edição nº 35 semestre 2015

44
CONEXÃO 35 1º SEMESTRE DE 2015 EDIÇÃO #35 | FILIADO À Enfermagem: Utopia e Realidade no Cenário Acadêmico ARTIGO CIENTÍFICO Enfermeira Creusa de Moraes PERFIL A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA DENGUE Dia Mundial da Saúde, campanha salarial, luta das mulheres, entre outros SEESP EM CAMPO

Upload: seesp

Post on 22-Jul-2015

98 views

Category:

Health & Medicine


3 download

TRANSCRIPT

  • CONEXO

    351 SEMESTRE DE 2015EDIO #35 |

    FILIADO

    Enfermagem: Utopia e Realidade no Cenrio Acadmico

    ARTIGO CIENTFICOEnfermeira Creusa de Moraes

    PERFIL

    A ATUAO DO ENFERMEIRO NO

    CONTROLE DA DENGUE

    Dia Mundial da Sade, campanha salarial, luta das mulheres, entre outros

    SEESP EM CAMPO

  • ARTIGO CIENTFICO

    A

  • EDITORIAL

    PERFIL 20

    SEESP EM CAMPO 04

    JURDICO 16 CARREIRA 32

    REPORTAGEM 28

    CIDADANIA 24

    MOBILIZAO 36

    ARTIGO CIENTFICO ( DESTACVEL )

    CONEXO

    NDICE

    Caro(a) leitor(a),

    2015 tem registrado fortes acontecimentos na poltica com impactos na economia, no mercado de trabalho e para a sociedade como um todo.

    A aprovao das Medidas Provisrias 664 e 665, que alteram as regras de acesso a

    benefcios como o seguro desemprego, abono salarial e auxlio doena, gerou grande repercusso no meio sindical pela falta de dilogo com que esse processo foi realizado. A alterao do abono salarial, por exemplo, afetar cerca de 9 milhes de trabalhadores, de acordo com dados do DIEESE.

    No caso da sade, a Medida Provisria 656 conceder para empresas internacionais a instalao e operacionalizao de hospitais e outros servios de sade, hoje restrito a seguradoras nacionais. Seria, em outras palavras, mercantilizar a sade brasileira e entregar o servio pblico terceirizao.

    A nova legislatura no Congresso Nacional tambm aponta um cenrio de mudanas positivas e negativas. Haver um grande embate pela frente com a falta de acordo poltico entre partidos o que, infelizmente, impede avanos importantes para o pas. Exemplo disso a tramitao do PL 2.295/00 que est h 15 anos aguardando ser inserido na pauta de votao, isso porque o texto encontra-se em regime de urgncia. Sabemos que o bem pblico deve se sobrepor a interesses e disputas partidrias, mas a realidade bem diferente.

    O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) anseia que 2015 seja um ano de avanos para os trabalhadores com a aprovao da regulamentao da jornada de trabalho em 30 horas, a discusso do piso salarial nacional e tantos outros direitos que a Entidade tem batalhado no ltimo perodo.

    necessrio cobrarmos dos deputados federais que comecem a cumprir o papel que lhes cabe de legislar a favor do povo brasileiro. Vamos todos acompanhar e cobrar por melhorias em todos os mbitos: sade, educao, segurana.

    Juntos sempre seremos mais fortes!

    Um forte abrao,Solange Caetano

    DIRETORIAPRESIDENTASOLANGE CAETANO

    SECRETARIA GERALELAINE LEONI

    SECRETARIA DE FINANASJOSEFA BEZERRA DO VALE

    SECRETARIA DE ASSUNTOS JURDICOSANA LUCIA FIRMINO

    SECRETARIA DE COMUNICAO E IMPRENSANATANAEL COSTA

    [email protected]

    SEDE SO PAULORUA RONDINHA, 72 CHCARA INGLESA CEP 04140-010 | (11) 2858-9500

    SUBSEDE BAURURUA XV DE NOVEMBRO, 3-70 CENTRO CEP 17015-010 90 | (14) 3227-7867

    SUBSEDE RIBEIRO PRETORUA VISCONDE DE INHAMA, 868 CENTROCEP 14010-100 | (16) 3234-9500

    SUBSEDE TAUBATRUA SILVA JARDIM, 366 CENTROCEP 12030-090 | (12) 3631-4485

    SUDSEDE SOROCABARUA CESRIO MOTA, 482- CENTROCEP 18035-200 | (15) 3233-1115

    SUBSEDE PRESIDENTE PRUDENTER. ULISSES RAMOS DE CASTRO, 268 BOSQUE CEP 019010-100 | (18) 3222-5248

    SUBSEDE SANTOSEM REVITALIZAO

    JORNALISTA RESPONSVELVANESSA RIBOLDI - MTB 58463 / SP

    PROJETO GRFICOAGNCIA MOVI BRASIL

    DIAGRAMAO E ARTE FINALVANESSA RIBOLDIJANDERSON DIFANTI

    REDAOVANESSA RIBOLDIJANDERSON DIFANTI

    ASSESSORIA GRFICATHYL PRODUO GRFICA

    TIRAGEM: 30 MIL EXEMPLARES

  • SEESP EM CAMPO

    4

    BATALHA PELA CONQUISTA DA JORNADA DE 30 HORAS CONTINUA NAS CIDADES DE PRAIA GRANDE,

    ITPOLIS E PRESIDENTE EPITCIO

    e as vantagens que esta ao trar. O SEESP est trabalhando na criao de argumentos de subsdios para fundamentar a valorizao da categoria e relevncia desta regulamentao.

    J na cidade de Presidente Epitcio, o prefeito Sidnei Caio da Silva Junqueira Pitucha (PSB) vetou o PL de reduo da jornada de trabalho dos servidores nos cargos de enfermeiros, tcnicos e auxiliares, alegando que o PL inconstitucional, pois o mesmo oriundo do Legislativo. Seu argumento baseado no artigo 44 da lei orgnica municipal que diz ser de iniciativa do prefeito a criao de Leis no caso de cargos, extino de cargos e funes de servios pblicos. Alm disso, o executivo ainda apontou razes financeiras e administrativas para impor o veto. O Projeto de Lei n 058/07/10/2014 havia sido entendido como regular pelas Comisses de Justia e Redao e a de Finanas e Oramento, e por isso houve a aprovao no plenrio. Como no houve queda do veto, h a necessidade de se recomear as negociaes.

    Cada vez mais est se disseminando a importncia de se regulamentar a jornada de em 30 horas. Vamos permanecer firmes, articulando com os vereadores, criando debates e mostrando fundamentos viveis para que esta causa seja conquistada. No vamos desistir dessa luta!, comentou Anuska Schneider, diretor do SEESP.

    mais apurado sobre o impacto financeiro. O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) mobilizou vrios muncipes para pressionar a Cmara e est em constante contato com os vereadores para que haja acordo na votao e aprovao da proposta.

    Outro municpio em que houve avanos sobre as 30 horas foi Itpolis, cidade onde o SEESP apresentou um projeto para o prefeito interino Carlos Augusto Biella (PV) que prev como contraproposta da reduo da jornada de trabalho, a ampliao do atendimento at s 18 horas nas Unidades Bsicas de Sade, sendo um ganho para os profissionais e populao. Biella se mostrou favorvel causa e pontuou a importncia de uma audincia pblica para esclarecer aos muncipes sobre esta questo

    Enquanto o Projeto de Lei 2.295/00 que regulamenta a jornada de trabalho da Enfermagem em 30 horas semanais no votado, alguns municpios j reduziram a carga horria para seus servidores, e outros esto com as negociaes e debates encaminhados.

    Em Praia Grande, houve um debate na Cmara dos Vereadores sobre a Emenda Aditiva ao Projeto de Lei Complementar n 014/2014, criada pelo vereador Carlos Karan (PDT), que altera no anexo S da Lei Complementar n 649/17/06/2013 acerca da carga horria dos profissionais da enfermagem. Na ocasio a proposta foi tirada de pauta de votao pelo vereador Roberto Andrade e Silva (PMDB) com o argumento de que ainda faltava articulao poltica e um estudo

    Diretora do SEESP, Elaine Leoni, conversa com enfermeiros na

    Cmara Municipal de Praia Grande

  • SEESP EM CAMPO

    5

    HOMOLOGAES:GARANTIR O CORRETO PAGAMENTO DE DIREITOS O

    OBJETIVO DO SEESP

    A homologao da resciso de contrato de trabalho o momento de orientao entre as partes empregado e empregador sobre o cumprimento das leis e garantia do efetivo pagamento de valores.

    O Departamento de Homologao do SEESP realiza cerca de 400 homologaes/ms. Com atendimento em horrio agendado e gratuitas, as homologaes so tambm uma maneira do profissional conhecer um pouco a Entidade que o representa e, quando necessrio, receber orientaes jurdicas.

    Muitas vezes o primeiro contato do(a) enfermeiro(a) com o Sindicato e temos que aproveitar esse momento para mostrar que estamos aqui para defende-lo e representa-lo da melhor forma possvel, comentou Pricles Batista, diretor do SEESP.

    Entre os destaques houve o caso da enfermeira que esteve como responsvel do setor cobrindo licena de outra profissional. Durante esse perodo, o seu salrio foi equiparado ao da responsvel tcnica licenciada, porm, ao encerrar o perodo de afastamento a remunerao foi reduzida para o valor anterior. Ao identificar que o prazo em que a enfermeira permaneceu no cargo foi superior a trs meses (de acordo com a Conveno Coletiva de Trabalho), foi solicitado que a empresa pagasse a diferena de valores devida.

    Se voc tiver dvidas sobre os clculos e valores, no hesite em questionar.

    Enfermeiro(a), exija que sua homologao seja realizada pelo SEESP, pois a Entidade que possui o direito legal de realizar esse procedimento.

    Homologadores do SEESP garantem o pagamento correto da resciso

    DOCUMENTOS NECESSRIOS

    PARA HOMOLOGAO

    TERMO DE RESCISOEm 05 (cinco) vias, modelo

    Oficial.CARTA DE PREPOSIOEm 02 (duas) vias, endereada

    ao Sindicato e assinada pelo responsvel da Entidade (nome e funo). Dever ser mencionados o nome e n da Carteira de Trabalho do empregado, cuja resciso est sendo promovida e conter todo os dados da instituio (nome, Endereo e CNPJ).DOCUMENTAO NECESSRIA

    Aviso prvio ou pedido de demisso;

    Exame Mdico Demissional do Empregado;

    Informao da Caixa Econmica Federal sobre o saldo rescisrio Extrato do Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS);

    Comprovante de depsito o Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS) 50% e demostrativo da GRRF;

    Conectividade Social N da Chave de Identificao e Data de Operao;

    Guia para recebimento do Seguro desemprego quando for o caso;

    Carteira de Trabalho (CTPS) devidamente atualizada;

    PPP (Perfil Profissiogrfico Previdencirio) e Carta de Referncia original para o enfermeiro;

    Comprovante de pagamento das verbas rescisrias com cpia para o enfermeiro.

  • 6

    SEESP LUTA SEM FRONTEIRAS POR MELHORIA PARA A ENFERMAGEM

    ARREGAAR AS MANGAS E MOS OBRA!

    empresas foram obrigadas a contratar e hoje contam com a presena deste profissional graas s negociaes realizadas.

