edição especial do voz do nicéia

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Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia Bauru Ano VIII Edição Especial Fevereiro de 2016 Saiba como se faz o jornal Pág. 8 www.vozdoniceia.wordpress.com Arquivo do Voz do Nicéia Lembra quando era assim? Agora é a praça! Venha reviver um pouco da história do bairro! Marina Debrino/Voz do Nicéia

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O Voz do Nicéia completa o seu oitavo ano em atividade e, para celebrar essa convivência, decidimos contar a história do Jardim Nicéia, relembrando o que foi importante para os moradores desde a primeira ocupação. Aproveitamos nesta edição para explicar o projeto: em que ano surgiu e como funciona o jornal. Conversamos com algumas pessoas para saber quais eram as suas lembranças e histórias com o bairro. E fizemos um apanhado geral para mostrar o que já foi conquistado e o que ainda falta no Nicéia. Com a ajuda dos moradores, construímos uma linha do tempo do bairro destacando o que foi marcante na comunidade, como a instalação da rede de esgoto e a construção da praça. O Voz do Nicéia começa mais um ano reassumindo o seu compromisso com os moradores e buscando, cada vez mais, ser uma plataforma para a divulgação das demandas do Jardim Nicéia. Professor Coordenador: Angelo Sottovia Editora-Chefe: Moema Novais Editora Adjunta: Daniela Arcanjo

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Page 1: Edição Especial do Voz do Nicéia

Jornal Comunitário do Bairro Jardim Nicéia Bauru Ano VIII Edição Especial Fevereiro de 2016

Saiba como se faz o jornal Pág. 8 www.vozdoniceia.wordpress.com

Arquivo do Voz do N

icéia

Lembra quando era assim?

Agora é a praça!

Venha reviver um pouco da história do bairro!

Marina D

ebrino/Voz do Nicéia

Page 2: Edição Especial do Voz do Nicéia

Fevereiro de 2016 Fevereiro de 20162 3

O Voz do Nicéia completa o seu oita-vo ano em atividade e, para celebrar essa convivência, decidimos contar a história do Jardim Nicéia, relembrando o que foi importante para os moradores desde a pri-meira ocupação. Aproveitamos nesta edi-ção para explicar o projeto: em que ano surgiu e como funciona o jornal.

Conversamos com algumas pessoas para saber quais eram as suas lembran-ças e histórias com o bairro. E fizemos um apanhado geral para mostrar o que já foi conquistado e o que ainda falta no Nicéia. Com a ajuda dos moradores, construímos

uma linha do tempo do bairro destacando o que foi marcante na comunidade, como a instalação da rede de esgoto e a constru-ção da praça.

O Voz do Nicéia começa mais um ano reassumindo o seu compromisso com os moradores e buscando, cada vez mais, ser uma plataforma para a divulgação das de-mandas do Jardim Nicéia.

Venha relembrar essa história e boa leitura!

Equipe Voz do Nicéia.

EditorialCamila Gabrielle

Helena OrtegaRaísa Pansieri

“Eu gostei muito quando o bairro se mobilizou pela construção da pas-sarela. Uma senhora e uma criança tinham sido atropeladas e a criança acabou falecendo. Então, o bairro fez uma manifestação, interditou a pista e hoje, graças à resistência, temos um local seguro pra chegar a pé no Jardim Europa.” Fernando Godoy de Abreu, 35 anos

"A igreja católica que a gente sempre pediu ficou bem bonita. Aqui é gos-toso, é sossegado, a gen-te não se aborrece. Todos os nossos filhos gostam daqui, ele vêm lá de São Paulo para curtir o bairro, principalmente durante o final de semana e em épo-ca de festas. As principais melhorias foram o asfalto e o encanamento." Sizinho Francisco, 80 anos

“A gente se junta na pracinha pra jogar futebol e truco também. Aqui tem bastante coisa pra gente fazer, tem o parquinho e os aparelhos de exercício. O que achamos mais legal é a quadra.” Pablo Henrique, 16 anos e Giovani dos Santos, 15 anos

Qual a sua história no Nicéia?

