, portanto, a análise de fotografias, modelos e mock-up torna-se essencial, sendo que qualquer erro decorrente somente será corrigido com a remoção das restaurações com pontas diamantadas e, conse-quentemente, agredirá a estrutura do esmalte, onde o trabalho minimamente invasivo já se tornará totalmente invasivo.Nesta etapa, lembre-se da frase: “Não planejamos fracassar, mas fracassamos por não planejar” (DreiaOliver).

» Quando preparar e quando não preparar? A consolidação da adesão e, principalmente, as grandes van-tagens de realizá-la no esmalte dental aumentaram as indi-cações das restaurações cerâmicas sem preparo ou com mí-nimo preparo. A questão do preparo ou não será decorrente da interpretação do T.P.D e C.D., se há possibilidade de eixo de inserção da restauração cerâmica tipo lentes de contato. Caso haja retenção, a remoção da mesma será necessária. Outra característica seria a necessidade de mudança de cor, que se for necessária, ter-se-á de preparar a estrutura dental para aumentar a espessura da restauração cerâmica, a fim de realizar o mascaramento.

Fatores para decisão do preparo ou não preparo

Enceramento diagnósticoCom o modelo adequado em mãos, o técnico deve encerar o caso somente por adição de preferência com cor diferente do modelo de gesso, assim, tendo a exata visão de onde se deve acrescentar material restaurador, desta forma, já será possível a visualização quanto à possibilidade do caso ser executado por meio de frag-mentos, lentes ou facetas sem preparo dental. Nesta hora, também ocorre a decisão pela utilização de frag-mentos ou lentes de contato, lembrando que, em fragmentos, sempre terá uma linha de união visível na superfície vestibular, tendo, assim, uma vida estética menor que o recobrimento to-tal com as lentes de contato. Agora, antes da decisão, é preciso fazer o seguinte questionamento: Será melhor não desgastar a estrutura dental e ter uma restauração sem preparo, porém com uma vida estética menor ou realizar um mínimo desgaste, dessa maneira, possibilitando a execução de uma lente de con-tato recobrindo toda superfície vestibular e proporcionando uma vida estética mais longa?

Eixo de inserçãoApós o enceramento, o técnico deve averiguar se há eixo de inser-ção para remoção e inserção dos fragmentos ou lentes no modelo

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Coluna - Estética

de gesso. Caso haja alguma interferência, o técnico deve orientar o desgaste de alguma convexidade, aresta ou ângulo de retenção.

Cor desejadaUm dos fatores principais para indicação das restaurações sem preparo será quando a cor remanescente for favorável, ou seja, clara ou no máximo um tom abaixo da cor desejada, assim, pode-se realizar a restauração tipo lentes de contato. Porém, se houver a necessidade de mudança de cor, deve-se optar pelo aumento da espessura da restauração cerâmica tipo de lentes de contato para confeccionar o mascaramento da estrutura dental escurecida.

Mock-upMock-up aditivo é uma etapa cuidadosa a ser realizada quando devemos trabalhar com resinas bisacrílicas, por sua facilidade de manuseio e excelente acabamento. Nesta etapa, podemos ter a visualização real quanto à forma final, bem como passar informações adicionais ao técnico relativamente a mudança de forma, mas, para isso, o mock-up em boca precisa ser fiel ao modelo encerado. Nesta etapa, o comparativo entre a foto ini-cial e a final se torna essencial para demonstração do paciente.

Escolha de cor A seleção de cor deve ser realizada com os dentes hidratados. Por isso, sugerimos que seja feita logo no início da sessão, an-tes do paciente permanecer com a boca aberta, desse modo, correndo o risco de desidratar os dentes.

MoldagemPara confecção de restaurações cerâmicas tipo lentes de con-tato ou qualquer outro trabalho protético sobre dentes natu-rais, sempre, optar por silicone de adição. As vantagens frente aos outros materiais são bem esclarecidas na literatura, ainda, chamamos a atenção para optarem por realizar o molde do an-tagonista em silicone de adição, pois, assim, o ajuste de oclu-são nos modelos de gesso é mais acurado, principalmente, por tratar-se de peças muito delicadas.Sugerimos a moldagem em dois passos, para ter uma cópia precisa de toda a estrutura dentária e das gengivas. Contudo, o cuidado fundamental é quanto ao manejo das margens gengi-vais para moldagem - usar ou não fio afastador gengival?Quando se insere o fio, sempre ocorre uma retração da margem gengival, o que é adequado quando há término cervical, porém, as lentes de contato dental são facetas que se caracterizam por serem confeccionas diretamente sobre o dente, sem a realização do preparo, assim, o afastamento gengival altera a referência dos tecidos gengivais, podendo resultar em peças com sobrecontor-no cervical, consequentemente, resultando em aspecto artificial e podendo alterar o perfil de emergência natural do dente ou mes-mo causar retração gengival. Para que isso não ocorra, o ideal é sempre realizar moldagem para lentes sem fio retrator, mantendo margem gengival na posição natural. Porém, usa-se fio retrator somente quando se pretende fechar diastemas e seja necessário criar novo perfil de emergência com início intrassulcular.

