edição de contabilidade e gestão

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NORMAS CONTÁBEIS A Adoção das IFRS como Vantagem Competitiva para as PMEs José Carlos de Jesus GESTÃO DE TRIBUTOS Obrigatoriedade da Informação Tributária ao Consumidor Final Elenito Elias da Costa ANO 7 | MAI-JUN | 2013

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Page 1: edição de Contabilidade e Gestão

NORMAS CONTÁBEIS

A Adoção das IFRS como Vantagem Competitiva para as PMEsJosé Carlos de Jesus

GESTÃO DE TRIBUTOS

Obrigatoriedade da Informação Tributária ao Consumidor FinalElenito Elias da Costa

ANO 7 | MAI-JUN | 2013

Page 2: edição de Contabilidade e Gestão

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Page 3: edição de Contabilidade e Gestão

CONTABILIDADE & GESTÃOTodos os direitos reservados

Produção Editorial:CETEX – Estudos Técnicos de Excelência

Direitos Autorais:COAD

Autor:Equipe Técnica COAD

Coordenação Editorial:Crystiane Cardoso de Souza

Projeto Gráfico:Cyan Design Estratégicowww.cyan.com.br

Direção de Arte: Fernanda Vasconcelos

Dúvidas, críticas e sugestões:[email protected]

Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer matéria sem prévia autorização.Os infratores serão punidos na forma da lei.

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As opiniões emitidas em artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores e nossa consultoria não responderá questionamentos acerca do que tais matérias dispõem.

EDITORIAL

ANO 7 |MAI-JUN | 2013

O tema desta edição de Contabilidade e Gestão vem de encontro com o início da vigência da Lei nº 12.741/2012, desde 10/6, representada como verdadeiro marco a favor dos consumidores. Com o detalhamento nas notas fiscais do valor dos tributos incidentes nos produtos e serviços os mesmos podem ter consciência do impacto causado pela carga tributária.

Alguns empresários têm feito uso de empresas desenvolvedoras de softwares para adaptarem os sistemas de emissão de notas fiscais. Mas o que seria dos mesmos sem auxílio dos contadores, com o exato domínio tributário? O apoio técnico-profissional é de suma importância, tanto para elaborar a customização e a precificação dos produtos, como ainda, para adequar aos empresários, gestores e profissionais a atenderem corretamente aos preceitos legais. Sobre este tema, disponibilizamos aos leitores excelente contribuição de Elenito Elias da Costa.

Não menos importante é o posicionamento de José Carlos de Jesus, que discute os pontos positivos e negativos das IFRS como vantagem competitiva para PMEs. Apresentamos ainda o pronunciamento da presidente do CRC-PR, Lucélia Lucheta, feito na Sessão Plenária da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (27/5), quanto à importância do Ano da Contabilidade, diante da verdadeira revolução na atividade profissional. Em Gestão de Tributos, Kiyoshi Harada discorre sobre a Progressividade Fiscal do Imposto de Natureza Real. Na seção Normas Contábeis, destaque para Levi Gimenez, que apresenta entendimento quanto ao modelo contábil ITG 1000, visando otimizar a rotina das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. André Fabri traz considerações sobre a “Normatização das Entidades sem Fins Lucrativos”, e Wilson Alberto Zappa Hoog, quanto à produção de provas contábeis na arbitragem.

Desejamos a todos uma ótima leitura.

Até a próxima edição!(21) 2156-5943 | 0800 0227722 www.coad.com.br/cursos

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ANO 7 | MAI-JUN | 20134

ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL COAD LTDA.

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nestaedição

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DIRETOR GERAL: Márcio William Faria de Souza

SUPERINTENDENTE EXECUTIVO: Humberto Nunes Andrade Silva

DIRETORA TÉCNICA: Crystiane Cardoso de Souza

DIRETOR DE CONSULTORIA E CURSOS: Marcus Vinícius Derito Greco

GERÊNCIAS NACIONAIS: Andréa Dias Soares, Christine Ferreira Portilho, Heloisa Fátima Thomaz de Aquino Mello, Jair de Souza Gomes, João Afonso Vilela Jr., José Luiz Monteiro, Luiz Roberto da Silva Costa

GERÊNCIAS REGIONAIS: RJ/Norte/Centro-Oeste − Rosemere Monzatto Motta, SP − Rita de Cássia Camisotti, MG − Lúcia Marinho, Sul − Fernanda Dias

de Lima Graciano, ES/Nordeste − Sonia Maria Xavier

EQUIPE TÉCNICA DOS PRODUTOS FISCAISCOORDENAÇÃO TÉCNICA: Ana Lucia F. C. Cardoso EDITORA IR/LC: Ana Lucia F. C. Cardoso EDITOR ICMS/IPI: André Luiz Ferreira Guedes EDITORA LTPS: Denise Féres Dias COORDENAÇÃO EDITORIAL: Angela Maria Oliveira

Colaboradores: Adriana Roberto, Alex Sandro Lovato, Amanda Cristina de Assis Rodrigues, Amanda dos Santos Gomes, Amanda Ferreira Marinho Loiola, Carlos Alberto Ribeiro, Carlos Henrique Cartegiani, Claudio Jorge da Silva, Cleverson Santana Langner, Cristiana Duarte de Cerqueira, Cristina Mendonça Costa, Dulcinea Sandes Meurer, Edith Sandra Reis Alves Chaves, Eliezer Marconi, Flaviana Aurora Gabriel, Francisco Eugênio de Paula, Flaviana Aurora Gabriel, Gilmar Raphael, Jaelda Carvalho Rodrigues

dos Santos, Jamile Nascimento, José Ramiro Colonna Guedes, Julio Hermes Pregiliscio, Katia Regina Costa da Silva, Keilyane Teixeira, Kelly Carvalho Rodrigues, Leandro Luiz Farias de Souza, Leonardo José da Silva, Leonardo Menezes Guimarães, Luciana Lopesnziante, Marcia Regina Martins dos Santos, Maria da Luz Ferreira Nunziante, Mariana Carolina Santos Almas, Marilene de Almeida Canedo, Natalie Costa, Priscilla de Freitas Petrone, Ricardo Guterres de Araújo, Ronaldo Zeni, Rosana Falkievecz, Sandra Aparecida da Cruz, Sara Pedrosa Silva da Mata, Symone Alda da Silva, Tatiane Cataldo dos Santos, Teresinha Borges Leal, Tyrone Soares, Vicente Paulo Moreira, Viviane Carneiro Cavalcante, Zilda Ribeiro e Silva.

CENTRAL DE RELACIONAMENTO: (9 às 18h) 0800 026 5878

ASSINATURAS: (9 às 18h)0800 022 7722

GESTÃO DE TRIBUTOSObrigatoriedade da Informação Tributária ao Consumidor Final Elenito Elias da Costa

Progressividade Fiscal de Imposto de Natureza Real Kiyoshi Harada

NORMAS CONTÁBEISA Adoção das IFRS como Vantagem Competitiva para as PMEs José Carlos de Jesus

ITG (Interpretação Técnica Geral) 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno PorteLevi Gimenez

Normatização das Entidades sem Fins Lucrativos André Fabri

Produção de Provas Contábeis na Arbitragem Wilson Alberto Zappa Hoog

OLHO VIVO

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5CONTABILIDADE & GESTÃO

CONTABILIDADE GERENCIAL

* Pronunciamento feito na Sessão Plenária da Assembleia Legislati-va do Estado do Paraná, em 27-5.

Senhoras e senhores:

Sou a primeira mulher presiden-te do CRC-PR em 67 anos de sua história. E agradeço de imediato à atenção que terei nos próxi-mos minutos.

O mote de minha visita aqui é a campanha encabeçada pelo Con-selho Federal de Contabilidade, com a participação dos 27 Conse-lhos Regionais e das demais en-tidades contábeis de nosso país – aqui especialmente a Fecopar, o Sescap-Pr e o Sicontiba e que traz a citada campanha, em seu slogan “2013 – O ano da Contabi-lidade no Brasil!”

Podem vocês questionar sobre qual a novidade na profissão, que veio a motivar toda esta campanha que já está nas ruas e que no decorrer do ano ganhará a mídia de forma nunca vista na profissão contábil.

Na verdade, nosso país passa por transformações profundas especialmente na área econô-mica, com uma distribuição de renda um pouco melhor, com um crescimento do poder de compra do cidadão comum e por consequência com o aumen-to considerável do número de empresas em atividade.

Vivemos outro momento – um momento de economia aqueci-da, de investimento em peque-

nas, médias e grandes empresas, de preocupação com o social, com o meio ambiente e tudo isto passa pela atividade contábil.

Por outro lado, o número de em-presas precocemente mortas em nosso país, por falta de planeja-mento estratégico e financeiro chega a assombrar. Essas águas que levam rio abaixo empresas que não se planejaram, levam também de roldão os sonhos de seus empreendedores, o empre-go de muitos brasileiros, a arre-cadação de impostos e deixam sequelas marcantes e facilmente evitáveis se houvesse um contro-le contábil eficiente e se o gestor usasse a contabilidade como su-porte para seus atos de gestão.

As grandes e organizadas em-presas, especialmente as estran-geiras e isso é fato, centralizam todo seu planejamento e ações em uma contabilidade correta, moderna e que funcionam como verdadeiras bússolas no destino dos empreendimentos.

Nós profissionais contábeis, 31.000 no Paraná, quase meio milhão no Brasil vivenciamos momentos de uma verdadeira revolução em nossas profissões. Saem de cena, os já obsoletos registradores do passado das empresas e entram em campo os profissionais capazes de, basea-dos sim, no fatos acontecidos e devidamente registrados, prever o futuro e mostrar aos gestores o caminho seguro a seguir!

A ciência contábil brasileira se amolda aos parâmetros interna-cionais e nossas empresas pas-sam a ser “entendidas” digamos assim em todo o mundo.

Não há profissional que mais necessite da chamada educação profissional continuada do que o contabilista. O indecifrável ema-ranhado de leis e normas que os fiscos e o poder público impõe aos cidadãos e às empresas é um obstáculo cada vez maior ao cres-cimento de nosso país.

Aqui faço um apelo às senhoras deputadas e senhores deputa-dos, que não percam a oportu-nidade no mandato que o povo lhes deu, de se indignarem e de lutarem cada vez mais contra a burocracia de leis e regramentos como disse há pouco, indecifrá-veis aos olhos e à inteligência hu-mana e que afogam o desejo e o poder de crescer financeiramen-te e merecidamente das pessoas e corporações. Contem sempre com os profissionais da contabi-lidade para que o entendimento de vocês sobre isto seja o correto, completo e que os reflexos malé-ficos dos exageros tributários e burocráticos saiam das sombras e possam ser combatidos!

Recentemente em todo o Para-ná, capitaneado pela Fiep e pelo CRC-PR, com a participação de mais de 40 entidades da socie-dade organizada – realizamos um movimento público a favor da Simplificação Tributária, bus-

Lucélia LechetaPresidente do CRC-PR – Contadora – Sócia da empresa Lecheta

Contabilidade, situada em Mandirituba-PR.

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CONTABILIDADE GERENCIAL

ANO 7 | MAI-JUN | 2013

cando externar ao povo e às autoridades o mal que causa ao país esse cada vez mais extenso e incompreensível labirinto buro-crático e tributário pelo qual as empresas e as pessoas são obri-gadas a percorrer diariamente em nosso Brasil.

A classe contábil brasileira vem fazendo sua parte! Se o que queremos é um país integrado ao chamado mundo globaliza-do estamos prontos para falar a linguagem internacional dos números. Se o que precisamos são faróis que guiem os empre-endedores rumo ao sucesso des-viando os perigos que afligem àqueles que se dispõe a investir em empresas, gerar empregos, pagar impostos e fazer um país melhor – cá estamos preparados para mostrar o caminho!

Em 2008, reunimos 6.000 pro-fissionais da contabilidade na ci-dade de Gramado/RS, em nosso congresso nacional da contabili-dade, quando o presidente Lula que esteve conosco reconheceu o valor e a importância de nossa profissão, inclusive alterando em sua gestão nossa carta de regên-cia. Em 2012 em Belém do Pará em novo congresso, o ex-pre-sidente americano Bill Clinton, veio mostrar aos quase 7.000 presentes como a ciência contá-bil é necessária e imprescindível a nível mundial!

A nível estadual, acabamos de realizar o nosso evento maior – a 16ª Convenção dos Profissio-nais da Contabilidade do Estado do Paraná, em Foz do Iguaçu, quando debatemos assuntos de importância para nosso país com Mailson da Nóbrega, Caco Barcelos, Angela Hirata e tantas outras personalidades que nos prestigiaram na ocasião. O suces-so deste evento inseriu a nossa convenção no rol dos maiores

acontecimentos de profissões re-gulamentadas do Brasil!

Toda essa modernidade e avanço no meio contábil brasileiro nos faz ver que estamos na era digital, no tempo das informações rápidas, corretas e disponíveis a todos num toque de teclado de compu-tador! Nosso país precisa urgen-temente da famigerada reforma tributária que escraviza as pesso-as e empresas e as impedem de serem melhores até para o pró-prio Brasil. Ninguém, nenhum ou-tro profissional pode falar melhor do que o contabilista quando o assunto é reforma tributária. Nin-guém tem mais conhecimento do tema do que nós, por cujas mãos passam 100% das empresas que operam no Brasil! Ninguém mais credenciado que o contabilista para assumir cargos públicos nas áreas financeiras, tributárias e de controle de gestão, como nos Tri-bunais de Contas do Estado e da União, por exemplo.

Queríamos que o ano da conta-bilidade no Brasil fosse marcado muito mais por iniciativas das ca-sas de lei como essa, buscando a desburocratização e o fomento a novas empresas do que qualquer homenagem a nós contabilistas!

Senhoras e senhores, finalmente, gostaria de dizer que nosso país é extremamente viável, invejado em seus recursos naturais e pelo seu povo alegre e empreendedor. É admirado pela pujança de sua economia, aliás, muito mais pelo potencial dela do quê por o que dela já foi realizado.

Temos muito ainda a oferecer ao nosso povo e ao mundo. Só precisamos é dar uma chance a nós mesmos, enquanto país, en-quanto nação que busca ser de primeira grandeza e para tanto precisamos ser organizados, rá-pidos, precisos, modernos e de mente aberta aos novos tempos,

ou seja, igual ao perfil ideal que pregamos para nós contabilistas!

É com esse espírito de esperan-ça, com essa garra de brasilei-ro que não desiste nunca, que encerro minha fala dizendo do orgulho que tenho de minha profissão, dizendo da felicida-de de ter recebido de Deus o dom de contabilizar o sucesso de meus clientes e do meu país, de ver que nosso Brasil, como disse há pouco, ainda tem um potencial enorme para ser o melhor lugar do mundo para se viver! Basta que nós, cidadãos e cidadãs dessa terra abençoada, linda de norte a sul e de leste ao oeste, deslumbrante do Oia-poque ao Chuí e dos pampas aos seringais, nunca deixemos de lado a nossa capacidade de indignação pelas coisas que não julguemos corretas e trabalhemos por ajustá-las!

Encerro minha fala com um pen-samento que diz tudo, quando nossa intenção é fazer de nos-so Brasil um lugar melhor para todos: “Nunca digas que o solo é árido, que chove amiúde ou que a semente não serve. Não te cabe julgar a terra ou o tempo. Tua missão é semear!”.