“Eu achei muito legal a gincana do Dia das Crianças na quadra. Já teve um almoço na casa da Dona Terezinha que eu gostei muito também e, no Natal de 2015, teve Papai Noel na pracinha e eu ganhei uma boneca.” Nicole Mikaella Fragoso, 8 anos

“Antes do asfalto, já fi-quei até 1 da manhã retirando a água da mi-nha casa por conta da enxurrada. Com a pa-vimentação da minha rua isso acabou. Agora aqui tem tudo, graças a Deus. Tem o asfalto que não tinha, tem água e tem luz. Quando eu en-trei aqui não tinha nada disso." Alcidez Garcia, 94 anos

“O natal de 2015 foi legal porque eu ganhei muitos presentes, foi bem diverti-do. A bola que eu ganhei eu acabei dando para o meu irmão, porque eu já tinha duas e ele só tinha uma.” Maria Julia Abreu, 9 anos

Todo mundo que mora no bairro tem alguma história com ele, não importa a idade ou o tempo no Jardim Nicéia. Acompanhe as lembranças de alguns moradores:

“Entrava água na minha casa antes de pas-sarem o asfalto, agora não entra mais. As ruas antes também eram cheias de buraco, com barro e esgoto. A pracinha foi muito boa também. Antes onde era a praça ha-via apenas buracos, esgoto e muito mato.” Cristine Lorena da Silva Lorietto, 13 anos

Saindo do UNIP/MAKRO

Dia útil06h12 07h29 08h45 09h27 10h46 11h23 12h09 12h47 15h29 16h11 16h41 19h16 19h48 20h50 22h03 22h25 23h05

Sábado05h56 06h20 07h30 08h04 09h12 09h48 10h21 11h02 11h42 12h52 14h06 15h54 17h08 18h22 19h36 20h46 21h56 23h06 Domingo/Feriado07h58 09h06 10h14 11h22 13h38 14h46 15h54 17h02 18h10 19h18 20h26 21h34

Saindo do CENTRO

Dia útil05h35 06h14 06h50 08h10 08h48 09h23 10h07 11h27 14h49 16h04 16h46 17h22 18h05 18h42 18h50 19h50 20h20 21h23

Sábado05h45 08h05 08h38 09h13 09h46 10h57 11h38 12h19 12h49 14h03 16h31 19h00 20h11 21h21

Domingo/Feriado07h24 08h32 09h40 10h48 13h04 15h20 16h28 17h36 19h52 21h00

Horário de ônibus Unip / Makro - Centro

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Jornal comunitário bimestraldo bairro Jardim Nicéia,

em Bauru-SP

Projeto de Extensão Universitária

Jornalista responsável: Angelo Sottovia Aranha (MTB-12870)

Editora-chefe: Moema Novais

Editora-adjunta: Daniela Arcanjo

Edição geral: Angelo Sottovia Aranha (MTB-12870)

Editora de Artes: Marília Garcia

Equipe de Eventos:Daniele FernandesGabriel AndradeClara Tadayozzi

Equipe de Reportagem e Fotografia:Amanda AraujoAmanda CasagrandeAna Flávia CézarBeatriz LimaCamila GabrielleDaniele FernandesGabriela Silva de CarvalhoGiovana Murça Helena OrtegaJuliana GonzalezKarina FranciscoMaria Clara NovaisMariana SoaresMariane ArantesMarina DebrinoRaíssa PansieriTalita Bombarde

FAAC - Unesp BauruDepartamento de Comunicação SocialEndereço: Av. Engenheiro Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01 - Vargem Limpa - Bauru/SP

Créditos dos ícones do box informativo de redes sociais na página 8: Alexei Ryazancev / Site Inconfider

Diagramação do infográfico das páginas 4 e 5: Daniela Arcanjo

Tiragem: 1000 exemplares

Impressão: Full Graphics

Distribuição Gratuita Hel

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Raíssa Pansieri/Voz do Nicéia