Prova da cerâmicaExistem cimentos resinosos com opções de cores e com pastas para prova de cor. O uso dessas pastas de prova ou try-in pode ser feito para corrigir pequenas variações de cor, porém, esta etapa deve ser visualizada com muita atenção, pois as lentes de contato são extremamente finas; e a cor utilizada de forma

equivocada pode ser desastrosa. Portanto, deve-se dar prefe-rência às cores translúcidas de cimento.

Tratamento da peçaO condicionamento das lentes de contato deve ser realiza-do com cautela, devido à fragilidade das mesmas. Lembrar-se de fazer o condicionamento somente após ter realizado a prova da peça. A sequência já é bem descrita na literatu-ra, sempre atentando aos protocolos específicos para cada material cerâmico.Inicia-se uma aplicação de ácido fluorídrico a 10% por 90s. Após o tempo determinado, remove-se o ácido fluorídrico com água corrente. Após lavagem e secagem, deparase com uma superfície branca e opaca, que são debris do con-dicionamento, os mesmos devem ser removidos com uma imersão em cuba ultrassônica por 5min, ou aplicação ativa de ácido fosfórico a 37%, por meio de um microbrush e, novamente, lavagem com água corrente. Uma fina cama-da de silano é aplicada durante 60s, seguida de secagem e aplicação do sistema adesivo através de uma fina camada e secagem; não fotopolimerizar esse adesivo.

CimentaçãoO cimento resinoso de eleição para as lentes de contato deve ser com polimerização exclusivamente por luz, devido às suas carac-terísticas de maior estabilidade de cor e tempo de trabalho.Indica-se a cimentação das restaurações tipo lentes de contato simultaneamente, e não individualmente, porque as mesmas não possuem uma estabilidade adequada, por não possuírem retenção. Dessa maneira, qualquer micromovimento pode in-terferir no assentamento e cimentação de todas outras restau-rações. Essa etapa deve ser minuciosa, com a luz do refletor desligada e com cimentos somente fotopolimerizáveis, como citado anteriormente.Na estrutura dentária, após a profilaxia com pedra-pomes, o condicionamento deve ser realizado com ácido fosfórico a 37%, por 30s, seguido de lavagem com jato de água e ar. O sistema adesivo será aplicado ao dente e à restauração com auxílio de microbrush, após aplicação ativa por 20s, os excessos serão removidos com uma cânula de aspiração e o jato de ar será aplicado para evaporação do solvente, nes-ta etapa, não se deve fotopolimerizar o adesivo. O cimento resinoso Variolink II (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) na cor transparente deve ser utilizado como agente cimentante. Os excessos de cimento serão removidos antes da fotopolime-rização com pincéis, fio dental e sonda exploradora, seguido de fotopolimerização por 40s, nas superfícies vestibular e palatina de cada peça.

Referências

1. Layton D, Walton T. An up to 16-year prospective stu-dy of 304 porcelain veneers. Int J Prosthodont. 2007 Jul--Aug;20(4):389-96.

2. Friedman MJ. A 15-year review of porcelain veneer failure---a clinician’s observations. Compend Contin Educ Dent. 1998 Jun;19(6):625-8, 630, 632 passim; quiz 638.

3. Calamia JR. Etched porcelain veneers: the current state of the art. Quintessence Int. 1985 Jan;16(1):5-12.

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Caso Clínico

Tratamento endodôntico utilizando o MTA Fillapex® como cimento obturador

Carlos Alberto Spironelli RamosEspecialista, Mestre e Doutor em Endodontia. Professor Associado - Setor de Endodontia, Universidade Estadual de Londrina.

Victor Hugo Dechandt Brochado Especialista, Mestre em Endodontia. Professor Adjunto - Setor de Endodontia, Universidade Estadual de Londrina.

Roberto Prescinotti Especialista, Mestre em Endodontia. Professor Adjunto - Setor de Endodontia, Universidade Estadual de Londrina.

Bruno Shindi Hirata Especialista e Mestrando em Endodontia, Universidade Estadual de Londrina.