    J na capital paulistana, os diretores mantm uma rotina de acompanhamento dos profissionais independentemente do local de trabalho. O constante contato com a categoria tem o objetivo de informar, auxiliar e direcionar o colaborador, para que juntos a categoria ganhe cada vez mais fora e expressividade na rea da sade.

    Todos os nossos esforos so para que enfermeiros e enfermeiras no sejam prejudicados. Isso nossa forma de trabalhar, sempre prximo de quem representamos, e no medimos esforos, cruzamos fronteiras e combatemos de frente qualquer injustia contra os trabalhadores, comentou Ana Firmino, diretora do SEESP.

    J na cidade de Presidente Prudente, funcionrios e diretores da subsede do SEESP tem visitado vrios locais de trabalho, como hospitais, home care, clnicas, casas de repouso, Unidades Bsicas de Sade (UBS) e Estratgia Sade da Famlia (ESF).

    Na cidade de Regente Feij e Alvares Machado foram encontradas algumas irregularidades que prejudicavam a categoria, mas prontamente o SEESP agilizou uma mesa de negociao no Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) para resolver o problema.

    Alm de lutar contra os salrios abaixo do piso estipulado em Convenes Coletivas de Trabalho, tambm aos arredores de Presidente Prudente, o Sindicato conseguiu que fossem criados mais postos de trabalho, pois onde somente atuavam tcnicos sem a presena dos enfermeiros, as

    Diretores e representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) percorrem vrios municpios do Estado, com o objetivo de buscar melhorias para a categoria, sanar dvidas dos trabalhadores e fiscalizar irregularidades.

    Nos ltimos meses, a subsede de Bauru tem feito visitas em toda a regio, inclusive nos municpios de Botucatu, Lins e Ja. Recentemente, aps o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho com a Fundao Para Desenvolvimento Mdico e Hospitalar de So Paulo (FAMESP), o esforo do Sindicato foi focado em apresentar aos enfermeiros as realizaes que a entidade tem conquistado. Alm disso, h um intenso acompanhamento das condies de trabalho dos quais os colaboradores so submetidos e forte fiscalizao do cumprimento das Convenes e Acordos.

    No municpio de Agudos, o SEESP tem atuado na melhoria da qualidade de trabalho conseguindo gradativamente a implantao da jornada de 30 horas semanais, mas at o momento por meio de portaria.

    Aumentamos os esforos na causa das 30 horas em Agudos. Estamos em constante cobrana e presso do poder executivo para que os enfermeiros tenham por lei a garantia desta jornada, comentou Natanael da Costa, diretor do SEESP.

    Diretores do SEESP, Ana Firmino e Natanael da Costa, conversam com

    enfermeiros do municpio de Lins

    SEESP EM CAMPO

  • A FAVOR DOS TRABALHADORES, SEMPRESEESP VAI S RUAS EM DEFESA DOS DIREITOS DE

    ENFERMEIROS E ENFERMEIRAS

    esquerda: diretores Ana Firmino e Pricles Batista durante manifestao contra as MPs 664 e 665; direita: diretoras

    Ana Firmino, Anuska Schneider, Solange Caetano, Josefa Bezerra e Ivonildes Ferreira no ato pelo Dia da Mulher

    MPs 664 e 665: O incio de 2015 tem sido marcado por diversas manifestaes em todo o pas.

    Em janeiro, as Centrais Sindicais realizaram um grande ato na Avenida Paulista contra a aprovao das Medidas Provisrias 664 e 665 que alteram benefcios como abono salarial, seguro desemprego e auxlio doena.

    A MP 664 aumentar o prazo para acesso ao seguro desemprego e para incio do auxlio doena (de 15 para 30 dias); a MP 665, por sua vez, altera o perodo mnimo de vnculo para conceder o benefcio (de 30 para 180 dias).

    Para as entidades essas mudanas um desrespeito aos milhes de trabalhadores e trabalhadoras, pois sequer houve uma negociao com os representantes sindicais visando o menor impacto.

    Todos foram pegos de surpresa com esta medida

    provisria, no houve uma negociao prvia, por isso no podemos deixar isso quieto e permitir que os trabalhadores paguem essa conta. Este ato foi para pressionar o governo a retroceder com essa deciso de mudar o que um bem adquirido do povo, disse Josefa Bezerra, diretora do SEESP.

    Dados do DIEESE apontam que cerca de 43% da mo-de-obra demitida antes do 6 ms no mesmo emprego. A alterao no abono salarial exclui em torno de 9 milhes de trabalhadores desse direito constitucional e, aos demais, pagar um valor inferior ao atual.

    As MPs entraram em vigor em 1 de maro.

    DIA DA MULHER: no dia 8 de maro, em comemorao ao Dia Internacional da Mulher, as diretoras do SEESP estiveram na Avenida Paulista na mobilizao que levou cerca de oito mil mulheres as ruas em prol dos direitos feministas, pela sano

    do PL que tipifica o femincio no Cdigo Penal (a presidente da Repblica Dilma Rousseff sancionou no dia seguinte), alm de reforar a luta por melhores condies de trabalho, igualdade de oportunidades e, para as enfermeiras brasileiras, a aprovao do PL 2.295/00 que regulamenta a jornada de trabalho da enfermagem em 30 horas semanais, uma vez que essas profissionais tem dupla carga: nos postos de trabalho e em suas casas.

    Hoje em dia, nossas enfermeiras trabalham, estudam, cuidam de seus filhos e cnjuges se desdobrando em mltiplas funes. A regulamentao da jornada de trabalho em 30h ir proporcionar para essas trabalhadoras, a oportunidade de terem mais qualidade de vida, melhor desempenho no trabalho e mais tempo com suas famlias, comentou Solange Caetano, presidente do SEESP.

    7

    SEESP EM CAMPO

  • 8

    ORGANIZAES SOCIAIS DA SADEMODIFICAES SO

    ACOMPANHADAS PELO SEESP

    regulao 100% pela Secretaria Municipal de Sade, a presena de uma nica OSs por territrio, a exigncia de uma equipe mnima de profissionais em cada unidade e a seleo pblica dos funcionrios.

    A atuao do SEESP nesse processo garantir que nenhum enfermeiro(a) seja prejudicado nos casos de transferncia de empregador por meio da modalidade de sucesso e discutir a inviabilidade de haver rescises contratuais, uma vez que isso poderia levar o rebaixamento salarial e perda de benefcios.

    Defendemos insistentemente a necessidade de isonomia salarial e de benefcios entre as OSs e a preservao dos postos de trabalho. Alm de entendermos que necessrio abrir o debate da carreira para estes trabalhadores que precisam ser valorizados, comentou Elaine Leoni, diretora do SEESP.

    H mais de um ano, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) vem acompanhando junto Secretaria Municipal de Sade de So Paulo a reviso dos instrumentos de controle de unidades de sade geridos pelas OSs atravs de sua participao no Conselho Municipal de Sade e da mesa setorial de negociao.

    A proposta est sendo implantada uma nova territorializao com a ampliao das regies de sade de 18 para 21. Para que essa reestruturao acontea, a Secretaria de Sade iniciou este processo de chamamento pblico o que acarretar em mudana dos gestores em algumas regies e promover mudanas nos contratos de trabalho dos profissionais.

    Entre as novas regras da Prefeitura de So Paulo esto a

    Presidente do SEESP, Solange Caetano, participa de reunio na Secretaria

    Municipal de Sade

    EIXO LGBT DA INTERNACIONAL DE SERVIOS PBLICOS TER PARTICIPAO

    DO SEESP

    Por entender a importncia de discutir assuntos sociais que tem impacto direto no mercado de trabalho e sade dos trabalhadores, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) busca estar atuante em discusses como polticas LBGT, raa, mulher, entre outros.

    O diretor do SEESP, Pricles Batista, faz parte do Coletivo LGBT da Central nica dos Trabalhadores (CUT-SP)e da Internacional de Servios Pblicos (ISP) e participar do 11th PSI Inter-American Regional Conference (IAMRECON 2015) que acontecer em abril no Mxico e ter um grupo de trabalho que discutir o tema com representantes de toda a Amrica do Sul.

    O bem estar e a qualidade de vida de um trabalhador no se limita apenas ao ambiente laboral. preciso estar sempre antenado e atuante em outras questes que conjuntas garantem uma sociedade igualitria e com respeito as diversidades. S assim conseguimos avanar, comentou Pricles.

    SEESP EM CAMPO

  • 9

    CONSELHOS MUNICIPAIS E ESTADUAL DE SADE: SEESP GARANTE VAGA E ACOMPANHA POLTICAS DE

    SADE NO SETOR PBLICO

    apresentados por Uip.Ns pontuamos a necessidade

    urgente de um olhar para a Santa Casa de So Paulo que em decorrncia da crise financeira tem impactado as centenas de trabalhadores e a sociedade, comentou Ana Firmino.

    CONSELHO MUNICIPAL DE SADE DE BAURU: o SEESP tambm possui vaga no Conselho Municipal de Sade de Bauru e, em maro, garantiu representao na Comisso Intersetorial de Sade do Trabalhador (CIST) compondo o grupo de movimentos sindicais.

    Seremos a representao do CMS Bauru nesse espao to importante de discusso de estratgias e aes para garantir a sade dos enfermeiros, citou Natanael Costa, diretor em Bauru.

    encaminhamentos para o Programa Municipal DST/AIDS, a organizao da 18 Conferncia Municipal de Sade de So Paulo que acontecer de 11 a 13 de junho -, as apresentaes das Redes de Ateno Sade (Rede Cegonha, Rede de Sade Mental, Rede da Pessoa com Deficincia e Linha de Cuidados do Sobrepeso e Obesidade), os contratos de gesto, entre outros assuntos.

    CONSELHO ESTADUAL DE SADE DE SO PAULO: no CESSP, o secretrio doutor David Uip destacou que o prximo perodo ter grandes impactos por conta da crise hdrica e energtica, porm, no pretende suspender nenhum investimento no setor. A implantao da Controladoria da Secretaria de Estado da Sade tambm foi um dos projetos

    O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) sempre busca acompanhar as aes no setor pblico para garantir a manuteno e, principalmente, ampliao dos direitos da categoria. Assim como a melhoria do setor sade como um todo.

    Atualmente, o SEESP possui uma vaga no grupo de Trabalhadores de Sade do Conselho Municipal de Sade de So Paulo (CMSSP) tendo como representante a diretora Anuska Schneider, e tambm est no Conselho Estadual de Sade (CESSP), com representao no mesmo eixo da diretora Ana Firmino.

    CONSELHO MUNICIPAL DE SADE DE SO PAULO: com reunies mensais, o CMSSP deliberou em 2015 os

    CONFERNCIA NACIONAL DE SADE - Em 2015, acontecero as Conferncias Municipais e Estaduais de Sade que deliberaro os pontos a serem apresentados na 15 Conferncia Nacional de Sade que acontecer de 1 a 4 de dezembro com o tema Sade Pblica de Qualidade para Cuidar Bem das Pessoas e eixo Direito do Povo Brasileiro.

    As etapas que encaminham conferncia nacional uma forma de garantir a participao de diversos segmentos e visam propor estratgias e diretrizes para a construo de polticas pblicas em mbitos municipais, estaduais e nacional.

    A 7 Conferncia Estadual de Sade de So Paulo (7 CES-SP), prevista para acontecer de 22 a 24 de julho, ter os seguintes eixos temticos: Direito Sade, Garantia de Acesso e Ateno de Qualidade; Participao Social; Valorizao do Trabalho e da Educao em Sade; Financiamento do SUS e Relao Pblico-Privado; Informao, Educao e Poltica de Comunicao do SUS; Cincia, Tecnologia e Inovao no SUS e Reformas Democrticas e Populares do Estado.