Raíssa Pansieri/Voz do Nicéia

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Cam

ila Gavrielle/Voz do N

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Camila Gavrielle/Voz do Nicéia

Page 3: Edição Especial do Voz do Nicéia

Fevereiro de 2016 Fevereiro de 20164 5

Quem chega ao Jardim Nicéia hoje e se depara com crianças brincando na praça, algumas ruas pavimenta-das e energia elétrica para parte do bairro, não imagina que essas melhorias aconteceram de forma muito lenta. Desde o seu surgimento, o bairro passou por diversas mudanças. Joana Miguel da Silva conta que na época em que chegou ao bairro, há 22 anos, a falta de infraestrutura era uma das principais características do Jardim Nicéia. Havia poucas casas e, mesmo assim, apenas uma das ruas tinha água e luz. Hoje essa situação mudou, apesar das melhorias não abrangerem ainda todas as famílias. Para saber um pouco mais sobre a história do seu bairro acompanhe a linha do tempo do Jardim Nicéia:

Qual é a história do Jardim Nicéia?

Amanda AraújoBeatriz LimaKarina Francisco

1990

1997

1999

2008

2010

2013

O Jardim Nicéia surgiu por volta de 1970, com a ocupação da área por pessoas de Bauru e de cidades vizi-nhas que buscavam um lugar para morar. Em entrevista para a primeira edição do Voz do Nicéia, em 2008, Dona Nair Mar-tins da Silva, uma das primeiras moradoras do bairro, conta que foi para o bairro para fugir da seca do sítio em que morava. Logo após a sua chegada ela afirma que outras famílias também foram ocupando o bairro, que começou a aumentar.

Década de 1970: Nascimentodo bairrro

Nessa década surge a As-sociação de Moradores do Jardim Nicéia. O fundador e primeiro presidente dela foi Vasconcelos, conheci-do como “Seu Vasco”. A principal função de uma associação de moradores é facilitar o diálogo entre os habitantes do bairro e o poder público. A última presidenta da Associação, Joana Miguel da Silva, re-nunciou no início de 2014. Ela explica que sempre teve a ajuda de todos.

Em maio de 2008, o pri-meiro Voz do Nicéia é impresso. O projeto foi iniciado por alunos da Unesp depois de visitas ao bairro e da parceria dos moradores. A ideia era colaborar com o Jar-dim Nicéia e exercitar o jornalismo. O jornal foi criado com base em qua-tro características: a qua-lidade da informação e o foco no bairro, o caráter crítico, a periodicidade e a gratuidade.

Em agosto de 2011 foi fir-mada uma parceria entre a Prefeitura, o Núcleo de Pes-quisa em Arquitetura e Ha-bitação de Interesse Social da Unesp, o Rotary Club e o Supermercado Confiança para a construção da praça. Em outubro do mesmo ano o projeto estava pronto, mas só em julho de 2013 a prefeitura iniciou as obras. No final de 2014 os mora-dores do bairro puderam finalmente usufruir da Pra-ça do Jardim Nicéia, “um espaço da comunidade e para a comunidade”, se-gundo a moradora Joana.

A entrada do bairro no “Cidade Legal”, em 2010, foi uma grande vitória para os moradores. Antes dessa data, como o terreno onde se encontra o bairro é particular, qualquer obra de infraestrutura ali seria considerada corrupção. Hoje o programa federal garante que o Jardim Nicéia receba me-lhorias mesmo com a regulari-zação dos lotes em andamento. Depois de 2010, com o Cidade Legal, o poder público pode fa-zer obras no bairro sem ter pro-blemas com a lei.

Somente nesse ano as obras de saneamento básico ficaram prontas em algumas ruas. Elas incluíam a construção de tu-bulação e galerias de água da chuva, além da implantação de bocas de lobo e de sistemas de captação. Para asfaltar as ruas é necessário que o saneamen-to básico e a tubulação estejam adequados. Até ficarem pron-tas, as obras foram interrompi-das duas vezes. Essa melhoria só foi possível pela entrada do bairro, em 2010, em um progra-ma de pavimentação da Prefei-tura e da Secretaria de Obras.