O advento de novos materiais e técnicas destinadas à especialidade endodôntica, nos últimos anos, oferece novas perspectivas e previsibilidade à terapêutica pro-

posta. Entre estas inovações, encontram-se instrumentos con-feccionados a partir de ligas especiais, como o níquel-titânio, motores que realizam movimentos automatizados de oscila-ção, rotação e combinação entre os movimentos, ultrassom, magnificação, entre outras. Porém, é de unânime opinião entre pesquisadores, que a utilização do MTA nos procedimentos re-paradores em Odontologia, sobretudo em Endodontia, iniciou um processo determinante no que diz respeito à sua especial atuação frente à reparação biológica, quer seja em dentina, te-cido pulpar ou ligamento periodontal. Nesta acepção, surge o cimento endodôntico obturador MTA Fillapex®(Angelus), com a proposta de aliar a capacidade seladora dos cimentos estrutu-rados a partir de resinas, e o efeito indutor de reparação bioló-gica do agregado trióxido mineral como base do novo produto.

Caso clínicoPaciente do gênero masculino, 46 anos, portador de doença valvular cardíaca, apresentou-se no serviço de atendimento da Clínica Odontológica Universitária da Universidade Estadual de Londrina com a queixa de dor referida à região posterior inferior direita. Ao tempo do exame clínico, anamnese e exame radiográfico, foi administrada uma dose de um grama de amo-xicilina ao paciente, via oral, no sentido de prevenção à possí-

vel bacteremia resultante de intervenção, conforme norma da Associação Brasileira de Cardiologia.Ao exame clínico, radiográfico (figura 1) e de sensibilidade pulpar, resultou-se no diagnóstico de abscesso dentoalveolar agudo, em fase inicial ou apical, do dente 46, o mesmo apresentando restau-ração metálica fundida, envolvendo dois terços da coroa. Após anestesia por bloqueio regional mandibular, complementada por infiltrativa e intraligamentar, utilizando o anestésico Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 (Scandicaine, Septodont), proce-deu-se a abertura coronária com broca carbide cirúrgica esférica de 28mm N2 FG (Maillefer) e Endo-Z (Maillefer).O preparo da embocadura dos canais foi executado a partir de brocas Largo números 1, 2 e 3 (Maillefer), complementado por CP Drill (Helse) nos terços cervical e médio dos canais. Em se-guida, foi realizada a odontometria eletrônica, com instrumen-tos Tilos (Ultradent) manuais número 20 (amarelo) para o canal distal e número 15 (branco) para os mesiais. Copiosa irrigação durante todo o processo foi realizada com solução de hipoclo-rito de sódio a 2,5% (Odontofarma). O equipamento utilizado na realização da odontometria foi o Romiapex A-15 (Romibrás).Para instrumentação do sistema de canais radiculares, optou--se pelo sistema Reciproc (VDW), consistindo no motor VDW Silver Reciprocem movimento combinado, e instrumentos Re-ciproc vermelho (25 0.8) nos canais mesiais, e preto (40 0.6) no distal. Estes instrumentos são de uso único para o caso, tendo sido descartados ao fim do tratamento. Ao final da instrumen-

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Caso Clínico

Figura 1Imagem radiográfica do elemento 46, com pequena área radiolúcida difusa na região apical da raiz mesial.

Figura 3Imagem radiográfica 90 dias após o tratamento endodôntico. Notar reabsorção do cimento obturador e ausência de imagem radiolúcida apical.

Figura 2Imagem radiográfica do pós-operatório imediatamente após a obturação.

tação, foi executada a irrigação final com o auxílio de energi-zação ultrassônica (ENAC) com ciclagem de irrigantes, a saber, três ciclos de solução de hipoclorito de sódio a 2,5% por 30 segundos, alternando com três ciclos de solução de EDTA a 19% (Ultradent) por 30 segundos.A secagem dos canais foi realizada com ponta de aspiração CapillaryTip verde (Ultradent) e cones de papel calibrados Re-ciproc (VDW). Os cones de guta percha escolhidos foram os equivalentes aos instrumentos utilizados, ou seja, cone 25 0.8 Reciproc nos mesiais, e 40 0.6 Reciproc no distal.A obturação foi realizada pela técnica da condensação lateral passiva, utilizando-se cones acessórios TP FM (Dentsply) e o cimento obturador MTA Fillapex® (Angelus). Para o corte do feixe obturador, optou-se pelo equipamento térmico Guta Cut (NRG Medical), e, após limpeza da câmara pulpar com álcool etílico a 92%, restauração temporária com uma camada de Cim-pat (Septodont), seguida de resina fotoativada de baixa carga Permalow (Ultradent). A coroa metálica foi mantida, proviso-riamente, para agregar resistência ao remanescente coronário.Optou-se por não seguir com a medicação sistêmica antibió-tica, prescrevendo-se apenas três comprimidos de analgésico Paracetamol 750mg (Tylenol), em intervalos de quatro horas.