    Durante as etapas municipais e regionais sero eleitos os delegados que participaro da etapa estadual e, posteriormente, da nacional.

    um processo de muita discusso, entendimento do cenrio atual e planos para colocar em prtica nos prximos anos (as Conferncia Nacional de Sade acontece a cada quatro anos). A participao das entidades representativas, dos trabalhadores e da sociedade essencial para que esse trabalho seja construdo com a viso de cada bancada, citou Anuska Schneider.

    SEESP EM CAMPO

  • 10

    DIA MUNDIAL DA SADE: EM DEFESA DA SUDE PBLICA - O SUS PARA CUIDAR

    BEM DAS PESSOAS

    Civil de Interesse Pblico e fundaes. Entregar a sade brasileira a empresas internacionais ser mais um retrocesso nas polticas que tanto queremos de investimento no Sistema nico de Sade (SUS), comentou Solange Caetano, presidente do SEESP.

    Alm disso, tramita na Cmara dos Deputados o Projeto de Lei 4.430/04 que trata sobre a terceirizao permitindo a contratao de prestadores terceiros em qualquer ramo, inclusive nas atividades fim a enfermagem uma delas. Alm disso, o PL tambm permite a substituio dos servidores por terceirizados como forma de diminuir os custos das prefeituras.

    A aprovao dessa matria ser um prejuzo enorme para os trabalhadores. fato que as empresas optaro por contratar servios terceiros e reduzir seus custos com encargos. A sade no pode ser tratada como mercadoria ou moeda de troca preterindo a populao de ter acesso ao servio pblico de qualidade, comentou Anuska Schneider, diretora do SEESP e integrante da Plenria Municipal.

    Uma carta aberta intitulada O que falta no SUS para ele cuidar bem de voc e de todas as pessoas? foi divulgada para conscientizar a populao dessa luta. Veja na ntegra no site do SEESP.

    entende que essa MP vai contra a prpria Constituio Federal que, no Artigo 199, Pargrafo 3 rede vedada a participao direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistncia sade do Pas, salvo nos casos previstos em lei, alm do Artigo 196 que afirma A sade direito de todos e dever do Estado (...).

    Ns j enfrentamos tantas dificuldades com as terceirizaes por meio de Organizaes Sociais, Organizaes da Sociedade

    O Dia Mundial da Sade, comemorado em 7 de abril, marcado por atos em todo o Estado sempre com temas voltados a valorizao do setor e melhorias nas polticas pblicas. E esse ano, a aprovao da Medida Provisria 656 que concede ao mercado estrangeiro a instalao e operacionalizao de hospitais e outros servios trouxe tona novamente o debate sobre a mercantilizao da sade pblica.

    O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP)

    SEESP EM CAMPO

  • 11

    trabalhadores 1 de setembro. O SEESP orienta ainda

    que, de acordo com a Lei n 7.238/84, o empregado que for dispensado sem justa causa no ms que anteceder a sua data-base tem direito a receber 01 (um) salrio contratual como indenizao.

    na homologao da resciso contratual que identificamos esses valores e informamos a empresa que direito do enfermeiro e um dever do empregador, disse Solange Caetano.

    Os trabalhadores que desejarem uma reunio com o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo podem entrar em contato pelo telefone (11) 2858-9500 ou pelo e-mail [email protected]

    Vamos juntos avanar nos nossos direitos e garantir um mercado de trabalho cada vez mais justo com a valorizao e o reconhecimento que os profissionais merecem e desejam, finalizou Solange.

    tempo de debate ampliado com os trabalhadores com mais qualidade e, principalmente, uma melhor argumentao junto aos patronais.

    Para que a campanha salarial garanta avanos nas CCTs com melhoria nos direitos no s financeiros, bem como sociais, importante o apoio e a colaborao dos profissionais, pois eles sabem mais do que ningum as suas reais necessidades, lembrou Solange Caetano, presidente do SEESP.

    O aumento real de 10% sobre o salrio j corrigido e a jornada de 30 horas semanais so clusulas fixas das pautas de reivindicao e o SEESP batalhar para que sejam atendidas.

    Lembrando que a aplicao dos direitos acordados a data-base da categoria, ou seja, ainda que as CCTs sejam firmadas aps esse perodo, o empregador dever efetuar o pagamento retroativo aos

    No incio de abril, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) deflagrou mais uma campanha salarial que definir os reajustes de piso salarial e demais benefcios por meio de Convenes Coletivas de Trabalho (CCTs) firmadas com os Sindicatos patronais.

    A pauta de reivindicao (disponvel no site do SEESP) traz dezenas de clusulas que garantiro aos enfermeiros e enfermeiras a manuteno e ampliao de direitos. Durante toda a campanha, os diretores do SEESP estaro nos hospitais e demais unidades de sade conversando com os profissionais para debater os pontos que sero apresentados durante as negociaes com os patronais, e garantir que o maior nmero de solicitaes seja atendido.

    A data-base dos enfermeiros 1 de setembro e a deflagrao da campanha salarial 2015 esse ano foi antecipada visando um

    SEESP D INCIO A MAIS UMA CAMPANHA SALARIAL EM PROL DE MELHORIAS FINANCEIRAS E SOCIAIS

    SEESP EM CAMPO

  • 12

    SUBSEDES SEESPACOMPANHE AS NOVIDADES EM CADA REGIO

    BAURU

    PRESIDENTE PRUDENTE

    Assembleia com enfermeiros de Bauru debate reivindicaes

    A diretoria do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) esteve em Bauru realizando assembleia com os enfermeiros para discutir as reivindicaes dos servidores apresentadas a Secretaria de Sade.

    Aps orientar os trabalhadores sobre direitos trabalhistas e ouvir relatos de assdio moral, a presidente do SEESP, Solange Caetano, confirmou que realizar uma reunio com o secretrio de Sade do municpio

    Durante o encontro tambm foi debatida a interjornada dos enfermeiros do Hospital Lauro de Souza.Vamos cobrar novamente as reivindicaes j entregues a Secretaria de Sade e verificar quais

    as propostas para que no haja prejuzo nem aos trabalhadores, nem a sociedade, finalizou Natanael.

    Conselho Municipal de Sade discute contratao de profissionaisA representante do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP), enfermeira Alessandra

    Braulino, tem participado das reunies do Conselho Municipal de Sade de Presidente Prudente.A principal pauta do ltimo encontro foi a apreciao, discusso e votao da contratao de

    profissionais, via concurso pblico, pelo Consrcio Intermunicipal do Oeste Paulista (CIOP). Aps debate realizado pelos conselheiros que apresentaram argumentos sobre a viabilidade econmica dessa contratao ficou definido a no votao desse projeto. Porm, em nova plenria acabaram por aprovar.

    O SEESP entende que a contratao por consrcios retrocesso para a sade e um prejuzo para os trabalhadores, pois precariza a assistncia como um todo.

    RIBEIRO PRETO

    SEESP intensifica visitas nas unidades de sade da regio

    A subsede do SEESP em Ribeiro Preto intensificou as visitas nas unidades de sade do municpio e em toda regio.

    Os pisos salariais e benefcios esto sendo pagos de acordo com as Convenes Coletivas de Trabalho firmadas com os Sindicatos patronais e o trabalho do SEESP foi apresentado as gerncias de enfermagem e trabalhadores.

    Agende voc tambm uma visita na sua instituio e conhea mais da Entidade que o representa.

    SEESP EM CAMPO

  • 13

    SOROCABA

    TAUBAT

    SEESP debate diviso dos postos de trabalho

    A diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) em Sorocaba, Ivonildes Ferreira e o representante da Entidade, Rogrio Leoni, realizaram reunio com enfermeiros do municpio que disponibilizaram ao SEESP documentos de aes de vereadores de Sorocaba que apoiam as reivindicaes, alm dos demonstrativos de pagamento.

    Em outras reunies tambm foram identificadas irregularidades como sobrecarga de trabalho, falta de reajuste salarial e casos de assdio moral.

    Estamos acompanhando esses casos e protocolaremos mesas de negociao para verificar os motivos pelos quais os direitos dos enfermeiros no esto sendo cumpridos, comentou Ivonildes Ferreira.

    Visitas na regio garantem melhorias para os enfermeirosO SEESP realizou reunio com o procurador do municpio de Jambeiro para apresentar a pauta

    de reivindicao e negociar a renovao do acordo coletivo de trabalho com melhorias nas clusulas vigentes. Um encontro com os enfermeiros e enfermeiras do UPA E ESF tambm foi realizado para apresentar o andamento desse processo.

    Em So Jos dos Campos, o Hospital do Grupo de Assistncia a Criana com Cncer (GACC) recebeu os diretores Pricles Batista e Anuska Schneider que conversaram com a gerncia de Enfermagem e representantes do RH sobre a proposta de fechamento de um acordo coletivo para a instituio. O SEESP aguarda agora uma contraproposta da instituio.

    SANTOS

    Homologaes identificam divergncia no pagamento de salrios

    SEESP EM CAMPO

    Durante as homologaes realizadas na subsede de Santos, identificou-se o pagamento de salrios abaixo do piso normativo, o no pagamento do Descanso Semanal Remunerado (DSR) sobre as horas extras e adicional noturno e casos de trabalhadores sem o intervalo de descanso ou sendo realizado de forma parcial.

    O SEESP orientou os profissionais em relao ao pagamento dos valores devidos e as irregularidades sobre a jornada sero encaminhadas para mesa de negociao no Ministrio do Trabalho e Emprego.

    AGUARDEM!o SEESP est revitalizando as subsedes de Campinas e Mogi das Cruzes

    para atender ainda melhor os enfermeiros dessas regies!

  • 14

    8 ENCONTRO NACIONAL DE MULHERES DA CUT DEBATE IGUALDADE DE OPORTUNIDADES

    E DEMAIS DIREITOS FEMININOS

    relao aos homens, a mulher tem aproximadamente cinco horas a mais devido ao acmulo dos servios domsticos.

    A abordagem sobre o aborto e direitos reprodutivos, assuntos to polmicos no ltimo perodo, trouxe tona estatsticas como a quantidade de bitos maternos no Brasil, que giram em torno de 10% a 15%.

    Ns abraamos as causas discutidas, mas precisamos tambm ter um olhar para as trabalhadoras da sade, que so expostas a sobrecarga de trabalho, assdio moral e sexual, alm dos riscos de acidentes de trabalho, alm do cenria patriarcal que ainda temos nos ambientes laborais e impem a viso que mulheres devem ser subordinadas. extremamente importante continuarmos nesse embate, finalizou Elaine Leoni, diretora do SEESP.

    paridade, democratizao dos meios de comunicao, aborto e direitos reprodutivos e combate violncia contra as mulheres.

    Discutimos pontos bem importantes, atuais e que pedem aes imediatas. As mulheres se unem cada vez mais na luta pela paridade no s no mercado de trabalho, como tambm no meio sindical e poltico. um sinal de conscientizao que estar presente nos espaos de poder e debate essencial para avanar nas reivindicaes, comentou Josefa Bezerra.