2014: Inauguração

da praça

Maria Clara NovaesMariana SoaresTalita Bombarde

Associação de moradores

Fundado em 17 de novem-bro de 1999, o Operário Fu-tebol Clube promove a práti-ca do esporte e leva o nome do bairro para toda a região de Bauru. Com as cores azul e branco, o Operário disputa na Liga Bauruense de Futebol Amador e em jogos amisto-sos. Em 2000, o clube ganhou a taça da Segunda Divisão do campeonato e no ano passado levou o segundo lugar. Atu-almente, 20 jogadores parti-cipam do time, a maioria cra-ques do Nicéia.

Operário F. C.

Jornal Voz do Nicéia

Foi nesse ano que a si-tuação da iluminação do bairro apresentou uma grande mudança. Em 1992 havia ilumi-nação apenas na Rua 3. Após 1997, esse quadro mudou e moradores de outras áreas receberam esse direito, começando pela Rua 1. Ainda hoje, apenas metade da Rua 6 tem iluminação pública.

Iluminação

Cidade Legal

Água e esgoto

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Page 4: Edição Especial do Voz do Nicéia

Fevereiro de 2016 Fevereiro de 20166 7

O Jardim Nicéia e suas principais conquistasO bairro já passou por diversas mudanças desde a década de 1970, mas alguns problemas permanecem

O Jardim Nicéia surgiu na década de 1970 com a ocupação da área do bair-ro. Desde a chegada dos primeiros moradores, o Nicéia conquistou muitos direitos, mas há ainda mui-tas demandas dos morado-res por uma melhor infra-estrutura no bairro.

Conquistas do bairroUma das grandes con-

quistas do Jardim Nicéia foi

a construção da creche pela Universidade do Sagrado Coração (USC) em uma área doada pela Prefeitu-ra. A entidade funciona até hoje, mas agora adminis-trada pela Ação Comunitá-ria e Promoção Social São Francisco (ACOP).

Outro local importante que o bairro conseguiu foi a praça para lazer e diver-são. Ela foi concluída no final de 2013 e passou de um terreno vazio para um espaço com quadra, acade-mia ao ar livre e quiosques. Priscila Medeiros, asses-sora de comunicação da Prefeitura de Bauru, afir-

ma que “o projeto da Pra-ça foi realizado por alunos da Unesp Bauru e a verba para a construção foi via-bilizada pelo Rotary Club Parque das Nações”.

Ao longo de sua história, o bairro também ganhou uma passarela, um ponto de ônibus mais próximo e algumas ruas pavimenta-das. Para a moradora Ma-ria Aparecida Garcia, 69, essas modificações melho-raram a situação do bairro no qual vive há oito anos. “Agora as pessoas correm menos risco ao atravessar a pista”, argumenta. As ruas que receberam asfalto fo-

ram a 2 e a 3. “Agora tem o asfalto, mas antes era tudo mato e areia. Quando cho-via, transbordava o córre-go que passava no bairro e inundava a casa”, comple-ta Dona Maria.

As tubulações de água e esgoto foram instaladas ainda na década de 90 pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), mas só em 2013 a prefeitura finali-zou as obras das galerias pluviais para que o Nicéia tivesse um saneamento básico adequado. Apesar disso, os moradores ainda se queixam que algumas casas inundam quando chove por falta de bueiros para escoar a água.

E o posto de saúde?Apesar dos muitos

avanços da infraestrutura do Nicéia, ainda existem reclamações por parte dos moradores a respeito do bairro: a falta de asfalto e rede de esgoto em algumas ruas, um posto de saúde, um ponto de ônibus e uma escola dentro do bairro.

Eraldo Monteiro Filho, morador do bairro há sete anos, argumenta que o as-falto melhoraria o trânsi-to de carros, destacando a falta de sinalização de mão única ou dupla e placas no bairro. Eraldo acredita na união dos moradores para conquistar as melhorias, mas afirma que a prefeitu-ra também tem que fazer a sua parte.