(...) Nosso país precisa urgente da

famigerada reforma tributária que

escraviza pessoas e empresas e as

impedem de serem melhores até para

o próprio Brasil.”

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GESTÃO DE TRIBUTOS

7CONTABILIDADE & GESTÃO

A Lei 12.741, de 8 de dezem-bro de 2012, publicada no Di-ário Oficial da União (DOU), no dia 9-12-2012, determina o detalhamento, nos documen-tos fiscais ou equivalentes, do valor dos tributos incidentes sobre os produtos e serviços vendidos ao consumidor.

Esse dispositivo possibilita aos consumidores de merca-dorias, produtos e serviços, conhecer que, em cada tran-sação comercial, há uma série de tributos nela inserida, que dantes não estava visível para as partes envolvidas.

O dispositivo legal, acima ci-tado, determina a identifica-ção dos tributos abaixo rela-cionados:

- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) - Imposto sobre Serviços (ISS) - Programa de Integração Social (PIS) - Contribuição para Financia-mento da Seguridade Social (Cofins) - Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - Cide – Combustíveis.

No tocante a produtos fabrica-dos com matéria-prima impor-tada, que represente mais de 20% do preço de venda, deve-rão ser detalhados os valores, referente ao Imposto de Im-portação, ao PIS – Importação, e a Cofins – Importação, inci-dentes sobre a matéria-prima.

Segundo o citado dispositivo, a nota fiscal divulgará tam-bém o valor da contribuição previdenciária dos emprega-dos e dos empregadores sem-pre que o pagamento de pes-soal constituir item de custo direto do serviço ou produto fornecido ao consumidor.

No caso dos serviços de na-tureza financeira, as informa-ções sobre os tributos deve-rão ser colocadas em tabela fixadas nos pontos de atendi-mento, como agências bancá-rias, na hipótese de não exis-tir a obrigatoriedade legal da emissão de documento fiscal.

Enfatiza a norma que o IOF de-verá ser discriminado somente para os produtos financeiros.

Obrigatoriedade da Informação Tributária ao Consumidor Final

Elenito Elias da CostaContador, Auditor, Analista Econômico Financeiro, Assessor e Consultor Empresarial, Instrutor de Cursos do Sebrae/CDL/CRC, Professor Universitário, Autor de diversos livros

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GESTÃO DE TRIBUTOS

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É possível visualizar que o le-gislador buscou informar ao consumidor final o impacto tributário que incide nos pro-dutos que consome, mas es-queceu dos demais tributos, tais como Imposto de Renda, CSL e demais.

Devemos observar que a maioria dos tributos relacio-nados no dispositivo legal tem alíquota diferenciada, motiva-da pela atividade econômica, localização do beneficiário e do destinatário, produtos, serviços e, principalmente, pela opção do regime tributá-rio da empresa vendedora.

Mas, convenhamos, já é um bom começo se as empresas cumprirem esse dispositivo, mesmo porque demonstrarão com clarividência ao consumi-dor o real impacto dos tributos, possibilitando reconhecer a margem de contribuição prati-cada naquele estabelecimento.

O grande problema é saber quem deverá fiscalizar as in-formações ali inseridas, pois o consumidor final não tem co-nhecimento ou mesmo uma educação fiscal que possa identificar esse impacto.

Por outro lado, poderá inibir o consumidor em adquirir deter-minado produto que tenha um percentual tributário elevado na sua precificação, consequente-mente gerando menor rotati-vidade daqueles estoques, pois sabemos que há produtos que o valor (custo) de Marketing é bastante significativo.

Isso concederá ao consumi-dor a chance de entender que tais diferenças estão inseridas na margem de contribuição do produto naquele estabele-cimento, sem visualizar o cus-to de logística, capatazia, ar-mazenagem, frete e demais.

Tomamos como exemplo ati-vidades de serviços como: manutenção, vigilância, aca-demia, curso de capacitação, construção civil, assessoria, consultoria e similares, que dão a impressão de apre-sentarem maior margem de contribuição. Aquele esta-belecimento que não estiver bastante “enxuto” junto aos seus controles de custos e despesas poderá sofrer difi-culdade mercadológica em detrimento daquele que tem maior transparência e contro-le interno de seu desembolso.

Sabemos que grande parte das empresas no Nordeste é representada por pequenas empresas, muitas delas par-ticipantes do Sistema Simples Nacional, que em sua maioria não tem planejamento nem conhece a tributação inseri-da em seus produtos, e nes-se viés podemos identificar a gula do gestor na precificação de seus produtos.

Caberá, portanto, ao conta-dor, demonstrar seu conhe-cimento tributário junto ao seu cliente, na busca de lhe prover dessas informações, possibilitando a elaboração da customização para em se-

guida estabelecer a precifica-ção dos produtos.

É bem verdade que isso não impede o consumo, mesmo porque em sua maioria os consumidores não têm esse conhecimento lógico racional motivado por limitações poli-ticamente explicáveis.

Não tenho dúvidas quanto à expressão “equivalente” inse-rida no dispositivo legal, pois deixa margem para a criativi-dade brasileira.

Preocupa-me a existência da-queles cientistas que vivem no espaço sideral hibernan-do solitariamente, somente adentrando no planeta quan-do exercitam seus hobbies, alguns culinários, outros colecionadores, e outros..., que em sua maioria não tem conhecimento técnico espe-cifico sobre essa matéria, e como isso poderá influenciar em seus processos decisórios na transferência de conheci-mentos junto ao educando.

É verdade que o aparato legal visa informar ao consumidor o real impacto tributário na aquisição de produtos, mer-cadorias e serviços oferecidos pelo mercado, mas sabemos da limitação da débil massa.

Ressalto que o presente não tem nenhum caráter depre-ciativo, mesmo porque o real objetivo é o de capacitar e qualificar gestores e profissio-nais na busca do melhor exer-cício de seu labor.

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GESTÃO DE TRIBUTOS

9CONTABILIDADE & GESTÃO

Progressividade Fiscal de Imposto de Natureza Real

Kiyoshi HaradaEspecialista em Direito Tributário e em Direito Financeiro pela Fadusp. Mestre em Processo Civil pela Unip. Professor de Direito Tributário, Administrativo e Financeiro. Presidente do Centro de Pesquisas e Estudos Jurídicos. Membro do Conselho Superior de Estudos Jurídicos e Legislativos da Fiesp – Conjur. Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ). Ex-Procurador-Chefe da Consultoria Jurídica do Município de São Paulo. Autor do site www.haradaadvogados.com.br

Em inúmeros textos escri-tos anteriormente deixamos bem claro que a progressi-vidade fiscal nada tem a ver com a natureza real ou pes-soal do imposto.

Aquilo que a jurisprudência denomina de imposto real, de um lado, e imposto pesso-al, de outro lado, na verdade não existe. Não existe a clas-sificação legal de impostos em real e pessoal.

O que existe são impostos que têm por objeto um bem imóvel (IPTU, ITR, etc.) e im-postos que têm como objeto de tributação um bem que não seja imóvel, como, por exemplo, a renda.

Daí a classificação da doutrina clássica em impostos de natu-reza real e impostos de natu-reza pessoal, significando que aqueles só levam em conta na fixação do aspecto quan-titativo do imposto a matéria tributável (bem imóvel), com total prescindência dos as-

pectos subjetivos de seu pro-prietário (contribuinte), ao passo que os últimos levam em conta, também a situação peculiar de cada contribuinte, como é o caso do IRPF.

Todavia, essa classificação da antiga doutrina, hoje, perdeu a nitidez. Somente o exame do fato gerador do imposto em seus múltiplos aspectos permite classificar determi-nado imposto como sendo de natureza real, ou da natureza pessoal. Não se pode jamais prescindir do exame do as-pecto material do fato gera-dor em confronto com os seus aspectos subjetivo e quantita-tivo, para saber se houve ou não consideração de elemen-tos subjetivos na fixação do quantum do imposto.

A obrigação tributária é sem-pre pessoal, independente-mente da classificação do im-posto nessas duas espécies. O fato gerador do IPTU ou do ITR tidos como protótipos

de imposto de natureza real é a disponibilidade econômi-ca de imóvel urbano ou rural pelo proprietário, pelo titular do domínio útil ou pelo pos-suidor1. É a conclusão a que se chega pelo exame dos as-pectos materiais, subjetivo e quantitativo do fato gerador da obrigação tributária.

Basta simples exame ocular da legislação do IPTU para constatar a consideração dos aspectos subjetivos do contri-buinte para minorar o encargo tributário. A própria Súmula nº 539 do STF prestigia a re-dução do valor do IPTU funda-da nas condições pessoais do contribuinte. Em relação ao ITR é a própria Constituição Federal que imuniza as pe-quenas glebas rurais quando exploradas por proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II).

Sendo pessoal a obrigação tri-butária, incide, a toda evidên-cia, o princípio da capacidade

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GESTÃO DE TRIBUTOS

10 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

contributiva (art. 145, § 1º da CF), de observância obriga-tória. O texto constitucional prescreve que “serão gradu-ados segundo a capacidade econômica do contribuinte.”

Além do mais, o princípio da capacidade contributiva é uma decorrência do princípio maior da isonomia tributária, que não permite tratamento igual entre os desiguais, nem tratamento diferenciado en-tre os iguais.

O proprietário de imóvel ur-bano de valor venal elevado espelha objetivamente ca-pacidade contributiva maior que o proprietário de imóvel urbano de diminuto valor ve-nal. A condenação desse tipo de progressividade fiscal pela Corte Suprema levou o legis-lador constituinte derivado a inserir expressamente a progressividade do imposto em função do valor venal do imóvel (§ 1º, I, do art. 156 da CF com a redação dada pela EC nº 29/2000) para fazer ob-servar o princípio da capaci-dade contributiva.

Por isso, sempre sustentamos a validade da progressivida-de do ITBI, que tem natureza estritamente fiscal como se depreende do exame de seu fato gerador: transmissão in-ter vivos e a título oneroso de bens imóveis e de direitos a ele relativos.

Não se sabe quando e como surgiu a estranha tese de que o ITBI não pode ser progressi-vo por não ter amparo cons-titucional, como tem o IPTU (art. 182, § 4º, II da CF).

Há duplo equívoco nessa ar-gumentação. Primeiramente, a progressividade do IPTU tem natureza ordinatória, inserindo-se no campo da ex-trafiscalidade. Visa reprimir o uso antissocial de proprie-dade urbana para garantir o bem-estar da sociedade ur-bana. Na transmissão de bens imóveis não cabe cogitação de transmissão que cumpre a função social ou a que não a cumpre aquela função.

A transmissão da propriedade não se confunde com o uso da propriedade. São duas re-alidades distintas.

Logo, a progressividade do ITBI só pode ser de natureza fiscal sendo incompreensível o seu cotejo com a progressi-vidade extrafiscal do IPTU.

Em segundo lugar, o poder ex-trafiscal é inerente à entidade política tributante que pode dele fazer uso para regular matéria que se insira no âmbi-to de sua regular competência.

Assim como o Município pode usar o IPTU como instrumen-to da política de desenvolvi-mento das funções sociais da cidade, a União pode utilizar-

-se do ITR como instrumento de política agrária, ou de polí-tica agrícola.

Logo, o fato de o art. 182, § 4º, II da CF ter regulado essa tributação extrafiscal repre-sentou um limitação constitu-cional do poder extrafiscal do município que não poderá im-plementar a tributação pro-gressiva do IPTU, senão me-diante o preenchimento dos quatro requisitos aí previstos.

Não fosse essa previsão cons-titucional, que prescreve até a modalidade de progressão das alíquotas em função do tempo, o poder extrafiscal do município no manejo do IPTU progressivo seria bem mais amplo.

Consoante escrevemos “o exer-cício do poder de polícia pelo Es-tado deve ser entendido como regra e a sua limitação, como exceção, que deve vir expressa no texto constitucional2.”

A estranha tese suscitada por alguns estudiosos causou reflexo na jurisprudência do STF, que reformando o acór-dão proferido pelo Órgão Es-pecial do antigo 1º Tacil do Estado de São Paulo, decla-rou à inconstitucionalidade a lei paulistana, sob o fun-damento de que o imposto de natureza real que é, não pode variar na razão presu-mível da capacidade contri-butiva do sujeito passivo3.

(...) A transmissão da propriedade não se confunde com o uso da propriedade. São duas realidades distintas.”

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GESTÃO DE TRIBUTOS

11CONTABILIDADE & GESTÃO

A partir de então, espalhou--se aos quatro ventos o mito da impossibilidade jurídica de o imposto de natureza real comportar progressivi-dade, resultando na edição da Súmula nº 656: “É incons-titucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) com base no valor do imóvel.”

Não conseguindo entender a razão da rejeição da progres-sividade do ITBI, fundada no caráter real do imposto, es-crevemos desde aquela épo-ca, 1999: (...) “entendemos que a sua rejeição, inclusive sob a eiva de inconstituciona-lidade, tem a sua verdadeira motivação no caráter excessi-vo da carga tributária. Afinal, um imposto que, tradicional-mente, vinha sendo tributa-do pela alíquota de 2%, da noite para o dia, teve o seu teto fixado em 6%, o que não é razoável. Se a progressivi-dade tivesse se situado nas

faixas de 0,50%, 0,80% até 2%, dificilmente, o imposto teria sido impugnado pelo contribuinte e se o tivesse, o resultado, muito provavel-mente, teria sido outro, em face do expresso princípio da graduação do imposto se-gundo a capacidade econô-mica do contribuinte4.”

Somente passados mais de dois lustros, o STF viria alterar o seu entendimento acerca de progressividade de impos-to de natureza real fundado na capacidade contributiva, que é de natureza objetiva. Não importa o patrimônio global de cada contribuinte, mas o bem imóvel que cada contribuinte está adquirindo. O valor venal desse bem é que irá revelar a capacidade contributiva do adquirente. Quem adquire um imóvel de R$ 1.000.000,00, revela ob-jetivamente uma capacidade contributiva maior do que aquele que adquire um imó-vel de R$ 100.000,00.

No julgamento do RE nº 562.045/RS, com relatoria do ministro Ricardo Lewando-wski, no qual foi reconhecida a Repercussão Geral, o Plenário da Corte Suprema, por maioria de votos, vencidos o Ministro Relator e o Ministro Marco Aurélio, deu provimento ao recurso para considerar cons-titucional a progressividade o ITCMD (Julg. em 6-2-2013). O mesmo entendimento foi aplicado nos RREE de números 544.298, 544.438, 551.401, 552.553, 552.707, 552.862, 553.921, 555.495 e 470.849, todos procedentes do Estado do Rio Grande do Sul.

Assim, derrubou-se o mito da impossibilidade jurídica de tributação progressiva de imposto de natureza real que, com a devida vênia, não tinha amparo constitucional.

Resta verificar se o STF irá re-ver a sua Súmula de nº 656, pertinente ao ITBI tido como imposto de natureza real tan-to quanto o ITCMD.

NOTAS1. Daí porque imóvel urbano ou rural sem dono não comporta tributação pelo IPTU ou ITR.