    No eixo de reduo de jornada de trabalho sem reduo de salrio destacou-se que para as mulheres a carga horria tem conotao diferenciada. Apesar de pesquisas apontarem que a jornada formal ser menor em

    No final de maro, a Central nica dos Trabalhadores (CUT) realizou o 8 Encontro Nacional de Mulheres, em Braslia. Com o tema Trabalhadoras em Luta por Igualdade, Liberdade e Autonomia, o evento reuniu 600 lideranas sindicais de 15 ramos de atividades de todo o pas e contou com a presena da ministra da Secretaria de Polticas para as Mulheres, Eleonra Menicucci.

    As diretoras do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP), Josefa Bezerra e Ana Firmino, participaram da atividade que objetivou o estabelecimento de estratgias e aes que sero incorporadas na pauta de lutas prioritrias da central sindical para fortalecimento, organizao e mobilizao das mulheres e garantir o avano nos direitos.

    O texto base do encontro foi composto por 13 eixos: ampliao de polticas de transferncia de renda e valorizao do salrio mnimo, polticas para mulheres do campo, reduo da jornada de trabalho sem reduo de salrio, direito das trabalhadoras domsticas remunerada, creches pblicos e de qualidade, fim das terceirizaes, seguridade social pblica e universal, sistema poltico, democratizao da estrutura sindical brasileira,

    Ana Firmino e Josefa Bezerra, diretoras do SEESP, durante o 8 Encontro

    Nacional de Mulheres da CUT em Braslia

    SEESP EM CAMPO

  • JURDICO

    PROCESSO JUDICIAL: SEESP GANHA PROCESSO CONTRA FUNDAO

    FACULDADE DE MEDICINA

    Em 1994, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) ingressou com ao contra a Fundao Faculdade de Medicina representando 52 enfermeiros e pleiteando diferenas salariais, pagamento de multa por descumprimento das clusulas normativas e a concesso de cesas bsicas ou pagamento em valores.

    O processo foi julgado em parte procedente sendo deferida as diferenas salariais posteriores a 1 de janeiro de 1992 e seus reflexos.

    At o momento foi liberado o valor para 19 representados.

    Foi um embate judicial longo, mas com resultado

    positivo para os enfermeiros e enfermeiras que confiaram ao SEESP essa ajuda jurdica, comentou Ana Firmino, diretora do Departamento Jurdico.

    Lembrando que quando o trabalhador ingressa com ao utilizando o Departamento Jurdico do SEESP, caso tenha julgamento favorvel receber o valor integral referente a demanda desde que permanea com a sua associao ao Sindicato.

    Esse um dos nossos diferenciais. Entendemos que o valor de total direito do(a) enfermeiro(a) e nosso papel represent-lo e dar toda orientao necessria quando h situaes que no so

    resolvidas diretamente com o empregador, lembrou Solange Caetano, presidente do SEESP.

    Os enfermeiros representados pela Entidade nesse processo, apesar dos longos anos at o parecer final, se mostraram satisfeitos com o resultado.

    S tenho a agradecer o empenho de todos nesse caso, comentou uma delas.

    Jurdico SEESP: o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo conta hoje com uma equipe de 5 advogados que realiza, em mdia, 30 audincias por ms, alm de acompanhar as mesas de negociao, realizar atendimentos presenciais e acompanhar o processo da campanha salarial da Entidade.

    Advogados do SEESP recebem os profissionais da Fundao Faculdade de Medicina

    16

  • JURDICO

    17

    CRISE FINANCEIRA NA SANTA CASA DE SO PAULOSEESP REALIZA NEGOCIAES COM A INSTITUIO

    PARA PAGAMENTO DE MULTAS POR ATRASO

    Desde dezembro, o SEESP tem negociado junto a Irmandade Santa Casa de Misericrdia de So Paulo o pagamento do salrio de novembro daqueles que recebem remunerao superior a R$6.500,00 e a quitao do 13 salrio. Em dezembro, apenas um valor de R$300,00 foi depositado para quem recebe at R$3.000,00. Todos os demais colaboradores esto sem o 13 depositado.

    Em todas as reunies na Superintendncia Regional do Trabalho coordenadas pela chefe de Relaes do Trabalho, doutora Aylza Gudin, a administrao apresentou prazos para regularizao, porm, sem cumpri-

    los. Emprstimos para acerto de todos os valores ainda esto em anlise das instituies financeiras.

    O SEESP enfatizou que o cumprimento da Conveno Coletiva de Trabalho (CCT) que estabelece a multa de um salrio dia do empregado por dia de atraso no pagamento dos salrios - ser acompanhado pela Sindicato para que no haja nenhum tipo de prejuzo aos profissionais.

    As assembleias realizadas deliberaram a continuidade das atividades para que a sociedade no seja prejudicada. A prpria instituio reconhece que a manuteno da prestao de servios s aconteceu porque os trabalhadores optaram por no

    repassar a populao a crise que esto vivendo, comentou Solange Caetano, presidente do SEESP.

    No final de maro, a instituio afirmou no ter condies de quitar os valores e props o pagamento em 36 parcelas com incio em agosto e a multa por atraso 100% em folgas. Os enfermeiros no aceitaram e contrapropuseram receber vista ou, no mximo, trs parcelas. A Santa Casa de So Paulo informou que somente aps a venda de um imvel ou liberao do emprstimo ser possvel quitar todas as pendncias.

    O SEESP est ingressando com ao de cumprimento da CCT como substituto processual dos enfermeiros.

    Presidente do SEESP, Solange Caetano, debate com enfermeiros durante assembleia na Santa Casa de So Paulo

  • JURDICO

    18

    CONTRIBUIES: SAIBA QUAIS SO AS DIFERENAS ENTRE A SINDICAL, CONFEDERATIVA, ASSISTENCIAL

    E MENSALIDADE

    Especial Emprego e Salrio do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    CONFEDERATIVAPode ser facilmente

    confundida com a Contribuio Assistencial, mas h grandes diferenas entre si. A finalidade para custear o sistema confederativo da representao sindical ou profissional. tratada no Artigo 8 Inciso IV da Constituio Federal (CF), e somente poder ser exigida dos filiados de alguns sindicatos, tal como texto aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela Smula 666. Sendo assim, no tem natureza tributria, uma

    simultaneamente com os Artigos 578 e 579 da Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT), a contribuio sindical obrigatria, descontada na folha de pagamento unicamente no ms de maro de cada ano e correspondente a remunerao de um dia de trabalho.

    Todos trabalhadores que pertencerem a uma categoria profissional devero realizar o pagamento desta contribuio, mesmo que no sejam sindicalizados.

    A contribuio sindical distribuda da seguinte forma: 60% para o Sindicato; 15% para a Federao; 5% para a Confederao;10% para a Central Sindical e 10% para Conta

    Faz parte do cotidiano do trabalhador ouvir falar em descontos, taxas e valores que devem ser pagos, e se existe algo que pode causar dvidas na hora dos descontos so as diferentes contribuies, tanto as compulsrias, quanto as facultativas.

    Comumente vrios sindicatos, tal como o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) arrecadam tais contribuies. Por isso, para esclarecer essas cobranas, necessrio que se entenda melhor cada uma delas.

    SINDICALPrevista no Artigo 149

    da Constituio Federal e

  • 19

    JURDICO

    vez que ela negociada em assembleia e seu pagamento exigido apenas aos scios. Vale ressaltar que o SEESP no cobra de seus associados esta contribuio.

    ASSISTENCIALPode ser estabelecida por

    meio de acordo ou Conveno Coletiva de Trabalho (CCT) e prevista pelo artigo 513 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). Tem como intuito custear as despesas das negociaes coletivas que objetivam firmar as Convenes Coletivas de Trabalho uma vez que os trabalhadores so beneficiados com as mesmas.

    MENSALIDADEA mensalidade sindical

    um valor pago pelo profissional ou estudante que se associa ao sindicato podendo usufruir de benefcios como parcerias, entre outros.

    A forma de pagamento geralmente por meio do desconto mensal em folha de pagamento, e seu valor estipulado em assembleia com os scios e cada entidade mantm valores distintos.

    importante que o trabalhador entenda as diferentes contribuies e saiba como pode colaborar para que sua categoria se fortalea. O SEESP luta muitos meses do ano para conseguir fechar sempre os melhores Acordos Coletivos de

    Trabalho em prol dos enfermeiros, e isso possvel tambm graas s contribuies, caso contrrio, no teramos flego nem condies de batalhar por conquistas como melhoras cargas horrias de trabalho, melhores salrios, pagamentos de horas extras acima do previsto por lei, entre vrios outros benefcios e direitos. A arrecadao da Contribuio Assistencial para ns significa ter mais condies e foras para galgar uma Enfermagem melhor preparada, mais unida e mais forte. Alm disso, buscamos integrao social, qualidade de vida e desenvolvimento dos trabalhadores que representamos. Por isso, um dos nossos objetivos oferecer aos associados, que pagam a mensalidade pela sindicalizao, uma grande quantidade de convnios com empresas de todos os ramos e atividades, alm claro, de toda assessoria jurdica e apoio ao scio, comentou Pricles Batista, diretor do SEESP.

    O profissional que tiver o interesse em ser um scio do SEESP poder acessar o site www.seesp.com.br, fazer o download da ficha de sindicalizao e encaminhar com os dados preenchidos para o sindicato. A postagem da carta com a assinatura de adeso, no precisa de selo, basta postar de forma gratuita nos Correios.

    AO JUDICIAL GARANTE

    ESTABILIDADE S VSPERAS DA

    APOSENTADORIA

    O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) firma em suas Convenes Coletivas de Trabalho (CCT) uma clusula que garante o emprego e salrio aos empregados com mais de 05 (cinco) anos na mesma empresa, que estejam a menos de dois anos do direito de aposentadoria por tempo de servio, sendo que adquirido o direito, cessa a estabilidade.

    Porm, o Departamento Jurdico do SEESP recebeu um caso da demisso de uma enfermeira a menos de dois anos da sua aposentadoria e ingressou com processo.

    A ao judicial foi julgada procedente e reconheceu a estabilidade da enfermeira, sendo convertida em indenizao e determinando o pagamento dos salrios com devidos reajustes e todas as parcelas que compunham.

    deciso ainda cabe recurso. As Convenes Coletivas

    de Trabalho so firmadas em comum acordo entre as partes: Sindicato dos trabalhadores e patronais. Cabe as empresas respeitarem as clusulas e, principalmente, cumprir com os direitos dos profissionais, comentou Natanael da Costa, diretor do SEESP.

    Os enfermeiros que tiverem dvidas sobre as CCTs podem entrar em contato com o Departamento Jurdico pelo e-mail [email protected]

  • PERFIL

    21

    ENFERMEIRACREUSA DE MORAES

    DA LAVOURA PARA A ENFERMAGEM. CONHEA A HISTRIA DA PROFISSIONAL QUE DESTAQUE NO PROJETO DE PREVENO DO CNCER DE

    COLO DE TERO DO HOSPITAL DE BARRETOS

    CONEXO SEESP Como foi seu incio na rea da sade?CREUSA DE MORAES Eu entrei nessa rea em 1987, depois

    de analisar que com aquilo que eu trabalhava na poca eu no conseguiria pagar os estudos e dar uma vida melhor para os meus filhos. Eu trabalhava na roa, na lavoura. E a partir da surgiu a ideia, no incio nem busquei na rea da sade, eu queria algo para fazer diferente do que eu fazia. E graas a Deus, deu certo!