Sobre a falta de um pos-

to de saúde próximo ao Jardim Nicéia, a moradora Maria Aparecida lembra que pessoas idosas do bair-ro muitas vezes precisam pagar alguém para levá-las ao posto no Jardim Europa ou no Geisel. Como muitos dos moradores dependem de transporte público fica ainda mais difícil chegar ao posto de saúde quando ne-cessário. Além disso, ape-sar do bairro estar no raio de atendimento da escola do Jardim Europa, existe a barreira da rodovia. “Mes-mo com a construção da passarela, é uma barreira física difícil de superar”, diz a ex-arquiteta da Secre-tária de Planejamento, Ma-ria Helena Regitano.

Segundo a assessora Priscila Medeiros, a Secre-taria Municipal de Obras informa que, para o ano de 2016, não há previsão de implantação de galeria de águas pluviais e pavimen-tação no bairro. Para o mo-rador Eraldo, o restante das melhorias seria necessário para o bairro “ser uma vila mesmo e ninguém chamar de favela”.

Rua 6A Rua 6 é a que mais

precisa de melhorias no bairro. Muitas obras de in-fraestrutura precisam ser feitas para melhorar a qua-lidade de vida dos mora-dores: falta energia elétrica dentro das casas, a ilumi-nação pública e tubulações de água e esgoto vão só até

metade da rua. A morado-ra Eidielle da Silva Costa, de 10 anos, mora no bairro desde que nasceu e recla-ma da falta de pavimenta-ção: “o ruim da rua 6 é que não tem asfalto, é tudo de terra. Fica ruim pra andar e tem muita poeira”.

A moradora Maria de Lourdes da Silva, 65 anos, aponta muitas melhorias conquistadas pelos mora-dores ao longo dos anos, mas questiona o motivo de nenhuma delas chegar à rua 6: “colocaram os postes de luz até metade da rua dizendo que a outra meta-de era particular. Abriram rede de esgoto, mas não tem esgoto”.

A assessora de impren-sa do DAE, Giovanna Tolo, afirma que a rua 6 já está contemplada com a rede de água e esgoto. Entre-tanto, os moradores não confirmam essa afirmação: eles dependem de fossas nos quintais de suas casas, o que representa um peri-go à saúde e à qualidade de vida. “Se tivesse rede de esgoto, todo mundo faria um banheiro adequado e a água iria direto para o es-goto. Mas não é o que acon-tece: temos que fazer fossas e elas atraem muito perni-longo”, continua a mora-dora Maria de Lourdes. A assessora do DAE também afirmou que “algumas resi-dências desse bairro ainda não estão regularizadas, o que impede a execução de nova rede”.

Legalização dos lotesA regularização dos

terrenos do Jardim Nicéia é um antigo desejo dos moradores. Uma das prin-cipais barreiras desse pro-cesso é a disputa judicial entre duas famílias pelo terreno ocupado. Antes, a única forma das leis jurídi-cas considerarem a região pública era a doação do terreno para os moradores.

Com o Novo Estatuto da Cidade, de 2001, surgiu uma nova possibilidade: o usucapião coletivo, que seria feito caso se compro-vasse que os moradores ocuparam a área de forma pacífica durante 5 anos e que não tinham outra re-sidência. Mas o usucapião coletivo foi inviável, por-que o bairro foi loteado regularmente e aplicar o Novo Estatuto da Cidade o tornaria inteiro particu-lar novamente, inclusive as ruas, impossibilitando a prefeitura de investir na infraestrutura.

Em 2007 surge o pro-grama “Cidade Legal”, que visa desburocratizar os processos de regulari-zação de habitações. Ele permite que áreas na situ-ação do Nicéia recebam in-vestimento público mesmo estando em uma área par-ticular. “A prefeitura de Bauru se inscreveu no pro-grama Cidade Legal e rela-cionou vários bairros como o Jardim Nicéia para fins de regularização”, explica a ex-arquiteta da prefeitura Maria Helena.