2. Cf. nosso Direito financeiro e tributário. 21ª ed. São Paulo: Atlas, p. 467.

3. RE nº 234.105, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ-E de 31-3-2000.

4. Cf. nossa ob. cit., p. 467-468

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NORMAS CONTÁBEIS

12 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

José Carlos de JesusBacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), Membro do Grupo de Estudos Científicos FSG

A Adoção das IFRS como Vantagem Competitiva para as PMEs

A competitividade, presente-mente, pode ser considerada o principal foco no mundo dos negócios. Contudo, para consegui-la, é necessária a combinação de vários fatores dentro e fora das organiza-ções. Nesse contexto, Kotler (2003) evidencia que “Micha-el Porter popularizou a ideia de que as empresas são vito-riosas quando desenvolvem vantagem competitiva rele-vante e sustentável”. Nesta frase, o autor demonstra que o sucesso está principalmente em desenvolver estratégias de negócios que tem dura-bilidade permanente à lon-go prazo. Complementando, Aaker (2005, p. 150) lembra que “vantagem competitiva sustentável é um elemento (ou uma combinação de ele-mentos) da estratégia em-presarial que fornece uma vantagem importante sobre concorrentes existentes e fu-turos”. Ou seja, fica demons-trado que sairão na frente as empresas que desenvolverem mecanismos que as distingue de suas concorrentes, onde este fator fará com que ela

esteja com os elementos ne-cessários para completar-se como organização de pri-meiro nível.

Na contabilidade, acredita-se que com a adoção das IFRS para PME’s, as empresas te-nham uma vantagem com-petitiva a seu favor. Devido ao fato de que toda empresa necessita de parcerias, apor-tes de capital por parte de investidores, financiamentos, dentre outros. Isso faz com que não somente os gestores tenham informações de qua-lidade para tomada de deci-sões, mas também as institui-ções de crédito que também têm a ganhar com a adoção das IFRS para PMEs, realça Vânia Maria da Costa Borger-th, Chefe do Departamento de Contabilidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (CONTABILIDADE, 2010). Ela acredita que “sob o ponto de vista da concessão de crédito, as demonstrações contábeis em IFRS ajudarão a reduzir a informalidade e a incerteza quanto à posição financeira das pequenas e médias em-

presas” e alerta que “o IFRS para PMEs terá um papel fun-damental na redução do cus-to de captação, uma vez que, em geral, a incerteza é sinôni-mo de risco, o que acaba por impactar negativamente no custo de empréstimos atribuí-do a essa categoria de empre-sas”. (CONTABILIDADE, 2010).

No quesito informação geren-cial, o contador Paulo Schnorr salienta que “vamos finalmen-te poder dizer aos usuários da informação contábil a realida-de econômica e financeira de nosso cliente”. (CONTABILI-DADE, 2010). Paulo vai além quando diz que “não teremos de nos ater simplesmente aos aspectos fiscais, mas, sim, po-deremos proporcionar infor-mações relevantes e traduzir nosso trabalho em informa-ções realmente úteis”. (CON-TABILIDADE, 2010).

Uma vez adotadas as IFRS para PMEs, o acesso ao crédi-to será realizado de maneira muito mais rápida e precisa, tendo em vista, a confiabili-dade que as demonstrações contábeis transmitirão aos usuários externos, princi-

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NORMAS CONTÁBEIS

13CONTABILIDADE & GESTÃO

palmente às instituições de crédito, consideradas fontes de recursos importantes no crescimento das organiza-ções. Nesse sentido, o diretor setorial de Assuntos Contá-beis da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Daniel Liberati, também considera de extrema importância a adoção do IFRS na elabora-ção das demonstrações fi-nanceiras das PMEs, pois ele afirma que:

O acesso ao crédito pelas PMEs poderá melhorar, uma vez que o processo de análise e concessão ocorrerá de modo mais confiável, resultando, para o setor bancário bra-sileiro, em uma possível diminuição de impair-ment dessas operações. (Revista Brasileira de Con-tabilidade, 2010).

Contudo, a seguinte informa-ção deve ser analisada com cautela: “a publicação do IFRS para PMEs é um grande avanço para companhias em todo o mundo. Esta norma pode ser aplicável para algo em torno de 95% das com-panhias ao redor do mundo.” ressalta Sir David Tweedie, presidente do International Accounting Standards Board – IASB (NAVEGADOR, 2010, p.3). Deste modo, fica claro que quando se busca uma vantagem competitiva com a adoção das IFRS para PMEs, não se deve esquecer de que a maioria das entidades no mundo, e consequentemen-te o Brasil, são pequenas e médias empresas. Entretan-to, o que deve ficar claro é que não é o simples fato de adotar esta Norma que as empresas podem se consi-derar possuidoras de vanta-gem competitiva. Quer dizer,

haverá tal vantagem se esta adoção for concretizada o quanto antes, juntamente com todos os outros proce-dimentos administrativos de praxe, fazendo com que a or-ganização tenha acesso “faci-litado” a recursos que a farão participar em níveis superio-res de competitividade.

Reforça-se que os bancos começarão a solicitar essas informações para empresta-rem, assim como o sistema de crédito em geral, demons-trando a importância do IFRS para as pequenas e médias empresas. Vale lembrar que com a adoção existem chan-ces de essas empresas des-pertarem o interesse de al-gum fundo de investimento ou private equity (Equidade Privada), tanto internacional quanto nacional. Sendo as-sim, ressalta-se a relevância de as empresas de pequeno e médio porte brasileiras se adaptarem o mais rápido pos-sível. (Ibef, 2010, s/p). Desta-ca-se a relevância das empre-sas estarem preparadas para receber os investimentos que o mercado poderá dispor a qualquer momento, ou seja:

No contexto atual do Bra-sil, com forte liquidez nos mercados, o private equi-ty está em busca de ativos e, com o IFRS, será possí-vel aumentar o número de fusões e aquisições. As empresas encontrarão mais facilmente bench-marks e estarão prontas quando um fundo de private equity mostrar interesse em seu negócio ou quando quiser fazer uma parceria estratégica. (Ibef, 2010, s/p).

Outro fator relevante são algumas barreiras na aplica-

(...) as empresas devem encarar

os custos para adoção das Normas

Internacionais, não como

simples despesas, mas como

investimentos.”

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NORMAS CONTÁBEIS

14 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

ção da Norma Internacional, sendo uma delas os custos de implementação. Destaca--se que as empresas devem encarar os custos para adoção das Normas Internacionais, não como simples despesas, mas como investimentos. Pois, demonstrações contá-beis em IFRS demonstram uma imagem de empresa, pelo menos nessa fase de adoção, comprometida em transmitir confiança aos seus usuários. Sobre esta questão, Fábio Celeguim, diretor finan-ceiro da companhia Subway e membro da Comissão de Relações Públicas do Ibef-SP, relata que “em uma empre-sa nova, em um setor novo, apresentar práticas claras de governança corporativa gera maior credibilidade. O merca-do vê a companhia de outra maneira.”(Ibef, 2010, s/p).

Mas para utilizar a vantagem competitiva proporcionada pela adoção das IFRS para PMEs o caminho é árduo e longo. O professor da Fipe-cafi e autor de vários livros de contabilidade, Arioval-do dos Santos, fala que “os contadores dessas empresas

terão que reaprender o que é e para que serve a contabi-lidade.”. (Ibef, 2010, s/p). Ele enfatiza que “teremos que estudar a fundo os conceitos, entender onde eles se encai-xam, saber as diferenças da contabilidade de uma grande empresa e de uma pequena e média, para depois aplicar as normas na prática.”. (Ibef, 2010, s/p).

No contraponto, Antônio Lopes de Sá (2010), em seu blog chamado Neopatrimo-nialismo, afirma que “tem sido difundido com alguma insistência que há vanta-gem e maior ‘transparência’ em se empregar as aludi-das normas, mas, nenhum dos artigos e notas que li apresenta de forma técni-ca, clara e ostensiva em que consiste o benefício.” No artigo escrito pelo mestre, existe uma inconformidade tamanha quanto à questão de não haver lei que obri-gue o profissional contábil a se adequar às Normas In-ternacionais de Contabilida-de. Segundo Sá, “ninguém pode obrigar o profissional da Contabilidade a seguir

as IFRS a não ser a lei.” Sá vai além, e expressa que “as normas denominadas como ‘internacionais’, tais como estão editadas, são infiéis à ciência da Contabilidade, transgridem algumas leis, se acham envolvidas em acen-drado subjetivismo e apre-sentam sérios defeitos con-ceituais em face da realidade objetiva.” Ele cita em seu li-vro, denominado de Normas Internacionais e Fraudes em Contabilidade, dentre outras discordâncias, o conceito de Valor Justo, que chega a cha-mar de “critério que agasalha o arbítrio e a manipulação”, além de afirmar que não é o único a criticar a aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade.

Desta forma, ficam expostos os pontos positivos e nega-tivos quanto à utilização das IFRS como vantagem com-petitiva para PMEs. Cabe a cada organização avaliar o contexto mercadológico no qual está inserida e refletir a melhor maneira de aprovei-tar o que as Normas Inter-nacionais de Contabilidade têm a oferecer.

BIBLIOGRAFIAKOTLER, Philip, Marketing de A a Z, 80 Conceitos que Todo Profissional Precisa Saber, 7ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

IBEF, IFRS Bate à Porta das Pequenas e Médias Empre-sas, Disponível em http://www.ibef.com.br/ibefnews/pdfs/144/materiadecapa.pdf, acesso em 10-5-2013.

CONTABILIDADE, Revista Brasileira de, Brasil Começa a Adotar o IFRS na Contabilidade de PMEs, Disponível em

http://www.fucape.br/downloads/reportagem_rbc_186.pdf, acesso em 12/05/2013.

AAKER, David A, Administração Estratégica de Mercados, 7ª ed., São PAULO: Artmed, 2005.

SÁ, Antonio Lopes de, Fundamentos da Contabilidade Ge-ral, 3ª ed, Curitiba: Juruá Editora, 2009.

NAVEGADOR CONTÁBIL, Disponível em http://www.pwc.com.br/pt/ifrs-brasil/navegador-contabil/assets/navega-dor-contabil-8a.pdf, acesso em 13-5-2013.

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NORMAS CONTÁBEIS

15CONTABILIDADE & GESTÃO

ITG (Interpretação Técnica Geral) 1000Modelo Contábil para Microempresae Empresa de Pequeno Porte

Levi Gimenez Mestre em Ciências Contábeis e Financeiras – Professor na Pós-Graduação em Contabilidade, Auditoria, Controladoria – Membro-Fundador da Sociedade Brasileira de Finanças – Membro da ABC – Associação Brasileira de Custos – Sócio-Fundador da Ganas Consultoria e Treinamento Ltda.

Em 9-9-2009 o International Accounting Standard Board (IASB) emitiu o IFRS para as Pequenas e Médias Empre-sas. Em 10-10-2009 o CPC emite o Pronunciamento CPC/PME, transformado na Resolução 1.255/09, apro-vando a NBC TG 1000 conhe-cida como Contabilidade das PMEs. Era a integração das pequenas e médias empre-sas à linguagem internacio-nal dos negócios.

O referido texto deixou uma lacuna: se alcançava também as microempresas e empre-sas de pequeno porte. A Re-solução 1.418/12, que institui a ITG (Interpretação Técnica Geral) 1000 – Modelo Con-tábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte sanou as dúvidas, com um tratamento diferenciado para estas organizações.

A minuta que deu origem à ITG 1000 congregou na sua elaboração membros de uma Comissão do Conselho Federal

de Contabilidade – CFC, mais de uma dezena de entidades usuárias das informações con-tábeis, de diversos setores da economia, e representantes de órgãos governamentais. Posteriormente, foi colocada em consulta pública (eletrôni-ca e presencial) pelo período de quatro meses e, por fim, concluído o período da con-sulta, fez-se a pauta final, ori-ginando a mencionada Reso-lução. Desta forma, conclui-se um texto participativo, envol-vendo os principais interessa-dos nos negócios e resultados deste tipo de empresa.

Explana a Interpretação que entende-se como “Microem-presa e Empresa de Pequeno Porte” a sociedade empre-sária, a sociedade simples, a empresa individual de res-ponsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406/02, que tenha auferido, no ano--calendário anterior, receita bruta anual até os limites pre-vistos nos incisos I e II do art.

3º da Lei Complementar nº 123/06.

Os limites são R$ 360 mil anu-ais para as microempresas e R$ 3,6 milhões/ano para as EPP s, conforme Resolução CGSN 94, 29-11-2011, artigo 2º, I, a e b, respectivamente.

O tratamento diferenciado, embora respeitando as limi-tações de recursos destas empresas, não as desobri-ga de manter a escrituração contábil, de acordo com os princípios da Contabilidade que todas as empresas estão obrigadas a cumprir.

Para melhor orientar os conta-dores, a ITG criou quatro ane-xos: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício, o Plano de Con-tas Simplificado e a Carta de Responsabilidade da Adminis-tração, documento que distin-gue as responsabilidades das partes: profissional da conta-bilidade e administradores e empresários da entidade.

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NORMAS CONTÁBEIS

16 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

A preparação das demons-trações contábeis em con-formidade com esta In-terpretação é um ganho vultuoso para as empresas (proprietários, prepostos e gestores), que podem ter uma melhor noção da sua situação econômico finan-ceira, e com base nela to-mar decisões para seu cres-cimento, sustentabilidade e continuidade.

Ganham também os usuários externos das demonstrações contábeis (bancos, clientes, fornecedores etc.), para os quais a microempresa e a empresa de pequeno porte apresentam, ao contar com demonstrações que permi-tem decisões respaldadas para concessão de crédito, aquisições de produtos e ser-viços ou participação em lici-tações para fornecimento ao poder público.

A ITG conseguiu atingir seu escopo de simplificação sem abrir mão de critérios e proce-dimentos contábeis, tais como:

• Receitas, despesas e cus-tos mensurados pelo regi-me de competência;

• Classificação dos ativos em Ativo Circulante e Não Cir-culante e os passivos como Passivo Circulante e Não Circulante;

• Segregação entre os aspec-tos societários e fiscais;

• Mensuração dos estoques pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido (valor estimado do preço de venda no curso normal dos negócios me-nos as despesas necessá-rias estimadas para a reali-zação da venda);

• Mensuração de itens do ativo imobilizado inicial-mente pelo seu custo, menos o valor depreciá-vel, considerando o valor residual. Recomenda-se o método linear;

• Reconhecimento da des-valorização do ativo, ou seja, a redução de sua ca-pacidade de geração de resultado econômico, por quebra, obsolescência ou declínio significativo do valor de mercado, além da depreciação pela vida útil. Neste caso, é necessário reconhecer contabilmen-te a não recuperabilidade (impairment)*;

• Reconhecimento do risco de não recebimento de cré-ditos através da perda esti-mada com créditos de liqui-dação duvidosa (PECLD).

• Apresentação das receitas líquidas dos tributos sobre elas incidentes, bem como as devoluções e abatimen-tos. No caso dos serviços, reconhecimento na pro-porção em que o serviço for prestado.

• Plano de contas simplifica-do, porém, observando as especificidades e natureza das operações realizadas e contemplando as ne-cessidades de controle de informações gerenciais e fiscais;

• Elaboração, ao fim de cada exercício social, do Balanço Patrimonial, Demonstra-ção do Resultado e as No-tas Explicativas;

No que tange às demonstra-ções contábeis, desobrigou a elaboração das Demonstra-ções de Resultados Abrangen-tes, do Fluxo de Caixa e da De-

monstração das Mutações do Patrimônio Líquido, embora recomende sua preparação.