    CONEXO SEESP Como voc v essa mudana hoje?CREUSA DE MORAES Eu acho que profisso pode at ser

    sonho, mas tambm deciso. A hora que voc decide que precisa mudar de vida, voc precisa tomar uma deciso. Eu abracei a profisso e passei a amar. No comeo, a Enfermagem no foi um sonho, ela um sonho hoje.

    CONEXO SEESP Teve algum momento durante a sua formao que voc pensou em mudar de rea ou desistir?

    EU ABRACEI A PROFISSO E

    PASSEI A AMAR. NO COMEO, A ENFERMAGEM

    NO FOI UM SONHO, ELA UM

    SONHO HOJE.

  • PERFIL

    2222

    CREUSA DE MORAES No. Mas na verdade eu nunca pensei que fosse chegar at uma universidade, foi outra coisa que veio sem sonhar. Eu j estava preparada para comear a pensar na aposentadoria, de repente caiu a universidade no meu colo.

    Eu prestei o vestibular e passei. Quando o doutor Edmundo Mauad ficou sabendo logo buscou ajuda com o doutor Henrique Cesar Santejo e h trs anos conclui a faculdade de Enfermagem.

    CONEXO SEESP E como foi ser escolhida para iniciar esse projeto de preveno?

    CREUSA DE MORAES Quando ainda estava no curso de auxiliar de enfermagem (Creuza iniciou como atendente de enfermagem), eu tive um problema financeiro e precisava de mais um emprego. Foi quando eu procurei oportunidade na fundao. Eu j trabalhava na UTI da Santa Casa de Misericrdia de Barretos h cinco anos e comecei a atuar nas duas instituies.

    Mas com dois meses, houve uma mudana de horrio e eu no conseguiria conciliar, foi quando optei por sair.

    Nesse mesmo perodo, o doutor Edmundo procurava algum com perfil para trabalhar na preveno e a gerente falou de mim, que eu estava saindo e ele quis saber o motivo. Explicaram ento que era por conta do horrio e que eu no queria trocar o certo (o vnculo na Santa Casa) pelo duvidoso porque eu ainda estava na experincia.

    Ele mesmo foi at o RH,

    pediu o cancelamento da minha resciso e solicitou que eu comparecesse na segunda-feira para iniciar o trabalho. Na hora eu neguei! Eu no sabia nem o que era trabalhar com preveno. E mesmo eu teimando que no, a gerente insistiu e eu fui, no tive muita opo (risos)!

    Eu ainda fiquei mais dois nas duas instituies. Fazia planto de 12 horas na Santa Casa e mais oito, nove horas por dia na Fundao.

    CONEXO SEESP E como foi esse primeiro contato com ele?

    CREUSA DE MORAES Ele me perguntou se eu queria o trabalho e eu fui sincera dizendo que se fosse para responder naquele minuto a resposta seria no. Agora, se ele me desse ao menos 30 dias para dar um retorno se eu gostei, me adaptei, eu toparia a proposta. E ele concordou. Passados 30 dias ele me cobrou uma resposta e eu concordei em ficar.

    CONEXO SEESP A sua participao foi desde o incio?

    CREUSA DE MORAES Sim!

    Ns comeamos a estudar o que era preveno porque no tnhamos muito conhecimento. Foram seis meses s trabalhando o que iriamos levar para as ruas, os questionrios, eu fui fazer um curso de coleta do Papanicolau porque eu no sabia. E quando chegou o final do ano eu fui pra rua, sozinha, usando a sala dos centros comunitrios que nos apoiavam e os materiais que tinha do hospital mesa ginecolgica, etc.

    CONEXO SEESP Imagino que voc deve ter encontrado algumas dificuldades.

    CREUSA DE MORAES Ns fazamos entrevista com 30, 40 mulheres, de porta em porta, mas no horrio marcado que eu estava no centro comunitrio apareciam s 10 mulheres. Foi quando ns tivemos a ideia da mesa porttil com a bicicleta, pois era uma maneira de coletar o exame na prpria casa daquela mulher que por vergonha, medo ou desconhecimento, no ia at o local que estvamos.

    Muitas dessas mulheres diziam que no podiam ir porque ora estavam fazendo almoo, ora

    Creusa realizando as visitas de bicicleta para coleta de exames

  • 23

    cuidando dos filhos, ou seja, na verdade eram empecilhos para no ir. Com a coleta em casa, isso se resolveu.

    Com esse mtodo eu consegui abranger 98% da populao carente de Barretos.

    CONEXO SEESP Por quanto tempo voc fez a coleta usando apenas a bicicleta?

    CREUSA DE MORAES Nos quatro primeiros anos foi s a bicicleta, depois iniciamos com uma perua. Mas a bicicleta ainda continuou.

    Depois da coleta os resultados normais voltavam pra mim e eu mesmo entregava a cada uma delas. Se no houvesse alteraes, eu orientava procurar o hospital para consulta e fazer exames complementares.

    Teve um caso que houve alterao no resultado e o marido no deixou a mulher fazer o tratamento. Aps quase dois anos, ela foi ao mdico, fez um novo Papanicolau e ela foi encaminhada para c, e a sim, fez o acompanhamento necessrio.

    CONEXO SEESP Dos 1.700 exames realizados, qual

    foi o percentual de resultado com alteraes?

    CREUSA DE MORAES Apenas sete casos. Seis em estgio inicial e um avanado.

    CONEXO SEESP E como foi a evoluo do projeto?

    CREUSA DE MORAES Em 1994, iniciou a preveno; em 1998, comeamos o trabalho na zona rural com a perua; e em 2002, ns tivemos o primeiro nibus que atendia pele, prstata e colo do tero. Com isso ns tnhamos as equipes com enfermeiras tambm atuando no projeto.

    Em 2003, foi quando comeou a unidade de mama. O crescimento da preveno se deu por conta das mamografias. O Papanicolau comeou o trabalho de preveno e as mamografias deram o crescimento.

    De l pra c, s expanso. Hoje ns temos oito carretas e o Instituto de Preveno atua nas unidades de Barretos (SP), Juazeiro do Norte (BA), Fernandpolis (SP), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).

    Hoje eu sou responsvel pela unidade de prstata. Coordeno

    as viagens e as equipes que so formadas por um mdico, uma enfermeira, trs tcnicos de enfermagem e o motorista.

    CONEXO SEESP Falando um pouco sobre um pouco sobre os direitos da categoria, gostaria da sua opinio sobre a regulamentao da jornada de trabalho em 30 horas.

    CREUSA DE MORAES Eu acho vlido. Voc est dentro de uma UTI, de um ambulatrio, lidando com vidas e lidar com doena muito difcil, o cuidado e a pacincia precisam ser muito maiores. Vai ser difcil para as empresas se adequarem, mas todos sero beneficiados com a reduo de profissionais adoecidos, desgastados. Alm de ter um paciente melhor atendido, melhor amparado. A soma positiva to grande que as instituies agradecero.

    CONEXO SEESP E quais

    so seus projetos futuros?CREUSA DE MORAES

    Sinceramente eu no parei para pensar. Foi uma honra muito grande ter me formado em Enfermagem, eu sempre tive o pensamento que conhecimento nunca demais. Eu quero lidar com pessoas, quero comear a me preparar para uma aposentadoria, porque eu sou to ativa que vou levar um bom tempo s me preparando. Vai chegar uma hora que a minha limitao vai chegar, no vou conseguir subir na carreta com agilidade que eu subo hoje, por exemplo. Mas nunca se sabe, vai que surge alguma coisa no ? S que hoje a minha menina dos olhos a preveno.

    PERFIL

    Carreta do Instituto de Preveno do Hospital do Cncer de Barretos

  • CIDADANIA

    ENFERMAGEM PEA CHAVE PARA EXISTNCIA DO SAMU

  • 25

    CIDADANIA

    UM DOS DESAFIOS DO DIA-

    A-DIA LIDAR COM VRIAS PESSOAS DE DIFERENTES

    CULTURAS E OPINIES

    Criado no ano de 2003, o Servio de Atendimento Mvel de Urgncia (SAMU) tem sido uma tima ferramenta na reduo do nmero de bitos, do tempo de internao em hospitais e os efeitos devastadores e sequelas por conta da falta de socorro.

    O servio presta atendimentos de urgncia e emergncia em todos os Estados. Com ambulncias, motocicletas, helicpteros e lanchas, os profissionais se deslocam de suas bases para socorrer chamados residenciais, em vias pblicas, locais com grande movimentao de pessoas, como estdios de futebol, lugares remotos e at mesmo atendimentos aquticos. Tudo isso para promover populao uma assistncia sade 24 horas todos os dias do ano.

    O apoio comea desde o momento em que o paciente, ou solicitante entra em contato gratuitamente pelo nmero 192. Aps a emergncia ser identificada, transferida para um mdico de planto localizado nas bases do servio a qual orienta o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras aes e serem tomadas. Dependendo da ocorrncia, o mdico pode encaminhar a pessoa para uma Unidade Bsica de Sade (UBS), evitando que equipe e ambulncias sejam usadas em casos que no h uma emergncia ou urgncia de fato.

    Dentre todos os profissionais que fazem parte da equipe, destacam-se os enfermeiros, que so qualificados e treinados para estarem em contato direto com o cliente/paciente nas

    mais variadas situaes.Esses especialistas encontram

    grandes desafios desde o momento em que entram no servio, por concorridos concursos pblicos, at o momento em que laboram suas habilidades no atendimento dirio, compactuando com mdicos, auxiliares e tcnicos de enfermagem, nas estratgias para atender e socorrer as pessoas.

    A enfermeira Michelle D. de Lima Cerretti conta que entrou no SAMU por acaso. Em meio a buscas por oportunidades acabou conquistando a vaga, e desde ento, muita coisa aconteceu.

    Michelle ressalta que passou por uma importante capacitao para estar preparada para prestar os atendimentos e afirma que um dos grandes desafios do servio justamente a incerteza do que acontecer em cada ocorrncia, o local e as condies dos pacientes.

    Lidar com o sofrimento imediato algo que precisa de profissionais altamente preparados, um dos grandes desafios da profisso estar sempre atualizado e capacitado para prestar o melhor atendimento ao cliente. Um dos desafios do dia-a-dia lidar com vrias pessoas de diferentes culturas e opinies, por isso, precisamos saber atender todas as demandas com respeito e de forma humanizada, sem deixar que as situaes nos abalem e atrapalhem nosso trabalho, lembra a enfermeira.

    Com a falta dgua que o Sudeste do Brasil vem enfrentando, para manter a qualidade no atendimento, as ambulncias do SAMU vm

    sendo higienizadas internamente todos os dias, mas o exterior das mesmas no mais lavado com a mesma frequncia. H uma conscientizao da equipe por conta da importncia do uso racional da gua, ainda mais se tratando da sade das pessoas.

    Um grande problema enfrentado pelas equipes do SAMU a questo da falta de saneamento bsico, o que propicia um grande nmero de ocorrncias. Crregos abertos e esgotos sem tratamentos ocasionam doenas e acidentes, e por isso, as equipes so acionadas. Em locais com estas situaes difcil at mesmo conseguir prestar o atendimento. Nas periferias, onde h poucas polticas pblicas que permitam um saneamento adequado, registrado um maior nmero de chamados.

    Outro fator, que aliado aos demais, se transforma em um poderoso antagonista

  • 26

    CIDADANIA

    das equipes do SAMU, no exclusivo de uma ou de outra regio. O aumento da poluio do ar, consequncia que vrios cientistas atrelam ao aquecimento global, causador de uma boa parte dos atendimentos.