O paciente foi contatado oito e 24 após atendimento, referindo dor estimulada fraca no primeiro contato e ausente no segundo.Interessante notar a boa fluidez do cimento obturador MTA Fillapex®, ocupando espaços do sistema de canais radicu-lares que não sofreram ação direta da instrumentação me-cânica. A formação de “surplus” ou botões apicais com o cimento escolhido denota a limpeza foraminal ocorrida na execução da técnica de instrumentação proposta, onde o li-mite de limpeza (nivelado na saída foraminal) e o compri-mento de modelagem são coincidentes, fato permitido pelo desenho de alta conicidade nos últimos três milímetros dos instrumentos elegidos.Igualmente, chama atenção a reabsorção do excedente de ci-mento MTA Fillapex® (figura 3) em um período de tempo re-lativamente curto (três meses), fato que mostra o interessante comportamento biológico deste material, ainda que contenha uma carga de MTA considerável, cerca de 60% do volume to-tal. Uma das explicações a este fato pode estar na composição diferenciada do MTA, desta feita realizada apenas com finalida-de de uso a que se propôs, ou seja, como cimento obturador endodôntico, e sua estrutura nanoparticulada, resultando em maior solubilidade no tecido apical.

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Caso Clínico

Clareamento dental para dentes não vitais e vitais, seguido de procedimentos restauradores diretos

Jorge EustáquioMestrando em Dentística pelo CPO São Leopoldo Mandic – Campinas – SP. Professor dos Cursos de Especialização em Dentística – ABO-AL e Aperfeiçoamento em Dentística – NEO Odontologia – Maceió – AL. Coordenador do Curso de Imersão em Laminados Cerâmicos – ABO – AL.

Ilana Pais Tenório Aluna do Curso de Especialização em Dentística pelo CETAO – São Paulo – SP. Monitora do Curso de Aperfeiçoamento em Dentística – NEO Odontologia – Maceió – AL.

A alteração de cor da estrutura dental pode ser causada por uma série de fatores, dentre eles se destaca o trau-ma e os materiais utilizados no tratamento endodôntico.

Um trauma, mesmo que não promova uma fratura coronária, pode afetar a polpa dental, ocasionando, por exemplo, hemor-ragia interna e necrose pulpar, e indicando um tratamento en-dodôntico imediato ao trauma. Materiais endodônticos podem resultar em descolorações e pigmentações1,2.Uma das formas de interromper ou reverter o processo de escure-cimento é o clareamento dental, realizado também em dente des-vitalizado. A técnica consiste no selamento de 2 mm iniciais da por-ção cervical da raiz obturada com ionômero de vidro modificado por resina e utilização de produto clareador no interior da câmara pulpar, podendo ser realizada por meio de duas técnicas: mediata - com curativo de demora de perborato de sódio ou peróxido de car-bamida 37%; ou imediata - através de aplicações intracoronárias de gel clareador, peróxido de hidrogênio 35%, semelhante a técnica de consultório para dentes vitais1. Dentes tratados endodonticamente que sofreram trauma a mais de um ano e com menor perda es-trutural possível favorecem o sucesso do tratamento, minimizando os riscos. Os critérios de indicação da técnica devem ser seguidos corretamente, para que o procedimento seja indicado2.O conceito da Odontologia Restauradora atual preconiza que, para qualquer tipo de procedimento, o profissional deve sem-pre optar pelo tratamento mais conservador, isto é, com maior preservação da estrutura dental sadia. Hoje, quem define a in-dicação é o profissional, em vista de cada situação clínica e com base em conhecimentos científicos.As restaurações diretas possuem a grande vantagem de ser unicamente dependente do profissional, além do custo do pro-cedimento, que é, relativamente, mais baixo, do que os que envolvem a parte laboratorial. Desde que, respeitando as suas limitações, principalmente em relação à seleção do caso e sen-sibilidade da técnica, as resinas compostas são materiais que podem proporcionar ou devolver a harmonia do sorriso de for-ma excepcional, reproduzindo as características de forma e cor dos dentes naturais e mimetizando as propriedades ópticas de dentes anteriores.A propriedade de translucidez adquire uma maior relevân-cia nas restaurações do setor anterior, especialmente em pacientes jovens que apresentam a estrutura do esmalte relativamente intacto, que ainda não sofreu desgaste pró-