As notas explicativas, relevan-tes para a compreensão das demonstrações contábeis, devem incluir, no mínimo:

a) Declaração explícita e não reservada de confor-midade com esta Inter-pretação;

b) Descrição resumida das operações da entidade e suas principais ativida-des;

c) Referência às principais práticas contábeis adota-das na elaboração das de-monstrações contábeis;

d) Descrição resumida das políticas contábeis signi-ficativas utilizadas pela entidade;

e) Descrição resumida de contingências passivas, quando houver; e

f) Qualquer outra informa-ção relevante para a ade-quada compreensão das demonstrações contábeis.

É impossível negar a evolu-ção que esta Interpretação traz para o universo das mi-croempresas e PMEs, antes, em sua maioria, confundindo contabilidade societária com legislação tributária e elabo-rando apenas o livro caixa, ou demonstrações contábeis para fins específicos que não representavam a situação econômico-financeira da en-tidade. Cabe agora aos Con-selhos garantir a implemen-tação e continuidade da boa prática contábil.

Nas páginas seguintes, os anexos com os modelos pro-postos pela Interpretação:

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NORMAS CONTÁBEIS

17CONTABILIDADE & GESTÃO

ANEXO 1CARTA DE RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO

Local e data

À

EMPRESA DE SERVIÇOS CONTÁBEIS XYZ

CRC nº XX:

Endereço:

Cidade e Estado CEP

Prezados Senhores:

Declaramos, para os devidos fins, como administrador e responsável legal da empresa........, CNPJ ….........., que as informações relativas ao período base ......., fornecidas a Vossas Senhorias para escrituração e elaboração das demonstrações contábeis, obrigações acessórias, apuração de im-postos e arquivos eletrônicos exigidos pela fiscalização federal, estadual, municipal, trabalhista e previdenciária são fidedignas.

Também declaramos:

(a) Que os controles internos adotados pela nossa empresa são de responsabilidade da ad-ministração e estão adequados ao tipo de atividade e volume de transações;

(b) Que não realizamos nenhum tipo de operação que possa ser considerada ilegal, frente à legislação vigente;

(c) Que todos os documentos que geramos e recebemos de nossos fornecedores estão re-vestidos de total idoneidade;

(d) Que os estoques registrados em conta própria foram por nós avaliados, contados e levan-tados fisicamente e perfazem a realidade do período encerrado em …........;

(e) Que as informações registradas no sistema de gestão e controle interno, denominado …................., são controladas e validadas com documentação suporte adequada, sendo de nossa inteira responsabilidade todo o conteúdo do banco de dados e arquivos eletrônicos gerados.

Além disso, declaramos que não temos conhecimento de quaisquer fatos ocorridos no período base que possam afetar as demonstrações contábeis ou que as afetam até a data desta carta ou, ainda, que possam afetar a continuidade das operações da empresa.

Também confirmamos que não houve:

(a) Fraude envolvendo administração ou empregados em cargos de responsabilidade ou confiança;

(b) Fraude envolvendo terceiros que poderiam ter efeito material nas demonstrações contábeis;

(c) Violação ou possíveis violações de leis, normas ou regulamentos cujos efeitos deveriam ser considerados para divulgação nas demonstrações contábeis, ou mesmo dar origem ao re-gistro de provisão para contingências passivas.

Atenciosamente,

.........................................

Administrador da Empresa ABC

Representante Legal

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NORMAS CONTÁBEIS

18 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

ANEXO 2BALANÇO PATRIMONIAL

em 31.12.x1 e 31.12.x0Expresso em R$

ATIVO 31.12.X1 31.12.X0 PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31.12.X1 31.12.X0

CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa e Equivalentes de Caixa Fornecedores

Contas a Receber Empréstimos e Financia-mentos

Estoques Obrigações Fiscais

Outros Créditos Obrigações Trabalhistas e Sociais

Contas a Pagar Provisões NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Contas a Receber Financiamentos Investimentos Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO Intangível Capital Social (-) Depreciação e Amorti-zação Acumuladas Reservas de Capital

Reservas de Lucros Lucros Acumulados (-) Prejuízos Acumulados TOTAL TOTAL

ANEXO 3

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADOem 31.12.x1 e 31.12.x0

Expresso em R$

31.12.x1 31.12.x0VENDAS DE PRODUTOS, MERCADORIAS E SERVIÇOS Vendas de Produtos, Mercadorias e Serviços (-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções = RECEITA (-) CUSTO DAS VENDAS Custo dos Produtos, Mercadorias e Serviços = LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Administrativas Despesas com Vendas Outras Despesas Gerais = RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO (+/-) RESULTADO FINANCEIRO Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras

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NORMAS CONTÁBEIS

19CONTABILIDADE & GESTÃO

(+/-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS = RESULTADO ANTES DAS DESPESAS COM TRIBUTOS SOBRE O LUCRO (-) Despesa com Contribuição Social (*) (-) Despesa com Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (*) = RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO

(*) As entidades que estão enquadradas no Simples Nacional devem evidenciar os tributos na linha “Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções”. Neste caso, devem desconsiderar essas contas.

Código 1

1.1 1.1.11.1.1.011.1.1.02 1.1.21.1.2.011.1.2.02 1.1.31.1.3.011.1.3.021.1.3.03 1.1.41.1.4.011.1.4.021.1.4.03 1.3 1.3.11.3.1.011.3.1.02

1.3.21.3.2.011.3.2.02 1.3.31.3.3.011.3.3.021.3.3.031.3.3.04

Descrição das ContasATI VO ATIVO CIRCULANTE Caixa e Equivalentes de CaixaCaixaBancos Conta Movimento Contas a ReceberClientes(-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa EstoqueMercadoriasProdutos AcabadosInsumos Outros CréditosTítulos a ReceberImpostos a RecuperarOutros Valores a Receber ATIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo PrazoContas a Receber(-) Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa InvestimentosParticipações SocietáriasOutros Investimentos ImobilizadoTerrenosEdificaçõesMáquinas e EquipamentosVeículos

ANEXO 4

PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO

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NORMAS CONTÁBEIS

20 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

1.3.3.051.3.3.06 1.3.41.3.4.011.3.4.02 2 2.1 2.1.12.1.1.01 2.1.22.1.2.012.1.2.02 2.1.32.1.3.012.1.3.022.1.3.03 2.1.42.1.4.012.1.4.022.1.4.03 2.1.52.1.5.012.1.5.022.1.5.03 2.1.62.1.6.012.1.6.022.1.6.03 2.2 2.2.12.2.1.01 2.2.22.2.2.01 2.3 2.3.12.3.1.012.3.1.02

Móveis e Utensílios(-) Depreciação Acumulada IntangívelSoftwares(-) Amortização Acumulada PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores NacionaisFornecedor Empréstimos e FinanciamentosEmpréstimos BancáriosFinanciamentos Obrigações FiscaisSIMPLES NACIONALICMS a RecolherISSQN a Recolher Obrigações Trabalhistas e SociaisSalários a PagarFGTS a RecolherINSS dos Segurados a Recolher Contas a PagarTelefone a PagarEnergia a PagarAluguel a Pagar ProvisõesProvisão de FériasProvisão de 13º SalárioProvisão de Encargos Sociais sobre Férias e 13º Salário PASSIVO NÃO CIRCULANTE FinanciamentosFinanciamentos Banco A Outras Contas a PagarEmpréstimos de Sócios PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital SocialCapital Subscrito(-) Capital a Integralizar

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NORMAS CONTÁBEIS

21CONTABILIDADE & GESTÃO

2.3.22.3.2.012.3.2.02 2.3.32.3.3.012.3.3.02 3 3.1 3.1.13.1.1.013.1.1.023.1.1.033.1.1.04 3.1.23.1.2.013.1.2.02 3.1.33.1.3.013.1.3.023.1.3.03 3.2 3.2.13.2.1.013.2.1.023.2.1.03 3.2.23.2.2.013.2.2.023.2.2.03 3.2.33.2.3.013.2.3.02 3.2.43.2.4.013.2.4.023.2.4.03

ReservasReservas de CapitalReservas de Lucros Lucros/Prejuízos AcumuladosLucros Acumulados(-) Prejuízos Acumulados RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS (CONTAS DE RESULTADO) RECEITAS Receitas de VendaVenda de ProdutosVenda de MercadoriasVenda de Serviços(-) Deduções de Tributos, Abatimentos e Devoluções Receitas FinanceirasReceitas de Aplicações FinanceirasJuros Ativos Outras Receitas OperacionaisReceitas de Venda de ImobilizadoReceitas de Venda de InvestimentosOutras Receitas CUSTOS E DESPESAS Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços VendidosCustos dos InsumosCustos da Mão de ObraOutros Custos Despesas OperacionaisDespesas AdministrativasDespesas com VendasOutras Despesas Gerais Despesas FinanceirasJuros PassivosOutras Despesas Financeiras Outras Despesas OperacionaisDespesas com Baixa de ImobilizadoDespesas com Baixa de InvestimentosOutras Despesas

Page 22: edição de Contabilidade e Gestão

NORMAS CONTÁBEIS

22 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

André FabriFormado em Administração e em Ciências Contábeis em 2011 pelo Centro Universitário Assunção – Unifai – Atuante há mais de 10 anos na área contábil de entidades sem fins lucrativos, em especial àquelas certificadas como entidades beneficentes de assistência social.Responsável pela elaboração das demonstrações contábeis previstas no item 3.17 do CPC-PME (R1), já em conformidade ao novo cenário contábil baseado nos pronunciamentos emitidos pelo CPC, correlacionados às normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards – IFRS for SME´s) emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Normatização das Entidades sem Fins Lucrativos

No Brasil, a busca pela conver-gência se deu início na década de 90, devido à globalização da economia, a abertura do mercado brasileiro e ao au-mento do fluxo de capitais internacionais entrando no país. Deste então, foi criada a Comissão Consultiva de Nor-mas Contábeis da CVM que tinha como função emitir nor-mas já convergentes com as normas internacionais dentro dos limites permitidos pela Lei 6.404/76.

O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade passou a ser legalmente determinado no Brasil a partir da edição da Lei 11.638, de 28-12-2007 que alterou a Lei 6.404/76. Se antecipando ao processo de convergência, o próprio Conselho Federal de Conta-bilidade (CFC) criou em 2005 o Comitê de Pronunciamen-tos Contábeis (CPC), cuja

finalidade consiste em de-senvolver pronunciamentos contábeis correlacionados às normas internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standar-ds – IFRS) emitidas pelo In-ternational Accounting Stan-dards Board (IASB).

O Brasil convergiu às normas internacionais emitidas pelo IASB, no entanto, existem ou-tros normatizadores interna-cionais. Dessa forma, antes de entrarmos no aspecto da con-vergência, se faz necessário mencionar os principais nor-matizadores internacionais, como segue:

• IASB – International Ac-counting Standards Board

Responsável pela emissão das normas internacionais de contabilidade para en-tidades com fins lucrativos (segundo setor) “Interna-

tional Financial Reporting Standards – IFRS”.

• IPSAS – Institute for In-ternational Public Sector Accounting Standards

Responsável pela emissão das normas internacionais de contabilidade do setor público (primeiro setor) “International Public Sec-tor Accounting Standard – IPSAS”.

• IAASB - International Auditing and Assurance Standards Board e IFAC – International Federation of Accountants

Responsável pela emissão das normas internacionais de auditoria “International Stan-dards on Auditing - ISA”

Podemos notar que não exis-te um órgão internacional responsável pela emissão das normas internacionais de con-

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NORMAS CONTÁBEIS

23CONTABILIDADE & GESTÃO

tabilidade para entidades sem fins lucrativos. Dessa forma, cada país que adotou o IFRS (mais de 120) emitiu normas específicas para as entidades sem fins lucrativos, o que com-promete, de certa forma, a convergência no terceiro setor.

Nota-se que os CPCs foram emitidos exclusivamente para as empresas com fins lucra-tivos, uma vez que são base-ados nos IFRS emitidos pelo IASB. O IASB emite normas somente para as entidades com fins lucrativos. A emissão de uma normatização para as entidades sem fins lucrati-vos por parte do IASB não irá ocorrer por hora, uma vez que não faz parte das atribuições do referido normatizador conforme previsto em seu es-tatuto. Por este motivo, o CPC ainda não emitiu um pronun-ciamento contábil específico para estas entidades.

Sendo assim, alguns autores acreditam que as entidades sem fins lucrativos devam atender as normas internacio-nais do setor público, uma vez que foram formuladas com base no IFRS, sobre a ótica do setor público.

Do ponto de vista normativo as IPSAS não são válidas para as entidades sem fins lucra-tivos, porque foram elabo-radas para as entidades que possuem patrimônio público. Desta forma, por mais que as entidades sem fins lucrativos tenham de certa forma um fim público, seu patrimônio é privado e as IPSAS não seriam aplicáveis a estas entidades. Entretanto, do ponto de vista técnico, elas são aplicáveis, pois muitas IPSAS abordam transações e eventos que são inerentes também às entida-des sem fins lucrativos, princi-

palmente em relação ao reco-nhecimento das receitas sem contraprestações (doações).

Como profissionais da área contábil, deveríamos concen-trar esforços para que seja criado um normatizador in-ternacional que possua como função a emissão das normas internacionais de contabilida-de formuladas com base no IFRS para as entidades sem fins lucrativos, levando em consideração também as in-terpretações e diretrizes im-postas pelas IPSAS, desde que sejam aplicáveis.

A Resolução 1409/2012 e a aprovação da ITG 2002

Nota-se que o Conselho Fede-ral de Contabilidade, quando emitiu a ITG 2002, não elaborou uma pesquisa internacional, a fim de verificar como os países que adotaram o IFRS estão li-dando com a normatização das entidades sem fins lucrativos.