    As crianas sofrem muito com a poluio e os idosos tambm. Atendemos vrios chamados para socorrer este grupo de pessoas, que infelizmente so mais sensveis a isso, relata Michele.

    Mesmo combatendo esses fatores que complicam o executar de suas funes os enfermeiros dedicam seus dias para cuidar do bem ao prximo. So profissionais que se expem a todos os tipos de riscos, desde fsicos, qumicos s ameaas biolgicas, mas

    que prestam atendimento da melhor maneira possvel para oferecer populao mais qualidade no socorro, mesmo quando no possuem as melhores condies para tal. E que merecem todo o respeito e reconhecimento da populao.

    Ao sair em atendimento, estamos sempre em risco. Podemos tanto entrar em um terreno de difcil acesso, irregular e que pode nos fazer sofrer alguma queda, ou at mesmo atender algum paciente violento, ou com uma famlia mais angustiada e estressada com a situao, que no momento do desespero at pode tentar nos agredir. Mas colocamos tudo isso abaixo do nosso desejo em fazer o bem s pessoas. Nosso maior orgulho e gratificao passar em frente casa de algum que socorremos depois de algum tempo e ver aquela pessoa bem e sorrindo, comentou Michelle.

    O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP) est em constante luta para defender a integridade desses trabalhadores e a valorizao do

    OS ENFERMEIROS ESTO EM 100%

    DAS OCORRNCIAS E NO TEM

    COMO NEGAR QUE SEM ESSES PROFISSIONAIS

    NO SERIA POSSVEL MANTER

    O SERVIO

    sistema pblico de sade para que os profissionais tenham melhores condies de trabalho, e consequentemente, prestar um melhor servio ao cidado.

    Em 2014, uma mesa de negociao realizada pelo SEESP garantiu a manuteno dos plantes de 24 horas habitualmente realizada pelas equipes na Prefeitura de So Paulo.

    Estamos juntos da equipe de enfermeiros do SAMU, que enfrenta as mais diversas condies para socorrer os pacientes. Sabemos que no so em todos os atendimentos que os mdicos vo, somente nos mais graves. Entretanto, os enfermeiros esto em 100% das ocorrncias, e no tem como negar que sem esses profissionais, no seria possvel manter o servio. Por isso, precisamos levantar a bandeira e defender a categoria, mostrar o valor que temos e a importncia que o SAMU tem para a sade pblica no Brasil, ressaltou Ana Firmino, diretora do SEESP e tambm enfermeira do SAMU.

  • 29

    EPIDEMIA DE DENGUEA ATUAO DO ENFERMEIRO

    NO CONTROLE DA DOENA

    REPORTAGEM

    O Estado de So Paulo tem vivido a maior epidemia de dengue dos ltimos anos. At o final de maro, 500 dos 645 municpios registraram incidncia de casos; 268 deles foram classificados como regies com epidemia da doena. Segundo o Ministrio da Sade, no primeiro trimestre de 2015 foram registrados 224.101 casos em todo o pas, um aumento de 162% em relao ao mesmo perodo do ano passado.

    O ltimo balano da Secretaria Estadual de Sade de So Paulo apontou que, a cada 28 horas, uma pessoa morre vtima da dengue. At o final de maro, 71 bitos foram registrados.

    Assis e Catanduva so alguns municpios que passam pela pior epidemia da histria: em Assis, cidade com 95.700 habitantes, 1.050 casos foram confirmados. Em Catanduva, 10%

  • 30

    REPORTAGEM

    da populao est infectada, cerca de 10.200 registros.

    No litoral sul, as unidades de sade vivem um colapso na assistncia decorrentes da alta demanda. Em Mongagu, os centros mdicos triplicaram os atendimentos. Em Itanham, a prefeitura instalou um centro de monitoramento exclusivo para os pacientes com

    sintomas da dengue. Em outras cidades tambm

    foram estabelecidos locais para atendimento especfico desses casos.

    O secretrio estadual de Sade, David Uip, previu a contratao de 500 agentes por meio da Superintendncia de Controle de Endemias (Sucen) como medida que intensificar as

    aes de preveno e combate no aumento de ocorrncias, duplicando o efetivo que atua nas aes de nebulizao, alm do apoio de 30 mdicos da Polcia Militar.

    Em paralelo, a secretaria tambm solicitou a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa) que autorize a antecipao da terceira fase de testes. Com isso, a produo da vacina pode ser antecipada em at dois anos.

    At agora, a vacina j foi testada em 350 pessoas no Brasil e 600 nos Estados Unidos (Fonte: Instituto Butantan) e teve retorno positivo com ndices de segurana em cerca de 80%.

    A prxima fase consistir em aplicar a vacina em 12 mil voluntrios de qualquer idade, sendo que haver diviso em grupos etrios de crianas (abaixo de 6 anos), jovens (7 a 17 anos), adultos (18 a 59 anos) e idosos (acima de 60 anos). Quem desejar participar dos testes precisa estar saudvel e devem procurar o Instituto Butantan.

    A expectativa que o Sistema nico de Sade (SUS) esteja com a vacina contra os quatro tipos de dengue disponvel at 2017.

    A IMPORTNCIA DO ENFERMEIRO NA

    PREVENO DA DENGUEA conscientizao da

    populao para evitar que a infestao do mosquito Aedes Aegypti aumente extremamente importante. Pesquisas apontam que a televiso a maior fonte de informao, porm, algumas

    Profissional atende paciente em Rio Claro em unidade exclusiva de atendimento

  • 31

    REPORTAGEM

    falhas impedem que essa ao seja mais efetiva. Todos os anos, somente no perodo do vero so encontradas informaes sobre o contgio e maneiras de combate, transmitindo a falsa ideia de que a doena s acontece nessa poca do ano.

    Diante desse cenrio, a atuao do enfermeiro da Ateno Bsica um diferencial na funo de orientador e educador da populao, em especial nas regies mais afastadas dos grandes centros. Conscientizar cada indivduo que a responsabilidade de evitar o aumento da doena no exclusiva do poder pblico uma das tarefas desse profissional.

    O enfermeiro carrega tambm o papel de classificar os riscos em situaes de urgncia e emergncia, de acompanhar a sade dessa faixa da populao e prestar assistncia nos casos j efetivos de contaminao. essencial que, ao identificar

    os sintomas da dengue, como febre alta, cefaleia, dores musculares, vmito, diarreia e dor abdominal, esse agente solicite um exame de sangue e sorologia especficos para a ao da dengue.

    Por entender essa necessidade, em 2012, o Ministrio da Sade lanou um curso de capacitao a distncia intitulado Atualizao no manejo clnico da dengue. Enfermeiros de todo o pas se inscrevem e realizam gratuitamente a capacitao que acontece em parceria com a Universidade Aberta do Sistema nico de Sade (Una-SUS). O curso faz parte das aes do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) e tambm pode ser acessado pela populao em geral.

    Entre os objetivos do treinamento online esto: identificar os critrios clnicos de suspeio de dengue; classificar o paciente; indicar o momento correto da sorologia; identificar

    os sinais de alarme de dengue; calcular adequadamente o volume de hidratao do paciente com suspeita da doena e sinais de alarme; entre outros (Fonte: Una-SUS).

    Alm das aes de capacitao profissional, o Ministrio da Sade tambm repassou uma verba adicional de R$150 milhes a todos os Estados e municpios do pas. Todavia, importante que os recursos sejam distribudos no s em estratgias de preveno, mas tambm na contratao de equipes emergenciais para evitar sobrecarga de trabalho nos profissionais que j esto atuando nos postos de sade.

    Em So Carlos (SP), por exemplo, a falta de enfermeiros tem afetado a assistncia em uma UPA que atende em torno de 500 pessoas por dia e est com apenas metade do quadro de profissionais de sade do incio do ano.

    Em casos de epidemia so realizadas contrataes de emergncia por tempo determinado, mas essencial que os trabalhadores fiquem atentos e busquem orientao sobre o tipo de contratao, carga horria e atividades laboradas. Alm do mais, apesar da conscincia que os atendimentos nessas situaes so prioritrios, no podemos permitir que os profissionais sejam prejudicados com sobrecargas, sem contar que eles tambm esto sujeitos a contrair a doena, comentou Solange Caetano, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP).

    Municpio de Rio Claro lidera nmero de casos de dengue na regio

  • CARREIRA

    32

    Hoje em dia o mercado de trabalho busca cada vez mais um profissional bem preparado, flexvel e atualizado. A sade exige um conhecimento atualizado constantemente, e cuidar das pessoas, desde seu nascimento, depende exclusivamente de bons profissionais.

    Atualmente, os enfermeiros e enfermeiras que finalizam suas graduaes j saem das universidades e faculdades criando estratgias de como se engajarem em uma boa carreira. O desejo de ampliar os conhecimentos, desenvolver novas habilidades e de alavancar a carreira faz com que muitos busquem nos cursos de especializaes, a bagagem necessria para exercerem, de forma plena, uma assistncia de qualidade e moderna.

    No Brasil, a Enfermagem Peditrica surgiu em 1949, entretanto, somente a partir de 1990 que foram sendo desenvolvidos os primeiros cursos de Neonatologia. Os estudos desta rea foram criados visando capacitar os alunos e possibilitar total conhecimento no amparo aos neonatos, que precisam de uma ateno especial, devido complexidade que envolve sua sade.

    Compreender o processo sade-doena, alm de dar suporte famlia dos recm-nascidos (RN), so algumas das habilidades

    ENFERMAGEM NEONATAL UMA BOA OPO PARA QUEM DESEJA

    SE ESPECIALIZAR

  • CARREIRA

    33

    exigidas do enfermeiro neonatologista, que pode atuar em Unidade de Uerapia Intensiva Neonatal (UTIN), berrios de maternidades, alm de clnicas de obstetrcia.

    Geralmente, quando os RNs nascem em plenas condies de sade, vo para berrios, ou acomodaes conjuntas com as mes, recebem acompanhamento hospitalar at terem alta. Entretanto, prematuros e bebs que por algum motivo apresentaram alguma doena congnita, que so aquelas adquiridas antes do nascimento ou posterior a tal, acabam sendo direcionados para a UTIN. Em ambos os casos,

    o profissional em neonatal ir desempenhar seu trabalho avaliando o quadro clnico do paciente e dando assistncia criana aos familiares.

    Em busca de profissionais melhor qualificados, as empresas buscam apoiar e contratar enfermeiros que se demonstram interessados a se especializarem em alguma rea. Foi o que aconteceu com a Enfermeira Jaqueline D. de Lima, de So Paulo.

    Jaqueline, que formada em Enfermagem desde 2012, disse redao da Revista Conexo SEESP que no esperava ter ido para essa rea, mas foi a primeira

    oportunidade que surgiu logo no incio de sua carreira.

    O hospital onde eu trabalho, vendo meu desempenho, me ofereceu gratuitamente o Curso de Suporte Avanado de Vida em Pediatria - PALS (Pediatric Advanced Life Support). No final de semana que fiz o curso, me apaixonei mais ainda pela rea e as habilidades aprendidas, comentou a enfermeira.

    Como j estava trabalhando no setor de pediatria e neonatal e havia se encantado pela rea, ela pesquisou sobre as possibilidades de mercado e ficou motivada a se matricular na ps-graduao em Neonatologia. Por ser uma enfermeira associada

  • 34

    ao Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP), conseguiu se matricular em uma instituio de ensino superior, que oferece cursos de ps-graduao, conveniada ao sindicato, o que possibilitou ter descontos nas mensalidades e pagar o curso.