prio da idade e, portanto, apresentam um esmalte de maior espessura e uma borda incisal e interproximal identificável. Segundo Villarroel et al, translucidez é uma das caracte-rísticas ópticas mais difícieis de quantificar em dentição natural, uma vez que varia de indivíduo para individuo e, muitas vezes, variando na mesma pessoa. As resinas mo-dernas têm matizes e opacidades diferentes, que imitam a cromaticidade e translucidez do esmalte, bem como a den-tina, na melhor maneira possível3. Neste artigo, é relatado um caso clínico resolvido por meio de procedimentos conservadores de clareamento dental de dente desvitalizado com curativo de demora de perborato de sódio e água destilada do elemento 21 escurecido, clareamento de consultório para os demais dentes vitais e restauração em resi-na composta do elemento 11 fraturado.

Caso clínicoPaciente KC, de 22 anos de idade, gênero feminino, compare-ceu à clínica de atendimento reclamando, como queixa prin-cipal, a cor do dente 21. Também era incômodo à paciente o formato da restauração incisal do dente 11 (figuras 1a e 1b). Segundo o relato da paciente, durante a anamnese, tanto o es-curecimento como a restauração classe IV do dente 11 foram resultantes de um acidente doméstico, onde o impacto maior foi sobre a região dos dentes anteriores. Este trauma havia ocorrido há cerca de um ano e dois meses. No dente 11 ocorreu uma fratura do terço incisal e no dente 21 ocorreu rompimen-to de vasos sanguíneos da câmara pulpar, fazendo com que o sangue se extravasasse por entre os túbulos dentinários. De acordo com a paciente, o tratamento endodôntico do dente 21 iniciou-se no mesmo dia do acidente, e a restauração do dente 11 foi executada alguns dias depois.Durante esta primeira sessão clínica foi realizada o exame clí-nico geral, intra e extraoral, onde foi observada melhor a res-tauração do dente 11, qualificado como inadequada, devido à deficiência na capacidade de reproduzir a anatomia incisal do dente homólogo. Observou-se, também, uma restauração na face palatina do dente 21, resultante da abertura para que fosse executado o tratamento endodôntico. Uma radiografia peria-pical destes dois dentes foi obtida, e durante a análise da ra-diografia, observou-se que não havia modificações nos tecidos periapicais dos dois dentes em questão, e que o tratamento

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Caso Clínico

endodôntico do dente 21 apresentava-se de forma satisfatória.Também nesta sessão, foi realizado protocolo de fotografias e a obtenção de modelos de estudo para a análise do caso. Com to-das estas informações, obtidas por meio destes procedimentos, foi possível eloborar o plano de tratamento, ou os planos de tra-tamento, entre as sessões clinicas, sem a presença do paciente.Na segunda sessão clínica, foram apresentados dois planos de tratamento para este caso clínico.

Plano de tratamento A» Faceta cerâmica no dente 11.» Coroa cerâmica metal free no dente 21, com a instalação de

pino de fibra de vidro.

Plano de tratamento B» Clareamento dental de dente desvitalizado no dente 21. Po-

rém, deixou-se claro para a paciente, as questões com rela-ção à recidiva de cor e a possibilidade de que o clareamento não fosse totalmente efetivo.

» Restauração em resina composta do dente 11.

A paciente optou pelo plano de tratamento B e, nesta mesma sessão, iniciamos os procedimentos prévios ao clareamento do dente 21. Como primeiro passo, foi realizada a reabertura endodôntica, remoção da guta-percha em 3 mm intrarradicularmente, me-didos através da inserção de uma pinça clínica com uma das hastes dentro e outra fora do dente. Foi também confeccionado o tampão cervical, por meio da inserção de ionômero de vidro modificado por resina, fotoativado, cobrindo a guta-percha e as paredes proximais e palatina da raiz. Esse tampão tem cerca de 2 mm de espessura na região vestibular, fazendo que o tra-tamento clareador atinja a coroa anatômica do dente em até 1 mm subgengivalmente (figuras 2a a 2c).Primeiramente, optou-se por fazer o clareamento dental pela técnica imediata, com Peróxido de Hidrogênio a 35% (White-ness HP Blue – FGM), por duas sessões, com aplicação única do produto, por 40 minutos cada. A proteção gengival foi obti-da com a utilização da barreira gengival TopDam (FGM). Após a segunda sessão, observou-se que o tratamento clareador não estava obtendo resultados satisfatórios (figuras 3a e 3b).Com isso, optou-se por fazer o clareamento dental pela téc-nica mediata, onde o produto clareador, Perborato de Só-dio (Whiteness Perborato) associado à água destilada, foi inserido internamente à câmara pulpar e o dente fechado provisoriamente. Este material ficou dentro do dente por sete dias (figura 4).Após este prazo, a paciente retornou a clínica apresentando um clareamento altamente efetivo, com cor dental inclusive até mais clara do que a cor dos dentes adjacentes, conforme pode ser observado na figura 5. Com isso, partimos para o clareamento dos demais dentes, pela técnica de consultó-rio, com Whiteness HP Blue 35%, seguindo o protocolo de três sessões com aplicação única de 40 minutos cada. Pre-viamente ao uso do peróxido, a paciente teve seus lábios e língua afastados - com o afastador labial ArcFlex (FGM) - e a gengiva marginal protegida com a utilização da barreira gengival Top Dam (FGM) (figuras 6a a 6c).Ao final do tratamento, foi observado o clareamento total de to-dos os dentes, mas ainda havia uma pequena diferença entre a cor dos dentes. Decidimos por restaurar normalmente o dente 11,