Apesar de evoluir em relação à Resolução 877/2000, a ITG 2002 ainda é incompleta e não fornece as diretrizes ne-cessárias para o adequado re-conhecimento, mensuração e divulgação dos elementos das demonstrações contábeis. Seguem abaixo os pontos em que a norma é incompleta ou disforme em relação ao atual cenário contábil baseado nos pronunciamentos emitidos pelo CPC:

1. Em relação às alterações na estrutura conceitual e com-plementação da definição de benefícios econômicos e po-tencial de serviços:

a) O reconhecimento de um ativo está relacionado à ca-pacidade do referido elemen-to gerar benefícios futuros à entidade. Desta forma a ITG

2002 deveria ratificar o de-finido na Estrutura Concei-tual (R1) e no CPC-PME (R1) e fazer algumas adaptações necessárias. Os benefícios fu-turos atrelados aos ativos são assim classificados:

i. Diretos: correspondem ao aumento das entradas de caixa; e

ii. Indiretos: correspon-dem à redução das saídas de caixa;

b) Os ativos nas entidades sem fins lucrativos devem compreender aqueles recur-sos controlados pela entida-de derivados de eventos já ocorridos, o qual se espera que gere benefícios futuros (diretos ou indiretos) à enti-dade, ou que tenha potencial de serviços (termo utilizado nas IPSAS), ou seja, quanto que um ativo contribui (direta ou indiretamente) para a exe-cução dos serviços (atuais ou futuros) da entidade;

2. Em relação às receitas:

a) Não fornece diretrizes em relação ao reconhecimento e mensuração das receitas das entidades de saúde, educação e assistência social;

b) Não ratifica que os descon-tos comerciais, abatimentos e descontos concedidos devem ser contabilizados como redu-ção da receita, por apresentar uma parcela da receita que não fluiu economicamente para a entidade;

c) Não fornece as diretrizes para a composição da base de cálculo da filantropia para as entidades de educação;

d) A ITG 2002 está em conflito com o CPC 30 (R1) e com a Se-ção 23 do CPC-PME (R1), pois a entidade é obrigada a regis-

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NORMAS CONTÁBEIS

24 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

trar como gratuidade na DRE o valor praticado, mas não for-nece diretriz necessária sobre o seu reconhecimento:

I. Se a entidade reconhe-cer a gratuidade como ati-vo e receita e, consequen-temente, como despesa a redução do respectivo ati-vo, estará registrando uma receita que não atende aos critérios de reconhecimen-to e mensuração, pois a gratuidade não poderá ser considerada como receita pelos seguintes motivos:

i1) As gratuidades (in-clusive as bolsas de es-tudos concedidas) não atendem os critérios de reconhecimento e men-suração de receita. Cabe lembrar que qualquer receita só poderá ser re-conhecida na extensão em que for provável que benefícios econômicos fluirão para a entidade, desde que sejam simul-taneamente atendidos os critérios de reconhe-cimento e mensuração de ativos ou de redução de passivos, o que não ocorre com a gratuidade concedida. No arcabou-ço contábil anterior era aceito a contabilização do total das receitas (bru-ta) através do reconheci-mento do ativo e as gra-tuidades eram lançadas em contra partida a este ativo, dando a entender que a entidade consumiu ativos recebíveis para conceder a gratuidade, este entendimento não é mais apropriado, base-ado na premissa de que a forma em que um de-terminado evento é con-tabilizado não altera sua essência econômica;

i2) As gratuidades con-cedidas não atendem os critérios de reconheci-mento e mensuração de ativos recebíveis, uma vez que no momento do reconhecimento ini-cial da receita já existe a renúncia (total ou de parte) desta pela enti-dade, ou seja, os valores concedidos não serão re-cebidos. Desta forma, as gratuidades (inclusive as bolsas de estudos) pos-suem características de abatimentos da receita e não podem ser consi-deradas como receitas, uma vez que não fluem benefícios econômicos para a entidade;

i3) Pelo fato da gratuida-de compreender o bene-fício que flui da entidade e não para a entidade;

II. Se a entidade lançar as gratuidades como redução da receita (inclusive as bol-sas de estudos) a receita fica mensurada adequa-damente, conforme prevê o CPC 30 (R1) e a Seção 23 do CPC-PME (R1), mas não deveriam ser apresentadas na DRE, conforme previsto no item 8 do CPC 30 (R1) e itens 23.3 e 23.4 do CPC--PME (R1);

III. Desta forma, o fato da ITG 2002 exigir que a gra-tuidade seja reconhecida na DRE pelo valor pratica-do entra em conflito como novo cenário contábil, se registrado como receita e despesa fere os critérios de mensuração (item i) e se registrado como redu-tora da receita, apesar de ser a melhor prática, fere os critérios de apresenta-ção (item ii);

3. Em relação às receitas sem contraprestação (doações):

a) A ITG 2002 comete outro conflito, pois apesar de men-cionar que a entidade deva atender o disposto no CPC 07 (R1) para reconhecimento e mensuração das doações, es-tas, por sua vez, estão fora do respectivo pronunciamento, pois o referido pronunciamen-to trata somente das doações recebidas do setor público na forma de subvenção e assis-tência governamental;

b) A ITG 2002 deveria ratificar o definido na IPSAS 23, que compreende uma forma de complementação do IFRS re-ferente às doações e outras receitas sem contraprestação;

c) A ITG 2002 não fornece di-retrizes detalhadas para iden-tificação, reconhecimento e mensuração das doações de custeio ou patrimoniais refe-rente:

I. As doações sem condi-ções;

II. As doações com restri-ções; e

III. As doações com con-dições;

d) Não fornece diretriz de como serão realizadas as do-ações patrimoniais reconheci-das no patrimônio líquido em conformidade com o arcabou-ço contábil anterior;

e) Não exige a divulgação das doações recebidas de pessoas físicas, jurídicas de origem na-cional ou estrangeira;

4. Em relação aos estoques das entidades sem fins lucrativos:

a) Uma entidade pode deter inventários cuja contribuição para o desenvolvimento das

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NORMAS CONTÁBEIS

25CONTABILIDADE & GESTÃO

atividades presentes e futuras da entidade não está direta-mente relacionada com a ca-pacidade da entidade em gerar fluxos de caixa. Este tipo de in-ventário pode existir, por exem-plo, quando uma entidade dis-tribui certas mercadorias sem contrapartida econômica. Nes-tes casos, a contribuição para o desenvolvimento dos serviços potenciais propiciados pela uti-lização dos estoques estão re-fletidos através da quantia que a entidade teria de pagar para comprar os estoques equiva-lentes. A entidade reconhece estes estoques inicialmente pelo custo (quando forem ad-quiridos pela entidade) ou pelo valor justo (se forem recebidos em doação). No entanto, seria mais adequado, nestes casos, mensurar subsequentemente estes estoques pelo custo his-tórico ou custo corrente, dos dois, o menor;

b) Desta forma, a ITG 2002 deve prever que entidade faça a segregação dos estoques:

I. Os que a entidade pos-sui com a finalidade de gerar fluxo de caixa (reco-nhecidos e mensurados de acordo com o CPC 16 ou com a Seção 13 do CPC--PME - R1);

II. Os que a entidade possui com a finalidade de contri-buir para o desenvolvimen-to das atividades da enti-dade, mas que não existe expectativa de gerar fluxo de caixa. Neste caso, a ITG 2002 deveria prever tam-bém que a entidade divul-gue as mesmas informações previstas no CPC 16 ou na Seção 13 do CPC-PME (R1) para este tipo de estoque;

5. Em relação ao trabalho voluntário:

a) A ITG 2002 ratificar o de-finido na IPSAS 23 que trata especificamente sobre os ser-viços em espécie. Os itens 98 a 103 da referida norma for-nece diretriz e profunda inter-pretação de como estes servi-ços deverão ser reconhecidos em conformidade com o IFRS e Estrutura Conceitual;

b) A ITG 2002 tratou muito superficialmente esta ques-tão. A IPSAS 23 tratou este as-pecto com uma determinada profundidade, fornecendo as diretrizes necessárias para o reconhecimento, mensuração e divulgação dos serviços em espécie (serviços voluntários) recebidos pela entidade;

c) Em tese, a ITG 2002 deve-ria ratificar que os serviços em espécie são serviços for-necidos pelos indivíduos às entidades sem fins lucrativos em uma transação sem con-traprestação. Estes serviços se encaixam na definição de um ativo porque a entidade controla um recurso a partir do qual se espera que bene-fícios econômicos futuros flu-am para ela. Estes ativos são imediatamente consumidos, onde uma transação de igual valor é também reconhecida para refletir o consumo des-ses serviços em espécie;

d) Cabe ressaltar, então, que alguns serviços em espécie não se encaixam na defini-ção de um ativo, porque a entidade apresenta controle insuficiente sobre os serviços proporcionados;

e) Desta maneira, a ITG 2002 deveria permitir, e não exigir, o reconhecimento trabalho voluntário (assim como dis-posto na IPSAS 23), devido às muitas incertezas que cercam os serviços em espécie, prin-

cipalmente em relação à ha-bilidade de exercer o controle sobre os serviços e mensurar o seu valor justo;

6. Em relação às imunidades e isenções:

a) A ITG 2002 não faz nenhu-ma menção às imunidades e às isenções usufruídas e não fornece diretriz sobre o reco-nhecimento e mensuração da isenção e imunidade tributária conforme exigido pelo CPC 07 (R1), ou seja, a isenção tributá-ria tratada pelo item 3 CPC 07 (R1) é a dispensa legal do pa-gamento de tributo sob quais-quer formas jurídicas (isenção, imunidade, etc.). Sendo assim, a entidade deve reconhecer e mensurar os tributos isentos e imunes, pois não importa a forma que ela é concedida (isenção ou imunidade) e sim sua essência econômica;

b) Cabe lembrar que a es-sência econômica prevalece sobre a forma jurídica. Desta maneira, a isenção usufruída é reconhecida quando a enti-dade atende os requisitos para a isenção/imunidade, e não no momento em que o certifica-do das entidades beneficentes de assistência social é emitido. Caso sejam atendidos os re-quisitos da lei e reconhecida a isenção/imunidade, mas até a data para autorização da emis-são das demonstrações con-tábeis a entidade não tenha o certificado julgado como deferido, deverá divulgar um passivo contingente com base na NBC TG 25, ou na Seção 21 da NBC TG 1000;

c) A contabilização da isenção (incluso a imunidade) deve atender o previsto no item 38E do CPC 07 (R1). Dessa for-ma, o reconhecimento contá-bil dessa isenção é efetuado registrando-se o imposto to-

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tal no resultado como se devi-do fosse, em contrapartida à receita de subvenção equiva-lente a serem demonstrados um deduzido do outro, de tal forma que não seja contabili-zada uma despesa que não te-nha efetivamente reduzido o patrimônio líquido conforme exigido na Estrutura Concei-tual e no CPC-PME (R1);

d) Não exige a divulgação de informações acerca dos certi-ficados que a entidade possui (ou se está em processo de renovação) que proporciona-rá o benefício da isenção da contribuição previdenciária, por exemplo, o Certificado de Entidade Beneficente de As-sistência Social (CEBAS);

7. Em relação às parcerias en-tre as entidades:

a) Não fornece informação re-ferente ao reconhecimento e mensuração das parcerias de forma detalhada, fornecendo informações acerca da entida-de conveniente e da entidade conveniada e como deverão ser reconhecidos, mensura-dos e divulgados os valores referentes às parcerias entre entidades privadas;

8. Em relação às gratuidades (suma importância):

a) Faltou definir o conceito contábil das gratuidades con-cedidas nas áreas da saúde, assistência social e educação;

b) Como a gratuidade é o be-nefício econômico que flui da entidade, existem 3 políticas contábeis referentes às gra-tuidades concedidas. Dessa forma, a ITG 2002 deveria descrever detalhadamente sobre estas políticas, forne-cendo as diretrizes detalha-das para reconhecimento e

mensuração das gratuidades concedidas em cada uma de-las, conforme segue:

I. Política do valor pratica-do: Conforme detalhado anteriormente, o valor pra-ticado para mensuração da gratuidade não deveria ser reconhecido na DRE, mas sim divulgado em notas explicativas os respectivos valores em conformidade com os pronunciamentos emitidos pelo CPC, sem prejuízo às entidades, uma vez que existe uma interpretação por parte de diversos usuários que a gratuidade deve estar apre-sentada na demonstração do resultado. Esta política é a mais adequada para as gratuidades concedidas nas áreas da saúde e educação;

II. Política do gasto inte-gral: Nesta política a gra-tuidade é mensurada pe-los gastos incorridos nos períodos que as demons-trações contábeis se referi-rem, baseados no método do custeio pleno (RKW), que permite não somente as despesas incorridas na execução dos serviços so-ciais, mas também que os gastos administrativos, co-merciais, gerais e financei-ros sejam considerados na mensuração da gratuidade concedida. Esta política é a mais adequada para as en-tidades de assistência so-cial e aquelas totalmente gratuitas, que sejam des-tinados ativos ou conjunto de ativos exclusivamente para execução dos serviços sociais, que não cobram pelos serviços prestados;

III. Política do gasto direto e indireto: Nesta política a gratuidade é mensurada

pelos gastos diretos e in-diretos devidamente iden-tificáveis. Dessa forma, somente os consumos de ativos ou incrementos de passivos devidamente iden-tificáveis na execução dos serviços sociais deverão ser considerados como gratui-dade. Esta política é a mais adequada quando uma en-tidade não tenha destinado ativo ou conjunto de ativos exclusivos à execução dos serviços sociais;

c) Faltou fornecer diretrizes acerca de quais despesas poderão ser contabilizadas como gratuidade. Temos como exemplo os benefícios de desligamento concedidos aos empregados desligados que não podem ser conside-rados como gratuidade pra-ticada, pelo fato de que tais valores foram concedidos por ocasião da rescisão do em-pregado e não contribuíram para a execução dos serviços sociais aos usuários por parte da entidade;

d) Este é um aspecto muito importante, pois deveríamos discutir com muito mais pro-fundidade o assunto, inclusive a nível internacional;

9. Em relação às informações por área de atuação:

a) Faltou exigir que o profis-sional contábil atenda o dis-posto no CPC 22 para divulga-ção das informações por área de atuação;

b) Faltou fornecer as diretrizes necessárias em conformidade aos itens 8, 25 e 26 do CPC 22, para o rateio (ou não) dos valo-res apresentados nas demons-trações contábeis da sede (ou mantenedora) nas áreas de atu-ação da entidade (segmento);

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NORMAS CONTÁBEIS

27CONTABILIDADE & GESTÃO

c) Faltou fornecer diretrizes sobre como deverão ser re-conhecidas, mensuradas e di-vulgadas as transferências de recursos intersegmentos gra-tuitas que não geram receita ou despesa intersegmentos;

10. Em relação aos recebíveis:

a) A ITG 2002, em seu item 14, diz que a entidade deve cons-tituir provisão em montante suficiente para cobrir as per-das esperadas sobre créditos a receber, com base em esti-mativa de seus prováveis va-lores de realização e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados. Este parágrafo ainda está baseado no arca-bouço contábil anterior, pois baseado nos CPCs 38, 39, 40 ou na Seção 11 do CPC-PME (R1), os instrumentos de dívi-da considerados como recebí-veis (mais usualmente conhe-cidos como contas a receber), são reconhecidos inicialmen-te pelo valor justo em contra-partida à receita reconhecida, mensurados subsequente-mente pelo custo amortizado pelo método da taxa efetiva de juros (item 46 do CPC 39 ou item 11.14 do CPC-PME - R1) menos as perdas por re-dução ao valor recuperável de ativos financeiros calculada conforme previsto nos itens 58 a 70 do CPC 38 e nos itens 11.21 a 11.26 do CPC-PME;

b) É redundante afirmar que a entidade deve baixar os va-

lores prescritos, incobráveis e anistiados, que conforme previsto no item 11.33 do CPC--PME (R1), a entidade deve desreconhecer um ativo finan-ceiro quando sejam liquidados ou vençam (expiram). Sendo assim, quando não existir o direito de cobrança de um de-terminado credor, ele deverá ser desreconhecido, uma vez que não são mais atendidos os critérios de reconhecimento;

11. Em relação a ativos em comodato e acervo histórico e cultural:

a) A ITG 2002 não fornece diretrizes acerca do reconhe-cimento, mensuração e divul-gação dos bens cedidos em comodato, tanto para a enti-dade comodante quanto para a entidade comodatária. O reconhecimento do ativo pela entidade comodante ou co-modatária se fará em virtude do controle do ativo em ques-tão, sendo assim, para que a ITG forneça diretrizes neces-sárias ao profissional contá-bil, tal se faz necessário levar em consideração as diretrizes determinadas pela IPSAS 23, pelo CPC 06 e pela ICPC 03;

b) A ITG 2002 não dispõe so-bre os ativos referentes ao acervo histórico e cultural, a IPSAS 17 fornece algumas di-retrizes sobre como estes ati-vos devem ser reconhecidos, mensurados e divulgados em notas explicativas para as en-

tidades do setor público que também é aplicável às entida-des sem fins lucrativos;

12. Valor recuperável de ati-vos não geradores de caixa:

a) A ITG 2002 deveria fornecer as diretrizes de como deverão ser reconhecidas as perdas por redução ao valor recupe-rável dos ativos não geradores de caixa, determinando como calcular o valor em uso de tais ativos para o cálculo das perdas por redução ao valor recuperável dos ativos não ge-radores de caixa. A IPSAS 21 dá diretrizes de como reconhecer a perda por redução ao valor recuperável dos ativos não ge-radores de caixa das entidades do setor público, válida tam-bém para as entidades sem fins lucrativos.