    As aulas, segundo Jaqueline, so estimulantes e com um timo contedo, principalmente por haver uma reviso de procedimentos j vistos na graduao, como gerenciamento, organizao da unidade hospitalar, e matrias que preveem a assistncia dos RNs e a famlia dos pacientes.

    Aps dois anos de sua graduao, ela percebeu que a metodologia das formas do cuidado com os pacientes que aprendeu na faculdade j haviam mudado muito, por isso, atenta tambm para a necessidade de atualizao constante.

    O que se aprende hoje pode sofrer alteraes e se modernizar em pouco tempo. Por isso no d para ficar sem estudar e se atualizar, lembra Jaqueline

    A durao da especializao varivel de acordo com cada instituio, tendo entre um a dois anos, nos quais o aluno sai preparado para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia e melhor qualificado para lidar com as mais diversas situaes, desde cuidados no momento do nascimento at um infeliz bito.

    O reconhecimento e retorno do investimento de tempo e dinheiro numa especializao desta so conquistados em cada bebezinho que voc acompanha e v a evoluo positiva do

    quadro de sade at a sua alta, ou ento quando os pais te agradecem por terem seus filhos saudveis em seus colos. Entretanto, h momentos difceis, quando h crianas que sofrem muito tempo em uma UTI ou em casos de bito, por exemplo. uma parte muito triste, mas que de certa forma, motiva buscar conhecimentos em novas tecnologias para que se tenha o mnimo de perdas possveis, comentou.

    Cursar uma ps-graduao depende de investimento financeiro e planejamento do cotidiano, pois muitos profissionais conciliam o estudo com o trabalho. Entretanto, a tendncia de que vrios hospitais tenham certificao de qualidade, por isso, a ps-graduao uma porta que se abre para os enfermeiros, pois o mercado de trabalho busca profissionais melhores qualificados que consecutivamente tero melhores salrios.

    Investir nos estudos sempre uma boa sada para quem quer solidificar sua carreira e ser um bom profissional. Acredito que muito importante passar confiana para a famlia, e saberem que voc tem uma ps-graduao que agrega mais conhecimento no assunto, um fator que possibilita esse lao entre o enfermeiro e os familiares, facilitando o trabalho. Por isso, no geral, no temos problemas com pais, o que um receio quando comeamos na rea, mas se voc passa credibilidade, atencioso, cuidadoso e prestativo, no h maiores problemas, lembrou Jaqueline.

    Para quem quer se inserir

    neste ramo, Jaqueline indica que faa um curso de Cateter Central de Insero Perifrica (PICC) que habilita e qualificar enfermeiros para a realizao de insero e utilizao corretas do cateter perifrico central em sua prtica diria com pacientes adultos, peditricos ou neonatais, e consecutivamente uma ps-graduao.

    A maioria dos hospitais apreciam quem tem esses conhecimentos, no meu caso, eu tive sorte e entrei antes de concluir a ps-graduao, mas o enfermeiro que se preparar e conseguir concluir esses cursos tem muito mais chances de ser selecionado por um hospital de ponta. Definitivamente um investimento que vale a pena, concluiu Jaqueline.

    importante lembrar que na hora de escolher um curso o enfermeiro precisa pensar no foco da sua carreira, se h a inteno de laborar no mercado em contato direto com o paciente em vrias reas, inclusive na neonatal, as especializaes e ps-graduao so muito indicadas. Contudo, mestrados e doutorados j possui uma caracterstica mais designada investigao, pesquisa e carreira acadmica.

    J sabido que sem enfermeiro e enfermeira no existe sade, mas tambm indiscutvel a importncia de atualizao constante. Afinal de contas, uma Enfermagem melhor preparada e com mais qualificaes, se torna uma categoria mais forte, lembrou a presidente do SEESP, Solange Caetano.

    CARREIRA

  • 36

    MOBILIZAO

    PROJETOS DE LEI: CONHEA AS MATRIASQUE TRAMITAM NA CMARA DOS DEPUTADOS E SO

    IMPORTANTES PARA OS ENFERMEIROS

    PL 2.295/00 30 HORAS PARA A ENFERMAGEM

    Dispe sobre a jornada de trabalho dos Enfermeiros, Tcnicos e Auxiliares de Enfermagem e altera a Lei n 7.498, de 1986, fixando a jornada de trabalho em seis horas dirias e trinta horas semanais.

    O PL das 30 horas tramita em carter de urgncia e est pronto para ser votado em Plenrio. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP), Solange Caetano, e segunda coordenadora do Frum Nacional 30h J tem articulado constantemente nos ltimos anos

    O Disque-Cmara (0800 619 619) um dos meios de contato da populao com a Cmara Federal e tem registrado altos ndices de solicitaes em especial para o PL 2.295/00.

    As entidades realizam as articulaes polticas, mas o apoio de toda a categoria primordial para avanarmos positivamente em todas as matrias que so importantes pra ns, comentou Solange Caetano, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de So Paulo (SEESP).

    Veja alguns projetos em tramitao:

    A Cmara dos Deputados tem, atualmente, 1.265 projetos de lei prontos para ir a votao no Plenrio, ou seja, basta serem pautados na ordem do dia para que os deputados federais decidam pela aprovao ou no das matrias.

    Entre esses milhares de textos, h alguns determinantes para os trabalhadores de forma geral e tambm para os profissionais de Enfermagem. O acompanhamento e, principalmente, a cobrana para que os PLs sejam pautados essencial para o andamento at a votao.

  • 37

    para que a matria seja includa na ordem do dia. Em 2014, o PL chegou a ser pautado, mas no houve votao.

    O atual presidente da Cmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mostrou no ser favorvel a aprovao da matria sob argumento que a jornada de trabalho deve ser padro em 40 horas para todas as categorias, porm, as Entidades Nacionais - entre elas a Federao Nacional dos Enfermeiros (FNE) - tem articulado uma audincia com Cunha para apresentar os fatores que apontam a importncia dessa regulamentao.

    PL 3.299/2008 FIM DO FATOR PREVIDENCIRIOAltera o art. 29 da Lei n

    8.213, de 24 de julho de 1991, e revoga os arts. 3, 5, 6 e 7 da Lei n 9.876, de 26 de novembro de 1999, modificando a forma de clculo dos benefcios da Previdncia Social. Extingue o fator previdencirio para que o salrio de benefcio (aposentadoria) volte a ser calculado de acordo com a mdia aritmtica simples at o mximo dos ltimos 36 (trinta e seis) salrios de contribuio, apurados em perodo no superior a 48 (quarenta e oito) meses.

    Tambm est pronto para votao e a maioria dos deputados federais mostra-se favorvel.

    O fator previdencirio reduz o valor do benefcio quando a aposentadoria acontece por tempo de contribuio antes de atingir a idade mnima (65 anos para homens, 60 para mulheres).

    PL 4.593/2009 - ASSDIO MORAL

    Dispe sobre o assdio

    moral nas relaes de trabalho. O projeto est apensado ao PL 3.760/2012.

    Veda a prtica de qualquer ao ou a omisso que possam caracterizar o assdio moral. Autoriza a resciso indireta do contrato de trabalho, o pagamento em dobro de todas as verbas trabalhistas rescisrias, alm da multa prevista na lei.

    Tambm uma das lutas do SEESP. Palestras e seminrios so realizados em todo o Estado de So Paulo visando levar informao a categoria para combater esse mal. As denncias tambm so tratadas pelo Departamento Jurdico.

    Atualmente, o assdio moral causa de adoecimento dos profissionais de Enfermagem que, em casos extremos, chegam a tentativas de sucidio.

    PLP 555/2010 - APOSENTADORIA ESPECIALRegulamenta o inciso III do

    4 do art. 40 da Constituio, que dispe sobre a concesso de aposentadoria especial ao servidor pblico titular de cargo efetivo cujas atividades sejam exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica.

    Est sob avaliao da Comisso de Seguridade Social e Famlia (CSSF).

    O Superior Tribunal Federal (STF) aprovou a Smula 33 que agiliza o processo de aposentadoria especial. O profissional precisa comprovar atravs do Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP) que trabalhou 25 anos sob fatores nocivos. O SEESP, antes mesmo da aprovao da smula j tinha sentenas judiciais favorveis para

    enfermeiros do setor pblico. PL 459/2015 PISO

    SALARIAL NACIONAL DA ENFERMAGEM

    Dispe sobre o Piso Salarial do Enfermeiro, do Tcnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira alterando a Lei n 7.498, de 1986.

    Tambm est sob avaliao da Comisso de Seguridade Social e Famlia (CSSF), pois o antigo PL 4.924/2009 foi arquivado na ltima legislatura.

    A matria determina o piso salarial do enfermeiro em R$7.880,00; 50% deste valor para o tcnico de enfermagem e 40% para o auxiliar de enfermagem e a parteira.

    A aprovao do Piso Salarial Nacional tem andamento paralelo a regulamentao da jornada em 30 horas semanais, pois garantir mais oportunidades de trabalho, sem a necessidade de duplo e at triplo vnculo dos profissionais.

    MOBILIZAO

  • LAZER

    38

    TREM TURSTICO NO PARANGARANTIA DE DIVERSO, CULTURA E CONTATO

    COM A NATUREZA

    uma colnia italiana, um de seus cartes postais.

    Entre todos os passeios e locais imperdveis que podem ser visitados, vale destacar a pacata cidade de Morretes, que fica entre a capital e o litoral paranaense. conhecida pelo seu clima agradvel e seu ecoturismo, que atrai centenas de visitantes todos os finais de semana. O turista que passa por l, no pode deixar de conferir um dos pratos tpicos mais famosos da regio, o delicioso barreado.

    No site: www.serraverdeexpress.com.br possvel conferir valores, classes de cada vago, itinerrio entre outras informaes para quem pretende se aventurar nesse impressionante passeio.

    Boa viagem!

    Com seus 21 vages divididos em categorias, o trem chega a transportar at 1.104 passageiros por viagem, que pode conferir pelas amplas janelas, as paisagens das cidades que fazem parte do trajeto.

    A viagem tem seu incio em Curitiba, capital do estado, que reconhecida internacionalmente pela poltica socioambiental, o sistema de transporte pblico, e por ser uma cidade modelo.

    Outra cidade que possvel ser apreciada no passeio Piraquara. Fundada oficialmente em 29 de janeiro de 1889, repleta de belas paisagens e possui vrios mananciais e nascentes do Rio Iguau. O primeiro reservatrio de gua que abasteceu a capital est no municpio, que tambm tem

    No Estado do Paran, parte diariamente da cidade de Curitiba o conhecido Trem da Serra do Mar com destino cidade de Morretes. O passeio que chega a durar mais de 3 horas de viagem percorre 110 quilmetros pela maior rea de preservao da Mata Atlntica do Brasil.

    O turista que opta por esse extico passeio se depara com um cenrio fantstico, onde a sensao de contemplao da natureza se mistura com a adrenalina de passar por vrios viadutos e pontes que chegam estar cerca de 900 metros a cima do nvel do mar. A ponte So Joo, por exemplo, pode ser considerada uma obra de arte da engenharia. Com seus 55 metros de extenso, a construo apenas uma das atraes que o caminho proporciona.