seguindo a anatomia incisal do dente 21. O modelo de estudo da arcada superior foi desgastado no dente 11 para se obter a anato-mia do dente 21. Com este desgaste, foi confeccionada uma guia da palatina dos dentes anteriores para facilitar a reconstrução da face palatina do dente 11. Para o tratamento do dente 21, optamos por colocar uma camada bem fina de um corante na cor ocre na região cervical e média, seguida por uma fina camada de uma resina altamente translúcida.

Técnica restauradora do dente 11» Remoção da restauração existente no dente 11 (figura 8).» Prova da guia palatina obtida no modelo de estudo (figura 9).» Isolamento relativo com afastador labial e roletes de algo-

dão. Os dentes adjacentes foram protegidos com o uso de uma fita de teflon, para que os procedimentos de adesão não atinjam a estes dentes.

» Condicionamento com ácido fosfórico 37% - Condac (FGM) – 30 segundos em esmalte e 15 segundos em dentina, seguido por lavagem por spray ar/água por 30 segundos. O excesso de umidade foi removido com leve jato de ar e bolinhas de algodão (figuras 10a e 10b).

» Aplicação de duas camadas consecutivas do adesivo Ambar (FGM), seguida de fotoativação do adesivo por 20 segundos (figuras 11a e 11b).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor Trans Neutral, na guia palatina, com a finalidade de simular o es-malte da face palatina do dente, seguido de colocação da guia nos dentes e fotopolimerização da resina por 20 segun-dos (figuras 12a e 12b).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor DA1, so-bre a resina de esmalte palatino, com a finalidade de simular a dentina e o formato dos mamelos dentinários da região fraturada do dente, seguida de fotopolimerização da resina por 40 segundos (figuras 13a e 13b).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor OW, so-bre a borda incisal da restauração, com a finalidade de simu-lar o halo opaco desta região, seguida de fotopolimerização da resina por 40 segundos (figuras 14a e 14b).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor Trans Neu-tral, sobre a região dos mamelos dentinários, com a finalidade de simular a área de opalescência desta região, seguida de fo-topolimerização da resina por 20 segundos (figura 15).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor E-Bleach M, sobre toda a área restaurada com a finalidade de simular o esmalte vestibular, seguida de fotopolimerização da resina por 40 segundos (figura 16).

» Acabamento preliminar da restauração com discos de lixa Diamond Pro (FGM) – (figura 17).

Protocolo para a alteração de cor do dente 21» Isolamento relativo com afastador labial e roletes de algo-

dão. Os dentes adjacentes foram protegidos com o uso de uma fita de teflon para que os procedimentos de adesão não atinjam a estes dentes.

» Condicionamento com ácido fosfórico 37% - Condac (FGM) – 30 segundos em esmalte, seguido por lavagem por spray ar/água por 30 segundos. A umidade foi removida com jato de ar e bolinhas de algodão (figura 18).

» Aplicação de duas camadas consecutivas do adesivo Ambar (FGM), seguido de fotoativação do adesivo por 20 segundos (figura 19).

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Caso Clínico

» Aplicação de corante na cor ocre, nos terços médio e cervical do dente 21, seguida de fotopolimerização por 20 segundos (figura 20).

» Inserção da resina composta Opallis (FGM), na cor Trans Neutral, sobre a face vestibular do dente, em uma camada extremamente fina, com a finalidade de cobrir o corante sem perder o aspecto transparente do esmalte vestibular do den-te, seguido de fotopolimerização da resina por 20 segundos (figura 21).

» Acabamento preliminar da restauração com discos de lixa Diamond Pro (FGM).