Resumindo, temos que con-centrar esforços para que seja criado um normatizador para emitir normas de conta-bilidade de qualidade para as entidades sem fins lucrativos baseadas no IFRS, levando em consideração as grandes contribuições trazidas pelas IPSAS. Da mesma forma que as IPSAS compreendem uma complementação do IFRS so-bre a ótica do setor público, deveríamos também nos es-forçar para que sejam criadas normas que compreendam uma complementação do IFRS para as entidades sem fins lucrativos.

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Wilson Alberto Zappa HoogBacharel em Ciências Contábeis, Mestre em Direito, Perito-Contador, Auditor, Consultor Empresarial, Palestrante, Especialista em Avaliação de Sociedades Empresárias, escritor de várias obras de Contabilidade e Direito e pesquisador de matéria contábil; professor-doutrinador de perícia contábil, Direito Contábil e empresas em cursos de Pós-Graduação de várias instituições de ensino; Membro da Acin (Associação Científica Internacional Neopatrimonialista), e do conselho editorial da Editora Juruá. Site: www.zappahoog.com.br

Produção de Provas Contábeis na Arbitragem

Resumo:

Em decorrência da impor-tância das provas contá-beis na arbitragem, este artigo tem como objetivo criar uma reflexão sobre a apresentação delas nas demandas que se pede um julgamento feito por exper-tos em contabilidade. Estas provas são tidas como uma condição sine qua non, para se revelar a verdade real contida nas alegações ou nas contestações.

Palavras-chave:

Arbitragem; prova contábil.

Desenvolvimento:

A arbitragem é um modo pa-cífico de resolução dos con-flitos, que se contrapõe à jurisdição estatal. Sendo que o juízo arbitral é a entidade encarregada do litígio que se contrapõe ao juízo do Estado.

E cabe às partes demandantes requererem a juntada, além de produzirem as provas so-bre os atos e fatos contábeis alegados, e não, ao árbitro ou à entidade arbitral. Ape-sar desta regra geral, o árbitro poderá, na ausência de ele-mentos suficientes nos autos à sua convicção, por força do art. 22 da Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/96), determinar a realização de perícias ou solicitar outras provas que jul-gar necessárias, mediante re-querimento das partes ou de ofício, isto durante o procedi-mento arbitral e ainda, quan-do uma das partes pretende fazer prova contábil com ele-mentos que estão em poder da outra parte. E isto significa

apenas que o árbitro poderá, em prestígio à ampla defesa e ao contraditório, determinar a exibição dos documentos contábeis e a sua inspeção por peritos em contabilidade que deverão responder a quesitos. Cabe salientar que, tratando--se de prova que exija conhe-cimentos técnicos contábeis, poderá o árbitro, desde que tenha formação superior em contabilidade, alegar ter co-nhecimento pessoal sobre a matéria e deixar de nome-ar perito para que proceda à inspeção e responda aos quesitos sobre os documen-tos carreados ou entranhados nos autos. O árbitro pode ava-liar as provas conforme julgar conveniente (art. 22, caput). O árbitro é o destinatário da prova, somente a ele cumpre decidir sobre a necessidade ou não, de sua realização.

Por força do § 3° do art. 22 da Lei de Arbitragem, a re-velia da parte em relação à exibição de documentos ao

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exame pericial não impedirá que seja proferida a senten-ça arbitral. Esta determina-ção de prova pelo árbitro, existe na arbitragem porque o árbitro deve sempre res-peitar, no procedimento ar-bitral, os princípios do con-traditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre con-vencimento nos termos do § 2° do art. 21 da Lei Brasileira de Arbitragem.

A função dos árbitros é subs-tancialmente a mesma dos juízes, ou seja, a de decidir litígios. A arbitragem é seme-lhante ao processo estatal, sujeita a normas e princípios. Apesar disso, visualiza-se a ausência da coercitividade, uma vez que há a necessida-de do Judiciário para certas medidas, como a condução de testemunhas, busca e apreensão de bens, quebra de sigilo etc. A arbitragem está desprovida dos compo-nentes coertio e executio1, que integram o Poder Judi-ciário, pois este poder é uma função e monopólio do Esta-do. Apesar disso, cabe ao ár-bitro decretar à medida que entenda necessária, mas, para efetivá-la, necessita do Poder Judiciário.

Em termos contemporâne-os, a arbitragem no Direito Empresarial representa um grande nicho para os conta-dores, em decorrência da ne-cessidade da especialização dos árbitros.

A filosofia da prova contábil está vinculada ao conheci-mento contabilístico e verte da lógica. Portanto, vai além de informar os usuários so-bre os relatos contábeis, pois busca orientá-los. E possui correspondência direta e im-

prescindível da teoria pura da contabilidade.

A teoria pura da contabilidade cria condições para se inves-tigar o patrimônio e as suas movimentações e relações entre causas e efeitos.

Uma demanda arbitral im-prime uma disposição geral relativa às provas, que pode ser por todos os meios legais, bem como os moralmente le-gítimos, para provar a verda-de dos fatos em que se funda a ação ou a defesa. E com em relação aos bens patrimoniais disponíveis, incumbe ao autor a prova quanto aos atos ou fa-tos contábeis que estão cons-tituindo o seu pedido, sendo possível ao réu demonstrar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Estas provas contábeis podem ser:

1) Um parecer para embasar a inicial ou a contestação;

2) O depoimento de uma tes-temunha técnica com notório conhecimento da ciência da contabilidade;

3) Uma sustentação oral de um assistente contábil, antes da re-alização da perícia contábil;

4) Ou uma perícia contábil para que um perito e assisten-tes se pronunciem sobre atos ou fatos contábeis alegados. Cabe lembrar que na arbitra-gem, é possível que os assis-tentes juntem os seus parece-res antes de o perito examinar as questões, ficando a cargo do perito do árbitro, a solução apenas das questões contro-vertidas entre os assistentes.

Diante destas alternativas, é possível concluir que a pro-dução de provas contábeis no procedimento arbitral se dá de maneira bem mais ampla,

ativa e mais flexível do que a da justiça estatal.

Os arbitralistas Hoog e Alon-so2 defendem que:

A prova é uma atividade jurisdicional, pois envolve o devido processo legal e exige a imparcialidade do árbitro na sua valorização assim como no deferimen-to de medidas probatórias. Admite-se como prova todos os meios lícitos e moralmente aceitos, po-dendo ser uma confissão; um documento; uma tes-temunha que presenciou os fatos ou testemunha técnica; uma presunção e a pericial.

Em relação ao art. 22 da Lei de Arbitragem, os mesmos autores3 se pronunciam no sentido de que:

O espírito do art. 22 pres-tigia o fato de que, se os árbitros se convenceram da desnecessidade da produção da prova peri-cial contábil, e julgarem serem necessárias “ou-tras provas, mediante re-querimentos das partes ou de ofício” para formar o seu convencimento e resolver a lide, podem requisitar a ouvida de expert-witness4, ou seja: a figura de uma testemu-nha técnica, que, com o seu depoimento técni-co, em audiência, pode esclarecer os aspectos técnicos controvertidos. O expert-witness pode até não conhecer as ar-gumentações do pedido e contestação levadas à arbitragem, mas tem que ter conhecimento espe-cífico e especializado das questões tecnológicas relacionadas com a arbi-

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tragem e submeter a um interrogatório, via espan-camento científico, estas questões tecnológicas.

Como regra geral, a produção das provas deve ocorrer du-rante as alegações iniciais, e neste sentido temos Cahali5 que se posiciona da seguinte maneira: “devem as partes desde logo produzir a prova documental”, como, aliás, é uma regra na maioria das câ-maras de arbitragem. A título de exemplo, temos isto paci-ficado no inc. 1 do art. 10 do Regulamento da Arbitac.

Sendo que o descumprimen-to desta produção de provas pode ter consequências: se for aplicada por analogia a regra do art. 359 do CPC pelo árbi-tro ou pelo Tribunal Arbitral na sentença, ou seja, no mínimo, poderá ser reconhecida uma

preclusão ao direito de produ-ção da prova documental. Isto sem embargos ao fato de que não se nega a possibilidade de o árbitro determinar a produ-ção de provas ex officio (art. 22 da Lei 9.307/96). A propósito, temos uma conexão doutriná-ria com este fato na lição de Fouchard, Gaillard e Goldman6 como segue:

The arbitral tribunal will only be obliged to accept the belated submission of documents or evidence where the party submitting them has a valid excuse for its delay. In the absence of a legitimate reason, the tri-bunal can take a firm posi-tion and simply reject the memorials or evidence sub-mitted late . The require-ments of due process are in fact satisfied if the initial deadline was sufficient to

enable the party inquestion to present its arguments and evidence.

Apresentamos para esta cita-ção uma versão traduzida e parafraseada como segue:

O tribunal arbitral só é obri-gado a aceitar a apresenta-ção tardia de documentos ou provas quando da sua apresentação exista um desculpa válida para seu atraso. Na ausência de uma razão legítima, o tribunal pode tomar uma posição firme e simplesmente rejei-tar os memoriais ou provas apresentadas tardiamen-te. Os requisitos do devido processo legal são de fato satisfeitos, se o prazo inicial foi suficiente para possibi-litar à parte em questão, apresentar seus argumen-tos e evidências.

Notas

1. Conforme os ensinamentos de SAREDO, Giuseppe. Instituzioni di procedura civile. 3. ed. Firenze: Giu-seppe Pellas, 1887. v. l, p. 198: coertio é entendido como o direito de fazer--se respeitar, reprimir a ofensa à lei mediante o exercício de sua função; e executio, entendida como o direito de exigir obrigatória e coativamente, em nome do poder soberano, obediência à própria ordem e decisão.

2. HOOG, Wilson Alberto Zappa. ALONSO, José Rojo. Arbitragem – uma atividade para contadores – co-mentários à Lei 9.307/96. Curitiba: Juruá, 2012. p. 78.

3 Idem. p. 79.

4. O expert-witness é um especialista com notório conhecimento sobre o assunto e independência em relação às partes e ao árbitro. Sua finalidade é a de assistir as partes e o árbitro

na compreensão das questões que envolvem conhecimentos de ciência e tecnologia.

5. CAHALI, Francisco José. Curso de Ar-bitragem. São Paulo: RT, 2012. p. 211.

6. FOUCHARD, Gaillar e Goldman. In-ternational Commercial Arbitration , fn. 17, para. 1.270. Apud A. J. Van Den Berg, Arbitration Advocacy in Chang-ing Times. Kluwer Law International, 2011, p. 190.

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LEGISLAÇÃO

31CONTABILIDADE & GESTÃO

A Resolução 1.437 CFC, de 22-3-2013, publicada no DO-U de 2-4-2013, altera, inclui e exclui itens das seguintes Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas aplica-das ao Setor Público:

• NBC T 16.1 - Conceituação, Ob-jeto e Campo de Aplicação, apro-vada pela Resolução 1.128 CFC, de 21-11-2008 (Contabilidade & Gestão – Dezembro/2008);

• NBC T 16.2 - Patrimônio e Sis-temas Contábeis, aprovada pela Resolução 1.129 CFC, de 21-11-2008 (Contabilidade & Gestão – Dezembro/2008);

• NBC T 16.4 - Transações no Setor Público, aprovada pela Resolução 1.131 CFC, de 21-11-2008 (Contabi-lidade & Gestão – Dezembro/2008);

• NBC T 16.5 - Registro Contábil, aprovada pela Resolução 1.132 CFC, de 21-11-2008 (Contabilida-de & Gestão – Dezembro/2008);

• NBC T 16.6 - Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolu-

ção 1.133 CFC, de 21-11-2008 (Contabilidade & Gestão – De-zembro/2008);

• NBC T 16.10 - Avaliação e Mensuração de Ativos e Passi-vos em Entida-des do Setor Público, apro-vada pela Resolução 1.137 CFC, de 21-11-2008 (Contabilidade & Gestão – Dezembro/2008);

• NBC T 16.11 - Sistema de In-formação de Custos do Setor Pú-blico, aprovada pela Resolução 1.366 CFC, de 25-11-2011 (Con-tabilidade & Gestão – Janeiro/Fevereiro/2012).

A Resolução 1.443 CFC, de 19-4-2013, publicada no DO-U de 25-4-2013, altera a Resolução 1.328 CFC, de 18-3-2011 (Contabilidade & Ges-tão – Março/Abril/2011), que dis-põe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade.

A Resolução Normativa 322 ANS-DC, de 27-3-2013, publi-cada no DO-U de 28-3-2013, altera os anexos da Resolução Normativa 290 ANS-DC, de 27-2-2012 (Contabilidade & Gestão – Março/Abril/2012), que dispõe sobre o Plano de Contas Padrão da ANS para as operadoras de planos de as-sistência à saúde.

Os referidos Anexos ficarão disponíveis, para consul-ta e cópia, no endereço eletrônico da ANS na internet (http://www.ans.gov.br).

As próximas atualizações do Plano de Contas Padrão da ANS passarão a ser promovidas por meio de Instrução Nor-mativa da Diretoria de Normas e Habilitação das Operado-ras (DIOPE).

OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE

O Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil divulgou o Comunicado Técnico 3, de 22-4-2013, que tem por objetivo orientar os auditores independentes na emis-são do seu relatório de auditoria (ou de revisão) sobre as demonstrações contábeis (ou informações interme-diárias) e sobre os procedimentos de auditoria (ou de revisão) requeridos quando se tratar de reapresentação de demonstrações contábeis ou de informações intermediárias.

COMUNICADO TÉCNICO IBRACON

As íntegras das Resoluções CFC 1.437 e 1.443/2013 podem ser consultadas no Portal COAD.

A Comissão de Valores Mobili-ários (CVM), através das Deli-berações 708 e 709, ambas de 2-5-2013, publicadas no DO-U de 3-5-2013, aprova e torna obrigatório para as companhias abertas, respectivamente, o Pro-nunciamento Técnico CPC 44, emitido pelo Comitê de Pronun-ciamentos Contábeis, que trata de demonstrações combinadas e a Orientação Técnica OCPC 06, que trata da apresentação de in-formações financeiras pro forma.