  • --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

  • JUVENAL TADEU CANAS PRADO

    ENFERMAGEM: UTOPIA E REALIDADE NO CENRIO

    ACADMICO

    01

    R E S U M O Estamos vivendo um perodo de reflexo sobre a prtica da enfermagem, por parte de todas as instituies envolvidas, bem como o ensino da enfermagem vem passando por profundas transformaes, em detrimento do avano tecnolgico e social. O mercado de trabalho influencia drasticamente as competncias, habilidades e atitudes a serem desenvolvidas nos futuros profissionais.Frente a esta constante sucesso de fatores interferentes, bem como as constantes mudanas no cenrio social e consequentemente educacional, seria inocncia no considerar que currculo um processo gerador de tenses entre os agentes envolvidos e, portanto, organiz-lo e manej-lo torna-se um desafio para os educadores.

    A B T R A C TWe are living in a period of reflection on the practice of nursing by all the institutions involved as well as nursing education is undergoing profound changes to the detriment of technological progress and social. O labor market drastically influence the skills, abilities and attitudes to be developed in the future professionals.Faced with this constant succession of interfering factors as well as the constant changes in social and consequently educational setting , innocence would not consider that curriculum is a generating process of tensions between those involved and therefore arrange it and handle it becomes a challenge for educators.

    K E Y W O R D S

    nursing; educationP A L A V R A S C H A V E

    enfermagem; educao

    ARTIGO CIENTFICO

    ESTE ARTIGO INTEGRA UMA SRIE DE TEXTOS CIENTFICOS PRESENTES NAS EDIOES DE CONEXO SEESP. DESTAQUE E COLECIONE.

    1

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

    --

  • ARTIGO CIENTFICO

    Atualmente estamos vivendo um perodo de reflexo sobre a prtica da enfermagem, por parte de todas as instituies envolvidas, sejam elas conselho, sindicato, associaes, rgo de formao e contratantes de uma maneira geral.

    sabido que a enfermagem como profisso sofreu modificaes profundas: nos primrdios atravs de procedimentos simplistas e com cuidados domsticos, na dcada de 50 do sculo XX com o cunho intuitivo e poucos princpios cientficos, na dcada de 60 com o destaque pelo carter biomdico, puramente curativo, porm, a grande largada para o melhor caminho foi observada na dcada de 70 atravs da construo de marcos conceituais e tericos, enaltecendo o carter cientfico da profisso (1).

    O ensino da cincia de enfermagem vem passando por profundas transformaes, entretanto, questiono se estas mudanas so necessariamente positivas para a profisso.

    comum ouvirmos de enfermeiros recm-formados ou at de enfermeiros mais experientes que a enfermagem de hoje mais cientifica do que a do passado; isto posto, questiono-me se esta colocao reflexo do processo de formao acadmica que estamos vivendo atualmente.

    notrio que o avano tecnolgico evolui drasticamente, entretanto na cincia da enfermagem alm deste avano temos observado uma procura mais evidente de trabalhar em torno de evidncias cientficas. (2;3) At este ponto concordo que a formao acadmica voltou-se melhor para uma gama de seleo de saberes especficos da cincia da enfermagem que antigamente no eram destacados, mas questiono ainda a autonomia que o enfermeiro de hoje tem quando comparado ao enfermeiro do passado. No se trata de um saudosismo filosfico, mas de uma constatao da respeitabilidade e credibilidade que o profissional enfermeiro vem perdendo gradativamente, quando comparado ao crescimento cientfico de sua formao.

    No posso deixar de pontuar que o mercado de trabalho hoje regula as competncias, habilidades e atitudes esperadas pelo profissional enfermeiro. Infelizmente esta regulao traz tambm aspectos negativos para a profisso como a massificao da formao e um baixo nvel de expectativa por parte dos futuros enfermeiros.

    notvel o crescimento que a Educao Superior no Brasil vem tomando desde os ltimos anos.

    Tal cenrio coloca-nos diante de uma crescente complexificao da educao superior e dos processos de avaliao que a mesma demanda, bem como diante das alteraes nas polticas de regulao e de gesto entre o ensino privado e o ensino pblico. (4)

    Hoje se discute carga horria de formao e quais os contedos a serem ensinados a este futuro enfermeiro, mas no podemos deixar de considerar que as diretrizes curriculares nacionais de enfermagem sugerem um eixo norteador, dando margem para adaptaes regionais.

    Conceituar currculo envolve considerar vrios conceitos e ter clareza de que diversas variveis na relao escola saberes e organizao curricular interferem direta ou indiretamente neste entendimento.

    O currculo diz respeito a seleo, seqenciao e dosagem de contedos da cultura a serem desenvolvidos em situaes de ensino-aprendizagem. Compreendem conhecimentos, idias, hbitos, valores, convices, tcnicas, recursos, artefatos, procedimentos, smbolos etc... dispostos em conjuntos de matrias/disciplinas escolares e respectivos programas, com indicaes de atividades/experincias para sua consolidao e avaliao.(5)

    As Instituies de ensino superior (IES) e seus atores envolvidos, principalmente os educadores, devem ter noo de sua misso de responder tanto necessidade de uma formao qualificada quanto questo da procura social. Ou seja, devem assumir a funo tcnica, instrumentalizadora, mas tambm a funo social, poltica, pois alm de informar e formar, preciso mostrar para que e como usar estes conhecimentos e possibilitar sua transformao e apropriao. Para que serve estes novos saberes? (4;5)

    Frente a esta constante sucesso de fatores interferentes, bem como as constantes mudanas no cenrio social e consequentemente educacional, seria inocncia no considerar que currculo um processo gerador de tenses entre os agentes envolvidos e, portanto, organiz-lo e manej-lo torna-se um desafio

    Quando percebemos que atualmente existem contedos selecionados para a graduao de enfermagem como base fundante da cincia, como por exemplo, a sistematizao da assistncia

    2

  • ARTIGO CIENTFICO

    de enfermagem, fcil vermos profissionais questionando a aplicabilidade desta metodologia, ou ainda percebemos, que nas instituies de sade (que so modelos para os futuros profissionais) a dicotomia entre teoria e pratica imensa. Agora leitor reflita conjuntamente com este autor, se o profissional formado questiona estes contedos e verbaliza as vezes que a teoria bem diferente da realidade, como fica a percepo dos acadmicos frente a este dilema?Como convencer e demonstrar aos alunos que existe necessidade de ser incorporado este conhecimento para a sua prtica cotidiana?

    Tenho cincia de que existem diferenas significativas de recursos humanos e tecnolgicos em cada instituio de sade, entretanto nada justifica a distncia do cuidado e a superficialidade que o enfermeiro muitas vezes adota em relao as suas funes assistenciais. evidente a preferncia que Enfermeiros e algumas instituies tm para as funes puramente administrativas do enfermeiro, esquecendo que uma adequada administrao da assistncia gera utilizao adequada de recursos materiais, humanos e acima de tudo satisfaz o cliente, funcionando com uma propaganda boca a boca da qualidade de atendimento prestado pela instituio.

    Afinal qual a verdadeira funo do enfermeiro? Funo prescrita ( idealizada) e funo esperada do mercado de trabalho?Talvez este abismo entre o ensinar e fazer, no seja produto de um abismo terico, mas de um abismo entre formao e realidade imposto pela perda gradativa de autonomia e resolutividade em que o enfermeiro vem, sendo responsvel pela distoro de sua funo ao longo do tempo.

    Incomoda-me a situao de que alguns colegas de profisso comportam-se de maneira passiva cientificamente, mas incomoda-me mais o fato de que alguns colegas, mesmo possuidores de conhecimento e prtica, no se posicionam mediantes conflitos tcnicos entre vrias profisses, como por exemplo, a relao mdico e enfermeiro, pelo fato de estarem acostumados e adestrados a aceitar uma hegemonia mdica em um contexto de atuao multi e interdisciplinar.

    Em minha trajetria profissional j me deparei com inmeros exemplos desta situao citada, tanto por ausncia de conhecimento das partes envolvidas, quanto principalmente por uma sucessiva repetio do processo de formao dos enfermeiros.

    Sabemos que muitos profissionais enfermeiros

    que ocupam a funo de docncia, tanto em nvel superior, como tcnico, no possuem e no buscam o devido preparo metodolgico e pedaggico, sendo, portanto, o ponto de partida de um ciclo vicioso, de uma formao inadequada, centrada na assimilao de conhecimento, tcnicas e conceitos, sem o devido valor da contextualizao da situao problema.

    Egressos formados de maneira tecnicista repercutem em profissionais despreparados para a real expectativa de um mercado de trabalho mais seletivo, destaco este seletivo, pois existe uma parcela de instituies da rea da sade que esperam um perfil gestor e educador do Enfermeiro, sem perder a formao bsica cientfica de rumo.

    Os conflitos educacionais da atualidade so identificados na forma como se manifestam no cotidiano escolar, no enfoque da organizao da instituio e quanto a alunos e professores (2). Esta situao colabora para que os docentes-enfermeiros reflitam a necessidade de realizar o seu papel pedaggico de uma forma que possibilite o discente atuar de uma forma transformadora, ou seja, de uma forma que influencie a realidade que est inserida.

    Entretanto o que encontramos no cenrio acadmico so docentes que se afincam nica e exclusivamente na passagem de contedos, que s vezes no so contextualizados na realidade nacional e local, o que contribui para aquele aluno que j possui alguma vivncia prvia da rea ou aquele que j est inserido na realidade seja por atividades complementares, visitas tcnicas, estgios extracurriculares, estgios curriculares a acreditarem que o discurso da teoria no bate com a realidade.

    Reporto-me a alguns conceitos que fornecem embasamento para tal crtica, pois:

    ... Uma vez que proporcionada s pessoas a oportunidade de discutirem sobre sua atividade diria de vida ou de trabalho, elas so capazes de refletir sobre suas experincias e buscar a dimenso de sua prpria vida em sua prtica de trabalho; de passarem as significaes de suas experincias para contextos mais gerais como o social e o econmico; de tomarem conscincia das relaes sociais de denominao extrapoladas para todos os segmentos de sua vida, permitindo-lhes refletir sobre sua vida e seu trabalho. (3)

    Alerto para o fato de que a enfermagem de

    3

  • ARTIGO CIENTFICO

    1. Carvalho, Lscia Divana Pachco. Enfermagem: passado x presente x futuro.,2006, disponvel em http://www.jornalpequeno.com.br/2006/6/26/.Acesso em 10 de janeiro de 2010.

    2. Faria Josimerci Ittavo Lamana, Casagrande Lisete Diniz Ribas. A educao para o sculo XXI e a formao do professor reflexivo na enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem [peridico na Internet]. 2004 Out,12(5): 821-827.

    3. Laguna Maria Cristina M. Capel, Ferraz Clarice Aparecida. Compreenso das bases tericas do planejamento participativo no currculo integrado de um curso de enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem [peridico na Internet]. 2003 Dez [citado 2010 Mar 13] ; 11(6): 771-777.

    4. Prado, Juvenal Tadeu Canas; Saviani, Nereide; Universidade Catlica de Santos. Prescrio e realizao do currculo: percepes de docentes e discentes sobre o componente curricular estgio na graduao em enfermagem. 2006. 112 f. : Dissertao (mestrado) - Universidade Catlica de Santos, Santos, 2006.

    5. Saviani, Nereide. Saber escolar, currculo e didtica: problemas da unidade/contedo/mtodo no processo pedaggico. Campinas. Papirus, 2003,4 edio.

    RE