Na sessão clínica seguinte, foi certificado se as características ob-tidas de anatomia e escultura dental e cor das restaurações eram adequadas. As correções de anatomia necessárias foram realiza-das com a utilização de pontas diamantadas de granulação fina e extrafina e discos de lixa Diamond PRO (FGM). A sequência com-pleta destes discos foi passada sobre os dentes para dar o acaba-mento final (figuras 22a a 22d). O polimento final das restaura-ções foi obtido através do uso de discos de feltro Diamond Flex (FGM) com pasta de polimento Diamond Excel (FGM) - (figura 23).

As fotos do resultado final são as figuras de 24a a 24d.

Figura 1aFotografia inicial do sorriso da paciente.

Figura 1bFotografia aproximada com contraste preto.

Figura 2a Reabertura endodôntica.

Figura 2bMensuração da quantidade de desgaste da guta-percha removida.

Figura 2c Tampão cervical.

Figura 3aProteção gengival com Topdam e Clareamento com Whiteness HP Blue 35%.

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Caso Clínico

Figura 3bAspecto do dente após duas sessões de clareamento pela técnica mediata.

Figura 4 Whiteness Perborato.

Figura 5Resultado do clareamento do dente 21 após uma semana utilizando a técnica mediata.

Figura 6aArcflex, Topdam e Whiteness HP Blue 35% pela técnica de clareamento de consultório, protegendo o dente 21, já clareado.

Figuras 6b e 6cWhiteness HP Blue 35% aplicado.

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Caso Clínico

Figura 7a Resultado após três sessões de clareamento de consultório.

Figura 7bResultado após três sessões de clareamento de consultório – vista aproximada com contraste preto.

Figura 8Remoção da restauração classe IV do dente 11.

Figura 10aCondicionamento ácido com Condac 37% por 30 segundos em esmalte e 15 em dentina.

Figura 11aAplicação do adesivo Ambar.

Figura 9 Prova da guia palatina.

Figura 10b Lavagem do ácido por 30 segundos.

Figura 11b Fotopolimerização do adesivo Ambar por 20 segundos.

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Caso Clínico

Figura 15Aplicação da resina Opallis na cor T-Neutral, para restabelecer as áreas opalescentes, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 16 Aplicação da resina Opallis na cor E-Bleach M, para restabelecer o esmalte vestibular, seguida de fotopolimerização por 40 segundos.

Figura 12aResina Opallis na cor T-Neutral para reconstruir o esmalte da face palatina, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 12bAspecto do esmalte palatino após a fotopolimerização.

Figura 13aAplicação da Opallis na cor DA1 para restabelecer a dentina e os mamelos dentinários perdidos na região incisal, seguida de fotopolimerização por 40 segundos.

Figuras 13bAspecto da resina posicionada, simulando a dentina do dente 21.

Figura 14aAplicação da resina Opallis na cor OW para simulação do halo incisal, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 14bAspecto da resina aplicada sobre a borda incisal.

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Caso Clínico

Figura 17Acabamento preliminar com disco de lixa Diamond Pro.

Figura 18Condicionamento ácido com Condac 37% no dente 21 por 30 segundos, seguido por lavagem por spray ar/água por 30 segundos e secagem com jato de ar mais bolinha de algodão.

Figura 19Aplicação do adesivo Ambar, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 21Aplicação da resina Opallis na cor T-Neutral em uma camada extremamente fina para recobrir o corante aplicado, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 20 Aplicação de corante na cor ocre para aumentar a saturação da cor do terços cervicais e médio do dente 21, seguida de fotopolimerização por 20 segundos.

Figura 22aAcabamento das restaurações com disco de lixa Diamond Pro na granulação grossa.

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Caso Clínico

Figura 22dAcabamento das restaurações com disco de lixa Diamond Pro na granulação extrafina.

Figura 24aAspecto final das restaurações – exposição dental com lábio relaxado.

Figura 23Polimento das restaurações com disco de feltro Diamond Flex e pasta de polimento Diamond Excel.

Figura 24bAspecto final das restaurações – sorriso.

Figura 22bAcabamento das restaurações com disco de lixa Diamond Pro na granulação média.

Figura 22cAcabamento das restaurações com disco de lixa Diamond Pro na granulação fina.