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JURISPRUDÊNCIA

32 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

Esta Corte firmou entendimento de que a adesão ao Paes implica a impossibilidade de discutir a le-galidade da cobrança de débito administrativo em ação judicial. O art. 4º, II, da Lei 10.684/2003 pre-vê como condição para a adesão ao parcelamento a confissão irretratável da dívida. Desse modo, ao optar pelo parcelamento, o contribuinte não pode continuar discutindo em juízo as parcelas do débito, por faltar-lhe interesse jurídico imediato. Recurso Especial provido.

REsp. 1.218.835/RS. Fonte: STJ Referência para consulta no Portal COAD: 143600.

ADESãO AO PAES IMPOSSIBILITA qUESTIONAMENTO EM JUízO DA LEGALIDADE DA COBRANçA DO DÉBITO

O argumento desenvolvido pela empresa prestadora de serviços terceirizados – cessão de mão de obra – de que os salários e encargos sociais não são re-ceita sua, mas mero reembolso de valores despendi-dos com o pessoal contratado não é suficiente para afastar a técnica de retenção na fonte do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – e da Con-tribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL –, visto que, quando da apuração de tais tributos pelo lucro real, os valores são retirados da base de cálculo das exações como despesas que representam. Isto é, tais valores não são tributados. Além disso, o valor que foi “indevidamente” tributado mediante reten-ção na fonte constitui-se mero adiantamento que é devolvido à empresa quando da apuração do IRPJ e da CSLL devidos mediante abatimento a ser feito na declaração de rendimentos. Acaso o valor retido na fonte seja superior ao valor até então apurado dos tributos, ocorre a restituição dos saldos negativos do IRPJ e da CSLL pelas vias adequadas. Nesse sentido: “Ausente o interesse de agir em relação ao pedido de exclusão das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, devidos pela empresa de trabalho temporário, dos valores atinentes a salários e encargos da mão de obra contratada por conta e ordem dos tomadores de serviços, por já haver a previsão legal para tal de-dução no regime de apuração pelo lucro real” – AgRg nos EDcl. no AgRg no AI 1.105.816 – PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2-12-2010. A sistemática de retenção na fonte da CSLL, na forma do art. 30, da Lei 10.833/2003 já foi julgada legítima nesta Corte pelos seguintes precedentes: REsp. 1.350.137-SP, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6-12-2012; REsp. 1.250.090–PE, Segunda Turma, Rel. Min. Cas-tro Meira, julgado em 28-8-2012. Mutatis mutan-dis, o mesmo raciocínio se aplica aos arts. 52 da Lei 7.450/85, e 2º, do Decreto-Lei 2.030/83, que se refe-rem ao IRPJ. Recurso Especial não provido.

REsp. 1.317.288/SC.Fonte: STJReferência para consulta no Portal COAD: 143732.

CESSãO DE MãO DE OBRA: IR E CSLL RETIDOS NA FONTE TAMBÉM INCIDEM SOBRE OS VALORES DESPENDIDOS COM O PESSOAL CONTRATADO

ESTACIONAMENTO PAGO NãO TEM RESPONSABILIDADE PELA SEGURANçA DO CLIENTE, APENAS DO VEíCULO

Em se tratando de estacionamento de veículos ofe-recido por instituição financeira, o roubo sofrido pelo cliente, com subtração do valor que acabara de ser sacado e de outros pertences não caracteri-za caso fortuito apto a afastar o dever de indenizar, tendo em vista a previsibilidade de ocorrência des-se tipo de evento no âmbito da atividade bancária, cuidando-se, pois, de risco inerente ao seu negócio. Precedentes. Diferente, porém, é o caso do estacio-namento de veículo particular e autônomo – absolu-tamente independente e desvinculado do banco – a quem não se pode imputar a responsabilidade pela segurança individual do cliente, tampouco pela pro-teção de numerário anteriormente sacado na agên-cia e dos pertences que carregava consigo, elemen-tos não compreendidos no contrato firmado entre as partes, que abrange exclusivamente o depósito do automóvel. Não se trata, aqui, de resguardar os interesses da parte hipossuficiente da relação de consumo, mas de assegurar ao consumidor apenas aquilo que ele legitimamente poderia esperar do serviço contratado, no caso a guarda do veículo. O roubo à mão armada exclui a responsabilidade de quem explora o serviço de estacionamento de veí-culos. Precedentes. Recurso Especial a que se nega provimento.

REsp. 1.232.795/SP.Fonte: STJReferência para consulta no Portal COAD: 143734.

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JURISPRUDÊNCIA

33CONTABILIDADE & GESTÃO

CONTRIBUIçãO PARA O CUSTEIO DO SERVIçO DE ILUMINAçãO PÚBLICA É CONSTITUCIONAL

Esta Corte, ao julgar o RE 573.675-RG/SC, de minha relatoria, reconheceu a Repercussão Geral do tema em exame e assentou que a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública constitui, dentro do gênero tributo, um novo tipo de contribuição que não se confunde com taxa ou imposto. Concluiu-se, ainda, pela possibilidade de se eleger como contribuintes os consumidores de energia elétrica, bem como de se calcular a base de cálculo conforme o consumo e de se variar a alíquota de forma progressiva, consideradas a quantidade de consumo e as características dos diver-sos tipos de consumidor. A circunstância de o acórdão de origem se amparar em precedente firmado no jul-gamento de Adin pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para assentar a incons-titucionalidade da contribuição em questão não obsta a aplicação, a este caso, do entendimento desta Corte sobre a matéria. Agravo Regimental improvido.

AgR-RE 724.104/SPFonte: STFReferência para consulta no Portal COAD: 143529.

Não procede a alegação de que o prazo decadencial para a cons-tituição do crédito tributário referente ao Imposto de Renda – espécie de tributo sujeito a lançamento por homologação – deve ser contado a partir da data do depósito judicial das verbas trabalhistas. Consoante decidiu com acerto o Tribunal de origem, a disponibilidade eco-nômica dos valores recebidos pelo autor em função do êxito na demanda trabalhista por ele proposta ocorreu apenas com a liberação do respectivo montan-te depositado em juízo. Consta corretamente do acórdão recor-rido que o simples depósito fei-to pelo empregador em razão da execução da sentença trabalhis-ta não caracteriza a disponibili-dade dos valores depositados. Nos termos do art. 16, parágra-fo único, da Lei 4.506/64, e dos arts. 43, § 3º, 56, caput, parte

final, e 72 do Decreto 3.000/99, e de acordo com a orientação predominante nesta Corte, considera-se rendimento tribu-tável a correção monetária pelo atraso no pagamento de verbas remuneratórias tributáveis. Con-soante decidido por esta Turma, ao julgar o REsp. 439.142/SC – Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 25-4-2005, p. 267 –, em que pese o erro da fonte pagadora não constituir fato impeditivo de que se exija a exação daquele que efetivamente obteve acrés-cimo patrimonial, não se pode chegar ao extremo de, ao afas-tar a responsabilidade daquela, permitir também a cobrança de multa deste. Como já decidiu a Primeira Turma do STJ, ao jul-gar o REsp. 1.022.332/RS – Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 11-12-2009 –, o pagamento de verba relativa a multa diária imposta em sentença trabalhista

acarreta acréscimo ao patrimô-nio material do contribuinte, configurando assim o fato gera-dor do Imposto de Renda, e por não estar o pagamento da refe-rida penalidade beneficiado por isenção, incide o mencionado tributo. Pelas mesmas razões, o recebimento de indenização por litigância de má-fé reconhecida em sentença trabalhista acar-reta acréscimo ao patrimônio material do contribuinte, confi-gurando assim o fato gerador do Imposto de Renda. Recursos Es-peciais parcialmente providos, o do contribuinte, tão somente para afastar a cobrança da multa fiscal, e o da Fazenda Nacional, apenas para assegurar a exigibilidade do Imposto de Renda sobre a indeni-zação por litigância de má-fé.

REsp. 1.317.272/PR.Fonte: STJReferência para consulta no Portal COAD: 143595.

IMPOSTO DE RENDA: DEPóSITO JUDICIAL FEITO PELO EMPREGADOR NãO CARACTERIzA A DISPONIBILIDADE DOS VALORES DEPOSITADOS

FALêNCIA: PEDIDO BASEADO EM FALTA DE PAGAMENTO DE TíTULO DISPENSA INSTAURAçãO PRÉVIA DE ARBITRAGEM

A convenção de arbitragem prevista em contra-to não impede a deflagração do procedimento falimentar fundamentado no art. 94, I, da Lei 11.101/2005. A existência de cláusula compro-missória, de um lado, não afeta a executivida-de do título de crédito inadimplido. De outro lado, a falência, instituto que ostenta natureza de execução coletiva, não pode ser decretada por sentença arbitral. Logo, o direito do credor somente pode ser exercitado mediante provo-cação da jurisdição estatal. Admite-se a convi-vência harmônica das duas jurisdições – arbitral e estatal –, desde que respeitadas as competên-cias correspondentes, que ostentam natureza absoluta. Precedente. Recurso Especial não provido.

REsp. 1.277.725/AM.Fonte: STJReferência para consulta no Portal COAD: 143781.

Page 34: edição de Contabilidade e Gestão

JURISPRUDÊNCIA

34 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

O Colendo STF já afirmou – RE 592. 905/SC – que ocorre o fato gerador da cobrança do ISS em contrato de arrendamento mercantil. O emi-nente ministro Eros Grau, relator daquele recurso, deixou claro que o fato gerador não se confunde com a venda do bem objeto do leasing financeiro, já que o núcleo do ser-viço prestado é o financiamento. No contrato de arrendamento mercantil financeiro – Lei 6.099/74 e Resolução 2.309/96 do Bacen –, uma empresa especialmente dedi-cada a essa atividade adquire um bem, segundo especificações do usuário/consumidor, que passa a ter a sua utilização imediata, com o pagamento de contraprestações previamente acertadas, e opção de, ao final, adquiri-lo por um valor re-sidual também contratualmente es-tipulado. Essa modalidade de negó-cio dinamiza a fruição de bens e não implica em imobilização contábil do capital por parte do arrendatário: os bens assim adquiridos entram na contabilidade como custo operacio-nal – art. 11 e 13 da Lei 6.099/74. Trata-se de contrato complexo, de modo que o enfrentamento da matéria obriga a identificação do local onde se perfectibiliza o finan-ciamento, núcleo da prestação dos serviços nas operações de leasing financeiro, à luz do entendimento que restou sedimentado no Supre-mo Tribunal Federal. O art. 12 do DL 406/68, com eficácia reconhecida de Lei Complementar, posterior-mente revogado pela LC 116/2003, estipulou que, à exceção dos casos de construção civil e de exploração de rodovias, o local da prestação do serviço é o do estabelecimento prestador. A opção legislativa repre-senta um potente duto de esvazia-mento das finanças dos Municípios periféricos do sistema bancário, ou seja, através dessa modalidade con-tratual se instala um mecanismo altamente perverso de sua desca-pitalização em favor dos grandes centros financeiros do país. A inter-pretação do mandamento legal leva a conclusão de ter sido privilegiada a segurança jurídica do sujeito pas-sivo da obrigação tributária, para evitar dúvidas e cobranças de im-

postos em duplicata, sendo certo que eventuais fraudes – como a manutenção de sedes fictícias – de-vem ser combatidas por meio da fiscalização e não do afastamento da norma legal, o que traduziria verdadeira quebra do princípio da legalidade tributária. Após a vigên-cia da LC 116/2003 é que se pode afirmar que, existindo unidade eco-nômica ou profissional do estabe-lecimento prestador no Município onde o serviço é perfectibilizado, ou seja, onde ocorrido o fato gera-dor tributário, ali deverá ser recolhi-do o tributo. O contrato de leasing financeiro é um contrato complexo no qual predomina o aspecto fi-nanceiro, tal qual assentado pelo STF quando do julgamento do RE 592.905/SC, Assim, há se concluir que, tanto na vigência do DL 406/68 quanto na vigência da LC 116/2003, o núcleo da operação de arrenda-mento mercantil, o serviço em si, que completa a relação jurídica, é a decisão sobre a concessão, a efe-tiva aprovação do financiamento. As grandes empresas de crédito do país estão sediadas ordinariamente em grandes centros financeiros de notável dinamismo, onde centrali-zam os poderes decisórios e estipu-lam as cláusulas contratuais e ope-racionais para todas suas agências e dependências. Fazem a análise do crédito e elaboram o contrato, além de providenciarem a aprovação do financiamento e a consequente li-beração do valor financeiro para a aquisição do objeto arrendado, nú-cleo da operação. Pode-se afirmar que é no local onde se toma essa decisão que se realiza, se comple-ta, que se perfectibiliza o negócio. Após a vigência da LC 116/2003, as-sim, é neste local que ocorre a efe-tiva prestação do serviço para fins de delimitação do sujeito ativo apto a exigir ISS sobre operações de ar-rendamento mercantil. O tomador do serviço ao dirigir-se à concessio-nária de veículos não vai comprar o carro, mas apenas indicar à arren-dadora o bem a ser adquirido e pos-teriormente a ele disponibilizado. Assim, a entrega de documentos, a formalização da proposta e mesmo a entrega do bem são procedimen-

tos acessórios, preliminares, auxilia-res ou consectários do serviço cujo núcleo – fato gerador do tributo– é a decisão sobre a concessão, apro-vação e liberação do financiamen-to. Ficam prejudicadas as alegações de afronta ao art. 148 do CTN e ao art. 9º do Decreto-Lei 406/68, que fundamente a sua tese relativa à ile-galidade da base de cálculo do tri-buto. No caso dos autos, o fato ge-rador originário da ação executiva refere-se a período em que vigente a DL 406/68. A própria sentença afirmou que a ora recorrente possui sede na cidade de Osasco/SP e não se discutiu a existência de qualquer fraude relacionada a esse estabe-lecimento; assim, o Município de Tubarão não é competente para a cobrança do ISS incidente sobre as operações realizadas pela empresa Potenza Leasing S.A. Arrendamento Mercantil, devendo ser dado provi-mento aos Embargos do Devedor, com a inversão dos ônus sucum-benciais. Recurso Especial parcial-mente provido para definir que: a) Incide ISSQN sobre operações de arrendamento mercantil financei-ro; b) O sujeito ativo da relação tri-butária, na vigência do DL 406/68, é o Município da sede do estabe-lecimento prestador – art. 12 –; c) A partir da LC 116/2003, é aquele onde o serviço é efetivamente pres-tado, onde a relação é perfectibili-zada, assim entendido o local onde se comprove haver unidade econô-mica ou profissional da instituição financeira com poderes decisórios suficientes à concessão e aprovação do financiamento – núcleo da ope-ração de leasing financeiro e fato gerador do tributo; d) Prejudicada a análise da alegada violação ao art. 148 do CTN; e) No caso concreto, julgar procedentes os Embargos do Devedor, com a inversão dos ônus sucumbenciais, ante o reconheci-mento da ilegitimidade ativa do Município de Tubarão/SC para a co-brança do ISS. Acórdão submetido ao procedimento do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.

REsp. 1.060.210/SC.Fonte: STJReferência para consulta no Portal COAD: 143782.