A legalização comple-ta do bairro depende di-retamente da finalização do processo de doação da terra, mas a prefeitura hoje pode exercer melho-rias no bairro e ser cobrada por isso. O advogado que cuida do caso, Rubim Slo-bodtikov, informa que as ações referentes à regulari-zação dos lotes continuam em andamento e que os procedimentos estão den-tro do prazo.

Amanda CasagrandeGabriela CarvalhoGiovana MurçaMarina Debrino

A rua 6 é a que apresenta mais problemas de infraestrutura. Além de não possuir pavimentação asfáltica, a rede elétrica vai só até metade da rua

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A creche foi inaugurada nos anos 2000

Helena O

rtega/Voz do Nicéia

Page 5: Edição Especial do Voz do Nicéia

Fevereiro de 20168

Daniela ArcanjoMoema Novais

A primeira edição do Voz do Nicéia foi publica-da em maio de 2008 e foi produzida inteiramente por alunos da Universida-de Estadual Paulista. No início, eram sete alunos que integravam o jornal, mas ao longo dos últimos anos, diversas gerações passaram por esse projeto de extensão universitária, que se consolidou como o jornal comunitário do Jar-dim Nicéia.

O jornal é impresso com o financiamento da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e continua sendo feito pelos estudan-tes em parceira com os moradores. Para continuar atendendo à comunidade, algumas mudanças foram necessárias desde a pri-meira publicação. Em 2010 e 2014, o Voz passou por algumas mudanças na sua organização interna e na diagramação.

O projeto cresceu e hoje funciona em quatro fren-tes: o jornal impresso; o meio online, com o blogue

e as redes sociais; os even-tos; e o grupo de pesquisa, no qual os estudantes de-batem sobre assuntos re-lacionados ao bairro e ao jornalismo. Além da verba para impressão dos jor-nais, o Voz do Nicéia rece-be duas bolsas de auxílio, uma para cada coordena-dora, que trabalham sob a supervisão do professor--coordenador.

O principal objetivo do projeto é dar visibilidade às reivindicações da comu-

nidade do Jardim Nicéia com base no que a maioria dos moradores julga im-portante. Para isso, os re-pórteres procuram ouvir o maior número possível de pessoas da comunidade e tomam cuidado para não deixar que as suas opini-ões interfiram na apuração dos fatos. Ao decidir os te-mas que estarão na edição, os integrantes do projeto também atentam-se para não favorecer apenas uma pessoa ou um pequeno

grupo do bairro. Fazer isso seria tirar o caráter coletivo e imparcial do jornal.

Além de circular no Jar-dim Nicéia, o jornal tam-bém é entregue na Câmara de Vereadores da cidade de Bauru e na Prefeitura, fazendo com que as de-mandas do bairro cheguem ao poder público e aumen-te o senso de responsabi-lidade dos repórteres du-rante a produção. Durante as entrevistas e quando o jornal chega ao poder pú-blico, muitas demandas do bairro são cobradas dos vereadores. Os integrantes do projeto trabalham de maneira voluntária, valo-rizam o Voz do Nicéia por ser um meio de treinar o Jornalismo antes de se for-marem e por ser um modo de ter contato com a comu-nidade do bairro.

Para facilitar a identifi-cação das nossas ações no bairro, os repórteres costu-mam ir com camisetas re-lacionadas à Universidade, usam crachás de identifica-ção e, nos eventos promo-vidos pelo jornal, o nosso logo - a menina com o me-gafone - está sempre visí-vel nos cartazes.

Você conhece o Voz do Nicéia?O projeto existe há oito anos no bairro e tem como principal objetivo

ajudar na divulgação das demandas dos moradores

Você tem alguma sugestão de tema para uma matéria ou dúvidas sobre o projeto? Entre em contato com a nossa equipe! E aproveite para nos seguir nas redes sociais. Lá você confere reportagens inéditas, além de ficar sabendo dos bastidores do Voz do Nicéia e das datas dos próximos eventos no bairro. Nosso blogue é o vozdoniceia.wordpress.com

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