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Caso Clínico

A seção CASO CLÍNICO da ODONTO MAGAZINE tem como objetivo a divulgação de trabalhos técnico-científicos produzidos por clínico-gerais e/ou especialistas de diferentes áreas odontológicas.Gostaríamos de poder contar com trabalhos originais brasileiros, produzidos por cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para divulgar esse material em nível nacional por meio da revista impressa e pelo site: www.odontomagazine.com.br

Os trabalhos devem atender as seguintes normas:

1) Ser enviados acompanhados obrigatoriamente de uma autorização para publicação na ODONTO MAGAZINE, assinada por todos os autores do artigo. No caso de trabalho em grupo, pelo menos um dos autores deverá ser cirurgião-dentista.Essa autorização deve também dar permissão ao editor da ODONTO MAGAZINE para adaptar o artigo às exigências gráficas da revista ou às normas jornalísticas em vigor.

2) O texto e a devida autorização devem ser enviados para o e-mail: [email protected]. As imagens precisam ser encaminhadas separadas do texto, em formato jpg e em alta-resolução. Solicitamos, se possível, que o artigo comporte no mínimo três imagens e no máximo 30. As legendas das imagens devem estar indicadas no final do texto em word. É necessário o envio da foto do autor principal do trabalho.

3) O texto deve seguir a seguinte formatação: espaço entre linhas simples; fonte arial ou times news roman, tamanho 12. As possíveis tabelas e/ou gráficos devem apresentar título e citação no texto. As referências bibliográficas, quando existente, devem estar no estilo Vancouver.

4) Se for necessário o uso de siglas e abreviaturas, as mesmas devem estar precedidas, na primeira vez, do nome próprio.

5) No trabalho deve constar: o nome(s), endereço(s), telefone(s) e funções que exerce(m), instituição a que pertence(m), títulos e formação profissional do autor ou autores. Se o trabalho se refere a uma apresentação pública, deve ser mencionado o nome, data e local do evento.

6) É de exclusiva competência do Conselho Científico a aprovação para publicação ou edição do texto na revista ou no site.

7) Os trabalhos enviados e não publicados serão devolvidos aos autores, com justificativa do Conselho Científico.

8) O conteúdo dos artigos é de exclusiva responsabilidade do(s) autor (res). Os trabalhos publicados terão os seus direitos autorais guardados e só poderão ser reproduzidos com autorização da VP GROUP/Odonto Magazine.

9) Cada autor do artigo receberá exemplar da revista em que seu trabalho foi publicado.

10) Qualquer correspondência deve ser enviada para:Vanessa Navarro - Odonto MagazineAlameda Amazonas, 686 – sala G1Alphaville – Barueri - SPCEP: 06454-070

11) Ao final do artigo, acrescentar os contatos de todos os autores: nome completo, endereço, bairro, cidade, estado, CEP, telefones e e-mail.

12) Informações:

Editora e Jornalista ResponsávelVanessa Navarro (MTb: 53385)e. [email protected]. + 55 (11) 4197.7506

NORMAS PARA PUBLICAÇÂO

DiscussãoA escolha do tratamento pela paciente permitiu a execução de um cuidado mais conservador, porém de uma previsibilidade de resultado final mais baixa quando comparada a um procedimento indireto, principalmente pelo fator clareamento dental de dente desvitalizado, pelas diferentes respostas que apresenta nas mais diversas situações clínicas. Neste caso, ainda contamos como fato do dente 21 ter clareado além do esperado, fazendo com que o clareamento dos demais dentes vitais não tivesse a mesma eficácia alcançada no desvitalizado.A qualidade do material restaurador, associada a uma técnica de estratificação de camadas, permitiu a perfeita reprodução, no dente 11, das características incisais do dente 21, e também das características cervicais do dente 11, no dente 21. A utilização de uma sequência de discos de lixa, feltro e pasta de polimento foi fun-damental para a obtenção de um polimento final adequado.

ConclusãoA execução de um plano de tratamento bem definido, apesar de intercorrências, e a utilização de uma sequência correta de técnicas, possibilitam que o sucesso do tratamento seja previsível. Os materiais FGM utilizados (clareadores, sistemas de adesão, resinas e sistemas de acabamento e polimento) se mostraram altamente eficientes na execução deste caso de difícil resolução.

Referências1. MacIsaac AM, Hoen CM. Intracoronal bleaching: concerns and considerations. J

Can Dent Assoc. 1994 Jan;60(1):57-64. Review.2. Attin T, Paqué F, Ajam F, Lennon A M. Review of the current status of tooth whi-

tening with the walking bleach technique. International Endodontic Journal, 36, 313-329, 2003.

3. Villarroel M et al. Direct Esthetic Restorations Based on Translucency and Opa-city of Composite Resins. J Esthet Restor Dent 23:73–88, 2011.

Figura 24dAspecto final das restaurações – observar a translucidez incisal obtida.

Figura 24c Aspecto final das restaurações – intrabucal com contraste preto.

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