INCIDE ISS SOBRE OPERAçõES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

Page 35: edição de Contabilidade e Gestão

JURISPRUDÊNCIA

35CONTABILIDADE & GESTÃO

DEDUçãO DE PENSãO ALIMENTíCIA NO CáLCULO DO IR PODERá SER AMPLIADA

A Câmara analisa o Projeto de Lei 4.960/2013, de autoria do deputado Major Fábio (DEM-PB), que amplia a possibilidade de dedução do paga-mento de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda (IR).

Atualmente, a legislação (Lei n° 9.250/95) autoriza apenas a dedução de pensão alimentícia paga por decisão judicial. A proposta do parlamentar permi-te o abatimento também para a pensão paga es-pontaneamente, decorrente de acordo registrado em cartório. A medida abrange ainda a prestação de alimentos provisionais – aqueles fixados anteci-padamente, até o julgamento da ação principal em curso ou ainda não ajuizada.

Para o deputado, a restrição da dedução às pen-sões homologadas judicialmente “desprestigia os cidadãos que espontaneamente efetuam o paga-mento de pensão, sem a necessidade de serem compelidos a isso”.

TramitaçãoA proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas Comissões de Finanças e Tributação; e pela Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Contratação simultânea de pres-tação de serviços de telefonia mó-vel e de “comodato” de aparelhos celulares, com cláusula de “fideli-zação”. Previsão de permanência mínima que, em si, não encerra “venda casada”. Não caracteriza a prática vedada pelo art. 39, inciso I, do CDC, a previsão de prazo de permanência mínima – “fideliza-ção” – em contrato de telefonia móvel e de “comodato”, contan-to que, em contrapartida, haja a concessão de efetivos benefícios ao consumidor – v.g. custo redu-zido para realização de chama-das, abono em ligações de longa

distância, baixo custo de envio de short message service – SMS, den-tre outras –, bem como a opção de aquisição de aparelhos celulares da própria concessionária, sem vinculação a qualquer prazo de carência, ou de outra operadora, ou mesmo de empresa especiali-zada na venda de eletroportáteis. Superado o fundamento jurídico do acórdão recorrido, cabe a esta Corte Superior de Justiça julgar a causa, aplicando o direito à es-pécie, nos termos do art. 257 do RISTJ e da Súmula 456/STF. Em que pese ser possível a fixação de prazo mínimo de permanência, na

hipótese dos autos, o contrato de “comodato” de estações móveis entabulado entre as partes esta-beleceu a vigência por 24 – vinte e quatro – meses, distanciando-se das determinações regulamenta-res da Anatel – Norma Geral de Telecomunicações 23/96 e Re-solução 477/2007 –, de ordem a tornar tal estipulação, inequivoca-mente, abusiva, haja vista atentar contra a liberdade de escolha do consumidor, direito básico deste. Recurso Especial desprovido.

REsp. 1.097.582/MS.Fonte: STJ Referência para consulta no Portal COAD: 143559.

OPERADORA DE TELEFONIA NãO PODE ExIGIR FIDELIDADE COM PRAzO SUPERIOR A 12 MESES

NOTÍCIAS

PROJETO ExCLUI AS EMPRESAS DO SIMPLES NACIONAL DO REGIME DE SUBSTITUIçãO TRIBUTáRIA

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 212/12, de autoria do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), proíbe a inclu-são das micro e pequenas empresas optantes do Simples Nacional no regime de substituição tributária. No regime de substituição tributária, a empresa pode projetar o valor que será cobrado do consumidor final, calcular o ICMS e o recolher antecipadamente. Hoje, companhias de micro e pequeno porte devem calcular e recolher o ICMS por toda a cadeia comercial.

Na avaliação do autor, essa fórmula tem um impacto dire-to na carga tributária das microempresas ao sujeita-las ao mesmo regime de tributação de ICMS e ISS aplicado aos contribuintes sujeitos aos regimes de apuração normal.

“A substituição tributária é uma exceção à regra e, no entanto, vem sendo tratada como regra, uma vez que vários estados vêm adotando o regime de substituição tributária do ICMS e aplicando-o à grande maioria dos produtos acabados”, observa.

TramitaçãoA proposta será analisada, em regime de prioridade, pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, In-dústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, precisa ser votada pelo Plenário.Fonte: Agência Câmara de Notícias

Page 36: edição de Contabilidade e Gestão

36 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

NOTÍCIAS

A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou o Projeto de Lei 7898/2010, de autoria do deputado Ma-noel Junior (PMDB-PB), que permite a aposentados e pensionistas com 60 anos ou mais deduzir do Imposto de Renda as despesas com medicamentos para uso pró-prio. Pelo texto, o gasto deverá ser comprovado com re-ceituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário.

O relator, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), apre-sentou parecer favorável ao projeto. “Não entende-mos o porquê da vedação à dedução de despesas com medicamentos, na medida em que, a rigor, esses tipos de gastos já podem ser deduzidos como despesas médicas, quando estas integram a conta emitida por estabelecimento hospitalar ou clínica médica”, sustentou o relator.

A proposta altera a Lei 9.250/95, que trata do Imposto de Renda, na parte que lista as deduções possíveis. Atualmente, podem ser deduzidos da declaração pa-gamentos efetuados a médicos e dentistas e a outros profissionais da saúde, entre outras despesas.

“Desta maneira, não há como negar o mérito da ini-ciativa, principalmente pelo fato de o benefício se destinar a aposentados e pensionistas com idade igual ou superior a 60 anos”, completou.

TramitaçãoO projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas Comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e pela Constitui-ção e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

COMISSãO APROVA PROJETO qUE POSSIBILITA DEDUzIR DO IR OS GASTOS COM REMÉDIOS

A Comissão de Minas e Energia aprovou o Projeto de Lei 3895/2012, de autoria do deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC), que cria a figura do revendedor varejista de energia elétrica para fins automotivos.

De acordo com a proposta, essa atividade poderá ser exercida por concessionária ou permissionária do serviço público de distribuição de energia elétrica ou por revendedor varejista de eletricidade registrado na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O relator na comissão, deputado Dudimar Paxiuba (PSDB-PA), defendeu a aprovação da proposta ar-gumentando que os incentivos fiscais, o desenvolvi-mento tecnológico e o aumento da escala de pro-dução “logo farão com que um grande número de veículos elétricos passe a circular pelo País, sendo necessária previsão legal para a atividade de reven-da varejista de energia elétrica.”

A proposta estabelece ainda que o revendedor vare-jista poderá produzir, total ou parcialmente, a ener-gia elétrica que comercializar.

TramitaçãoA proposta tramita em caráter conclusivo e será ana-lisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

COMISSãO APROVA PROJETO DE LEI SOBRE A VENDA A VAREJO DE ENERGIA ELÉTRICA

O Projeto de Lei Complementar nº 244/2013 define explicitamente que o Imposto sobre Serviços (ISS) in-cidente sobre operações de arrendamento mercantil (leasing) pertence ao município em que se realiza a operação. “Ou seja, no local em que a instituição fi-nanceira capta a clientela e entrega o bem móvel”, explica o autor, deputado Pedro Uczai (PT-SC).

Atualmente, lembra o parlamentar, a Lei Comple-mentar nº 116/2003 deixa claro que o ISS incide sobre esse tipo de operação. Mesmo entendimento teve o Supremo Tribunal Federal. No entanto, nem a lei nem o Supremo decidiram claramente sobre as alíquotas ou a quem a arrecadação deveria ser des-tinada, acrescenta.

Com isso, as instituições bancárias estariam reco-lhendo o ISS a poucos municípios em que as alíquo-tas são mais baixas. “Esperamos com a proposta defender os municípios de um método poderoso e ilegítimo de guerra fiscal que vem corroendo as suas finanças”, sustenta Uczai.

TramitaçãoEm regime de prioridade, o projeto será analisado pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e pela Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ser votado em Plenário.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

PROJETO DESTINA ISS A MUNICíPIO ONDE OCORRE OPERAçãO DE leasing

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37CONTABILIDADE & GESTÃO

NOTÍCIAS

A Câmara analisa o Projeto de Lei 4965/13, de autoria do deputado César Halum (PSD-TO), que muda a legislação que trata do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Pre-videnciária para que não haja des-contos de nenhuma natureza no pagamento do adicional de férias.

Atualmente, a legislação (Lei 7.713/88) isenta do Imposto de Renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas:

- A alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas espe-ciais de trabalho, fornecidos gra-tuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a diferença entre o preço cobrado e o valor de mercado;

- As diárias destinadas, exclusiva-mente, ao pagamento de despe-sas de alimentação e estada, por serviço eventual realizado em município que não seja o da sede de trabalho;

- O valor do aluguel do prédio construído, quando estiver ocupa-

do por seu proprietário ou cedido gratuitamente para uso do cônjuge ou de parentes de primeiro grau;

- As indenizações por acidentes de trabalho;

- A indenização e o aviso-prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, bem como o montante recebido pelos empregados e diretores, ou res-pectivos beneficiários, referente aos depósitos, juros e correção monetária creditados em contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e

- O montante dos depósitos, ju-ros, correção monetária e quo-tas-partes creditados em contas individuais pelo Programa de In-tegração Social e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.

Orçamento comprometido

O projeto acrescenta o adicional de férias nessa lei e também altera a Lei Orgânica da Seguridade So-cial (Lei nº 8.212/91). “O benefício

deveria acrescentar mais à remu-neração do trabalhador, garantin-do que no gozo de suas férias ele possa usufruir de um valor a mais, evitando que seu orçamento seja comprometido ao planejar ativi-dades para seu descanso e lazer”, disse o deputado. “Porém, com tantos descontos incidindo sobre o benefício, o valor real adquirido pelo beneficiário chega a ser ínfi-mo e insuficiente para suas pre-tensões”, acrescentou.

TramitaçãoO texto está apensado ao Pro-jeto de Lei nº 2.708/2007, de autoria do deputado Luiz Car-los Busato (PTB-RS), que trata de assunto semelhante. Ambos serão analisados, em caráter conclusivo, pelas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e pela Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

PROPOSTA PROíBE DESCONTO DO IR E DA CONTRIBUIçãO PREVIDENCIáRIA SOBRE ADICIONAL DE FÉRIAS

O Plenário aprovou destaque do PCdoB à Medida Pro-visória nº 601/2012 e manteve na Lei nº 12.546/2011 o crédito presumido de PIS/Pasep e de Cofins a que têm direito os produtores de biodiesel que comprarem, de pessoa física ou de integrantes de cooperativas, maté-ria-prima para a sua produção.

Os deputados já aprovaram o Projeto de Lei de Conver-são da comissão mista para a MP, que estende os bene-fícios fiscais da desoneração da folha de pagamento a diversos setores, como a construção civil e o comércio varejista. Estão sendo analisados os destaques apresen-tados ao texto do senador Armando Monteiro (PTB-PE).

Em debate, no momento, destaque do PSDB que pre-tende incluir no texto emenda do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) para retornar os ser-viços de saneamento básico ao regime cumulativo de cobrança do PIS/Pasep e da Cofins, pois o setor não consegue gerar créditos a descontar para o regime não cumulativo ser compensador.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

MANTIDO O DIREITO DE PRODUTORES DE BIODIESEL AO CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS

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NOTÍCIAS

38 ANO 7 | MAI-JUN | 2013

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou a proposta que coíbe a dife-rença abusiva de preços e tarifas entre os planos de serviço pré-pagos e pós-pagos de telefonia móvel (Projeto de Lei nº 3.906/2012).

A proposta, de autoria do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), altera a Lei nº 9.472/97, que trata da orga-nização dos serviços de telecomunicações.

O relator na comissão, deputado Eliene Lima (PSD--MT), ressaltou que, apesar de os clientes pré-pagos serem maioria, o valor cobrado por minuto no plano pré-pago chega a ser 300% superior ao que se paga por minuto no plano pós-pago. “Existe uma discre-pância muito grande entre a modalidade pré-paga e a modalidade pós-paga, tanto do volume do uso, quanto dos preços. Estamos fazendo uma correção, pois existe muita gente ganhando em cima disso.”

O substitutivo aprovado acrescenta à Lei nº 9.472/97 um parágrafo que veda a cobrança de preços e tari-fas com diferença abusiva entre os planos pré-pagos

e pós-pagos dos serviços de telefonia, tanto no âm-bito de uma mesma prestadora de serviço quanto comparativamente entre prestadoras distintas.

Em relação ao número de usuários, dados da Agên-cia Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que em abril quase 80% das mais de 264 milhões de linhas ativas de telefone celular eram pré-pagas.

Redução das tarifasNo entanto, mesmo com a aprovação da proposta, a ad-vogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Veridiana Alimonte, afirma que ainda não dá para saber se, na prática, os serviços pré-pagos vão ficar mais baratos. “Nesse momento, é difícil prever justamente o que vai acontecer diante dessa regra: se o preço do pré-pago vai diminuir ou se o preço do pós-pago vai au-mentar nessa busca de ter uma diferença menor entre as tarifas de pré-pago e as tarifas de pós-pago. Prejuízo elas não vão querer ter, então, elas vão buscar a solução que melhor se adequa às contas das próprias empresas.”

Na opinião do relator, o projeto dará a Anatel um instrumento legal efetivo para supervisionar os pre-ços praticados no mercado por essas prestadoras.

TramitaçãoA proposta, que tramita em conjunto com o Projeto de Lei nº 4.524/2012, segue para análise da Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

EqUIVALêNCIA ENTRE TARIFAS DE TELEFONIA CELULAR PRÉ E PóS-PAGA

O ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), admitiu incidente de unifor-mização de jurisprudência pedido pela Fazenda Nacional contra de-cisão da Turma Nacional de Uni-formização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU) sobre a possibilidade de contri-buinte deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda (IR) valores pagos a título de pensão alimentí-cia não homologada judicialmente.

No caso apresentado ao STJ, o contribuinte realizou o acordo de pagamento da pensão de forma extrajudicial e deduziu o valor da base de cálculo do IR. No Juizado Especial, ele conseguiu manter o abatimento do imposto. Segun-do a sentença, limitar a dedução

apenas às pensões homologas judicialmente “seria despresti-giar aquele pai que espontane-amente efetua o pagamento”. A decisão foi mantida pela Turma Recursal do Rio Grande do Norte.

A Fazenda Nacional apresentou incidente de uniformização à TNU, alegando que os valores pagos a título de pensão alimentícia, quan-do não decorrentes de cumpri-mento de decisão judicial ou acor-do homologado judicialmente, não servem para dedução de IR.

Contudo, para a TNU, “em respei-to aos princípios da isonomia e da razoabilidade, a pensão deve integrar a base de cálculo para fins de dedução mesmo resultando de acordo extrajudicial ajustado entre

as partes interessadas, sob pena de afronta ao dever de sustento fa-miliar”, bastando apenas que fosse comprovado o pagamento.

A Fazenda Nacional alega que a o entendimento da TNU contraria diversas decisões do STJ. Aponta que a jurisprudência da Corte Su-perior não admite a dedução de alimentos que não sejam fixados ou homologados pela Justiça.

Reconhecendo a divergência ju-risprudencial, o ministro Arnaldo Esteves Lima determinou o pro-cessamento do incidente, que será julgado pela Primeira Seção do STJ. Está aberto o prazo para manifestação de interessados.

Fonte: STJ

TNU DIVERGE DE JURISPRUDêNCIA DO STJ SOBRE DEDUçãO DE PENSãO ExTRAJUDICIAL

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